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1 | Revista Novo Rural | Agosto de 2019
Carta ao leitor ALEXANDRE GAZOLLA NETO
Professor e empresário do agronegócio, diretor da Novo Rural
Os desafios para conciliarmos no planejamento: produtividade, custos de produção e rentabilidade na safra de verão que se aproxima
“A gestão financeira, mais do que nunca, será o grande desafio para o agricultor brasileiro em mais uma temporada”.
Em tempos que se fala tanto sobre sustentabilidade na agricultura, as coberturas de solo estão em alta, afinal, se mostram como ferramentas eficientes no processo de conservação e recuperação das áreas. Nas fotografias enviadas pelo representante comercial Alexandro dos Santos, da Sematter Sementes, ele mostra áreas cultivadas com o Raíx (RX 610), na Esquina Becker, em Palmeira das Missões. No caso desta lavoura, isso faz parte do manejo pré cultivo de milho. Foram verificadas raízes de mais de 1,5m em área irrigada. Fotos: Alexandro dos Santos/Sematter
A
rotina de planejamento, aquisição de insumos, equipamentos e tecnologias para a safra 2019/2020 está em pleno vapor. Entre os principais desafios está a otimização dos custos de produção e o aumento da rentabilidade final líquida das atividades. Esta preocupação não faz parte somente da rotina dos técnicos e agricultores relacionados à produção de grãos, mas de todos os envolvidos nos diversos segmentos e atividades associadas aos sistemas de produção agropecuários. Neste momento é fundamental contabilizar os investimentos e a rentabilidade em cada atividade, sempre correlacionado com as safras anteriores da fazenda, com a finalidade de estabelecer
Foto do leitor
um check-list das atividades que são indispensáveis para aumentar o desempenho da propriedade e seus negócios. Independentemente do momento econômico que o agronegócio enfrenta, o agricultor precisa transformar a forma de projetar a sua safra. Em diversas oportunidades a maior preocupação é obter altos rendimentos e só após a colheita se verifica a margem. O ideal é pensar de forma sistêmica, analisando diferentes cenários de produtividade e rentabilidade. Com o dinamismo e as constantes mudanças de mercado, clima e tecnologias, o planejamento precisa ser parte integrante da rotina dos técnicos e empresários rurais.
Veja algumas práticas de manejo e gestão que podem ser aliadas nesta safra • Escolha os fornecedores de insumos • Defina as espécies, cultivares e ciclo de produção • Planeje a semeadura e a aplicação de herbicidas • Faça o manejo de pré-semeadura • Avalie a necessidade de empréstimos para custeio da lavoura • Tenha na ponta do lápis a gestão dos custos fixos e variáveis associados à atividade • Faça a compra antecipada dos insumos • Outra alternativa é negociar antecipadamente a produção através de contratos futuros ou similares. Avalie o que pode ser mais vantajoso • Se informe sobre tendência dos preços e variações da taxa de câmbio • Acompanhe sempre as previsões climáticas para a região • Participe de feiras agrícolas e eventos na busca por novas tecnologias e técnicas de manejo • Interaja com agricultores que estão colhendo com mais rentabilidade. Você pode se inspirar no manejo usado por eles para rentabilizar mais
Destaques da edição Nessa perspectiva, a edição de agosto traz informações estratégicas para a safra de milho, com foco no manejo da cultura, que é considerada fundamental para o Sul, tendo em vista a cadeia produtiva de carnes. Essencial dizer que construir lavouras com alto potencial produtivo começa no processo pré-semeadura. Outro tema que norteia esta edição é a calagem, com informações da Rede Técnica Cooperativa, da CCGL, inclusive com dados de pesquisa que apontam a necessidade desse procedimento em grande parte de lavouras cultivadas no Estado. A reporta-
gem também traz a repercussão do acordo que deve ser firmado entre o Mercosul e a União Européia, com opiniões de economistas inseridos no nosso setor. Fica também o convite para a leitura das colunas opinativas, que trazem temas variados e extremamente pertinentes para o nosso dia a dia no setor agropecuário. São pessoas que somam na rotina da Novo Rural como plataforma de conteúdo especializado no campo. Acompanhe também outras novidades do setor, com foco em agricultura, pecuária, negócios e tecnologia, pelo portal www.novorural.com.
A revista Novo Rural é uma publicação realizada em parceria com
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Desenvolvimento de mercado
Alexandre Gazolla Neto Patricia Cerutti
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Reportagem
13 mil exemplares
Fone: (55) 2010-4159 Endereço: Rua Garibaldi, 147, sala 102 - B. Aparecida Frederico Westphalen/RS 2 | Revista Novo Rural | Agosto de 2019
Rafaela Rodrigues Abrangência: Rio Grande do Sul, Oeste de Santa Catarina e Sudoeste do Paraná.
Site e redes sociais Camila Wesner
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Nossas agências já estão com os recursos disponíveis. A gente é especialista no campo e em soluções financeiras. Por isso, fique tranquilo recebendo nossa consultoria para potencializar seus resultados. Fale com o seu gerente. • Custeio • Investimento • Comercialização • Industrialização
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3 | Revista Novo Rural | Agosto de 2019
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Fernanda Viacelli Falcão, de Passo Fundo/RS
Graciel Albino Maggioni, de Sarandi/RS
“A liderança feminina vem crescendo ao longo dos anos. Existe uma nova estrutura agropecuária sendo formada, engajada em inovação tecnológica, segurança alimentar, conectividade e desenvolvimento sustentável, onde o campo estará cada vez mais conectado ao consumidor final. E para tudo isso a gestão, em seu mais amplo aspecto, será cada vez mais necessária. Um novo empresário rural, conhecedor de toda cadeia e com novas soluções tecnológicas, se faz necessário. Nesse contexto, o papel da mulher é fundamental. Ela já faz parte do agro e se tornará cada vez mais essencial nos negócios. Uma em cada quatro mulheres do agro tem formação superior, contra um em cada cinco homens. Essa profissionalização faz parte do dia a dia da mulher, que busca ao máximo a excelência nas atividades que realiza, trazendo rentabilidade e sustentabilidade ao agro.”
“O clima nos últimos dias foi favorável para nós, houve uma pausa e também pequenos períodos de chuva. Nós estamos com uma perspectiva ótima de safra, salvo que no trigo pode haver reviravoltas, uma geada fora de época, uma chuva na hora da colheita ou floração, fatores que podem ocasionar perdas, mas até o momento, estamos com expectativa de safra cheia e não registramos nada nesse sentido. O tempo também colaborou para a aplicação de herbicidas, tivemos uma semana de frio extremo e na sequência a temperatura aumentou, um clima ideal para os agricultores entrarem no campo e fazerem a aplicação, inclusive no azevém, principal planta daninha que prejudica o trigo. As chuvas escalonadas também favoreceram a aplicação de nitrogênio e uréia, a maioria dos produtores fizeram a aplicação nesse período, que se deu nos últimos dias de julho na região Norte, que por sua vez, também favoreceu a diluição da ureia e melhor absorção das raízes do trigo. É bom ficar de olho na previsão do tempo e manter cautela, fazer a nossa parte no que diz respeito aos tratos culturais”.
Gerente técnica na Sementes Falcão
Eduardo Brugnara, de Chapecó/SC Pesquisador da Epagri/Cepaf
“Os citricultores têm enfrentado dificuldades com o manejo dos pomares por causa do tamanho das plantas adultas, que dificulta a colheita e os demais tratos culturais. Muitos pomares do Sul do Brasil foram implantados há anos, com um espaçamento entre plantas muito estreito para o tipo de porta-enxerto utilizado. Existe uma forma de contornar o problema ao implantar um novo pomar: usar porta-enxertos de baixo vigor ou nanicantes. O uso do porta-enxerto trifoliata padrão é comum no Rio Grande do Sul e já representa uma forma de controle de vigor das plantas se comparado ao limoeiro cv. cravo e ao citrumeleiro cv. swingle. Porém, há porta-enxertos como o Trifoliata Flying Dragon, que tem a capacidade de reduzir a altura das plantas adultas em 30% a 40%. Na região Sudeste do Brasil já se usa este porta-enxerto para limeira-ácida (limoeiro) cv. Tahiti. Entretanto, o uso de porta-enxertos nanicantes pode ser um negócio ruim se não for utilizada a densidade de plantio correta, pois o menor crescimento das plantas pode retardar a chegada ao pico de produção do pomar. Além disso, cultivares produtoras (copas) que são naturalmente pouco vigorosas não devem ser enxertadas em portaenxertos nanicantes, pois o tamanho das plantas pode ser reduzido demasiadamente, comprometendo a produtividade do pomar. A principal limitação do uso de porta-enxertos nanicantes no Sul do Brasil é a disponibilidade de mudas”.
4 | Revista Novo Rural | Agosto de 2019
Técnico agropecuário da Emater/RS-Ascar
Dara Campos Milczarek, de Coronel Bicaco/RS Engenheira-agrônoma e MBA em Gestão do Agronegócio
“Não há dúvida que o agronegócio está cada vez mais presente no nosso cotidiano. É dele que vem boa parte dos produtos essenciais da nossa vida, desde o alimento que vai a nossa mesa ao combustível, por exemplo. Um setor que vem crescendo em ritmo acelerado e combinado com as tecnologias, que são a todo momento ofertadas no mercado. Por englobar a cadeia de produtos e serviços ao longo do processo produtivo, também necessita de profissionais qualificados para trabalharem com a sua gestão, que consiga analisar, planejar e minimizar os riscos, antes, durante e após a produção, além de entender os fatores que afetam a oferta, a demanda, as fronteiras de mercado, bem como conhecer as diferentes estruturas de mercado existentes”.
Interação ON-LINE Inovação no agro A repercussão do 2º Workshop do Projeto Construindo e Desafiando a Produtividade – Connect Farm continua nas plataformas da Novo Rural. A cobertura exclusiva realizada pela equipe mostra o quanto a agricultura estå buscando eficiência nos processos e mais rentabilidade no bolso, mas com foco na sustentabilidade. Produtores da região tambÊm estão inseridos nesta iniciativa, que promete um novo cenårio para o agronegócio do ponto de vista de gestão e resultados na lavoura.
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Creluz inaugura trilha ecolĂłgica
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Na fanpage da Novo Rural você tambÊm pode acompanhar conteúdos relacionados à Creluz na região. Uma das mais recentes foi a oficialização de uma trilha ecológica em Pinhal, na estrutura do horto florestal. Esta Ê mais uma das iniciativas da cooperativa de eletrificação para difundir questþes relacionadas à preservação ambiental.
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5 | Revista Novo Rural | Agosto de 2019
Agricultura
MAQUINĂ RIOS
Elas tambĂŠm querem saber mais sobre o universo agro
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om test-drive, palestra e muita interação, um grupo de mulheres, clientes da ItaimbÊ Måquinas – Concessionåria Massey Ferguson – teve a oportunidade de interagir e conhecer mais sobre a empresa, em Santa Maria, no dia 10 de julho. Trata-se do Conexão ItaimbÊ Mulher, que ocorreu na matriz da empresa, liderado pela equipe de comunicação da marca. O grupo de clientes foi recepcionado pelo diretor da ItaimbÊ, Rudiney Doeler, acompanhado da equipe de gerentes da matriz, bem como demais colaboradores.
Gracieli Verde
ConexĂŁo ItaimbĂŠ Mulher reĂşne clientes da abrangĂŞncia da empresa em Santa Maria e traz palestra sobre sucessĂŁo AlĂŠm de conhecerem a loja e toda a estrutura que a ItaimbĂŠ congrega em Santa Maria, as clientes puderam participar de uma palestra sobre gestĂŁo e sucessĂŁo rural com o engenheiro-agrĂ´nomo e consultor Flavio Cazaroli. Cazaroli deu dicas prĂĄticas de como melhorar o relacionamento familiar com vistas a viabilizar sucessĂľes exitosas nas propriedades rurais, trazendo exemplos que vĂŞ a campo, no trabalho rotineiro atravĂŠs da Foco Rural, empresa de consultoria da qual ĂŠ sĂłcio em IjuĂ. – Um dos maiores desafios ĂŠ entender-
Grupo de mulheres pĂ´de conhecer mais a linha de tratores e demais maquinĂĄrios da Massey Ferguson
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Agricultura
Gracieli Verde
QUER SABER MAIS SOBRE COMO FOI O EVENTO? Acesse o conteúdo do Canal Novo Rural pelo link bit.ly/ ConexaoItaimbe Ou acesse através do código
Brindes especiais foram sorteados entre as clientes participantes
tores e demais equipamentos da marca Massey Ferguson. – Trazer nós aqui para conhecer mais sobre o agronegócio e sobre os maquinários é muito importante. Estamos cada vez mais no mercado de trabalho e esta é uma forma de valorizar as mulheres – ressaltou a servidora pública e produtora rural Monica Drebes, de Lajeado do Bugre.
Diretor da Itaimbé, Rudiney Doeler
Gracieli Verde
mos até onde vai a fronteira dos negócios e da família nisso tudo. É importante que tenham uma gestão flexível, mas ao mesmo tempo com regras, para que a propriedade rural seja gerenciada como um negócio e a família siga sendo família – observou. Para o diretor da Itaimbé, o empresário Rudiney Doeler, foi motivo de satisfação poder aproximar ainda mais a equipe com as clientes, uma experiência que deve se repetir. – É salutar podermos falar de temas tão importantes para o agronegócio, como a gestão e a sucessão. As mulheres têm um papel fundamental nisso e esse debate fomenta reflexões sobre a forma que conduzimos esses processos internamente, seja na propriedade, na empresa ou na família – disse. A experiência vivenciada pelo grupo de mulheres foi elogiada pelas participantes. “Temos que nos reunir mais vezes e trazer os homens para o debate também”, disse uma das participantes. “Além de conhecer a empresa, é uma oportunidade de fazer novas amizades”, exclamava outra. E assim, entre um test-drive e outro, elas puderam sanar dúvidas sobre maquinários e conhecer mais sobre a tecnologia dos tra-
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Santa Maria Cacequi Cachoeira do Sul Palmeira das Missões Panambi Júlio de Castilhos 7 | Revista Novo Rural | Agosto de 2019
Agricultura
PORONGO
A criatividade que influencia na melhoria da rotina agrícola Produtor de porongos investe em equipamento para agilizar a colheita e driblar a escassez de mão de obra Gracieli Verde
jornalismo@novorural.com
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espírito empreendedor do agricultor Adilson Gonçalves e do filho Cássio já foi evidenciado nas páginas da Revista Novo Rural, em 2017, quando a reportagem mostrou a produção de porongos mantida em Palmeira das Missões – quinto município no ranking dos maiores produtores de soja do Estado. Adilson é natural de Vicente Dutra, onde tradicionalmente o porongo marca presença anualmente em pelo menos 900 hectares, segundo a Emater/RS. Ele mudou-se para Palmeira das Missões e investe na cultura em áreas consideradas ineficientes para a soja. A estratégia deu certo e hoje a família Gonçalves já se tornou referência na produção de porongos, com a finalidade também de produzir cuias personalizadas. É a tão falada agregação de valor vista na prática. Nesse processo, o produtor contou com assessoramento da equipe da Emater/RS e tem no Carijo da Canção Gaúcha – festival reconhecido no meio tradicionalista em todo o Sul – um mercado sólido para o produto final. Neste ano, a reportagem voltou à propriedade de Gonçalves, desta vez motivada por outra iniciativa do produtor. Nesta safra ele estreou um equipamento idealizado e mon-
8 | Revista Novo Rural | Agosto de 2019
tado por ele mesmo para agilizar a colheita. Com áreas em Palmeira das Missões e Parobé, Adilson e Cássio somaram cerca de 150 hectares da cultura nesta temporada. – Na época de colheita era sempre aquela dificuldade de conseguirmos mão de obra suficiente para dar conta da demanda. Neste ano pensei que precisaríamos de uma alternativa. Cheguei a ter 16 pessoas trabalhando como diaristas e isso se tornava caro. Com esse número de pessoas chegamos a colher 3,5 mil cuias por dia. Agora, com esse equipamento, chegamos a colher uma média de 7 mil a 8 mil cuias por dia – revela o agricultor. Esse equipamento a que ele se refere foi montado usando como base um pé-de-pato, equipado com uma polia, correia e estruturas de madeira. Isso porque, ao coletar os porongos, estes já são cortados na lavoura. O acabamento da limpeza para então fazer as cuias é efetuado em um processo posterior, já no galpão. – Se eu somar o custo de tudo que usei, muita coisa já tinha em casa, não passou de R$ 500 – exclama Adilson, contente com o resultado mais ágil na lavoura na hora de colher os frutos do porongo, principal fonte de renda para a família. Conectado no trator, o equipamento usa a força de um motor para fazer girar as lâminas que começam dar forma às cuias, tão usadas para o chimarrão. Por mais que existe o custo com o óleo diesel usado no trator, isso nem se compara com o valor pago em mão de obra humana – dos 16 trabalhadores que eram contratados temporariamente, nesta safra foram necessárias apenas cinco pessoas. Gonçalves estima uma economia de cerca de R$ 90 mil nesta temporada graças à “engenhoca” – nada mal, considerando que são pelo menos três meses de trabalho para tirar a cultura de todas as áreas cultivadas.
Produtividade Um dos desafios enfrentados pelo produtor é no manejo de solo dessas áreas destinadas para o porongo. Como há dificuldade para implantar um sistema de rotação de culturas, se percebe que a produtividade vem baixando em alguns talhões. O controle de ervas daninhas também é outra dificuldade. Mas, em conjunto com a equipe técnica da Emater/RS de Palmeira das Missões, já se estuda alternativas para mudar esse cenário. Mesmo assim, Adilson e o filho Cássio são entusiastas da cultura. Hoje a produtividade chega a sete mil cuias por hectare.
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Fotos: Gra
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OFERECIMENTO
Alexandre Gazolla Neto
Agricultura
Engenheiroagrônomo, mestre e doutor em Ciência e Tecnologia de Sementes. É diretor da Novo Rural, professor na Universidade Regional Integrada – Campus de Frederico Westphalen/RS, além de diretor do O Agro Software para o Agronegócio e da Vigor Consultoria para o Agronegócio
BOLETIM TÉCNICO
Entenda quais fatores ocasionam a morte de plantas na emergência da soja Veja algumas técnicas de manejo que beneficiam o agricultor no momento da semeadura
Gráfico 1 Faixas de temperatura mínima (ºC), ótima e máxima para emergência das plantas de diferentes culturas 41
41
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avouras em diversas regiões do Sul do Brasil apresentaram problemas relacionados à morte de plantas no período de estabelecimento e desenvolvimento inicial da cultura na semeadura da soja na safra 2018/2019. No Rio Grande do Sul, houve excesso de chuvas no mês de outubro e início de novembro de 2018, atrasando a semeadura da cultura. Esse cenário dificulta a obtenção de condições ideais de umidade do solo e temperatura para a semeadura, obrigando diversos agricultores a realizar a implantação da cultura em condições não ideais para a emergência de plantas.
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Umidade do solo
Gráfico 2 Teores de água para germinação de diferentes espécies
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Milho
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10 | Revista Novo Rural | Agosto de 2019
42
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Soja
As condições de solo encharcado, compactado e com problemas de drenagem, associadas ou de forma individual, resultaram em morte de plântulas de soja logo após a emergência. Com relação ao ambiente, os solos excessivamente encharcados e com temperaturas entre 15°C e 20 °C, são extremamente favoráveis ao desenvolvimento de Pythium e Phytophthora, enquanto que solos úmidos e quentes são ideais para a proliferação de Rhizoctonia. A ocorrência e a intensidade destas doenças é maior ou menor em função da cultivar, da qualidade das sementes e do tratamento de sementes utilizado.
O tombamento de plântulas (Rhizoctonia solani) esteve entre as principais doenças que afetaram as áreas de cultivo de soja no Sul do Brasil na safra 2018/2019. Sua ocorrência está presente em diversas culturas, como milho, soja e feijão. A incidência e a gravidade desta doença estão relacionadas as condições do solo e a rotação de espécies na área de cultivo. Os sintomas mais graves aparecem após a emergência, quando pode haver atraso no desenvolvimento da planta, deformação e descoloração dos caules e necrose do tecido vascular. De maneira geral, diversos patógenos são beneficiados quando a germinação da soja se dá de forma lenta, isso ocorre porque os tecidos tenros das plântulas emergidas possuem menor resistência à infecção por doenças.
“Precisamos preconizar condições ideais de temperatura e umidade do solo para emergência de plantas.”
Como prevenir o problema Entre as principais medidas preventivas que podem ser adotadas pelos técnicos e agricultores para evitar perdas de plantas em áreas de produção durante o desenvolvimento inicial da cultura da soja, destacam-se: Respeitar a faixa ideal de umidade e temperatura do solo para implantação da lavoura. A utilização de semente legal garante índices mínimos de germinação e vigor. Elevados níveis de vigor na semente garantem um estabelecimento uniforme e rápido da cultura, promovendo um menor período de suscetibilidade aos patógenos. Além disso, sementes sem garantia de procedência podem estar contaminadas por patógenos, gerando maiores prejuízos no estabelecimento. A utilização de cultivares resistentes, adaptadas à solos compactados e com dificuldade de drenagem.
O tratamento industrial de sementes com produtos eficientes e aplicação uniforme sobre as sementes. Devemos considerar que cada semente é uma unidade produtora de grão e todas necessitam estar protegidas no campo com a dose recomendada do ingrediente ativo em questão. A rotação de culturas apresenta grande importância no manejo de diversas doenças, isso porque a utilização de espécies diferentes permite reduzir as populações de determinados patógenos. A uniformidade no processo de semeadura e distribuição de sementes garante a obtenção de estandes de plantas adequado e uniforme.
11 | Revista Novo Rural | Agosto de 2019
Agricultura
SAFRA 2019/2020
As expectativas para o milho Reportagem da Novo Rural checou o que pode se esperar para o mercado de milho para o próximo ciclo. Também separamos dicas valiosas para estabelecer lavouras com alta capacidade produtiva
Gracieli Verde | Rafaela Rodrigues jornalismo@novorural.com
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hegado o mês de agosto é evidente que o milho começa ter suas projeções para mais um ciclo produtivo. No Estado, na safra 2018/2019, foram cultivados 738 mil hectares. Para a safra 2019/2020, a Emater/RS-Ascar estima uma redução de área no Rio Grande do Sul – mas os dados serão revelados somente na Expointer 2019, segundo o diretor técnico da instituição, Alencar Rugeri. Apesar disso, nas regiões de Frederico Westphalen e Passo Fundo se vê um pequeno incremento nas áreas, de 3,5% e 8,5%, respectivamente, segundo o gerente da Emater/RS para as regiões do Médio Alto Uruguai e Rio da Várzea, o agrônomo Luciano Schwerz. Com uma safra 2018/19 estimada em 98,5 milhões de toneladas, o milho é a segunda cultura de maior produção no Brasil e está no centro de uma cadeia produtiva que ajuda a viabilizar a produção de carnes, leite e ovos, entre outros alimentos essenciais para a segurança alimentar em solo nacional e fora dele, como bem diz o economista Nilson Luiz Costa, que coordena o Mestrado em Agronegócios na UFSM – Campus de Palmeira das Missões. Por isso, é uma atividade agrícola considerada extremamente importante. – A evolução desta cultura é um case de sucesso em nosso país. Dados da Conab mostram que entre os anos-safra 1976/77 a 2018/19, a área plantada cresceu 46%, a produtividade aumentou 250% e o crescimento na produção chegou a 847% e nas últimas três décadas, a média de crescimento das exportações brasileiras foi de 37,21% ao ano – explica o economista, que é doutor em Ciências Agrárias.
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Importância do cereal não isenta produtor do custo de produção, que é considerado alto Mesmo assim, o custo considerado alto para implantar as lavouras de milho tem repelido muitos investidores, que acabam priorizando a soja, considerada mais barata e mais fácil de produzir, o que gera uma margem de lucro mais competitiva. Além disso, há quem sinalize como inadequado o seguro da produção sugerido pelo governo, que cobre muito pouco o produtor quando se tem perdas por clima ou outros fatores – 86 sacas/hectare. – Nos últimos anos tivemos um aumento substancial no custo da semente do milho. Infelizmente, por mais que saibamos da importância do milho para a cadeia produtiva, há muito risco para o produtor – pontua o coordenador da Comissão de Grãos da Farsul, Elmar Konrad. Segundo ele, a orientação da entidade é que o produtor avalie as tendências climáticas e como isso pode afetar a sua propriedade. Isso por que a cultura do milho é considerada mais sensível à falta de chuvas, por exemplo. “O ideal é que tivéssemos mais áreas irrigadas, mas não conseguimos avançar nos últimos anos. Na situação em que o Estado se encontra, nem tem como cobrar medidas de incentivo do governo”, revela, em tom de preocupação. O diretor-técnico da Emater/RS, Alencar Rugeri, assi-
nala que é importante levar em conta não apenas a questão econômica, mas técnica do sistema de produção adotado. – O que preconizamos é que o produtor faça a gestão da propriedade, tenha profissionalismo na atividade e também planejamento. Nós ainda temos algumas dificuldades nesses três fatores – acredita, especialmente em relação à rotação de culturas. É claro que há agricultores preocupados com esse fator e que levam esse manejo à risca. – Todo ano faço uma parte da lavoura com milho, para garantir a rotação de culturas. No nosso caso montamos um projeto para cada safra e por isso planejamos sempre incluir o cereal – revela o agricultor Arlei Forbrig, de Boa Vista das Missões, que vai destinar 24 hectares para o milho neste ciclo. Da mesma forma o agricultor Cornelis Uitdewilligen, da Granja Holanda, no mesmo município, é outro que não abre mão do milho, em pelo menos parte das lavouras. – Tenho mantido a área sempre na faixa dos 300/330 hectares para milho a cada safra, independente de preço. Isso é uma prática de mais de 10 anos, mas obviamente que é mais caro plantar milho do que a soja. No meu caso, favorece porque planejamos esse sistema priorizando a rotação de culturas e os resultados vêm a longo prazo – reforça. Com um posicionamento parecido, o agricultor Douglas Bonacina, de Chapada, é outro que tem olhado com mais atenção para a cultura do milho nos últimos anos. Dos 52 hectares de lavoura, nesta safra deve cultivar 12 com o cereal. Esse manejo também já leva em conta a futura lavoura de soja, “que depois se desenvolve com mais sanidade”, segundo ele.
Agricultura
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Os fatores que influenciam a formação do preço Para esclarecer como funciona esse mercado e como é formado o preço do milho, Nilson Luiz Costa explica alguns dos fatores. O primeiro, segundo ele, é de natureza sistêmica, agrega variáveis que exercem efeitos no médio e longo prazos sobre os níveis de preços. – Estudos mostram que o crescimento no PIB resulta na ampliação do consumo aparente de milho e causa efeitos altistas sobre os preços. Da mesma forma, a elevação nos custos de produção, na demanda por carnes de aves, suínos e demais proteínas animais geram maior procura do milho, utilizado na produção de ração. Apesar de não explicarem as variações de curtíssimo prazo, estes são elementos a serem considerados em médio e longo prazos – revela. Já o segundo fator é considerado de natureza conjuntural, composto por variáveis que afetam os preços no curto e curtíssimo prazo no mercado físico brasileiro e nas bolsas de mercadorias. Entre eles, as cotações do milho no Estados Unidos, Paraguai e Argentina, a taxa de câmbio e as expectativas de oferta, demanda e estoques são essenciais neste processo. Falando do cenário atual, as projeções são consideradas boas para o produtor de milho. – Pelo lado das variáveis sistêmicas, as projeções para os preços são otimistas, uma vez que a demanda por milho tende a ser maior, puxada principalmente pelo aumento das exportações brasileiras de carnes, que demandará maior volume do cereal para produção de rações e pela produção de etanol no Mato Grosso – explica. Já levando em conta os aspectos conjunturais, Costa cita que os contratos fu-
turos de milho com vencimento em dezembro/2019 (ZCZ9) representam 42% do volume de negociação de milho na CBOT-CMEGroup e constituem-se como driver de mercado. Os vencimentos de setembro/2019 (ZCU9) e março/2020 (ZCH0) representam 28% e 13% respectivamente. Além disso, o aumento no preço nos EUA a partir da segunda metade de maio/2019 impactou as cotações nos mercados internacionais, incluindo Paraguai, Argentina e Brasil. No Paraguai, principal origem das importações brasileiras de milho, as cotações CIF que estavam em US$ 135/t, chegaram a US$ 170/t e em 31 de julho eram de US$ 160/t. Comportamento muito semelhante foi observado na Argentina e no mercado físico brasileiro (referência Cruz Alta), onde os preços partiram de R$ 32,00/
sc, em 15/05/2019, chegaram a R$ 39,50/ sc em 26/06/2019 e até fim de julho ficaram em R$ 37,00/sc. Neste contexto, Costa acredita que as projeções de médio e longo prazos sejam otimistas. – Por outro lado, há que ponderar que as variações de curto prazo são imprevisíveis, pois dependem das condições das lavouras nos Estado Unidos e da taxa de câmbio, variáveis que são sensíveis a questões climáticas, políticas e econômicas. No mercado internacional, em especial nos EUA, as expectativas quanto ao volume produzido tende a ditar o rumo das cotações. Já em relação à taxa de câmbio R$/US$, as reformas econômicas no Brasil tendem a favorecer a valorização do real frente ao dólar, que pode segurar aumentos de curto prazo, mas estimulam as exportações de carnes e a demanda por ração – explica.
“Pelo lado das variáveis sistêmicas, as projeções para os preços são otimistas, uma vez que a demanda por milho tende a ser maior, puxada pelo aumento das exportações brasileiras de carnes.” Nilson Luiz Costa, economista
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Agricultura
SAFRA 2019/2020
Além de estar atento do ponto de vista econômico, no manejo das lavouras também é preciso garantir boas práticas que repercutam no resultado final. A reportagem conversou com dois especialistas no assunto, o professor Alexandre Gazolla Neto, que é consultor e ministra aulas na URI/FW, e o agrônomo Felipe Baron, que é responsável técnico do projeto CDP - ConnectFarm. Veja as dicas selecionadas e deixe-as sempre à vista!
Solo preparado É importante estar atento à temperatura e à umidade do solo. Em temperaturas menores que 10°C já começa a prolongar o período de germinação, podendo levar a morte das plantas ou a ficar mais suscetível a pragas e fungos de solo. O limite mínimo é 10°C e o máximo é 42°C, abaixo ou acima disso haverá complicações com a emergência. O equilíbrio da umidade e da temperatura do solo é o que proporciona uma emergência uniforme de plantas.
Sementes de qualidade
Boa distribuição é essencial
É fundamental optar por sementes com altos níveis de germinação e vigor. Sobre isso, o professor Alexandre Gazolla Neto fala mais no Boletim Técnico, nas páginas 10 e 11, com foco na soja.
Uma boa distribuição das sementes é, na prática, a tão falada plantabilidade, pois obter plantas uniformes é peça-chave no processo de implantação da lavoura. Uma dica é escolha correta do disco de semeadura, o que facilita a distribuição – lembrando que hoje tem semeadoras pneumáticas que não possuem disco, então é preciso estar atento.
Haja palha A palha é outro elemento que vai influenciar na qualidade do solo e na emergência da planta. Por isso, merece uma atenção especial, inclusive o seu corte. Para quem opta por fazer a dessecação pré-colheita, seja com o intuito de uniformizar a área, controlar plantas daninhas ou antecipar a colheita, deve considerar alguns cuidados, pois se a palha não estiver decomposta o suficiente vai dificultar o trabalho da semeadora que, por sua vez, não conseguirá depositar a semente uniformemente. Também poderá causar alelopatia no desenvolvimento inicial do milho, que pode comprometer a produtividade.
Adubação Aplicações de nitrogênio são importantes para a cultura do milho, bem como o momento de aplicação, pois é muito volátil. A recomendação também é de parcelar a aplicação nas áreas.
De olho na velocidade e profundidade Velocidade de semeadura e regulagem da semeadora são pontos que não podem ser esquecidos. Isso interfere muito na produtividade, pois se uma semente ficar em uma profundidade maior que a outra, vai acabar emergindo depois, gerando plantas dominantes ao invés de plantas uniformes. Sobre a profundidade, a recomendação padrão no milho é de 4 cm.
Monitoramento de pragas e doenças O monitoramento é muito importante. No caso de lagartas e do percevejo, é preciso aplicar os inseticidas para o controle dessas pragas na fase pré-plantio, de preferência para a lagarta. No caso do percevejo pode-se plantar e aplicar nas próximas horas após o plantio. Nos primeiros estágios do milho é crucial o controle do percevejo. Uma vez que ele ataca a planta e a intoxica, prejudica o desenvolvimento da mesma em todo o ciclo.
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Agricultura O manejo para áreas irrigadas
Palmeira das Missões deve plantar entre 15/16 mil hectares de milho nesta safra, conforme a Emater/RS. Lá, 60% das lavouras de milho são irrigadas, o que dá outro patamar de produtividade, com mais garantia de melhores resultados. Levando em conta essa realidade, o agrônomo e doutor em Ciências do Solo Felipe Lorensini, da Emater/RS, selecionou algumas dicas de manejo. Confira:
Qualidade do solo Entre os problemas que também atingem essas áreas com pivô está a compactação do solo, que restringe o desenvolvimento radicular em profundidade, fazendo com que a planta acesse menos quantidade de nutrientes. Por isso, se reforça a importância de manter boas coberturas do solo.
Semeadura
É importante implantar híbridos de alto potencial produtivo. Isso também vai depender do objetivo do produtor. Os híbridos bem precoces são indicados para quem quer fazer safrinha. Além de ficar atento à escolha da variedade, deve-se dar atenção à velocidade de plantio e à regulagem da semeadora, que vão permitir um melhor estabelecimento e um bom estande de plantas. O ajuste da população também é importante, pois como as áreas irrigadas têm um alto potencial produtivo, se pode trabalhar com populações maiores que nas áreas de sequeiro.
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Fertilidade
Por serem áreas de alto potencial produtivo, a demanda é grande por nutrientes, então isso tem que ser aportado no solo. Por isso, o manejo de adubação também é importante para que ela seja mais eficiente. Além disso, é recomendado o fósforo na linha de semeadura, junto ao sulco em profundidade, para forçar o desenvolvimento do sistema articular, para a planta buscar este nutriente em maior profundidade. Neste caso, é preciso aproveitar mais o perfil do solo. Não tendo restrição química e física, a planta vai usar com mais eficiência os nutrientes que estão no solo. No caso do manejo do nitrogênio, uma vantagem da irrigação é poder utilizar a água e a aplicação do produto de forma mais eficiente, não dependendo de precipitações para poder fazer essa adubação.
Manejo de doenças
No caso do manejo de doenças neste sistema, principalmente no início de ciclo, a mancha foliar está entre as principais. A preservação dessa área foliar vai produzir uma planta com maior área fotossinteticamente ativa, produzindo mais fotoassimilados e, consequentemente, aumentando o potencial de produtividade.
Manejo de irrigação
Ainda se vê a necessidade de mais atenção ao manejo da irrigação. É fundamental investir em um sistema de monitoramento de umidade do solo, seja ele por sistemas através de balanço hídrico, por ondas eletromagnéticas ou por sensores mecânicos. É fundamental colocar a quantidade de água adequada no solo para atender a demanda da planta.
Áreas das últimas safras da região do Médio Alto Uruguai e Rio da Várzea 2015 116.500 hectares
2016 90.560 hectares
2017 98.530 hectares
2018 80.100 hectares
-30%
nas últimas quatro safras
Fonte: Emater/RS-Ascar
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Luiz Fernando Gutierrez Roque
Agricultura
Analista de mercado da consultoria SAFRAS & Mercado E-mail: luiz.gutierrez@ safras.com.br
MERCADO DE SOJA
Oferecimento:
Soja: com guerra comercial, exportações devem voltar a crescer em 2020
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Brasil poderá ver um novo crescimento nas exportações de soja em 2020. Se a guerra comercial continuar ao longo do próximo ano, a demanda chinesa deverá permanecer voltada para os portos brasileiros, consumindo novamente a maior parte da oferta de soja do país. Em 2018, o Brasil exportou impressionantes 83,8 milhões de toneladas, superando todas as expectativas e esgotando os estoques. Já em 2019, com uma oferta de soja menor devido às perdas produtivas na safra e com estoques iniciais também menores, as exportações brasileiras deverão alcançar “apenas” 72,1 milhões de toneladas. Com a previsão inicial de uma nova safra recorde na temporada 2019/20, abre-se novamente a possibilidade de um crescimento nas exportações. É importante destacar que os números atuais têm como premissa a manutenção da guerra comercial entre EUA e China ao longo do próximo ano. Este fato é determinante para a projeção de exportação brasileira. A continuidade da guerra deverá levar novamente a uma forte demanda chinesa pela soja brasileira, enxugando nossos estoques. Havendo acordo comercial nos próximos meses, certamente veremos mudanças importantes nos números de oferta e demanda brasileiros, com provável recuo na expectativa de exportações e elevação nos estoques. Nas diretrizes atuais, as exportações de soja do Brasil deverão totalizar 77 milhões de toneladas em 2020, subindo 7% sobre o volume de 2019, projetado em 72,1 milhões de toneladas. A previsão faz parte do quadro de oferta e demanda brasileiro, divulgado por SAFRAS & Mercado. O quadro traz as primeiras projeções para a nova temporada. Os números indicam que o esmagamento também deve crescer na nova temporada devido a uma maior demanda por exportação de carnes, com aumento do apetite chinês em meio às perdas no rebanho suíno do país asiático. SAFRAS indica esmagamento de 43,75 milhões de toneladas em 2020 e de 43,2 milhões de toneladas em 2019, representando
“Os números indicam que o esmagamento também deve crescer na nova temporada devido a uma maior demanda por exportação de carnes, com aumento do apetite chinês em meio às perdas no rebanho suíno do país asiático.”
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um aumento de 1% entre uma temporada e outra. Em relação à temporada 2020, a oferta total de soja deverá subir 5%, passando para 124,067 milhões de toneladas. A demanda total está projetada por SAFRAS em 123,95 milhões de toneladas, com ganho de 5%. Dessa forma, os estoques finais deverão cair 9%, passando de 129 mil para 117 mil toneladas. SAFRAS trabalha com uma produção de farelo de soja de 32,95 milhões de toneladas, inalterada. As exportações deverão cair 3% para 15,5 milhões de toneladas, enquanto o consumo interno está projetado em 17,5 milhões, aumento de 3%. Os estoques deverão cair 6%, para 838 mil toneladas. A produção de óleo de soja deverá ficar em 8,685 milhões de toneladas. O Brasil deverá exportar 700 mil toneladas, com queda de 24% sobre o ano anterior. O consumo interno deve subir de 7,9 milhões para 8,05 milhões de toneladas. A previsão é de recuo de 14% nos estoques para 93 mil toneladas.
AntĂ´nio Luis Santi
Agricultura
Engenheiro-agrônomo, doutor em Ciência do Solo/Agricultura de Precisão, coordenador do Laboratório de Agricultura de Precisão do Sul da UFSM-FW, e representante do Fórum dos ProReitores de PósGraduação e Pesquisa (FOPROP) na Comissão Brasileira de Agricultura de Precisão, junto ao MinistÊrio da Agricultura.
Toda quebra de paradigma gera desconforto...
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mĂŞs de julho para mim ĂŠ diferente... Sempre fico mais velho, pois ĂŠ o mĂŞs do meu aniversĂĄrio. Quem nĂŁo reflete sobre sua vida, seus afazeres, seu presente, futuro e passado nessas datas? Nesta coluna resolvi abordar de uma maneira diferente, talvez atĂŠ espantosa para alguns, as mudanças que nos inquietam. Começo com uma frase do doutor Klaus Schwab, um dos maiores pesquisadores mundiais na ĂĄrea de tecnologia para a agricultura: “A agricultura vive um momento que as mudanças sĂŁo tĂŁo profundas que, na perspectiva da histĂłria da humanidade, nunca houve um momento tĂŁo potencialmente promissor ou perigoso!â€? Promissor, pois estamos tendo acesso a uma velocidade espantosa, um volume e uma variedade de dados nunca visto antes na histĂłria da humanidade. PorĂŠm, perigoso, pois hĂĄ muita incerteza quanto Ă veracidade e ao real valor de tudo que estĂĄ disponĂvel. Li uma pesquisa recentemente que concluiu que 95% dos produtores brasileiros vĂŞm usando o celular como a principal ferramenta de comunicação (inevitĂĄvel nĂŁo lembrar que durante minha faculdade, de 1996 a 2000, na UFSM, mandei e recebi dezenas de cartas para minha famĂlia no intuito de “dizer que estava vivoâ€? e receber notĂcias). Habitualmente, lendo as postagens no Facebook – nossa vida mudou muito depois da mĂĄquina de debulhar milho e da internet – seguidamente me deparo com manifestaçþes e verdadeiras irreverĂŞncias a Ădolos que nĂŁo existem (ao menos sob meu ponto de vista), nem contribuem em nada em nossas propriedades
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nem para o sistema de produção, mas que estĂŁo aĂ â€œroubandoâ€? o tempo e as horas preciosas dessa nossa rĂĄpida vida por este mundo. Nunca entendi bem isso tudo, mas, tenho certeza, que nĂŁo sĂŁo raras as pessoas que pensam como eu. O detalhe ĂŠ que cada vez, embora temos mais acesso a dados e informaçþes, estamos tendo mais dificuldades em ser criativos, proativos e tomar decisĂľes. O que mais tenho percebido nas lavouras ĂŠ o distanciamento em ambientes de produção e instabilidade produtiva “efeito safraâ€? e, para ambos os problemas, as soluçþes dependem Ăşnica e exclusivamente em tomar decisĂľes diferenciadas e fazer diferente. A agricultura brasileira jĂĄ rompeu vĂĄrios paradigmas: adoção do sistema plantio direto, agroecologia, biotecnologia, transgenia, agricultura de precisĂŁo, agricultura digital. Percebo que estamos exatamente no momento em que as pessoas sĂŁo mais importantes que as mĂĄquinas e os computadores. A Era da Colaboração. Cada vez mais o mundo precisa de pessoas sĂŠrias, comprometidas querendo fazer o bem e ajudar outras pessoas. Talvez esse momento seja um dos mais importantes da histĂłria da humanidade. PorĂŠm, parte do sucesso vai depender da habilidade e do esforço pessoal de cada um de nĂłs para compreender e romper o paradigma do “euâ€? e avançar para o “nĂłsâ€?. No prĂłximo mĂŞs espero contar sobre minha viagem do Rio Grande do Sul atĂŠ o Estado de RondĂ´nia, os desafios do agronegĂłcio brasileiro e como a reflexĂŁo dessa edição pode fazer a diferença para a sustentabilidade e a melhoria de vida de milhĂľes de pessoas. AliĂĄs, fazer o bem ĂŠ o sentido da vida.
“Parte do sucesso vai depender da habilidade e do esforço pessoal de cada um de nĂłs para compreender e romper o paradigma do “euâ€? e avançar para o “nĂłsâ€?’.
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Cileide Maria Medeiros Coelho
Agricultura
Engenheiraagrônoma, mestre e doutora em Fisiologia Vegetal pela USP-Piracicaba e pós-doutora pela Esalq em genética molecular e bioquímica de plantas. Atua como professora na Udesc em Lages/SC, onde também coordena o Laboratório de Análise de Sementes
BOLETIM TÉCNICO
A importância do controle de qualidade na produção de sementes
A
qualidade de sementes é definida por quatro parâmetros bem reconhecidos pelos sementeiros, os componentes genético, físico, fisiológico e sanitário. O aspecto genético é determinado pelas características intrínsecas de cada cultivar, obtida após o processo de melhoramento genético, as quais devem ser preservadas na semente. O componente físico é padronizado ao longo do processo de produção de sementes, a partir do controle eficaz no momento da colheita, como a umidade adequada na colheita, evitar danos mecânicos durante a colheita, transporte, secagem e beneficiamento. No entanto, os parâmetros fisiológico e sanitário estão relacionados com a germinação, o vigor e a ausência de patógenos infectando ou infestando as sementes. Esses parâmetros, contudo, apresentam-se frágeis e podem ser facilmente comprometidos ao longo do processo de produção de sementes. Apesar das exigências legais para comercialização das sementes (Lei 10.711/03), com padrões mínimos, por exemplo, de germinação, pureza, determinação de sementes infestadas, entre outros requisitos em função da espécie, há muitos desafios para os parâmetros fisiológico e sanitário, pois estes estão intimamente relacionados entre si.
“As análises de sementes dão garantia de indicar o lote mais adequado para determinado local de cultivo e quais medidas devem ser tomadas para o sucesso no estabelecimento das plantas a campo.”
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Vigor em sementes de soja classificadas previamente pelo teste de envelhecimento acelerado 48 horas/41ºC (Fonte: LAS, 2019)
Fungos presentes nas sementes detectados pelo método “blotter teste”: Penicilium sp; Aspergillus spp; Fusarium spp.; Cercopora kikuchii (Fonte: LAS, 2019)
Tanto a semente, como o patógeno, são seres vivos e requerem energia para manter-se vivos, e esta energia é fornecida pela semente. Se esta energia for comprometida, o potencial que a semente apresenta em formar uma nova planta também será comprometida, e poderá ser mais drástica se as condições de campo forem adversas. Algumas alternativas podem ser implementadas para a manifestação do máximo potencial fisiológico de um lote de sementes, dentre as opções recomenda-se que os produtores considerem a análise das sementes de forma mais detalhada quanto às suas características fisiológica e sanitária, utilizando testes de vigor e de sanidade. Dessa forma, tem-se uma maior garantia de indicar o lote de sementes mais adequado para determinado local de cultivo e quais medidas devem ser tomadas para promover o sucesso no estabelecimento inicial das plantas a campo. A presença de determinados patógenos nas sementes, além de comprometer a qualidade sanitária, interfere no estabelecimen-
to da planta a campo e na eficácia do teste de germinação realizado em laboratório sob condições ideais. Por interferir no desenvolvimento de plântulas normais, comprometendo o percentual de germinação apresentado no boletim de análise de sementes (BAS) ou no informativo de resultados. Além disso, a causa do baixo vigor em lotes de sementes de soja pode ainda ser resultado da presença de determinados patógenos. Como medida de prevenção, o tratamento de sementes é recomendado. No entanto, a grande maioria dos lotes que são analisados em laboratório de rotina não passaram pela etapa de tratamento. As análises de vigor e sanidade são de fundamental importância para contemplar a qualidade de um determinado lote. Deve-se investir em parâmetros e aspectos legais que valorizem a qualidade de sementes, de tal forma que, os produtores tenham o reconhecimento financeiro em produzir sementes de qualidade, garantindo assim a sustentação dos programas de melhoramento e de produção de sementes no Brasil.
Agricultura
LEGISLAĂ‡ĂƒO
Gracieli Verde/Arquivo NR
Inicia o monitoramento de resĂduos em frutas e verduras
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onforme o MinistĂŠrio da Agricultura e a AgĂŞncia Nacional de Vigilância SanitĂĄria (Anvisa), inicia neste mĂŞs de agosto o monitoramento e controle de resĂduos de defensivos agrĂcolas em vegetais frescos e frutas. A rastreabilidade segue as novas normativas do governo federal. Com essa ferramenta, serĂĄ possĂvel identificar os produtores e saber como foram cultivados os alimentos. É uma forma de dar segurança Ă sociedade quanto ao consumo de vegetais frescos e responsabilizar quem fizer uso incorreto de defensivos, segundo o Mapa. As normativas jĂĄ valem para produtos como citrus (laranja, limĂŁo, lima-da-pĂŠrsia, entre outros), maçã, uva, batata, alface, repolho, tomate e pepino, cenoura, batata doce, beterraba, cebola, alho, couve, agriĂŁo, almeirĂŁo, brĂłcolis, chicĂłria, couve-flor, pimentĂŁo, abĂłbora e abobrinha, melĂŁo, morango, coco, goiaba, ca-
qui, mamĂŁo, banana e manga. As normativas preveem que os produtos devem estar identificados com nome; variedade ou cultivar; quantidade do produto recebido; identificação do lote e data de recebimento do produto. O fornecedor terĂĄ que informar seu nome ou a razĂŁo social (CPF, Inscrição Estadual ou CNPJ ou CGC/Mapa); endereço completo, ou quando localizado em zona rural a coordenada geogrĂĄfica ou Certificado de Cadastro de ImĂłvel Rural Regularização de TerritĂłrios (CCIR). O produtor tambĂŠm deve manter arquivados os registros dos insumos agrĂcolas utilizados na produção e no tratamento fitossanitĂĄrio (eliminação de pragas), alĂŠm da data de sua utilização, recomendação tĂŠcnica ou receituĂĄrio agronĂ´mico e a identificação do lote do insumo. Dessa forma, por meio das fiscalizaçþes, serĂĄ possĂvel identificar, inclusive, os defensivos usados na produção.
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VocĂŞ quer saber mais sobre como funciona um sistema de rastreabilidade? Acesse o cĂłdigo QR e baixe uma cartilha desenvolvida pela equipe da O Agro Softwares para o AgronegĂłcio. Os profissionais detalham aspectos citados pela normativa e como isso pode ser usado a favor do produtor rural.
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Agricultura
MANEJO DE SOLO
Estudo do setor de Pesquisa e Tecnologia da CCGL revela dados sobre acidez do solo no Rio Grande do Sul. Pelo menos 42% das lavouras avaliadas necessitam de calagem
U
m estudo feito com base em análises de solo de diferentes regiões do Estado, entre os anos de 2010 a 2018, permitiu que pesquisadores identificassem os níveis de acidez em áreas agrícolas gaúchas. Foram mais de 100 mil análises de 256 municípios, somando 13.795 agricultores, cujas lavouras têm como principal produto os grãos. O trabalho foi feito pelo setor de Pesquisa e Tecnologia da CCGL e avaliado pelo pesquisador e doutor em Ciências do Solo Jackson Fiorin. Segundo ele, informações foram obtidas junto ao banco de dados do Laboratório de Análise de Solos e Tecido Vegetal da CCGL. Foram selecionadas amostras de solo na camada de 0 a 15 cm, o que corresponde ao maior percentual dos resultados do banco de dados do período de 2010 a 2018, conforme publicação no Boletim Técnico de número 59 da instituição. Na publicação, Fiorin também cita que foram utilizados os parâmetros de interpretação e recomendação descritos no Manual de Calagem e Adubação para os Estados do RS e SC, reeditado em 2016. Em conversa com a reportagem da Novo Rural,
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justamente para esclarecer mais informações sobre o tema, Fiorin classificou como preocupante o cenário da acidez do solo no Rio Grande do Sul. Isso porque o estudo apontou que pelo menos 42% das áreas agrícolas têm alta ou muito alta acidez do solo. Além disso, a ocorrência de alumínio tóxico na camada superficial diagnosticada, de 0 a 15 cm, esteve presente em 41,3% das amostras. – O principal problema da acidez é o alumínio, que é tóxico para as raízes. Então, quando o pH do solo está acima de 5,5, o alumínio já não existe mais, fica neutralizado no solo. Por isso é tão importante a calagem – observa Fiorin. Mas porque se chegou a um cenário tão grave nesse aspecto? Várias podem ser as causas, até mesmo doses baixas de calcário usadas nos últimos anos ou baixa eficiência dessas aplicações. – Além disso, temos muitas áreas arrendadas e quem tem esse tipo de parceria acaba não investindo tanto em manter a qualidade do solo. Mas, um ponto crucial que é necessário avaliar é o manejo do sistema de plantio direto, que se mal feito também compromete a eficiência do calcário – orienta Fiorin.
“Um ponto crucial que é necessário avaliar também é o manejo do sistema de plantio direto, que se mal feito também compromete a eficiência do calcário.” Jackson Fiorin, pesquisador
Adriano Fernandes/Divulgação
A velha calagem precisa se reinventar?
Agricultura
MANEJO DE SOLO
Revisão do processo de calagem O pesquisador tambÊm contextualiza outro fator que precisa ser repensado nesse processo de calagem do solo. Na mudança do conceito de preparação do solo, quando no passado se mudou do sistema convencional para o plantio direto, com o intuito de barrar a erosão, tambÊm se alterou a forma de fazer a calagem. – Com o plantio direto, se percebeu que não era necessårio aplicar toda a dose, mas somente um quarto dela, porque a erosão não comprometia mais essa aplicação. Então, se criou uma cultura de que o plantio direto não necessitava de tanto calcårio. De certo modo isso tinha lógica, mas lå na dÊcada de 1990, quando se produzia 45 sacas de soja por hectare. Era uma recomendação para investir melhor o recurso e ganhar mais dinheiro. Mas, não necessariamente essa recomendação consegue melhorar os indicadores de fertilidade do solo na nossa realidade atual – explica. Da dÊcada de 1990 para
cĂĄ, o teto produtivo aumentou e a genĂŠtica das sementes utilizadas a campo melhorou. – Inclusive, essa genĂŠtica veio de outros paĂses, como Estados Unidos ou Argentina, onde provavelmente nĂŁo sĂŁo naturalmente solos ĂĄcidos. AlĂŠm disso, a genĂŠtica que temos hoje nas sementes ĂŠ mais sensĂvel Ă acidez do solo. Isso exige um novo olhar no processo de recomendação de calagem. Precisamos avançar mais nesse sentido para conseguir responder ao potencial de produtividade – ressalta. É claro que, nessa perspectiva, ĂŠ fundamental estar de olho na compactação do solo e na produção de palhada nas lavouras. – Para aplicar o calcĂĄrio ĂŠ importante que esses dois fatores estejam em dia. Aplicar calcĂĄrio em solo descoberto nĂŁo resolve, ĂŠ o mesmo que jogar dinheiro fora – compara. Um prĂłximo passo a ser avaliado ĂŠ a qualidade dos calcĂĄrios que estĂŁo sendo usados nas lavouras gaĂşchas.
Dados que foram considerados para o estudo 114.636 anĂĄlises de solo
De 13.795 produtores de grĂŁos
Da camada de 0cm a 15cm
Entre 2010 e 2018 De 256 municĂpios
Alguns resultados
42%
81,9%
das amostras indicaram alta ou muito alta acidez
das amostras necessitam doses acima de 2,5 ton de calcĂĄrio por hectare
41,3%
36,9%
das amostras tiveram ocorrĂŞncia de alumĂnio tĂłxico na camada superficial
das amostras necessitam doses acima de 5,0 ton de calcĂĄrio por hectare
16,3%
5,1%
Em
das amostras a saturação de alumĂnio esteve acima de 5%
das amostras necessitam doses acima de 10 ton de calcĂĄrio por hectare
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Parceiros do leite
SANIDADE
Homeopatia se torna alternativa na hora de controlar a mastite
C
om as novas normativas que regram os parâmetros de qualidade do leite que é vendido para a indústria, as INs 76 e 77, é essencial que o pecuarista atente para a saúde das vacas leiteiras. Por mais que neste momento o foco maior dado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento seja no controle de contagem bacteriana, que essencialmente é controlada com um bom manejo de ordenha, outra questão que precisa de atenção é a contagem de células somáticas. Para isso, a saúde dos úberes das vacas precisa estar em dia. Uma alternativa que ganha força a partir desse novo cenário para a pecuária leiteira é o uso de produtos homeopáticos no controle e prevenção desse tipo de problema, como no caso da mastite. – No nosso caso, temos um produto homeopático indicado para prevenir a mastite subclínica e a clínica, o que também, por consequência, controla os índices de células somáticas.
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Uma das vantagens é que esse tipo de produto não tem carência e é de fácil uso no dia a dia do tambo leiteiro – explica o representante comercial Nelson Marques, da Biomaster Homeopatia Animal, que tem revenda autorizada dos produtos Biomax, mais especificamente do Biomax Mastite. Marques esclarece ainda que outra vantagem é que o pecuarista pode optar por embalagens de 500 gramas ou 15 quilos, o que facilita esse manejo para combate da mastite ou a prevenção, com uso contínuo. Segundo o representante, se percebe um crescimento do uso da homeopatia nos rebanhos leiteiros, inclusive com respaldo de universidades de veterinária. “Trabalho há 14 anos com homeopatia e vemos um crescimento no desenvolvimento de produtos e mercado. As pessoas estão tendo mais consciência de que são alternativas importantes para os planteis comerciais de vacas leiteiras”, ressalta.
Fique atento! Lembre-se que a mastite é uma inflamação da glândula mamária. Essa inflamação pode ser causada por microorganismos e toxinas ou traumas físicos. O mais comum é que a entrada de microorganismos pelo orifício de saída do leite do teto seja o “caminho” de início da doença. Ter um manejo de ordenha adequado, com práticas de pré e pós-dipping, também é essencial, entre outras boas práticas.
Padrões exigidos pelas INs 76 e 77 Contagem bacteriana
300.000 UFC/ml
Contagem de células somáticas
500.000 Cel/ml
Parceiros do leite
REPRODUÇÃO
Reprodução do plantel em dia garante maior produtividade cinas reprodutivas – especialmente as que combatem a IBR, BVD, leptospirose e brucelose. “São vacinas que jamais poderiam faltar em todo e qualquer rebanho leiteiro”, reforça o veterinário. Ele garante que é possível rentabilizar mais a pecuária leiteira graças a um manejo eficiente nesse sentido. – Devemos saber qual é, por exemplo, o intervalo entre partos que o rebanho tem naquele momento. Dentro disso definimos se está ruim, regular, bom ou excelente. Boas práticas de reprodução, bem conduzidas com um profissional utilizando ultrassonografia, aliadas a protocolos de sanidade bem feitos e levados à risca, fazem com que a reprodução tenha um excelente desempenho. Isso reduz o intervalo entre partos e faz com que, na média do rebanho, os animais lactantes possam estar mais próximos do pico de lactação – esclarece Morais. Isso, segundo ele, é o que incrementa a produtividade de leite por animal, mas priorizando a saúde das vacas.
Divulgação
A
sanidade de um rebanho fica evidente no nível de equilíbrio dos animais do ponto de vista de produção. Além disso, é na reprodução que está outro grande influenciador. Vacas que têm um ciclo reprodutivo alterado ou ineficiente significam prejuízos para o pecuarista. – Uma necessidade básica é que o pecuarista saiba qual é a situação que a propriedade se encontra no quesito reprodução. A partir disso é possível definir o ponto de partida para um manejo mais eficiente, levando em conta quais pontos fortes têm e quais os pontos fracos. Identificadas as fraquezas, é preciso definir estratégias de curto, médio e longo prazo – orienta o médico-veterinário Lucas Morais, da SIA Agronegócios. Estar de olho na sanidade é outro fator importante para garantir um bom nível de reprodução das vacas leiteiras. Nesse quesito, Morais atenta para a necessidade de o produtor não deixar de lado as va-
Veja 5 dicas para garantir um ciclo reprodutivo saudável no seu plantel
1 Tenha anotações de todos os animais sobre o ciclo reprodutivo de cada um. Com isso fica mais fácil de identificar onde estão possíveis problemas para resolvê-los.
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Invista no acompanhamento de um profissional qualificado, obrigatoriamente acompanhado de ultrassom.
Se capacite para fazer alguns manejos importantes na propriedade, como a própria inseminação do plantel.
Leve a sério o protocolo vacinal e sanitário do rebanho recomendado pelo médico-veterinário responsável. Isso é essencial para garantir um ciclo reprodutivo saudável para as vacas leiteiras.
Planeje desafios alcançáveis em curto, médio e longo prazo.
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Parceiros do leite
DIA DE CAMPO
Como aumentar a margem de lucro no sistema de produção a pasto? AlÊm do planejamento forrageiro e do estabelecimento das pastagens, Ê importante que o produtor se permita usar outras tÊcnicas que favoreçam o aumento da produção de leite Embrapa Trigo, alguns pontos devem ser levados em conta nesse sentido. – O estabelecimento vai desde a seleção da årea, da correção das deficiências de nutrientes do solo a partir de anålises, bem como colocar a quantidade adequada de sementes por hectare e fazer uma boa adubação. Nós estamos em uma região que as condiçþes climåticas permitem uma produção de pasto de boa qualidade o ano todo. É importante aproveitar essa peculiaridade – comenta Fontaneli. AlÊm de considerar as pastagens a forma mais econômica de alimentação dos rebanhos, o pesquisador defende a integração lavoura-pecuåria. Segundo ele, esta Ê outra forma de aumentar a margem de lucro do produtor. – Hoje em dia pode-se trabalhar com trigo de duplo propósito, que serve de pasto no fim do outono e durante o inverno. Mais adiante posso deixar crescer e colher grãos ou fazer silagem. Essas são outras opçþes de menor custo. O importante não Ê o recorde de produção de leite por vaca e sim o recorde de lucro, então o produtor precisa
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Rafaela Rodrigues
A
lĂŠm das Instruçþes Normativas (INs) 76 e 77 batendo Ă porta, bovinocultores de leite tambĂŠm precisam considerar uma sĂŠrie de recomendaçþes tĂŠcnicas para garantir a alta produtividade e tambĂŠm manter-se na atividade. A alimentação ĂŠ um dos destaques nesse sentido, pois a eficiĂŞncia de produção do rebanho ocorre se todas as demandas alimentares forem atendidas. Em especial aos produtores que optam pelo sistema de produção a pasto, seja ele rotativo ou contĂnuo, ĂŠ preciso ficar atento quanto Ă qualidade da forrageira fornecida Ă vaca leiteira e tambĂŠm a quantidade, que sĂŁo fatores que vĂŁo refletir diretamente na qualidade do produto final. Por isso, o planejamento forrageiro ĂŠ fundamental, mas, alĂŠm dele, ĂŠ necessĂĄrio que se estabeleça um correto manejo das pastagens, para assim obter quantidades desejĂĄveis de pasto durante o ano todo. Nesses casos, o componente “soloâ€? ĂŠ considerado muito importante e merece atenção no sistema produtivo. De acordo com o pesquisador Renato Fontaneli, da
pensar a longo prazo, fazer tudo conjugado [lavoura-pecuĂĄria] – explica. Em julho, Fontaneli esteve em Frederico Westphalen coordenando uma das estaçþes do Dia de Campo de Bovinocultura de Leite, promovido pela Emater/RS-Ascar, na propriedade da famĂlia Londero. AlĂŠm de conhecer manejos para o estabelecimento de pastagens, da semeadura atĂŠ o pastejo, os produtores visitantes
tambĂŠm puderam aprender como manter pastagem o ano todo, atravĂŠs do planejamento forrageiro, como garantir um solo com caracterĂsticas fĂsicas, quĂmicas, morfolĂłgicas e biolĂłgicas desejĂĄveis para atingir altas produçþes de forragens, alĂŠm dos processos necessĂĄrios para adequação Ă s novas instruçþes normativas relacionadas Ă qualidade do leite destinado para comercialização.
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Pecuária
SUINOCULTURA
Cenário é considerado favorável para a suinocultura Maior demanda do mercado externo deve favorecer aumento das exportações do setor, segundo o presidente da ABPA. Ele também comentou sobre o potencial de produção gaúcho
C
Gracieli Verde/Arquivo NR
om maior demanda da China e a volta recente da Rússia, as expectativas de o setor aumentar o número de exportações em 2019 são grandes, em torno de 20%, de acordo com o presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Francisco Turra, que estará em Frederico Westphalen neste dia 9 de agosto, ministrando palestra no 45º Dia Estadual do Porco, com o tema “Desafios da proteína animal: cenários e perspectivas”. Ele conversou com a reportagem da Novo Rural e adiantou alguns dados.
Novo Rural – Levando em conta a maior demanda da China e a volta recente da Rússia como importador, quais são as expectativas para as exportações brasileiras do setor ainda neste ano? Francisco Turra – O cenário da suinocultura brasileira mudou totalmente a partir do agravamento da situação sanitária da China. A peste suína africana é devastadora, principalmente quando acontece em um país que é responsável por 49% do rebanho suíno do mundo, eles tiveram que abater em torno de 25% do rebanho, é um quantitativo muito significativo. Com isso, o aumento nas exportações está confirmado. A China é o primeiro destino, tanto para aves quanto para suínos, neste ano, o que jamais prevíamos. Então, é uma hora muito especial. Mas, o Brasil tem que avaliar os seus limites, pois a nossa produção é inexpressiva perto da produção da China e é um terço da produção americana, então vamos acabar exportando menos do que gostaríamos por esse fator.
Novo Rural – Há uma previsão de quanto tempo demora para a China retomar os níveis de produção vistos antes do surto? Francisco Turra – Com certeza o rebanho suíno da China e arredores não vai voltar a ser o que era antes. Eles irão passar no mínimo uns quatro anos de crise até resolver todas essas questões. É bom destacar que não estou indo para Frederico Westphalen falar para os suinocultores gaúchos que eles devem ampliar dema-
siadamente seus rebanhos para aproveitar a situação, porque isso é uma avaliação que cada um tem que fazer. Porém, uma coisa é certa: foi exatamente em 2005, quando houve a gripe aviária, que o Brasil se tornou o maior exportador e o segundo maior produtor, ocupou este espaço e ninguém mais tirou até hoje, assim seria com os suínos. Estoques poderão crescer muito e o que precisa para manter é garantir a sanidade.
Novo Rural – Falando um pouco mais sobre o Brasil no mercado internacional, o maior acordo de livre comércio [Mercosul-UE] foi firmado e a expectativa é de que um dos setores mais beneficiados seja o de carnes. Qual a importância da independência do setor no mercado externo? Francisco Turra – Em primeiro lugar, acho que o Brasil é um país muito isolado. Atualmente temos acordo com oito países e três deles ainda nem aprovados. Agora
vamos ver como vai ser com esse. Digamos que o Brasil mudou de patamar. Precisa ainda mais dois anos para confirmar, mas já dá para pensar que agora os negócios estarão facilitados, os investimentos virão. Da carne suína, por exemplo, só exportamos 25 mil toneladas, agora vamos ampliar nosso mercado. Acho que sob todos os aspectos esse acordo é uma benção, a curto, médio e longo prazo.
Novo Rural – Esse aumento das exportações pode impactar os preços no mercado interno? Francisco Turra – Sem dúvida, há um impacto no aumento do preço, principalmente porque nos três últimos anos o preço da carne suína e de aves ficou lá embaixo. No segundo semestre também irá aumentar, pois haverá mais demanda, mais do que no primeiro semestre.
Novo Rural – Nós temos dois municípios, Rodeio Bonito e Palmitinho, que foram os
grandes destaques em 2018 no Estado, levando em conta o número de abates. Isso tem comprovado o potencial de produção do Norte gaúcho. Francisco Turra – Vocês têm um potencial como poucos Estados do Rio Grande do Sul e até mesmo o Brasil tem. Vocês possuem grandes empresas direcionadas ao setor, além de abundância em produtos, alimentos para suínos, clima, mão de obra, ou seja, tudo para crescer ainda mais.
Novo Rural – O que Frederico Westphalen pode esperar da sua palestra no 45º Dia Estadual do Porco? Francisco Turra – Tenho dados muito importantes, alguns que nem foram revelados ainda, que vão interessar bastante os ouvintes que estiverem presentes. Acredito que é muito importante a gente poder revelar esses números, falar sobre o futuro, estimular os suinocultores.
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Negócios
ACORDO MERCOSUL – UNIÃO EUROPEIA
Os dois lados do Oceano Atlântico firmaram, após 20 anos, um acordo de livre comércio. Resta saber agora quais serão os impactos do tratado no país, caso isso seja levado adiante pelas autoridades políticas Rafaela Rodrigues
jornalismo@novorural.com
E
ste ano, sem dúvida, está sendo decisivo para o cenário econômico brasileiro. Além das discussões voltadas à Reforma da Previdência, há também as expectativas e apreensões em torno das novas mudanças propostas no acordo entre o Mercosul e União Europeia. Apesar de firmado no dia 28 de junho, o acordo não é novidade para ambos os blocos. Durante 20 anos – alguns especialistas apontam um pouco mais – o trato já vinha sendo enxergado como alvo pelo Mercosul para estreitar a relação comercial e ampliar as negociações no mercado europeu. Juntos, os dois blocos representam cerca de 25% do PIB mundial e um mercado de 780 milhões de pessoas. Por isso, este é considerado o maior pacto comercial já selado por ambas as partes. Ele cobre temas tanto tarifários quanto de natureza regulatória, como serviços, compras governamentais, facilitação de comércio, barreiras técnicas, medidas sanitárias e fitossanitárias e propriedade intelectual.
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Na agricultura, em um período de dez anos, estima-se que “cerca de 99% das exportações agrícolas brasileiras terão as tarifas eliminadas (zeradas) ou parcialmente reduzidas. Aproximadamente 82% dos produtos agrícolas terão acesso livre ao mercado europeu e o restante ampliará a participação por meio de cotas preferenciais fixas”, de acordo com o ministério. No entanto, as medidas previstas no acordo não serão sentidas a curto prazo pelos países envolvidos, há um longo caminho a ser percorrido até a implementação total. O tratado passará ainda por uma revisão técnica e jurídica do texto, depois precisará ser aprovado nos congressos dos países do Mercosul e no Parlamento Europeu. O Ministério da Agricultura estima que ele entrará em vigor dentro de dois anos. Ainda é muito cedo para fazer afirmações e até mesmo projeções. O que será da economia brasileira do acordo em diante continua sendo um ponto de interrogação para muitos. Expectativas e apreensões, por enquanto, continuarão dividindo os setores envolvidos. Mesmo assim, a reportagem ouviu especialistas e trouxe algumas percepções sobre o assunto.
Divulgação
O que será da economia brasileira a partir do acordo? Concorrência desleal? Os setores mais preocupados com a entrada de mercadorias europeias em território brasileiro é o lácteo e o de vinhos, eles alegam “concorrência desleal”, caso os produtos entrem no Mercosul sem taxação. Sobre o setor lácteo, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, afirma que há questões anteriores ao tratado que precisam ser resolvidas. – Sem o acordo o leite é um setor que já nos preocupa muito. Mas é uma boa oportunidade para o setor se modernizar e, é claro, que o governo precisa ajudar – disse, citando que há conversas dentro do governo para que haja isenção de até 35% na importação de máquinas para o setor. Em relação ao setor de vinhos, Tereza Cristina também confirmou que este receberá auxílio nos próximos anos. – Existe um esforço para que esse setor receba ajuda e assim possa se modernizar. Vamos ter a criação de um fundo para investir em produção e modernização – afirmou a ministra. De acordo com o professor-doutor e economista Nilson Luiz da Costa, do Mestrado em Agronegócios da UFSM-Campus de Palmeira das Missões, os setores têm potencial para se tornarem grandes competidores, mas para isso é preciso um envolvimento maior de todas as
partes interessadas. – A impressão que se tem é que o agronegócio ganha com ressalva à cadeia produtiva do leite, que vai precisar se profissionalizar e, nesse contexto, as INs 76 e 77 são fundamentais. Nós precisamos ter mais leite de qualidade, compatíveis com aqueles que são verificados nas principais regiões de produção do mundo e eu não tenho dúvida que a extensão rural e políticas públicas possam ajudar. A mesma coisa acontece com o vinho, nós temos produtos bons. É importante agora que cada segmento se some a esta discussão – comenta o especialista. Para o economista e diretor da LucrodoAgro, Eduardo Lima Porto, a política de subsídios europeia possui as bases fortemente cristalizadas e que um acordo de livre comércio pressupõe a eliminação total das barreiras tarifárias e fundamentalmente dos subsídios de qualquer natureza. – A razão de existir do tratado é possibilitar o acesso a produtos de melhor qualidade e preços mais baixos para um grande contingente de pessoas, mesmo que isso signifique que alguma região ou interesse setorial venha a ser prejudicado. Os benefícios precisam ser muito superiores aos custos para que se justifique tamanho esforço – opinou o economista.
Negócios
ACORDO MERCOSUL – UNIÃO EUROPEIA
O que dizem os especialistas Por Nilson Luiz da Costa, economista, coordenador do Mestrado em Agronegócios da UFSM-Campus de Palmeira das Missões
Rafaela Rodrigues
Nós somos muito competitivos na cadeia de carnes, de grãos, principalmente soja e milho. Essas cadeias tendem a intensificar o trabalho e exportar mais. Por outro lado, existe a cadeia de leite da Europa, que comparada ao Brasil é altamente competitiva. Atualmente, a tarifa de importação de lácteos da União Europeia é de 28,5%. Se consolidado esse acordo, a cadeia do leite tende a estar exposta a concorrência externa, pois haverá redução dessas tarifas. Em termos gerais, no ponto de vista econômico, acredito
que iremos avançar, principalmente no agronegócio. Mas, em contrapartida, a gente vai zerar as alíquotas de importação para automóveis, medicamentos, químicos e muitos outros produtos industrializados, então existe um receio, uma tendência de que esse acordo possa intensificar esse processo de desindustrialização da economia brasileira. Em relação a infraestrutura e logística existem algumas limitações, mas também precisamos reconhecer que nós avançamos nos últimos anos. Nós temos condição, por
exemplo, para desenvolver transporte ferroviário e até mesmo hidroviário. O acordo prevê dez anos de prazo para adequação, é um prazo curto, mas que se bem aproveitado, dá para fazer muita coisa. É necessário sim a gente fazer uma autocrítica e no ponto de vista da eficiência econômica, os mais competitivos permanecem em um ambiente de integração como esse, já os menos competitivos, que forem se arriscar a entrar no livre mercado, não tenham dúvida que vão sofrer.
Por Eduardo Lima Porto, economista e diretor da LucrodoAgro
Arquivo Pessoal
Me parece muito prematuro nesse momento dimensionar o potencial econômico desse acordo para o Brasil, na medida em que somos um dos países mais fechados do mundo em termos de comércio exterior. Não obstante, considero a iniciativa muito positiva e que, no longo prazo, deverá trazer benefícios consistentes, principalmente no que se refere a melhoria da formação da nossa mão de obra. O alargamento do mercado através da eliminação das tarifas de importação poderá ser muito positivo, sobretudo para as nossas
agroindústrias mais qualificadas. Somos inegavelmente competitivos em vários setores do agro. Acredito que a partir de um trabalho consistente poderemos ganhar um espaço importante junto a uma grande base de consumo de alto poder aquisitivo. O desafio será a adequação dos padrões de qualidade definidos pelo mercado europeu, cujas exigências escondem verdadeiras barreiras “não-tarifárias” de caráter protecionista, as quais, não são impostas com o mesmo rigor para os fornecedores locais. Assuntos espinhosos como as demandas am-
O que prevê o acordo • Eliminação da cobrança de tarifas para suco de laranja, frutas (melões, melancias, laranjas, limões e outras), café solúvel, peixes, crustáceos e óleos vegetais • Exportadores brasileiros de vários setores terão acesso preferencial (por meio de cotas exclusivas e reduções parciais de tarifas): carnes (bovina, suína e de aves), açúcar, etanol, arroz, ovos e mel
• Foram reconhecidos como distintivos do Brasil: cachaças, queijos, vinhos e cafés. Isso significa que a identidade desses produtos será protegida no território europeu • O acordo não prevê uso de salvaguardas agrícolas especiais, o que preserva os interesses dos produtores brasileiros • Empresas brasileiras terão tarifas de exportação eliminadas para 100% dos produtos industriais
• Empresas brasileiras poderão participar de licitações da União Europeia, um mercado estimado em US$ 1,6 trilhão • Redução dos custos e agilidade nos processos de importação, exportação e trânsito de bens • Produtores brasileiros poderão acessar insumos de alta tecnologia com preços menores (Fonte: Mapa)
bientalistas precisarão ser endereçados de forma muito equilibrada e tecnicamente coerente. Apesar de entendimentos contrários por aqui, entendo que podemos cumprir com grande facilidade os termos do acordo de Paris, sem maiores prejuízos econômicos. As regras precisam ser obedecidas por todos e de maneira igualitária para que o Tratado de Livre Comércio tenha sentido. Trata-se de um assunto realmente amplo, de lenta maturação e totalmente sujeito a mudanças conjunturais, políticas, econômicas, étnicas e sociais.
Princípio da precaução é incluído no acordo Em teoria, o princípio da precaução permite que um país rejeite a importação de um produto alegando que faz mal à saúde humana e quem tem que provar o contrário é o país exportador. A União Europeia coloca o princípio em seus acordos. Ele só pode ser usado com base em evidência científica e o ônus da prova é do país que apresentar a reclamação. O princípio foi incluído no capítulo que trata do desenvolvimento sustentável (meio ambiente), da segurança e da saúde no trabalho.
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Parceiros do leite
MERCADO
Setor leiteiro solicita compras governamentais para equilibrar preço
O
Carolina Jardine/Divulgação
preço do leite registrou queda de 6,43% em julho se comparado com o valor consolidado de junho – passou de R$ 1,0486 para R$ 1,1207, segundo análise do Conseleite. Nos últimos três meses, o preço caiu 11,01% no Estado gaúcho. O presidente do Conseleite e do Sindilat, Alexandre Guerra, ressalta que o cenário reflete o aumento tradicional da produção nos meses de inverno e a redução do mercado decorrente da falta de recursos das famílias, movimento puxado pelos valores praticados em São Paulo. Sobre esse assunto, no mês passado lideranças ligadas ao setor também se reuniram na Fecoagro, em Porto Alegre. Um dos encaminhamentos foi o início de um movimento emergencial por ferramentas que auxiliem o setor a achar seu ponto de equilíbrio. Segundo o vice-presidente do Conseleite e representante da Fetag, Pedrinho Signori, está o pedido ao governo de compras governamentais. Ele revelou que a negociação está avançada para as primeiras 30 mil toneladas. O setor também pleiteia programas de escoamento de produção para retirar parte do leite do mercado gaúcho, o que poderia ser feito por meio do chamado Prêmio para o Escoamento de Produto (PEP).
Lideranças debatem fatores que influenciaram a queda da produção nesta temporada
Leite UHT é o que mais pressiona baixa no percentual de vendas Produção tem crescimento mais tímido A queda de preços já foi sentida pelos produtores de leite gaúchos, segundo análise de lideranças do setor. A produção que tradicionalmente aumentaria mais de 10% nesta época do ano não passou de 5% – dado debatido em reunião na capital gaúcha. Parte dessa queda também reflete o impacto das geadas registradas no início de julho, que comprometeram parte das pastagens.
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Para o professor da UPF e responsável pela pesquisa do Conseleite Marco Antônio Montoya, a maior baixa percentual mensal do valor do leite no ano se dá puxado pela queda do leite em pó (-2,21%), do UHT (-7,68%) e do queijo mussarela (-3,76%). O leite em pó, cita ele, vem caindo nos últimos cinco meses de forma constante, um produto que impacta diretamente no valor de referência em função de sua importância no mix. Além do consumo de leite e derivados, Montoya indica que também há redução na demanda de outros itens tradicionais na mesa do brasileiro e que levam leite em
sua composição, como pizzas, chocolates e outros itens industrializados. Ao avaliar a série histórica do Conseleite, Montoya explica que esta é a primeira vez em que o valor do preço referência médio anual corrigido pelo IPCA fica abaixo do ano anterior. Segundo o Conseleite, o chamado preço de referência real (corrigido pelo IPCA) ficou 0,37% abaixo do praticado em 2018. A explicação deve-se ao fato de os preços estarem em patamar elevado em julho de 2018 em decorrência da greve dos caminhoneiros, um cenário bem diferente do registrado neste ano.
Valores projetados para julho de 2019 (Conseleite) Matéria-prima
Julho*/19
I – Maior valor de referência
1,2059
II – Valor de referência IN 62
1,0486
III – Menor valor de referência
0,9438
Cooperativismo
OFERECIMENTO:
Agricultura familiar em destaque Sicredi disponibiliza mais de R$ 20,1 bilhões para o Plano Safra 2019/2020 em todo o Brasil Fotos: Sicredi
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eguindo seu objetivo de fomentar cada vez mais o agronegócio, o Sicredi vai viabilizar mais de R$ 20,1 bilhões em crédito rural nos próximos 12 meses, projetando atingir mais de 220 mil operações – o valor representa um crescimento de 21% nos recursos concedidos no ano-safra anterior. Neste novo ciclo que inicia, mais uma vez a instituição reforça o seu apoio ao fortalecimento da agricultura familiar, fazendo jus a distinção de agente financeiro com maior volume de recursos e de operações nesta categoria. Tradicionalmente, o Sicredi possui forte atuação no agronegócio brasileiro, estando entre os principais financiadores do agronegócio. Na região norte gaúcha e oeste catarinense, as cooperativas Sicredi Alto Uruguai RS/SC/MG, Sicredi Região da Produção RS/SC/MG e Sicredi Grande Palmeira, movimentaram seus associados e públicos – entidades ligadas ao agronegócio, para o lançamento do Plano Safra, visando repassar as informações necessárias e reforçar o seu papel de parceiro do produtor rural no fomento do custeio, investimento e comercialização das atividades agrícolas e pecuárias dos associados. O diretor executivo da Sicredi Alto Uruguai RS/SC/MG, Márcio Girardi, evidencia o papel das cooperativas enquanto instituição financeira fomentadora da agricultura familiar na região. – Em todo o Brasil o Sicredi se estruturou com recursos e profissionais para atender mais e melhor seus associados. Na nossa região, iremos ampliar o volume de recursos disponível aos associados, disponibilizando as linhas de crédito com condições especiais para fomentar os projetos de custeio e investimento destinados a agrega-
A Sicredi Alto Uruguai RS/SC/MG realizou cinco eventos para repassar informações sobre o Plano Safra, contemplando colaboradores, técnicos, parceiros, imprensa e associados.
Desde o dia 25 de junho a Sicredi Região da Produção RS/SC/MG, começou uma série de reuniões municipalizadas para apresentar detalhes e novas informações sobre o ano-safra
A Sicredi Grande Palmeira aproveitou mais uma edição do Dia de Negócios para lançar o Plano Safra 2019/2020. O evento que ocorreu em Palmeira das Missões, nos dias 12 e 13 de julho, é uma oportunidade para reunir empresários, associados dos ramos de agricultura e veículos, para ofertar produtos, gerando negócios e desenvolvimento para a comunidade
ção de renda, inovação e desenvolvimento econômico e social, com especial atenção as demandas da agricultura familiar, que representarão 85% das operações da Sicredi Alto Uruguai RS/SC/MG – explica. Para a agrônoma de Seberi/RS Marines Mazon, o Sicredi está trazendo muitos
benefícios para os produtores. “Destaco a preocupação em nos deixar bem atualizados, além disso, os colaboradores estão sempre acessíveis para que possamos conversar e trocar ideias sobre a melhor aplicação dos recursos”, comenta. O chefe do escritório municipal da
Emater de Constantina/RS, Rubem Bernardi, destacou o planejamento do Sicredi nas reuniões de lançamento do Plano Safra. “Os conhecimentos transmitidos contribuem diretamente para a boa assistência e execução dos projetos”, ressalta. Para atender às necessidades dos seus associados, o Sicredi disponibiliza linhas de crédito para custeio, comercialização, industrialização e investimento. Por isso, neste momento, recomendamos aos associados que procurem a agência do Sicredi, para que os colaboradores da cooperativa possam orientá-los, de acordo com seus perfis, a respeito dos mais apropriados produtos e serviços disponíveis, a fim de manter o crescimento de seus negócios, sempre de forma responsável e sustentável. Esta é mais uma maneira de o Sicredi contribuir com o desenvolvimento socioeconômico regional e local, que beneficia não somente seus associados, mas a toda a comunidade nas quais atuam as cooperativas de crédito e, também, o Brasil como um todo.
Dia de Negócios Sicredi movimenta R$ 2,8 milhões
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Sicredi Grande Palmeira realizou, em julho, em Palmeira das Missões, o Dia de Negócios Sicredi. O evento foi realizado no Parque Municipal de Exposições Telmo José Schardong e reuniu empresas do ramo agrícola, revendas de veículos e motos, entidades e clubes de serviço. Esta foi a terceira edição organizada pelo Sicredi, que tem como foco principal o fomento e a geração de novos negócios, movimentação da economia do município e incentivo às empresas associadas ao Sicredi. No total, os negócios gerados com a venda de veículos e máquinas agrícolas ultrapassaram o montante de R$ 2,8 milhões. Participaram do Dia de Negócios Sicredi as empresas: Agrinova, Palmitrac, Guarita, Plantasul, Meta Agrícola, SLC Comercial, Getulio Schmidt, Nova Planta, Itaimbé, Farm Agronegócios, Cotrisal, Panafé Motos, Marina Veículos, Holanda Veículos, Rafael Automóveis, Adilson Automóveis, Roberto Veículos, Dinho Veículos, CompactCar,
Kiko Motos, Feirão Semi Novos, Etel Energia Solar, Ervateira Menegazzo, Mksnet e Global Telecom. Além de empresas expositoras, participaram entidades como Lions e LEO Clube, Rotary Clube, Grupo de Escoteiros, Unimed, as quais levaram ao público atividades paralelas de saúde, entretenimento e educação. Isso também fez parte das comemorações do Dia Internacional do Cooperativismo. Além dessas atividades, outras atrações foram organizadas pelo Programa Líder Jovem, com o Woop Jump, e uma praça de brinquedos infláveis montada pelo Sesc. Ainda no primeiro dia de evento, após a abertura oficial, foi realizado o lançamento do Plano Safra 2019/2020 para associados agricultores, técnicos e engenheiros agrícolas. Na parte da tarde o encontro foi direcionado para empresas do município, com um workshop sobre atendimento coordenado pelo Sebrae/RS. 29 | Revista Novo Rural | Agosto de 2019
Cooperativismo
GERAL
Creluz amplia geração de energia solar em solo gaúcho
Repórter
Inaugurada trilha ecológica no Horto Florestal
lém de ampliar a geração de energia solar na Usina Boa Vista, o Grupo Creluz inaugurou, no início de julho, uma trilha ecológica no Horto Florestal, consolidando ainda mais o seu papel no desenvolvimento de práticas sustentáveis na região. O percurso tem em torno de 500 metros e possui sistema de agrofloresta – sistema de plantio de alimentos que é sustentável e ainda faz a recuperação de floresta –, com a presença de árvores nativas e frutíferas identificadas de acordo com cada espécie e passagem por um riacho. Além disso, a trilha foi construída com materiais reaproveitados, como postes de madeira para a ponte sob o riacho e pavers vazados, que permitem a infiltração da água no solo, aproveitado das próprias usinas
da cooperativa. Além da trilha ecológica, o espaço possui também um canteiro de chás, em forma de relógio do corpo humano e, em breve, o complexo contará com um meliponário com abelhas sem ferrão. Atualmente, em uma área de 23 hectares, são produzidas mudas de mais de 40 espécies nativas, inclusive erva-mate, com uma capacidade para produção de 400 mil mudas ao ano. O Horto Florestal tem sede localizada na Linha Tres, interior de Pinhal, e durante todo o ano a equipe trabalha com a doação de mudas para associados, entidades da região e outras partes do Estado, com o intuito de contribuir em ações sustentáveis, além de trabalhos de compensação e recuperação de áreas degradadas.
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ais dois veículos foram adquiridos pela Creluz para aprimorar os serviços na região. São duas camionetes S10 4x4 que estarão à disposição das equipes que atuam nos plantões dos municípios de Palmeira das Missões e Miraguaí. – A direção se preocupa com os colaboradores e associados. São dois veículos sendo entregues para trabalhar com mais agilidade e manter a segu-
rança da equipe que atua nos plantões – comenta o gerente de frota Clodoaldo Dallagnesi, do Grupo Creluz.
Acesse: www.creluz.com.br
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recursos próprios. A Creluz fez mais um investimento prudente, que traz resultados para todos envolvidos e, com certeza, se soma a outros projetos que já estão em desenvolvimento na região – destacou, ressaltando ainda que nos próximos meses está previsto para começar um trabalho de construção de mais três usinas solares em Ametista do Sul. Será o primeiro passo da Creluz para ingressar no mercado livre de produção de energia solar, pois até então a usina estava suprindo somente as necessidades internas da cooperativa. O momento de inauguração marca também os 20 anos da instalação da primeira usina da Creluz no setor hidrelétrico, outro feito da cooperativa em prol da geração de energia limpa. Rafaela Rodrigues
Edevaldo Stacke/Ascom Creluz
Reforço na frota
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onsiderado um dos primeiros empreendimentos a produzir energia a partir do sol no Rio Grande do Sul, a Usina Solar Boa Vista, fundada pelo Grupo Creluz em dezembro de 2016, inaugurou a fase B de suas instalações no início de julho, dia 5, no município de Boa Vista das Missões. Com essa ampliação, a central elétrica passa a contar agora com mais 1.440 placas solares, somando o total de 2.448, além de um transformador de 750 quilovolt-ampere (KVA) e mais oito inversores, gerando uma potência de aproximadamente 730 quilowatts pico (KWp), o suficiente para abastecer 640 residências. Além disso, a central atuará em ciclo combinado com a Hidrelétrica Carlos Bevilacqua, localizada no Rio Fortaleza, em Seberi, auxiliando principalmente nos períodos mais intensos do verão, quando há diminuição das chuvas e defasagem hídrica. Para o presidente da cooperativa, Elemar Battisti, a expansão também é uma forma de consolidar o compromisso que a Creluz tem com o desenvolvimento econômico, tecnológico e sustentável na região. – Com essa ampliação nós quase triplicamos a nossa oferta, agora são mais de duas mil placas, com R$ 6.334.000,00 aplicados, sendo essa segunda fase com
Rafaela Rodrigues
Edevaldo Stacke/Ascom Creluz
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A cooperativa já passa a projetar o primeiro passo para ingressar no mercado livre de produção de energia solar, divulgando a construção de mais três usinas em Ametista do Sul
CooperAtivas
Cooperativismo
PEDRO LUÍS BÜTTENBENDER Doutor em Administração, mestre em Gestão Empresarial, especialista em Cooperativismo e administrador. É professor pesquisador da Unijuí, assessor e associado de cooperativas E-mail: plbutten@gmail.com
OPINIÃO
Crescendo e se fortalecendo no cooperativismo A cooperativa, formada por uma sociedade de pessoas, tem no econômico apenas um dos seus focos. Na crise econômica, política ou social, mais do que um mecanismo para enfrentá-la, as cooperativas se constituem em estratégia e instrumento para construir a superação da crise, fazendo dela inclusive uma possível oportunidade. Assim, o cooperativismo confirma a sua missão maior de promover o desenvolvimento econômico e social equilibrado dos seus membros e da sociedade onde está inserido.
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cooperativismo está vivenciando novas dinâmicas no âmbito da governança, sustentabilidade e alavancando o desenvolvimento econômico e social dos seus membros e das regiões onde atua. Sem deixar de vivenciar, reconhecer e investir na superação dos seus desafios atuais e futuros, o cooperativismo cresce e se fortalece. Visto e reconhecido como sistema, estratégica, movimento, organização, sociedade de pessoas, organizações jurídicas com objetivos que são mais amplos que apenas gerar lucros e promover a reprodução e acumulação do capital. Como pesquisador nas áreas do cooperativismo, administração e desenvolvimento, com muitos trabalhos realizados abrangendo várias áreas do conhecimento, destacando humanas, políticas, econômicas, sociais, tecnológicas, ambientais e da gestão, é comprovado na prática e experiência que o cooperativismo é verdadeiro promotor da inclusão social, a igualdade e equidade humana, da promoção da democracia e a justiça social, da solidariedade e ajuda mútua, do empreendedorismo coletivo e a promoção do desenvolvimento de seus membros e da sociedade. O cooperativismo tem se apresentado, na sociedade pós-moderna, como uma das formas mais inovadoras de organização social e econômica, gerando oportunidades de trabalho e geração de renda, promovendo a distribuição mais igualitária e equitativa do poder e da renda. Segundo o sistema Ocergs-Sescoop/RS, em 2018, o cooperativismo possuía mais de 2,9 milhões de associados, mais de 450 cooperativas e mais de 64 mil empregados. Aumentaram em mais de 12% os ingressos, 18% as sobras, 12% o patrimônio líquido e 7% os ativos. Já no Brasil, segundo dados do anuário da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), em 2018, foram mais de 6,8 mil cooperativas, 14,2 milhões de associados e 398 mil empregos. Esses dados,
agregados aos dos demais sistemas cooperativos, irão gerar impactos ainda mais significativos, e com repercussões agregadoras na arrecadação de impostos e a diferenciada e destacada atuação em regiões emergentes, geograficamente periféricas, menor concentração populacional, menos dinâmicas economicamente e/ou indicadores de desenvolvimento menores, entre outros. Outros aspectos que vêm contribuindo com o fortalecimento do cooperativismo são os intensos investimentos em educação e capacitação dos quadros diretivos, associativos e funcionais, a crescente participação de mulheres e jovens nas organizações, inclusive em quadros de liderança, e um rejuvenescimento dos quadros diretivos, expresso tanto pela agregação de novas lideranças quanto pela qualificação e capacitação de lideranças atuais. Atentos aos desafios presentes e futuros, o cooperativismo está focado nas prioridades, como a ampliação e empoderamento das cooperativas nas regiões, estados e país; modernizando os seus mecanismos de gestão e governança, garantindo transparência e sustentabilidade ao sistema; a intercooperação (intra e inter sistemas), ampliando a sua atuação e capacidade de investimento em novas áreas e a promoção da inovação; integração na cadeia produtiva, aproximando
produtores de alimentos com consumidores; promoção da inovação em processos, produtos e sistemas; a renovação do marco legal do cooperativismo e suas interfaces com o mercado; a ampliação de alianças internacionais, ampliando seus níveis de autonomia frente as instabilidades internas; e aprimoramento e ampliação dos mecanismos de integração e de comunicação intra-sistema e com os territórios, países e comunidades onde estão inseridos. Com esta combinação de fatores, e a sua própria natureza enquanto organizações constituídas por pessoas, as cooperativas assumem uma dinâmica de crescimento e de fortalecimento em processos de desenvolvimento harmônico e mais equilibrado. E é nos ambientes de crise, fazendo dela uma de suas oportunidades, que o cooperativismo confirma a sua missão maior de promover o desenvolvimento econômico e social dos seus membros e da sociedade. E assim cada vez está sendo reconhecido. Se você ainda tem dificuldades de entender e reconhecer, vá até uma das cooperativas próximas, ou convide um de seus representantes, e avancem na perspectiva de promover o bem e o desenvolvimento, garantindo perspectivas de vida e de esperança para as gerações futuras. Sigamos em cooperação!
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Ely Antonio Mascia Neto
Tecnologia
OPINIÃO
A transformação digital chegou no campo?
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uito se fala no mundo empresarial, seja na indústria, comércio ou serviços, sobre a transformação digital. É algo muito novo e ainda confuso para a maioria dos produtores e empresários rurais. O fato é que a transformação digital já passou da fase da inovação e se tornou uma necessidade para quem busca ter um diferencial competitivo. A fazenda moderna está conectada, a gestão acontece em tempo real e as tomadas de decisão são baseadas em indicadores de negócio. Não são apenas as ferramentas tecnológicas, a jornada começa nos processos e pessoas, treinamentos e por um bom planejamento estratégico de curto, médio e longo prazo – lembrando que o ótimo é inimigo do bom. São quatro passos básicos para a transforma-
Quatro passos para a transformação digital no campo
ção digital no campo. O primeiro é avaliar as tecnologias atuais e extrair o máximo que elas oferecem, além dos processos que as pessoas precisam executar e, com isso, alimentar indicadores do negócio de forma estratégica. O segundo passo é identificar lacunas e reavaliar os processos. Muitos falam em processos, mas, conceitualmente, o que é? São conjuntos de procedimentos e melhores práticas para que tenhamos formalização dos trabalhos. O terceiro é o planejamento estratégico, que prevê avaliar indicadores por safra e cultivares. É fato que “se não medimos, não controlamos”. E o quarto item é conhecer a legislação aplicada ao setor econômico em que atua. A inovação tecnológica deve atender às regras jurídicas existentes, sob pena de colocar o produtor em risco.
1 Avaliar as tecnologias atuais e extrair o máximo que oferecem Divulgação
Administrador, atua na Performance Processos
2 Identificar as lacunas e reavaliar os processos
E-mail: ely.mascia@ performance processos.com
3 O quarto item merece muita atenção. Por isso, o advogado agrarista Francisco Torma, da página “Direito Agrário e do Agronegócio”, separou algumas dicas No caso do agronegócio, são vários os ramos do direito que lhe são aplicáveis e que, portanto, devem ser observados na gestão. Legislação tributária/fiscal Atualmente, todas as declarações fiscais se dão por meio eletrônico. Assim, o gestor necessita de amparo tecnológico para cumprir os procedimentos legais e evitar a penalização do produtor. Legislação econômica/financeira Ao mesmo passo, vivemos a época dos títulos de crédito eletrônicos, que circulam virtualmente na bolsa e tem a finalidade de financiar a atividade agrária. Os sistemas gerenciais devem estar atentos a estes procedimentos. Legislação ambiental/agrária Atualmente o produtor pode ser multado por in-
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fração ambiental até mesmo por uma imagem de satélite. Compreender os modernos mecanismos relativos ao direito ambiental e agrário é fundamental para a adequada gestão do agronegócio. Legislação trabalhista As últimas alterações deste ramo do direito têm levado a grandes debates acerca dos seus rumos. De qualquer modo, a gestão rural passa pela necessária observância das regras trabalhistas aplicáveis aos contratos de trabalho, a fim de evitar ou pelo menos minimizar possíveis danos. O conhecimento e cumprimento da legislação brasileira é fundamental para uma gestão otimizada da atividade rural e, necessariamente, deve fazer parte da inovação digital aplicada ao agronegócio. Os sistemas digitais e virtuais devem seguir o regramento jurídico vigente, a fim de trazer ao produtor a segurança que se espera dos sistemas gerenciais.
Gerar indicadores por safra e cultivar, que podem integrar o planejamento estratégico
4 Levar em conta a legislação fiscal, tributária, financeira, econômica, ambiental, agrária e trabalhista para a sustentabilidade gerencial
Gestão para o futuro
Juventude Rural
Flavio Cazarolli
Engenheiroagrônomo, especialista em Gestão de Recursos Humanos e palestrante na área de sucessão rural. Gerencia a Foco Rural Consultoria, em Ijuí E-mail: flavio@focorural. com.br
OPINIÃO
O que motiva os jovens a ficarem no campo?
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ecentemente o Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS) divulgou uma pesquisa feita no Rio Grande do Sul com filhos e filhas de agricultores sobre os fatores que levam os jovens a permanecer na atividade rural ou seguir outras carreiras. A pesquisa reforçou as situações que temos convivido no nosso trabalho com os jovens, filhos dos nossos clientes, demonstrando que, além de fatores econômico e financeiros, a inovação tecnológica, a participação nas decisões e a boa relação com a família e a comunidade são fatores que estão relacionados à vontade de permanecer no campo. Temos notado que os fatores ligados à relação entre pais e filhos têm grande influência no processo de sucessão familiar, especialmente na construção do desejo dos filhos de permanecerem no negócio da família. Uma família unida, que compartilha dos mesmos objetivos, tende a criar um ambiente de maior cooperação e, consequentemente, terá maior facilidade no processo sucessório. O principal ponto é construir um ambiente de comunicação aberta, com transparência sobre o negócio, suas dificuldades e suas potencialidades. Permitir a participação dos filhos nas decisões, construindo desde cedo a vontade de participar das atividades certamente facilitará a decisão deles de perma-
“Relações mais abertas e de diálogo constante são facilitadores do processo de inserção dos filhos no negócio da família.”
O que motiva os jovens a ficarem
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Renda
Inovação tecnológica
Participar das decisões
Tempo
Reconhecimento da família Divulgação
necer no meio rural. Portanto, relações mais abertas e de diálogo constante são facilitadores do processo de inserção dos filhos no negócio da família. Os jovens têm preocupações com a geração de renda, com a dimensão da sua participação nas decisões, com a disponibilidade de tempo para participarem da vida social. Esses pontos devem ser discutidos com os pais para que estes e outros anseios não se transformem em frustração. O fator econômico tem muita importância, está ligado a uma ideia de independência para o jovem. De qualquer forma, cada um de nós responde a estímulos diferentes, ou de maneira diferente para cada tipo de estímulo. Não teremos uma postura padrão, cada um tem seus critérios na hora de escolher o caminho a tomar. O que é importante é que manifeste os seus desejos, que o jovem tenha condições de fazer suas escolhas a partir daquilo que os pais e a vida lhes apresentarem como opção. Participar nas decisões é fundamental para o jovem. Para os pais isso é um processo que começa muito cedo, e o objetivo é instruir os filhos para que sejam capazes de se assumirem, como pessoas e profissionais. O grande problema é em que momento o jovem se acha pronto para ter autonomia nos negócios em relação ao momento que os pais consideram que ele esteja pronto. Isso não é um ponto pacífico, normalmente não é no mesmo tempo, para os pais é uma decisão difícil dar esta autonomia, visto que podem botar em risco todo o negócio. A melhor maneira de passar por este momento é através de um processo de co-gestão, ou seja, um período onde os pais começam a dar autonomia supervisionada aos filhos, corrigindo os erros e reconhecendo as conquistas. Do lado dos pais um ponto importante é o respeito, especialmente das opiniões, que mesmo na maioria das vezes vindas de pessoas inexperientes, demonstram a vontade dos pais de contribuir com o desenvolvimento dos filhos. É importante que os pais participem do processo de qualificação, dedicando aos filhos tempo na construção dos seus conhecimentos, permitindo que vivenciem experiências relacionadas aos negócios da família com acompanhamento e supervisão. Demonstrar afetividade e reconhecimento visto que na relação familiar existem pontos que vão além do negócio, estamos falando da adesão a um projeto de vida, a princípios e valores pessoais. A boa comunicação continua sendo a melhor ferramenta para estabelecer uma relação positiva entre as gerações.
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Juventude Rural
EMPREENDEDORISMO
Rafaela Rodrigues
Família aposta na produção orgânica Ainda em fase de transição da produção chamada agroecológica para a orgânica, família vê na atividade uma oportunidade para gerar mais renda Rafaela Rodrigues
jornalismo@novorural.com
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opção por consumir produtos sem adição de adubos químicos e defensivos agrícolas, cujo processo de produção é considerado mais próximo do natural, tem feito com que produtores com foco em itens orgânicos ganhem cada vez mais relevância dentro do mercado nacional. Foi pensando no meio ambiente e também no bem-estar humano que a família de Ademar Azevedo do Prado Júnior, 23 anos – composta pela esposa Maiara, pai Ademar, mãe Marli e irmã Analice – fundou há dois anos o Sítio Pedras Brancas Produtos Agroecológicos, no interior de Frederico Westphalen. Técnico agropecuário e com experiência de campo, Ademar Júnior viu na área de
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10.000 m² da família, que estavam inutilizados, uma oportunidade para gerar mais renda. – Quando trabalhei na região Planalto Norte de Santa Catarina, participei de um projeto no qual a gente fornecia assistência técnica para produtores de tabaco e difundia atividades alternativas de produção, com o objetivo de melhorar a qualidade de vida e a renda deles. Uma das alternativas que conseguimos fortalecer foi a do morango. Devido ao trabalho lá ter fluído nessa área, a gente decidiu investir aqui e, aos poucos, fomos diversificando, com hortaliças e demais cultivos. Hoje já estamos com seis estufas – conta o produtor, ressaltando que desde o início das atividades o objetivo sempre foi trabalhar sem o uso de defensivos. Viu ali uma oportunidade de ingressar em mais um nicho de mercado do setor agropecuário.
Rumo à certificação Atualmente a família trabalha com a venda direta dos produtos – em feiras e para consumidores finais – e integra o Grupo Barril, cadastrado junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). O principal objetivo do grupo, que hoje conta com a participação de quatro famílias, é alcançar a certificação para garantir a qualidade orgânica dos produtos e também ampliar o processo de comercialização – vender para supermercados, restaurantes, entre outros. – O grupo é um canal para poder certificar a produção orgânica. Nós temos que passar por um processo rigoroso, recebemos visitas tanto do Mapa quanto dos próprios integrantes do grupo, que também se autofiscaliza, além do pessoal da Rede Ecovida. Todos nós temos uma função para conseguirmos chegar à certificação. Acredito que até o fim do ano estaremos devidamente certificados – explica Ademar Júnior, esclarecendo que hoje estão em uma fase de transição da produção considerada agroecológica para a orgânica.
Juventude Rural
EMPREENDEDORISMO
O espírito empreendedor e a criatividade são duas características fortes da família. O jovem produtor conta que, no início das atividades – devido à falta de experiência –, tiveram dificuldades, mas isso não foi motivo para impedir o avanço no mercado. Hoje, eles produzem o próprio substrato e conseguem atender os quesitos para o sistema orgânico dar certo. Além disso, para a comercialização e divulgação dos produtos, eles utilizam as redes sociais como principais ferramentas. – Hoje nós temos dois grupos de clientes no WhatsApp. Nas segundas e quintas-feiras a gente envia a lista, com todos os produtos e os preços, e então definimos um pedido mínimo de R$ 15 para cada cliente. Assim, ele monta a lista conforme sua preferência. As entregas são feitas nas terças e sextas. Também temos contas no Facebook e no Instagram – comenta, fazendo projeções de ampliação na produção. Atualmente são produzidos 35 kg de morango por semana, chegando, em média, a 105 kg/mês. Já no pico da safra, a produção chega a 100 kg/ semana. Já em relação às hortaliças, são vendidos cerca de 100 pés/semana. Nascido e criado no meio urbano, Ademar Júnior enxergou no campo uma oportunidade de empreender. Com o apoio e mão de obra familiar, os produtos agroecológicos do Sítio Pedras Brancas estão conquistando espaço no mercado e, de quebra, incentivando futuros empreendedores no segmento. – Tem que chamar a responsabilidade para si, procurar algo diferente, sair da rotina, buscar alternativas de produção e o seu retorno financeiro – orienta o jovem.
Rafaela Rodrigues
Criatividade na hora de empreender
“Tem que chamar a responsabilidade para si, procurar algo diferente, sair da rotina, buscar alternativas de produção e o seu retorno financeiro.”
Assistência técnica faz a diferença
Ademar Azevedo do Prado Júnior, jovem agricultor Rafaela Rodrigues
O papel da assistência técnica nesses casos é fundamental. Hoje a família conta com o apoio da Emater/RS-Ascar e também de um projeto do Sebrae de fomento à fruticultura. – Nosso compromisso é dar suporte e levar informação técnica de qualidade aos produtores, inclusive para os que estão se inserindo no mercado. É importante que esse produtor entenda o contexto no qual está se inserindo ou variedades específicas para a região. Só assim é possível ampliar os negócios – opina o técnico-agropecuário Alécio Lapazin, da Emater/RS-Ascar, que presta assistência para a família. O grupo de agricultores que está buscando a certificação orgânica também tem o assessoramento do assistente técnico regional em Recursos Naturais da Emater/RS, o agrônomo Carlos Roberto Olczevski. Depois de uma sensibilização de várias famílias no município, esse acompanhamento também é feito por meio da Rede Ecovida de Agroecologia. Esta integra o Núcleo Vale do Rio Uruguai, uma certificadora de produtos orgânicos registrada no Mapa. Inclusive, essa estratégia usada pela Emater/RS integra o Plano Estadual de Agroecologia e Produção Orgânica (Pleapo), instituído pela então Secretaria do Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo do RS (SDR). O intuito é promover a produção de alimentos saudáveis e garantir a segurança alimentar e nutricional das pessoas.
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Campo Aberto
GERAL
Cursos na área de uvas e vinhos têm nova data
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Programa Líder Jovem, uma iniciativa idealizada pela Sicredi Alto Uruguai RS/SC/MG para estimular o espírito de liderança em jovens, foi um dos cinco cases vencedores do Wycup (World Council Young Credit Union People), no dia 31 de julho, durante a Conferência do Conselho Mundial das Cooperativas de Crédito (Woccu), realizada em Nassau, nas Bahamas, entre 28 a 31 do mês passado. – Destacamos os princípios do cooperativismo, que traz o interesse em desenvolver pessoas, na formação, informação e, mais uma vez, comprovam que esse modelo faz a diferença para o desenvolvimento e transformação das comunidades. A premiação recebida coroa o trabalho da nossa cooperativa. Estamos muito felizes com esse reconhecimento mundial – afirma o presidente da cooperativa, Eugenio Poltronieri. O Programa Líder Jovem, desde sua implantação, em 2012, já formou mais de 330 pessoas. Os jovens participam de diferentes módulos de formação e são estimulados a desenvolver as bases do cooperativismo, princípios da educação financeira, empreendedorismo, comunica-
Sicredi Alto Uruguai RS/SC/MG/Divulgação
Sicredi Alto Uruguai RS/SC/MG recebe reconhecimento internacional
Novo Rural Comunicação, Capacitação e Eventos anuncia alterações nas datas das qualificações em Vitivinicultura e Análise Sensorial e Degustação de Vinhos. Os cursos, que seriam realizados nos dias 2 e 3 de agosto, respectivamente, foram remarcados para os dias 25 e 26 de outubro. No dia 25 o encontro será na ACI de Frederico Westphalen e no dia 26, na Vitrola Café. As atividades serão ministradas pelo professor Vagner Brasil Costa, de Dom Pedrito/RS, que é enólogo, engenheiro-agrônomo e doutor em fruticultura. O intuito é compartilhar experiências da região da Campanha gaúcha com os produtores do Norte do Estado, uma vez que Brasil Costa atua fortemente no manejo de videiras com foco na produção de vinhos.
Serviço O presidente-executivo do Banco Cooperativo Sicredi, João Tavares, a conselheira de administração, Giovana Giacomolli, a assessora de comunicação, Micheli Thiesen, a vice-presidente da Sicredi Alto Uruguai RS/SC/MG, Angelita Marisa Cadoná, e o presidente da SicrediPar e da Central Sicredi PR/SP/RJ, Manfred Alfonso Dasenbrock, comemoraram a conquista do prêmio
ção, valores e cooperação. Após cada módulo, os participantes são envolvidos em ações sociais nos municípios e recebem orientações para criar uma empresa fictícia. – A conquista é dedicada aos jovens e associados que fazem parte da cooperativa, que participam e fazem de programas como esse, ter sentido e fazerem a diferença na sociedade – destaca Micheli Thiesen, colaboradora da cooperativa que representou o programa no evento. A Sicredi Alto Uruguai RS/SC/MG esteve representada no maior evento
do cooperativismo em nível mundial pela vice-presidente Angelita Marisa Cadoná, que também foi convidada a participar do Future Forum, momento em que líderes das maiores cooperativas de crédito do mundo se reúnem para discussões sobre tendências do segmento; a conselheira de administração, Giovana Giacomolli; e a assessora de comunicação, Micheli Thiesen. Desde 2003, a cooperativa vem recebendo reconhecimentos nacionais e internacionais pelas ações desenvolvidas.
O que: Qualificação em Vitivinicultura e Degustação de Vinhos Quando: 25 de outubro, sexta-feira, a partir das 8h30min Onde: Salão Nobre da ACI de Frederico Westphalen/RS
Sicredi Alto Uruguai RS/SC/MG/Divulgação
O que: Curso de Análise Sensorial e Degustação de Vinhos Quando: 26 de outubro, a partir das 8h30min Onde: Vitrola Café, em Frederico Westphalen/RS
Para se inscrever ou sanar dúvidas, contate conosco pelo e-mail relacionamento@novorural.com ou pelos telefones (55) 9-9960-4053 e (55) 2010-4159 Os 134 integrantes do Sistema Sicredi no maior evento de cooperativas à nível mundial
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Campo Aberto
GERAL
STR de Frederico Westphalen festeja 55 anos de fundação
Segue a colheita do brócolis em Liberato Salzano Rafaela Rodrigues
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s 25 famílias que estão envolvidas com a cultura do brócolis em Liberato Salzano já estão trabalhando na colheita, trabalho que deve seguir até o mês de novembro, segundo informações da Secretaria de Agricultura do município – conhecido pela diversificação da atividade agrícola familiar. No total, são 1,3 milhão de brócolis plantados, com previsão de uma colheita de 800 mil quilos, segundo a secretaria. Hoje o município incentiva esse cultivo, uma vez que disponibiliza o frete para o transporte da produção até a indústria, a Grano Alimentos, em Serafina Corrêa. Hoje o valor pago ao agricultor tem ficado em R$ 0,91 por quilo de brócolis. Divulgação
Diretoria 2019-2023 Presidente: Amarildo Manfio – Linha Faguense Vice-presidente: Lurde Maria Movska – Linha Santos Anjos Primeiro-secretário: Vanderlei Zonta – Linha Boa Esperança Segunda-secretária: Denise Secretti – Linha São Paulo Primeiro-tesoureiro: Clair Luis Magalski – Linha Encruzilhada Segundo-tesoureiro: Mateus Balzan – Castelinho Diretora-educacional: Jussara Maria Moresco – Linha Encruzilhada Suplente de diretoria: Ema de Souza Mulinari (Linhas Iraí Vilinha), Marcio Breginski (Castelinho), Alexandre Rossatto (Linha Alto Alegre), Sonia Cherobini (Linha São José), Natael André Pavan (Linha Getúlio Vargas), Ricardo Favin (Linha Milani), Madalena Pavan Schorek (Linha Getúlio Vargas) Conselho Fiscal: Fernando Feli (Vila Carmo), Romildo Giuliani (Linha Pedras Brancas), Luiza Bisollo Somavilla (São João do Porto), Cassiano De Pellegrin (Ponte do Pardo), Rejane Maria Mazzonetto (Vila Carmo), Valdecir Sarmento (Linha São Francisco)
Cinco novas cultivares de trigo em 2020
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inco novas cultivares de trigo, além de 10 extensões de cultivo de trigo e uma de triticale, foram aprovadas na 13ª Reunião da Comissão Brasileira de Pesquisa de Trigo, realizada em julho, em Passo Fundo. Essas cultivares deverão chegar ao mercado na próxima safra. Da Biotrigo Genética são a TBIO Astro, trigo melhorador de ciclo superprecoce; TBIO Capricho CL, trigo pão de ciclo médio/tardio, com a tecnologia Clearfield; e TBIO Aton, tipo pão, de ciclo médio. Já da Tamona Agropecuária foi aprovada a cultivar RBO 2B5, trigo de ciclo precoce; e da Fundação Pró-Sementes a FPS Regente. Foi aprovada extensão de indicação de uso para as cultivares da Biotrigo TBIO Duque (trigo pão branqueador, de ciclo
precoce) para os estados de SC, MG, GO e DF; TBIO Ponteiro (trigo pão de ciclo médio/tardio) para os estados de SC, PR e MS e TBIO Energia II (trigo para alimentação animal) que passa a ser indicada para cultivo no Estado do Distrito Federal. Além disso, tiveram áreas de abrangência ampliadas as cultivares da Embrapa BRS 264 (precoce, trigo pão), para o cultivo no irrigado, na região 4 de Minas Gerais; BRS Surubim (triticale de ciclo médio, outros usos), com extensão de recomendação para a região 1 de Santa Catarina; e BRS Atobá (trigo precoce, melhorador) para as regiões 1 e 2 de Santa Catarina e região 2 de São Paulo. A OR Sementes recebeu a aprovação de extensão de cultivo de cinco va-
riedades de trigo, sendo quatro para o cultivo irrigado na região 4 de Minas Gerais. São elas: ORS 1403 (ciclo médio, classe pão), ORS 1401 (ciclo tardio, classe melhorador), ORS Citrino (ciclo precoce, melhorador), ORS Madrepérola (ciclo médio/precoce, classe melhorador/branqueador). ORS Ágile, trigo pão, de ciclo superprecoce, passa a ser indicado para região 1 e 2 do Rio Grande do Sul e Santa Catarina e 1 do Paraná. As cultivares aprovadas e as extensões de uso estarão disponíveis para cultivo a partir da safra 2020. As recomendações serão publicadas nos próximos meses no livro “Informações Técnicas para Trigo e Triticale – Safra 2020”, com distribuição gratuita, e no site www.reuniaodetrigo.com.
Anuário do leite mostra dados e análises da cadeia produtiva
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stá disponível o Anuário do Leite 2019, que mostra análises e estatísticas que ajudam a explicar o cenário atual e as tendências do setor no Brasil e no mundo. No total são 35 artigos, assinados por pesquisadores da Embrapa e outros especialistas do setor. Entre os temas desta edição constam leites especiais, orgânicos e A2A2; evolução genética, exportação, comportamento do mercado e revolução 4.0. o conteúdo é editado pela Texto Comunicação Corporativa, elaborado por concessão da Embrapa Gado de Leite.
Acesse pelo código com a câmera do seu smartphone
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unto às comemorações do Dia do Colono e Motorista, o Sindicato dos Trabalhadores Rurais (STR) de Frederico Westphalen realizou no dia 25 de julho, nas dependências da entidade, a eleição da nova diretoria para o período 20192023. Os eleitos tomarão posse no dia 29 de agosto, quando o atual presidente Nadir Buzatto deixa o cargo e Amarildo Manfio assume a função. Durante o ato solene foi realizada uma homenagem aos sócios-fundadores. Ainda na ocasião ocorreu o lançamento do livro “Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Frederico Westphalen, 55 anos de lutas, conquistas e realizações”, para marcar o aniversário do STR no município, de autoria do presidente Nadir Buzatto. O livro mostra a caminhada histórica da entidade no município, com imagens e dados exclusivos.
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Qualidade de vida
SAÚDE E BEM-ESTAR
Neste mês de agosto é comemorado o Dia dos Pais e, para celebrar essa data, nossa sugestão é priorizar por momentos em família. Para isso, uma boa receita também pode trazer ainda mais aconchego e momentos de parceria. Vejas as opções que separamos para esta edição.
Seu Dia dos Pais com mais sabor
Costela suína caramelizada Modo de preparo
Ingredientes Para a costela • 1,5 kg de costela suína • Vinagre, temperos (de preferência secos e moídos) e azeite a gosto • Sal moído na hora • 500g de batata bolinha com casca Para o molho (que vai caramelizar a costela) • 3 colheres de sopa de catchup • 3 colheres de sopa de molho inglês • 3 colheres de sopa de melado de cana
Tempere a costela a seu gosto, borrife um pouco de vinagre sobre a carne e depois coloque uma generosa dose de azeite, de forma que ela fique bem envolvida por toda essa mistura de ingredientes. Coloque em um refratário, junto com as batatas bolinhas (também com azeite) e tempere com sal moído na hora. Cubra o refratário com um papel alumínio e asse em fogo baixo por uma hora. Enquanto isso, você pode ir misturando os três ingredientes que vão caramelizar a carne. Passada a primeira hora, remova o papel alumínio e envolva a carne com a mistura. Asse por mais 20 minutos em fogo baixo, depois vire a costela e asse por mais 20 minutos ou até notar que ela está assada.
Torta-mousse de morango Ingredientes Para a torta • 1 pacote de biscoito maisena sabor chocolate triturado (200g) • 4 colheres (sopa) de manteiga • 1 clara • 1 xícara (chá) de geleia de morango Para o mousse • 2 latas de leite condensado • 2 caixas de creme de leite (400g) • 2 envelopes de pó para suco sabor morango • 1 envelope de gelatina em pó sem sabor incolor
Modo de preparo Em uma tigela, misture o biscoito com a manteiga e a clara até formar uma massa homogênea. Forre o fundo de um refratário médio, apertando com os dedos. Leve ao forno médio (180°C), preaquecido, por oito minutos. Retire e deixe esfriar. No liquidificador, bata o leite condensado, o creme de leite e o suco. Prepare a gelatina conforme instruções da embalagem e junte ao creme anterior, batendo até ficar homogêneo. Espalhe no refratário sobre a massa e leve à geladeira por quatro horas. Retire, espalhe a geleia sobre o mousse e sirva.
Arriba, muchachos! Para aproveitar a oferta sazonal de abacates que tal preparar uma receita diferente dessa vez? A guacamole é uma iguaria típica da culinária do México, foi inventada pelos astecas por acreditarem na força do fruto, já que tem um alto teor de gordura e, assim, uma ótima capacidade de fornecer energia. Tradicionalmente, é servida junto com nachos ou pratos como burritos, enchiladas e tacos.
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Ingredientes • 2 abacates médios maduros • 2 tomates pequenos sem pele e semente • 1 dente de alho • 1 cebola média • 2 colheres de sopa de azeite • 1 limão • Pimenta sem semente a gosto (pode ser malagueta, dedo de moça, de cheiro ou calabresa) • Ervas finas a gosto • Sal a gosto
Modo de preparo Abra os abacates ao meio, tire o caroço e remova toda a polpa. Em seguida, corte-o em pedaços e coloque-os dentro de um recipiente. Corte os tomates (sem pele e sem sementes), a cebola, o dente de alho e a pimenta em pedaços bem pequenos. Junte ao abacate e amasse até formar uma pasta, deixando-a o mais homogênea possível. Tempere com limão, azeite de oliva, sal e ervas finas e está pronto para servir. Dica: A guacamole fica uma delícia com nachos, que são tortilhas de milho crocantes com formato triangular. Caso prefira, pode substituir elas por doritos, torradas ou massa de pastel assada.
CĂĄ entre nĂłs
Qualidade de vida
DulcenĂŠia Haas Wommer
Assistente tĂŠcnica regional social da Emater/RS- Ascar de Frederico Westphalen e-mail: dwommer@ emater.tche.br
OPINIĂƒO
Quem planta colhe!
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ste mĂŞs quero convidar vocĂŞ a pensar comigo sobre o compromisso com a semeadura e os cuidados com a vida. A relação da mulher com a natureza ĂŠ milenar, temos o arquĂŠtipo da mulher como a cuidadora do ambiente, protetora das suas crias. No entanto, a mulher ĂŠ muito mais do que isso. Ela tem suas raĂzes com a mĂŁe-terra, unificando o ser, que alĂŠm de sagrado, ĂŠ fĂŠrtil. A conexĂŁo que o ser mulher e a natureza tĂŞm ĂŠ mĂstica, ĂŠ a mulher que separa os grĂŁos para o plantio, ĂŠ a mulher que observa e sente as fases da lua, assim como suas modificaçþes. A mulher sente no corpo as mudanças das fases, pois a mulher, assim como a lua, ĂŠ cĂclica. HĂĄ uma verdadeira conexĂŁo entre a terra, o alimento e as mulheres. Percebam ainda que Terra ĂŠ uma palavra feminina em algumas lĂnguas latinas. Este tema ĂŠ fruto das muitas conversas com a acadĂŞmica Giulia Gentilini, que estagiou conosco neste ano. JĂĄ aproveito para parabenizĂĄ-la pela sua formatura neste mĂŞs. Jovem mulher, que jĂĄ compreende tĂŁo bem nosso papel enquanto “mulheres que carregam semente, semente da vidaâ€?. E
sĂŁo muitos os exemplos de como as mulheres, em comparação ao meio ambiente, sĂŁo seres Ăşnicos, que geram vidas, responsĂĄveis por semear, cuidar, preservar e colher. Em Liberato Salzano, o Grupo de Mulheres GuardiĂŁs do Futuro tem uma caminhada inspiradora, pois estĂŁo atentas para uma verdadeira transformação social de ideias e paradigmas, em que as mudanças devem ocorrer de dentro para fora, com pequenas açþes que podem se tornar em grandiosos resultados, na melhoria da alimentação e na saĂşde atravĂŠs da produção de farinha de milho e arroz crioulos. Inclusive, recentemente compraram um moinho de pedra e um descascador de arroz para processar em grupo o que ĂŠ produzido por elas. Esse ĂŠ somente um exemplo da nossa regiĂŁo, entre tantos outros que poderĂamos citar. Portanto, fica evidente o papel das mulheres na produção de uma alimentação saudĂĄvel. SĂŁo elas que se preocupam com as sementes e com o que colocar na mesa, na maioria das vezes. CĂĄ entre nĂłs, “as mulheres sĂŁo como
ĂĄguas, crescem quando se encontramâ€?. O que nĂŁo dĂĄ para fazer ĂŠ pedir para benzer a ĂĄgua e depois sair contaminando nascentes e riachos. A mĂŁe-natureza zela pelos seus filhos, assim como a terra deve atender a demanda humana, e a comida ĂŠ a alavanca mais forte para otimizar a saĂşde humana e a sustentabilidade ambiental na Terra. Armandinho, cantor e compositor gaĂşcho, nos lembra isso, quando canta “Semente, semente, semente, se nĂŁo mente fale a verdade, de que ĂĄrvore vocĂŞ nasceu? Semente, eu sei, tem gente que ainda acredita, aposta na força da vida, busca um novo amanhecer. LĂĄ vem o sol, agora diga que sim, semente eu sou sua terra, semente pode entrar em mim...â€? Aproveito para deixar aqui nosso convite para o evento regional sobre agrobiodiversidade, alimentação saudĂĄvel, ciĂŞncia e tecnologias para produção de orgânicos, no dia 14 de agosto, em Frederico Westphalen. E vocĂŞ, o que estĂĄ semeando? EstĂĄ colhendo? Isso serve tambĂŠm para os pensamentos, relacionamentos, açþes e inspiraçþes. Abraço!
Sobre qual assunto vocĂŞ quer que eu escreva? Mande sua sugestĂŁo para o WhatsApp (55) 9.9960.4053
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