eaning ciência • cuidado • suporte
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Sal e Açúcar Nutrologia
Avanços na Oncologia Pediátrica Oncologia
Esclerose Múltipla Crônico-Evolutivas
A mulher moderna e a
endometriose
A Bayer adquiriu a Schering e criou a divisão Bayer Schering Pharma. No entanto, em alguns produtos, a marca Schering do Brasil permanecerá nas embalagens por um determinado tempo, de acordo com a regulamentação da Anvisa.
EXISTEM ENCONTROS NA VIDA QUE SÃO ÚNICOS.
A Bayer e a Schering agora são uma só: Bayer Schering Pharma. Após a aquisição da Schering pela Bayer, esta nova divisão farmacêutica da Bayer HealthCare vem unir experiência, tecnologia, ética e pesquisa para deixar sua vida ainda melhor.
Saúde Feminina • Oncologia • Terapêuticos Especializados Diagnósticos por Imagem • Primary Care
CIÊNCIA PARA UMA VIDA MELHOR
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Expediente Editor Chefe/Publisher Ana Georgia Cavalcanti
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Melo
Colaborador Internacional William Breitbart Conselho Editorial Ana Georgia Cavalcanti Angela Porchat Forbes Ricardo Caponero
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Melo
Jornalista Responsável Luciano Ricardo Rodrigues Consultor de Negócios Marcos de Almeida Fotografia João Neto Edição de Arte e Produção Editorial Grecco Comunicação www.grecco.com.br Colaboraram nesta edição Alex Macedo da Silva André Melo Anita Galvão Beatriz de Camargo Danielle Ovigli Eloisa Amaral da Silva Fernanda Scheer Fernanda Vieira Bastos Fernando Figueira Franklin Santana dos Santos Jacques Tabacof Leo Pessini Luciano Rodrigues Manoela Figueiredo Mariana Fontana Maurício Simões Abrão Ricardo Caponero Ricardo Meirelles Vania Assaly Yeda Bellia Revista Meaning Alameda Lorena, 1470 São Paulo/SP CEP: 01424-001 tel: 11 30635518 www.revistameaning.com.br Os artigos assinados são de responsabilidade do autor, não caracterizando, necessariamente, a filosofia da revista. Direitos autorais reservados à YPÊ Editora e Publicidade Ltda. A publicação de parte ou íntegra de qualquer texto desta revista em outra mídia impressa, eletrônica ou qualquer
outro meio só será permitida mediante a autorização por escrito da editora.
Estava refletindo sobre um tema para escrever o editorial dessa edição, quando recebi uma mensagem de um futuro colaborador, sugerindo um nome para sua coluna, que entrará na próxima edição: O mundo pode ser mudado? Fiquei surpresa com a criatividade de suas idéias e quando percebi, estava sorrindo. Achei muito interessante, primeiramente, porque o título por si só, indaga sobre a esperança. Se essa questão já fosse realmente uma certeza, não nos faríamos tal pergunta, nem muito menos a faríamos aos outros. Um questionamento tão simples e tão complexo. Suscita reflexões filosóficas e existenciais profundas, bem como, pode suscitar respostas monossilábicas. Imaginar o que cada um de nós poderia responder é que me fez sorrir, sem querer adiantar em nada o que será proposto. Existem os pessimistas, os realistas, os otimistas, os idealistas, os alienados e muitos outros tipos. Os pares, os ímpares. Todos podemos responder a essa questão: cientistas, filósofos, os analfabetos, sem titulações acadêmicas; os ricos e pobres; as crianças, os jovens, os idosos.Os atletas, os que torcem; os religiosos e ateus. Os de bem com a vida e os de mal com ela. Os que já alcançaram o que queriam e os que nunca nada traçaram, ou mesmo, os que nunca desejaram nada. Esta é a intenção dessa nova coluna, bem como a de outras que incluiremos nas próximas edições: criar um espaço de novas interpretações, de abordagens integrais, que se complementam. Célebre por sua frase “Na Natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”; Lavoisier (1743-1794), que viveu na época da revolução francesa, tendo como base o pensamento iluminista; expressava os direitos e deveres dos cidadãos, bem como os limites das sociedades em geral, influenciado pela sua formação em direito, profissão que nunca exerceu. Sua grande paixão era a ciência. Podemos nos preparar para responder sobre nossas expectativas sobre o mundo, até como exercício solitário. Levaríamos muito tempo ou responderíamos imediatamente, com a certeza absoluta de quem é dono da verdade? Voltando à frase de Lavoisier; a transformação não deixa de ser uma criação. É uma renovação, tudo no universo que se movimenta, leva a uma conseqüência, mas esse é o ponto, às vezes, uma evolução nem sempre é positiva, a noção do que é “progresso” deve ser ampliada, porque também nos tem causado danos. A criação é algo que está de alguma forma ligada à esperança, à fé na possibilidade, à busca. Nós existimos no mundo nesse momento, apesar dele estar muito doente. É nossa missão tentar transformá-lo em um lugar melhor, onde nada se perde e tudo se transforma mesmo. Nessa edição, antigos e novos temas em saúde são abordados na oncologia, saúde da mulher, do homem, nutrologia e muitos outros, de maneira séria, científica e profunda. O objetivo é a reflexão e criar um espaço para que essa publicação possa, se não transformar, ao menos cumprir a missão de colaborar com informação para um mundo melhor. Boa leitura!
Ana Georgia Cavalcanti de Melo Publisher
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Colaborador Científico Internacional William Breitbart Professor e Chefe do Depto de Psiquiatria e Ciências Comportamentais Memorial Sloan-Kettering Cancer Center Editor Chefe Palliative& Suppportive Care Journal Presidente da International Psycho-Oncology Society NY-EUA
Sexualidade Carmita Abdo Profa. Doutora Departamento de Psiquiatria FMUSP
Oncologia André Márcio Murad Professor Adjunto Doutor Coordenador do Serviço de Oncologia Hospital das Clínicas UF-MG
Caio Rosenthal Infectologista do Hospital Emílio Ribas Hospital Israelita Albert Einstein - SP
Antonio Carlos Buzaid Chefe do Setor de Oncologia Hospital Sírio Libanês - SP
Doenças Crônico-Evolutivas Acary Souza Bulle de Oliveira Prof. Doutor em Neurologia UNIFESP
Saúde da Mulher José Aristodemo Pinotti Prof. Emérito FMUSP Jorge Souen Prof. Doutor em Ginecologia da FMUSP
Antonio Sérgio Petrilli Prof. Adjunto Livre Docente /UNIFESP Doutor em Pediatria e Ciências Aplicadas/UNIFESP Superintendente Geral IOP/GRAAC - SP Artur Malzyner Oncologista do Hospital Israelita Albert Einstein. Chefe do Serviço de Oncologia Hospital Brigadeiro - SP Jacques Tabacof Hematologista e Oncologista Clínico Centro Paulista de Oncologia - CPO Programa Einstein de Oncologia -SP Nise Hitomi Yamaguchi Oncologista e Imunologista Doutora em Pneumonologia-FMUSP Editora Chefe Revista da Soc. Bras.Cancerologia Representante do Ministro da Sáude em São Paulo Ricardo Caponero Oncologista - FMUSP Hospital Israelita Albert Einstein, Hospital Brigadeiro, Hospital Edmundo Vasconcelos, Hospital Nove de Julho, Hospital Santa Helena Clínica de Oncologia Médica - SP Presidente Associação Brasileira de Cuidados Paliativos
Cirurgia Angelita Habr- Gama Profa. Emérita FMUSP Fisioterapia Yeda Capovilla Bellia Fisioterapeuta - FMUSP Especialista em Terapia da Mão - FMUSP Membro da Sociedade Americana de Terapeutas de Ombro e Cotovelo Nutrição Márcia Terra Nutricionista, Especialista em Nutrição Clínica do HC FMUSP e Membro da ADA American Dietetic Association Bioética Pe. Leo Pessini Professor Doutor em Bioética, Camiliano, Coordenador do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Bioética - Centro Univesitário São Camilo-SP Vice - Presidente Sociedade Brasileira de Bioética Representante Brasileiro na Diretoria da International Association of Bioethics
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Vicente Odone Professor Associado do Departamento de Pediatria da FMUSP
Nutrologia Vania Assaly Doutora em Nutrologia FMUSP
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3 Editorial 4 Conselho Científico 5 Índice 8 Pílulas 10 C rô n i c o - evo l u t i va s 12 C r ô n i c o - e v o l u t i v a s 14 S a ú d e d o H o m e m 16 A t u a l i d a d e s 18 O n c o l o g i a 22 Ética 28 Oncologia 34 Capa - Endometriose 36 Vida Saudável
42 Dicas de cultura 44 Turismo 46 Seu Direito
Erratas • Na chamada de capa, a matéria trata-se de Síndrome Pré -Menstrual e não Pós Menstrual, como foi escrito.
• Na matéria “Pacientes submetidos a
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Imagem: Stock.Xchng
cirurgias ortopédicas de grande porte têm mais chance de desenvolver trombose venosa profunda”, escrita pelo Dr. Marcelino Gomes publicada na última edição, esclarecemos que a rivaroxabana (nova substância anticoagulante de uso oral em estudo) não atua diretamente, de maneira significativa, na atividade plaquetária, o que pode reduzir a incidência de sangramentos cirúrgicos superficiais observados com alguma freqüência durante a terapêutica com derivados da heparina.
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Ganepão supera expectativas com novidades e atualização
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Fonte: Chico Damaso
“Que o teu remédio seja o teu alimento. Que o teu alimento seja o teu remédio” Hipócrates
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XXXI Curso Internacional de Nutrição Parenteral e Enteral – GANEPÃO 2008, que aconteceu entre 18 e 21 de junho no Centro Fecomércio, em São Paulo, contou com a presença de renomados conferencistas do Brasil e do mundo. O evento ocorreu simultaneamente ao III Congresso Brasileiro de Nutrição e Câncer e o inédito Internacional Conference of Nutritional Oncology (ICNO), integrando as disciplinas de oncologia clínica, cirurgia, quimioterapia e radioterapia com a nutrição clínica, enfocando a importância da abordagem multidisciplinar. De acordo com o presidente do Congresso e presidente do Ganep Nutrição Humana, o cirurgião do aparelho digestivo Dan L. Waitzberg, os cursos de educação continuada somaram 38 horas, proferidas pelos mais renomados professores brasileiros e estrangeiros. Cerca de 300 trabalhos livres foram apresentados pelos congressistas que afluíram de todos os estados do Brasil, países latino-americanos, Estados Unidos da América e Portugal. A acreditação do evento foi devidamente chancelada pela Comissão Nacional de Acreditação (CNA). O Cooking Show: Cozinhando Contra o Câncer” reuniu profissionais renomados como os drs. Dan Waitzberg, Shalom Kalnicki, Maria Izabel Lamounier Vasconcelos e Iara Biderman, além dos gastrônomos José Carlos Iglesias e Jorge Monti, para saborear um delicioso cardápio especialmente criado para prevenir o câncer. O Painel Interativo Computadorizado sobre Folclores, Lendas e Crendices Anti-Científicas em Nutrição também contou com vasto público. O simpósio:”Câncer de Pulmão e Nutrição: Controvérsias”, ressaltou questões preocupantes com relação à saúde de fumantes e fumantes passivos, como o fato de bebês de tabagistas nascerem em média 500g mais magros que as outras crianças. Pesquisas comprovam a ligação do tabagismo à osteoporose e à metástase, e que 50% dos fumantes adoece precocemente por causas relacionadas ao vício.
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Congresso Mundial de Endometriose
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Dr. Maurício Simões Abrão, presidente da Sociedade Brasileira de Endometriose, lançada em dezembro de 2007, informa que os projetos dessa Sociedade estão a todo vapor. Comemoramos também o grande prestígio do Brasil no Congresso Mundial de Endome-
triose – evento trienal, realizado em março, na Austrália. O Brasil foi o segundo país em número de representantes (ficamos na frente da Europa, da América do Norte e da Ásia e perdemos apenas para o país-sede!). Nesse importante congresso, o Brasil recebeu 30% dos prêmios distribuídos na ocasião.
O Porto Rubayat e a Confraria do Bem Comer
Desde o início desse ano, Carlos Iglesias comanda a Confraria do Bem Comer, que vem sendo um grande sucesso. A Confraria conta com palestras de profissionais de altíssimo nível, que abordam temas referentes à saúde e à qualidade de vida. Além disso, você pode desfrutar de um cocktail e um jantar esplendoroso. Um programa completo. Anote em sua agenda e confira a programação abaixo. Vale a pena!
11 de Agosto Gorduras monoinsaturadas, poliinsaturadas e aturadas: quais os mocinhos e os bandidos?
22 de setembro Fibras Importantes para quem e por quê?
6 de outubro Colesterol: bom ou ruim?
10 de novembro Alimentos com funções especiais para a saúde (alimentos funcionais) Reservas e Informações Gerente de Relacionamento do Porto Rubaiyat: Hulla Dias Fone: (11) 3077-1111 / Email: porto@rubaiyat.com.br
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Ômega-3 pode ajudar a controlar agressividade
O sol e seus muitos adeptos Um estudo realizado pela antropóloga Sylvia Cayubi Novaes, em parceria com a Sense Pesquisa, feito para a Johnson & Johnson, revelou alguns detalhes curiosos sobre como pessoas diferentes apresentam comportamentos distintos durante a exposição ao sol. No Rio de Janeiro, homens e mulheres preferem tomar sol em pé – o que permite uma maior exibição do corpo. Em São Paulo estão os mais bem aparelhados, com cadeiras, bonés, óculos, além de protetores específicos para cada parte do corpo. Já os países europeus, certamente graças ao clima mais frio, são os recordistas no uso de autobronzeadores ou camas de bronzeamento artificial. Curiosidade à parte, outra pesquisa, realizada pela Sociedade Brasileira de Dermatologia, identificou um comportamento preocupante no Brasil. Cerca de 70% da população freqüenta a praia sem nenhum tipo de proteção para a pele. Como era de se esperar, os homens são os mais displicentes: 77,9% não usam protetor, contra 64,5% das mulheres. O câncer de pele é o tipo de câncer mais freqüente, responsável por cerca de 25% de todos os tumores malignos registrados no Brasil. Fonte: Agência Estado
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O aumento no consumo de peixes ricos em ômega-3 ou de suplementos da substância pode ajudar no controle do comportamento agressivo, indicam pesquisadores da Universidade da Pensilvânia. Isso aconteceria porque o ômega-3 poderia melhorar a função cerebral – os cientistas atribuem a criminalidade a fatores biológicos, como uma disfunção genética no córtex pré-frontal. Um dos trabalhos que nortearam os pesquisadores, realizado em 2002 com 231 presos ingleses, apontou que o consumo do suplemento por pelo menos duas semanas reduziu as ofensas na prisão em 35% após cinco meses de tratamento. O trabalho foi apresentado no 4º Congresso Brasileiro de Cérebro, Comportamento e Emoções. Fonte: www.equilibrioesaude.com.br
Vitamina D pode estar ligada à fadiga e dores crônicas A falta de vitamina D pode estar associada a dores crônicas e fadiga, aponta um estudo publicado no site especializado Pain Treatment Topics. Após analisar dados de 22 estudos clínicos americanos apontou que a falta da vitamina pode também estar ligada à fibromialgia, problemas reumáticos, osteoartrite, hiperestesia, enxaqueca e outros distúrbios. A vitamina D é sabidamente essencial para a saúde óssea, além de haver suspeitas de que ela possa auxiliar na proteção contra o câncer de mama. Ela é encontrada em boas quantidades em alimentos como gema de ovo, fígado, manteiga e alguns tipos de peixes, além de ser produzida naturalmente pelo organismo após a exposição aos raios ultravioleta do sol. Fonte: Pain Treatment Topics, 06/2008
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Preservativos nas escolas O Governo Federal instalará 400 máquinas de preservativos em escolas públicas participantes do programa Saúde e Prevenção nas Escolas (SPE). O anúncio foi feito pelo ministro da Saúde, José Gomes Temporão, durante o 7º Congresso Brasileiro de Prevenção das Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) e Aids, realizado em Florianópolis. Fonte: Agência Estado
Cesariana pode ter relação com asma Há tempos são conhecidas as vantagens do parto natural em relação à cesariana. Agora, um estudo baseado no Registro Médico de Nascimentos do Instituto de Saúde Pública Norueguês aponta que bebês nascidos por cesariana têm 50% maior risco de desenvolver asma. Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores avaliaram informações de sobre 1,7 milhões de nascimentos ocorridos no período entre 1967 e 1998. Os resultados mostraram que bebês nascidos com ajuda de instrumentos como vácuo e fórceps tinham 20% maior risco de desenvolver a doença, contra 40% dos bebês nascidos de cesariana planejada e 60% dos nascidos em cesarianas de emergência. Os pesquisadores apontaram duras possíveis causas para essa diferença. A primeira estaria relacionada ao fato de os bebês nascidos por cesariana não serem expostos a bactérias de suas mães durante o parto, o que prejudicaria o desenvolvimento do sistema imunológico. A segunda especula que eles têm mais problemas respiratórios após o nascimento por serem menos expostos a hormônios do estresse e à compressão do tórax, mecanismos que contribuem para esvaziar os pulmões do líquido amniótico. Fonte: EurekAlert – Public release
Seis meses de licença-maternidade para servidoras de SP Um projeto de lei aprovado pela Assembléia Legislativa de São Paulo garante às servidoras públicas do Estado a ampliação de quatro para seis meses do prazo da licença-maternidade. Pelo texto da lei, a licença será concedida a partir do oitavo mês de gestação e o benefício se estende às servidoras que adotarem crianças com até sete anos de idade. Durante o período de afastamento a servidora não poderá exercer outra atividade remunerada nem manter a criança em creches ou organizações similares (no período da licença). Isso porque um dos principais objetivos da lei é aumentar o período de aleitamento materno, fundamental para a saúde da criança. Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) indicam que a criança amamentada até os seis meses de idade tem o seu sistema imunológico fortalecido: pode reduzir em até 17 vezes as chances de a criança contrair pneumonia, em 5,4 vezes a anemia e em 2,5 vezes a diarréia.Além de São Paulo, os Estados do Amapá, Rondônia, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas e Espírito Santo já anunciaram o benefício para suas funcionárias. O Estado do Rio de Janeiro aprovou a medida também para empresas privadas, mediante incentivos fiscais, e o Maranhão aprovou a proposta apenas para as funcionárias do poder Judiciário. Fonte: O Estado de S. Paulo
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Pneumonia
é a principal causa de internação hospitalar no país
Alex Macedo da Silva
Mestre em Pneumologia pela Unifesp Professor de Pneumologia da Unimes (Universidade Metropolitana de Santos) e Unilus (Centro Universitário Lusíada).
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egundo o DATASUS (Banco de Dados do Sistema Único de Saúde) são estimados, todos os anos, cerca de 2,1 milhões de casos de pneumonia no Brasil. Infelizmente, a doença ainda é a principal causa de internação hospitalar, mais de 960 mil por ano, e responde pela quinta causa de mortalidade no País. Vale ressaltar que diversos fatores estão relacionados ao desenvolvimento da pneumonia como gripes, resfriados, doenças alérgicas, alterações bruscas da temperatura e da umidade do ar, grande concentração de pessoas em ambientes fechados ou com circulação de ar prejudicada. Os principais sintomas são febre alta, tosse com secreção, dor no tórax, alterações da pressão arterial, mal-estar, falta de ar e respiração ofegante, prostração, suor intenso, calafrio, tremores e falta de apetite. Mas o que realmente causa a pneumonia? Sabemos que a doença é causada por bactérias, vírus, fungos e outros microorganismos infecciosos, sendo que a pneumonia bacteriana é a mais comum e atinge cerca de 50% dos pacientes. Isso ocorre porque, quando as defesas do organismo se enfraquecem, as bactérias são aspiradas pelo ar ou pelo contato com gotículas de saliva e de secreções contaminadas. Como conseqüência, as bactérias causam infecções que acometem os pulmões, mais especificamente os alvéolos (onde ocorre a troca gasosa) que se enchem de pus, muco e outros líquidos, impedindo o seu funcionamento adequado. Em 80% dos casos, as pneumonias não são classificadas como graves e podem ser tratadas em casa. No entanto, as pneumonias mais sérias, comuns em doentes com mais de 60 anos, respondem por 20% dos casos e estão relacionadas a outros fatores como idade, alteração da pressão arterial e da freqüência cardíaca. Nestes casos, a doença precisa ser tratada inicialmente com medicamento intravenoso, por isso, a internação do paciente é muitas vezes necessária. Entre as opções para combater o problema, um novo estudo clínico comparativo com o moxifloxacino,
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antibiótico da Bayer Schering Pharma, comprovou a eficácia do medicamento em pacientes com pneumonia e indicação de tratamento hospitalar. De acordo com o estudo, uma dose diária de moxifloxacino oferece o mesmo efeito dos tratamentos tradicionais realizados com drogas combinadas, duas vezes ao dia. A vantagem é que, uma vez estabilizada a doença, o paciente pode receber mais rapidamente o medicamento oral, na mesma dosagem da versão intravenosa, o que reduz o tempo de internação e acelera a recuperação do paciente. Denominado MOTIV (Moxifloxacin Treatment), o estudo clínico demonstrou que o moxifloxacino, administrado em doses diárias de 400mg nas versões intravenosa e oral, é tão eficaz quanto a terapia combinada convencional que exige a administração de duas doses diárias de ceftriaxone 2g e levofloxacino 500 mg. Como resultados, as taxas de recuperação clínica foram similares nos dois grupos, demonstrando a boa eficácia do moxifloxacino nesses pacientes. O trabalho foi publicado recentemente na revista Clinical Infectious Diseases e conduzido por três comitês independentes de especialistas internacionais, envolvendo 569 pacientes e 60 centros de pesquisa de 17 países da Europa, América Latina e África do Sul. Vale destacar que a opção terapêutica apresenta melhor custobenefício já que, por ser um medicamento de dose única diária, contribui para a redução dos custos do tratamento, tanto para o paciente quanto para o hospital.
Terceira idade é a mais afetada Outro dado que chama a atenção é que os idosos têm 20 vezes mais chance de ter pneumonia do que os jovens. Prova disso é que, de acordo com o último levantamento do SUS (2005), dos 24.756 óbitos por pneumonia, cerca de 70% tinham mais de 65 anos. Os dados revelam também que a mortalidade em conseqüência da doença atinge 10 em cada 10 mil idosos entre 60 e 69 anos e a incidência aumenta de 65 para cada 10 mil pacientes com mais de 70 anos. Diante desse quadro, o cuidado com a saúde dos idosos, especialmente com a saúde dos pulmões, torna-se cada vez mais necessário. Sabemos que, com o aumento da idade, a capacidade de absorção dos nutrientes diminui e o sistema imunológico enfraquece. Além disso, a presença de outras doenças comuns na terceira idade como diabetes, problemas cardíacos e renais aumentam a possibilidade do paciente desenvolver problemas respiratórios.
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Idosos têm 20 vezes mais chance de contrair a doença respiratória e cuidados com a saúde são fundamentais
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Para tentar prevenir ou reverter o problema, algumas dicas são importantes. A suplementação alimentar é essencial, assim como a ingestão de líquidos e as consultas periódicas ao médico. Nos casos em que o paciente possui outras doenças, estas devem ser controladas, pois a pneumonia agrava os problemas pré-existentes. Além disso, a vacinação anual contra a gripe também é recomendada, pois reduz a incidência da própria gripe e os índices de pneumonias. A vacina contra o pneumococo, principal bactéria causadora da doença, também pode ser indicada aos pacientes com maior predisposição à pneumonia. Mas o que fazer quando a patologia já estiver instalada? Felizmente, a medicina vem estudando novas e modernas opções de tratamento. Para exemplificar, um estudo clínico internacional com 401 pacientes com mais de 65 anos (61% tinham mais de 75 anos) hospitalizados com pneumonia, demonstrou que o tratamento precoce diminui o tempo de internação em três a cinco dias e proporciona a recuperação mais rápida do paciente. Denominado CAPRIE (sigla em inglês para Recuperação da Pneumonia Adquirida na Comunidade em Idosos), o estudo foi publicado na revista médica Clinical Infectology Diseases e avaliou a eficácia e a segurança do moxifloxacino em comparação com o tratamento convencional (levofloxacino). No início do tratamento, os pacientes receberam o moxifloxacino na apresentação endovenosa e, após a alta hospitalar, na apresentação oral uma vez ao dia. Em outro grupo de pacientes foi administrado o medicamento levofloxacino endovenoso e oral. Como resultado, o estudo comprovou a mesma eficácia do moxifloxacino nas duas posologias e demonstrou que 97,9% dos pacientes recuperaram-se com maior rapidez do que os pacientes tratados com o outro medicamento. Esses resultados ressaltam a importância do tratamento precoce da pneumonia no paciente idoso, pois a ação rápida do antibiótico garantiu aos pacientes menos tempo de hospitalização e, consequentemente, recuperação mais rápida e taxa de cura superior.
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Esclerose múltipla
diagnóstico e tratamento precoces contribuem para o controle da doença e a qualidade de vida dos pacientes
Fernando Figueira
Neurologista Membro Titular da Academia Brasileira de Neurologia, da Sociedade Americana de Neuroimagem e da Sociedade Européia de Neurologia.
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e acordo com a Federação Internacional de Esclerose Múltipla, existem aproximadamente 2,5 milhões de pacientes em todo o mundo. No Brasil, a Associação Brasileira de Esclerose Múltipla (ABEM) estima que a prevalência da doença seja de 10 a 15 casos para cada 100 mil habitantes. Ao contrário do que alguns podem pensar, a esclerose múltipla é uma doença que acomete adultos jovens, principalmente na faixa dos 20 aos 40 anos e na proporção de duas mulheres para cada homem. Diferentemente daquilo que vulgarmente se chama “esclerose mental” - transtorno neurológico mais freqüente em idosos, sobretudo em portadores de doenças degenerativas como a doença de Alzheimer, a esclerose múltipla habitualmente não cursa com a perda da memória, da capacidade de raciocínio e da comunicação do paciente. A esclerose múltipla é uma doença do sistema nervoso central que provoca, isso sim, dificuldades motoras e sensitivas. Na verdade, a esclerose múltipla é uma doença inflamatória desmielinizante, ou seja, desencadeada pelo próprio sistema imunológico (auto-imune) e que destrói a mielina (desmielinizante), estrutura lipoprotéica que reveste o neurônio, fundamental na transmissão dos impulsos nervosos, já que auxilia na condução das mensagens que controlam todos os movimentos conscientes e inconscientes do organismo. Felizmente, a Ciência e a Medicina vêm evoluindo gradativamente no entendimento desta doença. Nos
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últimos anos, houve grandes avanços nos critérios do diagnóstico da doença, além da maior consciência da patologia por parte dos especialistas de outras áreas. Diversos exames auxiliam o médico neurologista na detecção da esclerose múltipla como a ressonância magnética, o exame de líquor e os estudos eletrofisiológicos. Quanto aos tratamentos, os mais utilizados são as betainterferonas que reduzem os surtos e retardam a evolução da doença. O primeiro medicamento dessa classe terapêutica aprovado foi a betainterferona 1b (Betaferon®, da Bayer Schering Pharma), cuja substância é uma versão da betainterferona humana e foi desenvolvida por meio de engenharia genética. O medicamento é fornecido gratuitamente pela rede pública de saúde no Brasil. Mais recentemente, sociedades e instituições médicas internacionais como a Academia Americana de Neurologia (AAN) vêem estabelecendo novas recomendações para o tratamento da esclerose múltipla. Enquanto no passado os protocolos indicavam a introdução de terapias após dois surtos, atualmente, estudos clínicos mundiais apontam a eficácia da terapia após o primeiro surto, em pacientes de “alto risco”. Neste caso, nos referimos aos pacientes com alto risco para o desenvolvimento de novos surtos e que foram submetidos a uma investigação extensa e criteriosa para que outras patologias fossem descartadas. Vale explicar que os surtos provocados pela esclerose múltipla são crises com sintomas intensos ou discretos e que podem durar de um dia a oito semanas. As manifestações mais comuns são fadiga, fraqueza muscular, visão dupla, tremor e falta de equilíbrio, formigamento, dificuldade para falar, entre outros sintomas facilmente confundidos com outras doenças. Após o surto, a recuperação pode ser parcial ou completa, sem deixar seqüelas no paciente. Entre as novidades na área, os resultados de três anos de um estudo clínico mundial, denominado BENEFIT (sigla em inglês para Betaferon no Tratamento Precoce da Esclerose Múltipla), comprovaram que o diagnóstico e o tratamento precoces da esclerose múltipla podem retardar o desenvolvimento de novos surtos e o risco de incapacidade neurológica. Segundo o estudo publicado na revista científica The Lancet, os pacientes que receberam a betainterferona 1b, logo após o primeiro surto, tiveram uma redução de 40% do risco de incapacidade permanente em comparação com aqueles em que o tratamento foi pos-
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Ao contrário do que alguns podem pensar, a esclerose múltipla é uma doença que acomete adultos jovens, principalmente na faixa dos 20 aos 40 anos e na proporção de duas mulheres para cada homem
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tergado. A pesquisa também demonstrou que os pacientes tratados com o medicamento logo após o primeiro surto tiveram uma redução de 40% do risco de incapacidade permanente em comparação com aqueles em que o tratamento foi postergado. O estudo envolveu 468 pacientes, em 98 centros de pesquisa de 20 países. Esta foi a primeira vez que um estudo clínico controlado comprovou que a intervenção precoce, no momento da suspeita do diagnóstico, pode retardar o desenvolvimento de novos surtos e os riscos de incapacidade neurológica. Com base nesta e outras pesquisas, a betainterferona 1b foi aprovado pela ANVISA para a indicação após o primeiro surto da esclerose múltipla. Os principais benefícios do tratamento precoce são maior controle da gravidade da doença, redução da possibilidade de novo surto, diminuição das conseqüências neurológicas, melhora do bem-estar e da qualidade de vida dos pacientes.
Esclerose múltipla na Internet
Pacientes, familiares, cuidadores e interessados no tema podem encontrar mais informações sobre a esclerose múltipla no site www.esclarecimentomultiplo.com.br. O site www.universomedico. com.br, destinado ao público médico, também oferece informações atualizadas sobre o tema, desde notícias e materiais de apoio a publicações científicas da área.
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A visão do endocrinologista sobre o Distúrbio Androgênico do Envelhecimento Masculino Ricardo Meirelles
Professor Associado de Endocrinologia da PUC /RJ Vice-presidente do Departamento de Endocrinologia Feminina e Andrologia Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM)
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ara compreender o funcionamento do organismo masculino é fundamental entender mais sobre a testosterona. Esse hormônio, que é produzido pelos testículos e pela glândula supra-renal, age não só nas funções sexuais, mas também na construção muscular e óssea, metabolização da gordura, funcionamento da medula óssea e do cérebro. Por isso é tão importante para a saúde e o bem-estar geral do homem. Com a maturidade, é normal que os níveis de testosterona diminuam gradativamente. No entanto, é fundamental acompanhar o grau e a velocidade dessa redução hormonal, pois é nas faixas etárias mais avançadas que costuma aparecer o que se chama de hipogonadismo do homem maduro ou Distúrbio Androgênico do Envelhecimento Masculino (DAEM), popularmente conhecido como andropausa. Um estudo norte-americano (1)já demonstrou que homens com DAEM apresentam déficit no desempenho neuropsicológico, ou seja, têm memória visual pior do que os homens que não apresentam o distúrbio. Outro levantamento, feito no Brasil (2), apontou que o risco de hipogonadismo é duas vezes maior em homens com diagnóstico de osteoporose. Diversos estudos também comprovam que existe uma relação direta entre a queda dos níveis de testosterona e o aumento da gordura visceral – aquela acumulada no abdômen – que é um dos principais fatores de risco para doenças cardiovasculares. A queda das taxas de testosterona ainda está relacionada ao aumento do risco para síndrome metabólica(3). Diante desses fatos, conclui-se que o homem com deficiência hormonal tem mais chances de desenvolver uma série de complicações de saúde, as quais poderão influenciar a sua sobrevida. Portanto, o diagnóstico correto do hipogonadismo do homem maduro é crucial. Estado depressivo, diminuição do bem-estar, alterações do sono, irritabilidade, aumento da gordura corporal, queda de pêlos, anemia, redução da libido e dificuldade de ereção são alguns dos sintomas que, quando se manifestam em homens acima dos 40 anos, indicam a possibilidade de ocorrência de DAEM. Para o diagnóstico e tratamento do hipogonadismo, o médico tem à disposição exames laboratoriais simples como a dosagem de
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Estado depressivo, diminuição do bem-estar, alterações do sono,irritabilidade, aumento da gordura corporal, queda de pêlos, anemia,redução da libido e dificuldade de ereção são alguns dos sintomas que, quando se manifestam em homens acima dos 40 anos, indicam a possibilidade de ocorrência de DAEM
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testosterona, hemograma, SHBG e PSA, entre outros, que auxiliam na determinação dos níveis hormonais, avaliação da próstata e determinação da concentração dos glóbulos vemelhos. Confirmado o diagnóstico de DAEM, a reposição hormonal pode ser uma boa saída para se controlar os fatores de risco como o excesso de gordura visceral, a perda de massa óssea, além de melhorar o humor e as funções cognitivas. A terapia hormonal também se demonstra eficiente para a retomada da libido e da função erétil na associação com medicamentos inibidores da PDE-5 (enzima relacionada ao mecanismo da ereção peniana), como a vardenafila. Existem diferentes opções e formas de administração da terapia hormonal para homens no mercado. A forma injetável é a mais indicada atualmente e o tratamento mais moderno disponível no mercado é o undecilato de testosterona, administrado em injeções trimestrais. A terapia com esse princípio ativo oferece a vantagem de manter os níveis de testosterona estáveis no organismo por mais tempo, sem picos excessivos, o que possibilita maior comodidade e eficácia no tratamento do DAEM. Vale ressaltar que o aspecto psicológico tem papel preponderante para o sucesso do tratamento. Portanto, o homem que apresenta o Distúrbio Androgênico do Envelhecimento Masculino precisa de acompanhamento global do seu estado físico e psíquico. Bibliografia: 1 Moffat SD, Zonderman AB, Metter EJ, Blackman MR, Harman SM, Resnick SM. Longitudinal assessment of serum free testosterone concentration predicts memory performance and cognitive status in elderly men. J Clin Endocrinol Metab 2002;87:5001-7. 2 Clapauch, R. (2008) – comunicação pessoal. 3 Kupelian V, Page ST, Araujo AB, Travison TG, Bremner WJ, McKinlay JB. Low sex hormone-binding globulin, total testosterone, and symptomatic androgen deficiency are associated with development of the metabolic syndrome in nonobese men. J Clin Endocrinol Metab 2006;91:843-50.
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Eloisa Amaral da Silva
Radiologista do Instituto de Medicina Diagnóstica (IMEDI) da Unidade Santo André e Membro do Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem
Perspectivas positivas em Diagnósticos por Imagem
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ntre as principais inovações desenvolvidas na área de Diagnósticos por imagem no último século, os exames de Raios-X, as tomografias computadorizadas e as ressonâncias magnéticas foram decisivos para a prevenção e o tratamento de doenças. Estes procedimentos contribuíram – e ainda contribuem - de forma significativa para os avanços da área, detectando lesões e tumores com maior precisão. Nesse contexto, os meios de contraste são utilizados para melhorar a qualidade da imagem e a segurança do diagnóstico. Os meios de contraste são modernos agentes de imagem que criam um contraste artificial entre o órgão a ser diagnosticado e o tecido ao redor. Esses agentes podem ser administrados por via oral, intravenosa, intra-arterial, uretral ou retal, dependendo do exame solicitado e da região do corpo humano a ser pesquisada. Sabemos que os meios de contraste são fundamentais para o diagnóstico preciso e, em um futuro próximo, os contrastes órgão-específico, agentes de imagens específicos para o estudo de determinado órgão, trarão mais avanços à Medicina. Mas o desenvolvimento da área de Diagnósticos por Imagem não para por aí, pois um novo método de diagnóstico chamado Imagem Molecular está em estudo e promete mudar a Medicina. A Imagem Molecular é uma abordagem inovadora para diagnosticar alterações fisio-patológicas precoces em nível molecular. Em parceria com institutos de pesquisa e empresas, o laboratório Bayer Schering Pharma (divisão da Bayer HealthCare), por exemplo, estuda a detecção precoce de doenças neurodegenerativas como a doença de Alzheimer e de tumores. Para se ter uma idéia, esse novo procedimento utiliza rastreadores compostos por um ‘transmissor de sinal’ fixado as ‘moléculas de reconhecimento’, altamente específicas (agente alvo). O agente identifica as moléculas alteradas e o transmis-
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sor de sinal comunica a posição dos compostos rastreadores ao equipamento utilizado pelo médico. A Fluorodeoxiglicose F-18 (F18-FDG), por exemplo, é uma substância rastreadora que se comporta no corpo como uma glicose, acumulando nas células com exigências nutricionais altas como é o caso dos tumores. Dessa forma, os estudos estão direcionados no desenvolvimento de rastreadores mais específicos que garantam o diagnóstico mais preciso para que o médico estabeleça o melhor tratamento ao paciente. Os sinais emitidos pelo rastreador são monitorados e capturados por um tipo de tomografia conhecida como PET (Tomografia por Emissão de Pósitrons), que os transforma em imagens de computador. Estudos pré-clínicos e iniciais com o novo rastreador PET para a Imagem Molecular já demonstram sucesso. Com base nesses resultados, o desenvolvimento clínico do rastreador para imagens do beta-amilóide será iniciado esse ano. A novidade é extremamente importante, pois a detecção de beta-amilóide no cérebro permitirá que os médicos confirmem o diagnóstico da doença de Alzheimer mais rapidamente. Assim, a determinação antecipada e precisa de doenças poderá melhorar ainda mais o índice de sucesso de tratamentos, contribuir para a prolongação da vida saudável e produtiva das pessoas e levar ao uso de tratamentos com menos efeitos colaterais. Outro aspecto que chama a atenção é que a Imagem Molecular poderá contribuir para a redução de custos com saúde, pois ao diagnosticar as doenças debilitantes precocemente, permitirá a redução significativa dos custos no cuidado dos pacientes. Graças à imagem molecular, o diagnóstico precoce e preciso de doenças como o Mal de Alzheimer ou determinadas formas de câncer se tornará mais efetivo. Segundo os pesquisadores, a nova tecnologia deve se tornar um procedimento hospitalar rotineiro em menos de dez anos.
A EVOLUÇÃO NA SAÚDE MASCULINA.
Desde 1923, a Bayer Schering Pharma pesquisa hormônios sexuais femininos e masculinos, sendo o primeiro laboratório a apresentar um portfolio focado na saúde do homem. Afinal, nosso compromisso em oferecer produtos e soluções inovadoras para proporcionar satisfação ao homem moderno é a nossa marca registrada.
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U III FEV 2008/098/BR
Para mais informações sobre Saúde Masculina, acesse: www.bayerscheringpharma.com.br
CIÊNCIA PARA UMA VIDA MELHOR
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Beatriz de Camargo Livre-docente em Medicina Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo Pesquisadora visitante do Instituto Nacional do Câncer e do Hospital AC Camargo, São Paulo/SP
Avanços no tratamento em
pediatria oncológica
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câncer pediátrico é a segunda causa de óbito entre 0 a 14 anos, logo após os acidentes, nos países desenvolvidos. Está se destacando como a mais importante causa de óbito e isto, talvez, se deva às atuais políticas de prevenção em outras doenças infantis nos países em desenvolvimento. Segundo dados de 1999 do Ministério da Saúde, o câncer representa a 5a causa de óbito em crianças de 1 a 19 anos no Brasil. O câncer pediátrico compreende um grupo de doenças de etiologia multifatorial com características biológicas, clínicas e epidemiológicas distintas. Durante as últimas três décadas, observou-se um avanço na terapêutica anticâncer. Houve um aumento no número de crianças que atingiram a cura e chegaram à vida adulta. A mortalidade
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das crianças acometidas pelo câncer, das crianças portadoras de leucemias, de linfomas e de tumores sólidos apresentaram um declínio importante a partir de 1960, em áreas desenvolvidas tais como: América do Norte, Europa Central, Japão e Oceania. Declínios menos importantes e mais lentos foram observados na região Leste da Europa, América do Sul e outras áreas menos desenvolvidas. Desde 1980, as taxas continuaram diminuíndo, porém com padrão menos acentuado. O baixo índice de mortalidade deve-se ao desenvolvimento de esquemas quimioterápicos efetivos, técnicas e aparelhagem radioterápicas, como também ao diagnóstico mais precoce e ao tratamento de suporte. O avanço dos esquemas poliquimioterápicos e a importância de doses elevadas foi um fator importante na melhora da sobrevida. O tratamento de suporte foi também um dos responsáveis pela diminuição da mortalidade e é uma arma terapêutica indispensável para atingirmos as altas taxas de sobrevida. Compreende não só a terapêutica das complicações referentes à doença e ao tratamento, mas também ao suporte psico-social. A cura da criança com câncer apresentou um giro de 180 graus, passando de 85% de taxa de mortalidade para 85% da taxa de cura . O tratamento da criança com câncer é um dos maiores exemplos de sucesso nas últimas décadas. Esta melhora tem sido atribuída aos avanços terapêuticos e aos métodos de diagnóstico precoce, principalmente os registrados durante a década de 70. A introdução dos protocolos quimioterápicos, a criação de grupos cooperativos, o tratamento de suporte e a formação da equipe multidisciplinar especializada melhoraram sensivelmente a
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A cura da criança com câncer apresentou um giro de 180 graus, passando de 85% de taxa de mortalidade para 85% da taxa de cura
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possibilidade de cura da criança com câncer. O declínio da mortalidade das crianças portadoras de câncer foi mais acentuado na América do Norte, provavelmente devido ao início precoce dos grupos cooperativos com protocolos bem estruturados e atualizados. Em outras partes do mundo, esta integração e formação de grupos cooperativos ocorreram posteriormente. Na maioria dos países da Europa, a oncologia pediátrica foi organizada durante a década de 70, mas em alguns países isto deve ter ocorrido depois da década de 80 ou até 90. As taxas de mortalidade das crianças que foram encaminhadas, tratadas e acompanhadas no Hospital do Câncer em São Paulo, diminui significativamente durante os últimos 25 anos. Durante o período entre 1975-1980, a
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taxa de mortalidade foi de 81,3% passando para 33,2% durante o 1995-1999. Esta diminuição da mortalidade foi independente da faixa etária, do sexo, da raça e da extensão da doença. Os pacientes do primeiro período (1975-79) apresentaram uma chance de morrer de 7,9 vezes maior em relação ao último período (1995-99). A sobrevida acumulada melhorou sensivelmente para todas as crianças, sendo mais acentuada a melhora para os pacientes portadores de retinoblastoma e linfoma de Hodgkin. A sobrevida acumulada em 5 anos para todos os pacientes foi de 51%, sendo que no primeiro período (1975-79) foi de 23% passando para 63% durante o último período (1995-99). Sabe-se que diversos fatores podem interferir na probabilidade de sobrevida no câncer pediátrico. O atraso do diagnóstico é um dos fatores. A demora na procura de cuidados médicos pode ser conseqüência da precariedade dos serviços de saúde, falta de percepção da possibilidade de cura tanto do leigo como da classe médica e até mesmo barreiras religiosas. O diagnóstico do câncer depende do esforço do paciente e de sua família em procurar o serviço médico, no início dos sintomas e da perspicácia e sabedoria do médico em considerar a possibilidade de câncer, estabelecendo o pronto diagnóstico e adequado encaminhamento. Os sinais e sintomas são muito inespecíficos, confundindo-se com moléstias freqüentes da infância. O desafio de conseguir detectar a doença em estágios precoces é de fundamental importância para a saúde pública, pois diminui os custos com um tratamento menos tóxico, possibilitando ao tratamento menor mor-
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bidade possível, resultando em um ser integrado e útil à sociedade. O diagnóstico precoce com a doença localizada continua sendo um desafio ao oncologista pediátrico. O tratamento da criança com câncer é realizado cada dia mais racionalmente e menos de forma empírica. Conhecendo o metabolismo da criança, a biologia tumoral e as abordagens terapêuticas, diversos especialistas passaram a trabalhar em regime de cooperação, desenvolvendo protocolos terapêuticos integrados realizados em instituições especializadas com todas as armas disponíveis, atingindo o objetivo de curar a criança com câncer até mesmo com a doença disseminada. Os atuais tratamentos da criança com câncer apresentam dois grandes objetivos: aumentar as taxas de sobrevida, minimizando os efeitos tardios do tratamento e reintegrar a criança ou adolescente na sociedade com qualidade de vida. Atualmente, na maioria das crianças e adolescentes com diferentes tipos histológicos, o principal objetivo é manter as altas taxas de cura e diminuir a morbidade do tratamento. Estudos com sobreviventes salientam a necessidade da valorização da qualidade de vida, e atualmente, os protocolos terapêuticos visam sempre a melhor qualidade de vida. Porém, infelizmente, ainda temos um grupo de pacientes que não pode-rá obter a cura, sendo primordial, nestes casos, a manutenção da qualidade de vida e a valorização do tempo que lhes resta. Não se deve desistir de cuidar só porque o curar se tornou impossível. Nestes casos, cabe à equipe multidisciplinar oferecer suporte, informação, conforto e dignidade ao paciente e sua família através de assistência que é tão importante
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quanto a curativa: os cuidados paliativos. Cabe à equipe multidisciplinar oferecer conforto e dignidade ao paciente e sua família através de assistência que é tão importante quanto à curativa: os cuidados paliativos. Considerar o paciente em cuidados paliativos sem possibilidade de cura não é uma tarefa fácil. Aprendemos que nosso dever é curar. Apreciamos as curvas de sobrevida aumentando progressivamente, mas a falta de aprendizagem em aceitar a morte é uma das maiores dificuldades que o oncologista pediátrico enfrenta. O câncer, especialmente pediátrico, é atualmente reconhecido como uma doença que afeta toda a família e não somente o indivíduo. O tratamento hoje em dia é ambulatorial e em casa, e não em unidades hospitalares de internação. A cura significa não somente ausência de doença, mas sim uma cura funcional, permitindo ao paciente levar uma vida normal. O tratamento contemporâneo consiste em estratégias focalizadas, reduzindo a terapia para os pacientes com prognóstico favorável e indicando a terapia agressiva para os pacientes de pior prognóstico, para as doenças refratárias e recidivas tumorais. Hoje em dia, com a integração da pesquisa básica e da clínica, o progresso do tratamento tem se tornado cada vez mais rápido. A pesquisa básica aliada à clínica do paciente, isto é, utilizada diretamente no tratamento do paciente, está se tornando uma rotina, demonstrando um enorme progresso que deverá auxiliar a cura e poderá ser utilizado futuramente na prevenção do câncer. Sabe-se que o tratamento ideal da criança com câncer se obtém através de uma equipe multidisciplinar com vários espe-
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cialistas em um centro especializado e com todo o suporte necessário. O progresso é intenso e extremamente rápido. A integração das diversas especialidades é fundamental no diagnóstico, durante e após o término do tratamento da criança portadora de câncer. Pode-se dizer que, hoje em dia a criança com câncer é tratada através de conhecimentos baseados em evidências científicas, a denominada medicina-baseada em evidências.
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Pe. Leo Pessini
Professor Doutor em Bioética, Camiliano, Coordenador do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Bioética no Centro Universitário São Camilo - SP. Vice - Presidente da Sociedade Brasileira de Bioética Representante Brasileiro na Diretoria da International Association of Bioethics
Espiritualidade
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anta Catarina de Sena, em seus diálogos, escreveu, que toda e qualquer verdadeira espiritualidade é baseada no amor. Deus é amor e seu espírito é amor. Em qualquer espiritualidade em que o amor não seja o centro, falta o essencial. A espiritualidade pode ser vista como um horizonte de sentido e direção. A espiritualidade nos ajuda a dar sentido a nossas vidas e a olhar para o futuro com esperança. Catarina de Sena descreveu a espiritualidade como uma árvore: as raízes da árvore são o auto-conhecimento, poder-se-ia dizer o conhecimento do eu verdadeiro. Isto implica ouvir a si mesmo, dar o nome às sombras, mas também reconhecer os dons e qualidades. O tronco da árvore é a paciência. Não existe crescimento sem paciência. Conhecimento sólido do eu profundo, permite-nos crescer e esperar pela graça necessária para tal crescimento. A paciência é necessária para qualquer virtude se desenvolver. Os galhos da árvore são o discernimento. Esta é a atitude da escuta de Deus e do conhecimento do seu plano a nosso respeito. Catarina afirma que esta “árvore” é o fundamento de toda e qualquer espiritualidade sólida, tal como a espiritualidade inspirada em São Camilo de Lellis (1550-1614).
ALGUNS ELEMENTOS DA ESPIRITUALIDADE CAMILIANA Espírito de pobreza: Camilo de Lellis dizia, com freqüência, que o pobre e o doente são o coração de Deus; neles servimos Jesus Cristo. Ademais, ele descobriu que, para amar o pobre e o doente, precisamos nos livrar do apego às coisas materiais. A princípio, os Camilianos eram mendicantes, isto é, esmolavam para a própria comida. Mas , Camilo entendeu que esta exigên-
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como fator de saúde
cia extra para seus seguidores reduzia a força e disponibilidade para cuidar dos doentes. Conseqüentemente, os Camilianos passaram a ser retribuídos por seu trabalho e viver dos parcos salários que recebiam. Na sua carta testamento, Camilo exorta seus seguidores a continuar fiéis à pobreza. Na espiritualidade Camiliana, esta pobreza, da qual Camilo fala, deve ser traduzida em permanente disposição de optar pelos doentes com todas as exigências que este compromisso comporta. Sensibilidade feminina: Camilo dizia aos seus seguidores de amarem o doente como a mãe cuida de seu único filho doente. Este homenzarrão demonstrava amor e ternura para com os doentes, manifestava carinho e afeto para com os mais difícieis e revoltados que lhe eram confiados. Este exemplo ilustra a extrema dedicação que ele exigia dos homens que desejassem entrar na Ordem. Amor e afeto para com os doentes é um componente essencial da espiritualidade camiliana. Hospitalidade: Esta era uma virtude muito presente no coração de Camilo que recebia os doentes e pobres, nas épocas de crise, na Igreja da Madalena em Roma. Durante as epidemias, quando os hospitais estavam abarrotados, Camilo abria as igrejas e casas para os doentes sem teto. Ele ia pelas esquinas das ruas mais pobres de Roma, e sob as pontes, em busca dos doentes para carregá-los a um lugar onde eles pudessem receber cuidados e calor humano. Eles encarnavam para ele o sentido da sua vida. Experiência mística: Camilo via no doente o próprio Cristo. Não se tratava de mero conceito intelectual, mas era uma verdadeira experiência espiritual. Camilo considerava o doente como seu senhor e patrão. Chegou até confessar seus pecados e pedir
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perdão, assumiu o que diz Mateus “o que fizestes ao menor dos meus irmãos, a mim o fizeste” e viveu-o plenamente. Liturgia ao pé do leito: Para Camilo, a maior liturgia aconteceria ao pé do leito. Tudo o que acontecia com o doente durante o dia, era sacramental. Poderíamos dizer, em termos atuais, que era a liturgia da alimentação, do banho de leito, do cuidado e assim por diante. Todos estes atos de amor se transformavam no sacramento do cuidar. Escola de Caridade: Camilo sabia que aqueles mercenários trabalhando nos hospitais não cuidavam bem dos doentes. Ele ensinou seus seguidores a forma correta de cuidar. Assim, os Camilianos tornar-se-iam uma escola de caridade, convidando os outros a imitar seu cuidado amoroso para com o doente. Compaixão: Em nossas instituições, as pessoas que vêm trabalhar conosco, não podem agir sem ter compaixão para com o doente. Compaixão foi o dom do bom samaritano. A compaixão é dirigida àquele que sofre e transmite nosso desejo de ajudá-lo no processo de busca de saúde integral.
INTEGRANDO NOSSA ESPIRITUALIDADE
Os profissionais da saúde encontram-se hoje no centro de um conjunto de exigências conflitivas. As organizações às quais pertencem ou sistemas em que trabalham impõem determinadas exigências e valores que refletem mais eficiência e produtividade que propriamente respeito pela pessoa e compaixão. Acrescentemos a isso nossos modelos pessoais que, também, são traduzidos em valores e atos. Por vezes, criam exigências que nós sinceramente não podemos cumprir. Os modelos pessoais são a arena onde a integração acontece, onde a própria espiritualidade incorpora e transforma os valores profissionais e modelos. Temos sistemas de apoio que nos fortalecem, mas também exigem muito da gente. Nossas igrejas, famílias, ambientes sociais, lazer, grupos de apoio de várias espécies, nos dão o amor essencial e atenção, mas também exigem retorno. Se não estivermos no processo de integração de todas essas dimensões, estaremos vivendo espiritualidades diversas em contextos diferentes. Por exemplo, escolas médicas e de enfermagem nos dão uma espiritualidade genérica, com a visão de um Deus muito abstrato (quando dão) e uma visão da pessoa humana em que a dimensão espiritual não é valorizada. Hoje, isto está mudando, mas foi ensinado em nossas escolas e continua a nos influenciar: quando cuidamos de um paciente. Podemos ter pouca ou nenhuma intuição do papel do espiritual na doença, saúde e recuperação desta pessoa. E isto acontece freqüentemente em nossa própria vida, quando enfrentamos pessoalmente a doença e o sofrimento.
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Os profissionais da saúde procurando responder a estes modelos profissionais, aos modelos pessoais e aos sistemas de apoio, tentam atender às exigências da profissão e às necessidades do paciente. Se os profissionais de saúde estão divididos em conflitos internos o resultado final pode ser desastroso. Por outro lado, se os profissionais estiverem num processo de integração de todos estes elementos, a resposta às exigências da prática da profissão e às necessidades do paciente resultará em integridade e saúde. Para nós, o centro integrativo é Jesus Cristo, curador e modelo de integridade. À medida que vivemos como discípulos de Cristo, seu espírito reflete-se em nossa personalidade, em nossos dons e em nossas atitudes e ações profissionais. Isto é importante até para o cuidado e cura que estamos levando ao paciente. Estudos mostram que quatro componentes operam no processo de cura do paciente: a competência do profissional representa 15% da cura; a maneira como é tratado 20%; o efeito placebo 25%; e melhoramento espontâneo podendo chegar até 40%. O cuidador que conseguiu uma integração pessoal pode ser fator de cura. A integridade dos agentes de saúde, tem um profundo impacto na capacidade do paciente de sarar. Os nossos modelos de cuidado da saúde de hoje enfatizam o papel do agente técnico. Competência e controle do processo são as características mais importantes do sistema. O paciente é visto como um objeto de terapia. Sendo esta a principal atitude do sistema e do agente, ela pode causar um efeito profundamente traumatizante no paciente e a oração pode até ser vista como manipulação. Com demasiada freqüência os pacientes sentem-se violentados, objetos de humor cínico e lhes é oferecida o que poderíamos chamar de medicina defensiva. Existe desconfiança do paciente, bem como desrespeito e julgamento. A margem de cura deste modelo é geralmente, pequena. Poderíamos dizer, referindo-nos às palavras de Cristo em dar pão às nossas crianças (Mt 7, 7-11), que este modelo inverte o dito e nos coloca na situação de darmos pedras ao invés de pão aos pacientes. Se os valores da parte curada são respeitados e aceitos, isto pode levar a uma conversão e nos transferir para o modelo do curador ferido ou de curador integrado. Este modelo faz verdadeiramente dar de si mesmo como pão àqueles que estão doentes. A dimensão da habilidade técnica é integrada no cuidador na totalidade de seu ser. Em todos nós permanece uma parte ferida que pode ferir os outros. Os doentes podem ser aqueles que nos ajudam a curar tal parte. Quando integramos estas dimensões de nossa espiritualidade, nos tornamos mais capazes de servir e amar o doente autenticamente. Isto é o que Camilo fez no seu tempo e nos desafia hoje em pleno século XXI a sermos competentes, como profissionais e pessoas a fazermos o mesmo.
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Leucemia e Linfoma Jacques Tabacof
Hematologista e Oncologista Clínico Centro Paulista de Oncologia - CPO Programa Einstein de Oncologia e Hematologia
Danielle Ovigli
Hematologista do Centro Paulista de Oncologia – CPO São Paulo/SP
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o que há de novo
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o Brasil, as estimativas de incidência de câncer para o ano de 2008 são de 466.730 novos casos, segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCa). As neoplasias hematológicas representam uma pequena fração quando comparadas a outros tumores (carcinomas) como os de mama, pulmão, próstata e intestino. Entretanto, observa-se uma incidência cada vez maior no número de casos no Brasil e em todo o mundo. Os linfomas não – Hodgkin, por exemplo, têm apresentado incidência mundial crescente. Estima-se que, se mantidas as taxas de crescimento atuais, em 17 anos a incidência será semelhante à do câncer de mama. No Brasil calcula-se que anualmente 9000 casos de leucemias são diagnosticados. A origem das neoplasias hematológicas está relacionada com distúrbios na proliferação de células da medula óssea, onde são formadas as células do sangue e do sistema imunológico (defesa). As doenças neoplásicas mais comuns da hematologia são os linfomas, as leucemias e o mieloma múltiplo. Os linfomas são os mais freqüentes. Originam -se a partir de linfócitos, que são células responsáveis pelo combate às infecções. Há mais de 20 tipos de linfoma descritos, mas de um modo geral, dividem-se em Linfomas de Hodgkin, Linfomas Não – Hodgkin (de células B ou de células T, a depender de qual tipo de linfócito que desencadeia a doença). Uma característica importante dos linfomas relaciona-se à velocidade de crescimento e multiplicação das células doentes. Aqueles com taxa de proliferação rápida são classificados como agressivos (ou de alto grau) e os de crescimento lento, de indolentes (ou baixo grau).
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Os tratamentos classicamente usados para os linfomas baseiam-se em quimioterapia e radioterapia. Apesar de ser a segunda neoplasia hematológica mais freqüente, o mieloma múltiplo é uma doença pouco conhecida. Origina-se a partir dos plasmócitos, que são células responsáveis pela produção de imunoglobulinas, proteínas que atuam no combate às infecções. Atinge geralmente pessoas acima de 65 anos e tem como características o enfraquecimento dos ossos e insuficiência renal. As leucemias classificam-se em dois principais grupos: as linfóides e as mielóides, de acordo com a linhagem de células que sofre alterações e dá origem à doença. Também são classificadas em agudas e crônicas. As agudas, sendo linfóides ou mielóides, necessitam de tratamento imediato, invariavelmente com quimioterapia.
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A indicação e escolha do tratamento nas leucemias crônicas podem variar de acordo com o tipo. A leucemia linfóide crônica, por exemplo, nem sempre necessita de tratamento imediato. Contudo, a leucemia mielóide crônica deve ser tratada assim que o diagnóstico é confirmado. O avanço nas pesquisas médicas tem proporcionado maior conhecimento e entendimento da biologia das diversas neoplasias, o que tem sido fundamental para o desenvolvimento de novas drogas e estratégias terapêuticas no combate ao câncer. Entre os grandes avanços destaca-se a produção de anticorpos monoclonais que funcionam como mísseis teleguiados que reconhecem alvos encontrados nas células doentes (câncer) destruindo-as. A utilização dos anticorpos monoclonais tem causado impactos significativos no tratamento de diversas doenças oncológicas.
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Há 10 anos foi desenvolvido para o tratamento dos linfomas – Hodgkin, o Rituximabe, um anticorpo monoclonal que reconhece uma estrutura (CD20) que é expressa na superfície de linfócitos e é encontrada na maioria dos casos de Linfomas de células B e na leucemia linfóide crônica. Após a associação do Rituximabe à terapia convencional destas doenças, foram comprovados maiores índices de resposta, sobrevida e, em se tratando de linfomas não – Hodgkin de células B, aumento significativo nas taxas de cura. As leucemias mielóides agudas são doenças extremamente graves, que necessitam de tratamento imediato com quimioterapia agressiva. Quando se trata de pacientes idosos a situação torna-se ainda mais complexa, pois nem sempre é possível iniciar-se um tratamento tão agressivo. Atualmente, para essa situação ou em casos de recidiva da doença, há a opção do uso do Gemtuzumabe, que também é alvo-específico contra as células leucêmicas (CD33). Algumas células do linfoma de células T cutâneo e da leucemia linfóide aguda expressam a proteína CD 52 em sua membrana. Foi desenvolvido um anticorpo monoclonal, o Alemtuzumabe, para o tratamento destas doenças principalmente quando há falha às terapias utilizadas como primeira linha. Para o tratamento da leucemia mielóide crônica ou LMC, havia algumas medicações que apenas controlavam a doença por curtos períodos e a única opção terapêutica com possibilidade de cura era o Transplante de Medula Óssea, que é um tratamento eficaz, mas tem limitações na sua indicação, devido a grande toxicidade e mortalidade elevadas. Há cerca de 10 anos comprovou-se que o uso de uma medicação chamada Imatinibe, que é um inibidor de tirosino-kinase, proteína expressa pelas células da LMC e de alguns outros tumores, promovia melhores taxas de resposta, com maior sobrevida, se comparado às medicações até então utilizadas. Estudos mais recentes têm mostrado que, em alguns grupos de pacientes, atingiu-se controle da doença por vários anos, o que sugere que possa haver um possível papel na cura em determinados casos. Tais resultados modificaram inclusive a indicação de transplante de medula óssea no tratamento da LMC. O Bortezomib faz parte de uma classe de drogas chamada inibidores de proteassoma. Foi inicialmente desenvolvida para o tratamento do mieloma múltiplo e tem se mostrado um potente aliado à terapia de controle desta doença. Mais recentemente demonstrou-se que tem um papel também no tratamento do linfoma do manto, que é um dos tipos de linfoma não – Hodgkin.
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Temos ainda, um grande caminho a percorrer, porém, os conhecimentos acumulados e que são um importante patrimônio da humanidade, já estão beneficiando milhares de pacientes em todo mundo
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Além do desenvolvimento de novas e melhores drogas a evolução das técnicas de laboratoriais e exames de imagem tem sido fundamental para a Onco – Hematologia, principalmente na avaliação das respostas às terapias instituídas. Recentemente está disponível em alguns centros de referência, um exame chamado PET – CT. Trata-se de uma tomografia computadorizada associada a uma cintilografia de todo o corpo, na qual se usa um contraste chamado FDG, que é composto por glicose e flúor radioativo. O mecanismo de funcionamento baseia-se no uso da glicose, que é a principal fonte de energia de várias células do organismo, inclusive as cancerosas. Em situações em que há um metabolismo elevado de determinado órgão ou região do corpo, a necessidade de glicose aumenta. Por isso, será captada com maior avidez por estes locais. No PET – CT, esta captação anômala é traduzida numa imagem colorida, indicando uma taxa metabólica elevada. Este exame tem sido extremamente útil nas avaliações de resposta, auxiliando inclusive nas decisões terapêuticas e no tempo de tratamento, principalmente nos Linfomas de Hodgkin e Não-Hodgkin agressivos. Nos últimos anos os grandes avanços no conhecimento básico e das minúcias do funcionamento das células normais e das células cancerosas resultaram em evoluções reais na exatidão do diagnóstico e das terapêuticas oncológicas. Temos ainda, um grande caminho a percorrer, porém, os conhecimentos acumulados e que são um importante patrimônio da humanidade, já estão beneficiando milhares de pacientes em todo mundo.
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Constipação
em pacientes com câncer em tratamento com opióides
A Ricardo Caponero
Oncologista Clínico - FMUSP Hospital Brigadeiro Hospital Israelita Albert Einstein Hospital Nove de Julho Hospital Edmundo Vasconcellos Hospital Santa Helena Clínica de Oncologia Médica/SP Presidente Associação Brasileira de Cuidados Paliativos
Fernanda Vieira Bastos Estudante Faculdade de Medicina de Marília
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pesar dos avanços tecnológicos e científicos na área da oncologia, o diagnóstico da doença, tratamento e efeitos colaterais ainda causam um grande impacto na qualidade de vida de pacientes e familiares. A dor nesse processo é bastante conhecida e interfere diretamente nas perspectivas e esperança desse complexo processo, trazendo angústia a todos envolvidos. Cabe ao médico, além de prover ao paciente todas as alternativas de tratamentos possíveis, utilizar os meios adequados para prover o bem-estar do indivíduo e aliviar os sintomas que vão aparecendo com o decorrer da doença. Mesmo com o advento de medicamentos com sítios de ação cada vez mais específicos, visando minimizar os efeitos adversos, ainda temos sempre que estar avaliando os riscos e benefícios do uso da droga a ser inserida diante de cada intercorrência. No caso da dor, seu alívio é sempre primordial em qualquer tratamento a ser considerado. Para o adequado controle da dor é freqüente os pacientes com neoplasias malignas necessitarem do uso de opióides e seus derivados (como a morfina e a codeína) e sofrerem alguns efeitos adversos que causam mal estar, tendo como principal deles a constipação. A constipação é definida como uma freqüência inferior a três evacuações por semana, com presença de fezes endurecidas, secas, de difícil passagem, evacuação dolorosa, sensação de desconforto e “estufamento”. Estima-se que 2% a 15% da população saudável apresenta constipação em algum momento da vida. Tendo maior prevalência em mulheres, aumentando com o avançar da idade – independente do gênero – e em pessoas debilitadas. Os opióides causam esse efeito nos pacientes pois têm ação sistêmica, isto é, não atuam apenas no local da dor e sim em todo o organismo, levando a diferentes ações em cada parte do corpo. No cérebro bloqueam a percepção do estímulo doloroso, enquanto no trato gastrointestinal inibem a motilidade, retardando o esvaziamento gástrico e aumentando o tempo de trânsito do bolo fecal. É esse aumento do tempo de trânsito fecal, ou seja, o aumento do tempo das fezes dentro do intestino, que permite que
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o organismo absorva água das fezes e as tornem mais ressecadas, dificultando sua eliminação. Causando, conseqüentemente, grande desconforto ao paciente pela distensão abdominal e aumento de cólicas e ruídos. Preconiza-se, a esses pacientes, inicialmente o tratamento não farmacológico, adaptando-o às peculiaridades de cada situação. No entanto, algumas medidas são amplamente reconhecidas no intuito do melhor funcionamento do trato gastrointestinal: • Atividade física de acordo com a capacidade física do paciente. Movimentação das pernas e exercícios da musculatura abdominal para pacientes restritos ao leito. Deslocamento da cama para a cadeira, para pacientes debilitados, porém capazes desta mínima locomoção. Caminhadas leves, para pacientes mais aptos. • Estipular horários para as funções fisiológicas também contribuem para regular os hábitos intestinais. • Aumento na ingestão hídrica e de fibras. Segundo a Associação Dietética Americana (ADA) recomenda-se a ingestão de 25 a 35 g/dia, para adultos, de 10 a 13g por 1000kcal para idosos alternados com o consumo de 1,5 a 2 L/dia de líquidos. As fibras têm características que induzem a absorção de água pelo bolo fecal provocando seu amolecimento, aumentando seu peso e volume, promovendo o
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estímulo mecânico do peristaltismo, o que leva ao aumento da progressão fecal, da freqüência de evacuações. O tratamento não farmacológico nos pacientes oncológicos pode ser dificultado pela inapetência, náuseas, enjôos, fraqueza e estado psicológico deprimido, quadro comum resultante da quimioterapia e da evolução da doença. Entretanto, deve-se dedicar a intensa procura de estratégias que estimulem o paciente a colaborar com essas ações, como, por exemplo, fazê-lo listar alimentos que relate ter um gosto agradável ou, ao menos, tolerável. A busca de acompanhamento psicológico, tanto para pacientes quanto para familiares, é adequada e indicada no processo da doença. Quanto mais cedo a compreensão desta necessidade ocorrer, mais tempo estará disponível para que as inúmeras questões envolvidas possam ser trabalhadas adequadamente. O uso de laxantes deve ser avaliado pelo profissional da saúde e indicado caso a constipação já tenha se instalado. Drogas como a alvimopano e metilnaltrexona, que atuam impedindo a ação dos analgésicos opióides no trato gastrointestinal, limitando a ação deste último apenas a cessação da dor e eliminando o efeito colateral de constipação podem ser de extrema utilidade, melhorando a adesão do paciente ao tratamento analgésico, minimizando os efeitos colaterias e melhorando a qualidade de vida.
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A alimentação e a constipação
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aumento do consumo de fibras pode ajudar na prevenção e/ou na interrupção da constipação. É fundamental que os alimentos ricos em fibra sejam bem aceitos pelo paciente ou adicionados a preparações que o apetecem, uma vez que o tratamento do câncer pode ser o causador da inapetência e enjôo. O total de fibras consumidas deve ser dividido em insolúveis (2/3) e solúveis (1/3). As fibras insolúveis são encontradas nos cereais, hortaliças, frutas (principalmente nas cascas) e leguminosas. Elas atuam no intestino grosso, aumentando o bolo fecal, incorporam menos água e são eliminadas intactas.
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As solúveis são encontradas na aveia, cevada e frutas. Atuam mais no estômago e intestino delgado e absorvem mais água, contribuem para aumento da saciedade e diminuição do tempo de absorção da glicose (evitando picos glicêmicos). O uso de complexos de fibras (solúveis e insolúveis) como Psylium ou plantago ovata podem ser indicados por médico ou nutricionista para complementar o aporte. O aumento do consumo diário de fibras deve vir acompanhado de um aumento do consumo de líquidos, principalmente a água (por volta de 1,5 a 2 litros / dia), que será incorporada às pelas fibras e ajudará a formação de fezes de
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O aumento do consumo de fibras pode ser com: • Consumo matinal de cereais integrais como: muesli, All Bran, Fiber One, Aveia;
• Aumentar o consumo de leguminosas (feijões, ervilha, lentilha);
• Substituição do pão francês, pão de forma e bolachas por pães ou torradas integrais;
• Substituir o macarrão e o arroz "branco" por integral, e consumir outros cereais menos habituais como quinua em grãos, arroz 7 cereais, cevadinha.
• Aumentar o consumo diário de frutas (cruas ou cozidas e se possível com casca) para 3 a 4 porções; • Aumentar o consumo de hortaliças (cruas, cozidas ou no vapor ou sopas) - evitar as refogadas, ingeri-las no almoço e no jantar;
consistência mais adequadas ao estímulo do peristaltismo, facilitando sua eliminação e evitando a constipação. Chás de ervas (hortelã e erva-doce) sem açúcar ou adoçante, sucos de frutas e sopas podem ajudar na complementação do consumo de líquidos. Se o aumento do consumo de fibras não acontece concomitante com um aumento da ingestão de líquidos, o excesso de fibras pode piorar a constipação, por isso as mudanças devem ser associadas. Bebidas com muita cafeína como café, chás cafeinados e refrigerantes devem ser consumidas com moderação, pois podem contribuir para desidratação.
• Frutas secas (damasco, uva passa, banana), sementes (girassol e abóbora) e oleaginosas (nozes, amêndoas, castanhas) também devem ser mais consumidos.
Realizar de 5 a 6 refeições diariamente com horários pré-estipulados (rotina) contribuem para a regularidade do hábito intestinal. É importante que a quantidade de líquido e fibras a ser ingerida seja orientada pelo médico ou nutricionista para que seja adequada às necessidades atuais do paciente e de suas possibilidades reais de mudanças diante de sua patologia.
Manoela Figueiredo Nutricionista – Centro de Medicina Integrada
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Mauricio Simões Abrão
Professor Doutor em Ginecologia Responsável pelo Setor de Endometriose Clínica Ginecológica do Hospital das Clínicas Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo Presidente da Associação Brasileira de Endometriose e Ginecologia Minimamente Invasiva
Endometriose, a mulher moderna e o Brasil
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endometriose é uma das doenças mais estudadas em ginecologia nos últimos anos. Tal fato reflete as dúvidas existentes até hoje, no âmbito da sua etiologia, seu diagnóstico e seu tratamento. É definida pelo implante do endométrio, tecido que reveste a cavidade uterina, fora do útero. Estes implantes podem se localizar nos ovários, no peritônio (tecido que reveste a cavidade abdominal) e em órgãos como o intestino, bexiga, etc. Desta forma, pode ocasionar sintomas limitantes como dores pélvicas ou infertilidade. Por outro lado, sua prevalência tem sido motivo de preocupações em saúde pública, uma vez que se estima que 10 a 15% das mulheres em idade reprodutiva possam ser portadoras deste problema. Ao considerarmos dados do IBGE, pode se inferir que mais de 5 milhões de mulheres brasileiras possam ser portadoras desta moléstia. Tais informações têm mobilizado especialistas de todo mundo, no sentido de desenvolver estudos, que permitam um esclarecimento das possíveis causas da doença e de melhorar a acuracidade dos métodos diagnósticos não invasivos, que permitam uma melhor indicação do procedimento terapêutico a ser realizado.
As Causas Desde a teoria de Sampsom, autor americano que em 1921, sugeriu que células endometriais refluiriam pelas tubas uterinas durante a menstruação, o que chamou de retrógrada; vários autores tentaram introduzir teorias para justificar a presença de endometriose em locais alheios à participação do refluxo menstrual como transportador de fragmentos endometriais. A partir de 1980, os estudos sofreram uma guinada importante, a partir de quando o sistema imunológico foi envolvido como facilitador ao implante do endométrio fora do útero. O que ainda gera controvérsias é se estas alterações precedem a endometriose ou vice-versa. Além disso, fatores genéticos têm sido evocados na gênese da doença e até fatores ambientais, como a participação de uma substância denominada dioxina, oriunda da combustão de poluentes, acumulando-se no tecido gorduroso de mulheres e estimulando a produção de estrogênio, alimento dos focos da doença. Com o aprimoramento do conhecimento desses fatores citados, acrescidos pela adição de gatilhos ambientais que possam modular o sistema de defesa da mulher, tais como
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situações de estresse, que envolvem sobretudo, a mulher moderna; a gênese da doença tem sido melhor entendida. Além disso, inegavelmente o menor número de gestações, aliados à primeira menstruação cada vez mais precoce, concorrem para esta associação.
DIAGNÓSTICO INVASIVO E NÃO INVASIVO Os sintomas As queixas mais freqüentes entre as portadoras de endometriose são: cólicas menstruais incapacitantes, dores nas relações sexuais, alterações urinárias e intestinais durante a menstruação, tais como dor à evacuação ou para urinar, diarréia, ou sangramento anal ou ao urinar. Outra queixa muito importante é a infertilidade, uma vez que a endometriose é uma das principais causas de infertilidade.
Diagnóstico Subsidiário Entre os métodos utilizados para o diagnóstico da endometriose, a laparoscopia representa o mais acurado. Por se tratar de procedimento cirúrgico, critérios para a sua indicação devem porém, ser bem estabelecidos. Para tanto, outros métodos diagnósticos prévios merecem destaque: • Marcadores: o mais utilizado marcador com este propósito é o CA-125. O CA -125 deve ser dosado no primeiro, segundo ou terceiro dias do ciclo menstrual, servindo como marcador da endometriose avançada quando apresentar-se em valores superiores a 100 U/ml
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É fundamental tratar a mulher globalmente, e não apenas o órgão acometido, dando adequada atenção aos aspectos psíquicos e ambientais envolvidos no processo.
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• Diagnóstico por imagem: o ultra-som transvaginal especializado representa um dos principais avanços no diagnóstico da doença. Pode indicar a presença da doença ovariana, na forma dos endometriomas, e, mais recentemente, tem sido possível, através do ultra-som transvaginal especializado, com preparo retal, sugerir a presença da doença profunda. Recomendamos, na suspeita da doença, realizar-se o ultra-som com um preparo intestinal uma hora antes do exame. Este método, quando efetuado por profissionais experientes, pode permitir a mensuração do foco e, eventualmente, a correlação das camadas intestinais (do reto e sigmóide comprometidas pela doença). Além do ultra-som, a ressonância magnética pode fornecer informações úteis para o diagnóstico da doença, além da ecocolonoscopia, que corresponde à um procedimento ultra-sonográfico realizado durante uma colonoscopia, que pode auxiliar no diagnóstico para casos específicos. • Laparoscopia: É, ainda hoje, a principal modalidade propedêutica para a endometriose, além de permitir, principalmente com a videolaparoscopia, o tratamento da mesma. Em publicações recentes, demonstramos que com uma estratégia diagnóstica apropriada, sobretudo aliando-se um bom exame clínico com um bom ultra-som especializado, podemos não só definir com mais precisão quem deve ou não ser submetida à laparoscopia, como também pode precisar que tipo de procedimento deve ser realizado, permitindo uma orientação adequada da paciente e a escolha de equipe multidisciplinar.
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COMO TRATAR
medicações orais (pílulas contraceptivas), intramusculares (progesterona ou análogos do GnRH, que inibem a produção do estrogênio) ou até na forma de dispositivos intra-uterinos medicados. Por fim, é fundamental salientar a importância de se tratar a mulher globalmente, e não apenas o órgão acometido, dando adequada atenção aos aspectos psíquicos e ambientais envolvidos no processo, além de estimular a paciente a realizar exercícios físicos, úteis na modulação hormonal e na imunidade.
O tratamento da endometriose pode ser cirúrgico e/ou clínico. O tratamento cirúrgico tem na cirurgia laparoscópica seu principal aliado. Através da laparoscopia, pode-se ressecar os focos da doença localizados nos ovários, peritônio ou até em órgãos, como os intestinos ou a bexiga. Avanços neste tipo de procedimento têm se mostrado promissores para este tratamento, como com a utilização da cirurgia Robótica. O tratamento clínico visa neutralizar o estímulo estrogênico dos focos de endometriose, através de
O Futuro da Endometriose e o Brasil! Em seu discurso, o presidente Dr. Mauricio Simões Abrão salientou a necessidade de se encarar a endometriose como um sério problema de saúde pública – com importantes reflexos não apenas na qualidade de vida da população, mas também nos gastos com internações que incidem sobre os sistemas hospitalares. “Quando observamos as estatísticas, verificamos que de 10 a 15% das mulheres em idade reprodutiva são portadoras dessa doença em todo o mundo – o que, em termos de Brasil, significa, pelo menos, seis milhões de pessoas”, afirmou, acrescentando que em nosso país o problema se agrava,em função da indisponibilidade de equipamentos importantes,como o laparoscópio, em várias localidades. A essa questão estrutural, Abrão aduziu ainda um ponto crucial – a demora do diagnóstico de endometriose: “De acordo com estudo liderado pela Unicamp e que também teve participação da USP, o tempo médico é de sete anos. E quanto mais jovem é a paciente, maior o tempo entre o começo dos sintomas e o diagnóstico do problema”. Para o presidente da SBE, essa situação acaba levando à demora na administração terapêutica e, conseqüentemente, na elevação dos custos de tratamento da doença. Diante desse quadro, o estabelecimento de uma entidade, como a SBE torna-se necessária para o encaminhamento do problema – via questões junto ao poder público e campanhas de esclarecimento à população, entre outras ações.
O ROBÔ DA VINCI Os dias 20 e 21 de junho marcaram a história da ginecologia minimamente invasiva no Brasil. É que, pela primeira vez, nosso país foi palco de um grandioso evento focado em endometriose, cuja presença do robô Da Vinci foi uma das atrações. A máquina desenvolvida nos Estados Unidos auxiliou uma equipe médica formada pelos papas da área a realizar uma cirurgia ao vivo, durante o Simpósio Internacional de Endometriose, promovido pela SBE na capital paulista. “A cirurgia robótica é um uma das grandes novidades da medicina moderna. O tema, discorrido no Congresso Mundial ocorrido em Melbourne, na Austrália, em março deste ano, foi amplamente discutido aqui em São Paulo”, lembra Dr. Mauricio Abrão, presidente da SBE.
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Fonte: www.sbn.com.br
O Congresso Mundial de Endometriose, organizado pela Australian Gynaecologic Endoscopic Society e World Endometriosis Society, em março, em Melbourne, na Austrália, foi o palco de importantes conquistas para o Brasil nessa área da Medicina. Dos 10 prêmios entregues, três ficaram com os especialistas brasileiros, incluindo o mais importante deles, concedido ao “Melhor Trabalho Clínico” apresentado durante todo o evento científico: “O tempo decorrido entre o início dos sintomas e o diagnóstico da endometriose profunda”. A equipe médica que assinou a pesquisa – formada por Sergio Podgaec, João Antônio Dias Júnior, Mauricio Simões Abrão, Carlos Alberto Petta, Marcelo Averbach e Marco Bassi – estava orgulhosa. Afinal, o Prêmio Rudolphe Maheux, criado este ano no congresso tri anual e que leva o nome do ex-presidente da Sociedade Mundial de Endometriose, é um importante reconhecimento internacional. No entanto,o fato não foi nenhuma surpresa para outros estudiosos do tema. Isto, porque o Brasil é referência mundial no tratamento da enfermidade que pode atingir até 15% das mulheres em idade reprodutiva. Só em São Paulo, se destacam nesse cenário, o Hospital das Clínicas (HC) da Universidade de São Paulo (USP), a Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP),a Santa Casa de Misericórdia, a Universidade Federal da Campinas (Unicamp), o Hospital do Servidor Público Estadual e o Hospital Brigadeiro. Fora outros importantes centros em Porto Alegre, Belo Horizonte, Curitiba, Brasília, Salvador, Recife e Fortaleza, que fazem com que a doença perca, aos poucos, sua mistificação e desconhecimento. O Dr. Maurício Abrão, professor da Faculdade de Medicina da USP, responsável pelo Setor de Endometriose do HC e presidente da Associação Brasileira de Endometriose e Ginecologia Minimamente Invasiva (SBE) comemorou! A grande incidência da endometriose nas mulheres em idade reprodutiva é uma realidade mundial e no Brasil não poderia ser diferente. Com a finalidade de buscar a troca de informações sobre o assunto, o intercâmbio científico e a divulgação da doença junto à população; o Núcleo de Ensino e Pesquisa em Endometriose (Nepe) criou, no final do ano passado, a Associação Brasileira de Endometriose e Ginecologia Minimamente Invasiva (SBE).
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Saúde e espiritualidade:
um novo paradigma se vislumbra no horizonte
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esde que o homem se entende como ser pensante, ele vem se utilizando da espiritualidade para entender o significado da vida e da morte, da sua presença no mundo, melhorar sua saúde e como ferramenta para lidar com as adversidades e a dor, seja ela física, moral e/ou espiritual. As grandes civilizações do passado sempre usaram os conhecimentos religiosos para tratar as doenças, seja isoladamente ou como coadjuvante às práticas médicas incipientes. Além disso, utilizava-se a religião, também, para obter melhor qualidade de vida na saúde mental, garantindo paz e harmonia. Estudos arqueológicos nos mostram que os sacerdotes, considerados os primeiros terapeutas, egípcios, hindus, chineses incluíam uma série de rituais espirituais na obtenção da cura de muitas moléstias que acometiam a Humanidade. Entretanto, somente na Grécia antiga, com o advento da medicina Hipocrática, o homem vai tentar racionalizar essas crenças e práticas retirando-as do mundo mítico e criando um sistema que pudesse entender de forma racional o impacto que atitudes, crenças, hábitos, ambientes, e/ou ervas causavam no organismo humano. Nasce aí a propedêutica e a medicina baseada em evidências. A despeito desse progresso inicial, a espiritualidade vai continuar sendo usada durante milênios mais como uma forma de cuidar, de forma não empírica, especialmente dos doentes e moribundos, do que uma forma terapêutica como conhecemos modernamente. Durante a Baixa Idade Média, por volta do ano 370, na Ásia Menor, surge o primeiro hospital no mundo Ocidental organizado por Cristãos Ortodoxos Orientais, devido à insistência do bispo São Basílio, bispo de Cesárea, especializados nos cuidados com pacientes portadores da lepra, modernamente chamada de hanseníase. Essa associação entre espiritualidade e cuidados em saúde perpassará à toda Idade Média, Moderna e mesmo na Idade Contemporânea, onde a religião controlará o exercício da me-
Franklin Santana dos Santos
Doutor em Psiquiatra Professor da Pós-Graduação da Disciplina de Emergências Clínicas FMUSP
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dicina. Sua importância era tanta, que a Igreja era responsável pela liberação dos diplomas daqueles que queriam exercer a medicina e muitos monges eram médicos e vice-versa. Ainda, hoje, em pleno século XXI, instituições religiosas dirigem vários hospitais, casas de saúde, programas de saúde e asilos. Entretanto, essa associação entre saúde e espiritualidade começa a ser questionada e mesma separada com o advento da filosofia positivista, idealizada por Augusto Comte, na França do séc.XIX, onde positivo ou real é tudo aquilo que pode ser provado com o microscópio ou telescópio. Abole-se a religião ou espiritualidade como fonte de conhecimento ou como recurso terapêutico e passa-se ao extremo, considerando como fonte de desequilíbrio mental ou fonte de doença. Com o aparecimento da psicanálise de Freud, a Ciência nascente, especialmente as ciências biológicas, que embasam grande parte da medicina, adotaram uma atitude francamente hostil a tudo que diz respeito à espiritualidade/religiosidade. Infelizmente, essa atitude não era baseada em trabalhos científicos, mas naquilo que se pretendia combater nas religiões, ou seja, a intolerância, o preconceito e mesmo, a ignorância dos homens de ciência. Essa visão enviesada da ciência, especialmente da Medicina, com relação à religiosidade/espiritualidade se perpetua e impregna o imaginário popular e as cabeças pensantes e o meio acadêmico por quase oito décadas. Somente no final dos idos de 1980, que epidemiologistas americanos, começam a cruzar dados relacionando freqüência religiosa e de orações com indicadores de saúde, doença e longevidade e encontram, para surpresa geral da comunidade médica, que espiritualidade/religiosidade estavam associados com uma melhor qualidade de vida, mais longevidade, menos doença física e mental e mortalidade. O epidemiologista da Universidade da John Hopkins, George Comstock, na década de 80, publica no Journal of Chronic Disease que os fiéis que apresentavam uma alta freqüência a serviços religiosos mostravam taxas de mortalidade menores. Desde então, milhares de artigos vêm sendo publicados em revistas médicas especializadas de todas as áreas da medicina, mostrando na sua maioria, uma associação positiva entre práticas espirituais e saúde, seja ela, física ou mental. É bem verdade que muitas dessas associações podem ser explicadas por outras variáveis que já são reconhecidamente impactantes no modus operandi da saúde, como menor
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consumo de álcool e tabaco, de carne vermelha, maior apoio social e prática de exercícios entre outros. Entretanto, temos que reconhecer que mesmo esses fatores ou estilos de vida são, na maioria das vezes, influenciados por diretrizes religioso-espirituais. Além disso, esses fatores, se tomados isoladamente, não conseguem explicar completamente todas as correlações positivas encontradas, mesmo após usar procedimentos estatísticos que filtram essas co-variâncias e também os mecanismos pelos quais a espiritualidade/religiosidade favoreceria a saúde. Certamente que a Medicina não acredita, nem lança mão de argumentos teológicos ou miraculosos para explicar essa relação. Tendo como princípio a neutralidade ou laicismo, e, portanto, separar a explicação religiosa, baseada em crença e fé, da racional, baseada em dados e hipóteses lógicas, a Medicina tenta construir teorias e hipóteses de trabalho baseadas nas evidências empíricas, ao estudar o fenômeno da espiritualidade nos cuidados em saúde, e a priori, também, não está autorizada, a afirmar categoricamente, sem pesquisas prévias, que o religioso/espiritual não faz parte das leis naturais ou que pertença ao sobrenatural e que não seja da sua competência, o seu estudo e o entendimento desse fenômeno, sob pena de cair no descrédito e perder o status de neutralidade. A hipótese, atualmente, mais aceita pela comunidade científica é que a espiritualidade atua em três sistemas: cardiovascular, endócrino e imunológico. Através dos neurotransmissores agiria diminuindo freqüência cardíaca e pressão sangüínea, menor produção de cortisol, hormônio relacionado com estresse e melhor vigilância e função das células de defesa. Claro que não é nosso objetivo nesse pequeno artigo esclarecer e esmiuçar tudo sobre espiritualidade e saúde, mesmo porque a Medicina apenas começa a pesquisar essa área, que promete descobertas fascinantes e que, certamente, colocará em xeque o modelo mecanicista de homem, adotado pela Ciência Ocidental. Eu terminaria fazendo uma pergunta ao leitor: “Por que será que, baseada em uma visão Darwiniana e nas últimas pesquisas médicas, a Mãe Natureza, estaria fazendo uma “seleção natural”, ao permitir que o homem spiritualis seja selecionado, por viver mais e melhor”? Portanto, parece estar melhor adaptado às condições de vida no globo terrestre, ao invés de um homem exclusivamente sapiens? Fica lançado à você, leitor esse desafio.
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Sal e Açúcar Um mesmo alimento pode provocar reações diferentes no organismo, dependendo de fatores individuais, o que se denomina individualidade bioquímica Vania Assaly
Doutora em Nutrologia FMUSP
Uma alimentação equilibrada deve oferecer além das proporções ideais de micro e macro nutrientes, prazer, sensação de bem estar e saciedade. Sabe-se que a escolha alimentar está fortemente relacionada aos estímulos sensoriais decorrentes do paladar encontrado em cada alimento, além da presença de temperos, condimentos, sal, açúcar, gorduras, e certamente do modo de preparo da refeição. A complexidade que determina a escolha alimentar está fortemente relacionada aos períodos de escassez vivenciados por nossos ancestrais e, posteriormente dos aspectos sócioculturais presentes na sociedade a que pertence. O papel da família na escolha alimentar hoje é objeto de estudo, uma vez que atua como desencadeante de patologias decorrentes de sobrecarga nutricional na criança e na adolescência. Sabe-se, através de estudos e pesquisas que a dieta desequilibrada é relacionada ao desenvolvimento de doenças como a obesidade, diabetes, hipertensão, doenças cardiovasculares, câncer, entre outras. Sabemos que um mesmo alimento pode provocar reações diferentes no organismo, dependendo de fatores individuais, o que se denomina individualidade bioquímica. Esse conceito está intimamente relacionado ao que verificamos na presença de respostas diferentes de cada paciente à determinado alimento, nutriente ou condimento, sendo esse objeto de estudo realçado na nutriogenômica.
Manoela Figueiredo Fernanda Scheer Mariana Fontana Nutricionistas Clínica de Medicina Integrada
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SAL A recomendação diária de ingestão de sal é de 4 a 6 g diários. Pesquisas realizadas em alguns estados mostram que o consumo de sal é de aproximadamente 12 g, valor muito acima do recomendado. O excesso de sódio na dieta pode levar ao aumento da pressão arterial, colaborando para o aumento do número de infartos e acidentes vasculares cerebrais. Pessoas que sofrem de hipertensão se beneficiam claramente da redução da ingestão de sal e sódio. Estima-se que 75% do sal que consumimos seja proveniente de alimentos processados industrialmente. A legislação brasileira não impõe limites para a quantidade de sal adicionado aos alimentos industrializados, nem obriga as empresas a colocarem alertas nas embalagens, mas os fabricantes são obrigados pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) a informar no rótulo o teor de sódio no alimento. É importante ressaltar que o sódio é fundamental ao organismo, pois regula a passagem de líquidos e de substâncias pela membrana celular, mantendo a pressão osmótica, e preservando os mecanismos de bomba iônica. Além disso, é importante para a transmissão de impulsos nervosos, sendo que em idosos e atletas, a falta de sódio pode determinar risco agudo de hipotensão, caso os mecanismos de feedback do sistema renovascular, adrenal e do sistema nervoso central estejam comprometidos. Problemas causados por ingestão insuficiente de sal são raros, mas acredita-se que uma dieta muito restritiva de sal (menos de um grama por dia para adultos) pode alterar o perfil lipídico do organismo, aumentando os índices de colesterol LDL, sendo este decorrente dos mecanismos de feedback da glândula supra renal solicitados para reequilibrar a hidratação e manter a pressão arterial. Estudos mostram que o consumo diário acima de 6g/dia está associado à pressão arterial mais elevada. O potássio, ao contrário do sódio ajuda a controlar a pressão.
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Assim, o ideal é combinar uma alimentação com sal na dose certa e aumentar a ingestão de alimentos ricos em potássio, como as frutas, leite e legumes. Outra questão importante é que a nossa alimentação é pobre em iodo, e o sal de cozinha é, por lei, enriquecido com essa substância desde 1995. Os problemas da falta de iodo são mais graves do que o excesso. O iodo é essencial para o funcionamento da tireóide. Ela capta o iodo do alimento e o transporta até uma proteína chamada tireoglobulina. Lá, são fabricados dois hormônios (T4 e T3) que agem no metabolismo. Durante o período que antecede a menstruação (TPM), as alterações hormonais provocam o aumento da retenção de líquidos em algumas mulheres. O excesso de sódio pode contribuir para esse aumento, devendo ter seu consumo mais controlado durante essa fase. O consumo adequado de água, por volta de 2 litros por dia, é importante para ajudar a eliminação de sódio do organismo. O sal pode também ser um fator negativo em pessoas com osteoporose ou osteopenia, já que faz com que a absorção do cálcio seja diminuída. Tão importante quanto repor o cálcio é diminuir o consumo de sal, em pessoas nessas condições.
Dicas gerais para reduzir o consumo de sal: Diminuir o sal de adição ao cozimento e complementar com o uso de ervas (alecrim, orégano, manjericão, hortelã, cebolinha, sálvia etc) para temperar; Usar sal hipossódico (50% menos sódio), porém se uma pessoa faz uso de medicamentos para pressão ou é portador de doença renal, deve antes consultar seu médico, pois o excesso de potássio pode levar a arritmias cardíacas; Preparar receitas sem sal e adicionar seu próprio prato; Reduzir a ingestão de alimentos processados e industrializados (pães, queijos, cereais, bolachas, enlatados) e preferir os naturais, como verduras e frutas, que têm menos de 10 mg de sódio por porção. Evitar salgadinhos prontos e embutidos (lingüiça, salsicha,mortadela, presunto, salame); Evitar produtos adoçados com ciclamato de sódio. Pois como contém sódio, pode afetar a pressão.
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Uma opção para quem tem hipertensão é seguir uma dieta que foi elaborada a partir de um estudo multicêntrico do National, Heart, Lung e Blood Institute, a Dieta DASH (Dietary, Approaches to Stop Hypertension). O estudo provou que uma alimentação rica em frutas, verduras, legumes e derivados do leite desnatados ou semidesnatados reduzem muito a pressão. O número de porções de alimentos de cada grupo deve variar de acordo com a necessidade calórica diária de cada pessoa mas, deve conter por volta de: 5 a 6 porções de cereais (integrais), 4 a 5 porções de hortaliças (crus e cozidos), 4 a 5 porções de frutas, 2 a 3 porções de derivados do leite (iogurte, queijos etc) com baixo teor de gordura, 2 porções de carnes, aves ou peixe cozidas, assadas ou grelhadas, 4 a 5 porções de oleaginosas (nozes, amêndoas, castanha do Pará etc) e leguminosas (feijão, ervilha, grão de bico) por semana.
Açúcar O consumo diário de açúcar adicionado aos alimentos deve ser no máximo 25% da energia total diária, variando de pessoa para pessoa. É importante ressaltar que o açúcar vai além do açúcar de mesa (de adição) e estão presentes em alimentos industrializados, refrigerantes, sobremesas, doces, sorvetes etc. Existem também os açúcares dos alimentos in natura, como frutas e leite, por exemplo, que por estarem associados a outros nutrientes como vitaminas, minerais e fibras são importantes para a saúde e devem ser consumidos. O consumo diário de frutas deve ser de três a cinco porções. Para diabéticos e obesos, o consumo deve ser controlado, reduzido para duas a quatro porções diárias, pois podem ter elevado índice glicêmico e ter impacto na contagem de carboidratos na dieta. Estudos demonstram que a ingestão de açúcar acima do total de energia diária recomendada pode diminuir os níveis de ingestão de cálcio, vitamina A, ferro, zinco. A energia obtida do açúcar, por ter uma absorção quase que imediata, faz com que tenhamos picos glicêmicos, com seguinte queda. Por isso que depois de uma refeição rica em açúcar, tem-se a sensação de concentração e bem estar, mas se prestar atenção irá perceber que logo em seguida vem a sensação contrária: mal estar, cansaço, sonolência, depressão, e o pior: vontade de comer mais um doce, para tentar manter essa “falsa sensação” de energia.
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Uma pesquisa da Harvard School of Public Health, nos Estados Unidos, identificou que mais de três milhões de pessoas morrem todos os anos no mundo, em decorrência de níveis elevados de glicose no sangue. Destas mortes, 960 mil são causadas pelo diabetes e 2,2 milhões por transtornos cardiovasculares causados pelo excesso de açúcar, segundo esse estudo. O diabetes tipo 2, que se caracteriza por hiperglicemia (glicemia de jejum acima de 99 mg/dl, ou por glicemia 2h pós refeição de 140 mg/dl) devido a inadequada resposta à ação da insulina, tanto no fígado (resistência a insulina hepática) como periférica, podendo ser consideravelmente otimizada com a mudança de hábitos alimentares, além de exercícios físicos moderados e perda de peso. Para ajudar a controlar o consumo de açúcar, uma opção é seguir uma dieta de baixo índice glicêmico. O índice glicêmico define a capacidade de um alimento aumentar os níveis de açúcar no sangue e com isso aumentar a secreção pancreática de insulina. Através da escolha adequada de alimentos, é possível fazer com que o organismo não sobrecarregue na produção de insulina, reduzindo o risco de doença cardiovascular e diabetes, além de se evitar o ciclo da voracidade. O consumo de alimentos de alto índice glicêmico desencadeia elevação de níveis de glicemia e insulinemia gerando alterações metabólicas como hipetrigliceridemia, queda de colesterol HDL, aumento de gordura visceral, hipertensão arterial, hiperaldosteronismo, aumento de ácido úrico, sendo estes elementos conhecidos como a Síndrome metabólica. A presença de hiperglicemia crônica poderá gerar produtos de glicação avançada sendo o mais conhecido a hemoglobina glicosilada A concentração de hemoglobina glicosilada reflete o controle glicêmico médio do paciente e está fortemente relacionada aos fatores de risco secundários ao DIABETES, como perda da visão - retinopatia, vasculopatia, neuropatia e nefropatia.Os alimentos de baixo índice glicêmico são mais ricos em fibras que estão associadas a um aumento da sensação de saciedade, oferecendo melhor qualidade nutricional. A mudança de hábitos alimentares e a prática regular de atividade física são essenciais para manutenção de qualidade de vida, e devem ser estimuladas por médicos, nutricionistas e profissionais de saúde.
Bibliografia: Personalized Nutrition Principles and Applications edited by Frans Kok 2007 Appetite and Food Intake Behavioral and Physiological Considerations by Ruth B.S. Harris 2008
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Yeda Bellia
Fisioterapeuta- USP 30 anos de experiência em reabilitação nas áreas ortopédica, esportiva, reumatológica, neurológica e pós-cirúrgica. Membro da Sociedade Norte-Americana de Terapeutas de Ombro e Cotovelo Diretora da Fisioterapia Yeda Bellia. Especialista em Terapia da Mão pela FMUSP
Incontinência urinária no Inverno
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om a chegada do inverno e a queda da temperatura, algumas mudanças ocorrem em nosso organismo, sendo uma delas o aumento da freqüência urinária. Se observarmos, comparando com os dias quentes, nos dias mais frios precisamos urinar mais vezes. Isso ocorre porque, além de o nosso corpo transpirar menos nesta época do ano, para compensar as baixas temperaturas, nosso metabolismo acelera e nossos rins produzem mais urina. Devido a essa alteração do organismo no inverno, algumas pessoas se deparam com um problema chamado Incontinência Urinária (nome dado à perda involuntária de urina). De modo geral, acreditam, incorretamente, ser essa uma conseqüência do envelhecimento e convivem com o problema sem procurar ajuda profissional, pois têm receio ou vergonha de falar do assunto. Ao contrário do que geralmente se pensa, a incontinência urinária é um problema comum que afeta mais de dez milhões de pessoas no Brasil, numa proporção de aproximadamente três mulheres para cada homem. O fato acontece nas situações mais diversas e impróprias, às vezes a perda de urina se torna tão freqüente que pode ocorrer até mesmo ao tossir ou espirrar. Poucas pessoas sabem, mas existem recursos fisioterapêuticos para tratar a incontinência urinária. A eletroterapia, através da estimulação elétrica funcional auxilia a pessoa a contrair de forma correta a musculatura do assoalho pélvico e o biofeedback, aparelho elétrico que mede a força de contração e, por um sinal sonoro ou visual, permite à pessoa perceber se está realizando, corretamente, a contração muscular ou o relaxamento.
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Poucas pessoas sabem, mas existem recursos fisioterapêuticos para tratar a incontinência urinária
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Prevenção
Nem sempre é possível prevenir a incontinência urinária. No entanto, é possível diminuir-lhe o risco com estas medidas: • Mantenha peso corporal saudável. Cuidando bem de sua saúde e mantendo seu peso sob controle, é possível diminuir o risco de incontinência urinária. • Pratique exercícios de Kegel (específicos para a musculatura perineal). A gravidez e o parto podem tornar os músculos do esfíncter e do assoalho pélvico mais fracos. Os médicos podem orientar mulheres grávidas a procurar uma fisioterapeuta especializada para aprender a realizar exercícios de Kegel, durante a gravidez, como medida preventiva. • Diminua ou elimine a cafeína. A cafeína é um diurético e pode fazer com que você urine de forma incontrolável. • Coma mais fibras. A obstipação intestinal é um risco de incontinência urinária. • Seja fisicamente ativo. Atividades físicas de baixo impacto também podem prevenir a incontinência urinária.
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Administrador e Músico
Beethoven e MC Créu
Por André Melo
O que difere L.V. Beethoven de M.C. Créu? (se você não sabe quem é o segundo, melhor). Defendo a tese de que existem apenas dois tipos de música: a boa e a ruim. Quem decide? Você. Aí cabe uma pergunta: você está decidindo ou estão lhe empurrando qualquer coisa? De todas as formas de arte, a música é a mais sublime. Toca o coração de todos os seres humanos. Homens e mulheres sempre utilizaram a música como forma intensa e direta de expressar suas emoções. Podemos afirmar com certeza, que mesmo aquelas raras pessoas que dizem não gostar de música foram, em algum momento de suas vidas, sensibilizadas por ela, de uma forma ou de outra. Ela também oferece apoio a outras artes, como dança, teatro, cinema, televisão, drama, comédia. Todas se alimentam da música para lhes dar vida. Se duvidar, abaixe totalmente o volume da televisão durante um filme interessante, ou imagine qualquer um dos seis filmes da saga de Star Wars sem a trilha sonora de John Williams. A coreografia do balé dramático “O Lago dos Cisnes” sem a música de Tchaikovisky, suscitaria risos. Tão importante para a música quanto formar compositores e intérpretes, é a formação de melhores ouvintes. Apreciar música de maneira passiva ou inerte é desperdiçar momentos de prazer. Mesmo aqueles que utilizam a música apenas para combater o silêncio, podem enriquecer sua experiência com algumas informações que ampliarão seu estado de consciência. Você também pode optar por manter o estado letárgico. A decisão é sua. Para quem não leu, recomendo o Mito da Caverna, de Platão. Para aqueles que não viraram a página, proponho algumas reflexões: O que é música? De onde vem a magia da música? Por que a música tem o poder de acalmar, irritar, fazer chorar, motivar e apaixonar? Como é o processo criativo de um artista? É possível apenas apontar direções. Você terá que encontrar as respostas. Os métodos ensinam que música é uma combinação de sons, que conservam entre si relações lógicas e ordenadas. A finalidade da música é evocar sentimentos e emoções. Essa
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informação é importante: a música tem como qualidades a melodia (combinação de sons sucessivos), a harmonia (combinação de sons simultâneos) e o ritmo (a ordem que os sons devem obedecer no discurso musical). No Hip hop, por exemplo, não há nada mais do que o ritmo. Da mesma maneira que um livro deve ter início, meio e fim, para que faça sentido, o compositor combina aqueles três elementos (melodia, harmonia e ritmo) seguindo uma forma. Ela pode ser entendida como o plano do compositor para estruturar a peça musical. Podemos comparar uma composição musical a um edifício planejado por um arquiteto (compositor). Ele é construído utilizando tijolos (notas musicais e pausas), que podem ser agrupados em paredes (acordes), formando pavimentos (compassos). Por exemplo: uma das formas musicais mais utilizadas até meados do século XX é a sonata, composta por quatro partes ou movimentos: um primeiro movimento rápido, apresentando o tema principal; um movimento lento, geralmente em forma de variações; um movimento dançante; e um movimento final, de caráter enérgico e conclusivo. Na música popular, o blues apresenta uma forma simples e eficiente, baseada na repetição contínua de 4 acordes divididos em 12 compassos. Como se pode observar, a magia é criada por um misto de razão (forma) e emoção (conteúdo e finalidade). Na próxima vez que estiver ouvindo uma música que lhe agrada, procure sentir sua pulsação. Como uma batida contínua do coração. Além dos cantores, tente desvendar que instrumentos estão presentes. Procure ouvir cada um deles isoladamente. No princípio é difícil. Não precisa saber o nome de cada um. Apenas sinta que o som é diferente. Como as pessoas, cada instrumento tem um timbre de voz peculiar. Eles dialogam entre si? Quais recordações e sentimentos essa música lhe traz? Da mesma maneira com que freqüentemente nos passa desapercebida a maravilhosa beleza do sorriso de nossos filhos ou as estonteantes cores de um pôr-do-sol, ligamos o rádio de nossos carros e quem está lá? M.C. Créu.
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Cinema A Alma Imoral “Não há tradição sem traição” A atriz Clarice Niskier se supera nesse monólogo profundo que lhe rendeu o Prêmio Shell de melhor atriz. Assistida por mais de 65.000 espectadores, a peça baseada na obra de Nilton Bonder é um convite à reflexão, desconstruindo e reconstruindo conceitos milenares da história da civilização, conceitos de certo e errado e do sentido da vida. Não perca esse presente por nada! http://www.almaimoral.com/
Os Homens são de Marte... e É pra Lá que Eu Vou! Cinturão vermelho
O grande trunfo da peça é tratar com bom humor as agruras vividas pelas mulheres em busca de um grande amor. A trama conta a história de Fernanda (Monica Martelli) e seus relacionamentos com vários tipos de homens, de todos os físicos, raças, níveis sociais e econômicos. Rindo dos próprios infortúnios, a protagonista fala sobre o amor e a falta dele, de forma divertida e emocionante, com uma conclusão surpreendente. A peça fica em cartaz no Teatro Procópio Ferreira até 31 de agosto, sexta e sábado, às 21h30, e aos domingos, às 19 horas. É de chorar de rir, diversão para mulheres, mas também para os homens.
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A grande atração desse filme é a dupla de brasileiros que mais faz sucesso em Hollywood: Alice Braga e Rodrigo Santoro. A primeira vive Sondra, a fiel esposa do protagonista, o lutador de jiu-jitsu Mike Terry, um abnegado professor da arte marcial que sobrevive com as aulas que dá em sua pequena academia. Rodrigo Santoro entra na trama na pele de Bruno Silva, irmão de Sondra, que se oferece para ajudar Mike a levantar dinheiro durante uma crise financeira. A partir daí, o que acontece é um monte de idas e vindas, que culmina com a participação do lutador em uma grande competição da modalidade. O roteiro é de um dos grandes nomes de Hollywood, David Mamet, roteirista de Os Intocáveis. Mamet, aliás, é praticante do esporte, que conheceu por meio de Renato Magno – que também faz as vezes de consultor de lutas do filme. Para os admiradores de artes marciais, é um programa imperdível. Para aqueles que gostam do cinema nacional, vale conferir as atuações dos brasileiros.
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Pra curtir o inverno Por Luciano Rodrigues
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e para alguns a chegada do inverno é um tormento, para outros ela é motivo de festa. Se você faz parte da turma que gosta de passar frio, ficar à beira da lareira e comer fondue trancado em casa, nossos roteiros em Santa Catarina são feitos para você. São três locais onde é possível “entrar numa gelada” em grande estilo. Devido ao péssimo estado da rodovia Régis Bittencourt, que liga São Paulo ao sul do Brasil, nossa recomendação é chegar até lá de avião, pousando em Florianópolis ou Curitiba e completando a viagem de ônibus. Se não for possível, vá de carro, pois a distância não é das maiores. Apenas muito cuidado com a estrada, repleta de caminhões e buracos, uma das mais perigosas do País. Vá devagar!
todo o Brasil, atraídos pela neve, cada vez mais comum. Mas o frio é apenas uma das características da cidade, que tem outros atrativos para os que gostam de fingir que estão na Europa. As pousadas são charmosas, perfeitas para quem quer passar um tempinho a dois. Há várias vinícolas de qualidade pela região, que certamente merecem uma visita – e claro, uma degustação. As plantações de maçã – a cidade é uma das maiores produtoras da fruta no país – também rendem boas fotos. Pra quem se cansar do ‘dolce far niente’, há o Parque Nacional de São Joaquim, com a belíssima Serra do Rio do Rastro, cânions de tirar o fôlego, vales, rios e muitas cachoeiras. Difícil vai ser alguém ter coragem de dar um mergulho.
São Joaquim
Lages
São Joaquim, em Santa Catarina, com aproximadamente 23 mil habitantes, é considerada por muitos como a cidade mais fria do Brasil – a média anual de temperatura é de apenas 13,5º C. No inverno, quando as temperaturas descem abaixo de zero com freqüência, a cidade é invadida por milhares de turistas de
Entre as “capitais do frio”, Lages é a maior, com cerca de 160 mil habitantes. Especializada em turismo rural, é fácil encontrar por ali bons locais para passeios a cavalo, trilhas em meio às florestas de araucárias e algumas bonitas cachoeiras, tudo com ótima infra-estrutura turística e guias especializados.
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Se você faz parte da turma que gosta de passar frio, ficar à beira da lareira e comer fondue trancado em casa, nossos roteiros em Santa Catarina são feitos para você
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Pros preguiçosos, uma boa notícia: a cidade tem shoppings, lojas e bares à vontade. Nas centenárias fazendas que circundam a cidade está outro dos principais atrativos de Lages: a comida, servida sempre com preparo cuidadoso, muitas opções e fartura. Esqueça o regime. Agora, algumas dicas: não deixe de visitar alguns dos CTGs (Centros de Tradições Gaúchas) de Lages. A cidade herdou muito da cultura e dos costumes do Rio Grande do Sul. As danças, músicas e roupas típicas são um atrativo à parte. Em maio é realizada a Festa Nacional do Pinhão, evento que atrai cerca de 300 mil pessoas. Em um imenso parque, são realizados grandes shows, apresentações culturais e várias opções gastronômicas elaboradas a base de pinhão.
Urubici Urubici encanta o visitante logo ao primeiro contato, encrustrada no meio da serra catarinense, a 1425 metros de altitude. Com pouco mais de 10 mil habitantes, a
população da cidade se multiplica a cada inverno, assim como na vizinha São Joaquim. A natureza foi gentil com a região. Muito verde, cânions e formações rochosas de rara beleza, mais de 80 cachoeiras, morros e algumas vistas do pôr do sol de perder o fôlego. Se você tiver sorte, pode observar a geada, que transforma pastos e morros em um lindo tapete branco. O frio é tamanho (a neve não é rara na cidade) que chega a congelar quedas d’água. Em Urubici foi registrada a temperatura mais baixa do Brasil, 17,8º abaixo de zero – e sensação térmica de 40º negativos– , em 1996, no Morro da Igreja, o mais alto do sul do País, com 1822 metros de altitude. E, para quem quer agitar a viagem com um pouco de adrenalina, há os rios Canoas e Pelotas, bons para a prática de canoagem e rafting. Os paredões de pedra são um prato cheio para os praticantes de parapente, rapel e vôo livre. E as trilhas da região são repletas de jipes e motos.
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Anita Galvão
Nossos direitos
como cidadãos A Revista Meaning, atenta às necessidades dos pacientes que precisam de orientação sobre as questões que se deparam quando adoecem ou algum membro da família, disponibilizou esse espaço para abordar os temas cotidianos de pacientes crônicos, principalmente pacientes com câncer. Frente ao sofrimento físico, psicológico, social e financeiro; o paciente precisa ter consciência de seus direitos para assim, poder lutar contra os obstáculos que encontrará no longo e árduo caminho da própria doença.
Advogada Universidade Mackenzie Especialista em direito civil e empresarial Galvão Advocacia e Consultoria Diretora da Federação Nacional dos Advogados
Obter informações corretas e conhecer seus direitos para traçar estratégias durante o enfrentamento de uma doença é o meio mais eficaz de prevenir e solucionar problemas futuros. A falta de conhecimento de nossos direitos e a falha na comunicação equipe-paciente-família são problemas muito freqüentes e que colaboram com um sofrimento ainda maior. Ressaltamos aqui alguns direitos básicos, já de conhecimento de muitos, mas que iremos nos aprofundar nessa coluna.
São direitos dos pacientes: 1. Ter um atendimento digno, atencioso e respeitoso. 2. Ser identificado e tratado pelo seu nome e sobrenome. 3. Não ser identificado e tratado por: a) números; b) códigos ou; c) de modo genérico, desrespeitoso ou preconceituoso. 4. Ter resguardado o sigilo sobre seus dados pessoais, desde que não acarrete riscos à terceiros ou à saúde pública. 5. Poder identificar as pessoas responsáveis direta e indiretamente por sua assistência, através de crachás visíveis, legíveis e que contenham: a) nome completo; b) função; c) cargo; e d) nome da instituição. 6. Receber informações claras, objetivas e compreensíveis sobre: a) suspeitas diagnósticas; b) diagnósticos realizados; c) ações terapêuticas; d) riscos, benefícios e inconvenientes provenientes das medidas diagnósticas e terapêuticas propostas; e) duração prevista do tratamento proposto; f) a necessidade ou não de anestesia, o tipo de anestesia a ser aplicada, o instrumental a ser utilizado, as partes do corpo afetadas, os efeitos colaterais, os riscos e conseqüências indesejáveis e a duração esperada do procedimento; g) os exames e condutas a que será submetido; h) a finalidade dos materiais coletados para exame; i) as alternativas de diagnóstico e terapêuticas existentes no serviço em que está sendo atendido e em outros serviço; e j) o que julgar necessário. 7. Consentir ou recusar, de forma livre, voluntária e esclarecida, com adequada informação, procedimentos cirúrgicos, diagnósticos e/ou terapêuticos a que será submetido, para os quais deverá conceder autorização por escrito, através do Termo de Consentimento. 8. Ter acesso às informações existentes em seu prontuário. 9. Receber, por escrito, o diagnóstico e o tratamento indicado, com a assinatura do nome do profissional e o seu número de registro no órgão de regulamentação e controle da profissão. 10. Receber as prescrições médicas: a) com o nome genérico das substâncias; b) datilografadas ou em caligrafia legível; c) sem a utilização de códigos ou abreviaturas; e d) com o nome legível do profissional, assinatura e seu número de registro no órgão de controle e regulamentação da profissão. 11. Conhecer a procedência do sangue e dos hemoderivados e poder verificar, antes de recebê-los, os carimbos que atestaram a origem, sorologias efetuadas e prazos de validade. 12. Ter anotado em seu prontuário, principalmente se inconsciente durante o atendimento: a) todas as medicações, com as dosagens utilizadas; e b) o registro da quantidade de sangue recebida e dos dados que permitam identificar a sua origem, as sorologias efetuadas e prazos de validade.
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13. Ter assegurada, durante as consultas, internações, procedimentos diagnósticos e terapêuticos, e na satisfação de suas necessidades fisiológicas; a) a sua integridade física; b) a sua privacidade; c) a sua individualidade; d) o respeito aos seus valores éticos e culturais; e) o sigilo de toda e qualquer informação pessoal; e f) a segurança do procedimento. 14. Ser acompanhado, se assim o desejar, nas consultas, exames e no momento da internação por uma pessoa por ele indicada. 15. Ser acompanhado, se maior de sessenta anos, durante o período da internação, de acordo com o que dispõe o Estatuto dos Idosos. 16. Ser acompanhado nas consultas, exames e durante a internação se for menor de idade, de acordo com o que dispõe o Estatuto da Criança e do Adolescente. 17. Ter asseguradas durante a hospitalização a sua segurança e a dos seus pertences que forem considerados indispensáveis pela instituição. 18. Ter direito, se criança ou adolescente, de desfrutar de alguma forma de recreação, prevista na Resolução nº 41, do Conselho Nacional de Direitos da Criança e do Adolescente. 19. Ter direito durante longos períodos de hospitalização, de desfrutar de ambientes adequados para o lazer. 20. Ter garantia de comunicação com o meio externo como, por exemplo, acesso ao telefone. 21. Ser prévia e claramente informado quando o tratamento proposto estiver relacionado a projeto de pesquisa em seres humanos, observando o que dispõe a Resolução nº 196, de 10 de Outubro de 1996, do Conselho Nacional de Saúde. 22. Ter liberdade de recusar a participação ou retirar seu consentimento, se estiver sendo incluído em qualquer fase de protocolos de pesquisa, sem penalização alguma e sem prejuízo ao seu tratamento. 23. Ter assegurada, após a alta hospitalar, a continuidade da assistência médica. 24. Ter assegurada, durante a internação e após a alta, a assistência para o tratamento da dor e as orientações necessárias para o atendimento domiciliar, mesmo quando considerado fora de possibilidades terapêuticas atuais. 25. Receber ou recusar assistência psicológica, social ou religiosa. 26. Recusar tratamentos dolorosos ou extraordinários para tentar prolongar a vida. 27. Optar pelo local de morte Fonte:www.ibcc.org.br
JIMENEZ ASSOCIADOS
0642.ONC.A.I.07
Criando valor, desenvolvendo saúde Rua Dr. Renato Paes de Barros, 1.017 60, 90 e 100 andares • Itaim Bibi CEP 04530 001 • São Paulo • SP
Vamos falar de uma nova era em câncer de mama HER2 positivo.
Independentemente do jeito e do estilo de ser, toda mulher sabe a importância de fazer o exame para detectar o Câncer de Mama. O que muitas não sabem é que 25% dos Cânceres de Mama são do tipo HER 2 positivo.1 Se diagnosticados corretamente e no tempo certo, há um tratamento
identifique HER 2: Saúde para mulheres de uma nova era. Referências bibliográficas: 1 - Chantalt Tse et al., Clinical Chemistry 51:7 1903-1101 (2005). 2 - Martine J. Piccarti - Gebhart, NEJM 353 (16):1659-72 (2005)
www.mulherconsciente.com.br
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específico com bons resultados.2 Por isso é tão importante fazer o teste HER 2. Esteja consciente dessa nova era. Converse com seu médico.