5 ( 9 , 6 7$
1292 ,1)250$ _ 25,(17$ _ ,163,5$ $QR (GLomR -XQKR GH
/,%(5$72 6$/=$12 12 0(5&$'2 -8672 $ UHYLVWD p XPD LQLFLDWLYD GH
$32,2
5($/,=$d®2
9HMD SRUTXH R PXQLFtSLR WHP VH GHVWDFDGR QD SURGXomR GH ODUDQMDV FRQTXLVWDQGR SUHoRV GLIHUHQFLDGRV
1 | Revista Novo Rural | Junho de 2018
Boas ideias para renovar
NESTA EDIÇÃO
3 Agricultura
F
inalizamos a edição que chega em suas mãos neste mês de junho, em um momento de muita preocupação com os prejuízos provocados pela falta de transporte de insumos, de ração e do escoamento da produção de leite, entre outros transtornos gerados pela paralisação do transporte em nosso país. Foram 10 dias de muita angústia por parte das famílias rurais, que assistiam à morte de animais e ao desperdício do resultado do seu trabalho, sem muito o que fazer para evitar as consequências da greve dos caminhoneiros. Agora, em muitas granjas e pequenas propriedades, é momento de contabilizar os prejuízos, rever os planejamentos e recomeçar, pois não há tempo para ficar lamentando. Para ajudá-lo a ter novas ideias, que sirvam de motivação, preparamos várias reportagens, mostrando famílias que estão encontrando formas de agregar valor à produção ou complementando a renda da propriedade com novas culturas.
A safra de soja 2017/2018 tem números importantes para a região no que se refere à produtividade e a questões de mercado. O destaque desta edição é para a citricultura, com foco no modelo de produção adotado em Liberato Salzano. Veja também alguns impactos da greve dos caminhoneiros.
• Também queremos registrar os parabéns à Emater, entidade parceira da revista, que neste mês comemora 63 anos de atividades e que nestas mais de seis décadas semeou um trabalho que gerou e continuará produzindo inúmeros frutos para a nossa sociedade, apoiando as famílias rurais nas mais diversas formas. Temos muito orgulho de, através da revista Novo Rural, sermos multiplicadores do trabalho dos extensionistas da Emater, valorizando as ações desenvolvidas e registrando as conquistas alcançadas.
24 Agroindústrias
• Deixo ainda o convite para que você acompanhe a programação que as cooperativas da nossa região estarão desenvolvendo ao longo do mês, para celebrar o Dia Internacional do Cooperativismo. A Novo Rural está engajada nos preparativos coordenados pelo Fórum Regional do Cooperativismo e iremos mostrar as inúmeras iniciativas de intercooperação que estarão acontecendo nos próximos dias, para que toda a sociedade possa ficar informada sobre a relevância destas instituições que transformam a realidade onde são inseridas, proporcionando o desenvolvimento de uma forma coletiva e justa.
16 Pecuária Ronda Alta tem buscado estruturar a cadeia produtiva da piscicultura, com vistas a abastecer o mercado local. Veja também como foi o desempenho da Cabanha Sol Brilhante, de Frederico Westphalen, na Expo FICCC, que ocorreu em Esteio. A editoria ainda traz informações sobre a carne premium produzida pela AgroBella.
Famílias de Constantina mostram como agroindustrializar faz a diferença na geração de renda na propriedade, além de valorizar a força de trabalho feminina.
26 Cooperativismo Cooperjab entrega recursos de sobras para hospital. A extensionista Marcia Faccin traz a reflexão sobre o que é o bom cooperativismo na coluna assinada por ela. Veja o que a região prepara para o Dia Internacional do Cooperativismo 2018.
29 Expofred 2018 Laços que constroem o amanhã!
• Finalizo esclarecendo aos nossos leitores que a Novo Rural deste mês não contará com a capa em papel brilhoso, pois em função da greve a gráfica não tinha mais o material em estoque. Então, para não atrasar a entrega desta edição, optamos por fazer uma capa sem o papel especial. Mas, como a qualidade do conteúdo é o que importa, novamente caprichamos, com muito carinho e responsabilidade, pois queremos entregar apenas informação com credibilidade para você, como fizemos todos os meses.
Leia os destaques da edição 2018 da feira frederiquense, que teve forte presença do setor agro.
32 Juventude rural O colunista Vanderlei Lermen fala mais uma vez sobre a importância da internet para os jovens e como isso pode ser aliado na hora de estruturar um negócio familiar.
34 Qualidade de vida
Um excelente mês de junho, com você e sua família bem informados!
É época de pinhão e receitas para diversificar a forma de servi-lo são sempre bem-vindas. A colunista Dulceneia Haas Wommer fala sobre a fé das mulheres. Você é uma pessoa de fé?
Patrícia Cerutti - Diretora
A revista Novo Rural é uma publicação realizada em parceria por Convênio:
Diretora
Editora-chefe
Coordenador financeiro
Diagramação e publicidade
Patricia Cerutti
Eduardo Cerutti
Foto da capa Gracieli Verde
Circulação Mensal
Tiragem
13 mil exemplares
Fone: (55) 3744-3040 Endereço: Rua Getúlio Vargas, 201 - B. Ipiranga Frederico Westphalen/RS
2 | Revista Novo Rural | Junho de 2018
Gracieli Verde
Fábio Rehbein, Leonardo Bueno e Laís Giovenardi
Reportagem Revista Novo Rural
@novorural
55 99624-3768
Débora Theobald
ABRANGÊNCIA: Alpestre, Ametista do Sul, Barra Funda, Boa Vista das Missões, Caiçara, Cerro Grande, Chapada, Constantina, Cristal do Sul, Dois Irmãos das Missões, Engenho Velho, Erval Seco, Frederico Westphalen, Gramado dos Loureiros, Iraí, Jaboticaba, Lajeado Do Bugre, Liberato Salzano, Nonoai, Nova Boa Vista, Novo Barreiro, Novo Tiradentes, Novo Xingu, Palmeira das Missões, Palmitinho, Pinhal, Pinheirinho do Vale, Planalto, Rio dos Índios, Rodeio Bonito, Ronda Alta, Rondinha, Sagrada Família, São José das Missões, São Pedro das Missões, Sarandi, Seberi, Taquaruçu do Sul, Três Palmeiras, Trindade do Sul, Vicente Dutra e Vista Alegre.
Grãos
3 | Revista Novo Rural | Junho de 2018
Agricultura
Chega a hora de semear o trigo
C
que está prejudicando o plantio da cultura por lá – o que pode favorecer os gaúchos. “Por mais que sabemos que esse preço de R$ 40 por saca, em alguns casos até R$ 50/sc, não permanecerá até a época de colheita, ao mesmo tempo, demonstra uma valorização da cultura, o que pode motivar o produtor a investir”, defende. Outro fator que influencia nisso é a própria safra de verão, em que o produtor tem tido uma liquidez mais robusta com a soja. “O produtor está fazendo a conta e quem tem mais recursos conseguirá investir mais na cultura de inverno”, estima. Isso é importante, segundo ele, uma vez que o trigo é uma das plantas-chave para a rotação de culturas no Estado. “Sem contar que no inverno o Rio Grande do Sul cultiva apenas 10% da área utilizada no verão, o que precisa ser repensado”, desafia.
Na última semana de maio, o preço pago pela saca de trigo se manteve na faixa de R$ 42 na região. Consulte a assistência técnica para verificar o zoneamento para a semeadura de trigo na sua propriedade.
Gracieli Verde
om a área projetada para o trigo praticamente igual a da safra passada, próximo dos 700 mil hectares no Rio Grande do Sul, a semeadura chegou a 5% na última semana de maio, segundo a Emater/RS. Em outros anos, esse percentual chegava a 12%. Mesmo assim, a ampla janela de plantio da cultura não deve deixar que esse fator influencie no estabelecimento geral do grão, na opinião do presidente do Sindicato Rural de Palmeira das Missões e da Comissão de Trigo da Farsul, Hamilton Jardim. “A principal época de plantio é agora em junho, então dá tempo de recuperar”, prevê. Ele também acredita na confirmação da área praticamente igual à do ciclo passado, devido ao aumento no preço do produto no último mês, bem como no cenário de seca no Paraná,
sicredi.com.br
Fazer Crédito Seguros Investimentos Cartões Consórcios
Juntos Somos o Sicredi e para tudo que a sua propriedade rural precisar, você pode contar com a gente. Nosso compromisso é estar ao seu lado. Por isso, oferecemos os produtos e serviços financeiros que ajudam no seu crescimento, sempre de um jeito mais próximo e descomplicado.
Abra uma conta com a primeira instituição financeira cooperativa do Brasil.
Seguros intermediados pela Corretora de Seguros Sicredi. Verifique se o crédito consultado cabe no seu orçamento. Crédito sujeito à análise e aprovação. SAC Sicredi: 0800 724 7220 / Deficientes Auditivos ou de Fala: 0800 724 0525. Ouvidoria Sicredi: 0800 646 2519.
3 | Revista Novo Rural | Junho de 2018
Interação
Revista Novo Rural
@novorural
55 99624-3768
Fale conosco pelo WhatsApp: (55) 9.9624-3768 revistanovorural@oaltouruguai.com.br facebook.com/revistanovorural
VocĂŞ deixou sua opiniĂŁo nos comentĂĄrios?
Ela pode ser publicada aqui!
JUNHO 2018
COMENTĂ RIOS
Dia 16
Coluna “CĂĄ entre nĂłsâ€?
29º Festivinho – Concurso Municipal de Vinhos Coloniais e Artesanais
“Amei a mensagem. Vamos nos valorizar. Eu tenho carteira de motorista faz muito tempo, mas tenho amigas que ĂŠ isso mesmoâ€?
Elice Teresinha Pizzinatto, de Gramado dos Loureiros, via WhatsApp “Tuas mensagens de empoderamento das mulheres no segmento rural, marcadamente machista, sĂŁo muito importantes! Continue esse importante trabalho!â€?
Bianca Doeler, via e-mail SaĂşde
“ParabĂŠns pela iniciativa, com certeza trarĂĄ grandes frutos. No municĂpio onde trabalho, Benjamin Constant do Sul, tambĂŠm foi desenvolvido um programa de incentivo Ă produção de leite, Mais Leite, aquela ĂŠpoca coordenada por mim atravĂŠs da Secretaria da Agricultura, em conjunto com a Emater. Trouxe grandes resultados no quesito de eficiĂŞncia na atividade leiteira a base de pastagens perenes. Foi o pontapĂŠ inicial para pequenas propriedades rurais compreenderem que existem tecnologias de baixo custo, como uma variedade de pastagem adequada, e podem trazer grandes resultados quando ĂŠ pensado na viabilidade econĂ´micaâ€?
Diego Chiodelli, de Faxinalzinho, via Facebook
Dia 21 SeminĂĄrio Regional das AgroindĂşstrias InĂcio: 8h30min Fundaluz - Pinhal
Divulgação
Qualidade de vida
SisLeite em Novo Tiradentes
18 horas: inĂcio do concurso 20 horas: jantar italiano 22 horas: divulgação dos vencedores Comunidade SĂŁo CistĂłvĂŁo Sobradinho - Sarandi
CĂĄ entre nĂłs DulcenĂŠia Haas Wommer
Assistente tĂŠcnica regional social da Emater/RS- Ascar de Frederico Westphalen E-MAIL: dwommer@emater.tche.br
Dia 22
6y SRGLD VHU PXOKHU
E Hora de ter as “balinhasâ€? aliadas da saĂşde C
KHJDP DV WHPSHUDWXUDV PDLV DPHQDV ² GH DJRUD HP GLDQWH QRV DSUR[LPD PRV FDGD YH] PDLV GR LQYHUQR ² H DSRVWDU HP DOJXPDV RSo}HV SDUD PDQ GDU SDUD ORQJH D WRVVH H DV GRUHV GH JDUJDQWD p XPD QHFHVVLGDGH 3DUD LVVR RV FRQKHFLGRV ´FULVWDLV GH JHQJLEUH¾ TXH VmR EDODV TXH WrP HVVD UDL] FRPR LQJUHGLHQWH SULQFLSDO SRGHP VHU XPD DOWHUQDWLYD 9HMD XPD RSomR VXJHUL GD SHOD HTXLSH GR HVFULWyULR UHJLRQDO GD (PDWHU 56
Para fazer em casa, vocĂŞ vai precisar de: 5DL] GH JHQJLEUH
$o~FDU PDVFDYR
Para preparar: 0LVWXUH XPD [tFDUD GH UDL] de gengibre descascada e cortada em pedacinhos pequenos e uniformes, com XPD [tFDUD GH Do~FDU PDV FDYR 0LVWXUH H OHYH DR fogo brando para ferver, PH[HQGR VHP SDUDU DWp DoXFDUDU 3HQHLUH H JXDUGH em um pote fechado.
Caso queira optar pode XPD RSomR salgada, dei[DU R JHQJLEUH de molho no OLPmR FRP VDO SRU KRUDV H seque no fogo brando.
u sabia que vocĂŞ iria iniciar esta leitura, pois certamente coQKHFH Mi RXYLX HVWD DĂ€ UPDomR SHMRUDWLYD p FODUR QR WUkQVL to. Qualquer movimento errado no carro da frente, um contorno PDO IHLWR XP HVWDFLRQDPHQWR GHPRUDGR RX DOJXpP TXH QmR OL JRX D VHWD RX R SLVFD FRPR VH GL]LD DQWLJDPHQWH SURYDYHOPHQWH Mi YmR H[FODPDU Vy SRGLD VHU PXOKHU 3RUpP HVVD EULQFDGHLUD p SUHFRQFHLWXRVD H GHVQHFHVViULD FRP DV PXOKHUHV )XL EXVFDU LQIRUPDo}HV QRV 'HWUDQV GH )UHGHULFR :HV WSKDOHQ H 6DUDQGL H WDPEpP QR VLWH GR GHSDUWDPHQWR $OL REWLYH D LQ IRUPDomR TXH LQIHOL]PHQWH DV PXOKHUHV DLQGD VmR VRPHQWH GRV condutores no cadastro das carteiras de motoristas no nosso EstaGR $V PXOKHUHV TXH EXVFDP ID]HU D FDUWHLUD VmR MRYHQV GH DQRV ou mais, devido a necessidade GH WUDQVSRUWDU RV Ă€ OKRV H GHPDLV “SerĂĄ que, IDPLOLDUHV DWp PHVPR SRU PRWL YR GH GRHQoDV 7HPRV DLQGD XPD com maior SDUFHOD GD SRSXODomR IHPLQLQD que depende de outros para se lo- facilidade de se FRPRYHU ² GRV Ă€ OKRV RX PDULGR SerĂĄ que, com maior facilidade de locomover, nĂŁo VH ORFRPRYHU QmR DXPHQWDULD D aumentaria a autonomia das mulheres? &RQKHoR KLVWyULDV GH PX autonomia das lheres que tiveram que guardar HVFRQGLGR 5 SRU PrV mulheres?â€? SDUD FRQVHJXLU ID]HU D FDUWHLUD GH PRWRULVWD (QWmR YDPRV ID ]HU DOJXPDV FRQWDV $ FDUWHLUD QDFLRQDO GH KDELOLWDomR FDWHJRULD % FXVWD HP Pp GLD 5 (VWH YDORU GLYLGLGR HP PHVHV GR DQR GDULD XP PRQWDQWH DSUR[LPDGR GH 5 PHQVDLV $JRUD OKH SHUJXQWR mulher agricultora, quanto vale seu trabalho lĂĄ na propriedade por PrV" ,VWR GDULD XPDV G~]LDV GH RYRV SRU PrV 2X TXL los de queijo/mĂŞs... E de leite? Falei em ovos e queijo, porque geUDOPHQWH D ´UHQGDÂľ TXH DV DJULFXOWRUDV WrP DFHVVR p GDV ´PLXGH ]DVÂľ 0DV WDPEpP SRGHULDP VHU VDFDV GH VRMD 0XOKHU FRP LVVR TXHUR PRVWUDU TXH TXH YRFr WUDEDOKD H WHP GLUHLWR D ID]HU D VXD &1+ 'RPLQH VHXV PHGRV VHXV SHQVDPHQ WRV H FUHQoDV OLPLWDGRUDV DFUHGLWH TXH YRFr WDPEpP SRGH GLULJLU e, assim, facilitar sua vida, podendo, inclusive, participar mais de UHXQL}HV SDOHVWUDV HQFRQWURV 1mR GHSHQGHQGR PDLV GH IDYRUHV (VWDPRV HP SOHQR VpFXOR ;;, OHPEUD" ( FRPR HVWDPRV QR PrV PDLR TXHP VDEH QHVWH 'LD GDV 0mHV WURFDU GH SUHVHQWH $R LQYpV GH WRDOKDV SDQHODV R SUHVHQWH SRGHULD VHU D FDUWHLUD GH PRWRULVWD R TXH DFKDV" 'r D GLFD 3RU Ă€ P ´Vy SRGLD VHU PXOKHU Âľ YDOH SDUD DV HVWDWtVWLFDV TXH DSRQ WDP TXH DV PXOKHUHV GLULJHP PHOKRU VmR PDLV FDXWHORVDV H SURYR FDP PHQRV DFLGHQWHV 6mR PDLV FXLGDGRVDV SRUTXH SURYDYHOPHQWH VDEHP R YDORU GH XPD YLGD JHUDU FXLGDU DPDPHQWDU $ OLVWD p JUDQ GH (QWmR SDUDEpQV SHOR VHX GLD PDPmH Sobre qual assunto vocĂŞ quer que eu escreva? Mande sua sugestĂŁo para o WhatsApp (55) 9.9624.3768
32 | Revista Novo Rural | Maio de 2018
15Âş SeminĂĄrio de Abertura da Safra da Citricultura 2018 InĂcio: 8 horas SalĂŁo paroquial Liberato Salzano
Casas Familiares Rurais “Jovens guerreiros! Que Deus abençoe estes meninos e meninas sonhadores! Com dedicação e esforço seus sonhos se tornarĂŁo realidade!â€?
ValquĂria Gehring, de Cunha PorĂŁ (SC), via Facebook
Dia 28 Dia de Campo das FamĂlias do Programa de GestĂŁo SustentĂĄvel InĂcio: 13h30min SĂŁo JosĂŠ das MissĂľes
AgroindĂşstrias “ParabĂŠns pelo trabalho esforço e uniĂŁo da famĂliaâ€?
Neusa Gheno, de IraĂ, via Facebook
Dia 30 24Âş Jantar Italiano Liberato Salzano
4 | Revista Novo Rural | Junho de 2018
Grãos
5 | Revista Novo Rural | Junho de 2018
Agricultura
De olho no melhor momento para comercializar a soja momentos excelente que estamos vivendo para soja e milho. Para mercado futuro, é importante ter metas e vender quando chegar no patamar almejado de preço – orientou Alcindo Pasqualotto, da Cooper A1. Uma reflexão feita pelo empresário e produtor Osmar Bonfanti, de Boa Vista das Missões, é que quando o produtor decidiu plantar a soja, o preço pago pela saca estava na faixa de R$ 60. – Agora está entre R$ 75 e R$ 80. Pergunto: ainda não está bom? – questionou. Ele sugere também que o produtor tenha consciência de que este é um momento favorável, mas tudo é muito incerto, justamente por depender de fatores relacionados ao mercado internacional. Para Roberto Rigon, da Cerealista Rice, o momento é bom para a soja. “Até abril de 2019 tem muita coisa pra rolar, então temos que fazer médio, vender nas oportunidades de alta”, sugere.
Gracieli Verde
S
aber qual o melhor momento de comercializar a safra de grãos é sempre difícil para o produtor, tendo em vista os diversos fatores que influenciam na formação de preço dos produtos – dólar, clima, entre vários outros. Na Expofred 2018, o Banco do Brasil, através da agência de Frederico Westphalen, promoveu um momento de interação entre empresários do setor para debater esse assunto. O gerente da agência, Genaro Sebastião, coordenou um momento de interação entre produtores rurais, empresários e demais profissionais que atuam no setor. Para a maioria dos empresários de cerealistas que tiveram espaço para falar ao público, o preço da soja está bom para o produtor conseguir ter boas margens de lucro nesta safra. – O produtor que sabe o custo de produção tem mais segurança na hora de vender. Mas considero este um dos
Espaço propiciou reflexões acerca do valor pago pela saca do grão
NOVOS TRATORES MF 6700
A TRANSMISSÃO MECÂNICA MAIS MODERNA DA CATEGORIA
Capacidade de levante 70% maior na categoria
www.itaimbemaquinas.com.br /ItaimbeMaquinas
Torque 16% maior no segmento
/ItaimbeMaquinas
Transmissão 12x12 com reversão mecânica e eletro-hidráulica. Novo motor eletrônico com sistema iEGR* Potências: 115 cv, 125 cv e 135 cv *Sistema para controle da emissão de poluentes.
Santa Maria Cacequi Cachoeira do Sul Palmeira das Missões Panambi Júlio de Castilhos 5 | Revista Novo Rural | Junho de 2018
Agricultura
Citros
De Liberato Salzano para o mundo! Cadeia produtiva do município teve a inserção da citricultura nos últimos 30 anos, mudou realidade de centenas de famílias e abriu mercado para o suco com foco na exportação Gracieli Verde
revistanovorural@oaltouruguai.com.br
A
transição da produção de grãos para a citricultura fez a diferença na vida de muitos agricultores em Liberato Salzano, no fim dos anos 1980 e início dos anos 1990. A inviabilidade de pequenas áreas de soja e milho, que são pouco competitivas em menor escala, fez com que surgisse mais uma matriz produtiva, a citricultura. Tanto que hoje Libe-
rato Salzano é um dos maiores produtores de laranja do Estado. E não somente na produção de qualidade que o município se diferencia. Hoje, a estrutura que Liberato Salzano possui no que diz respeito a organização dos produtores e industrialização tem servido de exemplo para além-fronteiras. O fato de o município também contar com uma indústria de sucos tem fomentado ainda mais a atividade, o que é positivo do ponto de vista tanto econômico como social.
Inclusive, há um projeto de expansão em andamento, que também envolve outros municípios da região. Atualmente, Liberato Salzano tem 1,2 mil hectares de laranjas e bergamotas em produção, área que vai aumentar nos próximos anos, segundo dados da Emater/RS. Nesta edição, trazemos relatos de como o associativismo influenciou na consolidação desse trabalho. Em julho, mostraremos como a atividade vem se expandindo e o que mudou para famílias que ingressaram nela.
Nilo Batistella deixou dos grãos para investir nos citros Gracieli Verde
6 | Revista Novo Rural | Junho de 2018
Citros Gracieli Verde
O amparo no associativismo vamente para exportação, a associação tem parceria com a Isau, que executa o processamento de forma terceirizada. – A nossa função é basicamente orientar na organização da propriedade, da produção e também do suco para a comercialização. São mais de 80 associados que a cada ano vendem pelo menos parte da sua produção para esse mercado, todos de Liberato Salzano. Como são várias certificações que precisamos manter, e elas são conjuntas, por enquanto optamos por seguir somente com citricultores daqui – expõe o presidente, Leandro Rubini, revelando que também há o desejo de transformar a associação em uma cooperativa do futuro. O presidente da associação credita grande parte do desenvolvimento dessa cadeia produtiva ao fato de o município ter conseguido sediar uma unidade industrial. “Isso dá segurança de comercialização para o que a gente produzir”. É claro que a parceria entre assistência técnica pública e a coragem dos produtores em investir também fez e faz toda a diferença. “A própria associação tem desempenhado um papel importante para acessar esse mercado, que acaba sendo um balizador de preço para os demais”, ressalta Rubini. Outro aspecto que deve ter mais atenção é em relação às compras conjuntas, que também podem ajudar os produtores a baixar custos em relação a alguns insumos que usam ao longo da safra.
Esses fatores fortaleceram os produtores e favorecem que eles acessem mercados longínquos, que de forma individual seria praticamente impossível. Hoje o suco que é vendido através do mercado justo vai para a Suíça. De lá, é revendido em outros países, como Alemanha e Suécia. “Neste ano esperamos exportar 250 toneladas de suco. Ano passado foram 160 toneladas, porque tivemos uma produção menor. A capacidade dos sócios é de até 500 toneladas, mas eles abastecem outros mercados também”, revela Rubini. Essa atuação da associação é reconhecida pelos produtores, que demonstram sentir-se amparados por acessar mercados importantes, como o de exportação através do fair trade. O citricultor Nilo Batistella, que tem oito hectares de laranjas e bergamotas na linha Barra Azul e vai implantar mais dois neste ano, acredita que “quem quer se dedicar à atividade, tem tudo para produzir”. “É só questão de saber controlar as pragas, ter os cuidados com a sanidade dos pomares”, diz, levando em conta o cenário que Liberato Salzano tem para a atividade. Na propriedade de 25 hectares, a esposa, Joaninha, o filho, Renato, e a nora, Fernanda, também trabalham na atividade. Este é mais um caso de agricultor que, antes da laranja, plantava grãos com os irmãos. “Mas as terras deles eram mais apropriadas para a soja do que as minhas, então resolvi mudar. Comecei com um hectare de laranja valência”, recorda. A bergamota produzida ali é vendida para várias regiões. A laranja é destinada à venda para mesa e também à fábrica de sucos. Ele ainda cultiva fumo, para complementar a renda da família. “Depois que eu chegar nos 10 hectares de citros, vamos precisar renovar alguns pomares”, adianta. Gracieli Verde
O constante aprimoramento do trabalho com as laranjas e as bergamotas em Liberato Salzano tem se dado graças a uma organização que existe no município. Por meio da Emater/RS-Ascar, da Associação de Citricultores e Secretaria Municipal de Agricultura, diversas capacitações têm sido feitas. Aliando essas noções teóricas com a atividade nos pomares, é natural que os produtores tenham alcançado um alto grau de conhecimento no manejo com a cultura. Mas, falando mais especificamente do associativismo, Liberato Salzano tem se destacado nos últimos anos e servido de referência para a região nesse aspecto. A Associação dos Citricultores do município, criada em abril de 2011, viabilizou uma série de avanços no que diz respeito à comercialização e organização dos produtores. A vinda da Indústria de Sucos Alto Uruguai (Isau) também foi a grande influenciadora para a criação da entidade, porque foi quem apresentou aos citricultores a possibilidade de fazer parte do que é chamado de mercado justo, que através de certificações internacionais garante preço e comercialização aos produtores familiares, levando em conta também outros aspectos sociais – o chamado fair trade. É claro que a associação não comercializa os produtos, mas organiza os produtores para tal. No mercado justo há uma projeção anual de compra de suco de laranja. Para ter esse suco para venda, exclusi-
Filho Renato e a nora Fernanda na lida
As novas perspectivas em função do mercado justo
Na propriedade dos Batistella carregamento de bergamotas já era feito em maio
Nova data para abertura oficial da safra • O 15º Seminário de Abertura da Safra da Citricultura 2018, previsto para o dia 30 de maio, foi reagendado para o dia 22 de junho. A programação inicia às 8 horas, seguindo até o horário de almoço, no salão paroquial da cidade. Palestras farão parte da manhã, que deve contar com a presença de produtores, lideranças e profissionais técnicos da área.
• Entre os assuntos que estarão em voga na oportunidade consta o manejo conservacionista de solo e a nutrição dos citros; o manejo nutricional foliar com foco em altas produtividades; controle de doenças como a antracnose; além de informações sobre o programa de fomento da atividade executado pela Isau. 7 | Revista Novo Rural | Junho de 2018
Agricultura
Citros Gracieli Verde
Para aderir à associação – Precisa ser de Liberato Salzano. – Recebe todas as orientações de como funciona o mercado justo. – O associado recebe uma visita da direção da associação, para avaliar se há necessidade de adequações. – Só depois disso ele aceita ou não ser sócio.
O que o mercado justo traz de vantagens aos associados – Esse modelo dá garantia de preço mínimo no suco vendido para exportação. Quer dizer, os produtores terceirizam a transformação do suco e o vendem para outros países a um preço de mercado internacional. – Isso fortalece os produtores, que conseguem ter uma estabilidade de preços, e também fomentam a indústria, que absorve esse serviço e também gera empregos na cidade. – Dependendo do valor do dólar, o preço pago pelo produto brasileiro pode ser bem mais competitivo.
8 | Revista Novo Rural | Junho de 2018
– O que mais influencia a formação do preço é a variação da taxa de câmbio e, naturalmente, o rendimento das frutas. – Os associados não são obrigados a entregar toda a produção para o mercado justo, mas a maioria tem consciência de que é importante manter essa parceria, tanto com a indústria, que presta o serviço de fabricar o suco e recebe por isso, como com a própria certificação, que em safras de preço baixo no Brasil, mantém estabilidade no valor pago ao produtor.
Critérios para participar desse mercado – Transparência no sistema. Em nível de produtor, isso corresponde a organização da propriedade de forma que prime pela qualidade de vida da família. – Ainda do ponto de vista da organização, uma das exigências é ter o armário de defensivos em dia. – Também há que respeitar alguns tipos de produtos para o manejo de pragas e doenças. É como se fosse um sistema intermediário entre o convencional e o orgânico. – A mão de obra precisa ser familiar e, caso haja contratação, é necessário fazer tudo dentro da lei trabalhista. – Em Liberato Salzano a certificação para o mercado justo foi conquistada em 2012, através de uma certificadora da Alemanha. – São feitas auditorias em todos os documentos da associação e em algumas propriedades selecionadas pela certificadora, nor-
malmente a cada ano. – Também é paga uma taxa para a certificadora. Em contrapartida, a associação também recebe um valoranual para investir na atividade. – Visitas aos produtores por parte da associação também são realizadas pela direção da cooperativa. – Em relação à assistência relacionada ao mercado justo, é de responsabilidade da associação. Já a assistência técnica para a produção é feita pelas equipes da Emater/RS e da Secretaria de Agricultura. – Se houver algum tipo de descumprimento das normas por parte do produtor, ele pode ser suspenso da associação, pois caso a certificadora constatar irregularidades, pode cancelar a participação da associação no mercado justo. Por isso a necessidade de um senso de responsabilidade mútua entre os associados, o que é muito admirado e referenciado neste caso de Liberato Salzano.
Grãos
Agricultura Gracieli Verde
Safra de melhor liquidez para produtor de soja Bom preço pago pela saca do produto e alta taxa de venda da produção marcam ciclo 2017/2018, mas entidades orientam agricultores a terem cautela. Na região a movimentação financeira bruta deve girar em torno de R$ 1,57 bilhão nesta safra Gracieli Verde
A
revistanovorural@oaltouruguai.com.br
ntes de iniciar a colheita da soja, consultores de mercado já diziam: o produtor precisa aproveitar as oportunidades e vender parte da produção quando o preço estiver em alta. É uma leitura lógica de mercado, mas que nem sempre é levada em conta, porque a expectativa é sempre receber mais pela produção. Neste ano, entretanto, o movimento de venda da soja tem sido acima da média, mostrando que o produtor ouviu as orientações. – Pelas médias históricas, tanto em nível de Brasil e como no Rio Grande do Sul, o produtor comercializou mais que em anos anteriores. O produtor aproveitou os bons momentos de
preço, inclusive na venda por contratos futuros, e também no pós-colheita. O agricultor liquidou mais – avalia Índio Brasil dos Santos, sócio-proprietário da Solos Corretora de Cereais, de Ijuí. Ele acredita que tendo em vista experiências em safras passadas, de o produtor acabar perdendo por represar muito a produção mesmo com o preço razoavelmente bom, neste ano elas influenciaram que houvesse outra postura. Sem contar, claro, que na safra passada a liquidez foi mais baixa. “Inclusive, neste ano tivemos depoimentos de produtores que conseguiram antecipar contas referentes a parcelas de maquinários”, revela Santos.
9 | Revista Novo Rural | Junho de 2018
Agricultura
Grãos
Comercialização pode ser de 50% da produção, 20% acima da média histórica Um aconselhamento por parte das consultorias é que o produtor tivesse o custo de produção comercializado, ou pelo menos 35% da soja até fim de maio. “Mas, vemos praticamente 50% do produto vendido. Historicamente, não se chegava a esses números. Em anos que mais se comercializou se chegou a 40%”, compara o corretor. A seca na Argentina e a escalada da taxa de câmbio influenciaram, no entanto, um cenário diferente de preços, em algumas oportunidades de até R$ 80/saca. “Teve produtor que foi surpreendido positivamente com R$ 20 a mais por saca. É claro que ele correu risco de deixar de ganhar, mas isso é muito diferente do que perder, caso o mercado mude”, diz Santos. Com relação ao reflexo disso na economia local e regional, Santos considera que é algo extremamente positivo, especialmente depois de um ano de posturas mais conservadoras por parte do produtor. “Normalmente o represamento de produção é danoso para todo mundo. Óbvio que para o produtor é uma espécie de poupança, mas fazer esse dinheiro circular beneficia a todos”, acredita. Tem produtor também que já está garantindo até os insumos para a próxima safra, devido à liquidez que tem conseguido. “Entre abril e maio a comercialização da soja na nossa área de abrangência chegou a 25% desta safra e 30% ainda da safra passada, principalmente motivados pelo bom preço. Isso tem gerado uma série de negócios, já pensando no próximo ciclo”, revela o vice-presidente da Cotrisal, João Carlos Chini. O produtor e empresário do setor cerealista Osmar Bonfanti, de Boa Vista das Missões, concorda que o preço tem sido competitivo. Mas, segundo ele, o que preocupa é justamente a alta também no valor dos insumos, em função do dólar. “Não há dúvidas que neste ano o movimento de venda foi bem maior, vemos pelos nossos clientes”, confirma. O fato de ter produtor colocando as contas em dia é visto como extremamente positivo, porque “o juro sobe, mas o preço do produto ainda é incerto”. É claro que também fica o alívio de que o clima transcorreu bem na maioria das áreas da região, ao contrário da metade Sul do Estado gaúcho, que teve sérios prejuízos em função da seca.
Momento de cautela O coordenador da Comissão de Grãos da Farsul, Jorge Luiz Machado Rodrigues, defende que os produtores precisam ter cautela, apesar de a safra ter tido bons preços. “Como o dólar também está alto, o impacto nos insumos para a próxima safra já são sentidos. Então, há que ter uma postura muito consciente em relação aos negócios com a soja”, orienta. Ele acredita ainda que esta seja uma safra de “colocar a casa em dia”, para quem teve muita dificuldade no ciclo passado, em que o produto ultrapassou poucas vezes o valor de R$ 60 por saca. “Na metade Norte, em que a safra foi cheia, é ano de colocar as contas em dia. Na metade Sul, há um passivo muito grande que precisará ser compensado”, diz, com um tom de preocupação. 10 | Revista Novo Rural | Junho de 2018
Gracieli Verde
O impacto da safra na região 389.540 hectares cultivados nos Coredes Rio da Várzea e Médio Alto Uruguai
Média de
53,9 sacas por hectare na região, maior que a média no Estado
A movimentação financeira bruta deve girar em torno de
R$ 1,57 bilhão considerando o preço de R$ 75/saca
Produtividade esperada é a segunda maior dos últimos 10 anos Até o momento, os dados da Emater/RS em relação à safra de soja no Estado apontam algumas particularidades deste ciclo. Conforme a Gerência de Planejamento (GPL) da Emater/RS-Ascar, em relação à safra 2017/2018, a área total cultivada com o grão no Rio Grande do Sul foi de aproximadamente 5,71 milhões de hectares. Isso representa a 3,29% a mais em relação à área cultivada na safra 2016/2017. A entidade também avaliou a evolução da cultura nas lavouras gaúchas nos últimos 10 anos. O levantamento mostra ampliação de 112,92% na produção (de 8,02 milhões de toneladas, em 2009, para 17,08 milhões de toneladas, em 2018). Já a área cresceu 49,35%. Entretanto, estimativa mostra que a produção total desta safra teve redução de 8% em relação à anterior (18,57 milhões de toneladas). O que mais influenciou para esse cenário foram fatores climáticos adversos em algumas regiões. Em relação à produtividade, a estimativa da Emater/RS em nível de Estado é de 49,8 sacas por hectare, 10% menor que a média da safra anterior. Mesmo com esta redução, a produtividade esperada é a segunda maior dos últimos 10 anos, ficando atrás apenas da média da safra passada, segundo a entidade. O que se percebeu também foi uma variação significativa na produtividade em diferentes regiões do Rio Grande do Sul, justamente tendo em vista questões climáticas, como a seca no Sul do Estado. Na região de Pelotas a produtividade gira em torno de 28,9 sacas por hectare, enquanto que na região de Santa Rosa chega a 50,93 sacas/ha) e a região de Passo Fundo a 60,3 sacas/ha. Segundo a Conab, no Brasil a média que vem sendo registrada é de 54,5 sacas por hectare.
Na região, Palmeira das Missões se destaca na rendimento por hectare Entre os índices de produtividade da região, nos municípios com áreas mais representativas, Palmeira das Missões – que lidera em área cultivada, com 90 mil hectares – está no topo, com uma média de 71 sacas por hectare, maior que a da safra passada, de 68 sacas/ha. No município, esta safra deve movimentar cerca de R$ 480 milhões (valor bruto). Por mais que a produtividade registrada seja positiva para o município, a equipe técnica da Emater/RS ressalta que há muita diferença entre as áreas, revelando que ainda há que melhorar em alguns aspectos de produção. Para ter uma produtividade mais equilibrada se acredita que é preciso aprimorar questões relacionadas ao manejo de solo, primeiramente, e estabelecimento da cultura. – Mas viemos de um cenário de evolução, porque há três anos tínhamos problemas sérios de perdas por problemas de manejo de doenças, que já foram superados em grande parte – pontua o engenheiro-agrônomo Felipe Lorensini, da Emater/RS-Ascar local. Na região dos Coredes Rio da Várzea e Médio Alto Uruguai foram 389.540 hectares cultivados, com uma média de 53,9 sacas por hectare, segundo a Emater/RS. A movimentação financeira bruta disso deve girar em torno de R$ 1,57 bilhão – se considerado o preço de R$ 75/saca, valor médio na região em 30 de maio.
GrĂŁos
11 | Revista Novo Rural | junho de 2018
Veja o desempenho no ciclo 2017/2018 nos principais municĂpios produtores da regiĂŁo
Nonoai
19
100%
colhido
Seberi 90%
colhido
13
mil hectares
Vicente Dutra
Pinheirinho do Vale
45
sacas por hectare
Vista Alegre
100%
colhido
mil hectares
colhido
95%
colhido
Boa Vista das MissĂľes
Gramado dos Loureiros
Novo XingĂş SĂŁo JosĂŠ das MissĂľes
Novo Barreiro
12,4 45
95%
colhido
Barra Funda
mil hectares
sacas por hectare
Ronda Alta
Ronda Alta
Sarandi
Nova Vista Boa
sacas por hectare
sacas por hectare
Rondinha
Engenho Velho
13,5 60 mil hectares
mil hectares
Constantina
Rondinha
Boa Vista das MissĂľes
10,2 55
100%
colhido
TrĂŞs Palmeiras
Cerro Grande
sacas por hectare
Palmeira das MissĂľes
50
sacas por hectare
Constantina
Trindade do Sul
Liberato Salzano
Lajeado do Bugre FamĂlia Sagrada SĂŁo Pedro das MissĂľes
15,5 65 mil hectares
Pinhal
Jaboticaba
Dois IrmĂŁos das MissĂľes
100%
Cristal do Sul Rodeio Bonito
sacas por hectare
mil hectares
Nonoai
Novo Tiradentes
Dois IrmĂŁos das MissĂľes
colhido
Ametista do Sul
Erval Seco
13
100%
Planalto
Frederico Westphalen
Seberi
14,5 65
Trindade do Sul
Rio dos Ă?ndios
IraĂ
Taquaruçu do Sul
Erval Seco
60
sacas por hectare
Alpestre
Caiçara
Palmitinho
mil hectares
70%
colhido
22,6 60 mil hectares
sacas por hectare
Chapada
Sarandi
100%
colhido
Palmeira das MissĂľes 100%
colhido
90
mil hectares
71
sacas por hectare
18,5 66 mil hectares
sacas por hectare
Chapada 100%
colhido
42
mil hectares
68
sacas por hectare
*Dados da Emater, atĂŠ 25/05/18.
%5(9$17
70
6HPHQWHV
5XD -RmR 0DQRHO GH /LPD &HQWUR 3DOPHLUD GDV 0LVV}HV 56 11 | Revista Novo Rural | Junho de 2018
Geral
Transportes
Setor da suinocultura foi um dos mais afetados pela falta de insumos para alimentação dos planteis
Prejuízos do setor agropecuário é grande depois de 10 dias sem transporte de insumos para as mais diversas atividades Adriano Dal Chiavon
imprensa@oaltouruguai.com.br
F
oram 10 dias de angústia para todos, tanto os caminhoneiros, que reivindicavam pontos considerados importantes para a categoria, como para setores que dependem diretamente dos transportes terrestres, como os agropecuaristas. A greve dos caminhoneiros registrada no fim de maio novamente traz um alerta: o quanto o país é dependente da logística via rodovias, geralmente em más condições de tráfego, mas que servem para escoar a produção do setor agrícola e pecuário, bem como para abastecê-lo com insumos importantes para todas as atividades. É claro que no setor agro o que mais se fala, passado o período, são dos reflexos que isso deixa do ponto de vista econômico e de produção. Com o abastecimento tentando ser normalizado nos dias a seguir da mobilização, a reflexão é sobre as perdas e de em quanto tempo isso demorará para ser revertido. Por mais que a falta de combustível foi uma das mais sentidas – e destacadas – pela população, lá no campo isso representa algo ainda pior: perda de animais em pocilgas e aviários, ou mesmo a perda de peso em confinamentos de gado. A dificuldade na entrega do leite para as indústrias também tomou conta de muitos perfis em redes sociais. Debate não faltou sobre o assunto.
Um dos setores mais afetados foi a suinocultura. Segundo o diretor da Adelle Foods, Leonir Ângelo Balestreri, estimativas iniciais apontavam prejuízos entre R$ 500 mil e R$ 600 mil diários, incluindo as perdas do frigorífico e dos criadores. O empresário também citou que a Granja São Paulo, localizada no interior de Frederico Westphalen, registrou perdas no desenvolvimento dos animais. – Por termos uma genética muito sensível na granja e por estarmos no início da produção, a falta de alguns nutrientes e de medicações ocasionou mortalidade de matrizes e prejudicou o desenvolvimento desses animais que seriam utilizados para gerar os futuros leitões. Com isso, precisamos realizar descartes, além dos que morreram – detalhou Balestreri. A Adelle Foods, em Seberi, ficou por mais de uma semana com os abates suspensos devido à greve. Em Frederico Westphalen, o frigorífico da JBS/Seara ficou quatro dias sem abater animais.
12 | Revista Novo Rural | Junho de 2018
O diretor da Adelle Foods também informou que a média de mortalidade nas propriedades subiu aproximadamente 18% devido às dificuldades na alimentação no período. Para um dos conselheiros da Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (Acsurs) e secretário de Agricultura de Frederico Westphalen, Cleber Cerutti, a cadeia produtiva de animais, como suínos e aves, foi a mais impactada. “Vamos levar cerca de dois anos para recuperar os impactos destes 10 dias de greve”, avalia. No setor lácteo, conforme levantamento do Escritório Regional da Emater/RS-Ascar de Frederico Westphalen, aproximadamente 5,6 milhões de litros de leite precisaram ser descartados nos 42 municípios de abrangência da regional. “Dos sete mil produtores que trabalham com leite da nossa abrangência, três mil tiveram algum prejuízo com a greve”, informou o gerente-adjunto do Escritório Regional da Emater/RS-Ascar, Mário Coelho da Silva.
Eventos são cancelados Em função das dificuldades decorrentes da greve, eventos foram cancelados na região. A 2ª Mostra das Potencialidades de Palmitinho – evento que seria realizado entre o dia 31 de maio 2 de junho – foi cancelada. A decisão foi tomada em reunião com os 120 expositores da feira. Segundo o prefeito, Luiz Carlos Panosso, em 60 dias uma reunião deve ser realizada para decidir se o evento será realizado em uma nova data. Na mesma linha, o poder público municipal de Seberi também cancelou a 13ª edição da Colônia em Festa, que aconteceria entre os dias 1º e 4 de junho. O prefeito, Cleiton Bonadiman, definiu o momento como triste, pois foram meses de preparação. “É para o bem comum, a cidade está com dificuldade, os agricultores também, não é o momento de fazermos festa”, justificou Bonadiman.
Gracieli Verde
O impacto de ter os caminhões parados
Governo anuncia cortes para subsidiar redução do diesel
Para possibilitar a redução de PIS/Cofins e a isenção da Cide no preço do diesel e, ainda, subsidiar outros cerca de R$ 0,30 no valor do combustível – que faziam parte das reivindicações dos caminhoneiros –, o governo federal deverá cortar recursos em diversas áreas. Ao todo, o Palácio do Planalto estima que a dedução de R$ 0,46 no diesel custará R$ 13,5 bilhões aos cofres públicos do país. Para isso, a equipe econômica e o presidente, Michel Temer, anunciaram que ministérios e áreas como saúde, inovação e até investimentos em estradas terão valores reduzidos. Programas sociais, bolsas no ensino superior, áreas de inovação, ciência e tecnologia e uma grande redução de benefícios fiscais e de incentivos para empresas serão os outros locais de onde o governo federal irá tirar dinheiro para custear a baixa no preço do diesel. As alíquotas de PIS/ Cofins e Cide serão zeradas até o fim do ano, o que representa uma diminuição de R$ 0,16 no litro. Os demais R$ 0,30 serão subsidiados por 60 dias, após, o valor do combustível retornará gradualmente ao patamar considerado normal, conforme a política de preços da Petrobras, a cada 30 dias. Outro anúncio realizado pelo governo, atendendo reivindicação dos caminhoneiros, foi a isenção da cobrança de pedágio dos caminhões que trafegarem com eixo suspenso (vazios). A medida vale para todas as rodovias (federais, estaduais e municipais). Além disso, ficou definido que a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) vai contratar caminhoneiros autônomos para atender até 30% da demanda de frete (a Petrobras também deverá adotar postura semelhante) e que entre as empresas que terão reoneração na folha de pagamento (outra medida que visa arrecadar dinheiro para cobrir a redução no diesel) não constem as dos setores de transporte rodoviário de cargas. O governo também aceitou dar sequência aos trabalhos para o estabelecimento de um preço mínimo do frete rodoviário. Fica a expectativa para a reedição da tabela neste mês de junho. Ademais, definiu-se pela não aplicação de multas ou de ações judiciais contra caminhoneiros paralisados.
Solo
Agricultura
Você está em dia com as análises de solo?
Confira vídeo na fanpage no Facebook
Agricultor precisa estar atento à qualidade das amostras e usar equipamentos adequados na coleta
N
esta época do ano é comum que se intensifique a coleta de solo para realização das análises. Infelizmente, muitas ainda são realizadas apenas com intuito de atender as exigências bancárias, para fins de custeio ou investimento, não observando necessariamente os aspectos técnicos que norteiam o processo para que os resultados das análises representem as condições do solo e, com isso, sejam eficientes para recomendação da fertilização. – O importante é que essa amostragem represente o solo da lavoura, seja de modo espacial, quer dizer, pela posição dos pontos coletados, ou pelo número de pontos por gleba – explica o engenheiro-agrônomo Felipe Lorensini, da Emater/RS de Palmeira das Missões, que também é doutor em Solos. Dividir a lavoura em glebas homogêneas, que têm características similares, é fundamental para resultados mais próximos do real. Posteriormente, é preciso tratar cada área de forma distinta. – Para fazer a divisão das glebas, quando não se tem um histórico de análises das diferentes áreas, deve ser levado em consideração a textura do solo, a topografia do terreno, além do histórico de cultivo, da adubação e da produtividade – esclarece Lorensini. Em relação à coleta, a recomendação técnica é que em cada uma das glebas o solo deve ser coletado em, ao menos, 15 pontos, para formar as chamadas subamostras. Esses pontos devem ser bem distribuídos dentro da gleba, que unidos vão formar uma amostra composta – parece muito, mas cabe lembrar que no laboratório uma pequena fração de solo vai ser utilizada para análise, logo esta deve ser representativa.
Como coletar Há muita dúvida sobre qual instrumento é o mais adequado para a coleta – trado calador, trado de rosca, trado holandês ou pá de corte, entre outros. Todos possuem suas particularidades para o correto uso e essas não devem ser negligenciadas pelo técnico ou produtor. É importante avaliar qual instrumento mais se adapta ao tipo e a condição de solo no momento da coleta.
Profundidade de coleta Hoje a maioria das recomendações para culturas de grãos no sistema plantio direto utiliza a camada de zero a 10 cm de profundidade como camada diagnóstica para recomendação dos corretivos e fertilizantes. – No entanto, lavouras que vem recebendo manejo para melhoria do perfil do solo, ou seja, para aprimorar as características do solo em maior profundidade, vem obtendo resultados extraordinários. Quer dizer, há uma tendência de avaliar o solos em camadas mais profundas – explica Lorensini. Outra prática que auxilia muito na tomada de decisão sobre a recomendação é a coleta de amostras estratificadas – por exemplo: de zero a 10cm, 10 a 20cm e 20 a 30cm. Com isso, é possível encontrar impedimentos químicos para o desenvolvimento das raízes.
Ferramentas que podem agilizar o trabalho
• Se você precisa atualizar as análises de solo da sua lavoura, pode encaminhar as amostras por meio da Emater/ RS do seu município ao Laboratório de Solos da URI de Frederico Westphalen.
qualificar mais os projetos de custeio. Nos demais municípios, os agricultores também podem solicitar os serviços aos extensionistas, que atendem conforme a disponibilidade de agenda. – Na prática, o ideal é não fazer as análises de solo somente porque os bancos exigem para viabilizar o custeio, mas que realmente possam ser utilizadas para a correção do solo, que vai repercutir em melhor produtividade – alerta Lorensini.
• A Emater/RS se responsabiliza pela logística das amostras. Em média a análise básica custa na faixa de R$ 30 por amostra. O prazo para o recebimento do laudo é de cerca de 15 dias.
Gracieli Verde
Gracieli Verde
Para qualificar e agilizar esse trabalho de coleta, Lorensini montou um equipamento, adaptando um trado calador com um motor a gasolina e um pequeno recipiente dotado de um anteparo, para que não se perca nenhuma camada do solo. Pelo fato de ser motorizado, o equipamento agiliza o trabalho a campo, facilitando que um número grande de pontos sejam amostrados de maneira rápida e eficaz. Outra facilidade é que, com o equipamento, a amostra coletada vai na íntegra para o recipiente, o que faz com que o resultado seja mais fiel. Em Palmeira das Missões, os produtores têm acesso ao serviço por meio da Emater/RS. Os técnicos estão dando preferência por fazer a coleta, no intuito de
Para quem precisa solicitar as análises
• O laudo das análises é emitido digitalmente e também impresso. O produtor pode consultar do seu computador o resultado, bem como os extensionistas. Esse lauto digital também pode ser usado nos bancos, porque contém validação on-line, com assinatura digital. Isso agiliza o processo. • As instituições bancárias aceitam análises por dois anos, considerando a data. Já o sistema oficial de laboratórios recomenda que as análises sejam atualizadas a cada dois cultivos na área, que na prática corresponde a cerca de um ano.
Equipamento adaptado facilita coleta de amostras
• O Laboratório de Solos da URI/FW é credenciado na Rede Oficial de Laboratórios de Solos (ROLAS), por isso, os laudos recebem o selo de qualidade da rede, o que dá mais garantia ao produtor.
Felipe Lorensini, agrônomo da Emater/RS
13 | Revista Novo Rural | Junho de 2018
Agricultura
Hortifruti
Laércio da Costa tem investido no tomate no interior de Taquaruçu do Sul
Em pequenas áreas da cultura é possível obter frutos de qualidade e suficientes para boa rentabilidade ao produtor
O
investimento em culturas que agreguem mais valor à produção nas propriedades rurais de pequeno porte tem sido comum na região. São casos recorrentes em diversos municípios. É uma forma de agricultores gerirem seus negócios com diferentes formatos de trabalho, muitas vezes gerando emprego para mais familiares e contribuindo para movimentar a economia local e regional. Na linha Casaril, em Taquaruçu do Sul, o cenário tem mudado nos últimos anos na propriedade da família de Laércio da Costa. Depois de trabalhar durante um período em Flores da Cunha, na Serra Gaúcha, ele resolveu empreender na terra-natal, uma forma de também envolver outros familiares no negócio. Por lá, aprendeu a trabalhar com a produção de morango e tomate, além da uva. Depois de investir no plantio de tomate em campo aberto, no ano passado a decisão de Costa foi por adaptar a produção no cultivo protegido. Hoje são 12 mil plantas cultivadas na propriedade. ade. A projeção é ter 21 mil tomateiros em produção no período eríodo de um ano, de forma escalonada, para que a colheita também seja mais distribuída durante maior parte dos meses – o que repercute na geração eração da renda da família, obviamente. te. O mercado predominante para essa produção corresponde a Frederico Westphalen e Taquaruçu çu
14 | Revista Novo Rural | Junho de 2018 18
do Sul, principalmente em supermercados. Ele também tem participado de programas de compras institucionais do governo, como para alimentação escolar. – É uma cultura que pode dar uma boa renda. Ao mesmo tempo, é preciso cautela, porque há que saber manejá-la de forma que o custo de produção não aumente muito – ressalta Costa. No caso dele, tem apostado em vários sistemas de produção, como hidropônico, semi-hidropônico e em slab. No total são oito mil metros com o cultivo protegido. “Em 2018 temos como meta ofertar uma média de 10 toneladas por mês para o mercado”, revela. Ter a noção de quanto o mercado local e regional consome do produto é importante para quem quer produzir. Como é a lei da oferta e procura que baliza os preços, é necessário produzir de acordo com essa demanda. “Já tive momentos de sobra de produto, em que tive que descartar. Mas, são situações que podemos evitar”, admite. Cargin, da Emater/RS de TaO extensionista Mateus M quaruçu do Sul, reforça essa necessidade. Além ddisso, atenta para a importância de diversificar a linha de produtos, respeidive tando a oferta de mão de obra. No ta ccaso da propriedade, também há cultivo de morango e Costa ainda deve plantar pimentões neste ano.
“É uma cultura que pode dar uma boa renda. Ao mesmo tempo, é preciso cautela, porque há que saber manejá-la.” Laércio da Costa, produtor em Taquaruçu do Sul
Gracieli Verde
Tomate pode ser aliado em unidades familiares
15 | Revista Novo Rural | Junho de 2018
Um produto com alta demanda no mercado A boa aceitação do tomate na mesa do consumidor é um diferencial para a cultura em relação a outras na hora da comercialização. É isso que tem determinado que mais agricultores apostem nesse cultivo. A engenheira-agrônoma Daniele Fontana, que mora em Planalto, também tem visto a atividade com bons olhos. Ela e os pais mantêm uma pequena área no município. Em menos de quatro mil metros quadrados de estufas conseguem maior parte da renda da família com o tomate, há oito anos. É claro que também cultivam outras olerícolas, mas o grande “achado” dos últimos anos tem sido o fruto do tomateiro. – Nós também já tivemos plantação de morango, mas a maior aceitação do tomate no mercado nos fez mudar de planos. Além disso, se comparados os dois produtos, a durabilidade do tomate é maior, o que evita perdas mais expressivas – disse, durante o 5º Simpósio de Atualização em Agronomia, organizado pelo PET Ciências Agrárias da UFSM/FW, em maio. Daniele também é categórica em afir-
– Se você deseja informações mais técnicas sobre essa cultura, acesse essa cartilha da Embrapa Hortaliças. Acesse o link através do código com a câmera do seu celular!
mar que o tomate é altamente lucrativo. Mesmo assim, entende que é desafiador investir na atividade, porque é preciso estar atento a pragas e doenças e adotar sistemas de produção que sejam viáveis e também mantenham essa sanidade das plantas – tudo para ter tomates de qualidade para o consumidor. Alinhavar o ingresso no mercado também é essencial, segundo Daniele. Um dos diferenciais que a família conseguiu implantar nos últimos anos é justamente um ponto de venda de produtos às margens da rodovia estadual que corta a propriedade. Ali, o tomate da família é vendido direto ao consumidor, além de ser colocado também em supermercados da região. Na propriedade também é feito o plantio escalonado do produto, conseguindo produzir praticamente durante todo o ano. “Isso tem nos dado estabilidade de preços e de produtividade, o que também facilita na negociação com os nosso clientes”, garante a agrônoma.
Hortifruti Para o que é preciso estar atento:
O tomate tem alta aceitação no mercado, tanto para venda para o consumidor como para restaurantes e lancherias.
A agrônoma Daniele Fontana também vê na atividade possibilidade de alto rendimento
A regularidade no fornecimento do produto é importante, para conseguir fidelizar clientes e ter estabilidade de preço.
É uma cultura que, como qualquer outra, também está sujeita ao ataque de pragas e doenças. Ter acompanhamento técnico nesse aspecto é fundamental para evitar perdas.
15 | Revista Novo Rural | Junho de 2018
16 Revista Novo Rural Junho de 2018
4
Curso då enfoque à nutrição de rebanhos leiteiros
A
necessidade de especializar-se na ĂĄrea de produção leiteira ĂŠ indiscutĂvel. Trata-se de uma atividade extremamente complexa e, que tem exigido dos profissionais do setor alto nĂvel de conhecimento. Na busca por atender essas demandas, a URI de Frederico Westphalen estĂĄ com inscriçþes abertas para o curso de MBA em Nutrição de Bovinos de Leite. Os interessados podem se inscrever atĂŠ 6 de setembro.
Podem se inscrever profissionais que tenham nĂvel superior em Agronomia, VeterinĂĄria, Tecnologia em AgropecuĂĄria e demais ĂĄreas afins. Um dos objetivos ĂŠ justamente levar conhecimento, tecnologia e discutir sobre aspectos do ponto de vista nutricional que afetam a eficiĂŞncia de produção e qualidade do leite. As aulas serĂŁo mensais, aos finais de semana. A aula inaugural estĂĄ marcada para 4 de outubro. Gracieli Verde
%DQGHLUD YHUPHOKD
5HDMXVWH GH QD FRQWD GH OX] 1yV WHPRV D VROXomR
Objetivos Ê discutir sobre aspectos do ponto de vista nutricional que afetam a eficiência de produção e qualidade do leite
&RP HQHUJLD VRODU ÀTXH LVHQWR GHVVH H GRV SUy[LPRV UHDMXVWHV
/LJXH H VROLFLWH XPD HVWLPDWLYD
UH V VROD XVLQDODDGVDV QD UHJLmR LQVW
ZZZ PDUVROHQHUJLD FRP
16 | Revista Novo Rural | Junho de 2018
Divulgação
0DUVRO (QHUJLD
_ _
_ _
Viva os U artesanais!
m passo importante para a legalização de queijos coloniais foi dado em maio. O Senado Federal aprovou um projeto que tira do MinistÊrio da Agricultura a fiscalização de produtos artesanais de origem animal, como queijos, salames e linguiças. A medida valerå somente para as vendas entre Estados. Com isso, a fiscalização caberia aos órgãos estaduais. Agora o projeto aguarda sanção do presidente da República, Michel Temer. Hoje, os produtos artesanais de origem animal podem ser vendidos se tiverem o selo do Serviço de Inspeção Federal (SIF), gerido pelo MinistÊrio da Agricultura, Pecuåria e Abastecimento. O texto prevê a substituição do SIF pelo selo Arte, de artesanal, que seria posteriormente regulamentado. O registro com o selo Arte deverå seguir regras higiênico-sanitårias e de qualidade jå estabelecidas em lei.
Realização
Revista Novo Rural Junho de 2018
17
Custo de produção do leite será avaliado Cooperativas e entidades do setor estarão envolvidos neste trabalho
U
Gracieli Verde
m grupo de trabalho, formado por profissionais da URI de Frederico Westphalen, UFSM – Campus de Palmeira das Missões, Cotrifred, Coopac, Emater/RS-Ascar e representantes de produtores está de olho nos custos da produção de leite. A definição por essa análise foi validada em mais uma reunião da Câmara Setorial Regional do Leite, realizada em maio, na sede da Amzop. A ideia é entender quais os fatores que têm influenciado esse valor na região. – A partir disso, fica mais fácil em falar de preço mínimo para o produto – esclarece o agrônomo Valdir Sangaletti, da Emater/ RS, que coordena a câmara setorial e é o assistente técnico regional da instituição na área leiteira. Para tanto, será definida uma metodologia para esse trabalho, de forma que todo o setor regional “fale a mesma língua” em relação a esse assunto.
Nova normativa para o leite
O prazo para contribuir com sugestões para a reformulação da instrução normativa que rege aspectos relacionados a padrões de qualidade do leite para comercialização segue até 26 de junho. As sugestões devem ser endereçadas ao Ministério da Agricultura. Uma das definições da Câmara Setorial é em relação ao assunto é que a região também contribuirá nesse sentido. A ideia é aderir a movimentos que sejam feitos também em nível de Estado, na busca por ter mais força diante do Mapa.
Sugestões para nova normativa serão compiladas com demandas de outras entidades estaduais
17 | R 17 Revista ev e vis ista ta N Novo ovo R ov ovo Ru Rural ura al | Ju JJunho Jun unh nho d de e2 2018 018 01 018
Pecuária
Piscicultura
Ronda Alta investe na produção de peixe Setor tem se estruturado para profissionalizar produtores e atender a demanda local
O
cenário para a produção e comercialização de peixes no município de Ronda Alta tem mudado nos últimos anos. Graças a uma série de investimentos, tanto por parte do poder público municipal e do Estado, como dos próprios produtores, essa é uma atividade que está despontando como promissora. De 2013 para cá, quase 30 tanques foram abertos, resultado da injeção de recursos por meio do Fundo Estadual de Apoio ao Desenvolvimento dos Pequenos Estabelecimentos Rurais (Feaper). Outros R$ 50 mil também foram viabilizados para o setor por meio do programa Consulta Popular. Além disso, a prefeitura também tem promover ações que apoiem este segmento, com a compra de maquinário para auxiliar o setor, oportunizando subsídio de 50% do valor da hora-máquina para a abertura de novos tanques. “É uma união de esforços que está mudando a nossa realidade. A ideia é que possamos evoluir em quantidade e qualidade de peixe produzido, atendendo o nosso mercado”, ressalta o ex-secretário de Agricultura e vereador Silvanio Roque Lucca.
No município, são cerca de 80 tanques em boas condições de produção. Maior parte deles é destinada para o policultivo de carpas. Além disso, cerca de 10 produtores conseguiram se especializar na produção de tilápia, inclusive com vistas à futura regularização da filetagem desse peixe. – Temos uma procura muito grande de filé, então é um mercado que precisamos regularizar e ampliar, mesmo que em escala familiar. A ideia é que sejam viabilizados pequenos abatedouros, distribuídos pelo município, para facilitar esse trabalho – explica o extensionista Luciano Miglioransa, da Emater/RS-Ascar local. Nesse sentido, diversas capacitações tem sido feitas por meio da instituição, inclusive de boas práticas de fabricação, já visando esse trabalho. “É uma forma de agregar valor ao peixe na hora da venda. Na época da Páscoa, o quilo de filé chegou a R$ 27”, exemplifica o produtor Eliomar José Rigo. No caso dele, a produção de filés originários de dois tanques pode agregar uma renda de R$ 2 mil mensais. É um complemento
considerado importante na maioria das propriedades, já que normalmente essa atividade é somada à bovinocultura de leite ou à produção de grãos. Como o município tem o serviço de inspeção local, o que se imagina é que esses estabelecimentos tenham licenciamento através dele para poder fazer a venda localmente. Com isso, também será possível vender para o mercado institucional, como para alimentação escolar. Por isso as perspectivas para a área são promissoras. Este é um movimento recente, mas muito forte, segundo análise de Silvanio Roque Lucca. “A gente sonha em poder abastecer o mercado local, porque menos da metade é bastecido com peixe produzido aqui”, revela, ressaltando que o poder público municipal tem visto a importância de investir nesse setor. Esse olhar diferenciado em torno da produção de peixes também tem viabilizado a realização de feiras semanais, aos sábados, o que também contribui para que as pessoas adotem esse hábito de inserir o peixe na alimentação da família, ao menos uma vez por semana.
Tanques em produção chegam a 80 em todo o município
Manejo é aprimorado
18 | Revista Novo Rural | Junho de 2018
Gracieli Verde
Questões mais técnicas relacionadas à produção de peixes também têm sido tema recorrente em capacitações por meio da Emater/RS. “A gente tem orientado para que os tanques que são abertos possam ser usados com tecnologias que favoreçam a produção e qualidade desse peixe”, salienta o extensionista Luciano Miglioransa. O resultado se vê a campo. “A gente nota que onde estamos fazendo conforme é prescrito pelas orientações técnicas, o resultado é muito melhor”, conta Rigo. Quando a reportagem esteve na propriedade, ele estava com um lote com 131 dias, com tilápias pesando em média 530 gramas, mas muitas já próximo dos 700 gramas, que é o desejável para abate. Ele estava satisfeito.
Gado de corte
Pecuária
Carne premium também é foco da AgroBella Modelo de confinamento apresentado pela AgroBella, em Seberi, é uma exclusividade da empresa
N
cas holandesas com angus. Outra parte é oriunda de parcerias com produtores de leite da região. Os animais passam por um período de confinamento de cerca de 13 meses. A dieta é de ração à base de milho, farelo de soja e outros cereais, sem a utilização de volumosos, como silagem ou feno. O objetivo é produzir animais com peso carcaça de 250 quilos e acabamento de gordura ideal. O modelo de confinamento apresentado pela AgroBella em Seberi é uma exclusividade da empresa. Além disso, segue à risca aspectos como bem-estar e conforto animal. Algumas tecnologias empregadas são o telhado invertido, que facilita a ventilação; o teto solar, que permite o aquecimento do ambiente em épocas mais frias do ano; e cortinas automatizadas, com sensores de temperatura para o inverno. Além disso, os cochos de alimentação também serão automatizados, o que facilita o processo de distribuição de ração. Já os dejetos serão reutilizados através de um sistema de biodigestor.
Renato Sponchiado, gerente de vendas da AgroBella Agência DarUp/Divulgação
ão é de hoje que a AgroBella tem investido alto na área de gado de corte, tanto que oferece linhas específicas de produtos para nutrição animal nesse estilo. Um dos mais recentes empreendimentos da marca com foco na produção de carnes de alta qualidade, inclusive no próprio nome o projeto é denominado AgroBella Carnes Premium, está localizado no interior de Seberi. O projeto é coordenado pelo médico-veterinário José Carlos Scolaro Júnior. O gerente de vendas da AgroBella, Renato Sponchiado, explica que o objetivo do confinamento é a produção de carnes premium, de alta qualidade, utilizando a melhor tecnologia em nutrição animal. – A nossa empresa possui a clara visão que a produção de carne no futuro será confinada. Pensando nisso, queremos produzir carnes diferenciadas para momentos especiais – salienta. A estrutura possui capacidade para 10 mil animais, dispostos em uma área de aproximadamente 30 mil metros quadrados. A grande maioria dos terneiros, provenientes de um raio de 150 quilômetros de Frederico Westphalen, são filhos de va-
“A nossa empresa possui a clara visão que a produção de carne no futuro será confinada.”
Estrutura tem capacidade para 10 mil animais, em uma área de cerca de 30 mil metros quadrados
19 | Revista Novo Rural | Junho de 2018
20 | Revista Novo Rural | Junho de 2018
21 | Revista Novo Rural | Junho de 2018
Pecuária
Equinos
Freio de Ouro da Expo FICCC vem para a região
Conquista do prêmio internacional pela égua AM Gaita coloca a Cabanha Sol Brilhante, de Frederico Westphalen, mais uma vez na vitrine do cavalo da raça crioula
22 | Revista Novo Rural | Junho de 2018
A
mantes do cavalo da raça crioula ficaram voltados para Esteio em maio, onde o Parque de Exposições Assis Brasil foi palco da Expo FICCC 2018, considerada a Copa do Mundo do Cavalo Crioulo. As provas começaram no dia 15 e finalizaram dia 20 de maio. Frederico Westphalen se destacou neste circuito, com a participação de animais da Cabanha Sol Brilhante, do empresário e criador Sergio Augusto Amaral. A fêmea AM Gaita Sol Brilhante ficou em primeiro lugar no Freio de Ouro da Expo FICCC 2018, com nota 21,423, deixando em segundo lugar a concorrente Carlota, de São Pedro, com pontuação de 21,304. Isso também garante vaga para AM Gaita no Freio de Ouro Brasileiro, na Expointer 2018 – de 28 de agosto a 2 de setembro. A AM Gaita foi guiada pelo ginete Cláudio dos Santos Fagundes, que também é o treinador da égua. O expositor da AM Gaita, Sérgio Augusto Amaral, agradeceu a Deus por oportunizar o prêmio e também ao empenho da família e às pessoas que trabalham tanto na parte clínica quanto na parte de orientação na cabanha. Trata-se do segundo título conquistado pela égua, que foi Bocal de
"Estamos honrados e felizes em poder participar desta prova de importância internacional para o nosso cavalo crioulo." Sérgio Augusto Amaral, criador
Equinos Fagner Almeida/ABCCC/Divulgação
Ouro em 2017, também em Esteio. – Estamos honrados e felizes em poder participar desta prova de importância internacional para o nosso cavalo crioulo. Com muito trabalho e dedicação, tivemos a sorte de chegar ao lugar mais alto do pódio, que reuniu Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai na consagrada pista de Esteio – reiterou o criador Amaral. A grande responsabilidade que é carregar o Ouro nas Fêmeas da FICCC 2018 também é citada pelo empresário, que se diz grato aos parceiros. – Gostaríamos de deixar registrado nosso agradecimento aos veterinários e técnicos que nos acompanham, com excelência, parceria e amizade – acresCláudio dos Santos Fagundes, centa, citando ainda a Rações Bagetti, ginete e treinador pelo apoio e patrocínio. O ginete Cláudio dos Santos Fagundes, treinador da AM Gaita, não escondeu a satisfação em ser premiado com a égua. "Este é o meu primeiro Freio de Ouro da FICCC. É uma felicidade enorme ganhar um freio internacional", expõe. Ele conta que o reforço nos treinamentos nas corridas com boi foi crucial para vencer o prêmio, pois foi nesta modalidade que AM Gaita deixou passar melhores colocações no Freio de Ouro brasileiro, ano passado, na Expointer, quando ficou em quinta colocada entre as fêmeas.
"Este é o meu primeiro Freio de Ouro da FICCC. É uma felicidade enorme ganhar um freio internacional."
A competição AM Gaita é campeã internacional no Freio de Ouro, conduzida pelo ginete Cláudio dos Santos Fagundes
A Expo FICCC é um evento internacional e itinerante. A cada três anos é sediada em um dos países que integram a Federação Internacional de Criadores de Cavalos Crioulos (FICCC), reunindo participantes dos quatro países membros do Mercosul: Argentina, Brasil, Uruguai e Paraguai. Após nove anos sendo realizada fora do Brasil, em 2018 a competição retornou ao solo brasileiro nesta temporada. Além do Freio de Ouro, a competição também teve disputas de Morfologia, Paleteada Argentina, Paleteada Nacional e Movimiento a La Rienda.
Fagner Almeida/ABCCC/Divulgação
Premiação da família Amaral coroou trabalho com a raça
23 | Revista Novo Rural | Junho de 2018
Agroindustrialização
Embutidos Gracieli Verde
Mulheres reforçam o potencial de industrializar Em Constantina, famílias Lazzaretti e Zatti conhecem os desafios de industrializar no campo, ao mesmo tempo em que conseguiram consolidar os negócios na área de embutidos
N
a região de abrangência da Amzop, o município de Constantina é um dos que se destaca na agroindustrialização de produtos oriundos da agricultura. São pelo menos cinco agroindústrias legalizadas, com inspeção municipal. No passado, um trabalho por meio do Sebrae/RS, com o programa Juntos para Competir, mudou o cenário local neste setor. Hoje, a maioria delas segue nos seus ramos de atuação, principalmente na área de embutidos e queijo colonial. Uma delas é a Agroindústria Lazzaretti e Zatti, mantida pelas famílias dos casais Valdir e Marlene Zatti Lazzaretti e Valcir e Nil-
24 | Revista Novo Rural | Junho de 2018
va Sartori Zatti, na linha Savaris. Há mais de 10 anos o trabalho começou com fabricação de embutidos, primeiramente usando carne de suínos abatidos por Valdir e Marlene. Era uma produção pequena, começaram com cerca de 90 quilos de salame por semana, mas logo o casal viu que poderia ter uma demanda bem maior pelo produto. Foi quando os vizinhos Valcir e Nilva Sartori Zatti foram convidados a participar do projeto. “A gente viu que para aumentar a produção precisaríamos de mais mão de obra, além de investimentos, por isso propomos essa parceria”, conta Marlene, demonstrando total confiança na sociedade
Nilva e Marlene gerenciam os afazeres do estabelecimento com os demais familiares
que se construiu ao longo dos anos. Hoje, depois de uma trajetória juntos, os casais conseguiram consolidar os negócios da Agroindústria Lazzaretti e Zatti, apesar de ainda desejarem avançar para uma equivalência de inspeção via Susaf, que permitiria comercializar o salame fora dos limites de Constantina. “Seria muito bom, porque hoje tem pontos de vendas fora do município que querem nossos produtos, mas não podemos colocá-lo em função da legislação”, observa Marlene. Nos 112 metros quadrados de área construída, as duas famílias já investiram mais de R$ 180 mil. Tudo para ter uma estrutura condizente com as exigências da inspeção. Isso tem garantido que o produto possa seguir no mercado, com uma produção média entre 450 e 500 quilos de salame por semana. “E é a mesma receita que aprendemos com nossos pais, que era feito antigamente”, garante Marlene, ressaltando que isso confere ao produto a característica colonial.
Embutidos Uma forma a mais de mulheres acessarem renda O debate em torno do acesso a renda por parte das mulheres agricultores não é de hoje. Por mais que muita coisa mudou no campo, ainda é importante que esse assunto seja exposto – e com naturalidade. Afinal, o interesse em ter renda pela força do trabalho independe de gênero, não é mesmo?! Nesse aspecto, agroindústrias têm um papel importante de trazer a mulher ao protagonismo que ela merece no meio rural. No caso de Marlene e Nilva, a boa relação entre si e com os respectivos esposos só se fortaleceu após o início dos negócios em torno dos embutidos. Dentro da organização da agroindústria, cada um tem suas funções e os dividendos também cabem a todos no fim do mês – hoje os produtos da agroindústria são vendidos na feira do produtor e em supermercados do município. Nos últimos anos, Marlene conta que parou com o trabalho com o rebanho de vacas leiteiras graças à agroindústria. Áreas de lavoura foram
arrendadas – a propriedade totaliza pouco mais de 20 hectares. “Como a agroindústria fica na nossa propriedade, acabo recebendo os produtos e também comprando insumos quando vem os vendedores”, conta. Já Nilva ainda cuida das vacas leiteiras e a família também planta grãos. A cada mês, depois de serem pagas as despesas da agroindústria, o lucro é dividido entre as famílias. “Aqui em casa o valor também é dividido entre nós, eu, meu esposo e meu filho. Cada um faz o que julga melhor com esse dinheiro. Claro que uma parte também é destinada para o rancho e outra para o combustível do carro”, revela Marlene. Nilva diz que como ainda tem a renda do leite, o valor que sobra da agroindústria é investido de outras formas. Quer dizer, para as duas famílias a renda da agroindústria se tornou importante durante o mês. Elas estimam que esse montante corresponde até a 70% do valor mensal que entra no orçamento familiar.
A rotina “dentro da porteira” Normalmente é na segunda-feira à tarde que o trabalho com a agroindústria começa. Neste dia é feita a limpeza e organização do local, porque na terçafeira é dia de receber as carcaças suínas e começar o processamento. ••• Na terça-feira, além de Marlene e Nilva, os maridos também “colocam a mão na massa”. Rodrigo, filho de Marlene e Valdir, também auxilia nas atividades. Já o Daniel, filho da Nilva com o Valcir, trabalha na cidade, então ele auxilia conforme a disponibilidade de tempo. Depois de tudo feito, o local é higienizado. •••
Mais qualidade de vida O extensionista Rubem Bernardi, engenheiro-agrônomo da Emater/RS-Ascar de Constantina, ressalta que um dos maiores ganhos que se percebe nas famílias que investiram em agroindústrias no município foi no quesito qualidade de vida. “Vemos que deram um salto nesse sentido, um pouco pelo acesso a renda, mas também pelo contato com outras pessoas, com clientes, com a comunidade em geral”, acredita.
Ele observa também que essa profissionalização dessas agroindústrias abriu mercado para mais gente. “Hoje temos um fornecedor de suínos que se especializou em ofertar as carcaças para este mercado. Quer dizer, mais gente se desenvolveu com esse setor, o que é positivo para o município”, defende. A expectativa está para a implantação do Susaf, que beneficiará esses estabelecimentos, que poderão ampliar mercado para municípios vizinhos.
Na quarta-feira pela manhã é dia de Nilva e Marlene tirar o salame do defumador e colocá-lo na sala de cura. ••• Dependendo da demanda, uma parte da massa do salame é embalada na sexta-feira ou sábado, para que possam ter produto mais fresco em mais dias da semana. ••• Gracieli Verde
Expectativa agora é para conseguir a equivalência ao Susaf no que diz respeito a inspeção
Nilva e Marlene ressaltam que a atividade com os embutidos são consorciáveis com as demais. “A gente procura organizar horários que facilitem para todos, porque a Nilva também precisa ajudar a ordenhar as vacas na propriedade dela”, pontua Marlene.
25 | Revista Novo Rural | Junho de 2018
Cooperativismo
Ações
Propriedade Sustentável inicia capacitação de 60 famílias Sicredi Alto Uruguai RS/SC desenvolve o programa há cinco anos e já beneficiou 117 famílias Assessoria de Comunicação Sicredi/Divulgação
O
programa de empreendedorismo rural da Sicredi Alto Uruguai RS/SC, denominado Propriedade Sustentável, iniciou em maio duas novas turmas com 60 famílias da região. Há cinco anos o programa vem beneficiando produtores rurais, fomentando o empreendedorismo sustentável, promovendo a evolução da propriedade e trazendo melhores resultados financeiros e de qualidade de vida. A abertura do encontro foi realizada pelo presidente, Eugenio Poltronieri. Ele ressaltou a importância de a cooperativa investir em conhecimento e no desenvolvimento dos seus associados. – O programa Propriedade Sustentável tem um cunho forte de trabalhar a produtividade, a organização, a gestão e a importância da sucessão. É uma capacitação pensada para a família, pois só os empreendimentos familiares que trabalham juntos e em união terão êxito – destacou. Na oportunidade, também ocorreu a apresentação da parte técnica ministrada pela gerente da Regional Norte do Sebrae, Cátia Regina Roi, e uma palestra sobre sucessão
Palestra sobre sucessão familiar fez parte da programação
familiar, ministrada pelo consultor Nilson Kilpp, do Sebrae. O programa tem duração de aproximadamente um ano, com módulos em grupo e acompanhamento individual nas propriedades. As 60 famílias que iniciam
o Propriedade Sustentável em 2018, compreendem os municípios de Novo Tiradentes, Cerro Grande, Rodeio Bonito, Pinhal, Cristal do Sul, Caiçara, Vicente Dutra, Palmitinho, Frederico Westphalen e Iraí.
Cooperjab destina R$ 48 mil à Associação Hospitalar Santa Rita
INFORMATIVO
U
m momento muito importante para a comunidade de Jaboticaba foi registrado em maio deste ano. A Cooperjab destinou o valor de R$ 48.538,82 para a Associação Hospitalar Santa Rita. A decisão foi tomada na Assembleia Geral Ordinária da Cooperativa neste ano. O valor foi calculado e definido baseado na sobra líquida do ano 2017, que foi de R$ 853.964,50. Conforme as destinações estatutárias, 41% da sobra do ato cooperado foi para a cota capital dos associados, somando R$ 253.372,35; outros 30% foram para o fundo de reserva (R$ 185.394,40); mais 5% foi para o Fundo de Assistência Técnica Educacional e Social (Fates), chegando a R$ 30.899,07. Já o lucro com não cooperados foi de R$ 235.983,16, que é o chamado Fates de terceiros. Por fim, tem-se a participação dos funcionários, de 6% da sobra total, que resulta no valor de R$ 51.237,87.
26 | Revista Novo Rural | Junho de 2018
Após essas destinações, ficou à disposição da assembleia geral ordinária o montante de R$ 97.077,65, valor este colocado em apreciação. – Com isso, foi aprovado pela maioria dos presentes na assembleia que 50% do valor será distribuído aos associados, conforme a movimentação de cada um, e outros 50 % serão doados à Associação Hospitalar Santa Rita. Dessa forma, os associados concordaram em deixar de receber parte do montante para auxiliar uma entidade muito importante para o município e para a região – explica o presidente da Cooperjab, Irramir Piccin. Segundo ele, isso representa também a consolidação da cooperativa nesses mais de 25 anos de atuação, além de cumprir um dos princípios do cooperativismo, que prevê ações de interesse junto à comunidade onde a instituição está inserida. “O pessoal entendeu que é mais importante ajudar uma entidade importan-
Gracieli Verde
Valor é 50% da sobra à disposição da assembleia geral ordinária e demonstra espírito coletivo dos associados
No ato da entrega: pároco Carlos Martins de Borba; diretor do Hospital, Paulo Rossato Piovesan; presidente do Hospital, Gilso Almir Cancian; presidente da Cooperjab, Irramir Jose Rubin Piccin, e contador da Cooperjab, Neimar Mack Botton
te como o hospital do que simplesmente ficar com toda a sobra à disposição da assembleia”, acredita o presidente. Na década de 1990, o grupo que fundou a cooperativa também se mobilizou para criar o hospital, portanto, são entidades que se consideram “irmãs”, nascidas graças ao trabalho de pessoas que se preocuparam com duas frentes importantes para a comunidade: o desenvolvimento do setor agropecuário e a preocupação em ter mais estrutura na área de saúde. O administrador do hospital, Paulo Rossato Piovesan, destaca que o recur-
so já tem destino certo. Está em fase de construção o novo depósito de lixo contaminado e depósito de saneantes e detergentes, somando 66 metros quadrados. Esse recurso deve corresponder cerca de 70% do total do valor da obra. – É um valor muito importante, porque essa nova construção é uma exigência da Vigilância Sanitária apontada desde 2013 – conta. A Cooperjab possui mais de 500 associados e também abrange sócios em municípios como Boa Vista das Missões, Pinhal, parte de Seberi, Novo Tiradentes e Lajeado Bugre.
Ações Sagrada Família agora tem Associação dos Produtores de Leite U
m grupo de 20 produtores tem sido protagonista no associativismo em Sagrada Família, o que resultou na criação da Associação dos Produtores de Leite de Sagrada Família. Criada em meados de abril, é considerada um passo importante para a organização desses produtores, buscar avanços e promover ações que envolvam o setor. Denominada Associação dos Produtores de Leite de Sagrada Família (Aprol), a en-
Espaço
cooperativo Marcia Faccin
Coordenadora da Unidade de Cooperativismo do Escritório Regional da Emater/RS de Frederico Westphalen
tidade tem como presidente o bovinocultor Elias Schneider. A contadora da Unidade de Cooperativismo (UCP) da Emater/RS-Ascar de Frederico Westphalen, Lia Helena Rocha, comenta que as famílias já recebiam assessoramento por meio da equipe técnica da Emater/RS. Nessa constituição da associação, a UCP também trabalha a extensão rural associativista, uma forma de acompanhar e fortalecer esse aspecto nos municípios da região.
Você sabe o que é o bom cooperativismo?
Sicredi Grande Palmeira tem novos conselheiros fiscais N
ovos conselheiros fiscais da Sicredi Grande Palmeira tomaram posse em maio para o triênio 2018-2021. A posse foi realizada na Superintendência Regional da Sicredi Grande Palmeira e acompanhada pelo presidente, Elvis Roberto Rossetto, entre outras lideranças da cooperativa. Agora o conselho fiscal, que
foi eleito no processo assemblear 2018, tem como integrantes os associados Carlos Alberto Taffarel, Aguinaldo Tonello e Diego André Mari Mafalda, como conselheiros titulares; e Everaldo Barbieri Manfio, Nelson Carlos Dallabrida e Sebastião Corneau Ribeiro como conselheiros suplentes. Divulgação
Todos foram eleitos no processo assemblear de 2018
Prêmio Ocergs 2018 aceita inscrições até 3 de setembro C
om o objetivo de reconhecer e divulgar as cooperativas do Rio Grande do Sul que prestam serviços importantes aos associados e à comunidade em geral, contribuindo para o desenvolvimento econômico e social do Estado, está com inscrições abertas a terceira edição do Prêmio Ocergs de Cooperativismo. O
prazo encerra em 3 de setembro. São quatro categorias e cada cooperativa deve se inscrever em apenas uma delas: intercooperação, inovação em educação e cultura, gestão ou tecnologia; responsabilidade social e responsabilidade ambiental. O regulamento está disponível no site www.ocergs.coop.br.
Costumeiramente ouvimos, e eu mesma gosto de escrever e enaltecer, os bons exemplos do verdadeiro cooperativismo. Mas, em muitos casos não definimos e não deixamos claro o que significa verdadeiramente vivenciar, na teoria e, principalmente, na prática, o que é ser uma cooperativa, seguindo os princípios, valores e aonde os sócios são os verdadeiros donos. Falando em donos, você é sócio de uma ou mais cooperativas? Se sim, sente-se dono? Sim? Não? Por quê? Quanto tempo do seu dia, semana ou mês costuma dedicar-se para ajudar, acompanhar e monitorar a sua cooperativa? Você negocia apenas com a sua cooperativa? Sim? Não? Por quê? O bom cooperativismo é aquele onde os associados são bem-vindos na cooperativa, onde as informações estão disponíveis em qualquer tempo para qualquer associado. E aí, você tem acesso aos dados e informações da sua cooperativa? O bom cooperativismo é aquele que a cooperativa, seus dirigentes e diretores preocupam-se com a gestão, com o controle, com o cuidar bem do dinheiro, dos produtos ou atividades que a cooperativa opera e que o associado, direta ou indiretamente, será beneficiado. O bom cooperativismo é aquele aonde a cooperativa consegue obter resultados positivos e, além disso, consegue contribuir para o desenvolvimento econômico e social dos seus associados e da comunidade onde está inserida. Você sabe quais são as ações sociais que a sua cooperativa está realizando? Você sabe quanto a sua cooperativa obteve de sobras (lucros) no último exercício fiscal? Você sabe quanto dessas sobras foi para a sua cota parte ou para reinvestir em sua cooperativa? O bom cooperativismo é aquele em que a cooperativa está presente no desenvolvimento local e regional da localidade onde ela está inserida. O bom cooperativismo é aquele quando o conselho de administração e conselho fiscal se reúnem periodicamente para acompanhar e monitorar as ações desenvolvidas pelo presidente e demais dirigentes. O bom cooperativismo é aquele que o principal beneficiado é o associado, com estratégias diferenciadas, focando no seu crescimento e desenvolvimento econômico e social. Que possamos fomentar, apoiar e incentivar que cada vez mais as cooperativas possam exercer o verdadeiro e bom cooperativismo, como as inúmeras que temos em nossa região, pois somente assim conseguiremos ter cada vez cooperativas mais fortes e fortalecidas, contribuindo com o desenvolvimento econômico e social de seus sócios e da comunidade onde está inserida. Vida longa ao bom e verdadeiro cooperativismo!
"O bom cooperativismo é aquele que a cooperativa, seus dirigentes e diretores preocupam-se com a gestão."
27 | Revista Novo Rural | Junho de 2018
Cooperativismo
Ações
Região se mobiliza para o Dia do Cooperativismo
O
setor cooperativo regional mais uma vez se mobiliza para comemorar o Dia Internacional do Cooperativismo, festejado sempre no primeiro sábado de julho de cada ano. Em 2018 o tema é “Sociedades sustentáveis por meio da cooperação”. Neste ano uma particularidade é que as comemorações ocorrerão em 30 de junho, em virtude dos jogos da Copa do Mundo – e não em 7 de julho. Na região, uma coletiva de imprensa apresentará ações que serão realizadas nos municípios no dia 19 de junho, às 10 horas, no salão nobre da Associação Comercial e Industrial de Frederico Westphalen. Outra ação, gerenciada pela Unidade de Cooperativismo da Emater/RS de Frederico Westphalen, é a atualização dos dados da pesquisa realizada em 2017, com o objetivo de atualizar os dados econômicos do setor. A ideia é atualizar dados como o faturamento do setor, o valor gerado em 2017 correspondente às sobras, além do número dos associados. A coordenadora da Unidade de Coo-
perativismo da Emater/RS-Ascar, Marcia Faccin, observa que esta é mais uma oportunidade para colocar o setor em evidência, como foco nas suas contribuições para a região. “Por isso também a importância de promover essas ações nos municípios, mostrando bons exemplos do cooperativismo sério que temos na nossa região”, ressalta. Ela salienta que é importante que o público em geral conheça cada vez mais os benefícios de fazer parte de uma cooperativa. Esse contato das instituições com as comunidades locais de cada município é crucial para essa aproximação cada vez maior. Mais atualizações sobre o assunto você acompanha nas nossas redes sociais, durante o mês de junho! Participe das atividades na sua cooperativa e depois conta para a gente como foi! Divulgação
Reuniões entre lideranças do setor ocorrem desde o início do ano
Em Jaboticaba, cooperativas realizarão recolhimento de lixo eletrônico As ações nos município serão as mais variadas. Um exemplo é o que está sendo organizado em Jaboticaba, numa parceria entre a Cooperjab, Sicredi Grande Palmeira, Creluz e Secretaria Municipal de Meio Ambiente. “A ação será com o intuito de conscientizar em relação ao destino correto de eletrônicos, justamente com uma coleta desse tipo de material, no dia 30 de junho, pela parte da manhã”, conta a gerente da 28 | Revista Novo Rural | Junho de 2018
Cooperjab, Erenita Piccin Dalbianco. Está prevista a coleta na cidade, com veículos disponibilizados pela organização. No interior, haverá pontos de recolhimento, conforme a demanda, também em parceria com a prefeitura. As escolas municipais e estaduais também são apoiadoras desta iniciativa. É o cooperativismo empenhado em cumprir seu papel social na comunidade local.
Cabanha LBL tem égua premiada na Expofred
Comissão que organizou concurso comemora sucesso da edição
Gracieli Verde
o caso da Sol Brilhante. Então, trazer o cavalo crioulo novamente para a feira é uma esperança de fortalecer mais este setor – disse. O veterinário Juliano Locatelli, que também coordenou os trabalhos da comissão de agropecuária da feira e foi tesoureiro da comissão central, observa que esse setor do cavalo movimenta uma série de produtos e serviços na região, por isso também merece destaque em uma feira multissetorial como a Expofred. – Tanto produtos para alimentação como para cuidados com esses animais também têm contribuído com a economia dos nossos municípios. Este é um momento para mostrar esse potencial aos visitantes – reforçou.
Gracieli Verde
A
Expofred 2018, realizada entre os dias 27 de abril e 1º de maio, em Frederico Westphalen, teve um papel importante de resgatar as provas de julgamento morfológico de cavalos da raça crioula durante a feira. Exemplares de cabanhas da região estiveram na pista, sob análise do jurado e zootecnista Eric Vieira Chagas, de Ponta Grossa/PR. O médico-veterinário Edson Buzetto, coordenador agropecuário da Expofred 2018, destaca que esse resgate é considerado importante para a feira, uma vez que a raça crioula tem crescido na região. – Temos cabanhas que estão se destacando na região, com animais já premiados no Freio de Ouro, como
Premiação geral A fêmea destaque na morfologia da Expofred 2018 foi a LBL Maragata, da Cabanha LBL, do empresário frederiquense Juliano Locatelli. Em segundo lugar ficou a Ninja da Rauna, da Querência dos Bastiani, seguida da Depravada da Beira-Mar, da Cabanha Pátria Xucra, em terceiro; e da Bruxa do Porongo, também da Querência dos Bastiani, em quarta colocada. Melhores animais da raça crioula foram reconhecidos na competição
O
s números da Expofred 2018 são positivos e o setor agropecuário teve uma contribuição importante para isso. Conforme levantamento feito pela Associação Comercial e Industrial de Frederico Westphalen, somente esta área somou R$ 13 milhões em negócios. Além disso, a prospecção de novas vendas a partir da feira é de R$ 16 milhões. Outra atração muito visitada foi o Pavilhão da Agricultura Familiar, um espaço que mostrou os potenciais de agroindústrias familiares e do setor de modo geral. Eram panificados, sucos, vinhos, geleias, embutidos, mel, entre vários outros produtos, que somaram cerca de R$ 180 mil em vendas. “A
Gracieli Verde
Salão da Agricultura Familiar fatura R$ 180 mil na feira gente viu os expositores bem contentes com a comercialização, mesmo quem veio de fora aprovou a Expofred”, comenta a coordenadora da Unidade de Cooperativismo da Emater/RS de Frederico Westphalen, Marcia Faccin. Além das boas vendas na feira, o presidente da Cooperativa dos Produtores Rurais da Agricultura Familiar de Frederico Westphalen (Coopraf), Vanderlei Zonta, destaca que a projeção de negócios futuros é grande. Quer dizer, a feira cumpriu o papel de, além de comercializar produtos, colocá-los na vitrine. “Terminamos mais uma edição com um saldo muito positivo”, avalia Zonta.
29 | Revista Novo Rural | Junho de 2018
Cozinha didática promete nova dinâmica ao parque Gracieli Verde
T
er um espaço mais amplo e adequado às necessidades de uma cozinha didática dentro do Parque de Exposições Monsenhor Vitor Batisttela, em Frederico Westphalen, é um sonho para a equipe da Emater/RS-Ascar. Afinal, isso possibilita ampliar ações de capacitação na área de alimentação não somente nas feiras, mas também durante todo o ano. Esse projeto está mais próximo de sair do papel e dos anseios da equipe. Durante a Expofred 2018, o deputado federal Giovani Cherini (PR) fez o anúncio de que destinará uma emenda parlamentar para a construção. – É uma reinvindicação antiga dos nossos extensionistas, para que possamos usar a estrutura tanto nas feiras como durante o ano para cursos e treinamentos em geral – disse o gerente-adjunto da Emater/RS de Frederico Westphalen, Mario Coelho da Silva. O anúncio foi acompanhado pelo prefeito, José Alberto Panosso, que confirmou espaço para a construção. “Vamos viabilizar dentro das contrapartidas possíveis levando em conta nossa parceria com a ins-
Lideranças, autoridades e extensionistas estiveram presentes no momento do anúncio
tituição”, ressaltou. O presidente da Emater/RS, Iberê Orsi, também presente, destacou a alegria em ver o desenvolvimento de Frederico Westphalen e o trabalho
dos colegas de instituição sendo reconhecido com esse projeto que beneficiará toda a comunidade. “A Emater/RS é uma educadora e este será mais um instrumento de educação”, afirmou.
Cigres e URI/FW trabalham pela consciência ambiental O
Projeto de Educação em Saúde Ambiental, resultado de uma parceria entre a URI de Frederico Westphalen e o Consórcio Intermunicipal de Gestão de Resíduos Sólidos (Cigres), deverá chegar a 31 municípios da região. O objetivo é promover momentos de reflexão em defesa da sustentabilidade do meio ambiente. Com esse trabalho se quer apresentar uma proposta que vise a estimular uma percepção crítica da população integrante do Cigres e instigar o desenvolvimento de uma complexidade sobre sua vivência em comunidade ou grupo. Também se quer conscientizar a população da necessidade da adesão ao processo da coleta seletiva que está sendo implantado nesses municípios, e como isso se reflete na saúde, no meio ambiente e, consequentemente, na sua qualidade de vida das pessoas. A coordenadora do projeto, professora Claudia Cerutti Kuhnen, ressalta que as ações visam desenvolver a educação ambiental embasada nos conceitos de reutilização, reciclagem e redução de material e recursos naturais, bem como promover de forma interdisciplinar o conhecimento sobre as questões ambientais. Integram a equipe profissionais como biólogo, pedagogo, graduados em Letras e Artes, engenheiro, administrador e jornalista.
30 | Revista Novo Rural | Junho de 2018
Conheça as etapas do projeto • Realização de seminário de apresentação e encerramento do projeto.
• Palestras de conscientização ambiental em escolas e demais espaços.
• Promoção de ações educativas com o tema coleta seletiva junto as administrações públicas.
• Sensibilizar a população da importância da coleta seletiva.
• Ações educativas junto aos catadores e pessoas responsáveis pela coleta de resíduos.
• Realização de peça teatral com tema coleta seletiva e cuidados com o meio ambiente.
Esquete teatral Elaborada para o público infantil e infanto-juvenil, a esquete teatral objetiva conscientizar as crianças sobre a importância de reciclar o lixo. A referida possui dois personagens, o Confuso e o Consciente, que são pessoas que moram em planetas diferentes. O Confuso não se preocupa em realizar a reciclagem, já o Consciente promove um diálogo responsável, possibilitando às crianças um processo de tomada de consciência, viabilizando de forma lúdica o procedimento necessário ao lixo seco e ao lixo orgânico. Confuso e Consciente realizam uma aposta com as crianças e no decorrer da esquete realizam reflexões pertinentes e importantes do cuidado com a reciclagem e consequentemente ao meio ambiente. No final da apresentação, Confuso se conscientiza da necessidade de reciclar.
Vista Alegre tem o melhor bovino de leite Concurso avaliou exemplares das raças jersey e holandesa durante da feira
O
julgamento dos bovinos de leite na Expofred 2018, mais uma vez, mostrou o potencial e as qualidades das raças jersey e holandesa, reconhecidas pela característica produtiva de leite. O título de melhor exemplar da feira foi para o município de Vista Alegre, através da Cabanha Bridi, que também recebeu o troféu de melhor criador, por ter o maior número de animais premiados.
– Esse tipo de ação é uma forma de a gente incentivar os filhos a permanecerem conosco nos negócios, de gostarem da atividade e de buscarem sempre o melhor – ressalta o criador Cleomar Bridi, que estava acompanhado da esposa Lucimar e dos filhos Lucas, Luan e Samuel. A Cabanha Bridi participa da exposição desde 2012 e a cada ano conquista vários troféus de destaque. Na propriedade localizada em Vista Alegre, a família mantém cerca de 80 vacas de leite em lactação, sendo uma referência regional em produção leiteira.
Premiações da raça holandesa 0 a 6 meses
1º lugar: Granja Ortigara
11 a 16 meses
1º lugar: Cabanha Bridi
7 a 9 meses
1º lugar: Ênio Spagnol
10 a 12 meses
17 a 22 meses
1º lugar: Angelo Franco
1º lugar: Granja Ortigara
Na disputa entre as raças, a terneira holandesa foi a vencedora
Gracieli Verde
Gracieli Verde
Iberê Orsi preside a Emater/RS-Ascar
Presidente da Emater/RS visita Frederico Westphalen O presidente da Emater/RS-Ascar, Iberê Orsi, esteve na região durante a Expofred 2018 e interagiu com produtores rurais e colegas da Emater/RS. Apesar de ser da região de Vacaria, é pleno conhecedor da realidade de Frederico Westphalen e região. “Conheço Frederico [Westphalen] do tempo de um líder muito grande, o saudoso Mariotti. Vejo que o município tem se destacado não somente pelas agroindústrias, mas tem se fortalecido como um polo comercial e na área da agricultura familiar”, disse.
Por isso, ele reforça a importância da presença da Emater/RS no município e na região, uma forma de levar educação e tecnologia para as famílias rurais. “São fatores como este que também influenciam a sucessão familiar nas propriedades”, acredita. Conhecedor da realidade agrícola de todo o Estado, Orsi reforça que o cenário tem exigido novas posturas tanto dos produtores, em termos de competitividade no mercado, como para o setor de extensão rural, que precisa se atualizar constantemente. 31 | Revista Novo Rural | Junho de 2018
Juventude Rural
Sucessão
Vanderlei Holz Lermen
Agricultor, tecnólogo em Processos Gerenciais, técnico em Agropecuária e bacharel em Desenvolvimento Rural
A internet no meio rural Na coluna passada falei sobre o uso da internet nas agroindústrias. Na coluna deste mês, vou dar sequência ainda ao assunto, comentando alguns dados obtidos na minha pesquisa. A internet é uma ferramenta importante na atualidade, seja para a comunicação, lazer, estudos ou para a gestão dos negócios. Por meio da internet, o produtor pode obter informações sobre a previsão do tempo, preços, notícias e informações que o ajudem a planejar a sua produção. Além disso, é possível fazer compras de insumos, pesquisar sobre máquinas, pragas, controles e fazer pagamentos. Segundo a pesquisa Tecnologias da Informação e da Comunicação (TIC), publicada em 2013 pelo Centro de Estudos sobre as Tecnologias da Informação e da Comunicação (Cetic.br), 77% da população rural nunca havia acessado a internet até o ano de 2012. Conforme os resultados da minha pesquisa “Perspectivas da Juventude Rural”, realizada com mais de 500 jovens em cinco municípios das regiões Noroeste e Celeiro do Rio Grande do Sul, essa realidade tem mudado rapidamente nos últimos anos. A internet está presente em 78% das propriedades entrevistadas. Há, porém, casos onde o sinal da internet “não chega”, devido ao relevo ser acidentado e há necessidade de ter visibilidade das torres de transmissão, no caso da internet via rádio, a mais popular na região da pesquisa. Uma das formas encontradas pelos produtores é a instalação de torres de retransmissão nas comunidades, por meio da formação de grupos, levando assim o sinal até as comunidades mais afastadas. Foi assim que eu consegui ter acesso à internet na minha propriedade. A presença dela nas propriedades é uma maneira também
de dar condições para que aconteça a sucessão rural, já que assim os jovens estão conectados ao mundo e podem continuar seus estudos, por exemplo. Em relação à internet móvel, 79% dos jovens há utilizam por meio de seus telefones celulares. O que foi observado também é que são poucos os jovens que estão totalmente desconectados. O jovem que não possui internet no computador, possui no telefone. Quero fazer uma pergunta par você que está lendo essa coluna: alguma vez você, ou seus pais, já tiveram que ir para a cidade só para pagar a conta de energia? Você sabia que poderia apenas colocar o seu telefone sobre o código de barras e em poucos segundos fazer o pagamento de casa mesmo? É só ter o aplicativo do banco. Temos que usar isso não só para navegar, mas também para facilitar nossa vida na propriedade. Ainda em relação à internet, um dado no mínimo curioso, é sobre a postagem de fotos em redes sociais. Apenas 7% dos jovens entrevistados postam fotos do dia a dia nas propriedades rurais em redes sociais. Fotos nas lavouras, com os animais ou mesmo trabalhando com os maquinários não são as preferidas dos jovens para os álbuns do Facebook, por exemplo. Em uma palestra com mais de 600 jovens, fiz o questionamento: porque os jovens do campo não postam fotos do dia a dia da propriedade nas redes sociais? Lá do meio dos jovens um disse: vergonha! Creio que realmente seja esse um dos motivos mais fortes. Será que precisamos ter vergonha de postar uma foto com as vacas, na lavoura, na horta, trabalhando com o trator? Deixo um desafio para você. Se nunca postou uma foto assim ou faz tempo que não posta, faça isso e analise as reações. Com certeza, você vai se surpreender.
32 | Revista Novo Rural | Junho de 2018
O que leva o jovem a fazer a sucessão na propriedade? Colunista Vanderlei Lermen palestra em Frederico Westphalen a convite da Sicredi Alto Uruguai e traz dados relacionados à juventude rural
A
spectos ligados à realidade dos jovens e famílias rurais no que se refere à sucessão foram expostos durante encontro realizado na Expofred 2018, uma promoção da Sicredi Alto Uruguai RS/SC. O jovem agricultor Vanderlei Lermen, que é técnico agropecuário e bacharel de Desenvolvimento Rural, além de colunista da Revista Novo Rural, trouxe informações coletadas através do projeto Perspectivas da Juventude Rural. Lermen reside em Boa Vista do Buricá, onde mantém uma propriedade de cinco hectares. Ele mora com os pais, mas precisou buscar sua independência no trabalho para ter a própria renda, por isso tem seu próprio espaço para produção de leite e hortaliças. “A gente precisa achar alternativas, cada uma de acordo com a sua realidade, para fazer o que gosta”, disse. Por meio do projeto, Lermen tem feito pesquisas em vários municípios vizinhos de onde ele mora, sobre as intenções dos jovens em relação ao meio rural, se querem permanecer nas atividades rurais, se têm incentivo dos pais, se têm interesse em estudar na área, entre várias outras questões. − Dos dados que já coletei, identificamos que 39% deles querem fazer a sucessão familiar. Por outro lado, 35% dos pais incentivam os jovens a ficarem no interior. Quer dizer, é visível que quando há incentivo, eles conseguem ver perspectivas no campo e ‘fazer a coisa acontecer’ − afirmou Vanderlei Lermen. Quando o assunto é questão de gênero, 52% dos rapazes querem ficar no interior, mas apenas 23% das moças têm a mesma pretensão. É cada vez mais evidente a masculinização do campo, o que dificulta questões de relacionamento, por exemplo. Mais um dado alarmante, segundo Lermen, é que 47% dos jovens não sabem nem o tamanho da propriedade. “São jovens que estão no ensino médio, que têm entre 16 e 18 anos, e não conhecem a propriedade onde moram. Como um jovem desse vai ter interesse nas atividades rurais?”, questiona. A falta de conhecimento em relação aos valores dos patrimônios da família é um fator que desmoti-
20%
dos jovens sabe o que implica a sucessão rural
39%
dos jovens entrevistados têm interesse em serem sucessores nos negócios da família
35%
dos pais incentivam os jovens a ficarem no interior
52%
dos rapazes querem ficar no interior
23%
das moças têm a mesma pretensão
47%
dos jovens não sabem o tamanho da propriedade
Gracieli Verde
A informação na rede a serviço do desenvolvimento rural
Divulgação
Vanderlei Lermen foi parabenizado pela abordagem sobre o assunto
va o jovem, segundo Lermen, porque ele não tem noção de que às vezes tem uma propriedade que vale mais de meio milhão de reais. “Como deixar isso de lado e ir para a cidade?”, pergunta. Isso também se comprova pelo fato de os jovens não acompanharem os pais quando da tomada de financiamentos, muitas vezes nem sabem quanto tempo têm para pagar esse empréstimo. Já em relação aos estudos, 34% desses jovens querem
fazer algum curso voltado para o setor. “Ainda é preciso identificar que cursos eles querem fazer”. A pesquisa tem revelado também que 69% dos jovens considera o trabalho pesado. “Neste caso, a gente questiona também o que é realmente ‘pesado’, porque hoje em dia o trabalho está muito diferente, com tecnologias adaptadas para cada realidade de propriedade, independente de tamanho ou atividade”, explica.
O que é sucessão rural
Saber quais os processos necessários para a sucessão familiar é outro assunto desconhecido pelos jovens. A pesquisa mostra apenas que 20% deles sabe o que isso implica.
O que eles querem
Nessa linha, os jovens também entendem que precisam de mais incentivo dos pais, do governo, mais tecnologias adaptadas para as mais distintas realidades, melhores preços para a produção, infraestrutura, acesso à internet e campanhas de incentivo para a permanência deles no campo, segundo a pesquisa.
Estar conectado é possibilitar a inovação agregada ao desenvolvimento, seja no campo ou na cidade. A verdadeira (r)evolução digital proporcionou ao agronegócio alcançar patamares antes considerados inatingíveis, ou seja, a internet possibilitou aos agricultores a busca de aperfeiçoamento, técnicas e informações a um “click” e com buscas de soluções a níveis mundiais. De maneira geral, acreditamos que levar internet e colocar à disposição tecnologias para o setor agrícola, resultará em um salto no potencial competitivo agrícola do país, além do maior estímulo para a permanência dos jovens na área rural, aumento de renda e qualidade de vida dos produtores. O avanço da tecnologia no campo induz o produtor a se atualizar sobre equipamentos e formas de se comunicar. A internet já é realidade no trabalho do dia a dia de quem cultiva e produz no país. No ano de 2011, a internet passou a ser reconhecida pela Organização das Nações Unidas (ONU) como direito de todos os indivíduos em razão de ser um instrumento essencial para procurar, receber e transmitir informações e todos os tipos de ideias. O acesso às informações e aos maquinários cada vez mais modernos promove, além do crescimento econômico, também o desenvolvimento humano, permitindo o acesso a informações que são fontes para fomentar a produção, além de avaliar o mercado do agronegócio, possibilitando ao produtor estar preparado para expansão/manutenção da sua propriedade. O desenvolvimento tecnológico recorre à necessidade de se buscar cada vez mais informações em tempo real, assim como alcançar o acesso às competências digitais. Essas necessidades tendenciam o produtor rural a procurar novas alternativas para suprir suas demandas e obter conhecimento em relação aos suportes tecnológicos, políticas públicas, economia, produtividade, fomentos, e demais assuntos cujas as informações nem sempre estão disponíveis em outros meios de comunicações para o produtor rural, de forma imediata e com diversificação de fontes. Dessa forma, pensar a tecnologia como impulsionadora do desenvolvimento rural é também auxiliar na conexão com pessoas e a aproximação de gerações ao campo. Com planos pensados exclusivamente para o produtor, a Tchê Turbo criou “Para você Rural”, para facilitar a inserção da tecnologia/internet ao desenvolvimento das propriedades rurais. Entre em contato pelo telefone (55) 2010 0000 e conheça o plano perfeito para você desenvolver ainda mais o seu negócio.
Gerenciar conflitos
Lermen sugere que os jovens e os pais tentem resolver conflitos de forma mais simples. “Temos que buscar soluções ao invés de brigas”. Até porque, entre os fatores que influenciam essa tomada de decisão de ficar na propriedade também está o acesso à renda. Ou seja, é preciso gerenciar a propriedade como uma empresa, que tem salário para todos os envolvidos no trabalho. Segundo o palestrante, o ideal é que se formem sucessores, com total controle gerencial dos negócios, e não apenas herdeiros, que tenham controle apenas do capital. 33 | Revista Novo Rural | Junho de 2018
Fique atento Programa estadual promete regularizar áreas ocupadas
Sintraf de Sarandi encomenda frutíferas Produtores interessados em implantar ou ampliar pomares de frutíferas, ou mesmo adquirir plantas ornamentais, podem contatar com o Sintraf de Sarandi. Reservas de mudas certificadas estão sendo feitas pela entidade. Quem precisar de mais informações, pode ligar para o fone (54) 3361-2011. O pagamento das mudas é feito no ato do pedido e sócios dos Sintraf têm desconto.
O Estado gaúcho está em processo de regularização da posse de áreas rurais devolutas que atualmente são ocupadas por agricultores. Trata-se do Programa de Regularização Fundiária de Terras Devolutas do Rio Grande do Sul, que tem como foco regularizar e dar concessão real de uso para famílias de agricultores que ocupam áreas rurais ou urbanas das quais não são proprietários. A intuito é conseguir oferecer a esses agricultores ocupantes o acesso a linhas de crédito, bem como obtenção do bloco de produtor rural. Desde o ano passado a Emater/RS-Ascar também está envolvida nesse trabalho. Para regularizar a situação e obter os benefícios, os interessados devem procurar o escritório da Emater de seu município para verificar se o imóvel que ocupa é considerado devoluto. Nos casos considerados, o agricultor deverá formalizar um requerimento e reunir a documentação solicitada. Na sequência, técnicos da Emater podem fazer a vistoria da área e obter as coordenadas dos vértices do imóvel para confecção de croqui e memorial descritivo. A Emater encaminhará esses documentos para a SDR, responsável pela análise da documentação e assinatura da concessão real de uso.
Secretaria de Agricultura de Frederico Westphalen em novo endereço
Espaço agora está mais centralizado. Antes escritório era no parque de máquinas da prefeitura
O agricultor poderá obter a Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP), que permite acesso a linhas de crédito e financiamentos junto ao sistema bancário. Acesso a nota fiscal de produtor rural.
Quais as condições para receber a concessão real de uso? Ter moradia permanente na área. Manter cultura efetiva da área, segundo os graus de exploração agrícola, pecuária e florestal e de eficiência obtidos nas diferentes explorações, nos termos da legislação vigente. A família de agricultores comprovadamente não pode ser proprietária de imóvel rural ou urbano.
Mais prazo para a vacina contra febre aftosa Débora Theobald
Para facilitar o acesso dos produtores à equipe, a Secretaria Municipal de Agricultura de Frederico Westphalen está atendendo em novo endereço. Agora, o setor atende em escritório ao lado do escritório municipal da Emater/RS, na avenida Luiz Milani, número 165, sala 3, próximo ao Posto de Saúde Central. O telefone para atendimento ao público permanece o mesmo: 3744-6784.
Por que regularizar?
Foi prorrogado o prazo para a vacinação contra a febre aftosa, prevista para terminar em maio, até o dia 15 de junho, conforme anúncio do diretor do Departamento de Defesa Agropecuária da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Irrigação (Seapi), Antônio Carlos Ferreira Neto. A solicitação foi feita por entidades do sistema produtivo ligado à pecuária de corte e do leite (Farsul e Fetag), em razão dos problemas decorrentes da greve dos caminhoneiros. Assim, o produtor que ainda não vacinou seu rebanho deve procurar as casas agropecuárias para adquirir as doses necessárias, fazer a aplicação e, posteriormente, comprovar a imunização perante a inspetoria veterinária de seu município. Além disso, o produtor deverá fazer a declaração anual de rebanho, cujo prazo de entrega também foi prorrogado por 15 dias.
Gracieli Verde
SDR entrega veículos à Coopraf
U
m veículo Fiat Fiorino e uma motocicleta Honda CG Fan foram entregues para a Cooperativa dos Produtores Rurais da Agricultura Familiar de Frederico Westphalen (Coopraf), no Parque de Exposições Monsenhor Vitor Battistella, durante a Expofred 2018. O presidente da cooperativa, Vanderlei Zonta, recebeu as chaves do secretário de Estado de Desenvolvimento Rural, Tarcísio Minetto, acompanhado de lideranças locais, como o secretário municipal de Agricultura, Cleber Cerutti, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais (STR), Nadir Buzatto, os gerentes do escritório regional da Emater/RS de FW, Clairto Dal Forno e Mário Coelho da Silva, além da coordenadora da Unidade de Cooperativismo da Emater/RS, Marcia Faccin. Associados à Coopraf também acompanharam o momento, bem como representantes de cooperativas de crédito e demais parceiros.
34 | Revista Novo Rural | Junho de 2018
Autoridades e associados acompanharam a entrega das chaves
Comportamento
Qualidade de vida Divulgação
Você já pensou em recomeçar? Refletir sobre nossos desafios diários também consiste em tomar decisões para então obter mudanças
V
vos comportamentos, afinal, cabe a nós próprios enfrentar os desafios. É como mudar o curso de um grande navio de uma hora para outra: ninguém faz isso! “Fazemos uma pequena manobra e o barco vai mudando de direção, lentamente. A chave é fazer a pequena mudança, a pequena manobra”, afirma. Ficar esperando as “condições perfeitas” para colocar aquele projeto em prática também pode ser outro gargalo. “Não se pode desistir por nenhum tipo de pressão”, ensina o psicólogo. É como aquela frase creditada a Lichtenberg: “eu não posso afirmar que as coisas vão melhorar se nós mudarmos; o que eu posso afirmar é que para elas melhorarem, nós temos que mudar”. Outra dica de Rangel é em relação a necessidade deixar no passado o que é do
passado. Nada de trazer culpas ou arrependimentos, tanto nos relacionamentos com a esposa, esposo, filhos e amigos, como no trabalho. Decisões tomadas foram as melhores para aquele momento, e não há culpa, mas sim necessidade de evolução, de pensar no futuro. Começar um novo roteiro de vida envolve decidir por pequenas coisas, como visitar aquele amigo que mora longe, ou mesmo fazer alguma ligação para familiares que não falam faz tempo, ou até mesmo mandar uma mensagem por rede social. Hoje em dia está mais fácil de comunicar-se, não é mesmo?! É assim que a direção das coisas vai tomando novos rumos. – Não se preocupe com perfeição, com a velocidade, nem com a opinião dos outros. Pense na direção, pense na sua vida e pense na vida dos que dependem de você. Para que as coisas melhorem, nós temos que mudar – ressalta.
"Tudo o que passamos nos torna mais fortes por dentro, com experiências que você pode usar para não repetir os erros do passado."
COLABOROU Divulgação
ocê já deve ter conversado com algum amigo, alguma vizinha ou familiar que tinha o desejo de algumas mudanças, de fazer diferente. Isso não só lá na atividade agropecuária, mas também no modo de vida, na forma de se relacionar com as pessoas. Dependendo da fase da vida, são reflexões naturais. Usar isso a favor da saúde mental é o grande desafio. Normalmente quando somos afetados por crises, mobilizações que interferem no nosso dia a dia ou outras situações inesperadas somos pegos refletindo sobre o que fazer para mudar, evoluir. É nessa hora que também é preciso valorizar o que se aprende com as vivências do dia a dia. – Se você quer mudar algo na sua vida, comece agora a fazer a diferença. Repetir exatamente as mesmas coisas fará você ter os mesmos resultados. Sempre é importante parar para refletir. Tudo o que passamos nos torna mais forte por dentro, com experiências que você pode – e deve – usar para não repetir os erros do ano passado – orienta o psicólogo Rangel Lima, que atende em Frederico Westphalen. Ele salienta que mesmo nas pequenas coisas do dia a dia é possível empregar no-
Rangel Lima
35 | Revista Novo Rural | Junho de 2018
Qualidade de vida
Culinária Cá entre nós
As vantagens de comer o famoso pinhão!
Assistente técnica regional social da Emater/RS- Ascar de Frederico Westphalen E-MAIL: dwommer@emater.tche.br
Mulheres de fé!
Risoto de pinhão
INGREDIENTES • 2 colheres de sopa de manteiga • 3 colheres de sopa de cebola picada • 2 xícaras de chá de arroz • 50ml de vinho branco • 200g de pinhão co-
zido e cortado em lascas • 150g de nata • 100g de queijo parmesão ralado • Sal a gosto • Salsinha picada • Caldo de legumes
COMO PREPARAR Em uma panela, derreta a manteiga e doure a cebola. Acrescente o arroz e o vinho, mexa até evaporar. Vá acrescentando o pinhão e o caldo de legumes, mexendo sempre até o arroz cozinhar. Finalize com a nata e o queijo. Polvilhe salsa picada e sirva. Dica: pode-se usar o pinhão cozido e congelado.
Docinho de pinhão
RE
CE
IT
A
RE
CE
IT A
N
ormalmente consumido cozido ou sapecado na chapa do fogão – o que o torna também muito saboroso – o pinhão é um dos alimentos “queridinhos” desta época mais fria do ano, até porque agora é que a colheita também está no auge. Muito comum no Sul do Brasil, a semente da araucária é rica em minerais, além de ferro. Para ter mais opções de preparo para o pinhão, temos algumas sugestões para trazer esse ingrediente também em outros pratos.
Dulcenéia Haas Wommer
INGREDIENTES
COMO PREPARAR
• 200 g de biscoito de maisena • 1 xícara de amendoim torrado e sem pele • 3 xícaras de pinhão cozido e descascado • 1 leite condensado • ½ xícara de leite em pó
Triture separadamente no liquidificador, o pinhão, o amendoim e os biscoitos, reserve. Em um vasilhame misture o biscoito, o amendoim, 2 ½ xícaras de pinhão e o leite condensado, amassando até formar uma massa úmida, coloque em refratário levemente untado e leve à geladeira por 20 minutos. Corte em cubos médios, polvilhe leite em pó misturado com o restante do pinhão. Está pronto para servir!
COLABOROU: Franciane Covaleski, extensionista da Emater/RS de Boa Vista das Missões 36 | Revista Novo Rural | Junho de 2018
Desta vez quero falar sobre um comportamento que está muito presente em nós, mulheres. Por que são as mulheres que têm mais fé? Esta foi a pergunta e sugestão da agricultora Marlene Zafari, da Linha Vitória, Ronda Alta. Ao me encontrar na Gincanafest da Cooperação Emater e Coopac, naquele município, veio me dizendo que queria me conhecer, pois esperava a revista Novo Rural todos os meses para ler nossa coluna por gostar dos temas. Então, já a desafiei a me sugerir um. Pois bem, ela me olhou e perguntou: por que são as mulheres que têm mais fé? As pessoas que estavam no nosso entorno já começaram a comentar o assunto e a concordar. Segundo eles, os homens logo dizem “mas vai secar tudo, vamos perder toda safra...” Ou: “vá, vá, isso não vai dar certo!” Realmente, vejo muitos casos de mulheres que na família estão sempre dando um empurrãozinho nos demais, animando, incentivando e rezando. Na bíblia, as mulheres desempenham um importante papel, algumas viveram muito próximas de Deus. Eram mulheres de diferentes dimensões e diferentes situações de vida. E Deus agiu na vida delas. O papa Francisco também já disse: “são as mulheres que transmitem a fé! Lindo trabalho das mães e das avós, o belo trabalho destas mulheres nas famílias.” Eu acredito: oração de mãe rasga o céu! Na maioria das vezes, são elas que convidam para ir a missa ou no culto. São elas que esperam acordadas e rezando, os filhos voltarem para casa de madrugada... São ministras na igreja. Também é visível nas propriedades rurais onde a mulher é otimista, propositiva e confiante, pois ela demonstra dedicação em tudo que faz. A fé também torna as pessoas mais amigáveis. Os tratamentos de saúde também reconhecem a fé como aliada para a melhoria e cura. Agora falo por mim: na minha adolescência tive uma doença que me deixou paralisada e o diagnóstico me deu 5% de chance de cura total. Cá estou eu! Cá entre nós! Sempre muito animada desde aquela idade. Na época, toda minha terra-natal, Erval Seco, se uniu em orações, das diversas religiões, interior e cidade. A Organização Mundial da Saúde (OMS) reconhece a espiritualidade como um fator que não deve ser desprezado, porque pode gerar equilíbrio e declara que, quando ela é bem empregada, o resultado observado é um reflexo positivo na saúde psíquica, social e biológica, tal como o bem-estar do indivíduo. Com isso, me arrisco a pensar se tem relação com o fato de as mulheres viverem mais. A fé é o combustível que nos move. Quando deixamos de acreditar, deixamos de viver. Problemas, decepções fazem parte da caminhada, mas pensar que vai dar certo, que os temporais na vida vão passar, que vai passar na prova, no concurso, são atitudes otimistas. É saber que nenhum mal dura para sempre. Fé e religião podem ser diferentes, mas a fé move montanhas, e a esperança é a última que morre, já dizem os ditados populares.
“Quando deixamos de acreditar, deixamos de viver”
Sobre qual assunto você quer que eu escreva? Mande sua sugestão para o WhatsApp (55) 9.9624.3768
Jardinagem
Qualidade de vida
Gracieli Verde
A paixão pelas orquídeas também exige cuidados
Gracieli Verde
A
beleza e a singularidade das orquídeas chamam atenção. Não é à toa. É uma das flores mais bonitas e queridas pelo público. Ter exemplares dessas flores em casa, além de embelezar ambientes, traz satisfação para quem as cultiva – se torna uma paixão. Por isso, separamos algumas dicas, difundidas pela equipe do Orquidário Luft, de Pinheirinho do Vale, que tem se tornado referência na região quando o assunto é o cultivo dessas plantas. Lembre-se que para cuidar dessas flores é importante entender um pouco mais sobre como ela se comporta e que tipo de ambiente lhe é mais favorável.
Vasos
Adapte o vaso ao tamanho da orquídea. De forma geral, ela pode ser cultivada em vasos de plástico, de barro ou ainda nó de pinho. Um cuidado necessário é que em vasos muito grandes a retenção de umidade pode ser excessiva, gerando apodrecimento das raízes.
Plantio
Você pode colocar uma camada de pedriscos no fundo do vaso, em torno de dois centímetros, para drenar o excesso de água. Complete com substrato adequado, que não pode ser muito denso, pois as raízes precisam estar arejadas. O substrato pode ser de carvão, casca de pinos ou de outras árvores, isopor e pedriscos. Deixe a parte de trás da planta encostada no vaso e espaço na frente para dar lugar a novos brotos. Se necessário, coloque uma estaca para garantir a sustentação da orquídea, deixando-a bem firme no vaso.
Temperatura
A maioria das orquídeas se desenvolvem bem em temperaturas entre 10°C e 40°C e numa umidade relativa do ar entre 50% e 80%. Já a temperatura ideal é em torno de 25°C. No inverno, é importante evitar que a orquídea esteja exposta ao vento frio e úmido. No verão é preciso compensar o calor com regas mais frequentes. Também são é recomendado expor as plantas ao sol muito quente.
Água
Quando se fala na umidade do ar, esta nunca deve estar a menos de 30%. Caso contrário, as plantas podem desidratar muito rapidamente. Lembre-se que num jardim com muitas plantas e solo de terra, a umidade relativa do ar é bem maior do que numa área sem plantas, com piso de cimento, por exemplo. Para as plantas, estufas com tela de sombreamento de 50%, sem cobertura de lona, é uma das recomendações.
Ventilação
Para orquídeas saudáveis, também é essencial um ambiente com boa ventilação. Isso ajuda a manter a temperatura em níveis perto do ideal e evita a disseminação de fungos.
Luminosidade
A luz é um dos fatores mais importante para as orquídeas. O ideal é manter as plantas sob uma tela de 50% a 80% de sombreamento, dependendo da intensidade da luz do sol no local. Com isso, as plantas receberão claridade em luz difusa suficiente para realizarem a fotossíntese. O tom do verde das folhas também deve ser observado. Se estiver com um tom “verde garrafa”, precisam de mais luz solar. Caso estejam amareladas, mostra que há excesso de luz. Em relação à altura da estufa, a recomendação é que 2,8m, sempre observando a segurança da estrutura para um caso como este.
Adubação
Borrifar as orquídeas com adubo líquido é uma alternativa para quem quer plantas saudáveis e bem nutridas. O ideal é fazê-lo no fim da tarde, molhando os dois lados das folhas. Se o adubo for sólido e não possa ser diluído, deve ser aplicado no vaso – neste caso sempre cuidando para não colocar diretamente na planta ou raízes.
37 | Revista Novo Rural | Junho de 2018
Campo aberto 12ª Feciatra recebe milhares de visitantes A cidade de Ronda Alta mais uma vez vivenciou a programação da Feira Comercial, Industrial, Agropecuária e do Turismo (Feciatra), que chegou a 12ª edição, entre os dias 18 e 20 de maio. Durante a abertura, dezenas de lideranças políticas e de entidades marcaram presença, num momento considerado importante para o município, segundo o prefeito, Miguel Angelo Gasparetto. Aproveitando a expressiva participação de deputados estaduais e federais no ato solene, o prefeito Gasparetto aproveitou para comentar a preocupação com os rumos da gestão pública. “Temos que cobrar dos deputados que não votem leis que não vão a favor dos municípios”, desabafou.
Junho terá Seminário das Agroindústrias
Ele também comentou sobre o orgulho em ver a comunidade local mobilizada para promover a feira, uma vez que o evento é resultado da união de forças. “Essa feira é a ‘nossa cara’, tem a nossa produção, discute a sucessão familiar, entre outros assuntos importantes para o nosso contexto”, disse. Promovem a feira a prefeitura de Ronda Alta, a Câmara Municipal de Vereadores, Emater/RS-Ascar, Acira e o Sindicato dos Trabalhadores Rurais. Entre os diversos espaços da feira, a Emater/RS destacou algumas das atividades realizadas pela equipe, com foco na produção de hortifrúti, além de aspectos relacionados ao destino do lixo e composteira.
Reunir profissionais e produtores ligados ao setor de agroindústrias de toda a região para debater avanços e desafios é um dos objetivos de um seminário que está sendo organizado para o dia 21 de junho. O encontro ocorrerá na sede da Fundaluz, em Pinhal, organizado por uma comissão que integra a Agência de Desenvolvimento do Médio Alto Uruguai (Admau). A programação, que ainda está sendo definida, envolverá palestras e mesas de debate, durante todo o dia. Pela manhã o credenciamento inicia às 8h30min, com precisão de encerramento às 16 horas. Será servido almoço no local, mas os participantes precisarão confirmar presença. Se você ficou interessado em participar, procure a equipe do escritório municipal da Emater/RS. Gracieli Verde
Encontro de Famílias debate sucessão Para promover mais interação entre pais, a URI/ FW, por meio do curso de Tecnologia em Agropecuária, promoveu a quinta edição do Encontro de Famílias, em maio, desta vez envolvendo o quinto período do curso. Palestra sobre afetividade e a influência disso na sucessão familiar foi ministrada pelo professor Sandro Paixão. Debate sobre aspectos relacionados à formação dos jovens também fez parte da noite. Gracieli Verde
Prefeito Miguel Angelo Gasparetto destacou empenho conjunto de entidades para promoção da expo-feira
CD do Coral Santa Cruz é lançado Se você acompanha a revista Novo Rural há mais tempo, vai lembrar que já mostramos a história do Coral Santa Cruz, do distrito de Castelinho, em Frederico Westphalen, formado por agricultores. Há vários anos o grupo tinha o sonho de gravar um CD e agora isso se tornou realidade. O lançamento oficial foi realizado no início de maio, no Salão de Atos da URI de Frederico Westphalen. Foi uma noite especial e, sem dúvidas, memorável. Centenas de convidados, lide-
ranças locais e amigos coralistas da região e também de cidades de Santa Catarina marcaram presença. – É um momento de emoção, de orgulho e muita gratidão – disse o maestro Juliano Macyel, que inclusive começou o trabalho na música na comunidade, onde também reside. O CD contém 11 faixas, com estilos variados. Quem tem interesse em adquirir o CD, pode procurar o maestro Macyel, pelo (55) 9-9982-3316. Gracieli Verde
Apresentação mostrou várias canções interpretadas pelos coralistas
38 | Revista Novo Rural | Junho de 2018
Atividade reuniu pais e alunos na universidade
Agricultores investem em tecnologia graças ao Feaper O Fundo Estadual de Apoio ao Desenvolvimento dos Pequenos Estabelecimentos Rurais (Feaper) contemplou seis famílias em Novo Tiradentes neste ano. Os projetos serviram para o desenvolvimento da infraestrutura energética e tecnológica nas propriedades. Os projetos foram elaborados pela equipe da Emater/RS-Ascar, que também prestou assistência técnica aos assistidos, desde a fase de planejamento até a instalação. O valor disponibilizado para cada família foi de até R$ 10 mil, sendo que os adimplentes terão subsídio de 80% do valor. Foram instalados cinco aquecedores solares, quatro geradores de energia e um sistema de luz trifásica. Três aquecedores foram instalados nas salas de ordenha e dois em residências.
Campo aberto Divulgação
Em Porto Alegre, lideranças locais acompanharam sanção do governador Sartori
Escolas técnicas agrícolas no radar de políticas públicas Um grupo de trabalho começou a discutir neste mês de maio o desenvolvimento de objetivos para aprimorar o trabalho das escolas técnicas agrícolas do Estado, a fim de garantir a infraestrutura e o apoio para a formação dos estudantes. O grupo terá reuniões mensais até formatar uma proposta única de política estadual, através de um programa. No primeiro encontro realizado, o grupo foi unânime em ver a necessidade de melhorar a infraestrutura das escolas e apoiar as agroindústrias nas escolas técnicas. Outro desafio é aproximar a assistência técnica de extensão rural social da Emater a essas escolas. Na região, a Escola Estadual Técnica Celeste Gobbato, de Palmeira das Missões, tem esse perfil. Inclusive, o diretor, Luiz Carlos Cosmam, é o presidente do Conselho das Escolas Técnicas Agrícolas do RS.
Palmeira das Missões é o “Berço da Erva-Mate” ri, sancionou em maio a lei que torna oficialmente Palmeira das Missões o “Berço da Erva-Mate”. O projeto de lei é de autoria do deputado estadual Missionário Volnei. Lideranças do setor ervateiro consideram esta uma conquista para Palmeira das Missões e região, pois é uma forma de valorizar um produto que tem tudo a ver a com a terra do famoso Carijo.
Gracieli Verde
A tradição e a qualidade da erva-mate nativa da região da Grande Palmeira é, originalmente, reconhecida pelos consumidores. Valorizar esse aspecto e torná-lo parte de um processo de melhoria nas atividades do setor como um todo é um dos desafios desta cadeia produtiva. Agora, o setor já tem algo a comemorar. O governador gaúcho, José Ivo Sarto-
Movimento sindical se reúne no interior de Alpestre Outra entidade que festeja o cinquentenário neste ano é o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Alpestre. Para comemorar, um evento festivo foi organizado no início de maio, no interior do município. Autoridades e lideranças locais, estaduais e até nacionais marcaram presença, além de associados. O presidente do STR de Alpestre, Valdemar Scalvi, res-
saltou que a parte mais importante da entidade comemorar 50 anos é a demonstração de força dos associados. – Todos esses anos de história significam que o agricultor apoia e está junto com o sindicato das lutas, até porque não teria sentido um sindicato sem seus agricultores, eles são a nossa maior força – ressaltou.
Interação com o público marcou apresentação
Debora Theobald
Badin faz show no cinquentenário do STR de Palmitinho Um dos eventos comemorativos aos 50 anos do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Palmitinho teve uma atração muito conhecida. O humorista Badin, O Colono, se apresentou no dia 6 de maio, na festa realizada pela entidade. Badin, que inclusive já foi tema de reportagem por aqui, propõe um show com muitas piadas com foco nas situações corriqueiras do meio rural, especialmente onde há colonização de imigrantes italianos e alemães. Ao subir no palco, não demorou para começar a interagir com o público, brincando com os Benvenuttos, as Lourdes, os Josés, citando “causos” dos pais e do dia a dia de um “colono”, como ele diz. Foi uma hora de muitas risadas entre o público.
Encontro reuniu agricultores e lideranças no interior do município
39 | Revista Novo Rural | Junho de 2018