NOVO
INFORMA | ORIENTA | INSPIRA
GRACIELI VERDE
R E V I S TA
Ano 1 - Edição 8 - Junho de 2017
Roberto Celso, de Sarandi
O QUE ALIMENTA TAMBÉM SUSTENTA
CITRICULTURA
Município de Liberato Salzano sedia Abertura da Safra de Citros
ENTREVISTA
Presidente da Emater/RS, Clair Tomé Kuhn, fala dos desafios da entidade
A revista é uma iniciativa de
SUSTENTABILIDADE
Saiba o que é a permacultura e como pode ter essa ciência a seu favor APOIO
REALIZAÇÃO
Agricultores da região se desaam a investir na produção de alimentos para abastecer mercado local e regional. Além disso, veja a importância de cultivar diversidade em produtos na sua propriedade
CARTA AO LEITOR
Missão dada, missão cumprida!
A
revista que chega hoje em suas mãos é resultado de um trabalho feito com muito capricho e enorme responsabilidade. E todo o esforço realizado fica sem sentido sem uma parte importante, que você vai saber qual é lá no fim do texto. Mas como é feita a Novo Rural? Assim que começamos a distribuir o exemplar deste mês já estamos planejando e editando a revista do próximo. Tem sido assim os últimos oito meses, desde que a revista começou a circular, em novembro do ano passado. A primeira etapa de cada edição realizamos junto com a jornalista Gracieli Verde, verificando os assuntos que ficaram pendentes do mês anterior e aqueles que já foram sugeridos pela equipe técnica da Emater e também pelos leitores, assim como você! Em seguida, a Gracieli se reúne com parte da equipe do Escritório Regional da Emater de Frederico Westphalen, responsável pelos 42 municípios em que a Novo Rural circula. Neste encontro, ela apresenta as sugestões de reportagens e também recebe novas ideias. Neste momento são definidos quais agricultores serão entrevistados nas reportagens. Tudo isso precisa ser muito rápido, pois a equipe de reportagem da Novo Rural precisa ir a campo para colher as informações. E lembro que são apenas duas pessoas que têm a tarefa de fazer toda a revista e ainda cuidar da página do Facebook, onde você pode acompanhar diariamente as novidades.
Listas de entrega da revista Novo Rural, com nomes e assinaturas de quem está recebendo cada exemplar, demonstra o comprometimento e organização
Crédito Maira Dill/Especial Novo Rural
Gracieli Verde (E) é responsável pela produção de todas as reportagens da revista Novo Rural, enquanto a Débora (que não estava no dia da foto) cuida da atualização diária do Facebook. Já a Ivone Kempka (D) faz os contatos comerciais, para a publicação dos anúncios na revista
Nos últimos 10 dias do mês é o momento de dar forma aos textos e às fotos, transformando aquelas informações em uma revista. Aí entra em ação outra equipe, que deixa tudo mais bonito e agradável para facilitar a sua leitura. As duas equipes trabalham de forma intensa nos últimos dias do mês, pois é o momento de enviar a revista para a gráfica, de onde retornam duas toneladas de revista Novo Rural todos os meses, pois são 12 mil exemplares impressos em cada edição (nossa meta é chegar a 15 mil em julho!!!). Mas todo este trabalho, feito com muito carinho, só tem sentido se o resultado dele chegar até você, e com brevidade, pois muitos assuntos têm “prazo de validade”. E esta verdadeira missão tão importante é realizada por uma equipe muito especial, o time da Emater. Cada escritório municipal recebe uma quantidade de exemplares, que precisa chegar às propriedades rurais dos 42 municípios da região. Esta tarefa parece simples, mas exige muita organização e comprometimento, como o demonstrado pelos relatórios que recebemos do supervisor Leonir Bonavigo, de Sarandi. São várias planilhas com listas de famílias que estão recebendo a revista, todas com a assinatura de quem tem o exemplar, demonstrando a seriedade com que a tarefa é realizada. Por isso, hoje queremos agradecer a todos os técnicos da Emater pelo compromisso assumido e homenageá-los por estarem engajados nesta missão, de levar informação que orienta e inspira os produtores rurais da nossa região. Obrigada a todos!
Patrícia Cerutti | Diretora
A revista Novo Rural é uma publicação realizada em parceria por ®
Diretora
Editora-chefe
Patricia Cerutti
Gracieli Verde
Coordenador financeiro
Gerente Comercial Ivone Kempka
Eduardo Cerutti
Circulação
Mensal
Reportagem
Tiragem
12 mil exemplares
Fone: (55) 3744-3040 Endereço: Rua Getúlio Vargas, 201 - B. Ipiranga Frederico Westphalen/RS
Revista Novo Rural
@novorural
55 99624-3768
Débora Theobald
Diagramação e publicidade Fábio Rehbein, Karen Kunichiro, Elisandro Alexandre e Leonardo Bueno
ABRANGÊNCIA: Alpestre, Ametista do Sul, Barra Funda, Boa Vista das Missões, Caiçara, Cerro Grande, Chapada, Constantina, Cristal do Sul, Dois Irmãos das Missões, Engenho Velho, Erval Seco, Frederico Westphalen, Gramado dos Loureiros, Iraí, Jaboticaba, Lajeado Do Bugre, Liberato Salzano, Nonoai, Nova Boa Vista, Novo Barreiro, Novo Tiradentes, Novo Xingu, Palmeira das Missões, Palmitinho, Pinhal, Pinheirinho do Vale, Planalto, Rio dos Índios, Rodeio Bonito, Ronda Alta, Rondinha, Sagrada Família, São José das Missões, São Pedro das Missões, Sarandi, Seberi, Taquaruçu do Sul, Três Palmeiras, Trindade do Sul, Vicente Dutra e Vista Alegre.
Em destaque
Revista Novo Rural - Junho de 2017
Gracieli Verde
Estrutura conta com 3.900 metros quadrados, distribuídos em cinco pavimentos
Sicredi Região da Produção RS/SC tem nova sede em Sarandi Aos 33 anos de atuação, a Sicredi Região da Produção RS/SC inaugurou em maio a nova sede regional em Sarandi. A construção teve início em março de 2015 e abriga agência e a superintendência regional da cooperativa, responsável pelo suporte às 22 agências, responsáveis pelo atendimento e relacionamento com os mais de 51 mil associados no Norte gaúcho e Oeste de
Santa Catarina. A nova sede está localizada na avenida Expedicionário, 1195, no centro de Sarandi. A estrutura conta com 3.900 metros quadrados, distribuídos em cinco pavimentos. A obra comporta a agência de atendimento no município, a superintendência regional e um auditório para 250 pessoas. Preside a cooperativa o gestor Saul João Rovadoscki.
Piscicultores são capacitados em Rio dos Índios Para fomentar a atividade da piscicultura em Rio dos Índios, foi criado o Programa Municipal de Piscicultura. Este tem como intuito estimular a cadeia produtiva entre os agricultores do município e oferecer a qualificação necessária para que desenvolvam a atividade como alternativa de geração de renda. Em maio, encontros técnicos foram realizados, por meio da Emater/RS-Ascar e Secretaria Municipal da Agricultura, reunindo pro-
dutores que estão iniciando na atividade. No município o programa oferece subsídio para construção de açudes e capacitação para os agricultores que já possuem os viveiros em suas propriedades. Durante a qualificação, foram abordados assuntos referentes à construção de açudes, principais espécies adaptáveis para a região, alimentação, manejo, quantidade e qualidade da água e comercialização do peixe.
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O que fazer para melhorar a produção de leite? Esse e outros questionamentos poderão ser levantados em mais um momento de reflexão e conhecimento sobre a cadeia produtiva do leite. Desta vez, Palmitinho sedia o 3º Seminário Regional do Leite, 2º Seminário do Leite de Palmitinho e 2º Seminário do Leite Cotrifred, no salão paroquial da cidade, no dia 21 de junho. A expectativa é que o evento reúna produtores, técnicos, autoridades regionais e locais e demais interessados no assunto. O encontro é organizado pela administração municipal, por meio da Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente, Emater/RS-Ascar e Cooperativa Tritícola de Frederico Westphalen (Cotrifred), com apoio do governo do Estado e entidades ligadas à atividade.
Programação 9 horas: abertura 10 horas: palestra sobre Gestão da atividade leiteira, com o assistente técnico regional de sistema de produção animal do Escritório Regional da Emater/RS de Frederico Westphalen, agrônomo Valdir Sangaletti 11 horas: apresentação de dois casos de sucesso na gestão da atividade leiteira 12 horas: almoço gratuito 13h30min: palestra sobre Sistemas de produção de leite, características, vantagens e desvantagens, com o assistente técnico estadual de leite da Emater/RS, zootecnista Jaime Eduardo Ries 14h30min: palestra sobre a Importância da nutrição na qualidade do leite, com o veterinário Francisco Van Riel, da Universidade da Região da Campanha Atenção: a presença deve ser confirmada até o dia 12 de junho, com os organizadores. Além disso, os participantes precisam levar pratos e talheres.
Brasil Sem Miséria terá nova etapa Cinco municípios que compõem a região administrativa da Emater/RS-Ascar de Frederico Westphalen tiveram reuniões, em maio, com entidades locais, para apresentação da nova etapa do programa Brasil Sem Miséria (BSM) para agricultores familiares. Nos municípios de Erval Seco, Cristal do Sul, Boa Vista das Missões, Ametista do Sul e Constantina serão selecionadas famílias de agricultores para participação no programa. Em todas as reuniões houve a participação do coordenador estadual do Brasil Sem Miséria, Márcio Berbigier, apresentando a proposta dessa nova etapa. Nos cinco municípios
serão 150 famílias assistidas, por três anos. Os próximos passos para execução do Brasil Sem Miséria são a seleção das famílias, visitas para o desenvolvimento do diagnóstico, visitas para elaboração do projeto produtivo, além dos encontros coletivos. O Brasil Sem Miséria é baseado em três pilares: garantia de renda, para alívio imediato da situação de extrema pobreza; acesso aos serviços públicos, visando melhorar as condições de educação, saúde e cidadania das famílias; e inclusão produtiva, com o objetivo de aumentar a capacidade e as oportunidades de trabalho e geração de renda entre as famílias mais pobres do campo e das cidades.
Jovens rurais têm novas regras para DAP COMENTÁRIOS “Parabéns aos organizadores desta revista. Uma bela forma de valorizar e divulgar o trabalho dos agricultores.” Maria Ligia Dalcin, de Boa Vista das Missões, via Facebook
Revista Novo Rural
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Foi publicada no início de maio a portaria nº 234/2017, que altera condições e procedimentos gerais para a emissão da Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP). Esta traz novas regras para a solicitação do documento por parte dos jovens. A alteração na normativa representa o alcance de uma das 64 metas do Plano Nacional de Juventude e Sucessão Rural. Assim, agricultores com ida-
de entre 15 e 29 anos podem solicitar uma DAP principal em seu favor, ainda que haja em sua propriedade outra DAP principal no nome dos pais. A regra vale desde que estes jovens comprovem exploração e gestão própria de parte do estabelecimento agropecuário. A DAP Jovem, que é emitida de forma vinculada a uma DAP principal, possibilita o acesso à linha de crédito Pronaf Jovem.
Em destaque
Revista Novo Rural Maio 2017 Revista Novo Rural - Junho de de 2017
Um dos produtos mais tradicionais do Estado gaúcho, especialmente no consumo, mais uma vez esteve em pauta em maio, em Erechim. Durante o 7º Congresso Sul-Americano da Erva-Mate um grupo de profissionais que faz parte da Emater/RS-Ascar apresentou uma pesquisa sobre o assunto. O trabalho, intitulado “Análise da adoção das boas práticas de fabricação em ervateiras no Rio Grande do Sul”, foi elaborado por Bruna Bresolin, Mila Noronha, Gaspar Sheid e Ilvandro Barreto de Melo. Conforme os técnicos, o objetivo desse trabalho foi avaliar a adoção das boas práticas de fabricação nas ervateiras, após colaboradores desses estabelecimentos participarem em um curso sobre esse assunto, previsto pela portaria n°194/2016. Os resultados mostraram que a implantação do programa de boas
Emater/RS-Ascar/Divulgação
Pesquisa expõe informações sobre a cadeia da erva-mate
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Dia de campo sobre lavourapecuária chega à 10ª edição
práticas de fabricação é um processo que não se dá de maneira homogênea nos diferentes requisitos analisados, tendo como principais dificuldades a resistência de alguns manipuladores,
as mudanças exigidas referentes a hábitos e comportamentos, e também referente aos investimentos exigidos para implementar as reformas nas estruturas físicas e equipamentos.
Objetivo do trabalho era avaliar a adoção das boas práticas de fabricação nas ervateiras
Está agendado para os dias 15 e 16 de agosto a 10ª edição do Dia de Campo sobre Integração Lavoura-Pecuária, na Fazenda Librelotto, em Boa Vista das Missões. O evento já é reconhecido no Estado por ser referência no assunto, inclusive a propriedade é uma das unidades usadas pela Embrapa Trigo para difundir essa tecnologia. O evento é resultado de uma parceria entre fazendas Librelotto e Busanelo, Agrobon, Sementes Cometa, Embrapa Trigo e demais apoiadores, entre eles a Emater/ RS. Produtores de toda a região são convidadas a participar, bem como profissionais do setor.
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A campo
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Emater/RS estima redução de 10% na área de trigo A Nos 42 municípios do Escritório Regional de Frederico Westphalen devem ser cultivados 76,7 mil hectares da cultura
safra de inverno já está sendo implantada e a Emater/RS-Ascar estima que no Estado a redução de área de trigo seja de 6,49% em relação ao ano passado, o que seriam 727,7 mil hectares. Já a FecoAgro estima uma redução de, no máximo, 10%, apesar de a Farsul ser mais “pessimista”, e segue estimando uma diminuição de 15% na área plantada. Nos 42 municípios de abrangência do Regional da Emater/RS-Ascar de Frederico Westphalen, se estima que haja uma redução de praticamente 10%, passando dos 84,9 mil cultivados na safra passada para 76,7 mil hectares. “Acredito que o principal motivo para essa queda é o preço baixo do produto, além das condições climáticas”, avalia o engenheiro-agrônomo Clairto Dal Forno, que atua na supervisão e planejamento da microrregião de Frederico Westphalen. Se considerados os rendimentos obtidos nos últimos
anos, a produtividade média do trigo para o Estado poderá ser de 37 sacas/ha, projetando uma produção total de 1,76 milhão de toneladas para a safra 2017, caso as condições meteorológicas sejam favoráveis. Essa produção seria 26,71% menor que a do ano passado, quando foram colhidas 2,24 milhões de toneladas. Já em relação à compra de insumos para a safra, o movimento ainda é tímido. O vice-presidente da Cotrifred, Dari Luis Albarello, revela que foi preciso investir em programações diferenciadas e oferta de valores promocionais para atrair mais os produtores para a compra desses insumos. “Mesmo assim, entendemos que a compra desses itens para safra está em atraso”, disse, no dia 26 de maio. Ele acredita que isso tem sido ocasionado pelo represamento da safra de verão, em virtude do baixo preço da soja e do milho.
Veja quais são os municípios que mais devem ter trigo neste ciclo Palmeira das Missões 18 mil hectares Boa Vista das Missões 7,5 mil hectares Chapada 5 mil hectares Sarandi 4,5 mil hectares Três Palmeiras 4 mil hectares
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Cenário para o preço da soja ainda é incerto Mercado é instável, mas produtor precisa garantir, pelo menos, o custo de produção, diz economista
O
represamento da produção de soja por parte do produtor ainda é grande. Dados divulgados pela Associação das Empresas Cerealistas do Rio Grande do Sul (Acergs), na última semana de maio, mostravam que 40% da safra estava comercializada, número menor que os 65% do que geralmente é registrado nesta época. Na visão do professor e economista Nilson Luiz Costa, que atua no Mestrado em Agronegócios da UFSM em Palmeira das Missões, o produtor vem de boas safras nos últimos anos e está capitalizado, o que também pode influenciar nesse movimento de retenção do produto. “Além disso, ele vendeu a um preço bem maior no ciclo passado, perto de R$ 80/saca, o que faz com que ele não queira negociar a R$ 58/60”, compara. Esse movimento de segurar a pro-
dução pode ter consequências, ainda se não se sabe se boas ou nem tanto, uma vez que o mercado está muito instável, sofre diversas influências, inclusive da crise política que se intensificou novamente neste mês que passou. “Em meados de setembro deve começar a colheita norte-americana. Se transcorrer tudo bem por lá, isso também pode trazer para baixo o preço, ou pelo menos não aumentar”, estima Costa. Outra questão que o professor cita é o alto estoque brasileiro e internacional da soja, que também podem influenciar para não haver aumento do preço pago ao produtor. “De qualquer forma, é preciso tomar decisões e entendemos que uma boa gestão de negócios precisa garantir, pelo menos, o custo de produção”, opina. Entre os dias 22 e 26 de maio, segundo dados da Emater/ RS-Ascar, o preço médio da saca de soja ficou em R$ 60,06 no Estado.
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Na terra do Carijo também se produz porongo Por Gracieli Verde
revistanovorural@oaltouruguai.com.br
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uando se fala em produção de porongo na região tradicionalmente se refere a Vicente Dutra, Iraí Frederico Westphalen e Caiçara, onde a cultura é bastante presente. Mas, nos últimos anos, o município de Palmeira das Missões também entrou na rota dessa produção, graças ao agricultor Adilson Gonçalves, 44 anos, que inclusive é natural de Vicente Dutra. Este é mais um caso de agricultura familiar que dá certo no município e que, além de saber produzir, o agricultor precisa saber vender o seu produto. Há cinco anos Gonçalves, a esposa,
Geni, 46 anos, e os filhos, Cássio, 23, Deisi, 20, moram na linha São Bento, em Palmeira das Missões – agora também com a caçula Maria, de 3 anos. A localidade é conhecida pelas vastas lavouras, onde a cultura da soja predomina no verão, mas no entremeio dessas áreas Gonçalves cultivou nesta safra quase 40 hectares de porongo – no primeiro ano eram cerca de 30 hectares. Nesta safra, tendo em vista que não conseguiu mais áreas para arrendar em Palmeira das Missões, também cultivou cerca de 40 hectares em Parobé, distante cerca de 400 quilômetros dali. Antes de fazer de Palmeira das Missões a sua parada, Gonçalves morou em vários outros lugares, incluindo Jataí, no
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Agricultor Adilson Gonçalves conta como tem colocado a produção de porongo em evidência em Palmeira das Missões Estado de Goiás. Por lá também trabalhava com a cultura. Mas foi em Palmeira das Missões, na terra do Carijo da Canção Gaúcha, que Gonçalves garante que agora “firma o pé”. Tendo em vista o relevo, que facilita o trabalho com a cultura, e o gosto pela atividade, Gonçalves quer continuar a investir. Voltando à safra atual, a estimativa é totalizar 400 mil cuias, resultado de uma produtividade de cinco mil unidades por hectare. Na área plantada em Palmeira das Missões a colheita já foi concluída – havia iniciado ainda no início de maio. Agora Gonçalves trabalha na área em Parobé, onde estima atuar até por volta de agosto na retirada dos porongos – por lá a mão de
obra é menos especializada. Toda a família de Gonçalves produz porongos, ainda em Vicente Dutra – por lá a colheita também já foi encerrada. Pais e irmãos seguem com a atividade, com quem aprendeu tudo o que sabe sobre o assunto. Desde o plantio até o processamento, a família Gonçalves conhece a fundo esse trabalho artesanal de produzir as cuias do tão querido chimarrão gaúcho. Adilson também deve garantir a sucessão, pelo menos com o filho Cássio, que se mostra muito engajado na atividade e em breve vai construir uma casa ali na mesma propriedade – todos os integrantes da família trabalham com a cultura.
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“A gente analisa quais porongos cresceram mais bonitos e adequados para se tornarem cuias e vai guardando essas sementes. Essa seleção foi possível porque trabalhamos há muito tempo com a cultura.”
Manejo de especialista, criatividade de quem precisa improvisar para uma cultura de características peculiares
Gracieli Verde
O plantio direto também é a técnica usada para a implantação das lavouras de porongo, com o uso de plantadeiras adaptadas, inclusive para a adubação. Com o tempo e a experiência, Gonçalves foi aprimorando o trabalho com a cultura. “Nem mostro muito esses equipamentos, porque foi invenção nossa, mas deu muito certo”, brinca. O aprimoramento da atividade também se deu graças à seleção de sementes que Adilson Gonçalves fez durante todos esses anos. “A gente analisa quais porongos cresceram mais bonitos e adequados para se tornarem cuias e vai guardando essas sementes. Essa seleção foi possível porque trabalhamos há muito tempo com a cultura”, atribui o agricultor. Em relação ao manejo, práticas como a poda – semelhante à que é feita na melancia –, influenciam na formação dos frutos, o que garante porongos mais vistosos e sadios. Outra prática, que é prevista no plantio direto, é a utilização de aveia para a formação de palhada. “Isso faz toda a diferença, porque os porongos se formam mais bonitos em cima dela. O resultado é muito bom”, garante. Inclusive, segundo Gonçalves, o bom desempenho das lavouras se deve à adoção desse manejo. O raleio das mudas, na fase inicial da lavoura, também é feito, para garantir que as plantas com maior potencial de produção possam se desenvolver melhor.
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Adilson Gonçalves, agricultor.
Durante o 32º Festival Carijo da Canção Gaúcha, Gonçalves também teve espaço para comercializar cuias. Na foto ele aparece com o filho, Cássio
Agregando valor à matéria-prima Por enquanto, ainda são poucos os porongos que são transformados em cuias na propriedade de Gonçalves, até porque é um processo que exige bastante mão de obra para deixar as peças prontas. Mas, aos poucos, a família vem se organizando para agregar mais renda com a atividade. Nesta safra, os Gonçalves devem armazenar 30 mil porongos para serem transformados em cuias para a venda. – Se eu vender apenas o porongo bruto, recebo até R$ 1,50 por unidade. Se a gente transformar em cuias, dá para ganhar R$ 10, R$ 15, R$ 20 ou até R$ 30 por unidade lá na frente, vendendo direto para o consumidor, então é uma boa alternativa para aumentar o faturamento – exemplifica. Até porque o mercado é considerado bom no município, inclusive ele teve espaço no 32º Festival Carijo da Canção Gaúcha, realizado no fim de maio, no parque de exposições. Uma das vantagens da família Gonçalves
AG 9025
SUPERPRECOCIDADE SUPERPRODUTIVIDADE SUPER-RENTABILIDADE
é que tem todo esse domínio de como fazer a cuia, desde a produção do porongo até a finalização das peças. Isso permite que eles sejam mais autônomos e consigam entrar no mercado com uma margem de lucro diferenciada, apesar de ser um trabalho cheio de detalhes. Hoje os compradores dos porongos são originalmente de Vicente Dutra e Iraí, mas também tem gente de fora que quer o protudo. No caso da área de Parobé, toda a produção já está vendida para um empresário de lá. “A gente tem os parceiros e prioriza quem sempre é nosso cliente”, pontua Adilson. Até porque o negócio precisa ser gerenciado com muita segurança, porque só de arrendamento ele paga cerca de R$ 1 mil a R$ 1,2 mil por hectare para poder plantar mais – de área própria são 28 hectares. Sem contar que a mão de obra é escassa, ele precisa trazer pessoas de Vicente Dutra, que sabem como lidar com a cultura, para trabalhar na colheita, que é o momento que mais dá trabalho.
Controle de pragas e doenças Quem toma o chimarrão muitas vezes nem imagina a complexidade de produzir um porongo de qualidade, que exija menos interferência na elaboração da cuia, um trabalho considerado essencialmente artesanal. “Tem que ficar de olho, porque se alguma praga deixar qualquer marca nos frutos, isso compromete o resultado final. Então tem que fazer os controles de doenças e pragas como se fosse uma lavoura de soja” expõe.
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Sorgo granífero: opção para sair do “senso comum” Alternativa mais barata para fazer ração, silagem ou grão úmido ganha espaço na região Por Gracieli Verde
revistanovorural@oaltouruguai.com.br
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ma prática considerada nova para a região vem sendo difundida em lavouras da região, é o plantio do sorgo granífero na safrinha, especialmente em restevas de soja. “É uma cultura com custo de implantação bem menor se relacionado ao milho, por exemplo, e pode ter um bom rendimento”, segundo o engenheiro-agrônomo Carlos Roberto Olczevski, do escritório regional da Emater/RS-Ascar de Frederico Westphalen. Para saber mais sobre a cultura, a reportagem esteve em Dois Irmãos das Missões, em uma das lavouras que está em fase de florescimento. Quem acompanhou a equipe foi o representante comercial Rogério Vedelago, da Advanta Sementes, e o engenheiro-agrônomo Eduardo Zanatta, parceiro da marca na região. Hoje as sementes usadas no Brasil são importadas: o sorgo silageiro é argentino e o granífero é norte-americano. Acompanhe e saiba mais sobre o assunto.
Alternativa de custo mais baixo Mais barato em relação à implantação de uma lavoura de milho safrinha, ou mesmo de soja, o sorgo granífero tem se tornado uma alternativa de baixo custo para o produtor rural, mas com alto potencial produtivo. Comparando com o milho, que pode ter um custo de R$ 1,8 mil a R$ 2 mil/hectare, o sorgo sai por cerca de R$ 800/hectare. – Além disso, a lavoura tem mais estabilidade de produção, porque o sorgo necessita metade da luz da cultura do milho, metade dos nutrientes e da água. Caso haja uma redução de chuvas, o sorgo não sofre
tanto com o estresse hídrico, se comparado com o milho – explica Rogério Vedelago, que se mostra um entusiasta da cultura. Outra vantagem citada por ele é a sanidade da planta, que exige baixa aplicação de insumos para controlar doenças e pragas. “Nesta lavoura em que estamos não foi aplicado nada de fungicida. Em relação às pragas, houve um pouco ataque de lagarta, mas nada que prejudicasse a produtividade”, observa. No caso da área em Dois Irmãos das Missões, a lavoura foi semeada na última semana de fevereiro e deve ser colhida na metade de junho.
Engenheiro-agrônomo Eduardo Zanatta e representante comercial Rogério Vedelago, da Advanta Sementes
Gracieli Verde
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A campo Gracieli Verde
Mais proteína para os animais Com o dobro do teor de proteína se comparado com o milho, o sorgo consegue proporcionar uma conversão alimentar mais eficiente quando usado em na ração para o gado ou suínos. “Essa é uma opção mais barata, mantendo a quantidade de energia e de digestibilidade do produto”, defende Vedelago, motivo pelo qual ressalta que a cultura pode ser melhor aproveitada pelos agricultores da região.
Opção para cobertura de solos e rotação de culturas Para os produtores mais atentos à qualidade do solo, e que estão preocupados em mantê-lo em dia, o uso do sorgo é importante para viabilizar a rotação de culturas. Mas não é somente isso. O sistema radicular da planta é considerado mais “agressivo”, penetra mais no solo, então isso favorece a descompactação e a reposição de matéria orgânica. “Isso também permite que o solo armazene mais água, o que é muito positivo para as culturas posteriores”. Em relação à palhada, o sorgo deixa no solo quase a mesma quantidade que o milho, mesmo tendo uma estatura mais baixa, porque tem uma quantidade significativa de folhas. O sorgo pode produzir de seis a sete toneladas de palha por hectare, pouco menos que o milho, que deixa entre oito e nove toneladas/hectare.
Compra garantida
Também é possível armazenar na propriedade O manejo do grão na propriedade, para quem optar em usar o sorgo para o rebanho, é o mesmo do milho, se pode armazenar nos mesmos silos. Outra possibilidade mais barata é fazer o grão úmido. “É uma maneira de conservar alimento na propriedade a um baixo custo, porque consegue fazer um silo cavado no solo, não precisa necessariamente construir uma estrutura, e pode ser usado tanto para gado de leite como de corte”, explica Vedelago.
Otimizando maquinário O sorgo se torna funcional também quando o assunto é o uso de maquinário para plantio, tratamento e colheita. O agricultor vai otimizar os equipamentos que usa para a soja. Na plantadeira é o mesmo espaçamento entrelinhas e na hora de colher também se usa a mesma plataforma na colheitadeira.
O sorgo granífero mede entre 1m e 1,10m
1 de altura, o que dificulta o acamamento em caso de muito vento e chuva.
2 O sorgo silageiro mede de 1,60m, 1,70m e
rende silagem de baixo custo e alta qualidade. O granífero produz em média
3 100 sacas por hectare.
O preço normalmente corresponde a 80%
4 em relação ao valor do milho. Parece pou-
co, mas se fizer as contas do custo de implantação da lavoura, se vê a viabilidade. O impacto é grande na melhoria
5 do solo da lavoura.
O sorgo tem menos incidência de grãos ar-
6 didos, porque este fica mais exposto. Por
outro lado, pode desenvolver a doença mela, causada por um fungo, se passar por quedas bruscas na temperatura. Mas, hoje as variedades são resistentes a esse fungo, o que dá mais tranquilidade no manejo. O sorgo é rústico, mesmo que tenha 30 dias
7 de falta de chuva no florescimento, ele resiste e não perde tanto em produtividade.
8 É uma planta que tem alta eficiência energéti-
ca, ocupa menos energia para se desenvolver.
9 Depois do sorgo pode plantar o trigo nor-
malmente, não deixando o solo descoberto. Pode ser feita a aplicação de um produ-
10 to que tem o princípio ativo atrazina, que
controla a buva, que é considerada uma vilã quando o assunto é controle de ervas daninhas.
Qual seria o risco? É preciso articular a comercialização, que normalmente é feita já ao plantar a lavoura. Outra questão que ainda precisa ser superada na região é mais cultural. “Quer dizer, os produtores estão habituados ao milho como opção na safrinha, ou mesmo a soja, mas pode haver opções mais rentáveis. O sorgo vem para suprir isso”, pontua Vedelago.
Divulgação
Quem plantou o sorgo nesta safra já tem a compra garantida. Vedelago explica que há convênios com três empresas integradoras para essa aquisição. Uma é de Rondinha e já tem usado o sorgo em outros anos. Outra é de Rodeio Bonito e vai testar o produto na ração destinada para granjas de suínos. A terceira é a JBS, que tem buscado essas alternativas para justamente “fugir” do mercado convencional e da escassez de milho que em alguns anos gera problemas para a cadeia produtiva. – Nós podemos aproveitar muito mais essa cultura. Na Argentina e no Uruguai os produtores de leite usam muito o sorgo para os rebanhos de leite. Outra possibilidade é a produção de grão úmido de sorgo, pelo alto teor de proteína, e também silagem de planta inteira de baixo custo. Isso tudo aumenta a margem de lucro na propriedade – sugere, lembrando que para a silagem a variedade é específica, não o granífero.
Raiz do sorgo é mais “agressiva” e penetra mais no solo, favorecendo a descompactação do solo
10 informações que você precisa saber sobre o sorgo
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Na foto, o sorgo com amadurecimento mais adiantado
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Citricultura: nada de “mau olhado” no pomar Gracieli Verde
Engenheiro-agrônomo Nilton Cipriano Dutra de Souza, da Emater/RS-Ascar, defende que produtor precisa se especializar para atuar na citricultura, o que ajudará a resolver vários entraves que existem na cadeia produtiva
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ais de 500 pessoas acompanharam a 14ª edição da Abertura da Safra da Citricultura, realizada em Liberato Salzano, no dia 16 de maio, no salão paroquial católico do município. Participaram do evento produtores, lideranças e entidades ligadas ao setor. O evento foi uma promoção da prefeitura, Emater/RS-Ascar, Indústria de Sucos do Alto Uruguai (Isau) e Associação dos Citricultores de Liberato Salzano. Uma das palestras do dia foi com o assistente técnico regional e coordenador do curso de citricultura do Centro de Treinamento de Erechim da Emater/RS, Nilton Cipriano Dutra de Souza. Apaixonado pela citricultura, ele ressalta que é importante que o Público de mais de 500 pessoas prestigiou encontro produtor de laranjas se especialize, entenda como o mercado funciona, gião de Erechim foi feita uma pesquisa que mostra para assim conseguir driblar os enque 88% da laranja é tardia, então tem muito produto traves da cadeia produtiva. na mesma época. “Esse cenário é muito parecido em – A citricultura tem um grande outras regiões e é algo que precisa ser ajustado, porpotencial na região. Temos clima que também reflete na indústria”, defende Souza. e solo adequados, bem como quaMesmo assim, é preciso que os produtores perlidade na cor e sabor dos frutos. cebam que ao contrário de um pomar “mau olhado”, Além disso, é uma atividade conque pode ter uma série de problemas, é necessário siderada de menor risco, com reacompanhar de perto o desempenho das laranjeiras lativo baixo uso de insumos quími– ou qualquer outro citros –, para que o manejo adecos. Mas, também precisamos nos quado à cada época do ciclo seja realizado. especializar mais. Liberato Salza– Esse trocadilho que uso é para justamente chano tem uma vantagem, porque tem mar a atenção do produtor que ele precisa olhar bem Engenheiro-agrônomo uma indústria, o que fortalece a cao seu pomar, porque isso vai garantir ou não os traNilton Cipriano Dutra deia – contextualiza Souza. tamentos e manejos necessários para ter boa produde Souza, da Emater/ Atualmente a maior parte da latividade – explica. “Pomar sem ‘mau olhado’ é aquele RS-Ascar. ranja produzida é a valência. Na reque é bem monitorado e manejado”, completa.
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Centro de treinamento da Emater/RS O agrônomo reforça que hoje a Emater/RS-Ascar tem o Centro de Treinamento em Erechim, onde o produtor pode se especializar em citricultura. O curso é dividido em vários módulos e o citricultor pode avaliar qual a sua necessidade mais urgente. Os interessados podem procurar os escritórios municipais da Emater, ou o Regional de Frederico Westphalen, para mais detalhes. Os próximos módulos serão oferecidos nos dias 28 e 29 de junho, 9 e 10 de agosto, e 4 e 5 de outubro.
A campo
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Confira alguns apontamentos que Souza fez e que precisam ser levados em conta pela cadeia produtiva para que todos sejam beneficiados, tanto produtor quanto a indústria - É preciso pensar em alternativas para a mão de obra, porque a população no campo está reduzindo. - É importante que comerciantes e indústrias participem mais das discussões do setor, em nível estadual. - É fundamental investir em variedades precoces e de meia estação, para distribuir melhor a chegada do produto às indústrias. - É preciso aprimorar a colheita e levar frutas mais maduras para a indústria, para melhorar a qualidade do suco produzido. - É necessário melhorar a apresentação das frutas. Isso atrai mais o consumidor. - A produtividade, de forma geral, precisa melhorar em todo o Estado. - É crucial saber vender. Ainda há pouco preparo para o comércio interestadual e exterior.
Gracieli Verde
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Apontamentos
Leandro Rubini, presidente da Associação dos Citricultores, e Valtemir Bazeggio, da Emater/RS-Ascar, também palestraram Gracieli Verde
Nilton Cipriano Dutra de Souza coordena os cursos na área de citricultura da Emater/RS em Erechim
Lideranças destacam importância da citricultura para a região Em Liberato Salzano a citricultura conta com 1.165 hectares. Na última safra, foram colhidas 25 mil toneladas de frutas. Para este ano, estima-se implantar 70 hectares de citros no município, com mudas já reservadas. A Emater/RS-Ascar realiza a assistência técnica, acompanhando os produtores em todas as fases de produção, desde implantação, manejo, colheita e comercialização do fruto. Outro ponto favorável é a presença da indústria no município, que estimula os produtores, garante mercado e fomenta a atividade em toda a região. A organização dos produtores através da Associação dos Citricultores de Liberato Salzano e a entrada no Comércio Justo (Fair Trade) são algumas conquistas, que refletem diretamente na ascensão desta cadeia produtiva nos últimos anos no município. O presidente da Emater/RS, Clair Tomé Kuhn, que também esteve no encontro, destacou o papel do produtor neste cenário. “O agricultor desenvolve a profissão mais importante. É responsável direto por 40% do PIB do Estado, da produção de alimentos. Essa é uma profissão vital”, ressaltou. Para o prefeito de Liberato Salzano, Gilson de Carli, é necessário expandir e mostrar ao Estado e às demais regiões do país as potencialidades de Liberato Salzano na citricultura. “Essa é uma atividade que tem a capacidade de transformar a realidade das famílias nas propriedades rurais. Liberato Salzano já se tornou referência em todo o Estado nesta área, mas nós podemos mais, podemos ir mais longe”, acredita. Outro painel do evento foi sobre as formas de colheita dos citros, coordenado pelo técnico em agropecuária da Emater/ RS-Ascar, Valtemir Bazeggio, e pelo presidente da Associação dos Citricultores de Liberato Salzano, Leandro Rubini.
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Abertura contou com a presença de lideranças locais e estaduais
No Estado Em nível estadual, a 18ª Abertura Estadual da Safra de Citros ocorreu no dia 24 de maio, em Montenegro, no Vale do Caí. A expectativa de produção é de 162 mil toneladas de frutas naquela região, sendo 107 mil de bergamotas, 48 mil de laranja e 7,5 mil de limões. O pesquisador do Departamento de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária – extinta Fepagro – da Seapi, Caio Efrom, explica que a região do Vale do Caí é conhecida por ter pequenas propriedades com muitas variedades de citros. “Aqui são cultivadas as variedades Caí, Ponkan, Montenegrina, Satsuma e Pareci. A diversificação é boa para o produtor, porque garante renda ao longo do ano”. Conforme dados da Emater/RS-Ascar, Montenegro é o município referência na produção de bergamota no Rio Grande do Sul, pois é o principal produtor da fruta.
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A campo
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Seberi vive mais uma Colônia em Festa neste mês Evento já tradicional no município destaca o potencial do setor agropecuário
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tornar o espaço mais funcional tanto para visitantes como para expositores. “Também teremos novidades no espaço da Emater/RS, onde mostraremos diversas atividades desenvolvidas pela agricultura. Esperamos que nesta edição a participação do público supere às anteriores”, projeta Rosane. Participante assíduo do evento, o casal de produtores Locidia e José Valdir Vieira Sarmento, da linha Progresso, observa que a preparação dos produtos para a Colônia em Festa começa cerca de 15 dias antes, com a confecção de melado e açúcar-mascavo – sem contar o cultivo de hortaliças e outros produtos que é feito bem antes disso. Nos 6,6 hectares que os agricultores possuem, meio hectare é destinado para a horta, onde produzem desde alface, couve-flor, brócolis, rúcula, cenoura, tomate até almeirão, chicória e beterraba. Nesta época de Colônia em Festa parte da produção é reservada para o estande que a família possui no evento. “Neste ano, vamos expor mais ou menos a mesma quantidade que levamos nas edições anteriores, mas pretendemos apresentar uma variedade maior de produtos”, comenta o agricultor.
Acompanhe fotos e mais informações sobre o evento nas nossas redes sociais e na próxima edição da Novo Rural!
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Agende-se para a programação. Dia 2
8h30min – Abertura dos estandes de hortifrutigranjeiros, agroindústria, artesanato e Emater/RS. 9 horas – Seminário Regional de Apicultura do Norte do RS. 19 horas – Abertura oficial da Colônia em Festa.
Dia 3 @novorural
Produtores Locidia e José Valdir Vieira Sarmento, da linha Progresso, também expõem e vendem produtos na feira
9 horas – Abertura dos estandes. 9h30min e 15 horas – Oficina de cortes nobres de carne suína. 19 horas – Missa dos 58 anos do município.
20 horas – Café na Colônia (organizado pelo Projeto Criança do Futuro).
Dia 4
Das 6 horas às 8 horas – Café na Colônia com a Cresol e Rádio Seberi AM. 9 horas – Abertura dos estandes. 10h30min – Oficina de filetagem de peixes. 12 horas – Porco no rolete da Paróquia Nossa Senhora da Paz. 14h30min – Desfile temático das etnias, comunidades e associações. Organização: Prefeitura de Seberi, Câmara de Vereadores, Emater/RS-Ascar e Aciseb/CDL Ingressos: gratuitos
Debora Theobald
estejar o potencial da agricultura e da pecuária, bem como potencializar a comercialização de produtos do setor, aliada a uma programação cultural intensa, está entre os preceitos da Colônia em Festa, em Seberi, que chega a 12ª edição neste ano, nos dias 2, 3 e 4 de junho. Sem dúvidas é um dos eventos mais representativos da região quando o assunto é o meio rural. O evento também é comemorativo ao aniversário de 58 anos de emancipação. Nos estandes da feira os visitantes poderão conferir produtos como hortifrutigranjeiros e de agroindústrias, além de vivenciar o desfile temático de etnias, que também é tradicional no dia do aniversário do município, 4 de junho, pelas ruas do centro da cidade. A chefe do escritório municipal da Emater/RS-Ascar de Seberi, Rosane Tomczak, observa que para este ano toda a estrutura da feira será remodelada, para
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Eventos
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Aos 53 anos, STR reinaugura nova sede no Centro de FW Presidente da entidade, Nadir Buzatto, reforça que diversas gestões que passaram pelo STR contribuíram para que a execução do projeto pudesse ser feita com sucesso Gracieli Verde
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“Em 15 meses de trabalho finalizamos a obra e não ficamos devendo nada para ninguém. Isso é motivo de orgulho” Nadir Buzatto, presidente do STR de FW
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ma estrutura de mais de 1,3 mil metros quadrados, que somou investimento de em torno de R$ 1,2 milhão de recursos próprios, foi entregue oficialmente aos associados ao Sindicato dos Trabalhadores Rurais (STR), no dia 19 de junho, em ato solene. Participaram do cerimonial diversas autoridades locais, regionais e estaduais, que elogiaram a atitude de gestão que a entidade teve em investir na reformulação da sede. O espaço agora conta que um auditório, um centro de vendas de produtos coloniais e agropecuária, além de diversas salas de atendimento e estacionamento, que vão otimizar as atividades desenvolvidas pela diretoria e agricultores. “Com muito trabalho e dignidade, o STR de Frederico Westphalen conquistou seu espaço ao longo da sua história de 53 anos”, disse o presidente, Nadir Buzatto, reforçando que a obra que estava sendo entregue na ocasião representava bem essa evolução da entidade. “Em 15 meses de trabalho finalizamos a obra e não ficamos devendo nada para ninguém. Isso é motivo de orgulho”, festejou. Hoje a entidade tem cerca de dois mil associados.
Desenlace da fita teve o prestígio de ex-presidentes e lideranças
História de dedicação ao agricultor
Presidente, Nadir Buzatto, agradeceu parceiros e colaboradores que contribuíram para que o projeto saísse do papel
Diretorias articuladas para gerenciar os recursos Na visão do presidente da Regional Sindical do Médio e Alto Uruguai, Deonir Sarmento, esse trabalho feito pelas diretorias do STR, com foco na reformulação da sede, serve de exemplo de boa gestão do recurso público. “Parabéns a todos os associados, que podem ter essa confiança na gestão dos seus recursos”, observa. Entre os ex-presidentes que se pronunciaram esteve Célio De Pelegrin, que é o atual vice-presidente da entidade. “Aqui também temos rampas, mas bem diferentes daquela de Brasília. Aqui quem passa por ela são os agricultores, que sustentam esse país”, desabafou. “Oxalá que os recursos do governo fossem administrados como os do sindicato”, acrescentou. Para o secretário de Estado de Desenvolvimento Rural e Cooperativismo, Tarcísio Minetto, a integração entre entidades, sindicalismo e agricultores é fundamental para que movimentos em defesa dos direitos se fortaleçam. “Essa união é importante para vencermos os desafios”, destacou.
O STR de Frederico Westphalen agradece a todos associados e parceiros.
Em Frederico Westphalen o Sindicato dos Trabalhadores Rurais (STR) surgiu por meio da Frente Agrária Gaúcha, da Diocese de Frederico Westphalen, coordenada na época pelo padre Fiorindo Grassi, e com o envolvimento da Juventude Agrária Católica, então coordenada pelo padre João Ferrari Manfio. O principal objetivo era mobilizar os agricultores sobre a importância em se organizarem em classe para buscarem mais direitos. Durante o ato solene, conquistas e desafios vivenciados ao longo desses 53 anos de atuação foram destacados, comprovando que a entidade, por meio de suas diretorias, fez o possível para defender os direitos dos agricultores. Entre as primeiras reivindicações da entidade estava a necessidade de instalação de uma agência do Branco do Brasil no município, mas em cinco décadas foram incontáveis reivindicações que chegaram aos governos por meio de mobilização do sindicato. Entre as bandeiras defendidas sempre esteve a aposentadoria rural para homens e mulheres, convênios de saúde, preço mínimos para os produtos agrícolas, habitação rural, uso de plantas medicinais, bem como apoio às agroindústrias e aos produtos da agricultura familiar.
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O leite como protagonista Professora da UFSM defende que consumo de leite é saudável e importante para o ser humano
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ada vez mais determinados alimentos têm gerado polêmicas em função do consumo ou não. O leite é um deles. Com a incidência da intolerância à lactose por parte de muitas pessoas, há quem defenda que o produto não precisaria ser consumido pelo seres humanos em fase adulta. Para desmistificar questões como essas, o 4º Fórum Itinerante do Leite – Mitos e Verdades conta com uma série de palestras e oficinas, no dia 1º de junho, na Escola Estadual Técnica Celeste Gobbato, em Palmeira das Missões, a partir das 8h30min. O evento é uma iniciativa do Sindilat/RS, com apoio da Farsul, Fetag, Secretaria Estadual da Agricultura, Ministério da Agricultura, Escola Estadual Técnica Celeste Gobbato e Canal Rural, com apoio do Fundesa. A reportagem conversou com a professora Neila Richards, que é engenheira de alimentos e doutora em Tecnologia Bioquímica Farmacêutica pela Universidade de São Paulo, para falar sobre essa e outras questões que farão parte do evento. Acompanhe.
Consumo importante
Oficinas: momento de pensar em alternativas
Segundo ela, outro mito é de que o leite engorda. “O consumo diário de dois copos de leite, associados a uma dieta equilibrada, com legumes, verduras, frutas e 100 gramas de proteína de origem animal, além de exercícios físicos, ajuda na perda de peso e na redução da gordura abdominal”.
Leite de vaca x leite de soja Outro ponto citado por Neila é que muitos consumidores têm trocado o leite por extratos aquosos, como o de soja. – Porém, todo produto de origem vegetal possui um aminoácido limitante, não tendo o mesmo equilíbrio de componentes do leite, ou seja, para que um extrato aquoso, seja de soja, amêndoas, arroz ou qualquer outro, tenha uma composição semelhante ao leite quanto ao teor de proteínas, vitaminas e minerais, é feita uma adição de nutrientes sintéticos que não são absorvidos adequadamente pelo nosso organismo – alerta.
Na próxima edição e na página do Facebook da revista Novo Rural você confere mais informações sobre o evento! Acompanhe!
Entre as oficinas que serão disponibilizadas durante o fórum estará a que abordará formas de agregar valor ao leite produzido na propriedade, que será coordenada pelo professor João Pedro Velho, da UFSM – Campus de Palmeira das Missões. Sobre o assunto, a professora Neila Richards também comentou algumas questões. Confira.
viços de inspeção estão mais sensíveis aos produtores rurais que tenham um leite de qualidade e querem agregar valor. O que não pode é desrespeitar a legislação. Se pode respeitar o sabor que é característico dos produtos da região, porque depende da raça dos animais, do alimento do rebanho, mas há que seguir um padrão.
Levando em conta a realidade de Palmeira das Missões em relação ao leite, que alternativas os pecuaristas teriam para agregar valor ao produto?
Fortalecer essa agregação de valor exige criatividade, não é?
Neila Richards – O mercado está mudando. As indústrias querem alta produtividade, então o pequeno produtor fica um pouco comprometido nesse cenário, porque às vezes tem uma produção menor do que 100 litros de leite por dia. Ele tem como agregar valor ao produto, mas também pensar na qualidade. Entres as possibilidades está a de fazer um queijo diferenciado e iogurtes, que não demandam de tecnologias de ponta para produzir com qualidade. Volto a dizer: o que ele precisa para isso é qualidade na matéria-prima. Tem que cuidar bem dos animais, principalmente da sanidade, porque isso reflete nessa qualidade. Outra questão é o mercado para esse produto, além da logística de distribuição. Dependendo do caso, é possível comercializar para a merenda escolar. Se for um queijo mais elaborado, por exemplo, tem muito mercado, pode vender até pela internet, se estiver tudo legalizado.
Na sua opinião, como aprimorar o trabalho das agroindústrias para chegar à legalização diante dos órgãos de vigilância?
Neila Richards – Hoje os Sistemas de Inspeção Municipais e demais ser-
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Neila Richards – Então, o produtor precisa identificar a preferência do consumidor, oferecendo um produto com sabor diferenciado. Por exemplo, que tal um iogurte de butiá, que não é encontrado em outra região? Achar um sabor característico e um ponto de equilíbrio para o sabor é que vai ser o diferencial na hora de colocar o produto no mercado. Por exemplo, pode implantar culturas diferentes, como a pitaia, e ao mesmo tempo usar a polpa dessa fruta para o iogurte. O que sobrou da fruta pode até alimentar os animais, que certamente vai dar diferença no sabor do leite. É isso que o produtor pode buscar para ter alternativas. Também é importante buscar informações em universidades, na Emater/RS ou prefeituras para ter uma boa assistência. Para produto bom o consumidor paga caro. Gilvan Peters/UFSM/Divulgação
Na visão da professora Neila Richards, o leite é fundamental para os seres humanos nos três períodos da vida, ou seja, na infância participa da formação e do desenvolvimento do organismo como fonte de proteínas, sais minerais e ácidos graxos; na adolescência oferece condições para o crescimento rápido com boa constituição muscular óssea e; para adultos e idosos é fonte de cálcio, essencial na manutenção da integridade óssea. – O leite possui em equilíbrio proteínas, minerais, vitaminas e gorduras, contém também a lactose que é o açúcar característico do leite. Nosso organismo precisa “quebrar” este açúcar e para isso usa a enzima lactase, que na medida em que introduzimos outros alimentos na nossa dieta e reduzimos a ingestão de lácteos vamos perdendo-a – explica a engenheira de alimentos. Neila ressalta que o consumo diário de pelo menos 200 ml de leite preserva esta enzima e diminui a incidência da intolerância a lactose, que é quando o açúcar permanece intacto e, chegando ao intestino, é fermentado por micro-organismos, formando gases e causando desconforto. “Produtos como queijos maturados e iogurtes possuem teores menores de lactose e normalmente não causam incômodos”, lembra.
Leite X perda ou ganho de peso
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Rondileite 2017 premiará os melhores do Concurso do Leite Produtores vencedores ganharão uma vaca e uma novilha compradas em Castro (PR), para serem usadas para transferência de embriões e melhoramento genético no município e na região
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potencial da bovinocultura de leite em Rondinha estará em evidência durante a Rondileite 2017, que inicia no dia 2 deste mês e segue até o dia 4, no Parque de Exposições 28 de Março. Hoje o município ocupa a quinta colocação no Estado do Rio Grande do Sul como maior produtor de leite, com cerca de 600 famílias inseridas na atividade. Por mais que a feira também destaque os potenciais da indústria e do comércio local, as atividades primárias estarão em pauta de forma constante. Para fortalecer esta cadeia produtiva, pela terceira edição será realizado o Concurso do Leite, que antes era somente municipal, mas agora tem também uma versão regional, envolvendo assim os municípios de Ronda Alta, Engenho Velho e Constantina. Cada município participará com dois animais. Para a versão regional do evento a premiação será uma vaca holandesa oriunda da cidade de Castro, no Paraná, que é referência em genética para a produção de leite. “Esse animal será utilizado para a transferência de embriões, como forma de melhorar a genética dos animais do município vencedor”, ressalta o presidente da comissão organizadora da feira, Aldomir Cantoni, que também é o atual vice-prefeito de Rondinha. Já para a etapa municipal do concurso, que contará com animais de pelo menos 30 propriedades locais, a principal premiação será uma novilha, que futuramente também terá a finalidade de aprimorar a genética do rebanho local. Cantoni ressalta que ações como estas objetivam valorizar os bovinocultores de leite de Rondinha e municípios vizinhos, bem como incentivar melhorias na atividade. “Já fizemos ações como esta no passado e os resultados foram muito positivos”, reforça.
Confira a programação da Rondileite 2017 Local: Parque de Exposições 28 de Março, com entrada gratuita
Dia 2
2 horas: primeira ordenha 9h30min: cerimônia de abertura 10 horas: segunda ordenha 11h30min: abertura dos pavilhões 14 horas: Seminário Regional do Leite, promovido pela Cotrisal 18 horas: terceira ordenha 20 horas: fechamento dos pavilhões
Dia 3
2 horas: quarta ordenha 9 horas: abertura dos pavilhões 10 horas: quinta ordenha 10 horas: palestras sobre suinocultura com o veterinário Flauri Ademir Migliava, da Acsurs, promovida pela Suinocultura Gobbi 13 horas: Concurso da Novilha e da Bezerra e do Jovem Puxador 20 horas: fechamento dos pavilhões
Dia 4
9 horas: mateada cultural com apresentações artísticas 17 horas: sorteio final da campanha Sorte Premiada Cicar 17h30min: show de encerramento com Mano Lima, em parceria com o Sesc 18 horas: fechamento dos pavilhões
Espaço da Emater/RS-Ascar contará com diversas atrações Uma das parceiras da Rodileite 2017 é a Emater/RS-Ascar. Durante os três dias de feira a entidade dará destaque para a produção de alimentos da agricultura familiar de Rondinha, artesanato, turismo rural, dicas de jardinagem e interação com os jovens do grupo Atuação, sobre sucessão familiar rural. Além disso, em parceria com a Creluz, estarão à dis-
posição para distribuição três mil mudas de árvores nativas. Também serão distribuídas sementes crioulas. Outro assunto em pauta serão as energias renováveis. A realização da feira é da Cicar, prefeitura de Rondinha e Câmara de Vereadores, com apoio da Emater/RS, Cotrisal e Suinocultura Gobbi, com patrocínio do Sicredi. Divulgação
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or mais que já é tradicional – além de obrigatório – vacinar o gado contra a febre aftosa em maio, o movimento de imunização do rebanho foi mais lento na região de Frederico Westphalen neste fase. Até o início da penúltima semana do mês, a Inspetoria Veterinária do município havia registrado a vacinação de 12 mil animais, em 600 propriedades, o que representava 60% do total. O número gerou preocupação por parte dos fiscais agropecuários, uma vez que o não cumprimento da norma gera multa aos produtores, além de colocar em risco o status
sanitário do Estado. Na Inspetoria Veterinária de Palmeira das Missões, até o dia 24 de maio, 66% do rebanho estava imunizado. Já em Sarandi o número era um pouco menor, 54%, na mesma data. Para quem perdeu o prazo, é importante que mesmo assim faça o procedimento, uma vez que é previsto por lei. E há punição para quem não executou as imunizações dos animais no prazo estabelecido. As multas variam de acordo com o número de animais que o produtor tiver na propriedade, mas já partem de um valor próximo de R$ 900 a R$ 1 mil.
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Tudo em dia com a vacina contra aftosa no seu rebanho? P Multas para quem não vacinou variam de acordo com o número de animais da propriedade
“O cooperativismo como indutor do desenvolvimento regional”. O Fórum Regional do Cooperativismo, representado pela Comissão Organizadora do Seminário “O cooperativismo como indutor do desenvolvimento regional”, convida para participar do Seminário Regional do Cooperativismo. O evento acontecerá no dia 1º de julho de 2017, em celebração ao Dia Internacional do Cooperativismo. Data: 1º de julho Horário: 8h30min Local: salão de atos da URI/FW
Abertura ocial Tema 1: “Valor agregado do cooperativismo no Estado e região”, a cargo da OCERGS. Tema 2: “A importância do cooperativismo para o desenvolvimento da região – apresentação dos dados econômicos relacionados às cooperativas”, a cargo da Emater. Case de sucesso de uma cooperativa regional Almoço: salão da capela do bairro Aparecida (por adesão).
“Cooperativas garantem que ninguém fique para trás” Tema do 95º Dia Internacional do Cooperativismo
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Ocergs-Sescoop/RS Revista Novo Rural - Maio de 2017
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Mercado
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SLC Comercial fortalece vínculo com clientes da região Unidades de Palmeira das Missões, Sarandi e Frederico Westphalen, que foram adquiridas recentemente pelo grupo, também promoveram a Feira Original John Deere
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cordialidade e a seriedade com que trata os clientes e parceiros ficou mais uma vez em evidência durante a Feira Original John Deere, que foi realizada em lojas da rede SLC Comercial - Concessionária Autorizada John Deere no mês de maio. Nas lojas de Palmeira das Missões, Sarandi e Frederico Westphalen a recepção aos clientes e parceiros foi realizada nos dias 18 e 19, com ofertas diferenciadas em produtos e serviços. Com coquetel e bate-papo sobre questões técnicas relacionadas à agricultura, clientes diversos aproveitaram o momento para conhecer mais sobre a marca, seus produtos e a política de trabalho da SLC Comercial na região. “São maquinários que exigem pouca manutenção e, se for necessário, a assistência técnica da empresa é muito eficiente”, comenta o agricultor João Paulo Fialho Velho, que cultiva mil hectares em Palmeira das Missões. Ele é cliente da marca John Deere desde 2007. Mesmo tendo uma parceria mais recente com a marca, o produtor Diego Franco Pagliarini, que também mora e trabalha em Palmeira das Missões, fez questão de participar da programação, com o filho João Vitor, de quatro anos. Para ele, a qualidade do que é ofertado aos clientes faz com que volte à loja, sem contar a paixão do filho por tratores. “Ele é mais cliente do que eu”, brinca.
Gerente da unidade de Palmeira das Missões, Airton Zanata (C) com colegas e clientes durante a Feira Origianl John Deere
Pós-venda eficiente é uma das marcas da empresa Gracieli Verde
A loja da SLC Comercial de Frederico Westphalen fez a entrega de um trator 5078-E, cabinado, na sexta-feira, 19, durante a Feira Original, para o cliente José Renato Stefanello, que foi retirado pelo genro Pedro Cassol. Eles residem na linha Santa Lúcia, em Caiçara. Além disso, durante os dois dias a movimentação dos clientes e parceiros foi intensa. Gracieli Verde
Produtor Diego Franco Pagliarini, de Palmeira das Missões, com o pequeno João Vitor, que já é fã da John Deere
A SLC Comercial assumiu as lojas da John Deere em Palmeira das Missões, Sarandi e Frederico Westphalen em março deste ano, após comprá-las da Maqgranja. Com isso, o grupo agora conta com dez lojas no Estado gaúcho – a matriz fica em Horizontina e as unidades estão localizadas em Três Passos, Santo Ângelo, Ijuí, Cruz Alta, Tupanciretã, Ibirubá, Palmeira das Missões, Sarandi e Frederico Westphalen. – Estamos dando continuidade ao trabalho que já era feito com relação ao atendimento aos clientes. Com a vinda do grupo SLC para a região, vem uma nova política de trabalho. A forma como conduzimos o pós-vendas é mais intensa, pela estrutura que a empresa possui – observa o gerente da unidade de Palmeira das Missões, Airton Zanata. Nas três unidades são 53 colaboradores que estão à disposição dos clientes, tanto nas vendas como na parte de assistência e pós-venda. Em Frederico Westphalen a loja é coordenada por Marcos Antônio Coletti e em Sarandi a gerência é feita por Felipe De Bona.
Produtor de FW de trator novo!
Na loja de FW, entrega de um trator modelo 5078-E, cabinado, também foi realizada ao cliente José Renato Stefanello
Entrevista
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DE ALMA ALEGRE
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Gestão ambiental na propriedade, conservação de nascentes e geração de energias renováveis são alguns dos focos do trabalho da Emater para o restante da gestão, segundo o presidente Clair Tomé Kuhn
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Desafiado a fazer ‘mais com menos’ em um cenário nada positivo para o Estado gaúcho do ponto de vista econômico e político, o presidente da Emater/RS, Clair Tomé Kuhn, acredita que desde 2015 tem conseguido cumprir o papel de fazer a entidade estar cada vez mais próxima do produtor rural, especialmente o familiar Por Gracieli Verde
revistanovorural@oaltouruguai.com.br
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altando praticamente um ano e meio para finalizar a atual gestão como presidente da Emater/RS-Ascar, Clair Tomé Kuhn se diz não apenas com a sensação de dever cumprido, mas de fato com a certeza de que fez, e está executando, o que é possível para que a extensão rural no Rio Grande do Sul seja reconhecida como uma das melhores do país, juntamente com os demais diretores da instituição – que neste mês de junho completa 62 anos de fundação. Mesmo com uma gestão conturbada no governo do Estado, um dos motivos de orgulho de Kuhn é ter conseguido colocar em prática ações que cortaram gastos dentro da Emater/RS e, mesmo assim, segundo ele, a equipe como um todo conseguiu viabilizar um trabalho intenso a campo, junto aos agricultores e pecuaristas familiares gaúchos. Kuhn já foi vereador e prefeito no município de Quinze de Novembro, que fica a cerca de 230 quilômetros de Frederico Westphalen. Por lá, conforme ele, aprendeu uma de suas maiores virtudes, a de ouvir a demandas e com isso articular soluções com o suporte de todos os colegas. Confira a entrevista.
porque tem levantado informações que chamam atenção, como a produção de alimentos para o consumo das famílias do campo. Temos visto que o que cada família produz e processa em casa para o consumo tem somado um valor, em média, de R$ 1,2 mil mensais. Esse dado é importante na hora de o jovem decidir se fica ou não na atividade agropecuária. Muitas vezes, quando se mora no interior não se contabiliza as laranjas e bergamotas consumidas como renda, mas se você for morar na cidade, vai precisar comprá-las. São questões como essas que o trabalho com a gestão pode levantar e com isso orientar o produtor. Outro trabalho forte que vem ganhado força é a difusão das técnicas do manejo integrado de pragas e doenças, que tem como intuito reduzir o uso de agrotóxico nas lavouras de soja, a principal cultura de grãos do Estado. Nas unidades de referência que a equipe da Emater/RS pôde monitorar foi possível reduzir em até 50% o uso de agrotóxicos durante o ciclo. Isso também significa mais renda para o produtor, uma atitude de gerenciamento da propriedade. Esses são dois exemplos fortes que temos tido bons resultados, inclusive na região de Frederico Westphalen.
“Temos visto que o que a família produz e processa em casa para o consumo tem somado, em média, R$ 1,2 mil mensais. Esse dado é importante na hora de o jovem decidir se fica ou não na atividade agropecuária.”
Os municípios de abrangência do escritório regional da Emater/ RS-Ascar tem conseguido emplacar em nível de Estado programas que “nasceram” por aqui, como o Gestão Sustentável da Agricultura Familiar. Como tem analisado esse desempenho da região? Clair Tomé Kuhn – Em todo o Estado a Emater/RS tem uma história extraordinária nesses 62 anos de atuação. Nesse período também a Emater/RS vem se reinventando. Quando chegamos à presidência, em 2015, trouxemos a visão de um filho de um pequeno produtor, que sabe ouvir muito bem as pessoas, porque fui três vezes vereador e uma vez prefeito em Quinze de Novembro – onde ainda tenho uma pequena propriedade. Como gestor, o desafio sempre foi analisar as potencialidades de cada região do Estado. Por isso, um dos trabalhos fortes sempre foi no incentivo à sucessão familiar, para garantir que tenhamos a produção de alimentos no futuro, uma vez que 70% do que chega à mesa dos brasileiros é produzido pela agricultura familiar. Mas, para isso, é preciso mostrar para esses agricultores que é possível ter acesso a políticas públicas, que é possível ter renda. Por isso, solicitamos a todos os escritórios regionais que indicassem pelo menos três projetos inovadores a partir de demandas levantadas nos municípios. No caso de Frederico Westphalen, foram apresentados diversos projetos extraordinários, mas foi esse de gestão que se destacou. Isso tem dado um resultado muito positivo,
sitar todos os regionais e escritórios municipais até o fim do mandato. Cansa o corpo, mas alegra a alma. Em cada município temos visto iniciativas muito importantes. Até porque também é nossa função, enquanto diretoria, conhecer todas as realidades e tecnologias que vêm sendo usadas Estado afora e disseminá-las onde for mais oportuno.
“Sempre colocamos, enquanto gestão, que temos que visitar todos os regionais que se e escritórios NR Oplaneja para o restante da municipais gestão, que finaliza em 2018? até o fim da gestão. Cansa Clair Tomé Kuhn – Se quer trabalhar algo na área de geso corpo, mas tão ambiental na propriedaque é muito necessária, alegra a alma.” de, conservação de nascentes
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Em relação à produção de alimentos, potencializar o comércio local é outra frente de atuação da Emater/RS?
Clair Tomé Kuhn – Estamos retomando um trabalho de análise de onde vem o alimento que é consumido nos principais centros regionais, porque isso pode ajudar a desenvolver cadeias locais, de acordo com o que o mercado demanda. Uma lei prevê que o governo compre pelo menos 30% de alimentos da agricultura familiar, então certamente tem um mercado grande nesse sentido. Outro nicho são empresas que precisam fornecer alimentação para os funcionários, onde é possível abrir mais mercado para alimentos de qualidade. Isso é muito positivo, porque esse recurso fica na região, é a “cadeia curta” da economia que faz a região se desenvolver.
e armazenagem de grãos na propriedade. Outra frente é a geração de energias renováveis, principalmente a energia solar. Mas a Emater/RS atua em mais de 70 de áreas, com assistência gratuita, portanto, há muito trabalho pela frente.
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Que tipo de avaliação faz ao analisar esses dois anos e meio de presidência? Clair Tomé Kuhn – Se tivesse que sair hoje do cargo, sairia com o dever cumprido. Conseguimos fazer uma série de ajustes e não paramos nenhuma atividade a campo, pelo contrário, aumentamos nossa presença junto às famílias, retomamos outras atividades, estamos mais junto do produtor rural, estamos mensurando mais nossas atividades e resultados. Reduzimos 25% de contratos, temos 40% a menos de cargos no gabinete e conseguimos economizar um bom montante. Também sensibilizamos os colegas sobre a importância em economizar diariamente. Não foi somente a diretoria que economizou, mas todos os funcionários distribuídos nos nossos municípios. Estes, por sua vez, que pagam as nossas cotas, têm entre as vantagens a de manter o homem no campo. Outra questão importante para esses municípios é o crédito agrícola que é executado por meio da Emater. No Estado todo, ano passado, isso representou R$ 1,3 bilhão. Além de fazer o projeto, a Emater orienta e acompanha a implantação. Em resumo, podemos dizer que a ação de gestão na Emater foi colocada pela diretoria, mas executada por todos os colegas, independente dos cargos que ocupam, o que permitiu que mantivéssemos os salários em dia, apesar de os governos estadual e federal e dos municípios passarem por dificuldades. É claro que não podemos deixar de comemorar a retomada do selo da filantropia da Emater, além da Anater, em nível nacional, que vai garantir mais recursos para a entidade.
“No caso de Frederico Westphalen, foram apresentados diversos projetos extraordinários, mas foi esse de gestão que se destacou.”
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Temos visto que a presença da presidência da Emater/RS na região tem sido frequente, o que aproxima as famílias da diretoria e da própria instituição, certo?
Clair Tomé Kuhn – Acredito muito que o “olho do dono engorda o boi”. Sempre colocamos, enquanto gestão, que temos que vi-
Intercooperando
Revista Novo Rural - Junho de 2017
Cooperativismo estará em evidência no dia 1º de julho
Espaço
COOPERATIVO
Um dia para celebrar o cooperativismo Por Marcia Faccin Coordenadora da Unidade de Cooperativismo do Escritório Regional da Emater/RS de Frederico Westphalen
Seminário regional deve destacar potencial empreendedor cooperativo que impacta na vida das famílias rurais
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Dia Internacional do Cooperativismo, que neste ano será festejado no dia 1º de julho, não passará despercebido em Frederico Westphalen. Por meio do Fórum Regional do Cooperativismo, cooperativas da região e do Escritório Regional da Emater/RS de Frederico Westphalen, um seminário com a presença de centenas de pessoas de diversos municípios da região ocorrerá no Salão de Atos da URI/FW, a partir das 8h30min. Na ocasião, uma pesquisa mostrará dados relacionados ao cooperativismo regional, especialmente na participação econômica deste segmento no desenvolvimento dos municípios. Esse trabalho está sendo feito pela equipe da Unidade de Cooperativismo da Emater/RS-Ascar, do Escritório Regional. Por isso, o tema desta primeira edição do evento será “O cooperativismo como indutor do desenvolvimento regional”. Uma das palestras terá como tema o valor agregado do cooperativismo no Estado e na região, com explanação da assessora de Formação Cooperativista do Sescoop-RS, Ubiracy Barbosa Ávila. Ela tem ampla experiência no desenvolvimento de projetos em educação cooperativista em diversos Estados e países, além de ter trabalhado com temas como juventude e sucessão familiar. Já a equipe da Emater/RS falará sobre a importância do cooperativismo para o desenvolvimento da região. Também será apresentado um case de sucesso de uma cooperativa regional. Após as palestras, os participantes poderão participar de almoço, por adesão, no salão da capela católica do bairro Aparecida. Para o presidente do Fórum Regional do Cooperativismo, Loreno Cerutti, este é um momento para evidenciar o setor e mostrar a união das cooperativas. “Também será uma oportunidade de mostrar o que essas cooperativas significam para a região em número de colaboradores, de valores movimentados na economia”, pontua. Ele defende que também será um momento de integração entre lideranças cooperativistas, uma vez que haverá presidentes, colaboradores e conselheiros.
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o primeiro sábado do mês de julho comemora-se o Dia Internacional do Cooperativismo. Essa data foi definida em 1923, no Congresso da Aliança Cooperativa Internacional – ACI, com o objetivo de comemorar, no primeiro sábado de julho de cada ano, a confraternização de todos os povos ligados ao cooperativismo. As cooperativas com atuação nos 42 municípios integrantes dos Coredes Médio Alto Uruguai e Rio da Várzea, com apoio da Emater estão organizando o primeiro seminário intitulado “O cooperativismo como indutor do desenvolvimento regional”. Esse seminário será realizado no dia 1º de julho, no salão de atos da URI/ Campus Frederico Westphalen, o qual tem como objetivo apresentar para a comunidade regional a força e o dinamismo do cooperativismo na região, além, é claro, de conseguir mais pessoas adeptas ao cooperativismo e que associam-se as cooperativas sérias e que desenvolvem e praticam o bom cooperativismo na região. Neste dia estaremos celebrando, confraternizando e comemorando com cooperados, lideranças, locais, regionais e estaduais o Dia Internacional do Cooperativismo. É a primeira vez que conseguiremos, em um mesmo local e dia, reunir todas as cooperativas dos diferentes ramos do cooperativismo para juntas apresentar os dados e informações relacionadas ao cooperativismo regional e, mais do que isso, fortalecer as parcerias, estreitar as relações e potencializar a intercooperação. Acreditamos que somente conseguiremos nos fortalecer quando conseguirmos sermos mais colaborativos e cooperantes do que competitivos, e a realização deste primeiro seminário tem também este propósito, de mostrar para a comunidade regional que quando existe cooperação, comprometimento e ação de forma integrativa e colaborativa em prol de um objetivo maior o desenvolvimento acontece e as pessoas são, e sempre serão, as maiores beneficiadas. E é esse o diferencial das organizações cooperativas das demais empresas, pois as cooperativas são organizações de pessoas e não de capital, onde o principal ativo são as pessoas, as quais são as donas e devem envolver-se e comprometer-se com a sua cooperativa. Acredito que a realização deste primeiro seminário do cooperativismo vai ser um divisor de águas para o cooperativismo regional, pois estaremos todos juntos, em um mesmo espaço e local, celebrando as conquistas e projetando juntos os avanços e as contribuições que o cooperativismo está trazendo para o desenvolvimento e fortalecimento da economia local e regional. Venha participar conosco deste importante acontecimento regional, vá até uma cooperativa em sua cidade e se coloque à disposição para participar conosco. Você será muito bem-vindo! Abraço a todos e até o seminário!
“Acredito que a realização deste primeiro seminário do cooperativismo vai ser um divisor de águas, pois estaremos todos juntos celebrando as conquistas e projetando juntos os avanços que o cooperativismo está trazendo para o desenvolvimento regional.”
Inclusão também é assunto do setor Em nível mundial, o tema do 95º Dia Internacional do Cooperativismo é “Cooperativas garantem que ninguém fique para trás”, quer dizer, celebrar a inclusão também neste setor. O assunto é definido pela Aliança Cooperativa Internacional (ACI). A data é celebrada, mundialmente, sempre no primeiro sábado do mês de julho. Participe você também!
Novo Rural dará destaque ao tema Para a edição de julho um conteúdo especial sobre o cooperativismo regional está sendo preparado pela revista Novo Rural. Pautas que mostram os potenciais do setor nos municípios da região darão voz a produtores rurais e lideranças sobre o tema. Aguarde e confira! Divulgação
Evento ocorre para coroar a união das cooperativas
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Ações que Inspiram
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Campanha regional reflete na mesa das famílias rurais Em Novo Barreiro, trabalho intenso garante que mais famílias tenham acesso a mudas de diversas variedades, o que repercute em mais qualidade nos itens que são consumidos pelos agricultores
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também tem surgido entre os agricultores. “Também orientamos em relação a poda de frutíferas, sobre todo esse manejo que é importante para garantir a produtividade”, observa.
A influência na mesa Cinara observa que a repercussão desse trabalho no comportamento e hábito alimentar das famílias é grande. – Trabalhamos cursos de culinária e priorizamos alimentos que foram sugeridos pela campanha. As mulheres que participaram gostaram muito. Um exemplo é o uso da mandioca em diversos pratos, assim como o peixe, especialmente a tilápia. Esse trabalho incentivou as mulheres e voltarem a buscar receitas e a trocarem entre amigas – conta, satisfeita com os retornos que recebe. O consumo de peixe também aumentou. O técnico em agropecuário, Larri Lui, também da equipe local da Emater/RS, cita que ter peixe à mesa já se tornou um hábito para a maioria dos agricultores, porque hoje conseguem ter acesso mais barato ao produto, uma vez que foi intensificado o trabalho de abertura de açudes e criação da tilápias e outras espécies. Outro atrativo da campanha foi a galinha poedeira duplo propósito, que também conquistou adeptos no município. Até o mês de maio deste ano foram entregues
mais de 300 galinhas para famílias do município. “Essa galinha pode produzir ovos durante 60 semanas e depois pode ser abatida. O pessoal tem gostado bastante de ter essa criação na propriedade”, assinala o técnico em agropecuária Sérgio Morgensten, que também integra a equipe da Emater/RS local.
Resgate de um hábito comum no meio rural O hábito de trocar sementes, mudas ou até mesmo alimentos no meio rural é muito antigo, faz parte da cultura das famílias. Com a campanha “Produza seu alimento e colha saúde” isso vem sendo resgatado e fortalecido, na visão da extensionista Cinara Martins da Silva. Segundo ela, isso reflete no bem-estar e na autoestima das famílias. – As mulheres, que normalmente cuidam dessa parte de alimentação da família, querem coisas diferentes. Com a campanha temos conseguido proporcionar isso. Outro exemplo foi em relação ao suco de laranja. Antes elas congelavam para armazenar, mas fizemos cursos para aprenderem a pasteurizar esse produto, de modo que ele se conserva por mais tempo sem refrigeração. São detalhes que facilitam bastante o dia a dia das famílias em relação à alimentação – defende.
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acilitar o acesso a alimentos saudáveis e de qualidade também tem sido uma das atribuições dos extensionistas da Emater/RS-Ascar. Esse trabalho vem sendo reforçado nos 42 municípios de abrangência do Escritório Regional da Emater/ RS-Ascar de Frederico Westphalen em função da Campanha de Segurança e Soberania Alimentar para Produção de Subsistência intitulada “Produza seu alimento e colha saúde”, que foi relançada neste ano pelo Escritório Regional. Para tanto, nos municípios as equipes são desafiadas a articularem pedidos de mudas das mais diversas variedades de frutíferas, hortaliças e demais alimentos que podem agregar à alimentação das famílias, uma vez que um dos focos desse trabalho é estimular a produção para a subsistência. Em Novo Barreiro, um dos destaques na região nesse quesito, basta ver o movimento de agricultores no escritório municipal para perceber o quanto o trabalho é intenso nesse sentido. Até porque, além de intermediar o acesso às mudas, há todo um trabalho de orientação em relação ao cultivo e acompanhamento ao longo do ciclo. Conforme a extensionista da área social do escritório municipal da Emater/RS-Ascar, Cinara Martins da Silva, demandas de como conservar esses produtos
Diversidade em mudas e sementes
Os produtores Nelson e Salete Roese e Anacleto Vedoi com a equipe da Emater de Novo Barreiro: secretária Ângela Regina Zandona, técnicos em agropecuária Larri Lui e Sérgio Morgensten, além da extensionista Cinara Martins da Silva
Para ter uma ideia do que é distribuído para os agricultores de Novo Barreiro por meio da equipe da Emater/RS-Ascar, a equipe fez um levantamento de alguns itens. Até maio de 2017 foram entregues mais de 330 galinhas duplo propósito; 18 mil alevinos de carpas e outros; 250 mil alevinos de tilápia; 30 mil mudas de cebola; duas mil mudas de morango, além de 30 quilos de alho para semente. Em 2016 foram entregues 350 fardos de ramas de mandioca para 160 famílias, que era um dos produtos que foram trabalhados por meio da campanha; 2,6 mil mudas de batata inglesa; além de 700 mudas de batata-doce.
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Diversidade à mesa também representa rendimento no bolso Avelino e Odete de Pelegrin residem em Caiçara e a satisfação em mostrar a quantidade de alimentos que produzem impressiona
Gracieli Verde
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Honrando o nome da linha Guerreiro, em Caiçara
Agricultores da região estão atentos ao mercado de alimentos e à produção para a subsistência, o que garante que famílias mantenham a biodiversidade, além de verem este segmento como um forte influenciador na permanência das famílias no meio rural
“A cada 15 dias participo de uma feira em Caiçara. Além disso, muita gente vem aqui comprar, porque já sabe que temos essa diversidade.”
Por Gracieli Verde
revistanovorural@oaltouruguai.com.br
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Odete de Pellegrin, agricultora
Gracieli Verde
m grandes centros não são poucas as iniciativas, das mais criativas e diferentes, para produzir alimentos, temperos e chás no quintal de casa, na sacada de apartamentos, mesmo que minúsculas na maioria dos casos, ou mesmo em pequenas hortas suspensas em paredes. No campo, o cenário é um pouco diferente. A prática de cultivar a horta, o pomar e uma infinidade de “miudezas”, como muitos chamam, é passada de geração para geração. Mesmo assim, sendo tão habitual, essa produção de alimentos nem sempre é mensurada economicamente, para entender o que isso representa na geração de renda das famílias. Além disso, o excedente dessa produção pode ir parar na mesa de outros consumidores, por meio de feiras ou vendas diretas. Sem contar aqueles casos em que o produtor viu nessa área o nicho de mercado importante para agregar mais receita financeira para a propriedade e tem conseguido abastecer pelo menos parte do mercado local e regional. Nesta edição, mostramos alguns casos que trazem essas questões à tona e comprovam como é possível preservar a essência de ser agricultor e produzir o que se consome, e ao mesmo tempo investir em qualidade de vida no meio rural.
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Extensionista Marlene Peroza
Revista Novo Rural -eMaio de 2017Odete a agricultora
Ao estacionar o carro no jardim já se viam caquis bem maduros ainda no caquizeiro, além de pelo menos duas mesas com uma infinidade de frutas, tubérculos, legumes, e tantos outros alimentos que não ousaria citar na totalidade, postas na varanda. Na recepção, um casal alegre, bem humorado, moradores da linha Guerreiro, interior de Caiçara. Ao longo da conversa ficava claro que esse nome da localidade é bastante sugestivo, devido à história da família que visitávamos. Após sentar-se e, claro, servir um chimarrão na sala de casa, Odete e Avelino de Pellegrin, que moram há 11 anos na localidade, abriram informações sobre seu modo de vida, especialmente sobre a maneira de alimentarem-se e de tirarem o sustento da terra. Hoje o casal vive sozinho, porque os filhos Felipe Luiz e Laura Maria estão construindo suas vidas não tão longe dali – ele em Frederico Westphalen e ela em Tenente Portela. Ao explicar como o casal consegue preservar variedades diversas de alimentos, Odete conta que em 2010 um câncer exigiu que ela se reorganizasse na propriedade. Antes ajudava o marido nas lavouras de fumo, principal cultura do município de Caiçara e também da propriedade, mas a recuperação requeria que ela tivesse um estilo de vida um pouco diferente. Foi por isso que passou a se dedicar a algo que sempre gostava, cultivar alimentos, preservar sementes crioulas, mudas e intensificar a prática de trocá-las com amigas e conhecidos. Com a dedicação mais exclusiva à essa produção de alimentos, sem contar o artesanato, doces e panificados que faz, Odete se
reinventou e o excedente disso tudo começou a ser comercializado. Hoje a família tem um acervo – dá para assim dizer – de mais de 130 variedades, comprovadas e reproduzidas, tanto que já recebeu premiação por isso em um evento em Seberi, no início deste ano. É algo merecedor de reconhecimento, afinal, como já disse o botânico Luciano Bianchetti, pesquisador da Embrapa, “a história da agricultura é uma história de redução de variedades de alimentos”, e ali o caminho está sendo ao contrário. Odete garante que o que mais a motiva para continuar é o incentivo que recebe por meio da equipe local da Emater/RS-Ascar, bem como da chamada pública Ater Mulheres e Agroecologia, que tem um grupo em Caiçara, cujo trabalho é executado pelo Centro de Tecnologias Alternativas Populares (Cetap). Hoje essa prática que iniciou como um passatempo, praticamente, representa uma renda importante para o casal. “A cada 15 dias participo de uma feira em Caiçara. Além disso, muita gente vem aqui comprar alguns produtos, porque já sabe que temos essa diversidade”, comenta a agricultora, citando que consegue manter a casa com essa renda. Por feira a média é de uma receita de R$ 300 a R$ 400, mas já chegou a vender até R$ 800, o recorde até agora. Mas também tem outro aspecto: o de ser uma prática terapêutica, de trocar experiências com outras pessoas, de fazer amizades. Tudo isso também contribuiu para Odete superar algumas questões de saúde e se fortalecer ainda mais. Basta ver o seu alto astral para comprovar isso de perto.
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Se para ter alimentos é preciso antes ter as sementes, como diz sempre o entusiasta nessa área Mario Coelho da Silva, gerente-adjunto da Emater/RS Regional de Frederico Westphalen, mais uma vez os Pellegrin estão no caminho certo. As dezenas de variedades de sementes que foram juntadas por Odete ao longo dos últimos anos incluem feijões, abóboras, hortaliças, frutíferas, pipocas, mostarda, ervilhas, milhos, batatas, mandiocas, trigos, cebolas, porongos para artesanato e uma infinidade de opções. “É um trabalho que exige dedicação. Tem que gostar, além de dedicar tempo para tudo isso, porque a gente não para”, conta. A extensionista social Marlene Peroza, da Emater/RS-Ascar de Caiçara, observa que esse acompanhamento sempre foi feito por meio da extensão rural, mas foi intensificado pela da campanha regional “Produza seu alimento e colha saúde”, que foi relançada neste ano por meio do Escritório Regional da Emater/RS-Ascar de Frederico Westphalen. “A gente tem organizado excursões para que os interessados em ter acesso a essas sementes e mudas possam ver coisas diferentes fora daqui. Isso tem dado um resultado importante para essas famílias, porque se conseguiu resgatar variedades de alimentos que já não tínhamos mais acesso”, explica. Mas não é somente isso, a campanha tem como objetivo principal estimular a produção de subsistência com foco em algumas culturas e criações, priorizando as locais, como forma de promover a segurança e soberania, influenciando na melhoria dos hábitos alimentares e qualidade de vida das famílias rurais, o que é comprovado pelo casal Pellegrin.
Você sabe quanto custa o que vai à sua mesa? Na linha São Sebastião, em Seberi, a família Matter sabe bem o valor do que é produzido na horta ou no pomar. Dona Avanir e seu Egon, ela aos 59 anos e ele com 60, moram com os filhos Gustavo, 24 anos, técnico agrícola, Juliano, 35, com a nora Ester, 17, e a neta Tábita, de seis meses; além de Geovani Fernando, 31, e a nora Isabel, 24. Eles são produtores de fumo. Com o acompanhamento da equipe da Emater/RS-Ascar local, recentemente o cálculo de quanto a família consome de alimentos produzidos na propriedade foi refeito – isso porque quando Gustavo estudava no Colégio Agrícola também che-
gou a fazer análises de quanto a família consumia dos produtos de subsistência – e chegou-se a um valor de R$ 1.580. Mas não é somente o que se tem na horta que conta. Tudo o que for processado, como doces, panificados, manteiga, nata, entre outros produtos, também é somando nesse cálculo. – Depois que a gente faz essas contas se valoriza muito mais o que se tem na propriedade. Qualquer coisa que a gente cultive abate o custo de ter que comprar no supermercado – observa Gustavo, atento aos números. O espaço utilizado para esse tipo de produção deve ser de meio hectare, muito pouco perto dos 16 hectares que a propriedade tem no total.
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Biodiversidade garantida
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Família Matter, de Seberi
Use a tabela abaixo para fazer o cálculo do que é consumido pela sua família. Caso necessário, peça ajuda para a equipe da Emater/RS do seu município Produto
Quantidade produzida
Valor total (R$)
Peixes
Feijão
Frutas
Ovos
Cebola
Leite
Batata-doce
Frango
Mel
Carne suína
Banha
Carne bovina
Alho
Pão
Salame
Biscoito
Queijo
Aipim
Geleia
Moranga
Total/ano:
Folhosas
Total/mês:
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Viabilizando a volta para o campo
Roberto Celso, de Sarandi, entrega 80% da produção de hortaliças em Palmeira das Missões
Gracieli Verde
Aos 31 anos, o jovem administrador Roberto Celso viu na produção de alimentos um complemento da renda da família, que até então só produzia grãos, em Sarandi. – Apostar somente nisso não é tão seguro assim. Temos cerca de 60 hectares e somos uma família grande, então vimos a necessidade de ter mais opções para melhorar nossa lucratividade. Comecei a produzir alface e outras verduras numa estufa convencional de 500 metros quadrados, para poder vender na feira do produtor aqui do município e entregar para algum supermercado – conta Celso, que deixou um emprego na cidade para investir na atividade. Com o tempo o negócio ficou mais sério e, com um investimento de R$ 190 mil, Celso implantou uma estufa de 960 metros quadrados, com sistema de hidroponia, além de um veículo apropriado para o transporte da produção. Para ajudar na atividade, o irmão Alex, 26 anos, também voltou a morar na propriedade. Eles contam ainda com a ajuda dos pais Jair, 56, e Elenita, 55 – a irmã Aline reside na cidade e a esposa de Celso, Daniela, também mantém um emprego em Sarandi, mas mora com ele no interior. Por mais que questões de mercado são um pouco complicadas na hora de comercializar o produto, porque há particularidades, Celso consegue vender 80% da produção em Palmeira das Missões, distante cerca de 40 quilômetros dali. A hidroponia foi uma opção para driblar a questão da mão de obra, que é um pouco menor em relação ao cultivo convencional, sem contar que com esse sistema consegue produzir bem mais quantidade de hortaliças a cada ciclo. Hoje a capacidade mensal é de em torno de 12 mil a 14 mil pacotes, sendo sete mil de alface, mas também tem temperos, radiche, agrião, rúcula, entre outras. Em relação aos lucros, Celso comenta que é um valor que paga água, energia elétrica, telefone, alimentação, lazer. – Dá para dizer que é uma média de R$ 2 mil mensais, porque tem meses que dá bastante, mas outros que o consumo cai, dependendo da época do ano. Claro que o movimento bruto é grande, só de combustível a gente paga cerca de R$ 1,6 mil por mês. Não se ganha “rios de dinheiro”, mas se vive bem – garante. O próximo passo, que está em fase de análise, é a implantação de outra estufa para tomates, como uma possibilidade de ampliar a oferta de produtos aos supermercados e fruteiras. Quando se fala em feiras do produtor, como a que Celso participa em Sarandi, vale destacar que é uma opção importante para difundir o consumo de alimentos produzidos na região. No caso de Palmeira das Missões, por exemplo, que tem hoje 12 feirantes, mas existe há cerca de 30 anos, é grande o espaço para a venda de mais produtos, segundo o presidente, Darci Augusto Thiel. Ele mesmo mantém a renda da família produzindo alimentos, em parceria com a esposa Maria Helena e o filho Cristiano, além do trabalho com bovinocultura de leite, suinocultura e piscicultura – ele reside na linha Progresso, em Novo Barreiro.
Campanha regional: conscientização em torno do assunto Neste ano a campanha “Produza seu alimento e colha saúde” está na terceira edição. Esse projeto já beneficiou centenas de famílias e conta com o apoio de escolas, entidades e instituições preocupadas com a saúde e a qualidade da alimentação da população nos 42 municípios das regiões Médio Alto Uruguai e Rio da Várzea. Entre os objetivos também está o de potencializar programas de incentivo como o Programa Nacional da Alimentação Escolar (Pnae) e o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), bem como o resgate da biodiversidade. – Nós utilizamos alguns dados que justificam esse projeto. Em 2014, o Brasil saiu do mapa da fome e em 2015 entrou no mapa da obesidade. Em torno de 60% da população brasileira têm sobrepeso, inclusive crianças. Chegamos à constatação de que quanto maior a renda, menos a família produz e maior o consumo de industrializados. A alimentação é um indicador essencial
na qualidade de vida. Por isso, precisamos resgatar antigos hábitos alimentares, promover a consciência, para salvar a saúde e a qualidade de vida da nossa população – defende a assistente técnica regional social da Emater/RS-Ascar e coordenadora da campanha, Dulcenéia Haas Wommer. O trabalho tem ganhado corpo e neste ano um diferencial é que o sistema Sicredi que atua na região, com cooperativas em Sarandi, Frederico Westphalen e Palmeira das Missões, e unidades espalhadas em praticamente todos os municípios, está disponibilizando linhas de crédito específicas para a produção de alimentos para a subsistência. Os valores de R$ 500, R$ 1 mil e R$ 1,5 mil podem ser acessados nas agências, mediante análise de crédito e procedimentos exigidos pela instituição. “É algo importante, porque vem para incentivar essas famílias que querem iniciar alguma produção para subsistência”, ressalta Dulcenéia.
Juventude & Sucessão
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Fazer diferente para ter resultados distintos Permacultor Marcos Ninguém fala aos jovens e defende que é preciso estar conectado às tendências, como a sustentabilidade, para aproveitar novos mercados consumidores
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conhecido como Japa, também é parceiro nas atividades com a permacultura, cujo projeto tem sede na comunidade de Dom José, em Alpestre. A localidade tem a Estação de Permacultura Marcos Ninguém e por lá são realizados cursos, capacitações, além de hoje ser um local que abriga pessoas de diversas regiões do país interessadas em turismo colaborativo. Recentemente também foi criada a Unipermacultura, que é uma universidade alternativa que oferece cursos de bioconstrução, permacultura e ecovilas. Mas voltando à permacultura, esta foi criada por cientistas australianos, na década de 1970, quando já se percebia a necessidade de uma agricultura integrada, com planejamento para produzir mais e ao mesmo tempo ter eficiência, especialmente com o uso das energias. “É o tipo de conhecimento que vem derrubando barreiras entre o meio urbano e rural, de modo que o mercado consumidor também fica mais atento para o tipo e a origem do produto que consome, valorizando o que tem uma produção mais agroecológica, que tenha a sustentabilidade como bandeira e como prática”. Mas o que isso tem a ver especificamente com os jovens? “A permacultu-
ra surge como uma nova forma de planejar, inclusive a propriedade. A maior riqueza disso tudo para os jovens é que ela empodera, principalmente no meio agrícola. A permacultura tem essa raiz forte na agricultura e mostra que é possível fazer diferente”, observa Clairton da Silva. O papel do jovem está em justamente absorver conceitos novos para implantar nos seus negócios, como a sustentabilidade. Isso, na visão de Marcos Ninguém, é imprescindível e a permacultura pode ser um caminho.
Convencer pelo resultado Uma das dicas de Marcos é que o jovem precisa vencer a barreira do resultado. – Se o jovem mostrar que é possível, é uma garantia. Tem que provar que dá certo, provar o seu valor. Essa área da sustentabilidade é uma tendência. É só analisar o quanto cresceu esse consumo de produtos orgânicos e agroecológicos, é ver o valor que isso tem para a nossa família e que isso pode ter para as outras também. Tem gente que quer aprender a colocar o cabo numa enxada, então porque não aproveitar essas coisas simples que se sabe no contexto agrícola para ter renda – questiona. Gracieli Verde
“É o tipo de conhecimento que vem derrubando barreiras entre o meio urbano e o rural, de modo que o mercado consumidor também fica mais atento para o tipo e a origem do produto que consome, valorizando o que tem uma produção mais agroecológica.”
e é preciso reinventar-se para permanecer no mercado, seja ele qual for, a agropecuária é um “prato cheio” para emplacar conceitos super atuais ao conhecimento que as famílias já possuem sobre o trabalho com a terra, plantas e animais para aprimorar técnicas, fazer diferente e trazer para dentro da propriedade conceitos como o de sustentabilidade, abrindo novos mercados. Aos jovens cabe buscar essas novidades para incorporar uma rotina mais sustentável e viável economicamente, afinal, o que se deseja, de modo geral, é qualidade de vida com renda. Uma alternativa que vem sendo difundida em vários contextos, inclusive na região, é a permacultura. – Trata-se de uma ciência interdisciplinar de planejamento de ambientes humanos e sustentáveis. A permacultura questiona o modo de produção que a Revolução Verde trouxe, que difundiu a produção em larga escala, a monocultura, o uso de adubo químico, de agrotóxicos – explica o permacultor Marcos Ninguém, que reside em Alpestre, mas passou vários anos em outros Estados do Brasil estudando e difundindo essa técnica. Há 12 anos Marcos Ninguém atua na área. O irmão dele, Clairton da Silva, mais
Marcos Ninguém é permacultor e atua na área há 12 anos
Revista Novo Rural - Junho de 2017
O recado: promover a sustentabilidade Ainda aos jovens, o recado de Marcos Ninguém é que estejam conectados às tendências. – O que o planeta vai precisar mais de agora em diante? De projetos sustentáveis e economicamente viáveis. Não vamos mudar somente pela consciência, as pessoas mudam pelo bolso, pela praticidade. A produção da agricultura familiar viabiliza que mais profissionais tenham o sustento da atividade. É melhor ser menor, mas bem organizado - orienta, revelando que o sonho é tornar Alpestre numa referência na produção agroecológica para a região.
“Não vamos mudar somente pela consciência, as pessoas mudam pelo bolso, pela praticidade.”
O que os jovens precisam lembrar ao inserir novas tecnologias na propriedade, na visão de Marcos Ninguém
Educação a distância pode ser caminho para acessar conhecimento Atualmente a forma como a UniPermacultura atua é com cursos a distância, para viabilizar a participação de pessoas de qualquer lugar do Brasil. Por outro lado, os alunos são convidados a virem para Alpestre para participarem de atividade práticas e também a ajudar em
projetos sociais. Visitas ao projeto também podem ser agendadas. Além disso, propriedades que são parceiras da estação também recebem alunos dos cursos, como forma de laboratório para que eles possam aprender com esse contato direto com os agricultores.
É preciso provar que dá certo, provar o seu valor. O que mais o planeta vai precisar no futuro é de projetos sustentáveis e economicamente viáveis. Fique atento a isso!
Produtos da comunidade de Dom José Um dos projetos realizados por meio da estação de permacultura é o planejamento de produções que possam gerar renda para o projeto e para agricultores parceiros. Um deles foi relacionado ao tabaco orgânico, que na safra passada contemplou diversas famílias, movimentando um montante de mais de R$ 200 mil no município. Um laboratório de fitocosméticos também está sendo reativado por um profissional
que recentemente passou a integrar a equipe. Outro passo dado pela equipe da estação é que as atividades estão passando a funcionar em sede própria, bem próxima da estrutura que antes era utilizada, cedida pela prefeitura - era uma escola abandonada que foi adaptada para o projeto. Além disso, estão sendo buscados convênios com prefeituras e universidades para difundir informações sobre o tema.
Conhecer outras experiências de famílias que já estão fazendo a produção orgânica ou agroecológica também pode ser uma boa para inspirar-se e analisar vantagens e desvantagens do modo de produção.
Até
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O mercado consumidor está cada vez mais atento ao modo como os alimentos são produzidos. Aproveite isso para entrar em novos nichos de mercado.
Sentir-se empoderado a promover mudanças de estilo de vida e de produção é essencial para ter atitude diante dos desafios. Buscar conhecimento na área em que se quer atuar é fundamental para fortalecer-se.
É melhor ser menor, mas bem organizado.
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Bem-Estar
Cuidados com a pele no inverno: o que precisamos saber!
E
stamos nos aproximando do inverno e daqueles dias que o frio exige muito da pele, principalmente para quem precisa executar trabalhos bastante expostos, como o caso dos agricultores, independente da área em que atuam. O médico dermatologista Márcio André Volkweis, que atende em Sarandi, dá várias dicas de como evitar problemas e desconfortos nesta época do ano. Confira.
Pele seca
Em função das frentes frias que chegam nesta época, o vento seco diminui muito a humidade do ar e a pele acaba ficando bem seca. – A baixa temperatura também diminui a transpiração e com isso a hidratação da pele cai também. A exposição ao ambiente frio e seco acaba deixando a pele sensível,
descamativa e inflamada. Para prevenir que isso aconteça devemos evitar a exposição ao clima ao máximo, usando mantas, tocas, lenços e luvas. Além disso, quando não puder esconder a pele, use muito creme hidratante. O creme pode ser usado quantas vezes ao dia forem necessárias, na pele exposta e após o banho no restante do corpo – orienta.
E o couro cabeludo? Água quente no banho dá mais caspa?
Segundo o dermatologista, não é necessariamente a água quente que ocasiona a caspa. Ela aparece em função do clima frio também. “O que ocorre é que exatamente no inverno aquecemos mais a água para nosso banho e achamos que essa é a causa. Na verdade, com o frio, a mudança da fisiologia da pele favorece o surgimento da caspa, ou dermatite seborréica. Por isso, devemos usar xampus adequados e, às vezes, medicamentos para o controle dessa doença”, aconselha o médico. Além de acometer o couro cabeludo, a doença também pode aparecer na barba, sobrancelhas e ao redor do nariz.
É preciso se proteger do sol no inverno? Os raios solares são menos intensos no inverno e, por isso, mesmo menos nocivos. Apesar disso, quem fica muito tempo exposto ou quem tem a pele com doenças ou muito sensível, deve usar protetor solar mesmo no inverno. “Lembre-se que a pele sofre danos mesmo que não venha a queimar com o sol. E esses danos demoram 20 anos para aparecerem”, reforça Volkweis.
Mãos extremamente ressecadas É muito comum isso acontecer com as donas de casa e quem trabalha com vacas de leite. O ressecamento das mãos piora muito no inverno com o contato com a água e produtos de limpeza. “O ideal seria diminuir o contato direto através do uso de luvas, além de usar cremes hidratantes grossos para as mãos. Esses creme são chamados de luvas químicas e possuem em sua formulação silicone e óleos”, explica Volkweis. Existem várias opções no mercado, basta ver qual mais se adapta a sua necessidade.
A pele sensível tende a ficar bem vermelha nesta época, por quê? As pessoas de pele sensível e que possuem vermelhidão na face normalmente sofrem de uma doença que é a rosácea. Ocorre uma inflamação nos vasinhos da pele deixando ela mais avermelhada. “Isso costuma ser pior com o calor forte, clima frio e seco, bebidas de álcool, alimentos muito quentes ou muito temperados”, explica o profissional. Segundo ele, o tratamento deve ser feito com um especialista na área, o dermatologista.
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Culinária Escondidinho de mandioca com moranga cabotiá Ingredientes:
1 kg de mandioca cozida com sal e amassada
Montagem do prato: Untar a travessa com manteiga Ghee, colocar uma camada da massa da mandioca, uma camada de moranga cabotiá e outra de carne moída em molho com milho e ervilha. Pode-se colocar queijo ralado. Novamente repetir as camadas. Colocar no forno pré-aquecido para gratinar e derreter o queijo. O escondidinho combina com salada de rúcula, flores de capuchinha e pedaços de manga temperados com vinho tinto aromatizado com alecrim.
100g de creme de leite Misturar numa vasilha
Recheio I:
*Manteiga Ghee ou manteiga de garrafa: É a manteiga cla300g de carne moída
1 colher de manteiga Ghee*
2 tomates bem maduros, sem pele e sementes, picados
100g de milho verde
sal a gosto
1 dente de alho picado e esmagado
Cebolinha verde e salsinha picadas a gosto
100g de ervilha
½ cebola picada
Recheio II:
300g de moranga ¼ cebola cabotiá cozida picada e amassada
1 dente de alho picado e esmagado
sal a gosto
cebolinha verde, salsinha e pimentão picados a gosto
½ colher de Manteiga Ghee*
2 hastes com folhas de espinafre picadas
rificada, muito usada na culinária indiana, feito com leite de vaca ou de búfala. É considerada uma gordura mais saudável do que a manteiga. A manteiga Ghee é considerada um óleo puro, sem toxinas e sal, extraído da manteiga (como o próprio nome diz), num processo em que a água, os componentes sólidos e toxinas provenientes da gordura do leite da vaca são removidos, inclusive a lactose. Para elaborar a manteiga Ghee é necessário colocar apenas a manteiga, sem sal, numa panela de ferro ou inox e deixar cozinhar até formar espuma branca na superfície. A espuma deve ser retirada lentamente com uma escumadeira. Esse processo deve ser repetido até parar de formar espuma. O ideal é cozinhar em fogão a lenha ou fogo bem baixo para que ela derreta lentamente. Se a manteiga queimar, não fica bom. Depois de retirar absolutamente toda a espuma branca, deixar a manteiga descansar por uns 30 minutos para que o restante dos sólidos desça para o fundo da panela. Coar o líquido com um pano limpo de algodão. Despejar num vidro com tampa e armazenar na geladeira (para durar mais três meses). A manteiga Ghee poderá ser utilizada em todos os pratos elaborados que necessitam de gordura. Colaborou: Josiane Márcia Bianchi, extensionista rural social do Escritório Municipal da Emater/RS de Três Palmeiras
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Clima
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BOLETIM AGROMETEREOLÓGICO Leandro Marques Engenheiro-agrônomo | Extensionista rural da Emater/RS-Ascar
Mesmo que a colheita da safra de citros esteja em andamento, é importante planejar o período de manutenção dos pomares. O mesmo pensamento vale para outras frutíferas que estão próximas do fim da colheita ou já encerraram a produção de frutos, como o pêssego, ameixa e a parreira. Cabe destacar que a busca por métodos de podas das árvores e tratamentos fitossanitários deve constar no planejamento da propriedade. Vale lembrar que a poda de plan-
tas frutíferas é uma prática que visa eliminar os ramos quebrados, doentes, secos e mal localizados, de forma racional, além de conduzir a planta a um formato desejado. Tal formato é importante para garantir a longevidade das plantas e do pomar em sua totalidade. Quando a época de manutenção dos pomares chega, não importa se eles são cultivados para venda dos frutos ou para o consumo das famílias, os cuidados com as plantas não podem ser deixados de lado.
O peso dos citros A comercialização da safra de citros segue na região, com agricultores colhendo bons frutos no campo e consumidores apreciando a qualidade das frutas que os nossos agricultores cultivam com sabedoria e dedicação. Se a produção é satisfatória no campo, os cuidados na hora da colheita devem garantir que a qualidade das frutas per-
Nas últimas semanas de maio, excesso de chuva fez rios transbordarem em alguns pontos
Gracieli Verde
Época de manutenção
maneça até chegar aos consumidores, garantindo uma boa venda. Para isso, certos cuidados na hora da colheita são importantes, como, por exemplo, realizar a colheita dos frutos preferencialmente em períodos secos. É importante evitar a colheita de frutos molhados, seja por chuva ou excesso de orvalho acumulado na superfície das frutas nas primeiras horas da manhã, minimizando o aparecimento de manchas, doenças e podridões. O cuidado para armazenar os frutos também é importante neste momento, com preferência a locais protegidos do sol e com boa ventilação. Tais cuidados valorizam essa atividade que costuma trazer uma boa renda ao agricultor. O peso dos citros na agricultura da região é positivo, seja no tamanho ou na importância da atividade.
A despedida do outono Junho determina o término do outono e a chegada do inverno. No próximo dia 21, o inverno começa oficialmente, marcando o início da estação mais fria do ano. Até o momento, os volumes expressivos de chuva em maio abasteceram os reservatórios de água da região. Neste ano, a estação que está próxima do fim afastou problemas relacionados à estiagem, mas trouxe preocupação por conta da chuva expressiva, principalmente no mês
passado, que alagou algumas áreas e trouxe desafios ao agricultor. A chegada do frio mais intenso, comum do inverno, deve proporcionar boas condições para os cultivos da estação, gerando um equilíbrio adequado entre as fases de crescimento e desenvolvimento das plantas que estão no campo, resultando em uma produção adequada logo adiante. É tempo de aguardar as geadas do inverno. A despedida do outono começou.
Chuva em excesso Os volumes expressivos de chuva registrados na região nos últimos dias de maio devem seguir exigindo atenção dos agricultores. Muitos locais ultrapassaram a média histórica de chuva prevista para o mês e, em alguns casos, a chuva ocorreu de forma intensa e em um curto espaço de tempo, gerando prejuízos. Para quem cultiva hortaliças, se for necessário o replantio em áreas de produção, dar preferência a materiais com boa adaptação ao frio, por conta do inverno que se aproxima. Em locais onde não será necessário replantar os cultivos, é impor-
tante proceder a retirada das plantas danificadas, visando minimizar o aparecimento de doenças que atacam as plantas. Limpar áreas de produção é fundamental. Já em áreas de pastagem, é necessário manter uma lotação adequada de animal por área, para não sobrecarregar plantas mais fragilizadas. O pisoteio excessivo dos animais pode agravar os danos da chuva. Para aquelas áreas onde será necessário o replantio dos cultivos, é importante aguardar o retorno da umidade adequada do solo, evitando expor as sementes ao excesso de umidade.
Diminui expectativa para El Niño para a próxima metade do ano esde que o fim do La Niña, fenômeno caD racterizado pelo resfriamento das águas do Pacífico Equatorial, foi oficializado no início do ano, a atmosfera se encontra num período de neutralidade climática, embora a temperatura do oceano Pacífico Equatorial permaneça mais elevada que o normal. Tendo em vista esse aquecimento, os centros internacionais de meteorologia passaram a apontar a possibilidade de um El Niño de fraca intensidade, que poderia se consolidar no segundo semestre de 2017, mas as chances de o fenômeno acontecer diminuíram no último trimestre. Conforme relatórios da Agência Ame-
ricana de Meteorologia e Oceanografia (NOAA) e do Instituto Internacional de Pesquisa para o Clima e Sociedade (IRI) da Universidade da Colúmbia, o aquecimento das águas do Pacífico aconteceu de forma reduzida em abril em comparação aos meses anteriores. Com isso, a probabilidade do El Niño acontecer caiu de 70% para 50%. De acordo com a Somar Meteorologia, para os próximos meses as chuvas devem continuar mais concentradas no interior da região Sul, sul do Estado de São Paulo e Mato Grosso do Sul. No decorrer do inverno, espera-se chuvas acima da média no Centro-Sul.
Nos próximos meses chuvas devem continuar concentradas no Sul
Criação
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Programa de Brucelose e Tuberculose sofre mudanças A partir da Instrução Normativa 19, a certificação agora passou a ser emitida pelo Serviço Veterinário Estadual, com validade em todo o território nacional AgroEffective/Divulgação
O
regulamento técnico do Programa de Brucelose e Tuberculose teve algumas alterações feitas pelo governo federal. Por isso, uma das primeiras atualizações sobre o assunto foi feita na 13ª Fenasul, que ocorreu no fim de maio, em Esteio, por meio do Sindicato dos Médicos Veterinários no Estado do Rio Grande do Sul (Simvet/RS), em parceria com o Ministério da Agricultura e a Secretaria da Agricultura do Rio Grande do Sul. A coordenadora do Programa Estadual de Controle da Tuberculose e Brucelose (Procetube/RS), médica-veterinária da Secretaria da Agricultura do Rio Grande do Sul Ana Groff, falou sobre as novas regras referentes à certificação de propriedades livres de brucelose e tuberculose. A partir da Instrução Normativa (IN) 19, a certificação agora passou a ser emitida pelo Serviço Veterinário Estadual, com validade em todo o território nacional. Também agora, conforme a especialista, a certificação pode ser obtida por processos independentes, ou seja, a propriedade pode, por exemplo, ser considerada primeiro livre de tuberculose e posteriormente de brucelose.
Para ser certificada a propriedade precisa • Utilização de um sistema de identificação individual dos animais aprovado pelo Serviço Veterinário Oficial. • Atualização do rebanho. • Declaração complementar pode ser feita em qualquer época do ano. • Envio de requerimento à Inspetoria de Defesa Agropecuária local e conferência de dados ou cadastro.
Ana Groff é médica-veterinária da Secretaria da Agricultura do RS
A certificação de propriedade livre das duas doenças Ana informou ainda que para ser certificada a propriedade precisa cumprir todas as medidas previstas no programa. Entre elas estão a utilização de um sistema de identificação individual dos animais aprovado pelo Serviço Veterinário Oficial, atualização do rebanho, uma declaração complementar, que pode ser feita em qualquer época do ano, envio de requerimento à Inspetoria de Defesa Agropecuária local e conferência de dados ou cadastro. Além disso, a partir de agora serão necessários apenas dois testes para a certifica-
ção de livre de brucelose e tuberculose. Os requisitos para ser considerada livre de brucelose são: um primeiro teste em fêmeas vacinadas com a B19 com idade maior ou igual a 24 meses, ou imunizadas com a RB51 a partir dos oito meses, e em machos a partir de oito meses destinados à reprodução. Deve haver um intervalo de seis a 12 meses para a realização do segundo teste a ser enviado para laboratório credenciado na Rede Nacional de Laboratórios. Os dois testes devem ser negativos para obter o certificado de livre
da doença. A data da coleta do sangue deve ser informada na Inspetoria Veterinária com um prazo de sete dias. Para propriedade livre de tuberculose, também é preciso realizar dois testes. O primeiro em animais com seis semanas de idade e aguardar um intervalo de seis a 12 meses para a realização do segundo que deve ser acompanhado pelo Serviço de Veterinária Oficial. “A renovação fica condicionada a um teste de rebanho com um intervalo de 12 meses”, explicou Ana.
COMITÊ DA BACIA
RIO DA VÁRZEA
(55) 3744-4244
contato@comiteriodavarzea.com.br
www.comiteriodavarzea.com.br
DIA 5 DE JUNHO
Dia Mundial do Meio Ambiente
O Comitê da Bacia do Rio da Várzea destaca a importância da preservação dos recursos hídricos no meio rural. A água é vital para o desenvolvimento das atividades da agricultura e pecuária, bem como para garantir qualidade de vida à família rural. Por isso, neste mês em que se comemora o Dia Mundial do Meio Ambiente é a oportunidade para relembrarmos da importância de cada um na tarefa de preservar nossos recursos naturais, entre eles a água! Atitudes como a preservação da mata ciliar junto às nascentes, reutilizar a água da chuva, optar pela irrigação por gotejamento, construção de fossas sépticas usando técnicas de forma correta, armazenamento e destino correto do lixo, evitando a poluição do lençol freático, eliminar os vazamentos nas tubulações, dar correta destinação aos vasilhames de produtos tóxicos, são algumas sugestões entre outras boas ideias que você já conhece e pode aplicar na sua propriedade!
Contribua com a preservação deste recurso essencial para a vida!
Junho 2017
DIA
7a9
22
Semana do Meio Ambiente
Troca-troca de sementes e mudas crioulas
DIAS
DIA
2, 3 e 4
5
Rondileite 2017
Atividade alusiva ao Dia Mundial do Meio Ambiente
13
Dia de Campo sobre água, solos e mata ciliar
6º Encontro da Biodiversidade e Segurança Alimentar e 2º Encontro das Plantas Bioativas
Local: Parque de Exposições de Rondinha Rondinha
12ª Colônia em Festa
Local: Praça da Paz Seberi
DIA
5
Local: Centro de Eventos Três Palmeiras
Local: propriedade de Nelson e Vanda Batista, linha Barrinha Alegre Gramado dos Loureiros
Dia de Campo do Meio Ambiente Trindade do Sul
Pedalada Ecológica Engenho Velho
Local: Nonoai
6a9 Semana do Meio Ambiente Local: Erval Seco
Novo Rural no Carijo
Local: Linha Picada Grande, no pavilhão da igreja evangélica Lajeado do Bugre
DIA
Local: Salão paroquial Vista Alegre
DIA
27 Seminário do Pronera
Local: Câmara de Vereadores Palmitinho
DIA
DIA
21
DE
Palmeira das Missões
Bruna Bonadeo
DE
3º Seminário Regional do Leite
Local: Salão paroquial católico Palmitinho
30 Concurso Municipal do Vinho
Novo Barreiro
O secretário de Assistência Social de Palmeira das Missões, Pedro Santos, e José Galera, ex-prefeito de Pinhal
Durante o 32º Festival Carijo da Canção Gaúcha, realizado em Palmeira das Missões, entre os dias 24 e 28 de maio, no parque de exposições da cidade, várias lideranças políticas prestigiaram o evento. Entre elas esteve o secretário de Transportes, Pedro Westphalen, que estava acompanhado do vereador Marcelo Saggin. Em contato com a reportagem da Novo Rural, Westphalen conheceu um pouco mais sobre o projeto, que tem como desafio destacar as potencialidades do setor agropecuário da região. Além disso, nas próximas edições, a reportagem traz informações sobre chimarrão, a partir de uma boa conversa com a equipe da Escola do Chimarrão, representada por Pedro Schwengber. Pela primeira vez no Carijo, a ONG mais uma vez difundiu informações sobre os benefícios da bebida-símbolo dos gaúchos. Além disso, a reportagem da Novo Rural também prestigiou o Café com a Imprensa, que inclusive teve pratos à base de erva-mate preparados pela equipe da Emater/RS local. Saiba mais sobre as receitas na próxima edição.
O Sicredi na minha vida: Histórias de Desenvolvimento e Cooperação. Personagem principal: Irineu Suptitz, 66 anos, associado da Sicredi Grande Palmeira agência de Novo Barreiro-RS há 15 anos.
N
o começo o associado Irineu tinha como principal atividade o plantio de soja e as vacas de leite, foi quando o seu filho, na época funcionário público, lançou a ideia de construir uma pocilga. Em meio a dúvida, afinal vários conhecidos da família que haviam investido neste ramo vieram a falência, o senhor Irineu e o filho procuraram a agência
do Sicredi, “Fomos falar com o gerente Carlos que logo mostrou interesse em nos ajudar, afinal, lá na agência do Sicredi todos os colaboradores são amigos da gente, a gente chega lá e é muito bem atendido. Então encaminhamos o projeto o qual foi aprovado, e hoje estamos satisfeitos com o trabalho que o Sicredi incentivou. Atualmente o meu filho trabalha comigo na propriedade,
saiu do emprego público, pois a pocilga nos dá um bom retorno financeiro. ” Mas não foi só no financiamento da pocilga que o Sicredi esteve presente na vida do associado Irineu. “O Sicredi sempre esteve presente na minha vida, fiz outros investimentos, consórcio. Passamos por momentos difíceis com a doença da minha esposa, mas lá estava o Sicredi nos apoiando. Nos anos de crise superamos junto com o Sicredi, um grande parceiro, temos muito que agradecer. “ Para o futuro o Sr. Irineu
tem planos e vai contar com o Sicredi para realiza-los. “ Semana passada o gerente Carlos falou comigo e disse que se eu tiver alguma indicação de um amigo que queira financiar pocilga, o Sicredi está à disposição. Isso mostra que estão investindo na suinocultura, pois é algo que está dando retorno. Eu e minha família temos planos para no máximo 2 anos fazer mais uma pocilga e assim todos os filhos retornarem a trabalhar na propriedade, garantindo a sucessão e a sustentabilidade do nosso negócio. ”
“O Sicredi realiza um trabalho sério, é uma instituição financeira de confiança. Eu indico o Sicredi aos meus amigos como uma grande parceira no nosso desenvolvimento” Irineu Suptitz
Juntos, cooperamos e conquistamos um grande resultado.
A Sicredi Alto Uruguai RS/SC distribuiu
10,2
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* milhões
entre todos os seus associados.
Somos uma instituição financeira cooperativa. Isso quer dizer que dividimos os nossos resultados entre todos os associados. É um jeito mais justo, moderno e colaborativo para a sua vida financeira.
sicredi.com.br *Este valor corresponde ao pagamento de juros do capital em contacorrente a à distribuição dos resultados em cota capital. SAC Sicredi - 0800 724 7220 / Deficientes Auditivos ou de Fala - 0800 724 0525. Ouvidoria Sicredi - 0800 646 2519.