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Paula Gibbert
Paula Gibbert Santa Carmem/MT
Procurada
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Joaquim olhava para a foto de Maria que a mostrava exatamente como era: perfeita.
Ele estava desesperado, pois a amava. Do seu jeito, mas amava.
Tudo lhe voltou à cabeça novamente.
Ele estava começando a entender a cabeça dela, mas era difícil aceitar essas ideias. Para ele, ela só sairia com ele, sem maquiagem ou roupa que chamasse a atenção para seu corpo bem desenhado. Ele tentava não ficar enciumado, porém ficava doido só em pensar que mais alguém pudesse olhar para ela do jeito que ele olhava. Essa obsessão era o que Maria não aceitava. −Pare, Joaquim. Eu não sou desfrutável como você pensa. Se estou com você, não quero estar com outros, mas quero viver. Quero sair para passear, jantar fora, viajar, trabalhar. −Não. Trabalhar fora, nunca. Eu consigo te sustentar. −Não se trata disso. Eu quero me sentir útil. −Você é útil. Para mim. Aqui em casa. Pronta para quando eu chegar. −Você me sufoca. −Isso é amor, minha cara. Eu te amo muito. −Isso tem outro nome. Você me tem como um objeto. Assim não dá. −Claro que dá. Você é livre para sair comigo quando quiser. Vamos jantar fora hoje?
Maria correu para o quarto e, se trancou nele. Joaquim exigiu, aos berros que ela abrisse a porta, mas ela não abriu. Ele dormiu novamente no sofá.
Pela manhã, ele voltou a chamar por ela, mas nenhuma resposta obteve.
“Ah, vou deixá-la dormir. Quando eu voltar para casa à noite, vai estar tudo bem, como sempre.” Pensou.
Trabalhou o dia inteiro pensando nela. Ligou algumas vezes para ela, mas ela não atendeu. Na última tentativa, ele até pensou em pedir desculpas, porém o telefone anunciou caixa postal.
Comprou um buquê de rosas vermelhas para ela. Estava eufórico para revêla. Sentira muita saudade dela.
Encontrou a porta escancarada, a casa vazia e um bilhete.
“Joaquim, fui procurar a felicidade. Te amo, mas não dá para viver assim.”
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