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Beny Barbosa

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Roberto Schima

Roberto Schima

Beny Barbosa Fortaleza/CE

Super Kaká, Um Super - Herói Diferente

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Naquele tempo, era costume, as crianças brincarem na rua. No sábado à tarde, Carlos Alberto e a sua irmã, estavam sentados no batente, quando se aproximaram dois meninos e o convidaram para brincar. Cabeça e Zezim, o acharam um pouco diferente, mas isso não importava. Já para Kaká, foi uma tarde inesquecível, pois havia se sentido incluído na brincadeira. Como era tempo de férias escolares, já às oito da manhã, as crianças estavam reunidas para brincar. Zezim e o Cabeça apresentarem Kaká à turma. Netinho pegou o novo amigo pelo braço e foi logo dizendo que a brincadeira era de super-herói. Cadim, que até então não tinha chegado perto, perguntou-lhe em tom desafiador: −Qual super-herói tu vai ser, novato? −Ele vai ser... o Homem Vento Respondeu o Cabeça, pelo amigo – ao perceber que Kaká não sabia o que era um super-herói. Naquele dia, à tarde, Cabeça foi à casa de Carlos Alberto e foi logo dizendo: −Olha o que eu trouxe pra tu! disse ele, mostrando-lhe gibis de super heróis, os apresentando e explicando os poderes que cada um. Depois que eles foram embora, Kaká pediu que a sua mãe fizesse uma capa de super-herói e, como era habilidoso, ele mesmo rabiscou o desenho. No dia seguinte, a indumentária ficou pronta: ela era amarela, batia até a batata da perna e tinha as letras SK, bordadas de linha azul escura. Com as sobras de tecido, a sua mãe ainda fez uma máscara. Dona Arlete entregou-lhe dizendo: − Agora temos super-herói em casa: o Super Kaká! O super Kaká saiu correndo pela casa como se estivesse voando. Birimbau, o seu cachorro, vendo aquele alvoroço, foi atrás dele, latindo e tentando alcançar a capa amarela. Eles se divertiram o dia inteiro. No domingo, dona Arlete pediu ao filho que fosse comprar pão e leite. Deu-lhe o dinheiro já trocado para que ele não se embaralhasse com o troco. Era por volta das sete da manhã quando o menino vestiu a sua capa de super-herói e saiu para mais uma missão. Ele esperava não ter que enfrentar nenhum vilão, pois ainda sentia um pouco de sono; tanto é, que preferiu não ir voando. Em seu bracelete intergaláctico, ativou o modo CAMINHAR LENTO. Contudo, antes que o Super Kaká chegasse ao

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seu destino, avistou de longe uma pessoa. Rapidamente, usou a VISÃO QUADRICULANTE, que detectava vilões ao longe, e foi assim, que ele identificou Cadim. − O que foi, baixinho? Tá me encarando por quê? perguntou ele. O Super kaká encarou o seu opositor, mas nada falou. Apenas cerrou os punhos, como se fosse acertar-lhe um golpe certeiro. − O que foi, vai querer me bater? perguntou Cadim, em tom de desafio. Cadim segurou num de seus braços, apertando-os com bastante força. Contudo, um cachorro apareceu do outro lado da rua e quando o vilão se virou para ver do que se tratava, o Super Kaká aplicou o golpe DESTARRAXA 360º e desvencilhou-se do vilão. Acionou o modo VOO DA ÁGUIA e assim, livrou-se imediatamente daquele ataque. Ao chegar em casa, ele contou à mãe a sua aventura e disse-lhe que só conseguira escapar porque voara. Dona Arlete sorriu para o filho de forma incrédula.

Aquele domingo era o último dia das férias escolares. Estava ventando bastante, muito mais do que o de costume. Kaká estava em casa na companhia apenas da irmã. Ele acordouse com o som das crianças correndo pela rua. Ainda sonolento, desceu da cama, foi até a sala de visitas, abriu um pouquinho as gretas da janela e viu os colegas fantasiados de super-heróis, correndo pela rua. Ele então não perdeu tempo. Vestiu a sua capa e todos os paramentos de Super Kaká e escapuliu sorrateiro para a rua. Zezim e o Cabeça, devidamente paramentados de Capitão Tempestade e Caveira Negra, respectivamente, ficaram felizes com a chegada do Super Kaká. Os demais super-heróis foram chegando até formarem a “Aliança do Bem”. Pouco tempo depois, um super-herói apontou no início da calçada: a indumentária era toda azul escura, como se fosse um robô espacial. Ele aproximou-se lentamente da turma e, somente quando começou a falar, foi que a criançada o identificou: era Cadim, que foi logo dando o seguinte comando: − Venham, temos uma missão importante a cumprir! Sentindo-se desafiado, mas confiante com a presença de seus aliados, o Capitão Tempestade e o Caveira Negra, o Super Kaká armouse de coragem e prosseguiu. Os super-heróis caminharam alguns quarteirões até chegarem em frente a um velho prédio, quase desabitado. Então, Cadim disse aos super heróis: −A missão é a seguinte: cada um de nós deverá deixar a sua marca lá no alto do prédio – disse ele –apontando para a cobertura do prédio. - Quem não conseguir, estará fora da Aliança do Bem. Os super-heróis olharam para cima, entreolharam-se e ficaram em silêncio.

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− Bando de molengas! bradou Cadim! Super Kaká não se fez de rogado. Acionou em seu bracelete intergaláctico o modo CORAJOSO e seguiu para a escada, seguido por Cadim, que logo tomou a dianteira do grupo. Sem muita dificuldade, as crianças conseguiram acessar a laje do prédio. Aconteceu que o Super Kaká acionara o modo PASSO SUPERSÔNICO e ultrapassou o líder, chegando primeiro. Para disfarçar a sua irritação, Cadim disse; −Como você chegou em primeiro, tem o direto de escrever o seu símbolo antes de todos; só que bem aqui na beira, que é a parte reservada aos mais corajosos. Cadim deu a Kaká lata de tinta e o pincel. Os outros super-heróis fizeram um silêncio temeroso. O Super Kaká, de forma reticente, pegou a lata, o pincel e caminhou em direção ao parapeito. Contudo, quando estava para registrar a sua marca, Cadim correu para impedirlhe de fazer a sua marca, antes dele. Nesse momento, uma lufada de vento mais forte fez com que Cadim se desequilibrasse e caísse no vácuo. Num zeptossegundo de tempo, Super Kaká acionou, em seu bracelete Intergaláctico, o modo VOO DO FALCÃO PEREGRINO, abriu a capa e saltou no vácuo, desaparecendo do olhar das outras crianças. Como se acordassem de um sonho, os super-heróis desceram correndo as escadas do prédio, fazendo muito barulho e provocando a ira dos poucos moradores. Esperavam, lá em baixo, encontrar o pior. Contudo, quando alcançaram a calçada, se depararam com Cadim chorando, abraçado ao Super Kaká. As crianças não entenderam direito o que havia acontecido, mas sabiam que estavam diante de um superherói diferente.

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