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Caroline Cristina Pinto Souza

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Roberto Schima

Roberto Schima

Caroline Cristina Pinto Souza Botucatu/SP

Memórias de ilusões

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O nome dela, ele balbucia A plúmbea aquarela, a trágica azia Noites como esta se discorrem a fio E o que me resta: nada mais que um vazio Ele sai discreto, sob a sombra da lua Sôfrego desafeto, a despedida crua Eu o espio da janela, a outra sob seus braços Dantes eu, a Cinderela; me encolho, me desfaço!

Só de rebobinar aquele nosso dia... Formamos um par, o piano rugia; Sua pegada profunda, seu beijo ardente Fascínio que inunda, erótica enchente. Porém, a desgraça no baile atual Ele a caça como um ingênuo pardal A conduz ao meio, pede acompanhamento de orquestra Rodopio num desnorteio, a repulsa me sequestra. A intensa troca de olhar, os lábios em contato Os dois a se entregar num ruído insensato Eu admito… a outra… bem mais bela Interno conflito, ferida sequela. Eu me oculto, me refugio na poesia Lírico tumulto, verso em sangria Assim a partida, o desfecho cretino Grafia caída, cruel figurino.

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