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1 | Revista Novo Rural | Junho de 2019
Carta ao
LEITOR
PATRÍCIA CERUTTI Diretora da Novo Rural
Um quilo poderá dobrar a exportação
O
setor da suinocultura vive um momento de grande expectativa, especialmente no cenário regional e global. O anúncio da troca de ativos entre as empresas Adelle Foods e JBS, que ainda depende da aprovação do Cade para se consolidar, já está gerando movimentação, visando os novos arranjos que acontecerão em toda a cadeia com as mudanças de gestão nos dois frigoríficos e a perspectiva de significativo aumento na produção da planta seberiense.
Mas, os especialistas alertam que a abertura do mercado para a compra da proteína animal pode não ser tão simples quanto para outras commodities, dependendo de um burocrático e nada transparente processo de habilitação, que se for vencido abrirá as portas de um mercado que atualmente sustenta a média de 84 quilos de carne por habitante. A boa notícia é que se aumentar em um quilo esta média por habitante, simplesmente irá dobrar a exportação brasileira para aquele país. Certamente um esforço que vale a pena.
Com um olho aqui e outro focado no que acontece na China, país que produz e consome mais da metade da carne suína mundial, produtores tentam visualizar os reflexos da peste suína africana que está dizimando boa parte da produção chinesa. Entender todas as consequências e identificar as oportunidades que são geradas por um fato de tamanha relevância não é algo simples, exigindo grande esforço dos especialistas para oferecer uma interpretação mais acertada dos fatos em movimento.
Enquanto estas questões gravitam no horizonte, junto com o fortalecimento de instrumentos como a “regionalização sanitária” e a “compartimentalização sanitária”, nos próximos dias a realização de um grande evento estadual irá colocar a suinocultura como prioridade na pauta regional. O Dia Estadual do Porco, neste ano, será sediado por Frederico Westphalen, cidade que figura entre as principais produtoras do Estado, e que será impactada diretamente pela negociação envolvendo a JBS e Adelle. Além de sediar os debates políticos e técnicos do setor, Frederico Westphalen poderá, por conta da suinocultura, conquistar um reconhecimento nacional, com o prêmio Prefeito Empreendedor. Como relatado na edição de fevereiro, a solução encontrada pela gestão frederiquense para os dejetos de suínos produzidos pelas granjas instaladas no interior do município poderá render o prêmio Prefeito Empreendedor ao chefe do Poder Executivo de Frederico Westphalen, José Alberto Panosso.
O especialista em questões globais do agronegócio, Marcos Jank, em recente artigo produzido em parceria com o especialista em temas sanitários, Rodrigo C. A. Lima, publicado na imprensa gaúcha, relata que de 20% a 35% do plantel chinês poderá ser dizimado para vencer a contaminação, impactando na redução entre cinco a 10 milhões de toneladas de soja importadas para a China. Mas estrategicamente, a longo prazo, as mudanças que acontecerão para vencer a crise, como maior controle sanitário, escala e profissionalização do produtor, poderão resultar em aumento no consumo do farelo de soja, impulsionando novamente a produção de grãos.
A Novo Rural, na sua plataforma digital e na impressa, permanece atenta, acompanhando estes fatos e produzindo conteúdo atualizado, dedicando atenção especial ao tema pela relevância do setor para nossa economia regional.
Nossos parabéns à Ascar, que completa neste mês de junho seus 64 anos de atuação na extensão rural gaúcha. VIDA LONGA À INSTITUIÇÃO!
A revista Novo Rural é uma publicação realizada em parceria com Circulação Mensal
Tiragem
13 mil exemplares
Fone: (55) 2010-4159 Endereço: Rua Garibaldi, 147, sala 102 - B. Aparecida 2 | RevistaFrederico Novo Westphalen/RS Rural | Junho de 2019
ABRANGÊNCIA: Alpestre, Ametista do Sul, Barra Funda, Boa Vista das Missões, Caiçara, Cerro Grande, Chapada, Constantina, Cristal do Sul, Dois Irmãos das Missões, Engenho Velho, Erval Seco, Frederico Westphalen, Gramado dos Loureiros, Iraí, Jaboticaba, Lajeado Do Bugre, Liberato Salzano, Nonoai, Nova Boa Vista, Novo Barreiro, Novo Tiradentes, Novo Xingu, Palmeira das Missões, Palmitinho, Pinhal, Pinheirinho do Vale, Planalto, Rio dos Índios, Rodeio Bonito, Ronda Alta, Rondinha, Sagrada Família, São José das Missões, São Pedro das Missões, Sarandi, Seberi, Taquaruçu do Sul, Três Palmeiras, Trindade do Sul, Vicente Dutra e Vista Alegre.
Novos colunistas Este mês de junho marca mais um avanço do ponto de vista de produção de conteúdo para a Novo Rural, tanto na versão impressa da revista como no site novorural. com. Estreia conosco como mais um colunista o professor Pedro Luís Büttenbender, na editoria Cooperativismo, alternando inserções com o Espaço Cooperativo, assinado pela administradora da Unidade de Cooperativismo da Emater/RS-Ascar de Frederico Westphalen, Marcia Faccin. Büttenbender é doutor em Administração, mestre em Gestão Empresarial, especialista em Administração Estratégica e em Cooperativismo, bacharel em Administração e tecnólogo em Cooperativismo. Atualmente é professor pesquisador na Unijuí, vinculado ao Departamento de Ciências Administrativas, Contábeis, Econômicas e da Comunicação, coordenador de programa de Pós-Graduação e coordenador de projetos de Pesquisa e de Extensão. Além de docente, tem atuado como consultor de empresas, empresário e conferencista em eventos acadêmicos, empresariais, públicos e comunitários. Para o mês de julho, outra novidade será a participação do engenheiro-agrônomo Flávio Cazarolli, da consultoria Foco Rural, também de Ijuí/RS, no espaço destinado a pautas de Juventude Rural. O desafio aceito por Cazarolli é trazer informações relevantes sobre o processo de sucessão nas propriedades e empresas rurais e familiares, esclarecendo dúvidas de leitores sobre diversos assuntos. Cazarolli é especialista em gestão de recursos humanos, tem ampla experiência com consultorias na área de sucessão familiar, envolvendo a preparação e inserção das novas gerações, estruturação de novos padrões societários com desenvolvimento de acordo de sócios, protocolo familiar e regulamentos internos.
Direção
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Desenvolvimento de mercado
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Reportagem
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Site e redes sociais Camila Wesner
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Mais transmissĂľes ao vivo pelas redes sociais Pelo Facebook da Novo Rural vocĂŞ tambĂŠm pode acompanhar nossas transmissĂľes ao vivo, que prometem ser mais frequentes a partir deste mĂŞs. Em maio os entrevistados foram o professor Alexandre Gazolla Neto e o presidente da Emater/RS, Geraldo Sandri (atravĂŠs do jornal O Alto Uruguai).
Cavalo crioulo No site novorural.com vocĂŞ pode conferir mais conteĂşdo sobre a Cabanha PĂĄtria Xucra, de Frederico Westphalen. A histĂłria ĂŠ contada pelo veterinĂĄrio Edson Buzetto, fiscal agropecuĂĄrio aposentado que agora se dedica ao cavalo crioulo. Assista tambĂŠm pelo Youtube, atravĂŠs do cĂłdigo QR.
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3 | Revista Novo Rural | Junho de 2019
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Foto do
LEITOR
Diego Adílio Silva, de Criciúma/SC Extensionista rural da Epagri
“Já estamos no fim da safra de maracujá e hoje esta é uma cultura que é fonte de renda para cerca de 700 famílias no Sul de Santa Catarina. Essa cultura ocupa cerca de 1,5 mil hectares. Isso tem acontecido graças à sanidade desses pomares e à adoção do vazio sanitário. O que a gente indica aos produtores de maracujá é que, ao fim da colheita, respeitem esse vazio sanitário, para que continuemos produzindo frutas de qualidade, como essas frutas já são reconhecidas no Estado catarinense e no Brasil.”
Felipe Bonfanti, de Constantina/RS Engenheiro-agrônomo da Agrobon
“A safrinha de feijão já foi toda colhida na região e muito abaixo da expectativa. Tivemos muita chuva nos dias da colheita e em alguns lugares foram até oito dias de tempo nublado. Isso ocasionou muita brotação na lavoura. Além disso, temos notado que é crescente a incidência da erva-daninha chamada trapoeraba, ou também chamada de amendoimbravo, que é extremamente agressiva e mais frequente em solos com mais pedregulho. Essa planta prejudica muito a colheita do feijão, porque na hora de colher não tem como separar. Isso suja muito o grão e o feijão perde muito a qualidade. Em regiões como Palmeira das Missões ou Boa Vista das Missões, que sofrem menos com essa erva-daninha, a brotação das sementes foi o maior problema, o que também refletiu em preços mais baixos pagos ao produtor. Porém, o feijão safrinha, ao contrário da soja safrinha, tem garantia do Proagro. Então, a orientação é que o produtor busque acessar o seguro rural.”
Geomar Mateus Corassa, de Cruz Alta Coordenador de pesquisas na CCGL e coordenador da Rede Técnica Cooperativa
“Em toda a área de abrangência das cooperativas agropecuárias gaúchas, a colheita da safra de verão foi praticamente findada e a implantação das culturas de inverno começa a dar as caras. Para as regiões onde a colheita finalizou ainda na primeira quinzena de abril (ou antes), o cenário tradicional das lavouras até o presente momento é o tradicional “vazio outonal”. Este período vai da colheita da soja até a implantação de uma próxima cultura, e em média compreende um período de mais de 60 dias. Fato é que a ausência de plantas no período deixa o solo suscetível às intempéries climáticas, um risco que os produtores não deveriam correr. Nos últimos anos a região Noroeste do RS tem experimentado chuvas intensas, especialmente entre os meses de abril e maio, o que associado a um solo desprotegido tem provocado processos erosivos severos. Exemplo disso foi a região de Cruz Alta/RS, que no último dia 6 de maio registrou cerca de 140mm de chuva em poucas horas. Como resultados, cenas tristes foram observadas em lavouras sem cobertura, com toneladas de solo sendo levadas pela enxurrada. Cabe aqui então uma reflexão: o que é caro? Investir em sementes de uma planta de cobertura para preencher este vazio – e sabemos que existem inúmeras espécies que podem cumprir este papel – ou ter que recuperar anos de investimento em fertilidade, aporte de nutrientes, matéria orgânica?! Não há mais como olhar as culturas isoladamente. Precisamos olhar o “sistema”, planejar os 365 dias do ano e manter o solo sempre protegido. O sucesso e a sustentabilidade do sistema de produção dependem dessas atitudes.” 4 | Revista Novo Rural | Junho de 2019
No registro de Jamile Milesi, lavoura com o trigo mourisco, planta indicada para cobertura de solo. A lavoura é de propriedade do agricultor Ricardo Cossul, em Tapera/RS.
14 a 16
Curso de AP e Variabilidade da Lavoura – Módulo III
26 e 27
37ª edição da Reunião de Pesquisa de Soja
JUNHO
2019
ACI - Frederico Westphalen/RS
Buffet Planalto - Londrina/PR
Veja mais em novorural.com/agenda
“S “Sabemos da importância do leite para os municípios e para a geração de emprego. Por isso, precisamos, de maneira conjunta, fazer com que as adequações aconteçam da melhor forma, para que nenhum produtor acon se perca por não se enquadrar nas normativas”.
NAURO NISSOLA Presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Casca
“Estamos em um momento de oportunidades. O importante também é ficarmos em alerta na sanidade. nidade. Pocilga não é lugar de visitação. Hoje a sanidade de é o nosso maior patrimônio diante desta situação”..
VALDECIR FOLADOR Presidente da Acsurs, em Taquaruçu do Sul
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5 | Revista Novo Rural | Junho de 2019
Agricultura
SOJA
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om a safra de verão praticamente encerrada até fim de maio, é possível avaliar melhor o desempenho da soja no Estado – por mais que dados oficiais serão analisados ao longo do mês de junho. Em todo o Estado, a Emater/RS estimava uma área de 5.803.588 hectares de soja na safra 2018/2019. Nas regiões do Médio Alto Uruguai e Rio da Várzea, a área consolidada de destinada para a cultura foi de 396,8 mil hectares, com 12.430 produtores. – Já a expectativa inicial de produtividade era de 54,3 sacas por hectare, mas até dia 23 de maio temos o número atualizado em 59,9 sacas/ha – comenta o engenheiro-agrônomo Clairto Dal Forno, gerente regional da Emater/ RS-Ascar em Frederico Westphalen. Nos municípios que concentram maior área de soja da região, a maioria teve as expectativas superadas na produtividade, como em Palmeira das Missões, onde a média foi de 63 sacas por hectare, segundo a Emater/RS, nos 105 mil hectares cultivados – a estimativa inicial era de 55 sacas/ha. Somente no município a estimativa é que o grão movimente cerca de R$ 500 mi-
6 | Revista Novo Rural | Junho de 2019
lhões de forma bruta. Em Ronda Alta, nos 26 mil hectares, a média constatada pela equipe da Emater/RS foi de 65 sacas por hectare, mais do que os 60 sacas/ ha previstos inicialmente. A mesma média foi registrada em Sarandi, onde 18,5 mil hectares foram destinados para a soja. De forma geral, as lavouras do tarde apresentam menor produtividade média em relação aos anos anteriores, o que aponta para a possível redução desse tipo de cultivo, também segundo a instituição. Em relação à comercialização, ainda tem produtor esperando preços mais competitivos para vender a produção. “Mas, acredito que 50% deles já venderam, seja para quitar custeios ou mesmo aqueles que já tinha contrato fechado”, comenta o consultor Rogério Wollmann, que atua em mais de 40 municípios da região. Além disso, ele conta que tem visto custos mais altos já para o próximo ciclo. “Já tem produtor comprando insumos e sementes e se percebe que serão necessárias pelo menos mais duas sacas por hectare para cobrir o custo”, estima o profissional.
Maio terminou com preços da soja em alta* Preço da saca de 60 quilos Passo Fundo (RS)
R$ 79 (+R$ 2,50)
Cascavel (PR)
R$ 78 (+R$ 3)
Dourados (MS)
R$ 71 (+R$ 1)
Paranaguá (PR)
R$ 84 (+R$ 2)
Missões (RS)
R$ 78 (+R$ 2)
Rondonópolis (MT)
R$ 71,50 (+R$ 1,50)
*Cotações de 29 de maio, por Safras & Mercado
• Mais informações sobre mercado de soja você confere na coluna assinada por Safras & Mercado
Gracieli Verde
Principal cultura de verão com rendimento acima do esperado
Agricultura
FRUTICULTURA
Liberato Salzano premia melhores produtores de citros de cobertura do solo, o controle de plantas invasoras, adubação e nutrição do pomar, o uso de quebra-vento, bem como o sistema de conduta, poda e formação da planta, além da organização da propriedade em geral. Participaram 25 produtores do município de Liberato Salzano. As premiações foram divididas nas categoria produtividade e qualidade.
Categoria Produtividade
Categoria Qualidade
1º: Genior Grapiglia, com 73,2 mil quilos por hectare 2º: José Danilo Geraldo, com 72,3 mil quilos por hectare 3º: Edi Marcelo Pastório, com 68,8 mil quilos por hectare 4º: Maiquel de Almeida, com 65,2 mil quilos por hectare 5º: Amarildo Mucelini, com 64 mil quilos por hectare
1º: Flávio Bianchim Geraldo 2º: Avelino Dal Santo 3º: Auro Graciano Marafon 4º: Jocemar Marta 5º: Elvio Friguetto
Flávio Bianchim Geraldo ficou em primeiro lugar na categoria qualidade
Rosiane Zanovello/Divulgação
O
município de Liberato Salzano promoveu neste ano o 12º Concurso de Qualidade e Produtividade em Citros, envolvendo produtores locais. A premiação foi entregue durante o 16º Seminário de Abertura da Safra de Citricultura de Liberato Salzano, realizado em maio. Entre os aspectos avaliados esteve o controle de pragas e doenças, o uso
7 | Revista Novo Rural | Junho de 2019
Engenheiroagrônomo, mestre e doutor em Ciência e Tecnologia de Sementes. É diretor da Novo Rural, professor na Universidade Regional Integrada – Campus de Frederico Westphalen/RS, além de diretor do O Agro Software para o Agronegócio e da Vigor Consultoria para o Agronegócio
BOLETIM TÉCNICO
Sementes de qualidade são a base dos sistemas de produção de grãos Característica está associada à constituição genética, física, fisiológica e sanitária
N
uma agricultura dinâmica e moderna, a utilização de sementes de alto desempenho torna-se a principal justificativa para o sucesso, tanto na produtividade quanto na rentabilidade associada ao sistema de produção. O desempenho das sementes é a medida, tanto de seu poder germinativo quanto de seu vigor. O vigor compreende as propriedades das sementes, que determinam seu potencial para uma emergência, crescimento rápido e uniforme das plantas sob uma ampla diversidade de condições ambientais. Uma menor emergência, ou mesmo a sua desuniformidade, podem atrasar o desenvolvimento da cultura em seus diversos estágios fenológicos (inclusive a maturação), ocasionando interferência na qualidade do produto final e nas características da planta, relacionadas à eficiência de colheita (altura de plantas, potencial de engalhamento, altura de inserção de legumes, diâmetro de haste e intensidade de acamamento). Um estande de plantas uniforme está diretamente relacionado à utilização de sementes de alto potencial e procedência, fatores que atuam de maneira decisiva não só no estabelecimento inicial, mas em todas as fases fenológicas de desenvolvimento das plantas até a colheita. Esses fatores, associados ao incremento da precisão das máquinas semeadoras, cultivares modernas, otimização da capacidade produtiva dos solos, técnicas e processos de agricultura de precisão, aprimoramento da cobertura vegetal e a semeadura direta, proporcionaram a redução na densidade de plantas por hectare. Já uma semente com baixo vigor, além de não suportar condições adversas, está mais propícia ao ataque de microrganismos, facilitando a contaminação de outras sementes e reduzindo o estande de plantas. Também precisamos destacar que sementes com baixo vigor requerem maior den-
8 | Revista Novo Rural | Junho de 2019
Fotos: Arquivo Sementes Estrela/Divulgação
Alexandre Gazolla Neto
Agricultura
Principais análises para avaliação do vigor e germinação em sementes de grandes culturas • Germinação em papel e/ou areia • Emergência em solo • Envelhecimento acelerado (41°C / 48 horas ou derivados) • Teste de frio • Teste de tetrazólio
“Um estabelecimento uniforme e livre de falhas passa pela utilização de sementes de altos níveis de vigor e germinação.”
sidade na semeadura e, consequentemente, maior volume de sementes, elevando diretamente os custos de produção. A crescente complexidade na produção de grãos, associada à existência de um grande número de cultivares com suas épocas ideais de semeadura, ciclo, safra e safrinha, passaram a exigir uma crescente atualização dos agricultores e profissionais que atuam no agronegócio. Esse contexto, associado às atuais alterações no perfil das cultivares, favorecendo a redução de população, vem acompanhado da necessidade de aperfeiçoamento nas técnicas e procedimentos de plantabilidade.
• Comprimento de plântulas
Agricultura
TECNOLOGIA
Sementes Estrela inova mostrando vigor de cada lote que chega ao mercado Fotos: Assessoria de imprensa Sementes Estrela/Divulgação
Empresa desponta como protagonista de um dos setores que mais cresce no país visando o vigor de sementes
I
novação e tecnologia são palavras de ordem dentro do setor sementeiro. Com agricultores cada vez mais exigentes do ponto de vista da qualidade das sementes que vão para a lavoura, esse se tornou um setor extremamente competitivo. No Rio Grande do Sul, este é um setor que cresce consideravelmente a cada ano e a Sementes Estrela, com matriz em Erechim/RS e filial em Tupanciretã/RS, também tem despontado como protagonista neste cenário. Os negócios foram iniciados com o trabalho pioneiro de Guidálio Fischmann, há 44 anos. Hoje o sucessor Efraim Fischmann, que lidera o empreendimento, tem sido destaque na forma de gerir os negócios, agregando novas tecnologias e uma visão arrojada para a diversificação de cultivares. A então Sementes GF se tornou a Sementes Estrela, e cada vez mais está de olho na satisfação do produtor que aposta nos materiais produzidos pela marca. Com foco em sementes de soja e trigo, hoje a empresa tem como principais parceiros a Brasmax, Don Mario, Monsoy, Nidera, TMG, SoyTech, Avanti Seeds e Syngenta. Com isso, são viabilizadas cerca de 48 variedades de soja a cada ciclo. Na triticultura, as principais parceiras são a Biotrigo Genética, OR Sementes e Byotech do Brasil. Um dos diferenciais do qual a equipe da Sementes Estrela pode se orgulhar é no que se refere às sementes certificadas de alta tecnologia e a assistência técnica especializada. Isso porque o foco é auxiliar o produtor com informações que o ajudem em tomadas de decisões mais acertivas na lavou lavoura.
Unidade de Tupanciretã
Aplicativo Uma das ferramentas que a Sementes Estrela possui para estar mais próxima dos clientes e parceiros é o aplicativo da marca. Pelo aplicativo é possível acompanhar o portfólio de variedades de sementes de soja e trigo, características e indicações específicas de cada cultivar. Pela ferramenta também é possível acessar os códigos de rastreabilidade dos lotes de sementes, com dados como índices de germinação e vigor.
Infraestrutura de ponta A Sementes Estrela também tem sido pioneira em ter no Rio Grande do Sul um selo de excelência em Tratamento de Sementes Industrial da Syngenta, graças a instalação de centros de tratamento de sementes em Erechim e Tupanciretã, o primeiro em 2014 e o segundo em 2017, ambos com capacidade de processamento de 20 toneladas por hora. Isso permitiu que, à época, a empresa dobrasse a capacidade de tratamento de sementes. Somando soja e trigo, a Estrela comercializa mais de 1 milhão de sacas de 40 quilos a cada ciclo produtivo. Hoje a semente é um “insumo de transformação”, especialmente pelo advento da biotecnologia. Para valorizar ainda mais esse importante insumo, a Estrela também aposta em testes de vigor, o que garante uma classificação das sementes ainda mais eficiente. A rastreabilidade é outro ponto que vem somando para o negócio, não apenas para ser mais transparente com os agricultores-clientes, mas como uma forma de ter uma gestão cada vez mais precisa e o acompanhamento de todos os processos. Esse aspecto só vem para agregar no controle de qualidade e no amplo portfólio ofertado aos parceiros. 9 | Revista Novo Rural | Junho de 2019
Agricultura
SAFRA DE INVERNO
A
lguns produtores da regiĂŁo estavam esperando uma pausa das chuvas, nos Ăşltimos dias de maio, para dar continuidade ou inĂcio Ă semeadura do trigo â&#x20AC;&#x201C; visto que o perĂodo da janela ideal jĂĄ começou em parte do Estado e se prolonga, de acordo com cada regiĂŁo, solo e demais fatores, atĂŠ o prĂłximo mĂŞs â&#x20AC;&#x201C; conforme estabelece o MinistĂŠrio da Agricultura por meio do Zoneamento AgrĂcola. Respeitar a ĂŠpoca de semeadura ĂŠ importante para o manejo da cultura, pois permite potencializar rendimentos e reduzir riscos com adversidades climĂĄticas e doenças, segundo especialistas. Em Nonoai, o perĂodo de zoneamento começou no dia 21 de maio e se estende atĂŠ 10 de julho. O engenheiro-agrĂ´nomo Olavo Arsego, da Emater/RS-Ascar, comenta que foram poucos os produtores que iniciaram o plantio atĂŠ o fim de maio, a maioria estava aguardando a estabilidade do tempo para iniciarem as atividades. Conforme Arsego, uma das orientaçþes aos produtores ĂŠ escalonar a semeadura, pois ĂŠ uma forma de evitar perdas em casos de algum dano climĂĄtico ou de
Chuva atrapalha inĂcio da semeadura Produtores esperam estabilidade do clima para semear o trigo na regiĂŁo, apesar de perĂodo de zoneamento jĂĄ ter começado em alguns municĂpios e em outros iniciar neste mĂŞs de junho
pragas e doenças. Em Nonoai, a expectativa ĂŠ que sejam cultivados dois mil hectares de trigo. Em Constantina tambĂŠm foram poucos os que iniciaram a semeadura depois que começou o zoneamento, em virtude das chuvas que acometeram a regiĂŁo. AtĂŠ fim de maio, em torno de 10% de ĂĄrea estava plantada, de acordo com o tĂŠcnico agropecuĂĄrio Aldoir Ott, da Emater/RS-Ascar. A expectativa ĂŠ que trĂŞs mil hectares sejam semeados neste ciclo. JĂĄ em Ronda Alta, o perĂodo de zoneamento começa a partir do dia 1Âş de junho, mas o excesso de chuva tambĂŠm ĂŠ um fator que preocupa os produtores. Apesar de alguns deles jĂĄ terem colocado o trigo no solo, o tĂŠcnico agropecuĂĄrio Luciano Miglioransa, da Emater/RS-Ascar, acredita que nĂŁo foram realizados muitos plantios e que a semeadura dos trĂŞs mil hectares do municĂpio comece com mais intensidade em junho, no momento em que cessar a chuva. O mesmo cenĂĄrio ĂŠ visto em Palmeira das MissĂľes, onde 30 mil hectares â&#x20AC;&#x201C; maior ĂĄrea da cultura na regiĂŁo â&#x20AC;&#x201C; devem ser cultivados com o trigo, conforme dados da Emater/RS.
Inverno nĂŁo tĂŁo rigoroso assim
Gracieli Verde
Neste mĂŞs de junho, a partir do dia 21, inicia oficialmente o inverno. Mas, a tendĂŞncia ĂŠ que as caracterĂsticas observadas no outono tenham continuidade. A anĂĄlise ĂŠ do meteorologista Celso Oliveira, da Somar Meteorologia. â&#x20AC;&#x201C; Poderemos ter chuvas acima da mĂŠdia, mas nĂŁo obrigatoriamente precipitaçþes de forma frequente. Isso porque o Oceano PacĂfico estĂĄ aquecido devido ao El NiĂąo. Muito embora este seja fraco, continua influenciando a atmosfera do Rio Grande do Sul â&#x20AC;&#x201C; explica Oliveira. Com relação Ă temperatura, nĂŁo se
espera tanto frio assim. â&#x20AC;&#x153;Chegam aquelas ondas de frio com geada, mas nĂŁo acontecem o tempo todo. Horas vocĂŞ tem quedas acentuadas de temperatura, horas nem tantoâ&#x20AC;?, contextualiza. Neste ano, o que deve chamar atenção no Estado ĂŠ aquele frio â&#x20AC;&#x153;mais Ăşmidoâ&#x20AC;?, ocasionado pela chuva, nĂŁo tĂŁo extremo na madrugada. â&#x20AC;&#x201C; Fica um alerta para o mĂŞs de agosto. Mesmo com um El NiĂąo fraco, nada impede que tenha entrada de ondas de frio intensas entre a segunda quinzena de agosto e a primeira de setembro, a ponto de trazer geada â&#x20AC;&#x201C; prevĂŞ.
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Agricultura
CITROS
Especialista då dicas de como melhorar a produtividade Evitar a perda de flores e a alternância de produção garantem maior produção na colheita
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Alternância de produção
Gracieli Verde
ĂŁo hĂĄ dĂşvidas que o aumento da produtividade nos pomares de laranja ĂŠ uma busca constante por parte dos produtores. Para clarear mais informaçþes sobre como alcançar altas produtividades em citros, o pesquisador Bernardo Ueno, da Embrapa Clima Temperado de Pelotas, esteve em Liberato Salzano em maio, no 16Âş SeminĂĄrio de Abertura da Safra de Citricultura â&#x20AC;&#x201C; que marca o inĂcio da colheita em toda a regiĂŁo. Segundo Ueno, o principal cuidado para que o citricultor nĂŁo perca produtividade ĂŠ manter a sanidade do pomar. Um dos aspectos a serem observados ĂŠ a queda de frutos e flores. â&#x20AC;&#x201C; Algumas variedades de frutas tĂŞm alta taxa de pegamento de frutos, como o caso do mirtilo, em que esse Ăndice chega a 90%. JĂĄ nos citros, essa taxa cai para 1%. Se por caracterĂsticas naturais temos essas diferenças, cabe a nĂłs trabalharmos bem no manejo para nĂŁo perder potencial produtivo â&#x20AC;&#x201C; alertou.
â&#x20AC;˘ Raleio de frutos â&#x20AC;˘ Poda da ĂĄrvore â&#x20AC;˘ Nutrição adequada e equilibrada â&#x20AC;˘ Manejo de ĂĄgua, podendo ser com irrigação, cobertura de solo, controle de invasoras ou drenagem do pomar, caso necessĂĄrio â&#x20AC;˘ Manter o bom vigor da planta â&#x20AC;˘ Manutenção de folhas, com quebra-vento e manejo fitossanitĂĄrio â&#x20AC;˘ Melhoria da insolação da planta, com poda e arqueamento de ramos â&#x20AC;˘ Uso de reguladores de crescimento
Outras causas da queda de frutos
Outra questĂŁo muito presente no dia a dia dos citricultores ĂŠ a alternância de produção de uma safra para outra, que tambĂŠm muda de acordo com a variedade, o manejo adotado e o local do pomar. Por mais que isso seja mais comum em tangerinas, ĂŠ algo que tambĂŠm afeta laranjas, como a valĂŞncia e de umbigo. Ă&#x2030; como se em uma safra a carga excessiva de frutos esgotasse as reservas nutricionais da planta e, no prĂłximo ciclo, esta nĂŁo respondesse como o esperado. Uma forma de combater esse tipo de problema, segundo Ueno, ĂŠ com o raleio de frutos, a nutrição adequada das plantas, ter um bom manejo de ĂĄgua, de preferĂŞncia com irrigação, alĂŠm de ter um manejo fitossanitĂĄrio eficiente.
â&#x20AC;˘ Estresse hĂdrico: dĂŠficit hĂdrico, em caso de perĂodos de seca, encharcamento do solo (falta de oxigĂŞnio), solo raso e solo compactado â&#x20AC;˘ Estresse de temperatura e umidade: muito calor, frio excessivo, umidade alta (afetam a polinização) â&#x20AC;˘ DesequilĂbrio hormonal: produção de etileno
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PrĂĄticas de manejo da planta e do pomar para diminuir a queda de frutos
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â&#x20AC;˘ Ataque de pragas como mosca-da-fruta, bicho-furĂŁo, cochonilhas, percevejos, entre outras â&#x20AC;˘ Doenças como cancro cĂtrico, pinta-preta, mancha de alternĂĄria e podridĂŁo floral dos citros â&#x20AC;˘ DeficiĂŞncia nutricional motivada por baixa reserva de carboidrato
Estação meteorológica
Uma das sugestĂľes que o pesquisador Bernardo Ueno deixou para a comunidade regional ĂŠ o investimento em uma estação meteorolĂłgica, para que auxilie os produtores nas decisĂľes que precisam ser tomadas com base nas tendĂŞncias climĂĄticas. â&#x20AC;&#x153;Isso daria muito mais autonomia para os produtores terem acesso a informaçþes importantes para a citricultura, especialmente em relação ao manejoâ&#x20AC;?, reforçou.
Bernardo Ueno, da Embrapa Clima Temperado de Pelotas
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Agricultura
GERAL
Setor debate uso de agroquĂmicos em audiĂŞncia Hahn ĂŠ agrĂ´nomo, doutor em CiĂŞncia do Solo e mestre em Agroecossistemas
Promoção foi do Fórum Gaúcho de Combate aos Impactos dos Agrotóxicos e do Cerest Macronorte
todos precisam produzir mais milho, mais soja. Mesmo assim, vemos pouca evolução para que tenhamos um uso mais racional. Por isso temos que falar sobre esse assunto â&#x20AC;&#x201C; disse, logo no inĂcio da palestra. Ele tambĂŠm classificou como ineficientes os testes feitos para a aprovação desses produtos, afirmando que nĂŁo condizem com os reais efeitos em humanos. TambĂŠm disse ser impossĂvel limpar os alimentos ao ponto de tirar totalmente os resĂduos de agrotĂłxicos, entre outros aspectos. No total, 15 pessoas que se inscreveram no decorrer do evento tiveram a oportunidade de emitir suas percepçþes so-
bre o assunto. Entre opiniĂľes sobre o uso de agroquĂmicos, muitos dos depoimentos deixaram claro a necessidade de haver uma uniĂŁo na busca por soluçþes para esse cenĂĄrio, tendo em vista a dependĂŞncia do setor em relação a esses produtos. O agrĂ´nomo e doutor em Biomedicina e Toxicologia Claud Ivan Goellner foi um dos participantes que se manifestou e questionou dados trazidos por Santos. â&#x20AC;&#x201C; Em relação aos testes feitos para aprovar esses produtos, sĂŁo mais de 300 que sĂŁo executados hoje para aprovar esses produtos antes de irem ao mercado â&#x20AC;&#x201C; disse. Em nome do Sindicato Rural, o presi-
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12 | Revista Novo Rural | Junho de 2019
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Expressiva participação foi registrada no encontro
dente Hamilton Jardim tambĂŠm se pronunciou durante a audiĂŞncia. â&#x20AC;&#x201C; Tenham certeza que os defensivos sĂŁo essenciais. Sem eles, como vamos alimentar o mundo? Antes de tudo prezamos pela saĂşde humana e pelo meio ambiente. A gente recomenda fazer o menor nĂşmero de aplicaçþes possĂvel. Prezamos pelas boas prĂĄticas e pela conscientização do produtor â&#x20AC;&#x201C; disse. Outros profissionais ressaltaram a necessidade de a agricultura se modernizar e colocar mais em uso tecnologias de aplicação. â&#x20AC;&#x201C; Penso que com o acesso a dados mais regionais e nacionais sobre o uso de agroquĂmicos, poderemos avaliar melhor as consequĂŞncias deles no nosso meio. Mesmo assim, ĂŠ hora de avaliar prĂĄticas e intensificar o uso de tĂŠcnicas como o manejo integrado de pragas e de doenças â&#x20AC;&#x201C; observou o engenheiro-agrĂ´nomo Carlos Roberto Olczevski, da Emater/RS-Ascar. O consultor e agrĂ´nomo Milton Scariot sugeriu ainda que se faça uma reavaliação de como os profissionais atuam diante do receituĂĄrio agronĂ´mico. â&#x20AC;&#x153;Penso que seria o momento de voltar a ter o receituĂĄrio presencial com o produtor, para ver de perto quais as condiçþes de aplicação. SĂŁo reflexĂľes que precisamos fazer para pensarmos em soluçþes conjuntasâ&#x20AC;?, defendeu. O FĂłrum GaĂşcho de Combate aos Impactos dos AgrotĂłxicos ĂŠ uma iniciativa do MinistĂŠrio PĂşblico Federal (MPF/RS), do MinistĂŠrio PĂşblico do Trabalho (MPT-RS) e do MinistĂŠrio PĂşblico do Estado (MP/RS).
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Carlos Eduardo Ardenghi/Jornal A Madrugada/Divulgação
O
PlenĂĄrio Dr. Luiz Carlos Pinto da Silva, da Câmara Municipal de Palmeira das MissĂľes, sediou audiĂŞncia do FĂłrum GaĂşcho de Combate aos Impactos dos AgrotĂłxicos, em maio. QuestĂľes consideradas polĂŞmicas foram externadas pelo promotor de Justiça de CatuĂpe, Nilton Kasctin dos Santos. Esse fĂłrum ĂŠ classificado como uma reuniĂŁo de ĂłrgĂŁos que objetiva discutir, debater e dar encaminhamentos a denĂşncias relacionadas ao tema, segundo o coordenador, o procurador da RepĂşblica Rodrigo Valdez de Oliveira. Neste caso, o Centro Regional de ReferĂŞncia em SaĂşde do Trabalhador de Palmeira das MissĂľes (Cerest Macronorte) foi uma das entidades parceiras para trazer o debate para o municĂpio, um dos maiores produtores de soja do Estado gaĂşcho. â&#x20AC;&#x201C; Nosso papel tambĂŠm ĂŠ trazer esse tipo de debate para conscientizar nossa sociedade. AlĂŠm disso, ĂŠ nossa responsabilidade trazer informaçþes para os trabalhadores deste setor â&#x20AC;&#x201C; comenta a assistente social Fabiana Milesi, do Cerest Macronorte. Nilton Kasctin dos Santos conta que desde a dĂŠcada de 1990 acompanha assuntos relacionados aos agroquĂmicos, promovendo reflexĂľes que considera cruciais para as pessoas, principalmente as relacionadas Ă agricultura. â&#x20AC;&#x201C; NinguĂŠm quer usar agrotĂłxico porque acha bonito ou porque quer prejudicar o vizinho. HĂĄ um interesse econĂ´mico e
Agricultura
LEGISLAÇÃO
Rastreabilidade de alimentos volta para o debate
A
Instrução Normativa Conjunta 02/2018, que prevê a rastreabilidade de produtos vegetais frescos para alimentação humana, tem como finalidade monitorar e controlar resíduos de agrotóxicos nesses alimentos. Essa e outras informações sobre o assunto foram comentadas pelo auditor fiscal agropecuário Taluí Espíndola Zanatta, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Ele esteve em Liberato Salzano em maio, em um seminário destinado para produtores. Segundo ele, essa foi uma normativa demandada principalmente pela Anvisa, e foi baseada legalmente em legislações como a Classificação dos Produtos de Origem Vegetal (a lei 9.972/2000) e a Lei dos Agrotóxicos (4.074/2002). De forma simplificada, trata-se de um conjunto de procedimentos que permite detectar a origem e acompanhar a movimentação de um produto ao longo da cadeia produtiva, mediante elementos informativos e documentais registrados – como já temos explicado por aqui em reportagens anteriores. Em relação à recente atualização dos prazos, pela IN 01, de abril de 2019, os prazos para fiscalização do caderno de campo é que foram prorrogados, mas a rastreabilidade para alguns grupos já está vigente, como no caso de citros, maçã e uva.
Produtor >> Centro de distribuição >> Varejo >> Consumidor final Rastreabilidade Vigência Rastreabilidade Vigência Rastreabilidade ao longo Rastreabilidade ao longo ao longo da plena para o ao longo da plena para da cadeia produtiva da cadeia produtiva Grupos cadeia produtiva grupo cadeia produtiva o grupo Imediata 01/08/19 01/08/19 01/08/2020 01/08/2020 01/08/2021 Abacate, abacaxi, anonáceas, cacau, cupuaçu, kiwi, Melão, morango, coco, maracujá, melancia, romã, açaí, acerola, amora, Frutas Citros, maçã, uva goiaba, caqui, mamão, ameixa, caju, carambola, figo, framboesa, marmelo, banana e manga nectarina, nêspera, pêssego, pitanga, pera, mirtilo Cenoura, batata-doce, Cará, gengibre, inhame, mandioca, Raízes, tubérculos Batata beterraba, cebola e alho mandioquinha-salsa, nabo, rabanete e batata yacon e bulbos Couve chinesa, couve de Bruxelas, espinafre, rúcula, Hortaliças Couve, agrião, almeirão, alho porró, cebolinha, coentro, manjericão, salsa, folhosas e ervas Alface e repolho brócolis, chicória e couve-flor erva-doce, alecrim, estragão, manjerona, sálvia, aromáticas hortelã, orégano, mostarda, acelga, aipo, aspargo Pimentão, abóbora e Hortaliças não Tomate e pepino Berinjela, chuchu, jiló, maxixe, pimenta, quiabo abobrinha folhosas
Todos são responsáveis Zanatta reiterou que nesse processo todos são responsáveis, em especial do ponto de vista que se tudo estiver dentro da conformidade, ninguém vai ter problema. – De forma geral a cadeia produtiva de citros é bastante segura, pois as coletas feitas para análi-
se normalmente não registram inconformidades. O mais importante é que todos os elos desta cadeia produtiva sigam unidos, porque é uma responsabilidade de todos ofertarem alimentos seguros para o consumo humano. Se todos fizerem o manejo correto, não teremos problemas – resumiu.
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FRQWDWR#RDJUR FRP EU 13 | Revista Novo Rural | Junho de 2019
Antonio Luis Santi
Agricultura
“As chuvas de maio...” A base da sustentação dos sistemas agrícolas depende do manejo racional do solo e este, obrigatoriamente, depende de requisitos básicos
R Engenheiro-agrônomo, doutor em Ciência do Solo/Agricultura de Precisão, coordenador do Laboratório de Agricultura de Precisão do Sul da UFSM-FW, e representante do Fórum dos ProReitores de PósGraduação e Pesquisa (FOPROP) na Comissão Brasileira de Agricultura de Precisão, junto ao Ministério da Agricultura.
OPINIÃO
ecebi inúmeras fotos e relatos de problemas nas lavouras do Sul do Brasil em virtude da grande intensidade da chuva no início de maio. Realmente foram chuvas que ultrapassaram 150mm e, em algumas regiões 200mm. As fotos e vídeos que vi deixam qualquer um perplexo. Como pesquisador na área de conservação do solo, é de dar tristeza e sensação que estamos perdendo o jogo. Esse contexto de simplificação dos processos tem gerado perda na estrutura do solo, diminuição dos teores de matéria orgânica, agregados com pouca estabilidade, compactação e até mesmo a diminuição da atividade biológica do solo. Uma reflexão sobre a importância da palhada para a conservação do solo é um tema atual e necessário no contexto do agronegócio brasileiro não só pela instabilidade econômica, mas para o redirecionamento qualitativo. Não há mais espaço para a prática do “plantio direto” no lugar do “sistema plantio direto”. A qualidade do sistema solo e a garantia de altas produtividades requerem um novo olhar e investimentos em técnicas de cultivo e planos de manejo que contemplem o favorecimento da atividade biológica, e não
apenas ações baseadas em tecnologias embarcadas em máquinas ou eventos genéticos. É preciso ter coragem para investir na conservação do solo e não apenas priorizar ações nas culturas de verão ou interesse econômico. A importância da palhada pode ser contada em livros, mas nessa reflexão os objetivos limitam-se a questionar sobre a existência de variabilidade na produção de palhada na lavoura, mesmo dentro da mesma cultura, e como essa pode interferir diretamente na variabilidade dos grãos produzidos durante as culturas de verão e a qualidade do sistema plantio direto. A base da sustentação dos sistemas agrícolas depende do manejo racional do solo e este, obrigatoriamente, depende de requisitos básicos como rotação de culturas, mínima mobilização do solo, permanente cobertura, recuperação do teor de matéria orgânica, elevada ciclagem de nutrientes e estímulo à atividade biológica. Ainda que seja um dos principais fatores que identifica o sistema plantio direto, a produção de palha proveniente de plantas de cobertura precisa ser planejada e encarada como um investimento. Quando não concebido com essa seriedade, pode gerar problemas graves de degradação do solo, culminando na baixa produtividade dos cultivos. Por isso, todo o esforço deve ser feito buscando otimizar o manejo e realmente primar pelo plantio direto de qualidade.
“Como pesquisador na área de conservação do solo, é de dar tristeza e sensação que estamos perdendo o jogo.”
CABE LEMBRAR: “Nenhuma tecnologia corrige um erro de manejo”.
Divulgação
14 | Revista Novo Rural | Junho de 2019
Sicredi Grande Palmeira realiza doação de 10 carrinhos para associação de catadores de materiais recicláveis oi realizado no dia 30 de abril, no auditório da Universidade Federal de Santa Maria, Campus de Palmeira das Missões, a entrega oficial de 10 carrinhos de recolhimento de materiais recicláveis para a Associação de Catadores de Materiais Recicláveis Palmeira Verde.
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O evento contou com a presença de autoridades, professores e alunos da UFSM, entidades sociais e do comércio, representantes do poder público municipal e do poder legislativo, da direção, executivos e gerentes da Sicredi Grande Palmeira, além de sócios-fundadores da Cooperativa, que juntamente com os membros da Associação de Catadores puderam presenciar a entrega e o comprometimento do Sicredi e da UFSM junto a melhoria desta associação. Os carrinhos foram projetados e doados pela Sicredi Grande Palmeira para suprir uma necessidade imediata da Associação, a qual está em fase de formação e de melhoramento em suas estruturas, tanto técnicas quanto físicas. Atualmente a associação conta com 27 membros, os quais ainda precisam da doação de 17 carrinhos para suprir toda a necessidade. As empresas, empresários ou entidades do município que quiserem saber mais sobre o projeto e também contribuir com a doação de carrinhos para recolhimento de lixos, podem entrar em contato com a Universidade Federal de Santa Maria, e também com os membros da Associação Palmeira Verde.
15 | Revista Novo Rural | Junho de 2019
Luiz Fernando Gutierrez Roque
Agricultura
Analista de mercado da consultoria SAFRAS & Mercado E-mail: luiz.gutierrez@ safras.com.br
MERCADO DE SOJA
Oferecimento:
Aumento nas tensões entre EUA e China traz momento favorável ao produtor brasileiro
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mercado de soja volta a centralizar suas atenções nos novos capítulos da guerra comercial entre EUA e China. Os próximos passos desse embate serão fundamentais para a definição dos rumos das cotações no mercado nacional no segundo semestre de 2019. O crescimento das tensões comerciais entre EUA e China, ocorrido na primeira quinzena de maio, pegou o mercado internacional de surpresa. A crença de que as negociações estavam avançando rumo a um desfecho positivo no curto-prazo deu espaço ao pessimismo generalizado frente ao anúncio de novas elevações nas tarifas sobre produtos de ambos os países. A verdade é que na rodada de negociações ocorrida em Washington, entre os últimos dias de abril e primeiros dias de maio, não houve um avanço e sim um retrocesso nas negociações. Tal fato foi omitido do mercado nas declarações dos representantes americanos após o encontro, que continuaram dizendo que avanços estavam sendo obtidos nas conversas. Mentira. Dois dias depois, em um domingo qualquer, Trump anunciou o aumento de tarifas sobre produtos chineses com o discurso de que “os chineses recuaram em vários pontos do acordo”. A retaliação chinesa veio sete dias depois, com mais uma elevação de tarifas sobre produtos norte-americanos. Tais fatos trouxeram o sentimento de que a guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo parece estar longe do fim. O mau humor internacional diante deste novo distanciamento dos países levou o dólar a ganhar força contra as principais moedas mundiais, incluindo, naturalmente, o real brasileiro. Voltamos a ver a superação do patamar de R$ 4,00 na taxa cambial, valor este não atingido desde setembro de 2018, no auge das especulações com a corrida presidencial no país. É importante lembrar que a moeda brasileira também se encontra enfraquecida pelo avanço lento das esperadas reformas no Congresso, enquanto a economia brasileira dá sinais de estagnação, fa-
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tores que também podem perdurar por mais tempo que o esperado. Mas o impacto mais importante das tensões entre EUA e China para o mercado brasileiro de soja apareceu sobre os prêmios de exportação. A tendência de uma nova centralização da demanda chinesa sobre os portos brasileiros nos próximos meses levou a uma forte elevação dos prêmios de exportação pagos pelo nosso produto. No início de maio, quando ainda existia um certo otimismo do mercado frente a um possível acordo, os prêmios pagos pela soja brasileira nas primeiras posições de entrega giravam na casa de 45 centavos de dólar por bushel. Nas duas semanas seguintes, os prêmios já chegavam a 100 centavos. Se um acordo comercial não for assinado nos próximos meses é possível que vejamos um cenário parecido com o do ano passado, e que imaginamos que não iria acontecer neste ano. A soma de prêmios em elevação com um real desvalorizado pode levar as cotações pagas pela soja brasileira para patamares mais altos no segundo semestre do ano. Isso poderá ocorrer porque a “briga” entre exportação e demanda interna deve se acirrar a medida em que os chineses precisarão, novamente, de grandes volumes de soja brasileira para compensar a ausência de volumes norte-americanos desembarcando no país asiático. Em sua última atualização das estimativas de oferta e demanda do complexo soja brasileiro para 2019, a SAFRAS & Mercado elevou a projeção de exportação de soja em grão
para 72,5 milhões de toneladas, contra 70 milhões projetadas em março. Apenas a assinatura de um acordo pode mudar esta tendência que já começou a se concretizar. O preço de compra da saca de 60 quilos de soja saltou de R$ 74,00, no início de maio, para R$ 81,00 no porto de Rio Grande no dia 20. A melhora nas cotações brasileiras incentivou os produtores a retornarem ao mercado para negociar volumes da safra recentemente colhida. Dentro de uma semana, pelo menos 3% do volume total da safra foi negociado. As cotações em Chicago, embora ainda pressionadas, também encontram um certo suporte na diminuição da área a ser semeada com soja nos EUA nesta nova temporada, reflexo direto da falta de demanda chinesa pelo produto norte-americano que mantém cheios os armazéns dos produtores daquele país. Além disso, o excesso de umidade trouxe atrasos importantes nos trabalhos de plantio da nova safra norte-americana, e é possível que o clima desfavorável traga problemas para o desenvolvimento das lavouras dos principais estados produtores. Este novo quadro fundamental começa a mudar o panorama do mercado brasileiro para os próximos meses. Apesar destes problemas na safra dos EUA, os produtores devem continuar aproveitando este movimento de alta nos preços internos, escalonando as vendas. Nada garante que, em um outro domingo qualquer, Donald Trump não irá nos surpreender, novamente, em suas redes sociais. Alguém duvida?
“A tendência de uma nova centralização da demanda chinesa sobre os portos brasileiros nos próximos meses levou a uma forte elevação dos prêmios de exportação pagos pelo nosso produto.”
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17 | Revista Novo Rural | Junho de 2019
Tales Tiecher
Agricultura
Professor de Química do Solo do Departamento de Solos, da Faculdade de Agronomia da UFRGS E-mail: tales.tiecher @ufrgs.br
BOLETIM TÉCNICO
Programando a adubação para as próximas safras
A
pós a colheita do milho e da soja, muitos agricultores se preparam para a safra de inverno e já começam a planejar a próxima safra de verão. A entressafra é o período ideal para programar o manejo da adubação da lavoura. Tempo de coletar amostras de solo e estimar a quantidade de fertilizantes e corretivos para as safras a seguintes. A etapa mais importante para o bom manejo da adubação das lavouras é frequentemente a que recebe menos atenção: a amostragem de solo. Para que uma amostra de solo seja representativa de cada gleba, é importante fazer várias subamostragens, respeitando a divisão das glebas de acordo com o tipo de solo e histórico de cultivo e fertilização, levando em conta a camada a ser amostrada de acordo com o sistema de cultivo utilizado (plantio direto de 0-10 cm de profundidade, ou plantio convencional de 0-20 cm de profundidade). Em áreas com histórico de produtividade abaixo da média regional, especialmente em anos com restrição hídrica, é importante monitorar também a camada de 10-20 cm para averiguar se não há nenhuma restrição química para o sistema radicular. Solos com alta acidez (pH < 5,5), mais de 30% de saturação por Al e com teor de P disponível abaixo do nível crítico na camada de 10-20 cm podem justificar medidas mais radicais no manejo da área, tal como a incorporação de calcário e P, para posteriormente retomar um sistema plantio direto com mais qualidade e sem restrições químicas. É importante lembrar que a entressafra é também o momento em que há maior de-
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manda de análises nos laboratórios de solos, e para não atrasar a programação do manejo da adubação, é preciso fazer a amostragem de solo tão logo é finalizada a colheita da soja ou milho. Nas lavouras com níveis de P e K abaixo do nível crítico (considerado ideal), a safra de inverno é uma boa ocasião para corrigir a deficiência desses nutrientes, uma vez que o distanciamento das linhas de semeadura das culturas de inverno é menor que o utilizado para as culturas de verão, garantindo assim uma melhor distribuição horizontal dos fertilizantes. Em áreas com integração lavoura-pecuária com níveis de fertilidade adequado, a antecipação da adubação de verão com P e K pode ser uma boa alternativa. Isso beneficia a produção de forragem e aumenta a produção animal no inverno sem causar prejuízos para o cultivo de grãos do verão, desde que a carga animal utilizada seja adequada, pois a exportação de nutrientes pelos animais é muito pequena e dificilmente ultrapassa 5% do total retirado do sistema. A maior parte dos nutrientes é ciclado pelos animais em pastejo e ficam disponíveis para a cultura sucessora no verão. Além disso, a aplicação antecipada de fertilizantes na pastagem hibernal facilita as operações de semeadura do milho e
“É preciso lembrar que manejar a adubação significa tomar decisões antecipadas, sem as plantas, baseado em análises de solo”
soja no verão. Em todos os casos, é preciso lembrar que manejar a adubação significa tomar decisões antecipadamente, sem as plantas. Sem dúvidas, o melhor bioindicador que demonstra se o manejo da adubação da lavoura está sendo adequado é a produtividade. Mas para explorar o máximo potencial produtivo das culturas é necessário que o solo tenha fertilidade adequada desde o primeiro dia após a semeadura. Somente com a quantidade de nutrientes essenciais às plantas em quantidade adequada para o seu pleno crescimento e desenvolvimento, e livre da presença de elementos tóxicos, durante todo o seu ciclo, será possível alcançar altas produtividades. Sob condições de escassez de algum nutriente ou sob condições de alto teor de algum elemento tóxico, as plantas podem demonstrar sintomas visuais na sua morfologia (coloração e baixo desenvolvimento, por exemplo). Contudo, nesses casos, o dano econômico dificilmente será revertido com adubações foliares ou de cobertura. Por isso, é fundamental analisar o solo nessa entressafra, buscando laboratórios idôneos e utilizando amostras de solo representativas da gleba cultivada, para então definir corretamente a dose, o tipo de fertilizante, o local e o momento da aplicação dos adubos e corretivos. Além disso, é necessário ter em mente que nunca adubamos ou corrigimos o mesmo solo duas vezes, pois após a aplicação de fertilizantes o solo não será mais o mesmo. Como suas propriedades químicas são alteradas, quando utilizamos doses de fertilizante e corretivos repetidamente, durante várias safras, sem levar em conta a análise do solo, existe grande probabilidade de ocorrer problemas de fertilidade no futuro.
Pecuária
SUINOCULTURA
Análise de custos da “porteira pra dentro” faz a diferença no bolso Economista dá dicas de como aprimorar o processo de gestão dentro da granja
T
ão importante quanto manter a biossegurança da granja é garantir uma gestão eficiente dos custos na ponta do lápis. Foi essa a principal dica do economista e pesquisador da Embrapa Suínos e Aves de Concórdia/SC, Marcelo Miele, quando esteve em Taquaruçu do Sul, em mais uma edição do Seminário Regional da Suinocultura – realizado no início de maio. Suinocultores, extensionistas e demais profissionais marcaram presença. – É fundamental que o suinocultor veja esse aspecto como um complemento dos cuidados que ele tem na gestão do manejo dos animais e dos dejetos, ou mesmo no consumo eficiente de energia e água. É a premissa básica de que para saber o quanto se está ganhando é necessário saber quanto está gastando – reforçou Miele. Segundo ele, muitas vezes o produtor foca apenas na gestão para que consiga ter a reserva, a cada ano, para quitar as prestações da pocilga, por exemplo. Nem sempre a mão de obra entra na conta, ou mesmo a depreciação das instalações. – Nossa sugestão é que a gestão seja feita a partir do caixa, até mesmo para que custo total seja instrumento de planejamento e negociação. Até porque essa gestão pelo caixa mede o resultado da atividade e o comprometimento do negócio com o endividamento. É a conta básica de entradas de caixa, com a venda dos animais e dejetos, se for o caso, menos as saídas, que precisam levar em consideração os custos operacionais, como a manutenção da família, salários, diárias, custeio, administração e impostos; e as prestações do financiamento – explica. Por fim, sob a ótica de Miele, é importante ter consciência de que a sustentabilidade não deve ser buscada ou vista somente na parte ambiental, mas na parte econômica.
SAIBA MAIS SOBRE GERENCIAMENTO DE CUSTOS • CUSTO DE MÃO DE OBRA FAMILIAR: representa o valor das horas trabalhadas pelos membros da família na produção e na gestão da granja. Uma boa prática é pagar salários da mesma forma que para a mão de obra contratada • DEPRECIAÇÃO: representa a perda de valor do investimento ao longo de sua vida útil, em decorrência dos desgastes pelo uso, obsolescência tecnológica ou perda de valor • CUSTO DO CAPITAL INVESTIDO: pode ser o custo de captação do recurso (juros do financiamento); ou o custo de oportunidade do recurso (juros de uma aplicação alternativa); ou ainda a expectativa de retorno do capital • CUSTO TOTAL: é um instrumento de planejamento e negociação. Inclui o custo de mão de obra familiar, a depreciação e o curso de capital, que é a expectativa de retorno sobre o investimento. Representa também o valor a receber pelo lote para satisfazer as expectativas do produtor
receber esse dejeto – conta. Outra participação no seminário foi Para que os suinocultores consido engenheiro ambiental Jean Candagam a licença ambiental para consten, que atua na Secretaria de Agricultrução de novas pocilgas, essa comtura de Palmitinho, município que se provação de área para a destinação destaca com a produção suinícola na do esterco é fundamental. região. Ele explicou como Por isso a necessidade foi o processo de revide evitar que haja sobresão de toda a parte amposições dessas áreas. biental ligadas às granjas – Por mais que tudo de suínos do município – que se faça na propriedalá 67% do valor adicionade envolve custos, invesdo vem do setor primário timos em um trabalho de e essa atividade pecuáconscientização para que ria contribui grandemente pudéssemos ter mais para esse número. Engenheiro ambiental clareza em como fazer a – Hoje vemos que a Jean Candaten, da maior parte dos produto- Secretaria de Agricultura gestão desse dejeto corretamente na propriedares já está utilizando sisde Palmitinho de – reforçou, citando temas como o de fertambém a parceria considerada imtirrigação. Esse uso do intensivo do portante com a Emater/RS-Ascar e a dejeto na adubação de áreas destinaEmbrapa Suínos e Aves, que nos últidas para agricultura e pastagem de mos anos têm feito um trabalho técgado leiteiro tem sido revisto nos últinico conjunto especificamente nesmos anos, inclusive com mapeamenta área. to das áreas que são destinadas para
Cooperação Emater + Embrapa
COMO MEDIR E GUARDAR INFORMAÇÕES
Gracieli Verde
• ACOMPANHAR O SALDO DE CAIXA: pode ser com um caderno de anotações, um livro-caixa, planilha ou softwares, ou ainda uma conta-corrente separada • MÃO DE OBRA FAMILIAR: acompanhar as horas trabalhadas e pagar o salário da mão de obra contratada
COMO INTERPRETAR
Economista e pesquisador Marcelo Miele, da Embrapa Suínos e Aves de Concórdia/SC
Manejo consciente de dejetos traz segurança ambiental para o produtor
• COMPARAR OS INDICADORES ao longo do tempo, com as metas e expectativas
Agrônomo Valdir Sangaletti, da Emater/RS-Ascar
O assistente técnico regional da Emater/ RS-Ascar Valdir Sangaletti, de Frederico Westphalen, recordou o trabalho feito através de uma cooperação técnica entre Emater e Embrapa Suínos e Aves. Segundo ele, são 33 municípios que recebem acompanhamento na área de suinocultura na região, desde 2017. O foco tem sido na gestão da água e dos dejetos, manejo de solo, valoração econômica dos dejetos e na gestão econômica da atividade.
Mercado promissor para os próximos anos Outra participação foi do presidente da Associação de Criadores de Suínos do RS (Acsurs), Valdecir Folador. Entre as várias informações que ele trouxe ao público, uma delas foi em relação ao mercado. Ele acredita que para os próximos dois anos o cenáValdecir Folador, rio deve ser promissor para o suinocultor brasileiro e presidente da Acsurs gaúcho, tendo em vista os problemas sanitários que a China vive, com epidemia de peste suína. – Estamos em um momento de oportunidades. O importante também é ficarmos em alerta na sanidade. Pocilga não é lugar de visitação. Hoje a sanidade é o nosso maior patrimônio diante desta situação – ressaltou. 19 | Revista Novo Rural | Junho de 2019
Pecuária
NEGÓCIOS
Entre suinocultores clima segue na expectativa
A
s negociações entre a Adelle Foods, de Seberi, e a JBS seguem sem novidades. Segundo a direção da Adelle, “o compasso é de espera”, referindo-se ao retorno necessário por parte do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), que precisa aprovar a transação de R$ 235 milhões, conforme anunciado nos últimos meses. O grupo JBS anunciou em abril a compra da unidade da Adelle de Seberi, que tem capacidade
de abate de duas mil cabeças por turno. Pela transação, a Adelle Indústria de Alimentos ficaria responsável pelas operações da JBS em Frederico Westphalen, como uma permuta. Entre os suinocultores o clima ainda é de expectativa. “Queremos que os negócios se normalizem para que todos possam dar andamento aos investimentos com tranquilidade”, disse um suinocultor da região, que prefere não se identificar.
Mais barato para produzir suíno e frango
A
Central de Inteligência de Aves e Suínos da Embrapa divulgou em maio dados relacionados aos custos de produção de suínos e frangos referentes ao mês de abril. Conforme o estudo, os custos para a produção das duas proteínas reduziram em 2,16% e 2,41%, respectivamente. O principal fator motivador desta queda é a diminuição dos preços dos insumos que compõe a ração dos animais, segundo a Embrapa Suínos e Aves. Em relação aos suínos, os gastos com a nutrição dos animais, que em abril representou 76% do total dos custos de produção, caiu 2,19%. Com isso, o cálculo do custo por quilo vivo de suíno produzido em sistema de ciclo completo em Santa Catarina passou de R$ 3,81 em março para R$ 3,73 em abril (o menor valor desde fevereiro de 2018). O ICPSuíno fechou o quarto mês de 2019 em 213,51 pontos, seguindo em queda desde fevereiro. No ano, o índice acumula -2,73%, e chega a -5,73% nos últimos 12 meses. Sobre o ICPFrango, a influência maior foi da queda nos gastos com nutrição (-1,29%) e do valor dos pintos de um dia (-1,14%), o que fez com que o índice fechasse em 211,58 pontos. No Paraná, o custo de produção do quilo do frango de corte vivo passou de R$ 2,80 em março para R$ 2,73 em abril, valor calculado a partir dos resultados em aviário tipo climatizado em pressão positiva. No ano, o índice de custo de produção de frangos de corte acumula -2,98% e, nos últimos 12 meses, -3,67%.
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Adriana Folle/Divulgação
Caso Adelle e JBS ainda em “compasso de espera”
Parceiros do leite
Revista Novo Rural Junho de 2019 21
GERAL
Gracieli Verde
Hora da virada para a pecuária leiteira? Especialistas vêm na atualização das normativas que regram a qualidade do leite uma oportunidade de o produtor brasileiro se igualar a outros países nesse quesito. Veja como isso está repercutindo no setor Gracieli Verde | Rafaela Rodrigues jornalismo@novorural.com
O
ano de 2019 pode ser decisivo para uma parcela de bovinocultores de leite, em especial aqueles que ainda não conseguiram adequar-se aos padrões estabelecidos em legislação quando o assunto é qualidade do produto vendido para as indústrias. Depois de 17 anos, parece que o Brasil está prestes a ter uma legislação que atualize parâmetros nesse sentido
e chegue perto do que é praticado em países como os Estados Unidos ou mesmo na União Européia. A fiscal agropecuária e médica-veterinária Milene Cé, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), tem participado de uma série de reuniões propostas pelo Sindilat/RS e outras entidades e instituições ligadas ao setor no Rio Grande do Sul, com o intuito de sanar dúvidas em relação às normativas 76 e 77, que entraram em vigor oficialmente em 30 de maio.
Essa rodada de reunião chega a Frederico Westphalen em 14 de junho, quando o encontro será realizado na Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões (URI), a partir das 13 horas. Para trazer informações que já vêm sendo debatidas nesses encontros, a reportagem da Novo Rural tem acompanhado – mesmo a distância – essas reuniões, que inclusive estão sendo transmitidas ao vivo pelo Sindilat/RS, o que tornam essas informações públicas pela importância no contexto estadual gaúcho ligado à pecuária leiteira.
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Parceiros do leite Se fala em busca por qualidade desde 2002 A médica-veterinária Milene Cé, do Mapa, tem feito um resgate do trabalho em torno da legislação brasileira relacionada à qualidade de leite no Brasil. Esse salto de qualidade no produto que o Ministério da Agricultura objetiva é uma necessidade que vem desde, pelo menos, 2002, com a instrução normativa (IN) 51. – Na época, essa normativa previa a refrigeração e granelização do leite, a obrigatoriedade de análise mensal do leite de todos os produtores, o estabelecimento de limites para contagem de células somáticas e contagem bacteriana, além da criação da Rede Brasileira de Laboratórios de Controle de Qualidade de Leite, a RBQL. Essa normativa teve uma atualização em dezembro de 2011, com IN 62. Esta incluiu a análise de antibióticos na plataforma, que já existia, mas não estava muito clara na legislação; e também se começou a mensurar a efetividade dos programas de melhoria da qualidade da matéria-prima – relembra a veterinária. Entendendo que a cadeia produtiva não estava preparada para passar por essa etapa, na época foi proposto o primeiro escalonamento de limites dos índices permitidos para células somáticas (CCS) e contagem bacteriana (CBT). Esse escalonamento previa números como 400.000 cel/ml para CCS e 100.000 UFC/ml para CBT, com prazo para adequar-se até 1º de julho de 2016 (em ambos os casos para o Sul, pois outras regiões do país tinham prazos diferenciados). Mas, em 2016 foram prorrogados os prazos para chegar a esses padrões até então vigentes de 300.000 UFC/ml para CBT e 500.000 cel/ml para CCS, até julho de 2018 na região Sul, com a IN 07/2016. Em 2018, próximo de mudar as regras pela legislação novamente, foi demandada a formação de um grupo de trabalho dentro do Mapa para rever o assunto. – Além da parte de fiscalização, contamos com a participação de colegas da área do fomento do Mapa, bem como outros pesquisadores renomados que trabalham pelo Brasil e conhecem bem o setor. A primeira de-
QUALIDADE DO LEITE NOS ÚLTIMOS ANOS
cisão era que não haveria mais como prorrogar por muito tempo, porque isso estava rolando desde 2002 e era momento de fazer uma coisa diferente se realmente quiséssemos um avanço para atingir todos os objetivos que o programa nacional de melhoria do leite prevê – revela a veterinária. Uma das decisões anunciadas em 2018 foi a alteração no prazo até 30 de junho de 2019 – através da IN 31/2018 – da cobrança de novos padrões, e desta vez em todo o país. Como base legal o grupo amparou-se no novo Regulamento e Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem, o Riispoa, que foi publicado em 2017, e estabelece que a inspeção de leite e derivados abrange desde a sanidade do rebanho, obtenção da matéria-prima até a expedição do produto final, ou seja, incluía desde o trabalho de campo até a indústria no processo, conforme Milene. Inclusive, alguns itens desse decreto já previam uma definição de temperatura ideal do leite e período de conservação do produto, entre outros aspectos, que hoje integram as INs 76 e 77. Finalizado o trabalho do grupo de estudos, essas duas normativas ficaram prontas e foram publicadas em 30 de novembro de 2018, com prazo de 180 dias para adequações e alterações. Portanto, este se encerrou em 30 de maio de 2019.
Regularizações mais claras
Para deixar as normas mais claras, Milene conta que foram separadas o que é regulamento técnico do que é procedimento do leite a campo. Por isso da publicação da IN 76/18, que regulamenta tecnicamente o que é o leite refrigerado, o leite pasteurizado e o leite pasteurizado tipo A; e a IN 77/18, que regulamenta sobre a inspeção sanitária da obtenção, acondicionamento e transporte do leite cru até a recepção e estabelecimento registrado no serviço de inspeção oficial (federal, estadual ou municipal); sanidade do rebanho; boas práticas agropecuárias; coleta e transporte do leite; análise e seleção pelos laticínios.
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QUAIS OS PARÂMETROS PROPOSTOS PELAS NOVAS NORMATIVAS IN 76
IN 77
• Manutenção dos limites de 500.000 cel/ml para CCS e 300.000 UFC/ml para CBT, com obrigatoriedade de avaliar a necessidade de revisão dos limites a cada dois anos
• A temperatura do leite no recebimento na plataforma deve ser de até 7 graus centígrados, isso de responsabilidade da empresa. Mas, o produtor precisa manter os 4 graus do leite na propriedade. Essas temperaturas se justificam para manter a qualidade do leite, segundo a veterinária.
• Controle de contagem bacteriana no leite cru de silo (tanque), com o limite de 900.000 UFC/ml ao chegar na indústria. Milene explica que esse índice de 900.000 UFC/ml foi baseado em legislações internacionais, como da União Europeia e dos Estados Unidos, que já são praticadas há mais tempo. No comparativo com a Europa, Milene conta que lá esse debate começou em 2005 e o limite máximo é de 100.000 UFC/ml para CBT. Então, se a gente quer atingir o mercado europeu, com exportação, temos que ter um padrão internacional. E isso abre mercado em outros países também, porque Europa é referência para os demais – argumenta. Para controlar esse índice, as empresas serão obrigadas a coletar amostras mensais para serem avaliadas em algum laboratório credenciado na RBQL.
Em quais casos pode haver interrupção na coleta? Pelas normativas atuais, pode haver a interrupção da coleta de leite que apresentem índices de CBT abaixo do que é estabelecido durante três meses consecutivos. Para isso, será usada a chamada média geométrica das análises, que é considerada mais branda do que a média simples dos valores. Essas análises também precisam ser referendadas por um laboratório de leite credenciado na rede. Em relação ao retorno desse produtor penalizado ao fornecimento de leite, isso poderá ocorrer após comprovação dos índices dentro das normativas, também com testes feitos em laboratórios credenciados. Quando o produtor terá a primeira média geométrica trimestral? Para esse índice, serão somados os resultado de junho, julho e agosto de 2019. A interrupção da coleta somente ocorrerá se as médias de agosto, setembro e outubro ficarem acima das 300.000 UFC/ml para CBT. Portanto, na visão da médica-veterinária, não há motivo para se apavorar. – Os índices de CBT estão relacionados ao manejo de ordenha, higiene e manutenção da temperatura. Então, com práticas pontuais é possível evoluir rapidamente nesses índices – acredita Milene.
2002: instrução normativa (IN) 51/2002
2011: IN 62/2011
2016: IN 07/2016
Esta previa: refrigeração e granelização do leite; obrigatoriedade de análise mensal do leite de todos os produtores; estabelecimento de limites para contagem de células somáticas e contagem bacteriana; e criação da rede brasileira de qualidade do leite.
Esta incluiu a análise de antibióticos na plataforma; mensuração da efetividade dos programas de melhoria da qualidade da matéria-prima.
Esta prorrogou o prazo para o produtor entrar nos padrões de 300.000 para CBT e 500.000 para CCS até julho de 2018 na região Sul.
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Parceiros do leite
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Não há dúvidas que é difícil avaliar o cenário da pecuária leiteira. Tanto que vários profissionais contatados pela reportagem preferiram nem comentar o assunto, ou mesmo sinalizaram essa preocupação da repercussão das suas opiniões diante do setor. Se por um lado existe a necessidade de evoluir e ter melhores índices de qualidade, baseado no que já é feito em outros países, por outro existem sim questões sociais envolvidas – como a possibilidade de seleção de produtores nesse processo, por falta de capacidade de investimento. De qualquer forma, é preciso tratar o assunto com profissionalismo, até porque o setor agropecuário de forma geral vem sendo muito cobrado pela sociedade em relação a isso. – O leite que nós vendemos é o mesmo que o meu filho toma. Primamos pela qualidade não somente pelo pagamento no fim do mês, mas por um compromisso – diz a veterinária e pe-
cuarista Patrícia Botton, de Vista Alegre, enquanto mostra as peraltices do pequeno Guilherme, de três anos, na área de casa. Ela e o esposo Marcelo Batalin têm um tambo no município, com 35 animais em lactação, e hoje estão inseridos em um dos programas mais rigorosos em nível de Brasil quando se fala em qualidade. Eles comercializam cerca de 800 litros de leite diários para uma multinacional que paga, pelo menos, R$ 0,07 a mais por estarem inseridos nesse programa que prevê o fornecimento de um leite mais puro, mais próximo do natural, como a própria empresa já anunciou quando do lançamento da iniciativa. Nos últimos meses, os índices de CCS ficam na faixa de 200.000 cel/ml e de CBT em 10.000 UFC/ml, números bem abaixo do que a lei exige. Um programa de boas práticas já remunera o produtor que segue à risca um check-list da empresa, mas com
essa versão aprimorada consegue garantir também práticas de bem-estar animal, o que acaba refletindo diretamente nos índices de qualidade. Hoje, contabilizando tudo o que o casal recebe em função da qualidade do leite fornecido para a empresa, o valor é estimado em até R$ 0,30 por litro/mês. Neste caso, os índices alcançados em CCS e CBT estão bem melhores do que os exigidos pela própria legislação que está entrando em vigor neste mês. O ingresso da propriedade vista-alegrense nesse programa de qualidade mais apurado é recente, foi no fim de 2018, mas um caminho sem volta. “Claro que não é fácil manter, até porque a tendência também é que, em caso de descumprimento, haja penalizações no valor pago. É uma forma de motivar ou até exigir que nós, como produtores, sigamos essas normas”, pontua a jovem pecuarista. No check-list que garante maior pa-
Gracieli Verde
Produtor que recebe por qualidade se motiva a melhorar cada vez mais gamento por litro do leite constam exigências como análise da água usada na atividade e hidrômetro para monitorar a quantidade utilizada, análise de solo das áreas de pastagens, além de aspectos relacionados à saúde animal, como a comprovação dos controles de vacinação, entre outros. No caso de Marcelo e Patrícia, um passo a mais poderá ser dado assim que eles tiverem a propriedade certificada como livre de brucelose e tuberculose. – Damos um passo de cada vez, porque passamos por auditoria anual e outras auditorias-surpresa. Mesmo assim, nós insistimos que fôssemos inseridos nesse programa. Isso tem garantido um preço de R$ 1,50 a R$ 1,55 por litro nos últimos meses – revela Patrícia, contando também que a empresa paga para que não usem hormônios no plantel para incentivar o aumento da produção. Ou seja, os animais produzem mais graças à boa nutrição e à sanidade.
TECNOLOGIA A SERVIÇO DOS BONS ÍNDICES É sabido entre os produtores que o controle de CBT – mais relacionado à higiene na ordenha e no controle da temperatura – é considerado mais simples que o de CCS – derivado de problemas como a mastite, aquela inflamação nas mamas das vacas leiteiras. No caso do tambo de Marcelo e Patrícia, foi buscado uma alternativa prática para ser mais certeiro nos tratamentos. Eles têm em casa como se fosse um mini laboratório de análises microbiológicas para a doença. Com o assessoramento de um profissional de Passo Fundo nesta área, o casal consegue identificar na propriedade qual bactéria é a causadora da inflamação. Isso permite que o tratamento seja muito mais eficiente e rápido. – A gente adotou a cultura de curar as vacas. Conseguimos um fornecedor de um produto que nos ajuda a identificar que tipo de bactéria que está causando a mastite. Além disso, escolhemos a dedo os produtos de pré e pós-diping. Esse conjunto de ações tem reduzido em até 70% a incidência de mastite no nosso plantel – revela a veterinária, alertando que é fundamental identificar o prejuízo que a mastite causa para buscar um manejo que traga melhores resultados.
2018: IN 31/2018
2018: IN 76
2018: IN 77
Através de um grupo de trabalho que rediscutiu o tema, outra normativa foi publicada. Esta prorrogou o prazo para adequar-se até 30 de junho de 2019 para todas as regiões do país.
Esta regulamenta do ponto de vista técnico o leite refrigerado; leite pasteurizado; e leite pasteurizado tipo A (os demais seguem legislação já definida pelo Mercosul).
Esta regulamenta a inspeção sanitária da obtenção, acondicionamento e transporte do leite cru até a recepção e estabelecimento registrado no serviço de inspeção oficial (federal, estadual ou municipal); sanidade do rebanho; boas práticas agropecuárias; coleta e transporte do leite; análise e seleção pelos laticínios.
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Parceiros do leite
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A dificuldade que a indústria e o produtor enfrentam no campo no que se refere à infraestrutura viária (com condições inadequadas de estradas) e no acesso a uma energia elétrica, com capacidade suficiente para manter equipamentos imprescindíveis nesse contexto atual, são aspectos que estão no radar do setor leiteiro há algum tempo. Isso tem voltado para o debate, segundo o presidente do Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat), Alexandre Guerra, em função das novas normativas. – Essa é uma dificuldade recorrente e, por isso, como entidade, nos manifestamos desde o início junto ao Mapa, pois precisávamos de um período transitório, para que depois a gente pudesse criar índices aplicáveis e que pudessem de fato ser atendidos – pontua. O presidente da Associação das Pequenas Indústrias de Laticínios do Rio Grande do Sul (Apil/RS), Wlademir
Dal’Bosco, reforça que são muitas as apreensões por parte da indústria. – Uma das preocupações é em relação a temperatura do leite, que tem que chegar ao laticínio no máximo a 7 graus centígrados. Ainda vemos uma dificuldade no resfriamento do leite, principalmente em se ter energia elétrica suficiente para manter equipamentos como resfriadores – comenta. Em relação aos índices de a CCS e CBT, acredita que é preciso investir em qualificação do pecuarista leiteiro. – Alguns produtores vão precisar fazer investimentos e, para isso, precisaremos de mais crédito, com taxas de juros adequadas à realidade deles. Isso é um desafio, porque o crédito está escasso – reflete. Para a indústria, no entanto, ele admite que receber um leite de qualidade é mais competitivo, porque consegue ter um rendimento maior e, obviamente, um produto final com mais qualidade.
Na extensão se vê um produtor mais comprometido e consciente Por mais que haja um receio de como essas normativas podem impactar no contexto econômico da pecuária leiteira, na extensão rural é possível identificar produtores mais conscientes e comprometidos. A análise é do engenheiro-agrônomo Jeferson Vidal Figueiredo, da Emater/RS-Ascar. Ele atua em Frederico Westphalen e também já atendeu famílias em Palmitinho, com foco nesta área. – O produtor vem mudando. Muitos estão investindo em tecnologias para baixar os índices de CCS e CBT há um bom tempo. Também vemos quem investe em boa nutrição dos animais para ter mais qualidade no leite e assim por diante. Esse produtor está mostrando que é hora de mudança e está preparado para isso. Claro que também existem os mais conservadores, que acreditam que a legislação pode levar o produtor a
Gracieli Verde
Setor debate quais demandas mais urgentes para poder cumprir legislação
abandonar atividade – pondera. Embora haja esses casos, Figueiredo reforça que tem visto um produtor mais maduro no dia a dia da atividade. “Vejo que a cadeia produtiva pode ganhar muito com esse perfil de produtor. Este é o momento de mudar”, exclama. O consultor Juliano Alarcon Fabrício, engenheiro-agrônomo que também se especializou em pecuária leiteira e presta assistência em todo o Sul do Brasil, acredita que as normativas inserem o produtor brasileiro no mundo globalizado em que a sociedade já vive há muito tempo. – E nesse mundo globalizado precisamos gerenciar as propriedades rurais como empresas. Então, o produtor de leite brasileiro precisa se adequar às regras mundiais. Por isso, vejo a normativa como forte aliada dos pecuaristas que querem prosperar na atividade – reitera.
Lei do Leite coloca o RS em vantagem? Uma das percepções de algumas lideranças do setor é que a Lei do Leite que existe no Rio Grande do Sul coloca o Estado em certa vantagem para o cumprimento das INs 76 e 77. Esse foi um dos pontos observados pelo secretário-executivo do Sindilat/RS, Darlan Palharini, em recente reunião realizada em Passo Fundo. Essa lei entrou em vigor em 2017, fazendo parte do Programa de Qualidade na Produção, Transporte e comercialização de Leite no Estado do Rio Grande do Sul. – As principais motivações para que essa lei fosse criada foram as constantes denúncias sobre irregularidades em leite cru, envolvendo também os transportadores do leite, falta de respaldo legal para atuação da fiscalização, além das operações Leite Compen$ado, que começaram em 2013 e seguiram até 2015 no Estado – explica a médica-veterinária Karla Pivato, que atua há 12 anos como fiscal agropecuária no RS e responde como coordenadora técnica da Câmara Estadual do Leite. Ela também tem acompanhado as reuniões sobre as novas normativas pelo Estado. Segundo ela, medidas como as estabelecidas pela Lei do Leite já têm contribuído para resgatar a confiança do consumidor, além de valorizar os produtores e as indústrias que trabalham de acordo com normatizações e que primam pela qualidade de seus produtos.
Padrão
2002 (IN 51/02)
2008 (IN 51/02)
2012 (IN 62/11)
2014 (IN 62/11)
2016 (IN 07/16)
2018 (IN 76/18)
Contagem bacteriana
1.000.000 UFC/ml
750.000 UFC/ml
600.000 UFC/ml
300.000 UFC/ml
300.000 UFC/ml
300.000 UFC/ml
Contagem de células somáticas
1.000.000 Cel/ml
750.000 Cel/ml
600.00 Cel/ml
500.000 Cel/ml
500.000 Cel/ml
500.000 Cel/ml
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Parceiros do leite
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SANIDADE
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De olho no plantel em dias com pouca luminosidade Consultoria alerta sobre risco de intoxicação e morte de bovinos por nitrito
O
s últimos dias de maio foram de chuva em grande parte do Sul e o cenário de pouca luminosidade – nenhuma novidade até aí. Mas um alerta tem deixado pecuaristas leiteiros mais atentos ao plantel. Isso porque a falta de luminosidade gera um alto risco de intoxicação e morte de bovinos leiteiros por nitrito ou nitrato, especialmente em vacas em lactação. O pesquisador e consultor Wagner Beskow, sócio-diretor da Transpondo, fez um alerta aos bovinocultores: “segure o nitrogênio!” Entenda mais sobre esse assunto a partir das orientações emitidas pela Transpondo, que além de compartilhadas nas plataformas digitais, também foram cedidas a Novo Rural. Levando em conta que o inverno tende a ser de pouco sol (veja mais na editoria Agricultura), as orientações valem para toda a temporada.
Wagner Beskow, sócio-diretor da Transpondo
POR WAGNER BESKOW Pesquisador, consultor e sócio-diretor da Transpondo Quem está em maior risco:
O que fazer de imediato:
• Animais com restrição alimentar entrando em dietas contendo forragens frescas, com alto teor de nitrogênio no solo que não têm recebido luz solar. Quanto maior a produção individual da vaca, maior este risco. • A falta de luz, assim como estiagens agudas, impedem a formação de proteínas vegetais a partir do nitrogênio absorvido pelas plantas, que se acumula como nitrato em excesso. Este acúmulo, sobretudo no milho safrinha, mas também em pastos, resulta em alta ingestão de nitratos nestes vegetais que são convertidos em nitritos no rúmen e absorvidos diretamente pela corrente sanguínea (o nitrito ocupa o lugar do oxigênio na hemoglobina e os animais morrem por falta de oxigênio).
Caso as condições permanecerem, evitar:
• Suspender a aplicação de qualquer forma de nitrogênio no solo até que se tenha pelo menos cinco dias de sol.
• Ração com monensina sódica. A seleção bacteriana feita por ela (desejável em qualquer outro momento), nas condições já citadas aumentará os riscos.
• Não fornecer milho verde picado, colhido nestes dias sombrios. Se isso for a única opção, fazer adaptação e cortar acima 50cm do solo.
• Se os animais não estão adaptados, e estão entrando nos pastos verdes, também evitar neste momento dietas ou rações com ureia. São mecanismos diferentes, mas a ureia concorrerá por energia livre no rúmen para ser metabolizada (ou seja, aumenta o risco de intoxicação por nitritos).
• Animais que estão por entrar nos verdes acima, saindo de outra dieta, fazer uma transição (adaptação do rúmen e da produção de hemácias) de cinco a sete dias, começando com pouco consumo, poucas horas de exposição aos verdes acima.
Quem não precisa se preocupar:
• Aumentar a oferta de carboidrato não-fibroso ou amido, especialmente através de mais milho moído na ração. É necessário ampla oferta de amido para que as bactérias metabolizem este excesso de nitrato e o transformem em proteína bacteriana e não em nitrito, que passa a parede ruminal e é absorvido pelo sangue.
• Quem tem tido sol pelo menos a cada quatro dias. • Quem já vem com os animais na dieta atual há mais de uma semana. • Quem não está utilizando milho verde picado.
• Nestes dias de pouca luminosidade, dar preferência para predomínio de volumosos de baixo risco (volumosos estocados antes do problema e pastagens com baixo uso de nitrogênio em cobertura).
• Quem tem matéria orgânica no solo abaixo de 3% não utilizou mais que 30kg de nitrogênio na base e em cobertura até o presente momento.
Sinais típicos da intoxicação aguda
O que fazer nestes casos
O mais característico são as mucosas cianóticas (roxeadas), especialmente focinho e vulva. O sangue adquire coloração de chocolate. Mas também é preciso ficar atento a sialorreia (saliva que flui para fora da boca — o animal “baba”); ao ranger dos dentes; cansaço; taquipneia (grande aceleração do ritmo respiratório; respiração curta e acelerada), ou dispneia progressiva (dificuldade na respiração); ataxia (movimentos descontrolados, andar cambaleante); tremores musculares; contração abdominal; manifestações de baixo débito cardíaco (baixo volume de sangue bombeado por unidade de tempo); sonolência; decúbito lateral (deitado de lado); relutância em se movimentar; crise convulsiva e abortos.
• Pare de movimentar os animais, não oferte mais nada além de água potável e chame um médicoveterinário imediatamente.
Quando este risco terá passado • Com a volta do sol por pelo menos cinco dias seguidos. • Com a ensilagem do milho (a toxicidade desaparece).
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CooperAtivas
Cooperativismo
PEDRO LUÍS BÜTTENBENDER Doutor em Administração, mestre em Gestão Empresarial, especialista em Cooperativismo e administrador. É professor pesquisador da Unijuí, assessor e associado de cooperativas E-mail: plbutten@gmail.com
OPINIÃO
Gerando desenvolvimento, promovendo cidadania e construindo esperança Quando uma cooperativa trabalha realmente fundamentada nos princípios do cooperativismo, da ajuda mútua e da solidariedade, ela se constitui em agente de desenvolvimento social e econômico do seu território. Por isso, regiões que contam com cooperativas fortes se destacam e até superam com maior facilidade os períodos de crise. São organizações que formam um ambiente que promove, com cidadania e responsabilidade coletiva, a esperança dos seus membros e da sociedade.
O
cooperativismo está se confirmando, na sociedade pós-moderna, como uma forma inovadora de organização do trabalho, das relações sociais de produção e da distribuição mais igualitária justa do poder e da renda, na democracia e na construção da cidadania. A evolução da sociedade sustenta no cooperativismo um modelo e um sistema de organização que agrega valor às atividades produtivas, ao trabalho e aos investimentos, resultando em impactos afirmativos para o desenvolvimento. Ao explorar esse processo em regiões em acelerado desenvolvimento, afloram as evidências que confirmam que o cooperativismo está presente de forma organizada e intercooperativa, participando dos principais setores econômicos e sociais, destacando a agropecuária e a produção de alimentos, o crédito, a infraestrutura energética, a saúde, o trabalho e outros. Temas inovadores que se agregam a autogestão, o autocontrole, a segurança organizacional e a transparência nas cooperativas e no sistema estão presentes em modernos mecanismos de planejamento e gestão, com presença da governança cooperativa e corporativa. Esclarecendo, governança cooperativa, por ser constituída por pessoas, de natureza coletiva, e que cooperativamente tem os seus cooperados associados também como os seus principais usuários e focos da ação cooperativa (clientes). O cooperativismo está vinculado diretamente à trajetória de desenvolvimento de suas regiões. No Rio Grande do Sul, desde o antigo período missioneiro ‘Jesuítico-guarani’, passando pela colonização, até os dias atuais, em todos os períodos está gerando benefícios diretos, que algumas vezes passam despercebidos ou são pouco valorizados. Para você que está lendo este texto, convido a pensar e refletir sobre a importância do cooperativismo e das cooperativas para você e a região. Compartilhe estas ideias e contribuições com seus amigos, colegas e a comunidade. Além de ampliar o rol de con-
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tribuições, estará fomentando outras novas ideias e somando mais uma contribuição das cooperativas, que é a de fomentar as ideias, a criatividade, o conhecimento nos lugares, entre as pessoas. Convido você para mais um avanço em nossa abordagem. Reconhecemos e vivemos todos com crescentes desafios e oportunidades na sociedade atual. Frutos das mudanças, inovações, transformações nas relações sociais, econômicas e políticas. Os países vivem processos de incertezas e com ações tentam debilitar as instituições locais e as estruturas de organização social, o aumento da concentração de renda, esvaziamento de territórios periféricos, o aumento das desigualdades sociais e a fragilização das políticas de proteção social dos mais necessitados. Nesse contexto, o cooperativismo se afirma ainda mais como um ambiente de organização e proteção dos interesses coletivos através da cooperação. E a partir desta dinâmica se constitui em um ambiente que promove e alimenta a saudável
perspectiva de construir juntos um futuro melhor. Estimular e nutrir na organização e cooperação, a esperança de construir juntos uma sociedade mais justa, fraterna, solidária e feliz. Esperança, como destaca o educador Paulo Freire, não de espera, de aguardo. Mas sim, uma esperança construída a partir dos sujeitos locais, cidadãos, de responsabilidade coletiva, com participação e democracia. As cooperativas, muito além do simbólico e imaginário, são esperança. Espaços que promovem a capacidade de novamente sonhar, de acreditar nos mais próximos, seus iguais e também os diferentes, das liberdades do ser e agir sempre com o compromisso coletivo, constituindo-se no princípio e na razão de um ambiente virtuoso e positivo de fomentar o desenvolvimento das pessoas e das regiões com frutos positivos também para as futuras gerações. Lendo, estudando, escrevendo e cooperando, para pensar, entender, sentir, agir e sentir melhor! SIGAMOS EM COOPERAÇÃO!
Cooperativismo
EVENTOS
Região organiza ações em torno do Dia do Cooperativismo Em 6 de julho, Dia Internacional do Cooperativismo, uma série de atividades movimentará o setor os dirigentes de cooperativas com a comunidade regional. O encontro será realizado no Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Frederico Westphalen. – Todas as nossas cooperativas serão convidadas a compartilharem as ações que evidenciarão este setor tão importante para a nossa economia – pontua Marcia. Outra agenda do setor será no dia 6 de julho, Dia Internacional do Cooperativismo. – Atividades em diversos municípios da região Norte do Estado do Rio Grande do Sul e Oeste catarinense serão coordenadas pelas cooperativas com atuação nestes municípios. Será um dia de intensas mobilizações do setor – observa Márcia, em tom de convite para a comunidade em geral para que participem.
Divulgação
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trabalho de intercooperação realizado pelas cooperativas da região fica em evidência nesta época do ano. Em função do Dia Internacional do Cooperativismo, que neste ano será comemorado em 6 de julho, as instituições cooperativas mais uma vez se unem para reforçar a missão nas comunidades onde estão inseridas. A coordenadora da Unidade de Cooperativismo da Emater/RS-Ascar, a administradora Marcia Faccin, observa que mais uma vez ações conjuntas devem evidenciar este setor considerado essencial para o setor primário regional. Uma das definições é que neste dia 5 de junho, a partir das 10 horas, uma coletiva de imprensa aproximará mais uma vez
Definições ocorrem com o envolvimento de cooperativas e da Emater/RS
Divulgação
Sicredi Grande Palmeira reúne prefeitos e lideranças
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Encontro ocorreu no restaurante do Parque Municipal de Exposições de Palmeira das Missões
ma reunião-almoço promovida pela Sicredi Grande Palmeira, em parceria com o Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), em maio, envolveu prefeitos, secretários e representantes de vários municípios da região. O encontro ocorreu no restaurante do Parque Municipal de Exposições de Palmeira das Missões. O presidente da Sicredi Grande Palmeira, Elvis Roberto Rossetto, e o diretor executivo, Eraldo Fassini, deram as boas-vindas e apresentaram os principais números e ações que a cooperativa vem de-
senvolvendo nos municípios da região nos últimos anos. Essas ações, segundo a direção, impactam diretamente no crescimento econômico e regional de nossa área de atuação. O economista Celso Afonso Monteiro Pudwell, do BRDE, e o engenheiro Jorge Dexheimer, da mesma instituição, também participaram. Eles expuseram todas as linhas e formas de financiamento a longo prazo que o BRDE dispõe, além de formas de utilização dos recursos para melhorar a infraestrutura dos municípios, com juros baixos e parcelas a longo prazo.
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Cooperativismo
EMPREENDEDORISMO
Sicredi Alto Uruguai/Divulgação
Sucessão familiar: pais e filhos trabalham juntos
Apostamos no desenvolvimento local
“Apostamos nas riquezas da nossa terra” “
Sucessão familiar, empreendedorismo e dedicação: essa é a história da família Hanauer, de Vista Alegre
“Não se faz dinheiro somente com a força dos nossos braços, é preciso planejamento e organização”. Foi com essa frase que Osmildo Hanauer nos recebeu em sua propriedade na comunidade de São Judas, em Vista Alegre. Ele e Terezinha são casados há 24 anos e possuem dois filhos: Lucas, de 19 anos, e Eduardo, de 15. Pensando no futuro dos filhos, decidiram, há cerca de três anos, apostar em uma nova atividade, a produção de mandiocas. – Plantávamos fumo, feijão e milho. Mas quanto mais trabalhávamos, menos tínhamos, isso desanimava. Todo mundo quer crescer, ir bem nos negócios. Nos preocupamos em deixar um legado para os nossos filhos, então, o nosso filho Lucas deu a ideia de visitar uma agroindústria de mandiocas em Rodeio Bonito. E foi assim que procuramos a Emater/RS e o Sicredi, que nos ajudaram a tirar os nos28 | Revista Novo Rural | Junho de 2019
sos sonhos do papel – conta Osmildo. Há 20 anos a família é associada à Sicredi Alto Uruguai RS/SC/MG e quando surgiu essa oportunidade, logo procuraram a agência. – Para nós, o Sicredi é a principal escolha, temos muito a agradecer por tudo que fazem. O atendimento, o carinho que nos tratam, a agilidade. É muito bom – afirma Terezinha. Com o apoio da Sicredi Alto Uruguai RS/SC/MG, há três meses o sonho de ter uma agroindústria legalizada se tornou realidade. – Comer é uma necessidade, então, apostamos na riqueza das nossas terras e hoje já temos 30 mil pés de mandioca plantados. O trabalho é todo manual, nós quatro nos envolvemos com todo o preparo. É muito bom ter os filhos trabalhando conosco, ver que tudo isso vai ficar para eles, que já está tudo encaminhado para que eles tenham cada vez mais sucesso – diz, emocionada, a matriarca. Lucas idealizou, junto com o pai, todos os processos da agroindústria, desde a confecção do rótulo, até a expansão para os municípios vizinhos.
Sicredi Alto Uruguai/Divulgação
Conteúdo produzido pela Assessoria de Comunicação da Sicredi Alto Uruguai RS/SC/MG
Assim como a história da família Hanauer, a Sicredi Alto Uruguai RS/SC/MG contribui para que outras famílias possam concretizar seus sonhos e apostar suas atividades econômicas na industrialização de produtos agrícolas. A cooperativa é parceira para o desenvolvimento de novas agroindústrias através das linhas de crédito do BNDES. Temos como exemplos famílias que apostam suas atividades na produção de salame, copa, derivados de leite (iogurte, queijo, requeijão), pescados (filé de tilápia), processamento de cereais para fabricação de farinha colonial, pão, cuca, bolacha, pastel, processamento e beneficiamento de cana-de-açúcar (cachaça, melado, açúcar mascavo), mel, frutas, hortaliças, vinho, suco de uva e geleias. – Acompanhar as histórias dos nossos associados e perceber que estamos desempenhando nosso papel enquanto cooperativa é muito gratificante. Ajudamos a transformar realidades, apostamos nas riquezas dos nossos municípios e, assim, cooperamos para que muitas famílias mudem suas realidades e possam se desenvolver cada vez mais, destaca o assessor de negócios da Sicredi Alto Uruguai RS/SC/MG, Ronaldo Fagundes.
A Sicredi Alto Uruguai RS/SC/MG participou de todas as etapas, até chegar a legalização da Agroindústria Hanauer
– Estamos conseguindo colocar nosso produto em diversos lugares, restaurantes, escolas, peixarias e mercados. Estamos vendendo aqui em Vista Alegre, em Palmitinho, Taquaruçu do Sul e Frederico Westphalen. O que mais nos motiva é perceber que as pessoas gostam do nosso produto – explica Osmildo.
E os planos para o futuro? A família é unânime: desejam vida longa a agroindústria Hanauer. – Estamos tão felizes, realizados, que só quero ver meus filhos tocando a agroindústria, que peguem o amor pelo trabalho, porque quando nos dedicamos e colocamos carinho, tudo dá certo – complementa a mãe Terezinha.
Cooperativismo
AĂ&#x2021;Ă&#x2022;ES
RepĂłrter
Creluz mais prĂłxima dos associados
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partir deste mĂŞs de junho a Creluz estĂĄ ainda mais presente na Novo Rural, reproduzindo na edição impressa o RepĂłrter Creluz, apresentado pelo jornalista e assessor Edevaldo Stake. Na fanpage da Novo Rural no Facebook, vocĂŞ tambĂŠm confere os vĂdeos. Acesse pelo cĂłdigo QR abaixo.
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Modernização na emissĂŁo das faturas de energia Hoje o associado Creluz recebe a fatura de energia em casa e pode pagar onde quiser. AlĂŠm dessa opção, o associado tambĂŠm pode solicitar a sua fatura digital pelo seu e-mail. Ă&#x2030; uma forma mais prĂĄtica e consciente de gerenciar esse pagamento, jĂĄ que evita a impressĂŁo da fatura. Para receber a fatura digital, basta o associado realizar uma solicitação por qualquer e-mail descrito na fatura, pelo site ou ainda pelo aplicativo Creluz MĂłvel. A Creluz tambĂŠm inovou na hora do pagamento, disponibilizando aos associados a opção de dĂŠbito em conta, que tem um processamento mais eficiente.
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Cuidado com årvores muito próximas da rede elÊtrica à rvores plantadas próximas às redes de distribuição podem interferir no fornecimento de energia elÊtrica. Um dos pedidos da Creluz aos associados que detectarem que tem årvores de grande porte por perto de cabos de energia da cooperativa, Ê que entre em contato com a Creluz. Assim, as equipes tÊcnicas se deslocam atÊ o local para retirarem essas årvores, evitando transtornos futuros.
Acesse: www.creluz.com.br
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29 | Revista Novo Rural | Junho de 2019
Rafaela Rodrigues
Cotidiano
SEGURANÇA
Armas de fogo no centro das discussões A flexibilização da posse e do porte de arma de fogo, promessa de campanha do governo de Jair Bolsonaro, voltou a ser o centro das discussões no país no mês passado. Só em maio foram publicados dois decretos presidenciais referentes ao tema Rafaela Rodrigues
jornalismo@novorural.com
Leonardo Carlini
jornalismo@oaltouruguai.com.br
O
uso de armas de fogo foi novamente tema de debate no país. Isso porque no dia 7 de maio o presidente da República, Jair Bolsonaro, assinou um decreto que flexibilizava a posse e o porte de armas de fogo para determinadas categorias, como caminhoneiros, políticos em mandato e pessoas residentes em áreas rurais. Além disso, seria incluso no rol de armas permitidas para os cidadãos as que eram de uso exclusivo das forças de segurança, como fuzis, carabinas e espingardas. No entanto, as mudanças que o texto fazia no Estatuto do Desarmamento geraram críticas de entidades ligadas à segurança pública. Sendo assim, no dia 22 de maio, o governo federal publicou um novo decreto, alterando alguns pontos do primeiro texto que foram questionados na Justiça, no Congresso e “pela sociedade em geral”. De acordo com o governo, as novas alterações foram trabalhadas em conjunto com a Casa Civil, o Ministério da Justiça e Segurança Pública, Ministério da Defesa e Advocacia-Geral da União e tem como objetivo “sanar erros meramente formais”.
30 | Revista Novo Rural | Junho de 2019
A partir desse novo texto fica proibido o porte de armas de fogo portáteis (fuzis, carabinas, espingardas) e não portáteis (as que precisam ser carregadas por mais de uma pessoa ou com a utilização de veículos) para defesa do cidadão comum. As categorias “arma de porte” (autorizada), arma portátil (não autorizada) e “arma não portátil” (não autorizada) são termos criados pelo novo decreto. Apesar das mudanças, foi mantida a facilitação do porte de arma de fogo para determinadas categorias, que antes não tinham esse direito sem comprovação efetiva de necessidade, como é o caso de proprietários rurais. De acordo com a nota do governo, eles poderão adquirir armas portáteis. A regra vale para aqueles que têm “posse justa do imóvel rural e se dedica à exploração agrícola, pecuária, extrativa vegetal, florestal ou agroindustrial”. As discussões e os ajustes em torno do decreto estão longe de terminar, pois o Comando do Exército, mais precisamente a Diretoria de Fiscalização de Produtos Controlados do Exército, tem o prazo de 60 dias para estabelecer parâmetros técnicos que definirão os armamentos que poderão ser adquiridas e por quem. Ao todo, mais de 20 pontos do decreto originais foram modificados, segundo informações do Planalto.
Sindicatos se posicionam a favor dos decretos Um dos aspectos que sempre entra em discussão quando o assunto é a posse ou o porte de armas é se, na prática, a arma de fogo pode ser uma forma efetiva de defesa para pessoas que residem em áreas rurais. Há quem concorde e quem discorde dessa opinião, mas cada um tem sua razão. E, diga-se de passagem, no meio rural é difícil encontrar quem é contrário à decisão. Segundo a Casa Civil, o decreto inicial trata de “conceitos de residência”, inclusive quando se refere a propriedade rural. Nesta área, o cidadão estará “livre para a defesa de sua propriedade e de sua família contra agressão injusta, atual e iminente”, destaca em nota. Na visão do presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Frederico Westphalen, Nadir Busatto, a arma de fogo é sim um instrumento de defesa das pessoas que residem no meio rural. – Já houve vários casos em nosso interior que produtores foram ameaçados, assaltados. É necessário que eles possam sim ter uma
arma em casa, pois eles se sentem desprotegidos devido ao isolamento – comenta Busatto. Para o presidente do Sindicato Rural de Frederico Westphalen, Danilo Vanzin, a arma de fogo é uma forma de amedrontar os bandidos, mas alerta para a importância das instruções legais para o uso delas. – É uma forma de defesa e mais do que isso, é uma forma de persuadir o bandido. Sem dúvida, uma arma de fogo em uma propriedade rural é indispensável na realidade em que vivemos hoje. Claro que não se pode entregar a arma para qualquer um, tem os critérios, a habilitação necessária que deve ser levada em conta”, pondera Vanzin.
Nadir Buzatto, presidente do STR de Frederico Westphalen
Cotidiano
SEGURANÇA
Acesse os decretos pelos códigos QR
Uma visão jurídica Com a palavra, o advogado Clauto Oliveira, de Seberi/RS
Novo Rural – Na sua opinião, a posse e o porte de armas por cidadãos podem contribuir para a segurança pública? Clauto Oliveira – Pelo que se percebe a intenção do presidente era o início imediato de uma grande batalha contra a insegurança que o cidadão vive hoje no país. No entanto, infelizmente extrapolou os limites constitucionais em alguns
Novo Rural – Você elencaria benefícios do decreto para quem reside em áreas rurais? Clauto Oliveira – O decreto presidencial contribui e muito para a segurança dos agricultores que antes ficavam vulneráveis em suas propriedades rurais, sujeitos principalmente a roubos a mão armada, porque a certeza do bandido de que o agricultor de bem, em cumprimento às leis do estatuto do desarmamento, estaria desarmado era uma facilitação ou até um incentivo ao crime. Gracieli Verde/Arquivo
Novo Rural – Qual ponto considera mais polêmico? Clauto Oliveira – Seria a facilitação de posse e porte de armas para algumas categorias, como caminhoneiros, proprietários rurais, dentre outros. Segundo apontam constitucionalistas, essa modificação deveria ter sido feita mediante projeto de alteração com aprovação do Congresso, isso porque existe uma hierarquia de normas e o estatuto do desarmamento como uma lei federal, criada pelo Congresso, estaria acima do decreto presidencial.
pontos, os quais entendo que devem ser alterados mediante apresentação de projeto de lei junto ao Congresso Nacional. Sou a favor da posse e do porte de armas pelo cidadão de bem, mas acho que não vai resolver a situação caótica da segurança pública, apesar de entender que isso poderá ser o início de uma nova era.
Clauto Oliveira, advogado de Seberi
Decreto 9.797/2019
Com a palavra, Alice Amalia Cagliari Goulart, psicóloga e perita em avaliação psicológica para porte de arma, credenciada pela Polícia Federal e para avaliações na Brigada Militar Novo Rural - Como funciona a avaliação do perfil compatível à posse de arma? Alice Amalia Cagliari Goulart – Este é um desafio para profissionais da psicologia. Esse processo permite investigar aptidão do candidato, avaliando característica como atenção, memória, aspectos da personalidade relacionados à agressividade, ausência de patologias, estabilidade emocional, ajustamento social, entre outros. A comprovação da aptidão psicológica será exigida nos procedimentos de aquisição, registro, renovação de registro, transferência de porte de arma de fogo, credenciamento de armeiros, instrutores de armamento e tiro. Novo Rural – Quais as atuais obrigações legais para poder ter uma arma de fogo? Alice – O decreto número 5.123, de 1º de julho de 2004, em seu artigo 12, define que para adquirir arma de fogo de uso permitido o interessado deverá declarar efetiva necessidade; ter, no mínimo, 25 anos; apresentar original e cópia autenticada de documento de identificação pessoal; comprovar, em seu pedido de aquisição e em cada renovação do certificado de Registro de Arma de fogo, idoneidade e inexistência de inquérito poli-
Arquivo pessoal
Novo Rural – Juridicamente, como avalia esses decretos relacionados ao uso de armas? Clauto Oliveira – Inicialmente é necessário esclarecer que por meio de decreto o presidente pode regulamentar uma lei federal existente, ou seja, especificar detalhes da lei, bem como sua forma de aplicação. Neste caso, existe a lei federal que trata sobre o uso e controle do armamento no país, o presidente por meio de decreto pode regulamentá-la, não sendo possível provocar alterações no texto de lei, situação essa discutida na ação direta de inconstitucionalidade proposta junto ao STF pela rede sustentabilidade, bem como é o entendimento no parecer da Câmara dos Deputados.
Decreto 9.785/2019
Alice Goulart, psicóloga e perita credenciada pela Polícia Federal e para avaliações na Brigada Militar
cial ou processo criminal, por meio de certidões de antecedentes criminais da Justiça Federal, Estadual, Militar e Eleitoral, que poderão ser fornecidas por meio eletrônico; apresentar documento comprobatório de ocupação lícita e de residência certa; comprovar, em seu pedido de aquisição e em cada renovação do certificado de registro de arma de fogo, a capacidade técnica para o manuseio de arma de fogo; comprovar aptidão psicológica para o manuseio de arma de fogo, atestada em laudo conclusivo fornecido por psicólogo credenciado na Polícia Federal.
Polícia Civil não se posiciona sobre o assunto Para um dos representantes da Segurança Pública em Frederico Westphalen, o delegado de Polícia Eduardo Nardi, os decretos são muito recentes para orientar legalmente a população e afirmar se vão ou não contribuir para o aumento ou diminuição da violência no país. Segundo ele, também faltam dados atualizados para ter como parâmetro de avaliação. Uma das preocupações, segundo Nardi, é que possam aumentar os furtos a residências justamente em busca dessas armas de fogo. “Não se descarta que, lá na frente, se verifique o aumento de furtos e outros crimes de pessoas visando a prática de ilícitos com armas de fogo de cidadãos comuns”, reflete, esclarecendo que, oficialmente, a Polícia Civil não tem uma posição oficial quanto ao decreto.
Mas será que isso traz algum benefício para o produtor rural? – Não raro se apreendem armas de fogo em posse de pessoas que vivem no meio rural, que não tinham o respectivo registro e nos reportavam essa situação. Eles alegam a dificuldade de ter o registro e a necessidade de estar de posse de arma de fogo nos lugares que têm dificuldade das policias chegarem com brevidade. Talvez, esse mecanismo possa facilitar para que quem vive no meio rural, e que está longe de grandes centros, tenha uma sensação de maior segurança – diz Nardi.
Eduardo Nardi, Delegado da Polícia Civil de Frederico Westphalen
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Histórias da Agricultura
FAMÍLIA CERETTA é uma das pioneiras na agricultura de Seberi
Município completa 60 anos em junho e setor primário é um dos destaques locais Texto: Gustavo Menegusso/ Jornal O Alto Uruguai Edição: Gracieli Verde jornalismo@novorural.com
O
mês de junho marca o aniversário de emancipação de Seberi. São 60 anos de história no Médio Alto Uruguai gaúcho. Com um perfil muito forte na agricultura e na pecuária, o município tem se destacado com projetos que incentivam a produção primária, além de ter áreas consideradas privilegiadas para a produção de grãos. Mas não é somente isso. Hoje o município também conta com uma unidade frigorífica que estará sob responsabilidade da JBS, onde o processamento da carne suína é outro importante agregador de valor à produção local e regional. Uma das histórias que se entrelaça com o surgimento do município é da família de Beno Ceretta, que inicialmente era produtor de arroz no município, sendo um dos pioneiros do se-
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tor. Natural de São João de Polêsine, no Centro do Estado, ele veio para o município seberiense acompanhado da esposa, Anita Lourdes Fuzer Ceretta, no ano de 1961. – Lemos um anúncio no jornal de Cruz Alta, que circulava naquela região, que teriam terras à venda na divisa de Ijuí com Palmeira das Missões. Chegando lá não gostamos e viemos até o Barril, como Frederico Westphalen era conhecido na época. Aí ficamos sabendo destas terras aqui em Seberi (hoje localidade de Lajeado Pôncio) e fechamos o negócio, em maio de 1961 – conta Ceretta. Em uma época de dificuldades da agricultura, seu Beno precisou de muita coragem e trabalho para não ser mais um a falir no interior do município. – Plantamos arroz por vários anos, mesmo com as pessoas aconselhando a não plantar, porque três já haviam falido no mesmo lugar. Na época, a agricultura era falida. Aí aluguei um trator e na primeira safra colhemos quase 500 sacas de arroz. Na segunda safra já consegui comprar um trator próprio, um dos primeiros de Seberi – lembra. Quebrado o mito da falência do plantador de arroz, a família Ceretta foi aos poucos diversificando os cultivos e adquirindo mais máquinas para expandir sua produção. – Plantei arroz até o início da década de
1970. Tínhamos secagem e armazenagem, e vendíamos em toda a região. Fechamos os últimos anos colhendo 22 mil sacas de arroz. Paramos, mas não por ter falido, mas porque era limitado. Se a gente quisesse expandir não ampliava mais do que isso. Foi, então, que comecei com a soja. Em 1972, comprei uma colheitadeira, que também foi a primeira no interior de Seberi – conta o agricultor, que se intitula o maior produtor de arroz do Médio Alto Uruguai. Ainda hoje a família trabalha com a plantação de soja, trigo, milho e um pouco de feijão, contudo, já aos 80 anos, seu Beno deixa o trabalho pesado ao filho Sidnei Luiz Ceretta e a nora Fabiane. – Desde que chegamos aqui coloquei minha própria oficina para cuidar dos meus arados e das máquinas. Então, hoje acabo ficando mais por aqui. É meu passatempo. Mas acho que faço mais coisas para minhas netas do que realmente trabalho – conta, animado por poder acompanhar de perto o crescimento das pequenas Letícia e Larissa, ainda na companhia da esposa, dona Anita. Inclusive, a família Ceretta é um case de sucessão familiar de êxito. O filho Sidnei e a nora Fabiane são responsáveis pela condução da propriedade. Eles figuram entre as famílias seberienses que investem e acreditam na agropecuária, gerando trabalho e renda e contribuindo para o desenvolvimento local.
Gustavo Menegusso/Jornal O Alto Uruguai
Família Ceretta reside na linha Lajeado Pôncio, em Seberi, desde 1961
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Qualidade de Vida Cuidados redobrados
PARA O INVERNO
O inverno está chegando neste mês e algumas precauções devem ser tomadas neste período. A queda na temperatura e a umidade exigem cuidados especiais com a nossa saúde. Confira algumas dicas que podem fortalecer sua imunidade nesta temporada.
SAÚDE
Para preparar
CRISTAIS DE GENGIBRE
• Misture uma xícara de raiz de gengibre descascada e cortada em pedacinhos pequenos e uniformes, com uma xícara de açúcar mascavo. Misture e leve ao forno brando para ferver, mexendo sem parar, até açucarar. Peneire e guarde em um pote fechado.
Para amenizar a tosse e dores de garganta Receita: equipe da Emater/RS-Ascar Para fazer em casa, você vai precisar de:
• Caso queira opte por um sabor salgado, deixe o gengibre de molho no limão com sal por 12 horas e seque no fogo brando.
– Raiz de gengibre – Açúcar mascavo
1) Tenha cuidado redobrado com o guarda-roupa
Mantenha as portas do móvel abertas, pelo menos, um dia da semana. Além disso, não sobrecarregue os armários com muitos itens. Outra dica é colocar as roupas de inverno para tomar sol, minimizando a contaminação dessas peças nesse período frio.
2) Capriche na faxina
NO CLIMA ÚMIDO DO INVERNO... Mantenha sua casa longe do mofo
Sugestão da jornalista Thaís Jacomelli Ribeiro, editora do caderno Morar Bem do jornal O Alto Uruguai
Os ácaros são inimigos minúsculos e silenciosos e a principal arma contra eles é, sem dúvidas, a limpeza. Não deixe a sujeira acumular, crie o hábito de usar o aspirador de pó para higienizar o sofá, lave as capas de almofadas, as cortinas e os tapetes com regularidade.
3) Use vinagre ou água sanitária para combater o mofo
O mofo é um tipo de fungo que pode ser encontrado em qualquer ambiente no qual a umidade e oxigênio estejam presentes. Para combater esse fungo, aposte no uso de vinagre, já que esse produto contém ácido acético e pode eliminar as manchas de bolor nas áreas afetadas. Caso essa solução não funcione e o mofo esteja muito impregnado, lave a região atingida com água sanitária. Se necessário, use uma escova com cerdas macias.
4) Aumente a ventilação local
Por último, mas não menos importante, a dica é aumentar a ventilação local. Sempre que o tempo estiver firme, abra as janelas e as cortinas para arejar o ambiente e permitir que a luz natural invada o espaço. Por mais frio que esteja, evite deixar a residência fechada por longos períodos.
Juliana Miura
Paisagismo
Você sabia que existem maracujás ornamentais?
O BRS Rubiflora é um dos lançamento
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Brasil tem cinco cultivares de maracujá com fim ornamental. As variedades foram lançadas em maio, na AgroBrasília 2019, pela Embrapa. As primeiras espécies brasileiras disponíveis no mercado correspondem à BRS Estrela do Cerrado, BRS Rubiflora e BRS Roseflora, com flores de coloração vermelho intenso, a BRS Rosea Púrpura, com flores cor-de-rosa, e BRS Céu do Cerrado, com tom azulado.
A pesquisa começou com a coleta de amostras na Amazônia, no Cerrado e em áreas de transição com a Caatinga. A partir disso, foi feito um trabalho de melhoramento genético. O resultado foram flores com combinações de cores diferentes, com florescimento durante vários meses e resistentes às pragas e doenças mais comuns no país. As plantas são indicadas para jardins, plantio em vasos, cercas, pérgulas e muros.
Assistente tĂŠcnica regional social da Emater/RS- Ascar de Frederico Westphalen e-mail: dwommer@ emater.tche.br
Sobre qual assunto vocĂŞ quer que eu escreva? Mande sua sugestĂŁo para o WhatsApp (55) 9.9960.4053
Duas taças, por favor!
C
om os primeiros dias de frio! Assim chega o mĂŞs de junho mostrando sua cara, mas tambĂŠm mexendo com os coraçþes. Chegam junto as taças de vinho e pronto, o clima romântico estĂĄ no ar! Chega o Dia dos Namorados para lembrar do primeiro beijo, de como eram os namoros antigamente. Sim, quem nĂŁo lembra? O nervosismo, a espera pelos encontros, a idealização. AĂ passam alguns anos de casados e como estĂĄ esse romance? Como fazer dar certo? O que faziam um para o outro e que deixaram de lado? Ou como numa piada que ouvi, onde a mulher reclamava que o marido nĂŁo dizia mais que a amava, entĂŁo ele respondeu que havia dito â&#x20AC;&#x153;te amoâ&#x20AC;? no dia do casamento e quando mudasse de ideia ele iria avisar! NinguĂŠm merece um relacionamento assim, nĂŁo ĂŠ mesmo? AĂ vem o Amado Batista e canta, â&#x20AC;&#x153;eu que sonhava ter a vida cor de rosa, sonhava ter o mundo inteiro sempre em minhas mĂŁos, hoje a vida me parece tĂŁo misteriosa, porque o teu amor me falta no meu coração...â&#x20AC;? Esta chama precisa ser alimentada dia apĂłs dia. EntĂŁo, ho-
mens e mulheres, nĂŁo economizem nas palavras, falem, demonstrem! Mas o que buscam as mulheres num homem, num relacionamento? Seria legal eu descrever tudo aqui e vocĂŞ sĂł precisaria dar a revista para o homem ler e pronto! E o que os homens buscam em uma mulher e em um relacionamento? SĂŁo diferenças fisiolĂłgicas, anatĂ´micas, hormonais... Homens e mulheres pensam diferente, agem diferente, tĂŞm habilidades diferentes. Uma leitura interessante para entender melhor estas diferenças e assim facilitar os relacionamentos, sugiro o livro â&#x20AC;&#x153;Porque os homens fazem sexo e as mulheres fazem amorâ&#x20AC;?, de Allan e Barbara Pease, que, de forma bem-humorada, demostra as diferenças atravĂŠs de pesquisas e tem o objetivo que ambos se entendam melhor, sem competiçþes ou conflitos. Outro dia vi num debate em programa de televisĂŁo em que algumas mulheres comentavam que atĂŠ a forma de sentir ciĂşmes ĂŠ diferente. Enquanto que a mulher ao sentir ciĂşmes o faz por evidenciar e enaltecer ainda mais as qualidades dele, ele, por sua vez, ao sentir ciĂşmes
ĂŚUĂ&#x2DC;Ă&#x192;ĤÂ?ÄŻ :Â&#x152;ÌĤĂÄ&#x;Ă&#x192;PĂ&#x2122;ÄŻÂ?ÄŻ Â&#x152;´ĽĤĹPxcĂŽ
se expressa de forma depreciativa, com palavras ofensivas, muitas vezes. Mas mulheres, que muitas delas ouço no dia a dia, me parece muito claro, apesar de arriscado afirmar, que hoje os requisitos bĂĄsicos para uma boa convivĂŞncia sĂŁo, pelo menos, a honestidade, o trabalho, a parceria de vida, alguns gostos que combinem ou que possam ter sua liberdade para atividades de lazer, poder manter amizades, planos em comum, sem grosserias... Antigamente um bom partido tinha que ter boas condiçþes econĂ´micas. Hoje a mulher tambĂŠm coloca dinheiro dentro de casa. Portanto, quer alguĂŠm que a respeite, que divida as tarefas da casa e com os filhos. Se tiver sensibilidade, for compreensivo e tiver senso de humor, fica perfeito, ĂŠ a tal da beleza interior! Claro que nĂŁo dĂĄ para idealizar demais, mas ajuda e muito! A gente nĂŁo sabe para onde vai o amor, se vai acabar ou nĂŁo, o importante ĂŠ continuar dando aquele frio na barriga, confiança e a dedicação de cada um, com chamegos, colos, vinhos e flores. E aĂ, aceita um vinho?!
AtĂŠ a prĂłxima!
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CĂĄ entre nĂłs
Qualidade de vida
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Qualidade de vida Como dar as boas-vindas ao inverno à mesa
CULINÁRIA
Oferecimento:
Oficialmente o inverno começa em 21 de junho e com ele é mais comum apostar em receitas quentinhas para aquecer os dias frios. Ninguém nega que o inverno é bem convidativo para pratos extremamente saborosos, acompanhados de um vinho que agrada o seu paladar. Lembre-se que reunir a família e os amigos à mesa é um momento de celebração e rotineiramente podem acrescentar momentos felizes com as pessoas que gostamos de ter por perto. Vamos às sugestões desta edição!
Batata gratinada ao molho branco Modo de preparo
Ingredientes • 1 caixa de molho branco • 200g de creme de leite • 1kg de batata em rodelas pré-cozidas • 150g de salame em cubos • 300g de queijo colonial ralado • Manteiga ou margarina para untar • 50g de queijo parmesão ralado para polvilhar • Sal e orégano a gosto
Em uma tigela coloque o molho branco, o creme de leite e misture bem. Em um refratário médio, untado, coloque uma camada de batata e metade da mistura do molho, em seguida, polvilhe com o salame e o queijo colonial ralado. Faça mais uma camada com o restante das rodelas de batata e outra com o do molho. Por fim, polvilhe com o parmesão e o orégano e leve ao forno médio preaquecido por 25 minutos ou até dourar levemente. Retire do forno e sirva.
Dica: Você pode servir esta receita acompanhada de um vinho de sua preferência
Caldo de mandioca com carne Ingredientes • 400 gramas de mandioca • 150 gramas de carne bovina • 1 cebola pequena • 1 colher de sopa de alho picado • 2 caldos de carne • Óleo • Queijo e salsinha à gosto
Modo de preparo Cozinhe a mandioca em um litro de água e os caldos de carne. Depois de cozida, bata tudo no liquidificador e reserve. Na mesma panela que você cozinhou a mandioca, coloque o óleo, a cebola e o alho e refogue a carne em tirinhas finas. Não tempere, jogue ela na panela e deixe fritar bem, até fazer uma borra no fundo da panela. Depois, acrescente o líquido reservado, mexa bem e acerte o sal (se necessário). Se você achar que está muito grosso, acrescente um pouco de água. Deixe cozinhar por mais uns 5 minutos e sirva com queijo ralado, salsinha e torradas.
Chocolate quente com paçoca Ingredientes • 1 litro de leite • 1 caixa de leite condensado • 3 colheres (sopa) de açúcar • 2 colheres (sopa) de maisena • 1 xícara (chá) de chocolate em pó • 1 caixa de creme de leite • 150g de chocolate meio amargo picado • Paçoca esfarelada a gosto
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Modo de preparo Coloque o leite, o leite condensado, o açúcar, a maisena e o chocolate em pó em uma panela e misture até dissolver. Leve ao fogo baixo, adicione o creme de leite e o chocolate picado e cozinhe até engrossar levemente. Transfira para as canecas, cubra com paçoca esfarelada e sirva em seguida.
Campo Aberto
GERAL
Qualificação em AP terá módulo com presença internacional Divulgação
Divulgação
A
primeira qualificação ofertada pela Novo Rural Comunicação, Capacitação e Eventos em 2019 terá participações especiais no mês de agosto. Para marcar o encerramento da Qualificação em Agricultura de Precisão e Variabilidade da Lavoura, dois experientes profissionais compartilharão suas experiências e conhecimentos nas áreas de agricultura de precisão e agricultura digital. Um dos professores será o empresário Enrique Hahn, que é engenheiro-agrônomo, mestre em Ciências do Solo e doutor em Engenharia Agrícola. Ele também tem atuado como professor universitário no Paraguai, assim como assessor do Ministério da Agricultura paraguaio. Empresas como a Sustenlab S.A, Recfarm S.A e a Organitec Fertilizantes S.A. também têm o pesquisador como diretor-executivo. Hahn é o atual vice-diretor da Sociedade Latinoamericana de Agricultura de Precisão. Outra presença confirmada é do coordenador de Agricultura Digital da SLC Agrícola, Ronei Sana. Ele é engenheiro-agrônomo, especialista e mestre em solos e em agronomia. Ele atua há 14 anos no grupo SLC, um dos maiores conglomerados agrícolas do país, com foco na produção de soja, milho e algodão. A empresa
VAGAS ESPECIAIS
Empresário Enrique Hahn, do Paraguai
Coordenador de Agricultura Digital da SLC Agrícola, Ronei Sana
também soma várias premiações, entre elas o primeiro lugar na categoria Produção Agropecuária nas Melhores do Agronegócio 2018, concedido pela Revista Globo Rural. – Definimos esses nomes com muita atenção para trazer o que há de mais novo nesse tema. Temos certeza que será uma experiência enriquecedora para todos os participantes, porque são profissionais que estão sendo protagonistas nas suas áreas de atuação, acompanhando as tendências mundiais da agricultura. É com muito orgulho que apresentamos este mó-
dulo de encerramento da qualificação, inclusive convidando outros profissionais e empresários do setor a estarem conosco – ressalta o empresário e agrônomo Alexandre Gazolla Neto, um dos diretores da Novo Rural. Entre os temas que serão abordados estão atualizações relacionadas ao manejo para altos rendimentos de grãos, estratégias inovadoras para maximizar a rentabilidade, planejamento e implantação da digitalização em grandes operações agrícolas, além da agricultura de precisão em estruturas corporativas.
Clube Amigos da Terra elege nova diretoria Divulgação
O Clube Amigos da Terra de Palmeira das Missões elegeu uma nova diretoria no fim de maio. Agora, o jovem agricultor e agrônomo José Adolfo Binsfeld é o novo presidente da entidade para o biênio 2019/2020. O foco da entidade é no desenvolvimento tecnológico do agronegócio de forma harmônica com o meio ambiente. De acordo com Binsfeld, uma de suas projeções frente à gestão é facilitar ainda mais o acesso à informação e tecnologias aos associados. – Já trabalhávamos com gestão da propriedade nesse último mandato. Pretendemos continuar dando ênfase nisso, para que o associado tenha em mãos os custos de sua produção como ferramentas na hora de tomar a melhor decisão de compra e venda. Também deveremos continuar com as reuniões técnicas do clube – adianta Binsfeld. Ainda segundo o presidente, há um convênio com a UFSM – Campus de Palmeira das Missões, em que é oferecido uma ajuda de custos para formalizar a análise mercadológica de commodities, coordenada pelo professor-doutor e economista Nilson Luis Costa. Essa é uma ação que também deve ser fortalecida.
Grupo dirige entidade até 2020
Diretoria 2019/2020 Presidente: José Adolfo Binsfeld Vice-Presidente: Graziane Riva Primeiro-tesoureiro: Luiz Carlos Chiochetta Segundo-tesoureiro: Luciano Sulzbach Primeira-secretária: Verônica Formentini Segunda-secretária: Ivete Schwantes
Conselho Fiscal: Cezar Donati, Daniel Chiochetta e Luiz Carlos Cosmam; Suplentes: Airton Carboni Zanata, João Vitor Simonetto e Rauel Augusto Resener Eventos Técnicos: Alexandre VanAss, Clóvis Richter, Dimas Alencar Binsfeld, Jeferson Bonfanti, João Rodrigo Schmitt, Milton Scariot, Nilson Luiz Costa, Patrícia Costa Beber e Rafaelo Rigon
Atualizações técnicas nas redes sociais: Denis Braganholo e Victória Vieira Bertagnolli Departamento Social: Mauro Costa Beber e Mônica Binsfeld
Para prestigiar o público regional, a Novo Rural Comunicação, Capacitação e Eventos terá vagas especiais para este último módulo da qualificação. Os interessados devem fazer contato com a equipe pelos fones (55) 9-9960-4053 (por WhatsApp ou ligação) e (55) 2010-4159, ou ainda pelo e-mail relacionamento@ novorural.com.
Expointer 2019: Inscrições de agroindústrias familiares encerram dia 7 As inscrições para participar do Pavilhão da Agricultura Familiar da Expointer 2019 encerram no dia 7 de junho. As agroindústrias devem estar incluídas no Programa Estadual da Agroindústria Familiar (Peaf) e podem se inscrever por meio das entidades representativas da agricultura familiar (Fetag, Fetraf ou Via Campesina) e dos escritórios municipais da Emater, conveniada à SEAPDR. A Expointer 2019 acontecerá de 24 de agosto a 1º de setembro, no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio/RS. A expectativa dos organizadores é de que o evento conte com participação semelhante a da edição passada, em 2018, quando 285 expositores dividiram o espaço de cerca de sete mil metros quadrados. 37 | Revista Novo Rural | Junho de 2019
Campo Aberto
GERAL
Simpósio nacional terá presença da região
BNDES reedita prêmio de boas práticas O edital da segunda edição do Prêmio BNDES de Boas Práticas para Sistemas Agrícolas Tradicionais foi lançado no dia 23 de maio, durante a programação da Green Rio. O objetivo da premiação é reconhecer, divulgar e dar visibilidade às boas práticas de conservação de bens culturais imateriais associados ao agro e à sociobiodiversidade nos sistemas agrícolas tradicionais do Brasil. Serão premiadas até dez ações nesses aspectos. Os três primeiros colocados receberão R$ 70 mil e os demais sete colocados receberão R$ 50 mil. As inscrições ficarão abertas entre 10 de junho e 31 de outubro. As regras e o formulário para a inscrição estarão disponíveis no site do BNDES (você pode acessar pelo QR Code ao lado), a partir do dia 10 de junho. Dúvidas podem ser enviadas para o e-mail premiosatbndes 2@embrapa.br.
Embrapa Soja realiza curso sobre vigor para sementes de soja Diversos testes de vigor que podem ser utilizados atualmente em sementes de soja farão parte do conteúdo de mais uma capacitação ofertada pela Embrapa Soja, de Londrina/PR. O 14º Curso de Vigor para Semente de Soja ocorre entre os dias 15 e 19 de julho, com aulas das 8 horas às 17 horas. Os participantes terão acesso a informações sobre o teste de tetrazólio, que é amplamente aplicado na avaliação da qualidade de sementes da soja, entre outros que se destacam, como os de envelhecimento acelerado, 38 | Revista Novo Rural | Junho de 2019
condutividade elétrica, frio, velocidade de germinação, comprimento de plântula, peso de matéria seca, classificação de vigor de plântula, deterioração controlada e germinação a baixa temperatura. São essas análises que permitem refinar o controle de qualidade das sementes que vão para as lavouras. No total serão 31 horas de aula, sendo 12 horas de práticas, na própria Embrapa Soja. Para mais informações, os interessados podem contatar pelo e-mail cnpso.cursosementes@embrapa.br ou pelo fone (43) 3371-6000.
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Um dos maiores eventos do setor agropecuário brasileiro ocorre neste mês de junho, em Bebedouro, interior de São Paulo. Nos dias 4, 5 e 6 a Coopercitrus realiza o Simpósio de Alta Tecnologia Agropecuária 2019. Diariamente a programação inicia às 8 horas e segue até às 14 horas, na Estação Experimental de Citricultura de Bebedouro. O professor Alexandre Gazolla Neto, docente na URI de Frederico Westphalen, um dos diretores da Novo Rural e da O Agro Softwares, marcará presença. A convite da Sementes Estrela, ele será um dos palestrantes e explanará sobre estratégias aplicadas ao manejo de processos, qualidade de sementes e plantabilidade para altos rendimentos de grãos, no dia 6. O evento é direcionado para produtores de cana-de-açúcar, pastagens, que tenham integração lavoura-pecuária-floresta, além de grãos e cereais. Criada na década de 1970, a Coopercitrus é uma das maiores cooperativas do Brasil e a maior do Estado de São Paulo, com mais de 60 filiais e unidades de atendimento também em Minas Gerais e Goiás. São mais de 35 mil sócios. Ainda formam o time de palestrantes o doutor Jairo Antônio Mazza, da Esalq/USP, o doutor Felipe Tonato, da Embrapa Pecuária Sudeste, de São Carlos/SP; e o zootecnista Rafael Ribeiro de Lima Filho, da Scot Consultoria, de Bebedouro/SP, entre outros.
Expofred 2020 é anunciada pelo prefeito Panosso Está marcada para os dias 30 de abril a 3 de maio de 2020 a 21ª edição da Expofred, no parque de exposições de Frederico Westphalen. O anúncio foi feito em maio, pelo prefeito José Alberto Panosso e a diretoria da Associação Comercial, Industrial e de Prestação de Serviço de FW (ACIFW). – Iniciamos o trabalho em conjunto para construirmos um grande evento. Isso porque através da Expofred buscamos fortalecer o papel dos empresários do nosso município e também trazer entretenimento à toda a região. Tenho certeza que ótimos resultados serão colhidos para nossa comunidade – destacou o prefeito Panosso.
CESB revela campeões da safra 2018/2019 em junho A expectativa é grande para a revelação dos campeões da edição de 2018/2019 do Desafio CESB de Máxima Produtividade de Soja, promovido pelo Comitê Estratégico Soja Brasil (CESB). O evento de divulgação será no dia 18 de junho, em Londrina/PR. O anúncio será feito durante o Fórum Nacional de Máxima Produtividade da Soja, que neste ano tem parceria com a Cocamar e a Sociedade Rural do Paraná. Quatro mil áreas foram inscritas e foi alcançado um número recorde de 800 áreas que estão sendo auditadas e avaliadas pelos especialistas do comitê. Nesta temporada o concurso atingiu 11,5% das áreas plantadas de soja do Brasil, o que representa 4,14 milhões de hectares, segundo o CESB. No evento de revelação dos vencedores, haverá também uma palestra com o pesquisador Gustavo Spadotti, da base Territorial da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Ele abordará técnicas que podem ser aplicadas por sojicultores brasileiros para melhorar a sua produtividade. Ainda conforme o CESB, a produtividade média dos primeiros colocados das áreas avaliadas nesses dez anos variou de 77,8 a 109,4 sacas por hectare, com taxa de crescimento anual de aproximadamente 4,9%.
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Novo Barreiro explora potencial da erva-mate em roteiro turístico 2018 e é resultado de uma parceria entre o poder público municipal e Emater/RS-Ascar. Por meio dele, é possível conhecer todos os processos de produção da Erva-mate, desde a semente no viveiro até o produto final, pronto para o consumo. Neste mês de junho, no dia 4, está programada mais uma recepção de um grupo de turistas. Esta será a segunda vez que o percurso será feito em Novo Barreiro e visa a inserção do roteiro no registro oficial da Secretaria de Cultura, Turismo, Esporte e Lazer do Estado gaúcho.
Gracieli Verde
O município de Novo Barreiro é uma das referências no cultivo e industrialização da erva-mate na região. De acordo com a Administração Municipal, mais de 70% das propriedades rurais possui Erva-mate plantada ou nativa, além de 16 agroindústrias ervateiras instaladas no município. Devido a esse destaque, foi criado o roteiro turístico Caminhos da Erva-mate, que possui cunho rural, gastronômico, pedagógico e de lazer e visa, principalmente, valorizar e desenvolver ainda mais o potencial turístico local. O roteiro foi lançado oficialmente ainda em
Vitivinicultura terá duas qualificações em agosto
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Produção de laranja é tema de encontro técnico Um parceria entre a Emater/RS-Ascar, Cresol, Indústria de Sucos Alto Uruguai (Isau) e Secretaria Municipal da Agricultura de São José das Missões resultou em um dia de campo sobre a produção de laranjas, na segunda quinzena de maio. A atividade foi realizada na unidade produtiva dos agricultores Elói e
Maria Seger, na localidade Primeiro de Maio. Segundo o engenheiro-agrônomo Mairo Piovesan, da Emater/RS-Ascar, o intuito era difundir informações relacionadas à diversificação de culturas produtivas no município, mostrando a citricultura como uma possibilidade para geração de renda no campo.
Plantio Direto e manejo integrado são destaques na Feisa 2019 O Seminário Regional da Agropecuária foi uma das principais atrações da Feira de Exposições de Sarandi, Feisa, que iniciou em abril e seguiu até o dia 5 de maio, no Parque de Exposições do município. Durante o evento o pesquisador da Embrapa Trigo, José Eloir Denardin, desmistificou algumas informações sobre o tema Sistema Plantio Direto. “Existe um equívoco ao pensar no plantio direto com foco apenas no uso da palha. A palha não é responsável por melhorar o solo, ela serve como proteção. O que melhora o solo são as raízes e esse conhecimento é aplicado no Sistema Plantio Direto”, explicou Denardin. Além de reforçar que os problemas de com-
pactação e o adensamento do solo nas lavouras se devem às práticas de Plantio Direto, o pesquisador falou sobre as principais diferenças desta e da prática do Sistema Plantio Direto. Para explicar, expôs os principais riscos e danos desse cenário e propôs técnicas que podem ser aplicadas nas propriedades rurais, para reduzir e prevenir o adensamento do solo. A programação do Seminário contou também com a participação do professor da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), Ricardo Trezzi, que trouxe para a explanação a diagnose e indicações técnicas para o manejo de doenças no estabelecimento de plantas e podridões radiculares da soja.
A Novo Rural Comunicação, Capacitação e Eventos promove, em agosto, duas qualificações na área de produção de uvas, com foco em altos rendimentos da fruta e também na produção de vinhos de qualidade. O primeiro lote das inscrições de ambos os cursos já está disponível. A primeira ação proposta pela Novo Rural é focada no aspecto produtivo da uva e do vinho, destinada especialmente para produtores da fruta e demais profissionais que atuam no setor, como engenheiros-agrônomos, técnicos agropecuários e enólogos. O curso de Vitivinicultura e Degustação de Vinhos ocorre durante todo o dia 2 de agosto, uma sexta-feira, no Salão Nobre da Associação Comercial e Empresarial de Frederico Westphalen/RS. Serão 12 horas de atividades, inclusive com degustação e noções de análise sensorial. As atividades começam às 8 horas e seguem até a parte da noite, ministradas
pelo enólogo, agrônomo e doutor em fruticultura Vagner Brasil Costa, de Dom Pedrito, com participação do professor-doutor Alexandre Gazolla Neto. No curso de vitivinicultura serão tratados temas como ecofisiologia para altos rendimentos da videira, implantação de vinhedos para altas produtividades, cultivares de uvas viníferas e uvas comuns, manejo do solo, nutrição, adubação e calagem, além do controle de pragas e doenças, sistemas de condução, poda e práticas de manejo, colheita e processamento – todos temas fundamentais para quem está inserido nesta atividade agrícola. Em uma segunda oportunidade, no dia 3 de agosto, o foco do trabalho será para o curso de Análise Sensorial e Degustação, a partir das 8h30min, no Vitrola Café. Neste dia pode participar público em geral que quer saber mais sobre a bebida, também sob comando do enólogo Vagner Brasil Costa.
INVESTIMENTO • Curso de Vitivinicultura e Degustação de Vinhos:
R$ 379,00 (primeiro lote)
• Curso de Análise Sensorial e Degustação:
R$ 179,00 (primeiro lote)
Para se inscrever, os interessados devem entrar em contato pelo e-mail relacionamento@novorural.com ou pelos telefones (55) 9-9960-4053 e (55) 2010-4159.
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