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3VSBM Ano 4 - Edição 37 - Dezembro de 2019 | Exemplar R$ 10,00
TECNOLOGIA
Sócio-fundador da Falker compartilha opiniões sobre o uso de tecnologias no campo
ERVAS DANINHAS
Você conhece o capim-amargoso? Especialista alerta sobre controle da praga em lavouras de soja
BOAS-VINDAS À VINDIMA!
Colheita da uva movimenta economia de vários municípios da região e, mesmo com alguns desafios impostos pelo clima, setor mantém otimismo
1 | Revista Novo Rural | Dezembro de 2019
Carta ao leitor ALEXANDRE GAZOLLA NETO
Professor, empresário do agronegócio e diretor da Novo Rural
Devemos continuar investindo na qualificação profissional e estratégias de manejo integradas, garantindo maior produtividade e rentabilidade no agronegócio brasileiro.”
O
ano de 2019 foi marcado pela constante evolução e transformação nos diferentes setores associados aos sistemas de produção agrícolas e pecuários no Brasil. O setor conclui o ano com avanços nas regulamentações legais e recuperação nas exportações. Os dados demonstram crescimento da produção nas diferentes áreas, com destaque para o complexo da soja, principal produto exportado pelo Brasil, tanto em volume quanto em termos financeiros. Os desafios não param por aqui. Com a chegada de 2020, o aumento dos custos de produção, associado às adversidades climáticas, passa a exigir dos técnicos e agricultores uma coordenação de ações com vistas à otimização dos custos e maximização da produtividade. A rentabilidade do negócio agrícola não depende apenas da boa produtividade e dos bons preços de mercado. Esta também é associada à gestão da propriedade, da redução dos custos de produção, dos investimentos na qualificação dos sistemas de produção e da tolerância a adversidades climáticas. Precisamos intensificar a qualificação dos profissionais ligados a todas as atividades, construindo processos sólidos e precisos, tendo como base a sustentabilidade financeira, de produção e ambiental. Este e outros desafios devem fazer parte do nosso dia a dia em 2020, sempre considerando a importância do agronegócio para a economia nacional e para alimentar da população mundial.
Um 2020 repleto de prosperidade! Em 2019 a Novo Rural reforçou o seu compromisso de levar informações de qualidade através da revista impressa e das plataformas digitais. Além da oferta de treinamentos focados em áreas consideradas estratégicas – como as qualificações em Agricultura de Precisão e Variabilidade da Lavoura e em Produção e Tecnologia de Sementes –, entre os dias 16 a 21 de dezembro estaremos recebendo profissionais de diferentes regiões do Brasil para a primeira Imersão em Agricultura de Precisão, em Frederico Westphalen/RS. Mais uma vez será uma oportunidade de interagir com pessoas que estão preocupadas em fazer mais e melhor no agro. Vamos em frente e, para 2020, mais novidades deverão fazer parte da nossa rotina, fortalecendo cada vez mais a presença da Novo Rural no dia a dia do setor. Até lá, você pode conferir com calma a edição de dezembro, com análises das safras de uva e de soja, e outros conteúdos estratégicos para esta época do ano!
Uma excelente leitura e feliz ano-novo!
Kerli Acatrolli Fucks
Simony Costa Beber
foto do leitor Agner Gelatti
Em época de plantar, toda ajuda é bem-vinda. A foto desse trio foi tirada em Passo do Verde, Santa Maria/RS e enviada pelo leitor Agner Gelatti.
Gabriele Santi
Fofura é o pequeno Davi Luiz no meio da lavoura de trigo em Jaboticaba/RS. A foto foi enviada pela tia Gabriele Santi
Tem foto de Dois Irmãos das Missões/RS, da Agropecuária Fucks. O clique da safra 2019/2020 foi feito por Kerli Acatrolli Fucks.
Que as fotos ao entardecer nas lavouras fazem sucesso a gente já sabe. O Mateus Tonel Costa Beber tirou essa foto durante a colheita na Linha Santo Antônio, em Pejuçara/RS. A foto foi enviada pela irmã e nossa leitora, Simony Costa Beber.
Direção A revista Novo Rural é uma publicação realizada em parceria com
Alexandre Gazolla Neto Patricia Cerutti
Editora-chefe Gracieli Verde
Circulação Mensal
Tiragem
10 mil exemplares
Fechamento
Reportagem
03/11/2019
Fone: (55) 2010-4159 Endereço: Rua Garibaldi, 147, sala 102 - B. Aparecida Frederico Westphalen/RS 2 | Revista Novo Rural | Dezembro de 2019
Rafaela Rodrigues Abrangência: Rio Grande do Sul, Oeste de Santa Catarina e Sudoeste do Paraná.
Site e redes sociais Camila Wesner
Relacionamento Juliana Durante
Direção de arte Fabio Rehbein
Capa
Rafaela Rodrigues
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on-line Durante novembro um dos conteúdos que mais tem repercutido nas plataformas digitais usadas pela Novo Rural é a matéria de capa da edição de novembro, que traz parte da história do agricultor Henricus Aernoudts, que mantém a Granja Guará, em Palmeira das Missões. Se você ainda não assistiu, acesse através do código abaixo.
Sucessão familiar e pecuária de leite Em novembro outro conteúdo que teve destaque nas plataformas da Novo rural foi o segundo episódio da série Boas Práticas na Pecuária, apresentadas pela Suifarma Saúde Animal. A família Bridi, de Vista Alegre/RS, é a personagem principal. No terceiro episódio da série, neste mês de dezembro, o tema será sobre compost barn. Não perca!
Giro pelo agronegócio Acompanhe pelo portal novorural.com
Cristiano Menezes, de Jaguariúna-SP Pesquisador da Embrapa Meio Ambiente, biólogo e entomólogo, especialista em abelhas e polinização
4 | Revista Novo Rural | Dezembro de 2019
Tornar a agricultura regional mais competitiva, respeitando as suas particularidades, é um dos objetivos centrais da Agricenter Frederico Westphalen/ Farótti Farelos Especiais, que atua há quase dez anos na região – o aniversário ocorre em 2 de janeiro de 2020. Uma das ferramentas que há três safras contribui para este incentivo é o Concurso de Produtividade de Soja. A edição 2019/2020 foi lançada na sexta-feira, dia 29 de novembro, em jantar promovido na AABB, em Frederico Westphalen. Produtores rurais e parceiros foram convidados para o encontro. Leia mais em: bit.ly/AgriCenterFarotti Rafaela Rodrigues
“As abelhas nativas sem ferrão vêm ganhando cada vez mais destaque na sociedade e não é à toa. Como se não bastasse o fato de serem inofensivas ao homem e poderem ser criadas em casa, são capazes de produzir méis com sabores incríveis e ainda podem alavancar o agronegócio brasileiro por meio da polinização. Sem os polinizadores, perderíamos cerca de 1/3 da produção mundial de alimentos. A novidade é que podemos usar as abelhas para alavancar a produtividade da agricultura brasileira, até mesmo de cultivos que antigamente pensávamos que não precisavam de abelhas, como a soja e o café. Ao introduzir esses insetos dentro das plantações estamos observando um aumento significativo na produção. Ao visitar as flores em busca de seu alimento, as abelhas transportam os grãos de pólen de uma flor para a outra. É assim que a maioria das plantas se reproduzem e produzem, como consequência, as sementes e os frutos. Alguns cultivos são extremamente dependentes desse processo e não produzem frutos caso não tenham abelhas. Esse é o caso do maracujá, da maçã e do melão. Já outros até conseguem produzir na ausência de abelhas, mas quando aumentamos a quantidade delas, produzimos muito mais. Esse é o caso do morango, do tomate, do café e da soja.”
Concurso de Produtividade de Soja da Agricenter/Farótti
Agricultura
HORTIFRUTI
Boas expectativas para o brócolis em 2020
R
ico em minerais, vitaminas e fibras, o brócolis se consolida como um alimento extremamente nutritivo para a saúde humana. Mais do que isso, tem sido uma atividade alternativa no que diz respeito a geração de renda para famílias interioranas de Liberato Salzano, onde a área em produção chegou a 60 hectares nesta safra, abrangendo 20 famílias. O trabalho intenso da colheita ocorreu no mês de novembro. De acordo com o secretário Municipal de Agricultura, Valcir Sacon, foi possível colher entre 12 e 13 toneladas por hectare. O preço pago pelo quilo do vegetal ficou na base de R$ 0,90. A expectativa é positiva para
Divulgação
Liberato Salzano, município destaque na produção do vegetal, termina a safra otimista para o próximo ano o próximo ano. – Para o ano que vem já estamos projetando o aumento da área. Nosso objetivo é 130 hectares, atingindo uma média de 60 famílias. Além dos produtores já inseridos na atividade, estamos buscando novos para concretizar essa estimativa. Também haverá aumento no preço pago ao produtor, que deverá chegar a R$ 1,00/kg – adianta o secretário, que também revela que o plantio deve começar mais cedo em 2020, em meados de março. Hoje o município incentiva esse cultivo disponibilizando o frete para o transporte da produção até a indústria, a Grano Alimentos, em Serafina Corrêa.
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Santa Maria Cacequi Cachoeira do Sul Palmeira das Missões Panambi Júlio de Castilhos 5 | Revista Novo Rural | Dezembro de 2019
Agricultura
FRUTAS
Liberato Salzano organiza o encerramento da safra Queda na produtividade já era esperada no município. Gerenciar o preço pago pelo quilo da laranja neste ano está sendo um dos desafios para os citricultores
6 | Revista Novo Rural | Dezembro de 2019
Os maiores produtores de laranja do RS 2018 (t)
2017 (t)
2016 (t)
Alpestre
17.528
10.081
18.060
Aratiba
11.220
11.600
15.708
Liberato Salzano
18.375
18.375
26.250
Planalto
19.764
20.900
Gracieli Verde
O
s números oficiais da safra de laranja 2018/19 em Liberato Salzano, município destaque na produção em nível estadual, ainda estão sendo apurados, mas o que já dá para observar é que neste ano a produtividade foi mais tímida se comparada ao ciclo anterior, quando 25 mil toneladas de laranja foram colhidas. De acordo com o membro da diretoria da Associação dos Citricultores de Liberato Salzano, Leandro Rubini, esse cenário não foge do esperado pelos produtores. “No último período a produção foi acima da média, então é normal que agora ela seja mais retraída”, explica. No preço pago pelo quilo da fruta para suco também se observa uma redução, o valor não passa de R$ 0,40/quilo. Para se ter uma ideia, na última safra o produtor conseguiu comercializar a R$ 0,52/quilo. Na exportação por meio do fairtrade, o chamado comércio justo, também há um movimento retraído se comparado a safra 2017/18, quando 4,3 mil toneladas de laranja foram exportadas nesse formato. – Neste ano exportamos pouco através do fairtrade. Devido à diferença de preço no mercado internacional de suco, o formato convencional do fairtrade teve uma diferença muito grande. A tendência é que nesse formato comercializemos, no máximo, até 30% do volume do ano passado – acrescenta. Já os custos de produção foram elevados por conta da alta do dólar quando da compra de insumos para os pomares. “Os produtores colheram menos e por consequência os custos de produção ficaram mais altos por quilo de fruta, os investimentos também não foram expressivos”, salienta Rubini. Atualmente, a associação conta com 85 famílias, que somam em torno de 400 hectares com a produção de laranja. “Na área implantada do município houve aumento, em torno de 300 hectares entre 2018 e 2019, que devem entrar em produção dentro de quatro anos”, adianta.
24.300 Fonte: DEE Dados
Produtores têm apoio para equilibrar o mercado Para escoar a produção e equilibrar os preços de mercado da fruta no Estado, os produtores contam com o apoio de instrumentos do governo federal. Um deles é Prêmio Equalizador Pago ao Produtor Rural (Pepro), que oferece subsídios para o escoamento de laranja para qualquer região do país. No caso do Pepro, o arrematante do leilão deve ser o próprio produtor ou sua cooperativa, que fará jus ao incentivo desde que se disponha a vender seu produto pela diferença entre o preço mínimo (ou o valor de referência definido pelo governo) e o valor do Prêmio Equalizador. Também deve fazer o escoamento da laranja nas condições exigidas pelo edital disponibilizado. Também há o leilão de Prêmio para Escoamento de Produto (PEP), que dá oportunidade de prêmio para que beneficiadores e agroindústrias adquiram o produto diretamente do produtor rural ou de sua cooperativa pelo preço mínimo prefixado. O limite é de 50 toneladas por adquirente e o valor do prêmio é de R$ 0,0909 por quilo do produto. Em Liberato Salzano, leilões de Pepros foram realizados, inclusive no mês de novembro. “Nós vamos analisar quantos prêmios vão ser gerados e o quanto vai ser possível entregar nas indústrias”, prospecta Rubini.
Em ritmo de reta final De acordo com o técnico agropecuário Valtemir Bazeggio, da Emater/RS-Ascar de Liberato Salzano, falta pouco para os citricultores locais finalizarem a colheita da atual safra – até a penúltima semana de novembro, faltava somente 10% dos mais de mil hectares em produção para serem colhidos. Os pomares que ainda têm frutas são os de laranja valência e folha-murcha. “O clima não auxiliou muito nesta safra, o preço pago também não foi expressivo. A expectativa é que para o próximo período o valor aumente”, avalia Bazeggio sobre a reta final da safra.
Agricultura
LEGISLAĂ‡ĂƒO
Rastreabilidade de vegetais volta para o debate Fiscalização de mais um grupo de frutas e hortaliças passa a estar em vigência em 2020
A
busca por alimentos livres de resĂduos por parte dos consumidores tem ganhado aliados nos Ăşltimos anos. Para que haja a garantia de alimentos livres de qualquer produto indesejĂĄvel para a saĂşde humana, a Instrução Normativa Conjunta 02/2018 e a IN 01/2019 seguem em vigĂŞncia, estabelecendo cronogramas para regrar a fiscalização de grupos de frutas, raĂzes, tubĂŠrculos, bulbos, hortaliças folhosas, ervas aromĂĄticas e hortaliças nĂŁo folhosas. Para agosto do prĂłximo ano, itens como melĂŁo, morango, coco, goiaba, caqui, mamĂŁo, banana, manga, cenoura, batata-doce, beterraba, cebola, alho, couve, agriĂŁo, almeirĂŁo, brĂłcolis, chicĂłria, couve-flor, pimentĂŁo, abĂłbora e abobrinha passam a ser fiscalizados. Hoje, a normativa estĂĄ vigente para ci-
GRUPOS
Hortaliças folhosas e ervas aromåticas
devem ser mantidos por todos, tanto produtores como supermercadistas. JĂĄ o produtor precisa manter registro diĂĄrio das atividades referentes ao plantio, manejo, insumos agrĂcolas usados, receituĂĄrio agronĂ´mico e colheita das variedades. A partir desses registros, o agricultor deve formar lotes com seus respectivos cĂłdigos de rastreabilidade. O distribuidor deve arquivar os registros das informaçþes obrigatĂłrias para todos os lotes que deram origem ao lote consolidado, assim como a sua data de formação. AlĂŠm disso, a unidade de consolidação precisa manter os registros dos insumos agrĂcolas. O supermercado ou fruteira, por sua vez, deve apresentar Ă autoridade competente informação relativa ao nome do produtor ou da unidade de consolidação e o nome do paĂs de origem.
VigĂŞncia plena para o grupo
Rastreabilidade ao longo da cadeia produtiva
VigĂŞncia plena para o grupo
Rastreabilidade ao longo da cadeia produtiva
Rastreabilidade ao longo da cadeia produtiva
Imediata
01/08/2019
01/08/2019
01/08/2020
01/08/2020
01/08/2021
Citros, maçã, uva
MelĂŁo, morango, coco, goiaba, caqui, mamĂŁo, banana e manga
Abacate, abacaxi, anonĂĄceas, cacau, cupuaçu, kiwi, maracujĂĄ, melancia, romĂŁ, açaĂ, acerola, amora, ameixa, caju, carambola, figo, framboesa, marmelo, nectarina, nĂŞspera, pĂŞssego, pitanga, pera, mirtilo
Batata
Cenoura, batata-doce, beterraba, cebola e alho
CarĂĄ, gengibre, inhame, mandioca, mandioquinha-salsa, nabo, rabanete e batata yacon
Alface e repolho
Couve, agriĂŁo, almeirĂŁo, brĂłcolis, chicĂłria e couve-flor
Couve chinesa, couve de Bruxelas, espinafre, rĂşcula, alho porrĂł, cebolinha, coentro, manjericĂŁo, salsa, erva-doce, alecrim, estragĂŁo, manjerona, sĂĄlvia, hortelĂŁ, orĂŠgano, mostarda, acelga, aipo, aspargo
PimentĂŁo, abĂłbora e abobrinha
Berinjela, chuchu, jilĂł, maxixe, pimenta, quiabo
Hortaliças não folhosas Tomate e pepino
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OPWPSVSBM DPN
produz esses itens que passam a ser fiscalizados a partir de agosto de 2020 não deixe para a última hora para avaliar um mÊtodo de rastreabilidade. – Tanto na årea de alimentos como em outros setores, a rastreabilidade Ê uma forma de gerar mais credibilidade para o produto e, com isso, agregar valor diante do mercado. É uma ferramenta que o agricultor pode usar a favor dos negócios – defende Gazolla. Na pråtica, ele defende tambÊm que Ê fundamental que toda a cadeia produtiva entenda qual o papel de cada elo nesse processo de cumprimento da legislação. Os registros das informaçþes obrigatórias, a nota fiscal ou documento correspondente que permitam identificar o ente imediatamente anterior e/ou posterior da cadeia produtiva e os produtos vegetais frescos recebidos e expedidos
Rastreabilidade ao longo da cadeia produtiva
Frutas RaĂzes, tubĂŠrculos e bulbos
tros, maçã, uva, batata, alface, repolho, tomate e pepino. – O que vemos Ê que cada vez mais o produtor estå atento para estar de acordo tanto com a legislação como à exigência do próprio consumidor, que quer mais segurança nos produtos que pþe à mesa. É natural que, com mais acesso a informação, o consumidor queira estar mais próximo do processo de produção dos alimentos. Estå se diferenciando no mercado quem jå oferta esses dados aos clientes, independente de legislação – observa o engenheiro-agrônomo e diretor da O Agro Softwares para o Agronegócio, Alexandre Gazolla Neto. Ele considera importante que o produtor se programe para o ano-novo, a fim de conseguir atender as normativas. Quer dizer, Ê importante que quem
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5XD $QW{QLR %UDVLO *RQoDOYHV 3DOPHLUD GDV 0LVV}HV 7 | Revista Novo Rural | Dezembro de 2019
Agricultura
BOLETIM TÉCNICO
Alexandre Gazolla Neto
Oferecimento:
Engenheiro-agrônomo, mestre e doutor em Ciência e Tecnologia de Sementes. É diretor da Novo Rural, professor na Universidade Regional Integrada – Campus de Frederico Westphalen/RS, além de diretor do O Agro Software para o Agronegócio e da Vigor Consultoria para o Agronegócio
Você conhece as oportunidades de ciclos na cultura da soja? Fique atento às principais práticas de manejo necessárias para cada grupo de cultivares na busca por melhores rendimentos
E A escolha correta da cultivar corresponde por 50% do rendimento final da sua lavoura.”
stamos em pleno fechamento de semeadura, emergência e desenvolvimento vegetativo na cultura da soja em diversas regiões produtivas do Brasil. De forma geral, a implantação dos campos atrasou, com maior destaque para o Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Neste momento é fundamental entender as características, exigências de manejo e nutrição para cada cultivar. Uma emergência uniforme, sem falhas, duplas, triplas e plantas dominadas é fundamental para construção de um estande de plantas vigorosas. Associado ao desenvolvimento inicial uniforme e com plantas de alta performance, teremos uma maior sincronia entre as plan-
Características agronômicas para altos rendimentos
8 | Revista Novo Rural | Dezembro de 2019
tas em todos os estágios fisiológicos até a colheita. Neste contexto, destacamos que os principais fatores que devem ser considerados pelos agricultores na escolha e manejo das cultivares estão relacionados a data de semeadura, sistema de produção, nível tecnológico, região, tipo de solo e micro ambiente de produção de cada talhão. O manejo das diferentes cultivares e grupos de maturação devem atender as necessidades específicas de cada campo de produção, pois não existe uma cultivar superior que consiga atender a todas as situações. Na escolha do material genético, o produtor deve fazer uma avaliação completa
das informações geradas pela pesquisa, assistência técnica, empresas produtoras de sementes, experiências regionais, bem como a expressão do potencial produtivo deste material em safras passadas. Outro aspecto que precisamos sempre considerar é que os ciclos superprecoce e precoce possuem uma maior exigência nas técnicas de manejo, nutrição e controle de plantas daninhas, pragas e doenças. Nestas oportunidades de ciclos, não podemos permitir atrasos na emergência das plantas, bem como no manejo dos agentes redutores de produtividade, pois todos esses erros acumulados prejudicam o desenvolvimento vegetativo das cultivares.
• Adaptação para sua microrregião de produção • Caixa produtiva para obter altos índices de produtividade de grãos • Grande capacidade para desenvolvimento de sistema radicular • Arquitetura de folhas favorável ao manejo de pragas e doenças • Resistentes à doenças e pragas chaves • Resistentes aos nematóides e fungos de solo • Rápido arranque inicial • Altura de plantas médio/baixo
Agricultura
SAFRA DE VERÃO
Gracieli Verde
Muita chuva para plantio da soja e pouca para o milho Dezembro inicia com quase toda a área prevista para a soja semeada na região e no Estado
A
s chuvas do fim de outubro e início de novembro dificultaram que sojicultores implantassem as lavouras mais cedo. Ao longo do mês de novembro o trabalho foi intenso para que o plantio avançasse. Em 26 de novembro, segundo informações da Emater/RS, a área semeada chega a 90% dos 405,6 mil hectares previstos para a região. A maior parte das áreas implantadas estavam em germinação e desenvolvimento vegetativo, conforme o gerente-regional da Emater/RS de Frederico Westphalen, Luciano Schwerz. Em Palmeira das Missões, que soma uma das maiores áreas de soja do Estado, com previsão de 105 mil hectares para a safra 2019/2020, a semeadura também estava praticamente concluída na última semana de novembro. – Diferente do ano passado, tivemos menos problemas de germinação, devido ao cenário climático mais favorável se comparado com a safra anterior. Tivemos poucas áreas com replante, apesar de o plantio ter sido feito um pouco mais tarde em função das chuvas – avalia o agrônomo Felipe Lorensini, da Emater/RS de Palmeira das Missões.
Chuva melhora cenário para o milho
A falta de chuva por alguns dias assustou produtores de milho. Isso tem gerado lavouras desuniformes, segundo análise da Emater/RS. Além disso, lavouras apresentaram ataque de lagarta-do-cartucho e lagarta-da-rosca, incluindo áreas com danos irreversíveis. Tirando isso, outras áreas seguem com bom desenvolvimento. Na região, a expectativa para a safra 2019/20 é de 87.630 hectares, com toda a área semeada no fim de novembro. – As chuvas da segunda quinzena amenizaram a situação, por que metade da área aqui do município estava em florescimento e metade em enchimento de grãos – comenta o agrônomo Felipe Lorensini, da Emater/ RS de Palmeira das Missões.
Mercado
Em relação ao mercado de milho, novembro teve preços em alta. Conforme análise de Safras & Mercado, a oferta limitada, com boa procura no mercado interno e para exportação, contando ainda com um dólar muito firme, levou à contínua melhora nos valores ao longo do mês nas principais praças de comercialização. No balanço mensal, o milho no Porto de Santos, na base de compra, subiu de R$ 40,50 para R$ 43,00 a saca em novembro até este dia 28. Em Campinas/CIF, a cotação na base de venda avançou no mês de R$ 42,50 para R$ 50,00 a saca. Na região Mogiana paulista, as cotações passaram de R$ 41,00 para R$ 48,00. Em Cascavel, no Paraná, o preço avançou de R$ 39,00 para R$ 42,00 a saca na base de venda. Em Rondonópolis, Mato Grosso, a cotação subiu de R$ 32,00 para R$ 36,00. Já em Rio Verde, Goiás, o mercado avançou de R$ 35,00 para R$ 40,50 a saca. Em Uberlândia, Minas Gerais, cotação subiu de R$ 40,00 para R$ 45,00.
Dezembro começa com suspensão do uso do 2,4-D no Estado Longe das lavouras, uma decisão chamou atenção no início de dezembro. O grupo de trabalho que avalia questões relacionadas ao uso de 2,4-D, ligado à Secretaria Estadual de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural, decidiu pela suspensão de uso do produto, em caráter excepcional, até 31 de dezembro. A decisão cumpre uma recomendação do Ministério Público, depois de serem divulgados os resultados de novas análises químicas de amostras coletadas em propriedades com suspeita de deriva do 2,4-D. Outro fator que influenciou a decisão foi a greve dos fiscais agropecuários. Em novorural.com você acompanha mais atualizações e orientações sobre o assunto.
9 | Revista Novo Rural | Dezembro de 2019
Agricultura
BOLETIM TÉCNICO
Giliardi Dalazen Engenheiro-agrônomo, doutor em Fitotecnia com ênfase em Herbologia e professor na Universidade Estadual de Londrina
O capim-amargoso está chegando às lavouras do RS Erva-daninha apresenta grande efeito sobre o rendimento de grãos da soja. Fique atento para que isso não se torne um problema grave na sua lavoura
10 | Revista Novo Rural | Dezembro de 2019
Rodrigo B. Rodrigues/Divulgação
N
as últimas safras, alguns produtores do Rio Grande do Sul têm se deparado com uma planta daninha estranha em suas lavouras: um capim vistoso e vigoroso, que se sobressai ao dossel da soja. Trata-se do capim-amargoso (Digitaria insularis). Esta planta daninha é um grande problema em lavouras, principalmente do Paraná, São Paulo e Mato Grosso do Sul, mas já está se espalhando tanto para o Norte quanto para o Sul do país. No Rio Grande do Sul já foram observadas lavouras infestadas em municípios como São Nicolau, Erval Seco, Ijuí, Bozano, Cachoeira do Sul, Santo Ângelo, Dois Irmãos das Missões, entre outras regiões, principalmente na metade Norte do Estado. O capim-amargoso é uma planta daninha com grande capacidade de produção de sementes (cerca de 1.000 sementes), que são dispersas pelo vento e apresentam alto índice de germinação (mais de 80%) (Mondo et al., 2010; Mendonça et al., 2014). Isso facilita o aumento da infestação das lavouras. O início da infestação normalmente ocorre em beiras de estradas e barrancos e, portanto, nesses pontos o monitoramento e controle devem ser constantes. Além disso, essa espécie apresenta a produção de rizomas a partir de 45 dias da emergência das sementes (Machado et al., 2006), proporcionando a perenização nas lavouras e a emissão de novos perfilhos reprodutivos. O capim-amargoso apresenta grande efeito sobre o rendimento de grãos da soja, mesmo em baixas densidades. Uma única planta por m² pode reduzir o rendimento de grãos de soja em 500 a 1400 kg ha-¹ (Albrecht et al., 2018; Gazziero et al., 2019). Outros trabalhos indicam que essa planta daninha, na densidade de 1 a 3 plantas por m², pode causar redução de 23,5% no rendimento de grãos de soja, e de 44,5% quando a densidade for de 4 a 8 plantas de capim-amargoso por m² (Gazziero et al., 2010; Albrecht et al., 2018). O primeiro passo para os produtores realizarem a prevenção e o controle de capim-amargoso é o reconhecimento da planta, desde os estádios iniciais.
Como identificar o capim-amargoso • As sementes medem cerca de 5 mm de comprimento e 1 mm de largura. A presença de pelos facilita a sua dispersão pelo vento • A plântula apresenta coleóptilo ovalado e ápice agudo. Normalmente apresenta bainha com presença de pilosidade esparsa • A presença marcante da lígula subtriangular membranácea facilita a identificação da espécie desde o estádio de plântula
Infestação de capim-amargoso se sobressaindo à lavoura de soja no município de São Nicolau, RS, na safra 2017/18
• A planta adulta pode chegar a 1,5 m de altura. Ela produz panículas vistosas, formadas por longos recemos inclinados para o mesmo lado, parecendo uma bandeira
Eliminar focos iniciais Como praticamente toda a área de soja já foi semeada no Estado, a partir de agora os produtores devem ficar atentos e eliminar focos iniciais de capim-amargoso, via o arranquio e destruição de plantas antes que as mesmas produzam sementes. Em casos de infestações maiores nas lavouras de soja, a utilização de inibidores da ACCase (acetil-CoA carboxilase), conhecidos como graminicidas, controla eficientemente o capim-amargoso, principalmente em estádios iniciais. Dentre esses herbicidas estão o clethodim (Select e Poquer), o haloxyfop-methyl (Verdict) e o quizalofop-tefuril (Panther), os quais são seletivos para a soja e podem ser aplicados antes e após a emergência da cultura. A utilização de glyphosate não é eficiente devido à resistência dessa planta daninha a esse herbicida em aproximadamente 8,2 milhões de hectares no Brasil (Adegas et al., 2017). Para lavouras que ainda não foram semeadas e para as próximas safras, outra medida importante de controle é a utilização de herbicidas pré-emergen-
tes no momento da semeadura da soja. Herbicidas como o S-metolachlor (Dual Gold), diclosulam (Spider), trifluralin (Premerlin), imazethapyr + flumioxazina (Zethamaxx), sulfentrazona + diuron (Stone), entres outros, são opções eficientes e com mecanismos de ação diferentes, que irão ajudar na prevenção da resistência de capim-amargoso aos inibidores da ACCase, previamente citados. Portanto, o capim-amargoso deve ser tratado como um grande problema atual e potencial para os produtores do Sul do Brasil, onde medidas preventivas e de controle devem ser adotadas rotineiramente para que a espécie não seja introduzida e para que não dissemine nas lavouras. São extremamente necessárias ações conjuntas, como a inibição da produção de sementes em áreas não cultivadas (estradas, cercas, fundos de galpões), a limpeza de maquinários oriundos de regiões infestadas, a utilização de herbicidas adequados nos momento correto, entre outras, para que esse problema não se torne realmente “amargoso” para os produtores.
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Agricultura
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Gracieli Verde | Rafaela Rodrigues jornalismo@novorural.com
S
e tem uma época que se assemelha com uma festa é a colheita da uva. Seja pelo grande apreço pela fruta ou pela forte herança dos descendentes de italianos, que são muito expressivos e alegres por natureza, a vindima é quase sempre um momento de celebrar o resultado de muito trabalho até chegar a hora de saborear a uva. Para as famílias católicas, o fato de a uva dar origem ao vinho, bebida que também é símbolo na comunhão eucarística, é outro motivo de satisfação. Independente disso, a vindima representa o momento de o viticultor “colher os louros” de muito cuidado ao longo do ano. O clima é um fator decisivo para que o desempenho das videiras seja o esperado. Neste ano, aí esteve um dos maiores desafios enfrentados na região. Tanto que a precocidade da fruta que sempre foi protagonista, desta vez, não pôde ser mantida. Em relação ao ano passado, há um atraso na colheita, especialmente na região de Ametista do Sul. Tendo em vista as grandes variações de temperatura durante o inverno, algumas áreas ficaram mais nocivas à desuniformidade na brotação, o que também refletiu na formação dos frutos. É claro que, devido aos microclimas, o desempenho da safra de uva varia muito, até mesmo dentro de um mesmo município. Em Frederico Westphalen, por exemplo, existem áreas que têm sido privilegiadas neste ciclo. Avaliando o parreiral, o produtor Alexandre Camargo já projetava, no fim de novembro, uma produção de 100 mil a 120 mil quilos nesta safra 2019/2020. Deste total, 50 mil quilos deverão ser destinados para a produção de vinho na cantina da propriedade. Camargo mantém com a família os parreirais no interior de Frederico Westphalen, na Linha Santos Anjos, comunidade que concentra vários produtores de uva do município – onde são cultivados quase 30 hectares da fruta. Na propriedade de Camargo, a produção das variedades mais precoces já estava praticamente madura no fim de novembro. A expectativa é que no início de dezembro já começasse a comercializar os primeiros quilos da fruta nesta temporada. – Aqui o pessoal gosta de vir colher no pé para levar para casa. Já fiz uma estrutura mais perto de casa e de fácil acesso para favorecer esse pessoal que gosta de vir para o interior – conta, com entusiasmo de iniciar mais uma colheita. No caso dos Camargo, um dos diferenciais é a produção de uva de mesa, que se somam a diversas outras variedades justamente para dar mais opção ao consumidor. É de encher os olhos com o cenário montado na propriedade. – A gente faz o que gosta, então estamos sempre buscando fazer algo de diferente para que o consumidor tenha acesso a uvas de qualidade e, mais do que isso, tenham uma experiência positiva aqui na propriedade – exclama o produtor.
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É chegada a hora de colher os frutos! Colheita da uva é aberta em municípios da região. Em Ametista do Sul, expectativa é que a produtividade fique em 15 toneladas por hectare
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Rafaela Rodrigues
Na região No município de Alpestre são 263 hectares em produção nesta safra – 62% da área em produção compreende variedades com a finalidade para a mesa e 38% para a elaboração de suco ou vinho. Segundo informações do escritório municipal da Emater/RS-Ascar, na penúltima semana de novembro as parreiras encontravam-se com as vinhas na fase colheita (variedade vênus), em maturação (niágaras) e compactação do cacho (bordô e Seyve Villard). Nesta safra a brotação foi desuniforme e é possível observar, em um mesmo parreiral, plantas na fase de grão chumbinho e outras no início de maturação. De acordo com os técnicos da Emater/RS, haverá um prolongamento no período de colheita em razão da desuniformidade da brotação das plantas. Uma das preocupações dos produtores é a baixa produtividade nas variedades vênus e niágaras. A variação climática registrada nos meses de agosto e setembro, sem contar a falta de umidade no solo nesse mesmo período, fizeram com que 86 famílias produtoras solicitassem auxílio do Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro).
Planalto
Em Frederico Westphalen, Alexandre Camargo está com boa expectativa para a colheita e deve somar mais de 100 mil quilos da fruta neste ciclo
Segundo o levantamento feito pelo IBGE, em 2017, o município possui 64 produtores com a produção de uva para mesa, que correspondem a 83 hectares. Já a uva para suco, compreende 154 produtores, que correspondem a 271 hectares. De acordo com o técnico agropecuário Doraci Bedin, da Emater/RS-Ascar, a maioria das parreiras encontravam-se na fase de enchimento de bagas na penúltima semana de novembro. – Comparado ao ciclo anterior, quando colhemos no fim de novembro, neste ano, iremos começar a colher a partir da segunda semana de dezembro. Também nesta safra, as brotações ocorreram de maneira desuniforme, principalmente nas niágaras do tipo rosa e branca – destaca Bedin. No município houve poucas solicitações de Proagro – segundo Bedin, apenas dois produtores. O período seco tem auxiliado no bom desenvolvimento dos frutos, uma vez que a maioria das doenças que atacam as parreiras necessitam de molhamento, ou seja, sem chuva há menos incidência de doenças. Isso acaba refletindo no bolso do produtor, que gasta menos com insumos. – Importante destacar que o produtor que se beneficia desse clima é aquele que trabalha com a conservação do solo, método que auxilia a não ter grandes problemas com a seca, pois o solo mantém com mais eficiência a umidade – ressalta Bedin.
Rafaela Rodrigues
Alpestre
Ametista do Sul No município são 190 hectares de uva em produção. As principais variedades são niágara rosa, niágara branca, bordô, violeta, isabel precoce, cabernet sauvignon e moscato. A produção é destinada na maioria para mesa – cerca de 100 hectares. De acordo com a engenheira-agrônoma Joceani Dal Cero, da Emater/RS-Ascar, a maioria das videiras encontravam-se nas fases de enchimento de bagas e início de maturação na penúltima semana de novembro. – Devido às variações de temperatura registradas no inverno, as parreiras brotaram de maneira desuniforme. Por isso, tem plantas com cachos em floração, formação de baga, baga em fase “ervilha”, formação de cacho e início da maturação. O que mais preocupa os produtores é em relação aos tratamentos fitossanitários, que exigem ainda mais cuidado em função deste cenário – explica Joceani.
Comparado com os últimos anos, deverá haver atraso na colheita no município. “No início de dezembro do ano passado já tínhamos vários produtores colhendo. Neste ano, a princípio, vamos ter somente dois ou três produtores fazendo a colheita neste período”, pontuou a engenheira-agrônoma. Em relação à produção, espera-se uma redução entre 10% e 20% se comparado à safra anterior, cerca de 15 toneladas por hectare. Um dos fatores que tem preocupado é o atraso na maturação, o que reflete em menor preço pago pela fruta. – Como temos frutas em diversos estágios de desenvolvimento, no momento do tratamento fitossanitário é preciso ter cuidado na aplicação de fungicidas e inseticidas que tenham menor ou nenhum período de carência – alerta a profissional. Nesta safra alguns produtores acionaram o Proagro devido à geada registrada no início da brotação.
Sarandi Em Sarandi a área em produção corresponde a cerca de 90 hectares. A maioria das videiras estava na fase de amadurecimento dos frutos no fim de novembro. As variedades mais precoces estão começando a amolecer a baga. – Acredito que entre a primeira e segunda semana de janeiro já vai ter frutos maduros e prontos para colher – adianta o engenheiro-agrônomo Jorge Buffon, da Emater/RS-Ascar. Comparado ao ciclo anterior, quando os produtores colheram entre Natal e Ano-Novo, neste ano eles devem apanhar as frutas em janeiro. Segundo Buffon, as variedades para vinho atrasaram a colheita em mais de duas
semanas, ou seja, elas poderão ser colhidas na penúltima semana de janeiro. A expectativa de produção é boa. “A brotação atrasou, mas não prejudicou a produção. Mesmo brotando tardiamente, ela apresenta um volume de frutas expressivo. É uma safra melhor do que a do ano passado”, explica Buffon. O engenheiro-agrônomo deixa um alerta em relação à deriva de produtos hormonais utilizados na soja. “Isso está danificando muito os vinhedos. À medida em que a planta se intoxica com esse produto, em dois ou três anos praticamente perde mais de 50% do seu potencial produtivo e isso é irreversível”, afirma. 13 | Revista Novo Rural | Dezembro de 2019
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Municípios organizam atos oficiais de abertura da colheita P
ara marcar o início da colheita desta que é uma das culturas mais importantes para a agricultura familiar desses municípios citados pela reportagem, algumas localidades sediarão atos de abertura oficial. O objetivo é justamente valorizar esta fonte de renda e essas famílias que investem tempo e recursos financeiros na atividade. Em Ametista do Sul a edição de abertura deste ano está marcada para o dia 7 de dezembro, na propriedade da Família Litcoski. Integra a programação uma palestra sobre o manejo fitossanitário da videira,
ministrada pelo pesquisador-doutor Lucas da Ressurreição Garrido, da Embrapa Uva e Vinho, de Bento Gonçalves. Em Sarandi o evento está agendado para o dia 11 de janeiro, integrando a programação o Roteiro Turístico da Uva e do Vinho. Já nos dias 17, 18 e 19 de janeiro o município realiza a tradicional Feira da Uva e da Agroindústria Familiar. Em Frederico Westphalen a data para o ato oficial de abertura da vindima ainda não estava confirmada até o fechamento da edição – acompanhe o portal novorural.com para saber mais.
Na Serra gaúcha Dos 39 mil hectares em produção na região da Serra gaúcha, quatro mil hectares são destinados para mesa, o restante é para industrialização. As principais variedades produzidas e cultivadas são a isabel, bordô e as niágaras branca e rosa. Segundo o engenheiro-agrônomo Enio Todeschini, do escritório da Emater/RS-Ascar de Caxias do Sul, a região possui 500 hectares com o cultivo protegido de videiras para uva de mesa. – Embora o custo seja alto, tem-se registrado muitos investimentos nesse método. Além de funcionar como um seguro para o produtor, isso ajuda a reduzir a incidência de doenças e, por consequência, os custos de produção – considera Todeschini. O engenheiro-agrônomo faz uma
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avaliação sobre o mercado para a fruta. – Já faz alguns anos que o volume de fruta destinado para suco superou a quantidade destinada para a fabricação de vinho – em torno de 55% da uva produzida vai para suco. É a produção de suco, inclusive, que está dando sustentação para a viticultura da Serra – analisa. Questionado na última semana de novembro sobre o andamento da safra, o agrônomo comentava que a fase era de raleio nos cachos e abortamento de flor ou baguinha. Ele elenca os motivos, como o excesso de umidade e falta de radiação solar na planta. – Claro que a uva tem a característica de compensar o tamanho das bagas que ficam, mas creio que poderá impactar nos resultados finais da produtividade – pondera o profissional.
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INSPIRAÇÃO
Produção de alimentos: exemplo que vem da escola
A
o chegar na Escola Municipal de Ensino Fundamental Henrique Dias, em Liberato Salzano, o clima é de entusiasmo. Não é para menos. Hoje a unidade tem se tornado referência na produção de alimentos. Isso mesmo. Além de produzir e compartilhar conhecimento, o estabelecimento de ensino consegue ter um aliado a mais na hora de ensinar, a horta. Em forma de mandala, a horta começou a ser projetada em 2016 e em 2017 já tinha seu formato desenhado com o cultivo de várias hortaliças, legumes e variedades de plantas frutíferas. O trabalho de planejamento foi da equipe da Emater/RS-Ascar, que sugeriu aplicar ali o que já executa em outras escolas do campo mantidas pelo governo do Estado. – Vendo o resultado que temos nesses outros estabelecimentos, vimos que poderíamos fazer algo diferenciado aqui também. Para isso, usamos um modelo de projeto desenvolvido pelo Banco do Brasil, que prevê a organização da horta em forma de mandala e também a construção de um galinheiro com galinhas poedeiras – explica a extensionista Luciene Duso. O mais recente passo dado através
do projeto, neste ano de 2019, foi a implantação de mais espécies de frutíferas nativas, que vai originar em um projeto de integração lavoura-floresta. Uma área com diversas variedades de citros também deve gerar uma unidade experimental neste segmento, com foco na produção orgânica de laranja, uma vez que na região há uma demanda por mais informações técnicas sobre esse cultivo. Um banco de variedades de cobertura de solo também será mantida no local. – A expectativa é que a gente possa receber pessoas aqui na própria escola para a realização de dias de campo e de difusão de conhecimento – reforça o técnico agropecuário Valdinei Bazeggio, da Emater/RS-Ascar. O objetivo também é recuperar uma área de mata ciliar que está na área da escola, nos fundos da horta. Todo esse projeto também teve apoio e acompanhamento da equipe da Unidade de Cooperativismo da Emater/ RS de Frederico Westphalen. Além disso, uma cisterna que recolhe água da chuva traz ainda mais segurança e sustentabilidade para o projeto e uma composteira também será feita nas proximidades, para aproveitar o lixo orgânico como adubo para a horta.
Hoje, graças ao projeto, a Escola Municipal de Ensino Fundamental Henrique Dias fornece alimentos frescos para outras quatro escolas municipais, hospital e para o setor de assistência social, quando há demanda. Também são vendidos produtos na feira da cidade, todas as sextas-feiras. Além disso, pessoas da própria comunidade já têm o hábito de procurar as verduras da escola, pela qualidade e pelo cunho agroecológico do projeto. – Já foi possível fazer várias melhorias com a renda da horta. Compramos ar-condicionado para as salas e outros equipamentos. Além de ser um laboratório a céu aberto, em que podemos ensinar várias questões
relacionadas às Ciências, é uma forma de resgatar alguns valores importantes para as crianças no que diz respeito aos alimentos – comenta a diretora da escola, a professora Juliane Medina. É um sonho para todo professor de Ciências, como garante o professor Lairton Dal Santo, outro docente muito envolvido com o projeto. – A gente percebe que isso tem motivado que as famílias dos alunos cultivem mais alimentos no quintal de casa ou na propriedade. Outro reflexo é que esses alunos passam a ver o alimento de forma diferente, inclusive consumindo mais verduras e legumes que antes eram ignorados – constata o profissional.
Apoio do poder público Para que tudo isso fosse possível, uma parceria foi fundamental. O poder público municipal tem apoiado a iniciativa, tanto com os recursos para efetuar as melhorias na área, como na destinação de um funcionário para executar uma série de serviços diários ligados à manutenção da horta. Hoje, o servidor Izaías Antunes está realocado para a função, dentro da escola. – A gente entendeu a importância deste projeto para a comunidade. Vemos uma equipe comprometida em fazer acontecer. Somos um município agrícola, então avaliamos como importante que as pessoas sejam incentivadas a cultivarem seu alimento. É uma cultura a ser resgatada e difundida novamente através da escola – explica o prefeito, Gilson de Carli. “A gente vê na horta a prática do que aprendemos em sala de aula.” José Augusto de Sotti, 11 anos
“Entendi como é o trabalho da minha avó na horta da casa dela”, Felipe Bazeggio Bertó, 10 anos
“Eu nunca morei no campo. Com a horta pude perceber como é produzir alimentos”, Erica Medina, 12 anos
“Todo mundo se ajuda na horta e aprendi muita coisa, a plantar, a colocar adubo”, Fernando Pizzi, 10 anos
Gracieli Verde
No registro, o servidor Izaías, os extensionistas Valdinei e Luciene, os alunos e a diretora Juliane Medina
Excedente da produção é vendido
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Agricultura
OPINIÃO
Antônio Luis Santi
APOIO TÉCNICO:
Engenheiro-agrônomo, doutor em Ciência do Solo/Agricultura de Precisão, coordenador do Laboratório de Agricultura de Precisão do Sul da UFSM-FW, e representante do Fórum dos Pro-Reitores de Pós-Graduação e Pesquisa (FOPROP) na Comissão Brasileira de Agricultura de Precisão, junto ao Ministério da Agricultura.
o dia 5 de dezembro se comemora o “Dia Mundial do Solo”. A data foi criada pela União Internacional de Ciências do Solo (IUSS), há 15 anos, para lembrar a importância do solo no planeta. O principal objetivo é estimular a reflexão sobre o uso e o tratamento humano sobre a terra, já que seu manejo incorreto pode causar sérios danos à vida no planeta. Além dessa data, existem outras duas: 15 de abril (Dia Nacional da Conservação do Solo) e 22 de abril (Dia Internacional da Mãe Terra). Todas elas com o intuito de refletirmos sobre como temos tratado a Terra. É preciso despertar para a urgência desse tema para a sobrevivência do planeta e, consequentemente, da humanidade. Mais que reflexões e debates, precisamos de ações concretas para reverter o cenário atual. Segundo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), que é a agência especializada do Sistema ONU que trabalha no combate à fome e à pobreza por meio da melhoria da segurança alimentar e do desenvolvimento agrícola, práticas inapropriadas de uso e manejo junto
Divulgação
Solo: a base da produção de alimentos N
com a pressão do ser humano estão a intensificar a degradação dos solos, apesar do papel essencial que ele desempenha nos meios de subsistência humana. Estimativas da organização mostram que mais de 10 milhões de pessoas já abandonaram os seus países de origem devido a questões ambientais como a seca, erosão do solo, desertificação e desmatamento. Por outro lado, até 2050, o aumento da população mundial obrigará os agricultores a produzirem pelo menos 49% de alimentos sob um clima cada vez mais variável e difícil de prever. A Sociedade Brasileira de Ciência do Solo (SBCS), da qual sou sócio e me orgulho em fazer parte, anualmente promove diversas ações para comemorar e conscientizar o público mais leigo sobre a importância do solo e porque deve ser conservado. Toda a sociedade (governos, gestores e cidadãos) precisa adotar gestos de conservação do solo em suas ações diárias. O sorriso das futuras gerações agradecerá se formos pessoas responsáveis e mais amáveis para com nosso solo.
“A população em geral pouco se preocupa com as consequências da ação do homem sobre o solo. Normalmente, ela foca em problemas climáticos e as consequências sobre a água. A população não se dá conta de que o solo é o único recurso natural que sustenta a vida na terra e que se encontra em condições críticas quanto à sua preservação e conservação, também porque a mídia não trata disso. O solo é a base para a produção de alimentos, fibras, bioenergia e outros bens de consumo humano e animal e, por isso, sustenta a vida animal e vegetal na terra por essas funções vitais que lhe são inerentes. Também, o solo sustenta as edificações em áreas urbanas e rurais e a estrutura de transportes, abriga a biodiversidade e os ciclos biogeoquímicos, serve como transformador de resíduos e como filtro e armazém para a água, dentre outros benefícios.”
“Cabe lembrar que nós, humanos, somos os únicos capazes de, ao mesmo tempo, usá-lo e conservá-lo. Temos muito o que melhorar. No Brasil, vários estudos realizados e já divulgados pela Sociedade Brasileira de Ciência do Solo demonstram que as perdas de solo por erosão chegam a milhões de toneladas anualmente e, em todo o planeta, perdem-se bilhões de toneladas por ano.”
“É importante destacar que as perdas de solo também acontecem via água que transporta esse solo. Assim, essa água que deixa de infiltrar no solo e que escoa pela superfície, causa enchentes e todas as consequências decorrentes disso. Como o solo e a água perdida se originam, em geral, de áreas agrícolas em cultivo, estão sempre carregadas de poluentes químicos e orgânicos de natureza diversa que causam contaminação ambiental. O principal efeito disso é a eutrofização que compromete a vida aquática.”
“O solo que recobre a parte sólida do planeta é um sistema vivo. Comparando-se a existência da terra com a vida de ser humano, na escala temporal, o solo é considerado um recurso natural não renovável, pois durante a vida de uma pessoa não se é possível perceber o solo se formando. Assim, os mais de 7,2 bilhões de seres humanos têm que sobreviver com essa oferta de solo, cada vez mais escassa devido ao desgaste e degradação causados pela intensidade exploratória.” Fonte: Sociedade Brasileira de Ciência do Solo
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MERCADO DA SOJA
Luiz Fernando Gutierrez Roque
Oferecimento:
Analista de mercado da consultoria SAFRAS & Mercado luiz.gutierrez@safras.com.br
Dólar sustenta preços e mantém mercado de soja movimentado em novembro
O
mercado brasileiro de soja teve um mês de novembro caracterizado por uma comercialização razoável, principalmente na segunda quinzena, e por preços em elevação em comparação com outubro. Apesar da queda nos contratos futuros em Chicago, a valorização do dólar frente ao real, além da firmeza dos prêmios de exportação, incentivou os produtores a negociar volumes da safra disponível e, principalmente, da safra nova. No mercado disponível, a saca de 60 quilos no FOB em Passo Fundo subiu de R$ 83,50 para R$ 85,50 no mês. No CIF porto de Rio Grande, a saca subiu de R$ 88,50 para R$ 91,00. Em Porto Alegre, mercado CIF, o preço da saca passou de R$ 86,00 para R$ 88,00. Em Santa Rosa, mercado FOB, a saca subiu de R$ 83,50 para R$ 85,00. O câmbio foi fator fundamental para a leve melhora no ritmo da comercialização em novembro, lembrando que outubro teve uma primeira quinzena positiva. A moeda americana acumulou valorização de 5,66% no período, fechando a R$ 4,2410. A moeda atingiu, durante o mês, o maior patamar da história. A soma de fatores externos (guerra comercial, queda da taxa de juros nos EUA) e fatores internos (déficit em transações correntes, queda na taxa de juros do Brasil) deram o tom positivo para o dólar frente ao real. O comportamento do mercado interno poderia ter sido ainda melhor, mas Chicago decepcionou. Os contratos com vencimento em janeiro caíram 5,95%, despencando de US$ 9,32 para R$ 8,76 por bushel, o menor patamar desde
SOJA - R$/60 kg - Disponível/FOB - Mercado de Lotes UF
RS
Rio Grande CIF (s/r) Passo Fundo Porto Alegre CIF Santa Rosa Júlio de Castilhos Ijuí
meados de setembro. A demora na definição de um acordo comercial entre China e Estados Unidos determinou a queda em Chicago em novembro. A última quinzena do mês foi marcada por retrocessos nas negociações comerciais entre os países, reacendendo o pessimismo do mercado. Além das diferenças comerciais, questões geopolíticas entraram em pauta, como o apoio americano aos manifestantes que fazem oposição ao governo chinês em Hong Kong. Boa parte dos agentes do mercado já não acredita que a “fase um” do acordo comercial será assinada ainda em 2019. Frente a estas incertezas, a tendência é que a demanda asiática por soja continue voltada para os portos brasileiros. Tal fato traz força para os prêmios de exportação do Brasil, sustentando também os preços internos. Além disso, Chicago também refle-
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COMPRA
VENDA
1 SEM.
1 MÊS
1 ANO
91,00 85,50 88,00 85,00 85,50 85,00
92,00 86,50 89,00 86,50 87,50 86,50
91,50 87,50 89,00 86,50 87,50 86,50
88,50 83,50 86,00 83,00 83,50 83,00
83,00 80,50 81,50 80,00 80,50 80,00
te a colheita da nova safra nos Estados Unidos. Os trabalhos de colheita, praticamente finalizados no cinturão produtor norte-americano, tiveram grande recuperação ao longo de novembro, sem nova perda no potencial produtivo, além da já precificada pelo mercado. Tal fato abre a possibilidade de o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) elevar sua estimativa para a produção norte-americana em seu relatório de oferta e demanda de dezembro, a ser divulgado no dia 10. O provável aumento da produção dos EUA somada à baixa procura chinesa é fator negativo para Chicago, impedindo grandes recuperações nas cotações. Para completar, as estimativas são positivas para a produção sul-americana. Tanto no Brasil como na Argentina, o plantio, de uma forma geral, se desenvolve bem, encaminhando safras cheias.
O câmbio foi fator fundamental para a leve melhora no ritmo da comercialização em novembro, lembrando que outubro teve uma primeira quinzena positiva.”
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Tecnologia
ENTREVISTA
O desafio da conectividade no meio rural Sócio-administrador da Falker, Marcio Albuquerque, compartilha ideias sobre como potencializar os resultados no campo com o uso de ferramentas tecnológicas Gracieli Verde
P
jornalismo@novorural.com
ara qual direção vai o uso da tecnologia no campo é tema frequente nas conversas dentro do setor agropecuário. Seja pela facilidade que a tecnologia traz ou pela dificuldade em acessá-la, dependendo do contexto, este é um tema pertinente para deixar as pessoas a par do debate. Para clarear ideias sobre o assunto, a Novo Rural ouviu o engenheiro-elétrico e mestre na área, o sócio-administrador da Falker, Marcio Albuquerque sobre o uso de tecnologias no campo. Ele atua há quase 15 anos no setor agropecuário e, como ele mesmo diz, teve de aprender muito sobre agronomia para se inserir nesse mercado. Mais do que isso, Albuquerque tem se envolvido em órgãos como a Comissão Brasileira de Agricultura de Precisão e Digital do
Mapa, onde atua como presidente, na Associação Brasileira de Agricultura de Precisão, onde é conselheiro, e mais recentemente é membro da Câmara Agro 4.0, no Ministério da Ciência e Tecnologia. O objetivo é justamente ter uma postura participativa nas decisões que acontecem em Brasília e impactam o setor. Já na Falker, marca que administra e que tem sede em Porto Alegre, oferece ferramentas profissionais para gestão agrícola. Segundo ele, são diferentes níveis de tecnologia a serem adotados e gerenciados no campo. – O importante é entender em que nível está cada produtor e qual é o próximo passo para aquele nível em que ele está – orienta. Ele estará em Frederico Westphalen em dezembro, durante a Imersão em Agricultura de Precisão e Variabilidade da Lavoura, promovida pela Novo Rural.
Leia parte da entrevista Novo Rural - Como tem visto o avanço do uso da tecnologia na agricultura? Acredita que está ficando mais acessível para o produtor? Marcio Albuquerque - A tecnologia está, sem dúvida, mais disponível. A gente tem, dentro de um contexto mais amplo que se entende como agricultura de precisão, não só equipamentos, mas a ideia de gerenciar uma lavoura conhecendo as variações que ela tem. Na verdade, chamamos a agricultura de precisão de técnica de gestão agrícola, que considera que as lavouras não são uniformes. Quer dizer que eu consigo aplicar esse conceito desde uma pequena propriedade ou até em uma grande. O que vai mudar conforme o tamanho são quais ferramentas vão ser usadas para entender essa variabilidade e tentar corrigi-la. Quando se começou a agricultura de precisão no Brasil eram usadas grandes máquinas de aplicação, geração de mapas com softwares caros e isso tudo é limitado a grandes produtores. Mas, o conceito de trabalhar a variabilidade pode ser executado com técnicas de mapeamento da agricultura de precisão e, em áreas menores, isso pode ser bem desempenhado por cooperativas, que fazem os investimentos e levam para o produtor essa prestação de serviços. Ou então, em vez de comprar um software para gerar mapas na minha área, posso usar um software on-line e pagar conforme o tamanho da lavoura.
Novo Rural - Qual o maior desafio para tornar essas tecnologias mais rotineiras no dia a dia do agricultor? Albuquerque - Acredito que é uma questão cultural. O produtor precisa se conscientizar que é importante tomar decisões baseadas em dados, não só em sua experiência. Assim como ele trabalha com dados na hora de vender e comprar, precisa ter informações da base da sua produção, que é a lavoura. Dentro desse contexto, o produtor que começa a ter essa preocupação, a agricultura de precisão vem como algo natural, porque é uma forma de ele ter mais dados distribuídos dentro da fazenda de como foi a produção. Para isso, precisa de uma capacitação técnica e aí a gente já passa para a profissionalização da gestão. Isso não se refere somente ao produtor, mas a toda a cadeira de assistência técnica de apoio a ele.
Novo Rural – O jovem tem um papel importante nesse processo, não é?! Albuquerque - O jovem acaba tendo um papel fundamental nesse processo, pois já está municiado de tecnologias. No momento que a gente começou ter a presença de tecnologia, se vê casos em que a gestão segue na mão da geração anterior, mas a tecnologia começar a entrar através da nova geração e, gradualmente, a geração mais madura vai vendo como essas ferramentas podem ajudar na tomada de decisão. Entendo que o melhor caminho é começar aos poucos, pois a mudança dá medo, é natural do ser humano. É sempre importante refletir quando vale a pena para o produtor adotar uma tecnologia na propriedade. Acredito que aí está uma das barreiras para o uso dela no dia a dia.
Novo Rural – Pode nos explicar melhor o porquê dessa percepção? Albuquerque - A gente tem de entender que, às vezes, mesmo em uma mesma região, produtores que plantam a mesma cultura, com áreas parecidas, estão em níveis tecnológicos muito diferentes. Um produtor que não está fazendo um plantio direto bem feito, não executa uma boa rotação de cultura, não está regulando máquina e está colhendo abaixo da média, por mais que adote a tecnologia mais eficiente do merca-
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Tecnologia
ENTREVISTA/ GERAL
do, possivelmente não melhorará tanto os resultados, como ajudaria um produtor que está em um cenário contrário, fazendo o básico bem feito. A tecnologia é vendida como uma solução para os problemas do produtor e, para mim, este não é o papel da tecnologia. São diferentes níveis de tecnologia a serem adotados. O importante é entender em que nível está cada produtor e qual é o próximo passo para aquele nível em que ele está.
Novo Rural - Tem se intensificado o debate em torno da conectividade no campo, inclusive em função da agricultura de precisão e digital. Qual sua opinião? Albuquerque - A conectividade é possivelmente a “bola da vez” no desafio do uso da tecnologia no agro. Toda a estrutura do Ministério da Agricultura está trabalhando em relação a isso. O governo encomendou para a Esalq/USP um mapeamento da conectividade no Brasil, porque a gente sabe da deficiência da conectividade no campo e, para gerenciar a gente precisa de números. Então, a partir disso, vamos ver como está e poder projetar. O primeiro diagnóstico preliminar já está pronto, mas como a gente sabe, ele não é bom. Quando a gente fala em conectividade, uma questão que é muito importante é entender que tem diferentes tipos de conectividade para a tecnologia no agro. Uma conectividade é relacionada às pessoas que estão no campo. É ter informação, é poder se comunicar, acessar um sistema. Isso é uma demanda diferente da conexão de uma máquina, por exemplo. E o que está se falando muito é a necessidade de conectar pessoas e, em segundo lugar, as máquinas.
Novo Rural - Em relação ao setor agrícola e ao uso de tecnologias no campo, pensando na agricultura de precisão, o que prevê para 2020? Albuquerque - Em 2020 a conectividade vai ser muito discutida. Ela vai exigir muito investimento. Uma alternativa que, pessoalmente, enxergo é não esperar só do governo, a exemplo da eletrificação rural. No passado surgiram cooperativas de eletrificação rural, parcerias, linhas feitas entre vizinhos e, talvez para a internet chegar na fazenda, em algumas regiões, temos que pensar em soluções parecidas. Talvez tenha que entrar a participação de cooperativas e de produtores, mas cabe a cada um ver de suas responsabilidades. Entendo que a assistência técnica deve identificar o nível em que está o produtor e direcioná-lo às diferentes tecnologias.
Aplicativo facilita identificação do melhor período de semeadura Pelo aplicativo, o usuário seleciona o município, tipo de solo, cultura e ciclo da planta de interesse
D
esenvolvido para ajudar o agricultor a verificar a época do ano mais indicada para a semeadura, o aplicativo móvel Zarc Plantio Certo ganhou uma nova versão. Além de consultar as janelas de plantio em que há menor chance de frustração de safra devido a eventos climáticos adversos para mais de 40 culturas, em todos os municípios brasileiros, o aplicativo oferece agora a lista das cultivares consideradas aptas a cada localidade, cadastradas no Registro Nacional de Cultivares (RNC). São dez as culturas abrangidas: amendoim, arroz, cevada, girassol, mamona, milho, soja, sorgo e trigo. Ao facilitar o acesso de produtores rurais e outros agentes do agronegócio a essas informações, a ideia é contribuir com mais subsídios para a tomada de decisão no planejamento da produção. Pelo aplicativo, o usuário seleciona o município, tipo de solo, cultura e ciclo da planta de interesse. A partir daí, o sistema apresenta a época do ano mais indicada para a semeadura e as taxas associadas de
risco de perdas. Com a nova versão, disponível desde o final de outubro na loja de aplicativos da Embrapa, o usuário passa a ter acesso também às cultivares registradas para a região, para essas dez culturas. A lista está organizada a partir das instituições detentoras e oferece informações sobre as principais características agronômicas das cultivares, como por exemplo a produtividade potencial, o tempo de maturação e a floração. A novidade permite ao produtor ter em mãos informações qualificadas sobre duas variáveis importantes no momento de planejar o plantio: o risco climático e o material genético mais adequado. O Zarc Plantio Certo foi lançado pela Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) em junho com o objetivo de tornar mais prática e fácil a consulta às informações oficiais do Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc), até então divulgadas somente por meio de tabelas publicadas em portarias do Diário Oficial da União ou no site do ministério.
Novo Rural - Existe o questionamento de como incluir a agricultura familiar em rotinas mais otimizadas. Qual a sua opinião sobre o uso de tecnologias neste segmento? Albuquerque - É importante que a gente sempre ajude o produtor a entender em que momento a tecnologia está, porque às vezes a gente houve falar de agricultura digital, de agricultura 4.0, da digitalização da agricultura ou da agricultura da informação. Na agricultura, diferente de outros setores, quem é diretamente atingido é o produtor e ele tem o poder de decidir o quanto ele quer de tecnologia e o quanto não quer. Se um produtor não fizer cada vez mais o controle do que ele está produzindo e de como ele está gastando, vai ser cada vez mais difícil que sobrem valores bons lá no fim do ciclo. A tecnologia, portanto, vem para ajudar a tomar decisões. O produtor tem que usar a tecnologia com todo o cuidado, mas estar aberto a elas. Eu sempre digo: se tem alguém que oferece tecnologia ao produtor como um milagre, desconfie!
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Negócios
FEIRAS E EVENTOS
Cotrifred aguarda milhares de visitantes Primeira edição da Feira em Campo Cotrifred promete trazer uma série de novas tecnologias ao produtores rurais
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Cotrifred/Divulgação
ais de 90 empresas e agroindústrias devem fazer parte da primeira edição da Feira em Campo Agronegócio em Foco, promovida pela Cotrifred, entre os dias 12 e 14 de dezembro de 2019, em Frederico Westphalen/RS. A expectativa é que cerca de três mil pessoas passem pela estrutura, que está sendo montada às margens da rodovia RS-150 (direção Frederico Westphalen - Caiçara). O principal tema norteador da feira é a tecnologia no setor agropecuário. – Estamos com tudo encaminhado para bem receber os visitantes. Parcerias garantidas e já com a infraestrutura sendo montada. Será um grande evento – comentava um dos coordenadores da feira, o responsável pelo setor de Compras da Cotrifred, Joni Duarte, já nos primeiros dias de dezembro. Serão 4,6 hectares destinados para o evento, com novas tecnologias para as culturas de soja e milho, além de abordagens importantes para a pecuária leiteira. Para fortalecer o debate sobre temas considerados estratégicos para o setor, a feira contará com dois seminários, um sobre a cultura da soja e outro sobre bovinocultura de leite, ambos no dia 13 de dezembro.
Os seminários
O 1º Seminário Regional da Soja inicia às 8h40min do dia 13 de dezembro, no pavilhão principal da feira. Às 9 horas a primeira palestra abordará o uso de tecnologias no campo, com foco na agricultura digital, com Bruno Visconti, da Granular. Em seguida, o agrônomo Dejalma Zimmer falará sobre alta produtividade na cultura. Pela parte da tarde os visitantes poderão participar do 1º Seminário Regional do Leite, a partir das 13h40min. As palestras serão sobre mercado e tendências, com profissionais da CCGL, e sobre como fazer uma silagem de alta qualidade, com o zootecnista Rafael Amaral, da Delaval. Para ambos os seminários os interessados em participar terão de fazer uma inscrição no site feiraemcampo.cotrifred.com.br/inscricoes, com número de vagas limitado a 280 por seminário.
Laticínios Cotrifred será inaugurado durante a feira
No primeiro dia da feira, 12 de dezembro, a Cotrifred fará o ato inaugural do Laticínios Cotrifred, às 14 horas, no km 4 da rodovia RS-150, na saída para Caiçara. Lideranças regionais e estaduais são esperadas para o momento, que marca a entrega de uma obra bastante esperada pela comunidade regional. A indústria deve processar 100 mil litros de leite por dia e a marca ofertará quatro tipos de queijo, o mussarela, o prato, colonial e a ricota. Também será comercializada a nata e o soro resfriado a granel. A indústria ainda contará com um posto de recebimento e resfriamento autorizado a receber 50 mil litros de leite por dia. O investimento da Cotrifred foi de R$ 11 milhões.
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Área vem sendo organizada para receber os visitantes
1ª Feira em Campo – Agronegócio em Foco 12 de dezembro · 13h30min: Abertura · 14h: inauguração do Laticínios Cotrifred
1º SEMINÁRIO REGIONAL DA SOJA
Apoio: Corteva, Yara e Granular | Local: Pavilhão principal • 9 horas: palestra com Bruno Visconti, engenheiro-agrônomo da Granular Insights, sobre “Agricultura digital, uma nova visão no agronegócio • 10h15min: palestra com Dejalma Zimmer, engenheiro-agrônomo, doutor em Ciências e Tecnologia de Sementes e comentarista do Canal Rural, sobre “Os desafios da soja para alta produtividade” • 11h45min: encerramento
13 de dezembro · 8h30min: abertura da feira · 8h40min: credenciamento
14 de dezembro · 8h30min: abertura da feira, exposição de animais de estimação e brinquedos infláveis · 15 horas: encerramento
1º SEMINÁRIO REGIONAL DO LEITE
Apoio: Sicredi Alto Uruguai RS/SC/MG | Emater/RS-Ascar · 13h40min: credenciamento dos participantes · 14 horas: palestra sobre “Mercado e tendências para o setor de leite”, com um representante da CCGL · 15h15min: palestra com Rafael Amaral, zootecnista, mestre em Ciência Animal e Pastagem, gerente da América Latina de Nutrição na Delaval e idealizador do canal do YouTube Doctor Silage. Ele explanará sobre “Indicadores de desempenho na produção de silagem” · 16h30min: encerramento
Pecuária
SUINOCULTURA
Atividade que impulsiona a economia regional
Acsurs festeja 47 anos de atuação
C
Municípios que mais produzem suínos no Estado são da região e somaram mais de R$ 250 milhões em receita agrícola em 2018
A
suinocultura se consolida como uma das atividades mais importantes para o desenvolvimento econômico da região. Os Coredes do Rio da Várzea e do Médio Alto Uruguai têm o privilégio de ter vários municípios no topo do ranking de maiores produtores do Estado – o que já é de conhecimento da comunidade regional. Segundo dados divulgados pela Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (Acsurs), foram abatidos 9.246.224 suínos no Rio Grande do Sul em 2018. Em 2017, esse número foi de 8.949.366, um aumento de 3,1% de um ano para outro. Pelo segundo ano consecutivo, o município de Rodeio Bonito liderou o ranking com 266.311 suínos abatidos. Em segundo lugar aparece Palmitinho, com 209.633 abates no municí-
RODEIO BONITO Produção primária Suinocultura
pio, o número representa um aumento de 3,6% se comparado com 2017, quando 202.346 animais foram abatidos. Frederico Westphalen está em 20º lugar neste mesmo ranking, com 100.828 abates. Atrelado a isso, se vê uma realidade diferenciada nesses municípios no que diz respeito à contribuição dessa cadeia produtiva ao valor adicionado que chega às prefeituras e reflete no ICMS. Para se ter uma ideia, em Rodeio Bonito, com população estimada em mais de cinco mil habitantes pelo IBGE, a suinocultura representa 58,50% do valor adicionado diante do valor geral do município – no ano passado isso movimentou R$ 136.434.846,43 – o que corresponde a 79,87% do valor da produção primária. Em Palmitinho, município com mais de sete mil habitantes, a suinocultura mo-
Valor adicionado da atividade
Valor adicionado geral do município*
73,23%
R$ 170.814.231,91 R$ 136.434.846,43
vimentou em 2018 mais de R$ 76 milhões, o que corresponde a 67% da produção primária. No caso de Frederico Westphalen, município com mais de 20 mil habitantes, mesmo estando em 20º no ranking, o valor adicionado também representa 42% da produção primária, que somou R$ 82.480.995,70 em 2018, segundo dados da Secretaria Municipal da Fazenda. Para o próximo ano, a expectativa fica em relação aos números referentes ao exercício 2019, tendo em vista que o ciclo foi marcado por uma série de mudanças no cenário regional – como a retomada no crescimento das integrações por meio da JBS em Seberi, na antiga planta da Adelle Foods, e a pausa nos abates do frigorífico em Frederico Westphalen, que até novembro seguia sem novidades.
79,87%
58,50%
PALMITINHO Produção primária Suinocultura
77,5%
R$ 121.578.909,18 R$ 76.691.371,00
67%
48,88%
Suinocultura
R$ 196.234.152,31 R$ 82.480.995,70
Custo de produção aumenta, segundo Embrapa
O
ICPSuíno subiu 2,17% em outubro, fechando o décimo mês de 2019 em 226,51 pontos. Este é o índice medido pela Embrapa, por meio da Central de Inteligência de Aves e Suínos. Os gastos com a ração, que compõe a maior parte dos custos de produção dos suínos (76,49% em outubro) puxaram a alta. O ICPSuíno acumula alta de 3,30% em 2019. O custo por quilo vivo de suíno produzido em sistema de ciclo completo em Santa Catarina passou dos R$ 3,88 em setembro para R$ 3,96 em outubro, também o maior valor do ano.
Mais plantas frigoríficas habilitadas para exportar para a China
A
FREDERICO WESTPHALEN Produção primária
riada a partir do esforço de um grupo de suinocultores e técnicos ligados ao setor suinícola, e com o objetivo de melhorar geneticamente o rebanho gaúcho, a Acsurs vem representando o suinocultor há 47 anos. A Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul teve mais um aniversário em novembro. O presidente e agropecuarista, Valdecir Luis Folador, destaca que é este um grande compromisso. “O apoio dos suinocultores e também de toda a diretoria me deixa confortável, e ao mesmo tempo ainda mais responsável por representar o suinocultor gaúcho”, ressalta Folador. Hoje a diretoria da Acsurs é integrada pelo presidente Valdecir Luis Folador, pelo primeiro-vice-presidente Mauro Gobbi; além dos demais vices Rafael Acadrolli, Laurindo Vier, Renato Tecchio e Jean Fontana.
23,60% 9,92%
*O valor adicionado geral do município corresponde também as movimentações relacionadas a indústria, ao comércio e a prestação de serviços. (Fonte dos dados: prefeituras dos municípios citados)
42%
núncios considerados importantes para o mercado suinícola foram feitos em novembro. Um deles é do Mapa, que divulgou mais 13 frigoríficos brasileiros que estão habilitados a exportar para a China. Entre eles estão cinco plantas que abatem suínos. Seis estabelecimentos estão localizados no Rio Grande do Sul, como a Seara de Seberi, Seara de Três Passos, JBS de Caxias do Sul, Aurora Alimentos de Sarandi e BRF de Lajeado.
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Parceiros do leite
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ma lei municipal de 2017 que cria um programa de incentivo em Seberi foi regulamentada por meio de decreto, neste ano. Com isso, o Programa Mais Leite, Mais Renda também cria um fundo rotativo, que é formado por 35% do total de retorno de ICMS relativo à produção leiteira do município. Segundo os envolvidos, o programa quer incentivar e auxiliar no aumento da lucratividade na atividade leiteira para as famílias rurais envolvidas, promovendo redução no custo de produção. Para isso, uma das iniciativas é a disponibilização de empréstimo de até R$ 8 mil por produtor, com juro subsidiado, até 12 meses de carência e até 36 meses para quitação do valor emprestado.
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– Esses produtores também devem participar de capacitações sobre gestão da atividade leiteira, que serão trabalhadas por meio da equipe da Emater/RS-Ascar, por meio do programa Sisleite – comenta o extensionista rural Edivaldo Cenci, da Emater/RS local. Para os produtores interessados em participar do programa, basta se inscrever com a equipe da Emater/RS-Ascar ou na Secretaria Municipal de Agricultura. A primeira turma iniciou as capacitações em 2018 e neste mês de dezembro, com regulamentação da lei, os primeiros recursos serão disponibilizados para aquisição de corretivos e fertilizantes para áreas de pastagens. – Aos agricultores que quiserem se inscrever para a segunda turma, as capacitações têm início
previsto para fevereiro de 2020 e o recurso é disponibilizado assim que as capacitações forem concluídas – explica Cenci. Ele ressalta que a aquisição de corretivos e fertilizantes será orientado conforme a necessidade das áreas dos produtores, uma vez que serão feitas análises de solo. A ideia é potencializar a produção de pastagem por hectare. – É uma oportunidade para o produtor deixar de pagar juros em instituições financeiras e lojas de vendas de insumos, barganhando preço, uma vez que o pagamento será à vista. Nas capacitações o produtor tem acesso a informações sobre o manejo adequado de pastagem e o planejamento de plantio de forrageiras – acrescenta o técnico agrícola.
Gracieli Verde/Arquivo NR
Programa incentiva pecuária de leite em Seberi
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Parceiros do leite Suspensão de normativas é solicitada em projeto que tramita em Brasília
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m pedido de suspensão das atuais normativas do leite tramita na Câmara dos Deputados, através do Projeto de Decreto Legislativo 597/19. As normativas ditam regras para os padrões de qualidade do leite cru refrigerado, leite pasteurizado e leite pasteurizado tipo A. O autor do projeto é o deputado federal Dionilso Marcon. O projeto ainda será analisado pelas comissões de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural; e Constituição e Justiça e de Cidadania. Depois seguirá para o Plenário da Câmara. O deputado alega como um dos problemas enfrentados pelo produtor é o acesso a energia elétrica suficiente para manter a temperatura do leite conforme exige a norma. Parlamentares estaduais também conversaram com o secretário de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural, Covatti Filho, para pedir apoio em relação ao
assunto. estava prevista uma audiência, no fim de novembro, em Brasília, para debater o tema com a ministra da Agricultura, Tereza Cristina. O principal aspecto que motiva essas mobilizações, segundo assessoria do deputado estadual Edegar Pretto, é em relação ao controle da temperatura do leite máxima permitida para o leite chegar ao estabelecimento industrial – cujo limite passou de 10 para 7 graus.
Dado preliminar
Ainda sobre as normativas do leite, em novembro um dado levantado internamente pelo Sindilat/RS revelou que entre 2% e 5% do total de pecuaristas leiteiros tiveram as cóleras de leite suspensas após a primeira média geométrica dos dados de monitorados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. O levantamento foi feito com mais de dez empresas associadas.
Tendência é de estabilidade no preço do leite
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análise do Conseleite em relação aos valores praticados pelo litro do leite no Estado gaúcho mostra que o valor de novembro ficou 0,85% (R$ 1,1038) a mais do que o valor de outubro. O professor Eduardo Finamore, da Universidade de Passo Fundo, explica que a maioria dos produtos que compõem o mix apresentou elevação de preços, registrando alta de 1,63% no leite UHT e 2,04% no pó, por exemplo. A tendência para o fim do ano, segundo ele, é de estabilidade do preço do leite no Estado.
Tecnologia a favor da pecuária de leite
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ma solução apresentada pela startup Volutech afere o volume e a temperatura de tanques de resfriamento de leite. O equipamento, instalado na tampa de abertura dos tanques, também envia alertas para o produtor, em caso de alterações no resfriamento do leite que possam interferir na qualidade do produto. A solução foi apresentada por estudantes da Universidade Federal de Viçosa no prêmio Ideas for Milk 2019 e foi a vencedora do concurso, realizado pela Embrapa Gado de Leite. A ferramenta também possibilita que a indústria monitore a qualidade do produto, facilitando a rastreabilidade do leite. Ainda sobre o assunto, a Cotrijal, com matriz em Não-Me-Toque, recebeu o prêmio Ideas For Milk de Inovação. A cooperativa foi reconhecida pelo trabalho desenvolvido junto a produtores familiares, que tiveram acesso ao monitoramento do rebanho.
Fundoleite pode ter mudanças na distribuição de recursos
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ropostas de mudanças na lei do Fundo Setorial da Cadeia Produtiva do Leite (Fundoleite) estiveram em debate em novembro, na capital gaúcha, por meio de uma audiência pública. Um documento foi enviado à Secretaria da Agricultura do Estado, com a contribuição de entidades como Sindilat, Famurs, Apil, Fecoagro, AGL, Gadolando, entre outras. A ideia é que sejam estabelecidas mudanças na distribuição de recursos do fundo, considerando 70% para atendimento das exigências previstas nas Instruções Normativas (INs) 76 e 77, 20% aos projetos desenvolvidos em conformidade com a atual Lei do Fundoleite e 10% ao custeio administrativo da entidade conveniada. Um documento será elaborado com uma série de sugestões para a destinação dos recursos do Fundoleite e será encaminhado ao secretário Covatti Filho.
23 | R 23 Revista evissta ta N Novo ov o vo Rur R Ru Rural ura ral | Dezembro Dezem De zemb ze mbro ro d de e 2019 019 9
Parceiros do leite Jovem da região conhece pecuária de leite de MG Arquivo pessoal
Por meio de estágio, a zootecnista Carol Weber, de Nova Boa Vista, acompanhou a rotina agitada da Embrapa Gado de Leite, em Minas Gerais. Ela compartilha algumas percepções vistas em solo mineiro
Experiência proporcionou a jovem vislumbrar o mundo da pesquisa na pecuária
Rafaela Rodrigues
jornalismo@novorural.com
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Tecnologias de precisão têm sido desenvolvidas com o objetivo de melhorar o gerenciamento dos rebanhos leiteiros e mensurar os indicadores produtivos, comportamentais e fisiológicos em benefício da saúde, produtividade e bem-estar animal. – Lá tínhamos um sistema robotizado de distribuição de alimentos e água, dotados de cochos e bebedouros automáticos, balanças eletrônicas que permitiam o monitoramento do consumo, do comportamento alimentar e do peso corporal em tempo real. Também usávamos colares nos pescoços dos animais que captavam os sinais de atividade, ruminação e ofegação da vaca. Com eles é possível detectar problemas como desconforto e estresse ou até mesmo doenças. Isso faz toda a diferença na quantidade de leite produzida por animal – explica Carol, demonstrando o quanto de tecnologia embarcada há em tudo o que é feito por lá e como isso está a serviço da pesquisa.
Cochos eletrônicos auxiliam no monitoramento do consumo de alimento por parte do rebanho Arquivo pessoal
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Cada vez mais se busca a precisão nos processos também na pecuária de leite
Arquivo pessoal
raduada em Zootecnia pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) - Campus Palmeira das Missões, Carol Weber, jovem residente no interior de Nova Boa Vista, concluiu seu estágio obrigatório no primeiro semestre deste ano em uma das unidades da Embrapa, a Gado de Leite, em Minas Gerais. Para muitos, a experiência desse estágio é mais uma das rotinas obrigatórias da graduação. Para ela, foi além disso. Representou uma oportunidade de “pensar fora da caixa”, vivenciar outras experiências e trazer para o Sul outras percepções sobre a pecuária de leite. A possibilidade de estagiar em Minas Gerais foi citada por professores da graduação e a sede por novidades fez com que buscasse viabilizar a viagem. Foram mais de três meses de experiência, nos quais a jovem pôde ter contato com laboratórios com tecnologia de ponta, pesquisadores atuantes e estudantes das mais diversas regiões do país e também de fora dele. A inserção dela nas atividades rotineiras da propriedade da família, em Nova Boa Vista, certamente facilitou a adaptação por lá, já que além dos estudos também era importante que “colocasse a mão na massa”, vendo de perto como é a rotina em um local que abriga mais de mil animais leiteiros. Sediada em Juiz de Fora/MG, a Embrapa Gado de Leite possui campos experimentais em Coronel Pacheco/MG, onde Carol fez seu estágio no Setor de Bioeficiência e também residiu – a unidade disponibiliza alojamento para estudantes e demais profissionais que lá atuam –, e Valença/RJ, além de quatro núcleos que apoiam as atividades de transferência de tecnologia em cada região do país. – Um dos aprendizados que considero mais relevante é na área de zootecnia de precisão, que antes era mais usada para o gado de corte e agora estão testando no gado de leite. Lá eles têm as mais diversas tecnologias, a exemplo das câmaras respirométricas que monitoram a quantidade de gases [oxigênio, dióxido de carbono e metano] emitidos pelo animal – conta a zootecnista, enquanto mostrava centenas de fotografias no seu notebook.
Colares captam sinais de atividade, ruminação e ofegação das vacas. A cinta em volta do tórax capta os batimentos cardíacos
Parceiros do leite Arquivo pessoal
Monitoramento constante do animal Outra pesquisa que Carol pĂ´de acompanhar foi com o uso das chamadas câmaras respiromĂŠtricas. Esse sistema permite avaliar o metabolismo de animais ruminantes de pequeno e grande porte em câmaras respiromĂŠtricas de Ăşltima geração, a fim de quantificar a energia lĂquida dos alimentos e a produção de gases de origem entĂŠrica; gaiolas metabĂłlicas que permitem avaliar a digestibilidade in vivo e in situ com vistas a estudos de exigĂŞncias nutricionais e eficiĂŞncia alimentar entre raças leiteiras. Com isso, ĂŠ mais eficiente gerenciar dejetos sĂłlidos e lĂquidos da pecuĂĄria e avaliar seus impactos no ambiente.
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NA PECUĂ RIA PECUĂ RIA LEITEIRA EXIGE TECNIFICAĂ‡ĂƒO PARA AUMENTAR RENTABILIDADE
Na foto ĂŠ possĂvel observar como sĂŁo as câmaras respiromĂŠtricas para grandes ruminantes Arquivo pessoal
Na coluna passada apresentamos um case que tem se destacado na regiĂŁo. A histĂłria da Cabanha Bridi, de Vista Alegre, alĂŠm de ter como protagonistas os filhos que continuam dando vida aos negĂłcios, ĂŠ outro exemplo de como a tecnificação da pecuĂĄria de leite permite alcançar altas produtividades diĂĄrias. Mas, para chegar a patamares como os da Cabanha Bridi, o investimento em alguns pilares tem sido essencial. Um deles foi a genĂŠtica, que com uma seleção apurada permitiu que hoje o plantel conte com vacas com picos de 40/45 litros de leite por dia no inĂcio do ciclo, logo apĂłs o parto. Com a cria e a recria de bezerras e novilhas, os custos para formar esse plantel qualificado tambĂŠm tem sido menor. – Tu tens que pensar que a bezerra ĂŠ o teu futuro – exclama o tĂŠcnico agropecuĂĄrio Lucas Bridi, um dos jovens da famĂlia que gerencia a cabanha.
OUTRO PILARES QUE FORAM AJUSTADOS NOS ĂšLTIMOS ANOS - Formulação de dieta adequada para o plantel - Cria e recria na propriedade - Investimento em genĂŠtica adequada ao objetivo da cabanha - Adequação ao sistema de produção adaptado ao nĂşmero de animais. No caso, a opção foi o compost barn A MUDANÇA NO SISTEMA DE PRODUĂ‡ĂƒO Com o compost barn, o objetivo maior foi proporcionar conforto e bem-estar animal ao plantel de mais de 100 vacas leiteiras da cabanha. O resultado ĂŠ uma produtividade maior por dia, tendo em vista a redução do estresse animal e uma alimentação ainda mais balanceada. – Seguimos Ă risca questĂľes tĂŠcnicas na hora de executar o projeto, como a metragem quadrada por animal. A climatização tambĂŠm fica por conta dos ventiladores e nebulizadores – explica Lucas. Gracieli Verde
Na foto, câmaras respiromÊtricas para pequenos ruminantes
ExperiĂŞncia para alĂŠm dos laboratĂłrios AlĂŠm de agregar crescimento profissional, a experiĂŞncia proporcionou a Carol muitas amizades e contato com outras culturas. “Valeu muito a penaâ€?, resume a jovem, que pretende agora seguir na pesquisa, fato que tambĂŠm deixa a dona Claudia Fritzen Weber, sua mĂŁe, orgulhosa, pois viveu cada momento junto da filha atravĂŠs da internet e nos registros feitos em terras mineiras. – Eu sempre tive muita vontade de aprender. Minha rotina era ajudar desde a ordenha, coleta de materiais para exame de sangue, entre outras tarefas que nĂŁo posso detalhar para preservar o sigilo das pesquisas. TambĂŠm fazia plantĂŁo, trabalhava sĂĄbados, domingos e feriados conforme a escala e as permissĂľes do prĂłprio estĂĄgio – recorda Carol. Com um olhar mais tĂŠcnico, Carol elenca alguns diferenciais da cultura mineira, como a busca por mais informaçþes
por parte dos estudantes da ĂĄrea e o processo de sucessĂŁo familiar, que ocorre de forma mais natural. Em relação Ă sucessĂŁo, ela acredita que esse cenĂĄrio se deve ao prĂłprio nĂvel de produtividade dos tambos, localizados em fazendas com mais de mil cabeças de gado de leite, onde a tecnificação ĂŠ muito mais presente nos processos diĂĄrios e que a produção e a rentabilidade sĂŁo mais expressivas – o que influencia muito na decisĂŁo do jovem. Ela tambĂŠm conta que a maioria dos estudos sĂŁo realizados com a raça girolando em função do clima, que ĂŠ bastante quente. A raça holandesa, por outro lado, ĂŠ mais comum em estudos que envolvem confinamentos. TambĂŠm devido ao calor, a incidĂŞncia de carrapatos ĂŠ alta, apesar de haver uma sĂŠrie de estudos em andamento no Complexo MultiusuĂĄrio de BioeficiĂŞncia e Sustentabilidade da PecuĂĄria da Embrapa Gado de Leite, a fim de minimizar o quadro.
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Parceiros do leite Dráuzio Varella: 'Procurem fontes seguras de informação' Ao falar para um público focado na pecuária de leite, o médico mais conhecido do Brasil defendeu o leite como alimento importante para o bem-estar humano jornalismo@novorural.com
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amoso por suas séries sobre corpo humano e comportamento no programa Fantástico, da Rede Globo, além de diversos livros escritos, Dráuzio Varella tem sido referência quando o assunto é alimentação. Mesmo dizendo que “não tem relação direta com a agropecuária”, o embasamento científico que usa do trabalho diário na medicina influencia que ele também seja fonte de informações para o setor. Por isso, fez parte da primeira noite do 9º Simpósio Brasil Sul de Bovinocultura de Leite, em Chapecó/ SC, no início de novembro. Por meio do projeto #BebaMaisLeite, a palestra faz parte de uma série de eventos que já ocorreram em várias regiões do Brasil, com o objetivo de disseminar informações coerentes sobre o consumo do produto, segundo os responsáveis pelo projeto. – Eu não tenho nem fazenda, mas essa relação [com o agro] iniciou quando se começou a discutir a carne na alimentação humana. Sempre falamos que não há estudos que comprovam malefícios dela para o organismo. As pessoas não estudam e, muitas vezes, saem repetindo coisas. É óbvio que, quando eu falo que a carne não gera problemas para a saúde, quem vende carne fica contente – comentou o médico, durante entrevista coletiva para a imprensa, pouco antes de iniciar a palestra. O médico classifica como “modismo” o que surge em torno de alguns alimentos, como o não consumo do leite e carne, por exemplo. – Isso se deve ao fato de cada vez se tornar mais complicado fazer pesquisas eficientes em relação à nutrição. É muito caro para fazer isso e essa questão já foi muito debatida no início dos anos 2000, sobre o consumo de carnes, quando elas eram demonizadas por causa do colesterol – recorda, citando que ovos e a própria banha também já viveram “altos e baixos” nesta escalada rumo à alimentação ideal. Hoje, segundo ele, ainda são usados estudos retrospectivos sobre os consumo de alimentos e a precisão não é a que se espera de uma pesquisa.
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Dráuzio Varella fez a palestra de abertura do 9º Simpósio Brasil Sul de Bovinocultura de Leite, em Chapecó/SC
“Quando pensarem em alimentação saudável, lembrem-se da comida da avó de vocês. É preciso equilíbrio.” Dráuzio Varella, médico
ACESSE O CÓDIGO E ASSISTA A ENTREVISTA DO MÉDICO
“O homem é o único animal adulto que toma leite” Sobre algumas chamadas “teorias” que pairam pela internet ou movimentos que defendem o não consumo do leite, Varella também esclarece. – Tem um pessoal que diz que o homem é o único animal adulto que toma leite. Sim, porque os outros animais não criam vaca para produzir o leite. Assim como os animais não tomam chope, porque nós é que fazemos isso. Não tem porque se basear em algo desse tipo. O importante é que o cálcio é fundamental para a saúde humana. Se você não gosta de leite, tem derivados que podem ser inseridos para ser fonte de cálcio. Se você não consumir algo com cálcio, o seu organismo o extrai dos ossos, tamanha a sua importância – explica. Ainda sobre a difusão de informações duvidosas sobre alimentos, o médico alertou: – Não acreditem em tudo que está na internet. A internet aceita qualquer coisa. Procurem fontes seguras de informação. Quando pensarem em alimentação saudável, lembrem-se da comida da avó de vocês. É preciso equilíbrio – reiterou.
Camila Wesner
Gracieli Verde
Parceiros do leite O mundo passou a ter comida mais à vontade após a Segunda Guerra Mundial e com a revolução agrícola. Por isso, segundo Varella, é preciso estar atento ao fato de o organismo humano transformar tudo o que come em excesso em gordura. – Então, não dá para comer mais do que se gasta. Sem contar que que hoje ganhamos a vida sentados. Somos descentes de pescadores e caçadores e não ficávamos sentados como hoje. Nós subvertemos essa ordem natural. Estamos fazendo de um jeito que não pode dar certo – alertou.
As “puxadas de orelha” do DR. DRÁUZIO!
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O sedentarismo vai matar mais que o cigarro. O corpo é uma máquina feita para se movimentar
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Não passem o dia inteiro sentados
Não há saúde psicológica sem exercício físico. Em um mundo de pressão, podemos ter no exercício uma válvula de escape
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Não tomem remédio o tempo inteiro. A vida vai ficar um inferno se para tudo precisarmos de medicamentos. Antes de se encher de remédios, faça exercícios
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Temos que agir nas coisas que dependem de nós. O nosso cérebro não está preparado para essa avalanche de informações. Não estamos com perda de memória, mas com perda de atenção, porque fazemos muitas coisas ao mesmo tempo
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Não acreditem em demonização de alimentos. Priorizem o equilíbrio, Se for se informar sobre esse assunto, busque cartilhas do Ministério da Saúde ou universidades respeitadas. Procurem fontes seguras de informação
Pesquisa aponta deficiência no manejo vacinal em bezerras
A
eficiência da vacina contra clostridioses, aplicada nos primeiros meses de vida das bezerras, está sendo prejudicada devido a uma prática de manejo comum entre os produtores de leite: a aplicação de várias vacinas ao mesmo tempo. É o que prova uma dissertação de mestrado em Zootecnia, pela Escola de Veterinária da Universidade Federal de Minas Gerais, realizada no campo experimental da Embrapa Gado de Leite (MG). O mestrando Hilton Diniz e a equipe de pesquisadores verificaram interferência na resposta vacinal dos animais imunizados contra brucelose e clostridioses, quando vacinados simultaneamente. De acordo com Diniz, “a vacinação simultânea resulta em decréscimo significativo nos títulos de anticorpos contra doenças causadas por bactérias do gênero Clostridium”. Isso pode culminar em bovinos não protegidos contra essas afecções nas propriedades leiteiras. O mesmo estudo demonstra que a vacina contra brucelose não sofreu qualquer interferência na resposta imunológica, permanecendo eficaz. Segundo a professora da UFMG Sandra Gesteira Coelho, orientadora de Diniz nas pesquisas, a iniciativa para realização desse trabalho se deu a partir de alguns relatos de produtores de leite. “Quando visitamos fazendas, em várias regiões do Brasil, os produtores questionam a vacinação dos animais”, diz Coelho. De acordo com os pecuaristas, a vacinação costuma impactar negativamente no desempenho e saúde dos bovinos. “Isso tem feito com que algumas fazendas não realizem a vacinação.” Conforme o estudo, as duas vacinas devem ser aplicadas separadamente, adaptando o protocolo sanitário das propriedades. A intenção
inicial do projeto era demonstrar os efeitos da vacinação no desempenho das bezerras. O trabalho de campo levou seis meses para ser concluído. Foram utilizadas 50 bezerras, 38 da raça Gir Leiteiro e 12 mestiças (Girolando 5/8). A pesquisadora da Embrapa Gado de Leite Wanessa Araújo Carvalho destaca que o que foi observado acerca da vacinação concomitante contra brucelose e clostridioses contribui para reforçar a necessidade de informar e conscientizar os produtores rurais sobre o impacto da sanidade na maximização de ganhos a longo prazo.
Rubens Neiva/Divulgação
“Passamos a ter comida com a revolução da agricultura e da pecuária”
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Somos mamíferos. Não tem problema nenhum em tomar leite, pelo contrário, ele nos forne-
ce cálcio.
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Não comam tudo o que lhe oferecem. O seu corpo não precisa de tudo isso
Duas doenças perigosas A brucelose bovina é uma doença infectocontagiosa causada por uma bactéria, também conhecida como “aborto contagioso”. Na fêmea bovina, causa abortos, repetições de cio, nascimentos prematuros e queda na produção do leite, sendo responsável por grandes prejuízos no rebanho de bovino. Já as clostridioses também causam prejuízos ao rebanho, incluindo a morte de animais. – O termo ‘clostridioses’ refere-se a um grupo de doenças causadas por bactérias anaeró-
bicas do gênero Clostridium, uma das principais causas de mortalidade de bovinos – explica o professor da UFMG Rodrigo Otávio Silveira Silva. Essas bactérias encontram-se amplamente difundidas no ambiente e no intestino de animais saudáveis e a proliferação é de difícil controle. Destacam-se entre as principais clostridioses o tétano, o carbúnculo sintomático, a gangrena gasosa e a enterotoxemia. (Conteúdo cedido pela Embrapa Gado de Leite)
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Negócios
OFERECIMENTO:
GERAL
Pais e filhos: juntos pela realização de um sonho Com apoio do Sicredi, associados de Vista Alegre se destacam na produção de leite
O
quanto eles gostam da atividade leiteira e do trabalho é muito gratificante”, destaca o patriarca. Incentivado pelo pai a seguir esse caminho, Lucas foi estudar na área da agropecuária. Depois de estagiar em outras regiões, percebeu que poderia adaptar as atividades da família. – Precisávamos mudar, desde a dieta dos animais, pastagem e a reprodução, tudo isso para conseguirmos mais renda e qualidade de vida. Meu pai abriu as portas para fazermos um trabalho diferenciado na propriedade, porque ele sempre quis que nós três ficássemos juntos, crescendo unidos. Então, pensando em todas essas mudanças e em dar um conforto para estes animais, contamos com a ajuda do Sicredi e implantamos o sistema compost barn – explica Lucas. Com um ambiente climatizado, alimento e água a vontade, as 108 vacas em lactação aumentaram a produtividade para cerca de 30 litros/vaca/dia. A história da família Bridi é reflexo do crescimento que é apontado pelas pesquisas da agricultura familiar no Brasil.
Sicredi Alto Uruguai RS/SC/MG
agronegócio é um dos setores que mais contribui para o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) nacional. Segundo dados do último Censo Agrícola, a agricultura familiar é a base da economia de 90% dos municípios brasileiros com até 20 mil habitantes. Olhando para este cenário, o Sicredi atua de forma direta para que os associados possam viabilizar suas atividades e, consequentemente, ter aumento da geração de renda e qualidade de vida. Foi com esse compromisso que a família Bridi, de Vista Alegre, deu um grande passo em sua propriedade. Os associados da cooperativa de crédito implantaram o sistema compost barn, um confinamento que prioriza o conforto e bem-estar das vacas, para garantir ainda mais resultados nas atividades. Mas para chegar a este importante projeto o caminho foi longo. Trabalhando com a pecuária de leite desde 1995, o pai Cleomar Bridi educou os três filhos com o amor pelo meio rural. Tanto que Lucas, 27 anos, Luan, 21 anos, e Samuel, 20 anos, estão conduzindo a propriedade. “Ver o
Família Bridi, de Vista Alegre/RS, conta com o apoio da Sicredi Alto Uruguai RS/SC/MG para viabilizar as atividades da propriedade
– O Sicredi nasceu na agricultura familiar e segue ampliando a atuação, crescendo junto com os associados, tanto que por diversos anos consecutivos, somos a instituição financeira que mais libera recursos pelo Pronaf. Contamos com diversas
Sicredi é destaque em diversas premiações nacionais
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Sicredi foi destaque em duas importantes premiações organizadas por veículos de comunicação em outubro deste ano. No anuário Empresas Mais, do jornal O Estado de S. Paulo, que reconhece as companhias com os melhores resultados financeiros do Brasil, o Sicredi ficou em segundo lugar no ranking geral da categoria Governança Corporativa de empresas de capital fechado. O ranking é organizado pelo jornal em parceria com a Fundação Instituto de Administração (FIA) e a Austin Rating. Já no anuário Época Negócios 360°, que elegeu as 300 melhores empresas do Brasil neste ano com base em seis dimensões (Desempenho Financeiro, Governança Corporativa, Inovação, Pessoas, Sustentabilidade e Visão de Futuro), o Sicredi ocupa a 73ª colocação no ranking geral. No guia, realizado pela revista em parceria com a Fundação Dom Cabral, a instituição financeira cooperativa figurou também a nona posição na catego-
ria das Melhores da Região Sul. No ranking setorial de Bancos, o Sicredi se destacou no primeiro lugar em Desempenho Financeiro, quarta colocação em Pessoas e a quinta posição em Governança Corporativa. Ainda no ranking, a instituição aparece no oitavo lugar em Visão de Futuro, nono em Inovação e 12ª colocação em Sustentabilidade. Na lista dos 100 Maiores Bancos do guia, o Sicredi aparece no sexto lugar na categoria Bancos e ocupa a sétima colocação nas categorias Maiores Bancos Por Lucro Líquido e Maiores Bancos Por Depósitos, enquanto que em Maiores Bancos Por Patrimônio Líquido, o Sicredi ocupa a oitava colocação e a 10ª posição em Maiores Bancos Por Ativo Total. Para complementar, ainda na lista dos 100 Maiores Bancos, a instituição ocupa o 90º lugar na categoria Melhores nas Práticas, a 105º colocação em Melhores em Desempenho Financeiro e a 28º posição em Abertura: Capital Fechado.
linhas e opções para estimular o empreendedorismo, aumentar a geração de renda, assegurar a sucessão familiar e garantir a qualidade de vida dos associados – destaca o diretor-executivo da Sicredi Alto Uruguai RS/SC/MG, Márcio Girardi.
Sicredi entre as cinco maiores empresas da Região Sul
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Sicredi, instituição financeira cooperativa com presença em 22 estados e no Distrito Federal, alcançou a quarta colocação no ranking das 500 Maiores do Sul 2019, divulgado pela Revista Amanhã e PwC, subindo uma posição em relação à edição do ano anterior, quando ocupava a quinta posição. A metodologia empregada para a classificação tem como base o Valor Ponderado de Grandeza (VPG), indicador que faz a média ponderada entre os três principais resultados das empresas: o patrimônio líquido (peso de 50%); a receita bruta (40%); e o lucro ou prejuízo (10%). Já no ranking das 100 Maiores do Rio Grande do Sul, o Sicredi subiu uma posição, atingindo a liderança. Também ocupa o 1º lugar na categoria Financeiro. Conforme o levantamento, entre as 500 Maiores do Sul estão 189 companhias do Rio Grande do Sul, 186 do Paraná e 125 de Santa Catarina. Atualmente, a instituição financeira cooperativa conta com mais de 4 milhões de associados e 27 mil colaboradores. Os ativos do Sicredi somam R$ 109,6 bilhões e o patrimônio líquido é de R$ 16,8 bilhões. A carteira de crédito totaliza R$ 66,5 bilhões e os depósitos totais alcançam R$ 69,9 bilhões.
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Cooperativismo
GERAL
Espaço cooperativo
Repórter
Marcia Faccin
Coordenadora da Unidade de Cooperativismo do Escritório Regional da Emater/RS de Frederico Westphalen marcia.faccin@gmail.com
Cooperar, a palavra do século XXI
Programa Ligado nas Escolas encerra mais um ano de atividades
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programa educacional Ligado nas Escolas, do Grupo Creluz, encerrou mais um ano de atividades. Por meio de atividades e ações, a cooperativa tem como um dos objetivos estimular a realização de ações pedagógicas, envolvendo professores e alunos da educação básica, além de promover a sustentabilidade ambiental e a melhoria das condições de vida dos associados. Para 2020, a cooperativa projeta realizar mais ações envolvendo escolas da região por através do programa.
Desenho da mascote Aluno: Joel Bueno do Amaral Escola: EEEMF Lucila Nogueira, de Boa Vista das Missões
Nome da mascote Vencedor: Theluz Aluno: Alessandro Greseli Escola: EEEF Tomé de Souza, de Alpestre
Slogan para a mascote Vencedor: Energia e meio ambiente, a união inteligente Aluna: Emilly R. Cadena Cunha Escola: EMEF John Kennedy, de Ametista do Sul
Escolas Vencedoras 1º - Escola Estadual de Ensino Fundamental José André Acadroli, de Rodeio Bonito 2º - Apae Cerro Grande
4º - Escola Municipal de Ensino Fundamental Nossa Senhora Aparecida, de Novo Tiradentes 5º - Escola Estadual de Educação Básica Padre Francisco Goettler
Edevaldo Stacke/Divulgação
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bons exemplos, mas, muitas vezes o que nos falta são estímulos, motivos para que possamos nos unir e trabalhar de forma cooperativa e integrada. Lhe convido a neste início de ano-novo a buscar mais informações sobre as nossas cooperativas regionais, sobre as diferentes maneiras de cooperarmos em prol de um objetivo comum e traçar um propósito de vida de ser uma pessoa que faça a diferença na sociedade através da cooperação, da união de esforços e do trabalho em equipe de forma compartilhada. Trago aqui outra reflexão da renomada escritora Martha Gabriel. – Tem momentos que a gente tem que caminhar sozinho e tem momentos que a gente tem que andar juntos. Você já deve ter visto situações em que a gente está fazendo um “brainstorm”, a chamada “chuva de ideias” para um projeto ou uma ação e, neste cenário, se você não pensar sozinho antes para depois trazer sua contribuição para o grupo, sua participação não será positiva nem produtiva. Cooperação é, sem dúvida, o caminho para o sucesso. Mas, para cooperar é preciso se estruturar. Então, lhe convido a buscar a cooperação, a união de esforços para, juntos, construirmos uma sociedade melhor. Se quisermos um mundo melhor, esse mundo é construído por mim, por você e pelas pessoas que aqui vivem. Por mais cooperação e menos competição! Que essa seja a nossa bandeira e nosso lema de vida neste novo ano que está iniciando.
Por mais cooperação e menos competição! Que essa seja a nossa bandeira e nosso lema de vida.”
3º - Escola Estadual de Ensino Fundamental Carlos Becker, de Alpestre
Acesse: www.creluz.com.br
stamos vivendo em uma sociedade cada vez mais acelerada, competitiva e individualista, onde em muitos casos nem conhecemos o nosso vizinho da frente. Passamos pelas pessoas na rua como se elas fossem invisíveis e não nos damos conta que estamos a cada dia mais isolados, com mais amigos nas redes sociais e menos amigos com presença física. Isso nos remete a muitas reflexões neste início de 2020. O que muitos pensadores já sinalizam como sendo uma das “únicas” soluções para a sociedade com pessoas adoecidas deste século é a cooperação, a ajuda mútua e a união de esforços para alcançar objetivos, que sozinhos não conseguiríamos. O filósofo e pensador Mário Sergio Cortella, em uma de suas entrevistas no segundo semestre de 2019, disse que “em uma sociedade marcada pelo individualismo e pela competitividade desenfreada, o cooperativismo aparece como uma das formas sustentáveis para a manutenção de um relacionamento saudável das pessoas na busca por objetivos em comum”. Ele ainda destacou a importância da união como fator vital para a conquista de resultados duradouros e sustentáveis nos negócios e na vida em sociedade. Cortella destaca fortemente que a união de esforços nos levará a conquistar resultados duradouros e sustentáveis, tanto nos negócios como na nossa vida em sociedade. E aí lhe pergunto: você é capaz de cooperar, de trabalhar juntos em prol de um objetivo comum? Você acredita que a cooperação é a solução para a nossa sociedade doente e cada vez mais individualista? Temos vários
Um feliz natal e cooperativo 2020 a todos! Que possamos trabalhar irmanados em prol de um mundo mais justo, humano e fraterno e com mais cooperação entre todos!
Cooperativismo
EVENTOS
Mercado institucional como aliado na comercialização de alimentos Rafaela Rodrigues
C
om o tema voltado para os desafios do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae) na região de abrangência da Amzop, novembro contou com a terceira edição do Seminário Regional do Cooperativismo. Neste ano, o encontro foi realizado em Ametista do Sul. O diretor do Departamento de Cooperativismo da Secretaria da Agricultura, Flávio Smaniotto, palestrou sobre como impulsionar o desenvolvimento através das cooperativas. Smaniotto frisou que é preciso promover ações e práticas cooperativas, como criar e melhorar o ambiente institucional, portanto, leis e políticas; atuar na inserção de agricultores aos mercados e fomentar a inovação. A programação do evento também contou com o relato de dirigentes cooperativos sobre a importância das vendas para o mercado institucional e também houve um espaço para falar sobre o cenário regional do programa, além de exposição do portfólio dos produtos das cooperativas. – De uns anos para cá a produção agrícola de Ametista do Sul está contribuindo expressivamente na melhora da receita do município que, até então, 75% era oriunda do setor de mineração. Essa colaboração significativa acontece em virtude do trabalho desenvolvido pela Coperametista, Emater/RS-Ascar e administração municipal. O seminário serviu para fazer o município
olhar para o trabalho das cooperativas e dos produtores rurais com outros olhos – destacou o presidente da Amzop e prefeito de Ametista do Sul, Gilmar da Silva.
O Pnae
O Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae) oferece alimentação escolar e ações de educação alimentar e nutricional a estudantes de todas as etapas da educação básica pública. O governo federal repassa a estados, municípios e escolas federais valores financeiros de caráter suplementar para a cobertura de dias leti-
vos, conforme o número de matriculados em cada rede de ensino. A Lei nº 11.947, de 16 de junho de 2009, determina que no mínimo 30% do valor repassado a estados, municípios e Distrito Federal para o Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae) devem ser utilizados obrigatoriamente na compra de gêneros alimentícios provenientes da agricultura familiar. – Nessa edição do seminário trouxemos a questão do Pnae para aproximar compradores e vendedores e, principalmente, para mobilizar as lideranças sobre a importância de adquirir produtos da nos-
sa agricultura familiar. Mostramos também os avanços que tivemos nos últimos anos nos percentuais do Pnae e o quanto podemos avançar, pois nós temos agroindústrias e cooperativas que tem produtos de ótima procedência para serem ofertados na alimentação escolar dos 43 municípios de abrangência da Amzop – ressaltou a coordenadora da Unidade de Cooperativismo da Emater/RS-Ascar, Marcia Faccin. A realização do evento contou com o apoio da Secretaria da Agricultura do Estado, Emater/RS-Ascar, Coperametista, Amzop e Prefeitura de Ametista do Sul.
Cooperativa Tritícola de Frederico Westphalen, a Cotrifred, inaugurou em novembro um supermercado em Taquaruçu do Sul. No mesmo ato foi reinaugurada a loja agropecuária da cooperativa no município. No total são 800 metros quadrados de estrutura para atender associados e demais clientes. Durante o pronunciamento, o presidente Elio Pacheco relembrou a trajetória da cooperativa no município. A Cotrifred, muito antes da aquisição da unidade de recebimento de grãos, já atuava no município recebendo e comercializando produtos através de algumas parcerias. – Em 2001, com a venda da unidade da Bunge, a Cotrifred veio definitivamente atuar no município. Na época sofremos críticas, mas essa unidade nos proporcio-
nou um amplo espaço físico para recebimento e armazenagem de grãos. Em 2010, quando assumimos a presidência, tínhamos como meta melhorar essa estrutura, mas os recursos eram escassos, foram momento difíceis. Já em 2014, fomos em busca de recursos para fazer as melhorias necessárias, foram investidos mais de R$ 5 milhões. Sabemos da necessidade de ainda fazer algumas correções, mas tudo no seu tempo – ponderou Pacheco. O investimento em um supermercado não estava entre as projeções da cooperativa em 2019, mas a oportunidade veio por meio da oferta da família Zanchet que negociou a área e a estrutura, antecipando os negócios da Cotrifred nesse segmento no município. O supermercado e a agropecuária estão localizados na rua Catarina Zanchet, 1181.
Rafaela Rodrigues
Supermercado da Cotrifred amplia espaço em Taquaruçu do Sul A
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Juventude rural
OPINIÃO
Gestão para o futuro Flavio Cazarolli
Engenheiroagrônomo, especialista em Gestão de Recursos Humanos e palestrante na área de sucessão rural. Gerencia a Foco Rural Consultoria, em Ijuí
Gestão financeira: você executa o balanço patrimonial? Veja como é possível ter mais precisão nos processos realizados na propriedade a partir de ferramentas de gestão das finanças
O
foco da profissionalização da gestão é a adoção imediata de ferramentas de planejamento e controle financeiros. Como falamos no artigo anterior, o Balanço Patrimonial deve ser elaborado e incorporado no dia a dia dos produtores rurais. Portanto, vamos discutir um pouco sobre esta importante ferramenta de gestão financeira. O Balanço Patrimonial nada mais é do que um conjunto de informações sobre a situação em que se encontra uma empresa num determinado momento. Consiste em levantar o patrimônio da empresa rural, fazer inventário dos seus bens, direitos e obrigações, dando valor a tudo, e servirá como balanço de abertura da atividade do produtor. O período indicado para a realização do levantamento poderá variar bastante em função do tipo de atividade envolvida, do ciclo de produção e da necessidade de o produtor obter estas informações. Salienta-se que este deverá realizar-se, no mínimo, uma vez por ano, sempre no mesmo período. Deve-se optar sempre pelo período de entressafra das atividades, e se a empresa for diversificada, deve-se observar a entressafra daquelas atividades que participam com maior receita para a empresa.
Estrutura do Balanço Patrimonial
O ativo
Informa como são aplicados os recursos da empresa, sem importar de onde eles vêm. Essas aplicações se materializam na forma de bens e direitos.
O passivo
Diz qual é a origem dos recursos que a empresa está usando. Se de terceiros, próprios ou ambos.
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Análise de balanço O mais importante para qualquer gestor é desenvolver a habilidade de saber analisar o seu negócio, por isso, vamos nos deter em apontar os principais indicadores que são trabalhados na análise do Balanço Patrimonial.
A
Capital circulante líquido ou Capital de giro Indicador importante para análise, principalmente no curto prazo da empresa rural. Podemos dizer que o CCL é um valor com o qual o produtor poderá contar, no curto prazo, sem necessidade de recorrer à capitais de terceiros, ou ainda, o limite até o qual o produtor poderá orçar suas próximas atividades sem problemas de caixa. Este valor representa o capital disponível para a empresa movimentar seus negócios até a próxima safra ou desfrute, sendo que deve ser avaliado de duas formas:
Se suficiente
Se insuficiente
Analisar a oportunidade de obter maiores rendimentos com o excedente, sendo aplicado no mercado financeiro, investindo na produção, na capacitação do pessoal, melhorias na estrutura produtiva da empresa, antecipando compras na busca de melhores preços ou melhores relações de troca, manutenção de estoques buscando época adequada de preços dos produtos.
Analisar em primeiro lugar se as margens de lucro das atividades desenvolvidas não estão negativas, visto que atividades que não remuneram deverão ser analisadas e, se necessário, encerradas na empresa. Se o capital de giro é negativo apenas momentaneamente, resultado de investimentos recentes em imobilizados, frustrações de safras resultantes de condições ambientais adversas ou erro operacional, devemos analisar a possibilidade de obter recursos de terceiros, sempre analisando taxas de juros adequadas com a realidade da remuneração da atividade. É importante analisar além da taxa de juros cobrada, também os prazos dos contratos. Muitas são as fontes de recursos disponíveis para o agronegócio, devemos nos preocupar em manter um relacionamento aberto com as instituições de crédito, facilitando o acesso nos momentos mais difíceis.
Dica Muitas vezes nos deparamos com empresas que possuem obrigações a juros altos como cheque especial, crédito pessoal, entre outros, ao mesmo tempo possuem dinheiro disponível em aplicações bem menos rentáveis como planos de previdência privadas, títulos de capitalização, ou imobilizados de pouco uso e remuneração, e muitas vezes sem relação com a atividade produtiva, como terrenos na cidade, imóveis para aluguel. Esta relação negativa entre crédito e débito compromete os ganhos da empresa, principalmente se perdurar por períodos mais longos.
OPINIĂƒO
flavi avio@focorural.com.br io@f @foc ocor orur ural.c l com om.br
B
Ă?ndice de Liquidez Corrente (ILC) Mede a capacidade de pagamento da empresa no curto prazo. Indicador que mostra a relação existente entre os recursos disponĂveis e o exigido pelas dĂvidas no curto prazo. Importante observar, alĂŠm da disponibilidade de recursos para pagamento das dĂvidas, tambĂŠm a ĂŠpoca em que ocorrerĂŁo as entradas e saĂdas do caixa.
C
Ă?ndice de Liquidez Geral (ILG) Mede a capacidade de pagamento total, tanto no curto como no longo prazo. O fato da atividade rural depender de uma estrutura relativamente grande para produzir e da maioria das empresas usufruir de financiamentos de longo prazo para compor sua estrutura patrimonial temos, na maioria dos casos, um Ăndice de liquidez geral menor do que 1 (um), demonstrando a necessidade de continuidade no processo produtivo e da obtenção de resultados positivos para saldar as dĂvidas de longo prazo.
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Ă?ndice de Liquidez Seco (ILS) Mede a capacidade de pagamento da empresa levando em consideração apenas o ativo de curto prazo mais lĂquido, ou seja, mais disponĂvel, determinando, portanto, o grau de independĂŞncia da liquidez em relação ao estoque e aos produtos nĂŁo acabados. No setor rural isto ĂŠ de fundamental importância devido aos elevados riscos ambientais em que a produção em elaboração estĂĄ sujeita. Conforme o risco, ĂŠ importante avaliar a capacidade de pagamento sem contar com receitas futuras resultantes de produtos em elaboração ou da utilização de estoques de insumos.
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Grau de imobilização
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Representa quanto do patrimĂ´nio da empresa estĂĄ imobilizado em bens. Se este valor for muito prĂłximo de 100 devemos avaliar se nĂŁo estĂĄ nos faltando capital de giro, visto que devemos procurar manter parte do nosso dinheiro disponĂvel para usar adequadamente a estrutura de bens que formamos durante os anos. De nada adianta formarmos uma excelente estrutura de produção se nĂŁo tivermos condição de mantĂŞ-la funcionando e produzindo.
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Grau de endividamento Mede o volume de capital de terceiros utilizados nas operaçþes no perĂodo. Nem sempre um alto grau de endividamento representa uma situação ruim. Neste item temos que observar que o uso de recursos de terceiros nem sempre ĂŠ um problema para a empresa. Muitas vezes o crescimento do negĂłcio se dĂĄ a partir do uso de crĂŠdito rural. O importante ĂŠ observar o perfil das dĂvidas e comparar com os resultados dos negĂłcios, analisando a capacidade de pagamento.
Quando temos uma sĂŠrie histĂłrica de balanços patrimoniais, poderemos utilizĂĄ-los para avaliar o crescimento do patrimĂ´nio lĂquido da empresa. Este ĂŠ um dos objetivos de qualquer gestor, pois representa que os negĂłcios desenvolvidos estĂŁo sendo revertidos no crescimento do patrimĂ´nio e, portanto, tam-
bĂŠm disponĂveis aos sĂłcios-proprietĂĄrios. Esperamos que este artigo tenha lhe ajudado a entender um pouco mais desta ferramenta, e que a partir de agora possa utilizar nĂŁo sĂł na sua empresa, mas tambĂŠm para analisar os negĂłcios de suas cooperativas e associaçþes.
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Qualidade de vida
CULINÁRIA
Fartura à mesa: a época das “comilanças” chegou! É chegado o momento das festas de fim de ano, de reunir a família, os amigos e celebrar as conquistas de 2019. Um pensamento é unânime: as “comilanças” não podem faltar, pois não há motivo melhor do que uma boa receita para unir todo mundo e dar as boas-vindas para os novos 365 dias que virão. Separamos algumas dicas que podem ser preparadas tanto para o Natal quanto para o Ano-Novo. Boas festas!
Pernil ao vinho com cebolas assadas Ingredientes • 1 peça de pernil desossado • 2 cebolas roxas médias • 1 e ½ xícara de vinho tinto seco • 1 colher de sopa de manteiga • 1 colher de sopa de ervas frescas picadinhas (salsa, cebolinha, coentro, manjericão, alecrim, ou outros de sua preferência) • 1 ou 2 dentes de alho amassados ou picadinhos • Sal e pimenta do reino a vontade
Modo de preparo Descasque e corte as cebolas em quatro gomos. Misture a manteiga com as ervas, o alho e o sal. Depois, espalhe esta pasta em toda a peça de pernil. Coloque o pernil já temperado em uma tigela e arrume a cebola em volta, depois regue-os com o vinho. Em seguida, cubra com plástico filme e deixe na geladeira por pelo menos 1 hora, melhor ainda se for de um dia para o outro. Em seguida, coloque o pernil em uma assadeira e cubra com papel alumínio, faça dois pequenos cortes no papel para facilitar a evaporação. Leve ao forno preaquecido em 200°C por 40 minutos. Retire o alumínio, vire a carne e retorne ao forno por mais 30 ou 40 minutos, até dourar. Retire do forno, arrume em um prato com as cebolas e sirva com o molho da assadeira a parte. Essa quantidade serve entre três e quatro pessoas. Caso sobre, aproveite para fazer um sanduiche no dia seguinte.
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Pavlova de frutas
Ingredientes Para pavlova • 6 claras • 1/2 xícara de açúcar refinado • 2 colheres de essência de baunilha Para o recheio • 1 lata de creme de leite fresco • 1/2 lata de leite condensado ou 6 colheres de açúcar refinado • 1/2 lata (a mesma do creme de leite) de polpa de suco de maracujá ou outro de sua preferência Para cobrir Morangos, manga, kiwi ou mesmo uma salada de fruta, na quantidade de sua preferência
Modo de preparo A pavlova Bater as claras em neve e adicionar o açúcar e a essência de baunilha, bater em ponto de suspiro. Em um refratário monte o suspiro, mais alto nas bordas e baixo no meio. Levar ao forno baixo por 40 minutos, até que fique firme, pode fazer de um dia para o outro e deixar descansando no forno desligado. O recheio Faça uma mousse com os ingredientes batidos no liquidificador, deixe na geladeira por pelo menos 1 hora antes de pôr na pavlova para que fique mais firme. Depois, cubra com pedaços de frutas. Esta receita rende oito porções.
Qualidade de vida
OPINIĂƒO
CĂĄ entre nĂłs DulcenĂŠia Haas Wommer
Assistente tĂŠcnica regional social da Emater/RS- Ascar de Frederico Westphalen
dwommer@emater.tche.br
Deixar ir! Com as luzes das decoraçþes natalinas chegamos ao final do ano. Foram 12 encontros que tivemos por aqui. Por 12 vezes cheguei atĂŠ sua casa ou seu trabalho para falar com vocĂŞs, sobre nĂłs, mulheres, sobre nossos desafios, conquistas, potencialidades, sentimentos e relacionamentos. Adeus ano-velho, feliz ano-novo! Entramos no ritmo dos festejos, comemoraçþes, brindes, novas esperanças. E para o novo entrar hĂĄ que se desapegar do velho, deixar ir o que nĂŁo foi bom. “O aprendizado acontece nos dois lados: com as coisas que deram certo e as que nĂŁo deram...â€?. Assim disse meu amigo e conterrâneo, palestrante Marcos Schwingel, num evento em que participei recentemente. Ele nos lembrou ainda que, para ter grandes resultados no trabalho ou nos negĂłcios, vocĂŞ precisa ser feliz! Isso muda tudo... Por muitas vezes a gente se pega pensando que vai ser feliz se tiver bons resultados. Mas que tal invertermos entĂŁo a questĂŁo: ser feliz na caminhada para obter bons resultados? Conversando com a colega Marlete Piaia, ela me lembrou da histĂłria de quanto pesa um copo com ĂĄgua. Esta situação foi descrita por uma psicĂłloga que, durante uma palestra sobre o estresse, fez esta pergunta aos participantes. O peso ĂŠ relativamente pequeno. Bem tranquilo segurar um copo com ĂĄgua. Por pouco tempo, ĂŠ claro, pois com o passar das horas o braço ficarĂĄ amortecido e paralisado. Neste caso, o peso do copo nĂŁo muda, mas quanto mais tempo o seguramos, mais pesado ele fica. Com esta experiĂŞncia, aprendemos que estresse e as preocupaçþes da vida sĂŁo como aquele copo d’ågua. Se penso sobre eles por um tempo e nada acontece. Se penso sobre eles um pouco mais de tempo, eles começam a machucar. E se eu penso sobre eles durante o dia todo me sinto paralisada, incapaz de fazer qualquer coisa. E como disse a colega, “segurando pequenas coisas o estrago pode ser grandeâ€?. Nestes casos vamos largar o copo? Largar o que pesa, o que incomoda? Deixar para trĂĄs no ano que finda. Como cantam os Paralamas do Sucesso: “todo dia o sol da manhĂŁ vem e lhes desafia, traz do sonho pro mundo, quem o jĂĄ nĂŁo queriaâ€?. CĂĄ entre nĂłs, encerramos o ano tendo motivos para comemorar com uma boa notĂcia, jĂĄ que muito falamos neste ano sobre desafiar-se, permitir-se, buscar conhecimento e empoderamento. Uma pesquisa aponta redução na desigualdade de renda entre homens e mulheres. Calma... A diferença da remuneração pelo mesmo trabalho de homens e mulheres ainda existe, mas caiu a porcentagem. Maior escolaridade da força de trabalho e redução na diferença do que ĂŠ pago para homens e mulheres com o mesmo grau de instrução sĂŁo algumas das conclusĂľes do Boletim de Trabalho, divulgado dia 30 de outubro pelo Departamento de Economia e EstatĂstica –DEE/Seplag. Assim, vamos finalizando o ano com o sentimento de missĂŁo cumprida. Claro que nem tudo foi exatamente como planejamos. A vida ĂŠ dinâmica e surpresas sempre podem acontecer. Por falar em surpresas, gostei da sugestĂŁo que o Marcos deu no evento que comentei: que tal nos encontros de famĂlias e amigos nesta ĂŠpoca do ano organizar uma cĂĄpsula do tempo para abrir somente no final de 2020? Colocar ali sonhos e objetivos? Quantas surpresas teremos? Eu vou fazer!!! Feliz Natal!!!
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Qualidade de vida
GERAÇÃO DE RENDA
Artesanato vem ganhando destaque Fotos: Rafaela Rodrigues/Arquivo Novo Rural
Em muitas propriedades rurais está já é a principal atividade geradora de renda. Profissionais da área alertam sobre como formalizar a ocupação e usufruir dos benefícios da Carteira do Artesão
A
adesão do artesanato no meio rural tem crescido nos últimos anos, valorizando habilidades que, na maioria das vezes, são passadas de geração para geração. Além de fonte de renda, o artesanato tem possibilitado a diversificação de atividades e melhorado a perspectiva de qualidade de vida no campo. Em muitas propriedades o artesanato já é a única atividade geradora de renda e formalizar a ocupação perante as leis vigentes acaba sendo o diferencial do negócio. Esse foi um dos temas do Seminário Regional do Artesanato, realizado em Frederico Westphalen no fim de outubro. O objetivo era oferecer aos participantes conteúdos pertinentes envolvendo a profissão de artesão, como informações sobre a legislação, crédito, direito previdenciário, cooperativismo e associativismo. – Queremos sensibilizar lideranças e os artesãos sobre a importância da valorização e da qualificação do artesanato como fonte de geração de renda, além de operar como um resgate da cultura local. Os temas abordados no seminário serviram para incentivá-los a desenvolverem as atividades com mais segurança – destaca a extensionista social e coordenadora das atividades artesanais da Emater/RS-Ascar, Marlete Peroza Piaia.
Carteira do Artesão: saiba os benefícios de emitir o documento A Carteira do Artesão é um documento emitido pela Fundação Gaúcha do Trabalho e Ação Social (FGTAS), através do Programa Gaúcho do Artesanato, que identifica o profissional de artesanato devidamente registrado e reconhecido pelo Ministério do Trabalho e Emprego para questões legais e previdenciárias. – É importante que eles tenham consciência dos benefícios em ter o documento. Nós contamos com três municípios que têm o artesanato como destaque, que é Vicente Dutra, Ametista do Sul e Frederico Westphalen. Segundo os últimos levantamentos, a atividade gerou em torno de R$ 11 milhões na economia regional em 2018 – ressalta o coordenador da agência FGTAS/Sine de Frederico Westphalen, Silvano Faccin. De acordo com o coordenador do Departamento de Promoção
de Desenvolvimento Social do FGTAS, Denis da Silva Costa, o produtor precisa olhar para o artesanato como um negócio, pois o mercado de produtos com valor agregado está crescendo cada vez mais, justamente por conta do turismo. – No Estado, em 2017, foram emitidas em torno de 58 milhões de notas fiscais através da atividade. Só nos nove dias de Expoargs, que ocorre simultaneamente à Expointer, foi gerado mais de R$ 1 milhão em artesanato. A atividade é um instrumento que potencializa o desenvolvimento local e regional, além de fomentar o turismo. O artesão não vende necessidade, ele vende desejos – declara. Interessados em fazer a carteira e saber mais sobre as legislações da atividade podem procurar a agência FGTA/Sine, em Frederico Westphalen.
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O artesão não vende necessidade, ele vende desejos.” Denis da Silva Costa, coordenador do Departamento de Promoção de Desenvolvimento Social do FGTAS
Vantagens da Carteira do Artesão • Possibilidade de participação em feiras de artesanato nacionais • Possibilidade de participação em oficinas e cursos de artesanato • Acesso a incentivos fiscais (benefício dado somente em alguns Estados) • Isenção do ICMS na comercialização dos produtos
• Facilidade de acesso ao microcrédito (empréstimo de pequeno valor a microempreendedores formais e informais) • Acesso à nota fiscal avulsa de Emissão Eletrônica (e-NFA) • Possibilidade de ser contribuinte autônomo para fins previdenciários
Qualidade de vida
EDUCAÇÃO
Uceff anuncia novos cursos e polo em Sarandi Divulgação
Q
uarenta novos cursos na modalidade semipresencial foram anunciados pela Uceff, instituição privada de Ensino Superior com campi em Itapiranga e Chapecó, ambas as cidades localizadas no Oeste catarinense. Além disso, a instituição também anunciou outros dois novos polos, um no Paraná e outro no Rio Grande do Sul – em Sarandi. Com a ampliação no catálogo de cursos de graduação, as oportunidades aumentam para a população de mais de um milhão de pessoas que residem na macrorregião do Estado. Inscrições já estão abertas e podem ser realizadas através do site oficial. Com a modalidade semipresencial, os estudantes de outras cidades poderão ingressar no ensino superior com mais facilidade. Isso porque parte das aulas serão ministradas nos polos e outra parte será realizada pelos próprios acadêmicos, através dos ambientes virtuais de aprendizagem, segundo a assessoria de imprensa. A partir de agora, os cursos de graduação contemplam seis áreas do conhecimento: Agrárias, Arquitetura e Engenharias, Educação, Exatas e Tecnológica, Gestão e Negócios, Humanas e Sociais e Saúde. Segundo o reitor da Uceff, Leandro Sorgato, a chegada dos novos cursos representa um esforço coletivo empreendido há mais de três anos. – Podemos afirmar com segurança que a Uceff é uma das mais importantes instituições de ensino superior da macrorregião. Além disso, as parcerias que estamos firmando garantem o nosso comprometimento com o desenvolvimento regional e com a qualidade do ensino – destaca.
Os novos polos Serão dois novos polos, um na cidade de Barracão/ PR, em parceria com a Unetri, e outro em cooperação com a Cesurg, em Sarandi/RS. Os cursos na modalidade semipresencial também serão ofertados nos campi de Chapecó e de Itapiranga. As inscrições podem ser feitas gratuitamente através do site oficial da Uceff, onde o candidato pode conferir a lista completa dos cursos. Conforme esclarece a pró-reitora Acadêmica da Uceff Itapiranga, Alexandra Raffaelli, a vinda dos cursos semipresenciais e a conquista do Conceito 5 pelo Núcleo de Ensino a Distância (NEaD) da Uceff (sendo esta a nota máxima concedida pelo Ministério da Educação), resultam em um estímulo socioeconômico que se es-
tende para além do âmbito educacional. – Penso que as conquistas recentes da instituição impactam de forma muito positiva a sociedade. Afinal de contas, a expansão no catálogo de cursos resulta em mais vagas de empregos, abertura de novos mercados, desenvolvimento da pesquisa e tecnologia e fortalecimento da economia do Oeste – avalia a pró-reitora. Na modalidade semipresencial, o estudante terá de um a três encontros semanais (a quantidade depende do curso escolhido), assim como aulas ministradas por meio do ambiente virtual, mediadas por videoaulas, tutoria e consultoria, materiais pedagógicos e consulta à biblioteca digital.
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Qualidade de vida
TURISMO RURAL
Roteiros evidenciam a vida no campo Valorizar a rotina do produtor rural e as diversas atividades que movimentam o setor agrícola fomentam cada vez mais a cadeia turística da região Foto Kehl/Divulgação
Iraí
Caminhos Águas e Matas
Em Iraí, o mês de novembro foi marcado pelo lançamento do roteiro Caminhos Águas e Matas, nova atração de turismo no município voltada ao meio rural. No total, o roteiro contempla visitação a 12 pontos: Antiguidades Bertin, Casa do Pastor, Hortaliças Krebel, Igreja Nossa Senhora da Salete, Mangiare Sapore D´Itália, Capitel Santo Expedito, Recanto da Natureza, Sítio Vô Tcheo, Sorveteria Felicitá, Sítio Novo Amanhecer, Sítio Esperança e Mirante do Lorenzo. – Nosso principal objetivo é incentivar o desenvolvimento dessa atividade de modo responsável e sustentável, buscar
Vale das Uvas: a magia da uva e o encanto de um povo
O movimento em torno do turismo rural é percebido na região há vários anos. Em Planalto, o Vale das Uvas, uma das comunidades interioranas do município, promete ser mais uma atração da região. A expectativa é que o roteiro possa ser ofertado para grupos que já vêm para a região fazer visitas em outros pontos turísticos, especialmente na época da colheita da uva. O projeto foi uma iniciativa da Emater/RS-Ascar, conveniada com a Secretaria Estadual da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr) e Prefeitura de Planalto, e contou com o apoio da Sicre-
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di, que disponibilizou um recurso que auxilia as famílias na estrutura do roteiro, para melhor receber os turistas. Também no mês passado, um roteiro-teste foi realizado para avaliar os ajustes que ainda precisam ser realizados antes do lançamento do roteiro no mercado turístico da região. O projeto foi lançado em julho deste ano, durante o Concurso do Vinho Colonial de Planalto. Desde então, a comunidade vem se movimentando em prol do roteiro, organizando as propriedades e participando de capacitações para melhor atender os visitantes.
– A comunidade tem muito potencial para atividade, são 46 hectares em produção de parreiras, abrangendo 11 famílias. A ideia de fazer um roteiro-teste foi para diagnosticar como está o roteiro e o que ainda precisa ser melhorado, pois o turismo é algo novo para o município e queremos reverter esse cenário nos próximos anos. O roteiro começará a ser comercializado na safra da uva, em meados de janeiro de 2020. Mais informações sobre a nova atração serão divulgadas em breve – explicou a extensionista social Edimara Dal Ross, da Emater/RS-Ascar.
Marcela Buzatto/Divulgação
Planalto
valorizar aspectos da cultura, além de promover a integração do meio rural com o urbano. O turismo é algo muito forte em Iraí, então esse projeto irá agregar uma das principais atividades do município no que diz respeito a geração de emprego, renda e qualidade de vida – ressaltou a chefe do Escritório Municipal da Emater/ RS-Ascar de Iraí, Vanessa Dal Canton. A administração municipal, Emater/RS-Ascar e Sicredi colaboraram para o desenvolvimento do Programa de Turismo Rural do Senar e continuarão apoiando as famílias que compõem o roteiro.
Campo aberto
GERAL
Turismo
Extensão rural
Aplicativo reúne informações de Frederico Westphalen
Emater/RS garante manutenção de convênio com Estado gaúcho Emerson Foguinho/Seapdr/Divulgação
U
ma autorização da Procuradoria-Geral do Estado permitiu que a Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural do RS assinasse um termo de colaboração com a Emater/RS-Ascar. Isso garantirá os serviços de assistência técnica e extensão rural por um período de 180 dias, a partir de 1º de janeiro de 2020. O termo de colaboração estende os efeitos do convênio mantido entre a Seapdr e a Emater e envolve o aporte de cerca de R$ 90 milhões para o período. Além disso, a Emater atua junto ao governo federal para a renovação do Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social.
Assinatura foi efetuada em novembro
Agrobella Nutrição Animal Além de ser agraciada na categoria “Bovinocultura”, a empresa frederiquense AgroBella Nutrição Animal foi reconhecida com o terceiro lugar na categoria “Segmento Indústria, Tributação Geral”.
Escola Técnica Celeste Gobbato se classifica para evento internacional
A
Empresas e empresários do agro são homenageados om o intuito de homenagear os profissionais que se destacam na comunidade pelo desempenho empresarial, por ações de liderança e participação comunitária e que, pelo seu exemplo, contribuem para elevar o desenvolvimento e a representatividade da classe empresarial de Frederico Westphalen, a ACI/FW e o Poder Executivo Municipal realizaram, no mês passado, a entrega do tradicional Prêmio Empresas e Empresário do Ano 2019. Ao todo, 78 empresas do município foram agraciadas com certificado e troféu, a partir do ranking do valor adicionado na arrecadação de impostos, nos segmentos de Indústria, Comércio e Prestação de Serviços (Tributação Geral e Tributação Simples Nacional), além do Agronegócio, nas atividades de Agroindústria, Avicultura, Bovinocultura, Suinocultura, Produção de Grãos e Produção Leiteira.
niciativa da Sala do Empreendedor e em parceria com a Prefeitura de Frederico Westphalen e a Agência Brazero, foi lançado em novembro o aplicativo +Frederico. O objetivo é dar suporte aos moradores frederiquenses e visitantes que chegam ao município e região. Ainda em desenvolvimento, os recursos do app vão desde indicações de atrativos, roteiros turísticos – inclusive com roteiros rurais – até eventos, sugestões de restaurantes, universidades e serviços em geral. Para baixar o app, basta acessar a loja de aplicativos do seu smartphone, buscar por “Mais Frederico” e baixar gratuitamente.
Educação
Frederico Westphalen
C
I
Vencedores da categoria Agronegócio Agroindústria
Avicultura
1º Embutidos Alto Alegre 2º Laticínios Eduvavi 3º Embutidos Bisolo
1º Vanderlei Piovesan 2º Sérgio Ceolin 3º Marcos Antonio Bertoletti
Bovinocultura
Produção leiteira
1º Benoni Sponchiado 2º Adelar José Cesca 3º Alceu Peretto
1º Luan Paulo Grapiglia 2º Ivonei Francisco Bernardi 3º Gilberto Natali
Suinocultura
Produção de grãos
1º Paulo Ricardo Acker 2º Fabiano Ferrari 3º Benhur Dailor Barth
1º Eliceu Tagliapietra 2º Elisandro Dalmolin 3º Mauro de Pellegrin
Tecsol Agroindustrial
Outra empresa do agro destaque na categoria “Segmento Indústria, Tributação Geral” foi a Tecsol Agroindustrial, com o quinto lugar. O diretor, Sérgio Augusto Amaral, também foi homenageado como um dos dez empresários destaque do município.
Escola Técnica Celeste Gobbato participou da Mostra Brasileira de Ciência e Tecnologia e da Mostra Internacional de Ciência e Tecnologia, em outubro, em Novo Hamburgo. A participação rendeu frutos. O projeto intitulado “Controle alternativo com café arábica contra a ferrugem asiática da soja” ficou em segundo lugar, o que dá direito de credenciamento para participar da Ciencap 2020, na cidade de Asunción, no Paraguai. São os responsáveis pelo projetos os alunos Alfredo Henrique Suptiz, Lucas Queiroz Piovesan e Renata Vitória Roveda Willrich, orientados pelo professor Magnos Maioli Volpato.
Taquaruçu do Sul
Lançada a 14ª Feira do Peixe
A
tradicional Feira do Peixe de Taquaruçu do Sul, que acontecerá de 2 a 5 de abril de 2020, foi lançada no dia 25 de outubro no município. Será a 14ª edição do evento. No lançamento, a comunidade conheceu as soberanas que representarão o município nos próximos dois anos: Marília Balestrin, Lya Dal Piva Piaia e Eduarda Machado Marion. Também foram divulgadas as principais atrações da feira que, desta vez, contará com dois shows nacionais, um no dia 3 de abril, com a dupla João Neto e Frederico, e outro no dia 4 de abril, com a dupla Bruno e Barreto.
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