Revista Novo Rural | Abril 2018

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R E V I S TA

NOVO

PARCEIROS DO LEITE

PARCdEa faIRmílAia RURAL

INFORMA | ORIENTA | INSPIRA

Vacas livres de brucelose e tuberculose são garantia de êxito na atividade leiteira

Ano 2 - Edição 17 - Abril de 2018

AGRICULTURA Colheita da soja começa com preços em alta

FORMAÇÃO PARA A VIDA A revista é uma iniciativa de

APOIO

REALIZAÇÃO

Casas Familiares Rurais se consolidam como escolas importantes para a formação de jovens rurais conscientes dos desaos do setor e do seu papel nesse contexto. Veja como este trabalho é realizado em Frederico Westphalen e Alpestre


Esse é o nosso principal compromisso!

A

revista Novo Rural foi criada com propósitos bem claros, de inspirar, orientar e informar as famílias rurais da nossa região, respeitando a cultura e as características locais. Neste quase um ano e meio de convivência mais próxima com as pessoas envolvidas com o setor, ficou muito claro que temos um compromisso ainda maior, o de incentivar a permanência do jovem no campo através da divulgação dos bons exemplos, das famílias, que a seu modo, mas com sucesso, realizaram ou estão realizando a sucessão no campo, dando espaço para que as gerações mais novas possam visualizar na propriedade um futuro promissor com qua-

campo, segue comprometida em incentivar que o jovem veja na propriedade seu futuro, com melhores possibilidades das que poderia encontrar na cidade. É assim que também queremos contribuir com o desenvolvimento da nossa região. Deixo o convite para que confira todas as reportagens, pois esta edição está repleta de novas ideias e orientações que farão a diferença na sua propriedade. Além de desejarmos uma excelente leitura, convidamos você e sua família a visitarem a revista Novo Rural na Expofred, junto ao estande da Emater/RS-Ascar.

lidade de vida. Neste contexto, as casas familiares rurais, com seu regime de alternância consagrado mundialmente, são uma ferramenta fundamental para fomentar a permanência do jovem na propriedade. Nesta edição, entre tantos assuntos relevantes, destacamos na capa o modelo de ensino que vem gerando excelentes frutos há várias décadas e que merece o reconhecimento da sociedade. Junto com estas entidades e as demais que estão de fato engajadas nesta causa, a revista Novo Rural, mesmo sem o apoio de várias instituições que têm o compromisso com o desenvolvimento do setor rural e dependem da sucessão no

NESTA EDIÇÃO

Patrícia Cerutti - Diretora

20 Tecnologia

3 Agricultura

Aplicativos para o celular podem ser aliados do produtor de leite. Conheça mais sobre o Pastejando, lançado pela Embrapa.

Veja como está a colheita da soja na região, bem como a expectativa para a safra de amendoim. Leia também sobre como a pitaia pode ser uma alternativa de renda para propriedades familiares. O uso do plantio direto na horta também é tema da editoria.

22 Juventude Rural Nesta edição, a reportagem de capa é sobre o ensino das Casas Familiares Rurais de Frederico Westphalen e Alpestre. Conheça um pouco mais sobre a Pedagogia da Alternância e como isso repercute na decisão dos jovens em permanecer no meio rural.

12 Parceiros do Leite Saiba como o combate à brucelose e à tuberculose pode ser estratégica para os tambos de leite, além ser uma questão de saúde pública. Nesta edição, a Novo Rural começa uma série sobre o assunto.

26 Cooperativismo Novidades do setor são expostas pela editoria, como a aquisição de novos equipamentos para a Coperametista, em Ametista do Sul, assim como informações de como estão sendo as assembleias de algumas das cooperativas da região.

16 Pecuária Na suinocultura, a biossegurança é essencial para garantir a sanidade dos animais e a credibilidade diante mercados internacionais. Veja também dados do ranking dos municípios que mais encaminham suínos para o abate no Rio Grande do Sul.

33 Qualidade de Vida Saiba como é importante o cuidado com os olhos para prevenir o ceratocone. Aprenda também a fazer um escalda-pés para ajudar a aliviar o cansaço do dia a dia.

A revista Novo Rural é uma publicação realizada em parceria por Convênio:

Diretora

Editora-chefe

Coordenador financeiro

Gerente Comercial

Patricia Cerutti

Eduardo Cerutti

Foto da capa Circulação Mensal

Gracieli Verde

Tiragem

13 mil exemplares

Fone: (55) 3744-3040 Endereço: Rua Getúlio Vargas, 201 - B. Ipiranga Frederico Westphalen/RS

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Revista Novo Rural

@novorural

Gracieli Verde

Dione Junges

Diagramação e publicidade Fábio Rehbein, Karen Kunichiro e Leonardo Bueno

55 99624-3768

ABRANGÊNCIA: Alpestre, Ametista do Sul, Barra Funda, Boa Vista das Missões, Caiçara, Cerro Grande, Chapada, Constantina, Cristal do Sul, Dois Irmãos das Missões, Engenho Velho, Erval Seco, Frederico Westphalen, Gramado dos Loureiros, Iraí, Jaboticaba, Lajeado Do Bugre, Liberato Salzano, Nonoai, Nova Boa Vista, Novo Barreiro, Novo Tiradentes, Novo Xingu, Palmeira das Missões, Palmitinho, Pinhal, Pinheirinho do Vale, Planalto, Rio dos Índios, Rodeio Bonito, Ronda Alta, Rondinha, Sagrada Família, São José das Missões, São Pedro das Missões, Sarandi, Seberi, Taquaruçu do Sul, Três Palmeiras, Trindade do Sul, Vicente Dutra e Vista Alegre.


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Milho

Agricultura

Milho: preço aumenta, mas leilão deve segurá-lo

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te em abril. A ideia, segundo o secretário de política Agrícola do Ministério da Agricultura, Neri Geller, é segurar os custos de produção para criadores de suínos e aves. Por isso, o leilão é focado nos Estados do Sul. Conforme levantamento da Emater/RS, na semana de 26 a 30 de março, o preço da saca variou entre R$ 30 e R$ 38/saca no Estado. No dia 23, nas praças de Sarandi e Panambi, o valor da saca ficou em R$ 34. Na região de Erechim, o preço era de R$ 40 reais/sc.

Gracieli Verde

pós uma reação no preço da saca de milho no início as segunda quinzena de março, em que o valor aumentou para a casa dos R$ 40 em algumas praças brasileiras, um anúncio da Conab de que haverá um leilão de um milhão de toneladas do produto repercutiu em “segurar” o mercado, conforme analistas de Safras & Mercado. A notícia é boa para o setor de produção de carnes. Mas, ainda resta a expectativa de quando a Conab fará o leilão, possivelmen-

Preço controlado do milho favorece setor de carnes

PRIMEIRO CONCURSO DE PRODUTIVIDADE AGRICENTER

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Agricenter, buscando fazer seus clientes produzirem cada vez mais, desafiou através de um concurso de produtividade, lançado em novembro de 2017, produtores a fazerem um manejo diferenciado em suas áreas, visando atingirem e explorarem o máximo potencial produtivo na cultura da soja. O concurso teve vagas limitadas para o primeiro ano, além de apoio e participação de empresas parceiras, como a Sementes Fabris com toda linha de sementes Monsoy e Brasmax, Bayer com todo portifólio de fungicidas e inseticidas e a Stoller com toda a linha de nutrição foliar. O projeto teve a finalidade de avaliar áreas de sequeiro com manejo realizado pelo produtor em comparação com o “MANEJO AGRICENTER”, onde durante todo o período compreendido entre a implantação, crescimento e desenvolvimento da cultura, teve acompanhamento técnico de nossos engenheiros-agrônomos. O principal objetivo do concurso é demonstrar que

independentemente das condições climáticas, se bem manejada e conduzida, a cultura pode expressar todo o seu potencial produtivo, tornando a relação custo-benefício viável. – Estamos na fase de colheita e o resultado já é positivo. Com base no acompanhamento de áreas já colhidas, percebemos que as que sofreram com a falta de chuva durante o período que antecedeu a colheita se sobressaíram expressivamente com o manejo acompanhado por nossos técnicos sobre as demais áreas testemunhas. Fica nítida a satisfação e os benefícios obtidos após fazer este trabalho – destaca a comissão organizadora do concurso. A Agricenter busca inovar sempre em prol de nossos clientes, aliando as novas tecnologias a um bom manejo, e para isso destacamos a tecnologia Climate Fieldview, que está revolucionando o campo através da agricultura digital na palma da mão, sendo que falaremos mais sobre a tecnologia nas próximas edições.

AGRICENTER, DO PLANTIO A COLHEITA O SEU PARCEIRO NO AGRONEGÓCIO. 3 | Revista Novo Rural | Abril de 2018


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ABRIL

2018 Dias 6, 7 e 8

WhatsApp: (55) 9.9624-3768

Fale conosco pelo

10ª ExpoBarra

revistanovorural@oaltouruguai.com.br

Parque de exposições da cidade de Barra Funda

facebook.com/revistanovorural

Dia 6 Seminário Vida e Harmonia Plantas Bioativas e Condimentares

COMENTÁRIOS Reprodução

Suinocultura Gobbi No facebook.com/ revistanovorural você confere mais informações sobre os projetos de expansão da Suinocultura Gobbi, de Rondinha. O sócio-proprietário Rogerio Gobbi dá dicas importantes para quem quer investir no setor.

14 horas Ginásio anexo ao parque de exposições de Barra Funda

Dia 7 Feira da Saúde Caiçara

Dia 14 Gincanafest da Cooperação - 25 anos da Coopac

Reprodução

8h30min Linha Savaris, Constantina

Dia 21 Agricenter A primeira Noite de Campo da Agricenter foi sucesso. Veja mais detalhes do evento acessando o vídeo em bit.ly/agricenter.

Jogos Rurais

9 horas Linha Maneador, Nova Boa Vista

Dia 25 Seminário Regional de Produção e Processamento de Mandioca 9 horas - Caiçara

Colunas Se você quer compartilhar com os amigos e parceiros as colunas da revista Novo Rural, os textos também ficam disponíveis no facebook.com/revistanovorural. Basta acessar a aba Notas, ler, curtir e compartilhar! Aproveite mais este espaço para ter acesso à opinião do nosso time!

Dia 28 Gincanafest da Cooperação - 25 anos da Coopac

9 horas Linha Bela Vista São Pedro, Ronda Alta

27-04 a 1º-05 Expofred 2018 Parque de exposições Frederico Westphalen

Dia 30 Reunião do Fórum Regional do Cooperativismo Parque de exposições Frederico Westphalen

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Agricultura

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Amendoim começa a ser colhido Marcela Buzatto/Emater/Divulgação

São José das Missões se destaca com a cultura na região

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a região, o município que se destaca na produção de amendoim de forma mais comercial é São José das Missões – por mais que esta seja uma cultura muito habitual nas propriedades, com foco na subsistência. Neste ano, como forma de aprimorar questões técnicas relacionadas à cultura, o município inovou com a realização de um dia de campo específico sobre o amendoim, uma forma de marcar também a abertura da colheita localmente, no dia 27 de março. – É uma necessidade urgente a de aumentar a área cultivada para atender a demanda, bem como de ajustar os procedimentos técnico-produtivos, para diminuir a penosidade do trabalho e, ao mesmo tempo, ampliar a produtividade e garantir renda às famílias envolvidas. Para se ter uma ideia do mercado, durante seis meses do ano há falta do produto, enquan-

Expectativa de produtividade neste ano: 350 quilos por hectare com casca, o que representa algo em torno de 2.500 quilos por hectare sem casca.

Isso garante ao agricultor uma renda bruta de cerca de R$ 20 mil por hectare.

to que a procura permanece muito alta – explica o extensionista e agrônomo Mairo Piovesan, da Emater/RS local. Detalhes técnicos relacionados ao manejo e aos tratos culturais do amendoim, como o manejo de solo, espaçamento de plantio, a colheita mecanizada, a limpeza e a secagem da produção, foram abordados

na programação, realizada na propriedade de Nelson Arnoldo, na linha Primeiro de Maio. Técnicos da extensão rural de Augusto Pestana também apresentaram dados da produção de amendoim, uma vez que é o município considerado o segundo maior produtor estadual da cultura – mas também já figurou em primeiro lugar.

São José das Missões tem uma área de cerca de 30 hectares com foco comercial nesta safra, envolvendo 35 famílias.

Nesta safra a qualidade do amendoim é considerada excelente, graças aos bons índices de chuvas em São José das Missões.

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Agricultura

Grãos Fotos: Gracieli Verde

Carlos Alberto Amaral em uma das lavouras em Dois Irmãos das Missões

Lúcio André de Lima garantiu preço em venda antecipada de 10% da produção

Colheita da soja otimista e com preços em alta Na última semana de março, valor pago pela saca se manteve praticamente com R$ 10 a mais do que o mesmo período do ano passado

Gracieli Verde

revistanovorural@oaltouruguai.com.br

C

hegada a hora de colher a soja, é mais um momento de expectativa para produtores, assistência técnica e mercado de forma geral. Afinal, é o encerramento de um ciclo em que se espera boa produtividade e rentabilidade com a principal cultura agrícola brasileira. Com a colheita a todo vapor, na medida em que o clima “colaborava”, na última semana de março já dava para ter indícios de que os números tendem a ser positivos – fica a expectativa para ver se isso se confirma mais adiante. Até porque, o preço também já tem se mostrado melhor do que na safra passada. No fim de março de 2017, o valor pago por saca da soja ao produtor não passava de R$ 60. No mesmo período de 2018, o preço fechou na casa dos R$ 69 em Frederico Westphalen – valor semelhante também em Sarandi –, R$ 70 em Panambi e R$ 75 em Passo Fundo. Certamente é uma

motivação a mais para o produtor. Esse preço – caso se mantenha nesses patamares – deve compensar no bolso do produtor, segundo Carlos Alberto Amaral, que cultivou 200 hectares de soja em Dois Irmãos das Missões. O agricultor considera a safra positiva, apesar de ainda esperar que a média aumente até o fim da colheita. Nas primeiras áreas colhidas a média ficou entre 60 e 65 sacas/ha. “Se tivéssemos mais regularidade nas chuvas, poderíamos ter um desempenho melhor”, disse, no dia 22 de março. No mesmo município, o produtor Lúcio André de Lima tem conseguido alcançar a produtividade de 70 sacas/hectare nos primeiros 48 hectares colhidos, do total de 100 hectares plantados com a soja. Segundo ele, este é o mesmo rendimento da safra passada. Ele já garantiu preço em pelo menos 10% da produção, com a venda antecipada do grão, tendo em vista o cenário de menos margem que os produtores tiveram no ciclo anterior. “Serve como uma prevenção para o caso de o preço não reagir”, diz.

Tem também quem respira aliviado ao colher, porque sabe que em outras regiões do Estado, especialmente na metade Sul, o clima foi muito mais prejudicial para a cultura. Nos 29 hectares do agricultor José Neuto Canterle, 64 sacas/ha era a produtividade inicial. “Não dá para se queixar”, exclamou, mesmo sabendo que o potencial da lavoura poderia ser para mais. Outro produtor contente em colocar a colheitadeira para funcionar era Elimar Pereira Martins. Nos 11 hectares de lavoura, viu a média subir neste ano. De 58 sacas/ha do ciclo passado, agora colheu 65 sacas/ha, motivo para comemorar. Em Dois Irmãos das Missões são mais 15 mil hectares cultivados com a soja. “Onde choveu dentro da média, a produtividade tem sido de pelo menos 70 sacas/hectare, mas mesmo em áreas que a chuva foi escassa em dezembro passado, a média tem se mantido em 64 sacas/ha”, explica o técnico agropecuário Darci Iora, da Emater/RS-Ascar. Por lá, 30% da área já está colhida.

O que a safra representa para a região Com um preço um pouco mais atrativo para o produtor, a movimentação econômica para os municípios que têm áreas mais consideráveis da cultura é ainda mais importante ao longo da safra. Nas abrangências dos Coredes Médio Alto Uruguai e Rio da Várzea, são 367,2 mil hectares de soja, segundo dados da Emater/RS-Ascar. 6 | Revista Novo Rural | Abril de 2018

Se for considerada uma produção média de 55 sacas/ hectare, na região o montante bruto gerado nesta temporada chega bem perto de R$ 1,4 bilhão. O aumento de cerca de R$ 10 no preço por saca nesta semana eleva esse valor, que ano passado girava em torno de R$ 1,2 bilhão, praticamente com a mesma produção. 6 | Revista Novo Rural | Abril de 2018


Grãos José Neuto Canterle: “Não dá para se queixar”

Elimar Pereira Martins: dos 58 sacas/ha do ciclo passado, agora colheu 65 sacas/ha

Palmeira das Missões No Estado

A colheita as soja chegou a 20% da área total no dia 29 de março, segundo a Emater/RS-Ascar. As primeiras áreas colhidas apresentaram rendimentos dentro das expectativas e variam conforme a região analisada. Em localidades afetadas que tiveram falta de chuvas no final do ciclo, os rendimentos variam entre 35 e 40 sacas/ ha. Mas, em municípios onde as precipitações não comprometeram o desenvolvimento da cultura, os rendimentos têm ficado em torno de 60 sacas/ ha (3,6 mil kg/ha).

Em Boa Vista das Missões,

a produtividade tem variado entre 60 e 80 sacas. “Se vê algumas lavouras com ótimos desempenhos”, comenta o técnico Leonidas Piovesan, da Emater/RS. Lá são 13,5 mil hectares com a soja.

registra 20% da área colhida e deve somar cerca de 360 mil toneladas de soja nesta safra. São 90 mil hectares com a cultura. Por enquanto, a produtividade das lavouras tem girado em torno de 4 mil quilos/ hectare, o que corresponde a 66 sacas/ha. A Emater/RS estima que a colheita deve seguir até a metade de abril, se o clima colaborar. “Até o momento a qualidade do grão tem sido satisfatória”, assinala o agrônomo Felipe Lorensini, da Emater/RS.

Em Nonoai, 60% dos 19 mil hectares está co-

lhido, com um rendimento entre 65 e 70 sacas/hectare, conforme levantamento da Emater/RS – mas tem quem colheu mais de 80 sacas/ha. “Na soja mais tardia há uma projeção de perda de 15%”, ressalva o técnico Leonido Albuquerque, da extensão rural.

Em Trindade do Sul, 13 mil hectares são ocupados pela soja

e 40% já estão nos armazéns. No município o cenário também é semelhante a outros que têm rendimentos diferentes conforme as áreas, em virtude de as chuvas terem sido bastante irregulares. “Em uma parte da área pode se chegar a 70 sacas/ha, já em outras devem manter-se em 55/60 sacas/ha”, observa o técnico agropecuário Marcos Lopes, da Emater/RS.

Em Chapada, dos 40 mil hectares de soja,

35% da área está colhida. A produtividade média por lá se destaca, ficando na casa de 70 sacas por hectare. “Em variedades mais precoces, entretanto, a produção é mais baixa. Fora isso, há variações de 50 até 90 sacas/hectare”, assinala o técnico agropecuário Adilson Wagner, da Emater/RS.

Em Ronda Alta, 40% dos 25 mil hectares

de soja estão nos armazéns. A produtividade média tem ficado em 60 sacas por hectare. “Mas há que ponderar que temos áreas com desempenho ainda melhor, o que variou conforme as condições climáticas de cada região do município”, comenta o técnico agropecuário Luciano Miglioransa, da Emater/RS.

Em Erval Seco, onde 14,5 mil hectares fo-

ram cultivados com a oleaginosa e 50% da área está colhida, se percebe que os índices de produtividade devem melhorar. Estimativa da Emater/RS aponta um rendimento médio de 65 sacas/hectare – na safra passada isso variou entre 60 e 62 sc/ha.

Em Seberi há um pouco de redução da produtividade em algumas áreas, mas isso é considerado irrisório diante do bom desempenho da maior parte das lavouras, segundo a equipe da Emater/RS, depois de ter 35% da soja plantada já retirada das áreas. No total são 13,4 mil hectares. Em Três Palmeiras, nos 9 mil hectares

de soja, a Emater/RS estima um rendimento de 50 a 55 sacas/hectare. “A expectativa é que essas lavouras rendessem pelo menos 70 sacas/ha”, segundo o técnico agropecuário Hortêncio da Trindade, da Emater/RS. O que compensa é a qualidade do grão.

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Agricultura

Geral Luiz Fernando Bertuol/Afubra/Divulgação

Plantio direto é alternativa no cultivo de hortaliças

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Experimento começou com produtores no interior de Santa Cruz do Sul

primorar a produção de hortaliças é cada vez mais importante em um mercado competitivo e que qualidade é palavra de ordem. Na 18ª Expoagro Afubra, realizada em Rio Pardo, entre os dias 20 e 22 de março, novidades para o setor foram expostas aos visitantes. Uma delas foi o uso do plantio direto também para hortaliças. O técnico agrícola Nataniél Sampaio, da Afubra, explica que em 2017 quatro produtores do interior de Santa Cruz do Sul foram convidados a apostar na alternativa e o experimento deu certo. Ele explica que ao plantar diretamente na palhada, a estrutura do solo é beneficiada nos âmbitos biológico, químico e físico, com foco na sustentabilidade e na preservação. Entre as vantagens da alternativa de plantio estão maior poder de armazenamento de água, redução no nascimento da plantas invasoras e de erosão, proteção do solo quanto à incidência de raios solares e das chuvas, entre muitos outros. Segundo Sampaio, a expectativa é de que em 2019 os participantes da Expoagro Afubra já possam conferir a horta da feira totalmente no sistema de plantio direto.

Divulgação

Novos cultivares de feijão e batata-doce Durante a 18ª Expoagro Afubra também foram lançados novas cultivares pela Embrapa. Um dos lançamentos é o feijão preto BRS Paisano. O grão é o primeiro desenvolvido pela instituição com foco na produção orgânica. Além de grande estabilidade de produção, também apresenta qualidade culinária e cultivo em 90 dias. Outro destaque é a batata-doce BRS Gaita, que é destinada à alimentação e à produção

Brasileiros conhecem realidade argentina na área de erva-mate

D Ervais argentinos sob análise dos brasileiros

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de etanol. Enquanto que a média geral é de 13 toneladas por hectare, com a BRS Gaita foram registradas produções de até 75 toneladas por hectare. Já a utilização na produção de biocombustíveis deve-se à concentração de amido, por exemplo, o que potencializa comercialização para o mercado internacional. Neste momento o foco foi a multiplicação, mas em breve mudas devem entrar no mercado.

estacar o potencial da erva-mate, tendo em vista a importância cultural do chimarrão no Estado, é um dos objetivos de uma série de entidades que tem trabalhado para melhorar o processo produtivo em nível regional e estadual. Essa busca tem sido feita através de uma série de ações, tornando mais fortes os laços entre os elos do setor, como produtores, viveiristas, indústria e assistência técnica. O Programa Gaúcho para Valorização e Qualificação da Erva-Mate, que inclusive já foi pauta por aqui em outras oportunidades, tem contribuído para esse debate em torno do assunto. Nessa linha, em uma ação conjunta com o Instituto Brasileiro da Erva-Mate (Ibramate), uma viagem técnica à Argentina foi realizada no início do ano, reunindo pessoas do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, justamente para conhecer a realidade do país vizinho quando se trata desse assunto. No roteiro da comitiva esteve a maior indústria de processamento da erva-mate do país vizinho e do mundo, localizada na província de Corrientes, cidade de Governador Virasoro, a Establecimiento Las Marias. Somando área própria e de parceiros, são 15 mil hectares de erva-mate. Lá são executadas todas as etapas, desde a produção de mudas (via sementes e propagação vegetativa), manejo das plantações, colheita e processamento da erva-mate e chás no complexo industrial.

Outro local visitado foi o Instituto Nacional de Tecnologia Agropecuária (Inta), que conta com uma área de 480 hectares dedicada à pesquisa na erva-mate, chás, atividades silvipastoris e culturas florestais. O coordenador-regional da Agricultura e presidente do Corede Rio da Várzea, Joel Alexandre Rubert, que esteve com a comitiva, ressalta que por lá foi possível entender como os argentinos conseguiram melhorar o desempenho dos ervais ao longo dos anos, investindo em melhoramento genético. – Conseguimos visualizar os vários estágios da cadeia produtiva, desde a escolha das árvores matrizes até a produção de sementes e mudas. O melhoramento genético, o manejo nas plantações, a colheita, a armazenagem e o processamento do produto final são requisitos para um produto de qualidade – avalia Rubert. Sob a ótica do coordenador-técnico da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva da Erva-mate no RS, o engenheiro-florestal Tiago Antonio Fick, fica evidente a necessidade de organização do setor em torno de uma instituição forte e representativa de todas as etapas da cadeia produtiva, para o contínuo desenvolvimento da atividade ervateira e a conquista do mercado nacional e mundial. “É possível o crescimento de nossa cadeia produtiva, juntamente com a Argentina. Devemos aprender com nossos hermanos o poder da organização e cooperação de todos os integrantes da cadeia produtiva”, defende. 8 | Revista Novo Rural | Abril de 2018


Frutas

Agricultura

Demanda por pitaia cresce no Estado

“Temos muito a expandir, porque 99,9% da população desconhece a fruta.”

Regiões costeiras a rios têm tido boas experiências com a fruta, segundo empreendedor da área

Jorge Volkweis, da Pitaya do Brasil

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busca por alimentos ricos em propriedades benéficas para o organismo estimula entre os consumidores urbanos a compra de produtos diferenciados. É nesta linha que a demanda por frutas exóticas cresce. A pitaia é uma delas. Muito mais frequente nas fruteiras até mesmo na região, ela tem sido alternativa de renda em localidades como Torres, Rio Pardo, Santa Cruz do Sul, Cachoeira do Sul, Santo Antônio da Patrulha, entre outros espalhadas no Estado, como no litoral, além do Sul catarinense. Durante a 18ª Expoagro Afubra, realizada entre os dias 20 e 22 de março, em Rio Pardo, a empresa Pitaya do Brasil estava justamente prospectando futuros parceiros para ampliar a produção. Com sede em Novo Hamburgo, o empreendimento surgiu há quatro anos, com a participação de sócios que tinham pequenos sítios e buscavam uma alternativa para ter rendimentos a partir dali. Hoje eles possuem plantações e viveiros tanto em Novo Hamburgo como em Belém, no Pará. Os viveiros têm certificação fitossanitária, inclusive. – Buscamos as primeiras mudas em Santa Catarina e identificamos que lá havia dificuldade na venda, por isso entramos nesse processo e hoje temos parcerias com redes como a Zaffari e Walmart, aqui no Estado, mas com possibilidades de vender para fora também. Sem contar que na rede Walmart, das 104 lojas no Estado, estamos apenas em 30 – conta o diretor comercial do empreendimento, Jorge Volkweis, ressaltando justamente que há mais mercado, pois 99,9% da população desconhece a fruta. Segundo ele, o cultivo da planta requer áreas que não tenham incidência de geadas. Regiões costeiras a rios têm tido boas experiências com a fruta. “Inclusive há experimentos e produtores já utilizando o cultivo protegido, semelhante ao que vem sendo feito com a uva”, relata.

Saiba mais sobre a pitaia O plantio pode ser realizado durante todo o ano, evitando os meses mais quentes e frios do ano. A melhor época é de setembro a dezembro. No Sul a colheita se dá entre janeiro e maio. A empresa também tem áreas projetadas em Belém, no Pará, onde a planta consegue produzir os frutos de junho a dezembro. A busca é por ter a pitaia no mercado o ano todo.

Em Santa Catarina, a empresa tem 28 produtores integrados, com produtividade que varia de 25 a 45 toneladas por hectare. Isso é resultado de um trabalho de melhoramento no manejo e assistência técnica. Já tem uma série de subprodutos que estão sendo desenvolvidos e estudantes de universidades como a Federal de Pelotas, Federal do Rio Grande do Sul e da Unisinos estão pesquisando vários aspectos da fruta, como sementes, casca e outros temas.

Depois de plantada, a estimativa é que a fruta pague grande parte do investimento no segundo ano. No primeiro ano o ideal é que as frutas sejam descartadas, para priorizar o bom desenvolvimento da planta. No segundo ano é possível colher e no terceiro ano a pitaia é considerada adulta, com melhor desempenho na produtividade.

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Dia de Campo

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Taquaruçu do Sul

Cotrifred recepciona centenas de agricultores Emater/RS também teve espaço garantido em parceria com a cooperativa

A

s diversas parcerias que a Cotrifred construiu ao longo dos anos na área agrícola ficaram evidência em mais uma edição do tradicional Dia de Campo de Soja e Milho, que ocorreu na área experimental da cooperativa, em Taquaruçu do Sul. Uma série de marcas parceiras puderam fortalecer a relação com os clientes e cooperativados que participaram do evento, mostrando produtos e serviços para melhores resultados nas lavouras de milho e soja. O dia de campo ocorreu nos dias 28 de fevereiro e 1º de março. Há alguns anos o evento também se desafia a trazer novidades em variedades de sementes de milho e soja, uma forma de mos-

>> Emater/RS faz abordagem sobre solos

trar para os visitantes materiais que estão “entrando em campo” e sobre os quais ele tem curiosidade para as próximas safras. Uma das mais recentes parceiras da cooperativa, a Pionner, também demonstrou o potencial de diversas variedades. O engenheiro-agrônomo Carlos Ramiro Joaquim, da Cotrifred, comenta que esta é mais uma oportunidade de os produtores se atualizarem. “Temos várias opções de soja que estão se destacando em produtividade e sanidade, como a 3590 PRO, da Agroeste, a 95Y52, da Pionner, assim como a Elite e a Lança da Brasmax”, afirma, salientando que qualquer dúvida pode ser sanada com a equipe técnica da cooperativa e empresas parceiras.

Pela primeira vez no evento, a Emater/RS também pôde expor aos visitantes informações relacionadas ao solo, especialmente sobre a importância de análises periódicas das áreas de lavouras, além da coleta de amostras estratificadas. Dados da área do dia de campo foram expostos. O intuito da equipe técnica da Emater/RS é fazer um trabalho de acompanhamento no local, inclusive com uso de técnicas de escarificação, a fim de demonstrar nas próximas edições o resultado de ações de descompactação de solos. O agrônomo Carlos Ramiro Joaquim reforça que o intuito da parceria é justamente poder oferecer aos agricultores ainda mais informações durante o evento, pois é um momento de troca de ideias, de conhecimento e de aprimoramento técnico para todos.

Divulgação

Atividades foram organizadas pela equipe da Emater/RS e Secretaria de Agricultura

Nova Boa Vista

Criação de peixes é abordada A

produção de peixes, mesmo para consumo das famílias, é considerada importante para a economia dos municípios, mesmo que em menor escala. Para abordar questões relacionadas ao tema, no dia 16 de março uma tarde de campo foi realizada na propriedade de Helmut e Altair Escher, em Nova Boa Vista. O encontro foi organizado pela Secretaria da Agricultura e Emater/RS. Entre os temas esteve o manejo da atividade, alimentação, pragas e doenças, além do abate correto de peixes visando maior aproveitamento da carne.

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Gracieli Verde

Área experimental da cooperativa está localizada em Taquaruçu do Sul


Dia de Campo

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Marcela Buzatto/Emater/Divulgação

Novo Barreiro

Leite é foco de evento

A

propriedade da família Smaniotto, em Novo Barreiro, sediou mais um dia de campo sobre produção leiteira, uma vez que é uma das unidades de referência do Programa Gestão Sustentável da Agricultura Familiar e também de forrageiras de verão, numa parceria da Embrapa e Emater/RS. O encontro ocorreu no dia 16 de março. Um dos temas foi abordado pelo assistente técnico Valdir Sangaletti, da Emater/RS. Ele explicou sobre planejamento forrageiro, ressaltando que, além dos agricultores produzirem uma forrageira de excelência, é preciso fazer o plane-

jamento para garantir pasto o ano todo. O veterinário Alencar Santos Piovesan, da Emater/RS, tratou sobre sanidade animal. A Embrapa também teve espaço em duas estações. Uma sobre forrageiras de verão, com o pesquisador Renato Fontanelli. Já a pesquisadora Jane Rodrigues de Assis Machado trouxe aos produtores três diferentes variedades de forragens de verão, sorgo, milheto e capim-sudão, apresentando as características e os benefícios de cada espécie. A instituição também pôde expor informações sobre manejo do solo, com foco na compactação e adensamento do solo.

Estações foram instaladas na propriedade da família Smaniotto

Iraí

Produção sustentável no campo em pauta

Família Marcolin também recebeu produtores N

Debora Theobald

Frederico Westphalen

a linha Águas Frias, a família Marcolin, interior de Iraí, foi escolhida para sediar um dia de campo com destaque à importância da profissionalização como garantia de melhores resultados para a propriedade rural. O evento, promovido pela Emater/RS, prefeitura, Cotrifred e Sindicato dos Trabalhadores Rurais, reuniu produto-

res e estudantes da Casa Familiar Rural, no dia 21 de março. Estações abordando temas como boas práticas na ordenha, demonstração de preparo de feno, manejo e fertilidade do solo e sucessão familiar, foram os enfoques do dia de campo, que teve como objetivo despertar a importância da profissionalização das atividades rurais.

Debora Theobald

Palestras sobre temas diversos foram realizadas em São João do Porto

P

rodutores de Frederico Westphalen, junto com técnicos da área agrícola, tiveram a oportunidade de conhecer mais sobre o programa Rural Sustentável e outras temáticas no dia de campo promovido pela Emater/RS, no distrito de São João do Porto, no dia 14 de março. Com a presença da engenheira-agrônoma Jacqueline Jacques, responsável por acompanhar os eventos que integram o Rural Sustentável, foi apresenta-

do um panorama geral sobre a atuação e objetivo do projeto, destacando a área de atuação e como as atividades desenvolvidas nas propriedades rurais têm transformado a realidade de agricultores, incrementando a renda e mudando o cenário ambiental do meio rural. Em seguida, profissionais da Emater/RS falaram sobre recuperação de solos degradados, cultivo da nogueira-pecã e integração lavoura-pecuária-floresta.

Interação com público envolveu extensionistas da Emater/RS

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Parceiros do leite

Revista Novo Rural Abril de 2018

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Rebanho longe da brucelose e tuberculose

Na Granja Ortigara, certificação foi renovada em janeiro deste ano

Gracieli Verde

Mais do que seguir a legislação, pecuarista precisa garantir a segurança sanitária do plantel para produção de leite. Certificação de propriedades como livres de brucelose e tuberculose é alternativa para incentivar produtores a monitorarem os rebanhos Gracieli Verde

revistanovorural@oaltouruguai.com.br

T

er a garantia de um rebanho sadio e agregar valor à produção de leite em função disso é uma das vantagens de o bovinocultor fazer testes regulares para o controle da brucelose e da tuberculose. Por mais que a legislação apenas exija os testes em caso de transporte dos animais, inclusive para abate, ter os exames do plantel em dia pode ser muito mais vantajoso. “Nós recebemos dois centavos a mais por cada litro de leite vendido pelo fato de ter a certificação”, conta o produtor Elido Ortigara, do interior de Taquaruçu do Sul, onde mantém com o irmão Adelar uma granja com um plantel de mais de 50 animais em lactação. Na quantidade total de lei-

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te vendida, cerca de 45 mil litros por mês, isso remunera quase R$ 900/mês a mais do valor da produção. Essa bonificação recebida pelos Ortigara serve como incentivo, porque auxilia na redução do custo com os testes, além de garantir o leite com mais qualidade para a indústria e, consequentemente, para o consumidor. O que se quer, acima de tudo, é trabalhar com tranquilidade. É esse debate que propomos a partir desta edição, que deve seguir, pelo menos, nas próximas duas, a fim de trazer para a vitrine este assunto tão importante para a cadeia produtiva do leite e para as famílias rurais de modo geral. Até porque, o controle dessas doenças é uma questão de saúde pública. Voltando à Granja Ortigara, por lá são mais de 20 anos dedicados à bovinocultura de leite e a preocupação com a sanidade não é de

hoje. “Sempre investimos em inseminação artificial, em recria na propriedade. Isso já diminui muito o risco de contaminação do rebanho, sem contar que as vacinas são aplicadas conforme a lei prevê”, comenta seu Élido. Mas a certificação, que já é mantida por dois anos, veio justamente para conseguir comprovar esse padrão de qualidade do plantel diante de um mercado cada vez mais competitivo. Em um sistema de compost barn, que foi implantado recentemente, ter esse controle efetivo é ainda mais impor-

tante – apesar de isso também já ser feito quando o sistema de produção era a pasto. – Em uma propriedade que tem produção leiteira, é imprescindível fazer os testes para ver como está a situação. O proprietário deve ter essa consciência. Por isso é necessário tanto cuidado ao adquirir animais, porque se não for levado a sério, pode prejudicar todo o rebanho que já está em produção – assinala o médico-veterinário Edson Buzetto, da Inspetoria Veterinária de Frederico Westphalen.


Realização

Em parceria com

Revista Novo Rural Abril de 2018

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Gracieli Verde

O que a legislação prevê O Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose Animal já existe desde os início dos anos 2000 e prevê, minimamente, regras para vacinação do rebanho (para a brucelose, pois para tuberculose ainda não há vacinação preventiva). Foi uma forma de o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) reconhecer que essas doenças são um problema de saúde animal e de saúde pública, uma vez que são zoonoses, que podem ser transmitidas dos animais para as pessoas e vice-versa. Quer dizer, além do impacto econômico que isso pode gerar, é um risco à saúde humana. Mas se referindo à legislação, hoje a exigência é a vacinação contra a brucelose em todas as fêmeas, de três a oito meses. O pecuarista precisa comprovar essa vacinação nos órgãos do serviço oficial de defesa sanitária, ou podem ser multados. Além disso, a comprovação da vacinação é requisito para o pecuarista poder movimentar esses animais (no caso de venda ou qualquer outro tipo de negociação, inclusive para abate). Em caso de não vacinação, todos os animais obrigatoriamente precisam ser testados. Esses testes também são exigidos em caso de compra e venda. A vacinação precisa ser comprovada até o fim de junho ou de dezembro de cada ano na inspetoria. Já o Programa Estadual para Certificação de Propriedades Livres de Tuberculose e Brucelose é uma forma de complementar as ações relacionadas ao tema, conforme é possível verificar na instrução normativa 01/2016, as Secretaria de Agricultura, Pecuária e Irrigação do RS. Uma de prerrogativas deste programa é justamente identificar focos da doença e poder combatê-los. Além disso, é claro, poder certificar as propriedades de leite ou mistas como livres das doenças, o que já é incentivado e até exigido por várias indústrias do setor.

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Revista Novo Rural Abril de 2018

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Parceiros do leite Gracieli Verde

Quando há foco da doença Quando existem casos confirmados de animais com brucelose na propriedade, automaticamente esta é considerada um foco da doença e, logo, é interditada pelo serviço oficial de defesa sanitária animal. A partir deste momento, o produtor não pode retirar nenhum animal do local enquanto não forem testados todos os bovinos da propriedade, até que todos tenham resultado negativo. – Dentro de um prazo de 30 dias, os animais doentes precisam ser sacrificados. Se forem em pouca quantidade, esse descarte é feito na propriedade. Se for em maior número, o produtor precisa encaminhar para um frigorífico, tendo que arcar com despesas como frete e o próprio abate – explica Buzetto.

Produtor tem direito a indenizações dos animais sacrificados Os produtores têm direito a indenização por cada animal abatido como forma de descarte motivado pela brucelose e tuberculose. Isso porque pecuaristas e indústria contribuem para o Fundo Estadual de Sanidade Animal (Fundesa), e dali saem esses valores aos que têm esse problema. “É claro que o valor acaba sendo baixo em relação ao preço comercial dos animais, mas é um direito do produtor diante do prejuízo que essas doenças causam”, pontua. Além disso, o produtor que for indenizado não

Como solicitar a certificação da propriedade? Para o produtor conseguir a certificação, ele precisa ter assistência técnica de um médico veterinário habilitado e custear as atividades de controle da brucelose e tuberculose. Também deve utilizar do sistema de identificação individual dos animais indicado pelo Mapa. A vacinação de todas as fêmeas bovinas entre 3 e 8 meses de idade contra brucelose deve estar em dia. Depois da certificação da granja, o produtor precisa fazer os testes anualmente. Ele também só pode adquirir animais de outras propriedades certificadas. 14 | Revista Novo Rural | Abril de 2018

Independente do sistema de produção adotado, controle dessas doenças é essencial e uma questão de saúde pública

pode adquirir nenhum animal daquela espécie da qual está sendo testado. Já a produção dos animais que ficam na propriedade pode continuar sendo entregue à indústria, no caso do leite, mas é necessário separar os animais infectados até o abate no prazo antes do sacrifício deles, para evitar que esse leite seja dado a animais domésticos ou consumido de outra forma, porque esse produto está contaminado. – Depois disso, para liberar definitivamente a propriedade do ponto de vista sanitário, é preciso aguardar 60 dias e fazer novos testes em todos os animais. Em propriedades consideradas focos da doença, a recomendação é que todas as pessoas da família também façam os exames, pois como são zoonoses, é possível contaminar-se com o contato com esses animais doentes – esclarece Buzetto.

Nas próximas edições, vamos falar mais sobre esse assunto. Se você tem alguma dúvida, encaminha para a gente! Pode falar conosco pelo telefone ou WhatsApp, pelo (55) 9-9624-3768, ou pelo e-mail reportagem2@oaltouruguai. com.br, ou ainda enviando mensagem no facebook.com/ revistanovorural. Esperamos a sua participação!

Para brucelose

Para tuberculose

• Realizar exames de todo o rebanho, num intervalo de 30 a 90 dias entre testes, até que se obtenha resultado negativo em todos os animais testados. Caso tiver algum animal positivo, este deve ser sacrificado.

• Deverão ser realizados exames do rebanho com intervalo de 90 a 120 dias entre testes, até que se obtenha resultado negativo em todos os animais testados. Se houver animais doentes, devem ser sacrificados.

• As coletas devem ser acompanhadas pelo serviço oficial de defesa sanitária animal e os testes realizados em laboratório oficial credenciado.

• Ao obter três testes consecutivos negativos, a propriedade estará apta a receber o certificado de livre de tuberculose.


Realização

Em parceria com

Revista Novo Rural Abril de 2018

Valor pago por litro mostra início de recuperação

Prefeitos propõem realização de audiência pública

E

m março, o valor de referência do leite teve recuperação, segundo análise do Conseleite, chegando ao valor de R$ 1 por litro. Conforme dados do conselho, divulgados no início da segunda quinzena, o valor projetado para março é de R$ 0,9901, 2,56% acima do R$ 0,9654, consolidado de fevereiro. Mais uma vez a necessidade de apoio ao setor entrou em pauta. O presidente do Conseleite, Pedrinho Signori – que também é da direção da Fetag –, sugeriu a realização de uma agenda das áreas econômicas das diferentes entidades que compõem o conselho para debater alternativas para escoamento de excedentes do mercado que permitam equalizar os preços. O professor da UPF, Eduardo Finamore, explicou que houve recuperação do leite UHT (6,73%) no mês. “Mesmo assim, o valor do produto ainda está abaixo de 2016 e 2017”, compara, reforçando o momento de baixa remuneração mesmo com custos de produção praticamente estáveis nos últimos quatro meses. Com a expectativa de um inverno mais rigoroso que anos anteriores, também se espera que o consumo aumente mais neste ano. “A indústria, neste ano, não fez gordura nos primeiros meses do ano, mas, agora, devemos ter uma retomada”, acredita Alexandre Guerra, presidente do Sindilat.

Fevereiro

R$ 0,9654

+2,56%

REDUZA em mais de

15

O

cenário da produção de leite segue em debate por todo o Estado. Em algumas regiões, o preço ainda é considerado baixo, o que ainda desmotiva grande parte dos bovinocultores. Por isso, entidades ligadas ao movimento municipalista também estão se mobilizando para buscar alternativas. Prefeitos ligados à Associação de Municípios da Zona da Produção (Amzop), em reunião realizada no dia 16 de março, em Pontão, decidiram por organizar uma audiência pública sobre o assunto. Incialmente este encontro está marcado para o dia 6 de abril, na UFSM – campus de Palmeira das Missões, a partir das 13h30min. O presidente da Amzop, prefeito Gilson de Carli, de Liberato Salzano, defende que é necessário estudar o estabelecimento de um preço mínimo para o leite, como já ocorreu no passado com a laranja. “Também precisamos discutir o endividamento desses produtores”, diz.

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Suinocultura

Sanidade

Biossegurança levada a sério nas granjas suinícolas Assunto é pauta fundamental para manter mercados de exportação para a carne brasileira

Luizinho Caron falou sobre necessidade de suinocultores terem consciência da biosseguridade na rotina da granja

M

anter a saúde animal em dia nas pocilgas é prioridade dos suinocultores que têm foco em manter mercados importantes para o setor, especialmente a exportação. Por isso, o médico-veterinário e pesquisador Luizinho Caron, da Embrapa Suínos e Aves, de Concórdia/SC, esteve no 4º Seminário Regional da Suinocultura, realizado no dia 15, em Pinheirinho do Vale, com a presença de lideranças e produtores de toda a região. Considerado um tema sempre oportuno para se atualizar, a ideia era justamente ressaltar a relação entre a chamada “biosseguridade” e as exportações. Conforme Caron, esse conceito nada mais é do que o estabelecimento de um nível de segurança de seres vivos, no caso os suínos, por meio da diminuição de ocorrência de doenças. É isso que os “clientes” internacionais, como a Rússia, querem e observam rigorosamente na hora de comprar o produto brasileiro. – Quando as pessoas compram alimento querem segurança alimentar. O mesmo ocorre com esse cliente externo quando compra a nossa carne suína – reforça o pesquisador. Para chegar a um estado de sanidade segura e exemplar é necessário uma série de medidas por parte do suinocultor. Isso exige, além de investimentos, posturas conscientes por parte das famílias que comandam os negócios. – Uma das medidas da biosseguridade é cercar a granja para evitar a entrada de outros animais e pessoas. Ter um portão também é fundamental, para que só pessoal autorizado entre. Mas, se você só deixa esse portão aberto o dia todo, do que adianta? É preciso ter uma consciência e criar uma rotina em cima dessas medidas para que elas sejam, de fato, seguidas – ressaltou o veterinário. Outras atitudes que o suinocultor deve aplicar na propriedade são o controle efetivo de roedores, insetos e a presença de animais domésticos dentro das pocilgas. Estabelecer um programa eficiente de limpeza e desinfecção dos funcionários e de quem mais transita pela granja é fundamental. “Para ter biossegurança é necessário seguir boas práticas sanitárias”, resume Caron.

Um check-list básico para manter a biosseguridade da sua granja Controle de trânsito humano e de veículos. Lembre-se que a granja não é um local de visitação.

Controle de entradas de veículos que transportam ração, água (se for o caso) e outros insumos.

Controle de roedores, insetos, pássaros, animais domésticos e selvagens.

Plano de ação para casos de ocorrência de qualquer agente infecioso.

Controle do movimento de equipamentos e de suínos. Programa de limpeza e desinfecção eficiente. Programa da vacinação.

Programa de testes e amostragem. Lembre-se de sempre consultar as normas que a sua empresa integradora exige. Isso é fundamental para manter os mercados conquistados ao longo dos anos.

“Quando as pessoas compram alimento querem segurança. O mesmo ocorre com esse cliente externo quando compra a nossa carne suína.” Luizinho Caron, pesquisador da Embrapa

Mercado russo pode voltar a comprar carne brasileira Desde o bloqueio das importações da Rússia, em dezembro do ano passado, o mercado da carne suína brasileira tem passado por momentos de instabilidade, entretanto, segundo o presidente da Acsurs, Valdecir Folador, as relações comerciais entre os dois países devem ser restabelecidas. “As exigências feitas pelos russos foram atendidas pelo governo, basta agora eles terem boa vontade”, disse, baseado

O seminário é uma promoção da Emater/RS-Ascar, da Câmara Técnica da Suinocultura e administrações municipais de cidades com tradição nessa área, como Pinheirinho do Vale, neste ano. 16 | Revista Novo Rural | Abril de 2018

em recente conversa com o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi. Mesmo assim, é preciso ser cauteloso. “É importante levar em consideração a lei da oferta e da procura ao investir em novas pocilgas. Não adianta produzir mais do que o mercado pede, ainda trabalhamos pelo equilíbrio entre produção e demanda”, ressaltou.

O próximo município a sediar o Seminário Regional da Suinocultura será Taquaruçu do Sul, que decidirá a data mais viável para a organização da quinta edição.


Mercado Gracieli Verde

Atividade suinícola é a principal geradora de renda para o município de Rodeio Bonito

Rodeio Bonito aumenta em 34,67% o abate de suínos Segundo informações da Seapi, município abateu 277.357 cabeças em 2017

U

m aumento de 34,67% foi registrado no número de abate de suínos em Rodeio Bonito, em 2017, chegando a 277.357 cabeças. A informação é da Seção de Epidemiologia e Estatística (SEE) da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Irrigação (Seapi/RS), com base nas Guias de Trânsito Animal (GTAs), divulgada pela Associação de Criadores de Suínos do RS (Acsurs), no início de março. Conforme este novo ranking, Rodeio Bonito assume a liderança no lugar de Palmitinho. No ano anterior, Rodeio Bonito aparecia na segunda colocação, com 205.942 animais abatidos. Assim, na segunda posição está Palmitinho, com 202.346 animais abatidos, seguido de Nova Candelária, com 195.351; Três Passos, com 174.208; Boa Vista do Buricá, 169.821; Santo Cristo, 146.536; Rondinha,

132.280; Aratiba, 130.609; Camargo, 126.678; e Casca, com 126.575 animais. O ranking relaciona 320 municípios gaúchos e, no total, o Rio Grande do Sul abateu, em 2017, um total de 9.025.071 suínos. Em relação a 2016, houve queda de 3,07% no número de animais abatidos, ou seja, 286.597 suínos a menos. Município de Rodeio Bonito tem histórico na suinocultura. Há muitos anos o município tem na suinocultura uma das principais atividades agropecuárias que movimenta a economia local e regional. Isso repercute diretamente na geração do valor adicionado dos municípios, bem como na geração de tributos municipais. Historicamente, Rodeio Bonito também é um município que mantém incentivos municipais para a atividade. Isso tem gerado investimentos considerados importantes, como o da família Betti, que figurou na edição de outubro de 2017.

Na região As mudanças no ranking também afetaram outros municípios produtores. Rodinha deixou a quarta posição e está em sétimo. Frederico Westphalen passou da 17ª posição em 2016 para 22ª em 2017. Pinheirinho do Vale passou da 16ª para 17ª posição; Pinhal passou do 35º lugar para o 51º; Vista Alegre subiu de 36º para 38º; e Taquaruçu do Sul saltou de 38º para 28º. Já Constantina evoluiu de 43º colocado para 40º na colocação. No link bit.ly/RankingSuinos você confere os dados de todos os municípios do Estado referente a 2017.

44º Dia Estadual do Porco será em agosto Rodeio Bonito sediará o 44º Dia Estadual do Porco, evento itinerante realizado pela Acsurs, marcado para 10 de agosto deste ano. O Dia Estadual do Porco é realizado em parceria com a administração municipal da cidade anfitriã e entidades apoiadoras como Emater/RS, Fundesa, Sindicato das Indústrias de Produtos Suínos do RS, Embrapa e Associação Brasileira de Criadores de Suínos.

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Mercado

Geral Sebrae/RS deve dar mais atenção para setor agro

SLC Comercial presente na Expodireto Cotrijal

M

Priscila Silveira/Jornal AU

Gracieli Verde

ais uma vez a Expodireto Cotrijal registrou crescimento nos negócios. Segundo os organizadores, foram 4% a mais no montante de movimentação financeira da feira se comparado com a edição de 2017. Empresas como a SLC Comercial - Concessionária Autorizada John Deere, que também têm lojas em Palmeira das Missões, Sarandi e Frederico Westphalen, tiveram grande movimentação em seus estandes. Produtos e equipamentos com soluções completas em preparo de solo, plantio, tratos culturais e colheita estavam à disposição dos visitantes, além de condições de crédito diferenciadas.

Parte da equipe da SLC de Palmeira das Missões Gracieli Verde

Gracieli Verde

Diretora do jornal O Alto Uruguai e da revista Novo Rural e o presidente do Conselho Deliberativo Estadual do Sebrae RS, Gedeão Pereira

O

Unidade da SLC de Frederico Westphalen também presente

Nova Planta junto ao estande de Kuhn

Colegas da unidade de Sarandi receberam clientes

Avicultores são reconhecidos por integradora

A

JBS/Seara, unidade de Trindade do Sul, reconheceu e premiou o desempenho de produtividade de granjas de avicultura em março. Uma solenidade comemorativa foi realizada na Sociedade Aquática Recreativa Trindadense (Sart), reunindo produtores, lideranças locais e representantes da empresa integradora. Entre os premiados estão os avicultores Luiz Vedovatto, Deoclésio Grizon, Alencar da Rosa, Volir Marangon e Rosito Vendrusculo. A premiação mensal e anual também incluiu valores em dinheiro aos melhores. As entregas foram feitas pelos representantes Rodrigo Pyrrho e Sérgio Stulp, da JBS/Seara.

Empresa tem sede em Palmeira das Missões Divulgação

A

Nova Planta, que tem sede em Palmeira das Missões, também recepcionou amigos e clientes no estande da Kuhn, durante a Expodireto Cotrijal, em Não-Me-Toque, no início do mês. O empresário Daltro Rinaldi ressalta que a cada ano a exposição é mais uma oportunidade de o agricultor ficar por dentro das novidades e fazer bons negócios. A Nova Planta é revenda autorizada da Kuhn, Brevant Sementes e Indutar. Entrega contou com jantar comemorativo

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novo posicionamento do Sebrae no Rio Grande do Sul foi anunciado no fim de março, em Porto Alegre. O trabalho de reposicionamento de marca teve início em 2017, como resultado do programa de transformação da cultura organizacional. Em 2018 o Sebrae quer ser reconhecido como uma organização mais moderna, parceira, acessível e, sobretudo, transformadora. Entre os destaques desta nova fase do Sebrae/RS devem estar os programas de desenvolvimento de startups, inclusive com foco no setor agropecuário, e lideranças regionais, atendimentos especializados e a plataforma do Sebrae Digital. – Queremos mostrar o poder que o empreendedorismo tem de transformar a vida das pessoas, mudar comportamentos. Mais do que isso, ele gera empregos, faz girar a economia, transformando tudo ao seu redor – assinala o presidente do Conselho Deliberativo Estadual do Sebrae RS, Gedeão Pereira, que também preside a Farsul. Ele ressaltou que no futuro será necessário um aumento de produtividade, apontando a necessidade do crescimento e da mudança, vendo nas novas tecnologias uma aliada para o desenvolvimento. “Para crescer, precisamos dessa mudança aliada ao empreendedorismo. É só empreendendo que podemos desenvolver o social, porque o social nada mais é do que fruto do empreendedorismo”, salienta. Esse foco nas startups também se dará em 2018 com o lançamento do StartupRS Agrotech, para o agronegócio. As inscrições devem começar em abril O foco é para startups que tenham soluções/tecnologias para cadeia da agricultura e pecuária.


Expofred 2018

Feiras

Agropecuária será um dos destaques desta edição Pavilhão da Agroindústria Familiar contará com quase 40 espaços que vão ao encontro das demandas da região, a Emater/RS-Ascar também estará presente com diversos profissionais. No espaço institucional, serão destacadas ações como o Programa Gestão Sustentável da Agricultura Familiar, o Sisleite, o Projeto de Assistência Técnica para Desenvolvimento de Sistemas Sustentáveis de Produção de Leite, além das campanhas regionais nas áreas de alimentação e paisagismo. Outro atrativo da feira será o Pavilhão da Agroindústria Familiar, onde serão disponibilizados 39 espaços para mostrar e vender produtos de agroindústrias de Frederico Westphalen e região. Entre os itens devem estar embutidos, queijos, panificados, conservas, sucos, vinhos e erva-mate.

Gracieli Verde/Arquivo AU

U

ma das feiras mais importantes da região, a Expofred 2018 deve mais uma vez reunir em Frederico Westphalen um expressivo público, grande parte também interessada em setores com a agricultura e a pecuária. O evento está marcado para iniciar no dia 27 de abril e segue até 1º de maio, no parque de exposições Monsenhor Vitor Batistella. Como já anunciada, uma das novidades é a pista de julgamento e de uma arquibancada, a locação de 20 novas baias para a exposição e o julgamento morfológico dos equinos. No setor de suínos, a Via Tecnológica da Suinocultura também contará com empresários do setor expondo produtos e serviços. Com foco na difusão de tecnologias

Criação da terneira será um dos temas do espaço da Emater/RS, na área de produção leiteira

Agenda de eventos paralelos no Espaço da Emater/RS Dia 27 • 9h30min, oficina sobre cultivo de orquídeas. • Às 10h30min, com a palestra sobre criação de abelhas sem ferrão, ministrada pela engenheira-agrônoma Priscila Volpi, da Emater/RS. • Às 14 horas, Seminário Regional de Frutas Tropicais. Na oportunidade, representantes da Indústria de Sucos Alto Uruguai (Isau), de Liberato Salzando, farão uma exposição sobre o plano de expansão da citricultura regional.

Dia 28

Veja o que mais você poderá conferir na área agropecuária Leite

Entre os assuntos que a equipe da Emater/RS-Ascar irá destacar está o manejo da ordenha e qualidade do leite, nutrição animal, planejamento forrageiro, apresentação das variedades de forragens, armazenamento de alimentos (silagem, feno, pré-secado), genética e criação da terneira.

Piscicultura

O enfoque será o sistema de produção intensiva, com demonstração de um viveiro artificial e equipamentos, como aeradores e alimentadores automáticos.

Silo secador

O silo para secagem e armazenagem de grãos apresentado será o modelo-padrão da Emater/RS-Ascar, que possibilita o armazenamento de grãos e a fabricação de ração nas propriedades dos agricultores familiares. O espaço contará também com uma máquina de pré-limpeza e a simulação de uma pequena fábrica de ração.

Olericultura

Em parceria com a Irrigafértil, a Emater/RS mostrará variedades e qualidade de mudas, manejo da horta, sistemas de irrigação e produção protegida.

Fruticultura

Haverá explanação sobre a situação atual da fruticultura da região, qualidade das mudas, manejo de pomares, perspectivas da cadeia produtiva e mercado.

Culturas Anuais e Solos

Na pauta estarão o Manejo Integrado de Pragas (MIP), do Projeto Lavoura de Resultados, além do Programa Estadual de Conservação do Solo e da Água, denominado Conservar para Produzir Melhor.

Cozinha Didática

A filetagem de peixe e o corte de carne suína serão os destaques desse espaço, conduzido pelos extensionistas Larri Lui, de Novo Barreiro, e Luciano Miglioransa, de Ronda Alta. No dia 28 e no dia 30, serão realizadas oficinas de filetagem de tilápia, às 10h30min e às 14h30min. No dia 29 de abril e 1º de maio ocorrem as oficinas de corte de carne suína, nos mesmos horários.

Turismo

As associações de turismo dos municípios da região, bem como as propriedades que já fazem parte desse contexto, estarão em evidência. Os municípios terão um espaço destinado à divulgação dos seus roteiros turísticos.

Apicultura

No espaço serão expostos os equipamentos para apicultura e as caixas que são utilizadas na meliponicultura.

Paisagismo e jardinagem

A equipe da Emater/RS-Ascar ornamentará todo o seu espaço utilizando práticas de paisagismo e jardinagem, para proporcionar aos visitantes um ambiente bonito e acolhedor.

Saneamento básico

Temas como proteção de nascentes, compostagem, limpeza de caixa d’água e separação e destino correto do lixo serão abordados.

Plantas bioativas

Nesta edição haverá grande variedade de plantas bioativas, medicinais e condimentares, além de oficinas, ensinando o preparo de três produtos que utilizam plantas bioativas, como o escalda-pés, óleo de massagem e creme hidratante.

Artesanato

O Pavilhão do Artesanato terá 28 espaços para que os artesãos de toda a região exponham e comercializem seus produtos durante a feira. O artesanato indígena terá um espaço exclusivo na feira.

• Às 9h30min, divulgação do Projeto Adote Bons Hábitos Alimentares, uma ação em parceria da Emater/RS-Ascar, URI, Sicredi e Secretaria da Saúde de Frederico Westphalen. • Às 10h30min e às 15h30min, oficinas de cultivo de gladíolos (palmas). • Às 13h30min, oficina de alimentação saudável. • Às 14h30min, oficina sobre cultivo de orquídeas.

Dia 29 • Às 10 horas e às 14h30min, oficinas de alimentação saudável. • Às 11 horas e às 15h30min, oficina sobre cultivo de orquídeas.

Dia 30 • Às 9 horas, palestra sobre perspectivas da cultura da nogueira-pecã. • Às 10h30min, Fórum Regional do Cooperativismo. • Às 14 horas, Seminário Regional do Porongo. No Espaço da Emater/RS também haverá a participação da Unidade de Cooperativismo da Emater/RSAscar (UCP), das Casas Familiares Rurais de Frederico Westphalen e Alpestre, da Biofábrica de Alpestre e do Orquidário Luft.

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Tecnologia

Geral

O Pastejando pode ser usado em celulares e tablets que tenham sistema Android

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gricultores e pecuaristas cada vez mais informados e conectados são rotineiramente encontrados pela nossa reportagem. Quando o acesso à internet é uma realidade, os produtores rurais conseguem usufruir de uma gama de serviços por meio de aplicativos para auxiliar no dia a dia da propriedade. Bom, até aí, pouca novidade, não é mesmo!? O que queremos, de fato, a cada edição, é reforçar essa necessidade de promover políticas, públicas ou privadas, para que o interior também tenha esse acesso, justamente para poder utilizar novidades como o Pastejando, um aplicativo, lançado pela Embrapa e pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel), para auxiliar no planejamento forrageiro da propriedade, etapa considerada determinante para o sucesso no desenvolvimento de um rebanho, seja de corte ou de leite. Lançado na Expodireto Cotrijal 2018, no início de março, em Não-Me-Toque, e já bastante comentado, o aplicativo está disponível para celulares ou tablets que usem o sistema Android. Na prática, a promessa é substituir as

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planilhas eletrônicas ou cálculos manuais, aumentando a eficiência na gestão de recursos forrageiros e, com isso, reduzir o risco de perda da produção. Esse planejamento serve justamente para projetar as quantidades de alimento que é necessário produzir e/ou armazenar para que o produtor tenha estoque suficiente durante o ano todo, seja no pasto ou nos silos, como no caso da silagem. Através do aplicativo são calculados os valores reais da massa de forragem, acúmulo, desaparecimento, crescimento, consumo e também perdas. Com isso, é possível o produtor ter a real noção de como fará a distribuição de forrageiras nas estações do ano. Os cálculos são feitos automaticamente, sendo necessários apenas o registro de informações e o acompanhamento mês a mês, segundo o analista de transferência de tecnologia da Embrapa Clima Temperado (RS) Sergio Elmar Bender. Mas o programa vai além. Também identifica quais as opções de plantas forrageiras são mais interessantes para o sistema de produção e quais as opções técnicas de manejo mais adequadas para tal.

Ficou interessado em usar o aplicativo? Um passo a passo de como preencher os dados e efetuar os cadastros necessários pode ser visto em um vídeo, no link bit.ly/Pastejando. Acesse e veja como é prático melhorar o controle gerencial relacionados à alimentação do seu rebanho.

Para baixar Basta acessar a loja de aplicativos do seu celular ou tablet, procurar por “Pastejando”, e baixar. É gratuito.

Gracieli Verde

Aplicativo é aliado para “não faltar comida no cocho”


Conectados

Galope: emissão mais rápida de GTAs para cavalos

Divulgação

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grande número de eventos que têm a presença de cavalos, como rodeios e cavalgadas – são cerca de três mil por ano no Estado – exigiram que novas ferramentas fossem lançadas para agilizar a emissão das Guias de Trânsito Animal (GTAs), documento exigido para poder transitar com esses animais fora das propriedades. O aplicativo Galope foi lançado neste início de ano, pela Secretaria de Agricultura, Pecuária e Irrigação (Seapi). A ideia é agilizar o processo tanto para o pecuarista como para o serviço oficial de fiscalização. No aplicativo o pecuarista pode registrar seu animal, informando os dados de cadastro, vacinas, exames e resenhas. Após a validação da documentação, o produtor poderá emitir os documentos de movimentação de trânsito facilmente. Será possível efetuar, através do aplicativo, o registro individual do animal, registro de vacinas, exames, resenha gráfica e resenhas fotográficas, além da emissão do documento eletrônico para movimentação do equídeo identificado, bem como a aplicação off-line. É claro que o modelo atual de emissão de GTAs segue sendo utilizado. O Galope é uma ferramenta a mais disponível aos proprietários de cavalos para a registrar suas movimentações via celular. O aplicativo pode ser baixado pelos sistemas Android e IOS e é gratuito.

O Poder feminino no agronegócio

O Como usar? Para acessar o aplicativo é necessário estar cadastrado como produtor rural junto ao Departamento de Defesa Agropecuária (DDA) e possuir senha de acesso como Produtor On-line. Se você ainda não possui um cadastro e/ou senha de acesso ao Sistema de Defesa Agropecuária, compareça à Inspetoria de Defesa Agropecuária de sua região e solicite o cadastro. Caso você já possua cadastro junto ao DDA, é necessário preencher, assinar e entregar o Termo de Compromisso na Inspetoria responsável pelo seu cadastro para uso de sua senha de forma correta. No link bit.ly/GalopeRS você acessa uma cartilha do passo a passo de como utilizar esta ferramenta.

Rondinha adere ao programa “Internet para todos” U

ma das necessidades consideradas básicas, inclusive no campo, é o acesso à internet. Por isso, e na busca por melhorar esse serviço à população rural, o poder público municipal de Rondinha aderiu ao programa “Internet para todos”, do governo federal. O prefeito, Ezequiel Pasquetti, assinou em março o termo de adesão e a previsão é que a partir de maio os projetos possam sair do papel. Nesta fase, as comunidades beneficiadas com fornecimen-

to de conexão à internet em banda larga são as de Aracá Santana, Cachoeira Branca, Formosa, Visconde do Rio Branco, Tunas e Gramado. Por meio do programa essas localidades receberão antenas para distribuição do sinal de internet. A conexão será feita por meio do satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas. Já o poder público municipal é o responsável por providenciar o local e a infraestrutura adequada para a instalação.

mês dedicado às mulheres passou, mas é sempre relevante falar sobre a importância delas no desenvolvimento da agricultura. Quando se trata da agricultura familiar é mais representativo ainda a liderança e o trabalho feminino nas propriedades. Segundo um levantamento da Associação Brasileira de Marketing Rural e Agronegócio (ABMRA), a porcentagem de mulheres em cargos de decisão nas empresas do agronegócio triplicou entre 2013 e 2017. Segundo esta pesquisa divulgada pelo StartAgro, a presença feminina na gestão subiu de 10% para 31% no período – pesquisa foi realizada com 2.835 produtores rurais de 15 Estados. Os números da FAO, órgão da ONU para Agricultura e Alimentação, vão ainda mais longe. Nos países menos desenvolvidos, por exemplo, as mulheres economicamente ativas na agricultura chegam aos 70%. Na África, elas executam 80% dos trabalhos domésticos rurais. Em relação às propriedades, em 15 países da União Europeia, por exemplo, as mulheres são proprietárias de 20% das propriedades, contra 77% dos homens e 3% do governo, mostrando que esta é uma tendência de crescimento mundial. As mulheres estão buscando cada vez mais a profissionalização, com uma alta adesão aos cursos de Gestão Rural, segundo informações da I-UMA, Instituto de Educação no Agronegócio As mulheres são pioneiras em inovar, querem mostrar uma nova administração, mais sensitiva e adaptada às necessidades do mercado e, nesse aspecto, as informações e ferramentas em gestão e marketing são o caminho. O fato é que a atuação feminina no meio agro já é uma realidade. Ganhar o respeito da ala masculina do agronegócio não é uma tarefa fácil, mas não é impossível. O espaço para profissionalização da mulher no mundo do agronegócio existe e já é possível encontrar cursos, inclusive, focados na profissionalização da atuação feminina. E você, mulher, que está lendo esta coluna, tem uma história de gestão para nos contar? A tecnologia tem lhe ajudado na gestão da propriedade? Conte-nos através do e-mail novorural@tcheturbo.com.br

E no seu município, existe algum programa que facilite o acesso à internet? Conta para a gente pelo WhatsApp 55 9-9624-3768 ou deixe uma mensagem no facebook.com/ revistanovorural. Esperamos a sua participação!

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Juventude rural

Educação

Uma escola focada na formação integral do jovem Casas Familiares Rurais de Alpestre e Frederico Westphalen mostram para a região o potencial da Pedagogia da Alternância para a capacitação de agricultores

Gracieli Verde

Gracieli Verde

revistanovorural@oaltouruguai.com.br

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ma escola que mais parece uma casa, com as rotinas diárias de organização, limpeza, alimentação e ensino. Esse ensino é focado em técnicas direcionadas para a agricultura e pecuária familiar, uma maneira de capacitar jovens, filhos de agricultores, para atuarem no setor, de preferência nas propriedades das famílias. Nessa escola o aluno também se hospeda durante a semana em que estuda, alternando outros períodos com a família, o que tem um forte cunho pedagógico, afinal, é em casa onde ele começa a colocar em prática o que aprende na teoria. Tratam-se das Casas Familiares Rurais, que desde a década de 1930, quando foram criadas lá na França, mudam o panorama agrícola nas regiões onde estão inseridas. Nesta edição, o desafio é mostrar parte do trabalho realizado nas escolas familiares dos municípios de Alpestre e Frederico Westphalen, únicas com este perfil que fazem parte da abrangência da Novo Rural.

Jovens da CFR de Frederico Westphalen: integração em prol do conhecimento

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Educação

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Por jovens mais conscientes do seu potencial A contribuição que a agricultura e a pecuária brasileira ofertam para o equilíbrio dos números da economia nacional tem gerado, nos últimos anos, mais valorização em relação ao setor. Para ter uma ideia, em 2017 o Produto Interno Bruto (PIB) da agropecuária foi destaque, com crescimento acumulado de 14,5%, segundo o IBGE. Isso também motiva os jovens a verem no setor mais oportunidades, independente de escala, tipo de produção ou região onde vivem. Para seguir as tendências e garantir a sustentabilidade dos “negócios da roça”, ter acesso a capacitações com foco nas mais diversas produções é essencial. Foi por isso que as casas familiares rurais surgiram, na França, ainda na década de 1930, em meio a um cenário de extremo

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Elisandra Zonta êxodo rural. Como alternativa diante do sistema regular de ensino, essas escolas surgiram com uma proposta de capacitar jovens agricultores para os mais diversos segmentos, respeitando a vocação de cada família e da própria região onde está inserida. – Toda a metodologia utilizada aqui leva em conta a realidade do aluno, mas também busca mostrar novos horizontes, para que ele entenda como pode contribuir no pro-

cesso de melhoria da propriedade e, assim, agregar mais renda nos negócios, que é o que todos querem – assinala a diretora da Casa Familiar Rural de Frederico Westphalen (CFR), Elisandra Manfio Zonta, pedagoga e mestre em Educação. O foco prático é um dos nortes da Pedagogia da Alternância, que é utilizada nas CFRs. “A gente trabalha com os jovens aquilo que realmente é utilizável para eles no dia a dia. É uma forma de agregar o conhecimento passado em sala de aula em todas as áreas para a o dia a dia desses alunos, porque além do ensino médio, nosso foco é a qualificação técnica”, ressalta a educadora. Prova disso é o projeto profissional de vida que cada jovem precisa construir ao longo dos três anos de estudos na escola. Esse trabalho é feito levando em conta o que a família do jovem também planeja para a propriedade, bem como suas necessidades e desejos para o futuro. Para isso, os alunos são estimulados a conhecer exatamente todos os aspectos da propriedade, os potenciais, as deficiências, os desafios. “A partir disso que é possível desenvolver e melhorar para que a propriedade se torne viável e sustentável. Esse projeto é desenvolvido em aula e levado para a propriedade de forma real pelos estudantes”, reforça a coordenadora pedagógica Dulcenéia Zonta.

Evoluir requer dialogar, estudar e planejar O que tem acontecido nas propriedades de vários alunos é justamente esse resgate do que é produzido. “Antes a gente não sabia o quanto rendia na propriedade, por mais que a gente só produzia para subsistência. Agora, estamos vendo o quanto a gente tem de renda simplesmente produzindo o que a gente usa para se alimentar”, comenta a jovem Diosilda Alves da Silva, 16 anos, do Distrito de Castelinho, em Frederico Westphalen. Ela está no segundo ano do ensino médio e já planeja investir na horticultura para melhorar a renda da família. Hoje, uma parceria com um vizinho permite que família já venda produtos como mandioca, batata-doce e feijão. “Mas eu penso em incrementar esse projeto”, revela. No último ano, a família já registrou um incremento de 20% na geração de renda, graças a alguns ajustes. No interior de Três Passos, o jovem Diogo Daniel Dörr, de 17 anos, é outro que demonstra segurança em dizer que quer retomar a produção agrícola de forma comercial na propriedade. “Hoje a gente só produz para subsistência e meus pais prestam serviço terceirizado em uma madeireira. Temos seis hectares e vejo que podemos investir na área da apicultura, até pelo fato de termos bastante matas por perto”, avalia. De Iraí, o adolescente, Alisson André de

Diosilda Alves da Silva

Diogo Daniel Dörr

Lima, 15 anos, também sonha em dar mais vida à propriedade com a instalação de uma estufa para hortaliças. O pai trabalha em um garimpo e a mãe em uma fábrica de calçados, mas já tem confiança de que na agricultura pode ter um futuro promissor – ele estuda na CFR de Alpestre. Há também quem quer melhorar o que já existe na propriedade, como a jovem Ana Paula Portela, de Ametista do Sul. “A gente produz muita coisa para subsistência e temos um confinamento para gado de corte. Penso em melhorar essa atividade, porque já temos uma estrutura e podemos dar continuidade”, planeja. É assim que também se organiza o colega Jonas Graebin, de 16 anos, de Cristal do Sul. O irmão dele, Júnior, 19, também estudou na CFR de Frederico Westphalen e isso o despertou para ajudar a analisar as potencialidades da propriedade, que já tem uma pocilga com capacidade para terminação de 600 suínos por lote, e logo devem começar a construção de outra, que abrigará 1,1 mil animais/lote. – Quando estava no ensino fundamental eu já dizia que queria trabalhar no setor. Agora o foco é melhorar aspectos da produção de leite e de suínos, além de ajudar o meu irmão em um projeto de apicultura que ele desenvolveu enquanto estava na CFR – revela Jonas, cheio de planos.

Ana Paula Portela

Jonas Graebin

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Juventude rural >>

Educação

Um formato que favorece o desenvolvimento social das comunidades e dos jovens Ter um direcionamento na carreira no campo, ou mesmo fora dele, pode ser um privilégio para pessoas tão jovens, que já estão em pleno planejamento do que querem para daqui cinco, 10 ou 15 anos. São reflexões que direta ou indiretamente fazem parte do dia a dia desses alunos das CFRs, para que desenvolvam projetos viáveis e sustentáveis. – Este é um dos melhores formatos de ensino, levando em conta o desenvolvimento social. Esses jovens são desafiados a demonstrarem aos pais que são capazes de dar continuidade na propriedade. Portanto, a relação deles com os pais, nesse modelo, precisa ser bem mais forte. Talvez boa parte dos possíveis atritos que o jovem tenha com os pais vai sendo minimizado, porque com o ensino na CFR ele é forçado a dialogar mais. Isso acrescenta no processo de aprendizagem, até porque o projeto é para a família e não somente para o aluno – defende o zootecnista Sandro José Paixão, que é um dos professores da equipe da CFR de Frederico Westphalen. Para o diretor da CFR de Alpestre, Wagner Bohn – que também é presidente da Associação Regional das Casas Familiares Rurais do Rio Grande do Sul (Arcafar/RS) e representa a América Latina na associação internacional –, a região é privilegiada em ter duas ca-

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A ligação com a França

Desde 2014 o contato mais próximo com lideranças ligadas às casas familiares rurais da França – berço da Pedagogia da Alternância – tem permitido que os estrangeiros se aproximem mais do Brasil, inclusive do Rio Grande do Sul. Com a estruturação de um programa de intercâmbio para alunos de casas familiares rurais, o sonho de poder trocar ideias com os franceses se tornou realidade. Hoje, grupos de alunos gaúchos já passaram vários dias na França, assim como no início deste ano mais uma equipe do país europeu conheceu a realidade da agricultura por aqui. Para viabilizar esse projeto, a escola também inseriu aulas de francês na grade curricular, um dos diferenciais da unidade de Alpestre.

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– Agora, nossa meta é viabilizar intercâmbios de um ano para nossos jovens, para que possam fazê-lo depois de concluir os estudos na CFR. Para isso, tanto no Brasil como na França estamos em diálogo com os consulados, em função dos vistos. Hoje conseguimos vistos de, no máximo, três meses. Então, teríamos que ter vistos que tivessem maior validade. Isso já acontece em nível superior, mas em nível de ensino médio é uma novidade, por isso ainda demanda de tratativas entre os dois países por meio das entidades ligadas às casas familiares – explica Wagner Bohn. Mesmo assim, em breve os intercâmbios de três meses já serão realizados, para ampliar os estudos dos brasileiros em solo francês.

sas familiares próximas, com grande potencial na formação desses jovens. – Acredito que estejamos no rumo certo, porque temos um formato diferenciado. A casa familiar avalia com mais cuidado a realidade do jovem e a partir disso é ensinado o que ele precisa para poder se desenvolver. É uma forma de tornar o ensino mais significativo para os alunos do campo – pontua. Por outro lado, ele também atenta para a necessidade de desmistificar o fato de que o jovem que estuda na casa familiar precisa ficar na propriedade. “Ele tem que ficar onde quiser. Esse jovem pode buscar outras formações, e seguir os estudos e atuar onde se sentir bem. O que fazemos é mostrar as oportunidades que ele pode ter na propriedade, mas ele precisa se sentir à vontade para decidir”, orienta. O reconhecimento em relação ao trabalho na formação de jovens filhos de agricultores para com as casas familiares já é realidade. “Temos percebido que graças ao engajamento de uma série de entidades e pelo trabalho que realizam, tem aumentado o número de alunos. Se percebe também um importante envolvimento das famílias nesse processo, o que é fundamental”, assinala a assistente técnica regional da área social da Emater/RS de Frederico Westphalen, Dulceneia Haas Wommer.

Novos cursos Outro projeto da CFR de Alpestre é a oferta de novos cursos de capacitação, que terão como foco algumas demandas relacionadas ao perfil produtivo da região. Fruticultura, com foco em viticultura e citricultura, será um deles, mas também se quer abordar outras variedades que possam ser cultivadas na região. Um curso de cuidador de idosos e crianças e outro na área de turismo também devem ser lançados. – Originalmente, as casas familiares da França têm esse perfil de identificar as necessidades de cada região e ofertar capacitações que as atendam. É nessa tendência que estamos buscando trabalhar aqui em Alpestre – justifica Bohn, salientando inclusive que escolas francesas já demonstraram interesse em serem parceiras nesses projetos.


Educação Na prática: como funciona Adaptação Para os jovens conhecerem como funciona o trabalho da CFR, essas escolas fazem um estágio de vivência. Em Frederico Westphalen, normalmente esse trabalho é feito num período anterior ao início do ano letivo, em que os candidatos passam uma semana na instituição. Em Alpestre, esse estágio pode ser feito durante todo o ano, antes do ingresso do aluno, desde que acordado com a direção.

Professores e demais funcionários As CFRs de Alpestre e Frederico Westphalen recebem recursos por meio do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb). O valor é investido em pagamento dos profissionais que atuam nas escolas. Em Frederico Westphalen são 12 profissionais que atuam na escola e em Alpestre, 16.

Ensino gratuito Como qualquer outra escola pública, o ensino na CFR é gratuito. O que tem acontecido na região é que as prefeituras têm auxiliado as famílias que têm alunos nas escolas com o transporte.

Abrangências A CFR de Frederico Westphalen tem abrangência, além do município-sede, de Vicente Dutra, Caiçara, Pinheirinho do Vale, Palmitinho, Taquaruçu do Sul, Vista Alegre, Seberi, Erval Seco, Jaboticaba, Pinhal, Cristal do Sul, Iraí e Rodeio Bonito. Nos últimos anos também mantém uma parceria com a prefeitura de Três Passos, que tem trazidos alunos para a unidade. Já a de Alpestre atende também estudantes de Ametista do Sul, Planalto, Gramado dos Loureiros, Trindade do Sul, Três Palmeiras, Rio dos Índios, Faxinalzinho, Cerro Grande e Iraí.

Sedes Em Frederico Westphalen, a CFR está localizada no Centro Tecnológico da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões (URI). O espaço é cedido à entidade. Em Alpestre, a CFR utiliza a estrutura de uma escola municipal, cedida pela prefeitura. Além das salas de aula, as unidades precisam ter também espaços para dormitórios e refeitórios para os alunos.

Entidade mantenedora A manutenção econômica dessas escolas é feita por uma associação, que envolve pais, professores e entidades ligadas ao setor. Também se juntam nesse processo perante o Concelho Estadual de Educação a Arcafar/RS.

Aprendizado para a vida Nas CFRs, os alunos aprendem a conviver com as tarefas diárias, como limpar a casa e manter tudo organizado. É um conhecimento para a vida e que faz parte do cunho pedagógico da alternância.

Alimentação Os alunos contribuem com alimentos da propriedade a cada semana que realizam a alternância. Somente as carnes é que são adquiridas de estabelecimentos inspecionados. A ideia é que os estudantes também desenvolvam esse espírito de partilha com os demais, além de reduzir custos para a entidade mantenedora da CFR.

As diferenças da agricultura pelo Estado Vanderlei Holz Lermen

Agricultor, tecnólogo em Processos Gerenciais, técnico em Agropecuária e bacharel em Desenvolvimento Rural

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o mês de março tive a oportunidade de realizar palestras na região do Vale do Taquari e na Serra Gaúcha, mais precisamente nos municípios de Relvado, Santa Cruz do Sul e Flores da Cunha. Aproveitando também, pude visitar vários outros municípios próximos e mais alguns no decorrer dos mil quilômetros de viagem. O que vi foram situações de agricultura nos diferentes extremos: de lavouras planas a morros que eu achava impossíveis de trabalhar; de produções com baixa tecnologia a altamente tecnificadas. Saindo do município de Boa Vista do Buricá em direção a Lajeado, passei pela região com aptidão para a produção de leite, depois por uma região produtora de grãos, com vastas áreas de soja e algumas com pivô para irrigação. Mais à frente, já com paisagens mais montanhosas e perfis diferentes de agricultura. Nos dias 15 e 16, visitei municípios como Santa Cruz do Sul e Relvado, já impressionado com a capacidade produtiva das propriedades, mesmo com relevos declivosos e pequenas áreas de cultivo mecanizável. Ainda maior a surpresa, o capricho dos agricultores em suas propriedades, organizadas, com jardins, pátios cuidados e plantios bem estabelecidos. Ouvi de um produtor que, ele visitando a região onde moro, viu muitas lavouras de “milho ouro”. Fiquei curioso com a expressão, e ele me explicou que o milho ouro seria aquele milho amarelinho, plantado com pouca adubação, mesmo em áreas bonitas. Coisa que não vi por lá, onde as lavouras de milho são invejáveis. Inclusive uma que visitamos, passava dos três metros de altura, com a espiga acima da minha cabeça. No dia 17 fui à Flores da Cunha e me surpreendi ainda mais. Após a palestra visitei algumas comunidades do interior do município e o que vi foi uma agricultura forte, tecnificada, com propriedades estruturadas e com sucessão rural. O forte é a produção de uva, tanto para suco e vinho, como de mesa. Essa última produzida já com sistema de cobertura, que garante mais qualidade e menos perdas por eventos climáticos. É impressionante andar em relevos de muito

morro, ou melhor, podemos chamar de montanhas e ver a agricultura tão desenvolvida. Espaços onde na minha região estão “virados em capoeira”, lá produzem uvas e outras frutas e geram muita renda. Isso é visível olhando as moradias dos produtores, com belas casas e até pequenos prédios de três andares, onde moram pais e filhos. Na palestra ainda brinquei dizendo: “não faz sentido eu vir da minha região querer falar para vocês sobre trabalho pesado”. Como dizem lá em Flores, o nosso agricultor é guerreiro! Visitamos uma pequena agroindústria que trabalha com sucos e geleias, sendo o carro-chefe o mirtilo. Pequena à primeira vista, pois tem uma produção expressiva, vendendo para os três Estados do Sul, inclusive com um vendedor! O mais interessante é que a família trabalha unida, onde cada um desempenha o seu papel. É uma verdadeira empresa familiar e um belo exemplo de sucessão rural. Já na volta passei pelo município de Espumoso. Percebi que a lavoura de soja está substituindo o campo nativo. Porém, vi ainda algumas áreas de campo para engorda de gado, em sistema extensivo. Grandes áreas de grama, com muitas invasoras e sem manejo de adubação e roçada. Fiquei observando e pensando como essas áreas poderiam ter sua produtividade multiplicada, implantando um pasto mais produtivo como capim mombaça, áries ou braquiária, fazendo adubação, manejo de piquetes e roçada, ao invés de substituir por soja. É muito interessante poder ver que, por mais difícil que seja a forma de produção, os agricultores conseguem se adaptar às condições, encontrar as melhores atividades e adaptar equipamentos. É a agricultura forte pelo Estado a fora. Voltei para casa com uma carga enorme de conhecimento e com novas ideias para implantar na minha propriedade. Deixo a dica, para você produtor rural: vale a pena conhecer esses municípios. Quero deixar o agradecimento à equipe técnica da Latvida de Estrela e aos organizadores do 6º Seminário Agroindustrial de Flores da Cunha pela oportunidade de falar sobre sucessão rural aos produtores e conhecer a realidade dessa região.

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Cooperativismo

Ações

Coperametista se qualifica para vender uvas de mesa Gracieli Verde

T

er diferenciais para o mercado de frutas, especialmente o de uvas, tem sido uma das batalhas da presidência e associados da Coperametista, que tem sede em Ametista do Sul e já é reconhecida pela produção de sucos de uva e vinhos. No dia 9 de março, foi registrado mais um marco para a cooperativa, com a inauguração oficial de equipamentos adquiridos a partir de financiamento junto à Secretaria Estadual de Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo (SDR), via Fundo Estadual de Apoio ao Desenvolvimento dos Pequenos Estabelecimentos Rurais (Feaper), através do auxílio da Emater/RS-Ascar. No total, o montante recebido foi de R$ 175.000,00 e foram adquiridas duas câmaras frias, uma balança rodoviária, 500 caixas de colheita com capacidade de 20 quilos cada e 750 caixas de armazenagem com capacidade de dez quilos cada. Para o presidente da cooperativa, Elton Mezzaroba, os novos equipamentos contribuirão para o trabalho a cada safra, porque isso aumentará as possibilidades de negócios da cooperativa. Ele estima que o faturamento da Coperametista deve aumentar em, no mínimo, 30% com a instalação das câmaras frias para armazenagem da uva in natura e da balança para a pesagem da laranja. – A balança vai beneficiar não só a Coperametista, mas toda a comunidade, uma vez que a mesma também será utilizada para a pesagem das pedras preciosas que, atualmente, são vendidas para pesagem posterior, além de outras atividades, que já estão contatando a cooperativa para utilizar a balança – revela o presidente.

Ato simbólico oficializou a chegada dos equipamentos para a cooperativa

>> Determinação para que o investimento fosse viabilizado Nesse processo, a participação da equipe da Emater/RS também foi crucial para que o projeto de aquisição desses equipamentos desse certo. A cooperativa é uma das que recebe assistência técnica por meio da Unidade de Cooperativismo da Emater/RS-Ascar de Frederico Westphalen e isso foi fator importante para conseguir agilizar o processo que disponibilizou o financiamento para a aquisição dos equipamentos. Inclusive o

presidente da Emater/RS, Clair Kuhn, esteve presente. “Vejo aqui um potencial extraordinário, além do produto de alta qualidade, por isso que esse é um recurso bem aplicado”, disse. O secretário de Desenvolvimento Rural, Tarcísio Minetto, ressaltou também o espírito de união visto no município para que a Coperametista chegasse nesse patamar. “Todo esse resultado é graças ao esforço comum das pessoas envolvidas”, afirmou.

Ed Moreira/O Alto Uruguai

Assembleias do Sicredi continuam neste mês

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or onde são realizadas, as assembleias da Sicredi Alto Uruguai reúnem centenas de associados, justamente para saber mais informações sobre o desempenho da cooperativa. Essas assembleias, que têm acontecido em todas as cidades onde a cooperativa de crédito está presente, se tornam um importante canal de interação entre associados e a instituição. Em Frederico Westphalen, a assembleia ocorreu no dia 8 de março, no salão do bairro Aparecida (foto). Ao lado você confere onde ainda haverá reuniões pela região.

Rio Grande do Sul 2 de abril – Ametista do Sul 5 de abril – Palmitinho 9 de abril – Caiçara 10 de abril – Vicente Dutra 11 de abril – Taquaruçu do Sul 12 de abril – Vista Alegre 17 de abril – Pinhal 18 de abril – Pinheirinho do Vale

Santa Catarina 3 de abril – Pinhalzinho 4 de abril – Palmitos 16 de abril – Cunha Porã


Ações A força do cooperativismo regional em destaque A

Expodireto Cotrijal tem se tornado uma vitrine para a agricultura gaúcha. Estar na feira corresponde a manter contato com um público importante do setor, pois tem se tornado referência em tecnologia e lançamento de tendências. Por isso, um dos focos da Emater/RS tem sido trabalhar o setor cooperativista. Neste ano, mais uma vez a Unidade de Cooperativismo de Frederico Westphalen esteve presente no evento, em parceria com as unidades de Ijuí e Erechim. A diversidade de atividades e produtos oriundos de cada segmento estiveram no foco do trabalho, segundo a coordenadora da Unidade de Cooperativismo da Emater/RS-Ascar de Frederico Westphalen, Marcia Faccin. “Queremos mostrar a diversidade de atividades e produtos oriundos desse segmento”, ressaltou.

Espaço

cooperativo

Entre as cooperativas da região que estiveram no espaço constaram a Creluz, mostrando detalhes da Usina Solar Boa Vista, localizada em Boa Vista das Missões; a Coopraf, com produtos da agroindústria associada Magalski, de Frederico Westphalen; e da Coperametista, que mostrou como é feito o envelhecimento de vinhos em furnas de extração de pedras preciosas em Ametista do Sul. Outro destaque foi para a Rede Coop, que foi criada no ano passado para facilitar o acesso a mercados institucionais de compra de alimentos, como hospitais e Exército, na qual estão inclusas a Coperametista, de Ametista do Sul, e a Extremo-Norte, de Alpestre. No total são 39 cooperativas articuladas no Estado, em 30 municípios, envolvendo mais de 12 mil famílias. Gracieli Verde

Entre os empreendimentos do Estado, cooperativas da região tiveram destaque

Cotrifred cresce 11,53% E

m comparação com 2016, no ano passado a Cotrifred cresceu 11,53%, gerando um faturamento que ultrapassou os R$ 112,8 milhões. Toda essa movimentação proporcionou aos municípios onde a cooperativa atua um valor adicionado que superou os R$ 21 milhões. Dados como esses foram revelados pela presidência na

assembleia realizada no início de março, em Frederico Westphalen. Além disso, foi aprovada a destinação de quase R$ 350 mil para os associados, sendo cerca de R$ 179,5 mil depositados na cota-capital e outros R$ 170 mil na conta-corrente do associado, que irá receber proporcionalmente a sua movimentação na agropecuária.

Marcia Faccin

Coordenadora da Unidade de Cooperativismo do Escritório Regional da Emater/RS de Frederico Westphalen

Participação x resultados

Adriano Dal Chiavon

Durante todo o mês de março, acompanhamos a grande maioria das cooperativas fazendo suas assembleias gerais ordinária (AGOs), como prevê a lei que gere o cooperativismo no Brasil. Nesta assembleia, onde todos os associados são convidados a participar deste momento importante da vida da cooperativa, são apresentados os resultados econômicos, financeiros e sociais que a cooperativa obteve no decorrer do último exercício fiscal, ou seja, durante o ano de 2017. E aí, você participou da assembleia de sua cooperativa? Sim? Não? Por quê? Gostou dos números apresentados? Participou ativamente da assembleia ou só chegou para a hora do almoço ou da janta, que tradicionalmente é servido aos participantes da assembleia? É nossa função, como associado de uma empresa cooperativa, participar ativamente da vida da cooperativa, das assembleias, de questionar, de cobrar sobre o andamento das atividades econômicas e sociais da cooperativa, pois como já comentei em outras colunas, nós somos donos da cooperativa que somos sócios, e é nosso dever acompanhar, participar, contribuir para o crescimento e fortalecimento da nossa cooperativa. E aí, sua cooperativa obteve sobras e lucros em 2017? E as sobras, serão divididas com cada associado? Está satisfeito com os resultados obtidos pela sua cooperativa? Os gestores/ diretoria, eleitos por você, estão fazendo uma boa gestão na sua cooperativa? Está satisfeito com a sua participação nos resultados da sua cooperativa? Sim? Não? Por quê? Lembre-se que é na AGO que são apresentadas para apreciação e votação pelos associados, a destinação das sobras e lucros da cooperativa. Parte das sobras geralmente é reinvestida na própria cooperativa, o que é certo e fundamental, e parte são colocadas para apreciação e distribuída proporcionalmente para cada associado, conforme a movimentação que este obteve com a cooperativa no decorrer do último ano. Participei, a convite de algumas cooperativas, de suas AGOs e pude observar que algumas irão distribuir um valor significativo das sobras para os seus associados, onde parte destas sobras será capitalizada nas cotas dos associados e outra parte será efetuado pagamento em dinheiro. O valor distribuído para os associados beneficia toda uma região, pois é dinheiro circulando e movimentando a economia local e regional. Oxalá se todas as empresas distribuíssem seus lucros com as pessoas que comercializam e trabalham com a empresa durante um determinado período. Por isso, sou uma defensora e uma apaixonada pelo bom cooperativismo, por aquele cooperativismo que segue seus princípios e valores e que os associados participam ativamente da vida da cooperativa, independente do seu tamanho e cresce junto com a cooperativa, como diz um presidente de uma cooperativa regional, a cooperativa vai bem quando os associados vão bem. Que possamos a cada dia fortalecer cada vez mais as boas cooperativas regionais que são as grandes propulsoras do desenvolvimento local e regional.

“O valor distribuído para os associados beneficia toda uma região, pois é dinheiro circulando e movimentando a economia local e regional”.

Destinação de quase R$ 350 mil para os associados foi aprovada

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Turismo rural

Novidades Adriano Dal Chiavon

Vários pratos típicos alemães foram servidos

Café da manhã também é opção para turistas de Iraí Franceses participam de lançamento de roteiro que integra o turismo rural ao das águas Adriano Dal Chiavon

A

Edela”, ressalta Vanessa. “Pensamos no que de melhor o residência da dona Edela Heytt Wartschow não município tem, por isso recepcionamos aqui esse grupo poderia ser lugar melhor para agregar ao tradiciode franceses. O intuito é que que elementos do rural e das nal turismo de Iraí, agora com um espaço que reáguas caminhem juntos no nosso turismo”, lembra mais os costumes rurais. Por completa a profissional. isso, a simpática senhora recepcionou, no dia O trabalho de formação desse roteiro, es4 de março, um domingo, um grupo de especialmente a parceria com a dona Edela, tudantes franceses que estava fazendo intertambém teve o apoio da Secretaria de Turiscâmbio na região. A ação foi intermediada por mo de Iraí, Associação Comercial/CDL e Câmeio da equipe da Emater/RS-Ascar de Iraí, mara de Vereadores, entre outras entidades em parceria com a Casa Familiar Rural de Allocais. O prefeito, Antônio Vilson Bernardi, pestre, através do diretor Wagner Bohn. acompanhou a programação. Os interessados Na Casa do Pastor, como é chamada, foi em agendar visitas à Casa do Pastor e aos deservido um café da manhã típico alemão, com mais pontos turísticos podem procurar a Sevários pratos tradicionais, como o pão de micretaria de Turismo da cidade, ou até mesmo lho, pão branco, waffle, pão de queijo, doces a Emater/RS, para ter acesso a mais detalhes. e cucas. O nome dado à residência de EdeAlém disso, a Emater/RS, por meio da asla Heytt Wartschow refere-se ao seu marisistência técnica, seguirá sensibilizando mais do, Arno Wartschow, em memória, que por famílias para participarem do setor, tanto que aproximadamente oito anos foi pastor da Igrea partir de 6 de abril um curso por meio do ja Evangélica da Confissão Luterana do Brasil Vanessa Dal Canton, Senar/RS abordará aspectos importantes do (IECLB) de Iraí. extensionista da turismo rural. O curso é uma iniciativa que A extensionista Vanessa Dal Canton, da Emater/RS Emater/RS, explica que a casa é uma referêntem apoio da Sicredi Alto Uruguai. No total cia para o município no que se refere à história será um ano de aulas, separado em módulos, e à cultura local, além de trazer vários elementos do meio a fim de capacitar o setor. “Já temos outras propriedades rural, apesar de estar localizada no meio urbano. “É um loprospectadas para ingressar no roteiro e seguiremos com cal muito receptivo, principalmente por esse perfil da dona esse trabalho”, ressalta a extensionista Vanessa.

“O intuito é que que elementos do rural e das águas caminhem juntos”

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Extensionista Vanessa com a dona Edela


Ações Encantos da Colônia mostrados em roteiro

Cá entre nós

elezas naturais, resgate da história, espiritualidade, comida típica, flores, artesanato e alegria marcaram o 2º Roteiro Turístico – Encantos da Colônia, em Nova Boa Vista, que contou com a participação de pelo menos 50 pessoas de vários municípios vizinhos, como Constantina, Chapada, Carazinho, Sarandi e Passo Fundo. O roteiro foi realizado no dia 3 de março. Café da manhã no Salão Bennemann, parada na comunidade de Nossa Senhora das Graças, visita à antiga Escola de 1º Grau Nossa Senhora das Graças e à igreja, visita nas residências de Normélio e Nilse Milani e Raul e Dirce Bosetti, almoço típico italiano na propriedade de Irineu, Alcides e Lucimara Milani, além de visita ao orquidário Flor do Amanhã, que fica na propriedade de Dércio e Eliete Farsen, na linha Cachoeirinha, tornaram a data especial para os turistas. O dia ainda contou com visita ao Sítio Boa Vista, com participação da Associação de Artesãs de Nova Boa Vista. Já a última parada foi para um café da tarde típico alemão, na propriedade de Maria Fritzen e Filhos. A segunda edição do Roteiro Turístico – Encantos da Colônia foi uma realização das famílias

Michele Staggemeier/Divulgação

B

Orquidário foi um dos locais visitados pela comitiva

que integram o turismo rural local, em parceria com a Prefeitura de Nova Boa Vista (Secretarias de Educação, Assistência Social, Agricultura e Obras) e também da Emater/RS, com o apoio do Sicredi - Agência de Nova Boa Vista.

Gracieli Verde

No registro, André Ertal, de Alpestre; Eunice Ré Signor, Solange Ré Signor, de Sarandi; a extensionista Dulceneia, além de Altair Ogliari, também de Alpestre

turismo rural é uma área que vem se expandindo nos últimos anos e famílias rurais da região, com o apoio de entidades como a Emater/RS, também estão atentas a esse mercado. Na Expodireto Cotrijal 2018, que ocorreu entre os dias 5 e 9 de março, em Não-Me-Toque, o setor de turismo rural teve um espaço especial, inclusive com a participação de famílias de Alpestre, Sarandi e Ronda Alta. A assistente técnica regional Dulcenéia Haas Wommer, do Escritório Regional da Emater/RS de Frederico Westphalen, destaca que neste ano a réplica de uma casa interiorana foi usada para mostrar como a arquitetura rural pode favorecer na geração de negócios com pousadas e instalações de pernoite. Além disso, objetos do dia a dia rural foram

Assistente técnica regional social da Emater/RS- Ascar de Frederico Westphalen E-MAIL: dwommer@emater.tche.br

“É preciso ter garra, é preciso ter raça...” “Mas é preciso ter força É preciso ter raça É preciso ter gana sempre Quem traz no corpo a marca Maria, Maria Mistura a dor e a alegria.”

Os potencias do meio rural são infinitos para o turismo

O

Dulcenéia Haas Wommer

usados na decoração do local, como forma de valorizar esses elementos. – A ideia é justamente valorizar a hospitalidade das famílias rurais, aliada a um espaço adequado aos visitantes, buscando mostrar para o público que os potenciais das propriedades para o turismo são múltiplos. Integrar elementos rústicos ao paisagismo e como isso pode agregar nos cenários disponibilizados aos turistas foi outra sugestão do espaço – observa Dulcenéia. A ida à feira também permitiu que os potenciais de municípios da região fossem divulgados, como os casos de Alpestre, através da Associação de Turismo Rural (Astura), Sarandi e Ronda Alta, além da Atur e Allegro Turismo Rural.

Esta música de Milton Nascimento ainda ecoa nos meus ouvidos após tantas homenagens pelo Dia Internacional da Mulher, enfatizando o potencial das mulheres e, que aliás, foi muito bem encenada por um grupo de meninas voluntárias no Encontro Intermunicipal em Engenho Velho. Isso me inspira a falar sobre empreendedorismo das mulheres. Fui buscar o significado para a palavra empreendedorismo, entre tantas gostei dessas: “é se desafiar todo dia e acreditar com todas as suas forças em algo que ainda não é concreto, mas que em seu sonho já está muito bem visualizado”; e “o empreendedor é alguém que coloca ideias em prática, por mais difíceis ou trabalhosas que sejam”. E aí já me vem a imagem de muitas mulheres com este perfil, por isso não é à toa que muitas pesquisas vêm sendo realizadas ao redor do mundo para pesquisar o perfil das mulheres empreendedoras, pois elas estão quebrando barreiras, dificuldades e preconceitos em prol da realização dos seus sonhos e, consequentemente, alcançando maiores conquistas no âmbito dos negócios. Além disso, a mulher empreendedora é símbolo do empoderamento feminino, pois tem a força de romper paradigmas que ainda reduzem suas capacidades e sua autonomia. Quando voltamos nosso olhar para o meio rural, vemos a contribuição das agricultoras na economia familiar que, muitas vezes, considerada invisível, desvalorizada, por seu trabalho estar rela-

cionado às atividades consideradas domésticas − cuidados com a casa, alimentação da família, educação dos filhos, cuidados com pequenos animais e com a horta. Mas, também, percebemos que com as atividades de agroindústria, artesanato e no turismo rural, a mulher assume diferentes papéis, desde as atividades domésticas até as consideradas empresariais. Sua participação é fundamental no desenvolvimento de tais atividades, já que ela traz consigo as competências da administração do lar, o que torna a atividade turística rural mais característica do ambiente familiar rural. Com o turismo rural vem a socialização da mulher rural, que mesmo não se afastando do seu local de trabalho tem a possibilidade de conhecer e conversar com tantas pessoas diferentes, contribui com a economia familiar e da comunidade, com ações de embelezamento destes locais, resgate de culturas, costumes, alimentação, entre outros. A infraestrutura local acaba ganhando com isso, melhorias nas estradas, por exemplo. Teria tantas Marias para citar na nossa região que com seu trabalho em turismo estão melhorando a paisagem, opções de renda, independência financeira, fortalecimento de grupos comunitários, lazer e qualidade de vida quando abrem as porteiras de suas propriedades para compartilhar estas vivências no espaço rural, valorizando o que temos nos municípios, melhorando, inclusive, a saúde ao superar problemas de depressões (conheço várias histórias assim). Por outro lado, dados também dão conta de que são as mulheres que estão viajando mais. E você já escolheu seu roteiro turístico, destino ou passeio? Temos opções aqui na região, bem pertinho!

Sobre qual assunto você quer que eu escreva? Mande sua sugestão para o WhatsApp (55) 9.9624.3768

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Fique atento

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Gracieli Verde

Torneios leiteiros vão premiar qualidade, não quantidade

E

Divulgação

stá aberta uma consulta pública da Secretaria de Mobilidade e Cooperativismo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), destinada à elaboração de regras que irão regulamentar os torneios leiteiros. O prazo para apresentação de propostas segue até 9 de maio. O objetivo das normas em discussão é estabelecer um padrão mínimo para que o animal que apresentar efetivamente a melhor genética seja premiado, evitando doping, mortalidade de animais e outras situações que caracterizam maus-tratos. O foco é a qualidade do leite e não a quantidade produzida. Atualmente, são exigidas as regras de saúde animal e as diretrizes gerais para realização de qualquer aglomeração de animais. Não há legislação específica para torneios leiteiros. A regulamentação dos torneios leiteiros foi uma demanda do setor produtivo, após sensibilização sobre as condições de tratamento dados às vacas participantes desses eventos. Está sendo sugerido que o ingresso dos animais para o torneio deverá ocorrer no mínimo 48 horas antes da primeira ordenha do torneio; que seja comunicado no caso de óbito de animais, o serviço de defesa agropecuária local, a associação de criadores da raça ou o órgão responsável pela organização para providências legais ou sanções previstas em regulamentos internos; o intervalo mínimo entre as ordenhas deve ser de oito horas, cabendo aos organizadores a definição do número de ordenhas total do torneio.

Reajuste na contribuição sindical

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revista por lei, mas facultativa, a contribuição sindical também faz parte da rotina dos agricultores. Neste início de ano, o valor da contribuição dos sindicatos ligados à Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Rio Grande do Sul (Fetag) foi reajustado, conforme nota da entidade. Agora o valor referente ao exercício de 2018 é de R$ 33 por membro do grupo familiar. A tesoureira-geral da Fetag/RS, Elisete Hintz, ressalta que a contribuição sindical é uma das formas de manter o movimento sindical atuante.

Produtor precisa declarar rebanho

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té o dia 30 de abril, os pecuaristas gaúchos precisam declarar o rebanho. Isso é previsto pela Lei Estadual 13.467/2010, portanto, é obrigatório a todos os produtores que têm animais nas propriedades. A declaração anual de rebanho obrigatória deve ser feita nas inspetorias veterinárias, onde o produtor deve preencher um formulário. Quem não respeitar o prazo pode ser multado. No momento da declaração, o produtor precisa saber, além da quantidade, a idade e o sexo dos animais, para facilitar o preenchimento dos dados.

Sintraf faz pedido de sementes de forrageiras

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Sintraf de Sarandi está com sementes de forrageiras de inverno à disposição dos associados. Os interessados podem adquirir sementes de aveia preta BRS 139, aveia branca Corona, aze-

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vém Barjumbo e trigo duplo propósito BRS Pastoreio. Essas sementes foram adquiridas pelo Programa Estadual de Financiamento de Sementes Forrageiras, segundo a direção da entidade.


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Bem-estar

Qualidade de vida

Veja c�mo as plantas medicinais são aliadas na h��a do descanso M

anter a saúde em dia requer algumas práticas no que diz respeito à alimentação – como já abordamos várias vezes neste espaço –, atividades físicas e uma gama de hábitos que adotamos ao longo da vida. Em uma rotina tão atribulada nas propriedades rurais, onde as demandas são crescentes no que se refere às tarefas e atividades em geral, ter momentos de relaxamento com o auxílio de plantas medicinais pode ser uma boa na hora de renovar as energias. Nesta edição, trazemos duas sugestões, que inclusive foram mostradas ao público da Expodireto Cotrijal por uma equipe de extensionistas da Emater/RS, para ajudar você a descansar com mais conforto depois de dias intensos de trabalho. Afinal, isso é fundamental para manter a saúde do corpo e da mente, independente de idade, sexo ou atividade que desempenha. Uma delas é o escalda-pés, que desincha os pés e melhora a circulação sanguínea das pernas. Para potencializar a prática, pode-se usar plantas como a camomila, que é tranquilizante; a cidreira, que é antibacteriana e antifúgica; o alecrim, que é bactericida, tônico e cicatrizante; além do hortelã, refrescante e que ajuda a aliviar as dores musculares. Veja também como preparar óleo de massagem em casa.

Escalda-pés

Óleo de massagem

Ingredientes

Ingredientes

• 3 colheres de sal grosso • ½ xícara de lavanda • ½ xícara de hortelã • Gotas de óleo essencial de hortelã (opcional) • Bolas de gude • Água

Preparo Colocar a água ferver com as plantas. Se a planta for fresca, só iniciar a fervura; se a planta for seca, ferver por dois minutos. Deixar amornar, colocar numa bacia, acrescentar o sal grosso e as bolinhas de gude. Mergulhe os pés por completo durante 15 minutos e faça massagens durante esse tempo.

• 100 ml de óleo (de amêndoas ou de coco) • 5g de alguma planta medicinal de sua preferência

Preparo Colocar a planta limpa em um frasco de vidro. Complete com óleo, tampe e deixe este vidro em banho-maria, na água quente, mas fora do fogo, por 30 minutos.

Divulgação

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Qualidade de vida

Dia da Mulher

Milhares de mulheres mobilizadas em toda a região Veja alguns dos registros dos encontros!

Frederico Westphalen

Divulgação

Ronda Alta

Adriano Dal Chiavon/O Alto Uruguai

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Divulgação

Nova Boa Vista

Adriano Dal Chiavon/O Alto Uruguai

Vista Alegre

Iraí

Divulgação

Trindade do Sul

Marcela Buzatto/Emater/Divulgação

F

oram diversos os encontros alusivos ao Dia Internacional da Mulher, comemorado em 8 de março, que reuniram milhares delas em toda a região. Momentos de reflexão em relação ao papel da mulher na sociedade e como ela pode ser mais respeitada diante dos desafios diários que lhe são impostos foram protagonizados. Palestras evidenciando os potenciais e os percalços que elas enfrentam no dia a dia predominaram durante os encontros, assim como atividades recreativas, que contribuem para a integração delas nas comunidades onde estão inseridas. “Foi um dia diferente, de diversão, animação e integração entre as mais de mil mulheres dos municípios envolvidos”, comenta a extensionista Lisiane Paula Staggemeier Mattje, da Emater/RS de Nova Boa Vista, onde ocorreu um dos encontros. A extensionista social Marli Bernardi, da Emater/ RS-Ascar de Ronda Alta, atenta que essas são oportunidades de agregar conhecimento, prestigiar experiências e histórias de superação, fortalecendo os vínculos e a integração entre os grupos. Em cada município foram propostas programações que promovessem essa valorização do público feminino. “Através das mulheres impulsionamos o desenvolvimento, primeiro nas famílias e depois nas comunidades, para desempenharmos o nosso compromisso, que é o de contribuir com o desenvolvimento rural sustentável das famílias do RS”, afirmou o gerente-regional da Emater/RS, Clairto Dal Forno, durante o encontro realizado em Vista Alegre.


Saúde

Qualidade de vida

Cuidado c�m a visão: alerta para o há�ito de es��egar �� olh��

I

Tipo de ceratocone:

segundo o médico, existem ceratocones progressivos, graves, que precisam de transplante de córnea e ceratocones mais leves e não evolutivos.

Por que surgem:

Niederauer explica que o ceratocone é uma doença genética, que aparece na infância ou na adolescência e piora com o hábito de esfregar os olhos.

Tratamentos:

Sintomas:

o profissional afirma que a visão vai embaralhando, piorando progressivamente, podendo chegar a uma perda grave de visão, dores de cabeça e fotofobia (sensibilidade a luz).

Prevenção:

exame com oftalmologista na infância e adolescência, além de não coçar os olhos estão entre as recomendações para prevenir a doença.

De acordo com o oftalmologista, atualmente tem vários tratamentos para o ceratocone. “Até poucos anos atrás apenas o transplante de córnea resolvia, porém com muitas complicações. Hoje temos outras opções”, esclarece. Veja algumas opções: • Implante de Anel Intraestromal (Ferrara): procedimento seguro, eficaz de baixa complicação. Melhorando a visão, geralmente evita a progressão da doença. Corrige parte do grau, hoje se implanta anel com laser, que é mais seguro ainda. • Crosslinking na córnea: este tratamento é para não evoluir a doença. Usado na fase inicial. Evita a progressão do ceratocone. • Anel + Cross: às vezes esta associação traz mais benefícios ainda, porque o anel aplana a córnea e o cross endurece, para não evoluir. • Lente de contato: em alguns casos consegue-se boa qualidade de visão com lente de contato rígida.

Divulgação

magens distorcidas e embaçadas, dores de cabeça e sensibilidade à luz que foram piorando com o tempo e, com o hábito de esfregar os olhos, levaram ao diagnóstico de ceratocone. Trata-se de uma doença ocular até pouco conhecida, mas que merece atenção, já que em casos mais graves pode levar à necessidade de um transplante de córnea. Segundo o médico oftalmologista Mauri Niederauer, que atende em Frederico Westphalen, ceratocone é uma doença não inflamatória, bilateral e progressiva, que afeta o formato e a espessura corneana, provocando a percepção de imagens distorcidas e embaçadas. “É uma assimetria da córnea. Em um de seus meridianos ela assume a forma de um cone, sendo possível diagnosticá-lo através do exame oftalmológico e exames complementares (topografia, paquimetria e esquiascopia)”, explica. O médico Dráuzio Varella, nacionalmente conhecido, alerta também que é possível controlar a evolução da doença, nas pessoas geneticamente predispostas, corrigindo o hábito de coçar os olhos, tratando as atopias como a rinite alérgica, certas alergias dermatológicas e asma, por exemplo, que possam causar a coceira; e reavaliando as condições de adaptação e higiene das lentes de contato, se for o caso. Outras medidas simples podem ajudar a diminuir a vontade de coçar os olhos, como usar colírios lubrificantes (lágrimas artficiais) se os olhos estiverem ressecados, aplicar compressas frias ou geladas nos olhos, lavar pálpebras e cílios com xampu de pH neutro e soro fisiológico. Nesta época de colheita, em que os trabalhos na lavoura se intensificam, quem trabalha na agricultura também precisa ficar atento a isso, porque em muitos casos a poeira também ajuda a provocar essa coceira.

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Campo aberto Assessoria de Imprensa Cooper A1/Divulgação

Apil/RS mostrará produtos dos associados em feira

M

ais uma vez a Associação das Pequenas Indústrias de Laticínios do Rio Grande do Sul (Apil/RS) participa da Envase Brasil 2018, evento que comemora 20 anos e reúne tecnologia, embalagens e processos para indústria de bebidas e alimentos. A entidade contará com um estande na feira, com mostra e degustações das variedades de queijos produzidas pelos associados. Hoje os laticínios ligados à Apil/RS são responsáveis por mais de 50% do queijo consumido no Rio Grande do Sul. A 13ª edição da Envase acontece de 24 a 27 de abril, no parque de Eventos em Bento Gonçalves. Público pode visitar a feira das 14 horas às 21 horas. Inauguração teve a presença de lideranças da cooperativa

Produção de vinhos é tema de curso

Planalto tem nova estrutura da Cooper A1

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fabricação de vinhos artesanais é antiga. Famílias mantém esse costume e consomem a bebida diariamente, até pelos benefícios que traz à saúde humana. Para aprimorar essa produção, um curso sobre produção de vinhos artesanais foi realizado em março, na propriedade de Realdo Furini, em Nova Boa Vista. O encontro foi organizado pela Secretaria da Agricultura e Emater/RS e teve como orientadores os enólogos Giovani Furini e Juliana Reinher. Os vitivinicultores puderam observar na prática o manejo correto da trasfega de vinho, visando maior qualidade do produto.

O

município de Planalto conta agora com uma estrutura mais moderna da Cooper A1, cuja matriz está localizada em Palmitos/SC. A unidade agora tem os segmentos de lojas agropecuárias, setor de materiais de construção e supermercado com departamento de eletros e móveis. A inauguração ocorreu em março. A unidade de Planalto foi a primeira instalada em solo gaúcho, em 2004. As obras iniciaram em julho de 2017, teve uma ampliação expressiva, totalizando 1.482,74 metros quadrados. No estacionamento são mais 15 vagas e o quadro de colaboradores também aumentou, nove pessoas foram contratadas. Nesta regiaõ de Planalto são mais de 350 associados à Cooper A1.

Piscicultura é tratada em dia de campo

Irramir Piccin é reeleito presidente da Cooperjab

A

necessidade de difundir mais informações sobre piscicultura motivou a organização de um dia de campo em Nova Boa Vista, na metade de março. A propriedade de Helmut e Altair Escher sediou o encontro. O evento foi organizado pela Secretaria da Agricultura e Emater/RS. Orientações sobre manejo, alimentação, pragas e doenças que podem acometer os peixes estiveram em pauta, além de dicas de como fazer o abate de forma correta. Foram parceiras do evento o Cesurg, a Cotrisal, Sicredi e a Cresol. Divulgação

Produtores dos município tiveram acesso a informações sobre a atividade

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Gracieli Verde

E

m Jaboticaba, a Cooperjab tem feito história quando o assunto é cooperativismo agropecuário. Com loja agropecuária e supermercado, além de assistência técnica e compra de produtos agrícolas, a cooperativa trabalha na busca por contribuir com o desenvolvimento local. Em março, a assembleia geral trouxe para a pauta com os associados diversos assuntos, como a exposição do relatório de gestão do ano passado. Um dos dados apresentados é que foram somados mais de R$ 350 mil, entre cota-capital e devolução aos associados, além de doação de R$ 48,5 mil para a Associação Hospitalar Santa Rita, de Jaboticaba. Na assembleia também foi realizada a eleição da nova diretoria, além dos conselhos de administração e fiscal. Para o período de 2018 a 2021. O presidente, Irramir Piccin, foi reconduzido ao cargo.

Irramir Piccin


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Cooperativas têm chance de quitar débitos com o Estado

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Novidade para os associados Pela primeira vez na história da cooperativa, uma parte dos resultados será distribuída em conta-corrente Divulgação

m decreto assinado neste mês, pelo governador do Estado, José Ivo Sartori, beneficia cooperativas com prazo de até 10 anos para o pagamento de dívidas com a Receita Estadual. O intuito é conseguir regularizar dívidas que somam aproximadamente R$ 150 milhões relacionados ao Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e outras tarifas. A decisão deve dar mais fôlego para o setor. No Estado, um total de 567 empresas e 1.908 estabelecimentos ativos têm a forma jurídica de cooperativa.

SICREDI GRANDE PALMEIRA

12ª Feciatra será em maio

M

ais uma edição da Feira Comercial, Industrial, Agropecuária, de Cultura e Turismo de Ronda Alta tem data confirmada: entre os dias 18 e 20 de maio, no parque da cidade. A abertura oficial está agendada para o dia 18, às 9 horas. Entre as atrações também haverá o Festival da Cuca e da Linguiça, neste mesmo dia. Com foco no setor agropecuário, no dia 19 uma série de palestras fará parte da feira. Uma delas será com o analista de mercado Antonio Sartori, sobre o mercado da soja. Outra palestra será sobre tecnologia de aplicação. Na mesma data, o agrônomo Valdir Sangaletti, da Emater/RS, explanará sobre cenários e desafios para a produção de leite na região. A feira é uma promoção da prefeitura de Ronda Alta, Câmara de Vereadores, Emater/ RS, Sintraf e Associação Comercial e Industrial da cidade.

Meta é dobrar área irrigada a médio prazo

A

A cooperativa fechou o ano de 2017 com um resultado total de R$ 7,6 milhões; deste, após as destinações estatutárias (fundo de reserva, Fates), pagamentos de juros ao capital, o saldo remanescente foi distribuído no final do mês de março, proporcionalmente às movimentações financeiras que cada associado realizou com a cooperativa no ano de 2017. A proposta aprovada pelos associados foi: 52% distribuídos na conta-corrente e 48% em cota-capital. Isso significa que entre as distribuições e pagamento de juros ao capital, os associados da Sicredi Grande Palmeira terão de retorno 43% do resultado total da cooperativa.

“Durante toda a trajetória da Sicredi Grande Palmeira o resultado obtido foi entregue na cota capital do nosso associado. Este ano levamos para nossas assembleias um novo modelo, o qual foi aprovado, onde estaremos injetando mais de R$ 1,3 milhão direto na conta-corrente do associado. Dessa forma, estaremos movimentando diretamente a economia regional e dando um retorno mais palpável para nossos associados, sem deixar também de investir no capital social que reforça nossa estrutura patrimonial para captação de recursos repassados, fomentando a oferta de crédito aos associados. Nossos associados merecem esta evolução, pela movimentação que realizam e pela confiança que depositam no Sicredi”

Divulgação

tualmente são 7 milhões de hectares irrigados no Brasil. Para dobrar esta área a médio prazo, a Confederação da Agricultura e Pecuária (CNA) lançou, durante o 8º Fórum Mundial da Água, em Brasília, na segunda quinzena de março, a Comissão Nacional da Irrigação. Esta é formada por representantes da CNA, federações de agricultura e pecuária e associações de irrigantes. A ideia é que este seja um espaço para discutir o tema e atuar diretamente no Conselho Nacional de Recursos Hídricos, em Brasília. Outro objetivo da comissão é que os temas ligados à irrigação sejam trabalhados diretamente no Ministério da Agricultura e não no Ministério da Integração Nacional, como é atualmente.

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Conselho de Administração da Sicredi Grande Palmeira, após estudar e consultar possibilidades, trouxe para votação nas assembleias 2018 da cooperativa uma nova proposta de distribuição dos resultados. Os associados, seguindo os princípios do cooperativismo, decidiram e pela primeira vez na história da Cooperativa Sicredi Grande Palmeira uma parte do seu resultado será distribuída em conta-corrente, ou seja, o valor será disponibilizado para uso imediato, movimentando a economia local, fortalecendo a rede de negócios e beneficiando diretamente a comunidade.

Presidente do Conselho de Administração da Sicredi Grande Palmeira, Elvis Roberto Rossetto

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Fazer juntos consórcios que facilitam suas conquistas.

Aqui no Sicredi, fazemos juntos. Temos uma linha completa de consórcios, que garantem a você total liberdade de usar sua carta de crédito e escolher os seus bens e serviços. Seja qual for o seu objetivo, com os consórcios do Sicredi você conquista um pouco a cada mês.

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SAC: 0800 724 7220

Deficientes Auditivos ou de Fala: 0800 724 0525. Ouvidoria: 0800 646 2519.

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