Revista Novo Rural.Agosto2017

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R E V I S TA

NOVO

PASTAGENS

Pastoreio Voisin garante êxito na produção de leite em Constantina

AGRICULTURA

Cultivo de brócolis ganha espaço e é opção de renda para produtores familiares

INFORMA | ORIENTA | INSPIRA

GRACIELI VERDE

Ano 1 - Edição 10 - Agosto de 2017

LAVOURA-PECUÁRIA: A INTEGRAÇÃO QUE DÁ CERTO A revista é uma iniciativa de

APOIO

REALIZAÇÃO

Propriedades de Boa Vista das Missões adotam o sistema e conseguem aumentar a rentabilidade nas lavouras de grãos e na bovinocultura de leite e de corte


CARTA AO LEITOR

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ocê já deve ter ouvido a frase “não tem como agradar a gregos e troianos!”, não é? A expressão é dita, normalmente, por alguém que se vê desafiado a fazer algo que seja do gosto de pessoas com perfil muito diferente. E aqui, na revista Novo Rural, todos os meses enfrentamos este desafio, de produzir uma revista que tenha informações para o produtor rural, da agricultura familiar e das propriedades de extensão, mas também ter matérias que sejam do agrado das mulheres, pois elas representam uma força fundamental nas propriedades e precisam ficar por dentro das novidades. E assim a jornalista Gracieli vai se desdobrando, trocando ideias com as equipes técnicas da Emater, do Escritório Regional e também dos municipais, que vão encaminhando sugestões de assuntos, alguns como curiosidade, outros são histórias de sucesso que merecem aquele destaque em nossas páginas. Como a Dona Celanira, agricultora aposentada de Palmitinho, que resolveu criar um horto medicinal e encontrou nele um

bálsamo para a alma. Na medida em que as plantinhas se desenvolvem, ela vê crescer também o seu círculo de amizades, pois além de ter um motivo extra para os filhos e amigos próximos manterem contato – enfim, todos querem contribuir com este projeto tão especial –, a propriedade é visitada com frequência por grupos que chegam de outras localidades para conhecer o viveiro de amor que Celanira plantou. E a diversidade que encontramos em nossa região é refletida nas páginas da revista, onde além das matérias que falam sobre as coisas simples do campo, também mostram a força do agronegócio, que dá impulso importante para a economia, como relatou o empresário Leonir Balestreri na entrevista em que revela os próximos passos do empreendimento que é referência no Brasil e destaque no mundo pela tecnologia que emprega. Uma excelente leitura!

Você gostou de alguma reportagem em especial? Quer fazer um comentário? Ou gostaria de sugerir um assunto para a equipe produzir uma matéria. Entre em contato com a nossa equipe, enviando sua mensagem pelo WhatsApp.

55 99624-3768

Patrícia Cerutti | Diretora

NESTA EDIÇÃO

6 Palmeira das Missões

26 Intercooperando

Conheça a história da família Formentini, que integra a pecuária com a agricultura para aumentar a lucratividade da propriedade, isso graças à parceria entre os filhos do casal Agenor e Marlene.

Acompanhe a cobertura do 1º Seminário Regional do Cooperativismo, realizado em Frederico Westphalen

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28 Eventos

A campo

Veja como foi a comemoração dos 50 anos do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Seberi. Acompanhe também como o município de Engenho Velho tem resgatado o costume de promover os cafés coloniais, inspirados nos antigos filós, muito comuns entre as famílias interioranas.

Saiba como a integração lavoura-pecuária tem feito a diferença em propriedades de Boa Vista das Missões. Em Ronda Alta, a família Trevisan investe na ampliação da área de vinhedos.

18 Criação

31 Espaço da Mulher

Leia mais sobre a criação das abelhas sem ferrão. Veja também como o Pastoreio Rotativo Voisin tem facilitado a vida de bovinocultores de leite em Constantina. Saiba ainda como foi a inauguração da granja-modelo para a criação de frangos de corte da Frangos Piovesan, no interior de FW.

Confira como o artesanato tem contribuído para a renda de mulheres do interior de Trindade do Sul.

23 Juventude & Sucessão

32 Bem-estar

Confira quais são os vencedores do Concurso Jovem Empreendedor Rural, promovido pela Emater/RS em parceria com a prefeitura de Frederico Westphalen.

O cultivo de plantas faz bem para a saúde e para a autoestima. Veja o caso de uma agricultora de Palmitinho, que tem no horto da propriedade o seu refúgio.

24 Entrevista

34 Ações que inspiram

O diretor-presidente da Adelle Foods, Leonir Ângelo Balestreri, fala à reportagem sobre os dois anos do frigorífico em Seberi.

Veja como o município de Planalto conseguiu consolidar o concurso de vinhos coloniais e como isso está repercutindo entre os vitivinicultores.

A revista Novo Rural é uma publicação realizada em parceria por Convênio:

®

Diretora

Editora-chefe

Patricia Cerutti

Gracieli Verde

Coordenador financeiro

Gerente Comercial Ivone Kempka

Eduardo Cerutti

Circulação

Mensal

Reportagem

Tiragem

13,5 mil exemplares

Fone: (55) 3744-3040 Endereço: Rua Getúlio Vargas, 201 - B. Ipiranga Frederico Westphalen/RS

Revista Novo Rural

@novorural

55 99624-3768

Débora Theobald

Diagramação e publicidade Fábio Rehbein, Karen Kunichiro e Leonardo Bueno

ABRANGÊNCIA: Alpestre, Ametista do Sul, Barra Funda, Boa Vista das Missões, Caiçara, Cerro Grande, Chapada, Constantina, Cristal do Sul, Dois Irmãos das Missões, Engenho Velho, Erval Seco, Frederico Westphalen, Gramado dos Loureiros, Iraí, Jaboticaba, Lajeado Do Bugre, Liberato Salzano, Nonoai, Nova Boa Vista, Novo Barreiro, Novo Tiradentes, Novo Xingu, Palmeira das Missões, Palmitinho, Pinhal, Pinheirinho do Vale, Planalto, Rio dos Índios, Rodeio Bonito, Ronda Alta, Rondinha, Sagrada Família, São José das Missões, São Pedro das Missões, Sarandi, Seberi, Taquaruçu do Sul, Três Palmeiras, Trindade do Sul, Vicente Dutra e Vista Alegre.


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Em destaque

Revista Novo Rural - Agosto de 2017

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Debora Theobald

Mostra da Agrobiodiversidade ocorre em Caiçara erca de 400 pessoas, entre agricultores e estudantes, marcaram C presença na 4ª edição da Mostra da Agrobiodiversidade, no salão do Parque Municipal Guilherme Perlin, em Caiçara, no dia 14 de julho.

O evento foi promovido pela Emater/RS-Ascar e prefeitura, por meio das secretarias municipais de Agricultura e Meio Ambiente, Saúde e Educação e Cultura, além do Sindicato dos Trabalhadores Rurais e do Centro de Tecnologias Alternativas Populares (Cetap). Oito espaços apresentando diferentes temáticas foram os destaques da mostra. Nutrição a partir de fitoterápicos, cuidado com o meio ambiente através do correto descarte de embalagens de agrotóxicos, prevenção da saúde a partir do uso de plantas, armazenagem e secagem de grãos, saneamento básico, organização da propriedade rural, agroecologia e espaço de artesanato foram os assuntos destaques do evento. A programação contou ainda com a palestra sobre uso de agrotóxicos e saúde do trabalhador.

Em Seberi programação ocorreu na praça Nossa Senhora da Paz

m parceria com 16 revendedoras de máEassistência-técnica, quinas agrícolas e automóveis, além de o Banco do Brasil pro-

moveu a Feira de Máquinas Agrícolas em Seberi, no dia 12 de julho, em Frederico Westphalen no dia 14. Além de possibilitar o relacionamento com clientes e investimentos em negócios, o evento foi palco do lançamento do Plano Safra 2017/2018 do Banco do Brasil. Para o empresário Jaison Gabriel Schmidt, sócio-proprietário da Getúlio Schmidt e Cia, a feira foi um momento para estabelecer relações com clientes. “Apesar de ser uma feira curta, foi bem produtiva, pois fechamos um valor expressivo de negócios”, comenta. Em relação ao Plano Safra do BB, são R$ 91,5 bilhões disponibilizados para custeio e investimento na agricultura familiar, para médios produtores e ainda agricultura empresarial, que podem ser acessados pelos interessados. Segundo o gerente da agência do Ban-

Marcela Buzatto/Emater/Divulgação

Banco do Brasil lança o Plano Safra 2017/2018 com exposições co do Brasil de Frederico Westphalen, Genaro Sebastião, a ideia era justamente proporcionar a disponibilização de recursos e a agilidade na contratação e liberação do Plano Safra 2017/2018 do Banco do Brasil, bem como incentiva o início de perspectivas de negócios no setor de maquinários. “A feira é exclusiva para negócios, através da qual pretendemos criar um ambiente propício para investimentos e um primeiro contato para compras futuras”, comenta. Participaram da ação a Moto Agrícola Volkweis, Palmitrac, SLC Comercial, Menegazzo, Agricenter, PlantaSul, Getúlio Schmidt e Cia, Holanda, Marina Veículos, Carazinho Veículos, Foroeste, Agropecuária Conesul, SN Equipamentos e Boa Fé Comércio de Equipamentos, Marsol Energia Solar e Itaimbé Máquinas. Além das revendedoras e agentes financeiros, outro pilar da agricultura presente no evento foi a assistência técnica, tudo para sanar dúvidas e contemplar o produtor.

Visitantes puderam interagir e acessar informações sobre diversos temas

Videiras são tema de tarde de campo om o intuito de atualizar os viticultores do município, traC zendo informações sobre as novas tecnologias e conhecimento sobre a produção de uvas, a Emater/RS-Ascar e a

Associação de Piscicultores quer retomar trabalho em Nonoai Divulgação

Secretaria da Agricultura de Frederico Westphalen promoveram uma tarde de campo, no dia 19 de julho. A atividade reuniu cerca de 60 participantes, entre produtores e estudantes, na propriedade do produtor Joceli Sidloski, localizada na Linha Santos, interior do município. O pesquisador da Embrapa Uva e Vinho de Bento Gonçalves, Daniel Santos Grohs, conduziu a atividade, apresentando aos participantes os critérios para avaliação da qualidade de mudas de videira. “Nosso foco tem sido a busca por um único padrão morfológico e sanitário das mudas comercializadas. Estamos fomentando essas tecnologias, na tentativa de garantir esse padrão de qualidade de mudas aos viticultores”, assinala Grohs.

Sindicato Rural de Nonoai completa 30 anos tendendo a municípios como Rio dos índios, Alpestre, PlanalA to, Gramado dos Loreiros, Trindade do Sul e Tres Palmeiras, o Sindicato Rural de Nonoai completa neste mês 30 anos de funda-

A

organização de produtores é fundamental para planejar ações que favoreçam determinadas cadeias produtivas. Em Nonoai, um encontro realizado no dia 20 de julho debateu a importância de retomar os trabalhos da Associação de Piscicultores. Com a presen-

ça de extensionistas da Emater/RS e de lideranças do poder público municipal, foi evidenciado o potencial de Nonoai para a produção e comercialização de peixes. Também existe a possibilidade de viabilizar uma agroindústria de processamento de pescados.

A viabilização de um agroindústria de processamento de pescados também esteve em pauta

ção. Para comemorar, no dia 18, à noite, haverá uma programação festiva, com a presença de lideranças. O Sindicato Rural de Nonoai tem buscado intensificar o trabalho de capacitação do público assistido, por meio de parcerias com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar). Segundo o presidente, Alecio Bringhentti, hoje a entidade atende a cerca de 50 mil pessoas nos municípios de abrangência. Além disso, em 2017 são mais de 150 cursos realizados nas mais diversas áreas, como na bovinocultura de leite, alfabetização, outros direcionados às mulheres, gestão e turismo rural.


Em destaque

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Gracieli Verde/Arquivo Novo Rural

Encontros reúnem associados da Cooper A1 Cooper A1 realizou, no mês de julho, as reuniões de avaA liação, atividade que objetiva repassar ao quadro social um panorama geral da situação econômica e social da Coo-

per A1. As reuniões seguem até o dia 9 de agosto. Até o fim do roteiro deverão participar cerca de quatro mil pessoas, entre cooperados e familiares, tanto no Rio Grande do Sul como em Santa Catarina. Nos municípios de Rodeio Bonito, Planalto, Erval Seco, Novo Tiradentes e Vista Gaúcha as reuniões ocorreram entre os dias 10 e 14 do mês passado.

Dia do Porco é neste mês Em junho a quarta edição do fórum ocorreu em Palmeira das Missões e contou com a presença de grandes nomes do setor

5º Fórum Itinerante do Leite será em FW stá confirmado que Frederico WesEFórum tphalen sediará a quinta edição do Itinerante do Leite, promovi-

do pelo Sindilat, desta vez em parceria com a URI/FW, bem como demais apoiadores. O evento deve ocorrer na segunda quinzena de outubro, com o dia a ser confirmado. A programação mais uma vez promete participações qualificadas do setor de lácteos, como ocorreu em Pal-

meira das Missões, em junho, na quarta edição do evento. Em reunião realizada no dia 18 de julho, alguns detalhes já foram definidos e serão divulgados em breve. A Emater/RS-Ascar, por meio do Escritório Regional de Frederico Westphalen, e a Secretaria de Agricultura de Frederico Westphalen também apoiam o fórum. Acompanhe mais informações nas próximas edições e nas nossas redes sociais.

43º Dia Estadual do Porco ocorre no dia 11 de agosto, O em Boa Vista do Buricá/RS. O evento tem à frente a Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (Ac-

surs) e a prefeitura de Boa Vista do Buricá. Produtores de todo o Estado serão recepcionados com café da manhã a partir das 7h30min. Às 8h30min acontece a solenidade de abertura, com a participação de autoridades ligadas ao agronegócio. Para às 10 horas está previsto o início do painel, que vai contar com o presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS) falando sobre a Lei da Integração e a criação da Comissão para Acompanhamento, Desenvolvimento e Conciliação da Integração (Cadec); o consultor Fabiano Coser, que fará uma explanação sobre a realidade e o potencial da carne suína, e, por último, Osmar Dalla Costa, pesquisador da Embrapa – CNPA, que abordará o tema bem-estar animal.

Há 10 anos semeando o futuro da região Seberi l Santo Augusto l Palmeira das Missões l Ronda Alta l Três de Maio

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Palmeira das Missões

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“O patrão tem que jogar em todas as posições” A Família Formentini tem se tornado referência em diversificação na propriedade e hoje consegue aliar com êxito a produção de grãos, leite e carne

simplicidade com que a família Formentini senta-se à mesa para conversar é natural. Isso representa bem a forma como lidam com a gestão da propriedade de 1,6 mil hectares, na linha Roseira, em Palmeira das Missões. O respeito e a confiança que os filhos têm na palavra e na história do casal Agenor, 63 anos, e Marlene Formentini, 59, não precisam ser ditos por meio de palavras. “Acho que aprenderam vendo a forma como a gente conduz as coisas”, diz Agenor. A propriedade tem se tornado

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uma referência em diversificação e no “casamento” da pecuária com a agricultura. Claro que isso só se viabilizou ao longo dos anos porque os filhos Andrigo José, 35, Fernando, 33, e Simone, 23, abraçaram as atividades junto com o pai e trabalham unidos. “Sem eles nada seria possível, porque cada um está sendo responsável por uma área”, diz Agenor. A Agropecuária São Sebastião – com é denominada a propriedade – atua hoje com pecuária de corte e de leite, além da produção de grãos, tanto no inverno como no verão. Mas nem sempre a propriedade teve esse patamar. – Há mais de 30 anos eu comecei com 38 hectares. No início vinha de Ibirubá trabalhar aqui, deixava a Marlene lá. Lembro que dormia debaixo da lona do caminhão. Essa terra não pro-

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A caçula Simone, dona Marlene e seu Agenor, nora Daiane e o filho Fernando com o pequeno João Victor, o primogênito Andrigo, a esposa Verônica e a filha Isabela

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duzia nada. Foi preciso recuperar a maior parte – recorda Agenor. Na época, além das lavouras, Agenor produzia suínos. Mais tarde deixou a suinocultura e passou a investir mais em gado. A produção de leite foi iniciada com uma vaca, na sombra de uma erva-mate, segundo ele. Hoje a propriedade conta com mais de 100 animais sendo ordenhados, com cria e recria servindo para a reposição das vacas e toda a estrutura necessária para a ordenha – as vacas são mantidas em um sistema de semiconfinamento –, além do acompanhamento preciso das gestações dos animais, com ultrassom, entre outros aparatos que contribuem para a atividade. É o leite que está viabilizando que a jovem Simone fique na propriedade. “Eu já estava desistindo da atividade, mas vi que ela gostava de trabalhar com as vacas e, já que ela [Simone] está estudando Zootecnia, decidimos voltar a investir”, conta Agenor. “Eu sou o professor, ela é a aluna”, brinca ele, reforçando que os dois são os responsáveis pelo plantel de leite da Agropecuária São Sebastião. Simone estuda na Universidade Federal de Santa Maria, campus de Palmeira das Missões. Segundo ela, o objetivo é

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chegar a 120 animais em lactação em breve. Hoje a propriedade comercializa o leite para uma indústria de Santo Augusto. A produtividade gira em torno de 24 litros por vaca/dia, bem maior do que a média do município, que foi de 7,9 litros em 2016, segundo a Emater/RS. A genética do plantel é um dos pontos de atenção da propriedade, até porque Agenor trouxe, no passado, animais da raça holandesa do Uruguai.

Grãos e gado de corte Nas lavouras, o filho Fernando é que tem assumido a responsabilidade na execução dos trabalhos e na condução dos colaboradores. Com soja e milho no verão e trigo e aveia no inverno, Andrigo também auxilia quando possível, porque ele gerencia o armazém da propriedade. Mas não são somente eles que contribuem para a gestão dos negócios. A nora Verônica, casada com Andrigo, é administradora e cuida de toda essa parte do empreendimento, como emissão de notas fiscais, entre várias outras atribuições – que não são poucas. Já a nora Daiane, que é casada com Fernando, é educadora física e faz a parte de recursos humanos, cuidando de toda a gestão de pessoas da propriedade. “Todos precisam se ajudar, porque é bastante detalhe hoje em dia. No começo eu fazia tudo sozinho, mas não tem como fazer isso hoje”, conta seu Agenor, contente em ver a família unida. Além disso, a propriedade possui confinamento de gado de corte, mantendo entre 300 e 500 animais por ciclo na propriedade. Segundo seu Agenor, hoje a demanda por carne de qualidade é crescente. Para atender a essa procura, o foco é investir em raças que tenham melhor aceitação no mercado. A falta de mão de obra é uma realidade que impede que mais famílias possam diversificar, na visão dos Formentini. Sem contar que poder acompanhar as atividades de perto chega a ser um privilégio, tanto em relação aos animais como nas lavouras, segundo Agenor.

Investimento na área leiteira permitiu que a caçula Simone pudesse seguir trabalhando com os demais irmãos na propriedade

“Os filhos precisam ter responsabilidade, não podem esperar os pais morrerem para tomar conta das coisas” Agenor Formentini, agricultor

Gestão eficiente e sucessão viabilizada No caso da Agropecuária São Sebastião, a diversificação das atividades permite que os custos sejam abatidos de forma mais competitiva. Aliando o leite, o gado de corte e as lavouras, resulta em uma combinação que funciona muito bem, obrigada. Por outro lado, é um sistema que exige gestão eficiente em todos os aspectos. Por mais que os controles sejam individuais, no fim das contas o caixa é um só. Para isso, as decisões também são tomadas em conjunto. Em relação aos filhos, Agenor observa que sempre deu liberdade para que fizessem o que gostam. “Não fui tão duro com eles como meu pai foi comigo”, recorda. Ao mesmo tempo, ele é a referência para

a família. “Se a gente tem alguma dúvida, é a ele que recorremos”, diz Simone. Se há divergência entre os irmãos? “Pode até ter em alguns momentos, mas ninguém deixa o outro para trás, todos precisam ir para a mesma direção”, diz o primogênito Andrigo. “Muitas vezes o patrão tem que jogar em todas as posições”, reforça seu Agenor, com a experiência de quem começou pequeno, conseguiu construir um patrimônio, mas, mesmo assim, faz questão de “abrir os galpões”, como ele diz, para os funcionários trabalharem pela manhã. “Os filhos precisam ter responsabilidade, não podem esperar os pais morrerem para tomar conta das coisas”, completa.


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Trigo: desenvolvimento poderia ser melhor

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desenvolvimento das lavouras de trigo em Palmeira das Missões, onde há uma área de 18 mil hectares, segundo a Emater/RS, poderia estar melhor, se não fossem o excesso de chuvas antes do plantio – em algumas áreas a semeadura foi feita em áreas bastante úmidas – e depois vários dias de sol intenso e temperaturas mais altas, em julho, no fim da primeira quinzena. A avaliação é do engenheiro-agrônomo Felipe Loren-

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esde o mês de julho a Secretaria Municipal de Agricultura e Obras de Palmeira das Missões, em conjunto com o escritório municipal da Emater/RS-Ascar, realiza a Feira do Peixe Vivo mensal, sempre no primeiro sábado de cada mês. O cronograma até dezembro deste ano está organizado. As próximas datas serão 5 de agosto, 2 de setembro, 7 de outubro, 4 de novembro e 2 de dezembro. Na primeira edição, realizada em julho, no parque municipal de exposições, foram comercializados cerca de mil quilos de peixes. A cada mês a feira ficará a cargo de um piscicultor do município, estimulando a diversificação das pequenas propriedades e fortalecendo a produção e consumo dessa carne.

invessndo em ideias, no futuro e em você.

não foi prejudicial ao trigo, tendo em vista que nesta fase a planta não é tão sensível. Nos dois mil hectares de cevada, o cenário se assemelha ao do trigo, de acordo com Lorensini. Já nos oito mil hectares de aveia, os problemas de germinação foram maiores. “Algumas áreas foram plantadas antes das chuvas, que somente em maio e junho foram 36% a mais da média esperada para o ano em Palmeira das Missões”, explica o agrônomo.

Sicredi Grande Palmeira lança promoção Poupança Premiada á está em andamento a promoção de prêmios 2017/18 Jmiada. da Sicredi Grande Palmeira, denominada Poupança PreAté março de 2018, a instituição financeira coope-

rativa distribuirá 52 prêmios, ou seja, serão 52 associados ganhadores, totalizando R$ 127 mil em prêmios. Participam da promoção os associados pessoa física e jurídica que investirem em poupança, depósito a prazo e capital social. A promoção se estende até o dia 16 de fevereiro de 2018. Os sorteios por agência ocorrerão nas assembleias 2018 de cada município de atuação da cooperativa (bicicletas, micro-ondas, smartphones, lava-roupas e smart TV’s Led 40”) e um sorteio final no dia 23 de março de 2018 com todos os associados da cooperativa (Recibo de Depósito Cooperativo de R$ 50 mil e R$ 30 mil). O presidente da Sicredi Grande Palmeira, Elvis Roberto Rosseto, salienta que a gestão do conselho atual está baseada na participação dos associados. “A promoção de prêmios este ano foi pensada com base na demanda dos associados, que pediam para participar da decisão da premiação, então apresentamos opções em nossas assembleias e a mais votada foi a que premia um maior número de associados. Convidamos os associados a participar e investir na sua Cooperativa”, assinala Rosseto.

Divulgação

Município e Emater promovem Feira do Peixe mensal

sini, do escritório municipal da Emater/RS. “Dá para dizer que o desenvolvimento é razoável, mas ainda é cedo para dizer se haverá perdas em produtividade”, diz. Na última semana de julho, mais uma vez a falta de umidade afetava a cultura. “Por outro lado, não há preocupação com pragas e doenças”, tranquiliza Lorensini. Naqueles dias, a maior parte das lavouras estava na fase reprodutiva. Em relação à geada, esta

Presidente Elvis Rosseto

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Consolidação da ILP tem contribuição da região

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anos

Ao chegar aos 10 anos do uso de trigos de duplo propósito em Boa Vista das Missões, produtores conseguem viabilizar propriedades graças ao acesso à tecnologia e à informação, que foram difundidas por meio de um dia de campo sobre a integração da produção de grãos, leite e carne Gracieli Verde

revistanovorural@oaltouruguai.com.br

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desafio de produzir mais em menos área de terra é presente no dia a dia dos agricultores e pecuaristas brasileiros. Não se determina o sucesso de um empreendimento rural pelo seu tamanho necessariamente, mas pela eficiência do sistema de produção adotado, levando em conta a sua realidade. Exemplos assim já “pipocam” no dia a dia da reportagem

e da assistência técnica pela região afora – e possivelmente em localidades mais longínquas. Nesta edição, procuramos saber como o sistema de integração lavoura-pecuária (ILP) se consolidou em propriedades de Boa Vista das Missões, graças ao acesso a variedades de trigo duplo propósito desenvolvidos pela Embrapa. É a importância da transferência tecnológica aos produtores rurais se comprovando no campo, com o resultado no bolso dessas famílias que enxergam no meio ru-

ral um modo de vida e um negócio rentável. Vale lembrar que sistemas como a ILP, assim como aquele que ainda integra a produção de florestas, vem sendo difundido há mais de 30 anos pela Embrapa em todo o Brasil, e inclusive esses sistemas têm proporcionado um cenário de “revolução” em muitos espaços agrícolas por aí, porque aliam a sustentabilidade ao bom rendimento econômico e respeito aos recursos naturais. Boa Vista das Missões segue esta tendência.

Edição 2017

Neste ano, o Dia de Campo Integração Lavoura-Pecuária ocorre no dia 16 de agosto, na Fazenda Librelotto. O acesso e o almoço são gratuitos. Serão seis estações com vários temas relacionados à ILP. No dia 15, às 19 horas, um encontro técnico será realizado no Clube Atlético Boa Vista, sobre compactação do solo, com o pesquisador José Denardin, da Embrapa Trigo; e os produtores Humberto Falcão e Ivonei Librelotto. Promovem o dia de campo as fazendas Librelotto e Busanello, Embrapa Trigo, Agrobon, Sementes Cometa, Emater/RS-Ascar e UFSM – campus de Palmeira das Missões. Esta edição é comemorativa aos 10 de utilização da ILP no município.

Gracieli Verde

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Um agrônomo apaixonado pelo trigo DP eli

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De perfil inquieto e curioso, o administrador Ivonei Librelotto, produtor rural em Boa Vista das Missões, sabe bem o valor que tem uma informação. Foi em uma reportagem lida em 2007, em uma revista técnica, que soube de um trigo chamado de duplo propósito (DP), que depois de três pastejos do gado ainda teria potencial para colher cerca de 50 sacas de grão por hectare. Na época, Librelotto conversou com o agrônomo João Paulo Heckler, que integrava a equipe da Cooperjab, com sede em Jaboticaba. Procuraram o professor Renato Fontanelli, da Embrapa, e com ele conseguiram chegar ao produtor de sementes Ruben Kudiess, de Chiapetta. “Foi aí que descobrimos que o Kudiess não era somente um produtor de sementes, mas um apaixonado por esse trigo. Fomos para lá e trouxemos esta semente para cá”, recorda Librelotto. Na época, o escritório municipal da Emater/RS de Boa Vista das Missões, através do técnico-agropecuário Luiz Carlos Taffarel, que atuava como extensionista, já trazia pessoas para conhecer a propriedade de Librelotto. Essa mesma parceria também fazia com que a equipe da Agrobon mostrasse as lavouras de Librelotto como referência para outros clientes. Seguido disso, Librelotto esteve em um dia de campo em Pejuçara, onde teve a ideia de montar um evento semelhante que reunisse pessoas interessadas no assunto, com o já amigo Kudiess. Nessa parceria também entrou a Cooperjab. Foi a partir do terceiro ano que a Embrapa Trigo, de Passo Fundo, passou a ver a Fazenda Librelotto com “outros olhos” e começou a integrar efetivamente o dia de campo, trazendo palestrantes e construindo ideias de temas que fossem considerados importantes para a agricultura e para a pecuária a partir do uso do trigo DP no sistema de ILP, como conservação do solo e outras práticas conservacionistas.

Ivonei Librelotto produz grãos e carne em Boa Vista das Missões

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Ruben Kudiess é considerado um entusiasta do trigo DP

O agrônomo Ruben Kudiess, da Sementes Cometa, é considerado fundamental no processo de difusão do trigo DP na região – para não dizer no Estado. Mesmo residindo e trabalhando em Chiapetta, distante mais de 100 quilômetros de Boa Vista das Missões, o produtor não poupou no repasse de informações sobre os trigos desenvolvidos pela Embrapa aos parceiros e produtores interessados, consciente do potencial que isso teria. – Quando a Embrapa sugeriu para a Associação de Produtores de Sementes do Rio Grande do Sul (Apassul) que criasse a Fundação Pró-Sementes de Apoio à Pesquisa, isso há 20 anos, logo em seguida, em 2003, plantei o primeiro trigo DP. Foi quando vieram as três primeiras cultivares da fundação e uma delas foi o do trigo BRS Figueira. Como já tinha ouvido falar disso na faculdade, entendi que estava ali uma oportunidade de pegar um nicho diferente de mercado – relata Kudiess, entre um chimarrão e outro em uma de suas vindas à Fazenda Librelotto, na linha São Marcos, em Boa Vista das Missões. Ele conta também que esse trigo BRS Figueira foi o que mais plantou naquela época, mas não tinha colocado nenhum boi pastejar, tamanho era o “tabu” de engordar gado na lavoura. “No primeiro ano que plantei não vendi nada, só fiz

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isso no segundo ano”, conta. Tendo em vista a pouca saída do trigo DP, Kudiess conta que muitos produtores de sementes largaram mão de semeá-lo. “Mas eu fui teimoso”, exclama. Em mais uma tentativa de difundir essa tecnologia, buscou apoio do melhorista de semente Léo Del Duca, que na época estava quase se aposentando pela Embrapa. Um evento sobre o trigo realizado em Ijuí começou a mudar o cenário e em 2005 começaram as ser vendidas as sementes produzidas em 2004. – Foi uma boa experiência, porque produzimos mais carne do que pensávamos. Conseguimos tirar 347 quilos de boi por hectare e uma variação entre 35 e 52 sacas de trigo por hectare, dependendo do pastejo e do piquete – revela, mostrando que os números conquistados naquele ano de fato marcaram e seguem bem claros na memória. Com a aposentadoria de Del Duca, foi necessário sensibilizar mais profissionais da Embrapa para que seguissem no melhoramento das variedades de trigo duplo propósito. Eventos em Chiapetta falando do assunto, documentos à Embrapa pedindo que a pesquisa seguisse nessa área e, claro, a aposta no trigo a cada plantio fez com que a ideia se tornasse um projeto consolidado como é hoje em Boa Vista das Missões – e também é na propriedade de Kudiess, em Chiapetta. – Foi preciso mostrar que a renda agrícola da nossa lavoura aumentou em 130%, que o sistema valia a pena, que produtores de leite começaram a colocar os rebanhos no trigo e viram que aumentava a produção. Não tenho dúvidas de que este dia de campo de Boa Vista das Missões também foi crucial para a difusão do trigo DP no Estado e no país – afirma, em tom de orgulho após tanta insistência nesta tecnologia que está provando no dia a dia o seu valor para agricultores e pecuaristas.

ILP viabilizou a Fazenda Librelotto

“Foi preciso mostrar que a renda agrícola da nossa lavoura aumentou em 130%, que o sistema valia a pena.” Ruben Kudiess, agrônomo e produtor de sementes

Ivonei Librelotto conta que no primeiro ano em que implantou o trigo duplo propósito colheu 45 sacas/hectare em 40 hectares custeados com recursos financiados. Com um lote de 90 bois, ele conseguiu triplicar o valor investido na compra dos animais. “Ali eu vi que dava para fazer diferente, que dava para ter mais lucratividade”, diz Librelotto. As primeiras variedades usadas por ele foram a BRS Tarumã e a BRS Umbu. Librelotto, que herdou do pai Frederico 50 hectares na linha São Marcos, e aluga dele outros 60 hectares, expõe que nesses dez anos conseguiu viabilizar a propriedade graças ao sistema ILP. “Por mais que não foi uma terra paga, foi herança, mas é preciso analisar que se eu tivesse comprado, é um investimento que tinha que ser viabilizado. Apesar de termos anos com algumas quebras de produção, devido a fatores climáticos, conseguimos conquistar uma estabilidade na produtividade muito maior do que se tivéssemos feito um manejo convencional. Isso é que dá mais segurança para seguir investindo”, declara. Com 80 hectares que são usados para as lavouras, Librelotto consegue priorizar os trigos “flex” – como alguns gostam de chamar –, que mesmo depois de serem pastejados pelos bois têm produzido até 37 sacas/hectare. Além disso, a qualidade do trigo é um diferencial, pois pode

ser usado pela indústria com tranquilidade para diversos alimentos industrializados. E o resultado do trigo repercute muito bem na alimentação do gado de corte. Hoje a fazenda mantém, em média, 160 animais, fazendo a cria e recria na propriedade. O objetivo é aumentar para 200/300 animais em um futuro próximo, porque o produtor está se organizando para ter mais área disponível para o gado. “Vamos organizar o sistema de modo que possamos ter bois mais jovens para o abate. Os terneiros deverão ficar entre seis e oito meses no pasto e depois recebem suplementação com ração”, expõe. Hoje a média da propriedade na produção de carne é de 252 quilos por hectare em cada ciclo de engorda. O reflexo do uso do trigo e do bom manejo do gado nas lavouras também é visto nos resultados dos cultivos de verão. Nos últimos 10 anos, a média de produtividade tem ficado em 70 sacas de soja por hectare. “Isso contraria qualquer posicionamento de que boi na lavoura não funciona”. Em relação ao milho, tem se conseguido uma média de 150 sacas/ha. “O milho também entrou para agregar renda, porque antes da ILP não o plantávamos, cultivávamos apenas soja. Foi todo esse manejo com rotação de culturas que foi dando vida ao solo e foi consolidando os nossos resultados”, defende.

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Na Fazenda Busanello, silagens de triticale e aveia branca também são usadas

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O “trigo flex” tornou o leite ainda mais atrativo na Fazenda Busanello Vendo que o trigo de duplo propósito estava se consolidando na Fazenda Librelotto, o agricultor Ari Busanello, que é vizinho e mantém uma propriedade com o cultivo de 530 hectares de grãos com os irmãos Aldo e Almir, se interessou pelo assunto. A Fazenda Busanello integra o atual grupo de parceiros da ILP no município há sete anos e viu a produção de leite evoluir ao longo desse período. Hoje a propriedade conta com 44 vacas na ordenha, com uma média de 28 litros/vaca/dia (dados de junho). É considerada referência quando o assunto é genética, porque há mais de 30 anos animais da raça holandesa vêm sendo selecionados a partir de matrizes que foram trazidas do Uruguai. Ari Busanello expõe que a nutrição animal foi aprimorada com a vinda do trigo duplo propósito. “Sempre tivemos o cuidado de não se aventurar, de adubar bem as áreas de pastagem, e o trigo contribuiu nisso”, garante, revelando que já faz tempo que a aveia e o azevém foram deixados de lado. Silagens de triticale, aveia branca e de milho também complementam a alimentação do rebanho. Com a sobra da pastagem, ele também faz feno. Até 2010, a propriedade tinha 25 vacas. Mais a diante a meta passou para 50 animais. Agora o próximo passo é chegar às 100 vacas dando leite, tanto que está migrando para um sistema de confinamento, o compost barn, para conseguir abrigar esse plantel. Para o atual rebanho, são usados menos de 40 hectares com a ILP.

A contribuição do dia de campo para a difusão dos trigos da Embrapa O pesquisador e engenheiro-agrônomo Renato Fontaneli, que atua na Embrapa Trigo, reforça que a o caso de sucesso no uso da ILP em Boa Vista das Missões, baseado no trabalho das fazendas Librelotto e Busanello, servem de referência para o país. “É o caso de maior sucesso na Embrapa Trigo. O dia de campo tem contribuído para consolidar o uso dos trigos de DP, facilitando essa transferência de tecnologia da Embrapa aos produtores rurais”, defende, salientando que essa tem sido uma forma de aproximar a pesquisa aos produtores. O potencial do trigo BRS Tarumã, por exemplo, é considerado muito grande para sistemas como a ILP. “Esse trigo é estratégico por ser ‘flex’, por produzir grãos de qualidade, por ser de maior preferência na hora do pastejo, se comparado com a aveia e o azevém,

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por oferecer mais nutrientes aos animais, o que reflete no ganho de peso e na produção de leite. A diferença é nítida”, diz, ponderando que há espaço para outras variedades de pastagens também, mas que é preciso encontrar um manejo adequado para cada caso. O técnico-agropecuário Luiz Carlos Taffarel, que hoje é vice-prefeito de Boa Vista das Missões e atua em um empresa particular de assistência técnica, acrescenta que entre os benefícios de todo esse movimento entorno da ILP está a produção de pasto de qualidade no inverno, que era uma deficiência no município. “Sem contar que isso tem contribuído para recuperar o solo, quer dizer, aliando renda a um manejo sustentável. A Emater/RS-Ascar, da qual Taffarel fazia parte, também segue fazendo parte do evento, contribuindo com exposições sobre temas relacionados à ILP, especialmente na produção de leite com seus profissionais da área.

Agrobon: parceria comercial com cunho social O empresário Osmar Bonfanti, um dos sócios-proprietários da Agrobon – que também integra o dia de campo –, acredita que as novas tecnologias difundidas são possibilidades tanto para produtores de maior porte como os com menores áreas de acessarem novidades e mudarem conceitos. “Esse acesso à informação, com a proximidade com os pesquisadores da Embrapa, faz com que todo o setor ganhe, evolua”, crê. Os benefícios que a ILP traz para a agricultora como um todo, especialmente para a reestrutura do solo, para um manejo mais sustentável, é o que motiva a Agrobon a seguir na parceria, onde também pode mostrar seus produtos e serviços. “Vejo que nosso grupo está bastante qualificado e empenhado em trazer conhecimento para a região. Vemos que o mundo está percebendo a necessidade de produzir mais alimentos. O Brasil, pelas características, é visto como um país de oportunidades. Por isso, temos uma grande responsabilidade nisso”, diz.

Luiz Carlos Taffarel contribuiu para iniciar a realização dos dias de campo por meio da Emater

UFSM abraçou o projeto O laboratório a céu aberto que se tornaram as fazendas Librelotto e Busanello tem sido aproveitado na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), especialmente no campus de Palmeira das Missões. – A possibilidade da UFSM estar junto dessas duas famílias ao longo dos anos faz com que os alunos de Zootecnia e do mestrado em Agronegócios convivam com situações reais em que os proprietários estão dispostos a evoluírem constantemente – expõe o professor João Pedro Velho, que coordena o curso de mestrado. Ele revela, inclusive, que está sendo elaborado um projeto de ensino-pesquisa-extensão em conjunto com demais instituições, para alavancar ainda mais a integração lavoura com a bovinocultura de corte e de leite na região Noroeste do Estado.

“Esse trigo é estratégico por ser de maior preferência na hora do pastejo, por oferecer mais nutrientes, o que reflete no ganho de peso e na produção de leite."

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Renato Fontaneli, pesquisador da Embrapa Empresário e agricultor Osmar Bonfanti

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16 de AGOSTO 8h às 12h | 13h às 18h

Fazenda Librelotto Boa Vista das Missões/RS

Mostra da agroindústria e artesanato regional

Uma década de resultados

Sarandi

Dia de Campo

estrada de chão

Jaboticaba RST 323

Seberi BR386

Boa Vista das Missões

Promoção Fazenda Busanello Apoio


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Laranja já é colhida na região Em Liberato Salzano, Associação de Citricultores estima que 30% da cultura já esteja colhida 24 mil quilos por hectare. Por lá também são 1,05 mil hectares em produção, mas com a projeção de mais quase 130 hectares para serem implantados ainda neste ano. Conforme o extensionista Doraci Bedin, da Emater/RS-Ascar local, as variedades precoces estão sendo retiradas dos pomares desde abril, enquanto outras, como a laranja valência, começaram a ser colhidas em julho. No município são mais de 360 famílias envolvidas com a laranja. O que não vem animando muito é a perspectiva do preço. O fruticultor Irineu Oroski, que produz a variedade valência em aproximadamente 2,5 hectares, comenta que o valor da venda de laranja para mercado deve melhorar apenas próximo do fim do ano. Para produtores como ele, que vendem para a fabricação de suco, a média tem sido de R$ 0,26 por quilo. Já o preço da laranja de mesa é de R$ 0,40 por quilo.

Debora Theobald

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igurando entre os municípios que mais produzem laranja da região, em Liberato Salzano a expectativa de produtividade desta safra tem sido mantida: deve girar em torno de 18 mil quilos por hectare. No início da segunda quinzena de julho, os produtores já haviam colhido 30% do total, segundo estimativa da Associação de Citricultores de Liberato Salzano. Variedades mais precoces, como a Bahia, já foram colhidas. Tendo em vista vários dias de sol, muitos produtores também acabaram colhendo um pouco da valência, mesmo não estando no ponto ideal de maturação. Hoje o município conta com 1,05 mil hectares da cultura. “Para a próxima safra deveremos ter 100 hectares a mais”, estima o presidente da associação, Leandro Rubini. Em Planalto, onde também a cultura se destaca, a estimativa da Emater/RS é que sejam colhidos

Extensionista Doraci Bedin e a família Oroski, no município de Planalto


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Brócolis: mais uma opção para a região Em Liberato Salzano o cultivo de 50 hectares da cultura envolve diversas famílias que já trabalham com hortifruti e parcerias podem viabilizar o aumento da área na próxima safra Gracieli Verde

revistanovorural@oaltouruguai.com.br

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arece clichê dizer que a união de esforços é importante para viabilizar negócios, parcerias e, por que não, a aposta em culturas agrícolas que proporcionem uma nova fonte de renda para produtores rurais, agroindústrias e para a economia dos municípios. Em Liberato Salzano o ingresso no cultivo de brócolis demonstra bem como isso pode funcionar. Há vários anos o brócolis vem sendo uma nova opção para agregar renda em propriedades no inverno. Nesta safra são 50 hectares cultivados, somando dez produtores, o que corresponde a um milhão de mudas plantadas. “Mas podemos evoluir para 60 hectares na próxima safra”, adianta o secretário de Agricultura, Valcir Sacon. Ele observa que com a possibilidade de irrigar algumas áreas haverá mais segurança na produção, uma vez que é uma planta sensível e precisa de regularidade nas chuvas. Hoje ainda não há áreas irrigadas no município. A união de esforços a que nos referíamos é que com o tempo, e percebendo que o brócolis tinha possibilidades de render bons frutos, o poder público municipal, por meio da Secretaria de Agricultura, em conjunto com a Emater/RS-Ascar e uma agroindústria da cidade, conseguiu viabilizar parcerias para fortalecer esse trabalho. Toda a

produção é comercializada para a Grano Alimencretário Sacon destaca que o município abraçou a tos, de Serafina Correa – localizada a mais de 200 causa, tanto que hoje a assistência técnica aos proquilômetros dali. Mas, para que a logística se viadutores de brócolis cadastrados é dada por profisbilizasse, tendo em vista a distância, o sionais da prefeitura, em parceria com início do processamento, pode-se asa Emater/RS-Ascar. sim dizer, é feito no município. A extensionista Luciene Duso, da – Já tínhamos parcerias com outras Emater/RS, ressalta que localmenempresas e essa com a Grano vem para te existem pelo menos 60 produtores tornar possível a produção de brócode hortaliças e que o brócolis vem para lis aqui. É uma cadeia produtiva que tem somar nessas propriedades, as quais vários elos e que todos precisam ser vijá desenvolvem um trabalho mais segáveis. É o que estamos construindo – mentado com hortifrutigranjeiros. “Esse expõe o empresário Sauter Vitório Pizzi, trabalho pode ser expandido”, exclama. que é o responsável pela agroindústria O técnico agropecuário Rodrigo Batisde Liberato Salzano, a qual fará o floretella, também da Emater/RS local, pontamento dos brócolis antes de estes setua que hoje os produtores de brócolis rem transportados para Serafina Correa. conseguem acessar recursos por meio Hoje a capacidade de armazenade financiamento para custeio, o que mento no município chega a cerca de garante também o seguro agrícola des90 mil quilos. Mas nem sempre foi assas produções. Tanto que geralmente sim. O poder público municipal conos projetos de custeio são elaborados Empresário seguiu aplicar recursos – cerca de R$ com o suporte da equipe da Emater/RS. 170 mil – na agroindústria para que O secretário Valcir Sacon acrescenSauter Vitório essa capacidade fosse ampliada, com ta ainda que o cultivo do brócolis tem Pizzi. câmeras frias adequadas, bem como contribuído para a especialização descedeu o espaço físico para o empreenses produtores. “A gente vê que eles dimento. “Agora estamos trabalhando para moderestão mais munidos de informação. Essa especianizar mais o trabalho, porque é preciso agilizar esse lização é importante para que o produto tenha mais procedimento que é feito aqui”, expõe Sauter. O sequalidade”, defende.

“É uma cadeia produtiva que tem vários elos e que todos precisam ser viáveis”

Secretário de Agricultura, Valcir Sacon, extensionistas Luciene Duso e Rodrigo Batistella, produtor Leandro Zatti e empresário Sauter Vitório Pizzi: em Liberato Salzano parcerias viabilizaram o cultivo


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Trabalho exige mão de obra intensa Uma das questões que Liberato Salzano tem de favorável é no quesito mão de obra. Como todo o trabalho com os brócolis é manual, tanto para plantar como para colher, em determinadas épocas a demanda por mão de obra é grande. Como já existe o trabalho de grupos organizados que colhem laranjas, estes também estão absorvendo esse trabalho na colheita dos brócolis. No caso do produtor Leandro Zatti, da linha Peixe Alto, já teve dias de colheita que tinha mais de dez pessoas trabalhando. Técnico agrícola e apaixonado pelo que faz – ele e família mantêm estufas com hidroponia –, Leandro Zatti cultiva brócolis há seis anos e não pensa em parar. “Na época que tem menos saída de alface, tenho o brócolis que também gera renda”, revela. Outra vantagem, segundo ele,

é que a resteva da planta é muito rica em nutrientes, o que repercute bem no desenvolvimento do feijão, por exemplo. Nos 4,5 hectares destinados para o cultivo estão plantados 90 mil pés, que foram divididos em três épocas diferentes de plantio, para escalonar também a colheita. Além das alfaces, que somam um montante de 13 mil plantas a cada 25 dias, Zatti ainda tem na propriedade a produção de pepinos, tempero verde e tomate – este deverá ser replantado, porque a geada intensa que foi registrada no início da segunda quinzena de julho prejudicou bastante. Leandro e a esposa Andreia cuidam dos cultivos e o pai Valdelino realiza as entregas, em Constantina e Liberato Salzano. Ele também conta com o auxílio da mãe Terezinha. Ainda moram na propriedade os filhos de Leandro, a pequena Júlia e o Igor.

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Boa Vista das Missões

Se interessou no assunto?

Procure a equipe da Emater/RS do seu município para ter mais informações.

Uma área de 97 hectares cultivada com brócolis também é vista em Boa Vista das Missões. Ali, dois produtores, sendo um de Liberato Salzano, arrendaram a área para fazer o plantio. O local chama atenção porque tradicionalmente é cultivado com trigo, ou outras culturas de inverno. O agrônomo Cleber Chiarello, da Grano Alimentos, é que acompanha a área. Dos 97 hectares, 60 contam com irrigação. – Esta é uma variedade específica para o processamento, é de cabeça única, porque tem que ter padrão para a indústria. É uma semente importada, híbrida e direcionada para o mercado profissional – explica Chiarello. Ele conta que em Alpestre e Planalto também há áreas com o cultivo. Estima-se que para a próxima safra a área deve ser ampliada na região. Na área de Boa Vista das Missões, segundo Chiarello, se espera

uma produtividade de 12 a 13 toneladas por hectare. Em Liberato Salzano o produtor Leandro Zatti expõe que espera pagar todas as despesas da lavoura com um terço do total plantado. “De três talhões plantados em dias diferentes, espero ter dois de lucro”, conta. Mas isso depende muito do manejo que se tem e varia de uma propriedade para outra. Em média se espera 30% de lucro. Chiarello expõe que hoje a Grano atende a 40% do mercado desse tipo de produto congelado no país. “Há uma apelo crescente para esse tipo de alimento. Atualmente 1,5 hectare é o mínimo para ingressar na atividade, o que corresponde a cerca de 30 mil pés. Isso é importante para tornar viável a assistência e o transporte da produção. Essa é uma cultura que tem tudo para crescer na região, é uma alternativa para o pequeno produtor”, acredita.

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Engenheiro-agrônomo Cleber Chiarello monitora trabalho na região

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COPERAMETISTA

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Há uma década levando mais sabor à sua mesa.


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Vinhos são avaliados e premiados em concursos Além da bebida, culinária italiana também fez parte da maioria dos cerimoniais de entrega da premiação vinho branco seco e oito de vinho tinto. Entre os vinhos brancos o primeiro lugar ficou para Mansueto Carbonari. Já segundo e o terceiro lugares foram para Luis Angelo Donassolo e Oldanir Donassolo, respectivamente. Na categoria vinho tinto, Dalmo Ório levou o primeiro lugar, seguido de Luis Angelo Donassolo, em segundo, e Célio Perin, em terceiro colocado. Todos os participantes ganharam mudas de videiras certificadas pela Embrapa. Além disso, os vitivinicultores que conquistaram o primeiro e segundo lugares de cada categoria foram premiados com a participação em um curso em Caxias do Sul, no

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ara quem gosta de vinho, conhecer as bebidas artesanais e coloniais da região é uma boa pedida. Durante o mês de julho, vários foram os concursos realizados na região, que serviram para divulgar os potenciais locais quando o assunto é a vitivinicultura. Em Planalto o concurso foi realizado o dia 8 de julho – veja mais na editoria Ações que Inspiram desta edição. Na mesma data, Rondinha teve o evento, que inicialmente teve uma programação na praça e mais tarde teve o Jantar do Porco na linha Lajeado Seco Caravaggio. Neste ano foram recebidas nove inscrições para

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Camargo Uvas e Vinhos venceu entre os vinhos brancos frederiquenses

Em Frederico Westphalen, Vinhos Ferigollo conquistou primeiro lugar no vinho tinto e segundo do branco

Centro de Treinamento da Emater/RS-Ascar de Fazenda Souza. Outra participação no curso foi sorteada entre os produtores participantes do concurso. Em Frederico Westphalen o 4º Concurso Municipal de Vinhos Artesanais e Coloniais teve o anúncio dos vencedores no dia 22 de julho, quando um jantar com pratos considerados da culinária italiana foi servido, no salão do bairro Fátima. Na categoria vinho tinto, a Vinhos Ferigollo conquistou o primeiro lugar, seguido de Albino Basso, em segundo, e Sergio Manfio, em terceiro colocado. Já na categoria vinho branco, Camargo Uvas e

Vinhos foi vencedor. Em segundo lugar ficou a Vinhos Ferigollo e em terceiro, Luiz Giacomini. Os vencedores se destacaram entre 12 produtores participantes, que somaram 21 amostras.

Outros concursos foram realizados em Barra Funda, no dia 28 julho, em Ametista do Sul, no dia 29 de julho. Já em Ronda Alta, será no dia 5 de agosto. Na próxima edição você acompanha o resultado dessas etapas.

Seguro agrícola é garantido ao acessar o custeio Produtor precisa estar atento para que tenha segurança durante a safra em caso de intempéries

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er acesso ao crédito não somente impulsiona a economia, uma vez que movimenta o mercado relacionado ao setor agropecuário, mas também dá outra garantia aos produtores, o seguro agrícola. “Nem sempre usar o capital de giro é o ideal para custear a produção. É preciso que o produtor avalie cada caso, porque ter seguro das lavouras é importante”, comenta o gerente de Ciclo de Crédito da Sicredi Alto Uruguai RS/SC, Neimar da Rosa. A partir do momento em que o agricultor optar por um custeio de lavoura, ele adere também ao conhecido Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro), em todas as instituições financeiras que oferecem recursos disponibilizados pela União através do Plano Safra – a exemplo do que já está sendo feito neste ciclo, com a edição 2017/2018. O Proagro é uma modalidade de seguro rural administrado pelo Banco Central do Brasil, utilizado para cobrir perdas decorrentes de eventos como granizo, chuva em excesso, ventos fortes, variações excessivas de temperaturas, geada, pragas e doenças sem método de controle difundido, entre outros. Também é ofertado o Proagro Mais, direcionado a produtores que estão enquadrados no Pronaf.

Coberturas do seguro para a safra 2017/2018 ALÍQUOTA LAVOURA

Proagro Mais

Lavouras irrigadas (todas, inclusive em cultivo protegido) Milho (primeira safra) e soja Milho safrinha

Proagro tradicional 2%

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5%

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Ameixa, maçã, nectarina e pêssego

6,5%

Cevada e trigo

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Demais culturas zoneadas

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Demais culturas não zoneadas

3%

não é possível

Produção orgânica ou de base agroecológica

2%

Liberação de recursos movimenta vendas A liberação de recursos por meio do crédito rural já está repercutindo nas vendas na região, inclusive de máquinas. “Ainda tínhamos recursos pendentes da Expodireto, então está sendo possível efetivar essas vendas. É algo que está melhorando esse cenário em relação aos meses de abril, maio e junho”, avalia Dione Junges, do Departamento de Máquinas da Planta Sul, que tem matriz em Seberi. Ele pontua que a demanda do produtor por tecnologias é crescente e essa é uma oportunidade para investir. “Apesar da situação da economia, que deixa o produtor mais cauteloso, o cenário tende a melhorar”, acredita.


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Mais vinhedos na propriedade dos Trevisan Família investe em novos parreirais na linha Divisória, em Ronda Alta

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uem chega na propriedade do casal Hilário, 71 anos, e Zelinda Trevisan, 67 anos, na linha Divisória, em Ronda Alta, se surpreende em ver o bosque que eles têm ao redor de casa. São diversas espécies de árvores que formam uma barreira natural. Mais adiante, os plátanos delineiam o caminho que vai para os parreirais. É ali que está o mais novo investimento da família. Mais do que isso: lá está o motivo pelo qual o filho caçula Marcelo Henrique, de 31 anos, técnico agropecuário, voltou para a propriedade há seis anos. O amor do pai Hilário pelas videiras refletiu no filho. Mesmo que no município os investimentos nas parreiras tenham cessado nos últimos anos – segundo o extensionista e técnico agropecuário da Emater/RS Luciano Miglioransa, há um movimento de retirada dessas plantas –, a família tem acreditado que este é um nicho que deve ser rentável. – Eu sempre gostei de lidar com a uva, mas meu pai não queria que a gente trabalhasse com isso. Depois que me casei, sempre tive um pouco de parreira na propriedade, porque também gosto de fazer o vinho – conta seu Hilário. Ele não esconde o orgulho em ver o filho acreditar na atividade. Há seis anos Marcelo retornou para o interior. Com a nova área que foi implantada há pouco tempo, são quatro hectares de videiras. No vinhedo que já está em produção, maior parte é da variedade bordô, mas também tem niágara branca. Na nova área também predomina a bordô e um pouco da moscato Embrapa – ali foram investidos cerca de R$ 100 mil.

Vinho e suco Hoje a propriedade também é referência na produção de vinhos, que participa há vários anos do Concurso Municipal de Vinhos Coloniais. Mesmo que hoje o vinho seja feito no porão de casa, o capricho é extremo e já rendeu vários troféus para a família. “Nosso intuito é montar uma estrutura para fabricar sucos, bem como aumentar a produção de vinho”, adianta Marcelo.

A volta ao campo Ainda na época em que estudava, Marcelo conta que tinha um professor que estimulava os alunos a verem nas propriedades rurais uma possibilidade para atuar no futuro. Quando viu que trabalhar no próprio negócio poderia ser mais rentável, Marcelo conversou com os pais. Seu Hilário reforça que ver o filho trabalhar com a videiras é motivo de satisfação. “No meu tempo os pais não davam liberdade para os filhos. Eu passei por isso. Se não der certo, voltamos atrás”, diz, com a sabedoria de quem está dando um voto de confiança para o rapaz. Marcelo antecipa que no futuro a namorada Fernanda Perondi também deve morar ali. Para isso, vão construir a própria casa. A ideia é que a uva seja a principal atividade da propriedade de 15 hectares. Mas, também quer implantar mudas de noz-pecã, além de sete hectares que podem ser destinados para a soja. “Mesmo sendo pouca área, é uma renda auxiliar que entra no ano”, defende.

Extensionistas Luciano e Marli com os agricultores Marcelo, Zelinda e Hilário

Portas abertas para a assistência técnica Hoje o acompanhamento da equipe da Emater/RS-Ascar de Ronda Alta é muito presente na propriedade dos Trevisan. “Isso é importante, porque mesmo que eu seja técnico, sempre é bom ouvir outras opiniões”, ressalta o jovem. Tanto que quando a reportagem esteve na propriedade, o extensionista Luciano Miglioransa, que é técnico agropecuário da Emater/RS, estava orientando em relação à poda das videiras. – No total, Ronda Alta tem cerca de 12 hectares de vinhedos, somando esta área recém-implantada. Nos últimos tempos, a única iniciativa de investir tem sido da família Trevisan, outras arrancaram os parreirais. Isso é influenciado pelo uso de herbicidas por outros produtores, já que esses insumos causam danos às parreiras. Outra questão que influencia é falta mão de obra, sem contar que precisa ter potencial de investimento – salienta Miglioransa. O jovem Marcelo vê que esse abandono de produtores em relação à atividade acaba abrindo um bom mercado para a família. É isso que os motiva também a continuar, por mais que isso vá na contramão do senso comum.

O concurso Neste ano o 10º Concurso Municipal de Vinhos Coloniais e 7º Jantar do Vinho ocorre no dia 4 de agosto, no Esporte Clube Brasil, na cidade de Ronda Alta. Segundo a extensionista Marli Bernardi, da Emater/RS, essa é uma iniciativa que visa incentivar os bons produtores a seguirem com o trabalho. É uma atividade que ocorre para qualificar esse processo de fabricação do vinho no município, bem como aproximar os consumidores dos vitivinicultores. O evento é resultado de uma parceria entre Emater/RS, prefeitura e Sindicato dos Trabalhadores Rurais.

Gracieli Verde


Criação

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Pastoreio Voisin comprova eficiência na produção de leite Em Constantina, família Ferreira tem se tornado referência no uso desse sistema ecológico e consegue produzir leite de qualidade a baixo custo

Gracieli Verde

revistanovorural@oaltouruguai.com.br

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iabilizar a propriedade de 6,5 hectares, no interior de Constantina, foi o desafio que o casal Derci e Terezinha Ferreira teve há alguns anos. A propriedade havia sido financiada por meio do Banco da Terra, que corresponde ao mais atual Crédito Fundiário. Para pagar as prestações, a produção de grãos era inviável. Na época, sob grande influência do técnico agropecuário Valdir Grizon, da Secretaria de Agricultura de Constantina – hoje ele atua como secretário –, a aposta foi no sistema de Pastoreio Racional Voisin, para, primeiramente, poder oferecer pastagem abundante aos animais. Terezinha lembra que há oito anos a família tinha apenas seis vacas em lactação. “Estávamos quase indo embora, porque não conseguíamos ter renda suficiente para nos mantermos”, revela. A adoção desse sistema foi o ponto de partida para que o casal passasse a ver as vacas como aliadas na geração de renda.

Por meio desse sistema, o manejo da pastagem exige uma divisão do espaço em piquetes, onde também são fornecidas água e sombra aos animais. No caso da família Ferreira, o primeiro lote que pasteja só retorna ao primeiro piquete, em média, 90 dias depois. É o tempo necessário para a pastagem se recuperar e produzir massa verde o suficiente para o próximo pastejo. Voisin é uma referência ao criador desse sistema, o francês André Voisin. Segundo o técnico agropecuário Aldoir Ott, extensionista do escritório municipal da Emater/RS de Constantina, essa forma de manejar a pastagem também respeita o meio ambiente, evita o uso de insumos químicos, uma vez que os dejetos das próprias vacas adubam a área – no caso da família Ferreira, apenas é usada pequena quantidade de ureia, em determinadas épocas. Como os animais ficam pouco tempo no piquete, permitem que as pastagens rebrotem com saúde. É isso que garante vida longa às gramas, pois são usadas variedades perenes para o verão e anuais com sobressemeadura no inverno. Esse

formato de trabalho permitiu que a família Ferreira chegasse aos atuais 13 animais sendo ordenhados, com eficiência na produção. Terezinha é que controla os números e tem o custo de produção “na ponta da língua”. “Hoje o nosso custo está em R$ 0,40 por litro”, revela, mostrando o quanto a propriedade se tornou competitiva ao longo dos últimos oito anos, desde que implantou o sistema Voisin. Hoje a produtividade é de 15 litros por vaca/dia. – É um sistema que se “autoaduba”, em que a pastagem se desenvolve melhor. Pode ser aplicado nos mais diversos perfis de propriedade. Além disso, praticamente não é usado insumo químico para adubação, o que baixa o custo de produção – enumera Ott. A produtora revela ainda que quer chegar a 20 animais em lactação. Para isso, a família já tem mais piquetes prontos. Para o futuro, o casal também planeja fazer uma sala de ordenha mais funcional, que facilite o trabalho e contribua para manter a qualidade do leite produzido na propriedade.

Constantina se tornou referência Pastagens usadas Na propriedade da família Ferreira, as pastagens perenes são variadas. Foram implantadas na área uma mistura de gramas tifton, gigs, hermátria, missioneira, capim curimim e capim elefante roxo. A intenção é ter grande oferta de pasto para os animais e está dando certo. Ração e silagem são ofertados no cocho, mas em pequena quantidade, respeitando a produtividade de cada animal. Para o inverno, é feita sobressemeadura com aveia e azevém nos piquetes.

Recuperação das áreas O extensionista Aldoir Ottr explica que no caso da propriedade da família Ferreira, o sistema de Pastoreio Voisin contribuiu para a recuperação das áreas. Além disso, o sistema foi implantado respeitando as características do relevo, que é bastante acidentado. “Quando comprei a terra, nem sabia como estava a situação do solo. Foi preciso recuperar praticamente tudo”, conta o produtor. “Neste caso, o sistema comprova que esse pastoreio favorece que áreas degradadas se recuperem, porque está sendo bem manejado”, pontua o técnico Ott.

Graças a uma parceria entre o poder público municipal e a Emater/RS de Constantina, o trabalho de difusão do sistema Voisin ganhou força, sendo implementado em várias propriedades locais. A pioneira foi a família Ferreira. “Isso fez com que a gente também buscasse mais informações sobre o assunto e vemos como se tornou importante para as propriedades que conseguiram assimilar o manejo e aplicá-lo no dia a dia. A propriedade dos Ferreira, inclusive, já recebeu diversas visitas de outros produtores interessados no sistema”, conta Ott.

Custo de implantação é baixo O custo para implantar o sistema varia bastante, mas se o produtor tiver a madeira para os palanques dos piquetes, os gastos diminuem – apesar de ter a despesa com arame, alguns acessórios e a implantação das pastagens. “Se bem manejado, é um sistema que pode durar entre 15 e 20 anos, então é um custo baixo se comparado às vantagens. Uma estimativa prévia é de um investimento de R$ 1,2 mil por hectare na implantação”, explica o técnico Aldoir Ott.

Veja mais vantagens do Pastoreio Voisin • Promove o bem-estar animal, porque o gado tem acesso a água e sombra. Este quesito influencia num aumento de 10% a 15% na produtividade de leite do rebanho. • Melhora a qualidade e a produtividade do pasto. Também melhora a regularidade do pasto ofertado aos animais. • Favorece a produção de leite a um baixo custo. No caso da família Ferreira, tem ficado em R$ 0,40 por litro. • Diminui a incidência de parasitas internos e externos no rebanho, refletindo da saúde animal.


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Família Ferreira mostra com orgulho o sistema Voisin, que tem feito a diferença na propriedade

Como funciona • Depois de pronto, o sistema não exige muita mão de obra. • Dispensa o uso de adubação química, porque os dejetos dos animais contribuem para a fertilidade do solo. • O sistema precisa de um tempo para se consolidar, entre quatro e cinco anos. É importante que o produtor esteja atento ao manejo dos animais e do pasto. • Em um sistema como este, as vacas podem fazer até 10 lactações, porque respeita o organismo do animal.

1º Um lote principal se alimenta da parte superior da grama, porque precisa produzir mais leite. Ao manejar o rebanho, o produtor escolhe o piquete com melhor desenvolvimento da pastagem. No caso da família Ferreira, ali os animais têm ficado menos de 24 horas.

2º O segundo lote faz a chamada roçada biológica. Este é formado por vacas secas e novilhas, pois demandam de uma alimentação de menor qualidade se comparada com a primeira, mas serve para elas, pelo estágio em que estão.

3º Para dar sequência, o produtor precisa mudar o rebanho de piquete, conforme o estágio ideal de pastoreio das gramas. Na propriedade dos Ferreira, os animais retornam para o primeiro piquete quase 90 dias depois do primeiro pastejo. Os piquetes precisam ter de 40m2 a 50m2 por vaca.

4º O sucesso do sistema também depende de outro fator: é importante saltar para o piquete que está mais desenvolvido, não necessariamente para aquele que está ao lado do que está sendo pastejado no momento.


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Abelhas sem ferrão: garantia de muito mais do que o mel Potencial da meliponicultura é considerado grande e também influencia na agricultura

N

o Rio Grande do Sul são 22 espécies diferentes de abelhas sem ferrão. Em cada região há abelhas nativas específicas e a presença delas em determinado local depende de fatores climáticos, como temperatura e altitude, da mesma forma que das espécies vegetais nativas. “Elas não habitam todo o Estado, tem suas regiões onde a natureza lhes é favorável”, observa o engenheiro-agrônomo Paulo Conrad, que atua como assistente técnico regional na Emater/RS de Lajeado. Na opinião de Conrad, no Rio Grande do Sul a produção de mel de abelhas nativas tem um excelente potencial, sem contar a contribuição das mesmas no processo de polinização das plantas. “Muitas espécies de plantas existem até os dias de hoje graças ao trabalho das abelhas que colaboraram na produção de sementes”, assinala o agrônomo, ressaltando a importância delas para a natureza. No mercado o valor do mel das abelhas sem ferrão, mesmo sendo considerado ainda bastante informal, é bem superior ao mel das abelhas com ferrão. “Tem mel sendo vendido entre R$ 60 e R$ 120 por quilo, depende da clientela de cada produtor”, pondera Conrad. Questionado em relação às vantagens que podem haver ao trabalhar com essas espécies nativas, Conrad destaca a contribuição na preservação destas abelhas em extinção, além do embelezamento dos arredores da casa, pois é possível colocá-las no pátio ou na varanda. “Outra vantagem é o serviço de polinização que essas abelhas fazem em diversas culturas, como chás e hortaliças – e que inclusive influenciam na boa formação dos frutos do morango. Sem contar a produção de mel, que é excelente, podendo ser usado para consumo da família ou para comercialização”, pontua. Outra dica de Conrad é em relação ao uso dessas abelhas em escolas em projetos ambientais, permitindo aos alunos o conhecimento da biologia das abelhas, sua organização social e seu trabalho feito na natureza.

"Outra vantagem é o serviço de polinização que essas abelhas fazem em diversas culturas, como chás e hortaliças – e que inclusive influenciam na boa formação dos frutos do morango. Sem contar a produção de mel, que é excelente."

Saiba mais sobre a meliponicultura Abelhas e plantas têm uma relação muito íntima em cada região. Cada planta que precisa do apoio delas para poder ser polinizada e produzir sementes e frutos tem as suas abelhas companheiras para realizar este trabalho. As abelhas não conseguem ir a todas as plantas que têm néctar na flor. Isso depende do aparelho bocal para permitir extrair o néctar da flor e transformar ele em mel na colmeia.

Manejo muito diferente? Em relação ao manejo, é preciso levar em conta que cada espécie tem suas condições para sobreviver e seu tamanho de colmeia diferente, seu processo de captura ou divisão. “Temos 22 espécies, tendo a menor com apenas 50 abelhas na família e outras com até 5 mil indivíduos. Para lidar com essas espécies, o criador tem que ter o mínimo de conhecimento, que pode ser obtido junto aos escritórios da Emater/RS ou conversando com criadores mais experientes”, reforça o agrônomo.

Dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos mostram que as abelhas são responsáveis pela polinização de 70% das culturas agrícolas, com destaque para amêndoas (100%), maçãs (90%), mirtilo (90%), pêssegos (48%), laranjas (27%) e soja (5%).

Agende-se! Está marcado para o dia 27 de outubro o 7º Seminário Regional de Criadores de Abelhas Nativas, em Arroio do Meio, e este é uma excelente opção dos interessados buscarem mais informações e trocar ideias com criadores experientes de todo o Estado.

Na região Norte do Estado várias espécies de abelhas nativas remanescem nos matos e nas colmeias dos meliponicultores. Em termos de produção em escala comercial de mel, a jataí, tubuna e a mandaguari se destacam. Essas abelhas têm condições de produzir, em anos considerados normais, de 1 a 3 quilos de mel – porém, sempre dependentes do clima. Em função das condições ambientais muito diversificadas no Brasil, temos muitas espécies diferentes de plantas, assim como de abelhas nativas – são mais de 400 espécies de abelhas nativas já identificadas. O grande trabalho dessas abelhas é na polinização das nossas plantas nativas e na produção de sementes e frutos das culturas agrícolas. Porém, algumas espécies conseguem acumular mel na colmeia, permitindo produzir em escala comercial, mas em quantidades inferiores que as abelhas melíferas com ferrão conseguem produzir.

italiana.

Vale lembrar que essas abelhas com ferrão são exóticas e foram trazidas ao Brasil junto com a colonização alemã e


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Aviários abrigarão 48 mil pintinhos cada

Granja-modelo é inaugurada pela Frangos Piovesan U

m empreendimento referência para o setor da avicultura foi inaugurado no interior de Frederico Westphalen, no dia 8 de julho. A granja é o resultado de um investimento da Frangos Piovesan, com sede em Frederico Westphalen, que pretende em um curto e médio prazo aumentar em 100% sua capacidade produtiva. Para isso, o primeiro passo foi a construção da granja, que recebeu um investimento de aproximadamente R$ 4,5 milhões da empresa e possui alta tecnologia, sendo totalmente automatizada. O nível de automação da granja é tamanho que apenas três funcionários serão responsáveis por cuidar da produção de cerca de um milhão de frangos por ano. A granja é composta por quatro aviários de 3,4 mil metros de área construída cada, além de cisternas para captação da água da chuva e demais adaptações em uma área de pouco mais de sete hectares. – Hoje, o Frigorífico Piovesan tem 28 aviários que são integrados. A Granja Progresso, que faz parte do frigorífico, é uma granja-modelo em termos de tecnologia, de ambiência e bem-estar animal. Aqui vemos tudo o que há de novo na avicultura e neste local será produzido um frango de ótima qualidade e de menor custo, em função de toda essa automação e equipamentos de última geração – destacou o empresá-

rio Vanderlei Piovesan, que é sócio-proprietário do empreendimento. Cada aviário abrigará 48 mil aves, com garantia de conforto térmico. Os aviários usam o sistema de pressão negativa, com isolamento térmico e exaustores. No momento que todo esse complexo estiver concluído, irá gerar mais de um milhão de frangos por ano, os quais serão direcionados ao frigorífico. “Aqui vamos produzir somente o frango de corte. Recebemos os pintinhos de um dia de idade e estes ficam até 52 ou 53 dias para o abate”, disse Piovesan. Já o gerente da Frangos Piovesan, Jakson Luvizon, revela que existe um planejamento para os próximos anos de dobrar a capacidade de produção do frigorífico, que quer passar a distribuir seus produtos não somente no Estado do Rio Grande do Sul, mas também em todo o território nacional, pois devem buscar autorização junto ao Ministério da Agricultura. – Também estamos criando uma linha nova de produtos industrializados, que será o nosso foco e agregará valor ao produto. Até então, a Frangos Piovesan trabalhava muito com a linha in natura, que são os cortes congelados e embalados em grande quantidade – assinala, reforçando que a marca Frangos Piovesan vai ser vista com produtos com alto valor agregado.

Adriano Dal Chiavon

Quatro aviários de 3,4 mil metros de área construída cada estão localizados na linha Progresso, em Frederico Westphalen, e tiveram investimento de R$ 4 milhões

Parceria com a Sicredi Alto Uruguai RS/SC foi evidenciada pelos empresários

“Aqui vemos tudo o que há de novo na avicultura e neste local será produzido um frango de ótima qualidade e de menor custo, em função de toda essa automação e equipamentos de última geração” Vanderlei Piovesan, sócio-proprietário

Preocupação com o meio ambiente O médico-veterinário Joel Schwertz, que também é sócio-proprietário da Granja Progresso, expõe a preocupação com a sustentabilidade e os cuidados com o meio ambiente. “Teremos cisternas que irão armazenar a água da chuva a ponto de atender quase toda a necessidade da granja. Outro foco é a biossegurança, que exige a instalação de portões sanitários, acesso registrado de veículos e de pessoas”, ressalta. Na visão do prefeito de Frederico Westphalen, José Alberto Panosso, essa expansão e crescimento da empresa é um marco histórico para o município. “Acredito muito no potencial desses empreendedores e toda a equipe, pela atitude que estão tomando. Isso vai desenvolver não apenas Frederico Westphalen, mas toda a região”, disse.


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Seminário reúne suinocultores da região Presidente da Acsurs, Valdecir Folador, palestrou para produtores, autoridades e técnicos e fez provocações quanto ao bem-estar animal, números da atividade e desafios a serem superados Debora Theobald

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constante debate entre suinocultores, Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (Acsurs) e lideranças tem proporcionado momentos de reflexão sobre essa cadeia produtiva na região. Para promover mais um encontro da cadeia produtiva, o 3º Seminário Regional da Suinocultura foi realizado em Frederico Westphalen, no dia 6 de julho, no salão católico do bairro Fátima. Com a participação de autoridades locais e regionais e suinocultores de toda a região do Médio Alto Uruguai, o principal palestrante foi o presidente da Acsurs, o suinocultor Valdecir Folador. Com um olhar atento ao cenário nacional e global da suinocultura, Folador apresentou números da cadeia produtiva, como dados de exportação, quantidade de consumo da carne suína no mundo, entre outros. Com isso, demonstrou a influência que a globalização e os movimentos do mercado, que, por vezes, acredita-se tão distante da realidade local, podem ter sobre o produtor no interior do Rio Grande do sul. Com conhecimento de causa, uma vez que é suinocultor, com propriedade em Erechim, Folador destacou suas experiências ao colocar em prática as exigências que o mercado consumidor vem impondo aos produtores. “Sabemos que os tempos são outros, antigamente não havia uma preocupação com o bem-estar do animal ou com o modo que ele era criado, hoje isso é primordial”, comenta. Para ele, essa palavra-chave, “bem-estar”, precisa ser levada em conta não apenas com uma demanda a ser atendida, mas ser vista como um meio de aumentar a produtividade, uma vez que com mais conforto, alimentação balanceada e água na medida certa se gera uma carne com mais qualidade. Em relação à Lei da Integração, que foi sancionada em maio pelo presidente da República, Michel Temer, Folador acredita que isso confere mais segurança jurídica nas relações entre produtores integrados e empresas. “Queremos chegar em um ponto que a empresa tenha o lucro dela e o preço pago ao suinocultor seja satisfatório para ele também, cobrindo mais do que apenas os custos de produção”, projeta.

Encontro regional ocorreu no salão do bairro Fátima

A suinocultura no RS absorve 2 milhões de toneladas de milho. Na última safra foram produzidas quase 5 milhões de toneladas.

A carne de suínos é a mais produzida no mundo, com 119,4 milhões de toneladas.

Rio Grande do Sul é o segundo maior exportador de suínos do país.

Alguns números da suinocultura

O Brasil é o quarto maior produtor de suínos do mundo. Perde apenas para China, União Europeia e EUA.

Vocação para a atividade Folador também foi categórico ao elucidar o quanto, para “dar certo” na suinocultura, o agricultor precisa ser dedicado e ter amor pela atividade que decidiu seguir. “Para ser suinocultor você precisa ter vocação, é uma atividade difícil, é preciso resistência e força de vontade”, aponta. Planejar, colocar as ideias e dados no papel, dialogar e ter uma visão ampla de mercado, além de saber o valor que se pode dispensar para investimentos e gastos, são pontos a serem seguidos e observados por aqueles que já estão na atividade ou desejam iniciar, segundo recomendações do presidente da Acsurs. “Da porteira para dentro temos que fazer a nossa parte”, diz.

Foram abatidas no Brasil, em 2016, 36.489.779 cabeças de suínos.

Os principais compradores da carne suína brasileira são Rússia e Hong Kong.

Dos municípios atendidos pela regional da Emater/RS-Ascar de FW, Palmitinho lidera o ranking de maior produtor de suínos do Estado (levando em conta o número de animais abatidos em 2016). Rodeio Bonito figura em segundo lugar e Rondinha em quarto lugar. Já Pinheirinho Do Vale ocupa o 16º lugar e FW está na 17ª posição.

Próxima edição O próximo Seminário Regional da Suinocultura está marcado para acontecer em Pinheirinho do Vale, em 2018. A definição do local da quarta edição ocorreu durante o evento. Lideranças locais e regionais também acompanharam a programação do seminário.


Juventude & Sucessão

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Reconhecer para incentivar Concurso Jovem Empreendedor Rural premia três frederiquenses e demonstra como a bovinocultura de leite fortalece a sucessão nas famílias rurais dam ficar na propriedade tomem conhecimento de como gerenciar, se sintam parte do processo – observa Frizzo. Ele ressalta que atividade leiteira proporciona uma boa renda por área de terra e tem uma garantia de mercado. “Nossa região é caracterizada por pequenas propriedades e pequenos produtores e a atividade leiteira é um sistema aberto, que permite usar a inovação e a criatividade”, o que também atrai a juventude. Neste ano foram 11 cartas recebidas pela comissão organizadora do concurso, dentre as quais foram escolhidas as histórias de empreendedorismo e superação profissional de Rodrigo Kintschner, 17 anos, do distrito de São João do Porto; de Elisandra Maria Natali, 22 anos, moradora da linha Ponte do Pardo; e de Cleiton José Gemilaki, 21 anos, que reside na linha 21 de Abril. A premiação foi entregue durante o 4º Concurso de Vinhos Coloniais e Artesanais, no dia 22 de julho, no salão do bairro Fátima, em Frederico Westphalen. Na sequência, você conhece um pouco sobre os três jovens premiados.

Gracieli Verde

A

geração de uma renda mensal para as famílias por meio da venda do leite é um diferencial da atividade. Por mais que a mão de obra seja intensa, a renda gerada é um atrativo para que os jovens investirem no setor primário. Em mais uma edição do concurso Jovem Empreendedor Rural, idealizado pela prefeitura de Frederico Westphalen, por meio da Secretaria de Agricultura, em parceria com a Emater/RS-Ascar, Secretaria de Educação e Casa Familiar Rural, isso ficou em evidência. Os três premiados desta edição conseguiram planejar a sua permanência no interior graças a essa atividade. Na visão do gerente regional da Emater/RS-Ascar, Francisco Frizzo, a atividade leiteira tem sido extremamente importante para a sucessão familiar, por atender a principal vontade dos jovens, que é a garantia de renda mensal e dinheiro no bolso. – É importante ressaltar que outros aspectos precisam ser considerados. A sucessão precisa ser discutida com todos os integrantes da família o mais cedo possível, para que os jovens que queiram e deci-

» Rodrigo Kintschner Distrito de São João do Porto

Para Rodrigo Kintschner, o meio rural ainda não tinha se tornado atrativo antes de entrar na Casa Familiar Rural (CFR) de Frederico Westphalen. A principal atividade da propriedade que compartilha com os pais é a bovinocultura de leite. Além disso, a família produz fumo e grãos. Aos poucos a família passou a investir na atividade. Nas palavras de Rodrigo, hoje a rentabilidade já está permitindo que seja viável, especialmente para ele permanecer no campo. O plantel da propriedade é composto por 11 vacas, sendo nove lactantes. Já a produtividade gira em torno de 24 litros/dia/vaca. “O objetivo é aumentar para 16 animais em lactação e continuar melhorando na oferta de pastagem”, projeto o jovem.

Gracieli Verde

Gracieli Verde

» Cleiton José Gemilaki Linha 21 de Abril

Vinda da cidade para o campo, a família de Cleiton José Gemilaki teve que se adaptar ao meio rural. Quando atingiram a idade adulta, as irmãs de Cleiton migraram novamente para a cidade, seguidas, logo após, por ele. “Também fui trabalhar na cidade e fiz um curso de eletricista. Mas minha vontade era de permanecer na agricultura, então voltei, principalmente para auxiliar meus pais, que estavam sozinhos trabalhando na bovinocultura de leite”, conta. Com o retorno do filho, a família iniciou o processo de mudanças na propriedade fazendo investimentos. A busca pela tecnificação também fez parte disso e Cleiton iniciou os estudos na Casa Familiar Rural de Frederico Westphalen. “Comecei um projeto de melhoramento da propriedade e fui aprendendo como realmente se cria e se maneja uma vaca de leite. O projeto ainda está em andamento e tenho como metas fazer o melhoramento genético e estabelecer um bom plantel”, projeta.

» Elisandra Maria Natali Linha Ponte do Pardo

A técnica agropecuária Elisandra Maria Natali não se importa se a “lida” do dia é buscar as vacas no pasto, usar o trator para carregar silagem, ordenhar as vacas ou ter visão de negócios. “Comecei desde cedo ajudando meus pais com as vacas e na lavoura. Fui sempre ouvindo meu pai, que me perguntava e compartilhava ideias do que fazer na propriedade. Isso fez crescer meu amor pela agricultura”, revela a moça. Com o compartilhamento das atividades entre a família, e o apoio dos filhos, o pai de Elisandra resolveu investir na propriedade, como na construção de uma sala de ordenha e de alimentação. “Ainda tenho mais metas, a de melhorar o sistema de ordenha, colocar um sistema de medição e extração automático e fazer um compost bar”, assinala a jovem. Hoje a propriedade conta com 50 vacas em lactação.


Entrevista

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Leonir Ângelo Balestreri, diretor-presidente da Adelle Foods

“Primamos por quem se dedica efetivamente à atividade” Gracieli Verde


Revista Novo Rural - Agosto de 2017 cio, pensamos em buscar nosso capital de giro, porém, aconteceu que os bancos, em função da grande crise, restringiram o crédito e subiram muito os juros. Isso causou problemas nesses 24 meses, pois tivemos muitas dificuldades. Mas, desde o mês de fevereiro deste ano, começamos a superar esses desafios. Outro problema foi o custo de produção dos suínos no ano de 2016, em função do alto preço do milho, que em um determinado momento chegou a R$ 60 a saca.

Empresário Leonir Ângelo Balestreri, que responde como diretor-presidente da Adelle Foods, fala sobre avanços nesses dois anos de fundação do frigorífico e garante que a expansão deve seguir na região

NR

Como a gestão foi repensada para se adaptar a estas novas condições?

Adriana Folle

revistanovorural@oaltouruguai.com.br

E

m maio deste ano a Adelle Foods completou dois anos de atuação em Seberi. Mesmo em um cenário complicado para os negócios, a empresa conseguiu em fevereiro a liberação para exportação da carne suína para o mercado russo. Desde 1º de julho o abate de suínos aumentou em 30% e o número de funcionários também ampliou para quase 900 – antes eram menos de 800. Além disso, o empresário Leonir Ângelo Balestreri, que tem mais de 40 anos de experiência como empreendedor em diversos ramos, assumiu como diretor-presidente do frigorífico. Segundo ele, essas são conquistas consideradas importantes, pois além do número significativo de empregos diretos, a Adelle Foods também conta com produtores integrados que hoje somam 168 famílias, as quais são responsáveis pela terminação de milhares de suínos. “Estamos com 50% das vendas no mercado interno e os demais 50% estamos exportando. E o número da comercialização ao mercado externo pode subir, justamente, em função da Rússia”, adianta. Na região a expansão deve seguir. “Vamos precisar de mais integrados para atender a demanda da Granja São Paulo. Estamos abertos para negociar com municípios que tenham interesse em investir nesta área”, antecipa o empresário. O olhar estratégico para Palmeira das Missões também é revelado por Balestreri. Confira a entrevista.

NR

O Frigorífico Adelle Foods foi planejado visando algumas oportunidades do mercado. O que se confirmou e o que mudou no cenário nesses dois anos de trabalho? Leonir Ângelo Balestreri – Tivemos em 2015 e 2016 anos bem complicados, por serem considerados períodos de crise. O melhor mercado que um frigorífico pode ter hoje é o da Rússia, e nós tivemos uma longa espera para sermos credenciados a este país. Há quatro meses, no entanto, essa habilitação saiu e, com isso, os resultados financeiros da empresa começam a mudar. Estamos com 50% das vendas no mercado interno e os demais 50% estamos exportando. E o número da comercialização ao mercado externo pode subir, justamente, em função da Rússia. Durante dois anos estávamos nos preparando para atender esse mercado, que é mais exigente, e agora estamos colhendo os frutos.

NR

Quais foram as dificuldades enfrentadas em função dessas mudanças?

NR

Também há possibilidade para projetos de menor porte?

“Estamos abrindo a possibilidade a qualquer município que queira se candidatar a instalar estas granjas, cada uma com capacidade de produção para 10 mil suínos, ou então projetos menores.”

Balestreri – A principal dificuldade foi a falta de linhas de crédito nos bancos. Todo o empresário sofreu nesses dois anos e não foi diferente com o frigorífico. Tivemos um investimento muito alto, que acabou fugindo do nosso orçamento. No iní-

alimentar, quer dizer, na transformação da ração em carne. Esse produtor normalmente tem mais cuidado com o plantel, consegue produzir suínos mais uniformes, o que é bom para a indústria. Claro que estamos primando por quem se dedica efetivamente para a atividade. É importante que os produtores entendam que a mão de obra é de sua responsabilidade. É importante também que consorciem a suinocultura com alguma outra atividade, seja a produção de leite ou grãos. Esse é um modelo que se consolidou em Santa Catarina e que já provou que funciona muito bem.

“Estamos com 50% das vendas no mercado interno e os demais 50% estamos exportando. E o número da comercialização ao mercado externo pode subir, justamente, em função da Rússia. Durante dois anos estávamos nos preparando para atender esse mercado, que é mais exigente, e agora estamos colhendo os frutos.”

Balestreri – Nós iniciamos o trabalho de renegociação de juros com bancos. Trabalhamos com grande compreensão de alguns fornecedores para renegociações e houve uma injeção de dinheiro do nosso grupo, a partir de fevereiro, justamente para equilibrar as finanças do frigorífico. Para isso, o nosso grupo precisou tirar dinheiro de outras atividades para aplicar na Adelle. Apesar destes períodos de dificuldades, não desempregamos ninguém, continuamos aumentando o número de funcionários. No campo, também mantivemos os investimentos, a prova está na Granja São Paulo, que deve iniciar a primeira fase de atividades em agosto deste ano. Além disso, estamos com vários projetos, entre eles, de construirmos outras seis unidades como a Granja Progresso. Para isso, estamos abrindo a possibilidade a qualquer município que queira se candidatar a instalar estas granjas, cada uma com capacidade de produção para 10 mil suínos.

Balestreri – Sim. Ou se investe em granjas maiores, ou em famílias que queiram pocilgas para criar até mil suínos por lote. Estamos abertos para negociações com prefeituras e investidores. Há uma possibilidade é instalar cerca de 70 pocilgas com alojamento de mil animais por lote. É uma nova perspectiva para a atividade na região. Ano que vem queremos aumentar o abate para 3 mil animais/dia. Sem contar que sairão 800 leitões por dia para alojamento da Granja São Paulo. Assim mesmo, temos projetos de outros fornecedores de leitões. Estamos pensando em curto e médio prazo em ter mais seis granjas de suínos do porte da Granja Progresso, que engordariam 30 mil suínos por ano. Estamos priorizando municípios que tenham mais área para distribuir os dejetos. Então, o ideal é algum município que não tenha a atividade tão desenvolvida ainda.

O que a Adelle prima na relação com os produtores, especialmente os familiares?

NR

Balestreri – De modo geral, os produtores familiares trazem um resultado melhor de conversão

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NR

Municípios como Palmeira das Missões, que têm boas áreas de agricultura empresarial e familiar, poderiam atender a este nicho da Adelle?

Balestreri – Sim, inclusive já existe essa sinalização por parte do poder público municipal. O interesse me pareceu muito grande. Provavelmente haverá algum empreendimento em Palmeira das Missões. Hoje a preocupação geral dos frigoríficos é com os dejetos, de onde colocá-los. Lá tem terras para converter esses dejetos em adubo. Hoje o olhar da Adelle é estratégico em relação a Palmeira das Missões. Ao mesmo tempo, é preciso de um trabalho do poder público municipal voltado para essa atividade. Precisam buscar o máximo de conhecimento na área, porque é um projeto para além desta administração. Isso precisa continuar. Por exemplo, nesses 20 anos que a família Balestreri trabalha com suinocultura, o melhor projeto da história é o de Vista Alegre. Lá temos uma granja há 14 anos e vem funcionando bem. Na época foi feito um acordo de que o poder público se encarregaria de distribuir os dejetos para os agricultores. Até hoje esse acordo é mantido por vários administradores que passaram pela prefeitura.

NR

Como está sendo esta etapa no comando da Adelle Foods, considerando os seus 40 anos de experiência? Balestreri – Sempre gostei de aprender negócios novos. Pela primeira vez, nosso planejamento se deu em uma época em que o suíno estava bem e quando nosso frigorífico ficou pronto o setor já estava em uma situação ruim. Essa atitude de tomar uma decisão diferente daquela filosofia que sempre planejamos nos trouxe surpresas desagradáveis. Apesar disso, o frigorífico está sendo um novo desafio. Eu pensava em me aposentar em breve, mas o empresário vive de desafios. Então, depois de uma etapa da vida você é movido pela paixão de criar e desenvolver um negócio novo, é a paixão de empreender. Eu era uma pessoa que já levantava às 9 horas, a agropecuária o meu filho Luis Henrique já tocava, o meu outro filho Júnior já estava atuando na Arbaza. Para mim, era uma satisfação ver meus filhos à frente dos nossos negócios, por isso o meu planejamento era a aposentadoria. Esse novo desafio na Adelle, no entanto, me deu um novo “gás” para trabalhar, pois cheguei aqui em um ambiente muito bom, com colaboradores excelentes, pessoas envolvidas como se o negócio fosse delas. Isso é fantástico e me motiva a fazer sempre mais e melhor.


Intercooperando

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Cooperativismo na contramão do desempenho da economia Adriano Dal Chiavon

Seminário regional reforça a importância que o setor tem na região e no Estado e demonstra isso também em números

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Adriano Dal Chiavon

lém de apresentar dados regionais relacionados a 25 cooperativas que atuam nos 42 municípios de abrangência do Escritório Regional da Emater/RS-Ascar de Frederico Westphalen – que você pôde acessar com exclusividade na edição de julho da Novo Rural –, o 1º Seminário Regional do Cooperativismo também mostrou a força do setor no Estado. Em nome do Sistema Ocergs/Sescoop-RS, Ubiracy Barbosa Ávila revelou que em 2016 as cooperativas gaúchas fatura- Presidentes das cooperativas subiram ao palco para agradecer a presença do público e o empenho dos organizadores ram R$ 41,2 bilhões, o que representa 10% do Produto Interno Bruto (PIB) do Rio Grande do Sul. O montante também representa um crescimento de 14,2% em relação a 2015. “Quando a gente vê esses indicadoAssim como o setor cooperativo é importante para o Estado, a res do cooperativismo, parece que vivemos região não destoa dessa realidade. Conforme os dados da pesquisa em outro país, não naquele que gente vê na inédita realizada pela Unidade de Cooperativismo do Escritório Regiotelevisão”, disse, durante a nal da Emater/RS-Ascar de Frederico Westphalen, em 2016 as copalestra proferida no salão operativas regionais registraram um faturamento superior a R$ 3 bide atos da URI/FW. lhões, o que representa um aumento de 11,1% em relação a 2015. O setor é um dos que Outros dados você pode ver na edição de julho da Novo Rural. segue na contramão da realidade econômica do Estado e do país, inclusive com aumento de empregos em 2016. Além da manutenção e crescimento das vagas de emprego, conforA história de sucesso que foi apresentado, no seminário vem me Ubiracy, o salário médio de Ametista do Sul. O presidente da Coperametista, Elton Mezzarodos trabalhadores em coba, apresentou informações relacionadas à trajetória da cooperatioperativas é 20% superior va, que reúne produtores de uva no município e arredores. Por meioaos dos demais trabalhadode um vídeo, associados também expuseram a satisfação de terem res. “Enquanto o valor méum negócio em comum, que vem aumentando a renda das famílias dio recebido por funcionáe fortalecendo a economia local. A Coperametista conta com linhas rios de cooperativas está de vinhos, sucos de uva e de laranja. Nos últimos anos a cooperativa em R$ 2,1 mil, o do trabapassou de um faturamento anual de R$ 70 mil para R$ 1,3 milhão, Elton Mezzaroba expôs trajetória lhador de uma empresa não em 2016. “Isso é motivo de orgulho”, resumiu o presidente. da Coperametista cooperativa recebe, em média, R$ 1,7 mil”, revelou a representante do Sistema Ocergs/Sescoop-RS. Outro dado estadual que Ao fim do encontro, o presidente da Sicredi Alto Uruguai RS/ chama a atenção é a ligaSC, Eugenio Poltronieri, se pronunciou em nome dos demais preção direta entre a presença sidentes das cooperativas da região. Ele fez questão de chamar de cooperativas e o desenRevista Novo Rural aos colegas presidentes no palco, todos sob aplausos da plateia. volvimento das cidades. “Os – Aqui estamos dando um exemplo do verdadeiro cooperatimunicípios que possuem Na galeria de vídeos na nossa Ubiracy Barbosa Ávila, vismo, com esta atitude de nos unirmos e trazermos as liderancooperativas apresentam fanpage no Facebook, você representante da ças para refletir sobre os números apresentados, os quais são melhor educação e melhor confere um conteúdo especial Ocergs/Sescoop-RS fruto do nosso trabalho organizado diante dessa estrutura coorenda, porque as cooperasobre o Seminário Regional perativa que funciona e que dá certo. E dá certo porque é feito de tivas são facilitadoras, elas do Cooperativismo. pessoas que acreditam, que se apaixonam, que têm atitude, que trabalham sempre para o coletivo e, com Fotos do evento também têm exemplo e que acima de tudo não medem esforços para faisso, conseguimos ter melhores resultados. compõem um álbum no zer a construção de uma sociedade justa. Mas, não basta nós Um dos grandes fatores que contribui é a mesmo endereço. virmos para um evento para aprender, ouvir muitas coisas boas, arrecadação dos tributos, pois as cooperase não tivermos a atitude de voltarmos para nossas casas e cotivas têm o caráter de não sonegar imposACESSE, COMENTE munidades e disseminar as informações. Precisamos agir, colotos, criar e manter empregos e trabalhar coE COMPARTILHE! car em prática nossos aprendizados – declarou Poltronieri. letivamente”, afirmou Ubiracy.

“Os municípios que possuem cooperativas apresentam melhor educação e melhor renda, porque as cooperativas são facilitadoras, elas trabalham sempre para o coletivo e, com isso, conseguimos ter melhores resultados”

Na região: faturamento superior a R$ 3 bilhões

Coperametista: união dos associados em prol dos negócios

O verdadeiro cooperativismo


Intercooperando

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Adriano Dal Chiavon

Espaço

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COOPERATIVO

A importância da união Por Marcia Faccin Coordenadora da Unidade de Cooperativismo do Escritório Regional da Emater/RS de Frederico Westphalen

N Público expressivo compareceu ao encontro, que teve palestras no Salão da Atos da URI/FW

Dia Internacional do Cooperativismo

O coral da linha Castelinho, interior de Frederico Westphalen, fez parte de um dos momentos marcantes do evento. Com encenação e apresentação de músicas, o grupo emocionou o público. Coordenado pelo maestro Juliano Maciel, o grupo está gravando um CD, que será lançado em setembro. Naquele mês, a Novo Rural trará uma reportagem especial relacionado a esse trabalho. Acompanhe! Adriano Dal Chiavon

O seminário marcou o Dia Internacional do Cooperativismo, que é comemorado mundialmente no primeiro sábado de cada mês de julho. A promoção foi do Fórum Regional do Cooperativismo e o Escritório Regional da Emater/RS-Ascar de Frederico Westphalen, em parceria com cooperativas e a Unidade de Cooperativismo da Emater/RS. Cerca de 800 pessoas participaram das palestras, pela manhã, no Salão de Atos da URI/FW, e do almoço, na sede da comunidade católica do Bairro Aparecida. Além de cooperados, marcaram presença diversas lideranças, como o presidente da Assembleia Legislativa do Estado (AL-RS), deputado Edegar Pretto (PT), o deputado federal Dionilso Marcon (PT), o presidente da Emater/RS-Ascar, Clair Kuhn, representando o governador José Ivo Sartori, o gerente-regional da Emater/ RS, Francisco Frizzo, entre outras.

Música e agricultura

Apresentação cultural ficou a cargo do coral da linha Castelinho, FW Gracieli Verde

Almoço de confraternização foi servido na sede da comunidade católica do bairro Aparecida, em FW

o dia 1° de julho passado foi realizado no Salão de Atos da URI - Campus Frederico Westphalen o maior evento já realizado na região para celebrar e festejar o Dia Internacional do Cooperativismo. O evento foi pensado e organizado pelas cooperativas e Emater/RS-Ascar, que justas mostraram a força e união em prol desta importante bandeira que é o cooperativismo. E você, participou do evento? Ouviu algum comentário? Conseguiu ver os números da pesquisa inédita realizada junto as cooperativas regionais? Sim? Não? Por quê? Esse evento só foi possível ser realizado graças ao empenho, comprometimento, parceria e união de todos, para juntos realizarmos o maior evento do cooperativismo já promovido na região. O que fica como legado é que juntos podemos e seremos ainda mais, se quisermos conquistar mais espaço no mercado para as nossas cooperativas, devemos nos unir e mostrarmos constantemente a nossa força, o nosso dinamismo e o que de fato produzimos e contribuímos com as nossas comunidades onde estamos inseridos. Nós, mais do que ninguém, devemos ser agentes de transformação, agentes das mudanças importantes e necessárias para impulsionar ainda mais as nossas cooperativas e empreendimentos regionais. E você, na função de sócio de uma ou mais cooperativas, está contribuindo para o crescimento e fortalecimento da sua cooperativa? Está valorizando, investindo e acompanhando os passos e os rumos da sua cooperativa? E você como dirigente, conselheiro e membro da diretoria, está fazendo jus ao cargo que hoje está ocupando? Está merecendo a confiança e o crédito depositado pelos associados na sua pessoa enquanto representante junto aos órgãos competentes da cooperativa? Já tomou conhecimento dos números que o cooperativismo regional apresentou nos últimos 5 anos? E os números da sua cooperativa? Lembre-se: cooperativa é uma sociedade de pessoas, onde cada sócio é dono do empreendimento, o qual deve acompanhar de perto e permanentemente os números, o planejamento e as metas traçadas para serem implementadas a curto, médio e longo prazo. E além de acompanhar, devemos nos empenhar, nos comprometer e ajudar a nossa cooperativa a permanecer competitiva e atuante no mercado, gerando emprego, renda, desenvolvimento e retorno para nós, associados. Somente conseguiremos ter cooperativas cada vez mais fortes e unidas, se nós, associados, nos unirmos ainda mais e defendermos o boom cooperativismo, aquele pautado pela boa gestão, pela ética, pela transparência, pela participação ativa dos associados e envolvimento com a comunidade local e regional. Os números do cooperativismo mostram que as cooperativas, quando bem geridas, monitoradas e acompanhadas periodicamente pelos sócios, é o Brasil, o Rio Grande do Sul e a região que dão certo, pois as mesmas conseguem apresentar crescimento acima de dois dígitos, enquanto os demais setores da economia nacional apresentam retração. Precisamos cada vez mais conhecer o bom cooperativismo, para investirmos, acreditarmos e defendermos este segmento que tantos benefícios traz para as comunidades onde está inserido. Sejamos defensores e apoiadores do bom cooperativismo regional.

“Devemos nos empenharmos, nos comprometermos e ajudar a nossa cooperativa a permanecer competitiva e atuante no mercado, gerando emprego, renda, desenvolvimento e retorno para nós, associados”.


Eventos

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Cultura interiorana valorizada na Noite do Agricultor Encontro remete aos antigos filós e encerra roteiro de cafés coloniais realizados no interior do município de Engenho Velho, os quais reverenciam o Dia do Colono e Motorista

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urante toda a tarde do dia 19 de julho a movimentação foi intensa no Centro Municipal de Cultura de Engenho Velho. O motivo era especial: a realização da Noite do Agricultor, que era o encerramento de um roteiro de cinco encontros, realizados todos no mês de julho. Os cafés coloniais nas comunidades ocorreram nas linhas Cachoeirinha, Rigon, Martinelli, Maraschin, Bonita e Trombetta. As comemorações foram alusivas ao Dia do Colono e Motorista, 25 de julho, e também contribuem para o resgate desses encontros noturnos regados a vinho e com muita comilança, que antigamente as famílias chamavam de filós. A organização fica a cargo da prefeitura, em parceria com a equipe da Emater/RS-Ascar local, com o apoio dos agricultores das comunidades. A primeira-dama, Minéia Formentini Dal Alba, assinala que esse trabalho já foi feito antigamente, mas teve um tempo em que essas programações cessaram. “Por isso pensamos em retomar esses encontros, porque era uma forma de ter atrações específicas para os agricultores, que formam a base econômica do município”, afirma. Em cada ano, um tema é abordado nos cafés coloniais. Neste ano, o tema foi o orgulho de ser agricultor. “Para esses en-

É gratificante ver o pessoal do interior e da cidade integrados. Os agricultores se sentem mais valorizados. Cladir Aimi, agricultora

Temos que parabenizar o poder público municipal e a Emater. Esses encontros são de suma importância, porque estamos vendo a alegria das pessoas em participar, integrando todas as idades. Lucimar Antônio Volpi, vereador

Celebração de Ação de Graças também foi realizada antes de o jantar ser servido

contros nas comunidades também são feitas algumas palestras”, comenta a extensionista e técnica agropecuária Pricila Folle Daris, da Emater/RS. Ela e a colega Marciane Lourdes Cornely acompanham de perto esse trabalho. Neste ano o patrocinador oficial foi a BestSui, com apoio de outras empresas. Para a agricultora Nericler Rigon Zatti, um dos pontos positivos desses encontros é a valorização das propriedades rurais. “Tivemos debates importantes e é bom ver que todas as propriedades têm seu potencial, não é só a do vizinho que é bonita, a nossa também é aconchegante,

Ver o produtor valorizando o que tem em casa é muito positivo. Também é um momento de valorizar a comida que a gente põe na mesa. Glória Zanatta, vereadora

do nosso jeito, da nossa maneira”, afirma. Outro tema que fica em evidência é em relação à alimentação. “Ali a gente vê quanto alimento se produz na propriedade”, diz a agricultora Iliana Arcego Trombetta. “É uma iniciativa importante, porque resgata pratos que já não se preparava mais no interior. Conversamos com vários outros produtores e vimos que a maioria tem em casa grande parte dos alimentos que consomem”, observa Jaqueline Baldi, moradora da linha Martinelli. Alimentos como a puína, a mistura da polenta e nata, que hoje são mais difíceis de ver na mesa das famílias, também são lembrados pelas agricultoras Cleusana Pasini e Claudia Arcari, linha Maraschin. “São coisas que se vê pouco por aí”, dizem. A produtora Fernanda Batistella, que estava ajudando a sapecar as polentas que seriam servidas na noite, conta que o primeiro café foi servido na sua casa e gerou um envolvimento grande das famílias vizinhas. “Como a gente trabalhava durante o dia, nos reuníamos à noite para organizar o café. Foi uma experiência muito boa”, exclama. Essa interação social é lembrada pela extensionista Marciane Lourdes Cornely. “É um fortalecimento da autoestima das pessoas, que gera bem-estar”, defende.

O que eu mais gosto nesses cafés é a união das pessoas e a simplicidade de quem ajuda na organização. Já a comilança, nem se fala. Dilva Graminho, agricultora

Até os meus 18 anos, os vizinhos iam juntos para a igreja, na Semana Santa, fazer filó. Lembro que servíamos o café nas chaleiras. Estamos resgatando algo que se fazia há 50 anos. Nunca sai da agricultura e dou muito valor para isso. Passa um filme na cabeça, mas de felicidade. Cacilda Rigon, agricultora

Como este é o último encontro do mês, já estamos com saudade. Resgatar essas visitas entre as famílias é muito importante. Fica em evidência o engajamento da prefeitura e entidades para esse sucesso dos cafés. Ionara Tomazini, vereadora

Esta é uma forma de unir as famílias, de resgatar esse costume antigo, é algo compartilhado, que todos trazem um prato doce ou salgado. É bom para fazer amizades e se visitar. Lourdes Balbinot, agricultora

Nasci e ainda tenho família no interior. Mesmo morando na cidade, é possível reviver isso com esses cafés. É interessante ver as comunidades confraternizarem. Cleonice Rodrigues Ludke, moradora da cidade

Os vereadores têm sido parceiros desta ação, porque de fato valoriza essas pessoas que formam a base econômica do município. É um momento de confraternizar. Paulo Roberto Schorr, presidente da Câmara de Vereadores


Eventos

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Emoção e gratidão marcam 50 anos do STR de Seberi Associados e parceiros foram recepcionados em confraternização marcada por homenagens

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Sindicato dos Trabalhadores Rurais (STR) de Seberi prestou homenagem a sócios-fundadores e ex-presidentes, no dia 29 de julho. Após uma missa celebrada pelo cônego Alexander Jaeger, na Igreja Matriz Nossa Senhora da Paz, recordações importantes de como o movimento sindical tomou força em Seberi foram evidenciadas por lideranças. O ato foi organizado em virtude dos 50 anos de fundação do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Seberi, comemorados em 17 de junho deste ano. Uma das homenagens registradas foi aos ex-presidentes da entidade. Uma galeria com fotografias dos oito agricultores que já atuaram no cargo, incluindo do atual, o líder sindicalista Paulo Antônio de Queiroz, foi montada. “São pessoas que não mediram esforços para fazer a sua parte diante da entidade, que muitas vezes precisaram deixar a família para dar atenção ao movimento sindical”, comenta Queiroz. O secretário-geral da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Rio Grande do Sul (Fetag/RS), Pedrinho Signori, represen-

tou o presidente, Carlos Joel da Silva. “Não haveria maneira mais original de comemorar esses 50 anos do que dentro de uma igreja, porque o movimento sindical teve forte influência das lideranças católicas no Estado”, recorda, em tom de reconhecimento ao trabalho realizado em Seberi. As homenagens também foram feitas aos sócios-fundadores da entidade, com placas alusivas aos 50 anos. Outro reconhecimento veio por parte da Câmara de Vereadores de Seberi, que registrou uma Moção de Aplausos à entidade pelos serviços prestados à comunidade. “Tenho certeza que o senhor segue como presidente do STR pela sua seriedade, pelo seu trabalho honesto e conjunto com toda a diretoria”, disse o presidente do Legislativo, Nelson da Silva. O prefeito de Seberi, Cleiton Bonadiman, também entregou ao presidente Queiroz uma placa de homenagem direcionada ao STR. “É uma entidade preocupada com os seberienses, com os agricultores, por isso é digna da nossa homenagem”, declarou.

Lideranças e autoridades acompanharam homenagens, na Igreja Nossa Senhora da Paz

União de esforços O STR de Seberi foi fundado em 17 de junho de 1967. A oficialização da entidade foi registrada em novembro do mesmo ano. Naquela época o STR já demonstrava como a união da comunidade agrícola seberiense era forte. “Os fundadores passaram de casa em casa para convidar as famílias a participarem do sindicato, já que para fundar a entidade era necessário um determinado número de associados. Conseguimos muito mais do que era necessário”, relembra Paulo Antônio de Queiroz. Em 1973, o STR de Seberi passou a

contar com um espaço próprio. Naquele ano também foi feito pagamento da primeira aposentadoria em Seberi, através do sindicato. Entre os 26 municípios que integram a Regional Sindical do Médio Alto Uruguai, o STR seberiense ocupa a primeira posição no ranking de maior contribuinte. Isso é resultado da colaboração dos mil associados assíduos, somados aos outros 1,5 mil aposentados que ainda contribuem com o sindicato. “Também possuímos o maior número de associados na Regional Sindical”, aponta Queiroz.

Vereadores entregaram placa e registraram Moção de Aplausos à entidade Sicredi Alto Uruguai RS/SC também registrou homenagem

Prefeito Cleiton Bonadiman parabenizou entidade

Fetag/RS foi representada pelo secretário-geral Pedrinho Signori (D)

Brindes foram sorteados Após as homenagens, o público foi recepcionado no salão paroquial para o almoço. Ali também foram realizados sorteios de brindes. Um deles foi por parte da revista Novo Rural e jornal O Alto Uruguai, em parceria com as empresas Marsol Energia, Móveis Lober, Tchê Turbo, Rádio Fortaleza, Advogada Maitê Pokulat e Agrônomo Mauro Pokulat. Um kit com produtos foi para sortudo Jonas Marcelo Menezes de Oliveira Gonçalves, morador de Seberi. Os participantes também receberam outros brindes das empresas parceiras e poderão concorrer ainda a um reservatório de água com resistência elétri- Patricia Cerutti ca, com capacidade para 300 litros, que será sorteado ao vivo no dia entregou o prêmio a Jonas Gonçalves 1º de agosto, na Rádio Fortaleza FM, a partir das 7h30min.

Aproximadamente duas mil pessoas participaram do almoço festivo

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Clima

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Bastante frio, mas por períodos mais curtos Principalmente na semana de 17 a 21 de julho, o frio "deu as caras" e proporcionou temperaturas negativas em diversos municípios da região. Em Palmeira das Missões, inclusive, teve a chamada chuva congelada. Pelas manhãs a geada ajudava a compor a paisagem interiorana, dando um charme a mais para a estação mais fria do ano.

Gracieli Verde

Gustavo Menegusso

Ivonei Librelotto

Alfredo do Nascimento Júnior

Frio intenso, paisagens dignas de registros

Luciano Schievenin

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previsão de que o inverno seria mais seco neste ano tem se confirmado. Além disso, as massas de ar frio se concentraram nos inícios de cada quinzena. Para este início de agosto, segundo o Climatempo, há previsões de novas quedas mais intensas de temperaturas no Sul. Até porque, já havia tendência de ter alguma geada neste mês. Uma tendência climática da Somar Meteorologia aponta que a primavera deve ser bem equilibrada no se que se refere aos fenômenos climáticos, não gerando problemas para quem precisa implantar as lavouras de verão. Ainda para o restante do segundo semestre, está diminuindo a chance de El Niño. Meteorologistas acreditam que há 55% de chance de neutralidade no comportamento das águas superficiais do Oceano Pacífico equatorial.

BOLETIM AGROMETEREOLÓGICO Leandro Marques Engenheiro-agrônomo | Extensionista rural da Emater/RS-Ascar

A próxima safra de um dos cultivos mais tradicionais da região começa a ser desenhada no campo com o planejamento das lavouras de milho. Alguns agricultores costumam semear a cultura nas primeiras semanas de agosto, enquanto outros reservam áreas para o cultivo mais tardio. Existem também aquelas importantes áreas onde o milho é cultivado para a produção de silagem, garantindo a oferta de alimento de qualidade aos rebanhos. É recomendável que o agricultor faça uso de cultivares com diferentes ciclos de cultivo, possibilitando escalonar o cultivo do milho. Além de minimizar riscos do perdas por conta do clima, tal prática traz benefícios como a possibilidade de utilizar as máquinas de forma mais precisa durante o ciclo da cultura, tornando mais eficiente o planejamento da lavoura. O tempo do milho na região se aproxima.

Vale a pena investir Com os laudos de análise de solo em mãos, é tempo do agricultor garantir os adubos conforme a recomendação que foi interpretada pelas entidades parceiras. Cabe destacar que o milho responde bem ao manejo correto da adubação, indo além da preocupação apenas com a adubação de nitrogênio em cobertura. Vale lembrar que os cuidados iniciais na implantação da lavoura, associados ao bom manejo da cultura ao longo do cultivo, podem garantir maior resistência das plantas aos períodos de estiagem, por exemplo. Garantir o milho no galpão quando chega a época da colheita traz segurança ao agricultor. Vale a pena investir no milho.

Divulgação

O milho chegou

O velho desafio Agosto marca a segunda metade do inverno e o registro de geadas tardias costuma ser um velho desafio no campo. Além da ocorrência em períodos na qual já não trazem mais benefícios expressivos para certas culturas, o fenômeno ainda costuma favorecer possíveis prejuízos em determinados cultivos agrícolas, seja por redução no potencial produtivo ou, até mesmo, por proporcionar queda na qualidade da produção. O fato que costuma ocupar as rodas de conversas entre os agricultores é a existência de três tipos de geada. A geada branca é a de tradicional ocorrência na região, com o branco do gelo cobrindo os campos. Entre outros fatores, ocorre quando a temperatura está abaixo ou próxima de zero, em dias de vento mais seco e em baixa intensidade. Embora pouco comuns na região, existem ainda a geada negra e a geada de canela. A negra costuma ocorrer em dias de vento mais forte que, associado à baixa temperatura, pode congelar a planta sem necessariamente formar gelo na superfície. Já a de canela é mais comum em plantações de café no Sudeste do Brasil. Possui esse nome por congelar a parte inferior da planta, sem causar danos nas folhas e galhos superiores.

Tempo de trabalho com o fumo Além do milho, outro cultivo tradicional da região começa a ocupar as áreas de lavoura em agosto, o fumo. O transplantio das mudas de fumo para as lavouras ganha força neste mês e as famílias dedicam boa parte do dia para tal atividade. Após o período de crescimento em viveiros, as mudas estão prontas para ir ao campo, com tamanhos entre 15cm a 20cm, condição fundamental para o bom início da lavoura. Depois da implantação das lavouras, os cuidados para a manutenção da qualidade das folhas garantem a produção que traz reconhecimento de todo esforço dedicado por cada família na atividade. O tempo de trabalho com o fumo reiniciou na região.


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Espaço da Mulher

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Criatividade valorizada por meio do artesanato Grupo de mulheres consegue aliar atividades agrícolas com o artesanato e agregar renda

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eças de artesanato, das mais distintas, não passam despercebidas, seja pelos detalhes, pelas cores ou pela técnica utilizada. No Assentamento 29 de Outubro, no interior de Trindade do Sul, um trabalho vem chamando atenção. Trata-se do Grupo de Artesanato Arte e Cultura, que existe desde 2012, e tem conseguido comercializar diversos produtos, valorizando o potencial criativo de mulheres agricultoras. A extensionista da área social da Emater/RS-Ascar do município, Angela Teixeira, conta que o grupo surgiu a partir de cursos realizados na comunidade. “Elas viram que existia ali uma possibilidade de fazer peças para vender e ter mais renda na propriedade”, comenta. Além de participar de feiras locais, as agricultoras também já estiveram na Expodireto Cotrijal, em Não-Me-Toque, que também tem aberto espaço para esse tipo de produto. Uma das agricultoras que integra o grupo, Doraci Tártaro, de 57 anos, diz que mantém as despesas de casa com o artesanato. Ela costura, faz almofadas e outras peças, além de auxiliar o esposo Almeri, 57, na lavoura. Eles têm o filho Fabrício, de 17 anos. “Como eu não tenho vacas de leite, consigo ter mais tempo para o artesanato, então é um renda importante”, diz. A dona Adelina da Rosa – que recebeu a reportagem e algumas das colegas em sua casa –, de 62 anos,

Leandra, extensionista Angela, Rosana, Doraci e Adelina: artesanato que integra

mesmo achando que era “tarde” para aprender a fazer artesanato, se dedicou e conseguiu desenvolver habilidades interessantes. Crochê, pintura em tecido, patch-work e outras técnicas são usadas por ela e pela filha Leandra, 30, que mora com ela e o pai, Artêmio, 57, além do neto, Pedro Felipe, de 11 anos. “É mais do que um trabalho, é uma terapia”, diz Adelina. Já Leandra se realizou desde que tem se especializado na confecção de tapetes de crochê. Com peças a pedido das clientes, ela usa a criatividade para oferecer tapetes diversos, com temas atuais, mas valorizando a antiga técnica do crochê. “É tão bom ver quando alguém gosta do que a gente faz, sem contar que podemos ter o nosso próprio dinheiro”, fala, animada. Ali na propriedade, Leandra e a mãe Adelina estimam que o artesanato contribua com 30% da renda da família. Além de lavouras, seis vacas em lactação também somam na renda da casa. Em alguns casos, mesmo que a renda direta com a venda dos produtos não repercuta tanto, como para a integrante Rosane Copinger, 52 anos, ela garante que já fez muitos jogos de lençóis e cortinas para os filhos, noras e para a própria casa. Ela trabalha na bovinocultura de leite com o esposo Elton José, 58 anos. “Mas é muito bom, porque tem dias que a gente precisa fazer alguma coisa diferente, daí se dedica para esses trabalhos manuais. Faz muito bem”, exclama.

Auxílio foi importante para iniciarem os trabalhos As participantes explicam que no início, para viabilizar isso tudo, foi solicitado um recurso por meio do Incra, para a compra de máquinas de costura e aviamentos. Na época conseguiram uma cota que três mil reais para cada uma das mulheres do grupo. Foi um incentivo importante, porque logo elas começaram a comercializar as peças e a ter o retorno. Por mais que elas produzem em suas próprias casas, aliando o artesanato com a rotina da propriedade, se consideram um grupo, uma vez que ainda recebem assistência por meio da Emater/RS. Além disso, quando os produtos são vendidos em feiras, todas contribuem com peças, cada uma valorizando as suas habilidades pessoais. A extensionista Angela, que acompanha o grupo, observa que hoje elas são mulheres empoderadas, que sabem das suas habilidades, valorizam o que produzem e têm autoestima em serem agricultoras. “É um trabalho que também promove a interação social, a troca de ideias. É bom ver que se tem essa boa convivência, o que contribui para o bem-estar dessas mulheres e famílias”, assinala. Além delas, ainda fazem parte do grupo as agricultoras Marinês Antunes, Geneci Zanchet, Leoni Rissotto, Oneide Copinger, Noriclei Mattei, e Marinês Zanguebuch.

O assentamento Hoje o Assentamento 29 de Outubro reúne 47 famílias. Cada família tem 12,8 hectares para trabalhar, mas essas áreas ainda faltam ser tituladas pelo Incra.

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Fotos: Gracieli Ve


Bem-Estar

Plantas medicinais: cultivá-las também é uma terapia

Extensionistas Valéria Zanatta Senger e Neli Negrini com a agricultora Celanira de Souza (C)

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engibre, pitanga, jaboticaba, açafrão, pulmonária, hortelã, araçá, tansagem, entre diversas outras plantas, fazem parte do acervo que a agricultora Celanira de Souza, 60 anos, mantém na linha Suco, a 10 quilômetros da cidade de Palmitinho. Com ela vive o esposo Eri de Souza, de 59 anos – os filhos Paulo, Lucas e Anelisa não moram mais com o casal. No total, são mais de 60 variedades de plantas medicinais e também ornamentais, que são cultivadas em uma parte do quintal de casa. Na propriedade de 22 hectares a atividade principal – que mais gera renda – é a bovinocultura de leite, entretanto, é com as plantas que Celanira mantém uma “relação afetiva” ainda mais forte. “Eu adoro ficar aqui no horto, é onde me sinto bem”, exclama, demonstrando no sorriso a satisfação em poder mostrar o espaço, que, inclusive, se tornou muito agradável para quem visita a propriedade. “Tem um dos meus filhos que mesmo que chegue em casa à noite, vem aqui dar uma olhada. Eles também gostam muito daqui”, acrescenta. Professora aposentada, Celanira se considera uma mulher extremamente ativa, tanto que ajuda o esposo nas demais tarefas da propriedade, além de cuidar da alimentação do casal e da residência, e também gosta de sair, se divertir. “Mas esse horto me deu um sentido diferente para viver aqui, porque eu gosto de mais movimento, não gostava muito de ficar aqui isolada”, revela, depois de alguns minutos de conversa, comprovando que o local tem um significado especial não somente por preservar e resgatar variedades diferenciadas de plantas, mas por ter proporcionado bem-estar, aumentado a sua autoestima e refletido no modo de viver. “Isso aqui previne qualquer tipo de depressão”, diz. As extensionistas Valéria Zanatta Senger e Neli Negrini, ambas da área social do escritório municipal da Emater/RS-Ascar de Palmitinho, ressaltam que quando perceberam o gosto de Celanira pelas plantas incentivaram que esse espaço fosse montado. “Isso também influencia a outras famílias a manterem plantas medicinais na propriedade, uma prática que nos últimos anos está se perdendo”, pontua Valéria. “Além disso, percebemos que Celanira tem um motivo a mais para valorizar a propriedade em que reside”, acrescenta Neli. Outro costume que esse convívio com as plantas proporcionou foi o uso frequente de chás – mas isso muito antes de ter o horto, que completou em maio deste ano um ano após a inauguração. “Sempre tive chás e isso vem de família. Quando meus filhos me visitam, sempre faço chá para eles”, revela, feliz.

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“Isso aqui previne qualquer tipo de depressão” Celanira de Souza, professora aposentada e agricultora

Reaproximação com amigas e muitas visitas Outra vivência que o Horto Medicinal Farmácia Viva – é assim que o espaço de chama – proporcionou foi a vinda de comitivas de mulheres de outras localidades até a propriedade, o que só aumentou a alegria da professora aposentada, que gosta de interagir e conversar. “Sem contar que praticamente todas as minhas amigas vieram me visitar nos últimos tempos, ver o espaço, trazer plantas que eu ainda não tinha. Um filho meu foi para o Mato Grosso e me ligava para ver se eu queria determinadas plantas. Tem sido muito boa essa experiência”, ressalta a moradora da linha Suco. Mas os planos de Celanira não cessam por aí. Ela quer ampliar esse número de plantas, porque ainda tem espaço para mais variedades. Cercar o ambiente e fazer outras melhorias também está no planejamento dela.

Visitas podem ser agendadas Quem quiser conhecer o horto pode agendar uma visita. Para ter mais informações sobre o acesso, basta contatar a equipe do escritório municipal da Emater/ RS-Ascar de Palmitinho, pelo (55) 3791-1177. A equipe está disposta a acompanhar grupos até a linha Suco. Visitas individuais também podem ser feitas. Não há custo para conhecer o local, apenas as mudas que ela multiplica são comercializadas.

Quer montar um horto? Se você se interessou em ter um espaço com plantas medicinais na sua propriedade, busque ajuda! As equipes dos escritórios municipais estão capacitadas para auxiliar com orientações técnicas de como organizar o espaço. Lembre-se que, antes de tudo, é preciso amar as plantas! Boa sorte!

Fotos: Gracieli Verde

Moradora de Palmitinho cultiva mais de 60 tipos de plantas medicinais no quintal de casa. Espaço foi transformado em horto há cerca de um ano


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Culinária Aproveitar bem o sabor das ervas e temperos é diferencial

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ma forma de melhorar a qualidade do alimento consumido pelas famílias, independente se for no meio rural ou na cidade, é optar por temperos naturais e ervas que são acessíveis para a maioria dos agricultores. O diferencial de um prato preparado está no tempero, na forma como é feito e no amor ali depositado. Para dar uma força na escolha dos temperos, a equipe do Escritório Municipal de Palmitinho separou algumas sugestões, que inclusive são difundidas também em outros municípios, por meio dos extensionistas. Além de refletir no sabor dos alimentos, é uma forma de valorizar plantas que se tem na propriedade. Aproveite!

Pão caseiro com ervas Ingredientes: • 1kg de farinha de trigo • 1 e ½ colher de açúcar • 1 colher de banha • 1 colher de fermento biológico • ½ litro de leite morno

• 1 colher de sal • Manjerona • Cebolinha verde • Alecrim • Tomilho • Manjericão • Salsa

Caldo de galinha sólido

Preparo: Colocar em uma bacia os ingredientes secos: farinha de trigo, sal, açúcar e o fermento. Misturar bem e, depois, acrescentar a banha e mexer mais um pouco. Sovar, abrir e colocar as ervas.

Preparo: Bata tudo no liquidificador e acrescente: - 2 xícaras de brodo - 2 xícaras de farinha de milho - Salsa e cebolinha bem picados. Misture bem e coloque em uma forma forrada com plástico. Coloque no freezer e depois corte em cubos.

Tempero caseiro Ingredientes: • 3 cebolas médias, 2 cabeças de alho ,1 maço de folhas de manjericão,1 ramo de alecrim • 1 maço de cheiro verde, 2 colheres (de sopa) de sal, 1 xicarazinha (de café) de óleo (ou azeite de oliva)

Sal temperado Ingredientes: • 200 gramas de sal • Ervas de sua preferência: salsa, cebolinha, manjerona, alecrim, sálvia

Preparo: Em um vidro, alterne uma camada de sal e uma camada de folhas verdes até perto da borda. Pode ser usado em uma semana.

Colaborou: equipe do Escritório Municipal da Emater/ RS-Ascar de Palmitinho

Manteiga condimentada Ingredientes: • Manteiga • Suco de 1 limão • Salsa, cebolinha, alho Fotos: Divulgação

Ingredientes: • 1 kg de cebola • 1 cabeça de alho • 1 xicara de azeite • 1 colher de sopa de sal • 2 folhas de louro, açafrão.

Preparo: Misturar tudo e colocar para gelar

Preparo: Corte a cebola e as folhas. Coloque no liquidificador o óleo e a cebola (que fica mais líquida quando batida). Depois acrescente os outros ingredientes e bata até que fique cremoso. Coloque em um recipiente que tenha tampa e guarde na geladeira

Farinha temperada Ingredientes: • 1 xícara de farinha de mandioca • 2 colheres de salsa picada • 2 colheres de cebola picada • 1 colher de manjericão picado • 1 pitada de sal • 1 colher de óleo

Preparo: Frite os temperos em óleo, acrescente a farinha, mexendo até torrá-la levemente.


Ações que inspiram

Revista Novo Rural - Agosto de 2017

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Engajamento mútuo para promover o vinho Em Planalto, o Concurso do Vinho Colonial ganha força e demonstra o quanto é importante para aproximar os consumidores dos produtores Adriano Dal Chiavon

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ntegrando o público da cidade e do interior, o mês de julho é marcado pelos concursos do vinho na região. Alguns são mais tradicionais, pela trajetória que já construíram em suas comunidades. Nesta edição o destaque é para o evento realizado em Planalto. Neste ano o concurso foi realizado no dia 8 de julho e chegou à quinta edição. A grande importância dada pela sociedade, administração municipal e demais entidades ao Concurso do Vinho Colonial de Planalto se deve à expressiva produção de uvas do município. Conforme o extensionista rural Doraci Bedin, do escritório municipal da Emater/RS-Ascar de Planalto, são mais de 220 produtores de uvas, dos quais aproximadamente 80 produzem vinhos coloniais. De acordo com Bedin, a média de hectares destinados ao plantio de videiras destes produtores é de aproximadamente dois hectares. “Temos produtores que vivem com a comercialização de uvas e vinhos, mas também temos outros que têm na vinicultura e na vitivinicultura um meio secundário de renda na propriedade”, esclarece Bedin. Diante dessa variação e reconhecendo a capacidade produtiva – que torna Planalto um dos maiores produtores de uva da região, porém não ocupando a mesma posição quando o assunto é produção de vinhos – a Emater/ RS-Ascar e a prefeitura trabalham juntas para desenvolver o setor no município. Para isso, ações de incentivo como o Concurso do Vinho Colonial, apoio e conhecimento técnico são oferecidos aos agricultores. Para o vitivinicultor Cleber de Souza Leite, que ficou em primeiro lugar no vi-

Participantes do concurso com promotores e apoiadores

nho branco e em segundo no vinho tinto, esta é uma forma de divulgar o trabalho com a uva, o que tem refletido na venda do vinho. “Isso tem aberto mais possibilidades de mercado, para não ficarmos apenas com a venda da uva para a indústria. É uma maneira de a gente mesmo fazer o vinho e vender. Nosso produto se tornou mais conhecido após as participações no evento”, analisa. Ele e a família têm três hectares de uva na propriedade e nos últimos quatro anos têm intensificado o trabalho com a fabricação do vinho. Por mais que alguns passos ainda precisam ser dados em relação à regularização da produção, isso é uma questão de tempo e não compromete a qualidade do produto.

15 participantes Nesta edição foram 15 vitivinicultores que se inscreveram no concurso, com 26 amostras. O evento de entrega da premiação mais uma vez foi prestigiado por lideranças locais, produtores e público em geral. Além de um brinde coletivo, também foi servido coquetel. A promoção do evento é resultado de uma parceria entre a prefeitura de Planalto e a Emater/RS, com apoio de entidades, demonstrando essa unidade no inventivo à atividade. – Para nós o plantio da uva agrega muito na nossa matriz produtiva. O Concurso do Vinho Colonial também busca es-

timular cada vez mais o plantio da uva e a industrialização do vinho, porque isso agrega uma soma maior na renda do agricultor e também ao município. Por isso, queremos cada vez mais ampliar esse evento, despertando no nosso produtor de uva o espírito de competividade, com o intuito de produzir cada vez mais um vinho de melhor qualidade – disse o prefeito, Antônio Carlos Damin. Outro incentivo foi o sorteio entre os vitivinicultores concorrentes de três participações no curso de vinificação, que ocorre na sede da Emater/RS-Ascar de Caxias do Sul. Acompanhe nesta edição outras informações sobre os concursos de vinhos que ocorreram na região

Saiba quem são os vencedores desta edição Produtores vencedores da categoria vinho tinto

Produtores vencedores da categoria vinho branco

1º lugar Cleber de Souza Leite 2º lugar Cleucir Szuzka 3º lugar Alexandre Augusto Potulski

Vinho tinto 1º lugar Irineu Oroski 2º lugar Cleber de Souza Leite 3º lugar Deolmar Ogliari

Adriano Dal Chiavon

Adriano Dal Chiavon

Vinho branco


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SICREDI GRANDE PALMEIRA

O Sicredi na minha vida: Histórias de Desenvolvimento e Cooperação

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associado Vilson é produtor rural, formado em Agronomia, e acredita na diversificação de culturas como forma de bons ganhos. ”Eu como produtor procuro diversificar bastante, com girassol, centeio, chia, canola, linhaça, pipoca, cevada, trigo, milho, entre outras, tudo eu planto ou já plantei, respeito o produtor que fica no básico, mas eu vejo que as rotações que tenho feito tem me auxiliado, poucas foram as culturas que não deram certo, a maioria deu resultado. Essas culturas são sazonais, então procuro estar sempre atualizado, e como eu trabalhei por anos

Divulgação

Personagem principal: Vilson Valmor Baumgratz, 52 anos, associado da Sicredi Grande Palmeira, agência de Palmeira das Missões- RS há 26 anos.

“Eu sempre indico o Sicredi para os meus amigos, pois existe um diferencial, uma relação mais próxima, taxas de juros muito mais acessíveis, facilidade de crédito. Eu falo para as pessoas e continuo apostando no Sicredi, pois vejo o Sicredi crescendo e se fortalecendo cada vez mais.”

com assistência técnica de lavouras, a gente acaba adquirindo uma certa experiência”. Ao lembrar de sua caminhada, Vilson observa que foram muitos desafios, mas sempre teve no Sicredi o apoio que precisava. “O Sicredi sempre me apoiou, passei por dificuldades de clima, de doença na família, onde gastamos toda a reserva que tínhamos, então recorri com necessidade de crédito e o Sicredi conseguiu me atender. O meu pai era associado e tinha a cota capital, quando houve o seu falecimento nós tivemos o retorno da cota, recebemos este valor, o que não aconteceria em outra Instituição finanDivulgação

Vilson Valmor Baumgratz

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Agosto 2017

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ceira. Eu sempre falo que graças ao incentivo que tive por parte do Sicredi, consegui investir na minha propriedade, estou trabalhando e hoje posso falar com bastante tranquilidade que estou num crescente nos últimos 15 anos. Considero meu relacionamento com o Sicredi perfeito, nunca tive nenhum problema e sim soluções. Tive muitas dificuldades, mas quando fui buscar recursos para estas dificuldades fui atendido”. Mas não é somente a solução crédito que o associado Vilson utiliza. “Eu utilizo muito dos consórcios do Sicredi, já adquiri máquinas, automóveis, atualmente tenho um de imóvel, que inclusive está contemplado. Vejo o consórcio de forma muito positiva, além de auxiliar na compra de bens e serviços é uma

10º Concurso Municipal de Vinhos Coloniais e 7º Jantar do Vinho 18 horas Esporte Clube Brasil Ronda Alta

Encontro Técnico Integração Lavoura-Pecuária

19 horas Clube Atlético Boa Vista Boa Vista das Missões

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forma de poupar. Os seguros também faço e recomendo”. Para o futuro, o associado pretende continuar investindo. ” Lavoura é assim, sempre tem onde investir, eu já comprei pulverizador, trator, colheitadeira, plantadeira, tenho que comprar outra plantadeira para o verão, guincho, caminhão. Quem está investindo, buscando melhorias, estará em constante crescimento. O crédito facilita, pois com prazos mais longos, eu vou trabalhando e pagando com o uso do próprio bem. Eu ainda não investi em irrigação, pois estou mais na linha de armazenagem, então hoje a minha lavoura é dependente do clima, mas para o futuro pretendo ir melhorando e investindo e continuar contando com o Sicredi para isso”.

5º Jantar do Peixe

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20 horas Ginásio municipal Sagrada Família

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Dia de Campo Integração Lavoura-Pecuária - 10 anos

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8 horas Fazenda Librelotto Boa Vista das Missões


CERTIFICADO DE AUTORIZAÇÃO SEAE/MF/ N. 06/0210/2017. Fundos de inves mento não contam com a garan a do administrador do fundo, do gestor da carteira, de qualquer mecanismo de seguro ou, ainda, do Fundo Garan dor de Crédito - FGC. A rentabilidade ob da no passado não representa garan a de rentabilidade futura. É recomendada a leitura cuidadosa do prospecto e do regulamento do fundo de inves mento pelo inves dor ao aplicar os seus recursos. Seguros e Previdência Privada Intermediados por Corretora de Seguros Sicredi Ltda., CNPJ 04.026.752/0001-82, registro SUSEP n° 10.0412376. Os planos em FAPI são administrados pelo Banco Coopera vo Sicredi S.A., CNPJ 01.181.521/0001-55. Produtos de Crédito: a disponibilidade está condicionada à análise de crédito do associado. Promoção válida durante o período de 01/06 a 08/12/2017, para os associados da coopera va Sicredi Alto Uruguai RS/SC. Consulte o regulamento completo da promoção e condições de contratação nas unidades de atendimento par cipantes e no site sicredi.com.br/promocoes. Imagens meramente ilustra vas. SAC Sicredi - 0800 724 7220 / Deficientes Audi vos ou de Fala - 0800 724 0525. Ouvidoria Sicredi - 0800 646 2519.


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