Revista Novo Rural Out.2017

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CARTA AO LEITOR

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stá em suas mãos a 12ª edição da revista Novo Rural, que completa o ciclo de um ano de boa companhia, de vitrine de novas ideias, de convite para a inovação. Nestes 12 meses levamos muito mais que informação até a sua propriedade, buscamos sempre enviar, em cada página, muita inspiração, pois é ela que nos faz superar as adversidades e crescer. Como acontece com uma planta, a semente do conhecimento é plantada, no nosso caso todos os meses, e agora já visualizamos muitos frutos surgindo, resultado do trabalho feito com amor, mostrando que estamos no caminho certo. Por isso hoje, em nome de toda a equipe que produz a revista, queremos agradecer a todos que fizeram parte desta primeira etapa, deste momento de muito aprendizado, de conhecer com mais profundidade a nossa realidade, para poder fazer melhor a cada dia. Aqui reafirmamos nosso compromisso com a família rural, de continuar sendo uma parceira, de persistir com nosso propósito de levar informação de qualidade, sempre com muita inspiração. Aproveito a oportunidade para também reforçar nosso pedido, para que você e sua família procurem, sempre que possível, no momento da escolha, valorizar as empresas que são parceiras da revista Novo Rural. São estas empresas anunciantes ou apoiadoras, que divulgando seus produtos e serviços em nossas páginas, possibilitam que este exemplar chegue a suas mãos gratuitamente. Então nada mais justo que retribuir, com sua preferência, este gesto de parceria, de compromisso com o meio rural. Também agradecemos pela parceR ria com o Escritório Regional da EmaW ter de Frederico Westphalen ea todos os Escrit Escritórios MuniciEmate dos 42 municípais da Emater circula pios de circulação, bem como as administraç administrações municipais, apo que estão apoiando a revista, fazendo com qque mais famílias ex recebam os exemplares, amtrab pliando o trabalho realizado. A todos, muito obrigada!

Fotografou, comentou, viajou! Campanha sorteia viagem gratuita entre leitores da revista Novo Rural Para comemorar o primeiro ano da revista Novo Rural, estamos presenteando um leitor com uma viagem gratuita, com momentos de fé e lazer. Através de parceria com a STL Turismo, um leitor da revista conhecerá o Santuário do Divino Pai Eterno, no Estado de Goiás. O passeio também inclui visita à cidade de Caldas Novas, para aproveitar as piscinas com águas termais, tudo com almoço, café da manhã e pernoite inclusos. Por isso, se você ainda não programou suas férias, aproveite esta oportunidade. Para participar do sorteio é necessário apenas enviar sua foto junto da Novo Rural ou, se preferir, encaminhe seu comentário dizendo o que mais gostou na revista, ou ainda pode sugerir algum assunto para ser tratado nas próximas edições.

COMO PARTICIPAR:

Envie sua foto com a revista + comentário sobre o que gostou da revista ou se preferir alguma sugestão de reportagem ENCAMINHE

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COMENTÁRIO PARA

revistanovorural@oaltouruguai.com.br

ou WhatsApp: (55) 9.9624-3768 Atenção! Não se esqueça de colocar, no fim do texto, o seu nome e qual cidade você mora. O sorteio será no dia 15 de dezembro. Boa sorte!

Patrícia Cerutti Pat Diretora

A revista Novo Rural é uma publicação realizada em parceria por Convênio:

Diretora

Editora-chefe

Patricia Cerutti

Gracieli Verde

Coordenador financeiro

Gerente Comercial Ivone Kempka

Eduardo Cerutti

Circulação Mensal

Reportagem

Tiragem

13 mil exemplares

Fone: (55) 3744-3040 Endereço: Rua Getúlio Vargas, 201 - B. Ipiranga Frederico Westphalen/RS

Revista Novo Rural

@novorural

55 99624-3768

Débora Theobald

Diagramação e publicidade Fábio Rehbein, Karen Kunichiro e Leonardo Bueno

ABRANGÊNCIA: Alpestre, Ametista do Sul, Barra Funda, Boa Vista das Missões, Caiçara, Cerro Grande, Chapada, Constantina, Cristal do Sul, Dois Irmãos das Missões, Engenho Velho, Erval Seco, Frederico Westphalen, Gramado dos Loureiros, Iraí, Jaboticaba, Lajeado Do Bugre, Liberato Salzano, Nonoai, Nova Boa Vista, Novo Barreiro, Novo Tiradentes, Novo Xingu, Palmeira das Missões, Palmitinho, Pinhal, Pinheirinho do Vale, Planalto, Rio dos Índios, Rodeio Bonito, Ronda Alta, Rondinha, Sagrada Família, São José das Missões, São Pedro das Missões, Sarandi, Seberi, Taquaruçu do Sul, Três Palmeiras, Trindade do Sul, Vicente Dutra e Vista Alegre.


Revista Novo Rural Outubro de 2017

INFORME COMERCIAL

a novidade “flex” para o produtor A tecnologia dessas variedades avança e otimiza os ganhos do produtor

O

MANEJO DO PASTOREIO Duplo propósito Época preferencial

Duplo propósito Silagem ou grãos

Trigo Normal ABRIL

MAIO

JUNHO

JULHO

No campo O produtor Luiz Carlos Chiochetta, que tem essa variedade de trigo cultivado em lavouras localizadas em Coronel Bicaco, diz que o desempenho da variedade BRS Pastoreio tem surpreendido pela resistência a geada, ao pastoreio dos animais, entre outros aspectos, como a boa aparência em um ano tão atípico em relação ao clima. “Tem se mostrado um trigo muito sadio”, ressalta. Numa área de 50 hectares, Chiochetta engordou 100 cabeças de boi, com ganho de peso de 1 quilo por dia por animal. “É um ótimo resultado”, afirma. O gado ficou na área entre os dias 15 de junho e 15 de agosto, e mesmo assim a promessa é de 50 sacas/hectare na hora da colheita. Mais uma vantagem citada pelo produtor é que o BRS Pastoreio permite um adiantamento no plantio da soja na resteva, pois deve ser colhido no fim de outubro. É nessa linha que o BRS Pastoreio mostra a evolução da tecnologia de duplo propósito, desenvolvida pela Embrapa.

AGOSTO Marcelo Klein/Embrapa/Divulgação

inverno já terminou e logo se intensifica a colheita dos trigos plantados na região. Mesmo que para muitos é a safra de verão que pautam os trabalhos diários, cabe ter em mente o que se pode fazer de diferente para obter melhores resultados no próximo ciclo de inverno. O trigo BRS Pastoreio, desenvolvido pela Embrapa, é uma das opções que entrou recentemente no mercado e deve auxiliar o produtor na integração lavoura-pecuária. O trigo BRS Pastoreio é uma variedade destinada para a produção de grãos e para a alimentação animal. Essa variedade também tem ciclo tardio, com espigamento em 103 dias e maturação 156 dias, o que garante uma produção de forragem elevada – 2.442 kg/ha na soma de dois cortes, segundo a Embrapa –, com grande oferta de pasto ou feno. Esse é um trigo mútico, ou seja, não apresenta aristas na espiga (filamentos na espiga do trigo). Por isso, é indicado para silagem de planta inteira, sem riscos de ferir a mucosa animal durante a ingestão do alimento e o seu trato digestivo. A produtividade da silagem (massa verde) chega a 28.059 kg/ ha e o rendimento de grãos (após dois cortes) é de 3.037 kg/ha (média de cinco locais do RS). Além disso, a variedade resiste de forma moderada a intempéries comuns para a região, como geada na fase vegetativa, acamamento, debulha, germinação na espiga, e a doenças do trigo, como as manchas foliares, a ferrugem da folha, oídio e giberela.

BRS Pastoreio não apresenta aristas na espiga, por isso é indicado para silagem de planta inteira

SETEMBRO

OUTUBRO

NOVEMBRO

Manejo • Densidade de semeadura

De 80 a 140 quilos de semente por hectare, dependendo da estratégia de uso

• Adubação nitrogenada

20 kg/ha N no perfilhamento 30 kg/ha N após cada pastejo ou corte • Realizar tratamento de sementes com inseticidas indicados para controle de pulgões • Evitar o cultivo em áreas com histórico de ocorrência de mosaico de trigo

Produtor Luiz Carlos Chiochetta tem uma área de 50 hectares da variedade

Produtividade Forragem

Grãos

Silagem

(soma de dois cortes)

(após dois cortes)

(massa verde)

2.442 (kg/ha)

3.037 (kg/ha)

28.059 (kg/ha)

Distribuidor:

BRS PASTOREIO Trigo Flex

Pasto +

Grãos Silagem g Feno

ENCONTRE O TRIGO BRS PASTOREIO NOS SEGUINTES ESTABELECIMENTOS: Cotrifred, Cooperjab, Agrobon, Agro Pereira, Cooper A1, Coopac, Agro Veterinária Seberi e Agropecuárias Frizzo, ou com o representante comercial pelo fone: (55) 9.9948.7921

Chiapetta/RS (55) 3332-5200 (55) 9 9902-5300

Luiz Henrique Magnante/Embrapa/Divulgação

Trigo BRS Pastoreio:

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Em destaque

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Em torno dos agrotóxicos...

Revista Novo Rural Outubro de 2017

O uso do herbicida paraquat no Brasil está banido, conforme decisão da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), divulgada no início da segunda quinzena de setembro. Conforme a agência, o herbicida deve ser extinto dentro de três anos. Por enquan-

Bruna Zanchet/Divulgação

to, as regras preveem que o produtor use trator com cabine fechada, para diminuir a exposição ao agrotóxico. Outro anúncio relacionado ao assunto foi da França, que estima extinguir em 2022 o glifosato, muito usado no controle de ervas daninhas em todo o mundo.

Piscicultura recebe incentivo em Novo Tiradentes Profissionais da Emater/RS conheceram a estrutura e entregaram exemplares da Novo Rural

Agroindústria investe no chá de casca de noz-pecã O empreendedorismo da família Pitol, de Anta Gorda, tem se destacado em nível de Estado. Na primeira quinzena de setembro, profissionais da Emater/RS da região aproveitaram uma agenda no município para conhecer a Agroindústria Pitol, que comercializa a noz-pecã de várias formas, in natura, caramelizada, moída e com casca. Além disso, a agroindústria lançou

no mercado o chá natural de casca do fruto da nogueira, que promete uma série de benefícios para a saúde humana, como diminuição de taxas de colesterol, auxilia no emagrecimento e em problemas urinários, entre vários outros. A família Pitol também mantém um viveiro, selecionando variedades de nozes há décadas. Você pode saber mais no site www.nozespitol.com.br.

isitas às propriedades são corriqueiras por parte da equipe da Emater/RS-AsVpanhamento car de Novo Tiradentes. Um dos focos do trabalho é a piscicultura, com acome orientações nas práticas de manejo da atividade. Uma atividade re-

cente realizada no município contou com a colaboração do engenheiro-agrônomo da Emater/RS-Ascar, Luciano Schievenin, e do técnico em agropecuária, Renato Kreitmaier, acompanhados do assistente técnico regional de recursos naturais da Emater/RS-Ascar, Carlos Roberto Olczevski. Eles visitaram piscicultores do município com potencial de expansão na atividade. Entre as orientações foram difundidas informações sobre a construção de tanques para criação de peixes, uso de calagem e adubação, introdução de alevinos de qualidade, além do manejo dos tanques para obtenção de água de qualidade, fator essencial para o sucesso na atividade. Hoje a piscicultura conta com dez produtores no município, que comercializam durante o ano aproximadamente dez mil quilos de peixes. A comercialização do pescado é realizada através da feira municipal e da venda direta nas propriedades.

Vacina contra febre aftosa: retirar ou não?

Sicredi Alto Uruguai RS/SC organiza mais de 140 reuniões de núcleo Divulgação

Durante os meses de setembro, outubro e novembro, as 27 agências da Sicredi Alto Uruguai RS/ SC realizam suas reuniões de núcleos destinadas aos associados e à comunidade local. Para este ano, a cooperativa prevê 144 reuniões, contemplando os 184 núcleos. O processo faz parte do Programa Pertencer e têm caráter informativo, para debater assuntos relacionados à gestão e ao desenvolvimento da Cooperativa. As reuniões de núcleo visam reforçar o posicionamento da cooperativa em ser uma instituição financeira da comunidade e o relacionamento, pois é um momento de aproximação com os associados. Os principais assuntos serão o planejamento de longo prazo da Cooperativa, campanha promocional Super Sorte Cooperada, resultados do primeiro semestre e

Na Reunião de Núcleo realizada em Planalto teve a participação do presidente, Eugenio Poltronieri

perspectivas para o cenário econômico regional. – Primamos por realizar anualmente estas reuniões, pois entendemos a importância dos associados estarem próximos da cooperativa e compreendendo os

resultados e estratégias do empreendimento –, reforça o presidente da Sicredi Alto Uruguai RS/SC, Eugenio Poltronieri. Os interessados em participar podem buscar mais informações nas agências da Sicredi Alto Uruguai RS/SC.

A retirada da vacinação da febre aftosa em todo o país, tornando o Brasil livre da doença sem vacinação, é um tema recorrente nas discussões do setor nos últimos tempos. Hoje, apenas Santa Catarina é reconhecido com esse status. Outros, como o Rio Grande do Sul, estão buscando este mesmo status no sentido de abrir novos mercados para a carne bovina. O delegado do Sindicato dos Médicos Veterinários no Estado do Rio Grande do Sul (Simvet/RS), João Junior, acredita que a medida, em termos de mercado, é extremamente positiva, visto que há uma valorização maior do produto de países com este reconhecimento. No entanto, um dos pontos principais destacados pelo dirigente do Simvet/RS está a questão da fiscalização, especialmente por causa das fronteiras secas existentes entre os países da América do Sul. Ele entende que o RS é um dos Estados com mais riscos, por fazer divisa com Uruguai e Argentina.


Chamada Pública ao Tabaco conclui encontros em FW Revista Novo Rural Outubro de 2017

Divulgação

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Divulgação

Atividades de encerramento ocorreram na linha Santos Anjos

Agricultores assistidos por meio da Chamada Pública de Diversificação ao Tabaco tiveram encontro de encerramento no fim de agosto, na linha Santos Anjos, interior de Frederico Westphalen. O momento foi promovido pela Emater/RS-Ascar e reuniu 70 pessoas no salão da comunidade. A Chamada Pública de Diversificação ao Tabaco, do Ministério de Desenvolvimento Social e Agrário (MDSA), executada pela Emater/RS-Ascar, tem o objetivo de apresentar diferentes alternativas de geração de renda, para promoção do bem-estar e da qualidade de vida às famílias envolvidas com a atividade do tabaco.

Em Frederico Westphalen, em três anos de desenvolvimento da Chamada Pública, foram assessoradas 55 famílias de agricultores das linhas São Brás, Santos Anjos, Encruzilhada, São Paulo e Getúlio Vargas. De acordo com a extensionista social Vera Izabel Cancian, durante os três anos foram realizadas excursões, trocas de sementes, dias de campo, palestras e visitadas experiências em outros municípios. As atividades abordaram diferentes temáticas, como fomento à agroindustrialização, organização da propriedade e práticas de jardinagem, segurança e soberania alimentar, entre outras.

Livro digital traz informações sobre porongo

Hoje a piscicultura conta com dez produtores no município

Não apenas para o chimarrão é usado o porongo. O artesanato é outro destino considerado importante para o produto. A Emater/RS-Ascar conta com uma publicação com recomendações básicas para o cultivo do porongueiro e a produção de artesanato em porongo. O livro, no formato e-book, foi elaborado por meio de um grupo de profissionais da instituição. O objetivo é informar sobre o cultivo e técnicas de artesanato a agricultores, artesãos, integrantes da cadeia produtiva da erva-mate e interessados sobre o tema. Na parte do artesanato, por meio de fotografias e textos, os leitores poderão aprender desde a classificação, a limpeza e a preparação do porongo, além de diversas técnicas. Para baixar o livro, acesse pelo endereço: bit.ly/cultivoporongo.

Primeira edição do projeto foi realizada no bairro Jardim Primavera

Prefeitura em Ação também deve ir ao interior de FW Uma medida de descentralização foi lançada pela prefeitura de Frederico Westphalen em setembro. É o projeto Prefeitura em Ação, que tem como objetivo ouvir a comunidade local e suas demandas, para organizar um cronograma de atividades a serem realizadas. O governo municipal garante que a medida também chegará às comunidades interioranas. O lançamento ocorreu no bairro Jardim Primavera, no fim do mês de setembro. Com toda a estrutura administrativa do município presente nestas atividades, os moradores poderão informar para as equipes das secretarias, gestão e vereadores suas reinvindicações até as 17h30min. O Prefeitura em Ação deve ser realizado a cada três meses em uma localidade. Inicialmente, a intenção é atender todos os bairros, para na sequência iniciar o projeto nas comunidades do interior.

Divulgação

Daiane Binello

Reutilização de materiais incentivada em oficinas O Escritório Municipal da Emater/RS-Ascar e a Secretaria da Assistência Social de Novo Xingu realizaram, nos últimos meses, no interior do município, oficinas de fabricação de produtos de limpeza, reaproveitamento de materiais recicláveis e oficinas de artesanato com técnica em decoupagem. A oficina de fabricação de produtos de limpeza utilizou a reciclagem da gordura como principal ingrediente para produtos como sabão em barra, sabão líquido e amaciante. Na fabricação do sabão em barra também foi utilizado o suco do limão, ingrediente facilmente encontrado nas propriedades rurais. Já a oficina de artesanato com técnica em decoupagem, realizada nas dependências do Centro de Referência da Assistência Social (Cras), reuniu o grupo de mulheres beneficiárias do Programa Bolsa Família.

Espaço da Emater/RS contou com degustação de pratos à base de erva-mate

Emater/RS promove ações na 8ª Feimate O município de Novo Barreiro teve a oitava edição da Feira da Indústria, Comércio, Agricultura Familiar, Cultura e da Erva-Mate (Feimate), entre os dias 6 e 10 de setembro. Entre as várias atrações, inclusive para o público rural, foram realizados seminários de leite e de erva-mate, por meio da Emater/RS-Ascar. Oficinas sobre diversos temas, como de culinária, também foram oferecidas. Pratos à base de erva-mate foram ensinadas ao público da feira.


A campo

Revista Novo Rural - Outubro de 2017

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Técnico Doraci Bedin, da Emater/ RS, e o casal Valdelir e Nedi Berlatto, na área que as novas mudas estavam sendo implantadas

Neste ano, estimativa é que a ampliação da área de pomares destinados para suco chegue a 30 hectares

PRODUÇÃO DE LARANJAS EM PLANALTO

Gracieli Verde

avicultura e as laranjas. Parte do adubo produzido pelas aves é utilizado nos pomares, o que tem revistanovorural@oaltouruguai.com.br ajudado a melhorar a fertilidade do solo, refletindo azem poucos dias que o casal Valdelir e na produtividade. São 600 plantas da laranja vaNedi Berlatto, do interior de Planalto, planlência, que ocupam 1,5 hectares. Agora Valdelir e tou as novas mudas de laranja que agoNedi plantaram mais 450 mudas da variedade rubi ra passam a integrar o po– a valência é colhida nos memar da família, na linha Primeira ses de julho, agosto e setemSeção. Os dois produtores, que bro, e a rubi em março e abril. também trabalham com aviculAs duas laranjas são destinatura e lavouras, fazem parte de das para a fabricação de sucos. um grupo de citricultores que esA família é uma das pioneiras tão com mais áreas de laranja no da atividade em Planalto e é tida município. Tendo em vista um como referência quando o astrabalho de acompanhamento sunto é manejo dos pomares. técnico da equipe do escritório – Uma das vantagens desmunicipal da Emater/RS-Ascar e ta propriedade é o microclima. o mercado aquecido, a atividaAqui a altitude permite que se de vem crescendo em Planalto. tenham mais luz solar durante Hoje são mais de 1,2 mil hectao dia. Isso é bastante favorável res de área cultivada. para variedades mais precoces. Neste ano, 30 hectares a Isso se repete em várias regiões mais de pomares comerciais dedo município – expõe Bedin. vem ser implantados no total. Esse incremento de área de “Isso corresponde a cerca de 18 laranja não para. Para o prómil mudas”, estima o técnico em ximo ano, o pedido de mudas agropecuária da Emater/RS local, está aberto e tem gente que já Doraci Bedin. As variedades se garantiu o acesso a mais exemdiferem dependendo da necessiplares de diversas variedades – dade do produtor. No caso da fasete mil novas mudas já estão mília Berlatto, desta vez a opção na lista de espera para 2018. foi por laranjas mais precoces, “São ações como esta que tem Doraci Bedin, técnico para ter uma colheita mais estornado a nossa região a maior agropecuário da Emater paçada das valências que já esprodutora de laranja para suco tão em produção. “Assim, a gendo Estado, se considerarmos te tem renda em mais meses do ano”, diz Berlatto, até Erechim”, pontua Bedin. A expectativa é que enquanto dá uma parada no plantio para converem três anos esses pomares recém-implantados sar com a reportagem. já comecem a produzir comercialmente, mas o A propriedade de 13 hectares dos Berlatto pico de produção é alcançado nos oito anos, sevem se viabilizando graças à integração entre a guindo até os 15 anos.

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“Apesar de ser pedregoso, este é um solo bastante fértil, o que tem favorecido o desenvolvimento das plantas. Isso, associado ao clima, dá uma resposta muito boa na atividade.”

Produção média por safra:

24.576 toneladas

Município tem solo favorável para a cultura Outra vantagem que Planalto tem para esse cultivo de laranjas é o solo. “Apesar de ser pedregoso, este é um solo bastante fértil, o que tem favorecido o desenvolvimento das plantas. Isso, associado ao clima, dá uma resposta muito boa na atividade. Por mais que na média a produtividade tem ficado em 20 toneladas por hectare, temos áreas que chegam a 60 toneladas por hectare”, explica Bedin.

Profissionalização Produtividade média:

20 toneladas por hectare Área total cultivada:

1.228,8 hectares Número de produtores:

363 famílias

Valdelir comenta que nos últimos anos se percebe a necessidade de os produtores de laranja se profissionalizarem mais, para que a atividade de fato tenha bons resultados. Esse conjunto de medidas importantes para o bom desempenho, como as mudas de qualidade, o manejo adequado, o clima e o solo favoráveis, têm sido cruciais para que a laranja tenha esse destaque e importância que merece em Planalto. Essa chamada profissionalização do produtor reflete, por exemplo, na longevidade dos pomares, porque isso depende de um manejo bem feito, que inclua adubação e os tratamentos necessários. “Quem quer fazer acontecer busca tecnologia e conhecimento. Exemplo disso é optar por mudas de qualidade, como tem sido feito por muitos produtores planaltenses e de outros municípios da região”, salienta Bedin. Por isso, a Emater/RS auxilia na emissão dos pedidos para viveiros que tenham credibilidade e qualidade. Vale lembrar que essa ampliação não considera, ainda, as áreas que a Isau, de Liberato Salzano, prospecta, o que também devem refletir num aumento dos pomares destinados para a produção de suco em nível regional.

Gracieli Verde

Mais laranja em Planalto


A campo

Revista Novo Rural Outubro de 2017

Colheita do trigo se aproxima A lavouras, o que acabou repercutindo no aparecimento de algumas doenças, como a mancha foliar. No município a colheita deve se intensificar na metade deste mês de outubro. Em Chapada, por mais que algumas propriedades possam ter baixa na produtividade, outras não devem sofrer tanto com o cenário, segundo análise da engenheira-agrônoma Joana Graciela Hanauer, da Emater/RS do município. Por lá, a maior parte das lavouras também estava na etapa de enchimento de grãos no fim de setembro. “Tivemos a incidência de doenças como o oídio e mancha foliar. É importante que os produtores sigam monitorando as áreas, para o devido controle”, comenta Joana. A estimativa de produtividade é de 45 sacas/hectare no município, uma vez que por falta de chuvas houve atraso na aplicação da adubação nitrogenada. “Como o custo de produção do trigo é alto, essa perda de 15% a 20% não é tolerável, porque muitas vezes corresponde à margem de lucro que o agricultor teria. Então, mesmo tendo uma média razoável, o lucro na atividade é baixo”, avalia a profissional.

Divulgação

s lavouras de trigo da região estão mudando de cor, demonstrando a aproximação da colheita. Nos 42 municípios de abrangência do Regional da Emater/RS-Ascar de Frederico Westphalen são 76,7 mil hectares da cultura. Variedades mais precoces já estavam sendo colhidas na última semana de setembro, como no caso de Seberi. “Aqui se espera um safra cheia”, diz o técnico agropecuário Edivaldo Cenci, da Emater/RS. Nos 18 mil hectares de trigo cultivados em Palmeira das Missões, a maior parte das lavouras estava em fase de enchimento de grãos, e parte já em maturação, nos últimos dias de setembro, conforme informações da equipe da Emater/RS local. No município, tendo em vista dificuldades com o clima no início do ciclo, a tendência é que a produtividade por hectare baixe em relação à safra anterior. “Se estima uma média de 40 sacas por hectare”, revela o engenheiro-agrônomo Felipe Lorensini, da Emater/RS. Levando em conta esse cenário, ao longo da safra se percebeu também que grande parte dos produtores freou os investimentos nas

Alerta aos produtores Tendo em vista a aproximação da colheita do trigo, a Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado do RS (FecoAgro/RS) orienta os agricultores em relação a normas estabelecidas por meio da Câmara Setorial do Trigo da Secretaria de Agricultura gaúcha. Entre as orientações está a não realização da prática de dessecação da lavoura de trigo, visando antecipar a colheita, com produtos não recomendados e registrados para a cultura. No caso da necessidade de dessecar a cultura, a orientação é de buscar instrução com a área técnica para usar produtos ideais para o cereal, respeitando o prazo de carência para realizar a colheita. A norma ainda alerta que a antecipação da colheita do trigo não garante uma maior produtividade na cultura de verão. Além disso, resíduos destes produtos poderão tornar o trigo e seus derivados, como farinha, pão, massa ou biscoitos, impróprios para o consumo.

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A campo

Soja:

drible os riscos com bom manejo Veja as orientações que selecionamos para que mais uma safra seja de números positivos na sua lavoura época de plantio da soja altera a rotina dos produtores, que mais uma vez se desafiam a investir na cultura agrícola brasileira que registra o maior crescimento nos últimos 30 anos, tornando-se um dos produtos mais destacados da agricultura nacional e contribuindo muito para a balança comercial. Acertar na escolha da tecnologia a ser implantada na lavoura é determinante para o sucesso de mais uma safra. “Isso inclui o uso de cultivares adaptadas e com elevado potencial produtivo, bem como o aprimoramento das técnicas de cultivo”, ressalta o engenheiro-agrônomo e doutor em Ciências do Solo, Felipe Lorensini, do escritório municipal da Emater/RS-Ascar de Palmeira das Missões. No município está a maior área de soja da região de abrangência da Novo Rural e da Amzop, com projeção de 90 mil hectares no ciclo 2017/2018, o que representa 9,76% a mais do que a safra passada, conforme projeção da Emater/RS. Em toda a região, deverão ser mais de 400 mil hectares cultivados com a soja. Segundo Lorensini, entre os fatores que contribuem para o desempenho adequado da cultura no campo está o bom estabelecimento da população de plantas, o que depende da utilização correta de diversas práticas que favoreçam a germinação, emergência e o desenvolvimento da cultura.

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Revista Novo Rural Outubro de 2017

Para auxiliar você, produtor, a tomar as melhores decisões em mais uma safra, seguem diversas orientações que farão a diferença ao longo do ciclo. As dicas são do agrônomo Felipe Lorensini, da Emater/RS, e do consultor e técnico agrícola Rogério Wollmann, da Solo Fértil. Lembre-se que, se restar alguma dúvida, você pode buscar as equipes técnicas do escritório do seu município.

Solo

Observe as qualidades física, química e biológica: Propriedades que vêm dando a devida atenção a indicadores relacionados à qualidade do solo estão aumentado suas produtividades e, em especial, a rentabilidade dos sistemas produtivos. Em áreas que foram obtidas altas produtividades nas últimas safras foram tomadas medidas consideradas importantes do ponto de vista técnico, como o controle da erosão, a rotação de culturas, o aumento do teor de matéria orgânica e do nível da fertilidade do solo, não se restringindo à camada superficial – de 0cm a 20 cm –, mas corrigindo o solo em maior profundidade, o que vem acompanhado de um maior volume de solo explorado pelo sistema radicular da planta, favorecendo o acesso à maior quantidade de água e nutrientes.


Pré-plantio Faça um manejo adequado:

O manejo de pré-semeadura prevê uma boa dessecação, indispensável para o sistema de plantio direto, que elimina a biomassa verde produzida pelas culturas de cobertura, bem como o controle das espécies daninhas que estiverem na lavoura antes do estabelecimento da cultura. Isso é crucial para eliminar a competição dessas plantas com a cultura da soja. As áreas em que foram cultivados cereais de inverno, ou plantas de cobertura, costumam ser de manejo mais simples do que as que foram mantidas em pousio ou que não receberam o manejo de plantadas daninhas no inverno. O manejo adequado de plantas daninhas durante o inverno, seja pela cobertura do solo ou pela aplicação de herbicidas, resulta em baixa infestação e em plantas de menor porte, o que permite uma única aplicação de herbicida antes da semeadura da soja. Para as áreas com alta infestação de plantas com maior desenvolvimento ou com a presença de espécies de plantas daninhas de difícil controle, como a buva, recomenda-se a dessecação sequencial, ou seja, na aplicação antecipada – 20 dias antes da semeadura –, de herbicidas sistêmicos não seletivos, complementada com a aplicação de outro herbicida de contato, associado ou não com herbicidas residuais, dois a três dias antes da semeadura da cultura. Lembre-se que nessa estratégia, a primeira aplicação possibilita eliminar a cobertura proporcionada pelas plantas de maior estatura, porém, de maneira geral, não possibilita o controle daquela vegetação mais rasteira, protegida pela vegetação mais alta. Para o controle dessa vegetação ou mesmo de novas plantas que surjam, ou ainda rebrota de algumas espécies, é deve ser realizada a segunda aplicação.

As cultivares

Escolha aquela com maior potencial genético:

A escolha da cultivar deve levar em conta que o rendimento de uma lavoura de soja é o resultado do potencial genético da semente e das condições ambientais do local de plantio, além do manejo. De modo geral, a cultivar é responsável por 50% do rendimento final. Quer dizer: a escolha correta da semente pode ser a razão de sucesso ou insucesso da lavoura. Outros aspectos relacionados às características da cultivar e do sistema de produção deverão ser levados em consideração para que a lavoura se torne mais competitiva. A escolha de cada cultivar deve atender às necessidades específicas, pois não existe uma cultivar superior que consiga atender a todas as situações. Ao tomar esta decisão, faça uma

Sementes

Faça o tratamento:

Fique atento ao fato de que um dos aspectos que limitam o desempenho da maioria das culturas é a ocorrência de pragas e doenças, que podem ter a semente como veículo para sua disseminação. Os fungos, por exemplo, são considerados os principais microrganismos associados e transmitidos pela semente, gerando grandes perdas no rendimento de grãos, já que podem causar podridão de sementes e das raízes e a morte de plântulas. O número de insetos-pragas que atacam sementes e plântulas em seus primeiros estágios também geram perdas expressivas no estande inicial. A ação de pragas de solo pode causar falhas na lavoura, por estas se nutrirem das sementes, raízes e parte aérea das plântulas. Por isso, o tratamento de sementes é tão importante. Esse tratamento de sementes pode ser feito com a aplicação de fungicida, inseticida, micronutrientes, nematicida, polímero, entre outros produtos.

avaliação completa das informações geradas pela pesquisa, assistência técnica, empresas produtoras de sementes, experiências regionais e pelo comportamento em safras passadas. Tenha em mente aspectos como adaptação da cultivar às condições da região, produtividade e estabilidade, ciclo, tolerância a doenças e qualidade do grão. Outro fator importante: opte sempre por sementes fiscalizadas e/ou certificadas e o uso de cultivares recomendadas pelas Comissões Regionais de Pesquisa em soja, conforme descrito pelo zoneamento agrícola da cultura para cada região do país. Se precisar de ajuda, técnicos agrícolas e agrônomos podem auxiliá-lo. Busque uma assistência técnica de sua confiança.

Plantio

Atenção ao regular a semeadora:

Cada cultivar possui uma população ideal que, quando combinada com boas práticas de manejo, pode refletir em ganhos expressivos de produtividade. Além da população, deve-se atentar para que as sementes sejam plantadas em profundidade adequada, com um bom contato solo-semente e bem distribuídas na linha de plantio. Lembre-se que a elevação da produtividade das culturas devido à melhor distribuição de sementes está associada ao maior aproveitamento radiação solar, água e nutrientes. A uniformidade de distribuição das sementes pode ser avaliada através da utilização do coeficiente de variação ou do desvio padrão, que é afetado principalmente pelo sistema de distribuição, regulagem da semeadora, velocidade de trabalho e condições de plantio.

Pragas

Controle preventivo:

Refúgio

Ajude a preservar as tecnologias:

Outro aspecto importante que os produtores precisam estar atentos é à área de refúgio das lavouras, segundo Wollmann. Essa é uma medida preventiva que consiste na coexistência de lavouras com a tecnologia Bt ao lado de lavouras com soja convencional, a uma distância inferior a 800 metros, segundo a Embrapa. Na dúvida, procure a sua assistência técnica de confiança para a melhor decisão na definição deste espaço.

Com a alta incidência de lagartas nas lavouras de milho no início do ciclo, fica o alerta para quem vai plantar a soja, segundo o consultor e técnico agrícola Rogério Wollmann, que atende em Boa Vista das Missões e região. “Quem tiver resteva de trigo, aveia ou azevém precisa ver de perto em que situação estão, para evitar que lagartas ataquem a soja. Esse monitoramento é essencial, ainda mais que temos muitos produtores que não vão fazer a rotação de cultura ideal, optando em sua maioria pela soja do que pelo milho”, afirma. A orientação é que na dessecação o produtor aproveite o trabalho das máquinas e aplique também inseticidas. “É um manejo preventivo importante, porque se o produtor tiver um ataque de lagarta na soja, o prejuízo é ainda maior”, orienta Wollmann.

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A campo

BANANA: mais uma alternativa de renda para Caiçara Família Diedrich investe na produção de três variedades no interior do município, na costa do Rio Uruguai Gracieli Verde

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A

s principais variedades de banana comercializadas no mercado, como a catura, a prata-catarina e a maçã, estão prestes a ser colhidas no interior de Caiçara. Graças a uma iniciativa dos irmãos Paulo Sérgio e Volnei Diedrich, um pomar com quatro mil pés de banana foi implantado ano passado, na linha Boa Vista, praticamente na costa do Rio Uruguai, divisa com Santa Catarina – do outro lado está a catarinense Itapiranga. A primeira safra deve começar a ser colhida em novembro deste ano nos quatro hectares implantados. Os irmãos decidiram retornar ao campo, uma vez que os pais Adolfo e Luci, já aposentados, precisavam que alguém gerenciasse a propriedade de sete hectares. Volnei era mecânico em Porto Alegre e Paulo trabalhava como assistente administrativo em Frederico Westphalen. O projeto de implantação das bananeiras iniciou em abril de 2016, com a preparação do solo, e as mudas foram plantadas em outubro. O empreendedorismo dos irmãos é uma das fortes características. Eles estruturaram muito mais do que um projeto para a família, mas para toda a comunidade próxima, porque estão incentivando outros produtores a planta-

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rem. Graduado na área de Ciências Agrárias, Paulo Sergio já tinha em 2006 uma área experimental com o cultivo de banana, quando já se identificava a viabilidade da cultura na localidade, porque não tem a incidência de geada. “Já tivemos quatro mil pés de mamão no passado, só que é uma fruta mais sensível a doenças fúngicas, o que dificulta o cultivo aqui por causa da umidade, devido à proximidade com o rio”, explica Paulo. – Já a banana tem se mostrado favorável para ser cultivada na nossa área, porque tem uma topografia acidentada e um microclima adequado. Aqui não temos geada e isso é crucial. Além disso, é uma cultura que agrega uma renda interessante por hectare – acrescenta o produtor. A busca por capacitação na área também envolveu Volnei, que fez estágio fora para entender como manejar os bananais. A articulação de mercado também já existe, tanto que parcerias com supermercados de Frederico Westphalen devem ser firmadas assim que tiver o produto para ser comercializado. “Entendemos que o potencial de consumo na região é grande, somente abastecendo o comércio local, porque hoje toda a banana consumida por aqui vem de fora”, observa Paulo.

Paulo Sérgio Diedrich é um dos irmãos que apostam em uma atividade nova para Caiçara

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Equipe da Emater/ RS de Caiçara e o produtor Paulo Sérgio examinam pomar

“Isso pode servir de inspiração para outros municípios localizados na costa do Rio Uruguai, porque a vantagem de não ter a geada favorece a cultura.”

Um fator destacado pelo engenheiro-agrônomo Jackson Luiz Arboit, que também integra a equipe local da Emater/RS, é no projeto que os Diedrich construíram, podendo envolver mais famílias da comunidade, uma vez que capacidade de armazenagem da fruta, hoje de 850 caixas da fruta, vai ser ampliada, porque também se quer plantar mais nos próximos anos – Paulo quer triplicar a área. “Isso pode servir de inspiração para outros municípios localizados na costa do Rio Uruguai, porque a vantagem de não ter a geada favorece essa cultura”, salienta Arboit. “A gente não quer monopolizar,

mas propor que mais pessoas tenham renda com a banana”, diz Diedrich. O acompanhamento da equipe da Emater/RS é registrado desde o início do projeto. O apoio da equipe da prefeitura também é lembrado pelo produtor, uma vez que as estradas de acesso à propriedade e aos pomares foram melhoradas, além da terraplanagem para a instalação da câmara-fria. “De agora em diante queremos pensar em um paisagismo para a propriedade”, projeta Paulo, enquanto mostra o espaço onde está a câmera-fria e a residência da família, que tem uma vista privilegiada do Rio Uruguai.

Expectativa para a primeira safra Tendo em vista que o pomar é bem jovem, Paulo estima que a produtividade nesta primeira safra deve ser de 30 toneladas por hectare. Mas, a expectativa é que essa produtividade aumente ao longo dos próximos anos. “A partir do segundo ano de produção já começa a chegar no pico, apesar de os bananais comerciais produzirem até os 25 anos, quando bem manejados”, assinala o técnico agropecuário Carlos Ruviaro, da Emater/RS-Ascar de Caiçara.

Custo de implantação é baixo se comparado a outras frutíferas Conforme análise dos profissionais da Emater/RS do município, um dos diferenciais da banana é no custo de implantação por hectare, que é considerado baixo em relação a culturas, como a uva. No caso dos Diedrich, foram investidos R$ 12 mil/hectare. No total, com o investimento em câmara-fria, o investimento foi de R$ 70 mil. Devido à dificuldade em acessar crédito, a família usou recursos próprios. Mais um ponto positivo da banana é um retorno mais rápido do investimento, porque no primeiro ano já é possível fazer uma colheita. O técnico agropecuário Carlos Ru-

viaro comenta que esta é uma alternativa na diversificação da renda das propriedades, o que é positivo. “Inclusive, é uma opção para substituir o tabaco, que demanda de mais mão de obra e que é bastante cultivado nesta comunidade. É uma alternativa para mudar a realidade local”, pontua. Diedrich estima uma rentabilidade mínima de R$ 30 mil líquidos por ano por hectare, “numa projeção bem conservadora”, como ele mesmo diz. Por hora, a mão de obra é familiar, mas há previsão da necessidade de alguns funcionários a medida que a área plantada for ampliada.

Gracieli Verde

Jackson Luiz Arboit, engenheiro-agrônomo da Emater/RS

Projeto é para muito mais

Colheita da primeira safra deve iniciar em novembro


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UniPermacultura lança o Highlander Highlander já iniciou atividades no interior de Alpestre, vinculado à UniPermacultura

Divulgação

Projeto promete oferecer oficinas itinerantes em toda a região

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foco na agroecologia e em práticas sustentáveis – inclusive na agricultura – da Unipermacultura, que tem sede em Dom José, interior de Alpestre, está com uma novidade. Foi lançado na primeira quinzena de setembro o Highlander, que é um motor-home adaptado para levar a outras comunidades oficinas relacionadas ao assunto. “É a universidade móvel da UniPermacultura”, diz o permacultor Neimar Marcos da Silva, que coordena o projeto. – Acabei comprando um motor-home antigo, num ferro-velho de Frederico Westphalen, e o apelidei ele de Highlander, que que significa ‘o imortal’. Primeiramente tinha pensado em usá-lo para as férias, mas a ideia da universidade móvel prevaleceu, porque seria ideal para visitar comunidades rurais e levar arte, cultura, cinema, oficinas de permacultura, palestras de agroecologia, saúde e práticas integrativas para os mais variados lugares – expõe Silva. Para marcar o início das ações do Highlander, uma atividade presencial com alunos de todo o Brasil foram realizadas no feriado de 7 de setembro. Um dos caminhos foi a comunidade de Volta Grande, onde foram feitas oficinas, teve almoço, e compartilhamento de técnicas relacionadas às permacultura. Segundo Silva, a meta é a cada 15 dias visitar uma comunidade rural de Alpestre ou de outra cidade. “Gostaríamos que prefeituras que fossem parceiras desse projeto, que financiassem essas atividades”, ressalta, citando que a Sicredi Alto Uruguai RS/SC já apoia o projeto.

Cursos com inscrições abertas

Se você tem interesse em ser parceiro do projeto Highlander, entre em contato com a UniPermacultura, pelo e-mail

contato@unipermacultura.com.br

A UniPermacultura está com vários cursos com inscrições abertas. Acesse o site www. unipermacultura.com.br e entre em contato com a equipe. Você também pode procurar a equipe por meio da fanpage no Facebook (facebook.com/unipermacultura). Um dos cursos é de Agroecologia e Agrofloresta e os outros são para Diplomado de Design em Permacultura, Diplomado de Design em Bioconstrução e Diplomado de Design em Ecovilas.

Divulgação

Neste mês começa o Censo Agropecuário o quanto e como os agricultores e pecuaristas esSárioaber tão produzindo é um dos objetivos do Censo Agropecudo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Divulgação

A edição 2017 da pesquisa começa neste mês de outubro e os produtores rurais precisam fornecer informações relacionadas ao período entre setembro de 2016 e setembro de 2017. A coleta de dados segue até 28 de fevereiro de 2018, em todo o Brasil. O censo deve identificar a localização das propriedades, bem como as características do estabelecimento agropecuário e do produtor, além do número de pessoas que trabalham nesses locais. O questionário ainda vai buscar saber se as propriedades contam com estruturas de armazenagem, implementos, máquinas e veículos, entre outras informações. O coordenador de subárea da Agência do IBGE de Frederico Westphalen, Cleovane Selbach, ressalta que os dados coletados podem ser Pesquisa quer saber como está a transmitidos assim que o recenseador tiver uma rede de internet wi-fi. produção agropecuária brasileira Se na propriedade ele tiver internet à disposição, pode fazer a transmissão imediata. “Isso garante ainda mais agilidade ao processo”, pontua. Mais do que isso, a ideia também é ter segurança no envio desses dados. Nos 42 municípios que integram os Coredes Rio da Várzea e Médio Alto Uruguai, serão mais de 100 recenseadores que visitarão os produtores rurais. Na fanpage da Novo Rural no Facebook você confere um vídeo com mais informações sobre o Censo Agro 2017. Revista Novo Rural

Milho: ataque de lagartas preocupa início do ciclo uando o assunto é a safra de milho, Q a preocupação nos últimos dias de setembro foi o ataque de lagartas, prin-

cipalmente a “do cartucho” e a lagarta-rosca. Motivo de alerta para produtores e equipes técnicas, devido a dificuldades no combate às pragas, a aplicação de inseticidas já encareceu a produção neste início de ciclo 2017/2018. Essa infestação de lagartas, segundo o consultor e técnico agrícola Rogério Wollmann, tem variado conforme a época do plantio e a localização da lavoura. “Também temos visto que a chuva não

foi o suficiente para impulsionar o crescimento do milho, o que fez com que as lagartas se desenvolvessem e causassem prejuízos”, opina. Teve também quem não usou preventivamente o inseticida na dessecação, então a lavoura ficou desprotegida das pragas. A dificuldade no combate também é relatada. “Mesmo o produtor seguindo as orientações, tem conseguido pouco sucesso”, diz o agrônomo Fernando Rossi, da Emater/RS de Iraí, onde a instituição estima em três mil hectares a área de milho nesta safra. Em Três Palmeiras esse cenário se repete. “Mesmo em variedades de milho que são Bt, as lagartas estão atacando com intensidade. Tem produtor que vai precisar replantar a área”, expôs o técnico agropecuário Hortêncio Venicio da Trindade, da Emater/RS, no fim do mês. Outra questão que é unânime entre os profissionais consultados é a necessidade de reforçar o monitoramento das lavouras, para que o combate às pragas seja mais eficiente, na medida do possível. Além disso, isso expõe a necessidade de ter alternativas no combate, com o controle biológico, para que seja possível reduzir custos na hora de buscar por salvar a lavoura. Essa dica, entretanto, agora só vale para as lavouras de soja, que estão sendo implantadas com mais intensidade neste mês, porque o milho já sofreu as consequências.


A campo

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Gracieli Verde

Produtores podem se candidatar a receber recursos Famílias agricultoras são convidadas a participarem de chamada pública que promove a agricultura de baixo carbono

U

ma chamada pública que selecionará propriedades para o programa Rural Sustentável está com inscrições abertas até o dia 13 deste mês. Podem se candidatar pequenos e médios produtores com áreas de até quatro módulos fiscais e entre quatro e 15 módulos fiscais. Esses agricultores podem se candidatar a receber recursos financeiros para investirem em tecnologias sustentáveis na propriedade, como na área de integração lavoura-pecuária-floresta, para o plantio de florestas comerciais, o manejo sustentável de florestas nativas, bem como a recuperação de áreas degradadas com florestas ou pastagens. Essas tecnologias são reconhecidas como agricultura de baixo carbono, com reduzido impacto ao meio ambiente. “Na prática, é uma forma de termos uma remuneração pela preservação que promovemos”, comenta o coordenador do Cetap, o agrônomo Mario Gusson. No Estado poderão ser inscri-

tas 480 propriedades. Em Frederico Westphalen podem se cadastrar 48 unidades produtivas. O resultados que revelará as propriedades selecionadas será divulgado até 31 de outubro. O projeto deverá ser executado até abril de 2018, com acompanhamento técnico e fiscalização. Em Frederico Westphalen são executores da medida a Emater/RS-Ascar e o Centro de Tecnologias Alternativas Populares (Cetap). O programa Rural Sustentável tem como financiador o Departamento de Agricultura da Inglaterra, por meio do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) – que nesta ação é representado pelo Instituto Brasileiro de Desenvolvimento e Sustentabilidade (IABS), com o apoio técnico do Banco do Brasil e de outras entidades. Os produtores podem receber até R$ 1,5 mil por hectare de tecnologia implantada, mais até R$ 1 mil por hectare de área de conservação florestal. Em Boa Vista das Missões os produtores também podem partici-

par. O técnico agropecuário Leônidas Piovesan, da Emater/RS boa-vistense, observa que no município quatro produtores já foram contemplados com recursos, e que novamente se candidatarão para seguir com projetos de melhoria. “São mais de 30 famílias que podem ser inscritas nesta fase, que poderão ter acesso a incentivos financeiros”, revela. O casal André e Ângela Henrich, no distrito de São João, Boa Vista das Missões, é um dos contemplados com o projeto. A propriedade tem se tornado uma referência na produção de leite em Boa Vista das Missões e, porque não, na região. Isso porque nos últimos anos a atividade foi aprimorada, com melhorias em áreas de pastagens, solo, no fornecimento de água aos animais com captação de água da chuva, bem como no oferecimento de sombra. Hoje, os Henrich contam com 36 vacas em lactação, com uma média de 30 mil litros de leite por mês, que são vendidos para um laticínio em Rodeio Bonito.

Passos a passo 1

O técnico da Emater/RS ou do Cetap e o produtor enviam a proposta técnica, até 13 de outubro.

2

O BID seleciona e envia a carta de aprovação das propostas aceitas.

3

O produtor e o técnico implantam as tecnologias propostas, como o sistema de ILPF, ou recuperação de pastagens e matas.

4

O técnico envia relatório parcial e, depois da aprovação, o produtor recebe o primeiro pagamento.

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Ao fim do projeto, previsto para abril de 2018, o técnico emite um novo relatório. Após uma vistoria e aprovação, o técnico e o produtor recebem o segundo pagamento.


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C

om a brotação adiantada, o que pode resultar numa colheita mais precoce, o cenário da produção de uva é positivo para mais uma safra. A avaliação é da engenheira-agrônoma Joceani Dal Cero, do escritório municipal da Emater/ RS-Ascar de Ametista do Sul. “Agora também se espera que o clima colabore, com nenhuma intempérie”, diz, porque a produtividade deve ser boa – ainda não é possível citar isso em números, apesar de que na safra passada a média foi de 15 toneladas

por hectare, conforme a Emater/RS. Por hora, a única preocupação é com a brotação da variedade niágara (de mesa), que não está uniforme. Isso exige mais atenção por parte do produtor na hora do manejo fitossanitário. Neste mês de outubro também deve ser intensificada a chamada poda verde, que é a retirada do excesso de folhas das plantas. Em caso de dúvidas em relação ao manejo nesta fase, é importante que o produtor busque assistência técnica.

Pêssego começa a ser colhido em Trindade do Sul desde o fim de setembro, especialmente da variedade PS 25399 precoce. No total são cerca de 20 hectares plantados no município. Conforme a Emater/RS, existe a possibilidade de alguns produtores acionarem o seguro agrícola, uma vez que no período de floração a cultura sofreu com a falta de chuvas, principal-

Municípios que têm a produção de uva como uma importante fonte de renda para os produtores familiares, como Ametista do Sul, Alpestre, Planalto e Sarandi, estão preparando eventos que marcarão o início da colheita, uma forma de valorizar a atividade e reforçar a contribuição da atividade para a economia regional. Além disso, em Alpestre, haverá um dia de campo, no dia 24 de outubro, na linha Barki, na propriedade de Otávio Ozekoski. Em Planalto, uma programação técnica deve ocorrer no início de dezembro. Já em Sarandi, entidades promotoras da Festa da Uva também se mobilizam para eventos nos meses de dezembro e janeiro.

80% do brócolis está colhido em Liberato Salzano clima atípico de 2017 tem desafiaO do os produtores em vários sentidos. Uma das culturas que têm sentido

mente nas variedades precoces. Para os próximos anos, ainda segundo a entidade, existe a expectativa de ampliar a área de pêssego no município. “Inclusive, está sendo formada uma associação de fruticultores”, expõe a engenheira-agrônoma Priscila Baraldi Volpi, da Emater/RS. Ainda na área da fruticultura, Trindade do Sul também conta com 35 hectares de citros, 10 hectares de videiras e outros 10 de caqui. Divulgação

Agrônoma Priscila Baraldi Volpi, supervisor Leonir Bonavigo, ambos da Emater/RS, e o produtor Edison Alexandre

Eventos devem marcar colheita

esse impacto é o brócolis, que é cultivado em Liberato Salzano, Boa Vista das Missões e Planalto, numa parceria entre produtores e a Grano Alimentos, de Serafina Corrêa. Conforme estimativa da Secretaria de Agricultura do município, em Liberato Salzano 80% da área de 50 hectares cultivados nesta safra foram colhidos até o fim de setembro. A colheita deve ser finalizada na primeira quinzena de outubro. O tecnólogo em agropecuária Alison Tiago Bertuol, da Secretaria de Agricultura do município, assinala que a falta de chuva entre os meses de junho e julho, além de temperaturas consideradas elevadas na maior parte do inverno, prejudicaram a produtividade e a qualidade do produto – mas os produtores têm seguro agrícola para a cultura. Mesmo tendo um cenário não tão favorável como em outros anos, a empresa projeta novamente uma área de cerca de 200 hectares na região para

Rodrigo Batistella/Divulgação/Emater

ma das culturas que vem se destacando em Trindade do Sul é o pêsseU go, inclusive já tem áreas sendo colhidas

Na safra passada, a média foi de 15 toneladas por hectare em Ametista do Sul

Gracieli Verde/ Arquivo Novo Rural

Expectativa é positiva para a safra de uva

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Colheita deve ser finalizada na primeira quinzena de outubro

2018, segundo o coordenador de Fomento da empresa, Flávio Todescatto. “Temos uma demanda crescente e significativa de mercado para os próximos anos. Isso pode sustentar e aumentar os frutos colhidos com a cultura na região”, diz, em tom otimista.


Expointer

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Vendas aumentam graças à agricultura familiar E

m nove dias de feira, foram mais de 380 mil pessoas que circularam durante a 40ª edição da Expointer, entre os dias 28 de agosto e 3 de setembro, em Esteio. O movimento em negócios foi de R$ 2.035.790.142,62, segundo a comissão organizadora. O crescimento nas vendas foi de aproximadamente 6% em comparação à edição do ano passado. A grande influência nesses números foi da Feira da Agricultura Familiar. Foram R$ 2.851.010,62 em vendas de produtos coloniais, um aumento de 40% em comparação com 2016. Ainda segundo os dados divulgados pelo governo do Estado, a venda de animais foi o único setor que registrou queda em relação à edição anterior. Com R$ 10.613.132,00 em negócios, a redução foi de

Mais de 60 profissionais atenderam ao público durante a feira

Emater/RS-Ascar reforça ações de assistência técnica No Espaço da Emater/RS-Ascar, a instituição contabilizou mais de 300 excursões de agricultores familiares, vindos de todo o Estado, totalizando mais de 15 mil assistidos que puderam ver reunidas em um único local todas as ações de assistência técnica e extensão rural realizadas junto ao pequeno produtor. O presidente da Emater/RS, Clair Thomé Kuhn, afirmou que todo o trabalho e esforço da Instituição foi recompensado, mais uma vez, com o grande público que prestigiou o espaço, conhecendo as áreas tecnológicas e de projeção de propriedades de autogestão. Um dos destaques foi o projeto Lavoura de Resultado, que objetiva a difusão do Manejo Integrado de Pragas (MIP), que consiste no uso do conjunto de técnicas disponíveis para controlar pragas e patógenos nas lavouras, mantendo-os abaixo do limite capaz de gerar prejuízos econômicos e reduzir os efeitos prejudiciais do uso exagerado de agrotóxicos ao meio ambiente.

12%. O artesanato comercializou R$ 1.100.000,00. Já os negócios no setor de máquinas e implementos agrícolas chegaram a R$ 1.923.226.000,00, um aumento de 0,75% em relação a 2016. Na Feira da Agricultura Familiar não era difícil encontrar expositores da região, com diversos produtos, como de agroindústrias, artesanato, embutidos. Uma das participações foi da Cooperativa da Produção dos Agricultores Familiares de Sarandi e Região (Coopafs). Panificados, sucos e embutidos eram alguns dos produtos comercializados pela cooperativa. “Tivemos uma venda de quase R$ 40 mil, o que consideramos bem positivo”, comenta a coordena administrativa da entidade, Janete Schewebe. A Coopafs comercializou produtos de quatro agroindústrias associadas.

Gracieli Verde

Comercialização de produtos coloniais aumenta 40%

Panificados, sucos e embutidos eram alguns dos produtos comercializados

Sicredi cresce 51% em negócios Fortalecer o relacionamento e fomentar o agronegócio regional foram os norteadores do Sicredi na 40ª Expointer. A participação da instituição financeira cooperativa contemplou três espaços na feira, no Pavilhão da Agroindústria Familiar, no Setor de Máquinas e Implementos Agrícolas e com a Casa Sicredi na área da Pecuária. No total, os pedidos de financiamento protocolados com o Sicredi representaram mais de R$ 195 milhões e 51% de crescimento em relação à feira do ano passado. A Sicredi Alto Uruguai RS/SC foi a cooperativa do sistema Sicredi que registrou o maior volume, com mais de R$ 51 milhões em pedidos. Neste ano, os destaques dos negócios tiveram

foco na sustentabilidade, por conta da procura dos associados em investir em equipamentos nas áreas da avicultura, irrigação e energias renováveis. “Este resultado confirma o nosso apoio aos associados em contribuir para o desenvolvimento sustentável e econômico em nossa região, através da modernização dos equipamentos que garantem maior produtividade e maior renda”, ressalta o diretor executivo da cooperativa, Jaques Samuel dos Santos. As linhas Pronaf, ligada à Agricultura e Agroindústria Familiar, também foram destaque de solicitações na feira para o Sicredi, gerando mais de R$ 59,87 milhões, e as demais linhas totalizaram R$ 135,15 milhões em pedidos de financiamento.

Região tem produto premiado O 5º Concurso da Agroindústria Familiar, realizado na 18º Feira da Agricultura Familiar, mostrou o potencial do setor gaúcho, premiando os melhores produtos. A ação representa mais um incentivo aos expositores. No total, competiram dez queijos coloniais, nove salames tipo italiano, 11 méis, 13 sucos de uva integral/natural, cinco vinhos tintos de mesa seco, cinco vinhos tintos fino seco, nove cachaças prata, oito cachaças envelhecida premium e seis cachaças envelhecida extra-premium. Teve produto da região sendo indicado entre os melhores. Um deles foi o Embutidos Araldi, de Sarandi, na categoria salame tipo italiano, em terceiro lugar.

Produtos da empresa frederiquense foram expostos na Expointer

Agrobella lança produtos durante a feira Os visitantes da 40ª Expointer também puderam conhecer os lançamentos da AgroBella no segmento de nutrição animal. Entre estas novidades estavam as rações para gado de leite e corte, produzidas com alta performance, e a ração especial para equinos, a Farroupilha, produzida na unidade da empresa em Pelotas. Com um estande bem localizado e uma ampla equipe, o evento serviu para mostrar aos clientes e parceiros um pouco mais sobre a trajetória da empresa, que tem unidades em Frederico Westphalen, Caibi (SC) e Pelotas. Embutidos Araldi, de Sarandi, integrou a Feira da Agricultura Familiar


Paalmeira daas Missõões

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Erva-mate de qualidade: segurança para ervateiros e consumidores Uma das adequações exigidas por parte da legislação é em relação ao alvará sanitário, que garante que boas práticas de fabricação, entre outros quesitos, sejam executadas no dia a dia Gracieli Verde

Gracieli Verde

revistanovorural@oaltouruguai.com.br

J

á vimos na edição passada que a erva-mate da Grande Palmeira, como é chamada, tem um potencial importante no que diz respeito à preservação da cultura local, bem como dos ervais nativos, que fazem toda a diferença na qualidade do produto final. O desafio de preservar esses ervais e tornar a atividade mais competitiva, viável e segura está previsto no Programa Estadual de Desenvolvimento da Cadeia Produtiva da Erva-Mate, que foi proposto pelo governo do Estado gaúcho – conforme expusemos também na edição de setembro. Este já está em andamento e é executado por profissionais dos escritórios da Emater/RS-Ascar, com demais parceiros do setor. Nesta edição, para dar continuidade ao tema, trazemos um pouco da história de uma das ervateiras de Palmeira das Missões que têm na sua essência essa valorização dos ervais locais, bem como a busca pela fabricação de um produto de qualidade, respeitando o que a Vigilância Sanitária prescreve. Tudo pelo bom chimarrão. A reportagem visitou a sede da Erva-Mate Gurizinho, na linha Passo Raso, no interior de Palmeira das Missões, distante cerca de três quilômetros do perímetro urbano. Ali o casal Paulo Sérgio e Vera Lúcia mantém o negócio, que hoje gera cinco empregos diretos durante todo o ano. Paulo tem a ervateira há 10 anos e conta que começou com uma área construída de 20 metros quadrados – mas ele trabalha no setor há 15 anos, desde guri, com se diz. Atualmente, a estrutura conta com 500 m2 e daqui a cinco anos Paulo terá dois hectares próprios de erva-mate produzindo. “Hoje eu preciso comprar toda a erva-mate que é processada”, conta, dizendo também que prioriza o produto local, justamente pela qualidade da erva-mate, que é o motivo da preferência dos clientes. Durante a safra, que predomina nos meses de agosto e setembro, Paulo expõe que a ervateira chega a processar duas mil arrobas de erva verde por mês, mas na entressafra esse número baixa para uma média de 700 arrobas/mês. A ideia de ter uma área de erva-mate bem manejada e cuidada é justamente na tentativa de encurtar essa entressafra.

Paulo Sérgio e Vera Lúcia, da Erva-Mate Gurizinho, investiram ao longo dos últimos anos para deixar tudo em dia. Eles têm o acompanhamento da Emater/RS, por meio do agrônomo Felipe Lorensini

“Provocar a busca pelos alvarás, especialmente o sanitário, é importante, porque infelizmente não é de costume do consumidor questionar isso, então é um ponto que passa despercebido em muitos casos.” Daiane Welter, nutricionista e fiscal sanitária

A tão buscada legalização As particularidades no processamento da erva-mate fazem com que a legalização da atividade tenha algumas dificuldades. Mesmo assim, é possível fazer investimentos de modo que a atividade tenha segurança tanto para quem processa a erva, como para quem a consome. No caso da ervateira de Paulo Sergio e Vera Lúcia, recentemente foi conseguido o alvará sanitário, que é considerado o mais importante, porque assegura que as boas práticas de fabricação sejam executadas de fato, entre outros quesitos, mediante fiscalização da Vigilância Sanitária da 15ª Coordenadoria de Saúde de Palmeira das Missões. A satisfação em poder entregar ao consumidor um produto de qualidade fica estampada no rosto dos dois, que demonstram com isso o quanto se dedicam ao negócio. O engenheiro-agrônomo Felipe Lorensini, da equipe local da Emater/RS-Ascar, comenta que o trabalho de acompanhamento das ervateiras palmeirenses tem buscado resultados como este, que garantam a tranquilidade dos empresários, bem como de quem consome a erva-mate. “Temos outras ervateiras nesta busca pela total legalização, mas é um processo que ainda precisa avançar”, opi-

na. Segundo ele, a Emater/RS tem feito esse trabalho de acompanhamento e também tem servido de “ponte” para com o que a fiscalização exige, isso para facilitar as orientações em relação às adequações. Isso pode agilizar o processo, conforme Lorensini. Para a nutricionista e fiscal sanitária Daiane Welter, da 15ª Coordenadoria Regional de Saúde de Palmeira das Missões, é necessário intensificar a conscientização entre os consumidores. – Provocar a busca pelos alvarás, especialmente o sanitário, é importante, porque infelizmente não é de costume do consumidor questionar isso, então é um ponto que passa despercebido em muitos casos. Sem contar que legislação sanitária prevê que, para funcionarem, as indústrias que possam comprometer a proteção e a preservação da saúde pública, individual ou coletiva, estão sujeitas ao alvará de licença emitido pela Secretaria de Saúde. Isso reforça a importância de termos mais ervateiras licenciadas – assinala Daiane. Isso também confirma o quanto é importante a execução desse programa estadual, para que contribua com o real desenvolvimento do setor.


Paalmeira daas Missõões

Revista Novo Rural - Outubro de 2017

Divulgação

Sicredi Grande Palmeira

17

Agência de Lajeado do Bugre é remodelada

A

agência da Sicredi Grande Palmeira do município de Lajeado do Bugre apresenta a nova marca desde a reinauguração, no dia 11 de setembro. A nova marca foi desenvolvida com o objetivo principal de posicionar o Sicredi como instituição financeira cooperativa comprometida com a vida financeira dos seus associados e com as regiões onde atua. No ambiente interno, o espaço foi pensado para oferecer conforto, proximidade e interação entre os associados. O presidente da Sicredi Grande Palmeira, Elvis Roberto Rossetto, destaca que a nova ambientação e marca do Sicredi refletem plenamente a atuação da instituição financeira cooperativa que, por meio de um relacionamento próximo e consultivo, identifica as necessidades dos associados. “Isso nos permite oferecer soluções financeiras adequadas e viáveis. Além disso, os resultados da cooperativa de crédito são revertidos para a região, contribuindo para o desenvolvimento local”, declara Rossetto.

Espaço mais moderno e aconchegante foi apresentado

Gracieli Verde

Artesanato do município em evidência para cozinha e banheiro, trabalhos em Tdosapetes patch-work e crochê foram expostos e vendipela artesã Elenice Ubessi, de Palmeira das

Missões, durante a 40ª Expointer, que ocorreu em Esteio, entre os dias 26 de agosto e 4 de setembro. Acompanhada da filha, Franciele, ela participou da Exposição de Artesanato do Rio Grande do Sul (Expoargs), que integra a Expointer. Elenice trabalha há mais de 15 anos com artesanato participa de feiras para potencializar as vendas dos produtos. “Eu também faço parte da Casa do Artesão que temos na cidade, e uso a internet para divulgar e vender as peças”, revela. Esta foi a primeira vez que ela participou da Expoargs – que é coordenada pela Fundação Gaúcha do Trabalho e Ação Social (FGTAS).

omo parte da Semana da Alimentação C RS, que ocorre de 16 a 22 de outubro em todo o Estado, Palmeira das Missões tam-

Franciele e a mãe Elenice levaram o nome de Palmeira das Missões para a feira

Aulas em Full HD Metodologia Autoral Professores Experientes Tecnologia inovadora de vídeo 360º Bolsas de estudantis para causas sociais Imersão prática de 48h/a Horários flexíveis

Famílias rurais têm encontro em São Cristóvão

www.unipermacultura.com.br

bém promove um encontro para abordar o tema e confraternizar. Trata-se do 8º Encontro de Famílias Rurais, 11º Café Colonial e 5º Jogos Rurais, no dia 21 de outubro. O evento ocorre na Comunidade São Cristóvão. A programação inclui abertura, jogos, brincadeiras, o Concurso dos Pratos Gastronômicos, almoço, escolha das soberanas do encontro e café colonial. O início está previsto para as 8h30min e o encerramento para as 17 horas. A promoção é da Emater/RS-Ascar.


Revista Novo Rural Outubro de 2017

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4

PRODUTOR em busca de conhecimento MĂŞs de setembro foi marcado por encontros tĂŠcnicos na ĂĄrea de bovinocultura de leite em diversos municĂ­pios da regiĂŁo

A

necessidade de profissionalização dos produtores de leite Ê indiscutível, ainda mais considerando cenårios econômicos que por vezes são inståveis. Ser eficiente na atividade requer conhecimento, atitude e integração com as demais partes do setor, ficando ciente da necessidade dos ajustes necessårios para ter renda e qualidade de vida no campo. Nesta busca por capacitar os produtores, Emater/RS e demais instituiçþes ligadas ao setor têm realizado com frequência encontros tÊcnicos, como tardes de campo e seminårios, para reforçar questþes importantes para o sucesso na atividade. Confira alguns dos realizados em setembro.

Frederico Westphalen A propriedade do jovem produtor Cassiano de Pellegrin, na linha Ponte do Pardo, interior de Frederico Westphalen, recebeu agricultores no dia 22 de setembro. O dia de campo foi promovido pela Emater/RS, com apoio da prefeitura e da Cotrifred. AlÊm de estaçþes relacionadas à produção de leite, foi apresentado o programa Rural Sustentåvel, resultado de uma parceria entre os governos do Reino Unido, do Brasil e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), com foco em açþes para o desenvolvimento da agricultura de baixa emissão de carbono nos biomas Mata Atlântica e Amazônia (veja mais nesta edição). Uma das estaçþes esteve a cargo do assistente regional de recursos naturais da Emater/RS-Ascar, Carlos Olczevski, que falou sobre manejo e conservação do solo na atividade leiteira, enfatizando a importância da anålise e a pråtica para correta retirada da amostragem do solo, bem como os benefícios de recuperação de årea degradada com pastagens perenes.

O agrĂ´nomo Luciano Schievenin, da Emater/RS de Novo Tiradentes, explanou sobre bem-estar animal e a importância do sistema silvipastoril na atividade. “As vacas leiteiras precisam estar em boas condiçþes de bem-estar para manter boas condiçþes de saĂşde e expressar o mĂĄximo do seu potencial genĂŠtico e produzir leite de qualidade", ressaltou. Outra estação foi coordenada pelo agrĂ´nomo Mateus Stefanello, da Emater/RS de Frederico Westphalen, que abordou a produção de silagem de alta qualidade. Ele enfatizou que a produção de silagem de milho de qualidade passa por trĂŞs fases importantes, o plantio e condução agronĂ´mica, a colheita e ensilagem, e a desensilagem e fornecimento. TambĂŠm explanou mĂŠdico-veterinĂĄrio Thiago Cantarelli, da Cotrifred, que destacou as caracterĂ­sticas morfolĂłgicas desejĂĄveis na seleção de vacas leiteiras de alta produção. Para finalizar, o agrĂ´nomo Jeferson Vidal Figueiredo, da Emater/RS, falou sobre implantação, manejo de pastagens e nutrição de vacas leiteiras. Marcela Buzatto/Divulgação

Encontro ocorreu na linha Ponte do Pardo, na propriedade da famĂ­lia Pellegrin


Realização 5 ( 9 , 6 7$

Em parceria com

1292

Laticínios

Piton Revista Novo Rural Outubro de 2017

Divulgação

Constantina O 3º Seminário Municipal do Leite foi realizado em Constantina, no dia 1º de setembro, no Centro Cultural da cidade. Cerca de 300 pessoas participaram das palestras. O seminário foi organizado pela Emater/RS-Ascar, prefeitura, Sindicato dos Trabalhadores Rurais, Coopac e Cotrisal, que formam o Comitê Técnico do Leite de Constantina. Um dos palestrantes foi o veterinário Lucas Dal Forno, gerente técnico da Nutrepampa. "O que o produtor precisa é saber o seu objetivo, conhecer sobre o seu negócio, o leite, e saber como produzir forragem de qualidade e em quantidade para os animais”, disse. Segundo ele, 40% do custo está ligado à rentabilidade da produção de leite. Portanto, o produtor precisa conhecer todos os aspectos que envolvem a atividade, entender o manejo, a nutrição, reprodução, sanidade e, espe-

Família dos produtores Edelar e Ines Fortes receberam visitantes

cialmente, a administração da atividade. Outra explanação foi do zootecnista Marcelo Rigo, da mesma empresa, que focou na produção de silagem. Orientações relacionadas aos tipos de silos para armazenagem do alimento, bem como para o preparo da silagem, foram repassadas pelo profissional, uma vez que o alimento é considerado um importante complemento na dieta das vacas leiteiras. “Tem alguns cuidados básicos que não podem ser deixados de lado, como o fechamento rápido do silo, a compactação eficiente, além do ponto de colheita do milho, porque temos que levar mais grãos para dentro do silo, e não água, como ocorre se ele estiver muito verde”, ressaltou. Representantes de empresas como a Irrigafértil e a Cresol também expuseram informações sobre seus produtos aos participantes. Gracieli Verde

São José das Missões Na mesma data, em São José das Missões uma tarde de campo tratou sobre bovinocultura de leite e gestão da propriedade. O evento foi realizado na linha Santa Lúcia, promovido pela Emater/RS, Secretaria da Agricultura, Sicredi e Cresol. A atividade destacou assuntos como saneamento básico rural e organização da propriedade, estratégias de alimentação de bovinos de leite, irrigação, manejo da ordenha, qualidade do leite e gestão da propriedade. A propriedade da família Fortes, que sediou o evento, é participante do Programa Gestão Sustentável da Agricultura Familiar. O engenheiro-agrônomo da Emater/RS local, Mairo Piovesan, explicou que a família dos produtores Edelar e Ines Fortes tem grande foco na produção de leite e cultiva também soja e milho. A partir do Programa Gestão Sustentável da Agricultura Familiar, a família Fortes passou a ter a real noção do seu desempenho e, principalmente, de quais ações devem ser desenvolvidas para melhorar ainda mais na atividade.

19

Encontro foi promovido por meio do Comitê Técnico do Leite de Constantina

CHEGOU A NOVA RAÇÃO PARA EQUINOS Fórmula diferenciada com melaço líquido externo e melaço pó interno Milho e aveia machacada externa Exclusivo para equinos de alta performace Embalagens de 40 Kg abre fácil


Revista Novo Rural - Outubro de 2017

Parceiros do leite

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Texto: Jaime Eduardo Ries Zootecnista, assistente técnico estadual em bovinocultura de leite da Emater/RS

Edição: Gracieli Verde

revistanovorural@oaltouruguai.com.br

A

Daiane Binello

definição do sistema de produção mais adequado a cada realidade é crucial para ter sucesso na atividade. Dando continuidade a esse assunto, nesta edição trazemos mais informações sobre os sistemas confinados e quais diferenciais em relação à produção a pasto. Os sistemas confinados necessitam uma maior quantidade de máquinas e equipamentos do que sistemas à base de pasto, uma vez que precisam preparar e levar a alimentação até os animais e também para fazer o manejo dos dejetos e garantir o conforto animal (desensiladeira, lâmina para raspar dejetos, distribuidor de esterco, ventiladores, aspersores, nebulizadores, etc.). Confinamentos também exigem investimentos mais elevados em instalações não apenas para alojar os animais (galpão, camas, contenções), mas também para armazenar dejetos, maiores quantidades de volumosos (silos) e concentrados, além das máquinas e equipamentos, necessários para operar o sistema. Esses investimentos se refletem em uma maior depreciação – que é a perda de valor do bem pelo uso ou por obsolescência – e em maiores despesas de manutenção dessas instalações, máquinas e equipamentos, o que deve ser computado no custo de produção do leite na propriedade. As máquinas e equipamentos utilizados para fornecer a alimentação no cocho, manejar a totalidade dos dejetos produzidos e garantir o conforto animal, resultam também em um maior gasto de energia elétrica e óleo diesel nos sistemas confinados, em comparação com sistemas à base de pasto. Pelas razões expostas acima, confinamentos também são mais exigentes em quantidade de mão de obra e frequentemente na qualificação das pessoas envolvidas na operação do sistema, se comparado aos sistemas baseados à pasto, quando estes são bem estruturados. Em relação à alimentação dos rebanhos, o custo também é maior no confinamento, em função desse sistema basear o fornecimento de volumosos nas silagens, em detrimento da utilização de pastagens colhidas pelo próprio animal, alimento mais barato que poderia ser utilizado. Além disso, a alimentação baseada em silagem de milho (a mais usual) exige rações mais caras, em função da necessidade de uma maior concentração de proteína, por isso, os confinamentos também são mais dependentes dos preços dos grãos e farelos. Todos esses aspectos fazem com que o custo unitário de produção do litro de leite seja mais elevado em sistemas

Você sabe o que um confinamento requer? Sistemas confinados são considerados mais complexos, o que exige maior capacidade gerencial dos produtores de leite confinados do que em sistemas à base de pasto, isso obriga os confinamentos a terem uma maior escala de produção do que outros sistemas, ou seja, um maior volume de produção para compensar a menor margem por litro, ou um maior preço por litro de leite para compensar o custo mais elevado. Por isso, confinamentos são mais dependentes da estabilidade dos preços em níveis adequados de remuneração pelo litro do leite do que sistemas à base de pasto, que possuem maiores margens por litro de leite e maior flexibilidade na composição dos custos, principalmente da alimentação (principal componente do custo). Outro aspecto a considerar é que de confinamentos e semiconfinamentos são exigidos licenciamento ambiental por parte da Fundação Estadual de Proteção Ambiental Henrique Luiz Roessler – RS (Fepam), o que não se exige, ao menos por enquanto, dos sistemas onde os animais permanecem presos por menos de seis horas diárias (Portaria Fepam nº 98 de 09/10/2015). Tudo isso torna os sistemas confinados mais complexos e que exigem, portanto, maior capacidade gerencial dos produtores.

Em função das considerações, quais as razões que levam os produtores a investir em confinamentos?

Confinamentos

700 1,0%

dos produtores

Semiconfinamentos

2.100 3,3% dos produtores

Uma recente pesquisa realizada pela EmaterRS/Ascar identificou cerca de 700 confinamentos no RS – pouco mais de 1,0% dos produtores – e um pouco mais de 2.100 semiconfinamentos – aproximadamente 3,3% dos produtores.

Confinamentos apresentam uma maior estabilidade produtiva que sistemas de produção à base de pasto, pois são menos dependentes das condições climáticas, que podem prejudicar o conforto térmico dos animais, mas principalmente a disponibilidade e a qualidade das pastagens que também são afetadas pelo seu ciclo produtivo, enquanto que a silagem, uma vez produzida e conservada adequadamente, tende a ser mais estável.


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Parceiros do leite

Revista Novo Rural - Outubro de 2017

Existe um sistema de produção que seja melhor do que os outros?

Debora Theobald

A resposta mais correta parece ser que, ao invÊs de discutirmos qual o melhor, deveríamos discutir qual seria o mais adequado, levando em conta as particularidades de cada região e propriedade. Sob essa ótica, nos parece que a tendência para o Rio Grande do Sul indica uma ampliação nos semiconfinamentos e confinamentos, implantados por produtores capitalizados, com sucessão familiar, que produzirão em grande escala e altas produtividades, que serão incentivados pelas indústrias com um preço diferenciado pelo litro de leite, possibilitado, entre outras razþes, pelo menor custo operacional para recolher o leite nessas propriedades e pela maior facilidade para controle da qualidade do produto. Por outro lado, a grande maioria dos produtores continuarå a produzir leite em sistemas de produção à base de pasto que, necessariamente, tambÊm passarão a ser mais especializados e intensivos, com o apoio de assistência tÊcnica para a aplicação de tecnologias jå plenamente conhecidas e suficientes para se atingir um nível ótimo de produção e produtividade para o sistema (ao invÊs de um nível måximo). Esses produtores, com mão de obra familiar, se beneficiarão das excepcionais condiçþes existentes na maior parte do Estado para uma produção eficiente de pastagens de qualidade (anuais de inverno e de verão e perenes de verão), produzindo leite com menor custo por litro, sendo esse o sistema proposto pela Emater-RS/Ascar como o mais adequado para a grande maioria dos agricultores familiares do RS. Por fim, cabe destacar que um baixo custo de produção por litro de leite Ê um dos fatores fundamentais para garantir a competitividade do país no mercado mundial. Um elevado custo de produção facilita a importação de låcteos, situação verificada atualmente, e impossibilita que nos tornemos um importante exportador de låcteos no futuro.

“O baixo custo de produção por litro de leite ĂŠ um dos fatores fundamentais para garantir a competitividade do paĂ­s no mercado mundial.â€?

CaracterĂ­sticas morfolĂłgicas e genĂŠtica foram dois dos assuntos abordados

A

Emater/RS-Ascar e a Cotrifred promoveram um encontro tĂŠcnico, no dia 19 de setembro, com mais de 50 produtores de Frederico Westphalen, na linha SĂŁo Paulo. Profissionais das duas instituiçþes abordaram temas estratĂŠgicos relacionados Ă bovinocultura de leite, que ĂŠ considerada uma das atividades agropecuĂĄrias mais importantes do municĂ­pio e da regiĂŁo. CaracterĂ­sticas morfolĂłgicas dos animais, genĂŠtica, produção de silagem e implantação de pastagens estiveram em destaque nas explanaçþes dos profissionais. A produção de silagem de alta qualidade foi o assunto do engenheiro-agrĂ´nomo Mateus Stefanello, do escritĂłrio municipal da Emater/RS-Ascar. Ele ressaltou como a alimentação ĂŠ o componente mais importante no custo de produção do leite, citando ainda que a qualidade do volumoso ofertado ĂŠ de vital importância na viabilidade do processo produtivo. Outra participação foi do engenheiro-agrĂ´nomo Jeferson Vidal Figueiredo, tambĂŠm da Emater/RS, sobre implantação, o manejo de pastagem e a nutrição de vacas leiteiras. “Na produção de leite, a atividade ĂŠ mais complexa e necessita da gestĂŁo da propriedade, considerando inĂşmeros fatores produtivos, como clima, ĂĄrea, manejo, instalaçþes, mercado, mĂĄquinas, estrutura do rebanho, entre outros aspectosâ€?, explicou o profissional.

OUTUBRO DIA

NOVEMBRO

4

DIA

2Âş Encontro de Bovinocultores de Leite

21 Gracieli Verde

Uma dieta mais estĂĄvel durante o ano, mais facilmente calculada (em função de nĂŁo usar pastagens que sĂŁo alimentos mais variĂĄveis e da maior facilidade de se conhecer a composição da silagem), as condiçþes ambientais mais controladas e animais que dispendem menos energia para deslocamento em busca da alimentação sĂŁo algumas das razĂľes que tornam as vacas mantidas em sistemas confinados relativamente mais produtivas. Confinamentos tĂŞm sido elegidos pelos produtores em situaçþes em que se deseja ampliar o nĂşmero de vacas e, consequentemente, a produção e a renda total da atividade em regiĂľes ou propriedades onde existem limitaçþes relacionadas ao tamanho ou aptidĂŁo da ĂĄrea para a produção de pastagens, ou ainda, onde as terras possuem valor muito elevado, ou outra oportunidade de exploração agrĂ­cola que, na visĂŁo do produtor, possa ser mais atrativa. Outro aspecto que atrai os produtores para a implantação de sistemas confinados sĂŁo as facilidades proporcionadas pelas mĂĄquinas e equipamentos e pelo fato de se trabalhar “dentro de casaâ€?, menos exposto Ă s intempĂŠries climĂĄticas e ao barro. Dessa forma, apesar de necessitar de maior quantidade e qualificação da mĂŁo de obra, via de regra, esses sistemas tendem a ser menos penosos para os trabalhadores. Geralmente, em função dos investimentos necessĂĄrios, confinamentos tĂŞm sido implantados em estabelecimentos onde os jovens permanecem trabalhando com os pais, ou retornam para a propriedade e, por isso, existe uma visĂŁo de futuro para a atividade, visto que sĂŁo sistemas menos flexĂ­veis do que aqueles Ă base de pasto, principalmente devido Ă grande imobilização de capital em instalaçþes.

Produtores participam de capacitação tÊcnica

Centro de MĂşltiplo Uso - 9 horas Gramado dos Loureiros

5Âş FĂłrum Itinerante do Leite Frederico Westphalen

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Parceiros do leite

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Região perde mais de 30% dos produtores de leite Número é maior do que a diminuição registrada no Estado, que é de 22,6%, segundo levantamento da Emater/RS-Ascar Gracieli Verde

revistanovorural@oaltouruguai.com.br

O

s desafios da cadeia produtiva do leite não cessam no Rio Grande do Sul. Após um cenário instável ocasionado pelas descobertas de fraudes no setor, agora vive-se novamente um cenário de instabilidade. Com baixo consumo, alta produção e leite mais barato entrando no país via Uruguai, o preço pago ao produtor reduziu consideravelmente nos últimos meses. Isso tem favorecido um movimento que já vinha acontecendo no Estado, mas se intensificou, que é a saída de produtores da atividade. Para ter uma ideia, nos últimos três meses – julho, agosto e setembro – houve uma diminuição de -9,4% em relação ao valor-referência. Para setembro o Conseleite/RS deve consolidar o valor médio de R$ 0,8519 pago por litro ao produtor. Em 2015, a Emater/RS-Ascar, por meio de seus escritórios municipais espalhados por todo o Estado, realizou a primeira pesquisa que revelava dados importantes dessa cadeia produtiva, como número de produtores que vendem leite para a indústria, entre vários outros aspectos. Desde então, esses dados seguem sendo monitorados e em 2017 mais uma vez a atualização revela informações do setor, que foram expostas durante a 40ª Expointer, em Esteio. Na comparação entre 2017 e 2015, o Rio

Grande do Sul tem registrado uma diminuição de 22,6% no número de produtores que comercializam leite para a indústria. Por outro lado, cresceu o número médio de vacas leiteiras por produtor em 8,45%, assim como a produtividade desses animais, que subiu 7,58%. Conforme relatório elaborado pelo assistente técnico estadual da área de leite da Emater/RS, o zootecnista Jaime Ries, esses dois dados geraram um crescimento de quase 25% no volume médio produzido por propriedade. Na região da Associação dos Municípios da Zona de Produção Rio Grande do Sul, a Emater/ RS-Ascar estima uma redução de -33,21% no número de produtores entre 2015 e 2017, passando de 8.791 para 7.269. Já na produção a queda é de -15,37% em relação a 2015. – Há que registrar que no período analisado os produtores enfrentaram eventos que levaram à redução da produção e produtividade, com destaque para o aumento do preço do milho e da soja, que impactou no custo da ração, levando o produtor a diminuir o fornecimento deste suplemento aos animais, além do período chuvoso no início deste ano, dificultando o pastejo direto dos animais, e posteriormente um período de falta de chuva – ressalta o engenheiro-agrônomo Valdir Sangaletti, assistente técnico regional de Sistemas de Produção Animal da Emater/RS em Frederico Westphalen.

Apesar do cenário, produtor tem melhorado o manejo Em nível de Estado, a pesquisa revela também que nesses dois anos os produtores estão acessando mais a tecnologias. O controle leiteiro por vaca (3,8%), o fornecimento de ração conforme a produção da vaca (6%), o uso do pastoreio rotacionado (7,6%) e a inseminação artificial (4,5%), por exemplo, tiveram índices positivos, ou seja, evoluíram nesse período analisado, expondo a preocupação do produtor com questões consideradas importantes para a bovinocultura de leite. Indicadores positivos também são vistos em investimentos no aquecimento da água para higienização de equipamentos de ordenha (12,20%), no uso de resfriador de expansão direta (15,12%) e em ordenhadeiras com transferidor de leite (5,45%). – São dados como esses que indicam um aumento nos investimentos, no uso de tecnologias e eficiência técnica dos produtores de leite. No entanto, a atividade está perdendo sua capacidade de ser inclusiva, em termos de número de produtores. Podemos chamar isso de um intenso processo de seleção e especialização – avalia o zootecnista Jaime Ries.

Gracieli Verde


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Parceiros do leite

Revista Novo Rural - Outubro de 2017

O que tem influenciado essa redução no número de produtores em nível de Estado

Produtores de leite para a indústria

2015

10.883

2016

8.791

Redução de

-33,21%

2017

7.269

Conforme análise do zootecnista Jaime Ries, da Emater/RS, fatores como a dificuldade de mão de obra, falta de sucessão familiar e baixa renda quando se trabalha com pequena escala influenciam nesta saída da atividade “da porteira para dentro”. Já os fatores externos são basicamente o baixo consumo desde 2013, além do aumento da importação de leite, “que cresceu 72,7% em volume em relação a 2015, que já havia aumentado 50,5% em relação ao ano anterior”. Outra estimativa é que o volume de leite importado do Uruguai, através do Rio Grande do Sul, em 2016, tenha sido equivalente a cerca de um mês e meio de produção gaúcha de leite. “Sem contar que essa situação ainda tem reflexos das operações Leite e Queijo Compensado, que foram divulgadas a partir de 2013”, afirma Ries.

Desafios não são poucos para toda a cadeia produtiva Produção anual de leite

2015

474,8 milhões de litros

2016

439,2 milhões de litros

Redução de

-15,37%

2017

401,5 milhões de litros

O levantamento mostra que os produtores que vendem de até 150 litros de leite por mês equivalem a 62,8% na região. Esse dado é considerado preocupante socialmente, porque é justamente entre aqueles que têm menor escala que está a maior desistência da atividade. “Isso reforça que continuamos tendo diversas questões para serem debatidas, porque a venda de leite é o que movimenta a economia da maioria dos pequenos municípios. É uma das principais atividades dentro da matriz produtiva da região que pode contribuir com a sucessão familiar”, assinala Valdir Sangaletti. Outra questão que vem sendo considerada fundamental nesse processo é o estabelecimento de escalas de produção adequadas para gerar mais renda para a família e para viabilizar o transportador. “Além disso, é preciso produzir com custos adequados para garantir uma remuneração compensadora. Por isso, é fundamental a implantação de um bom processo de gestão da atividade”, ressalta Sangaletti.

Veja os outros desafios elencados por meio da Emater/RS para o setor na região: • Aumentar a eficiência na produção de alimentos para o rebanho e maximizar a ingestão de pasto. • Melhorar a qualidade do leite em relação à quantidade de sólidos, contagem bacteriana e contagem de células somáticas. • Melhorar o gerenciamento da atividade, produzindo indicadores zootécnicos, econômicos e financeiros, analisar e buscar a tomada de decisão qualificada. • Produzir com respeito ao meio ambiente e à legislação ambiental. • Buscar controle efetivo das zoonoses (tuberculose e brucelose), envolver secretarias municipais da agricultura, Seapi e Mapa. • Reduzir a penosidade do trabalho com planejamento e organização do sistema.

Acompanhe!

Na próxima edição a reportagem traz casos de produtores que, apesar do preço baixo, têm conseguido se manter na atividade graças a ações de gestão e investimentos em melhorias.

• Realizar investimentos criteriosos, com dimensionamento de acordo com mão de obra e área disponível para atividade. • Viabilizar a sucessão familiar e incluir a família toda no processo de gestão. • Levar assistência técnica qualificada a todas as famílias que produzem leite. • Reduzir o número de animais improdutivos nas propriedades. • Buscar mais profissionalização, ética e responsabilidade em todos os elos da cadeia produtiva do leite. • Propor e construir políticas públicas locais de apoio à atividade leiteira, contemplando famílias que se identificam, tenham foco, motivação e que desejam evoluir no processo todo. Os recursos devem ser liberados de acordo com um plano de gestão construído de acordo com a realidade de cada unidade de produção.

Agende-se!

Em novembro, no dia 21, acontece o 5º Fórum Itinerante do Leite, evento que agregará conhecimento e boas experiências às famílias produtoras de leite da região.

Rebanho leiteiro

2015

146.239 vacas

2016

137.540 vacas

Redução de

-7,08%

2017

Daiane Binello

135.889 vacas


Entrevista

Gracieli Verde

Revista Novo Rural - Outubro de 2017

revistanovorural@oaltouruguai.com.br

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“Precisamos ter preços compatíveis com o mercado internacional” “Entendemoss que se a gentee não for competentte, se não tiverm mos tecnologia e innovação para reduzir custo de produção, não teremos mercado. Nãoo é somente barrrar a importação que vai resolver nossos probleemas.”

Presidente da Apil, Wlademir Dal’Bosco, fala sobre mercado lácteo, desafios e a necessidade de planejar alternativas para o setor roduzir com mais eficiência, menor cusg to, em escala e com regularidade está entre os desafios para a bovinocultura de leite na visão do presidente da Associação das Pequenas Indústrias de Laticínios do Rio Grande do Sul (Apil), administrador e economista Wlademir Dal’Bosco. Ele é o proprietário do Laticínio Boavistense – detentor da marca Mandaká –, com sede em Nova Boa Vista, a 14 quilômetros de Sarandi. Catarinense de Xanxerê, ele se considera de origem humilde. Estudou em Ijuí e o mercado de trabalho o trouxe a Nova Boa Vista. Ali também criou a empresa que gerencia atualmente. Ele ainda mantém negócios de pecuária de corte e agricultura no Norte do Brasil. “Sempre passei por muitas dificuldades, mas ao mesmo tem-

po gosto de desafios”, revela. Há quatro anos e p segundo mandato consecutivo Dal’Bosco pelo está na presidência da Apil. A entidade é formada por laticínios considerados de pequeno porte, que processam até 50 mil litros por dia. Neste ano, o total de leite processap essas empresas já passa dos 550 milhões do por lit de litros. “São 1,5 mil funcionários com carteira assin assinada nessas empresas, que contribuem para o de desenvolvimento local dos municípios”, revela. N Na pequena Nova Boa Vista, a indústria gera e 70 empregos e é a segunda empresa na formação do índice de ICMS do município. “É desafiac dor conduzir a entidade, porque também estamos b na busca por caminhos para que essas indústrias sobr sobrevivam neste mercado tão competitivo”, diz. Confira a entrevista.

Com mo teem vistoo o merrcadoo de mam mentte im mpõe leeitte, quue ultim prreçoos baiixoos ao proodutor?? A im mporttaçãão ma para os gaaúcchos?? é o grrandde prooblem

Dal’Bosco – Estamos em uma mercado livre, globalizado, portanto as “porteiras estão abertas” para entrada e saída de produtos. Entendemos que se a gente não for competente, se não tivermos tecnologia e inovação para reduzir custo de produção, não teremos mercado. Não é somente barrar a importação que vai resolver os nossos problemas. E outra: legalmente não tem como fazer isso. Temos um acordo com o Mercosul e não há interesse do governo em desfazer isso, pelo que percebemos. Tem ainda outra questão: essas decisões em relação a possíveis acordos comerciais com países como o Uruguai não levam em conta a economia gaúcha, mas a paulista. Veja bem: o Uruguai produz leite, carne bovina e arroz, e na troca quer linha branca, que é produzida em São Paulo. Queremos uma coisa, mas o governo quer outra. Há que ter esse entendimento. Não podemos viver de ilusão.

Mas o governo não poderiia seer mais inncisivvo nesse senttido??

Dal’Bosco – O governo que não consegue responder nem o que é de sua competência, como segurança, infraestrutura, saneamento, educação e saúde, vai se meter na economia para quê? Ele não tem competência para isso, não se tem recurso para o básico. Quanto menos o Estado interferir, melhor. Temos que produzir o leite com um custo mais parecido com o mercado internacional.


Revista Novo Rural - Outubro de 2017

Mas poode haver um imppactoo dos decretos do governno do Estado que mudam a taxaççãoo de im mposttos para leitee im mportado, para tentar redduzirr essa mporttação no Estaado? im

Dal’Bosco – Não acredito que mude alguma coisa.

Então, nãão se pode esperaar mudança, principalmentee em reelação ao preço, num m curtto praazo, na sua oppiniãão?

Dal’Bosco – Até o fim do ano, não se vê nada de diferente, porque temos uma oferta grande de produto, um estoque grande de mercadoria e um baixo consumo. Enquanto não melhorar a renda do brasileiro para aumentar esse consumo, nada acontece. E isso não vai ocorrer logo. Outra coisa: a população tem feito um movimento de substituir o leite por suco, por outras bebidas. E não é somente por falta de renda, mas também por mudança de hábitos. Isso ainda é reflexo das operações que descobriram as adulterações no leite há alguns anos. Isso deixou uma imagem duvidosa em relação ao produto, por mais que era em quantidade muito pequena em relação a tudo o que é produzido. Mas a fraude aconteceu e a imagem da cadeia do leite ficou negativa. Para completar, tem quem relacionou isso ao queijo, por mais que nem é possível processar o leite se o produto estiver adulterado – o leite adulterado ia para processamento de leite UHT ou em pó, mas refletiu em todos os produtos derivados. Tem mais: tivemos um incremento próximo de 5% na produção em RS, e de 6% em SC e no Paraná neste ano. Por outro lado, o varejo sinaliza uma queda nas vendas próximo de 3%. Isso tudo, somado ao grande volume de leite importado, gerou essa crise. Também não podemos esquecer que o leite é um produto perecível, que não pode ficar muito tempo parado. Num cenário assim, é melhor vender por um preço baixo, porque descartar milhares de litros é outra preocupação para a indústria, por questões ambientais.

Exxissteem cam minhhos para sair desssaa siituuaçãoo a loongo prazo??

Dal’Bosco – Fazer o que outras cadeias já fizeram: ser mais competitivos no mercado, produzir com qualidade, regularidade, em escala e a baixo custo, a exemplo do que acontece com a avicultura. Se reduzir custo é difícil, porque isso passaria pela redução de tributação em todos os insumos, o que não tem probabilidade nenhuma de acontecer, resta buscar produtividade. Aí entramos num campo que ninguém quer atirar a primeira pedra. Quem sabe quanto gasta para produzir um litro de leite percebe que o preço não está tão ruim. Mas parece que não estamos com a estrutura ideal de propriedade. Precisamos de um modelo mais funcional. Talvez o produtor tenha perdido a oportunidade de fazer o investimento no passado, quando havia mais recurso disponível. Temos que desmistificar o fato de que não é possível produzir mais com pouca terra. Com conhecimento técnico é possível. Hoje temos produtores com um custo de R$ 0,70, e que ainda vende a R$ 1,15 por litro, se tiver qualidade. Se olharmos o preço do leite no mercado mundial, eles se mantêm num patamar baixo, porque na Europa, por exemplo, as políticas públicas priorizam que o leite tenha baixo custo, para que toda a população tenha acesso. Se pensarmos que o preço internacional varia entre 0,36 e 0,37 dólares por litro, o que representa R$ 1,10-R$1,20, o valor que alguns estão recebendo corresponde ao valor pago lá fora. Quem vende em quantidade tem conseguido manter um valor próximo deste patamar. Além disso, quer dizer que estávamos pagando mais do que o mercado externo, por isso foi importado tanto leite. E se o preço interno subir, vai entrar mais ainda, não tem quem vai segurar. Mas há uma dificuldade em encarar essa realidade. Muitas vezes nem os empresários do setor entendem isso. Não adianta querer que o produtor receba R$ 1,40 por litro, porque não vai acontecer.

O quee cabe aoo produtor nestee momeentoo?

Dal’Bosco – O produtor precisa se organizar melhor, fazer investimentos, gerenciar a propriedade, se dedicar mais, planejar, buscar eficiência e resultado. Temos produtores que podem receber R$ 0,05 a mais por litro, mas não conseguem porque falta qualidade no leite. Evidente que isso também melhora na formação de preço geral, mas há resistência nisso ainda. É intolerável o uso inadequado de antibióticos ou o desrespeito com o período de carência, por exemplo. Tem que se profissionalizar. E isso não é somente culpa do produtor, mas de muita gente, da ineficiência dos governos em todas as esferas, das entidades do setor, das empresas, é um conjunto. Por isso que acredito que o número de produtores vai diminuir ainda mais.

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Noss últim mos annoss as “ccrissess” do leiite podem seer conssidderadas reecorrrenntees, seja peelos proobllemas coom as frrauudes identiificcaddass pelo Minnisstéériio Públicco e poolííciiass, ouu pela quueda doo coonsuumo. Issoo coomproova quue a caadeeia proddutivva prreciisa toomarr atituudess mais resoluutivvas, não é?

Dal’Bosco – Sem dúvidas. Se falarmos somente de escala, por exemplo, temos que estabelecer um número mínimo por dia, pelo menos mil litros. É isso que vai favorecer os pais a conquistarem os filhos na propriedade, com um padrão de vida melhor. A produção leiteira é considerada uma atividade marginalizada, mas paga muita conta na propriedade. Então, porque não profissionalizar isso para ter mais tranquilidade do ponto de vista econômico. Infelizmente, o produtor gaúcho quer leiloar o leite que produz. O tempo todo só se discute preço, e não o processo produtivo.

Como evvoluir nesssee senntiddo?

Dal’Bosco – São necessárias parcerias para que o produtor possa folgar pelo menos dois fins de semana durante o mês e tirar férias, isso gera qualidade de vida, isso é se profissionalizar. Tem que resolver essa questão de trabalhar os 365 dias por ano. Nós, aqui em Nova Boa Vista, temos algumas ideias diferentes e queremos implantar um projeto-piloto. Precisamos trazer algumas respostas aos produtores, para que se perceba que pode ser diferente. Uma possibilidade é fecharmos parcerias de pelo menos 10 anos com os agricultores, esses que tenham até 20 hectares, e implementar um projeto para chegar nos mil litros de leite diários, com financiamento da empresa, se for necessário. Nisso entraria uma série de melhorias na propriedade, para motivar esse produtor a ver a atividade como negócio. As decisões seriam técnicas, portanto, isso prevê uma assistência permanente. Isso também incluiria a contratação de mais mão de obra para a propriedade, projetos de criação de terneiras, entre várias outras questões que envolvem a bovinocultura de leite. Temos que buscar algumas respostas para os produtores que não acreditam que dá certo, que as exigências são grandes, que tudo é difícil. Temos que ser criativos. Não é fácil, mas há que se pensar em alguma coisa.

Mesmo em um m ceenárrioo como essse, ass pequeenaas inndússtrias seegueem inveesttinndoo.

Dal’Bosco – Sim, mesmo assim estão os investimentos estão crescendo. São projetos que precisam sair do papel, para melhorias e ampliações. Está complicado para as pequenas agroindústrias, mas se não investirmos ficamos para trás. Desde 2015 até 2018, a projeção é que os investimentos ultrapassem os R$ 130 milhões.


Clima

Revista Novo Rural - Outubro de 2017

Histórico do vento Gracieli Verde/Arquivo NR

BOLETIM AGROMETEREOLÓGICO Leandro Marques Engenheiro-agrônomo | Extensionista rural da Emater/RS-Ascar

O horário de verão no campo

Grandes culturas

Gracieli Verde

A primavera traz de volta ao cenário da região duas culturas de importância expressiva para a nossa agricultura: o milho e a soja. Se para o milho o plantio para o consumo interno da propriedade tem papel importante, a soja, por sua vez, ganha destaque quando o assunto é o preço para a venda do grão. Algumas áreas de milho já começam a ocupar as áreas de lavoura e nestes locais é recomendável a adubação de cobertura, preferencialmente antes da ocorrência de chuvas ou quando o solo apresentar umidade adequada. Já a semeadura da soja começa em poucas semanas e é importante planejar ações como escalonar a época de semeadura, utilizando cultivares de ciclos diferentes, seguindo o zoneamento agrícola, principalmente. Não por acaso o milho e a soja são costumeiramente chamadas de grandes culturas, não apenas pela área expressiva de plantio, mas principalmente por sua importância econômica para as famílias da região. Gracieli Verde/Arquivo Jornal AU

O “horário do sol” ainda predomina no campo, independente de estação

São mais de 80 anos daquele primeiro horário de verão, entre a primavera de 1931 e o verão de 1932. Naquela época, o então presidente Getúlio Vargas instituiu o horário de verão com a mesma finalidade dos dias atuais: não sobrecarregar a distribuição de energia elétrica em horários de pico. Para o homem do campo, as mudanças vão além daquela hora adiantada no relógio. Os agricultores que trabalham com a produção animal, geralmente, alteram a sua rotina de trabalho em função do horário, principalmente aqueles que trabalham com a produção leiteira, pois o novo horário afeta a rotina de quem precisa se deslocar até o comércio local das cidades, por exemplo. Se a chegada da primavera traz o amanhecer mais cedo para o campo, o horário de verão altera tal cenário, ao menos no relógio. O certo é que a rotina de trabalho no campo costuma estar mais de acordo com nascer e o pôr-do-sol, seja horário tradicional ou de verão.

A hora do trigo deixar as áreas de lavoura se aproxima com a chegada da colheita do grão. Em locais onde o grãos está bem formado, a expectativa por não ocorrer chuvas em excesso deixa um clima de otimismo entre os agricultores. Por outro lado, em locais onde a lavoura não respondeu conforme a expectativa de plantio, a hora é de monitoramento, avaliação de perdas e planejamento dos próximos passos com o fim da safra de inverno. Para aqueles locais onde o grão está pronto, vale lembrar que antes de iniciar a colheita é imprescindível

Outro indicativo é que devido ao acentuado resfriamento da temperatura da superfície do mar no Oceano Pacífico Equatorial, no fim de agosto e início de setembro, houve pequeno aumento da probabilidade de ocorrência do fenômeno La Niña no encerramento da primavera e início do verão. Mas, os meteorologistas ponderam que “caso haja essa confirmação do fenômeno, provavelmente será de curta duração”. No Sul as chuvas devem ficar acima ou dentro da faixa normal nos três Estados. Devem predominar temperaturas dentro da faixa considerada normal.

fazer a revisão das colhedoras, em especial, do sistema de distribuição da palha. Em locais onde a lavoura ainda está em maturação, vale monitorar a lavoura visando identificar doenças, pois as chuvas de outubro podem favorecer o aparecimento das mesmas. Cabe destacar que a chuva em excesso quando registrada próxima da colheita pode reduzir a qualidade do grão de trigo. Se a colheita do trigo não é finalizada, a semeadura da soja sofre atraso, tendo em vista que boa parte das áreas que são ocupadas por trigo no inverno recebe a soja no verão. Outubro é um mês importante para a próxima safra.

Gracieli Verde

D

Outubro é o mês em que a primavera se consolida enquanto estação do ano. Os dias mais frios ao amanhecer com tardes aquecidas tornam o mês um dos símbolos da estação. No entanto, a transição da estação mais fria para a quente costuma trazer o maior registro de dias com vento forte, principalmente aqueles que antecedem a chuva nos dias mais quentes. Em áreas de produção de uva, por exemplo, onde os brotos são novos e com menor resistência, os parreirais estão sujeitos a maiores danos gerados pelo vento forte. Os produtores de hortaliças também podem registrar danos nas estruturas de produção, como túneis e estufas. Para minimizar os danos causados pelo vento, a dica ao agricultor é planejar um sistema de “quebra-vento” próximo a tais estruturas com maior risco de prejuízos, como galpões, pocilgas e estufas, por meio do uso de árvores que sejam obstáculo ao vento. É recomendável que o agricultor somente faça uso dessa alternativa com o auxílio de orientação técnica para o planejamento e execução do trabalho, visando não agravar o problema do vento dentro das propriedades rurais.

Colheita no tempo certo

E chegou a primavera! esde o dia 22 de setembro se vive a primavera, seguindo até 21 de dezembro, quando inicia o verão. O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) divulgou na segunda quinzena de setembro que a tendência climática é que haja um aumento gradativo das chuvas em grande parte do Brasil. Além disso, entre as características para o período dos próximos três meses, o relatório indica, por exemplo, que na região Sul poderão ocorrer episódios associados a chuvas fortes, rajadas de vento, descargas atmosféricas e eventual granizo.

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Juventude & Sucessão

Produção amarga só no gosto Produtor de limão no interior de Alpestre, Caetano Berigula é resultado de uma sucessão familiar de êxito

Debora Theobald

revistanovorural@oaltouruguai.com.br

N

inguém acreditou quando começamos a plantar limão, perguntavam o que íamos fazer com isso”, relembra o produtor rural Caetano Berigula, de 28 anos, ao falar sobre o carro-chefe da propriedade de 38 hectares, localizada no interior de Alpestre, na linha Sertãozinho. Apesar disso, ele, o pai, José, e a mãe, Anita, acreditaram na atividade e apostaram no limão taiti. Hoje, mais de uma década e meia depois, os frutos colhidos pelos Berigula ultrapassam as barreiras do Estado e chegam em diversas partes do país, já que a produção possui o Certificado Fitossanitário de Origem (CFO), permitindo o comércio do produto em nível nacional. Com a atividade estabelecida e estruturada em seis hectares, que abrigam cinco mil pés, Caetano não hesita em expor os benefícios de trabalhar com o limão, comprovando que o sabor amargo fica, literalmente, apenas no gosto da fruta. “É muito rentável”, exclama, tanto que a família já ampliou a área em mais quatro hectares, que devem iniciar a produção no próximo ano. Entre as vantagens da cultura, segundo o citricultor, está no baixo custo de produção. Resistente à maioria das doenças que atingem frutas como a laranja, por exemplo, a necessidade de aplicar produtos químicos é menor, reduzindo os gastos. “Apenas a mão de obra é pesada e precisa ser numerosa, já que manejos como poda, roçadas e afins demandam um bom tempo de trabalho e cuidado com o pomar”, pondera o jovem.

Debora Theobald

Caetano Berigula tem 28 anos e o investimento na produção de limão permitiu que continuasse trabalhando com a família, no interior de Alpestre

“Foi uma decisão minha em ficar no meio rural, porque gostava muito desde guri.” Caetano Berigula, agricultor em Alpestre

Um caso para se inspirar O empreendedorismo do jovem não se comprova apenas com o sucesso da atividade, que já garante a renda da família a cada ano. O foco nos estudos também permitiu que Caetano se tornasse um “agricultor profissional”, com ainda mais argumento na hora de defender o negócio implementado no interior de Alpestre. Caetano é técnico agrícola, tecnólogo em agronegócio, tecnólogo em agropecuária e especialista em Educação Ambiental. Isso também faz com que ele busque uma produção mais sustentável, com a adoção de tecnologias que garantam a produtividade dos pomares. Uma delas é a irrigação, que foi implantada ainda em 2004, viabilizada por meio do programa Mais Alimento, em 2,5 hectares. A ideia era conseguir adiantar a safra, que

Sucessão familiar planejada

normalmente tem a colheita centrada no mês de dezembro, para outubro e novembro, e aproveitar a lacuna deixada no mercado pela entressafra, quando o preço é mais elevado. Treze anos depois, o investimento deu tão certo que a projeção é expandir o sistema de irrigação para os 10 hectares do pomar. “O limão é uma planta que demanda muita água. Quanto mais água melhor. A diferença entre os pés irrigados e os que não são é notável na tonalidade das folhas, no fruto, que é mais bonito, e na produtividade, que é maior”, descreve Caetano. Na propriedade da família Berigula, a projeção é que a safra 2017/2018 supere a anterior, quando foram colhidas oito mil caixas. “Devemos chegar as 9,5 mil caixas colhidas”, prospecta.

A busca pela capacitação na área da agricultura e da pecuária já foi pensada visando a sucessão familiar na propriedade. Nenhum dos irmãos de Caetano optou pelo mesmo, então ele viu nisso uma oportunidade de ter o próprio negócio e trabalhar com os pais. Essas formações na área tornaram o olhar de Caetano ainda mais apurado para os negócios no campo, o que ele demonstra na segurança em falar sobre o assunto, como a cultura que escolheu para a propriedade, bem como no estilo de vida. Reclamações ou qualquer dificuldade são ignoradas pelo jovem, afinal, o objetivo é bem maior, é viver com qualidade de vida e pro-

duzindo alimentos. “Foi uma decisão minha em ficar no meio rural, porque gostava muito desde guri. Meus pais sempre me deram todo apoio cabível a eles. Por isso, também encaminhei minha formação na área da agricultura”, conta. A natural resistência dos pais em aceitar novas tecnologias no início de sua atuação foi superada, o que o deixa realizado. Hoje ele mora com os pais José e Anita e a esposa, Viviane. As três irmãs mais velhas que Caetano – Silvia, Jussara e Julia – já saíram da propriedade há mais de dez anos. Os mais novos, Marcelo e Francieli, ainda são crianças, ele com 8 e ela com 5 anos.


Juventude & Sucessão

Aos 22 anos, Elisandra trabalha na área de bovinocultura de leite, no interior de Frederico Westphalen

O acesso a cursos na área agrícola faz a diferença na promoção da permanência dos jovens no campo Gracieli Verde

revistanovorural@oaltouruguai.com.br

A

ntes mesmo de decidir em relação aos estudos, a jovem Elisandra Natali já tinha uma certeza: queria ficar no campo, trabalhar com a família e direcionar a atuação na área de bovinocultura de leite. O sonho de estudar Medicina Veterinária ela sabia que seria difícil de transformar em realidade, tendo em vista o alto investimento para aquele momento. Ao invés disso, optou pelo curso técnico em agropecuária, no antigo Colégio Agrícola de Frederico Westphalen, hoje Instituto Federal Farroupilha – Campus de Frederico Westphalen (IFFar-FW). Desde 2015, quando terminou o curso, o trabalho é intenso na propriedade localizada na linha Ponte do Pardo, interior de Frederico Westphalen. Mas, os pais Vilson Antonio e Beloni, ele de 53 e ela 55 anos, se orgulham em ter os três filhos, Gilberto, 31, Flávio, 24, e Elisandra, 22, trabalhando na propriedade. Um fator foi fundamental nesse processo, o acesso à educação. Flávio e Elisandra são técnicos agropecuários, o que tem somado bastante para a propriedade. Elisandra, inclusive, esteve entre os ganhadores

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O ensino que contribui para a sucessão do troféu Jovem Empreendedor Rural deste ano, que é organizado por meio da Secretaria de Agricultura e da Emater/RS-Ascar de Frederico Westphalen. Ela representa bem aqueles alunos que encontraram nas ciências agrárias uma profissão e um modo de vida. Flávio deu foco na área de produção de grãos, pois a família arrenda várias áreas para o plantio, somando mais de 150 hectares a cada safra. Já a caçula Elisandra tem mais afinidade com a bovinocultura de leite, área em que ela fez o estágio e que atua na unidade produtiva. Hoje a propriedade mantém quase 60 vacas em lactação. – Isso foi fundamental para melhorarmos a nossa atividade. Antes de estudar eu já sabia que queria ficar no campo. Isso fez com que meus pais fizessem alguns investimentos na área leiteira. Isso adiantou o processo, porque eles já sabiam que teriam mão de obra para seguir adiante. Apesar do meu sonho de estudar Medicina Veterinária, o curso técnico conseguiu contribuir tanto quanto para o meu trabalho – revela a jovem, que também estudou contabilidade em nível técnico na Escola Estadual José Cañellas. “Se você andar por aí vai ver que onde alguém da família tem uma formação técnica a propriedade está diferente”. É esse diferencial que precisa ser buscado pelos jovens, na visão do diretor do IFFar-FW, professor Carlos Guilherme Trombetta. “A cidade não vai abrigar todo mundo e hoje o interior tem mais potencial do que tempos atrás”, reforça o docente. Além disso, essa abertura para o conhecimento favorece o acesso às tecnologias, o que pode fazer a diferença no trabalho diário no meio rural.

“Setor agropecuário evoluiu e é preciso capacitação” “Saímos de uma realidade em que no campo não se tinha nada para ter uma perspectiva muito diferente”. Carlos Guilherme Trombetta, diretor do IFFar-FW

A evolução que o meio rural tem proporcionado nos últimos anos não passa despercebida no olhar do diretor Carlos Guilherme Trombetta. – Saímos de uma realidade em que no campo não se tinha nada para ter uma perspectiva muito diferente. O que acontece é que em muitos casos os pais não conseguiram repassar aos filhos esse potencial do meio agrícola, pelas dificuldades que enfrentaram. O que está faltando ainda é essa formação, para que os jovens estejam preparados, independente se é no campo ou na cidade que vão ficar – defende. O educador reforça que o estudo é o pilar de tudo, independente de contexto. Outro movimento que vem sendo percebido é que as jovens estão buscando mais essa capacitação na área agropecuária – a exemplo de Elisandra. “Temos visto o número de meninas aumentar nas nossas turmas do ensino integrado”, aponta Trombetta. Isso pode representar um novo cenário, uma vez que a sucessão familiar por moças é ainda mais rara, porque historicamente são elas que saem primeiro da propriedade rumo à cidade – isso também é visto por outras entidades que atuam no meio agrícola.


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Na região Ter acesso ao ensino público é um diferencial da região. Várias são as instituições que estão inseridas na comunidade e que têm à disposição cursos na área agropecuária. O Instituto Federal Farroupilha – Campus de Frederico Westphalen (IFFar-FW) tem na sua grade de cursos o Técnico em Agropecuária, tanto integrado com o ensino médio durante o dia, para quem concluiu o ensino fundamental, como o subsequente, que é direcionado para quem já tem o ensino médio completo – que é noturno. Em setembro também foi lançado oficialmente o curso de Medicina Veterinária, que terá a primeira turma em 2018, com 40 vagas. O diretor do campus, professor Carlos Guilherme Trombetta, defende que o ensino profissionalizante é um importante passo na vida dos jovens. “E no nosso caso é gratuito”, exclama, reforçando que essa é uma oportunidade e tanto para a região. “Podemos nos orgulhar de termos uma estrutura como esta, porque não perdemos em nada para outras universidades”, defende. O campus de Frederico Westphalen também conta com os cursos superiores de Técnico em Sistemas de Internet e Administração. Hoje a instituição conta com mais de 600 alunos no total. Os laboratórios de ensino, pesquisa e extensão de campo dão suporte ao ensino de várias áreas do

setor, como a suinocultura, bovinocultura, avicultura, grãos, fruticultura, silvicultura, jardinagem, entre diversos outros temas. “Também temos os laboratórios, de biologia, física, química, bromatologia e teremos os de anatomia e microbiologia, em função do curso de Veterinária”, reforça Trombetta. Além disso, a instituição usufrui de espaços da Universidade Federal de Santa Maria – Campus de Frederico Westphalen, onde tem o curso de Agronomia. São parcerias que beneficiam os alunos das duas instituições, uma vez que antes de se tornar IFFar, o estabelecimento era o Colégio Agrícola ligado à universidade.

Convite

95% dos municípios que fazem parte do Conselho Regional de Desenvolvimento do Médio Alto Uruguai (Codemau).

Os alunos também podem receber benefícios, mesmo quem mora na escola pode ter auxílios de governo.

A alimentação dos internos também é gratuita. Quem faz o ensino superior paga R$

2,50 por refeição.

Para quem não é interno tem auxíliotransporte,

O IFFar tem alojamento interno. Hoje são

146 alunos, destes 19 meninas,

que “moram” na instituição em FW. Este é o primeiro ano com alojamento feminino.

conforme a distância da moradia.

O IFFar conta com

93 hectares de área

$

em Frederico Westphalen.

São cerca de

R$ 250 mil por ano liberados em auxílios para os alunos.

IFFar-FW está com inscrições abertas para interessados em cursos na área de agropecuária, inclusive de Medicina Veterinária

Gracieli Verde

Gracieli Verde

Para quem quer conhecer a estrutura do IFFar em Frederico Westphalen, basta agendar uma visita. Isso é importante para que estudantes da região saibam mais sobre a instituição e possam ver de perto o trabalho que é realizado. “Nosso desejo é que os alunos venham para cá e que cresçam aqui dentro, para que quando saírem estejam preparados para esse mundo que está aí fora. Aqui é uma escola de vida diferenciada”, salienta Trombetta.

Hoje o público do IFFar é


Agroindustrialização

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Gracieli Verde

Família Piton comemora a abertura oficial da agroindústria

Família Piton inaugura a Ovos Tradição Caipira Empreendimento está instalado no interior de Frederico Westphalen e deve produzir 75 dúzias de ovos por dia. Fiscalização é feita pelo Sistema de Inspeção Municipal

O

mês de setembro começou de maneira bem especial para o casal Josiane e Eliseu Piton, que reside na linha Boa Esperança, em Frederico Westphalen. Isso porque no dia 1º foi inaugurada a agroindústria Ovos Tradição Caipira, que traz uma proposta inovadora para o município. O empreendimento conta com 900 galinhas e atualmente a produção é de 65 dúzias por dia, mas esse número pode chegar a 75, segundo Josiane. Ela expõe que sempre morou na cidade antes de se casar com Piton, mas tinha vontade de ter um negócio próprio, mesmo que a propriedade já contava com a criação de suínos e vacas de leite. “Busquei informações na Secretaria de Agricultura e na Emater/RS e essa foi a ideia que surgiu. Estou muito feliz”, disse a produtora. Esse processo de implantação da agroindústria tem dois anos e o empreendimento conta com fiscalização do Sistema de Inspeção Municipal (SIM) de Frederico Westphalen. “A agroindústria consiste em uma área construída de 20 metros quadrados, com sala de embalagem, de seleção, tendo também a equipamento de ovoscopia”, explica Josiane, citando que foram investidos mais de R$ 50 mil no negócio.

Com apoio da prefeitura, de cooperativas de crédito e com parte de recursos próprios, foi possível tirar o projeto do papel. “Agora nosso foco é ter mais mercado para nosso produto, apesar de que já fechamos várias parcerias com lanchonetes, padarias, supermercados e restaurantes da cidade”, adianta ela. “É um negócio inovador, porque o ovo caipira tem uma boa aceitação no mercado, ao mesmo tempo, tem que ser produzido respeitando algumas particularidades”, ressalta. O engenheiro-agrônomo Mateus Stefanello, do escritório municipal da Emater/RS-Ascar de Frederico Westphalen, assinala que todo esse processo de implantação do negócio foi acompanhado pela equipe local. “Também orientamos sobre questões de fiscalização, desde a parte ambiental, sanitária até a fiscal”, diz. Para o gerente-adjunto do Escritório Regional da Emater/RS-Ascar de Frederico Westphalen, Mario Coelho da Silva, a agroindústria representa um resgate da cultura das famílias rurais, mas que também serve como uma fonte a mais de renda. “Certamente é um exemplo para toda a região”, exclamou. Já o prefeito de FW, José Alberto Panosso, destacou a coragem da família em empreender. “Precisamos de mais gente assim”.

“É um negócio inovador, porque o ovo caipira tem uma boa aceitação no mercado, ao mesmo tempo, tem que ser produzido respeitando algumas particularidades.” Josiane Piton, produtora

O bem-estar animal “Não existe na região uma produção igual a nossa, uma agroindústria que preza pela qualidade e pelo bem-estar animal, porque cuidamos muito das nossas ‘bichinhas’”, disse Josiane, comentando sobre uma das preocupações, que é uma vida confortável para os animais. As 900 galinhas são criadas soltas em pastagens, além de serem alimentadas com ração à base milho e soja, e poderem se acomodar no aviário construído na propriedade. As galinhas são da linhagem Embrapa 51, específica para a produção de ovos no estilo colonial.

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Intercooperando

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Cooperativistas se reúnem em FW

Espaço

Por Marcia Faccin

O

Coordenadora da Unidade de Cooperativismo do Escritório Regional da Emater/RS de Frederico Westphalen

E O presidente da Sicredi Alto Uruguai, Eugenio Poltronieri, e o presidente da Creluz, Elemar Battisti, serão os mediadores das palestras com demais especialistas convidados

Paulo Rossi, gerente de Gestão de Pessoas da Aurora Alimentos, com a mediação de Elemar Battisti, presidente do Grupo Creluz. Está confirmada também a vinda do secretário de Estado da SDR, Tarcísio Minetto. A coordenadora da Unidade de Cooperativismo da Emater/RS de Frederico Westphalen, Marcia Faccin, ressalta que o evento é direcionado para lideranças liga-

das a cooperativas, associações, sindicatos, prefeituras, secretarias de agricultura, universidades e demais instituições regionais. São esperadas cerca de 150 pessoas. “Este seminário faz parte um roteiro de sete eventos promovidos por meio da SDR em várias regiões do Estado, para reunir o setor e debater temas que são importantes para as cooperativas”, ressalta.

Creluz: associados participam de reunião Divulgação

Participação expressiva dos associados foi registrada

O

COOPERATIVO

Importância da gestão administrativa nas cooperativas

Seminário é proposto pela SDR, por meio da Emater/RS-Ascar, e ocorre neste mês de outubro s desafios são diários também no setor cooperativista e, por isso, é preciso aprimorar a gestão desses empreendimentos, bem como ter líderes comprometidos com o segmento. Debater questões relacionadas ao assunto é um dos objetivos do Seminário Regional de Gestão e Liderança Cooperativa, que está agendado para o dia 19 de outubro, no auditório da URI – campus de Frederico Westphalen, a partir das 13h30min. A promoção é da Emater/RS-Ascar, por meio da Unidade de Cooperativismo e a Secretaria de Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo. A programação contará com duas palestras. Uma delas abordará estratégias de gestão, com Gerson José Lauerman, superintende do Sistema Ocergs/Sescoop-RS, cujo mediador será Eugênio Poltronieri, presidente da Sicredi Alto Uruguai RS/SC. Em seguida a explanação será sobre a importância da liderança e do perfil empreendedor nas cooperativas, com Nelson

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município de Taquaruçu do Sul sediou assembleia extraordinária do Grupo Creluz, no fim de agosto. Por meio da reunião foi deliberado sobre a incorporação e consequente indicação de três nomes para comporem a comissão mista que fará os estudos necessários para a incorporação da JHM Geração Elétrica pela Creluz, concluindo assim a aquisição da Usina Caa Yari, em Crissiumal. Na oportunidade, também foi feito um ato comemorativo aos 15 anos de atividade da Usina Granja Velha, localizada em Taquaruçu do Sul, sendo o segundo complexo de geração construído pelo Grupo Creluz – na atualidade são oito, sete hidrelétricas e uma usina solar. A Usina Granja Velha tornou-se emblemática para a cooperativa, uma vez que com ela a empresa conquistou um prêmio internacional de ecologia na Inglaterra, tornando-se símbolo da geração limpa.

Engenharia Elétrica O curso de Engenharia Elétrica, em parceria com a Unijuí, está no último semestre. Esta é a primeira turma formada por meio do convênio e completa sete anos de curso, com aulas descentralizadas no município de Pinhal. Fazem parte da turma funcionários da Creluz e filhos de associados. A formatura do grupo está marcada para 17 de março de 2018, em Pinhal.

m tempos de retração na economia, ouvimos inúmeras pessoas reclamando sobre a dificuldade de vender, de comercializar produtos e serviços, que as margens de lucro estão cada vez menores, entre tantas outras lamentações que costumeiramente ouvimos e nos deparamos diariamente. Nestes momentos de dificuldades econômicas é que fica mais evidente e real a importância de termos ferramentas gerenciais para conseguirmos enfrentar com maior facilidade os contratempos do mercado. Na nossa vida pessoal e familiar também sentimos mais a necessidade de termos um maior controle dos nossos gastos e do nosso orçamento quando acontece algum contratempo, alguns gastos fora do planejado, alguns imprevistos. Por isso da importância de termos, utilizarmos e de implementarmos controles, planilhas, de anotarmos todos os nossos gastos e as nossas receitas, para, com base nestas informações, tomarmos decisões mais acertadas e precisas. E você, tem o hábito de anotar todos os gastos mensais na sua propriedade? Separadamente por atividade trabalhada na propriedade? E os gastos com a manutenção da casa (como luz, água, alimentação, etc.)? Você acompanha a gestão da (s) cooperativa (s) que você é sócio (a)? Percebe se o presidente e os demais dirigentes possuem controles financeiros e gerenciais da cooperativa? Estou abordando essa temática por ser fundamental para o sucesso e permanência de toda e qualquer empresa no dinâmico e competitivo mercado. Nos próximos meses as cooperativas começam a fazer as reuniões e assembleias para apresentar os dados deste ano e o planejamento de 2018. É fundamental que nós, associados, participemos dessas ações e façamos as perguntas e questionamentos sobre como está a nossa cooperativa, como estão os dados econômicos e financeiros de cada atividade. Como diz um ditado popular: “o olho do dono que engorda o boi”. E nós somos donos das cooperativas às quais somos associados, por isso devemos participar ativamente das ações em prol do crescimento e fortalecimento do sistema cooperativo, e essa participação é em todos os sentidos, nas reuniões, comprando, defendendo-a e valorizando a nossa cooperativa. Somente assim conseguiremos ter cooperativas fortes, atuantes, com participação e envolvimento dos associados, trazendo resultados econômicos, financeiros e sociais para a comunidade onde estão inseridas.

“Nos próximos meses as cooperativas começam a fazer as reuniões e assembleias para apresentar os dados deste ano e o planejamento de 2018. É fundamental que nós, associados, participemos dessas ações e façamos as perguntas e questionamentos sobre como está a nossa cooperativa.”


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68,12&8/785$

Novos arranjos de distribuição devem ser implantados

No interior de Rodeio Bonito, a família de Ivo Bertti tem se tornado referência quando o assunto Ê o destino do dejeto dos milhares de animais que passam pela granja a cada ciclo. Isso porque, ao ampliar os negócios, hå quatro anos, a família investiu tambÊm em um sistema de tratamento do esterco, que o transforma em adubo seco. É a chamada compostagem, que faz com que o líquido que precisaria ficar, pelo menos, 120 dias armazenado nos tanques para ser levado às lavouras, seja misturado com serragem ou maravalha, para se tornar em um adubo que pode ser vendido a granel ou em sacas, conforme a necessidade do cliente.

– Quando ampliamos a granja, para que eu e meus filhos pudĂŠssemos trabalhar todos aqui na propriedade, porque dois deles estavam fora, era necessĂĄrio ter um projeto para resolver essa questĂŁo do dejeto. Essa foi uma alternativa que resolveu os nossos problemas. Sem isso nĂŁo terĂ­amos licenciamento para seguir com o projeto da suinocultura – explica seu Ivo Bertti, que com os filhos Reginaldo, Deloir e Tiago, ĂŠ responsĂĄvel por duas mil matrizes, com o sistema de produção de leitĂľes desmamados, integrado Ă JBS.

Gracieli Verde

U

m dos grandes desafios do setor suinícola da região Ê o destino dos dejetos, que por questþes ambientais precisam de um manejo adequado após a saída das pocilgas. A intensificação que a suinocultura tem alcançado nos últimos anos em vårios municípios da região exige que esse fator seja visto com atenção, tanto por produtores como pelas empresas do setor, bem como pelo próprio poder público.

Veja vĂ­deo sobre o assunto na fanpage no Facebook

Revista Novo Rural

Prefeito JosĂŠ Arno Ferrari, Deloir, secretĂĄrio de Agricultura, Gilmar Jorge Trento, seu Ivo Bertti, Reginaldo e o filho Iarles com o extensionista Artemio Balsan

A compostagem Na propriedade de 50 hectares, onde tambĂŠm ĂŠ mantida a produção de carne bovina, impressiona o espĂ­rito empreendedor, uma vez que ali os investimentos nos Ăşltimos anos chegaram R$ 1,5 milhĂŁo na suinocultura. â€œĂ‰ como se fosse uma indĂşstria para o municĂ­pioâ€?, exclama o prefeito, JosĂŠ Arno Ferrari. O empreendimento tambĂŠm gera nove empregos diretos, alĂŠm da mĂŁo de obra familiar. Inclusive, para agregar mais ĂĄrea, no passado os filhos conseguiram recursos por meio do CrĂŠdito FundiĂĄrio, o que tambĂŠm contribuiu para essa histĂłria de sucesso dos Bertti. “Fica evidente que ĂŠ um projeto que tem gestĂŁo, por isso tambĂŠm se vĂŞ a sucessĂŁo familiarâ€?, analisa o secretĂĄrio de Agricultura do municĂ­pio, Gilmar Jorge Trento.

Somente na estrutura para a compostagem, que tem capacidade para mil metros cĂşbicos de maravalha, foram investidos cerca de R$ 200 mil. Depois de colocada a maravalha, o dejeto ĂŠ adicionado na compostagem durante um ano, gerando cerca de 400 toneladas de adubo seco por ciclo. Esse adubo, depois de pronto, ĂŠ vendido por R$ 150 a tonelada, a granel – quando destinado para lavouras, por exemplo –, ou R$ 10 por saca de 35 quilos. Neste caso a saĂ­da maior ĂŠ para quem cultiva verduras ou usa para o jardim. “Mas o adubo pode ser usado nas mais diversas culturasâ€?, garante o tĂŠcnico agropecuĂĄrio Artemio Balsan, da Emater/RS-Ascar. Isso tudo, aliado Ă s cisternas que captam ĂĄgua da chuva, tornam a propriedade ainda mais sustentĂĄvel.

O tĂŠcnico agropecuĂĄrio Artemio Balsan ressalta que a estrutura construĂ­da para a compostagem ĂŠ considerada funcional, permite entrar com trator ou caminhĂŁo para retirar o material pronto, o que facilita a mĂŁo de obra. No municĂ­pio de Rodeio Bonito, que em 2016 chegou Ă segunda colocação no Estado no maior nĂşmero de suĂ­nos abatidos no ano, historicamente tem tradição na atividade. Ainda hoje quem investe em pocilgas recebe de forma gratuita da prefeitura a terraplanagem e a lona impermeabilizante para os tanques destinados aos dejetos. “SĂŁo incentivos que por vezes passam de R$ 20 mil por projetoâ€?, expĂľe o prefeito Ferrari. Agora, outro desafio ĂŠ o esterco, tanto que hĂĄ um estudo feito em parceria entre poder pĂşblico municipal e Emater/RS para viabilizar um sistema ainda mais eficiente de distribuição em lavouras, para auxiliar os produtores. Nem todos tĂŞm condiçþes de investir na compostagem, por isso hĂĄ que encontrar alternativas mais viĂĄveis. Isso serĂĄ assunto para tratarmos nas prĂłximas ediçþes.

Gracieli Verde

Tratando o que mais incomoda, o dejeto

Alto nível de automação Ê visto na parte mais nova da granja da família Bertti

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Revista Novo Rural Outubro de 2017


Revista Novo Rural Outubro de 2017

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Culinária O queijo e sua versatilidade Muito usado na culinária interiorana, o queijo artesanal e colonial precisa ser valorizado, segundo chef de cozinha

Gracieli Verde

Chef Alexandre Reolon deu dicas de culinária no Pub do Queijo

S

e comida também é cultura, sem dúvida o queijo é um elemento muito relacionado aos costumes das famílias, especialmente das que vivem no interior. Para quem é descendente de italianos, ter queijos curando no porão de casa é mais que um privilégio, é a garantia de um produto natural e de extremo sabor. “O queijo é um produto que pode ser consumido de várias formas. Se usarmos a criatividade, as opções são infinitas”, diz o chef de cozinha Alexandre Reolon, que trabalha em Caxias do Sul e faz eventos em todo o Estado, além de prestar consultoria para empresas criarem novas receitas. Ele esteve no Pub do Queijo, na 40ª Expointer, novidade lançada na feira pelo Sindilat neste ano. “A ideia é justamente aproximar-se do público que consome o queijo gaúcho e mostrar que de forma simples ele que pode fazer a diferença à mesa”, explica Reolon. Por mais que no espaço o que estava em destaque eram os queijos produzidos pela indústria gaúcha, Reolon observa que o queijo colonial tem um sabor diferenciado e que precisa ser valorizado. “Com ingredientes que as famílias têm em casa é possível servir esse produto com ainda mais sabor”, garante.

Confira algumas das dicas do chef Alaxendre! Derreter o queijo da chapa do fogão ou em uma frigideira antiaderente e depois colocá-lo em cima de fatias de pão torrado foi uma das ideias mais difundidas no Pub do Queijo. É a conhecida brusqueta, que pode ser finalizada com tomate, outros legumes, temperos e pedaços de presunto. Vai da criatividade! Essas brusquetas não precisam ser sempre salgadas. Você pode colocar em cima do queijo uma geleia que é preparada na propriedade. Essa versão doce da brusqueta também pode levar, além do queijo, compotas de sua preferência. Outra possibilidade é no lugar do pão, torrar a cuca. A cuca tostada com queijo e um doce de

sua preferência – de abóbora, pera, goiaba... – é mais uma opção para inserir o queijo na alimentação. Você também pode aproveitar a “casca” do queijo, tirar a parte interna e servir ali uma massa. Isso dá uma aparência diferente ao prato, além de ficar saboroso. Aquele queijo bem curado pode ser ralado para misturar ao molho de tomate que tempera o macarrão, ou ainda finalizar o carreteiro ou a galinhada. Outra opção é usar a nata. “Você pode misturar a nata com mel e raspas de limão e colocar em cima de uma carne assada. Fica um sabor diferente”, sugere.

Mousse de Erva-Mate Divulgação

Ingredientes:

Modo de preparo:

3 colheres de sopa de erva-mate 250 ml de água 1 pacote de gelatina de limão ou sem sabor 1 lata de leite condensado 1 lata de creme de leite Baunilha a gosto

Coloque em uma panela as três colheres de erva-mate e os 250 ml de água e leve ao fogo. Ao levantar fervura, retire do fogo, coe o chá e, ainda quente, dissolva a gelatina. Coloque o chá com a gelatina no liquidificador e bata com o leite condensado e o creme de leite sem soro por cerca de 5 minutos. Coloque essa mistura em uma tigela e leve à geladeira por 4 a 5 horas. Está pronto para decorar e servir.


Bem-Estar

Revista Novo Rural - Outubro de 2017

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É hora de refletir sobre o que se produz e vai à mesa Dia Mundial da Alimentação também sugere que o desenvolvimento rural seja protagonista na promoção de uma alimentação mais saudável

A

nalisar e buscar entender o cenário sobre a produção de alimentos no mundo é uma das propostas do Dia Mundial da Alimentação, que é lembrado a cada ano em 16 de outubro. Em 2017, o tema proposto pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) é tema “Mude o futuro da migração. Investir na segurança alimentar e no desenvolvimento rural”. Neste ano, portanto, a ideia é também refletir sobre como a migração, influenciada por diversos fatores, repercute na maneira como as pessoas se alimentam, uma vez que muitas vezes ficam expostas à pobreza e à fome. Independente disso, em nível regional, o debate sobre o tema também é proposto em vários ambientes, como escolas e entre os próprios agricultores, por entidades que prestam assistência técnica. As equipes da Emater/RS, em sua maioria, estão com programações diferenciadas para este mês, com o objetivo de promover esse debate nos seus municípios de atuação. A assistente técnica regional da área social Dulcenéia Haas Wommer, do Escritório Regional da Emater/ RS de Frederico Westphalen, acredita que, tendo em vista que a população do mundo já é urbana, é necessário focar na produção de alimentos. “A demanda dita a produção, então, visto que cada vez mais as pessoas precisam se preocupar e se responsabilizar pela sua saúde, é a questão da alimentação está no centro das atenções”, acredita. A própria sucessão rural passa pela produção de alimentos, pois, segundo Dulcenéia, ao longo da história as mulheres tiveram este papel na produção e a manipulação dos aliDulcenéia Haas mentos. “Hoje se vê muitos casos de Wommer, assistente jovens que permanecem na agricultutécnica regional da área ra e estão em atividades de produção social da Emater/RS de alimentos, diversificando as propriedades, contribuindo para o desenvolvimento rural e incentivando que o consumidor da nossa região adquira e valorize a produção local. Por isso a importância de trabalharmos na extensão rural com campanhas como a ‘Produza seu alimento e colha saúde’, que incentiva a valorização do que se produz nas nossas propriedades”, ressalta a extensionista. Conforme a FAO, a alimentação e a agricultura continuam sendo fundamentais para o bem-estar das pessoas e estão vinculadas às causas pelas quais elas migram, especialmente das zonas rurais. Mais de 75% dos pobres e da população exposta à insegurança alimentar vivem em zonas rurais, em sua maioria dependendo da agricultura e de meios de vida baseados nos recursos naturais, por isso essa necessidade de abordar o tema e de que a agricultura seja valorizada e cumpra com esse papel social, além do econômico.

“Cada vez mais as pessoas precisam se preocupar e se responsabilizar pela sua saúde e a questão da alimentação está no centro das atenções.”

Veja algumas das principais atividades que serão realizadas durante a Semana da Alimentação 2017 nos municípios da região Barra Funda Dia 16: distribuição de folders educativos nas escolas. Dia 17: oficina sobre aproveitamento da mandioca, no bairro Nossa Senhora Aparecida, durante todo o dia, com almoço. Dia 18: demonstração de alimentos, como um bolo de mandioca, na linha Ervalzinho, às 14 horas. Dia 19: demonstração de alimentos, na Emater/RS, pela manhã; à tarde, demonstração na linha Cabrito. Dia 20: oficina na Escola Raio de Sol, para merendeiras, à tarde.

Chapada Dia 16: demonstração de lanches saudáveis, na Escola Emílio Carlos Linck, às 14 horas. Dia 18: demonstração de lanches saudáveis, na Escola Emílio Carlos Linck, às 14 horas.

Dois Irmãos das Missões Dia 19: tarde de campo sobre hortas domésticas, na Reserva Biológica Moreno Fortes, às 14 horas.

Ronda Alta Dia 19: oficina de culinária com uso integral dos alimentos e valorização da cultura indígena Entre os dias 16 e 22: visitas a famílias assistidas, encomendas e entregas realizadas por meio da Campanha Regional Produza seu Alimento, Colha Saúde; entre outras atividades.

Caiçara Dia 20: palestra sobre o papel da mulher, apresentação das atividades realizadas durante o ano e encerramento das ações de 2017 com os grupos de mulheres, às 13h30min, no CTG da cidade.

Gramado dos Loureiros Dia 16: palestra sobre a importância do mel para alimentação humana, na linha Encruzilhada dos Ribeiros, às 14 horas. Dia 19: palestra sobre a importância do mel para alimentação humana, às 14 horas, na sede do município.

São Jose das Missões Dia 17: tarde de campo sobre piscicultura, na linha Araújo, a partir das 13h30min. Dias 19 e 20: curso de processamento de pescado, na sede, durante todo o dia. Dia 20: Jantar do Peixe, na sede, às 20 horas.

Sagrada Família Dia 20: palestra sobre o uso de hortaliças e plantas condimentares na alimentação, na Escola Estadual João Batista Winck, a partir das 9 horas.

Jaboticaba Dia 18: Seminário da Alimentação, na Casa da Terceira Idade de Jaboticaba, a partir das 13h30min.

Palmitinho Dia 19: café colonial, na linha Caldeirão, das 9 horas às 16 horas.

Lajeado Bugre Dia 20: abordagem sobre a importância do consumo de alimentos de base ecológica cultivados pelos agricultores familiares, das 9 horas às 12 horas, na Feira da Agricultura Familiar da cidade.

Três Palmeiras Dia 4: tarde de campo sobre produção de alimentos, na linha São Roberto, às 13h30min. Dia 8: orientação sobre alimentação saudável, oficina culinária de patê de frango com maionese caseira sem óleo e atividades físicas, no Distrito Vila Progresso, a partir das 14 horas. Dia 10: tarde de campo sobre produção de alimentos, na linha Caneleira, a partir das 14 horas. Dia 21: receitas à base mandioca, na Escola Joaquim Nabuco, no Distrito Vila Progresso, às 13h30min.

Liberato Salzano Dia 18: feira e dia de campo na Escola Estadual Estado de Pernambuco, do projeto Educação no Campo, no Distrito do Pinhalzinho, às 14 horas. Dia 19: feira de resgate da alimentação indígena, com o projeto Educação no Campo e Projeto Socioassistencial, na Área Indígena Rio da Várzea, às 14 horas. Dia 20: feira de pratos saudáveis do projeto Educação no Campo, na Escola Estadual Dr. Liberato Salzano, na sede às 14 horas. Dia 24: feira de pratos saudáveis do projeto Educação no Campo, na Escola Municipal Tomé de Souza, na Vila Flórida, às 14 horas. Dia 25: reunião do Grupo Guardiãs do Futuro, com entrega de sementes ecológicas por meio do projeto Banrisul Sustentabilidade e troca de sementes crioulas, na propriedade de Delesia Almeida, na linha Mindú, às 14 horas.

Novo Xingu Dia 17: atividade com alunos de escolas municipais, na Câmara de Vereadores, às 14 horas.


, Revista Novo Rural - Outubro de 2017

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SICREDI GRANDE PALMEIRA

O Sicredi na minha vida:

histórias de desenvolvimento e cooperação Divulgação

Ivan Nilson da Silva, 34 anos, associado da Sicredi Grande Palmeira, agência de Palmeira das Missões, há 8 anos

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van lembra que se associou ao Sicredi através da indicação de um amigo. “Quem me indicou o Sicredi foi o amigo Sebastião Corneau Ribeiro, me disse que tudo que precisava encontrava no Sicredi, então eu fui e me associei. Meu primeiro investimento foi em uma plantadeira, o que me ajudou muito, pois eu tinha uma antiga, com a nova eu aumentei a minha produção. Depois financiei o trator, e nesses 8 anos fui adquirindo outros bens e crescendo, desenvolvendo minha propriedade. Hoje posso dizer que sou 100% Sicredi”. O associado tem como principais rendas o leite e a lavoura, mas procura diversificar e sempre ter outras fontes de renda, como o melado. “No inverno, durante três meses, a gente tem a produção de

Divulgação

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4

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Encontro de Mulheres Cooperativadas CTG Galpão Crioulo A partir das 13h30min Chapada

Tarde de campo sobre piscicultura São José das Missões

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19 E 20

melado, que ajuda na renda familiar. Atualmente eu não planto uma área muito grande, então procuro diversificar com outras atividades. Estamos em constante aumento da produção de leite e estou arrendando também umas terras para aumentar a produção na lavoura”. Ser associado do Sicredi é algo que vai passar de pai para filho. “Aqui todos nós temos conta no Sicredi, até o meu nenê, pensando no futuro dele, eu fiz uma poupança programada, todo mês sai uma quantia da minha conta e vai para a poupança dele automaticamente. Minha esposa, minha mãe e meu o pai também são associados”. No Sicredi o associado encontra tudo o que precisa, o que traz tranquilidade para ele e para a sua família. “Nada do que tenho hoje eu teria condições de comprar à

DIA

7

Curso de processamento de pescado São José das Missões

Feira da Saúde

Ginásio municipal A partir das 8h30min Chapada

DIA

20

vista, foi graças ao Sicredi, com os financiamentos, consórcio, que eu consegui adquirir. Com os seguros do Sicredi eu protejo os meus bens, com o débito automático eu tenho facilidade, não preciso me deslocar até a cidade para pagar minhas contas de consumo”. Quando questionado pelo qual motivo tem todas suas movimentações financeiras com o Sicredi, o associado responde: “ Tenho tudo o que preciso, soluções financeiras de qualidade, além disso adquiro no Sicredi como forma de ajudar a desenvolver a cooperativa, afinal, se o Sicredi está nos ajudando em tudo, por exemplo, como é que vamos ter dinheiro aplicado em outro lugar, é do Sicredi que está saindo as coisas, então temos que investir também no Sicredi, é uma troca, o Sicredi coopera comigo e eu com o Sicredi” .

DIA

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2º Jantar do Peixe

São José das Missões

Palestra sobre proteção de nascentes Centro de Múltiplo Uso Às 14 horas Gramado dos Loureiros

DIAS

17 A 29

Feicat – Feira da Indústria, Comércio e Agronegócio Três Palmeiras


Juntos Fazer

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