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CARTA AO LEITOR
Você gostou de alguma reportagem em especial? Quer fazer um comentário? Ou gostaria de sugerir um assunto para a equipe produzir uma matéria. Entre em contato com a nossa equipe, enviando sua mensagem 55 99624-3768 pelo WhatsApp.
NESTA EDIÇÃO
6 A campo
Veja qual a expectativa para a safra de verão na região, além do desempenho das lavouras de trigo. Acompanhe também a cobertura do Dia de Campo Integração Lavoura-Pecuária, realizado em agosto, em Boa Vista das Missões. Saiba ainda detalhes sobre como funcionará o Censo Agro 2017, que inicia em outubro.
Valorize quem valoriza você! V
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-las... E elas estão em nossas páginas!
ocê deve ter ficado curioso sobre um selo com a informação “Parceira da família rural”, colocado na capa desta edição e em todos os anúncios desta revista. O objetivo desta identificação é informar aos nossos leitores, na grande maioria famílias rurais de 42 municípios da região, que as empresas, cooperativas e outras instituições que estão anunciando, não estão apenas divulgando seus produtos e serviços em nossas páginas, estão, acima de tudo, ajudando a viabilizar esta publicação, que tem como propósito levar informações técnicas que ajudem a desenvolver a sua propriedade e também inspiração, através de novas ideias e bons exemplos de formas inovadoras de desenvolver a atividade rural, contribuindo para transformar, pouco a pouco, a realidade do nosso campo. Enfim, o conhecimento transforma!
É disso que a revista Novo Rural trata todos os meses, e por isso acreditamos que este trabalho merece o apoio das empresas e entidades ligadas ao meio rural, e mui-
tas ainda não se deram conta de que existe muito mais valor proporcionar acesso a conhecimento, empoderando seu cliente, cooperado e produtor parceiro, do
que muitas vezes dar um simples brinde, que logo acaba esquecido e que não transforma a vida das pessoas.
Por isso, gostaria de lhe pedir, que como forma de reconhecimento a estas empresas, que atenderam ao convite de serem parceiras da revista Novo Rural, que sempre que possível na hora de adquirir algum produto ou serviço, dê preferência a elas. Tenho certeza que outros diferenciais como preço, atendimento, elas também darão conta...
As empresas e entidades, através do seu apoio à revista Novo Rural, estão demonstrando que acreditam nas boas práticas, acreditam que o jovem deve ser valorizado e permanecer no campo; que a agricultura, seja familiar ou empresarial, é viável e pode proporcionar prosperidade e qualidade de vida para quem tira dela seu sustento.
Então, valorize estas empresa e entidades, pois elas têm algo especial que precisa ser retribuído: elas acreditam em você!!! E se não for pedir demais, questione as empresas ou cooperativas com quem se relaciona, se ela é parceira da revista e se ainda não está apoiando este projeto; cobre para que também estejam nas páginas desta revista, que é produzida em parceria com a Emater/RS, uma instituição que tanto contribui com o desenvolvimento do nosso meio rural.
Mas isso tudo só se conquista com conhecimento, renovando mês a mês, dia a dia, o entendimento do que deve ser feito, que as dificuldades existem, mas precisamos buscar soluções inovadoras e superá-
Patrícia Cerutti | Diretora
A revista Novo Rural é uma publicação realizada em parceria por Convênio:
Palmeira das Missões
Veja como a piscicultura pode ser uma opção de renda para propriedades de menor porte.
17 Capa
Em reportagem especial de capa, esta edição traz quais as possibilidades de investimento que a região está tendo e o que deve refletir no produtor rural.
21 Parceiros do Leite
Estreia neste mês a editoria Parceiros do Leite, que promete aproximar mais os elos da cadeia produtiva na região, trazendo conteúdo técnico e informações importantes para você, bovinocultor de leite.
26 Entrevista
O engenheiro-agrônomo e pesquisador João K, da Embrapa, fala à Novo Rural sobre os desafios da agricultura no futuro. Leia a entrevista.
COMENTÁRIOS Família Formentini, de Palmeira das Missões “O progresso alcançado é produto de muita dedicação e, sobretudo, trabalho da família toda. A simplicidade e humildade também é uma de suas marcas. Parabéns a toda familia Formentini. Vocês são um exemplo de luta e sucesso”. Milton Scariot, via Facebook “O mestre, Agenor, é um exemplo de disciplina na condução de sua família. Com trabalho e humildade, trouxe seus filhos junto ao empreendimento e está aí o sucesso da família. O que precisa nesse país é o trabalho consciente e estes são uma escola a ser seguida por nós”. Mauri Fortes, via Facebook
Diretora
Editora-chefe
Patricia Cerutti
Gracieli Verde
Coordenador financeiro
Gerente Comercial Ivone Kempka
Eduardo Cerutti
Circulação Mensal
Reportagem
Tiragem
13 mil exemplares
Fone: (55) 3744-3040 Endereço: Rua Getúlio Vargas, 201 - B. Ipiranga Frederico Westphalen/RS
Revista Novo Rural
@novorural
55 99624-3768
Débora Theobald
Diagramação e publicidade Fábio Rehbein, Karen Kunichiro e Leonardo Bueno
ABRANGÊNCIA: Alpestre, Ametista do Sul, Barra Funda, Boa Vista das Missões, Caiçara, Cerro Grande, Chapada, Constantina, Cristal do Sul, Dois Irmãos das Missões, Engenho Velho, Erval Seco, Frederico Westphalen, Gramado dos Loureiros, Iraí, Jaboticaba, Lajeado Do Bugre, Liberato Salzano, Nonoai, Nova Boa Vista, Novo Barreiro, Novo Tiradentes, Novo Xingu, Palmeira das Missões, Palmitinho, Pinhal, Pinheirinho do Vale, Planalto, Rio dos Índios, Rodeio Bonito, Ronda Alta, Rondinha, Sagrada Família, São José das Missões, São Pedro das Missões, Sarandi, Seberi, Taquaruçu do Sul, Três Palmeiras, Trindade do Sul, Vicente Dutra e Vista Alegre.
Revista Novo Rural - Setembro de 2017 3 INFORME COMERCIAL
Aveia Fronteira se destaca pela sanidade e produção de forragem Gracieli Verde
Variedade foi apresentada em dia de campo realizado em Boa Vista das Missões
A empresa existe desde 1984, atuando na venda de sementes forrageiras. Com a experiência de mais de 33 anos de atuação no segmento da produção agrícola, a Copagril é referência em credibilidade no setor, bem como no suporte ao produtor, desde planejamento do plantio, acompanhamento da lavoura, recebimento da produção e posterior comercialização. A Copagril tem matriz em Ijuí e filiais em Coronel Barros e São Luiz Gonzaga.
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"Se percebeu que esta aveia respondeu muito bem, mesmo tendo as adversidades climáticas deste ciclo." Guilherme Picoli, agrônomo da Copagril
Conheça outras características da aveia Fronteira Produção de grãos: potencial de 2 mil a 3,5 mil quilos por hectare. Forragem precoce: potencial de 1,5 mil a 2 mil quilos no primeiro corte. Resistência a doenças: alta resistência a oídio, moderada resistência a manchas foliares e ferrugens. O ciclo da aveia Fronteira, até a maturação, é de 120 a 140 dias. A época de semeadura é de março a junho.
Adubação A recomendação é que o produtor sempre adube as áreas de acordo com os resultados das análises do solo, com o suporte de profissionais técnicos. Já a adubação nitrogenada deve ser realizada em cobertura, com dose de 30 a 60 quilos por hectare, dependendo da fertilidade do solo.
Gracieli Verde
ma variedade de aveia que vem sendo difundida pela Copagril já tem adeptos na região. A aveia Fronteira, cuja cultivar é registrada e protegida pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, promete como principal diferencial a boa sanidade durante o ciclo, além da alta produtividade de forragem – o produto está no mercado desde 2016. “Esta variedade produz mais de 10 mil quilos de matéria seca por hectare”, afirma o agrônomo e representante da Copagril na região, Guilherme Picoli. Uma das propriedades que já usou a aveia branca Fronteira neste ciclo é a Fazenda Librelotto, em Boa Vista das Missões. “Aqui se percebeu que esta aveia respondeu muito bem mesmo tendo as adversidades climáticas deste ciclo, com períodos de excesso de chuva e outros de muito sol. Não foi aplicado fungicida, o que barateia ainda mais o custo da área”, observa Picoli. Além disso, a Fronteira tem alta resistência para oídio e moderada para o vírus do nanismo amarelo, à ferrugem da folha, do colmo e às manchas foliares. A indicação principal é para forrageamento animal e cobertura de solo, em sistemas de produção de carne e de leite, em rotação de cultivos de inverno, com sucessão de milho e soja. “Nela o tempo de pastejo do gado é maior”, reforça o agrônomo. Outra vantagem da cultivar é o baixo custo de implantação se comparada a outras variedades, o que reflete em alta rentabilidade para o produtor. “Se usa menos semente, se comparada a outras variedades que estão no mercado. Se usar uma aveia preta, vai semear 140 quilos por hectare. Já a Fronteira você semeia 60 quilos por hectare”, compara Picoli. Devido à abundância em forragem, também é possível fazer pré-secado, feno e silagem.
A Copagril
Em destaque
Revista Novo Rural - Setembro de 2017 Adriano Dal Chiavon
UniPermacultura tem cursos com inscrições abertas quer se qualiPestáaraficar,comquem a UniPermacultura inscrições aber-
Em Ametista do Sul, jantar de entrega da premiação foi realizado na linha São Rafael
Encerrada a temporada de concursos do vinho ssim como a produção vinícoA la vem crescendo em Ametista do Sul, a fabricação de vinhos co-
tas para dois cursos on-line. A universidade tem sede em Alpestre. Um deles é o curso de Design em Permacultura, baseado nos princípios de Design Ecológico. O curso tem como objetivo introduzir os estudantes ao universo do Design em Permacultura, para formar novos ativistas e difusores desta ciência de planejamento de ambientes sustentáveis chamada Permacultura. O curso será ministrado a distância e contará com disciplinas de Design, Introdução à Permacultu-
ra, Introdução à Bioconstrução, Ecovilas, Energias Renováveis, Economia Solidária, Cooperativismo, Agroecologia, Agrofloresta, Ciência do Solos, Água, Ecoempreendedorismo, Consultoria em Ecovilas e Expressão Gráfica. A duração do curso é de dois anos. Outra capacitação que está aceitando inscrições é em agroecologia, que terá duração de dois anos e meio. Se você ficou interessado no assunto, converse com a equipe da UniPermacultura pelo e-mail contato@unipermacultura. com.br, ou pelo fone (55) 9-9611-5123.
Vinho branco 1º lugar: Marcos Tolotti 2º lugar: Benjamin Garbosso e Jairo Signori 3º lugar: Sadi Zanetti e Ilucir Zanetti
Gracieli Verde/Arquivo Novo Rural
loniais e artesanais segue no mesmo ritmo. Para auxiliar ainda mais o setor, a prefeitura, por meio da Secretaria Municipal de Agricultura, Emater/RS-Ascar, Sindicato dos Trabalhadores Rurais (STR) e comunidade da linha São Rafael, promoveram a terceira edição do Concurso Municipal de Vinhos Coloniais e Artesanais de Ametista do Sul, no fim de julho. Ao todo, 24 amostras de vinho foram analisadas por cinco jurados, das quais 18 eram de vinho tinto e seis de vinho branco. Na categoria vinho branco, o primeiro lugar ficou para Nereu Fontana, o segundo lugar para Erildo Meazza e o terceiro lugar foi para Ildo Alba. Na categoria vinho tinto, Francisco Fontana ficou em primeiro colocado. Em segundo lugar está Ari Poltronieri e em terceiro lugar ficou Luiz Valderi Sganzerla.
Conheça os vencedores do Concurso Municipal de Vinhos de Barra Funda, realizado em 28 de julho
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Vinho tinto 1º lugar: Milton Tolotti 2º lugar: Vilmar Casagrande 3º lugar: Marcos Tolotti
Conheça os vencedores do 10° Concurso Municipal de Vinhos Coloniais de Ronda Alta, realizado no dia 4 de agosto: Vinho branco 1° lugar: Vitor Roque Cavazini 2° lugar: Vitor Roque Cavazini 3° lugar: Nelson Batista Aresi Vinho tinto: 1° lugar: Edílio Grosselli 2° lugar: Nelson Batista Aresi 3° lugar: Hilário Trevisan Neimar Marcos da Silva é um dos coordenadores da UniPermacultura
Inspeção de itens de origem animal em novo modelo aprovado na segunda quinzena de agosto, pela AsFvernooisembleia Legislativa, o projeto encaminhado pelo godo Estado que autoriza a Secretaria da Agricultura, Pecuária e Irrigação (Seapi) a habilitar médicos veterinários para fazer o serviço de inspeção sanitária e industrial de produtos de origem animal, através de empresas credenciadas. A partir disso, o acompanhamento permanente da produção poderá ser realizado por médicos veterinários habilitados, contratados por empresas credenciadas na Secretaria para prestar este serviço, criando um modelo misto entre iniciativa privada e Estado. A coordenação e fiscalização continuarão exclusivamente a cargo do serviço oficial, através dos fiscais agropecuários da Seapi, que também supervisionará os trabalhos de inspeção, seguindo sistemas já em vigor e outros estados brasileiros (PR, SC e ES), e países como Alemanha, França e EUA, entre outros modelos reconhecidos pela Organização mundial de Saúde Animal. O projeto de lei 125/2017 teve apoio de diversas entidades do setor primário, como a Fetag, Farsul, Sindilat, Sips, Conagro, Apil, Sicadergs, IGL, AGL, Asgav, Fundesa, Acsurs e Famurs.
Mulheres terão encontro em outubro stá agendado para o Econtro dia 4 de outubro o Ende Mulheres Co-
operativadas, no município de Chapada. O evento ocorre no Centro de Tradições Gaúchas Galpão Crioulo. A programação começa às 13h15min, com duas palestras. Uma delas será ministrada pelo palestrante comportamental Dalmir Sant’Anna. Em seguida, Roselei Luis Angst ministrará uma palestra motivacional. O evento é organizado pela Coagril, a Emater/RS-Ascar e o Sindicato dos Trabalhadores Rurais, com apoio do Sescoop/RS.
Programa recolhe embalagens de agrotóxicos no Noroeste do Estado Sindicato InterestaduO al da Indústria do Tabaco (SindiTabaco) realiza, há 17
anos, o Programa de Recebimento de Embalagens Vazias de Agrotóxicos, retirando do campo mais de 13,4 milhões de embalagens, que seguem da casa do produtor para centrais de recebimento e triagem, onde recebem o destino correto. – A conscientização dos produtores é muito importante. Ao mesmo tempo em que preserva o meio ambiente, a devolução das embalagens vazias de agrotóxicos permite a reciclagem dos recipientes e o retorno ao sistema produtivo como
matéria-prima para empresas recicladoras –, afirma o coordenador do programa, Carlos Sehn. Entre as diversas destinações de uso a que podem ser submetidas, está a da construção civil, por meio da produção da chamada madeira plástica, conduítes para fiação elétrica e dutos corrugados. A partir do dia 2 de outubro, até o dia 23 do mesmo mês, o programa estará percorrendo o Noroeste gaúcho. Para entregar as embalagens, basta verificar se o seu município possuirá um ponto de coleta, além do dia e o local da ação. Para conferir, acesse o link: bit.ly/2vHiGMg.
Em destaque
Revista Novo Rural - Setembro de 2017
Nina Alimentos conquista certificação no Sisbi Gracieli Verde
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Abatedouro Nina Alimentos, de Seberi, recebeu a certificação do Sistema Brasileiro de Inspeção (Sisbi), por meio do Consórcio Interestadual e Intermunicipal de Municípios de Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul de Segurança Alimentar e Atenção a Sanidade Agropecuária e Desenvolvimento Local (Consad), no início de agosto. Com isso, as agroindústrias de produtos de origem animal registradas no Serviço de Inspeção Municipal poderão comercializar em todo o Brasil, desde que cumpram as normas. Neste formato, esta é a primeira agroindústria do Estado a ter validação no Sisbi. O empresário Marco Joel Buzatto, que investiu cerca de R$ 500 mil para reativar um espaço de antigo abatedouro que estava em situação de abandono no município, destacou que as parcerias para essa conquista foram importantes, especialmente por parte do poder público de Seberi, Agência de Desenvolvimento do Médio Alto Uruguai (Admau), profissionais que atuam no Serviço de Inspeção Municipal (SIM), bem como o Consad. “Isso certamente vai refletir em outros empreendimentos que venham a se instalar no município, porque a possibilidade de vender os pro-
CFR recebe apoio da Sicredi Alto Uruguai RS/SC á 10 anos a Sicredi Alto Uruguai RS/ H SC mantém convênio mensal com a Casa Familiar Rural (CFR) Santo Isido-
Entrega da certificação ocorreu na sede da agroindústria, em Seberi
dutos para todo o Brasil é muito importante para a sustentabilidade dos negócios”, acredita. Esse fator também foi citado por demais lideranças que se pronunciaram na ocasião, caracterizando o momento como um marco importante para o município. “Até então essa era uma estrutura que não era viável, porque o consumo interno de carnes é baixo em relação ao potencial de produção do espaço. Agora estamos em busca de mais negócios”, expõe Buzatto,
que gerencia o empreendimento há mais de dois anos. Ele também mantém no município outra agroindústria de embutidos, por isso, até então, estava otimizando mão de obra para as duas estruturas. A capacidade de abate é de 29 bovinos ou 46 suínos por dia, mas hoje esse número chega perto dos 50 animais a cada mês. Com essa certificação, a tendência é que a demanda por mão de obra aumente e a capacidade total de abate da unidade seja buscada.
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ro, de Frederico Westphalen, auxiliando o desenvolvimento das atividades na escola. A formação vigente na Casa Familiar consiste na Pedagogia da Alternância, sistema em que os jovens permanecem uma semana em regime de internato e duas semanas em suas unidades de produção familiar, desenvolvendo atividades na propriedade, bem como ampliando os diálogos e decisões na família. Só no primeiro semestre deste ano foram 18 temas trabalhados com as turmas do ensino médio. Os assuntos foram desenvolvidos com os jovens durante a semana que estão na Casa Familiar com apoio dos monitores das Ciências Agrárias, disciplina com a maior carga horária em função da qualificação em Agricultura Familiar, e os monitores das demais áreas do conhecimento – Linguagens Códigos, Ciências Humanas, Ciências da Natureza e Matemática. Entre os assuntos que estiveram em evidência se destacaram a subsistência familiar, a bovinocultura de leite e a mecanização agrícola
Criação | A campo
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AM Gaita fica em quinto lugar no Freio de Ouro 2017 Fagner Almeida/ABCCC/Divulgação
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Freio de Ouro 2017 teve um significado especial para Frederico Westphalen, principalmente para a Cabanha Sol Brilhante, do criador e empresário Sergio Augusto Amaral. Isso porque a égua AM Gaita, que faz parte do plantel da propriedade, disputou o principal prêmio da competição. Durante a maioria das provas, AM Gaita esteve nas primeiras posições, mas acabou em quinto lugar – a premiação é entregue até o quarto. A final do Freio de Ouro 2017 foi realizada no dia 27 de agosto, no Parque Assis Brasil, onde também ocorria a 40ª Expointer. A campeã da categoria fêmeas, que recebeu o Freio de Ouro, é a égua Capanegra Quinta Sinfonia (22.033 pontos). Já o Freio de Prata foi para Jeitosa do Mano a Mano (20.822), o Freio de Bronze para a BT Basteira (20.724), e o Freio de Alpaca para a Carlota de São Pedro (20.547). AM Gaita somou 20.505 pontos no total. A égua da Cabanha Sol Brilhante foi treinada e conduzida pelo ginete Claudio Fagundes.
40ª Expointer tem empresas da região Desde o dia 26 de agosto a cidade de Esteio reúne o que há de mais moderno no que se refere à pecuária e à agricultura, onde ocorre a 40ª edição da Expointer, no Parque Assis Brasil. Entre as maiores feiras agropecuárias da América Latina, a Expointer se torna referência em negócios, bem como em tecnologia. Esta edição segue até o dia 3 de setembro. Empresas da região também participam da 40ª edição da feira, entre elas a AgroBella, de Frederico Westphalen. Comitivas diversas devem marcar presença, em busca de tecnologias e novidades para a região.
Égua AM Gaita foi conduzida pelo ginete Claudio Fagundes
Salão da agricultura familiar Além de todo o aporte tecnológico que a feira traz para o setor, este também é momento para comercializar produtos de famílias que atuam no meio rural. Itens da agricultura familiar reúnem 201 empreendimentos, misturando sa-
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erca de 15% da área de 50 hectares de brócolis cultivados em Liberato Salzano está colhida, conforme informações da equipe do escritório municipal da Emater/RS-Ascar. “Até agora o pro-
duto que chegou para ser beneficiado é de boa qualidade”, pontua o técnico agropecuário Rodrigo Batistella, da Emater/ RS. Tendo em vista as condições climáticas, poderá haver perdas, apesar de ainda ser
cedo para contabilizar isso em números. Já na área de Boa Vista das Missões, onde são quase 100 hectares cultivados, 40% da área está colhida, segundo o agrônomo Cleber Chiarelo, da Grano Alimentos. Trabalho de colheita iniciou em agosto
Durante a feira, equipes da Emater/RS-Ascar apresentam ações desenvolvidas nas áreas de agroindústria, abelhas melíponas e apis, lavoura de resultados, pecuária familiar: equinos, policultivo de carpas, conservação de solo, horta comercial, familiar e em pequenos espaços, gestão ambiental, turismo rural, cooperativismo, classificação e certificação da erva-mate, irrigação, leite: terneiras, pastagens e carrapato e saneamento básico.
Rodrigo Batistella/Divulgação
Brócolis começa a ser colhido em Liberato Salzano
bores tradicionais e inovações. O espaço apresenta o resultado do trabalho de 1.340 famílias, vindas de 131 municípios, comercializando produtos como queijos, embutidos, vinhos, sucos, artesanato indígena, plantas e flores.
Emater/RS apresenta várias temáticas
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esmo com alguns episódios favoráveis de chuva no início de agosto, depois de uma estiagem registrada nesta temporada, o trigo não recuperou todo o potencial nas lavouras da região. “Há bastante desuniformidade, certamente isso vai refletir na produtividade, que deverá baixar, mesmo que aparentemente as plantas tenham conseguido melhorar a aparência, devido a melhor absorção de nutrientes”, observa o técnico agrícola e consultor Rogério Wollmann. Tendo em vista este cenário, alguns produtores até diminuíram a aplicação de insumos, conforme o engenheiro-agrônomo Felipe Lorensini, da Emater/RS de Palmeira das Missões. No município, que tem 18 mil hectares com a cultura, 20% da área estava entran-
do na fase reprodutiva em meados de agosto. “Já as perdas somente poderão ser mensuradas no momento em que a planta expor totalmente as espigas. Isso também deverá resultar em um trigo de menor qualidade”, acredita o profissional. Inicialmente a estimativa de produtividade da Emater/RS era de cerca de 60 sacas/hectare, hoje se fala em 45 a 50 sacas/ha, mas esse é um dado extraoficial. Wollmann reforça que algumas doenças também estão aparecendo com mais frequência neste ciclo, tendo em vista as condições climáticas, que tiveram temperaturas consideradas altas para o inverno. Outro diferencial desta safra é que existe a possibilidade de um pequeno atraso na colheita, tendo em vista que o desenvolvimento das lavouras, de modo geral, tam-
bém foi mais lento. Ainda não se tem nenhum indicativo oficial de que isso possa ter algum reflexo mais intenso na implantação da safra de soja, mas há quem fique um tanto apreensivo. Em relação ao preço, o valor tem melhorado nos últimos meses, chegando a R$ 32,50 na praça de Sarandi, na penúltima semana de agosto. Em função de uma menor produtividade esperada nas lavouras gaúchas, há possibilidade de o produtor ter um preço mais competitivo. “Quem tiver trigo de qualidade vai ter um valor remunerador”, acredita o presidente da Cotrifed, Elio Pacheco. Em 2016, nesta época, o preço estava menos de R$ 30/saca. “O Paraná começa a colher antes do que nós, então tem bastante coisa para acontecer até chegar a nossa colheita”, pondera o líder cooperativista.
Gracieli Verde
Trigo desuniforme deve registrar perdas
Palmeira das Missões
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O município que “está pra peixe!”
Eloi Vasconcelos, a esposa, Camila, e as filhas Fernanda e Stefany têm sido assessorados por meio da Emater/RS, com o acompanhamento do agrônomo Felipe Lorensini
Em Palmeira das Missões, piscicultura tem conseguido adeptos e proporcionado a agricultores uma nova matriz produtiva, viabilizando pequenas áreas de terra Gracieli Verde
revistanovorural@oaltouruguai.com.br
A
área de seis hectares herdada do pai está prestes a se tornar, definitivamente, o negócio de Eloi Vasconcelos, 52 anos. Ele, a esposa, Camila, 33, e as filhas Fernanda, 12, e Stefany, 8, estão com novas perspectivas para o futuro. Isso porque há três anos a família insistiu em buscar formas de viabilizar a área com a implantação de quatro tanques para criação de peixes, somando dois hectares de lâmina d’água, na linha Bom Sossego, interior de Palmeira das Missões, distante 24 quilômetros da cidade – é praticamente divisa com o município de Chapada, cujo perímetro urbano fica a 22 quilômetros dali. – Como é uma área de várzea, não tinha como plantar grãos. Tendo em vista a proximidade com Chapada, onde funciona um frigorífico que abate peixes, a piscicultura seria uma alternativa. Fazia tempo que eu tinha isso em mente – revela Vasconcelos, que há 26 anos trabalha em uma fazenda próxima dali.
Com uma área favorável para a construção dos tanques, mas com algumas particularidades – o barro que precisava ser extraído não seria usado para as taipas ao redor dos tanques, então precisava ser retirado do local, o que tornaria o projeto bastante caro –, foi necessário procurar algumas parcerias para viabilizar as obras. Uma olaria, que tem sede em Chapada, foi fundamental nesse processo, porque retirou o barro do local. – Se não fosse isso, seria bem complicado tirar o projeto do papel, porque custaria muito caro esse trabalho. Gastaríamos entre R$ 130 mil e 150 mil nisso, dinheiro que foi economizado – conta Vasconcelos. O projeto, bem como a orientação e o suporte técnico para a execução, foram viabilizados por meio do escritório municipal da Emater/RS de Palmeira das Missões, com o acompanhamento do engenheiro-agrônomo Felipe Lorensini. Já os serviços com máquinas foram feitos em parceria com a prefeitura de Chapada, que apoia a piscicultura, tendo em vista que o produtor está vendendo a produção para lá.
“Dependendo do caso, a prefeitura pode dar a máquina e o combustível para executar o serviço.” Olavo Borges, secretário de Agricultura de Palmeira das Missões
O sonho de ter o próprio canto Por enquanto, Vasconcelos ainda trabalha fora e conta com a parceria incondicional da esposa Camila, que monitora os tanques durante a semana. “Nos fins de tarde e de semana eu consigo me dedicar mais”, revela ele. O produtor quer, num futuro próximo, poder cuidar somente do negócio que estruturou. A área, que até então só era uma várzea, aos poucos está ganhando características de uma unidade produtiva. Ali também está sendo construída uma casa, para a qual Eloi, Camila e as filhas esperam mudar-se logo, ainda neste ano.
Os primeiros lotes Agora os Vasconcelos estão cuidando do segundo lote de tilápia. O primeiro rendeu 23 toneladas, destinadas para o frigorífico. “Tivemos algumas perdas, ainda estamos aprendendo algumas coisas, mas estamos confiantes”, observa. Com a garantia de compra do frigorífico, cabe ao piscicultor adquirir a ração para as tilápias. Para isso, normalmente se busca um empréstimo bancário para custeio, como ocorre em outras atividades. No caso da família Vasconcelos, um financiamento por meio do Pronaf também viabilizou a compra dos alimentadores automáticos e aeradores. O investimento total é de cerca de R$ 60 mil, com prazo de dez anos para pagar. O valor pago por quilo ao produtor tem girado em torno de R$ 5.
Palmeira das Missões “Temos poucos produtores comerciais no município e há espaço para mais, até porque contamos com áreas favoráveis para a construção de açudes.” Felipe Lorensini, agrônomo da Emater/RS
Investimento em equipamentos foi importante para facilitar a mão de obra
Paulo Cesar Lunkes mantém um pesque-pague no município e participa da feira mensal, que já teve duas edições
Feira mensal agrega valor ao produto e incentiva o mercado m relação a mercado, há dois meses o muEexposições nicípio conta com uma feira, no parque de da cidade, aos moldes do que ocorre anualmente na Semana Santa, antes da Páscoa. “Vemos que tem demanda de consumo para esse tipo de produto”, salienta o secretário Borges. Inclusive, essa ação foi uma necessidade que o setor apresentou e que conta com o envolvimento da Secretaria de Agricultura e da
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O grande entrave para que a piscicultura se desenvolva mais é o acesso às horas-máquinas, que são caras para serem arcadas pelos produtores, segundo o agrônomo Felipe Lorensini, da Emater/RS. “Isso é o que mais encarece esses projetos na área de piscicultura, porque o custo dos equipamentos não é considerado tão alto”, avalia. O secretário de Agricultura de Palmeira das Missões, Olavo Borges, garante que para produtores que realmente estejam interessados em produzir peixes, o primeiro passo é fazer um estudo de viabilidade e um projeto com o assessoramento da equipe da Emater/RS, que o poder público municipal se compromete em auxiliar na construção dos tanques. “Dependendo do caso, a prefeitura pode dar a máquina e o combustível para executar o serviço”, diz, mas ele pondera que cada caso é avaliado individualmente. O produtor Eloi Vasconcelos expõe que já tem interesse em ampliar o negócio. Ele quer fazer mais tanques em outros quatro hectares localizados ao lado da propriedade que está montando. Para o empresário Leomar Uebel, que mantém um frigorífico de abate de peixe em Chapada, o município de Palmeira das Missões tem pelo menos duas vantagens para desenvolver essa cadeia produtiva. Uma delas é a proximidade com a unidade, além de locais disponíveis para açudes. “Por outro lado, há uma ressalva quanto ao clima, porque lá costuma ser um pouco mais frio do que em outros municípios, então é necessário ver como os peixes se adaptam”, observa, revelando que ainda neste ano mais dois palmeirenses fornecerão matéria-prima para o frigorífico. Segundo ele, a demanda é maior em determinadas épocas do ano, mas ainda há espaço para outros piscicultores.
Aulas em Full HD Metodologia Autoral Professores Experientes Tecnologia inovadora de vídeo 360º Bolsas de estudantis para causas sociais Imersão prática de 48h/a Horários flexíveis
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Emater/RS. Como existe a venda de peixe vivo, o trabalho tem o acompanhamento de um profissional veterinário da secretaria, com a devida autorização dos órgãos fiscalizadores. Na visão do agrônomo Felipe Lorensini, a feira é uma possibilidade a mais de agregar valor ao produto, porque ali é possível vender o peixe a um preço diferenciado. “Temos poucos produtores comerciais no município e há espaço para mais, até porque contamos com áreas favoráveis para a construção de açudes. Nas duas feiras mensais que já foram realizadas, a venda ficou entre 800 e 900 quilos cada, mas se tivesse mais produto, teria saída”, analisa. A feira tem sido vista com bons olhos também pelo produtor Paulo Cesar Lunkes, 41 anos, que mantém um pesque-pague composto por 11 açudes com a esposa Beatriz, 32, e o filho Pablo Felipe, 17, na linha Macaco, a cinco quilômetros da cidade. “Essa venda mensal aquece a venda em épocas que não comercializaríamos tanto, como no inverno, quando o movimento no pesque-pague diminui. Acho bem positiva essa iniciativa”, defende. No caso da propriedade, a produção que prevalece é de carpas, jundiá, pacu, traíra e tilápia. Além disso, aliar o lazer nesse trabalho é outro nicho considerado importante para o município. A ampliação da atividade também está nos planos da família Lunkes.
Palmeira das Missões
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A missão de preservar a erva-mate da Grande Palmeira
L
ançado ainda em março, o Programa Estadual de Desenvolvimento da Cadeia Produtiva da Erva-Mate tem proporcionado encontros com produtores, entidades que representam o setor, bem como empresários, para levantar demandas e, num futuro próximo, executar melhorias. O trabalho, que é realizado em nível de Estado, está a cargo das equipes da Emater/ RS-Ascar, a pedido do governo estadual, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Rural e Cooperativismo e da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Irrigação. O agrônomo Ilvandro Barreto de Melo, que é um dos especialistas na área de erva-mate e que atua na Emater/ RS, tem acompanhado esse processo, bem como o gerente-adjunto do escritório regional de Frederico Westphalen, Mario Coelho da Silva, além de outros profissionais espalhados pelo Estado. Em reunião realizada no dia 15 de agosto, em Palmeira das Missões, novamente o assunto esteve em debate, envolvendo o Polo Planalto/Missões – que também abrange o município. Melo explica que uma fase de análise das necessidades locais em relação ao setor já foi executada ano passado e que a partir de agora inicia uma articulação para colocar em prática estratégias que possam gerar resultados para o setor. – Embora seja um programa estadual, vamos ter cinco facetas diferentes, porque no momento em que o programa for operacionalizado, levará em conta a realidade do polo Planalto/Missões, que é o de Palmeira das Missões, bem como dos demais, o Alto Uruguai, que compreende região de Erechim; o polo Machadinho, no Nordeste gaúcho; o Alto Taquari, de Arvorezinha e Ilópolis; e do Vale do Taquari, que corresponde à região de Venâncio Aires. Em cada polo existe uma realidade diferente – pontua Melo.
Gracieli Verde
Ervateiros, empresários e entidades do setor são articulados por meio de um programa estadual para planejar melhorias na cadeia produtiva O que é prioridade para a região quando o assunto é erva-mate Até esta fase do trabalho, o que fica em evidência é que é fundamental promover o resgate e a preservação das erveiras antigas que estão espalhadas pelos municípios da região. “Neste polo é onde tem mais remanescentes de erva nativa”, reforça Melo. Outro ponto que se destaca na região é que existem diversas indústrias. Por outro lado, se percebe a necessidade de melhorar esse processo de fabricação. “Um dos desafios é profissionalizar mais os produtores”, observa o agrônomo.
Viabilizar as propriedades produtoras O ponto principal do programa é melhorar a qualidade da erva produzida, tanto no campo como na indústria, porque o primeiro passo para vender um produto é ter excelência. Outro objetivo é viabilizar o produtor rural. Hoje a média de produtividade no Brasil é de 575 arrobas por hectare. No RS, essa média é de 650 arrobas, mas tem regiões produzindo de 1,8 mil a 2 mil arrobas por hectare. Tem muita propriedade que não está se viabilizando economicamente em erva-mate, como tem outras que estão ganhando dinheiro. Para isso, tem que viabilizar toda a cadeia, desde quem produz a muda, até quem industrializa a folha. “De cara é necessário trabalhar com uma projeção acima de mil arrobas de erva por hectare”, defende o agrônomo, se referindo a agricultores que têm a atividade como principal fonte de renda, porque para aqueles que só tem a planta como fonte de renda secundária, se dão ao luxo de produzir menos.
Setor ervateiro se mobiliza para aprimorar a produção de um dos produtos mais tradicionais do Estado, a erva-mate
Serão realizados treinamentos, tanto para trabalhadores como para proprietários da indústria e outros envolvidos no processo. No Estado, já foram treinadas pessoas ligadas a 100 empresas e 130 trabalhadores, seguindo pedido da Secretaria Estadual da Saúde, através do decreto 194/2016, que exige que cada indústria tenha um responsável pela fabricação, e que este seja treinado com boas práticas de fabricação com pelo menos 40 horas de curso.
Em setembro, 30 técnicos da Emater/RS também serão treinados. No Estado se estima que haja 14 mil propriedades com erva-mate, mas muitas delas não se viabilizam. Já o número de indústrias é de 250. Na região, se destacam na produção de erva-mate Palmeira das Missões, Novo Barreiro, Erval Seco, Seberi, São Pedro das Missões, São José das Missões e Ronda Alta.
Com a palavra, Ilvandro Barreto de Melo
“Antes de mos entre 7 e 8 mil No que a região de Palmeira das Missões se 15 hectares plantados diferencia? qualqueer na região Sul. Essa Melo – É na tradição, é esse nome que Palmeira das erva ainda não coMissões fez em cima da erva-mate. Esse é um ponto fundainncentivvo meçou a ser colhimental para então trabalhar para valorizar o potencial genétida, então em breve co que existe aqui, assim como valorizar o processo de prode plantio, vamos ter uma fase dução, apesar de ter muito o que melhorar. Para uma região de mais matéria-pricolocar no mercado de maneira conhecida, tal qual Paltemos que nos semeira ma no mercado. Nos é reconhecida pela erva, demora tempo, leva décadas, últimos 15 anos o preocuppar na e aqui já tem isso. consumo aumentou 5% e a produção de O que se vislumbra para o futuro para este melhoriia de 15 mercado da erva-mate? folha 17%, sem contar essas novas áreas. Por isso, antes de qualquer incentivo de plantio, temos que nos preocupar na Melo – Analisando o cenário internacional, temos uma manejo e da melhoria de manejo e da qualidade dos ervais, além de aprotendência de ampliação de mercado, mas de maneira lenta. qualidade dos O mundo está conhecendo a erva-mate. Em nível nacional, ximar o consumo da produção. tendo em vista o aumento do preço da erva em 2013/2014, outros produtos no mercado, como ervais, aléém o consumidor se reeducou, reduziu o tamanho da cuia, 15 Colocar cosméticos à base da erva-mate, pode ajudar aprendeu a usar menos produto. Com isso gerou uma redude aproxim mar ção do consumo interno. Aliando isso à grande oferta, baixou a aumentar o consumo? Melo – Sem dúvidas é uma planta que tem virtudes para Hoje temos uma superoferta de folha no Brasil e aino consumo da odapreço. outros produtos, mas isso serve mais para divulgar a ervapodemos ser supridos por erva do Paraguai e da Argen-mate. Para aumentar o uso de folhas do campo temos o chitina, sem contar Santa Catarina e Paraná. Diante dessa reaproduçãão.”” marrão, o tererê e os chás. Quando entramos em outros itens lidade, entendemos que vamos perder produtores – aqueles que estão com baixa produtividade e não estão tendo lucro. Outra preocupação: quando o preço da erva-mate subiu, tive-
se usa o extrato, então não precisa muita erva para isso. Mas, para ajudar a vender a imagem da erva-mate é perfeito.
A campo
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Chegou a hora de responder o Censo Agropecuário 2017 Previsto por lei, o censo é uma forma de conhecer as características da agricultura e da pecuária brasileira
O
último Censo Agropecuário do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) foi realizado em 2006. Agora, em 2017, inicia novamente um processo de atualização desses dados, com a coleta a partir do dia 1º de outubro. No Estado serão 1,6 mil recenseadores percorrendo os municípios, visitando os mais de 400 mil estabelecimentos agropecuários. A identificação e localização das propriedades, bem como as características do estabelecimento agropecuário e do produtor, além do número de pessoas que trabalham nesses locais serão algumas das informações coletadas. O questionário também quer saber se as propriedades contam com estruturas de armazenagem, implementos, máquinas e veículos, entre outros dados. Conforme análise do coordenador de subárea da Agência do IBGE de Frederico Westphalen, Cleovane Selbach, nos testes que têm sido feitos a aplicação do questionário demora em torno de 40 minutos, mas varia muito de acordo com as atividades que o produtor mantém na propriedade. “Com deslocamento, o recenseador pode demorar entre uma e duas horas”, estima. Nos 42 municípios de abrangência da revista Novo Rural serão mais de 100 servidores que atuarão na coleta dos dados. Segundo ele, é importante que os produtores rurais tenham em mente, na hora de responder o questionário, os dados referentes ao período entre setembro de 2016 e setembro de 2017. – Essas informações é que são importantes para o censo. É fundamental que ele não esconda nenhum dado. Até porque o IBGE não fornece essas informações para nenhum outro órgão. As informações repassadas por meio do censo são usadas em nível de município, de Estado e país. O IBGE não está ali para julgar ninguém, está ali simplesmente para coletar essas informações – reforça Selbach.
Recenseadores identificados Os servidores responsáveis pela coleta de dados estarão com crachá, devidamente identificados, colete, além do próprio aparelho de coleta de informações, que é um smartphone adaptado para esse trabalho. Além disso, o IBGE divulgará um número de telefone 0800 para que as pessoas possam conferir a identidade do recenseador, caso o produtor achar necessário, ou nas agências e com entidades como a Emater e sindicatos, que terão conhecimento de quem fará esse trabalho nos municípios.
Localização dos estabelecimentos agropecuários Os equipamentos usados pelos recenseadores contam com GPS, o que permitirá que seja atualizada a localização das propriedades.
Início da coleta A partir do dia 1º de outubro inicia o trabalho a campo dos recenseadores. Essa coleta precisa ser feita até fevereiro de 2018. Se os recenseadores tiverem alguma dificuldade, eles buscarão apoio de entidades como sindicatos e a Emater/RS. Eles também contam com o suporte da comissão municipal de geografia e estatística, que tem a participação de representantes dessas entidades.
Envio dos dados
Abaixo você confere o número de estabelecimentos que deverão ser visitados em cada município da região, conforme levantamento do IBGE: Município
Estabelecimentos agropecuários registrados no Censo 2006
Alpestre
1.783
Ametista do Sul
978
Barra Funda
259
Boa Vista das Missões
322
Caiçara
1.041
Cerro Grande
454
Chapada
1.601
Constantina
1.035
Cristal do Sul
594
Dois Irmãos das Missões
412
Engenho Velho
223
Erval Seco
1.661
Frederico Westphalen
1.411
Gramado dos Loureiros
452
Iraí
857
Jaboticaba
830
Lajeado do Bugre
630
Os dados coletados podem ser transmitidos assim que o recenseador tiver uma rede de internet wi-fi. Se na propriedade ele tiver internet à disposição, pode fazer a transmissão imediata.
Liberato Salzano
1.292
Nonoai
818
Nova Boa Vista
479
Novo Barreiro
886
A importância de responder o Censo
Novo Tiradentes
572
Novo Xingu
478
Tanto o governo como o setor privado utiliza dados do Censo Agro para tomar decisões na hora de planejar investimentos. Por isso a importância de os produtores responderem de forma fiel os dados solicitados.
Palmeira das Missões
1.604
Palmitinho
1.110
Pinhal
381
Para que o Censo é utilizado Essas informações são essenciais para o dimensionamento de áreas cultiváveis, dos níveis de produção de alimentos e da criação animal; para a sinalização da utilização e aplicação dos implementos e instrumental agrícola; a quantificação de trabalhadores rurais e sua estratificação em idade, gênero, escolaridade, etc.; e a classificação dos padrões de obtenção e ocupação do território nacional em atividades agropecuárias.
Amparado por lei A concepção do Censo leva em conta as recomendações do Plano Estratégico Global para o Aprimoramento das Estatísticas Agrícolas e do Programa Mundial de Censos Agropecuários da FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação). A legislação brasileira ampara a realização do Censo Agro.
Pinheirinho do Vale
926
Planalto
1.364
Rio dos Índios
1.026
Rodeio Bonito
743
Ronda Alta
963
Rondinha
1.012
Sagrada Família
626
São José das Missões
770
São Pedro das Missões
646
Sarandi
959
Seberi
1.455
Taquaruçu do Sul
477
Três Palmeiras
735
Trindade do Sul
772
Vicente Dutra
1.089
Vista Alegre
501
A campo
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Na região dos Coredes do Rio da Várzea e Alto Uruguai, redução da área de milho deve ser de, pelo menos, 16%. Já a soja deve ampliar em pouco mais de 5% de área, segundo dados da Emater/RS
A
safra 2017/2018 deve apresentar um cenário um pouco diferente do ciclo 2016/2017 na região. A redução da área de milho é que se destaca, conforme levantamento da Emater/RS-Ascar em relação às perspectivas para este novo período. Dos cerca de 100 mil hectares cultivados no período 16/17, neste ano a área deve reduzir para 83.300 hectares, cerca de 16% a menos. No Estado, também segundo a Emater/RS, o milho grão tem uma projeção de área a ser plantada de 11,65% menor do que a do ano anterior. Já na soja, existe a possibilidade de um aumento de 5,3% nos 42 municípios, passando de 383.210 hectares para 406.600 ha. Os dados são da Emater/RS-Ascar. Em nível de Estado, a soja deverá ter um aumento de 3,16% na área plantada em relação ao ano passado. A desvalorização do milho é um dos principais fatores que influencia essa diminuição da aposta do produtor pelo grão. “Isso desmotiva o produtor a investir, e ele acaba plantando mais soja”, avalia o assistente técnico de sementes Everton da Silva Palm, de uma empresa que atua na região. “Num cenário de curto prazo, a soja se mostra
com mais liquidez”, diz. Em Palmeira das Missões, a Emater/RS estima que a redução de área de milho seja de quase 30%, passando de 11 mil hectares para 8 mil. Já na soja, a projeção é de 90 mil hectares, 9% a mais do que o ciclo anterior. O produtor Clóvis Richter, que tem lavouras na Esquina Scherer, deve plantar 600 hectares da oleaginosa nesta safra, mais do que os 520 ha da safra anterior. – Em 2016 eu tinha um pouco de milho, mas neste ano vamos plantar somente soja. Com quem tenho conversado, até mesmo quem tem pivô, está reduzindo área de milho. Além do preço baixo, também tem a questão do custo de implantação e os riscos climáticos, porque o milho é mais sensível a períodos com pouca chuva – pontua o agricultor. O agrônomo Mauro Pokulat, que presta assessoria para produtores na região, observa que no caso do milho, essa queda na área mostra justamente que o produtor “está voltando a fazer a conta”. “Na safra anterior, havia tido um incremento de área significativo, porque o preço do produto estava bom. Agora, com esse preço baixo, realmente há que avaliar bem, porque o custo-benefício da soja deve compensar”, acredita.
“Com quem tenho conversado, até mesmo quem tem pivô, está reduzindo área de milho. Além do preço baixo, também tem a questão do custo de implantação e os riscos climáticos, porque o milho é mais sensível a períodos com pouca chuva” Clóvis Richter, produtor
Área de milho na região Safra 2015/2016 94 mil hectares
Safra 2016/2017 99 mil hectares
Safra 2017/2018 83.300 hectares
(Fonte: Emater/RS-Ascar)
Soja deve ter aumento de 5,3% na área plantada na região, passando de 383.210 hectares para 406.600 ha
Gracieli Verde/Arquivo Jornal O Alto Uruguai
Menos milho e mais soja
A campo
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Cotações Em relação ao preço, os produtores de soja vêm de valores pressionados para baixo desde a safra passada, com armazéns lotados. O consultor Rafael Ribeiro de Lima Filho, da Scot Consultoria, assinala que de agora em diante os mercados brasileiro e mundial giram em torno da projeção da safra norte-americana. – Tanto que incialmente, problemas climáticos por lá favoreceram uma pequena reação nos preços no Brasil. De agora em diante, o que baliza o mercado, em curto prazo, é uma possibilidade de oscilações em função de algumas regiões que podem não receber a chuva esperada. Há que ponderar que clima muda muito, então mais para frente pode haver reações pontuais no mercado – explica. Para novembro, quando começa a colheita da safra norte-americana, poderá haver uma pressão para baixo mais forte, segundo ele. Desde o segundo semestre do ano passado, o milho também tem tido queda de preço. “Essa queda se deu por causa de um cenário de exportação mais aquecido”, opina Lima Filho. Para setembro, a Scot Consultoria prevê valores de R$ 28/saca, na casa dos R$ 29 e R$ 30 para novembro e acima de R$ 31 para janeiro de 2018.
Fomentando os municípios da região
A
“Num cenário de curto prazo, a soja se mostra com mais liquidez” Everton da Silva Palm, assistente técnico de sementes
A Admau tem como principal objetivo contribuir para a promoção do desenvolvimento econômico e social.
Feijão: mais produtores cultivam o grão Na região de abrangência do Escritório Regional da Emater/ RS-Ascar de Frederico Westphalen, que tem 42 municípios, a área de feijão (primeira safra) deve ser de 6,7 mil hectares, cerca de 30% além da área da safra passada, que foi de 5,1 mil hectares. O município de Vicente Dutra figura na liderança quando o assunto é a perspectiva para a safra 2017/2018, segundo a Emater/RS. São projetados 1,5 mil hectares com a cultura – na safra passada eram mil. Um dos fatores que tem influenciado neste aumento é o investimento dos produtores em maquinário para a colheita, porque essa era uma dificuldade em função da pouca mão de obra disponível. Tanto que em 2007, por exemplo, a área era de 3,5 mil hectares, mas em 2016 eram menos de mil ha cultivados. O produtor Valdocir Pedro Dal Forno, que reside na linha Laranjeiras, salienta que o preço tem ajudado, ficando atrativo para investir. Até porque, o feijão produzido em Vicente Dutra é um dos primeiros que entra no mercado. A Emater/RS prospecta uma produtividade de 50 sacas/hectare. Neste ano, Dal Forno deverá ter entre 40 e 45 hectares. Já o agricultor Erni Pozzebon, que mora na linha Boa Esperança e já plantou 15 hectares de feijão, optou pela cultura porque quer investir na soja na resteva. “O preço do milho não está bom, então depois do feijão quero plantar a soja. Essa é uma vantagem do feijão, que não atrapalha essa opção”, explica. Em Vicente Dutra são 450 famílias envolvidas com o feijão, porque há também quem produz para subsistência. Gracieli Verde
Produtor Valdocir Pedro Dal Forno na lavoura recémplantada, no início de agosto
Agência de Desenvolvimento do Médio Alto Uruguai (Admau), fundada em 29 de agosto de 2013, com a missão de fomentar o desenvolvimento regional, é uma ferramenta executiva na captação e execução de projetos coletivos. Tem como principal objetivo contribuir para a promoção do desenvolvimento econômico e social, buscando harmonizar o crescimento econômico com a utilização racional e sustentável dos recursos físicos, humanos e naturais, em sua área de atuação, autonomamente e/ou em parcerias com o setor público, setor privado e terceiro setor, com a função executiva de ações e projetos, integrando todos os setores da sociedade, podendo ser as ações do Estado, das empresas privadas e da sociedade civil organizada. Pela política dos APLs do RS, é a entidade gestora, com o papel de coordenadora do APL Agroindústria Familiar e Diversidade dos Coredes Médio Alto Uruguai e Rio da Várzea, sendo responsável pela captação e execução dos convênios. Sua atribuição é manter organizada e articulada um conjunto de entidades para atuar como Governança do Arranjo, seguin do a orientação desta na aplicação dos recursos de investimentos e prestação de serviços auxiliares, que foram elencadas como prioridades, fazendo com que todos assumam compromissos para o desenvolvimento. Assim foi criada uma agenda de ações coletivas, com o objetivo de gerar renda e agregar valor na cadeia produtiva da Agricultura Familiar, tendo como estratégia principal o fomento na criação e desenvolvimento das agroindústrias familiares. A primeira das ações coletivas foi definida entre a Associação dos Municípios da Zona da Produção (Amzop) e Admau, para esta constituir uma equipe técnica multidisciplinar para assessorar os municípios na implantação do Serviço de Inspeção Municipal (SIM), com a equivalência ao Sisbi/Susaf. A segunda ação coletiva foi de disponibilizar esta equipe para assessorar e/ou ser ART junto às agroindústrias para qualificação sanitária, a fim de que elas possam acessar os serviços de inspeção (Sim/Susaf/ Sisbi) a que queiram se enquadrar. A terceira ação coletiva foi certificar a atuação do Consórcio Consad, para ampliar sua área de abrangência para o Rio Grande do Sul, a fim de atuar na homologação da equivalência do Sisbi/POA. Uma quarta ação coletiva está ligada a facilitar a comercialização dos produtos das agroindústrias e agricultura familiar. Para isso, foi adquirido um kit feira, que é um conjunto de tendas disponíveis aos municípios, agroindústrias e entidades para realização de feiras e mostras com baixo investimento nas estruturas. A quinta ação coletiva diz respeito à inovação através da criação de duas plataformas on-line. Uma trata da formalização, está disponível aos Serviços de Inspeção Municipais, permite reduzir custo e padronizar a gestão encurtando o caminho para a equivalência ao Estado (Susaf) ou ao federal (Sisbi). A outra plataforma trata da comercialização e irá facilitar a inclusão/visualização dos produtos dos agricultores e das agroindústrias por parte dos compradores, tanto para o mercado
convencional quanto para o mercado institucional, facilitando a formação de escala, pois a produção é pequena nesta atividade. A sexta ação coletiva será a abertura de 10 pontos de venda na BR-386, desde a entrada no Estado, por Iraí, até o município de Sarandi. Destes, quatro pontos foram colocados como prioritários. Um no km 2 da BR386, em Iraí. O segundo é no km 43 da BR-386, no distrito de Osvaldo Cruz, em Frederico Westphalen. O terceiro ponto de venda será no km 100, no município de São José das Missões, e o quarto ponto de venda está localizado no trevo de saída do município de Boa Vista das Missões. Para isso se concretizar, a Admau se propõe em assumir a finalidade para que o pórtico foi construído, visando fomentar o turismo local (sozinha e/ou em parceria com outras entidades ou instituições), e ser um ponto de divulgação/comercialização dos produtos das agroindústrias familiares. Para isso, o APL Agroindústria Familiar e Diversidade, através de sua entidade gestora, a Admau, implantará a franquia da rede do “Selo Nosso Gosto”, projetada para os 10 pontos de vendas citados anteriormente na BR-386, entre Iraí e Sarandi. Para estes pontos será instalada estrutura de serviços de restaurante agregado a uma banca com mostruário com produtos agroindústrializados e artesanato, espaço visual nosso gosto para divulgação da agroindústria e agricultura familiar, juntamente com os materiais de divulgação das potencialidades turísticas dos municípios da região. Nestes espaços já construídos, a Admau se responsabilizará no regramento e na habilitação dos franqueados, que deverá instalar o mobiliário necessário e disponibilizar recursos humanos. Para o apoio de prospecção e logística, a Admau pretende instalar o escritório de apoio virtual, o qual prestará assessoria on-line aos Serviços de Inspeção Municipal, apoio à prospecção e comercialização dos produtos das agroindústrias, suporte e logística aos demais pontos franqueados com o Selo Nosso Gosto. O trabalho realizado pela política do APL Agroindústria Familiar e Diversidade, em sua área geográfica de abrangência, já apresentou inúmeros resultados, onde destacamos a equivalência ao Susaf dos municípios de Pinheirinho do Vale e Pinhal, e do município de Seberi a equivalência ao Sisbi/POA. Além de apoio e suporte ao grande número de agroindústrias, a Admau disponibilizará para este APL duas plataformas inovadoras (formalização e comercialização), uma equipe com 11 profissionais, escritório com estrutura de mobiliário e informática, dois veículos para o apoio nas atividades, além da estrutura com novos equipamentos para a Coperametista, que irá beneficiar um grande número de produtores de uva e citros de toda a região. Assim, percebem-se os reais benefícios proporcionados pelo APL, através da Admau e, principalmente, da efetiva capacidade das instituições de governança em atender as reais necessidades dos empreendimentos da nossa região. Neste ano criou-se uma nova ação coletiva, com o grupo interinstitucional de pesquisa e extensão em desenvolvimento, que reúne as universidades públicas privadas e comunitárias que são a UFSM, campus de Frederico Westphalen e Palmeiras das missões, IFFAR , URI, UERGS, objetivo é com este grupo de pesquisadores é reunir todos os estudos científicos realizados, e construir novas linhas de pesquisas com as demandas atuais, acompanhando na extensão a sua execução. Em um segundo momento, implantar cursos de pós-graduação, mestrado e doutorados de forma institucional, ou seja, com a participação de todas as instituições de ensino, qualificando novos quadros ligados à temática do desenvolvimento regional, com a celebração deste projeto de colaboração entre estes atores e a Agência de Desenvolvimento do Médio Alto Uruguai, dará mais um passo no sentido do efetivo desenvolvimento local e regional. Frederico Westphalen, agosto de 2017. Gelson Pelegrini - presidente da Admau
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Gracieli Verde
revistanovorural@oaltouruguai.com.br
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Gracieli Verde
Dia de campo evidencia a ILP em Boa Vista das MissĂľes JUDomR /DYR ,QWH XU
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Centenas de pessoas acompanharam a programação, no dia 16 de agosto, na Fazenda Librelotto
Entre os destaques do encontro esteve o uso de cereais de inverno, como os trigos de duplo propĂłsito
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epois de dez anos de aplicação da integração lavoura-pecuĂĄria (ILP) na Fazenda Librelotto, na linha SĂŁo Marcos, em Boa Vista das MissĂľes, a propriedade mais uma vez sediou o dia de campo que tem o sistema como principal tema, no dia 16 de agosto. Centenas de visitantes passaram pelas estaçþes do evento, que trataram sobre temas relacionados Ă ILP. O dia de campo tem como promotores as fazendas Librelotto e Busanello, Embrapa, Emater/RS, Sementes Cometa, Agrobon e UFSM – Campus Palmeira das MissĂľes. Uma das lideranças que marcou presença nesta edição foi o chefe da Embrapa Trigo, de Passo Fundo, Osvaldo Vasconcellos Vieira. Para ele, na propriedade ĂŠ possĂvel ver o avanço da tecnologia, com variedades que se destacam na pesquisa e no campo – especialmente as de trigo de duplo propĂłsito desenvolvidas pela Embrapa. “E gente fica feliz em poder contar com produtores como o Ivonei Librelotto e os demais parceiros na difusĂŁo de tecnologias para outros agricultoresâ€?, ressaltou. Esse exemplo que ĂŠ dado pela propriedade Librelotto, bem como pelos demais organizadores do evento, tambĂŠm foi elogiado pelo prefeito de Boa Vista das MissĂľes, Carlos Bueno. “Aqui se dĂĄ exemplo tanto para peque-
nos como para grandes produtoresâ€?, afirmou. Esse fator tambĂŠm foi citado pelo secretĂĄrio de Estado de Agricultura, PecuĂĄria e Irrigação, Ernani Polo. Ele ressaltou ainda a importância que o evento dĂĄ para a conservação do solo. – Hoje, o principal fator que influencia a alta produtividade ĂŠ o solo, porque jĂĄ temos tecnologias em sementes, equipamentos, manejo, mas Ă s vezes o solo jĂĄ estĂĄ deteriorado. Por isso, esse quesito faz parte das nossas polĂticas de governo, com um programa especĂfico para recuperar as nossas ĂĄreas destinadas Ă agricultura, o Programa Estadual de Conservação de Solo e Ă gua – afirmou. A presença de um pĂşblico diversificado, incluindo produtores, demais profissionais do setor, estudantes e parceiros, ĂŠ citada pelo gerente-regional da Emater/RS-Ascar de Frederico Westphalen, Francisco Frizzo. “Temos aqui tecnologias que podem ser adaptadas Ă s diversas realidades da regiĂŁo, que possibilitam maior renda para o agricultorâ€?, reforçou. Em nome dos organizadores, o produtor Ivonei Librelotto destacou o empenho dos parceiros em planejar, a cada ano, mais um dia de campo que mostre os resultados da ILP na agricultura e na pecuĂĄria, com foco nos casos das fazendas Librelotto e Busanello.
BRS Pastoreio: nova variedade de trigo
“Aqui se dĂĄ exemplo tanto para pequenos como para grandes produtoresâ€? Carlos Bueno, prefeito de Boa Vista das MissĂľes
AlĂŠm de dados da Fazenda Librelotto (que vocĂŞ pĂ´de acompanhar na nossa edição de agosto), uma das estaçþes expĂ´s dados relacionados ao cultivar de trigo BRS Pastoreio, que ĂŠ destinado para pastejo e para a fabricação de silagem, portanto, tambĂŠm de duplo propĂłsito. Segundo o agrĂ´nomo e produtor de sementes Ruben Kudiess, da Sementes Cometa, entre as vantagens desta variedade estĂĄ o perfilhamento intenso das plantas, alta produção de forragem e grĂŁos, as espigas deste trigo nĂŁo possuem aristas, alĂŠm de ter maior sanidade durante o ciclo. Com essa cultivar, ĂŠ possĂvel que o gado, tanto de corte como de leite, pasteje por trĂŞs vezes e ainda seja possĂvel produzir a silagem.
Conservação do solo A Embrapa Trigo e a Emater/RS-Ascar receberam os visitantes em uma estação sobre conservação do solo. O pesquisador e agrĂ´nomo Jorge Lemainski, da Embrapa, explicou como o produtor pode diagnosticar a compactação do solo. TambĂŠm exemplificou como coletar as amostras em vĂĄrios locais da lavoura a ser analisada. A recomendação ĂŠ que sejam coletadas amostras de 0cm a 40cm, separando em camadas de 5cm para a anĂĄlise. “Isso mostra como estĂĄ o pH no perfil do solo, se ĂŠ crescente ou se tem correção excessiva na superfĂcie, ou mesmo alguns componentes tĂłxicos, como o alumĂnio. Isso ĂŠ importante porque vai determinar que prĂĄtica vou utilizar na adubação quĂmica e como vou fazer a calagemâ€?, explica Lemainski. TambĂŠm participaram desta estação o agrĂ´nomo Carlos Roberto Olczevsk, da Emater/RS, e o engenheiro-mecânico AntĂ´nio Faganello, da Embrapa.
A campo Outra parceira do dia de campo, a Agrobon mostrou produtos recomendados pela Dow AgroSciences. Acompanhados do sócio-proprietårio Osmar Bonfanti, representantes da Dow expuseram a importância de fazer um controle eficiente de ervas daninhas, para não haver competição com a cultura que for implantada. Esse controle eficaz tambÊm deve ser feito em relação à adubação verde implantada antes das lavouras comerciais, como azevÊm e aveias.
Produção de silagem Outras opçþes de silagem mais baratas para o produtor foram apresentadas, em mais uma estação coordenada pela Emater/RS e pela Embrapa. O planejamento forrageiro com foco na ĂŠpoca do vazio outonal foi tema abordado pelo agrĂ´nomo Luciano Schievenin, da Emater/RS. Cultivares que podem servir como alternativas para suprir o vazio desse perĂodo foram apresentadas, como o BRS TarumĂŁ, BRS Pastoreio, aveia, centeio, azevĂŠm, milheto, sorgo, com ressalvas para os cuidados que cada forrageira deve receber. A intenção dessa estação foi apresentar alternativas ao produtor para otimizar as ĂĄreas que, muitas vezes, ficam ociosas no inverno. AlĂŠm da produção de forragem, algumas cultivares servem tambĂŠm para silagem. O zootecnista MaurĂcio Stochero, da Emater/RS, expĂ´s essa possibilidade, ressaltando as vantagens de utilizar a aveia branca para esse fim. “Se houver sobra de pasto o produtor pode aproveitar para silagem, e a alternativa mais eficiente ĂŠ a silagem de planta inteira. Calculando os custos de trabalhar com silagem a aveia branca ĂŠ uma Ăłtima opção. O custo mĂŠdio da produção e silagem de milho ĂŠ de R$ 75,00 por tonelada. O custo de produção com a aveia branca ĂŠ em mĂŠdia de R$ 45,00â€?, explicou Stochero.
Gracieli Verde
Combate a ervas daninhas
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"O que mais influencia a produtividade ĂŠ o solo, porque jĂĄ temos muitas tecnologias, mas ele estĂĄ deteriorado" Ernani Polo, secretĂĄrio de Agricultura do RS
Dia de campo com energia solar
Fazenda Busanello aposta no compost barn No dia de campo, Ari Busanello e o filho, Marcos, apresentaram os dados da Fazenda Busanello, acompanhados das acadêmicas Morgana Stßrmer e Vanessa Heck, do curso de Zootecnia, da UFSM de Palmeira das Missþes. Ari explicou a necessidade de a propriedade migrar de uma produção de leite a base de pasto, com a integração lavoura-pecuåria, para um sistema como o compost barn, em que as vacas ficam confinadas. A meta da fazenda Ê chegar a 100 vacas em lactação.
USFM mostra dados de pesquisas feitas na Fazenda Librelotto Desde 2010, a UFSM-campus de Palmeira das MissĂľes acompanha a Fazenda Librelotto, com pesquisas relacionadas ao uso da ILP. Um dos estudos ĂŠ em relação Ă compactação do solo. Segundo o professor Paulo Almeida, nos estudos feitos na Fazenda Librelotto ficou claro que por mais que haja compactação do solo, em virtude da ILP, ĂŠ um Ăndice abaixo do que causaria uma degradação do solo, o que nĂŁo compromete o bom desenvolvimento das plantas. â€œĂ‰ um compactação superficial e considerada leve, que nĂŁo causa problemas para as plantas, mesmo em ĂĄreas com carga alta de animaisâ€?, revelou. Gracieli Verde
O pĂşblico que participou do evento em Boa Vista das MissĂľes foi recepcionado com som e imagens gerados por equipamentos alimentados com energia elĂŠtrica produzida com o aproveitamento da luz do sol. Esta foi mais uma inovação apresentada pela equipe que coordena o dia de campo, em parceria com a empresa Marsol Energia, de Frederico Westphalen. Para viabilizar a instalação dos equipamentos em local sem ponto de fornecimento de energia elĂŠtrica convencional, foram instalados painĂŠis solares e um inversor off-grid, que acumulou a energia solar em baterias, que alimentavam o aparelho de som e datashow, utilizados na primeira estação para recepcionar os visitantes. De acordo com o proprietĂĄrio da Marsol Energia, o designer fotovoltaico Marcos Roberto Bruxel, a energia solar estĂĄ se tornando uma grande solução para os proprietĂĄrios rurais, que podem aproveitar a luz do sol tanto para a produção de eletricidade, que ĂŠ a fotovoltaica, quando para o aquecimento de ĂĄgua, que ĂŠ muito utilizado na residĂŞncia, agroindĂşstrias e tambĂŠm na higienização das ordenhadeiras. “Escutamos muito os agricultores reclamarem do aumento do preço da energia e a produção prĂłpria tem se tornado cada vez mais viĂĄvel, pois o investimento se paga em mĂŠdia em cinco a oito anos e depois o equipamento gera energia por mais de 30 anos", explica. A Marsol Energia jĂĄ conta com cinco sistemas instalados e gerando em propriedades rurais da regiĂŁo, alĂŠm de outras 16 microusinas instaladas em residĂŞncias e indĂşstrias na cidade.
Na fanpage da Novo Rural no Facebook (facebook.com/ revistanovorural) vocĂŞ confere vĂdeos e mais fotos do evento. revistanovorural Revista Novo Rural - Setembro de 2017 3 INFORME COMERCIAL
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Variedade foi apresentada em dia de campo realizado em Boa Vista das MissĂľes
Secretårio de Agricultura do Rio Grande do Sul, Ernani Polo (C), e o chefe-geral da Embrapa Trigo de Passo Fundo, Osvaldo Vasconcellos Vieira (1º à direita), foram algumas das presenças registradas na 10ª edição do evento
ma variedade de aveia que vem sendo difundida pela Copagril jĂĄ tem adeptos na regiĂŁo. A aveia Fronteira, cuja cultivar ĂŠ registrada e protegida pelo MinistĂŠrio da Agricultura, PecuĂĄria e Abastecimento, promete como principal diferencial a boa sanidade durante o ciclo, alĂŠm da alta produtividade de forragem – o produto estĂĄ no mercado desde 2016. “Esta variedade produz mais de 10 mil quilos de matĂŠria seca por hectaUHÂľ DĂ€UPD R DJU{QRPR H UHSUHVHQWDQWH GD Copagril na regiĂŁo, Guilherme Picoli. Uma das propriedades que jĂĄ usou a aveia branca Fronteira neste ciclo ĂŠ a Fazenda Librelotto, em Boa Vista das MissĂľes. “Aqui se percebeu que esta aveia respondeu muito bem mesmo tendo as adversidades climĂĄticas deste ciclo, com perĂodos de excesso de chuva e outros de muito sol. NĂŁo foi aplicado fungicida, o que barateia ainda mais o custo da ĂĄreaâ€?, observa Picoli. AlĂŠm disso, a Fronteira tem alta resistĂŞncia para oĂdio e moderada para o vĂrus do nanismo amarelo, Ă ferrugem da folha, do colmo e Ă s manchas foliares. A indicação principal ĂŠ para forrageamento animal e cobertura de solo, em sistemas de produção de carne e de leite, em rotação de cultivos de inverno, com sucessĂŁo de milho e soja. “Nela o tempo de pastejo do gado ĂŠ PDLRUÂľ UHIRUoD R DJU{QRPR Outra vantagem da cultivar ĂŠ o baixo custo de implantação se comparada a outras vaULHGDGHV R TXH UHĂ HWH HP DOWD UHQWDELOLGDGH para o produtor. “Se usa menos semente, se comparada a outras variedades que estĂŁo no mercado. Se usar uma aveia preta, vai semear 140 quilos por hectare. JĂĄ a Fronteira vocĂŞ semeia 60 quilos por hectareâ€?, compara Picoli. Devido Ă abundância em forragem, tambĂŠm ĂŠ possĂvel fazer prĂŠ-secado, feno e silagem.
A Copagril A empresa existe desde 1984, atuando na venda de sementes forrageiras. Com a experiĂŞncia de mais de 33 anos de atuação no segmento da produção agrĂcola, a Copagril ĂŠ referĂŞncia em credibilidade no setor, bem como no suporte ao produtor, desde planejamento do plantio, acompanhamento da lavoura, recebimento da produção e posterior comercialização. A Copagril tem maWUL] HP ,MXt H Ă€OLDLV HP Coronel Barros e SĂŁo Luiz Gonzaga.
"Se percebeu que esta aveia respondeu muito bem, mesmo tendo as adversidades climĂĄticas deste ciclo." Guilherme Picoli, agrĂ´nomo da Copagril
Conheça outras caracterĂsticas da aveia Fronteira Produção de grĂŁos: potencial de 2 mil a 3,5 mil quilos por hectare. Forragem precoce: potencial de 1,5 mil a 2 mil quilos no primeiro corte. ResistĂŞncia a doenças: alta resistĂŞncia a oĂdio, moderada resistĂŞncia a manchas foliares e ferrugens. O ciclo da aveia Fronteira, atĂŠ a maturação, ĂŠ de 120 a 140 dias. A ĂŠpoca de semeadura ĂŠ de março a junho.
Adubação A recomendação Ê que o produtor sempre adube as åreas de acordo com os resultados das anålises do solo, FRP R VXSRUWH GH SURÀVVLRQDLV WpFQLFRV -i D DGXEDomR QLtrogenada deve ser realizada em cobertura, com dose de 30 a 60 quilos por hectare, dependendo da fertilidade do solo.
Gracieli Verde
Na pågina 3 desta edição, você confere informaçþes U sobre a aveia Fronteira, que tambÊm foi apresentada na ocasião, pela Copagril.
A campo
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Compactação do solo pþe em risco a agricultura brasileira Gracieli Verde
Pesquisador alerta para a necessidade de manejar corretamente os sistemas de produção para não ocasionar essa compactação
Palestrantes receberam agradecimento pela participação no encontro
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Terraceamento contribui para recuperar ĂĄreas O trabalho de recuperação de ĂĄreas destinadas para lavoura nas propriedades da famĂlia FalcĂŁo teve um ator importante: o sistema de terraceamento. O agrĂ´nomo Humberto FalcĂŁo, de Passo Fundo, foi o segundo a palestrar no encontro tĂŠcnico, defendendo a conservação do solo como prioridade para a sobrevivĂŞncia da agricultura. “Isso ĂŠ essencial para manter o solo para o futuro. Se nĂŁo for bem manejada, a ĂĄgua leva todo o lucro, por isso nĂŁo dĂĄ para fechar os olhos para a ero-
“Outra reflexĂŁo que temos que fazer ĂŠ em relação ao valor que a terra perde ao nĂŁo serem adotadas medidas de conservação." Humberto FalcĂŁo, agrĂ´nomo
sĂŁoâ€?, salientou. O sistema adotado na propriedade foi o terraceamento de base larga em nĂvel. Aliada a isso, a semenadura tambĂŠm ĂŠ feita em nĂvel, com facĂŁo sulcador, para fazer micro-terraços, que melhoram a infiltração das ĂĄguas da chuva. “Mas ĂŠ importante que quem queira fazer terraço tenha orientação tĂŠcnica. Sem solo conversado nĂŁo hĂĄ progressoâ€?, ressaltou FalcĂŁo. Em 2016, a famĂlia FalcĂŁo recuperou 150 hectares, com anĂĄlise quĂmica do
ILP: uma forma de manter a “vidaâ€? do solo O produtor Ivonei Librelotto, da Fazenda Librelotto, expĂ´s dados da propriedade em relação Ă produtividade alcançada nos Ăşltimos anos, em função da aplicação do sistema de integração lavoura-pecuĂĄria – que completou 10 anos em 2017. Nesse tempo, segundo ele, o sistema de ILP desmistificou que gado na lavoura compacta o solo, pelo contrĂĄrio, o fato de ter o gado nas ĂĄreas auxilia na ciclagem de nutrientes. “Isso tambĂŠm contribui para a correção da acidez do perfil do solo em semeadura direta, tanto que hĂĄ cinco anos nĂŁo precisamos usar calcĂĄrioâ€?, revelou. A redução de pragas, o aumento da biomassa do solo, que ĂŠ a fertilidade biolĂłgica, alĂŠm da qualidade da pastagem tambĂŠm estĂŁo entre as vantagens do sistema. “O uso de vĂĄrios elementos, como gado e diversas culturas de grĂŁos, permite que façamos um manejo mais eficiente, porque aumenta consideravelmente a fertilidade do soloâ€?, ressalta, citando que o sistema consegue depositar de 10 a 12 toneladas de matĂŠria seca por hectare/ano.
solo, anĂĄlise de compactação, construção de terraços, subsolagem e nivelamento dos terraços antigos, distribuição e incorporação de fertilizantes, descompactação e nivelamento da ĂĄrea, alĂŠm da semeadura de aveia. “Outra reflexĂŁo que temos que fazer ĂŠ em relação ao valor que a terra perde ao nĂŁo serem adotadas medidas de conservação, sem contar em qual estado vamos deixĂĄ-la para nossos filhos e netos, se eles conseguirem sobreviver no campoâ€?, alertou.
Artesanato e agroindĂşstrias em evidĂŞncia Durante o evento, a Emater/RS-Ascar organizou ainda o espaço para exposição das agroindĂşstrias e do artesanato. Embutidos, erva-mate, mel, farinha de milho, melado e açúcar-mascavo, alĂŠm das diversas peças de artesanato, foram comercializados – produtos oriundos de Boa Vista das MissĂľes, Jaboticaba, Sarandi, Palmeira das MissĂľes, Seberi e Erval Seco. Sementes crioulas foram distribuĂdas pela Emater/RS-Ascar e a Creluz fez a entrega de mudas nativas e frutĂferas. Gracieli Verde
ntegrando o Dia de Campo Integração Lavoura-PecuĂĄria, no dia 15 de agosto foi realizado o Encontro TĂŠcnico Sistemas de Produção SustentĂĄveis, no Clube AtlĂŠtico Boa Vista. Palestraram o agrĂ´nomo e pesquisador JosĂŠ Denardin, da Embrapa Trigo, o produtor de sementes Humberto FalcĂŁo, de Passo Fundo, e o produtor Ivonei Librelotto, da Fazenda Librelotto. O tema abordado por Denardin foi a compactação do solo, que, segundo ele, jĂĄ representa um risco para a agricultura brasileira. “O Brasil estĂĄ nas mĂŁos da compactação do solo. É um preocupação sĂŠria. As erosĂľes ocasionadas nos Ăşltimos anos nĂŁo ocorreram porque mudou o clima, ĂŠ porque mudaram o uso e o manejo do solo. Tem solução, mas depende de nĂłsâ€?, disse. Aplicar o sistema de plantio direto de forma correta, com a devida rotação de culturas, ĂŠ um dos princĂpios para evitar esse problema. Mas somente produzir palha nĂŁo ĂŠ o suficiente. “A palha protege, mas ĂŠ a raiz que constrĂłi o soloâ€?, ensinou Denardin. O pesquisador explica que hoje em vĂĄrias ĂĄreas o solo tem formado camadas. O solo considerado fĂŠrtil fica entre o 0cm e os 5cm a 7cm. JĂĄ de 5cm a 20cm, o solo tem se tornado uma estrutura maciça, o que impede que a ĂĄgua e as raĂzes se infiltrem. “Se tivermos um fenĂ´meno La NiĂąa, vamos ter problemas, porque nĂŁo haverĂĄ ĂĄgua suficiente para as plantas nesta primeira camadaâ€?, alertou. Segundo ele, isso reforça a necessidade de coletar amostras estratificadas do solo, para que se tenha um noção real das deficiĂŞncias da terra. Uma das saĂdas apresentadas por Denardin ĂŠ a escarificação ou o uso de semeadeiras com facĂŁo, para ajudar a abrir o solo ao semear as culturas. “Mas aĂ sĂŁo decisĂľes individuais que farĂŁo com que cada produtor encontre a melhor forma de fazer um manejo que rompa a camada compactadaâ€?, ressaltou o pesquisador. Usar culturas com o sistema radicular abundante tambĂŠm ĂŠ uma forma de favorecer a descompactação.
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As oportunidades que podem fazer diferença para a região Investimentos em diversas áreas prometem um cenário ainda mais promissor para a região, tendo em vista principalmente o crescimento da suinocultura, avicultura, o leite e a citricultura Gracieli Verde
revistanovorural@oaltouruguai.com.br
N
a contramão da crise, que domina as manchetes na imprensa, na região o que se vê é uma série de anúncios que projetam um cenário ainda mais promissor para a agropecuária nos municípios do Norte gaúcho. Os investimentos na ampliação da capacidade de produção das indústrias e no fomento são milionários e prometem gerar um efeito cascata com produtores rurais, investindo para iniciar novas atividades ou ampliar o que já estão trabalhando.
A suinocultura até então se destacava com a consolidação do frigorífico Adelle Foods, em Seberi, que exigirá produtores aptos para o alojamento dos 800 leitões que sairão diariamente da Granja São Paulo, em Frederico Westphalen. O investimento da Agropecuária Balestreri está prestes a entrar em operação, segundo o administrador da empresa, Luiz Henrique Balestreri. Outra atividade que demanda de mais produtores é a avicultura. Apenas o Abatedouro Frangos Piovesan irá mais que dobrar sua demanda, passando dos atuais 240 mil frangos abatidos no mês para 550
Agregar valor oduzida Transformar a matéria-prima produzida os cerena região, como soja, milho e outros ue já vem ais em proteínas, aos moldes do que acontecendo e deve ser reforçado com essas ações, é uma forma de agregarr valor, o que gera desenvolvimento. A análisee é do gederico rente-regional da Emater/RS de Frederico as atividaWestphalen, Francisco Frizzo. “Essas olvimento des proporcionam mais renda, envolvimento familiar, demanda de mão de obra, sustentade de subilidade, além de maior possibilidade cessão familiar”, acredita. uiel AlbaSob a ótima do professor Ezequiel rello, da URI/FW, empreendimentos agroalimentares, como os que devem serr potens, são um cializados com esses investimentos, componente central para a criação de uma eada em estratégia de desenvolvimento baseada atividades econômicas promotoras da inclusão social. gricultura – É necessário reconhecer a agricultura brevivênfamiliar como estratégia para a sobrevivênnciada de cia, além de ser uma forma diferenciada ntar – deprodução e comercialização alimentar mportância fende Albarello, comprovando a importância deste cenário. Nas próximas páginas, conheçaa um pouovimentar co mais sobre as áreas que irão movimentar dutor prea economia da região e o que o produtor cisa saber para aderir à atividade. Selecionamos informações importantes para você, que assim como a região não quer ficar para trás.
mil/mês. O convite para aderir à atividade foi destaque recente nas páginas da revista Novo Rural. Outra vocação da nossa região que ganhará mais força com investimentos para ampliação da produção é a atividade de leite. A empresa Kifformaggio, em Nonoai, tem um projeto de ampliação que terá um investimento de R$ 2,7 milhões e necessitará aumentar sua captação em cerca de 100 novos produtores de leite a partir de 2019. Já a Cotrifred investirá R$ 9,5 milhões para instalar seu laticínio, ampliando a demanda por leite para mais de 50 mil – além de outros 50 mil que são captados e
endereçados a outras indústrias. A Coopac, de Constantina, também deve revelar novidades em breve. Uma recente reunião na Amzop, com a presença de um grande número de prefeitos, demonstrou a preocupação da indústria de sucos Isau, de Liberato Salzano, em conquistar novos produtores para atender a demandas de frutas e viabilizar a expansão da planta industrial. Visando atrair principalmente jovens agricultores, em cada vez menor número no meio rural, um programa na área de citricultura foi lançado, visando ampliar áreas de laranjas, bergamotas e limões.
"Essas atividades proporcionam envolvimento familiar e maior possibilidade de sucessão." Francisco Frizzo, gerente-regional da Emater/RS
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Suinocultura:
demanda de 70 mil vagas para terminação
Os requisitos para investir
Com cerca de 40 mil metros quadrados de área construída em um terreno de 25 hectares, na linha São Paulo, em Frederico Westphalen, a Granja São Paulo terá 16 galpões, que abrigarão setores como a creche, maternidade e gestação. A granja terá capacidade para abrigar sete mil matrizes e produzirá 210 mil leitões por ano. Segundo o administrador do empreendimento, Luiz Henrique Balestreri, o investimento será de R$ 30 milhões. O projeto é referência nacional em tecnologia. Com tanto investimento, a integração da Adelle Foods, da qual a Agropecuária Balestreri faz parte, tem a possibilidade de ter mais produtores no negócio. São 70 mil vagas para terminação que podem ser absorvidas por sete granjas com capacidade maior, ou dezenas de produtores espalhados pela região, como já disse Vocação para a atividade. Capacidade de investimento, seja com recursos próprios ou atrás de financiamento. É importante ter onde destinar os dejetos produzidos pelos animais.
Avicultura:
ampliação equivale a 39 aviários A produção de frangos é outro nicho de mercado na região, com a ampliação do abate pela Frangos Piovesan, em Frederico Westphalen. O projeto prevê que os atuais 15 abates mensais de 16 mil frangos cada subirão para 22 abates/ mês, com 25 mil frangos cada. Quer dizer, a empresa amplia de 240 mil frangos abatidos no mês para 550 mil/mês. Uma nova estação de tratamento de efluentes deve ficar pronta em 2018. Para este novo cenário, a empresa projeta implantar mais 140 mil metros quadrados de área para alojar. Atualmente são 47.217 metros quadrados de área. Essa ampliação equivale a 39 aviários de 150m por 16m, segundo a equipe técnica do frigorífico. Tendo em vista que a carne de frango é uma das proteínas mais consumidas, junto com a carne suína – tem muito potencial de crescimento –, esta é outra área importante e estratégica para a região, conforme o gerente Francisco Frizzo. “Por mais que o investimento inicial seja relativamente alto, é viável do ponto de vista técnico-econômico. Um ponto que precisa ser levado em consideração é que, pelos índices de produtividade e competitividade, é uma atividade que exige dedicação e profissionalização”, avalia.
o diretor-presidente, Leonir Balestreri, em recente entrevista à Novo Rural. De acordo com análise do secretário de Agricultura de Frederico Westphalen, Cleber Cerutti, que também é suinocultor e integra a diretoria da Acsurs, o setor representa todo o desenvolvimento da região, uma vez que são mais de 80 anos de atividade nos municípios. “Isso desencadeia todo um fluxo de comércio dentro das cidades e de prestação de serviços, por isso a importância desses investimentos que vêm sendo feitos”, ressalta. Uma oportunidade para a região. É assim que o gerente-regional da Emater/RS de Frederico Westphalen, Francisco Frizzo, visualiza esses investimentos em empreendimentos na área. “Teremos capacidade de atender um mercado interno e externo, cujo consumo deve seguir crescendo nos próximos anos”, acredita. Infraestrutura de estradas e acessos às propriedades, para que o transporte não seja comprometido. Água em abundância. Área de terra favorável para a execução de terraplanagem.
Os requisitos para investir Residir num raio de 25 quilômetros de distância do frigorífico, favorecendo um menor custo de logística para levar as rações e escoamento de frangos para o abate. Estar disposto a se profissionalizar na área. Ter energia elétrica trifásica disponível. Água em abundância. Mão de obra que siga as orientações técnicas de manejo. Capacidade de financiamento e garantia para aprovação desse empréstimo. Área de terra favorável para a execução de terraplanagem.
Lotes por ano:
A duração de um lote gira em torno de 51/52 dias. Considerando que o intervalo sanitário seja de 14 dias, o ciclo de criação está calculado em torno de 65/66 dias, isso significaria em torno de 5,5 lotes/ano.
Bovinocultura de leite:
mais demanda na indústria Uma das mais importantes cadeias produtivas do setor primário da região, a do leite, tem uma perspectiva positiva para os próximos anos do ponto de vista de industrialização. A Cotrifred, com sede em Frederico Westphalen e abrangência em mais sete municípios da região, contará com uma indústria de processamento de lácteos. O investimento deverá ser de R$ 9,5 milhões. A indústria, que deve iniciar a construção assim que tiver todas as licenças por meio da Fepam – pois o recurso já foi aprovado pelo Badesul –, deverá industrializar em torno de 50 mil litros de leite por dia. Outros 50 mil litros por dia serão recebidos pela cooperativa, para que possa continuar
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Citricultura:
1,5 mil hectares de citros a serem implantados Um plano de expansão da Indústria de Sucos Alto Uruguai (Isau), com sede em Liberato Salzano, promete impulsionar a produção de laranjas, limões e bergamotas na região. A unidade que fabrica sucos para exportação já abriu várias possibilidades de parcerias com produtores que queiram ingressar na atividade. O técnico-agropecuário Valtemir Bazeggio, que se licenciou da Emater/RS de Liberato Salzano para atuar no projeto junto à indústria, expõe que a Isau quer auxiliar no fomento da atividade em um raio de 100 a 200 quilô-
metros, nos arredores do seu município-sede. Hoje, a Isau processa 23 milhões de quilos de laranja por ano. Com os investimentos que foram feitos na estrutura da indústria, a meta é chegar a um processamento de 70 milhões quilos/ano depois que o projeto de fomento for concluído, o que deve demorar cerca de cinco anos. Para tanto, um investimento de quase R$ 4 milhões está sendo feito em Liberato Salzano. Considerando uma produção integrada, serão necessários 1,5 mil hectares de citros a mais do que se tem hoje.
Impacto social e econômico Deverão ser gerados mais 100 empregos diretos na indústria.
vidas 350 famílias, mais de mil pessoas.
Serão contratados mais técnicos que tenham domínio na área de citricultura, pelo menos 10 profissionais.
A prioridade é para propriedades que tenham jovens que queiram ficar no campo.
Serão formadas equipes de campo, com 20 trabalhadores, e de colhedores, de 150 a 200 colaboradores Em relação aos agricultores familiares, deverão ser envol-
fornecendo matéria-prima para demais parceiros, a exemplo do que já acontece com a Laticínios Frizzo. Na unidade de Frederico Wespthalen, o projeto prevê a fabricação de queijo mussarela, ricota e creme de leite. O projeto será viabilizado na ERS-150 (saída para Caiçara), no km 4, onde a cooperativa tem um abatedouro de bovinos. Incialmente serão 22 empregos diretos e a unidade terá alto nível de automação. Já na região de Nonoai, a Kiformaggio deverá ter uma demanda de mais 100 produtores de leite, pois ampliará a capacidade de processamento.
Demanda diária de leite e de produtores 50 mil litros para a nova indústria e outros 50 mil para demais parceiros, por meio da Cotrifred. Mais 100 produtores, através da Kiformaggio, na região de Nonoai.
Em relação aos empregos indiretos, devem somar quase quatro mil na região. Em relação ao impacto econômico, a atividade deve girar cerca de R$ 24,5 milhões por ano na região.
Integração
Parceria
Área mínima: 10 hectares para implantação, com a condição de que 80% da área seja mecanizada. Disponibilidade de maquinários e que possa fazer os financiamentos. Duas pessoas para trabalhar.
A Isau também está propondo um programa de parceria, que exige área mínima de cinco hectares, com pelo menos dois já implantados. É mais direcionado para quem já está na atividade. Neste caso, o produtor não recebe antecipação da safra, mas também precisa ter de 80% a 90% de área mecanizada, maquinário e mão de obra de duas pessoas. As percentagens de pagamento por safra também dependem da faixa de produtividade. Contratos de 15 a 20 anos.
Vantagens A empresa pagará um adiantamento de safra de R$ 100 por hectare por ano até que o pomar comece a produzir. Assistência técnica. Garantia de compra seguindo, pelo menos, o preço mínimo estabelecido via Conab, além de insumos. Colheita será feita por uma equipe da Isau ou contratada por ela. Caso o produtor optar por colher, vai receber por isso. A partir do sexto ano, o produtor passa a receber porcentagens a mais pela produção, conforme esta aumentar devido à maturidade dos pomares. Contratos de 15 a 20 anos.
Arrendamento A empresa ainda está arrendando pomares por tempo variável entre cinco e 10 anos. Os valores pagos variam de acordo com a mecanização da área. Serão aceitos pomares com boa sanidade.
Podem ser plantados 200 hectares de bergamotas caí e montenegrina. 250 hectares de limões taiti e galego. 350 de laranjas precoces. 450 de laranjas médias. 250 de laranjas tardias.
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Outras atividades já apontam no cenário regional, como o gado de corte Outra área que deve receber acompanhamento mais intenso no que se refere à assistência técnica é o gado de corte. Mas, esta é uma ação de governo que vem sendo estudada em Alpestre, por meio do poder público municipal. Em recente seminário sobre o tema, prefeitura, Senar e demais entidades relacionadas ao setor propuseram a produtores que fosse implantado um programa de capacitação e melhoria desta cadeia produtiva. – A ideia é buscar por parcerias também com municípios como Planalto, Ametista do Sul e Iraí. Estamos pensando em um projeto para a região, em que entidades como o Senar e o Sebrae possam prestar o serviço de consultoria para esses produtores – diz o secretário de Administração de Alpestre, Genuir Juraski. O secretário de Agricultura do município, Valmor Greseli, salienta que hoje o gado de corte é a atividade que mais gera renda na economia local, seguido do fumo e, em terceiro, está a bovinocultura de leite. “Vemos que tem produtores que querem melhorar a atividade, por isso estamos pensando em uma maneira de trazer algum programa de capacitação para esse público. A atividade tem uma importância grande para o município, por isso nosso empenho em viabilizar essas parcerias”, adianta. O supervisor regional do Senar/RS, Diego Coimbra, salienta que havendo interesse dos produtores e das entidades que estão constituídas no município e que apoiam o setor, é possível fazer um trabalho de acompanhamento desses produtores, melhorando a eficiência das propriedades que tenham gado de corte. Se você tem interesse em fazer parte de algum programa nesta área, procure a Secretaria de Agricultura. E se existe alguma dúvida do potencial desta atividade, é só conferir o quanto empresas da região, como a AgroBella, têm investido em tecnologia para aprimorar produtos e assistência para este segmento – tanto que na edição da Expointer deste ano a empresa fez lançamentos que ampliam a participação dela neste mercado.
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68,12&8/785$ Uma das atividades que mais impulsiona a economia local Revista Novo Rural Setembro de 2017
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MunicĂpios que mais produzem suĂnos no Estado sĂŁo da regiĂŁo e somaram mais de R$ 200 milhĂľes em receita agrĂcola no Ăşltimo ano, comprovando a importância do setor
A
importância da suinocultura para o desenvolvimento da regiĂŁo ĂŠ visĂvel, especialmente, onde a atividade tem mais força. Os Coredes do Rio da VĂĄrzea e do MĂŠdio Alto Uruguai tĂŞm o privilĂŠgio de ter vĂĄrios municĂpios no topo do ranking de maiores produtores do Estado. Levando em conta o nĂşmero de animais abatidos em 2016, ĂŠ importante lembrar que Palmitinho estĂĄ em primeiro lugar. Em seguida, ainda da regiĂŁo, estĂŁo Rodeio Bonito, em segundo, e Rondinha, em quarto. Frederico Westphalen estĂĄ em 17Âş lugar neste mesmo ranking, divulgado a cada fim de ciclo pela Associação de Criadores de SuĂnos do Rio Grande do Sul (Acsurs). Atrelado a isso, se vĂŞ uma realidade diferenciada nesses municĂpios no que diz respeito Ă contribuição dessa cadeia produtiva ao valor adicionado que chega Ă s prefeituras, que reflete na cota-parte municipal do ICMS. Para ter uma ideia, em Palmitinho, com população estimada em sete mil habitantes pelo IBGE, a suinocultura representa 54,3% do valor adicionado diante do valor geral do municĂpio – no ano passado isso movimentou R$ 85.794.097,00 – o que corresponde a 69,43% do valor da produção primĂĄria. No caso de Frederico Westphalen, mesmo estando em 17Âş no ranking, o valor adicionado tambĂŠm representa 54,63% da produ-
ção primĂĄria do municĂpio, que somou R$ 75.836.433,29 em 2016, segundo dados da Secretaria Municipal da Fazenda. Hoje sĂŁo cerca de 80 granjas que estĂŁo em atividade no municĂpio, mas atĂŠ dezembro outras cinco, uma com capacidade para 30 mil animais/ano, devem entrar em operação. “Isso vai aumentar ainda mais a receita agrĂcola do nosso municĂpio. Projetamos para 2018 uma movimentação prĂłxima de R$ 200 milhĂľesâ€?, estima o secretĂĄrio de Agricultura de Frederico Westphalen, Cleber Cerutti, que tambĂŠm ĂŠ produtor e faz parte da atual direção da Acsurs. – Esta ĂŠ uma atividade que tem mais de 80 anos no municĂpio e significa todo o desenvolvimento de Frederico Westphalen e da regiĂŁo na cadeia primĂĄria. O nosso municĂpio se beneficiou muito graças Ă suinocultura, porque isso reflete em todo o comĂŠrcio. NĂŁo tenho dĂşvidas que as nossas condiçþes de produção, junto com a avicultura e o leite, tĂŞm nos beneficiado muito – expĂľe Cerutti. Nesses municĂpios citados – exceto Rodeio Bonito, que entrou com recurso para questionar os valores relacionados a 2016 e a equipe preferiu nĂŁo citĂĄ-los neste momento –, somando o valor adicionado gerado pela suinocultura, o montante girou em mais de R$ 200 milhĂľes em 2016.
Frederico Westphalen Valor adicionado da atividade
Valor adicionado geral do municĂpio*
Produção Primåria
R$ 138.818.495,55
15,94%
Suinocultura
R$ 75.836.433,29
8,71%
Valor adicionado da atividade
Valor adicionado geral do municĂpio*
Produção Primåria
R$ 123.571.422,66
78,2%
Suinocultura
R$ 85.794.097,00
54,3%
Valor adicionado da atividade
Valor adicionado geral do municĂpio*
54,63%
Palmitinho
69,43%
Rondinha Produção Primåria
132.844.980,42
Suinocultura
42.419.879,51
31,93%
78,96% 25,21%
* O valor adicionado geral do municĂpio corresponde tambĂŠm Ă s movimentaçþes relacionadas Ă indĂşstria, ao comĂŠrcio e Ă prestação de serviços. (Fonte dos dados: prefeituras dos municĂpios citados)
*(5$dÂŽ2 '( (1(5*,$ 62/$5 4XHP JHUD VXD SUySULD HQHUJLD HVWi LVHQWR GR ,&06
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Revista Novo Rural - Setembro de 2017
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Setor leiteiro gaúcho pede apoio Debate em torno do tema pede medidas governamentais para auxiliar o setor. No Rio Grande do Sul, governo promete suspender decretos que estimulavam a importação
A
queda do preço do leite em pleno inverno – situação incomum – tem sido assunto recorrente entre produtores e representantes de entidades do setor. Em agosto, o preço referência projetado pelo Conseleite gaúcho ficou em R$ 0,9006, redução de 4,22% em relação ao consolidado de julho, que fechou em R$ 0,9403. Entidades que representam produtores e a indústria têm debatido com frequência este assunto, porque entende-se que também são necessárias algumas medidas de governo para ajudar a reverter este cenário. No dia 29 de agosto, na 40ª Expointer, o grupo de trabalho sobre importação de leite em pó recém-criado na Assembleia Legislativa gaúcha teve a primeira reunião. Gargalos que estão gerando dor de cabeça para a cadeia produtiva estiveram em pauta. Um dos encaminhamentos da reunião foi a elaboração de um documento que listará medidas consideradas importantes para melhorar a competitividade do Estado gaúcho. Essa carta será enviada ao governo do Estado e aos ministérios da Agricultura, da Indústria e Comércio. No Estado, o governador José Ivo Sartori confirmou que editará um decreto modificando o atual regulamento do Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias (ICMS). O ato beneficia os produtores de leite gaúcho, que estão tendo prejuízos com a entrada em excesso de leite em pó, sobretudo do Uruguai e Argen-
Preço-referência
Sobre a importação
Julho 2016
Julho 2017
Variação de R$ 1,18 a R$ 1,51
Variação de R$ 0,84 a R$ 1,08
Agosto 2016
Agosto 2017
Variação de R$ 1,05 a R$ 1,34
Variação de R$ 0,81 a R$ 1,03* *Valores projetados Dados: Conseleite/RS
“O setor está unido na busca de soluções, mas é preciso esse apoio.” Alexandre Guerra, presidente do Sindilat
Durante o fórum “O leite em ponto de fervura, como enfrentar as ameaças à produção”, realizado na 40ª Expointer, no dia 30 de agosto, o presidente da Fetag/RS, Carlos Joel da Silva, defendeu que a importação precisa ser repensada com urgência. – Se a gente olhar os anos anteriores, a importação vem aumentando. Em 2014 importamos 109 mil toneladas, em 2016, 242 mil toneladas. Neste ano, até agora, são 120 mil toneladas. Então, deveremos mais uma vez bater a quantidade importada ano passado. A exportação, por outro lado, diminuiu. É obvio que isso, associado ao aumento da produção interna e ao baixo poder aquisitivo da população, gera um cenário caótico – avalia Silva.
tina. “Mas ainda não resolve totalmente a situação”, observa o presidente da Fetag/ RS, Carlos Joel da Silva. A medida do Executivo suspende e não atualiza os decretos 50.645/2013 e 53.059/2016, que estimulavam a importação, a partir da obrigação tributária mais favorável para o valor de operação de leite em pó importado. Com a mudança tributária, espera-se que o produtor rural poderá retomar a produção com parâmetros mais ajustados a partir da equalização da oferta de lácteos no mercado, com estimativa de uma redução na curva de queda de preços. Outro pleito é em relação às cotas de importação do Uruguai, que poderiam ser estabelecidas a exemplo de como já ocor-
re com a Argentina, para que seja possível ter previsibilidade. Esse pedido já foi feito ao ministro da Agricultura, Blairo Maggi, que precisaria intervir nas negociações em nome do governo federal. “O setor está unido na busca de soluções, mas é preciso esse apoio”, ressaltou Alexandre Guerra, presidente do Sindilat, durante a Expointer. Na região de Frederico Westphalen, na última semana de agosto, o valor pago ao produtor pelo litro de leite variou entre R$ 0,84 e R$ 1,09. O zootecnista e consultor Rafael Ribeiro de Lima Filho, da Scot Consultoria, ressalta que esse cenário de queda do preço tem como grande influenciador, também, o baixo consumo do produto. “A demanda está muito fraca”, afirma.
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Parceiros do leite
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Qual o melhor sistema de produção de leite? Texto: Jaime Eduardo Ries
Fotos: Divulgação
Zootecnista, assistente técnico estadual em bovinocultura de leite da Emater/RS
Produção à base de pasto • As vacas permanecem soltas durante o dia e buscam a maior parte da sua alimentação nos pastos.
Edição: Gracieli Verde
revistanovorural@oaltouruguai.com.br
• As pastagens fornecem pelo menos metade da necessidade diária de alimentos dos animais (expressa em matéria seca, ou seja, descontando-se o teor de umidade). Debora Theobald
• Admite a suplementação no cocho com volumosos conservados (silagens e fenos) para suprir a deficiência na oferta de pastagens, e também o uso de concentrados (rações, farelos, grãos, etc.) para que os animais expressem o seu potencial produtivo.
Confinamento • As vacas ficam permanentemente presas em algum tipo de galpão (free-stall, compost barn, ou outro tipo), que serve ao mesmo tempo como local de descanso e de alimentação, saindo do mesmo apenas para as ordenhas.
M
uito se tem discutido nos últimos anos no Rio Grande do Sul sobre qual o melhor sistema para a produção de leite. O debate, muitas vezes acalorado, não raras vezes carrega ingredientes ideológicos, ou dogmáticos, que em nada contribuem para orientar o produtor de leite sobre a melhor opção para a sua propriedade. Para iniciar a discussão, é necessário definir sistema de produção: consideraremos como um conjunto de atividades interligadas que são realizadas no dia a dia da propriedade rural para obter a sua produção, ou seja, a forma como a propriedade se organiza para produzir leite. Três serão os sistemas de produção aqui discutidos: produção à base de pasto, semiconfinamento e confinamento. Iremos definir os diferentes sistemas, com base na forma de alojamento e de alimentação dos animais.
• Os animais não possuem acesso às pastagens, sendo a totalidade dos alimentos fornecida no cocho. • A alimentação é baseada em volumosos, que podem ser conservados (silagens, fenos), ou apenas cortados para fornecimento no cocho e em concentrados (rações, farelos, grãos, etc.).
Semiconfinamento • Sistema intermediário entre o confinamento e o sistema à base de pasto. • As vacas ficam parte do dia (seis horas, ou mais), ou do ano, presas em algum tipo de galpão, mas também possuem liberdade para pastejo. • A alimentação mescla alimentos fornecidos no cocho (volumosos e concentrados) com pastagens, mas estas representam menos da metade da necessidade diária de alimento dos animais, em matéria seca.
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Parceiros do leite
A discussĂŁo precisa ser mais complexa
m reuniĂŁo realizada no inĂcio da Eo presidente segunda quinzena de agosto, da Emater/RS, Clair
do uma maior produtividade por vaca. Embora esses dois parâmetros sejam muito importantes, na verdade, essa discussĂŁo precisa ser mais complexa. No quadro abaixo, elencamos vinte parâmetros para comparação entre os sistemas de produção Ă base de pasto e o confinamento (considerando nĂvel similar de eficiĂŞncia entre eles) e entendendo o semiconfinamento como uma situação intermediĂĄria, que pode se aproximar mais de um sistema, ou de outro, conforme a propriedade.
Comparação entre os sistemas: À base de pasto
Parâmetro de comparação
Confinamento
MENOR
Investimentos em instalaçþes
MAIOR
MENOR
Investimentos em mĂĄquinas e equipamentos
MAIOR
MENOR
Custos de depreciação e manutenção
MAIOR
MENOR
Uso de silagens e concentrados
MAIOR
MENOR
Dependência do preço dos grãos e farelos
MAIOR
MENOR
Gastos com energia elĂŠtrica e combustĂvel
MAIOR
MENOR
Necessidade de mĂŁo de obra
MAIOR
MENOR
Despesas com manejo de dejetos
MAIOR
MENOR
Controle das condiçþes ambientais
MAIOR
MENOR
Custo de produção por litro
MAIOR
MENOR
Necessidade de escala de produção
MAIOR
MENOR
Dependência do preço do leite
MAIOR
MENOR
Estabilidade produtiva
MAIOR
MAIOR
Dependência das condiçþes climåticas
MENOR
MENOR
Produtividade (litros/vaca/dia)
MAIOR
MAIOR
Necessidade de terra
MENOR
MAIOR
Penosidade do trabalho
MENOR
MENOR
Necessidade de licenciamento ambiental
MAIOR
MENOR
Capacidade para gerenciamento do sistema
MAIOR
MAIOR
Flexibilidade do sistema
MENOR
Na próxima edição
Confira na próxima edição quais são as razþes que têm influenciado produtores a investirem em confinamentos e semiconfinamentos. O zootecnista Jaime Eduardo Ries contextualiza mais informaçþes importantes para você avaliar se o sistema que tem sido adotado na sua propriedade Ê o mais adequado à sua realidade. Acompanhe.
TomĂŠ Kuhn, e o presidente do Sindilat, Alexandre Guerra, debateram a assistĂŞncia tĂŠcnica no setor lĂĄcteo. Kuhn sugeriu a prestação de serviços extras de assistĂŞncia tĂŠcnica aos produtores ligados Ă s indĂşstrias e cooperativas associadas ao Sindilat. Inicialmente, a Emater/RS-Ascar quer intensificar as açþes junto ao setor lĂĄcteo, mas, ao mesmo tempo, necessita de um parceria que viabilize a expansĂŁo dos serviços. Os dirigentes ainda discutiram questĂľes conjunturais, de prejuĂzo ao setor lĂĄcteo brasileiro. Entre
Divulgação
A
queles que preferem o sistema de produção Ă base de pasto se espelham principalmente na forma de produzir leite da Nova Zelândia (maior exportador mundial de lĂĄcteos), mas tambĂŠm da Argentina e do Uruguai, paĂses fronteiriços ao nosso Estado e tĂŞm como principal argumento o menor custo de produção por litro de leite. Por outro lado, aqueles que preconizam o confinamento usam como modelo a maneira predominante de produzir leite dos Estados Unidos e parte da Europa, visan-
Emater/RS pode intensificar assistĂŞncia na ĂĄrea de leite
Presidente da Emater/RS, Clair TomĂŠ Kuhn, e o presidente do Sindilat, Alexandre Guerra
elas, as importaçþes de leite em pó, que vêm expandindo a oferta de leite no mercado nacional.
Puniçþes flexibilizadas m projeto de lei proposto pelo U Executivo estadual foi aprovado na Assembleia Legislativa gaú-
cha, em agosto, e prevê alteraçþes na forma de aplicar puniçþes sanitårias a produtores rurais. A ideia Ê tornar a lei mais educativa. Uma das principais mudanças Ê que
agora o agropecuarista que deixar de informar ao setor responsåvel a vacinação contra febre aftosa, por exemplo, serå primeiro advertido, e não multado diretamente. Isso permite que o problema seja resolvido sem, necessariamente, causar um custo ao produtor.
SETEMBRO DIA
6
DIA
8
DIA
15
3Âş SeminĂĄrio Municipal do Leite Centro Cultural de Constantina 9 horas
SeminĂĄrio Municipal de Leite
DIA
19 DIA
22
Novo Barreiro 18 horas
Tarde de campo sobre bovinocultura de leite SĂŁo Pedro das MissĂľes
Dia de campo sobre bovinocultura de leite Linha SĂŁo Paulo Frederico Westphalen
Dia de campo sobre bovinocultura de leite Linha Ponte do Pardo Frederico Westphalen
OUTUBRO DIA
17
5Âş FĂłrum Itinerante do Leite
SalĂŁo de Atos da URI Frederico Westphalen
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Campo sustentável
Revista Novo Rural - Setembro de 2017
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Aproveitando a energia solar Propriedade rural de Frederico Westphalen é a primeira a investir em placas fotovoltaicas no município Gracieli Verde/Arquivo Novo Rural
O
Cassiano de Pellegrin trabalha com os pais Adelaide e Jandir na atividade leiteira
mil litros de leite por mês. A energia solar vem para agregar valor, porque assim passamos a ter uma empresa sustentável, além de economizar na conta de luz – comenta. Dos R$ 10 mil que foram viabilizados por meio do programa, o produtor pagará somente R$ 2 mil, pois tem recurso a fundo perdido do governo. Para complementar o valor do investimento em energia solar, ele também acessou crédito por meio de uma cooperativa de crédito, via Pronaf. “Nosso principal interesse é em ter uma energia limpa e sustentável”, ressalta Pellegrin. Isso também influencia na venda do leite que é produzido na propriedade. “Estamos recebendo um bônus empresa para a qual vendemos o leite, a Piracanjuba, porque conseguimos obter um selo de propriedade sustentável”, revela o jovem. Hoje a energia gerada com o sistema fotovoltaico está sendo usada para o funcionamento da sala de ordenha. “Mais adiante a ideia é instalar mais 12 placas, para suprir toda a necessidade da propriedade, que é de 750 quilowatts por mês. Gracieli Verde/Arquivo Novo Rural
Divulgação
ito painéis solares e um inversor irão gerar energia para atender 45% do consumo da família de Cassiano De Pellegrin, da linha Ponte do Pardo. O sistema foi instalado pela Marsol Energia e financiado com recursos viabilizados por meio do Fundo Estadual de Apoio ao Desenvolvimento dos Pequenos Estabelecimentos Rurais (Feaper), com projeto da Emater/RS-Ascar. O sistema foi instalado em julho e é o primeiro viabilizado em uma propriedade rural de Frederico Westphalen. Segundo o designer fotovoltaico Marcos Roberto Bruxel, da Marsol Energia, o equipamento tem uma durabilidade de mais de 40 anos e não precisa de manutenção. O agricultor beneficiado, Cassiano De Pellegrin, é acadêmico do sétimo semestre de Agronomia da UFSM/FW, e começou a pensar no investimento com o objetivo de melhorar a propriedade rural em diversos aspectos. – Nossa propriedade tem 9,2 hectares e produzimos uma média de seis
“A energia solar vem para agregar valor, porque assim passamos a ter uma empresa sustentável, além de economizar na conta de luz” Oito placas foram instaladas na unidade, que fica na linha Ponte do Pardo
Cassiano De Pellegrin, estudante e produtor rural
Sala de ordenha usa agora a energia gerada na propriedade
Irrigação: solução para períodos de chuvas incertas Ter sistemas de irrigação elimina riscos de perdas de produtividade e qualidade
N
este ano o clima vem desafiando os produtores. Períodos de excesso de chuva e, depois, de escassez, estão tornando 2017 bem atípico. São nessas horas que se vê a importância de o produtor ter na propriedade tecnologias de irrigação. Entre as várias opções que se tem no mercado, a de gotejamento é uma solução para casos como a produção de hortifrutigranjeiros, ou mesmo frutíferas. Cabe aí o produtor buscar uma assistência técnica de confiança, que oriente qual a melhor opção para cada realidade. Conforme análise do engenheiro-agrônomo Carlo Roberto Olczevski, outro uso considerado importante da irri-
gação é nas pastagens para o gado de leite. “Nestes dias de inverno que tivemos pouca chuva, vimos muitos casos na região que se não fosse a irrigação, ficariam sem alimento suficiente para o gado”, expõe. Mais um ponto importante que Olczevski considera é que na região o modelo de irrigação é suplementar, ou seja, não precisa ser usado sempre, por que não se tem estiagens longas. “No entanto, se percebe que todo ano tem algum período que falta chuva, e que os produtores perdem em qualidade e produtividade. A irrigação, na maioria dos casos, salva a cultura e elimina esses riscos”, ressalta.
Você pode acessar programas com recursos do governo • Atualmente se tem, pelo menos, dois programas vigentes para acessar recursos para investir em irrigação, via governo do Estado. • Um deles é o Irrigando a Agricultura Familiar, que é oferecido por meio da Secretaria de Desenvolvimento Rural, para projetos de até R$ 12 mil. • Por meio da Secretaria de Agricultura,
Pecuária e Irrigação (Seapi), ainda segue em vigência o programa Mais Água, Mais Renda. Este também tem parte do valor subsidiado pelo Estado, como forma de incentivo para quem investir. • Linhas do Pronaf também podem viabilizar o seu projeto. Procure orientação técnica. As equipes da Emater/ RS espalhadas nos municípios podem ajudá-lo.
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INFORME COMERCIAL
Laticínio Stefanello está em festa Neste mês de setembro a indústria completa 17 anos de fundação, em Rodeio Bonito médicos-veterinários e técnicos agrícolas, além de uma agropecuária própria que fornece os produtos necessários para a produção de leite com preços acessíveis. Outro grande diferencial que a Laticínios Stefanello possui é a busca por parcerias que viabilizam cursos de capacitação aos produtores, como o Programa de Produção Integrada em Sistemas Agropecuários (Pisa), com o acompanhamento de equipes do Sebrae, Senar, Farsul, Universidade Federal do Rio Grande do Sul e do Paraná, além do programa Leitec, de assistência continuada e as tardes de campo. Essas e outras práticas já rederam à Laticínio Stefanello o reconhecimento estadual como destaque no Setor Pecuário, recebendo em dezembro de 2016, na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, o Prêmio Folha Verde, que homenageia empresas e empreendedores que se destacaram no crescimento e desenvolvimento do setor primário. Vem você também ser um parceiro do Laticínio Stefanello e desfrutar de uma parceria sólida e produtiva.
Divulgação
D
esde o ano 2000 a Laticínios Stefanello tem levado o nome de Rodeio Bonito, sua sede, para todo o Rio Grande do Sul. Com um processamento mensal de mais de dois milhões de litros de leite, a empresa produz diversos tipos de queijo, entre vários outros produtos, e neste mês em que comemora mais um ano de vida, a empresa deve lançar no mercado novos produtos e novidade na marca. Segundo o empresário Ricardo Augusto Stefanello, as novidades, que serão apresentadas em breve, vem para coroar mais um ano de atividade da empresa, que a cada dia tem buscado fortalecer suas origens e parcerias, em especial com quem produz a fornece a matéria-prima para a indústria, o homem do campo. “Hoje são mais 600 famílias produtoras de leite, e isso muito nos orgulha, pela fidelidade e compromisso que temos com cada uma delas”, ressalta Stefanello. Para o diretor da empresa, este relacionamento é estabelecido através do acompanhamento técnico contínuo de uma equipe formada por agrônomos,
Laticínio Stefanello conta com a força e o trabalho de mais de 600 famílias
Aniversário Para comemorar seus 17 anos, o Laticínio Stefanello lançou na ai sorpágina da empresa no Facebook uma promoção especial, que vai sário. tear dois jantares com acompanhantes para celebrar seu aniversário. /laticiPara participar é fácil. Basta curtir a fanpage (facebook.com/laticiar nos niostefanello), curtir e compartilhar o post da promoção, e marcar ancomentários o nome do acompanhante que você vai levar para jantar. O sorteio será realizado no dia 30 de setembro, ao vivo pelo Facecê. book. Participe, este é o presente do Laticínio Stefanello para você.
Entrevista
Gracieli Verde
revistanovorural@oaltouruguai.com.br
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“Estamos redescobrindo nosso potencial agrícola” O pesquisador João Kluthcouski, mais conhecido como João K, da Embrapa Cerrados, é o idealizador do sistema de integração lavoura-pecuária-floresta e se tornou autoridade mundial no assunto atural de Apucarana, no Norte do Estado do Paraná, graduado em Agronomia pela Universidade Federal de Pelotas, no Rio Grande do Sul,l, o pesquisauski é referência dor João Kluthcouski mundial quando o assunto é inpecuária-florestegração lavoura-pecuária-fl is variadas comta (ILPF), e as mais stema permite. binações que o sistema Mestre e doutor, de forma carinhosa é chamado de João K – afinal, ra de mencionar isso facilita na hora o seu sobrenome de descendência ucraniana. Por telefone, direto de Goiás, onde estava a trabalho, apesar de integrarr a equierpe da Embrapa Cerrados, no Distrito Federal, o agrônomo que também é reconhecido pela simplicidade falou à Novo Ruão ral sobre integração odude sistemas de produção e os desafios para a agriculdutores no fututura e para os produtores escobrindo nosso ro. “Estamos redescobrindo potencial agrícola e são os jovens dar nisso”, deque precisam ajudar fende. Não é por nadaa que João K foi reconhecido nestee ano com o Prêaug de Sustentamio Norman Borlaug bilidade 2017, no 16° Congresso negócio, realizaBrasileiro do Agronegócio, do em São Paulo, em agosto. “A gente vive para o produtor e quanes sorrir, não do eu vejo um deles oisa a não ser feposso ter outra coisa a, comprovanlicidade”, exclama, usiasta do setor. do o quanto é entusiasta Vale a pena ver o que ele tem a nos dizer. Confira a entrevista.
“ Nossos produtores estão conseguindo produzir uma arroba do boi pela metade do preço se comparado a um pecuarissta convencional.”
Geraldo Lazzari/Abag/Divulgação
Revista Novo Rural - Setembro de 2017
O senhhor é reconhhecido pella difuusãoo do sissteema dee inntegrraçãão lavoourra-peecuááriaa-ffloreestaa. O quue maais coontribbuiuu paara o deeseenvollviimeentto desssa teecnoloogia?
15
João K – Esse processo de difusão da integração lavoura-pecuária (ILP) começou no fim da década de 1970 e no início a década de 1980. Se olharmos um passado recente de 40 anos, o Brasil tem sido vitorioso na agricultura. Começamos a nossa revolução à medida que as terras gaúchas e paranaenses foram se esgotando, então a pesquisa e os ousados produtores foram abrindo novas áreas de produção em outras regiões do país. Foram necessários vários passos para que se chegasse ao nosso patamar atual. A primeira coisa necessária era dominar o solo, porque era improdutivo. Depois era necessário ampliar as culturas, não plantar somente milho, quando foi “tropicalizada” a semente da soja, podendo ser plantada de Norte a Sul do Brasil. Em seguida teve a chegada do sisp tema de plantio direto, além da vinda da raça de b como da braquiária, que agora gado zebu, bem se transform transformou em muitas cultivares. Com essa evolução, a rregião central brasileira quase conseguiu empa empatar com o Sul e fazer duas safras em períodos de chuva, tanto que agora a nossa “safrinha” se tornou tão produtiva quanto à primeira safra. Na prática, juntamos todos esses anter ganhos anteriores em um sistema só e o chamainteg mos de integração lavoura-pecuária.
“Hoje teemos quue ter como princcípioos a innteenssifficcaçção e a diveerssifficcaçção.. Teemos que teer a galinha,, o leite, o poorcco, a mandiooca, de tuudo. Se um ma horaa um produuto não tem preço, o ouutrro tem e nóss não quebrramoss nunncaa.”
15
A palaavraa-chave é a susttenntabbiliddade?
João K – Então, como o pessoal gosta de dizer, essa integração é um sistema altamente sustentável, ambientalmente correto, socialmente justo, economicamente rentável e agronomicamente eficiente. Onde você cultivar uma forrageira, as culturas seguintes ganham em produtividade. A soja, por exemplo, produz dez sacos a mais por hectare só pelo fato de estar em uma área que já teve uma braquiária. Graças à integração, conseguimos conquistar um sistema altamente sustentável para solos de areia. Temos outro avanço: estamos com 27 mil hectares de girassol consorciado com forrageiras, mas a indústria tem demanda por 70 mil hectares. Depois esse pasto servirá de alimento para gado. Apesar de ser um sistema reconhecido, a ILP é considerada recente. Hoje o sistema tem 12 milhões de hectares no Brasil, mas em cinco anos se quer chegar a 20 milhões de hectares.
“A grrande soluçção do Brasiil,, que até hoje está só no disscuurso, é cuiddar do peequueno produutorr. As criises urbannas hoje,, em m grandde parte,, addvêm do êxodoo rural. O pequeno está vendendo a terra e inndoo em mboraa.””
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Quue “reevoluução” é esta ma promete? quue o siistem
João K – De fato, é o mais revolucionário sistema de produção agropecuária que o mundo já viu. Estamos fazendo quatro colheitas durante o ano em maior parte do Brasil onde é usado esse sistema: após a soja, imediatamente se semeia milho com capim, colhe o milho (para grão ou silagem) e fica a forrageira para alimentar o boi. E em seguida produz matéria orgânica e palha de cobertura, para potencializar o sistema de plantio direto. Mais um detalhe importante: nossos produtores estão conseguindo produzir uma arroba do boi pela metade do preço se comparado a um pecuarista convencional. A integração é comparada a uma cachaça de primeira qualidade, tomou a primeira dose, se foi, vicia! Também temos visto que mesmo quem tem bois da raça nelore mocho, que é um gado tardio, consegue adiantar a idade de entore das novilhas. Como essas novilhas ganham peso com mais rapidez, ao invés de ter a primeira cria com três anos e meio, isso ocorre em média aos 12 meses de idade. Esse é outro avanço que se consegue com a integração. Alimentação é tão importante quanto à genética na hora de fazer cria a recria.
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Com mo apllicarr em propriedaddes de mennor porrte?
João K – Bom, sou um apaixonado pela pequena propriedade. A grande solução do Brasil, que até hoje está só no discurso, é cuidar do pequeno produtor. As crises urbanas hoje, em grande parte, advêm do êxodo rural. O pequeno está vendendo a terra e indo embora. No Cerrado criamos um modelo que estamos chamando de “pequena propriedade produtiva e sustentável” – entendo que o termo agricultura familiar se desgastou muito nos últimos anos. O mais importante nisso são opções que agreguem valor para a pequena propriedade. Temos casos de frutas que custam caro no supermercado, mas essas variedades não chegam para o agricultor produzir. Tem feijões que também valem muito, arroz aromático, temos “n” opções de cultivos, mas há essa dificuldade de fazer chegar ao agricultor. Por isso, defendo que a integração é muito importante para esse produtor. A produção de árvores é importante para conseguir minimizar os impactos do calor na produção de leite, por exemplo. Se nós investirmos em conforto animal para as vacas, a gente consegue aumentar a produtividade. E no RS pode ajudar também para as barreiras de vento, porque isso ajuda a diminuir que as pastagens sequem mais rapidamente em tempo de pouca chuva. Soja e milho não são para o pequeno. Temos que ter outras opções, como frutas, que agreguem mais valor. Por que não usar frutíferas para fazer um quebra-vento? Precisamos trazer novas ideias para o setor. Quem não inova não vai ter resultados diferentes.
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Adootarr sistem mas coomo estte paasssa peela connsciênnciaa e voccaççãoo do prroduutor, allém de seer uma deeciisãoo dee gestãão. Gerrenciiar podee serr siimpless nesste casso??
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João K – Não é complicado fazer gestão, nem no sistema lavoura-pecuária. Antigamente se gerenciava apenas a produção de trigo e de soja. No ILP gerencia isso, mais o trigo e o boi, e talvez mais a árvore, se integrar com floresta. Já passei por muitas fazendas e a maioria nem computador tinha e tudo deu certo. A questão é começar pequeno, mas pensar grande e aprender a fazer a gestão desse processo. Muitos não têm uma caderneta para anotação. Aí está o grande erro. O produtor não tem “balança” para medir o desempenho, é tudo “no olho”. Nosso empresário rural, do micro ao gigante, tem que acompanhar o custo-benefício das atividades. E ele precisa ser ousado. Hoje temos que ter como princípios a intensificação e a diversificação. Temos que ter a galinha, o leite, o porco, a mandioca, de tudo. Se uma hora um produto não tem preço, o outro tem e nós não quebramos nunca. Quem ainda não o faz, tem que anotar os dados da propriedade e, se for preciso, buscar ajuda. Precisamos que haja mais transferência de tecnologia para esses pequenos produtores.
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A teecnooloogia é fuundaamental nesssee proocesso??
João K – A tecnologia é uma maneira de produzir melhor e nem sempre ela custa dinheiro. É saber regular uma máquina, conhecer as melhores cultivares, saber a melhor época de plantio, conhecer o melhor produto, porque agricultura é a arte de colher o solo.
O quue o produutor rurral do futurro prrecisa terr em mennte??
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João K – O conselho que sempre dou é o seguinte: se você permanecer no negócio tem que ter custo de produção abaixo da média e produção acima da média. O que falta ao nosso produtor é um mercado mais justo, e para o pequeno então, nem se fala. Temos que copiar o sistema francês, em que o produtor industrializa os seus produtos na propriedade. O melhor queijo do mundo vem do pequeno, a melhor cachaça de maçã também, então temos que aprender a agregar valor na nossa produção. É complicado falar isso para acontecer em um ano, mas é mais simples falar isso para acontecer nos próximos 10 ou 15 anos. Temos que parar de vender nossa matéria-prima in natura. Somos o celeiro do mundo, mas temos que agregar mais valor. Temos que fazer o que já se faz heroicamente com frangos e suínos, transformamos soja e milho em carne. Claro que tem outro detalhe: a nossa política agrícola nem sempre ajuda isso. Temos uma supersafra e não temos capacidade de armazenamento suficiente. Os jovens precisam ter em mente que podem transformar um hectare numa renda de R$ 100 mil por ano. Fruticultura e outras opções estão aí. Estamos redescobrindo nosso potencial agrícola e são os jovens que precisam ajudar nisso. Temos que difundir a tecnologia do “capricho” e do “convencional”, que é adubar e cuidar da planta. Os jovens precisam saber que ainda não conhecemos o nosso potencial de produção, tem muita novidade chegando e é preciso usar a inteligência deles para desenvolver isso. Outra coisa: os jovens precisam levar em contar os sete pedestais do sucesso: inteligência, humildade, determinação, trabalho, iniciativa, bom senso e honestidade. Com esse conjunto, não tem erro.
Nonoai
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Revista Novo Rural - Setembro de 2017
Sindicato Rural: 30 anos em defesa do agronegócio a Za ülle
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Presidente do Sindicato Rural de Nonoai, Alécio Bringhentti
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Presidente do Sindicato Rural de Erechim, João Picolli, representou a Farsul
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esde 20 de agosto de 1987, Nonoai conta com a atuação do Sindicato Rural, ligado à Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul). São 30 anos em prol dos agricultores e pecuaristas de Nonoai e região, uma vez que a entidade também abrange os municípios de Planalto, Alpestre, Rio dos Índios, Gramado dos Loureiros, Trindade do Sul e Três Palmeiras. Para rememorar as conquistas do sindicato, um evento comemorativo foi realizado no dia 18 de agosto, na Sede da Melhor Idade Alegria Nonoaiense. Na oportunidade, foram homenageados os ex-presidentes Ademar Dall’ Asta, Edson Luiz Fogaça (em memória), Osvaldo Ceresoli, Pedro Poglia e Enir Dalmagro. Certificados de honra ao mérito pelos relevantes serviços prestados à entidade e seus associados também foram entregues na noite. Para o presidente do Sindicato Rural, Alécio Antônio Bringhentti, é motivo de orgulho estar à frente da entidade, ainda mais na ocasião do seu 30º aniversário, no mesmo ano em que a Farsul completa 90 anos de atuação no Estado. – É um prazer levar a cada um dos sete municípios que integram o Sindicato Rural cursos do Senar, que neste ano passaram de 150 e para o próximo serão 250 cursos agendados, ajudando assim os nossos agricultores a ampliar conhecimento – afirmou. Bringhentti também agradeceu aos vereadores Zulmar Debastiani e André Luiz Moreira Hypolito, autores da moção parabenizando o sindicato, e ao Legislativo, pela unanimidade na aprovação. “Aos integrantes da minha diretoria, também deixo minha gratidão por me ajudarem a escrever um novo capítulo na história do nosso sindicato e aos nossos associados e aos produtores, agricultores semeadores do bem e da paz”, ressaltou o líder sindical. Ainda prestigiaram o encontro o representante da Casa Rural, Antonio Carlos Cassol, o presidente do Sindicato Rural de Erechim e representante da Farsul, João Picolli, entre outras autoridades, como prefeitos, secretários municipais, vereadores de vários municípios e os presidentes dos sindicatos rurais da Regional 6.
os: Fot
Evento comemorativo ao aniversário teve solenidade com homenagens a ex-presidentes da entidade nonoaiense
Entidade importante para o agronegócio regional O Sindicato Rural de Nonoai foi oficialmente criado em 20 de agosto de 1987. Hoje a entidade tem como presidente o empresário Alécio Antônio Bringhenti e conta com cerca de 90 associados. Em parceria com o Senar e outras entidades de classe, o sindicato oferece cursos voltados para reciclagem e preservação do meio ambiente, capacitação e geração de renda, nas mais diversas áreas, nos sete municípios conveniados.
"É motivo de orgulho estar à frente da presidência da entidade, ainda mais na ocasião do seu 30º aniversário."
Convidados foram recepcionados na Sede da Melhor Idade Alegria Nonoaiense
(54) 9.9912-7966 e (54) 9.8400-9400
Antônio Carlos Cassol representou a Casa Rural
Intercooperando
Revista Novo Rural - Setembro de 2017
Comitiva participa do Seminário de Gestão para Cooperativas
Espaço
Por Marcia Faccin
Divulgação
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Líderes cooperativistas representaram a região do Médio Alto Uruguai no evento
dirigentes cooperativistas, servindo de exemplo e modelo para
serem implementados nas demais cooperativas.
Sexagenário da Cotrifred é comemorado na região Debora Theobald
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ando início às comemorações de 60 anos da Cooperativa Tritícola de Frederico Westphalen, a diretoria da Cotrifred realizou em Pinheirinho do Vale, no início de agosto, um evento comemorativo. O município foi o primeiro a receber as festividades, que incluem apresentação com o histórico da Cotrifred, relatos das campanhas de aniversário, além de projetos futuros da cooperativa. O evento ocorreu no salão paroquial do município e contou com a presença do prefeito, Elton Tatto, vereadores, lideranças locais e cerca de 300 associados da Cotrifred. O presidente da Cotrifred, Elio Pacheco, destacou a trajetória da cooperativa, iniciada em 10 de novembro de 1957, por 11 pessoas da comunidade frederiquense que acreditaram na força do cooperativismo.
Associados e parceiros prestigiam encontros em outras
Com a primeira sede em um armazém no bairro Fátima, em Frederico Westphalen, seis décadas depois, a Cotrifred conta com sete supermercados, oito agropecuárias – na sede, em FW, e nas filiais em Iraí, Palmitinho, Vista Alegre, Pinheirinho do Vale, Vi-
cente Dutra, Caiçara e Taquaruçu do Sul – e um abatedouro. No dia 23 de agosto a programação também ocorreu em Palmitinho. Outros municípios que contam com filiais da cooperativa também sediarão esses eventos até o fim de 2017.
Cooper A1 investe em Planalto
I
nvestir nas comunidades onde está inserida, gerando progresso e desenvolvimento à todas as pessoas, está na missão da Cooper A1. Com este foco, a cooperativa está colocando em prática importantes projetos de construções, ampliações e reformas de unidades administrativas e lojas. Na região, essas melhorias estão sendo feitas na unidade de Planalto. No município a Cooper A1 está planejando abrir seu 22º supermercado e, além disso, disponibilizá-los em todos os municípios onde possui unidades. A unidade de Planalto, única que
ainda não possui esta atividade de varejo, será totalmente reformada e terá 936,82 metros quadrados de área ampliada. Com isso, a área de vendas para loja agropecuária, materiais de construção, supermercado, eletros e móveis, padaria, e açougue, além do depósito, terá o total de 1.482,74 metros quadrados. O novo estabelecimento também contará 22 vagas de estacionamento. A obra, iniciou efetivamente em julho deste ano e a previsão é que esteja concluída no primeiro trimestre de 2018.
COOPERATIVO
Por que cooperar?
Encontro ocorreu em Porto Alegre, promovido pela SDR om o intuito de aproximar as cooperativas e colocar em pauta temas pertinentes a gestão cooperativa, foi realizado no dia 18 de agosto, em Porto Alegre, o Seminário de Gestão para Cooperativas 2017, organizado pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo (SDR). Uma comitiva de lideranças cooperativistas da região esteve presente, participando do dia de reflexão sobre a importância da gestão e liderança cooperativa. O grupo assisitiu a apresentação de vários cases de sucesso por
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Coordenadora da Unidade de Cooperativismo do Escritório Regional da Emater/RS de Frederico Westphalen
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stamos vivendo em um mundo cada vez mais individualista, com pessoas doentes e isoladas, muitas vezes dentro de suas próprias casas. Precisamos urgentemente inserir nas pessoas uma cultura de mais cooperação, de ajuda mútua, de partilha e solidariedade, virtudes e qualidades que foram se perdendo com o passar do tempo. Lembro muito bem as histórias que meus pais contavam de que, quando eram jovens, as famílias do interior se ajudavam, primeiro todos os vizinhos colhiam a lavoura de uma família e depois iam seguindo por toda a comunidade, até finalizar a colheita. As refeições eram feitas de forma coletiva, compartilhada. Quando eu residia no meio rural em Caiçara, lembro como se fosse hoje que quando chovia e os meus pais matavam porco, eu era a responsável de ir levar um pedaço de carne para os primeiros vizinhos e assim também quando os vizinhos abatiam porco, esse gesto se repetia. Isso é cooperação, isso é compartilhar, é viver em comunidade. Quando um vizinho ficava doente, fazia-se mutirão para auxiliá-lo no serviço. Isso continua se repetindo nos dias de hoje? Sim? Não? Por quê? Nas cidades, muitas vezes as pessoas nem conhecem quem mora no apartamento da frente, imagina pensar em um gesto de cooperação ou de troca de gentilezas (ainda tem vizinhos que compartilham uns com os outros algumas receitas que guloseimas que são feitas, mas não é muito comum visualizarmos isso). E você, viveu esse tempo? Gostava? Continua praticando e exercendo a cooperação? Dentre as inúmeras definições de cooperação podemos citar: “maneira de ajudar as pessoas a atingir um objetivo; onde duas ou mais pessoas trabalham em função de um bem”. E você, ajuda as outras pessoas? Gosta de ser ajudado? Como está o seu envolvimento com a sua comunidade? Está inserido em alguma entidade ou instituição que busca promover o bem para as demais pessoas? Você é do tipo de pessoa que coopera ou que critica? Por quê? Há poucos dias, conversando com alguns dirigentes de cooperativas, estávamos observando que são sempre as mesmas pessoas que fomentam e trabalham em prol do bem coletivo e da comunidade onde estão inseridos. Precisamos que mais pessoas se somam aos defensores da cooperação e do cooperativismo, que mais pessoas se envolvam e se comprometam para que a cooperação possa continuar trazendo resultados positivos para as pessoas e para a comunidade. Estamos precisando urgentemente um mundo mais humano, mais fraterno, mais cooperativo do que individualista e isso só será possível se as pessoas começarem a acreditar mais na cooperação e no bom cooperativismo ao invés da competição. Que possamos diariamente inserirmos atitudes de cooperação nas nossas atividades e ações.
“Quando um vizinho ficava doente, fazia-se mutirão para auxiliá-lo no serviço. Isso continua se repetindo nos dias de hoje?”
Abraços a todos e até o próximo mês!
Clima
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BOLETIM AGROMETEREOLÓGICO Leandro Marques Engenheiro-agrônomo | Extensionista rural da Emater/RS-Ascar
Setembro traz a reta final do inverno. As horas de sol aumentam gradativamente e os cultivos de estação quente ocupam o planejamento dos agricultores. Por um lado, as contratações de custeios e liberações de recursos por parte dos parceiros de crédito rural ganham força, enquanto a proximidade da colheita de culturas como o trigo se aproxi-
Manejo de primavera Cada estação do ano traz um manejo específico para o campo. A sabedoria do agricultor ao longo das safras traz o diferencial em cada situação que pode ocorrer nos cultivos. Ainda assim, é importante lembrar que nas áreas com hortaliças a irrigação deve ser usada com cautela, evitando excessos e o uso em dias nublados. Quando necessário irrigar, proceder pelas primeiras horas da manhã. Em ambientes protegidos (túneis e estufas), é importante abrir o mais cedo em dias mais aquecidos. Para a fruticultura, usar o raleio de frutas como prática indispensável é válido. Em pomares jovens, dar atenção especial à irrigação, visando favorecer o estabelecimento do sistema radicular das plantas. Já em áreas com pastagens, se possível e viável, é importante fazer silagem de cultivos e pastagens de inverno/primavera, visando garantir maior disponibilidade de alimento no verão para as categorias de rebanhos mais exigentes em alimentação.
O momento decisivo A safra de trigo apresenta em setembro duas situações que tornam o mês decisivo para a cultura: a floração e o enchimento de grãos. O receio da ocorrência de uma geada mais tardia, como aquela registrada em 2015, ou até mesmo o excesso de chuvas mais próximo do mês de outubro quando os grãos estão iniciando a maturação traz preocupação no campo. Outro ponto importante é a possível ocorrência de ventos mais fortes nas áreas de lavoura com trigo, fato que pode provocar o chamado “acamamento” da cultura, ou seja,
Não são apenas as horas de sol que começam a alterar o cenário no campo dia após dia, a troca de pastagens de inverno por aquelas de verão também marca o mês de setembro. Com o registro de um inverno mais aquecido em 2017, certas áreas de pastagens de inverno podem não ter apresentado um desempenho adequado nos últimos meses, influenciando os rebanhos no ganho de peso, principalmente. Para as pastagens de verão que começam a crescer, a recomendação de fazer a adubação de cobertura quando o solo apresentar umidade adequada é fundamental. Ainda assim, é recomendável a avaliação criteriosa do rebanho, principalmente o leiteiro, buscando orientação técnica para avaliar os animais, peso, produção diária, entre outros aspectos. Após essa avaliação, com apoio técnico, é possível separar o rebanho em lotes, diferindo a alimentação entre aqueles que necessitam mais alimento e outros que podem receber menos alimento. São ajustes como esses que melhoram a eficiência técnica da atividade e garantem a satisfação das famílias do campo.
quando a planta perde a sua posição natural e inclina-se para o solo. Caso ocorra tal situação, pode ser registrado aumento na intensidade de doenças, principalmente aquelas provocadas por fungos, devido ao ambiente favorável que pode ser registrado nestes locais. No entanto, para minimizar os riscos do clima, o monitoramento das áreas de lavoura, o acompanhamento diário e a consulta com técnicos e entidades parceiras é fundamental nessa reta final de safra. O momento decisivo do trigo vai começar.
“Para as pastagens de verão que começam a crescer, a recomendação de fazer a adubação de cobertura quando o solo apresentar umidade adequada é fundamental.”
Marcela Buzatto/Arquivo Revista Novo Rural
Priscila Baraldi Volpi/Divulgação
ma. Com a proximidade da primavera, o planejamento da próxima safra ocupa as rodas de conversas entre os agricultores. Repensar locais de plantio, buscar alternativas ou, até mesmo, iniciar novos cultivos que ainda não eram tradicionais na propriedade são assuntos importantes no campo. A hora do planejamento da safra de verão chegou.
A troca de pastagens
Gracieli Verde/Arquivo Jornal AU
A hora do planejamento
Setembro deve ter chuvas perto da média Nos meses de setembro e outubro as chuvas devem ser irregulares, mas perto da média, com uma precipitação a cada semana ou dez dias, segundo análise do meteorologista Alexandre Nascimento, do Climatempo. Ele adianta também que não devem haver ondas fortes de frio, capazes de provocar geada na região. “No entanto, são possíveis algumas ondas polares fracas nas próximas semanas. Temperaturas seguem de normal a ligeiramente acima da média nos próximos meses”,
ressalta. Para o mês de novembro, a tendência é de chuvas acumuladas mensais abaixo do padrão no Rio Grande do Sul, segundo prognóstico do Centro de Pesquisas e Previsões Meteorológicas (CPPMet) da Universidade Federal de Pelotas (UFPel). “Gradativamente, as temperaturas tendem a aumentarem ao longo destes próximos três meses. Contudo, curtos períodos com temperaturas baixas poderão ocorrer, principalmente em setembro”, registra o boletim.
Eventos
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Nova Boa Vista realiza maior edição da Kolonie Fest Público de 17 mil pessoas passou pela feira, no fim do mês de julho, resultando R$ 3 milhões em negócios da prefeitura, Emater/RS e Sindicato dos Trabalhadores Rurais. Neste ano, os organizadores propuseram diversas inovações e isso resultou na maior edição já realizada, alcançando diversos recordes: em número de expositores (81), em quantidade de público (cerca de 17 mil pessoas), em número de animais participando da 5ª Exposição do Gado Leiteiro (63 novilhas), no valor comercializado (aproximadamente R$ 3 milhões), dentre outros aspectos. Segundo os promotores, isso consolida a feira como a demonstração do potencial que o
município possui nos mais diversos setores. Entre as atrações mais apreciadas pelo público esteve a 5ª Exposição do Gado Leiteiro, organizada pela Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente e Emater/ RS-Ascar. O evento apresentou a qualidade genética leiteira, assim como o capricho das propriedades rurais, através do desfile de 63 novilhas nas categorias jersey e holandesa, de 7 a 12 meses, 13 a 18 meses e 19 a 24 meses. O julgamento dos animais foi realizado pelo médico-veterinário Leonardo Moreira.
Atrações variadas marcaram a sétima edição da expo-feira
Arquivo Kolonie Fest/Divulgação
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om uma população de 1.940 habitantes, segundo o IBGE, o município de Nova Boa Vista, distante mais de 100 quilômetros de Frederico Westphalen, teve neste ano a sétima edição da Kolonie Fest – Feira da Indústria, Comércio, Agroindústria e Exposição do Gado Leiteiro. A feira ocorreu entre os dias 28 e 30 de julho, com o objetivo de demonstrar as potencialidades do município e valorizar essas qualidades ao público local e regional. A promoção é da Associação Comercial Industrial Serviços e Agropecuária (Acisa), com apoio
Roteiro turístico mostra os diferenciais da área rural Fotos: Divulgação
Entre as novidades deste ano, a Kolonie Fest contou com o 1º Roteiro Turístico “Encantos da Colônia”, promovido pela administração municipal e Emater/RS, com apoio do Sicredi. O roteiro reuniu visitantes no dia 27 de julho, abrindo a programação da feira. Os participantes tiveram atividades desde cedo no interior do município, onde puderam desfrutar de café da manhã italiano no quiosque da propriedade de Irineu, Alcides e Lucimara Milani. O cardápio – preparado pela agroindústria Pallatare – incluiu polenta, salame, queijo, grostoli e bolos, além do vinho colonial. A parada seguinte foi na casa de Normélio e Nilse Milani – local em que foi possível descansar, fotografar e contemplar uma cascata. Em seguida os participantes fizeram visita à antiga Escola Municipal Nossa Senhora das Graças – inaugurada em 1985. O roteiro ainda incluiu a Capela Nossa Senhora das Graças, construída em maio de 1953. Esta é a única capela de madeira preservada no município. O próximo ponto de parada foi o salão Bennemann, onde foi servido o almoço, com comidas caseiras e típicas da colônia. A programação teve continuidade com visita à propriedade de Afonso e Lucíria Weber, na Linha Maneador – que adota o modelo da agricultura familiar – e à propriedade de Dércio e Eliete Farsen. A parada seguinte foi logo adiante, na casa de Renato e Iraci Steilmann, para o chá da tarde alemão – que teve no cardápio bolachas, cucas recheadas, pão de milho, torta, bolos, waffles, salame, queijo, geleias e torresmo. O encerramento do passeio ocorreu na Casa do Artesão, onde os participantes puderam adquirir peças de artesanato. Para o prefeito, Daniel Thalheimer, esse roteiro valorizou a rotina, os produtos e o espaço rural, proporcionando aos visitantes que fizessem uma viagem ao passado. “Além disso, vêm para comprovar os potenciais da agricultura familiar”, salienta.
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Gracieli Verde
Bem-Estar
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“Porque nascemos para cantar”
O amor pelo canto coral fez com que um grupo de agricultores criasse a Sociedade Cultural e Recreativa Coral Santa Cruz, há 12 anos, que agora lança o primeiro CD
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o lado direito da igreja católica do Distrito de Castelinho, Frederico Westphalen, “guiados” pela imagem do Sagrado Coração de Jesus exposta bem próximo da parede, os coralistas da Sociedade Cultural e Recreativa Coral Santa Cruz se reúnem religiosamente aos domingos à noite para ensaiar. Coordenados pelo maestro Juliano Maciel, os integrantes comemoram a gravação do primeiro CD, que está prestes a ser lançado. Com 11 faixas e intitulado “Nascemos para cantar”, esse trabalho tem demandado de energia e recursos do grupo nos últimos tempos. Mas, a alegria que isso tem gerado não se mede em palavras. Formado por pessoas da comunidade, em sua maioria agricultores, o coral existe há 12 anos, mas há oito foi registrado como uma associação. “Inicialmente começamos porque a gente já cantava na igreja e víamos que era preciso melhorar. Começamos em umas seis pessoas, mas já chegamos a ter 35 integrantes”, conta Maciel, que mora na comunidade desde os 11 anos. Desde pequeno ele cantava em coral e se desafiou a formar um grupo para aprimorar o canto. Esta foi a sua primeira experiência como maestro. “Não sei se nós descobrimos ele, ou se ele nos descobriu”, brinca a integrante Edilamar Sponchiado Vendruscolo. Hoje a rotina do grupo é bem movimentada. Todos os domingos o grupo se divide para que possam auxiliar nos cantos na celebração da igreja, pela manhã. Também participam de encontros de corais, tanto no Rio Grande do Sul como em Santa Catarina. “A gente recebe muitos convites, mas como temos que nos manter financeiramente com recursos próprios, e também tem mui-
tos que trabalham na lavoura, nem sempre tem como conciliar”, pondera Maciel. Mesmo assim, todos concordam que já conseguiram ir a muitos lugares mostrar o talento com o canto. O CD, que logo vem aí, foi mais uma prova de união e perseverança, até porque todo o recurso investido nesse trabalho – que deve variar entre R$ 10 mil e R$ 12 mil – foi levantado pelo grupo através da promoção de eventos, além de algumas colaborações de cooperativas e dos próprios integrantes. – É um orgulho ver que a gente pode fazer algo além do trabalho, algo que pode emocionar as pessoas, por mais simples que a gente seja, o que inclusive acho que é uma virtude. Isso eleva a nossa autoestima. Somos um grupo bem unido – opina a agricultora Ionara Piovesan, que trabalha com bovinocultura de leite e suinocultura na linha Alto Castelinho. Para o agricultor Paulo Friz-zon, que já é conhecido por tocar gaita e por ter participado de outros grupos musicais, o coral é mais que uma família. “Aqui tudo é alegria”, exclama. Há também quem se encantou ainda mais com a música depois de começar a participar do coral. – Quando fui convidado e participei pela primeira vez, vi que era algo mais que especial. Assimilar as vozes num exato momento é fantástico. Tem que ter alma e coração para escutar. No momento que compreendi a importância de cada um no grupo, mudei minha visão sobre o coral. Eu, em particular, não tenho voz para cantar, mas no grupo dá certo – diz Samuel Sponchiado, demonstrando o respeito que tem também para com o trabalho do maestro, que soube explorar o potencial de cada um nas apresentações.
Trabalho de 12 anos agora vai ser registrado em um CD com 11 canções
Trabalho fora durante a semana, mas no domingo de noite é muito bom encontrar o grupo, é uma família. Temos colegas que não sabem ler direito, mas que conseguem transmitir muita emoção pelo canto. Edilamar Sponchiado Vendruscolo, funcionária pública
É um momento de reabastecer as energias. A gente não vê a hora de chegar o fim de semana para ter este momento que é teu. Ali você conversa, canta, volta para casa animada. O dia que eu não puder vir ao coral, termina tudo. Felícia Balzan, agricultora
Se no domingo não tem ensaio, parece que não começa a semana. Juliano Maciel, maestro e músico
No facebook, você confere um vídeo sobre o coral. Compartilhe!
Revista Novo Rural
O CD Os custos com a gravação do estão sendo arcados pelo grupo, com a realização de eventos. Algumas colaborações de cooperativas também somaram nos últimos meses. São três anos dedicados a essa organização. Agora o grupo planeja um show de lançamento, que também deve ajudar a custear o valor do CD. Além disso, o grupo está aberto para mais pessoas que gostam de cantar e que queiram participar.
O maestro Juliano Maciel é reconhecido pelo trabalho com a música. Ele coordena 12 corais no total. O coral do Distrito de Castelinho tem um significado especial, porque ali ele estreou na carreira de maestro, aos 17 anos. Neste caso, o trabalho tem sido voluntário durante todos esses anos.
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Culinária Um alimento muito comum nas propriedades da região
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s abóboras são facilmente cultivadas. Difícil você achar alguma família da região que não as tenha na horta ou no quintal. Em termos nutritivos, as abóboras contam com carboi-
dratos, proteína, pouquíssima gordura, cálcio, sódio, potássio, fósforo, ferro, magnésio, além das vitaminas A, C e E. Aliar o consumo da abóbora nos panificados pode ser uma alternativa para inseri-la na alimentação da família.
Pão de abóbora Ingredientes: 1 ovo 2 colheres de chá de sal 4 colheres de sopa de açúcar 2 colheres de sopa de banha
1 xícara de leite ou água morna ½ xícara de abóbora cozida e amassada 2 colheres de sopa de linhaça 3 colheres de sopa de
gergelim 4 colheres de sopa de girassol 4 xícaras de farinha de trigo 2 colheres de chá de fermento instantâneo
Modo de preparo: Misture todos os ingredientes na panificadora.
Colaborou: Co
H Herenilde Hoffmann, economista doméstica e extensionista da Em Emater/RS de Barra Funda
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Pinhão rende um belo acompanhamento
uito consumido cozido ou mesmo assado na chapa do fogão, o que já se tornou uma prática cultural de muitas famílias, o pinhão tem muitas possibilidades na hora de ser servido. Uma delas é num belo acompanhamento, a farofa. É uma boa pedida para servir com o churrasco ou com outros pratos de sua preferência.
Farofa de pinhão Ingredientes: 1 ½ xícara de pinhões cozidos e descascados 1 xícara de farinha de mandioca 2 colheres (sopa) de manteiga 1 cebola picadinha Tempero verde a gosto Sal (a gosto)
Modo de preparo:
Colaborou:
Franciane Covaleski, extensionista da Emater/ RS-Ascar de Boa Vista das Missões
Passe os pinhões no liquidificador até formar uma farinha grossa. Numa frigideira grande, derreta a manteiga e doure a cebola. Coloque a farinha de pinhão numa tigela junto com a farinha de mandioca, misturando bem. Coloque a mistura de farinhas para fritar e adicione o sal. Acrescente o tempero verde quando estiver quase pronto. Se desejar, também pode acrescentar bacon à farofa.
Dentro da Porteira
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Sisbi amplia os horizontes para o município de Engenho Velho Com isso, a BestSui Alimentos tem liberação para comercializar seus produtos além das fronteiras município e do Estado gaúcho. Até então, a agroindústria era fiscalizada pelo SIM
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“Fizemos um plano de negócios e vimos que Engenho Velho seria um ponto estratégico para a BestSui, até pela tradição que a região tem na produção de suínos de qualidade.” José Bataioli, sócio da agroindústria
Criatividade na mistura de sabores
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O gosto pela carne suína fez com que dupla de empreendedores visse nela uma série de possibilidades para criar produtos que caíssem no gosto dos consumidores. “É fascinante ver o que ela possibilita em termos de produtos”, exclama Signori. Isso fez com que os testes em fazer produtos diferenciados chegassem a linguiças com queijo provolone e com ervas finas, entre várias outras. O salame é do tipo colonial, que também tem muitos fãs na hora da compra. “A proposta da empresa não é competir com indústrias maiores, mas ter valor agregado nos produtos”, acrescenta Bataioli.
Gra
vontade de investir de dois jovens mudou a realidade do município de Engenho Velho no que se refere à fiscalização de produtos de origem animal, atrelada ao empenho do poder público local. Há quatro anos começaram os trabalhos da BestSui Alimentos, agroindústria que abate suínos e processa a carne, transformando-a em linguiças, salames e outros itens, na linha Trombetta, bem próximo do perímetro urbano. Os empreendedores Angelo Signori e José Bataioli, que são sócios e dirigem o negócio, estudaram juntos em Chapecó (SC), onde cursaram Tecnologia em Alimentos e adquiriram ampla experiência na indústria de carnes, porque os dois trabalharam em grandes frigoríficos por lá. Signori é filho de agricultores, natural de Engenho Velho. Já Bataioli é natural de Miraguaí. Um passo importante que foi dado recentemente foi a inspeção por meio do Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Sisbi-POA), que faz parte do Sistema Unificado de Atenção a Sanidade Agropecuária (Suasa), o que permite agora que a BestSui comercialize os produtos em todo o território nacional. Até então, a agroindústria tinha autorização para comercializar apenas no município, com o acompanhamento do serviço de inspeção local. A técnica em agropecuária Pricila Folle Daris, do escritório municipal da Emater/ RS-Ascar, comenta que isso deve refletir nesta área de agroindustrialização no município, uma vez que abre portas para outros empreendimentos que tenham esse interesse em ter um mercado mais amplo. “Sem contar que isso estabelece um padrão de fiscalização ainda mais eficiente”, assinala.
Parceria e vontade e de ter o próprio negócio José Bataioli é técnico em segurança do trabalho, tecnólogo em alimentos e especialista em engenharia de produção e gerenciamento de negócios, além de ter trabalhado em dois frigoríficos em Chapecó. Angelo Signori é filho de agricultores e antes de ir a Chapecó estava trabalhando como servente de pedreiro, apesar de gostar do interior, como ele mesmo diz. Na faculdade de Tecnologia em Alimentos conheceu o sócio Bataioli e a volta para Engenho Velho é motivo de orgulho, além de ser estratégica. – Fizemos um plano de negócios e vimos que Engenho Velho seria um ponto estratégico para a BestSui, até pela tradição que a região tem na produção de suínos de qualidade. Estamos próximos de centros importantes, tanto de consumo dos produtos, como para ter acesso a insumos que precisamos – ressalta Bataioli. Um fator que favoreceu o investimento em Engenho Velho é que havia uma estrutura abandonada, onde antigamente funcionava um frigorífico, que é a atual sede do empreendimento. “Buscamos saber qual o potencial desse local e constatamos que seria o ideal para iniciarmos o trabalho”, conta Signori. Hoje a compra dos suínos é feita de uma empresa de Constantina. Outro ponto favorável para a implantação da agroindústria no município foi a parceria da equipe da prefeitura em viabilizar as legislações necessárias tendo em vista a inspeção. Antes de a BestSui ser criada não havia o Serviço de Inspeção Municipal. “A conquista do Sisbi também foi graças ao empenho de muitas pessoas”, ressalta Bataioli.
Angelo Signori, a veterinária Graciela Tonello, que faz a fiscalização dos processos, José Bataioli e a técnica agropecuária Pricila Folle Daris, da Emater/RS
A planta da BestSui tem capacidade para abater até 100 suínos por dias, mas atualmente são abatidos de 60 a 80 animais por semana. Por hora, o que limita essa produção é a capacidade da câmara-fria. Fazendo uma média, a agroindústria tem processado dois mil quilos por dia, levando em conta todos os itens que oferece ao mercado. O mercado consumidor dos produtos da BestSui ainda se concentra em Engenho Velho, porque a conquista do selo Sisbi é recente. Em breve novos mercados devem ser abertos. A agroindústria mantém hoje oito empregos diretos.
Angelo Signori tem origens no campo e conheceu o sócio José Bataioli na faculdade, em Chapecó
, Revista Novo Rural - Setembro de 2017
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SICREDI GRANDE PALMEIRA
O Sicredi na minha vida: histórias de desenvolvimento e cooperação
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ailton tem como principal atividade o plantio de mudas de grama, a demanda é grande, além de atender pedidos no Brasil, ele também exporta para a Venezuela e Paraguai. No seu trabalho, o mesmo preza pela qualidade, e um de seus objetivos é a geração de empregos. “Já tive em média 80 pessoas trabalhando direta e indiretamente comigo, tem famílias que trabalham e chegam a ganhar R$ 5 mil por mês. Meu maior foco é a distribuição de renda, não penso em ganhar sozinho, trabalho em parceria. Aqui trabalhamos como uma família e sempre reforço com todos para que tenhamos qualidade no nosso produto”, destaca. Quando fala no seu desenvolvimento, Jailton agradece o Sicredi, pois acredita que
Divulgação
Personagem principal: Jailton Padilha Cancian, 44 anos, associado da Sicredi Grande Palmeira, agência de Jaboticaba-RS, há 15 anos. não teria conseguido montar toda a sua estrutura se não fosse por este apoio. “O Sicredi contribuiu comigo desde o início, pois eu não tinha capital e fui em busca de recursos. Eu sempre digo que se o Sicredi não existisse em Jaboticaba, seria diferente, não teria o apoio e o atendimento igual ao que o Sicredi oferece. Utilizo linhas de crédito, desconto de cheques, rotativo, toda a minha estrutura eu montei com o apoio do Sicredi. Hoje o Sicredi possui, além do crédito, outros tantos produtos e serviços que são muito importantes em termos de benefícios para nós associados. Por exemplo, eu tenho seguro da casa, inclusive fomos atingidos por um raio e foi tudo tranquilo no retorno, também tínhamos vacas de leite e tínhamos o seguro, quando morreram algumas, foi tudo co-
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berto, tudo dentro do contratado. É na hora de um sinistro que a gente vê o quanto é importante ter um seguro para proteger nossos bens que adquirimos com tanto esforço e trabalho“, conta. Jailton vê no Sicredi uma ótima solução, percebe que a cooperativa está sendo bem administrada e por isso sempre indica aos seus amigos. “Pessoas que trabalham aqui, tinham conta em outros bancos, ou não tinham conta, e eu indiquei o Sicredi, eles me falam que nunca pensaram em ter uma poupança e hoje, com a renda que possuem e com o apoio do Sicredi, podem ter isso realizado. Outro motivo, além do atendimento diferenciado, é que ao aplicarmos o dinheiro no Sicredi ele fica girando aqui, sendo investido na própria comunidade, é uma parceria onde todo mundo ganha. Tem também a distribuição dos resultados que não acontece em outras insti-
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SETEMBRO 2017
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8ª Feimate Novo Barreiro
Dia de Campo Produção Orgânica 9 horas Constantina
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tuições financeiras”, frisa o produtor. Para o futuro, Jailton pensa em investir em outras culturas, como o moranguinho, por exemplo, e tem um sonho maior, o de formar uma cooperativa de serviços. “Vem muita mercadoria de fora para Jaboticaba, onde poderíamos estar produzindo aqui e mandando para fora, porém, sozinho não consigo adquirir uma câmara fria, um caminhão, então poderia formar uma cooperativa de serviços por exemplo. Se nós tivéssemos essa cooperativa de prestação de serviços, geraríamos também muitos empregos, poderia ter a doméstica, o pintor e tantos outros. Para mudar as coisas é só com o trabalho em conjunto, e não podemos ter o pensamento individualizado, fazer coisas somente em benefício próprio, quando eu pensar em cooperação automaticamente eu serei beneficiado, a sociedade cresce e a gente cresce junto”, finaliza.
Palestra sobre conservação dos reservatórios de água e saneamento básico 14 horas Três Palmeiras
Intercâmbio de Sementes e Mudas 9 horas Seberi
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