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Rosa Maria Soares Bugarin

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LiteraAmigos

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Rosa Maria Soares Bugarin

Brasília/DF

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Garimpo

Torso nu, olhos de noite, coração de descobertas, suores de inquietudes, determinismo fremente. Assim, na companhia dos sonhos, o que buscas, poeta? Escavas a terra árida com mãos nuas, sem luvas, buscando o diamante do segredo que permitirá a alquimia do sorriso, o sentido do ser feliz. Escavas a dura rocha e encravas a permanência nos caminhos do buscar a chave de ouro que abrirá solidões, apaziguará, soberana, o mundo em convulsão, Garimpas as minas negras... Onde estará o brilho da união entre raças, ditas humanas? Respeitando posições? Persistes oh poeta garimpeiro em traçar nos caminhos sinuosos, escondidos desenhos de amor, selos de passagem, de encontro, joias de caridade, brilhantes do entender,

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almas refulgentes de esperas, no sublime mistério de ver, sendo, o outro. Não desistes, poeta, não renegas a missão que é toda tua... O rarefeito ar das profundezas, sopra vivo e alerta, os cristais da inspiração. Então, paras e ouves o som de teus lamentos, curvado na angústia de não encontrar o alívio em tua busca. E desses acordes nascem cantos de esperança Manto que te cobre e te protege. Põe luzes de versos em sombrias minas, recria atalhos, renova forças, instala lanternas de brilho intenso e duradouro, constrói castelos de fé para guerreiros da procura, tocando o ouro dos desejos continuados, na explosão do Bem, que edifica, afinal, um melhor amanhã, qualifica estrelas-guias, seguras, sapientes, lapidando o diamante dos laços entre humanos, que aceitam, respeitam, vibram, vivem o heroico e coerente destino da Criação.

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