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Luís Amorim

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Teresa Azevedo

Teresa Azevedo

Luís Amorim Oeiras, Portugal

A prima da vizinha

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Jornal do mês finalizava O cultural que ocupava Muito do tempo que dava Em criatividade inteira Escrita na paz caseira Mas que tanta divisão Reclamava culinária vocação Uma minha forte paixão Apenas com ligeiro senão Nos imensos ingredientes Que primavam ausentes Por alguma planificação Não feita com atenção Aos detalhes da função Em cozinheiro de eleição Pelo menos na consideração Para espelho voltada Com medalha adornada. Mas na tarde que recuperava Como distante olhava Nem tudo eu dispunha Próximo da minha unha Ou braço que corria Para lá onde se escrevia No jornal que me referia Voltar então à cozinha fria E aquecê-la doravante Na confecção pensante Por criativa bastante Mas nem sempre plena Com tudo pronto à cena E quando tanto me faltava Condimento que temperava A refeição como preparada A ser, por mim, cozinhada Vizinha eu procurava Que por cima habitava. Mas quando lá tocava Quem me surpreendia No instante que aparecia Era a sua prima sorridente A qual no imediatamente De pronto me socorria Com sal, azeite ou azevia Fruta, bolacha e pão Ou farinha pela mão Às vezes óleo dizendo Ao tempero mexendo Ficaria mais saboroso Para tragar moroso Como sucedia por manjar De tanto apreciar. Mas nessa dita vez Talvez espelhado na tez Minha por espantada Estaria em falta contada Por mim à confeccionada Que iria ser cebolada Ingrediente dispensável Nunca por mensurável. Muito tempo não esperei E até bem desconfiei Que quantidade trazia Superior ao que eu pedia Recebendo na certeza Em alto cesto para mesa A minha ficaria repleta Ao cozinhado afecta Se a tudo eu confecção Com a melhor aplicação Desse a receita melhor Pelo menos ao sabor Do que ela na atenção Me ofereceu de coração.

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Agradeci e à cozinha voltei Onde por minutos recordei Dias outros em que precisei De recorrer a quem confiava No adicional que eu meditava E ninguém mais encontrava Que ajuda me desse E nada cobrado houvesse Pela ajuda de amizade Sincera e com verdade Na vizinhança que pudera Ser assim por esfera Toda que houvesse Em sociedade que vivesse Dessa forma em harmonia Por qualquer enfrentado dia. Lembrei-me de encomenda Por registado uma adenda Comigo no ausente Modo de longínquo ente Naquele outrora instante Onde telefone adiante Vi como salvação radiante À vizinha no rápido pedido Para ter ela por recebido O que para mim chegaria E nem eu ao certo saberia Tal o número de encomendas Que me acenavam rendas Provocando algumas fendas No orçamento mensal Mas sem mossa especial. Dessa vez, a primeira Pensei que interesseira Minha conversa soaria Enquanto bastante ela ria Percebendo meu convicto Acalmando inquieto espírito Dizendo ser a prima Não a vizinha de estima Que eu tinha por certo Reforçando ainda o perto Em que estaria para mim Com nobreza no seu fim Sem duvidar qualquer Da minha parte à mulher Que me atendia do lado Outro pelo instante escutado. Mais pacotes e cartas Tiveram sequências fartas Sem contares precisos Nem identificados avisos Sobre o que aí viria Apenas um pedir que faria O meu corar de embaraço Por dar incómodo abraço Telefonando à vizinha E recebendo prima minha No quase a sentir tal Pois que cenário igual Se apresentava sem excepção De todas as vezes ligação Feita a solicitar recepção Ao carteiro de antemão Avisado para aquela curiosa Entrega sempre rigorosa. Mas não era o pleno Pois que belo aceno Eu recebia quando subia A rua onde muito via Da sua esbelta figura Pela janela sua pintura Mais criadora pura Enquanto aproximação Dava à nossa habitação Em prédio de recepção No qual ocasiões mais Havia para os cordiais Sorrisos dela em escada Crescentes por visitada Pois que ela própria Era a quem eu estendia O tal periódico jornal De índole tão cultural Na minha volta pontual À vizinhança com sinal De nova publicação No mês por consideração.

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Era de gratuita distribuição O jornal da minha vocação Ao qual eu dava prosa E também poesia calorosa Ficando bem gratificado Ainda mais considerado Quando exemplares distribuía Como mensalmente acontecia Em tantas casas por especial Como na de vizinha ideal À minha evidente satisfação Quando porta dava revelação Da prima em nomeada Simpatia de tão elogiada Por mim sempre registada. Mas de regresso ao presente Da ocasião por referente E cebolada final já quente Resolvi telefonema seguinte Feito para jantar de requinte À vizinha por convite amável Diria mesmo irrecusável Quando ela se deu afirmativa Ser a prima na alternativa Proposta da visita ser eu Com o acrescentado pitéu Apenas para nós em duo Comigo aceite sem amuo Ainda que não percebendo Porque não ela descendo Viria ter ali comigo Um seu grande amigo. Estava a subir escadas Com senhoras espantadas As que tinham entrado Pouco antes com reprovado Olhar pela quente cebolada Que não lhes seria ofertada Pois que apenas destino Seria para nosso paladino Quando me dei novamente A conjecturar pela mente Ser eu a subir até ela Ao invés de acender vela Para a receber em simpatia Na minha casa que via Sempre um bom ambiente Até com música referente Ao romantismo envolvente. Só quando toquei à campainha E apareceu a minha rainha Se assim puder identificá-la Por muito considerá-la É que percebi a razão De estar eu na posição De visitante com refeição Na cebolada de nosso gosto Bem visível em duplo rosto. É que sempre eu via a prima Só quando ela estava acima Tão bela para mim uma rainha Na casa da minha vizinha.

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