1ª Edição - Abril/Maio 2014
Educação e Empreendedorismo com Ozires Silva
Universo da Literatura Infantil com Christina Hernandes
• Novidades do mundo dos livros
Entrevista exclusiva com Laurentino Gomes • Sugestões de livros Autor da trilogia 1808, 1822 e 1889
Editorial Apresentamos a revista bimestral Literatura & Cia. A única revista do Vale do Paraíba e região focada exclusivamente em literatura e suas variáveis editoriais. Lançamentos, entrevistas, notícias do mercado editorial, colunas com personalidades literárias, educativas e do mercado empreendedor. Tudo isso em um layout clean e direto, sem meandros. Nessa primeira edição contamos com uma entrevista exclusiva do jornalista e autor do best-seller da trilogia 1808,1822 e 1889 Laurentino Gomes, que nos conta sobre esse fenômeno de vendas e também sobre a situação social e política do país na época até a atualidade. Contamos também com colunistas de renome regional e nacional. Nossa autora de livros infantis e juvenis Christina Hernandes, assina uma coluna sobre os livros infantis e sua importância na educação das crianças e jovens. Sobre educação e empreendedorismo teremos a coluna de Ozires Silva, renomado coronel da Aeronáutica e engenheiro, projetou e construiu o avião Bandeirante e foi um dos fundadores da EMBRAER. Contamos com o apoio da maior agência de notícias editoriais do país, a Publish News, a qual fechamos parceria para utilizarmos suas novidades através de suas matérias e notícias do mundo editorial de autores, editoras e livros. Para finalizar, agradecemos nossos colaboradores, colunistas, o entrevistado exclusivo Laurentino Gomes, os quais nos deram força e pela confiança
depositada, com a garantia de um trabalho bem feito, com afinco e amor sobre o assunto: Literatura & Cia. Desejamos uma ótima leitura! Patricia Borges
Expediente Editora e jornalista responsável: Patricia Borges MTB: 59.846-SP
Diagramação e editoração: Alexei Augustin Woelz Assistente editorial: Laís Cristine de Sousa Colunistas: Ozires Silva Christina Hernandes Colaboradores: Publish News Tiragem: 3.000 exemplares Impressão: Focus Vale Distribuidor: Robson Lanziloti Distribuição Gratuita: São José dos Campos, Jacarei, Caçapava, Taubaté, São Luiz do Paraitinga, Lorena, Cruzeiro, Moreira César, Aparecida, Pindamonhangaba e Roseira Contato: Tel: (12) 3302-1533 / 9-8115-7506 revistaliteraturaecia@gmail.com Não nos responsabilizamos pelas informações contidas nos anúncios publicados ou nas matérias assinadas, que não representam necessariamente a opinião do veículo.
Realização:
Mercado editorial dos livros
Chegada da Amazon nos HQs empolga autores
O Globo - 28/04/2014 - Por Ramon Vitral
PL das biografias deve ser votado nesta terça-feira O Globo - 29/04/2014 - Maurício Meireles
O polêmico projeto de lei que autoriza a publicação de biografias de personalidades públicas sem autorização do biografado ou seus herdeiros pode finalmente ser votado na Câmara dos Deputados. O PL 393/2011, do deputado Newton Lima (PT-SP) está na pauta de votação de hoje do plenário. Depois de causar controvérsia entre deputados pró e contra a liberação das biografias, a expectativa é que o projeto atinja a maioria de votos necessários para seguir para o Senado. “A minha expectativa é que não vá ser uma votação simples, uma vez que ainda há colegas que colocam o direito de imagem à frente do direito à informação e à liberdade de expressão, mas eu espero que a maioria compreenda que não é possível proibir a produção de livros. É preci-
Há algo em curso no mundo dos quadrinhos virtuais. O consumo gratuito de gibis na internet reina soberano, mas autores e editores de HQs digitais operam em várias frentes para passar a lucrar com seus conteúdos. A compra da loja digital de quadrinhos ComiXology pela Amazon [adiantada em primeiríssima mão pelo PublishNews] foi o mais recente e categórico indício do potencial de um mercado virtual de gibis. “Quadrinhos digitais ainda não são rentáveis, pois a internet está cheia de coisa anteriormente impressa disponível de graça”, afirma o desenhista britânico David Lloyd, ilustrador do clássico V de Vingança. Para o sócio da brasileira Balão Editorial e editor de títulos disponíveis para compra online, Guilherme Kroll, a compra feita pela Amazon no início do mês é reveladora em relação ao potencial do mercado. “A Amazon tem um perfil de comprar e assimilar, então acho que a ComiXology se tornará uma parte integrante da corporação. Isso implica que o modelo de venda de quadrinhos que a ComiXology tinha era bom, rentável o bastante para interessar a Amazon. Resumindo, significa que há dinheiro para ser ganho nesse mercado”, diz. so acabar com a censura prévia”, diz Newton Lima. A negociação entre os líderes de bancada para que o PL das Biografias fosse votado com urgência resultou em uma emenda ao projeto original, de autoria do deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO), que agora prevê o uso de juizados especiais em processos de calúnia e difamação envolvendo biografias, o que garantiria punição mais rápida nesses casos. A emenda foi uma tentativa de se chegar a um consenso entre os parlamentares, mas ainda assim há deputados que se opõem à liberação das biografias não autorizadas.
Laurentino Gomes - Entrevista O jornalista e autor Laurentino Gomes responde as perguntas ao Jornal Literatura & Cia sobre seu trabalho como autor dos livros 1808 – 1822 – 1889, lançados pela Editora Globo. Cada título conta a História do Brasil, desde a vinda da família Real para cá. Laurentino Gomes trabalhou por muitos anos na Editora Abril, e muito tempo depois seguiu com um antigo projeto sobre como contar de forma clara, objetiva e humorística sobre a História de um Brasil cheio de história. Laurentino é um autor inovador por conseguir provar que é possível gostar de ler; e melhor, a aprender e a saber mais sobre fatos históricos. Principalmente quando se escolhe o caminho mais curto para isso, abordando através de uma linguagem coloquial, mais simples. L&C - Laurentino, qual foi a importância e o objetivo em lançar a trilogia –1808 1822 -1889, contando sobre a história do Brasil aos leitores? A ideia dos números nas capas, e o subtítulo atraente seguindo uma forma humorística, foi proposital para despertar curiosidade aos leitores, e consequentemente incentivar a leitura? Você acreditou nessa fórmula certeira para atrair o interesse a todo o tipo de leitor? Isso se deve a sua ideia ou ao marketing editorial? – Eu procuro demonstrar com os meus livros é que a História pode ser fascinante,
divertida e interessante, mas sem ser banal. Para isso, faço uso de todo o conhecimento e a experiência adquiridos como jornalista em mais de trinta anos de atividade como repórter e editor de jornais e revistas. Na essência, a pesquisa de um escritor para escrever um livro sobre História do Brasil é muito semelhante ao trabalho de reportagem. É preciso ler muito, consultar documentos, confrontar diferentes fontes de informação na tentativa de chegar o mais próximo possível da verdade. A linguagem e a técnica jornalísticas ajudam a tornar a
História um tema acessível e atraente para um público mais amplo, não habituado ao estilo árido e, às vezes, incompreensível dos livros acadêmicos. Portanto, tento servir de filtro entre a linguagem especializada da academia e o leitor médio. Além disso, não me limito a pesquisar os livros e fontes tradicionais. Vou aos locais dos acontecimentos de duzentos anos atrás, mostrando como estão hoje. Procuro atualizar valores da época, fazer comparações e dar exemplos. O estilo dos três é o mesmo: capítulos curtos, pequenos perfis dos personagens e linguagem acessível. Isso explica também os subtitulos das três obras. Esse recurso bem humorado é usado com o propósito de provocar o interesse do leitor, como se faz, por exemplo, num título de capa de revista ou numa manchete de jornal. No texto eu combino análises mais profundos dos acontecimentos e personagens com detalhes pitorescos, surpreendentes e divertidos. Tudo isso ajuda a atrair e reter a atenção do leitor. E ninguém precisa sofrer para estudar História.
na Bienal do Livro do Rio de Janeiro de 2007. Hoje passo boa parte do meu tempo lendo, pesquisando ou viajando pelo Brasil para dar aulas, fazer palestras e participar de sessões de autógrafos e conversas com os leitores. E confesso que nunca estive tão feliz. O reconhecimento e o contato com os leitores tem funcionado como um elixir da juventude para mim. Sinto-me renovado e com muita energia para me dedicar aos futuros livros.
L&C- Toda essa sua ascensão e reconhecimento, lhe motiva mais a escrever sobre as várias histórias do Brasil? – Sim, eu tenho observado um interesse crescente pela História do Brasil e fico feliz por ter dado uma contribuição nesse fenômeno. Nunca se venderam tantas obras sobre o tema. Nas bancas de revistas é grande o número de publicações que trazem o título História na capa. Há inúmeros sites de internet e canais de TV por assinatura dedicados ao assunto. Acredito que isso não é mera conscidência. Durante décadas, o brasileiro relutou, com certa razão, a se L&C- Como se sente sendo considerado identificar com a sua tortuosa história repela Revista Época uma das cem persona- publicana, permeada por golpes militares, lidades brasileiras mais influentes no ano ditaduras, intervenções e mudanças brusde 2013? Você define esse valor agregado cas nas instituições, e brevíssimos períodos a sua pessoa pelo seu poder de persuasão de exercício da democracia. A boa notícia através da forma como escreveu? é que essa história mal-amada talvez esteja – Para mim, é um grande orgulho recefinalmente mudando. O Brasil exibe hoje ber essa tipo de homenagem. Sinto como ao mundo quase três décadas de exercício uma recompensa por ajudar os brasileiros, continuado da democracia, sem rupturas. especialmente os leitores mais jovens, a Isso nunca aconteceu antes. É a primeira gostar de História. Ser um escritor bestvez que todos os brasileiros estão sendo, de seller é mera consequência da reportagem fato, chamados a participar da construção bem feita, bem pesquisada e bem apurada. nacional. É curioso observar que este moUm livro tem grande poder de transformento de transformação coincide também mação. E o primeiro alvo da mudança com aumento do interesse pelo estudo da geralmente é o próprio autor. Minha vida História do Brasil. Acredito que os brasimudou bastante desde que lancei o “1808”, leiros estão olhando o passado em busca
de explicações para o país de hoje. Dessa maneira, procuram também se aparelhar mais adequadamente para a construção do futuro. Isso é uma excelente notícia. L&C- Você já tem algum projeto para uma nova publicação? Pretende permanecer na linha jornalística ou outro tipo de pesquisas históricas? – O livro 1889 é o encerramento de um ciclo na minha carreira como escritor. Tenho vários projetos, mas nenhum definido até agora. Eu não excluo a possibilidade de fazer uma outra trilogia sobre a História do Brasil, mas a fórmula de capa será diferente. De certeza, por enquanto, só sei que 1889 será o último livro com data e números na capa. Os próximos livros terão títulos diferentes. Gostaria de escrever um livro sobre a Guerra do Paraguai, outro sobre a Inconfidência Mineira, talvez mais um sobre as grandes rebeliões do período da Regência, entre a Abdicação de Dom Pedro I, em 1831, e a maioridade de D. Pedro II, em 1840. Essa é uma década fascinante, em que muitas ideias e muitos projetos de Brasil foram testados, às vezes a custa de muito sangue e sofrimento. Espero que, mesmo com uma nova receita de capa, continuem a fazer sucesso entre os leitores. L&C- Em uma de suas entrevistas a TV, achei interessante o seu comentário referente a mudança política e social no país. Você comentou que isso começou de uns
anos para cá, uns 30 anos. Que o Brasil é um país muito jovem, e que somente agora ele começa a acordar, a mudar. Você pode citar um ponto na nossa colonização que justifique essa cultura enraizada de corrupção no nosso país? – É quase impossível entender o Brasil de hoje sem olhar para o passado, e estudar as nossas raízes históricas. Ao longo de sua história, o país falhou na tarefa de realizar coisas importantes, como prover educação para todos, reduzir a pobreza e formar cidadãos capazes de conduzir os seus próprios destinos em um ambiente de democracia. As pessoas participam pouco da atividade política, não vão a reuniões de condomínio ou de pais e mestres, desprezam os partidos políticos, os sindicatos e associações de bairro, ou seja, são totalmente ausentes das decisões que afetam a sua vida. Mas cobram muito do Estado. Acho que essa falta de interesse é uma herança da época da monarquia. É preciso lembrar que, na maior parte da nosa história, o Estado brasileiro foi construído de cima para baixo. Tivemos sempre um estado forte, centralizado, que organizava tudo, centralizava tudo, vigiava e controlava tudo. O rei ou um imperador teria a missão de cuidar do bem-estar geral. E nada se fazia sem a autorização do soberano ou de seus agentes. Um estado assim forte e centralizado é um indutor de corrupção. As pessoas se sentem tentadas a seduzir o agente público em troca de concessões, benefícios e privilégios que só o
estado pode conceder. Portanto, a melhor maneira de resolver o problema da corrupção é pelo exercício da democracia, o que, felizmente, vem acontecendo nos últimos anos. Pode demorar um pouco, mas tenho certeza de que no futuro, se perseverarmos nesse caminho, o Brasil será um país mais ético, honesto e digno de todos nós. L&C- Você acredita que o Brasil ainda possa se tornar um país desenvolvido ou avançado em tecnologia, comparando há países como Alemanha e Estados Unidos? – Acho que o Brasil vai melhorar, mas não tanto nem tão rápido quanto nos imaginamos. É preciso reconhecer que este é um país em desenvolvimento, com enormes dificuldades estruturais, que incluem uma precariedade muito grande na educação, a ferramenta mais fundamental que existe para a construção de cidadania de qualquer coisa que nós queiramos ser no futuro. Portanto, o Brasil não vai virar uma nação de primeiro mundo amanhã. Isso envolve uma mudança cultural mais demorada do que imaginamos. Ainda assim, não podemos perder a esperança nem cair no cinismo, pensando que a sociedade toda é corrupta mesmo, violenta por natureza e sem conserto. Cinismo é achar que todo mundo é corrupto, por isso também vou corromper. A falta de esperança somada ao cinismo é muito perigosa. Ou essa combinação conduz a um processo de acomodação geral, com uma sociedade
que não reage mais, dominada pela violência e pela corrupção, ou leva ao golpismo. Laurentino você tem recebido elogios e admiração por parte de professores, lhe parabenizando da forma como abordou fatos históricos. Relatando a história de forma simples e humorística, através de sua escrita coloquial, com o propósito de aproximar o leitor de seus livros. L&C- Você se sente satisfeito, realizado, com o sentimento de missão cumprida e atendida por parte dos professores de história, os quais te elogiam e admiram por conseguir expressar pesquisas e fatos históricos dessa forma diferente aos padrões de livros de História? – Isso me deixa muito feliz. Meu objetivo inicial era fazer apenas um bom livro reportagem, que tornasse a história da fuga da família real portuguesa para o Brasil acessível a um público mais amplo. Para minha surpresa, no entanto, a repercussão acabou sendo positiva também entre professores e estudantes. Os três livros já foram adotados como obras para-didáticas por diversas escolas no país inteiro. Quero ser uma porta de entrada para esses estudantes, de maneira que os meus livros ajudem a despertar neles o interesse pela História do Brasil, de tal forma que, mais tarde, eles se animem também a ler trabalhos mais profundos e densos, como “Raízes do Brasil”, de Sérgio Buarque de Holanda.
L&C- O que você aconselharia aos alunos de ensino fundamental e médio para que venham se interessar por leitura histórica, já que muitos não se entusiasmam nem por ler. Qual dica você daria aos educadores para estimular a leitura em sala de aula? – Acho que é importante não limitar as atividades em sala de aula aos livros didáticos e à grade curricular. Infelizmente, boa parte dos livros de História do Brasil, em especial as obras didáticas, não conseguem seduzir os leitores, muito menos as crianças e adolescentes. Acredito que seja um problema de linguagem. Esses livros usam uma linguagem peculiar das universidades e centros acadêmicos, muito técnica e difícil de entender por parte de um leitor comum, não especializado no tema. Nas escolas, os estudantes frequentemente são obrigados a decorar nomes e datas sem ter a noção do que eles significam. É preciso mudar essa triste realidade. Hoje existe uma infinidade de outros recursos que podem ser utilizados para atrair o interesse dos estudantes. São filmes, revistas, histo-
rias em quadrinhos, sites de internet, entre outros formatos que ajudam a tornar uma aula mais interessante. Eu, por exemplo, preocupei-me em fazer versões juvenis dos meus livros, com linguagem mais adequada e ainda mais acessíveis ao público adolescentes. História é, por natureza, um tema controvertido, que oferece múltiplas visões sobre os fatos e personagens. A história do Brasil, em particular, é muito carregada de estereótipos, mitos e versões que nem sempre tem a ver com a realidade. Nos filmes e minisséries de TV, D. João aparece sempre como um rei bobalhão, guloso, que não tomava banho e era incapaz de tomar decisões. Será que era assim mesmo? Está aí um bom tema para discussão com os alunos. Então, é fundamental que os professores promovam discussões em sala de aula para desenvolver o espírito crítico nos estudantes. A História é uma ferramenta de construção de identidade coletiva e individual. Uma sociedade que não estuda História não consegue entender a si própria porque desconhece suas raízes e as razões que a trouxeram até aqui. E, se não consegue entender a si mesma, pro-
“Os estudantes muitas ve-
zes lêem autores maravilhosos, como Machado de Assis ou Aluisio de Azevedo, com grande enfado só porque vai cair na prova. É um obrigação tão pesada que os acaba afastando de vez dos livros.”
vavelmente também não estará preparada para construir o futuro de forma organizada e estrutura. O estudo de História é hoje, talvez até mais do que qualquer outra disciplina, uma ferramenta fundamental na construção do Brasil dos nossos sonhos em um novo ambiente de democracia. L&C- Alguns educadores e mestre em Literatura acreditam ser correto os alunos iniciarem suas leituras com todo o tipo de livro. Você concorda que o aluno tem que ler todas as linhas editorias, até a um gibi? Ou você acredita que alunos tem que começar a ler e a estudar a lista de livros clássicos, como Carlos Drumond de Andrade, Mário Quintana, Machado de Assis, dentre muitos outros autores consagrados? – Acho que a leitura deve ser, sempre que possível, sinônimo de prazer e nunca de obrigação. É errado impor a leitura dos clássicos brasileiros nas escolas pelo sistema de avaliação nas provas, sem que isso ajude a desenvolver de fato o gosto pela leitura. Os estudantes muitas vezes lêem autores maravilhosos, como Machado de Assis ou Aluisio de Azevedo, com grande enfado só porque vai cair na prova. É um obrigação tão pesada que os acaba afastando de vez dos livros. Por isso, acho que a introdução à leitura deve acontecer de forma suave, através de qualquer formato e conteúdo disponível e atraente para as crianças e os jovens. Isso incluem best-sellers, como os da série Harry Potter, e também livros e revistas em quadrinhos. Todo estímulo à leitura é bem vindo.
cidades que já foi figurada de maior PIB, e uma das maiores em pólo tecnológico brasileiro, sede de grandes empresas, como a Embraer? – Já visitei o Vale do Paraíba diversas vezes, e tenho a maior admiração pelas cidades dessa região. O vale foi cenário de um dos eventos mais importantes da História do Brasil, a jornada do então príncipe regente Pedro, herdeiro da coroa portuguesa, em direção às margens do Ipiranga. Descrevi em detalhes essa viagem no meu livro 1822, e ainda gostaria de fazer um documentário reproduzindo esse roteiro hoje. É um dos meus projetos para os próximos anos.
L&C- Todo ano é realizado uma pesquisa por órgãos competentes levantando dados estatísticos que apontam o índice de leitura pela população brasileira. O quadro tem se mostrado baixíssimo. Tem leitor que não chega a ler nem um livro por ano. Você acredita que esse quadro possa mudar, melhorar com o decorrer dos anos? – A escola tem papel fundamental no incentivo à leitura, mas não consegue enfrentar sozinha esse desafio. Uma pesquisa recente mostrou que o brasileiro lê, em média, menos de um livro por ano. É muito pouco comparado com os países europeus, em que o índice de leitura às vezes é superior a dez exemplares por ano por pessoa. Mas a mesma pesquisa mostra que 60% dos brasileiros não leitores nunca viram o pai ou a mãe com um livro nas mãos. O hábito da leitura se adquire, portanto, principalmente em casa. Essa é uma L&C- Laurentino você conhece as cidades mudança cultural na qual a escola pode onde fica o vale histórico do Vale do Pa- ajudar, mas é muito mais ampla e extrapola raíba? E o que você diria sobre São José os limites do sistema de ensino. dos Campos, que é considerada umas das
Ozires Silva - Educação e Empreendedorismo Uma prioridade mundial Podemos avaliar e concluir que o mundo vive momentos de crescente competência. Os produtos e serviços que recebemos do exterior, em particular do Hemisfério Norte, são crescentemente mais inteligentes e oferecem maior capacidade de uso com grande proficiência, dentro de espectros aplicativos os mais amplos. São resultados diretos de projetos e de instalações sofisticadas, levados a cabo por pessoas e equipes, bem formadas e treinadas, em geral com graduação de alto nível em escolas competentes. Não são poucos, entre autoridades, especialistas e mesmo leigos, que buscam a analisar os fatores que levam à criação de condições e fatores nacionais que permitem tais resultados. E o que se nota é que, quanto mais se pensa sobre o assunto, mais surgem discussões sobre a importância da educação e dos cursos de treinamento para criar forças de trabalho capazes de identificar o novo e desenvolver resultados que nos levam, a todos, a avançar e crescer na estrutura mundial do conhecimento. Estamos falando de algo entre os mais importantes atributos do
mundo moderno e, certamente, responsáveis por essa verdadeira revolução, sob a qual vivem as gerações do presente e certamente viverão as do futuro. Em face desse cenário, quanto mais cada um de nós tenha estudado ou quanto maior seja nossa graduação pessoal na escada do aprendizado, da cultura e do saber, mais constatamos que ainda há muito o que debater para se obter maior eficiência possível nos métodos e processos de transmissão do conhecimento. Tais debates avançam. E, mesmo nos países mais avançados e que maiores resultados colhem na competição mundial, todos ainda pensam que ou estão atrasados ou perdendo competição contra outros. As competições sobre educação que povoam os comentários e publicações mundiais mostram algumas nações obcecadas por melhores escolas, por níveis crescentes de aptidão matemática e por capacidade para dotar seus cidadãos de maior desenvoltura no campo das ciências exatas. Há grandes discussões e reclamações nos Estados Unidos, Cingapura, Hong Kong e outros, contestando que suas escolas ainda precisam melhorar. Preocupações des-
“sem o incremento
das artes, litera- turas, músicas e humanidades– não estariam criando gerações exces- sivamente técnicas, que perdem sua capacidade de criar e inovar.”
“ainda há muito o que debater para se obter maior eficiência possível” se tipo, vindas de mais e mais fazedores de opinião e especialistas, não deixam de mencionar que o ensino nos seus respectivos países não parecem estar gerando “inovadores” em número ou em níveis de competência suficientes. Índia, Coreia do Sul e China, que já muito avançaram sobre seus processos educacionais e têm surpreendido e mesmo assustado o mundo, com seus crescentes exércitos de engenheiros, também estão se perguntando se matemática e ciência demais — sem o incremento das artes, literaturas, músicas e humanidades– não estariam criando gerações excessivamente técnicas, que perdem sua capacidade de criar e inovar. E tais preocupações parecem válidas, pois embora o progresso econômico e crescente presença de produtos que se apresentam no mercado mundial, nota-se que muitas áreas do mundo muito pouco têm contribuído, com produtos globais, resultantes de inovações que, rompendo com presente, chegam ao futuro com sucesso. A reclamação básica vem da busca pelos jovens de especializações em engenharia e em cursos de gestão de projetos ou de administração, afirmam muitos especialistas, acrescentando que estão se
afastando das culturas sociais e que, se não tivermos pessoas com suficiente conhecimento sobre ciências humanas, podemos perder competição com próximas gerações do mundo desenvolvido. “Nós precisamos encorajar uma maior incubação de ideias para tornar a inovação uma iniciativa nacional”, disse Azim Premji, o presidente da Wipro, um das principais empresas de tecnologia da Índia. Estamos no início de convergência global na educação: China e Índia tentarão inspirar mais criatividade em seus estudantes, e Estados Unidos serão mais rigorosos em matemática e ciências. São abordagens diferentes que podem criar diferenças. Mas alguns vencerão mais que outros, e serão aqueles que possam mais cedo atingir equilíbrio entre técnica e a arte, produzindo especialistas que também sejam humanos.
“Nós precisamos encorajar uma maior incubação de ideias para tornar a inovação uma iniciativa nacional”
Christina Hernandes - Universo Infantil Da fantasia a realidade sem perder os sonhos Escrever historia infantil aconteceu por acaso na minha vida. Estava um dia sentada à frente da minha máquina de datilografia, pensando: “o que vou fazer com isto? Queria uma máquina de costura!” Como não era possível mudar a realidade, resolvi tornar a máquina de datilografia em algo útil e inesquecível na minha vida. Assim meio que sem querer, comecei a escrever, não sei bem o que, até aquele momento. Era meados de 1997, me pegava com freqüência, preocupada com o futuro das crianças, com sua infância sendo atropelada com tantas informações que se pronunciavam. Pensei, pensei, e de repente fui tomada por um devaneio fantástico, fruto da minha rebeldia inocente de trazer à tona a criança abafada, escondida dentro de mim. Permitindo-me libertá-la,a fantasia desabrochou como num milagre divino, nascendo uma singela história, baseada nas cantigas, nas parlendas, e tantas outras brincadeiras que embalavam a criatividade dos amiguinhos da minha infância, responsáveis pela paixão e amor que tenho pela vida. Surge o personagem Minguinho buscando respostas fora dele para sua felicidade. Após muito procurar encontra um ancião, que lhe diz para se permitir e será feliz.
Seguindo este caminho, na busca de respostas, surgiram muitas outras historias, cada qual com seu enredo partindo das inquietações infantis do seu dia-a-dia, transportando para a linguagem simbólica, trazendo na fantasia a possibilidade de transformar aquilo que parecia impossível. Não tenho a experiência de escrever histórias de fadas, princesas exclusivamente, mesmo assim, elas apareçam algumas vezes, nos enredos das minhas tramas retratando o desejo infantil de resolver seus conflitos com algo extraordinário, fruto dos seus sonhos, da fantasia permitindo que continuem vivas, tendo esperança na vida e na solução dos seus dilemas. A criança tem no imaginário o seu porto seguro, onde pode viver o que quiser, como quiser, lhe dando a possibilidade de ser ela mesma. Por sua aparência física frágil alguns adultos as subestimam, não é o meu caso, pois uso a provocação para instigá-las à reflexão. Alguns dos meus livros: ”Caverna de Cristal”, onde o personagem principal é um cabide, que decide procurar a liberdade, “Árvores Guerreiras”, a solução do desmatamento decidido pelas árvores, “Pena e Papel”, o questionamento dos elementos da natureza, o qual esse livro recebeu premio da Secretaria de Estado da Cultura em 2008.
“Um distancia-
mento cada dia mais gritante das crianças pelas questões cívicas.”
“A criança tem no imaginário o seu porto
seguro, onde pode viver o que quiser, como quiser, lhe dando a possibilidade de ser ela mesma” Sei escrever partindo da realidade, dos medos, das incertezas, dos conflitos familiares, da aceitação do sim ou não, enfim, dados do cotidiano infantil tantas vezes esquecido, talvez negligenciado pela incapacidade do adulto, também de enfrentar suas questões internas, mal resolvidas, assim, as deixamos a sua própria sorte. Matutando sobre tudo que já ouvi das crianças, educadores, pais, ao longo dos quinze anos de carreira literária, comecei a observar outros esquecimentos. Um distanciamento cada dia mais gritante das crianças e adolescentes pelas questões cívicas. Preocupada com o assunto, me propus escrever historias que resgatassem, ou ao menos plantassem a semente da inquietação no imaginário infantil. Surgiu Filó. Seu nascimento se deu quando das Comemorações dos 500 anos do descobrimento do Brasil, surge a historia “Filó, a Exploradora”, uma baratinha que se une aos amigos e embarca nas naus de Pedro Álvares Cabral e vem para o Brasil, participar do seu descobrimento. Continuando minhas próprias inquietações, criei a coleção Filó homenageando nosso país, numa tentativa de trazer à tona o espírito da nacionalidade, o amor
à pátria, e nós brasileiros retomar nosso espaço como cidadãos. Surgem as historias dos hinos pátrios. Pensando sempre na liberdade de expressão, me aventurei no campo dos contos, poesias, trovas, romances (ainda não publicado), com participação em 23 (vinte e três) coletâneas, duas publicadas na França e dois contos publicados em coletânea infantil no Uruguai. O caminho e a criação continuam, outras historias, coleções, estão aguardando edição. Não tenho pressa, após uma vida inteira vivida com muita alegria, entendo que não precisamos ter pressa, o que está reservado para nós acontece, é a lei divina. Esta sou eu, assim que eu sou, preocupada com aquilo que está além e tão perto de todos nós.
Livros - Sugestões Biografia “Fruto de 20 anos de pesquisa e entrevistas, esta obra vai além dos limites biográficos apresentando textos inéditos, depoimentos de familiares, primeiras poesias e rico acervo fotográfico, a poeta e pesquisadora Rita Elisa Seda e o sociólogo Clóvis Carvalho Britto apresentam um retrato fiel da vida pessoal e artística de Anna Lins dos Guimarães, a Cora Coralina, uma das principais poetisas brasileiras reconhecida internacionalmente.”
Manual Técnico É uma obra em que os autores idealizaram com grande sensibilidade. As pessoas que se dedicam a esta difícil tarefa de cuidar de idosos, terão a seu alcance, um texto abrangente, de fácil entendimento e muito didático. Agregando a experiência de longos anos com a pastoral da saúde e com o cuidado de pacientes de todas as idades, mas especialmente com os idosos. Os autores puderam elaborar essa obra, que vem preencher uma lacuna importante sobre esse tema: cuidar de pessoas idosas. Pois é preciso muita direção, amor e acima de tudo, idealismo.
Contos É um livro gostoso de se apreciar e ler, devido a fácil leitura através de suas histórias e causos, em que todos podemos nos identificar. Cada leitura avançada é um capítulo novo com histórias levemente divertidas, algumas até surpreendentes.Você acredita? É um título sugestivo que surgiu pelas histórias contadas e escritas pelo próprio autor , o qual se inspirou em atividades de lazer e curtição com amigos, festas, confraternizações de trabalho e outras situações cabendo o autor Nilson Amorin formar diversos contos.
Infantil Educativo É uma linda historia que conta de forma leve a importância da preservação das praias e mares. O personagem Gabriel nos emociona no livro por demonstrar grande sentimento para o que precisamos cuidar com muito amor: a natureza.
Infantil Educativo A obra tem como objetivo apresentar aos pequenos leitores o processo de criação da letra e da música do Hino à Independência do Brasil. O livro ensina de maneira lúdica e divertida seu significado, amor à pátria e respeito aos símbolos nacionais.
Romance Juvenil Eve Mendes, e uma menina dependente dos pais e sonhadora. Em sua vida nada de extraordinário acontecia, mas logo, isso mudou. De uma vida rotineira, passa para uma vida com confusoes, mistérios e um sentimento estranho, maior que o amor verdadeiro. Uma paixão inexplicável terá um grande obstáculo, a qual não se sabe se será possível ultrapassá-lo. Uma historia que cativa o leitor do comeco ao fim. Tudo isso por causa de um único menino, Mark Danner. Essa história vai ter um final feliz ou surpreendente?