Revista Novo Rural Jul.2018

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R E V I S TA

AGRICULTURA DE PRECISÃO

NOVO

Novo Rural acompanha evento referência no Sul do Brasil

INFORMA | ORIENTA | INSPIRA Ano 2 - Edição 20 - Julho de 2018

LEITE: QUAL O SEGREDO PARA GANHAR MAIS? A revista é uma iniciativa de

APOIO

REALIZAÇÃO

Produtor mostra como faz para aumentar o preço pago por litro de leite graças à qualidade do produto


Agricultura de precisão, cooperativismo e bons exemplos na Novo Rural

NESTA EDIÇÃO

3 Agricultura A edição traz a segunda reportagem sobre a citricultura no município de Liberato Salzano, além de informações sobre a abertura da colheita das laranjas, realizada em junho. Detalhes relacionados ao Plano Safra 2018/2019 da Sicredi Alto Uruguai RS/SC também completam a editoria, bem como conteúdos sobre a safra de trigo, revisão de colheitadeiras e o 3º Workshop LapSul de Agricultura de Precisão.

C

omo propõe o nome desta revista, um dos nossos compromissos, como veículo de informação, é promover um novo rural, com mais desenvolvimento sustentável, tecnologia, inovação, bem-estar. Tudo isso vem acontecendo, tanto que nossa região se destaca no Sul do Brasil pela evolução das propriedades rurais. Agora, a Novo Rural avançará de forma mais rápida e tecnológica, abrindo espaço de destaque para a agricultura de precisão. O primeiro passo foi a cobertura especial que realizamos no 3º Workshop LapSul de Agricultura de Precisão, captando informações que foram disponibilizadas em tempo real, através da transmissão ao vivo na plataforma digital. Quem não pôde acompanhar, poderá acessar os vídeos com os resumos das principais palestras, disponibilizados após o evento. Na edição deste mês oferecemos mais uma oportunidade de ficar por dentro sobre o que de mais novo há sobre a agricultura de precisão. Vale a pena conferir, pois neste terceiro workshop o aproveitamento das tecnologias na agricultura familiar foi destaque nas palestras, mostrando o quanto se pode evoluir nesta área.

18 Pecuária Veja como será o 44º Dia Estadual do Porco, evento sediado neste ano por Rodeio Bonito, em agosto. No espaço Parceiros do Leite, o destaque é para a qualidade do produto vendido para a indústria, que inclusive estampa a capa da edição.

25 Tecnologia Veja porque a Tchê Turbo ingressou no ramo da internet rural e como isso pode ser acessado pelo público do campo.

26 Cooperativismo Veja como foram as ações relacionadas ao Dia Internacional do Cooperativismo pela região, além da coluna Espaço Cooperativo.

Nossa equipe também dedicou uma atenção especial para as ações de outro setor importante, que impacta a vida de todas as famílias rurais da nossa região, pois a grande maioria é vinculada a uma cooperativa ou até mais. Participamos ativamente das principais atividades propostas pelo Fórum Regional do Cooperativismo, em parceria com a Unidade de Cooperativismo da Emater, para celebrar o Dia Internacional do Cooperativismo aqui na região. Agradecemos pela parceria desenvolvida, em especial ao Sistema Ocergs/Sescoop, pelo apoio institucional ao espaço de divulgação. Esperamos que mostrando a importância deste setor e o quanto proporciona de retorno para a sociedade, possamos fortalecer o cooperativismo na nossa região. Meu último convite é para conferir a reportagem de capa. Uma história que inspira e mostra que apesar da crise muitas famílias estão prosperando, com muito empreendedorismo e vontade de vencer. Que a história da família Favin e as dicas selecionadas pela repórter Gracieli Verde façam a diferença na sua propriedade.

31 Juventude rural O colunista Vanderlei Lermen aborda como o incentivo dos pais reflete na decisão dos jovens em fazer a sucessão rural.

32 Agroindustrialização Em seminário regional realizado em Pinhal setor debate gargalos e avanços das agroindústrias.

34 Qualidade de vida Veja como um museu criado no interior de Palmitinho está contribuindo para preservar utensílios antigos da agricultura familiar. Confira também a coluna “Cá entre nós”, que nesta edição tem como tema a felicidade. Receitas quentinhas para este inverno também integram a editoria.

Patrícia Cerutti - Diretora

A revista Novo Rural é uma publicação realizada em parceria por Convênio:

Diretora

Editora-chefe

Coordenador financeiro

Diagramação e publicidade

Patricia Cerutti

Eduardo Cerutti

Foto da capa Gracieli Verde

Circulação Mensal

Tiragem

13 mil exemplares

Fone: (55) 3744-3040 Endereço: Rua Getúlio Vargas, 201 - B. Ipiranga Frederico Westphalen/RS

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Gracieli Verde

Fábio Rehbein, Leonardo Bueno e Laís Giovenardi

Reportagem

Revista Novo Rural

@novorural

55 99624-3768

Débora Theobald

ABRANGÊNCIA: Alpestre, Ametista do Sul, Barra Funda, Boa Vista das Missões, Caiçara, Cerro Grande, Chapada, Constantina, Cristal do Sul, Dois Irmãos das Missões, Engenho Velho, Erval Seco, Frederico Westphalen, Gramado dos Loureiros, Iraí, Jaboticaba, Lajeado Do Bugre, Liberato Salzano, Nonoai, Nova Boa Vista, Novo Barreiro, Novo Tiradentes, Novo Xingu, Palmeira das Missões, Palmitinho, Pinhal, Pinheirinho do Vale, Planalto, Rio dos Índios, Rodeio Bonito, Ronda Alta, Rondinha, Sagrada Família, São José das Missões, São Pedro das Missões, Sarandi, Seberi, Taquaruçu do Sul, Três Palmeiras, Trindade do Sul, Vicente Dutra e Vista Alegre.


Dia de campo

3 | Revista Novo Rural | Julho de 2018

Agricultura

Hora de reforçar o conhecimento técnico

Armazenagem de grãos tem case de referência

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A

euniões técnicas envolvendo as comunidades interioranas de Engenho Velho fizeram parte da agenda de junho do município. O objetivo era justamente levar esclarecimentos, por meio da equipe da Emater/RS, para as famílias rurais. Vários temas fizeram parte da programação dos encontros, tanto da agricultura como da pecuária. “Com esses encontros atendemos demandas levantadas pelos agricul-

tores”, ressalta a técnica em agropecuária Pricila Folle Daris, da Emater/RS-Ascar. Entre os temas constam desde o controle de zoonoses, mastite no rebanho leiteiro, higiene da ordenha, fitoterapia animal, planejamento forrageiro, poda frutífera, até conservação de solo e água, proteção de nascentes, separação e coleta de resíduos sólidos, produção de alimentos, entre outros. Divulgação

liar projetos adaptados para a realidade de cada propriedade rural no que diz respeito a secagem e armazenagem de grãos é um dos desafios da Emater/RS-Ascar, através do trabalho de extensão rural. Para difundir mais informações sobre o assunto, um dia de campo foi realizado em junho, em Rondinha, propriedade da família Gelain, localizada na Linha Lajeado Seco Caravágio. O assistente técnico regional de Recursos Naturais da Emater/RS-Ascar, Carlos Roberto Olczevski, destaca que hoje esse tipo de tecnologia é acessível a pequenos e médios produtores de grãos e sementes, como soja, milho, trigo, triticale, feijão, sorgo, aveia e azevém. – Há linhas de crédito para a secagem e armazenagem via Pronaf, com 2,5% ao ano e, neste ano agrícola, com possibilidade de baixar ainda mais a taxa de juros a partir de julho. Este sistema de silo secador,

que utiliza ar natural para a secagem dos grãos, pode ser construído com capacidade de 100 até três mil sacas – comenta. A família Gelain colhe, em média, dez mil sacas de milho por ano. Por essa razão, decidiram apostar na secagem e armazenagem de grãos através do silo secador modelo difundido pela Emater/RS-Ascar. A estrutura construída na propriedade da família é a maior em toda a região para armazenagem. Na propriedade, foram construídos quatro silos com capacidade de 2,5 mil sacas cada, o que garante uma capacidade total de dez mil sacas para secagem e armazenagem do milho, aveia e trigo. Nesta última safra de milho, a produção da família já foi comercializada com valor agregado considerável, se comparado ao preço pago ao grão adquirido sem a pré-limpeza e a secagem realizada, como a família costumava comercializar anteriormente.

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Interação

Revista Novo Rural

@novorural

55 99624-3768

Fale conosco pelo WhatsApp: (55) 9.9624-3768 revistanovorural@oaltouruguai.com.br facebook.com/revistanovorural

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JULHO

Ela pode ser publicada aqui!

2018 Dia 11

COMENTÁRIOS

Dia de campo de produção orgânica Tres Palmeiras

Divulgação

Coluna Cá entre Nós

Dia 12

“Parabéns pela edição deste mês, seu texto ‘Mulheres de fé’ está muito bom”

Seminário Regional do Programa Bolsa Juventude

João Batista Braga, de Seberi, via e-mail Qualidade de vida

Culinária Cá entre nós

As vantagens de comer o famoso pinhão! CE RE

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Assistente técnica regional social da Emater/RS- Ascar de Frederico Westphalen E-MAIL: dwommer@emater.tche.br

Mulheres de fé!

Risoto de pinhão

INGREDIENTES • 2 colheres de sopa de manteiga • 3 colheres de sopa de cebola picada • 2 xícaras de chá de arroz • 50ml de vinho branco • 200g de pinhão co-

zido e cortado em lascas • 150g de nata • 100g de queijo parmesão ralado • Sal a gosto • Salsinha picada • Caldo de legumes

COMO PREPARAR Em uma panela, derreta a manteiga e doure a cebola. Acrescente o arroz e o vinho, mexa até evaporar. Vá acrescentando o pinhão e o caldo de legumes, mexendo sempre até o arroz cozinhar. Finalize com a nata e o queijo. Polvilhe salsa picada e sirva. Dica: pode-se usar o pinhão cozido e congelado.

Docinho de pinhão

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O trabalho da Revista Novo Rural vem conquistando a confiança de lideranças em toda a região. Em uma de suas várias passagens a trabalho por Frederico Westphalen, o supervisor regional do Senar/ RS, Diego Coimbra, fez questão de levar exemplares para um grupo de bovinocultores de leite em São José do Inhacorá (foto). Os produtores fazem parte do trabalho do programa Juntos para Competir, iniciativa mantida pela Farsul, Senar/RS e Sebrae/RS, que leva assistência técnica gratuita a famílias pelo Estado todo.

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Além-fronteiras!

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ormalmente consumido cozido ou sapecado na chapa do fogão – o que o torna também muito saboroso – o pinhão é um dos alimentos “queridinhos” desta época mais fria do ano, até porque agora é que a colheita também está no auge. Muito comum no Sul do Brasil, a semente da araucária é rica em minerais, além de ferro. Para ter mais opções de preparo para o pinhão, temos algumas sugestões para trazer esse ingrediente também em outros pratos.

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Dulcenéia Haas Wommer

INGREDIENTES

COMO PREPARAR

• 200 g de biscoito de maisena • 1 xícara de amendoim torrado e sem pele • 3 xícaras de pinhão cozido e descascado • 1 leite condensado • ½ xícara de leite em pó

Triture separadamente no liquidificador, o pinhão, o amendoim e os biscoitos, reserve. Em um vasilhame misture o biscoito, o amendoim, 2 ½ xícaras de pinhão e o leite condensado, amassando até formar uma massa úmida, coloque em refratário levemente untado e leve à geladeira por 20 minutos. Corte em cubos médios, polvilhe leite em pó misturado com o restante do pinhão. Está pronto para servir!

COLABOROU: Franciane Covaleski, extensionista da Emater/RS de Boa Vista das Missões 36 | Revista Novo Rural | Junho de 2018

Desta vez quero falar sobre um comportamento que está muito presente em nós, mulheres. Por que são as mulheres que têm mais fé? Esta foi a pergunta e sugestão da agricultora Marlene Zafari, da Linha Vitória, Ronda Alta. Ao me encontrar na Gincanafest da Cooperação Emater e Coopac, naquele município, veio me dizendo que queria me conhecer, pois esperava a revista Novo Rural todos os meses para ler nossa coluna por gostar dos temas. Então, já a desafiei a me sugerir um. Pois bem, ela me olhou e perguntou: por que são as mulheres que têm mais fé? As pessoas que estavam no nosso entorno já começaram a comentar o assunto e a concordar. Segundo eles, os homens logo dizem “mas vai secar tudo, vamos perder toda safra...” Ou: “vá, vá, isso não vai dar certo!” Realmente, vejo muitos casos de mulheres que na família estão sempre dando um empurrãozinho nos demais, animando, incentivando e rezando. Na bíblia, as mulheres desempenham um importante papel, algumas viveram muito próximas de Deus. Eram mulheres de diferentes dimensões e diferentes situações de vida. E Deus agiu na vida delas. O papa Francisco também já disse: “são as mulheres que transmitem a fé! Lindo trabalho das mães e das avós, o belo trabalho destas mulheres nas famílias.” Eu acredito: oração de mãe rasga o céu! Na maioria das vezes, são elas que convidam para ir a missa ou no culto. São elas que esperam acordadas e rezando, os filhos voltarem para casa de madrugada... São ministras na igreja. Também é visível nas propriedades rurais onde a mulher é otimista, propositiva e confiante, pois ela demonstra dedicação em tudo que faz. A fé também torna as pessoas mais amigáveis. Os tratamentos de saúde também reconhecem a fé como aliada para a melhoria e cura. Agora falo por mim: na minha adolescência tive uma doença que me deixou paralisada e o diagnóstico me deu 5% de chance de cura total. Cá estou eu! Cá entre nós! Sempre muito animada desde aquela idade. Na época, toda minha terra-natal, Erval Seco, se uniu em orações, das diversas religiões, interior e cidade. A Organização Mundial da Saúde (OMS) reconhece a espiritualidade como um fator que não deve ser desprezado, porque pode gerar equilíbrio e declara que, quando ela é bem empregada, o resultado observado é um reflexo positivo na saúde psíquica, social e biológica, tal como o bem-estar do indivíduo. Com isso, me arrisco a pensar se tem relação com o fato de as mulheres viverem mais. A fé é o combustível que nos move. Quando deixamos de acreditar, deixamos de viver. Problemas, decepções fazem parte da caminhada, mas pensar que vai dar certo, que os temporais na vida vão passar, que vai passar na prova, no concurso, são atitudes otimistas. É saber que nenhum mal dura para sempre. Fé e religião podem ser diferentes, mas a fé move montanhas, e a esperança é a última que morre, já dizem os ditados populares.

“Quando deixamos de acreditar, deixamos de viver”

Sobre qual assunto você quer que eu escreva? Mande sua sugestão para o WhatsApp (55) 9.9624.3768

Pela manhã: em Constantina Pela tarde: em Frederico Westphalen

2ª Gincana da Sustentabilidade A partir das 8h30min Ametista do Sul

Dia 14 6º Concurso do Vinho Colonial

Salão Paroquial - Planalto

Dias 27 e 28 Curso de abate e processamento de pescado Nova Boa Vista

Dia 28 Itaimbé Máquinas 50 anos

Agricultura de precisão

O produtor Cristiano Borghetti, de Palmeira das Missões, participou do segundo episódio da série comemorativa aos 50 anos da empresa, que tem sede em Santa Maria e várias filiais espalhadas pelo Estado. Se você ainda não assistiu ao vídeo, acesse-o pelo código abaixo, através da câmera do seu celular. Mais um case para se inspirar!

No início do mês de junho, Frederico Westphalen sediou a terceira edição do Workshop LapSul de Agricultura de Precisão, no salão de atos da URI/FW. Tem uma série de conteúdos em vídeo na nossa fanpage no Facebook! Acesse, assista e deixe sua opinião nos comentários! Esperamos a sua interação!

1º Concurso Municipal de Vinhos Coloniais e 2º Jantar do Peixe Nova Boa Vista

Engenho Velho Em julho, o município terá novamente um ciclo de cafés coloniais alusivos ao mês do agricultor. Essas programações têm ganhado cada vez mais adeptos nas comunidades do municípios uma vez que valoriza vários aspectos relacionados à agricultura e aos costumes do campo. Neste ano o tema dos eventos será a importância da força de trabalho das mulheres. Veja a agenda! Dia 3: Linha Tronbetta, na casa de Volmir e Maria Romansin, às 19 horas. Dia 5: Linha Rigon, na casa de Rogério e Iliana Tronbetta, às 19 horas. Dia 10: Linha Cachoeirinha, no salão da comunidade, às 19 horas. Dia 12: Linha Maraschin, no salão da comunidade, às 19 horas. Dia 17: na sede do município, no centro de cultura, às 19 horas.

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Mecânica

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Agricultura

Maquinário em dia! Nesta época do ano produtor deve aproveitar para fazer a manutenção de colheitadeiras Gracieli Verde

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Ele explica que, quando o assunto é a revisão, é importante seguir os protocolos estabelecidos por cada modelo de máquina. “Se o cliente adquirir uma colheitadeira nova, por exemplo, as revisões incluem, nas primeiras 50 horas de trabalho, a troca de óleo do motor e do filtro. Depois, as demais revisões são feitas a cada 500 horas trabalhadas, e assim sucessivamente”, explica Nascimento. Outras partes da máquina também são revisadas a medida que ela soma mais horas de trabalho, a exemplo da parte hidráulica e da redução. O mecânico ressalta também que hoje as colheitadeiras emitem alertas no painel em relação a necessidade de alguma manutenção, e que isso não deve ser ignorado. “Fazer as manutenções programadas garante que o produtor não gaste com imprevistos no futuro”, reforça. Outra vantagem desse tipo de serviço é que nas revisões a equipe mecânica já pode deixar a colheitadeira regulada para a colheita das culturas de inverno ou verão, conforme a necessidade do cliente.

azer a revisão do maquinário é fundamental para valer a pena os investimentos em mecanização na propriedade rural, que são fundamentais para facilitar e viabilizar a mão de obra. As colheitadeiras, por exemplo, devem estar em dia em cada época de tirar a produção da lavoura, hora de “colher os louros”. No inverno, após a colheita da soja, é um momento propício para que esse tipo de equipamento passe pela revisão e as devidas manutenções, segundo orienta o mecânico líder das concessionárias da Itaimbé Máquinas de Palmeira das Missões e Panambi, Gilson Nascimento. Ele reforça que fazer as revisões nas mecânicas das lojas concessionárias de cada marca é uma prática que deveria ser levada mais a sério pelos produtores, principalmente porque as equipes são capacitadas por profissionais da fábrica, o que garante um serviço mais especializado e preciso. “Além disso, hoje os preços desse tipo de serviço são bastante competitivos. Então, o produtor deve sempre orçar os valores antes de escolher onde fazer a revisão”, orienta.

Gilson Nascimento, mecânico líder da Itaimbé Máqunas

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Santa Maria Cacequi Cachoeira do Sul Palmeira das Missões Panambi Júlio de Castilhos 5 | Revista Novo Rural | Julho de 2018


Agricultura

Citros

Gracieli Verde

revistanovorural@oaltouruguai.com.br

A transição que transformou uma realidade Veja como famílias de Liberato Salzano se inseriram na citricultura, fator que tem transformado a economia do município e contribuído para a permanência do jovem no meio rural

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a segunda reportagem sobre a citricultura em Liberato Salzano, a Novo Rural mostra como se deu a inserção de famílias na atividade e como está a expectativa para a sequência na expansão dos negócios neste setor. O município de 5,6 mil habitantes, segundo o IBGE, localizado no Norte gaúcho, tem sido referência quando o assunto é citricultura, até porque os negócios nesta área não param. Prova disso é a própria expansão que a indústria instalada no município projeta no que se refere à produção, inclusive com repercussão em outros municípios vizinhos. Por mais que a rentabilidade das pequenas lavouras de

soja e milho não era “lá aquelas coisas”, como se diz, não foi um processo fácil para os produtores rurais de Liberato Salzano partirem para outra atividade no fim dos anos 1980 e início dos anos 1990. “A gente era muito dependente dos grãos, era o que sabíamos produzir”, relata seu Avelino Dal Santo, morador da localidade de Moreira, enquanto divide o chimarrão com a esposa, Salete, o filho, Volmar, e a nora, Cristine, no quiosque da casa. No início da década de 1990, ele foi um dos primeiros a “arriscar” na produção de laranjas, com 100 mudas, cultivadas um pouco “fora do sistema”, por falta de informação na época, segundo ele mesmo conta.

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Gracieli Verde

Família Dal Santo é produtora de laranjas e bergamotas desde o início da década de 1990


Citros Gracieli Verde

A decisão de mudar a direção Na propriedade de 19 hectares muita coisa mudou nesses anos de trabalho com os citros. O aumento da área plantada com laranja foi acontecendo ao longo dos anos e variedades de bergamotas também passaram a fazer parte dos pomares. Hoje são 11 hectares de citros no total. No começo o comércio era basicamente por meio de atravessadores. Atualmente, com uma unidade industrial no município, o produtor consegue vender a produção diretamente para a fabricação de sucos. Apenas as bergamotas são vendidas para outros compradores, mas que também são do município, portanto, continua agregando para a economia local e regional. Para aproveitar melhor áreas que não podem ser cultivadas, Dal Santo também começou a criar gado de corte. É o começo de outra atividade que pode ser rentável, segundo o filho Volmar. A diferença na geração de renda é a principal contribuição da citricultura. Isso também repercute nos investimentos em mecanização da atividade. No caso da família Dal Santo, eles reforçam essa necessidade de ter praticidade no trabalho, uma vez que a área é considerável para citros. É essa postura que também faz com que o filho e a nora sigam com a atividade. “Acredito que temos futuro aqui”, exclama Volmar.

“Existe uma demanda grande para esse produto orgânico, principalmente para exportação. É um mercado diferenciado, mas que paga bons preços.”

Valtemir Bazeggio, gerente agrícola da Isau

Parte da equipe do escritório da Isau: a auxiliar Luana Mânica, o gerente agrícola Valtemir Bazeggio, e o técnico Marcos da Silva

Como está a expansão da atividade

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través da Indústria de Sucos Alto Uruguai está em andamento um projeto de expansão da citricultura, em vários municípios da região, com um modelo de integração entre produtores e a empresa. Inclusive, esse assunto já foi pauta na Novo Rural em setembro de 2017, afinal, representa uma oportunidade para agricultores que queiram ampliar áreas ou ingressar no trabalho com a cultura. O gerente agrícola da Isau, Valtemir Bazeggio, afirma que o avanço é significativo no sistema integrado de produtores, em que a indústria garante assistência técnica, preço mínimo, além do fornecimento de insumos através de parceiros. Em função disso, postos de recebimento de frutas devem ser instalados em Ametista do Sul, Planalto, Alpestre e Erechim, uma vez que esses municípios também terão produtores integrados à indústria – todos com capacidade para 40 toneladas de laranja. Nesta safra a Isau tem expectativa de processar, pelo menos, entre 35 mil e 40 mil toneladas de laranja, juntando a produção dos três Estados do Sul e parte de São Paulo. Essa quantidade é praticamente o dobro de 2017, que foram processadas 23 mil toneladas.

Confira a reportagem sobre o mercado justo, publicada na edição de junho da Novo Rural.

O desafio de profissionalizar ainda mais o setor O foco dos produtores de ter a citricultura como principal atividade vem sendo ajustado conforme a rota do projeto. Um dos impeditivos considerados por eles é em relação à mão de obra para colheita. “Mas, entendemos que é possível fazer ajustes e contratar mão de obra urbana, por exemplo. É uma possibilidade que estamos analisando e que pode gerar mais emprego nos municípios”, opina Valtemir. Nesse sentido, a Isau também está fazendo um projeto-piloto. A indústria deve montar uma equipe para esse trabalho de colheita, para que se possa contratar essa mão de obra de maneira formal. Um ônibus adaptado já foi adquirido para o transporte dessas pessoas.

Mais um nicho: a laranja orgânica Uma novidade é que a própria indústria está investindo em áreas com foco na produção orgânica, além de produtores que também serão certificados. São pelo menos 150 hectares iniciais que a Isau vai cultivar, com foco no processamento de suco orgânico para exportação. Neste caso a parceria com os produtores também será através do modelo de integração – são 15 propriedades neste ano, mas a intenção é dobrar esse número no próximo ano, inclusive em outros municípios. – Existe uma demanda grande para esse produto, principalmente para exportação. É um mercado diferenciado, mas que paga bons preços. Estima-se que o produtor ganhe de 20% a 30% a mais do que o convencional e com um custo até um pouco menor – salienta Valtemir. A meta é ter, em cinco anos, de 500 a 600 hectares certificados de orgânicos. Com isso, esse setor deverá corresponder a praticamente 30% do processamento de fruta da indústria em Liberato Salzano. 7 | Revista Novo Rural | Julho de 2018


Agricultura

Citros

Manejo ainda precisa ser aprimorado

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desejo da família Dal Santo em, quem sabe, no futuro, construir um pocilga para a criação de suínos tem, no fundo, a vontade de produzir mais laranja e bergamota. Isso mesmo. O interesse maior está no adubo que os dejetos da suinocultura geram, porque entendem que é preciso adubar mais os pomares. “Ainda vamos avaliar, com suporte dos órgãos ambientais, para ver se temos essa possibilidade”, diz seu Avelino. Essa necessidade do solo da propriedade é semelhante na maioria que produz citros. “Estamos vendo alternativas para conseguir distribuir mais adubo orgânico para os produtores. Já temos um citricultor que fez um depósito para esse dejeto que é descartado por outras granjas, e que já está obtendo melhores resultados”, cita o secretário de Agricultura do município, Valcir Sacon. A prefeitura também está

adquirindo mais quatro tanques para distribuição de esterco líquido, para ampliar a cedência desse produto a quem necessitar. O secretário comenta que com o futuro término da obra da ponte sobre o Rio da Várzea, que ligará Liberato Salzano a Rodeio Bonito, é possível que aconteça uma expansão da suinocultura no município, em função do interesse de uma empresa integradora. Até agora, o empecilho é justamente a dificuldade em logística. Essa necessidade vista pelos Dal Santo já tem sido tema de reuniões do Comitê da Citricultura, formado pela Secretaria de Agricultura, associação de produtores, Emater/RS e Isau. “É fundamental elevar a produtividade dos pomares, mais do que aumentar a área”, reforça o extensionista e técnico agropecuário Valdinei Bazeggio, da Emater/RS local. “Gostaríamos de chegar a 40 toneladas por hecta-

re”, acrescenta o presidente da associação, Leandro Rubini. Hoje, a média tem sido de 25 toneladas por hectare. Para isso, uma das demandas é por melhorar as condições do solo, com mais adubação e correção adequada. Até porque, é esse manejo que também contribui para “vida longa” desses pomares – que podem dar frutos plenamente por pelo menos 30 anos. A diversificação de variedades também tem sido buscada com mais afinco nos últimos anos. Na família Dal Santo, daqui três anos, quando pomares novos começarão a produzir, a colheita será melhor distribuída durante o ano, o que também gera mais entrada de receita em meses distintos – isso deverá se repetir em outras propriedades. Entre o fim de julho e início de agosto, o trabalho será intenso para tirar frutos dos pomares.

Família Dal Santo e lideranças: interação do setor é constante no município. Com eles aparecem o secretário de Agricultura, Valcir Sacon, o extensionista da Emater/RS, Valdinei Bazeggio e o presidente da associação, Leandro Rubini

Gracieli Verde

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Citros

Mais técnica para mais produção Seminário de abertura da safra 2018 ofertou palestras para qualificar produtores a buscarem melhores índices de produtividade nos próximos anos Gracieli Verde

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Lideranças presenciaram também a abertura da safra 2018 Gracieli Verde

umentar o nível técnico dos produtores de laranja e bergamotas tem sido um dos desafios do setor de citricultura de Liberato Salzano nos últimos anos. Por mais que o município já tem evoluído muito na produção e de comercialização – o que tem sido tema de reportagens desde a edição de junho da Novo Rural –, é importante que a produtividade por hectare aumente para, com isso, potencializar também a competitividade dos produtores do ponto de vista da geração de renda. Foi por isso que o 15º Seminário de Abertura da Safra, realizado em 22 de junho, no salão paroquial da cidade, teve uma série de abordagens técnicas com este foco: como aprimorar o manejo da cultura para obter melhores resultados. O manejo conservacionista do solo e a nutrição das plantas foi um dos assuntos em pauta, com os professores Lenio da Silva Santos e Paulo de Tarso Lima Teixeira, ambos da URI – campus de Frederico Westphalen.

De olho no solo e na adubação do pomar A necessidade de análises de solo foi um dos alertas dos profissionais, tanto para a implementação de novos pomares, que é realidade em Liberato Salzano e vários outros municípios da região, como para manter aqueles já existentes. Isso deve ser encaminhado pelo menos com dois ou três meses de antecedência em relação ao período de implantação, sugeriu um dos palestrantes. “É a forma mais segura de saber o que o solo desses pomares precisa do ponto de vista de nutrientes”, ressaltou o professor Lenio da Silva Santos. Também fazendo parte deste manejo, outra questão que esteve em pauta foi a necessidade de avaliar também o pomar, através da análise de tecidos, ou seja, das folhas. Esse tipo de análise também pode ser feita em Frederico Westphalen, nos laboratórios da URI. Neste caso, é importante lembrar que o resultado sempre vai servir de subsídio para a safra seguinte, pois ali é possível identificar exatamente o tipo de nutrientes que a planta está ou não absorvendo do solo. “A época ideal para fazer isso é de janeiro a março”, explicou Santos, citando também outras orienta-

mento do setor. “Essa parceria é muito forte e precisa continuar”, observou. Em nome da Embrapa, o pesquisador Roberto Pedroso de Oliveira citou a referência que Liberato Salzano é nesta área, tanto que o seminário é considerado um dos maiores eventos na área de citros no Estado gaúcho. O prefeito, Gilson de Carli, se disse satisfeito em ver os produtores interessados em mais conhecimento técnico sobre a atividade, fator decisivo para que a citricultura continue a crescer no futuro.

Mais de 500 pessoas marcaram presença em encontro técnico

Ação conjunta

ções. A coleta das folhas não deve ser feita após pulverizações de tratamentos, além de ter de pelo menos quatro folhas por planta, em 25 laranjeiras por talhão. São ferramentas como essas que auxiliam o produtor a acertar na hora de aplicar a adubação, cujo sucesso depende de uma série de fatores, como a época e o modo de aplicação, além da idade dos pomares. “Os citricultores também precisam investir em adubação verde, para evitar erosão. Manejar isso é muito importante para melhor produtividade”, ressaltou o professor Paulo de Tarso Lima Teixeira. O uso do amendoim forrageiro é uma boa opção para casos de pomar, mas também há outras alternativas que podem ser adaptadas. Outro alerta é em relação ao uso de esterco de suínos. “É fundamental que esse

Outros assuntos que estiveram no radar dos palestrantes incluíram o controle de doenças, como a antracnose em citros, tema relatado pelo pesquisador Bernardo Ueno, da Embrapa Clima Temperado. Outro assunto abordado foi o manejo nutricional foliar para altas produtividades, através de um representante da Nutriceler, com resultados de um case da citricultura de São Paulo, com base no manejo do solo e da planta. O evento foi uma promoção da Prefeitura, Secretaria Municipal da Agricultura, Emater/RS-Ascar, Associação dos Citricultores de Liberato Salzano e Embrapa Clima Temperado.

adubo seja bem curtido, para que não se torne prejudicial para o meio ambiente e para as plantas”, alertou. Ele orienta, inclusive, que sejam feitas análises desses adubos orgânicos também, para evitar que o solo fique muito exposto a metais pesados, por exemplo.

Lideranças reconhecem importância do setor para a economia local A representatividade da citricultura para a economia local e como isso tem mudado o cenário para os agricultores familiares foi reconhecida por lideranças que marcaram presença no seminário. O secretário de Agricultura de Liberato Salzano, Valcir Sacon, destacou a união entre entidades e poder público com vistas ao desenvolvi-

9 | Revista Novo Rural | Julho de 2018


Agricultura

Clima

Inverno de clima neutro, diz meteorologista O

fenômeno La Niña deu tchau com o fim do outono, no mês passado. Neste início de inverno, o cenário é de neutralidade climática, mas também pode ser considerado de transição, já que há uma tendência de, no segundo semestre, o El Niño dar “as caras”. – Durante o outono a gente viu que o clima foi um pouco mais seco do que o normal no Rio Grande do Sul, por conta do fenômeno La Niña. Agora o La Niña cessou e estamos em transição, porque as águas do Oceano Pacífico começaram a aquecer, apesar de ainda não ser o suficiente para definir se é um fenômeno El Niño – explica a meteorologista Juliana Resente, da Somar Meteorologia. O reflexo disso no inverno no Estado gaúcho, segundo ela, é que há uma tendência de ser mais úmido se comparado ao outono. “Pode haver chuvas um pouco mais frequentes em grande parte da região Sul, especialmente no Rio Grande do Sul”, adianta Juliana. As pancadas acima da média devem se concentrar no Oeste e no Noroeste. No Norte, as chuvas podem ser mais persistentes, com possibilidade de acumulados superando a média.

Mês a mês

• Agosto

• Julho

Boa parte da região Sul vai passar por períodos de chuva, mas inferior à média – entre 100 e 150 mm/mês –, principalmente em áreas do Norte e do Leste do Estado. O possível aumento de chuvas no RS deve se dar apenas em áreas do Oeste e do Sul, na área de fronteira com a Argentina e Uruguai. Já no Norte, a chuva pode ficar inferior à média ou muito próxima da média climática. Então a gente vai ter mais episódios de chuva, mas não tão persistentes para elevar as médias

Principalmente em áreas do Noroeste até o Norte do Rio Grande do Sul, já pode haver chuvas um pouco acima da média neste mês, com precipitações um pouco mais frequentes e com riscos para esses acumulados superarem o que é esperado para a média climática no Norte do RS no mês de agosto – também entre 100mm e 150mm.

• Setembro

Deve haver o aumento das chuvas considerando a média para o Norte do Estado, podendo passar dos 150 mm no mês.

Temperaturas A tendência no que se refere às temperaturas é que não haja uma frequência tão grande de ondas de frio, mas com episódios de frio mais forte, com propensão a geada entre julho e agosto. Em relação ao risco de geada

um pouco mais tardia, a meteorologista afirma que considera essa possibilidade, em função de massas de ar seco que deverão continuar chegando ao Estado até meados de setembro, mas é algo que segue sendo monitorado.

Em junho episódios de geada já foram registrados na região

Gustavo Menegusso

10 | Revista Novo Rural | Julho de 2018


Grãos

11 | Revista Novo Rural | julho de 2018

Gracieli Verde

Palmeira das Missões: avança o plantio do trigo Outras culturas de inverno também estão em desenvolvimento, como a aveia branca e preta

A

s condições climáticas dentro da normalidade tem garantido o estabelecimento de culturas invernais como o trigo. Em Palmeira das Missões, nos 25 mil hectares a serem cultivados com o grão, 95% da área já havia sido semeada até a última semana de junho, número semelhante em nível de Estado, se-

gundo a Emater/RS-Ascar – que estimava em 80% em todo o RS. “No nosso caso, temos muitas lavouras em fase de perfilhamento, que nos últimos dias receberam adubação nitrogenada”, comenta o agrônomo Felipe Lorensini, da Emater/RS de Palmeira das Missões, no fim de junho. Outras culturas de inverno também estão

em desenvolvimento. Entre aveia preta e branca para grãos, são 17 mil hectares cultivados em Palmeira das Missões, sendo que 30% da área já está no período reprodutivo. Nos 600 hectares de canola, 80% da área está em florescimento. Já a cevada ocupa quatro mil hectares de área no município.

Maior parte das lavouras de trigo foram implantadas no Estado

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11 | Revista Novo Rural | Julho de 2018


Agricultura

Plano Safra

Juros menores para o novo ano agrícola A Sicredi Alto Uruguai RS/SC estima liberar mais de R$ 253 milhões em recursos ao agronegócio na região

O

12 | Revista Novo Rural | Julho de 2018

Presidente da Sicredi Alto Uruguai RS/SC, Eugenio Poltronieri

Gracieli Verde

“Temos crescido muito nesse quesito de crédito rural e ainda atendemos uma série de outras demandas dos nossos associados.”

últimos cinco anos, isso representa uma evolução de 165% na concessão de crédito rural. Já para este ciclo, o aumento deve chegar a 20% nos recursos destinados para a região através da instituição financeira cooperativa. Em relação a participação na agricultura e agroindústria familiar, a cooperativa englobou 83% das operações realizadas no ciclo 2017/2018, comprovando o perfil do produtor rural da região e seu potencial nesse quesito. O presidente da Sicredi Alto Uruguai RS/SC, Eugenio Poltronieri, salienta que os números apresentados comprovam uma das funções que influenciaram o surgimento da cooperativa, que era justamente a necessidade de acesso ao crédito. “Temos crescido muito neste quesito do crédito rural e ainda atendemos uma série de outras demandas dos nossos associados. Da nossa carteira de crédito, 83% dos contratos realizados são destinados a agricultura familiar. Isso também mostra como a nossa região está em franco desenvolvimento”, salientou. O diretor de Negócios da Sicredi Alto Uruguai RS/SC, Márcio Girardi, acredita que os anúncios são positivos, principalmente por esse aporte maior de recursos previsto para os meses vindouros. “A cooperativa está cumprindo com seu papel de auxiliar no desenvolvimento regional. Importante dizer que os associados da Sicredi Alto Uruguai RS/SC têm os valores pré-aprovados, basta eles conversarem com seu gestor agro junto à Agência do Sicredi em seu município”, observa. A prioridade para as contratações de crédito neste primeiro momento é para operações direcionadas às culturas de feijão, milho e frutas, mas já serão coletadas as demandas das operações para soja e demais culturas. Quanto ao custeio pecuário, pode ser acessado pelo produtor rural associado a qualquer momento, conforme definido no projeto técnico da operação.

Gracieli Verde

Plano Safra inicia oficialmente em 1º de julho anualmente e sempre há uma expectativa para esta época, afinal, representa o quanto o setor agropecuário poderá usufruir de recursos subsidiados pelo governo para contratação de operações de custeios e investimentos agrícola e pecuário. Para marcar o lançamento do Plano Safra 2018/2019 em nível regional e expor a atuação no agronegócio da cooperativa, a Sicredi Alto Uruguai RS/SC recepcionou lideranças, extensionistas, empresários, produtores e funcionários no dia 28 de junho, no Centro de Eventos da Cooperativa em Rodeio Bonito. Em Santa Catarina, o evento aconteceu em São Carlos/ SC, no dia 26 de junho, para o público estratégico do Oeste catarinense. Por meio da cooperativa, a estimativa é que mais de R$ 253 milhões estejam à disposição dos associados do setor agropecuário nos próximos 12 meses. Desse valor, R$ 178,5 milhões serão destinados para projetos de custeio e Eugenio Poltronieri, comercialização em lipresidente nhas de Pronaf, Pronamp e demais produtores. Outros R$ 75 milhões estão sendo planejados para operações de investimentos, através de linhas via BNDES. Na safra passada, mais de R$ 214 milhões foram disponibilizados em liberações para custeios e investimentos na área de atuação da Cooperativa, atingindo um montante no último ano de R$ 117 milhões liberados apenas no Pronaf. Nos

Professor Nilson Luiz da Costa, da UFSM de Palmeira das Missões


Plano Safra Gracieli Verde

Recepção ocorreu no centro de eventos da cooperativa, em Rodeio Bonito

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Novas condições de acesso às linhas de crédito e juros menores Algumas alterações no regramento para as contratações por meio do Plano Safra 2018/2019 foram anunciadas. Uma delas é em relação a elevação da renda bruta anual dos produtores. Na safra passada, para se enquadrar no Pronaf, o agricultor precisava ter até R$ 360 mil/ano. Agora, esse montante bruto passa a ser de R$ 415 mil, o que manterá mais produtores neste enquadramento. Para quem acessa o Pronamp, a renda passou de R$ 1,76 milhão para R$ 2 milhões – esse critério também vale para demais produtores, que devem apresentar renda bruta anual superior a R$ 2 milhões e não se encaixam no Pronaf nem no Pronamp. Outra alteração, a partir deste Plano Safra, não se aplica mais a exigência de que 80% da renda do produtor seja oriunda da atividade agropecuária para enquadramento no Pronamp. Em relação aos juros, também há mudanças, várias delas com diminuição de taxas – algo muito reivindicado pelo setor. Para investimentos, na linha Pronaf Mais Alimentos, a taxa de 2,5% se mantém; mas a de 5,5% baixa para 4,6% nesta safra, assim como no Pronaf Agroindústria. No Pronamp, o juro baixa de 7,5% para 6%; no Moderagro de 8,5% para 7%; e no Moderfrota para de 7,5%/10,50% para 7,5%/9,5%. Já nas linhas para custeio, o Pronaf terá taxas de 2,5%/4,6% ao ano (antes era 2,5%/5,5%), o Pronamp baixa de 7,5% para 6% e os demais enquadramentos reduzem de 8,5% para 7%. O professor-doutor e economista Nilson Luiz da Costa, do Mestrado em Agronegócios da UFSM – Campus de Palmeira das Missões, que palestrou sobre o agronegócio e desenvolvimento econômico, avalia como positiva a redução nas taxas, especialmente pelo fato de o produtor estar em um cenário de aumento de custos, puxado

Pronaf

2016/2017

2018/2019

R$ 360 mil/ano

R$ 415 mil/ano

Mais alimentos Agroindústria

2,5% 5,5% 5,5%

2,5% 4,6% 4,6%

% Linhas de custeio

2,5%/5,5%

2,5%/4,6%

Pronamp

2016/2017

2018/2019

$ Renda bruta % Juros

$ Renda bruta % Juros

Moderagro Moderfrota

% Linhas de custeio

R$ 1,76 milhão/ano

Até R$ 2 milhões/ano

7,5% 8,5% 7,5%/10,50%

6% 7% 7,5%/9,5%

7,5% 8,5%

6% 7%

pela alta na taxa de câmbio. – Talvez este seja um dos destaques deste ano em relação ao Plano Safra. Essa redução vem como forma de amenizar esses valores no bolso do produtor – definiu. Outra flexibilização foi no valor-limite para a tomada de crédito. No caso do Pronaf, o valor que pode ser

acessado para compra de colheitadeiras usadas subiu de R$ 100 mil para R$ 165 mil; e para tratores usados o valor passou de R$ 50 mil para R$ 80 mil. No entanto, o financiamento de tratores com taxa de juro de 2,5% para trato exclusivo de animais não pode ser acessado. 13 | Revista Novo Rural | Julho de 2018


Agricultura

Inovação Debora Theobald

Acadêmicos e profissionais do setor interagiram na URI/FW, que nesta edição foi parceira do encontro

Região no mapa da agricultura de precisão Com presenças internacionais, 3º Workshop LapSul de Agricultura de Precisão se consolida com temáticas atuais e consideradas essenciais para o setor Debora Theobald

Gracieli Verde

revistanovorural@oaltouruguai.com.br

C “

olocamos de fato Frederico Westphalen no mapa da agricultura de precisão do Brasil”. A afirmação é do professor-doutor Antônio Luis Santi, que faz parte do corpo docente do curso de Agronomia da UFSM/ FW e coordena o Workshop LapSul de Agricultura de Precisão, que promoveu a terceira edição, em junho, em Frederico Westphalen. O encontro ocorreu no salão de atos da URI/ FW, a mais nova parceira do evento. Após três edições, já se vê um encontro consolidado do ponto de vista acadêmico e profissional, com alto nível nos painéis, trazendo para a vitrine os potenciais no que diz respeito à tecnologia de precisão para a agricultura, não somente da região ou do Estado, mas também do Brasil e países vizinhos. “O maior legado que esse encontro deixa é que precisamos fazer o básico bem feito no que se refere ao manejo agronômico, para então investir mais em tecnologia. São questões básicas que não devem ser deixadas de lado na lavoura. Isso também é fazer precisão”, ressalta Santi. O encontro já está entre os três maiores eventos de tecnologia do Brasil, provando que no interior do Estado também é possível gerar tecnologia e informação de ponta para todo o país, segundo ele.

14 | Revista Novo Rural | Julho de 2018

Na abertura, lideranças evidenciaram potencial do setor agrícola


Inovação

O tema que norteou o debate foi a tomada de decisão agronômica no contexto da agricultura de precisão. Por isso, repensar ações dentro da propriedade, levando em conta o sistema de produção adotado, foi a sugestão de palestrantes como o pesquisador Evandro Mantovani, da Embrapa Milho e Sorgo. – Manter um sistema de produção nos faz ter, automaticamente, um custo de produção com as tecnologias já conhecidas. Quando é adicionado algo neste custo de produção, tem que saber que está aumentando o custo total e é preciso tirar proveito disso, para não reduzir margem de lucro. Ou seja, qualquer tomada de decisão para adição de tecnologia tem que ser mensurada no que diz respeito ao retorno econômico – explica, refletindo a que preço está se fazendo a agricultura de precisão no Brasil hoje. Sensores para identificar a produtividade na lavoura, por exemplo, são aliados justamente nessa análise de custo, com um gerenciamento também mais preciso. “Temos ferramentas que nos atualizam em tempo real o que está acontecendo na lavoura, então, é claro que são ferramentas que precisam ser usadas a nosso favor, de forma que tenhamos mais controle das operações que são feitas no campo”, orienta. De modo geral, ele defende que a agricultura de precisão é uma aliada do produtor, pois possibilita o uso eficiente de insumos e do trabalho, promove sistemas de produção mais sustentáveis, além de gerar mais oportunidades, em função de mais safras por ano. Nessa linha, o professor Antônio Luis Santi acrescenta que o papel da agricultura de precisão para o futuro não é somente gerar dados, mas realmente gerar informação relacionada também ao gerenciamento, para identificar se há lucro ou prejuízo. “Em áreas de soja e milho, por exemplo, temos 30% das lavouras apresentando baixa produtividade, ou seja, dando prejuízo. Enxergar o sistema de produção como um todo é o grande desafio”, completa.

Debora Theobald

Gestão também precisa ser de precisão

Painel internacional também teve foco na precisão para pequenas propriedades

Agricultura de precisão para o produtor familiar

"Qualquer tomada de decisão para adição de tecnologia tem que ser mensurada no que diz respeito ao retorno econômico." Evandro Mantovani, pesquisador da Embrapa Milho e Sorgo

Gracieli Verde

Pesquisador Evandro Mantovani, da Embrapa Milho e Sorgo, foi um dos painelistas

O painel internacional desta edição trouxe experiências do Paraguai e da Argentina. Um dos destaques foi para o caso paraguaio, em que o governo tem adotado como política pública a implementação de ferramentas da agricultura de precisão também em pequenas e médias propriedades. Por lá, essa se tornou uma questão social. – Estamos lançando um programa nacional de agricultura de precisão, com mapeamento de semeadura e colheita, aplicação de taxa variável de correção de solo, bem como todas as informações técnicas daquele produtor. Há 20 anos, o Paraguai era um dos países mais pobres da América Latina e hoje, com esse trabalho de fomento à produção, estamos buscando mecanizar a agricultura familiar para mudar essa realidade – segundo o agrônomo Enrique Hahn Villalba, que é um dos assessores do Ministério da Agricultura paraguaio. No caso dos pequenos produtores, que têm entre 10 a 40 hectares, o trabalho funciona através de cooperativas. Essas cooperativas compram os equipamentos necessários e calendarizam a utilização deles. “Já em propriedade ainda menores, de cinco hectares, por exemplo, há um subsídio do governo para essas tecnologias. O produtor recebe isso através de um técnico, que mostra para ele como funciona e presta todo o assessoramento necessário”, explica Villalba. Essas propriedades são identificadas através de um diagnóstico de uma das Secretarias de Planejamento do governo federal paraguaio, pois são considerados produtores em risco, no sentido de que não têm acesso à tecnologia. – Isso tem começado há menos de três anos, com o georreferenciamento dessas famílias. Há um longo caminho pela frente. Como o país é um grande gerador de energia, a exemplo da Itaipu, recursos dessas áreas são aportados para os pequenos produtores. Há um desafio grande em capacitar técnicos para assistência nesse sentido – revela o agrônomo.

15 | Revista Novo Rural | Julho de 2018


Agricultura

Inovação

Estudo em lavouras comerciais chega à região Programa implantado graças a uma parceria entre várias empresas e a UFSM – Campus de FW tem propriedades na região, entre elas a Fazenda Vila Morena

A

liar o trabalho da pesquisa com os desafios que os agricultores enfrentam em suas áreas comerciais de produção é uma necessidade muito presente no dia a dia do setor agrícola. Por isso, desde o ano passado uma série de empresas tem trabalhado em conjunto através do projeto Construindo e Desafiando a Produtividade, que também conta com o assessoramento do Laboratório de Agricultura de Precisão do Sul (LapSul), da UFSM – Campus de Frederico Westphalen. O professor-doutor Antônio Luis Santi, que é coordenador do LapSul e atua nos cursos graduação e pós-graduação em Agronomia, acompanha esse trabalho, assessorando os demais integrantes da equipe técnica sob o ponto de vista da agricultura de precisão.

16 | Revista Novo Rural | Julho de 2018

O projeto tem uma abrangência estadual, apesar de nesta primeira edição ter foco no Norte do Estado gaúcho. Além da UFSM, mais oito empresas do setor agrícola, com foco na agricultura de precisão e em suas ferramentas, integram esse trabalho. São 14 produtores envolvidos – inclusive a Fazenda Vila Morena, de Boa Vista das Missões –, com áreas entre 50 e 150 hectares. A ideia é justamente analisar como uma série de produtos e o manejo mais tecnológico pode resultar em mais produtividade nas áreas destinadas ao projeto, que são lavouras comerciais. – Para isso é feito o diagnóstico da área, são analisados quais fatores estão limitando essa produtividade e, então, é feito o trabalho considerando o conhecimento técnico e potencial de

cada produto dessas empresas que fazem parte do projeto. Tendo em vista que cada empresa parceira tem diferentes produtos e tecnologias agregadas, a ideia é usá-las todas juntas, em lavouras comerciais, e não apenas experimentais – explica o agrônomo Felipe Arthur Baron, um dos consultores técnicos da equipe do projeto. Esse trabalho surgiu da demanda dos próprios agricultores, que estavam com áreas estabilizadas do ponto de vista da produtividade, tanto irrigadas como em lavouras de sequeiro, segundo Baron. O trabalho seguirá por quatro anos nas áreas selecionadas e deverá gerar dados, os quais serão usados em estudos como trabalhos de mestrado e artigos científicos, além de serem disponibilizados para os produtores participantes.

Debora Theobald

Profissionais das mais variadas marcas envolvidas com o trabalho apresentaram questões técnicas relacionadas ao projeto


Inovação

Uma área propícia para novos negócios Gracieli Verde

U

ma das presenças do 3º Workshop LapSul de Agricultura de Precisão foi o egresso de Agronomia da UFSM – Campus de Frederico Westphalen Mateus Tonini Eitelwein. Ele expôs questões relacionadas a tecnologias que estão sendo importadas para atender a demanda do setor no Brasil, especialmente na área de pulverização localizada. O jovem é natural de Novo Barreiro, mas mora e trabalha em Piracicaba/SP. Um desses equipamentos identifica através de um sensor as plantas daninhas, aplicando o defensivo apenas nelas, sem desperdícios. Depois de concluir o doutorado na Alemanha e retornar ao Brasil, o trabalho de Eitelwein gerou a criação de duas startups, uma relacionada à importação desses sensores e outra que presta serviços em consultoria para empresas do setor. Essa tecnologia que ele mostra na área de pulverização localizada foi criada na Holanda, desenvolvida principalmente para capina em calçadas em áreas urbanas. Porém, a partir de 2006 o uso do herbicida a base de glifosato foi proibido em áreas urbanas na Europa, então a Holanda passou a usar com outros produtos. Com isso, aconteceu a inserção des-

Mateus Tonini Eitelwein é egresso do curso de Agronomia da UFSM-FW

se equipamento na agricultura. – Em 2009 o equipamento entrou na Austrália, onde se viu uma grande disseminação. Em 2013 entrou na Argenti-

na e lá são mais de 250 equipamentos rodando, foi uma das tecnologias que mais cresceu no campo nesta área nos últimos anos. No Brasil essa tecnologia entrou

em 2016. Um produtor americano a comprou e é utilizada na região Oeste baiana. Ele tem esse equipamento trabalhando há dois anos. Na primeira safra já se pagou – expõe Eitelwein. Como isso foi gerado uma série de dados e a startup de Eitelwein começou a fazer um trabalho em todo o Brasil. Hoje o equipamento já é usado nos Estados da Bahia, Piauí, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul. Também foram disponibilizadas unidades para a Universidade Federal de Santa Maria, Universidade de São Paulo e para a Fundação ABC, no Paraná. Eitelwein explica que também há equipamentos rodando em áreas florestais, para identificar mudas de eucalipto para fazer irrigação. – Quer dizer, é uma tecnologia que pode ser usada para vários fins. Um exemplo é na manutenção de rodovias em São Paulo. Para isso, adaptou-se uma caminhonete, que vai passando nas canaletas e identificando onde tem planta daninha e faz essa pulverização localizada. Isso aumentou muito o rendimento da pulverização, diminuiu os custos e também evita problemas ambientais – explica o pesquisador e empresário.

Agrometeorologia de precisão: o clima como balizador de investimentos cos – argumenta, mostrando o quanto esse estudo na área agrometeorológica é importante. Ele explica que a agrometeorologia de precisão tenta trazer essas informações de clima ao produtor justamente auxiliar no entendimento do sistema de produção como um todo: o solo, a planta e a atmosfera. “A partir disso, o agricultor tem melhor capacidade de interferir no sistema de produção e, de fato, conseguir aumento na produtividade”, acredita. Pensando na aplicação da agrometeorologia de precisão na agricultura, Pilau enxerga essa área como facilitadora no entendimento do custo da técnica agronômica implantada nas lavouras. “É algo que ajuda a balizar o produtor nas decisões diante de uma área, elucidando melhor esse custo”, explica.

Debora Theobald

O

doutor Felipe Pilau, da Esalq/ USP, trouxe outro tema extremamente atual para a agricultura, que é a agrometeorologia de precisão. Segundo ele, esta é uma das ferramentas que pode ajudar o produtor a mensurar melhor que tipo de investimento pode ser feito nas lavouras, porque o clima corresponde a um grande fator influenciador de resultados na agricultura. – Por muito tempo a técnica levou em conta aspectos de solo, físicos e químicos, como determinantes para a produtividade, além da planta. Além disso, também se deixou de lado a parte meteorológica, que é um fator condicionante da produtividade. As grandes safras, com altas produtividades, por exemplo, ou as frustações no Rio Grande do Sul, decorrem, historicamente, de elementos meteorológi-

Felipe Pilau já atuou como professor na região, mas agora está na Esalq/USP

“As grandes safras, com altas produtividades, por exemplo, ou as frustações no RS, decorrem, historicamente, de elementos meteorológicos.” Felipe Pilau, pesquisador

17 | Revista Novo Rural | Julho de 2018


Pecuária

Suínos

18 | Revista Novo Rural | Julho de 2018

Produtores reunidos em Taquaruçu do Sul

Setor conta com nova linha de crédito

Debate foi norteado por assuntos relacionados ao destino correto dos dejetos das pocilgas do município Debora Theobald

U

m ciclo de palestras e debates sobre a interface da suinocultura e meio ambiente no município de Taquaruçu do Sul foi realizado na segunda quinzena de junho. Para isso, foram convidados profissionais do âmbito jurídico para falar sobre a legislação ambiental, além de consultores da área do meio ambiente. Suinocultores, produtores e técnicos da área acompanharam o debate. Também foi apresentado ao público o projeto piloto “Avaliação inicial de viabilidade em dois cenários de Taquaruçu do Sul”, que será tema de reportagem nas próximas edições.

O

Grupo teve acesso a informações dos âmbitos jurídico e ambiental

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Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES) confirmou que os setores de aves e suínos terão uma nova linha de crédito à disposição. Um montante de R$ 1,5 bilhão foi obtido para o setor, depois de reivindicação da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). A ideia é que esses recursos possam auxiliar no setor principalmente como capital de giro. Os juros para financiamento ficarão entre 8% e 10%, o que será definido conforme as garantias apresentadas.


+

19 | Revista Novo Rural | Julho de 2018

Rodeio Bonito sedia 44º Dia do Porco

BANDEIRA VERMELHA

Evento deverá reunir centenas de suinocultores, em agosto Divulgação

A

região mais uma vez sediará um encontro importante para o cenário da suinocultura estadual. Está agendado para 10 de agosto, em Rodeio Bonito, a 44ª edição do Dia Estadual do Porco. O evento é uma realização da Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (Acsurs), em parceria com a prefeitura de Rodeio Bonito. Os visitantes serão recepcionados desde cedo, com café da manhã. Às 9 horas está prevista a solenidade de abertura. Também está sendo articulada uma participação de pré-candidatos ao governo do Estado gaúcho. A palestra do evento ficará a cargo do presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal, Francisco Turra, às 11 horas. Ele explanará sobre os desafios no setor, cenários e perspectivas. O encerramento da programação será com almoço à base de carne suína. A expectativa é que centenas de pessoas acompanhem o evento. Quem tiver interesse em participar, deve contatar com entidades como sindicatos e a Emater/RS.

Suínos

Reajuste de 21,5% na conta de luz NÓS TEMOS A SOLUÇÃO!

Quem é Francisco Sérgio Turra O palestrante do evento, Francisco Sérgio Turra, está na presidência da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) desde 2014 e é gaúcho de Marau, onde também foi prefeito e vice-prefeito. Ele também foi deputado estadual e federal, atuou como presidente-executivo da Conab, ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, comandou a diretoria de Agronegócios da Fiergs e, posteriormente, a Diretoria de Desenvolvimento do BRDE. Ele também é o vice-presidente da Associação Latinoamericana de Avicultura.

Menos exportações em 2018 D

e janeiro a maio de 2018 as exportações de carne suína tiveram queda em valor monetário de 26,7%. Em 2017, o país enviou ao exterior US$ 598.708.563 desse produto nos quatro primeiros meses. Já no acumulado deste ano, o montante caiu para US$ 438.444.763. Em volume, houve queda de 13,27%, passando de 239.732.351 toneladas para 207.918.730. Os dados foram divulgados pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC). O principal motivo para essa redução nas exportações

se deve à ausência da Rússia na lista de países de destino dessa proteína. Segundo o presidente da Associação Brasileira de Criadores de Suínos (ABCS), Marcelo Lopes, o impacto na queda total dos volumes exportados só não foi maior porque houve crescimento nos embarques para outros mercados, como Hong Kong e, principalmente, China. Mesmo assim, essas exportações para a China têm sido vistas de forma positiva. Lopes aponta que os volumes exportados para a China mais que dobraram em relação ao mesmo período do ano passado. Divulgação

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19 | Revista Novo Rural | Julho de 2018


Agricultura

Destaques

Produtor de soja da região vence o Desafio do Cesb Com produtividade de 127,01 sacas por hectare, produtor Gabriel Bonato é o campeão nacional

Região envolvida em trabalho de educação ambiental

A

importância de ter uma relação sustentável com o meio ambiente e os resíduos que as pessoas geram é um dos objetivos de uma parceria entre o Consórcio Intermunicipal de Gestão de Resíduos Sólidos (Cigres) e a Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões (URI/FW), através do Projeto de Educação em Saúde Ambiental. O principal tema a ser tratado é a coletiva seletiva, tanto na cidade como nas áreas rurais. Atividades multidisciplinares por meio do projeto, compiladas pela Caravana da Cultura em Defesa da Sustentabilidade e do Meio Ambiente, já foram realizadas em vários municípios como Dois Irmãos das Missões, Caiçara, Iraí, Tenente Portela e Iraí. A programação incluiu palestras com alunos e uma esquete cultural interativa referente à coleta seletiva de resíduos.

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Cotrisal, com apoio de outras empresas parceiras. Bonato faz parte da segunda geração da família que cultiva soja. Desde 2010, ele investe no aumento da produtividade em cerca de 120 hectares, no interior de Pontão. O levantamento técnico realizado na área inscrita no Desafio apontou fatores climáticos e excelente histórico de manejo como razões para o ótimo resultado obtido. – Já estamos investindo nesta área que participou do concurso há pelo menos seis anos para melhorar o perfil do solo. Também tomamos muito cuidado com a adubação é usada alta tecnologia, com alto potencial produtivo, além de termos usado o que tem de melhor na parte de proteção contra pragas e doenças – comenta o vencedor. O segundo lugar no Desafio 2017/2018, ficou com Vitor Alexandre Ceolin, que colheu em uma área irrigada 113,04 sc/ha. Este é de Pinhal Grande, também no Estado gaúcho. Assim, Ceolin também se tornou o campeão nacional de produtividade em áreas irrigadas.

Divulgação

A

10ª edição do Desafio do Cesb recebeu mais de 5,5 mil inscrições de produtores rurais interessados em colher mais soja na mesma área de plantio. O Rio Grande do Sul se destaca com a maior participação, mais de 1,8 mil produtores. Dentre todos eles, o sojicultor Gabriel Bonato, de Sarandi, é o campeão do Desafio Nacional de Máxima Produtividade 2017/2018, realizado pelo Comitê Estratégico Soja Brasil. Ele colheu 127,01 sacas de soja por hectare, nas lavouras localizadas na região. Esse número representa mais do que o dobro da média nacional de produção de soja em áreas comerciais. O anúncio foi realizado neste mês de junho, em Goiânia (GO). Ano passado, Bonato também participou e ganhou um concurso regional, por meio da Cotrisal, com 108 sacas por hectare. “Além de naturalmente ser um desafio, essa premiação é um incentivo para mim e minha família continuarmos investindo na lavoura”, disse o jovem produtor. A participação no Desafio Cesb também se deu através da

Gabriel Bonato é de Sarandi mantém lavouras em Pontão


Parceiros do leite Preço do leite aumenta em junho, segundo Conseleite

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ma alta de 6,76% no preço do litro de leite no Rio Grande do Sul foi registrada no início de junho, segundo análise do Conseleite, que divulgou esses dados na segunda quinzena do mês, em Porto Alegre. Essa alta foi causada pela redução de captação durante a greve dos caminhoneiros, ainda no fim de maio. O valor de referência projetado para o mês é de R$ 1,1781, acima do consolidado de maio, que ficou em R$ 1,1035. O aumento foi puxado diretamente pelo leite UHT, produto de maior expressão no mix gaúcho, que teve valorização de 14,71%. O movimento foi acompanhado por diversos outros itens: requeijão (10,54%), queijo mussarela (8,74%), leite condensado (8,33%) e queijo prato (6,78%). O Conseleite acredita que a tendência é que os va-

lores se mantenham nesse novo patamar, motivados pelo aumento de consumo típico dos meses de inverno e pela alta do dólar, que impacta diretamente nos custos e ajuda a travar a importação de lácteos. Apesar desta alta, um levantamento semestral apresentado pelo Conseleite, de janeiro a junho de 2018, dez dos 13 produtos avaliados estão com valores abaixo do praticado no mesmo período do ano anterior: leite UHT (-5,48%), leite pasteurizado (-5,87%), leite em pó (-7,73%), leite condensado (-12%), bebida láctea (-3,19%), queijo mussarela (-11,49%), queijo prato (5,03%), requeijão (-4,49%), nata (-2,36%) e outros queijos (-16,51%). Apenas iogurte (6,19%), doce de leite (0,94%) e queijo minas (1%) estão acima dos indexadores de 2017.

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Produtores de Trindade do Sul se capacitam na pecuária leiteira

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ma parceria entre o Escritório Municipal da Emater/RS-Ascar de Trindade do Sul e o Laticínios Frizzo, de Planalto, permitiu que produtores de leite de Trindade do Sul participassem de uma capacitação, em junho, com o objetivo de qualificar e desenvolver a cadeia produtiva do leite no município. Cinquenta produtores se reuniram na Câmara de Vereadores de Trindade Sul. Esse trabalho tem como objetivo auxiliar na condução da atividade leiteira, através da qualificação da produção, buscando o aumento da rentabilidade das famílias e contribuindo para sua permanência na atividade. A capacitação foi coordenada pela engenheira-agrônoma Priscila Baraldi Volpi, da Emater/RS-Ascar, e pelo médico-veterinário Osvaldo Salvador, do Laticínios Frizzo. Esse foi o primeiro dos quatro módulos que serão trabalhados com os produtores parceiros do Laticínios Frizzo e os agricultores que fazem parte do Programa Gestão Sustentável da Agricultura Familiar, da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo (SDR), executado pela Emater/RS-Ascar.

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Parceiros do leite

A excelência que mexe no bolso do produtor Qualidade do leite que chega na indústria depende também de um manejo adequado na ordenha. Veja como a família Favin, de Vista Alegre, consegue ter índices muito melhores do que os exigidos pela legislação vigente 22 | Revista Novo Rural | Julho de 2018

Gracieli Verde

revistanovorural@oaltouruguai.com.br

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uando a família Favin ingressou na atividade leiteira nem imaginava que, passados vários anos de trabalho, seria considerada referência em qualidade do produto em toda a região. O objetivo inicial era apenas conseguir ter uma renda mensal no campo, característica que influencia a decisão de muitos produtores ao optar pela produção leiteira. Com um plantel de vacas jersey, em sua maioria, a Fazenda Favin, localizada no interior de Vista Alegre, é gerenciada pelo casal Rodinei, 43 anos, e Sônia Favin, 40 – eles têm os filhos Marcelo, 13, e Miguel, 6. O primeiro a receber a reportagem foi Rodinei e logo em seguida Sônia também juntou-se

para, na varanda de casa, entendermos como foi que a propriedade galgou índices extremamente eficientes do ponto de vista da qualidade do produto. Em média, são 23 vacas mantidas em lactação, com uma produção de 18 litros por dia em cada animal. A responsabilidade com a produção de um alimento sempre esteve muito presente no dia a dia da atividade na propriedade. Por mais que no início eles viam essa busca pela qualidade como um “bicho de sete cabeças”, são quase dez anos de aprimoramento técnico no manejo para obter a excelência vista hoje. Uma política atrativa de preços graças aos índices de qualidade foi o que mais motivou a família a investir em boas práticas “dentro da porteira”. – A primeira coisa que começamos

a fazer era esquentar a água para limpar a ordenha, algo muito simples, mas que demandava ter uma organização diferente na hora de trabalhar. A necessidade foi tanta que investimos em um aquecedor solar já faz um tempo – conta dona Sônia. Esse aspecto reflete diretamente no índice de contagem bacteriana do leite (CBT), que é menor à medida que a higiene na ordenha é feita com mais rigor. A atenção com a sanidade dos animais é outro ponto levado muito a sério pelos produtores. “Se alguma vaca estiver com algum indício de problemas, como a mastite, o leite é descartado”, reforça Rodinei. Essa prática evita que o índice de contagem de células somáticas aumente, o que compromete a qualidade do produto também – esse índice é mais conhecido pela sigla CCS.

Gracieli Verde

Trabalhar com tranquilidade do ponto de vista da qualidade do produto que sai da fazenda é prioridade para o casal Favin


Realização

Revista Novo Rural Julho de 2018

Quando se fala em qualidade de leite, não há como ignorar que, em breve, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento promete divulgar uma nova instrução de normativa que estabelecerá o regramento técnico em relação às características de qualidade que devem apresentar o leite cru refrigerado, o leite pasteurizado e o leite tipo A. Raras informações foram divulgadas sobre o assunto, desde que o ministério começou o trabalho de reformulação, através de um grupo de trabalho, no início do ano. Um dos anúncios é a Instrução Normativa 31, que prorroga por mais um ano os padrões de CBT e CCS presentes no leite cru refrigerado. Assim, estão mantidas as 500.000 cel/ml e 300.000 UFC/ml para CCS e CBT, respectivamente, para a produção leiteira das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Por mais que há uma série de produtores e até mesmo profissionais de assistência técnica que veem isso como positivo, porque deve excluir menos produtores do processo de comercialização, há também quem diga que é passada a hora de colocar em prática um manejo que prime por mais qualidade no leite, como no caso da Fazenda Favin. “Na minha opinião, já deveríamos ter cumprido a normativa 51 ou a 62”, defende seu Rodinei. Na região, por mais que ainda há dificuldade em algumas propriedades para cumprir as normativas nesse quesito de qualidade, há também unidades produtivas que se destacam pela alta eficiência. “Temos propriedades que já estão dentro das normas há muito tempo, que tomam muito cuidado para manter esses índices”,

Produtor faz controle dos índices a partir das informações monitoradas pela empresa compradora do leite

comenta o extensionista e técnico agropecuário Josemar Belegante, da Emater/RS de Vista Alegre. No município, a cadeia leiteira tem buscado bons números nesse sentido, preocupação que também é da assistência técnica pública e dos próprios órgãos públicos locais. Mas voltando a falar dos índices de CCS e CBT, no caso da família Favin, os números são de impressionar. O produtor mostra com satisfação e tranquilidade que a CCS, por exemplo, tem ficado na casa dos 200.000/270.000 cel/ml (bem menos das 500.000 permitidas pela normativa) e a CBT, no mês de abril, por exemplo, variou de 6.000 a 12.000 UFC/ml, diferença gritante dos 300.000 permitidos pela legislação. “Esse é um perfil de produtor que conseguiu se profissionalizar na atividade, que é o que a gente sempre aborda nas visitas, dias de campo e palestras”, reforça o agrônomo Maicon Bisognin, também da Emater/RS local.

Segue >>> Gracieli Verde

“Se nós, produtores, não fizermos a nossa parte na propriedade, não adianta. Temos que fazer diferente e exigir que tenhamos a remuneração por isso.”

Flexibilização nas regras

Gracieli Verde

Hoje o preço pago pelo litro de leite produzido na Fazenda Favin pela Nestlé tem pelo menos entre 25% e 30% do valor agregado graças à qualidade do produto. Nos últimos meses o valor recebido ficou em torno de R$ 1,35 e R$ 1,40/l, bem mais competitivo do que o valor médio pago em nível de Estado – R$ 1,17/l, conforme previsão do Conseleite/RS. Um protocolo de ordenha é seguido à risca na propriedade, com os procedimentos de pré e pós-dip, separação dos animais por lote, ordenhando primeiros os saudáveis, além de monitorar sempre as análises do leite que são feitas pela empresa, que os municia com informações importantes também para o controle sanitário. Neste caso, é levada a sério aquela velha máxima de que fazer bem feito dá o mesmo trabalho que fazer de qualquer jeito, mas garante que o resultado positivo também apareça no bolso. Inclusive, a propriedade também tem certificação do rebanho livre de brucesole e tuberculose – mesma condição da Granja Ortigara, de Taquaruçu do Sul, que também já foi personagem de reportagem por aqui. Graças a essa postura, a Fazenda Favin está inclusa no programa Boas Práticas na Fazenda (BPF) da Nestlé, que por um lado exige uma série de cuidados com o produto, mas também garante que o preço pago ao produtor seja diferenciado. Agora, o próximo passo é a busca por Rodinei Favin, incluir-se no Boas Prátibovinocultor de leite cas na Fazenda Nature, que prevê ainda mais precisão nesta gestão da qualidade do produto – a empresa quer dar mais garantias ao consumidor de ofertar um leite mais puro, conforme assessoria da marca. A expectativa é que os Favin possam receber uma bonificação ainda maior por litro do produto a cada mês. – É um caminho sem volta. Se nós, produtores, não fizermos a nossa parte na proSala de priedade, não adianta. Temos que fazer difeordenha rente e exigir que tenhamos a remuneração funcional e por isso, porque o consumidor está cada vez adaptada às necessidades mais exigente e isso reflete no todo. Sem do plantel contar que estamos trabalhando com a proauxilia na dução de um alimento – analisa Favin, com manutenção total respaldo da esposa Sônia. dos índices

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Parceiros do leite Separamos informações que você, produtor, precisa levar em conta para garantir a pureza do leite que vende para a indústria. São protocolos como este que são difundidos para auxiliar nesse processo tão importante da produção.

Manejo pré-ordenha Monitore a saúde do úbere das vacas

• Higienize bem as mãos ou faça uso de luvas. • Verifique regularmente a saúde do úbere, utilizando o conhecido “teste da raquete”. • Mantenha um banco de dados de cada animal para melhor controle do rebanho.

Ordenhe os animais por lotes

• Inicie a ordenha primeiro com os animais saudáveis, novilhas, vacas recém-paridas e, em seguida, o rebanho principal. Deixe as vacas com mastite por último.

Faça sempre o teste da caneca

• Retire os três primeiros jatos de cada teto para verificar alterações no leite (como presença de grumos, pus, ou sangue) e ajudar a estimular a liberação do leite. • Faça uso de caneca de fundo escuro e nunca jogue os jatos diretamente no chão. • Se identificar alterações no leite ou no úbere, indicativos de mastite clínica, faça o descarte do leite e o tratamento do animal.

Higienize os tetos antes da ordenha

• Faça o pré-dip nos tetos, com produtos apropriados, aguardando 30 segundos de ação do produto nos tetos. • Realize a secagem dos tetos, de preferência com papel-toalha descartável (uma folha para cada teto). 24 | Revista Novo Rural | Julho de 2018

Revista Novo Rural Julho de 2018

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A ordenha Verifique o número de vácuo

• Sempre verifique o número de vácuo no início de cada ordenha, a instalação deve estar de acordo com as especificações do fabricante.

Faça a colocação dos conjuntos no momento correto • As unidades de ordenha devem ser colocadas dentro de 60 a 90 segundos após o início da preparação dos tetos. • Minimize entradas de ar durante a colocação dos conjuntos de ordenha. • Verifique e ajuste, se necessário, o posicionamento dos coletores, evitando torções.

Evite a sobreordenha

• A sobreordenha é considerada causa principal da hiperqueratose da extremidade do teto. • Para saber o momento correto da unidade de ordenha, observe a diminuição do fluxo de leite ou utilize secadores automáticos.

Garanta a remoção adequada do conjunto de ordenha

• Quando a ordenha estiver concluída, o vácuo do conjunto de ordenha pode ser desligado manual ou automaticamente. • Não deixe que o vácuo do coletor reduza completamente antes de retirar a unidade. • Não comprima o úbere e nem force os coletores para baixo.

Manejo pós-ordenha Higienizar os tetos após a ordenha

• Faça o pós-dip nos tetos para auxiliar no controle da mastite do rebanho. • Ideal é que as vacas permaneçam em pé por um período de aproximadamente 30 minutos após a ordenha, até o fechamento do canal do teto.

Realize a higienização do equipamento de ordenha

• Limpe as superfícies externas do equipamento. • Após cada uso, enxágue e limpe, manual ou automaticamente, todos os componentes do sistema, usando produtos adequados na temperatura apropriada. • Utilize detergentes apropriados seguindo a dosagem recomendada no rótulo. • Faça a sanitização 30 minutos antes da próxima ordenha, usando produtos apropriados. • Drene bem o equipamento.

Resfrie o leite adequadamente

• Verifique as temperaturas de resfriamento para certificar-se de que estão sendo alcançadas as temperaturas adequadas durante e depois de cada ordenha. • Temperaturas de refrigeração adequadas inibem o crescimento bacteriano.

Monitore a qualidade do leite e da ordenhadeira

• Analise regularmente todas as informações sobre qualidade do leite, composição do leite e desempenho da ordenha e compare-as com dados anteriores. • Substitua as teteiras e componentes de borracha de acordo com as recomendações do fabricante. Borracha sobreusada apresenta rachaduras e porosidade que influenciam no desempenho da ordenha e aumenta o risco de acúmulo de bactérias. Isso pode resultar no aumento da duração da ordenha e o aumento da CBT. • Faça a manutenção regular do sistema de ordenha, de acordo com as recomendações de cada marca.


Conectados

Internet: um recurso que se tornou indispensável Veja como você pode acessar essa tecnologia tão importante nos dias atuais Debora Theobald

O

acesso à internet é cada vez mais importante, em todos os lugares, independente de área de atuação. No meio rural, o acesso a informações e ferramentas on-line podem se tornar em grandes diferenciais. Na região, a instalação de redes de internet no interior tem crescido, graças ao olhar empreendedor deste setor. Para saber mais sobre como é possível ter esse serviço com qualidade e melhor custo-benefício, conversamos com o gerente operacional da Tchê Turbo, André Milani. Confira.

André Luís Milani é gerente operacional da Tchê Turbo

NR: Como funciona a oferta de planos de internet para o meio rural?

NR: O que motivou a empresa a criar o Tchê Rural? André Milani: Falamos muito no tema da sucessão familiar rural, da permanência do jovem no campo. Com base nisso, a Tchê Turbo vem buscando novas tecnologias no mercado para suprir certas demandas de olho nas tendências. Fizemos uma análise por um bom tempo desse público e percebemos uma oportunidade de mercado, mas também uma necessidade de essas pessoas terem acesso à informação e estarem conectados, de fazer parte de uma rede. O que motivava esses jovens a saírem do campo? Era justamente a falta de informação. Eles vinham para a cidade para buscar conhecimento, fazer faculdade, treinamentos e tinha uma necessidade da parte de quem ficava de se ter sucessores, para tocar o negócio. Entretanto, de um tempo para cá, com o surgimento dos aplicativos para celulares e com a disseminação cada vez maior dos smartphones, esse quadro mudou. A informação está acessível para todo mundo, desde o bloco de produtor rural, que está sendo substituído aos poucos pela Nota Fiscal Eletrônica, até aplicativos que monitoram e disponibilizam informações sobre doenças e outras questões agropecuárias. Empresas como a Embrapa, por exemplo, disponibiliza mais de 20 aplicativos com um banco online, que auxiliam o produtor na resolução dos problemas com um clique no celular. Hoje atendemos em torno de 30 comunidades, desde Frederico Westphalen até outros municípios da abrangência da empresa. Temos mais 15 localidades que estamos analisando para instalar pontos de internet.

vamos em consideração o número de dispositivos que uma família têm. Também influenciam no pacote se há mais computadores ou celulares. Justamente por isso, a presença de nossos técnicos na propriedade é fundamental para avaliar as necessidades do produtor.

NR: Então, hoje a internet se tornou quase tão indispensável quanto a energia elétrica?

“Quanto maior o número de pessoas dispostas a ter um ponto de internet em uma comunidade, maior será o rateio dos valores.”

André Milani: Quando chegamos na comunidade para fazer o mapeamento e outros procedimentos técnicos, já se nota uma alegria dos moradores, uma satisfação em ter algo antes inacessível. Mas, isso é só o primeiro passo. Tem muito mais além desse serviço oferecido pela Tchê Turbo. No momento que o produtor souber dos serviços que estarão disponíveis para ele, para fazer gestão rural, mapear áreas de plantio – hoje já é possível projetar se haverá lucro antes da safra – e outras ações só terá melhora na qualidade de vida e no lucro da propriedade. E quem está com os olhos voltados para isso é, justamente, o público mais jovem. Conheço muitas pessoas que estão crescendo muito mais rápido por causa disso, porque com uma propriedade bem administrada, com o auxílio da tecnologia, vai gerar muito mais renda, além de ter as vantagens de gerir seus próprios

horários. Se você estiver ligado em uma rede, o que você tem na cidade também tem no interior. O pessoal do campo pode, sim, ter o mesmo serviço que no meio urbano. Queremos ofertar possibilidades para as pessoas para que melhorem de vida a cada dia, inovem, evoluam, esse é o nosso perfil.

NR: O que é preciso levar em conta para contratar um plano de internet?

André Milani: Temos pequenos, médios e grandes produtores, o que reflete a diversidade rural da nossa região, e tudo depende da necessidade do agricultor. Em grandes produtores, por exemplo, temos instalados equipamentos de georreferenciamento, o que consome uma quantidade considerável de internet. Então, se o agricultor têm equipamentos de agricultura de precisão, ou até um GPS, o pacote precisará ser maior. Mas, se ele usa apenas para navegar na internet e acessar serviços de streaming, como Netflix, cinco megas são suficientes, pois le-

André Milani: Os planos de internet, quando se fala em megabytes, permanecem os mesmos que oferecemos na cidade – de cinco até 30 megabytes –, apenas a internet chega por rede wireless e não via fibra óptica. Padronizamos os valores para ter esse incentivo ao produtor rural para que instale internet em sua propriedade. Quanto maior o número de pessoas dispostas a ter um ponto de internet em uma comunidade, maior será o rateio dos valores. O que altera nos valores é a taxa de instalação, que depende de vários fatores.

Novo Rural: Qual o procedimento para uma propriedade rural conseguir ter acesso à internet? André Milani: O cliente faz uma solicitação para o setor comercial da Tchê Turbo, que realiza a abertura do atendimento, para avaliarmos a viabilidade. Nesse caso, o procedimento padrão é ir até a residência, verificar com o proprietário se ele tem uma lista de, no mínimo, dez possíveis clientes. Mapeamos todos esses clientes, trazemos para a empresa e fazemos o projeto. Depois, agendamos uma reunião com a comunidade para passar todas as informações. Nas comunidades, avaliamos quais equipamentos serão necessários para implementar um ponto de internet. Realizamos uma análise de longitude, latitude, relevo, o que precisará ser feito para montar um raio do sinal de internet que atenda esses clientes. Então, é feito um projeto pelo tepartamento de Tecnologia da Informação, o qual será apresentado posteriormente aos interessados em adquirir o serviço, apresentado pela equipe comercial. Por isso, cada projeto é customizado. 25 | Revista Novo Rural | Julho de 2018


Cooperativismo

Ações

Dia do Cooperativismo não passa em branco na região Atividades em prol de entidades são protagonizadas por cooperativas em diversos municípios

Frederico Westphalen

Mateada e feira do produtor na praça central integraram a programação em Frederico Westphalen, além de jantar envolvendo os funcionários das cooperativas do município.

A

Alpestre

A horta da Apae de Alpestre foi o foco do Dia C. Na ocasião, as cooperativas Cooper A1, Sicredi e Apae ajudaram a revitalizar o espaço, a fim possibilitar uma estufa para produção de hortaliças. Devido a extensão do projeto, as equipes trabalharão por mais de 30 dias no local para colocar a ideia em prática.

Pedágio ecológico foi realizado em esforço coletivo de cooperativas

Seberi

Pensando na importância de incluir as crianças nas atividades, em Seberi a Sicredi decidiu por realizar um cinema nas escolas da rede municipal, criando um momento de interação com os estudantes ao transmitir a mensagem do Dia Internacional do Cooperativismo. A ação foi concentrada nos dias 28 e 29 de junho. Debora Theobald

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Cooperativas tiveram como foco a manutenção da horta da Apae

Divulgação

O montante destinado ao HDP foi arrecadado a partir da realização de um jantar, servido no dia 28 de junho. Todas as sobras com ingressos, bingo e copa do evento foram reunidas e entregues ao hospital frederiquense. Os diretores da casa de saúde receberam o valor e agradeceram o gesto das cooperativas Sicredi Alto Uruguai RS/SC, Cresol, Cotrifred, Creluz, Coopraf, Sicoob e Cooperativa Vale das Cuias, que participaram da realização do jantar. Para o presidente da Cotrifred, Elio Duarte Pacheco, as atividades serviram para mostrar a importância das cooperativas para as comunidades. – A mateada foi realizada para, além de comemorar e marcar o Dia Internacional do Cooperativismo, dar uma mostra da intercooperação. A data foi mais um dia das cooperativas se unirem em prol da comunidade, realizando ações que trazem grandes benefícios e que mostrem a “cara” do cooperativismo e a importância da cooperação e da intercooperação – destacou Pacheco.

Novo Tiradentes

Para conscientizar a população de Novo Tiradentes acerca da preservação do meio ambiente, Sicredi, Creluz e Cooper A1 realizaram uma pedágio ecológico no dia 30 de junho, nas principais ruas do município. Além de buscar despertar um olhar voltado para o meio ambiente dos motoristas, também foram distribuídas mudas de árvores nativas e frutíferas. Divulgação

Jantar mostra força do cooperativismo

Divulgação

s cooperativas comemoraram em 30 de junho o Dia Internacional do Cooperativismo, também marcado como Dia C ou Dia de Cooperar. Para celebrar a data, diversas ações em vários municípios da região foram realizadas no fim da segunda quinzena do mês. O foco das atividades alusivas do Dia Internacional do Cooperativismo promovidas pelas cooperativas incluíram a entrega de doações ou de auxílios para entidades ou instituições comunitárias. Exemplo disso foi registrado em Frederico Westphalen, onde as cooperativas entregaram o valor de R$ 6.625,00 ao Hospital Divina Providência (HDP). A entrega simbólica ocorreu durante a Mateada da Cooperação, no Largo Vitalino Cerutti. Na ocasião, dezenas de pessoas participaram, entre diretores e funcionários de cooperativas com atuação em Frederico Westphalen, representantes da Emater/RS-Ascar, da administração municipal e de instituições de ensino, além de vereadores e público em geral. Ainda para marcar o Dia Internacional do Cooperativismo, a Associação de Desenvolvimento do Médio Alto Uruguai (Admau) disponibilizou tendas para que os produtores frederiquenses pudessem comercializar seus produtos. Com isso, a tradicional feira do produtor foi realizada no Largo Vitalino Cerutti, uma forma de se aproximar ainda mais do público consumidor.

Cooperativas se reuniram para melhorar a horta do hospital

Planalto

Em Planalto, estiveram à frente do Dia C no dia 30 de junho, as cooperativas Sicredi, Cooper A1, Creluz e Cresol, com o objetivo principal de realizar a manutenção da horta do hospital do município. A equipe das cooperativas também se empenhou para doar alimentos para a Instituição de Acolhimento Construindo Futuro, além de distribuir mudas de árvores para a comunidade em geral, despertando a consciência ambiental e sustentável nos moradores do município.

Alunos da Escola Bem Me Quer puderam de “curtir” um filme


Ações Divulgação

Debora Theobald

Caiçara

O hospital também foi prioridade das cooperativas em Caiçara. Sicredi, Cotrifred e Cresol se reuniram no dia 30 de junho para coletar alimentos não-perecíveis. Após, foi feita a doação para a casa hospitalar São Roque. Divulgação

Além de arrecadar fundos para entidades, pedágio também distribuiu mudas de árvores

Pedágio arrecadou valores para a área de saúde

Taquaruçu do Sul

Cerro Grande

Unindo forças em prol do Hospital Santo Antônio, de Tenente Portela, a comunidade de Taquaruçu do Sul contribuiu com valores simbólicos durante um pedágio cooperativo realizado durante o dia 29 de junho pelas cooperativas Sicredi e Cotrifred.

Em Cerro Grande, a ação que estava marcada para o dia 30 de junho, foi transferida para o dia 2 de julho. Com a cooperação entre Sicredi, Creluz e CLJ, o pedágio ecológico realizado pelas equipes objetivou arrecadar fundos para a Comunidade Terapêutica Nossa Senhora Aparecida, que tem como responsável e idealizador o Frei Antonio Carlos Lorini, pároco de Cerro Grande. Aproveitando a oportunidade, também foram realizadas ações de conscientização e prevenção ao meio ambiente com a distribuição de mudas.

Hospital São Roque foi o beneficiado das ações das cooperativas

Debora Theobald

Jaboticaba

Divulgação

Em Jaboticaba, foram realizadas confecção de cartazes, distribuição de folhetos e visitas nas escolas municipais e estaduais para conscientizar acerca da coleta de lixo eletrônico. As ações tiveram como organizadores a Cooperjab, Sicredi, Creluz, prefeitura, Secretaria de Meio Ambiente, escolas municipais Padre Roque Gonzales, 30 de Novembro e Escola Estadual Padre Guilherme Wetz, entre os dias 25 a 29 de junho. Já no dia 30 de junho, ocorreu na praça Ernesto Santi, a coleta de resíduos elétrico e eletrônicos, bem como a coleta de lixo na ERS-323, do pórtico até a divisa com o município de Boa Vista Das Missões.

Divulgação

Hospital de Tenente Portela foi foco das ações no município

Vista Alegre

Dinheiro arrecadado pelas ações no município irá para a Apae

A exemplo de Taquaruçu do Sul, a população de Vista Alegre também realizou um pedágio solidário no dia 29 de junho em prol do Hospital de Tenente Portela, isso porque boa parte dos munícipes utilizam a casa hospitalar para realizar tratamentos médicos. Foram responsáveis pela ação Sicredi, Cotrifred e Creluz. Além disso, durante todo o mês de junho foram recolhidos alimentos não-perecíveis que também serão destinados a entidade.

Rodeio Bonito

A Apae de Rodeio Bonito também foi o foco do Dia C planejado pela Sicredi, Creluz e Cooper A1. Todo o dinheiro arrecadado durante o pedágio solidário foi revertido em prol da entidade, para que assim possa realizar atividades durante o resto do ano.

Foco da Dia C no município foi a coleta de lixo elétrico e eletrônico

Pinhal

Divulgação

Os times da Sicredi, Creluz e Cooper A1 de Pinhal se reuniram para distribuir folders com o intuito de conscientizar a população pinhalense, além de realizarem um pedágio de arrecadação de itens para o hospital do município. Outras ações, como pinturas de instituições, também foram realizadas.

Agende-se para agosto

Divulgação

Alimentos arrecadados foram doados para o hospital do município

Ametista do Sul

Em Ametista do Sul, as ações do cooperativismos foram realizadas durante praticamente todo o mês de junho, já que foram arrecadados alimentos não perecíveis para o Hospital São Gabriel. Estiveram envolvidas nas atividades as cooperativas Sicredi e Coperametista.

A comissão que envolve as cooperativas da região ainda programa uma palestra para o dia 16 de agosto, às 19 horas, no Salão de Atos da URI, em Frederico Westphalen. O professor Pedro Büttenbender, da Unijuí, que é doutor em Administração e pesquisador também na área do cooperativismo, ministrará a palestra “Cooperativismo na veia”. A programação também incluirá apresentação dessas ações relacionadas ao Dia Internacional do Cooperativismo. Toda a comunidade regional está convidada a participar.

Cooperativistas se mobilizaram para realizar diversas ações

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Cooperativismo

Ações

Creluz melhora iluminação em trevo

Espaço

cooperativo Jardel da Costa/Divulgação

Marcia Faccin

Coordenadora da Unidade de Cooperativismo do Escritório Regional da Emater/RS de Frederico Westphalen

Sinta-se convidado a integrar o mundo cooperativo! Instalação foi viabilizada com recursos do programa interno Pro-Lumi

M

ais de R$ 100 mil foram investidos por parte da cooperativa de infraestrutura Creluz na rede de iluminação do trevo do quilômetro 74, no entroncamento das BRs-158 e 386, em Boa Vista das Missões. A obra foi oficialmente entregue à comunidade no início deste mês. A solenidade ocorreu nas dependências da Usina Solar, reunindo diversas autoridades regionais. O presidente do Grupo Creluz, Elemar Battisti, explicou que a ação fez parte do programa Pró-Lumi, criado pela cooperativa em 2011. – Associados da Creluz começaram a relatar problemas com a iluminação pública de algumas cidades ou comunidades. Vinham nos procurar argumentando que haviam lâmpadas quebradas, ruas muito escuras e pediam para irmos arrumar.

Nós explicávamos que iluminação pública não é de responsabilidade da cooperativa, mas da prefeitura, do Estado ou da União, dependendo em que via ela está instalada. Porém, como tinham muitos problemas nesse sentido resolvemos criar um programa chamado Pró-Lumi, para atender estas demandas – conta. O projeto foi aprovado em assembleia e já foi aplicado no trevo entre Rodeio Bonito e Pinhal e na saída para Planalto. Em Boa Vista das Missões a rede de iluminação teve a implantação de 17 postes cônicos, 785 metros de rede de baixa tensão com cabos isolados 50 mm², 48 suportes de iluminação com luminárias, bases, relés, reatores, lâmpadas, fiações internas com dupla isolação. As obras foram concluídas no mês de junho.

Sicredi Grande Palmeira inaugura nova agência

D

esde a metade de junho, a Sicredi Grande Palmeira conta com a nova agência empresarial da cooperativa de crédito, em Palmeira das Missões. O atendimento é exclusivo para empresas de micro, pequeno, médio e grande porte. Diferente de uma agência tradicional, visa um atendimento mais consultivo focado no negócio. O presidente da cooperativa, Elvis

Roberto Rossetto, ressalta que o intuito é ser referência para os clientes. – Somos a única instituição financeira a investir em uma estrutura exclusiva para o atendimento empresarial no município de Palmeira das Missões. Os associados contarão com uma equipe preparada, o que vai além de um simples atendimento, é uma consultoria direcionada – disse. Divulgação

Inauguração da unidade foi realizada em junho

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Tradicionalmente, no primeiro sábado do mês de julho é celebrado o Dia Internacional do Cooperativismo, em que cooperativas do mundo inteiro realizam ações comemorativas para celebrar esta data. Neste ano, em virtude dos jogos da Copa do Mundo, a data foi antecipada para o último sábado do mês de junho. Em nossa região inúmeras ações foram pensadas e desenvolvidas em mais de 30 municípios para celebrar a data. Momento em que dirigentes, funcionários e associados das cooperativas reuniram-se para desenvolver ações em prol da comunidade e da sociedade onde a cooperativa está inserida e atuando. São momentos como estes em que é possível aproximar ainda mais a cooperativa da comunidade, onde os dirigentes têm a oportunidade de conversar com a população sobre as ações que a cooperativa diariamente desenvolve, e que muitas vezes passam despercebidas por grande parte da comunidade. Precisamos divulgar mais às ações feitas e desenvolvidas pelas cooperativas, precisamos cada vez mais fortalecer as nossas cooperativas que realizam um trabalho sério, transparente, honesto e comprometido com os princípios e valores cooperativos. Em nossa região possuímos muitas cooperativas que fazem um belíssimo trabalho em prol dos seus associados e da comunidade onde estão inseridas e, muitas vezes, acabam passando despercebidos por parte de nossas lideranças e comunidade em geral. Necessitamos fortalecer, divulgar, apresentar e defender os bons e belos trabalhos e exemplos feitos pelas nossas cooperativas. Somente assim teremos cada vez mais uma região fortalecida, com empreendimentos fortes, onde os associados, dirigentes e comunidade possam sentir orgulho de ter como investidores cooperativas sérias, contribuindo com o desenvolvimento local e regional. Convido mais uma vez, quem ainda não é sócio de alguma cooperativa, que procure conhecer um pouco mais do trabalho e das ações desenvolvidas pelas nossas instituições regionais. Tenho certeza que irá sentir-se motivado(a) a associar-se a esta instituição chamada cooperativa, onde quem ganha não são só os proprietários, mas todas as pessoas envolvidas e comprometidas, ou seja, todos os associados. Faça uma visita para alguma cooperativa, seja ela agropecuária, de crédito ou de eletrificação, que são as predominantes na região, e tenha a experiência em participar deste universo chamado mundo cooperativo. Tenho certeza de não irá se arrepender. Quanto mais conhecemos as ações e o trabalho das cooperativas sérias, transparentes, com gestão e que realmente desenvolvem o bom cooperativismo, mais sentimo-nos envolvidos e queremos participar, pois é a maneira mais justa e transparente onde todas as pessoas envolvidas ganham. Venha fazer parte do mundo cooperativo!

“Em nossa região possuímos muitas cooperativas que fazem um belíssimo trabalho em prol dos seus associados e da comunidade onde estão inseridas.”


COOPERATIVISMO INOVAÇÃO A PARTIR DA INTERAÇÃO. O cooperativismo é um modelo econômico que interliga pessoas, incentiva a inovação e produz resultados. E o Sistema Ocergs-Sescoop/RS é quem qualifica as cooperativas para uma gestão mais eficiente. Esteja onde você estiver, o cooperativismo também é para você. Confira alguns depoimentos de sucesso do cooperativismo em historiasreais.coop.br e saiba mais em sescooprs.coop.br.

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Fique atento Setor agro também integra Comitê de Desenvolvimento Em julho IBGE divulgará dados do Censo Agro 2017

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m Palmeira das Missões foi oficializada neste mês que passou a criação do Comitê de Desenvolvimento, por meio da administração municipal, inclusive com a participação de representantes do setor agropecuário. O grupo tem caráter consultivo e tratará de pautas de interesse da população, propondo alternativas e solução de problemas. Os integrantes escolhidos atuarão por um período de dois anos, reunindo-se a cada 45 dias, ou extraordinariamente, caso necessário. Entidades como o Sindicato Rural, Sindica-

to dos Trabalhadores Rurais, Escola Téncica Celeste Gobbato, UFSM - Campus de Palmeira das Missões, Clube Amigos da Terra e Associação dos Engenheiros Agrônomos estão representadas no grupo, assim como a Secretaria Municipal de Agricultura. A intenção é que o setor de pecuária e agricultura também tenham voz nesse trabalho, apesar de as primeiras pautas que estão sendo discutidas envolverem assuntos como o hospital público regional, ao campus da UPF em Palmeira das Missões, entre outros. Assessoria de Imprensa Prefeitura/Divulgação

ados preliminares divulgados pelo IBGE relacionados ao Censo Agropecuário 2017 já apontam mudanças no setor em nível de Brasil. Pessoas com mais de 65 anos representam 21,4% dos moradores de áreas rurais, sendo que em 2006, quando foi realizado o último levantamento, representavam 17,52%. O levantamento mostra que a população rural está envelhecendo e os mais jovens continuam a migrar para centros urbanos. Os dados consolidados deverão ser divulgados neste mês de julho e agosto pelo IBGE.

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Encontros ocorrerão a cada 45 dias

Prazo do CAR é novamente prorrogado

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nicialmente finalizado em maio, o prazo para o preenchimento do Cadastro Ambiental Rural (CAR), foi novamente prorrogado até o dia 31 de dezembro de 2018, a partir de decreto do presidente da República, Michel temer. O registro no CAR é obrigatório. No sistema os produtores devem declarar as informações ambientais de suas propriedades rurais.

Segue a parceria entre Cesurg e Sintraf de Sarandi

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ssociados ao Sinfraf de Sarandi têm benefícios na área de educação. Um convênio com o Cesurg, campus da cidade, permite que sócios ou filho de sócios tenham descontos nas mensalidades de diversos cursos. Para tanto, basta passar no sindicato e pegar a declaração de sócio e apresentá-la na Secretaria do Cesurg. Os descontos variam conforme os cursos.

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Expointer aceita inscrições para Feira da Agricultura Familiar

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s interessados em participar da 20ª Feira da Agricultura Familiar, na Expointer 2018, já podem se inscrever. A novidade para este ano é um sistema de inscrições informatizado, que servirá para todas as feiras que a SDR apoia com agroindústrias inclusas no Programa Estadual de Agroindústria Familiar (Peaf). Até o dia 13 de julho, os empreendedores familiares devem procurar as entidades parceiras Emater, Fetag, Fetraf e Via Campesina, que acessarão o sistema e farão a inscrição. Segundo o secretário, Tarcísio Minetto, conforme essas inscrições chegam ao sistema, o departamento responsável da SDR vai homologando-as em tempo real, ficando mais fácil resolver possíveis pendências ou problemas e dando transparência ao processo. Na edição de 2017, a Feira da Agricultura Familiar na Expointer totalizou R$ 2,8 milhões, aumento de 40% sobre a edição de 2016. Para quem deseja expor animais na feira, as inscrições terminam em 30 de julho, através das associações de cada raça. A Expointer 2018 está programada para o período de 25 de agosto a 2 de setembro, no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio. O lançamento da feira será no dia 19 de julho, na Casa da Ospa, no Centro Administrativo do Estado, na capital.

Novo Sistema de Declarações Vinícolas no ar

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roprietários de vinícolas precisam estar atentos a novidade relacionada à declaração desses estabelecimentos. O Sistema de Declarações Vinícolas (SISDevin), da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Irrigação, está funcionando desde a primeira quinzena de junho, substituindo o SISDeclara. Com isso, as declarações obrigatórias constantes na Lei Federal 7.678/1988 e no Decreto Federal 8.198/2014, relativas à cadeia produtiva de vinhos e derivados da uva, deverão ser realizadas somente no SISDevin. Para fazer essas declarações, os estabelecimentos deverão prestar as informações que constam no SISDevin – Módulo Uvas, Vinhos e Derivados – que integra o Sistema de Defesa Agropecuária do RS, disponível através do link bit.ly/2KmP8bu. Acesse também pelo código abaixo, através da câmera do seu celular.


Juventude Rural

ONU reconhece trabalho de jovem de Palmeira das Missões Carlos Eduardo Ardenghi/A Madrugada/Divulgação

Mariana Martins de Oliveira

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articipante da segunda edição nacional do CNA Jovem, programa de desenvolvimento de lideranças no campo desenvolvido pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), a gaúcha Mariana Martins de Oliveira, de Palmeira das Missões, teve seu projeto reconhecido no prêmio Jovens Campeões da Terra, organizado pela ONU Meio Ambiente. Por isso, ela foi convidada a participar da comunidade Environmental Changemaker, pelo fato de o projeto “A economia circular como oportunidade de promover a sustentabilidade nas agroindústrias brasileiras” ter ficado entre os 50 melhores de um total de 760 projetos de todo o mundo. A participação nessa comunidade permitirá mentoria on-line, que a orientará na execução do projeto. Mariana também é aluna do curso de Mestrado em Agronegócios da UFSM de Palmeira das Missões. A representante do Rio Grande do Sul vai desenvolver um plano de ação voltado

para as agroindústrias brasileiras, baseado no modelo de economia circular que tem por objetivo reincorporar os resíduos ao sistema de produção. Mariana explica que a economia circular busca a mudança de toda a estratégia no processo de produção, desde o início até o consumidor final. – Esse conceito de economia circular já é bastante difundido na Europa e na China, mas ainda assim são voltados para outros setores como a invenção de embalagens comestíveis ou produção de tênis com matéria-prima que seria descartada – comenta Mariana. Para poder executar o projeto, ela fechou parceria com uma agroindústria de laticínios em Rodeio Bonito, para a realização do diagnóstico, pesquisas e obtenção de resultados. “Esse é meu grande desafio. Vou tentar buscar soluções para elaborar um plano específico para a agroindústria, pesquisando exemplo de outros setores”, revela.

Seminário debate as oportunidades da sucessão A

equipe da Emater/RS-Ascar de Constantina teve uma programação diferenciada para jovens rurais do município, em junho. Através de um seminário, realizado no Clube Comercial, foi buscado despertar nos jovens o interesse pelo meio rural, mostrando diferentes perspectivas diante da importante tarefa de fazer a sucessão rural. Professores e alunos da comunidade indígena Capinzal, além de jovens cujas famílias são assistidas Emater/RS-Ascar,

participaram do encontro. Também foram divulgados os nomes dos jovens contemplados com o Bolsa Juventude Rural, iniciativa que tem como objetivo estimulá-los a implantarem projetos produtivos em suas propriedades. No município, os estudantes Djeison Ludke e Bruno Lansana, da Escola Estadual São José, receberão o valor de R$ 2 mil para desenvolver um projeto produtivo. Em função disso, a Emater/RS prestará assistência técnica junto aos jovens.

Vanderlei Holz Lermen

Agricultor, tecnólogo em Processos Gerenciais, técnico em Agropecuária e bacharel em Desenvolvimento Rural

O incentivo dos pais para a sucessão rural A decisão dos jovens de permanecerem ou não no meio rural tem ligação direta com o incentivo da família. Esse é um fator que merece destaque no contexto da sucessão rural. Minha opinião: o incentivo dos pais é o fator mais importante. É o que estou comprovando na pesquisa que realizo, onde 65% dos jovens responderam que seus pais os incentivam a buscar uma vida e um trabalho na cidade e apenas 35% incentivam a ficar no meio rural. A desmotivação dos pais está relacionada a dificuldades produtivas e econômicas, ocasionadas, por exemplo, pelas mudanças climáticas, preço dos produtos agrícola, custos de produção e a dificuldade do trabalho no campo. A pesquisa mostra que apenas 39% dos jovens pretendem ficar no campo. Se compararmos os dados, percebemos que há uma forte ligação. Nas respostas foi nítido perceber que os filhos geralmente acabam seguindo o caminho que os pais preferem. Quando os pais incentivam o jovem a permanecer e dar continuidade ao trabalho na propriedade, ele fica. Quando os pais querem que o filho saia do campo, ele sai. É importante destacar também que as moças são mais incentivadas pelos pais a saírem do meio rural que os rapazes. Pense comigo! Se a criança cresce ouvindo coisas como: "o interior não dá dinheiro, nunca tenho folga, o preço está ruim, o governo não ajuda, o trabalho é sofrido (e tantas outras mais), não há filho que cresça e, quando jovem, queira ficar no campo. Isso é “cravado” na cabeça desse jovem e não tem como mudar isso de uma hora para outra. Os pais precisam mostrar os dois lados para os filhos. Há momentos em que realmente as coisas não vão bem, mas há momentos onde o meio rural tem ótimas oportunidades de crescimento e renda. Os jovens precisam saber diferenciar isso e colocar na balança. Nesse contexto, envolver o jovem nas atividades da propriedade também é fundamental. Não só nas atividades do dia a dia, mas também no gerenciamento e planejamento. Você que está lendo essa coluna e é produtor rural, responda: seu filho (a) lhe acompanha ao banco para fazer um custeio? Participa na hora da venda da produção? Na compra dos insumos? No momento do planejamento da próxima safra? Recebe algum retorno financeiro? Se respondeu que sim, parabéns. Se a resposta for não, lhe pergunto: por quê? Só formaremos sucessores quando há interesse por parte dos filhos. E para criar interesse é preciso participação, envolvimento e amor pelo campo. E o amor só pode ser construído pela família!

“Há momentos em que realmente as coisas não vão bem, mas há momentos onde o meio rural tem ótimas oportunidades de crescimento e renda. Os jovens precisam saber diferenciar isso e colocar na balança.”

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Agroindustrialização

Seminário

Lideranças municipais, extensionistas e produtores “sentam à mesa” para reforçar a importância de gerar mais renda com investimentos no setor Gracieli Verde

Mais de 200 agroindústrias atuam na região

revistanovorural@oaltouruguai.com.br

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desenvolvimento que as agroindústrias podem promover em nível de região foi um dos aspetos que ficou em evidência durante o primeiro Seminário Regional de Agroindústrias: formalização e comercialização, realizado em Pinhal, em junho, na sede da Fundaluz. Por outro lado, gargalos também foram identificados, uma vez que o setor enfrenta desafios do ponto de vista técnico, econômico e também de legislação, especialmente na busca por legalizar o que é produzido “da porteira para dentro”, de forma que viabilize o mercado “da porteira para fora”. Uma das explanações foi proferida pelo professor Gelson Pelegrini, da URI – Campus de Frederico Westphalen. Ele fez um resgate histórico em relação à agroindustrialização, citando também aspectos da colonização da região. Ele defendeu que é preciso discutir mais o processo de produção na agricultura familiar, de modo que haja mais reflexões em torno da viabilidade dos negócios. Pelegrini acredita também que nos últimos anos há avanços importantes para o setor, apesar de ainda ser lento o seu pleno desenvolvimento. “Não podemos negar que ferramentas como o selo Sabor Gaúcho fortalecem os nossos produtos. Precisamos nos apropriar mais desta identidade”, disse. Esse selo é uma marca que identifica os produtos com origem na agricultura familiar gaúcha, que participam do Programa Estadual de Agroindústria Familiar (Peaf).

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Lideranças acompanharam encontro na cidade de Pinhal

“Não podemos negar que ferramentas como o selo Sabor Gaúcho fortalecem os nossos produtos. Precisamos nos apropriar mais desta identidade.” Gelson Pelegrini, professor da URI/FW

Atualmente existem 238 agroindústrias nas regiões dos Coredes Rio da Várzea e Médio Alto Uruguai, com 199 possíveis de serem enquadradas no Peaf. Destas, 99 já fazem parte do programa, inclusive utilizando o selo Sabor Gaúcho. Os dados fazem parte de um estudo apresentado pelo gerente-adjunto do Escritório Regional Emater de Frederico Westphalen, Mario Coelho da Silva, resultado de um levantamento feito pela equipe da entidade. – Há uma evolução crescente, não muito rápida, mas com firmeza. As agroindústrias que abriram nos últimos anos estão sólidas, porque é feito um trabalho de análise através de projetos, para implantá-las onde há sucessão familiar e outros fatores que somem nesse processo. Além disso, temos produtos de excelente qualidade na região – ressaltou Silva.

A importância do poder público inserido no debate “É fundamental essa inserção de representantes do poder público e de empreendedores nesse debate”, segundo análise do executivo da Admau e gestor do APL Agroindústrias Familiares dos Coredes Rio da Várzea e Médio Alto Uruguai, Eliseu Liberalesso. Foram reunidas 18 entidades, o que fortaleceu esse debate. “Acho que ficou muito claro que podemos crescer, apesar dos gargalos. Claro que tudo depende de boas articulações de mercado, para que esses produtos sejam comercializados com competitividade, mas há um trabalho longo pela frente e esperamos por mais fóruns como este”, declarou Liberalesso.

Debora Theobald

Por agroindústrias sólidas e bem sucedidas


Seminário

Proprietários de agroindústrias familiares também estiveram no encontro. Foi mais um momento para trocar ideias e conhecer a realidade de outras famílias que também investiram na transformação da matéria-prima na propriedade.

Debora Theobald

Troca de informações e novos contatos “Eu tenho a agroindústria legalizada, mas vim para aprender mais. Também conheci outras agroindústrias que poderão fornecer farinhas para nós”, comentou Enéia de Oliveira, da Agroindústria Salmos de Davi, de Palmeira das Missões.

Uma dia de campo diferente Parte da programação contou com várias mesas temáticas, que funcionaram como um dia de campo. Em cada uma delas eram abordados assuntos de interesse em um segmento, tanto para produtos de origem animal vegetal, como questões de mercado e serviços de gestão e inovação disponíveis no Arranjo Produtivo Local (APL) Agroindústrias. Em cada mesa que debateu os temas, as conclusões foram apresentadas ao fim da programação. Uma delas abordou questões relacionadas à inspeção de produtos de origem animal, ressaltando diferenças das inspeções via Susaf (cujos itens podem ser vendidos em todo o Estado) e Sisbi (podem ser vendidos em todo o país). Prazos para liberação variam, mas demora pelo menos um ano e meio. Toda a legislação relacionada está disponível no site da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Irrigação.

Em outro grupo, o debate foi sobre fiscalização e legalização de produtos de origem vegetal, cuja responsabilidade é da Vigilância Sanitária, outra forma de garantir segurança alimentar de quem consome esses produtos. Já no terceiro grupo, o debate foi relacionado à comercialização e mercado. Foi identificada a necessidade de aproximar mais o mercado em relação às agroindústrias. Também se identificou a necessidade de diferenciar com mais clareza os produtos legalizados dos clandestinos, que acabam atrapalhando esse mercado. Ter mais lojas especializadas em produtos da agricultura familiar, um central de comercialização e algumas flexibilizações na legislação também foram apontadas. Por fim, foi citada também a demanda em relação às entidades de forma geral, para que busquem uma padronização dos processos.

Foram os promotores do seminário a Admau, Emater/RS-Ascar, Amzop e revista Novo Rural. Auxiliaram na organização e promoção a Cotrifred, Sicredi Alto Uruguai RS/SC, Codemau, programa Juntos para Competir, Creluz, Sindicato dos Trabalhadores Rurais de FW, Coopraf, Corede Rio da Várzea, Uergs, IFFar-FW, URI/FW e UFSM/FW. Debora Theobald

Centenas de pessoas acompanharam a programação ao longo do dia

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Qualidade de vida Cultura

A salvaguarda da memória da propriedade rural Museu colonial no interior de Palmitinho abriga peças antigas, mas que ainda estão em pleno funcionamento

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Gustavo Menegusso

Especial Jornal O Alto Uruguai

É

por meio da história que é possível trazer ao presente o passado de uma sociedade, de uma geração e tudo aquilo que fora construído e vivido antes de nós ou também por nós. No entanto, a história apenas vivida corre o risco de se perder no tempo e na memória do futuro, por isso os livros, os vídeos, os jornais e, porque não, também os museus são algumas peças importantes para preservar e manter viva a história de um povo, de uma comunidade, de uma família e até mesmo de objetos de identificação de uma cultura, que foram ou estão sendo substituídos pelo alento da modernidade. Nessa perspectiva, tendo como objetivo contar a história da pequena proprie-

dade rural do Médio Alto Uruguai, região Celeiro e Oeste de Santa Catarina, que o professor e historiador Jurandir João Balestrin, de Palmitinho, há 12 anos trabalha pela instalação de um museu colonial. – Além de resgatar a história dessas regiões, também estou salvando a memória da pequena propriedade. Com o processo da reciclagem e mudanças no processo de produção, muitas propriedades foram descaracterizadas, os utensílios foram levados para grandes centros ou ficaram jogados e muito disso se perdeu. Com isso, a pequena propriedade está sofrendo a perda da sua identidade e este museu vem ser essa entidade cultural para salvar essa memória – argumenta Balestrin. Segundo o historiador, o museu colonial, intitulado de Francisco Balestrin – em homenagem a seu pai – conta com

um acervo de mais de 400 peças, todas ainda em pleno funcionamento. – São peças que eu e minha família adquirimos ou recebemos de doação ao longo destes 12 anos de pesquisa. Foi um trabalho de resgate, conservação, lapidação e concerto das peças. Entre elas, podemos citar a roda d’água, moenda de tração animal, debulhador de milho, trilhadeira, monjolo, que é o primeiro socador de erva movido a partir da força da água, e muitas outras – detalha o professor. O museu colonial está localizado na vila Boa Vista, há cerca de um quilômetro da cidade de Palmitinho, e é uma instituição particular da família do professor Jurandir Balestrin. O local abrange uma área de mil metros quadrados e ainda conta com um lago natural em suas proximidades.


Cultura Gustavo Menegusso

Gustavo Menegusso

Tecnologia rudimentar, mas eficiente durante muitos anos O professor e historiador Jurandir João Balestrin destaca que o museu também conta a história do pequeno proprietário rural, aquele, que mesmo com tecnologias rudimentares e forte trabalho braçal, sustentava famílias numerosas no passado. – Meus pais são símbolos da pequena propriedade, pois eles usavam toda essas ferramentas que estão aqui no museu para o trabalho diário e com isso conseguiam sustentar 11 filhos, uma realidade de tantas outras famílias – relembra. Um dos objetos destacados pelo historiador é o monjolo, que chegou ao Brasil ainda com os portugueses, durante o período colonial, e é considerado uma das máquinas hidráulicas mais simples já inventadas pelo homem. Tornou-se por muito tempo uma ferramenta importante para o trabalho agrícola, pois dispensava o uso da mão de obra escrava, que antes socava e moía os grãos apenas com o auxílio de pilões. Movido pela força d’água, era comum ser construído próximo a rios, onde o proprietário desviava a água por um canal para auxiliar no seu funcionamento. Em uma espécie de gangorra de madeira, a água era despejada em uma concha fazendo com que a outra ponta do monjolo, onde há uma estaca, se levantasse. Ao se esvaziar, o movimento se invertia e em um sobe e desce constante os grãos ou as folhas iriam sendo moídos/socados dentro de um pilão. – Nós temos aqui no museu uma demonstração desta tecnologia primitiva, que foi usada ao longo dos 100 anos desta região. Aqui ela funciona por meio de uma bomba d’água

Professor e historiador, Jurandir Balestrin

em uma pequena fonte. Os agricultores usavam muito para descascar arroz, socar erva-mate e moer o milho para fazer a ração dos animais – conta Balestrin. Apesar de ter sido indispensável na lida do campo durante séculos, hoje é raro encontrar um monjolo em funcionamento. Os poucos que ainda existem estão abandonados próximos a algum leito de rio ou foram restaurados para se tornarem objetos de decoração e nostalgia em propriedades rurais ou museus.

Gustavo Menegusso

Gustavo Menegusso

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Qualidade de vida

Culinária

Aquecendo o cardápio de inverno

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frio tem lá suas vantagens quando o assunto é comida. A necessidade de se aquecer faz com que consumamos mais determinados alimentos. Sopas e caldos são boas pedidas para dias mais gelados. Além de auxiliar na diminuição da sen-

sação de frio, são alimentos mais leves e podem ser muito nutritivos. Se apreciar um vinho, pode ser uma combinação bem quente para superar a estação mais fria do ano. É claro que a tradicional sopa de anholine também não pode faltar.

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INGREDIENTES

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Sopa de mandioquinha e bacon • 2 colheres de sopa de manteiga • 2 colheres de sopa de cebola picada • 2 dentes de alho picado • 400 gramas de mandioca • 200 gramas de bacon já frito • Sal e pimenta a gosto • 2 colheres de sopa de nata • 800 ml de caldo de carne PREPARO

(Colaboração: Marta Bordignon)

Caldo de frango

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Refogue a cebola e o alho na manteiga, coloque a mandioca e o caldo e deixe cozinhar até a mandioca ficar macia. Bata no liquidificador, acrescente a nata e o bacon, tempere a gosto e sirva quente.

INGREDIENTES

PREPARO

• 3 unidades de carcaça de frango • 2 cebolas picadas • 3 cenouras cortadas em pedaços • 2 unidades de alho-poró (só as folhas) • 4 talos de salsão (ou aipo) com as folhas • 2 xícaras de chá de massa de tomate • 10 grãos de pimenta-do-reino • 3 folhas de louro • 3 ramos de tomilho • 6 ramos de salsa (ou salsinha) • Sal a gosto

Coloque as carcaças de frango em uma assadeira. Espalhe por cima a cebola picada, a cenoura, o alho-poró e o salsão. Cubra com a massa de tomate e leve ao forno quente. Asse até que as cebolas fiquem caramelizadas, mexendo de vez em quando. Enquanto isso, faça um buquê garni: em um tecido fino, tipo gaze, coloque a pimenta, o louro, o tomilho e a salsinha. Amarre como uma trouxa e reserve. Retire a assadeira do forno e transfira todo o conteúdo para uma panela. Cubra com água fria, tempere com o sal e coloque o buquê garni. Cozinhe por 2 horas. Retire de vez em quando a espuma que se forma na superfície do caldo. Coe em uma peneira fina e, com uma colher, esprema os legumes. Deixe esfriar e leve à geladeira até a gordura solidificar na superfície. Retire a gordura e o caldo está pronto para ser empregado. Dica: esse caldo pode ser feito em grandes quantidades e congelado em porções.

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Cá entre nós Dulcenéia Haas Wommer

Assistente técnica regional social da Emater/RS- Ascar de Frederico Westphalen E-MAIL: dwommer@emater.tche.br

Somos felizes? Com este clima friozinho, dias cinzentos, acabamos ficando mais recolhidos, e tirando um tempinho até para programas de televisão. Observei há dias atrás, nestes programas, como estão falando de felicidade, vida simples e buscando dar visibilidade a este novo (?) conceito ou redescobrindo a verdadeira essência da vida, com histórias de vida, de superação, inspiração, letras de músicas, como aquela que viralizou nas redes sociais: “Não é sobre ter todas as pessoas do mundo pra si, é sobre saber que em algum lugar alguém zela por ti, é sobre cantar e poder escutar, mais do que a própria voz, é sobre dançar na chuva de vida, que cai sobre nós...” e assim segue a música de Ana Vilela, “Segura teu filho no colo, sorria e abraça teus pais enquanto estão aqui, Que a vida é trem-bala parceiro e a gente é só passageiro prestes a partir...” Realmente, a correria é tanta que é preciso analisar o que realmente importa. Como está nossa gratidão e satisfação pela vida, pelo que somos, temos e conquistamos? Tenho percebido um costume no comportamento quando as pessoas se encontram, competem nas tragédias. Parece brincadeira, mas não é. Cada um quer contar o problema maior: – Você nem sabe o que me aconteceu hoje? Aí a outra já responde, mas você não imagina o que aconteceu pra mim... E assim vai a concorrência nas tragédias... E as coisas boas? Diante dessa necessidade de entendimento do que realmente importa, quero trazer algumas considerações do livro “Não sou feliz, por quê?”, do cardiologista Dr. Fernando Lucchese. Já li e reli o livro, sublinhei... É assim quando me chama atenção e por isso quero compartilhar com vocês: “Para cada cem artigos sobre tristeza, os jornais publicam um sobre felicidade. Estudamos a doença e pouco a saúde. Nascemos felizes ou aprendemos a ser felizes? Definitivamente não nascemos tristes. Nascemos felizes e nos tornamos tristes depois. Mas o que é essa tal felicidade? Felicidade é sentir-se bem, estar satisfeito com a vida que se leva e querer que essa condição se mantenha. E tem um endereço, no cérebro! Os hormônios do bom humor, serotonina e dopamina, quando faltam, se instala a depressão. Tem ainda as questões da inveja, a falta de confiança nas pessoas e nas instituições, as amizades... A síndrome da “comparação social” é outra doença da sociedade; o stress coletivo aumentou... a falta de espiritualidade...” Junto a isso, soma-se a incidência de depressão na região. No nosso estudo de situação dos municípios que compõe a nossa região identificamos a depressão como a segunda doença que mais aparece. No mês passado, um jornal de grande circulação no Estado e também o jornal O Alto Uruguai noticiaram a preocupação com a doença que também está no meio rural. Depressão é um transtorno que pode afetar pessoas de qualquer idade, em qualquer etapa da vida, porém, existem formas de prevenir e também de tratá-la, considerando que ela pode levar a graves consequências. Dr. Luchese comenta ainda “que a Organização Mundial da Saúde já alerta para o fato de que em 2020 a depressão será a segunda causa de doença incapacitante para o trabalho, o aumento da renda dos países também aumenta o número de casos de depressão. A depressão vai perder somente para doença cardiovascular. É duas vezes mais comum que a diabete. É três vezes mais comum do que o câncer. Metade dos infartados já teve ou está em plena depressão. É duas vezes mais comum em mulheres do que em homens. Algumas profissões parecem ser mais atingidas (agricultores, médicos, dentistas e farmacêuticos). Porém, homens deprimidos se suicidam três vezes mais do que as mulheres.” Ele ainda chama atenção para o seguinte: “Qualidade de vida significa conforto. Estilo de vida saudável (gestão do prazer e da felicidade) é muito mais. É saúde e felicidade cuja consequência é a longevidade.” Sejamos gratos, felizes e saudáveis! Sobre qual assunto você quer que eu escreva? Mande sua sugestão para o WhatsApp (55) 9.9624.3768


Energias renováveis

A energia solar como solução para a propriedade rural Aproveitar o recurso natural proporciona economia de 40% a 95% na despesa com eletricidade

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luz do sol se transformou em solução para um problema que, nos últimos anos, vem preocupando os produtores rurais: os reajustes no preço da tarifa de energia elétrica, que já aumentou mais de 50% desde 2015, impactando no orçamento das famílias e na lucratividade das propriedades. Através de tecnologias cada vez mais acessíveis, a energia sustentável fornecida pelo astro-rei é aproveitada de duas formas, para gerar calor ou para se transformar em eletricidade, oportunizando benefícios como maior conforto e economia para as famílias e empreendimentos rurais e agroindústrias. O aquecedor solar de água pode ser aproveitado tanto para aquecer a água dos animais no inverno, garantir a temperatura adequada para a higienização das ordenhadeiras, na produção das agroindústrias ou mesmo para o consumo familiar, gerando conforto e economia nas residências. Com a água aquecida pelo sol é possível reduzir em até 40% a despesa com eletricidade em uma casa, pois com um reservatório adequado, que atenda à demanda da família, é mantida água aquecida para fornecimento dos chuveiros, um dos vilões da conta de luz. No manejo da produção de leite, a limpeza adequada dos equipamentos de ordenha reflete na qualidade do leite, condição reconhecida pela indústria que remunera a mais pelo produto que atenda às normativas. Além do retorno financeiro, o produtor economiza com o custo da eletricidade e reduz o risco de acidentes de trabalho que se expõe quando aquece ou manuseia a água aquecida em recipientes não adequados. De acordo com o engenheiro-agrônomo do escritório da Emater/RS de Novo Tiradentes, Luciano Schievenin – município onde apenas neste ano, através de recursos do Feaper, teve cinco aquecedores solares instalados em três propriedades que participam do programa de Gestão Sustentável da Emater e do Projeto SIS Leite –, além da redução de gastos com eletricidade e gás, os benefícios de ter água aquecida no local da ordenha permite maior facilidade para a limpeza de equipamentos e instalações. Schievenin destaca, principalmente, as melhorias obtidas na qualidade do leite, que em alguns casos a Contagem Bacteriana Total (CBT) apontou uma redução entre 20% e 25%, o que é bem significativa para atender às normativas que estão vigentes. Já na agroindústria, a água aquecida pelo sol, além de economia, traz praticidade, como destaca a proprietária da Embutidos Franceschi, Jurema Franceschi, de Tenente Portela. Ela lembra do quanto pesava a conta de luz da agroindústria quando utilizava a torneira elétrica. Na Embutidos Bisollo, em Frederico Westphalen, os proprietários adquiriram um aquecedor solar em 2017, e agora têm como meta a instalação da energia solar, para tornar a agroindústria ainda mais sustentável e competitiva, numa visão moderna e empreendedora. O aquecedor solar também pode ajudar a resolver outro problema bastante comum no inverno do Sul, o fornecimento de água na temperatura adequada para os bovinos.

A possibilidade de ter a própria usina

Várias propriedades da região já contam com geração própria de energia solar, como a de Geraldo Ivo Rohr, em Chapada. Sistema instalado pela Marsol Energia, de Frederico Westphalen

Em Novo Tiradentes, apenas em 2018 foram instalados cinco aquecedores solares de energia, através de projeto da Emater

Marsol Energia participa de Dias de Campo na região fazendo demonstrações sobre as duas tecnologias que apreveitam a luz do sol

Contar com sua própria usina de energia tem se tornado cada vez mais comum nas propriedades rurais da região. A tecnologia fotovoltaica permite a geração de eletricidade para abastecer as residências e equipamentos das propriedades, através de sistemas que são instalados de acordo com a demanda de consumo da família ou da produção, ou de ambas as situações. A instalação de uma usina solar demora, em média, de um a dois meses, desde o orçamento até a homologação do sistema pela concessionária de energia. De acordo com o técnico fotovoltaico, Marcos Bruxel, da Marsol Energia – empresa que já instalou 55 sistemas na região –, a equipe técnica desenvolve o projeto com o dimensionamento adequado, faz o encaminhamento junto à concessionária de energia e a instalação. – Todo este processo é bastante ágil e simples, não envolvendo tempo do futuro proprietário, que passa a ter o retorno financeiro no mesmo dia que a usina é homologada. Até o fim de 2018, a Marsol ultrapassará a marca de 100 usinas instaladas na região, demonstrando o crescimento desta tecnologia no campo e na cidade – revela Bruxel. O presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Frederico Westphalen, Nadir Buzatto, é um defensor da energia fotovoltaica. No fim de 2017 contratou a Marsol Energia para instalar um gerador de energia solar no supermercado da família e, desde dezembro daquele ano, está satisfeito com a produção que, em muitos meses, supera o que é previsto de geração, repercutindo em uma significativa redução da despesa com eletricidade.

Incentivo

Presidente do STR de FW, Nadir Buzatto, inaugurou usina solar em empreendimento da família, em dezembro de 2017. Na foto, presidente da Creluz, Elemar Battisti, e o prefeito de FW, José Panosso, prestigiaram a inauguração da usina

Com o lançamento do Plano Safra 2018/2019, novamente é oferecido crédito com taxas especiais para quem deseja reduzir em até 95% a despesa com energia elétrica e ficar isento de reajustes pelos próximos 25 anos. A adesão à tecnologia é incentivada pela Emater/RS, que vê na solução uma oportunidade para a propriedade rural se modernizar de forma sustentável e econômica.

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Campo aberto Irrigação beneficia produtores em Pinheirinho do Vale

Divulgação

O município de Pinheirinho do Vale vem buscando alternativas para fortalecer o setor agropecuário. Uma das ações realizadas recentemente foi a instalação de um sistema de irrigação por aspersão para pastagem para o gado de leite, na propriedade do agricultor Pedro da Silva, na linha KM 10, por meio do programa “Irrigando a Agricultura Familiar”. Os recursos são oriundos da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo (SDR), através do Fundo Estadual de

Presidente da Farsul visita região

apoio aos pequenos estabelecimentos rurais (Feaper). O projeto foi elaborado pela equipe da Emater/RS e contou com subsídio de mais de R$ 9,5 mil pelo Feaper, em parceria com o município, que entrou com serviço de horas-máquina. Está prevista a instalação do sistema de irrigação por aspersão em mais quatro propriedades, e do sistema de irrigação por gotejamento em outras cinco. Todos devem ser viabilizados através do programa “Irrigando a Agricultura Familiar”.

Registro da visita na sede do Sindicato Rural de Frederico Westphalen Divulgação

Está prevista a instalação do sistemas de irrigação em diversas propriedades do município

Agricultura de Frederico Westphalen investe em melhoramento genético O mês passado foi marcado por aquisições por parte da Secretaria de Agricultura de Frederico Westphalen. A administração disponibilizou 680 doses de sêmen bovino das raças jersey, holandês e holandês sexado. Ao todo, a aquisição custou R$ 49.200,00, recursos próprios da secretaria. Ao disponibilizar aos pecuaristas do município, a prefeitura subsidiará 50% do valor.

Outra ação foi a realização de treinamentos em inseminação artificial para bovinos. Um deles foi realizado na linha Santos Anjos, com produtores também das comunidades de São Paulo, Getúlio Vargas e da própria linha Santos Anjos, em parceria com a Alta Genetics. Ao longo deste ano, outros cursos serão feitos. As datas e os locais ainda serão agendados e divulgados.

Em tom de conversa informal, mas com muito interesse em saber as demandas da região de Frederico Westphalen, o presidente da Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul), Gedeão Silveira Pereira – que também integra a diretoria do Sebrae/RS e do Senar/RS –, esteve em Frederico Westphalen, no dia 15 de junho. O encontro com lideranças do Sindicato Rural ocorreu na sede da entidade, capitaneado pelo presidente, Danilo Vanzin. Também acompanharam Pereira o primeiro-diretor-administrativo da Farsul, Francisco Schardong, e o primeiro-vice-presidente, Elmar Konrad. O presidente comentou sobre a gestão corporativa que está sendo executada entre Farsul, Senar/RS e Sebrae/RS, como forma de obter melhores resultados junto aos públicos dessas entidades. Esta foi a primeira vez que Pereira veio para a região, onde também seguiu para Nonoai. Ele é agropecuarista em Bagé. – Ver de perto essas particularidades de Frederico Westphalen e seu entorno é importante para pensarmos em ações mais efetivas – salientou. Em nome da diretoria do Sindicato Rural, o presidente Vanzin destacou o perfil do trabalho executado pela entidade na região, que tem grande importância social, já que predominam propriedades rurais de menor porte. Agropecuaristas que fazem parte da direção do Sindicato Rural de Frederico Westphalen também puderam interagir com as lideranças, apontando iniciativas que têm dado certo na região, a exemplo de programas como o Juntos para Competir, que tem atuado na área leiteira e de frutíferas, gerando autonomia gerencial e econômica em unidades familiares.

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De olho na conservação do solo e da água Propriedades rurais de Novo Tiradentes, por meio de um trabalho da equipe da Emater/RS-Ascar, estão recebendo práticas de conservação de solo e água. Neste caso, a demarcação e a construção de curvas de nível é uma das principais ações de conservação. Em junho, essa prática foi desenvolvida em 50 hectares, em diferentes propriedades do município. Conforme os extensionistas rurais da Emater/RS-Ascar, Luciano Schievenin e Renato Kreitmaier, a erosão do solo tem sido identificada em diversas propriedades e está associada às chuvas torrenciais dos últimos meses. “Plantas de cobertura vem sendo amplamente utilizadas para reduzir as perdas de água e solo, e contribuem para a recuperação da capacidade de infiltração nas áreas agrícolas”, salientam.

Novos equipamentos para a área de inseminação devem beneficiar o setor pecuário

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O SICREDI NA MINHA VIDA

Escola Técnica Celeste Gobbato recebe trator Assessoria de Imprensa Prefeitura/Divulgação

Depois de receber do governo do Estado dois tratores, a prefeitura de Palmeira das Missões destinou um dos veículos para a Escola Estadual Técnica Celeste Gobbato. O maquinário foi conquistado através do Governo do Estado, por meio da Secretaria Estadual de Agricultura, Pecuária e Irrigação. O investimento de ambos os tratores é em torno de R$ 300 mil. O outro trator ficará com a prefeitura e será utilizado pela Secretaria Municipal de Obras e Agricultura.

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Atividade reuniu participantes dos clubes do lar do município

Mulheres aprimoram dotes culinários Um curso direcionado para o processamento de tortas artesanais foi realizado em Nova Boa Vista, em junho, envolvendo mulheres participantes dos clubes do lar do município. O curso teve uma abordagem prática, ministrado pela extensionista Marli Bernardi, da Emater de Ronda Alta, com colaboração da extensionista Lisiane Paula Staggemeier Mattje, da equipe de Nova Boa Vista. Trinta receitas com diversos tipos de bolos, recheios e coberturas foram feitas em dois dias de atividade. A ação foi uma parceria entre a Emater/RS e a Secretaria de Assistência Social do município.

Sergio Chiuza de Oliveira, produtor rural, associado da Sicredi Grande Palmeira, agência de Lajeado do Bugre/RS, há 25 anos. Sua principal atividade é a produção de grãos: soja, milho e trigo

S

ergio conta que o relacionamento com o Sicredi iniciou por causa de seu pai. “Meu pai foi praticamente um dos fundadores do Sicredi. Sempre foi muito cooperativista, então eu segui o exemplo dele, por isso abri a conta e comecei a movimentar com o Sicredi. Cheguei a ter conta em outras instituições, mas foi com o Sicredi que eu construí um vínculo maior e que dura até hoje”. O associado lembra de como o Sicredi contribuiu não só para o seu desenvolvimento pessoal, mas também da comunidade. “Quando fui gestor do município de Lajeado do Bugre, antes de termos uma agência, íamos buscar duas vezes na semana um colaborador do Sicredi de Sagrada Família que atendia em uma sala na prefeitura, tudo isso pela vontade de desenvolver o município. A partir disso, foi fortalecendo cada vez mais a atuação do Sicredi, o que reflete nos dias de hoje, pois através dos investimentos propiciou desenvolvimento às pessoas e, como consequência, ao município. Sem o Sicredi seria mais difícil, este incentivo foi fundamental”. Por já ter experiência em gestão, Sergio destaca a atuação do atual conselho de administração da Cooperativa. “A atual gestão está muito mais aberta ao diálogo, empreendedores no desenvolvimento e crescimento da cooperativa e sempre dispostos em ouvir os associados e os colaboradores no que diz respeito a sugestões de melhorias. Vejo um maior foco nos associados, que são a razão de existir da cooperativa e os que fazem a cooperativa crescer. Eu e o meu pai só temos a agradecer. Tem coisas para melhorar? Sempre tem, mas eu vejo que a cooperativa está no caminho certo. Eu, como associado, me sinto parte disso por toda história, pela parceria e pelo esforço que a gente fez de trazer o Sicredi para Lajeado do Bugre, e por hoje termos uma agência moderna e com uma equipe qualificada para atender todos os associados”, relata. Sergio compara e diz que, em termos de produtos e serviços, o Sicredi não deixa a de-

Divulgação

Equipamento será usado nas atividades do educandário

Histórias de Desenvolvimento e Cooperação

sejar em relação a outras instituições financeiras, e ainda como diferencial tem a participação nos resultados. “Sem dúvida, trabalhar com o Sicredi é trabalhar para você mesmo, pois como associado você recebe uma parte do resultado de volta. O retorno em conta corrente foi mais um diferencial este ano, foi um avanço desta administração. Realizando suas movimentações financeiras no Sicredi você está contribuindo para o desenvolvimento da comunidade, pois a gente vê outras instituições gerando grandes resultados, mas não sabemos onde são investidos, diferente do Sicredi que presta contas e investe na sua região de atuação. Por isso que eu digo que o Sicredi é nosso”, afirma. Para o futuro, além de continuar contando com o Sicredi para realizar os sonhos da sua família, o associado dá um conselho para as novas gerações: “Meu conselho para os mais jovens é que também pensem no Sicredi como solução, não só na área agrícola, mas em todas as áreas, pensando no desenvolvimento pessoal e das regiões, como novas gerações que estarão a frente disso”, reforça.

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Custeio Investimento Comercialização Industrialização


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