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Arthur Vieira

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Roberto Schima

Roberto Schima

Arthur Vieira João Pessoa/PB

Com a sombra das Brasilit

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Reluzia na penumbra de tanto suor, o fim se aproximava e o inexplicável se materializou com arrepios e formigamentos que assolaram minha nuca. Minhas pálpebras entraram em convulsão enquanto sentia o jato quente a inundar a buceta dela. Jogueime todo grudento por cima do seu corpo. Uma temperatura anormal emanava. Da minha parte as pancadas no coração retumbavam em meus ouvidos. Puxei minha pica mole, e encerada, para fora dos entrefolhos dela. Resfolegava tal qual alguém que viu os pés perderem o chão. Ela parecia um motor de alta capacidade no início das suas atividades. Eu só queria acender um cigarro e estirar meu corpo de barriga pra cima. A pele branca vicejava no quarto lúgubre e o calor das portas e janelas fechadas tributavam nossa sudorese. As linhas macias do cigarro bailavam no ambiente que merecia um breve silêncio. Sua mão acariciava minhas bolas em uma vã tentativa de reanimar o meu cacete recém exaurido. Na cara que ela queria outra sem tirar de dentro, mas a natureza, ou sei lá deus, não quis assim. Depois os homens é que são foda... Foda é o caralho! Se tivesse meu suporte essa xota tava no serão e ainda pedindo mais. Sem mesuras, deslizou sua cabeça até o mastro derretido e tentou restaura-lo. A porra do cacete tinha vontade própria –é... um pouco menos de vontade, sinceridade – e parecia bem apático naquele instante. Não me opus ao gesto. Em algum momento ela iria vencer essa batalha. Lá fora o mundo funcionava em prol das suas bagagens cotidianas: compras e vendas, consertos e concertos, carregamentos e desembarques, humilhações e desprezos. O meu pau não tava nem ai... não interrompi aquela gentil boca. Apoiei as mãos atrás da minha cabeça e deixei tudo o que podia acontecer surgir. O sangue que era pra subir pra chapuleta sumiu, se esvaiu, não deu notícias. Só que ela sabia como funcionava a parada toda. Após muito voluntarismo, reagi. Ela tinha que melhorar essa abordagem com os dentes. Reclamo, “mas com a prática se alcança a excelência?”. Saiu essa fagulha do meu pensamento. Quando de

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chofre, aquela pele escorregadia fez escalada sobre a minha carcaça, que ora entrava, ora saia da minha piroca meia bomba. Com certa dificuldade no manejo, buceta e pica besuntados saiam da rota desejada criando um entrave pra segunda trepa engrenar. O pau ficou duro, fudemos e meus ovos ficaram doloridos a pampa. Ela se deitou de costas. Fingia controlar o fôlego. Meus pulmões ardiam, a pele que fazia a capa deles também ardia, só que não em fogo, era gelado. Ela puxava uma respiração pesada, devia estar em uma zona abissal do sono - foi rápido. Sabe... aquela imperturbável. Ameacei dar um abraço nela, fiz menção de levantar o braço, acho que bolinei de leve no seu dorso, o corpo deu uma sacodidela, assim desisti do gesto. Congelei como se estivesse em sono de penedo. Passou um tempinho até o silêncio natural do escuro aparecer. Me ajeitei de cara pra cima e repousei com os braços cruzados em cima do meu torso. A alcova era de uma canícula desmesurada. Não conseguia pegar no sono, e tal forma não me colocava em uma situação confortável. Busquei uma maneira de desvencilhar-me sem ser notado. Vagaroso, deslizei para fora do catre e alcancei o banheiro. Dei uma enxaguada nas bolas e na glande, depois enchi as duas conchas da mão com a água da pia e golpeei-as com violência na minha cara – demorei a perceber que os movimentos deveriam ter sido feitos em ordem contrária. Passou. Os grilos chalreavam na lobregues daquele minúsculo barraco. Sabia que não iria dormir, e o bairro onde me ancorei era completamente anômalo a mim. Então, sair de fininho não era uma opção. Me conformei com a minha condição de estranho e busquei um local para sentar, fumar uns cigarros e não esculhambar com o sono daquela silhueta que começara a bramir um ronco que retumbava na vacuidade. Meus olhos, em dado momento, se familiarizaram com a escuridão que me cingia. Senti meu pau jazido sobre o plástico arranhado da cadeira. Titubeei por duas vezes em pôr os meus panos, logo veio uma projeção idealizada de que suspenderia o seu descanso encovado. A lomba dela parecia um litoral anecúmeno. Límpido, sem nenhuma deflagração evidente. Um arremedo de lençol lhe cobria os flancos, contudo as pernas enleadas irradiavam um estro invulgar. Os cabelos dormiam em fúria. Divaguei tanto naquele pedaço de carne pulsante que o priapo ressuscitou tal qual um Lázaro. As cavernas foram inundadas de sangue e verve, naturalmente ganhou pulso. Palmilhei até o banheiro novamente afim de abaixar a temperatura afoita.

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Permaneci uns bons minutos com a benga debaixo das lágrimas do chuveiro. Não deu certo. O que me restou foi aplicar a velha bronha. Me coloquei sob a água e sacudi me caralho puxando pelo memento fodas antediluvianas. Um leve espasmo, e a gala descia ducha abaixo pelo ralo do chão de cimento cru. Pelo menos não escorrega. Na haste do banheiro repousava uma toalha de fios rosa bordado com o nome de “Suellen”. Esse não era o nome dela, tentei conjecturas que logo se dissiparam. “Seja lá quem for, não tá aqui”. Catei um cigarro, uma linha de suor verteu da minha fronte, mesmo após uma chuveirada. Voltei ao cagatório. Escolhi uma boa posição e colei na privada, mesmo sem vontade alguma de bater um barro. Fumei tibiamente o cigarro. Geralmente na alta noite eles duram bem menos. A casca da madrugada, finalmente, aparentava se rachar, os fachos de luz da manhã gemiam timidamente. Logo, logo, a madruga se estrebucharia em paridela pra emergir a vida de uma manhã. Gastei uma sola até esse momento chegar. Tentei colar no colchão sem produzir ruídos, consegui. Aquele vulto de fêmea seguia incólume. Os meus olhos ardiam e uma febril onda oscilava pelas minhas fibras. “Quando chegar no meu barraco vou apagar.” “Como vou falar pra ela que tô sem passagem pra ir embora...?”

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