w w w. r e v i s ta o l h a .c o m . b r número 10 ano o edição 10 novembro 2013
issn 2317-1995
R$ 4,90
o tom da história
Ela é a linguagem que da vazão à espiritualidade Do envolvimento social à mensagem passada A música de ontem que continua sendo atual
Cult Nascido e criado por entre os becos do velho Vassoural, Petrúcio Amorim fala da sua relação com a música Fala Sério O problema da poluição do Rio Ipojuca entra na linha de discussão do colunista Obede Gueiros A música que ultrapassa gerações
Comigo foi assim No Brasil desde 1975, Dom Bernardino Marchió conta como ingressou na vida religiosa
entrevistão: existe diferença entre conhecimento e educação? Para responder a essa pergunta, a palavra é da mestra em Educação, Delma Evaneide. Ela também aborda as relações humanas em sociedade.
listão
22 novembro 2013 edição 10
Frases de impacto Para inspirar o leitor, a cada abertura de seção a Revista Olha! interage com fras
olha! nossa capa foto lucas gomes MODELO da capa blenda leitte (fabrício gomes produções) foto das aberturas de seção lucas gomes MODELO das aberturas de seção letícia xavier AS FOTOS DAS ABERTURAS DE SEÇÕES FORAM PRODUZIDAS NAS PRAÇAS ARLINDO PORTO E SANTA CLARA, NO BAIRRO MAURÍCIO DE NASSAU, EM CARUARU
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16 Sinônimo de revolução A música é uma forma de expressão tão particular que se faz presente com veemência na vida das pessoas em praticamente toda a história da humanidade. Foi a música a grande responsável por mover uma geração. Letras que faziam pensar, que incomodavam o poder... enfim, letras que romperam a barreira do tempo.
28 Entrevistão Qual a diferença entre conhecimento e educação? Para responder a essa pergunta, confira a avaliação da mestra em Educação, Delma Evaneide. Ela aproveita a abordagem para falar um pouco sobre as relações humanas e a ligação entre a educação e o saber.
Eu mesmo
22 Objetivo de vida A corrida pela estabilidade profissional motiva muitas pessoas a dedicarem horas do seu dia aos estudos. Conheça um pouco da realidade que move os chamados concurseiros.
Os outros
31 Eu sou Quando a vida profissional começa a partir de uma atividade que se faz com prazer, essa tem ainda mais chance de ser sucesso. Veja como Bianca Pessoa uniu sua paixão por escrever e fotografar à escolha do curso superior. 32 Deu/Não deu Apenas sete cursos dos 193 avaliados pelo Enade obtiveram nota máxima em Pernambuco. Saiba qual a opinião das pessoas sobre isso.
Olha! No seu bolso Para acessar sua Olha! pelo celular: 1. Abra o leitor QR Code em seu celular; 2. Foque o código com a câmera; 3. Clique em Ler Código para acessar o conteúdo. Não tem leitor? Para baixar o leitor acesse www.i-nigma.mobi
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ses de impacto de escritores brasileiros.
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36 Comigo foi assim Natural de Busca, na Itália, Dom Bernardino Marchió mostrou vocação pela vida religiosa desde cedo. No Brasil desde 1975, já passou por Palmares, Pesqueira e hoje comanda a comunidade católica de Caruaru e região.
44 Cult A música sempre foi a vocação de Petrúcio Amorim. Apesar das evidências, a trajetória rumo ao reconhecimento foi cheia de barreiras. Uma delas foi brigar para mostrar o seu trabalho no São João da sua terra. O episódio, inclusive, serviu de inspiração para uma das suas canções de sucesso “Tareco e Mariola”. Confira essa e outras histórias sobre a vida do artista.
Fora do ar
38 Bastidores O Colégio Diocesano de Caruaru inaugurou um auditório com tecnologia 3D. O equipamento deve interferir diretamente na forma de transmitir o conteúdo para os alunos. 40 Fala sério Nesta edição, Obede Gueiros opina sobre o problema “Rio Ipojuca”.
Ser, ter e escolher
46 Consumão Qual o casal que não quer desfrutar de muito conforto e qualidade na hora de dormir? Confira na seção qual a tentação da vez. 48 Campanha Nas últimas semanas de 1889, a tripulação de um navio de guerra brasileiro ancorado no porto de Colombo, capital do Ceilão, foi pega de surpresa pelas notícias alarmantes que chegavam do outro lado do mundo. Isso é parte do que você vai encontrar no livro 1889, de Laurentino Gomes. 50 Fim
mente aberta seguidores na rede
nossos
“Somos os filhos da revolução, somos burgueses sem religião. Somos o futuro da nação, geração coca-cola” Renato Russo
Será que foi o mundo que mudou demais, ou o sentido de luta das pessoas caiu na zona de conforto? Essa é uma pergunta que gera muitos outros questionamentos, desde que eles estejam ligados à forma com que as pessoas veem e entende do mundo. Não faz muito tempo, o pensamento de artistas, sobretudo escritores e músicos, era evidenciado e compartilhado por pessoas “comuns”. Sem falso trocadilho, será que “nossos ídolos ainda são mais os mesmos”, como defendeu Belchió na música “Como Nossos Pais”, interpretada pela insubstituível Elis Regina? Ou será que a “Geração Coca-Cola”, cantada pelo líder da Legião Urbana, foi adulterada com água e ficou “fraca”? Esses e tantos outros questionamentos chegam às nossas mentes quando nos lembramos do instinto revolucionário que habitava no interior de muitas das pessoas que não se calaram perante a mordaça da Ditadura Militar, ou as afirmações de recalque dos antifeministas ou ativistas do movimento Diretas Já, ou ainda, quem sabe, das pessoas que viram a vida passar através de movimentos musicais que deixaram a sua marca através dos tempos, como a Jovem Guarda; Tropicalismo; Rock, Movimento Armorial; Iê, iê, iê e outros tantos que fizeram as pessoas se questionarem e, mais que isso, induziram-nas a lutar por um ideal. Hoje em dia, será que é a falta de qualidade musical que estagnou os movimentos revolucionários e “aquetou” os rebeldes, fazendoos perder espaço para os falsos moralistas? Ou
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Paulinha Souza O ser humano hoje em dia, não apenas mulheres, mas homens também querem se sentir cada vez mais bonitos e perfeitos, por isso procuram métodos fáceis como: cabelo, unha, limpeza de pele e métodos mais complicados, como cirurgias. Pessoas que, com o passar do tempo, tornam-se reféns da beleza perfeita, não apenas por vaidade, mas porque se incomodam com os “defeitos” que acham que têm. A sociedade exige que você seja perfeito e sempre tem aquela rivalidade de quem é mais bonito(a). Infelizmente o que poderia ser uma vaidade simples termina sendo é um problema de insatisfação pessoal. via facebook
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será que o gosto mudou, e as letras que induziam ao questionamento viraram apenas baladinhas de rima e ritmo dançante? Quando o gigante que estava adormecido começou a traçar novos caminhos para suas lutas, sofreu uma rasteira da falta de liderança e chegou a uma encruzilhada com várias outras opções de caminhos e se perdeu, como bem representa a música “Caminhando”, de Geraldo Vandré, lançada em 1968, que serve como uma luva para retratar o momento atual. “Há soldados armados, amados ou não. Quase todos perdidos, de armas na mão”. Engraçado como as letras que fizeram história há 50 anos, continuam tão atuais. Quem sabe a falta de ídolos no meio musical que comandem a massa, não seja suprida para os poucos que ainda prestam atenção na mensagem que a música quer trazer. Isso não significa que, desde então, nenhuma outra banda ou artista tenha surgido para seguir carregando o andor. As coisas estão evoluindo depressa demais e, nem sempre, “de muito usada a faca já não corta”, como dizia Chico Buarque na canção que marcou época: “Cálice”, comparando a faca a certas cabeças que não pensam mais. O que nos resta é ficar com a herança de quem contribuiu para mudar o Brasil. “Alô, alô marciano! A coisa está ficando russa”. É através da música que a Revista Olha! aborda o tema da matéria de capa desta edição de novembro, além de outros assuntos, claro. Robson Meriéverton - editor
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Luciene Barreto Acho uma idiotice esse povo se preocupar com essas besteiras. Tanta coisa para fazer, tantos amigos para curtir, e perder dias em recuperação!!! A capa ficou massa!!! via facebook Luciana Bezerra Como é bom ser surpreendida a cada edição e ficar ansiosa pra saber qual o próximo tema a ser abordado pela equipe nota 10, que faz a revista Olha! Parabéns, gente! via facebook Ellyson Vilanova A beleza pode até ser levada em consideração, mas a saúde é o bem mais importante do ser humano. via facebook
Dijaira Mello Belíssima capa... Realmente os meios de comunicação fazem muitas pessoas quererem seguir regras às vezes absurdas que os torna realmente “reféns” da beleza. via facebook Dione Guimarães Hoje, a preocupação é com que o outro vai achar de você, e não com o que você realmente é. Ser refém da beleza só é bom para a indústria, que a cada ano vem faturando mais. via facebook Johnny Pequeno A reportagem é uma reflexão sobre quando uma preocupação estética beira o excesso. Parabéns, Olha! via facebook
Eduardo Pires Acredito que a mídia tem influenciado muito nessa busca do corpo perfeito, na procura exagerada aos profissionais da medicina estética. Não precisamos ficar reféns desse tipo situação, cada um tem a sua beleza, que é única. via facebook
Amanda Vanessa Galvão Acho muito importante cuidar da aparência, porém é muito perigoso quando isso se torna algo essencial na vida de alguém e a pessoa se torna refém da beleza e passa a viver em busca da perfeição. Para mim isso é patológico e deve ser tratado. via facebook
do Vassoural, em Caruaru, no ano de 1959. Sua vocação pela música começou desde cedo, aos oito anos de idade. Ainda no início da carreira, venceu vários festivais de música, o que ajudou a ter certeza sobre o seu futuro musical. Compositor de muitos sucessos, Petrúcio hoje é conhecido como poeta do forró. Nascido na cidade de Busca, na região de Piemonte, na Itália, Dom conheceu os ideais católicos desde a infância. Frequentou o Seminário Diocesano de Salluzo e concluiu o curso de Filosofia e Teologia. Aos 25 anos, recebeu a Ordenação Presbiterial, tornando-se Vigário Paroquial de Bagnolo. No Brasil desde 1975, passou por Palmares, Pesqueira e está em Caruaru há 10 anos.
Marchió
Bernardino
Graduada em Pedagogia, Delma Evaneide também é pós-graduada
em Gestão e Mestre em Educação, pela Universidade Federal de Pernambuco. Atuou na Educação nos níveis Fundamental, Médio e Superior, foi diretora de colégios e hoje é a coordenadora pedagógica geral da Fafica, além de lecionar a disciplina de Filosofia da Educação, na mesma instituição de ensino.
Veridiano Santos é formado em
Ciências Sociais pela Fafica e pós-graduado em Sociologia pela mesma instituição. Cursou mestrado em História do Brasil na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Atualmente leciona História, Sociologia e Antropologia na área de saúde na Asces. No Colégio Diocesano, Veridiano ministra a disciplina de História. Por cinco anos assinou coluna no jornal Vanguarda de Caruaru.
Emanoel Fernandes Uma beleza, com todo seu próprio estilo, faz toda diferença. via facebook
Uêdja Alves Difícil separar nossa ideia de beleza da imagem que vemos na mídia. O mais legal é navegar nas páginas desta revista e poder ver que beleza significa confiança em si própria. via facebook Leonardo Gomes A beleza sempre é bem vinda, claro! A questão é o modismo e o que vem atrelado a ela – consumismo, vaidade, valorização. A indústria e uma sociedade ditam as regras e a grande massa segue atrás, sem se dar conta que estão sendo manipulados. Para esse “mundo”, o que menos importa é a beleza e, sim, a quem ela irá lucrar. via facebook
colaboradores
Petrúcio Amorim nasceu no bairro
Suelem Bacelar A Olha! é meu hobby mensal. Além de me manter informada com assuntos importantes, ela me diverte e me deixa antenada com os acontecimentos locais! Olha! Que chique!!! via facebook Silvério Pessoa Obrigado, revista Olha! Abraços, e vamos em frente! via facebook
Manoel Segundo Em todos os aspectos, a sociedade contemporânea está exigente. E, no que diz respeito à beleza não poderia ser diferente. Parabéns à Olha! por mostrar as consequências positivas e negativas dessa busca, muitas vezes, sem limites. via facebook Saulo Ferreira Parabéns a todos que fazem a revista Olha! Coisa de primeiro mundo, orgulho para nós, caruaruenses. via facebook
Flávia Tavares Infelizmente, a aparência está em primeiro lugar para a maioria das pessoas atualmente e é o que as torna reféns da beleza perfeita. Não se medem as consequências e não há mais idade para isso. A vaidade ultrapassou o bom senso. É a ditadura da beleza. via facebook
Lucas Leal A revista une um pouco de tudo: cultura, entretenimento, ótimas entrevistas, alto nível de conhecimento da nossa cidade e coisas que nunca imaginei, lendo a revista acabei descobrindo! Muito boa! via facebook
se liga Analfabetismo Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) mostram que a taxa de analfabetismo parou de cair e registrou pequeno aumento entre os anos de 2011 e 2012. A proporção de pessoas com 15 anos ou mais que não sabem ler nem escrever passou de 8,6% em 2011 para 8,7% em 2012. Em número absolutos, representou um aumento de 297 mil analfabetos. Os dados são mais preocupantes no Nordeste, onde a taxa subiu meio ponto percentual em um ano, passando de 16,9% para 17,4%. Os Estados de Tocantins, Paraíba, Pernambuco e Bahia tiveram os maiores aumentos nas taxas de analfabetismo. Desde que a Pnad passou a cobrir o País inteiro é a primeira vez que o índice foi maior do que no ano anterior.
O curso terá 80 vagas, sendo 60 para livre concorrência e 20 para cotas
interiorização
Medicina chega a Caruaru
Novas regras O Exame Unificado da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) terá novas regras a partir da próxima edição. O candidato que for reprovado na segunda fase, na prova seguinte, não precisará fazer a primeira fase. A intenção é assegurar o direito daqueles que mostraram conhecimento na primeira fase, de estudarem um pouco mais. Outra alteração foi feita para adequar os dispositivos do exame ao ensino do Direito no país. O dispositivo dizia que os alunos do nono e décimo semestres poderiam prestar o exame. A existência de cursos de seis anos, fazia com que não concluintes fossem considerados aptos. Agora a redação foi alterada para estudantes que cursam o último ano.
novembro 2013 www.revista
.com.br
a disciplina será oferecida pela UFPE. O investimento é de R$ 28 milhões Depois de muitas reivindicações e apelo por parte dos candidatos, a partir de 2014, a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) ofertará o curso de Medicina em Caruaru. A principio estarão disponíveis 80 vagas. A primeira etapa do processo seletivo equivale à nota do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), aplicado nos dias 26 e 27 de outubro. Já as provas da segunda etapa serão realizadas nos dias 8 e 9 de dezembro. Com seis anos de duração e organizado em módulos anuais de ensino, o curso que chega ao Centro Acadêmico do Agreste (CAA) é norteado por princípios como aprendizado por competências, integração das práticas profissionais e uso de métodos centrados no aluno. A formação será realizada em sistema de grupos tutoriais compostos por até oito estudantes e seus tutores, seguindo dinâmica própria de estudos, com objetivos estabelecidos. A proposta do curso permite ao aluno a vivência de situações reais desde o início da graduação, por meio de encontros com a comunidade e com pacientes atendidos pelo Programa de Saúde da Fa-
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mília (PSF) e serviços hospitalares do SUS em Caruaru e no entorno. Os serviços formam, em conjunto, a rede de saúde-escola a ser utilizada pelos alunos. Nos próximos três anos, as aulas serão ministradas em um espaço adaptado no Polo Caruaru, onde funcionarão laboratórios, salas de tutoria, reunião e seminários, em adequação ao projeto pedagógico da graduação. Segundo a empresa responsável pela execução das obras, a previsão é que os espaços para receber os estudantes estejam prontos até o próximo mês. O custo para implementação do curso no CAA foi de R$ 28 milhões, com verbas do Governo Federal. A chegada do curso de Medicina em Caruaru amplia a interiorização do ensino superior brasileiro. “Representa a descentralização do ensino em nosso estado, permitindo que os médicos formados pela faculdade de Medicina em Caruaru tenham uma inserção forte no interior, projetando-se para as regiões mais carentes”, afirma o vice-reitor Silvio Romero Marques. O curso terá 80 vagas (60 para livre concorrência e 20 para cotas).
fotos: divulgação
Você participa, a Prefeitura faz. Operação Asfalto entrega novas ruas no Maurício de Nassau. MAIS DE 100 RUAS PAVIMENTADAS EM VÁRIOS BAIRROS DE CARUARU. A Operação Asfalto é o maior programa de pavimentação de ruas da história da nossa cidade. Com os recursos trazidos de Brasília, do Ministério do Turismo, já são mais de cem ruas entregues à população em diversos bairros. Atualmente, as obras seguem a todo vapor no Maurício de Nassau. Depois das ruas Visconde de Inhaúma e Antenor Simões, agora a população pode circular com mais conforto e segurança pela Aspicueta Navarro e Armindo Moura. As próximas paradas da Operação Asfalto serão no Caiucá e nas Rendeiras. É a Prefeitura trabalhando sem parar para trazer novos benefícios para nossa cidade.
se liga Mamusebá O Teatro Garagem Mamusebá agora está funcionando também no centro da cidade, próximo à Estação Ferroviária. Segundo o criador do teatro, Sebastião Alves, conhecido como Sebá, o novo local facilitará o acesso de estudantes, além do público em geral. O espaço foi cedido pela Fundação de Cultura de Caruaru e funciona quatro dias por semana. Nas quartas e sextasfeiras, as apresentações começam a partir das 15h e são destinadas para as escolas. No sábado, às 20h. Já no domingo, haverá duas apresentações: a primeira começando às 17h e a segunda às 20h. Os ingressos custam R$ 5, apenas crianças pagam. Adultos e acompanhantes não precisam pagar para entrar, desde que levem uma criança.
Balanço revela muitos faltosos no Enem 2013 O gasto com os cerca de 2 milhões que não compareceram à prova é de aproximadamente R$ 58 mi
As provas foram aplicadas entre 26 e 27 de outubro, em 1,1 mil cidades
Cine Clube Cumprindo uma exigência da classe artística, Caruaru ganhou um Cine Clube. A exemplo do teatro de mamulengos, o equipamento também está localizado na antiga Estação Ferroviária. Lá o visitante pode contar com exibição de curtas e longas-metragens de cineastas da região. O projeto foi viabilizado pela Conferência de Cultura, realizada no mês de agosto deste ano. O Cine Clube funciona sempre às quartas-feiras, a partir das 19h, e tem entrada gratuita. No espaço também passará a funcionar a Casa dos Artistas, voltado para a divulgação do material produzido, comercialização dos trabalhos, exposições fotográficas e plásticas, além de encontros literários.
novembro 2013 www.revista
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prova
O resultado final do Enem deverá ser divulgado na primeira semana de janeiro
Dos cerca de 7,1 milhões de candidatos que se inscreveram no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2013, 5,05 milhões fizeram a prova nesse final de semana. No ano passado, o percentual dos alunos que não fizeram a prova foi 27,9% – dos 5,6 milhões inscritos, 4,17 milhões compareceram. O resultado final deverá ser divulgado na primeira semana de janeiro. Somente no ano que vem, as escolas de ensino médio receberão os resultados do desempenho dos alunos. O Enem aconteceu nos dias 26 e 27 de outubro, em 1,1 mil cidades em todo o país. No primeiro dia (26), os candidatos responderam a 90 questões na área de ciências humanas (história, geografia, filosofia e sociologia) e de ciências da natureza (química, física e biologia). No segundo dia (27), foram 180 questões de linguagens, códigos e suas tecnologias, matemática e suas tecnologias, além da redação.
Dinamismo. Estar atento às informações é uma boa maneira de acompanhar tudo que acontece por aí. Por isso, não desligue! Aids De acordo com o Centro de Saúde Amélia de Pontes, no ano de 2012 foram registrados 90 casos de Aids em Caruaru. O número representa quase o dobro de novos casos registrados no ano de 2011 (47). Os dados do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/ Aids mostram que, em comparação com 2001, houve uma redução de 52% na quantidade de novos casos da doença no Brasil. Até o último levantamento feito pelo Ministério da Saúde, em junho de 2012, o Brasil tinha 656.701 casos registrados, contra 38.776 casos em 2011. Observandose a epidemia por região em um período de 10 anos, 2001 a 2011, a taxa de incidência subiu de 7,5 para 13,9 no Nordeste, por 100 mil habitantes.
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Copa de 2014 Terminou em agosto a primeira fase de venda de ingressos para a Copa do Mundo de 2014. A Federação Internacional de Futebol (Fifa) disponibilizou 1 milhão de ingressos. Como o número de solicitações foi superior, os tíquetes serão sorteados. O resultado foi divulgado no início de novembro. Segundo estimativa do órgão, 5,48 milhões de solicitações foram feitas. A próxima etapa de comercialização de entradas será entre 5 e 28 de novembro. Nessa etapa, as vendas serão imediatas e feitas por ordem de chegada. Para facilitar o acesso do torcedor, a Fifa criou um guia para a compra das entradas. Ainda segundo a Fifa, o número de solicitações da primeira etapa teve um aumento de quase 1 milhão.
Vestibular 2014 A Faculdade Asces marcou para o dia 17 de novembro a realização das provas do Vestibular 2014. Ao todo serão 1.610 vagas em 14 cursos de graduação: Direito (330), Odontologia (100), Farmácia (100), Enfermagem (100), Biomedicina (90), Engenharia Ambiental (100), Serviço Social (100), Relações Internacionais (100), Administração Pública (100), Fisioterapia (90), Bacharelado (100) e Licenciatura em Educação Física (100), Engenharia de Produção (100) e Saúde Coletiva (100). No último vestibular, os cursos com a maior relação candidato/ vaga foram Direito (4,8), Odontologia (3,8), Educação Física – Bacharelado (3,3), Fisioterapia (3,2) e Farmácia (2,9).
Sem fronteiras O Programa Ciência sem Fronteiras está com seleção aberta até o dia 29 de novembro para os estudantes que queiram concorrer a bolsas em cursos na modalidade graduação sanduíche em 11 países. Os países com oferta de vagas são os Estados Unidos, a Alemanha, França, Itália, Suécia, Noruega, Irlanda, China, Hungria, o Japão e a Áustria. A graduação tem duração de um ano e pode chegar a um ano e meio quando for estendida em função de estágio ou curso de idioma. Pode concorrer quem fez o Enem e teve nota igual ou superior a 600 pontos. A bolsa cobre despesas do estudante no exterior, como alojamento, alimentação e gastos com material didático, e o governo custeia as passagens aéreas.
Aperfeiçoamento Professores de inglês da rede pública da educação básica podem se candidatar ao curso de aperfeiçoamento em didática da língua inglesa ministrado pelo Instituto de Educação da Universidade de Londres, no Reino Unido. As inscrições devem ser feitas até 18 de novembro, pela internet. A capacitação será custeada pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). Para concorrer às 30 vagas do programa Ensino de Inglês como Língua Estrangeira, o professor precisa atender a uma série de requisitos, entre os quais ser licenciado em língua inglesa, comprovar vínculo com uma rede pública de educação básica, ter proficiência em inglês.
foto: divulgação
Na Cultura, aprender inglês é mergulhar numa nova cultura, que agrega a visão de outros povos, permitindo a construção de novos referenciais. É por isso que a Cultura acrescenta essa dimensão cultural aos seus cursos, promovendo o interesse pela leitura, teatro, cinema, música e costumes de outras nações de língua inglesa. Embarque nessa viagem, e curta, você também, a vida com mais cultura! Caruaru (81) 3721.4749
eu
“O amor é grande e cabe nesta janela sobre o mar. O mar é grande e cabe na cama e no colchão de amar. O amor é grande e cabe no breve espaço de beijar.” Carlos Drummond de Andrade
u mesmo praça arlindo porto, bairro Maurício de nassau, Caruaru
meus pobre e eu digo n a música a gente mor observando a a nossa pá A música é uma forma de q u e s e fa z p re s e n te c o m pessoas em praticamente Grande motivadora de e demais fa t o s q u e m a r c a ra m p r e s e n te em praticamente
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quem sabe são ocupad afasta de as crianças ndorama, p m trazer no faça-se a Não é de hoje que as mudanças pelas quais a sociedade vem passando motivou adequações em diversos âmbitos: personalidade das pessoas, sentimento e motivador de lutas são alguns deles. Antigamente as pessoas pareciam mais engajadas em uma causa e entregues de cabeça a determinada realidade. Nesse contexto, a música é uma ferramenta de mudança e interação sentimental que também se encaixa nesse novo modo de enxergar a sociedade. Amores, revoluções, lutas... essas e tantas outras condições de sair da zona de conforto foram motivadas pela música. No contexto histórico, ela também teve participação relevante, sobretudo no que diz respeito à relação entre as pessoas e a política nacional. A música é uma forma de expressão tão particular que se faz presente com veemência na vida das pessoas em praticamente toda a história da humanidade. “A música é uma linguagem que acompanha a história desde os primórdios. É uma maneira que a sociedade tem para expressar, poeticamente, um pouco da sua emoção, subjetividade, paixão e sentimento. ela é uma linguagem que dá vazão à espiritualidade humana, ao desejo. A música reflete essa natureza, além da lidar diretamente com a relação entre mundo e a vida das pessoas”, afirma o professor de História, e amante da música, Veridiano santos. essa forma de expressão tem relação com o próprio tempo: a música de um período, de um século, de uma década, que reflete também no contexto social de uma determinada época, incluindo a economia, a cultura e a política. A viagem entre o envolvimento musical da sociedade brasileira com a motivação dada por acordes e letras começa na década de 1960. Nessa época, o Brasil era assolado por um golpe militar de direita contra o qual toda a intelectualidade ligada à esquerda se mobilizou (19641985). Na música, a participação de cantores e compositores foi de fundamental importância, até porque, em mensagens subliminares embutidas nas canções de protesto, eles acabavam motivando as pessoas a lutar por um país mais digno e participativo. essa época é marcada por ter tido uma forte efervescência no campo político-social. uma vontade de participar ativamente da política interna é despertada em diversas camadas da sociedade. Durante esse período em que os militares comandavam o país, o cenário artístico musical passou por uma grande mudança, principalmente após a publicação do Ato institucional Nº 5 (Ai-5) 1 que dava totais poderes ao governo e retirava dos cidadãos todos os direitos: muitos cantores, compositores, atores e jornalistas foram “convidados” a deixar o Brasil. “lembro que foi uma época que a gente tinha o controle do que podia consumir, principalmente quando o assunto era música. Fazíamos parte de uma sociedade reprimida. e essa repressão foi quebrada por alguns artistas que, mesmo sofrendo com a censura, não calavam perante o sentimento”, lembra a aposentada maria José de Jesus, 71 anos, que viveu com intensidade a época. qualquer composição musical ou declaração que chocasse a “normalidade” política da Ditadura era registrada como suspeita. classificavase grupo de atuação comunista artistas como Francisco Buarque de Holanda, edu lobo, Nara leão, geraldo Vandré, gilberto gil, caetano Veloso, marilda medalha, Vinícius de moraes, milton Nascimento, entre outros. Na década de 70, chico Buarque passou a ser considerado inimigo número um do regime, seguido por caetano Veloso, gilberto gil, milton Nascimento, gonzaguinha e ivan lins. elis regina passou a fazer parte da lista ao gravar o hino da anistia, a música “O bêbado e o equilibrista”, que fala sobre os exilados. É um retrato do Brasil no final do período ditatorial. “era uma época em que todo mundo tinha medo de tudo. e o governo militar fazia questão de mostrar à população quem era que mandava, inclusive o que éramos obrigados a consumir, culturalmente falando”, relembra maria. A repressão à produção cultural foi responsável por muitas perseguições, sobretudo, a qualquer idéia que pudesse ser interpretada como contrária aos militares, mesmo que não tivesse conteúdo diretamente político. por conta disso, os militares foram capazes de prender, sequestrar, torturar e exilar artistas e intelectuais. “essa foi uma época marcada pelo engajamento de alguns compositores e cantores em refletir o momento
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faz a hora das em nas mim esse c as cantem li país do futu ossa redenç a justiça! político vivenciado pelo país. Na ditadura, a música se mostra maior que ela, encontrando caminhos e alternativas para aparecer contra o pessoal do concretismo, inventando metáforas e, assim, reinventando a música”, destaca Veridiano. No mesmo período, outro grande movimento que também contou com a atuação da música como norte de luta foi o movimento estudantil em favor das Diretas Já. com a chegada da década de 1980, a música passa por uma reinvenção. para trás, fica a repressão, e a liberdade passa a fazer parte da sociedade. Daí em diante, muitos ídolos, ritmos e movimentos musicais ganharam espaço nas rádios e, principalmente, na vida das pessoas. Nascida no ano de 1969, a jornalista Jesiane rocha conta que sempre foi apaixonada por música. Desde os cinco anos, incentivada pelo pai e pelo irmão, teve contato com grandes ídolos nacionais e internacionais. luiz gonzaga, lupicínio rodrigues, Vicente celestino e the Beatles. Na adolescência, lá pelo ano de 1983, caruaru tinha alguns movimentos musicais incentivados por cantores e compositores atuantes, além de festivais de bandas de garagem. “Nessa época, o rock era bastante atuante por aqui. ele movia nas pessoas um sentimento de rebeldia e liberdade, sobretudo pela repressão que acabávamos de passar, com a Ditadura militar. Acompanhando também o contexto nacional, a música falava de coisas que estavam engasgadas”, conta. A vida de Jesiane foi bastante incentiva por esse momento musical, até porque ela se considerava uma adolescente rebelde, que não era de acordo com as imposições dos pais, que se curvavam à forma de mandar e desmandar dos militares. “Na minha cabeça éramos filhos de uma geração que foi calada. Nem uma blusa que exaltasse o amor à pátria podíamos usar. e a música me estimulava a ser diferente, a pensar mais nas coisas. posso dizer que algumas bandas nacionais, com a revolução do iê, iê, iê, além dos Beatles, contribuíram muito para formação do meu gosto musical e da minha personalidade enquanto amante da música”, ressalta. e essa influência, segundo ela positiva, perdura até hoje, passando inclusive para a próxima geração. Jesiane é mãe de um adolescente de 14 anos, que herdou muito da influência musical dela. “Desde a gravidez ouvia música clássica e rock. Além do mais, meu filho sempre compartilhou do meu gosto musical. isso ajudou na formação da sua personalidade”, atesta. saltando alguns anos para frente, outro momento bastante lembrado na história musical brasileira, foi a produção musical dos anos 80, quando a música vem com uma nova roupagem, mais puxada para o rock, bastante desvalorizado na década de 60. Bandas, como capital inicial, legião urbana, Barão Vermelho, titãs, ira e tantas outras, fizeram o Brasil fazer uma autocrítica da sua própria história, do momento difícil na política e economia. Os chamados “filhos da revolução”, que se calaram no período da Ditadura, enfim puderam colocar para fora toda a expressão, na forma de letras e movimentos que seguem vivos até hoje. em 1985, foi eleito o primeiro presidente pelo colégio eleitoral, após um longo período de domínio militar. tancredo Neves nem chegou a assumir. em 21 de abril de 1985, faleceu de diverticulite, uma inflamação dos divertículos presentes no intestino grosso. Há quem diga que tancredo foi envenenado por militares, descontentes com o fim da ditadura, mas isso é só especulação. seu vice, José sarney, assumiu. Depois, em 1989, foi eleito o primeiro presidente pelo voto popular: Fernando collor de melo. “esse é um período marcado por grande comoção popular, quando a gente vê a força das pessoas saindo às ruas para lutar pelos seus direitos. Dentro disso tudo, a música aparece como agente motivador, seja pelo grito engasgado na garganta ou a vontade de expressar o desejo de uma sociedade igualitária”, analisa Veridiano. Novos ídolos do rock começaram a mover multidões e estar cada vez mais presente na maneira de ver a vida por parte das pessoas. A turismóloga Betânia Ferreira, 40 anos, conta que, na época em que era adolescente, o desejo de lutar e o esquecimento do passado era latente entre os jovens. “A música nos influenciava a criar asas, a sair da mesmice. muitas paixões também foram motivadas pela música. lembro que as letras do rpm, legião urbana, capital inicial e Biquini cavadão traziam
texto rOBsON meriÉVertON fotos lucAs gOmes modelos DANiele BeZerrA BleNDA leitte KAYque BAcKer gustAVO igOr (FABríciO gOmes prODuções)
capa
sujeira pra é quando es e tentar viv a minha gen não é paz hos foram t semente d um sentido para a minha vida”, descreve. Atualmente o gosto pela música de qualidade ainda prevalece no seu dia-a-dia, ainda mais quando há uma comparação com a atual produção musical. “Hoje a letra de muitas músicas denigrem a imagem da mulher, não há um compromisso com a qualidade. isso é bastante visível no forró. Apesar de eu não gostar, a produção de antigamente chamava mais atenção, com luiz gonzaga e tantos outros nomes”, diz Betânia. essa relação instigada entre homem e música através dos tempos é bastante complexa. em muitas situações, ela retrata o período que está sendo vivenciado: as críticas, medos, enfim, como a sociedade se comporta. comparando a música de outrora com a de hoje, existe a impressão de que ela não é feita para durar, que o lado comercial sobressai em relação ao intelectual, onde vale a melodia que serve para dançar e não pensar, como explica o professor de História. “A música quando é feita não vem com a intenção de ser duradoura ou passageira. ela tem sua liberdade. Não é um produto de quem a produz, ela tem o poder de ganhar vida própria, chegando até a comover gerações. música não é somente som e letra, e sim um conjunto de várias linguagens que conseguem tocar o interior das pessoas”. A música tem o caráter de surpreender, de deixar as pessoas atônitas, sobretudo de preencher parte de um ser completo. ela também desempenha papel importante na motivação da vida das pessoas, no fazer revolução e, sobretudo no sentido de mover batalhas, sendo pessoais ou sociais. “A música tem uma relação muito forte com a identidade individual e coletiva. No campo individual, construímos nossas preferências. O som da música a magia dela tem a capacidade de impactar a gente”, emenda Veridiano. e é esse mesmo sentido que moveu gerações na década de 80, instigadas pelas letras com uma pitada política de renato russo, líder da legião urbana. sucessos como “que país é esse”, “pais e Filhos”, “geração coca-cola” e tantos outros atravessaram gerações e são lembrados até hoje. O estudante de Administração, caio santos, 27 anos, é um dos que viveram sob a sombra de letras da banda legião urbana, que tiveram um sentido na sua vida. “Na minha época de escola, entre o 2º e 3º ano do ensino médio conseguia me ver em muitas músicas da banda. seja pela situação do país, ou pelas minhas cobranças pessoais, uma ou outra música me ajudou a ter força, a pensar na vida e até se encaixava na maneira de lidar com meus conflitos de adolescente”, justifica. Apesar do contexto social da época do auge da banda brasiliense comparado a hoje ser bastante diferente, o que não se pode discordar é a forma com que as letras se encaixam no contexto atual. recentemente o país testemunhou um período em que às pessoas saíram as ruas para lutar pelos seus direitos. em algumas situações, parece que o tempo da luta pelas Diretas Já, com toda aquela gente nas ruas, lutando por um ideal, estava de volta. se naquela época, músicas ajudaram a guiar essas lutas, hoje, tudo fazia parte de um roteiro inacabado, onde, muitas vezes, era visível que as pessoas estavam ali mais por engajamento do que pelo real sentido de lutar. “Não sei se o caso é pela ausência de uma musicalidade que pudesse regimentar as pessoas. mas o momento é bem diferente do já vivenciado. Não acredito em um momento de ideologia, ou de construção de grandes utopias”, emenda Veridiano santos. Os ídolos não são mais os mesmos, diferente do que dizia Belchior em “como os nossos pais”, o fato é que o envolvimento ideológico se perdeu. Ao longo da história musical brasileira, muitos cantores que viveram a vida tão intensamente, envolvendo-se com seus desejos, acabaram em mortes prematuras, deixando um vazio no que diz respeito a sua musicalidade. cássia eller, cazuza, renato russo, John lenon e mais recentemente chorão, da Banda charlie Brow Jr. “como a campanha das ‘Diretas Já’ foi influenciada pela música, hoje, nem tudo decorre dessa forma. trata-se da construção de um dado momento. Vivemos um período de muito frenesi, de muita correrria. A música precisa ser estudada para que não haja afirmações preconceituosas, nem tão pouco pretórias. às vezes somos pouco reflexivos nas nossas análises. talvez seja essa a explicação de não termos um norte musical nesses últimos protestos”, completa Veridiano.
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a todo lado sperar a ple ver sem dor nte sofrida z, é medo! todos vend do amanhã 1
O Ai-5 (Ato institucional número 5) foi o quinto decreto emitido pelo governo militar brasileiro (1964-1985). É considerado o mais duro golpe na democracia e deu poderes quase absolutos ao regime militar. redigido pelo ministro da Justiça luís Antônio da gama e silva, o Ai-5 entrou em vigor em 13 de dezembro de 1968, durante o governo do então presidente Artur da costa e silva. O Ai-5 foi uma represália ao discurso do deputado márcio moreira Alves, que pediu ao povo brasileiro que boicotasse as festividades de 7 de setembro de 1968, protestando assim contra o governo militar. A câmara dos Deputados negou a licença para que o deputado fosse processado por este ato. O Ato institucional Número cinco, ou Ai-5 teve como primeira consequência o fechamento do congresso Nacional por quase um ano.
ponto de
Co n q u i s ta r a t 達 o s o n h a d a e que move a maioria das pess horas dos seus dias estu hoje mais ou menos 12 milh interessados em garantir garra e disciplina s達o es
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A tão sonhada estabilidade financeira é o ponto de partida para quem decide enfrentar a maratona de um concurso público. Para quem sonha com uma colocação no setor, o ano de 2013 vem apresentando boas oportunidades para os concurseiros de Norte a Sul do país. Mais de 120 mil vagas devem ser preenchidas até o fim do ano, nas esferas federal, estadual e municipal em todo o Brasil. Entretanto, é preciso estar preparado para se sobressair à grande concorrência. A estimativa é que hoje mais ou menos 12 milhões de brasileiros estejam interessados em garantir um emprego público. O índice inédito é o dobro do registrado há cinco anos, de acordo com um estudo da Agência Nacional de Proteção e Apoio ao Concurso Público (Anpac). Correndo atrás de uma dessas oportunidades está o vendedor Jéferson Alves. Matriculado em um curso superior de Gestão Pública, ele resolveu enveredar por outros caminhos, em busca de solidez. Há um ano e meio, Jéferson começou a se dedicar aos concursos. Durante esse período, inscreveu-se em quatro concursos para a Polícia Militar, nos Estados de Alagoas, Bahia, Maranhão e São Paulo. O resultado foi uma surpresa: há dois meses, ele passou nesse último e visa integrar o quadro da PM do Estado mais populoso do Brasil. Foram duas mil vagas e 63 mil inscritos, uma concorrência de tirar o fôlego. Porém, os esforços ainda não terminaram. Ele ainda vai passar por mais uma avaliação, desta vez a física, que acontece neste mês de novembro. Hoje com 29 anos, o rendimento de Jéferson na prova escrita foi de mais de 65%. Entretanto algumas disciplinas tiravam o sono do concurseiro, como o Português, que o levou a procurar por um cursinho preparatório. Ele lembra que passou um ano inteiramente dedicado às provas, na sala de aula que dividia com outras 60 pessoas. “Nesse tempo, os estudos eram direcionados para o concurso da Polícia”, comenta. Em matérias como o Direito, além da sala de aula, ele recorria à internet para aprimorar o conteúdo. “Entrava em sites, via vídeos e seguia reunindo a maior quantidade de conhecimento que podia. Vale a pena”, comemora. Ao analisar a faixa etária 1 , observa-se que, assim como Jéferson, os novos servidores estão mais jovens. Também na esfera federal, o número de funcionários com menos de 30 anos de idade subiu 113% nos últimos 12 anos, até mesmo porque o porcentual de interessados em concursos públicos dobrou entre os profissionais em início de carreira. Ficar sabendo dos concursos não era tão difícil, já que conseguia essas informações pelo computador ou em conversas com os colegas de cursinhos. Para ele, dedicação é fundamental. O vendedor explica que, se o objetivo maior for a aprovação, mais cedo ou mais tarde ela virá. “Cada renúncia que você faz e dedica aos estudos aumenta suas chances. É preciso se esforçar, se dedicar. Festas e agitações devem ser cortadas, por exemplo, para que você garanta o sucesso. Se não estudar, não passa”, aconselha. A remuneração também não passa despercebida. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que o setor paga, em média, 93% mais do que a iniciativa privada. Cargos que exigem nível superior, o salário inicial de um jovem recém-formado pode ultrapassar R$ 10 mil. Até a metade da década de 1990, era praticamente impossível para um servidor crescer na carreira e os salários eram 30% menores do que os pagos pela iniciativa privada. Na atualidade, um delegado iniciante da Polícia Federal recebe 76% a mais do que há 12 anos. Para um técnico do Banco Central o rendimento melhorou impressionantes 317%. Marcelo Santos, 34 anos, passou cinco anos de sua vida totalmente dedicado a fazer concursos públicos. Segurança e estabilidade financeira foram os motivos que o levaram à tamanha dedicação. “Se eu passasse, saberia que alguns concursos não dão uma renda tão boa. Mas teria uma renda fixa para investir em mais conhecimentos”, complementa. De 2003 a 2008, ele foi um concurseiro de carteirinha. Não perdia nenhum que abria. O resultado foi surpreendente. Marcelo passou em quatro deles: Polícia Civil da Paraíba (2003), Polícia Militar da Pernambuco (2004), Correios (2005) e Polícia Mili-
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tar de Alagoas (2005). No começo, Marcelo lembra que, mesmo matriculado em curso preparatório, não conseguia passar. “Foi quando eu me dediquei aos livros e extraí o conteúdo. Você não vai aprender tudo o que viu na escola de repente. Além disso, há as matérias específicas para cada tipo de concurso”, diz. Por diversos fatores, Marcelo não assumiu os concursos nos quais foi aprovado. Ele não desistiu de tentar uma carreira pública. Porém, o foco dele mudou. Agora, quer um concurso de nível superior, na área de informática. “Estou no terceiro período da faculdade de Análise de Desenvolvimento de Sistema e pretendo voltar a fazer concursos. Mudei a visão por conta do curso”, completa. Segundo o estudante, que trabalha como designer gráfico, o investimento pessoal é a melhor saída. “Os concursos estão cada vez mais exigentes. Daqui a alguns anos, não haverá mais oportunidades para nível médio. Quem não se preparar agora não vai passar”, diz, reforçando a necessidade de se investir em uma formação mais qualificada, antes de enveredar pelo mundo dos concursos públicos. O professor de cursos preparatórios para concursos, Edvaldo Sampaio, é ex-funcionário do Banco do Brasil e tem experiência própria quando o assunto é seleção. Ele já lecionava Matemática Financeira, quando decidiu investir na ajuda aos concurseiros, há 12 anos. Em épocas de aberturas de novos concursos, o local chegou a receber mais de 700 alunos. Segundo ele, mais ou menos desde 2003, com o Governo Lula, o país voltou a ver com bons olhos a questão dos concursos, incentivando a modalidade seletiva 2 . “O emprego público traz uma paz de espírito. Se você cumprir tudo certinho, vai se aposentar ali. Na iniciativa privada, a concorrência desleal deixa você sempre correndo atrás do prejuízo, sem segurança alguma. No sistema público, você nunca será surpreendido com um aviso prévio”, pontua Sampaio. Com um investimento de R$ 130 por mês (valor da mensalidade), Edvaldo Sampaio explica que, para conquistar esse tão sonhado emprego, é necessária muita dedicação. Pessoas com Nível Médio, Graduação, Pós-Graduação e até Mestrados estão despertando cada vez para a área, aumentando a concorrência. “Você tem que focar no concurso que deseja e estudar as matérias especificas para ele. Se o objetivo é entrar para a Polícia, prepare-se pegando o edital do concurso anterior, trabalhe baseado nele e resolva questões das provas em questão”, explica. As necessidades começaram a surgir de acordo com a demanda. Hoje, disciplinas como Informática, Raciocínio Lógico, Direito Constitucional, Direito Administrativo, Interpretação de Texto e Redação são as específicas que mais compõem as provas dos concursos, o que exige uma preparação a médio e longo prazo. “Muita gente espera o edital do concurso para ver o que vai estudar. É um grande erro. Geralmente, o edital é lançado 60 dias antes da prova. Esse tempo deveria ser usado apenas para fazer revisão e não para se preparar. Para ter uma boa bagagem, o ideal é que o concurseiro passe cerca de dois anos se preparando”, orienta o professor. Outra dica é um entrave para muitos na atualidade: administrar o tempo. Definir horários para os estudos e fazer a tarefa de casa é importante nesse processo de aprendizagem. “Elenque os dias em que vai estudar as matérias, dedique um deles para cada uma delas. Quem não tem tempo pela manhã, estuda à noite. Para quem não tem tempo à noite, vá dormir um pouco mais tarde, mas estude. Sacrifícios têm que ser feitos”, afirma Sampaio. Entre as finalidades do cursinho preparatório, está a facilitação da vida do concurseiro, como entregar material atualizado, realizar revisão das questões que caíram nas provas anteriores e explicar o perfil das comissões organizadoras. E, se depois de algumas tentativas, o êxito ainda não veio, vale continuar tentando e aprender com os erros passados. Rever as matérias e amadurecer as ideias, além de manter um bom estado emocional e psicológico, pode ajudar bastante no sucesso. “Enquanto tem gente que não está se preparando, muitas pessoas estão estudando exaustivamente”, finaliza.
texto diego gondim fotos lucas gomes modelos fernanda barros igor amador igor marcelino (fabrício gomes produções) 1
Dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostram que, no campo federal, mais de 10 mil servidores se aposentaram em 2010, o dobro do contabilizado em 2005. Fora isso, há ainda índices do envelhecimento do pessoal. De 2000 a 2012, funcionários com idade entre 51 e 60 anos aumentaram 75%, ao passo que a taxa dos com idade superior a 60 anos cresceu 157%. Atualmente, quatro em cada dez servidores já passaram dos 50, o que faz com que concursos que não eram realizados há anos sejam retomados. Um exemplo dessa situação foi o processo seletivo para o cargo de delegado da Polícia Federal, que não era aberto há oito anos. 2
De 2010 a 2011 houve uma diminuição no ritmo de contratações, sobretudo pela União. Mas, no ano passado, a retomada dos grandes concursos ofereceu milhares de vagas, ajudando a maximizar as expectativas para 2013. Para os especialistas, as projeções dão ainda mais ânimo para quem não desiste de garantir sua posição como concursado, já que esse bom momento não para por aqui. Os próximos anos também devem oferecer muitas oportunidades. As expectativas indicam que há 2 milhões de vagas a serem preenchidas.
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“Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim. Até... Te Amo... Sempre...!!! Até...Te Amo...Sempre...!!!!” Chico Xavier
os
outros praça arlindo porto, bairro MaurĂcio de nassau, Caruaru
entrevist達o rePortagem DiegO gONDim foto lucAs gOmes
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Comportamento. As rela-
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Na modernidade, a questão do conhecimento foi devidamente sistematizada. retomando aos antigos, a Filosofia procurou não só saber quantos conhecimentos existiam, nem de quantos objetos, mas questionar a sua possibilidade e condições de realização. As perspectivas mais adotadas são o ceticismo (que afirma a impossibilidade de o homem conhecer), o Dogmatismo (posição que diz que a nossa razão é portadora de capacidades inatas para conhecer o mundo), empirismo (doutrina que nega a existência de ideias em nossa mente antes de qualquer experiência) e o criticismo (posição que visa ao mesmo tempo criticar as anteriores, porém sintetizando-as).
ções humanas são baseadas no conhecimento. Não se sabe ao certo o que ela significa, nem as formas de aprendê-la. A educação também está intimamente ligada ao saber, mas ambas não significam a mesma coisa, nem tão pouco são adquiridas da mesma forma. A mestre em Educação, Delma Evaneide, explica a relação entre as duas condições, além de desenvolver cada uma, dentro do seu universo.
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As relações humanas são baseadas em interação e conhecimento 1 . mas, o que se pode entender por conhecimento? conhecimento é a grande possibilidade de você lidar com a vida, com as pessoas, com você mesmo. É a grande porta que se abre para você lidar com a própria condução do processo de vida. A gente não busca o conhecimento só para dar conta de uma exigência formal. A gente vai em busca dele para superar dificuldades, para vencer etapas, para enfrentar situações e, assim viver melhor. O ser humano depende condicionalmente do conhecimento e começa buscando isso desde cedo. conhecimento é aquilo que usamos para superar dificuldades e vencer as próprias etapas do desenvolvimento. Você precisa do conhecimento para falar, para comer, superar dificuldades, vencer desafios. De maneira geral a gente aprende e cultiva uma relação muito próxima entre conhecimento e aprendizagem, exatamente porque precisamos do conhecimento para viver. Quais seriam os melhores caminhos ou as condições mais indicadas para se chegar, constantemente, a esse ápice? A gente normalmente busca esse conhecimento através de mecanismos de aprendizagem. por isso que a escola se preocupa em viabilizar esse trânsito, essa aproximação dos sujeitos com o conhecimento. A pedagogia é um grande facilitador da busca de alternativas e estratégias para que a gente lide melhor com o conhecimento. Hoje, a disciplina ganha espaço na realidade social 2 , ela
A realidade social revela padrões, ou estruturas, que dá a cada indivíduo um sentido para o lugar ao qual pertence, o que se espera que se faça e como se deve pensar e agir. embora a realidade social não tenha a organização de uma colmeia, ela não deixa de ser organizada. para os teóricos, sem estrutura, o mundo social é o caos. Desde que os homens deixaram a caça e a colheita como modo de subsistência, eles nunca mais alcançaram o mesmo equilíbrio entre a liberdade e a autonomia, por um lado, e a ordem e a estabilidade por outro lado. estrutura social é, definitivamente, composta de status, que é o lugar que ocupamos, em um sistema de posições interligadas.
vai nos ajudar a trazer esse conhecimento para as relações. O tempo inteiro a gente está trocando e mudando conhecimentos. As coisas não são monolíticas. O desenvolvimento não é linear, é algo que acontece através de idas e vindas. A contribuição que alguns teóricos nos deram, particularmente com a teoria do caos, ajuda nessa compreensão. Se o conhecimento é composto por uma série de fatores e busca e o caos é parte integrante desse processo, como alinhar esses conceitos que aparentemente são distintos? A gente sempre pensou que o caos era a grande desorganização, a grande loucura de qualquer situação. essa teoria (do caos) traz a reflexão sobre ele como uma organização. mas para que um teórico chegasse a isso, ele teve contribuição de outras fontes. O conhecimento humano existe exatamente porque a gente vai percebendo como as teorias foram mudando e como as contribuições desses teóricos foram significativas para nós. A gente vem, desde galileu galilei, com a teoria do positivismo, voltada para uma visão mais relativista, que é uma comprrensão, mudando. Depois, sempre vêm outras ideias. eisten, por exemplo, traz para a gente uma grande contribuição, quando discute a relatividade, confrontando aquela visão determinista anterior. Nessa tangente, o conhecimento é explicável de forma unilateral? Não tem uma explicação única sobre como é que a
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“O Conhecimento é aquilo que a gente está buscando. Já a Educação se consegue através de um processo de troca dupla, que se dá não só na escola, mas na vida.”
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Cognição é o ato ou processo de conhecer, que envolve atenção, percepção, memória, raciocínio, juízo, imaginação, pensamento e linguagem. A palavra tem origem nos escritos dos filósofos Platão e Aristóteles. De uma maneira mais simples, cognição é a forma como o cérebro percebe, aprende, recorda e pensa sobre toda informação captada através dos cinco sentidos. Ela é um processo pelo qual o ser humano interage com os seus semelhantes e com o meio em que vive, sem perder a sua identidade existencial, começa com a captação dos sentidos e, logo em seguida, ocorre a percepção. É, portanto, um processo de conhecimento, que tem como material a informação do meio em que vivemos e o que já está registrado na nossa memória.
gente aprende. São várias as explicações. E cada uma traz uma riqueza de dados. Por exemplo, Piaget nos deu uma grande contribuição estudando exatamente, a partir de animais, essas relações e depois vem para a criança especificamente. Mas, na perspectiva dele, a aproximação com o conhecimento ou a aprendizagem é um dado cognitivo 3 . Para ele, o conhecimento é algo que acontece dentro, é endógeno. Nós o processamos e construímos tudo mentalmente. O sujeito é responsável precisando acompanhar o surgimento de outras ideias. Isso é importante porque nenhum conhecimento é descartável, muito menos algo que não ajuda. Todo ele contribui para avanços. Porém, nenhum consegue dar respostas plenas, fechadas. Daí a importância dos professores e também do grupo de alunos e colegas. Então tudo que sabemos é construído através dessas relações. Tudo que você traz de outras experiências vividas, as discussões e aquilo que não é dito, compõem esse campo. A gente depende fundamentalmente do conhecimento, a gente precisa dele para tudo.
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Colonialismo é a política de exercer o controle ou a autoridade sobre um território ocupado e administrado por um grupo de indivíduos com poder militar, ou por representantes do governo de um país ao qual esse território não pertencia, contra a vontade dos seus habitantes que, muitas vezes, são desapossados de parte dos seus bens (como terra arável ou de pastagem) e de eventuais direitos políticos que detinham. O termo colônia vem do latim, designando o estabelecimento de comunidades de romanos, geralmente para fins agrícolas, fora do território de Roma. Ao longo da história, a formação de colónias foi a forma como a raça humana se espalhou pelo mundo.
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Na sua opinião, por que há pessoas que conseguem administrar isso e, além de tudo, têm sensibilidade para passar esse conteúdo para os outros e há pessoas que detêm essas informações como propriedade? Somos pessoas que nos construímos a partir de pequenos retalhos, que a gente sai recolhendo ao longo da vida. E todos eles vão compondo uma grande colcha. O colorido dessa colcha e a própria composição estrutural dela vão depender das nossas escolhas. Fundamentalmente, as nossas escolhas são determinantes para que essas composições se construam. Mas também é uma coisa que depende de nós e depende da nossa história de vida, de onde viemos, quais as histórias que me antecederam e das relações familiares. A mãe, quando está concebendo seu filho, já passa para ele uma série de sentimentos e conhecimentos, no próprio processo de gestação, essas coisas vão sendo compostas, mas todas essas contribuições, todas essas influências não são determinantes. Na verdade, é muito importante que a gente considere as influências sociais e o nosso poder de decisão, as nossas escolhas. Quanto mais você se aprofunda nesse universo, mais você vê o quanto está longe de dar conta de um conhecimento muito grande. Há pessoas que, ao se aproximar do saber, só porque tiveram mais oportunidades, se sentem melhores, mais importantes do que outras ou dos que não tiveram essa oportunidade. Isso tem a ver com a concepção que eu cons-
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truir ao longo da vida. Porque é impossível, por tão pouco, eu me sentir dono de uma situação. Não é uma carga genética que vai determinar se você vai ser isso ou aquilo. A ciência uma vez caracterizava pessoas que tinham determinados traços como capazes de fazer certas atividades. Não é assim. Não é determinismo, é sempre possibilidade. Nas respostas anteriores, percebe-se a complexidade do conhecimento para as relações humanas. Humildade e receptividade são pontos essenciais para o saber. Mas ter conhecimento demais significa ter muita educação? São coisas distintas. Educação tem uma ampla concepção. Existe a educação formal, a educação não formal. Esse é o caminho que a gente traça em busca do conhecimento, que pode ser via academia, via escola, mas pode não ser. Há muitas pessoas que dão conta de um conhecimento magnífico, sem ter tido uma formação acadêmica. O conhecimento é aquilo que a gente está buscando. Já a educação se consegue através de um processo de troca dupla, que se dá não só na escola, mas na vida. O conhecimento é a matéria prima da educação e a gente precisa dele para educar, ensinar e aprender. Em um campo mais amplo, ouvimos muito que o brasileiro é carente na busca pelo conhecimento e que “esquece” rápido das situações e isso construiria uma base de argumentos enfraquecida. Então, falta discernimento na população? Não concordo. Inclusive isso parece ser algo muito ideológico. Ideologicamente pretende-se, às vezes, que a gente se veja dessa maneira, até para não se ater a essa condição de autonomia, de capacidade para produzir, para fazer. Parece que a gente guardou e alimenta com muita força a relação com o Colonialismo 4 . Damos muito valor ao colonizador, à força do externo. O que está fora tem um poder muito grande sobre nós. Atualmente, uma das temáticas muito enfatizadas para estudos, discussões e pesquisas é exatamente o pós-colonialismo. Nós queremos assumir uma posição pós-colonial. As teorias hoje estão buscando aprofundar essa discussão porque temos imbuído em nós essa relação de dependência. Nós vivemos esse processo longo e parece que ficou impregnado no nosso interior. Existe uma dinâmica entre a resistência a essas influências externas e o peso delas. A globalização traz um pouco disso, como se fôssemos uma aldeia global na linguagem de muitos teóricos. A gente está o tempo todo a espera de que alguém nos diga como fazer.
Nem sempre a pouca idade é sinônimo da falta de experiência para lidar com os desafios profissionais. Cursando o 3º ano do ensino médio no Colégio Diocesano de Caruaru, Bianca Pessoa 1 , 17 anos, fez dos hobbys uma porta para os primeiros passos no meio educacional e profissional. Entre o Direito, que era opção da família, e o Jornalismo, que veio como consequência das suas intenções para o futuro, Bianca ficou com a segunda opção. Hoje, seguir a carreira que começou como uma brincadeira está entre seus planos. Apaixonada pela escrita, a jovem criou um blog para tratar de assuntos diversos, desde indicações de leitura, comentários opinativos, moda, fotografia e experiências pessoais. “O blog veio como uma vontade de ter meu espaço, de falar sobre o que me interessava. Primeiro era meio que um diário, com texto baseado em minhas vivências e blá, blá, blá. Depois a coisa ficou mais séria, despertando a opinião das pessoas”, diz Bianca. Os pais da jovem são os principais incentivadores desses passos. “Sempre lia os textos para minha mãe, só para ver o que ela achava, para não ficar falando besteira por aí. Ela sempre gostava e me incentivava a seguir em frente”. Foi através desse espaço virtual que alguns trabalhos começaram a aparecer. Bianca recebeu convite de um centro de compras da cidade para assinar um blog de moda, com tendências e produtos disponíveis no espaço. A fotografia também ganhou destaque considerável nesse universo, até porque ela produzia a maioria das imagens que ia ao ar. “Sempre gostei de fotografar. É mais do que um hobby. Uma forma de distração. Quando viajo, fico fotografando objetos, pessoas... enfim, um pouco da minha observação sobre as coisas”, conta Bianca. Na sala de aula, Bianca também é vista como uma jovem ‘a frente do seu tempo’, até porque, a responsabilidade começou a fazer parte do seu dia a dia antes que o comum. “Sempre tive relacionamento com pessoas mais velhas, o que aguçou a busca prematura por outros caminhos”, ressalta. Todo esse envolvimento de Bianca com o mundo virtual e a fotografia começou há um ano e meio. “Minha vontade era de conhecer a ferramenta e saber qual o proveito que podia tirar dela”. Hoje, ela não vê como desvincular os hobbys do futuro profissional. “Todas as coisas que eu falo no blog ou que procuro seguir na vida têm um sentido. Agora penso em me especializar e seguir em frente. Em pensar que tudo começou como uma brincadeira!”, encerra.
eu sou
Determinada. Apaixonada por escrever e fotografar, Bianca Pessoa une os hobbys ao futuro profissional, que começa com o curso de jornalismo
reportagens robson meriéverton fotos lucas gomes
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A jovem é estudante do ensino médio, cursando o terceiro ano no Colégio Diocesano de Caruaru. No seu currículo profissional, Bianca já acumula algumas boas experiências. Tirando o blog e os trabalhos para um centro de compras, ela ainda tem conhecimento na área da moda. Porém, um dos seus amores é a fotografia, e o jeito peculiar com que ela enxerga as coisas.
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deu/não deu texto diego gondim
este é um espaço para que os leitores e especialiistas discutam os fatos bacanas, polêmicos ou esdrúxulos que caíram na boca do povo e os que passaram batido na imprensa
Deu. O resultado do Exame Nacional de Desempe-
nho de Estudantes (Enade) em Pernambuco revelou que apenas sete cursos, dos 193 avaliados, receberam nota máxima no Estado. Na maioria dos casos, as notas foram baixas ou médias. Ainda de acordo com o resultado do exame, 61 receberam a nota 2. Outros 67 cursos de todas as áreas avaliadas receberam nota 3, considerada mediana. Dos cursos superiores avaliados, nove áreas não alcançaram a nota máxima em nenhuma instituição. 1
Mais detalhes dos resultados do Enade no www.inep.gov.br
“Na minha opinião, acredito que boa parte desempenho dos cursos está ligada ao comprometimento dos alunos com o mesmo. Muitos alunos do ensino superior pensam que, por estarem na sala de aula, vão aprender tudo que precisam. Muitos estudam apenas para passar nas provas e resumem sua vida acadêmica à vivência dentro da sala de aula, esquecendo-se do papel do aluno dentro do ensino. A faculdade é direcionadora do conhecimento e o aluno buscador dele.” Tarcísio Cavalcanti “Ao meu ver, há falta de conhecimento da prova por parte dos alunos e falta de preparo das instituições ao aplicá-las. Enquanto algumas faculdades preparam seus alunos por meses, outras não o fazem e tiram notas ínfimas, prejudicando os alunos, o merca-
do e a si próprias. Muitos estudantes veem a prova como desnecessária e outros não sabem o real propósito dela e nem como isso irá ajudá-los em sua vida profissional.” Alisson Levi Souza “Os resultados obtidos pelos cursos superiores e técnicos no Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade) demonstram a dificuldade das instituições em preparem seus alunos para avaliações mais elaboradas. Avaliações como a do Enade exigem argumentação sobre os raciocínios utilizados na solução dos questionamentos. O sistema de provas adotado no âmbito acadêmico, muitas vezes, incentiva apenas respostas objetivas, automáticas e que não exploram a capacidade dissertativa do discente.” Fernanda Carvalho
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Não deu. A partir de fevereiro de 2014, os usu-
ários poderão fazer o cancelamento automático de serviços de telecomunicações, através da internet ou call center. Contrato de telefonia celular e fixo, banda larga e TV por assinatura, são alguns dos serviços que entrarão na determinação . A previsão é do presidente da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), João Rezende. A medida deve ser aprovada em novembro, com prazo de adequação por parte das empresas entre 90 e 120 dias. 2
*** “Trata-se de um absurdo que é praticado diariamente há vários anos pelas operadoras, que, na maioria das vezes, além de oferecerem um serviço de péssima qualidade, ainda dificultam quando o consumidor procura os seus direitos no ato do cancelamento de um serviço. Isso sem falar que pouco importam as multas aplicadas a essas empresas, porque afinal de contas o problema continua e está bem instalado, diga-se de passagem.” Lidiane Mendes “Liguei para solucionar um problema, pois não conseguia acessar as redes sociais como tinha direito. Queria uma informação e saber se alguém poderia me ajudar. A atendente da operadora achou que havia colocado a ligação no “mudo” e começou a con-
versar. Ela cantarolou: “Eu vou deixar você mofar, mofar na linha...”. Depois de 15 minutos desse jeito ouvindo graça e esperando, ela percebeu e desligou a ligação. Tornei a ligar e solicitei a gravação da conversa anterior e agora estou com um processo por perdas e danos contra a operadora. Achei uma grande falta de respeito.” Luciene Barreto “O serviço de telefonia é campeão de reclamações. Considero uma arapuca onde entramos voluntariamente e sermos enganados e posteriormente mal atendidos. O consumidor perde tempo, paciência e dinheiro. Se pelo menos o serviço fosse satisfatório, mas nem isso! Temos a telefonia móvel mais cara e mais ineficiente do mundo, com a condescendência do governo e da justiça. Deus nos proteja!” Júlio Freitas
Ao todo, foram avaliados pelo Enade 7.228 cursos, pertencentes a 1.646 instituições de Educação Superior brasileiras. As provas do Enade 2013 serão realizadas no dia 24 de novembro, a partir das 13h (de Brasília). Participaram 536 mil alunos do penúltimo e último semestres dos cursos avaliados, agrupados em 6.306 unidades de graduação. Desses, 29,92% receberam nota 1 ou 2, consideradas insatisfatórias pelo MEC. A cada ano, o Enade é aplicado para alunos de uma determinada área de conhecimento, que é reavaliada a cada três anos. 2
No novo regulamento, a Anatel pretende iniciar os procedimentos para repassar parte do custo que o órgão possui com o seu call center para as empresas do setor. Segundo o presidente da Anatel, o gasto anual da Agência com o call center é de R$ 20 milhões. Do total de ligações recebidas - cerca de 25 mil por dia 60% são reclamações de usuários sobre os serviços prestados pelas empresas de telecomunicações. A ideia da Anatel é que uma parcela do gasto seja paga pelas empresas - algo entre R$ 10 milhões e R$ 12 milhões.
fora praça santa clara, bairro MaurĂcio de nassau, Caruaru
“Todo conhecimento humano é relativo. Cada subida prepara a queda proporcional. Cada fossa abre espaço para a altura equivalente. No final da estrada estamos no mesmo ponto de onde saímos, no zero, no nada.” Carlos Heitor Cony
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comigo foi assim reportagem diego gondim foto lucas gomes
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Vocação. Desde a infância, o hoje bispo Diocesano, Dom Bernardino Marchió, já demonstrava envolvimento para com os ensinamentos religiosos A paisagem bucólica de Piemonte, na Itália, é o começo dessa história de vida dedicada à religiosidade. Foi em Busca, na Itália, em seis de setembro de 1943, que nasceu Bernardino Marchió, que mais tarde se transformaria no líder católico da maior cidade do interior de Pernambuco. Na infância e na adolescência, entre a escola, universidade e prática de difusão dos ideais católicos na Europa, ele viveu muitas experiências que lhe renderam conhecimentos sobre vários aspectos. Concluiu o Ensino Fundamental na Escola Pública de Busca, no ano de 1954 e o Ensino Médio no Seminário Diocesano de Salluzo, também Itália. Depois, Bernardino ingressou no curso de Filosofia e Teologia. Aos 25 anos recebeu a Ordenação Presbiterial. Com o título, Bernardino, tornou-se Vigário Paroquial de Bagnolo. Depois, seguiu sua vocação religiosa especializando-se em Catequese. A chegada ao Brasil foi em 1975, marcada por algumas mudanças. Idioma, costumes, clima, pessoas diferentes. Fatos que não assustaram o religioso, que estava decidido a desenvolver o conhecimento humano e ajudar os povos, independentemente de quaisquer barreiras. “As pessoas têm que pensar umas nas outras para que comecem a conviver bem e não permitir que os males atrapalhem as relações humanas”, comenta. Dom Bernardino foi pároco da Catedral de Palmares, de 1975 até 1991, quando também exerceu a função de coordenador da Juventude e Pastoral Familiar. Mesmo sendo estrangeiro, Bernardino conhece Pernambuco como a palma da mão. Isso porque depois que deixou a Zona da Mata Sul, migrou para o Agreste, quando assumiu a função de Bispo Diocesano e Administrador Apostólico da Diocese de Pesqueira, de 1991 a 2003. Foi há 10 anos, em 12 de janeiro de 2003, que ele iniciou a missão na Capital do Agreste. As impressões que o religioso tem dessa trajetória é que os trabalhos nunca acabam. “Sempre temos algo para fazer”, completa. Em solo brasileiro, Dom Dino participou de trabalhos na Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, como membro da Comissão Episcopal para a Juventude. Na Província Eclesiástica de Olinda e Recife, fez parte do Referencial para a Pastoral da Criança e da Fazenda Esperança.
bastidores reportagem robson meriéverton fotos lucas gomes carlos eduardo
O Colégio Diocesano de Caruaru conta com um equipamento moderno para auxiliar no aprendizado dos alunos de todas as séries da instituição. Tratase do auditório 3D 1 , inaugurado no dia 9 de outubro. A solenidade contou com apresentação do Coral Diocesano, show musical do Quarteto Encore, do Recife, e uma abordagem de conteúdos utilizando os recursos 3D. Toda a direção do colégio, além de convidados, participaram do encontro. “Esse é um equipamento que proporciona uma experiência dife-
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Com 300 m², o novo espaço possui 172 cadeiras, revestimento acústico não-inflamável, extintores de incêndio, saídas de emergência sinalizadas, iluminação de halogênio embutida, som surround digital, climatização, piso inclinado, internet fixa e wi-fi de banda larga, além de uma sala de controle independente para som e iluminação. O auditório também está pronto para receber palestras, apresentações de teatro e eventos em geral, pois dispõe de todos os meios técnicos e de um palco com aproximadamente 50 m², iluminação regulada e dois camarins.
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Tecnologia a serviço do ensino
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rente no aprendizado. Ele dispõe de ambiente imersível, onde o aluno entra e fica envolvido pela experiência 3D com ótimas condições de som, imagem e conforto”, destaca o coordenador de TI, Vasco Lopes. O sistema que permite o funcionamento da tecnologia foi instalado por uma das maiores empresas da América Latina na área de projeção e visualização 2D e 3D, a Absolut Technologies, com sede na Bahia. O auditório possui retroprojeção 3D passiva, possibilitando que o professor ou palestrante fi-
que em frente à tela, sem interferir na imagem projetada (sem fazer sombra). “O Diocesano é uma das primeiras escolas a contar com essa tecnologia. A entrega desse auditório 3D faz parte de um sonho antigo que nos enche de orgulho, o que reflete diretamente na qualidade do ensino passado aos nossos alunos”, ressalta o diretor geral do Diocesano, monsenhor Olivaldo Pereira. Ele também adianta que outras novidades envolvendo a tecnologia estão sendo estudadas para breve implantação.
fala sério
com obede gueiros pensando bem
Obede Gueiros filho iniciou sua carreira profissional no Jornal Vanguarda no ano 1960, ocupando a função de tipógrafo e paginador. trabalhou no extinto jornal A Defesa e Revista Caruaru Hoje. tem artigos publicados no Diário de Pernambuco, Jornal do Comércio e Vanguarda.
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Rio Ipojuca
Desde os primórdios da humanidade, o homem sempre esteve preocupado com o seu desenvolvimento. E, a água potável sempre foi o que o garantiu, pois, como observamos, o homem sempre teve uma preocupação com o problema hídrico, necessário a tudo quanto é vida na terra, é lógico. Todavia, a construção das suas moradas, que mais tarde viraram cidades, era estrategicamente planejada para serem erguidas próximas às margens de rios. Ora, os rios são para terra, como a união de um casal para o crescimento da população, e lógico, dar continuidade à vida. Como não poderia ser diferente, o homem considerado moderno, na época em que ora vivemos, sempre teve em si uma visão de construir sua cidade, principalmente aquelas com maiores portes territoriais ou privilegiadas pela natureza, às margens de rios, principalmente porque seus idealizadores viam neles a veia aorta de sua sustentação progressiva e, acima tudo, no tocante à parte agrícola e pecuária. É tal qual uma fazenda de gado que não tem uma bacia hídrica, dificilmente terá condições de levar o projeto adiante.
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No Estado de Pernambuco, várias cidades são privilegiadas por contarem e serem banhadas por rios, principalmente a cidade de Caruaru, com o Rio Ipojuca, que tem sua nascente na Serra das Porteiras, no município de Arcoverde. Sua extensão total é de 250Km. Infelizmente não podemos mais classificá-lo de rio, uma vez que se encontra abandonado e num estado deplorável, apenas servindo de suporte coletor de todo e qualquer tipo de esgoto. Há projeto para salvar o rio, desde a nascente até sua desembocadura no oceano, especificamente, no Porto de Suape 1 , no município de Ipojuca. Quando se aproxima o período eleitoral, o assunto sempre vem à tona, através das promessas dos políticos. Nada mais é do que contos de fada, no país dos inocentes. Contudo, vamos aguardar!... Sabemos perfeitamente que a coisa não é lá tão fácil, como surgem as ideias apresentadas através dos homens que ora comandam o meio ambiente nacional e local. Temos plena consciência de que se trata de um projeto de alta relevância técnica e, acima de tudo, financeiro, com pequenos suportes apresentados pelos municípios por ele banhado. Vale salientar que o problema não se restringe apenas no âmbito da limpeza física das margens, bem como pedir à população para não jogar lixo no mesmo. Todavia, sabemos que há interesse daqueles que administram os municípios, até porque acreditamos ter amor a sua terra. Mas há uma ausência intrigante, talvez pelo custo financeiro, como frisei acima, porém, também sabemos que, para custear outros eventos, não falta ônus, como é o caso dos “estádios de futebol”, onde milhões foram gastos e que na sua maioria não passarão de elefantes brancos. Temos plena consciência de que o homem é produto do meio, se tem um bom exemplo no convívio, é
lógico que tem 95% para seguir, dando melhor suporte do que vem pela sua frente. E o que temos como exemplo – rio poluído não pela população diretamente, mas pela carga poluidora de detritos sanitários e esgotos e os péssimos serviços de administração que presenciamos, ao longo do tempo, principalmente nos municípios por onde passa, tal qual o de Caruaru. Não culpamos os gestores locais, mas uma falta de assistência a nível nacional. Esperamos que não apenas cuidem do rio, afastando sua principal carga poluidora: grande parte dos 325 mil habitantes que residem no município de Caruaru jogando seus esgotos sanitários no Rio Ipojuca, além dos turistas e feirantes que visitam o município todos os meses, o que acreditamos superar a casa de um milhão de pessoas a depositarem seus dejetos, fazendo-o de força sanitária a céu aberto. Além de eliminarem as barragens ao longo do percurso do mesmo, tenho certeza de que a natureza se encarrega de salvar o rio. Sabemos que o município é saneado, principalmente os bairros, por parte da Compesa. Mas, nem todo ele segue essa regra. No trecho do rio que passa por trás do Colégio Sagrado Coração, observamos caixas coletoras arrombadas há mais dez anos. Nesse ponto, grande parte dos dejetos são despejados no rio. Para solucionar tal problema, torna-se necessário um maior empenho através dos governos federal, estadual e municipal, na parte de coleta e reciclagem do esgoto despejado no rio. Temos conhecimento de que existem técnicas de aproveitamento para produzir gás para o uso doméstico, bem como, adubos para o plantio agrícola. E, acima de tudo, é preciso deixar um rio limpo para um melhor controle ambiental, especialmente porque vivemos numa região carente de recursos. Para se ter uma ideia, o nordeste detém apenas 2% de um total de 12% da água potável reservado ao solo brasileiro, apesar de termos a maior cota do planeta, a nível nacional, não só para a população, mas para os animais que também dependem dele e, acima de tudo, além da necessidade do líquido, a natureza que tanto reclama e clama por um maior respeito.
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O Porto de Suape é um porto brasileiro localizado no estado de Pernambuco, entre os municípios de Ipojuca e Cabo de Santo Agostinho, na Região Metropolitana do Recife. Seu projeto foi baseado na integração porto-indústria a exemplo de países como França e Japão. O Complexo Industrial Portuário de Suape é considerado um dos principais polos de investimentos do país. O Porto apresenta estrutura moderna, com profundidades entre 15,5m e 20,0m e grande potencial de expansão. Sua localização estratégica em relação às principais rotas marítimas de navegação o mantém conectado a mais de 160 portos em todos os continentes, com linhas diretas da Europa, América do Norte e África. O Porto já movimenta mais de 5 milhões de toneladas de carga por ano, destacando-se, entre elas, os granéis líquidos (derivados de petróleo, produtos químicos, álcoois, óleos vegetais etc), com mais de 80% da movimentação, e a carga conteinerizada.
ser, ter e
“Quando alguém encontra seu caminho, precisa ter coragem suficiente para dar passos errados. As decepções, as derrotas, o desânimo são ferramentas que Deus utiliza para mostrar a estrada.” Paulo Coelho
e escolher praça arlindo porto, bairro Maurício de nassau, Caruaru
cult
petrúcio amorim
Nascido e criado por entre os becos do velho Vassoural, como ele mesmo faz questão de ressaltar em uma das suas composições, Petrúcio também é conhecido como o poeta do forró. Apesar de tímido, a vontade de seguir em frente com a música era tanta que fez dele um batalhador
Natural de Caruaru, Petrúcio Antônio de Amorim nasceu no bairro do Vassoural, no ano de 1959. Sua vocação pela música começou desde cedo, aos oito anos de idade. Petrúcio tinha 12 irmãos, todos dedicados à arte da carpintaria, ofício desenvolvido pelo pai. “Nunca tive afinidade com a área. Minha vontade era mesmo dedicar-me à música”, conta. Sua persistência foi responsável por colocá-lo em posição de destaque no meio. Morando no Recife há 35 anos, Caruaru sempre é motivo de saudade e inspiração na sua carreira. Desde a infância, Petrúcio mostrou que era na música que queria desenvolver suas habilidades. No abrigo Dom Bosco, sediado no próprio Vassoural, ele viu a possibilidade de aprender a tocar alguns instrumentos. “Na época quem era responsável por ministrar essas aulas era o maestro Caroá. Dediquei-me a aprender o clarinete e trompete”, afirma Petrúcio. Apesar dos pais apoiarem a interação do pequeno artista com a música, nem tudo eram flores. “No período que aprendi a lidar com a música, minha mãe estava com tuberculose. Quando soube que eu estava tocando trompete, ela me tirou da banda”. O cuidado em excesso veio porque ela temia que o instrumento pudesse causar danos à saúde de Petrúcio. A timidez era um dos principais empecilhos para que Petrúcio tivesse algum tipo de ambição para com a carreira artística. Com 16 anos, o aspirante a artista participou dos primeiros festivais. “Foi um concurso de marcha carnavalesca aqui mesmo em Caruaru. Compus uma música para homenagear o folião Cacho de Coco 1 ”, recorda. A composição “Saudade de Cacho de Coco” conquistou o terceiro lugar no festival. Ele também participou do Encontro Latino Americano de Folclore, realizado pela artista plástica Luiza Maciel, conquistando as primeiras colocações em duas edições do festival. Na segunda delas, os prêmios foram entregues por
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Natural de Bezerros, mas caruaruense por adoção, José Romão da Silva, mais conhecido como Cacho de Coco, foi uma figura notável em meio ao seu tempo. Apaixonado por carnaval, Cacho de Coco tornou-se conhecido através do irreverente bloco carnavalesco criado por ele, “Sou eu, o teu amor”. Cacho de Coco faleceu aos 91 anos, em 8 de novembro de 1975. 2
No início da carreira de Petrúcio, algumas parcerias musicais fizeram a diferença. A primeira delas nasceu com Jorge de Altinho. Defensor do forró tradicional, Jorge viu no artista prodígio um grande talento na arte de dar sentido às palavras. Mais tarde, outras parcerias também passaram a fazer parte da vida do Poeta, para ele, vista como parte importante da carreira, pois foram essas parcerias que ajudaram a projetar seu nome junto ao cenário musical.
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Luiz Gonzaga. “Sabia que essa conquista era como um ponta-pé na minha carreira”. Por intermédio de amigos, uma das composições de Petrúcio chegou até Azulão. “Não levei muito a sério essa possibilidade. Mas, Azulão gravou não somente uma, mas duas canções de minha autoria”, lembra. Em 1978 Petrúcio deixa Caruaru para morar no Recife. Essa mudança veio pela vontade de servir o exercito. “Caruaru é uma cidade muito voltada para o comércio, e eu nunca tive esse tipo de vocação. Aspirava fazer uma faculdade no campo da engenharia mecânica. Aí veio também o exercito, com a vontade de ser sargento. Mas, nada disso foi concretizado. Sempre vinha a música e me puxava pela mão”, contrapõe. Em 1981, Petrúcio conhece Jorge de Altinho 2 que também começava sua carreira de intérprete. Duas músicas feitas em parceria foram gravadas por Jorge: “Disfarce” e “Confidências”. Em 1983 mais outros sucessos embalam a música nordestina: “Devagar” e “Lembranças”, também com Jorge de Altinho. As duas canções despertaram em Petrúcio o desejo de gravar um disco. “Pela timidez, foi um desafio difícil de vencer”. Na época, Petrúcio gravou o seu primeiro disco “Doce Pecado”. A intimidade que tinha com as letras na hora de compor, ressaltando a própria cultura Nordestina, rendeu a Petrúcio o título de “Poeta”. Na década de 1990, a música “Cidade Grande” foi uma forma de retratar a chegada de um matuto ao Recife. A vida do poeta, sobretudo no âmbito musical, sempre foi batalhando por reconhecimento. Porém, a estrada foi bastante árdua. Filho de Caruaru como é, Petrúcio sempre teve sonho de mostrar o seu trabalho no São João. Porém, o que não faltava eram pessoas para duvidar do seu potencial enquanto artista. “O pessoal sempre me questionava sobre o fato de não ter me apresentado por aqui. Foi numa dessas investidas, que fui procurar uma porta para me apresentar no São João da cidade”, conta Petrúcio. Com a justificativa de que a programação já estava fechada, Petrúcio não conseguiu espaço. “Eu só lembro do ‘não’ que recebi. Falei que minha pretensão não era cantar no palco principal, e sim em algum lugar que eu pudesse só mostrar o meu trabalho”. Foi a partir desse episódio que surgiu uma das composições mais famosas do artista “Tareco e Mariola”, que é uma crítica a toda essa falta de reconhecimento pela qual o artista passou. “Essa música veio de uma briga comigo mesmo. Que forçou meu lado compositor”. Anos mais tarde, Petrúcio foi convidado para ser um dos homenageados da festa caruaruense. “Foi uma grande alavancada na minha carreira. Caruaru é uma referência, uma vitrine do forró para todo o mundo. E você ter o seu nome lá, destacado, causou a curiosidade de muita gente”.
No ano de 2006, Petrúcio Amorim gravou um DVD para comemorar os 25 anos de carreira. O registro tomou como cenário o majestoso Teatro Santa Isabel, localizado no Bairro do Recife. A gravação contou com a presença de vários parceiros musicais, tais como: Nádia Maia, Santanna, Cristina Amaral, Geraldinho Lins, Jorge de Altinho e Maciel Melo. No mesmo ano Petrúcio recebe da Câmara Municipal da cidade o título de Cidadão do Recife.
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consumão reportagem diego gondim fotos divulgação
Bom gosto. Depois do casamento, qual o casal que não quer desfrutar de muito conforto sem esquecer da qualidade? Aliar esses dois itens é muito fácil com os kits da M Martan “Particularmente, creio que um bom lençol faz toda a diferença na decoração e no conforto de um casal. Peças de tecido de algodão e cores claras, além de estampas florais são as minhas preferidas. É fundamental que o quarto seja aconchegante e, acima de tudo, tenha lençois de qualidade, durabilidade e muito conforto. Peças que identificam a personalidade do casal também são uma excelente pedida. Eu que sou solteira, por exemplo gosto de ver minha cama arrumada e vestida com produtos de qualidade. Parece que, quando vejo minha cama bem arrumada passo o dia feliz”. núbia silva
Decor
“Um bom enxoval é parte essencial para uma casa. Um quarto bem arrumado passa uma sensação de aconchego e bem-estar. Tecidos mais claros também transmitem essa sensação. A roupa de cama ajuda na decoração do quarto, por isso deve ser bonita e estar em harmonia com todo o ambiente e estilo escolhido. Um bom lençol deve ser 100% algodão. Para quem tem um quarto mais monocromático, pode variar bastante as estampas e formar vários conjuntos. Para quem tem um décor mais colorido, é melhor optar por padronagens lisas, neutras ou sobrepostas”. Analúcia Melo
A linha de enxovais para cama Wedding representa o romantismo, a sedução e a elegância. O traço ornamental do bordado presente nos itens do jogo de cama lembra os utilizados no décor desse dia marcante, único e especial. Seguindo a elegância e a delicadeza dos artigos de noiva, a capa de edredom apresenta-se com volume e plissados, acabamento que remete ao capinotê. Para o jogo de lençóis, o detalhe encontra-se no barrado bordado. Já o porta-travesseiro, além de possuir moldura bordada, conta com pontos palito nas abas. O corpo do edredom apresenta pequenas ilustrações bordadas, com destaque para a borda de cetim. A série é vendida em kit e conta com 12 peças de puro algodão egípcio: jogo de lençóis (4 peças), capa de edredom (3 peças), saia decorativa, almofada decorativa (2 peças), porta-travesseiros europeu (2 peças). Nos tamanhos Queem e King size. Apenas na cor branca.
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Para que um projeto seja visto como eficaz, fazse necessário que a participação seja maciça 1 Alunos de escolas públicas e privadas de Caruaru se reuniram para participar da primeira edição do “Papo Cabeça”. O projeto, idealizado por uma faculdade particular da cidade, veio com a proposta de incentivar a educação, ajudando os alunos de Ensino Médio a encarar desafios como o Enem e o vestibular. O aulão contou com a participação dos professores Heleniza Saldanha (Português e Redação), Daniel Silva (História), Maurício Pelloso (Matemática) e Bruno Camelo (Física). 2 Os alunos do Colégio Alternativo realizaram uma visita a uma fa-
culdade particular da cidade para conhecer a infraestrutura disponibilizada para os egressos. Os visitantes aproveitaram para bater um papo com alunos, professores e coordenadores dos cursos. 3 A Secretaria de Educação de Caruaru entregou fardamentos para os alunos da rede municipal de ensino. A ação faz parte do Programa Segundo Tempo, que vem para democratizar o acesso à prática esportiva e à cultura. No total, mil estudantes foram beneficiados, sendo 100 em cada escola, com aulas de futsal, basquetebol, voleibol, handbol, fu-
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social clube
Engajamento
reportagem robson meriéverton fotos divulgação rafael lima
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tebol, tênis de mesa, atletismo e outras atividades complementares. 4 Os estudantes do 2º e 3º anos do Ensino Fundamental do Colégio Diocesano participaram de uma aula temática em comemoração aos 50 anos da Turma de Mônica. 5 Para desenvolver as habilidades físicas e intelectuais dos alunos da Educação Infantil, o Colégio Diocesano criou o projeto “Brincadeiras Infantis”. O projeto resgata as brincadeiras de antigamente, com participação das turmas do 1º ao 4º nível da Educação Infantil e 1º ano do Ensino Fundamental. Fazem parte da ação 26 brincadeiras, entre amarelinha, passa anel, telefone sem fio, dança das cadeiras e cabra cega.
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campanha
Desligue a Tv e vá ler um livro. Nós que trabalhamos na Olha! indicamos quatro livros para você parar o tempo à sua volta e se entregar aos prazeres da leitura O chamado do cuco J.K. rowling (rocco)
um mistério elegante e emocionante impregnado da atmosfera de londres - das ruas silenciosas de mayfair aos pubs entocados do east end e à agitação do soho - ‘O chamado do cuco’ é um livro do autor robert galbraith (pseudônimo de J. K. rowling). Apresentando cormoran strike, este é um romance policial clássico na tradição de p.D. James e ruth rendell, e marca o início de uma singular série de mistério.
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laurentino gomes (Globo Editora )
Nas últimas semanas de 1889, a tripulação de um navio de guerra brasileiro ancorado no porto de colombo, capital do ceilão (atual sri lanka), foi pega de surpresa pelas notícias alarmantes que chegavam do outro lado do mundo. O Brasil havia se tornado uma república. O austero e admirado imperador pedro ii, um dos homens mais cultos da época, que ocupara o trono por quase meio século, fora obrigado a sair do país junto com toda a família imperial. Vivia agora exilado na europa, banido para sempre do solo em que nascera. enquanto isso, os destinos do novo regime estavam nas mãos de um marechal já idoso e bastante doente, o alagoano manoel Deodoro. A obra fecha uma trilogia iniciada com 1808, sobre a fuga da corte portuguesa para rio de Janeiro, e continuada com 1822, sobre a independência do Brasil.
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As vantagens de Ser invisível stephen chbosky (rocco)
cartas mais íntimas que um diário, estranhamente únicas, hilárias e devastadoras - são apenas através delas que charlie compartilha todo o seu mundinho com o leitor. enveredando pelo universo dos primeiros encontros, dramas familiares, novos amigos, sexo, drogas e daquela música perfeita que nos faz sentir infinito, o roteirista stephen chbosky lança luz sobre o amadurecimento no ambiente da escola, um local por vezes opressor e sinônimo de ameaça. uma leitura que deixa visível os problemas e crises próprios da juventude.
morte Súbita J.K. rowling (Nova fronteira )
O livro conta a história de pagford e seus habitantes, que, após a morte inesperada de Barry Fairbrother, membro da câmara do Vilarejo, fica em choque. pagford é, aparentemente, uma pacata cidade inglesa com tudo o de mais comum e organizado que pode haver, mas o que está por trás da fachada bonita é uma cidade em guerra - uma guerra de classes, credos, gerações e interesses. ricos em guerra com os pobres, adolescentes em guerra com seus pais, esposas em guerra com seus maridos, professores em guerra com seus pupilos - pagford não é o que parece ser.
Este espaço é todo seu: pode reclamar, dar dica, mandar opinião, bater boca ou também pode dar os parabéns, que é bom e a gente gosta! “Sou bem ligada nas questões relacionadas ao corpo. A Olha! trouxe para a gente uma matéria muito bacana em relação a cirurgias plásticas. O conteúdo trouxe dicas, mas também nos mostrou os cuidados que devemos ter na hora de nos submeter a um procedimento cirúrgico do tipo. O bom de tudo é que as opiniões dos profissionais envolvidos e dos personagens no faz entrar nas histórias deles e nos ajuda a refletir sobre a real necessidade de uma intervenção estética. Parabéns!” Mirela Mendes “Eu moro com os meus pais. Tenho 30 anos e me identifiquei com a matéria que fala sobre o relacionamento dos filhos que ainda moram com os pais, mesmo tendo uma certa independência financeira. A reportagem me ajudou a rever alguns pontos para melhorar o convívio em casa, priorizando as necessidades de todos, sem que isso necessariamente atrapalhe a individualidade de todos. Concordei com muitas das situações mostradas, facilmente identificadas na realidade.” Roberto Barbosa “A revista Olha! está de parabéns pelas informações que vem trazendo para nós, leitores. A sessão com o artesão Mestre Dila foi uma verdadeira viagem no cenário cultural da nossa cidade. Aliás, conhecer as obras dos artistas da região é essencial para que entendamos como as nossas atitudes dependem
de um contexto histórico e cultural, difundido pela arte de pessoas como ele. O importante é democratizar essas informações para que cada vez mais pessoas tenham acesso a conteúdos de qualidade, como os apresentados mensalmente pela revista.” Carlos Tenório Batista
“Gostei muito da capa da edição passada, que trouxe uma penumbra para enfatizar o principal tema abordado: as drogas. A matéria também trazia fotos interessantes, que ilustraram bem o texto escrito de forma a nos levar a compreender a fundo a questão. Os dados mostram a gravidade do problema e é necessário que cada um conheça um pouco mais sobre os malefícios dos entorpecentes para não consumi-los e ajudar a combater esse mal que corrói a sociedade do país.” Lucas Barreto “Quando recebo a Olha! em casa, me admiro com a qualidade física e do conteúdo impresso em cada página. Ao folhear o periódico, observo as situações bem próximas de nós, já que tudo que vem na revista é produzido com pessoas de Caruaru, mostrando histórias que vemos na nossa casa, na casa dos vizinhos de que aconteceu com algum conhecido. Que a equipe continue assim, nos brindando com uma surpresa positiva a cada mês.” Maria Lourdes Siqueira
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boca no mundo
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Mesmo que as pessoas mudem e suas vidas se reorganizem, os amigos devem ser amigos para sempre, mesmo que não tenham nada em comum, somente compartilhar as mesmas recordações.” Vinicius de Moraes
fim
praça santa clara, bairro Maurício de nassau, Caruaru