Revista Novo Rural | Setembro 2018

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R E V I S TA

NOVO INFORMA | ORIENTA | INSPIRA Ano 2 - Edição 22 - Setembro de 2018

Produtor mais próximo do consumidor

APOIO

Com normativa que exige a rastreabilidade de vegetais frescos, produtor precisa deixar claro a que condições produz alimentos e pode usar essa ferramenta para fortalecer os negócios

Família agro em luto pela morte de Dirceu Gassen


O

meio rural está carregando o Brasil nas costas e boa parte da força do setor vem do trabalho realizado por pesquisadores, professores, técnicos agrícolas, engenheiros-agrônomos e produtores, enfim, profissionais que vem se destacando não só aqui no Brasil, mas no mundo inteiro também. Eles impulsionam o desenvolvimento com o seu conhecimento aplicado no desafio de produzir alimentos com qualidade e muita inovação. No início de setembro este seleto time perdeu um grande expoente, o engenheiro-agrônomo Dirceu Gassen. Compartilhamos com nossos milhares de leitores um pouco mais sobre a trajetória e o jeito de ser deste grande visionário. Para fazer esta homenagem especial, convidamos nosso novo colaborador, o professor-doutor da UFSM, Antônio Luis Santi, que será apresentado oficialmente na próxima edição, em outubro, marcando uma série de mudanças que acontecerá na nova Novo Rural.

Uma mente brilhante!

Engenheiro-agrônomo doutor Antônio Luis Santi Dirceu Gassen falece acometido por um câncer O setor agro perde um de seus grandes nomes. O engenheiro-agrônomo e pesquisador Dirceu Gassen faleceu, na madrugada de 3 de setembro, em Passo Fundo. Ele era doutor em fisiologia de plantas. Gassen tinha 65 anos e foi acometido por um câncer. Ele foi professor da faculdade de agronomia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e também trabalhou na Embrapa. Gassen deixa a esposa Elaine, as filhas Tatiana, Thais e Tainara, além dos genros Eduardo, Aramis e Richard.

Referência de ensino Jovem

É gratificante ver o brilho nos olhos do diretor da Escola Estadual Técnica Celeste Gobbato, de Palmeira das Missões, Luiz Carlos Cosmam, pelos diversos reconhecimentos e prêmios dos jovens da instituição expostos na entrada do prédio da escola. Premiações, inclusive, fora do Brasil. Essas iniciativas dão a certeza que o ensino na nossa região é de qualidade e possibilita a permanência do jovem no campo. É isso que essa escola referência no Estado aplica não apenas em sala de aula, mas como projeto de vida aos mais de 350 alunos: jovem no campo hoje significa renda, sucessão, trabalho bem feito e orgulho em ser agricultor.

Erva-mate é negócio para o mundo!

Na foto, o extensionista Larri Lui, da Emater/RS de Novo Barreiro, e o empresário Douglas Croda Ribeiro

Pela segunda vez a erva-mate Prenda e Peão, de Novo Barreiro, participou da Expointer, em Esteio. O sócio-proprietário Douglas Croda Ribeiro diz que os resultados são positivos em participar desta vitrine, principalmente por estar levando o “nosso jeito, nossa cultura e toda nossa região” para o mundo! A presença foi marcada no Pavilhão da Agricultura Familiar, onde cerca de 300 familiais de todo estado comercializaram seus produtos. Gracieli Verde

Descrevo nosso grande amigo e colega de profissão, mestre engenheiro-agrônomo Dirceu Gassen como “uma mente brilhante”. Gassen, com toda certeza, foi um homem muito à frente do seu tempo, entusiasta, visionário, crítico, prático, profundo, inteligente, sensível... Alguém com capacidade magnífica de contagiar e instigar positivamente todos aqueles que dele se aproximavam para com o fantástico mundo da agricultura sustentável. Tive a oportunidade, ainda estudante de Agronomia, em meados de 1998, de conhecer o Dirceu e do convívio com ele, através de suas palestras, debates no campo, as conversar informais ou dividindo o palco em eventos, compreender com ele que “o trabalho não deve ser causa de sofrimento, mas de prazer”. Sim, o Gassen tinha essa capacidade de despertar a paixão e sensibilizar as pessoas para com os grandes temas do agronegócio. Influenciou gerações não apenas no Brasil, mas na América Latina e em tantos outros países que esteve. Com uma opinião agronômica em que o sistema de produção é mais importante que suas partes e que é fundamental “compreender a ótica e universo das plantas”, sempre dizia: “Estou seguindo a lógica de compartilhar, estimular o debate e a tentativa de ensinar o que aprendemos”. Sempre lutou em prol dos grandes temas, como o sistema plantio direto, a rotação de culturas, a qualidade do solo, o controle biológico, a plantabilidade, melhoria nos processos, a lucratividade e a permanência do agricultor no campo. Lutou pela agricultura brasileira e mundial. Poderíamos descrever inúmeras linhas, escrever livros, mas eu destacaria cinco frases que aprendi com ele e que levarei como princípios: - Não se resolve problema novo com práticas antigas. - Conhecimento é o ingrediente ativo de maior resposta na produção de lavouras e na proteção de plantas. - Dificuldade maior do que adotar novas ideias é esquecer as antigas, que nos trouxeram até aqui. - Para ser contra, basta negar sem saber. Para evoluir é necessário conhecer, saber e compartilhar. - Cada indivíduo dedica tempo, energia e conhecimento para cultivar a paz, desenvolver o bem… De acordo com o caráter e valores que tem.

Por Felipe Stamberg

Com o professor e diretor Luiz Carlos Cosmam

Treinar, treinar, treinar

Neste ano a SLC Comercial, representante John Deere, conta com um novo fôlego em sua equipe de gestores, o gerente de filial César Alexandre Freire. Conversar com o César é certeza de inspiração, também que um profissional precisa se renovar constantemente e buscar qualificação técnica. Esse é o fôlego da SLC Comercial, que destaca o treinamento da equipe e estar no campo junto ao agricultor como fatores essenciais para a evolução da marca na região.

A revista Novo Rural é uma publicação realizada em parceria por Convênio:

Admau faz sua parte

A Agência de Desenvolvimento do Médio Alto Uruguai (Admau) puxou a frente para termos nos supermercados da região produtos produzidos pelos pequenos produtores locais. Em breve, quando você entrar nos supermercados das nossas cidades, iniciando pela Cotrifred, haverá um local destacado com produtos feitos por nossas agroindústrias. Uma bela referência de trabalho conjunto com um grande objetivo: incentivar nas grandes redes o consumo de produtos das agroindústrias regionais.

Diretora

Editora-chefe

Coordenador financeiro

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Foto da capa

Fábio Rehbein, Leonardo Bueno e Laís Giovenardi

Patricia Cerutti

Eduardo Cerutti Gracieli Verde

Circulação Mensal

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13 mil exemplares

Fone: (55) 3744-3040 Endereço: Rua Getúlio Vargas, 201 - B. Ipiranga Frederico Westphalen/RS

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Felipe Stamberg

ABRANGÊNCIA: Alpestre, Ametista do Sul, Barra Funda, Boa Vista das Missões, Caiçara, Cerro Grande, Chapada, Constantina, Cristal do Sul, Dois Irmãos das Missões, Engenho Velho, Erval Seco, Frederico Westphalen, Gramado dos Loureiros, Iraí, Jaboticaba, Lajeado Do Bugre, Liberato Salzano, Nonoai, Nova Boa Vista, Novo Barreiro, Novo Tiradentes, Novo Xingu, Palmeira das Missões, Palmitinho, Pinhal, Pinheirinho do Vale, Planalto, Rio dos Índios, Rodeio Bonito, Ronda Alta, Rondinha, Sagrada Família, São José das Missões, São Pedro das Missões, Sarandi, Seberi, Taquaruçu do Sul, Três Palmeiras, Trindade do Sul, Vicente Dutra e Vista Alegre.

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Eventos

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Livro que mostra culinária da região é lançado na Expointer Acesse o livro com a câmera do seu celular através do código De Novo Barreiro, Ervateira Prenda & Peão está na publicação Divulgação

HOLY

Divulgação

A

metista do Sul e Novo Barreiro fazem parte de um seleto grupo de município do Estado que fazem parte do livro “A produção artesanal da agroindústria familiar”, que valoriza receitas típicas passadas de geração em geração. No total são 27 receitas, organizadas por região, que retratam a diversidade e a riqueza da gastronomia gaúcha. De Ametista do Sul participa da publicação a Geleias São Valentin, do casal Antônio e Tânia Martins. De Novo Barreiro a personagem principal é a erva-mate, através da Prenda & Peão. O trabalho foi executado pelas responsáveis pelo setor de agroindústria da Emater/RS-Ascar, Mila Noronha e Bruna Bresolin Roldan. O lançamento da publicação ocorreu na 41ª Expointer, em Esteio, com a presença dos produtores envolvidos. Na solenidade de lançamento, lideranças ressaltaram o potencial que as agroindústrias têm de gerar renda e agregar valor à matéria-prima produzida nas propriedades rurais. As agroindústrias selecionadas também integram o Programa Estadual de Agroindústria Familiar. A engenheira de alimentos Bruna Bresolin Roldan salienta que a tradição presente nestas receitas, origem dessas agroindústrias, tem como particularidade a produção artesanal e familiar. “Essas receitas caseiras são a essência dos produtos artesanais, que resgatam e remetem aos consumidores as suas lembranças do tempo em que moravam na colônia, da comida feita pela vovó e dos tempos de infância”, assinala.

De Ametista do Sul, Geleias São Valentin fazem parte do conteúdo

A Agricenter Seberi destaca-se em mais um ano consecutivo na Bayer – Dekalb a nível Brasil. A empresa recebeu novamente a 1ª colocação na categorização RUBI de distribuição de milho Dekalb, entre todos canais Brasil. “Esse grande trunfo alcançado em uma multinacional por duas vezes consecutivas é exclusivamente de nossos clientes, que acreditam em nossos produtos e também em nossos serviços. Podemos afirmar hoje sem medo, que a qualificação profissional de nossos consultores é essencial para o êxito desse trabalho sério e eficaz ao homem do campo e esta conquista vem a contemplar nosso trabalho desempenhado dia a dia a nossos clientes. Precisamos agradecer imensamente a todos clientes, colaboradores e parceiros por mais esta conquista.” Luiz Paulo Barbieri

A categorização Rubi traz consigo o projeto “ASA – Aliados para Superar e Avançar”, um programa inovador, com vários benefícios e regulamento, o qual Dekalb passa disponibilizar a todos clientes Agricenter Seberi que compraram milho safra 18/19 do canal. Venha nos desafiar e fazer o diferente, venha ser você também o nosso parceiro no Agronegócio.

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Interação

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SETEMBRO

2018 De 10 a 15 Semana de Negócios Cotrifred

COMENTÁRIOS

Local: Estacionamento da Agropecuária da Cotrifred Frederico Westphalen

Cooperativismo O mês de agosto teve o encerramento das atividades relacionados ao Dia C – Dia de Cooperar. Produzimos com muito carinho uma série de materiais para

Cotrifred 60 anos levar mais informação sobre ao tema para você, leitor! Se ainda não viu, deixamos abaixo os links, através dos códigos. Acesse através da câmera do seu celular!

O Fórum Regional do Cooperativismo homenageou a Cotrifred, pelos 60 anos de fundação, em agosto. Importante instituição para Frederico Westphalen, a Cotrifred também deve colocar em operação em 2019 uma indústria de laticínios, que está em construção. Expectativa é grande para mais este projeto que terá impacto na economia regional.

Dia 11 Tarde de Campo

A partir das 13h30min Linha Nunes Parcianello - Seberi Promoção: Emater/RS-Ascar

Dia 13 Tarde de Campo

Linha Caracol - Seberi A partir das 13h30 Promoção: Emater/RS-Ascar

Dia 14 3ª Tarde do Leite

Câmara de Vereadores - Rondinha A partir das 13h30min Promoção: Emater/RS-Ascar e Secretaria Municipal de Agricultura

Dia 18 Tarde de Campo

Linha Barra Funda - Seberi A partir das 13h30min Promoção: Emater/RS-Ascar

Finanças

Apicultura

Seguimos com conteúdo sobre finanças, conteúdos úteis para você, produtor e produtora rural. Queremos saber a sua opinião sobre o assunto! Se tiver dúvidas, também pode enviar pelo WhatsApp

Neste mês temos conteúdos importantes relacionados à apicultura no Facebook.com/ revistanovorural. Acesse, comente e compartilhe com os amigos. As dicas são do engenheiro-agrônomo Luiz Eduardo Velho, da Emater/RS de Palmeira das Missões.

(55) 99624-3768.

Dia 19 Seminário sobre desenvolvimento da agropecuária

Frederico Westphalen - A partir das 9h Promoção: Emater/RS-Ascar

Dia 25 Dia de Campo sobre forrageiras de inverno

A partir das 13h30min - Novo Barreiro Promoção: Emater/RS-Ascar, Embrapa e Município de Novo Barreiro

Dia 28 Convite Em breve o www.revistanovorural.com.br estará recheado de informações sobre o setor agropecuário! Aguardamos você, caro leitor, para também nos acompanhar nesta nova plataforma!

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Dia de campo sobre bovinocultura de Leite

A partir das 13h30min - Distrito de Santa Terezinha - Palmeira das Missões Promoção: Emater/RS-Ascar e prefeitura de Palmeira das Missões e outros parceiros


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EXPOINTER ENCERRA COM NÚMEROS POSITIVOS A EXPOINTER encerrou com boas notícias. O total de negócios superou a marca de R$ 2,3 bilhões, valor 13% maior que o ano anterior. O setor de máquinas e implementos agrícolas teve vendas 18,8% acima de 2017. Guilherme Leite, Coordenador de Comercial da Massey Ferguson, explica que a nova linha de tratores MF 6700 alavancou as vendas da marca. “Isso mostra que o programa de demonstrações realizado pela Itaimbé deu resultado.” A participação das colheitadeiras também contribuiu para este resultado. “Nosso número de negócios de colheitadeiras foi superior ao de 2017.”, informa Jean Silveira, Gerente Geral de Vendas da Itaimbé Máquinas.

O trator MF 6700, disponível nas versões de 115, 125 e 135 cv, foi um dos destaques no estande da Massey Ferguson. O modelo tem transmissão 12x12, nas opções de reversão mecânica e eletro-hidráulica, que responde perfeitamente a todas as necessidades do operador. A linha apresentou novidades. Uma delas é a plaina frontal, nas versões Fixa e Autonivelante. A outra, que chamou bastante atenção dos produtores, foi o teto solar High Vision. “Ele aumenta a visibilidade do operador que usa implementos frontais, como concha e guincho para bag”, diz Horácio Pereira, Coordenador de Vendas da Itaimbé Panambi e Palmeira das Missões.

Crédito: Marcus Berthold

Total de negócios teve 13% de aumento em relação ao ano passado.

Horácio Pereira Coordenador de Vendas da Itaimbé Panambi e Palmeira das Missões.

“Os produtores que ainda quiserem adquirir o seu maquinário Massey Ferguson com as condições da EXPOINTER 2018, têm até o dia 20 de Setembro para procurar a Itaimbé mais próxima.”, informa o Coordenador de Vendas da região.

MF 6700, disponível nas versões plataformado e cabinado.

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Eventos

AM Gaita fica em 9º lugar no Freio de Ouro 2018 F

Fagner Almeida/ABCCC/Divulgação

avorita do grupo de fêmeas finalistas do Freio de Ouro 2018, AM Gaita, égua da Cabanha Sol Brilhante, de Frederico Westphalen, terminou a competição em 9º lugar, no dia 26 de agosto. As provas ocorreram em Esteio, no Parque de Exposições Assis Brasil, onde acontecia a 41ª Expointer. A expectativa era grande pela trajetória que a AM Gaita tem feito, sob o treinamento e comando do ginete Claudio Fagundes, como o título de campeã internacional conquistado no primeiro semestre de 2018, na ExpoFICCC. Por outro lado, o nível das competidoras era considerado bastante equilibrado. Quem levou o prêmio principal das fêmeas foi Independência do Espigão, da Cabanha Espigão, de Canoinhas/SC, guiada pelo ginete Daniel Teixeira. O Cabanha Sol Brilhante, capitaneada pelo empresário e criador Sergio Augusto Amaral, também teve a participação do macho Futuro do Sol Brilhante na morfologia da feira, mas não se classificou entre os primeiros do ranking.

Primeiro bicampeonato na história

Entre a categoria machos, o Freio de Ouro 2018 registrou o primeiro bicampeonato da história da competição. JA Libertador já havia alcançado o título em 2015 e foi guiado pelo ginete Guto Freire. Ele destacou que o campeão apresenta as qualidades que o Freio de Ouro busca selecionar. Este exemplar também foi Freio de Prata da ExpoFICCC. Neste ciclo do Freio de Ouro, 23 mil exemplares da raça participaram das seletivas. O Freio de Ouro é uma realização da Associação Brasileira dos Criadores de Cavalos Crioulos, com patrocínio de Ipiranga e Massey Ferguson e apoio da Supra.

Casa AgroBella abre as portas no Parque Assis Brasil

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uem passou pelo Parque Assis Brasil, em Esteio, durante a 41ª Expointer, novamente teve a oportunidade de interagir com a equipe da AgroBella, marca frederiquense que desponta no mercado de nutrição animal, especialmente para bovinos e equinos. Neste ano, a novidade foi a Casa AgroBella, espaço permanente da empresa no parque da maior feira a céu aberto da América Latina. “Esperamos que todos se sintam acolhidos neste novo espaço, que de agora em diante também é um ponto de

referência para quem vem da região para visitar a feira e outros eventos que acontecem no parque”, observa o gerente de vendas da marca, Renato Sponchiado. Durante a feira, os visitantes puderam conhecer mais sobre os produtos da AgroBella, além de interagirem com o cantor e compositor Joca Martins, que faz parte da nova campanha publicitária da Ração Farroupilha. Outra atração foi a carne premium produzida pela AgroBella, que também foi servida para quem passou pela casa durante os dias de feira.

Gracieli Verde

Gracieli Verde

Casa AgroBella reforça presença da marca da Expointer

Ginete Claudio Fagundes guiou AM Gaita, da Cabanha Sol Brilhante, de Frederico Westphalen

Veja mais sobre a Casa AgroBella na Expointer! 6 | Revista Novo Rural | Setembro de 2018

Gerente de vendas, Renato Sponchiado (C) com colegas e parceiros


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Eventos Gracieli Verde

Produtora Carla Cocco Dallanora com lideranças na entrega do prêmio

Suinocultora de Seberi vence o prêmio Elas no Agro

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Gracieli Verde

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edico esse prêmio a todas as mulheres que se dedicam ao setor”. Foi assim que a suinocultora Carla Cocco Dallanora, de Seberi, agradeceu pelo recebimento do troféu Três Porteiras, referente ao 2º Elas no Agro, que também integra o prêmio 6º Vencedores do Agronegócio, promovido pela Federasul. A suinocultora e os demais agraciados pela entidade receberam a premiação durante a 41ª Expointer, em Esteio. Além de familiares, como o esposo Samuel e a filha Melissa (de um mês de vida), lideranças de Seberi e região acompanharam a entrega, como o prefeito, Cleiton Bonadiman, o presidente da Amzop, Gilson De Carli. Para a presidente da Federasul, Simone Leite, mais uma edição do prêmio Vencedores do Agronegócio e Elas no Agro vem para reconhecer ideias inovadoras e, mais do que isso, incentivar o setor a continuar prosperando. O reconhecimento dos ganhadores de outras categorias para com o trabalho de Carla também era evidenciado através de cumprimentos. Também foram homenageadas as associações empresariais com maior número de cases inscritos e as que tiveram representantes vencedores, a exemplo da Aciseb, de Seberi.

Entrega do prêmio para Carla (C) ocorreu em evento na Expointer

A Granja Santa Fé Carla Cocco Dallanora gerencia a Granja Santa Fé, onde mantém a produção de suínos. Lá são criados mais de dois mil suínos por ciclo, incluindo as fases de crechário e terminação. Mas os projetos não param e outra estrutura deve ser construída no próximo ano, todas integradas à Adelle Foods, também com sede no município. Carla tem 26 anos, é casada, tem uma filha, e desafiou a família ao apostar na sucessão. Ela é graduada em Tecnologia em Agropecuária, através da URI de Frederico Westphalen. Hoje, os negócios comprovam por si a importância de acreditar na força da juventude rural. Ela também conta com a parceria dos pais Velci e Marilei, que cedem as áreas de lavoura para utilização dos dejetos como adubo, além de disponibilizarem o espaço para a construção das estruturas. O pai é produtor de grãos e a mãe também auxilia na suinocultura.

Presença ilustre Uma das presenças no encontro foi do presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Francisco Turra, que reforçou os cenários e desafios para o setor agropecuário brasileiro, principalmente a necessidade de desburocratização. Mesmo assim, ele reconhece que o Brasil tem conseguido emplacar em mercados externos importantes com as carnes produzidas por aqui.

Vencedores Antes da Porteira: Falker Automação Agrícola (Porto Alegre) – Tecnologia nacional para agricultura de precisão e agricultura digital. Dentro da Porteira: Granja Rodeio (Estrela) – Excelência na produção do leite, com inovação tecnológica. Depois da Porteira: Associação Brasileira de Angus (Porto Alegre) – Programa carne Angus Certificada, 15 anos integrando a cadeia produtiva pecuária. Sustentabilidade: Raks Tecnologia Agrícola (São Leopoldo) – SIMI – Sistema Inteligente para Monitoramento da Irrigação. Elas no Agro: Granja Santa Fé (Seberi) – O dom de criar suínos – Carla Cocco Dallanora.


Gracieli Verde

Rastreabilidade:

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exigência e diferencial de mercado Normativa conjunta do Mapa e da Anvisa torna obrigatório, desde início de agosto, que o horticultor forneça informações sobre o processo de produção de vegetais frescos ao consumidor 9 | Revista Novo Rural Setembro de 2018 9 | Revista Novo Rural ||Setembro


Capa

C

“Informação é fundamental para um negócio saudável, seu domínio gera eficiência aos processos”

O consumidor quer transparência

Instrumento de gestão de qualidade

A rastreabilidade, associada ao controle interno de qualidade e informações técnicas orientadas para informar os clientes sobre a origem e a qualidade dos alimentos e afins, criam um ambiente de transparência e confiança entre os agentes relacionados na cadeia produtiva. Esse é um aspecto considerado muito importante, porque parte do pressuposto de que a qualidade está em primeiro lugar para aquele que está produzindo e vendendo alimentos. – Com isso, o produtor ou a empresa produtora aumentam a transparência nas diversas etapas da produção, na industrialização, na distribuição e na comercialização. Já o consumidor passa a receber informações chaves, aumentando a credibilidade e a segurança – ressalta o professor.

Gazolla defende que a possibilidade de inserir e transferir informações detalhadas sobre a origem, qualidade e histórico de produção entre as diversas etapas das cadeias produtivas no agronegócio tornou-se importante instrumento de gestão da qualidade, marketing e transparência com os consumidores, constituindo-se para as empresas em condição essencial para responder às crescentes exigências do mercado consumidor. “Informação é fundamental para um negócio saudável, seu domínio gera eficiência aos processos”, resume. A expectativa é que a adesão da rastreabilidade seja uma prática vantajosa para as agroindústrias de alimentos, podendo garantir a manutenção e a abertura de novos mercados, da percepção de um produto com maior valor agregado, da fidelização de clientes a um produto que satisfaça aspectos desejáveis no que se refere ao sabor, qualidade e transparência da informação. – O consumidor, seja este uma mãe em busca de uma fruta na gôndola do supermercado para seu filho, ou um agricultor no momento da semeadura, ambos buscam segurança e transparência na escolha e consumo dos produtos – assinala.

Professor Alexandre Gazolla Neto

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A lógica da rastreabilidade é a integração de informações

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ada vez mais o consumidor quer saber de onde vem o produto que ele coloca à mesa para a família. Esse movimento não é de hoje e, inclusive, marqueteiros de plantão já usam isso a favor de produtos alimentícios. Mais do que isso, se vê que cada vez mais a necessidade de ter uma relação de confiança com quem produz o que alimenta as pessoas. Quando se tratam de frutas, verduras e legumes, essa curiosidade – quase em tom de preocupação – dos consumidores com o caminho que os alimentos percorrem para chegar a sua mesa também aumenta. Uma pesquisa feita pelo Reclame Aqui, em 2017, comprovou que essa é uma tendência global. Dos três mil participantes da pesquisa, mais de 60% deles buscam informações sobre a origem da comida. Mas não é somente isso. A crescente complexidade associada à produção de alimentos, bem como as constantes exigências legais, criam um ambiente de constante transformação, seja para as empresas produtoras ou mesmo os agricultores, independente de porte ou localização. Por isso, para alcançar padrões de alta qualidade em um sistema de produção, determinados parâmetros devem ser estabelecidos, exigindo uma crescente organização interna dos processos, treinamento dos técnicos e capacidade de difusão de informações aos clientes. Esse cenário passa a ter um pouco mais de rigidez com a Instrução Normativa Conjunta nº 2, instituída pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e Agência Nacional de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde (Anvisa). Com isso, se quer monitorar e realizar o controle de eventuais resíduos de agrotóxicos nos produtos. O documento tem validade em todo o território nacional, estabelecendo os procedimentos de controle para diferentes grupos de alimentos. A primeira fase de implementação iniciou em agosto, para os citros, maçã, uva, batata, alface, repolho, tomate e pepino. Após esta Professor Alexandre data, todos os produtores destes Gazolla Neto alimentos e redes de supermercados devem se adequar e fornecer a rastreabilidade desses itens. – Com esses dados que o produtor precisa fornecer através de um código, é possível monitorar as principais irregularidades com agrotóxicos e contaminantes em produtos vegetais, que são alimentos com resíduos acima do limite permitido, a utilização de produtos proibidos no país, ou ainda a utilização de defensivos permitidos para uma cultura específica sendo utilizados em outra similar – explica o engenheiro-agrônomo Alexandre Gazolla Neto, que é doutor em sementes e tem ampla experiência nesta área de rastreabilidade. Ele explica que, na prática, o rastreamento nada mais é do que um conjunto de medidas e procedimentos que possibilitam registrar e monitorar sistematicamente as etapas da produção, visando garantir a origem e a qualidade do produto final. – Isso requer a manutenção dos registros relevantes de todo o fluxo da cadeia produtiva, para, eficientemente, podermos localizar um item, pertencente a um lote, desde os vários pontos de produção até o seu destino final. Este processo não é simples e exige uma coordenação de ações de diferentes profissionais em todas as etapas do processo produtivo – enumera Gazolla Neto.


Capa Divulgação

Nas sementes, rastreabilidade já é consolidada No Brasil, um dos setores que tem se tornado referência na rastreabilidade é o de sementes, segundo o doutor Alexandre Gazolla Neto. Esses produtores já utilizam essa tecnologia como ferramenta para gestão central de informações, com a adoção de soluções “softwares” específicas, que forneçam informações chaves de todo o processo, sem a necessidade de acessar vários relatórios ou mesmo realizar buscas em pilhas de arquivos. – O acesso do agricultor as informações referentes ao histórico dos campos (fazenda e área de produção com localizações geográficas e fotos, data de semeadura e colheita, adubação de base, aplicações de agrotóxicos, fertilizante e produtividade), informações técnicas (cálculo da plantabilidade baseado nos resultados de germinação, vigor e peso de mil sementes do lote) e controles de qualidade proporcionam o correto posicionamento do número de sementes para obtenção do estande de plantas ideal, assim como alto potencial produtivo – explica Gazolla. Neste caso das sementes, através da associação das informações da rastreabilidade do lote com as condições reais da área, o agricultor otimiza a alocação de recursos e passa a dimensionar melhor a densidade de semeadura, reduzindo custos e a possibilidade de ressemeadura. Gazolla ressalta que a partir dessas informações é possível aumentar a eficiência da semeadura, relacionando o potencial genético específico do lote de sementes adquirido com a fertilidade das áreas, condições climáticas e

disponibilidade de recursos (mão de obra, máquinas, fertilizantes e agrotóxicos). – Como benefícios diretos destacam-se a otimização de diversos custos de produção e a possibilidade de um excelente estabelecimento inicial da lavoura, com velocidade de emergência e desenvolvimento, aspectos cruciais para obtenção de altos índices de rendimento – defende.

Além de ser um diferencial, isso agrega valor Um dos sócios da empresa Sementes Trentin, Mauro Baptistella, defende que a agregação de valor ao produto é outra vantagem da rastreabilidade. “É uma forma segura de disponibilizar informações sobre a nossa semente para o produtor que usa em sua lavoura nossas sementes”, ressalta. A sementeira adotou o sistema de lotes de sementes rastreadas, em que é possível o produtor e cliente, através de um código, ter informações precisas sobre cada cultivar adquirida. Em um cenário tão competitivo, estar inserido neste processo de informação e tecnologia é fundamental. “O próprio sistema acaba sendo uma vitrine, pois é possível disponibilizar informações fisiológicas dos lotes, sendo esses fundamentais para alcançar altos níveis de produtividade”, comenta. Segundo ele, o investimento compensa, porque possibilita recomendações específicas para determinadas cultivares, aspecto extremamente importante para o planejamento e alocação de recursos.

Saiba mais A norma estabelece a obrigatoriedade de que todas as frutas e hortaliças deverão fornecer informações padronizadas, capazes de identificar o produtor ou responsável no próprio produto ou nos envoltórios, caixas, sacarias e outras embalagens. O produtor deve informar o endereço completo, nome, variedade ou cultivar, quantidade, lote, data de produção, fornecedor e identificação (CPF, CNPJ ou Inscrição Estadual). A identificação pode ser realizada por meio de etiquetas impressas com caracteres alfanuméricos, código de barras, QR Code, ou qualquer outro sistema que permita identificar os produtos vegetais frescos de forma única e inequívoca.

Atenção aos prazos Desde 8 de agosto:

• Citros, maçã, uva, batata, alface, repolho, tomate e pepino.

A partir de fevereiro de 2019:

• Melão, morango, coco, goiaba, caqui, mamão, banana, manga, cenoura, batata-doce, beterraba, cebola, alho, couve, agrião, almeirão, brócolis, chicórea, couveflor, pimentão, abóbora e abobrinha.

A partir de fevereiro de 2020:

Entre as sementeiras, processo de rastreabilidade funciona mesmo sem ser exigido pelas normatizações. Acesse o QR Code e veja na prática como funciona

• Abacate, anonáceas, cacau, cupuaçu, kiwi, maracujá, melancia, romã, açaí, acerola, amora, ameixa, caju, carambola, figo, framboesa, marmelo, nectarina, nêspera, pêssego, pitanga, pera, mirtilo, cará, gengibre, inhame, mandioca, mandioquinha-salsa, nabo, rabanete, batata yacon, couve chinesa, couve-de-bruxelas, espinafre, rúcula, alho porro, cebolinha, coentro, manjericão, salsa, erva-doce, alecrim, estragão, manjerona, salvia, hortelã, orégano, mostarda, acelga, aipo; aspargos, berinjela, chuchu, jiló, maxixe, pimenta e quiabo.

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Agricultura

Extrativismo

A "política do bom mate" para dar mais visibilidade à erva Gracieli Verde

Abertura oficial da colheita na região marca nova fase para cadeia produtiva Gracieli Verde

revistanovorural@oaltouruguai.com.br

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Lideranças regionais oficializaram abertura da colheita

União de esforços O gerente-adjunto do Escritório Regional da Emater/RS de Frederico Westphalen, Mario Coelho da Silva, definiu o momento de abertura da colheita como como histórico para o setor, hora propícia para fazer a “política do bom mate”. – É momento para falarmos de produção e de consumo desse produto tão importante para o Estado. Não é por nada que costumamos presentear os amigos com um pacote de erva-mate ou com uma cuia, e ainda ensinamos o sujeito a tomar mate. Isso nós todos temos que fazer diariamente. Esse é um privilégio que a erva-mate nos permite para

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uando se trata de chimarrão e erva-mate, não tem gaúcho que não se enturma, se socializa. Essa interação, entretanto, até algum tempo atrás não era tão comum no próprio setor ervateiro. Graças a um trabalho conjunto, essa realidade está mudando. Prova disso foi a primeira edição da Abertura Oficial da Colheita de Erva-Mate, realizada na metade de agosto, ação que integrou o 1º Dia de Campo Intermunicipal, promovido pelos escritórios municipais da Emater/RS de Palmeira das Missões e Novo Barreiro, com apoio das prefeituras dos dois municípios e outras entidades ligadas ao setor – como o Ibramate e a Aeplan, além do Corede Rio da Várzea e da 10ª Coordenadoria Regional da Agricultura. Todas essas atividades fazem parte do trabalho desenvolvido por meio do Programa Gaúcho para Qualificação e Valorização da Erva-mate, demandado para a Emater/RS pela Secretaria de Estado da Agricultura do Rio Grande do Sul no ano passado. O programa prevê atividades de capacitação, como o dia de campo, com o intuito de aprimorar a qualidade desse produto tão consumido pelos gaúchos – e, claro, por outros adeptos à bebida Brasil afora. O dia de campo foi realizado no erval dos produtores e empresários Paulo Sergio e Vera Lúcia da Cruz, no interior de Palmeira das Missões. A área está sendo renovada adotando práticas sustentáveis, respeitando a vegetação que já existe no local. Segundo a equipe técnica do programa, isso garante melhor produtividade e mais qualidade no sabor da erva-mate.

abrir novas possibilidades de negócios com esse produto – disse. Segundo o engenheiro-agrônomo Felipe Lorensini, da Emater/RS de Palmeira das Missões, a ideia é sugerir que o ato de abertura seja oficializado no Estado, assim como acontece com outras culturas, como a soja e o arroz. – Esta data foi escolhida porque a colheita é intensificada na região nos meses de agosto e setembro, apesar de a época de corte iniciar ainda em abril. É a erva colhida nesta época que proporciona o melhor sabor ao chimarrão – explica o agrônomo.

Produzir erva-mate requer profissionalismo O encontro realizado no interior de Palmeira das Missões também contou com momento técnico, ministrado pelo assistente técnico regional e agrônomo Ilvandro Barreto de Melo. Ele palestrou sobre a implantação e o manejo de ervais, alertando principalmente para a necessidade de qualidade das mudas, na adubação do solo e no manejo do plantio. Segundo ele, isso reflete o profissionalismo do produtor empregado na atividade, o que determina a viabilidade do trabalho com a erva-mate. – Profissionalismo é o segredo para Casal Cruz, da Erva-Mate Gurizinho, com os gerentes regionais da Emater, Clairto Dal Forno e Mario Coelho da Silva, e o presidente do Corede Rio da Varzea, Joel Rubert

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o produtor obter êxito no desenvolvimento da atividade, produzindo de forma sustentável e economicamente satisfatória. É preciso considerar a erva-mate, assim como qualquer outra cultura, necessita de manejo do solo, genética e manejo no plantio e cultivo adequados, para uma boa resposta na produtividade, no rebrote e na qualidade da erva-mate – ressalta o agrônomo. A parte prática do dia de campo contou com uma amostra de como fazer a poda de formação e poda de rejuvenescimento.


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Extrativismo Base da produtividade

Erva-mate na 41ª Expointer

- análise de mercado - aptidão do produtor - manejo do solo - genética da planta - qualidade das mudas - técnica de plantio - fisiologia da planta - técnica de poda - adubação - controle de invasoras - controle fitossanitário - práticas de manejo e colheita - uso do sistema agroflorestal Agrônomo Ilvandro Barreto

As experiências de Machadinho A realidade de Machadinho não é diferente de outros municípios da região, que têm diminuído o número de jovens no campo. Com uma população de pouco mais de 5 mil habitantes, o setor primário é o grande movimentador da economia local – motivo pelo qual a erva-mate também é muito valorizada. Gracieli Verde

Produtores de Machadinho, município distante 276 quilômetros de Palmeira das Missões, também participaram do encontro e trouxeram informações sobre experiências de sucesso na produção de erva-mate, inclusive um caso que viabilizou a sucessão rural na propriedade. O presidente da Associação dos Produtores de Erva-mate de Machadinho (Apromate), Clairton da Fonseca, e o agricultor Adroaldo Brandão, relataram sobre como têm sido o trabalho por lá nessa busca por altos índices de produtividade, bem como as ações da entidade junto aos agricultores para fortalecimento dessa cultura. O caso da família Brandão tem sido referência, inclusive, no que se refere à sucessão rural. Seu Adroaldo conta que dos quatro filhos, dois trabalham com ele, mesmo depois de terem atuado na cidade, em frigoríficos. Tendo em vista o aumento da renda graças a avicultura, a agricultura e a atividade da erva-mate, em uma propriedade de 36 hectares, hoje tem trabalho para todos. “E ainda teria serviço para mais gente”, comenta o produtor, tanto que outro filho que trabalha na área mecânica, em Xanxerê/SC, está pensando em voltar para a propriedade em solo gaúcho.

Um dos desafios do setor é no que diz respeito à certificação da erva-mate, atribuição dada à Emater/RS-Ascar, para garantir a qualidade, facilitando ao consumidor na identificação da precedência do produto. Inclusive, esse assunto foi tratado durante a 41ª Expointer, em Esteio. No Rio Grande do Sul a Emater/ RS-Ascar certifica dez marcas de erva-mate e outras três estão em processo. Segundo a classificadora Salete Frare, da Emater/RS, a certificação envolve práticas agrícolas, acompanhamento técnico, atividade de transporte, industrialização, gestão ambiental e da qualidade, além de aspectos relativos à segurança dos trabalhadores. “Aquelas indústrias que conseguem essa certificação nos informam que o retorno financeiro é imediato”, garante a profissional.

No Facebook.com/ revistanovorural você confere mais conteúdo sobre o evento! Acesse o código através da câmera do seu celular! Clairton da Fonseca e Adroaldo Brandão conversaram com demais produtores sobre o potencial de renda da erva-mate

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Agricultura

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Joseani Antunes/Embrapa/Divulgação

Cultura de inverno com preço do principal produto de verão

Canola é alternativa para diversificar lavouras de inverno e dar mais liquidez para propriedades rurais Gracieli Verde

revistanovorural@oaltouruguai.com.br

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urante o inverno as lavouras amarelas de canola, quando já florescidas, chamam atenção. A beleza dessas plantas também traz consigo uma série de reflexões. Por que ainda a área de canola costuma ser tão baixa nos municípios da região e também no Estado? Será uma cultura pouco conhecida por parte dos produtores? Para saber mais sobre o assunto, a reportagem conversou com um dos maiores pesquisadores da área, o engenheiro-agrônomo e doutor Gilberto Tomm, que atua na Embrapa Trigo, em Passo Fundo. Ele estudou no Canadá, um dos maiores produtores de canola do mundo – esta também é a terceira maior oleaginosa em nível global, a primeira é a palma e a segunda é a soja. No Estado se estima uma área de 50 mil hectares com a cultura.

Da Segunda Guerra Mundial para o consumo humano

Gilberto Tomm é pesquisador da Embrapa e defensor da cultura

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No Brasil, as experiências com canola iniciaram no Noroeste do Rio Grande do Sul, em 1974. É na Europa que essa oleaginosa tem mais espaço no que se refere ao consumo humano. O pesquisador Gilberto Tomm conta que na Segunda Guerra Mundial o óleo de canola era usado para lubrificar as peças de navio que ficavam em contato com a água do mar. Depois da guerra, foi o Canadá que trabalhou na seleção de variedades que fossem adequadas para o consumo humano. Tanto trabalho para essa seleção chegou ao melhor óleo comestível que existe para a saúde humana, segundo Tomm. O produto também serve para produção de biodiesel, funcionando muito bem, inclusive, em baixas temperaturas. – É isso que integra os principais argumentos pelos quais recebemos solicitações para milhares de toneladas de óleo ou de grãos de canola, porque o mundo não tem mais muitas opções para expandir a produção da cultura. No Brasil quem tem uma condição ímpar é o Rio Grande do Sul – acredita o pesquisador. Dos mais de seis milhões de hectares que os agricultores gaúchos utilizam no verão, pelo menos dois milhões poderiam ser usados com canola no inverno, fazendo rotação de culturas e permitindo que ela entrasse nas lavouras uma vez a cada três anos. Segundo ele, a canola não vem para substituir o trigo, nem a cevada ou a aveia, mas para beneficiar, melhorar e compor um sistema de produção junto com essas culturas.


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Mas, qual a vantagem da canola? A fácil comercialização do produto é o primeiro fator citado pelo pesquisador. “Toda canola que você produzir tem comercialização garantida. Não existe nenhuma outra cultura de inverno do Sul do Brasil que tenha uma cotação como a da soja, como acontece com a canola. É um produto vendido a valores próximos do preço da soja”, reforça. Ele acredita também que se fossem produzidos mais grãos de canola, ou o óleo, seria possível exportar com facilidade, ou transformar em biodiesel usando estruturas que já existem. Por mais que a canola seja uma cultura de inverno e, por isso, precisa ser plantada no Sul, a pesquisa mostra, pela primeira vez em nível mundial, que é possível produzir determinados híbridos também em regiões tropicais, a exemplo de Goiás. Com isso, o Brasil poderia produzir milhões de hectares de canola, empregando exatamente as mesmas terras que hoje são usadas para soja e milho no verão, fazendo uma segunda safra primando pela rotação com outras culturas.

Custo baixo com aplicação de fungicidas, mas semente é cara

O maior investimento é no aprendizado

Em relação ao custo, a canola tem algumas particularidades. O uso de defensivos agrícolas é baixo, segundo Tomm, principalmente em relação a inseticidas e fungicidas. Por outro lado, a semente de canola é considerada cara. Nesta hora, ele sugere avaliar o custo por hectare, pois se usa apenas 2,5 quilos de semente por hectare, bem menos do que culturas como o trigo (100 quilos) ou a soja (70 quilos). É no conjunto que canola acaba saindo mais barata por hectare. Como a cultura tem zoneamento reconhecido pelo Ministério da Agricultura, é possível ter acesso a custeio de lavoura e seguro agrícola, como as demais. Outra coisa: maior parte do custo de produção de canola é com fertilizantes, por isso, as culturas posteriores se beneficiam bastante devido aos resíduos que ficam no solo.

Gilberto Tomm acredita que a canola seja uma oportunidade interessante para o produtor da região. – Vejo que o mais importante é incentivá-los a conhecerem a cultura, porque nela o investimento que precisa ser feito é basicamente em conhecimento sobre como ela funciona, sobre tecnologia de semeadura e de colheita. Qualquer outro empreendimento, qualquer outro cultivo, geralmente vai passar pela necessidade de comprar mais terras, mais máquinas, de fazer outros investimentos além daquilo que já se tem. Com a canola basicamente é uma questão de aprendizado – avalia.

Produtividade exige conhecimento e tecnologia O agricultor que opta por produzir canola tem alta liquidez, segundo argumenta Tomm, especialmente porque os contratos de venda do produto são feitos antes mesmo da semeadura. Para se ter uma produtividade que pague os custos e sobre parte em renda, é importante que o produtor domine a técnica de produção e colheita de maneira eficiente. Mas o pesquisador garante: “produzir 30 sacas por hectare, ou seja, 1,8 mil quilos/hectare, não é difícil. Tem produtor mais tecnificado que já está colhendo 2,5 mil quilos por hectare, cerca de 40 sacas”. – É importante que o produtor reserve parte da propriedade para a canola e não desista de aprender a trabalhar com a cultura. Fazendo rotação em parte da área de inverno se consegue manter um bom índice de liquidez e, ainda, priorizar a rotação de culturas, que é estratégica e premissa básica para o sistema de plantio direto – salienta.

Você sabia? – O início do cultivo da canola no Brasil se deu no Noroeste do Rio Grande do Sul, mais precisamente em Santa Rosa. Na época um pastor da Igreja Luterana trouxe algumas sementes do exterior e viu que se adaptava bem.

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Agricultura

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Liminar que impedia registro do glifosato é derrubada Decisão vem em tom de alívio, uma vez que safra de soja está prestes a iniciar

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presidente em exercício do Tribunal Regional Federal da Primeira Região (TRF-1), desembargador Kássio Marques, derrubou, no dia 3 de setembro, a liminar do início de agosto que havia suspendido o registro de agrotóxicos à base de glifosato, abamectina e tiram. Ele alegou que “nada justifica a suspensão dos registros dos produtos” sem a “análise dos graves impactos que tal medida trará à economia do país”. Ainda segundo o desembargador, os produtos questionados já foram aprovados antes de obterem o registro e serem comercializados por “todos os órgãos públicos competentes para tanto. Além disso, o desembargador apontou, também, que a reavaliação dos ingredientes ativos desses produtos é uma “situação relativamente comum em tal segmento, uma

vez que, conforme a ciência avança, é necessária a realização de novos testes e estudos para ampliar o conhecimento humano sobre a matéria”. A suspensão do registro de produtos à base de glifosato, abamectina e tiram foi uma decisão da juíza federal substituta da 7ª do Distrito Federal, Luciana Raquel Tolentino de Moura. Ela determinou, no dia 3 de agosto, um prazo de 30 dias de suspensão, até que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) conclua procedimentos de reavaliação toxicológica. A concessão de registros de novos produtos com esses ingredientes também foi suspensa naquele momento. Produtores rurais de todo o país, tanto familiares ou comerciais, vinham mostrando preocupação com a suspensão do glifosato, já que

ele é amplamente utilizado na agricultura brasileira, e o plantio de soja já está autorizado em alguns Estados a partir da metade de setembro. Como 95,8% da soja cultivada no País é transgênica, de acordo com levantamento da consultoria Céleres, o herbicida é o mais utilizado nessa tecnologia de cultivo, que concilia soja transgênica, plantio direto na palha e glifosato. O herbicida é utilizado para dessecar (secar e "deitar") a palhada da cultura anterior, semeada no mesmo espaço em que a soja vai entrar no plantio de verão. Serve, também, para eliminar eventuais plantas daninhas antes da semeadura da soja ou que surjam durante o desenvolvimento da oleaginosa. A soja transgênica com tecnologia RR ou R2 tem tolerância ao glifosato. Atualmente, milhões de hectares no país são semeados sob esse sistema.

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Apicultura

Conectados

Região integra estudo sobre usinas fotovoltaicas

Aplicativos bancários podem facilitar a vida na propriedade rural!

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Expectativa é de um futuro promissor para fontes renováveis de energia Gracieli Verde

dia a dia do produtor rural é cada vez mais cheio de compromissos, seja com as atividades que ele mantém para gerar a renda para a família, ou mesmo com compromissos assumidos diante de entidades, associações ou cooperativas a que faz parte. Por isso, dedicar muito tempo a filas em banco, por exemplo, é totalmente dispensável, não é mesmo?! Os aplicativos bancários podem ser grandes aliados nessas horas. Com essas ferramentas instaladas no smartphone, o produtor consegue executar uma série de transações bancárias de casa, basta ter acesso à internet. Para esclarecer algumas dúvidas sobre isso, o gerente de Tecnologia da Informação da Tchê Turbo, Bruno Araújo, destaca alguns pontos importantes no que se refere aos cuidados para usar esses aplicativos de forma segura.

Os principais cuidados • Baixe os aplicativos sempre das lojas oficiais (Google Play Store ou Apple Store), nunca baixe arquivos de fora dessas lojas para instalar nos smartphones. • O mesmo cuidado se deve com a própria rede wi-fi, em não compartilhar a senha com estranhos e, ao menos uma vez ao ano, efetuar a mudança da sua senha. • Além disso, é de extrema importância cuidar todos os demais aplicativos instalados nos smartphones. Existem diversos aplicativos que podem ter acesso a dados do telefone. Então, deve-se instalar somente aplica-

tivos que realmente sejam utilizados e, de tempos em tempos, enviar o smartphone a alguma assistência, para fazer uma checagem geral no aparelho a fim de verificar possíveis aplicativos fraudulentos e/ou vírus.

Converse com a equipe do banco

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• É importante sempre verificar junto à instituição bancária se ela possui um aplicativo lançado oficialmente nas lojas (tanto Google Play Store quanto Apple Store), evitando assim qualquer tipo de fraude com a instalação de aplicativos falsos. • Também é fundamental ter cuida-

endo em vista a instalação de usinas fotovoltaicas em propriedades rurais da região pela Marsol Energia, de Frederico Westphalen, três famílias de agricultores participaram de um estudo sobre o desenvolvimento e aplicação das energias renováveis no meio rural no Sul do Brasil. O estudo foi elaborado por uma equipe multidisciplicinar, com a participação do engenheiro-agrônomo, Carlos Antonio Ferraro Biasi. Na publicação, que contou como o patrocínio da Itaipu Binacional, CIBiogás e apoio da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), são citadas as propriedades de Ivo Rohr, de Chapada, além dos outros dois geradores solares que estavam em instalação na época do estudo, em Erval Seco e Cerro Grande. Com projetos de viabilidade encaminhados pela Emater/Ascar-RS, os equipamentos fotovoltaicos contaram com recursos do Fundo Estadual de Apoio ao Desenvolvimento dos Pequenos Estabelecimentos Rurais (Feaper), que financiou parte do investimento. O empresário e diretor da Marsol Energia, Marcos Bruxel, salienta que participar deste estudo é motivo de satisfação para a empresa. “Foi uma forma de contribuir com uma pesquisa que mostra o avanço desta tecnologia, além de disponibilizar in-

Fernanda Schuster

Em Chapada, produtor Ivo Rohr é um dos que investiu na área

do ao acessar o site dos bancos, pois é muito simples criar uma página falsa, muito parecida com a página oficial, onde o estelionatário tenta fazer com que o usuário seja enganado e seja direcionado a baixar aplicativos maliciosos. Por isso, se recomenda questionar o banco qual é o site correto para acessar.

Fora de casa Marcos Bruxel, da Marsol Energia, comemora participação no trabalho

formações que traçam um promissor horizonte para as fontes renováveis”, acredita. Atualmente, a Marsol Energia conta com mais de 60 sistemas gerando energia sustentável na região, entre eles vários em propriedades rurais. Para o agrônomo e assistente técnico regional de recursos naturais da Emater/RS-Ascar de Frederico Westphalen, Carlos Roberto Olczevski, esses investimentos em projetos de geração de energia solar são vantajosos, tanto para o meio rural como urbano. “Especialmente no setor agropecuário, hoje é possível acessar recursos via Pronaf, com juros reduzidos e 10 anos de prazo para pagamento. Normalmente são equipamentos que duram 25 anos gerando energia”, acrescenta.

Importante!

• Se precisar usar o aplicativo bancário fora de casa, ou seja, longe de sua rede Tchê Turbo, é importante utilizar uma rede wi-fi de confiança, com uma forte senha e, em hipótese alguma, utilizar aplicativos bancários em redes como de shoppings, aeroportos ou de qualquer estabelecimento que dispõe de wi-fi para seus clientes. • O uso da rede 3/4G também é opção segura.

Nunca estaremos totalmente seguros, mas seguir práticas básicas de segurança, como as citadas acima, ajudam muito para que possamos utilizar os aplicativos bancários com segurança e mais tranquilidade.

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Pecuária Avicultura

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Trindade do Sul: avicultura viabiliza investimentos

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o chegar no centro da pequena Trindade do Sul, município de 5,8 mil habitantes, segundo o IBGE, o clima é de uma cidade interiorana, em que o rural e o urbano se misturam. O clima também é de otimismo, porque um novo cenário vem se desenhando partindo da avicultura, mas com reflexos em várias outras áreas da economia local e regional. Desde que uma unidade frigorífica da JBS Foods/Seara se instalou em Trindade do Sul, em 2014, a expansão da atividade tem sido constante e, nos últimos tempos, tem crescido ainda mais. “Entendemos que a avicultura é estratégica para o município, tendo em vista que podemos abater esses animais aqui mesmo, incrementando a geração de outros empregos e de impostos para o município”, argumenta o prefeito, Odair Pelicioli. Na região em que o frigorífico abrange são cerca de 100 projetos de aviários em andamento. Somente em Trindade do Sul são 15 novos aviários nesta fase, seis já em construção. Bastante confiante com o cenário de desenvolvimento que tem se instaurado no município, ele crê que isso continue assim, pelo menos, nos próximos dez anos, uma vez que a intenção é que mais vagas de emprego possam ser abertas, com o intuito de ampliar o número de aves abatidas por dia – hoje o frigorífico abate 75 mil aves/dia, mas se quer chegar a 150 mil aves/dia em um

futuro breve. No campo, essa conjuntura também gera oportunidades. Um dos produtores que está ampliando a atividade é o advogado Alencar da Rosa. Com dois aviários de 150m x 18m já em funcionamento, agora ele está finalizando a obra de mais dois galpões, de 165m x 18m. Juntos, a capacidade é para quase 90 mil aves por lote, na linha Passo do Lobo, onde a família mantém uma área de 15 hectares – os pais gerenciam um supermercado na cidade. Ele e a família moram no perímetro urbano de Trindade do Sul, mas a vontade por ter outro trabalho, longe da advocacia, fez com que ele investisse na avicultura. Foram anos avaliando, visitante granjas e feiras, estudando o assunto para ver o que era viável. Com mão de obra terceirizada, mas também presença constante na granja, Rosa conta que a avicultura se tornou uma paixão. – No começo dos lotes eu também passo noites aqui na granja para ajudar a cuidar das aves. Temos muita cautela om o manejo desses animais, porque é isso que determina nossos resultados – acredita. Ele atribui a esse trabalho o fato de a granja ter conseguido ficar entre os líderes no ranking de produtividade da unidade da JBS/Seara de Trindade do Sul. Por isso, o check-list exigido pela empresa integradora é seguido à risca.

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Por lá, a implantação de novos e modernos aviários tem permitido que famílias firmem o pé no rural e outros investidores também apostem no setor

Alencar da Rosa está investindo em mais dois aviários

Investimento alto, mas vale a pena

Estrutura ocupa área de quatro hectares

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disse, visitei muitas propriedades. Eu trabalho sempre com metas em cada lote, cada frango, quanto cada um tem que pesar para me dar lucro e pagar o investimento – revela. Ele defende que a avicultura, como qualquer outro negócio, precisa ser gerenciada como uma empresa. “Não adianta somente trabalhar, mas é preciso olhar para os números”, salienta. E tecnologia não é poupada nisso tudo. O produtor já projeta ter o auxílio de um software para o controle remoto dos aviários, com acesso a informações como temperatura, o consumo de água, entre outros dados. Tudo para facilitar o trabalho com os frangos.

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“É um investimento bem alto e exige muita coragem”. É assim que Alencar da Rosa se refere aos investimentos que foram feitos nos aviários da família. Para toda a estrutura feita na propriedade, o montante ficou em R$ 3,5 milhões, somando a parte construída, equipamentos, gerador de energia, cercamento e outros aspectos que são exigidos. Para conseguir financiar esse valor, é preciso dar para o banco uma série de garantias, obviamente. Por mais que o valor de investimento é considerado alto, o avicultor é confiante. – Eu nunca me assustei pelo valor, mas sim em entender se era possível pagar esse montante. Fiz muitas contas, como


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Avicultura Gracieli Verde

Da tradição para a eficiência produtiva Família Marangon é outra investidora na área avícola

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Prefeito Odair Pelicioli, de Trindade do Sul

Os irmãos Volmir, Everaldo e Amarildo Marangon, também residentes em Trindade do Sul, estão há 25 anos na atividade avícola. Acompanharam ao longo desse tempo a evolução tecnológica do setor, que hoje figura entre os mais eficientes da pecuária brasileira. Além de cultivarem cerca de 250 hectares com grãos, os sócios têm mantido firmes os investimentos na avicultura. Resultado disso são quatro novos galpões em produção, há três anos, e a implantação de mais quatro ainda em 2018 – as terraplanagens estão sendo feitas. As estruturas são modernas, com controle total de ambiência, bem como para o fornecimento de ração e água

para os milhares de frangos que saem a cada lote da propriedade. Os produtores acreditam que os aviários, se comparado com as lavouras, conseguem atingir uma liquidez maior, motivo pelo qual seguem com esses investimentos, que devem somar neste novo modal de aviários mais R$ 3,6 milhões. “Estamos investindo também em cisternas, para aproveitar esses telhados para captar água da chuva. Outro interesse é na área de geração de energia solar”, revela um dos irmãos. Para o futuro, eles ainda planejam mais quatro galpões. “Nossa ideia é que cada uma das famílias possa ficar com um grupo de quatro aviários cada”, diz um deles.

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Parceiros do leite

Guerra declarada aos carrapatos Gracieli Verde

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Primavera começa ainda em setembro, mais precisamente no dia 22, e com isso o pecuarista precisa ficar atento a uma praga muito comum nos rebanhos bovinos, o carrapato. Tanto para quem produz carne ou leite, a atenção precisa ser redobrada. “É nesta época que aparece a primeira geração de carrapatos que sobreviveu ao inverno. É preciso ficar atento agora para que quando chegue outubro e novembro não haja uma quantidade muito grande”, alerta a médica-veterinária Lisiane Feck Avila, da Emater/RS. Na parcela de bovinocultura de leite da Emater/RS na 41ª Expointer, ela e outros profissionais da instituição repassavam orientações aos criadores sobre o assunto. Como estratégia de combate a essa praga, o recomendado é fazer os tratamentos antes do pico, ou seja, anterior à chegada dessa primeira geração de carrapatos. – Na prática, também é preciso ver como funciona cada propriedade. É claro que não pode basear-se somente na aplicação de medicamentos, mas também levar em conta o manejo a que esses animais são submetidos, o tipo de pastoreio, as estruturas que utilizam. As próprias raças interferem nisso – a jersey, por exemplo, costuma ser mais resistente ao carrapato do que a holandesa – exemplifica Lisiane. De qualquer forma, recomenda-se esse manejo de medicamentos, químicos ou homeopáticos. Importante lembrar que os tratamentos devem ser realizados independente se os carrapatos são vistos ou não nos animais, pois nas fases inicias de vida eles são muito pequenos e de difícil visualização. O controle do carrapato não é importante somente pelo fato de sugar o sangue do animal e causar incômodo físico, mas porque também é um transmissor de doenças, principalmente da tristeza parasitária, doença considerada a principal causa de morte de bovinos no Estado gaúcho. “Essa é uma doença que acomete muito o gado leiteiro, gerando prejuízos em produ-

Veterinária Lisiane Feck Avila repassou orientações aos visitantes

tividade e também na morte do animal, em alguns casos”, menciona Lisiane, citando que essa é uma questão importante de sanidade animal que precisa ser levada a sério na propriedade. Quando se tem em mente os ciclos de maior infestação dos carrapatos é mais fácil se programar para combatê-los. No Rio Grande do Sul esses ciclos se concentram ente outubro e novembro, com a primeira geração, entre dezembro e janeiro, da segunda geração, e entre março e abril, com a terceira geração. Deixar as pastagens com maior espaço de tempo entre os intervalos de pastejo auxilia na redução dos carrapatos, pois eles ficam sem ter os animais disponíveis no pasto para poder subir e se alimentar de sangue e dar prosseguimento ao ciclo.

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Como evitar a resistência da praga O uso correto dos carrapaticidas nesses períodos específicos é outra questão importante a ser levada em conta. “Nosso alerta aos produtores é para que tenham cuidado ao usar os carrapaticidas, pois há confusão entre os princípios ativos e os nomes comerciais dos produtos, então é preciso cuidado na hora da utilização, evitando gerar a resistência do parasita ao produto”, argumenta a técnica agropecuária Mariane Mendes Lopes, também da Emater/RS. Já a veterinária Lisiane ressalta que existe a possibilidade de utilizar o biocarrapaticidograma, um teste para conhecer a sensibilidade os carrapatos presentes nas propriedades aos carrapaticidas. Nesse processo, é feita a coleta das fêmeas ingurgitadas, que são enviadas para o laboratório. Assim, é possível saber quais princípios ativos funcionam e quais já estão com resistência. É importante que o produtor procure m veterinário para orientar sobre o encaminhamento desse exame, que em casos mais extremos, vale a pena, para evitar que use produtos em excesso e ainda corra o risco de não ter o efeito de controle desejado.


Realização

Revista Novo Rural Setembro de 2018

De olho nas pastagens de inverno

Regulamentos técnicos do leite na pauta em Brasília

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Divulgação

ma parceria entre a Emater/RS-Ascar de Trindade do Sul, Embrapa Trigo e a Laticínios Frizzo resultou em uma atividade técnica na metade de agosto. Uma tarde de campo reuniu produtores e técnicos para debater questões relacionadas a pastagens de inverno, na propriedade de Narlei e Fabiano Stradiotti Ríboli. Participaram produtores de Trindade do Sul, Três Palmeiras, Liberato Salzano, Nonoai e Ronda Alta, além de professores e estudantes dos cursos de Agronomia e Medicina Veterinária da Universidade Comunitária Regional de Chapecó (Unochapecó). A propriedade da família Ríboli é uma entre tantas acompanhadas pelo Programa de Gestão Sustentável da Agricultura Familiar e também faz parte do Projeto de Assistência Técnica para o Desenvolvimento Sistemas Sustentáveis de Produção de Leite (SisLeite), executado pela Emater/RS-Ascar. No local foi implantada uma Unidade de Referência Técnica (URT), com sementes de pastagens de inverno de trigo duplo propósito BRS Tarumã e BRS Pastoreio, variedades cedidas pela Embrapa e que são acompanhadas pela equipe da Emater/RS-Ascar de Trindade do Sul, através dos extensionistas rurais Priscila Baraldi Volpi e Marcos Lopes.

situação das consultas públicas referentes às portarias 38/2018 e 39/2018, que estabelecem novas regras para características de qualidade do leite cru refrigerado, do leite pasteurizado e do leite tipo A, foram pauta de reunião em Brasília, na segunda quinzena de agosto. Representantes do Sindilat participaram de encontro da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Leite e Derivados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Um dos anúncios é que a Câmara decidiu incluir em sua

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pauta a criação de um Regulamento Técnico de Qualidade e Identidade de Produto Lácteo para o soro de leite, que será submetido a consulta pública. O secretário executivo do Sindilat, Darlan Palharini, que participou da reunião, diz que essa é uma reivindicação das indústrias associadas ao sindicato que processam soro líquido para transformação em soro em pó. Também foram aprovadas as propostas de criação de novas regulamentações para ricota, queijo minas padrão, queijo meia cura e provolone.

Agosto registra retração no preço por litro

D Propriedade da família Ríboli faz parte de dois programas na área leiteira

ados divulgados pelo Conseleite mostram que, depois de meses de alta, o preço de referência do leite no Rio Grande do Sul registrou queda em agosto. O valor projetado com base nos primeiros dez dias do mês é de R$ 1,2210 por litro,

5,71% abaixo do consolidado de julho, que fechou em R$ 1,2949. Essa redução foi puxada pelo preço do leite UHT, que caiu 10% no mês, segundo análise do professor Eduardo Finamore, da Universidade de Passo Fundo.

Pela sua visita em nosso espaço na Expointer 2018. Neste ano inauguramos a Casa da AgroBella, realização que só foi possível graças a parceria firmada com você nesses 20 anos de história. 21 | Revista Novo Rural | Setembro de 2018


Parceiros do leite

Frederiquenses vendem mais leite Levantamento mostra que produtividade de leite aumentou 33% no município nos últimos quatro anos Gracieli Verde

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cenário da atividade leiteira em Frederico Westphalen está mudando. Um levantamento realizado pelo escritório municipal da Emater/RS de Frederico Westphalen, com a colaboração da prefeitura e da Inspetoria Veterinária, mostra que nos últimos quatro anos o número de propriedades que produzem leite passou de 423 para 281, ou seja, diminuiu 34%. Outra redução foi no rebanho leiteiro, de 15%. Até aí, pouca novidade, porque de forma geral esses números vem diminuindo nos últimos anos em todo o Estado. Por outro lado, a produtividade do rebanho de Frederico Westphalen aumentou 33%, passando 9,7 litros/vaca/dia para 12,9 l/vaca/dia. – O que percebemos é que estão ficando na atividade produtores mais especializados, que estão buscando mais informações e que estão investindo na propriedade na busca de melhorias. Essa tendência tende a continuar, fazendo com que cada vez mais produtores eficientes permaneçam no setor, priorizando uma boa gestão da sua atividade – observa o engenheiro-agrônomo Jeferson Figueiredo, da Emater/RS local. Desde 2016, a equipe da Emater/RS do município tem intensificado o trabalho nesta área, com um trabalho mais efetivo de assistência técnica para pecuaristas leiteiros. Isso graças a programas que permitem um trabalho mais próximo desta cadeia produtiva, como o Gestão Sustentável. “Percebemos que esse trabalho, juntamente com demais parceiros, tem tido um papel fundamental para este cenário”, acrescenta o agrônomo Mateus Stefanello, que também integra a equipe municipal da instituição. O levantamento também inclui a movimentação econômica gerada pelo montante de leite vendido no município em valores reais. Em 2016 esse número chegou a R$ 14.694.763; já em 2017, a atividade gerou R$ 14.759.474,36. Os agrônomos atentam para o fato de que essa pouca diferença entre cada ano, apesar do aumento da produção, comprova a desvalorização que o produto sofreu nesse período.

A atividade que mudou a vida da família Piaia/Benatti Quando o jovem casal Simoni, 32 anos, e Luciano Benatti, 33, decidiram que trabalhariam juntos no meio rural, precisaram avaliar que atividade mais se adaptaria à propriedade dos pais dela – seu Elton e dona Odete Piaia, 56 e 54 anos, respectivamente –, na linha Ponte do Pardo, em Frederico Westphalen. Hoje eles também têm o filho Eric, de 2 anos. A família também produz verduras e fumo, mas foi na bovinocultura de leite que viu a possibilidade de aumentar a renda e projetar outro estilo de vida. Desde então, há mais ou menos seis anos, os investimentos em pastagem, melhoramento das estruturas e seleção genética se intensificaram. “Hoje o leite é o que mais nos garante o dinheiro no fim do mês”, ressalta Simoni, que é graduada em História, mas deixou de lado a docência em sala de aula para se dedicar ao trabalho com a vacas. “Me sinto feliz aqui, a gente se anima em ver os resultados”, afirma, contando que recentemente precisaram trocar o resfriador por um com maior capacidade, algo muito esperado pela família. Luciano é técnico agropecuário, o que também facilita a implantação dessa nova forma de trabalhar em família. – Logo que começamos o nosso trabalho de assistência técnica aqui na propriedade não tínhamos dúvidas que logo haveria uma grande evolução. Todas as orientações que passávamos eram rapidamente absorvidas e eles realmente colocaram a mão na massa para mudar. Grande parte do conhecimento de como fazer eles já tinham, então auxiliamos

em alguns ajustes de dieta e de manejo com o rebanho, para poder aumentar a produtividade das vacas – recorda o agrônomo Jeferson Figueiredo, da Emater/RS. O trabalho de acompanhamento do profissional à propriedade se dá por meio do programa Gestão Sustentável, da Emater/RS, e a família também conseguiu se inserir no Rural Sustentável, que tem recursos externos através do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para ações específicas de recuperação de solo e plantio de áreas de florestas comerciais. No caso da família Piaia/Benatti, os recursos também ajudaram a dar um “empurrão” em determinados investimentos que eram necessários para potencializar o sistema de produção, como a implantação do sistema silvipastoril e investimentos em sementes de pastagens. – Agora todos estamos bem mais motivados para continuar produzindo, porque fizemos um trabalho de base em ter um plantel saudável, com boa produtividade. Os ganhos são enormes se comparado com anos anteriores. Foram estabelecidas metas e hoje chegamos a uma média de 21/22 litros por vaca/dia – conta Luciano. Essa média é bem maior do que de dois anos atrás, que era de 14 l/vaca/dia. A propriedade tem 26,5 hectares, somando áreas em Frederico Westphalen e Vista Alegre – a unidade fica na divisa entre os municípios. São mantidas 20 vacas em lactação, mas há seis anos eram 11 animais produzindo leite.

LEVANTAMENTO DOS ÚLTIMOS 4 ANOS Ano Propriedades Produção (litros) Vacas L/vaca/ano (média) L/vaca/dia (média)

2014 423 12,8 milhões 4.314 2.967,1 9,7

2015 376 12,5 milhões 4.134 3.023,7 9,9

2016 306 13 milhões 3.675 3.537,4 11,6

2017 281 14,5 milhões 3.675 3.945,6 12,9

Dados: Emater/RS, Prefeitura FW e Inspetoria Veterinária

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Realização

Revista Novo Rural Setembro de 2018

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Gracieli Verde

Agrônomo Jeferson Figueiredo

Gracieli Verde

Casal Luciano e Simoni

Agrônomo Mateus Stefanello

Tecnificação permite superar momentos difíceis da atividade Não deixar “a peteca cair” em momentos que não foram tão fáceis nos últimos anos para a bovinocultura leiteira foi um dos desafios tanto da família Piaia/Benatti, como da própria extensão rural, através dos programas. “Passamos por momentos complicados para manter o plantel bem nutrido e ainda arcar com preço baixo do produto. Mas, fizemos o dever de casa e hoje, quando temos um preço melhor, estamos com a média de produtividade mantida”, comenta o casal. “É nessa hora que se comprova a necessidade de não deixar de cuidar bem das vacas, para que não baixem a produtividade. Eles têm uma produção extremamente eficiente”, completa Figueiredo. Inclusive, a família Piaia/Benatti tem outros motivos para comemorar. Logo poderão estar na nova casa que está em construção, fruto de renda agrícola, de muito trabalho e dedicação. Sem dúvidas, isso também motiva os produtores a seguirem investindo no meio rural.

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Recursos injetados no setor retornam com maior produção São 33 famílias atendidas através do Rural Sustentável, com assistência da Emater/RS, com acompanhamento dos agrônomos Jeferson Vidal Figueiredo e Mateus Stefanello. Para essas famílias, os recursos vindos através do BID somam R$ 355 mil neste ano, uma forma de realizar melhorias nos sistemas também com foco na área leiteira. “É um valor que tem dado retorno com esse incremento na produção e na renda dessas famílias. Além disso, é algo que incentiva esses bovinocultores a continuar melhorando suas propriedades em busca de uma vida melhor”, salienta Figueiredo.


Pecuária

Suinocultura

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Turra traz mensagem otimista para o setor 44º Dia Estadual do Porco também homenageia 70 anos da Suinocultura Acadrolli Gracieli Verde

Gracieli Verde

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Francisco Turra falou motivando os responsáveis pelo setor a continuarem investindo

Encontro ocorreu no ginásio municipal de Rodeio Bonito

O Dia Estadual do Porco

A promoção do evento neste ano foi da Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (Acsurs) e da Prefeitura de Rodeio Bonito, com uma série de apoiadores e patrocinadores. Para o próximo ano, vários municípios se candidataram para sediar o evento, inclusive FW.

“Estamos com todas as condições de mostrar para o mundo que o Brasil tem qualidade” Francisco Turra, presidente da ABPA

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70 anos da Suinocultura Acadrolli: emoção durante homenagem Gracieli Verde

assamos por momentos complicados desde a operação Carne Fraca, porque ficamos taxados lá fora como vendedores de carne sem qualidade, o que não é verdade”. Foi com afirmações como essa que o presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Francisco Turra, conversou com suinocultores e lideranças regionais durante o 44º Dia Estadual do Porco, sediado neste ano pela cidade de Rodeio Bonito, no Norte do Estado. Turra trouxe informações relacionadas ao mercado para a carne suína brasileira, que vive um momento de queda nas vendas, principalmente nas exportações. Mesmo assim, ele enxerga potencial para crescer, assim que se abra novamente o comércio com a Rússia e também seja possível vender para o México. – Somos o quarto produtor no mundo, acontece que até agora também tivemos que lidar com mitos relacionados à carne suína. Apesar da Operação Carne Fraca, estamos com todas as condições de mostrar para o mundo que o Brasil tem qualidade, porque não temos nenhum caso de peste suína, por exemplo – justificou Turra. Hoje o Brasil exporta essa carne para China, Japão e Coreia do Sul. “Assim que conseguirmos entrar na Rússia e no México, estaremos revertendo qualquer crise que possa existir no setor”, garante. Outro desafio citado pelo presidente da ABPA é em relação ao aumento do consumo interno da carne suína.

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Sady Acadrolli (C) recebeu placa em homenagem aos 70 anos da Suinocultura Acadrolli

Visivelmente emocionado, o empresário e suinocultor Sady José Acadrolli recebeu uma placa comemorativa por parte da Acsurs e da prefeitura. O motivo era especial: os 70 anos de fundação da Suinocultura Acadrolli, completados neste ano. O presidente da Acsurs, Valdecir Folador, e o prefeito de Rodeio Bonito, José Arno Ferrari, realizaram a entrega e dirigiram palavras de reconhecimento ao empreendimento, que tem sede em Rodeio Bonito, mas atua em outros municípios da região. A Suinocultura Acadrolli começou os negócios em 1948, com o trabalho de José

André Acadrolli, saudoso pai de Sady. A Granja São João, fundada por ele, foi um dos primeiros passos e considerados importantes para a produção de suínos em maior escala no município. Hoje a empresa atua em 35 municípios da região, com 300 famílias parceiras no formato integração e outros 200 colaboradores. Sady Acadrolli, ao agradecer a homenagem, também recordou nomes importantes para a suinocultura regional, como o saudoso Darci Mariotti, considerado grande influenciador dos Acadrolli em relação aos negócios nesta área e que também empreendeu na área em Frederico Westphalen. O prefeito de Rodeio Bonito, José Arno Ferrari, fez questão de ressaltar que momento marcava uma trajetória digna de reconhecimento da família Acadrolli. Em Rodeio Bonito são pelo menos 80 famílias integradas à atividade suinícola, além de o município liderar o ranking de maior número de animais abatidos no ano de 2017, no Estado gaúcho. A prefeitura também mantém programas de incentivos, há várias administrações, para facilitar o investimento das famílias rurais na área, cedendo serviços como o de terraplanagem.


Suinocultura

Pecuária

Produção de suínos com foco na sustentabilidade Município de Palmitinho reuniu suinocultores para debater destino correto de dejetos

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olhar estratégico para uma produção sustentável de suínos também é preocupação em Palmitinho, segundo município que mais abate animais no Rio Grande do Sul. O poder público municipal, através da Secretaria de Agricultura e do setor de Meio Ambiente, promoveu em agosto a primeira edição do Painel da Sustentabilidade. O encontro reuniu produtores, demais profissionais que atuam na área de suinocultura, bem como representantes de entidades e empresas de assessoria ambiental, de agências financeiras, além das empresas JBS, Adelle e BRF. Na pauta do encontro predominaram temas como a gestão de água e de

dejetos, crimes ambientais e licenciamento ambiental da atividade suinícola. Sobre isso explanaram profissionais ligados ao setor ambiental municipal, Emater/RS-Ascar, Patram e Fepam. Segundo os organizadores, os assuntos abordados serviram de orientação para suinocultores e técnicos sobre o manejo dos dejetos na propriedade, tendo em vista seu alto potencial como adubo orgânico, mas, ao mesmo tempo, se mal manejado, pode ser um grande poluidor do meio ambiente. – O dejeto tem os mesmos nutrientes do adubo químico, por isso tem que ser aplicado conforme recomendação técnica, nem mais, nem menos – orienta Carlos Olczevski, engenheiro-agrônomo da Emater/RS-Ascar.

Responsabilidade compartilhada

Adriano Dal Chiavon

Também foi evidenciada a necessidade de deixar claro que a responsabilidade ambiental em relação à operação da atividade suinícola é de todos, inclusive dos empreendedores do setor. – Deve haver organização da propriedade para que não se tenha extravasamento de esterqueiras, lançamentos indevidos no solo ou em mananciais hídricos, ou ainda descarte de animais e resíduos em desconformidade – alertou Juliana Lahr, responsável pelo Grupo de Polícia Ambiental. O representante da Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente de Palmitinho, engenheiro-ambiental Jean Candaten, ressalta que essas são oportunidades de capacitação para o setor, para aprimorar ainda mais esta atividade agropecuária no município. Segundo ele, mais cursos deverão ser promovidos em Palmitinho sobre o tema. “A gestão ambiental nesta área está passando por uma reformulação e este evento foi o primeiro passo para uma mudança de visão e operação da atividade suinícola na região e, porque não dizer, no nosso Estado”, salienta Candaten.

Outros cursos devem ser ofertados a produtores nos próximos meses

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Gestão & Empreendedorismo

A importância de organizar o orçamento familiar O envolvimento de todos no planejamento financeiro pode ser a garantia de mais $$ no bolso

Gracieli Verde

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necessidade de ter mais controle em relação ao dinheiro que entra e que sai da propriedade é cada vez mais evidente. Hoje é comum – e necessário – que as famílias tratem a propriedade como uma empresa, afinal, é preciso ter liquidez nas atividades agropecuárias para viabilizar não somente o trabalho, mas a realização dos sonhos e desejos das pessoas que ali investem tempo, conhecimento e dinheiro. Dando sequência à série “Como você cuida das suas finanças?”, nesta edição trazemos a opinião de especialistas que podem nos subsidiar com informações sobre a organização do orçamento familiar e outras reflexões sobre o assunto. Por mais que a recomendação é que cada integrante da família também tenha o seu orça-

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mento pessoal, fazer o orçamento geral é importante para envolver todos nos projetos que podem alavancar os negócios a família. – O orçamento familiar é um poderoso instrumento de planejamento financeiro, porque ajuda a manter as finanças equilibradas, a avaliar a realidade financeira da família e administrar os imprevistos que possam surgir. Apesar de parecer complicado, ter um orçamento familiar nada mais é do que acompanhar as entradas e saídas de receitas. O orçamento irá permitir saber o valor total disponível de receitas, o quanto gasta-se por dia/mês, o peso de cada gasto, quanto a família tem disponível para gastar em cada modalidade de despesa, se pode assumir novos gastos, e quando os imprevistos aparecerem saber qual despesa pode reduzir ou até mesmo cortar – explica Jaqueline Malheiros, educadora financeira no

“É preciso direcionar um valor para a reserva, para quando surgirem os imprevistos” Jaqueline Malheiros, educadora financeira no Método DSOP na Sicredi Grande Palmeira

Método DSOP e que atua na Sicredi Grande Palmeira. Em resumo, o orçamento ajuda a família a gastar mais consciente e, principalmente, é fundamental para a realização de sonhos e objetivos, pois estes devem estar inseridos nele como prioridade. Quando se trata de fazer o orçamento com o foco nas atividades agrícolas ou pecuárias, é importante especificar os recursos oriundos de cada produto, por exemplo, como milho, soja, suínos ou leite. – Quando se trata de identificar as despesas, esse orçamento deve conter as informações que são necessárias para conseguir produzir os produtos que serão comercializados, como despesa com sementes, adubos, serviços de máquinas, ração, luz, água, telefone, entre outras – orienta o assessor de Negócios Ronaldo Fagundes, da Sicredi Alto Uruguai RS/SC/MG.


SÉRIE

Como você cuida das suas

finanças?

Como inserir as crianças neste assunto Chega de tratar as finanças como tabu. Tirar as crianças da sala quando se fala em dinheiro pode não ser saudável. Saber lidar com o dinheiro, seja em abundância ou em escassez, deve começar cedo. – A criança deve ter desde cedo esta responsabilidade e este conhecimento. Por isso a importância de toda a família estar envolvida no processo. Uma forma de incluir a criança é fazer com que ela entenda que para ter determinado brinquedo, por exemplo, ela precisa planejar e poupar. Faça a criança entender o valor das coisas e auxilie-a a conquistar este objetivo – sugere Jaqueline.

Métodos podem ser aliados Jaqueline cita que hoje em dia existem diversas ferramentas que contribuem para que as pessoas repensem sua vida financeira. Por meio do sistema Sicredi, as cooperativas de crédito têm acesso a algumas ferramentas específicas, que podem ser aliadas. No caso da Sicredi Grande Palmeira, o método DSOP é utilizado para auxiliar os associados nesse aspecto. – Por isso defendemos que antes de organizar o orçamento é preciso diagnosticar para onde o dinheiro está indo, realizando um apontamento de despesas. O que orientamos é que por 30 dias a família anote todas as suas despesas, dividindo as mesmas, como em mercado, farmácia ou outras áreas, incluindo o valor e a forma de pagamento que foi realizada. Ao final dos 30 dias a família irá verificar e fazer os ajustes necessários, ou seja, vai identificar onde a maior parte do valor está sendo gasto e se é mesmo necessária essa quantia – explana ela. Ronaldo Fagundes, assessor Com o método, uma das aborde Negócios da Sicredi Alto dagens é que justamente as pessoUruguai RS/SC/MG as possam pensar também em realizar sonhos. Quer dizer, é importante traçar metas, seja para curto, médio ou longo prazo. Assim, conforme essa metodologia, é possível separar parte da receita para realizar esses objetivos – uma viagem, a aquisição de um carro, a construção de uma casa ou um quiosque para a família, por exemplo. “Lembrando sempre que também é preciso direcionar um valor para a reserva, para quando surgirem os imprevistos”, orienta Jaqueline. Fagundes acrescenta: “é importante ter o olhar que a propriedade rural é uma empresa para o produtor e que através dela é que temos renda para atingir os objetivos e sonhos da família em todos os âmbitos”.

“Educação financeira é uma mudança de comportamento diante das finanças com foco em planejamento e gestão eficiente”

Na prática, se a criança ganha mesada, por exemplo, ela mesma pode planejar a compra de um brinquedo ou, se não recebe esse valor mensal, pode ajudar a economizar em outras despesas, fazendo com que um determinado valor possa ser direcionado para a compra. O diálogo com entre pais e filhos é essencial nesta questão. Sobre esse assunto, procurar cooperativas de crédito que tenham programas de formação na área é uma forma de ter mais informações para a criançada. – Sem dúvidas é um processo educativo e os filhos, acompanhando os pais e vivenciando isso no dia a dia da família, também estarão aprendendo. Além disso, a Sicredi Alto Uruguai RS/SC/MG possui uma oficina de educação financeira junto as escolas, considerando que este tema já faz parte da Base Nacional Curricular e deverá ser trabalhada nos educandários com maior ênfase – acrescenta Fagundes. O assessor ressalta ainda que “educação financeira é uma mudança de comportamento diante das finanças com foco em planejamento e gestão eficiente”, ou seja, determinante para o sucesso das atividades, sejam elas na agricultura ou na pecuária e, obviamente, quando se trata de conviver em família.

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Cooperativismo

Ações

Lideranças cooperativistas foram desafiadas a comprometerse ainda mais com o desenvolvimento regional

Palestra “Cooperativismo na veia” oportunizou momentos de reflexão sobre o impacto do setor na vida das pessoas, bem como sobre o seu poder transformador nas comunidades Gracieli Verde

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Professor Pedro Büttenbender

Sociedades sustentáveis por meio da cooperação Participe da palestra “Cooperativismo na veia”, dia 16 de agosto, às 19 horas, no Salão de Atos da URI/FW. COOPERATIVA VALE DAS CUIAS CONVÊNIO

R E V I S TA

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NOVO

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ma segunda parte do Dia C – Dia de Cooperar, data comemorada em julho para marcar a importância do cooperativismo para o mundo, foi vivenciada em nível regional em Frederico Westphalen, no dia 16 de agosto. Uma das contribuições do evento foi para com a divulgação de dados atualizados sobre o setor nos 42 municípios dos Coredes Médio Alto Uruguai e Rio da Várzea. A coordenadora da Unidade de Cooperativismo da Emater/RS, a administradora Marcia Faccin, revelou que participaram desta atualização 14 cooperativas, e que hoje todos os 42 municípios da região contam com alguma unidade cooperativa, seja de produção, crédito ou infraestrutura e energia. Se dividir as áreas, na região 72% das cooperativas são agropecuárias, 21% são de crédito e 7% de infraestrutura. Um número positivo em nível regional é na quantidade de associados, que cresceu em 4,82%, passando de 144.377 pessoas para 151.684. Isso representa um movimento di-

ferente do registrado em nível de Estado, uma vez que o Censo Agro 2017 mostrou que houve redução do número de associados gaúchos, de 68,3% para 59,6% dos produtores de 2006 para 2017. – Mais um dado importante é no que diz respeito aos postos de trabalho, que chegaram a 3.750 vagas em 2017, mais que as 3.532 vagas de 2016, mesmo em um cenário econômico de inseguranças e retração em nível de Estado e país. A média salarial também segue mais alta (9,8%) do que na iniciativa privada no Estado gaúcho, ficando na faixa de R$ 1.977,44 na região – revela a pesquisa, segundo Marcia Faccin. Em relação ao faturamento, os números evoluíram de R$ 1,6 bilhão em 2012 para R$ 2,9 bilhões em 2017 – em 2016 eram R$ 2,8 bilhões. “É um crescimento muito maior que o nosso PIB brasileiro”, avalia a administradora. Isso também repercute nas sobras dos recursos que são divididos entre associados ao fim de cada ano. Na região, em 2017, esse montante foi de R$ 58,4 milhões, maior que os R$ 46,6 milhões distribuídos em 2016.

Gracieli Verde

Número de associados cresce 4,82% na região


Ações O impacto na vida de pessoas Um dos momentos marcantes da noite foi justamente o convite feito pelo palestrante, professor Pedro Büttenbender, para que as lideranças regionais de fato ‘chamem para si’ a responsabilidade em relação ao desenvolvimento regional. – Quem vai fazer desta terra um dos melhores lugares para estudar, empreender, trabalhar e ser feliz, no fundo, é nosso território, é o Codemau. Por isso, convido a todos a reforçar esse compromisso. A esperança de dias melhores para as novas gerações depende deste grupo. Sigamos em cooperação – desafiou Bütenbender.

O otimismo do pesquisador tem base em dados que comprovam que o cooperativismo tem sim influência nas comunidades, especialmente as mais periféricas, que muitas vezes não têm acesso a uma série de serviços, mas que as cooperativas chegam e atuam em várias áreas. – Apesar de muitas bandeiras serem chacoalhadas de desesperanças hoje em dia, o cooperativismo chacoalha à nossa frente. Podemos sim ter esperança de uma região, um município e uma vida melhor do que temos hoje – reiterou. Gracieli Verde

Público lotou o salão da atos da URI/FW

60 anos da Cotrifred Direção, colaboradores, conselheiros e associados da Cotrifred foram homenageado pelas co-irmãs do setor, momento para valorizar a trajetória da Cooperativa Tritícola de Frederico Westphalen. Com alguns dados históricos resgatados pelo protocolo e pelo presidente do Fórum do Cooperativismo, Loreno Cerutti, ficou

em evidência a importância da instituição para Frederico Westphalen e região. O presidente, Elio Pacheco, ressaltou que há muito trabalho pela frente, inclusive com projetos que devem ser um “divisor de águas” para a região, como o projeto da indústria de laticínios, que deve entrar em operação em 2019.

Espaço

cooperativo Marcia Faccin

Coordenadora da Unidade de Cooperativismo do Escritório Regional da Emater/RS de Frederico Westphalen

Cooperativas crescem 5,81% na geração de empregos

Gracieli Verde

No último dia 16 de julho realizamos importante evento de encerramento das atividades comemorativas ao Dia Internacional do Cooperativismo na região, quando apresentamos dados atualizados das nossas cooperativas regionais. O intuito era atualizar os números e conhecer como as nossas cooperativas comportaram-se de 2016 para 2017. Todas foram contatadas por e-mail e 14* cooperativas nos responderam. Os dados mostraram que as cooperativas continuaram crescendo, gerando emprego, distribuindo renda e melhorando a vida das famílias envolvidas. As 14 cooperativas apresentaram um crescimento no número de associados de 4,82%, número considerado altamente positivo, pois mostra que as pessoas estão acreditando e valorizando o bom cooperativismo. Esses dados, inclusive, vem na contramão dos dados preliminares do censo do IBGE, onde apresenta nos últimos 10 anos uma redução em nível de Estado de pessoas sócias de cooperativas e associações. Outro dado altamente positivo foi o crescimento no número de postos de trabalho gerados pelas 14 cooperativas. Elas apresentaram um crescimento de 5,81%, sendo que, se observarmos os números dos empregos gerados em nível de Brasil, este ainda foi negativo de 0,2%. Pode-se concluir, com tais números, que as nossas cooperativas são empreendimentos bem administrados, que mesmo em tempos de turbulência econômica conseguem se sobressair, gerando emprego, renda e desenvolvimento para a comunidade onde estão inseridas. Graças as pessoas comprometidas com os princípios, valores e filosofia do bom cooperativismo, que coloca o bem da coletividade acima dos interesses pessoais e particulares, este é um setor que funciona. Isso é ser cooperativa, isso é ser exemplo e fazer o bem pensando no associado, na organização cooperativa e na comunidade onde está inserida. Além disso, as nossas 14 cooperativas apresentaram um crescimento de 2,9% em seu faturamento, enquanto no nosso PIB apresentou um crescimento de 1%. Percebe-se, as nossas cooperativas cresceram quase três vezes, se comparado com o PIB brasileiro. Se olharmos os recursos distribuídos para os associados, das 14 cooperativas que responderam à pesquisa, nove fazem distribuição de sobras para os associados, e esse valor foi de R$ 58.467.383,36, ou seja, mais de R$ 58 milhões foram distribuídos, via cota-parte ou então na conta corrente do associado. Isso gera desenvolvimento, aquece a economia e fideliza o cliente. E você, quanto ganhou de participação de sua cooperativa? Quanto valorizou e trabalhou com a sua cooperativa no decorrer de 2017? Pois, quanto mais acreditarmos, mais valorizarmos e defendermos a nossa cooperativa, mais vamos ter benefícios, diretos e indiretos. Devemos ser defensores do bom cooperativismo e valorizarmos cada vez mais essas importantes cooperativas que fazem a diferença no desenvolvimento local e regional. Pensemos nisso e que a cada dia possamos valorizar ainda mais as nossas cooperativas. * Vejas as cooperativas que responderam à pesquisa: Cooper A1, Sicoob Oestecredi, Cresol Frederico Westphalen, Creluz, Cotrifred, Coperametista, Coperjab, Cotrepal, Coopraff, Coagril, Extremo Norte e Cotrisal

Cotrifred recebeu placa em homenagem aos 60 anos da cooperativa

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Juventude Rural Ensino

Aqui se forma gente para o diverso setor agro

Escola Estadual Técnica Celeste Gobbato reforça Palmeira das Missões e a região no cenário de ensino público para a agropecuária, inclusive com o maior internato do Rio Grande do Sul

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Produz grande parte do que consome

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ma das visitas que fizemos ao educador Luiz Carlos Cosmam foi em uma tarde bem chuvosa. Chegamos à secretaria da Escola Estadual Técnica Celeste Gobbato, em Palmeira das Missões, e aguardamos alguns minutos para sermos recebidos pelo diretor. Parecia ser mais uma tarde agitada na “Celeste Gobbato”, como intimamente a escola é chamada pela maioria. Com a cordialidade de sempre, o diretor nos recebeu com um chimarrão, que com o tempo de conversa ficou “lavado”, prova de que a prosa era boa e o assunto de muito interesse para quem se preocupa com o futuro do setor agro. Afinal, pela escola já passaram milhares de alunos nesses 60 anos de trabalho, alguns atuando em grandes organizações fora do país, tem quem fez mestrado, doutorado, pós-doutorado, outros se profissionalizaram em empresas nacionais que atuam na agricultura ou na pecuária, e outros ainda dão sequência aos negócios familiares, nos mais variados portes e segmentos. E esse fator é citado com muito orgulho pelo diretor Luiz Carlos – preferimos chamá-lo assim, tamanha é a atuação dele e da escola na comunidade, fator que contribui para que seja reconhecido facilmente em ambientes que envolvem a educação técnica direcionada para o rural. Queríamos saber como eram as modalidades de ensino que aquela estrutura gigante comportava. – Nós temos aqui dois cursos de técnico em agropecuária. Um é integrado ao ensino médio, que é para aquele aluno que já terminou o ensino fundamental. É um curso de três anos e meio e depois vai para um estágio curricular obrigatório de 480 horas – detalha o professor. Além dessa opção, a escola técnica também oferta o curso técnico subsequente, que é para o aluno que já tem

o ensino médio. Ou seja, ele vem para a escola para fazer apenas a parte técnica, em um ano e meio. O estágio de 480 horas é considerado uma “porta para o emprego”, segundo o diretor, uma vez que é hora de o aluno mostrar na prática o que aprendeu em sala de aula e nas unidades demonstrativas dos 234 hectares disponíveis para a Celeste Gobbato – são usados 120 hectares, porque o restante é área de preservação. – Essa é uma experiência que o aluno vai ter nas cooperativas, nas empresas, nas universidades, no meio do agro. É esse o primeiro contato com o mercado depois de ter feito o curso. Temos um leque grande de parceiros que oportunizam esse momento. Também é possível fazer em propriedades rurais que tenham um responsável técnico para orientar – explica Luiz Carlos. Quando da nossa visita, eram cerca de 360 alunos na escola. Todos os cursos são integrais. Isso quer dizer que os estudantes ficam na escola o dia todo. Inclusive, a grande maioria mora na escola – em torno de 240 alunos pernoitam por lá. A Celeste Gobbato é considerada o maior internato do Estado, apesar de não ter dormitório feminino – as meninas são semi-internas.

Diretor da escola, Luiz Carlos Cosmam

Grande parte do que é consumido pelos estudantes é produzido na própria unidade, o que é um diferencial da escola. – Temos 17 unidades educativas e de produção. O que é isso? É onde o aluno vai fazer a aula prática. Ele tem a aula teórica na sala de aula e vai lá para a unidade ter a prática, o “aprender fazendo”. Temos a unidade de bovinos em que nós mantemos uma produção de leite. Ali os alunos participam da ordenha de manhã e de tarde. Participam também de todo o manejo, da parte de acompanhamento de alimentação. Na unidade de nutrição, os alunos auxiliam na fabricação da ração. Também temos agroindústrias. Essas unidades são realmente um laboratório. Isso se repete na horta, que produz alimentos que vão para o nosso refeitório. Nas agroindústrias fabricamos queijo, doce de leite, tudo para o consumo interno, nada para comercialização externa – relata, citando que esses estabelecimentos têm um veterinário que é o responsável técnico, porque mesmo sendo só para consumo, é preciso ser inspecionado.

Arquivo da escola/Divulgação

Área é de 234 hectares, disponíveis para o educandário, às margens da BR-158, no Km 6, em Palmeira das Missões


Ensino

@eetcgobbato Escola sustentável

E os desafios?

Além disso, o diretor garante que toda a parte de manejo e produção leva em conta o respeito com o meio ambiente, com as boas práticas, até porque a equipe de professores e funcionários é atualizada constantemente. A escola também trabalha com muita tranquilidade no que diz respeito à sustentabilidade e à preservação dos recursos naturais. – Desde 2014 temos energia solar na escola, além da captação de água a chuva do ginásio, que vai para uma cisterna e dali, com a energia gerada pelo sol, essa água vai para a irrigação da horta. Como a escola fica dentro de uma área de preservação permanente, em virtude do rio Macaco, que corta o terreno, parte da área do educandário é para preservação e isso cabe a nós. Nunca faltou água na cidade porque o rio está bem conservado – acredita o educador.

– Para mim, o desafio do nosso século é a sucessão familiar. Então, temos que priorizar a formação de um sucessor, mas não podemos nos limitar a apenas isso. Também temos que formar um pesquisador, um líder, um gestor, o sucessor na pequena e também da grande propriedade, formar um aluno que vá para uma cooperativa ou empresa com alta tecnologia – contextualiza, mostrando que a preocupação dos professores em geral é com aqueles profissionais que precisam e desejam ter aptidões para as mais variadas culturas, seja a fruticultura, os grãos, até o algodão, se for o caso, ou mesmo lidar com máquinas, com a indústria.

“Formar um bom técnico, mas também um bom cidadão” Os alunos que fazem o curso integrado entram na escola muito jovens, na faixa de 14 a 16 anos. Então, é ali que essa galera vive a maior mudança de vida. A convivência no internato também um fator de diferencial na formação desses jovens, na visão do diretor. – É preciso conviver com as diferenças. Para se ter uma ideia, recentemente entraram 90 alunos novos de 31 municípios. Nesta parcela estão alunos de diferentes escolas, então são realidades distintas também. O que costumamos falar aqui é que recebemos o filho do dono da granja ou da fazenda e o filho do funcionário mais simples também, e aqui eles são iguais. Os dois vão morar no mesmo alojamento, ambos têm as mesmas tarefas – explica Luiz Carlos.

O processo de seleção para ingressar na escola Para que o aluno possa se matricular, há que ser aprovado em um processo seletivo, que nada mais é do que uma prova, em que ele precisa se inscrever a partir dos critérios estabelecidos em um edital. Não há nenhuma limitação de região ou cidade. Ali já veio gente estudar do Maranhão, de Goiás, por mais que o raio de maior abrangência da escola seja de 100 quilômetros. No Estado gaúcho são 26 escolas técnicas agrícolas estaduais. As de Palmeira das Missões, Carazinho, Bom Progresso e Santa Rosa são as mais próximas, mas também tem em Erechim, Lagoa Vermelha, Caçapava, Guarani das Missões. Para dar conta desse trabalho, são 34 professores e 32 servidores na escola de Palmeira das Missões. Luiz Carlos Cosmam está na direção do educandário desde 2012, mas também foi vice-diretor desde 2004. O atual mandato segue até 31 de dezembro de 2018.

“A agricultura não se sustenta só de discursos”

Os potenciais são os mais diversos A gestão da escola demonstra ser bastante aberta para o novo, para parcerias que possam somar na vida profissional dos alunos. “Não podemos viver em uma ilha”, exclama o diretor. Por isso o esforço em ter trabalhos de pesquisa em diversos segmentos. – Muitos trabalhos de iniciação científica que começaram aqui foram para o exterior. As pessoas imaginam que tudo tem que começar muito grande. Se você for falar de uma produção de leite, tem que ser com o melhor equipamento, em uma sala de ordenha de mármore. Mas não é assim. O que o aluno também vê na escola são instalações simples, limitadas, mas funcionais. A nossa sala de ordenha, mesmo sendo simplória, tem permitido que tenhamos qualidade a ponto de sermos premiados pela Nestlé. Isso é resultado do manejo, porque mesmo em algo simples dá para ter higiene – argumenta.

Dá para ver que a prosa do professor Luiz Carlos é boa. Ele, enquanto educador, defende que a prática é fundamental na formação técnica dos estudantes. – A agricultura não se sustenta só de discursos. Tem alguns [discursos] que são maravilhosos, mas falamos para ele [o aluno] que é preciso ter a teoria e a prática. Os docentes também têm essa consciência, porque quando o aluno for lá para a propriedade planejar seu trabalho precisa ter esse conhecimento de custos, saber o que pode ou não pode fazer – recomenda.

A busca por alterativas Se o Estado tem limitações do ponto de vista de recursos para as escolas técnicas no que se refere à tecnologia empregada nas atividades práticas, resta buscar alternativas. – O salto tecnológico dado pelo agro nos últimos anos foi enorme e o Estado não conseguiu se atualizar. Mas isso também não pode ser desculpa para não fazer. É apenas um limitador que precisamos superar e buscar por outras opções que nos preencham nesse sentido – frisa. No Estado, as 26 escolas técnicas formam, uma média, mil técnicos por ano. O que mais satisfaz quem trabalha com esse público é que não se vê aluno que sai do ensino desempregado, sem algo para fazer. Por mais que se vive uma revolução no que diz respeito ao trabalho e à tecnologia, de modo que muitas profissões tendem a desaparecer com o tempo, dando lugar a outras, sem alimentos ninguém vive. Então, preparar pessoas para a produção de alimentos é fundamental, na visão do diretor. Deve estar se perguntando sobre uma segunda visita nossa à escola. Bom, nesta visita foi com direito frio, mas muito sol e até confraternização de uma das professoras da equipe que estava se aposentando, mostrando o quanto ali é uma grande família.

31 | Revista Novo Rural | Setembro de 2018


Turismo Rural

Entrevista

Turismo rural gera qualidade de vida no campo Turismóloga dá dicas de como gerar mais negócios com base neste segmento

O

s potenciais do turismo rural na região têm sido evidenciados há anos, seja por entidades como a Emater/RS-Ascar ou produtores que se interessam por este segmento. Nos últimos anos, o trabalho de organização do setor tem se intensificado na região, com novos roteiros sendo constituídos, tanto pela iniciativa privada como por agentes de extensão rural. Para trazer à luz este assunto, a Novo Rural conversou com a turismóloga Fernanda Costa da Silva, da Emater/RS-Ascar. Ela atua em todo o Estado por meio da instituição. Segundo ela, é importante ressaltar que o turismo rural não é somente um agregador em potencial de renda complementar para as famílias, mas que há outros fatores tão ou mais importantes para o meio rural. “Entre eles estão a qualidade de vida dessas famílias, a sociabilidade, a integração campo-cidade, a sucessão rural, a contenção de êxodo rural, entre outros aspectos”, cita Fernanda. Confira a entrevista.

32 | Revista Novo Rural | Setembro de 2018

A região tem várias características que já atraem visitantes, como o turismo das águas, em Iraí, e das Pedras, em Ametista do Sul. Como a área rural pode agregar renda para as famílias do interior? Fernanda Costa da Silva – São diversas as possibilidades e cada contexto é único. A renda extra pode advir da gastronomia, se esta é a vocação e a vontade da comunidade receptora, mas também do artesanato. Ambas as atividades são consideradas produção associada ao turismo. Contudo, aspectos intangíveis também podem ser atrativos para os turistas, tais como a própria história das famílias e/ou das comunidades receptoras, as danças, as tradições, as etnias, os jogos e demais expressões desse contexto. Sobre esse último aspecto, há vários roteiros no Brasil e pelo mundo que atraem turistas somente pela história oral de uma única pessoa, tamanha sua relevância para a comunidade rural visitada. Ou seja, cada área rural tem que identificar qual a sua potencialidade, os seus pontos fortes, entender os benefícios e os malefícios do turismo para então pensar em operar o turismo rural.

Fernanda Costa da Silva é turismóloga da Emater/RS

“Cada área rural tem que identificar qual a sua potencialidade, os seus pontos fortes, entender os benefícios e os malefícios do turismo para então pensar em operar o turismo rural.”

Fernanda Costa da Silva


Entrevista Na região um dos diferenciais é justamente a diversidade de etnias que formam povoados rurais e urbanos. Em Sarandi e Constantina, por exemplo, famílias já recebem visitantes para degustarem cafés coloniais com pratos que têm influência das culturas italiana e alemã. Que outros atrativos podem gerar negócios na área?

Marcela Buzatto/Divulgação

Fernanda Costa da Silva – Sabe-se que o turismo cultural é o principal motivador de viagens no mundo, segundo a Organização Mundial do Turismo. Ao sair de sua casa para fazer uma visita no meio rural, se o turista tem como principal motivação o consumo da cultura local, através da gastronomia, por exemplo, além de fazer turismo rural ele se torna um consumidor de cultura. Isso precisa ser melhor aproveitado, porque é importante fator de fortalecimento/valorização cultural e gerador de renda complementar. Para potencializar mais esse tipo de atrativo a premissa básica é seguir a legislação vigente, ou seja, adequar a propriedade para a produção de alimentos, tal qual estabelecem as leis pertinentes – as quais, em minha avaliação, nem sempre são adequadas ao meio rural que atende turistas. Para isso, a qualificação dessas famílias é essencial, certo? Fernanda Costa da Silva – Qualificar-se é um ponto importante, mesmo que se esteja falando em "tradição". Nesse contexto, por exemplo, é possível manter a tradição de uma cultura gastronômica, mas especializar-se na montagem de cardápios específicos, para consumidores com restrições alimentares; para evitar desperdícios de recursos; para aprender a acondicionar corretamente os alimentos; entre outros aspectos. Ou seja, manter a tradição não é prática oposta à qualificação, sempre necessária para quem presta serviço de turismo. Outro fator relevante é a identidade: nem sempre uma mesa requintada é o que o turista procura, especialmente quando se trata de turismo rural. Este consumidor quer os elementos genuínos da cultura que está conhecendo e isso deve ser valorizado pelos próprios autóctones: simplicidade aliada ao "cuidado" é o que geralmente conquista o consumidor de turismo rural, que procura sensação de estar em casa, de acolhimento. Por fim, uma boa promoção sempre faz a diferença. Sabe-se que ainda hoje o boca-a-boca é elemento-chave para fidelização e captação de novos clientes.

Ter as novas mídias como aliadas pode ser uma alternativa? Fernanda Costa da Silva – Não se pode ignorar que as novas mídias fazem a diferença na promoção turística. Contudo, o uso delas, como as que dependem de acesso à internet, ainda é um desafio para diversas áreas onde se busca trabalhar com o turismo rural, pois ainda há precariedade na distribuição de sinal de telefonia e conexão de dados no meio rural, não apenas no Rio Grande do Sul, mas no Brasil em geral. Espaços com objetos históricos também têm sido atrativo. Temos museus em Rondinha e Palmitinho, por exemplo! Esta é uma área que também pode envolver os mais diversos públicos, como estudantes. Que sugestão traz para que este segmento?

Carav na DA CULTURA EM DEFESA DA SUSTENTABILIDADE E DO MEIO AMBIENTE

Mais municípios recebem a Caravana da Sustentabilidade As ações realizadas por meio da Caravana da Sustentabilidade estão tendo sequência pela região. Em agosto os municípios de Barra do Guarita, Boa Vista das Missões e Laejado do Bugre receberam a equipe, com palestras em escolas públicas e peças teatrais envolvendo o tema sustentabilidade. Um dos focos do trabalho é nos três “R”, de reduzir, reutilizar e reciclar, com oficinas práticas. A professora Claudia Cerutti Kuhnen, do curso de Biologia da URI/FW, e o docente Fábio do Amaral auxiliam na execução desse trabalho. A ideia é sensibilizar os alunos a minimizarem o desperdício de materiais e produtos, favorecendo o desenvolvimento sustentável. Conscientizar estudantes e comunidade em geral sobre a importância da reciclagem e da coleta seletiva do lixo, prática que deverá ser implementada em toda a região até o fim do ano, também é um dos objetivos. O projeto “Caravana da Cultura em Defesa da Sustentabilidade e do Meio Ambiente” é desenvolvido pela URI/FW, em parceria com o Consórcio Intermunicipal de Gestão de Resíduos Sólidos (Cigres) e a Fundação Nacional da Saúde (Funasa). Mais informações podem ser obtidas pelo e-mail: caravana@uri.edu.br.

Fernanda Costa da Silva – Em primeiro lugar, a organização e a conservação dos acervos é imprescindível. Além disso, torná-los interativos e, portanto, mais atrativos, especialmente aos jovens, é muito importante, para assegurar a visitação continuada de gerações diversas. Um museu ou acervo não pode ser um lugar rígido, no qual os visitantes não se sintam à vontade. Ao contrário, deve promover de maneira criativa a interação entre espaço-visitante. Nesse contexto, além do acervo em si, podem ser desenvolvidos projetos e eventos pontuais, tais como mostra itinerante (que saia das dependências fixas de onde está o acervo e percorra pontos específicos urbanos e rurais, visando então atrair os visitantes ao ponto fixo); eventos comemorativos relacionados à identidade do acervo/da comunidade que abriga o acervo; criação de jogos relativos ao tema dos acervos, como forma de popularizar a história ali contida, bem como oportunizar o conhecimento às crianças e aos jovens, de maneira lúdica; estabelecimento de competições alusivas ao tema das exposições, entre outros. Tudo isso, além de diversificar a oferta, de valorizar a cultura local e de oportunizar o conhecimento, se bem organizado, também pode se converter em geração de renda local.

33 | Revista Novo Rural | Setembro de 2018


Juventude Rural Ações Cá entre nós Dulcenéia Haas Wommer

Evento valoriza jovens rurais frederiquenses Ascom Prefeitura FW/Divulgação

Assistente técnica regional social da Emater/RS- Ascar de Frederico Westphalen e-mail: dwommer@emater.tche.br

Para onde vou?

S

etembro é o mês que nos traz a primavera. Dizem os mais idosos ou a crença popular que o sangue se renova neste mês ou nesta estação. Isso já me faz sentir um clima mais ameno... A beleza da natureza e o som da música de Jota Quest: “Ei, dor, eu não te escuto mais, você não me leva a nada. Ei, medo, eu não te escuto mais. Você não me leva a nada. E se quiser saber pra onde eu vou, pra onde tenha sol, é pra lá que eu vou!” Com isso, quero falar das nossas emoções e do controle nos nossos comportamentos, pois a emoção nos prepara, nos move para uma ação. Se soubermos o que estamos sentido, e o porquê, isso facilita nossas relações. O quanto você se conhece? O que te faz levantar de manhã? Sair da cama? Você poderá me dizer que são os compromissos! Mas também podem ser seus planos, seus sonhos, afinal, Deus nos dá 24 horas no dia e o que fazemos delas? Aproveitamos ou reclamamos da vida? Como perguntou meu amigo e palestrante Roselei Angst num evento em Constantina, há poucos dias. As doenças da alma, como a raiva, a inveja, a vaidade e a ganância, adoecem o corpo. Outra coisa: 53% da saúde tem relação com estilo de vida, ou seja, a gestão do prazer e da felicidade, segundo médico cardiologista Fernando Luchese. Já o escritor Mark Manson diz que “teu trabalho é teu estilo de vida, e que a vida é uma sucessão de problemas, onde a felicidade é resolver esses problemas, cada um tem os seus! Não espere uma vida sem problemas (isso não existe!). Em vez disso, torça por uma vida cheia de problemas pequenos. Então, temos que trabalhar e nos relacionar com as pessoas. Que seja bom, que seja leve. Muitos querem a longevidade, alcançar muitos anos de vida... Mas isso não faz sentido se não houver prazer na vida! E já que estamos aguardando o sol, lembre que o melhor sol é aquele que brilha dentro de você! Pela nossa saúde e para facilitar a convivência com os outros e dos outros conosco! Mas como? A vida é dura, me diriam alguns... O quanto você se conhece? Esta pergunta foi feita num evento que participei sobre inteligência emocional, há poucos dias, na URI/FW. A palestrante lembrou ainda que a formação de nossa personalidade é 30% hereditário, 20% do meio em que se vive, e 50% das escolhas que fazemos. Hoje já se sabe que não é somente a inteligência intelectual, mas também o equilíbrio das emoções, que são responsáveis pelo sucesso pessoal e profissional. Mulheres, vocês que mais participam de grupos nas comunidades, já perceberam aquelas ou aqueles líderes dos grupos ou das comunidades que tem mais facilidades em coordenar as reuniões, as festas da capela, enfim, que conseguem encaminhar estes assuntos com mais destreza, leveza, sem muito estresse e ainda apaziguar os ânimos exaltados muitas vezes? Dá gosto ver elas e eles nas diretorias. Qual é o diferencial delas ou deles? Como dizem, “tem mais facilidade de lidar na comunidade!” Certamente possuem algumas das habilidades da inteligência emocional, que é reconhecer suas emoções, equilibrar a emoção e a razão, nem sempre responder ao pé da letra, mas respeitar a opinião da maioria, se colocando no lugar dos outros nestes momentos, têm habilidade de se automotivar, aprender e se superar. E assim exercem influência positiva nos grupos e se relacionam bem com as demais pessoas. Com tudo isso, trago para reflexão que somos frutos de nossas escolhas, do desafio de buscar o que é o novo também, pois o diferente pode ser melhor de onde você está. Se permita a felicidade, permita presentear-se, como diz a colega Vanessa! Mulher, se coloque no lugar que você merece! Na zona de conforto você não cresce! Floresça lá onde Deus te plantou! Então, que venha o setembro, com as plantas que se renovam, trazem as flores. Que se renove o sangue. Até os animais trocam o pelo na primavera, como me explicou um agricultor amigo meu. E cante comigo: “Ei medo, eu não te escuto mais... E pra onde tenha sol, é pra lá que eu vou!”

Sobre qual assunto você quer que eu escreva? Mande sua sugestão para o WhatsApp (55) 9.9624.3768

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Jovens receberam prêmios em dinheiro e aplausos dos participantes

A

terceira edição do Concurso Jovem Empreendedor Rural de Frederico Westphalen teve projeção no mês de agosto, durante o Concurso Municipal de Vinhos Coloniais e Artesanais de Frederico Westphalen. Três jovens foram premiados, como forma de reconhecer suas histórias de empreendedorismo no campo. Entre as lideranças presentes, o presidente da Cotrifred, Elio Pacheco, se pronunciou, uma vez que a cooperativa foi uma das patrocinadoras dos prêmios, ao lado da Sicredi Alto Uruguai RS/SC e Cresol. “Jovens como vocês são muito importantes para termos a garantia de pro-

dução agrícola no futuro. Deixamos nosso reconhecimento especial aos premiados”, disse Pacheco. Neste ano, os jovens empreendedores rurais escolhidos foram Ana Cláudia Zytkoski Bertuletti, da linha Santos Anjos, Camila Faustino da Silva, da linha Barra do Braga, e Patrick Antonio Mazzonetto, da linha Pedras Brancas. Como reconhecimento, os jovens receberam prêmio em dinheiro, através da Sicredi Alto Uruguai RS/SC, Cresol e Cotrifred. Nas próximas edições da Novo Rural você conhecerá mais sobre s história de vida destes jovens.

O interesse dos jovens pelo campo

C

om o objetivo de conhecer a realidade dos jovens assistidos pela extensão rural e social no Rio Grande do Sul, a Emater/RS-Ascar realizou uma pesquisa em 493 municípios gaúchos. O dado que mais chamou atenção, segundo a coordenadora do trabalho, Clarice Bock, foi que mais de 90% dos jovens que estão hoje no campo pensam em permanecer nas propriedades rurais e fazer a sucessão. Para chegar a esse resultado, quase 8 mil questionários foram analisados, sendo estes aplicados com agricultores familiares, indígenas, quilombolas, pescadores artesanais e assentados da reforma agrária. O desejo de ficar no

campo está nos laços familiares, pelo vínculo com o rural, pelas questões financeiras e pela dificuldade de adaptação ao urbano, aponta a pesquisa. Além disso, outra evidência é que a maioria dos jovens que permanecem no campo está buscando qualificação profissional. A grande maioria tem o ensino médio completo e, aproximadamente, 800 estão cursando o terceiro grau. Além disso, 74% dos jovens que estão à frente dos empreendimentos familiares são solteiros e do sexo masculino e 68% estão satisfeitos com a remuneração atual. E 96% das famílias pesquisadas entende ter condições de permanecer na propriedade.


Opinião

Vanderlei Holz Lermen

Agricultor, tecnólogo em Processos Gerenciais, técnico em Agropecuária e bacharel em Desenvolvimento Rural

Na coluna desse mês quero compartilhar um esquema que pode ajudar você, produtor rural e profissional que presta assistência técnica em várias situações: o esquema TESTAR – APRENDER – REPLICAR – COMPARTILHAR. Essa “linha de ação” pode ser usada para trabalhar a sucessão rural na sua propriedade, para implantar uma nova atividade ou para implementar uma nova tecnologia.

Aprender

Testar

Qualquer que seja a novidade é preciso testar. Quando analisamos isso sob a ótica da sucessão rural, aplicamos naqueles momentos em que os jovens gostariam de modificar algo na propriedade, mas os pais não dão essa liberdade. A gente ouve frequentemente a frase “minha vida inteira fiz assim, não é agora que vou mudar”. Mas, não seria bom dar uma chance para uma novidade? Testar para ver se funciona? No âmbito da assistência técnica ou novas atividades na propriedade rural, é preciso começar com cautela. Sempre é aconselhável testar antes de implantar em grande escala. Muitas vezes, novidades são testadas em instituições de ensino em ambientes diferentes da realidade do rural. É preciso encontrar produtores dispostos e de cabeça aberta para testar novidades. Tudo deve ser feito com cautela, em escala pequena para realmente fazer um teste. O próximo passo é aprender!

É preciso aprender sobre as novidades, como elas se comportam, o que é preciso ter ou fazer para chegar aos resultados esperados, como adaptá-las à cada realidade. Nessa fase aprendem tanto o jovem e o produtor e essa interação e troca de experiências são fundamentais. O jovem, por exemplo, vai prender na prática aquilo que talvez viu apenas na teoria e poderá ver se realmente é o que pensava. Os pais vão poder ajudar na condução dessa experiência, aprender juntos e ainda auxiliar no que já sabem pela experiência. Da mesma forma acontece quando um técnico está trabalhando uma novidade em uma propriedade. São aprendizados compartilhados da realidade local.

TESTAR

APRENDER

Compartilhar

REPLICAR Replicar

Depois de testar e aprender é hora de replicar. Com a certeza de alcançar os resultados, é possível aumentar a escala, usar a novidade sem temer. Isso vai proporcionar um trabalho mais motivador ao jovem na propriedade, por poder auxiliar em um novo processo. Igual ocorre na implantação de uma nova tecnologia. Sabendo que vai funcionar, é possível transformar a propriedade sem medos.

COMPARTILHAR

Tendo êxito nas primeiras fases e com aprendizado é hora de compartilhar. A melhor forma de fazer é mostrar na prática para outros produtores. Participar de eventos contando a experiência e repassar aos demais produtores. Na parte técnica, realizar um dia de campo em que aspectos técnicos e práticos são valorizados é uma boa opção. O produtor inovador mostrando e falando aos demais traz mais credibilidade. Seguindo esses passos conseguimos trabalhar uma questão muito importante para a sucessão rural: a abertura da propriedade para novas ideias e a valorização do jovem. De maneira semelhante, conseguimos introduzir de maneira satisfatória uma novidade em uma comunidade, município ou região. Isso leva tempo e exige muito trabalho. Ao mesmo tempo, é recompensador!

Um ótimo mês a todos e até a próxima edição! Confira mais dicas em vídeos no Youtube.com/vanderleiholzlermen

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35 | Revista Novo Rural | Setembro de 2018


Qualidade de vida

Culinária

a iv t a n r e t l a é ia e l e G para aproveitar frutas da época

P

ara quem ainda consegue ter bergamotas mais tardias, transformar essas frutas em geleias ou doces é uma boa alternativa para aproveitá-las. É uma forma de manter esse sabor da fruta através do doce para outras épocas do ano. A extenionista rural Vera Lucia Casa Nova, da Emater/RS de Vicente Dutra, enviou uma receita para compartilharmos com os nossos leitores. Se você conhece alguma outra receita que reaproveite a fruta, pode mandar para a nossa redação, pelo WhatsApp (55) 9.9624.3768. Lembre-se que a geleia pode ser servida não somente no café, como acompanhamento com pães e biscoitos ou bolachas. Em brusquetas doces, por exemplo, com cucas torradinhas, podem ser uma boa para um café da tarde no domingo, com a família e os amigos. Vai da criatividade de cada um para tornar esses doces ainda mais atrativos para serem consumidos no dia a dia. Além disso, são doces saudáveis, que valorizam os sabores do nosso interior.

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Ingredientes • 24 bergamotas bem maduras • 800 gramas de açúcar • 250 ml de água

Preparo gamotas e piSeparar as cascas de 3 ber os. Espremer uen car em pedaços bem peq ente o suco. som do izan util s 6 bergamota tantes, utires as frut Cortar a polpa das 18 parte das a o end rem esp e pa lizando a pou o. Levar suc o o tod sementes para utilizar e a polpa a águ a com alto o fog o suco ao a hora. Acrespor aproximadamente um o ponto. Desaté er ferv e car centar o açú bem quente. ros vid pejar o conteúdo nos har e guarfec to, ple com por Deixar esfriar dar em local escuro.

Fotos: Divulgação

Bergamotas rendem doces saborosos para o ano todo

Doce de bergamota


Legislação

Agroindústrias Marcela Buzatto/Emater/Divulgação

Decreto promete um divisor de águas para o setor

Produtos de origem animal podem ser inspecionados pelo SIM, mas com a equivalência do Susaf, abrindo mercado em todo o Estado

A partir da regulamentação, expectativa é que municípios possam solicitar a equivalência dos Serviços de Inspeção Municipal ao Susaf com menos burocracia

T

oda a feira era a mesma coisa: muitas das agroindústrias de origem animal que participavam de exposições como a Expointer e Expodireto conseguiam autorização para comercializar seus produtos naquele período específico, graças a uma portaria emitida pela Secretaria de Estado da Agricultura, mesmo tendo apenas o aval do Serviço Municipal de Inspeção (SIM). Passada a feira, voltava a rotina de interagir apenas com o mercado local. Eram brechas que possibilitavam dar aos donos de agroindústrias o gostinho de poder vender para um público maior. Agora, com o decreto 54.189 do governo estadual, publicado no Diário Oficial em 15 de agosto, mas que ainda depende de regulamentação, a expectativa é que se inicie uma nova fase. O decreto promete desburocratizar a solicitação por parte das prefeituras de equivalência entre o SIM e o Sistema Unificado Estadual de Sanidade Agroindustrial Familiar (Susaf), para que o produtor inspecionado possa vender os itens de produtos de origem animal em nível de Estado, sem problema nenhum com as fronteiras entre municípios. Pela interpretação da equipe da Fetag, uma das entidades que reivindicava essa atualização na legislação – ao lado da Famurs, Emater/RS, além da Admau e Amzop –, é que com esse novo decreto, o município que tem o SIM funcionando de acordo com a lei possa aderir ao Susaf. – Com isso, o Susaf deixa de ser um órgão de fiscalização e inspeção e passa a ser uma liberação de trânsito. Até então, para se aderir ao Susaf você precisava ter uma equivalência, ou seja, o serviço de inspeção municipal tinha que se igualar com a exigência da legislação do Susaf e era fiscalizado por isso. Ago-

ra, a responsabilidade é do município em fazer essa fiscalização, mesmo com o Susaf – explica o assessor de política agrícola e agroindústria familiar da Fetag, Jocimar Rabaioli. A entidade sindical, assim como outras que interagem com esse setor, via esse formato como prejudicial para as agroindústrias. Neste novo formado, a equipe do Estado deverá fazer apenas vistorias esporádicas nos estabelecimentos, mas é o SIM o responsável por essa fiscalização e deverá responder por isso documentalmente em caso de irregularidades. A Fetag considera isso um avanço, porque se a agroindústria já tem um certificado que atesta a qualidade do produto, não vê como necessária mais uma fiscalização de fora. O grande ganho nisso tudo é no tempo, consequência de ter algo menos burocrático, segundo Rabaioli. “Se o município já tem um sistema de inspeção implementado, tem que exigir qualidade e ter responsabilidade sobre aquele produto. O Estado, através do Susaf, vai simplesmente permitir que ele saia do município e vá vender no município vizinho”, reforça o assessor. Ele comenta que a expectativa, com esse decreto, é que mais municípios possam fazer essa adesão ao Susaf para favorecer os estabelecimentos que agroindustrializam produtos de origem animal. “Passaram alguns anos depois da criação do Susaf e só temos em torno de 30 municípios gaúchos – dos 497 – que aderiram à atual norma, isso é muito pouco. Agora, esperamos que os municípios também façam a sua parte”, comenta Rabaioli. A entidade sindical, entretanto, ainda deve questionar o fato de o decreto prevê fiscalizações esporádicas nos estabelecimentos por fiscais do Estado. Segundo Rabaioli, isso não deveria ter sido deixado no documento.

Qualidade deve ser garantida Rabaioli explana que, no entendimento da Fetag, é preciso primar pela qualidade dos alimentos vendidos em solo gaúcho. – Se um determinado SIM funciona de forma questionável no município, tem que parar de funcionar, porque a segurança alimentar do ser humano serve tanto em um município quanto no vizinho. Não podemos continuar com a reserva de mercado. Se você tem um produto de qualidade que pode ser vendido no município, não é porque dá um passo fora da fronteira que perde essa qualidade – defende o assessor da Fetag. A medida é vista com otimismo. “É fundamental dividir essas responsabilidads com os municípios para dar agilidade nesse processo. Agora esperamos a instrução de normativa que vai reger esse processo, que deve ser publicada dentro de 30/40 dias”, comenta o coordenador regional da Seapi em Palmeira das Missões, Joel Rubert. O presidente da Amzop e prefeito de Liberato Salzano, Gilson de Carli, também comemora a publicação do decreto. “Foi uma construção feita a várias mãos e agora os municípios terão mais autonomia nesse aspecto, favorecendo que mais empreendimentos tenham a chance de viabilizar os seus negócios”, acredita.

37 | Revista Novo Rural | Setembro de 2018


Campo aberto Encerrada mais uma temporada de concursos de vinho Marco Antônio Pereira

Em FW, famílias Vian e Camargo vencem o concurso

O

s melhores vinhos produzidos em Frederico Westphalen foram escolhidos no dia 18 de agosto, através da quinta edição do Concurso Municipal de Vinhos Coloniais e Artesanais. O evento foi organizado pela Emater/RS-Ascar, Secretaria Municipal da Agricultura, Sindicato dos Trabalhadores Rurais e a comunidade do Bairro Fátima, realizado no salão da localidade. Neste ano foram avaliadas 26 amostras de vinhos tinto e branco inscritas no concurso. As amostras foram analisadas pelos extensionistas rurais Doraci Bedin e Jorge Buffon, da Emater/RS-Ascar, e pela enóloga Marília Zabot. Na categoria vinho branco, foram os ganhadores a Camargo Uvas e Vinhos, em primeiro lugar. Em segundo está o produtor Hélio Garcia da Rosa, e em terceiro lugar o produtor Sérgio Manfio. Na categoria vinho tinto, quem conquistou o primeiro lugar foi o produtor Antonio Vian, seguido pelo produtor Luiz Giacomini, em segundo lugar, e na terceira colocação o produtor Joceli Sidloski.

Ametista do Sul Encontro enalteceu produção local da bebida

o mês de agosto encerrou mais uma temporada dos concursos do vinho na região. Em Ronda Alta a 11ª edição do Concurso Municipal de Vinhos Coloniais e 8ª edição do Jantar do Vinho de Ronda Alta foi realizada no dia 3 de agosto. A promoção foi da Emater/RS-Ascar, prefeitura, Câmara de Vereadores e Sindicato dos Trabalhadores na Agricultura Familiar. Neste ano os vencedores da categoria branco são Vitor Cavazini, Marcos Beltrame e Ivo Zenni. Já na categoria vinho tinto se destacaram Evandro Bernardi, Ivo Zenni e Judiberto Celso. Já em Ametista do Sul o evento de divulgação dos vencedores foi realizado

no dia 4 de agosto, na linha São Rafael. A quarta edição do concurso também foi uma promoção da Secretaria de Agricultura, Emater/RS, Sindicato dos Trabalhadores Rurais e a Comunidade de São Rafael. Neste ano, foram vencedores na categoria vinho branco o produtor Ivandrio Stasczak, em primeiro lugar, e Nereu Fontana, em segundo. Na categoria vinho rosé, o primeiro colocado foi Odacir Zuffo, o segundo Francisco Fontana e em terceiro ficou Geraldino Martini. Na categoria vinho tinto também ficou na liderança o vitivinicultor Ivandrio Stasczak. Em segundo e terceiro colocados estão Odacir Zuffo e Ari Poltronieri, respectivamente.

Ascom Prefeitura FW/Divulgação

N

Erval Seco promove a 3ª Mostra da Agrobiodiversidade

A

terceira edição da Mostra da Agrobiodiversidade foi realizada no fim de julho, em Erval Seco, evento que apresentou diferentes temáticas ligadas ao desenvolvimento sustentável da agricultura familiar. Agricultores e demais profissionais do

Vencedores do concurso foram cumprimentados por autoridades

Sindicato dos Trabalhadores contará com usina solar

setor se reuniram no pavilhão católico do município. A Mostra da Agrobiodiversidade foi promovida pela Emater/RS-Ascar e o Centro de Referência da Assistência Social (Cras), com apoio das Secretarias Municipais da Agricultura, Educação e Saúde.

O Divulgação

Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Iraí contratou a Marsol Energia para fazer o projeto e instalação de uma usina de energia solar com 5,85 kWp de potência. Além de ser um investimento sustentável, o equipamento que irá gerar 588kWh em média, todos os meses, permitirá redução na despesa com energia elétrica na entidade e permitirá que os recursos economizados sejam investidos em benefícios para os agricultores associados. A previsão é que o retorno do investimento se dê em cinco anos, sendo que o equipamento continuará gerando energia por, pelo menos, mais 25 anos. Divulgação

Troca de mudas e sementes crioulas fez parte da programação

38 | Revista Novo Rural | Setembro de 2018

Na assinatura do contrato, o presidente do STR, Sérgio Gnoatto, com de Ari Bolis e Clério Bisello. Pela Marsol Energia, Marcos Roberto Bruxel e Sérgio Ferraz


Campo aberto Sicredi em 14 categorias do Melhores & Maiores 2018

Farsul: Gedeão Pereira busca reeleição

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stá prevista para 31 de outubro a eleição da nova diretoria da Farsul. Neste ano uma chapa única se inscreveu no pleito, liderada pelo atual presidente, Gedeão Pereira. Este pleito também deve eleger o Conselho Fiscal e os delegados representantes junto ao Conselho da Confederação Nacional da Agricultura, assim como suplentes para o mandato de 1º de janeiro de 2019 a 31 de dezembro de 2021. Da região também integra a chapa o agrônomo Hamilton Jardim, do Sindicato Rural de Palmeira das Missões, para o cargo de diretor vice-presidente.

Sicredi foi incluído em 14 categorias no anuário Exame – Melhores & Maiores 2018. Para chegar ao resultado, a equipe técnica da Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras (Fipecafi), ligada ao Departamento de Contabilidade da Faculdade de Economia, Administração e

Contabilidade da Universidade de São Paulo, avaliou balanços e indicadores financeiros de mil organizações. O Banco Cooperativo Sicredi manteve sua colocação no terceiro lugar em Crédito Rural e ocupa o 40º lugar entre os 50 Maiores Bancos por Patrimônio. Ainda no

indicador crédito, despontou nas categorias Crédito Pessoal, Crédito Imobiliário, Crédito Pessoa Jurídica Total e Crédito para Médias Empresas. A instituição ainda aparece em categorias como Depósito em Poupança, Riqueza Criada por Empregado, Empréstimos e Financiamentos.

Fotos: Gracieli Verde

Gedeão Pereira

Hamilton Jardim

Apicultura em nova fase em Pinhal

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município de Pinhal está esenvolvendo um trabalho de incentivo à apicultura. Em agosto, cerca de 30 agricultores participaram de capacitação sobre o tema, que também corresponde a parte da primeira etapa de implantação de um programa de incentivo. As atividades foram ministradas pelos extensionistas Leonido Albuquerque, de Nonoai, e Luiz Eduardo Velho, de Palmeira das Missões, ambos da Emater/RS. O programa prevê a distribuição de cinco colmeias para cada produtor, além de uma centrífuga para uso coletivo entre os produtores e um cilindro alveolador. O programa foi elaborado pela administração municipal de Pinhal, por meio da Secretaria Municipal da Agricultura, com apoio da Emater/RS. 39 | Revista Novo Rural | Setembro de 2018


Crescer

Juntos: o impulso para as nossas

maiores

conquistas.

Pela 7ª vez consecutiva, somos a 3ª instituição financeira em crédito rural no ranking Melhores e Maiores da revista Exame. Ao todo, fomos reconhecidos em 14 categorias. Um resultado que mostra nossa força e nosso compromisso com o desenvolvimento das regiões onde atuamos. É mais um incentivo para continuarmos fazendo a diferença na vida financeira dos nossos mais de 3,8 milhões de associados.

sicredi.com.br SAC - 0800 724 7220 / Deficientes Auditivos ou de Fala - 0800 724 0525. Ouvidoria - 0800 646 2519.

40 | Revista Novo Rural | Setembro de 2018


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