R E V I S TA
NOVO
DIA DA MULHER
PARCdEa faIRmílAia RURAL
INFORMA | ORIENTA | INSPIRA
Edição evidencia história de uma palmeirense pra lá de determinada
LEITE ORGÂNICO
Ano 2 - Edição 16 - Março de 2018
Produtores da região inseridos no debate em torno dessa produção
PRESTES A COLHER OS RESULTADOS A revista é uma iniciativa de
APOIO
REALIZAÇÃO
Lavouras de soja estão com bom potencial produtivo, projetando aumento de 17% na colheita que inicia no m do mês, na microrregião de Frederico Westphalen, segundo a Emater/RS
Edição especial
A
A edição da revista Novo Rural deste mês de março será distribuída durante a Expodireto, em Não-Me-Toque, oportunizando que milhares de pessoas conheçam um pouco mais sobre a nossa região, através das reportagens que estarão em destaque em nossas páginas, mostrando o quanto a nossa agricultura está desenvolvida, o empreendedorismo das famílias rurais e a inovação das empresas que são nossas parceiras.
Carinho iraiense A Novo Rural tem conquistado muitos leitores desde que passou a fazer parte da vida de milhares de famílias rurais da nossa região. Inclusive, entre as crianças. Em Iraí, a pequena Marieli Mior, de oito anos, é colecionadora da revista. Desde o fim de 2016, ela guarda todos os exemplares recebidos
pela família, que mora na comunidade de Santa Maria Goretti. Lá a família Mior cultiva fumo, soja e milho, cria vacas de leite e também produz alimento para a sua subsistência – são quase 30 hectares de área. Marieli reside com os pais Vânio, 40, e Marcia, 38, e a caçula Milena, de três anos. Evandro Schnell/Emater/Divulgação
edição de março da revista sempre é especial, pois valoriza as mulheres que tanto contribuem para o desenvolvimento do nosso meio rural e, na maioria das vezes, não têm o devido reconhecimento. Como aconteceu em março passado, neste ano também buscamos histórias inspiradoras, que retratam o quanto as mulheres fazem a diferença neste setor tão masculino, mas também tão dependente da força feminina. Queremos prestar nossa homenagem, destacando o orgulho que sentimos quando produzimos uma reportagem protagonizada por uma mulher, pois sabemos que através das páginas da Novo Rural seu exemplo vai longe, influenciando outras mulheres (e homens também) a terem seu espaço, serem respeitadas pelo conhecimento e habilidade diferenciada em lidar com os desafios. Parabéns a todas as mulheres, que diariamente transformam o nosso meio rural em um lugar mais próspero e humano.
Novo Rural na Expodireto
No registro, Marieli e Milena
Patrícia Cerutti - Diretora
NESTA EDIÇÃO
6 Agricultura
25
Veja projeções para a safra de soja e como o produtor pode agregar qualidade ao solo logo após a colheita da principal cultura de verão da região. Veja também como foi a 1ª Noite de Campo da Agricenter, realizada em Seberi.
Cursos on-line facilitam a vida do produtor rural. Leia mais uma edição da coluna Conectados, da Tchê Turbo.
Tecnologia
26 Juventude Rural
Dia 12 Especial Internacional
Em Nova Boa Vista, irmãos Milani mostram como é possível investir na agropecuária e viver em harmonia no campo.
da Mulher
Conheça a história de uma agricultora de Palmeira das Missões que investiu em uma agroindústria de panificados e tem comercializado o produto para programas institucionais, e como as mulheres de Gramado dos Loureiros predominam em grupos que priorizam o cuidado com a saúde. Veja também a programação de eventos relacionados à data em toda a região.
30 Entrevista Quem ainda não viu o Bandin, O Colono? Saiba como surgiu o personagem que tem ganhado as redes sociais pelo Brasil afora.
32 Qualidade de Vida
16 Parceiros do Leite
Época de inserir o peixe no cardápio da família. Veja dicas importantes para valorizar essa importante cadeia produtiva. Na coluna assinada por Dulcenéia Haas Wommer, o assunto é o desafio da mulher do século 21.
Veja como e por que o leite orgânico pode ser uma alternativa para produtores da região.
A revista Novo Rural é uma publicação realizada em parceria por Convênio:
Diretora
Editora-chefe
Coordenador financeiro
Gerente Comercial
Patricia Cerutti
Eduardo Cerutti
Foto da capa Circulação Mensal
Gelson Waier
Tiragem
13 mil exemplares
Fone: (55) 3744-3040 Endereço: Rua Getúlio Vargas, 201 - B. Ipiranga Frederico Westphalen/RS
2 | Revista Novo Rural | Março de 2018
Revista Novo Rural
@novorural
Gracieli Verde
Dione Junges
Diagramação e publicidade Fábio Rehbein, Karen Kunichiro e Leonardo Bueno
55 99624-3768
ABRANGÊNCIA: Alpestre, Ametista do Sul, Barra Funda, Boa Vista das Missões, Caiçara, Cerro Grande, Chapada, Constantina, Cristal do Sul, Dois Irmãos das Missões, Engenho Velho, Erval Seco, Frederico Westphalen, Gramado dos Loureiros, Iraí, Jaboticaba, Lajeado Do Bugre, Liberato Salzano, Nonoai, Nova Boa Vista, Novo Barreiro, Novo Tiradentes, Novo Xingu, Palmeira das Missões, Palmitinho, Pinhal, Pinheirinho do Vale, Planalto, Rio dos Índios, Rodeio Bonito, Ronda Alta, Rondinha, Sagrada Família, São José das Missões, São Pedro das Missões, Sarandi, Seberi, Taquaruçu do Sul, Três Palmeiras, Trindade do Sul, Vicente Dutra e Vista Alegre.
Lançamento
NOVO TRIGO DUPLO PROPÓSITO BRS PASTOREIO Trigo Flex
Pasto
+
grão, silagem e feno PRODUÇÃO DE GRÃOS
BRS Pastoreio x BRS Tarumã Média nos anos 2009, 2010, 2013 e 2014 5000 4000 3000 2000 1000 0 Sem corte
SEMENTES COMETA
KUDIESS
DISTRIBUIDOR
BRS Pastoreio
CHIAPETTA/RS
1 corte
2 cortes BRS Tarumã
mmkudiess@hotmail.com 55 3332-5200 / 55 9.9963-2122
3 | Revista Novo Rural | Março de 2018
Interação
Revista Novo Rural
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Fale conosco pelo WhatsApp: (55) 9.9624-3768 revistanovorural@oaltouruguai.com.br facebook.com/revistanovorural
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COMENTÁRIOS Reprodução
Nestlé: preço melhor por leite com mais qualidade “Sempre fui meio contra o uso de estimulantes para aumentar a produção das vacas. A produção deve ser conforme o potencial do animal e sua alimentação. Acho uma boa iniciativa da empresa. Conseguimos unir aqui o bem-estar animal e a valorização ao produtor que trabalha para isso.”
De 5 a 9 Expodireto Cotrijal 2018 Local: Parque de Exposições de Não-Me-Toque
Reprodução
Vanderlei Lermen, bovinocultor de leite, via Facebook
Dia 10
Turismo rural de Sarandi “Nesta capela está um dos altares que meu pai José e seu irmão Domingos Zancanella construíram. Obrigada às maravilhosas pessoas que cuidam e zelam com carinho e primor esta linda obra de arte, motivo de muito orgulho para nós da família Zancanella.” Loiri Zancanella Cortese, via Facebook
Expodireto Cotrijal tem participação da região
A
lém das tradicionais caravanas da região que a cada ano participam da Expodireto Cotrijal, em Não-Me-Toque, a feira conta com outra contribuição importante daqui, entre os dias 5 e 9 deste mês. Equipes da Emater/RS que integram o Escritório Regional de Frederico Westphalen também auxiliam na organização de espaços da entidade em uma das feiras mais importantes do Sul. Uma das equipes que estão envolvidas na organização é da Unidade de Cooperativismo, coordenada pela extensionista Marcia Faccin. Ela adianta que em parceria com as unidades de Ijuí e Erechim, será dado ênfase para a intercooperação, principalmente para acessar o mercado institucional; a experiência de envelhecimento de vinhos dentro de furnas, em Ametista do Sul; além de casos de cooperativas nas áreas de porongo e erva-mate, mostrando um pouco o processo de produção. Outro destaque será para a geração de energias renováveis,
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Março 2018
mostrando o exemplo da Usina Solar Boa Vista, da Creluz. Outra participação da Emater/RS da região na feira é no setor de turismo rural. Um projeto de paisagismo atento ao saneamento básico mostrará como aproveitar a água da chuva. São aspectos que podem ser valorizados nas propriedades que estão ingressando nesta área, segundo a assistente técnica regional Dulcenéia Haas Wommer. O espaço, localizado próximo do portão 2, também mostrará outras questões referentes à atuação da Emater no turismo rural, bem como abrirá espaço para os municípios divulgarem os seus roteiros e empreendimentos. Já a revista Novo Rural também terá uma ação, em parceria com a Emater/RS. Distribuição de exemplares deste mês aos visitantes, a fim de valorizar ainda mais os parceiros comerciais do veículo de comunicação, fará parte do trabalho, além da tradicional cobertura jornalística, que você confere na edição de abril.
Seminário de Planejamento Rede Coop Horário: 9h30min Local: Auditório da prefeitura - Ametista do Sul
Dia 15 4º Seminário Regional da Suinocultura Horário: 9h30min Local: salão paroquial de Pinheirinho do Vale
Dia 21 Seminário sobre Criação e Comercialização de Peixe
Se você estiver pela feira e fizer algum registro fotográfico bacana, manda pra gente pelo WhatsApp (55) 9-9624-3768. A sua foto poderá aparecer nas nossas redes sociais!
Horário: 13h30min Local: Câmara Municipal de Vereadores de Rio dos Índios
Dia 22 Aperfeiçoamento para profissionais das engenharias e produtores Horário: 9 horas Local: Escola Cardeal Roncalli Frederico Westphalen
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Expofred 2018 Arquivo Jornal AU
Mostra da Terneira também terá edição municipal neste ano
Pecuária regional estará em evidência durante a feira
A
força do setor agropecuário regional certamente estará em evidência durante a Expofred 2018, que ocorre de 27 de abril a 1º de maio, no parque de exposições de Frederico Westphalen. A pecuária, mais uma vez, estará em destaque, e os trabalhos da Comissão Setorial do Agronegócio seguem intensos. Coordenam essa comissão o secretário de Agricultura de Frederico Westphalen, Cleber Cerutti, e os médicos-veterinários Juliano
Locatelli e Edson Buzetto, este da Inspetoria Veterinária. Uma das novidades anunciadas é a construção da nova pista de julgamento e de uma arquibancada, a locação de 20 novas baias para a exposição e julgamento morfológico dos equinos, além de outras obras que já iniciaram nos terrenos que recebem as mostras. Já a Via Tecnológica da Suinocultura também está confirmada, com oito espaços para que os empresários do setor mostrem novidades em produtos e servi-
ços. Ao todo, produtores e visitantes poderão visitar as mostras e julgamento de terneiras e equinos, a exposição de bovinos, além das mostras de ovinos, caprinos e pequenos animais. A feira ainda contará com a realização de uma Mostra Municipal da Terneira, criada para valorizar os produtores locais, além Mostra Regional, que já é tradição na Expofred. Ao todo serão 55 animais para a mostra e julgamento.
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Agricultura
Grãos
Soja:
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nas vésperas da colheita
Hora de programar o que fazer no vazio outonal para não deixar o solo descoberto Gracieli Verde
revistanovorural@oaltouruguai.com.br
N
a propriedade de Adilson e Marisa Hanauer, no distrito de Tesouras, em Chapada, o clima era de otimismo na primeira quinzena de fevereiro. A situação das lavouras nos 65 hectares de soja da família era formidável, até porque os índices de chuvas durante o ciclo foram bons. Em janeiro, por exemplo, foram registrados mais de 200 milímetros na localidade, segundo o produtor. É esse cenário mais favorável no Norte do Estado que tem tranquilizado sojicultores da região, onde o La Niña não assusta tanto quanto na metade Sul do Estado e na Argentina. Tanto que uma prévia da Emater/RS em relação à safra de verão mostra um possível aumento de 17,5%, passando de 1,2 milhão de toneladas para 1,5 milhão. É claro que a instituição deve apresentar dados mais
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apurados na primeira semana de março, durante a Expodireto Cotrijal, tendo como base os dados da segunda quinzena de fevereiro, que devem ter ainda mais precisão nesse sentido, conforme a gerente-adjunta de Planejamento da Emater/RS, Magda Tonial. No caso das lavouras de Hanauer, a sanidade tem sido muito boa nesta safra, o que mantém uma estimativa de colheita entre 80 sacas/ hectare. Na safra passada a média ficou em 79,2 sacas/ha. Por lá, o cuidado com a cultura não deixa de lado práticas como o manejo integrado de pragas, além do monitoramento constante em relação a possíveis doenças. Apareceu um pouco de oídio, mas foi controlado. A lagarta falsa-medideira que assustou um pouco, pela dificuldade no controle, mas nada que comprome-
ta a produção, por mais que isso reflete em um pouco a mais de custo. Na propriedade, assim como em maior parte da região, a expectativa é que a colheita iniciei no fim deste mês e prossiga em abril. Com mais de 40 mil hectares de soja nesta safra 2017/2018, Chapada é o segundo maior produtor do grão da região de abrangência do Escritório Regional da Emater/RS de Frederico Westphalen. No município a média de produtividade das duas safras passadas foram de 60 e 63 sacas/hectare, respectivamente. Neste ciclo se espera também que fique entre 60 a 65 sacas, segundo a engenheira-agrônoma Joana Graciela Hanauer, da Emater/RS local. “É claro que tem produtores que vão colher muito mais, pelo manejo e tecnologias que adotaram”, pondera.
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Grãos Fotos: Gracieli Verde
Ano atípico para a formação de preço, mas devem haver oportunidades de alta
O
ano de 2018 tem tudo para ser um tanto atípico, seja pela questão do clima, por ter um La Niña que tem influenciado especialmente a safra da Argentina, além de no Brasil ser um ano eleitoral, o que deve impactar no câmbio – que ajuda a formar o preço da soja e de outras commodities que são exportadas. A avaliação é do analista Paulo Molinari, da Safras & Mercado, que esteve em Seberi em fevereiro, durante a 1ª Noite de Campo da Agricenter. Ele ressalta que neste ano o produtor precisa estar atento a períodos de possíveis altas, a fim de garantir mais liquidez. – Primeiro ponto a ser observado é que essas variáveis, de clima e do câmbio, estarão presentes durante todo o ano, portanto, podem haver períodos de preços atrativos para o produtor. Em segundo lugar, teremos novamente uma safra recorde, não falta soja no mundo, o estoque americano é alto, mas tem o problema de safra na Argentina, isso vem trazendo oportunidades para o produtor. Quer dizer, ele vai precisar aproveitar os momentos de alta, não vender tudo ao mesmo tempo, mas vender aos poucos, não deixar tudo para depois, porque ainda temos a chance de ter uma safra americana muito boa mais adiante – alerta Molinari Além disso, o resultado das eleições brasileiras também pode influenciar uma redução no câmbio, então isso impactaria no preço da soja. De qualquer forma, Molinari considera 2018 bem melhor que 2017. Na segunda quinzena de fevereiro, o preço do grão no Estado variou de R$ 60 a R$ 69/saca, segundo a Emater/RS.
Paulo Molinari, analista da Safras & Mercado
“Produtor vai precisar aproveitar os momentos de alta e vender aos poucos, não deixar tudo para depois.” Paulo Molinari
Produtor Adilson Hanauer com a agrônoma Joana Graciela Hanauer, da Emater/RS
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Agricultura
Grãos
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“Precisamos voltar a discutir o óbvio” A busca por altas produtividades tem sido pauta de muitos encontros, fóruns e palestras, afinal, ter esses rendimentos além da média é o objetivo de todo produtor rural. Esse manejo que o agricultor Adilson Hanauer, de Chapada, adota, por exemplo, talvez não seja seguido pela maioria no que se refere ao MIP e ao manejo de solo. Quer dizer, existem tecnologias com altos potenciais produtivos, mas não se sabe até que ponto o solo vem sendo verdadeiramente mantido “saudável” para “responder” em produtividade. O engenheiro-agrônomo Antônio Luis Santi, que é doutor em Ciências do Solo e professor na UFSM-campus de Frederico Westphalen, atenta para o fato de que programar-se para obter altas produtividades requer rever algumas práticas relacionadas ao sistema de plantio direto e a rotação de culturas. – Chegamos num momento que se pensou que era fácil fazer agricultura com o plantio direto, mas entramos numa zona de conforto e se não mudarmos nossas escolhas em relação às culturas usadas nesse sistema, não conseguiremos evoluir – analisa. Inclusive, é sobre isso que Santi vai explanar no 29º Fórum Nacional da Soja, neste dia 6 de março, na Expodireto Cotrijal. – Temos que voltar a debater o óbvio, porque não tem como pensar em alto rendimento vendo casos de erosão nas nossas lavouras. Isso é a
“Não se pode abrir mão do refúgio para facilitar o processo.” Alexandre Gazolla Neto
8 | Revista Novo Rural | Março de 2018
“PRODUZIR MAIS REQUER AJUSTES” Estar atento a esse manejo sugerido por Santi também é reforçado pelo agrônomo Alexandre Gazolla Neto, que é doutor em tecnologia de sementes, integrante do Conselho Brasileiro de Biotecnologia (CIB) e professor na URI/FW. Por mais que não haja uma “receita” pronta para todas as realidades, há que seguir alguns princípios, como justamente manter o solo estruturado, com adubação e cobertura de solos adequados, além da boa escolha por sementes com genética adequada para a propriedade. “Produzir mais requer ajustes e é importante otimizar técnicas de produção”, ressaltou, quando participou de mais uma edição do Fórum Soja Brasil, em Campo Novo, em fevereiro. Ele alerta para as práticas que permitem a manutenção da tecnologia Bt como fundamentais no campo. Uma delas é o refúgio, de 10% no caso do milho e 20% na soja – o agricultor já precisa estar atento para a próxima safra, porque é crucial planejar com antecedência. “Não se pode abrir mão disso para facilitar o processo”, reforça. E a rotação das culturas volta à pauta. “Soja sobre soja facilita a resistência das lagartas. O MIP é outra ferramenta importante, assim como a dessecação antecipada de 30 dias antes do plantio, o controle de plantas daninhas, o uso de semente certificada e com altos níveis de germinação e vigor, além do correto tratamento de sementes”, defende.
Soja + vazio outonal + trigo
Soja + coquetel de plantas no vazio outonal + alguma opção que dê lucratividade no inverno
Fotos: Gracieli Verde
Alexandre Gazolla Neto, conselheiro do CIB e professor na URI/FW
prova de que estamos deixando de fazer o óbvio bem feito – alerta. Outro ponto citado por Santi é a necessidade de incluir mais o milho no processo de rotação de culturas, pelo menos em 30% da área a cada safra, para garantir mais palhada para o solo – independente de questões de mercado. Somente soja no verão e trigo ou aveia no inverno é insuficiente para garantir um solo fértil e com água. – Não que tenhamos que abrir mão da soja, mas é preciso avaliar o que está dando errado. Temos que eliminar os três ou quatro meses de vazio outonal e ter um sistema mais intensivo. Isso pode ser feito com sobressemeadura antes de cair a folha da soja, para manter o solo coberto. Ou então, nesse mesmo vazio outonal, usar um coquetel de variedades, como ervilhaca, nabo, trigo mourisco, tremoço branco e crotalárias – sugere. Trabalhar com mais de uma espécie, nesse caso, favorece que sejam aproveitadas as diferentes habilidades que as plantas têm. “Isso é urgente para recuperar o solo”, reforça Santi. No inverno – atenção para você que está planejando essa safra – também não se pode simplificar somente no trigo ou nas aveias. Ele defende que sejam buscadas alternativas para que pelo menos “empate” os custos com os rendimentos e ajude mais o solo. Para isso o produtor precisa aprimorar a gestão da propriedade.
Agricultura
Frutas
Melancia mais doce prestes a conquistar o mercado
R
aras sementes e um grau de doçura bem mais elevado do que as melancias habituais no mercado. A Pingo Doce, desenvolvida pela Bayer, começou a ser cultivada no Brasil em 2016 e nesta safra teve mais adeptos na produção. No Brasil, são cerca de 40 agricultores que já conhecem a cultura. Neste último mês, a marca investiu mais pesado na divulgação do produto – até blogueiros foram presentados com a fruta, para divulgar a novidade. Em solo gaúcho são 10 produtores que apostaram nesta variedade de melancia, nos municípios de General Câmara, Charqueadas, Bagé, Encruzilhada do Sul e Butiá. A variedade foi lançada pela multinacional na Espanha. Por lá, segundo a marca, o consumo da fruta per capita era de 3,5 quilos. Depois de a Pingo Doce chegar aos supermercados, o consumo subiu para 6,5 quilos per capita. Além da doçura – com até 12 graus brix, ante 6 a 8 graus brix da comum – e de praticamente não ter sementes, outro fator que motiva o maior consumo é que essa melancia tem o dobro de antioxidantes em relação ao normal. A facilidade para transportar a produção também é um diferencial, pois a Pingo Doce pesa entre seis e oito quilos, além de durar mais tempo preservando a textura e o sabor.
>> Produto, custo e lucro diferenciados Uma estimativa da marca mostra que o custo das semente pode ser de 25% maior do que a melancia comum, mas, os ganhos também podem ser 30% acima do habitual. Além disso, o cultivo recomendado exige o uso de abelhas inseridas na lavoura em boa quantidade. Um produtor de Encruzilhada do Sul colheu cerca de 50 toneladas por hectare nesta safra. Ele fez uso de uma caixa de abelha em cada hectare cultivado, para potencializar polinização.
Época de fazer o raleio nas bergamoteiras
O
citricultor tem um manejo importante para esta época do ano. Trata-se do raleio das bergamotas, que visa otimizar a qualidade das frutas que ficam para
a produção. A prática mais utilizada é o raleio manual, que mesmo sendo bastante trabalhoso, tem um resultado melhor, porque o produtor controla com mais exatidão a distribuição dos frutos na planta. – A intensidade do raleio vai depender da carga de frutos que a árvore apresenta e das condições de cultivo. Em plantas jovens, com
menos de três anos de idade, recomenda-se o raleio de todos os frutos. Em plantas adultas, em anos de intensa floração, o raleio pode chegar a 80% do total de frutos e em anos de baixa produção ser até mesmo dispensado – explica o técnico agropecuário Clair Olavo Bertussi, do escritório municipal da Emater/RS de Alpestre. De forma geral, recomenda-se deixar um fruto por ramo curto e dois frutos por ramo maior do que 20 cm de comprimento, buscando uma distribuição uniforme na copa das plantas. “Em plantas bem nutridas e manejadas adequadamente, pode-se diminuir a intensidade de raleio, porém, em plantas com sintomas de deficiência nutricional e mal conduzidas, deve-se ralear de forma ainda mais intensa”, orienta.
Videiras precisam de manejo pós-colheita
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assada a colheita da uva, é fundamental que o viticultor siga com o manejo para as plantas se recuperarem no que diz respeito as reservas de carboidratos e de nutrientes, mas, para que isso aconteça é importante manter as folhas sadias e funcionais, segundo o extensionista Doraci Bedin, do escritório municipal da Emater/RS de Planalto. Ele ressalta a importância dos tratamentos fitossanitários, porque as folhas atacadas por doenças perdem a capacidade fotossintética, portanto, interrompe o armazenamento de fotoassimilados. “Deve-se fazer duas a três aplicações de fungicida à base de cobre (calda bordalesa). Em variedades precoces, é preciso realizar mais tratamentos”, orienta. Qualquer dúvida, procure os profissionais da Emater/RS. 9 | Revista Novo Rural | Março de 2018
Agricultura
Dia de Campo
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Manejo consciente é tratado em encontros técnicos
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uas das unidades de referência tecnológica na área de soja na região sediaram dias de campo em fevereiro, uma em Boa Vista das Missões e outra em Ronda Alta. Em ambos os eventos o trabalho fez parte do projeto Lavoura de Resultados, idealizado pela Emater/RS-Ascar e Embrapa, em parceria com a Massey Ferguson e Syngenta. Em todo o Estado gaúcho serão realizados mais de 20 eventos oficiais envolvendo este projeto, abrangendo todas as regiões da Emater/RS-Ascar. Em Boa Vista das Missões, a Fazenda Librelotto foi anfitriã do dia de campo, onde quase 150 produtores, técnicos e representantes de entidades envolvidas no setor participaram da atividade. O foco principal foi a busca por melhores resultados na lavoura, alinhado com a tecnificação do agricultor. Um dos assuntos tratados foi o manejo consciente, que propõe o uso correto de produtos para controle de pragas e doenças. – Isso garante melhores condições de desenvolvimento para a soja e mais controle das doenças. Ele consiste em uma série de dez principais técnicas, em que se tem o objetivo de fazer com que a vida útil dos fungi-
cidas seja maior ao longo dos anos e que o manejo de doenças na cultura garanta a produtividade da lavoura – salienta Ivan Tedesco, representante técnico da Syngenta. Em relação ao projeto Lavoura de Resultados, o objetivo é alcançar melhores resultados com mínimo custo, mas nunca colocar em risco a produtividade dos agricultores, conforme o assistente técnico estadual de sistemas de produção vegetal da Emater/ RS-Ascar, Alencar Paulo Rugeri. “Nós não vendemos produtos, nosso compromisso é levar informações e conhecimento aos produtores, para melhorar a qualidade da produção agrícola”, explicou Rugeri. Em Ronda Alta, na lavoura de Wagner Orbak, esse também foi o foco do dia de campo, com a presença de cerca de 200 pessoas. Outro assunto que entrou na pauta foi a tecnologia de aplicação, com a participação do engenheiro-agrônomo Luciano Schwerz. – Além de saber qual o melhor momento para aplicar os produtos na lavoura, o agricultor também precisa ficar atento ao uso de equipamentos de proteção individual. Nas empresas normalmente existe uma política de segurança do trabalho, na lavoura não
Dione Junges
Trabalho faz parte do projeto Lavoura de Resultados, idealizado pela Emater/RSAscar, Embrapa e empresas parceiras
Em Boa Vista das Missões, Fazenda Librelotto sediou programação
pode ser diferente, o agricultor também precisa ter esse compromisso com ele mesmo – salientou o agrônomo. Na mesma programação, o manejo integrado de pragas, um dos pontos-chaves do projeto Lavoura de Resultados, foi abordado pelo pesquisador Alberto Marsaro Júnior, da Embrapa. – O MIP é trabalhoso e exige conhecimento, mas esse conhecimento está disponível e é fundamental que o produtor busque essas informações para poder aplicá-lo. As instituições de pesquisa e de assistência técnica estão aí para auxiliar nesse sentido –
ressalta Marsaro Júnior. O agrônomo Douglas Campigotto, da Emater/RS de Ronda Alta, ressalta que é muito importante o produtor saber como identificar os insetos e fazer o monitoramento da lavoura para conseguir realizar o controle químico correto, sem excessos ou falta de defensivos. Em ambos os municípios os dias de campo contaram com a participação de lideranças de locais e regionais, bem como a organização das equipes dos escritórios municipais da Emater/RS, com o suporte de assistentes técnicos regionais da área. Gracieli Verde
Em Ronda Alta, produtor Wagner Orbak cedeu espaço para mostrar 10 | Revista Novo Ruralresultado | Março de 2018
11 | Revista Novo Rural | Março de 2018
Agricultura
INFORME PUBLICITÁRIO
Agricenter inova com a 1ª Noite de Campo atendimento aos clientes e parceiros. – Somos uma empresa familiar que prioriza os resultados para produtor. A gente vive o dia a dia da agricultura, porque também produzimos. Então, conhecemos bem os desafios diários. Nossa intensão é justamente trazer novas ideias e propostas de melhorias para o agricultor – disse Luiz Paulo, logo após o encerramento da programação técnica. A necessidade de o agricultor estar sempre em busca de informações confiáveis foi citada pelo sócio-proprietário Marcos Barbieri, que também gerencia as lavouras da família. “É necessário entender o que está acontecendo no mercado”, reforça.
Um dos convidados da noite foi o analista Paulo Molinari, da consultoria Safras & Mercado, que falou sobre as perspectivas para o preço da soja. “Poderemos ter momentos de alta no preço. Nosso conselho é que o produtor aproveite esses momentos, para ter mais liquidez na safra”, orientou. Também esteve presente no evento a apresentadora do Canal Rural, Kellen Severo, que conduzir os debates e palestras no local. No facebook.com/revistanovorural você também confere a entrevista com o analista e cobertura em vídeo do evento!
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“Este evento é muito importante, porque nesta região se vê um avanço muito grande na produção agrícola. Sairemos daqui com informações importantes para os negócios de amanhã.”
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MERCADO
Jorge Rodrigues, diretor da Farsul
Nelson Zanatta, agricultor em Taquaruçu do Sul “O ponto forte do evento foi a qualidade dos palestrantes e o nível técnico. Foram capazes de trazer informações tecnológicas de primeira. Isso é essencial para quem produz.”
Lideranças convidadas pela empresa formaram debate sobre questões relacionadas ao mercado
Jeferson Farias, agricultor em Erval Seco
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“Para nós a Agricenter é uma empresa completa, que nos fornece tudo o que precisamos para nossa propriedade com o que tem de melhor em tecnologia. Essa noite de campo é uma oportunidade para acompanharmos as tendências e novidades do ramo agrícola.”
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razer inovação, tecnologia e rentabilidade para os clientes é um dos desafios que a família Barbieri, proprietária da Agricenter, se propõe. Com 14 anos de atuação no mercado agrícola em Seberi e toda a região, a empresa conta diversas parceiras, como a Sementes Fabris, Bayer, Stoller, Dekalb, Mosaic, Stara entre outras. Tendo em vista esse cenário cada vez mais competitivo, no dia 22 de fevereiro a empresa realizou juntamente com o Clube da Irrigação e seus parceiros, a 1ª Noite de Campo, evento com formato diferenciado e inédito para a região. O encontro foi sediado na Agrícola Irmãos Barbieri, na localidade Rincão dos Portela, Boa Vista das Missões, onde a família também é produtora de grãos. Mais de 350 pessoas participaram. O empresário Luiz Paulo Barbieri, que gerencia a Agricenter com os filhos Marcos, Maurício e Gustavo, definiu o momento como uma nova experiência, mais uma vez com foco no bom
Gracieli Verde
Mais de 350 produtores rurais prestigiaram o evento em novo formato, inédito na região
REALIZAÇÃO:
APOIADORES
11 | Revista Novo Rural | Março de 2018
Especial
Dia Internaci�nal da Mulher 12 | Revista Novo Rural | Março de 2018
A ���ça de v�ntade que �az a di�erença Agricultora de Palmeira das Missões investe na área de panificados e projeta novas possibilidades para a família Gracieli Verde
revistanovorural@oaltouruguai.com.br
Q
uem vê a alegria de Enéia de Fátima Rodrigues de Oliveira, 38 anos, ao falar sobre o negócio que construiu com o apoio da família não imagina os desafios que foram superados nesses últimos anos. A Agroindústria Salmos de Davi tem se tornado referência em Palmeira das Missões quando o assunto são os panificados. Pães, massas, bolachas e cucas são alguns dos produtos do portfólio da marca, que muito mais do que um negócio, representa o esforço e a dedicação de Enéia em empreender no meio rural. Ela é casada com Nilton Rogério de Abreu Oliveira, 43 anos, que trabalha há mais de 20 anos em uma granja que produz grãos na Esquina Scherer, a cerca de um quilômetro de onde está a agroindústria da família – localizada na área de terra da mãe de Enéia, a dona Eloí Pias Azevedo, que hoje mora na cidade. Com ela trabalha a sogra, dona Nelcinda, e o cunhado Jorge. A filha Tainá, de 13 anos, também colabora em algumas tarefas diárias, no contraturno escolar, o que despertou nela o gosto pelos produtos e pela rotina da Salmos de Davi. A ideia de ter uma agroindústria surgiu ainda quando Enéia fazia bolachas com a irmã Rudinéia e
participava do grupo de mulheres que a Emater/RS tem na comunidade. “A gente fazia em menor quantidade, daí o retorno financeiro não era tão atrativo. Acabamos parando”, conta Enéia. Mesmo assim, alguns dos equipamentos, como fornos, foram para a casa dela. “De vez em quando eu fazia alguns pães e vendia. Enquanto isso eu continuava no grupo de mulheres. Foi ali que, em 2010, soube que era possível acessar recursos do governo do Estado para aquisição de equipamentos”, recorda. Eram valores destinados por meio do Feaper, que é o Fundo Estadual de Apoio ao Desenvolvimento dos Pequenos Estabelecimentos Rurais. Com o acesso ao dinheiro, era preciso ter um local adequado para instalar de fato a agroindústria. Foi quando mais uma vez a irmã Rudinéia entrou na história, porque nesse meio-tempo ela se mudou e a casa onde residia estava fechada. Foi uma conversa familiar que resolveu tudo e Enéia passou a usar a estrutura para adaptar a agroindústria. Foi ali que a família recebeu a nossa reportagem, inclusive, a extensionista Zuleica Magalhães Malheiros, da Emater/ RS, a quem Enéia chama carinhosamente de professora. Com os ajustes que a Vigilância Sanitária solicitou, foi possível ter o alvará, principal documento para que tudo pudesse ser legalizado. “Os produtos
da Salmos de Davi, inclusive, são os únicos no ramo de panificados que têm o selo Sabor Gaúcho em Palmeira das Missões, uma forma de identificar em nível de Estado os itens produzidos por empreendimentos familiares devidamente inspecionados”, explica a extensionista Zuleica. Enéia faz regularmente cursos de boas práticas de fabricação, por meio da Emater/RS, no centro de treinamento, em Erechim, onde também aprendeu mais sobre massas e em abril vai fazer mais uma atualização. “Mesmo com a Tainá pequena na época, eu ia. Era importante para dar continuidade ao trabalho”, recorda, sem conseguir esconder a emoção, porque realmente lhe foram impostas algumas provações nisso tudo. “Teve muito choro, mas deu tudo certo”, brinca o esposo, com semblante feliz em ver as conquistas dela. Oficialmente, os negócios começaram a ser impulsionados em meados de 2013, quando já estava tudo certo com a agroindústria, e que os mercados para alimentação escolar foram acessados, o que garante renda durante a maior parte dos meses do ano. “É como se fosse a minha safra”, define Enéia. Em meses que não têm aulas, ela intensifica a venda dos produtos para outros clientes, para manter pelo menos parte da renda. Em meses “normais”, a produção é de 200 quilos de bolacha, além de pães e massas.
Gracieli Verde
12 | Revista Novo Rural | Março de 2018
A extensionista Zuleica, Nelcinda, Eloi, os irmãos Geferson e Tainá, a empreendedora Enéia, o esposo Nilton e o cunhado Jorge: time unido
Especial
Dia Internaci�nal da Mulher 13 | Revista Novo Rural | Março de 2018
Gracieli Verde
Planejando o �uturo
“Os produtos da Salmos de Davi, inclusive, são os únicos no ramo de panificados que têm o selo Sabor Gaúcho em Palmeira das Missões.” Zuleica Magalhães Malheiros, da Emater/RS
Poder fazer o que gosta e ter a própria renda eram os objetivos de Enéia com a agroindústria. Mas não é somente isso. Ela ainda quer que o esposo Nilton possa ajudá-la nos negócios, que tenham renda suficiente para isso. “A gente pensa em investir em mais alguma atividade aqui mesmo, talvez gado de corte, ainda estamos analisando. Porque eu gostaria mesmo que ele também pudesse me acompanhar mais, não precisar trabalhar fora”, revela. Uma casa próxima de onde funciona a agroindústria é outro projeto para este ano. O filho Geferson, de 22 anos, que estuda Administração na URI – campus de Frederico Westphalen e trabalha em uma cooperativa de crédito na cidade, também apoia essa iniciativa. Ele garante que quer contribuir para que o negócio que mãe começou tenha sequência, sem esconder as lágrimas. Como ainda é importante abrir mais canais de comercialização, a ideia de formar uma cooperativa de pequenos produtores paira no ar por ali, ou mesmo uma loja de produtos coloniais. São várias as possibilidades para se aproximar do público consumidor e fortalecer os negócios.
Dona Nelcinda, a sogra, Enéia e a filha Tainá com algumas das delícias da Salmos de Davi
Muito �arro e p�eira Talvez esteja se perguntando, afinal, qual a dificuldade em colocar um negócio assim em funcionamento. Além de toda a parte burocrática, que é “natural” e faz parte do processo para ter tudo legalizado, talvez a falta de infraestrutura viária seja outro fator que influencia diretamente a vida dessa família. “Só a gente sabe quantas vezes estragamos carro ou não podíamos sair daqui porque chovia e não dava para ir para a cidade fazer entrega”, exemplifica Nilton, meio cabisbaixo, sem querer comentar essas coisas, porque é uma demanda de muito tempo da localidade. Para chegar lá são pelo menos 15 quilômetros de estrada de chão, como
se diz por aqui, parte cascalhada, parte não. Há outro caminho que tem uma parte de asfalto, mas não tem como escapar de outros nove quilômetros de terra, para um total de 25 km até a cidade. “Teve vezes que chovia, a gente deixava o carro aqui na agroindústria e ia a pé para casa, para garantir que no outro dia cedo fosse possível sair, para não atrasar as entregas”, revela Enéia. É por isso que foi preciso de muita força de vontade para não desistir e, sem dúvidas, é um caso de inspiração. “A Enéia nunca se abalou com nada disso. Foi fundamental para chegar nesse patamar”, opina a extensionista Zuleica, que também assessora a família por meio da Emater/RS.
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Dia Internaci�nal da Mulher
Especial
Agende-se para c�mem��ar o seu dia! Programações espalhadas pelos municípios da região contarão com palestras e momentos de confraternização
O
s encontros relacionados ao Dia Internacional da Mulher mais uma vez devem reunir milhares delas em várias localidades da região. São programações promovidas graças a parcerias entre sindicatos, Emater/RS, prefeituras e mobilizam um público importante. Afinal, não se pode deixar de buscar pelo espaço que as mulheres merecem na sociedade, seja no campo ou na cidade. Acompanhe as datas e participe!
Trindade do Sul O 14º Encontro Microrregional de Mulheres acontece neste ano em Trindade do Sul, envolvendo também os municípios de Ametista do Sul, Alpestre, Planalto, Gramado dos Loureiros, Nonoai e Rio dos Índios, no dia 3. São esperadas cerca de 1,5 mil pessoas. O evento contará com, palestra, pronunciamentos, venda de artesanato, almoço, apresentações artísticas e show musical. A organização do evento está a cargo da Emater/RS, STRs e prefeituras.
Ametista do Sul O Encontro Municipal de Mulheres de Ametista do Sul será em paralelo à Expopedras, no dia 8 deste mês, na praça central. O evento será pela parte da tarde, inclusive com palestra motivacional. A promoção é da Secretaria Municipal de Assistência Social, Conselho Municipal dos Direitos das Mulheres, Emater/RS e Sicredi Alto Uruguai.
Engenho Velho O 12º Encontro Regional de Mulheres, que envolve os municípios de Engenho Velho, Constantina, São José das Missões, Novo Xingu e Liberato Salzano, será realizado no dia 9, no Esporte Clube 1º de Maio, em Engenho Velho. A promoção é da Emater/RS, Sintraf e prefeituras desses municípios. A programação inclui palestra, almoço, homenagens, aulas de dança e integração.
Vista Alegre O 15º Encontro Intermunicipal de Mulheres, que envolve os municípios de Vista Alegre, Taquaruçu do Sul, Palmitinho e Pinheirinho do Vale ocorrerá no dia 10 de março, na Gruta Nossa Senhora da Salete, na linha Centenaro, em Vista Alegre. A recepção deve iniciar às 9 horas, seguida da palestra “Faça da sua vida um show”, ministrada por Roselei Luiz Angst e equipe. Ao meio-dia haverá almoço e, após, pronunciamento de autoridades. Às 14 horas ocorrerá um momento de integração com o musical Trio Esperança. A promoção é da Emater/ RS-Ascar, administrações municipais e Sindicato dos Trabalhadores Rurais desses municípios.
Seberi
Sagrada Família Em Sagrada Família as mulheres são convidadas a participar de encontro no dia 9 de março, a partir de 13h30min, no CTG Sentinela da Várzea. São esperadas 150 pessoas e o evento é organizado pela prefeitura e Emater/RS. Palestras sobre saneamento básico e motivação farão parte da tarde, além de confraternização.
Seberi, Dois Irmãos das Missões e Erval Seco mais uma vez se unem para comemorar o Dia da Mulher. Desta vez o encontro será no Centro de Eventos Altino Boeno (atrás da Grafimar), em Seberi, no dia 10. As mulheres serão recepcionadas a partir das 9h30min, seguida de momento religioso, pronunciamentos e almoço. À tarde haverá torneio de canastra e bocha, além de música.
Ronda Alta No dia 10, Ronda Alta sedia o Encontro Municipal de Mulheres, no Esporte Clube Brasil, a partir das 13h15min. A promoção é da administração municipal, Emater/RS, Sintraf e Câmara de Vereadores. A programação contará com palestra, muita interação, além de lanche e bingo. Exposição de artesanato também será uma das atrações.
São Pedro das Missões O evento em comemoração ao Dia da Mulher em São Pedro das Missões será dia 15 de março, no pavilhão da Terceira Idade Renascer. A promoção é da Secretaria de Assistência Social, Cras e Emater/RS. A programação inicia às 13h30min, com palestra, atividade lúdica e sorteio de brindes.
Palmeira das Missões O 13º Fórum da Mulher - Mulheres de Atitude será realizado em Palmeira das Missões no dia 24 deste mês, na Câmara de Vereadores. A promoção é resultado de uma parceria entre a prefeitura, Sindicato Rural, Emater/RS, 20ª Coordenadoria Regional de Educação, além do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher.
Jaboticaba No dia 4, o município de Jaboticaba realiza um encontro alusivo ao Dia da Mulher, na comunidade de Vila Trentin. A promoção é da Emater/RS, prefeitura Grupo de Senhoras e Moças, Sindicato dos Trabalhadores Rurais e Cooperjab. As mulheres serão recepcionadas a partir das 8h30min. Durante o dia haverá celebração religiosa, almoço, sorteio de brindes e apresentações artísticas. Feira de artesanato também integrará o evento, com mostra de sementes crioulas.
Nova Boa Vista Em Nova Boa Vista devem se reunir mais de mil mulheres de Chapada, Barra Funda e Novo Barreiro, no dia 10. A programação ocorre no Ginásio Municipal Padre Urbano Maldaner. A promoção é dos quatro municípios, juntamente com a Emater. A acolhida está prevista para as 9 horas, seguida de espetáculo teatral e apresentação de danças. Após o almoço haverá homenagens, bingo e integração.
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Frederico Westphalen O município de Frederico Westphalen sedia o encontro que tradicionalmente é feito em parceria com os municípios de Iraí, Caiçara e Vicente Dutra, no dia 10. O evento será no parque de exposições da cidade e contará com atrativos durante todo o dia.
Rondinha O 5º Dia Delas mais uma vez reunirá mulheres em Rondinha, no dia 31 de março, no salão paroquial da cidade. A programação é organizada pela prefeitura, por meio das secretarias de Educação e Cultura e Assistência Social, em parceria com a Emater/RS.
Especial
Dia Internaci�nal da Mulher Fotos: Divulgação
Mulheres mais pre�cupadas c�m a saúde e o �em-estar �amiliar Por mais que várias atividades são direcionadas para toda a família, são elas que “puxam a frente” na hora de participar
“A ideia é oportunizar aos participantes o acesso ao conhecimento sobre a necessidade e a importância de adotar hábitos de vida saudáveis.” Carmem Roncaglio Zanella, extensionista social da Emater/RS
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ue a saúde é fundamental, ninguém questiona. A sensação de bem-estar reflete em todas as atividades diárias, sejam domésticas ou agropecuárias. No campo, entretanto, nem sempre é dada prioridade para atividades físicas e exercícios que possam ajudar a manter a boa saúde. Para propor reflexões sobre isso e, ao mesmo tempo, sugerir novos comportamentos, uma parceria entre a Emater/RS e a prefeitura de Gramado dos Loureiros, por meio da Secretaria de Saúde, tem viabilizado o projeto “Adote bons hábitos e tenha saúde”. Ao longo de 2016 e 2017 as atividades foram intensas e o trabalho está sendo retomado neste ano. A preocupação em propor atitudes assim também se baseia em dados do município. Dos 2,2 mil habitantes de Gramado dos Loureiros, mais de 500 são hipertensos, segundo levantamento da Secretaria de Saúde. Além disso, há um grande número de pessoas com sobrepeso – o que é uma tendência mundial, só no Brasil mais de 50% da população pesa mais do que o considerado adequado. A partir disso, também se viu a necessidade de fazer um trabalho direcionado às famílias do meio rural. Um fator que vem chamando atenção é que são as mulheres as mais participativas, todas muito interessadas em ter hábitos mais saudáveis em busca de qualidade de vida. Basta dar uma olhada rápida nas listas de presença. – A ideia é oportunizar aos participantes o acesso ao conhecimento sobre a necessidade e a importância de adotar hábitos de vida saudáveis, além de conscientizar que é possível perder peso alimentando-se adequadamente, com produtos saudáveis, de qualidade e em quantidades suficientes para o bem-estar do organismo – assinala a extensionista social da Emater/RS de Gramado dos Loureiros, Carmem Roncaglio Zanella. Segundo ela, as metas do projeto incluíram a realização de encontros mensais com as mais de 150 pesso-
as que aderiram ao projeto, incluindo a avaliação corporal com acompanhamento de pesos e medidas, consulta com nutricionista para analisar possíveis patologias associadas ao sobrepeso e realização gratuita de exames básicos de rotina. "A saúde é o maior bem e o melhor remédio é a prevenção", acrescenta a fisioterapeuta Eliane Schwantz, da prefeitura. Palestras sobre alimentação e implantação de hortas e pomares domésticos, bem como a produção orgânica, também foram feitas. Isso porque o trabalho também foi inspirado na campanha regional “Produza seu alimento e colha saúde”, que é promovida através do Escritório Regional da Emater/RS de Frederico Westphalen. E essas mudanças de hábitos já fazem parte da vida de muitas pessoas. A agricultora Anderléia Mior de Andrade, de 36 anos, tem percebido uma mudança em toda a família, porque ela consegue selecionar melhor os alimentos que são consumidos. “Margarina e refrigerante, por exemplo, não consumimos mais”, exemplifica. Além dos ensinamentos, as atividades físicas em grupo são um momento de descontração e que também geram bem-estar. “Às vezes a gente se alonga enquanto ordenha as vacas”, conta, contente com o resultado de se sentir melhor após esse engajamento no projeto. A nutricionista Bruna Dall Agnol, que faz parte do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (Nasf), ressalta que o trabalho foi muito mais amplo do que simplesmente incentivar o emagrecimento, tornando os assuntos mais aplicáveis no dia a dia das famílias. “Inclusive, profissionais de várias áreas também contribuíram com as orientações, como fisioterapeutas e médicos”, cita. Era o “empurrãozinho” que a agricultora Marinês Seco e a família precisavam para não deixar de lado esses hábitos saudáveis. “Nossos lanches, por exemplo, agora têm frutas da época”, assinala. 15 | Revista Novo Rural | Março de 2018
Parceiros do leite
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Gracieli Verde
Leite orgânico: por que não? Assunto já circula entre técnicos e produtores da região, seguindo uma tendência nacional Gracieli Verde
revistanovorural@oaltouruguai.com.br
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ão é de hoje que os produtos orgânicos estão ganhando o mercado. Com consumidores cada vez mais atentos à origem e à forma de produção de alimentos e outros produtos, os orgânicos têm presença garantida na cesta de compras de muitas famílias brasileiras. Tudo bem, talvez isso ainda seja privilégio de famílias com um poder aquisitivo maior, mas, de qualquer modo, há uma tendência mundial de crescimento nesse consumo. Quando o assunto é o leite, novidades pairam esse cenário de orgânicos no Brasil. Em São Paulo, a Nestlé já contratou 30 fazendas para essa demanda, representando 26 mil litros de leite por dia, conforme informações obtidas por meio da assessoria de imprensa da companhia. É uma novidade que faz parte de uma iniciativa da empresa em parceria com a Embrapa Pecuária Sudeste, de São Carlos/SP, e o Instituto Mokiti Okada. O plano da companhia é alcançar 30 mil litros de leite orgânico por dia no primeiro semestre de 2019. Como o custo é considerado 100% superior ao sistema convencional, a companhia suíça promete remunerar de forma condizente, também segundo a assessoria. A companhia considera que isso deve incentivar e, de fato, viabilizar financeiramente esse sistema de produção.
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Levando em conta essa tendência, o debate em torno da produção orgânica não passou despercebido no Coletivo do Leite, grupo formado por profissionais da Emater/ RS-Ascar, de cooperativas e demais empresas do setor na região. Afinal, a produção de leite com um viés mais ecológico já é foco de vários produtores por aqui, conscientes de que um produto diferenciado pode ter uma remuneração maior no mercado. – “Se os pequenos produtores forem excluídos de um processo de produção, o que eles vão fazer? Aquele que fica na atividade, mesmo que em uma escala menor, o que pode fazer para melhorar a renda e agregar valor naquilo que está produzindo?”– questiona o assistente técnico regional da área de bovinocultura leiteira da Emater/RS de Frederico Westphalen, agrônomo Valdir Sangaletti. A ideia, então, é que, para quem tem essa vocação, o leite orgânico possa ser uma alternativa – por mais que ainda seja um movimento pequeno em nível de Brasil, isso já está no “radar” de uma das maiores captadoras de leite do mundo, a Nestlé, como já comentamos. “Se isso é possível para grandes empresas, que buscam esse nicho de mercado, por que o nosso pequeno produtor e a pequena indústria da região não podem trabalhar nesse sentido?”, reflete o agrônomo.
“Se é possível para grandes empresas, por que o pequeno produtor e a pequena indústria da região não podem trabalhar nesse sentido?” agrônomo Valdir Sangaletti, da Emater/RS
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Revista Novo Rural Março de 2018
EXPERIÊNCIAS VISITADAS Um dos casos que já foram visitados por esse grupo que vem debatendo o assunto foi em Jaraguá do Sul, no Norte de Santa Catarina. Por lá, uma cooperativa de agricultores familiares está num processo inicial. São cinco famílias com certificação de produtos orgânicos. – Entre as práticas que eles usam no manejo é o Pastoreio Rotativo Voisin, que várias famílias da nossa região também utilizam, principalmente em Constantina. Em SC, eles também têm uma parceria com uma agroindústria de Guaraciaba. Hoje a legislação permite que a mesma indústria que beneficia o leite orgânico também processe o leite convencional, exatamente nesta ordem, caso o trabalho seja feito no mesmo dia – conta Sangaletti.
O debate tem fluído a ponto de que capacitações sobre o assunto já aconteceram durante 2017, com foco em profissionais e produtores de municípios da região que tenham esse interesse, especialmente em municípios como Rio dos Índios, Gramado dos Loureiros, Constantina e Trindade do Sul. Em Santa Catarina, conforme o caso visto por Sangaletti, já está sendo possível agregar até 60% no valor de produtos da cooperativa. – Sabemos que os programas oficiais de compra, como o de Aquisição de Alimentos e o de Alimentação Escolar, podem remunerar até 30% a mais. Por isso nosso interesse em aprofundar mais esse debate, para mostrar essas possibilidades para os produtores – observa.
CADEIAS CURTAS Em um primeiro momento, a ideia que vem sendo discutida é pensar em “cadeias curtas”, vender o leite direto para o consumidor e industrializar em pequenas agroindústrias, segundo Sangaletti. “Mesmo que você tenha uma agroindústria pequena, se conseguir a inspeção estadual, por exemplo, pode ser que em um pequeno município não venda tudo localmente, mas pode colocar em mercados próximos e grandes centros”, estima. “É importante prospectar o que o consumidor quer, e o consumidor quer produto de qualidade”, defende. É fundamental também planejar alternativas para a industrialização desse produto. “Produzir um alimento mais limpo e saudável e colocar na ‘vala comum’ não agrega valor, não faz sentido”, reforça.
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Manejo complexo, mas possível Se é orgânico, logo, não deve haver produtos químicos envolvidos nesse processo de produção. Isso quer dizer também que a saúde animal deve ser baseada no uso de produtos homeopáticos e fitoterápicos. O médico-veterinário Ricardo Machado, da Emater/RS de Santa Maria e que já trabalha com produção de base agroecológica, admite que esse é um processo complexo (o de produzir leite orgânico), mas obviamente é possível. Claro, com muita orientação técnica. Ele sugere que inicialmente se trabalhe com um produto agroecológico, para depois se chegar ao orgânico, justamente na perspectiva de produzir um alimento com menos produtos químicos. “Nesse processo, os animais também precisam de uma adequação de seis meses, aí tem mais os prazos para a certificação, que pode ser participativa ou por auditoria. Então tudo isso pode demorar 24 meses”, estima. Mas voltando ao uso dos homeopáticos, Machado analisa que esses produtos já são utilizados por muitos produtores, mas isso precisa ser aprimorado. “O que temos que entender é como empoderar o pecuarista a usar o conhecimento em homeopáticos e também de plantas medicinais. Por outro lado, não há produto que faça milagres, então é preciso ter consciência disso”, observa o veterinário. E não é somente isso. Um sis-
tema mais orgânico deve respeitar, e muito, questões relacionadas ao bem-estar animal. Um aliado importante é a produção de leite a pasto, inclusive com técnicas como o Pastoreio Rotativo Voisin, que é um sistema mais ecológico de produção e que prima por pastagem de qualidade para os animais, água em abundância e também muita sombra. “Num sistema assim você vai dar todas as condições para as vacas estarem tranquilas, é ‘um sistema de vacas felizes’. E se ainda assim alguma coisa foge do controle, tem algum desequilíbrio no rebanho, você entra com as ferramentas da homeopatia ou das plantas medicinais para equilibrar esses animais”, explica Machado. Se você acompanha o trabalho da Novo Rural, deve ter visto na edição de agosto do ano passado sobre o uso desse sistema de pastoreio pela família Ferreira, em Constantina, uma forte candidata a uma produção orgânica, pelo perfil consciente em relação ao uso de produtos no manejo geral do gado e da alimentação. “São produtores como esses que podem oferecer um produto mais competitivo para o consumidor, principalmente se tiver alguma forma de industrialização desse produto”, reforça o veterinário, que inclusive conhece bem a propriedade dos Ferreira. Um dos desafios, na visão de Machado, é o acesso a adubos orgânicos que sejam também certificados,
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Parceiros do leite para não comprometer o processo. Produtos transgênicos na ração dos animais, por exemplo, não são permitidos. Todos os parâmetros são previstos em normativas e precisam ser respeitados para conquistar e manter a certificação. Um exemplo é em relação ao esterco líquido de suíno de um sistema convencional, que precisa passar por um composto antes de ser usado. “Normalmente o mais utilizado é resíduo de aviário, porque já vem de um processo de compostagem, tendo menos risco para a produção orgânica. Para o sistema tradicional, o dejeto de suíno é bastante viável porque é rico em nitrogênio e é considerado barato. Já para o sistema orgânico, a produção de suínos também precisaria ser orgânica”, esclarece.
“É preciso dar condições para as vacas estarem tranquilas, é um sistema de vacas felizes.” Ricardo Machado, veterinário da Emater/RS
ASSOCIATIVISMO PODE SER UM ALIADO O veterinário, que já trabalhou na região no passado, considera que uma alternativa para viabilizar uma produção desse estilo seria usar a força do associativismo. – Aqui tem essa cultura do cooperativismo, são pequenas propriedades próximas, então teria essa condição de
criar pequenas rotas de leite, com poucos produtores, aonde você se utilizaria muitas vezes de algumas pequenas plantas industriais que já existem, principalmente, para queijo ou leite fluído com inspeção municipal. Porque uma alternativa é fornecer para merenda escolar – propõe.
Há limitantes, mas ninguém perde Na visão do assistente técnico estadual da área de leite da Emater/RS, zootecnista Jaime Ries, a produção de leite orgânico tem uma série de limitantes, principalmente, no que se refere aos insumos, que também devem ser orgânicos. “Vejo que o mais difícil é na parte de alimentação”, acredita. Já na sanidade, ele considera mais fácil, tendo em vista é possível adotar um conjunto de tecnologias que inclui o controle biológico de pragas, a homeopatia e a fitoterapia, que dão conta de boa parte dos problemas. – É uma concepção diferente de vida. O que eu temo, com essas iniciativas locais, e que em municípios muito pequenos isso fique limitado a comercialização de um produto diferenciado em uma população que, de repente, não vai valorizar tanto do ponto de
vista econômico – reflete. De qualquer forma, considera este um desafio em que o produtor não tem nada a perder, afinal, sempre faz sentido produzir um alimento com uma qualidade diferenciada. O desafio é conseguir ter mais renda com isso, aliado a um processo de industrialização e logística condizente com o mercado. A caminhada é segura, o que não é seguro é chegar “lá” e ter uma valorização diferenciada do produto, na visão dele. “Usar menos produtos químicos, um manejo mais saudável é bom até para a família produtora, que é a primeira consumidora do leite. Por isso eu digo: não tenham medo de fazer essa caminhada, mas não podemos garantir é que ao final ele terá um produto diferenciado com um comércio”.
“GOSTE OU NÃO, O MERCADO É O QUE DETERMINA O QUE DEVE SER PRODUZIDO” O mercado é soberano nesse processo. “Goste ou não, o mercado é o que determina o que deve ser produzido”, ressalta o coordenador da Rede Eco Vida - Núcleo Missões, Ademir Ribeiro do Amaral, que trabalha com a certificação de orgânicos no modelo participativo há vários anos. Também existe a certificação através de auditoria, que é por meio do Ministério da Agricultura. Ele acredita que no sistema participativo, uma das vantagens é trazer mais o consumidor para junto do produtor. “É um trabalho mais consciente, que ensina o consumidor 18 | Revista Novo Rural | Março de 2018
a entender que em determinadas épocas do ano é inviável produzir determinadas frutas e verduras, por exemplo. Isso também reflete em um preço mais justo”, defende. Em relação ao leite, por ser de produção animal, é mais complexo. Mas é inegável que há um apelo social muito grande por mais qualidade nos alimentos. “No caso do leite, tem mercado também. Basta que os agricultores se organizem. É claro que depende da dinâmica de como isso será feito. É preciso pensar em como vender isso de forma viável”, salienta. Gracieli Verde
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Nestlé incentiva redução no uso de estimulantes
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promessa de pagar R$ 0,07 a mais por litro de leite ao bovinocultor, por parte da Nestlé, brilha os olhos de quem sabe o quanto isso pode repercutir no valor final do produto. A empresa anunciou, em fevereiro, que essa bonificação poderá ser incrementada ao valor por litro pago a pecuaristas que fornecerem leite produzido por rebanho sem tratamento com hormônios e estimulantes. Trata-se do programa Nature, que objetiva incentivar a produção de “um leite mais próximo possível do natural”, conforme a empresa. Esse trabalho também é uma evolução de outro programa que já existe, o Boas Práticas na Fazenda (BPF), criado em 2005, com o objetivo de estimular o fornecedor “a produzir um leite de melhor qualidade e com maior segurança e rentabilidade”. Através do BPF Nature, serão avaliados na produção de leite fatores como água (medição
REDUZA em mais de
com hidrômetros), bem-estar animal (mochação com uso de anestesia e analgesia; e suspensão da utilização dos hormônios BST e ocitocina, usados para induzir a lactação) e meio ambiente (correta destinação e tratamento dos dejetos). A partir de março, os fornecedores de leite interessados em se adequar receberão o Manual de Boas Práticas na Fazenda Nature, com as informações necessárias para a implementação. Os que aderirem ao programa serão submetidos à auditoria para verificar se os critérios estão sendo atendidos. Atualmente o produtor que participa do programa Boas Práticas recebe R$ 0,03 por litro de leite por adequar sua fazenda nos temas de saúde animal, drogas veterinárias, alimentação animal, ordenha e armazenagem do leite. Se aprovado também no BPF Nature, o produtor passará a receber mais R$ 0,07 por litro de leite, somando um prêmio de R$ 0,10, segundo a empresa.
a conta de luz com
energia solar %
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Segue o interesse do setor em ampliar a exportação
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interesse em abrir mercados para potencializar a exportação de leite, demonstrado no 5º Fórum Itinerante do Leite, ainda em 2016, realizado em Frederico Westphalen, é mantido por entidades do setor. Tanto que um manifesto de interesse de negociação com países da Ásia foi entregue ao secretário de Agricultura, Ernani Polo, que em fevereiro esteve em missão do governo a Coreia do Sul, Tailândia, Indonésia, Malásia, Emirados Árabes e Catar. O objetivo é que o documento chegue a líderes de Estado e tradings interessadas em produtos alimentícios. O presidente do Sindilat, Alexandre Guerra, salienta que a ideia é justamente fomentar negócios com esses países para viabilizar exportação de lácteos brasileiros a mercados do oriente. A entidade entende que a exportação é o caminho da estabilidade do mercado lácteo interno no Brasil.
MARÇO DIA
DIA
DIA
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Dia de Campo sobre manejo de forrageiras 13h30min Propriedade de Alcides Smaniotto Novo Barreiro
Feira da Terneira CTG Cancela da Palmeira, Novo Barreiro
Dia de campo 9 horas Propriedade de Rudimar Marcolin e família, na linha Águas Frias, Iraí
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Pecuária
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Suínos Hist��ias da Suin�cultura
Família Negrini pr�duz suín�� há cerca de 30 an�� em Palmitinho “Integramos a atividade com a produção de leite e usamos o dejeto como adubo para as pastagens.” Valdecir Negrini, suinocultor em Palmitinho
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á mais de 30 anos o casal Valdecir e Ivarlei Negini reside na linha Braguinha, interior de Palmitinho. Depois de casados, o trabalho com a suinocultura sempre esteve presente na propriedade. Na época se fazia o ciclo completo, quando o produtor tinha dez matrizes e engordava os leitões até ficarem prontos para o abate. “Tinha época que se ganhava muito bem, melhor do que hoje, se fôssemos comparar. Às vezes sobrava comprador de porco na região”, recorda. Milho e soja também eram produzidos. Com o tempo e as mudanças de mercado, a família passou a trabalhar com a integração, desde 1998, acompanhando essa transição. “Desde então trabalhamos somente com a fase de terminação, que é a engorda dos animais para o abate”, explica o produtor. Bastante envolvido na organização dos suinocultores no município e na região – inclusive já foi presidente da associação local e hoje
é vice-presidente –, Negrini não esconde que assim como várias vantagens, a atividade também tem desafios diários. “Temos que nos unir para dialogar com as indústrias. Quando há união é possível fazer diferente. Lembro que inclusive conseguimos uma emenda parlamentar para o município através da associação. Isso comprova que é importante essa organização”, acredita. Por mais que hoje a bovinocultura de leite é o que dá mais renda para o casal, a suinocultura é considerada fundamental nesse processo – atualmente são engordados 340 animais por lote na pocilga da propriedade. “Não temos como ampliar, porque precisamos ter onde colocar os dejetos e para isso usamos a nossa própria área. No nosso caso, integramos a atividade com a produção de leitee usamos o dejeto como adubo para as pastagens”, conta, citando que em média são 20 vacas sendo ordenhadas. Um dos orgulhos do casal é ter conseguido viabilizar o estudo dos filhos Alex e Anderson com a renda da agropecuária.
2018 pode ser melhor O ano de 2018 tem fatores influenciadores para ser melhor para os suinocultores, sob a ótica do presidente da Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul – (Acsurs), Valdecir Luis Folador. Ele acredita na recuperação do mercado interno, na manutenção do volume das exportações e no retorno da Rússia como o principal mercado importador da carne suína brasileira. Em relação aos preços pagos ao produtor, o primeiro semestre de 2017 registrou aumento. Já na segunda parte do ano, as margens foram mais apertadas. Para este início de 2018, a pressão também foi maior, com uma queda mais forte, conforme análise do presidente. Para março, existe a expectativa de as exportações voltarem a fluir e é o que vai determinar o ritmo dos preços do su-
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íno vivo no mercado brasileiro. Segundo Folador, é preciso ter cautela. “Temos que fazer da ‘porteira pra dentro’ aquilo que está em nossas mãos. Neste momento, o mercado está um pouco instável, não deixando condições de visualizarmos um cenário extremamente positivo. Estamos num cenário normal, com um pouco de aperto nesse momento”, avalia. No que se refere aos custos de produção, 2018 deverá ter algumas variações ao longo do ano, porém, nada muito anormal, como ocorreu com os preços do milho em 2015 e 2016. Folador destaca a redução da área de plantio do milho no Rio Grande do sul, Santa Catarina e Paraná, e, por outro lado, lembra que há grandes estoques de milho no Centro-Oeste do Mato Grosso.
Mais produção No que se refere ao aumento de produção, 2018 também deve ser positivo. “Em 2017, crescemos pouco mais de meio por cento em produção e em 2018 a suinocultura deve crescer entre 2% e 3%, buscando mais ganhos de produtividade do que aumento de planteis”, prevê. Outra expectativa do setor é com relação ao mercado russo, que impôs o embargo em dezembro do ano passado. “Com a retomada da Rússia, acredito que este continue sendo o principal mercado importador da carne suína brasileira. Em 2018, será muito importante manter o volume das exportações”, avalia.
Suínos Pinheirinho do Vale recepciona criadores neste mês
Palmitinho aprimora a gestão de dejetos Gracieli Verde
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Logística atual da construção e ampliação de empreendimentos na área suinícola Integradora
Agência financiadora
Projeto ambiental
Viabilidade ambiental
Nova logística da construção e ampliação de empreendimentos Viabilidade ambiental
Integradora
Agência financiadora
Projeto ambiental
(análise de solo, recomendação técnica, manejo de dejetos, destinação de medicamentos e controle de vazamentos)
Veja o que o formulário de viabilidade ambiental exigirá: Análise de solo (química básica) da área própria e áreas vizinhas. Interpretação da análise de solo conforme cultivo (técnico responsável pelo projeto). Projeto de manejo da distribuição de dejetos, com base no teor máximo de fósforo. Aplicação de microrganismos para redução de odor e matéria orgânica na esterqueira (próximos a núcleos habitacionais, área urbana, RS-472 e RS-528, para galpões com apenas uma esterqueira). Instalação de hidrômetro e controle de consumo de água. Instalação de nova esterqueira nas propriedades que possuem uma.
Divulgação
atividade suinícola é uma das mais importantes para o setor agropecuário de Palmitinho – assim como em outros municípios da região. O passivo ambiental gerado, entretanto, precisa ser minimizado ao máximo. Por isso, o gerenciamento adequado dos dejetos é tão importante. Para aprimorar e atualizar essa questão, o município de Palmitinho, por meio da Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente, apresentou uma proposta de alterar as exigências para a liberação de licenciamento ambiental para a construção de novas pocilgas. Conforme o gestor ambiental Jean Candaten, que atua na secretaria, será priorizada a viabilidade ambiental desses investimentos, tendo em vista a disposição dos dejetos. – Na prática, para encaminhar as próximas licenças de ampliações e renovações será exigido um controle mais eficiente para a destinação dos dejetos, sendo regulada a aplicação por meio de recomendação técnica com base em análises de solo, densidade dos dejetos e culturas usadas na área, com projeção de dois a quatro anos – explica. Antes o limite era de 50 mil litros de dejetos por hectare/ano. O assistente técnico regional de Manejo dos Recursos Naturais, o engenheiro-agrônomo Carlos Roberto Olczevski, ressalta que um dos componentes que serão monitorados será o fósforo existente no solo, identificado pelas análises. – Essa atualização é muito importante, porque se baseia no último Manual de Adubação e Calagem de 2016, publicado pelo núcleo Sul Brasileiro da Ciência do Solo, que apresenta o limite de fósforo que um solo agrícola pode conter, pois após aquele limite, o fósforo polui as águas subterrâneas causando eutrofização, ou seja, multiplicação de organismos tóxicos de difícil controle, prejudicando a qualidade da água dos mananciais – explica Olczevski.
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riadores de suínos de toda a região são convidados a participar da quarta edição do Seminário Regional da Suinocultura, que está agendado para o dia 15 de março, em Pinheirinho do Vale. O início está previsto para as 9h30min e haverá duas palestras. “É um evento importante para o setor, porque a gente se atualiza do que está acontecendo. Além disso, é fundamental que a classe esteja organizada para termos mais força na hora de negociar com a empresas”, exemplifica do coordenador da Câmara Técnica Regional da Suinocultura, Nilson Bagatini, de Pinhal. Ele ressalta também a importância da participação daqueles produtores que estejam interessados em investir no setor, para que possam interagir com quem já está no mercado e saber mais sobre a suinocultura e os cenários para essa atividade. “É fundamental essa busca por informação antes de investir”, ressalta. Uma das palestras do seminário contará com a explanação do pesquisador Luizinho Caron, da Embrapa Suínos e Aves, de Concórdia/SC. Ele tratará sobre biosseguridade na suinocultura. Em seguida, o presidente da Acsurs, Valdecir Luis Folador, fará uma exposição sobre as perspectivas do setor no Estado e no Brasil. Também haverá espaço para questionamentos e debate e, logo após, será servido o almoço. As presenças precisam ser confirmadas até o dia 13 de março, nos escritórios da Emater/RS.
Resultado de um trabalho conjunto Essas melhorias são resultado de um trabalho conjunto entre entidades, inclusive a Emater/RS e a Embrapa, e o poder público municipal de Palmitinho. Capacitações sobre o assunto realizadas em janeiro abordaram esse tema. O agrônomo Carlos Roberto Olczevski ressalta que um das ações também foi a destinação de densímetros para os 31 escritórios da Emater em municípios que há suinocultura. Isso permite que as equipes técnicas avaliem justamente a densidade dos dejetos, podendo auxiliar os produtores a gerenciarem melhor o dejeto depositado nas lavouras, evitando excessos.
Luizinho Caron
Serviço O que: 4º Seminário Regional da Suinocultura Onde: salão comunitário da linha Peixe Assado, Pinheirinho do Vale Quando: dia 15 deste mês Realização: Emater/RS Ascar, prefeitura de Pinheirinho do Vale, Câmara Técnica Regional da Suinocultura e Associação dos Suinocultores de Pinheirinho do Vale 21 | Revista Novo Rural | Março de 2018
Pecuária
Peixes
Piscicultura mais forte na época de Páscoa História da Feira do Peixe de Taquaruçu do Sul se confunde com o fortalecimento do setor no município
O
município de Taquaruçu do Sul tem conseguido, ao longo dos anos, galgar um desenvolvimento importante no que se refere à cadeia produtiva do peixe. Com produtores preocupados em agregar valor à produção, a filetagem de tilápia – uma das espécies mais cultivadas no município – tem sido um diferencial. Aliado a isso, a produção de qualidade fez com que, a cada ano, a tradicional Feira do Peixe se tornasse reconhecida no calendário de eventos da região – tanto que está na 12ª edição, sempre na semana da Páscoa. Até porque, se tornou uma atração à parte, com apresentações musicais e destaque para as porções de peixe servidas ao público, que mostram o que o produtor local tem a oferecer. Tudo para ressaltar a importância desse setor para a economia local e regional. Nesse tempo a família Volpatto, que reside no interior do município, mas bem próximo do perímetro urbano, foi uma das que apostou na atividade para incrementar a renda da propriedade. No começo a produção era baixa, mas, com a demanda crescente, neste ano se espera comercializar, pelo menos, cinco mil quilos de filé. Tendo em vista essa prática, a agroindústria da família também precisou ser legalizada, sendo fiscalizada pelo Serviço Municipal de Inspeção (SIM). Inclusive, se você participar da feira, aqueles filés à milanesa que serão servidos também são oriundos da agroindústria. A feira tem sido um canal de comercialização importante para a família, mas também abriu portas para outros estabelecimentos, como restaurantes e consumidores em geral. “Hoje os peixes representam 30% da nossa renda”, comenta Jovani, que mantém o negócio com os irmãos Gilvan e Gelson. A família também produz tabaco e frango de corte.
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"Por enquanto, vamos manter o que temos, até para conseguir dar conta com a nossa mão de obra familiar."
MERCADO ESTABILIZADO NO MUNICÍPIO
Na editoria Qualidade de Vida, você confere uma matéria especial sobre como inserir a carne de peixe no cardápio da família!
Jovani Volpatto, piscicultor
Gra
cieli
Gilvan Volpatto é um dos sócios da agroindústria que fornece filés para a feira do município
Verd
e
Por hora, o mercado para a carne de peixe em Taquaruçu do Sul é considerado estabilizado, uma vez que a inspeção é municipal e o produto deve ser comercializado internamente. “Nós já investimos bastante e, por enquanto, vamos manter o que temos, até para conseguir dar conta com a nossa mão de obra familiar”, pontua Jovani. Na opinião do extensionista Júlio Cesar Guerra, da Emater/RS, essa é uma maneira de a família agregar valor à produção, sem necessariamente aumentar o custo com mão de obra externa. “A não ser que surja alguma outra novidade em nível de região que possa mexer nesse mercado e que repercuta aqui também”, observa o técnico agropecuário. Hoje o preço do quilo de filé vendido pelos Volpatto ao consumidor fica entre R$ 23 e R$ 24. “Esse também é um valor que tem se mantido estável nos últimos anos”, segundo os produtores. Na propriedade hoje são 11 mil metros quadrados de lâmina d’água em produção, divididos em quatro tanques. A principal espécie cultivada é a tilápia, mas também há carpas. No município, segundo a Emater/RS, são três piscicultores que estão fazendo filé, mas vários outros vendem peixe inteiro. Além disso, por meio da Secretaria de Agricultura, os interessados em investir no setor têm incentivo no valor das horas-máquinas para o serviço de abertura dos tanques, segundo o secretário, Tiago Pessotto. A equipe da prefeitura também assessora no que diz respeito ao licenciamento ambiental. Já os profissionais da Emater/RS acompanham os produtores especialmente no que se refere a abertura de novos mercados, condizendo com a legalidade que o SIM exige.
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Divulgação
Confira algumas das feiras que serão realizadas pela região
12ª FEIRA DO PEIXE DE TAQUARUÇU DO SUL A feira do peixe ocorre entre os dias 24 e 27 de março, nos arredores da praça da igreja matriz de Taquaruçu do Sul. A expectativa é que sejam comercializadas entre 10 e 15 toneladas de peixe. A realização do evento é da Prefeitura de Taquaruçu do Sul, com o apoio de diversas entidades, entre elas a Emater/RS. A programação inclui vários shows. No dia 24, a apresentação será de Rogério Mello e a banda Porto do Som; no dia 25, show com Adson e Alana; no dia 26, apresentações de talentos locais e Musical San Francisco; e no dia 27 haverá shows com a banda Brilha Som e Garotos de Ouro. Além disso, haverá apresentações de dança, palestras, programação para criança e brinquedos infláveis. A feira contará ainda com a comercialização de peixe vivo, peixe congelado e filé, praça de alimentação, bem como feira da indústria, comércio, agropecuária, artesanato e agroindústrias locais.
Iraí
Planalto
Sagrada Família
Dias 28 e 29
Dia 27
Dia 24, pela manhã
Praça central da cidade
Quadra coberta em frente à prefeitura, a partir das 9 horas. Estimativa de comercialização de 1,2 mil quilos peixe vivo e filés. Também haverá a Feira da Agricultura Familiar e Feira de Artesanato de Páscoa. Ao longo do dia serão servidas porções de peixe frito.
Propriedade de Sady João Garafini, na linha Gramados, Previsão é disponibilizar 1,6 mil quilos de carpas para venda.
Frederico Westphalen Dias 27, 28 e 29 Na Avenida Luiz Milani, na Praça das Cooperativas, próximo da Cotrifred
Sarandi Dias 27, 28 e 29
Gramado dos Loureiros
Haverá comercialização de peixe vivo, abatido e filé de tilápia.
Dias 16 e 28
Constantina Dias 28 e 29 Praça central
Engenho Velho Dia 28 Em frente à prefeitura
Novo Tiradentes Dia 28 Expectativa é de comercializar mil quilos de peixe vivo.
A venda de peixe ocorrerá juntamente com a feira de produtos coloniais, ao lado da Emater/RS, no centro de múltiplo uso. Espera-se vender cerca de 500 quilos.
Nova Boa Vista Dia 29 Praça municipal Também haverá exposição de artesanato Previsão de comercialização é mil quilos de peixe.
São Pedro das Missões De 27 a 29 Escritório Municipal Emater Estimativa é de comercializar 1,2 mil quilos de peixe.
Rio dos Índios Dia 29 Centro de eventos
Palmeira das Missões Dias 27, 28 e 29 Parque de exposições Estimativa é de comercializar sete mil quilos de peixe.
Jaboticaba Dias 26, 27 e 28 Em frente à prefeitura. Estimativa é de comercializar três toneladas.
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Pecuária
Gado de corte
Mercado quer carne de qualidade Animais precoces garantem um acabamento de carcaça que agrade o consumidor e confinamentos com manejo nutricional estratégico são aliados nessa produção
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AgroBella/Divulgação
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forte demanda vem elevando o preço no mercado atacadista de carne bovina. Esse e outros anúncios de consultorias como a Rural Business – como o aumento de 12% no preço de traseiro bovino no início de fevereiro, se comparado com a mesma época de 2017 no atacado paulista – são vistos como positivos para o setor. Além disso, em janeiro deste ano a exportação de carne bovina foi recorde, de 124,2 mil toneladas, 24,6% a mais que janeiro de 2017. Aliado a um mercado que tem buscado por mais qualidade na carne bovina, vem o grande recado ao produtor: tem quem queira carne de alto padrão e, para isso, é fundamental investir em algumas medidas na propriedade. O investimento em genética, manejo e sanidade parece óbvio, mas é fundamental para que se obtenha bons preços pelas carcaças nos frigoríficos. “A gente vê frigoríficos interessados em carne de qualidade e o pecuarista precisa se preparar para fornecer esse produto, fazendo ajustes na forma de produção”, ressalta o médico-veterinário José Carlos Scolaro Júnior, que integra a equipe da AgroBella. Tornar essa produção mais intensiva, com o uso do confinamento e dietas estratégicas para o ganho de peso, é uma alternativa. Aliado a isso, se busca o diferencial que os norte-americanos já fazem, que é colocar os bezerros nos confinamentos, sem aquele período do gado no pasto para depois somente finalizar a base de ração. – No Brasil as fases são divididas em cria, recria e engorda. Os americanos tiram essa recria e o bezerro vai para a engorda assim que desmama. Isso permite que ele se torne num boi extremamente precoce e com carne de alta qualidade. Hoje em dia produtos na área de nutrição para esse tipo de manejo fazem toda a diferença na engorda. O caminho para a pecuária de corte é esse – aponta o veterinário. Um dos fatores que influenciam essa terminação do boi precoce é que quanto mais jovem esse animal vai para o confinamento, melhor é a taxa de conversão alimentar, quer dizer, ele precisa de menos alimento para convertê-lo em carne.
NUTRIÇÃO ADEQUADA E GENÉTICA FAVORECEM EFICIÊNCIA NA PRODUÇÃO POR QUE INVESTIR NA GADOBEL FIBRA BYPASS? Menos mão de obra: como a dieta é concentrada, o volume de comida é muito menor, o que também reduz o trabalho do pecuarista. Maior ganho de peso: a alta densidade energética da dieta, combinada aos nutrientes e aditivos resultam em maiores ganhos de peso diários e uma melhor conversão alimentar. Qualidade da carcaça: animais terminados em confinamento utilizando rações com teores mais elevados de grãos apresentam carcaças com melhor acabamento e rendimento. Menos investimento em estrutura: com o confinamento sem volumoso, não existe a necessidade de estruturas físicas e equipamentos para produção e armazenagem de silagem ou feno, por exemplo, como ensiladeiras, silos, lonas ou moinhos.
Para ter uma conversão mais eficiente, o produtor também precisa investir em animais com genética apurada para a produção de carnes – as raças Angus e Hereford, por exemplo, geralmente possuem remuneração especial nos frigoríficos –, além de nutrição adequada. Nessa linha, a AgroBella conta com o Gadobel Fibra ByPass, indicado para terminação de animais em confinamento sem o uso de volumoso, dispensando inclusive a necessidade de mistura de milho ou outros cereais. – Esse produto facilita muito o trabalho do pecuarista com o gado, porque requer menos mão de obra. Inclusive, isso se torna importante também para aqueles agropecuaristas que querem diversificar as fontes de renda da propriedade, pois consegue associar facilmente com outras atividades – explica Scolaro Júnior. Esse produto tem sido um diferencial em muitos confinamentos espalhados pelo Sul do Brasil, porque justamente favorecem a produção de animais precoces com bom acabamento de carcaça, que é o que mais os frigoríficos busca. Hoje os pecuaristas têm acesso a esse produto através de mais de 140 representantes da AgroBella em todas as regiões do Rio Grande do Sul, além de parte de Santa Catarina e Paraná.
Tecnologia
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A facilidade dos cursos on-line
Conectados O que é a agricultura digital e o que ela pode fazer pela sua propriedade?
F
nhecimento em gestão e vários outros assuntos? Um dos espaços on-line que pode ser uma ferramenta útil para o agricultor é o site do Sebrae, que tem produzido materiais com foco na agricultura e na pecuária, principalmente com foco na gestão da propriedade. Conforme o serviço, o site disponibiliza opções de cursos, vídeos e webseries. Para acessar, basta entrar no site www.sebrae-rs.com.br, clicar em cursos e eventos, fazer um cadastro e escolher a área específica. Um dos cursos é o “Avaliação da Gestão da Propriedade Rural”, que objetiva proporcionar mais conhecimento sobre o uso de ferramentas de controles financeiros, que aplicadas de forma contínua, conduzem para a melhoria da gestão. Outra opção disponível é a atividade “Boas práticas como diferencial na gestão das propriedades rurais”, que permite ao produtor refletir sobre a importância de implantar um sistema de gestão utilizando ferramentas adequadas para administrar o negócio com foco em resultados.
Serviço Acesse: www.sebrae-rs.com.br, clique em “cursos e eventos”, faça o cadastro gratuito e escolha a área específica. Veja o quanto pode aprender e depois compartilha com a gente!
Divulgação
Sebrae oferece opções gratuitas direcionadas ao produtor rural oi-se o tempo em que o produtor rural ficava isolado, sem saber o que acontecia pelo mundo. O acesso à internet tem revolucionado também este setor. Por mais que ainda há muito a evoluir, porque nem todas as localidades conseguem ter esse serviço, é algo que cada vez mais está e estará presente no dia a dia, independente se no campo ou na cidade. Aliás, fica a dica: procure o provedor de internet da sua cidade e sensibilize-o sobre a importância de estar também no interior. Inclusive, na região já existem empresas que têm esse olhar apurado para o produtor rural, o que é muito positivo – valorize essas iniciativas Um dos benefícios de ter internet na propriedade é o acesso a diversas ferramentas que contribuam com o conhecimento do produtor rural. Hoje existem plataformas que propiciam cursos, palestras, oficinas, tudo on-line, inclusive de graça. Quer dizer, porque não investir tempo nisso, intercalado com as tarefas diárias na lavoura ou com os animais, para aprimorar o co-
Geral
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Fotos: Divulgação
s tecnologias estão cada vez mais presentes no meio rural. A agricultura digital não é realidade apenas nas grandes propriedades. O monitoramento dos equipamentos de colheita, de água e de fertilizantes está cada vez mais comum, permitindo a automação e o controle mais preciso das operações no campo, além da geração de dados sobre todas as operações do campo desde o plantio até a colheita. O termo agricultura digital tem se tornando recorrente no agronegócio, mas o que significa de fato e por que isso é importante? Isto significa a união entre a agricultura de precisão, a “internet das coisas”, os sites e a conectividade, ou seja, o futuro da agricultura passa por esse conceito, e isso vai influenciar diretamente com produtividade, o desempenho e a sustentabilidade da sua lavoura. Um bom exemplo é uma parceria entre a IBM Research e vinícola E & J Gallo, na Califórnia. Os produtores perceberam, em determinado momento, que a irrigação e a fertilização uniformes, por conta das características do solo, não geravam uvas de boa qualidade. A solução encontrada foi o desenvolvimento de um sistema de recomendação em tempo real para cada planta, com o controle das linhas de irrigação e fertilização por gotejamento. Isso foi possível graças à implantação de sensores de umidade, temperatura e radiação. O resultado disso foi uma expansão de 23% na produção de uvas ao mesmo tempo em que o consumo de água foi reduzido em 20% – e a melhora na qualidade das uvas, segundo dados obtidos pelo StartAgro. Esse movimento está apenas no começo, e só foi possível pela disponibilidade de acesso à internet nas áreas rurais do Brasil, então nos permite vislumbrar um cenário repleto de oportunidades para quem deseja empreender na agricultura. A Tchê Turbo já atua em diversas localidades do interior, além de ter projetos específicos para a população do campo. E você, já possui internet em sua residência? Quer saber mais sobre com adquirir um plano para sua propriedade? Entre em contato conosco pelo telefone 55 2010 0000. Queremos saber a sua opinião, novorural@tcheturbo.com.br.
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Juventude rural
Gracieli Verde
revistanovorural@oaltouruguai.com.br
Suceder também é seguir o coração Irmãos Milani, de Nova Boa Vista, protagonizam a nova geração de agricultores capacitados e que se orgulham do que fazem
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versatilidade e o dinamismo dos jovens ficam em evidência nos espaços onde eles estão. No meio rural, esse perfil é fundamental para reoxigenar os negócios, investir em inovação e dar continuidade às empresas rurais – sim, porque a propriedade precisa ser gerenciada como tal. Nessa tendência, os irmãos Douglas, 29 anos, Willian, 25, e Charles Milani, 19, vêm investindo com os pais Alcides e Lucimara e com o tio Irineu na propriedade localizada na linha Perau Baixo, na pequena, mas próspera, Nova Boa Vista. Por lá, a sucessão familiar tem acontecido de forma natural. Os três têm apego ao meio rural, à terra, aos costumes da família. Douglas, o mais velho, é biólogo e já trabalhou na sua área de atuação no Rio de Janeiro. “Eu estava onde muita gente queria estar, mas sentia falta daqui. Como os negócios foram dando certo aqui em casa e tinha de-
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manda para mais mão de obra, decidi que voltaria. Não me arrependo em nada”, conta, logo após voltar da lavoura, onde colhia milho com o irmão Willian, numa dessas tardes de fevereiro. Sentados na ampla área de sombra do quintal da casa, foram eles e o tio Irineu que contaram essa história de união familiar. O caçula Charles e o pai Alcides estavam trabalhando em outra área e a mãe Lucimara também tinha compromisso naquela tarde. Um ponto importante é que todos os rapazes buscaram capacitação. Willian é técnico agropecuário e Charles também faz o mesmo curso – ele termina os estudos em 2018, em Carazinho. Ambos moram com os pais, já o Douglas reside em uma localidade próxima, com a esposa. O foco da propriedade é a produção de grãos e de gado de corte. Nesta safra são mais de 100 hectares com a cultura da soja, com uma pequena parte da área arrendada. Os ra-
pazes também investiram em uma série de equipamentos e, conforme a demanda, prestam serviços para outros produtores, como de pulverização e semeadura. Isso representa 25% da renda da propriedade, mas é a soja que ainda tem maior contribuição (40%) no montante financeiro que gira nos negócios da família. Ter um manejo que mantenha a qualidade do solo e, consequentemente, a produtividade, é prioridade. Para isso, o sistema de plantio direto com rotação de culturas é regra básica. Ano passado chegaram a uma média de 78 sacas/hectare de soja. Para este ano, vão testar uma área de 25 hectares de safrinha também. “É a primeira vez que vamos fazer isso, para ter como experiência, ver se podemos agregar valor”, diz Willian, que segundo Douglas tem um forte espírito de liderança nos afazeres diários. Mesmo assim, todos se ajudam nas tarefas, independentemente do tipo de trabalho.
“Eu estava onde muita gente queria estar, mas sentia falta daqui. Como os negócios foram dando certo aqui em casa e tinha demanda para mais mão de obra, decidi que voltaria. Não me arrependo em nada.” Douglas Milani, um dos irmãos
Fotos: Gracieli Verde
Vanderlei Holz Lermen
Agricultor, tecnólogo em Processos Gerenciais, técnico em Agropecuária e bacharel em Desenvolvimento Rural
Uso das mídias digitais no meio rural
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O amor pelo rural A abertura dos pais e do tio para que os jovens pudessem opinar nas decisões e efetivamente “colocar a mão na massa” tem sido crucial para que haja essa união da família entorno dos negócios. Claro, o gosto pelo meio rural também conta muito. “Eu me emociono ao ver que a lavoura está bonita, que as coisas estão dando certo, porque a gente trabalha para isso”, revela Willian, muito espontâneo e bem resolvido com o assunto, talvez até com os olhos um pouco marejados. Ele não se vê fazendo outra coisa. “Mesmo que estivéssemos em outra realidade, talvez com menos área, com certeza faríamos algo no campo”, garante o jovem. “Sucessão familiar acontece assim, aos poucos, com decisões compartilhadas”, reforça o extensionista e técnico agropecuário Erivelton Kreisig, da Emater/ RS local, que também assessora a família. Esse gosto por viver no ambiente do campo também é visto em cada detalhe da propriedade, que está fazendo parte de um roteiro turístico rural do município. O jardim impecável e o uso de peças diversas no paisagismo reforçam ainda mais esse apreço pelo lugar – sem contar o talento da dona Lucimara com os panificados.
Douglas e Willian com o tio Irineu (C)
Gestão Por enquanto, a renda da família tem sido reinvestida em uma série de demandas da propriedade. Natural com a inserção de mais pessoas no processo, o que necessitou de outro tipo de organização das tarefas e dos negócios. “Como deu certo atuarmos nesta área de grãos, tivemos que investir em maquinários”, exemplifica Douglas. Isso também tem aumentado o valor da propriedade como um todo. “Ao longo do tempo a família tem somado
um grande capital investido, o que também tem sido visto pelos rapazes, quer dizer, alguém precisa dar continuidade nisso”, comenta o técnico agropecuário Erivelton Kreisig, ressaltando que esse tipo de assunto deve estar em pauta quando o assunto é sucessão nas famílias rurais. No que se refere à gestão, a família tem buscado observar de perto esses dados, inclusive com assessoramento da Emater/RS, por meio do Programa de Gestão Sustentável.
acebook, WhatsApp, Instagram, Twitter e até Tinder. São exemplos de aplicativos e redes sociais que usamos diariamente. Estamos conectados e na era dos aplicativos. Para quase tudo, tem um. Os jovens, então, são craques nesse assunto. Mas a minha pergunta é: no seu celular tem algum aplicativo que te ajude no dia a dia da propriedade rural? Nessa coluna vou trazer alguns exemplos de aplicativos interessantes para utilizar no gerenciamento e na resolução de problemas no meio rural. Você pode buscar no PlayStore por eles e escolher o que achar melhor. Previsão do tempo: O agricultor sempre está atento previsão do tempo. Para o plantio, para a colheita, para a aplicação de produtos na lavoura e para organizar as atividades na propriedade. Não precisa esperar por ouvir no rádio ou assistir na televisão. Basta um clique para ter todas as informações em tempo real. Medição de áreas: Você precisa pulverizar sua lavoura e para isso precisa saber a área dela para calcular a quantidade de produto. É só abrir o aplicativo, entrar no mapa e fazer a medição. Prático, não? Gerenciamento do rebanho leiteiro: Não há muitas opções de aplicativos para isso. Destaco um chamado “Rebanho Leiteiro”. Nele você cadastra os animais, inseminações e ele te ajuda a lembrar o momento de secar a vaca e a parição. Outro interessante chama-se “Roda da reprodução”. Sistema de controle famoso da Embrapa, composto por uma roda (no papel) onde são colocados os animais conforme o estágio da reprodução, agora está digital. Ele dá uma visão ampla do seu rebanho e cada animal no estagio de reprodução. Você vê todos os animais na tela ao mesmo tempo, o que facilita organizar o seu rebanho. Há ainda o “Leigado”, que é mais um software online, que permite um gerenciamento muito detalhado, porém esse é pago. Aplicativos que ajudam a identificar doenças, pragas e plantas daninhas: Há vários aplicativos que podem ajudar a identificar problemas na sua plantação, como o tipo de doença que pode estar atacando sua cultura. Calculadora de sementes: Ajuda o produtor a determinar a quantidade de sementes necessárias para o plantio de determinada área, observando inclusive a porcentagem de germinação. Aplicativos de notícias e mercado: Para manter o produtor bem informado, nada melhor que ter em tempo real as notícias mais recentes voltadas ao setor. Cálculo de custos de produção: Para auxiliar nos cálculos dos custos de produção da lavoura ou das criações, os aplicativos podem deixar isso mais interessante e fácil. Existem ainda muito mais opções de aplicativos que podem ajudar o produtor rural. Em uma das minhas palestras, falo especificamente sobre esse tema e como o jovem pode tornar o seu conhecimento digital útil para a propriedade rural. Antes de encerrar a coluna, quero também deixar uma pergunta a você, leitor: você que tem agroindústria ou trabalha com produção de verduras, frutas e outros produtos, utiliza as redes sociais para divulgá-los? Muitas vezes todos os integrantes da família possuem redes sociais, mas o seu negócio não. E nem é mostrado nelas. Veja as redes sociais como um canal muito importante e eficiente para a divulgação da sua agroindústria ou dos seus produtos, atingindo diretamente o seu cliente. E o melhor: possibilitando a interação com ele. É só uma pincelada para te fazer pensar. Nas próximas colunas abordarei mais sobre isso.
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Fique atento
Sintraf de Sarandi firma convênio com Cesurg Sindicatos ligados à Fetag podem emitir GTA
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ócios ou filhos de sócios do Sintraf de Sarandi podem ter desconto nas mensalidades de cursos no Cesurg, no campus da cidade. A parceria foi anunciada na segunda quinzena de fevereiro. Para poder acessar o benefício, o interessado precisa ter uma declaração do sindicato, que comprove que é sócio ou filho de sócio. Os descontos variam de 17% a 50%, dependendo do curso. O Cesurg tem vários cursos no campus, inclusive Agronomia, Medicina Veterinária e Gestão de Cooperativas.
Taquaruçu do Sul contrata veterinário
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Divulgação
ara atender a demanda de serviços na área de saúde animal, a prefeitura de Taquaruçu do Sul, por meio da Secretaria de Agricultura, agora disponibiliza os serviços de um médico-veterinário. O profissional Amarildo dos Santos está à disposição durante 40 horas semanais, atendendo gratuitamente. “Como o município não conta mais com a associação de criadores de gado leiteiro, que tinha um veterinário à disposição, foi necessário que o município investisse nisso, para que os produtores tenham um suporte nesse aspecto”, pontua o secretário de Agricultura, Tiago Pessotto. Os agendamentos ou contatos devem ser feitos na secretaria, pelo fone (55) 3739-1156.
Vendas para o Pnae devem iniciar neste mês
A
projeção de que os itens para a merenda escolar oriundos da agricultura familiar possam ser adquiridos a partir desde mês se mantém, especialmente nas escolas estaduais. Lembre-se que é importante comunicar-se com os diretores de escolas, pois os prazos mudam em cada unidade. No caso das escolas municipais, os agricultores precisam contatar as secretarias de educação, pois esses prazos também variam de acordo com a localidade. Se você preferir, pode entrar em contato também a equipe da Emater/RS do seu município, que pode assessorá-lo nessa questão. Não esqueça que, conforme a legislação, 30% do valor repassado pelo Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae) deve ser investido na compra direta de produtos da agricultura familiar, justamente para estimular o desenvolvimento deste setor.
U
ma parceria firmada entre a Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado (Fetag) e a Secretaria de Agricultura gaúcha resultou num termo de cooperação para agilizar e descentralizar a emissão de guias de trânsito animal (GTAs). Com o convênio, agora é possível emitir o documento nos sindicatos dos trabalhadores rurais de cada município. Antes o serviço era realizado apenas em inspetorias veterinárias (que, muitas vezes, não possuem postos em todos os municípios) e pela internet. Segundo o coordenador da Associação dos Sindicatos de Trabalhadores Rurais da Região do Médio Alto Uruguai (Astramau), Deonir Sarmento, com o convênio o acesso a este tipo de serviço será facilitado. “Essa é mais uma prestação de serviço que teremos em prol do nosso associado”, comenta. De acordo com ele, neste primeiro momento estão sendo realizados os atendimentos em caráter de teste. “Primeiro o agricultor deve ir até a inspetoria e realizar o cadastro na Secretaria de Agricultura, na qual é emitida uma senha para o Sistema de Defesa Agropecuária. Apenas com essa senha poderemos realizar o serviço no STR”, esclarece.
Inscrições abertas para o Bolsa Juventude Rural
J
Acesse no link bit.ly/ManualJovemRural um manual de como se inscrever no site. Aproveite esta oportunidade!
28 | Revista Novo Rural | Março de 2018
ovens interessados em acessar o programa Bolsa Juventude Rural precisam se agilizar e encaminhar a inscrição. Por meio do governo do Estado, a Secretaria de Desenvolvimento Rural e o Feaper disponibilizarão até 500 bolsas, no valor de R$ 200 por mês (durante 10 meses), a serem pagas a partir de abril de 2018, independentemente da data de concessão ou contratação. Os interessados em concorrer a bolsa precisam estar matriculados no segundo ou no terceiro ano do ensino médio em escolas públicas estaduais ou inscritos e matriculados em instituições educacionais, sem fins lucrativos e de caráter comunitário, que desenvolvam
ou ofereçam cursos de ensino médio ou de educação profissionalizante com conteúdo e método fundamentado, entre outros, na Pedagogia de Alternância. Serão beneficiados jovens entre 15 e 29 anos e que tenham, Declaração de Aptidão do Pronaf (DAP) ativa e baixa renda bruta familiar. Os interessados em concorrer à bolsa deverão fazer um cadastro no site www. bolsajuventuderural.com.br, até o dia 9 deste mês. Os candidatos habilitados serão classificados com preferência para quem estuda em regime de internato e, em segundo lugar, que residem na maior distância entre a escola e a residência.
Ações
Cooperativismo
Assembleias da Sicredi Alto Uruguai RS/SC seguem até abril
Espaço
cooperativo Marcia Faccin
Coordenadora da Unidade de Cooperativismo do Escritório Regional da Emater/RS de Frederico Westphalen
Conforme a equipe da cooperativa, todas as assembleias serão realizadas às 19h30min Divulgação
Rio Grande do Sul* 6 de março: Erval Seco 7 de março: Seberi 8 de março: Frederico Westphalen 12 de março: Planalto 15 de março: Rodeio Bonito 19 de março: Iraí 28 de março: Alpestre 2 de abril: Ametista do Sul 5 de abril: Palmitinho 9 de abril: Caiçara 10 de abril: Vicente Dutra 11 de abril: Taquaruçu do Sul 12 de abril: Vista Alegre 17 de abril: Pinhal 18 de abril: Pinheirinho do Vale
Santa Catarina 1º de março: São Carlos 5 de março: Caibi 13 de março: Saudades 14 de março: Maravilha 3 de abril: Pinhalzinho 4 de abril: Palmitos 16 de abril: Cunha Porã
* Nos municípios de Novo
Tiradentes/RS, Cerro Grande/RS e Cristal do Sul/RS as assembleias já foram realizadas em fevereiro
Participação expressiva dos associados é esperada pela direção da cooperativa
É
visível o investimento do Sicredi em ações que valorizam o envolvimento com os associados, que votam e participam do direcionamento da cooperativa de crédito. Nesse contexto, as assembleias são fundamentais, pois são reuniões que permitem que a decisão coletiva dos associados, “donos do negócio”, seja o norteador para o desenvolvimento futuro da cooperativa. Neste ano, em especial, as assembleias estão sendo conduzidas pelo presidente, Eugenio Poltronieri. São abordados assuntos estratégicos e de extrema relevância ao quadro social. “A assembleia é um momento ímpar para a cooperativa, onde os diferenciais do cooperativismo, principalmente, em relação à transparência e participação democrática do quadro social, são colocados em prática”, ressalta Poltronieri. Conforme a equipe da cooperativa, todas as assembleias serão realizadas às 19h30min, em cada munícipio, conforme o cronograma. Para participar, é necessário que o associado confirme presença e retire ingresso de participação na sua agência, onde também receberá mais informações.
A participação da mulher na vida da cooperativa
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este mês de março, dedicado às mulheres, vou discorrer um pouco sobre a participação da mulher na vida da cooperativa, e vou escrever em alguns momentos mais direcionada para você que é mulher, trazendo algumas reflexões quanto à importância da sua participação ativa na vida da cooperativa. Você é sócia de alguma cooperativa? Sim? Não? Por quê? Se sim, participa ativamente da vida da cooperativa? Participa das reuniões, palestras e eventos? Sente-se motivada em participar? É convidada a participar? Inclusive, tem várias cooperativas aqui da nossa região que possuem programas específicos e direcionados para você, mulher. Você gosta de participar dessas atividades promovidas pelas cooperativas? Procura convidar mais mulheres para associar-se e participar da cooperativa? Você já foi convidada para fazer parte da diretoria da sua cooperativa? Aceitou? Gostou? Você sabia que atualmente, quando uma cooperativa está buscando recursos públicos junto a órgãos competentes ela é melhor pontuada quando tem mulheres no conselho de administração e conselho fiscal da cooperativa? Que em alguns ramos do cooperativismo tem exigências para ter um determinado percentual de mulheres associadas da cooperativa? Você é do tipo que apoia quando uma mulher participa dos grupos formais e informais existentes na sua comunidade? Ou é daquele tipo, que fica criticando, chamando de metida e, muitas vezes, torcendo para dar errado algumas ações pelo fato de estar sendo gerido por mulher? Pois é bem comum vivenciarmos essas atitudes, onde as mulheres, ao invés de se apoiar, de se ajudar, ficam criticando e torcendo contra, isso tudo são ciúmes, que não levam nada a lugar nenhum. Precisamos, mais do que nunca, nos unir, nos fortalecermos e conquistarmos cada vez mais nosso espaço, com profissionalismo, garra, participação, envolvimento e dinamismo, características presentes em grande parte de nós. E você, esposo, namorado, filho, amigo, apoia a participação da mulher nas atividades e ações da cooperativa? Você, marido, convida sua esposa para participar das reuniões da cooperativa, sindicato ou associação? Ou é do tipo: a reunião é para os homens, as mulheres devem ficar em casa trabalhando? Precisamos mais do que nunca apoiar nossa parceira, para que juntos possamos crescer, nos fortalecer e dinamizar ainda mais nossa propriedade, com mais renda, qualidade de vida e bem-estar. E muitas dessas ações são fomentadas e apresentadas nas reuniões, palestras, excursões e viagens promovidas e oportunizadas pelas cooperativas, sindicatos, Emater, etc. Pensemos nisso e que possamos nos fortalecer a cada dia com nossa participação ativa na vida da cooperativa e da comunidade.
“Precisamos, mais do que nunca, nos unir, nos fortalecermos e conquistarmos cada vez mais nosso espaço.”
29 | Revista Novo Rural | Março de 2018
Gracieli Verde
Entrevista
revistanovorural@oaltouruguai.com.br
Eduardo Holmes /Divulgação
Uma “tunda” de humor inspirada na rotina rural Badin, O Colono, conquista fãs em toda a região e revisita cenários e costumes do meio rural
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le poderia muito bem ser uma “pessoal real”, seja pelas expressões que usa no dia a dia, pelas brincadeiras que faz ou pelo jeito simples de enxergar a vida no interior. Nas redes sociais ele é mais que sucesso, “virou febre”. Basta ver os vídeos que ele publica, alguns com mais de milhões de visualizações, e a quantidade de pessoas que comenta, compartilha e marca amigos e familiares que tenham alguma ligação com o meio rural. Estamos falando do Badin, O Colono, personagem criado pelo jovem Eduardo Gustavo Christ, 26 anos, natural de Aratiba e que reside em Erechim, mas que tem tomado proporções gigantes na internet. Eduardo nasceu no interior, na linha Auxiliadora, em Aratiba, onde residiu com a família até os seis anos de idade. “Como todo mundo fala, ‘a gente sai da colônia, mas a colônia não sai da gente’. Então muitas coisas ficaram, como o sotaque mais marcado, e isso se repete nos pais e nos parentes”, contou à reportagem, por telefone.
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“O Badin procura mostrar as coisas do campo e valorizar essa cultura, esses costumes e, principalmente, levar alegria para as pessoas nesse mundo tão chato de hoje.” Eduardo Gustavo Christ, criador do personagem
ÁUDIOS PRA LÁ DE ENGRAÇADOS A história do Badin começou em 2015, com áudios enviados por WhatsApp. – Sempre tive um jeito engraçado, fazia brincadeira com tudo. Eu ainda trabalhava numa montadora de ônibus que tem sede aqui em Erechim e mandava alguns áudios para os amigos pelo WhatsApp. Um desses áudios com sotaque bem italiano chegou à direção de uma rádio da cidade. Foi quando perguntaram por quem estava fazendo esses áudios e, depois de eu me identificar, me convidaram para fazer um programa de rádio – expõe Eduardo, que é engenheiro-mecânico. Foi assim que surgiu o programa “Pão com mortadela”, que vai ao ar pela Rádio Transamérica FM, em Erechim, aos sábados, das 11h30min às 14 horas, com os colegas Gabriel Holderbaum e Herminio May. Mas não era só isso. Ao mesmo tempo, a repercussão nas redes sociais só aumentava, porque os vídeos produzidos por Eduardo justamente traziam algo diferenciado em relação ao humor, usando de cenários e temas ligados ao meio rural, explorando em especial o sotaque e os costumes dos descendentes de italiano, que são em grande número não só no Estado, mas também em Santa Catarina e Paraná. No começo do trabalho o amigo Jean Carlos Pan, também de Erechim, era colega de produção. Juntos formavam a dupla Badin e Agostinho. Como Jean foi morar fora do país nes-
Entrevista
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se meio tempo, Badin teve sequência com a criatividade de Eduardo. – Coisas que os colonos falam e fazem foram as primeiras coisas que eu usei para gravar os vídeos. Acho que foi isso que conquistou o público, porque as pessoas começaram a se identificar. Muita gente que hoje mora na cidade marca os parentes e amigos que têm alguma relação com o campo, e assim o trabalho se difunde – relata o humorista. Em outubro de 2016, Eduardo saiu do emprego na montadora e foi para uma empresa vendedora de insumos agrícolas, como representante comercial, que depois também passou a patrociná-lo nos vídeos para redes sociais. Não demorou muito para o engenheiro-mecânico deixar o emprego para se dedicar somente ao humor. – Foi algo que aconteceu naturalmente, não planejei isso. É claro que com o tempo fui aprimorando e também passei a fazer shows. Em outubro de 2017, por exemplo, fiz mais de 20 apresentações, prova de que as pessoas gostaram do humor que propus. O Badin procura mostrar as coisas do campo e valorizar essa cultura, esses costumes e, principalmente, levar alegria para as pessoas nesse mundo tão chato de hoje – exclama Eduardo, muito consciente do seu papel como humorista na vida das pessoas que lhe dão audiência fiel.
Divirta-se!
OS VÍNCULOS COM O CAMPO Eduardo reforça que por mais que saiu cedo da zona rural para morar na cidade de Erechim, o forte perfil interiorano da região influencia a vida das pessoas, por isso seu trabalho tem ganhado muita repercussão. – Eu e meus pais temos nossas raízes no interior e valorizamos muito isso. O retorno do meu trabalho tem sido muito positivo. Todos entendem que é uma forma de valorizar essas famílias de imigrantes, seja de italianos ou alemães, e de difundir cada vez mais a cultura dessas comunidades Brasil afora. Vejo muita gente dizendo que tem orgulho de ser colono – ressalta o humorista.
Para o futuro, ainda não se sabe onde esse trabalho pode parar – ou melhor, seguir! Tendo em vista o perfil desses trabalhos na internet, Badin espera chegar com mais força em outros Estados, além de intensificar a agenda de apresentações. O trabalho com os vídeos no YouTube e no Facebook também deve continuar, inclusive neste mês de fevereiro ele lançou oficialmente uma série com a participação da dona Maria, a mãe do Badin (encenada pelo próprio), mas que leva o nome original da matriarca – o pai se chama Lucio Beno e ele também tem dois irmãos, o Rudimar e o Rodrigo.
Conheça a mãe do Badin, a dona Maria: bit.ly/DonaMariaBadin
Você pode assistir ao humor do Badin, O Colono, no Youtube, onde tem mais de 40 mil seguidores, e no Facebook, com mais de 500 mil seguidores. Nesses dois casos ele publica vídeos semanalmente!
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Qualidade de vida
Culinária
Ép�ca de inserir o peixe no cardápio!
Nutricionista pontua vantagens dessa carne para a saúde. Veja também dicas de como preparar belos pratos para a família
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Veja �� �ene�íci�� de algumas das espécies que são enc�ntradas na região Carpa: fonte de proteína.
Pacu: oferece gorduras poli-insaturadas, benquistas à saúde em geral. Tilápia: rica em nutrientes como vitaminas e minerais, tais como selênio, fósforo, potássio, vitamina B12, niacina, vitamina B6, entre outros que atuam diretamente no organismo, acelerando o metabolismo, reduzindo o risco de doenças crônicas, prevenindo vários tipos de câncer, além de melhorar a saúde do cabelo e fortalecer o sistema imunológico.
Traíra: possui cálcio e fósforo, minerais aliados contra a osteoporose.
Filés são opções mais práticas para inserir o peixe na culinária do dia a dia
O quanto c�nsumir A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda o consumo regular de peixes, de uma a duas vezes por semana. Já a Associação Americana do Coração (American Heart Association - AHA) recomenda que cada porção deve pesar em torno de 100 gramas, isso corresponde a um filé pequeno. A nutricionista Francielle pondera, no entanto, que, pelos dados oficiais, o consumo per capita cresce devagar e hoje chega a 10,6 quilos de carne de peixe por ano – índice abaixo do preconizado pela Organização Mundial da Saúde, que é 12 quilos/pessoa/ano.
C�mo incentivar as crianças a c�nsumirem o peixe Para as crianças, apesar de o consumo ser ainda mais baixo nesta faixa etária, a carne de peixe tem contribuição importante no seu desenvolvimento. – Incentivar o consumo nesta idade é essencial, considerando que este é um momento de formação de hábito alimentar. Entretanto, deve-se ter cuidado com a alergia. Por isso, a recomendação é que o peixe seja oferecido aos poucos, para que, caso a criança apresente alguma reação, seja possível identificar o que causou o problema e não oferecê-lo mais – ensina a nutricionista. Também é importante oferecer peixes que tenham menos espinhas e sabor mais leve, como a tilápia. “Se a criança não gostar da primeira oferta de peixe, não desista. Ofereça em outra forma de preparação ou outro tipo de peixe. Orienta-se oferecer em torno de 10 vezes o alimento para ter certeza que a criança não gosta”, pontua Francielle.
Fotos: Divulgação
stamos em plena Quaresma e, especialmente para as famílias católicas, nesta época do ano se intensifica o consumo de peixes, devido às restrições no consumo de carnes vermelhas. Além de ser uma prática que envolve a crença das pessoas, é algo que pode ser usado a favor no que diz respeito à alimentação. Por que não aproveitar esse artifício para inserir mais rotineiramente a carne de peixe no dia a dia? A nutricionista Francielle Rodrigues da Fonseca Rech, que atende em Palmitinho e Frederico Westphalen, orienta que o consumo de peixe é um importante aliado da saúde humana, uma vez que é um alimento que previne o aparecimento de doenças cardíacas e promove melhor digestão se comparado com outras carnes. – Os peixes de água doce, como dourado, tilápia, pacu, perca, pescada, pirarucu e pintado, são, em sua maioria, ricos em vitaminas e sais minerais, tais como cálcio, potássio, selênio, fósforo, vitamina B12, vitamina D e niacina. Já os peixes de água salgada, a exemplo do salmão, sardinha, linguado e atum, são na maioria ricos em Ômega 3, importantíssimo cardioprotetor e que fortalece o sistema imunológico. Além disso, possuem diversas vitaminas e minerais, como potássio, vitamina D e selênio – enumera a profissional. Na região, conforme informações da Emater/RS, estão entre as espécies mais cultivadas as carpa-capim, cabeça-grande, húngara e prateada, além de pacu, traíra, cascudo e a própria tilápia. É sempre importante saber a procedência do produto e comprar em feiras que tenham o acompanhamento da Vigilância Sanitária. A orientação das equipes da Emater também é em dar preferência para os peixes da região, pois com isso estará auxiliando no desenvolvimento da cadeia produtiva local.
Cola����u Francielle Rech Nutricionista
Culinária Prepare aquele peixe para a �amília e �� amig��! Separam�� algumas ��ientaç�es para ajudar v�cê a �azer ��nito! Temperos O gosto do cozinheiro ou dos convidados varia muito e a suavidade da carne de peixe precisa ser levada em conta. É óbvio que quanto maior o peixe, mais tempero pode ser empregado para que toda a carne seja saborizada. No caso de filés, o volume de temperos poderá ser menor. Além disso, essa dica vale também para o tempo permanência no tempero: filés ficam saborizados em instantes, já peixes inteiros podem ficar de um dia para outro. Claro que tudo depende do paladar! Alho, cebola, cebolinha, limão, manjericão, manjerona, salsa, alecrim, alfavaca, cominho, cravo-da-índia, folhas de louro, gengibre em pó ou fresco picado, orégano, pimenta-do-reino, além de vinho branco ou tinto seco, creme de leite e leite de coco podem ser combinações para temperar essa carne. Em relação ao sal, se recomenda a proporção de 2,5% do peso.
Veja algumas características que o peixe deve ter para ser considerado fresco Cheiro: leve e agradável, cheiro de capim aquático ou às vezes de barro. Aparência geral: luzente, metálica com reflexo e superfície lisa. Corpo: rígido, arqueado. Consistência: firme e elástica, a pressão dos dedos não deixa marcas. Carne: firme, branca ou cor de rosa com reflexo marcante. Escamas: bem aderentes à pele, brilhante. Pele: rosa, bem estendida, colorida. Olho: claro, brilhante, convexo, transparente, sem mancha na ires, ocupando completamente as órbitas. Barriga: normal, sem manchas, com relativo, brilho metálico.
Vam�� a algumas receitas! Filé de peixe à parmegiana Ingredientes • 4 filés • Sal e pimenta • 1 xícara de molho de tomate • Queijo ralado ou fatiado • 2 colheres de manteiga derretida • Azeite para fritar • Farinha de rosca ou de trigo • 1 ovo
M�do de preparo Tempere os filés com sal e pimenta, passe no ovo e após na farinha de rosca ou de trigo. Frite os filés. Coloque-os numa vasilha refratária untada. Derrame o molho de tomate sobre os filés e salpique com queijo ralado. Asse em forno moderado, sem tampar, durante 15 a 20 minutos. Colaboração: Larri Lui, extensionista em Novo Barreiro, e Lisiane Staggemeier Mattje, extensionista em Nova Boa Vista
Alm�ndegas de peixe Ingredientes • 2 xícaras de purê de batatas • 1 xícara de peixe cozido e desfiado • 1 ovo batido • 1 colher de margarina derretida, • Sal e pimenta, tempero verde se desejar.
M�do de preparo Misture os ingredientes. Forme as almôndegas, passe na farinha e frite. Jogue-as no molho vermelho.
Molho vermelho Ingredientes • 1 kg de tomate (sem sementes) • 400 g de cebola • 300 g de manteiga Modo de preparo Levar para cozinhar. Quando cozido, liquidificar. Levar ao fogo novamente com temperos de sua preferência e sal.
Cá entre nós Dulcenéia Haas Wommer
Assistente técnica regional social da Emater/RS- Ascar de Frederico Westphalen E-MAIL: dwommer@emater.tche.br
Século XXI, século da mulher
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stamos passando da era da industrialização para a era da informação. Esta ideia é trazida por Chin-Ning Chu, no livro “A arte da guerra para mulheres”, em que a autora cita que as qualidades femininas como a empatia, intuição, carinho, e capacidade de adaptação foram consideradas inferiores. Mas, no momento em que passamos para a era da informação, o poder dos músculos deixou de ser a força que move a sociedade. Ou seja, a capacidade inata que a mulher tem de perceber os significados e ir além do visível será uma ferramenta competitiva neste século. Precisamos aproveitar e nos dedicar a uma nova apresentação, que corrija os erros do passado e mostre o potencial que está dentro de cada uma de nós. Se observarmos os números das universidades, verificamos que as mulheres são a maioria nos bancos escolares. Elas detém maior nível de qualificação, compondo um cenário onde são a maioria dos formandos nas universidades brasileiras e suas habilidades mais valorizadas hoje, como a facilidade para comunicação, versatilidade e capacidade de conciliação – características consideradas diferenciais também no mercado de trabalho. As mulheres são buscadas nas empresas por serem detalhistas, organizadas, habilidosas em várias tarefas. Porém, pesquisas mostram que as mulheres ainda são minoria nos cargos de chefia e liderança. Então, o que está acontecendo? Esta capacidade multitarefa, de eficiência, atenção aos detalhes, controle e gestão não é só da mulher urbana, é da mulher! E você, mulher agricultora, se vê com todas essas qualidades? Utiliza-as? Como está se capacitando? Como está buscando informação para que na hora do chimarrão com a família e com o esposo você entenda dos assuntos, para que possam definir em conjunto as ações na propriedade ou nos investimentos? Neste mês de março, muitos eventos serão realizados em toda a região para comemorar o Dia internacional das Mulheres com conteúdo informativo, reflexões importantes sobre o papel da mulher e atividades de lazer e integração. Vejo as entidades se esmerando na programação, pensando em cada detalhe com carinho! Você é daquelas mulheres que espera um convite ou a “autorização da família” para ir a reuniões, encontros, palestras? O que estou provocando aqui não é tão raro assim. Ainda temos mulheres no meio rural que tem dificuldade de participar de cursos ou outros espaços. Talvez por não ter construído a sua valorização de dentro para fora, e assim ficar aguardando a família dar um empurrão ou as entidades buscá-las. Você já está se organizando para participar? Decida ir! Faça esquema de caronas com as amigas, vizinhas, ou peça para um familiar levá-la ou que participe também. Ou, quem sabe, você não dependa mais dos outros e já dirige o automóvel, não é?! (Esse assunto vamos voltar a falar nas próximas colunas!). Tenho falado para as mulheres que quando existem estas oportunidades como encontros, cursos, palestras e reuniões, a mulher é valorizada no mínimo duas vezes: primeiro porque alguém pensou em você e lhe convidou; segundo por você não estar em casa e sentirem a tua falta! E se precisar levar uns reais? Você pega ou pede dinheiro? A renda familiar é compartilhada? Com essas questões estamos mexendo com a autonomia das mulheres, que passa pela renda e pelo direito de ir e vir. Já vimos que vencer está diretamente relacionado com o conhecimento e o conhecimento com a qualificação do meio rural. Outra constatação: nas propriedades rurais onde a mulher é atuante, dinâmica e participativa, ou “prafrentex”, como costumo dizer, percebe-se que as propriedades vão muito bem obrigado, e estão lindas! Espero nos encontrarmos por aí, nos encontros de mulheres! Até lá! Sobre qual assunto você quer que eu escreva? Mande sua sugestão para o WhatsApp (55) 9.9624.3768
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Campo Aberto Deonir Sarmento segue na presidência da Astramau
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Associação dos Sindicatos de Trabalhadores Rurais do Médio Alto Uruguai (Astramau) reconduziu o sindicalista Deonir Sarmento à presidência da entidade, em reunião de planejamento realizada em fevereiro, em Iraí. Esta foi uma das diversas pautas do encontro, que contou com a presença de jovens, representantes das mulheres, dos aposentados e colaboradores nos mais diversos municípios da região. Veja como ficou o grupo que coordena os trabalhos da associação nos próximos quatro anos: Presidente: Deonir Sarmento (Palmitinho) Vice-presidente: Sergio Gnoatto (Iraí) Tesoureiro: Ibanes Roggia (Caiçara) Segundo-tesoureiro: André Zanella (Ametista do Sul) Secretário: Valdecir Berlatto (Planalto) Segundo-secretário: Amarildo Frares (Rio dos índios)
Débora Theobald
Conselho fiscal efetivo: Valdemar Scalvi (Alpestre); Adão Luiz de Moras (Nonoai) e Nadir José Busatto (Frederico Westphalen) Conselho fiscal suplente: Luiz Carlos Pinto Ribeiro (Pinhal), Neri Pizzi (Trindade do Sul) e Tiago Stival (Taquaruçu do Sul)
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Produtores e engenheiros têm oportunidade de aperfeiçoamento
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ma parceria entre o Escritório Regional da Emater/RS de Frederico Westphalen, Associação dos Engenheiros da Região do Médio e Alto Uruguai (Asermau) e Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Estado do Rio Grande do Sul (Crea-RS) vai viabilizar a realização de mais um ciclo de palestras, no dia 22 deste mês. O encontro de aperfeiçoamento para profissionais de engenharia, mas que também é aberto para produtores rurais, será na Escola Estadual Cardeal Roncalli, em
Veterinários terão treinamento neste mês
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ais um treinamento para o Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose Animal (PNCEBT) está marcado para o período entre 19 e 23 de março, em Cruz Alta (RS), na sede da Unicruz. Trata-se de uma parceria entre o Sindicato dos Médicos Veterinários no Estado do Rio Grande do Sul (Simvet/RS) com o Ministério da Agricultura e as universidades Unicruz, de Cruz Alta (RS), e Urcamp, de Alegrete. O programa foi instituído em 2001, com o objetivo de diminuir o impacto negativo das zoonoses na saúde humana e animal, além de promover a competitividade da pecuária brasileira frente aos mercados internacionais. O sindicato aplica os treinamentos desde 2011 e cerca de mil profissionais já foram capacitados para executar os testes de brucelose e tuberculose. Depois do curso, os veterinários devem solicitar a sua habilitação junto ao Ministério da Agricultura e da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Irrigação. Inscrições podem ser feitas pelo e-mail pncebt.unicruz@gmail.com.
Frederico Westphalen. As inscrições serão gratuitas e realizadas no dia do evento. Duas palestras farão parte da programação. A primeira será com a meteorologista Nadiara Pereira, da Zeus Agrotech, das 9 horas às 11h30min, sobre tendências climáticas para o outono, inverno e primavera. A segunda explanação será com o agrônomo e doutor Marcos Botton, da Embrapa Uva e Vinho, sobre o uso de agrotóxicos para culturas com suporte fitossanitário insuficiente, das 14 horas às 16h30min.
Sicredi é destaque no ranking do BNDES
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Sicredi – instituição financeira cooperativa com 3,7 milhões de associados e atuação em 21 Estados brasileiros – mais uma vez se destaca em um ranking de prestígio. Desta vez, no ranking de desembolsos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, que tem como objetivo identificar o desempenho das instituições financeiras nas operações indiretas, isto é, aquelas em que o BNDES participa indiretamente no repasse de recursos por meio de um agente financeiro credenciado. O Sicredi destaca-se em diversas categorias. Em linhas agro, figura na primeira posição – antes ocupava a segunda colocação. Além disso, ficou em sétimo lugar em operações indiretas, subindo quatro posições em relação ao ano passado, e na primeira posição em operações indiretas para pessoa física, ante a quarta colocação registrada em 2016. O bom desempenho vem dos princípios do Sicredi de ter um relacionamento muito próximo com o associado, conhecendo sua realidade e dando suporte ao seu crescimento. “Esse resultado evidencia o nosso compromisso de apoiar nossos associados do agronegócio com produtos e serviços que auxiliem no atendimento das suas necessidades e, por consequência, promovam o desenvolvimento das suas regiões”, diz Silas Souza, gerente de Crédito Direcionado do Banco Cooperativo Sicredi.
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Dia de campo aborda atividades agropecuárias
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Mapa determina que vacina contra aftosa será de 2ml
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Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) definiu que em maio de 2019 começará a ser aplicada a vacina contra a febre aftosa de 2 ml. Todo o calendário de vacinação deste ano segue sem mudanças, em maio e em novembro, com a vacina de 5 ml. A forma de aplicação do produto, no entanto, deverá ser preferencialmente subcutânea (abaixo do couro do animal) e não intramuscular, já a partir da primeira fase de vacinação em maio próximo, para maior eficiência do produto e para evitar perdas no abate. Já a retirada completa da vacinação deverá acontecer em 2021, conforme prevê o Programa Nacional de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa (Pnefa).
Vinho colonial em outro patamar
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desenvolvimento e cooperação Claudenir Antonio Birk, 46 anos, é associado da Sicredi Grande Palmeira, agência de São José das Missões/RS, há 22 anos
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irk tem como principal atividade o plantio de soja e também é referência no município de São José das Missões na atividade leiteira. Procura trabalhar com a diversificação de culturas, assim como na produção de alimentos para consumo próprio. A indicação para abrir uma conta no Sicredi partiu de seu pai, Alcides, hoje em memória. – O meu pai tinha conta no Sicredi e financiávamos em seu nome. Em 1996 eu casei, comecei minha família, a partir daí a propriedade começou a crescer e se desenvolver. Então, meu pai disse que estava na hora de começar a financiar as lavouras em meu nome e indicou o Sicredi como o melhor parceiro do agricultor. Assim, eu segui o conselho de meu pai e essa relação de parceria com o Sicredi já dura 22 anos – conta. O associado destaca o apoio do Sicredi não somente financeiro, mas também educativo. – O Sicredi me proporcionou bastante conhecimento, além, é claro, do principal, que foi o crédito e as demais soluções financeiras. Lembro que participei de alguns cursos organizados pelo Sicredi e foram muito importantes para o meu desenvolvimento, afinal, o que levamos desta vida é o conhecimento que adquirimos – expõe. Birk tem experiência com outras instituições financeiras, mas destaca a participação do
associado no Sicredi como diferencial. – Tenho conta em outras instituições financeiras, mas no Sicredi é diferente, a gente participa, consegue conhecer mais sobre a instituição que você está trabalhando. Como associado temos a oportunidade de participar do negócio, enquanto em outros bancos você não sabe o que está acontecendo. Você vai lá, pega o crédito, paga, não sabe se deu resultado e para onde vai este resultado. Além disso, tive a oportunidade de participar como uma liderança dentro do Sicredi, fui coordenador de Núcleo e também fiz parte do Conselho de Administração – relembra o associado. Birk confia e sente de verdade que faz parte da cooperativa. – Confio no Sicredi, inclusive indico o Sicredi para amigos e familiares. Sempre digo que é muito bom ser associado, que deve ser nossa primeira opção sempre, pois é uma instituição sóli-
da, com uma gestão transparente e que nos oportuniza opinar. Um exemplo disso é que em 2017 participei de uma reunião com mais alguns associados e tivemos a oportunidade de sugerir melhorias e conhecer mais os resultados da cooperativa. Com isso, me sinto fazendo parte de verdade da cooperativa – defende. E para o futuro? – Quero continuar contando com o Sicredi, pois faz parte da minha história, como falei, desde o tempo do meu pai. Afinal, a gente conhece e sabe como está sendo conduzido o negócio, da qualidade dos colaboradores que trabalham no Sicredi, por isso pretendo continuar participando como associado e utilizando as soluções financeiras. Tenho muito a agradecer ao Sicredi, pois se o Sicredi precisa de mim como associado, eu preciso muito mais do Sicredi para desenvolver minha propriedade, é uma via de mão dupla, é cooperação – finaliza Birk.
Divulgação
cidade de Bento Gonçalves, na Serra Gaúcha, tem a primeira agroindústria familiar de vinhos coloniais legalizada, que foi inaugurada em fevereiro. A Piccola Cantina está situada na linha Ferri, no distrito de Faria Lemos, e pertencente a Auri e Diva Flâmia. Com o registro no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), a agroindústria está apta a comercializar até 20 mil litros de vinho colonial por ano, produzidos com uvas próprias, em feiras, cooperativas ou na propriedade, utilizando apenas o talão de produtor rural para a emissão de notas, sem a necessidade de abrir uma empresa. Lideranças destacaram que a união de entidades como a Emater/RS-Ascar, Ibravin, Embrapa Uva e Vinho, Mapa, Seapi, SDR, Ufrgs e Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS) foi crucial para o projeto do vinho colonial desde 2010, com o resgate e qualificação do produto, aprovação da Lei do Vinho Colonial (Lei 12.959/2014) e orientação para adequação às exigências legais. O Programa Estadual de Agroindústria Familiar (Peaf) é considerado um aliado dos gaúchos nesse quesito, pois viabilizou a lei federal (Lei do Vinho Colonial) para permitir a venda da bebida com o talão de produtor.
Histórias de
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propriedade de Rudimar Marcolin, na linha Águas Frias, em Iraí, sediará dia de campo neste mês. O encontro está marcado para o dia 21, a partir das 8h30min, com foco na profissionalização e busca por mais resultados na agropecuária. As atividades seguem ao longo do dia. Na data os temas serão divididos em estações, as quais abordarão a sucessão familiar, o manejo da estrutura e fertilidade do solo, boas práticas na ordenha, além de uma demonstração de preparação de feno. Haverá almoço aos participantes, que será servido no pavilhão da comunidade. A realização é da Cotrifred, Fetag, prefeitura, Emater/RS, com apoio da Sicredi Alto Uruguai e Banco do Brasil.
O SICREDI NA MINHA VIDA
35 | Revista Novo Rural | Março de 2018
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