LiteraLivre Vl. 5 - nº 28 – jul./Ago. de 2021
Luís Amorim Oeiras, Portugal
A prima da vizinha Jornal do mês finalizava O cultural que ocupava Muito do tempo que dava Em criatividade inteira Escrita na paz caseira Mas que tanta divisão Reclamava culinária vocação Uma minha forte paixão Apenas com ligeiro senão Nos imensos ingredientes Que primavam ausentes Por alguma planificação Não feita com atenção Aos detalhes da função Em cozinheiro de eleição Pelo menos na consideração Para espelho voltada Com medalha adornada. Mas na tarde que recuperava Como distante olhava Nem tudo eu dispunha Próximo da minha unha Ou braço que corria Para lá onde se escrevia No jornal que me referia Voltar então à cozinha fria E aquecê-la doravante Na confecção pensante Por criativa bastante Mas nem sempre plena Com tudo pronto à cena E quando tanto me faltava Condimento que temperava A refeição como preparada A ser, por mim, cozinhada Vizinha eu procurava Que por cima habitava.
Mas quando lá tocava Quem me surpreendia No instante que aparecia Era a sua prima sorridente A qual no imediatamente De pronto me socorria Com sal, azeite ou azevia Fruta, bolacha e pão Ou farinha pela mão Às vezes óleo dizendo Ao tempero mexendo Ficaria mais saboroso Para tragar moroso Como sucedia por manjar De tanto apreciar. Mas nessa dita vez Talvez espelhado na tez Minha por espantada Estaria em falta contada Por mim à confeccionada Que iria ser cebolada Ingrediente dispensável Nunca por mensurável. Muito tempo não esperei E até bem desconfiei Que quantidade trazia Superior ao que eu pedia Recebendo na certeza Em alto cesto para mesa A minha ficaria repleta Ao cozinhado afecta Se a tudo eu confecção Com a melhor aplicação Desse a receita melhor Pelo menos ao sabor Do que ela na atenção Me ofereceu de coração.
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