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Ivo Aparecido Franco

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LiteraAmigos

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Ivo Aparecido Franco

São Bernardo do Campo/SP

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Lápide

Em meio à noite fria, triste e lucífuga Morri Juntei-me a lembranças relevantes E a memórias que simplesmente esqueci

Jogar-me-ão na cara: morreu cedo Mas pergunto-te: para que queres viver Tanto Para quedar-se na ignomínia e no medo¿ Saberes, os levo com minha alma Prazeres, os deixo com meu corpo Por isso transes, leias, liberte-se! Assim o lume humano, nunca será morto

Compêndio de tua vida: O silêncio que por aqui impera Mesmo com tanto por dizer Foi, a vida inteira, tua regra Em tua busca pelos jardins do Éden Deixaste que arruinassem De maneira infeliz e inglória Das latifoliadas às angustifólias Reunistes com os teus A fim de celebrar a vida eterna Em tardes de domingo opacas Enquanto a vida uterina, real Corroeu-se pela química mundana (Das empresas que tanto admirastes) Converteu-se num angustiante nada! Aceitastes de bom grado ser estéril No consumo de uma vã felicidade Galfarro do agrotóxico e da química Agora ostentas a infertilidade

Enfim, jamais andaremos lado a lado Pois da vida, amigo, tanto não viu Outra parte compreendeste errado Nunca iria servir pra nada mesmo De minha parte, ter muitos anos mais Se só para, como ti, desenvolver Impressões tão comezinhas, bestiais De hoje para sempre Ausência é regra Silêncio, desde então O nosso mantra

Que não seja pela falta de palavras Pois as teria até mesmo proutras Campas Contudo, mesmo aqui pra todo sempre Inda sim, improdutivo, teu silêncio Noutras lápides só a foto e algum nome Que ostentaram toda vida feito nêncios!

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