Revista Novo Rural | Dezembro 2018

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Novo

Rural Ano 3 - Edição 25 - Dezembro de 2018

Uva rastreada e mercado ampliado

APOIO

Em Ametista do Sul, um dos destaques da safra atual é a rastreabilidade das frutas, que neste ano também garante o acesso a grandes redes de supermercados


Carta ao leitor

A

PATRÍCIA CERUTTI Diretora da Novo Rural

Momento de agradecer

revolução digital já está instalada e a Novo Rural, atenta a esta visão atual e de futuro, sempre dedicou espaço para disseminar as boas práticas que incentivam o uso da tecnologia, tanto que neste ano realizamos mudanças na nossa estrutura, fazendo com que profissionais referência neste assunto se tornassem parte da empresa, como é o caso do nosso diretor Alexandre Gazolla, gestor de outras duas empresas ligadas ao setor do agronegócio, além de professor, pesquisador e consultor. Ainda, agregamos um importante colunista, o pesquisador Antônio Santi, que é referência nacional em plantio direto, professor da UFSM, coordenador de um laboratório de pesquisa que hoje produz conhecimento que impacta na agricultura de diversos países. Nas fotos abaixo, registramos a participação de Santi e Gazolla em dois importantes eventos.

O Divulgação

conteúdo que produzimos todos os meses chega até você de várias formas, pelo site, redes sociais e, principalmente, pela revista impressa. É através de importantes parcerias que a Novo Rural é levada gratuitamente a milhares de famílias, em 42 municípios da região, e por isso quero fazer um agradecimento especial nesta edição que encerra 2018. Nosso muito obrigado aos técnicos da Emater, comprometidos em levar cada exemplar, plantando mais uma semente de conhecimento nas propriedades rurais contempladas com a revista. Da mesma forma, agradecemos à direção do Escritório Regional da Emater de Frederico Westphalen, na pessoa do coordenador, Clairton Dal

Forno, e do coordenador-adjunto, Mário Coelho da Silva, bem como a toda sua equipe pelo apoio dedicado ao longo deste ano, ajudando a vencer aos inúmeros desafios. Nossa gratidão se estende aos prefeitos dos municípios de Frederico Westphalen, Taquaruçu do Sul, Liberato Salzano, Rondinha, Iraí, Pinheirinho do Vale e Trindade do Sul, que adquiriram exemplares extras da revista, preocupados em incentivar o desenvolvimento do meio rural dos seus municípios através do conteúdo técnico e bons exemplos disseminados pela Novo Rural todos os meses. A visão estratégica destes líderes permitiu que mais famílias pudessem ampliar horizontes e melhorar a qua-

lidade de vida e a sustentabilidade de seus negócios. Nosso muito obrigada aos nossos colunistas e entidades parceiras, que ajudaram a produzir conteúdo relevante em todas as edições. Encerramos deixando nosso agradecimento também a todas as empresas e instituições parceiras da revista ao longo do ano. O apoio concedido através dos anúncios publicados foi essencial para que mantivéssemos firmes em nosso propósito de orientar, informar e inspirar com conteúdo de qualidade. Esse é nosso compromisso com o desenvolvimento do agronegócio, independente do seu porte, todos são essenciais para a economia. Divulgação

Divulgação

Prefeito Ezequiel Pasquetti de Rondinha e Ana Paula Vargas, extensionista da Emater-RS-Ascar

Prefeito José Alberto Panosso de FW

Prefeito de Liberato Salzano - Gilson de Carli

Colunista Santi palestrou em evento realizado em Carambeí (PR), divulgando também o trabalho realizado pela revista Novo Rural Divulgação

Prefeito de Taquaruçu do Sul, Valmir Luiz Menegat, recebe um exemplar da revista das mãos da equipe do Escritório Municipal da Emater, Julio Cesar Guerra e Mateus Ariel Cargnin Da esquerda para a direita: o secretário da Agricultura, Fábio Rodrigo Schnell, o prefeito Antônio Vilson Bernardi, a extensionista rural social e chefe do Escritório Municipal, Vanessa Dal Canton, o presidente do STR, Sérgio Gnoatto, e o presidente da Associação dos Produtores de Leite e do Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural, Vanio Mior, com a revista Novo Rural em mãos

Diretor da Novo Rural Alexandre Gazolla leva conhecimento sobre tecnologia de ponta para agricultores de Goiás

Pinheirinho do Vale - prefeito Elton Tatto

A revista Novo Rural é uma publicação realizada em parceria com Circulação Mensal

Tiragem

13 mil exemplares

Fone: (55) 3744-3040 Endereço: Rua Getúlio Vargas, 201 - B. Ipiranga 2 | RevistaFrederico Novo Westphalen/RS Rural | Dezembro de 2018

Prefeito Trindade do Sul Odair Pelicioni

Um Feliz Natal e que 2019 venha repleto de boas notícias e novidades!

Convênio:

ABRANGÊNCIA: Alpestre, Ametista do Sul, Barra Funda, Boa Vista das Missões, Caiçara, Cerro Grande, Chapada, Constantina, Cristal do Sul, Dois Irmãos das Missões, Engenho Velho, Erval Seco, Frederico Westphalen, Gramado dos Loureiros, Iraí, Jaboticaba, Lajeado Do Bugre, Liberato Salzano, Nonoai, Nova Boa Vista, Novo Barreiro, Novo Tiradentes, Novo Xingu, Palmeira das Missões, Palmitinho, Pinhal, Pinheirinho do Vale, Planalto, Rio dos Índios, Rodeio Bonito, Ronda Alta, Rondinha, Sagrada Família, São José das Missões, São Pedro das Missões, Sarandi, Seberi, Taquaruçu do Sul, Três Palmeiras, Trindade do Sul, Vicente Dutra e Vista Alegre.

Direção

Alexandre Gazolla Neto Patricia Cerutti

Editora-chefe Gracieli Verde

Reportagem Natália Menuzzi

Foto da capa Gracieli Verde

Estagiária de Relações Públicas Juliana Durante

Diagramação e publicidade Fabio Rehbein, Leonardo Bueno e Laís Giovenardi


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Giro pelo Agronegócio

As flores de Liberato Salzano!

Se você estiver em alguma região produtora do Estado ou do país, mande um relato para nós! Avaliações de como está o andamento da safra em diversas regiões pelo mundo serão publicadas na nossa edição impressa e também nas demais plataformas de conteúdo. Tudo para você ficar bem informado!

Um trabalho realizado em Liberato Salzano mais uma vez tem sido destaque nas nossas plataformas de conteúdo. As flores e demais plantas ornamentais produzidas no Viveiro de Mudas Nona Emma, dos irmãos Rosane e Moacir Paschoalotto geraram uma repercussão entre leitores e seguidores. São iniciativas como esta que a Novo Rural se propõe a trazer, a cada edição, para você se inspirar!

Notas técnicas: mais conteúdo para você No site novorural.com, além de notícias importantes para o setor agropecuário, você também pode acompanhar notas técnicas emitidas por profissionais renomados do setor. São informações que auxiliam o produtor para a tomada de melhores decisões no dia a dia no campo.

“O resultado é o espelho da competência e dedicação. Parabéns, assim se faz vencedores. Rosane e Moacir, vocês orgulham nossa origem.”

Sérgio Pizzi, via Facebook

“Mesmo distante da nossa querida Caiçara, parabenizo pela feliz iniciativa. Sempre defendi o apoio incondicional das administrações municipais em favor do empreendedorismo de sua gente. A terra é fértil, abundância de águas e uma natureza exuberante. Que mais caiçarenses se espelhem em iniciativas como essa.”

Irno Roque Devitte, via Facebook

Uma marca caiçarense

“Parabéns à empresa Marlac pela iniciativa. Estão no caminho certo! Produto inovador com qualidade e o mais natural possível!”

Outro trabalho com ampla repercussão tem sido o da Marlac, marca de queijos especiais de Caiçara, que integrou pauta na nossa edição impressa de outubro e teve conteúdo digital em nossas demais plataformas. É evidente o apoio das pessoas em relação a iniciativas como esta.

RO DEZEMB

2018

is em Veja ma m/agenda o c l. a novorur

Joseane Spies, via Facebook

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14

2º Seminário Regional do Cooperativismo

3ª Abertura Oficial da Colheita da Uva de Ametista do Sul

1º Jantar do Peixe de Sarandi

Dia de campo sobre viticultura e 2ª Abertura da Colheita da Uva

Local: Auditório da URI/FW Horário: 13h30min Frederico Westphalen

Local: sede da Linha Alta Horário: 9 horas Ametista do Sul

Local: sede da Associação dos Funcionários Municipais (AFM) Sarandi

Local: Linha Cocho Horário: 9 horas Sarandi

JANEIRO2019

21º Itaipu Rural Show Dias 30 e 31/01, 1º e 2/02 Local: Centro de Treinamento e Difusão de Tecnologias da Cooperitaipu Pinhalzinho/SC

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Giro pelo agronegócio Luis Henrique Maciel Albiero, de Tupanciretã/RS Engenheiro-agrônomo e coordenador de Produção na Sementes Estrela

“Nesta segunda quinzena de novembro, a região Central do Rio Grande do Sul encontra-se com aproximadamente 80% da área destinada para soja com a semeadura pronta. O atual cenário é de um pouco de apreensão, pois nos últimos dias estamos tendo muitos relatos de áreas com problemas em seu estabelecimento, algumas até necessitando a ressemeadura. Conforme estamos diagnosticando, a maior parte dos problemas tem ocorrido por doenças do conhecido “complexo de tombamento”, as quais geralmente se trata de um grupo de doenças (Phytium, Rizoctonia e Phytophthora), com alta propensão a se desenvolver em ambientes com acúmulo de água, umidade ou solos mal drenados e, principalmente, a monocultura ou áreas sem rotação e também glebas com alto índice de compactação. Os técnicos e agricultores estão achando maneiras para mitigar o problema tomando algumas medidas. Algumas ações que estão sendo tomadas são escolher o melhor momento para semeadura, evitando-a em solo úmido, escolha de cultivares com tolerância maior a essas doenças, bem como a seleção de um melhor tratamento de sementes, que tenha um maior espectro para essas doenças. De forma geral, estamos indo para o fim da semeadura – possivelmente isso se concretiza no início da segunda semana de dezembro – e a estimativa é de que em torno de 65% das áreas semeadas já estão estabelecidas, com um stand adequado para uma boa produtividade e que em torno de 15% com um stand baixo, o que depende dos próximos dias para formar um bom stand”.

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Wilmar Weber, de Formosa/GO

Técnico em agropecuária, consultor ambiental e comercial “Com o plantio da soja praticamente concluído no Planalto Central, com o grande volume de chuvas e clima favorável ao desenvolvimento de pragas e doenças, as atenções se voltam para controle da ferrugem, aplicação correta e carências a serem observadas, aliado orientação técnica podem evitar grandes danos a sua produção. No Sudoeste goiano já foi detectada a ocorrência de ferrugem nesta safra. A informação e o conhecimento são os únicos caminhos!”

Eduardo Lima Porto, de Porto Alegre/RS

Economista, especialista em Agronegócio e consultor técnico “Crédito é o segundo insumo mais importante da agricultura. O primeiro é a água. A disponibilidade do crédito para o custeio da produção tem variado muito nos últimos anos, respondendo basicamente aos efeitos causados por ciclos de expansão/retração que abarcam uma infinidade de variáveis: (I) preços das commodities e fatores subjacentes; (II) câmbio internacional; (III) taxas de juros doméstica e estrangeira; (IV) qualificações de risco; (V) programas governamentais incluindo subsídios na forma de preços mínimos, subvenções, etc. O agricultor está preparado para defender tecnicamente o seu crédito junto a bancos e fornecedores? E se por mudança na composição do mercado tiver que conceder prazo para os seus compradores? O próximo governo deverá eliminar os subsídios agrícolas e as novas regulações bancárias trazem uma série de regras que tornarão o crédito cada vez mais restrito para os agricultores que não estiverem organizados. A atividade exigirá cada vez mais conhecimento de gestão financeira, como já ocorre com os negócios de maneira geral.”


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Agricultura

GIRASSOL

Gracieli Verde

Rusticidade e baixo custo

Em Boa Vista das Missões, produtor Rafaelo Rigon tem mantido a cultura no sistema de rotação e vê bons resultados Gracieli Verde

jornalismo@novorural.com

O

interesse pelo girassol surgiu ainda em meados dos anos 2000, quando Rafaelo Rigon cursava Agronomia. Tanto que na época o trabalho de conclusão de curso também teve essa cultura como tema. Há vários anos usando o girassol no sistema de produção agrícola adotado nas lavouras localizadas em Boa Vista das Missões, Rigon tem se tornado referência no assunto. Primeiramente encantado pela beleza dessas plantas, que dão majestosas flores amarelas e que não passam despercebidas na época de reprodução da planta, o agrônomo também é consciente das vantagens da cultura.

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– O preço de venda do girassol é balizado pelo preço da soja, mas o custo de produção é bem menor, em torno de 13/14 sacas de soja. É claro que tem algumas questões de manejo que o produtor precisa estar atento, porque é uma cultura que não aceita replante, por exemplo. Nos dois primeiros anos que plantei, perdi tudo. Serviu como aprendizado – conta. Por outro lado, quando tudo transcorre dentro do esperado, a lavoura de girassol praticamente cobre também os custos da futura lavoura de soja, segundo Rigon. Neste ano são 85 hectares da cultura na área do produtor. Num rendimento considerado normal para girassol, a produtividade deve girar em torno de 32/34 sacas por hectare.

Parcerias “O produtor pode apostar. É uma cultura muito mais rentável que as tradicionais. Se usa pouco insumo para o controle de pragas e doenças, tornando a lavoura mais barata.”

Rafaelo Rigon, agrônomo

Rafaelo explica que hoje uma das fomentadoras da cultura do girassol e da canola na região é a empresa Celena, com sede em Giruá. A parceria prevê contrato antecipado, de forma que o produtor planta já sabendo o quanto vai receber ao colher. As áreas também são amparados por seguro, através do Proagro. “O produtor pode apostar. É uma cultura muito mais rentável que as tradicionais. Se usa pouco insumo para o controle de pragas e doenças, então isso torna a lavoura mais barata”, garante. Os negócios nesse formato de venda futura também funcionam de maneira similar para culturas como a canola e a linhaça. “No meu caso planto girassol e canola. Eles fornecem a semente, algum insumo, quando necessário, e depois compram esse produto”, revela.


Agricultura

GIRASSOL

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Gracieli Verde

Na resteva, aposta é na soja Nas áreas de Rigon, o plantio do girassol normalmente é feito na última semana de julho ou na primeira de agosto – onde pode ter uma cobertura de aveia. A colheita é feita na primeira quinzena de dezembro. Com isso, o produtor ainda tem zoneamento para a semeadura da soja. Em relação ao residual que a cultura deixa no solo, a vantagem não é tanta na palhada, mas na matéria orgânica que é deixada. “Como o girassol é uma planta que tem uma boa estrutura de raiz, traz outros benefícios. É uma cultura inserida num sistema, por isso eu volto com o girassol em uma determinada área a cada três ou quatro anos, porque se eu repetir muito esse plantio pode propagar o chamado mofo branco, por mais que na região isso não seja tão comum”, relata.

E a colheita? Assim como a canola, o girassol também muitas vezes gera dúvidas na hora da colheita. Mas Rigon garante que “não tem mistério”. Para tal, é usada a mesma plataforma que colhe o milho. Ele ressalta que o cuidado maior da cultura é ao semear. “Tem que cuidar a previsão do tempo, porque tem que chover logo para gerar uma boa emergência. Depois de bem nascido, o girassol prefere anos não muito chuvosos para estar florido, ao contrário do milho, até porque depende do trabalho das abelhas para polinizar”, explica. No caso de Rigon, o girassol veio para justamente substituir o milho – motivado por questões climáticas, apesar de o girassol ser considerada uma cultura intermediária, mais para inverno. “Aqui em Boa Vista das Missões é muito comum termos época de pouca chuva no verão, quando o milho precisa de umidade. Então, com o girassol evito esse tipo de problema”. De forma geral, o girassol é mais resistente. “Quando está de porte pequeno, a geada não faz nada, e na floração não precisa chover”, detalha o produtor. Hoje, o sistema adotado por Rigon inclui na rotação culturas como a aveia, a cevada, o girassol, a canola e a soja. Para o próximo ano a decisão já está tomada: o girassol ampliará área para 100 hectares e outros 250 ha serão destinados para canola. Até porque, ele enxerga resultados positivos também nas posteriores lavouras de soja, devido ao padrão de solo construído com esse sistema.

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Alexandre Gazolla Neto

Agricultura

Engenheiroagrônomo, mestre e doutor em Ciência e Tecnologia de Sementes. É professor na Universidade Regional Integrada – Campus de Frederico Westphalen/RS, além de diretor do O Agro Software para o Agronegócio e da Vigor Consultoria para o Agronegócio

OPINIÃO

Manejando a rentabilidade das lavouras de grãos Nesta edição mostraremos um panorama sobre os principais pontos-chaves para o perfeito desenvolvimento das lavouras

E

stamos em pleno desenvolvimento vegetativo em diversas lavouras de soja no Sul do Brasil, momento decisivo para controle de plantas daninhas e, principalmente, pragas e doenças. Em um estágio mais avançado temos o ciclo do milho e do feijão, em que algumas áreas já estão em pleno enchimento de grãos. O primeiro desafio no contexto do manejo para altos rendimentos de grãos é estabelecer plantas distribuídas uniformemente e com capacidade produtiva nas lavouras, aspecto este que já foi vencido. Agora, precisamos canalizar os esforços no controle dos agentes redutores de produtividade. A identificação dos índices de dano econômico causado por pragas e doenças exige um acompanhamento criterioso e detalhado das áreas de produção, de forma a não realizar aplicações em excesso ou atrasadas. Neste caso, os dois extremos acabam gerando perda de recursos por parte dos agricultores. O cenário climático demonstra uma preocupação crescente com a ocorrência da ferrugem asiática (Phakopsora pachyrhizi) da soja em diversas áreas nos três Estados do Sul do Brasil, com um índice de registro de ocorrências crescendo a cada dia. O fungo Phakopsora pachyrhizi é um patógeno biotrófico, que necessita de hospedeiro vivo para sobreviver e ampliar a sua multiplicação. Atualmente esse fungo se caracteriza como a principal doença na cultura da soja no Brasil. O nível de dano econômico que essa doença pode ocasionar depende do nível e do momento de infecção, das condições climáticas favoráveis à sua multiplicação, da resistência/ tolerância e do ciclo da cultivar utilizada. Reduções de produtividade próximas a 74% são observadas quando comparadas áreas tratadas e não tratadas com fungicidas em lavouras com alta incidência da doença. A confirmação da ferrugem é feita pela constatação de saliências semelhantes a pequenas feridas (bolhas) no verso da folha, que correspondem à estrutura de reprodução do fungo. Essa observação é facilitada com uma lupa, de 10 a 20 aumentos, pelo técnico ou agricultor. A ferrugem asiática da soja desafia a cadeia produtiva a cada safra, onde são observados comportamentos diferentes do patógeno, seja em relação a sensibilidade a fungicidas ou ao período de ocorrência e evolução nas lavouras.

“A ferrugem asiática da soja desafia a cadeia produtiva a cada safra, onde são observados comportamentos diferentes do patógeno.”

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RECOMENDAÇÕES DE MANEJO • Efetue o monitoramento constante e detalhado das lavouras.

• Realize as aplicações em intervalos adequados, seguindo as recomendações para cada produto.

• Utilize tecnologia de aplicação adequada, com volume de calda recomendado para cada estágio fisiológico. • Conduza as aplicações de fungicidas de forma preventiva, sempre em associação com fungicidas multissítios. • Rotacione fungicidas com diferentes mecanismos de ação.

• Não realize mais de duas aplicações de fungicidas do mesmo mecanismo de ação em um mesmo ciclo de produção.

• Controle as plantas remanescentes em lavouras e beiras de estrada.

• Respeite o período de semeadura recomendado para cada região e cultivar.

• Desenvolva um plano de rotação de culturas.

• Consulte sempre um engenheiro-agrônomo de sua confiança em caso de dúvidas.


Agricultura

SOJA

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Lavouras N passam por replantio Dificuldades com germinação e estabelecimento das plantas são registradas neste início de safra

o Estado a semeadura da soja estava praticamente concluída no fim de novembro, faltando apenas 13% para finalizar a área projetada para a safra, segundo informações da Emater/RS-Ascar. De forma geral, a entidade afirma que a germinação das lavouras tem sido satisfatória. Na região, entretanto, há problemas nesse quesito, tanto que houve a necessidade de replantio em várias lavouras. Dos 105 mil hectares que devem ser semeados em Palmeira das Missões, quase 10% necessita de replante, segundo estimativa da Emater/RS. Nestes primeiros dias de dezembro esse trabalho deve ser

regularizado, segundo a equipe técnica. “O problema maior é o comprometimento da germinação e emergência das plantas devido a alguns episódios de chuva intensa”, pontua o agrônomo e extensionista Felipe Lorensini. Distante mais de 70 quilômetros dali, em Ronda Alta, onde nesta safra devem ser cultivados 25,5 mil hectares com a soja, o cenário é bem parecido. O agrônomo Douglas Campigotto, da Emater/RS, cita a incidência de fungos de solo, favorecidos devido a condições climáticas, umidade e temperaturas amenas. “Estimamos um replantio em até 15% da área de soja do município”, diz o profissional.

Neste início de dezembro o plantio deve ser concluído

No ano em que completa 50 Anos, a Itaimbé presenteou as famílias de produtores e nossos colaboradores com uma nova sede em Palmeira das Missões. Isso reforça o comprometimento da empresa com toda a região e aumenta a nossa responsabilidade. É momento de agradecer nossos clientes, funcionários e fornecedores pela confiança neste ano especial para a Itaimbé e para a loja de Palmeira das Missões. Desejamos boas festas e que 2019 traga muita paz e realizações para todos!

Abdil Karim Gerente Comercial

Mauren Doeler Dumoncel Gerente Administrativa Financeira

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Agricultura

TECNOLOGIA

A agricultura de hoje e a que viveremos em 2030!

P

ara pensar no hoje e no futuro é necessário analisar o aumento populacional nos países em desenvolvimento, a maior longevidade das pessoas, a intensa urbanização, o incremento econômico e da classe média – principalmente no Sudeste Asiático – e também das mudanças no comportamento dos consumidores. Segundo dados da Embrapa, projeta-se, como consequência desses fatores, o crescimento da demanda global por energia em 40% e por água em 50% e a necessidade de expansão da produção de alimentos em 35%, até 2030. Aliado a isso, o que se busca é um planeta mais próspero, equitativo e saudável. A alimentação está no centro dessa conjuntura mundial e a agricultura brasileira precisa estar preparada para desempenhar seu papel protagonista para atingir essas metas. Hoje o brasil é responsável por alimentar aproximadamente 1,5 bilhão de pessoas no mundo todo. Logo, nossa agricultura não é mais questão de soberania nacional, mas de garantia da vida humana no planeta. Além de recursos naturais, clima, solo e água em abundância, a competência e o empreendedorismo dos agricultores brasileiros, oportunidade de produção em duas safras ou até três por ano – aliada às contribuições técnico-científicas de universidades e órgãos de pesquisa e assistência técnica – são os grandes determinantes para essa pujança. Baseado nisso, o Sistema de Inteligência Estratégica da Embrapa tem identificado um conjunto de sinais e tendências globais e nacionais sobre as transformações na agricultura, um grupo de sete megatendências: mudanças socioeconômicas e espaciais na agricultura; intensificação e sustentabilidade dos sistemas de produção agrícolas; mudança do clima; riscos na agricultura; agregação de valor nas cadeias produtivas agrícolas; protagonismo dos consumidores; e convergência tecnológica e de conhecimentos na agricultura.

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MUNDO América do Norte 358 | 396

7.349 | 8.501

Europa 738 | 734

Ásia 4.393 | 4.923

Oceania 39 | 47 População

Milhões de Pessoas

2015 2030

Estimativa

América Latina e Caribe 634 | 721

África 1.186 | 1.679

E a agricultura digital? Diante disso, a modernização da agricultura é uma necessidade no mundo todo e no Brasil, maior celeiro agrícola e produtor de alimentos para o mundo, esse contexto também é uma necessidade. Nesse sentido, o termo agricultura digital vem se tornando cotidiano no agronegócio brasileiro, porém o que realmente isso significa, por que isso é importante e o que pode auxiliar na lavoura? Muitos poderão achar que essa é mais uma moda ou uma nova terminologia para os negócios da lavoura. – Evidentemente que isso não é verdade. Esse conceito está diretamente ligado com a produtividade dos cultivos, com a rentabilidade do empreendimento agrícola, com o desempenho das máquinas, equipamentos, da mão de obra e, principalmente, com a sustentabilidade. Em outras palavras, é o uso intensivo de técnicas ligadas a infor-

mática aplicadas a gestão da propriedade agrícola com o objetivo de auxiliar o produtor nas decisões que ele precisa tomar – responde o agrônomo e representante de vendas do FieldView™para RS e SC, Rodrigo Alff. Embora se diga que é uma “revolução digital”, para que essa grande quantidade de dados possa ser usada de forma eficiente e influencie positivamente na produção dos cultivos, é necessária a visão agronômica tanto na geração dos dados como, e, principalmente, na interpretação e na tomada de decisão. Dentre as vantagens, a parte administrativa é a mais beneficiada, pois proporciona, através de dados, maior controle da propriedade. “Na parte agronômica, as maiores vantagens podem ser observadas na minimização de riscos na atividade agrícola – tomada de decisão baseada em informação”, defende o profissional.


Agricultura O que é necessário entender para produzir mais?

TECNOLOGIA

Organograma teórico do potencial produtivo das culturas e fatores envolvidos

Melhor

A cada ano, novos recordes de produtividade são obtidos. “Porém, a agricultura do futuro depende do que vamos fazer hoje. Antes de adotar qualquer tecnologia é importante fazer o básico bem feito. Para atingir potenciais médios de produtividade é necessário manejar corretamente os fatores que reduzem a produtividade como as pragas, doenças e plantas daninhas”, acredita o professor Antônio Luis Santi, da UFSM-FW. O potencial atingível requer gestão correta sobre os fatores que limitam a produtividade como as variações dos nutrientes no solo e disponibilidade e armazenamento de água no solo. Para atingir o potencial máximo é fundamental entender o ambiente de produção – manejo por ambiente, com ajuste de material, população de plantas, cultivar/híbrido, de maneira a aproveitar eficientemente a radiação solar convertendo os fotoassimilados em produtividade.

A M B I E N T E

M A N E J O

T E C N O L O G I A

Pior

Potencial Máximo

Fatores que definem Genética, radiação, CO2, temperatura

+

Ambiente ótimo Manejo ideal

Fatores que limitam

Potencial Atingível

Água, nutrientes

+

Ambiente favorável Manejo adequado

Potencial Médio

Fatores que reduzem Pragas, doenças, plantas daninhas

C O N T R O L E +

Fonte: Santi & LAPSul, 2018

Como interpretar todas essas informações e tomar decisões? O desafio começa com compilação de todos os dados gerados na fazenda, desde as informações que as máquinas geram até os sinais fisiológicos que as plantas cultivadas nos mostram. A grande dificuldade encontrada no processo era cruzar as informações originadas em diferentes marcas de máquinas agrícolas para que, assim, fosse possível analisar e tomar decisões. Já para as plantas cultivadas, o desafio era ter acesso a um sensoriamento remoto com facilidade e que pudesse traduzir com fidelidade o que as plantas estavam mostrando. Você não leu errado! Tudo isso “era” com tempo verbal no passado. Hoje existem ferramentas dentro da agricultura digital que tornam tudo isso possível, de forma mais simples e fácil para os agricultores, técnicos e consultores tomarem decisões agronô-

micas com base em dados. O FieldView™ é um exemplo disso. Trata-se de uma plataforma digital que consegue agregar os dados que são gerados nas máquinas de forma automática e os dados gerados por satélite, através do sensoriamento remoto e apresentar tudo isso ao agricultor para que ele analise e tome as melhores decisões agronômicas e administrativas para aumentar as produtividades dos seus talhões. Ter todas as informações em um só lugar é o primeiro passo para que se possa analisar os dados, considerando o maior número de fatores que estão interferindo na produtividade. Poder colocar lado a lado mapas de semeadura x velocidade, em que a operação ocorreu é um dos exemplos do que o FieldView™ proporciona e assim poder analisar se

a velocidade da semeadura impactou na distribuição das sementes. Comparar a produtividade (o FieldView™ gera o mapa de produtividade em tempo real*) versus a fertilidade do solo e, assim, poder entender se o teor do nutriente é responsável pela baixa ou alta produtividade do talhão. Também é possível comparar imagens de satélite com o desenvolvimento das plantas no campo e poder tomar decisões corretivas, durante o ciclo da cultura. Isso é o que chamamos de Diagnóstico FieldView™. Ele é baseado em um índice de biomassa das plantas desenvolvido pela Climate, o Climate Crop Index (CCI). Isso significa que o agricultor tem a possibilidade de acesso à imagens mais representativas de seus talhões permitindo acompanhamento e priorização na tomada de decisão. O CCI tem a capacidade de representar uma correlação maior com a produtividade daquela cultura que está sendo analisada, devido à inteligência artificial que está por trás do CCI. A produtora e agrônoma Gabriela Nichel, de Chiapetta, reforça que a tecnologia é aliada na busca por melhores resultados. “Nesta fase da chamada agricultura 4.0 vem a necessidade de gestão de toda

a informação gerada nas lavouras. Ter tudo isso à disposição faz a gente produzir mais e gastar menos, porque a gente começa a enxergar os erros. Sempre há falhas no sistema de produção e muitas vezes estas são invisíveis a olho nu. E a tecnologia permite ver esse tipo de problema para que possamos resolver”, opina. Dessa forma, o agricultor terá mais informações detalhadas para poder tomar as melhores decisões e aumentar as suas produtividades. *máquinas compatíveis

Produtora e agrônoma Gabriela Nichel

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Agricultura

TECNOLOGIA

Mercado de sementes em debate na Colômbia Divulgação

Diretor da Novo Rural marcou presença e também explanou sobre agricultura digital e rastreabilidade no Brasil

Gazolla Neto – O evento foi um importante marco entre os debates relacionados a rastreabilidade vegetal e as novas tecnologias da agricultura digital e de precisão. Pudemos falar sobre agricultura digital e rastreabilidade vegetal e suas contribuições para o aumento da produtividade e rentabilidade no agronegócio. Sim, podemos afirmar que o agronegócio brasileiro é uma referência para o mundo em tecnologia e inovação. Estes dois itens já estão presentes no dia a dia de técnicos e agricultores nas áreas de produção no Brasil e nos próximos anos isso deve se intensificar ainda mais. Neste cenário, a oportunidade de estar dialogando com pesquisadores internacionais nos proporciona entender as demandas e necessidades que estão se configurando com uma visão global.

U

m congresso que reuniu especialistas nacionais e internacionais do Brasil, Uruguai e Espanha ocorreu em Bogotá, capital colombiana, no início de novembro. O objetivo do Congresso Nacional de Sementes 2018 (Acosemillas, em espanhol) era justamente discutir questões relevantes relacionadas a vários temas, especialmente inovação tecnológica e biodiversidade aplicada ao agronegócio, com destaque para o setor de produção e tecnologia de sementes. Entre as culturas, o destaque ficou para o milho, o arroz e a soja. Do Brasil o professor e pesquisador Alexandre Gazolla Neto, que atua na URI de Frederico Westphalen, é consultor e um dos diretores da Novo Rural. Veja o que ele comenta sobre o evento.

Com a palavra,

Alexandre Gazolla Neto

Divulgação

Um dos assuntos debatidos pelos especialistas do Brasil, Uruguai e da Espanha durante o Congresso Nacional de Sementes 2018, em Bogotá, foi a pirataria de sementes. De acordo com o gerente-geral da Associação Colombiana de Sementes, o agrônomo Leonardo Ariza Ramirez, uma das tarefas do evento é promover o uso de sementes certificadas, cujo volume de negócios para o ano de 2017 na Colômbia foi 36.983 toneladas,

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com um valor total de vendas para o ano de cerca de US$ 80 milhões. – Na Colômbia, mais sementes são importadas do que exportadas. Para 2017, por exemplo, o volume total de importações de sementes foi de 7.644 toneladas e o valor CIF total destas foi de US $ 68.810.069. O volume total de exportações para 2017 foi de 1.007 toneladas, com um valor FOB de US $ 6.033.296 – explica Ramirez. Nesse cenário, as sementes de milho e forrageiras contribuem significativamente para o aumento no volume total de sementes importadas. Em 2017, as sementes de milho importadas representaram 44,85%, seguidas pelas forrageiras, com 41,39%. Já as importações de sementes de algodão, soja, sorgo e palma vêm diminuindo nos últimos anos. “No caso de culturas semestrais, isso tem a ver diretamente com a diminuição das áreas plantadas, o que se traduz em menor demanda de sementes”, destaca o agrônomo. Por lá, um dos problemas enfrentados pelos produtores de sementes também é a

Novo Rural – Nesse contexto, o que é importante e estratégico para nós, brasileiros?

Gazolla Neto – É fundamental estarmos conscientes de que diversos países estão dando muita importância para a agricultura digital e a rastreabilidade vegetal, com grandes investimentos financeiros em pesquisa e desenvolvimento.

Novo Rural – Levando em conta o que já temos de rastreabilidade (independente de ser exigido por lei ou não), no que é urgente avançar?

Gazolla Neto – Precisamos urgentemente de novas políticas públicas que permitam o acesso a essas tecnologias a todos os agricultores no Brasil. Para que ocorra a adesão em massa se faz necessário programas de qualificação de técnicos e produtores rurais relacionados a rastreabilidade vegetal, suas vantagens e estratégias. Outro aspecto que está dificultando a adesão no Brasil é relacionado ao acesso à internet nas zonas rurais. Sem isso não é possível o agricultor registrar detalhadamente as informações associadas ao processo de produção dos alimentos e disponibilizá-las ao cliente final.

pirataria. Em 2018, somente no caso do arroz, se estima que 77% da semente usada seja pirata. “Isso compromete, sem dúvida, a propriedade intelectual e a subsistência das empresas que obtêm sementes, bem como a produtividade e a qualidade do arroz colombiano”, critica Ramirez, salientando que se busca, com demais entidades do governo colombiano, mecanismos que possam desenvolver uma agricultura mais competitiva e que esteja dentro da legalidade nesse aspecto. Divulgação

Contra a pirataria de sementes

Novo Rural – Em que a presença brasileira somou para este evento? Estamos nos tornando referência no assunto?

Leonardo Ariza Ramirez


Engenheiroagrônomo, doutor em Ciência do Solo/Agricultura de Precisão, coordenador do Laboratório de Agricultura de Precisão do Sul da UFSM-FW, e representante do Fórum dos ProReitores de PósGraduação e Pesquisa (FOPROP) na Comissão Brasileira de Agricultura de Precisão, junto ao Ministério da Agricultura.

OPINIÃO

Divulgação

Antonio Luis Santi

Agricultura

Por que é preciso modernizar e tornar competitiva a agricultura brasileira?

T

alvez muitos leitores não tenham compreendido minhas palavras quando temos abordado sobre as novas tecnologias que estão se tornando parte da agricultura brasileira. Meu desafio é tornar isso compreensível e tangível para todos. Por isso, vamos retomar na busca do entendimento global. Há alguns aspectos que norteiam nosso diálogo e também essa reflexão: competitividade e sustentabilidade. Sim, não basta a agricultura brasileira fazer o dever de casa, mas precisamos convencer o mundo sobre as nossas potencialidades. O Brasil precisa de algo que poderia ser chamado de “Plano Nacional de Modernização Tecnológica”, em que além de questões básicas, como assistência técnica e acesso ao crédito – principalmente para as pequenas e médias propriedades –, também sejam contempladas ações como acessibilidade e transmissão de dados em tempo real para permitir melhorias na gestão e rastreabilidade dos produtos nacionais. Parece utópico? Talvez esse seja o pensamento, mas tudo isso é real e possível, independente da região do território nacional. Basta vontade e coragem para realizar as mudanças necessárias que transcendem o campo técnico e avançam no político. O importante é que o produtor brasileiro e o consumidor global merecem e desejam esses avanços. Um conjunto de ferramentas e tecnologias aplicadas em um sistema de gerenciamento agrícola baseado na variabilidade espacial e

“Estamos trabalhando para a convergência de um pacto nacional para elevação da eficiência na produção agrícola.”

temporal da unidade produtiva, que visa à elevação da eficiência na aplicação de recursos e insumos de produção – de forma a diminuir o desperdício, aumentar a produtividade, a lucratividade e a garantir a sustentabilidade ambiental – são diretrizes que norteiam um trabalho da Comissão Brasileira de Agricultura de Precisão junto ao Ministério da Agricultura, Abastecimento e Pecuária (Mapa), da qual fazemos parte, representando as universidades brasileiras. Estamos trabalhando para a convergência de um pacto nacional para elevação da eficiência na produção agrícola. Isso possibilita a aplicação de recursos e insumos com maior precisão, diminuindo o desperdício e aumentando a produtividade e, consequentemente, a lucratividade, otimizando a área agricultável e reduzindo o impacto ambiental. Qual o futuro da agricultura se não o de continuar amenizando a fome no mundo? É possível sermos mais eficientes e romper os paradigmas em busca da alta produtividade. Porém, essa inclusão tecnológica deve ser justa para todos. Vejo com bons olhos o papel da agricultura digital, fazendo essa proximidade entre produtores e consumidores. Mais que saber onde e como determinado item é produzido, também será possível compreender quem produziu. Isso é o máximo! É a transformação mais profunda das últimas décadas na agricultura. Até a próxima!

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Agricultura Agricultura VITICULTURA

SAFRA 2018/2019

Uva rastreada ĂŠ uma das novidades da safra 2018

Gracieli Verde

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Agricultura Gracieli Verde

VITICULTURA

Através da Coperametista, de Ametista do Sul, produtores investem em sistema que promete deixar ainda mais claro ao consumidor qual o caminho da fruta até chegar à mesa Gracieli Verde

revistanovorural@gmail.com

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esta safra 2018/2019 os produtores de uva de Ametista do Sul registram um passo considerado importante na busca por mais mercado e a consolidação da viticultura no município. A rastreabilidade dos lotes de uva vendidos para grandes redes de supermercado está prestes a se tornar realidade, através de uma parceria entre a Coperametista e os associados. – Sem esse sistema de rastreabilidade é praticamente impossível conseguir manter mercados importantes como redes que estão com lojas distribuídas em praticamente todo o Estado. Sabemos que não temos como fugir dessa realidade. Nosso papel enquanto cooperativa é justamente deixar isso claro aos nossos associados e, ao mesmo tempo, garantir que tenhamos ferramentas para implantar isso nas propriedades – explana o viticultor Elton Mezzaroba, que preside a Coperametista. Em meados de novembro a equipe contratada para assessorar a cooperativa nesta missão trabalhava com foco na finalização do sistema, adaptado para a necessidade de identificar os lotes feitos pela Coperametista e que são vendidos para redes de supermercados, além dos lotes individuais de cada produtor que chega até a instituição. – O principal objetivo é deixar claro para os órgãos de fiscalização e para o consumidor de onde vem essas frutas que estão nas gôndolas. Caso seja identificado algum excesso de resíduos nessas frutas, por exemplo, é possível chegar até o produtor que as forneceu. É uma forma de facilitar a penalização de quem não segue as normas no que diz respeito ao uso de insumos de controle de pragas e doenças – explica a engenheira-agrônoma Márcia Ghizzi, da O Agro Softwares para o Agronegócio, empresa responsável pela ferramenta que será utilizada para fazer esse rastreamento. Na prática, os produtores ligados à Coperametista que terão acesso ao serviço deverão seguir com as anotações detalhadas no caderno de campo relacionadas às datas e doses de aplicações de tratamentos e insumos, incidência de doenças e pragas, bem como outros detalhes rotineiros da produção das frutas. Com isso, é possível saber onde e quando pode ter havido algum problema nos parreirais. “Essa ferramenta é o que continuará dando ao produtor a credibilidade que ele precisa para ter a rastreabilidade”, reforça o presidente Elton Mezzaroba.

Prestes a implantar o sistema em Ametista do Sul, o analista de Desenvolvimento e Mercado da O Agro, Everton Lizot, com o presidente da Coperametista, Elton Mezzaroba, a agrônoma Marcia Ghizzi, da O Agro, e o produtor Edemar Mezzaroba, que também aguarda a implantação

Assistência técnica será aliada do produtor nesta fase A partir de janeiro próximo, a Coperametista também contará com um profissional na área de assistência técnica, com foco nesse projeto de rastreabilidade. Nesta safra, 28 produtores associados (dos cerca de 60 que formam o quadro social da entidade) aderiram a essa novidade. Juntos devem comercializar 115 toneladas de uva, segundo um levantamento prévio. “Temos mercado para mais e acreditamos que para o próximo ano teremos outros viticultores aderindo a esse projeto da rastreabilidade”, comenta Mezzaroba, reforçando que isso ainda é visto com desconfiança por parte de muitos produtores, mas ao mesmo tempo é uma exigência da legislação que não pode ser adiada. – Ter o acompanhamento de um profissional para ter assistência técnica direta ao produtor é uma forma de conseguirmos acompanhar mais de perto as demandas que surgem lá no campo e auxiliá-los – reforça Mezzaroba, na expectativa de que um período de mais crescimento esteja porvir para a Coperametista, graças a essas iniciativas. Esse sistema também representa uma forma de facilitar a organização da colheita para esses produtores associados. “Assim eles conseguem colher de forma escalonada, podendo ofertar frutas frescas e equilibrando a demanda por mão de obra lá no campo”, salienta o presidente.

Atendendo à legislação e sendo transparente com o consumidor Essa legislação a que nos referimos trata-se da Instrução Normativa Conjunta Nº 2, de 7 de fevereiro de 2018 – você deve lembrar que já falamos dela na nossa edição de outubro. Através dela, vários alimentos frescos precisam ser identificados com códigos (QR Code ou de barras), para que fique acessível para toda e qualquer pessoa as informações de origem. Conforme a normativa, desde agosto deste ano devem ter rastreabilidade produtos como uva, citros, maçã, batata, alface, repolho, tomate e pepino. A partir de fevereiro de 2019 também entram na lista itens como melão, morango, coco, goiaba, caqui, mamão, banana, manga, cenoura, batata-doce, beterraba, cebola, alho, couve, agrião, almeirão, brócolis, chicória, couve-flor, pimentão, abóbora e abobrinha. – Estamos vivendo na era tecnológica, com consumidores cada vez mais exigentes, não se preocupando apenas com os aspectos visuais e de sabor. Por isso, a rastreabilidade vem para diminuir a distância entre o produtor e consumidor, que ao adquirir seu produto poderá saber informações padronizadas da origem do produto adquirido, gerando maior segurança e transparência – ressalta o tecnólogo em agronegócio Everton Lizot, responsável pela área de Desenvolvimento e Mercado da O Agro Softwares.

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Agricultura

VITICULTURA

União entre produtores facilita o acesso Um dos desafios dos produtores em viabilizar a rastreabilidade são algumas limitações lá no campo, como a falta de sinal de internet ou linhas telefônicas, por exemplo. Já em relação ao custo, buscar soluções conjuntas é uma alternativa. Por isso, esse caso da Coperametista tem tudo para ser uma referência para outras regiões. – É uma forma de viabilizar e otimizar a utilização da ferramenta da rastreabilidade na produção de alimentos frescos, além de ter vantagens competitivas de acessar novos mercados – defende Lizot.

Produtor colhe a uva Essa uva forma um lote, com frutas de pomares de outros associados da cooperativa

Por que devo rastrear o meu produto? Transparência de informação: todo o manejo fica exposto para o consumidor, criando uma relação de confiança. Segurança e qualidade ao consumidor final ao adquirir um produto com informações detalhadas. Valor agregado ao produto/alimento: é uma forma de se diferenciar no mercado em geral.

Lá na gôndola, o consumidor ou a fiscalização terá acesso ao código do lote*

Valorização da marca frente ao mercado: isso pode ser usado como ferramenta de marketing dos produtos. Consequentemente, isso aumenta a competitividade do produtor.

Sarandi: programações também evidenciam a viticultura Nesta época do ano o município de Sarandi também vive os preparativos para eventos relacionados à uva. No dia 14 de dezembro, um dia de campo na linha Cocho também contará com a segunda Abertura Oficial da Colheita da Uva. Palestras técnicas deverão trazer uma série de informações aos produtores. Para janeiro de 2019, a expectativa é em relação a mais uma edição da Feira da Uva, programada para ocorrer entre os dias 11, 12 e 13, no centro da cidade. Para o dia 13 de janeiro está previsto o Concurso do Maior Cacho de Uva de Sarandi.

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Através desse código será possível saber de onde vem aquela uva

*No caso de produtos que ficam a granel nas prateleiras do supermercado, os códigos devem ser mantidos nos estoques dos supermercados.

Esse lote geral é vendido para redes de supermercados


Agricultura

VITICULTURA

Ano de safra mais "tímida" devido ao clima Gracieli Verde

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a linha Alta, interior de Ametista do Sul, onde ocorre neste dia 6 de dezembro a terceira edição da Abertura Oficial da Colheita da Uva do município, o produtor Ivanir Meazza estava bastante realista no que diz respeito à produção deste ano, devido à questões climáticas. Nos quase dois hectares de uva em produção, o controle de algumas doenças foi mais difícil, tendo em vista as chuvas intensas do mês de outubro. Ano passado ele colheu 12 toneladas por hectare, na média. Neste ano, acredita que poderá colher um pouco menos. “O clima úmido facilitou a entrada de fungos, o que pode impactar bastante”, acredita o viticultor. Ele também contará com rastreabilidade neste ciclo, por meio da cooperativa. Neste ano também é visto um pequeno atraso na maturação das uvas na região, se comparado com o ano passado – quando uvas já estavam sendo colhidas em 15 de novembro. As primeiras remessas de frutas maduras devem ser apanhadas neste início de dezembro. A engenheira-agrônoma Joceani Dal Cero, da Emater/RS, assinala que o cenário é bem parecido em outros produtores. Além disso, existem áreas em renovação de parreirais, em que naturalmente a produção tende a ser menor. “Devido à esses fatores, estimamos que a produção seja igual ou um pouco menor do que ano passado”, pontua. No município são 160 hectares de uva em produção e mais 20 ha em renovação, segundo a Emater/RS.

Produtor Ivanir Meazza e a agrônoma Joceane Dal Cero, da Emater/RS

No Estado, clima penalizou parreirais Em nível de Estado, o cenário é um pouco complicado para a uva nesta safra. Um intenso granizo prejudicou pomares em muitos municípios tradicionais nesta produção na Serra Gaúcha, em 31 de outubro, como em Nova Roma, Nova Pádua e Flores da Cunha. O vice-presidente do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), Marcio Ferrari, assinala que em alguns deles se estimam perdas de 60% a 90% dos pomares. No geral, isso deve impactar em 20% a menos da fruta neste ciclo. Inicialmente o Ibravin estimava uma produção de 700 milhões de quilos para a indústria. Com esses problemas, se espera entre 550 e 600 milhões de quilos. Outro alerta é que esse impacto do granizo nos pomares deve ser visto nos próximos dois anos, por se tratar de uma cultura permanente. “Levará um tempo para essas videiras se recuperarem”,

acredita Ferrari. Já em relação ao preço, o valor mínimo para a indústria deve ser definido nos primeiros dias de dezembro, através do Ministério da Agricultura e Ministério da Fazenda. Ferrari explica que a comissão que reúne sindicatos de viticultores do RS e de SC, e que faz anualmente o levantamento do custo de produção da uva, estimou esse valor em R$ 1,05 por quilo para a uva Isabel, de 15 graus brix. – Foi tentado fechar um acordo com cooperativas e vinícolas para reajustar o preço mínimo atual, que é de R$ 0,92/ quilo, mas não houve consenso. Por isso, quem vai balizar o preço será o conselho monetário – revela. Antes disso, a expectativa era muito positiva, porque o inverno havia sido rigoroso e propício para que as videiras respondessem com alta produtividade, se-

gundo o chefe-geral da Embrapa Uva e Vinho, de Bento Gonçalves, o pesquisador Mauro Celso Zanus. Conforme ele, esse incidente atingiu também frutas como o pêssego e a ameixa. Já na região, o preço da uva in natura girou em torno de R$ 3,50/quilo ano passado. Ainda não há atualização dos valores para a safra atual. Ferrari acrescenta que outra preocupação é que o Ministério da Agricultura anunciou, em meados de novembro, a redução do valor de subvenção para o seguro desses pomares. “Antes a taxa era de 45%, agora baixou para 30%”, revela. – Para nós isso representa falta de incentivo para produzir. Hoje está difícil produzir uva, porque é preciso tirar dinheiro do próprio bolso para competir com produtores da Argentina, do Chile e da Europa, onde o governo subsidia essa atividade – diz, em tom de desabafo.

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Agricultura

FRUTAS

Em Taquaruçu do Sul, família Basso está investindo na cultura que é considerada novidade

O

engenheiro-mecânico Samuel Basso, jovem de 25 anos que atualmente reside em Taquaruçu do Sul, faz parte de um seleto grupo de agricultores do Estado que está investindo na produção de pitaia. Esta é considerada uma novidade no mercado de frutas. Também é exótica e tem origem asiática. Basso conta que em uma das edições da Expointer conheceu a pitaia. Inicialmente achou uma fruta “diferente” e a curiosidade fez com que buscasse mais informações sobre a planta. “É uma fruta em plena ascensão no Brasil, mas pouca gente conhece. Isso representa um grande potencial para ser explorado”, assinala o rapaz. Logo o filho de agricultor tinha várias informações sobre o cultivo e o manejo dessa cultura. – Normalmente é indicada para propriedades

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de menor porte, é praticamente orgânica, porque é rústica e não exige muitos cuidados do ponto de vista fitossanitário. Por outro lado, exige mão de obra, principalmente nesta fase em que o pomar está se desenvolvendo, para conduzir as plantas na estrutura que dá sustentação a elas – explica Basso. Em maio deste ano ele passou a avaliar com mais afinco a possibilidade de implantar esse pomar. Foi atrás de financiamento, conseguiu comprar as mudas e passou a trabalhar na estruturação do projeto. Em meados de novembro, quando a reportagem esteve na propriedade, as plantas já mostravam brotos. Basso trabalhava na manutenção da limpeza da área e nos ajustes necessários no local. O local ocupado com a cultura tem a extensão de um hectare e abriga 2,5 mil mudas. Cada palanque que forma a estrutura que dará sustentação às plantas conta com três mudas. Ou seja, são 833 palanques produtivos neste caso. No Sul e no Centro-Oeste, a produção da fruta deve se concentrar nos meses de janeiro, fevereiro a maio, enquanto que em regiões mais quentes a colheita é mais estendida.

A decisão de deixar a engenharia mecânica de lado Quando Basso decidiu optar pela fruticultura, ele trabalhava como engenheiro-mecânico na região de Bento Gonçalves. Como ele sabia que a cultura exigiria atenção, não teria como conciliar com um trabalho formal fora da propriedade – mesmo depois de estar atuando há seis anos no mercado da indústria metalúrgica. Os pais é que comemoraram quando ele anunciou a decisão. “A gente ficou muito feliz”, exclama a mãe Nilza. Na propriedade ainda residem o pai Sérgio e o irmão Fábio. Outras duas irmãs de Samuel também moram fora, uma em Porto Alegre e outra em Florianópolis.

Gracieli Verde

Pitaia vem conquistando adeptos na região

Otimista, jovem Samuel Basso acompanha de perto o desenvolvimento das plantas


Agricultura

FRUTAS

“Para a nossa região é algo diferente”

Saiba mais! – No primeiro ano em que o pomar é implantado, a produção é baixa, então a recomendação é tirar esses frutos, para que a planta gaste energia apenas com o seu desenvolvimento, já que ainda está em formação. – Do terceiro ano em diante, essas plantas devem produzir de 40 e 50 frutos por palanque e no quinto ano em diante é considerado o período produtivo, em que pode somar cerca de 190 frutas por palanque, segundo o produtor.

Mercado e investimentos

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Nos últimos anos alguns produtores têm “pipocado” em algumas regiões do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Em Ametista do Sul outro agricultor também já tem um pomar montado, que está no segundo ano após o plantio, segundo a equipe da Emater/RS. – Para a nossa região é algo diferente, porque estamos acostumados com a pecuária leiteira e lavouras de soja. A fruticultura ainda é novidade, mas temos muito a crescer com isso – acredita o rapaz, salientando que a pitaia também tem um forte apelo do ponto de vista nutricional, por ter vários benefícios para a saúde. Por isso, a expectativa também é grande para o processamento dessa fruta, que pode ter uma entrada interessante no mercado, seja em doces ou sorvetes. “Já tem vários estudos testando produtos, então poderá abrir mais possibilidade de consumo dessa fruta”. Outra questão levantada por Basso é que a produção de pitaia na região pode baratear o acesso à fruta na região, que hoje ainda é considerada cara. É claro que o valor agregado é um fator atrativo para os produtores, mas ao mesmo tempo torná-la mais presente no dia a dia dos consumidores é outro desafio.

Em relação ao mercado, Basso espera comercializar as frutas na região, mas também já tem a possiblidade de fornecer para compradores de fora. Como ele acredita que a demanda pela fruta deve crescer, enxerga que é um negócio promissor. Sobre os investimentos, o jovem revela que aplicou cerca de R$ 60 mil no hectare plantado e foi acessado crédito rural por meio da Sicredi Alto Uruguai RS/SC/MG. As mudas foram compradas em Novo Hamburgo.

Primeiros brotos já são vistos nas mudas que foram compradas em Novo Hamburgo

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Agricultura

CRÉDITO FUNDIÁRIO

Programa de Crédito Fundiário completa 20 anos Hoje o Rio Grande do Sul é o Estado que mais contrata esse tipo de crédito

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ela primeira vez a subsecretária de reordenamento agrário, que atua na Secretaria Especial de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário, em Brasília, Raquel Porto Santori, esteve em Frederico Westphalen. A visita foi registrada em novembro, por intermédio da Universidade Integrada das Missões (URI), Campus de Frederico Westphalen. O principal objetivo era justamente conhecer de perto casos de alunos do curso de Tecnologia em Agropecuária da instituição, que puderam estudar graças a recursos do Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera). Ela também coordena o programa nacional de crédito fundiário, que neste ano completa duas décadas no país. – Estamos celebrando esses 20 anos como uma conquista, porque com isso foi possível viabilizar novas formas de acessar crédito para a compra da terra. Esse programa é especial, principalmente, porque tem participação forte da juventude rural – ressalta Raquel. Lideranças de entidades e ONGs de Estados do Nordeste também acompanharam Raquel para conhecer essa experiência no Estado, para se implantar por lá esse modelo usado na região – de

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ofertar gratuitamente curso superior para quem acessa o programa, com recursos federais. – Aqui a agricultura familiar é muito mais consolidada e nos serve de exemplo. Hoje, o Rio Grande do Sul é o Estado que mais contrata crédito fundiário, seguido do Piauí. Em solo gaúcho são 27 mil famílias que contrataram esse recurso, de um total de 143 mil em nível de país – revela. Segundo Raquel, isso comprova a força da agricultura familiar no Estado. O desafio, reforça a subsecretária, é viabilizar recursos para atender a demanda represada de quase seis mil famílias que querem acessar o programa. – Com o recurso de quase um bilhão de reais temos orçamento para os próximos três anos, porque anualmente retornam recursos do pagamento dos agricultores que contrataram o crédito. Mas esse orçamento tende a acabar se não tiver mais recursos alocados do orçamento da União, porque o último ano em que isso foi feito foi em 2013 – assinala. Outro debate feito na visita foi em relação à possível viabilização de futuros intercâmbios de estudantes da região no Nordeste, para conhecerem outras realidades, bem como a vinda de jovens de lá para o Sul.

Casos inspiradores Na vinda para a região, Raquel e a comitiva que a acompanhava pôde conhecer propriedades rurais que têm jovens beneficiados pelo Programa Nacional de Crédito Fundiário e também pelo Pronera. O “casamento” entre o acesso à terra e ao conhecimento tem sido o grande diferencial desses acadêmicos, segundo o coordenador do curso de Tecnologia em Agropecuária da URI/ FW, Gelson Pelegrini. A comitiva presenciou a apresentação de alguns projetos desenvolvidos por jovens, na Câmara de Vereadores de Caiçara.

Gracieli Verde

Raquel Porto Santori, subsecretária de reordenamento agrário, esteve em Frederico Westphalen em novembro


Agricultura

MERCADO

Tabaco: “Cautela na hora de ampliar área” Segundo o presidente da Afubra, Benício Albano Werner, essa postura é importante para manter preço competitivo na hora de negociar com as empresas Gracieli Verde

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produção de fumo ainda é considerada importante para o agronegócio. Tanto que hoje o Brasil é o principal exportador do produto, seguido do Zimbádue, Índia e Estados Unidos. Em produção, o Brasil é o segundo maior do mundo, com 685 mil toneladas, ficando atrás apenas da China, que lidera o ranking com 5 milhões de toneladas por safra – os dados são da Associação dos Fumicultores do Brasil, a Afubra. No Sul do Brasil, onde a produção está concentrada, a Afubra projeta para a safra 2018/2019 um crescimento de 297.460 hectares para 306.060 hectares, comparado com o ciclo anterior. “Isso é fundamental para que na hora de vender a produção consigamos negociar um valor mais competitivo, porque se tivermos uma oferta muito alta do produto, nós mesmos somos penalizados com preço baixo”, defende o presidente da Afubra, Benício Albano Werner. Para a safra 2018/2019, os preços ainda são uma incógnita. Na primeira semana de dezembro uma reunião entre as entidades e sindicatos que representam os produtores deve iniciar uma negociação com as empresas fumageiras. “É difícil que em uma reunião tenhamos uma definição, então acreditamos que até janeiro possamos ter um posicionamento em relação a isso”, estima o presidente. Em municípios no entorno de Frederico Westphalen, segundo dados da Afubra, a estimativa para a safra 2018/2019 é de 9.157 hectares cultivados, pouco mais do que os 9.103 hectares da safra 2017/2018. A postura dos produtores da região de frearem o aumento da área é elogiado pelo líder. “Precisamos trabalhar em favor da nossa cadeia produtiva”, exclama. Um dos motivos pelos quais a região não aumenta a área é que por aqui é mais comum o plantio da variedade Burley, pois esta vem crescendo na preferência dos produtores estrangeiros. “Estamos perdendo competitividade com outros países que também produzem esse tipo de fumo, inclusive com uma produtividade muito maior. Este é o fumo mais procurado em nível mundial”, assinala Werner. O que mais se produz em solo brasileiro é a variedade Virgínea. Na safra 2017/18, se estimava a produção de 600 mil toneladas. Já do Burley se esperava uma produção de 75 mil toneladas. Em alguns países o cigarro leva em sua composição apenas o Virgínea, em outros existe a mistura dos dois. “O Virgínea tem um tom de cor mais alaranjado, já o Burley é marrom depois de seco”, compara Werner, comentando que isso reflete no produto final.

A Abertura Oficial da Colheita do Tabaco no Rio Grande do Sul está agendada para o dia 6 de dezembro, em Canguçu, organizada pela Secretaria da Agricultura, Pecuária e Irrigação (Seapi), junto com a Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), SindiTabaco e prefeitura de Canguçu. O evento será na propriedade de Renato Bohm Blank, no Distrito de Herval, a partir das 15 horas. Canguçu é um dos maiores produtores de tabaco do Brasil. Na safra 2017/2018 foram 5.502 famílias que produziram, em 9.905 hectares, 22.142 toneladas de tabaco da variedade Virgínia, recebendo, em média R$ 9,18 por quilo de tabaco comercializado, totalizando um faturamento de R$ 203.260.163,40.

Variações de área plantada no Sul nas últimas safras

Como a redução de consumo do tabaco pode impactar no produtor Questionado de como as campanhas contra o consumo de tabaco pode impactar no contexto do produtor, Werner esclarece que em algumas regiões do mundo ainda se vê um aumento no consumo, principalmente na Ásia, com exceção de Filipinas e Indonésia. Já na China, que tem participação de 46% no consumo mundial de tabaco, até 2015 havia um crescimento. “Mas, de 2015 para 2016 teve uma queda de 0,5%, e de 2016 para 2017 esse percentual foi para 1%. Então, isso impacta bastante”, salienta o presidente. – Em nível mundial, a queda do consumo do cigarro está na ordem de 2,5 %. Temos também a alta na tributação em cima do produto, o que reflete diretamente na venda. É claro que também está aumentando o consumo do cigarro de aquecer, que tem um menor percentual de tabaco, mas ainda usa o produto em partes, diferente do cigarro eletrônico – esclarece, reforçando a necessidade de o produtor ser cauteloso na hora de definir a área plantada, para não desiquilibrar a oferta e a demanda do tabaco e, com isso, sofrer alterações significativas de preço. – É melhor plantar menos e ter um preço bom, do que plantar mais e vender por preço baixo – encerra.

Abertura da Colheita

2014/15

308.260 hectares 2015/16

271.070 hectares 2016/17

289.530 hectares 2017/18

297.460 hectares Presidente Benício Werner, da Afubra

2018/19

306.060 hectares

Movimentação econômica para os produtores no Sul 2015/16

R$ 5,2 bilhões 2016/17

R$ 6,9 bilhões 2017/18

R$ 6,2 bilhões Dados: Afubra

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Agricultura

CANOLA

Boa safra para a canola gaúcha

O

s produtores de canola do Rio Grande do Sul têm motivo para comemorar: o volume colhido na safra de 2018 foi 40% superior ao ciclo anterior, chegando a 52 mil toneladas. No Estado a área foi 33% menor nesta safra, registrando 35 mil hectares cultivados. Já os rendimentos variaram nas diferentes regiões produtoras, partindo de 1.200 até 2.500 kg/ha, mas na média o rendimento das lavouras ficou em 1.500 kg/ha (25 sacos). Ao contrário do ano anterior, quando muitas lavouras sofreram com granizo no florescimento e chuva na colheita, nesta safra o clima foi favorável na maioria das regiões, com problemas isolados de granizo e de geada que afetaram cerca de 5% das lavouras. A Associação Brasileira de Produtores de Canola (Abrascanola) atenta, no entanto, para a redução de área significativa no país. Somente no Paraná houve uma redução de 85% na área plantada, somando pouco mais de 700 hectares. A entidade acredita que ainda falta fomento por parte da indústria para incentivar esse plantio. Conforme o presidente da Abrascanola, Vantuir Scarantti, nas primeiras colheitas feitas em outubro teve produtores que fizeram contratos de venda a R$ 75 a saca de 60 kg – lembrando

que a canola tem preço equivalente à cotação da soja, assim como o girassol. Com os custos de produção entre 12 e 15 sc/ha, a receita líquida na canola ficou entre R$ 600 e R$ 1 mil por hectare. Esses resultados devem influenciar um movimento de aumento de plantio na próxima. A associação estima um aumento de 10% na área. Um dos pontos defendidos por pesquisadores em relação ao cultivo da canola é o ganho que é possível obter nas culturas subsequentes. Estudos feitos no Paraná, pela Fapa/Agrária, com nove anos de dados coletados em sistemas de rotação com canola, mostram ganhos no rendimento 32% superior no milho. O pesquisador Gilberto Tomm, da Embrapa Trigom recomenda o modelo de rotação de soja-canola-milho-trigo. “Vimos que esta sequência de culturas apresenta diversas vantagens no controle de doenças, melhor eficiência de uso de nutrientes, especialmente o nitrogênio proveniente da rápida decomposição da biomassa de canola, e facilidade de semeadura, contribuindo para o aumento da lucratividade”, explica. A recomendação é esperar 20 dias entre a colheita da canola e a semeadura da soja ou o milho para evitar efeitos alelopáticos da canola.

“Vimos que esta sequência de culturas apresenta diversas vantagens no controle de doenças, melhor eficiência de uso de nutrientes, especialmente o nitrogênio proveniente da rápida decomposição da biomassa de canola.” Gilberto Tomm, pesquisador da Embrapa

Na média, o rendimento das lavouras ficou em 1.500 kg por hectare

Paulo Ferreira/Divulgação

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Agricultura

RECONHECIMENTO

Panosso é reconhecido com premiação estadual Com isso, Frederico Westphalen representa o Estado no Prêmio Prefeito Empreendedor do Sebrae em âmbito nacional, que será entregue em maio de 2019 Feliz com a conquista, o prefeito José Alberto Panosso vê isso como resultado do desenvolvimento e de resultados já alcançados com o projeto em Frederico Westphalen. – Buscávamos desenvolver um projeto socialmente desejável, técnica e economicamente possível e, ambientalmente seguro. Então, do que seria um problema ambiental no interior de nosso município conseguimos gerar uma oportunidade de diversificação de cultura nas propriedades rurais próximas a essas granjas – explica Panosso. O projeto foi construído por meio de uma parceria entre as secretarias municipais, equipe técnica das granjas, entidades, sindicatos e universidades, desde a elaboração do trabalho, sensibilização dos produtores e a viabilização. Agora, Frederico Westphalen representa o Rio Grande do Sul na categoria Inovação e Sustentabilidade no Prêmio Prefeito Empreendedor do Sebrae em âmbito nacional, cuja premiação será entregue em maio de 2019.

Ascom Prefeitura/Divulgação

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Prêmio Sebrae Prefeito Empreendedor foi entregue no fim de novembro, em Porto Alegre, reunindo diversas autoridades, inclusive, o governador José Ivo Sartori. Ao todo, 94 projetos de 68 municípios foram inscritos. Frederico Westphalen também teve trabalhos inscritos e o líder do Poder Executivo, José Alberto Panosso, foi um dos 25 finalistas que concorreram em oito categorias. Com o projeto “Fertirrigação do solo por meio de sistema de canalização por gravidade”, Panosso venceu a categoria Inovação e Sustentabilidade. O secretário de Agricultura, o agrônomo Cleber Cerutti, ressalta que o objetivo do trabalho desenvolvido no interior de Frederico Westphalen é justamente ter mais eficiência nos sistemas de produção existentes nas propriedades rurais próximas às granjas São Paulo e Progresso, transformando a cadeia produtiva, reduzindo custos e melhorando a produtividade. Com isso, é possível minimizar custos de destinação e impacto ambiental dos dejetos suínos.

Entrega da premiação ocorreu na capital gaúcha

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23 23 || Revista Revista Novo Novo Rural Rural || Novembro Dezembro de 2018


Agroindústrias

LEGISLAÇÃO

Susaf: uma nova fase para empreendedores rurais Sarandi teve oficializada a adesão à inspeção estadual, o que traz novas perspectivas

U

m trabalho conjunto entre poder público municipal, Emater/ RS-Ascar e Agência de Desenvolvimento do Médio Alto Uruguai (Admau) tem gerado um clima de otimismo em Sarandi. Isso porque, em novembro, um anúncio importante foi oficializado no Diário Oficial do Estado: o município agora está inserido no Sistema Unificado Estadual de Sanidade Agroindustrial Familiar, Artesanal e de Pequeno Porte (Susaf). Esse é um dos motivos da animação dos empresários Aurélio Ubiratan Favretto, Norton Alexandre Favretto e Orlei Jaeger, que mantém na cidade o Laticínio Sarandi, que hoje processa 150 mil litros de leite por mês, mas tem uma

capacidade para industrializar 600 mil litros/mês. “A gente só está esperando esse anúncio para voltar a utilizar toda a nossa capacidade de processamento”, comenta Norton, animado porque quando a reportagem esteve lá faltava pouco para a publicação oficial. Hoje a agroindústria coleta matéria-prima dos municípios de Sarandi, Rondinha, Barra Funda e Constantina. É nesse sentido que o poder público municipal espera ver bons resultados daqui para frente. “Entendemos que com esse aval da inspeção, que permite vender esses produtos para todo o Estado, tem tudo para oportunizar novas alternativas de renda para as famílias rurais. Sem dúvidas será uma nova

fase para a nossa economia”, salienta o vice-prefeito de Sarandi, Glauber Kunzler. Para o engenheiro-agrônomo Luciano Schwerz, da Emater/RS-Ascar, o trabalho entorno dessa viabilização do Susaf no município tem sido debatido há tempos, mas admite que novo decreto do governo do Estado fez com que o município conseguisse agilizar os encaminhamentos rumo à inclusão. – Isso faz com que essas agroindústrias possam trabalhar dentro da lei, vendendo seus produtos para outros municípios também, e não somente aqui em Sarandi. Essa ampliação de mercado é fundamental para

No registro em frente ao Laticínio Sarandi: veterinário Vanderlan Fagundes Tasso, empresários Norton e Aurélio Favretto e Orlei Jaeger, com o extensionista Luciano Schwerz, a veterinária Naiara Tavella e o vice-prefeito Glauber Kunzler

24 | Revista Novo Rural | Dezembro de 2018

a geração de negócios – defende. Outra parceria que é considerada importante nessa trajetória é o acompanhamento da equipe da Admau. O médico-veterinário Vanderlan Fagundes Tasso é que atende diretamente o município desde fevereiro deste ano no assessoramento nesta área. Inicialmente são, pelo menos, quatro agroindústrias que podem ser beneficiadas com esse anúncio, mas o cenário passa a se tornar propício para outras serem implementadas. Historicamente, Sarandi já conta com várias agroindústrias de sucos, panificados e vinhos, que são fiscalizados por outros órgãos. É o setor primário se fortalecendo. – Mercado tem para todos. Importante dizer que com essa reorganização estabelecida pela nova portaria do Susaf mudaram as responsabilidades, fa-


Agroindústrias

Luciano Schwerz, agrônomo da Emater/RS

Gracieli Verde

“Essa ampliação de mercado é fundamental para a geração de negócios”

Gracieli Verde

zendo com que se tornasse mais ágil essa equivalência do Serviço Municipal de Inspeção (SIM) ao sistema unificado estadual. O controle segue sendo muito rigoroso do ponto de vista sanitário e de qualidade dos produtos, mas com mais rapidez dos encaminhamentos burocráticos – explica Tasso, referindo-se à normativa de número 10/2018. Esse documento operacionaliza a adesão dos municípios gaúchos ao Susaf conforme decreto nº 54.189, de 14 de agosto de 2018. Basicamente, o que agiliza é que agora as vistorias que precisam ser feitas nas agroindústrias são executadas pelo próprio SIM, e os fiscais estaduais fazem as conferências através de uma série de documentos. Como contrapartidas as agroindústrias precisam manter atualizadas as análises dos alimentos, por exemplo, bem como outros controles técnicos. Também atua nesse trabalho a veterinária Naiara Tavella, contratada através da prefeitura de Sarandi para dar suporte ao setor.

LEGISLAÇÃO

Casal Olivar e Zenaide Araldi também tem boas perspectivas com mudança na inspeção

De um problema de saúde aos famosos Embutidos Araldi O casal Olivar e Zenaide Araldi é outro empreendedor do ramo de agroindústrias. Focados na fabricação de embutidos, o mercado tem sido feito basicamente em feiras diversas, alguns supermercados da cidade e venda direta ao consumidor – tudo com inspeção municipal. Com essa adesão ao Susaf, os olhos verdes do seu Araldi brilham ainda mais. Falante e bem-humorado, ele conta que quer vender para outras localidades, porque acredita que o produto tem potencial para agradar a mais paladares. Ele e dona Zenaide contam que a agroindústria surgiu como forma de agregar renda em um momento extremamente complicado para a família. No início dos anos 2000, Araldi foi diagnos-

ticado com um problema sério de saúde. Na época era funcionário em uma granja que produzia suínos. Para poder pagar uma cirurgia que salvaria a sua vida, começou a fazer embutidos aos fins de semana. “Nunca esqueço que dei vários cheques para pagar o médico, e tinha que dar um jeito de quitá-los e nos sustentarmos”, conta. Eram cerca de 200 quilos de salame por fim de semana, vendidos para conhecidos e amigos. Com o tempo, o trabalho com a agroindústria tomou forma e a participação em feiras como a Expointer, em Esteio, e a Expodireto Cotrijal, em Não-Me-Toque, se tornaram as grandes vitrines para os produtos dos Araldi. Hoje são vendidos, em mé-

Na mesma edição do Diário Oficial em que saiu o anúncio do Susaf para Sarandi, o município de Caiçara também foi citado. Por lá a expectativa também era grande, como o leitor pôde acompanhar em recente reportagem em que a Novo Rural trouxe o caso da Agroindústria Marlac, que processa queijos especiais temperados para assar. Outros empreendimentos também devem conquistar novos mercados com essa alteração na legislação.

Parceiros do leite

Parceiros do leite

AGROINDÚSTRIA

Alex Ruviaro e Luziana Cassol Bonatti, Catia Letícia Popik e Marcos Antônio Cassol com os extensionistas Jarkson Arboirt (E) e Carlos Ruviaro, da Emater/RS

Gracieli Verde

Caiçara também conquista adesão

dia, 450 quilos de salame por semana, mas a agroindústria também comercializa copa, torresmo, banha suína, linguiça, cudiguim e costela defumada. – Essa conquista do Susaf é muito importante para nós. Dá mais ânimo de trabalhar, porque sabemos que podemos vender mais. E agora o filho Dener também está nos auxiliando. Estamos bem otimistas – conta seu Araldi, garantindo que o tempero é o mesmo de quando começou a trabalhar com os embutidos, há mais de 15 anos. Tanto que a agroindústria já recebeu premiações na Expointer, em um concurso que avalia os melhores produtos ofertados na Feira da Agricultura Familiar, que fica também no Parque Assis Brasil.

AGROINDÚSTRIA

23

Um projeto para conquistar outras fronteiras Foi uma maratona para organizar a papelada necessária para os encaminhamentos legais e, então, constituir a agroindústria Marlac. O estabelecimento conta com fiscalização do Serviço Municipal de Inspeção (SIM) de Caiçara, apesar de já aguardar inserção no Susaf, que permitirá comercializar esses produtos em todo o Estado gaúcho. Na linha de produtos os carros-chefes são os queijos coloniais especiais para assar, mas também tem o queijo ralado, a manteiga e os iogurtes de pêssego e de morango. “Queremos priorizar por linhas mais naturais, com menos conservantes”, observa Alex. Neste ano a média tem ficado em 150 litros de leite processados diariamente, mas a capacidade total da estrutura é de dois mil litros/dia, ou seja, ainda tem muito para crescer. Hoje o leite usado na agroindústria é de produção do plantel das propriedades de Alex e Marco Antônio, mas há perspectivas para mais. Queijos temperados especiais para assar são o carro-chefe da agroindústria

Da greve nasce uma oportunidade Em Caiçara, uma agroindústria aposta na fabricação de queijos especiais para assar. Meta é conquistar mercados nacionais Gracieli Verde

revistanovorural@gmail.com

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usar não é problema para os casais Marcos Antônio Cassol e Catia Letícia Popik; e Alex Ruviaro e Luziana Cassol Bonatti. Moradores de Caiçara, é na linha Santa Lúcia que eles empreenderam. Se mesmo em crises as pessoas conseguem ver alternativas, eis um caso a típico de que uma dificuldade fez com que saíssem de qualquer zona de conforto que pudesse existir. Ainda no ano passado, em um episódio de greve dos caminhoneiros, os dois casais, que gerenciam unidades produtivas de leite, tiveram que descartar o produto por falta de transporte até a indústria. “O que mais doía era saber que tínhamos que ordenhar as vacas e o resfriador já estava cheio, ou seja, era inevitável o descarte do produto”, lembra Alex.

22 | Revista Novo Rural | Outubro de 2018

Num desses dias que o desperdício não podia ser evitado, tanto Alex como Marcos Antônio convergiram para a mesma ideia: por que não ter uma agroindústria própria, que permitisse processar a matéria-prima produzida? A ideia que inicialmente era quase um devaneio na hora do desespero e do prejuízo foi levada a sério. Curiosos e sedentos por um modelo de trabalho diferente, que pudesse incluir as esposas e agregar valor à bovinocultura de leite, a ideia se tornou um projeto. Era hora de tirá-lo do papel. Como foram necessários recursos subsidiados através de financiamentos, a Emater/RS também auxiliou na estruturação desse projeto. A parir dali foram criados os queijos especiais para assar, tanto colonial como os temperados com orégano, tomate seco e chimichurri. Assados, ficam ainda mais intensos no sabor e agradam o paladar de muita gente.

“No futuro precisaremos comprar leite de outros produtores. Nossa meta é ter um sistema de parceria que valha a pena, tanto para nós como para quem vai nos fornecer a matériaprima”.

Iogurte tem sabores de morango e pêssego

– No futuro, para utilizar toda a capacidade de industrialização que temos, precisaremos comprar leite de outros produtores também. Nossa meta é ter um sistema de parceria que realmente valha a pena, tanto para nós como para quem vai fornecer a matéria-prima – observa Marcos Antônio. Com isso, o principal objetivo é ter um produto de extrema qualidade, o que repercute no padrão do queijo produzido. Em relação aos diferenciais dos produtos, os empreendedores estão avaliando possibilidade de usar o sal de himalaia – considerado mais saudável e nutritivo do que os demais – nas receitas de queijo, e de açúcar orgânico nos iogurtes. Testes darão conta de mostrar se isso valerá à pena do ponto de vista econômico e se funcionará do ponto de vista nutricional. Como o foco da agroindústria é a participação em feiras, uma vez que apenas o mercado em Caiçara ainda seria restrito para esse tipo de produto, outra expectativa é em relação à desburocratização do acesso ao Susaf – especialmente a partir das últimas mudanças na legislação. “Nosso desejo é que possamos vender em outros municípios até o fim deste ano, com o aval do Susaf”, assinala Marco Antônio. Isso também é fundamental para conseguir reverter os investimentos de cerca de R$ 300 mil aplicados no empreendimento.

Marcos Antônio Cassol, bovinocultor de leite 23 | Revista Novo Rural | Outubro de 2018

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Negócios

MAQUINÁRIO

Palmeira das Missões tem nova loja da SLC Comercial Gracieli Verde

Diretor de vendas da John Deere Brasil, Rodrigo Bonato, afirma que novo ano vem com boas expectativas

Brinde festivo marcou nova etapa da empresa em solo regional

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Gracieli Verde

m tom otimista, a SLC Comercial Concessionária John Deere comemorou a inauguração da nova loja da cidade de Palmeira das Missões, no dia 29 de novembro. O espaço está localizado na Avenida Independência, número 10, próximo do trevo de acesso à cidade. Trata-se de uma loja moderna, aconchegante e com o padrão internacional da John Deere. A SLC Comercial - Concessionária John Deere tem matriz em Horizontina e lojas espalhadas em toda a região. Executivos das duas marcas evidenciaram o potencial agrícola da região. O diretor-geral da SLC Comercial, Claudio Schüür, observou que, através do investimento feito no município, a direção do grupo acreditou no potencial da região na agricultura. Também prestigiou o evento o diretor de vendas da John Deere Brasil, Rodrigo Bonato. Ele falou com tom de confiança em relação ao novo ano e também à nova

Novo espaço está localizado na Avenida Independência, número 10, bem próximo do trevo de acesso

26 | Revista Novo Rural | Dezembro de 2018

estrutura da SLC na região. "Esse é o Brasil que nós queremos. Tenho certeza que vamos continuar crescendo". Também se disse encantado com a beleza do meio rural gaúcho. “Nasci paulista, mas admito que sou apaixonado pelo Rio Grande do Sul e admiro o que os gaúchos estão fazendo pela agricultura brasileira”, exclamou. Ele deixou claro que acredita no potencial desse mercado da produção de alimentos, uma vez que a população mundial cresce e é possível exportar para países

como a China e a Índia, por exemplo, que são as duas nações que mais crescerão até 2050. “Juntos, estima-se que esses dois países vão chegar a uma renda de 80 trilhões de dólares para serem gastos por 4 bilhões de pessoas. Ou seja, estamos no negócio certo”, acredita. Outra presença foi do presidente do grupo SLC Comercial, Eduardo Logemann, que reforçou o compromisso da companhia com o setor agropecuário. “Assim como prestamos serviços aos agricultores, vendendo produtos John Deere, também somos produtores. Reforçamos nosso agradecimento com esta que é uma das melhores lojas da rede”, pontuou. Além do descerramento de uma placa de inauguração, pronunciamentos e apresentação da equipe – capitaneada pelo gerente Cesar Freire em Palmeira das Missões e Frederico Westphalen –, a noite também contou com um Rodrigo Bonato, brinde em comemoração a diretor de vendas da esta nova fase da empresa John Deere Brasil na região. O cantor Neto Fagundes fez a condução do protocolo, que ainda teve apresentações musicais, entre elas a do grupo Os Fagundes e do palmeirense Dorival Godoi.

“Nasci paulista, mas admito que sou apaixonado pelo Rio Grande do Sul e admiro o que os gaúchos estão fazendo pela agricultura brasileira.”


Tecnologia

ENERGIAS RENOVÁVEIS

Da redução de custos a valorização da propriedade Energia solar tem conquistado espaço no meio rural como uma solução cada vez mais viável Gracieli Verde

Gerador de energia solar instalado em propriedade de Erval Seco

Gracieli Verde

O

Aquecimento solar de água para residência Gracieli Verde

Duas formas de aproveitar a luz do sol Tanto em residências como nas propriedades rurais, a luz do sol pode ser aproveitada de duas maneiras. A primeira, já bastante popular no país, usa o calor do sol para aquecer a água, o que reduz o custo da conta de energia por eliminar o uso dos chuveiros elétricos ou no aquecimento da água nas ordenhadeiras, por exemplo. A economia na conta de luz pode chegar em até 40%. Já com a utilização dos painéis fotovoltaicos a luz do sol é transformada em energia elétrica, possibilitando a redução da conta de energia em até 95%, dependendo do sistema de tributação.

sistema fotovoltaico. De acordo com o Portal Solar, segundo pesquisas realizadas, a valorização no mercado imobiliário pode chegar a 10%. – Muitos proprietários não se dão conta de que eles passam a ter uma usina de

Água aquecida para a ordenhadeira com a luz do sol

energia e que este equipamento, ao contrário de muitos maquinários, não se deprecia rapidamente, não exige manutenção a não ser que seja lavado com água uma ou duas vezes por ano para não deixar acumular poeira, prejudicando a captação da luz

do sol. A manutenção é quase inexistente e muito simples e o gerador solar é um equipamento que começa a dar retorno imediatamente após a instalação e vai continuar gerando renda por quase três décadas – explica o profissional.

O que preciso fazer para ter um gerador de energia solar O dimensionamento do sistema adequado dependerá da quantidade de energia que deverá ser gerada para atender a demanda da sua propriedade rural. O valor do investimento poderá variar de R$ 15 mil para uma pequena casa a mais de R$ 100 mil para grandes propriedades. De acordo com Marcos Roberto Bruxel, da Marsol Energia, o primeiro passo é fornecer uma cópia da conta de luz para uma empresa especializada em equipamentos fotovoltaicos. Com o histórico de consumo é determinada a quantidade de painéis que deverão ser instalados para gerar a energia necessária ao longo do ano, já considerando os

período de maior e menor consumo. Após a aprovação desta estimativa é feito o projeto elétrico, que é enviado a companhia de energia que fornece para o local onde será instalado o gerador. Este projeto tem que ser aprovado pela equipe técnica da distribuidora e só depois é feita a instalação do equipamento. A aprovação do projeto leva em torno de 30 a 45 dias e a instalação da usina, que dependendo do porte, leva em média entre dois dias a uma semana, para as maiores, detalha Bruxel, responsável técnico da Marsol Energia, que até o final de 2018 terá instalado mais de cinquenta usinas na região.

Divulgação

uso da tecnologia tem revolucionado o campo, seja para garantir maior produtividade na lavoura ou na pecuária, ou mesmo para promover redução nos custos de forma geral. Mesmo com parte do valor subsidiado, a energia elétrica, tem pesado no bolso dos produtores rurais, especialmente depois das adequações das tarifas realizada a partir de 2015. Na busca por uma solução para este problema, a produção própria de energia, através de painéis solares, tem proporcionado uma solução sustentável e econômica. De acordo com o Ministério de Minas e Energia, em até dois anos o Brasil estará entre os 20 países com maior geração de energia solar no mundo. Ainda segundo levantamento do Ministério, até a metade deste século, o Brasil terá 13% de seus domicílios gerando sua própria energia a partir do sol. O mesmo crescimento desta fonte sustentável foi verificada pelo Portal Solar. Em 2017, a energia solar cresceu nove vezes e neste ano o uso dessa fonte sustentável dobrou. O meio rural chegou a 15,8 megawatts de uso operacional de energia solar fotovoltaica, divulgou o site especializado no setor energético. A energia solar agora é uma aliada importante para os produtores rurais economizarem nos custos de produção. O sistema fotovoltaico tem reduzido os custos com eletricidade das propriedades rurais, independente do seu tamanho e demanda de consumo. O segredo é buscar um formato de financiamento que proporcione que a prestação do equipamento seja mais próxima do valor gasto com energia elétrica. Assim, o investimento é pago sem impactar nos custos mensais e, em média, entre seis a oito anos o equipamento já está quitado e continuará gerando energia por aproximadamente mais 20 anos, explica do proprietário da Marsol Energia, Marcos Roberto Bruxel. A utilização da energia solar no meio rural pode ser nas mais variadas frentes, absorvendo a demanda de outros equipamentos como resfriadores de leite, no consumo da residência e até para grandes estruturas. Inclusive existem sistemas já adequados para algumas finalidades específicas como a irrigação e o bombeamento de água de poços e açudes. Outro aspecto ainda pouco lembrado é a valorização do imóvel que conta com um

Painel gera eletricidade para bomba solar

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Pecuária

GERAL

Mercado

Exportação

Mexicanos abrem mercado para frango brasileiro

Custos de produção mantêm alta acumulada Como ocorre mensalmente, a Central de Inteligência de Aves e Suínos (Cias), da Embrapa, divulgou a análise de custos de produção de suínos e de frangos de corte de outubro. O ICPFrango/Embrapa fechou o décimo mês do ano em 224,36 pontos, queda de 1,63% em relação a setembro. Já o ICPSuíno/Embrapa encerrou outubro em 227,26 pontos, redução de 2,69% em relação a setembro. Após registrar o valor mais alto do ano em setembro (R$ 2,95), o custo de produção do quilo do frango de corte vivo em outubro baixou R$ 0,05, chegando aos R$ 2,90 no Paraná, calculado a partir dos resultados em aviário tipo climatizado em

A habilitação de 26 novos estabelecimentos para exportação de carne de aves ao México foi anunciada em novembro. As habilitações foram resultado de missão de auditoria efetuada por autoridades mexicanas, em agosto de 2018. Essa medida representa aumento de 130% no número de plantas brasileiras agora aptas a exportar carne de aves àquele destino, que chega ao total de 46. O secretário de Relações Internacionais do Agronegócio do Mapa, Odilson Silva, ressalta que isso deve permitir uma retomada de ampliação nas exportações brasileiras de carne de frango para o México. Em dados de janeiro a outubro de 2018, os envios somaram US $ 138 milhões, ante US $ 185 milhões, em 2017. O México produz 3,9 milhões de toneladas de carne de frango por ano e importa mais 640 mil toneladas, ou 13,4% do seu consumo. Os principais fornecedores são Estados Unidos, Brasil e Chile.

pressão positiva. No ano, o ICPFrango acumula 17,01% de alta, chegando a 20,77% nos últimos 12 meses. A nutrição das aves foi o item que mais pesou para a redução no custo de produção, com baixa de 2,44% no mês, embora acumule alta de 14,65% em 2018. Já o custo de produção por quilo vivo de suíno em Santa Catarina caiu para R$ 3,97 em outubro, também motivado pela queda nos gastos com a nutrição dos animais (-2,65%). A última vez que o valor havia ficado abaixo dos R$ 4 tinha sido em abril (R$ 3,96). O ICPSuíno ainda acumula alta em 2018, agora de 13,30%. Nos últimos 12 meses, o índice subiu 15,80%.

2018 Febre aftosa:

ICPSuíno: alta acumulada de

13,30%

Produtores têm até o dia 10 para vacinar rebanho de bovinos

ICPFrango: alta acumulada de

Atendendo a um pedido de pecuaristas, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) prorrogou até o dia 10 de dezembro a segunda etapa da campanha de vacinação contra a febre aftosa, nos Estados do Acre, Mato Grosso, Maranhão, Paraná, Rio Grande do Sul, Espírito Santo e no Ceará. O calendário nacional de vacinação previa inicialmente que a imunização encerraria em 30 de

17,01%

novembro, na maior parte do país. Nesses estados que irão ampliar o prazo da campanha, foram registradas duas situações frequentes: falta de vacina, pois as revendas de produtos agropecuários adquiriram estoques menores, devido às mudanças na dosagem da vacina previstas para o próximo ano; e por problemas nos sistemas informatizados de controle oficial dos estados.

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CAVALO CRIOULO

Frederico Westphalen no mercado do cavalo crioulo Leilão põe à venda animais da Sol Brilhante e representa fortalecimento do setor na região Fagner Almeida/Divulgação

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nimais que são originários da Cabanha Sol Brilhante, de Frederico Westphalen, foram comercializados através de leilão no início de novembro, com parceria do Trajano Silva Remates e do Canal Rural. A cabanha tem se destacado nos últimos anos em provas reconhecidas internacionalmente, como o Freio de Ouro e a Expo FICCC. A égua AM Gaita ficou com o principal prêmio da Expo FICCC 2018, considerada a copa do mundo do cavalo crioulo. Esse trabalho da cabanha também é reconhecido pela própria Associação Brasileira de Criadores do Cavalo Crioulo (ABCCC) como importante para difundir ainda mais esse ramo, que é muito valorizado pelos gaúchos, mas tem conquistado adeptos em todo o Brasil. “Há tempos a ABCCC vem dando atenção especial para regiões de fomento, principalmente no Brasil Central. Mesmo assim, atuações como esta da Sol Brilhante também são fundamentais para o trabalho em torno do cavalo crioulo”, ressalta o vice-presidente de Núcleos da ABCCC, o criador Evaristo Tagliari Neto. Ele considera a área do cavalo crioulo bastante democrática, de modo que mesmo cabanhas iniciantes conseguem competir em campeonatos renomados neste cenário. “Exemplo disso é a própria Sol Brilhante, que compete nos Freios de Ouro”, observa. Tagliari Neto ressalta que uma forma de incentivar os núcleos de criadores é justamente a promoção de palestras e outras ações que possam contribuir para a sua viabilização, principalmente pelo cenário socioeconômico vivenciado neste ano. Segundo ele, isso soa também como um convite para quem quer entrar nesse “mundo do cavalo crioulo”. “São animais rústicos, de fácil criação. Isso facilita que mais criadores façam parte da nossa entidade também”, completa. Para 2019, Tagliari Neto adianta que novidades deverão tornar as provas do Freio de Ouro ainda mais atrativas. “Em breve deveremos expor o que estamos planejando”, garante. Hoje existem mais de 100 núcleos da ABCCC, inclusive o mais recente a ser fundado está no Estado de Goiás. “Apesar de um cenário de crise do país, o cavalo crioulo está em plena ascensão”, ressalta o líder.

AM Gaita, da esquerda, é um dos animais que projetou a região no meio do cavalo crioulo

Calendário para Freio de Ouro 2019 é divulgado pela ABCCC

Veja o calendário das classificatórias de 2019

Entre os meses de março e julho de 2019, sete classificatórias marcam o calendário do Freio de Ouro. Datas para o próximo ano já foram divulgadas pela Associação Brasileira de Criadores de Cavalo Crioulo (ABCCC). As provas que selecionam os melhores do ciclo irão definir seus campeões na final do Freio, programada para ocorrer entre 22 e 25 de agosto. Uma das novidades da temporada está na unificação das classificatórias da região Norte e Sul, que acontecerá no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio/RS, entre 13 e 16 de junho; e da região 8, com data marcada para acontecer de 4 até 7 de julho, com local a ser definido. Com isso, neste ciclo todas as seletivas nacionais passam a classificar 16 conjuntos.

Argentina: Jesus Maria, de 6 a 10 de março Bocal de Ouro: Esteio/RS, de 4 a 7 de abril Uruguai, Montevidéu: de 9 a 12 de maio Aberta: Esteio/RS, de 15 a 19 de maio Gaúcha: Esteio/RS, de 13 a 16 de junho Santa Catarina e Paraná (regiões 5 e 7): Araranguá/SC, de 20 a 23 de junho Região 8: local a definir, de 4 a 7 de julho 29 | Revista Novo Rural | Dezembro de 2018


Parceiros do leite

INDÚSTRIA

Gracieli Verde

Programa promete assistência técnica para pecuaristas

O gerente de produção, Ricardo Piton, o presidente, Elio Pacheco, e o médico-veterinário Thiago Cantarelli, que coordena o programa, nas futuras instalações da indústria

Com o lançamento do programa Meu Tambo, Meu Futuro, Cotrifred reforça posicionamento de parceria com fornecedores de matéria-prima 30 | Revista Novo Rural | Dezembro de 2018

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Cooperativa Tritícola de Frederico Westphalen, a Cotrifred, vislumbra um novo cenário para a pecuária de leite a partir de 2019. Isso porque a instituição está com as obras da indústria de laticínios em estágio avançado da construção, estrutura que deve iniciar as operações a partir do segundo semestre do novo ano. A obra está localizada no interior de Frederico Westphalen, na antiga sede do abatedouro da cooperativa. O projeto prevê o processamento inicial de 50 mil litros de leite/dia e terá investimento total de mais de R$ 10 milhões. Numa segunda fase a expectativa é que sejam processados 100 litros de leite por dia. O foco será a fabricação de queijo mussarela, ricota e creme de leite.

Enquanto isso, uma equipe da cooperativa tem trabalhado de forma intensa na área do fomento, segundo o presidente, Elio Pacheco. Para dar sustentação a esse trabalho, já foi lançado o programa Meu Tambo, Meu Futuro, que tem como principal objetivo ofertar acompanhamento técnico e capacitação para as famílias que irão comercializar a produção de leite através da cooperativa. A ideia é que seja um trabalho de parceria, em que tanto o produtor quanto a instituição tenham êxito na atividade. – O desafio é justamente melhorar a eficiência da bovinocultura leiteira das propriedades parceiras, fortalecer a organização dos agricultores familiares nesta cadeia produtiva e melhorar as condições de trabalho e ren-


Parceiros do leite para essas pessoas – defende o presidente Pacheco, muito consciente do papel que a cooperativa tem nesse processo. A previsão é que inicialmente 120 propriedades sejam incluídas nesse programa, totalizando mais de 350 agricultores nos oito municípios de atuação da Cotrifred espalhados pela região. Para atender a essa demanda no que se refere à parte técnica, quatro assistentes farão o acompanhamento mensal em 15 propriedades por município. Oficinas temáticas já estão sendo realizadas com a participação dos parceiros do programa, o curso de Tecnologia em Agropecuária da Universidade Regional Integrada (URI/FW) – que aporta conhecimento técnico e assessoramento da equipe de docentes – e a Sicredi Alto Uruguai RS/ SC/MG – que destinou recursos financeiros para esse trabalho. É um projeto conjunto que promete dar uma “nova cara” para essa atividade na região. O médico-veterinário Thiago Cantarelli, que coordena esse trabalho, explica que as oficinas abordam assuntos como gestão da propriedade e sucessão famiThiago Cantarelli, liar, manejo e fertilidade do solo, veterinário da Cotrifred produção de forrageiras, nutrição animal, criação de terneiras e novilhas, além do manejo para vacas secas e em lactação, manejo sanitário e da ordenha, composição e qualidade do leite, além de reprodução e melhoramento genético. “Com isso, se quer promover uma produção com mais sustentabilidade e organização social para essas propriedades familiares”, reforça o veterinário. Pacheco reforça que o intuito também é trabalhar com muita transparência com o produtor, para que ele possa avaliar o desempenho da atividade na propriedade. “Sem contar que isso garante a qualidade desse produto que será entregue para a indústria”, observa. Essa transparência também vai repercutir nos municípios, uma vez que o valor adicionado gerado a partir da matéria-prima deverá voltar para as cidades de origem, beneficiando toda a região envolvida.

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O programa envolverá:

120 PROPRIETÁRIOS

350 AGRICULTORES

8 MUNICÍPIOS

A importância das mulheres nesse contexto Elas têm uma participação muito importante na rotina da atividade leiteira. Por isso, também estão sendo inseridas com muita atenção nesse trabalho. Tanto que o lançamento do projeto envolveu quase 300 mulheres. Segundo o presidente Pacheco, isso reforça a valorização por parte da cooperativa em relação a elas.

Política de preços Sobre isso, o presidente revela que um estudo vem sendo feito para definir a política de preços a ser implantada junto aos produtores com o início dos trabalhos da indústria. “A gente vem estudando o que outras cooperativas vêm praticando nesse sentido, formatos de coleta do produto e uma série de questões que ainda estão sendo construídas internamente”, comenta Pacheco. Ele acredita que até março haverá novidades. Já em relação às vagas, a expectativa é que sejam abertas 22 na primeira fase e, na segunda etapa, a projeção é de gerar mais 35. A planta é projetada para ter fiscalização do Serviço de Inspeção Federal (SIF).

COMUNICAÇÃO INTEGRADA

“Com isso, se quer promover uma produção com mais sustentabilidade e organização social para essas propriedades familiares.”

INDÚSTRIA

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Parceiros do leite

GERAL

Fórum aborda bem-estar animal em Teutônia

T

emas que vão ao encontro de um manejo focado em produtividade estiveram em pauta durante o 7º Fórum Itinerante do Leite, realizado no Ginásio da Sociedade Esportiva e Recreativa (SER) Gaúcho, em Teutônia (RS), neste mês de novembro. Um desses assuntos foi o controle do estresse térmico dos animais durante esta época do ano, fator essencial para manter a rentabilidade e evitar prejuízos nas propriedades que têm a pecuária leiteira.

A médica-veterinária e pesquisadora da Embrapa Lígia Pegoraro explanou sobre os impactos do estresse térmico na reprodução dos animais. – É fundamental que o produtor busque se precaver quanto ao desconforto e insira em sua propriedade ações que viabilizem o bem-estar do rebanho. Nossa preocupação é fazer com que as vacas tenham as melhores condições possíveis para manifestar todo seu potencial fisiológico, tanto na reprodução quando na produção de leite – defendeu. Leticia Szczesny/Divulgação

Público superior a 600 pessoas prestigiou encontro

Uma forma de minimizar o calor dos animais é organizar ambientes de pastagem com sombra, para quem mantém o sistema de produção a pasto, ou ventilação, para casos de confinamentos. Esse tipo de manejo repercute na eficiência produtiva das propriedades leiteiras. “É isso que vai determinar a nossa competitividade no mercado, de forma que possamos viabilizar as exportações de leite”, ressaltou o presidente da Sindilat, Alexandre Guerra.

Aplicativo de gerenciamento

Uma experiência de um grupo de pecuaristas de Fagundes Varela/RS mostrou como estão usando um aplicativo desenvolvido junto a Emater/RS, o GT Leite. Esse aplicativo surgiu há cerca de um ano, a partir da assistência técnica dada pela instituição para famílias da região. Pelo aplicativo, ao fim do mês, os produtores inserem as informações de suas notas fiscais e, posteriormente, recebem um relatório de suas atividades com apontamentos indicando onde devem mudar.

Oficinas O fórum ainda contou com oficinas técnicas sobre eficiência energética e energia alternativa aplicada na propriedade; balanceamento de dietas para vacas leiteiras em lactação; reprodução e controle de doenças reprodutivas e panorama da tuberculose e brucelose no Vale do Taquari. O 7ª Fórum Itinerante do Leite foi realizado pelo Sindilat, Secretaria da Agricultura, Ministério da Agricultura, Emater/RS, Fundesa, Fetag, Farsul e Colégio Teutônia, com patrocínio do BRDE.

Preço pago pelo litro de leite retrai 5,44% Segundo dados divulgados pelo Conseleite, na segunda quinzena de novembro, o valor de referência do leite no Estado gaúcho ficou em R$ 1,0920. Esse valor representa uma queda de 5,44% em relação ao preço consolidado de outubro (R$ 1,1548). Na análise do professor Eduardo Finamore, da Universidade de Passo Fundo, essa redução mostra também a baixa dos preços de diversos derivados, principalmente do leite condensado (-11,84%) e do leite UHT (-9,66%).

Mesmo assim, Finamore observa que os valores nominais obtidos em 2018 para os principais produtos do mix (leite UHT, leite em pó, requeijão, queijo prato e iogurte, por exemplo) são os maiores da série histórica do Conseleite, que compara esses preços desde 2006. Nesse cenário, a indústria fica numa situação de pressão pelo varejo, o que faz com que os preços desses produtos baixem, conCasal Piovesan comemora a forme avaliação do presidente do Sindilat, construção da casa própria Alexandre Guerra. Análise do cenário é feita nos encontros mensais do Conseleite

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Carolina Jardine/Divulgação

MERCADO


Cooperativismo

AÇÕES

Presidente da Santa Clara é premiado em seminário Divulgação

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cidade de Bento Gonçalves sediou o 18º Seminário Gaúcho do Cooperativismo, no início de novembro, quando também foram entregues o Prêmio Ocergs de Cooperativismo e o Troféu Padre Theodor Amstad. Essas premiações visam fortalecer cooperativas que têm se destacado em seus ramos de atuação no Rio Grande do Sul do ponto de vista econômico e social. Neste ano haviam quatro categorias, a de Intercooperação, de Inovação em Educação e Cultura, Gestão ou Tecnologia, Responsabilidade Social e Responsabilidade Ambiental. No total, 24 cooperativas inscreveram projetos, os quais foram avaliados por uma comissão do Sistema Ocergs-Sescoop/RS, Escoop, Sistema OCB/Sescoop/Cncoop e agência Moove. O principal prêmio, o Troféu Padre Theodor Amstad, foi destinado ao presidente da Cooperativa Santa Clara, Rogério Bruno Sauthier, pelos serviços prestados ao cooperativismo. Ele é natural de Carlos Barbosa, tem 83 anos e é filho de

Vencedores Intercooperação

Cooperativa Vinícola Garibaldi, de Garibaldi, com o projeto A Intercooperação nas Cooperativas da Serra Gaúcha.

Responsabilidade ambiental

Cooperativa Agrícola Mista General Osório Ltda (Cotribá), de Ibirubá, com o projeto Preserva Cotribá.

Inovação em Educação e Cultura, Gestão ou Tecnologia

Presidente da Cooperativa Santa Clara, Rogério Bruno Sauthier (C), recebeu principal prêmio do cerimonial

agricultores associados das cooperativas União Colonial e Agrícola Carlos Barbosa, que juntas originaram a Santa Clara. Desde a fusão das duas, em 1975, por mais

de uma década fez parte dos conselhos de Administração e Fiscal e presidente, desde 1994, cargo que ocupa pelo nono mandato consecutivo.

Cooperativa de Serviços de Saúde dos Vales do Taquari e Rio Pardo Ltda – Unimed VTRP, de Lajeado, com o projeto Plataforma Inovar.

Responsabilidade Social Cosuel-Dália Alimentos, com o projeto Criança Dália.

Espaço cooperativo Marcia Faccin

Coordenadora da Unidade de Cooperativismo do Escritório Regional da Emater/RS de Frederico Westphalen E-mail: marcia.faccin @gmail.com

Que cooperativismo eu faço?

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este mês vamos discorrer um pouco sobre uma importante reflexão do nosso papel na sociedade e nas nossas cooperativas. Tive o privilégio de ter participado, nos dias 8 e 9 de novembro, em Bento Gonçalves, do 18° Seminário Estadual do Cooperativismo, promovido pela Ocergs. Durante a programação teve a entrega do prêmio Ocergs de Cooperativismo e o Troféu Padre Theodor Amstad, em que quatro cooperativas gaúchas e uma personalidade de destaque no setor cooperativo foram agraciados com troféus. A personalidade destaque no setor cooperativo foi o presidente da Cooperativa Santa Clara, Rogerio Bruno Sauthier, um senhor de 83 anos, filho de agricultor, que deu uma verdadeira lição de vida em sua fala. Trago algumas das reflexões propostas por Sauthier, para que possamos pensar sobre suas dicas e implementar em nossa vida e em nossa cooperativa. Uma delas é em relação à importância de valorizar a família, pois é na família que inicia o processo de cooperação. Outra reflexão proposta por ele é baseada em

uma recente campanha de uma emissora de TV, em que perguntava “qual o Brasil que eu quero?”. Segundo ele, sempre trabalha na premissa de responder a pergunta “Qual é o Brasil que eu faço?” É nesta linha que quero trazer uma pequena reflexão. Qual é o Brasil que EU faço? Qual é a cooperativa que EU faço? O que estou fazendo para que o Brasil melhore? O que estou fazendo para que a minha cooperativa seja melhor e mais fortalecida a cada dia? Quanto tempo dediquei para participar das ações e atividades da minha cooperativa neste ano de 2018? Quantas vezes realizei operações com a minha cooperativa? Quantas vezes divulguei e convidei mais pessoas a acreditar e investir na minha cooperativa? A cooperativa que EU quero está sendo construída? Sim? Não? O que estou fazendo para ajudar a direção e conselheiros nesta construção? O presidente Rogerio também destacou que “os associados não sabem a força que têm”. Realmente, muitos não sabem! Quando todos estamos unidos em prol dos objetivos da nossa coo-

perativa conseguimos superar qualquer obstáculo e alcançarmos melhores rendimentos. Mas para que isso realmente aconteça, preciso me empenhar, preciso acreditar que sou parte integrante da construção deste processo e responder diariamente à pergunta: “Qual é a cooperativa que estou ajudando a construir?” Qual é a cooperativa que eu quero em 2019, 2030, 2050? Essa cooperativa que eu quero e almejo depende muito da minha dedicação e envolvimento com ela. Convido a todos a neste final de ano fazer uma reflexão e planejar uma participação mais assídua e qualificada nas atividades e ações das cooperativas. E sempre procurando responder: “a cooperativa que estou ajudando a construir é a que eu quero?” Se sim, parabéns! Vamos firmes para juntos colocarmos cada vez mais o cooperativismo em evidência. Se não, façamos nossa “mea culpa” e começamos hoje mesmo a fazer a diferença para termos uma cooperativa que eu quero, sempre muito atentos e respeitando aos princípios e valores do bom cooperativismo.

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Agroindústrias

EMPRESARIADO DE FW

Conceito A Studio/Divulgação

Luiz Bastian Júnior é reconhecido como Empresário do Ano

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Empreendedor da Tchê Turbo destacou o empenho dos colaboradores ao receber o Troféu Catedral. Prefeitura certifica 78 empresas urbanas e rurais

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hegando em sua nona edição, o Prêmio Empresas Destaque & Empresário do Ano de Frederico Westphalen contou com novidades em 2018. Realizado no dia 14 de novembro, na Liv Space, a cerimônia de reconhecimento do empresariado urbano e rural frederiquense contou com cerca de 500 participantes. Além da entrega dos troféus e certificados, o evento também teve música ao vivo e jantar. O grande homenageado foi o proprietário da Tchê Turbo, Luiz Bastian Júnior. Ele foi eleito pela maioria dos mais de 500 associados da Associação Comercial, Industrial e de Prestação de Serviços de FW (ACI-FW) como o Empresário do Ano 2018. Após receber o Troféu Catedral, o empresário disse estar surpreso com o reconhecimento e afirmou que o prêmio é fruto de um trabalho conjunto de todos os colaboradores da empresa.

– Estar entre os 10 empresários destaque já era algo importante para nós, pois mostra que a empresa está fazendo algo diferente para a comunidade, para as pessoas que são nossos clientes, veem o nosso trabalho e se inspiram em nós. Mas, ser o Empresário do Ano foi algo que eu não esperava – disse, revelando que isso é fruto de um trabalho com 16 anos de empresa e do empenho dos colaboradores. E completa: – Todo esse apoio, incluindo o familiar, possibilita que possamos seguir em frente e é essa persistência, essa vontade de fazer algo diferente, diante de todas as dificuldades, que nos torna diferenciados. Além disso, o apoio que prestamos para que nossos colaboradores se tornem empreendedores dentro da empresa contribuiu muito para chegarmos aonde estamos – afirmou, demonstrando gratidão. 34 | Revista Novo Rural | Dezembro de 2018

Conceito A Studio/Divulgação

Cerca de 500 pessoas participaram da cerimônia do 9º Prêmio Empresas Destaque & Empresário do Ano


Campo Aberto

ESPECIAL

Quase 78 empresas urbanas e rurais são premiadas A grande novidade do Prêmio Empresas Destaque e Empresário do Ano foi a ampliação do reconhecimento a empresários rurais. Nesta edição, foram premiadas 18 empresas do agronegócio nos setores de avicultura, suinocultura, bovinocultura, produção de leite e de grãos e agroindústrias. Assim como acontece com os empreendimentos urbanos, a premiação no âmbito rural destacou os estabelecimentos com maior valor adicionado ao município, referente aos tributos de ICMS e ISS, no ano de 2017. Promovido pela prefeitura de Frederico Westphalen, o prêmio Empresas Destaque de 2017 contou com 60 empreendimentos reconhecidos, nas áreas de indústria, comércio e de prestação de serviços optantes do Simples Nacional e da tributação geral, além das categorias já citadas no

Além da internet, telefonia também é essencial no campo

A Conceito A Studio/Divulgação

Conceito A Studio/Divulgação

Sandra Pelegrini Bellé com o esposo Paulo, da Laticínios Edudavi, com o prefeito José Alberto Panosso, de Frederico Westphalen (E)

Conectados

agronegócio. – Essa premiação é muito especial, pois é o momento em que valorizamos as empresas e empresários que produzem a riqueza do nosso município. É uma satisfação estarmos premiando esses empreendedores pela grande desenvoltura que possuem dentro do cenário econômico de Frederico Westphalen – ressaltou o prefeito, José Alberto Panosso. Destacando a ampliação ao agronegócio, o secretário municipal de Agricultura, Cléber Cerutti, reforçou a importância do prêmio em reconhecer o setor primário. – O agronegócio foi muito valorizado ao certificar as maiores produções ‘dentro da porteira’. Essa foi uma mostra da força desse setor no nosso município, que se caracteriza como a nossa grande indústria – definiu Cerutti.

Vanderlei Piovesan se destacou na área da avicultura

comunicação está sempre em constante evolução, mas muitas vezes isso é um problema para as comunidades da zona rural. Os sinais de telefonia móvel em muitas localidades não tem cobertura ou o sinal é muito ruim. Nestas comunidades, a telefonia fixa é uma boa opção para resolver as dificuldades de comunicação. Outra forma de se comunicar é através da internet. Atualmente, diversos aplicativos de mensagens e voz estão disponíveis no mercado, facilitando e permitindo a comunicação mais rápida e eficaz. No município de Frederico Westphalen, algumas comunidades têm a opção da telefonia fixa através da Tchê Turbo. A empresa, que também conta com provedor de internet, oferece os serviços de telefonia fixa. Maurício Postringer, morador do Distrito de Oswaldo Cruz, em Frederico Westphalen, tem internet e telefonia fixa através de uma parceria com a Tchê Turbo. Ele relata que a instalação da torre de internet na sua comunidade foi benéfica, porque possibilitou ter uma conexão mais veloz. Postringer ressalta ainda que a comunicação ficou muito mais eficaz. “Como na comunidade o sinal de celular é ruim, ter a possibilidade do telefone fixo ajudou muito na nossa comunicação”, reforça.

Conceito A Studio/Divulgação

Qual a vantagem de ter telefonia fixa da Tchê Turbo?

A telefonia fixa da Tchê Turbo funciona com tecnologia da internet, por isso não tem chiados, interferências e ainda é possível uma economia de até 30%. Quem já tem telefone fixo também pode trazer o número para Tchê Turbo, através da portabilidade.

Quero ter telefonia fixa, como faço?

AgroBella Alimentos também foi reconhecida devido ao projeto AgroBella Carnes Premium

É simples! Basta entrar em contato com a equipe comercial da Tchê Turbo, por meio do telefone 55 2010 0000. O serviço de telefonia da Tchê Turbo está disponível para os municípios de Frederico Westphalen, Seberi, Palmitinho, Palmeira das Missões, Três Passos, Tenente Portela e Santo Augusto.

Reconhecimento aos 10 Empresários Destaque No evento os dez Empresários Destaque de Frederico Westphalen receberam uma premiação especial, por terem sido lembrados pelos associados da ACI-FW. – Todos os empresários destaques merecem o troféu que receberam pelo trabalho que vêm realizando no município. Por isso, a importância dessa premiação é muito grande, tendo em vista todas as dificuldades e desafios de ser um empresário no país – ressalta o pre-

sidente da ACI-FW, Paulo Dalmolin. Além do desempenho da empresa, os empresários destaque foram escolhidos levando em consideração também sua atuação social e demais atividades de empreendedor no município. “Para ser destaque, é preciso um conjunto de fatores”, resume Dalmolin, lembrando dos critérios que foram considerados pelos associados da ACI-FW para definir os 10 indicados. 35 | Revista Novo Rural | Dezembro de 2018


Qualidade de vida

GERAL

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inserção de alimentos que promovam o bem-estar neste verão é fundamental para garantir um pouco mais de conforto nas temperaturas altas. Ao mesmo tempo, priorizar receitas mais caseiras é importante para a saúde. Lembre-se que no calor é fundamental manter o corpo hidratado, com muita água e sucos natu-

rais. Como sugestão, também se pode inserir picolés e sorvetes, que são os preferidos da criançada nesta época do ano. Algumas receitas caseiras selecionadas por uma equipe da Emater/RS seguem para você ter muito sabor neste verão! Ah, e também não pode faltar aquele sorvete para a sobremesa!

Picolé de mamão Ingredientes osa • 1 mamão papaia ou form l ura nat • 1 iogurte ia de • 1 colher (chá) de essênc baunilha • 3 colheres de açúcar

re as seDescasque o mamão, reti mamão o te Jun . te-o mentes e cor no lites ien com os demais ingred um ar form até a bat e quidificador as de picreme. Coloque nas form colé e leve ao congelador.

• 2 bananas maduras gos • 1 xícara (chá) de moran ou urte iog de á) (ch s • 3 xícara creme de leite l • 2 colheres (sopa) de me

Como preparar no liquiBata todos os ingredientes as de form dificador. Coloque nas r. ado gel con ao e picolé e lev

Ingredientes Ingredientes • 1 litro de suco natural concentrado • 2 xícaras (chá) de açúcar • 1 xícara (chá) de água

Como preparar tes. CoMisture todos os ingredien olé, sapic de as inh form em loque eis de táv car des os colé ou copinh r. Quanado gel con no e oqu Col café. coloo, gel de tais do formar os cris firmes. em car fi a par itos pal os que

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Ingredientes

Sorvete de jabuticaba

Como preparar

Picolé de uva

Picolé de morango

• 300g de jabuticaba • 9 colheres de açúcar • 3 colheres de água baunilha • 1 colher de essência de e leit de • 9 colheres e • 1 caixa de creme de leit

Como preparar retiranLave bem as jabuticabas, idificaliqu no a Bat os. inh cab do os em cia tên sis con dor até ficar uma o açúa ferv , ela pan a um Em pasta. baunicar, a água e a essência de até ficar s, uto min co cin e ant lha, dur rna e a mo da cal a uma calda. Junte o leine cio Adi . aba utic jab de pasta o. tud ture Mis e. leit te e o creme de e ao lev e rio atá refr um em e Coloqu encongelador por aproximadam as. hor te 4


Campo Aberto

GERAL

Sicredi Alto Uruguai RS/SC/MG

Cooperativismo

Sicredi Grande Palmeira conclui programa para jovens

Cooperativa disponibiliza R$ 8,2 bilhões em crédito rural nos primeiros quatro meses do Plano Safra 2018/19

Sicredi Alto Uruguai RS/SC/MG

Um cerimonial realizado no Centro Cultural de Palmeira das Missões, em novembro, correspondeu à formatura da primeira turma do Programa Líder Jovem, trabalho desenvolvido através da Sicredi Grande Palmeira. O presidente da cooperativa de crédito, Elvis Roberto Rossetto, ressalta que o encontro encerrou um ciclo considerado importante para a instituição. “Formamos a nossa primeira turma de jovens líderes. Fazer a diferença na vida dessas pessoas foi o nosso principal objetivo, pois sabemos que fazendo isso eles estarão também fazendo a diferença na sociedade”, disse. O programa teve duração de oito meses, com uma série de capacitações, sobre os mais variados tema, todos com foco no desenvolvimento de habilidades como a liderança.

Demonstrando as ações realizadas pela cooperativa na agricultura familiar, o associado Cristiano Skorek, realiza todos os seus investimentos com a Sicredi Alto Uruguai RS/SC/MG. Ele trabalha com a produção de leite e possui três pocilgas para terminação de suínos, o último investimento foi uma pocilga com capacidade para 1500 animais por lote

Divulgação

Você já ouviu falar na normativa nº 2/2018 do Ministério da Agricultura?

Sicredi Alto Uruguai RS/SC/MG

O Sicredi mantém o objetivo de contribuir de forma concreta para o incentivo e crescimento ao agronegócio. De julho a outubro deste ano, a instituição já disponibilizou R$ 8,2 bilhões em crédito rural entre custeio, comercialização, industrialização e investimento, 22% a mais do que no mesmo período da safra anterior (2017/18). Para operações de investimentos, o Sicredi liberou, no mesmo período, R$ 1,3 bilhão, montante 85% superior ao mesmo período da safra anterior. Já em custeio, o incremento foi de 17% nas liberações, correspondendo a um total aplicado de R$ 6,4 bilhões. Outros R$ 500 milhões foram liberados para operações de comercialização e industrialização. Regionalmente, a Sicredi Alto Uruguai RS/SC/MG já disponibilizou R$ 148 milhões em crédito rural, crescimento de 51% considerando o mesmo período da safra anterior. Para operações de investimentos, a Cooperativa disponibilizou aos seus associados, R$ 28 milhões, correspondendo a um incremento de 167% e já em custeio e comercialização, o incremento foi de 37% nas liberações, correspondendo a um total aplicado de R$ 119 milhões. Os pequenos e médios produtores rurais continuam sendo o principal foco atendido pelo Sicredi: sistemicamente 83,78% das operações realizadas foram direcionadas a esses públicos, enquanto na Cooperativa foram 90% direcionadas a agricultura familiar. Para o assessor de Negócios, Ronaldo Fagundes, estes números representam a forte atuação da cooperativa. “Estamos fortalecendo nossa missão de agregar renda e investimentos em nossas comunidades. A nossa inserção representa ainda, a importância do agronegócio, para manter aquecida a economia do nosso país”. No âmbito do Programa Nacional de Fortalecimento da

Agricultura Familiar (Pronaf), as concessões de crédito rural também registraram incremento de 50% em relação ao período de julho a outubro do ano passado, atingindo R$ 87 milhões na região da Sicredi Alto Uruguai RS/SC/ MG. “Estamos focados em apoiar nossos associados por meio de produtos e serviços que se adequem as suas necessidades. Além disso, buscamos disponibilizar o crédito consciente,” finaliza Fagundes.

É a normativa que obriga os vegetais, frutas e verduras a serem rastreados ao longo da cadeia produtiva. Já está em vigor desde agosto!

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Campo Aberto

GERAL

Educação

PET Ciências Agrárias organiza noite de palestras

Natália Menuzzi/Novo Rural

Por meio de um trabalho do Programa de Educação Tutorial (PET) Ciências Agrárias, da UFSM – campus de Frederico Westphalen, foi promovido mais um evento em novembro, desta vez no auditório do campus da URI. Uma das palestras da 1ª Noite Técnica foi com o pesquisador Marlon Stefanello, que integra o Grupo Phytus, seguida da contribuição do profissional José Alencar Júnior, da Fito Agrícola e da Ideau-PF. Segundo o acadêmico de Agronomia Álvaro Alba, que integra o PET, o objetivo é tornar este evento anual, com possibilidade de profissionais e agricultores da comunidade em geral também participarem – diferente dos simpósios, que são organizados em cada semestre e direcionados aos estudantes. Nesta edição o foco do evento foi para a fitopatologia. O PET é coordenado pelo professor-doutor Claudir José Basso, do curso de Agronomia da UFSM/FW.

Encontro proporcionou palestras para acadêmicos e comunidade em geral

Frederico Westphalen

Comemoração

Acsurs festeja 46 anos

Hábitos alimentares revistos graça a trabalho conjunto

A Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (Acsurs) comemorou, em novembro, 46 anos de fundação. A entidade foi criada em 25 de novembro de 1972, através de um grupo de suinocultores e técnicos ligados ao setor, em Estrela. O intuito era ter um órgão que pudesse zelar pelos interesses dos suinocultores de todo o Estado. Hoje o criador Valdecir Folador preside a instituição, desde 2005. Segundo ele, um dos desafios diários é justamente articular ações que visam auxiliar o produtor tanto dentro da granja – questões de bem-estar, por exemplo – quanto fora dela, como em relação à compra de milho, alíquota sobre o ICMS nas vendas interestaduais de suínos vivos, constituição e andamento de Cadecs, que são as comissões para Acompanhamento, Desenvolvimento e Conciliação da Integração.

Um dos trabalhos que vem sendo desenvolvido pelas equipes da Emater/RS é no que diz respeito à alimentação das famílias rurais. Um dos intuitos é justamente orientar as famílias para que se busque colocar à mesa opções mais saudáveis e produzidas na propriedade. Em Frederico Westphalen, uma das iniciativas que envolvem esse tema é o projeto Adote Bons Hábitos Alimentares: Reeducar é Saudável, trabalho que é resultado de uma parceria entre a Emater/RS-Ascar e o curso de Nutrição da Universidade Regional Integrada (URI) – com patrocínio da Sicredi Alto Uruguai RS/SC/MG e apoio da prefeitura e Banrisul. Depois de uma série de ações, resultados relacionados à atividade foram expostos no dia 23 de novembro, em programação realizada na universidade. Durante o ano esse trabalho envolveu cerca de 250 pessoas, chegando a dez comunidades do interior. A extensionista Vera Cancian, da Emater/ RS, ressalta que o projeto teve como intenção motivar os envolvidos a produzir alimentos para subsistência, bem como produzi-los de maneira saudável, através do uso de tratamentos agroecológicos. O projeto ainda oportunizou que fossem feitas avaliações alimentares e nutricional dos participantes, contribuindo com orientações sobre possíveis patologias.

Agropecuária

Cães auxiliarão na fiscalização

U Thaís Jacomelli/Jornal AU

Encontro de encerramento lotou auditório da URI de FW

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ma portaria do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) de novembro regulamenta o emprego de cães farejadores nos procedimentos de fiscalização agropecuária. A versatilidade destes animais é considerada grande e por isso a decisão foi tomada, já que são capazes de vistoriar também correspondência, cargas, drogas e explosivos. O cão pode trabalhar ao longo do dia, com pequenos intervalos, reconhecendo cerca de 80 tipos de odores diferentes. Além disso, a portaria estabelece o Centro Nacional de Cães de Detecção (CNCD), que terá a responsabilidade de treinar os animais. O objetivo é reforçar os mecanismos de controle e fiscalização agropecuária.

Educação

Conselho de Técnicos Agrícolas segue sem diretoria nomeada Desde março deste ano uma lei instituiu o Conselho Federal dos Técnicos Agrícolas. O objetivo é criar um órgão independente e que concentre os profissionais da atividade, que até então eram ligados ao Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea) e aos Creas regionais. Entretanto, um impasse em relação à eleição da primeira diretoria tem atrasado a implantação do conselho. Enquanto a maior parte do setor defende eleições, grupos estão querendo que os primeiros representantes sejam nomeados. O presidente da Federação Brasileira dos Técnicos Agrícolas (Finta) e do Sindicato dos Técnicos Agrícolas de SC (Sintagri), Antônio Tiago da Silva, ressalta que os profissionais da categoria estão desde 2014 buscando, junto aos parlamentares e Ministério do Trabalho, a criação do conselho, o que foi constituído neste ano. O problema, porém, é que a categoria quer um processo eleitoral para definir seus representantes. Para o presidente da Associação Gaúcha dos Professores Técnicos de Ensino Agrícola (Agptea), Fritz Roloff, a criação do Conselho Federal dos Técnicos Agrícolas é uma luta antiga e necessária, pois até então estes trabalhadores eram ligados ao Confea e aos Creas, que têm seu foco nos profissionais de curso superior. “Este conselho vem suprir uma carência. Para a escola, será um grande aliado para garantir a qualidade da educação”, acredita.


Campo Aberto Cooperativismo

Seminário debate ações do setor cooperativista A Emater/RS-Ascar e a Secretaria de Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo (SDR) promovem, no dia 5 de dezembro, o 2º Seminário Regional de Cooperativismo, com o tema “O cooperativismo como indutor do desenvolvimento regional”. A programação começa às 13h30min, no auditório da URI/FW, com a abertura, e segue com uma série de apresentações de atividades realizadas por meio da SDR, com a participação do secretário Tarcísio Minetto. Já o presidente da Emater/RS-Ascar, Iberê Mesquita Orsi, contextualizará informações relacionadas ao Programa de Extensão Cooperativa, bem como ações da Unidade de Cooperativismo da entidade. Outro tema abrangerá as cooperativas escolares e também haverá homenagens a associados, sob a responsabilidade do Fórum Regional do Cooperativismo.

Incentivo

Plano Agro + Mulher promete ações para público feminino

GERAL

Eventos

Sarandi terá 1º Jantar do Peixe Está agendada para o dia 7 de dezembro a escolha das soberanas de Sarandi, durante o 1º Jantar do Peixe. As jovens também representam a Feira da Uva, a Feira da Indústria de Sarandi (Feisa) e outros eventos municipais oficiais, quando solicitadas. Trabalham na promoção desses a Acisar, a Secretaria Municipal de Educa-

ção, Departamento de Cultura e Turismo, Emater RS/Ascar, Cras e Sindicato dos Trabalhadores Rurais da Agricultura Familiar de Sarandi, Nova Boa Vista e Barra Funda (Sintraf). Já as fichas para o evento, que também tem como objetivo fomentar a piscicultura no município, devem ser adquiridas com os organizadores.

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Plano Agro + Mulher é a mais nova iniciativa do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), com o intuito de estimular ações que promovam a igualdade entre homens e mulheres no setor agropecuário. O plano visa estimular o desenvolvimento sustentável das diferentes cadeias produtivas, das cooperativas agropecuárias, das agroindústrias rurais, do acesso aos mercados nacional e internacional e de todos os segmentos envolvidos. Hoje as mulheres são 51,5% da população brasileira, segundo o Censo Agropecuário de 2017 do IBGE, e estão cada vez mais presentes na produção rural. De cada dez dirigentes do agronegócio, duas são mulheres. Entre as medidas previstas está o aumento no número de mulheres capacitadas para o agronegócio e postos de gestão, "com apropriação do conhecimento, formando multiplicadores, nas temáticas: gestão cooperativa, propriedade rural, sistemas de produção e da qualidade dos produtos ofertados ao mercado, com foco na segurança alimentar e na redução das perdas com melhor orientação quanto ao período de plantio devido as condições climáticas", segundo a página do programa.

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39 | Revista Novo Rural | Dezembro de 2018


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40 | Revista Novo Rural | Dezembro de 2018

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