Revista iPAS 15

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Foto:divulgação

Editorial Valmor dos Santos *

EVOLUÇÃO DA PRODUÇÃO DE GRÃOS NO BRASIL A produção de grãos atravessa as fronteiras, desbrava regiões do Brasil que até então seriam improdutivas e fazem brotar as sementes que contribuem para o sustento da população. Todo esse efeito é concretizado com muitas pesquisas; homens e mulheres que dedicam a vida para fomentar toda uma cadeia. Não estamos tratando somente de resultados na lavoura. Existem outros quesitos que fazem o grande elo no agro: pessoas que acabam se conhecendo, criam comunidades (vilas), partilham experiências, satisfações e até mesmo frustrações. Esses diferenciais com os laços de amizade fazem também com que os desafios de cada família superem as expectativas a cada safra. Aquela máxima de que: "a união faz a força", é adotada no dia a dia da agricultura! Além desses aspectos, a tecnologia de ponta, os altos índices de produtividade e acima de tudo, o grande esforço que o agricultor tem em implantar, a cada safra, uma lavoura bem sucedida, desafiam as leis da lógica. A lógica mesmo, é que a cada safra, avaliando uma análise dos dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), com safras que foram no período compreendido entre 1976/77 até a última safra 2016/17,

onde se constata as informações referentes à produção de grãos do Brasil versus incremento de área, foi observado que nesse espaço de 10 anos/ safras (1976/77 até 1985/86), nossa produtividade ficou estagnada, oscilando entre 1.045 kg/ha e 1.465 kg/ ha, com área ocupada para produção deste montante entre 36.570.600 ha e 42.534.000 ha. Já no período compreendido entre os anos de 1986/87 a 2000/01 (totalizando 15 anos/safras), começamos a observar ganhos consideráveis de produtividade. Os resultados começaram a despontar no cenário econômico. Isso foi devido ao fato de ter dobrado a produção de grãos sem aumentar a área cultivada. Analisando de uma forma mais ampla, notamos no período de 25 anos/ safras (1976/77 até 2000/01), que o setor agrícola, mesmo sem precisar aumentar a área cultivada, conseguiu ampliar a produção em mais de 100%. Também observamos que no período compreendido entre os anos de 2001/02 até 2016/17, ou seja, 16 anos/safras, apenas com um aumento de 50% na área cultivada, o setor agrícola conseguiu novamente incrementar sua produção em mais de 100%, conforme a demonstração no gráfico.


Podemos afirmar com números, que o incremento de área cresce em progressão aritmética, e a nossa produtividade cresce em progressão geométrica. A constatação é simples, pois os índices de alta produção mostram que o empenho do produtor e das tecnologias produzidas por diversos elos da cadeia produtiva, tais como; empresas de Pesquisa e de Desenvolvimento de Tecnologias Públicas e Privadas, Entidades de Classe ligadas ao agro, Consultores e Profissionais do mais alto gabarito, juntos interagem e fazem as coisas acontecerem da porteira para dentro com muita eficiência. Isso tudo se deve ao simples fato de fazer produzir mais, com consciência e respeito ao ambiente. Se produz mais com a mesma área. Não temos a menor dúvida de que a produtividade das nossas lavouras continuará a crescer de forma bastante expressiva nos próximos anos em escala bem superior ao incremento de área cultivada. O setor é competitivo? Sim! Uma competição saudável para que todos possam obter ganhos na produtividade, com uma qualidade que coloca o Brasil no ranking de segundo maior produtor de grãos do mundo. A tecnologia no país ainda tem um custo elevado, seja qual for o segmento. Agora perguntamos: os altos índices de produtividade, com uma tecnologia de ponta cara, fazem com que o agricultor tenha uma renda garantida para a próxima safra? Vamos aguardar a resposta em um futuro próximo! O setor é forte e necessita de mais incentivos, principalmente no desenvolvimento de tecnologias adequadas às nossas reais necessidades do clima tropical, nas três esferas da administração pública. * Engenheiro agrônomo e presidente do Instituto PAS




Embrapa comemora 44 anos de atividades A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), completou em 26 de abril último, 44 anos trazendo soluções em pesquisa, desenvolvimento e inovação para a sustentabilidade do agronegócio brasileiro. Também, durante a última semana de abril, foi comemorado os 20 anos de implantação da Lei de Proteção de Cultivares, Lei nº 9.456, de 25 de abril de 1997, marco legal que regula os direitos e a propriedade intelectual sobre as cultivares. Alterações na LPC estão sendo propostas por meio do Projeto de Lei 827/2015, que está sendo analisado no Congresso Nacional. Segundo Frederico Ozanan Machado Durães, Gerente Geral da Embrapa Produtos e Mercado, a Embrapa, provedora de conhecimento e mediadora dos interesses do agricultor e da agricultura nacional, frente à participação, atual e potencial, nos mercados (competitivos, de nichos e diversidade) tem um papel relevante neste cenário de mudanças. Para ele, a estratégia de ação corporativa diante da discussão da nova LPC deve estar fundamentada em premissas abrangentes, direcionadas para uma legislação moderna e exequível de Proteção de Cultivares. Dentro das ações sob a responsabilidade da Embrapa Produtos e Mercado, está a inserção da genética vegetal da Embrapa no mercado de cultivares por meio da parceria público privada. Para mostrar sua atuação neste processo de disponibilização de ativos para a sustentabilidade e o desenvolvimento do agronegócio brasileiro, a Embrapa Produtos e Mercado elaborou seu Relatório de Atividades 2016. Este Relatório relaciona as ações realizadas no ano passado, além dos direcionamentos e as estratégias estabelecidas para os próximos anos pela equipe da Unidade. Neste documento, o leitor poderá ter mais informações sobre modelagens para negócios, desenvolvimento de mercado, projetos e parcerias realizadas e os produtos e serviços oferecidos pela Embrapa Produtos e Mercado em 2016. Verá também como a Unidade está se estruturando para novos negócios

promissores e para a sua atuação no futuro. Isso, para que a Embrapa permaneça como a empresa com mais contribuição em C&T&I dedicada ao Brasil, disponibilizando para a sociedade soluções tecnológicas e contribuindo para o desenvolvimento do agronegócio brasileiro. Jurema Iara Campos / Embrapa Produtos e Mercado



Produção de grãos e fibra

no oeste da Bahia é a maior das últimas cinco safras Mesmo não tendo alcançado a produção média prevista no 2º levantamento técnico, que era de 56 sacas de soja por hectare, o oeste da Bahia chegou bem perto deste número. Dados do último levantamento para a safra 2016/17, realizado no início do mês de maio, informam que a colheita na região alcançou o patamar de 54 sacas da oleaginosa por hectare, um aumento de quase 55% em relação à safra anterior, quando foram aferidas 35 sacas por hectare. Depois de cinco anos registrando colheitas tímidas, por causa da longa estiagem, os produtores baianos já podem comemorar os resultados da lavoura. Assim como a soja, o algodão também deve surpreender. Nesta cultura, a expectativa é ainda melhor. O recorde de produção da fibra foi na safra de 2010/2011, o que deve ser superada na safra atual. A previsão é ultrapassar a marca atualmente projetada de 270 arrobas por hectare. A área cultivada da fibra permanece com 190 mil hectares no oeste e 12 mil hectares no sudoeste do estado. Já o milho, não deve confirmar a estimativa inicial de colheita, que era de 163 sacas por hectare. Mes-

mo assim, a cultura pode registrar um módico aumento em relação à safra anterior, passando de 115 sacas por hectare para 130 sacas por hectare. A área plantada no oeste da Bahia é de 180 mil hectares. Segundo o engenheiro agrônomo e membro do Conselho Técnico da Aiba, Luiz Stahlke, “os números são ótimos, mas poderiam ser ainda melhores levando em consideração o potencial da região. O fato de não ter atingido a projeção é atribuído à falta de chuva no final de dezembro e início de janeiro, que interferiu um pouco na produtividade do milho e da soja, sobretudo nas variedades precoces, que foram mais castigadas”. Com a colheita da soja finalizada em 100% da área plantada, ou seja, 1,580 milhão de hectares, os números apresentados são definitivos. Já os dados finais para o milho e o algodão devem ser confirmados em setembro, quando o conselho deve se reunir novamente e as colheitas já estarão finalizadas. Ainda nesta reunião, foi definido o nome do novo presidente do Conselho Técnico da Aiba, o consultor e engenheiro agrônomo Landino José Dutkievicz. O Conselho Técnico é formado por representantes de associações de produtores, sindicatos, multinacionais, instituições financeiras e órgãos governamentais. As previsões são feitas sempre considerando fatores como perspectivas de mercado, nível tecnológico, condições climáticas e controle fitossanitário. Ascom Aiba



tes, sendo essa a base da cafeicultura do oeste da Bahia”, disse o presidente da Abacafé, Marcos Pimenta. O cafeicultor Glauber de Castro, parabenizou as entidades pela realização do evento. “Gostaria de agradecer a Fundação Bahia e Abacafé pela organização desse evento, onde tivemos a oportunidade de ver lavouras bonitas e agregarmos conhecimento, a exemplo da sábia palestra ministrada pelo Dr. Hélio. Anima-nos participar de eventos com essa qualidade e quantidade de pessoas. O envolvimento e interesse é o que traz melhorias e incentivo para o desenvolvimento da cultura na região”, agradeceu. DEBATE TÉCNICO

“Cafeicultura é a arte de modificar ecossistemas em termos econômicos, sem poluir, sem destruir, sem causar danos irreversíveis”, foi com essa frase que o Palestrante, Dr. Hélio Casale, abriu a sua palestra sobre ‘Cafeicultura Sustentável’, durante o Encontro Técnico do Café 2017, realizado pela Fundação Bahia e a Associação dos Cafeicultores do Oeste da Bahia (Abacafé), no último dia 8 de abril, com a presença de produtores, técnicos, agrônomos, consultores, gerentes de fazendas, representantes de empresas, representantes de entidades do agronegócio, professores e alunos, em Luís Eduardo Magalhães. “É importante pensarmos na rentabilidade, mas é imprescindível pensarmos também na sustentabilidade. Por isso estamos aqui para ouvir esse tema e trocarmos experiência e informações que trarão melhorias para a cafeicultura na região”, ressaltou a vice-presidente da Fundação Bahia, Zirlene Pinheiro. Além da palestra sobre sustentabilidade, os participantes conheceram os Plots Demonstrativos, com 43 cultivares comerciais, apresentados pelo pesquisador da Fundação Bahia, Dr. Fabiano Bender, bem como as Tecnologias das empresas parceiras participantes do evento: Agrosul – John Deere, Arysta, Bayer, JCO, Petroquimica e Yara. “Esse evento tem como objetivo mostrar o que tem sido feito na região para gerar boas produtividades e bons manejos. A região tem conseguido bons resultados, inclusive no controle das pragas que tentam atacar o café. Agradecemos a presença de todos e destacamos a parceria com a Fundação Bahia, que traz pesquisa e ensinamentos importan-

Durante o debate técnico, ao final da programação, o palestrante, Dr. Hélio Casale, também engenheiro agrônomo pela Esalq-Usp, alertou os participantes para a importância de medir e observar os custos. “Os cafeicultores da Bahia, tem o privilégio de fazer uma cafeicultura diferente. Essa diferença não pode ser imitando outras regiões, é preciso criar condições próprias para dar conta das necessidades regionais e assim tornar o café da região diferente. Aproveito para lembrá-los de uma frase muito antiga: – ‘Quem não mede, não controla’. É preciso saber quanto custa a sua lavoura mês a mês. Quando chegar um custo de R$ 8 mil por hectare, é preciso se perguntar de onde vem esse custo”, alertou. O evento foi finalizado com a palavra da vicepresidente Zirlene, que colocou o Campo Experimental da Fundação Bahia à disposição de todos os interessados em acompanhar os trabalhos desenvolvidos nas áreas de pesquisas, melhoramento de cultivares, dentre outros. A Fundação Bahia está localizada à Rodovia BR 020/242, S/N, KM 50,7 – Luis Eduardo Magalhães/BA, telefone: 77 3639-3132. Ascom Fundação Bahia



Opoder do Brasil no mercado mundial de algodão é, praticamente, inquestionável. Basta ver que o País, um gigante global neste setor, ocupa a quarta posição no ranking de maior exportador do planeta, atrás apenas dos Estados Unidos, da Índia e da Austrália, respectivamente. O que está em jogo é um mercado que movimenta US$ 12 bilhões por ano. Desde janeiro, os produtores nacionais já embarcaram 313 mil toneladas, gerando receitas da ordem de US$ 482 milhões. Trata-se, evidentemente, de um faturamento de respeito, mas poderia ser bem maior sem que fosse necessário aumentar a produção. O segredo? Investir em algodão de melhor qualidade. Enquanto a falta de padronização do produto que vai para a indústria têxtil, com fibras que variam entre curtas e longas em um mesmo lote, dificulta o processo de confecção de tecidos, sendo pouco resistente e mais barato, os de fibra longa são mais valorizados. Uma tonelada de algodão superior pode valer US$ 1,4 mil, com prêmio por quali-

dade de até 7%, o que equivale a US$ 100 a mais por tonelada, na comparação com uma fibra de qualidade inferior. Não é à toa, portanto, que grandes grupos passaram a investir na melhoria da qualidade do produto. Entre eles, estão a Agrícola Xingu, do grupo japonês Mitsui; o grupo Horita, em Barreiras; e a Bayer CropScience; entre outras. BANCO DE DADOS Para monitorar a qualidade do algodão brasileiro, a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) e a Generation 10, empresa inglesa que faz o gerenciamento de produção, firmaram uma parceria para desenvolver o Banco de Dados de Qualidade do Algodão do Brasil. A ação, lançada em agosto, integra o Programa Standard Brasil HVI (sigla, em inglês, para High Volume Instrument), criado em 2012 com o objetivo de estabelecer um sistema brasileiro de classificação da fibra. Atualmente, os produtores analisam o algodão em laboratórios referendados pela Mapa, mas os dados não são unifi-

cados. A Abrapa estima que nos próximos anos, 90% da fibra produzida no País, por cerca de mil produtores, passará a ser classificada no sistema. POTENCIAL Para Rafael Cervone, presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), o Brasil tem potencial para avançar em duas frentes, se apostar na qualidade. Uma delas é justamente acessar mercados que remuneram melhor, como o europeu e o árabe, além de japoneses e coreanos. A outra frente é explorar nichos internos que também demandam por algodão como, por exemplo, o setor automotivo e as linhas de produtos para crianças e bebes, descolando-se da atual demanda concentrada nos setores de vestuário e cama, mesa e banho. “Precisamos fazer a lição de casa porque as oportunidades estão aí”, diz Cervone. “Além disso, na comparação com outros países, temos um ponto a favor porque a nossa cadeia do algodão é altamente sustentável.”





O solo não é apenas depósito de substâncias alimentícias e indispensável ponto de fixação para a maior parte das plantas, ele deve ser entendido como um organismo vivo. Para o Engenheiro Agrônomo, o solo vive, e vive intensamente, reagindo na presença dos adubos e dos tratos culturais, podendo melhorar as suas condições em relação às plantas. Na natureza o solo se encontra em equilíbrio biológico, conserva sua fertilidade ou a aumenta, embora muito vagarosamente. A perda de fertilidade do solo, em seu estado natural, é exceção raríssima (Malavolta, Pimentel-Gomes, Alcarde, 2002). O manejo adequado dos solos consiste em um conjunto de práticas agrícolas utilizadas para proporcionar condições favoráveis ao desenvolvimento e a produção das culturas, visando também à manutenção ou melhoria do seu potencial produtivo ao longo do tempo. Para que esses objetivos sejam alcançados, é essencial os conhecimentos das características do solo, suas limitações e aptidão agrícola, seguido de um planejamento de uso que priorize práticas con-

servacionistas, tais como: Para entender melhor como construção de terraços para o se comporta o solo nesses controle de escoamento su- dois manejos, foram realizaperficial, rotação de culturas e das avaliações físicas do solo, manejo de resíduos vegetais, através da taxa de infiltração uso de culturas de cobertura de água e da resistência a pee manejo de palhada, corre- netração, sendo essas realização da fertilidade do solo e das em três locais distintos, adubação de manutenção das uma em talhão com manejo culturas (Ferreira & Carvalho, SPD, uma em talhão com ma2011). nejo SC e outra em área de Para manter o solo em con- cerrado virgem. dições de alta produtividade, é importante conservá-lo bem MATERIAIS E estruturado, o que se conseMÉTODOS gue com manejo adequado de restos de culturas, visando O trabalho foi realizado na manter a matéria fazenda Copaorgânica do solo, cel, localizada evitando comno município de pactação excesBarreiras (BA), siva com máquide propriedade Existem nas e, principaldo senhor Vito basicamente dois mente, tomando Luiz Riedi, com tipos de manejos medidas contra altitude de 844 de solo adotados erosão, que tenm, latitude de pelo produtor, de a remover do 11º47'34,7" S e solo as partículas longitude de o Sistema de mais finas e mais 46º13'21,4" W. Plantio Direto ricas em argila e O clima é (SPD), no qual matéria orgânica classificado não ocorre (Raij, 1991). como Aw na revolvimento de Existem basiclassificação de solo e o Sistema Köppen-Geiger, camente dois tiConvencional (SC), com temperapos de manejos onde ocorre turas médias de solo adotados revolvimento anuais de 24ºC, pelo produtor, o do solo. e precipitação Sistema de Planmédia anual de tio Direto (SPD), 1.200 mm, distrino qual não ocorbuídos entre os re revolvimento meses de node solo e o Sistema Convencional (SC), onde vembro a abril, com período seco bem definido entre maio ocorre revolvimento do solo.


a setembro. O solo predominante é o Latossolo com teor de argila entre 15 e 20%. As avaliações foram realizadas no dia 19/02/17, as quais foram constituídas de mensurações da resistência do solo à penetração, através de um

penetrômetro analógico (FIGURA 1) do modelo Spectrum. As informações de força de penetração foram coletados em PSI, e transformadas para Mpa (Mega Pascal), nas profundidades de 0 até 0,6 m com

intervalos de 0,1 m. A taxa de infiltração foi mensurada através do método do infiltrômetro de anel (FIGURA 2), no qual foram utilizados dois anéis de metal de 30 cm de altura cada, sendo um com 50


cm de diâmetro e outro com 25cm. Os anéis foram instalados no solo, sendo o menor dentro do maior e esses anéis foram enterrados a 15 cm de profundidade, e adicionado água nos dois anéis. Através da diferença de altura da lâmina de água medida em tempos determinados, foi calculada a velocidade de infiltração. É importante salientar que essa taxa de infiltração não representa as condições exatas ocorridas durante uma chuva, por exemplo, já que a água fica concentrada em um local fechado exercendo maior pressão sobre o solo. Porém, mostrou bons indicadores da diferença de infiltração entre diferentes manejos de solo. No caso do penetrômetro, foram avaliados seis pontos em cada talhão/manejo, sempre na entre linha da cultura. Já no caso da taxa de infiltração, foram realizadas apenas um ponto de avaliação em cada área com diferente sistema de manejo. O solo estava na capacidade de campo, ou seja, com umidade. Foram realizadas avaliações em três locais da fazenda: a primeira foi no lote 430, que desde 1998 é adotado o SPD, trabalhando-se com milheto em sucessão

a soja ou pousio. Na safra 15/ 16 foi semeado milho em consórcio com Brachiaria brizantha cv. Piatã e na safra 16/17 foi semeada soja. A segunda área foi no lote 334, que desde 1988 até 2016 foi utilizado

o SPD. Nesse período foi cultivado uma safra de milho solteiro (2003/04), e as demais foram soja com milheto em sucessão ou pousio. Após a safra 15/16, a área foi escarificada, revolvida com gradão e


niveladora. Após o preparo foi semeado o milheto antes da soja na safra 16/17. A terceira área foi no cerrado virgem, ou seja, sem interveções de máquinas. RESULTADOS Em relação a resistência à penetração, podemos observar (GRÁFICO 1) que, quando comparamos os três locais, notam-se grandes diferenças, ou seja, no caso do SPD a resistência é maior nas camadas mais rasas, começando com 1,2 MPa, tendo um pico entre 10 e 20 cm, e diminuindo conforme aumenta-se a profundidade, chegando com 0,9 MPa aos 60 cm. No caso do SC, foi observado que a resistência é menor nas camadas mais rasas, começando com 0,2 MPa e au-

mentando conforme aumenta portamento em relação a rea profundidade, chegando a sistência à penetração, ou 2,3 MPa aos 50 cm. seja, áreas com maior difiNo cerrado virgem, onde culdade a penetração aprenão houve interferência mecâ- sentaram menor taxa de innica, nota-se que filtração, o a variação de reque já era essistência à peneperado. tração é muito No caso baixa, começando SPD verido com 0,3 MPa fica-se que, a Podemos entre 0-10 cm e princípio, a incomprovar que terminando com filtração é o Sistema de 0,4 MPa entre 50menor, e conPlantio Direto, 60 cm. Vale salienforme o pastar que o valor crísar do tempo age a favor tico para a produela aumenta do solo. ção de feijão é de e estabiliza 1,7 MPa e para a em 160 mm/ soja é de 1,9 MPa h. No SC a in(LIMA et al., filtração inici2010). al é mais ráNo caso da taxa de infiltra- pida, porém estabiliza em ção (GRÁFICO 2), podemos 120 mm/h. Já no cerrado, a observar que os resultados infiltração inicial é alta e esapresentaram o mesmo com- tabiliza em 300 mm/h.


CONCLUSÕES De acordo com os resultados obtidos, foi constatado que entre os três locais avaliados, o cerrado apresentou maior facilidade de penetração de raízes e maior taxa de infiltração de água, ou seja, em termos de conservação, reabastecimento de aqüífero e desenvolvimento de plantas, é o melhor ambiente, porém não produz alimentos para a população. A área de Sistema Plantio Direto (SPD) no qual foi cultivado com milho + braquiária na safra passada, apresentou uma pequena resistência a penetração entre 10 e 20 cm. Porém, ainda ficou abaixo do nível crítico para o bom desenvolvimento das culturas. A partir dessa camada os valores apresentaram queda, não interferindo no desenvolvimento da cultura. Com relação a taxa de infiltração, podemos ver que no início é um pouco inferior ao SC, porém, com o tempo ela estabiliza com uma infiltração maior que o SC. Se compararmos os dois manejos, o

SPD está mais semelhante ao do-se a rotação de culturas, formação de biomassa, uso cerrado do que o SC. No caso do Sistema Con- racional de fertilizantes, auvencional (SC), foi observado mento de matéria orgânica, que a resistência à penetração etc, é o melhor sistema para é muito baixa nas primeiras ca- a manutenção e conservação dos solos madas de solo, e dos demais ou seja, existe recursos nauma facilidade turais que prepara a penetracisamos para ção das raízes. A adoção a produção Porém, a partir de alimentos. de 30 cm a resisdo SPD de A adoção tência aumenta qualidade, de um manejo chegando a 2,3 favorece maior em SPD, por MPa, o que é preexemplo, fajudicial ao bom infiltração vorece uma desenvolvimento da água das maior infiltradas raízes. Isso chuvas. ção da água pode ser explicadas chuvas, o do pelo famoso que irá contripé de grade, que buir com o é a camada comabastecimenpactada que a grade forma onde o disco pas- to dos aqüíferos e das nassa cortando em profundidade. centes dos rios. São atitudes como estas A taxa de infiltração representa muito bem o que o pe- que irão contribuir para a netrômetro mostrou, pois a in- longevidade de nossa agrifiltração inicial é rápida, porém, cultura de forma sustentável entre 85 e 105 minutos, a taxa e com ganhos de produtivide infiltração diminui drastica- dade. mente, estabilizando com va* Engenheiro Agrônomo / Singer lores menores que o SPD. Pesquisas e Serviços Agronômicos ** Técnico Agrícola / Singer Esses dados nos mostram Pesquisas e Serviços Agronômicos que o sistema plantio direto *** Engenheiro Agrônomo (SPD) de qualidade, utilizanEmbrapa Algodão

BIBLIOGRAFIA FREIRE, E. C. Algodão no Cerrado do Brasil/Associação Brasileira dos Produtores de Algodão - ABRAPA;. 2 edição revisada e ampliada - Aparecida de Goiânia: Mundial Gráfica, 2011. 1082 p. MALAVOLTA E., PIMENTEL-GOMES F. e ALCARDE J. Adubos e Adubações/. São Paulo: Nobel, 2002. 200p. RAIJ, BERNARDO VAN (1939). Fertilidade do Solo e Adubação. Piracicaba - SP. Ceres. Potafos, 1991. 343 p.

CARVALHO, O.L.; AQUINO, B. F.; FRISCHKORN, H.; AQUINO, M.D.; FONTENELE, R.E.S. Tecnologia agrícola e de conservação ambiental para o topo da Chapada do Araripe. Relatório Técnico Final. Fortaleza: BNB/FINEP - ACEP, 1999. 232 p. LIMA, C. L.R.; REINERT, D. J.; REICHERT, J. M.; SUZUKI, L. E. A. S. Produtividade de culturas e resistência à penetração de Argissolo Vermelho sob diferentes manejos. Pesquisa agropecuária brasileira., 45: 89 - 98, 2010.





A anunciada supersafra de grãos 2016/2017 deve chegar a 232 milhões de toneladas. O aumento é de 24,3% ou 45,41 milhões de toneladas a mais em relação às 186,6 milhões de toneladas da safra anterior, conforme dados divulgados na segunda quinzena de maio (8º levantamento da safra) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O Ministério da Agricultura explica que esse acréscimo em relação à safra 2015/2016 ocorre pelo aumento da área plantada e a maior produtividade média, livre de condições climáticas adversas, registradas no ano passado. A previsão é de aumento de 3% na área total plantada em relação à safra anterior, podendo chegar a 60,1 milhões de hectares. A soja, um dos principais produtos de exportação, deve registrar crescimento de 15,4% na produção, ultrapassando as 110 milhões de toneladas. A área também será

ampliada em 1,4%, totalizando 33,7 milhões de hectares. A supersafra é uma boa notícia em meio a tantos problemas no país, como corrupção, desemprego e logística deficiente. Há expectativa que a economia brasileira comece a sair da recessão no primeiro trimestre deste ano, com o Produto Interno Bruto (PIB) podendo crescer de 0,1 a 0,3% entre janeiro e março deste ano, quando comparado ao quarto trimestre de 2016. A produção recorde de grãos contribui decisivamente para esse desempenho na atividade econômica. O setor responde diretamente por 5% do Produto Interno Bruto e deverá contribuir com performance melhor como resultado da supersafra, especialmente da soja. O momento positivo do agronegócio impacta po-

sitivamente em setores como máquinas e implementos, fertilizantes, defensivos e serviços, que mais expressão têm no PIB. Consequentemente, pode melhorar o desempenho da economia em muitos municípios que têm nessa atividade a principal fonte de receita. É a constatação inquestionável: "quando o campo vai bem, a cidade também vai bem". Ao mencionar a produção recorde, não posso deixar de reconhecer o empenho e a capacidade do produtor em inovar tecnologicamente e modernizar a atividade. São fatores decisivos para expandir o setor e garantir esse considerável aumento da produtividade. A produção, em 1990, era de 57 milhões de toneladas de grãos, ocupando 37 mi-

Quando o campo vai bem, a cidade também vai bem.


lhões de hectares, equivalente a 1,52 tonelada por hectare. Menos de 30 anos depois, a produção deverá aumentar quase quatro vezes mais enquanto a área será ampliada em apenas 1,6. Não foi o aumento da área, mas sim o avanço do uso da tecnologia no campo fator decisivo para estimular o sucesso da produção agropecuária brasileira. A tecnologia representa 68% da produção agropecuária. Desde o preparo da terra, passando pela produção de sementes, pelo cultivo e o monitoramento da plantação, os sistemas de irrigação, a colheita e outros procedimentos, até com a utilização de drones, o setor teve extrema capacidade de adaptação e modernização. Nesse contexto, cabe destacar o papel da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), além das universidades, instituições, cooperativas e pesquisadores que contribuem para os avanços tecnológicos. Prova disso é o sucesso de feiras como a Bahia Farm

Show, uma das maiores vitrines do agronegócio do Norte e Nordeste do Brasil e que está entre as maiores do país em volume de negócios. Neste ano, participei da Expodireto/Cotrijal, em Não-Me-Toque, no Rio Grande do Sul. A feira contabilizou números animadores nas vendas de máquinas agrícolas, impulsionadas pelo desempenho da produção agrícola. O mesmo ocorreu com a Coopavel, no Paraná. Outro dado relevante sobre o agro é a mão de obra empregada. Estudo da Confederação Nacional da Agricultura (CNA) com base em dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) de 2014, revelou que o agronegócio gera 32,7% dos postos de trabalho no Brasil, equivalente a qua-

se um terço da mão de obra. Por outro lado, enquanto desempenham exemplarmente o seu papel da porteira para dentro, os produtores são penalizados com problemas recorrentes que causam enormes prejuízos e transtornos sucessivos a cada safra. Um dos principais é a deficiência logística, que ameaça parte da supersafra brasileira. Um dos casos de maior evidência foi na BR 163, no Pará, onde as perdas foram estimadas em R$ 350 milhões. A estimativa das autoridades é de que quase 5 mil caminhoneiros tenham ficado parados, alguns por até 20 dias, por causa de atoleiros


num trecho de 37 quilômetros dessa rodovia. Não podemos admitir que enquanto o setor se moderniza para consolidar o Brasil como um dos maiores produtores mundiais de grãos, os governos não fazem a sua parte melhorando estradas, ferrovias, portos e armazenagens. Esse problema prejudica as exportações, aumenta consideravelmente os custos e reduz a renda dos produtores. Se o produtor que vende a soja não entrega, no prazo, no local definido, corre o risco de perder o negócio e ver comprador optar por importar soja de outros países produtores. Um dos desafios para retomar o crescimento e gerar emprego é investir em infraestrutura com projetos responsáveis e auditados, para que não haja corrupção e que as obras não sejam paralisadas. Outras ações importantes que também podemos citar são relacionadas ao seguro rural, tema que debatemos intensamente na Comissão de

Agricultura do Senado, a qual tando a hipótese de deixar essa presidi em 2015 e 2016, e à ga- área de fora. O levantamento rantia de segurança jurídica ao censitário começa em outubro e produtor. será concluído em fevereiro. Na Comissão É uma boa node Agricultura do tícia para o agro, Senado, aliás, alsetor mais dinâcançamos relevanmico da econote conquista para o mia. Mesmo em setor. No ano pastempos de crise Agricultura sado trabalhamos econômica, a com resultados para garantir a agricultura alcanpositivos! realização do cença resultados poso agropecuário sitivos na balança Esse é o em 2017 a partir de comercial, com caminho do mobilização dos superávits sucescrescimento. senadores, com sivos e safras redestinação de cordes. O setor emenda ao orçatambém assegura mento deste ano e o abastecimento intenso debate com interno, graças ao o presidente do extraordinário traIBGE, Paulo Rabello de Castro. balho dos produtores rurais brasiO levantamento é importante leiros, que são referência em inopara termos conhecimento real da vação e criatividade. Por isso, produção e definir estratégias para apoiarei sempre esse setor. Quanestimular o desenvolvimento sus- to mais fortalecida estiver nossa tentável do agro. Na sua última produção, mais resultados positiida à CRA, em abril de 2017, o vos vamos colher para o desenpresidente do IBGE confirmou volvimento do Brasil. que a agricultura familiar também fará parte do levantamento, afas- * Jornalista / Senadora da República (PP/RS)





A cultura do algodão, além de ser a mais importante fonte natural de fibras, garante ao País lugar privilegiado no cenário internacional. Com isso, há uma importância muito grande em concentrar esforços em pesquisas e, sendo assim, o presente trabalho tem por objetivo avaliar o desempenho da tecnologia Penergetic no manejo da fertilidade do solo e os resultados de produtividade e qualidade de fibra para a cultura do algodoeiro na região Oeste da Bahia. O experimento foi realizado no Campo de Pesquisas Alvorada, município de Luís Eduardo Magalhães, BA. Para a condução do experimento, adotou-se o delineamento de blocos casualizados, com 4 tratamentos, 4 repetições e cada parcela constituída por 6 linhas da variedade DP 1536 B2RF espaçadas a 0,76 m por 30 m de comprimento. Os tratamentos foram: T1 250 kg/ha de MAP; T2-200 kg/ ha de MAP + Penergetic Kompost + Penergetic Pflanzen; T3 Testemunha (600 kg/ha de Super Simples) incorporado com grade 42 polegadas, safra 2014/ 2015); T4 -Penergeti Kompost + Penergetic Pflanzen. As aplicações foram feitas utilizando um pulverizador costal de pressão constante por gás

carbônico (CO2), equipado com das mais importantes regiões bicos leques TT 110 02 e com va- agrícolas do país e, embora a rezão de 150 l/ha. Foram realiza- gião apresente características das análise de solo prévia: 0-10 edafoclimáticas menos favorácm; 10-20 cm;20-40 cm, coleta ma- veis que as regiões tradicionalnual de capulhos, femente produtoras, a nologia (nós) e núadequação no mamero de capulhos nejo da fertilidade e por planta e altura desenvolvimento de de planta. cultivares adaptadas Devido a cor- A região central às condições locais, reção do solo em do Brasil tem proporcionou ao fosfatagem que anse consolidado agricultor contornar tecedeu a instalaessa situação e poscomo uma das sibilitou a prática da ção do protocolo de Penergetic® Kom- mais importantes agricultura empresapost e Pflanzen, não regiões agrícolas rial intensiva e com foi possível identifigrande emprego de do país. car diferença signialtas tecnologias, de ficativa entre os remodo que a região sultados, porém passou a ser uma houve uma diferendas principais proça entre o tratamendutoras de algodão to 2 (Adubação Padrão + Pener- do país (MAROUELLI, 2003). getic Kompost + Penergetic Sendo assim, alguns trabaPflanzen) em relação ao trata- lhos na cultura do algodão têm mento 1 (250kg de MAP/ha) de sido publicados com resultados 9@ de algodão em caroço, positivos na redução da quantiacréscimo significativo para uma dade de insumos aplicados, em lavoura comercial. solos de média à elevada fertilidade, indicando que a tecnoIMPORTÂNCIA logia Penergetic® promove meSOCIOECONÔMICA lhor aproveitamento da fertilidade já existente e dos recursos naO algodoeiro (Gossypium hir- turais existentes. sutum Lr. latifolium Hutch )é uma Com isso, observa-se que se espécie vegetal de ciclo curto faz necessário o uso de bioativaanual e é considerada uma cul- dores de solo e de plantas para tura de grande importância so- que haja um incremento de procioeconômica para o País, espe- dução e, de acordo como Bolecialmente para as regiões Nor- tim de Divulgação dos Resultadeste, Centro Oeste e Sudeste. dos de Pesquisas Safra 2014/15 (CRUZ et al., 2015) - Fundação BA, o Penergetic® é A região central do Brasil tem um bioativador de solo (Penergese consolidado como uma tic® Kompost) e de plantas (Pe-


nergetic® Pflanzen), com potencial em promover o aumento de efeitos positivos no vigor das plantas, com equilíbrio entre solo/planta, através da otimização da utilização dos fertilizantes adicionados ou da fertilidade já existente no solo. Atua na liberação do fósforo fixado não disponível às plantas e promove o reequilíbrio de microrganismos disponibilizando maior energia no processo fotossintético (CRUZ et al., 2015). Diante do exposto, o objetivo deste trabalho é avaliar o efeito do PENERGETIC® Kompost e Pflanzen sobre os componentes de produtividade de algodão.

* Dados: estação meteorológica Imeteo Pro - Estação experimental de Pesquisa Alvorada.

MATERIAL E MÉTODOS O ensaio foi conduzido na estação experimental Alvorada, localizada na Fazenda Alvorada, município de Luís Eduardo Magalhães (BA), durante o período de dezembro de 2015 a julho de 2016, referente à safra agrícola 2015/16. A área está situada entre as coordenadas 11°58'22,0'' S de latitude e 46°01'27,0'' W de longitude, com altitude de 810 m e com clima classificado como do tipo Aw, segundo classificação internacional de Köppen. As médias de temperatura e precipitação pluviométrica são de 24°C e 1200 mm, respectivamente, sendo a precipitação distribuída entre os meses de novembro a abril. A distribuição pluviométrica da estação experimental de pesquisa está descrita na FIGURA 1.

* Dados: estação meteorológica Imeteo Pro - Estação experimental de Pesquisa Alvorada.

A safra 2015/16 foi marcada por longos períodos de estiagem, principalmente nos meses de dezembro e fevereiro, situação que provocou um efeito negativo sobre o desenvolvimento das culturas na região. A FIGURA 2 mostra a distribuição de chuvas no mês de fevereiro, o qual apresentou um

dos maiores períodos sem a ocorrência de precipitação da safra 2015/16. O solo da região é classificado como LATOSSOLO VERMELHO-AMARELO Distrófico (Embrapa, 2013). Foi realizada análise química e granulométrica do solo antes do preparo, na profundidade de 0-20 cm. A partir dos


resultados da análise (TABELA 1), foi recomendado o manejo de preparo do solo e adubação da cultura. O ensaio foi conduzido em área semeada no dia 23 de dezembro de 2015, com a variedade DP 1536 B2RF, seguindo os moldes de uma lavoura comercial. Durante o ciclo da cultura, o controle de pragas e plantas daninhas foi executado sempre que necessário, respeitando as boas práticas e o manejo integrado. O delineamento estatístico adotado foi o de blocos casualizados (DBC) com quatro tratamentos e quatro repetições (4x4), sendo cada parcela constituída por 6 linhas da cultura espaçadas a 0,76m entre linhas por 30m de comprimento. Para as aplicações dos tratamentos onde se utilizou a tecnologia Penergetic Kompost e Pflanzen, o intervalo adotado separando as parcelas foi de 60 metros. Nos tratamentos T2 e T4 foram realizadas 3 aplicações com intervalos de 20, 40 e 60 DAE, sendo a primeira realizada em 28/01/2016. Em função da correção do solo em fosfatagem, que antecedeu a instalação do protocolo de Penergetic® Kompost e Pflanzen, não foi possível ajustar a adubação dos tratamentos T3 e T4.

* Fosfatagem de acordo com a análise de solo.

A TABELA 2 apresenta os tratamentos com as respectivas doses por hectare e também as fases de cada aplicação, de acordo com a fenologia da cultura. Para as aplicações foi utilizado um pulverizador costal de pressão constante por gás carbônico (CO2), equipado com bicos leques TT 110 02 e regulado para a vazão de 150 l/ha. Buscou-se realizar as aplicações preferencialmente sob condições de maior umidade relativa, menores temperaturas e ventos amenos. As avaliações foram realizadas quando a cultura atingiu 90% dos

capulhos abertos. Foram avaliados o número de entrenós, número total de maçãs e o número de maçãs podres por metro. Após a colheita, foram avaliados o peso de 100 capulhos e estimada a produtividade em @/ha do algodão em caroço e em pluma. A colheita foi realizada de forma manual e, na sequência, o volume obtido de algodão em caroço foi submetido ao processo de pesagem para determinação da produção final, seguindo-se com o processo de beneficiamento, que ocorreu através de uma


descaroçadeira mecânica de parcelas (descaroçadeira de serra). Após a obtenção do algodão em pluma (sem caroço), as amostras foram encaminhadas para o laboratório para análises de qualidades intrínsecas da fibra, cujo método é denominado geralmente de HVI (High Volume Instruments). A análise estatística foi feita com médias e coeficientes de variação, fazendo-se comparações e contrastes através do teste Tukey a 5% de significância, utilizando o programa Assistat v. 7.7 (SILVA e AZEVEDO, 2009).

* Médias seguidas de mesma letra não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. ** Penerg. K = Penergetic Kompost; Penerg. P = Penergetic Pflanzen; MAP: fosfato monoamônico.

RESULTADO E DISCUSSÃO Entre as variáveis avaliadas, como número de entrenós, número médio de maçãs sadias e maçãs podres por m², não houve diferença entre si, como mostra a TABELA 3. Em seguida, como mostra a TABELA 4, mesmo não havendo diferença estatística entre os tratamentos pelo teste de Tukey 5% de significância, é possível identificar um ganho de 9 @ de algodão em caroço no tratamento T2 (Penergetic), em relação ao tratamento 1 (250 kg/ha de MAP), comprovando assim a eficiência do Penergetic. Em relação ao tratamento 3 (testemunha), onde a adubação com

* Médias seguidas de mesma letra não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. ** Penerg. K = Penergetic Kompost; Penerg. P = Penergetic Pflanzen; MAP: fosfato monoamônico.

* Médias seguidas de mesma letra não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. ** Penerg. K = Penergetic Kompost; Penerg. P = Penergetic Pflanzen; MAP: fosfato monoamônico.

fósforo foi realizada na safra 2014/ 15, anterior a condução do experimento, utilizou-se como fonte de fósforo o adubo mineral super simples na dose de 600 kg/ ha, seguido da incorporação com grade 42 polegadas. Em relação ao comparativo de produção entre os tratamentos 2 (Penergetic) e 3 (super simples 600 kg/ha, sa-

fra 2014/15), o incremento de produção foi de 3,46%, ou seja, 3,67 @ de algodão em caroço. Os tratamentos não apresentaram efeito significativo sobre as características intrínsecas da fibra do algodão. Como pode ser observado na TABELA 5, em todas as características avaliadas pelo teste de H.V.I. não houve diferença estatística entre os tratamentos.



CONCLUSÃO Nas condições avaliadas, analisando os resultados de produção, pode-se concluir que a tecnologia Penergetic atua diretamente nos nutrientes contidos no solo, disponibilizando maior quantidade destes para as plantas. No entanto, mesmo não havendo diferenças estatísticas pelo teste de tukey a 5% de significância, foi possível comprovar que houve um ganho de 9@ de algodão em caroço com o tratamento T2 (Penergetic) em relação ao tratamento 1 (250 kg/ha de MAP) e 3,67@/ha quando comparado ao tratamento 3 (adubação fosfatada na safra anterior 2014/15, 600kg/ha de super simples).

REFERÊNCIAS

Mesmo havendo incremento de produtividade para o tratamento 2 em comparação aos demais, não houve efeito significativo sobre as características de fibra avaliadas pelo teste de H.V.I. Como se trata de uma Tecnologia de Bioativação, é de suma importância que os resultados de fertilidade do solo sejam avaliados de médio a longo prazo, envolvendo principalmente a rotação de culturas (Soja, Milho + Brachiaria e Algodão). Mercer Assessoria Agronômica * Engenheiro Agrônomo ** Técnico de pesquisa *** Estagiário de nível superior

ABRAPA - Associação Brasileira dos Produtores de Algodão. A Cadeia do Algodão Brasileiro - Safra 2012/2013: Desafios e Estratégias. Brasília, 2013.196p. CONAB - Companhia Nacional de Abastecimento. Acompanhamento da safra brasileira de grãos. v. 3, n.11 (2015/16) – Brasília: Conab, 2016. CRUZ, Fabiano A. B.; FABRIS, Aline; LIMA, Edimilson M.; ERNESTO, Carlos; SILVA, Adiel S.Efeito do Penergetic® P e K na Cultura do Algodão. Boletim Divulgação dos Resultados de Pesquisas Safra 2014/15. Edição Set/15 Ano II - Nº 02, Bahia: 2015. Disponível na internet <http://www.fundacaoba.com.br/boletim/boletim-tecnico-2015.pdf> MAROUELLI, Rodrigo Pedrosa. O DESENOVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL NA AGRICULTURA DO CERRADO BRASILEIRO. Brasília: ISAE-FGV/ECOBUSINESS SCHOOL, 2003. 54p. (Monografia) SILVA, F. de A. S. E. AZEVEDO, C. A. V. de. Principal Components Analysis in the Software Assistat-Statistical Attendance.In: WORLD CONGRESS ON COMPUTERS IN AGRICULTURE, 7, Reno-NV-USA: American Society of Agricultural and Biological Engineers, 2009.




O

mofo branco, causado por Sclerotinia sclerotiorum , vem se tornando um problema cada vez mais sério em diversas lavouras como as da soja, do algodão e do feijão no Brasil e no mundo, independente do sistema de manejo da cultura utilizado (sucessão cultural, plantio direto, ou mesmo rotação de cultura). O mofo branco pode se manifestar em toda parte aérea, causando lesões inicialmente pequenas, aquosas com sinais cotonosos, que rapidamente aumentam de tamanho, tomando todo o órgão afetado. As práticas utilizadas no controle dessa doença, incluindo a rotação de culturas e uso de fungicidas, não têm sido totalmente eficientes. A rotação de culturas é dificultada devi-

do à extensa gama de hospedeiros que o patógeno possui, sendo mais de 400 já registrados, e a formação de estruturas de resistência denominadas escleródios e que sobrevivem por vários anos no solo. A aplicação de fungicidas possui uma eficiência relativa, mas às vezes comprometida, principalmente devido a pluviosidade que remove produtos protetores, pela dificuldade de atingir as estruturas do patógeno alvo e de proteger a planta no momento certo. O uso desenfreado de agroquímicos para o controle do mofo branco, ou de qualquer outra praga e ou doenças de plantas, tem, reconhecidamente, promovido diversos problemas de ordem ambiental e humana. Em humanos, os agroquímicos provocam diversas doenças, desde simples alergias até câncer ou distúrbios no siste-


ma reprodutivo. Dentre os diversos problemas ambientais causados pelos agroquímicos, destacam-se a degradação e desequilíbrio da micro e macrobiota e a resistência dos patógenos contra fungicidas. Tais fatos remetem a consideração na busca de novas ferramentas capazes de substituir ou reduzir o uso de agroquímicos nas lavouras. Essas ferramentas devem apresentar mecanismos de ação adicionais aos dos fungicidas que reduzam a incidência e severidade da doença, bem como manter a produtividade elevada. Desse modo, a utilização de bactérias da espécie Bacillus subtilis para o manejo de doenças de plantas, em especial do mofo branco, é comprovadamente eficaz na redução das doenças de plantas e ainda proporciona maior desenvolvimento e produtividade da lavoura. Essa bactéria já existe no mercado e está

disponível para a utilização em larga escala. A aplicação do B. subtilis nas lavouras é sem dúvida, uma forte ferramenta para a redução da incidência e severidade do mofo branco, bem como seus escleródios. O B.subtilis atua com diferentes mecanismos como: indução de resistência sistêmica da planta, ativada por substâncias sintetizadas pelas bactérias que atuam como elicitores da indução sistêmica induzida, proporcionando a resposta sistêmica de defesa da plantas contra patógenos; a competição consiste na disputa da colonização da rizosfera e parte aérea das plantas contra os fitopatógenos. Essa bactéria apre-


senta rápido crescimento, formando uma espécie de escudo nas raízes e folhas, inibindo a germinação de esporos de outros microrganismos deletérios às plantas; no parasitismo mo, o B. subtilis penetra e consome os propágulos de fitopatógenos; por fim, o mecanismo mais eficaz contra, é a antibiose antibiose, que consiste na produção de compostos tóxicos para inibição de fitopatógenos em amplo espectro entre fungos e bactéria. Os B. subtilis produzem uma grande variedade de metabólitos antifúngicos, entre os quais se encontram lipopeptídeos das famílias da surfactina, iturina e fengicina. Embora estruturalmente semelhantes, surfactinas, iturinas e fengicinas diferem em alguns aspectos biológicos em relação à sua atividade. Como

exemplo, iturinas e fengicinas exibem uma forte atividade antifúngica e são inibitórios para o crescimento de uma ampla gama de fitopatógenos. No tocante a surfactinas, as mesmas não são por si fungitóxicas, mas exercem efeito sinergético antifúngico, quando em companhia da iturina. Em se tratando de fitobactérias, as surfactinas apresentam baixas propriedades antibacterianas, caso contrário, observado para iturinas que podem exercer papel inibitório sob bactérias Gram-positivas. O uso de B. subtilis é uma saída viável para o manejo do mofo branco por atuar simultaneamente com inúmeros mecanismos e proporcionar maior rendimento e produtividade das plantas. * Doutor em Fitopatologia pela Universidade de Brasília/Portugal Gerente de Pesquisa, JCO Fertilizantes




Lucas Ninno

A combinação de boas condições climáticas como uso intensivo de tecnologia, criou o cenário ideal para o desenvolvimento da maior safra de soja já registrada no Brasil. O Rally da Safra 2017, principal expedição para monitoramento da safra de grãos no Brasil, aponta que a produção de soja alcançou 113,3 milhões de toneladas, volume 18% superior ao registrado na safra passada, de 96,3 milhões de toneladas. A área plantada mostrou aumento de 2%, saindo de 33,3 milhões de hectares para 33,9 milhões de hectares. E o que mais chamou a atenção dos técnicos do Rally foi a produtividade recorde de 55,8 sacas por hectare - contra 48,2 sacas por hectare na safra passada - consolidando os indícios apresentados no campo na edição do ano passado. "Na época, o clima não permitiu que as lavouras atingissem todo seu potencial produtivo. Este ano, as chuvas ocorreram mais cedo e foram constantes durante toda a safra, e os produtores aproveitaram para plantar cedo e colher sem atropelos na maioria dos estados", diz André Pessôa, coordenador geral

do Rally da Safra e diretor da Agroconsult, organizadora da expedição. Além do clima, os técnicos do Rally detectaram em campo sinais claros de boa nutrição das plantas, como reflexo da relação de troca de insumos bastante favorável ocorrida no ano passado, quando foram adquiridos os fertilizantes utilizados nas lavouras; baixa incidência de pragas e doenças, que também pode ser associada à melhoria significativa das práticas de controle fitossanitário; e ampliação significativa da presença de materiais genéticos altamente produtivos, como as variedades Intacta, RR e mesmo as convencionais. "A consolidação da Intacta como principal tecnologia em soja, ultrapassando mais da metade da área plantada, reduziu a pressão de lagarta inclusive nas lavouras que não usaram essa tecnologia", afirma Pessôa. Já a baixa pressão de ferrugem foi reflexo das condições climáticas e da melhoria significativa dos níveis de manejo, com clara eficiência dos fungicidas. Outro fator que chamou a atenção durante a safra foi o bom andamento da colheita em quase todas as regiões, exceto durante um período muito chuvoso no oeste e norte do Mato Grosso, no final do mês de janeiro. Isso ocorreu mesmo diante de uma safra tão grande, devido à adequada disponibilidade de colheitadeiras, fruto dos investimentos dos últimos anos. Outro ponto de destaque para o desempenho de produtividade foi o peso de grãos registrado em todas as regiões, resultante do clima adequado, sobretudo a predominância de dias quentes com noites mais amenas, aliado ao uso de tecnologia.


Ponto marcante desta safra, mesmo sem registro de recordes, foram os estados que integram o Matopiba, que registraram maior recuperação diante da forte quebra de produtividade do ano passado. No Maranhão, a produtividade aumentou 91%; na Bahia, 50%; Piauí, 157%; e Tocantins com 61%. "Houve seca no início de janeiro, mas com o retorno das chuvas em fevereiro, as produtividades foram recuperadas e esses estados mostraram uma safra dentro dos padrões normais. De acordo com Pessoa, "essa é uma safra espetacular de soja, que confirma a expectativa dos técnicos nos dois últimos rallies de que haveria mudança no patamar de produtividade das lavouras brasileiras. EVENTOS REGIONAIS E ETAPA SAFRINHA No mês de abril, os técnicos voltaram aos estados do Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do

Fotos: Lucas Ninno

Sul, Minas Gerais, Goiás, Bahia, Tocantins, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul para realizar 10 eventos regionais com produtores. Em agosto serão realizados cinco eventos. Nesses encontros, analistas e técnicos apresentam estimativas e avaliam o mercado de soja e milho no Brasil, que contam também com palestras técnicas. Após percorrer os principais estados produtores de soja en-

tre janeiro e março, com oito equipes, a expedição volta a campo no mês de maio para avaliar o milho segunda safra. Três equipes técnicas verificaram as condições das lavouras do cereal. Entre os dias 8 e 26 de maio os técnicos estiveram no Mato Grosso, em Goiás, Mato Grosso do Sul e Paraná. Ao todo, durante o Rally da Safra 2017, 11 equipes percorreram um total aproximado de 95 mil quilômetros. Organizado pela Agroconsult, o Rally da Safra 2017 está na 14ª edição com patrocínio do Banco Santander, Bayer, Monsanto, Pirelli, VLI, Volkswagen, Yara e com apoio da Agrosatélite, FIESP, Fundação Agrisus e Universidade Federal de Viçosa (UFV). O trabalho das equipes, o roteiro completo da expedição e a programação de eventos podem ser acompanhados no site www.rallydasafra.com.br. Ana Carolina Silveira Agroconsult





O objetivo deste trabalho foi de avaliar a eficácia de diferentes associações de Reforce, Yantra e Big Red ao fungicida Fox, utilizado para controle químico de mancha alvo na cultura da soja, genótipo NA 5909 RR, em condições de campo. O sistema de produção foi em área cultivada sob sistema de semeadura direta com a cultura do algodão (safra 2013/14), e Crotalaria spectabilis no inverno. O estudo foi realizado na área experimental da Fundação Chapadão, localizada na Fazenda Nova França, no município de Costa Rica (MS). As atividades de correção do solo e adubação seguiram conforme o padrão da propriedade. O plantio ocorreu em 02/10/2014, a emergência em 09/10/ 2014 e a colheita no dia 16/01/2015, com estande inicial de 18 plantas m-1, e estande final com 17 plantas m-1. O delineamento e a unidade experimental foram em blocos casualizados com quatro repetições. Parcelas com-

postas por 7 linhas de (0,45 m) x 5,5 m = 17,32 m2, sendo as avaliações realizadas nas três linhas centrais. A área colhida foi de 2 linhas (0,45 m) x 4,0 m = 3,6 m2. Já o manejo fitossanitário foi realizado conforme manejo padrão utilizado na propriedade. A avaliação das doenças como a mancha alvo (Corynespora cassiicola), teve estimativa da porcentagem de área foliar lesionada em 10 folhas por parcela da metade inferior e metade superior, em quatro pontos de avaliação, SOARES et.al. 2009. Para a análise estatística foi utilizado o sistema Skott-Knot

5%, com utilização dos dados originais, com o modelo estatístico SASM - Agri Sistema para Análise e Separação de Médias em Experimentos Agrícolas (V 3.2.4). OBSERVAÇÕES Após a terceira aplicação, em todos os programas foi observado sintoma de fitotoxi-


dez devido ao uso de Fox + Aureo. Os menores sintomas de fitotoxidez foram obtidos no programa com maior dose de Yantra e Reforce associado ao Fox. No momento, na primeira aplicação eram visíveis os sintomas inicias de mancha alvo nas folhas do baixeiro em todos os tratamentos. CONCLUSÃO Nas condições de campo que o trabalho foi conduzido, efetivando duas aplicações de


fungicida específico para mancha alvo, sendo a primeira em R1 e a segunda em R5.2, com severidade no baixeiro de 32,5% e no ponteiro de 11,3%, podemos concluir que: 1 - Eficácia: a associação de Reforce em V6 e de Yantra ou Yantra+Big Red em R1 ou Reforce em R5.2, associado ao Fox+Aureo, apresentaram ganhos de eficácia em relação ao programa com Fox + Aureo. 2 - Desfolha: os índices de desfolha foram muito semelhantes entre si, mesmo diferindo estatisticamente. 3 - Massa de 100 grãos: não houve diferença significativa entre os tratamentos, todavia ambos foram maiores que a testemunha. 4 - Produtividade: não houve diferença entre a testemunha e o programa com Fox + Aureo. A associação de Reforce em V6 e de Yantra ou Big Red em R1 ou Reforce em R5.2, associado ao Fox + Aureo, proporcionaram os maiores ganhos produtivos, variando de 5,4 a 7,7 sacas a mais que a testemunha, e de 4,7 a 7,0 sacas a mais que o tratamento com Fox + Aureo. 5 - Considerações: diante ao complexo de doenças que atacam a cultura da soja, para o manejo destas a efetivação de três aplicações de fungicidas os resultados tendem a serem mais efetivos. A associação de Yantra, Big Red ou Reforce ao Fox + Aureo, proporcionaram ganhos de performance e produtividade. Edson Pereira Borges Pesquisador/Fundação Chapadão, Eng . Agr Me. - CREA RN 130460001-7 Alfredo Riciere Dias Pesquisador/Fundação Chapadão, Eng. Agr. Me. - CREA RN 170725777-9




Quando o assunto é tecnologia, as primeiras imagens que vêm à cabeça são naves espaciais, aviões, carros ou eletroeletrônicos. Poucas pessoas associam imediatamente o conceito tecnologia à agricultura. Este cenário já está mudando no Brasil. Hoje, a tecnologia é a principal responsável pelo aumento da produtividade agrícola no país. A necessidade de produzir alimentos para atender toda a população, além da constante preocupação com fatores que atuam de algu-

ma forma na qualidade desses alimentos faz com que, ao longo dos anos, o processo passe por modificações fazendo com que técnicas até então tidas como eficientes, tornemse ultrapassadas. Com a adaptação natural de agentes nocivos, fica ainda mais rápida a mudança no mundo do agro. A evolução da tecnologia no campo é muito intensa. Desde a criação de equipamentos até a inserção de recursos científicos para ajudar no processo, temos um cenário cada vez mais moderno.


Se algo mudou a rotina da produção, bem como as relações de trabalho nas zonas rurais, certamente foi a mecanização. Com ela, o homem deixou de estar totalmente dependente dos elementos naturais para realizar a produção no campo. A mecanização no campo garantiu a evolução de nossa produtividade, permitindo que cada vez mais nosso relacionamento com a terra acontecesse de maneira eficiente, ainda que, em alguns casos, a natureza não ofereça tantos recursos quanto necessário. Ainda hoje, existe certa polêmica a respeito da substituição de humanos pelas máquinas no processo produtivo. Entretanto, quando analisamos a escala produtiva, vemos que, se a quantidade de trabalhadores no campo diminuiu em função da presença das máquinas, por outro lado, a quantidade de trabalhadores envolvidos com todo o processo de produção, passando por setores como tecnologia e

manutenção, aumentou consideravelmente. Ou seja, a mecanização, ao contrário do que se pensa, atua favoravelmente à geração de empregos. Tudo começou com a Revolução Industrial, que deu origem a um processo de mecanização que saiu da Inglaterra e ganhou o mundo com suas indústrias e suas formas de produção. Esse efeito chegou também no campo, onde a produção foi radicalmente afetada pela tecnologia e por essa nova filosofia. A partir dali, o processo de mecanização deu início a uma série de inovações - todas elas visando a produção em grande escala. Surgiram maquinários cada vez mais sofisticados como tratores, semeadeiras e colheitadeiras. Dessa maneira, a mecanização permitiu avanços também nos métodos de plantio, com técnicas cada vez mais sofisticadas em função da tecnologia envolvida na produção. O tempo foi passando e, séculos depois, os avanços

continuaram acontecendo - o que é excelente. Hoje, aplicativos para inúmeras aplicações na lavoura têm sido a grande tendência para o mundo agrícola. Estes apps são aqueles desenvolvidos especialmente para determinada área de atuação. No caso, são os aplicativos destinados para o agronegócio. A tecnologia mobile já está chegando até o mundo agrícola e, assim como faz com toda a sociedade, vem alterando também o modo como os produtores têm se relacionado com o trabalho no campo. Basta uma simples procura em qualquer loja virtual de smartphones para encontrar uma série de aplicativos destinados ao trabalho agrícola. Alguns deles são capazes de transformar essa experiência em algo mais fácil e produtivo. Monitoramento remoto de máqui-

A mecanização, ao contrário do que se pensa, atua favoravelmente à geração de empregos”.

Valmor dos Santos, presidente do Instituto PAS


nas agrícolas, coleta de informações específicas sobre operações, informações a respeito de manejo de ervas daninhas, assim como fornecimento de dicas práticas com base em elementos variáveis como localização, tipo de cultura, entre outros tópicos de cada plantação são recursos disponíveis para agricultores via dispositivos móveis. É importante estar atento a esse tipo de recurso, até porque os produtores concorrentes podem usá-los para diferenciar seu trabalho. Isso é natural. Faz parte das mudanças que tem transformado o trabalho no campo. É evidente que essas mudanças

trouxeram muito mais facilidade para o empreendedor rural. Economizando gastos, hoje, ele é capaz de produzir com qualidade e eficiência, garantindo uma produção sem desperdícios. No passado, era preciso um contingente muito maior de pessoas para executar serviços que, atualmente, as máquinas ocupam, gerando um gasto muito menor de energia e dando espaço para profissionais qualificados dentro do processo como um todo. Isso faz com que o número de pessoas empregadas nesse tipo de atividade tenha crescido e se diversificado. Da mesma forma, para a sociedade em geral, é inegável reconhecer os benefícios desse avanço no processo de produção, quando constatamos a

maior eficiência para a produção agrícola. É graças ao melhor desempenho no campo que hoje existem diversidades de produtos para os consumidores comprarem, o que garante concorrência e melhor qualidade para o consumidor final, além de diversidade. Evidentemente, nem tudo são flores. Ainda que problemas como a escassez de alimentos para determinadas regiões sejam coisas atuais, fato é que isso está relacionado muito mais a um problema político e social do que de produção, uma vez que a quantidade de alimentos disponível no mundo já é o suficiente para nutrir toda a população mundial. Neste caso, o problema tem mais a ver com a desigualdade entre países do que com a produção. Ascom Instituto PAS


Imagine uma máquina de 24 toneladas projetada para colher algodão. Na cabine, um operador ignora o sol causticante, em pleno mês de maio em São Desidério (BA), graças ao conforto do ar condicionado. Ele aperta alguns botões e segue no comando de um volante tão leve quanto o de um carro de passeio. Até ai, é uma velha novidade. As máquinas

agrícolas já desfilam há alguns anos itens de série que agregam conforto e segurança à alta performance no desempenho de suas atividades-fim: arar, plantar, cultivar, pulverizar e colher. Voltemos ao nosso operador. Traçada uma rota, ele segue em frente, contorna um galpão, vence um pequeno aclive, continua sua trajetória e volta para o ponto de partida. Ao chegar no destino final, suspende o volante da máquina e dá a partida. Mãos soltas, e a máquina, sem qualquer nova intervenção humana, refaz a trajetória com precisão milimétrica. O futuro chegou. Não restam dúvidas. Bem-vindo ao século 21. Tempo em que às lavouras, na terra, estão

ligadas aos satélites, no céu. Que pensaria o inglês James Watt, que desenvolveu, no século 18, a máquina a vapor, ou Eli Whitney, que projetou no mesmo século a máquina de descaroçar o algodão? Ou, ainda, o ferreiro americano John Deere, que, em 1837, desenvolveu arados de ferro forjado liso, que se adaptavam ao solo de pradaria. Certamente ficariam encantados com a história que de uma maneira tão decisiva iniciaram e que, hoje, o operador em São Desidério verifica, na prática, a sua evolução. A evolução das máquinas agrícolas sempre foi, desde o início, a causa, ou a consequência, das grandes revoluções da humanidade. A Revolução Industrial, no século 18, passou necessariamente por elas. A nova conjuntura criou cidades pujantes e altamente demandadoras de alimentos e vestimentas. A invenção do


fazem muitas delas beira a ficção. Na essência, são as mesmas plantadeiras, trilhadeiras e arados da Revolução Industrial, mas trazem embarcado um mundo de tecnologia. Tempos atrás eu vi na mídia uma frase do meu amigo Antonio Franciosi, que, do alto de sua experiência como agricultor, comerciante de máquinas, e piloto de Rally, me chamou a atenção. Ele dizia que as polias e correias estavam se tornando peças raras no campo. E que a eletrônica, a hidráulica e a tecnologia da informação estão, cada vez mais, se agregando à mecânica. É o princípio da mecatrônica, da automação. E, se me perguntarem: e quanto à mão-de-obra, o que será dessas pessoas num possível, embora ainda remoto, contexto de robotização nas lavouras? Respondo: quantos operadores de Telex você já conheceu e o que eles fazem agora? E os professores de datilografia, e os fabricantes de fitas de vídeo-

Fotos: divulgação

tear mecânico demandou o aumento de produtividade nas lavouras de algodão. Por outro lado, a oferta de emprego e a melhoria das condições de vida nas cidades europeias, a partir de então, tirou a mão-de-obra do campo. Foi preciso suprir a escassez de trabalhadores humanos com máquinas. Onde mais já vimos isso? Hoje em dia. Aqui ao lado. A população mundial está crescendo e a demanda por alimentos é cada vez maior. De acordo com a FAO, em 2050, a população mundial será de nove bilhões de pessoas, e será preciso produzir o dobro de alimentos do que produzimos atualmente, atendendo a uma população de sete bilhões de pessoas. Além disso, mercados como China, Índia, Rússia e mesmo o Brasil, estão se tornando cada vez mais demandadores de alimentos e fibras. É por isso que a indústria investe tanto em tecnologia nas máquinas agrícolas. E, hoje, o que

cassete? Novas tecnologias aparecem ao mesmo tempo em que surgem novos nichos de mercado e novas vagas de emprego. Uma nova invenção pressupõe uma nova demanda, e vice-versa. A realidade e a economia não são rígidas. São moldáveis e se autoajustam sempre que necessário. Há não muito tempo, um jovem escolhia ser médico, engenheiro, advogado, economista. Pergunte a qualquer adolescente que você conheça o que ele vai ser quando crescer e se prepare para ouvir nomes de profissões que você nem sabia que existiam. Estamos testemunhando uma revolução e os novos tempos exigem produtividade no campo. Leia-se, mais alimentos, em menos espaços, e com o mínimo de impacto ao meio ambiente. Sim, estamos caminhando para isto. Walter Horita, engenheiro de produção mecânica e agricultor


a precisão e a eficiência da química A tecnologia de pulverização eletrostática consiste no carregamento das gotas, através da formação de um campo elétrico na ponta do bico que evita o desvio da gota de sua trajetória até o alvo e provoca atração entre ambos. Para isso, é necessário causar desequilíbrio nas cargas elétricas da gota. Dessa forma, cargas de mesmo sinal se repelem e cargas de sinais opostos se atraem, além de que a carga de um corpo eletrificado induz uma carga oposta em algum outro corpo condutor aterrado.

Então, a nuvem de gotas eletrificada, ao se aproximar da planta, um objeto neutro e aterrado, provoca desequilíbrio entre prótons e elétrons, induzindo uma carga de sinal contrário no alvo e promove, assim, atração entre o líquido pulverizado e a planta alvo. Danos da deriva - Estar atento a fatores como pulverizador, tamanho e densidade de gotas, perdas para o solo e por deriva, além da melhor taxa de aplicação, é indispensável para uma aplicação de qualidade. Gotas finas elevam a cobertura em

pulverizações, o que favorece a eficácia dos produtos, porém, sofrem mais deriva; já as gotas grossas estão menos sujeitas à evaporação e à deriva, mas são mais propensas a escorrerem para o solo. A deriva é uma das maiores preocupações no uso de agroquímicos, já que nas aplicações os desperdícios pela ação do vento podem ser maiores que 70%, e dependendo do porte das plantas, as perdas de defensivos na cultura do feijão ficam entre 49% e 88%, segundo estudos. A utilização dessa tecnologia vem atraindo pequenos, médios e grandes produtores, pois além dos benefícios conseguidos com a melhor cobertura e penetração no alvo que reflete diretamente em maior produtividade, a economia operacional conseguida com a redução de calda está surpreendendo os agricultores, e isso reflete diretamente no bolso do produtor. Além de prover o uso racional da água nas pulverizações e a redução do impacto ambiental.




A Agrobrasília 2017 - Feira Internacional dos Cerrados, contou com cerca de 100 produtores, estudantes e técnicos que prestigiaram o encerramento do evento no último dia 20 de maio. O evento teve início dia 16 e durante os cinco dias, foram demonstrados aproximadamente 30 tecnologias que conjugam sustentabilidade e produtividade aos sistemas de produção agrícola do país. A Agrobrasília foi realizada no Parque Tecnológico Ivaldo Cenci, localizado no PAD-DF, do Dia de Campo “Diversificação e Intensificação Sustentável da Agricultura Tropical”, na Unidade de Referência Tecnológica de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF). O evento foi promovido pela Cooperativa Agropecuária da Região do Distrito Federal (Coopa-DF) e Secretaria de Agricultura do Distrito Federal com apoio da Emater-DF e da Rede de Fomento ILPF, da qual a Embrapa é uma das empresas participantes. Na abertura, o chefe adjunto de Pesquisa & Desenvolvimento da Embrapa Cerrados, Marcelo Ayres, des-

tacou a importância das parcerias. “Para que possamos atingir nosso objetivo – de que as tecnologias da Embrapa cheguem ao produtor rural – contamos com o apoio de nossos parceiros”, enfatizou. Tanto o presidente da Emater-DF, Argileu Martins, como o secretário adjunto de Agricultura do Distrito Federal, Sebastião Márcio de Andrade, falaram sobre o poder de irradiação e o efeito multiplicador do evento. O coordenador geral da feira, Ronaldo Triacca, ressaltou o trabalho desenvolvido entre os parceiros desde 2010 na URT ILPF. SERVIÇOS ECOSSISTÊMICOS o tema sobre “Prestação de Serviços Ecossistêmicos por Sistemas Integrados” foi apresentado pelo pesquisador da Embrapa Cerrados Jorge Werneck Lima. Ele explicou o conceito de serviços ecossistêmicos, a relação do uso do solo com esses serviços e apresentou alguns resultados de pesquisas que apontam que os sistemas integrados são capazes de promover maior equilíbrio entre produção e sustentabili-

dade ambiental. Os agricultores, como ressaltou Lima, podem exercer papel fundamental na manutenção e também no provimento de serviços ecossistêmicos, ao, mesmo tempo que se beneficiam desses serviços. Entre os benefícios estão controle de escoamento superficial e erosão, provimento de água no solo e no rio, maior matéria orgânica no solo, manutenção da qualidade da água e estoque de carbono. Em um dos experimentos desenvolvidos na Embrapa Cerrados, o pesquisador monitora, entre outros fatores, o quanto a água da chuva infiltra ou escoa no solo, o fluxo de nutrientes e o quanto carrega de sedimentos em cada uso do solo (com as culturas de soja, cana e pastagem, em solos argiloso e arenoso). Em relação ao controle de erosão, por exemplo, a perda de solo é menor em pastagem de boa qualidade,


Foto: Liliane Castelões

seguida da cultura de soja em Sistema de Plantio Direto. Já para o controle de escoamento superficial, a mata é melhor que pasto. Um resultado que surpreende é que a pastagem é capaz de manter mais água em um perfil de solo de até três metros de profundidade. “Medimos a umidade do solo em profundidade para avaliar a recarga do lençol freático. Queremos saber o quanto de água chega lá embaixo. Isso é importante porque entre 80 e 90% da vazão que corre em nossos rios vem dessa água que infiltra e chega ao lençol freático. Na mata, cerca de 20% a 30% da água da chuva fica retida nas copas das árvores, sem atingir o solo”, explicou Lima. O pesquisador destacou que os estudos em andamento irão sistematizar o conhecimento para vários tipos de uso de solo, como em floresta nativa, lavoura, pastagem, eucalipto, soja e outros, inclusive sistemas integrados como a ILPF. Para o produtor Luiz Roberto de Almeida que adota o sistema IPF (Integração PecuáriaFloresta) em sua fazenda no município mineiro de Paracatu, as informações geradas pelas pesquisas são muito importantes. “Tenho eucalipto e gado de corte na fazenda. Uma das grotas está secando e estava receoso que fosse por causa do eucalipto. Ouvi do pesquisador

que não é unicamente por causa das árvores, mas também por fatores como mudanças na chuva e manejo do solo. Vou procurar melhorá-lo”, disse. ESTAÇÕES Em uma das estações do Dia de Campo, o engenheiro agrônomo Ronaldo Trecenti, da Vetor Consultoria Agroambiental, falou sobre o “Plantio Direto no Contexto de Conservação da Água e do Solo”. Ele apresentou os pilares do sistema plantio direto e seus benefícios. O sistema permite, entre outras vantagens, a agregação/ restruturação do solo, o au-

mento da porosidade do solo, a formação de palhada, a redução do escoamento superficial e a redução da perda de água por evaporação. A ambiência e o conforto térmico em sistemas ILPF foram abordados na estação “Manejo e Bem Estar Animal” pela pesquisadora da Embrapa Gado de Corte Fabiana Villa. Na estação sobre “Implantação de ILPF em Novas Fronteiras do Brasil”, o pesquisador da Embrapa Amapá Luis Wagner Alves mostrou alguns exemplos de arranjos de sistemas integrados utilizados nos estados da região Norte. A oportunidade de conhecer uma Unidade de Referência em ILPF foi o que mais agradou o engenheiro agrônomo Ângelo Magalhães, gerente da Fazenda Caldeirão, em São Luís Montes Belo (GO). Para a estudante de Agronomia Bruna Siqueira, o Dia de Campo permitiu tirar dúvidas e receber orientações de especialistas da área. Liliane Castelões Embrapa Cerrados





A cotonicultura no Brasil está cada vez mais eficaz. O resultado de todo o empenho do segmento (pesquisa e produtor), para certificar a cultura como uma das melhores do mundo, é evidenciado com estudos e a mais alta tecnologia aplicada em produtos que controlam um vasto número de parasitas, pragas e doenças no algodoeiro. A Basf demonstra em estudos, a eficácia no controle da Mancha de Ramulária (Ramularia areola ), por exemplo. O estudo realizado aconteceu na área da fazenda Nova Franca, município de Costa Rica (MS), safra

2014/15. A cultura do algodoeiro avaliada foi o genótipo FM975WS. A área cultivada foi em sistema de produção na semeadura direta com a cultura da soja, e milho no inverno. A correção de solo e a adubação, foram conforme o padrão utlizado na propriedade. O período de semeadura aconteceu no dia 28 de dezembro/15, sendo que a emergência ocorreu no dia 2 de janeiro/16 e a colheita no dia 22 de julho/16. No estande inicial da área, foram cultivados 10 plantas m-1 e no estande final, nove plantas m-1. No estu-


do, foram realizados também o delineamento e a unidade experimental com blocos casualizados, com quatro repetições e parcelas compostas por quatro linhas de 0,90m x 6m = 21,6 m², sendo que as avaliações foram realizadas nas duas linhas centrais. A área colhida foi de duas linhas (0,90m) x 4,0m = 7,2 m². Para o manejo fitossanitário (plantas daninhas, tratamento de sementes, controle de pragas, regulador de crescimento, maturador e desfolhante), o procedimento utilizidado foi o da propriedade. A avaliação das doenças, proposta por AQUINO et al. (2008), demonstrou que a severidade da Mancha de Ramulária, utilizando a escala diagramática de 20 folhas escolhidas ao acaso, na metade inferirior e a mesma quantidade de folhas na metade superior, nas duas linhas centrais da parcela, comprova que o uso dos fungicidas Basf,

inibe e transforma essa rigidez abaixo da curva de progresso da doença (AACPD). A massa foi de 30 capulhos e produtividade estimada em @ ha-1, de algodão em caroço. A análise estatística utilizada foi a Skott-Knot 5%, com utilização dos dados originais transformados em "(x+k)^1/2" com k = 0,5 ou “arcsen ((x/100)^1/2)”. Modelo estatístico: SASM - Agri Sistema para análise e separação de médias em experimentos agrícolas (Versão 3.2.4). OBSERVAÇÕES - Não foram observados sintomas de fitotoxicidez na cultura do algodoeiro em função da aplicação foliar de fungicidas. Após o início das aplicações, foi realizado o monitoramento da área experimental, e apenas no dia 26/03/16 foram constatados os primeiros sintomas da Mancha de Ramulária com a cultura (estádio F6).








CONCLUSÕES Para as condições de campo em que o trabalho foi conduzido, com incidência tardia da mancha de ramularia e severidade final 80,0% no baixeiro e 40,0% no ponteiro, no estádio C6, podemos concluir que: nenhum sintoma de fitotoxicidez foi constatado na cultura em função dos diferentes tratamentos com fungicidas: 1 - Eficácia sobre AACPD da mancha de ramularia: todos os tratamentos com diferentes programas de aplicações de fungicida diferiram significativamente do tratamento Testemunha, formando cinco grupos: A - O primeiro grupo com eficácia de 41,3% o Fox+Aureo >Fox+Aureo >Fox+Aureo >Fox+Aureo >Fox+Aureo B - O segundo grupo com eficácia de 76,3 a 83,5%, os programas: OperaUltra+Assist >PrioriTop+Nimbus> Mer tin 400 >Fox+Aureo >Fox+Aureo >Score; OrkestraSC+Assist >OrkestraSC+Assist>Mertin400 + Score >Opera Ultra+ Assist>Score e OperaUltra+Assist >Fox+Aureo >Fox+Aureo >Mertin 400+Score >Score C - O terceiro grupo com eficácia de 89,0 a 89,3%, os programas: OrkestraSC+Assist >OrkestraSC+Assist> OrkestraSC+Assist >OrkestraSC+ Assist >OrkestraSC+ Assist e OrkestraSC+Assist >OrkestraSC +Assist>Mertin 400+Score >Fox+Aureo >Score D - O quarto grupo com eficácia de 92,5 a 96,0%, os programas: OperaUltra+Assist >PrioriTop+Nimbus>Mertin 400 >OrkestraSC+Assist >OrkestraSC+Assist >Score e OperaUltra+Assist >OrkestraSC+Assist>OrkestraSC +Assist>Mertin 400+Score >Score E- O quinto grupo com eficácia 98,9%, o programa Fox+Aureo >OrkestraSC+Assist >Mertin 400+Score> OrkestraSC+Assist >Score 2 - Peso médio (g) de capulho: apenas os programas de fungicidas OperaUltra+Assist >OrkestraSC+Assist> OrkestraSC+Assist >Mer tin 400+Score >Score;

OperaUltra+Assist >Fox+Aureo >Fox+Aureo >Mertin11400+ Score >Score; Fox+Aureo >OrkestraSC+Assist >Mer tin 400+Score >OrkestraSC+Assist >Score e OperaUltra+Assist >PrioriTop+Nimbus >Mer tin 400 >Fox+Aureo >Fox+Aureo >Score, proporcionaram valores superior estatisticamente em relação ao tratamento testemunha. 3 - Produtividade (@.ha-1) de algodão em caroço: a menor produtividade foi constatada nos tratamentos: Fox+Aureo >OrkestraSC+Assist >Mer tin 400+Score >OrkestraSC+Assist >Score, Testemunha e Fox+Aureo> Fox+Aureo >Fox+Aureo >Fox+Aureo >Fox+Aureo, que não diferiram estatisticamente entre si, os demais programas de fungicidas constataram produtividade superior estatisticamente. 4 - Considerações: o programa de fungicidas OperaUltra+ Assist>OrkestraSC+Assist >OrkestraSC +Assist> Mertin 400+Score >Score proporcionou melhor relação de eficácia 96,0% no controle da Mancha de Ramulária e produtividade 23,6 @.ha-1 de algodão em caroço a mais do que o tratamento testemunha, seguido do programa Opera Ultra+Assist >PrioriTop+Nimbus >Mertin 400 >OrkestraSC +Assist>OrkestraSC+Assist >Score com eficacia de 92,5% e média de 24,2 @.ha-1 de algodão em caroço a mais do que o tratamento testemunha. * Pesquisador/Fundação Chapadão. Engo. Agro. Me. - CREA RN 170725777-9 - Pesquisador/Fundação Chapadão, Engo. Agro. Me. CREA RN 130460001-7 - ** Tec. Agropecuária/Fundação Chapadão *** Engo. Agro. Estagiário Fund. Chapadão, Convenio Mestrado UFMS **** Estagiário Fundação Chapadão, Convenio Mestrado UFMS ***** Fundação Chapadão, Fundação Chapadão ****** Estagiário Fundação Chapadão, Convenio UEMS




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