Revista Novo Rural |Outubro 2019

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1 | Revista Novo Rural | Outubro de 2019


Carta ao leitor PATRÍCIA CERUTTI Diretora da Novo Rural

Uma ponte para o desenvolvimento

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os próximos dias será inaugurada uma obra que é um dos maiores legados do cooperativismo para nossa região, a Ponte da Integração. A travessia, que ligará o município de Rodeio Bonito a Liberato Salzano, conectando duas regiões do Norte gaúcho – impulsionando o desenvolvimento do setor agrícola em dezenas de municípios –, ganhou este nome por sugestão do presidente da Creluz, Elemar Battisti. A obra foi gestada e defendida pela Creluz por um longo período, até que em função de um desdobramento inesperado precisou ser viabilizada com recursos do Ministério da Integração Nacional. A história da Ponte da Integração começou há mais de duas décadas quando a Creluz, sensível ao clamor da comunidade dos dois lados do rio da Várzea e atenta ao prejuízo que a falta desta infraestrutura causava na economia regional, tinha como meta utilizar o barramento da futura PCH Jacinto como base para a nova travessia, concretizando uma obra que há décadas era sinalizada pelo governo e nunca saia da promessa. Mesmo não conseguindo dar continuidade ao seu objetivo inicial, de utilizar o barramento para fazer a ponte, a força da cooperação foi decisiva

co. Também será transportado com menor cuspara que este sonho coletivo se tornasse realidato os dejetos de suínos para adubar a produção de. A Creluz disponibilizou o projeto, estudos, esde citros em Liberato Salzano e de lá virão suítrutura física e área de terra adquiridas para atennos para abastecer frigoríficos de Seberi e Freder as exigências da obra e lideranças políticas, derico Westphalen. lideradas pelo prefeito de Liberato Salzano, Gilson A força da cooperação, da de Carli, com apoio da Amzop, mobilização por um objetivo comobilizaram forças para conquismum pode ser transformadora de tar o recurso necessário para a “A força da realidades, como poderemos enconstrução via governo federal. contrar em muitos exemplos reAgora, às vésperas de liberar a cooperação e gistrados nesta edição. A reporponte para os usuários, um novo da mobilização tagem de capa, sobre a sucessão aporte de recursos pela Creluz e campo, aborda o tema que outros municípios da região foi por um objetivo no mais deve preocupar as lideranças necessário, em um esforço coletivo para suprir o que faltou no or- comum pode ser da nossa região. Que a mesma e esforço coletivo empreçamento. transformadora união gado para a construção da PonEsta história está registrada em um livro que será lançado de realidades.” te da Integração seja empregado em breve. Nesta publicação tamem ações para incentivar que os bém haverá um relato do quanjovens fiquem no campo. Nós, da to a ponte impactará no setor da Novo Rural estamos empenhados agropecuária, como por exemplo no transporte neste esforço, mostrando bons exemplos, inspide frangos, criando as condições para que mais rando jovens e famílias a achar a sua forma de de uma centena de aviários sejam instalados na dar continuidade ao legado e prosperar através da atividade no campo. região, atendendo a demanda de um frigorífi-

Foto do leitor Agner Gelatti

Daniel Bonini

Daniel Bonini

Presença de abelhas em pomar de laranja valência, no pomar da Área Experimental da Universidade de Cruz Alta

Guilherme Coradini

Caroline Vincensi

Início da semeadura da soja, safra 2019/20, na cidade de Nova Mutum, no Mato Grosso. Com a volta das chuvas após mais de quatro meses de estiagem, período seco na região do cerrado brasileiro, os produtores iniciaram a semeadura da nova safra de soja

Trigo Coodetec 1303 com abortamento de flor por fatores abióticos. Neste caso, excesso de calor combinado com déficit hídrico. Com esses fatores, causou um aumento de respiração da planta, resultando em esterilidade nos últimos grãos em que a planta acumula seus fotoassimilados. Registro na Linha Vista Alegre - Pejuçara/RS

Dessecação de campo bruto para abrir lavoura de soja, em Passo do Verde, Santa Maria

Direção A revista Novo Rural é uma publicação realizada em parceria com

Alexandre Gazolla Neto Patricia Cerutti

Editora-chefe Gracieli Verde

Circulação Mensal

Tiragem

10 mil exemplares

Fechamento

Reportagem

04/10/2019

Fone: (55) 2010-4159 Endereço: Rua Garibaldi, 147, sala 102 - B. Aparecida Frederico Westphalen/RS 2 | Revista Novo Rural | Outubro de 2019

Rafaela Rodrigues Abrangência: Rio Grande do Sul, Oeste de Santa Catarina e Sudoeste do Paraná.

Site e redes sociais Camila Wesner

Desenvolvimento de mercado Nadine de Jesus

Diagramação e publicidade Fabio Rehbein

Capa

Gracieli Verde


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Estamos na liderança estadual entre as instituições financeiras que mais realizaram crédito rural no último ciclo do Plano Safra, e somos quem mais repassou recursos para a agricultura familiar em todo o Brasil no ano de 2018. Assim contribuímos com nossos associados, fortalecendo as comunidades e fazendo a diferença para o Rio Grande do Sul crescer. • Mais de 117 mil liberações de financiamento • 38% do total de transações de crédito no RS • Volume superior a R$ 7 bilhões Crédito rural para o agronegócio? Conte com a gente.

* Fonte: Sistema de Operações de Crédito Rural e do Proagro (Sicor).

3 | Revista Novo Rural | Outubro de 2019


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Luiz Francisco Zafalon, de São Carlos/SP

Maiara Tedesco, de Santo Ângelo/RS

“A mastite é uma doença inflamatória da glândula mamária reconhecida pela sua relevância em animais cujo principal cunho econômico é a produção de leite. Mas, os criadores de ovinos de corte também têm perdas econômicas devido à doença, afinal, certas raças, como a Santa Inês, apresentam uma boa produção de leite, que podem predispor às infecções nas glândulas mamárias. Podem ser fatores de risco para ocorrência de mastite clínica em ovelhas de corte a criação de animais de forma mais intensiva, com falta de limpeza das instalações e maior densidade populacional. Devem ser evitadas lesões nos tetos, mas mesmo em animais com pele íntegra a transmissão de microrganismos pode ocorrer, já que alguns são habitantes comuns da pele. Outras possíveis causas da doença podem ser a sucção excessiva do cordeiro, que pode predispor os tetos a lesões, além de pastagens contaminadas. Destacam-se como medidas de controle o descarte de fêmeas com mastite crônica, de fêmeas com mastite clínica durante a lactação, de animais com úbere assimétrico ou duro à palpação e de ovelhas com abcessos nas mamas. A prevenção de outras doenças que podem predispor à mastite também é uma forma de controle. O uso de antimicrobianos para o tratamento pode ser útil, tanto na lactação como antes do período seco. Porém, não existem protocolos específicos para a antibioticoterapia em ovinos. Inclusive, o uso de tratamentos intramamários no período seco pode estar associado com surtos de mastite aguda e crônica devido a patógenos oportunistas, quando não há higiene adequada na infusão da cânula do medicamento. Importante salientar que para prevenir e controlar a mastite, aspectos exclusivos à espécie animal devem ser considerados pelo médico-veterinário para o diagnóstico da doença.”

“A cultura do milho representa grande potencial produtivo e econômico para a nossa região, e exige cuidados, além de uma sucessão de etapas e decisões a serem tomadas ainda antes do plantio. A escolha do material genético, assim como análise de solo para definição do fertilizante a ser utilizado, são fatores fundamentais para o sucesso da safra. A decisão sobre o fertilizante deve levar em conta os nutrientes mais demandados pela cultura e os que estão em baixa quantidade no solo, sem esquecer do equilíbrio nutricional, já que existem 15 elementos essenciais e em total ausência de algum deles a planta não sobrevive. Não encontramos todos esses elementos disponíveis e abundantes nos nossos solos, e não se consegue realizar a reposição de todos eles via fertilizante de base, por isso torna-se importante a tecnologia da complementação foliar para o atingimento de altas produtividades. Em resumo, nada mais é do que um “ajuste fino” na alimentação das plantas, pois o fertilizante foliar é extremamente eficiente e equilibra a planta de forma que ela possa expressar o seu potencial. Os micronutrientes mais demandados pela cultura do milho são: boro, manganês, zinco e molibdênio e podem facilmente ser incorporados ao manejo do agricultor. Na maior parte das vezes, o produtor realiza a aplicação do fertilizante foliar no pulverizador junto aos defensivos. O mais importante no momento da escolha é que o produto tenha qualidade física e química (evitando problemas de incompatibilidade), além de matérias primas de qualidade, representando segurança para o aplicador e para a cultura que vai receber os nutrientes.”

Pesquisador da Embrapa Pecuária Sudeste

Engenheira-agrônoma, especialista em Nutrição Foliar, atua na Yara Fertilizantes

COM A PALAVRA

“A questão China é um tanto quanto sazonal, porque eles em algum momento vão recompor a atividade suinícola deles. Diria que o fator que pode garantir o sucesso da suinocultura vai ser sempre o equilíbrio entre a oferta e a demanda.” ROGÉRIO GOBBI, sócio-proprietário da Suinocultura Gobbi

“A combinação do aprendizado teórico e prático é de suma importância para alunos graduandos de Agronomia. A participação de empresas do ramo agrícola neste contexto também é fundamental, inclusive na formação prática dos alunos.” FLÁVIA SOUZA, engenheira-agrônoma, coordenadora dos cursos de Agronomia e de Tecnologia em Agronegócio na Universidade de Cuiabá (UNIC) 4 | Revista Novo Rural | Outubro de 2019

“Hoje a agricultura é protagonista graças ao engajamento dos produtores. Temos grandes empresários rurais em Iraí, produtores que sabem onde querem chegar.” ANTÔNIO VILSON BERNARDI, prefeito de Iraí

“O controle de qualidade é fundamental quando assunto é sementes.” CAROLINE NICOLA, analista de sementes na Sementes Trentin


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O economista especializado no setor agropecuårio Eduardo Lima Porto, de Porto Alegre, falou com exclusividade para a Novo Rural sobre gerenciamento de recursos financeiros e crÊdito. Ele acredita que uma das demandas Ê em relação a criação de programas de capacitação em gestão rural para os produtores. Acesse o site novorural.com e assista!

Uma visão diferenciada na produção de ovos Na edição de setembro um dos destaques foi para a reportagem sobre a produção de ovos da Granja Marca do Tempo, em Nonoai. Conteúdo que envolve produção de alimentos e inovação no campo, indo de encontro ao que propþe a Novo Rural!

ItaimbĂŠ MĂĄquinas fortalece relacionamento com clientes Nas plataformas digitais vocĂŞ confere mais conteĂşdo sobre a linha de equipamentos da Massey Ferguson, marca comercializada na regiĂŁo pela ItaimbĂŠ MĂĄquinas. A empresa tem valorizado cada vez mais as demonstraçþes dos equipamentos a campo, porque ĂŠ lĂĄ que se pode conferir o desempenho das mĂĄquinas. “A Massey Ferguson passou por uma renovação muito grande nos Ăşltimos anos. Nada melhor do que mostrar isso no campo, na propriedade do clienteâ€?, segundo o gerente da loja de Palmeira das MissĂľes, Abdil Karim.

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Agricultura

CLIMA

Fonte: Somar Meteorologia

Primavera de chuva e verĂŁo de estiagem

Para dezembro, janeiro e fevereiro, os modelos climĂĄticos indicam que, por conta desse viĂŠs negativo da temperatura do Oceano Pacifico Equatorial, serĂĄ possĂ­vel registrar secas regionalizadas, temperatura acima do normal no verĂŁo, especialmente para as ĂĄreas que abrangem Frederico Westphalen, IraĂ­ e Palmeira das MissĂľes. – NĂŁo estamos afirmando que haverĂĄ ausĂŞncia completa de chuva, mas que em alguns momentos do alto verĂŁo o produtor da regiĂŁo Sul do Brasil pode sim sentir uma falta de chuva, alguns dias de estiagem, com uma janela de dez dias sem nenhuma chuva acima de 10 mm acumulados, por exemplo. EntĂŁo, essa ĂŠ a tendĂŞncia para essa primavera-verĂŁo, bem diferente do ano passado – comenta. A meteorologista faz uma comparação com o ano de 2015. – Esse padrĂŁo de tempo registrado ao longo do ano de 2019 estĂĄ sendo muito comparado com o que a gente viu em 2015, quando tambĂŠm estĂĄvamos sob a influĂŞncia de um El NiĂąo, sĂł que agora com uma intensidade mais moderada, acabando mais cedo. Isso tudo impacta na condição de chuva em todo o Brasil, na verdade em todo o HemisfĂŠrio Sul. É por esse motivo que os modelos de previsĂŁo acabam indicando que neste ano temos a possibilidade de chuva acima da mĂŠdia no decorrer da primavera e depois um pouco abaixo do normal no verĂŁo – sinaliza.

D

iferente do ano passado, quando o alto verĂŁo contou com a presença do El NiĂąo, registrando grandes acumulados de chuva, principalmente na regiĂŁo Fronteira Oeste – com episĂłdios de mais de 400 mm –, a primavera neste ano ĂŠ que tende a ser mais chuvosa, justamente pela ausĂŞncia do fenĂ´meno, passando assim por um perĂ­odo de neutralidade climĂĄtica. – Em agosto a AgĂŞncia Americana de Meteorologia e Oceanografia (NOAA) decretou o fim do fenĂ´meno e passamos a estar em um perĂ­odo de neutralidade climĂĄtica, que jĂĄ estĂĄ com um viĂŠs negativo. Por enquanto, pela definição teĂłrica, estamos descartando a presença do fenĂ´meno La NiĂąa – explica a meteorologista Heloisa Pereira, da Somar Meteorologia. JĂĄ o mĂŞs de outubro poderĂĄ ser marcado por muitas instabilidades. Mas as ĂĄreas que abrangem Frederico Westphalen, IraĂ­ e Palmeira das MissĂľes, por exemplo, nĂŁo devem ser as mais afetadas. MunicĂ­pios prĂłximos da fronteira com o Uruguai, como BagĂŠ, Don Pedrito e QuaraĂ­, ĂŠ que registrarĂŁo excesso de chuva, dias com muita nebulosidade e condição para chuva. – NĂŁo estamos descartando essa situação para o Noroeste do Estado. O nĂşmero de dias com chuva no decorrer de outubro para essa regiĂŁo tambĂŠm ĂŠ elevado, sĂł que sem muitos transtornos, com algumas aberturas de sol que permitam pelo menos a instalação da safra de verĂŁo. O Extremo Sul ĂŠ que deve sofrer mais com essa condição de tempo – adianta a meteorologista.

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Se a primavera começa com muita instabilidade, a tendência Ê que a temperatura fique dentro da mÊdia normal, podendo ficar abaixo em algumas localidades, a exemplo das åreas próximas ao Extremo Sul do Estado, onde apresentam uma tendência expressiva de chuva nesta estação.

Alto verĂŁo

Na primavera a chuva deve apresentar grandes acumulados, principalmente no Extremo Sul do Estado. Jå no verão, as precipitaçþes serão abaixo do normal

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Agricultura

SAFRA DE INVERNO

Canola tem mais da metade da área colhida na região Em relação às cotações, Rigon se diz animado. Como o preço da saca de canola é balizado pela soja, a expectativa é positiva. “O produto está em fase de valorização no mercado”, acredita. Conforme levantamento da Emater/RS, na região de Santa Rosa o preço médio da canola foi de R$ 74,00/saca nos últimos dias de setembro.

Rafaelo Rigon/Divulgação

O

inverno considerado rigoroso, com intensos episódios de frio, colocou à prova o desempenho de lavouras de canola. Por mais que a cultura seja invernal, quem plantou mais cedo teve um pouco de quebra na produção. Nos 250 hectares cultivados pelo produtor Rafaelo Rigon, em Boa Vista das Missões, o plantio escalonado permitiu que conseguisse aumentar a chance de manter a média de produção esperada. – Acredito que conseguiremos manter a produtividade entre 22 e 25 sacas por hectare. Nós semeamos entre o fim de abril e começo de maio, então não tivemos problemas com geada na época mais crítica da cultura. Mas teve produtor que semeou antes, porque depois que colheu implantou lavouras de milho – explica o agrônomo. Com a colheita marcada para a semana do dia 7 de outubro, no dia 30 de setembro a apreensão de Rigon era em relação ao clima, que tinha previsões de intensas precipitações para este início de mês. Com um cenário assim, a perda da cultura pode ser grande.

No Estado são 32,7 mil hectares

Segundo informações da Emater/RS, a área de canola no Rio Grande do Sul neste inverno é de 32,7 mil hectares, o que corresponde a 92,9% da área estimada para o Brasil pela Conab. Em relação à produtividade, se espera uma média de 20 sacas/hectare. A região de Frederico Westphalen corresponde a 7,1% da área no Estado. Até o fim de setembro, 54% da área já estava colhida. Em Palmeira das Missões são 900 hectares, com 10% em floração, 40% na fase de enchimento do grão, 40% maduro por colher e 10% colhido até o dia 26 de setembro.

NÓS RECONHECEMOS A FORÇA DA MULHER NO AGRONEGÓCIO 15 de Outubro Dia Internacional da Mulher Rural

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Cuide-se

7 | Revista Novo Rural | Outubro de 2019


Agricultura

SAFRA DE VERÃO

Milho em fase inicial nas lavouras gaúchas Etapa é decisiva para controle de lagartas e percevejo

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elo menos 91,5 mil hectares devem ser cultivados com milho destinado à produção de grãos nesta safra 2019/2020 na região atendida pela Emater/RS-Ascar de Frederico Westphalen, que soma 42 municípios. O dado é da própria instituição. A média esperada em produtividade fica em 147 sacas/hectare, levando em conta o desempenho da cultura nos últimos dez anos. Em alguns municípios desta abrangência o plantio foi finalizado em setembro, como é o caso de Palmeira das Missões, onde 14 mil hectares devem ser ocupados com o cereal, sendo oito mil com sistemas de irrigação. Até metade de setembro, maior parte das lavouras estava em desenvolvimento vegetativo, dentro da normalidade, segundo o engenheiro-agrônomo Felipe Lorensini, da Emater/RS-Ascar. Ele pondera que algumas áreas acabam tendo um pouco de atraso na semeadura, uma vez que em agosto foi registrada pouca chuva no município. Uma das orientações do profissional é para o controle da lagarta-do-cartucho. “Importante ficar de olho nesta fase de desenvolvimento para fazer o devido controle, em caso de necessidade”, alerta. Em particular, Palmeira das Missões consegue ter a produtividade de milho maior em

relação a outras localidades, uma vez que mais da metade da área é irrigada – como já citamos aqui em outras oportunidades. O engenheiro-agrônomo Carlos Ramiro Joaquim, que atua na Cotrifred, com matriz em Frederico Westphalen, revela que são cerca de 25 mil hectares de milho na abrangência da cooperativa, incluindo a safra e a safrinha. O milho que já está plantado se encontra em pleno desenvolvimento, segundo ele, com as primeiras aplicações de herbicidas já feitas. Outubro começou com a expectativa em relação às chuvas para poder fazer aplicação de nitrogênio. – Também temos um cuidado em relação ao manejo e controle de pragas, tanto percevejos quanto lagartas. Nossa recomendação é entrar com controle de percevejo logo no estágio inicial. Em relação às lagartas, estamos fazendo visitas periódicas nas lavouras junto com os produtores, com um olhar clínico para que consigamos definir a necessidade ou não de aplicação de inseticida – pontua o profissional. Joaquim cita que alguns períodos de agosto e setembro teve pouca chuva para a cultura. Em alguns casos, isso prejudicou o estágio inicial. “Esperamos que a chuva normalize ao longo de outubro”, diz.

Cotações Nos primeiros dias de outubro os preços do milho se mantiveram firmes, resultado da retenção de venda por parte dos produtores. A preocupação com o atraso no plantio da safra de verão e o bom volume de exportações contribuíram para a valorização do cereal, segundo análise de Safras & Mercado. Em praças como como Erechim/RS, Uberaba/MG e Dourados/MS o preço se manteve estável até o dia 3 de outubro, segundo levantamento da consultoria. Em Cascavel/PR, Campinas/SP, Santos/SP e Paranaguá/ PR houve variações positivas. No RS, outubro começou com o preço pago pela saca na faixa dos R$ 32. Preocupações com safra americana, que está tendo a colheita prejudicada pelas chuvas nas principais regiões produtoras, também contribuem para a valorização no Brasil.

Rafaela Rodrigues

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Agricultura

VIDEIRAS

Região pode ter atraso na colheita da uva

fruta para mesa, existe uma desproporcionalidade que vai ter que ser gerenciada. Já nas variedades para vinho, como a poda é feita mais tarde, as uvas estão brotando de maneira mais uniforme. A tendência é que atrase um pouco, mas para a produção de vinho isso não é problema – explica o enólogo Nivaldo Potrich, que atua no município de Ametista do Sul. Além da instabilidade climática, a poda muito antecipada também foi elencada por Potrich como uma das causas da brotação desparelha das plantas. A aplicação de produtos para a quebra de dormência também acabou sendo ineficaz em alguns casos, pois estes precisam de altas temperaturas para agir e, como a temperatura variou bastante, acabou interferindo no andamento do ciclo produtivo. – São alguns fatores que influenciam na brotação e consequentemente no atraso da colheita da uva para mesa. Comparando com a Serra, o preço tende a diminuir, o que significa que o valor agregado em cima das frutas aqui da região poderá ser menor do que nas safras anteriores – projeta.

Sarandi

O atraso na colheita também deve ser registrado em Sarandi, onde a área em pro-

dução é entre 80 e 90 hectares, conforme a Emater/RS. De acordo com o engenheiro-agrônomo Jorge Buffon, da Emater/RS-Ascar, os períodos de frio intenso registrados nos últimos meses vão atrasar em mais de 20 dias o ciclo da uva para mesa. – Quem estava produzindo uva da variedade Niágara para vender no Natal, neste ano vai ter ela pronta no fim de janeiro. Em compensação, os pomares estão tendo uma brotação mais uniforme, o que significa que podemos ter uma produção maior do que nos outros anos – analisa Buffon. Ele também demonstra apreensão em relação as chuvas esperadas para este mês de outubro, que coincidem com a fase mais crítica da cultura, a floração. Essas chuvas podem facilitar o ataque de míldio nas videiras – doença que causa sérios prejuízos em regiões com alta precipitação. – O período mais crítico da uva é o da floração, que vai começar na segunda semana de outubro, exatamente quando há projeção de um grande volume de chuvas. Isso nos preocupa porque se os produtores não conseguirem fazer os tratamentos corretos e não tiverem o intervalo para fazer a prevenção, a situação pode complicar – explica. Fotos: Nivaldo Potrich/Divulgação

Altas variações de temperatura do inverno, que terminou em setembro, pode adiar a colheita em alguns municípios. Por outro lado, se espera uma produção maior em parte das áreas

O

inverno, que terminou em 23 de setembro, foi intenso, próprio para que as videiras pudessem ter seu período de dormência respeitado. Isso é determinante para que a safra seja produtiva. Entretanto, as grandes variações de temperatura neste ciclo também fizeram com que as plantas tivessem o comportamento alterado, gerando brotações desuniformes. Esse cenário poderá ocasionar um atraso na colheita da fruta em alguns municípios produtores da região. Pelo menos é isso que está previsto para Ametista do Sul, onde a área em produção corresponde a 180 hectares. – Tem pomares em que há galhos com cachos surgindo, com gemas estourando e outros a meio broto. Então, para quem vende a

10 | Revista Novo Rural | Outubro de 2019

Situação de alguns pomares no fim de setembro em Ametista do Sul


Alexandre Gazolla Neto

Agricultura

BOLETIM TÉCNICO

Como formar estandes de plantas campeãs de produtividade Conheça estratégias vencedoras que agricultores e técnicos devem seguir no momento da semeadura e que farão a diferença ao fim do ciclo

O

constante desafio do produtor brasileiro está centralizado na redução de custos e no aumento da rentabilidade. Neste complexo cenário surgem diversas estratégias de manejo, algumas com excelentes resultados e outras nem tanto. O exemplo disso é a semeadura com linhas pareadas, semeadura agrupada, plan-

A

Engenheiroagrônomo, mestre e doutor em Ciência e Tecnologia de Sementes. É diretor da Novo Rural, professor na Universidade Regional Integrada – Campus de Frederico Westphalen/RS, além de diretor do O Agro Software para o Agronegócio e da Vigor Consultoria para o Agronegócio

Oferecimento:

tio cruzado e a variação na distância entre linhas. Todos esses arranjos espaciais visam à otimização dos recursos e o aumento da rentabilidade. A distribuição das plantas de soja afeta a habilidade da cultivar no desenvolvimento e na absorção de água, luz e nutrientes, influenciando todas as fases do desenvolvi-

B

mento vegetativo e reprodutivo das plantas e, consequentemente, o rendimento de grãos. A obtenção de índices de produtividade passapor uma distribuição uniforme, com sementes de excelente qualidade e com altos índices de vigor e germinação, aspecto fundamental para o estabelecimento e desenvolvimento de plantas com alto potencial produtivo.

C

Linhas cruzadas (A), pareadas (B) e plantas agrupadas (C).

Na semeadura com linhas cruzadas ocorre a transposição de linhas nos dois sentidos do plantio. Consequentemente, o trânsito das máquinas no sentido contrário das linhas inicialmente semeadas causa compactação e dano mecânico às sementes. Além desse aspecto, a semeadura com linhas cruzadas, pareadas e com plantas agrupadas destaca-se pela dificuldade na cobertura de pulverização, ocorrência de estresse durante período de seca e altos índices de competição entre plantas, aspectos que geram variabilidade espacial de produção e entre plantas. Diversos resultados de pesquisa demonstram a ineficiência destas três combinações no aumento da produtividade.

Distribuição em linhas com espaçamento entre de 75 cm (A), 45 cm (B) e 17 cm (C).

Outra variável muito explorada por agricultores e pesquisadores é no espaçamento entre-linhas, característica que influencia o manejo do solo e o controle de plantas daninhas, pragas e doenças. Ao avaliarmos as diferentes estratégias de distribuição de plantas em áreas de produção, precisamos lembrar que a melhor configuração está sempre associada a uma distribuição uniforme de plantas, com a ausência de falhas, duplas, triplas e plantas dominadas. Altos índices de rendimento de grãos passam pelo correto posicionamento da cultivar e ao estabelecimento uniforme de plantas. Importante deixar claro que resultados de pesquisas ainda não esclarecem todos os questionamentos dos agricultores com relação à melhor configuração espacial das linhas de semeadura de forma a contemplar todas as regiões do Brasil. Lembre-se que a adoção de um maior ou menor espaçamento entre-linhas e plantas sempre deve estar centralizado nas necessidades da cultivar e características regionais de solo, fertilidade, luz, temperatura, disponibilidade de palha sobre o solo e necessidade de controle de plantas daninhas, pragas e doenças ao longo do ciclo de produção.

11 | Revista Novo Rural | Outubro de 2019


Antônio Luis Santi

Agricultura

Engenheiro-agrônomo, doutor em Ciência do Solo/Agricultura de Precisão, coordenador do Laboratório de Agricultura de Precisão do Sul da UFSM-FW, e representante do Fórum dos ProReitores de PósGraduação e Pesquisa (FOPROP) na Comissão Brasileira de Agricultura de Precisão, junto ao Ministério da Agricultura.

OPINIÃO

O que está faltando para que seja feito o básico bem feito nas lavouras brasileiras?

T

enho tido a oportunidade de viajar a trabalho por vários Estados brasileiros nesses últimos dois meses e também palestrar nos principais eventos científicos em minha área no Brasil. Aliás, poder conversar com centenas de produtores, técnicos e pesquisadores tem sido uma das melhores coisas que tem me acontecido nesses últimos anos. Sempre tive a percepção, e cada vez me convenço mais, de que uma nação só avança quando o que for gerado nos ambientes de pesquisa chegar a quem realmente precisa dessas informações – no meu caso, aos produtores. Como professor, extensionista e pesquisador e às vezes quase "psicólogo", tenho escutado os apelos de uma sociedade que clama pela nossa proximidade. Não está em debate, nesta minha coluna, as decisões políticas, porém preciso pontuar, com muita responsabilidade, algumas percepções sobre porque estamos deixando de avançar em rentabilidade, em produtividade e mesmo em eficiência ambiental. Nesta edição optei apenas por cinco elementos que, quando bem gerenciados, podem colocar a agricultura brasileira em outro patamar produtivo.

Primeiro

Vivemos um momento tecnológico nunca vivido na história da humanidade e isso tem nos tornado muito “sonhadores”

A charge abaixo foi uma sátira sobre a vida fácil que a tecnologia poderia proporcionar em nossas lavouras. Embora já existem máquinas autônomas, cabe lembrar que a gestão dos processos é realizada por pessoas. Quem determina, programa, orienta e decide são pessoas. Esse mundo não existe na realidade, pelo menos para a grande massa de agricultores.

APOIO TÉCNICO:

Segundo

O que precisamos entender para produzir mais?

Esse organograma adaptei do professor Costa, da UFRGS, para “simplificar” os mais de 50 fatores que regem e precisam ser cuidados para que a lavoura tenha sucesso. Parece fácil ser produtor/consultor, mas entender de todas as pragas, doenças, plantas daninhas, atributos biológicos, físicos e químicos do solo, cultivares, híbridos, ajuste populacional, plantabilidade, entre outros, e ainda gerenciar o momento certo de comprar e vender os insumos, produtos, cuidar da segurança da propriedade, da mão de obra, da família e ainda viver é uma tarefa para heróis. Só os bons entenderão.

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Melhor A M B I E N T E

M A N E J O

Pior

Potencial Máximo T E C N O L O G I A

Ambiente ótimo Manejo ideal

Potencial Atingível

Ambiente favorável Manejo adequado

Potencial Médio

Fatores que definem

Genética, radiação, CO2, temperatura

+ Fatores que limitam Água, nutrientes

+ Fatores que reduzem

Pragas, doenças, plantas daninhas

C O N T R O L E +

Fonte: Santi & LAPSul, 2018


Agricultura Terceiro

Capricho, muito capricho!

Capricho significa tambĂŠm o ato de teimar e insistir em algo. Em matĂŠria recente na Revista Novo Rural, o colega Fiorin, da CCGL, mostrou os dados da Rede TĂŠcnica das Cooperativas sobre a situação da ausĂŞncia da calagem no RS. Confesso que, Ă s vezes, fico atĂŠ meio “envergonhadoâ€? em minhas palestras quando preciso falar de agricultura 4.0, de agricultura digital e preciso alertar que calagem ĂŠ algo que estĂĄ limitando nossas produtividades no Brasil. Muito mais me preocupa quando preciso parar o carro para documentar, como na imagem ao lado, um caminhĂŁo com tecnologia embarcada, capaz de realizar taxa variada de cor-

Quarto

OPINIĂƒO

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retivos e fertilizantes, usando mapas, sensores, atuadores, mas esquecendo de fazer o bĂĄsico: cuidar para que o insumo tĂŁo precioso nĂŁo seja perdido como na foto.

Somente tomar decisĂľes baseadas em dados O Brasil ĂŠ o paĂ­s com a maior ĂĄrea em sistema plantio direto contĂ­nuo do mundo. Embora os nĂşmeros mostrem que temos mais de 36 milhĂľes de hectares manejados nesse sistema, tenho constatado um crescente revolvimento do solo sem critĂŠrio algum, apenas na especulação de que pode aumentar infiltração de ĂĄgua e melhorar as produtividades. Ora, se estamos na era tecnolĂłgica, consultamos sites de busca para saber de tudo, por que ainda aventuramos em manejar e intervir no maior patrimĂ´nio de uma propriedade, que ĂŠ o solo, sem critĂŠrio algum? O mapa ao lado mostra que pode haver sim ĂĄreas em que medidas mecânicas devem ser tomadas concomitantemente com medidas culturais. PorĂŠm, hĂĄ de se notar que o problema, quando existe, nĂŁo ĂŠ em ĂĄrea total. Voltaremos a falar deste assunto nas prĂłximas ediçþes devido Ă importância, mas, nĂŁo ĂŠ justo que desejemos altas produtividades perturbando ambientes em que o sistema deu certo, a nĂŁo ser que “nĂŁo tenhamos dĂł em rasgar e perder dinheiroâ€?.

Quinto

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Nem tudo estĂĄ perdido ou ĂŠ difĂ­cil. Existem milhares de bons exemplos. A foto que tirei mostra que nem sempre precisamos viajar para longe para aprender coisas novas. Que tal ampliar as conversas com os amigos, vizinhos, usar a rede social para se abastecer de informaçþes que agreguem no negĂłcio? NĂŁo existem milagres na agricultura. Nenhuma tecnologia corrige um erro de manejo. “A chave para o sucesso ĂŠ ser um observador astuto para reconhecer o que o solo e a planta estĂŁo sentindo!â€?

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13 | Revista Novo Rural | Outubro de 2019


Luiz Fernando Gutierrez Roque

Agricultura

Analista de mercado da consultoria SAFRAS & Mercado E-mail: luiz.gutierrez@ safras.com.br

MERCADO DE SOJA

Oferecimento:

Com preços mais altos, comercialização brasileira de soja avança

A

comercialização de soja da safra brasileira atual (2018/19) teve um forte avanço ao longo do mês de agosto. Os negócios envolvendo a nova safra brasileira (2019/20) também avançaram, mas em um ritmo menor. Os preços da soja apresentaram forte valorização no mês de agosto nas principais praças do país, trazendo força para o ritmo da comercialização. A sustentação foi garantida principalmente pelo fator câmbio, com o dólar subindo quase 10%. Os prêmios também contribuíram, enquanto os contratos futuros em Chicago registraram queda. A soma de prêmios em elevação e forte alta do câmbio trouxe uma valorização média de R$ 10,00 para a saca de 60 quilos no mercado brasileiro em agosto. A saca de 60 quilos subiu de R$ 73,50 (final de julho) para R$ 84,00 em Passo Fundo (RS) ao final de agosto. Em Cascavel (PR), o preço passou de R$ 72,50 para R$ 83,00. No Porto de Paranaguá, a cotação pulou de R$ 78,50 para R$ 88,00. No porto de Rio Grande, o preço passou de R$ 78,50 para R$ 88,50. Nos prêmios, o amparo veio da falta de avanço nas negociações comerciais entre EUA e China. A distância de um acordo comercial entre os países reforça a tendência da manutenção da demanda chinesa nos portos brasileiros pelos próximos meses, o que mantém os prêmios de exportação valorizados. Nos portos brasileiros, para outubro, o prêmio chegou a atingir níveis de 160 pontos acima de Chicago, contribuindo para a elevação das cotações internas. Já no câmbio, fatores externos que trazem preocupações com relação ao crescimento da economia global aumentaram a aversão ao risco no mercado internacional, trazendo força

14 | Revista Novo Rural | Outubro de 2019

para a moeda norte-americana frente à outras moedas mundiais. O dólar comercial apresentou valorização de 8,51% em agosto, passando de R$ 3,8180 para R$ 4,1430. Em Chicago, os contratos futuros tiveram um mês negativo. Os contratos da posição spot recuaram 1,29%, passando de US$ 8,68 para US$ 8,57 por bushel. Os contratos da primeira posição da nova safra dos EUA, com entrega em novembro, caíram 1,42%, encerrando o dia 30 de agosto cotados a US$ 8,69, contra uma cotação de US$ 8,81 registrada ao final de julho. Segundo pesquisa realizada por SAFRAS & Mercado, com dados recolhidos até o dia 6 de setembro, 85,8% da safra brasileira de soja 2018/19 já foram vendidos, com avanço de 7,8 pontos percentuais frente ao percentual do

mês anterior (78%). O percentual atual equivale a aproximadamente 101,39 milhões de toneladas já negociadas, de uma safra estimada em 118,24 milhões de toneladas. Em mesmo período do ano anterior, o percentual era de 89,4%, enquanto a média normal de cinco safras para o período é de 86,8%. Para a safra brasileira 2019/20, que será semeada a partir de setembro, 20,8% de uma produção prevista inicialmente em 123,8 milhões de toneladas já estão comprometidos, com avanço de 5,1 pontos percentuais frente ao percentual do mês anterior (15,7%). O percentual equivale a aproximadamente 25,69 milhões de toneladas. Em mesmo período do ano passado, 22,8% da safra já estavam comprometidos, enquanto a média normal de cinco safras para o período é de 18,5%.


Agricultura

SAFRA DE INVERNO

Colheita à vista

A

presentando bom desenvolvimento, a cultura do trigo ingressa o mês de outubro em fase de espigamento e, em lavouras mais precoces, já madura e pronta para colher. De acordo com a Emater/ RS-Ascar, 7% das lavouras encontravam-se em desenvolvimento vegetativo (perfilhamento e alongamento do colmo), 32% em floração, 58% na fase de enchimento do grão e 3% da área madura e pronta para a colheita na última semana de setembro. Nesta safra, a área estimada pela Emater/RS-Ascar é de 739,4 mil hectares. A área de cultivo no Rio Grande do Sul corresponde a 37% da área brasileira com o grão.

Sarandi

Ronda Alta

Nos 5 mil hectares destinados à cultura em Sarandi, 65% terminaram setembro em fase de enchimento de grãos. – O trigo está se encaminhando para uma ótima safra. As lavouras estão com ótima qualidade e sanidade. Estamos com uma boa perspectiva, apesar das previsões do tempo, que indicam chuva em meados de outubro – comenta o técnico agropecuário Graciel Albino Maggioni, da Emater/RS-Ascar local.

Em Ronda Alta o trigo encontrava-se quase 100% na fase de enchimento de grãos nos aproximados 5 mil hectares destinados à cultura. De acordo com o engenheiro-agrônomo Douglas Campigotto, da Emater/RS-Ascar, o trigo está com um bom aspecto visual. O clima seco no mês de setembro auxiliou no desenvolvimento da fase reprodutiva, os manejos com inseticidas e fungicidas já foram realizados e o município está otimista em relação à safra. – O clima seco para o trigo na fase reprodutiva foi muito bom, porque grande parte das doenças que afetam a espiga dependem da umidade. O que nos preocupa é a chuva desta época em diante, porque aí vai prejudicar a qualidade dos grãos e o valor por saca de trigo acaba diminuindo no mercado – avaliava Campigotto, na última semana de setembro.

Iraí No município de Iraí, na divisa com Santa Catarina, onde a área destinada ao trigo tem aproximadamente mil hectares, 80% já está na fase de enchimento de grãos. – Em algumas áreas em que o trigo foi semeado em maio e início de julho, já está começando a amadurecer, mas 95% dos produtores vão colher em outubro. Houve um aumento de 30% em relação à safra passada na área – destaca o técnico agropecuário Dirceu Bizello, da Emater/RS-Ascar.

Número do trigo em 2018 Produção mundial

732 milhões de toneladas Brasil contribuiu com

5,4 milhões de toneladas 6,8 milhões de toneladas foram importadas

Gracieli Verde/Arquivo Novo Rural

Mais da metade das lavouras da região terminam setembro em fase de enchimento de grãos e lavouras mais precoces já começam a ser colhidas

Números do trigo em 2019* Rio Grande do Sul importou

318,9 mil toneladas País exportou

220 mil toneladas

99,9% saíram do RS. Metade teve as Filipinas como destino

572,7 mil toneladas

é o que o Brasil exportou nos quatro primeiros meses do ano, a maior parte para a Indonésia (250,5 mil toneladas)

O país importou

2,5 milhões de toneladas

56,37%

Rio Grande do Sul

O RS comprou de outros países

269,9 mil toneladas. É o 4º maior Estado exportador até aqui, com 10,80% do total.

*De janeiro a abril - Fonte: Associação Brasileira da Indústria do Trigo (Abitrigo)

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Agricultura

BOLETIM TÉCNICO

Tales Tiecher

Cimélio Bayer

Professor na Faculdade de Agronomia, UFGRS e integrante do IRGEB

Professor na Faculdade de Agronomia, UFGRS e integrante do IRGEB

Gesso agrícola no sistema plantio direto: quando podemos aplicar?

A

16 | Revista Novo Rural | Outubro de 2019

REPRODUÇÃO

capacidade do gesso em reduzir os efeitos adversos da acidez em profundidade foi descoberto no Brasil no final da década de 1970, quando o solo ainda era cultivado no sistema de preparo convencional. Com a massiva adoção do plantio direto no Brasil a partir da década de 1990 e, consequentemente, a expansão dos problemas de acidez em camadas de solo mais profundas, o seu uso se tornou ainda mais relevante. Nos últimos 20 anos, muitos estudos têm sido realizados em plantio direto para avaliar o potencial do gesso agrícola como condicionador de solos que apresentam de mediana a elevada acidez em subsuperfície. A facilidade do gesso em reduzir os efeitos da acidez em profundidade se deve à sua alta solubilidade (2,5 g L-1) que é aproximadamente 150 vezes superior ao calcário, havendo dessa forma uma alta mobilidade de cátions básicos como Ca2+, Mg2+ e K+ associados principalmente ao sulfato (SO42-). Com o aumento da concentração de cátions básicos em profundidade temos como principal efeito positivo a redução da atividade e toxicidade do Al3+ trocável às plantas, possibilitando o aprofundamento do sistema radicular das plantas e, consequentemente, a melhoria no aproveitamento de água e de nutrientes. Contudo, a resposta das culturas ao gesso agrícola reportadas na literatura têm sido amplamente variáveis, ocorrendo desde substanciais incrementos, ausência de efeito, até reduções em produtividade de grãos. Esses resultados contrastantes podem estar relacionados a uma série de fatores, como a textura, acidez e tipo de solo, disponibilidade hídrica, tipo de cultura, dose de gesso, tempo entre aplicação do gesso e o cultivo das culturas. Essa divergência de resultados motivou nosso grupo de pesquisa do Departamento de Solos da Faculdade de Agronomia da UFRGS a fazer uma avaliação criteriosa dos dados já publicados sobre o tema. Ao total foram encontradas 43 publicações científicas sobre o uso do gesso no plantio direto no Brasil e Paraguai, totalizando 129 safras, para compreender melhor as condições onde há maior probabilidade de resposta positiva ao gesso agrícola.

Na imagem, os locais de estudos com gesso agrícola em solos sob plantio direto. O número entre parênteses representa o número de cultivos em cada local

“Pode-se observar que os cereais apresentam maior probabilidade de resposta à aplicação de gesso agrícola em solos com saturação por alumínio maior que 5% na camada de 20-40 cm.”

A partir da síntese dos resultados em relação à tomada de decisão da aplicação ou não de gesso apresentada no infográfico abaixo, pode-se observar que os cereais (milho, trigo, aveia branca, cevada e arroz) apresentam maior probabilidade de resposta à aplicação de gesso agrícola em solos com saturação por alumínio maior que 5% na camada de 20-40 cm. Isso ocorre porque o maior crescimento radicular dos cereais devido à aplicação de gesso aumenta a eficiência do uso do nitrogênio aplicado via fertilizante. A cultura da soja apresenta resposta ao gesso agrícola apenas quando ocorre a combinação de solos com saturação por alumínio maior que 10% na camada de 20-40 cm e a presença de déficit hídrico. Na ausência de deficiência hídrica, a soja pode aumentar a produtividade com a aplicação de ges-

so somente em solos com teor de Ca2+ trocável menor que 0,5 cmolc/dm3 e saturação por Al3+ superior a 40% na camada de 20-40 cm. Quando o objetivo principal da aplicação de gesso é o fornecimento de enxofre, as doses a serem aplicadas devem ser em torno de 150 a 200 kg/ ha, quando o teor disponível no solo é menor que 7,5 mg/dm3. Apesar de os incrementos na produtividade das culturas serem maiores em solos com maior saturação por alumínio na camada de 20-40 cm, estudos têm mostrado que em solos com acidez subsuperficial muito elevada (saturação por alumínio maior que 40%), o gesso apresenta um efeito apenas paliativo na redução da toxidade do alumínio. Nesses casos, deve-se considerar a possibilidade de incorporação do calcário e reinicialização do sistema plantio direto.


Agricultura

BOLETIM TÉCNICO

Osmar Henrique de Castro Pias Professor no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Farroupilha de Júlio de Castilhos/RS

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Na ilustração, critÊrios para tomada de decisão para aplicação de gesso agrícola em åreas de plantio direto com base na saturação por alumínio da camada de 20-40 cm

Nos estudos que avaliamos, na grande maioria dos casos, a dose de måxima eficiência econômica não apresentou boa relação com as doses de gesso calculadas utilizando o teor de argila e teor/ saturação por cålcio. PorÊm, Ê possível verificar claramente que quando existe aumento da produtividade das culturas com a aplicação de gesso, as doses entre 2 a 3 ton/ha são suficientes para se obter produtividade em torno de 95% do rendimento måximo. Em solos com baixa saturação por Al <5% na camada de 20-40 cm não Ê recomendado a aplicação de gesso agrícola. Nesses casos, a literatura disponível demonstra que mesmo aplicaçþes de 0,5 ton/ha em solos arenosos (<17% argila) da fronteira oeste do Rio Grande do Sul jå são suficientes para diminuir a produtividade do milho em 15 sacas por hectare. Existem ainda relatos na literatura que demonstram que doses maiores que 6 a 9 ton/ha podem inclusive diminuir a produtividade das culturas em solos argilosos (>60% argila) no Pa-

ranå. Esse efeito negativo do gesso na produção Ê resultado do incremento demasiado no teor de cålcio, resultando em deficiência induzida de Mg2+ e K+. O gesso agrícola Ê um importante insumo para os sistemas de produção agrícolas do Brasil e tem papel tanto de fonte de enxofre e cålcio, como de condicionador de solo devido à redução da toxidez do Al+3. Tal efeito tem proporcionado aumentos na produtividade das culturas que variam de 7% a 23%, dependendo do tipo de cultura (maior resposta em cereais), condiçþes de acidez do subsolo (mais åcido maior efeito) e da disponibilidade hídrica (ocorrência de deficiência hídrica resulta no dobro de efeito). Contudo, a sua recomendação deve ser criteriosa e baseada num bom diagnóstico da condição de fertilidade das camadas superficiais (0-10 e 1020 cm) e subsuperficiais do solo (20-40 cm), evitando o aumento de custos desnecessårios ao sistema de produção ou inclusive problemas adversos à produtividade das culturas.

“O gesso agrĂ­cola ĂŠ um importante insumo para os sistemas de produção agrĂ­colas do Brasil e tem papel tanto de fonte de enxofre e cĂĄlcio, como de condicionador de solo devido Ă redução da toxidez do alumĂ­nio.â€?

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17 | Revista Novo Rural | Outubro de 2019


Tecnologia

AGRICULTURA DE PRECISÃO

O palco da tecnologia montado em Não-Me-Toque! Capital Nacional da Agricultura de Precisão sediou a quinta edição do AP Sul América, evento que contou com participações de diversos países e debateu o uso da tecnologia no campo

Como expandir a agricultura de precisão? Um dos dados em pauta durante o encontro foi em relação ao uso de tecnologias de agricultura de precisão hoje no campo. Pesquisas apontam que tanto em nível regional como nacional, a média fica entre 25% e 30% dos produtores (que adotam essas tecnologias). – O grande questionamento que o nosso congresso deixa é como avançar nesse sentido. Por isso reunimos vários elos da cadeia produtiva agrícola, para que pensemos nisso juntos em busca de soluções. É claro que algumas ferramentas digitais já chegam a um custo mais baixo na propriedade rural, mas

a gente espera que essas tecnologias sejam cada vez mais acessíveis e fáceis de serem usadas pelos agricultores – disse o professor Telmo Jorge Amado, da UFSM, que é o coordenador-técnico do evento. Para esse avanço, o acesso à internet é a maior demanda. Mas, segundo informações do Mapa, apesar de no Brasil haver uma grande área sem cobertura de internet, um estudo do órgão também aponta que se forem instaladas 1.400 antenas, em pontos estratégicos espalhados pelo país, é possível melhorar essa cobertura. – Então, são ações estratégicas para pavimentar o futuro do Brasil com inovação tecnológica que precisamos efetivamente pensar e planejar. Vimos aqui que em vários casos, em um período de cinco a seis anos, houve um aumento de 30% na produção usando a tecnologia. Isso comprova o poder que a tecnologia tem na agricultura – salienta Amado.

Fator determinante para manter Brasil no mercado internacional

Divulgação

O

s desafios da agricultura digital e outros aspectos relacionados ao setor nortearam vários dos painéis que formaram a quinta edição do 5º Congresso Sul-Americano de Agricultura de Precisão e Máquinas Precisas, o APSul América, na segunda quinzena de setembro. Nesta edição do evento, a Novo Rural esteve representada pelo diretor Alexandre Gazolla Neto, que mediou um dos painéis e palestrou sobre rastreabilidade; além do colunista Antônio Luis Santi, que também é docente na UFSM – campus de Frederico Westphalen. As transformações tecnológicas que mais impactaram a rotina agrícola serviram como base para refletir sobre para que direção tudo isso vai. Afinal, estar inserido nesse contexto hoje independe do tamanho de área plantada, mas da adoção de manejos adequados para cada realidade ou região.

Algumas das tecnologias destacadas durante o congresso! Inteligência artificial

O professor Telmo Jorge Amado considera um grande desafio evoluir no atual cenário, mas, alerta que o agricultor brasileiro não pode ficar “em berço esplêndido”, acreditando que já tem uma boa produtividade, clima favorável e a maior reserva de terras do mundo. – Precisamos passar por uma grande inovação tecnológica. É isso que vai garantir que daqui 20 ou 30 anos possamos continuar sendo um grande exportador de alimentos para o mundo – acredita. Divulgação

Um dos painéis do evento abordou como o imageamento e a inteligência artificial podem contribuir na produção da lavoura através de imagens via satélite. Segundo os professores Ignácio Ciampitti, do Departamento de Agronomia da Universidade do Estado do Kansas, nos EUA, e o pesquisador Raí Augusto Schwalbert, um dos benefícios que o produtor pode ter é o monitoramento da lavoura. Por meio de dados, é possível ter informações sobre solo, vegetação, semeadura, condições climáticas e também uma estimativa de produtividade.

Capital humano

Para o professor Ignácio Ciampitti, dos EUA, agricultores e graduados na área precisam “abraçar” essas novas tecnologias. “As ferramentas tecnológicas não vão substituir os engenheiros-agrônomos, mas aumentar a eficiência. Nada vai substituir os profissionais”, garantiu.

Tecnologias cada vez mais precisas

Ações empreendedoras e ambientes de inovação para agrotecnologias estiveram em pauta durante o congresso. O engenheiro-agrônomo Travis Hammer, de uma empresa norte-americana, ressaltou processos que podem garantir a maior precisão na coleta dos dados. O engenheiro elétrico André Lenz também explicou sobre o desenvolvimento de sensores de contagem de grãos, rotação, fluxo e velocidade, motores elétricos e hidráulicos, e também sobre plantadeiras.

Robótica

Sistemas da robótica que visam desenvolver e aplicar a agricultura de precisão em campos abertos foram compartilhados pelo cientista Corné Kempenaar. Para ele, quando se monitora o solo é possível receber as informações sobre variabilidade e o potencial de rendimento. Com essas informações é possível ajustar o gerenciamento da safra.

Com informações da Assessoria de Imprensa do 5º APSul América

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Agricultura

CRÉDITO

OFERECIMENTO:

Sicredi incentiva o desenvolvimento de diferentes culturas

A

economia agrícola tem se destacado na região, onde além da produção de grãos e da pecuária, diversas outras culturas têm sido desenvolvidas. Buscando sempre incentivar a agregação de renda dos associados e a economia regional como um todo, o Sicredi tem apoiado diferentes culturas, com atendimento personalizado de acordo com a necessidade de cada negócio.

Cultivo de porongos

Hortifruti Associado ao Sicredi desde 2002, Nilson Batistella e sua família residem na comunidade Barra Azul, em Liberato Salzano/RS. Trabalham com hortifruti e viram a parceria da instituição como impulso. “A Cooperativa sempre esteve ao meu lado, apoiando e entendendo as necessidades em cada etapa”, comentou o agricultor. O município tem como característica geográfica as ladeiras e espaços de terra pouco propícios para cultivo de grãos. Dessa forma, plantios alternativos se tornaram as principais produções locais. “Tem muito desnível e as máquinas não conseguiam fazer o trabalho, era muito braçal”, explica Batistella. Um dia o cunhado questionou: por que não plantar outra coisa? Ouvindo isso, a família mudou radicalmente a maneira de produzir. Os 21 hectares da propriedade se tornaram em cultivos de laranja, bergamota, melancia, melão, uva, pêssego, tomate e hortaliças. – Foi uma mudança positiva. Hoje temos uma propriedade rentável. Vendemos nossa produção in natura localmente e também fornecemos para empresas que utilizam as frutas para produção de derivados, como suco. Isso desenvolveu nossa propriedade e nos fez permanecer no campo – destacou Nilson. Ao lado da agricultura familiar, como no caso da família Batistella, está o Sicredi. “Desde o começo o Sicredi foi parceiro e o mais importante, acreditou na gente”, destacou o agricultor. – O produtor precisa saber o que, como, quando e quanto produzir. E para isso estamos ao lado dele para oferecer não somente crédito para fomentar a produção, mas também orientação de como esses recursos podem ser aplicados de forma que tragam retorno ao investimento e gerem renda aos agricultores familiares – resume o gerente da agência de Liberato Salzano, Leonardo Sabadin. Outro associado que investiu com o trabalho de hortifruti foi Davi Rebelato, de Palmeira das Missões, que desde 2011, junto com sua mãe Cirlei, cresce cada vez mais neste ramo. – Antes trabalhávamos somente com gado e soja e então surgiu a ideia de investir no hortifruti. Comecei com 100 m2, plantava com sombrite, depois fui aumentando. Fizemos a primeira estufa de hidroponia. Consegui comercializar na feira

da cidade da cidade e também fazer o abastecimento da UFSM - Campus Palmeira das Missões e com isso aumentou as vendas. Aos poucos fui buscando mais conhecimento e adquirindo mais experiência no ramo e, hoje, temos quatro hectares destinados aos hortifruti – revela. Davi relata que desde o início contou com a parceria do Sicredi. – A Cooperativa me acompanha desde o início, financiando desde as estufas como também o veículo, que foi o principal para que pudéssemos começar a fazer a feira na cidade. Antes, o transporte era feito de carro e não conseguíamos transportar muitas coisas, o que facilitou quando adquirimos a caminhonete pelo Pronaf Mais Alimentos. Depois veio o financiamento das estufas e todas as outras soluções financeiras que nos auxiliam no dia a dia. No Sicredi tenho tudo que preciso. O atendimento é mais próximo e diferenciado. É a única instituição financeira com quem trabalho. Seguimos fortes nesta parceria e queremos crescer cada vez mais – finaliza Rebelato.

Em Vicente Dutra/RS, a família Dalla Lana apostou no cultivo de porongos. Há três anos, Valdir e Rosana, com o apoio do Sicredi, iniciaram a atividade. – Junto com a produção de leite, resolvemos investir nos porongos. O nosso município é a Capital da Cuia, temos terras propícias, então, meu cunhado veio para cá e nos deu a ideia. Nestes três anos estamos muito satisfeitos. Só para ter ideia, na safra passada vendemos 5 mil cuias – conta o produtor. Valner Elio Kuhn, extensionista rural e chefe do escritório da Emater/ RS-Ascar no município, acompanha a família há muitos anos. – O solo e o microclima são excelentes para produção de porongo, justamente porque estamos costeando o rio Uruguai. Temos o porongo doce e o casca grossa – explica. Com todas essas condições, o Sicredi é parceiro dos produtores. – Contamos com uma linha específica para custeio de financiamento de porongos, com recursos próprios da Cooperativa e taxas diferenciadas. A vantagem é que dá para pegar o dinheiro na hora certa e fazer um planejamento de plantio – destaca a gerente da agência de Vicente Dutra/RS, Maria Rita Bandieira.

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Juventude rural

SUCESSÃO NO CAMPO

O que jovens que estão apostando no setor têm a ensinar Vencedores de prêmio municipal em Frederico Westphalen compartilham motivos pelos quais escolheram a agropecuária para investir ao lado da família. Nos três casos, a boa convivência familiar se destacou, bem como a possibilidade de participar das decisões na propriedade Rafaela Rodrigues | Gracieli Verde jornalismo@novorural.com

N

os últimos anos a sucessão familiar rural rotineiramente é pautada em rodas de conversa, palestras, seminários, na própria extensão rural ou mesmo em publicações do setor agropecuário. Mesmo que, por obviedade, não haja uma receita pronta, é fato que falar sobre o assunto com pais, filhos e demais elos que formam o setor é fundamental. Afinal, as apreensões de uns podem ser os medos de outros. Na coletividade é possível visualizar novas possibilidades e, porque não, desmistificar aspectos relacionados ao tema. Nesta edição, a Revista Novo Rural mostra a história de três jovens frederiquenses. Eles são os vencedores do 4º Concurso Jovem Empreendedor Rural, promovido pela Emater/RS-Ascar e Secretaria Municipal da Agricultura, por expressarem com entusiasmo, por meio de cartas, seus desafios de vida envolvendo a propriedade onde moram e as atividades agrícolas e pecuárias que desempenham. O desafio: o que temos a aprender com eles? Um posicionamento é unânime entre os jovens: querem mais do que um trabalho. Eles buscam mais qualidade de vida, gerenciar o próprio negócio, ter acesso a renda e a tecnologias.

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“O campo se tornou um lugar melhor de se viver” Na propriedade de 35 hectares, na linha São Francisco, vive a jovem Debora Sarmento, 18 anos – com a mãe Neiva, 39 anos, o pai Valdecir, 47 anos, e a irmã Helen, 13 anos. A principal atividade da família é a bovinocultura de leite, em que a jovem ocupa funções fundamentais, desde a parte operacional, como na alimentação diária do rebanho, até a parte gerencial, na tomada de decisões. A liberdade de fazer parte da gestão do negócio é uma conquista, até porque, desde pequena sempre acompanhou a rotina dos pais na pecuária. Debora já teve experiência profissional no meio urbano. Ela considera esse período como decisivo para perceber que o seu lugar era mesmo no campo, onde ela sabia que poderia ser dona do próprio negócio, realidade que não conseguia visualizar fora dali. – Voltar para casa foi uma opção, porque além de precisar de mão de obra aqui na propriedade, ia ganhar mais e trabalhar no que é nosso – conta a jovem, que ainda analisa a possibilidade de fazer medicina veterinária depois que concluir o ensino médio. Os pais também merecem crédito nesta histó-

ria. Seu Valdecir e dona Neiva sempre incentivaram a inserção das meninas no campo e dão espaço para elas opinarem sobre os negócios, determinando juntos o futuro da família. – Conforme a necessidade a gente faz reuniões. Cada um tem a oportunidade de dar a sua opinião. Além disso, cada uma tem o seu salário, que varia de acordo com a produtividade. A gente faz de tudo para que elas escolham ficar. Tudo o que estamos inovando na propriedade é para elas – confidencia o pai, com tom de orgulho por ver suas filhas dando continuidade aos projetos dele e da esposa. A jovem Debora enxerga no meio rural um futuro promissor e gosta de compartilhar esse sentimento com os outros jovens, porque ela sabe que o incentivo é essencial. – A mensagem que eu deixo é que não desistam dos seus sonhos. Se tem vontade de ficar em casa, conversem com seus pais, busquem apoio técnico. Sempre vai ter alguém que vai criticar o fato de você ser jovem e morar no interior, mas hoje o campo se tornou um lugar melhor de se viver – defende Debora.


Juventude rural

SUCESSÃO NO CAMPO

Rafaela Rodrigues

Falando em incentivo “O incentivo e o apoio da Emater/RS foi muito importante, tanto para a minha permanência em casa, quanto para os investimentos. Isso nos encorajou a investir na nova sala de ordenha e a planejar outras melhorias.” Debora Sarmento, jovem produtora

Há quase um ano a família investiu em uma nova estrutura, onde está instalada a sala de ordenha. Isso está facilitando o trabalho diário no manejo de ordenha, que é feito com mais conforto. Atualmente a família conta com 49 vacas em lactação, que produzem em média 25 mil litros de leite/mês. Além disso, estão trabalhando com o planejamento de pastagem para garantir alimento em quantidade e qualidade ao rebanho o ano todo. Esse planejamento na propriedade está atrelado ao trabalho da Emater/RS-Ascar, que há três anos presta assistência à família, inclusive apoiando a participação das meninas em algumas rotinas na propriedade. – O jovem precisa se sentir útil na propriedade. O Valdecir e a Neiva sempre incentivaram que a Debora e a Helen entendessem todas as decisões tomadas para melhorar o desempenho da atividade. A exemplo da nova estrutura, construída para melhorar o trabalho no dia a dia e para garantir o bem-estar das vacas. Tudo isso foi pensado em conjunto, desde o desenho da sala. Ainda tem mais alguns detalhes para serem ajustados em busca de resultados, mas acredito que estamos no caminho certo – avalia o engenheiro-agrônomo Jeferson Vidal Figueiredo, da Emater/RS-Ascar, que presta assistência à família e vê de perto o quanto os Sarmento evoluíram nos últimos anos em vários aspectos. O diferencial da assistência técnica na propriedade foi muitas vezes citada por seu Valdecir e dona Neiva durante a entrevista, inclusive por Debora. Segundo eles, a produtividade aumentou mais de 90% depois que começaram a ter acesso às informações fornecidas pela instituição pública. – O incentivo e o apoio da Emater/RS foi muito importante, tanto para a minha permanência em casa, quanto para os investimentos. Isso nos encorajou a investir na nova sala de ordenha e a planejar outras melhorias. Hoje vemos que foi o melhor a ser feito – conta Debora.

O QUE APRENDEMOS COM A FAMÍLIA SARMENTO? Reuniões com toda a família para debater quais decisões podem ser importantes para o negócio. Isso cria conversas mais focadas em decisões estratégicas para evoluir na atividade, seja ela pecuária ou agrícola.

Ter auxílio de uma assistência técnica é fundamental, em especial para definir um projeto para a médio e longo prazo. Neste caso, eles têm o acompanhamento da Emater/RS-Ascar, com consultorias para a pecuária leiteira.

Rafaela Rodrigues

O nível de contribuição de cada integrante da família deve ser definido em conjunto. No caso da família Sarmento, todos participam, opinam e debatem.

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Juventude rural

SUCESSÃO NO CAMPO

Rafaela Rodrigues

“Estou trabalhando no que é meu!” Na Vila Carmo está localizada a Granja Ceolin, gerenciada pelo jovem Ricardo Ceolin, 23 anos, na companhia do pai Sérgio, 61 anos, e da mãe Juremy, 61 anos. A principal atividade da família sempre foi a avicultura. Em 2018 deram um grande passo e inauguraram um novo aviário, de 3.465m². Com alta tecnologia, a estrutura tem capacidade para alojar mais de 50 mil frangos – o que garante uma produção de em média 75 mil aves/lote junto com outro aviário mantido em sistema convencional. Pode-se dizer que o investimento viabilizou a volta de Ricardo para casa. Antes disso ele trabalhava em uma empresa de tecnologia e morava na cidade. Assim passou mais de um ano. A autonomia nos negócios e o apoio da família também foram itens que “pesaram na balança” na hora de o jovem decidir o seu futuro. – Aqui estou trabalhando no que é meu. Meus pais me apoiam muito e isso é fundamental. Inclusive, meu pai foi quem fez o financiamento para a construção do aviário. Eles estão comigo não só na questão financeira, mas também na mão de obra. Sozinho, não teria como bancar um investimento desses – explica Ricardo. Não é por nada, mas lá estão investidos mais de R$ 1,2 milhão, com alta tecnologia embarcada, integrando um projeto de expansão da Frangos Piovesan, empresa frederiquense que mantém na cidade um frigorífico de aves – essa expansão já foi pauta por aqui, nas páginas da Novo Rural. No caso da família Ceolin fica evidente que a 22 | Revista Novo Rural | Outubro de 2019

força do trabalho conjunto de cooperativas – independente do segmento em que atua –, empresas dispostas a investir e o empreendedorismo jovem podem sim mudar uma realidade. Para dar uma ideia, levar a rede elétrica trifásica para a propriedade foi uma missão assumida pelo Grupo Creluz, já o financiamento para a construção do aviário foi acessado através da Sicredi Alto Uruguai RS/SC/ MG, e o mercado para a carne de frango é garantido pela Frangos Piovesan. – Se não fosse esse conjunto, aliado à boa vontade dos meus pais, de querer crescer nesta área, eu não estaria aqui – declara. Eletrotécnico por formação, o jovem aplica seu conhecimento no empreendimento, o que auxilia nas atividades diárias. Muitas das manutenções em equipamentos estão sob responsabilidade dele. Agora, o foco é nos negócios. Atuante na comunidade onde reside, ele também integra a diretoria da Associação dos Avicultores de Frederico Westphalen, além do Sindicato dos Trabalhadores Rurais. Muito perspicaz, Ricardo demonstra com clareza seu espírito empreendedor e faz questão de incentivar outros jovens que, assim como ele, têm vontade de prosperar na propriedade rural. – Não desista, pois a cada 100 pessoas, 98 vão estar contra você. Você tem que pensar nas duas que te apoiam e focar no que você quer para o seu futuro – motiva o jovem.

O QUE APRENDEMOS COM A FAMÍLIA CEOLIN? Investir em tecnologia é um caminho. Jovens preferem ter essas facilidades como aliadas na rotina diária. Em determinadas áreas, isso garante maior eficiência na produção, como no caso da criação de frango de corte. Às vezes esses investimentos são altos. Cabe a cada família avaliar o que é viável para a sua realidade econômica. O apoio mútuo, seja de entidades, cooperativas ou mesmo empresas privadas, contribui para o processo. É claro que essas relações precisam ser de confiança e justas para ambos os lados. Mas, cabe a cada família perceber onde pode amparar-se para evoluir.


Juventude rural

SUCESSÃO NO CAMPO

Rafaela Rodrigues

“Aqui estou perto da família!” Na propriedade de 20 hectares, localizada em Pedras Brancas, vive o jovem Renan de Souza, 15 anos, junto do pai Sérgio, 54 anos e da mãe Vera Lúcia, 54 anos. As principais atividades da família são a avicultura e a bovinocultura de leite. Renan é o “braço direito” na rotina da propriedade, como classifica a mãe. Além de ser participativo nos negócios da família, Renan divide a rotina com os estudos na Casa Familiar Rural de Frederico Westphalen, onde também desempenha tarefas fundamentais que agregam no seu crescimento profissional. Ainda muito jovem, ele já dá indícios do que quer para o seu futuro. A qualidade de vida no campo e a proximidade com a família são fatores que somam para ele escolher ficar no campo, o que também deixa a dona Vera Lúcia contente. – Aqui é tranquilo, totalmente diferente da cidade. Vou trabalhar para mim e estou perto da minha família – ressalta o rapaz. Contentes por verem o filho sucedendo a propriedade e tomando gosto pelas atividades, os pais dão espaço para ele participar das decisões, o que o incentiva mais ainda a permanecer no campo.

Mais uma radiografia do que pensam os jovens do campo Algumas das aspirações da juventude rural ficaram em evidência com uma recente pesquisa feita pelo Instituto Federal do Rio Grande do Sul, que revela fatores que levam jovens a escolherem ficar ou deixar o campo. Alguns dos fatores identificados pela pesquisa também foram citados pelos jovens entrevistados pela reportagem, como a boa remuneração das atividades agrícolas se comparado com as atividades executadas na cidade, o fato de os pais aceitarem investir em melhorias e ampliações na propriedade, o acesso a políticas de apoio, a exemplo da assistência técnica via extensão rural, o acesso à educação gratuita e focada no setor, bem como o cenário de apoio de cooperativas (quando há esse vínculo por parte das famílias), além da autonomia dada pelos pais para que os filhos possam participar das decisões. Os dados são de 2018.

O QUE APRENDEMOS COM A FAMÍLIA SOUZA? O incentivo dos pais em valorizar a dedicação dos filhos repercute em mais segurança por parte do jovem em ficar na propriedade.

O bom relacionamento familiar também é decisivo para que os negócios não sejam afetados ao longo da vida. Ninguém gosta de ficar em ambiente hostil ou de brigas constantes.

Aliar as vivências na propriedade com uma formação técnica é importante para que o jovem possa adotar novas maneiras de viabilizar a propriedade rural.

Veja alguns dos principais resultados da pesquisa Perfil dos entrevistados

743

filhos de produtores rurais (entre 13 e 21 anos)

56

municípios do RS

Interesse no campo total

nenhum

Fatores de influência

indiferente/indeciso

Assumir gestão 59,6% 28,6%

13,5% 26,9% 35,8%

35,6%

Gênero

53,3% Homens

Permanecer no meio rural 14,5% 25,1%

60,4%

46,7% Mulheres

Tamanho das propriedades 52,5% até 40 hectares 16% de 41 a 60 hectares 7,3% de 61 a 80 hectares 7,1% de 81 a 112 hectares 9,8% mais de 112 hectares 7,3% não sabe/não respondeu

33,5%

33,5%

33%

Ajuda nas atividades agrícolas 69%

5,1% 25,9%

23,7% 16,8%

59,5% Fonte: Pesquisa do IFRS

Entre os que decidiram ficar

• Quantidade de terra que os pais têm • Boa remuneração das atividades • Investimentos feitos pelos pais na propriedade (tecnologia e melhorias em geral) • Incentivo de políticas públicas • Autonomia dada pelos pais para participar das decisões • Relações de confiança com vizinhos e comunidades • Possibilidade de alimentação e moradia barata

Entre os que decidiram sair

• Baixo investimento dos pais na propriedade (tecnologia e melhorias em geral) • Vergonha de ser agricultor • Falta de incentivo de políticas públicas • A ideia de que agricultura não dá dinheiro • Presenciar reclamações constantes dos pais sobre a atividade • Não gostar da agricultura, não se identificar com a profissão Fonte: Pesquisa do IFRS - Campus Sertão

23 | Revista Novo Rural | Outubro de 2019


Flavio Cazarolli

Engenheiroagrônomo, especialista em Gestão de Recursos Humanos e palestrante na área de sucessão rural. Gerencia a Foco Rural Consultoria, em Ijuí E-mail: flavio@focorural. com.br

OPINIÃO

Como profissionalizar os negócios familiares rurais?

O

grande desafio para o grupo familiar que trabalha em sociedade é construir um ambiente que atenda aos interesses de todos os participantes, superando a condição de sociedade imposta pelo fato de os sócios estarem ligados por relações familiares, e seguir para uma sociedade construída na qual os sócios desejam pertencer pela forma como foi estruturada e organizada. É natural que entre os membros de uma família que trabalhem juntos existam momentos onde se misturam as relações entre família, trabalho, negócios e patrimônio. Cabe aos mesmos organizar para que cada coisa aconteça a seu tempo e no momento adequado, evitando discutir assuntos relacionados à sociedade e aos negócios no almoço de domingo, um programa voltado a integração e confraternização da família. Esta relação muito próxima entre trabalho x família x patrimônio, quando não for bem organizada, pode ser desencadeadora de conflitos. O principal instrumento do processo de organização de uma sociedade é o acordo societário. Esse acordo é um documento construído a partir dos interesses coletivos dos sócios e que tem como objetivos regular os direitos e deveres de cada um, representar a vontade das partes em relação a determinados assuntos, ser um instrumento de administração da sociedade capaz de antecipar conflitos, gerar e exigir compromissos dos sócios e regular as formas de entrada e saída da sociedade. O Acordo de Sócios serve para qualquer condição de sociedade familiar, pois a organização independe do tamanho do negócio, o que pode mudar é a complexidade do acordo, que pode ser mais simples ou mais elaborado. Quando estabelecemos regras de organização da sociedade estamos evitando que cada sócio crie suas próprias convicções sobre os assuntos da empresa, criando um ambiente confuso e propício a conflitos. Dessa forma, a instituição de regras, especialmente através do acordo de sócios, vai ser um passo em direção à profissionalização, garantindo para a sociedade um ambiente alinhado com o sucesso. No mundo dos negócios familiares nunca se obtém aquilo que se quer e sim aquilo que se combina!

24 | Revista Novo Rural | Outubro de 2019

Divulgação

Gestão para o futuro

Juventude Rural

Entre os itens que compõe um acordo societário temos: Transações entre sócios Objetivo é regrar as condições em que se dará qualquer negociação entre sócios, em especial à venda de participação na sociedade.

Políticas de investimento, reservas e distribuição Busca-se estabelecer os objetivos da empresa em relação ao que fazer com as sobras resultantes da produção, estabelecendo critérios para novos investimentos, formação de reservas para épocas difíceis e distribuição de lucros entre os sócios.

Remuneração capital/trabalho Definir claramente a forma de remuneração dos sócios que trabalham na empresa e daqueles que são somente donos do capital, mas atuam em outros negócios. Esse ponto é um dos mais importantes para minimizar os problemas nas empresas familiares. Normalmente, quem fica administrando os negócios não faz retiradas mensais a título de remuneração do trabalho, esperando uma compensação futura dos demais membros da família. Esse acerto futuro é sempre uma complicação, pois existe dificuldade de estabelecer os critérios para se chegar a um valor aceito por todas as partes.

Uso de bens e serviços da empresa pelos sócios Esse é outro problema comum que deve ser contornado com regras. Muitas vezes os sócios/ familiares utilizam a estrutura disponível na empresa em benefício próprio, sem contrapartida de remuneração para os demais.

Empresas de sócios ou familiares que prestam serviços a empresa É importante que se estabeleçam regras para que a sociedade utilize serviços ou estabeleça relações comerciais com empresa de um dos sócios, o objetivo é que não ocorra privilégios e sim uma relação comercial proporcional ao que ocorreria com qualquer outro fornecedor.

Aval pessoal Esse ponto é quase uma unanimidade nos tempos atuais. Para segurança do patrimônio da família, nenhum de seus membros deve conceder aval para terceiros.

Sucessão na sociedade Esse item do acordo objetiva estabelecer os princípios a serem seguidos na definição da linha sucessória da empresa, antecipando possíveis conflitos que ocorreriam no momento do inventário e consequente definição dos novos gestores do negócio.

Sistema de Controles Gerenciais Compreende os procedimentos e ferramentas a serem utilizados pela sociedade para prestação de contas dos administradores aos sócios. O objetivo deste item é dar transparência especialmente na área de gestão financeira, além de suprir os sócios de informações que auxiliam na tomada de decisões.


NegĂłcios

EDUCAĂ‡ĂƒO

ImersĂŁo traz grandes nomes da agricultura para a regiĂŁo

A

Novo Rural Comunicação, Capacitação e Eventos promove a ImersĂŁo em Agricultura de PrecisĂŁo e GestĂŁo da Variabilidade da Lavoura, que estĂĄ confirmada para o perĂ­odo de 16 a 21 de dezembro, na Casa Kern, em Frederico Westphalen/RS. A qualificação, em nĂ­vel de educação continuada, contarĂĄ com mais de dez grandes nomes do setor, seis dias de interação, 70 horas de aulas presenciais e 30 horas de atividades no ambiente de trabalho, alĂŠm de debates tĂŠcnicos e cases de sucesso no setor. A qualificação serĂĄ composta por trĂŞs mĂłdulos, que tambĂŠm poderĂŁo ser contratados separadamente. O primeiro deles serĂĄ em Agricultura de PrecisĂŁo e Plataformas Digitais, que contarĂĄ com interação prĂĄtica com o software CR Campeiro, alĂŠm de conteĂşdos como gestĂŁo das informaçþes na agricultura de precisĂŁo, tomada de decisĂŁo baseada em ferramentas de AP, e o impacto do uso de sensores de diagnĂłstico em tempo real. Neste mĂłdulo serĂŁo os responsĂĄveis pelas aulas os professores AntĂ´nio Luis Santi (UFSM), Tales Tiecher (UFRGS), MĂĄrcio Albuquerque (Falker) e ĂŠnio Giotto (UFSM). No segundo mĂłdulo o tema serĂĄ o Manejo de Solo e Ambiente, com foco em estratĂŠgias para altas produtividades, manejo por ambiente de produção, melhoria e construção do perfil do solo, influĂŞncia da quĂ­mica e da biologia do solo no desempenho dos cultivos, alĂŠm do uso da ĂĄgua no sistema de produção. Neste encontro os professores responsĂĄveis serĂŁo Telmo Jorge Amado (UFSM), Christian Bredemeier (UFRGS) e Geomar Mateus Corassa(CCGL). JĂĄ o tema Ecofisiologia e EstratĂŠgias para Altos Rendimentos serĂĄ abordado no terceiro mĂłdulo, incluindo assuntos como a importância da qualidade da semente para a alta performance das culturas, aspectos relacionados Ă plantabilidade, controle de redutores da produtividade, entre outros assuntos. Neste encontro os professores Alexandre Gazolla Neto (URI, Uceff, Unoesc e O Agro), Rodrigo Alff (Climate FieldView) e AndrĂŠ LuĂ­s Vian (UFRGS) coordenarĂŁo os trabalhos.

Participação especial

Enio Giotto,da UFSM

Geomar Mateus Corassa, da Rede TĂŠcnica Cooperativa da CCGL

Para contribuir com o debate de ideias durante o curso, outra presença estå confirmada: a do bicampeão nacional do Desafio de Måxima Produtividade do Cesb, o agricultor Maurício de Bortoli, de Cruz Alta/RS. Ele e demais professores da imersão farão um debate tÊcnico no dia 18 de dezembro, durante o evento. O objetivo Ê trazer mais reflexþes para o grupo que participarå do encontro. AlÊm disso, para o dia 21 de dezembro estå previsto um momento de apresentação de cases de sucesso em agricultura de precisão, onde serå possível conhecer pråticas bem-sucedidas na årea.

As inscriçþes

Tales Tiecher, da UFRGS

Antonio Santi, da UFSM-FW

Telmo Jorge Amado, da UFSM

Rodrigo Alff, da Climate FieldView

Programe-se para participar! MĂłdulo 1: 16 e 17 de dezembro de 2019 MĂłdulo 2: 18 e 19 de dezembro de 2019 MĂłdulo 3: 20 e 21 de dezembro de 2019

Para se inscrever, os interessados devem entrar em contato por telefone, nos números (55) 999604053 ou (55) 2010-4159, e falar com a equipe Novo Rural, ou pelos endereços eletrônicos relacionamento@novorural.com e contato@novorural.com. Basta preencher um formulårio com dados pessoais e definir a forma de pagamento. Os passaportes para a imersão são divididos em três lotes, cujos valores variam conforme cada um deles. Os interessados que optarem por pagar o valor da inscrição à vista tem direito a 20% de desconto. Ou então podem optar por parcelar o valor em atÊ 10 vezes, atravÊs de boleto bancårio ou cartão de crÊdito. Grupos de atÊ cinco pessoas podem fazer a inscrição conjunta, tendo direito a desconto acumulativo de 2% por pessoa. Para estudantes a condição Ê ainda mais especial, com 20% de desconto a mais, mediante comprovação de matrícula ativa em graduação (para estes casos, as vagas são limitadas). Lembre-se que a Novo Rural reserva o direito de cobrar a taxa de cancelamento em caso de desistência após a efetivação da inscrição.

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DPOUBUP!OPWPSVSBM DPN 25 | Revista Novo Rural | Outubro de 2019


Parceiros do leite

PROTAGONISMO FEMININO

A presença da mulher na pecuária leiteira Elas representam quase a metade da população rural e estão cada vez mais engajadas na bovinocultura de leite

N

As mulheres representam quase a metade da população rural

R$ 15 milhões vivem no meio rural, o que representa 47,5% da população residente no campo no Brasil

47,5%

Perfil de mulheres rurais no Brasil

$

$

50,3%

30% 3%

São economicamente ativas

15 anos ou mais de estudo

Não tem renda

Fonte: IBGE 2015

19% Empreendimentos rurais dirigidos por mulheres

12% 2006

2017

Protagonismo na produção O trabalho das mulheres faz toda a diferença na produção. Elas têm uma afinidade maior com a ordenha, desenvolvendo melhor, na maioria das vezes, aspectos como a qualidade do leite. Aqui pode ser listado o manejo dos animais dentro da sala de ordenha, limpeza e preparação dos tetos e a higienização dos equipamentos. – Eu acredito que a mulher tem mais paciência para realizar essas tarefas, que também estão diretamente ligadas à sanidade. Elas buscam mais por especializações e estão em constante evolução – reflete a jovem produtora. 26 | Revista Novo Rural | Outubro de 2019

Fonte: IBGE 2017

Jovem Schayane Klering (na foto) e a mãe Maria são exemplos de como as mulheres estão quebrando paradigmas no meio rural

Apoio de políticas públicas A Emater/RS-Ascar, por meio da assistência técnica e social, é uma das instituições engajadas em estimular a valorização da mão de obra feminina nas propriedades. Exemplo disso foi um painel apresentado durante a quinta edição do Seminário Regional do Leite, realizado no mês passado em Novo Barreiro, durante a Feimate 2019 – foi neste evento que a reportagem conheceu a história da jovem Schayane. – Nós incentivamos o fortalecimento da presença das mulheres nas atividades da propriedade, porque sabemos que questões como a sanidade do rebanho, na maioria das vezes, são elas que cuidam. Então nós, da área social, junto à técnica, estamos nos unindo cada vez mais para valorizá-las. Elas precisam enxergar que estão tendo um papel fundamental na geração de renda da propriedade, desde a produção até a comercialização – enfatiza a extensionista Cinara Martins da Silva, da Emater/RS-Ascar, ressaltando que esta foi a primeira edição que o seminário contou com um painel voltado somente às mulheres.

Emater/RS-Ascar/Divulgação

ão é de hoje que as mulheres vêm se destacando nas atividades rurais, se tornando protagonistas, inclusive, no gerenciamento das propriedades. Exemplo dessa atuação é a família Klering, do interior de Novo Barreiro, composta por Schayane Klering, 20 anos, e sua mãe, Maria Klering. As duas administram a propriedade de oito hectares, onde a principal atividade é a bovinocultura de leite. Atualmente, contam com 11 vacas em lactação, que produzem em média 2,5 mil a 3 mil litros/mês. Desde muito cedo Schayane tomou gosto pela atividade. Ainda estudante, ela já possui em seu currículo experiência profissional na cidade, mas o apreço pelo meio rural fez com que ela voltasse para casa, onde hoje exerce função fundamental na gestão da propriedade. – Nossa área é pequena, mas não é algo que impeça de aumentarmos a nossa produção. São muitos os desafios que enfrentamos nessa atividade, mas eu e minha mãe estamos administrando bem nossos oito hectares e a renda está sendo satisfatória. Acredito que o meu lugar não é na cidade, gosto de ficar no interior – frisou Schayane, que prontamente comentou sobre sua vontade de cursar medicina veterinária para atuar, principalmente, em sua comunidade.

Revista Novo Rural Outubro de 2019 26


Parceiros do leite

Revista Novo Rural Outubro de 2019 27

GERAL

Preço do litro de leite é considerado estável

E

m mais uma reunião mensal do Conseleite, realizada na segunda quinzena do mês passado, a conclusão é que o valor de referência projetado para o leite em setembro no Rio Grande do Sul é de R$ 1,0884, 1,57% abaixo do consolidado em agosto, que fechou em R$ 1,1058. Para o presidente do Conseleite, Alexandre Guerra, apesar da leve queda em relação ao valor consolidado mês anterior, a projeção para setembro é praticamente a mesma que foi estimada para agosto (R$ 1,0870), o que indica estabilidade do mercado. – Vivemos um momento delicado e quem não for eficiente acabará saindo do processo, tanto no campo quanto na indústria. O mercado é soberano e estamos sempre suscetíveis aos movimentos do varejo – acredita Guerra. Ele acredita que as peculiaridades e sazonalidades da produção láctea geram picos de produção – quando o setor industrial opera com capacidade plena –, mas ao mesmo tempo ocorrem meses de ociosidade, que jogam os custos lá em cima.

Análise de custos Outro alinhamento do encontro do mês foi em relação ao acordo que prevê que a Emater/ RS-Ascar faça estudo de custos de produção, com o intuito de acrescentar esse indexador aos dados avaliados pelo setor produtivo na reunião do Conseleite. Por isso, a entidade de assistência técnica será incluída no colegiado como convidada especial.

Valores finais de referência para o Estado em agosto de 2019

Valores projetados para setembro

Valores projetados para agosto 19

Valores finais de agosto 19

Diferença

Matéria-prima

Setembro 2019

Maior valor de referência

R$ 1,2500

R$ 1,2716

R$ 0,0216

Maior valor de referência

R$ 1,2516

Valor de referência IN 76/77

R$ 1,0870

R$ 1,1058

R$ 0,0188

Valor de referência IN 76/77

R$ 1,0884

Menor valor de referência

R$ 0,9783

R$ 0,9952

R$ 0,0169

Menor valor de referência

R$ 0,9795

Matéria-prima

27 | Revista Novo Rural | Outubro de 2019


Parceiros do leite

Revista Novo Rural Outubro de 2019 28

POLÍTICA PÚBLICA

Novas perspectivas para o produtor Em Palmitinho, programa municipal permite um novo olhar para pecuaristas que têm potencial para crescer na bovinocultura de leite

F

Gracieli Verde

azer com que pecuaristas de leite com pouca produção mensal possam voltar a investir na atividade é um dos objetivos de um programa construído em Palmitinho, município com mais de 270 famílias que atuam neste setor. Destas, mais de 160 vendem até três mil litros de leite por dia para a indústria. O intuito do programa “Palmitinho: mais leite, mais renda”, que inclusive foi criado a partir de uma lei municipal, é justamente auxiliar esses produtores desde questões de infraestrutura até assistência técnica para ampliação e melhorias na produção, além de acesso facilitado a adubação orgânica, em especial o dejeto suíno. O secretário de Agricultura do município, o tecnólogo em Agropecuária Renato Luis de Oliveira, classifica a ação como emergencial, mas também vislumbra que com esse trabalho será possível fazer um resgate de pecuaristas que há algum tempo não conseguem reinvestir na propriedade. – Nos amparamos na legislação e por isso propusemos que fosse editada uma lei municipal, para que por meio do programa fosse possível formatar um quadro de serviços para esses produtores, porque para muitos a demanda inicial era de melhorar o acesso à propriedade ou até mesmo ter serviços com enleirador para melhorar a área de pastagem para o gado – observa Oliveira. Mas não é somente nesse aspecto que o programa promete atuar. Quer também garantir acompanhamento e assistência técnica para os produtores que serão selecionados, além de melhoramento genético. Para isso, um trabalho em conjunto com a equipe da Emater/RS já colocou o programa para funcionar. Hoje, mais de 70 famílias estão inscritas no programa. Destas, um grupo de 20 terá acesso, inclusive, a materiais de construção para melhorar ou implantar uma de sala de ordenha ainda em 2019. Para o próximo ano, mais um grupo deve ser beneficiado. É claro que, para participar, a família precisa ter como atividade principal a pecuária de leite.

Potencializar a produção leiteira pode proporcionar um novo nível econômico para as famílias envolvidas

28 | Revista Novo Rural | Outubro de 2019

Veja os critérios para poder participar do programa e ter acesso a subsídios para materiais de construção - Ter o leite como principal fonte de renda da propriedade - Apresentar certidão negativa de débitos com o município - Produzir até três mil litros de leite por mês - Participar dos módulos de capacitação que serão ofertados - Melhoramento genético com inseminação artificial para o rebanho - Apresentar a necessidade de melhorias nas instalações - Ter expectativa de sucessão familiar - Ter potencial e capacidade de produção - Apresentar a ficha cadastral dos animais da Inspetoria Veterinária

Trabalho a campo já começou

O técnico agropecuário Luan Jaques da Costa, do escritório municipal da Emater/RS-Ascar, explica que as visitas já estão sendo feitas. Neste primeiro momento estão em andamento os diagnósticos das propriedades, conhecendo as instalações, estábulos, áreas da pastagem, do rebanho, entre outros detalhes. – O objetivo é avaliar qual o potencial da propriedade e entender qual a principal demanda. A maioria dessas propriedades já está passando por melhorias como cascalhamento nos arredores da sala de ordenha e das estradas de acesso, maior disponibilidade de adubação orgânica, no caso o dejeto suíno, além de horas- máquinas para limpeza das lavouras, como a retirada de pedras – pontua Costa. Além do questionário de campo, também é feito levantamento fotográfico e marcado o ponto de GPS, para gerar um mapeamento de onde estão as propriedades que estão sendo assistidas.

Secretário de Agricultura de Palmitinho, Renato Luis de Oliveira

Difusão de tecnologia

Palmitinho tem mais de mil propriedades rurais. A suinocultura e a avicultura já estão consolidadas, pelo trabalho que há anos vem sendo desenvolvido nessas áreas. “É chegada a hora de dar atenção para os pecuaristas de leite, especialmente para este grupo que tem uma grande carência de serviços, para que possamos estabelecer um novo cenário no futuro”, salienta o secretário Renato Luis de Oliveira. Para potencializar esse trabalho, outro projeto está ganhando forma, com a organização de uma unidade demonstrativa de forrageiras. – Estamos organizando uma área que estava há vários anos ociosa e que será usada para termos um espaço demonstrativo de forrageiras. Para isso estamos tendo a parceria da Embrapa, Epagri e Emater/RS, cooperativas e demais empresas do setor lácteo do município e da região – revela Oliveira, animado com o trabalho diante da pasta.

Aspecto social

Mais do que potencializar uma atividade econômica importante como a pecuária de leite, que movimenta diretamente o comércio local, o secretário acredita na função social deste trabalho. – Precisamos aproveitar este mercado que já está estabelecido e com uma procura interessante por parte da indústria para que essas famílias possam ser incluídas em um movimento de crescimento, e não excluídos do processo. Temos em vigência novas normativas de qualidade e isso deve ser um fator motivador para fazer essas melhorias – defende o secretário.


PecuĂĄria

OFERECIMENTO:

Boas prĂĄticas

SANIDADE

NA PECUĂ RIA

Inicia temporada para o controle de carrapatos

“NĂŁo adianta usar os melhores produtos se nĂŁo ĂŠ feito o manejo corretoâ€?

A

T

primavera jå começou e Ê Êpoca de os pecuaristas ficarem atentos a uma praga muito comum nos rebanhos bovinos, o carrapato. arrapato. Para quem produz carne ou leite, a atenção precisa ser redobrada. Isso sso porque Ê nesta Êpoca que aparece rece a primeira geração de carrapatos que sobreviveu ao inverno. Assim, Ê preciso controlar esta incidência para que, quando chegue outubro e novembro, não haja uma grande quantidade deles eles circulando pela propriedade. dade. Uma das estratÊgicas gicas de combate Ê fazer os tratamentos mentos antes do pico, ou seja, anterior à chegada dessa primeira geração de carrapatos. TambÊm Ê importante avaliar o

er fĂŞmeas gestantes bem nutridas ĂŠ o primeiro passo para que a criação das terneiras tenha ĂŞxito em uma propriedade leiteira. Essa criação de terneiras permite que o pecuarista tenha muito mais controle da situação quando se trata de aumento e construção de plantel, uma vez que assim monitora desde cedo a sanidade desses animais e fornece a eles o que ĂŠ importante para gerar uma vaca com alto potencial produtivo. Mas, para adotar esta tĂŠcnica, ĂŠ importante que o produtor tenha um bom manejo em todas as etapas. – É essencial que a gente diminua ao mĂĄximo o estresse da vaca na fase prĂŠ-parto. Ela precisa estar em um espaço adequado. Em caso de um sistema de produção a pasto, ĂŠ importante que esse animal esteja em piquetes bem drenados e com pastagem de alta qualidade. Para quem mantĂŠm sistemas confinados, ĂŠ crucial ter uma sala-maternidade, para que as terneiras nasçam em um ambiente apropriado, com menos chances de contaminação – explica do mĂŠdico-veterinĂĄrio Lucas Abi Machado, da MSD SaĂşde Animal, marca parceira da Suifarma.

manejo adotado com os animais, o tipo de pastoreio, bem como as estruturas que utilizam. Uma das rrecomendaçþes Ê o manejo de medicamentos, químicos med ou ho homeopåticos. Importante lembrar que os tratamentos devem ser realizados independentemente se os carrapatos são vistos ou não nos animais, pois nas fases iniciais de vida eles são muito pequenos e de difícil m visualização. visuali Um dos d problemas ocasionados pelo carrapato Ê que atravÊs dele carr Ê transmitida a tristeza parasitåria, dot ença considerada considerad a principal causa de morte de bovinos no Estado gaúcho. Por isso, todo cuidado Ê importante para manter a sanidade do rebanho em dia.

Estado volta a registrar mormo em equinos

Acesse o cĂłdigo QR e veja mais dicas!

Veja os cinco passos para criar terneiras saudåveis e com potencial de alta produção na vida adulta!

Divulgação

C

asos de mormo detectados em propriedades em SĂŁo Lourenço do Sul e Santo AntĂ´nio da Patrulha geraram novo momento de alerta no Estado, em setembro. O serviço veterinĂĄrio oficial efetuou ação de vigilância onde os casos foram constatados. As propriedades foram isoladas, sendo proibida a saĂ­da ou entrada de animais, atĂŠ que fossem feitos todos os procedimentos de sanidade. – O mormo nĂŁo tem tratamento nem vacina e ĂŠ uma zoonose. Isso quer dizer que pode ser transmitido para o ser humano, por isso ĂŠ necessĂĄrio o sacrifĂ­cio do animal – explica Gustavo Nogueira Diehl, mĂŠdico-veterinĂĄrio e fiscal estadual agropecuĂĄrio do Departamento de Defesa AgropecuĂĄria. Ele reforça a necessidade do exame

veterinĂĄrio obrigatĂłrio nos animais a cada seis meses. “O exame jĂĄ era uma obrigatoriedade e, diante do quadro, torna-se ainda mais importanteâ€?, ressalta. O primeiro caso de mormo no Estado foi confirmado em 2015, totalizando 47 focos de junho de 2015 atĂŠ julho de 2017. O Ăşltimo foco de mormo no RS havia ocorrido em julho de 2017, fato que fez com que o Estado do Rio Grande do Sul pleiteasse o status de Zona Livre de Mormo. Desta forma, o pleito do RS para ser reconhecido como zona livre fica suspenso, considerando que um dos critĂŠrios que deve ser atendido conforme preconizado na IN 06/2018 ĂŠ de que o Estado esteja hĂĄ pelo menos trĂŞs anos sem registrar nenhum novo foco da doença.

1

Mantenha a vaca prenhe bem nutrida. Isso evitarĂĄ que o parto a fragilize e diminua o potencial produtivo de leite.

2

Evite qualquer tipo de estresse para este animal, seja tĂŠrmico ou de convivĂŞncia com os demais animais do plantel. Essa vaca precisa de tranquilidade!

3

Para potencializar a transmissão da imunidade colostral da vaca para as terneiras, vacine-a com a dose única da Rotavec Corona, entre três meses e três semanas antes do parto. Peça orientação para o mÊdico-veterinårio de sua confiança.

4

Mantenha um banco de colostro de qualidade na propriedade, para que, em caso de necessidade, possa suplementar os primeiros dias de vida das terneiras.

5

Mantenha um local limpo e seco para as terneiras. Isso evita a contaminação. Hoje existe uma alta incidência do protozoårio Cryptosporidium, que pode causar a criptosporidíase, um tipo de diarreia. Isso afeta o desenvolvimento das terneiras. Neste caso, se indica o uso do Halocur, com um tratamento de sete dias. Para isso, peça orientação de um mÊdico-veterinårio.

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29 | Revista Novo Rural | Outubro de 2019


Pecuária

APICULTURA

Gracieli Verde

Rumo a temporadas mais doces Em Palmeira das Missões, trabalho de sensibilização quer reaproximar produtores de mel do mercado e legalizá-los do ponto de vista sanitário

D

esde o primeiro semestre, Palmeira das Missões vislumbra um novo cenário para a atividade comercial da apicultura. Isso graças a uma iniciativa que garantiu a implantação do Sistema Municipal de Inspeção, o SIM, reivindicação antiga e que permite a legalização de um entreposto de mel na cidade. O local, viabilizado por meio da Associação de Apicultores de Palmeira das Missões (Aapal), tem os equipamentos necessários para o processamento do produto. Oficialmente, são 97 apicultores registrados no município, com 717 caixas com enxames declaradas na Inspetoria Veterinária. Mas, informalmente, se sabe que há mais produtores, segundo o engenheiro-agrônomo Luiz Eduardo Avallone Velho, da Emater/RS-Ascar local. Ele preside a associação, uma vez que também é apicultor e defensor da atividade. Hoje, a produção de mel no município gira em torno de sete mil quilos por safra – outro dado que, apesar de oficial, possivelmente não retrata a verdadeira quantidade, uma vez que há produtores que não declaram essa atividade pecuária. Uma estimativa mostra que pode haver 30 famílias a mais que atuam no setor. De forma geral, a maior parte dos apicultores têm potencial para usufruir da estrutura do entreposto, quer dizer, tem produção suficiente para processar o mel como “manda o figurino”, gerando um produto inspecionado, para colocar à disposição do consumidor um alimento mais seguro do ponto de vista sanitário. Atualmente, apenas três produtores estão usando a estrutura do entreposto,

30 | Revista Novo Rural | Outubro de 2019

embalando o mel que tem inspeção municipal para a venda no município. – É importante que mais produtores façam a adesão à associação e se legalizem. É isso que vai fortalecer a apicultura localmente, para que no futuro possamos ter uma inspeção que permita vender nosso produto em nível estadual – argumenta o agrônomo Luiz Eduardo.

Associativismo pode impulsionar esse trabalho

Quando a Aapal foi criada, em 2006, eram 36 sócios-fundadores. Mas, desde 2010 os trabalhos haviam sido pausados. Na época a entidade também contava com instituições e órgãos apoiadores, como a Emater/RS-Ascar, a Escola Técnica Estadual Celeste Gobbato, a Secretaria de Agricultura, Corpo de Bombeiros e a UFSM – Campus de Palmeira das Missões – parceria que ainda está “em pé”. Agora, o desafio é resgatar os sócios-fundadores e trazer mais pessoas para a Aapal, para fortalecer esse trabalho. O objetivo central da entidade é promover o acesso a infraestrutura adequada para o processamento de mel, rotulagem padrão dos produtos, bem como a busca pela legalização dos produtores. A entidade cobra uma mensalidade dos associados, uma forma de reunir recursos em caixa para a manutenção de taxas e demais despesas do local. A sede está localizada no Distrito Industrial, em Palmeira das Missões. Segundo Luiz Eduardo, está sendo feita uma campanha local em Palmeira das Missões, para que possa sensibilizar mais produtores a se engajar neste movimento.

SAFRA 2019/2020 Neste mês de outubro deve se intensificar a retirada do mel das caixas espalhadas pelos apiários do município. Mesmo assim, a colheita considerada maior deve se concentrar em dezembro, pela floração de plantas como a unha-de-gato e a uva-do-Japão. Ainda não se estima a produção, tendo em vista que ela varia de acordo com o clima na época da florada. Muita chuva, por exemplo, pode prejudicar o “trabalho” das abelhas.

Demandas da apicultura em Palmeira das Missões • É importante que mais apicultores legalizem a sua produção, para trabalhar com segurança e não ter risco de ser notificado por órgãos fiscalizadores. • É fundamental que se invista em mais tecnologia neste setor, para que a produtividade possa ser maior. Para isso, fortalecer o trabalho da associação é fundamental.

• É preciso sensibilizar produtores e consumidores a difundirem o mercado de mel inspecionado. • Existe demanda para mais capacitação aos apicultores. • Uma das necessidades é fazer um estudo que avalie o nível de consumo de mel no mercado local.

Vantagens da atividade • O mel inspecionado e de qualidade é um alimento valorizado pelo público em geral

• Quando se trata de atividade agropecuária, é uma alternativa para agregar renda para as famílias.

• Além de ser considerado medicinal pela maioria das pessoas, essencialmente o mel é um alimento. Por isso, o consumo pode ser incentivado entre crianças, adolescentes e jovens.

• Pode ser uma alternativa para desenvolver também sucessores nas famílias que já têm uma atividade principal como fonte de renda, uma vez que a apicultura é considerada uma atividade suplementar.

DÚVIDAS SOBRE A PRODUÇÃO DE MEL? Envie sua dúvida ou sugestão de pauta! Mande uma mensagem via WhatsApp no número (55) 9- 9630-4603 e fale com a equipe de Jornalismo da Novo Rural


Qualidade de vida Rafaela Rodrigues

IPÊS: a flor da primavera

JARDINAGEM

Símbolo nacional em alguns países, a árvore do ipê, exuberante por suas flores, representa a estação mais florida do ano no Brasil, a primavera

E

ncontrado em todas as regiões do Brasil, o ipê sempre chamou a atenção de poetas, cantores e até políticos. No país, a estação primaveril tem o ipê amarelo como seu representante, embora o título de árvore nacional seja atribuído ao pau-brasil. Entre as várias espécies de ipês existentes no Brasil, com flores brancas, rosas, lilás e até mesmo verdes, só que menos conhecidas, as de cor amarela não foram eleitas por acaso. Conta-se que a escolha partiu de autoridades militares, que se inspiraram na proximidade da abertura dos primeiros botões da variedade ao dia 7 de setembro, data em que se comemora a Independência do Brasil. Há cerca de 12 tipos de ipês com flor

Mãos à obra

em tons amarelos espalhados pelo país. Apesar de não serem encontradas nos estados do Sul, a Tabebuia serratifolia predomina no restante do território nacional, enquanto a Tabebuia alba, “Ipê Amarelo” como nome popular, aparece principalmente do Paraná ao Rio Grande do Sul. O reconhecimento do ipê não vem somente pela exuberância de sua beleza e pela grossura de sua casca, característica que deu origem ao nome – em tupi, ipê significa árvore cascuda. Resistente e durável, a madeira é valorizada para aproveitamento em obras de construção civil e naval. É utilizada como matéria-prima para produção de tacos para assoalho, vigas, eixo de roda de carroçaria, parquê e peças de marcenaria e carpintaria.

Florescimento:

em média, a partir de três anos depois do plantio

Reprodução: Solo:

úmidos, profundos, com boa drenagem e textura argilosa

inicia-se quando a árvore atinge três anos de idade. Como é uma espécie hermafrodita, o ipê amarelo necessita de um agente polinizador para se reproduzir. O vento e a abelha mamangava são os principais responsáveis pela dispersão do pólen das flores

Uso:

Clima:

de preferência temperaturas entre 13 e 23 graus

sem comprovação científica, o ipê da espécie Tabebuia alba é usado como remédio caseiro em algumas regiões do país, sobretudo no Nordeste. A entrecasca do caule serve para tratar gripes, resfriados e tem efeito diurético

Poda: Área mínima:

pode ser plantado em jardins

é necessário fazer podas no inverno. Faça a limpeza para evitar nós entre os galhos e o surgimento de brotos no tronco, cujo desenvolvimento concorre com o crescimento da planta. Poda de condução é importante para manter a árvore com porte menor Contribuição: Equipe técnica do Horto Florestal do Grupo Creluz

Países onde a flor é símbolo nacional El Salvador, Equador, Venezuela e Paraguai

Músicas Ipê Florido - Milionário e José Rico Flor do Ipê - Marisa Monte

Livros O Tronco do Ipê - José de Alencar Um Ipê-amarelo, uma Paineira-branca - Rubem Alves, Carlos Rodrigues Brandão e Paulo Roberto Masserani 31 | Revista Novo Rural | Outubro de 2019


Qualidade de vida

SAÚDE

OUTUBRO ROSA: um convite para a prevenção

N

a zona rural de Liberato Salzano, município interiorano e com grande produção agrícola, especialmente na citricultura, mora a agricultora e comerciante Audila Lampugnani, de 72 anos. Casada com Saul Meotti, 72, ela tem os filhos Clóvis, que mora no Mato Grosso, e Cleber. Com grande parte do tempo dedicado ao trabalho e às atividades em comunidade, em 2016 dona Audila teve a rotina alterada em função do diagnóstico de um câncer de mama. Nascida em Santa Catarina, mas residente de Liberato Salzano desde os seis anos de idade, nunca havia passado pela cabeça da agricultora que a doença batesse à porta. “Eu pensei:

32 | Revista Novo Rural | Outubro de 2019

Gracieli Verde

Mulheres compartilham vivências a partir do diagnóstico do câncer de mama e reforçam a importância de ter uma postura preventiva

Dona Audila cultiva o hábito de fazer crochê, além de manter a rotina de dona de casa e comerciante

não é agora que vou me entregar. Ainda tenho muita coisa para fazer por aqui”, conta, entre um chimarrão e outro, com o crochê deixado de lado para receber as visitas. Agora, passado o tratamento, ela respira aliviada, mantendo apenas os acompanhamentos médicos periódicos, requisitos a todos que passam pela doença. Ela relata que quando procurou o médico, a dúvida era em relação a algumas ínguas que tinha debaixo de um dos braços e uma mancha arroxeada que apareceu em um dos seios. Feito o diagnóstico, a notícia não era boa. Até porque havia possibilidade de o câncer também estar no outro

seio, até então aparentemente sadio. Logo a cirurgia para retirada do seio doente, as quimioterapias e depois as radioterapias deram andamento ao tratamento, feito na cidade de Erechim. – Eu sempre tentei me manter disposta, mas havia momentos de muita dor. A solução era pensar que aquilo seria passageiro. Apenas uma vez precisei ir para o hospital para ser medicada, porque não conseguia suportar. Mesmo assim, tentei manter o máximo da minha rotina na igreja onde participo. Acho que o apoio da família, dos amigos e da minha fé me ajudou – acredita.


Entre as mulheres, câncer de mama tem maior incidência Dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca) apontam que o câncer de mama é o que mais acomete as mulheres, com quase 60 mil novos casos em 2018, um crescimento de 29,5% em relação ao ano anterior. Em 2017, foram registrados 16.724 óbitos ocasionadas por esse tipo de câncer no Brasil, segundo o Inca.

Presença amarga da doença logo após a maternidade

29,5%

2018

Cerca de 30% dos casos de câncer de mama podem ser evitados com a adoção de hábitos saudáveis Alimentar-se de forma saudável

Manter o peso corporal adequado

Praticar atividade física

Amamentar

Evitar o consumo de bebidas alcoólicas

Evitar uso de hormônios sintéticos, como anticoncepcionais e terapias de reposição hormonal

O câncer de mama pode ser percebido em fases iniciais, na maioria dos casos, por alguns sinais e sintomas Nódulo (caroço), fixo e geralmente indolor: é a principal manifestação da doença, estando presente em cerca de 90% dos casos quando o câncer é percebido pela própria mulher

Pele da mama avermelhada, retraída ou parecida com casca de laranja

Saída espontânea de líquido anormal pelos mamilos

Alterações no bico do peito (mamilo)

Pequenos nódulos nas axilas ou no pescoço

(Fonte: Inca)

Importante lembrar que o câncer de mama não tem somente uma causa. A idade é um dos mais importantes fatores de risco para a doença, pois cerca de quatro em cada cinco casos ocorrem após os 50 anos.

Gracieli Verde

No mesmo município, a jovem mãe Roberta Techio, hoje com 28 anos, foi outra mulher a sentir a amarga presença do câncer. Ainda entre os 21/22 anos, com a filha Pietra pequena – com um ano e meio de idade – ela sentiu um nódulo em um dos seios logo após interromper a amamentação da bebê. Os primeiros diagnósticos apontavam para uma inflamação no seio, comum para quem amamenta, a chamada mastite. Mas, o quadro clínico não melhorava e a busca por saber o que exatamente a acometia exigiu vários exames e diversas idas aos médicos. Em Passo Fundo, exames adicionais foram feitos e o diagnóstico do câncer de mama chegou após ela perder o pai para um câncer de estômago e esôfago, em agosto de 2013. “Um mês depois que ele se foi eu descobri que também tinha a doença. Foi assustador, ainda mais que eu tinha a minha filha muito pequena. Não queria pensar na possibilidade de deixá-la”, diz, emocionada. O linfoma na mama, considerado raro para esta região do corpo, só deixou de ser seu pesadelo em março de 2016, quando Roberta conseguiu finalizar as sessões de quimioterapia. Hoje, qualquer sinal diferente do corpo faz com que ela corra para o médico. O que foi mais difícil? “Aceitar que tinha a doença”, exclama, citando que naturalmente o câncer assusta, mas que com o tempo é possível vislumbrar a cura e isso é que também ajuda o tratamento a funcionar. “Sempre tive claro que eu precisava fazer a minha parte para melhorar e acreditar que isso seria possível”, diz. O apoio do esposo Adilson e a presença da filha Pietra, sem dúvidas, foram fatores que auxiliaram nesse processo de recuperação. Para as duas entrevistadas que superaram o câncer de mama uma opinião é unânime: a necessidade de manter os exames rotineiros em dia e de procurar logo ajuda médica, além de não se apavorar com o diagnóstico. Fé e um bom tratamento podem sim favorecer a vitória diante do câncer de mama.

2017

A jovem mãe Roberta foi diagnosticada após parar com a amamentação da pequena Pietra

33 | Revista Novo Rural | Outubro de 2019


Qualidade de vida

BATATA-DOCE

Mais que o valor nutricional, a raiz também tem importância econômica Analista Andréa Noronha, da Embrapa pa Clima a doce Temperado, defende que a batata-doce d ã e pode e deve estar no sistema de produção na mesa de todos os brasileiros

A

limento bem conhecido pelo paladar brasileiro, rico em nutrientes, de fácil cultivo, mas pouco valorizado. Estamos falando da batata-doce. Considerada um alimento energético, a raíz apresenta cerca de 30% de matéria seca que contém em média 85% de carboidratos, cujo componente principal é o amido. Comparada com outras estruturas vegetais amiláceas, possui maior teor de matéria seca, carboidratos, lipídios, cálcio e fibras que a batata, mais carboidratos e lipídios que o inhame e mais proteína que a mandioca. Aliado ao suprimento de vitaminas, principalmente as do grupo A e B, torna-se um importante complemento alimentar para famílias de baixa renda, tanto pelo seu valor nutricional quanto pela facilidade de ser cultivada. Ela também está em evidência em pesquisas e estudos, inclusive na Embrapa. Para a analista Andréa Noronha, da Embrapa Clima Temperado, a batata-doce é um alimento com multifunções e merece destaque. – É um alimento fácil de produzir, está no saber fazer dos produtores. Além de eles mesmo fazerem as mudas, com custo zero, a batata-doce é rústica, então é um ótimo alimento para ser produzido de forma agroecológica, sem uso de insumos externos. Ela tem inúmeros benefícios para a saúde. Previne até mesmo alguns tipos de câncer, tem baixo índice glicêmico e também tem apoio de algumas políticas públicas, principalmente do Programa Estadual de Alimentação Escolar e o Programa Nacional de Alimentação Escolar, para ser incluída na merenda escolar. Também tem sido ingrediente para formulação de ração de aves. Então, falando em agrobiodiversidade, segurança nutricional e alimentar, a batata-doce é uma das prioridades que deve estar no sistema de produção e na mesa de todos os brasileiros – ressalta Andréa.

34 | Revista Novo Rural | Outubro de 2019

ALIMENTO SUSTENTÁVEL

Em setembro de 2015 a Organização das Nações Unidas (ONU) propôs que os seus 193 países membros assinassem a Agenda 2030, um plano global composto por 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e 169 metas para que esses países alcancem o desenvolvimento sustentável em todos os âmbitos até 2030. De acordo com a analista da Embrapa, 12 desses objetivos são abarcados pela batata-doce. – Nem sempre conseguimos exercer práticas sustentáveis na hora de produzir alimentos. Fazendo uma análise da batata-doce e da forma como as pessoas a produzem, posso afirmar com tranquilidade que 12 desses objetivos são compreendidos por ela e isso é muito bom. Significa que quando a gente produz a batata-doce para consumir estamos preocupados em produzir um alimento de forma sustentável e saudável. Que bom se isso pudesse ser reproduzido para todos os alimentos que consumimos – comenta a analista. A batata-doce pode ser consumida de diversas formas, em uma grande diversidade de pratos, a mais tradicional é cozida com ou sem uso de temperos, mas também pode ser assada, frita, usada em risotos e nhoques. Vale dar asas à imaginação!

Composição nutricional Componente

Quantidade

Umidade

70%

Carboidratos totais

26,1g

Proteína

1,5g

Lipídios

0,3g

Cálcio

32 mg

Fósforo

39 mg

Ferro

0,7 mg

Fibras digeríveis Energia

3,9g 111 kcal (Fonte: Embrapa)

Cultivares indicadas para região Sul Beauregard, Brazlândia Roxa, Brazlândia Branca, BRS Rubissol, BRS Cuia e BRS Amélia. Essas variedades são da Embrapa Clima Temperado, Pelotas/RS. Interessados em adquirir devem entrar em contato com a Emater/RS-Ascar.

Vantagens Fácil cultivo, baixo custo de produção, colheita prolongada, resistência a praga e doenças e protetora de solo.

Saiba mais sobre e os 17 Objetivos de e Desenvolvimento o Sustentável da a ONU acessando o o código com a câmera de seu smartphone e


Qualidade de vida Para encantar o paladar à mesa! As receitas desta edição estão para lá de deliciosas! Uma delas fica pronta em poucos minutos e ressalta o sabor de um alimento já bem conhecido pelo paladar brasileiro. Outra traz um gostinho especial da cultura alemã.

Os chips de vegetais são uma deliciosa opção para beliscar quando bate aquela fome. Além de saudáveis, são muito saborosos. Ingredientes

Chips de batata-doce assados

Batata-doce, azeite, sal e pimenta Modo de preparo

Coloque o forno para aquecer a 200 °C. Lave bem as batatas (se preferir, descasque-as). Corte-as em tiras, de forma que fiquem bem finas. Depois coloque-as em uma travessa, regue com azeite de oliva, polvilhe um pouco sal e pimenta e misture bem. Após, coloque-as em uma forma bem untada, sem sobrepô-las. Com o pincel, unte novamente as tiras de batata com azeite e finalize com sal. Se preferir, use o sal moído na hora. Leve ao forno e asse as batatas por aproximadamente 20 minutos. Elas devem ficar levemente douradas. Vire a forma de vez em quando para que elas fiquem assadas de maneira uniforme. O tempo de forno pode variar muito, então é importante estar atento para que elas não passem do ponto. Depois, é só deixar esfriar, retirar da forma e guardar os chips de batata-doce assados em um pote bem fechado.

Käsekuchen

No português "Cuca de ricota", a Käsekuchen é uma receita tradicional alemã muito difundida nas famílias erval-sequenses, sendo servida em cafés coloniais e comercializada em padarias. A receita é da Rosani Bode Karpinski, de Erval Seco/RS, que foi publicada no e-book "Receitas regionais: a culinária típica de alguns municípios do Norte do Rio Grande do Sul", uma realização da Emater/RS-Ascar e URI-FW.

Ingredientes

Modo de preparo

MASSA 2 ovos ½ xícara (de chá) de açúcar 2 colheres (de sopa) de manteiga 1 ½ xícara (de chá) de farinha de trigo 1 colher (de sopa) de fermento em pó

Misture todos os ingredientes, colocando a farinha aos poucos até formar uma massa que desprenda das mãos. Unte uma forma redonda de fundo removível e depois espalhe a massa no fundo e nas bordas.

RECHEIO 1kg de ricota 6 ovos 2 xícaras (de chá) de açúcar 3 colheres (de sopa) de nata 1 colher (de sopa) de fermento em pó ½ colher (de chá) de sal

RECHEIO Misture bem os ingredientes até a mistura ficar homogênea. Em seguida, coloque dentro da forma e polvilhe com açúcar e canela. Asse por 30 minutos em forno médio e pré-aquecido.

CULINÁRIA

Cá entre nós Dulcenéia Haas Wommer

Assistente técnica regional social da Emater/RS- Ascar de Frederico Westphalen e-mail: dwommer@emater.tche.br

Você tem fome de quê? Olá! Chegamos ao mês de outubro com várias datas importantes: Outubro Rosa, Dia Mundial da Alimentação, Dia da Água, Dia dos Professores, Dia das Crianças e Dia do Idoso. Muitas reflexões e comemorações! Nossas atenções se voltam ao combate aos índices de câncer. Queremos saúde, jovialidade, saudabilidade. Este, que é um termo que está muito em uso tendo em vista a preocupação com a saúde, faz parte de um movimento constante e que cresce a cada dia, juntamente com a busca pelo rejuvenescimento. Tenho observado esse comportamento e fui buscar o significado de rejuvenescer, que quer dizer atribuir vigor, força, vitalidade, frescor, energia, reflorescer. Ou ainda voltar a ser jovem, dar aparência mais nova a algo ou alguém. Muitos procedimentos estéticos estão em alta. Aí me pergunto: as pessoas rejuvenescem só a aparência ou têm se importado também em reciclar pensamentos, ideias, comportamentos e atitudes? A capacidade de se reinventar, empreender, socializar sorrisos espontâneos, relacionamentos mais agradáveis, levar a vida com mais leveza. Aquele brilho no olhar que as crianças e jovens não economizam! Por outro lado, os idosos, com tanta sabedoria de vida e experiências, podendo contribuir para que nós não cometamos velhos erros, apenas novos! Adoro isso! (risos) E cá entre nós, a gente tem fome de quê? Titãs já cantavam: “Bebida é água, comida é pasto, você tem sede de quê? Você tem fome de quê? A gente não quer só comida, a gente quer comida, diversão e arte, a gente não quer só comida, a gente quer saída para qualquer parte. A gente não quer só comer, a gente quer comer e quer fazer amor, a gente não quer só comer, a gente quer prazer pra aliviar a dor. A gente não quer só dinheiro, a gente quer dinheiro e felicidade, a gente não quer só dinheiro, a gente quer inteiro e não pela metade, você tem sede de quê? Você tem fome de quê?” Por falar em fome, o tema de debate deste ano do Dia Mundial da Alimentação (16/10) é “Segurança alimentar: pela vida saudável e contra a fome e a miséria”. Precisamos trabalhar por uma educação alimentar e nutricional que não tenha a fome de um lado da moeda e, no outro, doenças advindas da forma incorreta de se alimentar. E assim, pensarmos também na qualidade da água que ingerimos e o quanto podemos proteger as nascentes e não poluir nosso ambiente, bem como optarmos pela produção limpa de alimentos. Vejam que as datas que citei no início estão todas interligadas, pois precisamos educar para hábitos melhores, atitudes e sentimentos construtivos, cuidando da água e da alimentação para a saúde, a jovialidade e o futuro de nossas crianças! Lembrando que quem tem um “porquê” encontra vários “comos”!

Abraço e laço cor-de-rosa! Sobre qual assunto você quer que eu escreva? Mande sua sugestão para o WhatsApp (55) 9.9960.4053

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Cooperativismo

OPINIÃO

CooperAtivas

Repórter

PEDRO LUÍS BÜTTENBENDER Doutor em Administração, mestre em Gestão Empresarial, especialista em Cooperativismo e administrador. É professor pesquisador da Unijuí, assessor e associado de cooperativas E-mail: plbutten@gmail.com

Complexo Solar Três Arcanjos é o mais novo investimento da cooperativa

Investir na educação de olho no futuro As cooperativas, pela sua própria natureza e princípio, investem na educação cooperativa de olho no presente e no futuro. Além de requisito também legal, expresso pelo Fates, a capacitação e o desenvolvimento dos seus associados, funcionários, lideranças e dirigentes é uma prioridade de investimento, de política e de gestão. Acelerar processos de aprendizagem, orientados pelos fundamentos cooperativos, desenvolvem competências associativas, técnicas e executivas que fazem do sistema cooperativo um dos mecanismos mais decisivos para o progresso e sustentabilidade do cooperativismo, de regiões, de países e da própria sociedade. Orientar a vida pelas práticas e vivências cooperativas se constitui na mais profunda dinâmica de educação e desenvolvimento cooperativo. A cooperação é um ato e um lugar de educação.

Gustavo Menegusso/Jornal O Alto Uruguai/Divulgação

O

mês de outubro iniciou marcado pelo lançamento das pedras fundamentais do Complexo Solar Três Arcanjos, em Ametista do Sul. Este é mais um investimento do Grupo Creluz na região, com foco na geração de energia limpa. Serão três usinas solares, a Usina Solar São Gabriel, Usina Solar São Miguel e Usina Solar São Rafael, com inauguração prevista para o mês de dezembro. O investimento é de em torno de R$ 12 milhões. O principal objetivo do projeto é reforçar o sistema de distribuição, além de fomentar o desenvolvimento econômico do município e região. Entre os motivos pelos quais o município foi escolhido para a insta-

lação das usinas está a alta radiação solar, a posição geográfica, além de ter um grande consumo, principalmente no período diurno. – É um complexo que vem ajudar, principalmente, no verão, período em que é mais consumido energia no município, inclusive pela queima e o corte de pedras, extração no garimpo e pelas atividade turísticas”, destaca o presidente da cooperativa, Elemar Battisti. A operação será toda comandada à distância. Ao todo, serão instaladas 4.146 placas – 1.008 na Usina São Gabriel; 1.374 na Usina São Miguel e 1.764 na Usina São Rafael. A geração total anual será de 2.400.000 Kwh, energia suficiente para abastecer duas mil residências.

Acesse: www.creluz.com.br 36 | Revista Novo Rural | Outubro de 2019

Bem-vindo à leitura e interpretação cooperativa desta coluna! Vivemos todos na sociedade do conhecimento, onde as mudanças, inovações e as relações físicas e virtuais estão gerando novas relações sociais, econômicas, políticas e ambientais. O foco prioritário na individualidade cede espaço para a compreensão melhor das complexas relações coletivas. O foco também no outro, no coletivo, na cooperação e na sustentabilidade futura da vida. A prática cooperativa é a demonstração do que verdadeiramente aprendemos. São nossas atitudes e ações que revelam o nosso espírito e compromisso cooperativo, solidário, comunitário e coletivo. A mais pura dinâmica educativa é a que revelamos com o nosso agir e viver. A combinação dessas dinâmicas de aprendizagem, com os da capacitação através de palestras, cursos, assistência técnica, orientação econômica, financeira e comercial, produzem um ambiente inovador, democrático, participativo e de evolução coletiva, abrangendo os que integram cooperativas e da sociedade que vive no seu entorno. Esse entendimento por vezes é fragilizado por algumas limitações que são percebidos em nossa sociedade, focada no individualismo, competição, exploração e concentração econômica, que é próprio do atual contexto de globalização. Isso indica que a educação cooperativa, além de formar para a cooperação, deve também gerar novas e melhores compreensões e interpretações sobre esta nova forma de organização das pessoas e da sociedade, onde se valoriza a promoção e inclusão social, a não discriminação, a distribuição mais justa da renda, a igualdade com equidade e a maior autonomia coletiva e individual das pessoas. Como destaca o economista indiano Amartya Sen, que desenvolvimento somente se realiza onde a sociedade tem autonomia e liberdade. Por isso, a cooperação é um instrumento, uma estratégia, um sistema e/ou um sistema de organização das pessoas e da vida que promove o desenvolvimento. A educação cooperativista, através das suas diversas formas de praticá-la, deve propor-se, em nível da região e de território, ser um instrumento eficaz de arquitetar um tipo de convivência e interação social onde ocorra a maior democratização de oportunidades, acompanhada da democratização dos resultados atingidos pela sociedade. As metodologias e ferramentas tecnológicas para promover e realizar ações de educação cooperativa são diversas e apresentam muitas inovações. Estão presentes os tradicionais cursos, palestras, reuniões técnicas e educação informativa via canais de rádios e jornais. Agregam-se muitas novas experiências, incorporando as redes sociais, aplicativos digitais de educação cooperativa, as metodologias ativas na educação, a educação corporativa, jogos, vivências com jovens e crianças, integração com os demais agentes comunitários e territoriais de organização social, a mobilização dos demais agentes colaborativos, cooperativas virtuais e de bancada, startups cooperativas, entre outras. A educação cooperativa, muito mais do que um processo de aprendizagem e de formação para o cooperativismo, é um movimento e uma prática que prepara as pessoas e os cidadãos para a organização coletiva e solidária, a democracia, a participação e a preparação para enfrentar os desafios da vida, o futuro e sua sustentabilidade. Sigamos promovendo a cooperação!


Cooperativismo

EVENTOS

Cotrifred inclui região no circuito de feiras focadas no agronegócio Rafaela Rodrigues

E

stá lançada a primeira edição da Feira em Campo – Agronegócio em Foco, programada para os dias 12, 13 e 14 de dezembro de 2019, em uma área de 4,6 hectares às margens da rodovia RS-150, em Frederico Westphalen, na saída para Caiçara. A feira é uma promoção da Cotrifred, com matriz em Frederico Westphalen e filiais em oito municípios da região. Com investimentos na ordem de R$ 250 mil, pelo menos 70 empresas já confirmaram presença com estandes totalmente focados para o homem do campo. São esperadas três mil pessoas nesta edição de estreia. Devem marcar presença empresas do ramo de fertilizantes, defensivos agrícolas, medicamentos veterinários, máquinas agrícolas, cooperativas de crédito, pequenos animais e também agroindústrias familiares – uma maneira de valorizar os empreendimentos ligados à agricultura familiar. – Tudo foi pensado para trazer novas tecnologias, informações e potencialidades do agronegócio para Frederico Westphalen e a região do Médio Alto Uruguai, com atenção para a agricultura e a pecuária – destacou o gerente de compras do departamento técnico da Cotrifred, Joni Duarte.

Outro profissional que está coordenando a promoção da feira, Michel Dalastra, salientou que o evento é uma proposta que vai ao encontro da missão da Cotrifred, que é de ser um agente de desenvolvimento na comunidade regional, trazendo novas tecnologias e propondo atividades economicamente viáveis. – Temos como visão nos tornar referência no agronegócio. A Feira em Campo vem para somar neste processo de fortalecimento dos negócios da cooperativa – reforçou.

Estrutura

Em relação à infraestrutura que a feira deverá ter para abrigar os milhares de visitantes, estão previstos espaços de convivência, pavilhão para palestras e seminários com capacidade para 500 pessoas, banheiros, amplo local para estacionamento, bem como praça de alimentação. Além de gerar negócios, pelo menos dois eventos técnicos devem dar visibilidade para a soja e para a pecuária leiteira.

Um novo momento para a cooperativa

O presidente da Cotrifred, Elio Pacheco, que estava acompanhado do vice, Dari Albarello, e do secretário, Clóvis Somavilla, classificou este como um “novo momento” para a cooperativa. – Estamos plantando uma semente para contribuir com o desenvolvimento da região e possibilitar que as pessoas vejam o nosso setor de uma forma diferente – disse. Segundo Pacheco, esta será mais uma oportunidade para fortalecer relacionamento com os associados e com demais parceiros, criando relações de confiança no setor agropecuário. – Isso aproxima o associado do trabalho da cooperativa – completa. Ainda para este ano está prevista a inauguração da indústria de laticínios da Cotrifred, em novembro (mês de aniversário dos 62 anos da instituição), bem como a oficialização da nova unidade da cooperativa em Taquaruçu do Sul, com supermercado e loja agropecuária, em dezembro. Assessoria de Imprensa Cotrifred

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Campo aberto

GERAL

A

Sementes Trentin promoveu a tradicional Tarde de Campo Trigo 2019, na última semana de setembro, na sede da Fazenda Trentin, em Palmeira das Missões. Foram parceiros nesta ação a Biotrigo Genética, Embrapa e a OR Sementes. – Acreditamos que o controle de qualidade é um processo fundamental quando o assunto é semente, ele nos dá uma segurança para tomar decisões durante o processo, desde a fase de pré-colheita, beneficiamento, armazenagem e expedição

Camila Wesner

Sementes Trentin realiza evento voltado ao trigo

Embutidos Santa Dorotéia comemora 20 anos de fundação

O

mês de setembro foi de comemoração para a família de Antonio Juraci da Silva, da comunidade de Santa Dorotéia, interior de Iraí. Isso porque a Embutidos Santa Dorotéia chegou aos 20 anos de fundação. No dia 28, uma comemoração reuniu familiares e amigos. Na ocasião, o produtor destacou os principais momentos dessas duas décadas de história e enfatizou que a união da família tem sido fundamental para a manutenção do negócio. Além disso, ressaltou que o sucesso alcançado até o momento também é resultado da valorização de comerciantes e consumidores. O prefeito de Iraí, Antonio Vilson Bernardi, salientou que o sucesso da empresa familiar é consequência do trabalho, da dedicação e da união familiar. Disse ainda que a agroindústria é um exemplo para a região e, até mesmo, para o Estado. Hoje a agroindústria processa 1.500 quilos de produtos diariamente e comercializa para quatro municípios da região.

– explica a analista de sementes Caroline Nicola, da Sementes Trentin. O evento teve a presença de produtores cuja atividade agrícola também inclui o trigo. Na oportunidade, eles conheceram os diferenciais em variedades e tecnologias para a cultura. – Os produtores que vieram neste evento já saem com uma noção de que cultivar escolher para o ano que vem – ressalta o administrador Mauro Baptistella, da Sementes Trentin.

Divulgação

Qualificação em sementes segue em outubro e dezembro

Tecsol Agroindustrial recebe reconhecimento nacional Tecsol Agroindustrial, empresa com sede em Frederico Westphalen, teve o trabalho reconhecido e recebeu, em setembro, o prêmio TOP Empresarial Nacional 2018 “Aos Melhores do Ano”. A iniciativa certificou a Tecsol Agroindustrial como “Destaque Empresarial Nacional aos Melhores do Ano” na categoria “Excelência e Inovação em Soluções para Agricultura”. O prêmio busca promover o reconhecimento às iniciativas, ações e atividades de empresas de diversos estados brasileiros e do Mercosul. A deferência é oferecida pela Associação dos Empresários do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e Mercosul. O evento de premiação ocorreu em Florianópolis e os sócios, Sérgio Amaral e Roberto Rigon, acompanhados por familiares, representaram a empresa na solenidade. – Este é um reconhecimento importante dos esforços empreendidos na Tecsol Agroindustrial e neste momento temos muito a agradecer, primeiramente a Deus, pela oportunidade de exer-

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Divulgação

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Famílias Amaral e Rigon receberam prêmio em Florianópolis

cer nossas atividades com profissionalismo e seriedade. Também a todos nossos colaboradores, clientes e fornecedores, pois sem eles não chegaríamos ao reconhecimento que possuímos hoje. A nossa família e amigos, em especial a família Rigon que, além de sócia, é grande incentivadora desta empresa – salienta o empresário Sérgio Amaral.

A

Novo Rural Comunicação, Capacitação e Eventos ainda tem vagas para os dois últimos módulos da qualificação em Gestão da Viabilidade e Tecnologia na Produção de Sementes, que ocorrem nos meses de outubro e dezembro, respectivamente. No terceiro módulo o tema central será o manejo pós-colheita de sementes, com foco no planejamento, manutenção e operação de unidades de beneficiamento de sementes. As aulas serão ministradas pelos professores José Ricardo Bagateli e Rafael Oliveira Vergara, no Salão Nobre da Associação Comercial e Industrial de Frederico Westphalen/RS, nos dias 18, 19 e 20 de outubro. O quarto e último módulo, que será realizado nos dias 13, 14 e 15 de dezembro, terá o controle de qualidade na produção de sementes como tema norteador, bem como a apresentação de técnicas e procedimentos associados ao controle de qualidade na pré e pós-colheita. Os encontros serão coordenados pela professora-doutora Cileide Maria Medeiros Coelho Arruda de Souza e professor-doutor Alexandre Gazolla Neto. Para quem quer reservar uma vaga, o contato deve ser feito pelo e-mail relacionamento@novorural.com ou pelo telefone (55) 9-9960-4053.


Campo aberto

GERAL

Rafaela Rodrigues

Pub do Queijo será uma das atrações da Expofred 2020

U

Eventos voltados à agricultura familiar são promovidos em Iraí

I

– Apoiamos projetos e estamos trabalhando com famílias para o desenvolvimento do turismo rural. Além disso, a Feira da Terneira vem ganhando cada vez mais destaque, representa a produção de leite no município, sendo que a atividade é uma das nossas principais geradoras de renda no campo. Por isso, a feira é uma oportunidade de chamar a atenção para esse assunto e também mostrar aquilo de melhor que os produtores têm nas propriedades através dos animais – comentou a chefe do Escritório Municipal da Emater/RS-Ascar de Iraí, Vanessa Dal Canton. Ambos os eventos foram promovidos pela prefeitura municipal, Emater/RS-Ascar e Sindicato dos Trabalhadores Rurais, com patrocínio do Banrisul.

Segunda edição do Seminário Regional de Turismo fez parte da programação

Os animais foram divididos em categorias de acordo com a idade. Na raça jersey, o grande vencedor foi o animal da propriedade de Deoclides Menzen, da comunidade Fonte Fria. Já na raça holandesa, o vencedor foi a terneira do proprietário Samuel Pedroso, da comunidade Ramal da Saúde.

Thaís Jacomelli/Jornal O Alto Uruguai

raí sediou a 5ª Feira da Terneira e a 6ª Amostra da Agricultura Familiar no mês de setembro. Além da exposição e comercialização de produtos da agricultura familiar, artesanato, troca de sementes crioulas, julgamento e premiação das terneiras e exposição das empresas de Iraí e região, a programação contou com seminários nas áreas de turismo e sucessão familiar. – Hoje a agricultura familiar é protagonista graças ao engajamento dos produtores. Temos grandes empresários rurais em Iraí que sabem onde querem chegar – ressaltou o prefeito, Antônio Vilson Bernardi, em tom de satisfação ao ver os resultados do evento. Outra parceira da programação, a Emater/RS-Ascar também teve presença intensa durante toda a agenda.

m espaço gastronômico consagrado na Expointer, em Esteio/RS, estará em Frederico Westphalen na Expofred 2020, que será realizada de 29 de abril a 3 de maio, no Parque de Exposições Monsenhor Vitor Batistella. A atração foi confirmada pela comissão organizadora da feira, durante ato solene de lançamento realizado no mês passado, em Frederico Westphalen. Lideranças diversas acompanharam o anúncio de parte das atrações da feira multissetorial – principalmente os shows. Para o setor agropecuário, outros anúncios devem ser feitos nos próximos meses, segundo a comissão organizadora, cujo presidente é o empresário Marcos Lima. O Pub do Queijo é uma promoção do Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat/RS). Focado na gastronomia com queijos, o espaço oferece tradicionalmente um happy hour com música ao vivo, degustações e apresenta as potencialidades das indústrias de queijo do Estado. Mais informações sobre a feira você confere no portal novorural.com.

Comissão central da feira apresentou as principais novidades da próxima edição

URI/FW se prepara para receber a terceira turma via Pronera

Novo Xingu se prepara para mais uma edição da Xingufest 13ª edição da Xingufest, tradicional feira do município de Novo Xingu, ocorre neste mês de outubro, entre os dias 11 e 13. Além da exposição e comercialização de produtos da agricultura familiar, empresas e prestadores de serviços do município, a feira contará também com o Concurso de Gado Leiteiro, atrações gastronômicas e culturais. Uma das novidades desta edição é a Casa da Cuca e da Linguiça, que será inaugurada com a abertura do primeiro barril de chope e apresentação da Banda Municipal. Durante a feira também haverá a 3ª Mostra do Conhecimento, espaço de lazer para crianças e comidas típicas da cultura alemã.

Rafaela Rodrigues

A

A Novo Rural esteve no município no mês passado e presenciou os preparativos para a feira, inclusive o espaço onde ficará a Casa da Cuca e da Linguiça

O

processo seletivo e as matrículas do Curso Superior de Tecnologia em Agropecuária, da URI/FW para a terceira turma do Pronera foram realizados em setembro. O processo foi realizado em duas etapas, incluindo prova com questões objetivas e redação, além de entrevista. Para esta terceira turma foram abertas 40 vagas. Até o momento, 61 agricultores já foram capacitados através desta iniciativa, moradores de 26 municípios das regiões do Médio Alto Uruguai, Rio da Várzea e Região Celeiro. Esta será a terceira turma do curso viabilizada com recursos do governo federal. Trata-se de um projeto inédito em nível de Brasil.

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