Revista Novo Rural | Julho 2019

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1 | Revista Novo Rural | Julho de 2019


Carta ao

LEITOR

ALEXANDRE GAZOLLA NETO

Professor e empresário do agronegócio, diretor da Novo Rural

Estudos apontam que teremos uma população de 8,9 a 9,1 bilhões de pessoas em 2050, o que significa algo em torno de 1,5 bilhão a mais de pessoas se comparado com o atual cenário. Neste futuro não tão distante, o Brasil está entre os poucos países que ainda possuem a possibilidade de expandir áreas de cultivo de alimentos. Porém, para que isso ocorra precisamos, dia após dia, modernizar nossos sistemas de produção como foco na rentabilidade e não só na produtividade. O agronegócio está passando por profundas transformações graças aos significativos avanços tecnológicos. Conceitos como agricultura de precisão, agricultura 4.0, Big Data e a internet das coisas conectam cada vez mais as cadeias de produção. Atualmente, o setor é exemplo para o mundo no desenvolvimento de novas tecnologias associando conhecimentos diversos, com o objetivo principal de produzir mais gastando menos. Neste complexo cenário precisamos estar conectados com novos e velhos saberes, para podermos construir bases sólidas e duradouras relacionadas aos processos produtivos. De forma geral, podemos afirmar que as novas tecnologias andam como uma lebre e os usuários ainda como tartarugas. Neste ambiente em constante transformação e inovação, somos desafiados diariamente a alcançar novos patamares de rentabilidade em todas as etapas relacionadas às cadeias produtivas. A agropecuária brasileira do futuro está baseada na profissionalização das atividades, no desenvolvimento de estratégias sustentáveis que proporcionem o uso racional de recursos e a maximização dos rendimentos. Todas as ações são importantes para aumentarmos o nível de inovação e a competitividade dos produtos brasileiros, garantindo, dessa forma, o acesso aos mercados nacionais e internacionais. É por isso que a Novo Rural também se desafia a dar continuidade a esse ciclo de inovação, ofertando oportunidades de capacitação em setores estratégicos do agro. Exemplo disso é a Qualificação em Gestão da Viabilidade e Tecnologia na Produção de

Sementes – que está com inscrições abertas – e que tem o objetivo de qualificar profissionais ligados à produção de sementes no Brasil. A mesma terá duração de 100 horas/aulas, desenvolvida em quatro módulos presenciais de 22 horas cada, em Frederico Westphalen/RS. Para completar a carga horária, a qualificação conta com 22 horas de atividades em alternância com o ambiente profissional, essencial para que esses profissionais apliquem os conhecimentos nos seus negócios. Falando desta edição impressa de julho, trazemos outros casos de inovação e conteúdos especialmente selecionados para contribuir com ao seu dia a dia no campo. Nas tradicionais colunas opinativas, trazemos a contribuição do professor-doutor Elmar Luiz Floss, que expõe uma reflexão do ponto de vista técnico sobre o potencial de rendimento da soja. Nosso agradecimento a ele por somar nesse desafio de levar conteúdo qualificado para o nosso agricultor! Ainda na área da agricultura, selecionamos informações sobre o Plano Safra 2019/20, o andamento das safras de citricultura e trigo, bem como dicas da equipe da Itaimbé Máquinas, empresa parceira da Novo Rural, na área de manutenção do maquinário de colheita. Outro destaque da edição fica para as entrevistas com o presidente da CCGL, Caio Vianna, e com o professor-doutor Enio Giotto, da UFSM – este tem novidades na área de aplicativos para o agronegócio, com foco na cultura da soja e no mercado. Entenda mais lendo o conteúdo produzido pela equipe. Na área da pecuária, a edição traz informações sobre o pastoreio rotatínuo e a repercussão das novas normativas que regram a qualidade de leite no país. O setor leiteiro se reuniu no mês passado para atualizar-se em relação a esse assunto, mas é um tema que continuará tendo acompanhamento nos próximos meses. Acompanhe sempre outras novidades do setor, com foco em agricultura, pecuária, negócios e tecnologia, pelo portal www.novorural.com. Excelente leitura a todos!

LEITOR

Os desafios logísticos do agronegócio! Felipe Lorensini/Divulgação

“O grande desafio é dedicar o maior tempo possível para aprender mais”.

E as ovelhas pastam tranquilamente com a pequena Vista Gaúcha/RS ao fundo.

8º Jantar do Peixe

Horário: 19h30min Local: Salão paroquial Novo Barreiro/RS Promoção: Emater/RS-Ascar, prefeitura e Associação Novo Barreiro de Futsal

12 JULHO

2019 26 a 28 Veja mais em novorural.com/ agenda

A revista Novo Rural é uma publicação realizada em parceria com

Quarto módulo da Qualificação em AP e Variabilidade da Lavoura

Local: Salão nobre da ACI/FW Frederico Westphalen/RS Promoção: Novo Rural Comunicação, Capacitação e Eventos

Direção

Relacionamento

Editora-chefe

Desenvolvimento de mercado

Alexandre Gazolla Neto Patricia Cerutti

Gracieli Verde

Circulação Mensal

Tiragem

Reportagem

13 mil exemplares

Fone: (55) 2010-4159 Endereço: Rua Garibaldi, 147, sala 102 - B. Aparecida Frederico Westphalen/RS 2 | Revista Novo Rural | Julho de 2019

Alexandre Gazolla Neto/Divulgação

Foto do

O agronegócio do conhecimento e da inovação!

Rafaela Rodrigues Abrangência: Rio Grande do Sul, Oeste de Santa Catarina e Sudoeste do Paraná.

Site e redes sociais Camila Wesner

Juliana Durante

Cristiano Gehrke

Diagramação e publicidade Fabio Rehbein

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Gracieli Verde


Interação ON-LINE Novas normativas do leite repercutem No site novorural.com você pode acessar mais conteúdos sobre as normativas do leite, que teve dois eventos públicos na região no mês de junho. O assunto Ê de fundamental importância para a economia regional, uma vez que a pecuåria leiteira tem grande participação no desenvolvimento econômico e social dos municípios.

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Seguem abertas as inscriçþes para a Qualificação em Gestão da Viabilidade e Tecnologia na Produção de Sementes, por meio da Novo Rural. O professor-doutor Alexandre Gazolla Neto, que coordena esta ação, fala dos quatro principais assuntos que estarão em destaque durante a atividade, que inicia em agosto. Assista:

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Qualificação na årea de tecnologia de sementes

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Manejo de solo Em passagem por Frederico Westphalen, o professor universitårio, pesquisador e doutor em Ciências do Solo Tales Tiecher conversou com a reportagem da Novo Rural. A pauta foi sobre manejo de solos. Tiecher jå atuou na URI em Frederico Westphalen e hoje integra o corpo docente da UFRGS, em Porto Alegre. Em agosto ele retorna para a região, quando ministrarå um dos módulos da Qualificação em Gestão da Viabilidade e Tecnologia na Produção de Sementes, ofertada por meio da Novo Rural Comunicação, Capacitação e Eventos, em parceria com o professor-doutor Antonio Luis Santi, da UFSM-FW.

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Giro pelo agronegócio Rodrigo Alff, de Passo Fundo/RS

Representante técnico de vendas da Climate FieldView “A agricultura digital já é uma realidade dos agricultores brasileiros, independente do tamanho da sua propriedade. Em 2017 lançamos oficialmente no Brasil a nossa plataforma de agricultura digital, a Climate FieldView. De lá até aqui, alcançamos um enorme avanço em novas funcionalidades e aprimoramentos do FieldView e tudo isso com a participação do agricultor. A evolução foi enorme nesses dois anos e, com isso, já passamos de 5 milhões de hectares mapeados. Tudo isso, trouxe muitas informações para as mãos do agricultor, possibilitando a tomada de melhores decisões baseadas em dados e, assim, a obtenção de melhores resultados. Durante os meses de junho e julho, rodamos o Brasil para compartilhar com os agricultores toda essa evolução, através dos eventos Climate Experience 2019. Um dos objetivos era justamente possibilitar aos agricultores extrair o máximo valor e conhecimento da plataforma FieldView. E a evolução não para! Estamos trazendo neste ano novas compatibilidades com máquinas, novas parcerias entre plataformas e também um projeto-piloto de prescrições de sementes. Deixamos o convite para que cada agricultor conheça a nossa plataforma e tenha uma experiência com o FieldView.”

Felipe Lorensini, Palmeira das Missões/RS

Engenheiro-agrônomo e doutor em Solos, atua na Emater/RS-Ascar “Sem dúvidas a cultura do trigo é fundamental em um sistema de produção, para que o produtor possa ter mais uma fonte de renda no inverno, fazendo com que aumente também a rentabilidade da safra de verão. Isso dilui o custo fixo na propriedade rural em mais culturas durante o ano. Uma das questões que vem sendo muito comentada é sobre a necessidade de baixar o custo de produção de trigo. É natural que a produção exija alguns ajustes, mas é crucial que isso leve em conta parâmetros técnicos, e não simplesmente sejam cortados insumos importantes para a manutenção da produtividade. Em Palmeira das Missões, nesta safra já foi semeada entre 80% e 90% da área destinada para a cultura. Em função do clima, é possível que tenhamos alguns problemas de emergência da cultura, o que pode prejudicar a uniformidade das lavouras.”

Alexsandro Mazzochi, Caxias do Sul/RS Produtor de maçã, ameixa, pêssego, uva e caqui

“Neste ano perdi e outros produtores também perderam suas frutas por causa de um episódio de granizo. Em alguns lugares chegou três a quatro registros em um ciclo. O clima continua muito complicado. Já estamos em julho e praticamente não fez frio. Em outros anos, na mesma época, já estava mais frio ou mesmo tendo geada. O frio é indispensável para que as culturas se preparem para uma boa floração, que refletirá em frutos e uma produção de qualidade. A maçã, por exemplo, precisa em média de 400 horas de frio no inverno para resultar em uma boa brotação. Até o momento temos cerca de 100 horas de frio. Este cenário é algo que me preocupa. Espero que o frio venha para que possamos ter uma boa safra para a próxima temporada.”

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Júnior Ferro, Vila Maria/RS

Sócio-proprietário do Laboratório de Análises Físico-Químicas em Alimentos (Labnutris) “Nessa troca de estação e, consequente troca de pastagens, tivemos um volume considerável de chuvas no momento de implantação das lavouras, o que auxiliou na germinação. Porém, estamos em um período de mais de 15 dias sem chuva, o que está atrasando o desenvolvimento das pastagens. Essas pastagens de inverno, predominantemente aveias e azevéns, possuem grande qualidade bromatológica, altos teores de proteína bruta, baixos teores de fibra, com teores de digestibilidade extremamente altos. Portanto, deve-se tomar muito cuidado nas formulações de dietas, pois esses fatores podem gerar desbalanceamento nutricional aos animais. Lembrando que para uma pastagem se desenvolver bem três fatores precisam estar em equilíbrio: temperatura (estamos com temperaturas acima do normal para esta época do ano), luminosidade e água. Além desses fatores climáticos, os quais não temos controle, o desenvolvimento das pastagens depende das condições de fertilidade do solo. A adubação de cobertura é de extrema necessidade com o decorrer dos pastejos, auxiliando na rebrota das pastagens e proporcionando um melhor desenvolvimento das áreas. Outro fator que deve ser observado é o momento de retirada dos animais do pasto, ou seja, evitar um pastejo muito severo, o que acarreta na perda de arranque no rebrote.”

Marcelo Soares Irala, Giruá/RS Médico-veterinário, consultor técnico e supervisor regional da SIA Agronegócios

“O inverno sempre traz algumas situações críticas para as pastagens para o gado de leite, porque sempre tem algum episódio de muita chuva, excesso de umidade, dias com menos luminosidade, por exemplo. No nosso trabalho a campo se vê que essas são situações recorrentes. Se a gente avaliar o período de junho a julho, normalmente temos períodos críticos de falta de luminosidade, o que prejudica o crescimento das pastagens. Por mais que são pastagens de inverno, o maior potencial de crescimento exige temperaturas de, pelo menos, 15 °C. São situações que temos que aprender a lidar. Para isso, é importante ter um planejamento forrageiro para os cultivos serem escalonados. Prova disso é que as plantas de inverno implantadas ainda em março ou abril em algumas regiões, foram as que deram condições de terem animais na pastagem durante todo o mês de maio. Quem deixou para semear de maio em diante ainda não conseguiu executar essa tarefa, porque as condições não favoreceram. Com esse bom planejamento, considerando situações médias que se tem durante o ano, se consegue ter mais eficiência. É uma maneira de assegurar um potencial das áreas de pastagem para serem usadas em diferentes momentos do inverno. Esse cenário perdura normalmente até julho. A partir de agosto, o clima já melhora no Rio Grande do Sul, o que nos dá um potencial produtivo a um baixo custo. Importante lembrar que por mais que alguns consideram o preço de adubos e sementes para pastagem caros no mercado atual, o mais caro de fato é não investir de maneira adequada – ou seja, isso significa investir no que efetivamente é preciso. Se investir na pastagem de forma adequada, esta se torna barata perto dos benefícios que ela traz para a produtividade do rebanho.”


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Agricultura

MAQUINÁRIOS

Época de deixar as colheitadeiras em dia para a próxima safra Gracieli Verde

Gracieli Verde

jornalismo@novorural.com

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uando é época de colheita de milho ou de soja nos mais de mil hectares do agricultor Emanuel Rodrigo Froehlich, em Palmeira das Missões, é exigida eficiência máxima nas horas-máquina trabalhadas. Para isso, o maquinário precisa estar em dia do ponto de vista mecânico. Nada pode estar “fora do prumo”. Esse cuidado com as colheitadeiras é garantido, segundo o produtor, com a devida manutenção no período de entressafra. – Logo após a safra de verão, a gente faz a limpeza das colheitadeiras e, em seguida, elas vêm para manutenção na oficina da concessionária. Isso tem sido uma prática recorrente em todos os anos e facilita muito nosso trabalho na hora da colheita, porque evita transtornos no campo – ressalta o agricultor. Mais do que evitar incômodos, essa prática evita gastos desnecessários. Ele explica o porquê: – Se por acaso a gente deixar alguma manutenção pendente na máquina e ela vem a gerar problemas na lavoura, o risco de danificar outras peças é muito maior. Sem contar que a janela de colheita da soja, por exemplo, costuma ser apertada. Não se pode deixar a cultura pronta na lavoura, exposta ao clima, por falta de uma manutenção bem feita nas colheitadeiras – alerta. Outra vantagem de manter essas revisões em dia é em relação à “vida útil” do equipamento. “Não se pode correr risco de deixar essas máquinas se desvalorizarem por falta de cuidado”, pontua o produtor. No caso da propriedade de Froehlich, a cada 600/800 horas trabalhadas, esses maquinários são enviados para a oficina. – Assim consigo fazer um rodízio entre as duas colheitadeiras que a gente usa na fazenda, permitindo um controle mais eficiente de custos e, principalmente, a garantia de ter o equipamento em dia para quando a gente mais precisa, na hora de colher os resultados da safra – ressalta o agricultor.

Check-list: por que devo manter em dia as revisões da colheitadeira

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Agricultor Emanuel Rodrigo Froehlich, de Palmeira das Missões, com o gerente Abdil Karim Ahmad, da Itaimbé Máquinas

“Não se pode deixar a cultura pronta na lavoura, exposta ao clima, por falta de uma manutenção bem feita nas colheitadeiras.” Emanuel Rodrigo Froehlich, agricultor

Aumenta a “vida útil” do maquinário

Confiança na revisão Os aspectos comentados por Emanuel Rodrigo Froehlich são avaliados pelo gerente da Itaimbé Máquinas – Concessionária Massey Ferguson de Palmeira das Missões, Abdil Karim Ahmad, que atua no ramo há pelo menos 17 anos e acompanha de perto esse trabalho na unidade. – De fato, se o produtor não tem essa organização para fazer a revisão mecânica dos equipamentos, perde muito dinheiro, porque hoje as máquinas são avaliadas não necessariamente pelo ano de fabricação, mas pelas revisões em dia – pontua. Ahmad ressalta ainda outro detalhe considerado importante na tomada de decisão do produtor ao fazer as revisões, o diferencial de ter o serviço especializado na concessionária. – Esse é outro fator que impacta diretamente a qualidade das revisões. Só

Evita gastos maiores ou desnecessários

uma concessionária autorizada tem técnicos treinados na fábrica e ferramentas especiais para a realização de reparos. Além disso, serviços feitos pela nossa equipe, com peças originais, tem um ano de garantia. O cliente deve levar isso em conta, pois o barato pode sair caro. Hoje, nossa equipe de pós-venda conta com nove profissionais capacitados e que tem suporte da matriz e da Massey Ferguson – ressalta o gerente. Outra vantagem é do pondo de vista de gestão dessa área de máquinas da fazenda. “A gente tem como acompanhar o histórico de todo o maquinário que é revisado conosco. Isso permite que o produtor se organize melhor para manter tudo em dia”, acrescenta, citando que para isso o cuidado e a atenção da equipe técnica também é fundamental.

Garante eficiência na colheita


Agricultura

SOJA

Família de Erval Seco se destaca no 11º Desafio Cesb tor em uma área não irrigada ficou a família Tolotti, de Erval Seco, que conseguiu colher 123,50 sc/ha. Isso também rendeu aos Tolotti o título de campeões da categoria sequeiro na região Sul. Ao comentar sobre o prêmio, o agrônomo Rafael Tolotti, que integra a família, pontua que o cuidado com o manejo de solo tem sido um dos focos na propriedade. “O que vimos entre todos os ganhadores é o uso de plantas de cobertura, que trazem grandes benefícios em um prazo mais curto”, disse. Além disso, o manejo diferenciado na área que foi inscrita no concurso também teve atenção na qualidade da sementes usadas, na semeadura, plantabilidade, bem como um eficiente manejo de doenças e pragas.

Mais Soja/Divulgação

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m dos prêmios mais esperados entre os produtores de soja é o Desafio Cesb de Máxima Produtividade de Soja, que neste ano teve a 11ª edição. Os vencedores foram revelados em junho, em evento realizado no Paraná, durante o Fórum Nacional de Máxima Produtividade, organizado pelo Comitê Estratégico Soja Brasil, o Cesb, em parceria com a Cocamar e a Sociedade Rural do Paraná. Pela segunda vez o agricultor gaúcho Maurício de Bortoli, de Cruz Alta, foi o campeão do desafio. Ele alcançou a média de 123,88 sacas de soja por hectare na safra 2018/2019, o que representa mais do que o dobro da média nacional, que é de 53,4 sc/ ha na safra 2018/2019, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento. Como vice-campeão e maior produ-

Rafael Tolotti (1º à direita) representa o Sul na 11ª edição da premiação

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OFERECIMENTO

Engenheiroagrônomo, mestre e doutor em Ciência e Tecnologia de Sementes. É diretor da Novo Rural, professor na Universidade Regional Integrada – Campus de Frederico Westphalen/RS, além de diretor do O Agro Software para o Agronegócio e da Vigor Consultoria para o Agronegócio

BOLETIM TÉCNICO

O tratamento industrial de sementes na construção de elevados índices de produtividade Benefícios desta tecnologia garantem a construção de estande de plantas uniformes

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m dos fatores de sucesso de uma lavoura está na utilização de sementes com alta qualidade, com especial destaque para o vigor e a germinação. As condições adversas de ambiente, como temperatura, umidade e ação de fungos e insetos presentes no solo podem prejudicar a germinação e o estabelecimento das plântulas no campo, interferindo diretamente na expressão do potencial produtivo. O uso de inseticidas e fungicidas aplicados na semente garantem a sua proteção e das plântulas, quando utilizados em dosagem e distribuição correta. A percepção pelos agricultores que plantas dominadas, falhas, duplas e triplas afetam o seu lucro é a alavanca para as empresas produtoras de sementes colocarem à disposição do mercado lotes com alto desempenho no campo (qualidade física, fisiológica, sanitária e genética), uniformemente classificados e com tratamento industrial de sementes (TSI). Essa avançada tecnologia proporciona combinar micronutrientes, fungicidas, inseticidas, inoculantes de vida longa, polímeros, modificando a permeabilidade a gases e umidade das sementes. Precisamos destacar que os polímeros possuem outras importantes funções no processo de “coating” e proteção das sementes. A utilização de sementes tratadas industrialmente é uma das formas mais eficientes para o controle de pragas e doenças durante as fases iniciais de desenvolvimento das culturas, sendo o seu principal benefício a uniformidade do estande de plantas, o que contribui para o aumento da produtividade da lavoura. Altos índices de produtividade dependem de uma distribuição uniforme de plantas, operação realizada através de semeadoras, utilizando sementes com altos índices de vigor e germinação, protegidas com tratamento específico. A plantabilidade também está associada à fluidez das

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Divulgação

Alexandre Gazolla Neto

Agricultura

sementes no sistema de distribuição da plantadeira; classificação uniforme e à qualidade das sementes; semeadura em nível do terreno, com velocidade apropriada; em condições de temperatura, umidade e compactação de solo adequadas dentro dos níveis tolerados pela espécie. Lembre-se ainda que todas essas variáveis também são dependentes da capacidade técnica do operador e da manutenção do equipamento. Neste contexto, cumpridas todas as etapas necessárias para atingirmos altos índices de plantabilidade, precisamos que estas sementes resultem em plantas com potencial de produção, e o TSI se faz necessário para proteção na fase inicial de estabelecimento. O tratamento industrial deve ser de fácil degradação do “pellet” e de natureza biodegradável ou inerte, proporcionando as sementes uma condição ideal para germinação e emergência, mesmo em condições adversas de preparo e compactação do solo, profundidade de semeadura, temperatura e umidade.

“Cada planta é uma unidade de produção, em que a proteção através do tratamento industrial proporciona um estabelecimento uniforme com o máximo rendimento.”

Veja o que motiva o agricultor a utilizar sementes tratadas • Distribuição uniforme dos ingredientes ativos em cada semente, evitando a ocorrência de superdosagem ou subdosagem. • Proporciona segurança e praticidade à operação de semeadura. • Reduz riscos de intoxicações do agricultor e funcionários devido à menor exposição aos produtos em comparação com os tratamentos realizados na fazenda. • Minimiza os impactos ambientais. • Reduz os custos de produção pela dosagem uniforme de ingrediente ativo. • Elimina riscos de misturas de sementes e/ou agrotóxicos durante a operação de tratamento na fazenda. • Menor exposição das sementes à dano mecânico e por umidade. • Maior comodidade e agilidade.


Agricultura

SAFRA DE INVERNO

Cadeia do trigo atenta ao novo limite de micotoxina Nota tÊcnica emitida pela Câmara Setorial do Trigo orienta sobre o assunto

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m dos assuntos que predominam nas rodas de conversa entre triticultores e demais envolvidos com esta cadeia produtiva Ê sobre a micotoxina Deoxynivalenol (DON). Isso porque em janeiro a Anvisa promulgou o novo limite de DON nos grãos de trigo para processamento (3.000 ppb), na farinha branca (750 ppb) e na farinha integral (1000 ppb). O trigo não Ê o único, outros cultivos, como milho e amendoim, têm outras micotoxinas e outros níveis a serem respeitados. Por isso, em reunião realizada pela Câmara Setorial do Trigo do RS, em junho, foi emitida uma nota tÊcnica com orientaçþes sobre a micotoxina. Conforme a nota, essa substância química Ê produzida durante o processo de infecção e colonização do fungo Fusarium graminearum nas espigas do trigo, principalmente na fase de florescimento, causando a doença conhecida como giberela do trigo. Conforme a nota, a micotoxina Ê causadora de problemas de saúde em animais e humanos devido a sua ingestão na dieta. Outra observação da câmara tÊcnica, que Ê coordenada pela Secretaria da Agricultura, Pecuåria e Desenvolvimento Rural do RS, Ê que, com a atual legislação regulando o limite de DON, Ê fundamental que a cadeia produtiva tritícola trabalhe de forma unida e conjunta para atender a estes limites estabelecidos.

Apesar da instabilidade do clima, a semeadura ocorre dentro da normalidade em boa parte das ĂĄreas Falando sobre a safra atual de trigo, apĂłs uma trĂŠgua das chuvas e as altas temperaturas, que marcaram o mĂŞs de junho, produtores da regiĂŁo conseguiram dar seguimento, e em alguns lugares o inĂ­cio, Ă semeadura – visto que o perĂ­odo da janela ideal jĂĄ começou em parte do Estado e se prolonga de acordo com cada regiĂŁo, solo e demais fatores determinados pelo zoneamento oficial. De acordo com dados da Emater/RS-Ascar, atĂŠ o fim de junho, 55% da ĂĄrea destinada para esta safra de trigo (739.403 hectares) havia sido semeada no Estado, estando 97% em germinação e desenvolvimento vegetativo e 3% em floração. Na regiĂŁo do MĂŠdio Alto Uruguai o plantio atingiu 10% da ĂĄrea prevista. Em Seberi, apesar da semeadura ter atrasado devido Ă s chuvas, os produtores conseguirĂŁo plantar dentro do zoneamento agrĂ­cola (21/05 a 10/07) e atingir a ĂĄrea de 4 mil hectares destinada para essa safra, conforme projeção da Emater/ RS. De acordo com a tĂŠcnica agropecuĂĄria Pâmela Couto, da Emater/RS, uma das preocupaçþes era a instabilidade do clima, pois o inverno come-

çou em 21 de junho, mas ainda registrava temperaturas consideradas altas para a estação no fim do mês. Segundo ela, o alerta fica principalmente para o mês de agosto, período de floração da planta, para quando hå previsþes de ondas intensas de frio e geadas, que podem prejudicar o desenvolvimento dos grãos na região. Em Sarandi, a abertura do zoneamento, que começou no dia 1º de junho e vai atÊ o dia 20 de julho, foi propício para iniciar o plantio, pois o clima estava mais eståvel. Mas, conforme o tÊcnico em agropecuåria Graciel Maggioni, da Emater/ RS-Ascar, as altas temperaturas provocaram problemas em algumas åreas mais altas, onde o solo ficou mais seco, fazendo com que o trigo nascesse desparelho. Apesar disso, ele explica que a safra não serå comprometida na årea de 4,5 mil hectares estimada para este ciclo. Em Ronda Alta, o cenårio tambÊm Ê otimista. Segundo o engenheiro-agrônomo Douglas Campigotto, da Emater/RS-Ascar, a semeadura tem ocorrido dentro da normalidade (lå o zoneamento segue atÊ 20 de julho), a maioria jå em estado de germinação e desenvolvimento vegetativo.

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Agricultura

CAPA

10 | Revista Novo Rural | Julho de 2019

Gracieli Verde

A fazenda conectada para produzir mais e melhor

Projeto propõe inovação no modelo de assistência técnica ao produtor e defende que nova forma de pensar e gerir os negócios não passa apenas pela tecnologia, mas pelo comportamento humano na propriedade rural Gracieli Verde

jornalismo@novorural.com

A

s dezenas de fatores que influenciam na produtividade de uma lavoura, na maior parte das vezes, está “na ponta da língua” de quem já tem um alto grau de eficiência e tecnificação na agricultura. Nos manejos aplicados ao longo do ciclo, tudo o que pode ser controlado pelo agricultor está no radar da parte técnica – e fica para São Pedro a “tarefa” de colaborar com o clima. Brincadeiras à parte, mesmo assim, a busca por resultados cada vez mais competitivos na hora de produzir está sempre em alta. Essa necessidade de “preparar o bolo de uma forma diferente” e com alguns “ingredientes a mais” fez com que um grupo de empresas já consolidadas no setor agrícola, nas mais diversas áreas – sementes, fertilizantes, defensivos e tecnologia – propusessem um trabalho diferenciado no RS, há quase três safras. O projeto Construindo e Desafiando a Produtividade, que agora passa a ser gerenciado pela startup ConnectFarm, se desafia nessa perspectiva de ofertar uma assistência técnica inovadora, priorizando o bem-estar das pessoas e a eficiência nos processos. – Nosso objetivo é fazer com que o produtor possa pensar diferente nas estratégias usadas na lavoura. É fazer o básico de trazer para a mesa os números das lavouras dos produtores assistidos, para entender o porquê se está colhendo bem em determinado ponto do talhão e não está tão bom em outro. E para isso estamos usando o chamado empilhamento de estratégias para o produtor tomar a melhor decisão – explica Rodrigo Alff, da Climate FieldView, uma das marcas que formam a iniciativa. Ele e mais um grupo de profissionais pôde se reunir com os produtores participantes do projeto em Bento Gonçalves, na Serra Gaúcha, no início deste mês de ju-

lho, durante o 2º Workshop do Projeto Desafiando e Construindo a Produtividade – ConnectFarm. Segundo Alff, essa postura inovadora a que se refere vale para decisões alinhadas com o manejo adotado na propriedade, na definição de cultivares a serem semeadas ou para a adoção de práticas de conservação de solo, entre outras medidas. Esse uso de dados das próprias unidades produtivas que integram o projeto tem sido outro dos diferenciais, justamente porque agrega mais informações para os participantes levando em conta rotinas já conhecidas. – Em cada fase a gente vem adquirindo alguma experiência a mais para que seja possível mudar de atitude dentro da propriedade e isso começa a gerar mais produtividade. Acredito que estamos conseguindo acompanhar como está se comportando cada semente e cada planta nos manejos que estamos adotando e já vemos resultados – ressalta o agricultor e empresário Martiniano Costa Beber, de Palmeira das Missões, que integra o grupo de 14 propriedades que participam da iniciativa. Apesar de nas últimas safras o clima ter influenciado bastante no desempenho agrícola, se conseguiu chegar a uma produtividade muito boa nas áreas da família Costa Beber gerenciadas com a assistência do projeto. – Isso tem nos feito acreditar na iniciativa e já temos o desejo de implantá-la em todas as áreas. Hoje temos 142 hectares que são monitorados pelo projeto e na safra de verão passada fechamos com a média de 92 sacas de soja por hectare, sendo que em 42 hectares tivemos um rendimento acima de 100 sacas por hectare, com picos de 132 sc/ha. Foi possível identificar dentro dos mapas gerados com a agricultura digital o quanto a produção é diversa dentro de uma mesma área – revela o produtor, em tom de satisfação.


Gracieli Verde

Produtores integrantes do projeto e profissionais ligados às marcas envolvidas compartilharam experiências durante evento, realizado na Serra gaúcha

Terceiro ciclo para o produtor, mas dentro da sustentabilidade econômica – ressalta o agrônomo e coordenador do projeto, Antonio Gutheil, da Dekalb, uma das marcas fundadoras dessa iniciativa. Essa remodelação se torna necessária porque já se tem uma grande quantidade de informações geradas por meio desse trabalho, com dados considerados importantes em relação às últimas duas safras, que precisam ser reaproveitadas e arquivadas. Alguns desses produtores inclusos no projeto já têm grande quantidade de dados armazenados em plataformas de agricultura digital, o que já facilita esse trabalho e, especialmente, a tomada de decisão daqui para frente.

Gracieli Verde

A próxima safra de verão corresponderá ao terceiro ciclo em que as propriedades selecionadas pelo projeto terão esse acompanhamento. Isso tem despertado o interesse de mais produtores e o número de assistidos deve passar para 50. Por isso, o projeto Construindo e Desafiando a Produtividade evolui agora para ter como gestora a startup ConnectFarm, que corresponde a essa “fazenda conectada” que tanto se fala na era da agricultura digital. – Hoje nossa cobertura chega a quase 50 mil hectares. Estamos fechando mais uma safra com as tecnologias que a gente vem adotando e temos um único objetivo: trazer mais renda

Antonio Gutheil

A relação entre o comportamento humano e a produtividade A proposta do projeto é “pensar fora da caixa”, por isso a preocupação não é somente com a técnica de produzir mais grãos, mas de ter mais rentabilidade e um negócio sustentável a longo prazo – esse também foi o tema principal do workshop. – Para ter isso em mente, é preciso mudar um pouco essa forma de pensar. Não estamos dizendo que o produtor está errado, apenas que é importante mudar um pouco a maneira de gerenciar essa rotina na lavoura, seja com a família ou com os empregados. O comportamento humano, nesse caso, se refere a todos que estão envolvidos no negócio, desde os operadores das máquinas até outras pessoas que dão suporte ao trabalho diário. Por isso estamos propondo essa reflexão. Isso é considerado disruptivo para um projeto que insere produtores rurais – acredita Rodrigo Alff, da Climate FieldView. E para quem estranha o fato de juntar temas como au-

mento de produtividade e comportamento humano, está aí mais um paradigma a ser quebrado. “A produtividade só muda se tivermos um comportamento diferente”, reforça o representante técnico. Nesse mundo cada vez mais conectado, ágil e competitivo, ter consciência de que a mudança é constante e que não existe mais espaço para um comportamento que não seja altamente profissional é o primeiro passo, segundo o trainer Albeneir Mello, da Dale Carnegie, de Porto Alegre. – É fundamental tratar a propriedade como um negócio e as pessoas como parte desse negócio, não importa o que elas fazem no processo. É preciso entender que o ser humano entrega resultado quando é bem tratado. Isso é bem antigo, mas a gente esquece no dia a dia. É fundamental perceber que a gente consegue garantir o resultado com as pessoas e não através delas – reiterou Mello.

Fazer o “básico bem feito” também é agricultura de precisão Fazer uma relação entre o ambiente de produção e o desenvolvimento das plantas para, juntos, gerarem mais resultados foi um dos desafios do workshop, realizado para compartilhar experiências vivenciadas nessas duas safras passadas. Para fazer o fechamento do evento, o professor-doutor Antônio Luis Santi, do Departamento de Ciências Agronômicas e Ambientais da UFSM – Campus de Frederico Westphalen, pôde compartilhar algumas informações que são resultado das análises das lavouras monitoradas. Basicamente, ficou em evidência a necessidade extrema de manter e potencializar a qualidade do solo nas áreas gaúchas. Na prática, a orientação principal foi em relação à manutenção de manejos essenciais, como uma eficiente rotação de culturas e o uso de plantas de cobertura de qualidade para manter o solo em dia. Citando o saudoso agrônomo e professor Dirceu Gassen, que primava por princípios de agricultura conservacionista, como manter a matéria orgânica do solo, entre outros aspectos, Santi reafirmou a necessidade de banir o vazio outonal, principalmente para evitar que ainda haja a erosão do solo em função de altos índices de precipitações, que têm se tornado mais frequentes em períodos anteriores ao inverno. – Precisamos ver esta oportunidade de transformar conhecimento em produtividade, mas para isso precisamos fazer o básico bem feito. Tenho falado em várias regiões que a produção de sementes de plantas de cobertura é uma oportunidade, porque o produtor de soja que quer ganhar dinheiro precisa investir nisso – disse, ressaltando que na área experimental da UFSM-FW existe uma série de opções e os resultados são muito positivos do ponto de vista de formação da palha para cobertura.

“Termos a oportunidade de transformar o conhecimento em produtividade”

Antonio Luis Santi, professor-doutor da UFSM-FW 11 | Revista Novo Rural | Julho de 2019


Agricultura

CAPA

Gracieli Verde

“Hoje sabemos que são mais de 50 fatores que podem influenciar esse aumento ou não de produtividade. O nosso desafio como produtor é diário, constante. Por isso, nada melhor que uma equipe de técnicos com um vasto conhecimento sobre essas mais diversas variáveis, para auxiliar os produtores rurais nesse aspecto e manter os negócios sustentáveis”.

Fernanda Falcão, engenheira-agrônoma e gerente-técnica da Sementes Falcão, de Passo Fundo “Em São Paulo trabalhamos com cana-de-açúcar e, entre os intervalos de corte da cana, fazemos o plantio da soja. Temos algumas áreas de plantio direto de soja, milho, feijão e outras áreas também com batata e cebola. Esse workshop foi fantástico, porque temos uma integração de dados com o que há de melhor de tecnologia das empresas parceiras conglomerados em um só local, para um grupo de produtores que querem fazer a diferença.”

Temas técnicos e de gestão de pessoas foram abordados durante encontro

A baixa qualidade do solo ainda é limitadora da produtividade Resgatando imagens em mapa da primeira área monitorada com a agricultura de precisão do Rio Grande do Sul, datada de 2000/2001, Santi relembrou também constatações daquela época, em que a qualidade do solo já era o grande limitador de produtividade – informação que ainda é muito atual neste contexto. Ao longo da conversa com produtores, Santi tratou ainda da influência da distribuição da palha sobre microvariabilidade da lavoura, que tem repercutido com uma produtividade menor por hectare no caso da soja. Outra sugestão é inverter a teoria de colher-plantar para plantar-colher (no caso colher a cultura de verão e plantar a cobertura de inverno), tendo em vista as mudanças climáticas, com chuvas intensas cada vez mais cedo. – Temos que nos adaptar, porque o clima tem nos mostrado há vários anos que a chuva intensa causa vários danos no solo logo após a safra de verão. Precisamos ficar cada vez mais atentos – alertou. Ainda durante o painel o professor Santi trouxe dados relacionados às áreas que estão sendo monitoradas pelo Projeto Desafiando e Construindo a Produtividade – ConnectFarm, inclusive relacionados à digitalização dos dados dessas lavouras.

Hoje, com todas as informações geradas, em média, cada hectare incluso no projeto está com 250,27 kbytes de dados gerados. “Essas são as primeiras áreas do Brasil que têm kilobytes (KB) gerados por hectare”, revelou Santi, reforçando o cunho inovador que tem o projeto também do ponto de vista científico. São dados como esses que devem ser disponibilizados em um futuro breve, inclusive servindo para nortear recomendações para os próprios produtores. Por isso, o próximo passo do projeto é desenvolver uma ferramenta digital, para que o agricultor possa tomar a decisão nos diferentes talhões da lavoura baseado nisso. “Hoje se tem muita informação, o desafio é reunir tudo isso. Acreditamos que logo podemos ter alguma ferramenta de inteligência artificial que possa nos auxiliar”, complementa Rodrigo Alff. Ainda durante o workshop os produtores convidados tiveram palestras com os professores Alexandre Gazolla Neto (URI/FW), sobre plantabilidade, e Geraldo Chavarria (UPF), sobre ecofosiologia, além de outras participações de representantes de marcas que integram o projeto, que são a Bayer, Dekalb, Monsoy, Mosaic, Stoller, CropMetrics, Roundup, Climate FieldView, Intacta RR2 PRO e UFSM.

André Rossi, engenheiro-agrônomo e consultor em grãos e cana-de-açúcar da Coopercitrus, de Bebedouro/SP “Esse encontro faz com que a gente volte para a propriedade com mais vontade de fazer as coisas de forma diferente e essas mudanças vão ser só para melhor.”

Martiniano Costa Beber, agricultor

“Destinamos para o projeto uma área de 75 hectares. É um trabalho que está nos agregando muitas informações, muita tecnologia, confirmando algumas que já estamos fazendo e trazendo algumas novidades. Nosso intuito é elevar as produtividades para ter mais lucratividade como consequência. Acredito que o workshop foi muito oportuno, porque são assuntos pertinentes à nossa atividade.”

Jorge Strobel, da Fazenda Strobel, de Condor/RS

“Neste projeto estamos dividindo com o produtor esse desafio de produzir. É uma iniciativa que quebra paradigmas. Por outro lado, o produtor do Rio Grande do Sul já é muito adepto a tecnologias e aqui não se trata apenas da adoção de novas tecnologias, mas de processos. Não tenho dúvida que é uma iniciativa vencedora e que vai reverberar para novos produtores e aumentar ainda mais essa troca de informações. Quem ganha com isso é a nossa agricultura sob todos os aspectos, não somente de produtividade, mas de proteção de tecnologias e ao ambiente.”

Guilherme Lobato, gerente-regional da Dekalb para o Rio Grande do Sul

“Estamos em um processo de agricultura digital em que são gerados dados extremamente confiáveis, com uma base robusta, e que permite posicionar população de planta, escolha de variedades, definição de híbridos de acordo com esses ambientes de produção. É preciso estar atento ao fato de que pequenas variações de população representam grandes variações de produtividade.”

Roberto Favaretto, engenheiro-agrônomo da Bayer

No portal novorural.com e nas redes sociais da Novo Rural você acompanha mais detalhes sobre a cobertura do evento, com conteúdos em audiovisual e lives que foram produzidas direto de Bento Gonçalves. 12 | Revista Novo Rural | Julho de 2019


Agricultura

GERAL

Qualificação em AP segue em julho e agosto

Presidente revoga decreto de armas e publica novas regras

Ecofisiologia na produção de grãos será o próximo tema Gracieli Verde

O

principal foco do terceiro módulo da Qualificação em Agricultura de Precisão e Gestão da Variabilidade da Lavoura, ofertado por meio da Novo Rural Comunicação, Capacitação e Eventos, foi nas estratégias de manejo para altos rendimentos de grãos. O professor-doutor Alexandre Gazolla Neto, um dos diretores da Novo Rural, foi o responsável pela condução das atividades, realizadas em Frederico Westphalen, em junho. Para o bancário Diego Perdoncini, da Sicredi Alto Uruguai RS/SC/MG – um dos participantes –, o módulo foi importante para ampliar o conhecimento técnico em agricultura diante do público associado à cooperativa de crédito, em especial quanto à plantabilidade, tema muito atual no setor agro. – Os conteúdos abordados nesse módulo serviram para conhecermos melhor as técnicas de plantabilidade, podendo auxiliá-los principalmente na gestão financeira relacionada à produção, sabendo como podemos disponibilizar crédito e demais planos para eles terem

Turma participará de mais dois módulos, com profissionais de renome do setor

uma melhor viabilidade da lavoura e chegar aos altos rendimentos – assinala. O quarto módulo da qualificação ocorre em julho, nos dias 26, 27 e 28, e será ministrado pelo professor-doutor Geraldo Luiz Chavarria Lamas Junior, que traba-

lhará o tema ecofisiologia na produção de grãos. Mais informações podem ser obtidas pelo e-mail relacionamento@novorural.com ou pelos telefones (55) 9-99604053 e (55) 2010-4159. Interessados em participar ainda podem se inscrever.

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presidente da República, Jair Bolsonaro, voltou atrás e decidiu revogar, na última semana de junho, o decreto editado em maio para regulamentar regras de aquisição, cadastro, registro, posse, porte e comercialização de munições e armas de fogo no país. Além de revogar o texto, o governo publicou na mesma edição extra do Diário Oficial três novos decretos que tratam do assunto. Também foi enviado um projeto de lei do governo que modifica o Estatuto do Desarmamento (Lei 10.826/2003). É a sétima edição da medida desde o início do atual governo. Os ministros Onyx Lorenzoni (Casa Civil) e Jorge Oliveira (Secretaria Geral) foram pessoalmente ao Congresso Nacional entregar o novo projeto de lei e anunciar a revogação do decreto e edição de novas regras.

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13 | Revista Novo Rural | Julho de 2019


Antonio Luis Santi

Agricultura

OPINIÃO

“O trato da terra… Uma lição de Ana Maria Primavesi”

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ão podia deixar de referenciar em uma das minhas colunas esta mulher que tanto fez e faz pela agricultura brasileira: Ana Maria Primavesi. Uma engenheira-agrônoma nascida na Áustria em 3 de outubro de 1920, responsável por avanços no campo de estudo das ciências do solo em geral, em especial o manejo ecológico do solo. Foi professora na minha querida UFSM e tive o privilégio de conhecer pessoalmente essa mulher em 1998, quando ainda estudante de Agronomia e presidente do Diretório Acadêmico da Agronomia em Santa Maria, nos brindou com uma de suas palestras. Naquela ocasião falava do “trato com a terra”, texto publicado em sua página pessoal que divido com vocês neste mês em referência e imortalização de alguém que tanto ajudou a agricultura brasileira.

“Da terra depende o ar, a água, as plantas e todos os animais. E justamente o que se declara o mais inteligente a destrói.”

Divulgação

Engenheiro-agrônomo, doutor em Ciência do Solo/Agricultura de Precisão, coordenador do Laboratório de Agricultura de Precisão do Sul da UFSM-FW, e representante do Fórum dos ProReitores de PósGraduação e Pesquisa (FOPROP) na Comissão Brasileira de Agricultura de Precisão, junto ao Ministério da Agricultura.

Ana Maria Primavesi

APOIO TÉCNICO:

O TRATO DA TERRA Já pensou em tratar sua terra? Está arando e gradeando, adubando e plantando, pulverizando e colhendo até sua exaustão, e então você a abandona, como se fosse um carro velho? Já pensou que esta mesma terra deveria nutrir seus filhos e netos e deveria dar ainda daqui a mil, dois mil ou mais? A terra também tem vida. Ela respira, tem sua temperatura e está digerindo os restos das culturas. Está engordando. Enquanto existe “gordura” na terra, tudo vai bem. As colheitas são fartas e têm poucas pragas e pestes, igual a gado gordo e reluzente que não tem carrapatos e nem bicho berne. Quanto mais magro e mal nutrido fica, tanto mais parasitas pega.

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Com a terra também é assim. Quando não recebe mais nada a comer, quando você queima a palha e os restolhos e leva tudo o que puder, talvez até para fazer composto, a terra fica magra e as colheitas são magras também.Vaca faminta não dá leite abundante. E quanto mais magra a terra fica, tanto mais pestes e pragas aparecem. Sabia que está maltratando a sua terra? Se você vai trabalhar na roça, põe seu chapéu para não apanhar sol demais. E uma camisa de manga comprida protege melhor do que uma de manga curta. A terra também tinha “chapéu” antes de ser desmatada e roçada. Tinha as árvores e os arbustos. E tinha também ca-

misa: as ervas e as folhas mortas no chão que a vestiam. Da terra depende o ar, a água, as plantas e todos os animais. E justamente o que se declara o mais inteligente a destrói. Por quê? A terra não é fábrica de alimentos. Ela não é fábrica e não produz ilimitadamente. Amemos nossa terra e procuremos saber o que ela é capaz de produzir quando a tratamos carinhosamente. Peguemos nossa pá, perguntemos à nossa terra o que lhe está faltando e tratemo-la depois convenientemente dentro dos limites que a natureza nos impõe, e a antiga exuberância voltará aos nossos campos e a prosperidade aos nossos lares.


Produtores de São Pedro das Missões iniciam curso com Sebrae oi realizado na manhã desta terça-feira, 18 de junho, no município de São Pedro das Missões o primeiro encontro do projeto de reestruturação técnica e sucessão familiar, promovido pela Sicredi Grande Palmeira e Sebrae/RS.

F

O projeto atenderá nesta primeira etapa 15 famílias, tendo como objetivo fomentar o desenvolvimento sustentável, ambiental, social e econômico dos produtores rurais participantes, além disto promover a evolução positiva dos resultados nas propriedades, gerando aumento de renda e melhoria na qualidade de vida das famílias do campo. A primeira etapa do projeto foi realizada nesta terçafeira com a apresentação aos associados e participantes, além de uma palestra sobre Sucessão Famílias nas Propriedades Rurais. Estiveram presentes neste evento o Vice-Presidente da Sicredi Grande Palmeira, Jorge Luis Martins de Oliveira, o Diretor Executivo Eraldo Fassini, a Gerente da Agência Graziela Maraschin Medeiros, além de representantes da Prefeitura Municipal, Emater, e dos consultores do Sebrae/RS, Catia, Tatiana e Filippe. O cronograma de atividades conta também com uma oficina

sobre como controlar o dinheiro, apresentando técnicas de controle financeiro, controle de caixa, contas a pagar e a receber, além de planejamento a longo prazo, que será realizada no próximo mês. E após os dois primeiros encontros coletivos, no período entre Julho e Novembro, serão realizados então as consultorias tecnológicas, diretamente nas propriedades. O trabalho técnico será voltado a aplicação de inovação e tecnologia, buscando diretamente o aumento de lucros e o faturamento com ganho de produtividade. Além disto, as atividades serão focadas em aumento de eficiência, melhoria na qualidade das atividades e outras demandas específicas de cada propriedade rural. Esta última etapa é a mais importante, pois serão feitos trabalhos individuais com cada produtor, o qual terá disponível 22 horas de atendimento pelo Sebrae. Os produtores receberão a visita de um consultor especialista no que a propriedade precisa efetivamente, o qual vai elaborar um plano de trabalho em conjunto com a família para aplicar as atividades e medir os ganhos em escala. O projeto também tem o apoio da Emater e da Prefeitura Municipal de São Pedro das Missões.

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Analista de mercado da consultoria SAFRAS & Mercado E-mail: luiz.gutierrez@ safras.com.br

Oferecimento:

MERCADO DE SOJA

SAFRAS eleva produção brasileira do ciclo 2018/19

A

SAFRAS & Mercado trouxe uma nova elevação para sua estimativa de produção brasileira de soja da safra 2018/19. Em relatĂłrio divulgado no dia 21 de junho, a SAFRAS indicou uma produção de soja de 118,242 milhĂľes de toneladas nesta temporada, consolidando a segunda maior safra da histĂłria do paĂ­s. A safra 2018/19 deverĂĄ ter uma redução de 2,9% sobre a safra da temporada anterior (2017/18), que ficou em 121,8 milhĂľes de toneladas. No dia 3 de maio, data do relatĂłrio anterior, a projeção era de 117,925 milhĂľes de toneladas. O novo nĂşmero registra um aumento de 317 mil toneladas frente Ă projeção de maio. Os problemas climĂĄticos registrados ao fim de 2018 e inĂ­cio de 2019 em parte dos estados produtores da faixa central e das regiĂľes Norte e Nordeste do paĂ­s impediram a colheita de uma nova safra recorde, trazendo perdas produtivas importantes. Apesar disso, destacam-se os recordes produtivos alcançados nas lavouras do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, que nĂŁo sofreram com o clima desfavorĂĄvel. Com a colheita finalizada, SAFRAS indica aumento de 2,8% na ĂĄrea, que ficou em 36,339 milhĂľes de hectares. Em 2017/18, o plantio ocupou 35,337 milhĂľes de hectares. O levantamento indica que a produtividade mĂŠdia deverĂĄ passar de 3.464 quilos por hectare para 3.270 quilos por hectare. Do relatĂłrio de maio para o relatĂłrio de junho, foram feitos apenas ajustes finos em ĂĄreas e produtividades. Algumas ĂĄreas recuaram um pouco frente Ă estimativa anterior, mas as produtividades compensaram. Conforme comentado, os destaques positivos ficaram com o Rio Grande do Sul e Santa Catarina, que colheram produtividades recordes para seus Estados. JĂĄ os destaques negativos foram consolidados com o ParanĂĄ e o Mato Grosso do Sul, que sofreram fortes perdas produtivas devido ao clima irregular registrado ao final de 2018 e inĂ­cio de 2019 em grande parte de suas lavouras. Com os nĂşmeros bem consolidados, a partir de agora qualquer mudança nas estimativas para a safra 2018/19 serĂĄ bastante pontual. O foco, agora, passa a ser a nova safra brasileira (2019/20), que começa a ser plantada em setembro. A SAFRAS & Mercado irĂĄ divulgar sua tradicional pesquisa de “intenção de plantioâ€? para a nova safra na terceira semana do mĂŞs de julho. Com o atual cenĂĄrio de preços no Brasil e grande demanda pela soja brasileira devido Ă

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Divulgação

Luiz Fernando Gutierrez Roque

Agricultura

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guerra comercial entre EUA e China, a tendência Ê que a nova safra brasileira registre novamente um aumento na årea semeada, trazendo um novo potencial produtivo recorde para o país. Apesar do cenårio positivo para os preços no curto-prazo e mÊdio-prazo, um eventual acordo comercial entre EUA e China po-

derĂĄ mudar o panorama do mercado para 2020. Dessa forma, entendemos que o momento atual ĂŠ de oportunidade para a comercialização de alguns volumes da safra nova, a fim de garantir uma rentabilidade inicial da nova produção. É fundamental que os produtores nĂŁo tirem os olhos do mercado daqui para frente.


Agricultura

COMPETITIVIDADE

Setor de sementes requer profissionais qualificados Qualidade em todos os processos Ê palavra de ordem nesta årea sa, desde o ensaque adequado, cuidado na hora de colocar o produto dentro do caminhão, o tipo de transporte que você utiliza para chegar ao produtor, um financeiro ågil, um setor comercial treinado e com embasamento tÊcnico atÊ o pós-vendas – explica o agrônomo, que esteve em Frederico Westphalen recentemente. Para incorporar todos esses aspectos dentro de uma empresa Ê preciso atentar-se a vårios fatores importantes, como um corpo de colaboradores preparado e qualificado. – As empresas estão cada vez mais precisando de mão de obra qualificada, pois existe um nicho de mercado muito grande nessa årea. Mas, profissionais prontos para o mercado estão escassos.

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Aos recĂŠm-formados, sugiro que procurem se especializar – destaca Albiero. Para instigar ainda mais os interessados em atuar na ĂĄrea, o agrĂ´nomo revela que, em função da alta tecnologia empregada nesse ramo, os profissionais acabam tendo contato com as novidades do mercado em primeira mĂŁo. – Todo ano vai existir uma tecnologia, um cultivar ou um manejo diferente, entĂŁo, de certa forma, o profissional que trabalha com sementes estĂĄ sempre envolvido com inovaçþes neste mercado – acrescenta. Dessa forma, em um cenĂĄrio competitivo, o profissional que estiver preparado e atualizado, em termos tĂŠcnicos e prĂĄticos, conseguirĂĄ vislumbrar oportunidades e garantir seu espaço no mercado de trabalho.

Gracieli Verde

E

ntre os setores mais inovadores e em constante crescimento dentro da agropecuĂĄria estĂĄ o de sementes. De acordo com a Associação Brasileira de Sementes e Mudas (Abrasem), o setor movimenta R$ 10 bilhĂľes por ano no mercado brasileiro. Os avanços nesse setor podem ser acompanhados de perto por meio das sementeiras, que estĂŁo sendo cada vez mais gerenciadas por uma Ăşnica palavra de ordem: a qualidade em todos os processos. Segundo o agrĂ´nomo e coordenador de Produção na Sementes Estrela, Luis Henrique Maciel Albiero, o mercado estĂĄ cada vez mais exigente nesse sentido. – É necessĂĄrio ter um padrĂŁo de qualidade em todos os processos da empre-

Luis Henrique Maciel Albiero atua como agrônomo e coordenador de Produção na Sementes Estrela

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3VSBM 17 | Revista Novo Rural | Julho de 2019


Elmar Luiz Floss

Agricultura

Engenheiroagrônomo, doutor, professor e diretor do Instituto Incia E-mail: elmar @incia.com.br

BOLETIM TÉCNICO

Qual o potencial de rendimento da soja?

U

ma boa propriedade rural deve apresentar aumentos crescentes do rendimento/produtividade, com rentabilidade e sustentabilidade (melhoria do ambiente de cultivo, solos e água). Por questões de mercado (demanda, preços favoráveis e liquidez), a cultura da soja tornou-se a propulsora do desenvolvimento econômico de todas as regiões onde é cultivada. A cultura da soja é a quarta cultura produtora de grãos mais importante no mundo, mas a primeira no Brasil, Rio Grande do Sul e região do Planalto Sul-riograndense. A produção de grãos de soja é a que mais cresceu no mundo (701%), passando de 45 Mt em 1976, para um recorde de 360,58 milhões /t na safra 2019 (estimativa do USDA, abril de 2019). No Brasil, a produção evoluiu, no mesmo período, de 11.227,1 milhões/t para 113.823,4 milhões/t (+ 913,8 %). O rendimento da soja, no Brasil, aumentou de 1.749,8 kg/ha na safra 1976/1977 para 3.162 kg/ha, na safra 2018/2019 (+ 80,7 %), conforme estimativa da Conab (abril, 2019). É, também, a cultura principal em geração de divisas na exportação (mais de 40 bilhões de dólares no ano de 2018), entre grãos e derivados da soja. E, graças a disponibilidade de farelo de soja (proteína), o Brasil bate recordes na exportação de carne suína (4º maior exportador) e de frangos (2º maior exportador). O aumento do rendimento/produtivida-

de é o resultado do desenvolvimento de novas tecnologias pela pesquisa pública e privada, pela sua difusão, mas, especialmente, devido à [U1] adoção dessas [U2] pelos produtores rurais. Essa evolução no rendimento deve-se às diferentes revoluções tecnológicas implementadas nos últimos 50 anos, como a calagem, a adoção do sistema plantio direto, o uso de cultivares transgênicos, a adubação equilibrada (macro e micronutrientes), a maior eficiência no controle de plantas daninhas, pragas e moléstias, e, finalmente, o advento do uso das ferramentas da agricultura de precisão. Mesmo com esse significativo crescimento da média de rendimento da soja no Brasil, ainda está muito abaixo do potencial, considerando a genética disponível, as condições de solo e clima, e, especialmente, as modernas tecnologias de manejo hoje disponíveis aos produtores. Como exemplo, pode-se ver pelos resultados do Desafio de Produtividade do Cesb, o Comitê Estratégico Soja Brasil, que desde a safra 2008/2009 os campeões produzem mais de 100 sacas/ha. Destaque para os rendimentos recordes da família Seitz (149 sacas/ha) em Entre-Rios/ Guarapuava-PR, na safra 2016/2017, e da família Hilgemberg (142 sacas/ha), na safra 2015/2016, em Palmeira/PR. Segundo o consultor André Pessoa (Agro Consult/ Rally da Soja), na safra 2019/2019 cerca de 2%

dos produtores brasileiros colheram mais de 100 sacas/ha em suas propriedades (+ de 700 mil ha). A busca crescente do aumento do rendimento da soja depende de mais 53 fatores e processos fisiológicos. Os principais fatores são: 1) o solo (a melhoria das propriedades físicas, químicas e biológicas do solo); 2) a genética (a escolha do melhor cultivar, com alto potencial de rendimento, adaptado a cada região fisiográfica, estabilidade de produção e resistência/tolerância a pragas e moléstias); 3) o uso de sementes de vigor (proporcionam germinação rápida e uniforme e a formação de plântulas mais vigorosas que toleram melhor os estresses bióticos e abióticos, apresentam maior crescimento de raízes e ramificação); 4) qualidade de semeadura (velocidade de 4,5 a 6 km/h, profundidade não maior que 5cm, com condições adequadas de umidade no solo e temperatura do solo superior a 15°C.), visando uma adequada distribuição de sementes na horizontal e vertical; 5) nutrição adequada (baseada na extração e exportação de macro e micronutrientes, em função do rendimento esperado; 6) controle rigoroso de plantas daninhas, pragas e moléstias; e, 7) condições climáticas. Esses fatores promovem o estabelecimento de uma adequada população de plantas, maior enraizamento e ramificação lateral, adequada nodulação, maior pegamento de legumes/vagens e a formação e um maior enchimento de grãos. Uma lavoura em que as plantas apresentam equilíbrio nutricional, equilíbrio hormonal e sanidade.

Divulgação

18 | Revista Novo Rural | Julho de 2019


Agricultura

FRUTAS

RegiĂŁo dĂĄ inĂ­cio Ă colheita de citros

Gracieli Verde/Arquivo Novo Rural

Produtividade mĂŠdia poderĂĄ variar entre 20 e 25 toneladas por hectare neste ano

Clima ainda Ê de expectativa em relação ao preço mínimo, que deve ser reajustado neste mês de julho

A

pesar da redução de 30% na produção de laranja para suco, consequĂŞncia da alta produtividade da safra anterior – quando 25 mil toneladas de laranja foram produzidas – e do volume de chuva registrado no mĂŞs de maio, produtores de Liberato Salzano vivem em clima otimista em função da safra atual. O municĂ­pio ĂŠ considerado um dos maiores produtores de citros, junto com Planalto e Alpestre, mas ganha destaque estadual nesse quesito. De acordo com o tĂŠcnico agropecuĂĄrio Valdinei Bazeggio, da Emater/RS-Ascar, variedades de laranjas como a iapar, salustiana, umbigo-bahia, rubi e laranja-cĂŠu jĂĄ estĂŁo sendo colhidas. Nas bergamotas, a colheita tambĂŠm ocorre nas variedades mais precoces, como a satsuma-okitsu, dekopon, ponkan e bergamota caĂ­.

Embora a maturação seja tardia, a colheita da laranja tipo valĂŞncia tambĂŠm jĂĄ estĂĄ sendo realizada por alguns produtores. Do ponto de vista do tĂŠcnico, esse ĂŠ um mĂŠtodo arriscado, pois a fruta se encontra em seu estado mais ĂĄcido, o que dificulta o trabalho na indĂşstria que processa sucos, por exemplo. – As indĂşstrias preferem frutas menos ĂĄcidas para trabalhar e garantir a qualidade dos sucos produzidos – destaca Bazeggio, que, por outro lado, explica que a opção por parte de alguns produtores em colher essa variedade ĂŠ a queda dos frutos, reflexo das chuvas intensas registradas no mĂŞs de maio. Essa situação tambĂŠm foi comentada pelo engenheiro-agrĂ´nomo Samuel Sperandio, do escritĂłrio municipal da Emater/ RS-Ascar de Planalto. – O excesso de chuva observado em

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maio estĂĄ ocasionando a queda dos frutos agora, fator que contribuirĂĄ na retração de produção, mas nĂŁo ĂŠ nada que possa prejudicar os produtores ou saia fora das expectativas – pondera Sperandio. O municĂ­pio possui em torno de 380 produtores de laranja e bergamota. Isso tudo soma mais de 760 hectares. A projeção ĂŠ de que sejam colhidas mais de 20 toneladas de laranja por hectare nesta safra. Em Alpestre, conforme o tĂŠcnico agropecuĂĄrio Alencar dos Santos, da Emater/ RS-Ascar, a safra tambĂŠm serĂĄ mais tĂ­mida em comparação ao ciclo anterior. – A safra passada foi acima da mĂŠdia, entĂŁo ĂŠ normal que nesta tenhamos uma produção menor – pontua Santos, que tambĂŠm menciona os fatores climĂĄticos como item-chave dessa redução de produção. Dos 736 hectares, divididos entre as

produçþes de laranja, bergamota e limão, o município tambÊm espera colher mais de 20 toneladas por hectare neste ciclo.

Mercado

Outro ponto em debate no setor, especialmente entre indústrias e compradores, Ê o preço do suco no mercado internacional, que caiu significativamente, e tambÊm o reajuste do preço mínimo da laranja, que passa a vigorar em julho. Com isso, a caixa de 40,8 kg poderå ser comercializada por R$ 15,95. Se fala atÊ em leilþes de apoio à comercialização para garantir que nenhum produto seja vendido abaixo do preço mínimo e para assegurar a renda do produtor. A tendência Ê que essas questþes sejam esclarecidas nos próximos meses, quando o trabalho a colheita deve se intensificar.

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VINHOS

Para esta matéria, a reportagem considerou somen turístico. Há mais locais com essa característica na processo de legalização, a exemplo das vinícolas F de Frederico Westphalen, além de algumas dos mu Rondinha e Ronda Alta. Caso você conheça alguma material, nos envie uma mensagem pelo WhatsApp

Um tour pelas s regiões do Médio Alto Uruguai e do Rio da Várzea, no Norte gaúcho, estão se destacando cada vez mais na área da vitivinicultura. O resultado é a soma do clima propício para o cultivo da uva com o engajamento dos produtores, que estão cada vez mais focados em garantir a qualidade da fruta até chegar ao consumidor final. Isso também tem repercutido na produção de vinhos, bebida muito apreciada pelo público em geral. Nesta edição separamos um roteiro listando algumas vinícolas da região. Aproveite para conhecer mais sobre esse universo que também permeia a nossa região. Acompanhe.

Pinheirinho do Vale Palmitinho

Vicente Dutra Caiçara Vista Alegre

Frederico Westphalen

Taquaruçu do Sul

Erval Seco

Ametis sta a do Sul

Iraí

Seberi

P Ametista do Sul

Cristal do Sul Rodeio Bonito Pinhal Novo Tiradentes Jaboticaba

Coperametista

Dois Irmãos das Missões

Vinícola Ametista

Boa Vista das Missões

Lajeado do Bugre Família Sagrad São Pedro das Missões

Endereço: RS 591, km 10 Atendimento: De segunda a segunda, das 8h30min às 11h30min e das 13 horas às 18 horas

Endereço: A vinícola possui loja temática no Ametista Parque Museu (Rua Vereador Jorge Luiz Bassi, 377- Bairro Aparecida) e também trabalha com a venda de vinhos e sucos na sede da empresa (estrada que dá acesso ao Museu, no Bairro Aparecida).

Palmeira das Missões

Valores (visita/degustação): RS 10,00 por pessoa (incluso passeio, degustação de vinhos e sucos). Em caso de excursões é preciso fazer agendamento prévio por meio do telefone (55) 3752-1066.

Atendimento: De segunda a segunda, das 8 horas às 17 horas. Valores (visita/degustação): Tanto a loja temática quanto a sede atendem ao público todos os dias e incluem gratuitamente a degustação de vinhos, sucos e frios. Para entrar no Museu é preciso pagar uma taxa de R$ 20,00. Na sede não é cobrada a entrada, mas é preciso fazer agendamento prévio caso o número de visitantes exceda 20 pessoas, por meio do telefone (55) 37521491 ou pelo e-mail: faleconosco@coperametista.com.br.

Concursos do Vinho marcam mais uma temporada. Programe-se para participar! • Planalto: No dia 13 de julho será realizada a 7ª edição do Concurso do Vinho Colonial, no Clube Independente.

• Ronda Alta: No dia 1ª de agosto será realizada a 12ª edição do Concurso Municipal do Vinho, no salão da comunidade da Linha Divisória.

• Ametista do Sul: No dia 10 de agosto será realizada a 5ª edição do Concurso de Vinho Colonial e Artesanal de Ametista do Sul, na Linha São Rafael.

• Barra Funda: No dia 26 de julho será realizada a 13ª edição do Concurso Municipal de Vinhos Coloniais, na comunidade da Linha Ervalzinho.

• Sarandi: No dia dia 3 de agosto será realizado o Concurso Regional do Vinho. O local do evento ainda será confirmado.

• Frederico Westphalen: No dia 24 de agosto será realizado a 6ª edição do Concurso Municipal de Vinhos Coloniais e Artesanais, local a confirmar.

20 | Revista Novo Rural | Julho de 2019

Cerro Grande

São Jos das Missõ

Nov Barre

Chapa


nte vinícolas com cunho a região, mas estão em erigollo e Carmargo unicípios de Alpestre, a que não esteja neste p (55) 9.9960-4053.

Três Pallmeira as Plan nalto Vinícola Cave de Cristal

Endereço: RS 324, KM 59

Alpestre

Endereço: Linha Vale das Uvas

Rio dos Índios

Atendimento: De segunda a domingo, das 8 horas às 18 horas

Planalto

Nonoai

Valores (visita/degustação): Para visitação é preciso fazer um agendamento prévio por meio do telefone (55) 3752-1088, preço a combinar no agendamento.

Gramado dos Loureiros Liberato Salzano

Trindade do Sul

Atendimento: De segunda à sexta, das 8 horas às 12 horas e das 13h30min às 17h30min e aos sábados, das 8 horas às 12 horas Valores (visita/degustação): Ao chegar à vinícola você irá conhecer os vinhedos e fazer um tour pelas instalações e saber como são elaborados os vinhos Antônio Dias. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone (54) 3367-1233 ou pelo e-mail: contato@vinhosantoniodias.com.br.

Três Palmeiras

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Engenho Velho

Novo Xingú

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Vinícola Antônio Dias

Rondinha Barra Funda

Ronda Alta

Sarandi

Sarrandi Museu do Vinho

Nova Vista Boa

Adega Don Victor Endereço: Linha Cocho – Entrada pela BR 386, KM 119 Atendimento: De segunda à sábado, das 8h30min às 12 horas e das 13h30min às 18 horas Valores (visita/degustação): Trabalha com a venda de vinhos para varejo (degustação inclusa)

ada

Barra a Funda Vinícola Don Gentil Endereço: Margens da BR 569, KM 32 Atendimento: De segunda a sábado, das 8 horas às 12 horas e das 13 horas às 18h30min Valores (visita/degustação): Ao chegar na vinícola você tem acesso a loja da empresa, onde poderá conhecer e degustar vinhos e espumantes. Se preferir, também é oferecido uma visitação guiada no interior da cantina, onde são mostrados os caminhos percorridos pela uva desde o recebimento até o envase. Mais informações podem ser obtidas pelos telefones (54) 3369-1050 ou (54) 99981-4892.

Endereço: Linha Cocho – Entrada pela BR 386, KM 119 Valores (visita/degustação): Casa da década de 1940, totalmente restaurada pela confraria Amigos do Vinho de Sarandi, onde pode-se degustar vinhos e espumantes produzidos pela família Vizini (Vinhos Vizini), além de conhecer a história da bebida. Para visitas é preciso fazer agendamento prévio por meio do telefone (54) 3361-2583 ou pelo e-mail: andressa@allegro.tur.br. O valor das visitas é R$ 20 por pessoa e inclui café da manhã, degustação de vinhos e espumantes, almoço e transporte.

Vinhos Gelain Endereço: Entrada pela BR 386, KM 119 - Bairro Barreirinho Atendimento: Das 8h30 às 12h e das 13h30 às 18h Valores (visita/degustação): Para visitações é preciso fazer agendamento prévio por meio do telefone (54) 9 99230824 com Rafael Gelain. Não é cobrado nenhuma taxa.

21 | Revista Novo Rural | Julho de 2019


Tecnologia

APLICATIVOS

O desafio de atrair o jovem para a gestão rural Professor Ênio Giotto, da UFSM, acredita que com a tecnologia mais próxima do produtor se pode ter mais sucesso na inserção do jovens nos negócios da propriedade

Novo Rural – Qual a principal funcionalidade do aplicativo C7 NPEA Mercado Agropecuário? Ênio Giotto – Este é um aplicativo que permite que o produtor rural, em qualquer lugar do Estado, tenha diariamente as cotações de soja e milho, dos principais produtos em várias praças do Estado, como Frederico Westphalen, Palmeira das Missões, Santa Maria. Uma equipe de alunos do Mestrado

22 | Revista Novo Rural | Julho de 2019

em Agronegócio de Palmeira das Missões vai alimentar o servidor com esses dados diariamente. Assim, o produtor vai ter acesso ao histórico de preço, análises e a cotação atual. Este é mais um dos aplicativos do programa C7 Campeiro, que também tem outras funcionalidades da área de agricultura de precisão, por exemplo. Provavelmente na primeira quinzena de julho o sistema estará disponível para os usuários.

UFSM/Divulgação/Arquivo

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C7 NPEA Mercado Agropecuário é um dos mais novos aplicativos lançados no Estado. O aplicativo foi desenvolvido pelo professor Ênio Giotto, da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), que atua no campus-sede e também em Palmeira das Missões, com os acadêmicos do Mestrado em Agronegócio. À reportagem da Novo Rural, Giotto comentou sobre como tem sido esse trabalho de desenvolver soluções tecnológicas para o setor agropecuário por meio da universidade. No caso do C7 NPEA, será disponibilizado gratuitamente para usuários de Android, podendo ser baixado na Play Store da Google. Ele foi apresentado ao público durante o 34º Carijo da Canção Gaúcha, em Palmeira das Missões. Giotto é engenheiro florestal, produtor rural e natural da região de Tapera/RS. – Conheço bem a expertise do agronegócio. A minha formação profissional sempre foi na área de programação e criamos o projeto Campeiro, que é inspirado no homem do campo aqui na nossa região Sul. A proposta é de um software que fizesse tudo na gestão da propriedade, independente do perfil de produção – diz. Com a palavra, o professor Ênio Giotto:

Novo Rural – Como funciona esse projeto guarda-chuva?

Ênio Giotto – O C7 Campeiro é um projeto nosso aqui da universidade que já tem vários anos, então os nossos aplicativos são conhecidos como C7 GPS Malha, C7 GPS Dados, C7 Planimetrico I, entre vários outros. São todos aplicativos voltados a diferentes áreas da agricultura, administração rural, geoprocessamento, gestão técnica de rebanhos e topografia.

Novo Rural – Como o senhor tem visto esse acesso às tecnologias no campo? Estamos evoluindo nessa direção?

Ênio Giotto – É uma tendência irreversível, é a tecnologia chegando de forma definitiva no campo e contribuindo para os processos de gestão. Nos próximos anos todo o processo de gestão vai estar em notebooks e smartphones. As operações profissionais, seja em tratores ou em um tambo de leite, vão estar interligadas. É uma forma de fazer gestão em tempo real pelo celular. Hoje se vê uma redução de custos nesse sentido e um acesso mais fácil, por isso são mecanismos cada vez mais presentes. Nós, por exemplo, ofertamos isso de forma gratuita. Como os jovens estão sempre conectados,

Professor Ênio Giotto

o objetivo é fazer com que eles participem cada vez mais desse processo.

Novo Rural – Qual tem sido seu papel nesses desenvolvimentos de aplicativos dentro da UFSM? Ênio Giotto – Bom, sou desenvolvedor e hoje estou coordenando o desenvolvimento do projeto Campeiro. E se você for no próprio Play Store da Google e fazer a busca pela UFSM, 70% dos aplicativos disponibilizados são do nosso laboratório, do nosso projeto C7. Por meio desse programa a gente desenvolve soluções desde a nutrição animal até a medição de terra. São vários segmentos em que a gente está focado, principalmente na agricultura de precisão. Também estamos focados na área da agricultura familiar, com foco na gestão e sustentabilidade. Estamos produzindo aplicativos voltados aos pequenos produtores familiares, para levar a agricul-

tura digital 4.0 para eles também. Essa é a meta que temos na universidade hoje.

Novo Rural – Como é que funciona essa “conversa” das suas pesquisas e dos seus trabalhos com a parte da agronomia e da engenharia agrícola da própria UFSM?

Ênio Giotto – A gente recebe as demandas para desenvolver esses sistemas e não somente do rural. No caso da Agricultura de Precisão, oferecemos para o curso de Agronomia da UFSM-FW aplicativos direcionados para o agronegócio, em parceria com o professor [Antônio Luis] Santi. Neste caso disponibilizamos o nosso produto e o sistema desktop, que é bem maior, mas que também é gratuito. Isso tudo como disciplina complementar de graduação, para um acesso mais qualificado para os nossos acadêmicos da universidade.

Novo Rural – E para os próximos meses já tem algo gestada que pode vir à tona, segmentada para o setor rural?

Ênio Giotto – Estamos trabalhando em um para lavouras, outros para a agricultura familiar, no começo de um de arroz. Inclusive, a gente vai fazer de forma pioneira e inicialmente disponibilizar treinamentos para alunos da Escola Técnica Celeste Gobatto, de Palmeira das Missões. Vamos reunir os alunos e disponibilizar o aplicativo e dar vários dias de treinamento. A maioria é filho de agricultores, jovens rurais, que precisam de ferramentas nas áreas de gestão de gado de leite e gestão de lavouras. De toda forma, daremos continuidade a vários projetos.


Negócios

Oferecimento:

NOITE DE CAMPO

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Produtores de uva interagem em palestra técnica Encontro foi uma realização da AgroCentro, em parceria com a Wiser e Casa Trevo, em Ametista do Sul Rafaela Rodrigues

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AgroCentro de Ametista do Sul, em parceria com a Wiser e Casa Trevo (distribuidora Bayer), promoveu uma palestra técnica abordando soluções de ambas as marcas para as culturas como a videira e citros, no fim de maio. Produtores da região e demais interessados na área participaram do encontro técnico. A extensionista rural e agrônoma Joceani Dal Cero, da Emater/RS-Ascar, também palestrou e reforçou as formas recomendadas de organizar o depósito dos agrotóxicos, bem como o descarte adequado dessas embalagens. Ela também ressaltou a importância da utilização de equipamentos de proteção individual (EPIs), como forma de prevenção a intoxicações. A palestra seguiu com a contribuição da promotora Ursula França, da Bayer, e do representante Daniel Conterato, também da Bayer (Casa Trevo), além do representante comercial Sérgio Lombardi, da Wiser, que tiveram espaço para apresentar as empresas, produtos disponíveis no mercado e também métodos e técnicas no segmento de defensivos biológicos, oferecendo soluções contra pragas e doenças nos cultivos. De acordo com o sócio-proprietário da AgroCentro de Ametista do Sul, Alexandre Toigo, esse momento de interação é importante para os produtores que buscam informações técnicas para aprimorar a qualidade de seus produtos e, consequentemente, alcançarem altos rendimentos. – O nosso objetivo em promover essas palestras técnicas é de qualificar cada vez mais o produtor, para que ele tenha contato com as novas tecnologias de aplicação e demais atualizações do mercado – comenta Toigo. O enólogo da Secretaria de Agricultura de Ametista do Sul, Nivaldo Potrich, reforça que o avanço das tecnologias e a troca de informações sobre as culturas predominantes no município são fundamentais para se obter melhores resultados. – As tecnologias estão cada vez mais avançadas, a concorrência está cada vez mais forte e o mercado mais rigoroso em relação a qualidade dos produtos. É preciso prezar pela qualidade para conseguir uma boa colocação no mercado – alerta Potrich. O vitivinicultor Ivandro Stazak confirma esse propósito. Ele destaca que esses encontros são propícios para a troca de informações. – A gente sempre tem o que aprender, porque o mercado está se atualizando cada vez mais e nós, produtores, precisamos acompanhar para não ficar para trás – afirma Stazak.

De olho no manejo de inverno das videiras Nesta época do ano são vários os cuidados que devem ser levados em conta e que vão refletir na próxima colheita. Se não manejadas adequadamente nesta estação, as videiras ficam expostas às cochonilhas, que se alojam no tronco da parreira, além de musgos, liquens, ácaros e demais doenças que podem atacar as frutas e provocar queda na produção. De acordo com o enólogo Nivaldo Potrich, que em Ametista do Sul e outros municípios da região, esse manejo pós-colheita é muito importante para o vigor da planta e recomendações técnicas devem ser consideradas. – Durante os meses de abril e maio recomenda-se fazer a cobertura verde do solo, que irá conservá-lo e devolvê-lo matéria orgânica para a safra futura. Geralmente é usado aveia, ervilhaca, azevém

e até mesmo nabo. De junho em diante, começa as análises, de solo e folhas, para fazer a correção de algum nutriente que esteja faltando. Após vem a poda, que ocorre mais cedo na região devido ao clima e ao solo – explica Potrich. É na poda seca ou hibernal que os produtores vão decidir o que vão querer dessa planta para a próxima safra. Essa técnica também vai depender do tipo de sistema de condução dessa parreira, latada ou espaldeira, e do destino da fruta, in natura ou para indústria. Em Ametista do Sul a poda de variedades precoces como vênus e niágara já está ocorrendo. Entre os objetivos da poda seca está o de equilibrar a área vegetativa e produtiva, evitar a sobreposição dos ramos, produzir frutos de maior tamanho e uniformidade, além de evitar sombreamento da uva.

Há quase 11 anos no mercado agropecuário, a AgroCentro, empreendimento da família Toigo de Ametista do Sul, trabalha com os mais diversos produtos do setor agropecuário, sempre almejando o crescimento junto aos seus clientes. Além das palestras técnicas realizadas a cada dois anos, visando levar informação de qualidade aos produtores, o estabelecimento assume responsabilidade social, econômica e ambiental na região. Seus produtos e serviços cumprem os requisitos legais, como é o caso dos defensivos agrícolas, pois a loja é credenciada, registrada e autorizada a comercializar. Na AgroCentro você vai encontrar produtos Bayer, além de outros produtos de ponta da Wiser, Syngenta e FMC, sem contar as demais marcas de boa procedência, de outras áreas, que a empresa comercializa. 23 | Revista Novo Rural | Julho de 2019


Negócios

MERCADO DE GRÃOS

Com projeção de custo mais elevado, safra de verão exigirá maior eficiência

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ara o agricultor gaúcho cobrir o custo total de produção de soja precisará colher 47,72 sacas de 60 quilos por hectare. No caso do milho, ele precisa alcançar as 152,79 sacas de 60 quilos por ha. Informações como essas foram divulgadas em junho, pelo presidente da FecoAgro/RS, Paulo Pires. Elas fazem parte de um levantamento feito pela entidade, que mostra o custo variável para soja e milho, que ficam em 32,41 e 112,82 sacas, respectivamente. A rentabilidade por hectare, conforme o levantamento da entidade, é de R$ 871,63 ou 12,28 sacas para a soja e R$ 216,20 ou 7,21 sacas no milho. O custo total da soja estimado para a safra 2019/2020 será de R$ 3.388,37 por hectare enquanto no milho é de R$ 4.583,80. Se considerado só o desembolso na soja este valor é de R$ 2.300,95 e no milho R$ 3.384,52. Na avaliação de rentabilidade atual, o estudo considerou os preços praticados dos principais insumos, máquinas e implementos, referência pelo produtor, além dos demais fatores que compõem os custos de produção, bem como o preço de mercado de grãos, com base na primeira semana de junho de 2019.

24 | Revista Novo Rural | Julho de 2019

Preocupação com o setor Essa estimativa de custos é considerada elevada para safra 2019/2020 e preocupa o setor. A queda de preços da soja ficou na ordem de 0,54% no primeiro semestre de 2019 e o milho teve redução de 1,36% em valores nominais. O estudo avalia que, comparativamente em relação à 2018, bem como a fatores conjunturais como elevação nas taxas de juros para custeio da próxima safra, questão cambial, guerra comercial entre Estados Unidos e China, elevação de preços de insumos e máquinas em média de 10% em decorrência de inovações e tecnologias, estão deixando o produtor numa relação desfavorável na relação de troca, reduzindo a rentabilidade.

Necessidade de maior eficiência Esse cenário só evidencia outra demanda para os agricultores gaúchos: a necessidade de aprimorar processos e ser mais assertivos nas tomadas de decisões. O professor-doutor Alexandre Gazolla Neto, consultor na área, pontua que alguns aspectos não podem ser esquecidos pelo produtor. – Diversos detalhes do dia a dia das atividades acabam passando despercebidos e comprometendo a produtividade final, o que também reflete nos custos – defende. Entre esses aspectos que merecem atenção, Gazolla cita o cuidado com o momento ideal de semeadura, a precisão na distribuição de sementes, a eficiência no controle de plantas daninhas, pragas e doenças, a aplicação dos defensivos no momento correto, além da escolha e do correto posicionamento da cultivar com base na época de semeadura e ambientes de produção da lavoura.


PecuĂĄria

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SUINOCULTURA

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Dia Estadual do Porco promete debater temas do momento

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Evento promovido pela Acsurs e pela prefeitura traz grandes nomes da atividade suinĂ­cola para a regiĂŁo

Entidades representativas, como associaçþes de suinocultores, alÊm das equipes da Emater/RS e sindicatos, estão se organizando para viabilizar comitivas de toda a região para participarem do encontro. Os contatos devem ser feitos com as entidades para confirmar a presença. Um almoço por adesão serå servido para finalizar a programação.

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Interessados em participar devem confirmar presença

Divulgação

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ela 45ÂŞ quinta vez, suinocultores gaĂşchos se reĂşnem em agosto em função do Dia Estadual do Porco, que neste ano ocorre em Frederico Westphalen. O evento estĂĄ confirmado para o dia 9 de agosto, no SalĂŁo de Atos da URI-FW, a partir das 7h30min. Para as 9 horas estĂĄ marcada a abertura oficial do evento e, Ă s 10h30min, iniciam as palestras. Neste ano, o presidente da Associação Brasileira de ProteĂ­na Animal, Francisco Turra, volta Ă regiĂŁo para explanar sobre as perspectivas para o setor – no ano passado ele esteve em Rodeio Bonito, no mesmo encontro. Outra presença confirmada pela Associação de Criadores de SuĂ­nos do Rio Grande do Sul (Acsurs) e pela prefeitura de Frederico Westphalen – as duas promotoras do evento – ĂŠ do pesquisador Thiago Carvalho, que ĂŠ economista agrĂ­cola e doutor em Administração. Ele tambĂŠm ĂŠ pesquisador do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) desde 2002, nas ĂĄreas de proteĂ­na animal e custos de produção em pecuĂĄria e grĂŁos. Esses assuntos, inclusive, serĂŁo o foco da explanação do pesquisador.

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Francisco Turra

SERVIÇO O QUE: 45º Dia Estadual do Porco QUANDO: 9 de agosto, a partir das 7h30min ONDE: Salão de Atos da URI-FW

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Parceiros do leite

LEGISLAÇÃO

Cadeia produtiva do leite atenta às INs 76 e 77 De olho nas novas regras para a qualidade do leite, setor lácteo da região se mobiliza para atualizar-se e atender a legislação estabelecida pelo Mapa jornalismo@novorural.com

Encontro oportunizou que vários segmentos se reunissem em torno do mercado lácteo

M

esmo passado o primeiro mês desde a validação das novas regras que alteram a forma de produção, coleta e armazenagem do leite cru, o tema continua sendo amplamente discutido entre a cadeia produtiva. No mês passado, inclusive, Frederico Westphalen e Palmeira das Missões foram palco de reuniões promovidas pelo Sindilat/ RS, em parceria com demais entidades ligadas ao setor lácteo, quando questões relacionadas as instruções normativas (INs) 76 e 77, estabelecidas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), puderam ser esclarecidas a técnicos e produtores. Em Frederico Westphalen, a reunião ocorreu no dia 18 de junho, no Salão de Atos da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões (URI) e contou com a presença de pecuaristas, extensionistas, representantes de cooperativas e demais lideranças que atuam na área. Em Palmeira das Missões o encontro ocorreu no dia 19 de junho, no auditório da UFSM. Nos dois encontros a médica-veterinária Milene Cé, do Mapa, esteve presente e durante suas falas fez um resgate do trabalho em torno da legislação brasileira relacionada à qualidade do leite, ainda no fim dos anos 1990. – É importante que o produtor saiba que a exclusão não vai acontecer se houver uma adequação de qualidade em termos de higiene e conservação do leite. O necessário é que aquele produtor que ainda não esteja enquadrado nos números previstos nas normativas, em relação a contagem bacteriana e de células somáticas, faça algumas mudanças. A expectativa do Mapa é que essas novas normas vão contribuir para valorizar, qualificar o produtor rural e tornar o leite um produto ainda mais saudável – ressalta a médica-veterinária. Também presente em um dos eventos, o presidente da Cotrifred, Élio Pacheco, definiu o momento de diálogo extremamente necessário para os produtores e as indústrias entenderem melhor os aspectos legislativos das novas normativas. – Nós saímos desse seminário mais fortalecidos, com as normativas mais esclarecidas no ponto de vista da legislação. Nós sabemos da importância delas, tanto para o produtor quanto para a indústria em relação à qualidade. Se nós quisermos um produto que vai além da região e do Estado, em nível de exportação, por exemplo, temos que primar pela qualidade – reforça Pacheco. Além das contribuições de fiscais agropecuários e demais profissionais sobre esse novo cenário para a pecuária leiteira, o encontro também contou com a presença de famílias produtoras que atuam na região. O casal Perlin, que reside em Caiçara, falou so-

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Algumas reflexões levantadas pelos participantes O produtor que quer evoluir na atividade precisa ter assistência técnica direta, levando em conta a sua realidade para fazer as adaptações necessárias Indústrias, cooperativas e instituições públicas precisam estar alinhadas para atender essas demandas de assistência no campo

Seguir as normas previstas por lei deve contribuir para gerar novas relações de mercado, inclusive favorecendo que o país evolua na exportação do produto Ter melhores índices de contagem bacteriana e de células somáticas permitirá que a indústria também tenha possibilidade de ofertar itens de melhor qualidade para o consumidor final

bre como estão manejando a ordenha para melhorar os índices fiscalizados por meio das normativas. – A produção de leite é a nossa principal atividade há 17 anos e desde o início trabalhamos com foco na qualidade. Acreditamos que essas normas serão um incentivo para melhorar cada vez mais nesse quesito – aponta Elizete Perlin. A família Perlin também é assistida por meio do projeto de desenvolvimento da bacia leiteira no Médio Alto Uruguai gaúcho, com ênfase nos municípios de atuação da Cotrifred, em parceria com a Sicredi Alto Uruguai RS/SC/MG e URI/FW, intitulado “Meu tambo, meu futuro”. Sobre esse trabalho, o médico-veteriná-

Por já ter a Lei do Leite em vigência, o RS tem certa vantagem em seguir as normas, por ter alguns alinhamentos já definidos antecipadamente, especialmente sobre o transporte do leite até a indústria

rio Thiago Cantarelli, da Cotrifred, também falou aos participantes, comprovando que a assistência técnica direta às famílias tem sido crucial para alcançar melhores índices da atividade. Esse também foi um tema que ficou em evidência durante as mesas-redondas que foram formadas ao finalizar os encontros técnicos, mediada pelo secretário-executivo do Sindilat/RS, Darlan Palharini. Representantes da Emater/RS, de cooperativas e de movimentos sindicais reforçaram a necessidade de se criar meios para aproximar-se dos pecuaristas leiteiros que queiram permanecer na atividade com qualidade de vida e viabilidade financeira.

Rafaela Rodrigues

Rafaela Rodrigues


Parceiros do leite

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MERCADO

27

Reduz o preço pago pelo leite em junho

Mais Leite Saudável tem projeção de crescimento

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O desafio de reduzir as oscilações de preço

Égua Italiana do Mako - Cabanha do Mako

Na visão do presidente do Conseleite e do Sindilat/RS, Alexandre Guerra, é preciso levar em conta o período de safra, quando tradicionalmente, a produção se eleva no campo, o que pressiona os preços. Por outro lado, ele entende que o consumo das famílias brasileiras ainda está retraído em função do contexto econômico e de um outono e inverno com temperaturas amenas. Mas, mesmo com esse cenário de retração de consumo, o presidente citou que, nos cinco primeiros meses do ano, o valor pago, na prática, ao produtor no campo foi maior do que o previsto pelo Conseleite. Guerra ainda conclamou que o setor precisa de apoio para minimizar oscilações de preço e garantir margens mínimas de rentabilidade – tanto para a indústria como para o produtor. Entre as alternativas foi pontuada a retomada de aquisições por parte do governo ou a adoção de cotas que regulem a pressão dos importados no mercado nacional.

Carolina Jardine/Divulgação

ados divulgados pelo Conseleite/RS, no dia 25 de junho, em Porto Alegre, mostram que o valor de referência projetado para junho é de R$ 1,1297 para o litro, valor 4,14% menor do que o consolidado de maio, que fechou em R$ 1,1784. Segundo o professor Eduardo Finamore, da Universidade de Passo Fundo, o resultado reflete na queda do leite UHT (-3,27%), do leite em pó (-1,16%) e do queijo mussarela (-4,57%) no mês. Em 2019, é a primeira vez que o preço do leite registra baixa expressiva – o mesmo registrava uma estabilidade desde dezembro de 2018. Os números do Conseleite indicam ainda que a queda em junho posicionou o produto abaixo do valor real praticado em 2018, uma vez que, até então, os valores de 2019 vinham acima da série do ano anterior. Entretanto, no acumulado do ano, de janeiro a junho o preço do leite, segundo Finamore, acumula um ganho real de 1,04% acima da inflação do período (IPCA).

Valores finais do leite para maio de 2019 Valores Valores projetados para finais maio 2019 maio 2019

Matéria-prima

Valor final projetado

I – Maior valor de referência

1,3551

1,3552

0,0001

II – Valor de referência IN 62*

1,1783

1,1784

0,0001

III – Menor valor de referência

1,0605

1,0606

0,0001

*Valor para o leite “posto da propriedade”, o que significa que o frete não deve ser descontado do produtor rural. Nos valores de referência IN62 está incluso Funrural de 1,5% a ser descontado do produtor

Valores projetados para o leite em junho de 2019 Matéria-prima

Junho 2019

I – Maior valor de referência

1,2991

II – Valor referência IN 62

1,1297

III – Menor valor de referência

1,0167

O programa Mais Leite Saudável, que existe desde outubro de 2015, já atendeu a 63.706 produtores, segundo informações do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Em média, entre 10 mil e 15 mil novos produtores ingressam anualmente e cerca de 25 mil a 30 mil são atendidos por ano com assistência técnica, educação sanitária ou melhoramento genético. Além disso, entre os Estados com mais produtores alcançados estão o Rio Grande do Sul (18.230), Minas Gerais (18.222), Santa Catarina (11.666), Paraná (4.734) e Mato Grosso (3.360). O programa, gerenciado pela Coordenação de Boas Práticas e Bem-Estar Animal (CBPA), da Secretaria de Inovação, Desenvolvimento Rural e Irrigação, tem projeção de crescimento, uma vez que o Plano de Qualificação de Fornecedores de Leite (PQFL) é obrigatório aos laticínios e a ferramenta funciona como controle e aproximação da sua relação com os produtores, visando maior segurança para o consumidor e maior desenvolvimento da atividade.

www.agrobella.com Pelotas - RS Rua Antônio Satte Alam Sobrinho |53| 3226-3700

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Pecuária

ALIMENTAÇÃO ANIMAL

Pastoreio rotatínuo como solução eficaz para pecuaristas Metodologia de manejo gera impacto na fertilidade do solo e na produtividade o animal consiga ingerir a maior quantidade possível de nutrientes. Ainda segundo ele, o produtor precisa seguir alguns requisitos para implantar esse sistema em sua propriedade, como o acompanhamento de um profissional técnico. – Ele precisa de um treinamento inicial para saber qual é a altura ideal para manejar os pastos que já tem na propriedade. O desafio é trabalhar esses pastos nessas amplitudes de altura, para o animal comer bem e a pastagem ter uma rebrota mais rápida – explica o agrônomo. O controle de altura da pastagem, segundo o consultor, ajuda a minimizar a perda do solo, diminuir os custos de produção, além de aumentar a velocidade de ingestão. Ele ainda destaca os diversos trabalhos com embasamento científico realizados na área e também resultados de

Arquivo SIA/Divulgação

D

esenvolvido pelo Grupo de Pesquisa em Ecologia do Pastejo (UFRGS) e aplicado pelo Serviço de Inteligência em Agronegócios (SIA), o pastoreio rotatínuo, como conceito de manejo, se caracteriza por permitir ao animal colher o máximo de nutrientes pelo mínimo de tempo em pastejo. Isso porque o sistema mescla o melhor dos modos rotativo (troca de área de pasto) e contínuo (alimento selecionado pelo animal), garantindo a qualidade dos produtos finais, seja ele carne ou leite. A ideia principal é trabalhar com a inteligência do próprio rebanho, já que os ruminantes sabem escolher a parte mais nutritiva da planta. De acordo com o engenheiro-agrônomo, PhD em Zootecnia e consultor técnico da SIA, Fabio Pereira Neves, o segredo está em manter a altura do pasto, para que

Rafaela Rodrigues

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campo, que auxiliam a entender melhor os benefícios dessa metodologia. – São resultados que nos motivam a mostrar ao produtor o porquê é importante a altura do pasto, pois o animal irá produzir mais. Tanto no caso do gado de leite ou de corte, isso diminui os custos em relação à suplementação. O rotatínuo consegue fazer com que o pasto e o animal tenham um bom desempenho, um nível de ganho de peso ou uma produção de leite maior por estar comendo a parte da planta onde tem mais proteína e digestibilidade – aponta o profissional. Apesar de ser apresentado como uma solução eficaz e tecnológica, o sistema é pouco conhecido pelos pecuaristas de corte, mas já é bastante aproveitado por pro-

dutores de leite no Estado gaúcho. Na região do Médio Alto Uruguai, algumas propriedades já tiveram contato com a metodologia, entre os anos de 2012 a 2015, por meio do projeto de Produção Integrada de Sistemas Agropecuários (Pisa), no qual foram atendidos cerca de 120 produtores nos municípios de Seberi, Pinhal, Rodeio Bonito e Cristal do Sul, durante três anos. De acordo com o consultor, a maioria teve resultados positivos em termos de produtividade e rentabilidade na pecuária leiteira. Fabio Pereira Neves esteve na região no fim de maio e ministrou uma palestra no auditório da UFSM Campus de Palmeira das Missões, por meio da qual ele destacou as vantagens do pastoreio para um grupo de acadêmicos e profissionais da área.


Pecuária

MERCADO

Preço do quilo do suíno fecha em alta, segundo a Acsurs

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m aumento gradativo nos preços do quilo do suíno vivo foi registrado em junho, segundo análise da Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (Acsurs). Até 24 de junho, a pesquisa apontou a média de R$ 5,02 pelo preço pago pelo quilo do suíno vivo. Já nas três semanas anteriores, o valor do quilo estava em média R$ 4,94, R$ 4,87 e R$4,68. Já o preço médio na integração apontado pela pesquisa era de R$ 3,65, pela segunda semana consecutiva. As cooperativas e agroindústrias apresentaram as seguintes cotações: Cooperalfa/Aurora: R$ 3,70 (base suíno gordo) e R$ 3,75 (base leitão de 6 a 23 quilos); Cosuel/Dália Alimentos R$ 3,70; Alimentos Estrela R$ 3,60; Cooperativa Languiru R$ 3,50; Majestade R$3,60; Ouro do Sul R$ 4,10; Alibem R$ 3,50; Adelle Foods R$ 3,60; JBS R$ 3,50. Esse levantamento também é da associação.

Custo de produção menor

Custo de produção - maio de 2019

Já em relação aos custos de produção avaliados pela Embrapa, por meio da Central de Inteligência de Aves e Suínos, foi registrada uma queda no ICPSuíno. Nos últimos 30 dias o índice chegou a 212,29 pontos, o que significa uma redução de 0,57% em relação a abril. Segundo a Cias, a queda foi puxada pelos gastos com a nutrição dos animais (-1,11%), que representa 75% do total dos custos de produção dos suínos. Neste ano, o ICPSuíno acumula -3,30%. Com isso, o cálculo do custo por quilo vivo de suíno produzido em sistema de ciclo completo em Santa Catarina passou de R$ 3,73 em abril para R$ 3,71 em maio (o menor valor desde fevereiro de 2018).

Avicultura

Em relação ao ICPFrango, a Embrapa identificou o aumento no valor de compra das aves de um dia em abril (+1,46%), fazendo o índice fechar em 213,91 pontos, alta de 1,10%. Ainda assim, em 2019, os custos de produção de frangos de corte acumulam queda de 1,89%. O custo de produção do quilo do frango de corte vivo no Paraná passou de R$ 2,73 em abril para R$ 2,76 em maio, valor calculado a partir dos resultados em aviário tipo climatizado em pressão positiva.

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NegĂłcios

CRÉDITO RURAL

Plano Safra 2019/2020 abre novo ano agrícola Entenda mais sobre o Plano Safra • Valor total disponibilizado

R$ 169,33 bilhĂľes

R$ 225,59 bilhĂľes

O

governo federal reservou R$ 225,59 bilhĂľes para o Plano Safra 2019/2020, que foi lançado em junho e marca o inĂ­cio de um novo ano agrĂ­cola. Desta vez, pequenos, mĂŠdios e grandes produtores integram o mesmo conjunto de recursos. O secretĂĄrio da Agricultura Familiar e Cooperativismo do MinistĂŠrio da Agricultura, Fernando Schwanke, atenta para a cifra destinada para o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), que terĂĄ neste ano R$ 31,22 bilhĂľes. Ele lembra que na safra 2018/2019 eram R$ 31 bilhĂľes, mas estavam incluĂ­dos cerca de R$ 4 bilhĂľes do Programa Nacional de Apoio ao MĂŠdio Produtor Rural (Pronamp). – Isso traz tranquilidade aos agricultores familiares e, certamente, o volume destinado a custeio e investimento alavancarĂĄ a produçãoâ€?, acredita. “Os recursos para o Pronamp passaram para R$ 26,49 bilhĂľes, o que representa um aumento de 32%â€?, acrescenta. Outro fator citado por Schwanke ĂŠ a possibilidade de os agricultores financiarem a reforma ou construção de casas pela linha do Pronaf Investimento, com juros de 4,6% ao ano, carĂŞncia de trĂŞs anos e atĂŠ 10 anos para pagar. SerĂŁo destinados R$ 500 milhĂľes a essa finalidade.

para pequenos, mĂŠdios e grandes produtores

R$ 222,74 bilhþes são para o crÊdito rural, que envolve custeio, comercialização, industrialização e investimentos

são destinados para custeio, comercialização e industrialização

R$ 53,41 bilhĂľes para investimento

R$ 1 bilhão para o Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural

R$ 1,85 bilhão para apoio à comercialização

• Taxas de juros Custeio, comercialização e industrialização

Programas de Investimento

Pequenos produtores (Pronaf): 3% e 4,6% ao ano MĂŠdios produtores (Pronamp): 6% ao ano Demais produtores: 8% ao ano

De 3% ao ano a 10,5% ao ano

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Geral

EXTENSĂƒO RURAL

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EscritĂłrio Regional da Emater sob nova gerĂŞncia Luciano Schwerz e Cleomar de Bona sĂŁo dos municĂ­pios de Sarandi e Rodeio Bonito, respectivamente Gracieli Verde

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Equipe do Regional deu as boas-vindas aos novos gestores

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ano de 2019 estĂĄ sendo de mudan– Com essa uniĂŁo de esforços, iremos fazer ças para a Emater/RS-Ascar – algo naas inserçþes necessĂĄrias para que os escritĂłrios tural a cada troca de mandato tambĂŠm tenham qualidade tĂŠcnica na informação, que teno governo do Estado. ApĂłs a posse do nham a postura adequada para fazer aquele trabanovo quadro diretivo da instituição, que ocorreu lho tĂŁo importante lĂĄ no nosso meio rural, que ĂŠ em abril deste ano em Porto Alegre, foi a vez da a assistĂŞncia tĂŠcnica, a extensĂŁo rural. Acho que nova gerĂŞncia do EscritĂłrio Regional de esse ĂŠ o grande desafio, encontrar um meio termo Frederico Westphalen ser apresentada, em juentre os conceitos tradicionais da extensĂŁo rural e nho. Esta foi a primeira gerĂŞncia regional a ser essas novas ferramentas tecnolĂłgicas que temos anunciada pela instituição. Desde hoje – destacou Schwerz. entĂŁo, respondem como gerenO momento de satisfação ao te-regional o agrĂ´nomo Luciano assumir o escritĂłrio regional tamSchwerz, do escritĂłrio municipal bĂŠm foi comentado pelo extende Sarandi, e como gerente-adsionista Cleomar de Bona, que junto o tĂŠcnico agropecuĂĄrio Cleresponde na condição de gerenomar Antonio de Bona, do escrite-adjunto. Natural de Taquaruçu tĂłrio de Rodeio Bonito. do Sul, filho de agricultores, tĂŠc– Este ĂŠ o primeiro anĂşncio em nico agropecuĂĄrio e com experinĂ­vel de Estado em relação aos ge- Luciano Schwerz, agrĂ´nomo ĂŞncias na Cotrifred e na Emater/ e gerente-regional rentes regionais. Fizemos questĂŁo RS, ele tambĂŠm foi vereador e vide começar por Frederico Wesce-prefeito em Pinhal. Nos Ăşltimos tphalen atĂŠ porque o nosso seanos tem atuado como extensiocretĂĄrio de Agricultura do Estado, nista no municĂ­pio de Rodeio BoniCovatti Filho, ĂŠ daqui. Nosso preto, somando quase 30 anos de exsidente, Geraldo Sandri, tambĂŠm periĂŞncia na Emater/RS. tem um carinho especial pela re– Esta ĂŠ uma regiĂŁo estratĂŠgigiĂŁo – ressaltou Rugeri. ca para o governo e para o setor Aos 31 anos, o engenheiroagropecuĂĄrio como um todo. É um -agrĂ´nomo Luciano Schwerz ĂŠ desafio, mas com o apoio de toda Cleomar De Bona, tĂŠcnico tĂŠcnico agropecuĂĄrio, graduado a equipe vamos conseguir desemagropecuĂĄrio e gerente-adjunto pela UFSM-FW, mestre em Agropenhar bem a função e ampliar nomia e doutor em Fitotecnia. EstĂĄ hĂĄ seis anos e ainda mais o belo trabalho que estava sendo feiseis meses como funcionĂĄrio da Emater/RS, tamto pelos colegas Clairton Dal Forno e Mario Coelho bĂŠm atua como professor universitĂĄrio no Cesurg, da Silva [que atuavam como gerentes atĂŠ entĂŁo]. A em Sarandi. Segundo ele, apesar de ver como regiĂŁo tem uma diversidade enorme de atividades um grande desafio esta nova fase diante da instiagrĂ­colas, cada municĂ­pio tem suas peculiaridades, tuição, entende que ĂŠ importante poder contribuir e nossa função ĂŠ conseguir olhar o todo e dar uma com a Emater/RS do ponto de vista da inovação, assistĂŞncia tĂŠcnica contĂ­nua no campo, atĂŠ porque aliada com a experiĂŞncia do colega De Bona. hoje a agricultura exige muita qualificação – disse.

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GERAL

Repórter

Grupo Creluz contribuirá para conclusão da ponte que liga Rodeio Bonito a Liberato Salzano Edevaldo Stacke/Ascom Creluz

Espaço Cooperativo

Cooperativismo

Marcia Faccin

U

ma audiência pública realizada no dia 25 de junho definiu estratégias para a conclusão da obra de construção da ponte sobre o Rio da Várzea, que liga os municípios de Rodeio Bonito e Liberato Salzano e aproxima as regiões de Erechim e Frederico Westphalen. O evento foi promovido em conjunto pela Amzop, Grupo Creluz e os municípios ribeirinhos (Rodeio Bonito e Liberato Salzano) e contou com grande presença de autoridades, lideranças e a população em geral, que será a grande beneficiada por esta importante obra. A ponte representa um investimento superior a R$ 6 milhões e necessitava de um aditivo para ser finalizada, recurso este que foi negado pelo governo federal. Então são necessários R$ 522 mil para a obra ser concluída e entregue a região. Esse montante será dividido entre os municípios e o Grupo Creluz. Hoje os municípios de Rodeio Bonito e Liberato Salzano estão isolados, já que a balsa que fazia a travessia pelo Rio da Várzea foi interditada em definitivo pela Marinha do Brasil. Ainda durante a audiência pública as autoridades lançaram uma estimativa

que a obra deverá ser concluída em no máximo 90 dias. Além do projeto para sua construção e os levantamentos hidrológicos, geológicos e ambientais, a cooperativa também está doando para os municípios de Rodeio Bonito e Liberato Salzano 61,5 mil metros quadrados de área, onde serão abertos os acessos para a ponte. – Acreditamos que estamos dando uma importante contribuição para o desenvolvimento regional, fruto de uma grande união entre municípios e cooperativa. Esta é uma das mais importantes obras dos últimos tempos para o Norte gaúcho – resume Battisti. Para o presidente da Amzop, prefeito de Ametista do Sul, Gilmar da Silva, esse modelo de audiência pública poderá inclusive ser adotado pela Amzop para solucionar outras demandas e necessidades da região. O presidente da Famurs e prefeito de Palmeira das Missões, Eduardo Russomano Freire, também participou do evento, além de várias lideranças e autoridades regionais e estaduais. Também estiveram presentes os Conselhos de Administração, Ética e Fiscal do Grupo Creluz, além da auditoria externa da Dickel & Mapffi.

Acesse: www.creluz.com.br 32 | Revista Novo Rural | Julho de 2019

Administradora na Unidade de Cooperativismo do Escritório Regional da Emater/RS de FW E-mail: marcia.faccin @gmail.com

Você sabe dos benefícios de fazer parte deste universo chamado cooperativismo?

N

o primeiro sábado de julho vivemos mais um Dia Internacional do Cooperativismo, este ano com o tema “Cooperativas por um trabalho decente em nossa região”. Mais uma vez as cooperativas demonstram grandeza e unidade e seguem firmes os princípios do cooperativismo, principalmente no que se refere à intercooperação e interesse pela comunidade. Pelo terceiro ano consecutivo as cooperativas regionais, em parceria com a Unidade de Cooperativismo da Emater/RS de Frederico Westphalen, constroem juntas ações a serem realizadas em diversos municípios da região Norte do Rio Grande do Sul, Oeste de Santa Catarina e neste ano chegando também em Minas Gerais, onde a nossa cooperativa Sicredi Alto Uruguai está expandindo a área de atuação. Ações essas de cunho social com o objetivo de beneficiar ainda mais as comunidades onde estão inseridas. É um dia em que as cooperativas colocam em evidência as ações que elas diariamente realizam nos municípios onde atuam, pois como já escrevi outras vezes neste espaço, as cooperativas possuem muitos diferenciais das demais empresas e um deles é o envolvimento, comprometimento e responsabilidade em melhorar gradativamente o local onde elas atuam e estão inseridas, pois as cooperativas investem, acreditam e distribuem as sobras com seus associados e realizam muitas ações que beneficiam a comunidade como um todo. Deixo aqui um convite especial a cada um de vocês, para que participem das ações que estarão sendo realizadas nos mais diversos municípios da nossa região, converse com os dirigentes, funcionários e associados das nossas cooperativas regionais. Temos aqui ótimos exemplos que seguem os princípios e valores do cooperativismo. Valorize as cooperativas, participe ativamente das ações e atividades promovidas em seu município, não só no Dia Internacional do Cooperativismo, mas diariamente. Pois, mesmo você não sendo sócio, os lucros ou sobras serão reinvestidos onde elas estão inseridas, ao contrário de outros empreendimentos, que os lucros ficam somente com os proprietários e muitos levam para outras regiões os investimentos. Faço novamente o convite a você, que ainda não é associado de nenhuma cooperativa, a conhecer um pouco melhor o sistema, a conversar com os dirigentes, a perguntar informações sobre o andamento da cooperativa, sobre as projeções futuras, sobre as sobras e lucros dos últimos exercícios e associe-se. Tenho certeza que se você escolher uma cooperativa séria, comprometida com os princípios e valores do cooperativismo, irás tornar-se um defensor dele e verá os benefícios de fazer parte deste universo. Venha, participe e seja mais um associado do sistema cooperativo! Assim, contribuirá ainda mais para o fortalecimento e crescimento da economia regional. ATÉ MAIS!


GERAL

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Cooperativismo

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Família Cerato conta como superou as dificuldades e alcançou seus sonhos

Rudimar se inspirou na garra de seus pais e atualmente repassa os ensinamentos ao filho Adriano Divulgação

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“Tudo que aprendi, veio do meu paiâ€?. É assim que o empresĂĄrio Rudimar Cerato, de Frederico Westphalen, se emociona ao falar do pai, Rene. Ele faleceu hĂĄ quatro anos e foi quem idealizou a empresa, que atualmente trabalha com embutidos de suĂ­nos. A empresa Cerato ĂŠ totalmente familiar. Rene era auxiliar de seu pai, Lino Cerato, em um frigorĂ­fico de uma comunidade prĂłxima a GuaporĂŠ/RS. – A nossa histĂłria iniciou com o meu avĂ´. Eles se mudaram para Frederico Westphalen e trouxeram essa garra e determinação. Hoje fico ainda mais realizado em saber que meu filho estĂĄ aqui, trabalhando comigo – conta Rudimar. O filho Adriano ĂŠ graduado em Engenharia Civil. Trabalha com o pai desde os 14 anos. – É muito bonito ver a histĂłria da nossa famĂ­lia aqui nessa empresa. Sei que tudo isso ĂŠ a vida do meu pai. Compartilhar todos esses momentos deixa a nossa relação mais prĂłxima – conta Adriano. Tudo começou no porĂŁo da casa dos pais de Rudimar, com um açougue. Mas, buscando ampliar os negĂłcios da famĂ­lia, em 2001, resolveram construir uma estrutura maior, que resultou em um prĂŠdio. – Estruturamos para que nos andares de cima pudĂŠssemos morar e embaixo deixĂĄssemos nossa empresa. No entanto, acabamos dando os passos mais largos e nĂŁo conseguimos pagar nossas dĂ­vidas com os bancos – revela Rudimar. Foi entĂŁo que o Sicredi acolheu a famĂ­lia. – A minha esposa, Adriana, sempre me dizia para ir na Sicredi. AtĂŠ que um dia, passei na frente da agĂŞncia e resolvi parar. Posso afirmar que a partir daquele dia nossa histĂłria mudou, porque conseguimos dar a volta e realizar os nossos sonhos – expĂľe o empreendedor. O atendimento personalizado e humanizado fez com que a famĂ­lia Cerato pudesse escolher o Sicredi como a sua instituição financeira.

Divulgação

CONTEĂšDO PRODUZIDO PELA ASSESSORIA DE COMUNICAĂ‡ĂƒO DA SICREDI ALTO URUGUAI RS/SC/MG

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Ì࢞ A empresa Cerato fica localizada em Frederico Westphalen e, abastece toda região

– Desde que entramos no Sicredi sempre foi diferente. Os colaboradores conversam conosco, entendem quais sĂŁo as nossas necessidades e a partir disso, nos ajudam. Me emociono porque foi com o Sicredi que retomamos nossa autoestima, eles confiaram em nosso trabalho e isso, para nĂłs, ĂŠ o mais importante – relata. Atualmente ele conta com a ajuda de quatro colaboradores. Eles produzem quatro tipos de salame, frios em geral e cortes suĂ­nos. “Hoje estamos tranquilos, pensando em trabalhar e em aproveitar a vidaâ€?, reitera.

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33 | Revista Novo Rural | Julho de 2019


Cooperativismo

EMPREENDEDORISMO

Cotrifred lança marca e portfólio de produtos lácteos Indústria deve focar na produção de queijos e nata e será inaugurada no segundo semestre deste ano, somando investimentos de R$ 11 milhões

Indústria processará quatro tipos de queijo, entre outros produtos Prefeitos assinaram termo que oficializa a divisão do valor adicionado Gracieli Verde

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Gracieli Verde

O

mês de junho representou mais um marco importante para a Cooperativa Tritícola de Frederico Westphalen, a Cotrifred, tendo em vista o lançamento oficial da nova marca da cooperativa. Trata-se da Laticínios Cotrifred, que identificará toda a linha de produtos da indústria, que deve entrar em operação ainda no segundo semestre deste ano. Portanto, além das seis atividades agrícolas em que a Cotrifred atua, dos sete supermercados, das nove lojas agropecuárias, do abatedouro e dos seis pontos de recebimento de grãos, a indústria de lácteos representará mais um gesto de empreendedorismo da instituição. A Laticínios Cotrifred será responsável pelo processamento de 100 mil litros de leite por dia, deve beneficiar mais de 500 pecuaristas, empregar diretamente pelo menos 60 pessoas e receberá o investimento de R$ 11 milhões. – Na nossa região temos 1.959 produtores de leite e 61% deles são associados à Cotrifred. Hoje temos 1,2 mil associados. Esses números mostram que temos para onde crescer e trazer esses produtores para o nosso projeto. Além disso, na região da nossa abrangência temos uma produção de 247 mil litros de leite por dia, segundo a Emater/RS. O que buscamos é pelo menos 100 mil litros diários para a nossa indústria – explicou o presidente da cooperativa, Elio Pacheco, ao se pronunciar no evento de lançamento. Além desses números, Pacheco revelou projeções do ponto de vista de geração de renda e movimentação econômica da nova indústria, fator que é visto como muito positivo para o desenvolvimento regional. Em 2018, segundo o presidente, o valor adicionado gerado pelas movimentações da cooperativa somou R$ 19,1 milhões, sendo que R$ 5,5 milhões são destinados para Frederico Westphalen (onde fica a matriz). Para 2019, a projeção é que se chegue à cifra de R$ 21,5 milhões no total. – Com produtores queremos ter uma relação de fidelização junto à cooperativa, ter uma condição de preço diferenciado, primar pela qualidade da matéria-prima e distribuir os resultados. Estamos focados, como cooperativa, em resgatar a pecuária leiteira e contribuir com esta cadeia produtiva tão importante – ressaltou o presidente.

Segundo o gerente de produção da Laticínios Cotrifred, Ricardo Piton, os queijos predominarão entre os produtos do portfólio da marca. – Teremos quatro tipos de queijo, o mussarela, o prato, colonial e a ricota. Também teremos a nata e o soro resfriado a granel. Os queijos serão nosso carro-chefe levando em conta uma demanda de mercado. Hoje 95% das pessoas consome queijos, então é um mercado amplo que vale a pena ter a atenção da nossa marca – observa Piton. Ele explica ainda que a planta da indústria terá inspeção federal, o que permitirá que, no futuro, a cooperativa possa exportar produtos para fora do solo brasileiro. A indústria também contará com um posto de recebimento e resfriamento autorizado a receber 50 mil litros de leite por dia.

Presidente Elio Pacheco foi o anfitrião do evento de lançamento

Valor adicionado será dividido entre municípios da abrangência Ao lançar a nova marca, a Cotrifred também oficializou um convênio entre a instituição e as prefeituras dos oito municípios de abrangência. Com isso, fica oficialmente acordado que o valor adicionado gerado pelo empreendimento será dividido proporcionalmente entre cada município que integra a abrangência da Cotrifred.

– É o nosso papel promover o desenvolvimento regional e este gesto vai ao encontro disso – comentou o presidente, Elio Pacheco. Por essa atitude, lideranças elogiaram a postura da cooperativa. “É um gesto nobre por toda a nossa região”, disse o prefeito de Frederico Westphalen, José Alberto Panosso.

Nova marca

A marca da Laticínios Cotrifred foi desenvolvida pela equipe da Holy Agência de Publicidade. A logotipo será utilizada em todas as identidades visuais das embalagens dos produtos e demais materiais de papelaria, remetendo ao nome da cooperativa e valorizando uma história de 60 anos.


Cooperativismo

ENTREVISTA

“Acreditamos muito no Brasil, no agro e na força do produtor”

N

este mês em que se comemora Dia Internacional do Cooperativismo, a reportagem da Revista Novo Rural traz uma entrevista exclusiva com o presidente da Cooperativa Central Gaúcha Ltda. (CCGL), o experiente Caio Vianna. Uma das maiores cooperativas brasileiras, a CCGL conta com mais de 170 mil produtores, atuando nas áreas de agropecuária, de lácteos e de logística. Recentemente, também saiu do papel a Rede Técnica Cooperativa, que promete dar uma nova dinâmica neste aspecto envolvendo todas as instituições ligadas à central. É o cooperativismo dando exemplo de maturidade e posicionamento em relação à necessidade de evolução no setor e nos negócios. Na entrevista, Caio Vianna comenta sobre o atual momento econômico, a importância da intercooperação e investimentos para os próximos meses. Leia trechos da conversa.

Novo Rural – Como classifica o momento atual do cooperativismo relacionado à economia brasileira? Caio Vianna – O cooperativismo, apesar de ser uma filosofia de organização econômica e social de pessoas, deve estar atualizado com as questões econômicas e sociais, uma vez que a globalização ganhou muita força. A intercooperação, a cooperação de pessoas e depois a cooperação de segundo grau – que é o que nós como CCGL fazemos hoje, como um grupo de cooperativas do Rio Grande do Sul – foca em fazer melhor a agroindustrialização, a pesquisa agropecuária, a assistência técnica, a trocas de experiências e o manejo agropecuário. Tudo isso visa valorizar a produção e auxiliar o nosso produtor para que ele tenha sucesso na sua propriedade rural. Esta é a função preponderante das nossas cooperativas: desenvolver o nosso associado e permitir que ele viva e rentabilize sua ati-

vidade na propriedade.

Divulgação

Presidente da CCGL, Caio Vianna, comenta sobre temas que estão em debate no setor agropecuário

Novo Rural – Quer dizer que o papel da CCGL é justamente de resgatar essa intercooperação? Caio Vianna – A CCGL tem sido construída em um pensamento positivo das próprias cooperativas. É fruto de pessoas que pensam o cooperativismo e essas pessoas são os próprios presidentes de cooperativas. Não existe a possibilidade de cooperativas sobreviverem nesse ambiente empresarial, de competição de negócios, competindo com empresas privadas, se elas não prestarem serviços de qualidade e rentabilizarem o seu negócio. Para atingirem esses dois objetivos, hoje não tem como fazer isso a não ser com a cooperação de segundo grau. Através do associativismo as cooperativas agropecuárias do RS cresceram 25% em faturamento ano passado, aumentaram em rentabilidade e também em abrangência nos seus negócios. Essa experiência está nos mostrando que a intercooperação rural permite que essas instituições ganhem ainda mais espaço.

Novo Rural – O senhor acredita que isso esteja ao encontro do protagonismo do agronegócio na economia nacional? Caio Vianna – Certamente. Se nós analisarmos os grandes supridores de alimentos no mundo de hoje, as grandes potências produtoras de alimento, como os Estados Unidos, o Brasil, o Canadá, a própria Europa, vamos perceber que em termos de potencial se fala muito em expansão territorial, espaço e conservação ambiental, mas o que nós temos no Brasil? Temos mais do que isso, temos sol, temperaturas amenas e condições de produzir durante os 12 meses do ano, diferente de outros países. É por isso que considero importante o papel da Embrapa, de entidades privadas, particulares, entidades de cooperativas que fizeram e fazem pesquisas. Hoje temos técnicos e produtores com tecnologias muito avançadas. Temos produtores com boas práticas agrícolas e com respeito ao meio ambiente, com respeito à biologia, à química, ao solo, à rotação de culturas. Temos produtores atingindo produtividades e rentabilidades altas. Acredito que

este seja o “petróleo brasileiro”. Inclusive esse é um dos apelos que a Rede Técnica Cooperativa traz e por isso foi formada, para juntar toda essa força e inteligência dos pesquisadores, incluindo as escolas acadêmicas e universidades. Assim poderemos ter condições de produzir melhor, com mais sustentabilidade.

Novo Rural – Recentemente foram anunciados mais investimentos da CCGL. O que pode nos atualizar em relação a isso? Caio Vianna – Acreditamos que as ferrovias é que poderão descongestionar as nossas estradas, que não estão preparadas para receber um volume absurdo de transporte rodoviário. Por isso, um dos investimentos que estamos iniciando é em um terminal rodoferroviário em Cruz Alta, para que a gente concentre as cargas aqui nesse ramal, que é o ramal rodoferroviário mais importante do Rio Grande do Sul, que inclui o trecho Cruz Alta – Rio Grande. Também faremos investimentos no porto de Rio Grande, para melhorar o carregamento e o descarregamento.

Novo Rural – Quais os valores que serão investidos nessa infraestrutura? Caio Vianna – Este terminal de Cruz Alta será um concentrador, onde todas as co-

operativas e também outros clientes poderão trazer, via rodovias, seus produtos até aqui. A partir disso, em Rio Grande vamos ampliar a capacidade de carregamento e descarregamento. O Termasa há muitos anos tem a mesma capacidade, mas a produção agrícola do Estado cresceu muitíssimas vezes mais. Então, lá em Rio Grande a obra custará em torno de R$ 500 milhões e o terminal rodoferroviário em Cruz Alta está orçado em cerca de R$ 80 milhões.

Novo Rural – Mudando de assunto, outro tema em alta nesta temporada é a pecuária leiteira, que está sendo desafiada a seguir as INs 76 e 77, que regram novos padrões de qualidade do leite vendido à indústria. Como isso tem repercutido na CCGL? Caio Vianna – Entendemos que essas normativas são positivas do ponto de vista de buscar melhorias na qualidade do leite brasileiro. Mas, temos que ter a consciência que não temos como seguir a risca padrões internacionais, porque no campo não temos as mesmas condições de infraestrutura, estradas, energia. O produtor gaúcho é bem esclarecido e muito tradicional. Ainda assim vamos ter problemas. Precisamos ter um produtor que seja profissional, para que num futuro muito breve o Brasil possa ser um grande exportador de leite. Com a tendência mundial de urbanização das populações, o consumo de lácteos em outros países populosos vai passar a ser uma oportunidade e precisamos estar aptos a participar deste mercado.

Novo Rural – Nesse contexto, o que diria aos produtores rurais cooperativados? Caio Vianna – Acreditamos muito no Brasil, no agro e na força do produtor brasileiro. Mais do que tudo, acreditamos que o produtor, estando organizado, associados entre si e em cooperativas, temos um grande futuro para o agro brasileiro, para que seja cada vez mais importante na balança comercial do nosso país, na geração de emprego e de bem-estar da nossa população.

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Gestão para o futuro

Sucessão rural

Flavio Cazarolli

Engenheiroagrônomo, especialista em Gestão de Recursos Humanos e palestrante na área de sucessão rural. Gerencia a Foco Rural Consultoria, em Ijuí E-mail: flavio@focorural. com.br

OPINIÃO

Você sabe como fazer um planejamento sucessório?

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ste mês marca o início desta parceria com a Novo Rural, que objetiva compartilhar com os leitores da revista impressa e do site novorural.com nossas vivências e experiências como consultores na área de Gestão dos Negócios Rurais. São mais de 20 anos no dia a dia junto com famílias, técnicos e entidades, dedicados a estudar e aprender sobre a agropecuária. São temas oriundos desta experiência que queremos desenvolver neste espaço. Desejamos imensamente que tudo que for abordado aqui possa contribuir com os leitores, ajudando a todos na gratificante e honrosa missão de promover o desenvolvimento sustentável do nosso país. Nosso primeiro desafio é abordar a sucessão nos negócios familiares rurais, um assunto que tem sido debatido insistentemente nos últimos anos por diversas instituições. Nosso objetivo é orientar os produtores e suas famílias quanto às dificuldades em lidar com o assunto sucessão, apresentando os pontos que devem ser entendidos e discutidos para a construção de um processo tranquilo e exitoso.

Todo patrimônio tem herdeiros, mas poucos têm sucessores

Compreender a distinção sobre esses conceitos é o primeiro passo para o êxito de um programa de sucessão. Juridicamente o termo herdeiro (a) se refere aquele que sucede na totalidade ou em parte da herança, seja por força de lei, seja por disposição de testamento, é a pessoa para a qual será transmitida a propriedade de bens ou direitos. No entanto, para a administração, sucessor (a) é aquele que sucede a outrem ou que o substitui em cargos, funções. São situações diversas, que devem ser tratadas de forma distinta, apesar de comumente estarem relacionadas a uma mesma pessoa. Compreender a distinção desses conceitos facilita o início do planejamento sucessório nos negócios rurais e costuma ter reflexos positivos no relacionamento das pessoas envolvidas. É comum que os pais, também chamados fundadores, por terem instituído as bases do negócio atual, idealizem que seus herdeiros, ou um deles, sejam seus sucessores. O que precisa ser entendido é que por trás desta decisão existe uma escolha por parte dos herdeiros em relação ao seu futuro, quanto ao que desejam na vida. Portanto, a condição de herdeiro (a) é um fato, algo determinado por aspectos legais tornando-se uma condição. Quanto ao sucessor (a), sua determinação está em volta de uma decisão, de uma escolha, e se concretiza com um processo de desenvolvimento, de formação e profissionalização. Para um sucessor, muito mais do que receber um patrimônio, o que importa é receber um legado de conhecimento, valores e princípios empresariais.

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A dinâmica dos negócios familiares rurais

É importante entender um pouco da dinâmica dos negócios familiares rurais, evidenciando as características predominantes entre as diferentes gerações. Na primeira geração temos uma família dedicada exclusivamente para a construção de um negócio, pais e filhos dedicados e comprometidos com a empresa. Temos nessa geração uma família a serviço do negócio, onde as decisões são rápidas e voltadas para o crescimento do patrimônio, sendo que na maioria das vezes os envolvidos abrem mão de benefícios pessoais em prol da ampliação dos negócios e do crescimento patrimonial. Na segunda geração temos um grupo de pessoas que recebem um patrimônio e uma sociedade, sendo que os sócios não tiveram a oportunidade de se escolherem, ou seja, faltou a vontade livre e consciente de associar-se e assim permanecer. Evidencia-se relacionamentos familiares mais complexos, não é mais uma relação de pais e irmãos, passa a existir uma relação em grau mais distante como primos, tios, cunhados/as. Surgem interesses diversos acerca do destino do negócio que somado com a ausência de uma estrutura interna para a tomada de decisão acentuam o ambiente de conflito. Os conflitos resultantes desse processo aumentam na medida em que as gerações se distanciam dos fundadores e trazem consigo, em maior ou menor grau, duas crises: crise de liderança e crise de identidade. O resultado disso é que poucos negócios familiares rurais permanecem saudáveis na mesma família até a terceira geração. Para mudar essa realidade é necessário que se estabeleça um processo organizado da sucessão. A melhor orientação é que a sucessão seja iniciada, enquanto o sucedido estiver em plena capacidade, com energia e potência para colaborar com o sucesso do processo. É difícil identificar esse momento, já que os fundadores raramente encaram o seu auge profissional como o ponto de começar o planejamento sucessório. Por esse e por outros motivos, a sucessão é algo demorado, complexo e delicado. Os detentores do patrimônio são a figura central do processo sucessório, mas o que se transmite não é apenas o patrimônio, mas sim uma cultura e um modo de agir que se transformou em um negócio bem-sucedido. O grande desafio é promover a cooperação e comunicação entre gerações e administrar os conflitos. Muitos pontos merecem discussão quando tratamos do assunto sucessão, porém o ideal é encontrarmos disposição e criarmos um ambiente positivo no meio familiar para conversarmos sobre o assunto. Aproveite a leitura deste artigo e inicie uma discussão com seus familiares, quem sabe essas poucas palavras possam ser o incentivo para uma conversa que há tempos você deseja ter com seus sócios e familiares.

“A melhor orientação é que a sucessão seja iniciada enquanto o sucedido estiver em plena capacidade, com energia e potência para colaborar com o sucesso do processo. Por esse e por outros motivos, a sucessão é algo demorado, complexo e delicado.” Flavio Cazarolli


Campo Aberto Biblioteca virtual reúne conteúdos de Ciências Agrárias

Programa Leite a Pasto é lançado em Novo Barreiro O município de Novo Barreiro lançou o Programa Leite a Pasto, em junho, durante evento direcionado a produtores rurais. Esse trabalho tem como objetivo melhorar a atividade leiteira através de práticas como implantação de pastagem e manejo adequado, buscando o aumento da produtividade e da renda das famílias rurais. O programa foi anunciado pelo prefeito de Novo Barreiro, Edinaldo Rossetto, na presença do vice-prefeito, Volnei Tonello, do secretário Municipal da Agricultura, Cleomar Furini, e do gerente do Escritório Regional da Emater/RS-Ascar de Frederico Westphalen, Luciano Schwerz.

O Leite a Pasto é uma iniciativa da prefeitura e conta com apoio da Emater/RS-Ascar, que tem o objetivo de desenvolver a bovinocultura de leite no município. O programa disponibilizará recursos para implantação de um hectare de pastagem nas propriedades dos produtores interessados. As mudas das pastagens são produzidas em Novo Barreiro. Além da implantação da pastagem, a propriedade receberá assistência técnica e orientações para desenvolvimento de práticas de recuperação do solo e do manejo adequado da área. Em contrapartida, os produtores retornarão apenas 30% do valor investido, após seis meses.

Agricultores podem fazer pedidos de mudas de eucalipto Produtores rurais de Frederico Westphalen interessados em adquirir mudas de eucalipto têm até o dia 31 de julho para fazer a reserva, na Secretaria Municipal de Agricultura. No total, serão disponibilizadas até mil mudas de eucalipto por produtor rural – o município irá arcar com 50% do valor da muda e, em contrapartida, o agricultor deverá efetuar o pagamento de forma antecipada. A iniciativa tem como objetivo criar quebra-ventos, sombreamentos em pastagens e bosques florestais. Para realizar a inscrição para aquisição das mudas de eucalipto, o produtor rural pode se dirigir até a Secretaria Municipal de Agricultura, das 8 horas às 12 horas e das 13h30min às 17h30min, ou fazer a reserva via telefone 3744-6784. A entrega das mudas ocorrerá na primeira semana de agosto.

Aplicativo auxilia produtor a avaliar desempenho de ervais

Marcela Buzatto/Emater/Divulgação

A Associação Gaúcha de Professores Técnicos de Ensino Agrícola (Agptea) criou no site da entidade uma biblioteca virtual, para servir como ferramenta de estudo para alunos e professores. Nela, são apresentados componentes curriculares do ensino agrícola, disponibilizando conteúdos distribuídos em três áreas: Agricultura, Zootecnia, Administração Rural e Projetos. Para acessar, basta usar o endereço virtual www.bibliotecaagptea.org.br.

GERAL

O aplicativo Manejo Matte, que pode ser instalado em tablets e celulares, promete auxiliar o produtor de erva-mate a realizar diagnósticos em áreas plantadas e sugerir melhorias no manejo. O sistema é considerado de fácil operação e foi lançado pela Embrapa Florestas. O produtor escolhe um talhão do erval e responde a perguntas objetivas e o programa gera um diagnóstico e indica soluções para melhorar o potencial produtivo da cultura. A base de análise do aplicativo é o Sistema Erva 20, um conjunto de práticas em ervais plantados que visam ao aumento da eficiência e sustentabilidade do cultivo de erva-mate. A adoção de melhorias no sistema de produção é capaz de incrementar a produtividade e aumentar a qualidade por meio de boas práticas do dia a dia, como plantio, poda, adubação, controle de plantas daninhas, renovação do erval, entre outras.

Lançamento ocorreu durante seminário que reuniu agricultores locais

Substituição tributária do vinho será extinta O governo do Estado gaúcho confirmou em junho que está garantida a eliminação da substituição tributária de vinho e espumantes, cujas alterações necessárias devem ser concluídas em julho. O RS pretende deixar de aplicar a substituição nas operações internas a partir de 1º de setembro de 2019. A medida havia sido implementada em 2009, por solicitação das vinícolas gaúchas. Antes, o Rio Grande do Sul nunca havia concordado em incluir o vinho na substituição tributária. Para tanto, foi considerado que outras unidades da federação a implementaram e, assim, as vinícolas foram obrigadas a pagar a substituição para os outros Estados.

Nos últimos anos, entretanto, tendo em vista a descapitalização de algumas empresas, gerou financiamentos e dívidas bancárias que oneram o capital de giro das vinícolas. Por isso, os empresários solicitaram que o governo estadual eliminasse a substituição para vinhos e para espumantes nas operações internas no RS. A medida pretende melhorar o fluxo financeiro das empresas nas vendas dentro do Estado.

Para baixar o aplicativo, acesse a Google Play por meio do código

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Qualidade de vida

CULINÁRIA

Oferecimento:

Lanches “fora de hora” podem ter opções saudáveis Comer entre os intervalos do almoço e jantar é considerado um hábito saudável, desde que as opções de lanches também sejam sadias. Além de frutas, você pode experimentar algumas receitas que demandam um tempinho na cozinha, mas que são saborosas, duram quase a semana toda e podem salvar o seu lanche. Veja algumas opções

Pão integral de abóbora Modo de preparo

Ingredientes • 1 ½ xícara de massa de polpa da abóbora • 1 ½ xícara (chá) de farinha de trigo • 1 ½ xícara (chá) de farinha de trigo integral • 1 ½ xícara (chá) de aveia em flocos finos • 1 ½ xícara (chá) de linhaça triturada • 2 colheres (sopa) rasas de açúcar mascavo • 2 colheres (sopa) rasas fermento seco para pão • 1 colher (sopa) rasa de sal • 2 colheres (sopa) cheias de manteiga sem sal • 1 ovo

Cozinhe a abóbora somente com água, escorra e transforme-a em purê, depois coloque em uma bacia a farinha de trigo, a farinha de trigo integral, a aveia em flocos finos, a linhaça triturada, o açúcar mascavo, o fermento e o sal e misture bem. Após, junte à massa a abóbora, a manteiga, o ovo e sove até desgrudar das mãos, mas que fique bem macia. Deixe crescer até dobrar de volume. Modele o pão e coloque em forma untada para crescer novamente. Depois de crescido, asse em forno médio, 180 °C por 45 minutos.

Dica: Experimente criar opções de sanduíches. O recheio você escolhe, pode ser embutidos, verduras, legumes ou outros ingredientes de sua preferência. Para o transporte deles, use um recipiente térmico.

Colaborou: Dulceneia Haas Wommer, da Emater/RS-Ascar

Biscoito de aveia e mel Ingredientes • 3 colheres de sopa de mel • 3 colheres de sopa de açúcar mascavo • 2 colheres de sopa de manteiga • 1 ovo • 1 xícara de chá de aveia • 1 xícara de chá de farinha de trigo • 1 colher de chá de fermento em pó

Modo de preparo Em uma vasilha adicione o mel, manteiga, ovo e açúcar. Misture tudo até ficar homogêneo. Depois, incorpore a farinha de trigo e aveia e misture, perceba que a massa fica densa. Adicione o fermento e dissolva. Separe uma assadeira, unte com manteiga e separe porções desse biscoito com ajuda de uma colher. Leve ao forno médio pré-aquecido por 15 minutos ou até dourar e ficar resistente. Espere amornar e sirva.

Dica: Você pode

acrescentar outros ingredientes como canela ou para aproveitar a oferta de frutas cítricas, coloque raspas de limão ou laranja.

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Qualidade de vida CĂĄ entre nĂłs DulcenĂŠia Haas Wommer

Assistente tĂŠcnica regional social da Emater/RS- Ascar de Frederico Westphalen e-mail: dwommer@emater.tche.br

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DIA DO HOMEM! Sim, tambĂŠm se pode comemorar com eles!

I

sso mesmo! Para nĂŁo dizer que nĂŁo falo neles, neste mĂŞs vamos falar sobre uma data que poucos sabem da existĂŞncia. É o Dia Nacional do Homem, dia 15 de julho. Tem ainda o Dia Internacional do Homem, em 19 de novembro. A proposta de alertar a população masculina teve apoio da Organização das Naçþes Unidas, a ONU, e tem o intuito de melhorar a relação de igualdade entre gĂŞneros, alĂŠm de dar destaque aos papeis positivos empenhados pelos homens e a responsabilidade que deve ter com sua saĂşde. De acordo com um estudo realizado pelo Ibope MĂ­dia, a classe masculina tem se esforçado para participar do dia a dia da famĂ­lia, ajudar nas tarefas de casa e estĂĄ se preocupando cada vez mais com a aparĂŞncia. VocĂŞ pode estar se perguntando coisas do tipo: serĂĄ que homem chora? Homem chora sim, como diz a mĂşsica de Edy Britto e Samuel, com participação do Gustavo Lima: “Se a maioria ĂŠ tĂŁo forte, eu vou falar por mim, homem chora simâ€?. Para saber um pouco mais o que pensam sobre este novo momento na sociedade, conversei com alguns amigos homens. Como eles enxergam os relacionamentos? O empoderamento das mulheres? A educação dos filhos? Vamos Ă s percepçþes deles! – Para um professor: “Aquela ideia de ser forte, nĂŁo ser sentimental e nĂŁo cuidar da aparĂŞncia jĂĄ era! Historicamente, homem teve que convencer a sociedade e a si mesmo todos os dias a sua condição de homem, verdadeiro macho.â€? Me contou ainda que foi criado nĂŁo precisando ajudar nos afazeres domĂŠsticos, “para isso tinha a mĂŁe e duas irmĂŁs!â€?, dizia o pai. “PorĂŠm, hoje entendo as mudanças culturais, mas reconheço que ĂŠ difĂ­cil em apenas uma geração desvincular sĂŠculos de opressĂŁo masculina. Mas estamos em bom caminho!â€? – Para um engenheiro-agrĂ´nomo: “Homem nĂŁo nasce machista, mas aprende esses comportamentos desde os brinquedos que ganha na infância. Hoje ĂŠ necessĂĄrio compartilhar tudo para ter vivĂŞncia longa nos relacionamentos, senĂŁo vira ‘aturamento’. Precisamos viver olhando para frente e ser o que se ĂŠ e nĂŁo o que os outros querem. Igualdade por natureza, nĂŁo por competição!â€? – Para um administrador: “O que mu-

daram foram as relaçþes, o que vale ĂŠ o momento, o tempo junto estĂĄ dando lugar para o individualismo. As redes sociais dividem o tempo com relacionamentos na virtualidade e nĂŁo de uniĂŁo de tempo. Filhos buscando profissionais para conversar sobre suas angustias e a vida real. Ou os pais acompanham estas etapas ou cada vez mais teremos problemas com as geraçþes que estĂŁo vindo!â€?. Este tambĂŠm admitiu ainda que as mulheres tĂŞm um longo caminho ainda a percorrer para conseguir a igualdade tĂŁo almejada. – JĂĄ um agricultor me disse que vĂŞ com bons olhos todo este esforço que as mulheres fazem para mostrar sua capacidade. “Na ĂŠpoca do meu avĂ´, homens nĂŁo deviam pegar os filhos no colo, pois era papel da mulherâ€?. EntĂŁo, em termos de afetividade, observa que melhorou muito e que os casais que caminham com igualdade prosperam juntos! Pois bem! Isso sĂł reforça que os homens tambĂŠm precisam falar sobre esses temas. Que tal o desafio de organizar um Encontro dos Homens, como jĂĄ acontece em cidades maiores? Para entender a complexidade dos relacionamentos com mulheres, com os filhos, as cobranças culturais, dores emocionais e como se portar daqui para frente? SerĂĄ que esperam por nĂłs para organizar isso? (risos) Muitas mulheres carregam cicatrizes mentais, fĂ­sicas e manipulação emocional. Para mudar este cenĂĄrio, necessĂĄrio descontruir o “machismoâ€? e dar espaço a este novo homem, mais companheiro, com comportamento que entende o empoderamento feminino, com respeito, igualdade social e profissional, voz e liberdade. Claudio Serva, terapeuta que trabalha com grupos de homens em SĂŁo Paulo, falou em um programa de televisĂŁo recentemente que hoje se fala muito em masculinidade tĂłxica. “DifĂ­cil exterminar, mas o homem pode cuidar para nĂŁo ter atitudes machistas, observar, voltar atrĂĄs, pedir desculpasâ€?. Ele ainda reforçou a necessidade de educar as crianças para nĂŁo reproduzir comportamentos machistas. EntĂŁo, vamos comemorar? Por vocĂŞ, homem, ter lido esta coluna atĂŠ aqui e pelo Dia do Homem! ATÉ MAIS!

OPINIĂƒO

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40 | Revista Novo Rural | Julho de 2019


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