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Agostinha Monteiro
Agostinha Monteiro
Vila Nova de Gaia – Portugal
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A palavra
Vive presa na afónica revolta Reforçada com hábil insistência Na tortura da minha consciência Porque a parca palavra não se solta.
Não incorre no risco de mentir Não incorre no risco de atacar Falsear, maltratar ou perdoar Já não detém o poder de ferir.
Palmilha o meu espírito deserto Desnudado por olhos encobertos Ferozmente impedidos de falar.
E neste mundo sempre mais incerto Nos lábios do povo entreabertos A palavra precisa se refrear.
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