Revista Novo Rural | Novembro 2018

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Novo

Rural Ano 2 - Edição 24 - Novembro de 2018

Hora de colher e plantar!

APOIO

Veja como está o desempenho do trigo nas primeiras áreas colhidas. Saiba também qual a projeção de área para as principais culturas de verão para a safra 2018/2019, além de informações sobre como estabelecer essas lavouras para obter melhores resultados


Carta ao leitor ALEXANDRE GAZOLLA NETO

Professor e empresário do agronegócio, diretor da Novo Rural

O

agronegócio brasileiro é uma grande história de sucesso. Nos últimos 50 anos podemos destacar grandes avanços na área do melhoramento genético (animal e vegetal), da nutrição vegetal e do manejo de plantas daninhas, pragas e doenças. Além desses significativos avanços, temos a agricultura digital. A demanda mundial por produtos do agro, sejam alimentos, fibras ou bioenergia continua em alta, e poucos países do mundo serão capazes de atender a esse crescimento como o Brasil. A região do Médio Alto Uruguai se destaca por suas características baseadas na diversidade dos sistemas de produção, característica fundamental para o estabelecimento de novos empreendimentos. Porém, para atendermos esta demanda global, precisamos de uma nova revolução, não só baseada no avanço das ciências biológicas, mas, principalmente, em tecnologias habilitadas para a gestão e informação. A revolução digital está chegando ao campo. Esse crescimento está intimamente ligado às novas tecnologias, desenvolvidas para auxiliar o agricultor dentro e fora da porteira, seja relacionado a cultivares mais resistentes e produtivos ou animais que oferecem maior conversão alimentar, com uma car-

“Não podemos esquecer que o setor agropecuário enfrenta os mesmos problemas que afetam a competitividade da indústria, comércio e serviços.”

A revista Novo Rural é uma publicação realizada em parceria com Circulação Mensal

Tiragem

13 mil exemplares

Fone: (55) 3744-3040 Endereço: Rua Getúlio Vargas, 201 - B. Ipiranga 2 | RevistaFrederico Novo Westphalen/RS Rural | Novembro de 2018

ne de maior qualidade para o consumidor final. Não foram apenas as tecnologias técnico-produtivas que permitiram o sucesso deste setor, com o aumento e otimização dos processos produtivos, das áreas produzidas, as agroindústrias, os serviços e todos os envolvidos na cadeia agropecuária. Tona-se casa vez mais necessário aprimorar técnicas e procedimentos de gestão e avaliação de cenários, pessoas e recursos associados às diversas etapas, ou seja, desenvolveu-se uma complexa teia de relacionamentos associada às cadeias de produção no agro. Também é preciso considerar algumas prioridades, como a melhoria dos sistemas de armazenamento, transportes e logística, cuja precariedade é causadora de inaceitáveis desperdícios de alimentos e commodities ao longo das cadeias de produção e transporte. Neste novo cenário, além das tradicionais demandas por melhor infraestrutura de logística, por exemplo, surgem novas demandas latentes no campo, como a conectividade em banda larga nas áreas de produção e investimento em educação técnica para qualificar ainda mais os trabalhadores nestes novos processos. A partir deste mês, passo a fazer parte da equipe da Novo Rural e na reestruturação que estamos promovendo. Haverá o compromisso de maior integração com as estratégias e demandas globais presentes no setor agropecuário, porém nunca esquecendo das características e particularidades presentes em nossa região. Esta edição passa a trilhar este novo caminho.

Uma excelente leitura!

Convênio:

ABRANGÊNCIA: Alpestre, Ametista do Sul, Barra Funda, Boa Vista das Missões, Caiçara, Cerro Grande, Chapada, Constantina, Cristal do Sul, Dois Irmãos das Missões, Engenho Velho, Erval Seco, Frederico Westphalen, Gramado dos Loureiros, Iraí, Jaboticaba, Lajeado Do Bugre, Liberato Salzano, Nonoai, Nova Boa Vista, Novo Barreiro, Novo Tiradentes, Novo Xingu, Palmeira das Missões, Palmitinho, Pinhal, Pinheirinho do Vale, Planalto, Rio dos Índios, Rodeio Bonito, Ronda Alta, Rondinha, Sagrada Família, São José das Missões, São Pedro das Missões, Sarandi, Seberi, Taquaruçu do Sul, Três Palmeiras, Trindade do Sul, Vicente Dutra e Vista Alegre.

Brasil representado em evento em Bogotá As mais recentes atualizações sobre sementes e biotecnologia serão apresentadas e discutidas no Congresso Nacional de Sementes 2018, em Bogotá, na Colômbia, neste início de novembro. Estaremos presentes mostrando a experiência do Brasil em relação aos avanços da rastreabilidade vegetal e da agricultura digital. O evento apresenta a possibilidade de ter uma perspectiva global sobre as políticas agrícolas, bem como de outros assuntos importantes, como a rastreabilidade associados aos sistemas de produção, o uso de marcadores moleculares, a edição de genomas em plantas, os aspectos fitossanitários e os planos locais de produção de sementes, nos permitindo avaliar as projeções do setor para os próximos anos. Nos acompanhe através do site novorural.com e das nossas redes socais!

Direção

Alexandre Gazolla Neto Patricia Cerutti

Gestor de relacionamento Felipe Stamberg

Estagiária de Relações Públicas Juliana Durante

Diagramação e publicidade

Editora-chefe Gracieli Verde

Fabio Rehbein, Leonardo Bueno e Laís Giovenardi

Reportagem

Foto da capa

Natália Menuzzi

Gracieli Verde


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A demanda por informações atualizadas e sempre à mão, seja no celular, tablet ou computador, faz com que o setor agropecuário também gere muito conteúdo relacionado. Para aproximar você deste universo, no www.novorural.com você pode ter acesso, onde estiver, a uma série de matérias e vídeos com foco no setor agro em nível regional, estadual e nacional. Além da versão impressa, que chega todo mês na sua propriedade, com conteúdos mais aprofundados e importantes para os negócios, na internet temos ainda mais dinamismo para chegar até você. Com editorias como Agricultura, Pecuária, Negócios e Tecnologia, o intuito é ser referência para este setor que movimenta grande parte da economia dos nossos municípios, Estado e país. Convidamos você para adicionar o novorural.com nos seus favoritos, deixar lá sua opinião e compartilhar com os amigos! Pelo novorural.com também é possível ficar por dentro da agenda de eventos agro que acontecem por aí, onde o conhecimento e a tecnologia são palavras de ordem.

Mais conteúdo para o setor agro! Como está em evidência nesta edição, a Novo Rural está com novidades! É repetitivo, mas a proposta é esta! Para saber mais sobre a nova fase da plataforma de conteúdo, acesse o código e assista nosso novo instituicional. Deixe lá no nosso Facebook a sua sugestão de pauta ou o seu comentário!

Os plátanos da BR-158! Teve muita repercussão a matéria sobre a história de vida do seu Case, o agricultor Cornelis Uitdewilligen, holandês que mora no Brasil desde os três anos de idade. Ele gerencia a Granja Holanda, em Boa Vista das Missões. “Parabéns pra ele pela iniciativa de plantar essa árvores, que é um belo cartão-postal. Não tem como passar sem tirar umas fotinhos!” Daiane Cunha, de Novo Hamburgo, via Facebook

A sua rotina na Novo Rural Quer compartilhar conosco momentos do seu dia a dia no campo? Manda sua foto pra gente! Adiciona o nosso WhatsApp (55-9-9624-3768). Temos certeza que belas imagens mostrarão esse rico setor agropecuário que move a economia brasileira.

BRO

NOVEM

2018

is em Veja ma m/agenda o c l. a novorur

6 Dia de Campo Suinocultura Sustentável* Local: Propriedade de Laércio Frighetto, Rondinha Horário: 13h30min Promoção: Emater/RS-Ascar, Embrapa Suínos e Aves e Prefeitura.

* Eventos no mesmo formato ocorrem nos dias 20 e 21, nos municípios de Pinhal e Palmitinho, respectivamente.

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4ª Feira da Terneira e 5ª Mostra da Agricultura Familiar

Local: proximidades da prefeitura municipal de Iraí Horário: a partir das 10 horas Promoção: Associação dos Produtores de Leite de Iraí, STR, Emater/RS-Ascar e Prefeitura

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Dia de Campo sobre Bovinocultura de Leite

Dia de Campo da Viticultura

Local: propriedade da família Piaia/Benatti, Linha Ponte do Pardo, Frederico Westphalen Horário: 13 horas

Local: Linha São Roque, Planalto Horário: 14 horas Promoção: Emater/ RS-Ascar, Prefeitura e STR

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Giro pelo agronegócio José Ricardo Bagateli, de Santa Rita, Paraguai

Engenheiro-agrônomo e consultor ricardobagateli@gmail.com “Assim com no Brasil, a cultura da soja é a principal atividade agrícola do Paraguai, que produziu cerca de 9,2 milhões de toneladas na safra 2017/18, posicionando o país como o sexto maior produtor e quarto maior exportador mundial dessa oleaginosa. A área estimada a ser cultivada na safra 2018/19 é de cerca de 3,5 milhões de hectares, distribuídos nas principais zonas produtivas dos Departamentos de Alto Paraná (27%), Itapua (18%), Canindeyu (18%), Caaguazu (12%), San Pedro (9%), Caazapa (6%), e Amambay (5%). O restante (5%) está distribuído em zonas marginais sobre áreas de pastagens e/ou arroz, que possuem potencial de crescimento, mas fica limitado pelo retorno econômico em função das oscilações do preço internacional da commodity. Com boa umidade do solo, mas com temperaturas ainda levemente baixas, os produtores do Paraguai iniciaram a semeadura da soja já na primeira semana de setembro, quando finalizou o período do vazio sanitário. Para abertura de plantio, o mês de setembro é a época preferida dos agricultores das principais regiões produtoras do país (Canindeyu, Alto Paraná e Itapua), pois com o uso de cultivares adequados permite sua colheita dentro do mês de janeiro a meados de fevereiro, sendo esta a janela ideal para a semeadura da segunda safra, seja ela de milho ou ainda da soja safrinha. As chuvas intensas registradas no final de setembro e meados de outubro acarretaram certos atrasos na semeadura e na colheita do trigo e da canola, principalmente em fazendas maiores. Depois de uma trégua das chuvas no fim do mês de outubro, os trabalhos retornaram de forma intensa e estima-se que 90% da área já esteja semeada. Mais de 50% da área foi semeada em sua melhor época (meados setembro e início de outubro) e, apesar de alguns problemas pontuais ocasionados por excesso de chuva e pouca luminosidade – que ocasionaram algum atraso no crescimento –, estas se encontram em boas condições de desenvolvimento vegetativo. No início de outubro foi constatado, em diversos locais do país, a presença da ferrugem em plantas de soja voluntária e esta é a maior preocupação dos técnicos e agricultores, em função do potencial destrutivo dessa doença, que fica limitada a poucas estratégias de controle que devem ser muito bem empregadas. As lavouras receberão a primeira aplicação de fungicida antes do fechamento das entre-linhas, o que deve ocorrer na próxima semana para as áreas semeadas em setembro. Boa safra a todos!”

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Rafael Oliveira Vergara, de Pelotas/RS Engenheiro-agrônomo, mestre em Ciência e Tecnologia de Sementes, atua na Sementes Simão agrorafaelvergara@gmail.com

“Na cultura do arroz, a evolução da semeadura na metade Sul do Rio Grande do Sul encontra-se com significativo atraso, apresentando área semeada inferior a 40% nas diferentes microrregiões produtoras. Na cultura da soja observa-se evolução normal. Vale enfatizar que o período preferencial de semeadura da cultura na região Sul é a partir da segunda quinzena do mês de outubro, de tal forma que observa-se área semeada inferior a 20% da área total cultivada. Em especial na cultura do arroz, o atraso de semeadura foi fortemente influenciado pelas precipitações do final do mês de setembro, dificultando o preparo do solo e posterior semeadura. Na cultura da soja a ocorrência de chuvas na última quinzena de setembro ocasionou o atraso nas dessecações, o que dificilmente deverá influenciar negativamente na evolução da semeadura.”

Gustavo Miraballes Scarano, San Juan Bautista, Paraguai

Engenheiro-agronômo e gerente da Agroindustrial Agriplus S.A. gmiraballes1@gmail.com “A produção de arroz no Paraguai quadruplicou sua área nos últimos 10 anos. Estima-se que para esta safra 2018/2019 atinja 950 mil toneladas de produção, segundo fonte de dados oficiais do país. Atualmente, estamos entre os principais países exportadores de arroz do mundo. Especificamente para esta temporada agrícola, as semeaduras foram atrasadas devido à alta frequência das chuvas, principalmente nos meses de setembro e outubro, sendo setembro bem acima da média histórica para aquele mês, com aproximadamente 180 milímetros. O avanço da semeadura no final de outubro está em torno de 60% da área projetada.”

Armando Azevedo Romeiro, de Formosa/GO Engenheiro-agrônomo e consultor armandoaz.romeiro@gmail.com

“Por aqui o plantio da safra de verão iniciou no dia 16 de outubro, com a chegada das chuvas, proporcionando a umidade ideal ao solo para a semeadura da soja, milho e feijão. O momento da semeadura é o mais importante do processo produtivo, pois é onde ocorre a instalação da lavoura, por esse motivo o agricultor deve ficar atento ao trabalho de semeadura, ou seja, a plantabilidade das sementes, que refere-se a uma perfeita distribuição ao longo da linha de plantio. Uma lavoura bem implantada é sinal de produtividade.”


Agricultura

LARANJA

Gracieli Verde

Citros confirma safra de bons resultados Com produtividade e preços mais competitivos, atividade agrícola se fortalece em solo gaúcho

Família Primel com o extensionista Alencar dos Santos, em Alpestre

O

agricultor Sérgio Primel, do interior de Alpestre, tem 2,5 hectares de laranja valência em produção. Neste ano, apesar de a produtividade não ter sido tão alta como no ano passado – e ao contrário do que tem acontecido na maior parte das demais propriedades –, a qualidade das frutas têm superado a expectativa. Mesmo que a fruta seja destinada para suco em sua maioria, conseguiu até vender para mesa, o que agrega um pouco de valor ao produto. “Nossa expectativa é que sejam colhidas 40 toneladas de laranja na propriedade até o fim da safra”, revela o citricultor. O técnico agropecuário Alencar dos Santos, da Emater/RS de Alpestre, reforça que no município a média de produtividade tem chegado a 22 toneladas por hectare, mas no caso da família Primel se quer chegar, num futuro breve, a 40 toneladas por hectare. Na atividade há oito anos, é a citricultura que vem dando novas perspectivas para os produtores. Em Alpestre são 696 hectares de citros em produção, incluindo desde as laranjas até bergamotas e lima. Mais 40 hectares estão em fase de desenvolvimento e devem entrar em produção nos próximos anos. Além disso, outros 70 hectares devem ser implantados em 2019, tendo em vista os pedidos de mudas que já estão registrados. Levantamento da Emater/RS mostra também que, nos últimos 10 anos, a citricultura cresceu 18,28% no município. “É claro que esses números são os monitorados pela nos-

sa equipe. Pode haver outros produtores investindo e não passem necessariamente pelos nossos controles”, pondera Santos. De qualquer forma, é inegável que a atividade está em expansão. No último ano esse crescimento da área tem como fator influenciador o preço mais atrativo pago pelo quilo da fruta – passando de R$ 0,50 por quilo em muitos casos. Além disso, há influência ainda da ampliação dos trabalhos da Isau, indústria de sucos com sede em Liberato Salzano, que está com pomares próprios em implantação e outros em forma de integração em toda a região. “A expectativa é que a gente possa vender diretamente para a indústria no próximo ano. Isso nos dá possibilidade de receber um preço melhor, porque não vamos precisar necessariamente de atravessadores”, comenta Primel. Isso será possível graças a unidades de recebimento que os municípios de Alpestre, Planalto e Ametista do Sul terão, segundo o responsável pela equipe técnica da Isau, o engenheiro-agrônomo Marcos da Silva. “Para a próxima safra, queremos que isso tudo esteja em funcionamento”, ressalta. Outro produtor em Alpestre, Jussiê Pilati, com seis hectares de citros, confirma essa expectativa positiva em relação ao mercado. Hoje ele e a esposa Dulceleia vendem a produção para uma indústria de Bento Gonçalves. Estão felizes com a remuneração, uma vez que têm registrado o preço de R$ 0,52/quilo, e no ano passado esse valor não passou dos R$ 0,40/quilo.

Produtor Jussiê Pilati

Em Liberato Salzano, colheita está quase concluída Segundo o técnico agropecuário Valtemir Bazeggio, da Emater/RS de Liberato Salzano, falta pouco para os citricultores locais finalizarem a colheita da safra atual. Os pomares que ainda têm frutas são os de laranja valência e folha-murcha. “Está se confirmando uma safra muito positiva, com preço na casa dos R$ 0,55 por quilo para a indústria”, observa Bazeggio.

Em outras regiões, produtores também estão sendo bem remunerados O assistente técnico regional de produção vegetal da Emater/RS de Erechim, Nilton Cipriano, pontua que na abrangência da Associação de Municípios do Alto Uruguai (Amau) a produtividade tem ficado em 35 toneladas por hectare, em média, nos 2,3 mil hectares cultivados. “O preço pago pela indústria tem variado entre R$ 0,50/0,55 e para mesa entre R$ 0,60/0,65”, expõe. 5 | Revista Novo Rural | Novembro de 2018


Agricultura

EVENTOS

Encontro reúne parceiros da Sementes Trentin Opções de variedades de inverno, como trigo e aveia, foram mostradas em dia de campo Fotos: Gracieli Verde

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á 16 anos a Sementes Trentin, gerenciada por Elizandra Trentin Baptistella, com o esposo Mauro e o irmão Cesar, realiza os dias de campo de inverno, uma oportunidade de mostrar novidades para clientes e parceiros. Isso também faz parte da política da empresa de manter o público da marca atualizado no que diz respeito a tecnologia e manejo para altas produtividades. Neste ano, a edição do dia de campo de inverno ocorreu no início de outubro, na granja da família, localizada no interior de Palmeira das Missões. Uma das novidades mostradas pela marca é relacionada à rastreabilidade que vem sendo implantada em lotes de sementes, o que expõe ao produtor informações consideradas importante no processo de decisão de escolha pelas cultivares. A produtora Elizandra reforça o perfil da Sementes Trentin em estar alinhada com o mercado em nível global, mostrando transparência para os clientes no que diz respeito ao manejo das áreas que geram sementes para um mercado cada vez mais competitivo. Com isso, dados relacionados à plantabilidade, por exemplo, ficam à disposição do cliente através de um código QR, que pode ser lido pela câmera de smartphones e tablets. É algo prático que traz ainda mais segurança para quem opta pelas sementes ali produzidas. A fazenda Trentin foi fundada pelo pai de Elizandra e Cesar, seu Olívio Trentin, ainda na década de 1960, e tem se tornado referência na produção de sementes. Essas informações também foram expostas pela equipe da empresa O Agro Softwares para o Agronegócio – que presta esse serviço para a Sementes Trentin –, por meio da participação da agrônoma Márcia Ghizzi, também repassou informações sobre esse sistema aos participantes.

Família Trentin recepcionou convidados em dia de campo na fazenda, no interior de Palmeira das Missões

Plantabilidade O consultor Alexandre Gazolla Neto, da Vigor Consultoria – além de professor na URI de Frederico Westphalen –, falou sobre plantabilidade aos participantes do dia de campo. Ele destacou a necessidade de cuidados na semeadura para ter uma boa emergência das plantas e, assim, obter lavouras mais uniformes. “Isso é essencial para termos altos rendimentos na soja. Cada planta precisa do seu espaço e precisa ser vista como uma unidade produtiva, que vai somar para conseguirmos obter a melhor média no final da safra”, exemplificou.

Empresas parceiras também tiveram espaço para mostrar cutivares, como o caso da Biotrigo

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Novas cultivares de trigo Uma das parceiras da Sementes Trentin, a Biotrigo mostrou cultivares novos de trigo, que devem entrar no mercado em 2019 para o produtor poder adquirir. Um deles é o TBio Audaz, que tem boa performance para panificação, ou seja, é destinado para a indústria. “É um trigo de ciclo precoce e traz uma genética semelhante ao TBio Toruk, que foi lançado em 2015 e já está consolidado no mercado”, comenta o agrônomo Everton Garcia, supervisor de vendas da Biotrigo. Outra novidade é o TBio Sonic, que de ciclo super precoce. Tanto o Sonic como o Audaz devem estar no mercado a partir de 2019. Outro trigo que foi mostrado aos visitantes foi o TBio Energia I, destinado especificamente para silagem. Esse é um trigo sem aristas, o que que não prejudica o trato intestinal dos animais, além de ser rico em energia. É destinado tanto para gado de corte como para gado de leite. Segundo Garcia, tem sido uma ferramenta importante para os produtores que têm mais cuidado com a alimentação do plantel de bovinos. O ciclo para silagem do TBio Energia I é de 110/120 dias, e para pré-secado o ciclo chega a 180 dias.


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Engenheiroagrônomo, mestre e doutor em Ciência e Tecnologia de Sementes. É professor na Universidade Regional Integrada – Campus de Frederico Westphalen/RS, além de diretor do O Agro Software para o Agronegócio e da Vigor Consultoria para o Agronegócio

OPINIÃO

Para obter estandes de plantas com alto potencial é preciso ser estratégico Momento é crucial para bom estabelecimento da safra de verão, especialmente de culturas como a soja, o milho e o feijão

O

emprego de novas tecnologias, associado ao manejo nos diferentes momentos do ciclo, passa a ser fundamental nos modernos sistemas de produção que a agricultura brasileira se desafia a implantar. Também se torna importante levar em conta a incorporação de novas áreas de cultivo e do estudo, do desenvolvimento e da melhoria de potenciais genéticos e fisiológicos das cultivares. Tudo isso precisa estar atrelado à utilização de adequadas técnicas de gestão, especialmente da elaboração de um programa específico com vistas ao aumento da produtividade agrícola, maximizando as áreas de produção já existentes. A existência de um grande número de cultivares, cada uma com suas épocas ideais de semeadura, ciclo, safra e safrinha, passam a exigir uma constante atualização dos profissionais do agro e produtores. Esta agricultura dinâmica e moderna exige uma organização gerencial em todas as etapas, visando a otimização das possível variáveis, redução de custos e o aumento dos índices, como o rendimento de grão, tendo como resultado final a maior lucratividade – afinal, se quer também um incremento da renda do agricultor. A safra 2018/2019 de verão, que inclui principalmente a soja, o milho e feijão, está em pleno processo de semeadura e desenvolvimento inicial. Neste momento são fundamentais condições ótimas de clima e solo, tanto para áreas em desenvolvimento vegetativo ou para lavouras que estão sendo semeadas – é claro que a “conversa” com São Pedro é muito particular, mas a expectativa é sempre por condições favo-

“Um estande de plantas uniformemente distribuídas e com alto potencial é o primeiro passo na construção de elevados índices de rendimentos de grãos.”

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Alexandre Gazolla Neto/Arquivo pessoal

Alexandre Gazolla Neto

Agricultura

Plantas desuniformes comprometem a produtividade de lavouras em todo o Brasil

ráveis! Já em relação ao solo, resta-nos os “deveres de casa” que já são de conhecimento da maioria. Voltando à safra, é importante ter claro que um estande de plantas ideal está diretamente relacionado à cultivar, à época de semeadura, às condições climáticas do ciclo de produção e da utilização de sementes com alta qualidade e procedência – fatores estes que interferem de maneira decisiva não só no estabelecimento inicial, mas em todas as fases fenológicas de desenvolvimento das plantas até a colheita. Esses fatores, associados ao incremento da precisão das máquinas semeadoras, cultivares modernas, otimização da capacidade produtiva dos solos, aprimoramento da cobertura vegetal e a semeadura direta, proporcionam aos agricultores altos índices de rendimento de grãos – que é o que todo mundo quer! Porém, alguns aspectos devem ser considerados para assegurar a distribuição desejada de sementes e propiciar condições favoráveis ao estabelecimento, desenvolvimento e à produtividade da lavoura. O processo de semeadura e o consequente estabelecimento da população de plantas são influenciadas por diversos fatores, que podem atuar isolados ou de for-

ma combinada. É nesta equação que se dá a plantabilidade, que é a distribuição precisa de plantas através de semente, e que o agricultor deve priorizar a relação entre a quantidade e distância entre elas, evitando falhas, plantas duplas ou triplas, e obtendo espaços equidistantes entre as mesmas. A má distribuição longitudinal dessas plantas reduz significativamente a eficiência no aproveitamento dos recursos de produção disponíveis, como água, luz e nutrientes. Por outro lado, o acúmulo de plantas provoca o desenvolvimento de indivíduos de maior porte, as chamadas plantas dominadas, menos ramificadas, com produção individual reduzida, menor diâmetro de haste, problemas com enraizamento, maior propensão ao acamamento e que estarão competindo pelos mesmos fatores de produção com as plantas de maior potencial. Já os espaços vazios nas linhas de semeadura facilitam o desenvolvimento de plantas daninhas, proporcionam uma maior variação na temperatura no solo em dias quentes e maior perda de água. Outro aspeto que o agricultor deve ficar atento no planejamento e alocação dos recursos durante a semeadura é a utilização


Agricultura

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Alexandre Gazzola Neto/Arquivo pessoal

de sementes com altos índices de germinação, vigor, pureza, livre de patógenos – plantas daninhas e mistura de cultivares –, fatores fundamentais para construção de estandes de plantas uniformes e com alto potencial de produção. É isso que proporciona a máxima expressão genética da cultivar, considerando épocas de semeadura e condições climáticas ideais. Outra variável que está intimamente relacionada à utilização de sementes de qualidade é a ocorrência de plantas dominadas nas áreas de produção. Essas são plantas que emergem depois e acabam apresentando um desenvolvimento atrasado, competindo com as demais por água, luz e nutriente. A ocorrência de plantas dominadas nas lavouras também pode estar relacionada ao excesso de profundidade de semeadura ou mesmo velocidade excessiva. Também não podemos esquecer da uniformidade das sementes quanto ao tamanho e a forma, que influencia no fluxo de seleção e distribuição em semeadoras pneumáticas e, principalmente, nas mecânicas. Nesta, a escolha de discos é comprometida na ausência de uma amostra de sementes uniforme.

OPINIÃO

Cuidados na semeadura são essenciais para plantas conseguirem demonstrar o máximo potencial produtivo

A velocidade empregada durante a semeadura corresponde a um dos parâmetros mais críticos, e muitas vezes negligenciados, atingindo em diversos casos velocidade superior a 13 km/h. A velocidade de semeadura tem relação direta com a quantidade de falhas e sementes duplas e triplas, interferindo no estande final e na produtividade da cultura. O aumento da velocidade de deslocamento altera negativamente a regularidade de distribuição, re-

duzindo drasticamente a porcentagem de espaçamentos normais entre sementes. Diversos dados de pesquisas e observações a campo demonstram que, nas semeadoras utilizadas atualmente pelos produtores, o emprego de velocidades superiores a 8,5 km/h compromete a precisão destes equipamentos, prejudicando a qualidade de semeadura e aumentando as sementes duplas, triplas e falhas. Para equipamentos mecânicos de disco recomenda-se velocidade entre 4 a 6 km/h, e para pneumáticos até 8 km/h. Outro detalhe que não podemos deixar passar despercebido é a presença de cobertura vegetal (palhada) sobre o solo. Sua importância é incontestável, porém, essa camada pode interferir na correta distribuição das sementes caso a semeadora não esteja regulada de forma adequada. Esta cobertura deve estar seca ou verde, evitando iniciar o processo de semeadura com a palha murcha, o que dificulta o seu corte devido a sua maior resistência, ocasionando os eventuais “embuchamentos” ou o aprofundamento da massa vegetal no interior do sulco, prejudicando a emergência das plantas.

Fique de olho em outros fatores que afetam a plantabilidade • Equipamentos regulados e com manutenção em dia • Tratamento de sementes e utilização de grafite. • Uniformidade da semente e escolha do disco. • Equipamento dosador e regulagem da semeadora. • Velocidade de semeadura. • Semeadura em nível no terreno. • Biomassa de cobertura. • Declividade do terreno. • Compactação do solo.

Dúvidas? Escreva para agazolla@oagro.com.br! Até a próxima!

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Agricultura

SAFRA DE INVERNO

Biotrigo Genética/Divulgação

Lenox é destinado para pastejo

O desafio de fazer o inverno render mais no verão Nos últimos anos, o desenvolvimento das cultivares de trigo para o mercado brasileiro tem passado por um processo rigoroso de seleção

A

s vantagens de manter as lavouras com o trigo no inverno, para anteceder o verão com um solo mais vigoroso, constantemente são citadas por especialistas. Por mais que a safra de inverno tem lá seus desafios, e muitos deles fogem do controle humano – como o clima –, é uma estratégia para manter um planejamento mais aprimorado dos sistemas de produção de grãos durante todo o ano. Dados já consolidades de pesquisadores renomados demonstram um aumentando de 500 kg/hectare no rendimento da soja após o cultivo do trigo. Para falar mais sobre isso, e listar as vantagens de algumas cultivares, o supervisor comercial da Biotrigo Genética, o engenheiro-agrônomo Everton Garcia, conversou com a reportagem. Confira.

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benefícios do cultivo do trigo NR Quais para as culturas de verão você

elencaria como mais importantes, com destaque para a posterior implantação da soja? Everton Garcia – O trigo deve ser analisado e dosado dentro de um sistema de produção, o que resulta em diversos benefícios para a cultura subsequente. O seu cultivo permite reduzir a ociosidade da mão de obra e de equipamentos, auxiliando o agricultor com os custos fixos e depreciação de máquinas equipamentos da propriedade. Esse cultivo de inverno garante maior efetividade no controle de plantas daninhas, principalmente pela alteração do uso de ingredientes ativos de herbicidas, além de gerar um impedimento físico devido à alta quantidade de cobertura deixada pela palhada, tornando-se uma barreira natural contra a germinação de diversas espécies de plantas daninhas. Outro aspecto que não pode ser deixado de lado refere-se à redução da erosão devido ao sistema radicular e melhoria nos componentes físicos, químicos e biológicos do solo. Atualmente o agricultor não dispõe de muitas espécies para o cultivo de inverno. Por isso, o trigo se encaixa perfeitamente, otimizando as condições de cultivo para as espécies de verão e reduzindo a taxa de multiplicação de nematoides. as cultivares do portfólio, NR Entre quais possuem recomendação

para produção de grãos na região do Médio Alto Uruguai gaúcho? Garcia – Todo o portfólio da Biotrigo Genética tem ampla adaptação, variando conforme o nível de investimento dese-

“Tanto a TBIO Energia I como o Lenox estão sendo semeados em todo Rio Grande do Sul, sem dúvidas trazendo um aumento significativo na produção de leite e de carne.” Everton Garcia, agrônomo


Agricultura jado por parte do agricultor. Algumas cultivares se sobressaem em regiões específicas. O desenvolvimento das cultivares para o mercado brasileiro passa por um grande processo de seleção, com durabilidade de oito a 12 anos e em vários locais no Brasil. A base do processo de melhoramento tem foco em atender o mercado com cultivares mais rústicas, principalmente para as doenças de difícil controle (como a giberela, manchas foliares, brusone, bacteriose e mosaico). A qualidade industrial também é um dos pilares do programa de melhoramento, sendo essa uma garantia de comercialização, pois atende a demanda do mercado consumidor. O terceiro pilar do melhoramento resulta em cultivares com maior potencial de rendimento, melhor resistência para germinação na espiga e manutenção de pH, garantindo o retorno financeiro e estabilidade de produção. Para a safra de 2019, chega ao mercado os primeiros “filhos” de TBIO Toruk, que trazem a nova era da triticultura moderna: TBIO Audaz e TBIO Sonic. Essas cultivares apresentam ciclo precoce, sanidade similar a TBIO Sossego e potencial de rendimento similar a TBIO Toruk. As principais evoluções foram frente ao nível de resistência para mosaico e bacteriose e giberela, aliando a qualidade de trigo melhorador. novidades já NR Teremos programadas pela empresa

nessas cultivares? Garcia – Na safra de 2020 a Biotrigo deve lançar a cultivar TBIO Ponteiro, que traz melhorias em relação ao TBIO Sinuelo (cultivar mais semeada no Brasil) nas características agronômicas, de rendimento e qualidade. Importante lembrar que a Biotrigo é uma empresa 100% brasileira, atualmente conta com uma grande participação de mercado, trabalhando de forma exclusiva na cultura do trigo. Neste ano completamos 10 anos de história e nos tornamos a empresa número um em trigo em toda América Latina. Médio Alto Uruguai caracNR Oteriza-se pela diversidade

do exclusivamente para alimentação animal, posicionado para produção de silagem e pré-secado. Essa cultivar tem planta de um corte só, ou seja, não é um trigo duplo-propósito e não rebrota. O grande diferencial da planta é que não possui aristas, e dessa forma não limita o consumo e não ferre o trato digestivo do animal. Para a finalidade de pré-secado, o corte ocorre entre 80 e 90 dias (início do espigamento) e a silagem entre 110 a 120 dias (grão pastoso/farináceo) pós-emergência. Ou seja, é uma cultivar que favorece o planejamento de disponibilidade de alimento durante o ano. A silagem do TBIO Energia I pode substituir até 100% do volumoso para gado de corte, confinado, novilhas e vacas em pré-parto. Para vacas leiteiras de alta produção, até 60% do volumoso. Para o pré-secado, é uma excelente opção de alimento para vacas lactantes de alta produtividade e gado de corte. No parâmetro nutricional, a cultivar enriquece a dieta como de fonte de energia, que é disponibilizada através dos açúcares solúveis, carboidratos e teor de amido. O teor de matéria seca no momento de corte varia entre 32% e 35%, com proteína bruta entre 8% e 12%, e alto teor de nutrientes digestíveis totais. Dependendo da formulação da dieta e tamanho de picada, o produtor pode substituir o feno. Frente à sanidade, a cultivar apresenta um bom desempenho e comportamento no campo, permitindo maior facilidade no manejo fitossanitário. cultivar Lenox serve soNR Amente para pastejo, certo?

Garcia – Exato. Temos uma segunda opção que se chama Lenox, cultivar específica para pastejo. É um trigo que apresenta um grande período vegetativo, pois a tendência no Brasil é que não ocorra o espigamento, permitindo maior período de pastejo. Os principais destaques são a alta produção de matéria verde, a excelente qualidade nutricional, a alta palatabilidade, além de suportar a pressão de pastejo e o pisoteio, tem alta capacidade de rebrota (entre 4 e 6 pastejos), a taxa de acúmulo diário até 100 kg de matéria seca/ha-1, o desenvolvimento radicular é agressivo e com grande persistência, excelente sanidade foliar, excelente resposta à adubação nitrogenada, nutrientes digestíveis totais (NDT): 74% (média) e proteína Bruta (PB): 28 - 30% (MS). A semeadura desse material pode ser iniciada em abril, na proporção de 110 a 120 kg/ hectare. Tanto a TBIO Energia I como o Lenox estão sendo semeados em todo Rio Grande do Sul, sem dúvidas trazendo um aumento significativo na produção de leite e de carne.

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Biotrigo Genética/Divulgação

TBIO Energia I é destinado para silagem

"O TBIO Energia I enriquece a dieta como fonte de energia, que é disponibilizada através dos açúcares solúveis, carboidratos e teor de amido."

Everton Garcia, agrônomo

Divulgação

associada aos sistemas agrícolas. Nesse cenário, a produção de carne e leite possui grande importância econômica. Quais cultivares de trigo são recomendadas para este segmento? Garcia – No cenário de produção de carne e leite trouxemos para o mercado duas cultivares: o TBIO Energia I e o Lenox, permitindo produção de alimentos em período de maior ociosidade de área, o inverno. O TBIO Energia I é um trigo volta-

SAFRA DE INVERNO

Supervisor comercial da Biotrigo Genética e engenheiro-agrônomo Everton Garcia

Biotrigo Genética/Divulgação

11 | Revista Novo Rural | Novembro de 2018


Engenheiroagrônomo, doutor em Ciência do Solo/Agricultura de Precisão, coordenador do Laboratório de Agricultura de Precisão do Sul da UFSM-FW, e representante do Fórum dos ProReitores de PósGraduação e Pesquisa (FOPROP) na Comissão Brasileira de Agricultura de Precisão, junto ao Ministério da Agricultura.

OPINIÃO

Divulgação

Antonio Luis Santi

Agricultura

Desafios produtivos: é possível sermos mais eficientes?

T

enho visto muita “propaganda” e “desejos” em torno de recordes de produtividade. A verdade é que realmente se pode avançar muito, principalmente em culturas como a soja e milho, e mesmo outras cultivadas na região com um propósito mais de subsistência, como por exemplo o feijão e a mandioca, ou ainda na produção de pasto e silagem para o gado de leite. O que é preciso ser entendido pelos agricultores é que o sucesso na lavoura depende de clima, sim, mas muito mais do esforço em qualidade química, física e biológica do solo e tratos culturais, ou seja, as principais estratégias para se produzir mais estão baseadas em nossas decisões – conhecimento x tomada de decisão. Estaremos abordando nos próximos meses em matérias técnicas esses principais desafios, porém hoje, nesta reflexão, reservamos alguns dos “caminhos” para sermos mais eficientes. Premissa básica e muito discutida durante a formação de técnicos e agrônomos é a amostragem de solo. Sem diagnosticar não se pode prescrever e solucionar. Incrível que mesmo o Brasil sendo essa importante fronteira agrícola, em menos de 30% da área cultivada se faz uma amostra de solo para definir se há necessidade de calagem e como estão os principais nutrientes no solo. Nossa experiência no Sul do Brasil, em mais de 200 mil hectares de amostragem georreferenciada de solo, nos permite apontar com toda a segurança que uma das principais causas das baixas produtividades e limitadores do “sonho” dos 100 sacas de soja e 300 sacas de milho por hectare ainda está sendo a necessidade de correção do solo, através da calagem, visando eliminar o alumínio tóxico e au-

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“Incrível que mesmo o Brasil sendo essa importante fronteira agrícola, em menos de 30% da área cultivada se faz uma amostra de solo para definir se há necessidade de calagem e como estão os principais nutrientes no solo.”

mentar a saturação de bases. Não menos importante são atributos como o fósforo e o potássio. Os diagnósticos do Laboratório de Agricultura de Precisão do Sul (LAPSul) têm apontado que muito ainda é preciso fazer em termos de correção de fósforo. A condição natural dos nossos solos apresenta níveis baixos e, aliado a baixos investimentos na adubação com esse elemento, tem provocado sérias limitações em produtividade. No que se refere ao potássio, este também deve ser monitorado e requer adubações mais intensas, principalmente em áreas de silagem e pastagem, onde a exportação é frequente. Claro que tão importante quanto esses atributos discutidos, todos os demais, em especial o enxofre, boro e zinco, devem ser contemplados nos planos de adubação. Aspectos físicos (infiltração de água no solo, agregação, densidade, porosidade, resistência a penetração) e biológicos (diversidade biológica), conjuntamente com aumento dos teores de matéria orgânica, norteiam os principais desafios para produzir mais com sustentabilidade. Sim, vamos investir muito diálogo nas próximas edições com essas duas áreas ainda pouco conhecida e discutida na esfera de propriedade, no sentido de ajudar, você, produtor e técnico, a se tornar mais competitivo e aumentar a lucratividade na lavoura. E a resposta à minha pergunta inicial é sim! Podemos ser mais eficientes em nossas propriedades no que se refere às produtividades atuais e as possíveis de serem alcançadas, porém a “estrada” não é tão curta. Será preciso investir em tempo, paciência, capricho, assistência técnica de qualidade e, o que é mais importante: amar mais o solo.


Agricultura

TECNOLOGIA

Rompendo os paradigmas em busca da produtividade Estudos mostram que é possível produzir 60% a mais de soja por hectare no Brasil

E

m tempos em que o Brasil é tido como uma das últimas fronteiras agrícolas do mundo e um dos principais países responsáveis pelo suprimento de alimentos para a humanidade, é fundamental “aumentar a produtividade e a rentabilidade através de um sistema sustentável de produção.” Exatamente por isso é o que surge o projeto “Construindo e Desafiando a Produtividade”, que une o esforço e a espertize de direfentes empresas e da pesquisa – através do Laboratório de Agricultura da Precisão do Sul (LAPSul), da UFSM campus de Frederico Westphalen. A principal justificativa para essa união de esforços está em proporcionar o “empilhamento” de estratégias agronômicas e de manejo para buscar acrécimos de produtividades nas culturas da soja e do milho. – Não resta dúvida que é possível implantar um protoloco de boas práticas agrícolas a médio prazo e elevar as produtividades, porém não são atitudes isoladas que vão proporcionar que isso aconteça, mas um conjunto de medidas, desde a qualidade do solo, genética, adubação e manejo fitossanitário eficazes – pondera o gerente-regional Dekalb-BR, Guilherme Lobato. Há uma grande oportunidade para aumentar a produção de milho e soja. Segun-

O que é preciso ser feito para atingir esses objetivos?

do um estudo desenvolvido pela Universidade de Nebraska, dos Estados Unidos, a produção relativa – que é a produção atual menos a produtividade potencial – para o milho pode ser aumentada em 46% e para a cultura da soja em 30% no mundo. Nas condições brasileiras, esses números podem chegar em 50% a 60% para ambas

as culturas. Segundo o engenheiro-agrônomo Antônio Gutheil, responsável técnico de venda especialista da Dekalb-BR e coordenador geral do projeto “Construindo e Desafiando a Produtividade”, isso tem sido um dos motivadores para buscar romper paradigmas da produtividade através da união e esforços.

"Na prática, não há segredo na busca das altas produtividades, nem em atingir esses percentuais produtivos", ressalta o agrônomo Felipe Arthur Baron, consultor técnico do projeto "Construindo e Desafiando a Produtividade". Porém, pelo menos duas coisas são extremamente importantes: um bom diagnóstico e recomendações específicas para cada realidade. Para tanto, é importante conhecer o ambiente em que a lavoura está inserida, ou seja, ter informações da fertilidade do solo, nível de compactação e qualidade biológica, além de acertar na escolha da semente (híbrido ou cultivar – germoplasma). O manejo é outro passo que precisa de muita atenção. Acertar e garantir a população de plantas, a prescrição das correções e adubações, realizar o manejo integrado de pragas, de plantas daninhas e doenças também é fundamental. Sem contar que é essencial, durante todas as etapas da lavoura, estar presente, acompanhando e monitorando esse desempenho das plantas.

Como a Agricultura Digital pode ajudar nisso tudo?

Exemplo de uso da plataforma FieldView para monitoramento da lavoura via satélite (à esquerda) e da produtividade da área durante a colheita

De maneira conceitual, Agricultura Digital é a transformação de todas as informações geradas em cada ponto da lavoura em um arquivo digital. Essas informações vão desde o híbrido/variedade escolhido para semear, data, hora, velocidade, altitude em que a operação foi realizada, condições e ações de correção da fertilidade daquele solo, quantos e quais produtos foram aplicados sobre esta determinada cultura, até a produtividade final. Enfim, tudo que for feito na fazenda se torna um arquivo/dado digital. É aí que a agricultura digital, através de plataformas como o FieldView, vai ajudar o agricultor a entender cada fator que interfere na produtividade final, através do cruzamento de todos esses dados. O professor-doutor Antônio Luis Santi, também coordenador do LAPSul/UFSM, reforça que saber a influência de cada fator na produtividade da lavoura é a chave que o agricultor precisa para produzir mais e melhor, de forma

sustentável. A exemplo disso, até pouco tempo atrás um dos maiores desafios da agricultura de precisão era ter um mapa de produtividade de forma rápida e fácil. – Hoje esse desafio já está superado através de plataformas digitais como a disponibilizada pela Climate FieldView™. Outro benefício possível é a fácil comparação de fatores que podem estar afetando a produtividade e tomar ações corretivas, antes mesmo do final do ciclo da cultura e, assim, poder melhorar a produtividade das mesmas – exemplifica o representante técnico de vendas da Climate Sul, Rodrigo Alff. A agricultura digital é a transformação mais profunda e rápida que está acontecendo na agricultura. Cabe ao agricultor tomar as decisões mais assertivas para a sua determina situação. Caso essa decisão seja tomada erradamente, esta revolução pode ser devastadora para este agricultor.

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Agricultura Agricultura SAFRA 2018/2019

SAFRA 2018/2019

O que esperar das culturas de verão Estado gaúcho mostra leve recuperação da área de milho, com 5,53% a mais neste ciclo, segundo projeções da Emater/RS. Já na soja, metade Sul é que mais puxa o avanço da principal cultura deverão Gracieli Verde

revistanovorural@gmail.com

C

om a proximidade da intensificação da semeadura da soja e com o avanço no desenvolvimento das primeiras áreas de milho, vão se afunilando as projeções para mais uma safra de grãos de verão, a principal do ponto de vista econômico para o Brasil. A soja é a principal commodity que torna o Brasil mais competitivo no que se refere ao mercado agrícola. Por outro lado, o milho também é essencial pela grande produção de carnes de frango, suínos e de gado mantida pelos pecuaristas. Nessas projeções, a safra 2018/2019 tem se mostrado com um perfil um pouco mais equilibrado entre essas duas principais culturas da es-

tação, já que no ciclo 2017/2018 se viu uma redução considerável das áreas de milho no Rio Grande do Sul. Segundo levantamento da Emater/RS, no cultivo de soja, a área gaúcha deve passar dos 5.758.133 hectares para 2,30% a mais, chegando a 5.890.619 ha na safra atual. O assistente técnico estadual da área de grãos da Emater/RS, o agrônomo Alencar Rugeri, credita esse crescimento principalmente à metade Sul do Estado, em áreas de várzea. – A soja está remunerando melhor do que arroz na metade Sul, se comparadas as duas culturas. E mesmo nas áreas de sequeiro, os produtores estão investindo, mesmo sabendo dos riscos. Já na metade Norte do Rio Grande do Sul se vê uma estabilidade maior nesse ponto de vista – explica.

"Na metade Norte do Rio Grande do Sul se vê uma estabilidade maior nesse ponto de vista nas áreas de soja." Alencar Rugeri, agrônomo da Emater/RS

Gracieli Verde

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Agricultura

SAFRA 2018/2019

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As cotações para a soja

Luiz Fernando Gutierrez Roque

Rafael Ribeiro

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Luiz Fernando Gutierrez Roque, da Safras & Mercado

bém deve trazer preços mais baixos para o produtor – assinala Roque. É claro que, se um acordo entre Estado Unidos e China ocorrer, a demanda pela soja brasileira diminui, o que reduz preço também, porque faz com que o produto aumente nos estoques nacionais. “Por isso é preciso ficar atento para negociar”, orienta o analista. Outro ponto ainda pode afetar na margem de lucro do produtor: ele comprou os insumos com o dólar mais alto, o que elevou os custos de produção; e poderá vender a um dólar mais baixo. “Isso impacta diretamente no lucro do produtor”, salienta. O zootecnista Rafael Ribeiro, analista de mercado da Scot Consultoria, confirma essas projeções. – E tem mais uma questão: teremos safra recorde de soja nos Estados Unidos, no Brasil deveremos ter incremento de área e mais produção, além de a Argentina também ter possibilidade de ter safra cheia, ao contrário da anterior, que teve problemas com o clima. Esse é outro fator que pode puxar os preços para baixo na hora da colheita brasileira. Com certeza deverá ser um cenário bem diferente do ano passado – estima.

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"A perspectiva para o próximo ano é de um preço um pouco mais baixo do que a gente viu em 2018."

A atual “guerra comercial” entre os Estados Unidos e a China ainda tem favorecido os produtores brasileiros no que se refere ao preço da soja, por isso o valor do grão ainda está em alta. A avaliação é do analista Luiz Fernando Gutierrez Roque, da consultoria Safras & Mercado. – Com isso, a demanda chinesa nos portos brasileiros é considerada além do esperado, estão comprando o máximo possível do Brasil. Isso fez com que ao longo deste ano, principalmente no segundo semestre, a exportação crescesse muito. Essa exportação acaba enxugando a oferta que tem no mercado interno e elevando os preços, tanto para exportação quanto para o mercado interno – explica. Outro grande influenciador de preço é o dólar – que estava se mantendo em alta até pouco tempo, principalmente antes do período eleitoral brasileiro. – A perspectiva para o próximo ano é de um preço um pouco mais baixo do que a gente viu em 2018 e o motivo disso é basicamente pela questão cambial. A tendência é de um câmbio mais fraco no ano que vem. Com o resultado das eleições presidenciais brasileiras, o dólar pode chegar a R$ 3,50, ou até menos. Isso tam-

Fique atento com a qualidade do plantio da SOJA!

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O plantio da soja requer cuidados para que a implantação de sua lavoura seja perfeita em estande de plantas finais, para alcançar a melhor produtividade. Invista em insumos e maquinários de qualidade, evite prejuízos na produção e economize tempo. Entre em contato com nossos consultores para obter e garantir sua safra com segurança!

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Agricultura

SAFRA 2018/2019

Milho: em busca da “recuperação” de área

E

m relação à lavouras de milho, é sempre uma expectativa para saber a decisão do produtor em inserir o cereal na rotação de cultura das fazendas. Isso porque cultura é base para a fabricação de rações para as cadeias produtivas de suínos e aves, que normalmente são afetadas pelo encarecimento ou barateamento desse grão a cada safra. Depois de uma retração de área plantada de milho no ciclo 2017/2018 – alguns consultores particulares estimam que a redução chegou a 30% em solo gaúcho, já a Emater/RS estimada em 11,65% –, o Rio Grande do Sul vê a possibilidade de começar uma tímida reação nesse sentido. É que nesta safra, muito diferente da anterior, as projeções de preço para o cereal estão melhores. Em nível de Estado, a Emater/RS projeta uma área de 738.074 hectares, o que representa 5,53% a mais do que o ano anterior, em que foram cultivados 699.385 hectares com a cultura. Se estima uma produção de 5.024.074 toneladas. Assim como no caso da soja, o preço é um dos fatores que mais influencia a decisão de

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o produtor optar por mais milho. “É claro que o milho favorece que o produtor faça uma segunda safra de soja. Isso também conta na hora da decisão”, considera o agrônomo Alencar Rugeri, da Emater/RS. Esses 5,53% a mais de milho servem quase como um alento para o setor, considerando que os gaúchos precisam importar o produto de outros Estados, por não serem autossuficientes. “O que mais nos angustia, como técnico, é não termos uma estratégia no Estado para que se produza mais milho, em parceria com as integradoras de suínos, por exemplo. Somos um grande produtor de proteína animal, mas não temos milho suficiente”, desabafa o agrônomo. O agrônomo Felipe Bortoluzi Bisognin, que é assistente técnico de sementes da Dekalb na abrangência da Agricenter, de Seberi, é mais otimista em relação ao crescimento da área de milho. “Aqui na região, nos nossos clientes, vemos um incremento de 10% a 12% nas lavouras de milho. É claro que isso é uma espécie de retomada do milho, porque no ciclo anterior a redução foi grande, em virtude do preço baixo”, avalia.

Ele acredita que o avanço nas negociações de mercado futuro também tem contribuído para essa tomada de decisão. “Temos visto negociações com preços praticamente históricos, então o produtor trabalha com mais segurança, tendo garantia para, pelo menos, cobrir os custos”, destaca. Além disso, tem a influência do clima. Com a expectativa de El Niño, os produtores esperam mais chuvas e isso reflete diretamente no sucesso de culturas como o milho. Inclusive, isso também tem influenciado os produtores a investirem em um nível de tecnologia diferenciado neste ciclo. “Que o clima continue colaborando”, exclama Bisognin. O agricultor André Miotto, que no verão cultiva 230 hectares em Taquaruçu do Sul e Frederico Westphalen, revela que na safra anterior o milho ocupou 80 hectares. “Agora, vamos totalizar 110 hectares de milho. O preço está bem mais atrativo e o clima favorável. As lavouras implantadas estão com bom desenvolvimento”, conta, satisfeito com as projeções. Ele também já projeta a safrinha de soja nestas áreas.


Agricultura

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No Rio Grande do Sul

Soja

2017/2018

2017/2018

5.758.133 hectares

406.600 hectares

2018/2019

2018/2019

5.890.619 hectares

Milho

Na região do Médio Alto Uruguai e Rio da Várzea

+ 2,30%

398.480 hectares

2017/2018

2017/2018

699.385 hectares

83,3 mil hectares

2018/2019

2018/2019*

738.074 hectares

- 2,03%

+ 5,53%

88,15 mil hectares

+ 5,82% *Estimativa e demais dados são da Emater/RS

Soja

Municípios com maior área na região

100 mil hectares

Palmeira das Missões

Chapada

87 mil hectares

41 mil hectares 42 mil hectares

Ronda Alta

2018/2019 2017/2018

25 mil hectares 22,6 mil hectares

Sarandi

18 mil hectares 18,5 mil hectares

Nonoai

15 mil hectares 18,4 mil hectares

Vicente Dutra

1,5 mil hectares Maior produtor

Expectativa é de safra cheia no verão gaúcho com El Niño De olho no comportamento dos oceanos, especialmente do Pacífico, os indicativos são de um possível El Niño nos próximos meses, no fim da primavera e no início do verão, segundo o meteorologista Celso Oliveira, que integra equipe Celso Oliveira da Somar Meteorologia. É um cenário diferente do ano passado, em que um fenômeno La Ninã castigou a metade Sul do Estado gaúcho, o que impactou nas lavouras de verão – algo que não se via há seis anos no Rio Grande do Sul, período em que as safras sempre foram “cheias” do ponto de vista de produção. Nos próximos meses, segundo Oliveira, as chuvas devem seguir mais frequentes no Estado, mas não tão intensas como em outubro – o que atrapalhou e comprometeu a colheita de trigo em muitas áreas. Um alerta fica para o próximo outono, principalmente durante a colheita da soja. “Lá em março ou abril, quando tem um aquecimento mais intenso do Oceano Pacífico, tende a ser muito chuvoso. A tendência é que nesta época comece a parar de chover no Norte e Centro-Oeste do Brasil, e os canais de umidade ficam voltadas para o Rio Grande do Sul”, prevê.

Feijão Na região de abrangência do Escritório Regional da Emater/RS-Ascar de Frederico Westphalen, a área de feijão (primeira safra) deve ser de 6,1 mil hectares, com redução de 5% da área em relação à safra 2017/2018. Vicente Dutra figura na liderança na área, segundo a Emater/RS, com 1,5 mil hectares.

-5% da área

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Agricultura

PERFIL

O agricultor que também é professor Gelson Pelegrini, atual coordenador do curso de Tecnologia em Agropecuária da URI, de Frederico Westphalen, expõe trajetória no setor agropecuário Gracieli Verde

revistanovorural@gmail.com.br

A

o sair do apartamento onde mora com a esposa Silvia e o filho caçula Júlio Cesar, no centro de Palmitinho, entramos no carro com o professor Gelson Pelegrini rumo à propriedade da família, localizada no interior do município. Logo na esquina ele cumprimenta um padrinho, e depois acena para outros conhecidos. Ao longo do percurso, demonstra o quanto conhece bem aquela terra. Vai citando o nome da família em cada propriedade por onde passamos – relatando também aquelas que hoje já estão sem moradores, por falta de quem desse continuidade ao trabalho no campo. “Naquela casa morava uma vovozinha que faleceu e agora não tem ninguém”, constata. Passando pela estrutura da escola onde ele estudou o ensino primário nem se pode

imaginar quais lembranças predominam na memória do agricultor e técnico agropecuário que se tornou engenheiro-agrônomo e, não faz muito, conquistou o título de doutor em Extensão Rural pela Universidade Federal de Santa Maria – instituição onde o filho mais velho, Jeferson, hoje estuda Medicina. Desde julho de 2018 Pelegrini também está como coordenador do curso de Tecnologia em Agropecuária, no campus de Frederico Westphalen da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões (URI), onde já atua como docente há vários anos. Convicto de que a agricultura familiar é uma importante forma de distribuir melhor a renda em uma região e de potencializar a geração de trabalho, bem como de serviços, Pelegrini é bem posicionado quando o assunto é a conjuntura regional no que se refere ao assunto. – Para entender melhor nosso setor, temos que olhar para a questão histórica. Esta

região foi colonizada tardiamente. De forma oficial, isso se deu há 100 anos e aqui não teve aporte de políticas públicas para infraestrutura, ao contrário de regiões como a Serra Gaúcha. Aqui as coisas aconteceram muito graças à iniciativa privada – avalia. Isso, segundo ele, gerou uma região desigual e descapitalizada. – O capital é um fator importante no desenvolvimento do empreendedorismo. Isso pode ser um dos fatores que explica um pouco a condição atual da região. Mesmo que a gente enxergue várias organizações instituídas, se percebe que a gente tem dificuldade de contar com estruturas fortes, que possam dar um aporte ao pequeno agricultor que não têm capital. E quando tem, me parece que é muito assistencialismo. Além disso, existe uma dificuldade dos próprios agricultores em acreditarem na união de esforços, como o cooperativismo, por exemplo – assinala, em tom de reflexão.

Professor Gelson com o cunhado Jean, a irmã Isabel e a sobrinha Mariana

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Agricultura

PERFIL

A família de Gelson Pelegrini reside em Palmitinho há 50 anos. A mãe, dona Ana Maria, é natural da linha Faguense, e o falecido pai, seu Tarcisio Pelegrini, era de Volta Grande, duas localidades de Frederico Westphalen. Os irmãos João e André também são agrônomos e a irmã Isabel é engenheira-florestal. Na vida profissional de Gelson, várias experiências já foram somadas, desde em prefeituras, como em Taquaruçu do Sul, como secretário de agricultura e como técnico, além de ter investido em tentativas na política, concorrendo à prefeitura de Palmitinho por duas vezes. Deixando isso de lado, voltamos para o assunto que nos trouxe até aqui, que era conhecer um pouco de como Gelson concilia a vida acadêmica e o trabalho na cabanha da família, mostrando a importância do compartilhamento das experiências vividas nas duas frentes de trabalho. Seguindo o trajeto, não demoramos muito para chegar até a propriedade onde mora a irmã Isabel, com o esposo Jean e a filha Mariana, de três anos. Suínos e bovinos de leite fazem parte da rotina diária do casal que cuida da unidade produtiva. Gelson conta que vai lá, no máximo, uma vez por semana, e é o responsável por reunir e avaliar os dados relacionados à atividade leiteira e suinícola. A propriedade serve como um laboratório particular do educador, que mantém indicadores relacionados à parte econômica e de sanidade animal desde o início dos anos 2000. Mesmo tendo passado uma temporada estudando e morando em Santa Maria, distante quase 300 quilômetros dali, onde os irmãos João e André também se graduaram, nunca passou pela cabeça se desfazer da propriedade. A caçula Isabel viu que na agropecuária poderia dar sequência aos negócios da família, com a sociedade de Gelson e depois de fazer as divisões relacionadas à herança. – Isso tem viabilizado o nosso crescimento ao longo dos últimos anos. A propriedade tem 41 hectares, mas utilizamos em torno de 22 ha para produção de leite, entre o espaço destinado para silagem e para pastagem – além de outros três hectares alugados. Hoje são 70 animais no total, com uma média de 40 vacas em lactação. A média de entrega por dia chegou a mil litros de leite no último mês – revela Gelson, ponderando que há oscilações. Os animais têm reposição da própria cabanha e, para o futuro, se projeta a comercialização de matrizes, mais uma forma de gerar renda. Um dos investimentos que mais repercutiu na produção leiteira foi em duas pocilgas, no passado, para que o dejeto fosse usado como adubo para as pastagens. A fertirrigação também se tornou realidade a partir daí. “Para 2019, nossa meta é fechar o ano com mais de 365 mil litros comercializados no ano”, adianta. No sistema de produção a pasto, a cabanha já está quase no teto de capacidade de produção. “Podemos chegar a 50 vacas em ordenha”, avalia. Para alcançar esse patamar, foram cerca de 10 anos de investimentos, segundo o professor.

Gracieli Verde

A parceria com a irmã Isabel

“São jovens que querem uma nova forma de organizar o sistema de produção mantido pela família e, com isso, gerar mais renda.” Gelson Pelegrini

Para o jovem, ter renda é primordial, mas conhecimento também é importante É unânime o posicionamento que o jovem precisa ter renda para permanecer trabalhando e acreditando no campo. “No sistema capitalista não se faz nada sem dinheiro”, exclama. Por outro lado, Pelegrini acredita também na necessidade de reconhecimento da profissão, de ter um local agradável para viver, ter oportunidades de lazer e de encontro. “Tudo isso influencia ele a tomar a decisão pela sucessão ou não”. Falando um pouco sobre o curso de Tecnologia em Agropecuária da URI, que é coordenado pelo docente, o perfil tem sido o de filhos de agricultores, que têm um aporte econômico investido em determinadas atividades agropecuárias. “São jovens que querem uma nova forma de organizar o sistema de produção mantido pela família e, com isso, gerar mais ren-

da. Mas também temos pessoas que já estão no mercado de trabalho, em empresas ou cooperativas, e que estão buscando uma formação de ensino superior. As portas estão abertas para todos”, observa Pelegrini. Um dos diferenciais da universidade nos últimos anos é que existe uma parceria com o governo federal para a inclusão de jovens no curso que sejam proprietários ou filhos de proprietários de terras adquiridas por meio do Crédito Fundiário. Trata-se do Pronera, o Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária. Através dessa iniciativa, uma turma já concluiu os estudos, outra se forma em fevereiro de 2019, e há encaminhamentos para iniciar o terceiro grupo. Para a turma regular, com ensino noturno, o vestibular está com inscrições abertas. 19 | Revista Novo Rural | Novembro de 2018


Agricultura

VIDEIRAS

Ametista do Sul terá abertura da colheita da uva

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os últimos anos a fruticultura tem ganhado destaque na região graças também aos investimentos na área de viticultura. Municípios como Ametista do Sul, Planalto, Alpestre e até mesmo Frederico Westphalen conseguem se adiantar na colheita em relação à Serra Gaúcha – grande produtora da fruta –, graças ao microclima da região. Já se tornou habitual ter frutas maduras no fim de novembro e início de dezembro. Essa maturação precoce da uva é um fator importante na hora de o produtor conseguir um preço diferenciado, além da qualidade superior dessas frutas. Para valorizar essa cadeia produtiva, o município de Ametista do Sul mais uma vez contará com a Abertura Oficial da Colheita da Uva, no dia 6 de dezembro, que neste ano chega à terceira edição – promovida pela Emater/RS-Ascar, Secretaria de Agricultura, prefeitura, Coperametista, Sindicato dos Trabalhadores Rurais e comunidade de Linha Alta. O evento, como vem ocorrendo nos últimos anos, será realizado na linha Alta, com início às 9 horas. Haverá palestra técnica e uma abordagem da Coperametista em relação à rastreabilidade das frutas, segundo a engenheira-agrônoma Joceane Dal Cero, da Emater/ RS-Ascar local. Segundo ela, viticultores de toda a região são convidados a prestigiarem o momento e interagirem com demais profissionais da área.

Expectativa é positiva para mais uma safra Em Ametista do Sul, segundo a equipe da Emater/ RS-Ascar, a expectativa é otimista para mais uma safra de videiras. “Por mais que em algumas propriedades as videiras sofreram com uma geada mais tardia neste ano, esperamos que no geral a produção seja boa. Ainda não temos que citar uma projeção, mas pelo menos se quer manter as 2,4 mil toneladas colhidas na safra passada”, assinala a agrônoma Joceane. 20 | Revista Novo Rural | Novembro de 2018

Uva tem novo Zoneamento Agrícola de Risco Climático no Estado

Serviço O que:

3ª Abertura Oficial da Colheita da Uva de Ametista do Sul

Quando: 6 dezembro

Onde:

Linha Alta, Ametista do Sul

Cronograma • 9 horas: recepção • 9h30min: palestra com o pesquisador Samar Velho da Silveira, da Embrapa Uva e Vinho, de Bento Gonçalves • 11 horas: bate-papo com produtores sobre de proposta de rastreabilidade, coordenada pela equipe da Coperametista • 12 horas: almoço • 13h30min: pronunciamento de lideranças em uma propriedade produtora de uvas • 14 horas: abertura oficial

O novo Zoneamento Agrícola de Risco Climático para uva (ZARC Uva) para os Estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina foi validado pelo setor produtivo durante reunião técnica na Embrapa Uva e Vinho, em Bento Gonçalves, no mês de outubro. A nova versão irá contemplar todos os municípios de ambos os Estados, com exceção dos localizados na região litorânea, devido às condições de elevada umidade e alta probabilidade para incidência de doenças fúngicas. Inicialmente, as portarias do ZARC Uva, publicadas para o ciclo 2005/2006, abrangiam os estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Bahia e Pernambuco, com critérios específicos para cada um deles. Já esta nova versão do ZARC Uva, que deverá ser publicada pelo Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa) até o final de 2018, desenvolvida pela Embrapa, unificou os critérios apresentados. – A partir das diferentes variáveis, foram considerados como principais riscos climáticos as ocorrências de geadas e secas, padronizando assim, os índices climáticos para todo o Brasil – salientou o pesquisador da Embrapa Uva e Vinho Marco Antônio Fonseca Conceição, que também é coordenador do ZARC Uva. Essa proposta atende as expectativas por enquadrar todos os municípios, mesmo aqueles que já estavam produzindo e não estavam contemplados, segundo o assistente técnico estadual em Fruticultura da Emater-RS/Ascar, Antônio Conte.

Quantificando riscos O Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc) é um instrumento de política agrícola e gestão de riscos na agricultura. O estudo é elaborado com o objetivo de quantificar os riscos relacionados aos fenômenos climáticos adversos que podem ocasionar perdas. Nesses estudos são avaliados os parâmetros de clima, solo e ciclos de cultivares, a partir de uma metodologia validada pela Embrapa e adotada pelo Mapa. O resultado do estudo é publicado por meio de Portarias da Secretaria de Política Agrícola do Mapa. Essa é uma ferramenta usada para concessão de créditos e avaliação de seguro rural, incluindo o Proagro.

Gracieli Verde/Arquivo NR

Lideranças locais e regionais, além de viticultores, acompanharão encontro


Agricultura

TRIGO

Mais um ano complicado para os triticultores Clima dificulta colheita da principal cultura de inverno e produtores acionam seguro para minimizar prejuízos

E

stava tudo andando bem com as lavouras de trigo, mas no fim de ciclo mais uma vez triticultores gaúchos, especialmente da região Norte, sofrem com o excesso de chuvas. Essa realidade também se repete em outros Estados do Sul, como no Paraná, onde a Federação da Agricultura do Estado (Faep) já comentava sobre um possível atraso na semeadura da soja, no fim de outubro, devido a essa dificuldade de tirar o trigo da lavoura. Na época mais decisiva para a cultura, a de maturação, as chuvas prejudicaram mais uma vez a qualidade do grão. Ainda no início da segunda quinzena de outubro já se previa perdas de pelo menos 20% em áreas localizadas em Palmeira das Missões. “E dependendo da quantidade de chuvas, a qualidade desses também fica comprometida”, dizia o agrônomo Felipe Lorensini, da Emater/ RS do município. Esse cenário se repete nos quase 80 mil hectares cultivados nesta safra na região de abrangência da Associação dos Municípios da Zona de

Produção Rio Grande do Sul (Amzop). Em Passo Fundo, por exemplo, o acumulado de chuvas até 29 de outubro passou de 250 milímetros, segundo dados do Inmet. A alta umidade registrada durante o mês também camuflou doenças que já afetavam as lavouras de trigo, além de ter dificultado os tratamentos. “Temos registro de umidade alta desde o dia 1º até o dia 18. Devido a isso temos uma série de pedidos de seguro agrícola. O produtor tenta reaver os prejuízos”, comentava o agrônomo Darci Iora, da Emater/RS de Dois Irmãos das Missões, ainda durante a segunda quinzena do mês passado. Nas lavouras mais tardias, o prejuízo deve ser ainda maior, segundo ele. Por lá as primeiras lavouras começaram a ser colhidas no dia 20 de outubro, na primeira oportunidade de sol depois de dias de precipitações. Nessas primeiras áreas a produtividade tem variado entre 25 e 45 sacas por hectare. Esse impacto na produtividade também tem reflexo de uma geada tardia registrada no fim de agosto.

Alento no preço Se por um lado o produtor lamenta a frustração de safra devido a esse excesso de chuvas, quem conseguir ter um produto que seja aceitável pelo mercado consegue um preço competitivo pela saca do grão. “Acreditamos que esses preços se mantenham em alta, porque a tendência é de menos produto no mercado. Uma pena. Mais uma vez termos esses problemas climáticos que nos afetam diretamente”, comenta o presidente do Sindicato Rural de Palmeira das Missões, que também preside da Comissão de Trigo da Farsul. Para comparar, em 24 de outubro de 2017, o preço por saca do produto remunerava R$ 29 ao produtor na praça de Frederico Westphalen. Nesta mesma data em 2018, preço ficava na faixa de R$ 38. No Estado, segundo a Emater/RS, entre os dias 22 e 26 de outubro, o preço variou entre R$ 38 e R$ 40. Essa já era uma previsão do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), no início da safra. O preço tem se mantido desde a época de plantio.

Gracieli Verde

Em muitas lavouras o trigo ficou “acamado” e com várias doenças nas espigas

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Novo Rural

2 anos

ESPECIAL

Fabio Pelinson

Lançada nova plataforma de conteúdo Evento que reuniu lideranças e empresários do setor agropecuário também marcou aniversário de dois anos da revista

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ontar histórias que inspire as pessoas, especialmente aquelas que vivem e empreendem no meio rural, tem sido o principal propósito da revista Novo Rural nestes dois anos de atuação em 42 municípios da região. Ao completar o segundo aniversário, a Novo Rural fortalecerá ainda mais seu compromisso em informar e orientar, com conteúdo diferenciado, que valoriza as características do seu público. Agora você encontrará a Novo Rural também no site, em eventos que vamos organizar e também no formato de cursos técnicos. É uma plataforma de informação que está sendo ampliada, com mais produtos e serviços que atuarão em prol do desenvolvimento do setor, através do compartilhamento de tecnologias. Todas estas novidades foram apresentadas em um evento, realizado no dia 10 de outubro, no Salão Nobre da ACI, em Frederico Westphalen, que também deu início as comemorações de aniversário da revista e recebeu dezenas de pessoas, entre lideranças municipais, como o prefeito de Frederico Westphalen, José Alberto Panosso, representantes de entidades, empresas e cooperativas, além de clientes. Entre as novidades também foi apresentada a nova formação da Novo Rural. O engenheiro-agrônomo Alexandre Gazolla Neto assume a direção juntamente com administradora Patrícia Cerutti. A revista segue produzida em formato de parceria com o Escritório Regional da Emater de Frederico Westphalen, envolvendo a equipe técnica dos 42 municípios de abrangência da regional.

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Novo posicionamento da marca Renovar para inspirar mais. É assim que o novo posicionamento da marca agora agrega, além da edição impressa e redes sociais, o site, que vem com o objetivo de consolidar a produção de conteúdo sobre o agronegócio e destacar as principais notícias da agricultura, pecuária e tecnologia. Para a diretora Patrícia Cerutti, a partir desse novo posicionamento a Novo Rural passa a ser mais que uma revista, mas um veículo de comunicação em várias plataformas, mantendo a essência de tudo o que foi feito até então. – São dois anos dedicados a força do nosso setor rural regional e a histórias empreendedoras, mostrando as famílias que estão tendo trajetórias promissoras no setor e, com certeza, a parceria com o Escritório Regional da Emater/RS de Frederico Westphalen tem contribuição fundamental neste processo – destaca. Ela cita também que a partir deste mês um importante reforço na condução da área técnica acontecerá, pois o sócio e diretor Ale-

xandre Gazolla Neto acompanhará de perto esta frente, orientando a equipe de jornalismo e produzindo conteúdo. Além da nova plataforma de conteúdo, a Novo Rural apresentou outras inovações, como a promoção e participação em eventos e treinamentos, bem como a projeção da região para um mercado mais global. O professor e agrônomo Alexandre Gazolla Neto ressalta que, nesse novo contexto da marca Novo Rural, um dos desafios é qualificar ainda mais o conteúdo que chega às famílias pela revista e pelas demais mídias. – Nossa região tem uma diversidade muito grande de sistemas de produção, isso quer dizer que temos muitos pontos para destacar e torná-los mais globais, tanto no Rio Grande do Sul, na região Sul do país e até mesmo em nível de Brasil – destaca Gazolla. Também compõe o quadro societário Fernando Buriol, formado em Contabilidade, pós-graduado em comunicação e marketing, com uma longa trajetória no cooperativismo.


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Fabio Pelinson

Antônio Luis Santi integra time de colunistas A plataforma de conteúdo conta também com outra novidade: a participação do professor-doutor Antônio Luis Santi, do curso de Agronomia da UFSM - Campus de Frederico Westphalen, como colunista. O docente, que atua em todo o país ministrando palestras, contribuirá na edição impressa da revista e fará inserções nas mídias digitais, reforçando a visão técnica relacionada à agricultura e inovações. – Traremos muita informação para o nosso público, com foco em manejo, conservação de solos, inclusão tecnológica e gestão da propriedade. Também teremos um papel de interagir com outros especialistas de universidades e órgãos de pesquisa, tanto brasileiros como internacionais, para trazer o que há de mais novo para o nosso leitor – adianta o professor. O time de colunistas da Novo Rural é formado também pelas extensionistas Dulcenéia Haas Wommer e Marcia Faccin, ambas da Emater/RS-Ascar, e o jovem agricultor Vanderlei Lermen.

Parceiros e clientes prestigiaram encontro na ACI de Frederico Westphalen

Informar, orientar e inspirar A Novo Rural, por meio de ensino, conhecimento e inovação tecnológica, busca gerar informações relevantes para o produtor rural, com vistas para o aumento da produtividade e da rentabilidade no campo. Outro desafio é trazer orientações relacionadas ao mercado e incentivar o agronegócio na região. Para o diretor Alexandre Gazolla Neto, essa nova etapa da Novo Rural tem um grande propósito de compartilhar conhecimento e tendências. “Queremos promover experiências para pessoas que acreditam e se envolvem com a constante evolução da agricultura e da pecuária, fontes de

riquezas da região e do Brasil”, salientou. Nessa perspectiva, a linha editorial segue focada na busca por histórias que possam contribuir com o cenário agrícola, mas que também contenham informações relevantes do ponto de vista tecnológico e inovador. “Nossas publicações se consolidam cada vez mais como propulsoras desse desenvolvimento do setor agropecuário visto na região, mas que ainda precisa ser disseminado para mais famílias verem o potencial da produção primária do ponto de vista de geração de renda e qualidade de vida”, comentou a editora, Gracieli Verde. Fabio Pelinson

“São dois anos de compromisso com o desenvolvimento do nosso setor rural regional, mostrando histórias empreendedoras e inspiradoras, valorizando as famílias e empreendimentos que estão tendo trajetórias promissoras no setor.” Patrícia Cerutti, diretora

Antonio Luis Santi (E) integra time de colunistas e Alexandre Gazolla (D) Neto é um dos diretores

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Novo Rural

ESPECIAL

Dois anos informando, orientando e inspirando! Ela surgiu em um período onde a maioria das empresas viu seus negócios encolherem ou perderem o ritmo imposto pela crise na economia e na política, impactando no setor primário diretamente. Neste cenário desafiador, a Novo Rural chegou com a missão de mostrar quem estava reagindo com resiliência e conseguindo se manter e até prosperar no mercado.

FOTO: FÁBIO PELINSON

VENDA PROIBIDA

O título da primeira capa desta revista anunciava, em novembro de 2016, que “Eles são a cara do novo rural”, mostrando o perfil de três jovens agricultores que escolheram investir e prosperar no campo. A escolha do tema daquela capa não foi por acaso. A história de Cassiano Pelegrin, Denise Secretti e André Bisollo foi a pioneira de tantas outras que contamos nos últimos 24 meses, mostrando a diversidade, a força e o potencial do setor rural nos 42 municípios da região de circulação da revista Novo Rural.

Ano 1 - Edição 1 - Novembro de 2016

ELES SÃO A CARA DO NOVO RURAL! Jovens, eles já cogitaram a possibilidade de ir para a cidade, mas acabaram percebendo que no setor agropecuário é “o lugar” para construírem as suas trajetórias de vida. Conheça a história de três frederiquenses que estão fazendo a diferença no campo Cassiano de Pelegrin, Denise Secretti e André Bisolo

mulher

Dia Internacional da

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Passando o bastão aos filhos com tranquilidade Consultor na área de sucessão familiar mostra como aspectos comportamentais da família influenciam os jovens na hora de decidir por dar sequência aos negócios da propriedade rural

A

s corridas de revezamento de uma olimpíada podem ser facilmente comparadas com a tramitação da sucessão familiar na propriedade rural, ou qualquer outra empresa. É preciso que quem esteja no comando, ou seja, com o bastão, tenha precisão e segurança em passá-lo para o companheiro que o aguarda lá na frente. Este, quando pega o bastão, precisa seguir o ritmo e uma qualidade ainda superior em relação ao líder ante-

rior rumo à vitória. Nessa “passagem do bastão” é natural que haja tensões, dúvidas e muitos questionamentos. Afinal, não há fórmulas prontas para aplicar nas famílias rurais. O desafio é justamente identificar a vocação do filho ou filha que estão dispostos a dar continuidade às atividades, ou estimulá-los a buscarem novas maneiras de reinventar-se a partir do negócio dos pais. Ter um ambiente de comunicação aberta, com transparência sobre os negó-

cios, as dificuldades e em relação às potencialidades da propriedade talvez seja um dos pontos principais que favoreçam o diálogo e, consequentemente, a sucessão familiar no setor agropecuário. Essa é a análise que o engenheiro-agrônomo e consultor Flávio Cazarolli faz em relação ao assunto. Ele acredita que avaliar o relacionamento entre pais e filhos é crucial, porque isso influencia diretamente para que as famílias consigam estruturar a sucessão familiar nas propriedades com maturidade e

Autonomia influencia nas decisões

André, Cassiano e Denise continuaram empreendendo e sendo referência para outros jovens, como foi mostrado em novas matérias, pois a revista seguiu firme com seu propósito de ter um conteúdo de inspiração para os jovens, ajudando no diálogo entre pais e filhos em processo de sucessão, de inserção nos negócios da família.

Se o fator econômico é algo que pesa na hora da decisão dos jovens em permanecerem no campo, por outro lado, questões de relacionamento também podem dividir opiniões. Querer ter independência financeira é um desejo natural entre os jovens. – É importante que ele manifeste os seus desejos, que tenha condições de fazer suas escolhas a partir daquilo que os pais lhes apresentarem como opção. Um bom relacionamento em família, com diálogo e respeito, certamente ajudará a criar um ambiente em que os jovens desejam estar – observa Cazarolli.

Renda x relacionamento

Flávio Cazarolli salienta que relações mais abertas facilitam a inserção dos filhos nos negócios da família

de forma tranquila. – Uma família unida, que compartilha dos mesmos objetivos, tende a criar um ambiente de maior cooperação e terá mais facilidade no processo sucessório. É importante permitir a participação dos filhos nas decisões, construindo desde cedo a vontade de participar das atividades. Reforço: relações mais abertas, de diálogo constante, são facilitadoras do processo de inserção dos filhos no negócio da família – assinala Cazarolli.

Para os mais novos, poder participar das decisões na propriedade é fundamental. Para que eles fiquem mais seguros nesse processo, Cazarolli orienta que isso comece cedo, porque aí os pais podem instrui-los para que sejam capazes de se assumirem como pessoas e profissionais. O desafio, conforme análise do agrônomo, é ajustar o momento em que o jovem se acha pronto para ter autonomia nos negócios em relação a quando os pais consideram que ele esteja pronto. – Isto não é um ponto pacífico, normalmente não é no mesmo tempo. Para os pais é uma decisão difícil dar esta autonomia, visto que podem colocar em risco todo o negócio. A melhor maneira de passar por este momento é através da cogestão, ou seja, um período em que os pais começam a dar autonomia supervisionada aos filhos, corrigindo os erros e reconhecendo as conquistas – orienta.

A MELHOR PARCERIA! Em todos os momentos, sempre ao lado do agricultor!

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www.agrobon.com.br Agrobon

Revista Novo Rural - Novembro de 2016

Especial Dia Internacional da Mulher

Gracieli Verde

Patrícia, o filho Guilherme e o esposo Marcelo

Mulheres têm se dedicado e conseguem ver na atividade uma possibilidade de viverem com qualidade de vida e renda no campo

Por Gracieli Verde

revistanovorural@oaltouruguai.com.br

A

inda antes de finalizar o curso de Medicina Veterinária na Universidade Federal de Santa Maria, a jovem Patrícia Botton, hoje com 29 anos, de Vista Alegre, não teve dúvidas de que retornar para trabalhar na propriedade dos pais, João, 72 anos, e Ilda, 71 anos, seria o melhor a ser feito. A decisão foi baseada em pelo menos duas constatações durante a graduação e o estágio: a produção de leite pode ser rentável se bem administrada e viver no campo proporciona mais qualidade de vida. “Escolhi estar deste lado da cadeia produtiva, o do produtor”, declara, com o filho Guilherme, de um ano e sete meses, no colo. O esposo Marcelo Batalin, de 32 anos, técnico agrícola, também foi in-

centivador nesse processo – ele é natural de Taquaruçu do Sul. Os dois iniciaram o namoro ainda antes de ela ir para a universidade e, assim que ela decidiu pela bovinocultura de leite como emprego, ele também colocou a “mão na massa” para ajudar a estruturar a atividade na propriedade dos sogros. “Quando eu fui para a faculdade meus pais ficaram sozinhos na propriedade. Como já estavam com uma idade avançada para se dedicar às vacas, todas foram vendidas. Por isso, foi preciso reestruturar a atividade para trabalhar aqui”. Mas nada disso foi impeditivo para fazer acontecer. A percepção de que não dava para simplesmente deixar de lado uma propriedade de 50 hectares era muito presente. “Meu pai ia acabar vendendo e indo para a cidade”. Feito o acordo de como funcionaria o trabalho na unidade produtiva, os pais

disponibilizaram 25 hectares para Patrícia e Marcelo, que não tiveram dúvida que esta seria a melhor opção – investir na produção de leite. “É uma das atividades que mais dá lucro por hectare, além de ser uma renda mensal. Claro que é algo que exige atenção integral, mas temos a teoria de que fazemos o que está ao nosso alcance, porque nossa prioridade também é ter qualidade de vida”, defende Patrícia. Hoje são 30 vacas em lactação, com uma média de 20 litros/animal/dia. Basta dar uma volta na propriedade para ver que o casal buscou aplicar na atividade a profissionalização que buscaram em suas formações. Fazem a criação das terneiras, já tiveram renda com a venda de novilhas, construíram um silo secador para armazenar a produção de milho para o plantel, estão fazendo feno para os animais e também para comercialização.

Revista Novo Rural - Março de 2017

A equipe da Novo Rural, em cada edição, sempre reservou um espaço diferenciado para alguns temas em especial, sabendo da importância estratégica para o desenvolvimento do setor. A bacia leiteira, fonte de renda para milhares de famílias, ganhou uma seção especial com o Parceiros do Leite, onde muita informação técnica foi produzida para mostrar o que os produtores de leite, que se mantêm na atividade de forma sustentável, estão fazendo para superar as dificuldades.

Como garantir alimento para o plantel?

Vamos ao checklist para implantar o planejamento forrageiro. Lembrese que cada caso deve ser avaliado de forma individual e que é sempre bom ter o acompanhamento de um profissional. Na Emater/ RS-Ascar, na cooperativa ou empresa de sua confiança pode ter alguém disposto a lhe ajudar ou mesmo que preste esse serviço!

Faça um levantamento do seu rebanho. Divida os animais em lotes por categorias, como as vacas em produção, as secas, as novilhas, terneiras, os reprodutores e outros que possa ter na propriedade. Para iniciar é preciso estimar o peso desses animais. Analise a área que pode ser destinada para a pastagem perene e anual, além da silagem. Um profissional pode auxiliar nesse trabalho como uso do GPS.

GPS

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Você também precisa saber o quanto a sua pastagem produz para calcular a capacidade de suporte, ou seja, a quantidade de animais que você pode colocar por piquete, bem como o tamanho desses piquetes. Para isso é preciso cortar um metro quadrado do pasto e pesar para iniciar os cálculos.

Sebastião Francisco Pastório é um dos mais recentes investidores no setor de suinocultura no município

Meta traçada, meta alcançada! Município de Palmitinho conquista primeiro lugar no Estado na produção de suínos em 2016

S

er reconhecido como o maior produtor de suínos do Estado do Rio Grande do Sul aumenta ainda mais a responsabilidade de toda a cadeia produtiva em Palmitinho. O anúncio de que o município teve em 2016 o maior número de suínos abatidos repercute e mostra outro fator crucial para o desenvolvimento do setor agropecuário: crescer requer planejamento e muita ação. Em 12 meses foram 211.379 animais entregues para frigoríficos, conforme informações da Seção de Epidemiologia e Estatística, da Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Irrigação, com base nas guias de transporte animal. No dia 24 de janeiro eram 95 mil suínos alojados. São 110 produtores e 178 pocilgas instaladas no município. Em conversa com o prefeito de Palmitinho, Luiz Carlos Panosso, é visível a preocupação em desenvolver a atividade no município. O entendimento de que o setor agropecuário faz com que a arrecadação do município aumente, de que gera renda e bem-estar no campo fez com que um trabalho nesse sentido fosse desenvolvido ao longos dos últimos anos – ele assumiu a prefeitura em 2013 e foi reeleito em 2016. – Definimos como meta que Palmitinho chegaria a ser o maior produtor do Estado em 2016, quando eu completaria o mandato como prefeito. Entendemos que as famílias de Palmitinho têm vocação para suinocultura, por isso a atividade pode ser uma aliada nesse desenvolvimento que buscamos – salienta Panosso. Nesse sentido, atividades como a bovinocultura de leite e a avicultura também têm sido incentivadas. Mais especificamente no caso da

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suinocultura, o principal apoio da prefeitura foi para com as terraplanagens. “Bancamos todos as despesas com essa fase da obra, para que o produtor só se preocupasse em construir a pocilga e produzir”, reforça Leandro Albarello, técnico agrícola e gestor ambiental que foi o secretário de Agricultura no exercício 2013/2016 da administração municipal. E o crescimento não para por aí. Para este ano de 2017 é projetado um aumento de mais quatro produtores, com ampliação prevista de em torno de 15 mil suínos a cada ciclo, o que mostra que a visão empreendedora não deixa Palmitinho parado. Por outro lado, o senso de responsabilidade também faz com que novas ações sejam planejadas, no sentido de melhorar a atividade de modo geral e o desempenho das pocilgas do município. Um dos desafios é em relação ao destino dos dejetos. Para isso, projetos estão sendo estruturados para Palmitinho também ser uma referência neste assunto. Mais uma questão que será debatida é em relação ao fornecimento de água para os planteis. Em recente reunião da Câmara Técnica Regional da Suinocultura, um dos encaminhamentos diz respeito ao incentivo para a construção de cisternas. Será mais um passo que mudará o cenário do município, caminhando para uma produção mais sustentável e antenada nas tendências. Graças a todo esse trabalho, hoje o setor agropecuário dá o maior resultado no retorno do ICMS do município, principalmente pela existência da suinocultura, avicultura e da atividade leiteira, segundo Albarello.Outro dado é que a receita do município aumentou em 103% de 2013 a 2016, com o incremento do setor agro.

Vocação para a atividade influencia na mão de obra

“Entendemos que as famílias de Palmitinho têm vocação para suinocultura, por isso a atividade pode ser uma aliada nesse desenvolvimento que buscamos” Luiz Carlos Panosso, prefeito de Palmitinho Gustavo Menegusso

Revista Novo Rural Fevereiro de 2017

Criação

Criação

Debora Theobald

Peritas na bovinocultura de leite, elas fazem a diferença na cadeia produtiva

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Revista Novo Rural Novembro de 2016

Juventude & Sucessão

EXEMPLAR GRATUITO

NOVO

R E V I S TA

CRIAÇÃO

O servidor público Sebastião Francisco Pastório é um dos mais recentes investidores no setor de suinocultura. Com um crechário com capacidade para 2,7 mil leitões, quando a reportagem estava na propriedade, na linha Esquina do Comércio, ele estava no primeiro lote. Um dos fatores que o fizeram investir na suinocultura foi a facilidade de conseguir mão de obra para trabalhar com a atividade se comparado com outras áreas. “É mais fácil achar pessoal para trabalhar com suínos do que com aves”, reforça, mais uma vez mostrando a vocação que o município tem para o setor. A aposta do produtor é grande, tanto que o mesmo possui capacidade para armazenamento dos dejetos para mais um módulo de suínos que poderá ser construído no futuro, porque os planos não param. “O incentivo não foi somente a terraplanagem, mas também de mostrar informações sobre a cadeia produtiva”, comenta Pastório em relação ao apoio recebido do poder público local. A estimativa é que Pastório faça de sete a oito lotes por ano, com incentivo garantido para dez anos por parte da empresa por ele ter investido em climatização.

Revista Novo Rural Maio de 2017

Revista Novo Rural - Fevereiro de 2017

Granja São Paulo deve iniciar operações em julho e terá capacidade para sete mil matrizes, com um investimento de R$ 30 milhões no total Por Gracieli Verde

Também é importante saber em qual época as pastagens rendem mais, para justamente evitar períodos de vazio forrageiro, colocando outra opção nessas épocas, e montar o calendário para cada propriedade.

revistanovorural@oaltouruguai.com.br

Dez

Nov

Jul

Out

Jun

Set

Mai

Ago

Jan

Abr

Fev

Mar

Gracieli Verde

O projeto impressiona. São cerca de 40 mil metros quadrados de área construída em um terreno de 25 hectares, localizados na linha São Paulo, interior de Frederico Westphalen. No total serão 16 galpões, que abrigarão setores como a creche, maternidade e gestação. A Granja São Paulo, que terá capacidade para abrigar sete mil matrizes, produzirá 210 mil leitões por ano. Com uma previsão dessas, o trabalho segue intenso na obra, com mais de 50 pessoas atuando diariamente. “A projeção é de que possamos alojar o primeiro lote de porcas em julho”, adianta Luiz Henrique Balestreri (foto), que administra o empreendimento representando a Agropecuária Balestreri. O investimento deve somar R$ 30 milhões, sendo R$ 5 milhões em matrizes.

Sugestões de planejamento das pastagens anuais com semeadura antecipada ou sobresemeadura Mês

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Um projeto grandioso para Frederico Westphalen e região

Tifton 85 +trevos+ervilhaca+aveia+azevém BRS Kurumi +trevos+ervilhaca+aveia+azevém Pioneiro +trevos+ervilhaca+aveia+azevém Convert +trevos+ervilhaca+aveia+azevém Área pós silagem com aveia + azevém Área pós silagem com milheto

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priedade dos pais de Tiago, Manoel Gerrelevo da propriedade faz com que o planmano e Terezinha Czarnobay, que estão tel gaste bastante energia com os desloaposentados. Wanessa é engenheira-agrôcamentos às pastagens. Mesmo assim, noma e tem buscado colocar com a manutenção de um em prática, em parceira com custo de produção baixo, a Tiago, ações que melhorem o atividade se viabiliza. Sem desempenho da atividade na contar que a reprogramapropriedade – onde também é ção das forrageiras permitiu mantido um plantel de gado de uma melhora do solo. “Hacorte e parte da área é utilizada via áreas bem degradadas”, para lavouras de grãos. conta a jovem. Com os investimentos em Atualmente são mais novos materiais de pastagem de 30 hectares de pastae em mais áreas destinadas gens de inverno e 7,8 hecpara a alimentação das vacas, tares de pastagens de veo valor gasto com ração e silarão que servem aos animais. gem tem diminuído, refletindo Uma aposta é na Brachiano custo de produção por litro ria Convert, uma pastagem de leite. “Hoje o custo variável que tem tido boa aceitação do leite na propriedade é de no rebanho da família. Uma 42,43%, o que é considerado das vantagens para quem muito bom”, segundo a agrôEngenheira-agrônoma tem pouca mão de obra é na noma Andreia Kraemer, do EsAndreia Kraemer, da hora da implantação, porque critório Municipal da Emater/ ela é semeada, o que torna Emater/RS RS-Ascar, que acompanha a o trabalho mais ágil. Tifton unidade produtiva. 85 e milheto também fazem Wanessa comenta que a média de parte do “baquete” das vacas. Em relação produtividade por vaca/dia poderia ser à silagem, são fornecidos cerca de 20 quimelhor, hoje fica perto de 20 litros, mas o los por dia para cada animal.

“Hoje o custo variável do leite na propriedade é de 42,43%, o que é considerado muito bom”

Fonte: Emater/RS-Ascar

Sorgo plantio tardio Trigo duplo propósito

Dá uma olhada nas dicas da engenheira-agrônoma Andreia Kraemer, da Emater/RS-Ascar, para você que ficou interessado no assunto: O planejamento antecipado proporciona o aumento da eficiência na produção de alimentos na propriedade, assim como está diretamente relacionado à melhoria da condição de alimentação dos animais. É uma alternativa que possibilita adequar as áreas de produção da propriedade, garantindo a estabilidade da oferta de alimentos ao rebanho. Com o planejamento você elimina aqueles períodos críticos da pastagem, geralmente nas trocas de estações do verão para o outono, entre abril e maio, e da primavera para o verão, em setembro/outubro.

O planejamento forrageiro contribui para: » Otimizar mão de obra e o uso da terra. » Minimizar riscos. » Reduzir a oscilação de produção de leite. » Melhorar as condições de trabalho, organizar a rotina e diminuir a penosidade. » Facilitar o manejo do rebanho e favorecer o conforto animal. » Proporcionar sistemas de produção de alimentos mais eficientes. » Reduzir o custo de produção.

Se não tem variação no fornecimento de pasto, há garantia de equilíbrio na produtividade de leite. Projetando as pastagens com antecedência é possível também desenhar várias possibilidades e analisar qual melhor se encaixa ao seu sistema de produção. Nada mais é do que um exercício de programar com tempo as pastagens e demais alimentos dos animais: o que, quanto e onde deve ser plantado, como será manejado e qual potencial de produção desse pasto.

Revista Novo Rural - Fevereiro de 2017

Gracieli Verde

Planejamento forrageiro é considerado uma ferramenta importante para manter as vacas bem nutridas e com boa produtividade de leite, além de impactar no custo de produção

profissionalização da atividade de leite, assim como nas demais criações, é uma necessidade. Empenhar-se em saber como fazer é tão importante como planejar onde se quer chegar com a produção. A alimentação do rebanho é um dos pilares em todos os sistemas produtivos. Assim, para que os animais destinados à produção de leite e aqueles que estão ociosos na propriedade tenham sempre fartura em alimentação, o planejamento forrageiro é um aliado do produtor, especialmente considerando uma produção de leite a pasto, mesmo que haja complementação alimentar no cocho com ração e silagem. Nessa busca por ter pasto em abundância para o plantel, o casal Tiago Czarnobay e Wanessa Rossetto Briguenti, de linha Ferrão, em Rio dos Índios, tem adotado esse planejamento nos últimos anos. O cenário tem mudado de forma que hoje praticamente sobra pasto na propriedade que tem ao total 60 hectares, mesmo que o trabalho ainda esteja em fase de implementação. Depois de uma primeira seleção dos animais, hoje a propriedade conta com um rebanho de 33 vacas em lactação. O casal vem assumindo há cerca de um ano a pro-

Milheto plantio tardio Gracieli Verde

Engenheiras-agrônomas Wanessa Rossetto Briguenti, produtora de leite, e Andreia Kraemer, da Emater/RS, durante uma das análises do pasto

São mais de 30 animais em lactação que precisam de boa alimentação na propriedade da família Czarnobay

Irrigação por aspersão e gotejamento, Hidroponia, Sementes, Adubos, Estufas, Fitilhos, Mulching, Telados, Torturamento, Motobombas elétricas e tratorizadas, Reservatório

Revista Novo Rural - Fevereiro de 2017

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www.irrigafertil.com.br

Av. Amândio Araújo, 455 - Constantina/RS

24 | Revista Novo Rural | Novembro de 2018

(54) (Silvio) (54)

3363-1031 9976-7535

Revista Novo Rural - Maio de 2017

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Na suinocultura não foi diferente, mostramos iniciativas em grande escala, que colocam a região em destaque no cenário mundial, como a Granja São Paulo, capitaneada pelo empresário Leonir Balestreri e o filho Luis Balestreri. Também apresentamos os investimentos que estão consolidando o município de Palmitinho como referência no Sul do Brasil em crescimento da atividade suinícola.


2 anos

Ano 1 - Edição 12 - Outubro de 2017

RA PA RCda EI família RURAL

O QUE VAI DETERMINAR O SUCESSO DA SUA LAVOURA? Com expectativa de plantio de 400 mil hectares de soja na região, na safra 2017/18, o manejo correto é crucial para bons resultados. Veja dicas para o plantio da cultura de grãos considerada a que mais cresce nos últimos anos

Soja

Manejo integrado de pragas e doenças é uma das ferramentas que vem sendo difundida entre os produtores de soja para obter maior lucratividade

S

e para quem produz boi o olho do dono “garante a engorda”, como se diz popularmente, nas lavouras de soja é o monitoramente das doenças e pragas que garante a redução de custos e, possivelmente, maior lucratividade ao fim do ciclo. É essa consciência que o produtor Wagner Orbak, residente na linha Vitório, em Ronda Alta, tem desenvolvido desde a safra passada. Isso graças a um acompanhamento feito pela equipe da Emater/RS-Ascar local, que integra uma estratégia adotada em todo o Estado gaúcho há quatro anos, resultado de uma parceria com a Embrapa e a Itaimbé Máquinas. Reduzir o uso de agrotóxicos e o custo de produção da principal cultura de verão do Estado gaúcho, a soja, é uma das premissas desse trabalho, e aos poucos o monitoramento das lavouras vem ganhando espaço. Tecnicamente chamado de manejo integrado de pragas e de doenças, esse trabalho é complexo, exige alto grau de conhecimento por parte dos profissionais e dos produtores, mas se mostra como uma alternativa para garantir a lucratividade do se-

tor, bem como a manutenção de tecnologias que estão no mercado. Isso tem exigido a capacitação de extensionistas pelo Estado, para que os produtores possam ter esse suporte na hora de tomar a decisão de aplicar ou não os defensivos na lavoura para controlar doenças e pragas. – Estamos trabalhando com um viés de conhecer que praga há na lavoura para usar a melhor estratégia de combate, sempre buscando a preservação dos inimigos naturais, no caso dos insetos. Isso tem gerado a diminuição do número de aplicações de fungicidas e inseticidas – comenta o engenheiro-agrônomo e assistente técnico estadual em culturas da Emater/RS-Ascar, Alencar Paulo Rugeri. Uma das principais doenças que esse trabalho quer monitorar é a ferrugem, um fungo que faz um grande estrago quando atinge a soja. Para executar essa iniciativa a Emater/RS conta com a disponibilidade de produtores espalhados pelo Estado. Neste ano mais de 60 propriedades disponibilizaram pelo menos parte de suas lavouras para esse monitoramento. “Vamos apresentar resultados nas próximas edições da Expodireto e da Expointer”, adianta Ru-

geri. A Emater/RS tem trabalhado para espalhar esse monitoramento pelo Estado há quatro anos, mas só agora tem conseguido mais adesões. Questionado se o produtor ainda tem muita resistência para adotar essa prática, Rugeri acredita que isso esteja diminuindo. “O produtor está sedento por informações desse tipo, porque está vendo que tem tecnologias se perdendo por falta de um manejo adequado”, defende. Rugeri acredita que hoje o grande problema não são os produtos que estão no mercado, mas a tecnologia de aplicação. “Estamos trabalhando forte para que isso seja melhorado”.

Voltando ao caso do produtor Wagner Orbak, de Ronda Alta, a primeira experiência com o monitoramento de lavouras de soja foi na safra passada. Dos quase 100 hectares que ele cultiva com a soja – em parceria com o irmão Marcelo e os pais Marilene e Moacir –, destinou nove para esse trabalho em parceria com a Emater/RS-Ascar. Conforme o engenheiro-agrônomo Douglas Campigotto, do escritório municipal da Emater/RS, no ciclo 2015/2016 duas lavouras foram acompanhadas em Ronda Alta. Já na safra 2016/2017 três áreas devem ser monitoradas, incluindo a de Orbak. – Entendemos que é importante buscar o aumento da renda do agricultor com a redução do custo de produção, porque isso pode dar um impacto muito grande no município ou no Estado. Nossa reflexão é de quanto isso impactaria na economia de Ronda Alta se isso fosse feito nos 22 mil hectares que geralmente são destinados para a soja a cada ano – propõe o agrônomo. Sensibilizado com o resultado, apesar de uma resistência natural ao manejo integrado, Wagner Orbak comenta que a cada semana a preocupação com a lavoura aumentava, mas, com a noção precisa de que tipo de insetos estava na área, a partir dos panos de batida, foi possível ter resultados interessantes. Das habituais quatro ou cinco aplicações de inseticidas feitas no restante da lavoura, na área monitorada foi necessária apenas uma, no fim do ciclo, contra o percevejo. Outra necessidade é de desenvolver um olhar diferenciado do ponto de vista ambiental. “É preciso entender que a lavoura de soja não está sozinha, que há inimigos naturais e que esses insetos também nos ajudam a combater pragas”, pontua Campigotto. Na lavoura de Orbak eram seguidas as recomendações de fazer 10 panos de batida em cada 10 hectares. Com isso se contava a quantidade de lagartas e era feita a identificação delas. A quantidade e a espécie determinavam se haveria a necessidade ou não de aplicação. Nesse processo também se avaliava o estágio das plantas para aí tomar uma decisão de controle. Para o controle da ferrugem eram colhidas folhas baixeiras da planta e enviadas para a análise de profissionais da Embrapa Trigo, em Passo Fundo. Como o estágio-limite para se precaver da ferrugem é até a floração, somente nesta fase é que houve a primeira aplicação e no total foram quatro – uma a menos do que na lavoura com manejo convencional. Nesta safra 2016/2017, Orbak vai fazer o monitoramento nos nove hectares com o apoio da Emater/RS, mas vai tentar expandir para toda a lavoura, por conta própria, buscando reduzir o custo de produção.

MENOS PRODUTORES DE LEITE NO MERCADO GAÚCHO

APOIO

REALIZAÇÃO

12

Revista Novo Rural - Dezembro de 2016

INFORMA | ORIENTA | INSPIRA Ano 2 - Edição 19 - Junho de 2018

Frutas

Demanda por pitaia cresce no Estado

APOIO

REALIZAÇÃO

A revista é uma iniciativa de

R E V I S TA

R E V I S TA

GRACIELI VERDE

Ano 1 - Edição 6 - Abril de 2017

Nonoai se destaca com a produção de mel

SOJA

Inicia a colheita nos municípios da região

INFORMA | ORIENTA | INSPIRA Ano 1 - Edição 4 - Fevereiro de 2017

Famílias da região começam a ver na energia gerada por meio de placas solares a possibilidade de reduzir custos e de investir em um conceito sustentável. Em Erval Seco, família Thiele já instalou um sistema de geração de energia que aproveita a luz do sol

BEM-ESTAR

Depressão também é drama vivido no meio rural

exigência e diferencial de mercado Normativa conjunta do Mapa e da Anvisa torna obrigatório, desde início de agosto, que o horticultor forneça informações sobre o processo de produção de vegetais frescos ao consumidor 9 | Revista Novo Rural Setembro de 2018 9 | Revista Novo Rural ||Setembro

R E V I S TA

NOVO

A Novo Rural é tudo isso e muito mais. Iniciativas como a vindima nos municípios produtores de uva, inovando com a abertura da safra no Estado, o mercado justo para a laranja, a entrada de novas culturas, como a exótica pitaia, ou as premiações nacionais que cabanhas da região vêm conquistando, além do levantamento exclusivo sobre todas as oportunidades disponíveis para quem deseja empreender no meio rural, são alguns exemplos da diversidade de assuntos que representam a nossa matriz produtiva, mostrando também nosso compromisso com o desenvolvimento da agricultura nas mais diversas frentes.

“Estamos redescobrindo nosso potencial agrícola e são os jovens que precisam ajudar nisso”. João K - pesquisador

INFORMA | ORIENTA | INSPIRA

RA PA RCda EI família

Ano 1 - Edição 11 - Setembro de 2017

RURAL

REGIÃO MAIS PROMISSORA Com investimentos em áreas estratégicas, promessa é de um novo cenário para o setor agropecuário regional. Ampliação de parcerias deve promover efeito cascata junto aos produtores rurais

LANÇAMENTO

Já tem uma série de subprodutos que estão sendo desenvolvidos e estudantes de universidades como a Federal de Pelotas, Federal do Rio Grande do Sul e da Unisinos estão pesquisando vários aspectos da fruta, como sementes, casca e outros temas.

A ECONOMIA QUE VEM DO SOL

A tecnologia contribui tanto para facilitar a comunicação no campo, com o acesso à internet, como para a busca por melhores resultados nos negócios

Jorge Volkweis, da Pitaya do Brasil

Em Santa Catarina, a empresa tem 28 produtores integrados, com produtividade que varia de 25 a 45 toneladas por hectare. Isso é resultado de um trabalho de melhoramento no manejo e assistência técnica.

É hora de começar a fazer o planejamento forrageiro para as vacas leiteiras

NOVO

PRODUTOR RURAL CADA VEZ MAIS CONECTADO

APICULTURA

Capa

PECUÁRIA

Município da região passa a ser o maior produtor de suínos do Rio Grande do Sul

INFORMA | ORIENTA | INSPIRA

Saiba mais sobre a pitaia

No Sul a colheita se dá entre janeiro e maio. A empresa também tem áreas projetadas em Belém, no Pará, onde a planta consegue produzir os frutos de junho a dezembro. A busca é por ter a pitaia no mercado o ano todo.

DESTAQUE

NOVO

busca por alimentos ricos em propriedades benéficas para o organismo estimula entre os consumidores urbanos a compra de produtos diferenciados. É nesta linha que a demanda por frutas exóticas cresce. A pitaia é uma delas. Muito mais frequente nas fruteiras até mesmo na região, ela tem sido alternativa de renda em localidades como Torres, Rio Pardo, Santa Cruz do Sul, Cachoeira do Sul, Santo Antônio da Patrulha, entre outros espalhadas no Estado, como no litoral, além do Sul catarinense. Durante a 18ª Expoagro Afubra, realizada entre os dias 20 e 22 de março, em Rio Pardo, a empresa Pitaya do Brasil estava justamente prospectando futuros parceiros para ampliar a produção. Com sede em Novo Hamburgo, o empreendimento surgiu há quatro anos, com a participação de sócios que tinham pequenos sítios e buscavam uma alternativa para ter rendimentos a partir dali. Hoje eles possuem plantações e viveiros tanto em Novo Hamburgo como em Belém, no Pará. Os viveiros têm certificação fitossanitária, inclusive. – Buscamos as primeiras mudas em Santa Catarina e identificamos que lá havia dificuldade na venda, por isso entramos nesse processo e hoje temos parcerias com redes como a Zaffari e Walmart, aqui no Estado, mas com possibilidades de vender para fora também. Sem contar que na rede Walmart, das 104 lojas no Estado, estamos apenas em 30 – conta o diretor comercial do empreendimento, Jorge Volkweis, ressaltando justamente que há mais mercado, pois 99,9% da população desconhece a fruta. Segundo ele, o cultivo da planta requer áreas que não tenham incidência de geadas. Regiões costeiras a rios têm tido boas experiências com a fruta. “Inclusive há experimentos e produtores já utilizando o cultivo protegido, semelhante ao que vem sendo feito com a uva”, relata.

O plantio pode ser realizado durante todo o ano, evitando os meses mais quentes e frios do ano. A melhor época é de setembro a dezembro.

A necessidade de informações qualificadas em relação ao manejo de integrado de pragas fica em evidência com esse trabalho, afinal, não se pode colocar em risco a produção de uma lavoura em virtude de análises equivocadas. “Mas o projeto tem mostrado que é possível”. De forma paralela ao projeto, a equipe que trabalha com o Lavoura de Resultados também tem coletado vários dados dos produtores, como o tipo de tecnologia de aplicação que utiliza, que tipo de pulverizador usa, quantos têm marcador de linha e quantos são hidráulicos, por exemplo. A ideia é identificar outros problemas que possam estar influenciando os resultados nas lavouras gaúchas. “A gente sabe que temos muito problema com a aplicação de defensivos, então precisamos de mais dados sobre isso para propor melhorias”, pontua Rugeri. Ele reforça a necessidade de o produtor levar em conta princípios básicos para fazer as aplicações, como observa a temperatura, a umidade e o vento. “Temos uma carência grande ainda, infelizmente, de ser de domínio da sociedade produtiva que isso é fundamental e imprescindível para você ter sucesso em qualquer atividade”, destaca, garantindo que para a próxima safra o trabalho continuará.

11 11| |Revista RevistaNovo NovoRural Rural|| Maio Maio de 2018

“Temos muito a expandir, porque 99,9% da população desconhece a fruta.”

A

LIBERATO SALZANO NO MERCADO JUSTO

mais que ainda seja cedo para ter a análise final, se percebe uma evolução. – A nossa estratégia é diminuir um terço da aplicação de inseticidas. Agora, o que é possível dizer é que tivemos 46% de redução neste ano, dado este ainda preliminar e não divulgado. Tranquilamente vamos atingir a meta, que é 33% de redução – explica, ressaltando que os números oficiais serão revelados durante a Expointer deste ano. Ele assinala ainda que, com esse trabalho, fica em evidência que ainda há muito produtor aplicando os defensivos sem necessidade, levando em conta apenas a calendarização ou com foco numa prevenção que, por vezes, pode ser considerada desperdício. A necessidade é justamente do manejo integrado de pragas (MIP), tão defendido por uma série de pesquisadores há bastante tempo e princípio do projeto. – Estamos muito satisfeitos com a receptividade que a sociedade produtiva tem em relação ao projeto, tanto produtores, técnicos, pesquisadores, como institutos federais e universidades. Temos visto que é fundamental essa estratégia de levar informação ao produtor e fazer visitas semanais na lavoura. É uma prática que o produtor vai ter de adotar – afirma o agrônomo, de forma categórica.

Divulgação

Agricultura

Regiões costeiras a rios têm tido boas experiências com a fruta, segundo empreendedor da área

Veja porque o município tem se destacado na produção de laranjas, conquistando preços diferenciados

necessidade de aplicar menos herbicidas e inseticidas é cada vez mais presente na agricultura, seja pela necessidade de reduzir custos de produção, por questões ambientais, de saúde pública e para garantir a manutenção de tecnologias. Trabalhar para que as aplicações ao longo da safra de soja diminuam é o intuito do projeto Lavoura de Resultados, que é realizado em todo o Estado por meio a Emater/RS-Ascar, Embrapa, Massey Ferguson e Syngenta. Na safra 2017/2018, mais uma vez o trabalho técnico das equipes dessas instituições tem resultados sendo avaliados, segundo o assistente técnico estadual em Soja da Emater/RS, Alencar Rugeri. Em todo o Estado, foram 52 unidades de referência técnica que serviram para os profissionais estabelecerem comparativos com outras áreas em cada município que participa do projeto. Durante o ciclo, 22 dias de campo foram realizados nas mais diversas regiões, com quase 5 mil pessoas participando. “Nós praticamente dobramos a participação em relação ao ano passado”, revela Rugeri, satisfeito com essa repercussão. Ele também ressalta a importância das parcerias, que neste ano tem também a Syngenta no time. Em relação aos dados, Rugeri adianta que, por

Nestes dois anos de circulação, outra área que teve grande destaque na Novo Rural foi a de produção de grãos. Dezenas de páginas foram dedicadas para o compartilhamento de conhecimento técnico e inovações tecnológicas que estão revolucionando a produtividade. Contamos histórias, mostrando pessoas que fazem o setor se desenvolver e movimentam a economia da região e do Estado. Recentemente, com as mudanças na gestão da revista, conquistamos como colunista uma referência nacional no setor, o professor-doutor Antonio Luis Santi, além de um dos diretores da Novo Rural, o também professor-doutor Alexandre Gazolla Neto, contribuir com conhecimento de ponta em temas que irão definir o futuro da produção como rastreabilidade.

Gracieli Verde

NOVO

A

Na lavoura de Orbak em que a soja já está cultivada, expectativa é para mais uma safra de acompanhamento. Na foto, Wagner Orbak e o agrônomo Douglas Campigotto, da Emater/RS

A exemplo do que sempre procuramos trazer quando o assunto é grãos, a tecnologia está também presente nas mais diferentes áreas, sendo um diferencial no conteúdo da Novo Rural. Em todas as edições mostramos como a agropecuária está se tecnificando intensamente, com novos conhecimentos e equipamentos, reduzindo custo, ampliando a produtividade, tornando-se mais competitiva e rentável. Isso tudo é desenvolvimento sustentável. Mas a sustentabilidade também passa pela qualidade de vida das pessoas, pois são elas que tomam decisões, fazem escolhas que transformam a realidade onde vivem e do ambiente econômico que estão inseridas. Nestas 24 edições mostramos centenas de famílias que optaram pela coragem de investir, de aprender, trabalhar e prosperar em um setor onde muitos deixaram de acreditar e que hoje se mostra mais promissor do que nunca.

R E V I S TA

Emater/RS revela número preliminar do projeto, o que já comprova êxito na diminuição das aplicações de defensivos nas lavouras de soja

Redução de aplicações de agrotóxicos motiva produtor a seguir com a experiência

Das habituais quatro ou cinco aplicações de inseticidas feitas no restante da lavoura, na área monitorada foi necessária apenas uma, no fim do ciclo, contra o percevejo.

Pesquisa da Emater/RS-Ascar mostra uma redução de 22,6% dos produtores de leite de 2015 a 2017. Em um cenário que exige maior eciência, os produtores de menor porte são os que mais deixaram a atividade

A revista é uma iniciativa de

Lavoura de Resultados tem dados sob análise

Rastreabilidade:

ENTREVISTA Presidente da Apil, Wlademir Dal’Bosco, fala à Novo Rural

INFORMA | ORIENTA | INSPIRA

A campo

De olho na lavoura para ter mais no bolso

Novo Rural lança o Parceiros do Leite, aproximando ainda mais os elos desta importante cadeia produtiva da região

Depois de plantada, a estimativa é que a fruta pague grande parte do investimento no segundo ano. No primeiro ano o ideal é que as frutas sejam descartadas, para priorizar o bom desenvolvimento da planta. No segundo ano é possível colher e no terceiro ano a pitaia é considerada adulta, com melhor desempenho na produtividade.

A revista é uma iniciativa de

APOIO

A CAMPO Caiçara agora conta com produção comercial de bananas

REALIZAÇÃO

NOVO

Gracieli Verde

R E V I S TA

ESPECIAL

GRACIELI VERDE

Novo Rural

Gracieli Verde

Edudavi abre mercado para queijo colonial e outros laticínios

Gracieli Verde

Sandra e Paulo com a filha Vanessa

Alex Ruviaro e Luziana Cassol Bonatti, Catia Letícia Popik e Marcos Antônio Cassol com os extensionistas Jarkson Arboirt (E) e Carlos Ruviaro, da Emater/RS

Doce de leite é um dos produtos diferenciados

Queijo colonial é um dos destaques da marca

O envolvimento dos filhos O brilho nos olhos de Sandra quando fala do envolvimento dos filhos no negócio já diz muita coisa. “Eles ajudam, se envolvem. O Eduardo gosta de trabalhar aqui dentro. Já a Vanessa adora ajudar nas vendas, se destaca em lidar com as pessoas”, conta, orgulhosa. Mas ela acredita que o caçula Vitor pode sim ser o sucessor no negócio, porque vai crescer acompanhando de perto o desenvolvimento do negócio. Todos têm salário e isso dá tranquilidade para Sandra envolver a família no trabalho. “O jovem precisa ter renda, senão ele não se sente incentivado para ficar conosco”, defende. Na família, a renda aumentou em, pelo menos, 30% no último ano, apesar de todos os investimentos que estão sendo pagos.

Da greve nasce uma oportunidade Em Caiçara, uma agroindústria aposta na fabricação de queijos especiais para assar. Meta é conquistar mercados nacionais Gracieli Verde

revistanovorural@gmail.com

O 16 | Revista Novo Rural | Maio de 2018

AGROINDÚSTRIA

Gracieli Verde

Em Frederico Westphalen a agroindústria Edudavi, localizada na linha Volta Grande, tem sido uma referência na área de laticínios: queijo colonial, queijo mussarela fatiado, nata, ricota, doce de leite e iogurte. Há um ano e cinco meses a planta que custou perto de R$ 1 milhão está funcionando, gerenciada pelo casal Sandra e Paulo Bellé, com os filhos Eduardo, 21, Vanessa, 16, e Vitor, 8. Não há dúvidas que o maior orgulho de Sandra, depois dos filhos, é a Edudavi, como se fosse a “caçula” da propriedade. – Foi muito tempo até tudo se estruturar, até o Paulo também ver possibilidade de negócios com a agroindústria, mas deu tudo certo e hoje esperamos ansiosamente por poder aumentar as vendas. Isso só será possível se tivermos inspeção estadual ou federal – acredita Sandra. O mercado para os produtos Edudavi já é considerado fortalecido no município, apesar de muitas vezes haver a concorrência desleal com produtos de agroindústrias não formalizadas. Mesmo assim, é possível ver a marca familiar na maior parte dos supermercados. A Feira do Produtor também é ponto de encontro de clientes, aos sábados pela manhã. Em relação aos produtos, o carro-chefe é o queijo, 60% colonial e 40% mussarela. A rotina é puxada entre a produção, a embalagem, limpeza, venda e distribuição dos produtos, mas é o negócio que Sandra sempre quis oferecer para o mercado. Mesmo assim, por enquanto Paulo ainda cuida da lavoura, mas também ajuda na Edudavi. O leite é praticamente todo comprado de outros cinco produtores, todos bem próximos da agroindústria, com análises periódicas do produto. Hoje, 30 a 35 mil litros por mês são processados, o que representa dois mil litros a cada dois dias – no começo eram 500 litros/dia. “Mas, a capacidade é para trabalhar com 10 mil litros de leite por dia”, conta a produtora. O crescimento é muito almejado por Sandra e Paulo, mas nada de exageros, justamente para não perder a característica dos produtos, que já são reconhecidos pela qualidade.

Parceiros do leite

Gracieli Verde

Hoje, e não amanhã, os jovens são fundamentais no desenvolvimento, seja da agricultura familiar ou da empresarial. E a tecnologia tem se mostrado uma aliada no desafio de viabilizar um ambiente atrativo para a permanência deles no campo, permitindo a sucessão nos empreendimentos rurais. A facilidade em utilizar as inovações digitais, tão necessárias atualmente para garantir a viabilidade da propriedade, é o caminho para que a nova geração supere as resistências e conquiste seu espaço na gestão da propriedade, construindo um novo formato de convivência entre pais e filhos. Por isso, nossa preocupação em mostrar histórias de como os jovens estão empreendendo, com qualidade de vida e cada vez mais orgulhosos das suas escolhas.

Agroindústrias

9 | Revista Novo Rural | Abril de 2018

usar não é problema para os casais Marcos Antônio Cassol e Catia Letícia Popik; e Alex Ruviaro e Luziana Cassol Bonatti. Moradores de Caiçara, é na linha Santa Lúcia que eles empreenderam. Se mesmo em crises as pessoas conseguem ver alternativas, eis um caso a típico de que uma dificuldade fez com que saíssem de qualquer zona de conforto que pudesse existir. Ainda no ano passado, em um episódio de greve dos caminhoneiros, os dois casais, que gerenciam unidades produtivas de leite, tiveram que descartar o produto por falta de transporte até a indústria. “O que mais doía era saber que tínhamos que ordenhar as vacas e o resfriador já estava cheio, ou seja, era inevitável o descarte do produto”, lembra Alex.

Num desses dias que o desperdício não podia ser evitado, tanto Alex como Marcos Antônio convergiram para a mesma ideia: por que não ter uma agroindústria própria, que permitisse processar a matéria-prima produzida? A ideia que inicialmente era quase um devaneio na hora do desespero e do prejuízo foi levada a sério. Curiosos e sedentos por um modelo de trabalho diferente, que pudesse incluir as esposas e agregar valor à bovinocultura de leite, a ideia se tornou um projeto. Era hora de tirá-lo do papel. Como foram necessários recursos subsidiados através de financiamentos, a Emater/RS também auxiliou na estruturação desse projeto. A parir dali foram criados os queijos especiais para assar, tanto colonial como os temperados com orégano, tomate seco e chimichurri. Assados, ficam ainda mais intensos no sabor e agradam o paladar de muita gente.

“No futuro precisaremos comprar leite de outros produtores. Nossa meta é ter um sistema de parceria que valha a pena, tanto para nós como para quem vai nos fornecer a matériaprima”. Marcos Antônio Cassol, bovinocultor de leite

Após dois anos de muito trabalho e aprendizado, a nossa crença na força da comunicação, que informa, inspira e transforma realidades, sai fortalecida e com compromisso renovado com o setor e, principalmente, com cada produtor rural.

22 | Revista Novo Rural | Outubro de 2018

25 | Revista Novo Rural | Novembro de 2018


2 anos

Novo Rural

ESPECIAL

Valores que norteiam nosso trabalho Inspiração

Incentivo aos jovens

Disseminação das boas práticas

Tecnologia

Valorização do produtor rural

Desenvolvimento

Informação Credibilidade

Entre os temas mais presentes na revista destacamos:

Solo

Observe as qualidades física, química e biológica: Propriedades que vêm dando a devida atenção a indicadores relacionados à qualidade do solo estão aumentado suas produtividades e, em especial, a rentabilidade dos sistemas produtivos. Em áreas que foram obtidas altas produtividades nas últimas safras foram tomadas medidas consideradas importantes do ponto de vista técnico, como o controle da erosão, a rotação de culturas, o aumento do teor de matéria orgânica e do nível da fertilidade do solo, não se restringindo à camada superficial – de 0cm a 20 cm –, mas corrigindo o solo em maior profundidade, o que vem acompanhado de um maior volume de solo explorado pelo sistema radicular da planta, favorecendo o acesso à maior quantidade de água e nutrientes.

Veja as orientações que selecionamos para que mais uma safra seja de números positivos na sua lavoura

A

época de plantio da soja altera a rotina dos produtores, que mais uma vez se desafiam a investir na cultura agrícola brasileira que registra o maior crescimento nos últimos 30 anos, tornando-se um dos produtos mais destacados da agricultura nacional e contribuindo muito para a balança comercial. Acertar na escolha da tecnologia a ser implantada na lavoura é determinante para o sucesso de mais uma safra. “Isso inclui o uso de cultivares adaptadas e com elevado potencial produtivo, bem como o aprimoramento das técnicas de cultivo”, ressalta o engenheiro-agrônomo e doutor em Ciências do Solo, Felipe Lorensini, do escritório municipal da Emater/RS-Ascar de Palmeira das Missões. No município está a maior área de soja da região de abrangência da Novo Rural e da Amzop, com projeção de 90 mil hectares no ciclo 2017/2018, o que representa 9,76% a mais do que a safra passada, conforme projeção da Emater/RS. Em toda a região, deverão ser mais de 400 mil hectares cultivados com a soja. Segundo Lorensini, entre os fatores que contribuem para o desempenho adequado da cultura no campo está o bom estabelecimento da população de plantas, o que depende da utilização correta de diversas práticas que favoreçam a germinação, emergência e o desenvolvimento da cultura.

112 páginas

INFORMA | ORIENTA | INSPIRA Ano 1 - Edição 9 - Julho de 2017

GRACIELI VERDE

Família Tonin, de Constantina

AVICULTURA

Integradora projeta ampliação na região de Frederico Westphalen

Produção de grãos

BOVINOS DE LEITE

COOPERAR PARA VIVER MELHOR

Programe-se com antecedência para as pastagens de verão

46 páginas

A revista é uma iniciativa de

NOVO

R E V I S TA

PARCEIROS DO LEITE

PARCdaEIRA família RURAL

INFORMA | ORIENTA | INSPIRA

Vacas livres de brucelose e tuberculose são garantia de êxito na atividade leiteira

Ano 2 - Edição 17 - Abril de 2018

AGRICULTURA Colheita da soja começa com preços em alta

Cooperativismo

FORMAÇÃO PARA A VIDA

PALMEIRA DAS MISSÕES

Cooperativismo mostra sua força na economia regional e, ao mesmo tempo, é considerado um modo de vida por famílias do campo REALIZAÇÃO

8

NOVO

R E V I S TA

Confira nesta edição conteúdo especial sobre a importância do setor para a região

Casas Familiares Rurais se consolidam como escolas importantes para a formação de jovens rurais conscientes dos desaos do setor e do seu papel nesse contexto. Veja como este trabalho é realizado em Frederico Westphalen e Alpestre

Veja mais um case da agricultura familiar do município

A revista é uma iniciativa de

48 páginas Juventude e sucessão

APOIO

Para auxiliar você, produtor, a tomar as melhores decisões em mais uma safra, seguem diversas orientações que farão a diferença ao longo do ciclo. As dicas são do agrônomo Felipe Lorensini, da Emater/RS, e do consultor e técnico agrícola Rogério Wollmann, da Solo Fértil. Lembre-se que, se restar alguma dúvida, você pode buscar as equipes técnicas do escritório do seu município.

drible os riscos com bom manejo

REALIZAÇÃO

Soja:

APOIO

A campo

Separamos alguns números que simbolizam o trabalho realizado nestes dois anos, de produção de conteúdo exclusivo, que mostra a nossa realidade e valoriza as iniciativas dos produtores da nossa região.

Revista Novo Rural Outubro de 2017

Mais de

928 200 páginas produzidas

R E V I S TA

AGRICULTURA DE PRECISÃO

NOVO

Novo Rural acompanha evento referência no Sul do Brasil

INFORMA | ORIENTA | INSPIRA Ano 2 - Edição 20 - Julho de 2018

reportagens especiais LEITE: QUAL O SEGREDO PARA GANHAR MAIS? A revista é uma iniciativa de

APOIO

REALIZAÇÃO

Produtor mostra como faz para aumentar o preço pago por litro de leite graças à qualidade do produto

91 páginas Produção de leite

Revista Novo Rural Fevereiro de 2017

Energia para todos os bolsos, para todas as necessidades Se aqui estamos falando de projetos de porte pequeno, para suprir a necessidade de pequenas propriedades rurais, há que destacar que, por outro lado, grandes empreendimentos já têm a energia solar como diferencial no Estado. Um dos casos mais próximos da realidade regional é a Usina Solar Boa Vista, que foi inaugurada em 2016 pela Creluz, em Boa Vista das Missões. Nesta fase do projeto foram instalados 1.008 painéis para captação da luz solar, com sete inversores, capazes de gerar energia suficiente para suprir todo o consumo interno da Creluz. Trata-se da primeira usina de geração de energia solar em ciclo combinado com a energia elétrica, cuja rede passa nas proximidades e leva a energia até as unidades. Outro caso que vem sendo referência nacional no uso dessa tecnologia é a Vinícola Guatambu, da cidade de Dom Pedrito. O empreendimento, que faz parte de uma estância que mantém atividades da pecuária e da agricultura, tem sido reconhecido pelo investimento na geração própria de energia, com a implantação de 600 painéis solares. Mais

do que isso, a criatividade e a prova de que não há limites para empreender permitiram que parte dos painéis solares fosse instalada de forma que a sombra serve também para estacionamento dos visitantes. Além de toda a economia no uso da energia elétrica, que tem conseguido uma redução de 90% no consumo mensal, aí está um viés sustentável que enche os olhos de quem consome os vinhos da empresa. Por lá o investimento foi de R$ 1,52 milhão, com probabilidade de se pagar em 10 anos. Na prática as possibilidades não têm limites. Em Horizontina, o produtor Gilmar Rex investiu no uso de placas solares para ter energia disponível para viabilizar o sistema de produção de hortaliças em hidroponia. São dois hectares de espaço para a produção de folhosas com muito mais sustentabilidade. A expectativa é de produzir 32 mil quilowatts por ano e baixar em grande parte os cerca de R$ 1.300 mensais em energia elétrica. “Preferi investir na propriedade e reduzir o gasto com energia elétrica. Na casa também mudou muito, porque agora a gente tem conforto sem se preocupar com o gasto excessivo de energia”, diz.

Aquecedores solares também são alternativa para o campo Para aqueles que ainda estão analisando a possibilidade de gerar a própria energia em casa, outra opção pode ser indicada para soluções imediatas no aquecimento de água para utilizar em salas de ordenha ou agroindústrias. Esses aquecedores requerem investimento menor e reduzem em torno de 70% do custo com energia elétrica no ambiente em que é instalado. “Neste caso, o aparelho aquece a água com o sol e quando

Produtor Gilmar Rex, de Horizontina

Aquecedores solares têm um custo mais reduzido de instalação

chove usa a rede elétrica. Os custos variam de R$ 3,5 mil a 8,5mil”, assinala o engenheiro eletricista Gilberto Antônio Grassi. Mais uma vez, a recomendação é procurar profissionais que atuam no setor para buscar um projeto personalizado de acordo com o que a propriedade precisa. Até porque, esse sistema também pode ser aplicado à residência, abatendo o gasto com custo de energia do chuveiro, por exemplo.

Lib a re nd lo ze Fa ‘‘A MARCA DA INTEGRAÇÃO’’ tto

Consultoria em sistemas integrados para gado de corte e de leite Workshops

25

“Preferi investir na propriedade e reduzir o gasto com energia elétrica. Na casa também mudou muito, porque agora a gente tem conforto sem se preocupar com o gasto excessivo de energia”

Palestras

Referência na integração lavoura-pecuária

Fone: |55| 99948-7921 Boa Vista das Missões/RS ivoneilibrelotto@yahoo.com.br

23 páginas

Gestão & Empreendedorismo

SÉRIE

Como você cuida das suas

finanças?

Sustentabilidade

Gerenciar o dinheiro requer saber onde gastamos Complexidade das atividades agropecuárias que envolvem uma unidade produtiva também desafia famílias a manterem um gerenciamento mais efetivo das finanças Gracieli Verde

revistanovorural@oaltouruguai.com.br

T

ão importante quanto saber produzir, gerenciar a renda de uma cabanha, fazenda ou sítio é essencial. Outro desafio é incluir toda a família nesse processo. Afinal, o sistema econômico em que se está inserido exige que o dinheiro seja moeda de troca para acessar saúde, educação, bem-estar, alimento, entre outras necessidades básicas das pessoas. Então, estar de bem com ele reflete muito no dia a dia das pessoas.

A fim de trazer para o debate este tema, a Novo Rural tem estruturado alguns assuntos que nortearão conteúdos especiais, para que seja possível esclarecer dúvidas de leitores e auxiliar nessa busca pelo equilíbrio econômico aliado ao bem-estar das famílias do campo. – Em médio e longo prazos, acredita-se que o acesso ao crédito, a realização de investimentos e a prosperidade econômica tendem a estar associadas, entre outros fatores, à boa gestão – realça o economista Nilson Luiz Costa, que também é doutor em Ciências Agrárias e coordena o Mestrado em Agronegócios da UFSM de Palmei-

ra das Missões. Isso também reforça o porquê de falarmos sobre isso. Incluir os jovens e as mulheres neste debate é fundamental, afinal, ter acesso a renda e gerenciá-la bem faz toda a diferença na independência financeira de toda a família. “Autonomia sem renda é praticamente impossível e as mulheres também querem e precisam disso. Até porque, a renda é gerada também pela mulher, então nada mais justo que participar desta gestão”, observa a extensionista Dulceneia Haas Wommer, da Emater/RS, que é assistente técnica regional da área social.

58 páginas Gestão da propriedade

24 | Revista Novo Rural | Agosto de 2018

Depoimentos

Diego Coimbra supervisor regional do Senar/RS

“A Novo Rural surgiu para informar e trocar experiências entre agricultores de nossa região. Rapidamente tornouse uma fonte de consulta e pesquisa para professores e estudantes. É muito mais do que um simples veículo de comunicação. Pela sua maneira criativa de se apresentar desperta a curiosidade de toda a população, inclusive aproximando o público rural do público urbano, e vice-versa. Portanto, é muito importante para a nossa região”.

26 | Revista Novo Rural | Novembro de 2018

Carla Cocco Dalla Nora

produtora rural (Seberi) “Com certeza, foi uma experiência muito marcante que levarei para a vida, pois a revista Novo rural tem uma grande importância para toda a região. Nestes dois anos só temos que parabenizar todo este grupo de profissionais que levam informação de ótima qualidade a toda a comunidade, valorizando sempre as atividades rurais, com conteúdo de fácil entendimento e de grande relevância”.

Monica Alexandra Binsfeld

produtora rural (Palmeira das Missões)

“Participar da edição nº5 da revista Novo Rural foi uma experiência enriquecedora e autocrítica. Dividir com os leitores o trabalho que desenvolvo profissionalmente e socialmente me fez compreender que era oportuno selecionar melhor as atividades a que estava me dedicando. Por isso, passei a focar mais na qualidade do meu trabalho e nas relações interpessoais. É preciso estarmos em constante evolução, buscando nos tornarmos pessoas melhores dia após dia”.


Gestão

LEGISLAÇÃO

Produtor rural deve estar atento ao eSocial

O

setor agropecuário também precisa estar atento para as adequações previstas pelo Sistema de Escrituração Digital das Obrigações Fiscais, Previdenciárias e Trabalhistas, o tão comentado eSocial. O sistema foi instituído pelo Decreto nº 8373/2014, e prevê que empregadores comuniquem ao governo, de forma unificada, as informações relativas aos trabalhadores, como vínculos, contribuições previdenciárias, folha de pagamento, comunicações de acidente de trabalho, aviso prévio, escriturações fiscais e informações sobre o FGTS – segundo explica o próprio site do programa. A ideia é que isso simplifique o fornecimento de informações referentes às obrigações fiscais, previdenciárias e trabalhistas e deixar de lado toda aquela papelada que até então era utilizada para informar essas questões ao governo. O contador Marcelo de Barros Dutra, que é um dos delegados regionais do Conselho Regional de Contabilidade (CRC) do RS, acredita que o eSocial amplia a capacidade de fiscalização do Estado e melhora a formulação de políticas públicas do país, já que o governo contará com uma informação única, consistente e de validade. Aos empresários, o programa consegue centralizar em um lugar todas as infor-

mações relacionadas aos funcionários. Já para o governo federal o benefício maior é a agilidade e facilidade nesta fiscalização das informações. – É uma forma de dificultar a vida de empresas que sonegam impostos ou que não agem em conformidade com o que a legislação prevê. Com o aumento da eficiência da fiscalização, aumentam também as receitas do governo com a arrecadação de tributos – avalia o contador. Segundo ele, os produtores rurais também terão que rever seus processos na hora de contratar e demitir seus empregados. – O eSocial não traz mudanças na questão trabalhista, entretanto, é preciso mais atenção e rapidez nos processos, que serão mais confiáveis e, por outro lado, permitirão uma maior cobrança governamental. Dessa forma, é preciso se adaptar e estar atento a essa nova exigência – orienta. Para o produtor rural, Dutra alerta que também existe um cronograma específico. Um exemplo é que a partir de janeiro de 2019 o segurado especial e pequeno produtor rural pessoa física precisam fornecer informações relativas às empresas, ou seja, cadastros do empregador e tabelas (veja mais abaixo). Na dúvida, consulte um contador de sua confiança.

Conectados A internet que aproxima as pessoas Cada vez mais o desafio deste milênio é tornar as pessoas mais próximas, mesmo que não fisicamente, mas com ferramentas que possam favorecer esse convívio e essa comunicação. A internet tem sido revolucionária neste quesito. No campo, essa ferramenta também se mostra cada vez mais essencial. No interior de Caiçara, o casal Augusto e Elenir Boligon sabe bem o valor de estar conectado e poder usar essa tecnologia a favor da informação e da comunicação com pessoas queridas que moram longe. Lá eles têm acesso a internet através de uma parceria com a Tchê Turbo, que tem planos específicos para o meio rural. – Somos uma geração que viveu sem a tecnologia presente no dia a dia. Nos últimos que tempos estamos nos adaptando com as no-

vas tecnologias. Hoje isso não é mais privilégio, mas uma necessidade, visto que com a internet estamos vinculados a tudo e a todos – comenta a professora aposentada. Ela conta que enquanto estava na ativa como professora, usava a internet para pesquisar trabalhos e novas técnicas para que os alunos pudessem desfrutar de novas maneiras para enriquecer o conhecimento. “Agora, com a chegada da aposentadoria, temos o privilégio de encontrar, através do celular ou do computador, parentes e amigos que há tempos não nos víamos”, revela. Mas o acesso à internet facilita para muita coisa, como encontrar novas receitas para o dia a dia, acessar notícias sobre os mais variados temas, atualizar-se em relação à previsão do tempo, entre muitos outros assuntos. Seu Augusto, Elenir e a filha Maria Helena em foto enviada da propriedade graças à internet

Cronograma de implantação do eSocial para produtor rural • Segurado Especial e Pequeno Produtor Rural Pessoa Física

Apenas informações relativas às empresas, ou seja, cadastros do empregador e tabelas. Fase 2 – março/2019 Nesta fase, as empresas passam a ser obrigadas a enviar informações relativas aos trabalhadores e seus vínculos com as empresas (eventos não periódicos), como admissões, afastamentos e desligamentos. Fase 3 – maio/2019 Torna-se obrigatório o envio das folhas de pagamento.

Fase 4 – julho de 2019 Substituição da Guia de Informações à Previdência e compensação cruzada. Fase 5 – julho de 2019

Arquivo pessoal/Divulgação

Fase 1 – janeiro/2019

Na última fase deverão ser enviados os dados de segurança e saúde do trabalhador. • O Segurado Especial e o Pequeno Produtor Rural Pessoa Física poderá optar pelo envio de informações relativas aos eventos das fases 1 (14 de janeiro de 2019) e 2 (1º de março de 2019) de forma cumulativa com as relativas aos eventos da fase 3 (1º de maio de 2019).

27 | Revista Novo Rural | Novembro de 2018


Pecuária

SUINOCULTURA Gracieli Verde

Na foto: o vice-prefeito, Sergio Pietrobelli, o agrônomo Fabiano Cassol, da Emater/ RS, o prefeito Marcos Santos, o gerente da Sicredi Grande Palmeira, Carlos Grespan, o produtor Vagner Delalibera, e o técnico Eni Danelli, também da Emater/RS

Suinocultura permite diversificação na propriedade familiar Em Sagrada Família, produtores associam a criação de suínos com a produção de gado leiteiro, que é beneficiado com pastagens mais nutridas graças ao adubo gerado pelo dejeto

E

m muitas propriedades rurais que a reportagem da Novo Rural já esteve nesses dois anos de atuação uma característica é muito presente: a produção de gado de leite consorciada à de suínos. É uma forma de diversificar propriedades de perfil mais familiar, bem como tornar a produção mais sustentável. Isso porque, além de ser mais uma geradora de renda para as famílias, a suinocultura resulta em adubo a partir dos dejetos. Para pastagens e lavouras, se usado conforme o recomendado tecnicamente, trata-se de um potente fertilizante. Em Sagrada Família, município de 2,6

28 | Revista Novo Rural | Novembro de 2018

mil habitantes – segundo o IBGE –, pertencente à região da Amzop, investimentos na área suinícola vêm sendo feitos nessa combinação – muito defendida por uma série de extensionistas e outros especialistas que atuam no setor agropecuário. – No nosso caso, temos 12 hectares de terra em que queremos potencializar a produção de leite sem necessariamente aumentar a área. Acreditamos que, além da renda gerada pelos suínos, conseguiremos reduzir custos na melhoria das pastagens para o gado e incrementar a produtividade de leite – observa o agropecuarista Vagner Delalibera, que trabalha no interior do município

com a esposa Fabiana. O casal corresponde a um dos investidores na suinocultura, com uma pocilga com capacidade para mil suínos por lote, que está com a primeira remessa de animais em engorda através da Adelle Foods, de Seberi. Por lá, ainda é bastante novidade o manejo com os suínos, mas até a pequena Emili, a filha do casal, está empolgada em ver os porcos crescerem dia após dia. O agrônomo Fabiano Cassol, da Emater/ RS-Ascar de Sagrada Família, conta que assim como o casal Delalibera, mais duas famílias agora formam um trio de pioneiros da suinocultura do município, um movimen-


Pecuária

Gracieli Verde

to considerado tímido, mas extremamente importante para iniciar uma nova fase no setor primário local. – Foi uma forma de trazer um novo sistema de produção para essas propriedades, que também aproveitaram a demanda que a Adelle Foods sinalizou para a produção de suínos. Dentro de pouco tempo a projeção é que possamos aumentar a quantidade de leite vendida por essas unidades produtivas, pelo incremento que uma pastagem de qualidade pode repercutir na produção – acredita Cassol. Para que esse movimento acontecesse e chegasse ao efetivo investimento por parte das famílias, é unânime entre os envolvidos que o trabalho foi conjunto: do poder público municipal, em buscar informações em municípios que já tem a suinocultura estabelecida para ver de que forma isso poderia se encaixar no perfil de Sagrada Família; da equipe da Emater/RS-Ascar, em auxiliar as famílias na estruturação dos projetos e de identificar a viabilidade destes, justamente com esse foco associativo com a bovinocultura de leite; e de instituições de crédito, no caso a Sicredi Grande Palmeira, cooperativa de crédito que intermediou o acesso aos recursos via Pronaf, do governo federal, para a construção das pocilgas. O prefeito, Marcos do Nascimento Santos, se mostra bastante otimista em ver as famílias com novas perspectivas, na expectativa que isso também sirva de inspiração para outras que queiram investir em um sistema de produção semelhante. – Estamos sendo pioneiros no município nesse tipo de investimento. Buscamos estabelecer programas de incentivo que realmente fizessem a diferença neste momento para esses investidores, porque isso também vai repercutir na arrecadação tributária de Sagrada Família. Tanto que um dos incentivos corresponde à devolução de 25% desse retorno para a famí-

SUINOCULTURA

Cleomar Sartori e a família também estão apostando em uma nova fase com a atividade

lia produtora durante um determinado tempo – expõe o chefe do Poder Executivo. Serviços como o de terraplanagem, de perfuração de poços artesianos e intermediação para trifaseamento da energia elétrica também foram inclusos nesses incentivos, tudo para que as famílias pudessem ter mais tranquilidade em efetuar os investimentos. “Não é feio copiar quando é algo que dá certo. Vimos que esse modelo também funcionou em outros municípios, como em Seberi, e por isso aplicamos algumas medidas bem parecidas”, revela o prefeito.

Jovens engajados em fazer dar certo

Gracieli Verde

Família Bündchen integram trio de investidores na área

A família de Mário e Loriema Sartori também está tendo a rotina alterada graças à suinocultura. Por lá a capacidade da pocilga também é para mil suínos e a ideia é que isso reflita na produção leiteira. “Vamos usar o esterco nas pastagens e vemos que isso tornará a nossa propriedade mais sustentável”, argumenta um dos filhos do casal, Cleomar, que cuida mais diretamente dos animais em engorda. Já entre os bovinos são 28 vacas em lactação, que têm produzido uma média de 10 mil a 12 mil litros de leite por mês. O outro filho do casal, Maicon, também trabalha na propriedade. Todos dividem as tarefas na suinocultura, na bovinocultura de leite e na lavoura. – A tendência é que eu e meu irmão fiquemos na propriedade. Depois que pagarmos o investimento desta pocilga, se ainda tiver espaço para integrar, queremos construir outra estrutura –, adianta Cleomar. A terceira família que completa o rol de investidores nesta remessa é o casal Armindo e Eliane Bündchen, com o filho Cristiano. Eles, da mesma forma, já têm a bovinocultura de leite implantada e também produzem hortaliças e olerícolas em cultivo protegido. Por lá, os cuidados também já são dedicados ao primeiro lote de animais em fase de terminação. Resta agora aguardar os resultados desta primeira remessa, que deve ser entregue nos próximos meses à indústria. Fica também a expectativa de que Sagrada Família fortaleça ainda mais o setor agrícola e pecuário, com iniciativas que sigam priorizando a geração de renda para as famílias rurais. 29 | Revista Novo Rural | Novembro de 2018


Parceiros do leite

NUTRIÇÃO ANIMAL

A escolha na forma de preparo depende de fatores como desenvolvimento das espécies, clima e investimento do produtor

O

desenvolvimento final dos cultivos de inverno é o momento de preparar alimento conservado para o gado de leite ou de corte. O aproveitamento das áreas com pastagens de inverno agora dá lugar à lavoura de grãos de verão, especialmente a soja e o milho, em muitas propriedades do Sul. Com menor espaço para a engorda de gado e vacas de leite, a suplementação com forragem conservada é a estratégia para a manutenção do plantel, principalmente em épocas de

30 | Revista Novo Rural | Novembro de 2018

escassez de pasto. O pesquisador Renato Fontaneli, da Embrapa Trigo, de Passo Fundo, ressalta que a profissionalização na elaboração da forragem conservada tem crescido na região Sul. Isso se deve, segundo ele, ao aumento da produção leiteira, já que as vacas são mais responsivas ao investimento. – As vacas leiteiras são exigentes quanto ao balanço de nutrientes e necessitam comer praticamente a mesma dieta todos os dias do ano – ensina, lembrando que, embora os custos de produção sejam mais elevados em comparação ao alimento colhido direto pelo animal no pastejo, a forragem armazenada ainda apresenta custo bem menor do que os concentrados (rações industriais e grãos). Em relação ao custo de produção de silagem de milho, a de trigo, por exemplo, costuma ser bem menor. Ele explica que cereais de inverno, como trigo, cevada, triticale, aveia, centeio, ou o azevém, podem

ser colhidos e armazenados em forma de feno ou silagem. A silagem tem sido preferida nas propriedades da região Sul devido à dificuldade de secagem da forragem para feno, com clima chuvoso na primavera, que exige o uso de equipamentos e, até secadores, para atingir a umidade desejada. Duas características são consideradas na escolha de uma espécie e cultivar: potencial de rendimento de biomassa seca e valor nutritivo. Por exemplo, a cevada rende, aproximadamente, a metade do rendimento de biomassa do centeio, mas com volume de biomassa semelhante a maioria das cultivares de trigo, de aveia preta e de azevém anual. Entretanto, quanto ao valor nutritivo, a silagem de cevada é superior em concentração de proteína bruta, consumo de matéria seca, digestibilidade e valor relativo da forragem. Cabe ao produtor fazer a melhor escolha de acordo com a realidade da propriedade.

Joseani M. Antunes/Embrapa/Divulgação

Forragem conservada de cultivos de inverno são boa opção para bovinos


Parceiros do leite

NUTRIÇÃO ANIMAL

31

Joseani M. Antunes/Embrapa/Divulgação

Fazer feno ou silagem? Mais uma vez é preciso deixar claro que o produtor precisa avaliar o que mais compensa na sua propriedade. Importante ressaltar que a silagem é uma forma de conservação de menor custo e risco do que a fenação, principalmente em regiões de chuvas intensas, como a primavera sulina. Quando o período chuvoso não permite o enfardamento como feno, ensilar é a melhor alternativa, já que a silagem pode ser produzida com umidade de 55 a 65%. As silagens pré-secadas ou murchadas têm menor risco do que fenadas, pois a necessidade de perda de umidade é menor (menor tempo no campo) quando comparado com o feno. Além disso, as menores perdas estão na silagem de planta inteira, pois envolve menos operações de campo, apenas colheita direta e trituração da forragem a ser ensilada. Entretanto, silagem de planta inteira geralmente tem menor valor nutritivo que silagens pré-secadas, pois são colhidas com plantas mais maduras que as outras formas de conservação de forragens.

Ensilagem dos cultivos de inverno pode ser realizada de três formas:

Planta inteira Para obtenção de silagem de planta inteira recomenda-se colher as plantas de cereais de inverno no estádio de grãos em massa, quando além de propiciar boa colheita de biomassa, consegue-se uma boa preservação dos nutrientes via fermentação. O teor de umidade deve ser entre 60 a 70%, média de 65%. É importante triturar bem o material a ser ensilado em partículas de 0,5 a 5,0 cm de comprimento, compactar bem no silo para diminuir a presença de oxigênio e a perda por respiração e permitir a condição de anaerobiose, cuidados indispensáveis para conseguir-se a obtenção de baixo pH em curto período, menos de 10 dias, para estabilização da forragem. A forragem armazenada, fermentada e estabilizada é chamada de silagem. Essa silagem terá, geralmente, teor de proteína bruta entre 8 a 10%, menor que os pré-secados, mas bom valor energético, devido a presença de grãos.

Pré-secado O pré-secado é uma silagem que antes de ser armazenada sofreu uma perda de água para permitir fermentação. Essa diminuição da água ocorre no campo, onde material pode ficar em exposição ao sol algumas horas após o corte. Uma vez atingindo a concentração de matéria seca próximo a 45%, pode ser enfardado (rolos) e plastificado (com máquina envelopadora) para que não ocorra a penetração de água e mesmo oxigênio.

Grão úmido A silagem de grão úmido pode ser uma opção de suplementação concentrada no manejo alimentar de animais de produção, levando à redução significativa dos custos de alimentação. Ensilar o grão úmido permite antecipar a colheita em três a quatro semanas, dependendo da espécie e cultivar, liberando a área para plantio da cultura subsequente, otimizando o uso da terra. A prática também reduz significativamente as perdas a campo por condições climáticas adversas, além de diminuir a presença de fungos e toxinas nos grãos. Para a ensilagem de grãos úmidos, a colheita dos grãos é realizada logo após a maturação fisiológica, ocasião em que se verifica teor de umidade ao redor de 28 a 35%. Caracteriza-se pelo momento em que cessa a translocação de nutrientes da planta para os grãos. A tecnologia de ensilagem de grãos deve seguir o mesmo princípio (fermentação anaeróbia) utilizado para a conservação de qualquer forrageira, ou seja, com todos os cuidados em relação à colheita, carregamento, compactação, vedação e posterior descarregamento do silo.

31 | Revista Novo Rural | Novembro de 2018


Parceiros do leite

GERAL

Perfil de pecuária de leite reunido em anuário

Sanidade

Bovinocultores terão aumento de 9,82% nas indenizações

A

U

os curiosos de plantão e que se interessam pela pecuária de leite brasileira, a Embrapa Gado de Leite já disponibilizou a versão digital do Anuário do Leite 2018 (você pode baixar a versão completa no site novorural.com). A Embrapa definiu a publicação como pontual e inédita, com o objetivo de apresentar indicadores e análises que ajudem a compor o perfil da pecuária leiteira. São mais de 100 páginas que reúnem 40 artigos com enfoques e autorias diferentes. Um dos dados confirmam, por exemplo, a cidade de Castro, no Paraná, como a cidade de maior média em produtividade leiteira do país, com 7.478 litros/vaca/ano, um número muito superior à média nacional, de 1.709 litros, e de países especializados, como Argentina, Uruguai e Nova Zelândia, segundo a publicação.

m reajuste na tabela de indenizações aos produtores de leite de 9,82% foi anunciado pelo Fundo de Desenvolvimento e Defesa Sanitária Animal (Fundesa), em outubro. Esse aumento passará a valer para os animais positivos para tuberculose ou brucelose protocolados desde o dia 15 de outubro. A nova tabela será aplicada sobre todas as faixas etárias com valores diferenciados de acordo com a idade dos animais. A expectativa é que isso também incentive os produtores a fazerem os testes das duas doenças nos rebanhos, até mesmo por se tratar de zoonoses. Para os produtores gaúchos, ter os rebanhos livres dessas patologias é importante para crescer no ponto de vista de mercado interno e externo de leite.

Leite

Conseleite prevê estabilidade no preço pago ao produtor

P

ara o mês de outubro o valor de referência do leite projetado Estado gaúcho é de R$ 1,1410, 2,44% abaixo do consolidado de setembro, que fechou em R$ 1,1696. O indicador é divulgado pelo Conseleite e sinaliza um movimento de estabilização do mercado, uma vez que a redução do litro no mês anterior foi menor do que o esperado inicialmente (R$ 1,1480). O professor da UPF Eduardo Finamore ressalta que o movimento de estabilidade tende a seguir até dezembro, e o aquecimento do mercado só deve vir no início de 2019. Segundo análise, os dados de outubro do Conseleite refletem movimento do leite UHT, que caiu 2,24% no mês, e a mudança no mix de produção no Rio Grande do Sul, que expandiu o processamento de leite em pó a partir da segunda metade de setembro. Em termos nominais (com correção da inflação), o valor médio pago em 2018 (média dos valores mensais entre janeiro e outubro de 2018 corrigida pelo IPCA) é o maior da série histórica do Conseleite: R$ 1,1310. Por outro lado, Finomore alerta que esses preços vieram acompanhados de aumento dos custos de 5,14% no acumulado de 2018.

Gramados dos Loureiros

Município sedia encontro técnico

U

ma parceria entre a Emater/RS, Secretaria Municipal da Agricultura e Cotrisal viabilizou um dia de campo em Gramado dos Loureiros, no início de outubro, com o foco na área leiteira. A família Silva, residente no Assentamento Novo Gramado, é que recebeu os participantes. Produtores rurais e representantes de entidades ligadas ao setor participaram da atividade. Um dos assuntos abordados foi o planejamento forrageiro, além da produção de trigo para silagem. No município a família Silva é uma das inseridas no Programa Gestão Sustentável da Agricultura Familiar.

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Cooperativismo

AÇÕES

Cooperjab investe na geração de energia solar São mais de 100 placas fotovoltaicas que resultam em uma energia limpa ao empreendimento cisão em investir na área de energias renováveis foi bem aceita por todo o conselho de administração da cooperativa, tendo em vista que vai gerar uma economia importante a cada mês para a instituição. “É um investimento que se paga de forma rápida, entre cinco e seis anos. Sem contar que com isso nos tornamos mais sustentáveis do ponto de vista ambiental, porque usamos a luz do sol, sem danos para nossos recursos naturais”, pontua Irramir Piccin. Segundo ele, a expectativa é que essa economia chegue a 92% do valor pago por mês pela cooperativa. – Esse tipo de inovação, com a geração de energia com a luz do sol, é um caminho sem volta. Temos que estar atentos a essas novidades e usar isso a favor dos negócios. Nos orgulhamos em ser a pioneira neste tipo de investimento em Jaboticaba. Esperamos que mais iniciativas como estas se repliquem – observa o presidente.

Cooperjab/Divulgação

D

esde meados de outubro a Cooperjab, com sede em Jaboticaba, está com um diferencial importante do ponto de vista econômico e sustentável. A cooperativa passou a produzir a própria energia, com a instalação de 110 placas fotovoltaicas, instaladas na sede administrativa, onde também funcionam a agropecuária e o supermercado. Essas placas geram energia que é enviada para a rede elétrica, abatendo o que é consumido pela estrutura. Segundo o presidente da cooperativa, Irramir Piccin, o consumo de energia da atual estrutura chega a 3,5 mil kWatts por mês, mas com as placas o intuito é chegar a 4,181 kWatts/mês. “Teremos uma capacidade de produção maior do que o nosso consumo, o que é importante a longo prazo”, acredita Piccin. Segundo ele, isso garante um excedente para compensar dias que chuva ou nublados, em que a geração diminui. O líder cooperativismo ressalta que a de-

Placas foram instaladas na estrutura da cooperativa, em Jaboticaba

Espaço cooperativo Marcia Faccin

Coordenadora da Unidade de Cooperativismo do Escritório Regional da Emater/RS de Frederico Westphalen E-mail: marcia.faccin @gmail.com

Cooperativismo integrado através da Novo Rural

E

stamos comemorando o aniversário da revista da Revista Novo Rural, que em novembro completa dois anos de circulação, através de uma parceria que nasceu entre o Jornal O Alto Uruguai e a Emater Regional Frederico Westphalen. Nestes dois anos, foram levados todos os meses ao meio rural informações das principais atividades cultivadas e potenciais existentes para os nossos produtores, oportunizando conhecermos melhor os nossos municípios, servindo de inspiração para que outros agricultores possam empreender e também investir em determinadas atividades. Na área do cooperativismo não é diferente. A cada nova edição é possível conhecer histórias de bons exemplos de cooperativas com atuação local e regional, além de informações atualizadas acerca dos benefícios que as cooperativas proporcionam para os seus associados e comunidade onde está inserida, além de ficar “por dentro” do que as lideranças cooperativas estão fazendo em prol do cooperativismo regional. Neste espaço procuramos trazer informações

e temas relacionados ao cooperativismo como um todo, sempre no intuito de informar, orientar e inspirar as pessoas a associar-se de cooperativas e serem defensoras do cooperativismo sério, ético e transparente – e temos bons exemplos na região. O objetivo deste nosso espaço é justamente este, de informar, inspirar e orientar as pessoas a valorizar as nossas cooperativas, para que possamos a cada dia acreditar mais nas ações e atividades promovidas e desencadeadas pelas cooperativas e instigar a você, associado, a participar mais ativamente da sua cooperativa, opinando, sugerindo e contribuindo para o fortalecimento dessas instituições. Seja um associado atuante, participativo e ajude a sua ou a nossa cooperativa a crescer cada vez mais e impulsionar o desenvolvimento local e regional. Se quisermos uma região mais próspera e desenvolvida, precisamos valorizar, acreditar, apoiar e participar ativamente desta construção, e as cooperativas são as principais parceiras deste processo de promoção do desenvolvimento local e regional,

onde todos os atores envolvidos ganham. Convido a você, que nos acompanha mensalmente, a fazer essa experiência, de se aproximar das cooperativas existentes em sua cidade, das cooperativas as quais você é associado, mas essa aproximação é no intuito de ajudar, de compartilhar informações e construir algo melhor para os associados. Se você não está contente com os preços praticados pela sua cooperativa nas agropecuárias, supermercados ou nas unidades de atendimento das cooperativas de crédito, converse com o presidente, com os membros da diretoria, e ajude a construir alternativas melhores para você e para a cooperativa como um todo. Somente assim conseguiremos ter cooperativas fortalecidas e cada vez mais atuantes em prol do desenvolvimento local e regional. Vida longa à Revista Novo Rural e que possamos, a cada nova edição, trazer novas histórias inspiradoras que o cooperativismo faz em nossa região! 33 | Revista Novo Rural | Novembro de 2018


Juventude Rural

PESQUISA

De geração em geração Vanderlei Holz Lermen

Agricultor, tecnólogo em Processos Gerenciais, técnico em Agropecuária e bacharel em Desenvolvimento Rural

Dez dicas para processos de sucessão

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processo de sucessão rural não acontece do dia para a noite. É algo a longo prazo, que precisa ser planejado com muito cuidado. Nesta edição trago algumas recomendações para tornar essa etapa mais fácil e mais eficiente. Confira!

1. Planeje o processo com antecedência

Confira mais dicas em vídeos

Vanderlei Holz Lermen

Conheça mais sobre as palestras na página do Facebook “Projeto Perspectivas da Juventude Rural”

Pensar a sucessão não é algo para se fazer um mês antes de passar as rédeas da propriedade ao sucessor. Esse processo deve começar muito antes. Vem lá da infância com o incentivo, mostrando o lado bom e o lado não tão bom, fazer a criança ou o adolescente saber colocar isso na balança e reconhecer cada momento. Ainda mais em famílias com mais de um filho ou filha. O processo já precisa ganhar forma conforme o crescimento e anseios dos filhos. O que querem fazer no futuro? Querem outras profissões? Do que ele gosta? Há possibilidade de o processo acontecer para mais de um filho na propriedade?

2. Compartilhe com a família a visão que você tem sobre a atividade É preciso dividir a sua visão com a família. E isso é importante para os dois lados: pai e filho. O que você acha sobre a atividade desenvolvida na propriedade? Qual o futuro dela? Está satisfeito com o trabalho e o re-

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É preciso conhecer claramente o que cada uma das partes quer, quais os objetivos dos filhos. O que têm em comum e no que diferem. É preciso conhecer para planejar. São necessários dados para gerenciar!

comunicação deve ser constante. Eu ainda recomendaria fazer anotações e ao longo do tempo ir analisando o que foi colocado em prática, de que forma e o que ainda não foi realizado. Pense nisso como um planejamento estratégico de longo prazo de uma empresa que vai passar a gestão do pai para o filho e esse precisa compreender detalhadamente como tudo funciona. Pensou? Bom, é exatamente isso. Sua propriedade é uma empresa e é isso que está acontecendo.

4. Converse com algum profissional que possa orientá-lo

6. Escute o que os demais envolvidos no processo têm a dizer

torno? O que pode ser feito para melhorar? Ideias compartilhadas sempre tem um efeito muito positivo.

3. Converse sobre objetivos comuns e diferentes com toda a família

Às vezes a família tem dificuldade de lidar com esse processo. É normal. O que é preciso, muitas vezes, é a orientação de alguém “de fora” para sugerir ou para achar um caminho mais próximo às ideias de cada um. Seria como nivelar os pensamentos e encontrar um denominador comum. Cada parte precisa ceder um pouco para tornar a sucessão possível.

5. Mantenha uma comunicação aberta com os envolvidos a fim de resolver efetivamente problemas e questionamentos Ter a liberdade de conversar, expressar seus sentimentos, ideias e sugestões é muito importante no processo de sucessão rural. Essa

Aqui entra o assunto que abordei na coluna da edição passada. Empatia! Se colocar no lugar do outro e entendê-lo.

7. Permita e reconheça os sentimentos envolvidos no planejamento

O que se sente com esse processo? Qual o sentimento que envolve o trabalho na propriedade rural? Angústia? Felicidade? Otimismo? Reconhecer isso é fundamental para entender a posição e os anseios durante essa caminhada.

8. Não presuma o que outras pessoas estejam pensando, sentindo ou planejando

Não preveja o que seu sucessor quer. Entenda o que ele espe-

ra. Para isso a comunicação é muito importante.

9. Respeite a opinião de todos, elevando a autoestima dos envolvidos

Mais uma vez a empatia é uma aliada. Respeitar a opinião de cada um é fundamental. Saber equilibrar as opiniões é a chave para uma sucessão de êxito. Respeitar a opinião também traz autoestima, principalmente para os sucessores. É a valorização da sua participação no processo. Não é apenas uma mão de obra na propriedade, mas sim a participação das decisões. Afinal, no futuro, é o sucessor que vai ter esse poder.

10. Diminua o seu trabalho realizado na propriedade, aumentando o envolvimento do potencial sucessor nas atividades práticas e administrativas da propriedade

Para quem vai entregar o comando da propriedade, isso é muito importante. Abrir espaço para o filho participar das atividades práticas e mais importantes, além das gerenciais aos poucos. Talvez o pai nunca dará carta-branca ao filho ou filha, mas precisa deixar eles participarem ativamente das decisões. Isso fará com que ele se sinta valorizado e motivado para ser o sucessor.


Juventude Rural

GERAL

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Crédito rural permite financiar motocicletas Intuito é garantir mais praticidade e agilidade na rotina de trabalho no campo te um projeto, assinado por um técnico na área agrícola, que comprove a necessidade de técnica e econômica do veículo – pois o objetivo é justamente que, com isso, se promova “o aumento da produção e da produtividade e a redução dos custos, visando a elevação da renda da família produtora rural”, conforme prevê uma das resoluções que rege o Plano Safra vigente. Os modelos que podem ser adquiridos através do Pronaf devem constar na relação da Secretaria Especial de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário, como a Honda NXR 160 Bros, a Bros 160 ESDD e a XRE 190; bem como a Yamaha XTZ 150 Cosser Z, XTZ 150 Cosser S, XTZ 250 Lander e a XTZ 250 Tenere. Uma das intenções é também atrair o público jovem, que demanda por uma rotina menos penosa no campo e, nesse caso, a motocicleta pode ser aliada para justamente facilitar o deslocamento na propriedade, entre áreas cultivadas, por exemplo.

Foto ilustrativa

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tempo é precioso também no campo e garantir mais agilidade no deslocamento para a lavoura ou até para tocar o gado se torna cada vez mais necessário. Para facilitar o acesso a veículos que uxiliem essa rotina de trabalho no meio rural, a partir deste ano o Pronaf Mais Alimentos também prevê a destinação de recursos para a compra de motocicletas e quadriciclos. O gerente de Ciclo de Crédito da Sicredi Alto Uruguai RS/SC/MG, Neimar da Rosa, ressalta que podem requerer os recursos os agricultores que são enquadrados no Pronaf. “No caso da cooperativa, a opção dada é que o financiamento seja quitado em um prazo de cinco anos”, explica, comentando que já tem produtores da região que acessaram esse crédito para atender essa necessidade. Já as taxas de juros variam de 2,5% a 5,5% ao ano. Como qualquer outro financiamento com acesso a crédito rural, é necessário que o interessado apresen-

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l e v á d u a s o ã ç p o a Um para o fim de tarde

pre gostoso. Incluir a familiares e amigos é sem er um prato para servir par Além de saborosos, é ainda mais interessante. alimentos nutritivos nisso entos e são uma boa com outros acompanham bolos salgados combinam de preparar, é ainda mais pode ser simples e rápido opção. Com um patê, que brócolis, que tem vários beque trazemos é um bolo de oportuno. Uma sugestão lizar a absorção de vitamida capacidade de potencia nefícios nutricionais, além esterol. estiva e ainda reduzir o col nas, aumentar a função dig

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GERAL

Cá entre nós

Qualidade de vida

Dulcenéia Haas Wommer

Bolo de brócolis Ingredientes • 2 xícaras de leite • ½ xícara de óleo • 3 ovos • 1 xícara de maisena trigo • 1 ½ xícara de farinha de em pó o ent ferm • 1 colher (sopa) sal de pa) (so her col •½ essário) • Farinha de trigo (se nec o hei Rec ado • 2 xícaras de brócolis pic o alh de tes den •2 o • 3 colheres de sopa de óle ado pic ate tom •1 • Tempero verde a gosto • Queijo ralado

Modo de preparo os Para fazer a massa bata tod cador. os ingredientes no liquidifi oque a Quando estiver pronta, col o preie Inic a. mistura em reserv o bródo gan refo o hei rec paro do alho do nan cio colis no óleo e adi refraou a form a um e Unt . picado nha fari e vilh tário com óleo e pol tame e pej des so, dis ois nela. Dep ese rio atá refr de da massa neste a. Leve palhe a cobertura em cim °C 180 a ido ao forno pré-aquec está e min 45 a 35 de po pelo tem is. col bró pronto o bolo de

Para acompanhar!

Patê básico Ingredientes • 1 copo de requeijão • 1 pitada de tempero e • 1 caixa de creme de leit o de forma O requeijão pode ser feit são: caseira. Os ingredientes o dourada trig de nha • 1 colher de fari iga nte ma de es her • 2 col

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Preparo jão, Depois de pronto o requei Deie. leit de me adicione o cre sal o e oqu col e sar ros eng xe e o tempero. Bata no liquidifi á est e ho rnin mo da ain or cad o do pronto o acompanhament is. col bró de o bol seu

Colaborou: Dulcenéia Haas Wommer, extensionista da Emater/RS-Ascar

Assistente técnica regional social da Emater/RS- Ascar de Frederico Westphalen e-mail: dwommer@ emater.tche.br

Sobre qual assunto você quer que eu escreva? Mande sua sugestão para o WhatsApp (55) 9.9624.3768

Todo dia é dia! “Nada do que foi será de novo do jeito que já foi um dia, tudo passa, tudo sempre passará. A vida vem em ondas, como um mar, um indo e vindo infinito, tudo que se vê não é igual ao que a gente viu há um segundo, tudo muda o tempo todo no mundo. Não adianta fugir, nem mentir pra si mesmo agora, há tanta vida lá fora, aqui dentro sempre, como uma onda no mar.”

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ão é por acaso que escolhi essa música de Lulu Santos para minha formatura há alguns anos, quando voltei a estudar, concluindo a faculdade com os filhos já crescidos – Pois é... tem idade para isso, quase tarde? Será? Hoje quero falar sobre três comportamentos essenciais que esta música me traz. Ela soa como um lembrete para a vida, para agirmos e entendermos que tudo passa, pode ser superado, tudo pode ser reinventado, recriado... Sempre temos novas possibilidades. A cada dia uma nova esperança, um novo sonho e uma nova atitude. Assim, também já vou parabenizando a Novo Rural e seus idealizadores por este momento de renovação! A isso damos o nome de empreendedorismo, definido como atitude de quem realiza ações ou idealiza novos métodos com o objetivo de desenvolver e dinamizar serviços, produtos ou quaisquer atividades de organização e administração. Mulheres, como está o empreendedorismo de vocês? Qual a nova ideia colocada em prática? Por que não? Essa é a pergunta. Quantas histórias conhecemos de mulheres guerreiras, motivadas para a ação que buscam felicidade, renda, superação. Ou que deram a volta por cima, como se diz na gíria por aí. Reconstruíram suas vidas após o luto, após a separação, após perdas financeiras. A isso damos o nome de resiliência, termo muito usado ultimamente, que representa a capacidade lidar com problemas, adaptar-se a mudanças, superar obstáculos ou resistir à pressão de situações adversas. E por fim quero falar da paciência, virtude do ser humano baseada no autocontrole emocional, quando um indivíduo suporta situações desagradáveis. Ou ainda a capacidade de ter paz diante da ciência dos fatos, dos acontecimentos, segundo Gabriel Chalita, educador e escritor, que tive a grande oportunidade de assisti-lo numa palestra para professores em Sarandi. Ele falou sobre educar para a felicidade, sobre essa paciência. Para ele, ser feliz é uma decisão, uma postura para a vida. “Temos momentos de tristeza ou problemas, mas o sofrimento faz parte da essência humana. É neste momento que compreendo que necessito do outro. Precisamos entender o significado das coisas”. Outra pergunta interessante a nos fazermos é: como será a minha vida daqui um ano se continuar a fazer o que venho fazendo? Para isso, importante desenvolver a consciência e a capacidade de escolha. E mais: ser um diferencial naquilo que a gente faz! Então, que tal misturarmos com muita sabedoria os três ingredientes: a resiliência, a paciência e o empreendedorismo, colocarmos numa forma para dourar no forno? Penso que o produto resultante será uma vida plena, com pensamentos e atitudes positivas. Vamos lá? Como uma onda no mar! Até a próxima!


Campo Aberto

GERAL

Cooperativismo

Febre aftosa

Angelita Cadoná é indicada como sucessora à presidência da Sicredi Alto Uruguai

Novembro tem segunda etapa de vacinação

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m dos compromissos dos pecuaristas neste mês de novembro é a vacinação dos animais contra a febre aftosa. A primeira etapa da campanha no Estado foi realizada no mês de maio, quando foram vacinados 197,87 milhões de animais de um total de 201,23 milhões que estavam previstos, atingindo um resultado de 98,33% na cobertura de vacinas. Desta vez, deverão ser imunizados os animais com até 24 meses de idade, com exceção dos estados do Acre, Espírito Santo, Paraná e parte de Roraima, que deverão vacinar todo o rebanho, ou seja, os animais jovens e adultos. A partir de 2019, o uso de vacinas será reduzido no país. Conforme estimativas da Divisão de Febre Aftosa (Difa) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), em 2018 deverão ser utilizadas 337.713.800 doses de vacinas, já em 2019, serão 308.235.501. Com a redução do uso da vacina, apenas em 2019, a economia será de R$ 44 milhões.

Divulgação/Sicredi Alto Uruguai

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Sicredi Alto Uruguai RS/SC/MG apresentou, na segunda quinzena de outubro, a candidata sucessora à presidência da cooperativa. Angelita Marisa Cadoná foi classificada pelo Conselho de Administração para suceder o atual presidente da cooperativa, Eugenio Poltronieri. O processo seletivo, que iniciou ainda no mês de maio, contou com outros

dois nomes nas avaliações – Claudemir José Bazanella e Willian Jeferson Bez. Além da avaliação do Conselho de Administração, o processo seletivo também foi conduzido por um comitê de sucessão, constituído por uma consultoria externa, que acompanhou os candidatos à presidência da cooperativa entre os meses de julho a outubro.

Atenção aos cuidados! • Compre as vacinas em estabelecimentos registrados; • Cuide se as vacinas estão na temperatura correta: entre 2 °C e 8 °C; • Mantenha a vacina no gelo até o momento da aplicação; • Utilize agulhas novas, adequadas e limpas. A higiene e a limpeza são essenciais para um bom resultado; • Agite o frasco antes de usar e aplique a dosagem certa em todos os animais: 5 ml. A aplicação deve ser feita na tábua do pescoço, podendo ser no músculo ou embaixo da pele; • Após o processo de vacinação, preencha a declaração de vacinação e entregue ao serviço veterinário oficial do seu estado, juntamente com a nota fiscal de compra das vacinas.

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Campo Aberto

GERAL

Luto

Educação

Falece ex-presidente da Fetag/RS

Escola técnica abre vagas para curso técnico em agropecuária

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atural de Frederico Westphalen, Ezídio Vanelli Pinheiro faleceu no dia 20 de outubro. O agricultor, que era referência em agricultura familiar na região, iniciou as atividades no setor na década de 1970. Em sua trajetória foi presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais (STR), da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado (Fetag/RS) e vice-presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag). O agricultor era conhecido pela liderança de grandes movimentos, principalmente em relação à defesa dos direitos dos pequenos agricultores. Uma de suas mobilizações foi em favor da aposentadoria rural de um salário mínimo para homens e mulheres da área agrícola. Ezídio Vanelli Pinheiro faleceu vítima de um câncer, deixando a esposa, Adelaide Favin Pinheiro, e três filhos.

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Escola Estadual Técnica Celeste Gobbato, de Palmeira das Missões, está com as inscrições abertas para ingresso no curso Técnico em Agropecuária. As vagas ofertadas são para o ano letivo de 2019 e contemplam tanto a modalidade de curso integrado ao ensino médio quanto subsequente. Os interessados podem se inscrever durante o período de 29 de outubro a 25 novembro. Mais informações no site da Secretaria de Estado de Educação, por meio do endereço eletrônico www.educacao.rs.gov.br/inicial, ou pelo no telefone (55) 3742-2544, na escola.

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Ezídio Vanelli Pinheiro deixou a esposa e três filhos

Iraí

4º Feira da Terneira e 5º Mostra da Agricultura Familiar ocorre neste mês

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Emater/RS-Ascar, em parceria com a Associação dos Produtores de Leite e com o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Iraí, promovem dos dias 9 a 11 de novembro a 4ª Feira da Terneira e 5ª Mostra da Agricultura Familiar. A abertura oficial da feira está prevista para o dia 9 de novembro, às 10 horas, com um seminário sobre sucessão familiar. A programação do dia segue com uma palestra sobre o potencial de desenvolvimento da suino-

cultura para o município. A feira tem como objetivo promover um encontro de produtores de leite e intensificar questões importantes para o setor. As atividades acontecerão nas dependências da prefeitura municipal e contam com patrocinadores e apoiadores de toda a região. Outras ações, como um café típico alemão, um jantar, bem como a escolha e premiação das melhores terneiras, estão previstas na programação do evento.

Mapa atende setor produtivo e autoriza mistura em tanque Débora Theobald/Arquivo AU

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Manejo

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eivindicada há anos pelas entidades do setor produtivo, a mistura em tanque finalmente foi autorizada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). De acordo com a Instrução Normativa 40, publicada no dia 11 de outubro, pelo secretário de Defesa Agropecuária do Mapa, Luis Rangel, agora a mistura em tanque passa ser de responsabilidade de um engenheiro-agrônomo. Com isso, a norma estabelece regras para a emissão da receita agronômica, que deverá conter informações técnicas sobre os produtos utilizados, sobre a cultura agrícola a que se destinam, bem como as advertências específicas quanto ao intervalo de segurança e colheita dos produtos agrícolas. A autorização foi anunciada pelo ministro da Agricultura, Blairo Maggi, no início de outubro.


Campo Aberto Educação

Uceff Itapiranga oferta vagas para Agronomia no vestibular 2019

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eferência de ensino no Oeste de Santa Catarina, a Uceff Itapiranga está com as inscrições abertas para o vestibular 2019. As vagas ofertadas são distribuídas em 17 cursos de graduação, entre eles Agronomia. Segundo dados divulgados pelo Ministério da Educação (MEC), a instituição de ensino superior está entre as 20 melhores do Brasil. O curso de Agronomia tem duração de cinco anos e busca a formação de profissionais que contribuam para o crescimento e para a valorização do mercado do agronegócio. Além disso, o bacharel em Agronomia terá capacidade para exercer diferentes funções na área, como a produção animal e vegetal, focada em estratégias tecnológicas e inovadoras. Os interessados podem se inscrever até o dia 22 de novembro, no endereço www.uceff.edu.br. O valor da taxa de inscrição é de R$ 30 e a previsão é que o processo seletivo seja realizado no dia 24 de novembro.

GERAL

Bovinos e bubalinos

Governo divulga normativa sobre a rastreabilidade

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instrução Normativa (IN) 51, divulgada em outubro, cria condições para o processo de transição do gerenciamento da base de dados do Sistema Brasileiro de Identificação e Certificação de Bovinos e Bubalinos (Sisbov) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) para a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). O Sisbov refere-se ao registro do rebanho bovino e bubalino brasileiro, que permi-

te o rastreamento do animal desde a desmama até o abate. Um dos avanços que a normativa traz é justamente uma nova identificação dos animais em caso de perda de elementos, ou seja, dos brincos de identificação. Além dessa identificação, a proposta permite a baixa da numeração anterior do animal. Nesse sentido, a CNA garante apoio gerencial e operacional durante o processo de transição do protocolo de rastreabilidade.

Pesquisa

Avaliação Nacional de Vinhos 2018 registra nota inédita

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Avaliação Nacional de Vinhos (ANV) da safra 2018, finalizada no mês passado, avaliou 344 amostras de 49 vinícolas, por 120 enólogos de nove Estados brasileiros (Bahia, Ceará, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo), além do Distrito Federal. A nota de 86,6 é considera da inédita em 25 anos, portanto, a maior já registrada. Segundo especialistas da Embrapa, esse é o resultado das condições de equilíbrio vegetativo das plantas (número de brotos, folhas e de cachos), e de uma maturação que atingiu seu ponto ideal. “Isso foi possível devido ao clima seco e à grande quantidade de horas de sol entre os meses de janeiro e março”, segundo chefe-geral da Embrapa Uva e Vinho, Mauro Celso Zanus. 39 | Revista Novo Rural | Novembro de 2018


Associado Carlos Ancelmo Raupp

SĂŁo Carlos-SC

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