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Chumbo Pinheiro
Chumbo Pinheiro Natal/RN
Cinzas
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Perdi o fio da meada e da história. O fio da memória já não passa na tela do meu filme cortada por uma lâmina de navalha feita de palavras. Meu travesseiro é um androide, Um smartfone, um tablet. Estou no asfalto sob uma infinidade de luzes, e de uma lua que ainda teima em ser soberana. Na madrugada um grilo triste resiste na beira de um canal para águas servidas que escoam dos ralos das casas e mansões e seguem lentas em direção ao rio, que não morre! E grita por socorro na voz de um sapo ninja. A água é turva, a fome é clara, o dia é de sol e seca. A dor não vem das estrelas mais elas aparecem, é noite. O dia escuro o fogo do sol não é mais do sol é do meu peito, é do meu chão. Eu bebo suor e como vidro com a mão enquanto vou me tornando cinzas.