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Revista Novo Rural - Marรงo de 2017
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Nesta edição
A força delas Você deve ter reparado como está bonita a capa desta edição da Novo Rural, que é especial porque celebra o Dia Internacional da Mulher. Neste mês queremos também mostrar o crescimento da participação feminina no campo, resultado da mudança de comportamento das mulheres, que deixaram de ser coadjuvantes e cada vez mais protagonizam as decisões, tornando a gestão da propriedade mais humana, eficiente e sustentável. Enfim, estes valores têm tudo a ver com o jeito de ser da mulher. E com este material que produzimos com muito carinho, através do empenho da nossa editora-chefe Gracieli Verde e da jornalista Débora Theobald, queremos prestar uma homenagem para todas as mulheres agricultoras, em especial para as nossas leitoras, que acompanham a Novo Rural e fazem desta revista a sua parceira para cada vez mais estar preparada para novos desafios.
20 Entrevista
8 A Campo
Feijão é considerado uma opção rentável para a safrinha. Veja também como citricultores de Liberato Salzano estão aproveitando o raleio de bergamotas para vender para a indústria e ter mais uma fonte de renda durante o ciclo. Também veja quais cuidados deve tomar antes de iniciar a colheita da soja na regulagem e manutenção da colheitadeira.
Conselho da Revista Novo Rural
12 Criação
No mês de abril, a revista completa meio ano de existência e muito aprendizado. Foram seis meses conhecendo cada vez mais a realidade do meio rural, a força que vem da agricultura, os desafios que estão no caminho do desenvolvimento. E durante o tempo todo buscamos levar até você boas ideias, exemplos positivos, além de atualizá-lo sobre as novidades que farão a diferença no desempenho da propriedade. Mesmo com muita gente qualificada orientando a nossa equipe de jornalismo, pois todos os assuntos são dialogados antecipadamente com a equipe técnica da Emater/RS, queremos ampliar o diálogo, ouvir mais opiniões, com o único objetivo de tornar a Novo Rural cada vez melhor, cada vez mais parte da sua vida. Para atingir este objetivo, a partir do próximo mês de março estaremos organizando quatro Conselhos Regionais da Revista Novo Rural. Nestes grupos contaremos com técnicos, lideranças, agricultores e parceiros da publicação. A ideia é que este time se reúna a cada quatro meses e que tenha total liberdade para fazer críticas, sugestões e também apontar o que está dando certo e precisa ter mais espaço na revista. Temos certeza que serão momentos de grande aprendizado e oportunidades de evolução. Caso queira participar, envie seu nome e telefone para o e-mail revistanovorural@oaltouruguai.com.br que iremos contatá-lo para comunicar sobre a agenda de encontros. Uma excelente leitura e um mês repleto de realizações! Parabéns especial a todas as mulheres! Patrícia Cerutti | Diretora
A psicóloga Alexandra Salton Castoldi, da Cotrisal, de Sarandi, é a entrevistada do mês. Ela soma 20 anos de experiência com um trabalho diretamente ligado às famílias rurais e às mulheres.
22 Especial às Mulheres
Março é o mês dedicado às mulheres. Para marcar o dia internacional delas, a reportagem traz entrevistas e reportagens que mostram como elas estão buscando profissionalização, espaço e qualidade de vida no campo.
28 Turismo Rural
A reportagem traz nesta edição informações sobre o sistema de produção compost barn, que vem ganhando espaço no Oeste catarinense. O sistema foi mostrado durante o 19º Itaipu Rural Show, em Pinhalzinho (SC). Uma entrevista com o veterinário Claudio Aragon também mostra dicas de como selecionar o plantel leiteiro para melhorar a genética do rebanho. Ainda trazemos um alerta para os avicultores, que precisam redobrar a atenção com a sanidade nas granjas para que a gripe aviária não chegue ao Brasil.
Gracieli Verde
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Dentro da Porteira
O case desta edição é com uma família de Nonoai, que estruturou o sustento da propriedade baseado na atividade de leite.
Rondinha tem do que ser orgulhar quando o assunto é turismo rural. Um museu e uma osteria estão servindo para resgatar objetos antigos e muitas lembranças relacionadas à agricultura.
30 Clima
Colunista Leandro Marques traz orientações para esta época do ano.
32 Ações que Inspiram
A proteção de nascentes de água no interior é mais um projeto que a Emater/RS-Ascar vem difundindo com mais intensidade neste ano. Em Gramado dos Loureiros, várias fontes já estão protegidas e famílias conseguindo garantir a regularidade no acesso à água de qualidade.
Férias especiais! A agricultora Marli Goffi, de Três Palmeiras, ganhadora da viagem sorteada na campanha de lançamento da Novo Rural, curtiu uma semana de descanso e muita praia em janeiro. Marli contou com a companhia da filha Sabrina e de amigos, tornando o passeio ainda mais prazeroso. A promoção foi uma parceria realizada entre a revista Novo Rural e a empresa STL Turismo, de Seberi.
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Pose para a foto: equipe da STL Turismo e Marli
Diretora
Reportagem
Consultora de vendas
Patricia Cerutti
Débora Theobald
Ivone Kempka
Coordenador financeiro
Revisão
Coordenador de diagramação e publicidade
Suseli Cristo
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Fone: (55) 3744-3040 Endereço: Rua Getúlio Vargas, 201 - B. Ipiranga Frederico Westphalen/RS
Revista Novo Rural - Março de 2017
Marli contou com a companhia da filha Sabrina c
Consultoria de conteúdo e logística de distribuição
Fábio Rehbein
Eduardo Cerutti A revista Novo Rural é uma iniciativa da Editora Jornal O Alto Uruguai Ltda.
Não faltou parceria para o banho de mar
Editora-chefe
Coordenadora comercial
Gracieli Verde
Kari Spada
Diagramação
Karen Kunichiro e Elisandro Alexandre
Revista Novo Rural
@novorural
Circulação Mensal
Tiragem
10 mil exemplares
55 99624-3768
ABRANGÊNCIA: Alpestre, Ametista do Sul, Barra Funda, Boa Vista das Missões, Caiçara, Cerro Grande, Chapada, Constantina, Cristal do Sul, Dois Irmãos das Missões, Engenho Velho, Erval Seco, Frederico Westphalen, Gramado dos Loureiros, Iraí, Jaboticaba, Lajeado Do Bugre, Liberato Salzano, Nonoai, Nova Boa Vista, Novo Barreiro, Novo Tiradentes, Novo Xingu, Palmeira das Missões, Palmitinho, Pinhal, Pinheirinho do Vale, Planalto, Rio dos Índios, Rodeio Bonito, Ronda Alta, Rondinha, Sagrada Família, São José das Missões, São Pedro das Missões, Sarandi, Seberi, Taquaruçu do Sul, Três Palmeiras, Trindade do Sul, Vicente Dutra e Vista Alegre.
Revista Novo Rural - Março de 2017
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Sicredi Alto Uruguai RS/SC inicia Assembleias 2017 Nas reuniões serão prestadas contas de 2016, além do balanço de ações
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o dia 1º de março, a Sicredi Alto Uruguai RS/SC iniciou as Assembleias 2017. Até o dia 5 de abril os associados são convidados a participar deste momento, que é o ponto alto da vida da cooperativa, onde exercem o seu papel e decidem juntos o futuro da cooperativa. Neste ano serão realizadas 136 Assembleias de Núcleo, contemplando os 184 núcleos dos 25 municípios da área de atuação da cooperativa. Dentre os assuntos destacam-se
a prestação de contas de 2016, o balanço das ações realizadas em 2016, os resultados obtidos no mesmo período e o planejamento da cooperativa para 2017. – Convidamos os associados para participarem destes importantes momentos, conhecendo os diferenciais de ser cooperativa, analisando os resultados obtidos e decidindo juntos o futuro da sua instituição financeira. Nas assembleias deste ano o destaque é para os resulta-
dos obtidos em 2016, onde o pagamento de juros ao capital já foi distribuído no último mês de dezembro, na conta-corrente de cada associado – assinala o presidente da Sicredi Alto Uruguai RS/SC, Eugenio Poltronieri. Para saber a data, horário e local da assembleia de cada núcleo, os associados podem contatar com as agências ou acessar os canais oficiais da cooperativa: sicredialtouruguai.coop. br ou facebook.com/sicredialtouruguai. Divulgação
Divulgação
Primeira assembleia foi realizada na linha Vista Gaúcha, em Erval Seco
Sicredi Alto Uruguai RS/SC divulga serviços em SC pu Rural Show, em Pinhalzinho (SC), no fim de janeiro. No local os associados e visitantes foram recepcionados por colaboradores da cooperativa de crédito e receberam informações sobre os produtos e serviços que estão à disposição. O gerente da agência de Pinhalzinho, Fernando José Conte, assinala que o evento proporcionou o contato com associados e visitantes em busca de crédito. “Vemos que a região Oeste de SC é fortalecida pelo cooperativismo”, acredita. Além disso, na visão do diretor de Negócios da Sicredi Alto Uruguai RS/SC, Márcio Girardi, a participação no evento representa o apoio ao crescimento econômico regional. Nesta edição o Itaipu Rural Show contou com mais de 300 expositores.
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Sicredi Alto Uruguai RS/SC marcou A presença em uma das maiores feiras do Oeste catarinense, o 19º Itai-
Equipe recepcionou clientes e demais visitantes durante o Itaipu Rural Show
Sicredi e Emater/RS capacitam produtores m convênio entre a Sicredi Alto UruU guai RS/SC, a Emater/RS-Ascar e seus Centros de Treinamento permite que
capacitações sejam oferecidas aos associados da cooperativa e produtores rurais. Em 2016 foram realizados quatro cursos de capacitação por meio desta parceria: boas práticas de fabricação em erva-mate para associados de Seberi, armazenagem e secagem de grãos para Planalto, processamento artesanal do leite para Alpestre, além de bovinos de leite para associados de Pinheirinho do Vale. Para o presidente da Sicredi, Eugenio Poltronieri, esta é considerada uma importante parceria, principalmente, na busca por contribuir para que os associados e comunidades recebam capacitação e consigam otimizar suas atividades ou até empreender através de novas iniciativas.
Em Destaque
Revista Novo Rural - Março de 2017
Lideranças participaram do ato de oficialização do novo escritório
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Taquaruçu do Sul sedia 11ª edição da Feira do Peixe no mês de abril
esde o inĂcio de fevereiro, o D EscritĂłrio Municipal da Emater/RS-Ascar de Erval Seco conta
com novo espaço. A mudança faz parte do projeto da prefeitura para otimizar os espaços destinados Ă s entidades do municĂpio, visando tambĂŠm a economia. Agora o escritĂłrio fica na rua Afonso Chaves, 41, esquina com a rua 12 de Abril. Em Erval Seco a Emater/RS-Ascar atende a 750 famĂlias no
meio rural. As principais atividades desenvolvidas na agricultura familiar Ê a bovinocultura de leite e o cultivo da soja e do milho. Segurança e soberania alimentar, trabalho envolvendo jovens e sucessão familiar, organização e melhoria da propriedade, trabalho de gestão, projeto socioassistencial, entre outras atividades, tambÊm são desenvolvidas pela equipe municipal.
Divulgação
Emater/RS-Ascar estå em novo endereço em Erval Seco
ção da Feira do Peixe. O evento promete mais uma vez incentivar a piscicultura no municĂpio, alĂŠm de gerar renda aos agricultores familiares e oferecer carne de peixe de qualidade Ă população na Semana Santa, que antecede a PĂĄscoa. O acesso Ă feira serĂĄ totalmente gratuito durante todos os dias. Outro diferencial serĂĄ a exposição de comĂŠrcio e indĂşstria local e regional, bem como artesanato e agricultura familiar, tanto no entorno da praça como dentro do salĂŁo paroquial. AlĂŠm disso, ocorre a 15ÂŞ Mostra da Terneira. Durante a programação tambĂŠm haverĂĄ shows com Classy e banda Mercosul, no dia 9 de abril; Farias e Souza e banda Brilha Som, no dia 10; Junior Canci e TchĂŞ Garotos, no dia 11; e Camila Tosetto e banda Cosmo Express, no dia 12 de abril. A organização da feira estĂĄ sob a responsabilidade da equipe da Prefeitura de Taqua-
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Gracieli Verde/Arquivo Jornal AU
praça da matriz de TaquaruA çu do Sul sediarå, entre os dias 9 e 12 de abril, a 11ª edi-
Venda de peixe vivo tambÊm serå realizada durante programação
ruçu do Sul, por meio das secretarias municipais e servidores, alĂŠm de entidades e associaçþes do municĂpio, inclusive a Emater/RS-Ascar.
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Revista Novo Rural - Março de 2017
Cresce o faturamento das cooperativas
Março Ê mês da Expodireto Cotrijal
m crescimento de 11,3% no faturamento das cooU perativas associadas à Federação das Cooperativas Agropecuårias do Estado do Rio Grande do Sul (Feco-
A
Agro/RS) foi registrado em 2016, somando um total de R$ 20,45 bilhĂľes. No ano de 2015 o faturamento ficou em R$ 18,38 bilhĂľes. Segundo o presidente da FecoAgro/RS, Paulo Pires, o resultado estĂĄ dentro da estimativa esperada de crescimento das cooperativas para ao ano que, mesmo com a turbulĂŞncia polĂtica e econĂ´mica, apresentou nĂşmeros positivos para o perĂodo. Para o dirigente, um dos fatores principais para alcançar o aumento foi a originação de grĂŁos por parte das cooperativas. â&#x20AC;&#x153;Tivemos um crescimento no recebimento de trigo e soja e uma elevação fantĂĄstica na originação da sojaâ&#x20AC;?, avalia.
Gracieli Verde/Arquivo Jornal AU
Expodireto Cotrijal, uma das maiores feiras do setor agropecuårio do Rio Grande do Sul e do Brasil, inicia no dia 6 deste mês e segue atÊ o dia 10, em Não-Me-Toque. AlÊm de diversas novidades que a feira traz anualmente, uma sÊrie de eventos paralelos faz parte da programação. Um deles Ê o 9º Fórum Nacional do Milho, no dia 6, e o 28º Fórum Nacional da Soja, no dia 7. No dia 8 haverå o 13º Fórum Estadual do Leite, às 9 horas. Uma das atraçþes Ê o pavilhão da agricultura familiar, que inclusive contarå com produtores da região. Visitantes daqui tambÊm devem conferir as novidades durante o evento, como o apoio de entidades com a Emater/RS e das prefeituras. No site www.expodireto.cotrijal.com.br você confere toda a programação.
Exposição-feira ocorre entre os dias 6 e 10 deste mês
STR de Seberi completa 50 anos em 2017 Sindicato dos Trabalhadores O Rurais (STR) de Seberi terå uma programação especial neste
ano. Isso porque a festa do Dia do Colono e Motorista e das comemoraçþes dos 50 anos da entidade serĂĄ realizada no dia 29 de julho â&#x20AC;&#x201C; apesar de o aniversĂĄrio ser comemorado no dia 17 de junho. EstĂŁo envolvidos na organização da festa o sindicato, o poder pĂşblico local, comĂŠrcio, indĂşstria e entidades.
Incentivo ao empreendedorismo no campo ma nova Instrução Normativa publicada em U fevereiro, pelo MinistĂŠrio da Agricultura, PecuĂĄria e Abastecimento, visa estimular a criação e formalização de agroindĂşstrias familiares. Regras que regiam a produção de laticĂnios, ovos e mel comuns, tanto de mĂŠdias quanto a grandes produtores, foram flexibilizadas. A normativa ĂŠ voltada para estabelecimentos de atĂŠ 250 metros quadrados. Com a mudança sĂŁo adequadas as exigĂŞncias de
equipamentos e de instalaçþes para essas pequenas agroindústrias sem abrir mão de parâmetros higiênicos e sanitårios, preservando a segurança dos alimentos e a saúde pública. Para exemplificar, entre as mudanças estå que as instalaçþes tambÊm podem ser anexadas à residência, desde que tenham acessos independentes e não precisam ter uma sede para o serviço de inspeção. Confira mais informaçþes na próxima edição da Novo Rural.
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Divulgação
Em Destaque Encontros estĂŁo acontecendo em sete polos da regiĂŁo
Revista Novo Rural Março de 2017
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Vacina contra aftosa deve ser retirada do mercado atĂŠ 2020 MinistĂŠrio da Agricultura PecuĂĄria e O Abastecimento tĂŞm como objetivo erradicar a febre aftosa do Brasil. Apenas
Professores de escolas do campo em capacitação equipe da Emater/RS-Ascar tem buscado uma A proximidade com os profissionais que atuam nas escolas do campo na região. A ação Ê uma parce-
os dias dia 6 e 10 deste E2017,ntre mês, durante a Expodireto Cotrijal a Planta Sul marcarå presença com 37 profissionais. O atendimento serå realizado nos estandes dos fornecedores da empresa, aqueles que desejarem atendimento da equipe podem se dirigir aos espaços da Agrale, Jacto, GTs do Brasil, Semeato, Ipacol, Monsanto e Pioneer.
PÊ gigante de mandioca impressiona Emater/RS-Ascar/Divulgação
ria entre o escritĂłrio regional da entidade, localizado em Frederico Westphalen, com a 20ÂŞ Coordenadoria Regional de Educação (CRE). â&#x20AC;&#x153;A ideia ĂŠ estimular os professores a trabalharem com os alunos dessas escolas temas pertinentes, como a produção de alimentos, chamando a atenção para os comportamentos e hĂĄbitos alimentares que estĂŁo prejudicando a saĂşde da populaçãoâ&#x20AC;?, comenta a assistente tĂŠcnica regional da ĂĄrea social, DulcenĂŠia Haas Wommer. Ao todo serĂŁo sete encontros, com 36 escolas beneficiadas, somando a participação de cerca de 300 professores.
Planta Sul representada na Expodireto Cotrijal
três estados brasileiros, Roraima, Amapå e Amazonas, ainda não apresentaram atestado comprovando a eliminação da doença. O plano de erradicação prevê que com as åreas livres da doença, que a vacinação não seja mais necessåria, no entanto, primeiramente a fórmula da vacina irå mudar. A partir de 2018 ela deixarå de ser trivalente para ser bivalente. Com essas mudanças, o objetivo Ê remover gradualmente o produto do mercado, atÊ 2020, quando deve-se conseguir o reconhecimento de erradicação da febre aftosa pela Organização Mundial de Saúde Animal.
Dica de livro Professores da UFSM lançam livro em Não-Me-Toque uatro professores da Universidade Federal de Santa Maria, senQ do um docente do campus de Frede-
rico Westphalen, AntĂ´nio Luis Santi, irĂŁo lançar um livro sobre agricultura de precisĂŁo. Intitulado â&#x20AC;&#x153;Agricultura de precisĂŁo no Rio Grande do Sulâ&#x20AC;?, o material foi escrito em 2016 e ĂŠ fruto de 15 anos de pesquisa do assunto no Estado. O livro trata sobre a agricultura de precisĂŁo e como o mĂŠtodo permite o manejo localizado de solo e plantas,
bem como a aplicação dos insumos agrĂcolas nos locais mais adequados. O conjunto de ensaios apresenta ainda anĂĄlise econĂ´mica do mĂŠtodo, alĂŠm de planos de manejo inteligentes e estratĂŠgias multiplantas. O lançamento serĂĄ neste mĂŞs de março, durante a Expodireto Cotrijal, em NĂŁo-Me-Toque. A versĂŁo impressa serĂĄ disponibilizada gratuitamente, uma vez que a edição foi financiada pelo MinistĂŠrio da Agricultura, Abastecimento e PecuĂĄria, em parceria com a UFSM.
Mandiocas somaram 55 quilos de raĂzes
m SĂŁo JosĂŠ das MissĂľes um fato curioEEmater/RS-Ascar. so surpreendeu os profissionais da O agricultor aposentado
Oribio Nogueira de Almeida e sua esposa, Elena Chaves de Almeida, moram na linha Sanches e produzem mandioca. Ao iniciar a colheita do produto, os agricultores constataram que uma das plantas possuĂa trĂŞs metros de altura, enquanto as raĂzes ultrapassavam os dois metros de comprimento. As ramas que originaram a planta foram trazidas de SĂŁo Marcos, cidade prĂłxima a Caxias do Sul. A planta rendeu Ă famĂlia Almeida 55 quilos do produto.
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A Campo
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Profissionais e produtores interagem em tarde de campo Encontro técnico na Fazenda Librelotto, em Boa Vista das Missões, contou com estações sobre novas variedades de soja e manejo integrado de pragas e doenças na cultura
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Emater/RS-Ascar, em parceria com a Fazenda Librelotto e a Massey Ferguson, promoveram uma tarde de campo no dia 22 de fevereiro, em Boa Vista das Missões. O evento tinha como objetivo difundir informações sobre a cultura da soja. Entre os assuntos que fizeram parte do encontro esteve a regulagem de máquinas e colheitadeiras, manejo integrado de pragas e doenças, sobressemeadura de inverno e plantas de cobertura. Os temas foram divididos em cinco estações. Dentre os profissionais que falaram aos produtores estiveram presentes o engenheiro-agrônomo e pesquisador Alfredo do Nascimento Júnior, da Embrapa Trigo, e o profissional que atua em transferência de tecnologia na Embrapa, Everton Francisco Weber. Nascimento Júnior abordou a importância de uma boa cultivar de inverno e como a quantidade de palha produzida auxilia na rentabilidade da soja. – Onde está plantada a soja agora estavam cultivares de trigo e podemos ver como está o desenvolvimento da planta em função da cultivar de inverno. O centeio e a aveia deixaram bastante palhada e a soja, por sua vez, está muito melhor onde há incidência de mais palhada. Essa palhada cobre o solo e evita a perda de água. Uma boa palhada também auxilia, a longo prazo, na manutenção a matéria orgânica do solo – destaca o pesquisador. Enquanto isso, Weber apresentou aos produtores duas novas variedades de soja desenvolvidas pela Embrapa, a 5601 e a 6203. Segundo ele, as cultivares possuem boa sanidade, sendo mais resistentes a doenças. “A 5601 foi lançada no ano passado e apresenta uma boa produtividade, cerca de 72 sacas por hectare em lavoura de agricultores”, conta. Já a 6203 será lançada ainda neste ano e possui uma maturação mais longa. “Ela tem uma promessa de produtividade muito boa, em ensaios conseguimos uma média de 80 sacas por hectare”, revela Weber.
“Manter as sementes de uma safra para a outra é uma economia ilusória, porque o grão armazenado de um ano para o outro se torna de baixa germinação.” Larissa Machado, engenheira-agrônoma e profissional da área de certificação de sementes da Fundação Pró-Sementes
Manejo integrado é destaque Uma das estações do evento abordou a necessidade do manejo integrado de doenças e pragas e a dosagem certa de insumos agrícolas. O tema foi discutido pelo assistente técnico estadual Alencar Paulo Rugeri, da Emater/RS-Ascar. Na ocasião, os produtores tiveram acesso a informações sobre a forma de utilizar os produtos, especialmente agrotóxicos. “O ma-
nejo integrado tem como objetivo orientar o agricultor a usar de maneira racional esses insumos. Viemos, ao longo do tempo, perdendo produtos de combate a pragas pelo uso desmedido e não adequado. Em consequência dessa conscientização também queremos diminuir o número de aplicações e prezar por um ambiente mais equilibrado”, assinala Rugeri.
Economia ilusória Prezando pela conscientização dos agricultores em relação aos insumos, também entrou em pauta a otimização das sementes e a necessidade de adquiri-las a cada safra e não guardar o produto de um ano para o outro, uma vez que a economia pretendida pode ser ilusória. O assunto foi comentado pela engenheira-agrônoma e profissional da área de certificação de sementes da Fundação Pró-Sementes, Larissa Machado. – Nosso intuito é incentivar os
produtores a comprarem as sementes e não guardarem de um ano para o outro. É algo cultural no Rio Grande do Sul manter as sementes de uma safra para a outra e como temos boas condições de armazenagem se tem essa prática. No entanto, isso é uma economia ilusória, porque o grão armazenado de um ano para o outro se torna de baixa germinação, necessitando, em alguns casos, a replanta. Isso só aumenta os custos de produção – alerta Larissa.
Pesquisador da Embrapa apresentou novas variedades de soja no evento
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Debora Theobald
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A Campo Raleio é uma recomendação técnica para ter frutas mais uniformes
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O descarte que vira renda Em Liberato Salzano, parceria entre produtores e indústria permite que a sobra do raleio das bergamotas seja comercializada, gerando receita extra às famílias
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ma prática que já é comum em outras regiões do Estado, como no Vale do Caí, está ganhando confiança dos produtores de bergamota de Liberato Salzano. É o reaproveitamento dos frutos que são tirados das plantas na fase de desenvolvimento na indústria, para a extração do óleo essencial da casca, que é comercializado para o mercado externo. Esse trabalho de raleio das frutas precisa ser executado para garantir que as plantas consigam ter nutrientes suficientes para formar frutos mais uniformes e com mais qualidade aos olhos do consumidor. “A prática do raleio tem que ser feita da mesma forma, se for possível ter uma renda com isso, melhor ainda”, comenta o técnico em agropecuária Valtemir Bazeggio, da Emater/ RS-Ascar do município. No distrito de Pinhalzinho, os produtores Jocemar, Dinara e Ketelin Marta apostaram no recolhimento dessas pequenas frutas, que medem entre 1,5cm e 2cm de diâmetro. A comercialização dessa sobra de pequenos frutos começou na safra passada, quando conseguiram agregar mais R$ 3,5 mil. “Era uma quantidade de descarte que iria fora e que agora aproveitamos para ter mais uma renda. O trabalho de ralear tem que ser feito
Neste ano a família Marta quer ampliar a entrega das frutas que seriam descartadas nesta fase de desenvolvimento
de qualquer forma”, comenta. Jocemar observa que neste ano quer faturar um pouco mais, porque vai destinar mais quantidade para uma indústria situada no município. Como a mão de obra é familiar, é uma renda que fica para os membros da família. Para fazer esse trabalho, a cada um hectare de fruta plantada a família de-
mora cerca de 15 dias. “É um trabalho demorado, porque normalmente as bergamoteiras têm bastante frutos. A recomendação é tirar primeiramente os frutos manchados. Além disso, o ideal é deixar o espaço livre de um palmo entre cada fruta que permanecer na planta para atingir o estado de maturação”, assinala Bazeggio.
“Era uma quantidade de descarte que iria fora e que agora aproveitamos para ter mais uma renda. O trabalho de ralear tem que ser feito de qualquer forma” Jocemar Marta, citricultor
Revista Novo Rural Março de 2017 Gracieli Verde
Engenheiro de alimentos SĂŠrgio MontanhĂŠ gerencia uma indĂşstria de sucos no municĂpio
MunicĂpio se destaca na citricultura O cultivo de citros em Liberato Salzano iniciou no fim da dĂŠcada de 1980. Ao longo dos anos, especialmente entre 2005 e 2010, picos de plantio aumentaram a ĂĄrea da cultura, tornando o maior produtor entre os 42 municĂpios de abrangĂŞncia do EscritĂłrio Regional da Emater/RS-Ascar de Frederico Westphalen e um dos maiores do Estado. Preços atrativos tambĂŠm influenciaram os produtores a investirem. Hoje sĂŁo cerca de 1,2 mil hectares de citros e produção anual de 25 mil toneladas. â&#x20AC;&#x201C; No caso das bergamotas a safra deve ser boa, se considerar o clima que tem sido favorĂĄvel. AlĂŠm disso, elas sĂŁo mais resistentes a doenças do que as laranjas. A maioria dos produtores tambĂŠm tem buscado tecnificação, o que influencia nos resultados â&#x20AC;&#x201C; observa Bazeggio. Outra consequĂŞncia disso foi a organização em relação Ă comercialização das frutas. Tanto que hoje o municĂpio conta com a Associação de Citricultores de Liberato Salzano, que vende a produção por meio do ComĂŠrcio Justo (Fair Trade). Este consiste em uma parceria comercial que busca maior equidade no comĂŠrcio internacional, com o intuito de contribuir para o desenvolvimento sustentĂĄvel por meio de condiçþes de troca e garantia dos direitos para produtores e trabalhadores Ă margem do mercado. Assim, foi possĂvel abrir mercado em paĂses europeus para o suco produzido em Liberato Salzano. Para isso, uma sĂŠrie de certificaçþes foram buscadas, para garantir que esses mercados fossem conquistados e mantidos.
Mais um passo para a profissionalização A prĂĄtica do raleio das bergamotas ĂŠ comum, alĂŠm de ser uma recomendação tĂŠcnica. Essa comercialização do que seria descartado tambĂŠm ĂŠ uma atividade que jĂĄ alcançou mais adeptos em outras partes do Estado em que se produz citros â&#x20AC;&#x201C; como jĂĄ dissemos, no Vale do CaĂ. â&#x20AC;&#x153;Ă&#x2030; um mercado atrativo e importante para a indĂşstriaâ&#x20AC;?, observa o empresĂĄrio e engenheiro de alimentos SĂŠrgio MontanhĂŠ, que gerencia uma indĂşstria de sucos no municĂpio. Esse Ăłleo essencial tem utilidades na indĂşstria de aromas e flavorizantes, e este setor ĂŠ muito desenvolvido no Brasil. â&#x20AC;&#x153;Esse Ăłleo ĂŠ um personagem importante nesse processoâ&#x20AC;?, observa MontanhĂŠ. No caso do limĂŁo, essa extração ĂŠ ainda mais importante, porque inclusive ĂŠ usado na fabricação de famosos refrigerantes de sabor cola. Para o caso da indĂşstria de Liberato Salzano, tambĂŠm ĂŠ uma forma de aproveitar a estrutura fĂsica que fica ociosa na ĂŠpoca de entressafra. No ano passado foram processados cerca de 350 mil quilos. Neste ano ĂŠ esperado que os citricultores entreguem mais produção para a indĂşstria. Em relação ao preço, no ciclo passado a indĂşstria chegou a pagar R$ 300 por tonelada. Para este ciclo ainda nĂŁo hĂĄ confirmação do valor, mas deve ficar prĂłximo disso. As variedades que podem ser vendidas para essas extração sĂŁo as bergamotas caĂ, paceri e montenegrina.
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Revista Revi Re vist staa Novo Novo Rural Rur ural al - Março de 2017
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Engenheiros-agrônomos Felipe Bonfanti e Douglas Scopel
Gracieli Verde
A Campo
Safrinha com o queridinho dos brasileiros, o feijão Opção de plantio para a segunda safra nas restevas de milho, feijão pode ser uma alternativa rentável para o agricultor. Emrpesas oferecem acompanhamento técnico para a cultura “Por mais que tenha suas peculiaridades no manejo, vemos o feijão como uma alternativa para a safrinha.”
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Felipe Bofanti, engenheiro-agrônomo
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er opções para fazer a rotação de culturas e ainda agregar mais renda com a segunda safra é importante para o agricultor. O feijão vem sendo uma das opções para diversos produtores da região. Vendo isso como mais um nicho de mercado, empresas vêm percebendo que prestar serviços e disponibilizar produtos adequados para a cultura tem espaço, além de, com isso, oportunizar a aproximação com os agricultores em mais uma cultura. – O feijão é uma cultura rápida, com um ciclo de aproximadamente 90 dias. Por mais que tenha suas peculiaridades no manejo, que exigem o monitoramento constante das lavouras, a gente vê como uma alternativa excelente para a safrinha. Começamos com esse projeto há três anos, em Boa Vista das Missões, para tentar levar a experiência feita na nossa
fazenda para as pessoas, porque é uma cultura que exige muita técnica e experiência, mas se transcorrer tudo bem o retorno é muito positivo – assinala o engenheiro-agrônomo Felipe Bonfanti. Nas lavouras da família Bonfanti, em Boa Vista das Missões, o feijão é usado na safrinha há mais de 20 anos. Hoje a empresa da família também oferece pacotes com todos os produtos que são necessários para a lavoura, do início ao fim do ciclo. O custo por hectare tem ficado em torno de R$ 1,7 mil. Ele pontua que essa opção pelo conjunto de produtos facilita o trabalho do produtor, além de incluir a assistência técnica e o recebimento da safra. Com o ciclo rápido, o feijão não atrapalha em nada para quem quer semear o trigo no inverno. “Ele serve justamente para cobrir o vazio da lavoura em uma época em que estaria ociosa”, salienta
o agrônomo. O ideal é que o plantio seja realizado até 15 de fevereiro. Atualmente as instituições financeiras disponibilizam linhas de crédito para financiamento da cultura nessa época, o que dá mais segurança para o produtor poder investir. Por isso é importante que o produtor tenha uma assistência técnica de confiança e que acompanhe o ciclo. Comparando com a safrinha da soja, Bonfanti observa que nesta época a incidência de ferrugem asiática e outras doenças é maior, então aumenta o custo com insumos para evitar possíveis danos. “Por isso temos avaliado que o feijão se encaixa bem para esta época”. Na região, municípios como Boa Vista das Missões e Constantina já têm grande número de produtores que aderiram à cultura. “Neste ano, inclusive, não tivemos semente para todos os interessados”, revela Bonfanti.
O agrônomo alerta que em relação aos preços não há muita estabilidade, pois não há um balizador específico. “Na região os cerealistas que trabalham com a cultura costumam analisar como estão os preços no Paraná, que é um Estado que produz mais feijão”. No Rio Grande do Sul, segundo a Emater/RS, entre os dias 20 e 24 de fevereiro, o preço médio ficou em R$ 187,50/saca.
Gracieli Verde
Preço
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Na hora de vender Em relação à comercialização, Bonfanti comenta que hoje a empresa da família tanto vende os pacotes para o plantio da cultura, assim como recebe a produção na hora da colheita. “Recebemos, limpamos e secamos este feijão. Por ser um alimento, esse produto precisa ser bem classificado, não pode haver grãos quebrados, nem estar sujo”, exemplifica. “Já tivemos casos de produtores que chegaram a colher 30 sacas por hectare e lucraram R$ 3,6 mil por ha”, exemplifica.
Na propriedade de Ângelo e Pedro Bonfanti, na linha Candaten, em Constantina, já está implantada mais uma safrinha de feijão
Para colher é preciso adaptar o maquinário Na hora de colher o feijão, um dos cuidados que o produtor precisa ter é em relação ao maquinário. Hoje as colheitadeiras convencionais têm um kit de polias para diminuir a rotação do cilindro, entre outros ajustes necessários. “Se o feijão estiver bem seco pode ter muitos grãos trincados, e que precisam ser descartados. Então tem que baixar ao máximo essa rotação. Tem que colocar uma chapa perfurada no pes-
coço da plataforma, para quando a colheitadeira puxar terra com a planta, esta cair. Isso já evita parte da sujeira com os grãos”, explica o agrônomo. É claro que há também quem já tem colheitadeiras com um sistema de trilha axial (com rotor), o que torna o processo de colheita muito mais prático e com maior qualidade de grãos. Um detalhe que interfere na hora da colheita do feijão são os restos da cultura an-
terior, especialmente o milho. “É fundamental que o produtor passe uma roçadeira na resteva para quebrar aquela cana de milho que fica na lavoura após a colheita, pois na ocasião da colheita esses colmos podem ser arrancados pela plataforma, trazendo terra para dentro do sistema de trilha, sujando o grão e fazendo com que a qualidade e, consequentemente, o preço do produto diminuam”, esclarece.
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A Campo Maurício Rosa esteve no dia de campo relacionado à cultura da soja em Boa Vista das Missões, em fevereiro
Veja algumas das recomendações para a soja Importante ressaltar que é fundamental que o produtor avalie o modelo da colheitadeira, bem como a marca, porque pode haver variações. O acompanhamento de um mecânico também é essencial, caso haja muitas dúvidas em relação ao assunto
Colheitadeiras híbridas Canal embocador A altura da esteira do canal para soja é de intermediária a alta Sistema de trilha Rotação do cilindro De 430 a 650 RPM Abertura e tipos de côncavos De 10mm a 14mm Côncavo de arame grosso Batedor traseiro Três barras dentadas e três barras lisas, ou seis barras dentadas, dependendo das condições da lavoura Debora Theobald
Regular para não desperdiçar
Peneira inferior De 8mm a 12mm Extensão da peneira De 14mm a 18mm Sistema de limpeza/ventilador De 900 a 1150 RPM
Ao se aproximar da colheita da soja, produtores precisam ficar atentos à regulagem do maquinário para evitar perdas na lavoura
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este mês de março, as lavouras de – Fizemos testes em que um produtor regusoja se encaminham para o amadulou uma máquina várias vezes ao dia e outro aperecimento e logo a conas no início da colheita. O produlheita inicia. De acordo tor que regulou durante o dia, de com as projeções atuacordo com as variações de umiais, os cerca de 370 mil hectares dade, teve um acréscimo de 2% na da cultura plantados na região decolheita em sete dias. Regulagem é vem ter boa produtividade. Feito o tudo – exclama Rosa. “dever de casa” de produzir bem, Conhecer bem a máquina que ao colher o desafio é evitar perusa na propriedade também é imdas. Afinal, ninguém quer ter preportante. Hoje em dia a indústria juízo depois de toda a tecnologia de máquinas, de forma geral, posimplantada nas lavouras e com o sui diversos tipos de equipamenproduto pronto para a venda ou tos no mercado, que conseguem armazenagem na propriedade. atingir níveis mais altos de eficiPor mais que o produência na colheita. “É preciso estor saiba que esse tipo de protar atento na hora da compra para cedimento é importante, muinão ter perdas depois”, salienta. tas vezes ao começar a colher Hoje a perda aceitável de coa prática de rever a regulagem lheita fica na casa de 1,8 a 2 saé deixada de lado. Regular apecas por hectare – isso envolvendo Maurício Rosa, nas uma vez durante o dia não é perdas da planta, plataforma e não coordenador de o suficiente, conforme Maurício regulagem adequada da máquiTecnologia Agrícola Rosa, coordenador de Tecnolona. “Por isso é importante obsergia Agrícola de uma empresa que comercializa var essa questão e, se for o caso, recorrer à ajumáquinas agrícolas na região. da de algum profissional”, orienta.
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“Caso o produtor tiver dúvidas em relação a isso, é importante recorrer a um profissional.”
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Sistema de limpeza/peneiras Peneira superior De 16mm a 20mm
Plantadeira Para quem ainda está fazendo a safrinha, também é interessante estar atento à regulagem da plantadeira. Um dos pontos a serem analisados é a palhada que há no solo, porque tem diferença se usar a colheitadeira com ou sem o picador de palha. “Para trabalhar nessa situação de palha na resteva é importante estar sempre acompanhando como está o solo, se está mais úmido ou mais seco. É preciso alterar a pressão na mola no disco de corte para você cortar essa palhada e na pressão do disco para fazer a penetração da semente. Também é preciso regular essas pressões durante o dia, conforme a mudança da umidade”, orienta Maurício Rosa.
Colheitadeiras axial Canal embocador A altura da esteira do canal para soja é de intermediária a alta Sistema de trilha Rotação de motor Soja: 500 a 780 RPM Tipos de côncavo De arrames grossos Abertura deve variar Entre 15 e 25 mm Sistema de limpeza/peneiras Pré-limpeza De 4mm a 6 mm Peneira superior De 16mm a 20mm Peneira inferior De 8mm a 12mm Rotação ventilador De 1150 até a máxima RPM Ajustar e conforme a condição da lavoura
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Criação
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Encontro sobre suinocultura debate perspectivas do setor Em Pinheirinho do Vale, 71% da produção primĂĄria provĂŞm da suinocultura e o municĂpio ocupa a 16ÂŞ posição no ranking dos 100 maiores produtores do Estado gaĂşcho dro da Silva, e representantes da Cotrijui, JBS e produtores de suĂnos do municĂpio. Na ocasiĂŁo, palestraram ao pĂşblico o presidente da Câmara TĂŠcnica Regional da Suinocultura do Alto Uruguai, Cleber Cerutti, sobre o tema organização dos produtores, destacando a trajetĂłria da organização e os resultados obtidos pelo trabalho dos integrantes, e o presidente da Associação dos Criadores de SuĂnos do Rio Grande do Sul, Valdecir Folador, acerca da situação e perspectiva da suinocultura. As falas foram mediadas pelo assistente tĂŠcnico regional de produção animal do EscritĂłrio Regional da Emater/RS-Ascar, Valdir Sangaletti. Para ele, ĂŠ necessĂĄrio entender que a atividade pode ter altos e
Ivone Kempka
A
Administração de Pinheirinho do Vale, por meio da Secretaria de Agricultura, em parceria com a Emater/RS-Ascar, Aprosui e Sindicato dos Trabalhadores Rurais, realizou o primeiro Encontro da Mobilização dos Suinocultores, no dia 24 de fevereiro. O evento teve como objetivo movimentar e engajar todos os elos da cadeia produtiva, alÊm de fortalecer o diålogo e debater iniciativas. O encontro ocorreu no salão da terceira idade e contou com a presença do prefeito, Elton Tatto, do vice-prefeito, Jair Antunes de Lima, alÊm de vereadores, secretårios, o presidente do STR, Gilberto Stein, representantes da Emater, alÊm do secretårio da Agricultura de Palmitinho, Elizan-
Suinocultores se reuniram no salĂŁo da terceira idade Ivone Kempka
Lideranças marcaram presença e destacaram a importância de os produtores participarem e exporem as demandas
baixos. â&#x20AC;&#x153;A suinocultura ĂŠ uma atividade importante na geração de renda e tambĂŠm tem uma relevância no valor adicionado ao municĂpioâ&#x20AC;?, comenta. AlĂŠm disso, Folador comenta como ĂŠ essencial que os produtores estejam envolvidos com as entidades de sua classe. â&#x20AC;&#x153;Com a palavra do produtor podemos ver o que melhorou, o que nĂŁo estĂĄ bom com as propostas realizadas, o que ainda deve ser feito na visĂŁo deles. Que ele compareça quando for chamado para poder ser ouvidoâ&#x20AC;?, diz. Em Pinheirinho do Vale, 71% da produção primĂĄria provĂŞm da suinocultura, sendo 49 proprie-
dades com terminação, 22 propriedades com UPL e trĂŞs propriedades com crechĂĄrio. O plantel de matrizes chega a nove mil animais, sendo que sĂŁo produzidos 270 mil leitĂľes por ano e 106 mil suĂnos em terminação por ano. O municĂpio estĂĄ em 16Âş no ranking dos 100 maiores produtores do Estado. Segundo Sangaletti, os 42 municĂpios de abrangĂŞncia da Emater/RS-Ascar representam 8,5% da produção de suĂnos no RS. AlĂŠm disso, os 42 municĂpios tambĂŠm tĂŞm um nĂşmero expressivo nos abates, sendo responsĂĄvel por 15,9% no Estado.
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Criação
Conforto animal é uma das premissas do sistema. No registro, o sono da novilha jersey durante a feira
Compost barn como opção de produção de leite Sistema favorece o conforto animal, o que também garante maior produtividade das vacas. Em Pinhalzinho, no Oeste de SC, esse método vem ganhando espaço
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ma das novidades que a 19ª edição do Itaipu Rural Show mostrou neste ano, em Pinhalzinho (SC), foi o sistema de produção de leite denominado compost barn. Distante mais de 100 quilômetros de Frederico Westphalen, o município de Pinhalzinho tem algumas semelhanças com a região, como a predominância do sistema de produção de leite a pasto. Mesmo assim, outras maneiras de produzir também vêm ganhando espaço, como o compost barn. – Em Pinhalzinho, estimamos que tenha entre 450 e 500 produtores de leite. Nesse contex-
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to temos quatro produtores com o sistema freestall e de 18 a 20 com compost barn – revela o engenheiro-agrônomo André Balestrini, que coordena o setor de leite da Cooperativa Regional Itaipu, com matriz no município e promotora da feira. Para difundir mais informações sobre esse sistema de produção, um galpão com capacidade para 42 animais foi construído no parque da feira, para mostrar aos visitantes um espaço-modelo com o compost barn. Balestrini explicou à reportagem da Novo Rural como funciona esse modelo de produção.
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Mais animais em menos área “O animal tem que ter conforto e alimento à disposição e caminhar o menos possível” André Balestrini, engenheiroagrônomo
No caso mostrado no Itaipu Rural Show foram levadas em conta recomendações técnicas em relação a vários aspectos que precisam ser avaliados ao implantar o sistema, como altura e inclinação do telhado, espaço de cocho, espessura da cama, disponibilidade de água, entre outros itens. – Neste caso, o galpão tem 24 metros de largura por 32,65 metros de comprimento. Levando em conta o espaço de cocho de 80 centímetros entre os animais, é possível colocar até 42 vacas nesta estrutura. O custo de um projeto como este varia entre R$ 180 mil e R$ 200 mil, com a estrutura completa – revela Balestrini. Ele cita também que o espaço de cocho varia de acordo com a raça do plantel. Para gado holandês a projeção é de 80 centímetros, já para os de raça jersey pode ser de 60 a 80 centímetros, ou seja, é mais flexível. “O recomendado é trabalhar sempre com 3% a menos da lotação máxima, para evitar a competição dos animais na hora de
se alimentar. De forma geral, o animal tem que ter conforto e alimento à disposição e caminhar o menos possível”, pontua Balestrini. O agrônomo comenta que o sistema de compost barn alia o confinamento do freestall com um espaço livre, que imita a produção a pasto. “É uma alternativa para ter mais animais em menos área. Outra vantagem é que o custo de implantação inicial por animal é menor do que no freestall”, explica. No freestall o custo por animal varia de R$ 12 mil a R$ 15 mil para a instalação inicial. Já no sistema de compost barn esse custo é de R$ 5 mil a R$ 6 mil, segundo ele. Por outro lado, o custo operacional é maior no compost, porque tem alguns procedimentos diários a serem feitos, como mexer a cama. Isso exige mais mão de obra. Já no quesito banho, ventilação e temperatura, o compost se assemelha bem mais ao freestall. “No resultado com produtividade os dois sistemas também se assemelham”, compara.
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Retorno do investimento Quando o produtor optar por um investimento como este, vários fatores devem ser analisados para que o retorno do valor aplicado seja mais rápido. “Uma questão a ser avaliada é a qualidade dos animais colocados no sistema, que precisam ter uma genética mais apurada para a produção de leite. – Temos visto que os animais conseguem produzir, nessas condições, de 15% a 20% a mais de leite se comparado ao sistema a pasto, porque a facilidade é poder ter mais animais em áreas pequenas. Nos piores resultados o produtor precisa de oito ou nove anos para ter o retorno do investimento, já nos melhores resultados isso ocorre entre quatro e cinco anos após a implantação – antecipa Balestrini. O acesso ao crédito para implantar o compost barn também é possível, seja por meio do Pronaf ou de outras linhas. O produtor precisa buscar sua agência bancária ou cooperativa de crédito de confiança para ter mais informações sobre isso. “Conhecemos famílias que terão dez anos para pagar o investimento”.
Nutrição
Em relação à alimentação, o agrônomo orienta que é necessário avaliar o que há disponível na propriedade para fazer o planejamento. Uma das combinações possíveis é servir aos animais présecado, feno, silagem e ração.
Mão de obra
Para um plantel de cerca de 40 animais, por mais que a mão de obra seja variável, são necessárias duas pessoas para conduzir a estrutura. Quando for mão de obra contratada, são necessárias de três a quatro pessoas, tendo em vista o período de férias. Isso também varia de acordo com o tipo de alimento que é dado aos animais e se esse fornecimento é feito de forma mecanizada.
Banho para as vacas
Tendo em vista que a temperatura corporal dos animais aumenta depois de se alimentar, é preciso lavar as vacas para refrescá-las. “Diminuindo o estresse calórico, a vaca come e produz mais”, garante o agrônomo. No inverno pode haver a suspensão dos banhos e, em caso de frio extremo, é possível instalar cortinas ou sombrite no galpão, apesar de normalmente no inverno a vaca não sofrer com as temperaturas baixas.
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Espaço organizado e temperatura controlada
O compost barn é dividido em duas partes, uma do composto, onde tem a serragem ou maravalha para a cama; e a parte de alimentação, com um piso de quatro metros de largura, onde tem o cocho e o espaço para banho, por meio de aspersão. Pode ser implantado um sistema automatizado, que é programado para ser ligado quando a temperatura chegar a um determinado patamar. Além do banho, ventiladores também são automaticamente ligados quando a temperatura aumenta.
Água de qualidade
Cada animal de, em média, 500 quilos e produção superior a 20 litros de leite/dia, precisa beber de 80 a 90 litros de água diariamente. O ideal é contabilizar ainda entre cinco e 10 litros para limpeza e banho do animal.
Itaipu Rural Show A feira chegou à 19ª edição em 2017, com mais de 300 expositores, nos últimos dias de janeiro. Entre os vários assuntos tratados durante os dias do evento, o leite foi um destaque, uma vez que Pinhalzinho vai ser tornar uma das cidades que mais industrializa o produto no Brasil. Hoje a cidade já sedia uma das unidades da Cooperativa Central Aurora, que processa 1,6 milhão de litros de leite por dia. Além disso, está em fase de implantação uma unidade da Tirol, que tem matriz em Treze Tílias (SC), que também deve processar grande quantidade de leite diariamente.
Gracieli Verde
André Balestrini é engenheiro-agrônomo e coordena o setor de leite na Cooper Itaipu, em Pinhalzinho (SC)
Criação
“Quem quer ser eficiente usa a tecnologia”
Parte do carrossel para ordenha foi exposto durante o evento
que promete mais perfeição neste manejo. Nesse sistema é possível adicionar itens como medidor eletrônico e sacador de teteiras, que facilitam o trabalho e resultam em redução de mão de obra.
Gracieli Verde
“O grande segredo é o produtor ser eficiente dentro da sua realidade” Tiago Pivetta, supervisor técnico na área de equipamentos para ordenha
Pivetta demonstrou informações sobre tecnologias para melhorar o desempenho na ordenha e no monitoramento de dados relacionados ao plantel de vacas, durante a feira realizada em Pinhalzinho, no Oeste catarinense
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star ciente do que a tecnologia pode proporcionar quando o assunto é eficiência na produção de leite foi uma das reflexões propostas durante a 19ª edição do Itaipu Rural Show, realizada em Pinhalzinho (SC), no fim de janeiro. “Quem quer ser eficiente usa a tecnologia”, declara Tiago Pivetta, supervisor técnico de uma empresa do setor de equipamentos para ordenha. Pivetta avalia que hoje em dia existe mercado para vários níveis de tecnologia no meio rural. “Atualmente 80% das propriedades já conseguem assimilar algum tipo de tecnologia. Muitas delas começam pela automatização de alguns processos que antes eram manuais. Hoje a combinação de áreas como as engenharias mecânica, elétrica e eletrônica tem gerado a tecnologia de softwares, que facilita ainda mais a gestão dos dados da propriedade”, exemplifica o profissional. Fazer com que o produtor deixe de ser apenas um “tirador” de leite e passe a analisar e gerenciar dados como a produtividade é um dos desafios atuais, segundo Pivetta. Para ter esse gerenciamento mais apurado, é necessário que o produtor também invista na padronização da ordenha dos animais, que começa com uma ordenhadeira automatizada. A novidade apresentada na feira foi o sistema de carrossel para ordenhadeira,
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Programas de computador auxiliam no gerenciamento Junto com esse sistema de carrossel para ordenha é possível aliar uma série de outras tecnologias. A interligação do sistema com programas de computador que reúnem os dados da produtividade, o número de vacas secas, de vacas produzindo, de novilhas, terneiras, animais para descarte, óbitos, e assim por diante, facilita muito o trabalho do pecuarista. Essa facilidade em gerenciar os dados em um só programa mostra
ao produtor quanto cada vaca produz, podendo ter mais precisão na hora de avaliar um nova ração fornecida para o plantel, por exemplo. Ou mesmo saber quais animais têm mais problemas de saúde, ou que têm maior tempo de pico de produção. “É isso que garante a eficiência do processo”, pontua Pivetta. Independente do equipamento ou da tecnologia usada na propriedade, a gestão dos dados da atividade de leite é o futuro, na opinião de Pivetta.
Custo-benefício É claro que na hora de optar por um sistema automatizado é necessário avaliar o custo-benefício. Hoje existem programas de computador que podem ser aplicados em diversas realidades, “porque mais vale um rebanho de 30 animais que seja eficiente do que um rebanho de mil vacas, mas que não seja competitivo”. No caso do carrossel para ordenhadeira, os investimentos podem ser feitos em módulos, de forma que o sistema vá se pagan-
do com o tempo. É algo para propriedades que tenham, pelo menos, entre 150 e 200 animais, uma vez que o sistema permite que sejam ordenhadas entre 24 e 86 vacas ao mesmo tempo. O custo de um sistema como esse fica entre R$ 1 milhão e R$ 1,5 milhão, mas o retorno do investimento varia de acordo com o tipo de produção. “Temos visto que em dois anos o produtor já consegue amortizar grande parte do investimento”, garante Pivetta.
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er um plantel que combine alta produtividade, boa sanidade e reprodução condizente ĂŠ fator determinante para que a profissionalização da atividade leiteira saia do papel. A anĂĄlise ĂŠ do mĂŠdico-veterinĂĄrio Claudio Aragon, especialista em raças de leite e que julgou animais durante a 19ÂŞ Itaipu Rural Show, em Pinhalzinho (SC). Obviamente que para o produtor ĂŠ difĂcil ser um geneticista, um veterinĂĄrio, um especialista em nutrição e ainda ser um grande gestor. Por isso, Aragon defende que ele se cerque de profissionais que verdadeiramente possam ajudĂĄ-lo a ter um desempenho melhor com a atividade. â&#x20AC;&#x153;A produção de leite ĂŠ uma atividade que nĂŁo se tem grandes margens de lucro, por isso ĂŠ necessĂĄrio estar munido de muita informação e rodeado de profissionais que deem assistĂŞncia tĂŠcnica para conseguir a excelĂŞnciaâ&#x20AC;?, observa. A seleção de animais tambĂŠm passa por essa profissionalização. â&#x20AC;&#x153;Se a matĂŠria-prima desta atividade ĂŠ a vaca, ela precisa dar lucroâ&#x20AC;?. Levando isso em conta, a probabilidade de mais lucratividade com um animal que tenha boa reprodução ĂŠ maior. Outro fator a ser observado ĂŠ a saĂşde. As vacas precisam passar pelas diversas fases de vida com saĂşde. â&#x20AC;&#x153;A gente exige cada vez mais da vaca, mas ela precisa ser resistente. Vaca que adoece constantemente, que tem mastite crĂ´nica, que tem problemas de casco nĂŁo vale a pena manter no plantelâ&#x20AC;?, orienta. O pico de produção e o tempo de duração desse pico sĂŁo outros pontos a serem observados. â&#x20AC;&#x153;Se no melhor momento de produção da vaca ela nĂŁo passar de 15 litros por dia, quando a mĂŠdia dos outros animais ĂŠ de 30, nĂŁo adianta insistirâ&#x20AC;?, ressalta Aragon.
Gracieli Verde
Profissionalização requer seleção dos animais leiteiros ?< A@DM<
Claudio Aragon ĂŠ veterinĂĄrio e atua no setor de raças leiteiras hĂĄ vĂĄrias dĂŠcadas, conhecendo a realidade brasileira e tambĂŠm de outros paĂses
Na hora de selecionar o plantel: Analise a reprodução do animal. Vaca que reproduz pouco dĂĄ prejuĂzo. Observe se o animal ĂŠ resistente. Sanidade ĂŠ crucial para mantĂŞ-lo no plantel.
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Cria e recria na propriedade Analise o pico de produção da vaca e o tempo que ele dura. Esses pontos citados tambĂŠm devem ser observados ao fazer a cria e a recria na propriedade. Se o animal falhar em alguns deles, nĂŁo vale a pena ter herdeiros que possam ter caracterĂsticas semelhantes.
â&#x20AC;&#x153;Se a matĂŠriaprima desta atividade ĂŠ a vaca, ela precisa dar lucro.â&#x20AC;? Claudio Aragon, veterinĂĄrio
Fazer a cria e a recria em casa pode sim ser vantajoso, segundo Aragon. Mas um ponto que os produtores precisam observar ĂŠ que rebanhos muito jovens nĂŁo dĂŁo lucro. â&#x20AC;&#x153;EntĂŁo, tem que analisar de qual vaca vale a pena segurar as terneirasâ&#x20AC;?. Para as vacas que nĂŁo tĂŞm boa produtividade leiteira, uma prĂĄtica que vem ganhando espaço ĂŠ inseminĂĄ-las com raças para gado de corte. Assim consegue ter um descarte mais rentĂĄvel.
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:RUNVKRSV 3DOHVWUDV Revista Novo Rural - Fevereiro de 2017
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Criação
Avicultores precisam redobrar atenção nas granjas Daiane Binello
Controle de acesso aos aviários precisa ser mais rígido, tanto de animais silvestres como de pessoas, para evitar a influenza aviária
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epois do segundo caso de influenza verno da região. “Cabe ao produtor fazer sua aviária registrada no Chile, recentemenparte, impedindo a entrada de pessoas estrate, entidades públicas e privadas branhas na propriedade avícola”, reforça. sileiras têm se unido para impedir a Ele salienta que as empresas produtoras de entrada da enfermidade por aqui. A preaves também têm o dever de dar a conscientiocupação é grande, afinal, o Brasil é o segundo zação das práticas de biosseguridade, que está maior produtor de carne de frangos do mundo e presente em todas as fases de produção. “Blino maior exportador da proteína animal, e não terá dar o ciclo da água, fechar com telas os aviários como absorver toda essa carne produzida no para evitar acessos de animais silvestres, copaís caso ocorra um problema dessa magnitude. locar barreiras de entrada de pessoas e veícuConforme explica o médilos, entre outras coisas que vêm co-veterinário Joel Schwertz, se fazendo há mais de dez anos que atua em uma empresa ine que está fazendo a diferença tegradora de produtores de para o país, devem ser seguidas frango com sede em Frederià risca”, salienta Schwertz. co Westphalen, do lado da enAinda assim, sempre há o tidade pública está em ação o risco da influenza aviária enServiço Oficial Veterinário e do trar no Brasil. “A persistência e lado da entidade privada está constância de propósito é que o apoio das empresas do setor podem nos ajudar a manter e os produtores rurais. “Nosso nossa condição de livre desmaior interesse é em impedir a ta e de todas as demais doenentrada da enfermidade no país, ças presentes em outros paíporque isso pode resultar em ses”, orienta. grandes prejuízos econômicos O ministro da Agricultura, tanto para as empresas como Blairo Maggi, assinou na penúlao produtor rural e, por último, tima semana de fevereiro a Insafetar toda a economia brasileitrução Normativa 10/2017, que ra”, pontua. prevê que os aviários brasileiO Serviço Oficial Veterinário ros precisarão se adaptar a novem intensificando notificações vas normas dentro de um ano, de alertas e orientando a entipara evitar casos da doença. Joel Schwertz, dade privada a tomar medidas Tratar a água utilizada com clomédico-veterinário adequadas para evitar a entrada ro, desinfetar os arredores da do agente nas instalações. “Togranja, além de controlar os radas as propriedades avícolas estão proibidas a tos, estariam entre essas normas. Vale lemreceber visitas de pessoas de outros países, Esbrar que várias dessas medidas já são adotatados e regiões nos estabelecimentos avícolas”, das nos aviários, mas a ideia é justamente fazer alerta o veterinário. com que a cadeia produtiva siga esses protoEsse órgão público vem monitorando todas colos de forma mais eficiente. O ministro Maggi as fronteiras e costeiras brasileiras com o mar disse, quando da assinatura, que quem não se para monitorar as aves migratórias que vêm adaptar a essa realidade não poderá comercialida América do Norte em fuga por causa do inzar a produção aos frigoríficos.
“Todas as propriedades avícolas estão proibidas a receber visitas de pessoas de outros países, Estados e regiões nos estabelecimentos avícolas”
Várias das medidas pontuadas pelo Ministério da Agricultura já são adotadas nos aviários, mas a ideia é fazer com que a cadeia produtiva siga esses protocolos de forma mais eficiente
Entenda mais sobre a doença A influenza aviária é doença de notificação obrigatória, ou seja, toda e qualquer alteração de mortalidade acima de 10% para aves até 50 dias ou 20% acima de 50 dias deve ser notificada ao Serviço Veterinário Oficial. Devido a contínuas mudanças genéticas do agente e sua capacidade de adaptação a novos animais e ao ser humano, a influenza aviária representa um risco desconhecido e sem prognóstico à saúde pública. Estudos têm indicado que o risco dos vírus de baixa patogenicidade é elevado, pois estes agentes podem sofrer mutações e gerar cepas de alta patogenicidade, que são capazes de promover mortalidade em cerca de 90% das aves afetadas. Em relação à saúde pública, os dados disponíveis indicam que os vírus de alta patogenicidade, classificados até o momento, como dos tipos H5 e H7, estão relacionados com casos de transmissão à população humana. Vale ressaltar que, como qualquer carne, tem que se ter um bom processo de preparo, garantindo a segurança alimentar.
Regulamentação da Lei do Leite segue em debate
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ma reunião debateu dúvidas sobre a operacionalização da Lei do Leite, no início de fevereiro, em Porto Alegre, na sede do Sindilat. Depois de uma rodada de apontamentos realizada pela área técnica das empresas, em seguida foi a vez de esclarecer alguns dos pontos com a técnica da Secretaria da Agricultura (Seapi) Karla Oliz, que trabalha com a legislação. Ela explicou as mudanças propostas e levará para a Seapi pedidos de revisão na redação de alguns pontos da legislação.
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Um dos pontos de polêmica foi a obrigatoriedade de as indústrias informarem aos órgãos de fiscalização sobre cargas rejeitadas no ato da coleta nas propriedades rurais. Atualmente, cargas com teste do Alizarol (teste de qualidade) fora do padrão estipulado por uma determinada indústria podem não ser coletadas, mas não precisam ser reportadas à fiscalização, o que não impede que o produto seja recolhido por outros laticínios, desde que atendam aos padrões mínimos de 72% no Alizarol e temperatura de 4°C para tanque de
expansão e 7°C para imersão. “Uma empresa pode ter um padrão rígido de qualidade e só aceitar cargas com Alizarol 80. O que não quer dizer que uma carga com resultado 72 não possa ser processada para outro tipo de produto ou por outra empresa”, explica o presidente do Sindilat, Alexandre Guerra. Alguns pontos da regulamentação serão revistos pela Seapi. Outros foram esclarecidos ao Sindilat por meio de uma série de mais de 20 perguntas/respostas, a fim de auxiliar no entendimento da legislação.
Gracieli Verde
Dentro da Porteira
Foco que gera resultados
Animais da raça holandesa foram priorizados ao longo da estruturação da atividade
Irmãos Gatto comprovam que traçar metas contribui para o desenvolvimento da propriedade
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“Sempre tivemos em mente que precisaríamos investir para chegar num patamar em que pudéssemos priorizar renda para a família e também o nosso bem-estar”
Parceria em todas as tarefas
Na visão do técnico em agropecuária Leonido Albuquerque, da Emater/ RS-Ascar local, um dos patrimônios da família Gatto é justamente a experiência na área leiteira, o conhecimento. “Vemos que é uma família que vivenciou grande parte da evolução da cadeia produtiva do leite, passando de uma época em que o leite era entregue em tarros deixados na estrada para o leiteiro recolher, para um sistema moderno de armazenamento que ajuda a garantir a qualidade do produto”, compara. Outro desafio para o futuro é formar um sucessor. “Até que a gente tem disposição, vamos continuar, mas alguém precisará dar sequência para isso tudo”, estima Odair, que tem um enteado de 16 anos que está cursando o técnico em agropecuária. Casado com Juliana Freitas, ele também tem a filha Maíra, de 5 anos.
O trabalho executado na propriedade, além da mão de obra terceirizada, conta com o acompanhamento direto de Odair – que também cuida com mais intensidade da parte administrativa – e Jocemir – que monitora todos os serviços executados na propriedade. A parceria consolidada e a confiança que os irmãos demonstram ter um no outro também somam para o negócio, afinal, o sucesso da propriedade também é dividido entre todos que participam desse processo. Gracieli Verde
em próximo do perímetro urbano de ordenha para o número de animais que de Nonoai, a família Gatto tem dequeríamos comportar com o tempo. Além monstrado que o planejamento e disso, a nossa propriedade é pequena para o foco nas atividades escolhidas grãos, então tínhamos que optar por uma para a propriedade rendem resulatividade que funcionasse neste espaço. tados sólidos ao longo do tempo. Vindo de Sem contar que sempre gostamos de trabaEspumoso, o casal Mário e Terezinha Gatlhar na área – explica o produtor. to já tinha começado a atuar na atividade de Hoje toda essa estrutura praticamenleite por lá. Em Nonoai, os filhos Odair e Jote foi paga, porque para isso foi acessado cemir estão dando sequência crédito com prazo mais amao trabalho com a bovinoculplo para quitação. “É um protura de leite – agora os pais cesso lento, não acontece de estão aposentados. uma de hora para outra, porO trabalho dedicado e foque os investimentos foram cado nos resultados tem feitos e precisam ser pagos. proporcionado aos irmãos Uma das nossas metas era atingir metas traçadas há que quando chegássemos a anos. Depois de mais de 20 uma produção de pelo meanos de trabalho, hoje são nos mil litros por dia poderíaquase 50 animais em lactamos contratar mão de obra de ção, com uma média de profora para nos auxiliar, porque dução de 20 litros/vaca/dia, a atividade de leite não para, com um plantel da raça honão tem fim de semana e nem landesa. No total a propriedaferiado. Isso tem proporciode conta com quase 100 aninado uma rotina que permimais, que no inverno usam te que tenhamos folgas em alpraticamente todos os 24 guns fins de semana durante hectares disponíveis para o mês”, comenta o produtor, pastagens. “Chegamos praem tom de satisfação com ticamente no limite da nossa esse sistema adotado. capacidade de lotação aniEm relação ao incremenmal. O que podemos evoluir to no número de animais, isso ainda é na quantidade de vafoi se dando à medida em que a cas para serem ordenhadas, atividade vinha sendo automaque queremos chegar a 60”, tizada. Um dos focos ainda é o pontua Odair, revelando que melhoramento genético. “Por as metas não param. mais que já selecionamos basO leite é a principal fontante o nosso plantel, é preciso te de renda da propriedade, ficar atento em relação a isso”, pois o restante da área da fadiz Jocemir. Com capacitações Odair Gatto, mília é arrendada. A evoluna área de inseminação, esse produtor de leite ção da propriedade na ativitrabalho é feito na propriedade, dade de leite tem se dado em uma vez que as vacas para revirtude de vários fatores, segundo Odair. posição são criadas pelos irmãos. – Sempre tivemos em mente que preciPara um futuro próximo, outro passaríamos investir para chegar num patamar so que deve ser dado é em relação à irrigaem que pudéssemos priorizar renda para ção da pastagem, para ter estabilidade na a família e também o nosso bem-estar. Lá produção de pasto para o gado. “Cada vez atrás adquirimos trator, maquinário para mais queremos bater recordes no quesito servir a silagem aos animais, além da sala produtividade”, adianta Odair.
Experiência que soma para os negócios
Jocemir e Odair gerenciam a unidade produtiva com quase 50 animais em lactação, no interior de Nonoai
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Fernando Sbeghen
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Entrevista
“Falta muito para conquistarmos o equilíbrio entre os gêneros” Alexandra Salton Castoldi é psicóloga há 26 anos e por duas décadas também trabalha com o público feminino do meio rural
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Por Gracieli Verde
revistanovorural@oaltouruguai.com.br
Com 20 anos de trabalho na Cooperativa Tritícola Sarandi na área de gestão de pessoas, a psicóloga Alexandra Salton Castoldi, 49 anos, é conhecedora dos desafios que fazem parte do dia a dia da mulher também no setor agropecuário. Mesmo que os avanços sejam ainda tímidos no que se refere à conquista do espaço nas atividades ligadas ao setor e na participação dos resultados das propriedades, Alexandra acredita que as mulheres têm se tornado mais independentes. Mesmo assim, há de buscar mais. “Temos que ser a mudança que queremos. Criticar é fácil. Temos que ir atrás das melhorias, das ideias, nos posicionar”, defende. Confira a entrevista.
buscar ajuda. O mais preocupante é aquela mulher que se submete (que não busca soluções, que permanece estagnada), que aceita a situação calada, que “adoeceu emocionalmente”, que não consegue ver que não precisa viver uma situação doentia, que não é merecedora de uma condição ruim, degradante. Fica submissa, numa posição de sexo frágil. Uma parcela de mulheres sentem-se mais seguras e respeitadas, mas falta muito para conquistarmos o equilíbrio entre os gêneros. Temos que informar mais, pois estimula a busca de melhorias. Um exemplo: em Nova York foi lançada uma campanha afixando grandes painéis na estação de metrô de mulheres espancadas. Em resposta à campanha, as denúncias aumentaram em 14%.
“O mais preocupante é aquela mulher que se submete, que aceita a situação calada, que ‘adoeceu emocionalmente’, que não consegue ver que não precisa viver uma situação doentia”
Uma recente pesquisa pela Associação Brasileira do Agronegócio (Abag) mostra que 71% das mulheres já sentiram o machismo no dia a dia de trabalho. Como lidar com isso?
15 Como tem analisado a busca das mulheres por espaço nas decisões da propriedade? Isso tem tido avanços?
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Alexandra Salton Castoldi – A busca das mulheres por mais espaço nas decisões da propriedade tem avançado de forma ainda meio tímida, mas tem acontecido. Percebe-se que as que estão presentes nas escolhas diárias da propriedade estão buscando mais informações, estão mais independentes, isto lhe dá mais opções de crescimento, de posicionamento, possibilitando a elas abrir novos horizontes. E estar no meio das decisões é se posicionar, este espaço precisa ser mais ocupado por elas.
A capacidade de gerenciamento das mulheres tem ficado em evidência em muitas famílias em que elas conseguem participar desse processo. No que elas podem avançar, na sua opinião?
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o resultado. Então, o gerenciar para a mulher é simples, é visível hoje nas propriedades de bovinocultura, onde as mulheres estão liderando esta atividade, o aumento da produtividade de leite, com organização e planejamento adequados. O avanço pode ocorrer através do investimento em buscar mais conhecimento, em implantar melhorias (que a vizinha fez), em ajudar os filhos e filhas a enxergar o potencial que é a propriedade deles (motivando estes jovens, inclusive financeiramente).
“O avanço pode ocorrer através do investimento em buscar mais conhecimento, em implantar melhorias, em ajudar os filhos e filhas a enxergar o potencial que é a propriedade deles”
Alexandra – A natureza feminina é criar, adequar, organizar. As tarefas domésticas seguem processos, que facilitam
Por mais que se fale em questões como violência doméstica, isso ainda é uma realidade e muitas vezes o sofrimento das mulheres fica “escondido”. Você acredita que as mulheres do campo já conseguiram conquistar mais segurança nesse sentido?
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Alexandra – Acredito que sim, pois hoje têm mais acesso a informações do que há um tempo. Estão tendo maiores estímulos para melhorar a autoestima, e isso faz com que busquem mais segurança, mais carinho e qualidade de vida. A mulher hoje em dia tem mais respaldo ao
jam cada vez mais presentes no setor agropecuário e se tornem peças fundamentais para mudanças. Você concorda?
Alexandra – Não sendo machistas! Muitas vezes nós, mulheres, temos atitudes mais machistas que os próprios homens! Respeitar para ser respeitada, ser éticas entre nós mesmas, oportunizar o crescimento das iguais. Ser mais objetivas e claras nas nossas decisões, para não deixar espaço para interpretações erradas. Valorizar o trabalho das companheiras, estimular as filhas para copiarem o que temos de melhor, para que se realizem nas suas atividades e não oportunizar que presenciem ou ouçam apenas nossos lamentos. Se fala muito em empoderamento feminino. Acredito sim que quando aprimoramos nossas qualidades e nos empenhamos em corrigir nossas falhas somos mais respeitadas, temos mais credibilidade, nos tornamos mais seguras e então seremos menos suscetíveis.
Alexandra – Talvez a capacidade da mulher do campo precise de mais visibilidade. A rotina delas é a maior prova da capacidade, são batalhadoras, trabalhadoras, desempenham várias atividades exigentes ao mesmo tempo, sempre fazendo pelo melhor, pensando no todo (família, lavoura, animais), no bem-estar da família, no bem-estar físico, econômico, social e emocional. A busca constante pela qualidade de vida da sua prole, preocupada com a segurança – produtividade, custos, etc. Esta característica feminina de olhar o todo propulsiona as mudanças, assim como a flexibilidade em adotar novas tendências, de adaptar-se ao novo.
Na sua opinião, neste 8 de março temos mais a comemorar ou que lutar/protestar?
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Alexandra – Neste 8 de março temos bastante para comemorar, não penso que protestar é o caminho, creio que ir atrás do que se acredita é o melhor. Temos que ser a mudança que queremos. Criticar é fácil. Temos que ir atrás das melhorias, das ideias, nos posicionar, negociar, adotar o melhor, semear, regar as melhores ações, que a colheita será forte! A mulher precisa estar atenta a si mesma, não descuidar de si, fortalecer-se, conviver, dividir seus anseios, participar de atividades além da sua casa ou propriedade. Clube de mães, equipes de atividades esportivas, diretorias de agremiações, reuniões, treinamentos que as cooperativas proporcionam, enfim, ter mais objetivos além do familiar, onde conquistam a oportunidade de assumir outros papéis, que trazem novas realizações, novas perspectivas. Esta plenitude é a natureza da mulher, e uma mulher vivendo de acordo com sua natureza, está em equilíbrio. E vida em equilíbrio é aquela que vale a pena ser vivida.
“A mulher precisa estar atenta a si mesma, não descuidar de si, fortalecer-se, conviver, dividir seus anseios, participar de atividades além da sua casa ou propriedade”
Uma das pesquisadoras que analisou os dados diz que “o mundo ainda desconhece a capacidade da mulher”, se referindo àquelas que trabalham no campo. Esta mesma pesquisadora diz que a tendência é que as mulheres se-
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Especial Dia Internacional da Mulher
Gracieli Verde
Patrícia, o filho Guilherme e o esposo Marcelo
Peritas na bovinocultura de leite, elas fazem a diferença na cadeia produtiva Mulheres têm se dedicado e conseguem ver na atividade uma possibilidade de viverem com qualidade de vida e renda no campo
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Por Gracieli Verde
revistanovorural@oaltouruguai.com.br
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inda antes de finalizar o curso de Medicina Veterinária na Universidade Federal de Santa Maria, a jovem Patrícia Botton, hoje com 29 anos, de Vista Alegre, não teve dúvidas de que retornar para trabalhar na propriedade dos pais, João, 72 anos, e Ilda, 71 anos, seria o melhor a ser feito. A decisão foi baseada em pelo menos duas constatações durante a graduação e o estágio: a produção de leite pode ser rentável se bem administrada e viver no campo proporciona mais qualidade de vida. “Escolhi estar deste lado da cadeia produtiva, o do produtor”, declara, com o filho Guilherme, de um ano e sete meses, no colo. O esposo Marcelo Batalin, de 32 anos, técnico agrícola, também foi in-
centivador nesse processo – ele é natural de Taquaruçu do Sul. Os dois iniciaram o namoro ainda antes de ela ir para a universidade e, assim que ela decidiu pela bovinocultura de leite como emprego, ele também colocou a “mão na massa” para ajudar a estruturar a atividade na propriedade dos sogros. “Quando eu fui para a faculdade meus pais ficaram sozinhos na propriedade. Como já estavam com uma idade avançada para se dedicar às vacas, todas foram vendidas. Por isso, foi preciso reestruturar a atividade para trabalhar aqui”. Mas nada disso foi impeditivo para fazer acontecer. A percepção de que não dava para simplesmente deixar de lado uma propriedade de 50 hectares era muito presente. “Meu pai ia acabar vendendo e indo para a cidade”. Feito o acordo de como funcionaria o trabalho na unidade produtiva, os pais
disponibilizaram 25 hectares para Patrícia e Marcelo, que não tiveram dúvida que esta seria a melhor opção – investir na produção de leite. “É uma das atividades que mais dá lucro por hectare, além de ser uma renda mensal. Claro que é algo que exige atenção integral, mas temos a teoria de que fazemos o que está ao nosso alcance, porque nossa prioridade também é ter qualidade de vida”, defende Patrícia. Hoje são 30 vacas em lactação, com uma média de 20 litros/animal/dia. Basta dar uma volta na propriedade para ver que o casal buscou aplicar na atividade a profissionalização que buscaram em suas formações. Fazem a criação das terneiras, já tiveram renda com a venda de novilhas, construíram um silo secador para armazenar a produção de milho para o plantel, estão fazendo feno para os animais e também para comercialização.
Patrícia é uma das cinco filhas do casal João e Ilda Botton. Uma de suas irmãs, inclusive casada com um irmão de Marcelo, também optou por permanecer no setor. “Nós sempre tivemos que fazer todo o trabalho na lavoura, não tinha nenhuma separação entre ‘trabalho de homem’ e ‘trabalho de mulher’. Isso nos ajudou a sermos mais seguras nesse sentido”, acredita Patrícia. Hoje o que gera estranheza para Patrícia é a falta de outras mulheres de sua faixa etária no campo. “A gente quase não tem com quem interagir”, constata, demonstrando uma questão social muito presente, que é a dificuldade de as famílias terem sucessores, especialmente moças. “Aqui em Vista Alegre praticamente não temos meninas que ficam no interior”, reforça o técnico agropecuário Josimar Bellegante, da Emater/RS local, apesar de as mulheres que atuam no setor e que estão se profissionalizando estarem mais participativas. Para o futuro, o desejo de se superar a cada ano é uma meta. “Queremos continuar mantendo a qualidade do produto, que hoje também é um fator que influencia em uma melhor remuneração pelo nosso trabalho”, revela Patrícia.
Gracieli Verde
Desde cedo inserida na atividade
Nara Piovesan com o esposo Roberto, as filhas Jéssica e Larissa, genro Renato e a neta Cecília
Gracieli Verde
Nair Ghinzelli: amor pelo campo e pelo trabalho
“Ninguém faz nada sozinho” Próximo de Vista Alegre, em Frederico Westphalen, na linha Alto Castelinho, a família Piovesan é outro caso em que a bovinocultura de leite viabiliza a permanência no campo, priorizando a efetiva participação das mulheres. Nara Piovesan, 42 anos, é uma das protagonistas nesse processo. Ao lado do esposo Roberto, 49 anos, ela é defensora de que as mulheres precisam se encorajar a buscarem o seu espaço e a participarem das atividades não somente no trabalho braçal e de casa, mas no planejamento e organização das tarefas e dos projetos para o futuro. – Na maioria dos casos as mulheres executam o trabalho em várias frentes, mas nem sempre têm acesso à renda. Infelizmente isso as desmotiva e faz com que muitas desistam ou não tenham tanta autoestima – avalia Nara, que vive uma realidade bem diferente. A parceria com o esposo e a forma como ambos conduzem os trabalhos permite que ela e as filhas Jéssica, 24 anos
– casada com Renato, 30 – e Larissa, 11, tenham uma perspectiva diferente. “Ninguém faz nada sozinho”, exclama Nara. Tanto que o jovem casal também optou por trabalhar junto com a família, apesar de Renato ter se criado na cidade. Agora eles têm outro motivo a mais para se dedicar à propriedade, estão com a pequena Cecília, de dois meses de idade. A alegria dos avós-coruja não pode ser medida em palavras e a motivação e entusiasmo de Nara é inspiração para Jéssica e Larissa. Além das 15 vacas em lactação, a propriedade também cria 900 suínos a cada lote. As melhorias que têm sido feitas incluem irrigação nas pastagens e aposta em novos cultivares de pasto, como o trigo de duplo propósito no inverno – tanto que passaram de uma média de 12 litros/vaca/dia para 20. O conforto animal é o próximo ponto a ser melhorado, com a implantação de corredores de sombra e instalação de mais pontos de água nos piquetes.
Independência financeira Em Rondinha, município com maior número de produtores de leite entre os 42 municípios da região, a participação feminina na atividade também é uma constante. Lá, por volta das 6h30min da matina inicia a rotina de trabalho de Nair Ghinzelli, 44 anos, com o esposo Valdecir, 45, na linha Araçá Santana. Ele é pedreiro, mas pela manhã e quando retorna ao fim do dia sempre a ajuda no que é possível. Durante o dia, ela domina as atividades, sempre na companhia dos filhos Eduarda, 17, e Leonardo, 9, e da sogra Vilma, 84 anos. O amor pelo interior é que fez com que Nair seguisse esse caminho. Com 11 vacas em lactação, ela garante que a renda é suficiente para viver com qualidade de vida. O entusiasmo com a atividade fez com que investissem em irrigação na pastagem, o que também tem garantido que pasto de qualidade não falte aos animais.
Mas tem outro fator que tem contado muito nesse processo: o diálogo existente na família e entre o casal. “Sempre tive muito apoio. Meu marido é muito parceiro e com isso conseguimos aliar conforto no nosso dia a dia, sempre com muito trabalho”, pontua Nair. Isso tem refletido nos filhos. Eduarda integra o Grupo de Jovens Atuação e Leonardo é o “grande companheiro” da mãe, que gosta de acompanhá-la em tudo. Na comunidade Nair também é umas lideranças no clube de mães. Em relação à realidade das mulheres hoje, Nair comenta que é comovente ver que ainda existem aquelas que não conseguem ter acesso à renda mesmo trabalhando integralmente na propriedade. “Em alguns casos as mulheres parecem uma empregada dos homens. Me dói no coração ver que muitas economizam, mas os maridos não dão importância para isso”, desabafa.
Trabalho em família faz a diferença O engenheiro-agrônomo Jeferson Figueiredo, que atua na Emater/RS em Frederico Westphalen com mais atenção à área de leite, pontua que a realidade nas propriedades em que a família é unida e que também valoriza as mulheres é diferenciada. “Elas têm mais jeito com os animais, têm mais paciência, são mais atentas à higiene, o que reflete na qualidade do produto”, avalia. Nas famílias em que o casal é unido, os resultados também são distintos. “Vemos que essa parceria entre o casal é fundamental. Nas propriedades que acompanhamos e que os dois trabalham juntos os resultados chegam antes, porque as mudanças no sistema geralmente logo são absorvidas e colocadas em prática. Isso faz uma grande diferença na renda da família, o que reflete também em seu bem-estar”, acredita Figueiredo.
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Especial Dia Internacional da Mulher
De primogĂŞnita a parceira de negĂłcios Monica Binsfeld, de Palmeira das MissĂľes, conta como estruturou a parceria que hoje mantĂŠm a propriedade da famĂlia com os irmĂŁos Dimas e JosĂŠ Adolfo apĂłs a perda do pai
Na foto, JosĂŠ Adolfo, o sobrinho Eduardo, a mĂŁe Sirlei com Monica e Dimas. Juntos eles formam a AgrĂcola Binsfeld
Gracieli Verde
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e hĂĄ alguns anos as mulheres queriam ter mais espaço no mercado e nas entidades, hoje esse discurso tem mudado. O trabalho em equipe, que as inclua e que valorize as suas capacidades ao lado dos homens ĂŠ que tem sido desejado por elas. Afinal, ninguĂŠm quer ser mais do que o outro, mas a igualdade entre homens e mulheres, de fato, ĂŠ o grande trunfo para as novas geraçþes â&#x20AC;&#x201C; e um desafio para as atuais. Por mais que historicamente no campo o caminho traçado pelas mulheres de-
manda, em muitos casos, de mais insistĂŞncia para que elas consigam ser protagonistas nas propriedades rurais e nos negĂłcios, hoje uma parte delas jĂĄ conseguiu superar algumas das barreiras que a sociedade patriarcal impĂ´s ao longo dos anos. Muitas jĂĄ conseguem ter a prĂłpria renda, ou acesso Ă parte da renda da famĂlia, com formação e conhecimento nas ĂĄreas em que atuam. Na agricultura, especialmente nas propriedades em que sĂŁo cultivados grĂŁos em ĂĄreas mais extensivas, a presença das mulheres em funçþes de liderança ou
coordenação ĂŠ menor na regiĂŁo. Mesmo assim, aquelas que por força do destino e da sua atuação se inseriram na atividade tĂŞm mostrado que suas caracterĂsticas podem sim somar no processo, juntamente com as habilidades masculinas de irmĂŁos e parceiros, se for o caso. â&#x20AC;&#x201C; Eu sempre ajudei meu pai no que fosse preciso. Ele nunca me tratou diferente por eu ser mulher. NĂŁo que ele nĂŁo quisesse que eu ajudasse a mĂŁe em casa, mas ele preferia que eu fosse resolver os assuntos na cidade e ajudar na lavoura â&#x20AC;&#x201C; relembra MĂ´nica Binsfeld, 39 anos, que
â&#x20AC;&#x153;Na agricultura vocĂŞ nĂŁo pode pensar que nĂŁo vai dar certo, porque ĂŠ uma apostaâ&#x20AC;? Monica Binsfeld, produtora rural
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mora em Palmeira das Missões com a mãe, Sirlei, 65 anos, e o irmão caçula, José Adolfo. Com essa inserção nas atividades agrícolas desde muito jovem, e após a perda do pai, Dimas, em um acidente de trânsito, há 16 anos completados neste mês de março, a participação de Mônica em tudo o que acontece na propriedade da família foi inevitável. Com os irmãos Dimas Alencar, 36 anos – casado com Michele, com quem tem o filho Gustavo, 8 anos, e Giovanna, 8 meses – e José Adolfo, 26 anos, as decisões sobre tudo o que é feito nos 1,2 mil hectares próprios – mais outras áreas arrendadas – têm a opinião e a análise de Mônica também. – É um trabalho em equipe. Ninguém decide nada sozinho. Hoje o Dimas, técnico agrícola, coordena as atividades a campo com os funcionários. Já o José Adolfo, que é engenheiro-agrônomo, cuida da parte de agricultura de precisão, experimentos e tratos culturais. Eu, que sou contadora e advogada, me responsabilizo por toda a parte documental, pois são muitos detalhes – conta Mônica, garantindo que há harmonia entre os três e que com o amadurecimento de cada um se consegue almejar o crescimento dos negócios com foco no bem-estar de todos. Tanto nas palavras como na forma de se expressar, Monica não nega o gosto pelo campo. “Eu prefiro estar mais lá na propriedade do que dentro do escritório”, diz. Mesmo que não seja necessário que ela execute atividades diretamente na lavoura, ela comenta que muitas das reuniões rápidas que precisa ter com o irmão Dimas Alencar ocorre por lá mesmo. “Se tenho algo urgente, vou lá na colheitadeira e conversamos. Não temos frescura. Sempre nos comunicamos sobre tudo o que acontece”, relata, demonstrando que a parceria com os irmão é forte – além de ser monitorada pela mãe, que sempre está pronta para dar o apoio necessário.
A parceria e o apoio da mãe Sirlei também são evidenciados por Monica
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Um meio majoritariamente masculino Hoje Monica faz parte da diretoria do Sindicato Rural como conselheira fiscal e integra a diretoria da Cooperativa de Crédito Sicredi Grande Palmeira, como conselheira fiscal suplente. Em termos de voluntariado atua como tesoureira da Liga Feminina de Combate ao Câncer da cidade e também é vice-presidente da Casa Espírita Luz e Caridade. Ela também já foi presidente durante três mandatos consecutivos do Clube Amigos da Terra (CAT), de Palmeira das Missões, que tem como objetivo difundir o plantio direto, mas que com o decorrer do tempo foi contemplando novas demandas, já que outro foco da entidade também é a difusão tecnológica. Na atual gestão da entidade ela é conselheira fiscal. Monica também é especialista em Processo Civil e do trabalho e atualmente está cursando MBA em Gestão e Economia em Agronegócios. Em entidades ligadas ao setor agropecuário, em muitos casos, a participação ainda é majoritária de homens. “Por isso, acredito que a gente precisa compensar quando somos a minoria. Como? Estando sempre presente. Me desdobro para conseguir participar de todas as reuniões”, pontua. “Dentro do CAT, por exemplo, vejo de forma geral que as mulheres que participam são engenheiras-agrônomas, assim como no sindicato. Por isso, tem que estar sempre buscando espaço. Se você quer participar tem que dar um jeito de se disponibilizar, mostrar que você tem vontade de aprender”, diz.
Mulher ainda é deixada de lado “O negócio dá certo porque acreditamos no que fazemos” Quem vê Monica comentando sobre a parceria entre os irmãos hoje pode pensar que foi sempre tudo tranquilo. Mas não é bem assim. Como qualquer perda, o sofrimento com a morte trágica do pai Dimas e do avô, José Augusto Fomentini, que faleceu no mesmo acidente, foi algo que precisou ser superado. “De uma hora para outra ele [o pai] foi e não voltou. Era bem na semana de começar a fazer a colheita”, recorda. Foi necessário analisar o que fazer dali em diante. Nisso o tio Mario Binsfeld, de Ibirubá, ajudou bastante. “Ele nos acompanhou na primeira safra em que estávamos sozinhos”, lembra. Foi necessário abrir mão de algumas coisas. Dimas, que estudava Agronomia em Ijuí, preci-
sou deixar o curso de lado para se dedicar integralmente à condução da lavoura. “Nos amparamos com pessoas de confiança do nosso pai para dar sequência, nunca pensamos em desistir”, diz Monica. Hoje, analisando o percurso que já foi traçado em família, Monica não demonstra dúvidas em dizer que o objetivo de fazer os negócios darem certo é conjunto. “O negócio dá certo porque acreditamos no que fazemos”. Isso vai além de qualquer questão de gênero, porque a causa é maior. A mãe Sirlei vê com entusiasmo esse envolvimento da filha nas atividades da família. Com origem no interior, Sirlei sempre deu suporte para a família, mesmo quando o esposo estava entre eles.
Mesmo tendo sido criada de igual para igual com os irmãos, Monica assinala que a mulher que trabalha na agricultura muitas vezes ainda é deixada de lado. “Infelizmente ainda tem quem pense que a mulher serve para ficar fazendo serviço dentro de casa. São muito poucas aquelas que estão se formando na área de Agronomia ou Administração e estão voltando para casa e tendo a oportunidade de colocar em prática o que aprenderam”, analisa. Na visão dela, muitas mulheres dificilmente têm a oportunidade de curtir a vida, de poder conhecer lugares diferentes, de viajar. “Geralmente é o homem que vem para a cidade, que participa dos eventos, de jantares ou seminários que as empresas oferecem, ainda são poucos que introduzem a família nesse processo ou que dão valor para as atividades da esposa, mas é ela que vai providenciar o almoço diariamente, que vai lavar as roupas e manter tudo organizado”, reflete.
Sucessão familiar e diálogo Essa valorização ou não das mulheres também repercute na sucessão familiar, na opinião da produtora. – Se os pais quiserem que os filhos fiquem na propriedade, é importante que deem uma contrapartida, deem mais atribuições, é uma forma para que eles possam se sentir inseridos e valorizados. A palavra-chave de tudo é diálogo. Como vai conquistar esse jovem a ficar? Não é mais na base do medo ou da imposição, é com diálogo. Isso vale para as mulheres também – opina.
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Culinária
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Mandioca: de baixo custo e versatilidade na cozinha
U
ma das raízes mais tradicionais do Brasil, a mandioca – ou aipim e macaxeira, dependendo da região – é uma das opções que aliam baixo custo na hora de produzir no quintal de casa, com a versatilidade na hora de prepará-la na cozinha. Em forma de purê, frita, cozida ou integrando bolos e outras receitas, é uma forma de aproveitar um alimento rico em fibras
e isento de glúten. Em alguns municípios da região, inclusive, tem profissionais da Emater/RS-Ascar e produtores que estão conseguindo resgatar algumas variedades que já são pouco vistas no campo. Para inspirá-lo, trazemos duas receitas. Prepare-as e mande fotos para o WhatsApp (55) 9.9624.3768. Suas fotos poderão ser publicadas nas nossas redes sociais!
Imagem ilustrativa
Empadão de mandioca com legumes
Imagem ilustrativa
Modo de preparo
Ingredientes Para a massa:
Bolo de farinha de mandioca
½ kg mandioca/ aipim cozidos
Ingredientes
1 colher (sopa) de fermento em pó
10 ovos
2 xícaras grandes de farinha de mandioca
3 bananas
1 colher (chá) de canela em pó
Raspas de limão
2 xícaras grandes de açúcar branco
2 maçãs
1 colher (chá) de noz moscada
Unte a fôrma e cubra o fundo com uma calda caramelada. Depois coloque as frutas e vá montando a primeira camada do bolo. Feito isso, deixe a forma de lado e comece o preparo da massa. Separe as claras e bata-as em neve. Quando estiverem bem durinhas, acrescente aos poucos o açúcar, sempre batendo. Depois vá juntando à mistura as gemas e a farinha de mandioca, mas sempre batendo bem. Por último, coloque as raspas de limão, o fermento, a noz moscada e a canela em pó. Misture tudo, agora manualmente, e despeje na forma com a primeira camada já montada. Deixe no forno, pré-aquecido, por 40 minutos e está pronto o bolo.
2 xícaras de leite
1 xícara 1 colher (sopa) de farinha fermento de trigo em pó
½ xícara de óleo
Modo de preparo
2 ovos
Vamos para o preparo da massa!
Sal e tempero verde a gosto Para o recheio:
½ cebola picada
1 xícara de brócolis
4 colheres (sopa) de óleo 2 xícaras de frango cozido/ desfiado
2 cenouras
1 xícara de queijo ralado
1 xícara de nata
(Fonte: Emater/RS-Ascar)
Primeiro passo é fazer o recheio. Coloque em uma panela as 4 colheres (sopa) de óleo e refogue ½ cebola picada. Acrescente as duas cenouras já cortadas e cozidas. Após, coloque o brócolis que também já deve estar pré-cozido e cortado. Mexa um pouco e acrescente o frango desfiado na panela. Refogue tudo por uns 2/3 minutinhos. Depois de refogar, desligue o fogo e acrescente uma xícara de nata na panela. Misture tudo na panela. Coloque sal a gosto.
Pegue um liquidificador e coloque primeiro ½ kg mandioca/aipim cozidos, depois acrescente os 2 ovos e as 2 xícaras de leite. Bata tudo no liquidificador. Ainda no liquidificador acrescente o tempero verde e o sal a gosto. Bata tudo novamente no liquidificador. Finalmente, acrescente 1 xícara de farinha de trigo e por último 1 colher (sopa) fermento em pó. Ligue novamente o liquidificador. A massa está pronta. Bem misturada e consistente! Derrame a massa em uma forma já untada. Espalhe o recheio por cima da primeira camada da massa. Coloque 1 xícara de queijo ralado por cima do recheio e após, cubra o recheio com o restante da massa. Leve a forma para o forno já pré-aquecido, em torno de 40/45 minutos. Saboreie a refeição!
Quaresma pede peixe na mesa! Ingredientes
Lasanha de peixe
2 xícaras de cebola picada
Modo de fazer
2 xícaras de tomate picado
1 pimentão picado
1 kg de queijo mussarela
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Quaresma, que antecede a Páscoa, é tradicionalmente a época em que as famílias consomem mais peixe, pela forte influência da religião católica. Para diversificar, uma das dicas é apostar no peixe em diferentes apresentações. Na lasanha é uma das possibilidades. Vamos à receita!
1 lata de ervilha
1 lata de 4 xícaras ½ xícara milho verde de leite de azeite
4 colheres (sopa) de farinha de trigo
1 kg de massa para lasanha
4 colheres (sopa) de margarina
1 kg de filé de peixe
Sal a gosto
Ferver o filé de peixe em água e sal por, mais ou menos, 30 minutos. Para fazer o molho branco, misturar o leite com a farinha, a margarina e o sal. Depois, levar essa mistura ao fogo e mexer até engrossar. À parte, bater no liquidificador a cebola, o tomate e o pimentão com um pouco de água. Quando o peixe estiver pronto e frio, desfiar e tirar as espinhas. Refogar, então, o filé no azeite e, depois, adicionar o molho batido no liquidificador. Untar uma forma e colocar uma camada de massa da lasanha (antes, passar cada folha na água para a massa ficar crocante), uma camada do peixe com molho, uma camada de molho branco e outra de queijo mussarela. Seguir essa sequência até encher a forma. Decorar com ervilha e milho verde. Levar ao forno pré-aquecido por, mais ou menos, 15 minutos e servir.
Bem-Estar
Adoçando a vida de um jeito saudável
O
s cuidados ao limpar o jardim e arredores da casa nesta época precisam ser redobrados. O aparecimento de cobras, aranhas e outras espécies peçonhentas exige esse cuidado para evitar acidentes. Com o calor e as chuvas de verão, é natural que
ção
Época de calor favorece o aparecimento dos animais peçonhentos
bilidade é misturar uma colher pequena, de sobremesa, de açúcar mascavo com a mesma quantidade de mel. Use essa mistura para massagear levemente o rosto por alguns minutos. Em seguida basta enxaguar até tirar todo o açúcar. A promessa é de uma pele mais limpa e macia.
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Por mais que todo o tipo de açúcar deve ser consumido com moderação, o mascavo pode ser utilizado em várias receitas, como bolos e sucos. No café também é uma boa opção. Além de ser usado na alimentação, tem também quem indica o uso do açúcar mascavo para esfoliar a pele. Uma possi-
Div u
U
m produto que é bem mais acessível para quem mora no campo é o açúcar mascavo. Normalmente feito em casa mesmo, o produto pode ser um aliado na alimentação saudável. Como ele não passa por nenhum tipo de refinamento, nele ficam preservados o cálcio, o ferro e os sais minerais.
Sal: muito mais do que temperar a comida
a grama do jardim cresça mais do que o comum, o que exige a devida manutenção para evitar riscos. Acúmulo de lixo, entulhos ou pilhas de madeira, por exemplo, também precisam ser monitorados, porque podem servir de abrigo para esses animais.
E
ngana-se quem pensa que o sal é utilizado apenas como condimento. É um produto que tem se tornado indispensável no dia a dia de
quem cozinha, mas também ajuda em dicas infalíveis para outros problemas domésticos, como erradicar formigas, por exemplo. A cebola é um item que traz sabor para a comida, mas deixa as mãos malcheirosas. Esse problema pode ser resolvido ao esfregar sal e limão. Entretanto, tenha cuidado ao usar limão se estiver exposto ao sol, pois pode provocar manchas escuras e queimar a pele.
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Para se livrar das formigas basta colocar um pouco de sal nas áreas onde elas “transitam”, como rodapés de cantos de armários ou na pia.
Um dos muitos problemas domésticos é a vida útil de vassouras e esponjas. Elas são responsáveis pelo “grosso” da limpeza e, por isso, são tão afetadas. Para otimizar a vida útil das vassouras, basta mergulhá-las em água salgada quente. Enquanto isso, as esponjas devem ser mergulhadas em água salgada fria.
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Proteja-se! Use botas ao limpar o jardim. Ao fazer algum tipo de poda ou trabalho próximo de árvores, observe se não há lagartas que possam feri-lo. A taturana, por exemplo, é extremamente venenosa e é de presença frequente nesta época.
Mantenha ralos, portas e janelas vedados. Para quem vai para a lavoura os cuidados também precisam ser tomados. Botas são fundamentais para proteger-se.
Ao recolher roupas do varal também é bom ficar atento para não levar nada indesejável para dentro de casa. Sacuda lençóis e roupas e olhe bem os sapatos antes de calçá-los. Revista Novo Rural - Março de 2017
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Turismo Rural
Professora Marinês, o irmão Mauro Antônio com os pais Maria Augusta e Ernesto Pasquali
Memória e história valorizadas em museu e osteria Em Rondinha, família Pasquali mostra que aliar turismo histórico e gastronômico no campo tem tudo para dar certo
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ada vez mais as pessoas querem viver experiências, valorizando essas vivências como forma de sair da rotina, de buscar algo diferente para si e para a família. É por isso que o turismo rural se mostra como uma alternativa de renda no campo. Por mais que na região ainda esteja sendo criada essa cultura de visitar localidades interioranas, é algo que valoriza a história das famílias rurais. Em Rondinha, no Museu e Osteria Pasquali, é possível conhecer objetos e móveis antigos, além de saborear pratos que tradicionalmente fazem parte do dia a dia no campo. Localizada na linha Monjolinho, na propriedade foi construída a história de o casal Ernesto e Maria Augusta Pasquali, além de Antônio Pasquali (irmão de Ernesto). Hoje os filhos do casal, Marinês e Mauro Antônio, com as suas respectivas famílias, é que estão trabalhando nessa implantação do turismo rural no local. Mauro Antônio é professor de Educação Física e mesmo não residindo na propriedade sempre viu lá o potencial para receber visitantes. “Nas minhas viagens à Serra Gaúcha eu e minha esposa, Claudia, sempre procuramos conhecer locais diferentes, principalmente de turismo rural”, conta, salientando que isso o influenciou a gostar ainda mais desta área. Essa vontade de receber visitantes para mostrar o que há de interessante na propriedade e na localidade – porque há outros pontos que também po-
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dem ser visitados pelos turistas – sempre foi compartilhada por Mauro com a irmã Marinês, que é casada com Clademir José Reolon, com quem tem a filha Débora Maria, e mesmo tendo atuado como professora de Letras – hoje ela é aposentada – sempre viveu no campo. Cozinheira “de mão cheia”, não havia dúvidas que saborear as delícias que Marinês prepara seria muito bem aceito pelos turistas. E ninguém estava errado ao pensar assim. Uma das primeiras recepções que foram feitas no local não tinha um cunho turístico. Foi em 2015, quando a Emater/RS-Ascar completou 60 anos e em todos os escritórios municipais foram servidos cafés coloniais com a presença de autoridades e famílias locais. Em Rondinha, após o café, a comitiva que participou foi convidada a visitar alguns locais, como a propriedade da família Pasquali. Na mesma comunidade também há um moinho e outros pontos que entraram no roteiro. – A ideia sempre foi fazer o turismo de resgate histórico, por isso com o tempo montamos o museu. Recebemos muitas doações de outros objetos, porque muitas famílias não têm onde guardar essas peças e como viram o trabalho que queremos desenvolver, se interessaram em contribuir. Ainda vamos catalogar essas peças, até para valorizar quem fez as doações, porque normalmente elas têm um valor sentimental – explica Mauro Antônio.
“Guardar essas peças antigas tem um significado especial, o de poder mostrar para as gerações mais jovens como eram esses tempos remotos na agricultura. Coisas curiosas que nem se imagina que existiam.” Professor Mauro Antônio Pasquali
Gracieli Verde
Ferramentas e peças das mais diversas A família Pasquali vive na localidade há mais de 80 anos e a quantidade de ferramentas e utensílios que eram usados no dia a dia é grande. Como os irmãos Pasquali também faziam pipas, mastéis e também carpintaria, há uma infinidade de peças, muitas esquecidas pela maioria das pessoas que moram no interior, especialmente as mais jovens, porque caíram em desuso. Além disso, a família conta com louças de porcelana antigas, com jogos completos para café a jantar, o que também chama a atenção dos visitantes.
Resgate nas festas de família
Gracieli Verde
Mauro Antônio atribui às festas de família um dos motivos que muitas coisas do passado vieram à tona. Nesses encontros, como há uma integração entre as diferentes gerações da família, há também essa troca de experiências e as lembranças e fatos do passado ganham destaque. – A nossa geração, dos 40/50 anos, vivenciou muitas mudanças de hábitos, comportamentos e de acesso a produtos no campo. Tomamos banho em chuveiro de lata, e também conhecemos o chuveiro elétrico. Aprendemos a capinar, mas também vimos o advento de maquinários modernos e extremamente eficientes. Tiramos leite a mão e hoje a automatização é uma realidade. Por isso, guardar essas peças antigas tem um significado especial, o de poder mostrar para as gerações mais jovens como eram esses tempos remotos na agricultura. Coisas curiosas que nem se imagina que existiam – defende o professor, mostrando o quanto se dedica a esse trabalho.
Peças dos mais variados tipos estão expostas no porão da casa da família e Mauro Antônio faz questão de cuidá-las
Como vislumbram o futuro “Comprei um porão de uma casa antiga, que é feito de pedra, para fazer uma réplica de uma residência antiga. Tenho esse sonho há uns 20 anos.”
Para que o trabalho se torne mais tecnificado, uma vez que diversos ajustes ainda precisam ser feitos do ponto de vista de controle do acervo e na definição de produtos a serem oferecidos, a família Pasquali espera acessar alguma linha de crédito para investir mais no turismo. “Já comprei um porão de uma casa antiga, que é feito de pedra, para fazer uma réplica de uma residência antiga. Tenho esse sonho há uns 20 anos e vamos
Professor Mauro Antônio Pasquali
começar a estruturar isso”, revela Mauro Antônio. No novo local a ideia é servir os lanches. “Quem sabe também possamos oferecer alojamento para uma noite, podendo servir pratos típicos”, estima Mauro Antônio. A filha de Marinês, Débora, comenta que o primo Lorenzo – filho de Mauro Antônio, de 5 anos – gosta de recepcionar as pessoas. “Queremos dar sequência a esse projeto no futuro”, diz.
Gracieli Verde
Os roteiros do município A propriedade da família Pasquali está inclusa na Rota Cultural, Histórica e Gastronômica, que tem, além do museu e osteria, um antigo moinho de pedra, a igreja da comunidade e um restaurante que serve comida caseira. Ainda existem a Rota Natureza, Sonhos e Aromas, que tem
uma chácara com diversos animais, área de lazer com piscinas e cascata, agroindústria de embutidos e um restaurante que serve comida-chapão; e a Rota da Fé, Saberes e Sabores, que tem moinho de pedra, um santuário, escola do campo e um restaurante que também serve chapão.
Como fazer para visitar a família Pasquali
Louças de porcelana chamam a atenção pela beleza e originalidade. Na foto, são mostradas por Marinês
As visitas ao Museu e Osteria Pasquali podem ser feitas tanto em grupos como de forma individualizada. Famílias têm agendado visitas para conhecer o museu e também saborear jantares para um determinado número de pessoas. “Já preparamos codorna com massa e servimos nas louças que temos no museu”, exemplifica Marinês. Para esse
tipo de serviço os valores precisam ser consultados com a família. Já para as visitações no museu, dependendo se há lanche, os valores variam chegando a R$ 15 por pessoa. Os números de telefone para contato são (54) 9-9954-9539 e (54) 9-99254657, ou ainda pela fanpage no Facebook, como Museu e Osteria Família Pasquali.
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BOLETIM AGROMETEREOLÓGICO
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Leandro Marques Engenheiro-agrônomo | Extensionista rural da Emater/RS-Ascar Gracieli Verde
Tempo de amendoim A colheita de um dos cultivos mais tradicionais da região está próxima e os agricultores se preparam para retirar o amendoim das áreas de lavoura. Entre o fim do mês de março e início de maio a colheita do grão ganha força e a venda do produto favorece a entrada de recursos para as famílias que cultivam o amendoim. Em São José das Missões, por exemplo, o grão é um cultivo tradicional nas linhas Manjolo e Primeiro de Maio, com produtividade próxima a dois mil quilos por hectare. Com o registro de um verão mais úmido até o momento, as chuvas deste ano foram um pouco acima do ideal para a cultura, mas, ainda assim, a qualidade do produto que será colhido nas próximas semanas deverá ser satisfatória para consumo e comercialização. Vale lembrar que após a colheita, o processo de despenca e debulha do grão são fundamentais para a manutenção da qualidade do produto produzido nas áreas de lavoura. Nestas etapas, o cuidado com a maturação do grão e evitar os dias úmidos para realizar os trabalhos são aspectos importantes que devem ser lembrados na hora de decidir o momento adequado para tais procedimentos. É tempo de amendoim na região. Divulgação
Cuidados de outono Para os próximos meses, em locais destinados à fruticultura, manter a cobertura vegetal sobre o solo é fundamental para favorecer o armazenamento de água. Realizar adubação somente quando o solo apresentar umidade adequada. Nos cultivos de grãos, colher e armazenar o grão assim que atingir a maturação (ponto de colheita). Em áreas com colheita mecanizada, atenção especial na velocidade de operação e regulagem da colhedora, para minimizar perdas. Em áreas de pastagens, nos dias com chuva em excesso, reduzir a carga animal (lotação) em pastagens naturais ou em período inicial de crescimento.
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“É recomendável aos produtores de leite a atenção especial ao planejamento das pastagens de inverno, levando em consideração Outono: a estação do planejamento a realidade Março é o mês que traz o encerramento do verão e em cada o início do outono. A cada estação do ano o agricultor propriedade da região enfrenta desafios diferentes para planejar cultivos, criações e buscar inovações no campo. O clima rural, sem apresenta variações ao longo do ano que exigem experiência e sabedoria do agricultor, sem dispensar o auxídispensar lio da assistência técnica. Para aqueles que produzem leite na região, o outono traz o chamado “vazio forrapráticas geiro outonal”, caracterizado por desafios na oferta de pastagens no campo, reduzindo a quantidade e a quafundamentais, lidade nutricional do alimento que, mais tarde, será oferecido aos animais. como a Tal condição ocorre por conta do período de transianálise do ção que marca o fim das pastagens de verão e a disporestrita de pastagens de inverno que, semeasolo, adubação nibilidade das recentemente, costumam não atender a demanda exigida em uma propriedade rural. Por conta de tal deadequada safio na alimentação dos animais é recomendável aos produtores de leite a atenção especial ao planejamene eficiente”. to das pastagens de inverno, levando em consideração a realidade em cada propriedade rural, sem dispensar práticas fundamentais, como a análise do solo, adubação adequada e eficiente, bem como a aquisição de sementes de elevada qualidade, entre outras práticas agrícolas. O planejamento realizado no outono pode ser decisivo para boas produções nos próximos meses.
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Clima
Safra de inverno no horizonte
Tchau, La NiĂąa!
A prĂłxima safra de inverno jĂĄ começa a ser pensada pelos agricultores da regiĂŁo. Com as lavouras de verĂŁo em final de ciclo ou prĂłximas da colheita, o planejamento das pastagens e cultivos de inverno inicia agora, com agricultores estabelecendo metas para novos ganhos no campo nos meses mais frios do ano. Para aqueles que necessitam encaminhar amostras para a anĂĄlise de solo, ĂŠ importante proceder o quanto antes, tendo em vista que nas prĂłximas semanas os laboratĂłrios da regiĂŁo começam a registrar aumento na demanda por laudos. Nos locais onde ĂŠ possĂvel notar uma queda no rendimento dos grĂŁos, ĂŠ necessĂĄrio repensar o manejo de tais ĂĄreas, buscando identificar qual o fator que estĂĄ prejudicando as lavouras. A safra de inverno jĂĄ aparece no horizonte, ao menos no planejamento.
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nformaçþes divulgadas em fevereiro pela Noaa, a Agência Americana de Meteorologia e Oceoanografia, dão conta de que o fenômeno La Niùa, mesmo sendo fraco, chegou ao fim. O boletim afirma ainda que esse padrão de neutralidade deve prosseguir atÊ o
fim do primeiro semestre de 2017. Jå para o segundo semestre do ano, hå simulaçþes que indicam um começo de El Niùo, entretanto o Instituto Australiano de Meteorologia lembra que a precisão da previsão durante o Outono Ê baixa.
Gracieli Verde/Arquivo Jornal AU
PrĂłximos meses sem muitas surpresas Conforme boletim do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) e Centro de Pesquisas e PrevisĂľes MeteorolĂłgicas Professor Darci Pegoraro Casarin (CPPMet/UFPel), em janeiro as chuvas ficaram dentro do padrĂŁo climatolĂłgico no Noroeste do Rio Grande do Sul, assim como as temperaturas. AlĂŠm disso, se percebe uma condição de neutralidade nas temperaturas da superfĂcie do mar, o que deve ter continuidade nos prĂłximos meses. Essa condição deve contribuir para
â&#x20AC;&#x153;variação nos padrĂľes mensais de precipitação e umidade da atmosfera sobre o Estado no decorrer dos prĂłximos mesesâ&#x20AC;?, conforme o boletim, se referindo a março, abril e maio. Para março hĂĄ tendĂŞncia de chuvas um pouco abaixo do padrĂŁo em todo o Estado. JĂĄ para abril sĂŁo esperadas precipitaçþes dentro do padrĂŁo na parte Oeste e pouco acima na parte Leste do RS. Durante maio sĂŁo esperadas precipitaçþes pouco acima do padrĂŁo em todas as regiĂľes.
Soja ĂŠ beneficiada pelas chuvas Na metade de fevereiro as chuvas registradas na regiĂŁo favoreceram as lavouras de soja. Esta etapa ĂŠ decisiva para a soja, jĂĄ que ĂŠ a fase de enchimento de grĂŁos da planta, como apon-
3 )3 3 3 3 Â&#x201E; ZZZ FUHOX] FRP EU IDFHERRN FUHOX](QHUJLD WZLWWHU FRP JUXSRFUHOX]
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ta o engenheiro-agrĂ´nomo da Cotrifred, Carlos Ramiro Joaquim. Um clima favorĂĄvel ou nĂŁo nesta fase pode definir a produtividade da safra nas lavouras de cada produtor.
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Ações que inspiram Casal Leandro Miranda e Simone Alves é um dos beneficiados com água de qualidade a partir da proteção da fonte da propriedade
Trabalho de proteção de nascentes de água permite que famílias tenham regularidade no fornecimento no dia a dia. Para este ano, todos os 42 municípios da região terão que dar atenção para esse trabalho por meio das equipes da Emater/RS-Ascar
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er água de qualidade e quantidade suficiente para as atividades da propriedade, bem como para o consumo humano e animal, é uma necessidade básica. Além disso, preservar esse recurso natural tão importante é outra premissa que precisa ser levada em conta. Em Gramado dos Loureiros, o trabalho de proteção de nascentes tem mudado a realidade de famílias que vivem no campo. Mesmo com uma rede de água instalada na linha Tavares, o casal Leandro Miranda e Simone Alves tinha dificuldade em ter água com regularidade. Quando a água não chegava, Simone precisava lavar roupas em um rio que fica próximo. “Para usar na alimentação e para beber a água precisava ser fervida”, conta a agricultora. Na propriedade de 24 hectares, apenas uma pequena parte poderia ser usada com mecanização. Por isso, o que sustenta a família é a produção de alimentos como batata-doce, milho verde, frutas, feijão e diversos outros produtos que são comercializados na feira de produtores local, que funciona semanalmente na cidade. A fonte de água existia há muito tempo e desde novembro do ano passado passou a ser a “menina dos olhos” da propriedade, quando foi feita a manutenção. A extensionista da área social Carmem Roncaglio Zanella, do escritório municipal da Emater/RS-Ascar de Gramado dos Loureiros, reforça que esse trabalho visa garantir a quantidade suficiente de água para as famílias, bem como que esse produto seja de qualidade para a o consumo humano e dos animais da propriedade. “O próximo passo será a realização de análises, para termos mais segurança no consumo desta água”, pontua Carmem. Para esse trabalho é importante que a Emater/RS-Ascar e os agricultores contem com o apoio de demais entidades ou até mesmo do poder público local.
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Proteções são adaptáveis Cada caso é um caso. É asnefícios de ter a água com regulasim que a equipe avalia a viabiliridade”, diz a agrônoma, o que é zação dessas proteções de nasconfirmado pela agricultora Simocentes de água. “Depende muito ne. Ela recorda que em tempos de do espaço em que a fonte está lo- estiagem já passaram por muitas calizada”, pontua a engenheiradificuldades pela falta de água. -agrônoma Priscila Baraldi Volpi, Hoje o casal investiu em uma caida Emater/RS local, xa d’água de 500 lique também acomtros, que inclusive panha esse trabaestá beneficiando lho no município. o pai de Leandro, Cerca de 30 seu José, que mora nascentes foram perto. protegidas com Outra ideia que vegetação e isosurgiu nos últimos lamento nos úlmeses foi a viabilitimos meses. “Noszação de um pequeso próximo passo no açude para proé enfatizar a imporduzir peixes, uma tância da conscienforma de aproveitização em relatar o excedente de ção a esse cuidado água que é fornecicom a água”, reforda pela fonte. Isso ça Priscila. ainda está em análiAgrônoma Priscila No caso da prose da família, mas o Baraldi Volpi, da priedade de Leanplano é evoluir, sem Emater/RS dro Miranda e Sidúvidas. mone Alves, foram A equipe da gastos cerca de R$ 300, sem Emater/RS-Ascar local assinala contar a mão de obra – já que o que o interesse em proteger nastrabalho envolveu outros colegas centes tem aumentado nos últimos da Emater/RS e não foi preciso tempos – há uma fila de espera de pagar terceiros para auxiliar. “É mais de 20 munícipes, o que já é uma valor irrisório perto dos beconsiderado bom.
“É um valor irrisório a ser investido perto dos benefícios de ter a água com regularidade”
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Garantindo a água limpa na fonte
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De acordo com a assistente tĂŠcnica regional da ĂĄrea social Marlete Peroza Piaia, neste ano a meta ĂŠ que cada municĂpio que pertença ao EscritĂłrio Regional da Emater/RS-Ascar de Frederico Westphalen faça pelo menos cinco proteçþes de nascentes. â&#x20AC;&#x153;Essa foi uma demanda levantada pelos colegas e estruturamos esse projeto regional, a fim de avançar nessa conscientização em relação aos cuidados com a ĂĄgua. Com isso tambĂŠm serĂĄ possĂvel iniciar um mapeamento das nascentes dos municĂpios, identificando-as para entĂŁo definir quais serĂŁo protegidas neste momentoâ&#x20AC;?, assinala. Com ela tambĂŠm coordena esse trabalho o engenheiro-agrĂ´nomo Carlos Roberto Olczevski. Marlete comenta que mesmo que hoje a maiorias das comunidades de interior dos municĂpios contem com rede de ĂĄgua encanada de poços artesianos, ĂŠ crucial essa proteção das nascentes, nĂŁo somente pela sobrevivĂŞncia em caso de algum problema com as redes, mas tambĂŠm por uma questĂŁo ambiental. â&#x20AC;&#x153;Ă&#x2030; preciso evitar a contaminação dessas nascentes, porque tambĂŠm ĂŠ uma questĂŁo de saĂşde pĂşblicaâ&#x20AC;?, complementa a profissional. Ela cita ainda que outro trabalho que farĂĄ parte dessa abordagem serĂĄ a limpeza dos reservatĂłrios de ĂĄguas das propriedades. Todo esse trabalho serĂĄ realizado pelos extensionistas da Emater/RS em parceria com entidades dos municĂpios. â&#x20AC;&#x153;Garantir a preservação dessas nascentes ĂŠ a garantia de ter ĂĄgua no futuroâ&#x20AC;?, diz Marlete, salientando que esse ĂŠ um assunto que precisa ser tratado com atenção por todos, tanto profissionais da ĂĄrea como os agricultores.
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Demais municĂpios devem aderir Ă ideia
Trabalho foi feito em equipe na propriedade da linha Tavares, em novembro de 2016
Veja o passo a passo para fazer as proteçþes de nascentes â&#x20AC;˘ Primeiro ĂŠ preciso identificar a nascente. â&#x20AC;˘ Em seguida ĂŠ necessĂĄrio limpar o local de afloramento da ĂĄgua. â&#x20AC;˘ A partir daĂ pode ser construĂda a caixa de alvenaria. â&#x20AC;˘ Essa caixa de alvenaria deve ser higienizada. â&#x20AC;˘ A caixa deve ser preenchida com pedras. â&#x20AC;˘ Novamente a caixa e as pedras devem ser limpas. â&#x20AC;˘ Em seguida coloca-se a cobertura, que normalmente ĂŠ uma lona. â&#x20AC;˘ AĂ jĂĄ ĂŠ hora de fazer a ligação da ĂĄgua captada para utilização na residĂŞncia ou onde for preciso. â&#x20AC;˘ O Ăşltimo passo ĂŠ fazer o cercamento da ĂĄrea e o plantio de ĂĄrvores nativas.
Veja que materiais vocĂŞ vai precisar â&#x20AC;˘ Tijolos, pedras ou blocos de concreto â&#x20AC;˘ Cimento â&#x20AC;˘ Areia mĂŠdia â&#x20AC;˘ Brita mĂŠdia â&#x20AC;˘ Pedra nĂŁo-porosa â&#x20AC;˘ Tubo de PVC â&#x20AC;˘ adaptador para mangueira â&#x20AC;˘ TampĂŁo com furos â&#x20AC;˘ Ă gua sanitĂĄria â&#x20AC;˘ Lona preta
22 de março, Dia Mundial da Ă gua Oportuno dizer que neste mĂŞs, no dia 22, ĂŠ lembrado o Dia Mundial da Ă gua, criado pela Organização das Naçþes Unidas (ONU) em 1992. Este tem como objetivo promover discussĂľes sobre os diversos temas relacionadas a este importante bem natural, que ĂŠ a ĂĄgua. Procure um profissional da Emater/RS para saber como pode proteger a fonte de ĂĄgua da sua propriedade. O investimento ĂŠ baixo se vocĂŞ analisar o benefĂcio de preservar o meio ambiente e ter ĂĄgua de qualidade Ă disposição.
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M20
17
DIA 8
QUARTA Encontro Municipal de Mulheres
Local: Rua 8 de Março, com início às 9 horas. Programação segue durante o dia com jogos. Cerro Grande (55) 3756-1187
DIA 8
QUARTA
DIA 8
DIA 11
DIA 11
DIA 21
QUARTA
SÁBADO
SÁBADO
TERÇA
Encontro de Dia das Mulheres
Encontro de Mulheres
14º Encontro Intermunicipal de Mulheres
Evento alusivo ao Dia da Mulher
Com início às 13 horas, no ginásio municipal, a programação do Dia das Mulheres contará com palestra sobre autoestima, a ser realizada pela equipe do Cras. Logo após, será promovida uma gincana pela Emater/RS e pelo NAAB. Lajeado do Bugre (55) 99712-3020
DIA 8
QUARTA Encontro de Mulheres Trespalmeirenses
DIA 8
QUARTA
DIA 11
Encontro Intermunicipal de Mulheres
DIA 11
SEXTA
SÁBADO
Encontro Microrregional de Mulheres Local: Salão Paroquial de Constantina, a partir das 8h30min. Também haverá participação de mulheres de Liberato Salzano, Novo Xingu, São José das Missões e Engenho Velho. Constantina (54) 3363-1044
DIA 10
Trindade do Sul (54) 3541-1154
Secretarias Municipais de Agricultura
(55) 99624.3768 revistanovorural@oaltouruguai.com.br Revista Novo Rural - Março de 2017
Local: Esporte Clube 1º de Maio. Promoção: Emater/RS-Ascar e prefeitura. Início: 20 horas. Engenho Velho (54) 3363-9623
QUARTA Evento alusivo ao Dia da Mulher
A Emater/RS-Ascar, em parceria com as secretarias de Assistência Social e da Educação, realizará, pela parte da tarde, no Clube Uni, atividades com o tema de valorização da mulher. Rondinha (54) 3365-1153
DIA 17
SEXTA A Emater/RS-Ascar, em parceria com a Prefeitura de Sagrada Família, realizará, no CTG, pela parte da tarde, uma palestra motivacional para as mulheres. A programação também conta com atividades recreativas. Durante a noite também haverá show musical para toda a comunidade local. Sagrada Família (55) 3616-9203
E
QUARTA
DIA 22
O evento será na sede da comunidade da linha Farinhas, interior de Alpestre, com início às 9 horas. Também participarão mulheres de Nonoai, Gramado dos Loureiros, Trindade do Sul, Rio dos Índios e Planalto. Alpestre (55) 3796-1170
ste espaço está disponível para que as Secretarias Municipais de Agricultura divulguem registros sobre ações desenvolvidas, avisos, alertas e comunicados para os agricultores do município.
DIA 22
Local: Linha Manjolo, propriedade da família Quadros. São José das Missões (55) 3753-1005
Encontro Microrregional de Mulheres
Dia da Mulher
DIA 11
Atividade realizada no Centro de Eventos do município, a partir das 13h30min. Três Palmeiras (54) 3367-1157
Tarde de Campo de Agroecologia
SÁBADO
Local: Vale das Águas, interior de Seberi. Também participarão mulheres de Erval Seco e Dois Irmãos das Missões. Seberi (55) 3748-1364
2º Jantar do Peixe
Encontro Municipal de Mulheres
Atenção, secretário municipal de Agricultura e equipe: para participar deste espaço gratuitamente, basta enviar as informações que deseja divulgar, até o dia 20 de cada mês.
Encontro Intermunicipal de Mulheres.
SÁBADO
SEXTA
Evento promovido em parceria entre a Prefeitura de Palmitinho, Câmara de Vereadores, Emater/ RS-Ascar e Sindicato dos Trabalhadores Rurais dos municípios de Palmitinho, Vista Alegre, Taquaruçu do Sul e Pinheirinho do Vale. Palmitinho (55) 3791-1177
SÁBADO
DIA 10
Espaço das
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DIA 11
Local: Centro de Eventos, a partir das 13h30min. Três Palmeiras (54) 3367-1157
Evento alusivo ao Dia da Mulher
A Emater/RS-Ascar, em parceria com o Cras, realizará uma palestra, além de atividades recreativas, pela parte da tarde, no pavilhão da igreja católica. São Pedro das Missões (55) 3617-1017
Evento será realizado na Gruta, organizado pelo Sindicato dos Trabalhadores Rurais em parceria com a Emater/RS-Ascar e prefeituras de Cristal do Sul, Rodeio Bonito, Pinhal e Novo Tiradentes. Rodeio Bonito (55) 3798-1210
Local: Ginásio Municipal de Esportes de Novo Barreiro. Também participarão mulheres de Chapada, Nova Boa Vista e Barra Funda. Novo Barreiro (55) 3757-1050
Sessão solene em homenagem ao Dia Internacional da Mulher
Local: Câmara de Vereadores de Engenho Velho, às 19h30min, com o tema “Mulher que luta por seus ideais”. Engenho Velho (54) 3363-9623
Revista Novo Rural - Março de 2017
DIA 27
SEGUNDA Reunião do Programa Gestão Sustentável da Agricultura Familiar e da Casa Familiar Rural. Alpestre (55) 3796-1170
AGRICULTOR, fique atento a mais este serviço que a Novo Rural oferece para mantê-lo atualizado sobre o que acontece no seu municípío!
Novo Barreiro Secretaria de Agricultura de Novo Barreiro está com o reA cadastramento das propriedades aberto. O prazo para os pro-
dutores fazerem o processo vai até o fim do mês de abril. Para realizar a ação, basta se dirigir até a sede da secretaria, levando
o CPF e o documento de identidade, além do número correto de animais da propriedade, bem como faixa etária.
A pecuária leiteira cresce com a força da cooperação. O Sicredi tem soluções que atendem às suas necessidades de custeio, investimento e comercialização. Conte com a nossa força para aumentar sua produção e crescer ainda mais. Pecuária Leiteira • Crédito • Custeio Pecuário • Consórcios • Seguros
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Revista Novo Rural - Março de 2017