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3VSBM Ano 4 - Edição 38 - Janeiro /Fevereiro de 2020 | Exemplar R$ 10,00
UM CICLO DE NOVAS COLHEITAS Ano-novo começa com desafios para a agricultura, especialmente em virtude do clima, mas com perspectivas de crescimento em áreas como a produção de proteína animal. Na pecuária leiteira, dados atualizados da produção no Estado devem nortear novas decisões do setor
QUALIFICAÇÃO
Imersão em Agricultura de Precisão reúne profissionais de várias partes do Brasil FINANÇAS
Dicas sobre investimentos facilitam a organização de recursos em 2020. Sicredi separou algumas orientações
1 | Revista Novo Rural | Janeiro/Fevereiro de 2020
Carta ao leitor ALEXANDRE GAZOLLA NETO
Professor e empresário do agronegócio, diretor da Novo Rural
I
niciamos 2020 com grandes expectativas associadas ao crescimento e fortalecimento do setor agropecuário brasileiro. Nesta constante evolução, transformação e digitalização da agricultura e da pecuária, devemos assumir o nosso papel no desenvolvimento das políticas públicas juntamente com os governantes em nível estadual e federal. Podemos dividir as expectativas para este novo ano em três grandes pontos: o agricultor, o conhecimento e as tecnologias. O agricultor, representado por diferentes perfis, desde o agricultor familiar até os grandes agropecuaristas, cada vez mais engajados em práticas sustentáveis de manejo e cultivo nos diversos sistemas de produção agropecuários. Esta nova perspectiva já faz parte desses profissionais nas diferentes regiões. Em diversas viagens que “Podemos realizei pelo Brasil em 2019 foi possível observar uma crescente preocupação com o meio ambiente e boas dividir as práticas culturais, aspecto extremamente importante expectativas neste novo ambiente de produção que não visa somente o lucro, mas também a preservação ambiental. para este novo O conhecimento é a base na construção de altos ano em três índices de produtividade em todos os sistemas de proe este nos desafia diariamente a acompanhar grandes pontos: dução, as inovações tecnologias de forma rápida, eficiente e o agricultor, o sustentável em cada realidade de produção. O grande o dos técnicos e produtores é estar diariamenconhecimento e desafi te aberto a novos conhecimentos que possam contrias tecnologias.” buir para aumentar a produtividade e a rentabilidade do seu negócio. Como exemplo podemos citar a crescente demanda dos consumidores por produtos saudáveis e com garantia de origem, exigindo uma reorganização de todos os agentes relacionados as etapas da produção. Já as novas tecnologias, a Agricultura 4.0 e os avanços na elaboração de novas estratégias de manejo são fundamentais para auxiliar os agricultores no desenvolvimento das atividades com maior eficiência e rentabilidade, fatores cruciais para o crescimento do agronegócio brasileiro. Esse cenário, associado à alta nos custos de produção, cria a necessidade de uma releitura em todas as ações de manejo, com vistas a otimização e redução de custos. Nunca foi tão importante a atenção aos pequenos detalhes, o capricho na execução das diferentes etapas em um sistema de produção.
Um 2020 de desafios Não é surpresa que o setor agro é um dos mais suscetíveis a fatores externos, como o do clima. Ficamos expostos às condições de chuva ou falta dela, de intempéries que nem sempre são previstas com exatidão. A nossa “indústria a céu aberto” mais uma vez começa um ano com desafios, especialmente os produtores de milho e de soja, devido à falta de chuvas por mais de 40 dias (até o fechamento desta edição). Algumas atualizações sobre esse assunto já estão nesta edição de janeiro/fevereiro, mas você pode acompanhar mais informações sobre o assunto no nosso portal www.novorural.com. A reportagem da Novo Rural também checou algumas das principais perspectivas para este ano-novo, que tem novamente grande expectativa para a cadeia produtiva de carnes. Quando se fala em mercado, contamos com contribuições de profissionais renomados da Safras & Mercado, avaliando cenários para a soja, nossa principal commodity. Na pecuária, destacamos o Relatório Socioeconômico da Pecuária de
Leite do RS atualizado pela Emater/ RS, que poderá nortear novos olhares em relação a essa atividade tão importante para todos os nossos municípios. Ainda trazemos a cobertura da nossa 1ª Imersão em Agricultura de Precisão e Variabilidade da Lavoura, realizada em dezembro de 2019, que certamente fechou com brilhantismo mais um ciclo que a Novo Rural protagonizou no ano passado – e seguiremos fortes em 2020. Claro que outras histórias também recheiam esta edição, comprovando que o nosso setor é rico em cases inspiradores, que enxergam no campo muito mais do que uma oportunidade econômica, mas um modo de vida. Isso fica claro com o amor de um jovem de Nova Boa Vista por objetos antigos da agricultura, uma produtora de Planalto que vê no campo um local para ter qualidade de vida e bem-estar e apostando em paisagismo para materializar esse desejo; e um viveiro de mudas de erva-mate de Novo Barreiro que é referência em qualidade para manter a planta-símbolo de nós, gaúchos.
Uma excelente leitura e um ano-novo de prosperidade a todos!
foto do leitor
Foto enviada pelo leitor Gustavo Rodrigues, de Humaitá/RS
Cliques do Martin Cheffer da vida no campo em Palmitinho/RS
Já em Vista Alegre/RS, na linha São Judas, propriedade de Olecio Binelo, a pequena Sofia Rehbein ajuda a alimentar o gado. Uma grande brincadeira, é claro!
Direção A revista Novo Rural é uma publicação realizada em parceria com
Alexandre Gazolla Neto Patricia Cerutti
Editora-chefe Gracieli Verde
Circulação Bimestral
Tiragem
8 mil exemplares
Fechamento
Reportagem
10/01/2020
Fone: (55) 2010-4159 Endereço: Rua Garibaldi, 147, sala 102 - B. Aparecida Frederico Westphalen/RS 2 | Revista Novo Rural | Janeiro/Fevereiro de 2020
Rafaela Rodrigues Abrangência: Rio Grande do Sul, Oeste de Santa Catarina e Sudoeste do Paraná.
Site e redes sociais Camila Wesner
Relacionamento Juliana Durante
Direção de arte Fabio Rehbein
Capa
Rafaela Rodrigues
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on-line Produtores participantes do 3º Concurso de Produtividade de Soja Farótti/ Agricenter FW seguem manejo das áreas
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ontinua intenso o trabalho dos profissionais da Farótti/Agricenter junto aos produtores assistidos, especialmente os que integram a edição 2020 do 3º Concurso de Produtividade da Soja. A iniciativa tem como principal objetivo premiar e reconhecer os produtores inscritos que conseguirem atingir níveis mais altos de produtividade nesta commodity, uma das mais importantes para a agricultura brasileira atualmente. Segundo o coordenador de Vendas da Farótti/Agricenter, Júlio Cesar Heinen, maior parte das lavouras implantadas por meio do concurso está na fase reprodutiva, com algumas áreas já recebendo a segunda aplicação de fungicida. – Temos alertado o produtor sobre
essas aplicações de defensivos, tendo em vista que em algumas áreas temos visto um nível de estresse hídrico, em virtude da falta de chuva. Isso pode afetar o potencial produtivo dessas lavouras. Mas, ao mesmo tempo, temos áreas menos afetadas, que conseguiram se beneficiar com algumas pancadas de chuva isoladas – assinala o profissional. Nesse sentido, Heinen orienta que o produtor que tiver alguma dúvida em relação ao manejo destas áreas neste cenário, que solicite acompanhamento da equipe. Segundo ele, cada caso precisa ser avaliado individualmente e, de forma geral, aplicações noturnas de defensivos são as mais indicadas.
Horta escolar referência para a região Um conteúdo produzido em Liberato Salzano tem repercutido positivamente nas plataformas da Novo Rural. Trata-se do case da Escola Municipal de Ensino Fundamental Henrique Dias, em Liberato Salzano, que viabilizou uma horta escolar nos últimos anos. A iniciativa é resultado de uma parceria entre o poder público municipal, a escola e a Emater/RS-Ascar e os frutos têm sido prósperos. É a prova de que a união de esforços, quando de um projeto bem construído, tem resultados que repercutem na vida das pessoas. Neste caso, também serve como importante ferramenta de aprendizado para alunos e professores, e ainda fornece alimento para feiras locais, demais escolas, hospitais e abrigos.
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Giro pelo agronegócio Acompanhe pelo portal novorural.com Apesar do estresse hídrico em algumas áreas, sanidade tem se mantido boa
Paulinele Alcará, de Palotina/PR
Especialista em Gestão de Negócios em Cooperativas, HR Business Partner na C.Vale - Cooperativa Agroindustrial
Colheita de variedade de milho precoce O produtor Rudimar Baldissera, de Iraí, compartilhou com a reportagem informações sobre a colheita de milho na propriedade, localizada no interior de Iraí. Trata-se de uma variedade super-precoce e que permitirá ao produtor fazer a safrinha de soja.
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4 | Revista Novo Rural | Janeiro/Fevereiro de 2020
“O clima organizacional é problema nosso! Empresas alcançam grandes conquistas com foco em resultado, planejamento e o engajamento de quem trabalha nela. Conservar um ambiente saudável para se trabalhar é uma missão complexa que exige disciplina e empenho de cada um que vive no ambiente de trabalho. Há um paradigma que precisa ser quebrado sobre o clima organizacional: para muitos ainda vale a visão de que cuidar do clima é coisa do líder (ou do RH). Eis a novidade: isso é coisa do passado! Está pacificado que o clima é responsabilidade de todos, se não houver empenho das pessoas em adotarem atitudes mais leves no dia a dia, criarem soluções simples para os problemas e não favorecerem relações positivas com pares, subordinados, superiores, clientes e fornecedores não haverá ambiente saudável de sobrevivência. Os índices de adoecimento por causas relacionadas ao trabalho aumentam a cada dia. Cada vez mais, pessoas buscam ajuda profissional para tratar as consequências de ambientes nocivos à saúde e ao bem-estar. Ambiente de trabalho saudável, com oportunidades de crescimento profissional e com um modelo de atuação que orgulha o trabalhador estão entre os fatores geradores de saúde.”
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Agricultura
SAFRA DE VERĂƒO
à reas de milho podem registrar perdas superiores a 30% na região Pedidos de Proagro se intensificaram e Emater/RS jå contabilizava 180 encaminhamentos Leonidas Piovesan/Divulgação
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nĂŁo passou de 87,8mm. Em Palmeira das MissĂľes esse nĂşmero foi de 133,6mm. Conforme informaçþes da Emater/RS, esse cenĂĄrio de pouca chuva, elevação da temperatura do ar e baixa umidade relativa do ar tem gerado uma demanda hĂdrica elevada, reduzindo rapidamente o estoque de ĂĄgua no solo. O gerente-regional destaca tambĂŠm a importância de o produtor priorizar por um manejo que melhore a estrutura do solo nas lavouras e pomares em geral. – É fundamental avaliar prĂĄticas que
didos de seguro por vendaval e estiagem. Por lå, a årea destinada para o milho grão soma 3,5 mil hectares e a colheita iniciou no começo de janeiro. – A produtividade estå abaixo da estimada. O milho plantado um pouco mais tarde sofre com a estiagem, registrando perdas significativas. Jå se espera uma perda de 30%, com uma mÊdia de produtividade em torno das 100 sacas/hectares – estima Piovesan. Acompanhe mais atualizaçþes no portal novorural.com.
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possibilitem maior exploração do perfil do solo pelas plantas, como a descompactação do solo, a adição de palhada atravĂŠs da rotação de culturas, bem como uso de plantas de cobertura nos perĂodos de entressafra – reforça o agrĂ´nomo Luciano Schwerz, pontuando que isso minimiza as perdas em cenĂĄrios de pouca chuva, como o registrado neste perĂodo. Em Boa Vista das MissĂľes, conforme o tĂŠcnico-agropecuĂĄrio Leonidas Piovesan, da Emater/RS-Ascar, jĂĄ foram constatados prejuĂzos nas lavouras, com pe-
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ados sobre possĂveis perdas decorrentes da estiagem na safra 2019/2020, levantados pela Emater/ RS-Ascar, mostravam, nos primeiros dias de janeiro, que lavouras de milho, especialmente as semeadas a partir de setembro de 2019, localizadas em regiĂľes como de Palmeira das MissĂľes, Sarandi, Constantina e Liberato Salzano, poderĂŁo ter perdas superiores a 30%. Na regiĂŁo, jĂĄ haviam sido encaminhados cerca de 180 pedidos de Proagro na cultura, tambĂŠm segundo a instituição (atĂŠ o fechamento desta edição). Em contrapartida, cerca de 40% da ĂĄrea de milho, esta semeada atĂŠ o mĂŞs de setembro, conseguiu “fugirâ€? da falta de chuvas e nĂŁo deve registrar perdas na produtividade. A Emater/RS tambĂŠm estima que 30% da ĂĄrea de milho da regiĂŁo (87.630 hectares) estava colhida atĂŠ 9 de janeiro. A preocupação maior ĂŠ justamente com os 30% da ĂĄrea que estavam em fase de enchimento de grĂŁos, e que demandavam por umidade para garantir tetos de produtividade. No caso do milho silagem, as lavouras semeadas em setembro tambĂŠm registraram perdas de 30%. AlĂŠm disso, outro problema ĂŠ que com a estiagem as folhas secaram mais rapidamente, acelerando a maturação de palhas e da espiga. Isso dificulta o processo de moagem para compactar a silagem no silo. Dados do Inmet comprovam que em Frederico Westphalen, entre 1Âş de dezembro de 2019 e 7 de janeiro de 2020, a redução das chuvas foi de 50%. A mĂŠdia dos Ăşltimos 30 anos fica entre 150 a 175mm, e os registros mostram que esse nĂşmero
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Agricultura
FRUTICULTURA
Viticultura: ponto alto da colheita Como o esperado, o trabalho mais intenso de colheita segue neste mês de janeiro
Ametista do Sul
No município são 190 hectares de uva em produção. De acordo com a engenheira-agrônoma Joceani Dal Cero, da Emater/RS-Ascar, a colheita estava a todo vapor no início de janeiro, se encaminhando para a reta final. Ainda segundo ela, haverá queda na produtividade devido à desuniformidade de brotação no inverno e também por conta da seca registrada no mês de dezembro e janei-
ro. “Precisamos aguardar o fim da safra para termos números mais exatos, mas deve ficar em torno de 10% a 20% a menos do que o ciclo anterior”, analisa a profissional. Em relação ao mercado, a engenheira-agrônoma relata que as frutas in natura têm recebido um preço bom, já as uvas para a indústria o preço está abaixo do esperado pelos produtores. “Isso se deve, segundo as indústrias, ao estoque de vinho que possuem”, comenta. Entre as apreensões atuais dos produtores está a escassez de chuva. “Por este motivo as frutas estão com pouco suco, mas com um bom grau de açúcar. Estamos torcendo para que essa questão se normalize para que os produtores, não só os de uva, possam ter os prejuízos reduzidos”, pondera.
Sarandi
Em Sarandi a área em produção corresponde a cerca de 90 hectares. Segundo o engenheiro-agrônomo Jorge Buffon, da Emater/RS-Ascar, a colheita também já está em andamento no município. “Estamos colhendo as variedades niágara e a bordô na primeira quinzena de janeiro já começa a ser colhida”, relata Buffon. Sobre o clima, o engenheiro-agrônomo comenta que em algumas áreas também há registros de frutos murchando pela falta de água nas plantas. Nos dias 17,18 e 19 de janeiro, Sarandi sedia a tradicional Feira da Uva e da Agroindústria Familiar. No dia 18 integra a programação a realização do Roteiro Turístico da Uva e do Vinho, na Linha Cocho. A programação da feira e do roteiro você encontra no portal novorural.com.
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Santa Maria Cacequi Cachoeira do Sul Palmeira das Missões Panambi Júlio de Castilhos 7 | Revista Novo Rural | Janeiro/Fevereiro de 2020
Rafaela Rodrigues/Arquivo Novo Rural
A
pesar de o clima seco ser favorável para a viticultura – com menos chuvas há menos umidade relativa do ar, portanto, redução da pressão de doenças, principalmente o míldio, caraterístico desta época –, a previsão do tempo tem deixado em alerta produtores da região por conta da falta de chuva.
Agricultura
TRADIÇÃO
Rafaela Rodrigues
Produção de mudas fortalece a erva-mate na região Viveiro da família Amann, localizado em Novo Barreiro/RS, já é referência do polo ervateiro que compreende as regiões do Planalto e Missões Rafaela Rodrigues
jornalismo@novorural.com
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A
história da família Amann, de Novo Barreiro/RS, com a erva-mate começou a décadas atrás, quando o seu Beno Amann, hoje com 75 anos, viu no cultivo da planta uma oportunidade para empreender. Mal imaginava ele que seus sucessores tornariam a cultura a principal atividade geradora de renda da família. O filho Sidiano Amann, de 29 anos, recebeu a Novo Rural no início de setembro na sua propriedade, localizada na Linha Progresso, onde além de manter a produção da erva-mate em uma área de 18 hectares, possui um viveiro de mudas da planta, o Viveiros Amann. À reportagem, Sidiano (na foto) contou que na década de 1990 o pai foi incentivado a cultivar a erva-mate em virtude de um programa das prefeituras, que na época mobilizaram os produtores a preservar essas plantas nativas. – Na época, as sementes de erva-mate vinham de longe. Os produtores não tinham orientações sobre a importância de ter sementes com procedência. A maioria era oriunda de cruzamento com variedades de qualidade inferior ou com plantas que não tinham um padrão genético adequado como as nossas nativas – relata Sidiano, ao relem-
brar o início da história da família com a erva-mate. Em meados de 2005, a família Amann começou a produzir mudas para o próprio plantio. Como eles tinham uma área sombreada, propícia para o cultivo da erva-mate nativa, aproveitaram o espaço e foram “adensando”, como ele mesmo diz. – Como o pessoal sabia que fazíamos mudas dessa variável genética, sempre houve procura. Antes produzíamos entre 3 e 4 mil mudas/ano. Em 2014, de tanta procura que teve, eu comecei a produzir comercialmente. No primeiro ano produzi 18 mil mudas em tubetes. Já em 2019 produzimos cerca de 100 a 120 mil mudas. Se tivéssemos produzido 200 mil mudas, todas teriam sido negociadas – detalha, com tom de satisfação pelo trabalho que vem sendo desenvolvido com recursos próprios desde o início. Segundo Sidiano, “o pomar de sementes” é mantido no município de Ajuricaba, em parceria com um produtor. As sementes são provenientes de um cruzamento forçado: duas árvores macho que polinizam seis matrizes. – Aqui na nossa região não conseguimos colher material genético puro por causa dessas plantadas nos anos 1990, com uma qualida-
Agricultura
O Uruguai é nosso maior importador, além dele temos outros países. Mesmo assim, acho que o nosso mercado ainda está dentro do Brasil.” Sidiano Amann, produtor de erva-mate
Desenvolvimento do setor ervateiro
Rafaela Rodrigues
de inferior. O Viveiros Amann é o único do polo ervateiro Planalto e Missões, que abrange 93 municípios, registrado no Renasem e no Mapa e credenciado no Ibramate – ressalta Amann. Com muita propriedade para falar da cultura, Sidiano conta que para se qualificar fez vários cursos, inclusive, ficou dois meses na Embrapa Floresta, no Paraná, e também foi para a Argentina, onde a erva-mate é objeto em muitos estudos. Atualmente, ele auxilia em um projeto da UFSM-Campus Frederico Westphalen, envolvendo a clonagem da erva-mate. “O experimento é justamente para preservar essas plantas nativas. Será o primeiro experimento nesse sentido a ser realizado no nosso polo ervateiro”, adianta Amann. Ele atambém em outro estudo junto a Embrapa Floresta (PR) com araucária enxertada. “Vai ser feita a primeira enxertia de araucária fora da Embrapa Floresta”, acrescenta.
TRADIÇÃO
Há anos se observa uma maior movimentação em torno do desenvolvimento do setor no município de Novo Barreiro e região. – Nós contamos com rotas turísticas envolvendo a cultura, políticas públicas a nível de Estado e país, linhas de financiamento para quem pretende investir, inclusive o Viveiros Amann é parceiro do Sicredi e acreditamos que tem muito mais por vir. Eu já percebo um gargalo de mercado se abrindo. O Uruguai é nosso maior importador, além dele temos outros países. Mesmo assim, acho que o nosso mercado ainda está dentro do Brasil – analisa Amann. O conhecimento de Sidiano lhe proporciona, além de produzir erva-mate e comercializar mudas, prestar consultoria na área, auxiliando outros produtores no plantio, por exemplo. A procura das mudas Amann é tanta que até outros estados estão interessados na aquisição, Santa Catarina é um deles. – Auxilio desde como preparar o solo, fazer o plantio, as podas, período de adubação e, às vezes, até mesmo um planejamento de quanto o produtor vai gastar investindo na cultura – comenta. Além disso, a família possui uma agroindústria, a Erva-Mate Gauchinha, reflexo dos bons negócios gerados pela cultura.
Apoio técnico O técnico agropecuário Larri Lui, da Emater/RS-Ascar, acompanha o trabalho da família de perto e vê o progresso do Viveiros Amann, que hoje já considerado referência na região. – A gente incentivou a produção de mudas para outros produtores, já que eles tinham a área e também experiência de campo. Hoje as principais atividades geradoras de renda da propriedade são voltadas à erva-mate, cultura que é muito forte em nossa região e é gratificante sabermos que estamos fazendo parte do progresso da família Amann – frisa o profissional.
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Agricultura
OPINIÃO
Antônio Luis Santi
APOIO TÉCNICO:
Engenheiro-agrônomo, doutor em Ciência do Solo/Agricultura de Precisão, coordenador do Laboratório de Agricultura de Precisão do Sul da UFSM-FW, e representante do Fórum dos Pro-Reitores de Pós-Graduação e Pesquisa (FOPROP) na Comissão Brasileira de Agricultura de Precisão, junto ao Ministério da Agricultura.
As tecnologias na área zootécnica
D
urante 2019 falamos muito sobre a importância de um bom manejo do solo, de melhorar a eficiência produtiva, da necessidade de haver mais capricho na lavoura e também de como ferramentas tecnológicas podem e estão contribuindo nesse meio. Não poderíamos, porém, deixar de abordar como esses conceitos também podem ser aplicados e estão mudando cenários na área do manejo animal. Talvez desconhecido ainda por muitos, o termo “Zootecnia de Precisão” visa aumento de eficiência técnica, gerencial, econômica e ambiental também em cadeias produtivas como aves, suínos, gado de corte, de leite, apicultura, entre outras atividades da pecuária. Basicamente, cinco pilares regem esse novo conceito e procuram integrar produtores e consumidores. Para aqueles que estão estranhando essa minha abordagem, vale lembrar que o Brasil é liderança no agronegócio mundial em vários setores, dentre os quais destacam-se: primeiro lugar na produção de carne de frango, primeiro lugar na produção de carne bovina e terceiro lugar na produção de carne suína. Mesmo assim, se considerarmos somente a pecuária o que ilustra a evolução da área de pastagens do Brasil comparada com o avanço da produtividade (dados disponíveis no site: http://www.rallydapecuaria.
com.br/) temos aumento de produtividade em relação a uma queda de área. Esse é um reflexo da “invasão” das áreas de pecuária pela agricultura, mas também da eficiência e do comprometimento dos produtores e aumento de estratégias tecnológicas (suporte para a tomada de decisão, redução nos custos de produção, prioridade de intervenções de manejo, melhoria na logistica, estratégias de alimentação, conforto animal, controle da fertilidade do solo e novas técnicas de promoção da saude animal).
Há desafios? Sistema de piqueteamento, uma forma inteligente de máxima eficiência técnica em áreas de pastagens
“Pastobol” a prática inadequada de se produzir carne e leite
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Claro, e muitos. Mão de obra qualificada, fator cultural, pouca pesquisa são apenas alguns dos problemas a serem superados. Aplicar as diretrizes da zootecnia de precisão na produção animal agrega valor. Embora seja complexa e possa incluir o monitoramento 24 horas dos animais, permitir através de uso de sensores e banco de dados tomar decisões precisas e de forma rápida sobre quaisquer coisas acerca do seu rebanho e mesmo o monitoramento dos animais feito em tempo real – conceito denominado “fazenda inteligente” – muita coisa básica pode ser feita dentro das propriedades sem grandes investimentos. Em 2020 estaremos tratando com mais detalhes muitas dessas novas oportunidades. Mais que a tecnologia, é possivel sair de uma situação de “Pastobol” para sistemas organizados, com boa pastagem que realmente os animais sentem vontade de pastar. Isso também é zootecnia de precisão.
Agricultura
BOLETIM TÉCNICO
Alexandre Gazolla Neto
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Engenheiro-agrônomo, mestre e doutor em Ciência e Tecnologia de Sementes. É diretor da Novo Rural, professor na Universidade Regional Integrada – Campus de Frederico Westphalen/RS, além de diretor do O Agro Software para o Agronegócio e da Vigor Consultoria para o Agronegócio
Danos causados por percevejo na produção de grãos: fique atento! Manejo eficiente pode evitar perdas superiores a 10 sacas de soja por hectare
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ercevejos são insetos sugadores com enorme potencial de ocasionar prejuízos na cultura da soja, milho, trigo, entre outras. Embora estejam presentes desde o período vegetativo das culturas, é no período reprodutivo que ocorrem os maiores prejuízos. Considerado como o grande desafio do agricultor no manejo para altos rendimentos de grãos, o controle de percevejos destaca-se pelo seu grau de importância em grandes culturas. Na soja, a perda de rendimento de grãos pode chegar a 30% em lavouras comerciais devido ao ataque de percevejo. O dano deste inseto é o que mais prejudica esta cultura, reduzindo o vigor e a viabilidade em áreas de produção de sementes, além de alterar balanço de proteínas, óleos e reduzir o peso de grãos. Nas diferentes regiões produtoras de soja no Brasil ocorre um complexo de espécies, com destaque para o percevejo-marrom (Euschistus heros), o verde-pequeno (Piezodorus guildinii) e o percevejo-verde (Nezara viridula), considerados os mais importantes. Uma quarta espécie, de menor importância na soja, mas que nos últimos anos adquiriu importância, é o barriga-verde (Dichelops furcatus). A predominância de uma ou mais espécies varia em função do local de produção, do clima, da cultivar e do estágio fisiológico de desenvolvimento das plantas durante o período de infestação. O controle químico é uma das principais estratégias de manejo, porém, este sempre deve estar associado ao monitoramento integrado de pragas. A correta identificação dos mesmos é fundamental para determinação dos níveis de infestação. O controle deve ser realizado na fase reprodutiva da soja, sempre que a população for maior ou igual a dois percevejos por pano
Os percevejos sugam a seiva de ramos, folhas, hastes e vagens, injetam toxinas e inoculam fungos que provocam manchas nos grãos e redução de produtividade.”
Profundidade de danos no grão (milímetros de profundidade) 0,5
Barriga-verde Dichelops furcatus
0,8
1,2
Percevejo-marrom (Euschistus heros)
de batida. Caso exista ocorrência na fase vegetativa, as aplicações devem ser antecipadas. As vistorias de avaliação devem iniciar na fase vegetativa, seguindo para o período de formação (R3) e enchimento das vagens até o início de maturidade fisiológica (R7.3). É recomendado sempre o período da manhã para as avaliações nos campos, até 10 horas, quando os percevejos estão mais ativos sobre as plantas. Em áreas destinadas à produção de sementes a recomendação é manter nível zero deste inseto, devido aos sérios danos causados por estes, reduzindo drasticamente os níveis de vigor e germinação das sementes em áreas de produção. Na produção de grãos, o problema não termina na colheita, a praga pode injetar uma toxina que causa fermentação da massa de grãos na pós-colheita. Como exemplo podemos citar o ataque do percevejo-marrom, responsável por reduções no rendimento e na qualidade das sementes, em consequência dos danos causados pelas picadas e pela inoculação de patógenos, como o fungo Nematospora corylii. Este fungo é uma levedura que pode causar a deterioração de grãos e sementes, semelhante ao ataque de bactérias. No campo, os grãos atacados ficam menores, enrugados, chochos e tornam-se mais escuros. A má-formação das vagens e dos grãos resulta na retenção foliar nas plantas de soja, que não amadurecem na época da colheita.
Percevejo-verde Nezara viridula
2,0
Verde-pequeno (Pezodorus guildinii)
Principais ações e danos associados à praga
• Monitoramento das áreas na entressafra e durante todo o ciclo • Aplicações antecipadas em área total • Aplicações adicionais nas bordaduras da lavoura • Os dados podem chegar a 30% da produtividade de grãos • Plantas atacadas podem permanecer verdes ao final do ciclo • Adotar práticas de manejo de resistência de insetos, como a rotação de ingredientes ativos
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Agricultura
TABACO
Junior Nunes/Divulgação
Colheita na reta final Em relação ao mercado, ano-novo começa sem negociação com fumageiras
A
berta oficialmente ainda no início de dezembro passado, a colheita de tabaco tem rendido dias de trabalho intenso para os fumicultores da região. Segundo informações da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), janeiro começou com cerca de 60% da área colhida. Em relação à produção, se espera 16% a menos neste ciclo, também segundo a entidade. Os problemas com o clima, excesso de chuva no início do ciclo e falta no final, foram os principais responsáveis por essa queda. Os Coredes Rio da Várzea e Médio Alto Uruguai contam com municípios considerados destaque no número de famílias produtoras de tabaco, tamanho da área destinada para a cultura e também na estimativa de produção para esta safra. O município de Alpestre está entre eles. Por lá, são 627 famílias produtoras, segundo a Afubra. Juntas, somam 801 hectares destinados ao cultivo de tabaco. A estimativa de produção fica em torno de 1.601 toneladas nesta safra. – Como as lavouras foram plantadas precocemente, a seca não chegou a afetá-las, pois a maioria da área já estava praticamente colhida – relata um técnico de uma empresa fumageira, que atende produtores em Alpestre. Outro município destaque é Caiçara, com 477 famílias produtoras e com uma área de 596
hectares. Conforme a Afubra, por lá a estimativa de produção gira em torno das 1.192 toneladas. Liberato Salzano também é destaque com 416 famílias produtoras e com 506 hectares destinados ao tabaco, a estimativa de produção é de 1.011 toneladas. – Em Caiçara a colheita já foi encerrada. A safra transcorreu dentro do normal, com boa produtividade das lavouras. Em relação ao preço, para o produtor que não é integrado e vende para terceiros, o preço pago neste ano está em torno de R$ 110,00/arroba, melhor do que na safra passada – comenta o técnico-agropecuário Carlos Ruviaro, da Emater/RS-Ascar. Mesmo assim, quando se fala de preço, 2020 começa com incertezas. Isso porque a Comissão de Representação dos Produtores de Tabaco não tiveram êxito nas negociações para determinar o preço do produto para a safra 2019/2020. De sete empresas fumageiras recebidas, apenas cinco apresentaram o custo de produção e três apresentaram proposta de reajuste. Entretanto, com exceção de uma empresa, os custos de produção apresentados não chegaram ao índice apurado pelas entidades, individualmente para cada empresa fumageira. Quanto às propostas de reajuste de preço, nenhuma chegou a atingir a média do custo de produção apurado.
12 | Revista Novo Rural | Janeiro/Fevereiro de 2020
Confira a lista dos maiores produtores: Famílias Produtora
Hectares (total)
Produção Ton. (estimativa)
Alpestre
627
801
1.601
Caiçara
477
596
1.192
Erval Seco
72
58
115
Municípios
Frederico Westphalen
125
90
180
Iraí
267
255
508
Liberato Salzano
416
506
1.011
Novo Tiradentes
163
192
384
Palmitinho
249
264
528
Pinheirinho do Vale
148
163
326
Planalto
127
130
261
Seberi
58
58
115
Taquaruçu do Sul
76
67
134
Vicente Dutra
403
386
772
Vista Alegre
94
140
279
Fonte: Afubra
Registro do ato oficial de abertura da colheita do fumo, em Arroio do Tigre, no mês de dezembro
Agricultura
SOJA
À espera de boas condições para andamento da safra Com vários dias sem chuva no fim de 2019, o ano-novo começa com os olhos voltados para o clima
O
ano-novo inicia com 100% das lavouras estabelecidas em solo gaúcho, somando um total de 5,975 milhões de hectares – o dado é da Emater/RS-Ascar –, e com as atenções voltadas para o clima. Maior parte das áreas está em desenvolvimento vegetativo neste início de mês. Os últimos dias de 2019 foram de pouca umidade e em algumas lavouras mais precoces o estresse hídrico já era visto. Apesar disso, as áreas precoces são consideradas pouco representativas na totalidade da safra. – Isso quer dizer que teremos como reverter o quadro nas lavouras implantadas depois. Seguimos com expectativa de boa safra para a soja, porque tivemos lavouras com boa germinação – assinala o agrônomo Nazaré Piran, que atua na Cotrisal, com sede em Sarandi/RS.
2018/2019: 14,5 mil hectares
2019/2020: 409,27 mil hectares 2018/2019: 405,6 mil hectares
Pinheirinho do Vale Palmitinho
Vicente Dutra
2019/2020: 15,45 mil hectares
Vista Alegre
Rio dos Índios
Iraí Planalto
Frederico Westphalen
Ametista do Sul
Taquaruçu do Sul
-3,45%
2019/2020: 15,5 mil hectares 2018/2019: 15,5 mil hectares
Nonoai
Cristal do Sul Rodeio Bonito
Seberi
Gramado dos Loureiros
Pinhal
Dois Irmãos das Missões
Boa Vista das Missões
São Pedro das Missões
Constantina
2019/2020: 14,8 mil hectares 2018/2019: 13,5 mil hectares
+9,63%
Palmeira das Missões
Palmeira das Missões
2019/2020: 12 mil hectares 2018/2019: 12 mil hectares
São José das Missões
Novo Barreiro
+7,27%
Rondinha
Novo Xingú
Ronda Alta
Ronda Alta Barra Funda
Sarandi
Nova Vista Boa
Chapada
2019/2020: 105 mil hectares 2018/2019: 105 mil hectares
Os produtores de Palmeira das Missões entraram em janeiro de 2020 com aplicações de fungicidas concluídas nas lavouras do município. “Estamos monitorando a presença de esporos de ferrugem e, por enquanto, não registramos nada nesse sentindo”, comentada o agrônomo Felipe Lorensini, da Emater/RS-Ascar. No município houve alguns problemas com estande de planta na fase inicial do desenvolvimento, em decorrência de uma semeadura mais tardia.
2018/2019: 11 mil hectares
Engenho Velho
Rondinha
Boa Vista das Missões
2019/2020: 11,8 mil hectares
Três Palmeiras
Cerro Grande
Lajeado do Bugre Família Sagrada
Trindade do Sul
Trindade do Sul
Liberato Novo Salzano Tiradentes
Erval Seco
Jaboticaba
Dois Irmãos das Missões
+3%
No município, a expectativa é de que sejam colhidas cerca de 60 sacas/ha, de acordo com o técnico-agropecuário Leonido Albuquerque, da Emater/RS-Ascar.
Alpestre
Caiçara
+2,17%
Nonoai
2018/2019: 15 mil hectares
Erval Seco 2019/2020: 14 mil hectares
TOTAL DA REGIÃO:
Na região de abrangência dos Coredes do Médio Alto Uruguai e Rio da Várzea, que são assistidos através do Escritório Regional da Emater/RS-Ascar de Frederico Westphalen, são 409,2 mil hectares de soja cultivados nesta safra 2019/2020, um percentual de 2,17% a mais do que no ciclo anterior. Veja alguns números e considerações sobre a safra em municípios com maior área cultivada.
Chapada 2019/2020: 40 mil hectares 2018/2019: 40 mil hectares
2019/2020: 25 mil hectares 2018/2019: 25 mil hectares
Sarandi 2019/2020: 18 mil hectares 2018/2019: 18,5 mil hectares
-2,70%
Em Sarandi, segundo o técnico-agropecuário Graciel Maggioni, da Emater/RS-Ascar, alguns produtores que plantaram cedo tiveram problema na germinação, mas os que plantaram na primeira quinzena de novembro pegaram um bom período. “Comparado ao ano passado está muito bom o estande de plantas”, ressalta.
13 | Revista Novo Rural | Janeiro/Fevereiro de 2020
Perspectivas 2020
MILHO:
incerteza na produção, mas preço em alta Segundo o consultor Paulo Molinari, da SAFRAS & Mercado, em relação as projeções do valor total de produção e produtividade da 2019/20 de milho, apenas o Rio Grande do Sul terá uma correção para baixo devido à pouca chuva de dezembro, mas esta informação deve ser confirmada no decorrer do mês de janeiro
GRÃOS
BRASIL - OFERTA E DEMANDA MILHO SAFRA 20**
SAFRA 19*
SAFRA 18
- Em Mil tons SAFRA 17
Estoque Inicial Produção Importações Oferta Total
10.237 104.135 1.200 115.572
12.282 107.375 1.100 120.757
21.727 80.031 901 102.659
5.678 107.902 953 114.533
3.893 70.755 3.336 77.984
7.882 88.397 315 96.595
6.391 77.188 789 84.368
2.219 82.070 844 85.133
Consumo Total Consumo Interno - Humano - Industrial - Etanol - Animal - Sementes/perdas - Exportações
106.127 76.127 1.825 10.164 6.722 56.175 1.242 30.000
110.520 70.683 1.703 9.969 3.400 54.349 1.262 39.837
90.378 65.337 1.625 9.399 2.250 51.143 919 25.041
92.805 61.993 1.512 9.270 0 50.048 1.163 30.813
72.306 57.551 1.123 7.548 0 48.172 708 14.755
92.701 58.524 1.253 8.178 0 48.137 956 34.177
76.486 55.604 1.115 7.539 0 46.138 812 20.882
78.742 52.582 1.108 6.878 0 43.774 822 26.160
9.444
10.237
12.282
21.727
5.678
3.893
7.882
6.391
DISCRIMINAÇÃO
Estoque Final
SAFRA 16
SAFRA 15
SAFRA 14
SAFRA 13
Fonte: Safras & Mercado Ano comercial fevereiro a janeiro (*) preliminar (**) estimativa
Em relação às demandas do mercado interno e preços, Molinari ressalta que a demanda será forte, assim como nos últimos três anos. “Além da expansão do setor de carnes, temos o consumo do novo derivado do etanol de milho”, explica. Confira na tabela. MILHO - ESTIMATIVA SAFRA 2019/20 - BRASIL Estados 17/18 (1)
Área (ha) 18/19 (2)
19/20 (3)
17/18
Produção (tons) 18/19
19/20
Produtividade (kg/Ha) 17/18 18/19 19/20
Variações - % 2/1 3/2
PR RS SC SP MS GO/DF MT MG ES RJ C-Sul - subtotal SAFRINHA PR 2a safra SP 2a safra MS 2a safra GO 2a safra MT 2a safra MG 2a safra C-Sul - subtotal
479.746 1.144.550 640.979 414.352 29.209 307.962 88.264 1.035.625 24.144 18.681 4.183.512
507.550 1.117.846 668.996 362.232 31.802 323.160 88.299 932.353 19.686 4.859 4.056.783
482.574 1.068.499 638.398 326.557 36.700 297.245 80.100 903.770 20.400 6.600 3.860.843
3.406.197 6.123.343 3.813.825 2.610.418 169.412 1.860.090 361.882 6.006.625 115.891 89.669 24.557.352
3.518.847 6.684.719 4.248.123 2.318.283 179.204 1.910.522 362.202 5.500.883 99.414 24.392 24.846.591
3.329.761 6.304.144 4.021.907 2.089.965 205.520 1.753.746 344.430 5.332.243 103.020 33.132 23.517.867
7.100 5.350 5.950 6.300 5.800 6.040 4.100 5.800 4.800 4.800 5.870
6.933 5.980 6.350 6.400 5.635 5.912 4.102 5.900 5.050 5.020 6.125
6.900 5.900 6.300 6.400 5.600 5.900 4.300 5.900 5.050 5.020 6.091
5,8 -2,3 4,4 -12,6 8,9 4,9 0,0 -10,0 -18,5 -74,0 -3,0
-4,9 -4,4 -4,6 -9,8 15,4 -8,0 -9,3 -3,1 3,6 35,8 -4,8
1.911.810 422.280 1.676.590 1.624.603 4.278.760 543.582 10.457.625
2.209.125 478.142 1.912.118 2.036.601 5.015.049 606.812 12.257.847
2.108.080 469.860 1.881.360 2.022.690 5.095.600 567.900 12.145.490
7.397.928 1.443.095 5.256.110 9.023.045 23.777.069 1.758.488 48.655.735
13.519.145 2.980.243 11.698.338 12.567.865 30.205.640 3.463.076 74.434.307
12.756.584 2.894.682 11.382.228 12.378.863 30.114.996 3.123.450 72.650.803
3.870 3.417 3.135 5.554 5.557 3.235 4.653
6.120 6.233 6.118 6.171 6.023 5.707 6.072
6.051 6.161 6.050 6.120 5.910 5.500 5.982
15,6 13,2 14,0 25,4 17,2 11,6 17,2
-4,6 -1,7 -1,6 -0,7 1,6 -6,4 -0,9
Centro-Sul N/Nordeste BRASIL
14.641.137 1.594.943 16.236.080
16.314.630 1.699.001 18.003.268
16.006.333 1.685.489 17.691.822
73.213.086 6.851.824 80.064.911
99.280.898 8.105.440 107.375.399
96.168.670 7.965.884 104.134.554
5.001 4.296 4.931
6.085 4.771 5.964
6.008 4.726 5.886
11,4 6,5 10,9
-1,9 -0,8 -1,7
Fonte: Safras & Mercado, Cooperativas, Produtores e Indústrias
Sobre as exportações brasileiras do cereal, ainda deve haver oscilações, repetindo o cenário de anos anteriores. – Em 2019 deveremos fechar com algo próximo a 40/41 milhões de toneladas. O milho ainda não tem consistência anual de embarques e os volumes oscilam a cada ano. Portanto, seria normal ceder a 30 milhões de toneladas em função de uma maior safra argentina e norte-americana em 2020. Caso o mercado
interno pague mais que o exportador no segundo semestre, é possível até que os embarques sejam menores – prevê. Já nos custos de produção, o economista credita aos fertilizantes os valores mais altos. “Com câmbio mais desvalorizado os fertilizantes não cederam em preços e isso tem um peso mais forte para o milho. Basicamente, para o verão, estamos com um custo de 70/80 sacas/hectare”, estima.
Alexandre Gazolla Neto
14 | Revista Novo Rural | Janeiro/Fevereiro de 2020
Perspectivas 2020
CLIMA | EXTENSÃO RURAL
ano de 2019 foi marcado pela “variabilidade” no clima e em 2020 o cenário deve ser parecido. A opinião é do meteorologista Celso Oliveira, da Somar Meteorologia. – Estamos em uma neutralidade climática, sem El Niño ou La Niña e, por isso, o Rio Grande do Sul vai registrar oscilações. Não há uma ausência total de chuva ou estiagem duradoura, mas o produtor precisa ficar atento às coincidências entre eventuais períodos secos e de temperaturas altas com período de florescimento e enchimento de grão do milho e da soja – salienta. De acordo com ele, a previsão indica uma primeira quinzena de janeiro não tão chuvosa, com temperaturas mais altas. Já na segunda quinzena do mês e nos primeiros dias de fevereiro há expectativa de chuva mais frequente no Norte do Estado. – Se por um lado a diminuição da chuva traz alguma apreensão com relação ao desenvol-
vimento da soja e do milho, por outro lado, pensando já no período de colheita, essa expectativa de um verão menos chuvoso do que os últimos acaba favorecendo a hora de tirar os grãos da lavoura – compara. O meteorologista também falou sobre as tendências climáticas para o Outono. – O primeiro semestre de 2019 foi caracterizado por chuvas frequentes e no de 2020 não vai ser assim. Isso vai ser importante para o plantio do trigo. Importante que o produtor fique atento a um possível atraso no plantio por alguma falta de chuva em maio, quando tem previsão de chuvas abaixo da média. E outra coisa importante: o frio do Outono chega mais cedo. O El Niño segura as ondas de frio na Argentina e teremos a queda da temperatura acontecendo de forma mais precoce. Já em abril a gente vai começar sentir quedas mais acentuadas da temperatura – prevê.
Rafaela Rodrigues
Tendências climáticas: frio pode chegar mais cedo O
Divulgação
Novo programa na área social deve beneficiar famílias rurais
C
om o objetivo de promover a melhoria e embelezamento das propriedades rurais, sedes de comunidades e trevos através de técnicas de paisagismo, jardinagem, organização de arredores e saneamento ambiental, a Emater/RS-Ascar contará com o projeto Jardins do Norte Gaúcho em 2020. Esta será uma das novidades da área de extensão social da instituição. – Queremos trabalhar de forma coletiva e o público que será impactado são agricultores e suas famílias. Cada município do Escritório Regional de Frederico Westphalen trabalhará com aproximadamente 20 famílias durante todo ano, totalizando 840. Contamos com uma calendarização dessas atividades e elas se encerram em dezem-
bro com uma socialização. Historicamente a Emater trabalha questões que envolvem o saneamento, a melhoria de arredores, a destinação de resíduos, lixos e entulhos, mas precisamos avançar ainda mais e é com essas práticas que vamos realmente tornar as propriedades rurais um “paraíso” – prospecta a assistente técnica regional social Dulcenéia Haas Wommer. Ainda segundo ela, o projeto prevê a realização de capacitações com as equipes dos escritórios municipais da Emater/RS em temas como paisagismo, saneamento ambiental e defesa sanitária vegetal. O intuito é buscar qualificação junto a universidades e outros órgãos ou empresas para desenvolver essas atividades nos municípios.
15 | Revista Novo Rural | Janeiro/Fevereiro de 2020
Perspectivas 2020
MERCADO DA SOJA
Luiz Fernando Gutierrez Roque
Oferecimento:
Analista de mercado da consultoria SAFRAS & Mercado luiz.gutierrez@safras.com.br
Apesar do acordo comercial, exportações brasileiras devem continuar fortes em 2020
A
pós um 2019 de bom desempenho, os embarques brasileiros de soja tendem a continuar firmes em 2020. É o que indica a última atualização do ano para o quadro de oferta e demanda do complexo soja, divulgado em dezembro por SAFRAS & Mercado. As exportações de soja do Brasil deverão totalizar 74 milhões de toneladas em 2020, subindo 2% sobre o volume de 2019, projetado em 72,5 milhões de toneladas. No quadro de outubro, as estimativas eram de 72,5 milhões e 70 milhões respectivamente. O acordo parcial recentemente selado entre EUA e China, que começa a dar fim à guerra comercial entre os países, deve impedir um maior crescimento das exportações brasileiras de soja em 2020, com o Brasil perdendo para os norte-americanos uma parcela das importações do país asiático. Apesar disso, o aumento das "retenciones" na Argentina deve fazer o Brasil ganhar uma parcela do país vizinho no mercado de exportação, compensando, em parte, a perda para os EUA. No lado da produção, a tendência continua positiva para a nova safra brasileira. Após um início de safra delicado no Mato Grosso do Sul, Paraná e algumas microrregiões nos estados de Goiás e de Minas Gerais, a melhora climática registrada a partir de novembro trouxe melhores condições para o avanço do plantio e desenvolvimento inicial das lavouras na maior parte do país. Apesar disso, a situação começou a se tornar bastante delicada no Nordeste, com destaque para a Bahia. A baixa umidade registrada nos últimos dois meses de 2019 no oeste baiano ligou um alerta sobre a safra da Bahia. Ainda é cedo para falarmos em perdas irreversíveis, mas o momento inspira preocupações. Embora existam problemas regionalizados em alguns estados brasileiros e uma preocupação com as lavouras nordestinas, a tendência é que o Brasil colha uma nova safra recorde em 2020, com uma produção potencial atualmente estimada em 125,5 milhões de toneladas. Mesmo que tenhamos perdas produtivas nas lavouras do Nordeste, dificilmente a produção brasileira será inferior à 120 milhões de toneladas
ESTIMATIVA DE PRODUÇÃO DE SOJA - BRASIL - SAFRA 2019/20 - Área em mil ha, Produção em mil t e Rendimento em kg/ha -
Estados
SUL Paraná Rio Grande do Sul Santa Catarina CENTRO-OESTE Mato Grosso Goiás Mato Grosso do Sul Distrito Federal SUDESTE Minas Gerais São Paulo NORDESTE Bahia Maranhão Piauí NORTE Tocantins Rondônia Roraima Pará Amapá/Amazonas/Acre BRASIL
A/B %
C/D %
Área Plantada
1 0 1 3 2 1 3 6 0 3 2 5 1 1 1 1 2 2 1 5 2 4 2
6 18 -2 -2 4 3 1 13 -5 11 8 17 4 1 9 5 2 6 0 9 -4 5 5
(A) 12.280 5.560 5.980 740 16.530 9.780 3.670 3.000 80 2.750 1.700 1.050 3.420 1.650 1.000 770 2.052 1.050 345 42 590 25 37.032
2019/20 (**) Área Produção Colhida 12.219 5.532 5.950 736 16.447 9.731 3.652 2.985 80 2.736 1.692 1.045 3.403 1.642 995 766 2.042 1.045 343 42 587 25 36.847
(C) 42.559 19.916 19.992 2.651 55.722 33.280 12.489 9.671 282 9.749 5.988 3.761 11.011 5.516 3.104 2.390 6.424 3.260 1.133 128 1.832 72 125.465
R.M.
3.483 3.600 3.360 3.600 3.388 3.420 3.420 3.240 3.540 3.563 3.540 3.600 3.236 3.360 3.120 3.120 3.146 3.120 3.300 3.060 3.120 2.900 3.405
Área Plantada
2018/19 (*) Área Produção Colhida
(B) 12.170 5.550 5.900 720 16.150 9.670 3.580 2.820 80 2.660 1.660 1.000 3.390 1.640 990 760 2.014 1.030 340 40 580 24 36.384
12.109 5.522 5.871 716 16.069 9.622 3.562 2.806 80 2.647 1.652 995 3.373 1.632 985 756 2.004 1.025 338 40 577 24 36.202
(D) 40.035 16.898 20.429 2.708 53.607 32.329 12.396 8.586 296 8.774 5.550 3.224 10.588 5.483 2.837 2.269 6.301 3.075 1.137 117 1.904 69 119.306
R.M.
3.306 3.060 3.480 3.780 3.336 3.360 3.480 3.060 3.720 3.315 3.360 3.240 3.139 3.360 2.880 3.000 3.145 3.000 3.360 2.940 3.300 2.880 3.296
(*) Projeção, SAFRAS. (**) Previsão, SAFRAS. Sujeitas a revisão. Fonte: SAFRAS e Mercado. Baseado em pesquisa com produtores, cooperativas e indústrias do complexo soja. Dezembro/2019 Copyright 2019 - Grupo CMA
nesta temporada. SAFRAS indica esmagamento de 44,1 milhões de toneladas em 2020 e de 43 milhões de toneladas em 2019, representando um aumento de 3% entre uma temporada e outra. O esmagamento brasileiro deverá crescer frente a um aumento na demanda por exportação de carnes e aumento na demanda por óleo de soja para fabricação de biodiesel. Em relação à temporada 2020, a oferta total de soja deverá subir 6%, passando para 127,099 milhões de toneladas. A demanda total está projetada por SAFRAS em 121,35 milhões de toneladas, com ganho de 2%. Desta forma, os estoques finais deverão subir 285%, passando
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de 1,494 milhão para 5,749 milhões de toneladas. SAFRAS trabalha com uma produção de farelo de soja de 33,56 milhões de toneladas, com aumento de 2%. As exportações deverão cair 1% para 15,8 milhões de toneladas, enquanto o consumo interno está projetado em 17 milhões, aumento de 4%. Os estoques deverão subir 43%, para 2,542 milhões de toneladas. A produção de óleo de soja deverá ficar em 8,76 milhões de toneladas. O Brasil deverá exportar 500 mil toneladas, com queda de 44% sobre o ano anterior. O consumo interno deve subir de 7,75 milhões para 8,4 milhões de toneladas. A previsão é de recuo de 46% nos estoques para 130 mil toneladas.
Perspectivas 2020
EXTENSÃO RURAL
Novo ciclo de ajustes na Emater gaúcha Atual direção da instituição afirma estar otimista com próximas ações previstas nas mais diversas áreas de atuação
A
pesar das dificuldades, desafios e obstáculos, a nova diretoria da Emater/RS-Ascar tem trabalhado com afinco para garantir a manutenção dos serviços de Assistência Técnica e Extensão Rural e Social pública e de qualidade para as mais de 211 mil famílias assistidas no Estado. Segundo o presidente da Emater/RS, Geraldo Sandri, a gestão assumida há sete meses está baseada na unicidade e governança, tanto na área técnica quanto administrativa. – E isso só é possível com uma aproximação da diretoria com os empregados, comunidades assistidas, prefeituras e entidades parceiras, além, é claro da renovação do contrato de serviços prestados com a Secretaria de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr) – defende. Para o diretor-técnico, Alencar Paulo Rugeri, o que está sendo feito nesta gestão é buscar o alinhamento com as ações realizadas pelos principais pares, como a Seapdr e municípios. – É nisso que nós estamos dando ênfase. Estamos vivendo um momento com bastante tranquilidade em relação aos pares de integração. Estamos agora em um alinhamento das ações de forma bastante transparente e muito produtiva – classifica o gestor. O diretor-administrativo, Vanderlan Vasconselos, reafirma que a gestão está focada na unicidade das ações dos empregados com a diretoria. “Temos de falar uma língua só, porque transparência e participação gera realização”. Vasconselos ressalta ainda que o equilíbrio financeiro da instituição se dá com cortes nos desperdícios e despesas. – A criação e aplicação do gerenciamento matricial de custos e receitas está gerando resultados, porque podemos comemorar que se consegue manter salários e direitos, diante de uma redução do orçamento de R$ 40 milhões por conta da realidade financeira que passa o Estado – explica. Já na área técnica, Rugeri anuncia que, em 2019, apesar das intempéries climáticas, a safra de inverno deve ser a terceira maior da história e a de verão, segundo estimativa inicial divulgada em agosto, deve ser a segunda maior. “Em termos de preço e produção, continuaram dentro dos patamares elevados, dando assim uma rentabilidade considerável aos produtores. De modo geral, a agricultura no Estado vem bem consolidada nos últimos anos, pelas safras e alguns setores como o leiteiro e a pecuária”, pontua.
Agroindustrialização Neste ano, a “cereja do bolo” da extensão rural passou a ser a agroindústria, com o resgate do protagonismo dela. – Para nós, a agroindústria é quando você atinge teu ápice de extensionista, quando você tem um produtor que consegue produzir, agregar valor e ter a produção comercializada e registrada no Programa Estadual de Agroindústrias e ainda participa de grandes feiras. Para nós, da Emater, que temos no DNA o crescimento do produtor nos aspectos ambiental, social e, principalmente, econômico, queremos que esse produtor da agroindústria seja o indutor de desenvolvimento rural – enfatiza Rugeri.
Outras medidas do primeiro ano de gestão • Economia de R$ 4 milhões, em sete meses, por meio do gerenciamento matricial e conferência efetiva das despesas aplicadas • Recebimento de R$ 110 mil em leilão de 31 veículos e equipamentos inservíveis. Novo leilão de outros 31 veículos ocorreu em 12 de dezembro de 2019. • Espera de decisão judicial para o leilão de outros 296 veículos fora de uso há mais de 10 anos • Troca de empresa que oferece serviço de vale-refeição gerou economia de R$ 45 mil mensais por conta da redução da taxa de administração do cartão • Recebimento de R$ 1 milhão do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) para a
compra de 21 novos veículos • Formatação de Plano de Desligamento Incentivado (PDI) no intuito de reduzir em 25% a folha de pagamento • Assinatura do termo de colaboração que estende os efeitos do convênio mantido entre Seapdr e Emater/RS-Ascar por 180 dias, a partir de janeiro de 2020, envolvendo um aporte de R$ 92,5 milhões para esse período em que será definido por parte do governo do Estado uma ratificação ou uma nova designação de pessoa jurídica para a Instituição • Protocolado o pedido de renovação do Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social (Cebas) para os próximos três anos, que será definido em março de 2020
Foco no resultado Rugeri afirma que a ênfase nesse ano é buscar resultado do trabalho técnico por meio de esforços na questão do planejamento e execução. – Dentro da Emater, com o tripé planejamento, gestão e profissionalismo, além do alinhamento e unicidadade das ações da instituição, o intuito é de que todas as ações gerem resulta-
dos. Por exemplo, se fizer capacitação para silos, quero silos sendo construídos – esclarece. Para o diretor técnico, esse resultado é na propriedade. “Nós fizemos um acordo com a Seapdr, se a secretaria cobra maior capacidade de armazenagem, nós executamos a armazenagem. Esse é modelo que queremos em todas as atividades”.
Juventude rural, sucessão familiar e cooperativismo O diretor técnico afirma que sobre a sucessão familiar, a Emater/RS-Ascar tem um trabalho de capacitação onde se faz acompanhamento e orientação. – Há um envolvimento de toda a família nessa capacitação e onde a estratégia é que esse jovem esteja em atividades que tenham remuneração e viabilidade econômica para transformação – assinala. A sucessão familiar está diretamente ligada à juventude rural e ao cooperativismo. “Elas estão ‘casadas’, pois uma incentiva a outra. Quando o jovem decide permanecer no meio rural, o ideal é buscar transformação das atividades. Quando o jovem fica no campo, logo o segundo passo é o associativismo e cooperativismo como a forma mais adequada. E a Emater/ RS-Ascar capacita os jovens para isso”, explica Rugeri. O desenvolvimento social só se dá por meio da integração da comunidade em que ele está inserido. “É essa evolução que nós esperamos. E para isso é necessário a unicidade e a responsabilidade com nossos principais parceiros, Estado e municípios. Assim podemos prestar um bom atendimento a nosso público alvo, os agricultores familiares de sobrevivência, subsistência, de mercado e os demais agricultores”, conclui Rugeri.
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Perspectivas 2020
PECUÁRIA | SUINOCULTURA
Na ‘lição de casa’ do suinocultor está manter a sanidade do plantel Divulgação
O
cenário positivo deve se repetir para a produção de carne suína. A produção deve ter elevação e chegar na casa das 4,2 milhões de toneladas. As exportações, de acordo com a ABPA, tendem a repetir o desempenho de 2019 e variar na casa dos 15% a 20%. A expectativa é vender de 850 mil a 900 mil toneladas para o mercado externo em 2020. O suinocultor e presidente da Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (Acsurs), Valdecir Folador, avalia o mês de dezembro de 2019 como muito bom para o setor, com números de exportações excelentes e as indústrias exportadoras recebendo valores competitivos. – O preço subiu toda semana no mês de dezembro. Isso demonstra um aquecimento do mercado, uma demanda intensa de carne suína, tanto no mercado interno quanto externo. A carne que está chegando no consumidor está com um preço adequado, com reajuste sim, porque anteriormente ela estava com preço desproporcional com o custo de produção que o produtor tinha, então agora está dentro dos patamares normais na minha opinião – aponta. O consumo no mercado interno também é comemorado por ele. “Vejo o potencial da carne suína e a oportunidade de
ela chegar cada vez mais no consumidor brasileiro, justamente pelo custo-benefício que ela vem apresentando, comparada a carne bovina e a de frango”, acrescenta. Sobre tendências, Folador diz o mercado deve se manter em alta, pois a demanda chinesa vai continuar crescente. “Talvez com preços um pouco menores do que hoje, mas vejo um ano importante e se não tivermos nenhum acidente sanitário, que possa nos tirar do mercado internacio-
Consumo de proteína animal deve seguir em alta presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Francisco Turra, define 2019 como “extraordinário”, pois o ano fechou em alta para os produtores de aves e suínos no país. – Depois de quatro anos difíceis, reagimos e fechamos 2019 em alta. Em dezembro de 2018, por exemplo, estávamos cheios de dúvidas. Havíamos registrado queda em produção, exportação e consumo. Hoje, observamos que tivemos um ano diferente, melhor, de estabilização – define o presidente da ABPA, que ficou no cargo até dezembro de 2019. O impacto na expansão das vendas para o exterior esteve diretamente ligado à crise de peste suína africana que assola a Ásia. A crise sanitária no continente resultou na elevação das importações de carnes de frango e suínas brasileiras. “O fato novo para nós foi a entrada fortíssima da China, que ampliou em 28% a comercialização de carnes de fran-
go e é responsável por 14% das nossas vendas. Em relação à carne suína, o aumento das exportações brasileiras para a China foi de 51%”, salienta Turra. Em relação a 2020, as perspectivas são ainda mais positivas. “Toda a proteína animal terá um mercado excepcional nos próximos anos. O Brasil é uma das reservas da produção de alimentos do mundo”, frisa. Mesmo com a tendência de incremento nas exportações de carnes de frango e suína, o consumo interno deve se manter aquecido. “O nosso mercado principal ainda é o brasileiro”, sublinha. As estimativas para 2020 são ainda melhores. O ano deve registrar crescimento na produção de carne de frango entre 4% e 5%. Em volumes, os números podem atingir 13,7 milhões de toneladas. A comercialização para o exterior deve chegar um patamar de 4,5 toneladas – o que representaria um aumento de 3% a 6%.
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Setor de aves vislumbra crescimento na região
P
ara o empresário Vanderlei Piovesan, que responde pela gestão do Frangos Piovesan, em Frederico Westphalen, a expectativa também gira em torno do mercado chinês. Em 2019, a empresa, que conta com 22 produtores integrados, abateu em torno de 3,8 milhões de aves, representando 12 mil toneladas de produção. Em 2020, a projeção é de aumentar essa produção em 20%. – Estamos otimistas com a China, em função também do dólar, o câmbio está bem favorável, então as exportações estão em alta. A abertura de outros mercados, não só o da China, também é motivador. Acredito que 2020 será um ano positivo para a economia brasileira, principalmente para o setor agropecuário – comemora Piovesan. O empresário também fala da importância de aproveitar as “oportunidades de mercado.
Gracieli Verde
O
nal, não teremos maiores problemas para manter a rentabilidade”, pondera. Ainda de acordo com ele, para 2020 no Rio Grande do Sul é projetado um crescimento entre 3% e 4% para a suinocultura, comparado com 2019. – Não haverá um crescimento exagerado, uma “superprodução” neste ano, porque o setor também está consciente de que o fator China vai ser resolvido dentro de dois ou três anos. É importante que o setor tenha
essa consciência e cresça sim, mas com cautela para que no momento em que a China demandar menos volume, não tenhamos um excesso de produção e problemas dentro do setor. É um olhar para 2021 também, que a gente cresça e continue tendo rentabilidade dentro desse crescimento – frisa. O presidente da Acsurs ressalta a importância da sanidade. – A gente tem sido repetitivo na questão da sanidade dos plantéis brasileiros, e quando falo em sanidade não falo só da suinocultura, mas de todos os outros setores, para que nenhuma das três cadeias produtivas de proteína animal tenha problema com alguma doença, pois nosso passaporte para o mercado internacional é sanidade. Enquanto entidade estamos trabalhando e cobrando muito do Mapa a sua parte em relação à fiscalização – salienta. Ainda sobre a cautela, ele recordou de um fato histórico para o setor. – Se recordarmos, desde o início da década de 2000 até meados 2017, um dos principais mercados era a Rússia, que representava mais de 40% de todo o volume exportado. No momento em que a Rússia saiu do mercado, em 2018, ou seja, resolveram o problema deles, tivemos problemas de preços e perda de rentabilidade no Brasil– recorda.
– É importante estar preparado com inovação, com pessoas capacitadas dentro da atividade, procurar sempre o conhecimento, produzir com qualidade e com menor custo de produção – destaca.
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Perspectivas 2020
PECUÁRIA
Leite: tendência de maior consumo é positiva Mesmo assim, cabe ao setor buscar a eficiência para ter uma atividade sustentável em todos os aspectos
C
om o aumento do PIB, a expectativa é de que o setor da pecuária de leite apresente melhora nos percentuais de consumo. Segundo o presidente do Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat/RS), esse otimismo faz com que as indústrias possam continuar inovando, também voltando-se para o nicho de mercado que está cada vez mais crescente, que são os produtos com valores agregados, como os zero lactose, com redução de sódio, com microrganismos probióticos, produtos destinados ao bem-estar das pessoas – e dos animais na hora da produção. – A tendência é de que neste ano tenha uma melhora gradativa. Não vai ser algo muito elevado, mas já vai recuperar um pouco do consumo que ficou afetado em 2019 – acredita Guerra. Sustentabilidade e a origem do produto estão entre as exigências dos consumidores e também são bastante apontadas por lideranças do setor. Durante o 1º Seminário Regional do Leite, promovido pela Cotrifred na Feira em Campo, em dezembro de 2019, o representante da Cooperativa Central Gaúcha Ltda - CCGL, Jonatas Rech, comentou sobre essa “forte demanda” para 2020. – Em 1920 a expectativa de vida era de 35 anos e hoje estamos em 74 anos. O aumento se deve ao avanço da medicina, ao acesso à internet, que possibilita o consumidor a ter hábitos mais sadios através das informações que recebe e, em consequência, o maior consumo de alimentos saudáveis. Cada vez mais eles vão procurar produtos que sejam produzidos de forma sustentável e responsável – alerta o profissional.
Trabalho com as INs 76 e 77 é contínuo
Novos mercados exigem mais profissionalização do setor Nesses últimos dois anos caiu em torno de 21% o número de produtores e cresceu em 22% a produção por propriedade. De acordo com Guerra, antes os percentuais indicavam 173 litros/propriedade e agora 213 litros/ propriedade. “Isso demonstra que os que permaneceram na atividade estão focando para que de fato sejam empresários do leite”, destaca. Mas, para garantir e manter a competitividade perante aos novos mercados que estão se abrindo, o setor precisa se profissionalizar cada vez mais. – Em 2020 vem novos desafios: provarmos a nossa competência, porque a partir do momento que abrir o mercado chinês, com milhões de habitantes, vamos ter que melhorar a nossa competitividade. Também precisamos nos prepararmos, pois existe o acordo Mercosul-UE, que dentro de dez anos vai estar zerado o imposto de importação de queijos e do leite em pó [da UE para Mercosul]. É o ano de mostrarmos nossa competência na
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questão de escala de produção para sermos competitivos. É o ano também em que o governo vai ter que fazer a parte dele, na “simplificação de reforma tributária” para poder manter nossas indústrias competitivas – defende o presidente do Sindilat/RS. Para 2020, Guerra reivindica uma ação de assimetria tributária. – Como nós somos um Estado que tem que exportar 60% daquilo que produz de leite, precisamos também, quando começarem essas reformas tributárias, poder equalizar a questão da carga tributária para terminar com as guerras fiscais. Não pode nosso leite ter um tipo de imposto no Estado e quando chega lá no Paraná e São Paulo ter um custo maior, que dá em torno de 7% a mais só pela questão tributária. Então, essas coisas tem que entrar na reforma para poder fazer com que a gente esteja de fato dentro de um único país, com as mesmas regras e os mesmos percentuais – acrescenta.
O ano passado foi considerado decisivo para o setor em função da implantação das INs 76 e 77. – O Rio Grande do Sul trabalhou de forma assídua, se dedicou para fazer com que as estas INs fossem levadas a sério. O Estado foi protagonista para que pudéssemos atender plenamente o que a legislação exige – pontua Guerra. A legislação se modernizou, teve um grau de exigência maior. “Agora é preciso uma fiscalização constante para que fique tudo dentro das INs”, acrescenta o líder.
Região Na região do Médio Alto Uruguai também fica a expectativa para o início dos trabalhos da indústria de laticínios inaugurada em dezembro de 2019 pela Cotrifred. A cooperativa promete entrar no páreo para conquistar fornecedores, fazendo valer a força do cooperativismo regional. A capacidade de processamento da planta é de 100 mil litros de leite diários.
Perspectivas 2020
AGROINDÚSTRIAS
Setor deve investir em gestão qualificada dos estabelecimentos
U
m dos setores que mais cresce nos últimos anos na região, quando se fala no setor primário, é o das agroindústrias. O principal motivador para este avanço é o Decreto nº 54.189/2018, que permitiu algumas adequações no modelo do Sistema Unificado Estadual de Atenção à Sanidade Agroindustrial Familiar, Artesanal e de Pequeno Porte (Susaf-RS). No Estado, até o primeiro semestre de 2019, eram mais de 70 municípios gaúchos que já haviam aderido ao Susaf-RS, segundo informações da Secretaria Estadual de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural. Atrelado a isso, na região este movimento também tem sido crescente. Com isso, outras demandas dentro do setor são vistas a partir dos diagnósticos técnicos. – Para 2020 a gente tem uma expectativa de ampliar esse processo, não só trabalhar nos três eixos de legalização, mas também atuar fortemente na capacitação das agroindústrias em gestão. Então, neste quesito também poderemos aumentar a capacidade administrativa desses empreendimentos, ensinar ferramentas de marketing e desenvolvimento de produtos – adianta o assistente técnico regional da Emater/RS-Ascar Gaspar Scheid, que monitora e acompanha este segmento por meio do Escritório Regional em Frederico Westphalen.
O intuito é que os profissionais da instituição que atuam nos municípios também tenham mais domínio em relação a esse assunto, para facilitar esse assessoramento às famílias. – Na prática, isso garante ainda mais segurança do alimento. Também se quer criar uma relação de confiança maior entre o setor produtor e fiscalizador, no sentido de que os processos sejam cada vez mais seguros dentro das agroindústrias – reforça Scheid. Uma parceira com uma cooperativa de crédito da região também deve apoiar a Emater/RS nestas iniciativas de capacitar os proprietários de agroindústrias para melhorarem os processos administrativos e financeiros. – Tivemos um avanço considerável nos últimos anos de alguns produtos específicos, como embutidos, lácteos, panificados, minimamente de processados, como a mandioca, algumas agroindústrias de geleia e a piscicultura, que também tem crescido bastante, com pequenas agroindústrias como as de filetagem de peixe. Existe a necessidade de aperfeiçoamento de todos esses processos. Por isso, estabelecemos este novo posicionamento – argumenta o engenheiro-agrônomo. Atualmente a região conta com 242 agroindústrias cadastradas e aproximadamente 100 legalizadas. Para 2020, a meta é passar 150 legalizadas. Gracieli Verde/Arquivo NR
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Parceiros do leite Menos pecuaristas, porém mais leite no mercado Dados do novo Relatório Socioeconômico da Cadeia Produtiva do Leite gaúcho comprovam a mudança no cenário da pecuária de leite no Estado
A
nova década começa com desafios já conhecidos pelo pecuarista leiteiro. Necessidade de maior eficiência nas rotinas, de manter níveis de escala de produção aceitos pelo mercado e a qualidade que o consumidor exige são alguns dos aspectos que seguem em pauta. Essas são algumas das percepções ao avaliar o novo Relatório Socioeconômico da Cadeia Produtiva do Leite gaúcho, divulgado pela Emater/RS-Ascar em dezembro de 2019. Em nível regional, os dados deverão ser disseminados com mais detalhamento durante os meses de janeiro e fevereiro. O intuito é que esse cenário revelado pelo estudo seja avaliado também por entidades ligadas ao setor. Com base nesse relatório, o assistente técnico regional de Sistemas de Produção Animal e de Gestão Rural do Escritório Regional da Emater/RS-Ascar de Frederico Westphalen, Valdir Sangaletti, avalia alguns dos itens citados no estudo. De acordo com o relatório, de 2015 a 2019 houve uma diminuição de 40% no número de produtores no Estado gaúcho. Na região, esse número é ainda maior. – Em 2015 contávamos com 10.883 produtores, já em 2019 estamos com 5.992 produtores, ou seja, 44,94% saíram da produção de leite – cita Sangaletti, referenciando o relatório. Entre os fatores que contribuíram para diminuição do número de produtores ou que se consolidam como desafiadores para o setor estão listadas a falta de mão de obra, a falta de sucessor familiar, a baixa escala de produção, a deficiência na qualidade do produto e o preço pago ao produtor. – Em nível de região, em torno de 15% dos produtores apontaram o acesso precário à energia elétrica. Não a falta de energia, mas de pouca
qualidade, além de problemas na infraestrutura em geral – detalha. Mesmo que o cenário de redução de pecuaristas de leite possa parecer negativo sob algumas interpretações, é preciso ficar atento, segundo Sangaletti, a outros aspectos que o relatório revela. – Se compararmos a produção de 2019 com a de 2015, houve uma redução somente 12%. Agora, se comparar a de 2019 com a de 2017, teve um acréscimo de 3% e uma redução de 17% no número de famílias que estão na atividade. Saímos de 2015 com uma média de 9,5 litros/vaca/dia para 12,85 litros/vaca/dia em 2019 – compara o agrônomo. Outro aspecto que merece atenção é o fato de os produtores de leite serem, em sua maioria, pertencentes à agricultura familiar. Isso tem um reflexo maior na economia dos pequenos municípios. O relatório aponta que 64% dos pecuaristas produzem até 6 mil litros/mês e 54% até 3 mil litros/mês. Outro dado que também chama a atenção é o número de empresas que comercializam o leite na região, que somam um total de 41 – número alto se considerar a quantidade de municípios da abrangência do Regional da Emater/RS de Frederico Westphalen, que soma 42 cidades. Em nível de região, predomina a produção de leite a pasto com suplementação, representando 98,28% das propriedades, enquanto 1,7% trabalham com o sistema de confinamento. – De forma geral, vejo a atividade leiteira como bastante desafiadora no contexto atual. O pecuarista é dono do leite e tem que estar vigilante sempre em vários quesitos, como qualidade e sanidade. Também é importante que cada vez mais a sociedade entenda a importância desta atividade pecuária no desenvolvimento econômico local e regional – cita o agrônomo.
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Dificuldades enfrentadas pelos produtores para a produção e comercialização de leite 45,21% 44,89% 40,72% 29,14%
19,57%
8,41%
Falta de descendentes ou desinteresse deles na atividade
Dificuldades em atender as exigências das indústrias Reduzida escala de produção
Tamanho reduzido ou inaptidão da propriedade para a atividade
15,64% 12,59%
Descontentamento em relação ao preço recebido pelo leite
Deficiência na qualidade do leite
28,35% 24,66%
Falta ou deficiência de mão de obra
Restrição no fornecimento de energia elétrica Precariedade das estradas para coleta do leite
Dificuldade de acesso ao crédito
18,32 hectares
97,46%
Área média das propriedades que abrigam a atividade leiteira
Agricultores familiares
Uso de tecnologias na atividade produtiva Produtores que
2015
2017
2019
Utilizam pastagem anual de inverno
94,48%
96,26%
96,28%
Utilizam silagem de verão ou inverno
80,04%
84,51%
86,16%
Utilizam pastagem anual de verão
85,84%
85,53%
83,99%
Utilizam inseminação artificial
77,07%
80,83%
83%
Realizam pastoreio rotativo
61,82%
69,42%
73,48%
Utilizam gramíneas perenes de verão
57,97%
62,63%
62,34%
Fornecem ração conforme a produção da vaca
24,82%
30,78%
37,27%
Fazem controle leiteiro por vaca (mínimo mensal)
13,56%
17,36%
19,87%
Produzem leguminosas
8,23%
8,11%
5,58%
Utilizam irrigação de pastagens
2,66%
3,44%
4,58%
(Dados: Relatório Socioeconômico da Cadeia Produtiva do Leite 2019)
23 Revista Novo Rural Janeiro/Fevereiro de 2020
Parceiros do leite
Especialista ensina como produzir uma silagem de qualidade Por meio da internet, Rafael Amaral, idealizador do canal Doctor Silage, dá dicas de como produzir uma silagem de qualidade Rafaela Rodrigues
P
ara a confecção de uma silagem de qualidade, todas as etapas do processo de produção devem ser feitas de maneira adequada, principalmente o da ensilagem, que consiste no enchimento, compactação e vedação do silo. É isso que vai garantir uma boa fermentação do alimento que será servido aos animais. Segundo o zootecnista Rafael Amaral, que atua como gerente da América Latina de Nutrição na Delaval e também é idealizador do canal do YouTube Doctor Silage, um dos maiores desafios dos produtores é reduzir as perdas durante esse processo. – Acredito que o produtor tem que olhar para a silagem como um dos fatores mais importantes dentro da atividade leiteira. Além disso, a responsabilidade de produzir uma silagem de qualidade está a cargo somente dele, pois é ele que planta, colhe, ensila e fornece aos animais. Um dos desafios é evitar perdas no processo de produção. Precisamos reverter esse cenário – alertou. Rafael é considerado especialista na área e, através do canal no YouTube e demais plataformas digitais “Doctor Si-
FICOU CURIOSO(A) PARA CONHECER O TRABALHO DO RAFAEL NO YOUTUBE? ACESSE COM A CÂMERA DO SEU SMARTPHONE O QR CODE ABAIXO:
Rafael Amaral ministrou uma palestra no 1º Seminário Regional do Leite,na Feira em Campo da Cotrifred
lage”, ele interage com o setor a fim de instruir melhor os produtores para garantir uma silagem de qualidade. Materiais como planejamento da quantidade de silagem a ser produzida, ponto de colheita da silagem, tamanho da partícula da forragem a ser ensilada, ve-
dação do silo, entre outros conteúdos, estão disponíveis de modo gratuito na plataforma na internet. – O objetivo é levar informações que os produtores possam executar, de fato, na propriedade, visando benefícios para ele – ressalta.
23 | Revista Novo Rural | Janeiro/Fevereiro de 2020
24 Revista Novo Rural Janeiro/Fevereiro de 2020
Parceiros do leite OFERECIMENTO:
NA PECUÁRIA
Como prevenir • Faça a rotação de pastagens para diminuir a quantidade de parasitas no pasto • Opte por raças de animais mais resistentes a esse tipo de parasita • O controle deve ser realizado ainda na primavera com um acaricida com mais de 90% de eficácia, com intervalos de 21 dias, até que se consiga uma infestação baixa (cerca de 20 carrapatos/animal) • É importante atuar nos animais de forma estratégica nos meses de seca, fase em que o parasita está mais susceptível às condições ambientais • Use o carrapaticida dde forma correta, de acordo com as concentrações indicadas pelo ffabricante. • Lembre-se que a utilização indiscriminada pode resultar na presença de resíduos no leite, na carne e no meio ambiente. • Procure sempre orientação técnica sobre o assunto. A equipe da Suifarma Saúde Animal está à disposição para lhe auxiliar
Época de ficar de olho no controle do carrapato nos rebanhos
A
s altas temperaturas favorecem a infestação de carrapatos em bovinos. É fundamental que os pecuaristas fiquem de olho neste controle, para que não haja tanto prejuízo na produção. O carrapato pode gerar vários problemas entre bovinos de leite e de corte. São parasitas que causam a perda de peso, lesões na pele e anemia. Ainda são ainda transmissores dos hemoparasitas causadores da tristeza parasitária bovina (TPB), doença que tem alto índice de mortalidade nos rebanhos, principalmente em animais jovens. Além de afetar a saúde e o bem-estar dos bovinos, os prejuízos para o produtor são representativos, uma vez que normalmente há diminuição na produção de leite e carne.
Você sabe como funciona o ciclo do carrapato?
FICOU COM ALGUMA DÚVIDA SOBRE O ASSUNTO?
Fale com a equipe Suifarma por meio do WhatsApp (55) 99642-9232!
DIGA
• Os carrapatos apresentam vários estágios de desenvolvimento • As fêm fêmeas, repletas de sangue, caem dos bovinos e fazem a postura po dos ovos nas pastagens • Esses ovos originam as larvas, conhecidas como micuins, qu que ficam na ponta das folhas do capim • Atraído Atraídos pelo calor, eles prendem-se aos bovinos • Fixados na pele, alimentam-se do sangue do animal • Em seg seguida, as larvas transformam-se em ninfas e, posteriormente, sofrem diferenciação sexual posterior • Os mac machos fecundam as fêmeas, que, ao redor do 21° dia, se ingurgitam in com o sangue dos bovinos e caem para fazer a postura nas pastagens, reiniciando o ciclo • Cada fêmea pode colocar cerca de três mil ovos • Porém, a larva pode se manter viável por períodos de até 200 dias nas pastagens (Com informações da Embrapa)
NÃO AOS PARASITAS!
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Rua Aparício Borges, 757 - Frederico Westphalen/RS 24 | R 24 Revista ev e evis vis istta aN Novo ovo R ov Ru Rural urra al | Janeiro/Fevereiro JJa an ne eiirro o/ /F Fe eve verre eiirro d de e2 2020 02 0 20
COMUNICAÇÃO INTEGRADA
Boas práticas
25 Revista Novo Rural Janeiro/Fevereiro de 2020
Parceiros do leite
Indústria inicia operações em 2020 Com um investimento de mais de R$ 16 milhões, cooperativa inaugurou em dezembro o tão esperado Laticínios Cotrifred, que promete fortalecer ainda mais a bacia leiteira na região
Um sonho antigo
O sonho da Cotrifred em construir um laticínio não é recente, iniciou ainda no ano de 1978, quando a cooperativa deu o primeiro passo para o desenvolvimento da bacia leiteira na região junto à UFSM/FW, im-
Camila Wesner
U
m dos momentos mais esperados pela direção e associados da Cotrifred em 2019 foi a inauguração da indústria Laticínios Cotrifred, com planta localizada próximo à saída de Frederico Westphalen em direção a cidade de Caiçara. A indústria deverá processar 100 mil litros de leite por dia e soma um investimento de R$ 16,5 milhões por parte da cooperativa. A estrutura está situada em uma área de 12 hectares, o que possibilita expansão no futuro. – A bovinocultura de leite é uma das principais atividades da nossa região, predominantemente em pequenas propriedades vocacionadas à produção de leite. Os produtores estão otimistas e, se depender de nós, as expectativas deles serão supridas. São 1.956 produtores de leite em nossa região, destes, 1.200 são associados da Cotrifred, ou seja, nós temos potencial para tornar esta uma das maiores indústrias da região, gerando 60 empregos diretos nesta primeira fase – disse o presidente da Cotrifred, Elio Pacheco.
Presidente da Cotrifred, Elio Pacheco, o secretário, Clóvis Somavilla, e o vice-presidente, Dari Albarello
plantando o primeiro posto de recebimento e resfriamento de leite. Nesta mesma época, buscando intensificar a produção regional e dar mais solidez a esse importante segmento, a Cotrifred, junto com outras cooperativas, formaram o grupo CCGL – Cooperativa Central Gaúcha Ltda. Na medida em que o setor crescia, a necessidade de profissionalização também se intensificava. Com o sucesso do setor e com o crescimento a partir das ações da co-
operativa, foi obrigada a ampliar a plataforma de recebimento e resfriamento de leite, pois a antiga já não suportava o volume recebido. Também naquele período a Cotrifred aventurou-se a industrializar em uma pequena indústria municipal, produzindo queijos e alguns derivados, mas as dificuldades na comercialização eram tantas que, em 2003, foi obrigada a encerrar as atividades. Em 2006 a cooperativa alugou a plataforma de resfriamento e de recebimento
de leite para antiga Avipal, saindo da área de recolhimento e comercialização do produto. Após dois anos, com a conclusão da obra de industrialização da CCGL, em Cruz Alta/RS, no ano de 2008, a cooperativa voltou a atuar na atividade, mas como o posto era alugado e a dificuldade de transportar o leite para Cruz Alta era grande, surgiu a ideia de projetar a construção de um laticínio na região. Lideranças que prestigiaram a solenidade destacaram a visão empreendedora da direção da cooperativa e desejaram vida longa aos negócios cooperativos. “Estamos felizes em ver mais um investimento da cooperativa”, declarou o prefeito de Frederico Westphalen, José Alberto Panosso. Representando a FecoAgro/RS e a Ocergs, o consultor Tarcísio Minetto também marcou presença, reforçando as parcerias cooperativas da Cotrifred. Neste time também estavam o presidente da CCGL, Caio Viana, e representantes da Cotricampo e da Cotripal. – Isso que estamos vendo hoje representa o dinamismo do setor agropecuário, graças à assistência técnica e à dedicação da cooperativa. Tenho certeza que todos os elos da cadeia produtiva estarão juntos para contribuir com essa vocação da região, que é também produzir leite de qualidade – destacou.
25 | Revista Novo Rural | Janeiro/Fevereiro de 2020
Especial
Profissionais de várias regiões do Brasil em busca de qualificação em FW Iniciativa da Novo Rural proporciona experiência de troca de conhecimento na área de agricultura de precisão e uso de tecnologias no setor. Ao todo, 12 profissionais compartilharam tendências com o grupo
C
erca de 30 participantes, de várias regiões do Brasil, estiveram em Frederico Westphalen em dezembro passado para acompanhar os três módulos da 1ª Imersão em Agricultura de Precisão e Variabilidade da Lavoura, um dos cursos de aperfeiçoamento de curta duração ofertados pela Novo Rural em 2019. O evento teve como local a Casa Kern. – Gostei muito da interação e achei os profissionais que ministraram as aulas fora de sério. Foi uma experiência de muito conhecimento e compartilhamento, além de a gente perceber idoneidade e imparcialidade nas informações e um posicionamento acadêmico alinhado como o que o mercado necessita – destaca a agrônoma e empresária rural Alessandra Paludo, da cidade de Cristalina/GO. Ela esteve na imersão na companhia do esposo, o produtor rural Guilherme Carvalho. Para a agrônoma Caroline Silveira de Lima, que atua na área de Agricultura de Precisão em Vacaria/RS, na Plantec, o público seleto e a proximidade com os pesquisadores favoreceu a interação sobre o tema e, além de aprender mais sobre questões relacionadas à agronomia, foi uma oportunidade de fortalecer o networking.
– Com isso foi possível ver no que estamos acertando no dia a dia e também o que precisamos ajustar do ponto de vista da pesquisa. O debate técnico, com certeza, foi um dos pontos altos da programação – ressaltou. Outro destaque foi a possibilidade de debater sobre dúvidas e questões que estão relacionadas aos mais diferentes contextos da agricultura brasileira. – Mesmo nós, que atuamos mais na região do Cerrado brasileiro, conseguimos ver aplicabilidade dos temas que foram abordados, todos com muita relevância para o nosso dia a dia como prestadores de serviço em agricultura de precisão – acrescentou Jesser Frank, sócio-proprietário da Prisma Inteligência Agronômica em Rio Verde, no Estado de Goiás. O tecnólogo em Agronegócio Airton Polon, de Passo Fundo/RS, ressaltou que foi uma oportunidade de aperfeiçoamento também em relação ao uso de tecnologias no agro, especialmente na automação de plantadeiras, já que atua na RAJ Technology. – Hoje esses equipamentos geram grande número de informações na lavoura e aqui foi possível refletir de outra forma sobre os conceitos, inclusive nos mostrando várias ferramentas gratuitas – observa.
Debate técnico foi um dos pontos altos do encontro, com a presença do produtor rural e agrônomo Maurício de Bortoli, que é bicempeão Cesb de Produtividade de Soja
Gracieli Verde
26 | Revista Novo Rural | Janeiro/Fevereiro de 2020
Especial
Iniciativa:
Gracieli Verde
Mais de uma centena de profissionais capacitados em 2019
Casa Kern abrigou grupo durante uma semana de interação
O diretor da Novo Rural e engenheiro-agrônomo Alexandre Gazolla Neto afirma que é gratificante colocar no mercado mais esta qualificação e levar conhecimento a produtores rurais e demais profissionais do agronegócio. Em 2019, ano em que a Novo Rural estreou no ramo de qualificações, foram capacitadas mais de 100 pessoas, com a presença de cerca de 30 profissionais docentes, todos com reconhecimento nacional e internacional nas suas áreas de atuação. – A Novo Rural reforça o compromisso de levar informação para o setor através da revista impressa, do portal de notícias e também por meio dos cursos. Uma novidade para 2020 é a possibilidade de oferecermos cursos on-line, permitindo que as pessoas se aperfeiçoem em qualquer lugar do Brasil – revela o empresário.
Thiago Bergamini Ibañez, agrônomo na Copasul, de Naviraí/MT
Alessandra Paludo, agrônoma e empresária rural em Cristalina/GO
Conseguimos ver aplicabilidade dos temas que foram abordados, todos com muita relevância para o nosso dia a dia como prestadores de serviço em agricultura de precisão
Jesser Frank, sócio-proprietário da Prisma Inteligência Agronômica, de Rio Verde/GO
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Assista ao debate técnico promovido durante a imersão:
Bruno Ribas de Abreu, coordenador de suporte técnico da Falker, de Porto Alegre/RS
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Confira todas as entrevistas feitas durante a imersão no nosso canal no YouTube:
Encarei a imersão como uma maratona de conhecimento e foi de um networking incrível. Serviu para trazer clareza para várias dúvidas que a gente tem no campo
Caroline Silveira de Lima, agrônoma na Plantec, em Vacaria/RS
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Foi uma experiência de muito conhecimento e compartilhamento, além de a gente perceber idoneidade e imparcialidade nas informações
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A imersão serviu para mostrar como conciliar recursos na agricultura atual
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A gente vai levar para dentro da empresa em que a gente trabalha uma forma diferente de ver a agricultura de precisão e digital
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Anderson Signorini, sócio da Cultivar, de Pato Branco/PR
Me interessei pelo curso pela grande quantidade de tecnologias citadas para poder melhor atender o produtor contribuir para que ele chegue às altas produtividades
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Maurício de Bortoli, bicempeão Cesb de Produtividade de Soja e um dos palestrantes
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A produtividade vai ser sempre proporcional à quantidade de conhecimento aplicado em cada hectare. Por isso, técnicas e boas práticas de manejo devem ser altamente difundidos
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Assista como foi o evento:
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Negócios
FEIRAS E EVENTOS
Cotrifred/Divulgação
FEIRA EM CAMPO:
informação e tecnologia ao produtor Primeira edição da feira promovida pela cooperativa mostra proposta focada no agro e com abordagem através de seminários técnicos
O “
foco da feira foi pensado justamente para atender o nosso produtor rural de forma especial, com palestrantes referência na área de leite e de soja. E, com isso, facilitar que o produtor acompanhe o que tem aparecido no mercado na busca por maior rentabilidade no campo”. Essa é a análise é do presidente da Cotrifred, Elio Pacheco, em relação à primeira edição da Feira em Campo Cotrifred – Agronegócio em Foco, que transcorreu em Frederico Westphalen entre os dias 12, 13 e 14 de dezembro de 2019. Segundo avaliação da comissão organizadora, esta primeira edição “consagra o ingresso da região do Médio Alto Uruguai no circuito de feiras direcionadas ao agronegócio”. Expositores também ressaltaram a importância da iniciativa, para aprimorar o
contato com o público do setor, com novidades e tendências nos 90 estandes. – É um projeto inovador para a região em que trouxemos tecnologias que sendo inseridas nas lavouras dos nossos associados, a exemplo do uso de drones para a aplicação de defensivos agrícolas – salienta o coordenador da feira, Joni Duarte. Técnicas como esta chamaram a atenção do público. – O pessoal tem ficado bastante curioso para ver como esta técnica funciona e isso nos estimula a mostrar mais sobre essas ferramentas que estamos colocando à disposição dos visitantes. Eles querem entender quais são os benefícios dessas tecnologias que não são mais o futuro, mas o presente no agro – ressalta o engenheiro-agrônomo Guilherme Busanello, da Dronagro, marca
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que é parceira da Cotrifred neste segmento. Foi uma oportunidade de várias marcas consolidadas no agronegócio fortalecerem o relacionamento com a Cotrifred e com o produtor rural. – Priorizamos por trazer toda a linha de produtos da marca, para que fosse uma abordagem completa ao produtor rural – comenta Bruno Morlin, representante da Corteva. Teve também quem lançou produtos. – Estamos mostrando as características do trator MF 4280 Xtra, que vem em uma das plataformas mais vendidas no Brasil, a do MF 4275. Nesta versão o que muda é o motor, que é eletrônico, seguindo as novas normas ambientais – cita o representante de vendas da Itaimbé Máquinas – Concessionária Massey Ferguson, Renato Cargin.
Área de quatro hectares foi organizada para receber visitantes
Negócios
FEIRAS E EVENTOS
Tecnologia no campo: perspectivas de como a evolução passa pelas lavouras Gracieli Verde
O uso rotineiro de tecnologias fez parte das reflexões propostas pelo engenheiro-agrônomo Bruno Visconti, da Granular, durante o 1º Seminário Regional da Soja, durante a programação da Feira em Campo Cotrifred – Agronegócio em Foco. Segundo ele, estar atento às mudanças e melhorias nas tecnologias disponíveis é essencial para inseri-las também na propriedade. – Adotar tecnologias na propriedade é um processo contínuo e a longo prazo. Por isso, a gente sempre orienta a não deixar para depois, porque se torna mais difícil de acompanhar tudo isso. Mas, também é importante avaliar qual tipo de digitalização faz sentido para cada caso. Nem sempre eu preciso de uma “Ferrari” para ter um resultado que também poderia ter uma motocicleta, quer dizer, é preciso saber entender em qual contexto nos encontramos – explanou o profissional. Além disso, segundo ele, a agricultura digital hoje está disponível para todos os produtores, independente se tem pequenas, médias ou grandes áreas. O maior desafio neste cenário é entender o que é mais adequado para o momento em que vive a propriedade de cada um. Para isso, naturalmente o setor precisa evoluir diante de algumas barreiras, como a falta de conectividade em algumas regiões. – O que temos visto em nível nacional, é que a conectividade ainda é baixa. Ainda temos uma realidade em que as empresas do setor de tecnologia que não estão vendo viabilidade em investir no campo, então esse acaba sendo um fator limitante para o uso de algumas tecnologias. Ao mesmo tempo, isso também se torna uma oportunidade para startups e outras empresas desenvolverem soluções nesse sentido – contextualiza. Outra presença do 1º Seminário Regional da Soja foi o palestrante e agrônomo Djalma Zimmer, que é comentarista do Canal Rural e tem se destacado como uma referência em temas como altas produtividades em grãos, em especial da soja. Ele ressaltou a importância de adotar manejos adequados para cada região, considerando as particularidades de solo e clima, entre outras abordagens.
Bruno Visconti compartilhou dados de como diversas tecnologias já fazem parte da rotina agrícola
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Juventude rural
OPINIÃO
Gestão para o futuro Flavio Cazarolli
Engenheiroagrônomo, especialista em Gestão de Recursos Humanos e palestrante na área de sucessão rural. Gerencia a Foco Rural Consultoria, em Ijuí flavio@focorural.com.br
De olho na gestão financeira da propriedade rural Demonstrativo de resultados é mais uma ferramenta para o produtor saber para onde está indo em relação aos negócios
E
sta ferramenta de análise de desempenho da empresa rural busca, por meio da avaliação econômica e financeira das atividades, obter informações referentes ao desempenho global da empresa, permitindo, além de avaliar os resultados financeiros, correlacioná-los com o desempenho produtivo e tecnológico das atividades e, consequentemente, analisar os resultados do sistema, que é uma empresa rural.
Os principais indicadores analisados no Demonstrativo de Resultado na atividade rural são os seguintes:
A
Resultado Atividade
Nesta análise avaliamos o retorno financeiro da atividade analisada. O quanto as receitas da venda da produção superam os custos necessários envolvidos no processo produtivo.
B
Preço de Custo
É o indicador que permite analisar por quanto no mínimo a produção deveria ser vendida para cobrir os custos. Chegamos até este indicador dividindo os custos pela produção. Muito usado na estratégia comercial da empresa.
C
Custo em Produto
Este indicador analisa quanto no mínimo deveria ser a produção para cobrir os custos. Chegamos a ele dividindo os custos pelo preço médio do produto. Através deste indicador podemos analisar questões tecnológicas envolvidas na produção e o impacto no custo.
D
Custo de Oportunidade
Compreende uma avaliação de risco no uso do capital envolvido no negócio, o qual poderia ser empregado em outras atividades ou até mesmo no mercado financeiro através de aplicações. É avaliado segundo um indicador de remuneração opcional escolhido pela empresa. Na área rural, o parâmetro mais utilizado é o valor de arrendamento da região. Representa o mínimo que o empresário deseja obter pelo uso de seu capital. Neste caso, não haverá desembolso financeiro efetivo, apenas um valor utilizado como parâmetro para análise.
E
Custo Total
É o total dos meios de produção consumidos, a parte proporcional dos meios de produção fixos desgastados, e a avaliação do uso alternativo dos recursos utilizados, expressos em dinheiro, durante o período de produção de um bem. Portanto, se a receita total for superior ao custo total, podemos dizer que a atividade em análise corresponde ao melhor uso dos recursos disponíveis, quando comparado aos parâmetros de remuneração utilizados no cálculo dos custos de oportunidade.
E
Renda
A análise de renda é muito importante na atividade rural, porque em muitos casos, o resultado do negócio não pode ser medido unicamente com as entradas e saídas de dinheiro, outros itens, não monetários, podem estar envolvidos. A renda compreende a soma de todos os resultados alcançados com a atividade em análise, sendo estes resultados expressos em dinheiro ou por benefícios indiretos como mudança de inventário e privilégios. Um exemplo é a atividade de pecuária, onde a ampliação do plantel, ou mesmo a mudança de categoria dos animais, podem representar um acréscimo patrimonial que não é analisado, por não representar uma entrada de dinheiro efetivamente. Devemos observar, em especial, a variação de estoques de insumos e produtos relacionados com a atividade em análise. Em relação aos privilégios, estes compõem os recursos utilizados pelo empresário para seu benefício e que não foram apurados como receitas da atividade. Como exemplo podemos citar o consumo de leite e carne pela família do produtor obtidos pela exploração da atividade de pecuária.
F
Avaliação de Riscos e Perspectivas
Pela característica dinâmica dos negócios agrícolas, cabe ao empresário rural simular possíveis alterações em relação aos índices de produtividade utilizados na análise dos resultados, bem como, na possível variação dos preços dos produtos no mercado agropecuário. Cabe ao produtor construir diferentes cenários para a sua produtividade e para os preços de seus produtos. Ao simular estes cenários o produtor deve levar em conta as informações que dispõe do mercado para avaliar as diferentes situações e dar um peso maior para aquele que tiver maior probabilidade de vir a se concretizar, exercitando desta forma a sua visão de futuro. No final, poderá avaliar os riscos e perspectivas de ganhos para a atividade em estudo.
Independente da atividade desenvolvida, todo gestor deve desenvolver habilidade para analisar financeiramente seu negócio e, a partir das análises feitas, redirecionar suas ações na busca dos melhores resultados, transformando todo seu esforço e dedicação em lucros a serem aproveitados no crescimento do negócio e no bem-estar da família.
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Negócios
OFERECIMENTO:
GERAL
Com planejamento é possível aumentar a produtividade e a lucratividade Para isso, Sicredi preparou algumas dicas para você organizar suas atividades em 2020
Curto prazo A poupança é um investimento simples e de baixo risco, não precisa começar com muito dinheiro e é possível resgatar esse valor quando quiser. Para o Sicredi, a poupança vai além do rendimento ao poupador. Afinal, os recursos captados são reinvestidos na região em que foram gerados. Na prática, isso acontece porque esse dinheiro vai servir de crédito a outro associado, o que gera um ciclo de desenvolvimento e resulta em novas oportunidades de negócio.
A
poiar os sonhos dos associados: esse é o compromisso do Sicredi. São mais de 300 produtos e serviços, além de um atendimento simples, próximo e personalizado. A instituição financeira cooperativa conta com diversas alternativas para quem deseja guardar e investir o dinheiro de maneira segura e rentável. Com a chegada do fim do ano vem a necessidade de planejar 2020, objetivando bons resultados na propriedade. Para auxiliar, o Sicredi disponibiliza algumas opções para já iniciar o ano com organização e consequentemente, aumento na sua renda.
Médio e longo prazo Os seus sonhos são a médio e longo prazo? Pois, então, o Sicredi Flex é o produto indicado para você. São taxas diferenciadas que garantirão rentabilidade. E se você quiser ter certeza de quanto irá ganhar ao final da aplicação, o seu investimento é o RDC (Recibo de Depósito Cooperativo) pré-fixado. No momento que você contratar, a taxa já é acordada, assim é possível planejar seu orçamento familiar em torno desta aplicação.
Qual o seu perfil? Investir seu dinheiro pode ser simples e descomplicado. Quando você entende o seu perfil de investidor e os produtos certos para os seus objetivos, tudo isso aumenta as chances de fazer o seu dinheiro render mais, construir uma reserva financeira para o futuro, ou por exemplo, viajar, planejar os estudos dos seus filhos e claro, investir em sua propriedade e família. No Sicredi, os colaboradores estão prontos para te ajudar de um jeito seguro, próximo e inteligente. Entenda o seu perfil de investidor e faça as melhores escolhas, para ajudar, separamos os rendimentos em curto, médio e longo prazo.
Outro produto que possui como diferencial o baixo valor de aplicação é o Sicredinvest, em que a partir de R$ 50,00 você já começa a investir e agregar renda. Também existe a opção do LCA (Letra de Crédito do Agronegócio), um excelente investimento para quem busca diversificar o seu patrimônio com aplicações de baixo risco. O produto possui isenção de Imposto de Renda e IOF para pessoa física, o que torna sua taxa bastante atrativa, podendo apresentar uma rentabilidade competitiva com demais produtos. Além de todas essas vantagens, com a aquisição deste produto, você ajuda a fomentar o agronegócio, com o desenvolvimento regional.
Você imagina uma aplicação que aumenta sua rentabilidade com o passar do tempo? Esse é o grande diferencial do Evolutivo. Indicado para você que planeja seu futuro a longo prazo. Já o RDC (Recibo de Depósito Cooperativo) pós-fixado é para você que sabe exatamente quanto tempo quer utilizar seus investimentos.
Canais de atendimento Com os canais do Sicredi você encontra segurança e comodidade para realizar movimentações financeiras, onde e quando quiser. Você pode acessar pelo computador, com o Internet Banking, no aplicativo pelo seu smartphone, ou ainda os serviços pelo telefone e caixa eletrônico. 31 | Revista Novo Rural | Janeiro/Fevereiro de 2020
Cooperativismo
AÇÕES
Assistência técnica
Repórter
Cotrifred: Meu Tambo, Meu Futuro encerra primeira fase
Creluz encerra 2019 com ações ambientais
Programa conta com a parceria da Sicredi, URI/FW e da Emater/RS-Ascar
O
Edevaldo Stacke/Divulgação
mês de dezembro de 2019 também foi marcado pelo fechamento da primeira fase do programa Meu Tambo, Meu Futuro, desenvolvido pela Cotrifred desde 2018, para prestar acompanhamento técnico e capacitações à bovinocultores de leite. Ao todo, foram 120 propriedades atendidas nos oito municípios de atuação da cooperativa. O programa foi coordenado pelo médico-veterinário Thiago Cantarelli, que integra a equipe técnica da Cotrifred. Segundo ele, a assistência aos produtores continua. Além disso, a cooperativa pretende seguir com o programa em um novo formato, com o objetivo de capacitar cada vez mais os produtores e fomentar a atividade na região. – Com essas famílias trabalhamos questões como gestão da propriedade (financeira e do rebanho), nutrição, sanidade, melhoramento genético, qualidade de leite e manejo das terneiras, novilhas, vacas secas e em lactação, prezando pelo conforto e o bem-estar do animal. A gente obteve resultados excelentes, propriedades com aumento de produtividade, ampliação das áreas de pastagens permanenThiago Cantarelli, médicotes e também a melhoria da qualidade do leite, veterinário da Cotrifred que hoje é o foco – ressaltou o profissional. De acordo com o presidente Elio Pacheco, o programa vai ao encontro dos objetivos da cooperativa – desenvolver a região, fortalecer o cooperativismo, dar sustentação a cadeia produtiva do leite e solidez ao sistema e ao produtor –, tendo em vista a industrialização de leite. – A gente vê a realização dos nossos associados que participaram do programa. Acho que uma das maiores satisfações é essa intercooperação que estamos praticando em prol do desenvolvimento da bacia leiteira do Médio Alto Uruguai – destacou Pacheco. O programa conta com a parceria da Sicredi Alto Uruguai RS/SC/MG, da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões (URI/FW) e da Emater/RS-Ascar.
Obtivemos resultados excelentes, propriedades com aumento de produtividade e ampliação das áreas de pastagens permanentes.”
O Leonardo Carlini/Jornal O Alto Uruguai
encerramento do ano de 2019 foi especial para o Grupo Creluz. No último dia do ano a direção da cooperativa reuniu os colaboradores para uma visitação ao Horto Florestal, percorrendo, inclusive, a trilha ecológica, o meliponário, as estufas de produção de mudas, canteiros de ervas medicinais e o relógio do corpo humano. Ao visitar o Horto Florestal, os colaboradores receberam mudas de árvores nativas e posteriormente efetuaram o plantio em uma área localizada na Fundaluz, formando a floresta colaborativa. Após estas ações, o presidente do Grupo Creluz, Elemar Battisti, apresentou uma retrospectiva dos principais trabalhos desenvolvi-
dos em 2019. O ano foi marcado por inúmeros investimentos na geração e distribuição de energia, principalmente pela ampliação da geração solar, com mais energia limpa sendo colocada em rede, com a inauguração da fase B da Usina Boa Vista e a construção do Complexo Três Arcanjos em Ametista do Sul, além do início das obras da Subestação Pinhal Augusto Moro. Durante a ação, Battisti destacou que a cooperativa trabalha todos os anos com a manutenção preventiva das redes, implantação de novas tecnologias e ampliação da sua matriz geradora, sem deixar de lado seu compromisso social e ambiental.
Acesse: www.creluz.com.br Evento de encerramento foi realizado em Frederico Westphalen, em dezembro
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Cooperativismo
OPINIÃO
CooperAtivas Pedro Luís Büttenbender
Doutor em Administração, mestre em Gestão Empresarial, especialista em Cooperativismo e administrador. É professor pesquisador da Unijuí, assessor e associado de cooperativas plbutten@gmail.com
Novo ano, novas pautas Iniciamos 2020 assumindo que o cooperativismo será uma das estratégias, instrumento, organização e/ou espaço de esperança mais promissores para o desenvolvimento econômico e social da sociedade. Um ano de muitas coisas boas, conquistas e de vitórias. Mas também um ano que convoca todo cidadão a pensar e agir mais no coletivo, na solidariedade, na colaboração, na cooperação, na maior tolerância, na ajuda mútua e na promoção da justiça social. Parabéns a você que está lendo esta coluna! É bom começar cedo e se preparar com sabedoria, competência técnica e espírito humano. O cooperativismo sairá das cooperativas, enquanto entidades e empresas, para se incorporar como um jeito de agir, de pensar e um estilo de vida. Seja muito bem-vindo, com fé, para a sociedade da esperança, mais justa e feliz.
V
ocê lembra da ‘funda’, do estilingue ou do bodoque? Um brinquedo, uma arma ou uma referência pedagógica. Puxamos para trás, com a mira firme no presente, para jogar pra frente. Assim podemos entender vários aspectos da vida. Saudosos e com as lembranças do passado. Foco atento para preparar o futuro e vivendo a plenitude do momento presente. Estamos juntos, eu e você, amigo leitor, e todos nós cooperativistas ou ainda não, começando este novo ano e esta segunda década do novo século e milênio. O que será deste novo ano? Tudo o que seremos capazes de pensar, criar, construir e produzir. O que projetamos para este novo ano na economia, abrangendo a agricultura, a indústria, o comércio e os serviços. Na geração de oportunidades de trabalho e renda. Na política, nas esferas nacional, estadual e municipal. No contexto social e ambiental, quais serão as novidades. As transformações, resultantes das inovações, são cada vez mais rápidas e disruptivas. Gerando muitas coisas boas, mas também nos desafiando a nos reinventarmos em nossas atividades produtivas e relações sociais, construir novos planos, enfim, aprender a aprender sempre. A transitoriedade das coisas, combinadas com a perecibilidade dos produtos, a superficialidade crescente das relações entre as pessoas e
organizações e a perda de credibilidade e fortaleza das instituições está muito presente nos dias atuais. Agrega-se o comportamento absolutista e de baixa tolerância de alguns segmentos sociais. Este contexto produz a perspectiva da importância de descobrir e reinventar hábitos, valores, crenças e instituições fortalecidas, que são características que outros países e culturas, consideradas mais desenvolvidas, ainda não perderam. Neste contexto, nesta nova sociedade, o cooperativismo se fortalece como alternativa, estratégia e caminho. Não apenas como organizações de diferentes tamanhos, ramos de atuação, com sócios e não sócios, com funcionários, com prédios, estruturas, etc. Mas, olhando a cooperação solidária como uma estratégia, mecanismo e sistema de relacionar as pessoas e as entidades. A concorrência de mercado e a competitividade é algo natural na sociedade de hoje. Mas nele cabe o espaço para a colaboração, a cooperação, a estratégia coletiva, conjunta e alinhada. O cooperativismo, seja nos formatos e tecnologias mais tradicionais, do mutirão e espírito comunitário, até as novas fórmulas das redes sociais, da inteligência artificial, das cooperativas de bancada. As organizações cooperativas têm vários desafios próprios para este ano e que estão pautados em suas prioridades. Pessoalmente, tenho prestado serviços na capacitação de gestores, conselheiros, lideranças e coletivo, focado na governança corporativa, produção de resultados e educação cooperativa. Constam também como prioridades o maior engajamento pelo propósito, a intercooperação, a agregação de valor, maior participação da mulher e do jovem na cooperativa, inovação tecnológica e contratualização, etc. Este novo ano nos convida a olhar para frente, mas também pro lado, pro amigo, pro
vizinho, pro colega, pra comunidade, para o município e a região. Veja o que você pode fazer junto com outro, fazem mais e melhor. Olhe para sua cooperativa, sindicato, igreja, associação ou outra entidade. Pense, proponha e lidere iniciativas colaborativas. Pense no novo, com criatividade, audácia, coragem e capacidade de fazer juntos. Quando, com surpresa, estarão fazendo o que antes era considerado impossível ou inatingível individualmente. O cooperativismo é muito mais do que atual rede de cooperativas. Cooperativas, pelos seus princípios, fundamentos e instrumentos legais, são sociedades de pessoas criadas para realizar ações que visam o desenvolvimento econômico e social dos seus membros e da sociedade. É portanto uma nova forma de pensar, organizar e agir para alcançar o que precisamos, almejamos e/ou sonhamos. Cheios de energia e esperança, vamos valorizar as pessoas, a tolerância, a diversidade, a liberdade, a democracia, o direito, a participação, a pluralidade, a igualdade e equidade, a justiça e a inclusão social. O prazer da vida, da perspectiva esperançosa de um futuro melhor para cada um e sustentável para as futuras gerações.
O que será deste novo ano? Tudo o que seremos capazes de pensar, criar, construir e produzir.”
Sigamos em cooperação! Feliz 2020!
33 | Revista Novo Rural | Janeiro/Fevereiro de 2020
Geral
POLÍTICAS PÚBLICAS
Extensão atende cerca de 40 mil agricultores na região Rafaela Rodrigues
Para 2020, a expectativa é de mais ações a campo e atividades coletivas focadas em temas estratégicos para o setor
P
olíticas públicas que envolvem o cenário agrícola do Rio Grande do Sul, bem como panoramas e perspectivas do trabalho de assistência técnica e extensão rural e social desenvolvidos pela Emater/RS-Ascar no Estado, estiveram em pauta no fim de 2019, em Frederico Westphalen. O Encontro sobre Políticas Públicas e Extensão Rural teve como um dos objetivos aproximar mais a extensão rural com lideranças da região. Dados dos trabalhos executados pela Emater/RS em 2019 também foram apresentados, bem como o planejamento para 2020. – É importante frisar que graças aos produtores, nossas agroindústrias e a agricultura não está sofrendo tanto por causa dessa crise financeira que está assombrando o Estado. Nosso desafio tem sido desburocratizar os processos e modernizar a gestão, colocar muita coisa à disposição dos nossos produtores através de prestação de serviços dentro das plataformas digitais – disse o secretário da Agricultura do Estado, Covatti Filho, que também falou sobre a destinação de mais recursos para a instituição em 2020, a fim de fortalecer a relação entre Emater/RS-Ascar e o governo. O secretário também comentou sobre as projeções do governo para tornar o Estado autossuficiente na produção do milho. Segundo ele, esse é um dos principais desafios da pasta, já que a maior parte dos grãos são trazidos de outros Estados. Ele destaca também as movimentações para tornar o RS área livre de aftosa sem vacinação. “Com essa mudança de status sanitário vamos conseguir produzir mais, habilitar outros países para exportação e, por consequência, fortalecer toda a cadeia de produção de proteína animal”, completou. O presidente da Emater/RS-Ascar, Geraldo Sandri, abordou sobre o trabalho da Assistência Técnica e Extensão
"Especialistas falam que 2020 será o grande ano da agropecuária e nós vemos isso pelos números apresentados." Geraldo Sandri, presidente da Emater/RS-Ascar
2019
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Rural e Social (Aters) no Estado e as linhas estratégicas de atuação da instituição. – Os motivos para estarmos otimistas são muitos. Especialistas falam que 2020 será o grande ano da agropecuária e nós vemos isso pelos números apresentados. Os desafios são vastos, mas com o apoio do próprio governo e também de outras entidades que estão comprometidas como o trabalho de extensão rural e social, vamos superar essas etapas – ressaltou Sandri. Para apresentar o cenário da região, os gerentes regionais da Emater/ RS-Ascar de Frederico Westphalen, Luciano Schwerz e Cleomar de Bona, explanaram sobre as ações estratégicas e os resultados do trabalho da instituição na regional de Frederico Westpha-
Famílias atendidas Mais de 25 mil
len, que abrange 42 municípios e envolve os Coredes Médio Alto Uruguai e Rio da Várzea. – Tivemos um crescimento no número de famílias atendidas em 2019, ultrapassando 25 mil famílias, representando 39 mil agricultores. O próximo ano vai ser de muitas oportunidades, estamos com muita demanda de projetos na área de suinocultura e de avicultura na nossa região. A bovinocultura de leite, por mais que tenha reduzido cerca de 17% o número de propriedades que trabalham com bovinocultura de leite comercial, teve a produção aumentada em 4%. Isso mostra que estamos mantendo os produtores qualificados na atividade. Nosso foco para 2020 tende a ser muito mais a campo e em atividades coletivas – frisa Schwerz.
Representando 39 mil agricultores
Infraestrutura
ACESSO RODOVIÁRIO
Rafaela Rodrigues
Ponte garante maior interação entre regiões Após inauguração, se vê mais investimentos no setor agro graças à melhoria em logística
O
Emocionado, De Carli considerou um privilégio ter convivido com o presidente da Creluz, Elemar Battisti, defensor do projeto e que teve papel fundamental nesta busca pela melhoria da logística regional. O prefeito de Ametista do Sul e presidente da Amzop, Gilmar da Silva, ressaltou o papel da união dos municípios e da Creluz, que deram exemplo para a sociedade. – O crescimento da região está acima da média se comparado com o Rio Grande do Sul. Isso é fruto da dedicação das pessoas e melhorar a infraestrutura é fundamental – disse. Em Seberi, a expectativa é para o desenvolvimento da avicultura, tendo em vista o interesse em abrir novos mercados através da Seara/JBS de Trindade do Sul. – Estamos otimistas e já temos um investidor que está viabilizando um projeto. Depois deste, com certeza outros virão, tanto para aves para corte como para postura e produção de pintinhos – afirmou o prefeito de Seberi, Cleiton Bonadiman. A ponte representa um investimento superior a R$ 6 milhões e, para finalizar a obra, foi necessário um aditivo, recurso este que foi negado pelo governo federal. O que coube à Creluz nesse projeto foram R$ 502 mil em projeto, áreas, estudos e locação; R$ 117,9 mil em rede elétrica com iluminação; R$ 272,5 mil integrando o rateio a partir da audiência pública; somando R$ 892,5 mil por parte da cooperativa. Outra parte dos recursos foram colocados pela prefeitura de Liberato Salzano e demais municípios que integram a Amzop.
Livro conta história do projeto da ponte Um livro intitulado “Ponte da Integração – Um legado do cooperativismo para o desenvolvimento regional” foi lançado na ocasião. A obra escrita foi produzida pela jornalista Adriana Folle e pela diretora do jornal o Alto Uruguai e da Revista Novo Rural, Patrícia Cerutti. – O livro relata o envolvimento da Creluz por esta obra nos últimos 20 anos, destacando a importância do cooperativismo e da união de esforços para realizar um sonho, bem como da importância do papel de lideranças e de ser resiliente, enfrentando as adversidades – comentou Patrícia. Rafaela Rodrigues
ano de 2019 encerrou, mas deixou para 2020 legados que devem dar uma nova dinâmica para o setor produtivo regional. Um desses legados corresponde a Ponte da Integração, considerada importante obra de infraestrutura que teve a inauguração em dezembro passado. Foram os 150 metros de comprimento de obra mais esperados dos últimos anos por muitos moradores, empresários e lideranças. – É um marco no desenvolvimento regional, porque a melhoria na logística e na infraestrutura muda o perfil de uma região. Com certeza o setor agropecuário vai ser o mais beneficiado, encurtando distâncias entre empresas integradoras, indústrias e o produtor rural – disse o presidente do Grupo Creluz, Elemar Battisti. Para prefeitos de municípios da região, o momento era de celebrar e agradecer. – O município reconhece o esforço da Creluz e demais envolvidos no projeto para que essa obra fosse executada. Tivemos a contribuição de 23 municípios com esse projeto, demonstrando a força da união regional. Agora, o próximo passo é viabilizar uma perimetral, para desviar o trânsito pesado. Já temos sinalização positiva em relação a recursos – disse Arno Ferrari, prefeito de Rodeio Bonito. – Estamos em clima de comemoração, mas é importante reconhecer a cada um que contribuiu para que a obra saísse do papel. Já visualizamos uma série de novos investimentos no município graças à Ponte da Integração – salientou Gilson De Carli, prefeito de Liberato Salzano.
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OFERECIMENTO:
Qualidade de vida
CULINÁRIA
É hora de refrescar o paladar! Esta estação pede uma receita refrescante, não é mesmo? Por isso, as águas aromatizadas também são uma boa pedida. Você pode combinar limão-cravo e alecrim; laranja, maçã e gengibre ou até mesmo morango, limão siciliano e manjericão para refrescar os momentos após o trabalho, seja na lavoura ou em casa. Além de hidratar, essas combinações amenizam a sensação de calor causado pelo verão. E é claro que um sorvete também tem seu valor. Ingredientes
Calda
Para a calda Para o 1º creme
• 5 colheres de
chocolate em pó • 7 colheres de água • 1 forma de bolo com furo no meio (ou como desejar) • 1 panela pequena
Modo de preparo
• 4 gemas • 1 lata de leite
condensado • 1 lata de leite comum • 1 liquidificador • 1 panela grande • 1 bandeja com água
Coloque na panela o chocolate em pó e a água, misture até ao dissolver o chocolate e leve is, po De . sar ros eng até fogo. Deixe ma, pegue a calda e coloque na for e a Lev . do untando somente o fun calda ao congelador.
1º creme Coloque as gemas, o leite condensado e o leite no ar liquidificador. Bata até mistur na a tur mis a bem. Coloque até panela e leve ao fogo. Mexa , é sar ros eng até gau min um virar , importante que não borbulhe so. mo cre ca fi senão o bolo não Em seguida, coloque a panela em uma bandeja com água fria para esfriar o creme.
Dica
Para o 2º creme • 4 claras • 1 lata de creme
de leite • 5 colheres de açúcar • 1 batedeira
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Antes de começar o bolo coloque o creme de leite no congelador, para que o soro fique mais consistente. Se desejar, faça o bolo de outro sabor. Ao invés do leite, coloque um suco de fruta.
2º creme e Coloque a clara na batedeira ne icio Ad e. nev ar vir até bata, o creme de leite e o açúcar e m. bata de novo até misturar be me cre iro me pri o Adicione e bata de novo até ficar bem misturado. Retire a forma do a. congelador e coloque a mistur r Leve novamente ao congelado e deixe por mais ou menos 24 horas até virar um sorvete. Desenforme o bolo e este estará pronto para comer.
Qualidade de vida
OPINIĂƒO
CĂĄ entre nĂłs DulcenĂŠia Haas Wommer
Assistente tĂŠcnica regional social da Emater/RS- Ascar de Frederico Westphalen
dwommer@emater.tche.br
Vontade de fazer!
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Como foram as confraternizaçþes, os passeios, as visitas, a casa cheia de parentes?
C
om a chegada do novo ano, renovam-se as perspectivas. NĂŁo deve ser somente coincidĂŞncia que neste perĂodo tambĂŠm colhemos as uvas. Com qualidades nutricionais muito apreciadas, ĂŠ uma fruta considerada rejuvenescedora. Isso porque, ao desenvolver açþes antioxidantes no organismo por meio de seus componentes extremamente benĂŠficos Ă saĂşde, ela previne o envelhecimento celular, entre outras propriedades. Certamente precisamos das propriedades desta fruta para iniciar bem o ano! Como serĂĄ nosso ano? O que queremos realizar? Qual o tamanho do nosso tanque? Isso me faz lembrar uma historinha das carpas. Conta a lenda que a carpa japonesa (koi) tem a capacidade natural de crescer de acordo com o tamanho do seu ambiente. Assim, num pequeno tanque, ela geralmente nĂŁo passa de cinco ou sete centĂmetros – mas pode atingir trĂŞs vezes este tamanho se colocada num lago. Semelhante Ă s carpas, algumas pessoas tĂŞm a tendĂŞncia de crescer de acordo com o ambiente que as cerca. SĂł que, neste caso, nĂŁo estamos falando de caracterĂsticas fĂsicas, mas de desenvolvimento emocional, espiritual, intelectual. Ah, e de felicidade, porque nĂŁo? A carpa ĂŠ obrigada a aceitar os limites do seu mundo. NĂłs estamos livres para crescer de acordo com nossa visĂŁo, sonhos e vontades. Sim, vontades, porque sĂł sonhar nĂŁo adianta, precisa vontade de fazer! “Se somos um peixe maior do que o tanque em que fomos criados, ao invĂŠs de nos adaptarmos a ele, devĂamos buscar o oceano – mesmo que a adaptação inicial seja desconfortĂĄvel e dolorosaâ€? (Paulo Coelho). CĂĄ Entre NĂłs, nĂŁo tem o que a gente nĂŁo bote a mĂŁo com vontade que nĂŁo aconteça! Outro dia li uma frase e compartilho com vocĂŞs: “Nunca diga a uma mulher que nĂŁo pode fazer isto ou aquilo... Lembre-se que sĂł ela conseguiu dançar com dois coraçþes, sĂł ela respirou com quatro pulmĂľes, sĂł ela conseguiu carregar na sua barriga o peso de dois mundos. NĂŁo lhe diga que nĂŁo ĂŠ capaz de alguma coisa, porque ela ĂŠ capaz de tudo!â€? Esta ĂŠ minha provocação de inĂcio de ano: fazer com que vocĂŞ analise o “seu tanqueâ€?, sua disposição para fazer acontecer. EstĂĄ valendo ainda fazer a listinha dos objetivos! MĂŁos Ă obra!
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Se somos um peixe maior do que o tanque em que fomos criados, ao invĂŠs de nos adaptarmos a ele, devĂamos buscar o oceano – mesmo que a adaptação inicial seja desconfortĂĄvel e dolorosa.â€? Paulo Coelho
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Bem-vindo, 2020!
Sobre qual assunto vocĂŞ quer que eu escreva? Mande sua sugestĂŁo para o WhatsApp (55) 9.9960.4053
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Qualidade de vida
ANTIGUIDADES
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O passado que faz parte do presente da família Mossmann Fotos: Rafaela Rodrigues
Secretário de Agricultura e Meio Ambiente de Nova Boa Vista/RS possui no quintal de casa uma espécie de museu, onde coleciona artigos antigos que vão desde louças, eletrodomésticos até equipamentos agrícolas
O
apreço de Edson José Mossmann, 34 anos, por objetos antigos começou na infância, com o avô paterno José Edgar Mossmann. Desde muito jovem ele cultivava a ideia de ter um espaço dedicado a essas peças que um dia fizeram parte do cotidiano de seus antepassados. Hoje, secretário de Agricultura e Meio Ambiente em Nova Boa Vista/RS, Edson possui no quintal de sua casa uma estrutura toda adaptada para acomodar ferramentas que vão desde louça, eletrodomésticos até equipamentos agrícolas antigos, como um aplicador de produtos químicos, feito em aço inox. – Eu nasci no Paraná e fui criado lá junto de meu avô até os sete anos de idade. Eu observava ele trabalhando com ferramentas antigas, fazendo bornal para colocar nos bois, por exemplo, estava sempre em volta dele. Eu gosto muito de lembrar dessa época, um dos motivos também que me incentivam a preservar esses objetos – conta o colecionador. Aos poucos, seu passatempo foi ganhando fama entre os conhecidos, que doando entre um objeto e outro fomentaram o sonho de Edson em “criar um rancho”, como ele mesmo diz, com todas as peças expostas, uma espécie de museu na própria casa. – Eu sempre quis ter um rancho, um espaço onde eu pudesse colocar esses artigos antigos para que as pessoas viessem aqui e, além de comerem um churrasco e tomarem um chimarrão, vissem o que eu tinha guardado. Nunca peguei as peças ser permissão, as pessoas sabendo da minha afeição sempre colaboraram com algum objeto – conta o também apreciador da cultura gaúcha.
Edson e filho Davi Luiz no espaço onde guarda as antiguidades
Mais do que objetos materiais Muito mais do que colecionar louças, eletrodomésticos e equipamentos agrícolas antigos, Edson, com o apoio de sua família, preserva a história por trás dessas ferramentas, para que no futuro seu filho, hoje com quatro anos, e outras pessoas, que assim como ele veêm mais do que objetos, possam reviver momentos que talvez só serão conhecidos
Aplicador de produtos químicos antigo 38 | Revista Novo Rural | Janeiro/Fevereiro de 2020
pela literatura ou nem desse modo. – É um amor, um carinho pelo passado. Os objetos que tenho nesse espaço são de grande valia, peças que para mim não tem preço. Eu quero guardar a história, para que daqui uns anos nossos filhos e netos possam ter recordações dos nossos antepassados – declara.
Qualidade de vida
JARDINAGEM
Cuidar das plantas para cuidar de si
CONFIRA AS DICAS DA EXTENSIONISTA EDIMARA, EM VÍDEO, NESTE QR CODE ATRAVÉS DA CÂMERA DE SEU SMARTPHONE!
Agricultora de Planalto mostra como o jardim reconstruído foi alicerce para superar uma perda inesperada na família
Gracieli Verde
O
Teresinha Lopes com a extensionista Edimara Dal-Ross, da Emater/RS
Orquídeas ganharam um lugar especial
A partir daí, pensamos em espaços de convivência no jardim, para que ela possa vivenciar momentos de interação ao ar livre com os netos, a família e as amigas – assinala Edimara. O que se almejava não era apenas a beleza do espaço, mas o quanto este se tornaria funcional para manter as plantas em dia e o local seguro para poder brincar com as crianças, por exemplo. A padronização dos vasos, a construção de uma calçada para acessar o lo-
Gracieli Verde
Gracieli Verde
bem-estar de poder dividir tempo no dia a dia com plantas, flores e um jardim bem composto podem fazer total diferença na vida de uma pessoa. Se você não concorda com essa afirmação, a história da agricultora Teresinha Lopes, de 52 anos, moradora de Planalto, pode mudar sua opinião. Há pouco tempo ela passou por uma perda que mexeu com o psicológico. Repentinamente, ficou viúva do esposo Adão, aos 54 anos. Do nada, ela precisou tomar frente dos negócios relacionados à produção de uva e de citros, atividades que hoje são mantidas por terceiros. Mais do que isso, de forma inesperada ela se viu sozinha, uma vez que a filha, Andréia, já mora na cidade de Planalto há algum tempo, com o esposo André, com quem tem os pequenos Alexandre, de 5 anos, e Alice, de 2. “A gente perde o chão”, exclama Teresinha, referindo-se ao fato. Mas, essa naturalidade com que ela trata o caso, já superado – apesar de jamais ser esquecido, obviamente – é resultado de uma busca constante pela compreensão da vida e da existência humana, além de medidas generosas de procura pelo bem-estar, pela “virada de página”. E o caminho que Teresinha encontrou para renascer no mesmo local onde formou a família ao lado do saudoso Adão foi, literalmente, construído. Isso mesmo. Com uma readequação do espaço do jardim, hoje ela consegue ver alegria na vida e beleza ao alcance dos olhos, na frente de casa. O contato com a extensionista Edimara Dal-Ross, da Emater/RS-Ascar de Planalto, em um dos encontros promovidos para um grupo de mulheres da comunidade de Linha Santa Cruz, foi o primeiro passo. A profissional que foi convidada para participar deste momento de ressignificação para Teresinha. Ela redesenhou como seria o projeto do jardim para, respeitando os gostos da agricultora, poder inserir plantas novas e retirar aquelas que estavam em excesso. Um cercado ao redor do jardim também garante à moradora maior segurança. – Inicialmente a gente tirou uma grande quantidade de plantas, que foram cultivadas por muito tempo e sem planejamento, porque no passado se tinha uma necessidade grande de sombrear a casa.
Pergolado permite ambiente de convivência no jardim
cal com veículo e de um pergolado permitiram que o espaço ficasse com um novo modo de uso. Sem contar as plantas, que tiveram a inclusão de diversas orquídeas – as preferidas de Teresinha –, da lutiela roxa, lavandas, do tapete-inglês, entre várias outras. Tudo para que a terra ficasse totalmente coberta, seja com grama ou com demais variedades. – Quando a gente pensa em deixar um jardim mais harmonioso, o básico é ter todo o solo coberto, para evitar que haja
erosão, ou mesmo que se forme barro ou muita poeira. Combinar plantas de acordo com tonalidades e formatos também é importante – orienta a extensionista. Mas o que isso tudo mudou para Teresinha? – Tudo. Hoje me sinto mais feliz aqui. Não tem como esquecer o que aconteceu, a minha perda, mas consegui permanecer aqui com carinho por tudo o que fazemos – comenta, com um sorriso no rosto que diz mais do que qualquer palavra.
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