Novo
Rural Ano 2 - Edição 23 - Outubro de 2018
Os segredos para altos rendimentos APOIO
Especialistas destacam quais os principais desafios para o produtor de soja no Rio Grande do Sul para a safra 2018/2019
Carta ao leitor
PATRÍCIA CERUTTI
Renovar para crescer
A
partir deste mês iniciamos um novo ciclo, quando a Novo Rural passará a representar muito mais do que uma revista impressa, será uma ampla plataforma, com nova dinâmica nas redes sociais, site e canal de vídeos com conteúdo exclusivo. Também em breve apresentaremos a programação de eventos e cursos da Novo Rural, pois queremos promover experiências que complementem o conhecimento que é levado através das plataformas impressa e digital. Para ampliarmos não apenas nossos produtos e serviços, mas principalmente o foco de atenção com a agropecuária, realizamos uma grande reestruturação. O time que a partir de agora compõe a Novo Rural é formado pelo professor e gestor do agronegócio Alexandre Gazolla Neto, com quem divido a liderança da Novo Rural. Na gestão dos trabalhos, como já foi apresentado em edição anterior, estará Felipe Stamberg, com uma trajetória profissional em empresas ligadas ao agronegócio e também ao cooperativismo. São pessoas com visão estratégica diferenciada e que irão contribuir ainda mais, através da Novo Rural, para o desenvolvimento do setor. Também quero destacar outra importante conquista desta nova etapa, que é a colaboração do professor-doutor da Universidade Federal de Santa Maria – campus de Frederico Westphalen e também pesquisador Antônio Luis Santi. Voluntariamente Santi contribuirá com uma coluna mensal na edição impressa, auxiliando ainda na curadoria das reportagens que a editora-chefe, Gracieli Verde, produzirá. É conteúdo qualificado chegando até você todos os meses. Pelo excelente trabalho desenvolvido e comprometimento com a qualidade das informações, a jornalista Gracieli Verde segue como editora-chefe da revista Novo Rural, mas passará a contar com o auxílio da repórter Natália Menuzzi. Ainda compõe o nosso time a estudante de relações públicas Juliana Durante. Apresentar estas mudanças e as pessoas que agora fazem parte da Novo Rural é motivo de grande satisfação, pois representam a consolidação de um projeto que tem nos desafiado diariamente nestes dois últimos anos. Mas, só chegamos até aqui graças à parceria com o Escritório
Espaço nobre para Agricultura no Programa Vitrine Rural
Alexandre Gazolla Neto
Regional da Emater/RS-Ascar de Frederico Westphalen, que desde o primeiro momento, quando apresentamos a proposta de criar um veículo de comunicação regional que informasse, orientasse e também inspirasse as famílias rurais, prontamente abraçou a ideia. Nossa gratidão ao saudoso Francisco Frizzo, então gerente-regional, ao atual gerente, Clairton Dal Forno, e ao gerente-adjunto, Mário Coelho da Silva, bem como a toda equipe do Escritório Regional e dos 42 municípios de abrangência. Nossa parceria segue renovada e com mais comprometimento em mostrar o excelente trabalho que esta entidade desenvolve em prol do setor. Não posso deixar de registrar um agradecimento as cooperativas, empresas e entidades parceiras da Novo Rural, pois foram elas que viabilizaram este veículo de comunicação que é distribuído gratuitamente em milhares de propriedades através da Emater/RS. Da mesma forma, registro todo envolvimento que a direção e equipe do jornal O Alto Uruguai mantiveram até aqui, com a criação deste veículo, que de alguma forma sempre esteve gestado dentro do AU nestes 52 de jornalismo, pois desde 1966, quando a extensão rural ainda não estava instalada na região, a Emater/RS já mantinha um espaço fixo nas edições semanais do jornal, mostrando a valorização do semanário pelo setor. Para encerrar, agradeço a confiança depositada nestes dois anos de trajetória e convido para que conheçam um pouco mais do profissional com quem dividirei a condução da Novo Rural a partir desta edição.
A revista Novo Rural é uma publicação realizada em parceria com Circulação Mensal
Por Felipe Stamberg
Tiragem
13 mil exemplares
Fone: (55) 3744-3040 Endereço: Rua Getúlio Vargas, 201 - B. Ipiranga 2 | RevistaFrederico Novo Westphalen/RS Rural | Outubro de 2018
O programa Vitrine Rural, da rádio Luz e Alegria, é um espaço nobre dedicado a todos que têm envolvimento com o campo. Fica aqui o reconhecimento ao belo trabalho realizado pelo radialista Carlos Alberto Casagrande, o Magrão, que tem na sua voz a força de levar as boas prática e desafios da agricultura da nossa região. Também fica o convite aos nossos leitores para acompanhar o programa, que vai ao ar todos os sábados, a partir das 6 horas da manhã, na FM 95.9. Conhecimento, boa conversa e música de qualidade são ingredientes do programa para quem quer começar o sábado bem informado.
Uceff destaca-se no ensino agro Pessoas com conhecimento para compartilhar transformam vidas e são o ponto de partida para o desenvolvimento econômico. Essa é a reflexão que faço e parabenizo o trabalho realizado pelo corpo docente das Ciências Agrárias da Uceff Itapiranga/SC. Neste mês ocorreu o 5º Agrotec (confirma mais sobre o evento na página 31) e o coordenador do curso de Agronomia, professor Neuri Antonio Feldmann, destacou o importante papel da instituição, que prevê formar mais de 200 agrônomos que atualmente estão inseridos na instituição. Iniciativas como o evento Agrotec devem ser reconhecidas e multiplicadas, pois incentivam alunos, trazem conhecimento e reúnem pessoas em prol da evolução da agricultura.
Corteva: já nasce gigante! Inspirado e com brilho no olho pelo grande desafio que tem em suas mãos, a equipe da Corteva Agriscience, especialmente do gerente José Fernando Erzog (foto), iniciou o trabalho de apresentar a nova marca, uma das divisões agrícolas da DowDuPont. “Para nós, que temos carinho pela terra, 2019 já começou”, exclamou o gerente, referindo-se à marca que abrangerá mais de 150 países e tem seu lançamento oficial previsto para junho do próximo ano, com um grande desafio de até 2025 lançar três novos produtos a cada ano. Uma equipe engajada que acredita no propósito de que a evolução da agricultura está acontecendo a cada dia.
Convênio:
ABRANGÊNCIA: Alpestre, Ametista do Sul, Barra Funda, Boa Vista das Missões, Caiçara, Cerro Grande, Chapada, Constantina, Cristal do Sul, Dois Irmãos das Missões, Engenho Velho, Erval Seco, Frederico Westphalen, Gramado dos Loureiros, Iraí, Jaboticaba, Lajeado Do Bugre, Liberato Salzano, Nonoai, Nova Boa Vista, Novo Barreiro, Novo Tiradentes, Novo Xingu, Palmeira das Missões, Palmitinho, Pinhal, Pinheirinho do Vale, Planalto, Rio dos Índios, Rodeio Bonito, Ronda Alta, Rondinha, Sagrada Família, São José das Missões, São Pedro das Missões, Sarandi, Seberi, Taquaruçu do Sul, Três Palmeiras, Trindade do Sul, Vicente Dutra e Vista Alegre.
Direção
Alexandre Gazolla Neto Patricia Cerutti
Gestor de relacionamento Felipe Stamberg
Estagiária de Relações Públicas Juliana Durante
Diagramação e publicidade
Editora-chefe Gracieli Verde
Fabio Rehbein, Leonardo Bueno e Laís Giovenardi
Reportagem
Foto da capa
Natália Menuzzi
Fábio Pelinson
Interação Fale conosco @novorural
(55) 9-9624-3768
/novorural
www.novorural.com.br
Novo Rural
revistanovorural@gmail.com
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COMENTÁRIOS
O
OUTUBR
2018
Escola Técnica Celeste Gobbato O trabalho coerente e efetivo realizado pela equipe da Escola Técnica Celetes Gobbato, em Palmeira das Missões, por mais de 60 anos, repercutiu na edição de setembro da Novo Rural. O atual diretor, Luiz Carlos Cosmam, concedeu entrevista e, nas redes sociais, as dezenas de comentários enalteceram o trabalho de formação que é colocado em prática no educandário. São pautas como esta que enchem o dia a dia de motivação para seguir em busca de histórias que fazem a diferença na vida das pessoas.
Dia 10 Encontro de famílias rurais com foco no Programa Gestão Sustentável da Agricultura Familiar “Parabéns à direção, professores e funcionários da Escola Celeste Gobbato pelos 60 anos de referência em educação! Orgulho de meu filho estudar nessa escola!” Elisangela Carvalho, via Facebook
“Tenho orgulho de ter colaborado em colocar em funcionamento em 1978 o curso de Técnico em Agropecuária, juntamente com os professores Plínio Medeiros, Cañellas, Fernando Franz e Jorge Gardin (em memória). Orgulho maior ainda é ver que depois de décadas a escolinha continua cada vez mais bem administrada por pessoas comprometidas com uma educação de qualidade.” Alda da Rosa Martins, via Facebook
“Formamos sete da família, sendo três irmãos e quatro sobrinhos. Todos bem. Fiquei cinco anos na Celeste. Saudades. Na época chamava de escolinha, amada por todos.” Jaimir Maximino Zamarchi, de Passo Fundo, via Facebook
Horário: 13h30min Local: Pavilhão da comunidade Ramal da Saúde, Iraí
Dia 10 Dia de campo sobre solos Horário: 9h30min Local: Embrapa Trigo, Passo Fundo
“Meus filhos estudaram aí. O Harvey está numa multinacional, é um veterinário muito bem conceituado. Sempre fala que sua história profissional começou nesta escola. Faz parte de minha vida, pois aí me aposentei.” Lucia Machado de Souza, via Facebook
“Parabéns a todos membros, direção, professores, alunos, Conselho Escolar, CPM, funcionários que fizeram e fazem muito pela educação técnica agrícola nestes 60 anos. Sucesso a todos e vida longa.” Joel Rubert, coordenadorregional da Secretaria de Agricultura do Estado em Palmeira das Missões, via Facebook
Dia 11 Dia de campo de Inverno Cotrisal
Horário: 14 horas Local: Campo Experimental Cotrisal, Bairro Beira Campo, Sarandi
Dia 19 Roteiro rural “Sarandi, terra dos sabores”
Local: Interior de Sarandi
Dia 24 Dia de Campo sobre Alimentação Saudável Horário: 10 horas Local: Linha São José, Boa Vista das Missões
3 | Revista Novo Rural | Outubro de 2018
Agricultura
OLERÍCOLAS
Mais morango, nada de fumo! Casal Lopes, de Palmitinho, investe na produção para substituir a renda que vinha do tabaco
A
4 | Revista Novo Rural | Outubro de 2018
ter/RS-Ascar que atua em Palmitinho. Logo foi possível conhecer outros produtores de morango, em Ametista do Sul, e ver de perto os “louros” e as dificuldades. Para quem já tinha costume com a colheita de fumo – sem dúvida um dos trabalhos mais penosos no campo –, lidar com o morango foi até fácil, segundo seu Lopes. A vontade de ter uma vida diferente fez com que o casal se permitisse aprender a manejar a cultura. O morango não deixa de ser trabalhoso, exige atenção, monitoramento constante, mas o resultado em produtividade e em ver a satisfação dos clientes em saborear a fruta, pelo visto, enchem seu João e dona Cessi de satisfação. “Tem muita criança que come o que a gente produz, então a gente fica feliz em saber que estamos vendendo algo produzido com muita dedicação e cuidado”, diz ele. Esse cuidado inclui a administração de produtos que não exijam carência para o consumo, segundo o técnico agropecuário Luan Jaques da Costa, da Emater/RS. “A gente orienta que seja uma produção livre de qualquer produto que possa deixar resíduos e os produtores têm levado isso muito a sério”, observa ele, que acompanha a propriedade rural desde 2017, também através do Programa de Gestão Sustentável da Agricultura Familiar, executado pela Emater/RS.
No que se refere à produtividade, Costa ressalta que se espera que cada planta produza 700/800 gramas de morango por ano. Por mais que o sistema de cultivo protegido permite que haja morangos durante o ano todo, em ciclos de 50 dias, há épocas em que as plantas “respondem” com mais frutos. Teve semanas, em setembro, que o casal Lopes chegou a colher 70 quilos. São os picos de produção que se equilibram com os momentos de baixa. O sistema implantado, com estruturas suspensas e com substrato, permite que o trabalho seja menos penoso e não agrida a saúde dos trabalhadores. Isso representa uma diferença e tanto para quem fica horas e horas na estufa, segundo Cessi. No fim das contas, o que vale é o investimento paga o esforço de levantar cedo todos os dias para dedicar-se aos morangueiros – que dividem atenção com um plantel de 12 vacas leiteiras. São elas que ainda garantem a maior parte da renda do casal. Esse sistema também se torna mais funcional do ponto de vista de controle de pragas e doenças. Hoje o principal mercado para os morangos dos Lopes é o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), além da venda direta para o consumidor. Gracieli Verde
o lado da estufa de cerca de 200 metros quadrados do casal João e Cessi Lopes, de Palmitinho, a terraplanagem já está pronta para uma segunda estrutura que será montada em breve. “Já era para estar pronta”, exclama o produtor, contente que logo poderá ver a produção dobrar na propriedade, localizada na linha Bonfim. Hoje são 3,5 mil pés de morango em produção, alguns da variedade San Andreas, outros da Albion. Não é somente a doçura do morango que adoça a vida do casal há cerca de um ano – período em que a estrutura está em produção –, mas também as novas perspectivas que isso trouxe para os dois. “A gente plantou fumo durante 29 anos. Já estávamos cansados, mas ao mesmo tempo precisávamos da renda. O morango permitiu que deixássemos o fumo de lado”, conta Cessi, demonstrando gosto pela nova produção que preenche a rotina dela e do esposo. A ideia foi do filho Cleonésio, que há pelo menos oito anos mora e trabalha na cidade, mas sempre que pode auxilia os pais na organização da atividade e nos trabalhos rotineiros. Ele é tecnólogo em Agropecuária e, apesar de não se dedicar integralmente à profissão, conseguiu inspirar os pais para uma nova atividade agrícola. Para avaliar a viabilidade da primeira estufa, os Lopes procuraram a equipe da Ema-
Produtividade em alta
Técnico agropecuário Luan Jaques da Costa, da Emater/RS
Gracieli Verde
Morangos dos Lopes é muito apreciado na cidade
Agricultura
CANOLA
5 | Revista Novo Rural | Outubro de 2018
Gracieli Verde
Chuvas preocupam produtores de canola E
stava tudo bem com as lavouras de canola até as chuvas chegarem com mais intensidade. O clima já era de preocupação nos últimos dias de setembro e início de outubro. “Os produtores precisarão adiar a colheita, porque está muito úmido para entrar nas lavouras. O problema é que temos mais
previsão de chuvas para outubro”, disse o agrônomo Luciano Schwerz, da Emater/RS de Sarandi, no dia 1º de outubro. Com isso, se espera que a colheita possa iniciar no dia 8 deste mês. “É um cenário bem complicado para a canola, porque com essa umidade também aumenta a incidência de
doenças e fica mais difícil de fazer os controles”, acrescenta o agrônomo. Em Sarandi, a expectativa inicial era de uma produtividade média de 25 a 30 sacas por hectare. Segundo Schwerz, ainda não era possível estimar quais seriam as perdas desta safra nos 150 ha cultivados.
Lavouras de canola não devem render o quanto era esperado
5 | Revista Novo Rural | Outubro de 2018
Agricultura
TRIGO
Gracieli Verde
Clima põe à prova as lavouras de trigo Mesmo assim, Emater/RS ainda mantém expectativa de colheita de 50 sacas/hectare em média no Estado
A
s intensas chuvas registradas nos últimos dias de setembro e nos primeiros de outubro na região já preocupam os produtores de trigo. Além de ser uma fase decisiva para o enchimento do grão e a qualidade do produto, esse excesso de umidade prejudica o controle de doenças. Em algumas áreas, as últimas geadas do inverno também impactaram na qualidade das lavouras. – Ainda é difícil estimar perdas, porque depende muito do comportamento do clima nos próximos dias [correspondentes a outubro], que são decisivos para a cultura – aponta o agrônomo Felipe Lorensini, da Emater/RS de Palmeira das Missões. Por enquanto, a Emater/RS local estima perdas de 10% a 15% em produtividade. Em Palmeira das Missões são 22 mil hectares destinados ao trigo e 80% está em fase enchimento de grão. Doenças como a bacteriose também dão as caras com esse cenário, mas nada que gere perdas significativas, segundo a Emater/RS. A preocupação maior é com a giberela, umas das doenças mais comuns no final do ciclo, que tornam de difícil controle em clima mais adverso. O início da colheita está previsto para o fim de outubro e início de novembro no município. Em Sarandi, onde nesta safra cinco mil hectares têm a cultura do trigo, o estabelecimento das lavouras é considera-
Períodos intercalados de sol, calor e chuva dificultam controle de pragas
6 | Revista Novo Rural | Outubro de 2018
do bom, apesar do excesso de chuva no início do ciclo. Nesta fase final, a preocupação é semelhante. “No que se refere às doenças, tivemos incidência de oídio e, num segundo momento, também da bacteriose”, expõe o agrônomo Luciano Schwerz, da Emater/RS de Sarandi. Até os primeiros dias de outubro, a entidade mantinha a expectativa de 52 a 55 sacas de trigo por hectare, em média. No município de Jaboticaba o cenário é bem parecido, mas a geada do fim de agosto pode baixar a média esperada. O técnico agropecuário Alan Negrini, da Emater/RS, aponta que a produtividade média pode ficar na faixa de 45 sacas/ha. Em nível de Estado, levantamento da Emater/RS até o dia 4 de outubro mostrava que 88% das lavoura de trigo estavam em fase final de enchimento de grãos e de início da maturação. Em muitas regiões a chuva forte e ventos causaram o acamamento das plantas. Mesmo assim, a instituição entende que ainda não é possível estimar com mais precisão todas essas perdas. Apesar disso, a situação da cultura ainda era considerada positiva, com o potencial de produtividade se mantendo estável, em 50 sacas por hectare. Nas regiões dos Coredes do Médio Alto Uruguai e Rio da Várzea, a Emater/RS estima a área de trigo neste ano em 78,56 mil hectares. No Estado a área fica próximo dos 700 mil hectares.
Preço Na primeira semana de outubro, o preço se manteve em R$ 42 nas praças de Sarandi e Seberi. Em Panambi o valor era de R$ 43. Esses valores têm se mantido desde maio. Ano passado, nesta mesma época, o valor se matinha na faixa de R$ 30/saca.
7 | Revista Novo Rural | Outubro de 2018
Agricultura
UVA
Gracieli Verde
Parreirais renovados para seguir em produção Parceria com viveiristas licenciados pela Embrapa garante padrão de qualidade dessas mudas e, como consequência, dos parreirais
O
s últimos meses têm sido de muito trabalho para que os viticultores, principalmente na poda das parreiras e outros cuidados com a cultura. Além disso, há quem fez recentemente ou está se programando para implantar mudas para renovar as áreas produtivas. Em Planalto, o viticultor Telmar Moresco é um dos que estava fazendo a renovação do parreiral nesta temporada, enquanto também era feita a poda, nos sete hectares de uva da propriedade. Por lá, a uva é a principal fonte de renda da família e, segundo ele, renovar é garantia de seguir com uma produção estável nos próximos anos. Moresco fez parte de um grupo de agricultores, no fim dos anos 1990, que iniciou a atividade no município e dá sequência ao trabalho. O principal mercado do produtor é para compradores que têm interesse em fazer o próprio vinho. Mas falando em renovação das videiras, o agrônomo Doraci Bedin, da Emater/RS, salienta que é importante que o produtor siga um check-list para garantir qualidade nesse processo, que é fundamental para ter longevidade na viticultura. “Questões como adubação correta do solo e mudas de qualidade, de viveiros certificados pela Embrapa, por exemplo, são aspectos que não podem ser deixadas de lado para garantir qualidade nesse processo”, ressalta Bedin.
8 | Revista Novo Rural | Outubro de 2018
Viticultor Telmar Moresco é um dos que renovou parreiral nesta temporada
Gracieli Verde
Em Planalto, investimento em mudas certificadas é priorizada Um trabalho de capacitação dos viticultores de Planalto tem acontecido há vários anos. Nesse quesito, além de questões técnicas relacionados a todo o sistema de produção, um detalhe extremamente importante normalmente fica em destaque: a necessidade de mudas de qualidade. Por isso, os agricultores têm uma parceria, de modo que após o contato e o pagamento aos viveiristas, a prefeitura tem arcado com a despesa do frete e a Emater/RS tem orientado sobre o tipo de muda ideal para cada pomar. Isso tem permitido que, há vários anos, os parreirais possam ser ampliados e renovados com um padrão de qualidade no município. “A prioridade é por viveiros que tenham licenciamento da Embrapa, ou seja, o viticultor vai usar uma tecnologia que a empresa de pesquisa desenvolveu e o viveirista reproduziu”, ressalta o agrônomo Doraci Bedin.
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Check-list para não errar na hora de renovar Preparo da área • É importante assegurar que as mudas de videira sejam plantadas em condições que possam expressar todo o seu potencial produtivo. Para isso, são necessárias operações de roçagem, destocamento, lavração, gradagem, abertura das covas ou sulcamento.
Preparo das covas ou sulcamento
• Essa técnica elimina prováveis efeitos tóxicos dos elementos que podem ser prejudiciais às plantas, como alumínio e manganês, e corrigir os teores de cálcio e magnésio do solo. Para a videira, o pH do solo deve estar próximo de 6,0. No RS e SC utiliza-se o índice SMP como indicador da necessidade de calagem. Deve-se dar preferências para o uso do calcário dolomítico (com magnésio). Este deve ser aplicado ao solo pelo menos três meses antes do plantio, sendo distribuído em toda área. • Somente aplique calcário quando a análise de solo indicar necessidade e/ou os teores de cálcio e magnésio forem menores que 2,0 e 0,5, respectivamente. • Normalmente, três a quatro anos após a implantação do vinhedo há necessidade de fazer uma nova calagem. A quantidade a ser aplicada deve ser baseada em análise de solo.
Adubação de correção • Essa adubação é feita para corrigir possíveis carências nutricionais. O ideal é corrigir os teores de fósforo, potássio e do micronutriente boro. Os indicadores da disponibilidade desses nutrientes baseia-se em análise de solo. Os fertilizantes devem ser aplicados 10 dias antes do plantio e devem ser distribuídos em toda área.
Adubação de plantio ou crescimento • Com essa adubação se fornece nitrogênio às plantas durante os dois a três primeiros anos após a implantação. Pode-se utilizar esterco e/ou fertilizantes químico à base de nitrogênio.
Adubação de manutenção • Tem a finalidade de repor os nutrientes que são exportados na forma de frutos. A recomendação para nitrogênio, fósforo e potássio é feita na expectativa da produtividade a ser alcançada. O boro é o micronutriente que mais comumente se apresenta em concentrações abaixo do normal nas plantas da videira, assim, quando necessário, faz-se adubações de correção nas doses recomendadas pela assistência técnica.
Cobertura de solo • A utilização da cobertura verde do solo do vinhedo, com gramíneas e/ou leguminosas de outono-inverno, pode ser útil ao solo e à videira. Entre os vários benefícios, esta prática auxilia o controle de ervas daninhas, mantém ou aumenta o teor de matéria orgânica do solo e diminui o estresse hídrico nas primaveras e verões secos. Segue uma sugestão de como programar-se para manter o solo coberto: • Março/abril: fazer a análise do solo e realizar as correções da acidez e fertilidade do solo necessárias para a videira e a cultura verde de cobertura do solo. Somam-se as quantidades recomendadas dos fertilizantes para as duas culturas e a aplicação deve ser feita seguindo na ordem calagem (se necessária) – adubação orgânica e/ou química – semeadura da cultura para a cobertura verde. • Para a cobertura verde podem ser usadas várias espécies, como aveia preta, ervilhaca, azevém, nabo forrageiro, trevo, tremoço, entre outras. Também, pode-se fazer uma combinação de uma leguminosa com uma gramínea. HOLY
• As covas devem ser preparadas com dimensões de 50 cm x 50 cm x 50 cm. Quando a topografia permite, no lugar das covas faz-se a abertura de sulcos com profundidade de 20 cm a 25 cm.
Calagem
Há 15 anos o seu parceiro no agronegócio Todo sucesso nasce de sementes plantadas, regadas e cultivadas ao longo do tempo que, através do comprometimento, dedicação, trabalho e de parcerias duradouras, tornam-se possíveis. Nosso agradecimento especial às pessoas que caminham junto para a construção dessa trajetória. Aos colaboradores, pa parceiros e clientes, peças essenciais, nosso muito obrigado! Direção da Agricenter
55
3746 2300
BR-386, KM 50, Seberi - RS
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Agricultura
PERFIL
Gracieli Verde
Um holandês que faz história na agricultura gaúcha
O agricultor Cornelis Uitdewilligen, da Granja Holanda, veio para o Brasil quando criança, junto da família, e na região abraçou as oportunidades que o setor proporcionou Gracieli Verde
revistanovorural@gmail.com
Q
uem passa pela BR-158, em Boa Vista das Missões, na altura do quilômetro 81 da rodovia, enxerga um cenário que é replicado milhares de vezes em fotografias por aí. São os famosos plátanos nas duas margens da estrada, já em território da Granja Holanda, de propriedade do agricultor Cornelis Uitdewilligen, conhecido como Case. Holandês que veio para o Brasil aos 3,5 anos de idade, em 1949, com os pais, ele conta que na Holanda todo Cornelis é Case, assim como no Brasil todo Francisco é Chico, Antônio vira Tonho e José se torna Zé. Foi ele mesmo quem plantou os famosos plátanos, intercalados de dois em dois metros com uva-japão – mas estas não se adaptaram tão bem ao clima, sofreram muito com as geadas e ficaram para trás. “Os plátanos pegam de galho, é uma facilidade”, exclama Case, enquanto chegamos perto da Rodovia da Produção, onde as plantas formam um verdadeiro cartão-postal. Ele fez questão de conversar com a reportagem andando pela fazenda, que é referência na manutenção e no aumento dos índices de produtividade a cada ano, ao longo de quase meio século. Não há quem não cite a Granja Holanda como mantenedora de áreas extremamente produtivas e sustentáveis do ponto de vista do manejo aplicado na produção de grãos. Aquele cuidado com a implantação dos plátanos, inclusive com adubação, que todos veem ao passar pela BR158, é facilmente visto nas áreas de soja, milho, trigo ou aveia que geram os negócios da fazenda.
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Agricultura
PERFIL
Às margens da BR-158, um cartãopostal que chama a atenção pela beleza dos plátanos cultivados por case
A saída de um cenário pós-guerra O holandês Cornelis Uitdewilligen veio para o Brasil com os pais em 1949. Mesmo em um cenário pós-Segunda Guerra Mundial (o conflito terminou em 1945), a família havia conseguido se manter produzindo alimentos, principalmente suínos e leite, algo muito escasso em época de confrontos daquela envergadura. Com isso, também conseguiram acumular um bom dinheiro. – Logo depois da guerra, a Holanda trocou de moeda. Com isso, meu pai tinha que declarar de onde tinha vindo aquele dinheiro. Ele ficou com medo de perder e decidiu vir para o Brasil. Na época, por lá circulavam propagandas de colônias holandesas católicas no Brasil, na região da atual Holambra, próximo de Campinas, no interior de São Paulo – conta. O saudoso pai Petrus Adrianus recebeu, ainda em território holandês, um pedaço de terra, mas no meio dos evangélicos. Como os holandeses normalmente têm suas raízes muito ligadas à sua religião e ele era católico, Adrianus teve dificuldade em se adaptar entre as famílias de crença diferente e isso também o influenciou a vir para solo brasileiro. Já no Brasil, o primeiro destino foi Holambra. A adaptação não foi como esperada e a família logo tratou de procurar outro espaço. Naquela época, pelo menos cinco famílias de holandeses optaram por vir para a gaúcha Não-Me-Toque, onde já viviam alguns padres holandeses. Como ali também havia mais alemães e o clima era mais frio, a expectativa era que se adaptassem melhor. Foi em Não-Me-Toque que Case, aos cinco anos, começou a frequentar a escola, no rígido Ginásio São Francisco, um colégio de padres.
A chegada na região Ainda em Não-Me-Toque, além de estudar, o garoto Cornélis tinha como responsabilidade entregar leite para uma sorveteria e também ser sacristão na igreja. Mas o cenário que inicialmente era promissor começava a ter dificuldades. Com uma forte geada em 1964, que prejudicou a produção agrícola, quando Case já era rapaz, algumas famílias acabaram vendendo o que tinham e voltando para a Holanda. “Viram que o Brasil não era aquele sonho todo”. Um cenário mais favorável apareceu com um funcionário do Banco do Brasil, chamado Abílio Appelt, que tinha uma terra na Guarita para arrendar. A família fechou um contrato de cinco anos e depois outro de oito. Isso já era início da década de 1970 e, com um “pé-de-meia”, a família de
Case comprou uma área onde hoje está instalada a sede da fazenda, em Boa Vista das Missões. Tudo isso foi viabilizado com trigo, porque a soja não era valorizada como hoje. Foi nesta época também que o pai Petrus Adrianus foi morar em Panambi – ele faleceu há cerca de 30 anos. Logo em seguida, em 1973, Cornélis se casou com Zaida Manfio, natural de Jaboticaba. Com ela tem os filhos Alexandro, agrônomo que gerencia áreas em Palmeira das Missões; Franciela, psicóloga que mora em Torres; e James, também agrônomo e fazendeiro em Redenção, no Estado do Pará. Seu Cornélis mora em Palmeira das Missões, mas gerencia as áreas que somam 1,4 mil hectares em Boa Vista das Missões. 11 | Revista Novo Rural | Outubro de 2018
Agricultura
PERFIL
Referência em manejo e produtividade Desde que assumiu a granja, há quase 50 anos, Cornélis conseguiu elevar a produtividade em uma saca por hectare por ano, na média. Em uma terra que era cheia de plantas daninhas, em especial a “barba-de-bode”, o holandês precisou trazer tecnologia de fora na época, como o uso de adubação, para recuperar essas áreas. Mais tarde a rotação de culturas e o uso estratégico do milho também foram fatores cruciais para que a fazenda conseguisse manter áreas com solo extremamente equilibrado do ponto de vista de nutrientes, sendo assim muito produtivos. – Quem foi parar em Rodeio Bonito, Pinhal ou Seberi é porque não queria essas terras de Palmeira das Missões. Era terra da erva-mate porque formiga não a come. Era um formigueiro só – recorda, com a alegria de quem conseguiu superar tudo isso com muito trabalho, mas também muito amor pelo setor primário. Na época, Boa Vista das Missões pertencia ao município de Palmeira das Missões, só se emancipou em 1992. Sempre de olho no que produtores de outras regiões faziam para ter melhores rendimentos, Case se tornou um autodidata na agricultura. O sangue holandês também fez com que mantivesse muito contato com outras regiões do Brasil e do mundo, uma forma trazer mais novidades. “Uma região que inspira muito é a de Castro, no Paraná. Tenho uma irmã que reside lá. Ali existe agricultura e pecuária de primeiro mundo”, referencia.
A excelência é mantida com muito conhecimento técnico Durante cerca de 35 anos Cornélis também manteve uma sementeira, que forneceu sementes para muitas regiões do país. Há quatro anos ele decidiu parar com o empreendimento. Essa experiência também fez com que aprimorasse muito a agricultura comercial. Com assistência técnica direta de um agrônomo e um técnico agrícola responsável por toda aplicação de insumos nas áreas da fazenda, o produtor sabe bem o valor do conhecimento. Hoje a Granja Holanda foca especialmente nas produções de trigo e aveia branca no inverno e milho e soja no verão. Nada de área irrigada. Tudo alicerçado em solo que armazena água graças à palhada deixada pelas culturas e a um solo bem estruturado, resultado de décadas de um manejo focado em resultados. Para ele, a essência da agricultura está na vontade de fazer, na ambição e no conhecimento.
No que o Case acredita! – Honestidade não é virtude, é obrigação. – Se quiser subir na vida tem que ter disposição. – Um pai precisa ser um educador, não um facilitador. – Tem que ter cabeça aberta e acreditar em dias melhores.
O que aprendeu com o pai! – Em primeiro lugar: prometeu, cumpra. – Em segundo lugar: nunca perca a esperança. – Em terceiro: acredite, olhe para frente, cuida da saúde, tenha um pouco de religião. – Lazer é importante, amigos também. – Mantenha o diálogo, troque experiências. 12 | Revista Novo Rural | Outubro de 2018
Agricultura
MILHO
Estimativa da Emater/RS aponta possível incremento de 11,29% na produção
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ma das culturas mais importantes para o setor agropecuário, o milho, deve ter um incremento de produção na próxima safra. Estimativa da Emater/RS-Ascar mostra que a cultura deverá ocupar uma área de 738.074 hectares (5,53% maior do que na safra 2017/2018, que foi de 699.385 hectares), o que deverá elevar a produção em 11,29%, chegando a um volume de 5.024.074 de toneladas de milho no Estado, contra as 4.514.545 toneladas da safra anterior. Além disso, nos 419 municípios pesquisados – 93% da área cultivada com milho em grão no Estado –, os dados indicam que a produtividade média inicial é de 113 sacas por hectare. Já a área ocupada com o milho para silagem é estimada em 354.038 hectares e deverá produzir 13.204.128 toneladas na safra 2018/2019. As informações indicam uma média inicial de produtividade de 37,3 t/ha, 2,29% a mais em relação ao obtido ano passado. Na 2017/2018, a cultura ocupou uma área de 367.124 hectares e produziu 13.386.247 toneladas. Neste início de outubro, a Emater/RS estima em 47% da área já esteja com a semeadura feita, apesar da alta umidade dos últimos dias de setembro ter prejudicado a evolução no plantio, também conforme a instituição de extensão rural. Ainda, essas lavouras semeadas recentemente mostram boa emergência e desenvolvimento inicial adequado. Em nível de Estado, são poucos os caso de necessidade de controle em relação ao ataque de lagartas – cenário bem diferente da safra passada, que houve problemas sérios nesse quesito.
Um manejo de excelência Conscientizar-se em relação à importância das lavouras de milho para o sistema de produção como um todo na propriedade é fundamental. Uma cultura que tem reflexo direto em cadeias produtivas de carnes, tão presentes na região e no Estado, não pode ser ignorada. Sem contar que envolve alto custo de produção, o que exige ainda mais planejamento por parte do agricultor. O engenheiro-agrônomo Rodolfo Richter, da Cotricampo, com sede em Campo Novo, atenta para o fato de que o milho é extremamente eficiente do ponto de vista de conservação do solo e para adequar um correto sistema de plantio direto. – Por introduzir no sistema raízes mais profundas, o milho aumenta a capacidade de armazenamento de água do solo, permite melhor manejo de plantas daninhas e, consequentemente, proporciona aumento de produtividade para as culturas sucessoras, seja trigo ou soja, no próximo verão – explica. Segundo ele, um ponto importante para a condução das áreas de milho é já fazer um bom manejo pré-semeadura, com uma boa dessecação, e monitorar pragas, como lagartas e percevejos, desde cedo. Outra atenção que precisa ser dada é para o manejo de plantas daninhas no período pós-emergência da cultura, além de fazer aplicação de nitrogênio, investir em uma adubação conforme a produtividade almejada, incluindo o nitrogênio no momento certo.
Gracieli Verde
Mais milho na safra de verão
Dica do agrônomo! Sobre as aplicações de nitrogênio:
Engenheiro-agrônomo Rodolfo Richter, da Cotricampo
– O momento correto de aplicação é na terceira e sexta folha expandida do milho, ou seja, de 30 a 45 dias após a emergência da cultura. Essas aplicações de nitrogênio devem ter dosagem conforme a expectativa de produtividade almejada.
Sobre controle de pragas:
– O ideal é sempre realizar um manejo integrado de pragas, monitorar e, conforme a necessidade, aplicar o produto correto com boa tecnologia de aplicação – principalmente em estágio inicial para a presença de percevejos, que causam muitos danos para a cultura do milho.
Sobre as variedades:
– O recomendado é conhecer bem as características do híbrido que o produtor está cultivando, monitorar e utilizar produtos corretos. A assistência técnica pode orientar caso a caso, conforme as suas particularidades.
Sobre aplicação de agroquímicos:
– É importante fazer aplicações com a umidade do ar preferencialmente acima de 60%, temperatura abaixo de 30°C ou, o ideal, abaixo de 25°C, e velocidade de 3 a 10km/h.
E as lagartas?
Em 2017, episódios de ataques intensos de lagartas marcaram esta mesma época, nas fases iniciais de desenvolvimento do milho. Richter acredita que os produtores estão bem mais atentos a esse tipo de situação, independentemente do tipo de biotecnologia que é usada. – O que fica muito claro é que o produtor precisa ter consciência que ele deve monitorar e fazer controle já partir da pré-semeadura na cultura; e não esperar apenas pela biotecnologia e pelo inseticida do tratamento de sementes. É fundamental também monitorar a cultura de cobertura que ele tinha antes da implantação do milho. Havendo presença de lagartas, é preciso fazer um controle já na cultura antecessora, para ter uma pressão menor para ele manejar dentro da cultura do milho – orienta o profissional. Para a safrinha, a atenção deve ser redobrada, porque as temperaturas estarão mais altas e as lagartas já tiveram um tempo de realizar alguns ciclos antes da instalação desse milho.
13 | Revista Novo Rural | Outubro de 2018
Agricultura
SAFRA 2018/2019
Mudar comportamentos para melhorar a produtividade Especialistas elencam desafios do agricultor para mais uma safra de verão e as demais que estão por vir. Além de insumos, é preciso investir em conhecimento Gracieli Verde
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14 | Revista Novo Rural | Outubro de 2018
Fabio Pelinson/Especial Novo Rural
cada início de uma nova safra a expectativa é a mesma: por mais produtividade e rentabilidade. É unânime entre os produtores a vontade de alcançar tetos produtivos mais altos. Entretanto, nem sempre se define a melhor estratégia para se chegar a esses resultados tão almejados. É claro que também existem outros fatores que fogem do controle humano, como o clima, por exemplo. Mesmo assim, dentro do que está sob o controle do produtor rural, seja em áreas de milho trigo ou soja, muitas vezes são ignoradas questões básicas. Nas rodas de conversa e chimarrão entre agricultores e pecuaristas fica claro que nesta época, um olho está com foco no fim da safra de inverno, com o trigo finalizando o ciclo e se aproximando da colheita, e outro na safra de verão, que já tem o milho em desenvolvimento e a soja prestes a ser implantada. É o dia a dia no campo permeado pela produção de riquezas e alimentos para o mundo. É natural que, também nessas conversas, o assunto seja o que fazer para melhorar a produtividade, afinal, é isso que vai repercutir no bolso do produtor. Numa dessas conversas é que os engenheiros-agrônomos Alexandre Gazolla Neto e Antônio Luis Santi (foto) – o primeiro é docente no Departamento de Ciências Agrárias da URI de Frederico Westphalen, com doutorado em Tecnologia de Sementes, e o segundo é professor na UFSM/Campus de Frederico Westphalen e doutor em Agronomia – revelaram um pouco do que pensam sobre isso e do que têm visto Brasil afora. Depois de muito papo, chimarrão, reflexões e desafios “visíveis a olho nu”, separamos algumas percepções desses dois jovens pesquisadores, mas que já estão se tornando gurus de uma agricultura moderna e antenada no que está acontecendo no Brasil e no mundo, para, ao fim da próxima safra, o papo poder ser diferente com você, produtor rural. Afinal, o desejo sempre é de um ciclo promissor e de bons negócios.
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A base não pode ser deixada de lado Parece muito óbvio que o solo é a base da agricultura. Chega a ser matemático! Mas na prática, entender essa afirmativa requer adotar práticas que, de fato, deem ao solo condições de armazenar água e nutrientes suficientes para nutrir as plantas. Dentro desse contexto, já se evoluiu muito desde o surgimento do sistema de plantio direto no Brasil, em meados da década de 1970, quando os agricultores investiram em técnicas de conservação do solo. Esse sistema é considerado até hoje um modelo mundial para a conservação dos solos agrícolas. Além do não revolvimento do solo, foram empregadas técnicas de cultivos como a rotação de culturas, cultivo em nível e terraceamento. – Até aí, tudo bem. Acontece que, nos últimos anos, muitas dessas práticas têm sido abandonadas, deixando lavouras des-
Gracieli Verde/Novo Rural
“A tecnologia e a informação têm a função de ajudar a identificar as áreas de alta produtividade e ali não inventar moda.”
protegidas, influenciadas principalmente por repetidos cultivos em monoculturas, retomando antigos problemas existentes na agricultura regional, como a erosão, a poluição de mananciais hídricos e a diminuição ou estabilização das produtividades – constata Antônio Luis Santi, que é natural de Jaboticaba, conhece bem a agricultura da região, mas também viaja o Brasil e enxerga o que estão fazendo além-fronteiras. Ele acredita que esse contexto de simplificação dos processos a que se referia tem gerado perda na estrutura do solo, diminuição dos teores de matéria orgânica da terra, agregados com pouca estabilidade, compactação e até mesmo a diminuição da atividade biológica do solo. – Vejo que a reflexão sobre a importância da palhada para na conservação do solo
é um tema atual e necessário no contexto do agronegócio brasileiro, não só pela instabilidade econômica, mas para o redirecionamento qualitativo do plantio direto. É algo que não podemos deixar de falar no dia a dia com os produtores e a assistência técnica – fala, em tom de alerta. Santi é enfático em repetir que “a qualidade do solo é a garantia de altas produtividades”. É quando fica em evidência que as estratégias – aquelas que já comentamos serem escassas, muitas vezes – precisam ser eficientes. – Toda informação tem um custo associado, que muitas vezes é o inibidor da aquisição de novas tecnologias ou investimentos. Porém, a ausência de informação também tem um custo que não é apenas econômico, mas ambiental”, diz.
“Apesar de todo o potencial dessa tecnologia, ela não corrige nenhum erro de manejo.”
O que falta para mais? Santi é crente que de nas atuais condições brasileiras ainda há possibilidade de aumentar a produtividade de milho em quase 60% e de soja próximo a 40%, na média. A pergunta que não quer calar, segundo ele, é porque isso não está acontecendo. – Falta trabalhar mais, falta investir mais nas ferramentas que já existem, falta capricho, falta conhecer o comportamento das plantas, falta mais agronomia aplicada na lavoura? – questiona. E ele vai mais além: “não é recente o conceito de variabilidade, porém, ele tem se limitado a parâmetros de produtividade de grãos, de fertilidade ou física do solo. Obviamente que o enfoque sobre esses atributos é necessário e essencial, mas as tecnologias advindas da agricultura de
precisão não se limitam a amostragens de solo, taxa variada de corretivos e fertilizantes ou monitoramento da colheita”. Para ele, a base da sustentação dos sistemas agrícolas depende do manejo racional do solo e este, obrigatoriamente, depende de requisitos básicos como rotação de culturas, mínima mobilização do solo, permanente cobertura, recuperação do teor de matéria orgânica, elevada ciclagem de nutrientes e estímulo à atividade biológica, quer dizer, as premissas de um plantio direto de qualidade. Outro alerta é em relação à quantidade de palhada sobre o solo, que pode interferir diretamente nos atributos químicos, físicos e biológicos do solo, sendo de extrema importância para promover a
conservação do solo e chegar mais próximo do potencial máximo das culturas de grãos, atingindo um patamar de estabilidade produtiva e sustentabilidade socioambiental. – Nesse aspecto, as tecnologias proporcionadas pela agricultura de precisão podem ser utilizadas na tomada de decisão do manejo para esse escopo, possibilitando mapear, quantificar, qualificar e estimar a produção de palhada em lavoura sob plantio direto – acrescenta Santi, ressaltando que a tecnologia está aí para somar nesse processo e potencializar os resultados. Mas é preciso lembrar que, apesar de todo o potencial dessa tecnologia, ela não corrige nenhum erro de manejo – isso ainda cabe ao humano.
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Pensar a curto, médio e longo prazo Pensando neste momento do ano agrícola, é hora de focar nas culturas de interesse econômico, como a soja, o milho e o feijão. Mas Santi é direto em afirmar que “uma lavoura de alta produtividade não se constrói na véspera da sua implantação ou durante o cultivo, requer planejamento e conhecimento”. Na prática, isso significa que é preciso evoluir na forma de entender, planejar e intervir na lavoura. – Nunca como antes na história da agricultura pudemos ter tantos dados de cada talhão e saber exatamente o que está limitando ou garantindo altas produtividades. Não se tem mais desculpas para tomar decisões sem qualquer informação, a exemplo de adubar a lavoura sem ter dados de análise de solo ou revolver o solo sem avaliar a compactação – enfatiza Santi. Se “a tecnologia e a informação tem a função de ajudar a identificar as áreas de alta produtividade e ali não inventar moda”, como Santi diz, não adianta gastar energia implementando ações que possam modificar a qualidade desses ambientes. – É necessário manter essas zonas que estão sendo eficientes e lucrativas na lavoura e mudar, sim, os ambientes de produção que estão com a produtividade limitada. Isso se chama precisão – reitera.
“Produzir mais não é milagre, mas requer fazer pequenos ajustes ao longo do processo de produção” Alexandre Gazolla Neto
Os detalhes que fazem grande diferença O professor-doutor Alexandre Gazolla Neto, que atua no Departamento de Ciências Agrárias da URI de Frederico Westphalen, atenta para outras questões que o produtor precisa ficar ligado na hora de implantar a safra com foco em altas produtividades. Além de todos os aspectos listados por Santi, Gazolla alerta para a eficiência do sistema produtivo. “Nos últimos cinco anos não temos aumentos significativos de produtividade. Então, tem alguma coisa de errada”. E mais: “o produtor está disposto a investir em conhecimento técnico e tempo para aplicar essa técnica?”, questiona. Mas, com foco nos requisitos que são necessários para que haja a real possibilidade de chegar às produtividades mais altas, o professor lista, pelo menos, sete aspectos cruciais que precisam estar no planejamento da agricultura. São pontos importantes considerando que logo começa a semeadura das áreas de soja na região.
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Solo estruturado
É fundamental ter capacidade produtiva no solo. “E isso não acontece de uma safra para outra. Esse solo precisa estar de modo que consiga receber essa planta com alto potencial produtivo e ela expressar esse potencial”.
Adubação e plantas de cobertura
“Não adianta fazer análise de solo somente porque as instituições bancárias solicitam em função do acesso ao crédito rural”. Gazolla reforça que é fundamental conhecer ao máximo as áreas que serão cultivadas. Para isso, é preciso recolher boas amostragens de solo. A adubação correta, de acordo com as necessidades das áreas apostadas por essas análises, também fará toda a diferença. Antes, porém, é necessário ter feito também uma adubação de cobertura adequada. Hoje existem diversas opções no mercado, o que permite combinações inusitadas, mas extremamente eficientes do ponto de vista agronômico.
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É preciso ter o máximo de plantas produtivas por área
Para ter uma população de plantas ideal, bem desenvolvidas, com capacidade produtiva e homogêneas, a orientação é focar na plantabilidade. Isso consiste em ter uma boa distribuição dessas plantas, para que estejam homogêneas do ponto de vista de crescimento. Dentro desse manejo, é preciso acertar a população dessas plantas. Para uma cultivar expressar o máximo de potencial produtivo, ela precisa de um número determinado de plantas, e para ter isso depende de uma quantidade de sementes. Essas sementes precisam ter qualidade no que se refere à parte fisiológica, de vigor e de germinação; qualidade sanitária, que é uma semente livre de fungos; e qualidade genética, ou seja, aquela cultivar em estado puro; além de pureza física, sem sujeira ou sementes de plantas daninhas. Se cada planta tem que produ-
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zir o máximo, é importante que ela tenha autonomia para se desenvolver, ou seja, que não seja uma planta dominada e não apresente falhas. “São essas plantas dominadas que puxam a média para baixo, porque nem todas conseguem dar a resposta em produtividade”, pontua o agrônomo. E ele defende que é simples ver se tem problemas com plantabilidade, porque a lavoura mostra onde tem essas falhas. “Quanto mais uniformidade tiver, melhor, porque isso representa o vigor. E esse vigor representa a condição que essa planta tem para enfrentar situações adversas, como o solo compactado, a falta de água ou um ataque de pragas”, ensina. Vale lembrar que plantabilidade também depende de equipamentos de plantio bem regulados, operadores orientados, momento ideal para semear, profundidade e velocidade de semeadura.
Mais atenção no estabelecimento da cultura
Tem que pensar em que ambiente se coloca essa semente. O controle de ervas daninhas também está incluso nisso. Com que a soja vai competir para se desenvolver?
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Ter a melhor genética possível
Para o produtor ter essa genética à disposição é necessário escolher cultivares adequadas não somente para a realidade da propriedade, mas para cada talhão. Buscar informações sobre essa cultivar é o segredo para conseguir entender como ela funcionaria em determinada área. “Muitas vezes o produtor colhe menos não porque fez o manejo errado, mas porque escolheu a cultivar não adequada para aquele talhão”, alerta Gazolla. Para isso tudo, a semente tem papel crucial. O pesquisador atenta para outro aspecto que é o chamado “leito de semeadura”, que precisa ter estrutura, palha e água. “Esse conceito de leito dá ideia de preocupação com algo delicado, que é a planta no início de sua vida”, diz. E ele avisa: “não resolve colocar uma cultivar altamente produtiva em solo compactado”.
Gerenciar agentes redutores de produtividade
O combate às pragas é importante para evitar esses agentes. Para isso, fazer um bom manejo de inverno dá resultados. No que se refere a doenças, o desafio é ainda maior em fazer esse controle. Uma assistência técnica qualificada é importante também nesse quesito.
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Reduzir perdas na colheita
Não se pode ter pressa na semeadura e na colheita. Normalmente o produtor vê a necessidade de fazer logo essas tarefas, mas são momentos-chaves que podem causar perdas se não se prestar atenção em detalhes de regulagem e manutenção de maquinário, por exemplo.
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FLORICULTURA
Na Terra da Diversificação também se produz flores Negócios entorno da floricultura trazem novas perspectivas para família salzanense
Equipe da Emater/RS assessora em relação ao manejo
Gracieli Verde
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simpática Liberato Salzano, que logo na entrada da cidade está identificada como “Terra da Diversificação”, tem motivos de sobra para se orgulhar. O município de pouco mais de cinco mil habitantes, no Norte do Estado, tem comprovado que o setor primário representa um forte alicerce econômico para os moradores. Neste ano, além de toda a força da citricultura – que já retratamos nas páginas da Novo Rural –, da bovinocultura de leite e outras atividades, a floricultura tem se tornado outro diferencial. Desde maio de 2018, os irmãos Rosane Maria e Moacir Paschoalotto estão se desafiando a deixar a vida das pessoas mais florida. São dezenas de espécies de flores, folhagens, plantas ornamentais e hortifrúti que mudaram a vida dos dois. Eles são agricultores, mas moram não perímetro urbano há alguns anos e aplicam nos 800 metros quadrados destinados para a atividade toda a experiência no cultivo da terra.
Dos espinhos às flores Como várias plantas, a vida também é feita de flores e espinhos, numa analogias ao momentos ruins e àqueles que fazem bem. Quem olha o bom-humor e a disposição dos irmãos Rosane e Moacir nem imagina tudo o que passaram nos últimos anos que antecederam a estruturação do viveiro. Eles sempre moraram na linha Vitória, interior do município, onde trabalharam na lavoura, plantando fumo, uva, laranja, criado suínos e vacas leiteiras. “Minha mãe contava que mesmo antes de eu ter 30 dias de vida já ia com ela para a roça”, comenta Rosane. Mas a vida trouxe diversas provas para a família. O pai faleceu um tanto cedo, vítima de um câncer de esôfago. Para não deixar a mãe Emma sozinha no interior – porque o irmão Moacir estava passando uma temporada no Mato Grosso, onde vivem outros familiares –, Rosane seguiu cuidando da propriedade, sempre com muito apreço pela horta, jardim, lavoura e animais. Em 2000, ela e a mãe resolveram morar na cidade de Liberato Salzano, mas acabaram não se adaptando. Um tempo depois voltaram para o interior e novamente recomeçaram a vida produzindo alimentos. Foi quando Rosane começou a estudar, em Frederico Westphalen, no curso de Tecnologia em Agropecuária da URI – faltam poucas disciplinas para concluir esta etapa –, o que estava dando novas perspectivas para a agricultora.
18 | Revista Novo Rural | Outubro de 2018
“A gente percebe que mudou o cenário da cidade, os jardins estão mais bonitos, porque ter mais opções de flores aqui facilita esse acesso às mudas”
Produtora Rosane Pasqualotto Mas, outra questão colocaria Rosane mais uma vez diante de um desafio: o estado de saúde da mãe Emma, que foi diagnosticada com a Doença de Alzheimer, em 2005. Até que foi possível, Rosane conciliou o trabalho na agricultura, os cuidados com a mãe e os estudos. “Mas chegou um momento em que tive que optar por cuidar da mãe. Não tinha mais cabeça para levar adiante os estudos e
acabei trancando o curso”, conta. Ela garante que ainda vai finalizá-lo. Em determinado momento, Rosane decidiu que o melhor era voltar a morar na cidade, para facilitar os cuidados com a mãe e o acesso à serviços de saúde. “Nos últimos oito anos eu cuidei dela como se fosse um bebê, porque já estava acamada. Fiz o possível para a minha mãe estar bem enquanto estivesse conosco”, diz, emocionada. Em 11 de abril do ano passado dona Emma partiu e os filhos entenderam que era preciso recomeçar. Com o irmão Moacir morando em Liberato Salzano, Rosane avaliou com mais atenção a viabilização do viveiro, algo que foi sinalizado como uma demanda por parte da extensão rural do município, pois até então era preciso comprar mudas de flores e plantas ornamentais de viveiristas de fora. “Por que não ter alguém que produzisse aqui o que nossas famílias consomem desse tipo de produto”, questiona a extensionista social Luciene Teresinha Duso, da Emater/RS-Ascar. Chegada a hora de dar um destino diferente para a vida, Rosane começou a participar de um grupo de mulheres, que se reúne mensalmente há dois anos, e cada vez mais a ideia de implantar o viveiro foi se fortalecendo. Entre altos e baixos. Na virada de 2017 e para 2018 ela se decidiu que este seria o novo projeto de vida.
Agricultura
FLORICULTURA
As flores fizeram Rosane ressignificar o seu dia a dia sem a mãe Nada de cancha de bochas!
Gracieli Verde
O irmão Moacir jura que desafiou a irmã: “se não desse certo o viveiro, eu vou abrir uma cancha de bochas aqui”. Apesar de ser brincadeira, já está consolidado que a cancha de bochas não sairá das anedotas de seu Moacir. O início de 2018 foi marcado por muito trabalho entorno das flores, desde a terraplanagem, que teve o serviço prestado pela prefeitura, além da construção da estufa e da cisterna que capta a água da chuva para ser usada nas flores, bem como a assistência técnica através da equipe local da Emater/RS-Ascar, que também fez o projeto do espaço. Em 11 de maio o viveiro passou oficialmente a atender ao público.
A alegria maior dos irmãos Paschoalotto não é somente em relação à viabilidade econômica dos negócios. “A gente percebe que mudou o cenário da cidade, os jardins estão mais bonitos, porque ter mais opções de flores aqui facilita esse acesso às mudas”, observa Rosane, o que também é confirmado pela extensionista Luciene. Quando a primeira flor abriu no viveiro, Rosane diz que não conteve a emoção. “A gente tem muito trabalho, mas vejo que apesar de a nossa mãe não estar fisicamente presente entre nós, ela está aqui através das flores”, acredita, já sorridente. Para um futuro próximo, uma estufa exclusiva para orquídeas e um quiosque que funcionará como um ponto de venda deverão ser construídos. Hoje o viveiro mantém, em cultivo protegido, variedades como sumpatiens, onze-horas, crista-de-galo, flor-de-mel, funcionárias-públicas, beijos, impatiens, vincas, confetes, margaridas, zínia, rosa-do-deserto, suculentas, cactos, sálvias, begônias, hortigranjeiros, gerânios, além de orquídeas – em parceria com um orquidário de Pinheirinho do Vale. E assim a terra que antigamente foi desbravada pelo pioneiro Marcolino Paiano se torna cada vez mais produtiva e florida. Irmãos Rosane e Moacir têm novas perspectivas a partir da produção de flores
19 | Revista Novo Rural | Outubro de 2018
Antonio Luis Santi
Agricultura
Engenheiroagrônomo, doutor em Ciência do Solo/Agricultura de Precisão, coordenador do Laboratório de Agricultura de Precisão do Sul da UFSM-FW, e representante do Fórum dos ProReitores de PósGraduação e Pesquisa (FOPROP) na Comissão Brasileira de Agricultura de Precisão, junto ao Ministério da Agricultura.
OPINIÃO
Quanto você está disposto a investir para produzir mais? A “É preciso romper esse paradigma de que se aliar a uma consultoria é apenas desembolso financeiro.”
agricultura brasileira está vivendo um momento em que a busca por altas produtividades nas culturas de grãos é o assunto que mais desafia os produtores e consultores. No entanto, produzir mais não é uma equação matemática, mas uma construção que envolve a qualidade do solo, boas práticas de manejo e, principalmente, tomada de decisão assertiva. Nesse contexto, é preciso ter claro “quanto se está disposto a investir para produzir mais”. “Investir” não envolve apenas aporte de recurso financeiro, mas outras medidas técnicas e de gestão que são de extrema importância para o êxito da lavoura. Um dos princípios básicos para o sucesso produtivo é obedecer, planejar e seguir um plano de rotação de culturas. É preciso ter em mente que modelos produtivos mais simplificados, como a sucessão de culturas – por exemplo, a aveia preta/soja, trigo/soja, entre outros –, podem até proporcionar facilidade operacional e redução de mão de obra. Porém, a médio e longo prazo, acaba por comprometer a lucratividade e a estabilidade produtiva. Investir nesse planejamento aderindo a sistemas que contemplem plantas crescendo o ano todo na lavoura é um dos principais pilares e caminhos para a construção da produtividade. Para garantir a qualidade do solo e protegê-lo da erosão é importante a diversidade de espécies no sistema, como o consórcio de plantas. Investir em assistência técnica de qualidade é algo que precisamos melhorar no Brasil. Embora haja mais de 200 mil profissionais da agronomia graduados, o
fato mais comum é se produzir sem o acompanhamento técnico. É difícil transcrever em números o que isso significa em perda de produtividade e divisas para o país, mas é comprovado que os produtores mais eficientes e com as maiores produtividades e receitas são aqueles que apostam na ajuda e no conhecimento técnico especializado. É preciso romper esse paradigma de que se aliar a uma consultoria é apenas desembolso financeiro. Como dizia meu grande e saudoso amigo Dirceu Gassen: “você produz de acordo com o que investe em conhecimento por hectare”. Por fim, quanto se está disposto a investir na qualidade dos processos como na qualidade da semente, na qualidade de semeadura, na pulverização, na identificação de pragas, plantas daninhas e doenças, no monitoramento constante da lavoura. Ou seja, fazer a coisas certas no momento certo, no tempo certo e no lugar certo. Em resumo, os desafios da produtividade requerem investimentos além do capital financeiro: investir em rotação de culturas – plantio direto de qualidade; investir em assistência técnica – conhecimento aplicado na lavoura; fazer o básico bem feito (manejo de pragas, plantas daninhas e doenças); primar por sementes de qualidade (da cultura principal – soja, milho, trigo, feijão) e das culturas de cobertura (aveia, nabo, ervilhaca...); cuidar da plantabilidade (velocidade correta de semeadura, distribuição de plantas, sementes com alto vigor e germinação); investir tempo e ter capricho. Esses são alguns dos “segredos” dos campeões.
Divulgação
Curitiba sedia o Congresso Brasileiro de Agricultura de Precisão 2018
20 | Revista Novo Rural | Outubro de 2018
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a primeira semana de outubro estivemos na capital paranaense no ConBAP 2018, o Congresso Brasileiro de Agricultura de Precisão. Este é o maior evento de tecnologias para a agricultura do Brasil. Lá tive a oportunidade de ser moderador de um painel em que se discutiu como inovar e avançar na gestão das lavouras para obter resultados positivos. Importante destacar que estamos vivendo a era da digitalização agrícola. Uma grande mudança na forma de olhar e manejar a lavoura chamada de agricultura 4.0. Se faz necessário formar e educar pessoas para materializar os benefícios dessas inovações. Nesta edição do ConBAP 2018 foram cerca de 700 pessoas. O pro-
fessor José Paulo Molin, coordenador do ConBAP e presidente da Associação Brasileira de Agricultura de Precisão (AsbraAP), ressaltou durante o encontro que a Agricultura de Precisão tem um enorme campo para crescimento no Brasil. Estimativas apontam que apenas 15% dos produtores agrícolas de grãos adotam técnicas de gestão com taxas variáveis, que são baseadas em ferramentas de Agricultura de Precisão, ou seja, tem muito a se fazer ainda. A tendência é que o ConBAP se torne uma referência nesta área, principalmente por este ser um num momento com a formação de diversas startups no agronegócio em torno da digitalização.
“As mudanças são tão profundas que, na perspectiva da história da humanidade, nunca houve um momento tão potencialmente promissor ou perigoso.” Klaus Schwab, em “A quarta revolução industrial”
Agricultura
CITRICULTURA
Safra de laranja deve superar expectativas Em Liberato Salzano, 70% da produção já está colhida
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rojetada em 25 mil toneladas neste ano, a produção de laranjas em Liberato Salzano deve superar as expectativas. A avaliação preliminar é da equipe técnica do escritório municipal da Emater/RS-Ascar. Até no fim de setembro, 70% da produção já havia sido colhida. Seis containers de suco também já foram enviados para exportação, através do mercado justo, numa parceria entre a Associação de Citricultores de Liberato Salzano e a Isau. O valor pago por quilo da fruta colocado na indústria ao produtor tem ficado entre R$ 0,45 e R$ 0,48. Através da associação, citricultores têm con-
seguido um valor ainda mais competitivo, em média R$ 0,58/quilo. Esse valor também varia de acordo com o rendimento dos pomares. No caso do mercado justo, o dólar em alta também influencia no preço positivo para os produtores. – Estamos em um ano excepcional, de preços e produção em alta. Isso não é comum – avalia o presidente de Associação de Citricultores de Liberato Salzano, Leandro Rubini. A expectativa é que em novembro possa ser finalizado um levantamento mais completo da safra, mas uma avaliação preliminar aponta um aumento de 30% na produtividade dos pomares neste ciclo.
“Estamos em um ano excepcional, de preços e produção em alta. Presidente de Associação de Citricultores, Leandro Rubini
Liberato Salzano é um dos maiores produtores de laranja do Estado Gracieli Verde
21 | Revista Novo Rural | Outubro de 2018
Parceiros do leite
AGROINDÚSTRIA
Da greve nasce uma oportunidade Em Caiçara, uma agroindústria aposta na fabricação de queijos especiais para assar. Meta é conquistar mercados nacionais Gracieli Verde
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usar não é problema para os casais Marcos Antônio Cassol e Catia Letícia Popik; e Alex Ruviaro e Luziana Cassol Bonatti. Moradores de Caiçara, é na linha Santa Lúcia que eles empreenderam. Se mesmo em crises as pessoas conseguem ver alternativas, eis um caso a típico de que uma dificuldade fez com que saíssem de qualquer zona de conforto que pudesse existir. Ainda no ano passado, em um episódio de greve dos caminhoneiros, os dois casais, que gerenciam unidades produtivas de leite, tiveram que descartar o produto por falta de transporte até a indústria. “O que mais doía era saber que tínhamos que ordenhar as vacas e o resfriador já estava cheio, ou seja, era inevitável o descarte do produto”, lembra Alex.
22 | Revista Novo Rural | Outubro de 2018
Num desses dias que o desperdício não podia ser evitado, tanto Alex como Marcos Antônio convergiram para a mesma ideia: por que não ter uma agroindústria própria, que permitisse processar a matéria-prima produzida? A ideia que inicialmente era quase um devaneio na hora do desespero e do prejuízo foi levada a sério. Curiosos e sedentos por um modelo de trabalho diferente, que pudesse incluir as esposas e agregar valor à bovinocultura de leite, a ideia se tornou um projeto. Era hora de tirá-lo do papel. Como foram necessários recursos subsidiados através de financiamentos, a Emater/RS também auxiliou na estruturação desse projeto. A parir dali foram criados os queijos especiais para assar, tanto colonial como os temperados com orégano, tomate seco e chimichurri. Assados, ficam ainda mais intensos no sabor e agradam o paladar de muita gente.
Gracieli Verde
Alex Ruviaro e Luziana Cassol Bonatti, Catia Letícia Popik e Marcos Antônio Cassol com os extensionistas Jarkson Arboirt (E) e Carlos Ruviaro, da Emater/RS
“No futuro precisaremos comprar leite de outros produtores. Nossa meta é ter um sistema de parceria que valha a pena, tanto para nós como para quem vai nos fornecer a matériaprima”. Marcos Antônio Cassol, bovinocultor de leite
Parceiros do leite
AGROINDÚSTRIA
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Um projeto para conquistar outras fronteiras Foi uma maratona para organizar a papelada necessária para os encaminhamentos legais e, então, constituir a agroindústria Marlac. O estabelecimento conta com fiscalização do Serviço Municipal de Inspeção (SIM) de Caiçara, apesar de já aguardar inserção no Susaf, que permitirá comercializar esses produtos em todo o Estado gaúcho. Na linha de produtos os carros-chefes são os queijos coloniais especiais para assar, mas também tem o queijo ralado, a manteiga e os iogurtes de pêssego e de morango. “Queremos priorizar por linhas mais naturais, com menos conservantes”, observa Alex. Neste ano a média tem ficado em 150 litros de leite processados diariamente, mas a capacidade total da estrutura é de dois mil litros/dia, ou seja, ainda tem muito para crescer. Hoje o leite usado na agroindústria é de produção do plantel das propriedades de Alex e Marco Antônio, mas há perspectivas para mais. Queijos temperados especiais para assar são o carro-chefe da agroindústria
Iogurte tem sabores de morango e pêssego
– No futuro, para utilizar toda a capacidade de industrialização que temos, precisaremos comprar leite de outros produtores também. Nossa meta é ter um sistema de parceria que realmente valha a pena, tanto para nós como para quem vai fornecer a matéria-prima – observa Marcos Antônio. Com isso, o principal objetivo é ter um produto de extrema qualidade, o que repercute no padrão do queijo produzido. Em relação aos diferenciais dos produtos, os empreendedores estão avaliando possibilidade de usar o sal de himalaia – considerado mais saudável e nutritivo do que os demais – nas receitas de queijo, e de açúcar orgânico nos iogurtes. Testes darão conta de mostrar se isso valerá à pena do ponto de vista econômico e se funcionará do ponto de vista nutricional. Como o foco da agroindústria é a participação em feiras, uma vez que apenas o mercado em Caiçara ainda seria restrito para esse tipo de produto, outra expectativa é em relação à desburocratização do acesso ao Susaf – especialmente a partir das últimas mudanças na legislação. “Nosso desejo é que possamos vender em outros municípios até o fim deste ano, com o aval do Susaf”, assinala Marco Antônio. Isso também é fundamental para conseguir reverter os investimentos de cerca de R$ 300 mil aplicados no empreendimento.
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Parceiros do leite
EVENTOS
Na terra da soja, o leite também é importante
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Emater/RS de Palmeira das Missões, com demais parceiros, promoveu um dia de campo com foco na bovinocultura de leite, na propriedade da família Chicate, no Distrito Santa Terezinha. O evento ocorreu no dia 28 de setembro. Durante o encontro, os participantes puderam ver de perto tecnologias e práticas que vêm sendo desenvolvidas na propriedade do casal Waldecir e Sandra. A propriedade é uma unidade de referência do Programa Gestão Sustentável da Agricultura Familiar desde 2016, e serve como multiplicador das tecnologias para divulgar os trabalhos e incentivar a bovinocultura de leite. Da mesma forma, a família está inserida no Projeto de Assistência Técnica para o De-
Novo Xingu
Festa da Terneira movimenta setor
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quarta edição da Festa da Terneira, evento promovido com o objetivo de valorizar a atividade leiteira de Novo Xingu, teve a apresentação de mais de cem terneiras das raças jersey e holandesa, em setembro. Durante o evento, foram realizadas diferentes atividades paralelas, como o Encontro de Jovens Criadores, julgamento das terneiras, Concurso do Jovem Puxador, entre outras atrações. Além disso, a Festa da Terneira contou com a Mostra do Artesanato e Produtos Coloniais, com a comercialização de variados produtos, expostos por 12 famílias do meio rural do município.
senvolvimento de Sistemas de Produção de Leite da Agricultura Familiar (SisLeite), ambos desenvolvidos pela equipe da Emater/RS-Ascar. Hoje são dois hectares de área irrigada e a meta da família dentro do Programa Gestão Sustentável da Agricultura Familiar é, daqui a dois anos, iniciar a transição do grão para o leite, tornando a propriedade exclusivamente destinada à atividade leiteira. Com 25 vacas em produção, a intenção da família é chegar a uma produção de dez mil litros por mês. O engenheiro-agrônomo Luis Eduardo Avallone Velho, da Emater/RS, explica que o potencial da propriedade é grande e, com o trabalho que está sendo realizado, já são vistos resultados positivos.
Leite
Divulgação
2018 deve ter recuperação de 1% na produção
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Pesquisa Trimestral do Leite, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), publicada em setembro com dados referentes ao segundo trimestre do ano, mostram que o volume adquirido entre abril e junho caiu 3,2% frente a igual período do ano passado, totalizando 5,47 bilhões de litros. No semestre, a captação formal foi de 11,5 bilhões de litros, 0,3% menor que no mesmo período do ano passado. Segundo o levantamento, o crescimento da produção vinha em um ritmo menor desde meados de 2017, influenciado pela queda no preço do leite pago ao produtor, aumento dos custos de produção e também devido ao clima desfavorável em 2018. Para o saldo do ano, a projeção é de um crescimento médio próximo de 1% na produção nacional em 2018, na comparação com 2017. Ou seja, crescimento inferior ao observado em 2017 (incremento de 5,0%) frente a 2016.
Encontro debateu questões fundamentais para melhorar a produção de leite
A conta de luz subiu? Energia solar é a solução!
Para higienização das ordenhadeiras e conforto da residência
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Aquecedor solar de água
Até 40% de economia na conta de luz
Pecuária
GERAL
Mercado
Avicultura
Brasil exportará para Índia A s negociações entre brasileiros e indianos para a viabilização das exportações de carne suína estavam na pauta das relações comerciais dos dois países há, pelo menos, quatro anos, a partir de um pedido feito pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) ao governo Brasileiro. Em setembro veio a boa notícia da abertura deste mercado. Para o presidente da ABPA, Francisco Turra, isso também significa um reconhecimento da capacidade brasileira de ofertar
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produtos de qualidade, além do preservado status sanitário, principalmente em um momento em que diversas nações produtoras sofrem com focos de Peste Suína Africana. A Índia é o país com a segunda maior população mundial, com 1,3 bilhão de habitantes, segundo a Organização das Nações Unidas, e crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) acima de 6%, segundo o Banco Mundial. Por isso, tem se tornado um dos mais ambicionados mercados para o setor de proteína animal mundial.
Sanidade
Embrapa abre possibilidade de cooperação técnica E stá aberto o processo de seleção de empresas interessadas em Cooperação Técnica Financeira para multiplicação e comercialização de aves das linhas genéticas de Corte (Embrapa 021) e de Postura (Embrapa 051) com a Embrapa. O edital está disponível na página de editais da Secretaria de Inovação e Negócios da Embrapa. O objetivo do edital é o de selecionar uma empresa interessada na cooperação técnica-financeira para a multiplicação e a
exploração comercial de matrizes das linhagens de aves Embrapa 021 e Embrapa 051, com exclusividade, em território nacional e internacional, e com direito a uso da marca mista “Tecnologia Embrapa”. O edital ficará aberto por 180 dias e os interessados podem agendar uma visita presencial às instalações da Embrapa, em Concórdia/SC, e terão um prazo de até 120 dias para isso. Ou seja, o período de visita agendada deve ocorrer até 15 de janeiro de 2019.
Suinocultura
Vacina da pasteurella deve ser finalizada pela Ouro Fino Mais cuidado nas granjas O A Embrapa Suínos e Aves, por meio da chefe-geral, Janice Zanella, firmou com a Ouro Fino um contrato de parceria que estabelece o desenvolvimento e comercialização de uma vacina de uso veterinário para controle da pasteurelose suína causada pela PmA. A Embrapa desenvolveu um protótipo de vacina, que deve ser finalizada pela Ouro Fino, e que vai atuar no foco da doença, ou seja, no controle do agente (PmA). A definição da empresa ocorreu por meio de edital público, aberto em feverei-
ro deste ano, que previa a seleção de uma empresa para co-desenvolvimento e comercialização de vacina de uso exclusivo veterinário para controle da pasteurelose suína, causada pela Pasteurella multocida sorotipo A (PmA), em conjunto com a Embrapa. A bactéria Pasteurella multocida (Pm) é considerada um importante microrganismo que faz parte da microbiota residente no trato respiratório dos suínos. Os sintomas mais agressivos ocasionam pneumonia hemorrágica, pleurite e pericardite.
Departamento de Saúde Animal do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) está ampliando as medidas de vigilância sanitária que visam evitar o ingresso do vírus da Peste Suína Africana (PSA) no Brasil. O diretor interino do departamento, Ronaldo Teixeira, alerta que “as ações de vigilância e o envolvimento por parte da sociedade brasileira (empresas, técnicos, produtores, passageiros e órgãos públicos) são fundamentais para manter a suinocultura do Brasil livre da doença que tem se alastrado em várias partes do mundo. No
Brasil, a doença foi erradicada em 1984 e o país foi declarado área livre da doença. Entre as medidas definidas está a de reforçar na inspeção de bagagens de passageiros com intuito de detectar alimentos e outros materiais com risco de transmitir o vírus; aumentar a atenção ao cumprimento dos requisitos sanitários para importação de suínos vivos, material genético, produtos, subprodutos e insumos de países de risco; além de sensibilizar os produtores e fiscalização dos padrões de biosseguridade das granjas comerciais de suínos.
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Pecuária
SUINOCULTURA Gracieli Verde
Destino dos dejetos de suínos levado a sério Casal Láercio e Soeli Frigheto com o filho Lucas
Por meio de uma parceria entre Embrapa e Emater/RS, famílias estão sendo orientadas em relação ao manejo do esterco, da água e do solo nas propriedades Gracieli Verde
revistanovorural@oaltouruguai.com.br
A
o lado direito da estrada que leva à propriedade de Laércio e Soeli Frigheto, do interior de Rondinha, estão as duas pocilgas que abrigam mil animais por lote, integrados à Suinocultura Gobbi – com sede no mesmo município. Ao lado direito da via, grandes valas recém-abertas davam indícios de que algo estava sendo instalado. Era o projeto de fertirrigação, que por motivos de chuva teve a finalização da instalação adiada naquele dia em que a reportagem também esteve na propriedade. Mas a propriedade ainda tem outra obra: um espaço para abrigo e alimentação do rebanho leiteiro de 18 vacas em lactação – em média – está sendo edificado.
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Esses investimentos são prova de que as coisas estão andando de “vento em popa” na unidade produtiva de 27 hectares, herdada dos pais de Laércio, que hoje residem na cidade. Mas o que motivou a visita da reportagem foi um recorte em específico de tudo o que está sendo feito por lá: o cuidado com os dejetos de suínos. Hoje a propriedade é uma das três unidades de referência da Embrapa Suínos e Aves e da Emater/ RS-Ascar, graças a um contrato de cooperação técnica para capacitação, transferência de tecnologia e intercâmbio de conhecimento em suinocultura e avicultura entre as duas instituições. Segundo o agrônomo Valdir Sangaletti, um dos assistentes técnicos regionais da Emater/RS em Frederico Westphalen e que coordena esse trabalho, as tratativas começaram em 2017, mas foi neste ano que efetivamente iniciou o acompanhamento dessas unidades de referência, com o intuito de avaliar algumas questões específicas da atividade suinícola. – Nosso plano de trabalho está alicerçado em pontos como o destino correto dos dejetos, a conservação do solo e à preservação da água. No que se refere à água, trabalhamos tanto sob o ponto de vista de consumo pelos animais quanto à qualidade, buscando evitar o desperdício, por isso estamos in-
centivando o planejamento de cisternas, para recolher a água da chuva – explica Sangaletti. O trabalho de monitoramento da água também exigiu que fosse colocado um hidrômetro na entrada da granja de suínos dos Frigheto, justamente para medir esse consumo. Já em relação ao dejeto, o intuito é que a suinocultura siga sendo uma atividade geradora de renda, e não um problema para os suinocultores, segundo Sangaletti. Para medir a qualidade do adubo que vai para as lavouras, lá nos Frigheto também está sendo testado um homogeneizador, equipamento que movimenta o esterco para misturá-lo e torná-lo mais equilibrado do ponto de vista de nutrientes na hora de ser aplicado. “O grande lance é coletar, armazenar e distribuir bem esse dejeto”, observa o agrônomo. Um densímetro também tem ajudado a avaliar como está a qualidade desse esterco. “Quanto mais matéria seca tem, mais nutrientes estão concentrados nesse esterco”. Outra novidade que vai ser testada nas três propriedades que fazem parte do projeto é um distribuidor de esterco que injeta o líquido no solo. Como é uma novidade, esse equipamento ainda se torna caro. Na região de Nova Candelária, por exemplo, existe um equipamento que é gerenciado por uma cooperativa.
Pecuária
SUINOCULTURA Gracieli Verde
Gestão do solo é outro norte do projeto Ainda fazendo parte desse trabalho, a gestão do solo nas áreas que recebem os dejetos em forma de adubo deverão passar por análises. Além de o solo ser avaliado, o próprio adubo será estudado, para que se possa quantificar quais tipos de nutrientes estão sendo colocados nas lavouras. “Queremos entender qual a importância que esse esterco tem do ponto de vista agronômico e o que isso representa em termos econômicos”, adianta. Para aprimorar ainda mais esse trabalho, a Embrapa Suínos e Aves disponibilizou uma planilha, para que seja possível calcular a viabilidade econômica de novos empreendimentos. Extensionistas também foram capacitados no aplicativo Custo Fácil, desenvolvido pela Embrapa, para o cálculo do custo de produção na suinocultura.
Na esterqueira, o homogeneizador já está sendo testado
Todo esse conjunto de dados gerado com esse trabalho de acompanhamento dessas unidades deverá ser compilado por extensionistas e pesquisadores para, em novembro, ser divulgado em três dias de campo. Esses encontros deverão reunir suinocultores e demais profissionais da área nos municípios de Rondinha, Palmitinho e Pinhal – neste dois últimos as unidades de referência são nas áreas de Vanderlei Vargas e Douglas Moro, respectivamente.
Gracieli Verde/Arquivo NR
Dias de campo devem difundir essas informações
Agrônomo Valdir Sangaletti
Gracieli Verde
Fertirrigação será uma ferramenta para otimizar o uso do dejeto suíno
Tudo pelo destino dequado dos dejetos No caso da propriedade dos Frigheto, um dos projetos em fase de implantação é o fertirrifação em cinco hectares de pastagem – como já comentamos. A ideia é justamente facilitar a distribuição desse esterco, e além de otimizar a aplicação, que conta com um sistema de irrigação adaptado para a adição do adubo líquido. A próxima fase depende também do trifaseamento da rede elétrica, que ficará por conta da companhia de energia que atende a localidade – o prazo prevê esse procedimento dentro dos próximos dois meses. Com isso, se vê na prática um “casamento harmonioso” entre a suinocultura e a bovinocultura de leite. É a possibilidade de usar o dejeto de uma atividade para potencializar um dos quesitos mais importantes para a outra, que é a produção de pasto para o plantel leiteiro. O objetivo do casal Frigheto é chegar à produção média diária de 500 litros – hoje esta média é de 430 litros/dia. Do ponto de vista de profissionalizar os suinocultores, esse projeto tem sito uma oportunidade e tanto. A expectativa é que nos próximos anos sejam capacitados mais produtores, que tenham também um papel de multiplicar esse manejo mais sustentável da atividade. Sem dúvidas, é uma nova fase para o setor em nível regional. 27 | Revista Novo Rural | Outubro de 2018
Gestão & Empreendedorismo
O diretor de Negócios da Sicredi Alto Uruguai RS/SC/MG, Márcio Girardi, fala sobre esse hábito que precisa ser desenvolvido em família
P
ara finalizar os conteúdos sobre finanças que a Novo Rural se propôs a trazer para as edições nos últimos meses, é hora de falar sobre a poupança, um dos investimentos mais conhecidos pelas famílias brasileiras – e que já garantiu reservas importantes para milhares e milhares de pessoas por aí afora. A reportagem conversou com o diretor de Negócios da Sicredi Alto Uruguai RS/SC/MG, Márcio Girardi. Ele comenta, inclusive quais projeções existem para 2019 em relação aos rendimentos da poupança e também explica o porquê de o mês de outubro ser dedicado a ela.
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Novo Rural – Por que é importante poupar? Significa somente para “guardar dinheiro”? Márcio Girardi – Poupar precisa ser um hábito, aplicável a muitos recursos, inclusive o financeiro. Esse hábito é alcançado através da disciplina de economizar o dinheiro que se conquista. Em outras palavras, gastar menos do que se ganha. Poupar é muito importante, pois proporciona ganhos quando praticado, a exemplo da redução do consumo de itens supérfluos, que possibilitam pequenas economias, que quando acumuladas, são fonte de poupança, pois o recurso não gasto pode ser usado para realizar um sonho. Novo Rural – Para que esse recurso é usado enquanto não é usufruído por quem o deposita? Girardi – Os recursos poupados pelos associados – falo mais especificamente daqueles ligados a alguma cooperativa de crédito – têm um papel fundamental no desenvolvimento das comunidades, pois os recursos permanecem investidos na região e são aplicados em crédito rural, beneficiando inúmeras atividades produtivas e geradoras de emprego e renda, formando um ciclo virtuoso na economia local e regional. Novo Rural – Por que outubro é considerado o mês da poupança? Girardi – Criado pelo Congresso Internacional de Econômica, realizado na Itália em 1924, o Dia Mundial da Pou-
Gracieli Verde/Arquivo NR
Você sabe por que é importante poupar?
ENTREVISTA
pança é celebrado em 31 de outubro. No Brasil, no entanto, a data só começou a ser comemorada em 1933 e tem como objetivo conscientizar as pessoas sobre a importância de poupar, investindo e pensando na construção de um futuro sólido e seguro financeiramente. No Sicredi, por exemplo, aproveitamos esta oportunidade para estimular o hábito de poupar, reforçando para nossos associados que temos ferramentas que contribuem para a disciplina do planejamento financeiro e para realização de seus objetivos pessoais. Novo Rural – A poupança pode ser uma ferramenta de educação financeira com as crianças? Girardi – Sim, pois como é um hábito, deve começar junto com as primeiras noções de educação na vida, afinal, inserir os princípios básicos da educação financeira na educação das crianças proporciona a naturalização e a vivência deste hábito durante toda a vida. Quando o hábito de poupar está no comportamento de toda a família, haverá maior favorabilidade da educação financeira acontecer naturalmente, exigindo menos sacrifícios e gerando maior satisfação com os resultados. Novo Rural – Que outras opções de investimentos, como renda fixa, podem ser mais rentáveis que a poupança? Girardi – A poupança é um investimento simples e seguro, com rentabilidade garantida e isenta de tributação, o
que torna seus rendimentos atrativos. É uma opção para quem quer começar investindo pequenas quantias de recursos e recomendada aos investidores com perfil mais conservador. Para quem deseja um investimento com maior retorno, existem outras opções, como depósito a prazo, fundos de investimentos e previdência privada, os quais oferecem rentabilidades variadas e superiores a poupança. Segundo o ditado popular, “não se deve colocar todos os ovos na mesma cesta”, por isso uma importante dica para quem deseja investir seu dinheiro é a diversificação dos investimentos, de modo a manter uma média de rentabilidade combinada com a liquidez e relacionada aos prazos dos objetivos que nos motivam a guardar dinheiro. Novo Rural – Será que podemos esperar melhores rendimentos da poupança para 2019? Girardi – Considerando o cenário básico de juros projetados no Brasil para o fechamento deste ano, não haverá variações significativas. Com isso, os rendimentos da poupança devem manter-se no patamar atual. Para o próximo ano, muitas são as expectativas de melhora na economia, razão pela qual é possível esperar crescimento no rendimento de todos os investimentos, incluindo a poupança. Mas esta hipótese depende de como estará o comportamento do mercado financeiro e consumo frente as mudanças decorrentes da indefinição do cenário político e baixa confiança na recuperação econômica.
Tecnologia
SOLUÇÕES
Embrapa
Aplicativo Doutor Milho pode ser usado off-line
Conectados Mais prazo para a nota fiscal eletrônica, mas não deixe para a última hora!
S
empre que possível, agregar tecnologias para facilitar o manejo de culturas na propriedade é importante. É uma forma de agilizar e facilitar o trabalho diário. Uma das sugestões da Embrapa Milho e Sorgo é o aplicativo Doutor Milho, que acompanha os estádios fenológicos do grão com o intuito de tornar o manejo mais sustentável e lucrativo. O aplicativo é gratuito e está disponível nos sistemas Android (Google Play) e iOS (Apple Store). O Doutor Milho não precisa estar conectado à internet porque funciona no modo off-line. Para usá-lo, a orientação é que se tome como referência a data de emergência das plantas e se identifique exatamente o estádio fenológico em que a lavoura se encontra. A partir disso, o aplicativo mostra, por meio de gráficos e imagens ilustrativas, as particularidades de cada estádio, sugerindo técnicas de manejo que pretendem otimizar a produção. O milho é, sem dúvidas, uma das culturas de verão mais importantes para a agropecuária. Por isso, ter ferramentas que auxiliam na conquista de melhores resultados é fundamental para o produtor também garantir mais rentabilidade.
O
Acesse o código e veja um vídeo explicativo sobre o aplicativo
Através do código você pode baixar o aplicativo no seu smartphone
anúncio de que a obrigatoriedade de uso da Nota Fiscal Eletrônica (NF-e) em substituição ao talão de produtor no Rio Grande do Sul foi ampliado, a pedido dos municípios e entidades do setor, traz um certo alívio. Agora a nova data-limite será 1º de janeiro de 2020. O que se sabe é que a Secretaria da Fazenda decidiu prorrogar mais uma vez o prazo que estava fixado o início de 2019, motivado pela dificuldade de acesso à internet no meio rural. Segundo a Famurs – uma das entidades que está muito preocupara com essa questão –, um levantamento está sendo feito para entender o cenário de sinal de telefonia móvel e internet nos municípios gaúchos. Dados preliminares apontam que há déficit na oferta de sinal, o que deixa as comunidades desassistidas no interior dos municípios. Isso tudo impede que os produtores rurais possam se adequar à norma que exige o uso da nota fiscal eletrônica em detrimento ao talão do produtor. Com o processo eletrônico, a expectativa é que as transações sejam mais seguras e modernas. O engenheiro-agrônomo Kaliton Prestes, da Fetag/RS, explica ainda que outra possibilidade que está sendo avaliada é a viabilização de um aplicativo, que possa funcionar também off-line, ou seja, sem o acesso à internet, para facilitar esse serviço ao produtor rural. Mesmo assim, tendo em vista que esse é um tema de fundamental importância para o setor agropecuário, é essencial que, apesar da prorrogação do prazo, não se deixe essa adequação para última hora.
Que vantagem se tem com a nota fiscal eletrônica emitida na propriedade?
N-verde
O fertilizante orgânico feito a partir da biomassa de plantas
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ada vez mais a pesquisa tem sido aprimorada e, com isso, são criadas alternativas para a agricultura. Desta vez, um trabalho da Embrapa gerou como resultado um fertilizante produzido a partir da biomassa aérea, que é a parte da planta que fica para fora da terra, de espécies leguminosas. Trata-se do N-verde, um fertilizante orgânico vegetal rico em nitrogênio (N) e de fácil aplicação. No comparativo com outros materiais orgânicos, a concentração de nitrogênio no N-verde é elevada, cerca de 4%. Por isso, é indicado como uma fonte de adubação nitrogenada. Segundo o pesquisador Ednaldo Araújo, da Embrapa, o produto é rico em nutrientes essenciais para as plantas, como fósforo, potássio, cálcio, magnésio, enxofre; e micronutrientes, como boro, ferro, manganês, molib-
dênio e zinco. Outra vantagem é que o produto reduz as perdas que ocorrem na hora da aplicação na lavoura. Enquanto nos produtos comerciais as perdas por volatização chegam a 50%, no N-verde é de no máximo 15%, o que gera economia para o agricultor. Inicialmente esse fertilizante foi desenvolvido para aplicação em hortaliças folhosas, em que os testes de campo apontaram para um produto de excelentes resultados. Mesmo assim a resposta também foi positiva em lavouras de milho e feijão. A expectativa é que ao ser disponibilizado pela indústria, o produto também tenha boa aceitação para aplicação em plantas ornamentais como uma fonte de nitrogênio. Araújo ressalta ainda que o N-verde pode suprir essa demanda no setor de orgânicos.
Para o produtor rural, é uma forma de comprar o preço real praticado na venda de sua produção e, consequentemente, da renda auferida na propriedade. Para o consumidor, serve como certificado de procedência ou origem do produto, quesito essencial para garantir qualidade, além do aumento da receita dos municípios onde a produção agrícola tem elevada participação na geração de renda local. A Tchê Turbo pode ser sua aliada nesta hora. Antes que o prazo mais uma vez se esgote, solicite seu orçamento com a nossa equipe – todos os contatos estão abaixo!
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AÇÕES
Espaço cooperativo
Cooperativismo
“É o sonho de todos conquistar a casa própria” Como os consórcios podem tornar mais acessíveis a realização de projetos
N
ilton e Célia Maria Piovesan, casados há 35 anos, devem se mudar em breve para sua casa nova. O pai, Luiz Paulo Barbieri, juntamente com os filhos, Mauricio, Marcos e Luiz Gustavo, trabalham com a agricultura e são proprietários de uma empresa de produtos agrícolas e de uma transportadora. O casal Nilton e Célia são naturais de Frederico Westphalen, já a família Barbieri, de Seberi. As histórias de vida dessas famílias possuem algo em comum: eles investem em consórcio através da Sicredi Alto Uruguai RS/SC/MG. Nilton é associado há mais de 30 anos. – Pouco depois da vinda da Sicredi para Frederico Westphalen, logo me tornei sócio. Trabalhei como freteiro de leite e foi muito sofrido. Por dois anos, saía às 21 horas e retornava somente por volta das 10 horas do outro dia, e ainda tinha que dar conta da agricultura, pois plantávamos fumo – relata. Um irmão de Célia deu a ideia de construir uma pousada para abrigar alunos das universidades que estavam se instalando na região. “Com assessoramento da cooperativa de crédito, fomos orientados a buscarmos um financiamento. Assim, com o dinheiro emprestado da cooperativa foi possível finalizar nossa pousada. Com a vinda dos alunos, pude parar com o trabalho com o caminhão de leite e repassar essa atividade para o meu filho”, revela Nilton. Mas o sonho de uma casa nova ain-
da estava nos planos do casal. “Para isso, apostamos em um consórcio, fomos contemplados e hoje o nosso sonho se tornou realidade” exclamam. A parceria da Sicredi para auxiliar na conquista dos objetivos pessoais e profissionais também é realidade com a família Barbieri. Eles utilizam os serviços da cooperativa tanto no segmento agro, quanto na empresa. – Em 2003, inauguramos nossa empresa de produtos agrícolas e, desde então, negociamos com a Sicredi. O atendimento e as facilidades são grandes diferenciais. Temos consórcios há cerca de 10 anos pelas nossas empresas. Por meio de lances e sorteios, já conseguimos caminhões para a nossa transportadora, maquinário para lavoura e utilitários para a empresa agrícola. Desde que iniciamos com os consórcios nunca ficamos sem, seja para os nossos empreendimentos comerciais ou para nossa família – reconhece Mauricio.
Coordenadora da Unidade de Cooperativismo do Escritório Regional da Emater/RS de Frederico Westphalen
Consórcios Sicredi
Hoje a Sicredi Alto Uruguai conta com diversos planos de consórcio. As linhas oferecidas podem ser destinadas para a compra de motocicletas, serviços, automóveis, caminhões, tratores e utilitários, além de imóveis. – Um dos diferenciais é que esse tipo de crédito vai ao encontro do planejamento financeiro de cada cliente. Possuímos diferentes linhas para contemplação e utilização dos créditos na realização dos mais diversos objetivos – ressalta o diretor de Negócios da cooperativa, Márcio Girardi.
Assessoria de Comunicação Sicredi/Divulgação
Casal Piovesan comemora a construção da casa própria
30 | Revista Novo Rural | Outubro de 2018
Marcia Faccin
É tempo de planejar!
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á estamos no mês de outubro, 10º mês do ano, momento importante para avaliar como está a execução das ações e estratégias planejadas para este ano e iniciar a construção do planejamento para 2019, momento do seu empreendimento cooperativo pensar nas ações e projetos que pretende desenvolver no decorrer do próximo ano, definir metas de crescimento, mercados a atingir, percentual de associados que quer fidelizar e captar, entre tantas outras questões importantes relacionadas a permanência da cooperativa no mercado. É fundamental que todos nós, independente da atividade que desempenhamos, possamos planejar, pensar como quer que o ano de 2019 seja e possamos definir metas e estratégias para alcançá-las. Se eu quero que a minha cooperativa continue forte e contribuindo com o desenvolvimento local e regional, é fundamental que eu a valorize, que participe ativamente da atividades e discussões. Se quero que a minha participação nas sobras aumente, é indispensável que continue me relacionando cada vez com a minha cooperativa, que acompanhe de perto como está a gestão do meu empreendimento. Nós somos os donos das cooperativas que somos associados, e todo dono cuida, tem zelo e acompanha de perto o crescimento e desenvolvimento do seu empreendimento. Quando foi a última vez que você foi até a sua cooperativa? Quando foi a última vez que você realizou alguma operação comercial com a sua cooperativa? Quando foi a última vez que você conversou com os membros da diretoria para saber como está indo a sua cooperativa? Quando foi a última vez que você participou de uma ação promovida pela sua cooperativa? Precisamos acompanhar, vivenciar a nossa cooperativa permanentemente, não apenas indo nas assembleias que, na grande maioria, é acompanhada de refeições. Precisamos participar ativamente da vida da nossa cooperativa. Esse “participar” é através das negociações comerciais, é com ideias e sugestões para que a mesma possa ampliar seu faturamento e, indiretamente, que também seja possível ganhar com isso. Participar é defender, divulgar as boas iniciativas e ações promovidas pela minha cooperativa. Somente com associados comprometidos conseguiremos ter uma cooperativa forte e atuante. Que possamos participar mais ativamente da vida da nossa cooperativa, contribuindo com ideias e sugestões para melhorar a cada dia o nosso empreendimento cooperativo. A ilustre frase de John L. Beckley diz que: “A maioria das pessoas não planeja fracassar, fracassa por não planejar”. Pensemos nisso e que possamos inserir o planejamento nas nossas atividades diárias, tanto na nossa vida pessoal quanto profissional, e participar ativamente do planejamento da nossa cooperativa.
Juventude Rural
ENSINO
31 | Revista Novo Rural | Outubro de 2018
Gracieli Verde
Abertura contou com presença de lideranças do centro universitário
Gracieli Verde
Espaço da AABB Itapiranga lotado por estudantes
Uceff recebe acadêmicos para o 5º Agrotec Evento reuniu temas importantes para as áreas de Agronomia e Tecnologia em Alimentos
A
cadêmicos dos cursos de Agronomia e Tecnologia em Alimentos da Uceff, campus de Itapiranga/SC, participaram do Agrotec, um simpósio que neste ano chegou à quinta edição e integra as duas áreas conhecimento com mostra científica, palestras e muita interação entre acadêmicos, professores e comunidade em geral. A programação foi realizada entre os dias 25 e 27 de setembro. Em três dias de evento, várias palestras fizeram parte da programação. A primeira delas foi ministrada pelo professor Alexandre Gazolla Neto, que é doutor em Tecnologia de Sementes e empresário do setor. Ele explanou sobre estratégias de manejo, qualidade de sementes e plantabilidade para
alta produtividade na agricultura. – O grande ponto do debate é passar algumas estratégias de manejo para alavancar altos rendimentos de grãos. Apesar de estarmos incorporando novas tecnologias nos manejos de inverno e verão, perdemos coisas básicas, como o manejo de solos, a distribuição correta das sementes, a qualidade dessas sementes e estratégicas básicas de controle de pragas, doenças e plantas daninhas – provocou Gazolla. Além do tema abordado pelo professor, outros assuntos que destacaram a tecnologia no setor agro, os desafios para a produção de leite e o sistema de produção à base de pasto. O coordenador do
curso de Agronomia, professor Neuri Antonio Feldmann, ressalta que esse era justamente o momento de integrar as áreas de Agronomia e Tecnologia de Alimentos, na busca por mais conhecimento para os profissionais que estudam na instituição de ensino e, logo, estarão no mercado. – Temos visto trabalhos que abordam temáticas importantes para a região Oeste de Santa Catarina e Norte do Rio Grande do Sul. Hoje temos mais de 200 alunos de Agronomia e muitos deles estão investindo em suas propriedades para aumentar a produção e a rentabilidade – observa Feldmann, citando ainda que mais de 500 agrônomos já foram graduados pela instituição em Itapiranga.
Gracieli Verde
Alexandre Gazolla Neto foi um dos palestrantes
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Juventude Rural
PESQUISA
Gracieli Verde
Gracieli Verde
A economia circular como solução para o agro
Mariana Martins de Oliveira é engenheira ambiental
A engenheira ambiental Mariana Martins de Oliveira estuda o tema no mestrado, mas quer aplicar esse conceito em agroindústrias de laticínios e carnes da região
J
á pensou em reutilizar todos os resíduos que são gerados na sua propriedade ou fazenda e transformar isso em renda? Talvez isso já esteja acontecendo em alguns locais, com a transformação de dejetos de suínos em energia através de biodigestores. É nessa linha que trabalha a economia circular, um conceito considerado novo para o Brasil – é mais comum na Europa e na China –, mas que tem tudo para crescer em uma época que uma das preocupações das pessoas é – ou deveria ser – a preservação dos recursos naturais e a otimização de renda, independente do ramo de atuação. A jovem engenheira ambiental Mariana Martins de Oliveira, de Palmeira das Missões, está pesquisando sobre esse assunto, mas com foco no setor agropecuário. Ela é aluna do Mestrado em Agronegócios, da Universidade Federal de Santa Maria, Campus de Palmeira das Missões, e recentemente passou a fazer parte de um seleto grupo de pesqui-
sadores reunidos através da Organização vertente dentro da economia circular. das Nações Unidas (ONU), onde é a única – Na prática, a economia circular prebrasileira a receber mentorias sobre esse vê que tudo o que for resíduo seja reutiliassunto – você já deve ter visto algo sozado para gerar renda para os negócios. bre isso na nossa edição de julho, quando Em uma agroindústria de laticínios, por noticiamos a participação dela no prêmio exemplo, pode-se avaliar a possibilidade Jovens Campeões da Terra, organizado de otimizar o uso do soro. Normalmente pela ONU Meio Ambiente. esse produto acaba indo para Mariana conta que o infábrica de rações, mas não se teresse pela economia circuganha nenhum retorno ecolar surgiu ainda na graduação nômico com isso. É claro que – ela estudou na Univali, em para transformar esse soro Itajaí/SC –, quando particiem algo que pode ser agrepou de um congresso. Resolgador de renda é preciso inveu então estruturar um provestir e, muitas vezes, é aí jeto para o mestrado. Dentro que os empresários reavaliam dessa área, pretende trabalhar suas decisões – explica a enespecificamente com agroingenheira, que também presta Sugestão de livro sobre consultoria no Sindicato Rural dústrias de laticínios, suínos e frangos. Ela ainda está con- o assunto: “Muito além de Palmeira das Missões. da economia verde”, de centrando energias na parA expectativa de Mariana é Ricardo Abramovay te do diagnóstico, justamente que cada vez mais as pessopara identificar como esses estabelecias, em especial do meio rural, se interesmentos estão cuidando dos resíduos na sem pelo assunto e vejam que algumas região. Essa gestão de resíduos é uma iniciativas não exigem tanto esforço, mas
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consciência. – Um exemplo mais acessível para a nossa região é a compostagem, que já tem muitos adeptos. Quando se fala em um perfil mais agrícola, como o caso de Palmeira das Missões, isso é bem mais fácil de ser aplicado, porque gera muito resíduo orgânico – pontua Mariana. A visão de negócios a partir do gerenciamento desses resíduos é o grande diferencial. Quer dizer, ao invés de somente dar o “destino correto” para um resíduo, porque não ganhar dinheiro com isso? Ela sugere uma reflexão sobre um aspecto que é muito comum aos olhos de qualquer pessoa: como as latas de bebidas são recolhidas e vendidas pelos catadores. “Já imaginou se não tivéssemos essa reciclagem ou essas pessoas que recolhem esse tipo de material? Hoje o Brasil é um dos países que mais recicla latinhas, mas temos muito a evoluir em outros aspectos para gerar mais renda a partir do nosso lixo”, pontua a engenheira.
Juventude Rural
OPINIÃO
De geração em geração Vanderlei Holz Lermen
Agricultor, tecnólogo em Processos Gerenciais, técnico em Agropecuária e bacharel em Desenvolvimento Rural
Confira mais dicas em vídeos
Vanderlei Holz Lermen
A empatia e a sucessão rural
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a coluna deste mês vamos falar sobre a relação entre a empatia e a sucessão rural. Para iniciar a conversa, vou falar sobre empatia. Empatia é você se colocar no lugar da outra pessoa, sentir o que ela sente em determinada situação, entender seu ponto de vista e ter tolerância em relação a isso. Mas, o que isso tem a ver com a sucessão rural? Tem tudo a ver. No momento em que se consegue trabalhar a empatia na família, onde os pais conseguem se ver no lugar dos filhos, e os filhos conseguem se ver no lugar dos pais, é possível trabalhar a sucessão rural de uma maneira muito mais fácil e prática, compreendendo melhor tudo o que acontece nesse processo. Olhar as coisas com a visão do outro, ter a possibilidade de entender algo diferente da sua visão é fundamental para evitar conflitos entre pais e filhos, tanto no âmbito familiar como profissional, no dia a dia da propriedade. Evita também o choque de ideias. Há diferenças entre gerações e esse choque não é bom para a relação familiar dentro de uma propriedade rural. Trabalhando a empatia conseguimos minimizar esses conflitos. O pai passa a entender que o filho vive em uma realidade diferente, mais tecnológi-
ca, onde tudo é mais prático e mais fácil. Consegue identificar o que o filho quer do futuro, o que ele quer mudar. Já o filho precisa entender também que os pais trazem uma carga cultural, formada ao longo da vida e pelos seus familiares. Isso reflete a forma como eles interagem com a propriedade, como fazem o gerenciamento, como tomam as decisões. Nas minhas palestras sempre conto uma historinha para ilustrar o quanto é importante os pais compreenderem os filhos: Imagine um dia de chuva. A mãe está na cozinha com as mãos na massa, fazendo bolachas. O pai foi para a cidade. A filha está no computador estudando ou navegando nas redes sociais. Numa certa altura da tarde, a chuva dá uma trégua e a mãe pede para a filha: - Filha, vai tratar silagem pras vacas agora que parou de chover porque estou com as mãos na massa e o pai vai demorar pra chegar. A filha responde: - Eu não vou. Amanhã eu vou na aula e minhas mãos vão cheirar a silagem e meus colegas vão rir de mim. A mãe fica braba com a filha. Quando o pai chega, ele também reclama com a filha. - Só desculpa, não quer fazer nada, fica o dia todo nesse computador.
Conheça mais sobre as palestras na página do Facebook “Projeto Perspectivas da Juventude Rural”
Haveria uma forma de resolver essa situação de uma forma bem simples? Sempre faço uma pausa e digo que a solução esta no meu bolso. Dali tiro uma luva de borracha. Essa é a solução simples. A solução para que a filha não tenha mãos com cheiro de silagem e os pais não precisarem reclamar. O que precisa para isso acontecer? Empatia. Os pais compreenderem a questão da filha. E ela saber reconhecer o lado dos pais. A história pode até ser um pouco exagerada, mas certamente não foge da realidade. É importante fazer essa relação e ter a empatia como algo fundamental para fazer a sucessão rural. Se você pai, mãe, filho conseguir fazer isso, será muito mais fácil ter uma boa relação familiar, de trabalho e garantir a continuidade e o sucesso da sua propriedade rural. Pensemos nisso! Até a próxima edição!
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Mais uma opção para reaproveitar as bergamotas
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ara esta edição, mais uma opção de receita que leva uma das frutas mais comuns da região, a bergamota. Além disso, é uma versão integral de cuca, pão doce muito apreciado e que vai bem com tudo, tanto com aquele café como um suco refrescante.
Cuca integral de bergamota Ingredientes da farofa • 5 colheres (sopa) de açúcar cristal • 3 colheres (sopa) de farinha de trigo integral • 3 colheres (sopa) de óleo de arroz • ½ xícara (chá) de casca de bergamota picada em pedaços pequenos • 1 pitada de canela em pó Modo de preparo Misture todos os ingredientes até que fique em ponto de farofa.
Ingredientes para a massa • 3 xícaras (chá) de farinha de trigo integral • 1 xícara (chá) de farinha de trigo branca refinada • 2 xícaras (chá) de açúcar mascavo • 1 pitada de sal • 2 colheres (sopa) de fermento químico • 2 ovos • 2 colheres (sopa) de nata • 1 xícara (chá) de água • 2 bergamotas descascadas e sem sementes • ½ xícara (chá) de óleo de arroz
Modo de preparo da cuca Misture a farinha integral, a farinha branca refinada, o açúcar mascavo e o sal. Adicione o fermento químico. Reserve. No liquidificador, misture os ovos, a nata, a água e as bergamotas por 3 minutos. Acrescente o líquido à mistura feita no primeiro passo. Unte uma forma com óleo de arroz e polvilhe farinha de trigo. Despeje a massa e cubra com a farofa da cuca. Leve ao forno pré-aquecido a 180°C por 35 minutos e este pronta a cuca integral de bergamota.
Acesse o código e veja como preparar a receita!
Colaborou: Regina Miranda, nutricionista
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CULINÁRIA
Cá entre nós
Qualidade de vida
Dulcenéia Haas Wommer
Assistente técnica regional social da Emater/RS- Ascar de Frederico Westphalen e-mail: dwommer@ emater.tche.br
Sobre qual assunto você quer que eu escreva? Mande sua sugestão para o WhatsApp (55) 9.9624.3768
A beleza que brota num olhar
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beleza e a sensibilidade serão meu assunto deste mês. Já comentei no mês passado a chegada da primavera, e isso me inspira para renascermos ainda melhores, mais belas, porque como na primavera nunca são as mesmas flores, mas cada vez ressurgem renascem e fazem do meio um lugar especial, lindo e harmonioso. Passei por uma experiência única e que mexeu comigo há poucos dias, ao participar de um grande evento na capital, a 3ª Conferência Internacional Agricultura e Urbanização em Sociedades Urbanizadas. Num momento de lazer, durante uma caminhada junto a natureza, na pousada onde ficamos hospedadas com mulheres agricultoras, pescadoras, quilombolas e índias, provoquei para tirarmos fotos. Senti algumas arredias, tímidas e se enchendo de defeitos... Pedi autorização para ajudá-las a se posicionarem, soltarem o cabelo... Minha surpresa foi que ao tocá-las, mexer no seu cabelo e com palavras encorajadoras, seus olhares se iluminaram e colhemos os mais lindos sorrisos e as fotos revelaram mulheres lindas, com uma beleza que também vem do coração, da luz interior que se refletiu no brilho de seus olhares! Como se precisassem de uma autorização para se amar, se acharem belas e encorajadas. Confesso, fiquei com muita vontade de publicar aqui essas fotos. Isso mexeu comigo, porque refleti: quantas mulheres podem estar escondidas atrás de seus complexos? A falta de estima pela cor, pelos quilos, pela opressão, pela idade... Isso é muito sério e muito triste! Sem fazer apologia ao sobrepeso, mas valorizar também a saúde mental, lembro da música de Roberto Carlos, que canta “Amo você assim e não sei porque tanto sacrifício... Coisa bonita, coisa gostosa, quem foi que disse que tem que ser magra pra ser formosa? Coisa bonita, coisa gostosa, você é linda, é do jeito que eu gosto, é maravilhosa!” Neste mesmo evento em Porto Alegre que discutiu sobre hábitos de produção e consumo de alimentos, o professor Carlos Monteiro, da USP falou sobre os problemas de saúde da população brasileira e afirmou que “estamos vivendo também uma epidemia de preconceitos, de cor, de beleza, que são impostos e deprimem, doenças emocionais, e isso gera um preconceito social”. Concluí que ainda precisamos nos libertar desses apelos que prezam pelo perfeito, provar que somos, queremos e podemos! Pensem comigo e perguntem-se: quanto contribuo para o empoderamento das mulheres? Das minhas amigas, das vizinhas? Qual a diferença que provoco, sou solidária? Ajudo-as a se enxergarem, se gostarem, buscar realizações, melhorar sua autoestima? Ou a crítica entre mulheres fala mais alto? Estamos no mesmo time! Precisamos cuidar umas das outras, agir mais para a união. Nossas lutas não podem ser umas contra as outras, mas contra nossos pensamentos que desprezam, que julgam, que cobram demais, que invejam. Sozinhas somos fracas. Trabalhando e pensando juntas somos 51% população. Quem nunca sentiu um olhar de desprezo ou de inveja? Já percebi olhares invejosos também... Mas, sei que não são dos meus bens ou posses, que são mínimos, mas sempre soube que era do brilho do meu olhar! Da próxima vez que você for à frente do espelho, veja sua história de superação, suas conquistas e seus sonhos. Não se pergunte com que roupa eu vou, mas com que sorriso? Combinado?!
Divulgação
Qualidade de vida
JARDINAGEM
Mais flores, por favor!
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Primavera chegou e com ela a beleza das flores chama ainda mais atenção. É natural que as flores mostrem o seu melhor nesta época e, nos jardins espalhados por aí, não são poucas as combinações para fazer bonito. Pelos municípios da região, a demanda por dicas e informações são cada vez maiores – basta conversar com as extensionistas sociais da Emater/RS. Isso porque cada vez mais as pessoas atrelam a organização dos arredores da propriedade com o bem-estar físico e mental. Não é por nada que a campanha Minha Propriedade, Meu Paraíso, incentivada pela equipe social do Escritório Regional da Emater/RS de Frederico Westphalen, tem sido sucesso – em outro momento falaremos mais sobre isso!
Em uma das visitas a Liberato Salzano, para a produção de conteúdo justamente sobre o cultivo de flores em um viveiro da cidade (veja na editoria Agricultura), idealizado por produtores rurais, impossível não observar como muda o clima de uma cidade bem cuidada e com canteiros floridos. Recentemente, em Novo Xingu, uma rodada de capacitações sobre o assunto deu cara nova para vários espaços. Para inspirar você a organizar o jardim com dicas simples ou até mais elaboradas, separamos alguns conceitos de jardinagem que podem tornar a propriedade o seu paraíso particular. Ah, e sempre que tiver dúvidas ou quiser aprimorar esse trabalho, lembre-se de trocar uma ideia com os extensionistas da Emater/RS do seu município.
Emater/Divulgação
Primavera estimula famílias a cuidarem mais dos arredores da propriedade
Gracieli Verde
Em Liberato Salzano, flores deixam a cidade ainda mais agradável aos olhos
Em Novo Xingu, várias propriedades passaram por melhorias do ponto de vista de paisagismo
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Agroindústrias
MERCADO
Região contará com ponto de venda de produtos locais Estrutura disponível em Boa Vista das Missões será gerenciado pela Cooperjab
Responsabilidade compartilhada
Em Boa Vista das Missões, ponto deve ser aberto ainda neste ano
das Missões será de responsabilidade da Cooperjab. A expectativa é que até o fim de 2018 o espaço já esteja aberto ao público. Até lá deve ser viabilizado recurso para compra de equipamentos necessários para espaço, com a previsão do valor de R$ 70 mil, por meio do Fundo Estadual de Apoio ao Desenvolvimento dos Pequenos Estabelecimentos Rurais (Feaper). No que diz respeito aos encaminhamentos, a prefeitura de Boa Vista das Missões
cederá, de forma legal, o espaço para a Cooperjab. Já a cooperativa precisou validar juntos aos associados essa participação, o que já foi confirmado pelo presidente, Irramir Piccin. “Vemos a possibilidade de poder colocar para o consumidor produtos de extrema qualidade e que são da nossa região”, reforça o presidente, Irramir Piccin. Outra frente que também existe é em relação ao modelo de negócio que será implantado, cujo estudo de viabilidade está
sob a responsabilidade da equipe da Admau. Inclusive, esse projeto será apresentado à Cooperjab neste mês de outubro. Uma das ferramentas que será utilizada para prospectar e integrar todos os 42 municípios neste ponto de venda e nos demais que poderão ser implantados no futuro será a plataforma SIA3F, que funciona on-line. Uma das possibilidades é permitir a compra dos produtos pela internet, com a retirada dos itens no ponto de vendas.
Divulgação
Agricultores investem em processamento de mandioca
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sonho empreendedor das famílias Lazzaretti e Magri tornou-se realidade nos últimos dias de setembro, quando foi inaugurada, na linha São Luiz, em Frederico Westphalen, a Agrofamiliar. A agroindústria tem suas estruturas de produção com a expectativa de abastecer os comércios da região com a comercialização de 60 toneladas de mandioca em 2019. O produto é vendido em pacotes embalados a vácuo, contendo um quilo de aipim congelado, descascado e picado. Conforme os empresários, a ideia do negócio surgiu quando o agricultor e hoje sócio da Agrofamiliar, Leonízio Magri – que
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trabalhou por 20 anos em mercados da cidade de Frederico Westphalen –, percebeu a ausência desse tipo de produto nos estabelecimentos. Assim, a família procurou recursos em instituições financeiras e recebeu orientação da Emater/RS para dar início às atividades. Proprietários de quatro hectares de terras cultiváveis, os empresários foram parabenizados pela coragem e espírito empreendedor. Segundo eles, a ideia é ampliar a atuação no mercado de vendas e fazer com que os ciclos produtivos da mandioca se complementem, possibilitando que a família colha a matéria-prima durante todo o ano.
Jaison Toledo/Divulgação
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otencializar os canais de comercialização de produtos de agroindústrias da região tem sido um dos desafios tanto de entidades representativas do setor, como dos próprios empreendedores. Neste segundo semestre de 2018, uma iniciativa deve ser mais um marco divisor para os negócios nesta área, colocando em debate a possibilidade de abrir um ponto de venda desses produtos em Boa Vista das Missões. O diretor-executivo da Agência de Desenvolvimento do Médio Alto Uruguai (Admau), Eliseu Liberalesso, ressalta que a abertura deste local faz parte da estratégia de revitalizar as mais de dez estruturas construídas para esta finalidade nas margens da BR-386, em uma distância de 130 quilômetros localizados entre Iraí e Sarandi. – Isso proporcionará organização e oportunidade de comercialização para as agroindústrias dos 42 municípios pertencentes aos Coredes do Médio Alto Uruguai e do Rio aa Várzea – acredita Liberalesso, observando que para isso há o empenho do Poder Executivo de Boa Vista das Missões, Emater/RS-Ascar, Admau, Cooperjab e demais instituições ligadas a essas entidades. Uma das definições é que a administração desse ponto de venda em Boa Vista
Campo Aberto
NOTAS
Educação
Negócios
Casa Familiar Rural de Frederico Westphalen está com inscrições abertas
A
Gracieli Verde
Casa Familiar Rural (CFR) de Frederico Westphalen abriu, em setembrom as a inscrições para o ano letivo de 2019. Para marcar mais uma fase de trabalho na escola, em setembro foi realizada uma oficina técnico-pedagógica. O intuito era justamente aproximar os estudantes de outras escolas com o trabalho da CFR, mostrando temas que são abordados durante o período de estudo dos jovens, que contempla o ensino médio e qualificação em agricultura familiar. A diretora da CFR, Elizandra Manfio Zonta, destaca que estão abertas 30 vagas. Para poder ingressar na CFR, o aluno precisa ter o ensino fundamental concluído e ser filho de agricultores. Os alunos interessados também podem se inscrever nos seus municípios, nos sindicatos ou escritórios da Emater/RS, até 18 de dezembro.
Produtores da região conhecem a Corteva Agriscience
Lideranças apoiadoras da CFR marcaram presença Gracieli Verde
Temas diversos foram abordados por alunos e professores da escola
Ensino
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esde que a DowDuPont anunciou que sua divisão agrícola se chamará Corteva Agriscience, após a conclusão da separação dos negócios da empresa em três companhias independentes, encontros técnicos têm oportunizado que produtores rurais e demais parceiros conheçam o posicionamento da nova marca. Em Frederico Westphalen, através da Cotrifred, um evento foi promovido no início de setembro. Os convidados foram recepcionados pelo presidente da cooperativa, Elio Pacheco, demais integrantes da direção e representantes da Corteva e da Pionner. A Corteva Agriscence reunirá a DuPont Proteção de Cultivos, DuPont Pionner e Dow AgroSciences para criar uma empresa de agricultura autônoma, com liderança nos mercados de sementes, proteção de cultivos e agricultura digital. – É uma marca nova, mas nada inexperiente – declarou o gerente do distrito RS2 da Pionner, José Fernando Erzog. A
Corteva seguirá com outras marcas já renomadas no mercado, como a Pioneer, Encirca e a recém-lançada Brevan Sementes. Oficialmente a Corteva passa a operar em 1º de junho de 2019. Para ano que vem, a marca já tem três lançamentos de milho, como o precoce P1225 VYHR, o de ciclo intermediário P2719 VYH, e o de ciclo longo P3016 VYHR. Mas não para por aí. A marca também possui uma ampla linha de produtos para ser lançada gradualmente até 2025. A programação também fez parte da Semana de Negócios da Cotrifred, que está com condições especiais para insumos para a agricultura. As ofertas seguem até o fim desta semana. Nos dias 13 e 14 também haverá exposição de maquinários agrícolas, carros, bem como a presença de consultores de cooperativas de crédito e de multinacionais que são parceiras da cooperativa, no estacionamento da agropecuária, em Frederico Westphalen.
Encontro ocorreu em Frederico Westphalen Gracieli Verde
rofessores que trabalham em escolas do campo em diferentes municípios da região participaram de mais um encontro do curso EAD “A educação ambiental no contexto da educação do campo: diálogos e reflexões”, na Escola Cardeal Roncalli, em Frederico Westphalen, em setembro. A atividade é uma realização da 20ª Coordenadoria Regional de Educação. O engenheiro-agrônomo Luciano Schwerz, da Emater/RS de Sarandi, trabalhou sobre o uso e efeitos dos agrotóxicos e educação ambiental. Ele repassou algumas orientações e trouxe dados de pesquisas que apontam a influência e os efeitos que os agrotóxicos têm sobre a saúde e os riscos que esse uso pode causar a longo prazo. Em contrapartida, explicou sobre diferentes sistemas de produção que preconizam o uso re-
Gracieli Verde
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Gracieli Verde
Profissionais de escolas do campo recebem capacitação com extensionistas da Emater/RS
Encontro ocorreu em Frederico Westphalen
duzido ou nulo de defensivos químicos, como a produção orgânica, que ganha cada vez mais mercado e se apresenta como o futuro da agricultura em muitos países, inclusive no Brasil. Além disso, a assistente técnica regional social Dulcenéia
Haas Wommer, da Emater/RS-Ascar, falou sobre o trabalho realizado em toda a região visando a melhoria das propriedades e da qualidade de vida das famílias, com enfoque na Campanha Regional Minha Propriedade, Meu Paraíso.
Representantes da marca apresentaram posicionamento da multinacional
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Campo Aberto
GERAL
Reconhecimento
Educação
Casa Familiar Rural de Alpestre festeja 20 anos
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“A procura pela instituição se deve à infraestrutura e ao ensino médio, pois antes tínhamos somente a qualificação, mas o principal interesse dos jovens é a metodologia
trabalhada aqui. Os discentes ficam uma semana na escola e duas na propriedade, onde colocam seus projetos em prática”, conta o presidente.
S
Alunos apresentaram projetos acompanhados dos pais
Cíntia Henker
Casa Familiar Rural (CFR) de Alpestre e a Associação Regional das Casas Familiares Rurais do Estado do Rio Grande do Sul promoveram, no fim de agosto, um seminário de apresentação dos resultados da instituição. O encontro também marcou a comemoração dos 20 anos de atuação da CFR no município. No encontro, sob a coordenação do presidente da entidade e diretor da escola em Alpestre, Wagner Rogerio Bohn, foi colocada em evidência a importância da relação entre familiares, jovens e a comunidade. Hoje a CFR de Alpestre atende 44 alunos do ensino médio, oriundos de dez municípios da região de Alpestre. Segundo o diretor, Wagner Rogerio Bohn, a expectativa é que o número de estudantes aumente nos próximos anos.
Prêmio Rural Sustentável premia boas práticas eguem abertas até 15 de outubro as inscrições gratuitas ao Prêmio Rural Sustentável - Sustentabilidade para o Desenvolvimento Rural. A premiação total atingirá R$ 450 mil, dividida entre as categorias previstas. A iniciativa é voltada aos beneficiários do Projeto Rural Sustentável com a finalidade de reconhecer e disseminar os exemplos de boas práticas e tecnologias aplicadas à agricultura de baixo carbono em Unidades Demonstrativas e Multiplicadoras cadastradas no Projeto com vista a promover o desenvolvimento e a redução da pobreza no meio rural. Podem concorrer produtores, técnicos e instituições (ATERs) devidamente cadastrados no projeto que tenham Unidades Demonstrativas (UDs) e/ou Unidades Multiplicadoras (UMs) aprovadas. Na categoria de produtores e técnicos serão contempladas práticas, inovações tecnológicas ou gerenciais ou ações de regularização ambiental da propriedade com vistas à conservação dos recursos naturais, sejam florestais, hídricos, pedológicos, paisagísticos. A divulgação dos resultados do Prêmio Rural Sustentável - Sustentabilidade para o Desenvolvimento Rural será publicado na página da internet: www.ruralsustentavel.org.br, no dia 30 de novembro de 2018.
Caiçara
Organização
Atividade ressalta juventude e sucessão familiar
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ntidades de Caiçara promoveram um encontro para debater a sucessão familiar, no início da segunda quinzena de setembro. A atividade foi realizada no Centro de Convenções e reuniu jovens estudantes, que atualmente vivem no meio rural. envolveram-se nesta ação a Emater/RS-Ascar, a Escola Estadual 20 de Setembro, prefeitura, Sindicato dos Trabalhadores Rurais e Secretarias Municipais da Agricultura, Educação e Cultura, com apoio
da Sicredi e Cresol. A proposta do encontro, além proporcionar a integração dos jovens, foi possibilitar a troca de diálogo entre eles, buscando entender as perspectivas e interesses de cada um e incentivar aqueles que desejam permanecer na propriedade rural. O engenheiro-agrônomo Sylvio Trentin, da Emater/RS-Ascar de Pinhal, explanou sobre os desafios da agricultura e sobre sucessão familiar.
Produtores de leite criam associação
Trentin trouxe dados que apontam algumas razões quem fazem o jovem deixar o meio rural. Segundo ele, em uma pesquisa feita pela Fetag, 34% dos jovens deixam a propriedade em função do casamento, 11,4% em função de estudos, mas a grande maioria, 51,6% é em função do trabalho. Para ele, a pouca presença dos jovens nas atividades, bem como na participação dos lucros, são motivos de afastamento da propriedade.
E
Encontro contou com presença de lideranças locais
Marcela Buzatto/Emater/Divulgação
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m São José das Missões, produtores uniram-se para criar uma associação, em setembro, para juntos buscar soluções e melhorias para a atividade. A Associação dos Produtores de Leite de São José das Missões (Apromissões) foi formalizada durante assembleia, que reuniu cerca de 30 famílias que trabalham com a atividade da bovinocultura de leite no município. A busca por melhores preços na aquisição de insumos e a organização da gestão de máquinas e equipamentos foram os principais motivadores que impulsionaram os agricultores a criar a Associação. Segundo o engenheiro-agrônomo Mairo Trentin Piovesan, da Emater/RS-Ascar, o município conta com cerca de 100 famílias envolvidas na atividade da bovinocultura de leite. Destas, 60 comercializam o leite diretamente para a indústria e as demais utilizam o leite para consumo na propriedade e na comercialização informal de derivados. Também foi empossada a direção da cooperativa. Com mandato de quatro anos, o jovem agricultor e produtor de leite, Franciel Marcos Novello Schneider, foi eleito presidente da Apromissões. Segundo ele, a expectativa é que a entidade sirva como mais uma ferramenta para auxiliar os agricultores de forma conjunta e organizada, uma vez que constituição da entidade busca melhorar as condições de trabalho das famílias produtoras e fortalecer a atividade no município.
Campo Aberto Tecnologia
Energia solar fotovoltaica avança em nível nacional
GERAL
Iraí
Programa de Gestão Sustentável é tema de encontro
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or meio do escritório municipal da Emater/RS-Ascar de Iraí, uma atividade será realizada no dia 10 deste mês, no pavilhão da comunidade
de Ramal da Saúde, em Iraí. O desafio proposto será debater sobre sucessão familiar, com foco em famílias que integram o Programa de Gestão Susten-
tável da Agricultura Familiar. O evento transcorre durante a tarde, com explanação do engenheiro-agrônomo Leonir Bonavigo, supervisor da Emater/RS.
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tualmente são 350 megawatts (MW) de potência em sistemas de microgeração e minigeração distribuída solar fotovoltaica em residências, comércios, indústrias, produtores rurais e prédios públicos no Brasil. A informação é da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar). Conforme levantamento da entidade, a fonte solar fotovoltaica, baseada na conversão direta da radiação solar em energia elétrica de forma renovável, limpa e sustentável, lidera com folga o segmento de microgeração e minigeração distribuída, com mais de 99,4% das instalações do País. Em número de sistemas instalados, os consumidores residenciais estão no topo da lista, representando 76,7% do total. Em seguida, aparecem as empresas dos setores de comércio e serviços (16,1%), consumidores rurais (3,8%), indústrias (2,5%), poder público (0,8%) e outros tipos, como serviços públicos (0,1%) e iluminação pública (0,01%). Para acompanhar de perto a evolução da microgeração e minigeração distribuída solar fotovoltaica nos estados brasileiros, a Absolar desenvolveu um Ranking Nacional Solar Fotovoltaico, que compara as potências instaladas em cada unidade da Federação. Atualmente, o Estado de Minas Gerais lidera o ranking nacional, com 22,10% da potência instalada no País, seguido pelo Rio Grande do Sul (14,16%), São Paulo (12,63%), Santa Catarina (7,09%) e Paraná (5,43%).
Pesquisa
Sebastião Barbosa assume Embrapa
O
pesquisador aposentado Sebastião Barbosa, que atuou na unidade de Algodão da Embrapa, será o novo presidente da empresa que é vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Barbosa substituirá Maurício Lopes, também funcionário da empresa que, ao encerrar sua gestão, em segundo mandato, voltará à função de pesquisador. A posse está prevista para este mês de outubro. 39 | Revista Novo Rural | Outubro de 2018
Juntos
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