AVICULTURA R E V I S TA
Setor em expansão já tem novos projetos
NOVO INFORMA | ORIENTA | INSPIRA Ano 2 - Edição 21 - Agosto de 2018
O QUE NOVO CENSO REVELA DO CAMPO Cresol celebra 10 anos com ações junto aos associados
APOIO
IBGE mostra informações preliminares sobre o setor agropecuário e comprova a demora na sucessão rural
A Novo Rural irá mudar!
NESTA EDIÇÃO
3 Agricultura A edição traz informações sobre antecipação da semeadura da soja, da abertura da colheita da erva-mate, novidades da marca Kuhn na área de pulverizadores, além de um case de um produtor que usa a internet para vender os produtos do sítio.
E
stamos preparando muitas novidades para os próximos meses. O que já antecipo é que o site, moderno, com muitos serviços, já está praticamente pronto. Estamos recheando a nova plataforma com conteúdo, para que quando você for acessá-la encontre muitas informações para o seu dia a dia, além de notícias novinhas. Nosso agradecimento desde já à empresa Virtual Bit e ao empresário Tiago Sarturi, que está dedicando uma atenção especial a este projeto.
8 Capa A reportagem de capa expõe alguns dos dados preliminares do Censo Agro 2017, do IBGE, que teve dados divulgados no fim de julho.
E não é apenas na forma que chegaremos até você que estaremos inovando e ampliando as possibilidades. Como já antecipamos no mês passado, queremos cada vez mais abrir espaço para a agricultura de precisão, como você pode conferir na reportagem produzida para a empresa Nova Planta, que apresenta um equipamento com muita tecnologia para proporcionar grande eficiência. É esse o caminho que queremos trilhar, mostrando o que está acontecendo neste cenário para que o agricultor, independente do tamanho da sua propriedade, tenha rentabilidade e atinja os resultados.
15 Pecuária Veja como o produtor pode garantir mais produtividade de mel nesta próxima safra, adotando o manejo adequado para esta época do ano. Entenda também como está o projeto de expansão da avicultura na região de Frederico Westphalen.
22 Agroindustrialização Conheça a história da agroindústria Moinho de Pedra, de Cristal do Sul, que processa milho nãotransgênico para a tradicional farinha para polenta.
Aos poucos, a Novo Rural ficará cada vez mais tecnológica, presente na sua vida com uma equipe reformulada, proporcionando novas experiências para envolver nossos leitores da região e também de outras partes do Sul do Brasil. Já podemos apresentar o Felipe Stamberg, que assume a gestão da revista, com muito dinamismo e determinação em transformar a Novo Rural em uma plataforma de conteúdo que fará a diferença no meio rural, levando tecnologia e conhecimento para gerar prosperidade àqueles que são os responsáveis pelo desenvolvimento do nosso país.
24 Gestão & Empreendedorismo Nesta edição inicia a série “Como você cuida das suas finanças?”, com conteúdos especiais para você entender melhor sobre o gerenciamento da renda da sua família.
26 Juventude rural Saiba como o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Frederico Westphalen está tratando da formação de novas lideranças em nível local. Um curso reúne 60 pessoas interessadas no assunto.
28 Cooperativismo
Uma excelente leitura!
Confira uma entrevista com o professor Pedro Büttenbender, que palestrará neste mês em Frederico Westphalen.
Patrícia Cerutti - Diretora
A revista Novo Rural é uma publicação realizada em parceria por Convênio:
Diretora
Editora-chefe
Coordenador financeiro
Diagramação e publicidade
Patricia Cerutti
Eduardo Cerutti
Foto da capa Gracieli Verde
Circulação Mensal
Tiragem
13 mil exemplares
Fone: (55) 3744-3040 Endereço: Rua Getúlio Vargas, 201 - B. Ipiranga Frederico Westphalen/RS
2 | Revista Novo Rural | Agosto de 2018
Gracieli Verde
Fábio Rehbein, Leonardo Bueno e Laís Giovenardi
Gestor
Revista Novo Rural
@novorural
55 99624-3768
Felipe Stamberg
ABRANGÊNCIA: Alpestre, Ametista do Sul, Barra Funda, Boa Vista das Missões, Caiçara, Cerro Grande, Chapada, Constantina, Cristal do Sul, Dois Irmãos das Missões, Engenho Velho, Erval Seco, Frederico Westphalen, Gramado dos Loureiros, Iraí, Jaboticaba, Lajeado Do Bugre, Liberato Salzano, Nonoai, Nova Boa Vista, Novo Barreiro, Novo Tiradentes, Novo Xingu, Palmeira das Missões, Palmitinho, Pinhal, Pinheirinho do Vale, Planalto, Rio dos Índios, Rodeio Bonito, Ronda Alta, Rondinha, Sagrada Família, São José das Missões, São Pedro das Missões, Sarandi, Seberi, Taquaruçu do Sul, Três Palmeiras, Trindade do Sul, Vicente Dutra e Vista Alegre.
Horta
3 | Revista Novo Rural | Agosto de 2018
Agricultura
O tomate híbrido “super” antioxidante BRS Zamir faz parte de uma nova geração híbrida
R
bons números, segundo Luís Carlos Galhardo, diretor da empresa Agrocinco, licenciada para comercialização da cultivar. O BRS Zamir tem um custo de sementes cerca de 30% menor em comparação com às opções importadas, outro diferencial. A variedade já foi avaliada em diferentes regiões produtoras nos estados de Goiás, Paraná, São Paulo e Distrito Federal. O tomate BRS Zamir é amplamente adaptado às altas temperaturas encontradas nas regiões produtoras do País, alcançando perto de 100% de pegamento dos frutos. Além disso, é um produto que se encaixa muito bem no perfil do agricultor de base familiar que, mesmo em uma área pequena e com pouca estrutura, consegue produzir um material de elevado valor agregado.
Teor de licopeno neste caso pode chegar a 144 microgramas por grama de fruto
HOLY
econhecidos pelos consumidores por causa da doçura de seus frutos pequenos e alongados, os tomates do tipo cereja ou grape são muito apreciados pelo mercado. Uma pesquisa da Embrapa Hortaliças desenvolveu um tomate híbrido que, além de muito doce, apresenta um diferencial benéfico para os consumidores indetectável pelo paladar: o teor de licopeno. O tomate BRS Zamir faz parte de uma nova geração de tomates híbridos enriquecidos com licopeno, uma substância antioxidante muito eficiente no combate aos radicais livres no organismo e um pigmento que confere a típica cor vermelha dos frutos do tomateiro. O teor de licopeno neste caso pode chegar a 144 microgramas por grama de fruto – bem superior aos 40/90 microgramas de outras variedades. Isso faz com que molhos e extratos feitos com esse tomate também sejam ricos nesta substância. A possibilidade de agregar valor ao produto não passa despercebido. Na última safra, as vendas já alcançaram
Cuidados importantes para um bom rendimento
Já começou a semeadura do MILHO
• Efetuar uma boa dessecação com inseticida; • Ataque de pragas (lagarta rosca e percevejos); • Regulagem de semeadora; • Umidade e temperatura do solo; • Velocidade de plantio; Dist • Distribuição de sementes e adubos; • Semente de boa qualidade.
O uso de boas práticas agronômicas contribuirá para altos rendimentos. Consulte nossos consultores para obter e garantir sua safra com segurança.
Único Canal Rubi do Rio Grande do Sul
3 | Revista Novo Rural | Agosto de 2018
Interação
Revista Novo Rural
@novorural
55 99624-3768
Fale conosco pelo WhatsApp: (55) 9.9624-3768 revistanovorural@oaltouruguai.com.br facebook.com/revistanovorural
Você deixou sua opinião nos comentários?
Ela pode ser publicada aqui!
AGOSTO
2018
COMENTÁRIOS
Dia 10 Dia Estadual do Porco
Também estamos no Instagram Se você é adepto ao Instagram pode seguir a Novo Rural por lá. Se você acessar o código abaixo pela câmera do seu celular ou tablet, vai chegar direto no nosso @novorural! Esperamos vocês por lá também para nos acompanhar nos bastidores. Você pode mandar fotos para compartilharmos nas histórias ou no nosso feed!
Rodeio Bonito A partir das 8 horas
De 14 a 16 42ª Reunião de Pesquisa de Soja da Região Sul
Nova plataforma, mais informação para você, leitor! Em breve a Novo Rural lança mais uma novidade. O site da revista já está sendo alimentado e logo será mais um canal de comunicação com o setor agropecuário do Sul do Brasil e com você, leitor que também nos acompanha aqui pela versão impressa.
Local: Sociedade Educacional Três de Maio (Setrem) Três de Maio
Dia 18 5º Concurso Municipal de Vinhos Coloniais e Artesanais e 3º Concurso do Jovem Empreendedor Rural Capela do Bairro Fátima Frederico Westphalen
Agroindústrias Saiba mais sobre setor de agroindústrias em nosso Fecebook e assista ao vídeo, a partir do debate que vem permeando a área desde a realização da primeira edição do Seminário Regional das Agroindústrias. O setor é considerado um dos mais importantes para a região.
Liberato Salzano O cenário da citricultura de Liberato Salzano segue em evidência em nosso Facebook, onde você pode conferir conteúdo em vídeo sobre o assunto. Liberato Salzano tem sido referência no assunto. A inserção de famílias na atividade não para e a expectativa é grande para a expansão dos negócios neste setor.
4 | Revista Novo Rural | Agosto de 2018
Ovos em miniatura e cachorra solidária! O agricultor Nildo José dos Reis, morador da comunidade de Linha Tavares, em Gramado dos Loureiros, quis compartilhar com os leitores da Novo Rural pelo menos duas informações curiosas. Por lá, uma galinha não tem os pés completos e põe ovos bem pequenos e sem gema. Já uma cachorra amamenta um filho e um porquinho, ao mesmo tempo. Coisas da natureza, não é?! As fotos foram encaminhadas pela equipe local da Emater/RS-Ascar.
Dia 24 Dia de campo sobre produção orgânica Três Palmeiras
SETEMBRO
2018 Dia 18
4º Dia de Campo Integração LavouraPecuária-Floresta, com o tema “Leite a baixo custo e com sustentabilidade” Local: Embrapa Trigo Passo Fundo
5 | Revista Novo Rural | Agosto de 2018
EXPOINTER TERÁ DESTAQUES PARA PEQUENOS E MÉDIOS PRODUTORES Massey Ferguson apresentará lançamentos na feira, que acontece de 25 de agosto a 2 de setembro de 2018. Com a experiência conquistada ao longo de 57 anos no Brasil, a Massey Ferguson apresentará duas novas séries de tratores, a MF 4700 (de 75, 85 e 95 cv) e a MF 5700 (de 95 e 105 cv).
Estes lançamentos somam-se ao MF 6700, lançado em 2017 e premiado TRATOR DO ANO. Estas séries redefinem o segmento de tratores de 75 a 135 cv. MF 4690: a colheitadeira do MDA
Os lançamentos são uma evoluA Massey Ferguson é a única ção de uma das famílias de tratores marca a oferecer colheitadeiras mais consagrada da marca e mais híbridas pelo Programa Mais vendida do país, a linha MF 4200. Alimentos. Esse sistema unifica o A série MF 4700 é ideal para melhor da trilha convencional com o silagem, grãos e horticultura. Ela melhor da separação axial, permitinpossui o maior escalonamento de do que a máquina trabalhe com marchas de trabalho do mercado baixo índice de perdas mesmo em (12Fx12R) e tem opcional de redutor condições extremas. supercreeper. Já a família MF 5700 A MF 4690 é ideal para agricultraz modelos ideais para os agricul- tura familiar. A colheitadeira trabalha tores que necessitam de máquinas com até 20 pés de plataforma, mais resistentes e robustas. proporcionando um alto nível de As duas séries estão disponíveis produção, especialmente em cultunas versões plataformada e cabinada. ras de arroz, soja e milho. www.itaimbemaquinas.com.br
ItaimbeMaquinas
"A MF 4690 foi testada e aprovada por nossos clientes." Abdil Karim Gerente Comercial da Itaimbé Máquinas de Panambi e Palmeira das Missões.
Com taxa de descarga de 86 l/s, a maior da categoria, e tanque de grãos com capacidade de armazenamento 10% maior (5.500 litros), a MF 4690 fica mais tempo disponível para a colheita. A cabine foi projetada para maximizar o conforto e a facilidade operacional, tornando o trabalho mais produtivo.
“Convidamos os produtores da região para conhecer esses e outros lançamentos da Massey Ferguson, durante a EXPOINTER. Trabalhamos com várias formas de financiamento, além de contar com a ferramenta do Consórcio Nacional Massey Ferguson, com maior número de contemplações ano” diz Abdil Karim, Gerente Comercial da Itaimbé Panambi e Palmeira das Missões.
ItaimbeMaquinas
5 | Revista Novo Rural | Agosto de 2018
Agricultura
Soja
Antecipar a implantação da lavoura de soja tem seus riscos Especialistas opinam sobre essa prática, que também tem sido comum entre agricultores da região Gracieli Verde
Gracieli Verde
revistanovorural@oaltouruguai.com.br
M
esmo que agronomicamente a antecipação da semeadura da soja não seja avaliada ou aceita com aval científico, esta tem sido uma prática frequente. Na região o que se vê é a semeadura a partir de 20 de outubro, por mais que a época preferencial seria a primeira quinzena de novembro. Na medida que a semeadura se estende para o mês de dezembro, a tendência é reduzir a produtividade da soja, segundo especialistas. É claro que para quem tem o objetivo de fazer a segunda safra, essa antecipação acaba sendo estratégica. Mesmo assim, existem riscos. – É importante atentar que a segunda safra para a nossa região é de muita instabilidade, ou seja, às vezes pode ser bem sucedida, às vezes não. Atualmente, o Norte do Paraná, o Mato Grosso do Sul e o Mato Grosso são regiões do país que permitem uma segunda safra com estabilidade produtiva – assinala o professor Claudir Basso, doutor em Agronomia e docente do Departamento de Ciências Agrárias da UFSM – Campus de Frederico Westphalen. O agrônomo Luciano Schwerz, doutor
6 | Revista Novo Rural | Agosto de 2018
Claudir Basso é professor da UFSM em Frederico Westphalen
em Fitotecnia e extensionista da Emater/RS em Sarandi, ressalta que essa é uma prática que requer atenção por parte dos produtores, em especial em anos com temperaturas mais amenas. – A cultura da soja tem seu desenvolvimento estagnado em condições inferiores a 10°C. De maneira geral, o agricultor deve observar o zoneamento de risco climático para a cultura da soja, que neste ano, na maioria dos municípios da nossa região, permite o início da semeadura a partir do dia 21 de setembro – explica Schwerz. Mas afinal, a que riscos o produtor se expõe com essa prática? Na visão de Basso, o principal é o fator chuva, porque a falta de umidade no solo durante a fase de
germinação e emergência e pós-florescimento é crítica para a cultura. Por outro lado, há quem justifique essa prática da antecipação da semeadura da soja pelo fato da pressão de doenças ser menor e ter que fazer menos aplicação de fungicida na fase reprodutiva da soja para a manejo da ferrugem asiática – principal doença da cultura. – Isso não deixa de ser verdade, já que a soja entrará no estádio reprodutivo com uma pressão baixa de inóculo. Porém, vale lembrar que essa prática de antecipação na semeadura, se for intensificada, deixa a dúvida se não vai haver um aumento na pressão da doença para a soja semeada dentro da época preferencial de semeadura – alerta Basso. Assim, o produtor precisa escolher cultivares mais adaptadas à época, \apesar de ainda faltarem estudos em relação a isso. Devido a essas dúvidas e às incertezas, Basso acredita que essa prática não deve ter tanta força por aqui. – O que as empresas de melhoramento precisam buscar são cultivares mais precoces, ou seja, de ciclo mais curto, que talvez possibilite uma segunda safra por parte dos produtores. A antecipação de semeadura serve para ganharmos tempo, entretanto, ainda vejo muita desconfiança em relação a isso – acredita o professor.
Soja Saiba a que aspectos você precisa estar atento para evitar problemas com essa antecipação, segundo o agrônomo Luciano Schwerz
É imprescindível a realização de tratamento de sementes com produtos de amplo espectro e com efeito residual.
A qualidade das sementes é um fator primordial, tendo em vista que, em condições ambientais desfavoráveis, um bom potencial germinativo e o alto vigor das sementes se tornam fundamentais para o rápido estabelecimento das plantas, garantindo uma população adequada e com alto potencial produtivo.
Para reduzir os riscos de danos por temperaturas baixas, no mercado existem alguns discos de corte que podem ser acoplados às semeadouras, que realizam o processo de remoção da palha da linha de semeadura, a exemplo dos chamados discos ondulados. Esta prática altera o balanço de radiação solar, promovendo maior aquecimento do solo durante o dia, em função de não haver a reflexão de parte da radiação pela palhada, e também possibilita a perda desta energia para a atmosfera no período da noite, dificultando a formação de geada sobre as plantas. Esta prática implica em outras questões de manejo e conservação do solo, mas é viável para reduzir riscos na implantação da cultura.
Gracieli Verde/Arquivo NR
O produtor deve ficar atento às condições ambientais, lembrando sempre que baixas temperaturas do solo dificultam ou retardam a germinação, deixando as sementes por mais tempo expostas a pragas e doenças de solo.
Luciano Schwerz atua na Emater/RS em Sarandi
Gracieli Verde/Arquivo NR
7 | Revista Novo Rural | Agosto de 2018
Capa 8 | Revista Novo Rural | Agosto de 2018
Gracieli Verde
Um novo retrato do meio rural
Capa
9 | Revista Novo Rural | Agosto de 2018
Mais acesso à internet, estabelecimentos agropecuários maiores, menos população no campo e, quem está lá, tem mais idade. O Censo Agro 2017, do IBGE, atualiza informações sobre um dos setores mais importantes da economia nacional Gracieli Verde | Adriano Dal Chiavon
revistanovorural@oaltouruguai.com.br
Mais acesso à internet e mais telefones O Censo revelou também um agricultor muito mais conectado com o mundo, através da internet. Em 2006, o total de estabelecimentos agropecuários que tinha acesso à internet era de apenas 75 mil. Em 2017, 1.425.323 produtores brasileiros declararam ter acesso à rede mundial de computadores, o que representa um aumento de 1.790,1%. No Rio Grande do Sul, o acesso à internet passou de 2,3%, em 2006, para 41,1% dos estabelecimentos em 2017. Por mais que teve esse crescimento, ainda são mais de 200 mil estabelecimentos rurais que não têm internet em solo gaúcho. Esse fator é considerado um entrave, por exemplo, para emissão de
nota fiscal eletrônica, entre outras adaptações necessárias no setor. Nas regiões dos Coredes Rio da Várzea e Médio Alto Uruguai, são mais de 16 mil produtores que não têm acesso esse recurso ainda, estimados em 38% do total de estabelecimentos dos 42 municípios, prova de que ainda há muito o que se fazer nesta área. Com acesso são 10,2 mil estabelecimentos. No que se refere ao telefone, o cenário é melhor entre os gaúchos: 89% dos estabelecimentos têm aparelhos. Na energia elétrica instalada nas propriedades, o número mostra aumento de 85,6% em 2006 para 92,4% em 2017 no Rio Grande do Sul.
Palmeira das Missões
Chapada
6º lugar
20º lugar
O eucalipto nas alturas Uma das culturas que mais cresceu foi o eucalipto. No Rio Grande do Sul são 844.121.000 pés, deixando o Estado em quarto lugar no ranking nacional. Isso representa 9,6% do efetivo de pés do Brasil. O crescimento é de 32,5%, segundo o Censo.
Divulgação
que os estabelecimentos com mil hectares ou mais tiveram um aumento, tanto em número quanto em área. A participação na área total desses estabelecimentos passou de 45% para 47,5%, de 2006 para 2017. Já os estabelecimentos entre 100 e 1000 hectares diminuíram de 33,8% para 32%. No total são 350,2 milhões de hectares destinados para a agropecuária, o que representa um aumento de 5% em relação a 2006. No Rio Grande do Sul, 83,7% do total de estabelecimentos têm até 50 hectares e 16,1% do total tem 50 hectares ou mais. Por outro lado, foi registrado um crescimento de 1,35 milhão de hectares de área destinada para atividades agropecuárias na comparação com o Censo de 2006, o que significa 6,7% a mais.
A extensa área agricultável de Palmeira das Missões segue sendo uma das maiores do Estado gaúcho, ficando em sexto colocado no ranking, também segundo o Censo, com mais de 300 mil toneladas do grão. Ainda integram essa lista o município de Chapada, em 20º lugar, com 153,8 mil toneladas. Juntos, os 20 municípios que mais cultivam o grão foram responsáveis por 28,2% de tudo que foi produzido no Estado.
Gracieli Verde
O
setor agropecuário estava há mais de dez anos sem informações oficiais atualizadas sobre as atividades exercidas pelos agricultores e pecuaristas. Desde o ano passado, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) trabalha na atualização desses dados, através do Censo Agro 2017. Informações preliminares foram liberadas pelo instituto no fim de julho. De cara, um dos dados que mais chama atenção é em relação ao número de estabelecimentos agropecuários, que registrou queda de -2% no Brasil e de -17,3% no Rio Grande do Sul – neste caso, isso representa uma redução de 76.420 estabelecimentos na comparação com o Censo de 2006 em solo gaúcho. Outro destaque em nível de Brasil é
Região tem dois municípios entre os maiores produtores de soja
Eucalipto
32,5% Mais aves e suínos Na pecuária, duas áreas cresceram mais nesses últimos 11 anos no RS. A suinocultura teve um incremento, desde 2006, de 14,9% no número de animais produzidos. Já na avicultura esse crescimento é ainda maior, de 22,6%. Suinocultura
14,9%
Avicultura
22,6%
LANÇAMENTO
AGROINOVAÇÃO BREVANT
TM
Sementes
55
3742-3155
Rua João Manoel de Lima, 59, Centro - Palmeira das Missões/RS
9 | Revista Novo Rural | Agosto de 2018
Capa
10 | Revista Novo Rural | Agosto de 2018
Campo envelhecido e demora na sucessão familiar E
m nível de Brasil, está aumentando a população rural mais idosa – o que entidades do setor já vêm apontando nos últimos anos, mas de forma empírica. Produtores entre 55 e 65 anos aumentaram de 20,35% para 24,01% e de 65 ou mais de 17,52% para 23,1%. Entre os jovens com menos de 25 anos, o número diminuiu de 1,9% para 1,2% entre os gaúchos. São dados como este que devem preocupar ainda mais o setor no que se refere à sucessão familiar no campo. Na região dos Coredes Rio da Várzea e Médio Alto Uruguai, 4% dos produtores têm menos de 30 anos, 61% entre 30 e 60 anos, e 35% com mais de 60 anos. Esses dados também podem ser um indicativo de que a sucessão rural é mais demorada, o que, de certa forma, justifica os baixos números de produtores que assumiram as propriedades ainda jovens. “Até os 30 anos dificilmente os jovens conseguem ter total controle sobre a propriedade, porque normalmente trabalham com os pais até bem mais tarde. Temos muitos casos de alunos nossos que estudaram aqui, trabalham no campo e mesmo assim não são titulares dos negócios”, comenta um dos professores da Casa Familiar Rural de Frederico Westphalen, em uma roda
de conversa com vários dos profissionais que atuam no educandário. O jovem Mateus Stival, que trabalha com o irmão Tiago e o pai Ari no interior de Frederico Westphalen, comenta que isso é comum. “Por mais que gente se denomina produtor e temos mais peso de decisão na propriedade, ainda é o seu Ari que tem a palavra final”, exemplifica – ele tem 27 anos e Tiago, 32. Um detalhe: os dois estudaram na área e já decidiram que é no campo que querem gerar negócios. Sem contar que muitas sucessões nem acontecem, segundo ele, que frequentemente faz visitas a propriedades acompanhando turmas da CFR de Frederico Westphalen. O gerente-regional da Emater/RS em Frederico Westphalen, agrônomo Clairto Dal Forno, pontua também que isso é indicativo da importância de ter políticas públicas que permitam a redução da penosidade do setor, ao mesmo tempo que se intensifique a tecnificação dos jovens que ainda estão no setor. “Exemplo disso são as próprias casas familiares”, cita. Para o coordenador regional do Movimento Sindical dos Trabalhadores Rurais, Deonir Sarmento, esses dados são preocupantes. “Cada vez mais serão menos pessoas produzindo alimento para a maioria que vive na cidade”, constata.
No Estado Produtores de 65 ou mais: Em 2006
Em 2017
17,5% 23,1% Jovens com menos de 25 anos Em 2006
1,9%
Em 2017
1,2%
Na região: faixa etária Município
Menos que 30 anos (%)
Entre 30 e 60 anos 60 anos (%) ou mais (%)
Alpestre
3%
62%
35%
Ametista do Sul
2%
66%
32%
Barra Funda
1%
50%
49%
Boa Vista das Missões
4%
59%
37%
Caiçara
4%
62%
33%
Cerro Grande
3%
65%
31%
Chapada
3%
57%
39%
Constantina
5%
64%
31%
Cristal do Sul
0%
65%
35%
Dois Irmãos das Missões
3%
61%
36%
Engenho Velho
3%
71%
26%
Erval Seco
6%
57%
37%
Frederico Westphalen
2%
54%
45%
Gramado dos Loureiros
2%
67%
31%
Iraí
4%
60%
36%
Jaboticaba
4%
62%
34%
Lajeado do Bugre
11%
67%
23%
Liberato Salzano
6%
64%
30%
Nonoai
5%
61%
35%
Nova Boa Vista
1%
62%
37%
Novo Tiradentes
5%
67%
28%
Novo Xingu
3%
66%
31%
Novo Barreiro
3%
62%
36%
Palmeira das Missões
3%
60%
37%
Palmitinho
3%
62%
36%
Pinhal
5%
58%
37%
Pinheirinho do Vale
3%
62%
35%
Planalto
4%
66%
31%
Rio dos Índios
3%
61%
37%
Rodeio Bonito
5%
58%
37%
Ronda Alta
4%
59%
37%
Rondinha
2%
62%
36%
Sagrada Família
3%
63%
34%
São José das Missões
3%
60%
38%
São Pedro das Missões
4%
55%
41%
Sarandi
3%
58%
39%
Seberi
2%
57%
40%
Taquaruçu do Sul
3%
60%
37%
Três Palmeiras
7%
61%
32%
Trindade do Sul
4%
64%
32%
Vicente Dutra
7%
66%
27%
Vista Alegre
2%
62%
36%
Total geral
4%
61%
35% (Fonte: IBGE)
10 | Revista Novo Rural | Agosto de 2018
Capa
11 | Revista Novo Rural | Agosto de 2018
Ensino
Cooperativas
Mais gente conseguiu concluir o ensino médio
Ler e escrever
Menos produtores associados a cooperativas ou entidades de classe
No Estado
No Estado
No Estado
Em 2006
Em 2006
Em 2006
82,4%
4,2%
68,3%
dos produtores não tinham o ensino médio ou antigo científico
dos produtores não sabiam ler e escrever
eram associados
Em 2017
Em 2017
Agrotóxicos
3,6%
59,6%
dos produtores declararam não haver o ensino médio ou científico
dos produtores não sabem ler e escrever
declararam estar associados
Na região
Em 2006
Em 2017
62%
87%
utilizaram
utilizaram
Veja os municípios com maior índice de uso na região
Em 2017
70,2%
Em 2017
79%
No Estado
utilizaram
Chapada
98%
Vicente Dutra
98%
Barra Funda
98% 97%
Sarandi
40,4%
não são associados
Mais mulheres No Brasil, entre 2006 e 2017, o total de estabelecimentos nos quais o produtor é mulher aumentou de 12,7% para 18,6% (945.490 pessoas), enquanto os homens passaram de 87,3% para 81,4% (4.100.900) do total. Entre os gaúchos, 87%,9% dos homens em 2017 eram homens e 9,3% eram mulheres. Nos 42 municípios da região, 90% são homens e 10% mulheres.
No Estado
Os municípios da região que se destacam em número de mulheres como produtoras
2006
90,7%
9,3%
homens
mulheres
2017
87,9% homens
12,1% mulheres
Região 2017 90% homens
10% mulheres
20%
Lajeado do Bugre Ametista do Sul
18%
Vicente Dutra
18% 16%
Pinhal São José das Missões
14%
Erval Seco
14%
Três Palmeiras
13%
Nonoai
13%
Nonoai
12%
11 | Revista Novo Rural | Agosto de 2018
Agricultura
Extrativismo Gracieli Verde
Equipes da Emater/RS de Novo Barreiro e Palmeira das Missões também acompanham ervais através da extensão rural pública
Região terá abertura da safra da erva-mate Ato ocorre no dia 15 de agosto, durante dia de campo sobre a cultura em Palmeira das Missões, que também destacará questões técnicas relacionadas à atividade
Q
uem tem o hábito diário de “matear” sabe bem a importância de ter uma erva-mate de qualidade e de sabor “original”. Para colocar isso em evidência, os municípios de Palmeira das Missões e Novo Barreiro, através das equipes locais da Emater/RS-Ascar, organizam a primeira Abertura Oficial da Safra da Erva-Mate na região, no dia 15 de agosto. O encontro, que também contará com dia de campo, será realizado no erval da família de Paulo Sérgio da Cruz, na comunidade de Santa Rita, em Palmeira das Missões. – Essa é uma das ações que foi levantada durante o trabalho de diagnóstico do cenário da cultura na região, através do Programa Gaúcho para Valorização e Qualificação da Erva-Mate. Queremos dar o valor que a erva-mate merece, colocar esta atividade em cena – destaca o gerente-adjunto do Escritório Regional da Emater/RS-Ascar de Frederico Westphalen, Mario Coelho da Silva, que acompanha de perto esse trabalho. Por mais que a colheita da erva-mate ocorre o ano todo, é desta época em diante que ela é mais favorável para uma manutenção sadia dos ervais, segundo o agrônomo Felipe Lorensini, da Emater/RS-Ascar de Palmeira das Missões. São questões técnicas como essa que a extensão rural, por solicitação da Secretaria de Agricultura gaúcha, deve abordar nesta data.
12 | Revista Novo Rural | Agosto de 2018
Temas técnicos importantes O agrônomo Ilvandro Barreto de Melo, da Emater/RS-Ascar – um dos profissionais da instituição com ampla experiência e conhecimento na área –, será o responsável por, pelo menos, dois momentos técnicos do encontro, com foco no manejo dos ervais e também na implantação de novas áreas. Técnicas como a poda de formação e de rejuvenescimento estarão entre os temas. – Essa poda de formação é uma técnica adotada para a estruturação arquitetônica da planta de erva-mate, uma forma de conduzi-la de maneira adequada para os ciclos produtivos futuros. Isso deve ser feito já no primeiro ano de plantio da muda a campo e seguir sucessivamente até se iniciar o período de plena produção, que ocorre a partir do quinto ano – explica Melo. Ele ressalva que essa técnica precisar ser executada de maneira sintomática. “Ou seja, mesmo que tenha princípios técnicos básicos, necessita obrigatoriamente ser planejada em acordo ao comportamento ou desenvolvimen-
to individual de cada erveira”, acrescenta. Além dessa, também será mostrada como fazer a chamada poda de rejuvenescimento, que tem como principal objetivo a recuperação de erveiras avariadas com o passar do tempo, devido ao mau manejo tecnológico do erval, às ações do sol, da geada e da chuva que as debilitam. Isso costuma reduzir a produtividade e até causar a morte dessas plantas em estágio mais avançado de degradação. – Como o próprio nome diz, essa poda serve para a renovação da parte aérea da árvore e à produção equilibrada na relação folha/madeira. É uma técnica importante para a salvação e a preservação do potencial genético dos remanescentes nativos de erva-mate, além do incremento da produtividade e ao aumento da vida útil da erveira – explana o agrônomo. Ainda na agenda técnica, um produtor de Machadinho mostrará um case na área de colheita, outro desafio para o setor da erva-mate.
Confira a programação e participe! 9 horas: Implantação e manejo de ervais produtivos de alta qualidade. 10h30min: Colheita, com estratégias a partir de do case de um produtor de erva-mate em Machadinho, através da Apromate. 11h30min: Abertura Oficial da Safra da Erva-Mate 13h30min: Orientações sobre poda de formação, adubação de manutenção, manejo de pragas, melhoramento de ervais nativos e pode de rejuvenescimento.
A organização e promoção do encontro são conjuntas, envolvendo os escritórios municipais da Emater/RS-Ascar de Novo Barreiro e Palmeira das Missões, 10ª Coordenadoria Regional da Agricultura e Corede Rio da Várzea. Apoiam a iniciativa as prefeituras dos dois municípios, assim como as câmaras de vereadores, o Ibramate e Aeplan. Devem estar envolvidos nesta atividade dez municípios da região, todos com alguma participação neste mercado da ervamate.
Tecnologia
Kuhn tem novidade no mercado de pulverizadores O Stronger HD está disponível para toda a região na Nova Planta, em Palmeira das Missões
A
tecnologia na área de aplicação de defensivos tem sido cada vez mais precisa e, com isso, o produtor consegue ter acesso a soluções mais adaptadas as suas áreas produtivas. Uma das novidades que está no mercado neste ano é o Stronger HD, que faz parte da nova linha de pulverizadores autopropelidos da marca brasileira Kuhn. O equipamento conta com sistema de transmissão eletrônica inteligente e das barras de pulverização de até 40 metros de largura, além de tanque de defensivos em aço inox, uma tendência para o mercado brasileiro. Uma das caraterísticas é a alta durabilidade e performance dos motores, com menor consumo de combustível e menor custo de manutenção – dependendo do modelo, o Stronger HD pode ser equipado com motor de 260cv ou 280cv. O empresário Daltro Rinaldi observa que além desta versão, a Nova Planta também conta com outros modelos com capacidade de 2 mil litros e 25 e 27 metros de barra; de 3 mil litros e 30, 36 e 40 metros de barra, estes também em alumínio. “São produtos de fabricação nacional com uma série de atributos importantes para o trabalho do produtor, todos financiáveis com recursos do Plano Safra que está em vigência”, ressalta.
Duas verões de taques são disponibilizadas pela linha Stronger HD, um com capacidade de 3,2 mil litros e outro com 4 mil litros. O formato cilíndrico e o acabamento superficial das paredes do tanque facilitam a limpeza do equipamento, eliminando por completo os resíduos químicos. Além disso, o aço inox garante uma durabilidade maior, sem contar na resistência. O equipamento também conta com tanque de água limpa e sistema de limpeza interno do tanque através de dois dispersores rotativos. O sistema de agitação é composto por quatro agitadores hidráulicos com capacidade de agitação de 840L/min. Já em relação às barras, estas possuem 30, 36 e 40 metros. As barras de 30 metros são em aço carbono e as barras de 36 e 40 metros são em alumínio estrutural. Segundo a equipe técnica da Nova Planta, a vantagem das barras de 40 metros é que há uma redução em 25% no amassamento comparado a uma barra de 30 metros. Outro diferencial é o sistema Kuhn Equilibra. Por meio dele o equipamento proporciona o autonivelamento das barras de pulverização, o que gera mais estabilidade das barras mesmo em velocidades mais altas. Gracieli Verde
Daltro Rinaldi, proprietário da Nova Planta
Reabastecimento frontal Outra vantagem do Stronger HD é o sistema de reabastecimento frontal. Isso facilita a acessibilidade para o abastecimento do tanque de pulverização e também agiliza o trabalho do operador – o pulverizador também tem uma bomba de reabastecimento com capacidade de 1.100l/minuto.
Divulgação
O diferencial do tanque em aço inox
Conforto e ergonomia dentro da cabine
Cabine garante bem-estar Além da tecnologia na parte de aplicação, o produtor também precisa estar atento a questões de saúde quando se trata de pulverizações de defensivos. No caso dos pulverizadores, conforto para quem trabalha na aplicação é importante, por isso cabine do Stronger HD representa outro aspecto importante do equipamento – é considerada ergonômica e tem a área de visão aumentada, além de contar com um sistema de pressurização e a porta ser selada duplamente, para maior proteção e isolamento acústico.
Adequado à agricultura de precisão A tecnologia aliada à agricultura de precisão também faz parte da linha Stronger HD. Esses pulverizadores são equipados de série com o novo terminal virtual Trimble TMX 2050 de 12.1 polegadas Touchscreen de alta resolução. Isso permite o melhor acompanhamento do trabalho pelo operador. Por ser um terminal Isobus, todo o acompanhamento do sistema veicular é visualizado neste mesmo terminal, não havendo necessidade de inclusão de um segundo terminal, facilitando o gerenciamento dos trabalhos pelo operador e diminuindo a poluição visual na cabine. Outros itens de série incluem o piloto automático hidráulico e corte automático de nove seções, manobra automática de cabeceira e suporte técnico remoto, onde é possível conectar o terminal com o escritório e resolver qualquer problema relativo ao terminal. O acesso remoto ao sistema também facilita o caso de alguma manutenção por parte da equipe técnica da marca.
Equipamento pode ser financiado através do Plano Safra
13 | Revista Novo Rural | Agosto de 2018
Agricultura
Conexão Fotos: Gracieli Verde
O “zapzap” que facilita a venda de hortaliças Em Frederico Westphalen, casal Lângaro reúne em um grupo mais de 100 pessoas interessadas em produtos do sítio em aplicativo de conversa instantânea
O
modo de comercializar a produção de um sítio ou chácara tem muito a ver na viabilidade dos negócios. Ter uma organização da produção conforme a demanda pelos produtos é outra “chave” para o sucesso. Há pouco mais de um ano esta tem sido a fórmula aplicada pelo casal Moacir e Suzana Lângaro, que mora no interior de Frederico Westphalen, a seis quilômetros do perímetro urbano, com a filha Valentina, de 10 anos. Eles são responsáveis por cuidar de um sítio de uma empresária frederiquense, de três hectares. Paralelo aos trabalhos de manutenção do local, Moacir e Suzana podem utilizar o espaço também para a produção de alimentos, tanto para subsistência como para comercializar. O trabalho com a horta e o pomar é tão cuidadoso que o excedente tem aumentado bastante nos últimos meses. Mas esse incremento nas vendas se deu,
14 | Revista Novo Rural | Agosto de 2018
principalmente, pelo modo como o casal Lângaro comercializa seus produtos. Um grupo no WhatsApp permite a comunicação rápida, pela internet, com pelo menos 135 pessoas. – No começo eram menos de 10 pessoas, mas agora a cada semana tem mais gente fazendo parte disso. E o nosso grupo é só para nos comunicar os pedidos da semana, não permitimos que ninguém fique postando outras coisas que não nos dizem respeito – garante Lângaro, mostrando as interações na versão do aplicativo usada no computador, mas que também são controladas pelo smartphone. E a rotina inclui pelo menos duas interações virtuais durante a semana. Uma no início, para seu Moacir enviar aos clientes a lista dos produtos que são oferecidos. Já os clientes têm até na quarta-feira para sinalizar o que querem. Na quinta-feira é o dia da entrega, realizada pela manhã e à tarde. São cer-
ca de 50 pedidos por semana que fazem com que Moacir e Suzana venham para a cidade com a produção já toda vendida. “Com isso, a gente não se aventura em plantar pouco ou demais, a gente se organiza e já faz o negócio antes de sair de casa”, assinala o produtor, que é catarinense, mas mora em Frederico Westphalen há seis anos. O espaço que é usado para produzir é pequeno, nada demais, mas extremamente organizado. O modo de produção também é diferenciado. Seu Moacir garante usar apenas produtos de origem orgânica na adubação. A ideia é justamente ofertar hortaliças diferenciadas para o grupo de clientes. Alfaces e temperos são o que predominam entre os itens, mas também tem couve-flor, brócolis e frutas da época, como bergamotas e laranjas. Hoje as vendas das hortaliças correspondem a 40% da renda do casal – que também é remunerada pela prestação de serviços no sítio.
Pecuária
Suínos
Gracieli Verde
Rodeio Bonito recebe o 44º Dia Estadual do Porco Município é o atual líder em número de animais abatidos no Estado gaúcho
P
rimeiro município no ranking do Estado gaúcho de maior número abate de suínos tendo como base o ano 2017, Rodeio Bonito já vive o clima do 44º Dia Estadual do Porco, evento tradicional para a suinocultura do Rio Grande do Sul. O encontro está marcado para 10 de agosto, no Ginásio Municipal Antônio Trento e são esperadas centenas de suinocultores, a exemplo do que já ocorreu em edições anteriores, em outros municípios. Uma comitiva rodeiense tem trabalhado na realização dos convites a lideranças regionais e estaduais, uma vez que o encontro coloca em evidência uma das atividades primárias mais importantes do Rio Grande do Sul e da região. Sediar o evento é motivo de orgulho para o prefeito, José Arno Ferrari, que fez questão de convidar pessoalmente colegas de outros municípios e representantes do governo do Estado. “Isso se faz necessário tendo em vista a relevância do evento que traz para a pauta
da suinocultura, setor que movimenta significativamente a economia regional”, defende Ferrari. A expectativa é grande para a palestra com o presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Francisco Turra, que deverá falar sobre cenários para o setor de carnes, área que vem sofrendo com questões mercadológicas nos últimos meses. Em um evento realizado em São Paulo/SP, no fim de julho, Turra se mostrou otimista, acreditando na força do setor de carnes brasileiro. “Somos diferenciados, nunca tivemos casos de Influenza Aviária e somos livres de várias doenças no setor de suínos”, disse. Outra participação que está sendo articulada pelos organizadores – a Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul e a prefeitura de Rodeio Bonito – é dos candidatos ao governo do Estado. A ideia é dar espaço aos interessados em expor suas ideias relacionadas ao setor.
Saiba mais! • Os interessados em participar podem montar comitivas para irem a Rodeio Bonito. • O almoço será à base de carne suína. • A comissão organizadora solicita que grupos maiores organizados por associações e núcleos municipais de suinocultores ou sindicatos e escritórios informem o número de participantes para levantamento do número aproximado de almoços. Essa informação pode ser enviada para o e-mail eventos@acsurs. com.br ou 51 3712-1014, com Eduarda Gregory. Também pelo 51 99786-2860 (whatsapp). O cartão para o almoço tem o custo de R$ 30.
ICPSuíno acumula 18,05% em 2018
O
custo de produção do quilo de suíno vivo chegou aos R$ 4,17 em junho, em Santa Catarina, conforme dados da Central de Inteligência de Aves e Suínos da Embrapa (Cias) – o número serve de referência para todo o país. No início de 2018 o mesmo custo era calculado em R$ 3,49. Essa alta fez o índice de custo de produção (ICPSuíno/Embrapa) alcançar os 238,45 pontos,
aumento de 2,32%. No ano, o ICPSuíno calculado pela Embrapa acumula 18,05%. Nos últimos 12 meses, a variação chega a 26,05%. O ICPSuíno sobe constantemente desde agosto de 2017, quando marcou 181,99 pontos. A maior causa para a elevação do ICPSuíno em junho foi a nutrição dos animais (2,02%), que corresponde a 78,37% do total dos custos da produção.
Custo de produção (Kg)
R$ 3,49 Início 2018
R$ 4,17
Junho 2018
15 | Revista Novo Rural | Agosto de 2018
Pecuária
Apicultura
16 | Revista Novo Rural | Agosto de 2018
Gracieli Verde
Por uma
safra mais doce
Canola é “prato cheio” para a abelhas
Com mais um ciclo de produção de mel que se aproxima, produtores precisam estar atentos às necessidades das abelhas visando maior produtividade Gracieli Verde
Veja mais dicas para esta época:
Alimentação artificial | revistanovorural@oaltouruguai.com.br
P
restes a iniciar mais uma safra de mel, o apicultor precisa estar atento a alguns manejos importantes para garantir a sanidade dos enxames e, consequentemente, a produtividade de mel. O engenheiro-agrônomo Luiz Eduardo Avallone Velho, da Emater/RS de Palmeira das Missões, observa que a alimentação dos enxames nesta época que antecede a primeira florada do ano é essencial para que aumente o número de abelhas. – É necessário adotar algumas práticas neste mês de agosto com vistas à safra 2018/2019, como a alimentação estimulante. Esta consiste em uma mistura de água, açúcar e mel, o que passa a impressão para o enxame de que está entrando néctar. Com isso, a rainha vai aumentar a postura de ovos no ninho e a população de abelhas vai aumentar. Essa prática é reco-
16 | Revista Novo Rural | Agosto de 2018
mendada de 45 a 60 dias antes do período da principal florada na sua região de produção – explica o profissional. No inverno o enxame pode ser reduzido a 10 mil abelhas. Com essa prática, o enxame pode chegar na época de safra com cerca de 60 mil abelhas. É isso que garante ao produtor poder coletar até 110 quilos de mel por caixa, dependendo também das condições climáticas. Por mais que muitos agricultores mantenham a produção de mel para o consumo da família, é possível aumentar a renda comercializando o excedente. “Sem contar que polinização é um dos maiores benefícios desses insetos para a agricultura, promovendo o aumento das produções de grãos – no caso da soja e do feijão em 20% a 30%”, segundo Velho.
O apicultor deve começar a preparar os enxames para a safra de mel entre 45 e 60 dias antes da florada principal na sua região de produção, fornecendo um xarope estimulante com a finalidade de simular o início da florada. Isso faz com que as abelhas nutrizes aumentem a produção de geleia real e, por sua vez, a rainha bem nutrida aumenta a postura, elevando o número de operárias de 10 mil para 60 mil por enxame.
• Como preparar o xarope
Dissolva 400 gramas de açúcar em 400 ml de água a 50°C. Retire do fogo e acrescente 200 gramas de mel, agitando até dissolver completamente. Depois de esfriar, coloque nos alimentadores Boardman, fornecendo de meio a um litro por colmeia, por semana, de preferência no final da tarde. Essa alimentação deve ser mantida até o início da florada principal. Se o período for de muita chuva e frio, fazer também a alimentação de subsistência.
17 | Revista Novo Rural | Agosto de 2018
Apicultura Gracieli Verde
O uso do redutor de alvado O redutor de alvado colocado no Outono deve ser mantido até o início da Primavera, quando as temperaturas noturnas ainda tendem a ser baixas, facilitando o serviço do enxame de manter a temperatura e umidade interna do ninho.
A troca dos favos Também conhecida como “técnica do ninho claro”, a troca de favos deve ser feita após iniciar a alimentação com o xarope estimulante, substituindo os favos velhos por dois caixilhos do ninho com cera alveolada, abrindo espaço para a rainha fazer postura. Essa troca deve ser feita nos períodos de entressafra (agosto/ setembro e novamente em novembro/ dezembro). O ideal é que se troquem todos os favos do ninho até dezembro.
Captura de novos enxames Quem pretende aumentar o número de enxames no seu apiário pode optar pelo uso de caixas-iscas ou pela divisão de enxames, que é mais recomendado, pois o apicultor pode selecionar os melhores enxames de seu apiário por qualidade genética, produtividade e mansidão.
Substituição de rainhas Para garantir altas produtividades de mel a substituição de rainhas é uma técnica recomendada. Com isso, se elimina a rainha velha que tem sua capacidade de postura diminuída e que enfraquece o enxame. O ideal é substituir 12,5% das rainhas nos meses de novembro e dezembro, deixando as próprias abelhas produzirem novas rainhas. Importante lembrar que essas recomendações são para apicultores que trabalham com caixas modelo langstroth (americana).
Gracieli Verde
Luiz Eduardo Avallone Velho é agrônomo da Emater/RS
Colocação de caixas próximo das áreas com culturas em florescimento é estratégica
Apicultura migratória: técnica promete mais produtividade em áreas agrícolas Uma oportunidade que o produtor tem de potencializar a produção agrícola e de mel é utilizar-se das abelhas em áreas de produção. – Na entressafra do mel, lavouras de culturas como a canola ou o girassol são uma opção para a apicultura migratória, que consiste em o apicultor transportar as caixas de abelhas para locais onde elas podem ter acesso a floradas abundantes – explica Velho. Em Palmeira das Missões, próximo à divisa com Boa Vista das Missões, o produtor Vilmar Baungratz está experimentando pela primeira vez neste ano nas lavouras de canola da Granja Presidente. “Sabemos que isso ajuda muito na produção do grão, vamos que resultado teremos”, comenta Baungratz, que espera um incremento de, pelo menos, 10% no fim do ciclo, mas há estudos que mostram um aumento de até 50%. A colheita das primeiras áreas dos 150 hectares de
canola da fazenda deve iniciar na primeira quinzena de setembro. O agrônomo Luiz Eduardo Avallone Velho observa que em culturas como a soja e o feijão também há um grande incremento. – Hoje já existem empresas especializadas em apicultura migratória, pois exige um manejo diferenciado. Na região é uma prática ainda pouco utilizada, mas que pode ser uma alternativa para potencializar os resultados da agricultura e gerar mais renda com o mel, outro produto que pode ter mais consumo em todas as épocas do ano – pontua. No caso da cultura do girassol, outra vantagem da apicultura migratória é em relação a produção do pólen a baixo custo. “Esse pólen pode ser usado como alimento para o próprio enxame, fornecido no inverno às abelhas, ou até mesmo na primavera, se o período for chuvoso”, acrescenta o agrônomo.
17 | Revista Novo Rural | Agosto de 2018
Pecuária Avicultura Debora Theobald
Casal Sergio e Juremi com o filho Ricardo
Setor avícola busca alternativas Em Frederico Westphalen, família Ceolin é uma das investidoras na área. Por lá, a atividade deve garantir a sucessão de um dos filhos na propriedade Gracieli Verde
revistanovorural@oaltouruguai.com.br
A
inda no segundo semestre de 2017 a Novo Rural estampava em suas páginas várias possibilidades de atividades que estão sendo fomentadas na região, como a citricultura, a suinocultura e a avicultura. São atividades que estão recebendo fomento nos últimos anos, o que faz com que produtores também possam realizar seus investimentos com vistas a mais renda em médio e longo prazo. No caso da avicultura, uma das famílias que ampliou as atividades foi a de Sérgio e Juremi Ceolin, moradores da Vila Carmo, no interior de Frederico Westphalen. A opção de o filho Ricardo permanecer na propriedade, trabalhando com os pais, motivou o investimento de mais de um milhão de reais. Seu Sergio trabalha com a avicultura há quase 15 anos, integrado à Frangos Piovesan, e entendeu que oportunizar ao filho seguir na
18 | Revista Novo Rural | Agosto de 2018
atividade seria também uma forma de garantir a sequência nos negócios. “Agora o trabalho neste novo aviário é com ele”, brinca, mas mostrando que o comprometimento é mútuo. “O que mais me motivou a voltar para o campo foi a possibilidade de ter o próprio negócio, apesar de a responsabilidade ser bem maior”, destaca o jovem. No novo barracão construído é possível alojar de 45 mil a 55 mil aves, segundo o veterinário Joel Schwertz, da empresa integradora. No total são 3.465 metros quadrados. No aviário que já estava sendo utilizado para a atividade a capacidade é para 15 mil aves. No caso da família Ceolin, outras parcerias também foram importantes para tirar o projeto do papel, como o acesso ao crédito rural, por meio da Sicredi Alto Uruguai RS/SC, bem como o trifaseamento da energia elétrica, feito pela Creluz – uma vez que o novo aviário é todo automatizado, tanto para alimentação das aves como para climatização.
Seberi também deverá ter granja avícola O projeto de expansão da Frangos Piovesan também incluiu a edificação da Granja Progresso, que está localizada na linha Progresso, em Frederico Westphalen – que foi inaugurada em julho de 2017 –, mas ainda resta ficar pronta a construção de um dos três aviários que estão previstos na versão final do projeto. A terraplanagem já foi iniciada, com auxílio da prefeitura, e a construção da estrutura deve ocorrer ainda em 2018. A granja da família Ceolin também entra neste projeto, com a ampliação da atividade na propriedade. A novidade é um empreendimento no interior de Seberi, com 2.640 metros quadrados, com capacidade para alojar entre 32 mil e 42 mil aves, na propriedade do agricultor Gervásio Selong, na linha Nova. “A família é iniciante na avicultura e busca ter mais uma atividade para complementar no faturamento da propriedade”, ressalta Schwertz. O veterinário comenta ainda que vários produtores estão demonstrando interesse em investir no setor, seja para ingressar ou ampliar a atividade avícola. “No entanto, a dificuldade de captar recursos financeiros ou de o produtor oferecer garantias reais para fazer o investimento está sendo um dos gargalos”, identifica.
Avicultura Demanda por mais 100 mil aves por ciclo
ICPFrango
Tendo em vista toda a projeção de crescimento do setor avícola na área de abrangência da Frangos Piovesan, hoje a planta da empresa, localizada no Bairro Bela Vista, em Frederico Westphalen, está autorizada a abater próximo de 300 mil frangos por mês. Porém, como não há aviários em quantidade suficiente, a empresa está ociosa. – Hoje, a nossa demanda seria por, pelo menos, mais 7 mil metros quadrados de aviários, para poder alojar o montante de 100 mil aves, que se diluiriam nos 64 dias de ciclo de produção entre um alojamento e outro – explica Schwertz.
Novas possibilidades: o “frango verde” As dificuldades de mercado que o setor de carnes tem passado tem causado preocupação para produtores e integradoras. – Desde o início do ano tivemos quedas fortes de preços das carnes e, posterior a isso, também aumentou o custo de produção, sem contar o impacto gerado pela greve dos caminhoneiros, que resultou em prejuízos financeiros para a empresa – lamenta o veterinário. Mas nada disso amedronta o empresários frederiquenses. Agora o trabalho inclui, além da busca por novas parcerias para aumentar a produção, o estudo de uma nova linha de produtos. – A ideia é ofertar uma linha de produtos com frangos produzidos 100% sem uso de antibióticos e anticoccidianos, que é conhecido na gôndola do mercado como “frango verde”. Além disso, a empresa busca ser a primeira no Brasil em ter o Certificado Internacional de Frango Livre de Antibióticos e Anticoccidianos, pensando sempre na segurança alimentar do consumidor final. O estilo de produção diferenciado, com maior tempo das aves nas granjas, gera uma carne mais consistente e de sabor diferenciado – explica o profissional.
Acumulado do ano
17,27%
*Até Junho 2018
Custo de produção (Kg)
R$ 2,92
R$ 2,91
Maio 2018
Junho 2018
O acompanhamento da Embrapa Suínos e Aves, de Concórdia/SC, aponta que o custo de produção do frango baixou 0,27% em junho de 2018 na comparação a maio. O índice fechou o nos 225,29 pontos em junho, mas ainda acumula alta em 2018, agora de 17,34%. Nos últimos 12 meses, o acúmulo do ICPFrango é de 24,20%. Com isso, o custo de produção por quilo vivo de frango de corte no Paraná, calculado a partir dos resultados em aviário tipo climatizado em pressão positiva, passou de R$ 2,92 para R$ 2,91 em junho. Santa Catarina e Paraná são usados como Estados-referência nos cálculos por serem os maiores produtores nacionais de suínos e de frangos de corte, respectivamente.
Aplicativo Custo Fácil Disponível para download gratuito, o Custo Fácil auxilia o produtor integrado e a assistência técnica a organizar as informações necessárias para estimar o custo de produção e obter relatórios úteis para a gestão da granja. O aplicativo é indicado para integrados com contratos de parceria e de comodato para os sistemas de produção de suínos em creche e terminação, produção de leitões e frango de corte. O Custo Fácil pode ser baixado em smartphones ou tablets com sistema Android na Google Play Store.
Estrutura nova tem capacidade de para até 55 mil frangos
Debora Theobald
19 | Revista Novo Rural | Agosto de 2018
Revista Novo Rural Agosto de 2018
20
Parceiros do leite
Leite remunera mais em julho
P
elo sexto mês seguido o preço do leite pago ao produtor subiu em julho, chegando ao recorde real para o mês, conforme levantamento Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP. Quando considerados todos os meses da série histórica, a média de julho é a maior desde outubro de 2016, também em termos reais. Na chamada “média Brasil”, o valor líquido recebido em julho fechou a R$ 1,4781/litro, o que representa um aumento de 14% em relação ao mês anterior. Desde o início do ano, a alta acumulada real é de expressivos 44%. Na comparação com julho de 2017, houve elevação de 15%, em termos reais. A média deste mês está abaixo da de outubro/16, quando foi de R$ 1,4817/litro. Um dos motivos para este aumento no preço do leite, segundo analistas, ainda é o reflexo da paralisação dos caminhoneiros, registrada no fim de maio, e à tentativa do setor em normalizar suas atividades. Outros fatores que influenciaram foi a entressafra nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, além de um atraso nas pastagens de inverno nos Estados do Sul, o que limitou a captação do produto em julho.
Agosto 2018
20 | Revista Novo Rural | Agosto de 2018
E para agosto? Para este mês, a projeção é que a oferta deve seguir limitada, fundamentados no clima adverso e no encarecimento dos grãos, o que deve impedir a mudança de tendência no mercado. Assim, a maioria dos colaboradores entrevistados pelo Cepea acredita em uma nova alta para agosto. No entanto, outra parte acredita em estabilidade nos valores em agosto, devido a dificuldades de os consumidores em absorver novas valorizações dos lácteos.
No Rio Grande do Sul No Estado, o Conseleite também atribui aos dias mais frios o aumento no consumo do leite, o que também interferiu na elevação do valor de referência. O valor de referência do litro projetado para julho é de R$ 1,3080, 5,9% acima do resultado de junho, que fechou em R$ 1,2350. Além disso, no mês de julho, o queijo prato liderou a alta com reajuste de 24,79%, seguindo do UHT (7,12%).
Rio Grande do Sul
Resumo dos preços de referência em 2018** Maior valor Preço de Menos valor de referência referência de referência Janeiro
1,0705
0,9309
0,8378
Fevereiro
1,1102
0,6964
0,8689
Março
1,1904
1,0351
0,9316
Abril
1,2165
1,0579
0,9521
Maio
1,2690
1,1035
0,9931
Junho
1,4203
1,2350
1,1115
Julho*
1,5043
1,3080
1,1772
*Valores projetados **Fonte: Conseleite
DIA
17
Dia de campo sobre forrageiras de inverno Trindade do Sul A partir das 13h30min
DIA
22
Seminário Municipal do Leite
Centro Cultural - Constantina A partir das 9 horas
Realização
Revista Novo Rural Agosto de 2018
Política voltada ao setor leiteiro envolverá Ministério da Integração Nacional
Pastagens de inverno são foco de dia de campo em Trindade do Sul
E Gracieli Verde
A
forte presença da atividade leiteira nos municípios da região Norte e Noroeste do Rio Grande do Sul não passou despercebida por profissionais que executam o diagnóstico para o programa Rotas, desenvolvido através do Ministério da Integração Nacional. Tanto é verdade que entidades da região receberam, recentemente, representantes do ministério. O intuito do encontro era dar encaminhamentos a ações neste setor, segundo o professor-doutor Genesio Mario da Rosa, que atua no Departamento de Ciências Agrárias da UFSM – Campus de Frederico Westphalen e integra esse trabalho. Com isso, está sendo programado para o mês de novembro um seminário, que também incluirá oficinas, com foco no setor leiteiro, envolvendo diversos atores desta cadeia produtiva. O principal objeti-
21
m Trindade do Sul a cadeia leiteira também tem papel importante na economia local. Para fortalecer o trabalho dos bovinocultores na busca por mais produtividade, um dia de campo será realizado no dia 17 de agosto, na unidade produtiva do casal Narlei e Fabiano Riboli, no interior do município. O foco do encontro técnico será
no uso de trigos de duplo propósito – para pastagem e para grãos ou silagem – como opção vantajosa de forrageiras para o gado de leite. Além disso, temas como manejo de solos em áreas de pastagem e sanidade animal também farão parte dos temas abordados. A promoção é da Emater/RS, Embrapa e Laticínios Frizzo, com apoio da prefeitura.
2019 deve ter leite orgânico da Nestlé no mercado brasileiro
A vo é integrar o setor, especialmente os bovinocultores de leite. “Essas ações levarão em conta justamente a necessidade de fortalecimento deste setor”, reforça o professor. Neste trabalho deverão estar envolvidas diversas entidades, como a própria Emater/RS-Ascar e a universidade, além de cooperativas, a URI/ FW, a Câmara Técnica Regional do Leite e prefeituras.
busca incessante do consumidor por produtos mais naturais tem repercutido no posicionamento de grandes marcas, como a Nestlé. A primeira linha de leites orgânicos produzidos no Brasil deve ser lançada até metade de 2019, segundo a marca. No interior de São Paulo, 35 produtores já estão inseridos neste modelo. Conforme a empresa, as fazendas selecionadas para o projeto operam, juntas, com 30 mil litros de leite/dia e recebem de 70% a 80% a mais pelo litro em re-
lação ao produto convencional. Para ser considerado orgânico, o leite deve vir de animais alimentados com pastagens sem o uso de adubos químicos ou agrotóxicos. É permitida alimentação no cocho desde que seja composta por insumos orgânicos, com tolerância de até 15% de grãos convencionais desde que não transgênicos. Os animais devem ser tratados basicamente com homeopatia e produtos fitoterápicos, e não é permitida a criação em confinamento.
anuncio_0455_agrobella.ai.pdf 1 25/07/2018 11:53:Junior
ALTA PRODUTIVIDADE E PRECOCIDADE C
M
Y
ESTABILIDADE PARA O VERÃO
CM
MY
CY
CMY
K
ALTA QUALIDADE NA PRODUÇÃO DE SILAGEM
VOCÊ JA PLANEJOU
O PLANTIO DA SAFRA
DE MILHO
TEMOS AS MELHORES OPÇÕES PARA VOCÊ
agrícola
www.agrobella.com facebook.com/RacaoAgroBella
(55)
3744-9400
21 | Revista Novo Rural | Agosto de 2018
Agroindustrialização
Farináceos
A tradição do moinho atrelada aos negócios Em Cristal do Sul, casal Valcir e Adriana Tenedini viu na produção de farinha de milho a oportunidade de empreender Gracieli Verde
revistanovorural@oaltouruguai.com.br
D
esde que os imigrantes italianos começaram a chegar no Brasil, na segunda metade do século 19, alimentos que tenham como ingrediente a farinha de milho são bem tradicionais na mesa de muitas famílias. Conhecido com um alimento nutritivo, é base para a tradicional polenta, pães, bolos e farofas, entre outras receitas. Com as mudanças no modo de produzir o milho – hoje em sua maioria com variedades transgênicas –, no
22 | Revista Novo Rural | Agosto de 2018
entanto, se tornou um diferencial de mercado ter a farinha oriunda do milho convencional ou crioulo. Outra raridade é ter moinho de pedra para essa moagem, um processo mais artesanal, que, segundo quem é entendedor no assunto, garante mais sabor ao produto. Foi de olho neste mercado que o casal Valcir e Adriana Tenedini, de Cristal do Sul, resolveu empreender no ramo. Ele é funcionário público, mas sempre sonhou em ter o próprio negócio. Como os dois têm origens na agricultura e ainda mantêm uma área de terra produtiva no município,
os planos se consolidaram. Já com dois anos de trabalho na atual estrutura – às margens da rodovia ERS-587, no caminho em direção a Rodeio Bonito –, a farinha de milho da marca Moinho de Pedra tem conquistado clientes nos arredores. “Vendemos para o Programa de Aquisição de Alimentos, do governo, e em supermercados aqui de Cristal do Sul, Rodeio Bonito e Seberi”, conta Adriana. Segundo ela, ainda dá para crescer muito mais, porque hoje a capacidade de processamento da agroindústria é de 1,2 mil quilos por dia, mas o trabalho, por enquanto,
soma de 500 a 600 quilos por semana, dependendo da demanda. “Esses moinhos de pedra eram muito comuns no passado, mas com o tempo foram se perdendo. Nosso objetivo é ofertar um produtor de qualidade, de sabor diferenciado e que resgate essas raízes”, ressalta Tenedini. Tanto que para esta nova safra a ideia é tentar estabelecer parcerias com pequenos produtores de milho, para que a agroindústria tenha acesso mais facilitado ao milho convencional, por um preço justo, sem tantas variações como tem acontecido nesse último ano. Uma estrutura de um silo-se-
Gracieli Verde
Negócios em torno da farinha de milho motivaram investimentos de cerca de R$ 300 mil. Na foto, os empreendedores com o extensionista Daniel Verdi, da Emater/RS
cador foi instalada junto à pequena indústria para garantir capacidade de armazenamento da matéria-prima, bem como sua qualidade. “Isso vai aumentar a competitividade do negócio”, observa o técnico agropecuário Daniel Verdi, da Emater/RS-Ascar de Cristal do Sul, que fez os projetos necessários para o casal Tenedini poder acessar a crédito por meio do Pronaf – com intermédio da cooperativa Sicredi Alto Uruguai RS/SC. O apoio do poder público municipal também foi crucial nesse processo, uma vez que o
“Esses moinhos de pedra eram muito comuns no passado, mas com o tempo foram se perdendo. Nosso objetivo é ofertar um produto de qualidade, de sabor diferenciado e que resgate essas raízes.” Valcir Tenedini, proprietário da agroindústria
Conectados
terreno e a estrutura são da prefeitura, mas foram cedidos por um período de cinco anos para a agroindústria, contrato que pode ser renovado assim que esse tempo encerrar. Até agora, cerca de R$ 300 mil já foram investidos na agroindústria, parte financiada e parte de recursos próprios. “Primeiro buscamos nos legalizar para então entrar oficialmente no mercado”, ressalta Adriana, contente com o trabalho que é comandado por ela, pois o esposo Valcir segue no trabalho público.
Controle o seu dinheiro na palma da sua mão! Ter ferramentas que auxiliem no controle de gastos e receitas da propriedade, ou mesmo pessoais, é uma forma de facilitar e agilizar esse monitoramento. Só se sabe se realmente estamos tendo lucro se fizermos cálculos. Inclusive, nesta edição a Novo Rural começa uma série sobre diversos assuntos relacionados às finanças (veja nas páginas 24 e 25). Para lhe auxiliar, separamos algumas dicas de aplicativos que podem ser aliados na hora de “colocar na ponta do lápis”, como se diz. É claro que, se quiser usar outro método para fazer os controles, também está valendo. Afinal, o que importa é saber qual a real situação das nossas receitas e despesas para avaliar o que é necessário mudar. E lembre-se: separar recursos mensalmente para investir no acesso à internet é fundamental para ter mais informações, conhecimento e inovação sem sair de casa! Separamos também alguns sites que reúnem conteúdos relacionados. Tudo para que você, produtor e produtora rural, possam ter mais tranquilidade quando o assunto é dinheiro no bolso!
Qualidade da farinha, o grande diferencial O técnico agropecuário Daniel Verdi, da Emater/RS, ressalta que a preocupação com a qualidade do produto da Moinho de Pedra é uma constante. Isso também requer um posicionamento diferenciado nos negócios, de modo que o consumidor perceba que está comprando um produto com valor agregado e sabor diferenciado. A atual postura de não processar milho transgênico pode evoluir para um processo ainda mais avançado rumo ao orgânico, segundo ele. – Estamos analisando se isso é possível do ponto de vista legal, para que a agroindústria possa fazer a moagem de milho com certificação agroecológica ou orgânica. Seria uma forma de ingressar no mercado com outro diferencial. Outra possibilidade é aumentar a linha de produtos, inserindo a canjica com a mesma marca – projeta. Hoje a Moinho de Pedra é a única agroindústria legalizada de Cristal do Sul. O empreendimento está incluso no Programa de Agroindústria Familiar e também carrega o selo Sabor Gaúcho. Mas, em breve Cristal do Sul deverá ter também uma agroindústria de processamento de mandioca com tudo organizado como prevê a legislação. “Este é um caminho para o produtor ter mais renda, mas sempre com vistas para a redução de custos de produção e em se posicionar no mercado com um produto diferenciado”, ressalta Verdi.
Alguns aplicativos que você pode baixar no seu smartphone Minhas Economias bit.ly/minhaseconomias1
Guia Bolso bit.ly/guiacontrole
Organizze Finanças bit.ly/organizzefinancas
Money Care bit.ly/moneycare
Sites também têm informação para você entender sobre como cuidar do seu dinheiro! Vida e Dinheiro www.vidaedinheiro.gov.br Caixa Econômica Federal bit.ly/CaixaFinancas
DSOP www.dsop.com.br
Academia do Dinheiro site.academiadodinheiro.com.br Divulgação
Gustavo Cerbasi www.gustavocerbasi.com.br
Além disso...
– Você pode acessar a outros conteúdos em vários meios disponíveis, como em canais no YouTube, que também são gratuitos. Veja também na sua cooperativa de crédito ou instituição bancária que ferramentas podem estar disponíveis para isso. Lembre-se que estimular as crianças a entenderem mais sobre o assunto é importante para termos adultos ainda mais conscientes em relação ao assunto! Se você tem alguma dúvida ou sugestão, utilize o nosso e-mail novorural@tcheturbo.com.br e escreva-nos!
23 | Revista Novo Rural | Agosto de 2018
Gestão & Empreendedorismo
SÉRIE
Como você cuida das suas
finanças?
Gerenciar o dinheiro requer saber onde gastamos Complexidade das atividades agropecuárias que envolvem uma unidade produtiva também desafia famílias a manterem um gerenciamento mais efetivo das finanças Gracieli Verde
revistanovorural@oaltouruguai.com.br
T
ão importante quanto saber produzir, gerenciar a renda de uma cabanha, fazenda ou sítio é essencial. Outro desafio é incluir toda a família nesse processo. Afinal, o sistema econômico em que se está inserido exige que o dinheiro seja moeda de troca para acessar saúde, educação, bem-estar, alimento, entre outras necessidades básicas das pessoas. Então, estar de bem com ele reflete muito no dia a dia das pessoas.
24 | Revista Novo Rural | Agosto de 2018
A fim de trazer para o debate este tema, a Novo Rural tem estruturado alguns assuntos que nortearão conteúdos especiais, para que seja possível esclarecer dúvidas de leitores e auxiliar nessa busca pelo equilíbrio econômico aliado ao bem-estar das famílias do campo. – Em médio e longo prazos, acredita-se que o acesso ao crédito, a realização de investimentos e a prosperidade econômica tendem a estar associadas, entre outros fatores, à boa gestão – realça o economista Nilson Luiz Costa, que também é doutor em Ciências Agrárias e coordena o Mestrado em Agronegócios da UFSM de Palmei-
ra das Missões. Isso também reforça o porquê de falarmos sobre isso. Incluir os jovens e as mulheres neste debate é fundamental, afinal, ter acesso a renda e gerenciá-la bem faz toda a diferença na independência financeira de toda a família. “Autonomia sem renda é praticamente impossível e as mulheres também querem e precisam disso. Até porque, a renda é gerada também pela mulher, então nada mais justo que participar desta gestão”, observa a extensionista Dulceneia Haas Wommer, da Emater/RS, que é assistente técnica regional da área social.
SÉRIE
Como você cuida das suas
finanças? É preciso saber para onde vai o dinheiro Muitas vezes falar sobre dinheiro é difícil. Nem sempre o dinheiro é um recurso abundante e, por isso, também pode gerar conflitos. O entendimento de que tratar sobre o assunto precisa ser natural é importante para que isso esteja em pauta rotineiramente nas famílias. Isso permite que as pessoas consigam analisar melhor como está sendo usada a sua renda, em que pode investir, ou no que pode ou deve estancar gastos, por exemplo. Um dos primeiros passos para entender como está a situação financeira é fazer um diagnóstico de como o dinheiro é gasto, quais são as despesas fixas, investimentos, e assim por diante. – Esse é o passo mais importante, porque é no diagnóstico que a pessoa analisa “para onde está indo o seu dinheiro”. Uma das maneiras mais simples de fazer isso é registrar o dado, seja em um aplicativo de celular ou em uma caderneta, não importa o meio. Importa realmente termos, ao final de 30, 45 dias, uma análise criteriosa do que gastamos – explica a consultora de Programas de Relacionamento da Central Sicredi Sul/Sudeste, Fernanda Chidem da Costa. Ela reforça que neste caso o mais importante não é o valor, mas sim avaliar o “onde gastei”, porque é necessário lançar no orçamento esses valores. Fernanda reforça que uma reflexão importante a partir do diagnóstico é justamente em relação aos ditos “pequenos gastos”. “Ninguém se perde no orçamento nas grandes despesas, como prestação do carro ou da casa. As pessoas se perdem é no dinheiro que gastam e não sabem com o que gastaram”, alerta.
Metas estabelecidas ajudam a organizar o orçamento Ao decidir fazer o diagnóstico, é fundamental que se tenha claro quais são os projetos, sonhos ou metas, e quanto isso custa, para depois isso ser inserido, junto com as despesas, no orçamento. – Somente depois de termos um orçamento claro podemos desenhar como faremos a poupança dos valores excedentes. A grande maioria das pessoas pensa em um orçamento comum, que inclua as receitas, as despesas, o que mostra se sobra ou falta dinheiro no mês ou a cada ano. Nós propomos um modelo de orçamento que prevê uma mudança neste raciocínio, para que possamos entender que precisamos de um objetivo para termos mais motivos para poupar – explica.
Você tem alguma dúvida sobre o assunto? Quer que o ajudemos a encontrar alguma resposta? Mande uma mensagem para o WhatsApp (55) 9-9624-3768, ou para o e-mail revistanovorural@oaltouruguai.com. br e vamos fazer de tudo para lhe ajudar! Outra coisa: se você tem alguma dica bacana para compartilhar, escreve pra gente! Conte sobre como você faz para cuidar das suas finanças e do orçamento da sua propriedade!
Bate-papo com Fernanda Chidem da Costa Sistema Sicredi
Em uma propriedade rural normalmente há diversas atividades econômicas. O ideal é separá-las na hora de contabilizar despesas e receitas?
NR
Fernanda Chidem da Costa: Sim! Cada atividade deve ter seu orçamento separado, com receitas e despesas, inclusive se existirem empregados que se alternam entre os serviço, os salários e encargos gerados por este devem ser rateados entra as atividades. Por exemplo: tenho lavoura, gado de leite e de corte. O empregado trabalha nos três, mas em tempos diferentes, deve ser lançado no planejamento financeiro proporcionalmente ao tempo gasto por ele nas atividades: 30% na lavoura, 35% no gado de corte e mais 35% no de leite. Assim, ao fim do mês se tem um orçamento verdadeiro de receita/despesas.
Como diferenciar o que é investimento, o que é custo e o que é dívida?
NR
Fernanda Chidem da Costa: Bom, dívidas podem ser de valor ou sem valor. As dívidas de valor são aquelas que constituem patrimônio, seja este patrimônio uma casa própria ou um implemento agrícola. Para ser uma dívida de valor ela tem que “agregar valor ao negócio” ou “a sua vida” de maneira geral. Também pode-se considerar dívida de valor o financiamento de um carro, ou uma viagem de férias com a família. Este último exemplo não constitui patrimônio, mas realiza um sonho da família, então justifica guardar dinheiro mensalmente para conquistá-lo. Já as dívidas sem valor são aquelas feitas geralmente para cobrir despesas de compras por impulso, dívidas de cheque especial, juros de financiamentos bancários feitos para cobrir dívidas passadas, entre outros exemplos. Aqui, o maior inimigo são as compras por impulso, ou compras não planejadas. Já o investimento pode ser guardar o dinheiro em uma aplicação no banco ou economizar para pagar um trator. Ou ainda pagar a parcela de alguma coisa adquirida como patrimônio. Não é necessariamente só o que é dinheiro líquido. O custo tem seu conceito variável. Posso enxergar como custo a semente que compro para plantar. Outros enxergam como investimento, porque é dela que virá a colheita. O mais importante aqui é alocar o custo no orçamento, colocar numa planilha o valor como despesa se houver desembolso de recurso e, depois, quando ele virar “receita”, lançar o crédito também. Torna-se custo quando não consigo ver como investimento.
Como organizar as finanças de modo que cada integrante da família tenha sua renda?
NR
Fernanda Chidem da Costa: Para que possamos construir um orçamento familiar sustentável é importante que cada membro da família possua sua renda, mesmo que este recurso seja originado da mesma atividade. Por exemplo: uma família de cinco pessoas que tem vacas de leite e todos trabalham para gerar renda, mesmo que seja feita a gestão por um membro da família, este deverá repassar o valor pertinente a cada pessoa que “fez o dinheiro ser gerado”. Mas também é muito importante pensar em outros dois aspectos: primeiro, que o orçamento familiar é composto pela renda de todos os componentes da família, proporcionalmente ao que cada um irá contribuir e nele devem constar as despesas e os sonhos comuns a todos. Em segundo, que em qualquer condição as despesas e as receitas do “negócio familiar” devem ser computadas à parte do “dinheiro da família”. Além do orçamento familiar, é muito recomendado que cada membro da família deve ter seu orçamento individual, com os seus sonhos e suas despesas.
Como é possível saber mais sobre educação financeira e finanças? Tem alguma dica?
NR
Fernanda Chidem da Costa: Em 2018 foi aprovada a Nova Base Nacional Comum Curricular (BNCC), ela tem como obrigatória a inserção de alguns temas e, entre eles, a Educação Financeira, do ensino fundamental ao ensino médio. Este foi um grande passo, porque sementinhas serão plantadas ao longo deste e dos próximos anos e com o aval do Ministério da Educação. Cooperativas de crédito também têm muitas iniciativas acontecendo nas comunidades, com programas que abordam o assunto e o tema sendo trabalhado como transversal com livros paradidáticos. Além disso, existe um órgão do governo federal responsável pela educação financeira no país, que é a Estratégia Nacional da Educação Financeira (Enef), que é uma mobilização multissetorial em torno da promoção de ações no Brasil. Esse setor tem um canal próprio, o www.vidaedinheiro.gov. br, disponibilizando vídeos, textos e instrumentos para facilitar o acesso à Educação Financeira. Hoje também existem uma série de aplicativos que podem ser usados para facilitar esses controles. (Veja mais na coluna Conectados - Pg. 23)
25 | Revista Novo Rural | Agosto de 2018
Juventude Rural Incentivo Gracieli Verde
Uma semente para os líderes do futuro
Curso executado pelo Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Frederico Westphalen reforça a necessidade de formar jovens líderes e atuantes nas comunidades e entidades ligadas ao setor Gracieli Verde
revistanovorural@oaltouruguai.com.br
A
o chegar no auditório do Sindicato dos Trabalhadores Rurais (STR) de Frederico Westphalen, bem no centro da cidade, um amplo grupo ouvia atento o presidente, Nadir Busatto, e o líder sindical Amauri Miotto, que hoje atua junto à Fetag/RS, mas também já coordenou os trabalhos da entidade local. O assunto era a trajetória do movimento sindical dos trabalhadores do campo, desde a conquista da aposentadoria rural, assim como outros direitos da classe. Poderia ser mais uma atividade rotineira da entidade, mas de cara se via que o objetivo era (e é!) muito maior. Esse encontro a que nos referimos transcorreu no dia 19 de julho. Foi o segundo módulo de um curso sobre liderança que o sindicato está ofertando para jovens rurais, de forma gratuita. Esse assunto não teria tanta repercussão, talvez, se o cenário não fosse tão complicado nos últimos anos para entidades, cooperativas, comunidades e associações terem sucessores em seus cargos de liderança. O modo de vida das famílias do interior, muitas com pouquíssimos integrantes, também transformou a rotina das comunidades. Se no passado as famílias eram mais numerosas, com mais jovens, agora há uma “escassez de gente”! E como mobilizar essas poucas pessoas a contribuírem com suas comunidades e entidades?
26 | Revista Novo Rural | Agosto de 2018
Bom, é aí que se reforça a importância desse trabalho, capitaneado pelo presidente Busatto e com apoio de diversas entidades e cooperativas, como a Emater/RS, Sicredi Alto Uruguai RS/SC, Sicoob, entre outras. – A gente precisa resgatar esse espírito coletivo, de atuarmos em conjunto, porque lá na sociedade ninguém faz nada sozinho. Infelizmente, as pessoas estão se tornando mais individuais em suas ações, mas quando se trata de lideranças, temos que pensar no todo, no que podemos contribuir com as nossas instituições. Temos a esperança que novas lideranças possam surgir a partir desse trabalho – acredita Busatto, otimista e ciente do seu papel nesse trabalho de sensibilização das pessoas. Sim, porque muitas vezes as pessoas têm vontade de fazer algo pelas entidades, mas ao mesmo tempo não se sentem preparadas em participar. – É por isso que reunimos vários conteúdos importantes para nossos novos líderes. São informações relacionadas ao ato de liderar pessoas e entidades, à própria história do sindicalismo dos trabalhadores rurais, ao cooperativismo e às tecnologias de produção e de informação que estão aí a nossa disposição – observa o presidente. Além dos conteúdos programados nesta série de encontros, ele ressalta que esta é uma possibilidade de promover momentos de interação entre esse público, pois os encontros são realizados no sindicato, com almoço e em clima de troca de
ideias. E para isso basta fazer uma visita ao grupo. Durante os trabalhos, todos são comprometidos. Antes do almoço tem aquele momento de agradecimento pelo alimento e, não demora muito, Busatto logo aciona a todos para retomarem os conteúdos. Como todos os 60 participantes têm seus afazeres nas propriedades, os horários são cumpridos à risca para que às 16 horas todos possam seguir para casa. – Penso também que o apoio da família é essencial nessa questão. No meu caso o pai sempre me incentiva a participar, mesmo que a gente tenha bastante trabalho na propriedade – comenta o jovem Fernando Felin, do curso de Tecnologia em Agropecuária da URI de Frederico Westphalen, que inclusive já é sócio do STR e acredita que esse tipo de iniciativa é oportuna para o setor. Outro participante, Eduardo Ceolin – que estuda Agronomia na UFSM/FW – salienta que é uma boa oportunidade para desenvolver o pensamento crítico e aprender a respeitar as diferentes ideias. A importância de ter pessoas que tenham vínculo com o campo nos cargos de liderança também é citada pelo jovem participante Ricardo Ceolin, que é avicultor na Vila Carmo, em Frederico Westphalen, crente que essa interação vai somar, e muito, para no futuro poder colaborar mais na comunidade. Tanto que uma associação de avicultores já foi gestada recentemente com o intuito de reunir produtores de frango do município.
Incentivo
“A gente percebe que cada família se preocupa em se qualificar dentro das suas técnicas de produção, mas para ultrapassar obstáculos de comércio e de tecnologia, é importante que haja um trabalho coletivo.” Nadir Busatto, presidente do STR
Na prática, é preciso encorajar e preparar as pessoas Para que as pessoas se sintam encorajadas a participar e liderar as entidades, primeiramente elas precisam ser preparadas e se sentirem mais seguras diante dos desafios. Iniciativas como esta são fundamentais para incentivar que mais pessoas contribuam na sociedade, acredita o agricultor e tecnólogo em agropecuária Amarildo Manfio, que hoje integra a diretoria do STR de Frederico Westphalen. Ele conta que no início da década de 1990 ele participou de um grupo que também visava esse apoio a novas lideranças. “Fez toda a diferença, porque é algo que propicia o bom convívio, a troca de ideias”, defende. Experiência semelhante está tendo agora, podendo interagir com pessoas mais experientes e mais jovens, algo importante para desenvolver a empatia, o incentivo o encorajamento em seguir participando. A necessidade de as jovens moças participarem – e o grupo tem várias delas –também é citada pela secretária da Comissão de Mulheres do STR, Jussara Maria Moresco. “A gente sabe que as meninas estão em menor número no campo, mas temos que valorizar aquelas que estão lá, ter humildade e dividir conhecimento para que possam crescer também nas entidades”, defende ela. Para que tudo faça sentido para esses participantes, o presidente Busatto acredita que é conhecimento que faz a diferença. Ele entende que é papel da entidade sindical levar informações sobre esse assunto, já que outros sistemas não o fazem. – A gente percebe que cada família se preocupa em se qualificar dentro das suas técnicas de produção, mas para ultrapassar obstáculos de comércio e de tecnologia, é importante que haja um trabalho coletivo. É assim que coletivamente se percebem os gargalos e se buscam as soluções – ressalta o líder. Para este segundo semestre de 2018, as atividades presenciais encerram no fim de agosto. Em 2019, o grupo deve voltar a se reunir, para compartilhar ações que tenham encabeçado em suas entidades e comunidades onde estão inseridos. E a expectativa é que resultados bem aparentes devem ser vistos nos próximos meses, dado o comprometimento do grupo, formado por pessoas dispostas a fazer a diferença.
Vanderlei Holz Lermen
Agricultor, tecnólogo em Processos Gerenciais, técnico em Agropecuária e bacharel em Desenvolvimento Rural
Gestão financeira na propriedade rural
V
Gracieli Verde
ocê sabe qual o custo do litro de leite, da saca de soja, de milho ou de trigo produzido na sua propriedade rural? Se você não tem a resposta na ponta da língua, você precisa começar a fazer a gestão financeira da sua propriedade rural. Saber o custo de produção e ter um controle financeiro da propriedade é fundamental para ter subsídios para a tomada de decisão, principalmente de novos investimentos. É necessário abandonar a posição de sitiante/fazendeiro para assumir a posição de empresário rural, independente do tamanho da propriedade rural, do seu sistema de produção ou ambiente tecnológico. A grande pergunta é: será que estou tendo lucro ou prejuízos? Quais os meus resultados financeiros ou econômicos? Quais os índices produtivos do meu rebanho ou da minha produção? Essas perguntas só podem ser respondidas se a propriedade tiver um efetivo controle e mensuração de suas atividades. Preste atenção nessa frase: “Aquilo que não é mensurado não pode ser controlado”. Como eu posso saber se estou tendo lucro se não sei o meu custo de produção? Como poderei planejar minha propriedade para os próximos anos? Para fazer esse controle é preciso conhecer os custos de cada atividade e as receitas obtidas. Isso requer alguns cálculos e muitas anotações. Pode ser em um software, uma planilha do Excel ou em um caderno. O produtor rural deve adotar as principais ferramentas de gestão em sua propriedade e torná-la uma empresa rural. Vou sugerir algumas ferramentas: * Planejamento: planejar as atividades na sua propriedade é muito importante. Elabore juntamente com a família e colaboradores um planejamento de curto, médio e longo prazo das atividades e investimentos. O planejamento financeiro é importante para saber até onde você pode investir, sem comprometer a vida financeira do seu negócio. * Implementação: implemente o que foi planejado, dentro das possibilidades. * Controle: tenha controle de tudo que acontece. Por isso são importantes as anotações. Anote atividades, despesas e receitas. Assim, você pode acompanhar as suas receitas e despesas ao longo do ano. * Ajustes: Faça ajustes no decorrer das atividades. Ajuste o planejado para a realidade momentânea. A gestão financeira é uma das chaves para aumentar a produtividade, a lucratividade e rentabilidade do seu negócio. Além de permitir que a propriedade honre com os compromissos, obtenha créditos perante entidades financeiras e acompanhe a produção e o retorno do capital investido, é possível prever o desempenho das atividades, determinando quais são os processos que geram mais gastos e quais são aqueles que possuem maior rendimento. Com esses dados em mãos, a tomada de decisões sobre o negócio como um todo torna-se mais assertiva.
Nadir Busatto preside o STR de Frederico Westphalen, mentor da capacitação
27 | Revista Novo Rural | Agosto de 2018
Cooperativismo
Ações
Cooperativismo: um dos patrimônios é a confiança Mais um evento relacionado ao cooperativismo envolve a comunidade neste mês de agosto, graças à mobilização de instituições da região Gracieli Verde
revistanovorural@oaltouruguai.com.br
O
cooperativismo se constitui no “DNA de uma cultura, de uma região ou de uma comunidade. A opinião é do professor e pesquisador Pedro Büttenbender, da Unijuí, doutor em Administração e estudioso do setor cooperativista, onde também está inserido há mais de 30 anos. Büttenbender estará em Frederico Westphalen no dia 16 de agosto, às 19 horas, quando ministrará palestra no salão de atos da URI de Frederico Westphalen. O encontro ainda faz parte da programação iniciada em julho, em função do Dia Internacional do Cooperativismo – que também é difundido em nível estadual pelo sistema Ocergs-Sescoop/RS – e tem o envolvimento de diversas cooperativas da região, bem como do Fórum Regional do Cooperativismo e da Emater/RS, através da Unidade de Cooperativismo do escritório regional de Frederico Westphalen. Para saber mais sobre o que é o cooperativismo “na veia”, tema que será abordado por Büttenbender, a reportagem da Novo Rural conversou com o pesquisador. Confira.
Novo Rural – O que senhor define por “cooperativismo na veia”? Pedro Büttenbender – Primeiro que o cooperativismo não é apenas um negócio, uma técnica ou uma metodologia, mas se constitui em uma organização de finalidade social e econômica que tem na solidariedade e na ajuda mútua um dos seus fundamentos. Em essência, se sustenta quando não apenas mudam as relações sociais, econômicas e de produção, mas quando se constitui um elemento de identidade. Ou seja, quando o cooperativismo acaba se tornando um estilo de vida. Por isso ele se constitui no “DNA” de uma cultura cooperativa, de uma região ou de uma comunidade.
transparência, a participação democrática, o envolvimento dos associados nas atividades do cotidiano da cooperativa, além de práticas capacitadas de gestão cooperativa. Um segundo elemento que contribui nesse reconhecimento do cooperativismo nesses tempos modernos como uma alternativa e um caminho mais apropriado para o desenvolvimento de territórios, Estados e nações, resulta desta capacidade de organização. Isso faz com os resultados das práticas da cooperação sejam democraticamente distribuídos entre os seus associados e reinvestidos na região. O terceiro aspecto que considero relevante é que o cooperativismo se funde com a história de constituição, colonização e organização econômico-social de toda a nossa região, incluindo o Oeste de Santa Catarina e parte do Paraná. E só mais recentemente que, através da pesquisa, dos estudos e dos trabalhos desenvolvidos pelas cooperativas, é que a sociedade tem construído a capacidade de reconhecer a importância das cooperativas no processo de desenvolvimento social da região. Por isso essa dinâmica que estamos vendo na atualidade. Não é apenas o cooperativismo que está se fortalecendo, mas a própria capacidade da sociedade e dos diferentes organismos e instituições em reconhecer essa importância. Um quarto ponto a ser considerado é que o cooperativismo tem uma história muito rica e qualificada, inclusive com algumas experiências negativas, de insucesso. Mas isso não quer dizer que essas experiências não tenham sido importantes e qualificadoras do cooperativismo. O cooperativismo aprendeu muito com a sua trajetória. Por isso, temos níveis de credibilidade diferentes de regiões para regiões. No Sul temos elevados índices de confiança nos sistemas de cooperativas de crédito e de outras áreas, porque desde 1988 conquistaram autonomia e tiveram que qualificar suas gestões.
“As cooperativas chegam a lugares onde outras instituições não chegam. São as cooperativas que estão mais próximas de áreas em que não têm outras opções de serviços.”
Novo Rural – Um dos desafios do setor cooperativo é no quesito sucessão. Há uma aparente dificuldade em formar lideranças aptas para dar sequência nas gestões. É possível melhorar isso?
Büttenbender, Sociedades sustentáveis por meio daPedro cooperação pesquisador
Novo Rural – Que fatores que o senhor entende como importantes na busca por mais confiança do setor entre os associados e comunidade?
Participe da palestra “Cooperativismo Pedro Büttenbender – Vejo que há uma combinação de fana veia” , dia de reconhecem agosto tores. Por exemplo, 16 as cooperativas que preci-, às 19 horas, Pedro Büttenbender – É preciso considerar que um dos sam investir na qualificação dos gestores, desde os níveis grandes patrimônios dos cooperativismo é a confiança, estratégicos até oAtos operacional. Asda cooperativas têm a sua noa Salão de URI/FW. COOPERATIVA VALE DAS CUIAS CONVÊNIO
R E V I S TA
28 | Revista Novo Rural | Agosto de 2018
NOVO
Ações fortaleza no seu modo de organização, mas no mercado precisam competir com as mesmas variáveis impostas pelo mercado nacional e internacional. Por isso, é também importante essa capacitação, que é um dos princípios do cooperativismo. Essa educação contínua também deve chegar aos associados, para suas práticas produtivas, independente de área de atuação. Outra dimensão que está progressivamente acontecendo é que o trabalho de intercooperação, que é a união entre as cooperativas – cada uma em sua área de atuação, mostrando a capacidade de empreender de forma conjunta –, em eventos e programações conjuntas. Também há a intercooperação nos negócios, com a junção das áreas de crédito e produção, por exemplo. Também existem as práticas de governança corporativas em cooperativas, pois a medida que o cooperativismo evolui, precisa fortalecer seus mecanismos de proteção das cooperativas quanto aos interesses que são contrários aos seus, como as práticas do livre mercado que não tem no cooperativismo um de seus fundamentos. E a partir dessa capacidade corporativa precisam avançar seu empoderamento interno, associando o papel cooperativa com o opera-
Pesquisador Pedro Büttenbender, da Unijuí
cional e profissional, com o otimização dos recursos. Essa é uma tendência em outros países em sua organização social e deve repercutir na sucessão de lideranças também.
Novo Rural – Que sugestões o senhor daria às cooperativas para que se insiram ainda mais na sociedade? Que outros caminhos podem ser trilhados para que a comunidade compreenda o papel do cooperativismo além dos programas sociais? Pedro Büttenbender – Sobre isso, temos dados que mostram que se as cooperativas não tivessem nenhuma outra prática social, mesmo assim já estariam se equiparando com as próprias práticas públicas de desenvolvimento social em termos de investimento econômico e social, na permanência de jovens na região e no interior, na garantia de perspectivas de renda para as pessoas. Inclusive mostraremos no nosso evento que o cooperativismo fundamenta suas práticas sociais em, pelo menos, três vertentes. Uma delas é esta dos programas sociais, com temáticas de educação financeira, organização das mulheres e dos jovens, dinâmicas de organização social da região agregadas à educação cooperativa. Outra questão é que as cooperativas chegam a lugares onde outras instituições não chegam. São as cooperativas que estão mais próximas de áreas em que não têm outras opções de serviços. Então, a cooperativa traduz a sua ação social também pela sua prática de inclusão das populações socialmente mais vulneráveis. Uma terceira di-
mensão é que gera o empoderamento das redes locais, pois o cooperativismo acaba contribuindo com o fortalecimento de outras instituições, como sindicatos e associações. Então, fortalecer o trabalho diário já representa muito para a comunidade onde a cooperativa está.
Novo Rural – Um dos destaques do setor cooperativo é na área de crédito. Que desafios permeiam essas cooperativas em um setor tão competitivo como o financeiro? Pedro Büttenbender – Temos diversos públicos e o desafio é atender a todos com o nível de precisão que eles necessitam. Como as cooperativas vão atender as necessidades de um povoado de mil habitantes, muitos deles idosos, por exemplo, e ao mesmo tempo conseguir atuar em outra ponta, numa avenida Paulista, ou onde quer que seja, onde temos que competir de forma qualificada com tecnologias de ponta para dar conta de uma nova dimensão virtual que está aí? Por mais que as cooperativas possam ter suas limitações, não perdem em nada para outras instituições. O empoderamento econômico dos associados, neste caso, é um dos diferenciais que são trabalhados pelas cooperativas de crédito e é um elemento que comprova a necessidade de o cooperativismo de crédito acompanhar aquilo de mais moderno que o mercado oferece nas plataformas de transações financeiras.
Novo Rural – Tem alguma outra área que o senhor acredita que poderá crescer graças ao cooperativismo num futuro próximo? Pedro Büttenbender – Nas nossas regiões, comparativamente, ainda estamos em um processo de dinâmica empreendedora menos acelerada que estão outras. O nosso ambiente de inovação e ambiente de empreendedorismo estão presentes, há um grande esforço, no entanto, percebemos que permanece um apego à economia tradicional. Ainda se vê que a maior importância é dada às cooperativas do ramo agropecuário, de crédito, de infraestrutura e eletrificação rural e nas cooperativas médicas ou de saúde. Economia tradicional tem cooperativas tradicionais. Nesse sentido, fica o desafio para as cooperativas, que têm papel importante para serem um leito estimulador de novas práticas de empreendedorismo local e regional – seja a partir das agroindústrias, da produção de alimentos, de novas atividades. Quando o cooperativismo trabalha a formação de seus profissionais mostra que não está amarrado no passado, nem acomodado com o presente, mas tem na sua perspectiva futura o seu grande desafio.
Sociedades sustentáveis por meio da cooperação Participe da palestra “Cooperativismo na veia”, dia 16 de agosto, às 19 horas, no Salão de Atos da URI/FW. COOPERATIVA VALE DAS CUIAS CONVÊNIO
R E V I S TA
NOVO
29 | Revista Novo Rural | Agosto de 2018
Cooperativismo
Ações
Cresol festeja uma década de atuação na região Aniversário é comemorado em setembro, mas ações contemplam os associados desde o início do ano
E
m 5 de setembro 2008 a região conhecia a Cresol, cooperativa de crédito com foco no meio rural, especialmente na agricultura familiar. Portanto, a cooperativa comemora neste próximo mês os 10 primeiros anos de atuação na região. Várias atividades alusivas ao aniversário ocorrem desde o início do ano, como campanha de prêmios, divulgação de vídeo mostrando um pouco da história da entidade, bem como abordagem reforçando este marco em todas as atividades realizadas com públicos como jovens, mulheres e crianças que são ligados à Cresol. Para o mês de setembro uma série de encontros devem ser programados nos municípios de Palmitinho, Caiçara e Planalto, onde estão espalhadas as agências vinculadas à cooperativa de Frederico Westphalen. Já na cidade-sede haverá um momento de homenagens a fundadores e conselheiros. “O foco é celebrar com o cooperado”, ressalta o presidente, Cledir Magri, que também lidera a Cresol Confederação. Hoje a Cresol Frederico Westphalen conta com sete mil sócios, mais de R$ 300 milhões liberados em 10 anos aos cooperados na região, além de R$ 65 milhões em ativos. – Temos feito um trabalho bastante
Agência da Cresol em Frederico Westphalen
30 | Revista Novo Rural | Agosto de 2018
especial na relação com os cooperados, com os programas sociais envolvendo jovens, mulheres, comunidades, agroindústrias e educação financeira para as crianças. São projetos que contribuem para a capacitação do quadro social – destaca Magri. Ainda em relação ao legado da cooperativa para a região nessa década de trabalho, Magri observa que o montante de recursos que já foram liberados por meio da cooperativa de crédito é algo a ser enaltecido. – São milhares de operações de crédito e recursos que, à medida que são aplicados, têm ligação direta com o aumento da produção agropecuária, da renda e da qualidade de vida das famílias. Isso acaba gerando um círculo virtuoso, fazendo com que todas as cadeias produtivas sejam influenciadas – realça. Ele acrescenta ainda que, pela proximidade que a cooperativa tem com os associados, permite que esta possa se especializar em “financiar sonhos”. “Tornar sonhos em realidade tem sido um dos nossos grandes diferenciais”, adiciona. É isso também que, segundo ele, fortalece a Cresol como um ente enraizado na lógica do desenvolvimento local, no apoio às organizações e às entidades que trabalham com a agricultura familiar.
Espaço
cooperativo Marcia Faccin
Coordenadora da Unidade de Cooperativismo do Escritório Regional da Emater/RS de Frederico Westphalen
Uma região forte depende de entidades e pessoas comprometidas
V
ivenciamos no último dia 30 de junho as comemorações relacionadas ao Dia Internacional do Cooperativismo na região, muitas foram as ações e iniciativas desenvolvidas pelas cooperativas, com o propósito de aproximar-se ainda mais da comunidade local e regional. Você participou de alguma ação? Sim? Não? Gostou? Muitas foram as iniciativas, todas tendo como foco beneficiar entidades que desenvolvem trabalhos em prol da comunidade em geral. Isso é cooperativismo, isso são algumas das ações que diariamente as cooperativas realizam e desenvolvem junto as comunidades onde elas estão inseridas, e que na grande maioria das vezes a população no geral não tem conhecimento. Por isso que sempre gosto de destacar que devemos cada vez mais valorizar, defender e propagar o bom cooperativismo e as belas iniciativas que as nossas cooperativas regionais desenvolvem. É fundamental que nós, associados de cooperativas, tenhamos uma participação ativa na vida da instituição, participando das reuniões, assembleias e encontros, e claro, mantendo relações comerciais com a nossa cooperativa. Para que a nossa cooperativa possa continuar crescendo, gerando renda, desenvolvimento e investindo em ações sociais ela precisa cada vez mais ser fortalecida, com a participação ativa dos associados e valorização da comunidade em geral. Um dos princípios do cooperativismo é o interesse pela comunidade, e a grande maioria das nossas cooperativas regionais conseguem de forma criativa e inteligente desenvolver inúmeras ações que visam beneficiar não só nós associados, mas a comunidade como um todo. Por isso, gosto de destacar que, independentemente de estar sócio de uma cooperativa (claro, que quando possível, devemos nos associar), sempre que possível devemos valorizar, defender e priorizar as cooperativas em relação as demais organizações existentes, pois as cooperativas são daqui, investem aqui, acreditam na região e vão continuar aqui. Faça uma pequena reflexão dos investimentos que as cooperativas fizeram e estão fazendo na região, das sobras que elas reinvestem ou então distribuem entre os associados e veja que realmente vale a pena acreditar, defender e cada vez mais conhecer os belos exemplos do bom cooperativismo que temos no nosso Estado e região. Convido você, que é associado de cooperativas e não tem uma participação ativa na vida da sua cooperativa, e você que ainda não é associado, a irem em uma cooperativa de sua preferência, conversar com a direção, conhecer um pouco mais das ações e atividades que a cooperativa está desenvolvendo e encantar-se com o mundo cooperativo, que traz benefícios a curto, médio e longo prazo para os associados e para a comunidade onde ela está inserida. Somente assim conseguiremos ter uma região forte, com entidades e pessoas comprometidas com o desenvolvimento local e regional, e as cooperativas são as grandes propulsoras deste desenvolvimento.
31 | Revista Novo Rural | Agosto de 2018
Ações Gustavo Menegusso
Carav na DA CULTURA EM DEFESA DA SUSTENTABILIDADE E DO MEIO AMBIENTE
Região engajada para ser mais sustentável em relação ao lixo
A
Caravana da Sustentabilidade segue o trabalho de conscientização da população pela região. Como já reforçamos por aqui, palestras estão sendo realizadas nos 31 municípios integrantes do Consórcio Intermunicipal de Gestão de Resíduos Sólidos (Cigres). Afinal, o destino correto dos resíduos é super importante para as gerações atuais e futuras. Em julho, várias palestras foram realizadas, chegando aos municípios de Lajeado do Bugre, Liberato Salzano, Frederico Westphalen e Sagrada Família. Todas as atividades foram desenvolvidas pelo professor Fabio Dischkaln Amaral, que integra a caravana, um projeto executado pela URI de Frederico Westphalen, em parceria com o Cigres e a Fundação Nacio-
nal de Saúde (Funasa). Mas afinal, por que falar tanto sobre esse assunto? Infelizmente, o que deveria ser um hábito, na verdade, é algo ainda “fora do comum” na maioria dos lares. Segundo uma pesquisa feita pelo Ibope com 1.816 pessoas, de todos os Estados e do Distrito Federal, e encomendada pela cervejaria Ambev, 88% dos entrevistados dizem se preocupar com o meio ambiente e 97% acham que a reciclagem é importante. “Contudo, com o estudo também descobrimos que 66% dos brasileiros sabem pouco ou nada sobre coleta seletiva, e que 39% da população não separa sequer o lixo orgânico das demais partes”, explica o gerente de sustentabilidade da Ambev, Filipe Barolo.
Estudo mostra que brasileiro ainda sabe muito pouco sobre a coleta seletiva
Outras curiosidades da pesquisa • 70% dos entrevistados dizem que escolhem comprar embalagens recicláveis, porém ao se perguntar sobre a reciclabilidade dos materiais há desencontro de informações. “Um total de 77% sabe que os plásticos são recicláveis, mas apenas 40% compreendem que garrafas PET são recicláveis e elas são plásticas”, comenta Barolo.
• 64% sabem que o vidro é reciclável e 50% que o papel também é, mas apenas 5% das pessoas sabem que embalagens longa vida também podem ser recicladas. • Apenas 47% da população sabe que as latinhas são recicláveis.
31 | Revista Novo Rural | Agosto de 2018
Fique atento Monitoramento de vegetais frescos tem nova normativa Mês de declarar o Imposto Territorial Rural
C
omeça neste mês de agosto, mais precisamente no dia 13, o prazo para proprietários de imóveis rurais apresentarem a Declaração do Imposto Territorial Rural (DITR) à Receita Federal. São obrigados a apresentar a DITR pessoas físicas ou jurídicas, exceto imunes ou isentos, proprietários, titulares do domínio útil ou possuidores a qualquer título, inclusive a usufrutuária, um dos condôminos e um dos compossuidores. Conforme a Receita, a declaração deve ser feita por meio de arquivo eletrônico, no programa próprio para o ITR, que será colocado à disposição. Serão aceitos apenas os documentos enviados até as 23h59 do dia 28 de setembro. Caso identifique algum erro depois do envio, pode ser feita uma declaração retificadora, que substituirá a original. O proprietário rural que declarar o ITR fora do prazo pagará multa de 1% ao mês, calculada sobre o imposto devido e considerando um parcela mínima de R$ 50. O pagamento será feito em até quatro parcelas, mas, se o valor devido for menor que R$ 100, a quitação é por cota única.
U
ma consulta pública visa edição de normas de bem-estar em granjas de suínos, até 10 de outubro. Trata-se da Portaria 195, da Secretaria de Mobilidade Social, do Produtor Rural e do Cooperativismo (SMC) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, submetendo à Consulta Pública a proposta de Instrução Normativa que estabelece boas práticas de manejo nas granjas de suínos de criação comercial. O objetivo desta normativa será o de orientar o uso racional da fauna para um sistema de produção sustentável, preservando a saúde e bem-estar. Os argumentos devem ser tecnicamente fundamentados, apresentadas em formato de planilha editável, e enviadas para o e-mail: comissao.bea@agricultura.gov.br.
32 | Revista Novo Rural | Agosto de 2018
treposto, a responsabilidade será do Ministério da Agricultura por meio do PNCRC – Vegetal, que é o Programa Nacional de Controle de Resíduos e Contaminantes em Produtos de Origem Vegetal. Do entreposto ao consumidor, a fiscalização será feita pelos Serviços de Vigilância Sanitária Estadual e Municipal no âmbito do PARA, o Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos.
Mapa divulga zoneamento para culturas de verão O
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) aprovou o Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc) para as culturas de arroz de sequeiro e irrigado, girassol e milho primeira safra, conforme portarias publicadas no Diário Oficial da União. O zoneamento é elaborado a partir de estudos da Embrapa com o objetivo de minimizar os riscos relacionados a fenômenos climáticos adversos e permite a
cada município identificar a melhor época de plantio da cultura nos diferentes tipos de solo e ciclos de cultivares. Para se beneficiar do Proagro, Proagro Mais e do Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR), o produtor deve observar as recomendações desse pacote tecnológico (zoneamento). Ainda devem ser divulgado o zoneamento das culturas como a soja, feijão primeira safra, feijão caupi e algodão. Gracieli Verde
Normas para criação de suínos devem ser revistas
este mês de agosto passa a valer o sistema de rastreabilidade de vegetais frescos, com o objetivo de monitorar e realizar o controle de eventuais resíduos de agrotóxicos nos produtos. Na primeira fase de implementação estão o grupo de citros, maçã, uva, batata, alface, repolho, tomate e pepino. A norma estabelece a obrigatoriedade de que todas as frutas e hortaliças deverão fornecer informações padronizadas capazes de identificar o produtor ou responsável no próprio produto ou nos envoltórios, caixas, sacarias e outras embalagens. O produtor deve informar o endereço completo, nome, variedade ou cultivar, quantidade, lote, data de produção, fornecedor e identificação (CPF, CNPJ ou Inscrição Estadual). A identificação pode ser realizada por meio de etiquetas impressas com caracteres alfanuméricos, código de barras, QR Code, ou qualquer outro sistema que permita identificar os produtos vegetais frescos de forma única e inequívoca. As atividades de fiscalização do novo sistema são complementares entre o Ministério da Agricultura e a Vigilância Sanitária. Do produtor até o en-
Gracieli Verde
N
Mais uma temporada de concursos do vinho Tradicionais nesta época do ano, os concursos que escolhem os melhores vinhos em vários municípios da região também são momentos de confraternização e celebração de um costume antigo nas famílias. O vinho, além de ser uma bebida oportuna para esta época fria, também representa parte da cultura dos imigrantes descendentes de italianos.
Michele Panzenhagen Staggemeier/Divulgação
Planalto Em Planalto, a sexta edição o Concurso Municipal do Vinho Colonial de Planalto se consolidou novamente como um evento tradicional. A edição de 2018 foi realizada no dia 14 de julho, tendo como promotores a Emater/RS e a administração municipal. Na categoria vinho branco, o primeiro lugar foi para Cleucir Szupka, o segundo lugar para Renato Carlos Pietroski e o terceiro para Luiz de Souza Leite. Já entre os vinhos tintos, as bebidas melhores colocadas foram as de Luiz de Souza Leite, em primeiro colocado; Eugênio Potulski, em segundo; e de Cleber de Souza Leite, em terceiro. Arte Foto Tibolla/Divulgação
Nova Boa Vista A primeira edição do Concurso de Vinhos de Nova Boa Vista foi realizada no dia 28 de julho, programada pela prefeitura e com apoio da Emater/RS. Avaliaram as amostra os enólogos Juliana Reihner e Giovani Furini, com a participação participaram 16 agricultores. Venceram a edição, na categoria vinho branco, César Piaia, em primeiro lugar, Mirtes Piuco, em segundo,
Participantes da primeira edição receberam certificado de participação
e Alcides Milani, em terceiro. Na categoria vinho tinto ficou em primeiro colocado Cesar Corso, em segundo César Manfro, e em terceiro Diago Bicigo. Na mesma oportunidade foi realizado o 2º Jantar do Peixe e um Curso de Aproveitamento de Pescado, promovido pela Emater/RS e ministrado pelos extensionistas Lisiane Mattje, Adilson Wagner, Larri Lui e Elaine Pereira.
Vencedores do concurso receberam troféus em forma de reconhecimento
Barra Funda
Frederico Westphalen
Outro município que realizou o concurso, no dia 28 de julho, foi Barra Funda, numa parceria entre o escritório municipal de Emater, administração municipal, Secretaria de Agricultura, Comunidade de Ervalzinho e vitivinicultores. Foram os degustadores do encontro Marcelo Hemkemaier, Darlan Schneider, Marli Schneider, Emanueli Corso e Jairo Corso. Os vencedores receberam um kit de mudas selecionadas de videiras, como incentivo para seguir melhorando a atividade.
Este mês de agosto segue com programações alusivas aos concursos que escolhem os melhores vinhos da região. Em Frederico Westphalen, a quinta edição do Concurso Municipal de Vinhos Coloniais e Artesanais está marcada para o dia 18, no salão católico do bairro Fátima. A programação começa às 19 horas, com degustação de queijos, salames, cucas e avaliação dos vinhos. Em seguida será servido o jantar, além do anúncio do vencedores do concurso. O cardápio servido na noite incluirá fortaia, carne de frango ao molho, porco assado e saladas. A promoção é da Secretaria de Agricultura de Frederico Westphalen, Emater/ RS-Ascar e comunidade do Bairro Fátima. Na mesma data serão divulgados os vencedores do Concurso Jovem Empreendedor Rural, que está em sua terceira edição.
Ainda realizam os concursos neste mês de agosto os municípios de Ronda Alta, dia 3, e Ametista do Sul, dia 4. Sarandi, Novo Barreiro e Rodinha também tiveram suas edições durante o mês de julho. Encontro que selecionou melhores vinhos ocorreu na comunidade de Ervalzinho
33 | Revista Novo Rural | Agosto de 2018
Qualidade de vida Cultura
Maquinário antigo:
lembranças que vêm à tona Peças-chave no passado da agricultura, moinho de pedra e trilhadeira são raridades Gustavo Menegusso
Especial Jornal O Alto Uruguai
U
tensílios agrícolas usados na agricultura no passado são motivo de curiosidade para muita gente. Afinal, as gerações mais jovens muitas vezes nem imaginam como eram executadas tarefas como a colheita ou semeadura de determinadas culturas há 30, 40 anos. Com o advento de outras tecnologias, esses equipamentos mais antigos foram abandonados e muitos foram parar em museus – uma maneira de mais pessoas conhecerem a sua função dentro de um sistema de produção. Através de um trabalho da reportagem do Jornal O Alto Uruguai, nesta edição mais uma vez trazemos curiosidades sobre outras ferramentas que já fizeram parte do dia a dia no campo. Uma delas é o moinho de
34 | Revista Novo Rural | Agosto de 2018
pedra, uma herança deixada pelos imigrantes europeus que começaram a chegar ao Rio Grande do Sul no decorrer do século 19. A região abrigou, durante o século 20, muitos moinhos de pedra movidos por uma roda d’água. Talvez, ainda é possível encontrar algum deles deixados pelos colonizadores em algum lugar próximo a um rio, local onde geralmente eram construídos devido à maior facilidade em se desviar um canal de água para o seu funcionamento. Não menos raros, mais ainda existentes e ativos, os moinhos de pedra, mas movidos à eletricidade, podem ser encontrados com mais facilidade. Frederico Westphalen, Iraí, Seberi, Cristal do Sul e Palmitinho são algumas das cidades da região que ainda possuem essas “relíquias”. Neste caso, o personagem principal é o moinho colonial de Palmitinho.
Em funcionamento há mais de 70 anos Nas memórias são mais de 70 anos de existência, mas no papel ninguém sabe precisar certo em que ano o moinho colonial de Palmitinho foi construído. De acordo com o aposentado Abramo Folle, o segundo proprietário do estabelecimento – o primeiro dono teria sido seu sogro, Ângelo Albarello (em memória). – Tentei algumas vezes descobrir, mas ninguém sabe certo desde quando ele funciona. Eu comprei o moinho do meu sogro e atuei nele por 17 anos. Na época não era que nem hoje, aqui tinha aproximadamente 17 mil habitantes e a procura pelo que produzíamos era dia e noite. As pessoas vinham de carroça
ou a cavalo trazer o milho para moer – recorda Folle. Segundo o atual proprietário, Adelar Zanatta, o moinho, que fica localizado na rua Rui Barbosa, no Centro da cidade, está na ativa há uns 60 ou 70 anos, sendo que há três décadas está sob os seus cuidados. “Só a minha família está com ele há mais de 30 anos. No que eu comprei fui gostando de trabalhar e fiquei todos estes anos, achei muito bom, não pretendo me desfazer dele”, conta Zanatta. Além da produção da farinha, o moinho também conta com um descascador de arroz, que em questão de poucos segundos deixa o arroz limpinho para ir à panela.
Tradição Muitas famílias da cidade e do interior de Palmitinho ainda preferem a farinha de milho do moinho colonial. – Hoje é mais para consumo próprio, mas têm muitos agricultores que ainda trazem o milho aqui e a gente faz
a farinha, tudo a um precinho de custo, para ajudar na manutenção, com as despesas da luz. Então, não é a questão financeira que nos move a manter o moinho, mas o prazer de manter essa raridade – conta Zanatta.
Gustavo Menegusso
Família Zanatta mantém moinho de pedra em Palmitinho
Cultura
Do “colono forte” ao pequeno agricultor: a máquina que revolucionou
O
utra máquina que veio para ajudar a aliviar o trabalho pesado do homem do campo foi a trilhadeira. Se antes a colheita era feita apenas de forma braçal, com o auxílio do mangual para debulhar os grãos, com a chegada da trilhadeira acontece uma verdadeira “revolução” no meio rural, abrindo-se o caminho para a mecanização do setor agrícola. Dois anos após o término da Segunda Guerra Mundial, em 1947, o Rio Grande do Sul teria a sua primeira trilhadeira para cereais (tocada com motor) fabricada, em Horizontina. Por muitos anos, a máquina foi o principal produto da Schneider, Logemann & Cia. Ltda (SLC), que em 1958 entraria no mercado de colheitadeiras mecânicas, lançando um modelo rebocado por trator. Há registros também de que a trilhadeira mais antiga teria sido produzida pela Fábrica Tigre, em Faxinal do Soturno, no ano de 1917, por Ângelo Bozzetto.
Como funciona uma trilhadeira? A máquina do seu Arlindo é das antigas e faz parte da família Da Costa há mais de três décadas. Armazenada com carinho, ela ocupa um lugar de destaque embaixo do galpão, em frente à propriedade do agricultor. Na hora de trilhar o milho, soja ou feijão, ela é deslocada para o lado do galpão ou na roça com a ajuda dos bois. De acordo com o produtor, é necessário ter no mínimo quatro pessoas para operar a máquina. – Essa é a minha segunda trilhadeira, mas tenho ela já há mais de 30 anos. Para fazer ela funcionar nós colocamos um motor a diesel que ao ser ligado aciona a trilhadeira por meio de uma correia. Geralmente trabalhamos em quatro pessoas na hora de trilhar, um cuida da saída dos grãos, enchendo as bolsas; o outro fica responsável pela retirada das palhas e também ajuda a ensacar os grãos; um terceiro para alcançar os cereais a serem debulhados, que geralmente ficam na carroça ao lado; e o quarto que é quem vai colocar os cereais para dentro da ‘boca’ da máquina – explica Costa.
Da “relíquia” ao abandono Com o avanço da mecanização da agricultura e o surgimento de novas colheitadeiras e ceifadeiras, a tão sonhada trilhadeira foi perdendo seu prestígio com o tempo e, consequentemente, seu valor. Se no início era uma “fortuna” adquirir uma, hoje ela pode ser encontrada quase que de graça. – No tempo que eu comprei ela eu paguei o valor de 115 sacas de soja. Hoje as trilhadeiras estão abandonadas embaixo de uma árvore ou em um canto do galpão, e se tu oferecer por R$ 500 eles dão risada da tua cara. Ninguém quer, mas nós aqui ainda a usamos. Para nossa família ela é ainda utilizável. Enquanto eu for vivo vou utilizar. É uma máquina importante para o pequeno agricultor – ressalta o produtor.
Gustavo Menegusso
Ter uma trilhadeira era coisa de “colono forte” No início, não era qualquer agricultor que tinha poder aquisitivo para comprar uma trilhadeira. Era uma máquina relativamente cara, em que era necessário financiamento bancário, portanto, para sua aquisição era indispensável ser um “colono forte”. Geralmente, quem comprava uma trilhadeira, além de fazer a sua própria colheita, prestava serviços a terceiros, e com a renda que ganhava ajudava a pagar a prestação do maquinário. – Antigamente era muito difícil ter uma trilhadeira. Tinha que correr longe para achar alguém e pagar para trilhar nossa produção, mas com o tempo ela foi tomando conta e todo mundo começou a comprar – confirma o agricultor Arlindo da Costa, de Seberi. Em Seberi, trilhadeira é mantida em funcionamento pela família Costa
35 | Revista Novo Rural | Agosto de 2018
Qualidade de vida
Culinária
Aquela cuca tradicional, mas salgada! uniespecialmente entre a com e receitas bem tradicionais ida cucas têm presença garant dade de origem alemã, as nos , nhã ma da é caf s, seja no na mesa de muitas família tal, serve de complemento — bém tam e, . lanches durante o dia go min do de sco rra —, para o chu esa rem sob a um se qua vez uma receiao sabor salgado, temos Para quem é mais adepto ggemeier Sta ula Pa e ista social Lisian ta sugerida pela extension scar de S-A r/R ate Em rio municipal da ritó esc no a atu que , ttje Ma frango, toingredientes a receita leva Nova Boa Vista. Entre os so dia a dia. nos no s já bem conhecido mates e vários temperos
D
Divulgação
Cuca Salgada Para o recheio ite • 4 colheres (sopa) de aze ada • 1 cebola pic s • 3 dentes de alho picado to • Pimenta a gos cortado em tiras • 300 g de filé de frango pequenas sementes • 2 tomates sem pele e sem picados lho de tomate • 4 colheres (sopa) de mo go dissolvido fran de do cal de • 1/2 tablete nte que a em 1/2 xícara (chá) de águ , ilho (tom to gos a s • Ervas picada ) manjericão, sálvia, alecrim ha picada sin sal de pa) • 1 colher (so ha picada olin ceb de pa) (so her col 1 •
Para a massa • 3 ovos ) de leite • 1 copo (tipo americano ) de óleo ano eric am o (tip o cop 1/2 • jão uei req • 1/2 copo de ) de • 2 copos (tipo americano o farinha de trig ijo ralado • 3 colheres (sopa) de que to gos a ado • Sal temper ento em pó • 1 colher (sopa) de ferm to gos a s • Ervas picada
36 | Revista Novo Rural | Agosto de 2018
Modo de preparo Para a farofa rosca • 3 colheres de farinha de ijo ralado • 3 colheres (sopa) de que tada cor ada gel iga nte ma • 30 g de em cubinhos • Sal temperado a gosto • Ervas picadas a gosto
Para a montagem cm • Refratário de 25 cm x 20 x 4 cm de altura adeira • Manteiga para untar a ass ar na vilh pol a par e farinha de rosca ira assade • Metade da massa • Recheio • 1 copo de requeijão • O restante da massa ca, queijo • Farofa de farinha de ros as erv e sal , iga nte ma ralado,
Recheio
, os denDoure no azeite, a cebola te o filé de Jun a. ent pim a e o alh de tes cione os Adi . gue refo e s frango em tira frango. de do tomates, o molho e o cal as pierv as e oqu Col o. Desligue o fog Reha. olin cadas, a salsinha e a ceb . ssa ma a e serve e prepar
Massa
s, o leite, Bata no liquidificador os ovo trigo, de nha fari a , o óleo, o requeijão o em ent ferm o , sal o do, rala o queijo ireRet to. gos a s pó e as ervas picada or. cad idifi -a do liqu
Farofa
as mãos, a Misture, esfarelando com ijo ralado, que o com ca farinha de ros o sal e as , os) a manteiga (em cubinh sobre a ar vilh pol a par e ervas. Reserv massa na montagem.
Montagem
nteiga e polUnte a assadeira com ma peje meDes ca. ros de nha fari vilhe recheio. o ua trib dis tade da massa e recheio, o re sob jão uei req o e Espalh e polvissa ma da te despeje o restan o préforn ao e Lev fa. faro a lhe com utos. min 30 por °C -aquecido a 180
Opinião Qualidade de vida Cá entre nós Dulcenéia Haas Wommer
Sobre qual assunto você quer que eu escreva? Mande sua sugestão para o WhatsApp (55) 9.9624.3768
Assistente técnica regional social da Emater/RS- Ascar de Frederico Westphalen e-mail: dwommer@emater.tche.br
Assunto de mulher e de homem! Ah... O aconchego do lar... Que delícia! O aroma da comida ou da limpeza já te convidam para entrar. Mas como dar conta de toda organização da casa e ainda fazer os trabalhos lá fora, na lavoura, na horta, no estábulo? Tem as crianças, as roupas, cuidar dos nonos... E nossa lista vai longe... Erasmo Carlos já cantava, em 1981, em seu álbum Sexo Frágil: “dizem que a mulher é sexo frágil, mas que mentira absurda, eu que faço parte da rotina de uma delas, sei que a força está com ela”. Por isso, hoje vamos falar dos trabalhos domésticos. Trabalho das mulheres rurais e também das mulheres urbanas que atuam fora de casa, inovaram, foram estudar, foram para o mercado de trabalho, trabalham lado a lado com os homens, mas a responsabilidade do lar continua sendo delas, na maioria das vezes, como há 50 anos. Sim, sim, sim! Muitos já me diriam que mudou! Verdade, as novas gerações de meninos podem estar ajudando mais nas tarefas diárias da casa. Então, vamos a alguns números: – O Dieese aponta que 91% das mulheres e 53% dos homens declaram o envolvimento em algum tipo de trabalho doméstico. Por outro lado, considerando a dupla jornada, ou seja, o somatório das horas dedicadas aos afazeres domésticos e ao trabalho na ocupação econômica, as mulheres praticaram, em 2014, jornada semanal média de 54,7 horas, contra 46,7 horas, no caso dos homens. – Isso significa que elas trabalharam a cada semana, em média, 8 horas a mais do que os homens, o que, em termos anualizados, corresponde a um excedente de 66 dias (mais de dois meses) de trabalho, considerando jornada padrão de 44 horas semanais. E, extrapolando esse excedente para o tempo de contribuição à Previdência, significa que, em média, com 25 anos de trabalho, que é o mínimo requerido para elas se aposentarem, as mulhe-
res já teriam cumprido quase 30 anos. No Brasil, em 2016, as mulheres dedicaram aos cuidados de pessoas e/ou afazeres domésticos cerca de 73% a mais de horas do que os homens (18,1 horas contra 10,5 horas). Esse é o estudo do IBGE, Estatísticas de Gênero Indicadores Sociais das Mulheres no Brasil. O estudo diz ainda que, mesmo em meio a tantas transformações sociais ocorridas ao longo do último século sob a perspectiva de gênero (maior participação das mulheres no mercado de trabalho, crescente escolarização, redução da fecundidade, disseminação de métodos contraceptivos, maior acesso à informação), elas seguem dedicando relativamente mais tempo aos afazeres domésticos e cuidados.
A boa notícia é que a porcentagem de homens que estão dedicando mais tempo aos afazeres domésticos cresceu entre os anos de 2016 e 2017, mas ainda há uma grande diferença entre a participação feminina e masculina nessas tarefas. De acordo com outra pesquisa divulgada em abril deste ano, pelo IBGE, 92,6% das mulheres se dedicam a alguma atividade doméstica, enquanto a marca dos homens é de 78,7%. Em Engenho Velho, as colegas da Emateer-RS/Ascar, Gabriele Pellin e Pricila Fole Daris, fizeram uma pesquisa com um grupo de mulheres de diversas comunidades assessoradas. As respostas foram apresentadas nos cafés coloniais no mês de julho. Veja o quadro:
40
34
35
34
Levantamento feito em Engenho Velho com 34 agricultoras
34
33
34
33
32
31
29
30
25
12 8
9
11
11 7
23 20 17
17
15
15
7
12
11 7
8
8
11
10
8
7 4
5
3
1 0
31
23 21
20
10
33
31
Limpeza da casa
tirar o lixo
fazer o almoço
lavar a louça
secar e guardar a louca
limpar a cozinha
cuidar dos filhos
homem
3
10
9
7 3
3 0
cuidar da horta
mulher
cuidar do pomar
cuidar do jardim
lavar a roupa
passar a roupa
cuidar dos doentes
tirar o prato da mesa
lavar os calçados
filhos
E na sua casa: como está a divisão das tarefas? Como diz a colega Lia, “a mulher precisa se desprender das manias de pegar para si a responsabilidade de todos os trabalhos”!
A conta de luz subiu? Energia solar é a solução!
Para higienização das ordenhadeiras e conforto da residência
s olare usinalaadsassna região inst
|55| 9.9723-3069
Marsol Energia
|55| 3744-6978
www.marsolenergia.com
Aquecedor solar de água
Até 40% de economia na conta de luz
37 | Revista Novo Rural | Agosto de 2018
Campo aberto Prefeituras da região recebem tratores da SLC Comercial
Mais opções de trigo e triticale Gracieli Verde
N
ovas variedades de trigo e triticale passam a fazer parte do mix desenvolvido através da Embrapa Trigo, de Passo Fundo. Essas variedades foram apresentadas durante a 12ª Reunião da Comissão Brasileira de Trigo e Triticale, realizada no início de julho. Os trigos mostrados foram dois tipo pão: TBIO Ponteiro e TBIO Duque (da Biotrigo); um trigo tipo melhorador da Embrapa; e dois trigos tipo pão/melhorador: ORS Agile e ORS Citrino (OR Sementes), além de uma cultivar de triticale da Embrapa.
“Pratas da casa”
O
s municípios de Caiçara, Frederico Westphalen, Vista Alegre e Pinhal receberam, em julho, tratores do modelo 6100J, da linha leve da John Deere, na unidade de Frederico Westphalen da SLC Comercial – empresa que revende a marca em diversos municípios do Norte do Estado. Os operadores dos tratores foram recepcionados pela equipe da loja, além do gestor de peças, Ricardo André Stiegelmaier, e do gestor de Serviços da SLC Comercial, Antônio Tavares. Além da entrega, profissionais da equipe esclareceram dúvidas sobre o uso desses tratores. “É o nosso serviço pós-venda mostrando informações importantes para que esses tratores tenham uma vida útil ainda mais longa lá no campo”, ressaltou o gestor de Serviços da SLC, Antônio Tavares. Através de recursos do Ministério da Agricultura, no Estado do Rio Grande do Sul es-
O uso do trigo na alimentação animal foi um dos temas colocados em evidência durante a reunião, com a participação do produtor Ivonei Librelotto, de Boa Vista das Missões. O uso da integração lavoura-pecuária entrou na pauta, mostrando resultados na Fazenda Librelotto, que mantém pouco mais de 100 hectares com produção de grãos e de carne bovina. A fazenda é uma das unidades que servem de referência da Embrapa Trigo, inclusive neste ano mais uma vez recebeu profissionais ligados à Organização das Cooperativas do Brasil (OCB) para um treinamento na área.
tão sendo entregues 350 tratores da marca para as mais diversas prefeituras do Estado. “É uma forma de também colocarmos a nossa tecnologia nos equipamentos que são usados pelas equipes dessas Secretarias Municipais de Agricultura”, comentou Tavares. O gestor de peças da SLC Comercial, Ricardo André Stiegelmaier, explica que o modelo adquirido pelas prefeituras consegue agregar mais tecnologia no modo de trabalho com o equipamento. “É um trator que favorece as manobras do dia a dia, com isso o operador ganha tempo e tem custo reduzido de combustível. Esse trator 6100J é o considerado com maior potência da linha leve da marca”, observa o profissional, ressaltando que é adaptado justamente à diversidade de serviços prestados através das Secretarias de Agricultura aos produtores, desde o plantio até uso para a fabricação da silagem.
Dia de campo
Mais conhecimento para citricultores Divulgação
Sistema Silvipastoril protagoniza capacitação
A
propriedade de Genesio e Rafael Picolotto, localizada na linha Savaris, em Constantina, sediou uma tarde de campo sobre o manejo de citros, no início de julho. Ente os temas abordados esteve o manejo de pragas e doenças, avaliação nutricional e adubação de base, tecnologia de aplicação em pomar de citros, além de tecnologia referente a pulverização para o controle de pragas e doenças em pomares de citros. Manutenção e revisão de equipamentos também esteve entre os assuntos em pauta. O técnico em Agropecuária do Escritório Municipal da Emater/RS de Novo Xingu, Rudimar Arciero Bruschi, também foi um dos palestrantes do encontro.
nheiro agrônomo e pesquisador Vanderley Porfírio da Silva, da Embrapa Florestas, sobre aspectos fundamentais para o planejamento e manejo de Sistemas Silvipastoris. Esse sistema envolve atividades pecuárias e florestais em uma mesma área, em cultivo associado de árvores e pastagens, que visam à sustentabilidade econômica, social e ambiental. Segundo ele, a adoção desses sistemas por produtores de leite contribui para a proteção do solo, evitando a erosão, recuperando pastagens degradadas, reciclando nutrientes e abrigando os animais contra intempéries climáticas, como ventos fortes, granizo e insolação.
Divulgação
primorar o domínio técnico de extensionistas da Emater/RS-Ascar em relação ao Sistema Silvipastoril, com foco em habilidades técnicas e econômicas, foi um dos objetivos de um treinamento realizado no início de julho, em Soledade. A ideia é justamente ter ferramentas para que esses profissionais possam assessorar as famílias rurais em relação a esse método. A atividade foi organizada pelo assistente técnico regional Vivairo Zago, da Emater/RS-Ascar de Soledade, e também teve a presença de profissionais ligados ao Regional da Emater/RS de Frederico Westphalen. A atividade foi ministrada pelo enge-
A
Encontro técnico ocorreu no interior de Constantina
38 | Revista Novo Rural | Agosto de 2018
39 | Revista Novo Rural | Agosto de 2018
Jovens ainda podem se inscrever para prêmio municipal
M
ostrar para a sociedade em geral o importante papel do setor agropecuário e do empreendedorismo rural é uma das propostas do 3º Concurso Jovem Empreendedor Rural, organizado pela Emater/RS e secretarias de Agricultura e Educação de Frederico Westphalen. A ideia também é mostrar histórias de vida bem-sucedidas, que servirão de inspiração para outros jovens que queiram permanecer no meio rural com qualidade de vida. Podem participar jovens entre 15 a 29 anos. Os interessados devem entrar em contato com a Emater/RS para se inscrever. O prêmio é resultado de uma parceria entre Emater/RS, Secretarias de Agricultura e Educação e a Casa Familiar Rural de Frederico Westphalen. A entrega da premiação será realizada no dia 18 de agosto, durante o Concurso Municipal de Vinhos Coloniais de Frederico Westphalen, no bairro Fátima. Na ficha de inscrição devem constar dados como o projeto de vida, a história pessoal, além da descrição da propriedade, planejamento, perspectivas e a influência dos pais nessa estruturação da sucessão rural. As inscrições terminam em 6 de agosto.
Campo aberto
Suínos: práticas de bem-estar pautadas por especialistas mundiais
D
urante três dias profissionais das áreas de suinocultura e avicultura debaterão a implementação de práticas de bem-estar durante o transporte e na insensibilização com gás nas agroindústrias e no Serviço Veterinário Oficial. Um seminário sobre o tema está marcado para os dias 4, 5 e 6 de setembro, na Embrapa Suínos e Aves, em Concórdia, no
Oeste catarinense. Está confirmada a participação de dois dos principais especialistas mundiais em bem-estar de animais de produção, o indiano Mohan Raj, da Autoridade Europeia de Segurança Alimentar (EFSA, na sigla original em inglês); e o espanhol Antonio Velarde Calvo, do Instituto de Pesquisa e Tecnologia Agroalimentar da Catalunha.
PIB Agro deve elevar-se em 2018
E
stimativas do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da Esalq/USP, em conjunto com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), apontam que o PIB-volume do agronegócio brasileiro deve crescer 3,4% em 2018. Essa expectativa é baseada em informações dos primeiros quatro meses deste ano. A expansão agroindustrial também impulsiona o segmento de agrosserviços, para o qual estima-se crescimento de 4,1% em 2018. Agentes de mercado avaliam que um dos desafios mais importantes do setor ao longo de 2018 será a acomodação de possíveis elevações nos custos de produção, principalmente em função do tabelamento de fretes mínimos, reivindicado pelos caminhoneiros.
39 | Revista Novo Rural | Agosto de 2018
A gente faz
Junto
pela força do
campo.
Queremos ver o seu agronegócio crescer. Por isso, oferecemos linhas de crédito de forma rápida e prática. Assim, você conta com recursos para aumentar a produtividade e atender às necessidades do campo.
sicredi.com.br SAC - 0800 724 7220 / Deficientes Auditivos ou de Fala - 0800 724 0525. Ouvidoria - 0800 646 2519.
40 | Revista Novo Rural | Agosto de 2018
Venha conversar com a gente e descubra a melhor opção para você.