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Charles Burck

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Roberto Schima

Roberto Schima

Charles Burck Rio de Janeiro/RJ

Poema

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Abro ritualisticamente cada botão Do marfim à porcelana, há um corpo de carne e sonhos dos músculos que voluntários se abrem Como é virtuoso o rosa da pele, o sagrado templo da mulher e das pétalas carmim nascido do tremor das faces e os roçar das coxas entre o olhar e o desejo das mãos, tantas pequenas vidas a nascerem da compreensão do bem que me fazes Hoje me recuso a usar o manto das esperas, tudo me cabe e me chama o sol de diferentes séculos se transforma em teus seios O sussurro da voz que escapa da gravidade prematura de muitas felicidades A tentativa de definir o que sinto me escapa, deixo-a ir, o olhar pensativo se vai entre as paisagens e os momentos Dou meia-volta sobre o corpo que concede o gozo Queixo encravado no ombro como se visitasse outro mundo Como se visse dentro do espelho o exausto homem a aprender novamente as velhas canções de amor As provações sendo cicatrizadas, As feridas sendo fechadas, enquanto há um murmúrio suave das peles ganhando novas células Os segredos contados ao livro de dupla face, nas páginas sem fim. O suor de baunilha perfuma o ar como um aroma recém-nascido e a suavidade das palavras que envolvem um amante no outro, Como o indefinido espaço entre o outono e a primavera

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