Revista meiaum N° 23

Page 1

PERFIL

O engraxate que acaba de voltar de Nova York

CONTO

Como a falecida sogra acabou com a alegria de Adalberto

nยบ

23

Ano 3 | abril 2013

U

www. meiaum. com. br

OS PARTIDOS E AS IDEIAS DA

ESQUERDA

BRASILIENSE

1


Antecipação da Restituição do Imposto de Renda Escolha o BRB como banco recebedor da restituição e fique 100% tranquilo. Sossego na vida é antecipar até 100% do valor da sua restituição do Imposto de Renda, sem burocracia e com agilidade. Solicite a antecipação pelo Banknet, Telebanco, terminais de autoatendimento ou pela agência BRB.

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NEM TUDO QUE VOCÊ PAGA É SEU Anunciar na meiaum é associar sua imagem a uma revista independente, séria e de qualidade. Não dá direito de publicar fotos de suas festinhas, receber elogios nas matérias ou ser entrevistado por nossos repórteres. Se fizéssemos isso não seríamos nem independentes, nem sérios nem de qualidade, não é mesmo?

Comercial: (61) 3328-8046

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Papos da Cidade Reflexões, análises e resmungos de quem vive em Brasília

Fora do Plano

í n d i c e

O “estilo mutirão”de cuidar da saúde

Brasília 61 visões A cidade pela alma de seus habitantes

Perfil As oportunidades que a capoeira deu a Sorriso

Conto Dorinha seguia à risca o conselho da falecida mãe

Ensaio As cores de Cuba

Capa Conheça os cinco partidos que representam a esquerda do DF

Artigo A história da horta e uma reflexão sobre público e privado

Brasífra-me Os poemas-enigmas de Nicolas Behr

46

Crônica

48

crítica

50

Caixa-Preta

51

Charges do Gougon

8 12

46 – 47

13 14 20 24

52

Roteiro Os destaques da programação da cidade

e Botecos 62 Banquetes Em cada edição, Marcela

Benet visita um restaurante. E ninguém sabe quem ela é

32 42

24 – 31

44

Meia garrafa depois, Pancho ainda parecia sóbrio

Uma música de 33 minutos, com 33 atos Por que só Feliciano está no lugar errado?

FHC está cheio de apoio para entrar na Academia de Letras

20 – 23 14 – 19


C a r t a

d a

e d i t o r a

O papel não aceita tudo

Q

uando decidimos criar a meiaum, não tínhamos dinheiro para investir, mas nossa equipe morria de vontade de fazer uma publicação diferente em Brasília. Diferente desde a proposta gráfica ao estilo de jornalismo, do formato ao papel, do tamanho dos textos à “proibida” manifestação de opinião. Começamos então sem dinheiro mesmo, apostando que, se tantos veículos ruins sobrevivem por aqui, não havia como um benfeito não dar certo. Éramos menos de dez pessoas, e fomos atrás de colegas jornalistas, ilustradores, fotógrafos, escritores, artistas que nos ajudassem a produzir o conteúdo da revista. Em menos de um ano, mais de 60 profissionais já se dedicavam a essa ideia meio fora de moda de fazer jornalismo impresso com liberdade, independência e diversidade em uma cidade onde a regra é ganhar dinheiro com veículos sem sal e sem vergonha – e onde jornalistas cada vez mais desistem do ofício. Hoje somos mais de 120 pessoas fazendo a meiaum. Duvido que alguma revista daqui junte tanta gente boa quanto a nossa. Escolhemos não tratar nossos leitores feito idiotas. E cada vez ganhamos mais deles por isso – perdemos alguns também, mas não achamos que seria diferente. Decidimos fazer jornalismo autoral em plena era da objetividade. Optamos por promover a literatura e por

publicar textos longos. Disseram que assim não atingiríamos o desejado público jovem, e hoje a maioria do retorno que recebemos é de leitores que ainda nem saíram da universidade. Estamos realizados com o trabalho que temos feito. O sucesso editorial da meiaum, porém, não se repete na área comercial. O mercado publicitário prefere outro tipo de revista. Os empresários da cidade criaram o hábito de trocar páginas de anúncio por páginas editoriais de bajulação, e nós não fazemos isso por dinheiro nenhum. Veja que ironia. Apesar de frequentemente, desde o primeiro número, publicarmos críticas ao governo local, é ele nosso maior anunciante, sem nunca nos ter feito qualquer proposta indecorosa. Esta edição que você tem nas mãos é, portanto, o último número impresso da meiaum. Só por um tempo, desejamos. Continuaremos nosso trabalho no meio digital, produzindo e diagramando mensalmente a revista que tanto gostamos de fazer, sem nenhuma modificação na linha editorial. As mudanças de projeto gráfico que apresentamos neste número são nosso jeito de marcar esta nova fase, celebrando o charme que só o papel tem e nos preparando para nos divertir com as possibilidades fora dele. Anna Halley


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4

(Ico Oliveira) Na verdade é Francisco, mas Ico é brasiliense desde sempre. Filho de Fernanda Massot e Ary Pára-

E mais...

Raios, irmão caçula de seis e tio

Werley Kröhling pág. 8 Luiz Martins da Silva pág. 9

de três. Enquanto não descobre

Bruna Gil pág. 9 Gustavo Serrate pág. 10

o que vai ser quando crescer, trabalha e colabora mundo afora,

Gougon págs. 12, 50 e 51 Bruno bravo pág. 13

como designer gráfico, ilustrador

Daniel Banda pág. 42 Nicolas Behr pág. 44

y otras cositas más. Curte muito

Daniel Cariello pág. 46 André Cunha pág. 48 Miguel Oliveira pág. 50 Camila Rodrigues pág. 52 Marcela Benet pág. 62 Rômulo Geraldino pág. 62

navegar como pirata neste mar de concreto da capital.

pág. 46

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é uma publicação mensal da editora meiaum conselho editorial: Anna Halley, Carlos Drumond, Hélio Doyle (coordenador), Luana Lleras, Noelle Oliveira e Paula Oliveira diretora de redação: Anna Halley fotografia: Luana Lleras | projeto gráfico e diagramação: Carlos Drumond | assistente de produção: Cristine Santos Publicidade: Sucesso Mídia Comunicações (61) 3328-8046 – barroncas@sucessototal.com.br Impressão: Ediouro Gráfica – 15 mil exemplares Os textos assinados não expressam, necessariamente, a opinião da Editora Meiaum. Contato: editora@meiaum.com.br

Acompanhe nossa página Siga @revistameiaum www.meiaum.com.br

Anna Halley e Hélio Doyle (sócios) SHIN CA 1 Lote A Sala 351 – Deck Norte Shopping Lago Norte | Brasília-DF | (61) 3468-1466 www.editorameiaum.com.br ISSN 2236-2274

23

(João Pitella Junior) É ex-jornalista, graças a Deus. Ou pelo menos gostaria de ser. Sustenta algumas livrarias, mas tem cada vez menos tempo para ler. Detestava a Apple e agora é tiete do Steve Jobs. Só não deixou de ser torcedor do Flu.

pág. 20

CAPA | Por PEdro Ernesto ilustração vetorial

Designer gráfico, atua no mercado brasiliense, é autor de livro infantil e colabora na meiaum desde seu primeiro número. Faz parte do escritório Grande Circular. Veja os trabalhos da equipe em www.grandecircular.com.


P a p o s Ilustrações

d a

c i d a d e

Werley Kröhling

| werleyk@gmail.com

Mas como acreditar nisso se o

celebrar.

Feliz 2014

próprio Ministério da Educação

– Celebrar o quê?

Quando o ano começa com a

tenta justificar a nota das famo-

– Não sei, mas foi legal.

morte de uma menina carioca

sas redações com referências ao

– O parque está imundo...

de 10 anos, vítima de uma bala

Miojo e ao Palmeiras? Aliás, não

– As pessoas gostam de criticar

na cabeça e de um sistema no-

tem graça o Enem ter virado

tudo. Estamos acostumados –

jento de saúde pública, fica difí-

piada por causa dos erros, que se

ponto final.

cil manter o ânimo. Se centenas

superam a cada edição.

A luta ocorreu em março, no

de famílias perdem seus jovens

Aí vem a Justiça para garantir

Parque da Cidade, e dizem que

em um incêndio por burrice e

que o goleiro Bruno e seus puxa-

reuniu cerca de 3 mil pessoas.

irresponsabilidade, dá vontade

sacos saiam da cadeia o quanto

Eu estava lá, claro que bem

de mudar de planeta. Em 2013,

antes. E tem o de sempre. Afi-

limpa e desinformada. Talvez, se

aquele espírito de renovação, de

nal, por que seria diferente em

eu soubesse, teria ido aproveitar

“este ano vai ser diferente” não

2013? “A chuva”, sempre ela, ti-

o domingo de sol em outro

chegou nem à segunda metade

rou a vida de dezenas de pessoas

lugar. Pelo que pude perceber,

do meu verão.

no Rio. Ficamos sabendo ainda

a maioria das pessoas era jovem,

Teve a renúncia do papa. Não

que, por problemas na estrutura

bem jovem mesmo. Até crianças

sou religiosa nem supersticiosa,

antes mesmo do fim das obras,

estavam lá, manchadas de preto,

mas boa coisa isso não deve ser.

tiveram de ser demolidos edifí-

de amarelo, de roxo, de azul.

E o menino de 14 anos morto

cios feitos especialmente para

Adultos também, soube depois.

por causa de um sinalizador

quem ainda vive na área de risco

O fato é que aquela movimenta-

náutico em pleno estádio na

onde outras dezenas de cidadãos

ção fora do comum era irritante.

Bolívia? Não dá para achar que

morreram em deslizamentos em

Pessoas correndo de um lado

“são coisas da vida”. Alguém

2010.

para o outro e atrapalhando

atropelar uma pessoa e ainda

E ainda estamos só na ressaca da

quem estava ali apenas para

lhe tirar a possibilidade de ter o

Páscoa.

caminhar, correr ou andar de

braço de volta é tão inimaginá-

Anna Halley

bicicleta. E, pior, não tinham

vel que faz a gente involuntaria-

nenhum propósito! Tantas coisas

mente praticar a empatia.

acontecem no País e pedem

Veja a história das UTIs de

Guerra é guerra

mobilizações assim.

Curitiba. Se não podemos con-

– Garoto, o que vocês estão

Pensando bem, e daí? Qual o

fiar nos médicos, como manter

fazendo? – perguntei.

problema de o pessoal se reunir

a fé na humanidade? Não sei

– Guerra de tinta, tia – disse. E

para nada, para brincar, para

mesmo. A saúde e a educação

completou – Combinamos o

se sujar? Nenhum. Por que é

são sagradas. Ou deveriam ser.

encontro pela internet e viemos

que tudo precisa ter propósito


nobre, politicamente correto ou

em frações,

da morte e da ressurreição de

explicar que não estão fazendo

rentável? É extremamente acei-

Dividem a nossa existência em

Jesus Cristo, alguém arrancou

mal algum, quem não conhece

tável e digno alguém não querer

exatas estações.

a cabeça da imagem de Nossa

não acredita.

Senhora Aparecida exposta em

No começo do ano, um DJ foi

pensar nem lutar por nada em um domingo de sol. Não que eu

Despem-se, vestem-se, escolhem

um altar no Morro da Capeli-

preso por usar a foto de uma jo-

me anime a me juntar a 3 mil

novas roupagens;

nha, em Planaltina. Segundo o

vem em um perfil no Facebook

pessoas para celebrar o nada,

Umas engordam, outras emagre-

noticiário, foi a terceira vez que

e ridicularizar as crenças e os

mas também não condeno.

cem, mudam o manequim;

depredaram a imagem só neste

costumes evangélicos. Foi acusa-

Só que a brincadeira, em certos

Estilistas, passarelas, desfiles,

ano. Impossível não se lembrar,

do de difamação e injúria contra

momentos, foi sem graça. O

lançamentos de ramagens.

pelo menos pra mim, de quando

a mulher que teve a foto utiliza-

um bispo da Igreja Universal

da por ele. O perfil sobreviveu,

que condeno é o despreparo da organização do evento. Eles po-

Outras ainda se enchem de fru-

chutou uma escultura da mesma

agora com um rosto desenhado,

dem até se juntar sem propósito

tos num torneio de abundância;

personagem da crença católica.

e cresceu. Irmã Zuleide “casou-

algum, mas que não perturbem

São por demais generosas, tanto

Daqui a pouco esse episódio vai

se” recentemente com o Pastor

que não está a fim. Não contem

faz, para você ou para mim;

completar 20 anos. Aconteceu

Teobaldo. Ela é evangélica

com os outros para limpar a

Entregam-se com fartura, doçu-

em 1995, mas ainda é símbolo

fanática e julga a tudo e a todos.

sujeira. Não contem com os

ra, formosura e elegância.

de intolerância com a religião

Nos comentários, é comum

alheia.

os seguidores ridicularizarem

outros para deixar de caminhar, de pedalar ou de correr e abrir o

Se é outono, são bromélias,

Há alguns anos, destruíram

ainda mais a religião e acusar

caminho para eles. Não contem

camélias, azaleias, dálias;

imagens dos orixás na Prainha,

os evangélicos de mercenários,

que não serão xingados porque

Se é inverno, quaresmeiras,

ao lado da ponte Costa e Silva.

intolerantes e hipócritas.

atingiram com tinta quem não

ipês (roxos, brancos, amarelos),

Não foi um episódio isolado.

Para ser criticado, no entanto,

queria brincar. E não contem

jasmins;

Todas as 16 estátuas foram des-

nem é preciso ter religião.

com a compreensão de todos.

Se é primavera, cajueiros,

truídas no início dos anos 2000.

Os ateus são constantemente

Afinal, guerra é guerra, e nin-

jenipapos, laranjas, mangueiras,

Até fogo atearam. Religiosos

tachados como arrogantes por

guém está lá para se colocar no

amoras;

fizeram protestos, reclamaram

não reconhecerem a existência

lugar do outro. Infelizmente.

Se é verão, fogo ardente, flambo-

de discriminação e exigiram do

de Deus. Muita gente estranha

Paula Oliveira

yants, radiantes, carmins.

governo do DF atenção à praça,

o fato de não sentirem a neces-

Luiz Martins da Silva

que, diziam, além de sofrer com

sidade de se reunir para cultuar

a falta de segurança, não recebia

alguém ou algo. E quando se

manutenção. Terreiros de um-

organizam em grupos de discus-

não são árvores.

Todos somos vítimas e algozes

banda e de candomblé também

são ou encontros são vistos como

Flores são cronômetros, copas,

Às vésperas da Semana Santa,

são frequentemente atacados.

incoerentes por discutirem algo

mostruários.

feriado importante para os

Para praticar seus rituais, preci-

que julgam não existir, embora

Marcam assim o tempo, a vida

cristãos e que os faz se lembrar

sam se esconder. E não adianta

queiram na verdade acabar com

Calend’árvores Árvores existem que são relógios

9


a influência religiosa no Estado,

poeira cinzenta. O sentimento

grupo. O seleto logo se tornou

disso apenas silêncio e alguns

que, por lei, deveria ser laico.

de desolação é perturbador.

popular, e em poucos meses

murmúrios.

Os críticos, pelo visto, não

Vejo sinal de luz, distante.

havia mais gente dentro do

Percorro os velhos bairros.

toleram a intolerância. Um não

Alguns corajosos sobrevi-

que fora.

Se fosse outra época, haveria

aceita o outro e todos se sentem

vem, alimentando comuni-

O grande cataclismo começou

crianças, adolescentes, adultos

vítima.

dades. Burburinhos podem

quando cidades vizinhas, apa-

e até alguns idosos praticando

Bruna Gil

ser ouvidos. Prefiro não me

rentemente muito mais promis-

as mais diversas atividades.

aproximar, sabe-se lá do que se

soras e sofisticadas, começaram

Desde o mero diálogo até

alimentam, estes que sobraram

a surgir. O Orkut tentou uma

cultivar fazendas, tirar fotos,

por aqui. Ouvi dizer que

política de modernização, mas

discutir filosofia ou fazer jogui-

Orkut, a cidade desolada

10

andam em grupos, famintos.

isso não passava de um verniz

nhos nas comunidades.

É uma experiência estranha

Há algumas gangues assom-

desesperado do governador

Penso que poderia ser feito um

acessar o Orkut depois de

brosas de fato, postando fotos

Orkut Büyükkökten para obter

trabalho de arqueologia bem

tantos anos distante. Sinto-me

grotescas de seu modus vivendi.

de volta seu prestígio. Apesar

complexo aqui, resgatando per-

um aventureiro adentrando os

Alimentam-se do que podem,

das tentativas, a depressão se

sonalidades que se perderam

portões de uma antiga praça

não quero descobrir se minha

instalou. Notícias de suicídios

no meio de entulhos, estórias,

popular. Logo na entrada ouço

carne serviria de refeição.

pipocavam por todos os cantos

diálogos, brigas, depoimentos,

o ranger das portas velhas

A grande rede Orkut era ini-

e, com os suicídios, rastros

recortes. Tantas informações

balançando com o vento. Sinal

cialmente conhecida por disse-

inteiros de histórias pessoais

apagadas, deletadas, olvidadas.

de vida! Um lagarto escapa

minar a teoria de que qualquer

eram apagados. Com as mortes

Resolvo visitar uma comunida-

pelos escombros.

um de nós está a apenas seis

de amigos, colegas e familiares,

de que eu mesmo criei, e aban-

Casas e lojas vazias, comunida-

graus de distância de qualquer

o Orkut tornou-se inóspito,

donei. O caminho continua

des cheias de papéis espalha-

pessoa do mundo. Eu conheço

insípido, desértico. Os suicidas

parecido, atravesso um pedaço

dos pelo chão. Houve correria,

você, que conhece outra

são excluídos sumariamente

de estrada de terra e viro à

houve desespero. Suicídios em

pessoa, que conhece outra

de qualquer tipo de registro. É

esquerda depois da ponte de

massa. Não há mais rastros de

pessoa que de alguma forma

regra. Tudo o que proferiram

madeira. Uma vila, a Vila dos

sangue, só degradação urbana

me conhece. Inicialmente,

em comunidades, todos os

Sonhadores. O último registro

e sujeira. Está tudo abandona-

para fazer parte dessa rede, era

testemunhos deixados são irre-

de atividades consta de 2010.

do, os metais enferrujando, e

preciso ser convidado, e cada

vogavelmente esquecidos.

Alguns membros deixaram

a mata já encobre os muros, os

pessoa podia distribuir apenas

Restam os registros dos usuá-

seus perfis ativos com rastros

quintais. As fazendas outrora

alguns convites. Com o tempo

rios que apenas abandonaram

das últimas palavras trocadas,

lucrativas agora não passam

as leis tornaram-se mais bran-

o sistema, deixando suas contas

antes de embarcarem para

de cemitérios a céu aberto.

das até o ponto em que bastava

inativas. Grande parte das

longe desta cidade-fantasma.

A cidade, um dia azul e rosa

preencher um formulário de

últimas atividades ocorreu

A última mensagem veio de

bebê, hoje está enfeitada de

cadastro para acessar o seleto

entre 2010 e 2006, depois

um amigo. Resgato a questão


colocada para discussão em

dos taxistas brasilienses, que

aperta o botão e lá está a frase

comunidade. Como estou me

aguardam a chegada de estran-

em inglês, que posso ler, um

sentindo à vontade neste lugar

geiros para o jogo de abertura

pouco desajustada, novamente

que visitei tantas vezes, e que

da Copa das Confederações,

no celular. “É assim que vou

ajudei a criar, procuro uma

em junho. Essa é apenas a

trabalhar. Pronto, não preciso

poltrona, limpo a poeira e leio

prévia do que virá depois, com

de mais que isso. Até porque

em voz baixa, para que o som

a Copa do Mundo no próximo

já atendemos estrangeiros aqui

da minha voz não ultrapasse os

ano. Entre uma corrida e

e ninguém nunca deixou de

vidros das janelas quebradas:

outra, é fácil perceber que

chegar ao destino porque não

“Por que o brasileiro ‘descola-

poucos resolveram aprender

falava português”, resume.

dinho’ tem vergonha da mito-

outra língua por causa do

A maquininha de soluções

logia de seu país? Será por falta

evento. Quem já sabia também

custou R$ 400. “Deve vir da

de algum épico, como Tolkien

não se empolgou muito em

China, mas compensou”, di-

fez com a mitologia do norte

praticar. Isso não significa que

verte-se o motorista. Ele e um

da Europa? PS.: Eu sei que o

não estejam investindo: vários

grupo de amigos já decidiram:

Tolkien era sul-africano”. Ter-

já compraram um smartpho-

nos dias dos jogos, preten-

mino de ler. Não há respostas

ne. Segundo um taxista que

dem fazer corridas apenas do

de outros usuários, já foi uma

atende passageiros na área

aeroporto para a área central.

discussão feita no período da

central da capital do País,

“Vai dar mais dinheiro, por isso

grande depressão.

há até vendedor especiali-

optei pelo investimento.” Di-

Tomando cuidado para não

zado em oferecer esse tipo

ferente de muitos, já fez curso

pisar nos cacos dos escombros,

de equipamento telefônico

de línguas há alguns anos, e

encontro uma saída e deixo

aos motoristas. “E ele está

o fato de conhecer o processo

para trás a cidade-fantasma.

vendendo muito nos pontos,

de aprendizagem pesou para

Um silvo ecoa, a placa Orkut

viu?”, revela. O equipamento

decidir não tentar uma vaga

entortada vai ficando para trás.

não tem nada de mais, apenas

nos programas de aperfeiçoa-

Meu esquálido saudosismo

acessa a internet e traz um

mento oferecidos pelo governo.

guardado dentro do bolso.

atalho para um programa de

“Eu sei muito bem que não é

Gustavo Serrate

tradução simultânea. “É assim

em um mês que vou aprender

que pretendo me virar”, mostra

a me comunicar”, pondera.

o taxista que adquiriu um

Segundo o representante do

exemplar. Ele me entrega o

segmento, a comunicação ver-

Tradução simultânea

celular, escrevo uma frase em

bal promete se resumir a duas

O jeitinho brasileiro de resol-

inglês, o programa a traduz.

palavras: “Hello e bye-bye”.

ver as coisas já tomou conta

Ele responde em português,

Noelle Oliveira

11


p o r

N OE L L E

F o r a

d o

O L I V EIRA

noel l eol iv eira @meiaum.com.br

P l a n o

De olho nas urnas Os médicos não escondem, realmente recebem valores maiores pelos procedimentos em mutirão. As quantias não são pagas pelo contracheque tradicional, mas sim via recibo de pagamento autônomo, desrespeitando, segundo o MPDFT, a natureza estatutária dos servidores da rede pública e dificultando a correta fiscalização do dinheiro público. Não é difícil perceber que o “estilo mutirão” de executar ações, principalmente de saúde, é um dos preferidos do governo local. Os grandes resultados conquistados de uma só vez, em curto espaço de tempo, garantem visibilidade e contribuem significativamente para as estatísticas anuais. Desde 2011, o governo já promoveu mutirões de reconstrução mamária, de cirurgias para 16 mil pacientes em diversas especialidades médicas, de operações de catarata, de combate

Conta mais cara

ao câncer de pele e de cirurgias para crianças.

Agnelo Queiroz elegeu a saúde prioridade de seu governo, mas a área não tem o mesmo peso quando se trata de investimentos. Pelo menos não da forma convencional. Quando as coisas parecem funcionar, o caminho não é o indicado. É o caso dos mutirões de cirurgias, adotados desde o início do governo como forma de solucionar de uma vez só a grande demanda por atendimentos. De acordo com o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios, os valores contratados para essas ações são superiores aos da tabela do Sistema Único de Saúde (SUS), o que, é claro, prejudica os cofres públicos. O Ministério Público também questiona como a Secretaria de Saúde do DF consegue realizar tantas cirurgias em regime de mutirão, uma vez que, no dia a dia, alega falta de estrutura. Os próprios médicos explicam: em dia de mutirão se desdobram e trabalham em jornadas muito estendidas, o que seria inviável na escala normal. Diante do que constatou, a 1ª Promotoria de Justiça de Defesa da Saúde pediu à Secretaria de Saúde a abstenção do pagamento desses serviços, uma vez que considera a forma de pagamento e os valores ilegais, mesmo tendo se posicionado a favor dos mutirões em si.

no em 2014, diante do “mutirão eleitoral”.

Uma verdadeira ação de peso visando ao retor-

Pressão extra O Ministério Público do Distrito Federal apresentou as recomendações à Secretaria de Saúde em 26 de fevereiro. Duas semanas antes, os médicos já haviam decidido não realizar mais os serviços de mutirão porque não estariam recebendo por eles. Aliás, as reivindicações trabalhistas dos servidores da área de saúde prometem causar dor de cabeça ao governo de Agnelo Queiroz ainda no primeiro semestre do ano. Em março, após assembleia, os servidores aprovaram um novo encontro geral, com possibilidade de paralisação, para 13 de junho, bem antes do início da Copa das Confederações. O jogo de abertura será justamente em Brasília, no dia 15.


Brasília 61 visões

Bruno Bravo bruno.recife@gmail.com

V

Vladimir Carvalho, 78 anos

ladimir não caminha pelas calçadas da W3 à toa.

Conterrâneos, Barra 68 e Rock Brasília. A construção, a

Tem um plano. Decidiu que ficaria em Brasília para

resistência e a celebração.

acompanhar a História do País por dentro. A vida da

A convivência intensa por dentro dos momentos mais

cidade se construindo diante dele. O espetáculo do caos, a luz do

traumáticos da cidade, e dos mais transcendentes, ligou Vladimir

sol nascendo e a luz horizontal do fim de tarde, incandescente,

a Brasília por laços viscerais. Ele foi a compreendendo à medida

batendo nas lentes.

que foi filmando. “Você não vive 43 anos no mesmo lugar

Vladimir veio a Brasília em 1969 para o Festival de Cinema.

impunemente. Tenho hoje um vínculo amoroso com Brasília.”

“Cheguei numa estação chuvosa de novembro e achei a cidade

Um dos grandes momentos dessa relação foi a apresentação de

fria. Fazia frio mesmo, chovia, mas também porque era o início

Rock Brasília no Festival de Cinema de 2011. Quase mil pessoas

ainda.” Depois veio o convite para ensinar na UnB. Seria por

pelos corredores e pelas escadarias do memorável Cine Brasília.

pouco tempo, se não tivesse lhe chegado, já no campus, a

E uma ansiedade incontrolável de se ver na tela, de rever os

história dos 500 estudantes detidos pelos militares na quadra

lugares-mito que não existem mais, de reviver a História.

de esportes. Ninguém queria falar, era época de repressão.

Antes havia a saudade de um tempo, mas,- na tentativa de

Foi então que decidiu que tinha de fazer cinema aqui. Fez

recordar, não havia imagem na memória. Vladimir criou o

15 filmes, incluídos os que compõem a trilogia de Brasília:

imaginário.

Este retrato é parte do projeto Brasília 61 visões. A intenção do fotógrafo é revelar a cidade pela cara das pessoas, anônimas ou não, e relatar sua relação com a capital.

13


p e r f i l

Sorriso


Recém-chegado de Nova York, este engraxate conta como a capoeira mudou a sua vida. E explica por que não larga seu ponto no Setor Bancário Sul. T E X T O e f oto s l u a n a l l e r a s fotografia@meiaum.com.br


M

oço, você pode me dizer quem é o rapaz que engraxa aqui?” Um homem de terno interrompe a entrevista. “Sou eu mesmo, senhor.

Pode sentar.” A pergunta é recorrente, e Ilson Pereira da Silva, de 32 anos, já está acostumado a respondê-la. “Quem vê um cara assim como eu, com uma calça bacana, tênis da moda, nunca imagina que trabalho aqui.” Enquanto engraxa o sapato do mais novo cliente, ele fala da última viagem que fez ao exterior. Foi em fevereiro, quando esteve em Nova York. Comprou lá o tênis vermelho, modelo que ainda nem saiu no Brasil. Entre os amigos, é conhecido como Sorriso. O apelido veio da adolescência. “A culpa é de vocês, mulheres”, brinca. E logo explica: o amigo Neném ia sair com uma menina e queria levá-lo para ficar com a amiga dela. “Mas ela era tão feia que na hora me deu crise de riso e não consegui parar”, con-


fessa. E a moça, sem entender,

tiros. Um pegou de raspão na

bo”. “Apanhei muito por causa

rodas. Decidiu que queria com-

disse: “Seu amigo é tão lindo que

calça, formando um buraco. Ou-

da capoeira”, diz. Mal sabia ela

petir, e a dedicação foi quase to-

é um sorriso!” O apelido pegou.

tro ricocheteou no chão e voltou

que a atividade seria a salvação

tal. “Até minha ex-mulher ficou

Sorriso trabalha como engra-

no quadril do menino. “Senti o

para o menino. “Eu me recu-

com ciúmes da capoeira”, conta.

xate no Setor Bancário Sul há 20

calor da bala e quis revidar. Mas

perei com a capoeira, me tornei

O dinheiro para as competições

anos. O ofício veio por necessi-

por sorte não fiz isso.”

menos rebelde, virei uma pessoa

vinha do trabalho de engraxate

melhor”, garante.

e muitas vezes ele precisava da

dade. O pouco dinheiro era para

A mudança em sua vida viria

ajudar a mãe e os nove irmãos

pouco depois, com 13 anos. Nes-

que vieram de Tocantinópolis,

sa época, jogava futebol todos os

quando o Tocantins ainda fazia

dias em uma quadra de esportes

A primeira viagem foi ao Rio

venceu o primeiro campeo-

parte de Goiás. “Cheguei um

de São Sebastião, onde morava.

de Janeiro, para assistir a um

nato, quando ainda estava na

menino doce, que gostava de

No fim da tarde, era obrigado

batizado de capoeira – quando

quinta corda, laranja e azul. Foi

deitar no colo da mãe para ga-

a sair para dar lugar a uma aula

estreantes recebem um nome e a

campeão da categoria aluno. Os

nhar carinho. Conheci as pes-

de capoeira. De tanto ver o jogo,

primeira corda. “Peguei dinhei-

treinos constantes com o gru-

soas erradas e me tornei rebel-

acabou fazendo uma aula. O cor-

ro emprestado de um pessoal

po Abadá Capoeira o levaram a

de”, conta. Quando adolescente,

po ficou doído, e ele logo pensou

que tinha uma banca no Setor

progredir. Com a corda verde e

chegou a se meter em confusão

em desistir. Mas já era tarde.

Bancário, paguei a passagem de

roxa, como aluno graduado, ele

Passaporte carimbado

ajuda de conhecidos para patrocinar as viagens. Em 2001,

por causa de amigos e por pou-

No começo, o maior proble-

ônibus e fui.” Lá, a admiração

competiu em níveis mais altos

co não aconteceu algo mais sé-

ma foi convencer a mãe, evan-

pelos capoeiristas foi tanta que

em 2007 e 2008 e foi campeão

rio. Durante uma discussão, um

gélica, de que a capoeira não era

Sorriso concluiu que queria jo-

nos dois anos. A partir da déci-

homem tentou lhe acertar três

macumba nem “coisa do Dia-

gar como os mestres que via nas

ma corda, como instrutor, ven-

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ceu mais duas competições nacionais seguidas, em 2009 e 2010, e foi o terceiro colocado em 2011. “Nessa época perdi um irmão, fiquei abalado e isso afetou o jogo.” Naquele ano, uma surpresa. Na hora da premiação, foi a mãe de Sorriso que entregou a medalha para o filho. “Fiquei emocionado. Ela percebeu que a capoeira me faz bem.” Se no começo Sorriso se endividava para pagar as roupas e as viagens, depois ele começou a receber de volta o valor despendido. Hoje, com a corda roxa e marrom, dá aulas na escola Abadá Capoeira e recebe de acordo com o número de alunos, mas não pensa em deixar o ofício de engraxate. Foi com a capoeira que teve oportunidade de viajar para fora do País. A primeira viagem internacional foi à Europa, onde ficou por quase um mês, em 2011. Ele passou pela França, pela Alemanha e por Portugal e deu aulas para os estrangeiros. “Além das aulas de capoeira, a gente passa a cultura brasileira e ensina até mesmo o português, nas músicas.” Por isso, acredita, o valor cobrado deveria ser maior, pois é muito mais do que ensinar uma atividade física. A ida aos Estados Unidos foi mais complicada. Ele tentou tirar o visto em 2009, mas, com a burocracia da embaixada americana e uma profissão instável, teve o pedido negado. Em 2011, tentou de novo. Ele ia participar de uma competição de capoeira, a Copa Mestre Bimba, em Nova York, e os organizadores mandaram uma carta o convidando a participar. Essa carta foi essencial para o engraxate conseguir o visto. “Já tinha mostrado todos os documentos que eles pedem na embaixada, e vi que a moça não ia me dar o visto. Aí mostrei a carta e eles aceitaram”, diz. Apesar de ter transposto a dificuldade do visto, a falta de patrocínio o impediu de ir à competição. Só em fevereiro de 2013 ele conseguiu concretizar a viagem a Nova York para participar da disputa. Ao chegar lá, entretanto, não havia competidores para o nível de Sorriso, que é avançado, abran-

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gendo da corda roxa (instrutor) à marrom e vermelha (última do grau de professor). “Como não tinha com quem competir, eles me convidaram para ser juiz. Foi uma grande experiência e responsabilidade”, conta, orgulhoso. Ainda neste ano, o rapaz deve fazer sua segunda viagem a Nova York, para um batizado. Em seguida, ele viaja para Angola, para participar de outro batizado e fazer demonstrações da luta. As duas viagens foram pagas pelos organizadores dos eventos. Mas ser engraxate ainda compensa? Sorriso diz que sim. “Aqui


é uma renda certa. Se der erra-

sempre no olho do adversário”,

do na capoeira, tenho isso fixo,

diz ao aprendiz.

e o dinheiro que tiro como en-

Ensinar é uma das coisas que

graxate uso para pagar minha

mais satisfaz o capoeirista. Há

previdência”, explica, com a

três anos ele trabalha em um

consciência de quem pensa

projeto social em Arniqueiras.

no futuro. Além disso, depois

São mais de cem alunos, de 6 a

de 20 anos no Setor Bancário

15 anos, que têm aulas de graça

Sul, é difícil se desfazer das

todas as quintas-feiras.

amizades. “Tenho clientes

Sonha em ter uma academia

fiéis, que reclamam quando

de capoeira, um espaço que pos-

passo muito tempo fora. Tem

sa receber todo tipo de pessoas,

até um que mora no Ceará e

desde quem precisa da cadeira

sempre traz um saco de sa-

de rodas a deficientes visuais.

patos pra eu engraxar quando

“Quero uma academia acessível,

ele vem”, garante.

em que possa atender a comuni-

Capoeira para todos

dade e desenvolver um projeto social”, diz. Além disso, incen-

Domingo, 10 horas. A mo-

tivado pelo mestre Morcego, da

vimentação começa ao lado da

Abadá Capoeira, ele pretende

administração do Parque da

entrar ainda neste ano em uma

Cidade. A roda se forma. Sorri-

faculdade de educação física.

so puxa o coro enquanto marca

Com o ensino médio completo,

o ritmo com o berimbau. As

ele parou os estudos para se de-

palmas acompanham a música

dicar à capoeira, mas acha que já

e as vozes dos capoeiristas can-

é hora de seguir em frente.

tam em coro o refrão.

“O dinheiro que tiro como engraxate uso para pagar minha previdência.”

Com o sorriso escancarado,

Dois homens entram na roda

sua marca registrada, o engra-

e o jogo começa. Os movimentos

xate-capoeirista não perde as

se confundem com uma dança,

esperanças de realizar seu so-

seguindo o ritmo da música. São

nho. Os problemas da vida, pre-

sempre duas pessoas na roda,

fere encarar como aprendizado,

que vão saindo para dar lugar a

algo passageiro, que vai deixá-lo

outros jogadores. Sorriso en-

mais forte. “Tem uma música na

trega o berimbau, mas continua

capoeira que eu sempre gosto de

cantando. É sua vez de jogar.

seguir que diz: ‘eu caio na capo-

O oponente é um menino que

eira, mas posso me levantar, mas

deve ter 10 anos. Enquanto joga,

a pior rasteira é a que a vida pode

Sorriso também ensina: “Olha

nos dar’”, filosofa o rapaz

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c o n t o


Conselho

de

mãe

O amor esquálido TEXTO João Pitella Junior p i t e l l ajr @ g l obo . com

Você vai dizer que sou mentiroso, mas preciso contar a história do Adalberto. Esse meu amigo era o que a turma do Skank chama-

ilustração mateus zanon moncaiozanon@gmail.com

“é a mulher que faz o homem”, conforme já disse um especialista. A mulher faz e a sogra desfaz.

ria de “pacato cidadão”. Um sujeito sem fetiches, sem ambições,

O detalhe é que, no caso de Adalberto, a sogra nem era viva,

tão modesto quanto um padre jesuíta que vira papa franciscano. E

mas havia deixado um legado medonho — uma frase, uma simples

com a vantagem de não ter a empáfia dos argentinos. Nascido em

e implacável sentença assassina: “Trate de não engordar depois

Minas, o Adalberto era tão adaptado à condição de brasiliense que

de casada, minha filha; o marido sempre trai a mulher gorda”.

criou um blog para elogiar, em prosa e pretensos versos, a nossa

Se você tivesse conhecido a Dorinha, logo perceberia que ela

querida capital da República. Ele achava o céu de Brasília a coisa

jamais correria o risco de engordar. Era esbelta como a Torre de

mais linda do mundo. Era um ingênuo, coitado. Um romântico.

TV Digital vista de certos prédios da Asa Norte, sem ter custado

Só queria ser feliz e construir uma família com o amor de sua vida

tão caro. Mesmo assim, o conselho da mãe se tornou a bússola da

— que, por deboche do destino, vinha a ser a sua própria esposa.

vida de Dorinha.

Dorinha, moça pálida de cabelos negros, tinha sido a primei-

Ali mesmo, na Asa Norte, ela sempre arrastava o Adalberto

ra e única namorada do Adalberto. A mãe do rapaz a chamava de

para almoçar num daqueles restaurantes infames, cretinos, que

“flor de menina”, e era o tipo de garota que cativava as tias e vo-

colocam plaquinhas com a contagem de calorias em frente a cada

vós. Aos domingos, tocava violão e assobiava baixinho, ao lado

prato disponível no balcão. O meu amigo Adalberto, a exemplo

dele no sofá da sala, enquanto o Adalberto lia o jornal em frente à

de quase todas as pessoas de coração puro, detestava esse tipo de

TV ligada no Faustão. Eram felizes.

coisa. Comer contando as calorias? Ora, “gente nasceu pra bri-

Ah, você pode rir, mas ele era tão sério, tão surrealmente casto, que nem virava a cabeça para ver as bundas das mulheres na rua. O Adalberto só pensava na Dorinha. E seria capaz de continuar assim até ouvir a última das profecias do fim do mundo, mas

lhar”! — Dorinha, meu anjo, vamos pro McDonald’s. Ou pro Gordeixo’s. Pelo amor de Deus, eu preciso de comida! — Pode ir, Beto, mas me deixa aqui com a minha saladinha.

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Você acha que eu sou boba? Se eu engordar, você me larga. Todo homem é assim. — O que é isso, meu amor? Nunca vou te deixar! E é impossível você ficar gorda. — Agora não, mas depois dos 30... O metabolismo nunca volta a ser o mesmo. Só quero saber de alface e barra de cereal. Daqui ninguém me tira.

As amigas de Dorinha, talvez torcendo pela infelicidade do casal, ainda contribuíram com as sugestões mais estrambóticas de dietas. E a moça experimentava todas as insidiosas receitas de emagrecimento.

***

Sim, você já deve estar percebendo que o Adalberto se tornaria uma vítima fatal da comida saudável. Com dois anos de casamento, a Dorinha, antes tão “engraçadinha de corpo”, na definição da Tia Matilde, começava a se tornar um farrapo de gente, um pau de virar tripa, um faquir. E, junto com as carnes dela, iam desaparecendo as virtudes conjugais do pobre do Adalberto. A jovem esposa só escolhia roupas capazes de realçar a sua figura esquelética. Quando a Dorinha se insinuava com camisolas, lingeries e shortinhos, o Adalberto tratava de desviar o olhar daquele festival de ossos lascivos. — O que está acontecendo, Beto? Você anda tão desinteressado... — Não é nada, meu docinho, é só o stress do trabalho. — Que trabalho, Beto? Você está de férias há duas semanas! — Está bem, vou falar a verdade. Posso? — Claro, mariducho, por favor! — É que.... Ele gaguejava, hesitava. Aquilo era tão ridículo que outra mulher teria lhe dado um bofetão na cara. — Fala logo, Beto, você está me deixando preocupada! Para dizer as verdades supremas, é preciso ter muito mais co-

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ragem do que para mentir. Adalberto buscou forças no fundo da alma pusilânime: — É que você está magra demais. Assim não dá!! E Dorinha, sempre bondosa, deu uma gargalhada de alívio. — Ah, tudo bem, Beto, já entendi. Você está com dor de cabeça, ou algo assim. Não vou forçar a barra. Ele ainda tentava provar a sinceridade da sua confissão, mas ela só achava graça: — Não existe mulher magra demais, Betinho. Vou ficar sem-


pre em forma pra você. Descansa agora, que amanhã a gente

agonia acentuava a sua delicadeza angelical. Faltava pouco para

conversa.

ela tocar harpa no céu, pendurada em nuvens em forma de alface.

***

Era uma desgraça. As amigas de Dorinha, talvez torcendo pela infelicidade do casal, ainda contribuíam com as sugestões mais

Foram três meses recebendo alta e sendo internada de novo. O Adalberto ora se conformava, ora se desesperava. Até que a Dorinha morreu de subnutrição, mantendo com rara fidelidade a promessa de jamais se tornar uma esposa gorda.

estrambóticas de dietas. E a moça experimentava todas as insi-

***

diosas receitas de emagrecimento, sem piedade do marido faminto. Ninguém se lembrava de que o rapaz era brasileiro, muito

“O luto é de quem morre”, como dizia a minha mãe. O Adal-

mais propenso a admirar uma Juliana Paes do que uma Kate Moss.

berto ainda era jovem, e, embora não fosse nenhum Luan San-

Diante de todo aquele espetáculo de magreza doméstica, o

tana, até que tinha as suas fãs no universo mulherístico. Faltam

Adalberto agora abria os olhos para as tentações externas. Ficava

homens no mercado de Brasília, conforme você sabe. Em algum

nervoso ao ver mulheres de coxas grossas no mercado, na pada-

momento ele voltaria a ser uma pessoa normal.

ria, na repartição. E os bumbuns, o que eram aquelas maravilhas? Quantos seios... O meu amigo estava pronto para enlouquecer.

Aos poucos, e com a minha ajuda, pois sou um camarada de fé, o Adalberto foi se enturmando com uma garota aqui, outra ali.

Já que o discurso da “patroa” era a defesa da vida saudável,

Nada de muito sério. O importante é que ele despertava para a

ele resolveu se matricular na academia da quadra, embora nem

vida. A natureza ia fazendo a sua parte. Vou ser discreto, porque

precisasse. Foi aí que a perdição tomou conta. O Adalberto nem

esta é uma revista de família — basta dizer que o Adalberto voltou

dormia mais, pensando nas colegas de malhação. Precisava fin-

a fazer coisas que os homens fazem quando não são casados.

gir, para a Dorinha, que estava moribundo de sono. Àquela altura,

Um dia, a coisa saiu do meu controle. O destino dos gran-

ela deveria ter menos de 40 quilos. E vivia com medo de se tornar

des amigos é serem separados por alguma vilã arrebatadora.

“uma balofa”.

Durante uma caminhada no Parque Olhos D’Água, o Adalberto

Na rua e no trabalho, não faltavam chances de pecar, e o Adal-

conheceu a Josefina, que tinha uns 120 quilos, e se apaixonou

berto, apesar de agora ser um tarado visual, mantinha a fidelidade

alucinadamente. Não houve irmão, padre, chefe ou analista que

ao seu amor tão esquálido. Ele tentava conversar com a Dorinha,

o convencesse a desistir daquela obsessão. Ele estava decidido

levá-la de volta à sanidade:

a encarar a moça.

— Meu bem, tem uma churrascaria com promoção de rodízio. Vamos lá?

Os jornais disseram que o Adalberto morreu esmagado na primeira noite com a Josefina, num motel na subida para Sobra-

Dorinha achava graça:

dinho. Houve quem falasse em afogamento no colchão d’água,

— Só se for rodízio de sushi!

que não teria resistido ao entusiasmo do casal.

Um dia, chegou a conta: Dorinha desmaiou enquanto fazia a

A imprensa não tinha outro assunto. Até os repórteres do

feira de verduras no Ceasa, em jejum às sete da matina, e foi parar

Congresso Nacional foram escalados para cobrir a “tragédia

no Hran. Quando Adalberto chegou ao hospital, o médico avisou,

de amor”. Eu preferi não ler nada sobre o caso. Nem vi o laudo

com objetividade científica:

do IML. Você vai dizer que toda essa situação é absurda, claro

— É anemia profunda. Vai ter que tomar soro, mas não sei se resolve.

— mas o fato é que, para mim, aquilo fez sentido. E fui ficando conformado.

Eu nunca me esqueço daquela época. Tive que dar muito apoio

Hoje o Adalberto e a Dorinha devem estar muito felizes. Uni-

ao meu amigo, pois ele estava para morrer junto com ela. A Do-

dos na eternidade. Almas etéreas, livres das balanças. O paraíso

rinha ia definhando na cama; quase não tinha mais pele. Aquela

é um lugar sem contagem de calorias.

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(Ensaio)

As Cores da nostalgia

Talvez a iminente morte de Fidel e as possíveis mudanças no regime tenham aguçado minha vontade de visitar Cuba antes da chegada do McDonald’s e das máquinas da Coca-Cola. Uma viagem sem apelos de consumo, sem lojas e shopping centers. Na mochila, roupas leves para suportar os 35 graus do verão de 2007 e uma câmera fotográfica para compartilhar a viagem solitária e congelar momentos vividos naquele lugar em que se respira nostalgia. Da cena urbana de Havana e Trinidad, trouxe lembranças e imagens de uma poesia impregnada nos prédios desgastados, nos carros antigos, na música, nas cores, nos olhares das pessoas.

T E X T O e f oto s c l á u d i o m a t t o s c l a u d i o. m at t o s @ u o l . c o m . b r


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26

Em Trinidad, o fotógrafo conheceu esta senhora. Depois de mostrar sua casa e bater papo, ela lhe pediu dinheiro, como é costume por ali. À direita, sala de aula na mesma cidade.


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Outdoor próximo à orla de Havana. À direita, o mais popular cinema da capital.

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Ă€ esquerda, festival popular no centro de Havana. Abaixo, biblioteca em Trinidad.

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Que esquerda do DF


(Capa)

em é a A

s estruturas físicas são parecidas, caricatas e igualmente reduzidas. Nas salas tomadas por jornais, livros, bandeiras, grandes mesas e quadros com antigas fotos de líderes históricos do comunismo, confunde-se até mesmo a sede do partido. Afinal, quais as diferenças entre eles? Independentemente das peculiaridades, o clima é de que por ali existe sempre movimento e, mais que isso, militância. Por mais que o grupo que saia às ruas em defesa da legenda seja representando, na maioria das vezes, por apenas cerca de 10% do total de filiados.

As cores quentes dos cartazes e as manchetes de panfletos convocando os brasilienses para mais uma manifestação na Esplanada dos Ministérios evidenciam a mensagem: buscam a luta e a revolução social, por mais inviável que pareça aos olhos não engajados na causa, e mesmo que os caminhos traçados sejam diferentes. Tudo isso, afirmam, segue um ciclo constante e independe da época de eleição. Os locais escolhidos como sede ficam na área central da capital do País, onde a circulação de pessoas é grande e onde fica boa parte dos movimentos sindicais e de classe. Os partidos apertam as contas

TEXTO Noelle Oliveira

F O T O S LUANA LLERAS

noelleoliveira@meiaum.com.br

fotografia@meiaum.com.br

para conseguir uma vaguinha na região. Porém, nem o porteiro do antigo prédio do Setor Comercial Sul lembra bem a sigla do partido socialista que ocupa uma sala ali. Imagine então se alguém vai atender ao telefone fixo que toca insistentemente durante a tarde naquela sede? Só com muita sorte. É mais fácil pelo telefone celular de algum dos poucos dirigentes. Falta dinheiro e gente para se dedicar exclusivamente à rotina dessas pequenas legendas. Seja na própria diretoria, no governo local, na Câmara Legislativa ou no Congresso Nacional, a representação é restrita. É aí que surge a dificuldade de serem lembrados

fora dos horários eleitorais, período em que são vistos, mesmo que por poucos segundos na televisão. Como classificar legendas que carregam referências ao comunismo e ao socialismo na essência e são mais conhecidas pelos não simpatizantes como “radicais”? Teoricamente seriam de esquerda, mas são mais conhecidos como de extrema esquerda. Tudo depende do referencial “e, mais que isso, do que você considera direita”, diz o dirigente de uma dessas legendas, em clara referência ao Partido dos Trabalhadores, cuja mudança de postura deu origem a três destes cinco grupos políticos.


PSTU

Filiados no DF: 2.000 Registro definitivo: 1995

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Nas últimas eleições, o Partido Socialista dos Trabalhadores Unificados (PSTU) lançou sete candidatos no DF – dois para deputado distrital, três para deputado federal, um para senador e um para governador. Nunca elegeu ninguém em Brasília. “É muito normal a gente não eleger nenhum candidato, não somos um partido cuja finalidade do trabalho sejam as eleições ou o ato de eleger”, explica o presidente do partido no DF, o professor Antônio Ricardo Martins Guillen. O maior ganho no período eleitoral é aproveitá-lo para divulgar ideias e tornar o partido conhecido. “O PSTU não acredita que a eleição de representantes populares seja capaz de resolver os problemas atuais do País. Todo esse cenário será modificado apenas por meio da luta de grupos como dos trabalhadores, das mulheres e da juventude em defesa de seus direitos”, diz Guillen. Como um “partido do cotidiano”, o trabalho não se resume ao período eleitoral. Para se sustentar, a legenda, que tem sede no Setor Comercial Sul, promove atividades com o objetivo de angariar fundos, tem um jornal próprio – vendido a R$ 2, de mão em mão –, conta com a colaboração de filiados, mas recusa-se a aceitar “receitas vindas do empresariado”. Organizada para funcionar ininterruptamente, é dividida em núcleos e categorias relacionadas às respectivas lutas, campanhas ou questões partidárias a que cada aglomerado se refere. Exemplo é o apoio ao Movimento Mulheres em Luta. “Não diria que somos de extrema esquerda, mas sim efetivamente de esquerda, ideológicos, não fazemos coligação eleitoreira e não somos legenda de aluguel. Seguimos o nosso programa e os nossos princípios”, descreve o líder regional. “Queremos eleger, mas não a qualquer custo.” O PSTU foi fundado em 1994, em sua maioria por membros oriundos de uma ruptura com o PT que não mais o encaravam como alternativa para construção de uma revolução. Ativistas

independentes também se uniram à causa, bem como representantes de organizações que buscavam a unificação dos setores revolucionários. Foram dois anos até elaborar um programa e um estatuto. O registro provisório é de 1992, ainda sob o nome Partido Revolucionário dos Trabalhadores (PRT), alterado no ano seguinte. Assim como vários integrantes do PSTU, Guillen começou a vida política no PT, ainda com 18 anos. Ajudou a fundá-lo, bem como a Central Única dos Trabalhadores (CUT). Rompeu com o grupo em 1992, após o partido votar contra a derrubada do então presidente do Brasil, Fernando Collor de Mello. “O PT foi criado com a máxima de que trabalhador vota em trabalhador, não vota em patrão. Isso foi se perdendo, e hoje esse mesmo partido deseduca o trabalhador”, avalia o dirigente regional do PSTU. “Os grandes partidos têm muito dinheiro para comprar consciência e isso resulta no que vemos por aí.” Hoje, o PSTU-DF atua em movimentos de reorganização sindical, uma vez que muitos dos sindicatos são dirigidos por grupos alinhados ao governo, o que já não corresponde aos anseios da esquerda. Para 2014, defende uma frente de esquerda, em uma proposta que poderia unir o Partido Socialismo e Liberdade (Psol) e o Partido Comunista Brasileiro (PCB). “Mas o Psol já está sendo sondado para fazer oposição a Agnelo, para se unir a grupos como o Partido Democrático Trabalhista (PDT) e o Partido Socialista Brasileiro (PSB), o que será um erro se aceitar”, avalia Guillen. Sem a opção de acordo, o PSTU pretende lançar candidatura própria para o próximo pleito a governador do DF, como nas últimas eleições. Rodrigo Dantas, professor da Universidade de Brasília, foi o candidato. Entre as bandeiras, o forte investimento em educação, transporte estatal de qualidade e sistema de saúde eficiente. “É tudo questão de prioridade.”


PSOL

Filiados no DF: 2.650 Registro definitivo: 2005

Francisco José Targino, PSTU Ele defende os direitos dos trabalhadores terceirizados, em especial os 2 mil da UnB, onde trabalha como porteiro. O envolvimento com a política começou em 1992, ainda no PT. Fazia parte da corrente Convergência Socialista, que mais tarde daria origem ao PSTU. “As empresas terceirizadas desrespeitam, assediam e demitem sem qualquer pudor ou possibilidade de punição”, diz o trabalhador de 34 anos. A militância começou no movimento estudantil. “Minha família não entendia bem. Para eles essa ideia de lutar contra o sistema era muito diferente.” Targino colabora para organizar oposição à atual diretoria do Sindicato dos Trabalhadores Terceirizados do DF (SindServiços). Morador do Recanto das Emas, também trabalha como ambulante. “Só com esse salário aqui não dá. Em janeiro, se considerarmos os descontos, ganhávamos menos do que o salário mínimo. Não tenho vergonha de dizer isso, os patrões que devem se envergonhar.” A rotina é corrida, mas não há reclamação. “Ou o operário se mobiliza ou a ideologia da classe dominante vai nos engolir”, resume. Nessa empreitada, já foi demitido, transferido para outros setores e até proibido de conversar com os colegas, a fim de tentar politizá-los, dentro dos ônibus de empresas que prestam serviço à UnB. “Quero fazer da minha vida uma ferramenta para construção de uma realidade melhor. Não daria conta de ser um pacato cidadão, embora eu respeite quem faça essa opção.”

O Partido Socialismo e Liberdade (Psol) informa que não tem aliança firmada para 2014. Mas manda o recado: precisa de representação parlamentar local. “Quem não é visto não é ouvido”, diz o presidente da legenda no DF, Toninho do Psol. Em 2005, eram 260 filiados em Brasília, número hoje dez vezes maior. Em 2010, foram 34 candidatos na capital federal, nenhum eleito. “Maninha ficou em 17º lugar para deputado distrital, mas o partido não atingiu o coeficiente eleitoral mínimo, então ela não teve direito à vaga”, explica Toninho. O trabalho militante independe dos períodos eleitorais, mas foi intensificado após as eleições de 2010. “Fiquei conhecido por ter sido candidato a governador, e agora me param na rua para discutir ideias, pedir dicas de como se candidatar.” Na agenda diária do partido estão visitas às regiões administrativas do DF, reuniões, almoços e o que mais for necessário para não perder o contato com a comunidade. O telefone celular do presidente regional não para. São representantes de diversas categorias que querem se filiar, se candidatar. Toninho diz que o Psol quer pessoas combativas, que não tenham vícios, que se identifiquem com o partido. Os filiados colaboram com 1% do salário líquido mensal para sustentar a organização, que também recebe recursos do fundo partidário. “O Psol procura um lugar ao sol, sem trocadilhos”, brinca Toninho. Mesmo definido como partido ideológico de esquerda socialista, o Psol não abre mão do diálogo, desde que as legendas coligadas tenham processo político e objetivos semelhantes. “Não somos sectários.” Essa posição deve marcar as eleições de 2014. A aproximação já começou com o PDT-DF, do deputado federal José Antônio Reguffe – eleito com a maior votação proporcional do País em 2010: 18,95% dos votos válidos no DF. O Psol também vem dialogando com Cristovam Buarque, correligionário de

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Reguffe, desde que o senador rompeu com o governo de Agnelo Queiroz. O partido também se identifica com o PSTU e o PCB no que diz respeito às lutas sociais. Toninho nega a união ao PSB. “Vou sair candidato a governador, e o senador Rodrigo Rollemberg também já anunciou sua candidatura, não há como haver aliança”, esclarece. Além do governo, os planos incluem a formação de uma forte bancada de apoio à esquerda, com direito à eleição de um deputado federal e de distritais. Uma das barreiras são os recursos reduzidos. “A campanha de Agnelo Queiroz custou R$ 10 milhões. A nossa saiu por R$ 58 mil. Enquanto for mantido esse sistema eleitoral, tudo está organizado para eleger esses partidos profissionais e as coligações eleitoreiras”, diz o representante do Psol. Segundo Toninho, a legenda no DF recebe, por mês, R$ 2,5 mil. O PT recebe R$ 350 mil do Fundo Especial de Assistência Financeira aos Partidos Políticos, o fundo partidário. O fundo é constituído por dotações orçamentárias da União, multas, penalidades, doações e outros recursos

Alexandre Varela, PsoL Já se vão quase três décadas que o pedagogo Varela, de 44 anos, começou a militar. Sua primeira legenda política foi o PT. Antes, frequentou o grêmio estudantil e o centro cívico de escolas em que estudou em Valparaíso (GO) e no DF, como o Elefante Branco. Já na vida adulta, trabalhando no comércio, se uniu a amigos para montar uma chapa de oposição ao sindicato que representava os trabalhadores do setor. Acabou demitido, com outros 19 funcionários. “Esse episódio foi um dos que mais me incentivaram a militar.” Varela sentiu na pele, e ainda sente, o peso da militância. Quando conversou com a meiaum, fazia três fins de semana que não parava em casa. “Não tive mais tempo para os meus estudos, a militância atropelou os meus projetos de aperfeiçoamento profissional. Minha esposa, meus filhos, todos têm de ser muito pacientes com a minha rotina”, avalia. O dia a dia é facilitado pelo atual emprego. Varela trabalha na liderança do Psol na Câmara dos Deputados. “Mesmo assim, temos as demandas técnicas aqui dentro, ao mesmo tempo em que acompanhamos as eleições sindicais, os movimentos trabalhistas e incentivamos outros muitos mais.” Varela não se vê longe da militância. “Luto por um projeto de vida melhor para os meus filhos, por qualidade de vida mais justa para os idosos e para todos nós. Não sei até quando, mas espero que essa energia ainda me incentive por muito tempo.”

atribuídos por legislação. De acordo com a Lei 9.096, de 1995, 5% é destacado para entrega, em partes iguais, a todos os partidos aptos que tenham estatuto registrado no Tribunal Superior Eleitoral. Os demais 95% são distribuídos na proporção dos votos obtidos na última eleição para a Câmara dos Deputados. “Temos poucos eleitos, não temos tempo de TV e nossos recursos são poucos. Fica complicado. Mas temos espaço para crescer, lacunas herdadas da traição do PT ao seu principal público-alvo, órfão de um partido que o represente efetivamente.” O Psol, assim como o PSTU, é resultado da dissidência do PT, ao qual Toninho foi filiado. É fruto da movimentação de grupos políticos, militantes socialistas e intelectuais que se uniram após Luiz Inácio Lula da Silva assumir a presidência do Brasil. O PT sinalizava o abandono do socialismo e o estopim se deu com a aprovação da reforma da previdência do setor público. Surgia, em 2005, um novo partido, de esquerda, socialista e democrático. Após a legalização, mais petistas descontentes ingressaram no Psol.


PCB

Filiados no DF: 5.000 Registro definitivo: 1996 Para o Partido Comunista Brasileiro (PCB), o que faz a força de uma legenda não é o número de filiados, embora seja o maior dos cinco, mas sim a quantidade e a qualidade dos militantes do dia a dia, que atuam nas ruas e difundem a ideologia. Não cobra mensalidade. “Contribui quem quer, com as quantias que pode”, explica o secretário político do partido no DF, Téo Antônio da Cruz Filho. “Sabemos que é demorado fazer a revolução, mas nem por isso deixamos de acreditar nela. O povo está caminhando para a conscientização. Nossa política é socialista, e o que buscamos é justamente conscientizar o trabalhador.” O PCB foi fundado em 25 de março de 1922. Nasceu das ideias políticas de uma classe trabalhadora que buscava mais que reivindicações econômicas. Mais da metade do tempo de existência do partido se deu de forma clandestina, difundindo as teses do marxismo-leninismo. Foi se reorganizando, constantemente, em todo o País. Passou por crises, dividiu-se, mas, até hoje, a batalha em prol da revolução fala mais alto. Uma das vitórias recentes do PCB-DF não foi nas urnas. Conseguiu instalar sua sede no Conic, centro dos movimentos sociais brasilienses. O partido tem aproximação peculiar com o DF. Oscar Niemeyer, arquiteto que assina diversos monumentos da capital, era um filiado atuante. Na parede de uma das salas lá está ele, em uma fotografia.

Logo no Planalto Central, no entanto, não tem representante eleito. “Temos vereadores, mas nosso partido está crescendo com qualidade”, diz Téo, que lamentou a perda de um militante tão importante e ilustre por aqui, com a morte do arquiteto no fim de 2012. Em 2010, o PCB-DF lançou candidatos ao Senado, à Câmara dos Deputados, ao Palácio do Buriti e à Câmara Legislativa. Eles nem mesmo fizeram campanha, devido à falta de recursos. Todo o material foi confeccionado artesanalmente. “Tentamos fazer aliança com o Psol e o PSTU, um projeto político voltado para os anseios da sociedade, mas não aceitaram essas condições, acabamos sozinhos”, lembra Téo. Para 2014, não revela a estratégia. Haverá um congresso em abril de 2014 que vai definir a nova divisão nacional e regional do partido. “Mas uma coisa é fato: precisamos de um projeto contra a situação existente no DF”, resume o secretário político, que acredita em uma aproximação com o Psol. E para quem pensa que toda esquerda é radical, a resposta vem rápido. “Vivemos um capitalismo de exploração. Somos radicais se tomarmos como base nosso combate a essa atual política neoliberalista. Mas se é para construir um projeto em prol da sociedade é diferente”, explica o dirigente. “Elegemos o Lula para ser diferente do FHC e acabamos frustrados, por isso rompemos. Queremos um Estado de direito e não um Estado mínimo.”

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Frank Svensson, PCB

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As articulações política e partidária traçaram o destino deste mineiro nascido em 1934, em Belo Horizonte. Ingressou no PCB em 1959. “No início fui levado pelo lado da ideia social, o desejo de um mundo melhor. Não tinha aproximação com os teóricos do marxismo”, lembra. Ouviu de um dirigente um ensinamento que jamais abandonou. “Jovem, para ser um bom comunista é muito importante ser bom profissional, ter excelência no que faz”, conta. Graduado em arquitetura, Frank se tornou professor da UnB, de onde teve que sair em 1973 por causa do Decreto-Lei 477. “Fui o único professor da UnB enquadrado no AI 5”, diz. Passou dois anos na França. Integrou a equipe de Oscar Niemeyer, em projetos e obras na Argélia – onde morou por um ano. Viveu três anos em Angola e dez na Suécia. Em todos esses países, aproximouse dos partidos comunistas locais. Foi anistiado em 1979, mas não tinha condições de voltar ao Brasil. Em 1989 foi reintegrado à UnB e retornou como professor titular, aposentando-se em 2003. “Hoje a UnB tem uma ala do PCB. Não é numerosa, mas é vigorosa”, diverte-se. “Com o passar dos anos as universidades foram ficando muito a serviço das elites. A história respondeu a isso com a criação dos partidos obreiros, cuja intenção não é só votar nas eleições, mas lutar por melhorias para a humanidade.” Frank dedica-se à direção do PCB-DF, pelo qual já foi candidato a senador, nas eleições de 2006, e a governador, nas de 2010.

PCO

Filiados no DF: 3.500 Registro definitivo: 1997


O Partido da Causa Operária (PCO) não tem nenhum representante eleito no Brasil, o que, para a legenda, não é ruim. “Trata-se de um jogo de cartas marcadas. Se até candidatos pequenos de grandes partidos não conseguem se eleger, imagine os partidos pequenos”, avalia o delegado nacional no DF, Juliano Alessander. Um das principais atuações do PCO-DF é no segmento universitário. A ideia é criar oposição à gestão do Diretório Central dos Estudantes da UnB, atualmente comandado por um grupo de direita. “A Universidade de Brasília sempre foi ponta de lança para a movimentação universitária do País todo”, diz Juliano. O partido defende questões polêmicas, como a legalização do aborto e o fim da burocratização das candidaturas. “Para ser candidato a pessoa deveria apresentar apenas a cédula de identida-

de. Da forma como é hoje, as candidaturas pequenas acabam inviabilizadas.” O próprio PCO-DF teve problemas com o Tribunal Regional Eleitoral, em 2010, e os votos de seus quatro candidatos acabaram não sendo computados. Também já viu o fundo partidário ser cortado diversas vezes. “Esses tribunais deveriam ser extintos, assim como o Supremo Tribunal Federal e o Superior Tribunal de Justiça. Os ministros não são eleitos, são sábios colocados ali por indicação política que não sabemos nem de quem são. Todos os membros do Judiciário deveriam ser eleitos”, defende Juliano. A forte ideologia não leva o partido a descartar futuras alianças. Apenas não concorda que as relações possam perdurar pós-eleições. Esses apoios, no entendimento da legenda, seriam apenas práticos, para ajudar a difundir

as ideias da esquerda, e não para um posterior governo. “São alianças que podem nos ajudar a ter espaço de debate, alianças para o processo democrático, para chegar com mais força até a sociedade.” O PCO também saiu do PT. O grupo compunha uma fração revolucionária petista, conhecida pelo nome do jornal que publicava, Causa Operária. Nos anos 80, participou ativamente da luta pela construção da CUT como central operária independente da burguesia. Após embates internos, e críticas a alianças do PT com grupos ditos burgueses, em 1991, os militantes da Causa Operária foram expulsos do PT. Uniram-se e, em 1995, foi liberado o registro provisório do PCO. Em 1997, após árdua campanha de filiação, foi conquistado o registro definitivo. O PCO surgia “mostrando na prática que a luta revolucionária contra a burguesia consiste

em superar os obstáculos que esta mesma coloca no caminho para intervenção política da classe operária”. “O PT nasceu da agitação popular e foi assim que se fortaleceu. A esquerda de hoje também só vai crescer assim, mas essa mobilização ainda está tímida, apesar de crescente”, acredita Juliano. A legenda vive da venda de rifas, de jornais e de pequenas contribuições da militância. Para o delegado nacional do PCO no DF, o fato de os partidos de esquerda serem rotulados comumente como radicais é uma forma desmoralizar o trabalho deles. “É uma postura sectária, falsa e que não desenvolve em nada as nossas ideias”, resume. “Essa nossa proposta para o Judiciário, por exemplo, é liberal. Não somos oito ou oitenta. Defendemos o direito democrático para que ele sirva como adubo para uma posterior revolução socialista.”

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PCdoB

Filiados no DF: 3.000 Registro definitivo: 1988


Assim como os demais partidos socialistas ou comunistas do DF, o Partido Comunista do Brasil (PCdoB) não elegeu representante em 2010, mesmo tendo lançado um candidato a deputado federal e 33 a distrital. Porém, por se aliar ao PT, acabou conquistando postos de confiança no Executivo local. A Administração de Brasília e a Secretaria de Estado da Mulher têm no comando membros do PCdoB, o que lhe garante tribuna e visibilidade. O governador Agnelo, eleito pelo PT, é ex-membro do PCdoB, pelo qual foi eleito deputado federal pelo DF quatro vezes. “Independentemente de estarmos alinhados ao atual governo federal e local, estamos presentes permanentemente nas lutas sociais da capital do País”, garante o presidente regional da legenda, Augusto César Martins Madeira. O PCdoB se define como um partido fundado em 1922, que, em 1962, “rechaçou o oportunismo de direita”, reorganizando-se e adotando a nova sigla, com o mesmo significado da original, Partido Comunista do Brasil. O PCdoB dirigiu a Guerrilha do Araguaia. Com o fim do regime militar, alcançou a legalidade guiando-se pelas teorias de Marx, Engels e Lenin aplicadas à realidade do Brasil. Conquistou o registro definitivo em 1988. Os trabalhadores, a juventude e as mulheres são o foco do partido. “Somos um partido ideológico. O grande sonho do socialismo permanece, mas outras bandeiras ou ideias

precisam ir mudando e se adaptando aos tempos atuais”, diz Madeira. “A luta pela democratização, pelo direito à informação, o acesso à mídia, bem como a que envolve questões ambientais são resultado dessa postura”, exemplifica. Como está do lado do governo, o plano para 2014 é permanecer junto ao PT e a Agnelo Queiroz. “No Brasil, não conquistamos nenhuma grande luta popular a não ser juntando forças heterogêneas voltadas para grandes transformações”, afirma Madeira. “Foi uma união importante e que não influenciou a ideologia do partido.” A legenda se define como um grupo que luta pelo socialismo de forma concreta, integrado ao cotidiano do brasiliense. “Somos a esquerda de que a direita não gosta. A gente cresce, tem influência, incomoda. Queriam que ficássemos nos guetos, mas optamos por ser uma esquerda que participa”, define o dirigente. O PCdoB cresce, principalmente, entre jovens. “Um resultado do momento histórico atual de rompimento com as forças conservadoras como a de Joaquim Roriz”, avalia o presidente do partido no DF. Desde 2009, a legenda percebe crescimento de filiações também entre os trabalhadores. Um reflexo no DF do crescimento nacional do partido, que, nas últimas eleições, aumentou em mais de 50% o número de prefeituras no Brasil.

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ARTI G O

A horta da discórdia

Temos um defeito congênito. Pensamos que o bem público pode ser destruído, porque o que é de todos não é de ninguém TEXTO Humberto Pellizzaro ecofoto@bol.com.br

ilustração daniel banda danielbanda79@gmail.com


N

ossa família vive no mesmo local há mais de 20 anos. Gostamos de Brasília. Seus espaços, seus horizontes longínquos, as áreas verdes. Desde que aqui chegamos, como não havia árvores por perto e o sol e a secura eram inclementes na estação em que não chove, começamos a plantá-las. O chão inculto, duro, a terra ácida foram as primeiras dificuldades. Superados esses obstáculos, precisávamos molhar as mudas para

que vingassem. Anos a fio. Muitas sucumbiram. Não pela falta de cuidados, mas pelo desprezo de alguns passantes e moradores. Existem pessoas que se rejubilam em destruir os seres vivos do reino vegetal. Quebravam as mudas, arrancavam ou simplesmente as pisavam, mesmo sinalizadas. Outro tipo de gente utilizava meios mais violentos, passando com os seus carros por cima. Uma luta constante, para que algumas árvores chegassem à fase adulta. Pedimos socorro ao governo. Nada. À vizinhança. Ninguém quer se envolver em polêmicas. Os anos se passaram e muitas hoje são grandes árvores, que amenizam a seca e ainda produzem frutos. Gente das imediações afirma que vem aqui se refrescar, respirar ar puro e perfumado. Nisso, decidimos fazer uma horta. Na área pública. Soubemos de um programa do governo de incentivo às hortas comunitárias. Visitamos quadras que as possuíam. Convocamos os vizinhos, que acharam boa a ideia (alguns), mas ninguém dispunha “de tempo”. Compramos adubo, ferramentas, mudas e pusemos mãos à obra. Aprendemos que manter uma horta na cidade é mais difícil ainda que plantar árvores. Acusaram-nos de invasão de área pública. A Secretaria de Governo nos garantiu a permanência. Mas outras formas de sabotagem nos esperavam. Pessoas colocam os seus cães para urinar e defecar nos canteiros, alegando que estão “ajudando a adubar”... Outros pisoteiam as verduras ou arrancam as plantas com raiz e tudo. Uma única vez apareceu uma vizinha que se dispôs a ajudar, dando um pouco de esterco. Mas a “nossa” horta tem freguesia cativa, daqueles que gostam de usufruir, mas não de trabalhar. Estão sempre colhendo alguma coisa, mesmo de um vegetal que não conhecem, só por achar bonito – e atiram fora metros adiante. Mas vamos levando assim mesmo. Como temos também vizinhos gente boa e respeitadores, a maioria, diga-se de passagem, estamos sempre os presenteando com algum produto da horta. Fora os frutos das árvores, que todos também usufruem. Pessoas de residência distante já vieram trocar mudas, em um sadio escambo naturalista. Algum tempo atrás, nossa filha mais velha, que já rodou o mundo pela frente e pelo verso, passou pelo Japão, terra dos seus antepassados por ramo materno. Ficou espantada com o aproveitamento dos espaços. Qualquer terrinha disponível vira canteiro. E ninguém cogita em colher aquilo que não plantou. Depois dessa viagem, resolveu fixar residência na Alemanha. Para a sua surpresa, encontrou coisa parecida. As pessoas chegam ao ponto de comprar ou alugar alguns metros quadrados de área pública para ter o seu jardim ou sua horta, mesmo longe de casa. A margem dos rios, das estradas, tudo é aproveitado. O alemão, como o japonês, adora plantar. No inverno, não é possível. Mas, quando chega a primavera, todo mundo sai às ruas para plantar as suas flores ou as suas verduras. E ninguém, ninguém mesmo, toca aquilo que não é obra sua. Respeito absoluto. Depois da nossa experiência por aqui, confrontando com o que rola em outras plagas, seja na Europa ou nos antípodas planetários, entendemos por que temos o país que temos, com tanta injustiça e corrupção. A falta de respeito aqui é contumaz, corriqueira, de berço. Não que lá não haja corruptos. Mas, se for descoberto, há a punição. Aqui, temos um defeito congênito. Confunde-se o privado com o público. E pensamos que o bem público pode ser destruído, porque o que é de todos não é de ninguém. Lá, justamente porque é de todos, é mais respeitado. Se você desrespeita algo fora da sua propriedade, é mais grave, pois estará desrespeitando toda a população. Óbvio, não? Dito tudo isso, continuamos com o nosso labor hortícola.

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BraSífra-me por Nicolas Behr

P AUBRASILIA @ P AUBRASILIA . COM . BR

1*

n o ss a cer tidão d e n as cimento d ru mmond, col ega, leu e dis se: era um r abisco e pu lsava O RA B ISCO JÁ É QUASE CIDADE A CIDADE JÁ É Q UASE DOR

2*

u ma côncava ou t ra convexa u ma concor da ou t ra convers a u ma mostr a ou t ra es conde

3*

da c al ç ada da c o m e rc ia l o c urio so int e rp re ta o s ne rv o s e xp o st o s, f o m e de p o e sia e sc rit o re s c arnív o ro s l e it o re s c anib ais c rít ic o s sang uiná rio s o o sso do s c o nt e údo s saúda a l o m b ada do s c o nt ine n te s e nq uant o o s m úsc ul o s de c if ram o q ue e stá e sc rit o nas e nt re l inhas nas e nt re c o xas nas e nt re q uadras


Pe r s on a gens, lug ares e episó dios m arc ante s d a h i s t ó ri a d a no s s a capital. De sv en de este s p oem as -eni g mas .

5* 4*

h istór ia, a lém de escrever, fez pa u lo, se você sou bess e a falta teria se fingido d e mo rto iría mos final mente en co n tr ar a cidade d e pedra, perdida n o s pirineus

q uando se p õ e surg e o f e nô m e n o e q ue m t e m o l ho s p ra v e r e c o raç ão p ra se nt ir diz : é o m ais b e l o nunc a v i nada ig u a l e de sap are c e

ru ín a s de uma at lâ n tida cerr atens e ?

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u ma d as sete entr ad as pa ra a ter ra oca? Respostas: 1 Relatório do Plano Piloto *2 Congresso Nacional *3 Açougue Cultural T-Bone 4 Paulo Bertran *5 O pôr do sol de Brasília


C r 么 n i c a


Clássicas

da

turma

do

escorpião

Pinga de pequi TEXTO Daniel Cariello

ilustração ico oliveira

d an i e l car i e l l o @ gma i l . com

ico.oliveira@gmail.com

O Pancho chegou ao Beirute já gritando.

cool. Meia garrafa depois, estágio em que costuma ir à cozinha

– Desce a pinga de pequi!

pedir um queijo bola pra equilibrar na cabeça, parecia com-

Quando o Pancho pede a aguardente de pequi todo mun-

pletamente sóbrio.

do já espera algo de extraordinário. Da última vez ele subiu na

– Não é possível! – pensou o Ferreirinha.

mesa e recitou Baudelaire em francês, sem nunca ter falado o

– O que será que houve? – indagava-se a Aretuza.

idioma. É verdade que ninguém sabe se declamou direito, pois

– Abusou muito, agora não sente mais nada – vaticinou o

o único a entender de França era o Otacílio, que foi fã do Jordy. Como o Otacílio não contestou, a história entrou para o rol das clássicas da Turma do Escorpião. Outro episódio memorável foi quando o Pancho subiu na mesa de sempre e anunciou estar montando uma chapa para

Otacílio. Pancho já emendara a segunda garrafa e não demonstrava sinal de embriaguez. A Turma do Escorpião estava inquieta. Se havia algum problema, eram eles, os amigos mais próximos, que deviam fazer algo.

disputar a presidência. Já tinha dois nomes: Otacílio para

O Otacílio puxou conversa.

chanceler, “pela vasta cultura internacional”, e Ferreirinha

– Tá tudo bem? Cê tá precisando de alguma coisa?

para presidente. Ele, Pancho, seria o marqueteiro e eventual-

– Agora que você perguntou, acho que estou, sim.

mente cuidaria do caixa 2, se não aparecesse ninguém melhor.

– Do quê?

O trio começou ali mesmo a traçar a plataforma de governo,

– Uma caixa de fósforos, palitos longos.

mas foi interrompido pelo telefonema da mulher do Ferrei-

Todo mundo estranhou, mas a solução era providenciá-la.

rinha, dizendo que tava na hora de ele voltar pra casa e que

O Leroi fez um bate e volta em tempo recorde ao supermercado

passasse em um mercado pra comprar mortadela. Os planos de

mais próximo.

chegar ao poder foram substituídos pelo de chegar voando em

– Aqui a caixa.

casa, pois a mulher do Ferreirinha não era mole.

Pancho matou a segunda garrafa de cachaça, subiu na mesa,

Mas o Pancho chegou ao Beirute gritando pela sua pinga e todo mundo ficou na expectativa de ver o que ele ia aprontar. “Hoje tem história”, pensou Leroi, esfregando as mãos. Só que aquele dia ele estava estranho. Bebia com a mesma voracidade, mas seu comportamento não era afetado pelo ál-

deu três saltos, acendeu um fósforo e o engoliu, causando uma explosão daquelas. – Ó, agora eu sei voar, agora eu sei voar – gritava, enquanto subia tão alto que nem conseguia escutar os aplausos da Turma do Escorpião, emocionada como nunca.

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c r í t i c a

Contra o refrão

A banda brasiliense Worsa lança o experimental e descontínuo Omoioi e fala sobre o alvissareiro mercado musical contemporâneo

TEXTO André Cunha a n d r e l u i z r e n at o @ ya h o o. c o m . b r

f oto h e m i l u e c h i


S

e você é daqueles que gostam de pop rock com duas estrofes, refrão, mais duas estrofes e de novo o

refrão repetido exaustivamente, então passe longe do novo disco da banda Worsa. O trio brasiliense, que conta com Feleps na guitarra, Bruno Rocha na bateria e Wolve Rodrigues no baixo, está lançando Omoioi, “uma música de trinta e três minutos, com trinta e três atos”. Agora, se é daqueles que curtem

música instrumental psicodélica, não hesite: conheça o som dos caras. “Em certos momentos da música você terá a impressão de ouvir Hermeto Pascoal tocando Ramones”, dizem

eles sobre Omoioi. As influências vão de Frank Zappa a Jhon Zorn, passando pelo som de Naná Vasconcelos, Silvia Saint, Arrigo Barnabé, Fantômas, Rush e Björk. A banda, que já tem dez anos de estrada, lançou em 2005 o disco Morsa, no qual já apostava em um tipo de música não convencional calcado basicamente na força do power trio – bateria, baixo e guitarra. Mas foi com Omoioi que levou às últimas consequências o projeto de fazer um som radicalmente descontínuo. A banda diz que Omoioi “possui como estrutura os milhões de riffs que o Feleps acumulou desde 1997”. O Worsa lapidou esse material invertendo andamentos, criando pontes e outras camadas, até perceberem que “tínhamos em mãos um monstro que devia ser domado pelo metrônomo. Apelamos para a mágica de Marcus Dale, que foi um dos produtores musicais e nos auxiliou transcrevendo toda a linha de guitarra para a partitura digital. Com esse material gerou-se o tão sonhado tique-taque, que, além de facilitar a vida do Bruno, possibilitou uma ferramenta de comunicação entre Feleps e os músicos de verdade que foram convidados: Natasha Salles (soprano), Adil Silva (trombone) e Carlos Tort (marimba/glockenspiel)”. Os trinta e três atos de Omoioi são inspirados em personalidades históricas como Platão, Suassuna, Wittgeinstein, Garrincha, Seinfeld, Patton, Huxley, Presley, Juruna, Scorcese, Ramanujan, Osterberg, Escher e dezenas de outros. Nos shows, eles geralmente tocam com máscaras de figuras icônicas da cultura contemporânea, como do astro pop Justin Bieber. E fique de olho: a banda promete ainda no primeiro semestre de 2013 um show surpresa de lançamento do disco, com a participação do lendário quinteto candango Satanique Samba Trio. Todos os integrantes do Worsa têm empregos “normais” e ensaiam semanalmente a fim de lapidar a caleidoscópica Omoioi, por isso fazem questão de ressaltar a importância da formação universitária na carreira dos jovens músicos que sonham em fazer sucesso: “Só temos de agradecer à atual MPB e ao axé, que têm contribuído para a promoção de nossa imagem alegre lá fora, e também ao rock nacional atual – bem limpo, colorido e bem comportado. Todavia, não devemos deixar de mencionar o maravilhoso subgênero de nossa música-raiz: o sertanejo universitário. Esse faz jus ao nome” E concluem, sem um pingo de ironia: “Achamos que a música pop brasileira está na sua melhor fase. Muita performance, profissionalismo e principalmente forma e conteúdo. Trata-se de uma fase em que o indivíduo que realmente gosta de música se alegra ao ligar o rádio e ouvir canções inspiradoras que executam mimeticamente o delírio engenhoso de canções de amor e muita paz, sincronizadas claustrofobicamente em 97% das frequências, canais e sites em um loop insano. Ficamos felizes com a especialização da indústria em tratar a música como um meio, já que arte como fim não dá visualizações no Youtube”. Por via das dúvidas, Omoioi já está no Youtube, até agora com pouco mais de trezentas visualizações. Já Ai se eu te pego (assim você me mata), do iconoclasta Michel Teló, está batendo os quinhentos milhões. Oi?

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p o r

m i g u e l

o l i v e i r a

c a rl osm igu el deol iveira@gmail.com

C a i x a - p r e t a

O grande balcão de negócios A vida pregressa de Renan e Alves não recomenda que exerçam a presidência das duas casas legislativas e se coloquem nas segunda e terceira posições na sucessão da presidente Dilma Rousseff. O passado de Maggi mostra que defender o meio ambiente não é seu forte. E as relações de Magalhães com o dinheiro público são bem suspeitas. Paradoxalmente, porém, a presença de todos eles nas funções que ocupam é coerente com o que é, hoje, o Congresso Nacional: um enorme e dispendioso balcão de negócios. Não são todos os parlamentares que buscam o dinheiro fácil, mas são tantos que é natural elegerem Renan e Alves para presidi-los. O balcão de negócios que é o Congresso tem

Feliciano é a cara deste Congresso Se Renan Calheiros pode presidir o Senado, se Henrique Alves pode presidir a Câmara, se Blairo Maggi pode presidir a Comissão de Meio Ambiente do Senado, se João Magalhães pode presidir a Comissão de Finanças da Câmara, por que Marco Feliciano não pode presidir a Comissão de Direitos Humanos? É claro que o pastor evangélico não é a pessoa indicada para zelar pelos direitos humanos, pelo contrário: é homofóbico e preconceituoso, além de explorar a crendice para ganhar dinheiro. Mas Renan Calheiros, Henrique Alves, Blairo Maggi e João Magalhães – apenas para dar alguns exemplos de aberração – estão nos lugares certos? Renan teve de renunciar à presidência, em mandato anterior, diante das acusações que lhe eram feitas. Henrique Alves teve de desistir de uma candidatura a vice-presidente da República diante das fortes suspeitas de enriquecimento mais que ilícito. Blairo Maggi é desmatador contumaz, até ganhou o prêmio motosserra de ouro. Magalhães responde a processos por fraudes.

muitos produtos e serviços à venda: votos, pareceres, pronunciamentos, convocações e não convocações, aberturas e obstruções de CPIs, colocação e retirada de projetos da pauta, lugares em comissões, relatorias. Todos têm seus preços, alguns bem salgados. Ressalve-se, de novo: não são todos os que negociam sua atividade parlamentar. Estão na faixa dos 300 picaretas de que falava Lula quando ainda não tinha de bajulá-los para formar “governos de coalizão”. O Congresso Nacional é também o lugar em que, na média, funcionários em excesso trabalham pouco ou nada e ganham muito, em que parlamentares têm benefícios absurdos, em que gastar dinheiro público nunca é problema. Num lugar insalubre assim, ter o pastor Marco Feliciano presidindo a Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados faz todo o sentido.


CHAR G ES hgou gon@gm a il . c om

DO

G OU G ON


roteiro

CAMILA R o d r i g u e s cultura@meiaum.com.br

Em alta rotação Luana Lleras

Sérgio Moriconi anda ocupado. O cineasta, professor e crítico de cinema é o curador do Festival de Cinema Europeu, que começa no fim do mês. Conduz debates do cineclube da Embaixada da França, o Cinemaison de Brasília. Dá aulas no Espaço Cultural 508 Sul. E está cheio de projetos para 2013. Realizará em setembro a quarta edição do Slow Filme, em Pirenópolis. Prepara, ainda, um festival de filmes do surrealista checo Jan Švankmajer. Está lançando o livro Apontamentos de uma história, parte da coleção Arte em Brasília – Cinco décadas de cultura, de dez volumes. Moriconi conta a trajetória do cinema local. Enquanto escrevia, teve de interromper outro projeto, que retoma agora: um documentário sobre o engenheiro Atahualpa Schmitz da Silva Prego, responsável pela construção na pista do aeroporto de Brasília. Ainda não há previsão para o lançamento.

CINEMA Magnolia Pictures

lançamentos

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namorada francesa, a fotógrafa Marion (Julie Delpy), vivem num apartamento em Nova York com filhos de relacionamentos anteriores. Quando a família de Marion aparece sem avisar, começa a confusão. Continuação de 2 dias em Paris.

ALVO DUPLO 2 DIAS EM NOVA YORK JULIE DELPY. COMÉDIA.

CLASSIFICAÇÃO 14 ANOS. CINEMARK EM 26 DE ABRIL. 96 MIN.

O jornalista e apresentador de rádio Mingus (Chris Rock) e sua

WALTER HILL. AÇÃO.

CLASSIFICAÇÃO 16 ANOS. CINEMARK E KINOPLEX EM 5 DE ABRIL. 92 MIN

Jimmy Bobo (Sylvester Stallone) e Taylor Kwon (Sung Kang) pertencem a lados opostos da lei. O primeiro é matador de

aluguel, o segundo, detetive da polícia de Nova York. A morte dos respectivos parceiros une a dupla numa perigosa jornada pelas ruas de Nova Orleans e pelos bastidores de Washington, em busca de vingança.

A MORTE DO DEMÔNIO FEDE ALVAREZ. TERROR.

CLASSIFICAÇÃO 18 ANOS. CINEMARK EM 19 DE ABRIL. 90 MIN

Mia (Jane Levy), jovem marcada por perdas e pelo vício em drogas, pede ao irmão, David (Shiloh Fernandez), à namorada dele, Natalie

(Elizabeth Blackmore), e aos amigos Olivia (Jessica Lucas) e Eric (Lou Taylor Pucci) que a acompanhem até a cabana da família para ajudá-la a superar os seus demônios. Lá, Eric fica fascinado ao encontrar o Livro dos mortos. Refilmagem de Uma noite alucinante – A morte do demônio (1981), de Sam Raimi.

ANGIE

MARCIO GARCIA. DRAMA. CLASSIFICAÇÃO 12 ANOS.

CINEMARK E KINOPLEX EM 12 DE ABRIL. 85 MIN

Angie (Camilla Belle) é uma jovem artista brasileira que


BONITINHA, MAS ORDINÁRIA MOACYR GÓES. DRAMA.

CLASSIFICAÇÃO 18 ANOS. CINEMARK EM 5 DE ABRIL. 91 MIN

Adaptação do livro de Nelson Rodrigues. A história de Edgar (João Miguel), dividido pela proposta de casar-se por dinheiro com a filha do chefe, Maria Cecília (Letícia Colin), ou permanecer na pobreza ao lado de Ritinha (Leandra Leal), seu grande amor.

EM TRANSE

DANNY BOYLE. SUSPENSE. CLASSIFICAÇÃO 12 ANOS.

CINEMARK EM 3 DE MAIO. 101 MIN

Simon (James McAvoy), leiloeiro de arte, une-se a uma quadrilha para roubar uma obra, mas, depois de uma pancada na cabeça, não se lembra onde escondeu a pintura. Quando as ameaças físicas e a tortura não produzem respostas, o líder

da gangue (Vincent Cassel) contrata uma hipnoterapeuta (Rosario Dawson) para aprofundar na psique de Simon.

EU E VOCÊ

BERNARDO BERTOLUCCI.

DRAMA. CLASSIFICAÇÃO 14 ANOS.

em casa e deixa seu cartão, caso ela precise de algum serviço. Mas, pouco depois, Stéphanie sofre um grave acidente.

Paris Filmes

inimigos que passou a ter. Um deles, o Mandarim (Ben Kingsley), destrói sua mansão e captura Pepper. Stark precisa ressurgir do fundo do mar, para onde foi levado com os destroços da mansão, e superar seu maior medo: fracassar.

CINEMARK EM 19 DE ABRIL.

Zade Rosenthal

vive com a mãe (Christiane Torloni), com quem tem um relacionamento desgastado. Um dia, resolve viajar pela Califórnia. Faz amizade com Chuck (Andy Garcia), andarilho que vive isolado, e o policial David (Colin Egglesfield). Logo passa a trabalhar numa lanchonete, onde tenta resolver seus conflitos internos.

104 MIN

Lorenzo (Jacopo Olmo Antinori) tem 14 anos e elaborou um plano para passar as férias de verão sozinho no porão. Planejou tudo: onde dormir, o que fazer e já está estocando comida. Mas não esperava que sua irmã Olivia (Tea Falco) surgisse de repente. Viciada em drogas e buscando um lugar para ter um pouco de paz, Olivia acaba chantageando Lorenzo para ficar com ele no porão.

FERRUGEM E OSSO

JACQUES AUDIARD. DRAMA. CLASSIFICAÇÃO 14 ANOS.

KINOPLEX EM 3 DE MAIO. 120 MIN

Alain (Matthias Schoenaerts) está desempregado e vive com o filho, de 5 anos (Armand Verdure). Ele parte para a casa da irmã em busca de ajuda e logo consegue um emprego como segurança de boate. Um dia, ao apartar uma confusão, conhece Stéphanie (Marion Cotillard), treinadora de orcas. Alain a leva

GINGER E ROSA SALLY POTTER. DRAMA.

CLASSIFICAÇÃO 10 ANOS. CINEMARK EM 19 DE ABRIL. 90 MIN

Ginger (Elle Fanning) e Rosa (Alice Englert) são melhores amigas, que vivem em Londres nos anos 1960, sonhando em ter uma vida melhor do que a dos pais. Quando começa a Guerra Fria, o relacionamento entre as duas sofre grandes mudanças.

HOMEM DE FERRO 3 SHANE BLACK. AÇÃO.

CLASSIFICAÇÃO 10 ANOS. CINEMARK E KINOPLEX EM 26 DE ABRIL. 109 MIN

Tony Stark (Robert Downey Jr.) vem enfrentando dificuldades para dormir. Teme não conseguir proteger sua namorada, Pepper Potts (Gwyneth Paltrow), dos vários

INVASÃO À CASA BRANCA ANTONIE FUQUA. AÇÃO.

CLASSIFICAÇÃO 12 ANOS. cinemark e KINOPLEX EM 5 DE ABRIL. 120 MIN

Mike Banning (Gerard Butler) é um ex-oficial do serviço secreto com passado sujo que tem a chance de se redimir ao se tornar a esperança dos EUA contra terroristas que tomam o controle da Casa Branca e do presidente (Aaron Eckhart).

MAMA

ANDRéS MUSCHIETtI. TERROR. CLASSIFICAÇÃO 14 ANOS.

CINEMARK E KINOPLEX EM 5 DE ABRIL. 100 MIN

Quando o pai de Victoria (Megan Charpentier) e Lilly

53


MEU PÉ DE LARANJA LIMA MARCOS BERNSTEIN. DRAMA. CLASSIFICAÇÃO 12 ANOS.

CINEMARK EM 19 DE ABRIL. 97 MIN

54

Baseado no livro de José Mauro de Vasconcellos. A história de Zezé (João Guilherme de Ávila), de 8 anos, que, apesar de levado, tem bom coração. Leva uma vida modesta e tem longas conversas com um pé de laranja-lima no quintal. Um dia conhece o Portuga (José de Abreu), senhor que passa a ajudá-lo e logo se torna seu melhor amigo.

MEUS DOIS AMORES

OBLIVION

CLASSIFICAÇÃO 12 ANOS.

LUIZ HENRIQUE RIOS. COMÉDIA.

CINEMARK E KINOPLEX EM 12 DE

verifique a CLASSIFICAÇÃO.

ABRIL. 135 MIN

KINOPLEX EM 5 DE ABRIL. 100 MIN

O vaqueiro Manuel (Caio Blat) é invejado por sua mula, a valiosa Beija-Fulô. Um matador (Alexandre Borges) quer comprá-la, mas Manuel vende outra mula, bichada. Quando o matador descobre que foi enganado, quer matar o vaqueiro e desonrar a noiva deste, Das Dô (Maria Flor). Manuel recorre ao feiticeiro local, Toniquinho das Pedras (Julio Adrião). Baseado em um conto de Guimarães Rosa.

O ACORDO

Num futuro em que a superfície da Terra foi destruída por alienígenas, os humanos restantes vivem sobre as nuvens. Quando Jack (Tom Cruise), especialista em reparar a superfície terrestre, descobre uma mulher misteriosa (Olga Kurylenko) e é capturado por Malcolm Beech (Morgan Freeman), começa a questionar tudo o que conhece.

RIC ROMAN WAUGH. AÇÃO. CLASSIFICAÇÃO 12 ANOS.

CINEMARK E KINOPLEX EM 19 DE ABRIL.112 MIN

Um adolescente (Rafi Gavron) é condenado a dez anos de prisão por envolvimento com drogas. Seu pai, John Matthews (Dwayne Johnson), está disposto a qualquer acordo para livrá-lo. Recebe a proposta de uma promotora (Susan Sarandon) para trabalhar como infiltrado em uma operação que tem por meta capturar um poderoso chefão das drogas , vivido por Benjamin Bratt.

procurado, entrando numa jornada para limpar o seu nome.

JOSEPH KOSINSKI. FICÇÃO.

Imagem Filmes

Camila Botelho

(Isabelle Nelisse) mata a mãe das garotas, as duas fogem para uma floresta. Depois de cinco anos, reaparecem sem explicar como sobreviveram sozinhas. Os tios Lucas (Nikolaj CosterWaldau) e Annabel (Jessica Chastain) as adotam. Mas elas conversam com uma entidade invisível que chamam de Mama e eles não sabem se devem culpá-las pelos estranhos acontecimentos na casa.

cultura@meiaum.com.br

SEM PROTEÇÃO ROBERT REDFORD. SUSPENSE. CLASSIFICAÇÃO 12 ANOS.

CINEMARK EM 19 DE ABRIL. 125 MIN

Ninguém sabe que Jim Grant (Robert Redford) integrou o grupo ativista Weather Underground. Quando uma companheira do grupo, Sharon (Susan Sarandon), é presa pelo FBI, Jim tem a identidade revelada pelo jornalista Ben (Shia LaBeoufe) e se torna

Imagem Filmes

roteiro

CAMILA R o d r i g u e s

SOMOS TÃO JOVENS

ANTÔNIO CARLOS DA FONTOURA. DRAMA. CLASSIFICAÇÃO 12 ANOS.

CINEMARK EM 3 DE MAIO. 104 MIN

A família Manfredini se mudou do Rio para Brasília em 1973. Renato (Thiago Mendonça), um dos filhos, sofria de uma doença óssea rara. Obrigado a ficar em casa, começou a traçar seus planos de se tornar o maior roqueiro do Brasil, fundando, tempos depois, o grupo Aborto Elétrico, virando o Trovador Solitário e, mais tarde, criando a Legião Urbana com os amigos Bonfá (Conrado Godoy) e Dado (Nicolau Villa-Lobos).

THERESE D

CLAUDE MILLER. DRAMA. CLASSIFICAÇÃO 10 ANOS.

CINEMARK EM 5 DE ABRIL. 110 MIN

Em uma época em que os casamentos eram feitos para unir as terras e aliar as famílias, Therese (Audrey Tautou) se une


UMA HISTÓRIA DE AMOR E FÚRIA

LUIZ BOLOGNESI. ANIMAÇÃO. CLASSIFICAÇÃO 12 ANOS.

CINEMARK EM 5 DE ABRIL. 75 MIN.

Um homem acompanha a história do Brasil há quase 600 anos enquanto procura uma maneira de ressuscitar sua amada Janaína. Enfrenta as batalhas entre tupinambás e tupiniquins, antes de os portugueses chegarem, passa pela Balaiada e pelo movimento de resistência contra a ditadura militar, antes de enfrentar a guerra pela água em 2096. Com vozes de Selton Mello, Camila Pitanga e Rodrigo Santoro.

CINEMARK EM 12 DE ABRIL.

ELIZEU EWALD. DRAMA.

115 MIN

CLASSIFICAÇÃO 14 ANOS. 94 MIN

Baseado no livro homônimo de Nicholas Sparks, conta a história de Katie (Julianne Hough), que se muda para a pequena cidade de Southport. Discreta, evita qualquer tipo de laço pessoal até que conhece o charmoso Alex (Josh Duhamel) e a sincera Jo (Cobie Smulders), que se torna sua amiga. Katie começa a se interessar por Alex e se sente cada vez mais afeiçoada a ele e a sua família, mas um segredo do passado a impede de ser plenamente feliz.

15 DE ABRIL

www.cinemark.com.br www.kinoplex.com.br Não informaram a programação a tempo: www.itaucinemas.com.br www.cinecultura.com.br

Outros

CINE SESC

segundas e terças, ao meiodia, no sesc presidente dutra. 3319-4400

O projeto apresenta uma seleção de filmes no horário do almoço. 8 DE ABRIL

UM PORTO SEGURO

O JOVEM TATARAVÔ

CLASSIFICAÇÃO 12 ANOS.

MAIS QUE A TERRA

LASSE HALLSTRÖM. ROMANCE.

LUIZ DE BARROS. COMÉDIA. CLASSIFICAÇÃO 10 ANOS. 97 MIN 9 DE ABRIL

com cineastas locais e convidados especiais uma vez por mês, após a sessão.

O CALDEIRÃO DE SANTA

11 DE ABRIL

CRUZ DO DESERTO

LENDAS DA VIDA

ROSEMBERG CARIRY.

ROBERT REDFORD. drama.

DOCUMENTÁRIO. CLASSIFICAÇÃO

CLASSIFICAÇÃO LIVRE. 126 MIN

12 ANOS. 73 MIN 16 DE ABRIL

Um CÉU DE ESTRELAS

MGM

Europa Filmes

a Bernard Desqueyroux (Gilles Lellouche). Mas essa jovem mulher inquieta não cede às convenções da sociedade de sua época e, para se libertar do destino que lhe foi imposto, será capaz de tudo.

tata amaral. DRAMA. CLASSIFICAÇÃO 16 ANOS. 70 MIN 23 DE ABRIL

O CORINTIANO MILTON AMARAL. COMÉDIA. CLASSIFICAÇÃO 10 ANOS. 98 MIN

18 DE ABRIL

DOZE HOMENS E UMA SENTENÇA

24 DE ABRIL

SIDNEY LUMET. DRAMA.

O DRAGÃO DA MALDADE

CLASSIFICAÇÃO 14 ANOS. 96 MIN

CONTRA O SANTO GUERREIRO

25 DE ABRIL*

GLAUBER ROCHA. AVENTURA. CLASSIFICAÇÃO 14 ANOS. 99 MIN 30 DE ABRIL

DE PASSAGEM RICARDO ELIAS. DRAMA. CLASSIFICAÇÃO 14 ANOS. 87 MIN ESTA NOITE ENCARNAREI NO tEU CADÁVER JOSÉ MOJICA MARINS. TERROR.

MERA COINCIDÊNCIA BARRY LEVINSON. COMÉDIA, CLASSIFICAÇÃO 14 ANOS. 97 MIN

* Sessão seguida de debate com o cineasta João Inácio.

É TUDO VERDADE

DE 17 A 21 DE ABRIL. ENTRADA

CLASSIFICAÇÃO 16 ANOS. 107 MIN

FRANCA. CLASSIFICAÇÃO E

CINECULT

WWW.BB.COM.BR/CULTURA

ATÉ 25 DE ABRIL, NO TEATRO BRASÍLIA SHOPPING. ENTRADA FRANCA. 2109-2122

Exibição gratuita de grandes produções do cinema às quintas-feiras. O projeto promove também um debate

PROGRAMAÇÃO EM

O Festival Internacional de Documentários É Tudo Verdade celebra em 2013 a 18ª edição. Entre os filmes estão vencedores de competições brasileira e internacionais de longas-metragens e o filme Paulo Moura – Alma brasileira,

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roteiro tributo ao músico e compositor dirigido por Eduardo Escorel. Outro destaque é a exibição de Jango (1984), de Silvio Tendler.

C A M I L A R o d ri g u e s cultura@meiaum.com.br

CÉU, INFERNo... TERRA

DENNIS BOTS. drama.

DENIS TODOROvIC. comédia.

LAURA SIVÁKOVÁ. drama.

CLASSIFICAÇÃO 10 ANOS. 95 MIN

CLASSIFICAÇÃO 12 ANOS. 102 MIN

3 DE MAIO

20H30

CLASSIFICAÇÃO 16 ANOS. 95 MIN

16H30

A ESPERANÇA ESTÁ ONDE MENOS

GRANDE HOTEL

FESTIVAL DE CINEMA EUROPEU

LOTTE STOOPS. documentário. CLASSIFICAÇÃO 14 ANOS. 57 MIN

MAMA ILLEGAL

ANNE-GRETHE BJARUP RIIS. Drama.

WWW.BB.COM.BR/CULTURA

CLASSIFICAÇÃO 12 ANOS. 122 MIN

A relação entre indivíduo e Estado, a luta pelos direitos dos cidadãos, as responsabilidades do homem contemporâneo e a busca pela felicidade são temas explorados pelo festival que, em 2013, celebra o Ano dos Cidadãos Europeus. Serão exibidos 14 filmes produzidos pelos países-membros da União Europeia. A curadoria é do professor e cineasta Sérgio Moriconi, com coordenação da Embaixada da Irlanda.

1°DE MAIO

CLASSIFICAÇÃO 12 ANOS. 95 MIN

VINKO MODERNDORFER. drama. CLASSIFICAÇÃO 16 ANOS. 90 MIN

EU, TAMBÉM ÁLVARO PASTOR E ANTONIO

PERNILLA AUGUST. drama. CLASSIFICAÇÃO 16 ANOS. 99 MIN 20 H

20H30 RYSZARD BUGAJSKI. drama. CLASSIFICAÇÃO 16 ANOS. 125 MIN 2 DE MAIO CINEMA STELLA THADdEUS O’SULLIVAN. drama. CLASSIFICAÇÃO 16 ANOS.100 MIN 21 H CRIANÇAS LEGAIS NÃO CHORAM

CLASSIFICAÇÃO 14 ANOS. 146 MIN 4 DE MAIO

L Í IA

VIVEIRO.ECO.LOJA

ABDELATTIF KECHICHE. drama. CLASSIFICAÇÃO 14 ANOS. 130 MIN

BIBLIOTECA PASCAL SZABOLCS HAJDU. drama. CLASSIFICAÇÃO 16 ANOS. 105 MIN 18H30 SASHA

MUDA, GENTE! -BR AS

CLASSIFICAÇÃO 16 ANOS. 103 MIN.

A CULPA DE VOLTAIRE

RADIM SPACEK. drama.

16H30

19 H

NAHARRO. drama.

20H30

ALGEMAS

GENERAL NIL

PAU

18H30

ALÉM

SUBÚRBIOS

18H30

ED MOSCHITZ. documentário.

18 H

18H30

30 DE ABRIL

CLASSIFICAÇÃO 12 ANOS. 122 MIN 16H30

THIS LIFE

ENTRADA FRANCA. saiba mais EM

JOAQUIM LEITÃO. drama. 5 DE MAIO

20H30

DE 30 DE ABRIL A 5 DE MAIO.

SE ESPERA

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TEATRO BRASÍLIA SHOPPING. CLASSIFICAÇÃO 14 ANOS. ENTRADA FRANCA. 2109-2122

A proposta é que quarta-feira seja dia de dar ao público a oportunidade de conhecer como a vida em Brasília é retratada pelos cineastas da cidade em vários curtas.

PEDRO lacerda. FICÇÃO. 19 min SOBRE ESAÚ E JACÓ PEDRO BEILER. FICÇÃO. 13MIN55 UM COPO D’ÁGUA MAURICIO CHADES. FICÇÃO. 11 MIN RAP, O CANTO DA CEILÂNDIA ADIRLEY QUEIROZ. DOCUMENTÁRIO. 15 MIN 24 DE ABRIL

3 DE ABRIL

DIA DE VISITA

PROCURA-SE IBERÊ CARVALHO. FICÇÃO. 15 MIN

Cena de Rabbit

Até 24 DE ABRIL, ÀS 20 H, NO

O ANJO

Cena de Mary e Max

MOSTRA DE CURTAS

Cena de Look both ways

17 DE ABRIL

ANDRÉ LUIZ DA CUNHA. DOCUMENTÁRIO. 13 MIN O PRINCÍPIO DA INCERTEZA CAUÊ BRANDÃO. FICÇÃO. 14 MIN SEVERINO QUER GRAVAR JETRO OSYTEK DE CASTRO. ficção. 9 min UM PAR GABRIEL RAMOS. FICÇÃO. 22 MIN 10 DE ABRIL ROLEIROS

GUILHERME BACALHAO. DOCUMENTÁRIO. 16 MIN

A DITADURA DA ESPECULAÇÃO ZÉ FURTADO. DOCUMENTÁRIO. 10 min O GATO NA CAIXA CAUÊ BRANDÃO. FICÇÃO. 15 MIN BORRALHO DE ARTURO SABÓIA E PAULO EDUARDO BARBOSA. FICÇÃO.

ANDRÉ CARVALHEIRA. FICÇÃO. 17 MIN

Mistura de filmes novos e clássicos, ganhadores de prêmios internacionais e aclamados pelo público e pela crítica. Há variedade de gêneros, do drama histórico vivido por jovens aborígenes em Geração roubada à comédia sobre cientistas de uma pequena cidade de excêntricos que controlam os sinais de transmissão da chegada do homem à Lua, em Direito da Lua.

DOMINGO, NO CCBB. ENTRADA FRANCA. CLASSIFICAÇÃO E

AS ESTALACTITES DE DAVI

UM CERTO ESQUECIMENTO

PROGRAMAÇÃO WWW.BB.COM.BR/CULTURA

ATÉ 14 DE ABRIL, DE TERÇA A

GUI CAMPOS. FICÇÃO. 21 MIN

10 MIN

DE 23 A 28 DE ABRIL. ENTRADA FRANCA. CLASSIFICAÇÃO E

17 MIN

SEQUESTRAMOS AUGUSTO CÉSAR

R.C. BALLERINI. EXPERIMENTAL.

MOSTRA DE FILMES DA AUSTRÁLIA

SAMUEL FULLER: SE VOCÊ MORRER, EU TE MATO!

PROGRAMAÇÃO EM WWW. BB.COM.BR/CULTURA

A retrospectiva é dedicada a um dos cineastas mais originais da história. Em mais de 40 anos dedicados à sétima

arte, Fuller (1912–1997) influenciou outros pesos pesados, como Jean-Luc Godard, Steven Spielberg e Wim Wenders. Com a exibição de 24 longas dirigidos por Fuller e de um documentário sobre sua trajetória realizado por sua filha Samantha Fuller.

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roteiro CAIXA PRETA

de 18 A 21 DE ABRIL, QUINTA A SÁBADO ÀS 20 H; DOMINGO ÀS 19 H, NO TEATRO DA CAIXA. INGRESSO (INTEIRA): R$ 4.

DA CAIXA. INGRESSO (INTEIRA): R$ 20. CLASSIFICAÇÃO 12 ANOS.

3206-9448

Encontro do pianista Eumir Deodato com o saxofonista Spok, somado ao estilo de jazz brasileiro da Banda Jazzco. Aliando música instrumental brasileira aos improvisos típicos das big bands, os instrumentistas da Banda Jazzco apresentam composições e arranjos próprios, enquanto Spok traz o ritmo marcante do frevo.

13 DE ABRIL, ÀS 21 H, NO

Música

11 DE ABRIL, ÀS 20H, NO TEATRO

3206-9448

CHICLETE COM BANANA

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EUMIR DEODATO, SPOK E BANDA JAZZCO

CLASSIFICAÇÃO 12 ANOS.

Canções do paulista Itamar Assumpção (1949-2003) . No primeiro dia, Kiko Dinucci e Beto Villares e banda, com músicas do disco Pretobrás II. No dia 19, a banda Porcas Borboletas apresenta Às próprias custas S.A. No dia 20, a banda Isca de Peixe traz ao palco Beleléu, leléu, eu. O encerramento se dá com Anelis Assumpção e banda reverenciando o talento de seu pai com Sampa Midnight.

ESTACIONAMENTO DO GINÁSIO NILSON NELSON. INGRESSOS (INTEIRA): PISTA R$ 120; CAMAROTE FEDERAL R$ 240 (FEMININO) E R$ 280 (MASCULINO). CLASSIFICAÇÃO 16 ANOS. 4141-8007

Brasília será palco do show da banda baiana de axé Chiclete com Banana, que toca os maiores sucesso de sua carreira, e do carioca Naldo.

cultura@meiaum.com.br

Aloizio Jordão

música

CAMILA R o d r i g u e s

GERALDO AZEVEDO

23 E 24 DE ABRIL, ÀS 20 H, NO TEATRO DA CAIXA. INGRESSO (INTEIRA): R$ 20. CLASSIFICAÇÃO 12 ANOS. 3206-9448

O cantor, compositor e violonista pernambucano traz o show O Canto e a Poesia, projeto com voz e violão que passeia por sucessos de sua carreira. Geraldo Azevedo é um dos grandes instrumentistas brasileiros. Seu projeto Salve São Francisco conta com participação de vários artistas e canta as belezas do rio que o banhou quando criança.

CLUBE DO CHORO

SHOWS DE QUARTA A SÁBADO, A PARTIR DAS 21 H. INGRESSO (INTEIRA): R$ 20. CLASSIFICAÇÃO 14 ANOS. 3324-0599 GRUPO LIGA TRIPA: 6 DE ABRIL | NICOLAS KRASSIK QUARTETO (VIOLINO): 10, 11 E 12 DE ABRIL | HAROLDINHO MATTOS (GUITARRA): 13 DE ABRIL | CARLOS MALTA (SOPROS): 17, 18 E 19 DE ABRIL | FÁBIO CAVANHA: 20 DE ABRIL | tais guerino: 23 de abril | GABRIELLI MIRABASSI & ROBERTO TAUFIC (CLARINETA E VIOLÃO): 24, 25 E 26 ABRIL | CHORO PRA CINCO: 27 DE ABRIL | ZÉ DA VELHA, SILVÉRIO PONTES & GRUPO CHORO LIVRE (TROMBONE E TROMPETE): 1° ,2E3 DE MAIO | GRUPO MEL DA TERRA: 4 DE MAIO

sAMBA: PATRIMÔNIO CULTURAL BRASILEIRO

15 DE ABRIL, ÀS 19H30, NO TEATRO BRASÍLIA SHOPPING. INGRESSO (INTEIRA): R$ 20. CLASSIFICAÇÃO LIVRE. 2109-2122

Carlos Elias, Lucas de Campo, Helena Pinheiro, Breno Alves e Guto Martins apresentam o projeto. O público terá a oportunidade de conhecer um pouco mais sobre os estilos de samba cultivados nas agremiações. Parte do projeto Brasília Bossa Show.

TOCA RAUL

21 E 28 DE ABRIL, ÀS 17 H, NO CCBB. ENTRADA FRANCA E LIVRE. PROGRAMAÇÃO EM WWW. BB.COM.BR/CULTURA

Celebração ao roqueiro, em comemoração aos 40 anos do lançamento de seu primeiro disco solo, Krig-ha Bandolo. Shows inéditos e ao ar livre trazem clássicos de Raul Seixas, reunindo mais de 60 canções do pioneiro do rock nacional nas vozes de Zélia Duncan e Lucas Santtana; BNegão e Letuce; Zeca Baleiro e Katia B; Marcelo Nova e O Terno.


2 EM PAR

ATÉ 30 DE ABRIL, DE SEGUNDA A SEXTA, DAS 8 H ÀS 20 H, NO SESC PRESIDENTE DUTRA. ENTRADA FRANCA E LIVRE. 3319-4400

A exposição coletiva de pintura em tela e artesanato mistura as técnicas com acrílico e óleo e vários elementos.

ABRAHAM PALATNIK

DE 23 DE ABRIL A 12 DE JULHO, DE TERÇA A DOMINGO, DAS 9 H ÀS 21 H, NO CCBB. ENTRADA FRANCA E LIVRE. 3108-7600

Retrospectiva do trabalho do natalense de 85 anos. São cerca de 90 obras. Palatnik é pioneiro na arte cinética e mistura tecnologia e estética.

AMORES PERROS DE 25 DE ABRIL A 25 DE MAIO,

DAS 9 H ÀS 21 H, NO INSTITUTO CERVANTES DE BRASÍLIA. ENTRADA FRANCA E LIVRE.. 3242-0603

Em sua primeira mostra individual, a pintora brasiliense Alice Lara explora metáforas dos filmes da cultura hispanoamericana Fale com ela, de Pedro Almodóvar, e Amores brutos, de Alejandro Gonzáles Iñarritu.

BRASILEIROS SEM ROSTO E

RETÂNGULOS

ATÉ 20 DE MAIO, DE SEGUNDA A SEXTA, DAS 14 H ÀS 18 H, NO ESPAÇO CENA. ENTRADA FRANCA E LIVRE. 3349-3937

Experiência visual em tinta acrílico e canetinha, por Rafael Oops. São obras em grandes formatos a partir de imagens anônimas retiradas da internet. Oops traz novos significados às situações retratadas, suprimindo os rostos e invertendo a paleta de cores.

MAMÍFEROS DO ESTADO DO AMAPÁ ATÉ 17 DE ABRIL, DE SEGUNDA A SEXTA, DAS 9 H ÀS 17 H, NA GALERIA DO 10º ANDAR DO ANEXO IV DA CÂMARA DOS DEPUTADOS. ENTRADA FRANCA E

criativa de estúdios e filmes experimentais.

NADA SE MOVE

DE 12 A 28 DE ABRIL, DE TERÇA A DOMINGO, DAS 9 H ÀS 21 H, NO CCBB. ENTRADA FRANCA E LIVRE. 3108-7600

A videoinstalação discute a narrativa por meio da relação entre palavra e imagem. O projeto dá continuidade à investigação realizada pelos Irmãos Guimarães, a partir de uma imaginária intersecção entre Samuel Beckett e Manoel de Barros.

OS ROBÔS DE ALAMÓN

ATÉ 19 DE MAIO, TODOS OS DIAS, DAS 9 H ÀS 21 H, NA CAIXA CULTURAL. ENTRADA FRANCA E

LIVRE. 3215-8080

LIVRE. 3206-9448

Obras de vários artistas plásticos. O projeto tem parceria com o Núcleo de Ilustração Científica do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade de Brasília.

Obras do uruguaio Gustavo Alamón, expoente da pintura latino-americana. Desenhos, pinturas e colagens que discutem a condição humana sob a perspectiva de uma sociedade extremamente tecnológica e robótica.

MOVIE-SE

DE 30 DE ABRIL A 7 DE JULHO, DE TERÇA A DOMINGO, DAS 9 H ÀS 21 H, NO CCBB. ENTRADA FRANCA E LIVRE. 3108-7600

Um panorama dos 150 anos da animação, desde os primeiros projetos até a recente produção

pERCEPÇÃO VISUAL

ATÉ 30 DE ABRIL, TODOS OS DIAS, DAS 8 H ÀS 21H30, NO FOYER DO TEATRO SESC SILVIO BARBATO . ENTRADA FRANCA E LIVRE.

3319-4400

Exposição da artista plástica Nice Mecking, que tem como fonte de inspiração a natureza morta. Destaque para o uso de conchas nas 22 telas expostas.

TÃO SOMENTE CRIANÇAS

ATÉ 28 DE ABRIL, TODOS OS DIAS, DAS 9 H ÀS 17 H, NO SALÃO NEGRO DO CONGRESSO NACIONAL. ENTRADA FRANCA E LIVRE. 3003-1581

São 26 painéis com histórias de sobrevivência, informações sobre as 1,5 milhão de crianças assassinadas no Holocausto, além de depoimentos em vídeo e peças das vítimas. Acervo especial do Museu do Holocausto, em Curitiba.

UM NOME NO CENTRO DA COLEÇÃO

ATÉ 19 DE maio, DE TERÇA A DOMINGO, DAS 9 H ÀS 21 H, NA CAIXA CULTURAL. ENTRADA FRANCA E LIVRE. 3206-9448

São 43 obras do Acervo Caixa. Tem como fio condutor as telas do cearense Aldemir Martins e também apresenta obras de artistas como Di Cavalcanti, José Pancetti, Alfredo Volpi e Antonio Poteiro.

exposições

exposições

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roteiro

ESTAMIRA BEIRA DO MUNDO

DE 4 A 7 DE ABRIL, NO TEATRO GOLDONI, QUINTA E SEXTA ÀS 15 H; SÁBADO ÀS 21 H; DOMINGO ÀS 20H. EM 10 DE ABRIL, NO SESC TAGUATINGA NORTE, ÀS 21 H. INGRESSO (INTEIRA): R$ 20.

t e at r o

CLASSIFICAÇÃO 14 ANOS.

60

Adaptação de Dani Barros e Beatriz Sayad do premiado documentário Estamira, de Marcos Prado, sobre a história de uma mulher descoberta pelo cineasta no Aterro Sanitário do Jardim Gramacho: catadora de lixo, doente mental crônica, com percepção do mundo surpreendente e devastadora, ela se tornou personagem central do filme.

que história é essa?

13 E 14 DE ABRIL, SÁBADO ÀS 21 H; DOMINGO ÀS 20H, NO TEATRO DA UNIP (913 SUL). INGRESSO (INTEIRA): R$ 70. CLASSIFICAÇÃO 14 ANOS. 8144-1514/8347-8954

cultura@meiaum.com.br

O jornalista e humorista Felipe Andreoli retorna à capital federal com seu show, na terceira temporada. O solo ganha o formato de um bate-papo descontraído com a plateia. Andreoli tira do baú histórias divertidas da infância, dos bastidores das emissoras de TV e ainda conta sua trajetória até os dias de hoje como repórter do CQC e apresentador do programa Deu Olé.

GOTA

de 12 A 14 DE ABRIL, SEXTA E SÁBADO ÀS 20 H; DOMINGO ÀS 19

A adaptação de Néia Paz conta a história de Frank, filha de 16 anos do Frankstein, em seu primeiro dia de aula. Na escola estudam também os filhos dos famosos Conde Drácula, Lobisomem, Múmia e Medusa. A trama mostra o convívio acadêmico e fala sobre os medos e inseguranças desses personagens, que fogem dos padrões de beleza da sociedade. Com duração de 50 minutos.

3206-9448

ATÉ 28 DE ABRIL, SÁBADOS E

DOMINGOS, ÀS 17 H, NO ESPAÇO CULTURAL BRASIL 21. INGRESSO (INTEIRA): R$ 40. ENTRADA LIVRE. 8199-2120.

DE 11 A 13 DE ABRIL, ÀS 20 H, NO TEATRO SESC GARAGEM

(913 SUL). ENTRADA FRANCA.

Realizada pelo Grupo de Pesquisa Cênica do Sesc, a montagem é baseada na história do julgamento do professor John Thomas Scopes, em 1925, acusado de violar as leis norte-americanas ao ensinar aos alunos a Teoria da Evolução, de Darwin. O evento teve grande repercussão nos Estados Unidos e ficou conhecido como O julgamento do macaco.

FRANCA. CLASSIFICAÇÃO 14 ANOS.

MONSTER HIGH

O JULGAMENTO DO MACACO

4415

H, NO TEATRO DA CAIXA. ENTRADA

Livre adaptação do texto Gota D’água, de Chico Buarque e Paulo Pontes. Um território repleto de musicalidade, paixões, referências a mitologias e disputas de poder, refletindo aspectos sociais e políticos presentes no cotidiano e no imaginário de todos. Produzido e encenado por alunos de artes cênicas da Universidade de Brasília.

está exposto diante da plateia, revelado sob a ótica do espelho. Perguntas a respeito de nós mesmos que tendem a ser incômodas virão à tona. Di Plural também assina o texto.

CLASSIFICAÇÃO 16 ANOS. 3445Januário Júnior

Luís Alberto Gonçalves

teatro

CAMILA R o d r i g u e s

O ESPELHO

DE 11 A 25 DE ABRIL, QUINTAS E SEXTAS, ÀS 21 H, NO ESPAÇO BRASIL 21. INGRESSO (INTEIRA): R$ 50. CLASSIFICAÇÃO 16 ANOS. 3039-9296

O espetáculo apresenta o homem analisado por ele mesmo. No palco, o ator Di Plural serve de cobaia nesta experiência que propõe um mergulho para dentro. Ele

PETER PAN

DE 18 A 21 DE ABRIL, QUINTA A SÁBADO ÀS 20H30; DOMINGO, ÀS 20 H, NO TEATRO SESC GARAGEM (913 SUL). ENTRADA FRANCA. CLASSIFICAÇÃO 12 ANOS. 3445-4415

O que significa ser adulto? Do que se abre mão ao se tornar homem? O que significa crescer? Uma versão para


adultos do clássico menino que não quer crescer e vive na Terra do Nunca. Com trilha sonora original e ao vivo, Peter, Wendy e seus irmãos voam para a ilha onde tudo pode acontecer.

do Jackson 5 até os últimos sucessos do artista norteamericano, morto em 2009. São performances vocais únicas, efeitos visuais grandiosos e coreografias brilhantes, com a mesma estrutura da montagem original. No elenco, 50 artistas, entre cantores, músicos, dançarinos e técnicos.

SHREK

ATÉ 28 DE ABRIL, SÁBADOS E DOMINGOS, ÀS 17 H, NA ESCOLA (INTEIRA): R$ 40. CLASSIFICAÇÃO LIVRE. 8199-2120

A Cia. Teatral Néia e Nando apresenta a adaptação do filme Shrek, sobre o ogro que tem uma vida pacata e solitária em um pântano. Quando personagens de contos de fada começam a invadir seu território, Shrek vai tirar satisfação com o Lorde Farquaad e, acompanhado do Burro, acaba tendo que resgatar a princesa Fiona de um dragão para recuperar o pântano.

THRILLER LIVE de 26 A 28 DE ABRIL, SEXTA E

SÁBADO ÀS 20H30; DOMINGO ÀS 15 H, NO CENTRO DE CONVENÇÕES ULYSSES GUIMARÃES. INGRESSOS (INTEIRA): CADEIRA SUPERIOR R$120; CADEIRA VIP R$180 E CADEIRA PREMIUM R$240. CLASSIFICAÇÃO 14 ANOS. 3214-2728

O espetáculo celebra a obra do Rei do Pop, Michael Jackson, passando por músicas da época

Alex Brenner

PARQUE 507/307 SUL. INGRESSO

TRANSLUNAR PARADISE

de 12 DE ABRIL A 5 DE MAIO, QUINTA A DOMINGO, ÀS 21H, NO CCBB. INGRESSO (INTEIRA): R$ 6. CLASSIFICAÇÃO 14 ANOS. 3108-7600

A montagem do grupo inglês Theatre Ad Infinitum leva o espectador a uma viagem pela vida, pela morte e pelo amor eterno através da história, baseada em um conto irlandês, de um homem confrontado com a solidão da perda. Seus sentimentos são mostrados pela linguagem corporal dos atores, música ao vivo e máscaras que marcam as passagens de tempo entre juventude e velhice.

UM PRÍNCIPE CHAMADO EXUPÉRY

de 5 A 7 DE ABRIL, SEXTA ÀS 20 H, SÁBADO ÀS 18 H E ÀS 20 H; DOMINGO ÀS 17 H E ÀS 19 H, NO TEATRO DA CAIXA. INGRESSO (INTEIRA): R$ 20. ClaSSIFICAÇÃO LIVRE. 3206-9448

A vida do escritor francês Antoine de Saint-Exupéry ganha asas no espetáculo da companhia de teatro Cia. Mútua. Exupéry aparece como um jovem e destemido aviador que trabalha para a companhia de correio, num momento anterior ao sucesso mundial de seu livro O Pequeno Príncipe.

outros

BLOW ELLIOT BENJAMIN

de 26 A 28 DE ABRIL, SEXTA E SÁBADO ÀS 20 H; DOMINGO ÀS 19 H, NO TEATRO DA CAIXA. INGRESSO (INTEIRA): R$ 20. CLASSIFICAÇÃO 12 ANOS. 3206-9448

Tragicomédia baseada em histórias reais e que se desdobra numa ficção onde se relacionam Elliot, um homem que morre engasgado com um osso de galinha, Benjamin, um velho coveiro que decide enterrá-lo no seu próprio quintal junto ao seu fiel cachorro Blow. Um espetáculo que mostra a vida

de personagens comuns, com histórias incomuns, sobre o aspecto transitório e fugaz da existência humana. Nova montagem da G2 Cia de Dança – grupo de bailarinos do Balé Teatro Guaíra, do Paraná.

INTERFERÊCIA INACABADA/O CORPO É A MÍDIA DA DANÇA DE 19 A 21 DE ABRIL, ÀS 20 H,

NO ESPAÇO CENA (205 NORTE), ENTRADA FRANCA E LIVRE. 3349-3937

O trabalho do coreógrafo mineiro Vanilton Lakka com a fusão de elementos da dança contemporânea com a dança de rua. Serão apresentadas duas obras do coreógrafo realizadas em sequência. A segunda é um solo de Lakka.

PIKNIK

20 DE ABRIL, DAS 14 H ÀS 22 H, NO CALÇADÃO DA ASA NORTE (PRÓXIMO À PONTE DO BRAGUETO). ENTRADA FRANCA E LIVRE. 9275-7649

Será a sexta edição do evento que mistura arte, moda, música, bazar e festa com um clima descontraído na beira do lago. Nesta comemoração de um ano do Piknik, som de The Miguelitos, Julia Hormann e convidados.

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P o r

M a r c e l a

B e n e t

|

B a n q u e t e s Ilustração

marcela.benet@gmail.com

b o t e c o s

Rômulo Geraldino

| romulog2000@yahoo.com.br

Nota

1 2 3,5 4 5

Quer comer sem precisar escolher o prato?

Vá ao L’Entrecôte de Paris

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O L’Entrecôte de Paris é um dos novos restaurantes da cidade. A franquia parisiense em expansão chegou a Brasília pelas mãos dos irmãos Fernando, Eduardo e Alexandre Coelho. O conceito diferente tem feito a fama deste restaurante. Experiência inesquecível e obrigatória para amantes de boa comida sem grande sofisticação. Com seus bancos em capitonê de couro vermelho, luminárias francesas cobertas com voile na cor vinho, cadeiras de madeira escura, espelhos nas paredes e

fotos e gravuras de Paris, é uma perfeita brasserie. Tem um bar com banquetas altas, ótimo para esperar sua vez, o que anda sendo frequente, pois longas filas de espera sempre se formam. É ousado para os padrões brasileiros, pois só tem um prato: um contrafilé servido com fritas, adornado por um molho de receita secreta, antecedido por uma salada de folhas verdes besuntadas em molho e com nozes. Não poderia não ser secreta a receita do molho. A França tem tradição

com fórmulas secretas, como a poção mágica que dava força sobre-humana aos gauleses Asterix e Obelix. O prato, com filé de 180 gramas, custa R$ 54. No almoço executivo, sai por R$ 43, com filé de 150 gramas. A salada é fresca e bem temperada. O entrecôte é perfeito no ponto e no corte, e o molho, espetacular. A batata frita, crocante por fora e macia por dentro, é muito boa. Com um prato tão gostoso no cardápio, quem precisa de outros?

Mas há enorme variedade de sobremesas, desde o tradicional crème brûlée ao profiteroles – falta um pouco mais de calda – e à irresistível marquise au chocolat, musse de chocolate meio amargo. A carta de vinhos também é variada, com boas opções a um preço justo. O atendimento é bom, mas o local é muito barulhento. Teve momentos em que me senti numa churrascaria. Uma pena! Apesar disso, é um restaurante que vale a pena conhecer.

CLS 402, Bloco D, Loja 9 | Telefone: (61) 3264-5780 Funciona do meio-dia às 15h30 e das 19h30 à meia-noite. Não abre para o jantar em domingos e feriados.


Família, vizinhos, agente de saúde e você: a parceria perfeita para vencer a dengue.

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O número de casos de dengue vem aumentando em diversos estados do Brasil. Mais do que nunca, precisamos da sua participação para vencer essa doença que pode matar. Não deixe nada que possa acumular água exposto ao tempo. Mantenha sacos de lixo fechados; caixas d’água tampadas; calhas limpas e vasinhos de plantas com areia. Mobilize seus amigos e vizinhos. E, em caso de febre, dor de cabeça, no corpo e nas juntas e manchas vermelhas pelo corpo, beba muito líquido e procure uma unidade de saúde.

Melhorar sua vida, nosso compromisso.


DiSqUe 156

Racismo (O p ç ã O 7)

64 Racismo é cRime, sujeito a pena de Reclusão. O GDF vai fazer de tudo para que a lei seja cumprida, ao lançar o Disque Racismo. Uma iniciativa inédita no país que cria um canal de comunicação com a sociedade para receber, acolher e acompanhar casos de discriminações étnico-raciais. Se você é vítima ou testemunha de algum ato de racismo, não se cale. Lembre-se que agora você, negro ou negra, indígena, cigano ou cigana, ou de povos e comunidades tradicionais de matriz africana, pode contar com um forte aliado nessa luta. Disque Racismo. É o GDF trabalhando para garantir a igualdade de direitos.

Secretaria Especial da Promoção da Igualdade Racial


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