Ano 17 - Nº 89 - 2017
SE BEBER NÃO DIRIJA
INDÚSTRIA DE
www.industriadebebidas.com.br
SETOR VINÍCOLA BRASILEIRO EM ALTA
Expediente
Índice 06
Mercado: Lutando por uma tributação justa
12
Artigo: Cuidados com equipamentos industriais e sua operação
16
Capa: Setor vinícola brasileiro em alta
24
Empresa: Sucesso e eficiência em ingredientes para bebidas
Edição: Nº 89 – 2017 Foto: Divulgação Diretoria: Fábio dos Santos Cátia Rodrigues dos Santos fcsantos2002@uol.combr . Jornalista Walter Fernandes fcsantos2002@uol.com.br
Anunciantes Agavic………...................................3ª Capa
Lapiendrius………............................4ª Capa
Bramak………...........................................19
Levteck....................................................15
CRS Brands…….................................20 / 21
Qualiterme.............................................13
Estagiária Letícia dos Santos Dutra fcsantos2002@uol.com.br
Envase Brasil………..................................26
MC Pack………..........................................05
Desthil………...........................................18
Movex…..................................2º Capa / 03
Assinatura / Expedição: Reinaldo A. dos Santos fcsantos2002@uol.com.br
Fricon……….............................................17
Pallets RP……...........................................09
IEC Perma..............................................10
Rami………................................................11
Departamento Comercial: Fábio dos Santos fcsantos2002@uol.com.br
I.G Máquinas..........................................25
Taimak………............................................07
Diagramação e Criação: Anderson Rodrigues www.androdrigues.com
Kinox………...............................................23
Departamento Administrativo: Carla Rodrigues fcsantos2002@uol.com.br Colaboradores: José Carlos Giordano umbrellagmp@terra.com.br Matthias R. Reinold matthias@cervesia.com.br Marco A. Amaral marcoagamaral@uol.com.br
Editorial A economia em um todo está mirando momentos futuros melhores e o setor de bebidas
Consultor: Matthias R. Reinold (Mestre Cervejeiro)
mostra reação e perspectivas positivas.
“Os artigos assinados são de inteira responsabilidade dos autores e não representam a opinião da editora.”
FC Santos Editora e Eventos Ltda Av. da Paz, 665 – Salas 02/04 – Utinga Santo André – SP – CEP: 09220-310 Tel.: (11) 4976-1053 fcsantos2002@uol.com.br www.industriadebebidas.com.br Facebook: revistaindustriadebebidas
apresentando para um consumidor cada vez mais exigente. Não poderíamos deixar de parabenizar, e
Após alcançar em 2017 a maior colheita da
nessa edição temos a honra de publicar uma
história gaúcha, com cerca de 753 milhões de
matéria sobre os 30 anos da Lapiendrius o seu
quilos de uva as expectativas é de que a vindima
diretor, Carlos Lapique explica o crescimento e
deste ano chegue a 600 mil toneladas da fruta
o diferencial da empresa para com seus clientes.
destinada. Esse é um assunto que estamos abordando nessa edição como matéria de capa. Um setor em destaque no momento é o lác-
Finalizamos essa edição com um artigo de nosso colaborador e mestre cervejeiro, Matthias Reinold, ele explica os cuidados com equipamentos industriais e sua operação.
teo, no qual separamos algumas páginas para trazer informações importantes sobre os produtos diferenciados que algumas empresas vem
Boa Leitura e ótimos negócios!
Dosadores de Nitrogênio Líquido para Linhas de Envase ARTIGO
Eficientes não apenas para suas funções convencionais, mas também para proporcionar os melhores resultados em aplicações especiais, como em Garrafas Ultra Leves. Aumento de vida útil do produto Inertização de Embalagens Preserva o aroma Inibe o crescimento biológico
Trabalhe sempre com o melhor em sua linha de produção. Conheça as soluções da McPack e conquiste os melhores resultados! www.mcpack.com.br mcpack@mcpack.com.br (11) 5044-4535
I.B. Ed. no 89 - 2017
5
MERCADO
POR Redação
SETOR LÁCTEO: RETOMADA DO CRESCIMENTO COM NOVIDADES Em meio à expectativa de recuperação da economia, empresas apresentam produtos diferenciados para consumidores cada vez mais exigentes
É
justamente nos momentos de dificuldade que iniciativas contundentes podem ajudar o jogo virar. Diante de um cenário econômico conturbado nos últimos dois anos, o mercado de bebidas lácteas tomou fôlego e agora batalha para buscar melhores resultados no futuro próximo. Para se ter uma ideia de como está o setor, nada melhor do que olhar para os números da produção brasileira de leite. Segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o segmento alcançou o pico de crescimento no ano de 2014, quando produziu 35,124 bilhões de litros. O País caminhava em um mar de calmaria e de elevada taxa de ocupação da população. No entanto, as crises na economia e também na política fizeram com que os índices registrassem retração. Em 2015, foram produzidos 34,610 bilhões de litros de leite. Já em 2016 o número caiu para 33,625 bilhões. Existiam motivos para preocupação. Porém, as empresas compreenderam que a
tempestade passaria. E, ao que tudo indica, realmente há motivos para acreditar em um horizonte mais favorável. Os executivos do setor já vislumbram que 2018 deve ser o ano da retomada do setor lácteo. Segundo o secretário-executivo do Sindicato da Indústria de Laticínio do Rio Grande do Sul, Darlan Palharini, “a recuperação será puxada pelo aumento do poder de consumo das famílias, o que irá elevar a rentabilidade da atividade leiteira para produtores e indústria”. Durante apresentação feita aos associados da entidade no mês de outubro, Palharini indicou uma elevação de 11% na produção de leite no Brasil. “Nossa expectativa é que o mercado volte a se aquecer em 2018, claro que de forma tímida, mas é preciso uma retomada”, ressaltou o executivo. Ele ainda lembrou que orecobramento do preço do petróleo, a previsão de clima favorável e a provável recuperação das cotações do milho e da soja ajudarão a sustentar o crescimento no setor.
MERCADO PROMISSOR NA AMÉRICA LATINA O segmento lácteo ainda é tímido na América Latina quando comparado ao volume mundial. Hoje, com uma movimentação anual de US$60 bilhões, representa aproximadamente 15% das vendas globais. Contudo, esse cenário mudará em breve. Isso porque o mercado latino-americano registra um dos maiores crescimentos do planeta impulsionado, sobretudo, por iogurtes e queijos. A desaceleração econômica em vários mercados tem afetado as vendas do setor, mas a contínua popularidade das embalagens reutilizáveis, a crescente urbanização das cidades latino-americanas e o efervescente mercado de alternativas aos produtos lácteos estão impulsionando a indústria.
6
I.B. Ed. no 89 - 2017
MERCADO Alternativas – Um nicho importante para este mercado são os produtos para consumidores preocupados com uma vida mais saudável, pessoas com intolerância à lactose ou até mesmo indivíduos alérgicos aos lácteos. O segmento de bebidas e alimentos alternativos registrou volume de US$ 1,33 bilhão em 2016 na América Latina. A estimativa de alta é de quase 13% ao ano, chegando a US$ 2,44 bilhões em 2021. Há, por exemplo, um avanço importante das bebidas à base de soja e outras fontes vegetais. Além do Brasil, o México é outro país que exibe uma demanda cada vez mais alta de itens alternativos. Outra novidade é um estudo desenvolvido pela Embrapa Gado de Leite (MG) em parceria com associações de criadores de gado. A partir deste trabalho, fica a expectativa para a produção de leite para pessoas que possuem alergia às beta-caseínas, que correspondem a 30% das proteínas do leite. Os pesquisadores da Embrapa dizem haver evidências científicas de que a beta-caseína do novo leite, que vem sendo chamado de A2, não causa reações em pessoas que possuem alergia a essa proteína específica. A alergia à proteína do leite de vaca, conhecida como APLV, é um problema mais observado na infância. Segundo dados da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia, cerca de 350 mil indivíduos no Brasil são alérgicos. A pessoa que tem o problema terá que eliminar o leite de vaca da dieta, deixando de se beneficiar de uma importante fonte de cálcio e de outros nutrientes no momento da vida em que mais necessita.
8
I.B. Ed. no 89 - 2017
Além de todo o investimento na produção de novas bebidas, os executivos também trabalham arduamente no desenvolvimento de embalagens. De acordo com executivos de grandes companhias que atuam no mercado latino-americano, “o consumo sustentado de produtos de valor agregado para consumidores de renda média e alta– como embalagens convenientes, produtos com baixa caloria e alternativas aos produtos lácteos – impulsionarásignificativamente a indústria de embalagens de lácteos na América Latina”. Novidades – No mercado interno, as empresas do setor estão otimistas com o novo ano e prometem novidades que atraiam ainda mais o exigente consumidor.A Usina de Laticínios Jussara aposta, por exemplo,na linha de bebidas prontas Jump. A companhia, que tem sede em Patrocínio Paulista (SP) e unidade fabril em Araxá (MG), busca acompanhar a tendência de consumo de produtos práticos e mais saudáveis. As bebidas lácteas longa vida possuem um mix de ingredientes nutritivos, uma maneira de auxiliar o seu consumidor na alimentação do dia a dia. Porém, mais do que uma simples bebida láctea saborizada, Jump tem a proposta de ser o alimento que faltava para a reposição das energias durante a rotina corrida de milhões de brasileiros, antes ou depois das atividades físicas, e principalmente naqueles dias que exigem uma refeição rápida, porém nutritiva.
MERCADO Por conta disso, segundo a empresa, os produtos foram desenvolvidos para consumo em movimento. Além disso, contam, dentro ou fora da geladeira, com um shelf life de 180 dias. Prática, Jump vem em embalagem de PET de 250 ml, de fácil manuseio, com design exclusivo e boca mais larga, de trêscentímetros. A sua garrafa conta ainda com tampa plástica com abertura one step (sem selo de alumínio). Isso permite a abertura com menos esforço, para que o consumidor possa adquirir o produto na gôndola e levar para todo lugar. A bebida prática da Jussara está disponível para os consumidores em cinco opções diferentes: chocolate, chocolate sem lactose, grego morango, quinoa com linhaça e quinoa com linhaça e frutas. Já a Danone apresenta duas novidades para o público infantil. A primeira, também voltada à crescente preocupação com a ingestão de alimentos saudáveis, é a redução em 14,1% da quantidade de sacarose da fórmula do famoso Danoninho. A diminuição foi resultado de uma pesquisa realizada com os consumidores. “Estudos recentes mostraram que aproximadamente 80% do valor de consumo diário de açúcar é feito por essas crianças no horário do lanche. Por ser uma marca infantil, é nosso compromisso fazer melhorias contínuas a fim de entregar produtos mais saudáveis e manter o sabor que as crianças adoram”, diz Andrea Gaeta, diretora de marketing de Danoninho.
A marca, no entanto, teve outra preocupação: a praticidade. Por isso, lançou, após mais de dois anos de estudos e pesquisas, Danoninho Para Levar. Com as mesmas características nutricionais do famoso petit suisse da marca, o novo produto, acondicionado em doypack (bolsa plástica que fica em pé), traz uma característica inovadora e que vai de encontro a uma necessidade clara: a possibilidade do consumo fora do lar, após algumas horas fora da geladeira. O novo Danoninho pode permanecer até cinco horas longe da geladeira. A embalagem é fácil de abrir e não requer colher: basta apertar para verter o conteúdo.“O compromisso de Danoninho com o desenvolvimento infantil vai além da nutrição. O formato de sache e a durabilidade permitem que a criança leve para a escola e consiga comer sozinha. Momentos como esse são importantes para o desenvolvimento da autonomia infantil”, explica Gaeta. Diante de tantas novidades e otimismo, não há dúvidasde que o setor de bebidas lácteas irá superar os desafios futuros. Paralelamente, o consumidor brasileiro, ávido por novos sabores e formatos, terá à sua disposição um leque cada vez maior de opções de qualidade. Serviço www.danone.com.br www.embrapa.br www.leitejussara.com.br www.sindilat.com.br
I.B. Ed. no 89 - 2017
11
ARTIGO
POR Matthias R. Reinold
CUIDADOS COM EQUIPAMENTOS INDUSTRIAIS E SUA OPERAÇÃO Minutos ou segundos. É o tempo necessário para comprometer, muitas vezes de modo irremediável, a qualidade de um produto. Como isso pode acontecer? Simples: basta uma distração, uma pequena falha na operação, muitas vezes até provocada por um “descuido” na concepção, projeto e montagem de máquinas, equipamentos e instalações para a indústria de bebidas.
E
m outras palavras: quando instalamos uma planta completa para a fabricação de bebidas (cerveja, refrigerantes, vinho, sucos etc), devemos procurar sempre o suporte de especialistas do segmento. Não é o que acontece na prática, pois o empresário ou empreendedor procuram “economizar” com essa mão-de-obra especializada e por isso mesmo, cara. O interessante é que o mesmo empresário não economiza quando necessita dos serviços do advogado, do arquiteto, do médico, do engenheiro... O resultado é que muitos empreendimentos estão fadados ao fracasso e isso contamina o resto do segmento. Uma vez que determinado projeto (por exemplo, da fábrica de Refrigerantes X ou Cervejaria Y) “não deu certo” os demais empreendedores recuam e não investem mais. O “não deu certo” pode ser traduzido pelos seguintes motivos: falta de visão do segmento onde pretende atuar, total desconhecimento das instalações necessárias, equipamentos apropriados, processos de produção indicados etc. Dependendo do empreendimento, geralmente opta-se por duas possibilidades: comprar um pacote chave na mão de uma empresa reconhecidamente capacitada e
12
I.B. Ed. n 89 - 2017 o
idônea ou, no outro caso, comprar os equipamentos de diversos fornecedores, de modo a compor o que for adequado. Para se evitar graves transtornos no futuro, novamente desde a fase de planejamento faz-se necessária a presença de um especialista no segmento em que se deseja atuar. Equipamentos e sua instalação A aquisição de equipamentos deve ser criteriosa. Devemos consultar vários fornecedores, buscar referências de pessoas que já os utilizam, verificar todos os detalhes técnicos relevantes (consumo de energia elétrica, consumo de água, rendimento, números de pessoas necessárias para operá-lo, flexibilidade para fabricar vários tipos de produto, dimensões, peso, preço, assistência técnica etc). A instalação dos equipamentos deve prever suficiente espaço físico para sua acomodação, isto é, para sua operação confortável e também uma reserva de espaço para futuras ampliações. Quando se trata de equipamentos para a produção de bebidas, sua construção deve obedecer aos padrões sanitários recomendados, senão surgirão dificuldades na limpeza e desinfecção de rotina.
As tubulações para transporte de meios que entram em contato direto com o produto, devem ser montadas como as tubulações de produto, isto é, a água, o gás carbônico (CO2)e o ar estéril devem ser transportados através de tubulações de aço inox soldadas. O acabamento da superfície em contato com o meio (da tubulação e soldas) deve atender às normas de sanitariedade da indústria de bebidas (porosidade menor que 1,6μ nas soldas e 0,8μna parede interna das tubulações). Devemos também estar atentos para a execução de soldas, a presença de cantos mortos, curvaturas em tubulações (bolsões), “tees” etc, que devem ser evitados. Muito importante, principalmente para produtos que são sensíveis à contaminação microbiológica, é o planejamento dos circuitos de tubulações de produto e limpeza (dimensões, inclinação), onde devemos levar em conta a circulação CIP da rede de água, ar comprimido e CO2. Importante na limpeza a quente é manter todo o sistema sob pressão positiva, de modo que durante a fase de resfriamento não seja aspirado ar ambiente (através da alteração do volume da água quente quando esfria).
Legenda: O correto dimensionamento das tubulações e sua instalação possui importância vital sobre a qualidade dos produtos
ARTIGO A presença de válvulas de esfera de duas ou três vias impedem a limpeza e desinfecção completa pelo CIP - válvulas globo ou de esfera não devem ser utilizadas em locais onde entrem em contato com o produto, por serem fontes potenciais de contaminação. Por isto nunca devemos utilizá-las como torneiras de prova (amostras). O cuidado com a escolha dos acessórios não deve ser relegado a segundo plano, pois em uma era de alta produtividade e combate ao desperdício, uma simples válvula com vazamento, com uma gota por segundo (0,05 ml), gera uma perda de cerca de 1.600 litros de produto ou qualquer outro insumo por ano. A instalação de manômetros e termômetros, principalmente em trocadores de calor e tubulações, deveria ser bem observada. Fitas de teflon em conjunto com luvas permitem a contaminação microbiológica (pela presença da rosca e os cantos mortos). Os termômetros devem ser instalados exclusivamente em poços soldados. Os manômetros devem ser equipados com membranas de aço inox, como os utilizados em tubulações e válvulas de segurança. Visores de linha e torneiras de amostras
permitem controle visual sobre o produto que está sendo processado. Cada vez mais decisões são tomadas sem que possamos ter contato visual com o produto (no caso de controle do processo ser efetuado a partir do monitor de computador, em uma sala de controle). A montagem ou interligação de todos os componentes da instalação deve prever completa integração entre as partes, uma vez que se torna muito difícil operar um sistema que mais parece um “Frankenstein” pela não compatibilidade de seus componentes. Como exemplo, se adquire um gerador de vapor que não atende à necessidade de vazão (kg/hora) ou pressão de trabalho (kgf/cm2 ou psi) ou então uma bomba centrífuga que possui vazão muito superior à desejada, provocando cavitação ou problemas de qualidade com relação ao produto (por exemplo, incorporação de oxigênio). Algumas empresas de montagem não possuem o conhecimento técnico necessário para efetuar a montagem de sistemas. As interligações, como são efetuadas no local, podem apresentar graves falhas de montagem que comprometem principalmente a
estabilidade microbiológica e físico-química (sensorial) da bebida. Instalações prediais Após a definição do tipo de produto a ser fabricado, procura-se acomodar da melhor maneira todo o equipamento necessário. A disposição das máquinas e equipamentos irá provocar um impacto direto sobre a produtividade, custo e qualidade do produto a ser fabricado. Instalações realmente funcionais requerem profundo estudo, envolvendo os responsáveis pelo projeto (engenheiro, arquiteto) e pelo produto (tecnólogo, engenheiro). A integração entre as partes deve ser completa, pois muitos projetos fracassam pela simples razão de que uns querem fazer prevalecer sua opinião sobre a dos outros. O mais importante é atender às necessidades do usuário dos equipamentos e instalações. Geralmente os engenheiros e arquitetos envolvidos não possuem conhecimento suficiente sobre o processo industrial em questão, resultando em projetos totalmente incoerentes. O tipo de construção, se em um plano (an-
I.B. Ed. no 89 - 2017
13
ARTIGO dar) ou mais planos (andares), altura até o teto (pé direito), tamanho e número das aberturas de acesso (portas, janelas) pode prejudicar a introdução de novos equipamentos ou mesmo sua operação e manutenção. Podemos imaginar o desespero do operador, quando por exemplo, chegam cilindros de gás carbônico e ele deve transportá-los até o segundo andar, sem elevador e sem transporte apropriado. A propósito, cilindros de gases pressurizados (gás carbônico, nitrogênio, oxigênio etc) devem ser sempre transportados com seu capacete de proteção e com o sistema de transporte adequado. O gás comprimido possui pressões que excedem 50 kgf/cm2, o que transforma qualquer queda, onde a válvula pode ser decepada, num acidente potencialmente fatal. O revestimento das paredes, teto e piso deve prever o uso intenso de produtos químicos utilizados para limpeza e desinfecção dos equipamentos e instalações. Normalmente se trata de produtos alcalinos e ácidos, em concentrações que variam de 0,2% a cerca de 10%. A não observância desses detalhes leva a uma rápida deterioração não só do revestimento, mas também da própria estrutura do prédio (corrosão acelerada das lajes, vigas e pilares de sustentação do prédio). Ralos e canaletas também devem ser dimensionados adequadamente (o material de construção deve ser adequado aos vários produtos químicos utilizados e também ao uso de água quente) – em muitos casos utiliza-se canaletas e ralos em aço inox. Itens importantes como o caimento correto (1-2%), diâmetro dos ralos adequado para permitir o esgotamento rápido de grandes volumes de líquido (e muitas vezes também de sólidos) devem ser tratados com critério. É imprescindível o uso de ralos sifonados. A pintura das instalações deve ser de preferência à base de resina epóxi, para oferecer o máximo de resistência aos agentes químicos e físicos. O dimensionamento e instalação das diversas tubulações de líquidos, gases e dos condutores elétricos deve seguir as normas técnicas adequadas. É recomendável a instalação de detetores de vazamento de gás para prevenir danos físicos a seres humanos e também ao patrimônio. A exaustão de vapores de água e gases (de combustão e outros) deve ser feita para a atmosfera exterior. A iluminação das instalações e equipamen-
14
I.B. Ed. no 89 - 2017
tos (visores de linha e o interior de recipientes, por exemplo) deve permitir sua utilização segura mesmo à noite. O projeto deve prever tomadas do tipo Steck para as máquinas e também tomadas para iluminação de 12 ou 24 volts (essa iluminação de segurança é necessária para a inspeção interna de máquinas e equipamentos). Deve-se prever pontos de água para as máquinas e também mangueiras de água, com pressão, vazão e bitola adequadas.
danos às mesmas quando da instalação do bocal na própria fábrica. A utilização de tubulações com painéis de válvulas (numa instalação correta) é teoricamente a melhor solução do ponto de vista da assepsia. O suporte dado por especialista do segmento deve ser desde o primeiro esboço do projeto até a partida da planta (o que inclui a formulação do produto e do processo). A operação das máquinas e equipamentos
Fornecedores de máquinas, equipamentos e serviços Como já mencionado, na aquisição de máquinas e equipamentos deve-se escolher o fornecedor com critério. Um fornecedor estrangeiro não necessariamente irá suprir nossas necessidades, pois sua visão de processo pode ser apenas local, não atendendo às necessidades globais (nesse caso, brasileiras). A geometria inadequada dos equipamentos (tanques de armazenagem ou de processo, por exemplo) pode comprometer o processo do cliente. Isso ocorre quando o tanque apresenta ângulos pouco acentuados no fundo (dificultando o escoamento do produto) ou seu diâmetro é excessivo, comprometendo o processo de resfriamento ou aquecimento do produto armazenado em seu interior. Até mesmo o spray-ball destinado à limpeza interna do equipamento pode causar problemas, quando é giratório e se solta da base durante o uso ou também o desenho da junta de borracha da porta de inspeção que impede uma perfeita assepsia. Mangueiras de borracha especiais para tráfego de bebidas devem ser utilizadas de modo racional, e sempre que possível, substituídas por tubulações em aço inox (o preço do metro linear do tubo de inox é menor do que o das mangueiras). O ideal é adquirir as mangueiras com as conexões instaladas pelo fabricante, evitando assim
De nada adianta adquirir o maquinário mais moderno se a mão-de-obra não estiver qualificada à altura. É jogar dinheiro fora. Infelizmente muita gente ainda pensa que somos “o país da mão-de-obra barata”. Nada mais errado, pois os custos diretos e indiretos de empregar mão-de-obra “barata” são enormes: quebra de maquinário, destruição lenta e inexorável das instalações, desperdícios, problemas com o processo e produto, aumento dos custos etc. Basta verificar o que as empresas de classe mundial estão fazendo: qualificando cada vez mais seus empregados! É claro que isso custa dinheiro, mas o retorno é garantido. Essa receita já é seguida há décadas pelos Estados Unidos, Europa Ocidental, Japão e os chamados “Tigres Asiáticos”. A título de orientação, no Hemisfério Norte, uma parcela privilegiada da população, no caso 20%, consome 80% dos bens industrializados produzidos no mundo. A harmonização entre todas as variáveis de um processo complexo como é o industrial, depende principalmente do fator mais importante, que são os (bons) profissionais envolvidos! Serviços: Matthias R. Reinold Mestre cervejeiro diplomado – Diplom-Braumeister (VLB – T.U. Berlin) www.cervesia.com.br
C
M
Y
CM
MY
CY
CMY
K
CAPA
POR Walter Fernades
SETOR VINÍCOLA BRASILEIRO EM ALTA Empresas cada vez mais consolidadas e reconhecidas embalam um mercado que se destaca pela elevada qualidade
D
entro e fora do País, o vinho nacional ganha cada vez mais destaque. Por meio das mais diversas ações de promoção da bebida, os fabricantes brasileiros crescem pautados na grande qualidade de seus produtos. Segundo o Ibravin (Instituto Brasileiro de Vinho), o consumo anual per capita já chega a dois litros. Entre 2014 e 2016, a alta neste índice foi de 15,85%. A entidade ainda ressalta que a produção de vinhos finos em terras tupiniquins chega a 10 mil hectares de uvas viníferas. No Rio Grande do Sul, as principais regiões produtoras são Serra Gaúcha, Campanha, Serra do Sudeste e Campos de Cima da Serra. Destaque ainda para o Planalto Catarinense, em Santa Catarina, e o Vale do São Francisco, no Nordeste. De Norte a Sul, são cerca de 150 vinícolas elaborando bebidas de excelência. Além disso, a indústria brasileira é composta também por mil vinícolas de menor porte. Estas dedicam-se à produção de vinhos artesanais ou de mesa. Com isso, no Hemisfério Sul, o Brasil já se solidificou como o quinto principal produtor da bebida.
16
I.B. Ed. no 89 - 2017
Foto: Janice Prado Colheita Após alcançar em 2017 a maior colheita da história gaúcha, com cerca de 753 milhões de quilos de uva, a expectativa é de que a vindima deste ano fique dentro da normalidade e chegue a 600 mil toneladas da fruta destinadas exclusivamente ao processamento. A cadeia produtiva mostra-se
muito otimista com o desenvolvimento da produção até o momento. Para a indústria, o manejo adequado feito no decorrer dos meses e as boas condições climáticas têm proporcionado qualidade às uvas e níveis elevados de graduação de açúcar. Diante deste cenário, espera-se uma safra com ótimos vinhos, espumantes e sucos integrais.
CAPA
I.B. Ed. no 89 - 2017
17
CAPA De acordo com o presidente do Instituto Brasileiro do Vinho e também presidente da Federação das Cooperativas Vinícolas do Rio Grande do Sul, Oscar Ló, as primeiras uvas para processamento começaram a ser colhidas na segunda quinzena de dezembro, 15 dias antes do período normal. “As variedades precoces estavam adiantadas por conta do pouco frio feito no inverno. A brotação começou antes, porém, as noites mais frias no mês de dezembro fizeram com que as variedades tardias estejam maturando no período considerado normal. Isso pode prolongar a safra gaúcha, fazendo com que até o término, em março, ela feche o ciclo. A previsão é de um volume 20% menor do que no ano passado, e, devido às regularidades das chuvas e as uvas estarem amadurecendo com clima mais seco, vamos ter uma excelente qualidade. O clima está mais seco, as uvas estão com a sanidade melhor”. Segundo o Cadastro Vitícola, no Rio Grande do Sul são cultivadas 138 variedades de uva, entre viníferas (destinadas à produção de vinhos finos e espumantes) e uvas americanas e híbridas (reservadas à elaboração de vinhos de mesa e sucos). Exportações No ano passado, foram mais de US$ 15 milhões comercializados no mercado internacional em sucos, vinhos e espumantes, um crescimento de 17,3% na comparação com o ano anterior. Destaque para a categoria de vinhos e espumantes, que representaram 60% do total vendido ao Exterior e registraram uma expansão de quase 50%.
18
I.B. Ed. no 89 - 2017
Ao todo, os produtos nacionais seguiram para 51 países diferentes. Os principais compradores foram Japão, Paraguai, Estados Unidos, China, Reino Unido, México, Chile, Colômbia, Equador e República Dominicana. As 42 empresas participantes do projeto setorial Wines of Brasil, realizado em parceria entre o Instituto Brasileiro do Vinho e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações, responderam por, aproximadamente, 95% do resultado obtido em 2017 na exportação. O desempenho do grupo foi ainda mais expressivo, obtendo incremento de 55,6% nas vendas ao Exterior. O gerente de Promoção do Ibravin, Diego Bertolini, explica que o Japão aparece com principal destino das exportações em função de operações com suco concentrado. Entretanto, a Terra do Sol Nascente também figura na quarta colocação na importação de espumantes e em sétima em vinhos, devido a contratos de fornecimento com grandes players de venda online de vinhos e redes varejistas. O país ampliou em 34% o valor adquirido em relação a 2016. Aurora Quem tem comemorado bons resultados nas vendas para o Exterior é a Vinícola Aurora. A fabricante exportou 64.176 garrafas apenas no primeiro mês de 2018. Foram enviados para fora do Brasil vinhos brancos, tintos, espumantes, Keep Cooler e suco de uva. O montante representa o mesmo volume exportado durante todo o primeiro semestre de 2017. O desempenho gerou um faturamento quatro vezes maior que o de janeiro do ano passado.A China foi o país que recebeu o maior vo-
lume nesse início de ano: 25.632 garrafas, sendo 15.552 de Keep Cooler e 10.080 de espumantes da linha Brazilian Soul, Moscato Rosé e Demi-sec branco. O Japão recebeu 17.640 garrafas de espumantes das linhas Aurora e Aurora Procedências, além de vinhos brancos e tintos das linhas Aurora Reserva e Aurora Varietal, produtos de maior valor. Por isso, o país foi o maior mercado importador da Aurora em janeiro, responsável por 44,9% do faturamento com exportações no mês. Os números animam ainda mais a vinícola, que está comemorando o seu aniversário de 87 anos de fundação. CRS Brands O diretor comercial e de marketing da CRS Brands, Lourenço Filho, mostra otimismo com o mercado. Para o executivo, há oportunidade de crescimento tanto para a categoria de vinho de mesa – tipo mais consumido pelos brasileiros – como também nos vinhos finos e espumantes nacionais. “Os vinhos finos e os espumantes vêm conquistando o paladar dos brasileiros pela qualidade e bom preço. Assim, vamos continuar investindo na força da marca de vinho de mesa Dom Bosco, que em 2017 ganhou novas variedades, como o bordô seco e suave, e branco suave”, conta Lourenço Filho. A empresa também reforçou o portfólio de espumantes com a aquisição da marca Georges Aubert, pioneira da categoria no Brasil que volta ao mercado nas opções Brut Rosé, Brut Charmat, Demi Sec e o Moscatel, premiado com medalha de ouro
CAPA Últimas safras gaúchas Ano
Volume (milhões de quilos)
2011
709,6
2012
696,9
2013
611,3
2014
606,1
2015
702,9
2016
300,3
2017
753,2
I.B. Ed. no 89 - 2017
19
CAPA
20
I.B. Ed. no 89 - 2017
CAPA
I.B. Ed. no 89 - 2017
21
CAPA
no X Concurso do Espumante Brasileiro. Além da alta qualidade, a CRS Brands conta com a maior linha de envase de espumantes do mundo. “Investimos de forma constante em nossas unidades fabris. A otimização e modernização das linhas é uma parte importante do nosso negócio”, finaliza o diretor comercial.
ras, conduzidas pelo sistema vertical (espaldeira). Em dez anos, a Miolo Wine Group ainda investiu R$ 120 milhões na expansão da produção, tecnologia, mudas importadas, instalações e equipamentos.
últimos três anos, consolidando-se como carro-chefe da marca. Na mesma ascendente aparecem os vinhos de mesa (15%) e o suco de uva integral (12%).
Garibaldi
Miolo
Na Vinícola Garibaldi, as taças iniciaram o ano brindando os números positivos que encabeçam o balanço do exercício de 2017. Graças a um trabalho de planejamento e investimentos, a Cooperativa viu seu faturamento aumentar mais de 10% no comparativo com 2016, batendo na casa dos R$ 134 milhões. Respondendo por esses bons números, a linha de espumantes registrou crescimento de 30% em 2017, ultrapassando dois milhões de garrafas vendidas. Isso significa que a produção da bebida dobrou nos
www.crsbrands.com.br www.ibravin.org.br www.miolo.com.br www.vinicolaaurora.com.br www.vinicolagaribaldi.com.br
O Grupo Miolo tem variado seus negócios nos últimos anos. No mês de outubro de 2009, anunciou a compra da Vinícola Almadén, uma das mais tradicionais marcas de vinhos do Brasil. O negócio fez com que passasse a atuar em um segmento de mercado que ainda não participava. As empresas do grupo elaboram 12 milhões de litros de vinhos finos e possuem a maior área de vinhedos próprios no País, com 1.150 hectares, todos de uvas vinífe-
22
I.B. Ed. no 89 - 2017
Serviço
CAPA
I.B. Ed. no 89 - 2017
23
EMPRESA
LAPIENDRIUS: AROMA DE INOVAÇÃO Empresa oferece soluções para seus clientes por meio de estrutura moderna, equipe especializada e atenção redobrada com seus clientes
O
ferecer qualidade e preço justo foi a mola propulsora para a criação da Lapiendrius em 1997. Vinte anos depois, a empresa com sede em Itaquaquecetuba (SP) colhe os frutos: consolidou-se no mercado brasileiro e tornou-se referência na produção de aromas para diversos segmentos, como bebidas, lácteos, forneados, salgados, confeitos, especiarias e higiene bucal. Mesmo assim, a busca por um atendimento de excelência e que vá ao encontro da necessidade do cliente é incessante. “Temos que estaralertas para as novidades, necessitamos alimentar os nossos clientes com as tendências do mercado mundial. Se não houver renovação, as empresas desaparecem. O cliente quer sempre algo novo e precisa ser abastecido”, reforça o diretor da Lapiendrius, Carlos Lapique. Para alcançar essa meta, a empresa trabalha com equipamentos de alta tecnologia e profissionais extremamente qualificados. “As novas tecnologias trouxeram um melhor desempenho aos produtos atuais. Percebe-se claramente que esse ramo de pesquisa é muito mais promissor do que era há alguns anos. O aromista está sempre
24
I.B. Ed. no 89 - 2017
pesquisando, continuamente envolvido na arte de criar”, destaca o diretor. Mas não é só. A Lapiendrius ainda propõe que seu cliente participe deste processo de desenvolvimento e utilize a estrutura da empresa para atingir o objetivo dele. “Ele pode criar um novo aroma ou buscar melhorias no aroma que já existe. É importante que o cliente saiba que a casa é dele. Tudo isso para que saia satisfeito e com o produto pronto para ser lançado”, explica Carlos Lapique. Dentro do mercado de bebidas, a empresa trabalha com soluções aromáticas para refrescos em pó, refrigerantes, bebidas mistas não carbonatadas, alcoólicas, xaropes concentrados, funcionais a base de soja e segmento lácteo.Segundo o diretor da Lapiendrius, hoje há uma tendência muito intensa para aromas vintage no setor. “Principalmente porque temos memórias afetivas que guardamos no decorrer dos anos e aguçam o nosso olfato”. Serviço www.lapiendrius.com.br
Irmãos
Giraldi
INOVAÇÃO E TECNOLOGIA
TAMPADORA
´ ´ Linha completa para envase de agua mineral Irmãos
Giraldi
PABX: (19) 3892.3450 | 3892.2692 | 3892.1146 | 3892.5211 (19) 9.9830.1864 (VIVO) | (19) 9.8283.2589 (TIM) E-mail: igmaquinas@uol.com.br Rod. SP 360 Km 144, n 2970, Bairro das Posses - Serra Negra- SP www.igmaquinas.com.br
s
a d i b e b r o lh e m a , o Desta , fusa lactea saboriZada!
! a m o r a e d a s a c a u S