R E V I S TA
NOVO INFORMA | ORIENTA | INSPIRA Ano 2 - Edição 18 - Maio de 2018
O DESAFIO DE
INDUSTRIALIZAR
A revista é uma iniciativa de
APOIO
REALIZAÇÃO
Agroindústrias agregam valor à produção e possibilitam que jovens empreendam no campo
NESTA EDIÇÃO
Um desafio!
3 Agricultura
É
A alta produtividade de soja é realidade em propriedades da região. Saiba também como o projeto Lavoura de Resultados tem melhorado resultados relacionados aos custos de produção para agricultores em todo o Estado. Veja também a expectativa para a safra de citros e a projeção de área para o trigo.
desta forma que muitos municípios ainda encaram a industrialização da produção agrícola, principalmente, das propriedades familiares, pelos custos e burocracia que envolve a legalização e a resistência dos produtores rurais de enfrentarem cada uma das etapas, com as inúmeras licenças, emissões de documentos, investimentos em adequações às normas. Mas como está destacado na capa desta edição de maio, o desafio, ao ser superado, proporciona vários benefícios, como a agregação de valor à produção, a oportunidade para que o jovem empreenda na propriedade e uma nova fonte de renda para a família. Então, precisamos falar sobre isso! Sem dúvidas, com as mudanças que vêm faciliA internet e as agroindústrias tando a regularização para A quem deseja abrir uma agroindústria, bem como a necessidade de criar oportunidades para a sucessão no campo, é importante debater sobre a agroindustrialização, e a Novo Rural, com seu propósito de inspirar e orientar, coloca o assunto em destaque neste mês. Mas não é só a reportagem da Novo Rural que fala sobre agroindustrialização. O nosso colunista, Vanderlei Lermen, que estará fazendo uma bela palestra durante a Expofred, também aborda o assunto, de uma forma muito simples, mostrando na prática como obter bons resultados. Confira as dicas dele sobre o uso das redes sociais para impulsionar as vendas, bem como as orientações da Tchê Turbo na coluna mensal sobre as novidades que a internet proporciona para modernizar sua propriedade e melhorar a gestão. Boa leitura! E não deixe de visitar o estande da Novo Rural na Expofred. Estaremos ali, próximo à entrada do Salão da Agricultura Familiar e do Pavilhão do Conhecimento.
14 Capa Os desafios para investir em agroindústrias é grande, ao mesmo tempo, compensador. Veja histórias de famílias da região que empreenderam e estão colhendo os frutos desse trabalho.
20 Parceiros do Leite
Vanderlei Holz Lermen
Agricultor, tecnólogo em Processos Gerenciais, técnico em Agropecuária e bacharel em Desenvolvimento Rural
No espaço Parceiros do Leite, veja mais sobre como o controle rigoroso de doenças no plantel tem vantagens para o gerenciamento econômico da propriedade.
Revista Novo Rural traz nesta edição um matéria especial sobre agroindústrias. Para aproveitar esse assunto, também vou falar sobre o tema. A agroindustrialização constitui uma importante alternativa de geração de emprego e renda no meio rural, principalmente na agricultura familiar. Além de ser uma alternativa econômica, promove também o desenvolvimento sustentável e a sucessão rural em muitos casos. Nela o produtor atua na produção, industrialização e comercialização. É importante também para a preservação da cultura e da culinária local. Afinal, são as agroindústrias que produzem aquela cuca, aquela bolacha e aquela geleia como nossos avós faziam. Em muitos casos, é exatamente esse detalhe que chama a atenção do consumidor e o leva a preferir produtos de agroindústrias familiares. Volto a citar uma das experiências que conheci no município de Flores da Cunha. Uma pequena agroindústria familiar (pequena só no tamanho da construção) trabalha com produção de sucos e geleias, onde o carro-chefe é o mirtilo, mas também com diversas outras frutas. A família toda está envolvida nas atividades: enquanto a mãe e a nora cuidam da industrialização, um dos filhos ajuda o pai no cultivo das frutas e o outro é responsável pela comercialização. A agroindústria contratou um vendedor e vende para todo o Sul do Brasil. Essa é a parte mais incrível: uma pequena agroindústria familiar que vende os produtos em vários estados, participando também de feiras por todo o país. Esse exemplo mostra que a agroindústria pode ser um grande negócio. Falando em negócio, faço uma pergunta: como o seu negócio é divulgado? Muitas vezes reparo, nas agroindústrias que conheço, que elas não estão na internet. Me pergunto: os produtores têm Facebook, WhatsApp, Instagram, os filhos também tem, mas o negócio da família não. Por quê? Veja só esses dados: • 54% da população brasileira é ativa na internet • 47% tem redes sociais • 39% estão conectadas via mobile • 36% realizam compras on-line. A maioria dos produtos das agroindústrias familiares são vendidos apenas nas feiras, para merenda escolar e de porta em porta. Por que não divulgar e vender online? Vamos usar o exemplo do Facebook. Através dessa rede social é possível mostrar as pessoas o que é produzido na agroindústria, como é feito e ainda vender. É fácil fazer a divulgação, com pouco investimento, através de impulsionamento, atingindo os seus reais clientes. Eu uso muito isso para vender as verduras e frutas produzidas na minha propriedade. Na verdade toda a minha venda é online. Eu aproximo o cliente da minha empresa, pois ele acompanha todo o processo de produção e se sente mais seguro ao adquirir os produtos. Essa é uma das vantagens de divulgar na internet: a interação direta com o consumidor. Essa interação permite também conhecer melhor o cliente, para criar novos produtos ou fazer adaptações, buscando mercados ainda pouco explorados. Eu acredito muito na força da internet para alavancar as agroindústrias. Se você está lendo esse texto e sua família tem uma agroindústria, mas ela ainda não está nas redes sociais, comece agora criando uma página e postando fotos dos produtos, do processo de produção e transforme o negócio da sua família!
25
Pecuária
Outro destaque é para a criação de cavalos crioulos, que também tem espaço na região. Conheça ainda a rações Farroupilha, produto da AgroBella para equinos que vem conquistando clientes em todo o Estado.
28 Tecnologia Conheça o SisCom, sistema desenvolvido por meio da Admau e que promete aproximar o público consumidor dos produtores da região, com foco nas agroindústrias e demais itens da agricultura familiar.
Ah, depois me conte o resultado, enviando uma mensagem no Whats 55 9 9613-0524.
30 Cooperativismo Sicredi Alto Uruguai encerra ciclo de assembleias com expressiva participação de associados.
32 Qualidade de Vida Saiba como selecionar, colher e armazenar as ervas medicinais, tão importantes para a manutenção da saúde da família.
Patrícia Cerutti - Diretora
A revista Novo Rural é uma publicação realizada em parceria por Convênio:
Diretora
Editora-chefe
Coordenador financeiro
Gerente Comercial
Patricia Cerutti
Eduardo Cerutti
Foto da capa Circulação Mensal
Tiragem
13 mil exemplares
Fone: (55) 3744-3040 Endereço: Rua Getúlio Vargas, 201 - B. Ipiranga Frederico Westphalen/RS
2 | Revista Novo Rural | Maio de 2018
Revista Novo Rural
@novorural
55 99624-3768
Gracieli Verde Talise Menegusso veste camisa da Sapeka's
Gracieli Verde Dione Junges
Diagramação e publicidade Fábio Rehbein, Leonardo Bueno e Laís Giovenardi
Reportagem
Débora Theobald
ABRANGÊNCIA: Alpestre, Ametista do Sul, Barra Funda, Boa Vista das Missões, Caiçara, Cerro Grande, Chapada, Constantina, Cristal do Sul, Dois Irmãos das Missões, Engenho Velho, Erval Seco, Frederico Westphalen, Gramado dos Loureiros, Iraí, Jaboticaba, Lajeado Do Bugre, Liberato Salzano, Nonoai, Nova Boa Vista, Novo Barreiro, Novo Tiradentes, Novo Xingu, Palmeira das Missões, Palmitinho, Pinhal, Pinheirinho do Vale, Planalto, Rio dos Índios, Rodeio Bonito, Ronda Alta, Rondinha, Sagrada Família, São José das Missões, São Pedro das Missões, Sarandi, Seberi, Taquaruçu do Sul, Três Palmeiras, Trindade do Sul, Vicente Dutra e Vista Alegre.
Amendoim
3 | Revista Novo Rural | Maio de 2018
Agricultura Mairo Piovesan/Emater/Divulgação
Colheita fica mais fácil Produtores usam maquinário para agilizar o trabalho
O
amendoim é uma das culturas com maior demanda nas feiras e pontos de venda de produtos coloniais. Normalmente há falta de produto em algumas épocas do ano. São José das Missões, onde há uma produção com foco comercial da cultura, tem se tornado importante nesse contexto. Por lá, o trabalho de colheita foi intenso durante abril. Neste ano, uma das novidades foi a colheita feita de forma parcialmente mecanizada. “De forma associativa, algumas famílias vêm conseguindo superar os problemas de falta de mão de obra e da penosidade do trabalho na atividade”, pontua o engenheiro-agrônomo Mairo Piovesan, da Emater/RS local. Em uma área de 2,5 hectares, a família de
Aldo, Lucia Arnoldo e o filho Ademir, em conjunto com a família de Carlos Grams e Sonia do Amaral, fizeram o cultivo de amendoim. A plantação, localizada na linha Primeiro de Maio, rendeu nesta safra cerca de 3.500kg/ hectare com casca. – Essa colheita feita de forma parcialmente mecanizada permite agilidade, rapidez e qualidade do resultado final do produto. O arranquio do amendoim é feito com tração animal. Após a secagem, é utilizada uma máquina que faz a despenca. Depois disso, o amendoim é colocado em secador solar e, assim, fica pronto para a comercialização – explica Piovesan. Em São José das Missões foram cultivados cerca de 30 hectares de amendoim nesta safra, envolvendo 35 famílias.
Equipamentos auxiliam na hora do trabalho na colheita
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3 | Revista Novo Rural | Maio de 2018
Interação
Revista Novo Rural
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MAIO
2018 Dias 3 Dia de Campo sobre Leite e Gestão
COMENTÁRIOS
Engenho Velho
Dia 5
O trabalho das Casas Familiares Rurais
Gincanafest da Cooperação - 25 anos Coopac
“São estes gestos que podem garantir o futuro da agricultura. Na minha opinião, todos os municípios agrícolas deveriam colocar em prática estas atitudes. Devemos fomentar a continuidade da agricultura e não a sua extinção. Agricultura também é profissão, senão a mais bela das profissões. Parabéns, mais uma vez”.
Sagrada Família
Dia 10 Capacitação para agricultores empreendedores de turismo da Atur e Astura
Diego Chiodelli, de Faxinalzinho, via Facebook
9 horas - Rondinha
“Eu conheci esse modelo de escola em Frederico e fiz questão de divulgar para minha família. Esse ano tenho meu irmão e meu primo em Alpestre, por ser mais perto. Nossa região aí carece de conhecimento dessas escolas, tanto que, infelizmente, por isso, prefeitura, sindicato e Emater acabam se isentando de ajudar os jovens quanto ao deslocamento nas escolas, sendo que nos demais munícipios existe essa colaboração e incentivo. Fica a dica de conhecer e divulgar, pois são uma maneira dos jovens dar seguimento às propriedades rurais”.
Vanusa Kerscner, de Faxinalzinho, via Facebook
De 14 a 18 Semana de Negócios Cotrifred Frederico Westphalen
“Parabéns pela reportagem. Fui aluno dessa escola e hoje sou monitor da mesma. O mais importante ainda, e que devemos colocar também, é a formação integral desses jovens. Formamos, acima de tudo, pessoas humanas e críticas diante da sociedade Fica o convite para quem quiser conhecer. Estaremos na Expofred em Frederico Westphalen, ou podem chegar ali na escola, no Polo II da URI/FW”.
Mateus Stival, de FW, via Facebook “Las escuelas de alternancia, una buena propuesta para el desarrollo rural en Latinoamérica, saludos de los CRFA en Perú”.
Lucas Pellegrin, de Rio Grande, via Facebook
Ysmael Sullca Oviedo, de Quillabamba, Peru, via Facebook
Maira Dill/Especial Novo Rural/Arquivo
“Sou muito grato a CFR de Frederico Westphalen. Fui aluno dessa casa e sinto orgulho disso. Sempre levo no peito a saudade daqueles tempos, dos colegas, dos monitores e das atividades realizadas aí”.
Colunista da Novo Rural palestra na Expofred
Vinda de Vanderlei Lermen é promovida pela Sicredi Alto Uruguai
Se você está na Expofred 2018, pode ver que o setor agropecuário regional está “em peso” nesta edição da feira. São atrativos das mais diversas áreas que reforçam o potencial do setor na região. Mas tem outro convite especial: a palestra com o jovem agricultor Vanderlei Lermen, de Boa Vista do Buricá, promovida pela Sicredi Alto Uruguai, em um evento importante sobre sucessão familiar rural. Agende-se: será no dia 30 de abril, na segunda-feira, às 9h30min,
na Liv Space. Se você exerce um papel de liderança na região, participe também. Veja o que esse rapaz tem a dizer! Lermen é o idealizador do projeto “Perspectivas para a juventude rural”, que tem pesquisado sobre os fatores que influenciam a permanência ou não dos jovens no campo na região em que ele mora. É bacharel em Desenvolvimento Rural pela UFRGS e hoje estuda pós-graduação em Gestão Empresarial na Setrem, além de colunista da revista Novo Rural desde o início do ano.
Dia 15 Dia de Campo da Saúde Frederico Westphalen
Dia 16 Dia de Campo da Saúde Sarandi
Dias 18, 19 e 20 12ª Feciatra Feira Comercial, Industrial, Agropecuária, Cultura e Turismo Ronda Alta
Dia 18 Dia de campo sobre secagem e armazenagem de grãos Rondinha
Dia 19 Seminário de Desenvolvimento Rural 9h30min - Ronda Alta
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Grãos
Agricultura
Feijão safrinha entra em fase reprodutiva Arquivo Jornal AU
Média de produtividade da cultura deve variar entre 20 e 25 sacas
A
maior parte das lavouras de feijão safrinha estavam em fase reprodutiva e algumas também já haviam sido colhidas por volta do dia 19 de abril, segundo a Emater/RS-Ascar. No Estado, os rendimentos de campo variavam entre 20 e 25 sacas por hectare, conforme o Informativo Conjuntural da instituição. Em Boa Vista das Missões, onde 1,5 mil hectares são ocupados com a cultura na segunda safra, as primeiras áreas colhidas têm somando 30 sacas/hectare. “Mas se espera que em outras o rendimento seja melhor, de até 40 sacas/ha”, comenta o técnico agropecuário Leônidas Piovesan, da Emater/RS. No município a expectativa é que a colheita seja finalizada neste mês de maio. Já em relação ao preço, o produtor tem ganhado entre R$ 110 e R$ 160. Segundo levantamento da Emater/RS, o valor está cerca de 36% abaixo da média histórica para este período.
Algumas áreas já estão sendo colhidas e neste ano preço é mais baixo pela saca do produto
No ano em que completa 50 Anos, a Itaimbé Máquinas presenteia a comunidade de Palmeira das Missões com uma nova sede. São 1.200m2 de área construída, com amplo espaço para exposição de produtos Massey Ferguson, peças genuínas e equipe técnica treinada na fábrica. Presente no Noroeste do estado há 17 anos, este investimento reforça a importância da região para a Itaimbé, que em 2016 também investiu em uma nova loja em Panambi. Visite-nos na EXPOFRED e conheça os lançamentos da Massey Ferguson. Itaimbé Palmeira das Missões: RST 569, Distrito Industrial. Trevo de acesso a Sarandi (após Polícia Rodoviária). Fone: (55) 3742.1554 Itaimbé Panambi: Av. das Indústrias, 1700, Distrito Industrial. Fone: (55) 3375.9450
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5 | Revista Novo Rural | Maio de 2018
Agricultura
Grãos
Soja:
safra de bons índices Em Palmeira das Missões, estimativa é de uma produtividade média de 70 sacas/hectare. Veja que práticas produtor adota para garantir altos rendimentos por área Gracieli Verde
revistanovorural@oaltouruguai.com.br
RevistaNovo NovoRural Rural| |Maio Maiode de2018 2018 66| |Revista
BREVANT
TM
Sementes
C
(55) 3742-3155 Rua João Manoel de Lima, 59 - Centro - Palmeira das Missões/RS
om a colheita da soja praticamente sendo encerrada neste mês de abril na região, aumenta a expectativa para os resultados da safra. De modo geral, por mais que o produtor conseguiu preços mais competitivos, chegando até a R$ 80 a saca em algumas regiões, tem também quem está segurando a produção na espera de tetos ainda mais altos em maio. Independente disso, a produtividade das lavouras mais uma vez tem se destacado em maior parte dos 367,2 mil hectares de soja cultivados na região na safra 2017/2018. No maior produtor do grão da abrangência, Palmeira das Missões, com 90 mil hectares, a Emater/ RS estimava uma produtividade média de 70 sacas/hectare no dia 18 de abril, quando 95% da área estava colhida, segundo a Emater/ RS. No segundo maior produtor, o município de Chapada, no dia 20 de abril 97% da área estava colhida. A média, até o momento, era de 68 sacas/hectare, também segundo a Emater/RS. Levando em conta que a parte Sul do Estado sofreu com perdas relacionadas à falta de chuva, sem dúvidas no Norte a sensação é de alívio em poder colher safra cheia, como se diz. Sem contar que durante o mês o clima também favoreceu a colheita, tornando mais ágil a retirada do grão das lavouras – é tudo o que o produtor quer.
A tão falada alta produtividade Em época de colheita não se fala em outra coisa senão a produtividade das lavouras – ou sobre o clima! A eficiência produtiva depende de tantos fatores mas, na prática, o conhecimento técnico é colocado a prova e acaba sendo medido também pela quantidade que o grão rende por hectare. – O produtor precisa estabelecer metas, a cada ano, de aumentar pelo menos 3% em produtividade e 5% de rentabilidade. É assim que se melhoram os índices. Hoje o preço está bom, mas e se a Argentina ou os Estados Unidos colherem bem, como acontece em anos
de clima “normal”? Por isso temos que pensar com seriedade na produtividade – reflete o engenheiro-agrônomo Dirceu Gassen, que esteve em Frederico Westphalen em abril, durante a 10ª Semana Acadêmica de Agronomia da UFSM-FW. Ele alerta para o fato de que países como o Paraguai, Argentina e Estados Unidos já estão com altos índices de produtividade, reforçando que o Brasil não pode ficar para trás. “Ou melhoramos, ou saímos do negócio. É uma necessidade do Brasil de aumentar a produtividade para a atividade se tornar mais viável”, defende Gassen.
Grãos
Se conversar com dez consultores ou agricultores, cada um deles terá sua forma de entender e fazer o manejo da cultura de maneira que os resultados possam “encher os armazéns” sem medo. Mesmo assim, ainda é difícil fazer com que todos os fatores “se casem” de maneira harmônica no campo, até porque alguns deles não dependem unicamente do produtor – como o próprio clima. Na busca por entender como estão agindo produtores que vêm se superando ano a ano, a reportagem conversou com o produtor Cesar Trentin, de Palmeira das Missões. Com a irmã Elizandra Trentin Baptistella e o cunhado Mauro, ele gerencia a Fazenda Sementes Trentin. A propriedade foi fundada ainda na década de 1960 pelo pai, seu Olívio Trentin, hoje aposentado. Na safra 2017/2018, são 1,1 mil hectares cultivados com a soja, sendo 600 em uma área com irrigação. Quando a equipe da Novo Rural esteve por lá, no início de abril, 40% da área estava colhida. Em alguns talhões a produtividade chegava a 80,5 sacas/hectare. “Não chegamos a ter dados separados das áreas irrigadas e das de sequeiro, mas com certeza tem talhões que se destacam”, pontua o engenheiro-agrônomo Marcelo Lira, que trabalha na fazenda, integrando a equipe técnica. Em relação a safras passadas, Cesar Trentin conta que tem conseguido estabilidade nos números. Ele credita esse resultado, principalmente ao clima, que tem sido favorável há vários anos. Por mais que irrigação vai conseguir suprir, caso haja alguma emergência, o clima com chuvas regulares é fundamental. Mas, claro, não é somente isso. A adoção de um manejo eficiente tem dado garantias de resultados ao longo das últimas safras. Aspectos como o manejo de solo, posicionamento adequado da cultivar, respeitando rigorosamente o zoneamento de cada cultivar – até porque também são produtores de sementes –, população adequada, manejo de fertilidade, além do manejo integrado de pragas e doenças são levados à risca, segundo o agrônomo Marcelo Lira. A qualidade das sementes utilizadas, com alto vigor de germinação, também tem sido crucial para chegar aos bons resultados.
Gracieli Verde
O que interfere nesses resultados
Cesar Trentin comemora resultados preliminares de mais um ciclo
Mas, e o custo disso tudo? Aqui se volta a outro fator considerado importante nas lavouras de modo geral: o gerenciamento desse custo de forma precisa. “Ter um olhar estratégico para cada talhão e optar por variedades que mais se adaptam neles. De nada resolver colocar uma variedade com alto potencial produtivo em uma área que esteja com alguma deficiência no solo”, exemplifica Lira. Por mais que essa questão é caso superado para muitas propriedades que conseguem ter assistência técnica mais presente na lavoura, ainda é um assunto que precisa ser lembrado, comentado, não deixado de lado. “Problemas com o manejo de solo, por exemplo, são muito frequentes, assim como no estabelecimento da cultura e no posicionamento de cultivares”, constata o agrônomo Felipe Lorensini, da Emater/RS local. Quer dizer, não se pode deixar de lado esses aspectos, porque isso reflete diretamente no bolso do produtor, independente de tamanho da lavoura.
MIP também é aliado Na fazenda, o manejo integrado de pragas é levado a sério. “A gente evita ao máximo aplicações desnecessárias, porque eleva muito o nosso custo, apesar de a produção ser destinada para sementes e isso exigir ainda mais cuidado”, segundo Lira. O agrônomo acrescenta que o MIP tem sido importante nos últimos ciclos, porque justamente ajuda a reduzir o impacto do aumento nos custos de insumos para a produção. “Nos últimos anos o custo de produção tem se elevado gradativamente, então é uma ferramenta que tem nos dado suporte nisso”, garante
7 |7Revista Novo Rural | Maio dede 2018 | Revista Novo Rural | Maio 2018
Agricultura
Geral
Revisão ajuda a manter a vida útil de máquinas
O que fazer durante a manutenção • Depois da última safra, o equipamento deve ser lavado de forma criteriosa, para que resíduos de solo e fertilizantes sejam eliminados, evitando a corrosão e dano das peças. Recomenda-se o uso de lavadoras com água quente e a não utilização de detergentes ácidos ou alcalinos. • Para não reduzir a vida útil da semeadora, a limpeza deve ser feita logo após o término de seu uso, impedindo que os resíduos atuem na redução da vida útil do equipamento. Quando observadas partes metálicas expostas e sem proteção, deve-se realizar a pintura, que pode ser pontual, com a utilização de sprays, ou até uma pintura geral, para áreas maiores.
• Após a lavagem, a lubrificação é um item importante. Deve ser feita, preferencialmente, ao sol. Peças sujeitas a corrosão devem ser pulverizadas ou banhadas em óleo. • No intervalo entre a lavagem e a lubrificação deve-se, preferencialmente, com a presença do operador, repor peças danificadas ou que têm grande probabilidade de quebra durante a próxima operação, assim evita-se contratempos. • A pressão das molas deve ser aliviada no tempo em que a semeadora não está sendo utilizada. Soltar as mangueiras de condução de sementes e fertilizantes, quando do tipo “traqueia”, também ajuda a evitar desgastes e que percam suas funções. Recomenda-se ainda, suspender os discos da semeadora, para evitar o seu contato com a umidade ou partículas que possam danificá-los.
Em época de preparo para a próxima safra de trigo, bom estar com tudo em dia
R
Gracieli Verde
esponsáveis por dar início ao ciclo produtivo de uma cultura, as semeadoras desempenham várias funções, dentre elas as de dosar e depositar no solo sementes e fertilizantes que resultarão em plantas, de preferência com elevado potencial produtivo. Para isso, o agricultor depende de implementos em bom estado de uso e conservação, devidamente regulados, para distribuir a quantidade adequada em profundidade e espaçamento pré-definidos. O professor-doutor Marcelo Silveira de Farias, do Departamento de Ciências Agronômicas e Ambientais da UFSM – campus de Frederico Westphalen, orienta que as semeadoras múltiplas, que realizam a semeadura de culturas de verão e de inverno, necessitam de alterações nas configurações, o que exige ainda mais manutenção e atenção redobrada. Em época de preparo para a próxima safra de trigo, bom estar com tudo em dia.
Aumenta a área de plantio de brócolis A
busca por alternativas por parte do produtor mostra que o setor está cada vez mais antenado nas demandas do mercado. É justamente por isso que o brócolis entrou para o setor primário de Liberato Salzano. Nesta safra, a área deverá ser de 60 hectares, maior do que o espaço usado ano passado pela cultura. São quase 20 produtores que apostam nesta produção, através de uma parceria entre o município e uma empresa de Serrafina Corrêa. Segundo o técnico agropecuário da Secretaria da Agricultura do município, Alison Tiago Bertuol, os primeiros lotes já foram plantados, desde o início de abril.
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Citrus
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Agricultura
Liberato Salzano abre safra de citros neste mês Expectativa é positiva para este ciclo e se espera melhores índices de produtividade
C
om a proximidade da colheita de bergamotas e laranjas, aumenta a expectativa em relação a mais uma safra na região. Em Liberato Salzano, um dos municípios com maior área, a expectativa é que esta seja uma das maiores safras dos últimos anos. Lá são cerca de 400 famílias envolvidas com a atividade, somando aproximadamente 1,2 mil hectares de citros no município – há uma projeção de aumentar pelo menos mais 200 hectares com novos plantios. De modo geral, segundo Emater/RS e demais setores do poder público que monitoram a atividade, este ciclo tem registrado bom volume de frutas, além de serem sadias. Variedades de laranjas como a iapar, salustiana, umbigo-bahia, rubi e laranja-céu já estão sendo colhidas. Já nas bergamotas, são as mais precoces a satsuma okitsu, dekopon, ponkan e bergamota caí. Mesmo assim, o trabalho mais intenso de colheita deve se concentrar em julho, agosto e setembro.
Abertura oficial da colheita
Está programado para o dia 30 de maio a 15ª edição da Abertura Oficial da Colheita de Citros, em Liberato Salzano. Mais uma vez, o evento promete trazer temas considerados importantes para esta cadeia produtiva.
Divulgação
Planalto Outro município em que a citricultura se destaca é Planalto. São mais de 360 produtores de laranjas e outros quase 40 com plantio de bergamotas. Isso tudo soma mais de 1,2 mil hectares. A sanidade dos pomares também é fator positivo por lá. Nesta safra a expectativa é que a produtividade seja de 27 toneladas por hectare nas laranjas e 13 toneladas/ha nas bergamotas. No município, o trabalho mais intenso com a colheita deve se concentrar em agosto, uma vez que a variedade da laranja valência é a mais cultivada.
Alpestre Nos 585 hectares de laranja em produção de Alpestre, a estimativa inicial de produção e produtividade da safra 2017/2018 era de 16.572 toneladas, com uma produtividade de 28 t/ha, segundo dados da Emater/RS-Ascar. – Estimamos uma queda de 30%, ou seja, deveremos ter um volume de produção em torno de 11.600 toneladas, com uma produtividade de 19,8t/ ha. Essa quebra é decorrente de diversos fatores, como: geada no início da floração, granizo no mês de outubro, período de estresse hídrico em fevereiro e março, além do manejo inadequado em relação a nutrição de plantas e a fertilidade dos solos – explica o técnico agrícola Clair Olavo Bertussi, da Emater/RS. Já a sanidade é satisfatória, consequência da forma como os pomares foram manejados até o momento. Ele ressalta ainda que aqueles citricultores que executaram as recomendações referentes a nutrição
adequada, os tratamentos fitossanitários e o manejo dos solos têm pomares com boa carga de frutos e com boa sanidade até o momento. “Já pomares que não foram adubados, que não tiveram nenhum tratamento, seja na forma convencional ou orgânico, e em que não foi trabalhado o solo de forma adequada, estão com problemas de doenças e pragas”, pondera Algumas variedades de laranja também estão começando a ser comercializadas por lá, como a iapar 73, rubi, umbigo-bahia e laranja-do-céu. Já nas bergamotas, a colheita da variedade satsuma okitso está sendo finalizada. Agora as variedades ponkan e caí já estão sendo comercializadas. Hoje, Alpestre conta com 500 famílias de citricultores, distribuídas em 482 na produção de laranjas, 124 com bergamotas e 39 com limão. Em relação à área, atualmente são 654 hectares de laranjas, 54 de bergamotas e 21 de limão.
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TM
Sementes
(55) 3742-3155 Rua João Manoel de Lima, 59 - Centro - Palmeira das Missões/RS
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Gracieli Verde/Arquivo Jornal AU
Agricultura
Grãos
Preço do milho volta a subir
Consultores acreditam na manutenção desses preços, pois entendem que pode aumentar a exportação
O
mercado do milho volta a “causar” no meio agrícola. Se por um lado produtores comemoram que os ganhos com o grão aumentaram nos últimos dois meses, por outro quem trabalha na produção de carnes perde o sono. Até porque, embargos internacionais no mercado de proteína animal também somam nesse cenário um pouco complicado. Independente disso, não tem como ficar isento. “Sem dúvidas isso já está impactando no custo de produção de carnes. Quem não se preveniu com estoque, sofre muito”, comenta o empresário Rogério Gobbi, que trabalha na área da suinocultura na região de Rondinha. Em algumas praças, como Erechim, o grão estava sendo ven-
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dido por R$ 40 a saca no dia 23 de abril. Já em Sarandi o preço praticado por cooperativas era de R$ 34,50, valor semelhante em Frederico Westphalen, Seberi e Palmeira das Missões. Em todo o Estado, o preço tem variado entre R$ 32 e R$ 38 a saca, segundo levantamento da Emater/RS nasemana do dia 16 de abril. Há consultores que acreditam na manutenção desses preços altos do milho, pois entendem que pode aumentar a exportação do produto. O anúncio de um leilão de milho por parte do governo, realizado no fim de abril, não animou o setor. Tanto consultores como integradores entendem que isso não beneficia na escala necessária do atual mercado.
VARIAÇÃO DO PREÇO DO MILHO* Erechim
R$ 40/saca
Sarandi
R$ 34,50
Frederico Westphalen
R$ 34,50
Seberi
R$ 34,50
Palmeira das Missões
R$ 34,50 * Dia 24 de abril.
Soja
Lavoura de Resultados tem dados sob análise Emater/RS revela número preliminar do projeto, o que já comprova êxito na diminuição das aplicações de defensivos nas lavouras de soja
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necessidade de aplicar menos herbicidas e inseticidas é cada vez mais presente na agricultura, seja pela necessidade de reduzir custos de produção, por questões ambientais, de saúde pública e para garantir a manutenção de tecnologias. Trabalhar para que as aplicações ao longo da safra de soja diminuam é o intuito do projeto Lavoura de Resultados, que é realizado em todo o Estado por meio a Emater/RS-Ascar, Embrapa, Massey Ferguson e Syngenta. Na safra 2017/2018, mais uma vez o trabalho técnico das equipes dessas instituições tem resultados sendo avaliados, segundo o assistente técnico estadual em Soja da Emater/RS, Alencar Rugeri. Em todo o Estado, foram 52 unidades de referência técnica que serviram para os profissionais estabelecerem comparativos com outras áreas em cada município que participa do projeto. Durante o ciclo, 22 dias de campo foram realizados nas mais diversas regiões, com quase 5 mil pessoas participando. “Nós praticamente dobramos a participação em relação ao ano passado”, revela Rugeri, satisfeito com essa repercussão. Ele também ressalta a importância das parcerias, que neste ano tem também a Syngenta no time. Em relação aos dados, Rugeri adianta que, por
mais que ainda seja cedo para ter a análise final, se percebe uma evolução. – A nossa estratégia é diminuir um terço da aplicação de inseticidas. Agora, o que é possível dizer é que tivemos 46% de redução neste ano, dado este ainda preliminar e não divulgado. Tranquilamente vamos atingir a meta, que é 33% de redução – explica, ressaltando que os números oficiais serão revelados durante a Expointer deste ano. Ele assinala ainda que, com esse trabalho, fica em evidência que ainda há muito produtor aplicando os defensivos sem necessidade, levando em conta apenas a calendarização ou com foco numa prevenção que, por vezes, pode ser considerada desperdício. A necessidade é justamente do manejo integrado de pragas (MIP), tão defendido por uma série de pesquisadores há bastante tempo e princípio do projeto. – Estamos muito satisfeitos com a receptividade que a sociedade produtiva tem em relação ao projeto, tanto produtores, técnicos, pesquisadores, como institutos federais e universidades. Temos visto que é fundamental essa estratégia de levar informação ao produtor e fazer visitas semanais na lavoura. É uma prática que o produtor vai ter de adotar – afirma o agrônomo, de forma categórica.
A necessidade de informações qualificadas em relação ao manejo de integrado de pragas fica em evidência com esse trabalho, afinal, não se pode colocar em risco a produção de uma lavoura em virtude de análises equivocadas. “Mas o projeto tem mostrado que é possível”. De forma paralela ao projeto, a equipe que trabalha com o Lavoura de Resultados também tem coletado vários dados dos produtores, como o tipo de tecnologia de aplicação que utiliza, que tipo de pulverizador usa, quantos têm marcador de linha e quantos são hidráulicos, por exemplo. A ideia é identificar outros problemas que possam estar influenciando os resultados nas lavouras gaúchas. “A gente sabe que temos muito problema com a aplicação de defensivos, então precisamos de mais dados sobre isso para propor melhorias”, pontua Rugeri. Ele reforça a necessidade de o produtor levar em conta princípios básicos para fazer as aplicações, como observa a temperatura, a umidade e o vento. “Temos uma carência grande ainda, infelizmente, de ser de domínio da sociedade produtiva que isso é fundamental e imprescindível para você ter sucesso em qualquer atividade”, destaca, garantindo que para a próxima safra o trabalho continuará.
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Agricultura
Geral Divulgação
AgroBella Agrícola conquista prêmio estadual AgroBella Agrícola recebe prêmio da Agroceres regional pelo maior crescimento em vendas de semente de milho
Eliomar Trevisol, gerente de vendas do segmento agrícola
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Adaptação das sementes na região gerou uma lucratividade excepcional aos produtores
este ano em que comemora 20 anos de atividade no mercado, a AgroBella, reconhecida como uma das empresas que mais cresce no segmento de rações no Sul do Brasil, também é destaque no setor agrícola. A empresa foi premiada pela Sementes Agroceres pelo maior crescimento e superação de metas da regional na safra 2017/2018. Durante a Expofred, no dia 28 de abril, a AgroBella receberá essa premiação no estande da empresa. Há 18 anos, a Agrobella Agrícola trabalha na compra de grãos e na comercialização de adubos, sementes e defensivos como representante das marcas Syngenta, Basf, Rondup e Sementes Agroceres. Atualmente, o setor representa 20% de todo o faturamento da AgroBella. Esse número reflete uma parte fundamental da empresa, pois é do setor que sai a matéria-prima para a fabricação das rações. As vendas de sementes ocorrem, em sua grande maioria, na região Norte do Estado, e depois retornam para a empresa, a fim de serem transformadas na indústria. – Mesmo estando em uma região de minifúndios, fomos reconhecidos em nível de Estado. Isso vem a coroar o trabalho da AgroBella Agrícola junto aos pequenos produtores da nossa região – ressalta o empresário Benoni Sponchiado. Para o gerente de vendas agrícolas, Eliomar Trevisol, com esse setor a AgroBella começou a incentivar os produtores a plantarem milho e, ainda, fornecia os insumos necessários. Assim, foram aumentando as vendas, o setor foi crescendo e hoje a AgroBella Agrícola possui uma tradição muito grande na venda de sementes. – Só conseguimos este prêmio graças aos
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nossos clientes, então só temos a agradecer a eles. É uma relação de ganha-ganha, porque o produtor tem um produto de qualidade, com alto potencial produtivo, e ao mesmo tempo contribui para toda a cadeia agrícola. Sem dúvidas, é um marco importante para a safra – defende. Hoje, o empreendimento tem um portfólio de sementes que atende todas as necessidades que o produtor rural necessita. Um dos híbridos que tem sido destaque e tem obtido resultados expressivos nas lavouras da região é o híbrido AG 9025, comercializado pela Agroceres. – Com a chegada do híbrido AG 9025, há três safras, conseguimos mudar os patamares de produtividade de milho na região. Isso ajudou a alavancar as vendas de milho. Esse híbrido tem ultrapassado a casa dos 200 sacas por hectare, viabilizando ainda mais o plantio de milho – explica o engenheiro-agrônomo e assistente técnico das Sementes Agroceres Jonas Michta. Segundo o assistente técnico, a empresa
Benoni Sponchiado, empresário
é líder no mercado do Sul devido ao excelente portfólio de híbridos comercializados pela empresa, tanto na produtividade de grãos como na produção de silagem. Além disso, os altos níveis de bromatologia e a adaptação das sementes na região gerou uma lucratividade excepcional aos produtores. Devido a esses fatores e também aos profissionais capacitados, a AgroBella Agrícola dobrou o número de vendas nos últimos três anos. Essa é uma contribuição relevante para o setor agropecuário regional, uma vez que o milho é uma cultura fundamental para a rotação de cultura prevista no sistema de plantio direto, mas que na safra passada sofreu redução de área em solo gaúcho em função de questões de mercado. Quer dizer, mesmo em época em que o produtor analisa muito bem o plantio do grão, a AbroBella conseguiu se destacar nas vendas e contribuir para que as áreas que tivessem o milho alcançassem bons resultados. Gracieli Verde
“É uma relação de ganha-ganha, porque o produtor tem um produto de qualidade, com alto potencial produtivo, e ao mesmo tempo contribui para toda a cadeia agrícola.”
“Isso vem a coroar o trabalho da AgroBella Agrícola junto aos pequenos produtores da nossa região.”
Equipe de vendas da área agrícola comemora sucesso da safra 2017/2018
Grãos
Agricultura Gracieli Verde/Arquivo Novo Rural
Triticultores devem manter área na região
No ciclo passado, qualidade foi comprometida por problemas climáticos, mas expectativa é melhor para a safra que está começando
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reação no preço do trigo nos últimos meses é a menor oferta do produto no mercado interno podem influenciar os produtores de trigo a manterem as áreas nesta safra, conforme a Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). Isso tem se confirmado numa previsão da área semeada nos municípios da região, segundo a Emater/RS. Conforme os dados dos escritórios municipais da região, a variação da área é extremamente baixa, de apenas 0,46%, chegando a 78,56 mil hectares semeados com a cultura. – A gente tem percebido que o preço mais alto e a expectativa de um clima mais favorável para a cultura neste inverno têm influenciado, inclusive, numa aposta por mais tecnologia nas lavouras, conforme os primeiros projetos de custeio para a cultura – observa o técnico agropecuário Darci Iora, da Emater/RS de Dois Irmãos das Missões. O produtor de trigo vem de uma série de frustrações com a cultura, seja pelo preço mais baixo pago pela saca no ano passado, ou por problemas climáticos que repercutiram diretamente na qualidade do grão. “Ano passado tivemos um bom desenvolvimento das plantas, mas quando chegou a fase reprodutiva começou o excesso de chuva, o que acarretou em sérios problemas de produtividade e na qualidade do grão”, recorda Iora. Em Dois Irmãos das Missões e em praticamente toda a região a média não passou de 20 sacas por hectare, o gerou prejuízos para muitos produtores. “A expectativa é que nesta safra que inicia possa ser melhor, com trigo de melhor qualidade”, acredita o profissional. O investimento é feito esperando um preço de pelo menos R$ 35/saca. No dia 20 de abril, o valor pago pela saca na praça da Panambi estava na faixa de R$ 37, mesmo valor de Sarandi e Seberi.
“A chance de um clima mais favorável têm influenciado numa aposta por mais tecnologia." Darci Iora, extensionista da Emater/RS
Produtor
>> Cooperativas debatem diversificação da cultura Um encontro realizado em Cruz Alta debateu projeto de diversificação da cultura promovido pela FecoAgro/RS e Embrapa Trigo, em abril. O projeto tem como intuito achar saídas para reduzir custos e buscar alternativas de exportação do cereal. Segundo a Fecoagro/ RS, as cooperativas são responsáveis pelo recebimento de, pelo menos, 60% da safra da cultura. – Enquanto o Brasil produz metade do trigo que consome, o Rio Grande do Sul, produz o dobro do trigo que consome. Por isso, vislumbramos que em algumas partes do Estado se comece a cultivar um trigo com características de exportação. E as cooperativas e seus associados que vão definir esta adesão – projetou o presidente da FecoAgro/RS, Paulo Pires. A FecoAgro/RS estima que a área semeada se mantenha em 699,2 mil hectares, mesma perspectiva dos levantamentos da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o que significa a manutenção do espaço para a cultura em relação ao ano passado.
Fique atento ao zoneamento agrícola para a semeadura de trigo previsto pelo Ministério da Agricultura. Na dúvida, consulte a equipe da Emater/RS do seu município ou sua assistência técnica de confiança.
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Agroindústrias
Um brinde aos produtos coloniais! Protagonistas dentro do setor primário, produtores rurais que investem em agroindústrias conseguem agregar renda e trazer os filhos para os negócios Gracieli Verde
revistanovorural@oaltouruguai.com.br
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o fim dos anos 1990 uma “chiqueirada” de suínos cujo dono estava com dificuldade de vender, no interior de Iraí, fez com que ele visse na produção de embutidos uma saída para ganhar parte do sustento da família. No município vizinho de Frederico Westphalen, o sonho de uma agricultor iniciado há alguns anos fez com que a família projetasse uma agroindústria de laticínios, com queijo colonial e doce de leite, entre vários outros produtos. Em ambos os casos, a participação dos filhos no negócio já é realidade, mostrando o potencial que a agroindustrialização tem para envolver os jovens no campo, onde eles também podem empreender junto com a família e realizar sonhos.
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A necessidade de gerar renda e o olhar empreendedor A 18 quilômetros do perímetro urbano de Iraí – e a oito de Ametista do Sul –, na linha Santa Dorotéia, o cenário tem mudado consideravelmente para a família de Antônio e Mirma da Silva nos últimos anos. Os dois começaram a história na agricultura com pouco mais de 10 hectares – hoje são 20 – e a busca por alternativas de renda não é de hoje. Ainda quando os filhos Gilson e Gilmar eram pequenos, os pais tentavam apostar em produções diversas para gerar o sustento. No fim dos anos 1990, a aposta em produtos como pipoca, laranja e tantas outras “miudezas” fizeram com que Antônio começasse a sair de casa para vender seus produtos. Foi quando, bem no fim dessa década, a dificuldade de vender uma “chiqueirada” de suínos pronta para abate fez com que surgisse a ideia de fazer embutidos. “Lembro que abatemos um suíno, fizemos salame, coloquei no Fusca que a gente tinha e sai para vender. Voltei para casa sem nada”, recorda o produtor. E o mesmo se repetiu nas semanas vindouras, até que o lote de suínos foi todo transformado e, certamente, vendido a um valor mais atrativo. Na época, em contato com a extensão rural do município, veio a sugestão de montar uma pequena agroindústria. O extensionista Mário Coelho da Silva, que hoje é o gerente-adjunto da Emater/RS em Frederico Westphalen, atuava no escritório local e acompanhou esse processo. Produzir e comercializar embutidos coloniais legalizados era algo “novo” no município, então valia o investimento. Bem no início dos anos 2000 a produção começou, num espaço adaptado no porão da casa. Em 2001 saiu o primeiro registro do empreendimento. “No começo a gente fazia 50 quilos de salame a cada 15 dias. Quando a gente registrou, já era um pouco mais”, recorda seu Antônio. Paralelo a isso, o trabalho com a lavoura continuava. Em 2005 fizeram a última safra de fumo. Era sinal que a Embutidos Santa Dorotéia já estava fortalecida, a ponto de garantir mais renda para a família poder deixar de lado a cultura – nessas áreas agora eles criam gado de corte.
Demanda crescente fortaleceu a agroindústria Com os negócios aumentando, a necessidade de produzir mais também chegou. Era hora de analisar a construção de uma estrutura mais adequada às demandas diárias da agroindústria. Como conta o filho Gilmar, 28 anos, a produção chegou a 600 quilos de salame por semana na mesma estrutura montada no porão da casa. “Ou a gente investia, ou parava de uma vez”, comenta o pai. Nesse ponto, a decisão de agregar mais gente no negócio também amadureceu. O filho mais velho, Gilson, 32, que morava em Chapecó/SC, decidiu voltar para Iraí e residir na propriedade dos pais. Foi a partir daí que o investimento de R$
1,2 milhão em uma nova estrutura começaram, com máquinas mais modernas e espaço totalmente adequado para acessar inspeções que permitem ampliar mercados. Metade do valor foi oriundo de recursos próprios e o restante através de financiamento – eles acessaram uma linha de crédito do BNDES, através da Sicredi Alto Uruguai. Até então, a fiscalização era feita pelo Serviço Municipal de Inspeção, permitindo a venda apenas na área de Iraí. Agora, com o novo espaço, está sendo encaminhada a inspeção via Susaf. Quando a reportagem esteve na propriedade, as atividades na nova planta ainda não haviam iniciado.
Agroindústrias
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Preocupação com a qualidade O caçula Gilmar destaca que ao longo dos anos o produto foi sendo aprimorado. “Sabemos que a concorrência também existe, mas sabemos que temos diferenciais também, tanto no produto como na forma de negociar e no atendimento”, defende, consciente de que para estar no mercado é preciso aprimorar os processos e acreditar no que se faz. Além do salame, a linha de produtos também ampliou para linguiça toscana, morcela e copa. A agroindústria também tem autorização para comercializar cortes de carne, que tem uma demanda grande. “É um caminho bem árduo, mas vale a pena. Foi algo semeado pelo pai, lá atrás,
e hoje temos um produto de alta qualidade”, ressalta o filho Gilson. Atualmente a venda dos produtos da Santa Dorotéia é majoritariamente feita em supermercados da cidade, e uma pequena parcela direta ao consumidor. A planta atual tem capacidade para transformar 36 carcaças por dia. Isso corresponde a 2,8 mil a 3 mil quilos de embutidos. A produção de um dia nesta nova estrutura representa a produção semanal da agroindústria que eles tinham no porão de casa. A expectativa é grande para que possam comercializar também em outros municípios da região, a partir das mudanças na inspeção.
Gracieli Verde
Da esq. à dir.: Gilson e esposa Ana Paula, dona Mirna com seu Antônio, o caçula Gilmar, o filho Miguel Antônio e a esposa Ana Paula
Novas possibilidades Aproveitar o cenário genuinamente rural da propriedade para o turismo é uma das possibilidades para o futuro. O porão da casa, que será a agroindústria desativada, poderá dar espaço para servir cafés coloniais. Uma cachoeira também poderá ser visitada e Antônio também pensa em passeios a cavalo. “Eu espero trabalhar só com isso um dia e deixar os guris tocarem a agroindústria”, expõe ele. Inclusive, capacitações na área serão feitas pela família, assim como outras interessadas, através de uma parceria entre o município, Emater/RS e Senar/RS.
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Agroindústrias
Gracieli Verde
Edudavi abre mercado para queijo colonial e outros laticínios
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Sandra e Paulo com a filha Vanessa
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Gracieli Verde
Em Frederico Westphalen a agroindústria Edudavi, localizada na linha Volta Grande, tem sido uma referência na área de laticínios: queijo colonial, queijo mussarela fatiado, nata, ricota, doce de leite e iogurte. Há um ano e cinco meses a planta que custou perto de R$ 1 milhão está funcionando, gerenciada pelo casal Sandra e Paulo Bellé, com os filhos Eduardo, 21, Vanessa, 16, e Vitor, 8. Não há dúvidas que o maior orgulho de Sandra, depois dos filhos, é a Edudavi, como se fosse a “caçula” da propriedade. – Foi muito tempo até tudo se estruturar, até o Paulo também ver possibilidade de negócios com a agroindústria, mas deu tudo certo e hoje esperamos ansiosamente por poder aumentar as vendas. Isso só será possível se tivermos inspeção estadual ou federal – acredita Sandra. O mercado para os produtos Edudavi já é considerado fortalecido no município, apesar de muitas vezes haver a concorrência desleal com produtos de agroindústrias não formalizadas. Mesmo assim, é possível ver a marca familiar na maior parte dos supermercados. A Feira do Produtor também é ponto de encontro de clientes, aos sábados pela manhã. Em relação aos produtos, o carro-chefe é o queijo, 60% colonial e 40% mussarela. A rotina é puxada entre a produção, a embalagem, limpeza, venda e distribuição dos produtos, mas é o negócio que Sandra sempre quis oferecer para o mercado. Mesmo assim, por enquanto Paulo ainda cuida da lavoura, mas também ajuda na Edudavi. O leite é praticamente todo comprado de outros cinco produtores, todos bem próximos da agroindústria, com análises periódicas do produto. Hoje, 30 a 35 mil litros por mês são processados, o que representa dois mil litros a cada dois dias – no começo eram 500 litros/dia. “Mas, a capacidade é para trabalhar com 10 mil litros de leite por dia”, conta a produtora. O crescimento é muito almejado por Sandra e Paulo, mas nada de exageros, justamente para não perder a característica dos produtos, que já são reconhecidos pela qualidade.
Doce de leite é um dos produtos diferenciados
Queijo colonial é um dos destaques da marca
O envolvimento dos filhos O brilho nos olhos de Sandra quando fala do envolvimento dos filhos no negócio já diz muita coisa. “Eles ajudam, se envolvem. O Eduardo gosta de trabalhar aqui dentro. Já a Vanessa adora ajudar nas vendas, se destaca em lidar com as pessoas”, conta, orgulhosa. Mas ela acredita que o caçula Vitor pode sim ser o sucessor no negócio, porque vai crescer acompanhando de perto o desenvolvimento do negócio. Todos têm salário e isso dá tranquilidade para Sandra envolver a família no trabalho. “O jovem precisa ter renda, senão ele não se sente incentivado para ficar conosco”, defende. Na família, a renda aumentou em, pelo menos, 30% no último ano, apesar de todos os investimentos que estão sendo pagos.
Emater/RS tem dado suporte Marcela Buzatto/Emater/Divulgação
No caso de Sandra Bellé, asque agora já deve entrar em ousim como em outras agroindústros patamares de produção e trias que estão instaladas em comercialização, outras agroinFrederico Westphalen, o escritódústrias de mandioca devem rio municipal da Emater/RS tamconseguir a formalização em bém dá suporte, especialmente breve. “Um moinho também está na fase inicial. Questões sanitánum processo de legalização, rias, de legislação, estruturação apesar de estar há muito tempo de plantas e licenciamento amem funcionamento e ser tradicioExtensionistas Vera Cancian e biental são alguns dos aspectos nal”, cita a extensionista VanesMateus Stefanello, da Emater de em que a equipe também atua. sa Dal Canton, da Emater/RS loFrederico Westphalen – Na questão dos mercados, cal. Ela acredita que com esses com o assessoramento em feiempreendimentos conseguindo ras, também estamos presena formalização, será mais fácil te nesse trabalho. Outra contribuide outros surgirem, até porque o ção importante é nos cursos de mercado interno de Iraí é aqueboas práticas de fabricação e nos cido para esses produtos, espede aperfeiçoamento, que os procialmente os inspecionados, uma dutores podem ter acesso nos divez que o turismo das águas tem versos centros de treinamento da se fortalecido nos últimos anos. Emater/RS – cita a chefe do es– É claro que é necessáVanessa Dal Canton, extensionista em Iraí critório municipal, Vera Cancian. rio ponderar que a decisão de Com ela também tem foco neste investir em uma agroindússetor o engenheiro-agrônomo Mateus Stefanello. tria passa pela questão de que a família preciNo caso de Frederico Westphalen, um nicho sa produzir a matéria-prima e também estrutuevidente, segundo o agrônomo, é no que se referar a comercialização do produto final. De fato, re à filetagem de peixe, com um pequeno frigoríisso não é tão simples, é preciso de mão de fico. “Isso é uma necessidade para viabilizar feiobra familiar e empreendedorismo. Mas, casos ras locais e o comércio legalizado para o peixe como o da Santa Doroteia mostram que é posno município”, ressalta. sível, inclusive viabilizando a sucessão familiar Em Iraí, além da Embutidos Santa Dorotéia, – explica Vanessa. Marcela Buzatto/Emater/Divulgação
A venda para mercados como a alimentação escolar é um dos objetivos da Coopraf, que reúne empreendedores de Frederico Westphalen e outros municípios dos arredores. Uma novidade da cooperativa é que a partir de maio começam as entregas de produtos da agricultura familiar para os presídios de Frederico Westphalen e Iraí – pães, hortifrúti e massas. O presidente, Vanderlei Zonta, avalia como positivas essas vendas, comprovando que é possível acessar esses mercados institucionais de forma coletiva. Uma novidade para o período pós-Expofred é o lançamento de espaços de produtos agroindustriais locais em supermercados da cidade. O primeiro a ser montado ficará na Cotrifed. Inclusive, com a parceria da Sicredi Alto Uruguai, um profissional foi contratado para priorizar esse nicho. – É uma forma de termos uma gôndola específica com os nossos produtos, para que o consumidor identifique-os com mais facilidade e agilidade ao fazer as suas compras. Frederico Westphalen é um polo regional e é importante que tenha esse tipo de espaço, porque assim nos aproximamos mais dos consumidores – defende. A busca, segundo ele, é justamente por fortalecer as agroindústrias associadas, além de abrir mais mercados, com quantidades maiores de produtos. E por falar em produtos, identificar algumas demandas no mercado local é crucial para a cooperativa poder ofertar mais diversidade e, ao mesmo tempo, mais famílias poderem acessar uma renda diferenciada com novos negócios. – É visível uma demanda por grãos embalados, como feijões em geral, pipocas, canjica. O que pensamos é que teríamos de ter uma organização de vários produtores para viabilizar a compra do maquinário, mas vemos como possível a geração de renda com esses produtos para algumas famílias. Hoje deixamos de fornecer esse tipo de produto por não termos uma linha embalada – revela Zonta. Os orgânicos são outro nicho. Por mais que ainda o consumidor não seja acostumado a comprar um produto mais caro, Zonta acredita neste potencial.
Agroindústrias
da Cooperativa dos Produtores Rurais da AgriPara que as agroindústrias possam aderir ao cultura Familiar de Frederico Westphalen (CooSistema Unificado Estadual de Sanidade Agroinpraf), como uma ajuda de custo para esses esdustrial Familiar, Artesanal e de Pequeno Porte tabelecimentos, porque todas precisam de um (Susaf) ou ao Sistema Brasileiro de Inspeção de responsável técnico. “Para isso, ainda dependeProdutos de Origem Animal (Sisbi-POA), são nemos da aprovação da Câmara de cessárias algumas adaptações no Vereadores”, explica Cerutti. próprio Serviço Municipal de InspeMais incentivos municipais ção. O secretário de Agricultura de também destinam recursos para a Frederico Westphalen, Cleber Ceviabilização desses negócios, seja rutti, afirma que o prefeito, José Alvia Secretaria de Agricultura ou berto Panosso, autorizou a contraatravés da Secretaria de Indústria e tação de uma consultoria, para que Comércio, dependendo do patamar se tenha condições de fazer as mude valores. Serviços de manutendanças necessárias. ção de acessos e de fortalecimen– Se quer criar condições para to de canais de comercialização, que as agroindústrias tenham legaliCleber Cerutti, secretário como as feiras, também são citazação para vender em nível de Brade Agricultura de FW dos pelo secretário como importansil essa produção de origem animal. tes nesse processo. Inclusive, o município deveNeste caso, se encaixaria a Eduvavi e outras que já rá ter acesso em breve a mais uma câmera-fria e estão no mercado há mais tempo – observa. a uma empilhadeira para beneficiar as agroindúsOutro projeto que está em andamento é a possível contratação de um veterinário, através trias, por meio do governo do Estado.
Coopraf: desafio é aproximar consumidores e produtores
Gracieli Verde
Município tem interesse em rever sistema de inspeção
Chamamento aos informais Tanto as equipes da Emater/RS como da própria Coopraf reforçam a necessidade de legalização das agroindústrias de forma geral. “Quem não está formalizado, que procure uma forma de se regularizar. É melhor não esperar ter um problema sério com a produção informal e poder trabalhar com segurança”, comenta a extensionista Vera Cancian, da Emater/RS. Já o presidente da Coopraf, Vanderlei Zonta, ressalta que se o produtor acha que ganha dinheiro com a produção informal, ele tem que avaliar que uma produção legalizada, de acordo com as exigências sanitárias, tem muito mais espaço no mercado, o famoso valor agregado que tanto é falado. “Não há o que temer”, reforça.
Vanderlei Zonta preside a Coopraf
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Fique atento Cartilha orienta sobre aproveitamento de resíduos
Prazo para o CAR termina neste mês Para quem ainda não preencheu o Cadastro Ambiental Rural, o CAR, o alerta é importante. Acaba neste mês de maio o prazo para os produtores enviarem os dados. Essa base eletrônica foi criada a partir do novo Código Florestal e contém informações das propriedades e posses rurais, além dos limites das posses com áreas de vegetação nativa e reservadas para preservação. Esse prazo já foi uma prorrogação – o anterior terminava em 31 de dezembro de 2017. Essa inscrição no cadastro eletrônico é obrigatória para todos os imóveis rurais do país.
Jovens das CFRs podem inscrever em programa do Instituto Souza Cruz Você deve ter visto na edição passada como funciona o trabalho das Casas Familiares Rurais da região. Tem mais notícia boa por aí. Neste ano mais uma vez a CFR de Frederico Westphalen inscreverá jovens no programa Novo Rurais, um programa realizado pelo o Instituto Souza Cruz, do Rio de Janeiro. Desde 2013 a escola participa e, desde então, vários projetos idealizados por jovens receberam bolsas de R$ 3 mil, a fundo perdido, ou seja, o aluno não precisa devolver esse dinheiro, mas, claro, deve executar o projeto proposto. Podem se inscrever alunos que estão no terceiro ano de escolas que tenham foco na agricultura. Neste ano, os projetos deverão ficar prontos até final de junho. O resultado está previsto para ser divulgado em agosto. Se você estuda em alguma escola com esse foco e quer participar, faça contato com o Instituto Souza Cruz, pelo e-mail institutosouzacruz@ institutosouzacruz.org.br. O site é o institutosouzacruz.org.br. 18 | Revista Novo Rural | Maio de 2018
Para baixar a cartilha, acesse: bit.ly/2v5fpYw
O aproveitamento econômico dos resíduos bovinos de corte e leite é um dos desafios do setor agropecuário. Com o objetivo de auxiliar o produtor a gerar renda a partir dos resíduos e diminuir os custos de produção, bem como reduzir os efeitos na atmosfera de gases como o metano, o Ministério da Agricultura lançou uma cartilha. O estudo promovido identifica e seleciona tecnologias de produção sustentáveis que podem ser implantadas nas condições de produção de bovinos de corte e leite em sistemas intensivos brasileiros. Entre os assuntos, a gestão racional da água e dos alimentos, implantação de biodigestores, geração de energia elétrica por meio do
uso do biogás produzido pelos dejetos, compostagem mecanizada e também o sistema de compost barn. Hoje, a agricultura e a pecuária contribuem com 14% das emissões globais de Gases de Efeito Estufa (GEE), sendo o terceiro maior setor responsável pela emissão desses gases. Do total de emissões antropogênicas de metano (CH4) e óxido nitroso (N2O), a pecuária contribui em termos globais com 35% e 65% dos respectivos gases, sendo que a América Latina ocupa a segunda posição na lista dos principais emissores de metano entérico, responsável por 23,9% do total, ficando atrás apenas da Ásia.
Produtores podem ser premiados por preservar o meio ambiente O programa Vizinho Amigo, da Foz do Chapecó Energia, foi lançado em abril e promete recompensar com prêmios em dinheiro produtores rurais e agricultores familiares lindeiros ao reservatório da Usina. Para tanto, estes precisam realizar ações de conservação às Áreas de Preservação Permanente (APPs). Os interessados em participar precisam ler com atenção o regulamento e preencher a ficha de inscrição, disponíveis no site da empresa: www. fozdochapeco.com.br. Da região podem participar lindeiros de Alpestre, Rio dos Índios, Erval Grande, Faxinalzinho e Itatiba do Sul. Além de recompensar as ações ambientais de
preservação, o programa também tem o objetivo de divulgar as boas práticas e torná-las exemplos para a região. Os produtores serão avaliados por critérios pré-definidos e podem receber ou perder pontos conforme as ações desenvolvidas. Os dez proprietários, cinco do lado catarinense e cinco do lado gaúcho, que tiverem a maior pontuação, ganharão prêmios em dinheiro que vão de R$ 1 mil a R$ 6 mil. As inscrições podem ser feitas até outubro. As visitas às propriedades para verificar as informações fornecidas pelos produtores e agricultores serão feitas em setembro e novembro e a premiação ocorre em dezembro.
Serviço
– Mais informações no (49) 3325.1257/1248 ou nas secretarias de Agricultura dos municípios.
Cronograma
– Inscrições e regulamento: www.fozdochapeco.com.br
Prazos
De março a setembro: inscrições De setembro a novembro: vistorias nas propriedades Dezembro: premiação
Premiação (valor por Estado) 1º colocado: R$ 6.000,00 2º colocado: R$ 4.000,00 3º colocado: R$ 3.000,00 4º colocado: R$ 2.000,00 5º colocado: R$ 1.000,00
Maio é mês de vacinar o rebanho contra a febre aftosa A saúde dos animais, especialmente bovinos e bubalinos, mais uma vez está em pauta neste mês de maio. É a vez da vacina obrigatória contra a febre aftosa. A imunização do rebanho deve ser feita durante o mês, o
que também precisa ser comprovado nas Inspetorias Veterinárias de sua abrangência. No início de 2018, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento aprovou a diminuição da dose aplicada aos bovídeos. Mas, a medida
Dose: 5 ml
Aplicação: tábua do pescoço
Temperatura de conservação da vacina: 2°C a 8°C
vale para 2019, quando os produtores poderão reduzir o volume aplicado da vacina de 5ml para 2ml. A determinação está prevista na Instrução Normativa nº 11, publicada no Diário Oficial da União em 22 de janeiro.
Animais: bovinos e bubalinos
Declaração de vacinação: procure o serviço veterinário oficial mais próximo
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Parceiros do leite
Região se mobiliza em favor da pecuária leiteira Através da Amzop e movimentos sociais, pauta de reivindicações pede mais prazo para produtores quitarem financiamentos
A Expectativa é que sensibilização resulte em medidas já nesta metade do ano
pecuária de leite vive um momento delicado nos últimos anos. Preço mais baixo pelo litro de leite, necessidade de uma série de adequações do ponto de vista de qualidade do produto, consumidores mais conservadores e, portanto, uma demanda considerada menor. Isso, entre diversos outros fatores, têm refletido numa recuperação muito lenta para o setor. “Por mais que o preço médio considerado pelo Conseleite/RS tem aumentado um pouco, chegando perto de R$ 1, tem produtor que ainda recebe bem menos”, cita o agrônomo Valdir Sangaletti, da Emater/RS. É por isso que a Amzop também tem se mobilizado, em parceria com os movimentos sociais – através de vários sindicatos –, para buscar o posicionamento do governo na busca por uma melhora. Isso motivou uma reunião, no dia 6 de abril, em Palmeira das Missões, para falar sobre o tema. Uma estimativa da Emater/RS aponta que a redução de pecuaristas leiteiros nos últimos anos tem gerado um prejuízo de mais de R$ 220 milhões na economia regional, considerando a região da Amzop, mesmo tendo como referência o preço mais
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baixo pago ao produtor. “Desde 2015 até 2017, a redução é de cerca de 10 mil para 7 mil pecuaristas leiteiros”, cita Sangaletti. A necessidade de medidas rápidas para encontrar soluções para o cenário de preço baixo e o abandono da atividade por grande parte de produtores – entre outras questões – foi defendida pelo prefeito de Campo Bom, Antonio Sartori, que é o vice-presidente da Amuceleiro. – Na nossa região decretamos emergência econômica para sensibilizar as autoridades. O que assusta não são os números mostrados pela Emater/RS (sobre a redução de famílias produtoras), mas a falta de políticas para recuperar o setor – disse. Para que o assunto “saísse dali”, uma articulação do deputado federal Jerônimo Pizzolotto Goergen, um dos políticos presentes em Palmeira das Missões, permitiu que um grupo de lideranças ligado à Amzop e aos movimentos sociais estivesse na capital do Estado para entregar uma pauta de reinvindicações, no dia 9 de abril, ao secretário-executivo do Ministério da Agricultura, Eumar Roberto Novacki. Representantes da Secretaria de Agricultura do Estado RS também receberam esse documento.
Expectativa para respostas O presidente da Amzop, Gilson De Carli (prefeito de Liberato Salzano), ressaltou que a lista de reinvindicações tem sido construída entre vários elos do setor, como entidades e movimentos sociais. “Dizer que está ruim todo mundo sabe, temos que ter uma solução”, reforçou. Segundo ele, a equipe do Mapa garantiu que fará um levantamento junto à Conab para tentar anunciar medidas para o setor já no próximo Plano Safra, nesta metade de ano. Para reforçar a importância da cadeia produtiva do leite para a região, foi montada a “Carta aberta sobre a crise que afeta a cadeia produtiva do leite na região Noroeste do RS”. No documento há dados de um estudo da Emater/RS em relação à saída de produtores da atividade. Entre os fatores que influenciaram para este movimento está a baixa renda da bovinocultura leiteira, oportunidades de renda mais atrativas, redução no consumo de leite pelo mercado, alta nas importações de leite, dificuldade em atender exigências das indústrias, além do preço baixo do leite desde 2015. Entre as questões urgentes que foram citadas está o controle efetivo de tuberculose e brucelose, assistência técnica a todas as famílias que produzem leite; redução da importação; preço mínimo baseado no custo de produção; além de negociar as dívidas dos produtores, concedendo prazo de 10 anos e com desconto de 50% do valor total.
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Revista Novo Rural Maio de 2018
Em Ronda alta, SisLeite tem foco no público jovem
Maio Daiane Binello
I
dentificar as demandas do setor leiteiro e propor medidas que melhorem esse cenário tem sido um dos desafios de entidades, cooperativas e produtores. Um dos projetos que vem para auxiliar nesse sentido é o SisLeite, que tem como norte principal promover capacitações relacionadas a vários aspectos da cadeia produtiva, uma forma de incluir técnicos e produtores nesse processo. Por meio da Emater/RS-Ascar, o Projeto de Assistência Técnica para o Desenvolvimento de Sistemas de Produção de Leite da Agricultura Familiar (SisLeite) tem chegado a diversos municípios. Em Ronda Alta, o público prioritário para essas capacitações vem sendo as famílias que contam com jovens na propriedade. Formam o grupo 19 pessoas, que inclusive já participaram de uma aula inaugural, no fim de março. Esses jovens participantes dessa atividade também serão inseridos no Programa Gestão Sustentável da Agricultura Familiar, da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo (SDR), que é executado pela Emater/RS-Ascar. A equipe da Emater/RS ressalta que o projeto propõe a difusão de um conjunto de diretrizes técnicas e metodológicas que de-
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DIA
9 e 10 Interleite Sul 2018
Centro de Cultura e Eventos Plínio Arlindo de Nês Chapecó/SC
DIA Capacitações têm como objetivo principal tratar sobre a cadeia produtiva
vem ser consideradas, como a visão sistêmica da propriedade e da atividade, o diálogo com a família e o planejamento conjunto, a pactuação de atividades e comprometimento com os resultados, gestão da atividade, foco no aumento da eficiência técnico-econômica, prioridade dos gastos em produção, qualidade e redução da penosidade, máxima eficiência na produção de alimentos volumosos, conservação dos recursos naturais, respeito à legislação ambiental
e ao bem-estar animal. No município, o poder público municipal, bem como o Sindicato dos Trabalhadores na Agricultura Familiar, tem sido parceiros desse trabalho. A primeira aula contou com a explanação do assistente técnico regional Valdir Sangaletti, da Emater/RS de Frederico Westphalen, que apresentou aos jovens o projeto, citando objetivos e a proposta de trabalho. Por lá os encontros são quinzenais e abordarão diferentes temas.
17 Reunião da Câmara Setorial Regional do Leite 14 horas Auditório da Amzop Seberi
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Parceiros do leite
As vacinas do seu plantel estão em dia? Imunização dos animais depende de decisão do produtor de manter o rebanho em segurança Gracieli Verde
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A
sanidade do plantel tem sido assunto recorrente em reuniões e encontros que tratam da produção leiteira. Para que a cadeia produtiva galgue novos patamares, até mesmo para ampliar a exportação, é crucial que isso seja levado a sério. – Hoje o Brasil só não exporta leite porque não tem sanidade e não tem volume constante ainda. E se um dia tiver volume constante, não vai ter sanidade – elucida o consultor Juliano Alarcon Fabrício, que inclusive presta assessoramento na Granja Ortigara, em Taquaruçu do Sul, personagem da nossa reportagem de abril. Ele garante que o custo com a prevenção de doenças como a brucelose e a tuberculose representa menos de 1% do custo de produção dos animais. Como na edição passada abordamos a importância de prevenir-se contra essas duas doenças, o tema tem sequência, mostrando mais um caso de um produtor que também mantém controle rígido de outras doenças. Afinal, isso ainda é um gargalo para o setor. Desta vez a reportagem conheceu a propriedade de Milton Schmith Zancheta, no interior de Novo Tiradentes. Por lá são 35 animais em lactação, com uma produtividade mé-
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dia de 24 litros/vaca/dia. A produção de leite tem um significado muito especial para ele, porque viabilizou que desde 2008 a família mudasse de vida, depois de uma frustração severa com grãos. Lá as vacas geram a principal fonte de renda, portanto, o cuidado com elas é grande. Tanto que desde 2014 a propriedade é uma das unidades de referência do programa de Gestão Sustentável da Emater/RS e está inserida no projeto SisLeite, segundo a equipe do escritório municipal. O produtor conta que em uma viagem a Nova Petrópolis o inspirou a investir na produção. A evolução da atividade foi tanta que hoje, depois de muito trabalho e investimento, o filho Gabriel, de 23 anos, planeja voltar para a propriedade. A família também quer ter mais animais em lactação, pelo menos 70, e implantar um sistema de compost barn. “São metas que temos para viabilizar uma renda suficiente para todos nós”, comenta Zancheta. Mas falando sobre a sanidade, o produtor mantém um calendário que prevê todas as doses de vacinas que são necessárias durante o ano para o rebanho, como contra leptospirose e carbúnculo. Não tem como se perder. Além, é claro, das outras obrigatórias, como da aftosa e brucelose.
Extensionistas Renato Kreitmaier e Luciano Schievenin com o produtor Milton Schmith Zancheta
O produtor conta que quando a Nestlé abriu a unidade em Palmeira das Missões, em 2008, ele foi um dos primeiros de Novo Tiradentes a vender o leite para a empresa. “Foi ali que exigiram comprovação de todas essas vacinas. Desde então não parei mais”, diz. A força do hábito faz parte de uma preocupação em
ter um plantel sadio e com mais potencial produtivo. O próximo passo, se depender da insistência do filho Gabriel, será a busca pela certificação de propriedade livre de tuberculose e brucelose – a exemplo da Granja Ortigara. “Talvez no próximo ano, até para conseguir um preço melhor”, diz seu Milton.
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“Só estão preocupados aqueles produtores mais desenvolvidos dentro da atividade, outros acabam fazendo somente as vacinas obrigatórias Luciano Schievenin, extensionista da Emater/RS
Ainda há muito para evoluir Na visão dos extensionistas Luciano Schievenin e Renato Kreitmaier, ambos do escritório municipal da Emater/RS de Novo Tiradentes, no município ainda há muito para evoluir na busca por um plantel minimamente imunizado. “Só estão preocupados aqueles produtores mais desenvolvidos dentro da atividade, outros acabam fazendo somente as vacinas obrigatórias, as demais ficam de lado”, acredita Schievenin. Hoje no município são 70 produtores de leite. São atitudes como a do seu Milton, de bancar um plantel saudável e que mantenha um rendimento equilibrado, que dão a garantia para a sucessão familiar estar perto de acontecer, com o retorno do filho para a atividade. “Aqui sempre se viu muita evolução nesses anos, mas com os pés no chão. Isso tem permitido que ele aumente a produção de uma forma equilibrada”, completa Kreitmaier. E Kreitmaier reforça: “não adianta o produtor ter a terra boa, o solo bem cuidado, pastagens adequadas, ter um rebanho com genética, produtivo, e deixar esse plantel desprotegido, porque os problemas com doenças podem colocar tudo a perder. Então, essa conscientização é fundamental”.
Se você tem dúvidas em relação às vacinas que precisam ser aplicadas além das obrigatórias, converse com o seu veterinário de confiança.
A Emater/RS também tem um veterinário à disposição na região. Você pode falar sobre a necessidade de um assessoramento mais específico, se for necessário. Converse com a equipe do seu município ou procure profissionais que atuam nas secretarias de Agricultura da sua cidade.
Na Inspetoria Veterinária da sua cidade você também pode obter orientações.
Não deixe para “descoberta” a saúde do seu plantel. São esses animais que garantem a produção do que lhe gera renda.
O prejuízo gerado pela perca de um animal é grande, não vale o “esquecimento” da imunização preventiva.
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Parceiros do leite
Novas regras para a qualidade do leite? Leandro Kempka/Arquivo Jornal AU
Debate em torno da IN 62 são anunciadas pelo Mapa, mas pouco se sabe sobre como pode funcionar essa rediscussão do documento
O que já se sabe sobre a reformulação • Serão mantidos os índices de CBT, referentes a questões de higiene e manejo do rebanho e estabelecimento, em 300 mil por mililitro (ml). Era prevista a alteração para 100 mil/ml em julho de 2018 nos Estados do Centro-Sul.
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evem vir mais mudanças nas normativas que estabelecem critérios de produção e qualidade do leite em breve. O anúncio de que o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) está revendo a Instrução Normativa 62, de 2012, está confirmado e isso deve ocorrer nos próximos 60 dias. O que não se sabe, porém, é como se dará esse processo. – Apenas temos as informações de que alguns índices relacionados à contagem de células somáticas e de contagem bacteriana total devem continuar os mesmos. Antes, havia previsão de mudança, tornando os números mais rigorosos, a partir de julho deste ano – comenta o engenheiro-agrônomo e assistente técnico regional de Sistema de Produção Animal da Emater/RS de Frederico Westphalen, Valdir Sangaletti. Outra mudança é que o leite agora precisará chegar na indústria com, pelo menos, temperatura de 7°C, antes era 10°C. “Isso exige mais cuidado com o resfriamento na propriedade, mas principalmente no transporte”, ressalta. Além disso, se o produtor tiver três meses consecutivos de índices de qualidade abaixo do que a normativa prevê, ele pode ser excluído do mercado pela indústria – mas também não se sabe exatamente como isso poderá ocorrer. Na região, o assunto deverá estar na pauta de mais uma reunião da Câmara Setorial do Leite, marcada para o dia 17 de maio, possivelmente na sede da Amzop, em Seberi. “Neste encontro também daremos sequência àquela reunião pública realizada em Palmeira das Missões (no início de abril). Se quer debater questões mais amplas relacionadas à atividade, vendo outros aspectos também”, adianta Sangaletti. Ainda em relação à atualização da IN 62, devem ser realizadas audiências públicas sobre o assunto. O que não se sabe é se isso terá caráter apenas validativo das alterações, ou se o setor poderá participar com mais espaço desse debate. Sangaletti é ca-
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• O índice de CCS, que aponta ocorrência de infecções e doenças no animal, fica em 500 mil por ml. Antes se previa a mudança para 400 mil/ml.
• O leite precisará chegar na indústria com, pelo menos, temperatura de 7°C, antes era 10°C.
• Se o produtor tiver três meses consecutivos de índices de qualidade abaixo do que a normativa prevê, poderá ser excluído do mercado pela indústria.
tegórico: “para dizer se isso é bom ou não para o setor ainda temos que conhecer todo o conteúdo”. No início de maio, a proposta de reformulação da IN 62 será assunto dos debates na reunião da Aliança Láctea, em Chapecó/SC. O secretário-executivo do Sindilat, Darlan Palharini, ressalta que o assunto ganha força e deve ser debatido com afinco, uma vez que os três Estados do Sul têm interesse em exportar a produção.
Se você quer rever informações importantes sobre qualidade de leite, você pode acessar uma cartilha gratuita organizada pela Embrapa Gado de Leite. Você pode baixar o documento pelo link bit.ly/2F9DGMZ. É sempre bom ter “na ponta da língua” o que a legislação atual pede.
Pecuária
Nutrição
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Rações Farroupilha se destacam no mercado
E
to não contém nenhum material sintétintrar em novos mercados na área co, aromatizante ou palatabilizante. “Usade nutrição animal tem sido um mos melaço de cana-de-açúcar natural, dos focos da AgroBella, principalque tem mais energia. Mesmo que seja um mente com a chegada da linha de pouco mais caro, é bem mais nutritivo e rações Farroupilha, destinada para equirentável ao criador”, garante. nos – sem dúvidas mais um diferencial A Farroupilha conta com para a marca que está se duas linhas. Uma é destitornando cada vez mais sónada para potros e tem um lida no mercado agropecudos maiores teores de proário. O produto começou a teína do mercado, além de ser fabricado na unidade de correção de cálcio. Pelotas, no Sul do Estado, – É indicada para o anie vem conquistando clienmal desenvolver a parte óstes em todo o Rio Grande sea, além de ter a proteído Sul e partes do Paraná e na para desenvolver a parte Santa Catarina. muscular. Pode ser ofereGarantir um custo-benecida ainda para animais de fício atrativo aos criadores competição que precisam é um dos principais desade altos desempenhos, que fios da empresa, segundo o fazem esforço físico extregerente comercial da Agromo – explica o técnico. Bella na região de Pelotas, A linha de ração para o técnico agrícola Leonardo animais adultos também tem Pascoal Paloschi. altos teores de proteínas, ne– As rações Farroupilha Leonardo Pascoal cessários para garantir o tem o melhor custo-benefíPaloschi, da AgroBella bom desempenho de cavacio do mercado. É uma ralos que precisam responder ção vendida com um preço com destreza a competições em geral. parecido com os valores comerciais, mas – Historicamente, nesses 20 anos de de alto desempenho. Tanto que a gente já atuação, a AgroBella sempre trabalhou tem animais de clientes em provas como o com seriedade na linha de diversos produBocal de Ouro e também ganhando competições internacionais – ressalta Paloschi. tos. Neste caso, para os equinos, não é diferente. Trouxemos a experiência que teO gerente revela ainda que o produ-
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Produto lançado pela AgroBella Alimentos já tem adeptos em várias regiões do Estado
“Trouxemos a experiência que temos nas linhas para gado leiteiro para a linha de equinos”
O produto conta com linhas para potros e animais adultos
mos nas linhas para gado leiteiro para a linha de equinos, focando na qualidade a um preço justo para o criador. Temos diversas cabanhas que já testaram a linha Farroupilha, inclusive fazendo comparativos com outras marcas e a aprovaram as suas vantagens – reforça Leonardo Pasco-
al Paloschi, da AgroBella. Além disso, animais que consomem a Farroupilha já têm ganhado provas importantes no Sul do Estado. Em Herval, no Rodeio Internacional, o ginete Acauã Correa foi vencedor na doma de 21 dias no início deste ano.
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Pecuária
Equinos
O potencial do cavalo crioulo regional O gosto por ter animais bem cuidados, que carregam traços da raça e participam de competições é motivo de satisfação pessoal para criadores
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figura do gaúcho associada ao cavalo crioulo é icônica. Basta ouvir algumas músicas gauchescas que a figura do cavalo está muito presente, demonstração de tamanho apreço pelo animal. De forma mais alegre ou nostálgica, o cavalo é sempre motivo de homenagens. É como diz aquela música interpretada por Joca Martins, “se houver cavalo crioulo na terra mais diferente, se houver cavalo crioulo é feito a casa da gente”. E para fazer da Expofred 2018 ser “a casa da gente”, foi resgatada a exposição e prova de morfologia de equinos nesta edição, o que tem motivado que o tema volte para a vitrine na região. É hora de ver o potencial dos animais de cabanhas locais na pista. Esse, inclusive, figura como um dos destaques da edição de 2018 da feira na parte agropecuária. Entre os animais concorrentes, estão cavalos da Cabanha Pelego Preto, do casal Elbio e Marusani Moura, residente no Distrito de Coronel Finzito, em Erval Seco – lá também ele mantém a fazenda da família, produtora de gado, ovinos e grãos, além de uma ervateira. Parceiros no gosto pelos animais, juntos também conversaram com a reportagem sobre o assunto.
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Casal Elbio e Marusani Moura cultivam o amor pelos cavalos em Erval Seco
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Equinos >> A criação Há menos de dez anos os Moura passaram a levar a criação de cavalos mais a sério. Sabendo do valor dos animais já “prontos”, a criação na propriedade, segundo seu Elbio, é uma forma mais acessível de ter bons exemplares para o trabalho na fazenda. “Na época, buscamos conhecimento, compramos algumas éguas e começamos a criar”. Claro que, aliado a isso e ao espaço favorável para os animais, a consolidação da cabanha foi um passo natural. Sempre priorizando a qualidade genética desses animais, o foco da Pelego Preto é a formação de animais para provas de laço, que correspondem ao mercado mais aquecido na região. – Aqui em Erval Seco quem compete em rodeios de provas de laço gosta dos nossos animais, pela docilidade e pela doma. Temos uma pista e um domador que trabalha aqui. Quando vendemos um animal, isso dá a garantia que está pronto – diz o criador. A proximidade com o Estado de Santa Catarina, onde os rodeios acontecem com frequência pelos centros de tradição gaúcha afora, também favorece esse mercado na região, segundo Moura. Por lá os criadores estão em menor quantidade, então há um mercado que pode ser explorado. Aqui na região ele considera quase saturado. – Criar cavalo não significa necessariamente que você ganha dinheiro, mas vai fazendo a manutenção dos demais que ficam na propriedade. No nosso caso, é um segmento a mais e facilita para termos os animais para nosso uso – conta o criador, citando que hoje são 50 cavalos alocados na cabanha.
>> A satisfação de ter um animal bem cotado “Quem compete em rodeios de provas de laço gosta dos nossos animais, pela docilidade e pela doma. ” Elbio Moura
O gosto por ter animais bem cuidados, que carregam traços da raça e participam de competições, independente de nível, é motivo de satisfação pessoal, segundo Elbio Moura. “Ele está carregando o nome da cabanha e isso representa muito”, diz, ressaltando que o cavalo crioulo mexe muito com a sociedade do Sul do Brasil, apesar de em algumas regiões isso ser algo muito elitizado. Na região, Moura entende que isso não acontece tanto. “Aqui a gente tem mais a realidade de profissionais liberais que gostam de ter algum exemplar na chácara, para os filhos. Ou mesmo os apaixonados por provas de laço, que buscam animais para o lazer nos rodeios”, conta.
>> Padrão da raça Se você acha que sabe das origens dos seus antepassados, é porque não viu a árvore genealógica de um cavalo crioulo registrado na Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos (ABCCC), entidade cuja criação tem origem nos anos 1930 e é a detentora de toda a avaliação, reconhecimento e certificação dos exemplares da raça. É a entidade que prevê, por meio de regulamento, as medidas ideais e características de um legítimo crioulo. Medidas de alçada, tórax e canela fazem parte da avaliação. Naturalmente, os animais que são mais valorizados comercialmente minimamente precisam ser registrados na ABCCC, uma forma de manter os padrões da raça e selecionar exemplares cada vez mais adaptáveis às provas, se for o caso, e à lida diária. Sem contar a sanidade, que é levada à risca com exames de mormo e de anemia, além da vermifugação.
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Tecnologia
Geral
Uma vitrine eletrônica dos produtos regionais Sistema desenvolvido pela equipe da Admau quer aproximar produtores dos consumidores
Joel da Silva e Cleber Oliveira coordenam o trabalho de criação do sistema
Gracieli Verde
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Gracieli Verde
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er um espaço gratuito na web para divulgar os produtos pode ser uma oportunidade e tanto para aumentar os negócios. Como a região tem uma grande variedade de produtos de agroindústrias e da agricultura que podem ser comercializados local e regionalmente – dependendo do tipo de inspeção sanitária –, essa é uma ferramenta que só vem agregar nesse processo. É assim que os profissionais da Agência de Desenvolvimento do Médio Alto Uruguai (Admau) enxergam o Sistema Integrado de Apoio às Atividades da Agricultura Familiar (SIA3F), que tem como um dos módulos o SisCom, com foco na comercialização dos produtos. “É uma forma de utilizar a tecnologia disponível para o desenvolvimento da agricultura familiar. É a agroindústria na web a um clique, sem custos para o produtor”, comenta um dos profissionais que atua nesse trabalho, o professor Joel da Silva, do Departamento de Tecnologia da Informação da UFSM/FW, que é doutor em Ciências da Computação. Ele explica que a proposta inicial era de ter duas plataformas, uma específica para comercialização, que é o SisCom, e a outra para a Inspeção Municipal, que é o SisWeb – que também já está no ar. “Como tem muita coisa integrada entre as duas áreas, a proposta foi inserir isso tudo no mesmo sistema, apenas com módulos separados”, conta Silva, é uma forma de facilitar o acesso dos usuários. Essas duas áreas – de comercialização e legislação – têm sido identificadas como gargalos para o setor, por isso a necessidade de criar ferramentas que possam auxiliar os produtores e compradores desses itens – como frutas, conservas, panificados, embutidos, entre muitos outros. Identificar essas demandas também faz parte do trabalho da equipe da Admau, que tem atuado em vários municípios da região onde a necessidade de assessoramento é maior nesta parte de fomento às agroindústrias, conforme o agente de comercialização da entidade, o administrador rural Cleber Oliveira, que também atua na agência – ele ainda é ligado à URI/ FW como agente de desenvolvimento rural.
Trabalho é executado a partir de demandas que chegam à Admau
O que está disponível para os produtores A partir desta primeira fase do sistema que está disponível, já é possível fazer os cadastro do produtor e dos itens da propriedade, bem como a quantidade e a época que ele tem isso para a venda. “Da mesma forma, quem tem interesse em comprar pode preencher quando ele adquire determinado produto e a quantidade que necessita”, explica Joel da Silva. Os primeiros cadastros do SisCom foram feitos no fim de novembro de 2017, priorizando produtores de frutas da região de Alpestre, Planalto e Ametista do Sul, os quais fizeram parte do programa Juntos para Competir – iniciativa do Sebrae/RS, Senar/RS e Farsul. “Achamos extremamente interessante e útil a ideia e a proposta da Admau, pois viria a agilizar e aproximar os fruticultores dos consumidores finais, e gerando mais agregação de renda”, segundo o supervisor regional do Senar/RS, Diego da Silva Coimbra. Além disso, proprietários de agroindústrias da região também estão sendo sensibilizados para que possam usufruir
desse sistema e esses cadastros estão sendo feitos pela equipe – neste momento são priorizadas aquelas que já tem algum tipo de assessoramento por meio do Arranjo Produtivo Local e Admau. No total, o sistema tem mais de 160 cadastros realizados, tanto de produtos de origem animal como vegetal. Neste cenário, os municípios que se destacam são Frederico Westphalen, uma vez que também tem a atuação da Cooperativa dos Produtores Rurais da Agricultura Familiar de Frederico Westphalen (Coopraf); Taquaruçu do Sul, Pinheirinho do Vale, Seberi, Rodeio Bonito, Alpestre, Planalto, Ametista do Sul, Constantina, Sarandi, Gramados, dos Loureiros e Jaboticaba. Para o futuro, o intuito é criar um aplicativo para smartphones, na busca por uma comunicação mais direta entre produtores e consumidores. “Com isso, quem tem interesse em produtos dessas agroindústrias poderá receber notificações no celular quando houver mais oferta de itens”, exemplifica o professor.
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Como funciona
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Cada produtor tem autonomia para criar os seus catálogos no site do sistema, citando quais produtos ele tem na propriedade, o período em que produz, o mês e o preço. Para isso, é preciso acessar o site sia3f.com.br.
Depois desse cadastro, esse catálogo é aprovado pela Admau.
Conectados Para o futuro Vários aspectos relacionados às regras de negócios através do sistema, assim como a logística de entrega desses produtos, são considerados desafios para o futuro desse trabalho. Hoje já é possível utilizar um carrinho de compras que tem no site, mas ainda não é possível rastrear para averiguar como a entrega é executada. – Estamos no aguardo de mais recursos por parte do governo do Estado, para que esse trabalho possa ter continuidade e tenhamos como evoluir com o sistema. Tecnicamente um sistema como este nunca fica pronto, sempre há ajustes, mesmo assim já pode ser uma ferramenta importante para a região – assinala o professor Joel da Silva. Assim que mais cadastros forem concluídos, começa a ser intensificada a divulgação do sistema, com foco nos mercados institucionais. A ideia é justamente deixar o sistema mais completo para, então, potencializar o seu uso na região. – Por isso a importância de os gestores dos municípios auxiliarem nesse sentido, porque todos precisam ver a viabilidade no município de usar essa ferramenta. Se não for viável o produtor fazer o cadastro lá na propriedade, por dificuldades de acesso à internet, por exemplo, é importante ter no município alguém que dê esse suporte, que fomente isso – defende o docente.
Sistema à disposição da comunidade 3
Feito isso, automaticamente o produtor tem um portal na web, de forma gratuita. Os dados podem ser acessados no vitrine.sia3f.com.br.
“Hoje as pessoas já podem localizá-lo na internet. Tanto produtores como compradores convencionais e de instituições podem se beneficiar.” Eliseu Liberalesso, diretor-executivo da Admau
Tendo em vista que é um sistema construído com recursos público, o intuito é justamente que ele chegue ao máximo de produtores e compradores. Mesmo que ainda esteja em fase de testes e validação, uma vez que em 70% do trabalho está feito, o diretor executivo da Admau, Eliseu Liberalesso, ressalta que a comunidade pode usufruir de parte dos serviços. – Hoje as pessoas já podem localizá-lo na internet, no endereço eletrônico sia3f. com.br, e tanto produtores como compradores convencionais e de instituições podem se beneficiar – ressalta. Liberalesso reforça que há quatro anos, um trabalho sobre o mercado institucional na região, feito por uma equipe coordenada pela Emater/RS, fez um levantamento em todas as prefeituras e escolas estaduais em relação a quais os produtos da agricultura familiar que estavam sendo comercializados. – Nos deparamos com a dificuldade de localizar esses produtores que tinha itens e que poderiam se adequar à legislação. E muito mais difícil foi identificar as agroindústrias aptas a vender seus produtos. Por isso que essa ferramenta é importante para mediar essas compras – destaca.
Divulgação
Internet: oportunidade de negócio para o pequeno produtor Em um mercado cada vez mais competitivo e que oferece diversos produtos aos consumidores, os negócios agroindustriais precisam estar e se posicionar no mercado digital. O marketing digital pode ser um grande aliado e contribuir significativamente para inserir o seu negócio rural neste ambiente on-line.
Mas o que é o marketing digital?
É o conjunto de atividades que uma empresa executa on-line, com o objetivo de atrair novos clientes, criar relacionamento e fortalecer a marca no mercado. Segundo a empresa Rock Content, referência neste assunto no país, atualmente dos mais de 204 milhões de brasileiros, 54% da população é ativa na internet, 47% redes sociais, 39% conectadas via mobile e 36% faz compra on-line via computador. Para atuar com o marketing digital, é necessário que o proprietário da agroindústria conheça as diferentes características dos usuários que estão na internet, e quais as principais plataformas acessadas. O perfil dos internautas são: 53% mulheres e 47% homens, no qual 66% tem idade é entre 25 e 54 anos e 50% possui ensino médio completo. Hoje as plataformas sociais mais acessadas pelos internautas são o Facebook, Whatsapp e Facebook Messenger.
Para ajudar neste ambiente do marketing digital, seguem algumas dicas:
• Tenha um site para divulgar a sua agroindústria e seus produtos. Você também pode investir em uma e-commerce, que é uma loja virtual, a qual possibilita a venda dos produtos para qualquer região do país, devidamente legalizada e sem a necessidade de residir no mesmo local da agroindústria. • Utilize as redes sociais para se aproximar dos clientes e também para divulgar seus produtos. • Tenha sempre um objetivo de venda e estratégica. • Planejamento é fundamental. É importante salientar que estar na internet com todas as ferramentas disponíveis, não significa que está resolvido a questão da divulgação da marca, da comercialização dos produtos, ou seja, ter sucesso no ambiente on-line. Na maioria das vezes, não é necessário fazer grandes investimentos, porém é preciso paciência e curiosidade para saber o que funciona para cada negócio. E VOCÊ, JÁ TEM INTERNET NA SUA PROPRIEDADE? Não! Então visite nosso estande na Expofred ou entre em contato pelo telefone (55) 2010 0000 e conheça nossos serviços!
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Cooperativismo
Ações
Sicredi Alto Uruguai RS/SC
11 mil participantes nas assembleias
Vanderlei Holz Lermen
Agricultor, tecnólogo em Processos Gerenciais, técnico em Agropecuária e bacharel em Desenvolvimento Rural
Encerramento do ciclo foi marcado pela assembleia comemorativa aos 37 anos da cooperativa Sicredi/Divulgação
Assembleia em Pinheirinho do Vale com comemoração dos 37 anos da Cooperativa
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Sicredi Alto Uruguai RS/SC realizou, entre fevereiro e abril, suas assembleias de núcleo em todos os municípios da área de atuação. O Ciclo Assemblear 2018 foi marcado pela grande mobilização dos associados, contabilizando 11 mil participantes. Neste ano, de forma especial, o presidente, Eugenio Poltronieri, conduziu todas as Assembleias, apresentando assuntos de extrema relevância para o quadro social. Em Assembleia Ordinária, os resultados da cooperativa e de cada agência foram deliberados, normativos internos, bem como a destinação dos resultados financeiros do exercício. Já no momento da Assembleia Extraordinária, foram aprovadas alterações estatutárias e a deliberação do projeto de expansão para o estado de Minas Gerais. Ainda, foram tratados assun-
A proposta escolhida da campanha Super Sorte Cooperada contempla 163 prêmios em dinheiro totalizando mais de R$ 400 mil.
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tos estratégicos: como o planejamento 2018, o processo de Sucessão do presidente e o projeto de Educação Financeira para associados. – As Assembleias oportunizaram a participação efetiva dos associados para o desenvolvimento da nossa cooperativa. A Sicredi Alto Uruguai RS/SC agradece a presença dos associados que, mais uma vez, se fizeram presentes no Ciclo Assemblear e contribuíram para o futuro da nossa organização – destaca Poltronieri. Também, os associados decidiram sobre a premiação da campanha Super Sorte Cooperada Sicredi 2018. A proposta escolhida contempla 163 prêmios em dinheiro totalizando mais de R$ 400 mil. Na última assembleia de Núcleos, realizada no dia 18 de abril em Pinheirinho do Vale, também foi comemorado os 37 anos da Sicredi Alto Uruguai RS/SC. O momento contou com a presença de mais de 800 pessoas, entre associados e comunidade, direção da Cooperativa e lideranças locais. A Banda Marcial do Vale entoou os parabéns com uma bela apresentação, seguido de homenagens pela passagem de mais um ano da cooperativa.
A internet e as agroindústrias
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Revista Novo Rural traz nesta edição um matéria especial sobre agroindústrias. Para aproveitar esse assunto, também vou falar sobre o tema. A agroindustrialização constitui uma importante alternativa de geração de emprego e renda no meio rural, principalmente na agricultura familiar. Além de ser uma alternativa econômica, promove também o desenvolvimento sustentável e a sucessão rural em muitos casos. Nela o produtor atua na produção, industrialização e comercialização. É importante também para a preservação da cultura e da culinária local. Afinal, são as agroindústrias que produzem aquela cuca, aquela bolacha e aquela geleia como nossos avós faziam. Em muitos casos, é exatamente esse detalhe que chama a atenção do consumidor e o leva a preferir produtos de agroindústrias familiares. Volto a citar uma das experiências que conheci no município de Flores da Cunha. Uma pequena agroindústria familiar (pequena só no tamanho da construção) trabalha com produção de sucos e geleias, onde o carro-chefe é o mirtilo, mas também com diversas outras frutas. A família toda está envolvida nas atividades: enquanto a mãe e a nora cuidam da industrialização, um dos filhos ajuda o pai no cultivo das frutas e o outro é responsável pela comercialização. A agroindústria contratou um vendedor e vende para todo o Sul do Brasil. Essa é a parte mais incrível: uma pequena agroindústria familiar que vende os produtos em vários estados, participando também de feiras por todo o país. Esse exemplo mostra que a agroindústria pode ser um grande negócio. Falando em negócio, faço uma pergunta: como o seu negócio é divulgado? Muitas vezes reparo, nas agroindústrias que conheço, que elas não estão na internet. Me pergunto: os produtores têm Facebook, WhatsApp, Instagram, os filhos também tem, mas o negócio da família não. Por quê? Veja só esses dados: • 54% da população brasileira é ativa na internet • 47% tem redes sociais • 39% estão conectadas via mobile • 36% realizam compras on-line. A maioria dos produtos das agroindústrias familiares são vendidos apenas nas feiras, para merenda escolar e de porta em porta. Por que não divulgar e vender online? Vamos usar o exemplo do Facebook. Através dessa rede social é possível mostrar as pessoas o que é produzido na agroindústria, como é feito e ainda vender. É fácil fazer a divulgação, com pouco investimento, através de impulsionamento, atingindo os seus reais clientes. Eu uso muito isso para vender as verduras e frutas produzidas na minha propriedade. Na verdade toda a minha venda é online. Eu aproximo o cliente da minha empresa, pois ele acompanha todo o processo de produção e se sente mais seguro ao adquirir os produtos. Essa é uma das vantagens de divulgar na internet: a interação direta com o consumidor. Essa interação permite também conhecer melhor o cliente, para criar novos produtos ou fazer adaptações, buscando mercados ainda pouco explorados. Eu acredito muito na força da internet para alavancar as agroindústrias. Se você está lendo esse texto e sua família tem uma agroindústria, mas ela ainda não está nas redes sociais, comece agora criando uma página e postando fotos dos produtos, do processo de produção e transforme o negócio da sua família!
Ah, depois me conte o resultado, enviando uma mensagem no Whats 55 9 9613-0524.
Ações Resultados
Espaço
cooperativo
Sicredi distribui R$10 milhões para seus associados
Marcia Faccin
Coordenadora da Unidade de Cooperativismo do Escritório Regional da Emater/RS de Frederico Westphalen
É fundamental defender e propagar o bom cooperativismo
Neste dia 27 de abril, cooperativa creditou valores da participação dos resultados de 2017
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m dos principais diferenciais do Sicredi é a distribuição dos resultados, gerados pelos associados através dos negócios realizados com a cooperativa. Em 2017, a Sicredi Alto Uruguai RS/SC obteve um resultado superior a R$ 37 milhões e, conforme deliberado e aprovado pelo Ciclo Assemblear, mais de R$10 milhões retornam aos próprios associados. Em dezembro de 2017, foi depositado na conta corrente a correção de 5,5% do saldo médio da cota capital, representando uma antecipação de R$ 4 milhões da distribuição entre todos os 65 mil associados da cooperativa. No dia 27 de abril, mais de R$ 6 milhões também foram distribuídos, proporcional ao volume de operações financeiras realizadas pelos associados no último ano, sendo que deste valor, 80% foram creditados na cota capital e 20% em conta corrente dos associados. – A cooperativa busca promover o crescimento e o desenvolvimento dos seus associados e comunidades onde atua. E nesse sentido, os direitos e deveres são iguais e o resultado alcançado é dividido entre todos, proporcionalmente aos negócios realizados, valorizando a essência do empreendimento cooperativismo e agregando renda aos associados – comenta Eugenio Poltronieri, presidente da Sicredi Alto Uruguai RS/SC. Esta divisão ocorreu de acordo com a deliberação dos associados nas assembleias de núcleos e ratificado na assembleia geral ordinária, realizada no dia 26 de abril, em Rodeio Bonito. Para o associado saber sua participação nos resultados, deve procurar sua agência ou conferir nos canais de relacionamento (aplicativo e internet banking).
A cooperativa busca promover o crescimento dos seus associados e comunidades onde atua Eugenio Poltronieri, presidente da Sicredi Alto Uruguai RS/SC
Ed Moreira/Jornal O Alto Uruguai
Presidente Eugenio Poltronieri: “a cooperativa busca promover o crescimento e o desenvolvimento dos seus associados e comunidades onde atua”
No decorrer dos últimos meses, as cooperativas realizaram suas assembleias gerais ordinárias, onde muitas, por exigências legais e estatutárias, renovaram parte dos seus conselheiros de administração e fiscais e outras, no decorrer das próximas assembleias deverão renovar, pois a lei assim exige. E você, já participou da diretoria de alguma cooperativa? Sim? Não? Se sim, como foi sua atuação? Era ou é um conselheiro atuante? Está focado em ajudar a sua cooperativa a alcançar os objetivos propostos? Se ainda não participou, por que? Lembre-se a cooperativa é dos seus associados, devemos participar ativamente das atividades da nossa cooperativa. Se não conseguimos tempo ou não nos sentirmos habilitados para participar ativamente junto ao conselho de administração ou conselho fiscal, devemos participar ativamente nas reuniões, atividades e assembleias da cooperativa, participarmos da vida da nossa cooperativa, negociando com a cooperativa, acompanhando o seu crescimento e divulgando-a perante a sociedade e convidando as pessoas que ainda não são sócias da cooperativa, a conhecê-la e na medida do possível, associar-se. Já comentei em outras colunas que as cooperativas desenvolvem um ótimo trabalho junto às comunidades onde elas estão inseridas e atuando. Em muitos municípios, são as cooperativas as maiores empresas que contribuem para o valor agregado do município. Por isso, também que devemos participar ativamente da vida da cooperativa, defendê-la, contribuir para que a gestão seja feita de forma transparente, qualificada e profissional. Outro aspecto fundamental e diferencial da cooperativa é a participação do associado nas sobras e lucros da cooperativa. Você já parou para pensar sobre quanto de recurso financeiro movimenta a distribuição das sobras das cooperativas na região? Você já se deu conta, que em qualquer outra organização, o lucro fica apenas para os seus donos, e nas cooperativas, as sobras e lucros são reinvestidos nos negócios da cooperativa e distribuídos para os seus associados? E quando não quero mais permanecer como associado da cooperativa, pego de volta a minha cota-parte (aquele valor que é pago para associar-se da cooperativa), na grande maioria das vezes corrigida e bem maior, conforme a integralização realizada? Por isso, não me canso de defender, divulgar e propagar os ótimos e belos exemplos de cooperativas que desenvolvem ações maravilhosas em prol da sociedade e dos associados. Se a nossa região tivesse um número maior de cooperativas, com certeza seríamos uma das regiões mais desenvolvidas do Estado. Precisamos nos associar, apoiar, defender e propagar o bom cooperativismo como um dos principais agentes de desenvolvimento local e regional. Pensemos nisso e sejamos defensores do bom, do transparente, do bem administrado e ético cooperativismo.
“Se a nossa região tivesse um número maior de cooperativas, com certeza seriamos uma das regiões mais desenvolvidas do Estado.”
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Saúde
Divulgação
Qualidade de vida
Cá entre nós Dulcenéia Haas Wommer
Assistente técnica regional social da Emater/RS- Ascar de Frederico Westphalen E-MAIL: dwommer@emater.tche.br
Só podia ser mulher!
E Hora de ter as “balinhas” aliadas da saúde C
hegam as temperaturas mais amenas – de agora em diante nos aproximamos cada vez mais do inverno – e apostar em algumas opções para mandar para longe a tosse e as dores de garganta é uma necessidade. Para isso, os conhecidos “cristais de gengibre”, que são balas que têm essa raiz como ingrediente principal, podem ser uma alternativa. Veja uma opção sugerida pela equipe do escritório regional da Emater/RS
Para fazer em casa, você vai precisar de: Raiz de gengibre
Açúcar mascavo
Para preparar: Misture uma xícara de raiz de gengibre descascada e cortada em pedacinhos pequenos e uniformes, com uma xícara de açúcar mascavo. Misture e leve ao fogo brando para ferver, mexendo sem parar, até açucarar. Peneire e guarde em um pote fechado.
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Caso queira optar pode uma opção salgada, deixar o gengibre de molho no limão com sal por 12 horas e seque no fogo brando.
u sabia que você iria iniciar esta leitura, pois certamente conhece já ouviu esta afirmação (pejorativa, é claro) no trânsito. Qualquer movimento errado no carro da frente, um contorno mal feito, um estacionamento demorado, ou alguém que não ligou a seta (ou o pisca, como se dizia antigamente), provavelmente já vão exclamar: só podia ser mulher! Porém, essa brincadeira é preconceituosa e desnecessária com as mulheres. Fui buscar informações nos Detrans de Frederico Westphalen e Sarandi e também no site do departamento. Ali obtive a informação que, infelizmente, as mulheres ainda são somente 34% dos condutores no cadastro das carteiras de motoristas no nosso Estado. As mulheres que buscam fazer a carteira são jovens de 25 anos ou mais, devido a necessidade de transportar os filhos e demais familiares, até mesmo por motivo de doenças. Temos ainda uma parcela da população feminina que depende de outros para se locomover – dos filhos ou marido. Será que, com maior facilidade de se locomover, não aumentaria a autonomia das mulheres? Conheço histórias de mulheres que tiveram que guardar (escondido) R$ 50,00 por mês para conseguir fazer a carteira de motorista... Então, vamos fazer algumas contas! A carteira nacional de habilitação categoria B custa em média R$ 2.400. Este valor, dividido em 12 meses do ano, daria um montante aproximado de R$ 200 mensais. Agora lhe pergunto, mulher agricultora, quanto vale seu trabalho lá na propriedade por mês? Isto daria umas 50 dúzias de ovos por mês... Ou 11 quilos de queijo/mês... E de leite? Falei em ovos e queijo, porque geralmente a “renda” que as agricultoras têm acesso é das “miudezas”. Mas também poderiam ser 36 sacas de soja! Mulher, com isso quero mostrar que que você trabalha e tem direito a fazer a sua CNH. Domine seus medos, seus pensamentos e crenças limitadoras, acredite que você também pode dirigir e, assim, facilitar sua vida, podendo, inclusive, participar mais de reuniões, palestras, encontros. Não dependendo mais de favores. Estamos em pleno século XXI, lembra? E como estamos no mês maio, quem sabe neste Dia das Mães, trocar de presente. Ao invés de toalhas, panelas, o presente poderia ser a carteira de motorista, o que achas? Dê a dica! Por fim, “só podia ser mulher!” vale para as estatísticas que apontam que as mulheres dirigem melhor, são mais cautelosas e provocam menos acidentes. São mais cuidadosas porque provavelmente sabem o valor de uma vida, gerar, cuidar, amamentar... A lista é grande! Então, parabéns pelo seu dia, mamãe!
“Será que, com maior facilidade de se locomover, não aumentaria a autonomia das mulheres?”
Sobre qual assunto você quer que eu escreva? Mande sua sugestão para o WhatsApp (55) 9.9624.3768
Saúde
Qualidade de vida
Você sabe como colher as plantas medicinais? H
á uma infinidade de plantas que podem ser benéficas para a saúde humana. Basta conversar com os pais ou avós para saber quais são as mais usadas para o combate a resfriados, gripes, dores de estômago e tantos outros males. Ao longo dos anos esse conhecimento popular tem sido estudado e reconhecido como importante para a saúde humana – claro, é sempre fundamental ter a orientação de um profissional. Por isso, saber como colher, secar e armazenar essas plantas, que podem ser classificadas como medicinais, aromáticas e condimentares, é fundamental. Mesmo que não seja necessariamente para tratar doenças, o consumo de determinados chás, por exemplo, garante o bem-estar. Afinal, quem não gosta de, depois de um dia cheio de trabalho, tomar uma bebida quente e reconfortante – ainda mais de agora em diante, que o clima fica mais frio. Separamos algumas dicas, inspiradas em materiais disponibilizados pela Emate/RS, para te ajudar!
Secagem
Colheita • É sempre importante identificar a planta ao escolhê-la para ser guardada. Além disso, escolha as plantas sem manchas ou fungos. Retire também todo e qualquer resíduo, como terra ou outros capins. • Escolha os dias secos para colher, logo após a evaporação do orvalho e proteja do sol. • No caso de raízes, espere que a planta atinja o máximo do seu desenvolvimento. Depois de colhidas, essas raízes devem ser lavadas com água e secas. Neste caso, também opte sempre por guardar as raízes sadias, livres de fungos ou nódulos. Para facilitar a secagem, você pode fatia-las. • Quando precisar optar pelas folhas, também observe a saúde delas. Pegue sempre as melhores desenvolvidas, limpas e com aspecto fresco. • Já as flores devem ser colhidas quando estiverem abertas e as sementes quando os frutos estiverem maduros e sadios.
Armazenagem
Outra dica!
Para conservar essas plantas, a secagem é um método. Isso faz com que reduza o teor de água do material e evite a deterioração. Mas essa secagem deve ser rápida. Também não é ideal secálas ao sol ou sem proteção. Use um saco de papel pardo de algodão, tule ou TNT, por causa dos insetos e da poeira.
Atenção! Material a ser seco
Temperatura
Flores
36°C
Folhas
40°C
Cascas e raízes
55°C
PARTES
ÉPOCA DE COLHEITA
Talos e folhas
Antes de a planta florescer
Flores
Quando inicia a floração
Frutos e sementes
Quando maduros
Raiz
Planta adulta
Casca e entrecasca
Planta florida
• Opte sempre por locais secos para guardar essas plantas, além de escuro, ventilado, livre de poeira, insetos e outros animais. Para armazenar, você pode embalar essas plantas secas em sacos de papel, envoltos em sacos plásticos, protegidos da luz. Em alguns casos também pode-se moer essas plantas. • Para o consumo da própria família, você pode colocá-las em vidros escuros e guardados dentro de armários fechados. Identifique cada um deles para facilitar. O ideal é armazenar por, no máximo, um ano.
IMPORTANTE!
!
• Neste preparo caseiro, é sempre importante manusear com cuidado essas plantas que que você escolha guardar. A higiene pessoal nesse processo é fundamental, assim como nos utensílios e no ambiente.
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Campo aberto Andreia Calistro/Divulgação
Programa promete incentivar a apicultura
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laborado pelo Executivo estadual, através da Secretaria da Agricultura, foi aprovado em abril o projeto de lei 27/2017, que cria a Política Estadual para o Desenvolvimento e Expansão da Apicultura e Meliponicultura e institui o Programa Estadual de Incentivo à Apicultura e Meliponicultura (Proamel). A partir de agora, quaisquer ações na área da apicultura e meliponicultura no Estado deverão ser norteadas pela lei, garantindo a efetiva participação da cadeia produtiva da apicultura e meliponicultura, bem como do poder público, através da Seapi, responsável pela coordenação do programa. Entre os objetivos desse trabalho estão o incentivo, a produção e a produtividade da apicultura e da meliponicultura, servindo como parâmetro para elaboração e execução de projetos, planos e outras atividades ligadas ao setor. Também se quer melhorar a genético através da seleção de abelhas e promover o zoneamento apícola do Estado.
Advogado Iberê de Mesquita Orsi agora comanda entidade
Iberê Orsi assume presidência da Emater/RS
Show com Badin é apresentado pelo STR de Palmitinho Eduardo Holmes /Divulgação
Com a aproximação do período eleitoral, e por questões legais, vários secretários de Estado e outras lideranças políticas deixaram cargos no poder público gaúcho no último mês. Um deles foi o então presidente da Emater/RS-Ascar, Clair Tomé Kuhn. O substituto de Kuhn é o engenheiro-agrimensor e advogado Iberê de Mesquita Orsi, secretário-adjunto da Secretaria do Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo (SDR). – Vamos continuar o trabalho que vinha sendo realizado, da mesma forma e com os mesmos propósitos, em conjunto com a SDR, que é provedora da Emater e balizadora das políticas públicas da agricultura familiar e do cooperativismo no Rio Grande do Sul – garantiu Iberê. Ele é natural de Vacaria e tem mais de 30 anos de gestão pública em municípios e no governo do Estado. É graduado em Engenharia de Agrimensura e Direito e pós-graduação em Gerência de Cidades. Ele começou a carreira profissional nos anos 1970, como extensionista rural da Associação de Crédito e Assistência Rural do Estado de Santa Catarina (Acaresc).
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Seapi
Sindicato dos Trabalhadores Rurais (STR) de Palmitinho comemora, neste ano, 50 anos de atuação na comunidade. Para celebrar a data, diversas ações vêm sendo desenvolvidas e, para encerrar a programação, no dia 6 de maio, a comunidade de Boa Vista, no interior do município, terá momento festivo. Está agendada uma solenidade com homenagens e congratulações aos associados, almoço e show musical. O espetáculo mais esperado, no entanto, será o show com o humorista Badin, O Colono, pela parte da tarde.
Já na Secretaria de Agricultura, Pecuária e Irrigação, o novo titular é Odacir Klein. Esta é a terceira vez que Klein ocupa o cargo, tendo sido titular da pasta nos governos de Pedro Simon e Germano Rigotto. Ele é contabilista e advogado. Foi vereador e prefeito em sua cidade natal, Getúlio Vargas, e depois deputado federal, em sucessivas legislaturas. Também foi membro do Conselho da República, diretor de Recursos Humanos do Banco do Brasil, presidente do Banrisul e Ministro dos Transportes. Antes de assumir o posto como secretário pela terceira vez, era diretor financeiro do BRDE.
Gustavo Menegusso/Jornal O Alto Uruguai
Inspetoria está instalada na rua Olavo Bilac, no centro da cidade
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Palmitinho tem novo espaço para a Inspetoria de Defesa Agropecuária
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nova sede da Inspetoria de Defesa Agropecuária de Palmitinho foi oficializada no dia 16 de abril. Além de ter nova sede, a inspetoria também conta com os serviços de uma médica-veterinária, a profissional Marines Ferlin. – Estaremos trabalhando mais próximo dos produtores e, por isso, precisamos muito do apoio das prefeituras de Palmitinho e Pinheirinho do Vale, para conseguirmos dar este melhor atendimento.
Também queremos agilizar todo esse processo burocrático e uma fiscalização mais presente no local, então vamos tentar fazer com que o produtor se desenvolva sobre uma base sólida, cumprindo as legislações vigentes – ressalta Marines. Localizada na rua Olavo Bilac, no Centro da cidade, a inspetoria tem atendimento de segunda a sexta-feira, das 8 horas às 12 horas e das 13h30min às 17h30min.
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O SICREDI NA MINHA VIDA
Futuro do Sol Brilhante estará na Expo FICCC
Histórias de Desenvolvimento e Cooperação
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stá confirmada a participação da Cabanha Sol Brilhante, do empresário e criador frederiquense Sergio Augusto Amaral, na Exposição da Federação Internacional de Criadores de Cavalos Crioulos (Expo FICCC 2018). O evento ocorre entre os dias 14 e 20 de maio, em Esteio/RS. O cavalo Futuro do Sol Brilhante está na lista de selecionados na morfologia, na categoria potranco menor. Na morfologia, 88 animais foram selecionados, com mais 10 reservas. Esse grupo representará e comporá a delegação brasileira da Expo FICCC 2018 – que é organizada pela Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos (ABCCC).
Ivete Schwantes Baumgratz, associada da Sicredi Grande Palmeira, agência de Palmeira das Missões/RS, há 21 anos Divulgação
Cavalo Futuro da Sol Brilhante é de cabana frederiquense
Jovens do campo receberão bolsas
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oi divulgado no mês de abril a lista de jovens habilitados a receber a Bolsa Juventude Rural, um incentivo que o governo do Estado dará a estudantes do campo. Mais de 500 candidatos preencheram os requisitos. No total, o Estado gaúcho aplicará R$ 1 milhão no programa. Conforme o secretário de Estado de Desenvolvimento Rural, Tarcisio Minetto, a Bolsa Juventude Rural é destinada a estudantes do segundo e terceiro ano do ensino médio de escolas públicas estaduais ou de instituições sem fins lucrativos em regime de pedagogia da alternância. O intuito é fazer com que os jovens implantem projetos produtivos em suas propriedades, juntamente com os pais. Acesse a lista de candidatos habilitados acessando o link bit.ly/BolsaJovem no seu navegador de internet no computador, no tablet ou no celular.
“Eu entro no Sicredi e é como se eu estivesse em casa, com o atendimento cortês e simpático dos colaboradores. Me sinto muito bem lá dentro, me sinto valorizada no Sicredi. Sempre pedem a minha opinião do que é melhor para mim”. Ivete Schwantes Baumgratz
E para o futuro?
– Depois de todos estes anos e desta parceria, pretendo continuar contando com o Sicredi. Estou implantando agora um laboratório de análises de solos, pois até então eu usava o da UFRGS, em Porto Alegre. Então, todo o dia saía aqui de Palmeira um frete. Hoje o meu plano é ter um laboratório aqui, fornecer e produzir aqui, não precisar mandar para fora. É algo que a gente ainda está planejando. Também atualmente trabalho com a fiscalização de sementes e quero entrar para a certificação de sementes – revela Ivete.
Divulgação
Estado tem primeira delegacia especializada em crimes rurais
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vete é proprietária da Ruraltek Planejamento e Assessoria Técnica, empresa que possui mais de 27 anos de história, começou atuando na prestação de assessoria de serviços agropecuários. Em 2007 adquiriu o Laboratório de Análises de Sementes, em seguida firmou parceria com o Laboratório de Análises de Solos da UFRGS. Atualmente, conta também com a elaboração de pré-análises de solos. – Iniciei o meu relacionamento com o Sicredi como indicação para prestar serviços como engenheira-agrônoma. Isso já faz muito tempo, quando me lembro da minha história em Palmeira eu lembro do Sicredi – diz. No mês de abril, a Ruraltek reinaugurou em novas instalações e a associada fala que o Sicredi teve um papel importante. “Eu devo muito ao Sicredi, pois ao financiar as novas instalações da minha empresa, não duvidaram em momento nenhum que eu vou honrar com os meus compromissos. Por isso, sou muito grata ao Sicredi pela confiança”, garante. Ivete relembra como foi o processo para a construção do seu sonho. – Eu demonstrei o interesse pelo financiamento e, a partir daí, os colaboradores me procuraram e foram os meus consultores, me fizeram várias visitas, inclusive com o assessor de crédito. Simularam, projetaram os juros, valor de parcelas, falaram com o engenheiro o que precisava, me deram o maior apoio para realizar o meu sonho, a obra da minha empresa. A formalística do financiamento foi muito ágil e sem burocracia – expõe.
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primeira Delegacia de Polícia Especializada na Repressão aos Crimes Rurais e Abigeato (Decrab) do Rio Grande do Sul iniciou suas atividades em abril, em Bagé, na região da Campanha. Os índices de abigeato reduziram 25,5% no RS em no último ano, em relação a 2016. Outras delegacias como esta serão instaladas nos municípios de Camaquã, Santiago, Cruz Alta e Rosário do Sul. As unidades irão exercer as atividades de polícia judiciária ligadas aos crimes de abigeato e demais crimes patrimoniais relacionados à atividade rural, especialmente os que tenham por objeto material insumos, defensivos e maquinários agrícolas. 35 | Revista Novo Rural | Maio de 2018
O nosso
maior resultado é ter você por perto.
Mais de
R$ 10 milhões
distribuídos aos associados da Sicredi Alto Uruguai RS/SC. Somando forças o Sicredi cresce e juntos geramos resultados sustentáveis. Valorizando você, associado, a Cooperativa entrega os resultados financeiros gerados pela sua participação, através de juros ao capital e distribuição dos resultados.
Associado, confira o valor de sua participação na Agência ou nos Canais de Relacionamento do Sicredi.
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