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Luis Fernando Ribeiro Almeida
Luis Fernando Ribeiro Almeida Pinheiro/MA
Banana! Três Reais A Dúzia!
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Naquela manhã de sexta-feira, um dia de dezembro, na parada do bairro de São Brás, na espera do ônibus para ir à universidade, eis que vejo vindo uma espécie de carroça puxada por dois homens, um mais velho e um mais novo. Sobre a carroça, muitas bananas, bananas à mão cheia! Amarelas como ouro, aquilo era uma visão empolgante. Aqueles dois homens, então, suados, como que tivesse percorrido um longo caminho, começaram a dizer, encadeando as falas: — Banana! Três reais a dúzia! — Banana! Três reais a dúzia!
Um após outro, como em um jogral. O mais velho, com mais ênfase, o mais novo, com certa malandragem. — Banana! Três reais a dúzia!
Em meio ao barulho, muita agitação. Naquele ponto de ônibus, o pregão: — Banana! Três reais a dúzia!
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Ao lado, um pouco mais à frente, um cesto de palha ou vime, forrado com folhas de bananeira, estava repleto de uma iguaria muito apreciada no local: o beiju de Bragança, torradinho, amarelinho como as bananas na carroça. — Banana! Três reais a dúzia!
Ônibus passando...
Banana cacau, banana prata, banana maçã, banana da terra, banana roxa! Bananas à mão cheia!
Talvez, por ter ouvido uma pergunta de uma curiosa, o vendedor apressouse, dizendo: — Banana prata! — Banana prata, hein!? Só vendo — disse a senhora atrás de mim. Uma olhada para a fruta. Lá vem o ônibus que esperava. Uma correria. Entro no ônibus. Passo na roleta. Um cartão digital para pagar a viagem. Sentome na poltrona. Ao fundo, ainda conseguia ouvir: — Banana! Três reais a dúzia!
@fernandoalmeida_pinheiro