Revista Giropop - Edição 35

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EDITORIAL No clima de final de ano, as histórias dessa edição são emocionantes. Doações de serviços, quantias, materiais, conhecimento, tempo, ou mesmo amor, são relatadas em matérias especiais que buscam acender aquela chama de solidariedade em uma época tão especial. Ajudar o próximo, estender a mão e ser solidário são expressões dignas de todos os dias do calendário, afinal, não há momento específico para tais ações. Porém, tudo se aflora nesta época de festas e, por isso, aproveitamos o momento para lembrá-lo que todo mundo pode fazer a sua parte para um mundo melhor. Em uma época em que assistimos tantos desastres, nada melhor do que começar a mudança em nossa própria rotina, às pessoas que estão ao nosso lado. Assim, conhecemos projetos de vida e de amor que estão dando certo, são exemplos e inspirações. Atletas paraolímpicos, crianças, idosos, pessoas portadoras de transtornos psiquiátricos e famílias carentes, mostram como toda a ajuda é bem-vinda e como é fácil fazer diferente. Mais do que uma leitura, nesta edição propomos algo diferente: queremos movimentar seus sentimentos e enaltecer os melhores; queremos promover a mudança. Aproveite este clima natalino e inicie uma vida mais solidária, com mais alegria e agradecimentos. Pequenas atitudes, mesmo que para você pareçam indiferentes, podem mudar muita coisa. Doe amor, doe tempo, doe sorriso. A equipe da Giro POP deseja, desde já, um ótimo Natal a você e toda a sua família. Um Natal de mudanças, um Natal de esperança!

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Casa de Apoio Luz e Esperança

Todos são especiais, cada um a seu modo Ana Beatriz

À

s vésperas das festas de fim de ano, um sentimento passa a tomar conta de muitas pessoas: a solidariedade. A vontade de se fazer algo bom e útil nesta época do ano aflora no coração, e é também por esses dias que muitas pessoas se unem e se sensibilizam pelos menos favorecidos, sejam carentes de renda ou de amor. Sim, está próximo o momento de muitos desenvolverem boas ações e ajudarem a quem pre-

cisa. Acreditando nesta maré de bons sentimentos, a revista Giropop conheceu o trabalho da Casa de Apoio Luz e Esperança, que abriga e trata cerca de 40 pessoas portadoras de transtornos psiquiátricos na cidade de Guaratuba. Porém, mais que conhecer a casa e seu funcionamento, é preciso desmistificar os cuidados com portadores de transtornos psiquiátricos e entender que qualquer pessoa é especial, cada uma a seu modo. O início da casa de apoio

Mara Regina Santa Folgado, idealizadora da casa com parte da equipe de funcionários e pacientes da Casa de Apoio Luz e Esperança. Os pacientes João Maria, Viviane, Luci e auxiliares da casa Eduardo, Marcos, Janete, Jaqueline, Mari, Liliane, Tete.

se confunde com a história de Mara Regina Santana Folgado, sua idealizadora. De Guaratuba, Mara sonhava, desde a infância, em se tornar enfermeira. “Com 12 anos eu realizei o curso universal brasileiro à distância, e com kit de primeiros socorros treinava aplicação de injeção nas frutas”, recorda. Já na fase adulta, teve a oportunidade de se profissionalizar como técnica de enfermagem em Curitiba-PR, onde atuou durante anos em um hospital, sendo uma das experiências que a levou para

outros caminhos. “Trabalhando no hospital conheci a triste realidade das pessoas portadoras de transtornos psiquiátricos e a realidade dos idosos, além do constrangimento, preconceito e rejeição de muitas famílias”, conta Mara. Já que muitas dessas pessoas não apresentavam condições de retornar às suas casas, Mara criou, a partir da necessidade observada, uma casa de repouso para idosos, em Curitiba. “Porém, apesar de ser bem estruturada e equipada, a casa de

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repouso não supria minha necessidade de ajudar como enfermeira e ser humano”, conta. Assim, em 2012, ela fundou a Casa de Apoio Luz e Esperança em Guaratuba, voltada às pessoas portadoras de transtornos psiquiátricos. O início da casa foi, segundo a idealizadora, de muitas lutas, barreiras e obstáculos, por questões financeiras e burocráticas; mas com o apoio de sua família e amigos, o sonho virou realidade. Hoje, aos 47 anos, Mara mantém e trabalha nas duas casas, em Curitiba e Guaratuba. Junto à equipe, a técnica de enfermagem se esforça para fechar parcerias e melhorar ainda mais a qualidade da estrutura, equipamentos, saúde e integridade dos pacientes-residentes. A experiência de Mara, de 20 anos de atuação nesta área da saúde, lhe ensinou:

“Para lidar com pessoas de transtorno psiquiátrico, não basta estar com a mente preparada, mas também com espírito e coração preparados”. Atualmente, a Casa de Apoio Luz e Esperança abriga e trata cerca de 40 pessoas portadoras de transtornos psiquiátri-

cos, homens e mulheres, sendo o residente mais jovem de 22 anos e o mais velho de 80. De acordo com a equipe, cada um dos 40 adultos possui histórias e laudos diferentes. “Alguns vieram de instituições que não puderam mantê-los ou de família que não têm condições, já outros vieram de manicômios judiciários ou foram resgatados da rua”, explica Mara. Entre os residentes, estão pessoas conhecidas e queridas da cidade, como o famoso “Mazaropi”, que faz parte desde criança da comunidade da prainha e Cabaraquara, e o “Pararê”, antigo pescador da região. Entre cozinheiras, técnicas de enfermagem, cuidadoras, motoristas, higienizadora e afins, a casa de apoio conta hoje com 22 profissionais, remunerados através do auxílio do governo repassado aos pacientes. Para tentar suprir a necessidade de materiais, alimentos e demais gastos, como transporte, água e luz, a casa tem convênio com quatro prefeituras, são elas: Prefeitura de Almirante Tamandaré-PR, Lapa-PR, Rio Branco-AC e Serra Azul-SP. Além disso, a equipe recebe pequenas doações e contribuições de amigos, familiares e pessoas que se solidarizam com a atividade da casa, ora em materiais,

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Técnica Lilian com os pacientes Valdir Rodrigues (vulgo) Mazarope e Viviane.

ora em serviços voluntários. A estrutura da Luz e Esperança é composta por refeitório, sala de medicamentos, pátio, dormitórios, televisões, corredores e banheiros adaptados, etc. Cada um dos pacientes-residentes tem sua ficha cadastral, onde o diagnóstico é atualizado constantemente, além das informações pessoais do indivíduo. Segundo Mara, alguns dos pacientes também são alunos da APAE de Guaratuba, e a maioria deles apresenta evolução na saúde, seja apresentada através das condições físicas ou de convívio. Nas palavras da equipe, é necessário, primeiramente, conhecer o trabalho e funcionamento da casa para então desmistificar o conceito de que as

pessoas com transtornos psiquiátricos “dão trabalho” e não são felizes. Jaqueline Peres dos Santos é uma das técnicas de enfermagem da casa. Ela recorda que esta foi sua primeira experiência na área da saúde e que, logo de início, se identificou. Para ela, muito mais que cuidados médicos, os pacientes com transtorno mental necessitam de afeto, especialmente pelo fato de pouquíssimas famílias os visitarem. Segundo Jaqueline: “Nas situações difíceis devemos lembra-los do amor, carinho e respeito. Se nós, funcionários, somos respeitados, é porque nós também os respeitamos”.


Janete, auxiliar de serviços gerais, Jaqueline Peres dos Santos, técnica de enfermagem, e as cozinheiras Marineide Lemes e Terezinha de Jesus Padilha, fazem parte da equipe de funcionários .

Entre eles, os residentes contam que são milionários, guerrilheiros ou que estão grávidas. “Tudo para eles é uma festa, e tudo é sinônimo de novidade”, diz Mara. Para tal convivência, a equipe destaca também a importância de se integrar em suas brincadeiras, fazendo parte do universo deles. “Eles são pessoas especiais, mas ao mesmo tempo são felizes, cada um a seu modo e cada um em seu mundo”, afirma Jaqueline. O amor incumbido neste trabalho também é notável na rotina da casa. Diariamente, os pacientes, além das necessidades fisiológicas, refeições e sessões de fisioterapia, são estimulados à prática de atividades sociais e artísticas, como dança, música,

sessão de filmes, passeios de barco ou até mesmo missas e cultos, ressaltando que as últimas são de livre e espontânea vontade do paciente, já que a casa de apoio oferece espaço e respeita todas as religiões. Nas palavras da idealizadora Mara, “o funcionamento da casa de apoio é um sonho realizado, e desejamos sempre melhorar”. Para o Natal deste ano, a Casa de Apoio Luz e Esperança será pintada, decorada e todos os residentes ajudarão na montagem da árvore de natal, além do amigo secreto realizado entre os mesmos. Nesse clima de solidariedade, a casa aceita alimentos, produtos de limpeza, roupas, entre outros itens que

Mara Regina Santa Folgado, idealizadora da casa.

podem transformar o fim de ano das pessoas com transtornos psiquiátricos em momentos especiais. Mas, ainda com poder maior de transformação, a casa

aceita da comunidade de Guaratuba e região a visita, o afeto, o sorriso e o reconhecimento à estas pessoas que, são sim, especiais – cada uma a seu modo.

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MÃOS DO BEM ITAPOÁ

Todos podem ajudar e dar bons exemplos Ana Beatriz

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stá chegando aquela data especial, principalmente para as crianças. Muito esperado pelos pequenos, o Natal é sempre sinônimo de festa, Papai Noel e presentes, mas, infelizmente, nem todas têm esse privilégio. Muitas delas, não muito distantes de nós, nem possuem lembranças positivas dessa data que deveria ser só alegria. Por isso, diversas ONGs e associações trabalham para proporcionar um momento especial para elas no fim de ano, como a Associação Mãos do Bem Itapoá. Criada em 2011 por um grupo de amigas dispostas a ajudar crianças carentes do município de Itapoá através de doações, esta associação está fazendo a diferença. A revista Giropop, que já con-

tou em outra edição a história da associação, relata agora o outro lado, dando voz a uma das famílias cadastradas e beneficiadas pela associação, mostrando a realidade de pessoas que, mesmo em meio a tantas dificuldades e tribulações, lutam e insistem para deixar uma vida melhor e mais digna às suas crianças, como, por exemplo, Maria de Lurdes de Paula, moradora de Itapoá. E, para compreender o contexto de solidariedade, é preciso conhecer Maria e toda sua trajetória de vida. “Minha vida daria um livro”, brinca. Nascida em Colombo-PR, Maria foi abandonada pela mãe, por influência de um namorado, aos cinco anos de idade. Desabrigada, se tornou moradora de rua até os sete anos. “Neste período passei fome, dormi embaixo

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Família de Maria de Lurdes de Paula, uma das famílias auxiliadas pela Associação Mãos do Bem.

de casas, igrejas e também no meio do mato”, conta, “mas se de uma coisa me orgulho, é de nunca ter matado, roubado ou usado drogas”, afirma. O primeiro emprego mudou sua vida. Ela, aos sete anos, passou a ser cuidadora de uma criança de dois anos, e recorda: “uma criança cuidando de outra criança”. Porém, sua patroa, que a tirou das ruas para trabalhar e morar com ela, passou a maltratá-la. As cenas tristes são lamentadas por Maria e as cicatrizes permanecem em seu corpo até os dias de hoje. Ainda assim, ela oferece os créditos da sua educação a esta mulher, que a acolheu em

sua casa até os 12 anos. No início da adolescência, Maria aprendeu inúmeras atividades com uma tia, como carpir, plantar e aterrar – ensinamentos estes que viriam a somar na vida adulta e engrandecer sua força enquanto mãe e mulher. Entre tantos capítulos duros e difíceis, Maria, já adulta, mãe de cinco filhos (quatro meninos e uma menina) e tendo o marido assassinado, conta que reencontrou sua mãe, que passava por situações difíceis, e a perdoou pelo erro do passado. A família, que residiu durante um tempo na cidade de Guaratuba, mora em Itapoá há nove anos. Hoje, na casa simples, vive Maria e qua-


tro de seus filhos, junto com seu irmão e sua mãe. Inspirada em sua bagagem de vida, mesmo em poucas condições, a educação que oferece aos filhos é baseada na gratidão.

“Costumo dizer a meus filhos que não posso comprar as melhores coisas, mas peço que agradeçam, pois diferente da minha infância, eles têm onde morar”, conta Maria. Sua mãe, de 70 anos, sofre de diabetes, colesterol e bronquite, enquanto um de seus filhos é portador de necessidades especiais e aluno da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais – a APAE, de Itapoá. Ambos tomam remédios diários, alguns adquiridos no Posto de Saúde da Família, outros comprados, e realizam exames constantemente. Porém, há três meses o especial parou de frequentar a associação, por falta de locomoção. Vale ressaltar que a família não possui meios de transporte e que sua casa fica distante mesmo do ponto de ônibus mais próximo. “Ele sente muita falta e todos os dias me pergunta se vai ter aula ou não”, diz Maria. Por conta dos ataques epiléticos do filho e da saúde agravada da mãe, ela não pode ausentar-se de casa por muito tempo.

Ainda assim, se mostra uma mãe interessada e que cobra os estudos de seus filhos. “Minha filha é muito estudiosa e adora ler”, se orgulha. Já os meninos preferem brincar e pescar, mas são todos estimulados e alunos regulares. A família, pela baixa renda, recebe benefício do programa Bolsa Família, porém, é insuficiente para quitar os gastos de água, luz, alimentação, remédios e demais necessidades. Durante muito tempo, Maria trabalhou como catadora de lixo, sustentando a casa através da reciclagem. Era uma cena muito comum pelas ruas itapoaenses vê-la com seu carrinho recolhendo lixo, sempre acompanhada de seus filhos. Entretanto, esta atividade teve que ser suspensa há três meses pela vigilância sanitária, pois seus filhos têm acesso ao depósito de separação do lixo, localizado nos fundos da casa, e o local não se encontra devidamente cercado. Até que Maria não consiga meios para a construção do aterro sanitário ou outra forma adequada de destinação do lixo, está proibida de realizar a atividade de catadora. Como alternativa de renda e qualidade alimentar, a família construiu e implantou, em seu terreno, um pequeno tanque para a criação de peixes, assim como um galinheiro para a cria-

ção de galinhas. O milho, inclusive, é um dos alimentos doados pela Associação Mãos do Bem Itapoá à família. Apesar de experiências tristes e obstáculos vivenciados ao longo da vida, Maria conta que sempre se manteve forte e na esperança de melhores dias, através da sua principal fonte de inspiração: Deus. Ela também relata que gosta de escutar Padre Marcelo Rossi, e que, sempre que possível, vai à igreja agradecer e orar por todas as pessoas.

“Já batalhei muito nesta vida, e vou continuar batalhando. Sou eu e Deus pelo futuro de minhas crianças”, afirma. Despertando sorrisos e somando para o bem estar destes pequenos, este ano será o quarto Natal beneficente promovido pela Associação Mãos do Bem Itapoá. A família de Maria está entre as 40 beneficiadas, e seus filhos estão entre as 150 crianças cadastradas e contempladas. Segundo as mulheres e amigas da associação, foram arrecadados alimentos, roupas e brinquedos, que serão doados às famílias carentes do município, fazendo do dia 25 de dezembro uma data feliz.

Mas o problema vem após as festas de fim de ano, quando as pessoas retomam suas obrigações para pagar taxas como IPTU, IPVA, etc. Aproveitando este espírito voluntário do Natal, Miriam Ramos de Almeida, uma das idealizadoras da Mãos do Bem, ressalta: “Todas as pessoas ajudadas ainda precisam se alimentar e a necessidade no verão se torna ainda maior pelo fato das crianças estarem em casa e não irem à escola, onde recebem, muitas vezes, uma das únicas refeições do dia”. Portanto, qualquer doação de produtos de limpeza e alimentos é bem-vinda, especialmente leites, já que a maior preocupação da associação são as crianças. Maria, protagonista desta história, é analfabeta, mas sua filha se encarregou de ler esta história para toda a família, pessoas humildes e do bem. Através do bom exemplo, as integrantes da associação Mãos do Bem Itapoá acreditam que é fundamental plantar boas sementes nos corações das crianças, independente da situação em que vivam. Os princípios da associação vão de acordo com o desejo de Maria: “Que todas as pessoas tenham humildade, igualdade e compaixão em seus corações”, no Natal e em todos os dias de suas vidas. maosdobemitapoa@gmail.com facebook/maosdobemitapoa

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residencial sênior de itapoá

Todos carregam bagagens e são dignos de respeito Ana Beatriz

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les possuem sabedoria acumulada na vivência diária e nos ensinamentos que a vida lhes proporciona. Provam que o ser humano envelhece, mas que o espírito pode permanecer jovem. E, a cada fio branco que surge, aumentam suas lições de vida, na mesma intensidade. São inúmeras as lições que podem ser aprendidas no convívio com idosos, e é esta a ideia sustentada

pelo chamado “lar dos idosos”, cujo nome correto é Residencial Sênior de Itapoá. Através de ideias e estudos, foram formalizadas a equipe, diretrizes e estrutura do residencial, que iniciou suas atividades em março de 2015.A enfermeira e responsável técnica Cristiani Manholer Gonçalves, uma das idealizadoras da casa, define seu funcionamento: “Este é um espaço onde os idosos são acolhidos, de forma segura, digna, respei-

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Parte da equipe do Residencial Sênior de Itapoá: Cristiani Manholer Gonçalves (enfermeira), Luana Manholer Gonçalves (cuidadora e pedagoga), Michele da Silva (cuidadora), Lizandreia Arbigaus (cuidadora) e Elisabete Lima (higienizadora); com os residentes Miguel Teixeira Filho e João Carlos Hecklez.

tosa e humana, não porque as pessoas não os querem mais, mas porque têm compromissos e rotinas a serem seguidos”. Desmistificando muitos pensamentos, juntos, a equipe e seus residentes, provam que pode sim existir vida em uma casa de idosos. Atualmente, são 14 idosos residentes, sendo sete homens e sete mulheres. De acordo com os funcionários, são senhoras carinhosas, amigas e que têm o costume de se reunir em um quarto antes de dormir, para conversar. Já os senhores, tam-

bém têm boa relação, discutem e conversam sobre futebol, economia, política e temas da atualidade. Apesar de ser um grupo pequeno de pessoas, no Residencial Sênior de Itapoá os residentes se aventuram às grandes amizades, paixões, vivências e convivências. Com uma diretoria completa e atuante em conjunto, a equipe acredita no que faz e defende a ideia de que cada minuto da vida deve ser usufruído com excelência. A enfermeira Mara Gouveia Fantin atua no residencial há seis meses, sendo também responsável pela parte administrativa. Para


Durante as oficinas de artesanato, os idosos utilizam materiais recicláveis em suas belas produções

Mara, trabalhar com pessoas da terceira idade é sinônimo de muita experiência e sabedoria. Nas suas palavras: “Os idosos nos ensinam a dar mais valor à vida e enxergá-la com bons olhos. Ali, aprendemos todos os dias do que a vida é realmente é feita.” A equipe da casa é bastante preparada e profissionalizada, e atualmente conta com dez funcionários residentes: Duas enfermeiras padrão, seis cuidadores, uma cozinheira e uma

higienizadora; além de duas funcionárias voluntariadas: Uma pedagoga e uma assistente social. “As pessoas que trabalham aqui são humanas, pois só quem é verdadeiramente humanizado pode cuidar de outros seres humanos”, diz a enfermeira Mara. Cada residente ou sua família paga uma mensalidade, destinada ao pagamento dos funcionários e mantimento da casa. Além das famílias, o espaço recebe colaborações – sejam em quantias, materiais ou serviços – vindas da solidariedade de moradores, comércios, grupos de amigos, igrejas de diversas religiões e de toda a comunidade. “Àqueles que desejarem contribuir, as doações de produtos de limpeza e alimentos são aceitas durante o ano todo”, reforça Cristiani. A rotina da casa é dividida entre necessidades básicas, como banho e refeições, e atividades pedagógicas ou de lazer, como televisão, artesanato, exercício, etc. Considerando as doenças de alguns idosos, sendo as principais Alzheimer, Mal de Parkinson, diabetes e pressão alta, esta rotina também exige dos profissionais inúmeros cuidados, controles, exames e medicamentos constantes. A estrutura do Residencial conta com corredores e banheiros adaptados, dormitórios divi-

didos em feminino e masculino, e quartos duplos, todos com televisão, banheiro e ar condicionado. Abraçando o conceito de residência, a equipe reforça que todas as visitas têm de ser agendadas, afinal de contas, como qualquer outra casa, nem sempre seus moradores estão dispostos a recebê-las. “Uma das principais preocupações do residencial é manter o vínculo entre os residentes e seus familiares”, diz Mara. Aos fins de semana, as visitações ficam liberadas às famílias, que podem levar o residente para passear. Pensando naqueles que não possuem vínculo com os familiares, foram criadas as “madrinhas voluntárias”, um grupo de amigas do residencial que se dispuseram a “adotar” o residente, lhes fazendo visitas e compensando carinho e cuidados, especialmente nas datas especiais e comemorativas. Festa, dança e música: De acordo com os funcionários, são estas as atividades favoritas dos residentes. “Nós também procuramos levá-los a passeios e organizar eventos, como desfile e dia de beleza, a fim de incluir o idoso na sociedade e trabalhar valores como autoestima”, explica Cristiani. Em casa, os residentes também são estimulados às práticas sustentáveis, artísticas e lúdi-

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cas, como os cuidados da horta do residencial, construída por voluntários de uma escola do município, a produção de peças como garrafas e quadros, nas oficinas de artesanato, e a criação e prática de jogos. “Eles gostam muito de produzir e, mesmo quando desacreditamos, nos surpreendem com peças bonitas e criativas”, conta a enfermeira Cristiani. Para tal produção, a equipe utiliza materiais recicláveis, como garrafas, tampinhas, tecidos e afins. Cada idoso carrega consigo um passado de inúmeras bagagens e vivências, e no Residencial Sênior não poderia ser diferente. A equipe conta que os idosos que ali vivem dariam boas histórias, desde uma senhora que foi andarilha, até outra que contribuiu para incluir a soja na merenda escolar do Brasil. O residente João Carlos Hecklez, de 66 anos, recorda o passa-

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do com carinho. Natural de Ijuí-RS, João trabalhou durante 30 anos como pesquisador na empresa Embrapa e conta que fez mestrado em Fitotecnia. Gremista, pai de um filho e avô de um neto, suas atividades favoritas eram pescar e jogar tênis tendo, inclusive, obtido alguns títulos no esporte, porém, ele brinca: Miguel Teixeira Filho, de 83 anos, também quis compartilhar parte de sua história. Nascido em Barretos-SP, ele conta que cursou todo o Ensino Médio e que trabalhou como alfaiate na maior parte da vida. Com a ajuda de dez costureiros, ele era responsável pelo corte dos tecidos. “Eu adorava trabalhar”, conta. Viúvo, pai de dois filhos e, segundo ele, “avô de um punhado de netos”, Miguel é corintiano e até hoje acompanha

os jogos do time. Mas, acima de qualquer história narrada ou lembrança revivida, João Carlos, Miguel e seus outros 12 companheiros de residência nos lembram que a vida é um sopro. O convívio engrandecedor é resumido por Cristiani:

“Além de trabalhar com o que escolhemos e gostamos, estamos sujeitos a sentimentos puros, como amor e amizade – regados de sabedoria e troca de experiências.” Para o futuro, a equipe do Residencial Sênior de Itapoá planeja muitas mudanças significativas, mas, de forma planejada e consciente, mantendo a qualidade e eficiência da casa, junto ao bem estar, dignidade e respeito aos seus residentes e suas bagagens. Atualmente, tomados pelos bons sentimentos de fim de ano, a “família” do residencial está organizando os preparativos e decoração para o Natal, mas lembrando dos ensinamentos dos mais velhos: De viver intensamente, aproveitando um dia de cada vez. Afinal, independente de idade, somo todos aprendizes, e o tempo colocado à disposição das boas ações se reverterão em bonanças.


EVENTO | ANIVERSÁRIO

Mamãe Selma e o papai Edson Galhardi reuniram familiares e amigos para comemorar o aniversário de quatro anos da sua filha Anna Liça.

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ASEPI ITAPOÁ

Por uma Itapoá esportiva e paradesportiva Ana Beatriz

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or ser um esporte aparentemente simples, nem todos reconhecem a importância e grandiosidade do tênis de mesa. É mais que comprovado que praticar este esporte traz inúmeros benefícios para a saúde física e mental dos praticantes, como o desenvolvimento da coordenação motora, do raciocínio rápido, do controle emocional e de muitos outros fatores. Para as pessoas com deficiência, ele representa muito mais que saúde, mas também

Parte da equipe de profissionais e atletas da ASEPI: Paulo Henrique Gonçalves Fonseca, Sergio Ofugi, Vilmar do Prado Vais, Renata Cunha, Romario Pedroso, Saulo de Paula Cunha e Alan Rezende da Silva.

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superação. No município de Itapoá, um pequeno grupo de praticantes de tênis de mesa, composto por profissionais voluntários, atletas olímpicos e paraolímpicos, acredita que amor e esporte transformam vidas. Juntos, eles formam a Associação Esportiva e Paradesportiva de Itapoá - ASEPI. A iniciativa surgiu da amizade entre Alan Rezende da Silva, professor de Educação Física, e Sergio Ofugi, atleta paraolímpico de tênis de mesa. Apesar de ambos residirem em Itapoá, se conheceram na cidade de Joinville-SC, em uma competição de tênis


Sergio Ofugi, atleta paraolímpico e técnico de tênis de mesa da ASEPI

O atleta paraolímpico Paulo Henrique Gonçalves Fonseca sonha em se tornar campeão mundial

de mesa, em 2008. Alan, que na época realizava um trabalho de paradesporto (esporte adaptado para pessoas com deficiência) na APAE de Itapoá, viu que alguns alunos se destacavam no tênis de mesa e sentiu a necessidade de expandir e investir nos praticantes. Não muito diferente de Alan, Sergio também reconhece e abraça a filosofia do esporte como transformador de vidas. Natural de Goiânia-GO, ele aprendeu a jogar tênis de mesa logo na infância, participando aos 11 anos de idade de um campeonato brasileiro e se tornando um atleta olímpico. No tempo que morou no Japão, no ano 2000, Sergio

sofreu um acidente de trabalho, resultando em algumas sequelas e, ainda assim, se manteve no esporte. Hoje, aos 46 anos e morador de Itapoá, ele obtém bons resultados como atleta paraolímpico de tênis de mesa. Ainda no município, outra história comprova a grandiosidade e representatividade do esporte em Itapoá. Natural de Londrina-PR, Paulo Henrique Gonçalves Fonseca passou a morar no município litorâneo em 2005. Apaixonado por tênis de mesa, cada minuto livre na escola era, para ele, uma oportunidade para praticar o esporte entre colegas. Entretanto, a brincadeira ficou séria e Paulo, cada vez melhor. Em 2013 iniciou seus

treinamentos na ASEPI e, desde então, é motivo de orgulho e elogios para os colegas. “O Paulo tem muito talento, dedicação e disciplina, características dignas de um atleta”, diz Sergio. Hoje, com 14 anos, Paulo é mais um atleta paraolímpico de tênis de mesa de Itapoá, e sonha em viver do esporte e se tornar campeão mundial. Quando direcionado aos atletas paraolímpicos, o tênis de mesa se mostra um esporte bastante adaptado e de muita igualdade, exigindo de seus praticantes dentro de suas limitações. “O tênis de mesa paraolímpico é classificado de 1 a 11, sendo de 1 a 5 atletas cadeirantes, de 6 a 10 deficientes físicos andantes e 11, deficientes físicos e intelectuais”, explica o professor Alan. Até que a Associação Esportiva e Paradesportiva de Itapoá ganhasse corpo, a Associação Joinvilense de Tênis de Mesa (AJTM) abriu espaço e filiou os atletas itapoaenses, para que estes pudessem disputar as competições regionais e nacionais. Desde então, Sergio, Paulo e os demais atletas de tênis de mesa de Itapoá realizam treinos semanais em Joinville, daí a necessidade de criar a própria associação de atletas. Apesar das ações serem realizadas desde 2008, a ASEPI foi fundada e constituída em junho

de 2015, tendo três pilares como modalidades: Futsal, atletismo e tênis de mesa. “Pretendemos, aos poucos, estabelecer o mesmo sistema da associação joinvilense, buscando nível técnico e melhoria nos treinos”, conta Alan. Entretanto, até que esta meta seja alcançada, a equipe enfrentou e ainda enfrenta algumas dificuldades. O tênis de mesa é considerado um esporte muito caro, especialmente quando se trata de competições, uma vez que transporte, alimentação, hospedagem, etc., geram muitos gastos. Até então, a equipe conta que os atletas itapoaenses foram para o Rio de Janeiro-RJ, Piracicaba-SP, São Miguel do Oeste-SC, Bento Gonçalves-RS e Natal-RN para disputar as competições oficiais da Confederação Brasileira de Tênis de Mesa (CBTM), onde conquistaram colocações consideráveis e bons resultados, como, por exemplo, a Bolsa Atleta Nacional, um auxílio do governo aos atletas, conquistado por Paulo, pelo seu alto nível de rendimento. Para que estas competições sejam possíveis, a ASEPI conta com a colaboração mensal e espontânea de seus membros (profissionais voluntários, atletas e pais de atletas), além do apoio da Secretaria de Esportes e Lazer, através da Prefeitura Municipal

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de Itapoá – principal mantedora da associação que contribui, sobretudo, com materiais, como raquetes e redes. A associação conta também com os serviços de profissionais voluntários e parceiros, como psicólogo e fisioterapeuta. Para arrecadar fundos, pagar taxas da associação e os requisitos exigidos, como uniformes, a ASEPI passou a promover eventos com o apoio dos pais de atletas. “Os pais, que também compõe a diretoria da associação, têm participação importante, promovendo a integração e dando suporte, sempre que possível”, conta Janaina Martins, Presidente do Conselho Fiscal da ASEPI. Entretanto, em meio a materiais e competições, hoje a principal necessidade da associação é o espaço. Por falta de opções e amor ao esporte, Sergio cedeu a sala de sua casa, onde são realizados os treinos de tênis de mesa. Mas, apesar da boa intenção, este é um espaço muito pequeno se comparado à qualidade e quantidade dos atletas, que se revezam para treinar. “Se conseguíssemos um espaço maior, obviamente, a qualidade e rendimento dos treinos também seriam maiores”, diz Alan.

À esquerda, a equipe ASEPI apresentando suas medalhas ao Prefeito e Secretários da Prefeitura Municipal de Itapoá. Na foto ao lado, a equipe no Rio de Janeiro, durante o Campeonato Brasileiro de Tênis de Mesa.

Além dos atletas paraolímpicos, a associação possui três atletas olímpicos, entre eles, Ingrid Voigt, de Itaquiraí-MS. Moradora de Itapoá há dois anos, ela, que costumava jogar tênis de mesa por hobby e ter um bom desempenho, conheceu a ASEPI há cerca de três meses. “Fui muito acolhida pela equipe e os ensinamentos técnicos dos treinos têm refletido em meu desempenho”, conta. Através da nova experiência de treinos, a atleta afirma que, embora a maioria não saiba, o tênis de mesa é um esporte amplo, de muita força, visibilidade e oportunidades. Compondo a diretoria da associação, todos os profissionais atuam voluntariamente, sendo Alan o técnico de tênis de mesa e Sergio, além de atleta parao-

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límpico, responsável pelo treinamento específico de rendimento dos atletas. Sergio, que é hoje acadêmico de Educação Física, pretende se profissionalizar na área de treinamento pela CBTM e contribuir para os bons resultados dos atletas itapoaenses. Para 2016, a equipe da Associação Esportiva e Paradesportiva de Itapoá planeja finalizar as questões burocráticas, filiar novas modalidades, renovar atletas, desvincular os atletas itapoaenses do clube de Joinville e vinculá-los à associação itapoaense, para que possam competir pelo município. “Desejamos erguer a bandeira de Itapoá nas competições Brasil afora, com atletas criados e treinados em nosso município”, diz o professor Alan. Até que este sonho seja

realizado, a ASEPI conta com a colaboração de pais, atletas olímpicos, paraolímpicos, profissionais e empresas que acreditem não somente no poder de transformação do esporte nas pessoas, mas também no município de Itapoá. Quer ajudar a Associação Esportiva e Paradesportiva de Itapoá? O próximo evento organizado pela ASEPI será o Show de Prêmios, dia 20/12, às 15h, na Associação Maria Isabel. Para mais informações: E-mail: asepiitapoa@ hotmail.com Facebook: Itapoá Paralímpico


Feira de CiĂŞncias, Artes e Teconologia - gEES

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GIROPOP NA ESCOLA

A um passo do mercado de trabalho

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Karla Sabatke, professora da Escola Nereu Ramos e seus alunos do curso Técnico em Portos Ana Beatriz

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m todo processo de aprendizagem as aulas de campo são essenciais, pois completam o conteúdo estudado, além de ampliar a visão de mundo dos alunos. Partindo dessa afirmação, surgiu a parceria entre o curso técnico em portos da Escola Estadual Nereu Ramos e a empresa APM Terminals, de Itapoá. Durante os meses de

outubro e novembro, a empresa abriu suas portas para as turmas vivenciarem, através da prática, os conteúdos ministrados em sala de aula, e os resultados têm sido cada vez mais positivos para os dois lados. O curso técnico em Itapoá surgiu da necessidade de possibilitar a inclusão social por meio da profissionalização, visto que, para Itapoá continuar se desenvolvendo e mantendo a qualidade dos serviços prestados, é necessário ainda

mais mão de obra qualificada na área portuária. Assim, a Escola Nereu Ramos passou a oferecer o Ensino Médio integrado com o curso técnico no ano de 2010. “A criação se deu em consulta à comunidade local, por meio de reuniões com pais, empresários e comerciantes, a fim de preparar os jovens para conquistar seu espaço na sociedade, alcançar dignidade, autonomia, respeito e reconhecimento social como cidadão autônomo e empreendedor”,

diz Mariza Scholz, gestora da Escola Nereu Ramos. Através dos conteúdos ministrados, o curso disponibiliza aos seus alunos um amplo conhecimento de tudo o que envolve o transporte marítimo, a administração das operações portuárias, a logística, legislação, segurança e o comércio internacional. “Os alunos estão preparados para atuarem não só em portos, mas em toda a área retroportuária, despachantes aduaneiros, empresas

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de logística, áreas administrativas, entre outros”, explica a professora Karla Sabatke, que já lecionou diversas disciplinas ao longo do curso, como embarcações, operações portuárias, navegação marítima e logística. Além do conhecimento, as motivações para ingressar no curso técnico vêm de diversos lugares, como da amizade entre as amigas Adriele Nunes Martendal, Emilly Neres e Alana Silvino. “Estudamos juntas há muito tempo e criamos afinidade para estudos, trabalhos e pesquisas, e então, incentivamos umas às outras a participar do curso”, diz Adriele. Assim como os demais colegas, as alunas acreditam que a rotina de ensino médio e curso técnico é cansativa, porém, gratificante, uma vez que desfrutam de inúmeros conhecimentos e se tornam mais preparadas para o mercado de trabalho. Por ingressarem muito novos no curso e logo receberem uma carga grande de informações, os alunos também amadurecem. “Ao se depararem com a realidade da profissão e com o grande leque de atuação, ficam ainda mais empolgados, sentem-se valorizados e se dedicam mais”, diz a professora

Karla. Como bom exemplo, Eloísa Soares da Silveira, aluna do curso técnico em portos, conta que no início não sabia muito sobre a área de atuação e de quanto conhecimento ela necessita. “Porém, nos primeiros meses de aula fui conhecendo, sanando minhas dúvidas e o interesse só aumentou”, conta. Até então o curso já formou duas turmas (2013 e 2014), reformulou seu currículo e, neste ano, contou com duas turmas do 1º e 2º ano do 2º grau da Escola Nereu Ramos. Visando a integração, a equipe do curso técnico busca apoio e abertura dos portos e terminais de uso privativo, pois, como acredita o

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aluno Jorge Fernando Vacelikiv, “é muito melhor ver na prática aquilo que aprendemos na teoria”.

Os alunos dentro de um dos contêineres da empresa, aprendendo o conteúdo na prática

Nesta ação, a escola tem papel fundamental, pois se esforça para conseguir verba para levar os alunos em diferentes lugares. A professora Karla conta que, através do apoio da escola, no ano passado visitaram o Porto de Itajaí-SC, Porto de Navegantes-SC e Porto de Paranaguá-PR, e com a turma formanda conheceram o Porto do Rio de Janeiro-RJ. Neste ano de 2015, tiveram a oportunidade de visitar o Terminal de Itapoá e, com as novas turmas, o Porto de Paranaguá. A parceria da Escola Nereu Ramos com a APM Terminals surgiu através da sugestão de uma aluna. Ela soube que a empresa estava recebendo as


escolas do município e sugeriu que a turma tentasse entrar no projeto. “É difícil uma empresa que trabalha com movimentação de contêineres e maquinários pesados abrir suas portas para atender um grupo de alunos, assim ficamos muito gratos e felizes com a oportunidade que APM nos proporcionou”, diz a professora Karla. Como forma de agradecimento, cada aluno visitante doou um brinquedo à empresa, contribuindo para uma de suas campanhas sociais, de doação de brinque-

dos às crianças carentes do município. Segundo os alunos, essa visita foi em bom momento, pois estavam aprendendo em sala sobre os equipamentos, a identificação dos contêineres e a composição das empresas retroportuárias. Assim, a empolgação foi nítida e, interessados, os alunos prestaram atenção nas explicações dos funcionários da APM e fizeram perguntas pertinentes à equipe. O aluno Everteson Paulino da Silva destaca: “Nossa turma interage

Parte da equipe APM Terminals Itapoá: Junior Barbosa (Técnico de Segurança), Nicolle Cristina Mota (Administrativo), Edvaldo de Oliveira (Coordenador de Reparos) e Samaroni Batista (Coordenador de Operações

e opina bastante, especialmente na visita a APM, onde fomos bem recebidos e foram evidenciadas as áreas de atuação e especialidades de cada uma delas”. No segundo ano do curso, com as novas disciplinas e estudando o comércio internacional e a importância do transporte marítimo e das operações portuárias para o mundo, os alunos já definem com mais clareza as áreas que pretendem atuar e quais caminhos seguir após o término do curso. A aluna Eloísa, por exemplo, planeja ingressar na faculdade de Comércio Exterior, enquanto Jorge, apaixonado por matemática, deseja seguir na área de Logística. E se esta ação foi um ganho para o curso técnico em portos da Escola Nereu Ramos e seus alunos, para a empresa APM Terminals Itapoá e seus funcionários não foi diferente. As ações realizadas entre a empresa e a comunidade escolar do município têm resultado em visibilidade e trocas de experiências. Os planos futuros da equipe APM incluem estruturar um dia fixo para as visitas técnicas, visando despertar o interesse dos alunos por este

mercado de trabalho, criar oportunidades e novas parcerias, como o programa menor aprendiz, e profissionalizar e valorizar profissionais do município. E tempo depois da experiência de aprendizado, professores e alunos do curso técnico em portos da Escola Estadual Nereu Ramos, sempre que têm oportunidade, ainda remetem o conteúdo com o que observaram e aprenderam na vista à empresa APM Terminals de Itapoá. Para o próximo ano, os alunos já têm agendadas visitas ao Porto de São Francisco do SulSC, Itajaí-SC e Navegantes-SC. Assim como Adriele, Emilly, Alana, Eloísa, Jorge e Everteson, os demais alunos do curso vivenciaram a rica experiência de conhecer uma empresa retroportuária a nível mundial, situada em seu próprio município e, ficando assim, a um passo mais próximo do mercado de trabalho. Com o intuito de fomentar ainda mais a economia de Itapoá, conhecida carinhosamente como cidade portuária, a gestora Mariza conta que a Escola Estadual Nereu Ramos iniciará o novo curso técnico em logística, no ano de 2016.

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O

‘assassinato’ do Rio Doce em Mariana/ MG, e os efeitos decorrentes, foi motivo para resgate de um artigo sobre outro rio em ‘estado terminal avançado’: o Medanha, localizado em Itapoá, promissor município do litoral norte da Santa e Bela Catarina. Medanha para quem não sabe foi um rio. Foi, mas deixou, ou quase deixou de ser. Medanha é conhecido como rio-zumbi, morto-vivo ou vivo-morto que assombra a cidade no verão. Suas nascentes não são distantes do mar e ele corre em paralelo com a linha de costa, entre o Saí-Mirim e a praia. Desemboca e, dependendo da época, polui o pequeno estuário formado entre as pedras de Itapema do Norte, cartão-postal da cidade. Aliás, recentemente revitalizado. Um rio como tantos que compõem a bacia hidrográfica do Saí-Mirim. Os antigos moradores o conheciam bem. Lembram que a sua água foi limpa e que corria livre no seu destino. As margens vegetadas protegiam seu curso. Poucos em Itapoá o viram assim, livre, exuberante e cheio de vida. Alguns contam que existiam peixes em suas águas, o que ao olhar de hoje é difícil acreditar.

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Rios que morrem Seu pecado foi ocupar espaço privilegiado no território que abriga a maior concentração populacional de Itapoá. Obrigou-se a ceder lugar para a cidade ‘desenvolver’. Não teve escolha e muito menos defesa. Suas margens desmatadas, drenadas, loteadas e vendidas. O leito desviado, manilhado e aterrado em muitos trechos. Tudo desmesuradamente, sem critério ou cuidado, ao sabor de interesses imobiliários. Transformou-se numa vala, num esgoto a céu aberto, receptor de dejetos dos mais variados. Na desembocadura compromete a água do mar, tornando-a imprópria para banho na temporada de verão. O odor fétido das águas chega a ser sentido na principal avenida da cidade. Medanha é uma triste realidade, um pequeno rio Doce do jeito de Itapoá. Um rio que não é mais rio, zumbi morto-vivo no coração da cidade. Deveria, ao menos, servir de alerta, para que não surjam outros rios-zumbis, como o Palmeiras no Balneário do mesmo nome, o Jaguaruna na área retro-portuária ou o Saí-Mirim manancial para abastecimento de água da cidade, que seria, certamente, uma irreparável perda, proporcional, talvez, ao ‘falecido’ rio das Minas Gerais... Rio Medanha em Itapoá. Fotos Neusa Lopes.

Itapoá (primavera chuvosa), 2015













Itapoá e sua história (parte III

“História não é o que passou, mas o que ficou do que passou”

Q

uando Itapoá, Garuva e São Francisco constituiam um só bloco territorial e neles predominava a população carijó, pertencente a grande nação tupi-guarani, aportaram em seu litoral várias e importantes expedições. A começar pela do francês Binot Palmier de Goneville em 1504, marcada pela hospitalidade dos índios carijós, cuja relação de amizade foi tão grande, conforme relatado no número 34 desta revista, que o Cacique Arosca permitiu a Goneville levar seu filho Içá-Mirim para a França. Nesta edição vamos nos ater a comitiva de Álvar Nuñes Cabeza de Vaca que em 1540 foi nomeado Adelantado e Capitão Geral da Província do Rio da Prata, ou seja, a autoridade máxima daquela colônia espanhola, e investido no comando da mesma com a finalidade de prestar socorro aos espanhóis remanescentes da expedição de Pedro de Mendoza que, naquela época, encontravam-se nas margens dos rios Paraná e Paraguai, em situações de perigo. A província do Rio da Prata abrangia

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Francês Binot Palmier de Goneville

uma extensa área que tinha como limites ao Norte o território governado pelos espanhóis estabelecidos no Peru; ao Sul com o Estreito de Magalhães; ao Leste com o Oceano Atlântico incluindo expressamente a Ilha de Santa Catarina, leia-se Florianópolis. Nessa época havia dois brasis, o Brasil português e o Brasil espanhol. Os espanhóis usavam o nome ‘Brasil’ para designar o território ao Sul de Iguape que, pelo Tratado de Tordesilhas, lhe pertencia. Os portugueses, por sua vez, também davam o nome de ‘Brasil’ ao território que, pelo tratado, lhes cabia. Vale acrescentar que na concepção dos espanhóis, com base no Tratado de Torde-

silhas, as ilhas de São Francisco e Santa Catarina estavam inteiramente dentro do seu domínio. Mais... os próprios portugueses admitiam que o atual Porto Cavalinho, a localidade de Três Barras, o Monte Crista e o Peabiru inteiro, estavam dentro do território espanhol. Cabeza de Vaca era um famoso andarilho que experimentou momentos de grandeza e miséria extrema. A destacar uma estupenda caminhada de oito anos na América do Norte, entre a Flórida e o México, atravessando a pé o território dos atuais estados do Alabama, Mississipi, Louisiana, Texas, Novo México e Arizona. A comitiva por ele comandada deixou o porto de Cadir, na Espanha em 2 de novembro de 1540, e era composta por três embarcações, uma grande e duas pequenas, transportando quatrocentos homens, entre pilotos, marinheiros, soldados e funcionários, bem como mantimentos, armas, munição , roupas, ferramentas, objetos de uso pessoal e 30 cavalos. A 21 de outubro de 1541, a nau Capitânea Santa Luzia, um grande veleiro transoceânico, cruzava a entrada da Baía de


Álvar Nuñes Cabeza de Vaca

“Ytabuan”, que nada mais era do que a atual Baía da Babitonga. O desembarque, realmente ocorreu na margem direita da Baía da Babitonga, e não na Foz do Rio Itapocu, no Município de Barra Velha, em Santa Catarina, como até bem pouco tempo pensavam os historiadores. A elucidação do equívoco partiu do professor e geógrafo Raul Olavo Quandt pormenorizadamente descrito em seu livro “O Caminho Velho e o Adelantado”. Para tanto, fundamentou-se no manuscrito original intitulado “Información” que

se encontra no Archivo General de Índias, na cidade de Sevilha, e ditado pelo próprio Cabeza de Vaca em 7 de maio de 1543, depois da sua chegada em Assunción. Após calcular as distâncias em relação a ilha de Santa Catarina, contidas no documento, não teve mais dúvidas de que o desembarque da Comitiva ocorreu na Baía da Babitonga. Além de provar o verdadeiro local em que aportou a Comitiva, ainda demonstrou que o Caminho Velho também conhecido por Caminho dos Ambrósios, Caminho de Três Barras, Caminho de Monte Crista e Caminho dos Jesuítas, começava na terra firme, isto é, em algum ponto da margem direita da Baía da Babitonga. Embora esse ponto não esteja especificado, tudo leva a crer que foi no Bairro Pontal do Norte, em Itapoá, pois ali a profundidade permite ancorar próximo a margem, facilitando o desembarque. Essa dedução ganha força ao observarmos que o Porto de Itapoá está localizado na margem direita da Baía da Babitonga no referido bairro. Uma vez em terra e constatada a existência do Caminho Velho, que era um dos ramais do Peabiru, a Adelantado Cabeza de Vaca decide que uma parte da comitiva seguiria pela trilha citada e outra por via marítima. Assim em 2 de novembro de 1541, Cabeza de Vaca partiu a pé pelo Caminho Velho - Peabiru, rumo a Assunción, acompanhado de 250 homens e um número não registrado de índios, que foram de grande valia, como guias e carregadores, tendo

como suporte 26 cavalos. Todos os equinos chegaram em Assunción e foram os primeiros trazidos para a América do Sul. A decisão do Adelantado, de ir a pé foi acertada. Muito acertada. Caminhando tranquilamente pelo Peabiru, desde a Baía da Babitonga até a capital paraguaia, não sofreu nenhum ataque indígena, e ainda chegou a Assuncion em 11 de março de 1542, após 130 dias de caminhada, muito antes dos que foram navegando. A demora dos que foram por água deveu-se ao fato dos veleiros não navegarem rio acima. Só conseguiram chegar a remo usando bergantins e batéis e mesmo assim em certos trechos subindo o Rio Paraná e o Rio Paraguai tiveram que usar o sistema de sirga, ou seja, os barcos eram puxados por homens postados no barranco, utilizando para isso longas cordas. Assim que chegou em Assunción instalou a casa de governo e de imediato proibiu a cobrança de impostos irregulares inventados pelos capitães remanescentes da expedição Mendoza. Ao verificar o estado de penúria em que se encontravam os espanhóis, mandou distribuir gratuitamente camisas, calções, armas, munição e outros utensílios tirados do seu armazém particular. O tempo de governo de Álvaro Nunes Cabeza de Vaca durou pouco mais de dois anos, pois as medidas por ele tomadas, especialmente a de estabelecer restrições as numerosas mulheres índias que cada espanhol possuia e delas dependiam, causou uma oposição ferrenha que levou a sua deposição e prisão.

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apaixonados por animais

Adestramento canino: Educação com reforço positivo Ana Beatriz

E

les são fofos, peludos, carinhosos e derretem os corações de seus donos. No entanto, o encanto dura por dias, até que o pé da mesa roído, chinelos comidos, sujeiras pela casa e latidos excessivos começam a incomodar. Felizmente, gritos, castigos e violência não resolvem o problema, é preciso uma educação com reforço positivo. De acordo com o adestrador de cães Daniel Costa Schroeder, de Guaratuba, quando o assunto é adestrar ou simplesmente educar seu cachorro, é necessário primeiro entender como funciona a mente do cão e que todas as suas atitudes são, na verdade, respostas ao comportamento do dono. Daniel, também conhecido por Gaúcho, nasceu em Candelária-RS e logo na infância já deu indícios da profissão que viria a seguir. “Aos 12 anos eu

Os cães Ruts, Kira e Saw, descansando após uma série de exercícios na praia

já tentava controlar o comportamento de meu cachorro, fazendo com que obedecesse a meus comandos”, recorda. Já na fase adulta, serviu ao exército e trabalhou no centro de treinamento canino do seu irmão, também no Rio Grande do Sul, onde pôde adquirir noções básicas. Apaixonado pela área, Daniel realizou diversos cursos de adestramento, como pastoreio, guarda e figuração, obe-

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diência básica e faro de drogas e explosivos. Suas atividades na cidade de Guaratuba iniciaram em 2014, sendo o primeiro adestrador a domicílio e dog walker – profissional que leva cães para passear – da região. Diante de tantas novidades na área de adestramento canino, o profissional está sempre em busca de novos conhecimentos e formações, como a participação no seminário de Show Dog,

realizado em Curitiba no mês de novembro. O adestramento de cães, explica Daniel, é feito através de um sistema de repetições de exercícios com a aplicação de estímulos positivos (petiscos, carinho, liberdade, passeios e exercícios, para drenar o excesso de energia), conciliados com estímulos negativos (correção e privação). Dentro do processo, existem os comandos básicos: “Senta!”, “deita!”; “fica!”, “aqui!” e “junto!”. “Aos poucos, a sequência de comandos vai aumentando e, dependendo da finalidade, os mesmos podem ser ensinados em outras línguas”, conta o adestrador. Para o profissional, é notória a diferença entre um cão adestrado e outro não. “O cão adestrado é bem-vindo em quase todos os lugares porque se comporta perto de pessoas e outros cães”, explica Daniel. O principal benefício apontado com o treinamento é a segurança do cão e das pessoas que o cercam. “Para adestrar o cão é necessário, no mínimo, três meses, e


O adestrador de cães Daniel Costa Schroeder, de Guaratuba. O serviço de dog walker (passeador de cães) é uma novidade que veio para ficar

este tempo varia de acordo com raça, idade, ambiente e finalidade”, conta Daniel. Os principais tipos de adestramento são residencial, esportivo, policial, para apresentação ou pastoreio. É indicado educar o cão desde filhote, a partir dos quatro meses, pois, se o dono esperar o cão ficar mais velho provavelmente ele terá adquirido uma série de maus hábitos, vícios e

costumes, tornando o trabalho mais desgastante. “Tudo pelo que o filhote passar neste período será para toda a vida”, conta o adestrador, “e é importante que seja gradativamente apresentado às coisas com as quais terá que se deparar no futuro, como outros cães, animais, pessoas, diferentes barulhos e objetos, para ajudar na formação de sua personalidade e para

que seja um cão adulto equilibrado e feliz”. No campo do adestramento existem raças mais fáceis ou difíceis de adestrar. Estudos comprovam que os cães da raça Border Collie são os mais inteligentes e, consequentemente, mais fáceis de adestrar, assim como Poodle, Pastor Alemão e Labrador. Já entre os mais difíceis o adestrador destaca os Chow Chow e Shar Pei. Pela experiência, Daniel afirma: “Alguns são mais dedicados e concentrados no aprendizado, enquanto outros são dispersos, dando mais trabalho, mas qualquer cão é adestrável”. Quanto aos populares vira-latas, não importa se são sem raça definida, Daniel conta que por lidarem com as diversas situações que os cercam nas ruas eles aprendem com muita facilidade. Ao contrário do que muitos pensam o erro a ser corrigido pode estar nos donos, e não nos cães. “De maneira geral, as pessoas desconhecem o comportamento animal e criam o cão como se fosse o próprio filho”, conta Daniel, “o grande erro é que usam a linguagem humana, como gritos e frases de repreensão, pensando que os cães entendem como nós, quando o correto seria trata-los usando a sua própria linguagem”. Portanto, a partir do

segundo mês do adestramento a domicílio, os donos são incluídos no processo de obediência. Com cerca de 50 cães adestrados por Guaratuba e região, dois deles pertencem ao adestrador. Os cães Saw e Ruts são os fiéis companheiros de Daniel, inclusive, nos passeios de skate. Atualmente, o profissional conta com o auxílio de mais um funcionário para, baseado no estudo do comportamento animal e histórico de vida do cão, dar orientações que ajudarão a resolver possíveis problemas. “Um amigão educado e sociável é o sonho de qualquer apaixonado por animais”, diz Daniel. Para o adestrador, tudo deve ser supervisionado, pois assim como as lições, os traumas também são para toda a vida, e ter o privilégio de desfrutar da companhia de um cão fica ainda melhor através da educação com reforço positivo.

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ARTESANATO

Entre cortes e costuras Ana Beatriz

O

cupar a mente com atividades criativas, como a prática do artesanato, pode apresentar inúmeros benefícios e é muito importante para a qualidade de vida. No município de Itapoá, Rosilda Aparecida Boldori começou a fazer artesanato para ocupar o tempo livre e complementar a renda mensal, e hoje isso se tornou paixão. Suas confecções decorativas vão de panos de prato personalizados a jogos de berço e, com capricho e riqueza de detalhes, conquistaram inúmeros clientes e admiradores. Nascida em Francisco Beltrão-PR, desde criança Rosilda demonstrava interesse por desenhos e estilismo, mas seu desenvolvimento se deu na área musical, onde realizou diversos trabalhos através do canto. Já na fase adulta, se formou em Eventos e veio morar em Itapoá

Rosilda Aparecida Boldori, suas confecções decorativas vão de panos de prato personalizados a jogos de berço. em 2001, onde sempre traba- via aprendido as noções bási- tagens nas redes sociais, seus lhou como funcionária pública cas de costura na adolescência trabalhos receberam inúmeros e já atuou no Departamento de com sua mãe, decidiu retomar elogios de amigos, familiares e Cultura de Itapoá, estabelecen- a atividade. “Depois que tive colegas de trabalho, foi quando do diversas parcerias e conta- filho, comprei uma maquininha Rosilda teve sua primeira peça tos diretos com os artesãos do de costura e passei a produ- encomendada. município. zir pequenas peças para uso Aos poucos, seus trabalhos De início, o artesanato sur- próprio, como panos de prato foram ganhando visibilidade e giu na vida de Rosilda como e toalhinhas”, conta. Com a di- admiradores, até que o artesauma distração. Ela, que já ha- vulgação de suas peças em pos- nato se estabeleceu como uma

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alternativa para complementar a renda da casa. Com o número de encomendas aumentando, consequentemente, a necessidade de espaço para a confecção também cresceu. Rosilda, que iniciou o artesanato em um canto da sua cozinha, transformou assim o quarto de música em um ateliê, onde pôde organizar todos os materiais e produtos confeccionados em um espaço mais confortável. Para melhorar seu desempenho na criação e confecção das peças, ela conta que também investiu em novos equipamentos. “Adquiri uma máquina de costura reta, dando agilidade e rapidez ao processo, e outra máquina mais elaborada, específica para fazer pontos decorativos”, explica. Na criação, se inspira em sites da internet, revistas ou até mesmo em outros produtos que tem em sua casa, porém, sempre dando um toque pessoal e personalizado. Durante o processo, o marido de Rosilda não fica de fora: “Ele desenha muito bem, então costuma me ajudar desenhando os modelos e moldes de peças ou figuras que desejo confeccionar”. Além do corte, costura e aplicação dos aviamentos, o

patchwork – trabalho que consiste na costura de retalhos de tecidos - também é uma técnica explorada pela artesã. “Procuro criar produtos decorativos e detalhados, para deixar a casa mais bonita e charmosa”, diz Rosilda. Entre seu mix de produtos estão almofadas, bolsas, mochilas, chinelos de pano, jogos de berço (protetor de berço e mosqueteiro) e jogos de quarto (fronhas e lençóis), mas o forte de seu trabalho são os panos de prato decorativos. Em seu ateliê, possui algumas peças para pronta entrega, mas a maioria é produzida através das encomendas de clientes e amigos. Sempre em busca da evolução e novos desafios na costura, a artesã também já confeccionou peças mais diferentes e modernas, como mouse pad e acessórios de bichinho para a lente da câmera, que servem para chamar a atenção das crianças no momento da foto. De acordo com ela, normalmente as inspirações para formas, estampas, desenhos, cores e aviamentos vêm de datas comemorativas, como Páscoa ou Dia das Mães; porém, o sucesso de vendas se dá na época do Natal. “Por conta da

quantidade de encomendas, me programo e costumo comprar os tecidos alusivos ao Natal por volta de agosto”, conta. Além das peças voltadas às datas comemorativas, ela garante que corujas, galinhas e estampas de poá também são sucesso entre os clientes. A experiência como mãe também contribuiu na produção do artesanato decorativo para os pequenos, já que Rosilda passou a conhecer as necessidades das mães e bebês, tanto em questão de produtos, quanto de suas cores, formas e tamanhos. Mesmo em paralelo à rotina de trabalho, casa e família, Rosilda soube otimizar o tempo e hoje enxerga no artesanato uma forma de relaxamento e descontração, além, é claro, de contribuir financeiramente. Os seus trabalhos podem ser acompanhados através da página “Atelier Rose Boldori”, no Facebook, e basta uma rápida olhada para perceber o amor e capricho colocado detalhadamente em suas peças. Ente cortes e costuras, Rosilda deseja se superar cada vez mais e contribuir para ambientes mais charmosos e agradáveis através de suas criações.

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GIROTECA

Ler e repassar, uma prática em família Ana Beatriz

É

fato consumado que a leitura é um dos hábitos mais prazerosos e ricos que pode ser exercido pelos seres humanos. Se realizada em família, ela ainda aproxima pais e filhos em uma dinâmica divertida e cheia de descobertas. No município de Itapoá, o casal Valeria Maleski e Jefferson Maleski, junto ao filho Diogo de Moraes Maleski, formam uma família unida por uma paixão em comum: Os livros. Porém, a paixão é tanta que sobressai às paredes da casa. Com a boa vontade em

partilhar obras e uma solução prática para deixá-las disponíveis aos futuros leitores, eles mantêm uma estante com inúmeros exemplares no Mercado Barrão, o comércio da família – todos disponíveis para empréstimos, trocas e devoluções. O hábito de ler é herança cultural da família de Valeria, vinda de Curitiba-PR. Ela recorda sua infância: seu pai tinha muito gosto pela leitura e foi um dos primeiros doadores de livros para a Biblioteca Municipal de Itapoá. “Minha família tinha o costume de passar madrugadas devorando páginas de livros”, conta. Na educação do filho Diogo, Valeria plantou desde cedo a semente

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Valeria Maleski do Mercado Barrão, e sua família tem uma paixão em comum: os livros. Na foto ao lado, Valeria auxilia uma leitora assídua de sua estante na escolha da nova leitura.


do conhecimento, equipando-o com bons livros e outros materiais didáticos. Já Jefferson, prefere a leitura de mídias imediatas, como a internet. Entretanto, ele também tem este hábito em suas raízes e ressalta sua importância: “Antigamente, os livros eram patrimônios culturais das famílias, sendo passados

de geração em geração”, conta. Para Jefferson, isso se deve ao fato de que livros, como enciclopédias, eram as únicas fontes de pesquisa da época. Assim como o Projeto Giroteca, idealizado pela revista Giro Pop, esta família acredita no poder transformador dos livros e na consciência das pessoas ao devolvê-los. “Compartilhar” é a palavra-chave e, assim, Jefferson, Valeria e Diogo estenderam a paixão por livros além da própria casa, contagiando amigos e clientes no local de trabalho. A iniciativa surgiu de Valeria há cerca de sete anos. De início, seu objetivo era divulgar a doutrina espírita. “Trouxe al-

guns livros de casa para expor em nosso comércio e emprestar a quem pudesse interessar”, conta. Diogo teve grande contribuição nesta boa ação, doando parte de seus livros já lidos para a estante do mercado. Aos poucos, os resultados foram surgindo e o espaço cedido foi ganhando proporção, por conta da diversidade dos livros, temas e públicos atingidos. Dessa forma, diferente dos outros mercados, no Mercado Barrão, com aproximadamente 25 anos de atividade, algo chama a atenção dos clientes, é a estante de cinco prateleiras lotadas com mais de 200 livros. Segundo a família, muitas pessoas acham que os volumes estão à venda e, ao descobrirem a intenção do “leve, leia e devolva sem compromisso”, as reações são diversas, como espanto, surpresa ou admiração. “Depois disso os clientes se sentem à vontade e fazem da troca de livros uma rotina, assim como a ida ao mercado”, conta Valeria. Hoje, além dos habituais clientes dos produtos, o Mercado Barrão também possui os clientes-leitores e os leitores,

aqueles que visitam o comércio apenas para a troca de livros. As obras expostas na estante são de qualidade e, assim como os leitores, não se limitam a um estilo específico. Do romance à aventura, estes livros são da autoria de escritores brasileiros renomados, como Augusto Cury, ou internacionais, como Sidney Sheldon. As doações dos exemplares também vêm de lugares e pessoas inusitadas, como da escritora paranaense Gloria Kirinus, por exemplo. Apesar do descompromisso na devolução, o giro das obras no Mercado é grande, o que imita o toque da família, que tem o cuidado de atualizar a estante, repondo e renovando os livros constantemente. “Nosso objetivo principal é que as pessoas movimentem seus livros parados em casa, de forma livre e espontânea”, diz Valeria. Seja na casa ou no comércio, entre uma página e outra, Valeria, Jefferson e Diogo são grandes incentivadores à prática da leitura e de verbos como escolher, levar, ler, trocar e usufruir novos conhecimentos, na esperança de um mudo melhor.

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MÚSICO

O sonho da música sertaneja

E

Ana Beatriz

ntre artistas, influências e mudanças, foram incorporadas novas formas de cantar, compor, produzir e fazer arranjos, e o resultado está aí: A versatilidade da música sertaneja prova não ter limites, sendo um sonho de muitos jovens pelo Brasil. Na cidade de Guaratuba, Jairton da Rocha Júnior, mais conhecido por Jairton Júnior, é apaixonado por música, mais especificamente a sertaneja, e vive o sonho de levá-la como profissão, através de sua voz e violão. Assim como muitos músicos renomados, a relação de Jairton com a música sertaneja iniciou cedo, por influência de seu pai, que costumava tocar e cantar em casa. “A trilha so-

nora de minha infância foram clássicos da música sertaneja, como João Paulo e Daniel e Mato Grosso e Mathias”, relembra. Logo aos seis anos de idade, Jairton participou do seu primeiro festival de canto em Guaratuba, onde teve boa colocação. Provando que a música está enraizada na essência da família, ele e seu pai também chegaram a participar de um mesmo festival, o pai na categoria adulto, enquanto o filho na categoria infantil. Autodidata, o domínio do violão veio a partir dos 12 anos de idade. “Fui uma criança muito interessada em música e quando não aprendia com meu pai, o fazia observando outros músicos ou ouvindo CDs e rádios”, conta Jairton. A primeira apresentação em um evento

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noturno foi por volta dos 15 anos, acompanhado dos pais, e a emoção é recordada até hoje pelo músico: “Naquele dia, cantei e toquei transmitindo emoção aos espectadores e decidi que queria fazer aquilo mais vezes”. Jairton dedica o desenvolvimento da sua trajetória aos pais, seus maiores incentivadores. “Eles me apoiam desde o início, investindo em equipamentos, sendo a minha plateia diária em casa e colaborando na organização de minha agenda”, conta. Durante a fase de experimentação musical, Jairton chegou a integrar um grupo

O cantor sertanejo Jairton Júnior, de Guaratuba-PR


de rap, gênero que respeita bastante, porém, afirma: “Minha paixão é a música sertaneja”. Hoje, com 24 anos, ele trabalha em um hotel de Guaratuba e, apesar de ficar em segundo plano, a música continua sendo sua atividade favorita. Suas apresentações passaram a ganhar mais visibilidade e alavancaram, assim como a própria música sertaneja. “O que ouvimos hoje no mercado, como Gusttavo Lima, Jorge e Mateus e Luan Santana, é chamado de sertanejo pop”, explica Jairton, “é o sertanejo com estética diferente e artistas que emplacam hits quase semanalmente, colocando este estilo musical em evidência no país”, complementa. O estilo das apresentações de Jairton varia de acordo com o ambiente. Em bares e restaurantes costuma se apresentar sozinho, no formato acústico (voz e violão), o que, para ele,

vídeos e agenda, basta acessar a página “Jairton Júnior”, no Facebook. Atualmente, dividido entre a rotina de seu trabalho, ensaios e apresentações, o cantor sertanejo se esforça para dar o seu melhor e atingir seu principal objetivo: “Que as pessoas se sintam bem e sejam sensibilizadas através da música”.

Jairton se apresentando em formato de banda, no Porto Iguana

garante maior intimidade entre o público e a música. Já nas casas noturnas, se apresenta no formato de banda, cuja vantagem é a versatilidade dos instrumentos e arranjos musicais. Para ele, o que o difere dos demais músicos é ter o seu próprio estilo e a variedade de seu repertório, que vai do sertanejo antigo até o atual. Apesar de realizar uma média de quatro shows por mês e se apresentar na noite em pontos badalados de Guaratuba, como Porto Iguana, Casa Rosada, Santo Canto e Restaurante Mar & Cia, Jairton almeja viver apenas da música. Ele,

que chegou a se apresentar no programa Boa Tarde Paraná, da BAND, afirma: “Neste momento pretendo me firmar na cidade, para futuramente me apresentar por todo o litoral paranaense”. Os planos futuros também incluem a gravação de um CD, inspirado pela troca de emoção com os espectadores e procurando evoluir musicalmente. Assim, como um exemplo de persistência no sonho da música sertaneja, Jairton aconselha os futuros músicos a se entregarem de corpo e alma, sempre respeitando qualquer estilo de música ou público. Para acompanhar o seu trabalho, como

A paixão pela música iniciou logo na infância

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ARTESaNATO

O bom e velho crochê Ana Beatriz

Todo mundo tem uma tia, avó ou mãe que já usou, e muito, peças de crochê, e é bem provável que alguma delas o saiba fazer. Muitos de nós crescemos usando estas peças e os que as guardaram se deram bem, pois o crochê voltou com tudo.

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uito usado nos anos 70, em biquínis e blusas, ele voltou como tendência de moda em peças mais elaboradas, com tramas mais abertas ou fechadas, conquistando especialmente a moda praia. Em meio a tantos desfiles de grifes que explorem o crochê e diferentes formas de uso, o que pouca gente sabe, é que a demanda por esta técnica ainda é alta em peças tradicionais, como toalhas de mesa e sapatinhos de bebês. Beatriz Lorena Zen Santos, mais conhecida como Bea, mora em Guaratuba e é “crocheteira”. Como a arte tem o poder transformador, o crochê mudou a vida de Bea, para melhor, é claro. O primeiro contato de Bea com as linhas e agulhas veio por volta dos seus cinco anos de idade e foi amor à primei-

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ra vista, ou melhor, amor ao primeiro trançado. “Foi minha avó quem ensinou para mim e minha irmã os princípios do bordado, costura, crochê e afins”, conta Beatriz. As duas gostaram da coisa e o artesanato passou a fazer parte de suas atividades recreativas. As primeiras peças de Bea, por volta de seus dez anos de idade, marcaram a memória: um centro de mesa em ponto russo, e outro bordado com rosas em ponto cruz. Com o passar do tempo e muita prática, as irmãs foram aprimorando suas técnicas. “Nós fazíamos muitos casacos de lã”, recorda Beatriz. Sua irmã, hoje moradora de Araucária - PR, fez outros cursos e sua principal especialidade é a pintura em panos de prato. Já Bea, passou pela fase dos bordados em tela, mas continuou na arte do bom e velho crochê. Sua relação com o artesanato

Beatriz Lorena Zen Santos, mais conhecida como Bea, mora em Guaratuba e é “crocheteira”

se intensificou quando morou em Rio Negro - PR. Lá, participou ativamente durante muitos anos da Associação dos Artesãos do Rio Negro (ASSOARTE). “Por sorte, hoje estou em Guaratuba e aqui também tem este espaço para os artesãos”, afirma.


ristas procuram por trilhos de mesa, puxa-sacos, mantas, etc. Ao iniciar uma peça, a artesã leva em conta o seguinte critério: “eu compraria ou não?”. Se a resposta for positiva, inicia o trabalho manual. “Afinal, tenho que gostar do que faço”, afirma. Assim como se alimentar, o artesanato é, na vida de Beatriz, uma atividade diária: “Procuro iniciar uma peça nova todos os dias”. Se o trabalho não tiver muitos detalhes, faz em apenas uma tarde. E, mais do que trabalho, é a forma peculiar de relaxar e se desligar do mundo.

“O trabalho manual, para mim, é como uma terapia”, conta Beatriz, “sou uma pessoa muito melhor depois de estar com meus fios e agulhas”. As peças tradicionais e menores são especialidades de Beatriz e acreditem, elas nunca saem de moda. “Com o bordado, costumo fazer toalhas pequenas, e com o crochê, sapatinhos de bebê”, conta Bea. O diferencial da artesã é realizar muitas pesquisas e apresentar

versões mais modernas como, por exemplo, tênis de bebê em crochê do modelo all star. O trabalho com o artesanato é para Beatriz, uma renda extra, e sua forma de trabalho são mais sob encomendas. Segundo ela, o crochê rende mais durante temporada, quando os tu-

Ao observar alguém fazendo crochê, tricô ou bordado, podemos imaginar que é difícil, mas ela afirma que não, que tudo depende da força de vontade. “Muitas pessoas dizem que querem aprender, mal começam, já desistem e falam

que é difícil, mas o segredo está na persistência e na prática”, explica a artesã. Hoje em dia, com a tecnologia, está muito mais fácil de aprender a lidar com este tipo de artesanato. As receitas para os pontos e ideias para as peças, antigamente encontrados somente em revistas, estão hoje em grande variedade e facilidade de acesso na internet.

Beatriz confessa: “No início da prática, o crochê é motivo de estresse, mas com o passar do tempo, ele se torna a cura”. Entre tantas novidades do mundo atual, o artesanato nos remete ao ato de enxergar a vida com bons olhos e valorizar pequenos detalhes. “Nada como o trabalho manual”, afirma Bea. Além de ser exclusivo, este tipo de trabalho carrega consigo dom e história. Os tempos mudaram, mas a artesã e seus sapatinhos de bebê nos relembram que bons hábitos ainda são valorizados e preservados no mundo da moda.

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EMPREENDEDOR ITAPOÁ | lojas plaza

Moda e variedade para todos Ana Beatriz

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cada dia cresce o número de comércios, produtos e serviços no município de Itapoá, reflexo do seu constante desenvolvimento. A exemplo deste crescimento tem-se o mercado da moda, cada vez mais democrático e inovador. Desde sua chegada ao município, por exemplo, a loja Plaza Confecções se baseia na mercadoria atualizada e bom atendimento, atingindo diversos públicos e segmentos, e tornando-se referência, sobretudo, na moda para tamanhos maiores. A Plaza Confecções é uma empresa de Curitiba-PR, voltada ao vestuário. No dia 8 de

março de 2007, Dia Internacional da Mulher, a proprietária Divanir de Fátima Plaza abriu a primeira filial da loja, em um ponto bem localizado no município de Itapoá. Assim como investir nesta cidade catarinense em constante crescimento, cada passo da empresa sempre foi dado de forma planejada, caminhando para o sucesso de seu funcionamento. Desde sua inauguração, a loja de Divanir conta com o profissionalismo e experiência de Ivone Balsanelli, mais conhecida por Branca, gerente da loja em Itapoá. “A Branca é meu braço direito, sem ela e nossas funcionárias a Plaza não seria o que é”, diz a proprietária. Sobrevivendo às quedas bruscas do inverno litorâneo, a

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loja superou as expectativas e conquistou inúmeros clientes, se fortalecendo durante o ano todo. O principal diferencial da empresa se dá na variedade de numeração das peças e, segundo a gerente, a procura por peças em tamanhos maiores tem sido cada vez maior. “A Plaza é a única loja do município especializada em moda grande, o que a torna referência neste segmento”, explica Branca. O tamanho das peças femininas pode chegar até o G5, enquanto as peças masculinas vão até o tamanho G6. Parte da mercadoria da loja é confecção própria e, além da moda grande, a Plaza também oferece variedade em peças de moda íntima, fitness e infantil, todas também disponíveis em

Ivone Balsanelli, mais conhecida por Branca, gerente da loja em Itapoá (a direita) com suas vendedoras Daniele e Amanda.

tamanhos maiores, além de acessórios. A gerente ressalta que a mercadoria é atualizada quinzenalmente, com os melhores produtos e sempre muita qualidade. Buscando atender e ouvir as necessidades dos clientes, a Plaza é adepta às novas ideias e mudanças, tanto no mix de produtos, quanto no espaço. “Só este ano fizemos muitas


mudanças e reformas, e elas sempre farão parte da nossa empresa”, afirma Divanir. Hoje, com dois andares, o piso superior da loja em Itapoá é voltado ao vestuário masculino, enquanto o piso inferior é voltado ao vestuário feminino e infantil. O sucesso da empresa se dá através de seus clientes, muitos deles fidelizados e que acompanham a loja desde seu início, em 2007. E a cartela de clientes não se limita apenas a Itapoá: A equipe conta que, pela variedade de modelos e

Proprietária da Loja Plaza, Divanir de Fátima Plaza com seu marido Eliel e os filhos Amanda e Sandro.

tamanhos, as peças da loja também são as preferidas entre muitos turistas, vindos de outros estados. Além de contribuir com os produtos oferecidos, a Plaza possui forte papel social na comunidade, apoiando e contribuindo em eventos comunitários, como gincanas, shows de prêmios e desfiles. “Mantemos uma boa relação com a população itapoaense, que sempre teve imenso carinho com a loja”, diz a gerente Branca.

Como uma escolha bem-feita e exemplo de um empreendimento que só tende a crescer, Divanir afirma que o desenvolvimento da loja se deve unicamente às pessoas. “À nossa equipe, que mantém um tratamento familiar com os clientes e aos nossos clientes, a quem devemos toda nossa história de quase uma década no município”, explica. Devido ao crescimento de Itapoá e, consequentemente, o número de habitantes, a Plaza

Confecções se preocupa em estar melhorando e se adaptando. “Em nossa loja, desejamos que o cliente se sinta em casa”, afirma a proprietária. Divanir, Branca e as demais funcionárias contribuem com o bom atendimento aliado à qualidade dos produtos. Para esta temporada, a equipe planeja muitas novidades aos clientes e amigos, sempre oferecendo moda e variedade, e fazendo da Plaza Confecções um empreendimento de união e sucesso.

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EMPREENDEDOR ITAPOÁ |guaratuba

Família, profissionalismo e madeira de qualidade Ana Beatriz

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ma das primeiras matérias-primas utilizadas pelo homem, a madeira, é um material versátil, que pode ser aplicado em diversas situações e setores. Especialista e referência no mercado, a Madeireira Toxinha é uma empresa que oferece serviços e produtos de madeira com procedência legal na cidade de Guaratuba. A experiência de sucesso do empreendimento comprova que, mesmo com a evolução e o surgimento de novos materiais, a madeira e seus derivados permanecem em alta. O proprietário Ademir Leite, também conhecido por Toxinha, já trabalhava na área de madeiramento antes de montar

seu próprio negócio. “A empresa nasceu da preocupação em produzir o melhor produto, com apoio de pesquisas no setor, de consultorias e com a participação de grandes profissionais”, explica Ademir. E

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assim, as atividades da empresa iniciaram em Guaratuba em janeiro de 2003. Inicialmente, a Madeireira Toxinha funcionava apenas como madeireira, preparando a madeira para materiais de

construção. Mas, sempre atenta às necessidades do cliente e do mercado, a empresa incluiu a marcenaria em seus serviços, conquistando novos espaços e fabricando móveis de madeira sob medidas.


Em um mercado bastante competitivo, a madeireira conquistou seu espaço, credibilidade e confiabilidade, tendo como diferencial o atendimento e sua ampla variedade de mercadorias, disponível no mostruário da loja. De acordo com os funcionários, os principais móveis desenvolvidos pela empresa são armários, beliches, camas, decks, gaveteiros, janelas, mesas, aparadores, portas de balcão, portas de garagem, portas maciças, portões e treli-

ches. Porém, o forte da Madeireira Toxinha são as coberturas de casas, feitas em madeira. Após anos de experiência e sucesso da empresa em Guaratuba, o proprietário abriu, em 2011, uma filial na cidade de Garuva-SC, loja que comporta outra madeireira. Iniciando a sucessão familiar empresarial, Ademir incluiu seus dois filhos na atuação da Toxinha. “Crescemos em meio à área de madeiramento e hoje estamos contribuindo para o legado de

meu pai, aumentando nossa responsabilidade trabalhando com ele”, conta Felipe Neves Leite, um dos filhos de Ademir. Com a experiência do mercado, a equipe de profissionais está sempre disposta a sanar as principais dúvidas quanto aos tipos de madeira ideal para fins específicos. Para um móvel na praia, por exemplo, Felipe conta que os tipos mais indicados são a madeira cambará ou itaúba. Além de ser um material neutro, a madeira também abre muitas possibilidades nos itens decorativos, dando um toque clássico ao ambiente e sendo facilmente combinada com outras cores. De acordo com a equipe da Toxinha, a tendência do momento são os painéis de madeira, muito usados na sala de estar e nos ambientes com televisão. “A procura por madeiras com texturas similares ao seu estado natural também é grande, já que o estilo rústico também continua em alta, sendo o ideal para muitos clientes”,

afirma Felipe. A Madeireira Toxinha conta com uma vasta cartela de clientes pelo estado do Paraná e de Santa Catarina, e realiza entregas por toda a região com frete grátis. Já pensando nos planos futuros da empresa, a equipe pretende ampliar e estruturar as lojas de Guaratuba e Garuva, assim como disponibilizar o sistema de vendas online através do site da empresa (www. madeireiratoxinha.com.br). Com mais de dez anos de trajetória, Ademir afirma que o sucesso da empresa se deve à sua equipe e clientes. “Para nós, cada cliente é um colaborador que participa do aperfeiçoamento e elaboração de novos produtos, através de análises, críticas e sugestões” explica o proprietário. Unindo família, profissionalismo e materiais de qualidade, a principal missão da Madeireira Toxinha é disponibilizar serviços ágeis, seguros e que satisfaçam os clientes de Guaratuba e região, e, assim, fazer parte da casa ou decoração dos sonhos, com o uso da madeira – um material versátil, resistente e que nunca sai de moda.

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Últimas paradas em Portugal

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stada em Portugal terminando e mais algumas cidades bonitas e históricas para apresentar para vocês leitores assíduos da Revista Giropop Alugar um carro e parar de cidade em cidade, com calma é a melhor forma de se conhecer um país. Você para onde quer, dorme onde quer e vai desfrutando das belas paisagens. Muitos lugares não são de fácil acesso de ônibus ou comboio, como é chamado o trem português. Você pode alugar um carro fazendo a reserva em alguns sites como o www.budgetportugal.com e o www.hertz.pt. O motorista pode usar a Carteira Nacional de Habilitação durante seis meses que estiver em Portugal, porém é preciso estar com o passaporte em mãos. Depois que sai de Coimbra vim para Aveiro, passando pelo interior do país e admirando a organização e segurança das estradas.Aveiro é considerada a Veneza Portuguesa porque a cidade é atravessada por canais e lagoas naturais o que a

torna um destino encantador. Diversas pontes cruzam a cidade tendo os “moliceiros” semelhantes a gôndolas, muito coloridas enfeitando por onde se passa.Não esqueça de visitar o famoso Mercado do Peixe, onde você também encontra alguns dos melhores restaurantes de marisco e bacalhau.Ovos moles, famoso doce português, de sabor divino são especialidade da região.Recomendo o Hotel Palace de Aveiro. Após visitar a Igreja da Mi-

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sericórdia, o Convento de Jesus e o a Reserva Natural das Dunas de São Jacinto, magnífica pela flora e fauna, autêntico santuário de aves segui para a cidade de Guimarães, berço da nação lusitana. Cidade pitoresca repleta de ruazinhas estreitas, cujo labirinto de ruas medievais muito bem conservadas nos leva ao Largo da Oliveira e ao Palácio Ducal. Essas praças e largos oferecem charmosos restaurantes e bares, convite para apreciar o famoso chope

de Portugal e o típico vinho verde da região. A importante torre do castelo de Guimarães domina todo o horizonte. Castelo construído no século X em formato de escudo para proteger a cidade das invasões mouras. Local onde nasceu o primeiro rei de Portugal em 1139. Passeio muito interessante por entre as muralhas do castelo. Outro ponto turístico é o Palácio Ducal, construído pelos duques de Bragança, tanto o


museu como as salas principais abrigam peças de mobiliário renascentistas, tapeçarias e tapetes persas de grande beleza histórica. Próximo destino foi a cidade de Barcelos, conhecida pelas suas cerâmicas, principalmente o colorido Galo de Barcelos, muitas vezes usado como símbolo de Portugal. Vale a pena ler a lenda do Galo de Barcelos. Importante visitar uma feira que acontece todas as semanas, nas quintas-feiras, no Campo da República. Seguindo viagem para a magnífica cidade de Viana do Castelo, onde no alto da cidade encontra-se o Santuário de Santa Luzia, aqui você vai admirar arcadas romanas, varandas renascentistas e o interior da igreja, que apresenta decoração barroca e rococó, de belezas incalculáveis, além da vista que se tem do alto do santuário. A cidade é situada entre o mar e as montanhas. No passado, foi ponto de partida para os descobrimentos.

Recomendo o Hotel Casa Melo Alvim, que tem apenas cinco séculos de história. Por último, visitei a cidade do Porto, nas encostas do Rio Douro e Patrimônio Mundial pela UNESCO, devido aos belos monumentos históricos como a torre barroca dos Clérigos, a Catedral da Sé, a moderna Casa da Música, nesta cidade convivem bem o histórico com o moderno. Não deixe de visitar e saborear gostoso café e doces portugueses no Café Majestic, confeitaria dos poetas, escritores e pensadores, todo decorado com espelhos e fachada de mármore. Merece visita! Cidade adornada por pontes altas e arqueadas como a Ponte Dona Maria Pia, projetada por Gustav Eiffel, o mesmo que projetou a Torre Eiffel, em Paris; a Ponte Dom Luis I; a Ponte Arrábida. Em frente ao centro histórico do Porto, às margens do Rio Douro fica a Vila Nova de Gaia, as famosas caves de vinho, que são uma importante

atração turística. Existem mais de cinquenta caves à beira do rio, locais de degustação e compra dos mais famosos vinhos. O Vinho do Porto, é um exemplo, um dos mais famosos vinhos do mundo. Aproveite, uma vez que você está nessa região e faça um passeio de barco ao longo do Rio Douro. Vale a pena! Outro passeio interessante é pegar um ônibus chamado “ Hop on hop of” para percorrer a cidade toda e parar onde você quiser e voltar ao ônibus onde você quiser. Excelente pedida, uma vez que a cidade é grande e oferece muitos pontos turísticos. Encerro aqui a minha estada maravilhosa em Portugal, cujo povo simpático, educado, estradas seguras, língua acessível para nós brasileiros, nos faz retornar mais vezes!! Desejo a todos um Feliz Natal e um Ano Novo próspero!! Vamos para onde agora? França? Alemanha?Inglaterra?

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