Revista O Zebu no Brasil - Edição 212

Page 1

EDIÇÃO 212 • ANO 43 • AGOSTO/SETEMBRO 2015

REVISTA

BELUGA FECHAMENTO AUTORIZADO - Pode ser aberto pela E.C.T.

100% NELORE PARANã

1


2


3


EDITORIAL

Foto: JMMATOS

A revista O Zebu no Brasil traz nessa edição o que há de novo na produção de carne e leite e as coberturas dos principais eventos, como a Megaleite 2015 que terminou com excelentes resultados. Na seção entrevista, você confere tudo sobre o Programa de Melhoramento Genético de Zebuínos da ABCZ com os especialistas Luiz Antônio Josahkian e Henrique Torres Ventura, que comemoram os 23 anos do programa que investe na melhoria da genética zebuína. Nesta 212ª edição, O Zebu no Brasil traz ainda a paixão da família Gibertoni pelo Nelore PO, o trabalho desenvolvido pela Júlio Bernardes Agropecuária, o desenvolvimento da Guzerá ICIL às margens do São Francisco e uma matéria especial sobre a criação do Tabapuã. A história de “Uma década de dedicação e amor da família Curi à raça Sindi” e a produtividade do cruzamento Indolando na Fazenda Rancho Fundo, também são uns dos destaques. Agosto já começa com agenda cheia. Teremos esse mês a Expogenética, que é um dos eventos mais aguardados do ano. Setembro marca o agronegócio com a realização da Expoinel, da ExpoBrahman e da ExpoGil, feiras que fecham o Ranking Nacional de cada raça e contemplam os melhores do ano. A expectativa é, sem dúvida, de excelentes resultados e também de bons negócios. Boa leitura e até a próxima edição! Anna Keila Miguel Matos e equipe O Zebu no Brasil

4


ÍNDICE

OZEBU ENTREVISTA

NELORE GIBERTONI

28

GUZERÁ ICIL

58

BRAHMAN FEITO A CAMPO

78

NOVA GERAÇÃO DO TABAPUÃ

82

FAMÍLIA CURI

86

INDOLANDO NO INTERIOR DE MINAS

96

MARCA M3

100

CABANHA A TALA

108

SENEPOL SUPERA EXPECTATIVAS

114

08

EXPOINEL 2015

36

MEGALEITE 2015

125

68

FIQUE POR DENTRO REVISTA O ZEBU NO BRASIL

5


EXPEDIENTE

Foto: JMMATOS

REVISTA O ZEBU NO BRASIL Fundador: Adib Miguel (1946-2013) O Zebu no Brasil é uma marca registrada sob o nº 815672454, junto INPI (Instituto Nacional de Propriedade Industrial) Diretores: Anna Keila Miguel Matos annakeila@ozebunobrasil.com.br José Maria de Matos Filho josemaria@ozebunobrasil.com.br Equipe de Jornalismo: Sabrina Alves MTB 11197/MG Thassiana Macedo MTB 14763/MG jornalismo@ozebunobrasil.com.br Representante comercial: Gislaine Davi Borba (34) 9118-1320 gislaine@ozebunobrasil.com.br Mariana Costa (34) 9915-6640 maricosta@ozebunobrasil.com.br Direção de Arte: Frederico F. P. Miguel fredmiguel@ozebunobrasil.com.br Revisão de texto: Mariana Costa Departamento Jurídico: Demick Ferreira OAB/MG – 105407 Publicação periódica de José Maria de Matos Filho ME CNPJ : 86.553.070/0001-92 Redação, Publicidade e Administração: Rua Engenheiro Gomide, nº 222 - Bairro Boa Vista Uberaba/MG - CEP 38017-140 / Reclamações e sugestões: ozebunobrasil@ozebunobrasil.com.br (34) 3336-6300

Nossa capa: A edição 212 da Revista o Zebu no Brasil estampa na capa Beluga TE da Sabiá, o máximo da raça Nelore que abrilhanta o rebanho da Fazenda Paranã, do pecuarista Aguinaldo Ramos. Foto: JMMatos

6


PANORAMA

REVISTA O ZEBU NO BRASIL

Não estamos vivendo nem a primeira, nem a última crise. O agronegócio sempre respondeu com força e positivamente” Kátia Abreu, ministra da Agricultura e Pecuária, du-

rante o lançamento do Plano Safra 2015/2016.

O desafio é tornar esse crédito [do plano safra] mais acessível e desburocratizado, principalmente para custeio” Luiz Cláudio Paranhos, presidente da ABCZ

à Dinheiro Rural.

Nos próximos cinco anos será a vez do criador mandar no mercado”

Ian Hill, da Agropecuária Jacarezinho, em entrevista à

Dinheiro Rural.

Todo ajuste é dolorido, mas achamos que em 2017 ou 2018 o país volta para o trilho. O que nos preocupa é que o Brasil está perdendo competitividade” Wesley Batista, Presidente da JBS durante entrevista a Folha de São Paulo, em julho de 2015.

7


PMGZ ENTREVISTA

PMGZ: maior desempenho em produtividade sustentável Fotos: JMMATOS Por: Thassiana Macedo

Visando melhorar fertilidade e ganho de peso do rebanho, agregar valor e evidenciar os animais mais precoces, diminuir o custo de produção e aumentar a lucratividade, a Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ) criou em 1992 o Programa de Melhoramento Genético de Zebuínos (PMGZ). Em 23 anos de funcionamento e com mais de 12 milhões de animais avaliados, o programa auxilia hoje cerca de mil criadores no processo de seleção na fazenda. O projeto conta com 105 técnicos altamente treinados para oferecer o serviço em escritórios em todo o território nacio-

nal e avalia 3.600 zebuínos por meio do Controle do Desenvolvimento Ponderal, Provas de Ganho em Peso e Controle Leiteiro. Para explicar mais sobre o programa, O Zebu no Brasil traz entrevista com o superintendente técnico da ABCZ, Luiz Antônio Josahkian, e com o superintendente adjunto de Melhoramento Genético da associação, Henrique Torres Ventura.

O Zebu no Brasil - É possível falar em pecuária produtiva hoje, sem a influência da seleção genética de rebanho? Luiz Antônio Josahkian – É impos8

sível, não só pelo impacto que o melhoramento tem, mas pela facilidade com que se consegue mudar o perfil de produção usando a genética como insumo. Ele não é inacessível. Os valores de mercado são absolutamente compatíveis com o negócio. Estudos do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da USP) mostram que a cada R$ 1 que o produtor investe em genética, ele recebe R$ 4. Poucas atividades têm esta capacidade.

Henrique Torres Ventura – É importante desmistificar os programas de melhoramento genético e a pró-


REVISTA O ZEBU NO BRASIL

pria genética, pois ela é tão simples e acessível quanto qualquer outro insumo e tão importante quanto. Deve ser implementado nos sistemas de produção que buscam otimização, o que implica em maior lucro e menor impacto ambiental. É possível produzir mais carne e leite com o mesmo recurso.

O Zebu no Brasil – Isso significa que tanto os grandes, quanto os médios e pequenos criadores estão sendo amparados pelo programa de melhoramento genético da ABCZ voltado a produção de carne e leite? Josahkian – Na verdade, a maioria dos produtores brasileiros é caracterizada como pequeno e micro. Ou

seja, são milhares de produtores que tem até 50 vacas e contribuem para a produção brasileira. É uma atividade geralmente familiar, mas quando se junta todos, eles impactam na produção. Em algumas áreas, como mandioca, feijão e outras, cerca de 80% da produção é feita pelo pequeno produtor rural. Na atividade leiteira, esse impacto também é significativo. Por isso, ele é um componente fundamental no sistema e temos que olhar para ele. Até para mantê-lo no campo, pois concorremos com uma Europa altamente subsidiada. No programa Progenética, o foco é melhorar o perfil do pequeno e micro produtor que precisa produzir para subsistir e melhorar sua capacidade de reinvestimento. 9

O Zebu no Brasil – O que é o PMGZ e como ele funciona? Ventura – O programa de melhoramento genético contempla três fases principais, quais sejam a coleta dos dados, o processamento e a utilização da informação genética para que o criador obtenha ganho genético na população inserida no sistema de produção. Ele precisa ter estrutura a fim de obter os dados zootécnicos com qualidade. Não existe progresso genético com dados zootécnicos de baixa qualidade ou imprecisos. Em seguida, há o processamento dos dados e das informações de parentesco e genealogia, bem como de desempenho, para identificarmos quais são os indivíduos superiores e inferiores para diferentes características, como crescimento, reprodução e habilidade maternal. Disponibilizamos estas informações ao criador e ele deve saber utilizá-la com o auxílio técnico que a ABCZ presta em todas as fases. O profissional treinado orienta os acasalamentos para o ganho genético e identifica quais animais devem ser descartados do processo, com base nas DEPs (Diferenças Esperadas na Progênie) e na apresentação visual. Mais de 75% do processo está nas mãos dos técnicos, para isso eles são periodicamente treinados e atualizados. O Zebu no Brasil – Quais as vantagens do programa?

Ventura – O ponto forte do sistema é fazer um retrato da situação genética, o que permite que o criador, juntamente com o técnico, consiga direcionar a seleção de forma positiva. Temos o SIAG, o Sistema Integrado


PMGZ ENTREVISTA de Avaliação Genética fica disponível via web para os criadores. O criador que adere ao programa tem acesso a ferramentas de acasalamentos e tendências genéticas, que mostram a evolução da população. Ele tem condições de comparar seu rebanho com a situação da raça e nas diferentes categorias de touros, matrizes e produtos para todas as características.

O Zebu no Brasil – Quais são os resultados obtidos pelo PMGZ? Josahkian – Em 15 anos, para peso à desmama a população evoluiu 6 kg genéticos. Em termos reais, isso equivale a cerca de 30 kg na média nacional da raça Nelore, mas há criadores que estão acima disso. No mesmo período, para peso ao sobreano, houve evolução de 12 kg genéticos, equivalente a 30 kg reais. Esses ganhos estão de acordo com o que a literatura mostra de eficiência, que é de mais ou menos 1% ao ano de ganho genético. Em idade ao primeiro parto, a evolução foi de menos 10 dias genéticos. Em termos reais, a precocidade materna caiu de 44 para 36 meses.

utilizado em uma fazenda com bons índices zootécnicos. Em propriedade menos tecnificada, o valor gerado foi de R$ 43.130. A margem líquida, obtida após o desconto dos custos operacionais, em propriedade que investe em genética nelore foi de R$ 1.926 por hectare e, na fazenda típica, foi de apenas R$ 32,42. No caso da recria-engorda em São Paulo, a fazenda com melhoramento genético contabilizou margem líquida de R$ 1.113/ ha, ao passo que fazenda típica teve resultado negativo de R$ 1.682/ha. Na pecuária de leite, propriedade mineira com genética provada teve margem líquida por hectare 54% maior

que a da propriedade sem genética. Em Goiás, o ganho foi 164% maior. A média geral de comparação apontou que propriedades de corte que utilizam genética tem eficiência ambiental 41% superior às típicas e, na atividade leiteira, a diferença positiva é de 14,3%. Considerando salário e número de funcionários por hectare, o ganho social é estimado em 50% para o corte e 38% para o leite.

O Zebu no Brasil – Este é o momento para investir em melhoramento? Josahkian – Não há um momento certo para isso. O imobilismo é sinal de prejuízo garantido. A má genética

O Zebu no Brasil – Qual a relação custo/benefício do criador que busca o melhoramento genético de seu rebanho através do programa? Josahkian – A Pesquisa realizada pela ABCZ, em parceria com o Cepea, citada anteriormente, mostra os impactos da genética na rentabilidade da pecuária de corte. No sistema de cria analisado em Mato Grosso, o touro adquirido por R$ 10 mil gerou um retorno na produção somente à desmama de R$ 39.172 quando

Henrique Ventura

O ponto forte do sistema é fazer um retrato da situação genética, o que permite que o criador consiga direcionar a seleção de forma positiva” 10


REVISTA O ZEBU NO BRASIL

O Zebu no Brasil – Durante a 81ª Expozebu, o senhor e o presidente da ABCZ, Luiz Cláudio Paranhos, apresentaram ao ministro de Ciência, Tecnologia e Inovação, Aldo Rebelo, o projeto sobre a “Aplicação da genômica na seleção das raças zebuínas”. Em que ele consiste? Josahkian – A genômica aplicada em melhoramento é a fronteira do conhecimento que vivemos hoje, porque as avaliações genéticas clássicas são feitas a partir de indicadores externos (fenótipos), como peso e idade ao primeiro parto, entre outros, que medimos em um grupo de animais. A metodologia estima quanto das características são genéticas e como trabalhar sobre elas. A genômica lança o olhar um pouco mais longe. Por ela, tentamos enxergar a ação dos genes sobre essas características e existem métodos. Inicialmente se pensou que poderíamos substituir tudo pela análise de DNA, mas o genetiquês se revelou bem mais complicado. Ela evoluiu e hoje os modelos usam a leitura do DNA em conjunto com as avaliações clássicas. Por associação, busca enxergar regiões do DNA que podem ser úteis na explicação da variação dos fenótipos, é o que chamamos de DEP Genômica. Ela aumenta a precisão e

permite maior velocidade de conhecimento do valor genético animal.

O Zebu no Brasil – Qual o papel do apoio político na difusão de projetos voltados ao melhoramento genético? Josahkian – Em genética, o ancestral de um indivíduo mostra o que ele pode ser, o indivíduo mostra o que ele é, mas só a descendência dele prova o que ele é, realmente. Só que não dá para esperar o descendente. É preciso antecipar a seleção, e a genômica faz isso em associação com a avaliação. O problema é que ela tem um custo alto e por isso, um uso ainda restrito.

Nós expusemos a ideia ao ministro a fim de captar recursos, considerando o impacto que isso pode ter à sociedade. É difícil pensar em transferir todo esse custo ao criador, porque o custo de um sistema ideal para os zebuínos seria da ordem de R$ 71 milhões por ano para 100% das raças. O projeto está bem fundamentado, mas o país vive uma situação política e econômica complexa, sendo que o apoio à pesquisa está cada vez mais reduzido. Temos um projeto em menor escala aprovado em duas agências financiadoras. A importância é reconhecida, mas não há recursos para investir.

Luiz Antônio Josahkian

O criador que adere ao programa tem acesso a ferramentas de acasalamentos e tendências genéticas

corrói aos poucos, com o agravante de que ela é acumulativa e permanente. Aliás, essas são propriedades da genética que tanto concorrem para o melhoramento quanto para o “pioramento”. O momento é certo pela oferta de genética no mercado, mas para o criador esta deve ser uma preocupação permanente.

11


GERAL

FBJ inova e investe na FIV na região norte

Fernando Fernando de de Moraes Moraes

A rápida evolução das técnicas e dos equipamentos utilizados na reprodução animal tem levado o Brasil a uma posição de vanguarda no mundo, principalmente quando o assunto é multiplicação de bovinos. Tecnologias que, pelo custo inicialmente elevado, eram utilizadas apenas pelos criadores de “gado elite”, estão se popularizando e tornando-se acessíveis a produtores de todos os tamanhos e em todas as regiões. Esta é a visão que levou Fernando de Moraes, sócio proprietário da FBJ

12

Biotecnologia Instalada em Tucumã – PA, a investir e agora comemorar o início dos trabalhos de Fertilização in Vitro (FIV), numa das regiões onde a pecuária de corte e leite mais cresce no país. Confiando na qualidade e no comprometimento de sua equipe formada por veterinários, agrônomos, biólogos e técnicos, que há cinco anos faz a gestão reprodutiva de fazendas em todo o estado, com serviços de andrologia e inseminação artificial, Moraes adquiriu incubadoras, trans-


REVISTA O ZEBU NO BRASIL

portadores de oócitos e de embriões da WTA Tecnologia Aplicada, viabilizando assim a logística numa região de grandes distâncias. Enviou técnicos para treinamento com a Dra. Yeda Watanabe em Cravinhos – SP, enfim, pensou em tudo, para oferecer serviço de FIV na região. De olho na expansão do mercado interno e de exportação para carnes oriundas de carcaças de qualidade, alguns clientes da FBJ apostam na técnica da FIV para produzir animais superiores utilizando receptoras comuns. Outros querem melhorar rapidamente a base genética de suas matrizes seja de corte ou de leite. Fernando explica que esta é uma biotecnologia onde todos os processos: Maturação, Cultivo e Fecundação, são feitos no laboratório, ou seja,

fora do útero animal. “A produção in vitro de embriões aliada à aspiração folicular guiada por ultrassonografia, permite ampliar o número de descendentes das melhores vacas e ainda possibilita o aproveitamento máximo

13

do sêmen sexado de alto mérito genético”. Ele ressalta ainda, que este trabalho proporciona ao pecuarista um salto genético muito grande, o que garante bons lucros, já que o custo é bastante acessível.


GERAL

REVISTA O ZEBU NO BRASIL

Austrália assina protocolo sanitário permitindo exportações de bovinos para abate para a China A Austrália já exporta bovinos reprodutores e novilhas leiteiras para a China desde 2001. Hoje, a China já é o terceiro maior mercado de bovinos vivos, depois de Indonésia e Vietnã. A China é um importante e crescente mercado para bovinos vivos da Austrália, com o valor das exportações aumentando em dez vezes desde 2008 – de cerca de A$ 25 milhões (US$ 18,3 milhões) para mais de A$ 245 milhões (US$ 180 milhões) em 2014, de acordo com dados do Australian Bureau of Statistics. O ano de 2014, foi o maior ano para exportações de bovinos vivos australianos à China, desde que o comércio começou.

O novo protocolo de saúde foi assinado pelo ministro da Agricultura, Barnaby Joyce, em 20 de julho em Caberra durante uma visita de uma delegação chinesa de alto nível à Austrália. O próximo passo para o ministro chinês, Han Chagfu, assinar o protocolo após a delegação retornar à China. O acordo permitirá exportações de bovinos para abate e para engorda até a China, tornando a Austrália o primeiro país a exportar esse tipo de gado vivo ao território chinês. O Acordo de Livre Comércio entre China e Austrália (ChAFTA) assinado em Canberra no mês passado contém importantes implicações para a indústria de carne bovina australia-

na, incluindo bovinos vivos. As tarifas de importações de bovinos australianos para engorda/abate pela China, atualmente em 10%, serão eliminadas dentro de quatro anos. Os bovinos de cria de raças puras australianas têm 0% de tarifa de importação para entrar na China. Uma vez importados, os bovinos para cria/abate ou os reprodutores estão sujeitos à Tarifa sobre Valor Agregado de 13%. Além da Austrália, a China também importa bovinos para cria (principalmente novilhas leiteiras) da Nova Zelândia e, recentemente, Chile, Uruguai e México também forneceram pequenos números de bovinos para a China.

Fonte: Meat and Livestock Australia (MLA), traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint. 14


UBERABA TRABALHA COMO NUNCA

2ºNALUGAR GERAÇÃO DE

DA 36ª PARA A

4ª MELHOR EDUCAÇÃO DO ESTADO

EMPREGOS EM MINAS 2014

2011/2013

P R E F E I T U R A

D E

TRABALHANDO COMO NUNCA

2 novos distritos industriais

73% de aprovação do Vetor

Mais de 10 mil casas em construção

P R E F E I T U R A

www.uberaba.mg.gov.br

15

D E

TRABALHANDO COMO NUNCA


GERAL

Exportações: agronegócio tem maior participação em seis anos O agronegócio brasileiro teve, no primeiro semestre de 2015, sua maior participação nas exportações nos últimos seis anos, respondendo por 45,9% das vendas externas totais do país. Os embarques do setor totalizaram US$ 43,3 bilhões de janeiro a junho. As importações somaram US$ 7,1 bilhões e o segmento teve superávit de US$ 36,2 bilhões. As informações estão no Boletim do Agronegócio Internacional, publicação elaborada pela Superintendência de Relações Internacionais

(SRI) da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), que traça um panorama do setor no cenário internacional. Segundo o estudo, sete dos dez principais produtos da pauta de exportações brasileiras são do agronegócio. Juntos, estes sete produtos geraram US$ 28,6 bilhões em receita com os embarques e representaram 30,3% do total exportado pelo país nos primeiros seis meses de 2015. O principal destaque foi a soja em grão, com US$ 12,5 bilhões em vendas.

“Apesar da queda de 22% na receita, se comparada ao mesmo período de 2014, houve aumento de 1,2% no volume de vendas”, explica o boletim. Outros produtos que se destacaram no primeiro semestre foram farelo de soja (US$ 2,98 bilhões), carne de frango (US$ 2,97 bilhões) e café em grão (US$ 2,86 bilhões). Este último produto teve alta de 9,3% em valor nas exportações. Já o óleo de soja e a pasta química de madeira apresentaram elevação do volume de vendas, de 11,2% e 7%, respectivamente. Fonte: CNA

Lei dispensa emplacamento em tratadores e máquinas agrícolas Sancionada a Lei 13.154/15, que dispensa o licenciamento e o emplacamento de tratadores e máquinas agrícolas. A publicação assinada pela presidente Dilma Rousseff foi apresentada no Diário Oficial da União do dia 31 de julho. A lei foi baseada em uma proposta da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), que buscava reduzir os custos destinados aos produtores rurais. Entretanto, a regra vale para equipamentos e máquinas produzidos a partir de 1º de janeiro de 2016.

Os proprietários de tratores e máquinas destinados a atividades agrícolas precisam fazer um registro destes bens, sem custos, em caso de trânsito em vias públicas, a fim de evitar infrações e penalidades de trânsito. O cadastro ficará a cargo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), disponível para acesso pelos órgãos estaduais de trânsito (Detrans). Essa foi uma das mudanças no texto no que se refere a versão original encaminhada ao Legislativo. Ainda segundo a lei sancionada, os proprietários de tratores e

16

máquinas agrícolas devem recolher o Seguro Obrigatório de Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Vias Terrestres (DPVAT). A isenção do seguro havia sido incluída na MP durante tramitação no Congresso Nacional, mas foi vetada pela presidente Dilma. O texto também aplica aos operadores destes maquinários a mesma jornada diária de trabalho dos motoristas profissionais, de oito horas, prorrogáveis por mais duas (extraordinárias) ou quatro (acordo ou convenção coletiva). Fonte: CNA


REVISTA O ZEBU NO BRASIL

Leilão Fundão movimenta mais de R$ 700 mil Os 30 anos de fundação da Fazenda Fundão foram bem comemorados com um leilão que fechou com faturamento total de R$ 727 mil. Afinal, são três décadas de dedicação da família Horta, apaixonada pelo Gir. Foram R$ 334 mil de investimento no Gir Leiteiro, com média de R$ 27.833 por lote e R$ 393 mil no Girolando, com média de R$ 17.863 por lote. No geral, a média de investimento atingiu R$ 21.382. O maior comprador foi Embaré (laticínios), que comprou 11 animais que serão doadoras do Projeto mais Sólidos e ganhou a prenhez Gir leiteiro Nogueira e Sansão. O primeiro lote, com 30 bezerras da Geração

2015, foi arrematado pela Fazenda Mutum, por R$ 27 mil. Na sequência, 50% da Indonésia FIV Fundão, descendente direta da grande matriarca Nogueira do Fundão, foi negociada por R$ 24 mil. Dessa maneira, o Grupo Cabo Verde se torna sócio de Roberto Horta. Valorizada em R$ 78 mil, Paulo César Bernardes e Roberto Martins Viella adquiriram 50% da Ventura S FIV Fundão por R$ 39 mil, uma das doadoras mais premiadas de 2014 da Fazenda Fundão. O lote mais valorizado foi o da Belga Raízes FIV Fundão, Grande Campeã Novilha Torneio Leiteiro Pompeu 2015, com produção média de

17

79,410 kg de leite por dia. Valorizada em R$ 90 mil, Belga teve 50% de suas cotas adquiridas por R$ 45 mil, pelo deputado Raimundo Palito, novo sócio do Projeto Raízes. Já Catita Jaguar do Fundão foi vendida, depois de uma acirrada disputa, para Lucas Rezende da Fazenda Nascente Alta, por R$ 48 mil. Filha de Regancrest S. Braxton-ET e Tâmara Pinho Fundão, e produtora de 6.546 kg de leite, Carabina Raízes Fiv Fundão foi valorizada em R$ 66 mil.


GERAL

Agricultura Familiar Produtor de queijo Canastra consegue registro para produção nacional

Por: Sabrina Alves

A Serra da Canastra ficou ainda mais conhecida depois do reconhecimento concedido a um produtor de queijo daquela região tradicional pela produção de um dos produtos que mais simbolizam o estado de Minas Gerais. O produtor de queijo Canastra Guilherme Ferreira foi congratulado com o primeiro registro de queijaria artesanal na região da Serra da Canastra. Houve a adesão ao Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Sisbi/POA), obtido por meio do Programa de apoio à Regularização da Agroindústria Familiar de Pequeno Porte, concedido pelo Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA). De acordo com as informações repassadas pelo IMA, a fazenda obteve o registro depois de cumprir etapas determinadas pelo instituto o que inclui realização de exames de saúde de todos os trabalhadores, regularização da vacinação do rebanho da fazenda, e ainda a participação em cursos relacionados as boas práticas de fabricação de queijo e adequação da infraes-

trutura do local, onde fica a Instância Capim Canastra, localizada em São Roque de Minas. Guilherme ainda assinou, em nome fazenda, um termo de compromisso para a regularização da produção do queijo tipo artesanal, seguindo as determinações previstas na Lei Estadual 19.476, ou Lei da Agroindústria Familiar. O reconhecimento foi comemorado pelo gerente de Educação Sanitária e Apoio à Agroindústria Familiar do IMA, Gilson de Assis Sales. Ele explicou que a fazenda terá a liberdade de produzir e comercializar queijo para todo o país. “O IMA tem realizado um trabalho intensivo e contínuo para estimular a regularização dos pequenos produtores familiares de queijo, por meio da realização de visitas técnicas, seminários, palestras e distribuição de material informativo”, além de investimentos por parte do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), que disponibilizou R$ 2 milhões, em 2011, para compra de equipamentos e veículos, treinamen18

to dos servidores para visitas técnicas e atendimento aos produtores no campo. A luta de dois anos foi lembrada por Guilherme. Segundo ele, “foi um alívio chegarmos até aqui nesses dois anos. A conquista não foi somente para nós, mas também para a região da Canastra, que ganhou maior visibilidade. O IMA tem sido um grande parceiro, além de criar possibilidades dentro da legislação para facilitar a vida dos produtores”.

Produção Por dia são produzidos uma média de 25 queijos. Já os preços podem chegar até R$50. Mas nem sempre foi assim. O responsável pela Instância diz que a produção aumentou e todos os produtos são feitos com leite extraído das vacas da raça caracu (gado histórico da região) e coalho italiano. E agora, com a regularização da queijaria, os produtos quase dobraram de preço que comprova o resultado desta conquista.


19


GERAL

Produtor de Tapiraí – MG,

vence concurso de queijo artesanal Por: Thassiana Macedo No 8º Concurso Estadual do Queijo Minas Artesanal, o queijo produzido no município de Tapiarí, na Serra da Canastra, foi eleito o melhor do estado. A seleção foi feita pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater-MG), em parceria com a Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) e a Associação Brasileira dos Criadores de Girolando.

A eleição ocorreu durante a Megaleite 2015, no Parque Fernando Costa, em Uberaba. A produção de queijo artesanal é a principal fonte de renda para 30 mil pequenos produtores, em 600 municípios mineiros. A comissão julgadora avaliou 30 queijos artesanais selecionados em etapas regionais de sete regiões produtoras, sendo Araxá, Campo das Vertentes, Canastra, Cerrado, Serra do Salitre, Serro e Triân-

20

gulo Mineiro. Apenas cinco queijos foram classificados como os melhores do estado. O vencedor foi o produtor Nereu Ramos Martins que fabrica queijos há mais de 20 anos e produz diariamente cerca de 30 unidades da melhor iguaria mineira. Com a ajuda da família, o produtor atende principalmente ao mercado da região Oeste de Minas, mas seu produto também pode ser encontrado em São Paulo e


REVISTA O ZEBU NO BRASIL

no Rio de Janeiro. “Sempre contamos com o apoio da Emater e do IMA para mostrar que é possível melhorar a qualidade do queijo. Com este título vamos agregar valor ao queijo, conseguir melhor preço de venda e melhorar a vida da nossa família”, afirma. Em segundo lugar ficou o queijo produzido por Lazaro Francisco dos Reis, de Patrocínio. Também

foram selecionados os queijos fabricados por Vanderlino dos Reis Moreira, de Serra do Salitre; José Maria de Oliveira e Maurício Alves de Oliveira, de Rio Paranaíba. Os participantes recebem o apoio do Programa Queijo Minas Artesanal, executado pela Emater-MG, visando orientar e qualificar produtores na padronização, melhoria de embalagens e comercialização dos

21

produtos. “A cada edição do concurso é notável a melhoria da qualidade dos queijos. Os produtores buscam sempre melhorar a produção, aprimorando todo o processo de fabricação, para apresentar um queijo mais gostoso e com mais qualidade”, destaca a coordenadora técnica Estadual de Agroindústria da Emater-MG, Marinalva Soares.


7º LEILÃO NELORE

PRIMAVERA MÁQUINAS

22


UM DIAMANTE DE LEILÃO! A 7ª edição do Leilão Nelore Vera Cruz foi um sucesso! Expectativas superadas ao serem comercializados 182 touros PO avaliados, com média de R$ 15.313,52 por animal. A cada batida de martelo o coração a mil com 127 fêmeas leiloadas, com valor médio de R$ 7.556,22. E o lote mais aguardado: a venda de 50% do touro FARAÓ FVC, já contratado pela Alta Genetics e arrematado pela Fazenda Boa Vista, Orizona - GO, pelo valor de R$ 165.000,00. E para fechar o leilão com chave de ouro foram comercializadas 14.500 doses de sêmen durante o evento. Fica aqui o nosso agradecimento a todos que fizeram desse leilão uma pedra preciosa,

Fotos: Flávio Pacheco

base para elevar o valor da pecuária. Obrigado!

APLICOU, ESTÁ PROTEGIDO!

23


Fotos: Flávio Pacheco / JM Matos

7º LEILÃO NELORE

FARAÓ FVC,

A ESTRELA QUE BRILHOU NO 7º LEILÃO VERA CRUZ 50% DO LOTE MAIS AGUARDADO DO LEILÃO FOI ARREMATADO PELA FAZENDA BOA VISTA (ORIZONA - GO) NO VALOR DE R$

165.000,00. PARABÉNS AOS

PROPRIETÁRIOS QUE ADQUIRIRAM UM TOURO DE CENTRAL COM GENÉTICA PRECIOSA!

24


CADERNO

Foto: JMMATOS

Nelore

Dorival Gibertoni da Nelore Gibertoni

25


26


27


NELORE

Nelore Gibertoni

A paixão pela raça se tornou o melhor investimento Fotos: BOY/Douglas Nascente/ZZN Peres

Em nove anos de aprimoramento da raça, a Nelore Gibertoni é referência no fornecimento de genética de qualidade e sofisticação. Quase uma década de dedicação resultaram na seleção de um plantel bem sucedido, com as melhores doadoras Puro de Origem (PO) do mercado, além das jovens promessas com genética já comprovada. Depois de movimentar R$ 1,4 milhão, em apenas dois dias de leilão virtual com 62 lotes de machos, fêmeas e prenhezes selecionados por Dorival Gibertoni em Taquaritinga, na região centro-norte de São Paulo, a marca se prepara para participar de mais um leilão de sucesso na capital do Zebu, durante a 44ª Expoinel. Para Murilo Gibertoni, terceira geração dessa família apaixonada pela raça Nelore Elite, o segredo do sucesso da marca é unir o bom e velho “olho do dono” com as ferramentas e tecnologias mais atualizadas do mercado. “Hoje, contamos com a assessoria técnica de João Marcos Borges, da Ipê Ouro, que realiza os acasalamentos com base nas avaliações do Programa de Melhoramento Genético de Zebuínos (PMGZ) da ABCZ. Vemos essa união como fundamental para o sucesso, pois é a certeza do que estamos ‘vendo’ através de uma ferramenta muito importante que é a avaliação genética. A Fecundação 28

Por: Thassiana Macedo


ad

LEILÕES Uma nova empresa que já nasce com 26 anos de experiência em leilões rurais. Connect Leilões: a conexão entre a experiência, confiança, comprometimento e os resultados. Conecte-se a nós.

www.connectleiloes .com.br connect@connectleiloes.com.br Av. Ayrton Senna da Silva, 200 - Torre II - 11º andar sl. 1102 - Gleba Palhano CEP 86.050-460 - Londrina/PR - Tel. (43) 3372-1111 29


REVISTA O ZEBU NO BRASIL

In Vitro (FIV) nos ajuda bastante hoje, pois podemos multiplicar nossa genética em larga escala e a chance de produzirmos um animal diferenciado, aumenta”, explica. Os Gibertoni iniciaram a criação da raça Nelore em 2006, adquirindo animais em parceria com Hel-

der Galera, da Agropecuária J.Galera. “Sempre acompanhamos os leilões e exposições pela televisão e pela internet, com muita vontade de iniciar uma criação da raça. Decidimos então conhecer o famoso projeto da Agropecuária J.Galera. Durante um shopping da J.Galera, ficamos fascinados com

a docilidade e beleza dos animais, e resolvemos adquirir 50% da prenhez da Itália IV TE J.Galera e 50% da prenhez da Fadamy TE J.Galera. E esse foi só o início da criação e da amizade. A partir desse momento, começamos a fazer parcerias e investimentos com outros importantes criadores da raça, como Agropecuária Mafra, Fazenda do Sabiá, Rima Agropecuária e Fazenda Ipê Ouro”, lembra Murilo. Após três anos de experiência adquirida através dessas importantes parcerias, a família Gibertoni decidiu dar os primeiros passos em direção à criação com estrutura própria. Hoje, a principal propriedade da Nelore Gibertoni está localizada no município de Taquaritinga, interior de São Paulo. São oito alqueires destinados à criação do Nelore Elite, com piquetes rotacionados, baias de animais para pista e para leilões, bezerreiro e curral. “No início, compramos prenhezes das maiores doadoras da atualidade, pois enxergamos que esta seria a melhor alternativa para adquirir a melhor genética do mercado, com preços acessíveis. Compramos as prenhezes Itália IV, Vala da Barros Correa, Betina I LRMS, Flagra TE SJ do Cocal, Orta da Genebra e da Maharash II TE J.Galera, entre outras. E hoje, elas são as matrizes que produzem os nossos campeões”, destaca o criador. Porém, o projeto não parou por aí e a família ainda mantém uma propriedade de apoio em Guarantã, também no estado de SP, onde ficam as receptoras e os garrotes Nelore PO. Hoje o plantel conta com cerca de 40 matrizes, entre doadoras já provadas nas pistas e jovens promessas da melhor genética Gibertoni. “Temos

30


I N D I C A Ç Ã O C E R T E I R A PA R A A S A Ú D E F I N A N C E I R A D O S E U R E B A N H O .

3 º

L E I L Ã O

NÇA

TU

F

O PELA

GEN

A

RBINAD

ÔM

87 T O U R O S D I F E R E N C I A D O S D U R A N T E

S CON

IA

M

AI

IC A

E X P O G E N É T I C A

segunda-feira às 21h MAIS INFORMAÇÕES: (16) 3203-8815 OU CONTATO@BRASILCOMZ.COM

Tatersal Rubico Carvalho UBERABA MG

QUALIDADE COMPROVADA PELO MERCADO - EM APENAS DUAS EDIÇÕES, 6 TOUROS CONTRATADOS POR CENTRAIS! Aviso: o uso correto da genética certificada Boi com Bula proporciona grandes lucros. Pode confiar! L E I L O E I R A

T R A N S M I S S Ã O

R E A L I Z A Ç Ã O

L E I L Ã O

O F I C I A L

A P O I O

(16) 3203.8815

P R O J E T O

PAT R O C Í N I O

NELORE

B O I

C O M

B U L A

2.0 C O N V I DA D O S: HORA AGRONEGÓCIO, NELORE CEN, NELORE SINO E GENÉTICA NATAL 31


ZEBU

sociedade com criadores de todo o país, como Henrique & Juliano, João Mauricio Dantas Leite, Agropecuária Carthago, Agro Vila Real, Fazenda Ipê Ouro, Fazenda do Sabiá, Rima Agropecuária, Agropecuária Mafra, Ourofino Genética Animal, entre muitos outros nomes de peso que ajudam a construir esse projeto”, reforça. O projeto Nelore Gibertoni sempre buscou aliar genética, funcionalidade, beleza racial e produtividade. Essa preocupação trouxe resultados como Coliseu FIV Giber, o primeiro campeão nacional produzido pela família Gibertoni, e outros animais que se destacaram nas pistas e nos leilões de todo o país, como Condessa, Califórnia, Drako, Dália, Embaixatriz, Fiorella, Gold, Gopal, Imperatriz, Irlandesa, Indhu, Mantova, Iohana, Imperador e Veneza. O criador ressalta ainda que o foco principal da Nelore Gibertoni é identificar jovens promessas com genética comprovada, que possam produzir os futuros campeões de pista. “A criação de Nelore é uma atividade muito rentável, devido à velocidade

com que tudo acontece. Enquanto hoje o criador busca o melhor acasalamento para a sua doadora, amanhã ele pode estar levantando o troféu na pista. E é isso que nos impulsiona e nos emociona tanto na atividade”, avalia Murilo. E Murilo Gibertoni sabe bem do que está falando, pois na Expozebu 2015, os filhos de doadoras da Nelore Gibertoni, conquistaram oito Primeiros Prêmios, sendo três campeonatos

32

Nacionais. “Para nós, isso representa um reconhecimento enorme do nosso trabalho e da nossa dedicação, especialmente porque quatro dos oito primeiros prêmios obtidos são da marca Nelore Gibertoni. Sem dúvida, um dos animais mais comentados em todas as exposições do país, é a nossa Gênova Giber, a qual este ano é dona de conquistas como a Grande Campeã Expoinel Minas 2015, a Reservada Grande Campeã Expozebu 2015, a


REVISTA O ZEBU NO BRASIL

44ª Expoinel Nacional. E a marca Nelore Gibertoni pretende surpreender os criadores mais exigentes. “Participar de um leilão na capital do Zebu, representa honra e orgulho. O convite foi feito no ano passado por Ipê Ouro, Rima Agropecuária, Nelore Revemar e Nelore Pau D’Arco, importantes parceiros de nosso criatório. A edição do ano passado foi sucesso absoluto, pois apresentamos a qualidade dos animais da marca Gibertoni em nível nacional e a edição desse ano promete surpreender criadores Grande Campeã Três Lagoas 2015 e a Grande Campeã Expoinel Paulista 2015. E ainda promete fortes emoções”, comemora. Nascida em julho de 2013, filha do Basco da SM com a Retza TE J.Galera, a Gênova Giber representa o fruto de quase uma década de dedicação e trabalho em torno da marca Nelore Gibertoni. “A Gênova é a realização de um sonho. Ela nos mostrou que quando amamos nosso trabalho, tudo é possível e todo sonho pode se concretizar, basta lutarmos por eles.

A Gênova está mostrando tudo isso. Com fé, perseverança e amor, nosso sonho não vai parar por aqui”, frisa Murilo. Em setembro, o Parque Fernando Costa, em Uberaba, sedia a

33

de todo o país. Apresentaremos um pacote de prenhezes com a genética dos principais campeões da atualidade. Teremos uma forte promessa de vitória para as pistas e um animal já campeão”, conclui Murilo Gibertoni.


34


35


NELORE

ACNB prevê faturamento de

R$ 25 milhões durante a 44ª Expoinel Por: Thassiana Macedo Fechando o calendário de exposições de 2015, a Associação dos Criadores de Nelore do Brasil (ACNB) promove a 44ª edição da Expoinel Nacional, de 17 a 27 de setembro, no Parque Fernando Costa. Ocupando o posto de maior evento da raça no Brasil, a exposição é palco para a comercialização de genética Nelore e sedia o Ranking Nacional do Nelore, o qual atrai criadores e expositores vindos de vários lugares do país. Animais passarão por pesagens, diagnósticos de gestação e julgamentos, e criadores poderão participar dos leilões oficiais e, neste ano, também da segunda etapa do Circuito ExpoCorte.

Segundo o gerente executivo da ACNB, André Locateli, focada no segmento de genética zebuína, a Expoinel funciona como uma grande praça de comercialização de material genético e são esperados em torno de 900 animais. “Para a edição 2015, temos a previsão de realizar 11 leilões da raça Nelore e uma expectativa de faturamento ou de movimentação da ordem de R$ 20 milhões a R$ 25 milhões. Diante de um cenário conturbado da economia nacional e como os valores de comercialização da raça Nelore tem se mantido em relação a 2014, vemos que o setor pecuário se mostra com grande esteio e espera36

mos uma manutenção dos mesmos patamares, o que já é um grande resultado”, avalia. Para ele, a sustentabilidade é um ponto fundamental para o ganho de produtividade na pecuária nacional e a atividade no Brasil é uma das mais sustentáveis do mundo. “Produzimos um animal rústico, a pasto, que é capaz de transformar um alimento de baixo valor biológico, ou seja, o capim, em produto de alto valor nutritivo para a alimentação humana, que é a carne. Porém, sempre há o que melhorar. Um dos pilares para isso é a genética e na Expoinel reunimos o que há de melhor e de ponta em termos de ge-


REVISTA O ZEBU NO BRASIL

nética da raça Nelore”, destaca o gerente. Exposições. Há três anos, a Expoinel também reúne criadores do Brahman. Segundo o diretor executivo da Associação dos Criadores de Brahman do Brasil (ACBB), Rodrigo de Morais, são esperados entre 300 a 400 animais este ano, o que representa um aumento de até 30% em relação ao evento no ano passado, que recebeu cerca de 200 animais. “Além dos julgamentos tradicionais de elite, vamos trabalhar pelo segundo ano os

julgamentos a campo. Fomos a primeira raça a fazer o julgamento de animais rústicos criados a pasto em categoria específica de produção”, afirma. Além disso, pela primeira vez o evento também sedia a 17ª Exposição Nacional do Gir Leiteiro (ExpoGil), antes realizada durante a Megaleite, para a qual são esperados 300 animais na pista de julgamento e outras 40 vacas no torneio leiteiro. De acordo com André Rabelo da Associação Brasileira de Criadores de Gir

37

Leiteiro (ABCGIL), a exposição marca o encerramento do Ranking Nacional 2014/2015 do Gir Leiteiro. “Por ter uma pontuação dobrada, sendo uma exposição que tem maior peso dentro do ranking, o evento atrai os principais criadores do circuito leiteiro do país. Um dos objetivos da parceria é aproveitar o público da exposição, pois há muitos neloristas criadores de Gir Leiteiro e uma raça acaba complementando a outra”, conclui.


NELORE

REVISTA O ZEBU NO BRASIL

Etapa da ExpoCorte em Uberaba visa ao fomento da cadeia produtiva Pela primeira vez, Uberaba sediará este ano a terceira etapa do 4º Circuito ExpoCorte. O evento percorre as cinco regiões mais produtivas do país realizando ciclos de palestras sobre as novidades tecnológicas destinadas a melhorar a produtividade da pecuária. Depois de passar por Cuiabá (MT), onde recebeu mais de mil criadores e também por Campo Grande (MS), com 1.400 participantes, em Uberaba, o circuito ocorre nos dias 24 e 25 de setembro, dentro da Expoinel. A etapa é fruto de parcerias com a Associação dos Criadores de Nelore do Brasil (ACNB) e com a ABCZ, e visa a

fomentar a cadeia produtiva da carne brasileira. De acordo com a organizadora do circuito, a diretora da Verum Eventos, Carla Tuccilio, a novidade é que a edição deste ano discutirá o conceito do boi “777”, o qual permite produzir mais carne em menos tempo, com aumento de 30% no lucro. “É um sistema de produção desenvolvido por pesquisadores da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios e da Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo. Ele propõe ao produtor alcançar sete arrobas na cria, sete na recria e sete na engorda em 24 meses. É um desafio

38

e para isso o produtor precisa se qualificar tecnicamente. E o circuito dá a oportunidade dele conhecer as tecnologias disponíveis afim de atingir essa meta”, esclarece a diretora. O objetivo do circuito é proporcionar conhecimento sobre nutrição, mercado, genética e novas tecnologias, entre outras informações, visando a promover melhorias em médio e longo prazo na cadeia da carne, a partir do aumento da produtividade e da qualidade da produção. Além disso, criadores poderão se reunir com empresas fabricantes de insumos durante a Feira de Negócios.


DIA 2 DE OUTUBRO show ESPECIAL COM victor e léo!

Essa raça nos inspira.

3 dias em outubro: Sexta - Dia 2: 21 h | Sábado - Dia 3: 14h | Domingo - Dia 4: 14h

Recinto de Leilões Terra Nova • Campo Grande • MS venda das principais doadoras e campeãs de pista Promoção

Realização

www.programaleiloes.com

e amigos especiais

43 3373-7077

Transmissão

Agência

LANCES E CADASTROS

43 3026-7777

43 3373-7000 11 3137-7690

Patrocínio

39

Assessorias

67 3423-7214

34 3316-7736

34 3314-9495


17 A 27 DE SETEMBRO PARQU E FER NAN DO COSTA U BERABA/MG

Seus animais em destaque na mais importante exposição de Nelore do País. INSCRIçõES: 27/7 A 18/9

JULGAMENTOS:

DATA-BASE: 18/9 (sexta-feira)

INíCIO NELORE: 20/9 (domingo)

ENTRADA DOS ANIMAIS: 14 A 18/9

INíCIO NELORE MOChO: 25/9 (sexta-feira)

INFORMAçõES: (11) 3293-8900

GRANDES CAMPEONATOS NELORE E

rankingnacional@nelore.org.br

40

NELORE MOChO: 27/9 (domingo)


ad

Participe da 44ª Expoinel e exponha a qualidade da sua seleção. LEILõES 36º LEILÃO ANUAL CARPA 19 DE SETEMBRO - 13h30

LEILÃO PÉROLAS DO NELORE 24 DE SETEMBRO - 21h

LEILÃO NELORE COLORADO E hVP EXPOINEL 2015 - 20 DE SETEMBRO - 13h

LEILÃO PRENhEZES DE CLONES GENEAL 25 DE SETEMBRO - 12h

LEILÃO VIRTUAL ACNB & AMIGOS 20 DE SETEMBRO - 20h

LEILÃO TERRAS DO NELORE 2015 25 DE SETEMBRO - 20h

LEILÃO PERBONI E CONVIDADOS 21 DE SETEMBRO - 21h

LEILÃO JOIAS DA RAçA 26 DE SETEMBRO - 13h

LEILÃO VIRTUAL NOVA GERAçÃO SABIÁ 22 DE SETEMBRO - 21h

LEILÃO EAO & GUADALUPE 26 DE SETEMBRO - 20h

LEILÃO NELORE JOP 23 DE SETEMBRO - 21h

EVENTOS PARALELOS CIRCUITO EXPOCORTE: 24 E 25 DE SETEMBRO MAIS INFORMAçÃO E TECNOLOGIA DURANTE A EXPOINEL. PARTICIPE!

XI EXPO BRAhMAN: 17 A 27 DE SETEMBRO PARQUE FERNANDO COSTA - UBERABA/MG

17ª EXPOSIçÃO NACIONAL DO GIR LEITEIRO 17 A 27 DE SETEMBRO - PARQUE FERNANDO COSTA - UBERABA/MG

Realização:

Apoio:

41


NELORE

REVISTA O ZEBU NO BRASIL

Dedal é destaque no leilão Vera Cruz O 7º Leilão Vera Cruz realizado no dia 25 de julho, terminou com a venda de 33% do touro Dedal Marupiara OV, por R$60 mil. O lote vendido pela ABS Pecplan e Seleção OV foi adquirido pelo pecuarista Ivan Heitor Duarte, de Rondonópolis (MT). Para o gerente de Produto Corte Zebu, da ABS Pecplan, Gustavo Morales, “o resultado do remate foi um sucesso, tanto é que clientes do reprodutor já solicitaram sêmen do touro rematado”. O exemplar já conta com progênies nascidas com genética comprovada. Morales explica ainda que os índices do animal em IATF são impressionantes, o que já adiantou o excelente resultado. Dedal Marupiara OV, conta com uma alta concentração de sangue Lemgruber e é filho de Jamanta em matriz Farol. Além de Dedal, o Leilão ofertou outros 200 reprodutores PO, 200 Matrizes PO e mais de três mil animais de corte. Fonte: ABS News

42


43


ad

Apresenta

LEILテグ VIRTUAL

ACNBren&hezAMIGOS es Nelore P

20.setembro domingo.20h Ponto de encontro: Estande da Ourofino Oferta especial de prenhezes de consagradas doadoras, pertencentes aos times de grandes selecionadores do Nelore, com renda revertida para a Associaテァテ」o dos Criadores de Nelore do Brasil. Durante a

Leiloeira:

Apoio:

Assessorias:

LUCK Assessoria Pecuテ。ria

(43) 3373.7077

(34) 3315.5606

44 9161.0151 (34)


45

Fotos: JMMATOS


46


47


48


49


NELORE

Nelore JR

40 anos de excelência em seleção genética Fotos: JMMATOS Por: Thassiana Macedo

A responsabilidade da pecuária na subsistência e segurança alimentar global é enorme. Hoje, ela contribui com 40% da produção. Este crescente mercado consumidor exige animais com maior produtividade e menor custo, em menos tempo. Visando a tornar a atividade mais rentável, o melhoramento genético passou a ser uma preocupação constante da Júlio Bernardes Agropecuária (JBA). Por mais de 40 anos, a titular da Nelore JR, desenvolve um programa de seleção genética que se consolidou pela excelência de seu rebanho, ao buscar alternativas para aumentar a eficiência dos sistemas de produção com a utilização de animais mais precoces e geneticamente superiores para características de importância econômica. Em 1998, a JBA ingressou no Programa de Melhoramento Genético Nelore Brasil, coordenado pela Associação Nacional de Criadores e Pesquisadores (ANCP). Segundo o selecionador Júlio Roberto Macedo Bernardes, as metas da JBA foram aprimorar características que afetam o desempenho econômico do rebanho, maximizar a eficiência de produção, produzir animais de alta qualidade e atender os objetivos do mercado através de programa de seleção genética aprimorado nas fazendas da Júlio Bernardes Agropecuária.

50


REVISTA O ZEBU NO BRASIL

O geneticista Cláudio Magnabosco, que desenvolve esse trabalho na JBA, explica que as fazendas adotam como critérios genéticos, a produção de leite com habilidade materna aos 120 dias, crescimento pré e pós desmame, eficiência reprodutiva, fertilidade e precocidade sexual, bem

como avaliação de temperamento, tipo funcional e conformação do aparelho mamário. Entre 2005 e 2015, a Júlio Bernardes Agropecuária apresentou aumento de 230% para Mérito Genético Total (MGT), índice que leva em consideração características reprodu-

51

tivas, de crescimento e de habilidade materna. Para critérios como habilidade maternal total, após dez anos de seleção, a JBA registrou progresso genético de 168%. Já para peso aos 365 dias de idade o aumento foi de 123%. Nos dois últimos índices, a Júlio Bernardes Agropecuária superou os valores apresentados pelos participantes do Programa Nelore Brasil da ANCP e as fazendas certificadas para melhoramento genético com o Global G2. Tendo como critérios de seleção a precocidade sexual e a fertilidade, a JBA utilizou o perímetro escrotal aos 365 dias, em que o aumento observado foi de 472%. De acordo com Magnabosco, visando tornar o sistema de produção mais eficiente e rentável, a seleção JBA buscou diminuir o peso adulto das vacas. “Com isso, é possível reduzir os custos com manutenção e evitar vacas maiores que geralmente são menos férteis e pouco eficientes na produção de bezerros. Enquanto a DEP (Diferença Esperada na Progênie) para peso adulto da vaca era de 29,8 em 2010, hoje esse valor foi reduzido para 24,43”, esclarece. O geneticista avalia que mesmo com peso adulto de vacas próximo da média das demais fazendas, houve melhora nas características reprodutivas dos animais selecionados pela JBA, com aumento da longevidade produtiva e da capacidade de produção do quilo de bezerro desmamado, além da redução do início da vida reprodutiva. “Isso refletiu na velocidade e eficiência de ganho de peso, tanto na fase pré quanto pós desmame. Com esses resultados, fica claro que a seleção desenvolvida na Júlio Bernar-


ZEBU

des Agropecuária conseguiu atingir as metas propostas, fruto de um longo trabalho que continua em ascensão”, avalia Cláudio Magnabosco.

Touros JR Do plantel JBA, dois animais despontam justamente por reunirem as melhores e mais rentáveis características genéticas da raça Nelore Elite. O geneticista ressalta que Aga-Khan JR TAR foi destaque do Teste de Desempenho de Touros Jovens, realizado pela Embrapa em 2013/2014, no qual foi classificado como Elite. “Classificado como TOP para área de olho de lombo e avaliação visual, ele apresenta bom rendimento de carcaça e também atende o biótipo desejado pelo mercado. Aga-khan foi o animal mais valorizado do leilão Embrapa 2014, no qual a Nelore ECOZ e a Paulete Agropecuária adquiriram 50%. Possui um ótimo comprimento corporal, costelas compridas e bem arqueadas, ótima estrutura óssea e boa pigmentação. Filho do Maia FIV MAT, foi contratado pela ABS Pecplan em 2014 e também foi TOP 9% para MGT na avaliação genética pelo Programa Nelore Brasil 2015, destacando-se pela harmonia que possui em sua régua de DEPs. Trata-se de animal indicado para qualquer rebanho pelas suas características de ganho

em peso, velocidade de crescimento, rendimento de carcaça e precocidade sexual”, informa o geneticista. Já o Quark JR TAR, filho do raçador Quark Col em vaca Rambo da MN, possui uma régua de DEPs muito equilibrada, sendo TOP 2% para MGT que demonstra sua harmonia para habilidade maternal, crescimento e fertilidade. “Quark JR é indicado para rebanhos que querem melhorar características de habilidade materna, velocidade de crescimento e ganho

52

em peso pré-desmame, sendo TOP 1% para DEP Habilidade Materna aos 210 dias de idade (MTP210) e Peso aos 120 dias (P210), e TOP 0,5% para MP120. Filhos do Quark JR também apresentaram peso elevado pós-desmame, por ser TOP 2% para DEP Peso aos 450 dias (P450)”, pontua Magnabosco. Além disso, o especialista ressalta que o Quark JR se destaca pela sua carcaça moderna e precoce, pelagem firme, ossatura forte e bela


REVISTA O ZEBU NO BRASIL

expressão racial. “Ele foi contratado em 2012, para compor a bateria de touros da CRV Lagoa. Touro precoce e com alta fertilidade, o Quark JR transmite essas características a sua progênie. Em avaliação dos filhos que Quark JR já possui, foi observado média de MGT TOP 3% (13,50). Sua progênie também apresentou TOP 3% para DP365, DP450 e DSTAY. Além disso, a progênie de Quark JR é TOP 4% para MTP120, MTP210 e DP210”, elucida o geneticista.

se altos índices de produtividade com progênie de alto potencial genético. “Para MGT, a progênie resultante do acasalamento 2014/2015 apresenta média de 13,44, enquanto a média no rebanho Nelore JR em 2014 foi de 10,59. Resultados satisfatórios também podem ser observados para as características relacionadas à precoci-

Genética para acasalamentos e criação de doadoras Nelore Diante dos critérios de seleção definidos pela Júlio Bernardes Agropecuária, é feita a identificação dos animais que serão pais da próxima geração e realizados os acasalamentos genéticos, essenciais para obtenção do progresso genético, e fixação das características desejáveis no rebanho. Em virtude dos critérios adotados e do uso de animais geneticamente superiores, a zootecnista Ludmilla Brunes observa que o acasalamento genético permitiu que a Júlio Bernardes Agropecuária atingis-

53

dade sexual, como PE365, 3P e IPP, além de características relacionadas a eficiência reprodutiva como PAC e STAY”, afirma. Como forma de otimizar a multiplicação do material genético de alta qualidade, fêmeas JBA que apresentam genética e desempenho superior são selecionadas para serem utilizadas como doadoras, conforme o geneticista Cláudio Magnabosco. “Para uma fêmea ser considerada uma doadora, além do potencial genético, é necessário apresentar um intervalo de parto de cerca de 365 dias, períodos de gestação mais curtos que as demais fêmeas, além de desmamar bezerros elite e/ou superiores de acordo com a avaliação genética interna realizada na fazenda. Assim, essas fêmeas apresentam um número maior de crias ao ano, com


NELORE

uma maior intensidade de seleção aplicada, o que multiplica o número de filhos TOP em um curto período de tempo, levando assim a um maior progresso genético”, explica. Magnabosco orienta que a previsão do desempenho da fêmea a um processo de fertilização in vitro deve ser baseada também no estudo da sua linhagem. “Dessa forma, temos maior segurança nos resultados a serem obtidos pelas doadoras. Além disso, é possível utilizar fêmeas cada vez mais jovens, uma vez que as avaliações genéticas e genômicas permitem aumentar a confiabilidade das decisões”, frisa. Nas fazendas JBA, são obtidos, em média, 52,3 óvulos por vaca a cada aspiração. Destes, 43,80 são viáveis para o processo de reprodução. Magnabosco esclarece que este procedimento é repetido em cada doadora três vezes por ano, respeitando a resposta hormonal e as condições

das fêmeas. “Dessa maneira, a Nelore JR apresenta uma média de 10,47 embriões por vaca aspirada, representando um resultado expressivo quando se usa sêmen sexado. A média de óvulos viáveis da raça Nelore é 30, já a media de embriões produzidos por vaca chega a 6. Os altos índices apresentados vêm ancorados na eficiência reprodutiva das doadoras e também das receptoras. O criador Júlio Bernardes se preocupa em manter condições ideais de manejo nutricional e sanitário, bem como boa condição uterina e ovariana, alcançando resultados satisfatórios”, informa. O especialista ressalta ainda que a superioridade das doadoras em relação aos demais animais é comprovada pelos resultados demonstrados no gráfico a seguir. “Para Probabilidade de Parto Precoce, as doadoras JR foram 11% superiores à média dos rebanhos participantes do Programa Nelore Brasil e fazendas certificadas

DEP Probabilidade de Parto Precoce

Cláudio Magnabosco

com o global G2, que atesta seu progresso genético. Para a MGT a superioridade é ainda mais expressiva, sendo 42% e 32% acima da média das fazendas participantes do Programa e global G2, respectivamente”, destaca.

Mérito Genético Total

Média do Mérito genético total (MGT) e média da DEP para Probabilidade de Parto Precoce (D3P) das fêmeas Doadoras JR, fazendas participantes do Programa Nelore Brasil (ANCP) e Fazendas global G2.

54


REVISTA O ZEBU NO BRASIL

Avaliação funcional Além das características genéticas, a JBA dotou a avaliação funcional e de temperamento como critérios adicionais de seleção animal. Cláudio Magnabosco afirma que são consideradas as características raciais, as quais são fortes distintivos comerciais e têm valor de mercado. “Outros critérios funcionais são a musculosidade, bem como desenvolvimento, volume e comprimento da massa muscular. Para estrutura, são avaliados profundidade de costelas e comprimento corporal, critérios que demonstram os limites em deposição muscular, estando também relacionado a rendimento de carcaça. Para precocidade, avalia-se a capacidade do indivíduo em depositar gordura de cobertura mais precocemente, sendo

desejável animais com maior profundidade de costela em relação à altura dos membros”, esclarece. Nas fêmeas, avalia-se a melhor conformação do aparelho mamário para menor risco de ferimentos e capacidade de desmame de bezerros mais

55

pesados. “A Júlio Bernardes Agropecuária também seleciona animais mais calmos e mansos, visto que esses temperamentos resultam em melhor desempenho, maior adaptabilidade e menor custo de produção”, conclui o geneticista.


QUARK JR TAR Quark Col. x Baria JR da Tarumã (Rambo da MN) RGD: JRBT B1488 // Nasc.: 01/01/2010 MGT 16,01 // TOP 2% Se destaca por carcaça moderna e precoce, pelagem firme, ossatura forte e bela expressão racial.

BASE GENÉTICA JÚLIO BERNARDES.

Mais de 40 anos de seleção! Desde 1998 no Programa de Melhoramento Genético Nelore Brasil (ANCP), a Júlio Bernardes Agropecuária tem como metas aprimorar características que afetam o desempenho econômico do rebanho, promover maximização da eficiência de produção, produzir animais de alta qualidade e atender os objetivos do mercado. 56


AGA-KHAN JR TAR Fotos: JM Matos

Maia FIV Mat. x Bilara I FIV JR TAR (Enlevo da Morung.) RGD: JRBT B2858 // Nasc.: 09/10/2012 MGT 11,03 // TOP 9% Possui um ótimo comprimento corporal, costelas compridas e bem arqueadas, ótima estrutura óssea e boa pigmentação. Foi classificado Elite (3º Lugar) na PGP Emater 2014. Criador: Júlio Roberto Macedo Bernardes Prop.: Júlio Roberto Macedo Bernardes, Robert Carlos Berger e Paulete Agropecuária.

FA Z E N D A R E C A N T O D A S E R R I N H A Guapó-GO

AVA L I A Ç Ã O :

FA Z E N D A TA R U M Ã Jussara-GO FA Z E N D A T U B A R A N A São José do Xingu-MT APOIO:

Escritório: (62) 3281.2060 // Celular: (62) 9973.9602 juliobernardesagro@terra.com.br www.juliobernardesagropecuaria.com.br

57


26 SET. 2015 SÁBADO

10h 20 anos de seleção Bacuri 11h Os rumos da seleção no Nelore 14h Venda de touros e novilhas de alto desempenho

SAFRA 2013 MGT TOP 2%

Venha participar e conferir! Rod. Assis Chateaubriand, Km 90,6 - Barretos/SP Tel./Fax: (17) 3322 6443 - Cel.: (17) 98115 6868 bacuri@barretos.com.br - www.bacuri.com.br 58

Foto: JM Matos

DIA DE CAMPO E VENDAS BACURI


CADERNO

Fotos: JMMATOS

Guzerรก

Bite e Dona Zicaca

Guzerรก ICIL

59


GUZERÁ

Guzerá ICIL

Pecuária forte e sustentável às margens do Velho Chico Fotos: JMMATOS

A região de topografia plana com leves ondulações, solo seco, forte calor e chuvas escassas, que hoje usufrui do sistema de irrigação batizado de Projeto Jaíba, idealizado em 1971 durante o milagre econômico, é também palco de uma criteriosa seleção de Guzerá. A área desapropriada de 100 mil hectares deveria se transformar no maior perímetro de irrigação do país e seria pilotada por médios e grandes produtores. Porém, a execução se estendeu até meados da década de 1980 e quando finalizado, o Governo resolveu distribuir as terras a pequenos produtores, com a justificativa de “justiça social”. Tais produtores conheciam apenas a produção de subsistência e mal souberam fazer uso das terras recebidas para saírem da miséria. Com a ocupação diferente da prevista, resultando em 30 anos de atraso nos objetivos do projeto, os empresários só tiveram acesso às terras de grande potencial produtivo no início dos anos 2000. O progresso tomou conta da região e hoje suaviza a miséria e a tristeza do Alto Médio São Francisco que ficaram no passado. Em 1968, a ICIL adquiriu a Fazenda Canadá que fica situada à margem esquerda do rio São Francisco e em frente ao Projeto Jaíba.

60


REVISTA O ZEBU NO BRASIL

Em região reconhecida por inúmeros cultivos agrícolas e pela forte pecuária no norte de Minas Gerais, a Fazenda Canadá pertencente à Indústria e Comércio Itacarambi S.A. (ICIL), é hoje uma potência em produção de banana, milho, soja, carne e Guzerá. A história de dedicação ao Guzerá tem início em 2000, quando Milton Dias Filho, mais conhecido como Bite, se viu orientado pela sugestão de Maria do Carmo dos Mares Guia Dias, a Dona Zicaca, sua esposa e companheira de toda a vida, sobre a criação de um gado de extrema beleza, mas que tivesse rusticidade, produtividade e perfeita adaptação às condições climáticas da propriedade de 9.500 hectares. No mesmo ano,

61


GUZERÁ

o produtor adquiriu as primeiras 20 fêmeas Guzerá no Leilão da Família Garcia Cid, em Uberaba. A fazenda, de organização cinematográfica, conta com aeródromo de 1.600 metros de pista asfaltada, completa estrutura de currais, laboratórios, casa de rações, escritórios, casas de embalagens, captação de água do rio São Francisco, confinamento, pivôs centrais, moderno maquinário e mão de obra bem capacitada. A propriedade abriga mais de 50 famílias e conta com escola, grupos de artesanato, biblioteca, ações sociais capitaneadas por Dona Zicaca e uma completa estrutura de apoio aos colaboradores. A ICIL é, atualmente, a segunda maior empregadora do município de Itacarambi, atrás apenas da Prefei-

tura Municipal. São 340 funcionários, sendo 51 deles com décadas de carreira, entre eles o gerente geral Zé dos Santos, há 20 anos na ICIL; o gerente pecuário Fábio e o gerente de campo e baia Xicão, ambos com 30 anos de

62

carreira; e o condutor de maquinários Zé Carlos, o mais antigo funcionário com 40 anos de casa. Dividida entre 60 pastos e piquetes, toda a área da Fazenda Canadá é contemplada com 17,5 km


REVISTA O ZEBU NO BRASIL

de extensão às margens do rio São Francisco. Além disso, uma outorga confere o direito de captação de até 7.200m³ de água por hora, usados com a máxima prudência e consciência. As águas do “Velho Chico” são distribuídas pelos 15 km de canais de irrigação que abastecem toda a propriedade. Referência Agrícola na região, a ICIL detém 14 pivôs centrais, no total de 1.200 hectares irrigados, usados para cultivo de milho e soja em rotação de cultura. Os índices de produtividade na propriedade estão muito acima da média nacional. Atualmente, a produção de milho é de 190 sacas por hectare e a de soja chega a 70 sacas por hectare. A média nacional é de 100 sacas/ha para milho e 50 sacas/ha para soja.

As bananas produzidas na ICIL são do mais alto padrão de qualidade, vendidas para mais de 20 selos diferentes. Os 490 hectares de banana prata e grand naine são conduzidos às “Packing Houses” ou Casas de Embalagens através dos 46 km de

63

cabos aéreos. Com capacidade para confinamento de 5 mil cabeças simultâneas, a ICIL é uma das potências no respeitado mercado produtor de carne do norte de Minas. Um pivô de 90 hectares de Tanzânia é exclusivamente


GUZERÁ

destinado à engorda de 1.200 cabeças. Nas instalações do Confinamento ICIL, o trato é feito com silo e concentrado próprios. A ração é produzida na

fábrica de rações da Fazenda, com grãos e silagem próprias. “Este é um ciclo de sustentabilidade que serve de exemplo para todas as áreas do campo. É mais que uma tendência, é uma necessidade”, completa Eros Gazzinelli, engenheiro de Recursos Energéticos e Consultor em Pecuária. O projeto da ICIL é que a Fazenda Canadá se torne totalmente sustentável já em meados de 2016, ano em que Bite também tem grandes planos para o Guzerá. O rebanho Guzerá Marca ICIL conta hoje com aproximadamente 400 fêmeas em reprodução, sendo que nos

64

últimos três anos, foram colhidos, em média, 100 produtos de FIV e a expectativa é aumentar esse resultado. Os animais são acompanhados desde o nascimento e após 4 meses são selecionados aqueles com potencial para representar o time de pista ICIL, que disputam as mais concorridas exposições do cenário nacional. Nos dois últimos anos, a ICIL passou por uma grande evolução nas performances em pistas conquistando os títulos de 2º Melhor Expositor Expozebu 2014 e 2015; 1º Melhor Criador e 2º Melhor Expositor em Curvelo 2014; e Melhor Expositor e Criador Estadual Minas Gerais, em Belo Horizonte 2015, e Melhor Criador e Expositor em Paracatu-MG em 2015. A área de manejo para exposição é composta por oito piquetes, 12 baias, um curral completo, área de banho e de apresentação dos animais. “A ICIL é despida de preconceitos genéticos e


REVISTA O ZEBU NO BRASIL

aberta ao melhor que o mercado pode oferecer. O atual time de pista conta com 25 animais, sendo filhos de 16 reprodutores diferentes”, observa Eros Gazzinelli que acompanhou de perto os dias da Revista O Zebu no Brasil na ICIL. “Os regulamentos e ranking vem sendo acompanhados metodicamente e a seleção para a pista é

mais criteriosa a cada dia”, afirma Bit, orgulhoso do sucesso da sua marca e otimista com o futuro do Guzerá. Para 2015, serão mais de 200 produtos Guzolando, entre machos e fêmeas, para atender o crescente mercado da região, que acompanha o enorme reconhecimento em

65

âmbito nacional da nova raça reconhecida pela ABCZ. “O Guzolando é a ferramenta que a pecuária brasileira precisa. Tem persistência na lactação, longevidade, fertilidade e extremo ganho de peso nos machos”, finaliza Bite.


GUZERÁ

Concurso Leiteiro Guzerá

Vaca Guzerá quebra recorde na Megaleite 2015 Fotos: Carlos Lopes

Por: Thassiana Macedo

A vaca Uta FIV JF é a nova recordista da raça Guzerá em torneios leiteiros, de um total de cinco recordes de produção batidos na edição deste ano. Ela venceu o concurso leiteiro da raça na Megaleite 2015, feira que acontece todos os anos no Parque Fernando Costa, em Uberaba (MG). Uta, de propriedade da Sociedade Educacional Uberabense, produziu 154,880 kg de leite e média de 51,627 kg/leite, sagrando-se Grande

Campeã da categoria Vaca Adulta. O recorde anterior era da vaca Manacá JF, que produziu média de 45,73kg/ leite na ExpoZebu 2015, em maio. De um total de 50 animais da raça que foram apresentados durante a feira, a maioria participou de competições na pista de julgamento. Já o concurso leiteiro do Guzerá teve a participação de 10 vacas e foi coordenado pela Associação dos Criadores de Guzerá do Brasil (ACGB), sendo que o 66


REVISTA O ZEBU NO BRASIL

próprio presidente da ACGB, Adriano Varella, fez a entrega da premiação. A produção de outras vacas da competição também superou essa média. A Reservada Grande Campeã, Ultra JF, de José Transfiguração Figueiredo, produziu 51,210 kg/leite e a 3º Prêmio, Canja FIV JF, do mesmo expositor, atingiu média de 48,283 kg/leite. Na categoria Vaca Jovem, Safadinha 2MS, do expositor Marcelo Palmério, venceu com a média de 21,953 kg/leite. Guzolando: Três fêmeas Guzolando também participaram de concurso leiteiro na Megaleite 2015. A Grande Campeã foi a vaca Jovem “213403”, pertencente à expositora Ana Palmério. A média final produzida foi 33,683 kg/leite e o total chegou a 101,050 kg/leite. A Reservada Grande Campeã foi a vaca 4856 DA PAZ, da mesma expositora. Durante a feira, a produção total desse animal foi de 77,680 kg/leite e a média chegou a 25,893 kg/leite.

67


68


CADERNO

Fotos: JMMATOS

Gir Leiteiro

Maressa Vilela Grupo Cinco Estrelas

69


GIR

Cobertura

Fotos: Carlos Lopes

Por: Sabrina Alves

Feira une mercado nacional e internacional Em sua 12ª edição, a Megaleite, realizada em Uberaba entre os dias 30 de junho a 4 de agosto, encerrou com excelentes resultados e quebra de recordes. Considerada uma vitrine para novas tecnologias e exposição de animais com alta qualidade genética, a feira atraiu mais de 40 mil visitantes e caravanas de 30 municípios de várias regiões do país. Com a proposta de “unir forças e romper barreiras”, a organização conseguiu alavancar neste ano o número de animais inscritos e teve a participação de comitivas estrangeiras que manifestaram o interesse em firmar parcerias com o país. Com 850 animais participantes, a raça Girolando dividiu o espaço com outras raças,

entre essas: Gir Leiteiro, Holandês, Guzerá, Guzolando, Sindi e Indubrasil. Para o presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Girolando, Jônadan Hsuan Min Ma, a Megaleite pode claramente sinalizar as perspectivas de crescimento da

70

raça Girolando, inclusive no que trata do mercado internacional. “Enquanto exposições de outras raças vem sofrendo uma retração no número de animais inscritos, a Megaleite teve crescimento de animais Girolando em relação a 2014. Esta


REVISTA O ZEBU NO BRASIL

formação de um rebanho Girolando, que será utilizado em pesquisas, e estamos participando novamente da Expointer, que é uma grande exposição da América Latina”, reforça Jônadan que comemorou um recorde histórico de mais de 106 mil registros efetuados. “Esperamos manter esse ritmo no segundo semestre. Somos otimistas em relação a esse crescimento sustentável da raça”, destaca. Na mesma oportunidade, o criador e vice-presidente da Associação Colombiana dos Criadores de também foi a edição com maior número de comitivas estrangeiras. Recebemos comitivas da Bolívia, Equador, Colômbia, Venezuela, Costa Rica, República Dominicana, Guatemala, El Salvador, Nicarágua, dentre outras. Todas manifestaram explicitamente o desejo de seus países serem parceiros do Brasil na expansão da raça para além de nossas fronteiras”, conta. Os visitantes internacionais tiveram a oportunidade de conhecer os trabalhos desenvolvidos pela associação, entre esses o programa de melhoramento genético. Jônadan registrou que essas parcerias técnico-científico-comerciais seguem os moldes das já firmadas com a Bolívia, através da Associação Boliviana dos Criadores de Zebu (Asocebu). “Esta é uma ação essencial para levar mais conhecimento e tecnologia a esses produtores, culminando futuramente em um leite de melhor qualidade”, aponta. Para 2016, a Girolando já antecipa um amplo crescimento para a raça. De acordo com o presidente, é esperado para o próximo ano um es-

paço ainda maior no mercado nacional e também internacional. “Muitas associações de criadores de outros países estão entrando em contato com a Girolando, interessadas em firmar parcerias técnicas. Isso deve influenciar positivamente na exportação da genética brasileira para esses países. No mercado interno, a expectativa é de ampliação dos rebanhos especializados em produção de leite com base genética Girolando, incluindo a região Sul do Brasil, que hoje tem uma predominância maior de raças européias. Já firmamos parceria com o Instituto Farroupilha para

71

Zebu da Colômbia, Fernando Durán declarou que “a pecuária leiteira vive seu melhor momento na América Latina”. Ele apontou também que “os países precisam se unir para fechar acordos em blocos que garantam melhores resultados para a América Latina”, reforça.

Recordes A raça Guzerá encerrou a Megaleite com uma nova recordista. A fêmea Uta FIV JF, da Sociedade Educacional Uberabense, atingiu uma produção de 154,880 kg de leite, com uma média de 51,627 kg/leite, sagrando-se a Grande Campeã da Categoria Vaca Adulta.


REVISTA O ZEBU NO BRASIL

ao expositor Dilson Cordeiro Menezes e atingiu uma produção de 167,950 kg/ leite e média de 55,983 kg/leite.

Leilões

O título de Grande Campeã da raça Girolando ficou com a vaca ½ sangue, Boate I Bethania, do expositor Paulo Ricardo Maximiano, que conseguiu a marca de 285,610 kg/leite produzidos, com uma média de 95,203 kg/leite. A fêmea quebrou o recorde de produção da Megaleite e Nacional, entre vacas ½ sangue. Já entre as vacas 5/8, o recorde foi registrado pela vaca Máxima Harmonia FIV da Prata, do expositor Roberto Assis Peres/Rogério Omar C., com uma media de produção de 89,233 kg/leite, totalizando 267,700 kg/leite produzidos. Entre as novilhas, foram batidos dois recordes. O

primeiro com a novilha 5/8 Afrodite FIV Dubai, do expositor Humberto Renato Ferreira, com uma produção de 224,400 kg/leite e média de 74,800kg/leite, que conquistou o título de campeã da categoria Novilha Geral. Elke FIV Jaguar 1075 Fube, do expositor Eurípedes José da Silva, é a nova recordista entre as novilhas ½ sangue. Sua produção alcançou a marca de 218,720 kg/leite e média de 72,906 kg/leite. Mandala Vila Rica, da raça Gir Leiteiro não quebrou recorde de produção, mas foi a vaca vencedora do concurso leiteiro e Grande Campeã do julgamento. O animal pertence

72

Foi quase R$1,9 milhão de faturamento total nos quatro leilões promovidos durante a Megaleite. Segundo a organização do evento, o Leilão Virtual Guzolando, Guzerá Leiteiro Uniube comercializou 55 fêmeas das duas raças, resultando em R$344.800,00 de fechamento. O 4º Leilão Divas do Girolando, teve 47 lotes vendidos a R$588.900,00. Já o 1º Leilão Grupo SV e Convidados Especiais contou com 34 lotes (vacas, bezerras, aspirações, novilhas e prenhezes), com valor de comercialização de R$430.720,00. O Leilão Úbere Cheio comercializou 42 lotes, com um faturamento de R$453.600,00.


73


GIR

Superleite em Pompéu gera negócios R$ 25 milhões em negócios Por: Thassiana Macedo Produtores de 23 cidades da região Centro-Oeste do estado se reuniam de 15 a 19 de julho no Parque de Exposições Paulo Soares Maciel, na cidade mineira de Pompéu, para participar da 6ª edição da Superleite. Este ano, a feira de agronegócios realizada pelo Sindicato dos Produtores Rurais do município, com o apoio da Associação Mineira dos Criadores de Gir Leiteiro, atingiu o volume comercial de R$ 25 milhões em negócios e atraiu 18 mil produtores rurais e visitantes ligados ao agronegócio.

Na avaliação do Sindicato Rural, em 2015, a Superleite superou as expectativas tornando-se a maior exposição de Gir Leiteiro do Brasil. Em cinco dias de evento, a Superleite deste ano recebeu 378 animais representando 57 criadores da cadeia leiteira do interior do país, sendo 21 criadores com 124 animais da raça Girolando e 36 criadores da raça Gir Leiteiro que participaram do evento com 254 animais. Total de 21 vacas concluíram o Torneio Leiteiro Gir leiteiro, cuja 74

grande Campeã foi Desculpa de Brasília, do criador José Afonso Bicalho, que também é o presidente da Associação Brasileira de Gir Leiteiro (ABCGIL). Filha de Embaixador de Brasília com Rubra TE de Brasília, a vaca produziu 68,720 quilos de leite. No caso de Quelinha Everett FIV 2B, vaca adulta ½ sangue, bateu o recorde mundial de produção de leite no Torneio Leiteiro Girolando. Ela terminou com uma média de produção de 95,277 quilos de leite e, no último dia do torneio, registrou pico de pro-


75


REVISTA O ZEBU NO BRASIL

dução de 97,420 Kg. Na somatória das nove ordenhas, Quelinha produziu 285,830 Kg. A vaca, que pertence ao expositor José Afonso Bicalho da Fazenda Cachoeira 2B, na cidade de Ferros, superou a marca anterior estabelecida pela vaca Boate, na Megaleite deste ano, que havia produzido uma média de 95,203 Kg. Quelinha Everett FIV 2B é filha de Everett, touro que compôs a bateria de leite da CRI Genética. Os leilões também renderam bons resultados. O 4º Leilão Gir Leiteiro e Girolando, Terras de Dona Joaquina alcançou a média por gir leiteiro de R$ 11.470,00 e por girolando de R$ 5.330,00. Já 4º Leilão Girolando Superleite teve média por vaca de R$ 9.790,00. A média por bezerra foi de R$ 4.570,00. A programação contou com palestras e encontros de conhecimento oferecidos aos produtores rurais, disputas de raças leiteiras, leilões, mostra de novidades em máquinas e

outras tecnologias, além da feira de negócios. Segundo o presidente do Sindicato, Antônio Carlos Barbosa Álvares, o evento técnico gerou 350 empregos diretos e indiretos ao reunir, em um só local, autoridades e toda

76

a cadeia produtiva do leite, sendo os principais criadores das raças gir leiteiro e girolando, 52 empresas expositoras, além de representantes das indústrias de laticínios, insumos, laboratórios e equipamentos agrícolas.


77


Pós-Graduação Pós-graduação Produção de de Gado Gado de Produção deCorte Corte

• Ter visão integrada da gestão da fazenda; • Melhorar os índices financeiros das fazendas assistidas; • Melhorar a argumentação técnica; • Analisar índices com foco na tomada de decisões; • Aumentar a capacidade de se relacionar e liderar pessoas; • Aplicar na prática conceitos durante o curso; •A

Informações: 78


CADERNO

Fotos: JMMATOS

Brahman

79


BRAHMAN

Feito a campo Fotos: Carlos Lopes

Por: Sabrina Alves

Tudo pronto para a 11ª edição da ExpoBrahman. A feira ocorrerá entre os dias 17 a 27 de setembro, simultaneamente com a 44ª Expoinel e com a Exposição Nacional do Gir leiteiro (ExpoGil), todas com o apoio da Associação Brasileira de Criadores de Zebu (ABCZ). Promovida e organizada pela Associação dos criadores de Brahman, o evento já espera excelentes resultados, a exemplo do ano passado quando foi realizado o primeiro julgamento Brahman a Campo. Animais com excelentes rendimentos e criadores que mantem suas criações a pasto, ganharam um importante destaque durante a exposição que será realizada no Parque Fernando Costa. Os julgamentos de pista permanecem com o seu enorme papel que é o de apresentar os avanços da raça. O que não atrapalha o desempenho e o objetivo proposto pela organização que é de apresentar os melhores animais com a melhor genética. Como explica o diretor executivo da associação, Rodrigo de Moraes Rodrigues. O veterinário que assumiu um importante papel dentro da associação ao lado do presidente Alexandre Coccapieller Ferreira, diz que es-

tão sendo desenvolvidos importantes projetos e o Brahman a Campo é um dos carros chefes desse novo momento vivido pela associação. “Vamos focar nessa parte de produção a campo. Esse é um projeto para selecionar os melhores animais de pista, de cada rebanho, do jeito que ele está lá na fazenda, no seu dia-a-dia. A pista é essencial e fundamental, até mesmo pela sua visibilidade mundial, tanto é que o Grande Campeão da raça Brahman, durante a ExpoZebu, teve sua metade vendida antes mesmo de acabar o julgamento para um criador da Colômbia. Se não fosse esses animais em pista, não teríamos essa visibilidade. Entretanto, esses animais que são criados a cam-

Rodrigo de Moraes Rodrigues 80

po, são uma realidade de boa parte dos rebanhos”, diz. Rodrigo conta que com esse tipo de ação é possível conhecer a realidade como ela é de fato. “Esse é o interessante, trazer exemplares para a feira, mostrando ao criador que o Brahman, criado a pasto propicia ótimos resultados. De fato o Brahman é cada vez mais utilizado como opção de cruzamento para as grandes propriedades. Produzem animais mais pesados e diminuem o tempo no confinamento”. Presente em 89 países, a raça, que já consagra as terras brasileiras há 20 anos, é conhecida pela sua adaptabilidade em qualquer clima, o que garante um melhor desenvolvimento e produtividade. “O Brahman esta presente do Texas à Austrália, que são considerados lugares extremamente secos, assim como na Colômbia que já é um ambiente úmido e em ambas as regiões os resultados sempre são fantásticos. O nosso objetivo da ACBB (Associação dos Criadores de Brahman do Brasil) é contribuir para a evolução da raça. Para isso, é necessário um trabalho correto, principalmente na parte de melhoramento genético e, por sinal, já temos um trabalho desenvolvido com a UNESP e PMGZ propi-


REVISTA O ZEBU NO BRASIL

ciando ferramentas a serem utilizadas para o avanço da raça”, completa Rodrigo.

Brahman Sustentável Outro importante projeto que será lançado durante a ExpoBrahman será o “Brahman Sustentável”. A cartilha desenvolvida em parceria com Alunos e professores de universidades da região de Uberaba, será apresentada aos criadores e especialistas ligados a raça durante a XI Expobrahman. “Essa cartilha desenvolvida com alguns profissionais do setor busca explicações básicas sobre como criar o Brahman interligado as questões de Sustentabilidade. Não por mo-

dismo, mas sim por necessidade aos tempos que estamos e ainda vamos vivenciar. Diminuiu-se a área de produção, mas, é necessário intensifica-la, tornando-se mais eficaz, e, sem a Sustentabilidade não é possível fazer nada”. “Além disso, abordamos outras questões como leis, algumas inclusive que passaram por alterações e que muitas vezes, passa despercebido aos olhos do criador que precisa se adequar a essas determinações impostas”, confirma Rodrigo.

Leilão Brahman a Campo O julgamento da modalidade, que está em sua segunda edição,

acontecerá no dia 26 de setembro, das 14 às 19h, e terá transmissão pelo Canal Terra Viva. No ano passado foram contabilizados cerca de 140 animais. Para esse ano, a expectativa é que essa participação atinja quase 300 animais. “Muitos criadores estão voltando. A pista é essencial para mostrarmos o trabalho sério feito pelos criadores e esse é o momento de expor ao mundo os animais que são fruto de um trabalho sério de selecionadores. O Brahman a campo já é uma realidade forte vivida pela grande maioria dos pecuaristas, é produção do início ao fim”. Diferente das pistas, os animais são apresentados sem cabresto e em lotes avaliados por um seleto grupo de jurados. Entre as avaliações estão as características funcionais e reprodutivas. Para participar, os animais devem ser avaliados e acompanhados pelos programas de melhoramento genético da raça e registrados pela ACBB. “O julgamento a campo é voltado exatamente àqueles que não têm oportunidade para concorrer nas pistas. A competição é estritamente com animais a campo determinado por tabela criada para o leilão. Com isso, damos mais oportunidades aos criadores de expor e fechar grandes negócios”, reforça o presidente Alexandre Coccapieller.

Inscrições Os interessados poderão se inscrever para a 11ª ExpoBrahman de 1ª a 15 de setembro. O regulamento completo e as inscrições estão disponíveis através do site www.brahman. com.br. 81


82


CADERNO

Foto: JMMATOS

Tabapu達

83


TABAPUÃ

Nova geração investe na criação da raça Tabapuã Fotos: Camila Prado/ABCT

Tabapuã ganha novas investidores nos últimos anos, e um deles, em especial, é Artur Lemos, de São Gabriel do Oeste, Mato Grosso do Sul, o que difere ele dos outros investidores é a idade. Artur tem apenas 12 anos, é criador e o sócio mais novo da Associação Brasileira dos Criadores de Tabapuã (ABCT). A paixão pela pecuária, em especial pelo Tabapuã, surgiu através dos criadores da raça, por meio do contato com a criação dos tios João Trivelato e José de Arimateia Dias Barros, localizada no município de São Gabriel, há 136 km de Campo Grande, em Mato Grosso do Sul. Logo no primeiro contato, o jovem Artur se encantou pela beleza da raça, mas também pela docilidade do animal, característica especial do Tabapuã. Apesar da pouca idade, Artur Lemos entende bem do assunto. Fala com autenticidade e clareza sobre tudo que se refere a raça Tabapuã. Em seu rebanho, um dos destaques, em parceria com o Tabapuã da Ge 05, está Pausa Fiv de Tabapuã, eleita Reservada Grande Campeã 2015, durante a 81ª Expozebu, em Uberaba, Minas Gerais. “Espero ter um plantel de 200 vacas puras Tabapuã produzindo bezerros. Assim todo ano vou vender

84


REVISTA O ZEBU NO BRASIL

touros puros da raça e ter um núcleo de gado de pista para levar nas Exposições”, diz Artur ao planejar o futuro como criador de gado de elite. Junto com a família, Artur Lemos participa das principais exposições de gado onde a raça se apresenta. Em maio, o jovem esteve em Uberaba, participando da 81ª Expozebu. Ficou maravilhado com tudo o que viu durante a maior feira agropecuária do país e aprendeu ainda mais informações sobre o ramo. Assim como ele, outros “novatos investidores” estão surgindo, é a nova geração de pecuarista que vai dar sequência na maior potência produtiva econômica do Brasil. Graças às suas caraterísticas, o Tabapuã vem ganhando destaque entre as raças zebuínas na hora da escolha. É a raça mais testada em provas de ganho de peso oficializadas pela Associação Brasileira de Criadores de Zebu (ABCZ) e supera todas as demais raças zebuínas com a melhor média de idade no primeiro parto.

85


86


CADERNO

Foto: JMMATOS

Sindi

Helena Curi Fazenda Porangaba

87


SINDI

Família Curi: Uma década de dedicação e amor ao Sindi Fotos: JMMATOS Por: Sabrina Alves

As raças zebuínas compõem grande parte do cenário pecuário nacional e o Sindi vem se mostrando muito presente nos principais plantéis espalhados por várias regiões do país. A sua estatura pequena não deixa o gado “Vermelho” passar despercebido. Os animais possuem uma notável pujança muscular e entre suas principais características está a produção intensa de leite e carne de qualidade, que o torna ainda mais especial. É um animal manso, rústico, de fácil adaptabilidade e muito aceito nos cruzamentos, o que para os seus criadores, é sinal de lucro certo! É o que comprova o casal Felipe Curi e Claudia Leonel. Ambos cresceram dentro da pecuária de corte herdada de suas famílias. A busca por uma raça com excelente rendimento e financeiramente barato, fez com que o casal chegasse à seleção do Sindi. “O Boi do Futuro é aquele que acaba dando um bom lucro para o bolso, para o meio ambiente e para o consumidor e assim chamamos o Sindi” diz Cláudia Leonel responsável pela fazenda Porangaba. A propriedade se situa no interior de São Paulo, na cidade de Jardinópolis, e lá Cláudia e Felipe criaram os três filhos: Miguel, Felipe (que leva o nome do pai) e Helena.

88


REVISTA O ZEBU NO BRASIL

O boi do futuro é aquele que acaba dando um bom lucro para o bolso, para o meio ambiente e para o consumidor.

Ainda muito jovem, a única menina do trio, com apenas 19 anos de idade, já é uma eximia conhecedora da raça. Ela lembra que o pai passou a investir no Sindi em 2005, quando tiveram a oportunidade de comprar os primeiros exemplares do tradicional criador, Adaldio Castilho. Helena conta que a proposta era mudar o foco da produção e por isso, o pai decidiu tomar um “outro rumo”. “Ficamos encantados com as histórias e resultados que Adaldio nos mostrou e por isso resolvemos testar e já de inicio compramos 40 tourinhos e jogamos na vacada. Dentro de um ano começamos a reparar que os bezerros, mesmo nascendo pequenos, aos três meses, apresentaram um desenvolvimento fantástico. Após a desmama, esses animais se mantiveram lisos e fortes e nem sentiram o aparte. Foi ai que começamos a ver as vantagens na utilização do Sindi!”, relembra. Segundo eles, os machos eram abatidos mais jovens, e muito bem acabados. E as fêmeas, com pouca idade, já se encontravam prenhas o que para os criadores “foi uma grata surpresa”. “Como o nosso teste em campo foi incrivelmente satisfatório, resolvemos adquirir algumas matrizes Pura de Origem e quatro animais de pista. Assim passamos a focar na seleção PO”.

Seleção A fazenda centenária conta com uma arquitetura histórica rica em detalhes e que abriga atualmente cerca de 150 matrizes em reprodução, 50 jovens e dez touros permanentes.

89


SINDI

E ainda, produtos de vendas e touros que servem em vacada comercial. O manejo praticado na Porangaba leva em consideração a mansidão desses animais. Helena explica que como entram calmos no curral, eles não se machucam e não se enfrentam, o que no momento do aparte acaba valorizando o produto final. Mas, não é só o trabalho técnico que conta. “O olho do dono que engorda o gado”, como diz o ditado, também é fundamental para detectar imperfeições que podem ser prejudiciais. “É nesse momento que descartamos todo tipo de defeito, mesmo que pequeno. Depois disso, escolhemos os tipos mais bonitos e funcionais, sempre observando o seu desenvolvimento”. Exemplo disso foi a premiação da Grande Campeã da raça Sindi durante a 81ª ExpoZebu, realizada em maio deste ano, quando a fêmea Baunilha da Porangaba, pertencente a Helena Curi, recebeu o título de Grande Campeã. “A Baunilha, além de se destacar pela beleza plástica e funcional, teve seu primeiro parto aos 22 meses, comprovando a precocidade da raça e provando que não adianta ser belo e não ser funcional”. Os títulos conquistados pela família são a maior motivação dos criadores que contabilizam também outras premiações. “Nosso primeiro prêmio importante foi o de Reservado Grande Campeão, com Arcanjo Porangaba, na Expozebu 2010. Um ano depois, o

mesmo touro foi consagrado Grande Campeão Nacional. Em 2014 tivemos a nossa primeira Grande Campeã: a Babalu Porangaba, na 80ª Expozebu.

90

Aquele ano ficou marcado ainda com o prêmio de Grande Campeã Nacional, em Recife/PE, com a novilha Babilônia Porangaba, filha do nosso


REVISTA O ZEBU NO BRASIL

Grande Campeão”, expõe. Ao lado do pai, Helena conta que para se obter esses resultados é necessário um trabalho intenso e sem um marco específico. “Tudo anda em conjunto. É preciso desde avaliações genéticas dos reprodutores e das matrizes, até testes para provar esse valor genético. Bem como, medir sem erros o desenvolvimento dos produtos, o que inclui peso, desde a fase materna até o sobreano; e também avaliar criteriosamente o perímetro escrotal, idade ao primeiro parto, e outros que são cruciais para um bom rendimento”.

Cruzamentos Curi conta que como o Sindi é considerado um zebuíno puro e os seus cruzamentos são muito bem aceitos, o que facilita o trabalho a ser feito. Para atender ao exigente mercado, desde o início, passou a focar no trabalho de melhoramento desses touros e vacas. Até meados de 2008, esse seria o único foco dentro da Porangaba, que investe também no cruzamento do Sindi com o Nelore, resultando o Sindinel. “A intensão foi a de se inserir a rusticidade e a habilidade materna nos mestiços, mas os resultados surpreenderam. Hoje, além dos meio-sangue, voltamos ao Sindi, com isso, gradativamente estamos apurando a vacada comercial. Assim, conseguimos produzir um volume ainda maior de genética vermelha a nível de abate”, completa.

91


SINDI

REVISTA O ZEBU NO BRASIL

Feito a campo A família Curi já é uma referência dentro do cenário pecuário e para isso prepara intensamente os seus animais todos criados a campo para as disputas nacionais. Com vacas parindo com pouca idade, coleta de sêmen já congelado de bezerro de 13 meses, dentre outros feitos, comprovam a excelência da seleção que é feita. “Temos vacas de 22 meses paridas e prenhas. Produzimos campeões que já produziram outras campeãs. Os prêmios em pista são resultados de tudo o que é feito a campo e quando os dois resultados se unem (pista e campo), temos a certeza que estamos no caminho certo!”, finaliza.

92


93


SINDI

Resgate de uma história

Foto: JMMATOS

Por: Sabrina Alves

A história do Sindi no Brasil foi marcada ainda na década de 50, quando os primeiros exemplares da raça originária da região de Kohistan, região norte de Sind, conhecida hoje como Paquistão chegaram ao país. O responsável pela primeira importação, considerada na época como uma “verdadeira façanha” foi o diretor do Instituto Agronômico do Norte (IAN), Felisberto de Camargo. Em tempos difíceis e com poucos recursos, principalmente tecnológicos, o pesquisador trouxe, em um avião cargueiro, cerca de 31 animais, desses 28 fêmeas e três reprodutores. Audacioso, o pesquisador tinha o objetivo de estabelecer a sede do IAN, em Belterra, no Pará, como um importante centro de pesquisa da raça. Agora, o resgate desses animais rústicos e Puros de Origem (PO) ganham um novo apoio. No final de julho, durante a reunião do Conselho Deliberativo Técnico da ABCZ, foi apro-

vado, por unanimidade, a proposta do resgate do registro PO para animais pertencentes ao rebanho da Embrapa Semiárido, localizado em Petrolina/ PE. O feito foi comemorado pelos responsáveis pelo Centro de Pesquisa Agropecuária do Trópico Semiárido (CPATSA), hoje conhecido como Embrapa-Semiárido e principalmente pela Associação Brasileira dos Criadores de Sindi (ABCSindi). “Dr. Felizberto teve um importante papel na história da raça no Brasil, tendo enfrentado imensas dificuldades para concluir a sua importação. Ele dedicou muitos anos de seu trabalho ao Sindi e o reconhecimento do seu esforço está acontecendo a partir de agora visto que deu-se um destino digno ao material remanescente da importação promovida através da força de sua atuação”, celebra o presidente da ABCSindi, Ronaldo Bichuette. Inicialmente, foram feitas vá94

rias tentativas de registro genealógico dos animais considerados Puro de Origem, entretanto, somente a partir de 2014, é que o trabalho se intensificou. “Tivemos o privilégio de contar com a força tarefa da ABCSindi, por meio do presidente Ronaldo Bichuette que, brilhantemente, representou e defendeu o nosso pedido de registro junto à ABCZ. Este feito significa o reconhecimento por essas associações de um rebanho que, desde sua chegada à Embrapa Semiárido - CPATSA, em 1996, vem sendo mantido em sistema de criação no bioma caatinga, uma vegetação própria da região semiárida do nordeste brasileiro bem próxima daquela encontrada no país de origem do Sindi”, comemora a pesquisadora em Produção animal – Gado Sindi Embrapa Semiárido, Rosangela Silveira Barbosa. A médica veterinária, explica que esse sistema de criação proporcionou uma rusticidade única que não se inibiu as fortes secas que ocor-


REVISTA O ZEBU NO BRASIL

reram nos últimos anos. Ela aponta inclusive que mesmo com uma alimentação limitada e em quantidade e qualidade menor em comparação a outras regiões do país, os animais conseguiram mostrar o seu alto potencial de produção. “Ao longo desses anos, os gestores da Embrapa Semiárido preconizaram a preservação desta raça, mesmo que em determinados momentos foram realizadas algumas pesquisas e a concretização deste registro genealógico nos mostra que valeu a pena a perseverança daqueles que fizeram parte da história do Gado Sindi do CPATSA”, conta. Apresentada ao superintendente técnico da ABCZ, Luiz Antônio Josahkian, a proposta foi levada aos conselheiros da reunião e aprovada integralmente.

“Com essa aprovação ganha a raça Sindi e a pecuária nacional, pois os animais desse criatório são os únicos remanescentes diretos oriundos da importação realizada pelo então diretor do Instituto Agronômico do Note (atual Embrapa Trópico Úmido), Dr. Felisberto Camargo em 1952”, reforça a pesquisadora. Resgate Os pesquisadores Pedro Carlos Gama da Silva, engenheiro Agrônomo e doutor em Economia Aplicada: Desenvolvimento Econômico, Espaço e Meio Ambiente, e chefe-geral da Embrapa Semiárido; e João Cláudio Panetto, Zootecnista, doutor em Genética e pesquisador em Genética e Melhoramento Animal, da Embrapa Gado de Leite, reforçam que com o resgate será possível disponibi-

95

lizar materiais genéticos aos criadores de bovinos para todo o país. “Assim como em parcerias com outras unidades da Embrapa e Instituições de Ensino e Pesquisa, a fim de que seja possível a realização de pesquisas científicas que atendam as demandas da pecuária brasileira com foco nesta raça e possibilidades de potenciais cruzamentos do Sindi com outras raças européias, temos a certeza de que a partir do Registro Genealógico seja possível a conscientização de órgãos financiadores de pesquisa para que sejam aprovados projetos de pesquisas e de infraestrutura a fim de que possamos, melhor organizar a Produção do Sindi da Embrapa Semiárido nas condições no semiárido nordestino brasileiro”, pontuam.


SINDI

REVISTA O ZEBU NO BRASIL

O Dia D na Fazenda Carnaúba em Taperoá-PB Por: Luiz Alberto Brito

O sucesso de público e de bons negócios realizados durante o Dia D, nos dias 16 a 18 de julho de 2015, na Fazenda Carnaúba em Taperoá/PB, bem demonstram o acerto na condução zoológica e zootécnica das raças e espécies criadas. sForam disponibilizados e comercializados mais de 600 animais em pé, entre caprinos, ovinos e zebuínos. Os zebuínos das raças Sindi e Guzerá da tradicional seleção de marca

“D”, foram avidamente disputados por criadores de todo o Brasil, especialmente por aqueles criadores do Centro Oeste, Norte e Nordeste brasileiro. Também foram comercializadas doses de sêmen e embriões de animais de destaque das seleções “D”. O sistema de comercialização utilizado, contava com financiamento da própria fazenda, com preços pré-determinados em 20 parcelas. A grande procura das espécies e raças

96

rústicas se justifica pela adaptação desses animais aos biomas Caatinga, Cerrado e Savana, onde, apesar da bioclimatologia agressiva, conseguem conviver em harmonia com o ambiente de forma produtiva, com segurança genética e zootécnica. Fato que se observa através das sucessivas gerações, laureando de sucesso a intensa seleção realizada por Dr. Manuel Dantas Vilar, por mais de 50 caatingas nordestinas.


CADERNO

Foto: JMMATOS

Indubrasil

CADERNO

Jo達o Newton Indolando no interior de Minas 97


INDUBRASIL

Beleza, tradição e produtividade do Indolando no interior de Minas Fotos: JMMATOS Por: Thassiana Macedo

A beleza e a rusticidade do Indubrasil imperam em pleno semi-árido mineiro. E é no município de Capitão Enéas, a 100 km de Montes Claros que toda a tradição dessa raça genuinamente zebuína ganha ares de modernidade através do cruzamento com uma raça européia. O resultado é uma criação altamente produtiva de Indolando. O trabalho com a raça Indubrasil está nas Fazendas Rancho Fundo e Taperoá, no Norte de Minas Gerais, lugar de boas terras e ambiente propício para a criação de bovinos. Em uma região de grandes desafios para a atividade do agronegócio, o Indubrasil mostra toda a sua

força e resistência ao clima do semi-árido, potencializando produtividade mesmo em terras que recebem chuvas médias anuais de 900 mm, muito concentradas e com grandes variações, às vezes a precipitação do ano cai pela metade, como ocorreu em 2014. Mas o amor pelo Indubrasil vem de berço e resiste às intempéries, assim como a própria raça. Filho e neto de produtores rurais, o zootecnista João Newton Pereira Lopes, mestre em Nutrição Animal pela Universidade Federal de Viçosa, aprendeu a superar os desafios com o pai João Lopes, que por influência e incentivo de um mé98

dico veterinário amigo da família, iniciou no final da década de 1970 a produção de bovinos leiteiros através do cruzamento da raça Holandesa com o Indubrasil por inseminação artificial, para obtenção dos animais meio-sangue Holandês x Indubrasil (F-1). O comportamento e a produtividade do gado sempre chamou a atenção de todos que conheciam os animais oriundos do cruzamento e até mesmo de João Newton, que ainda garoto já se interessava pela atividade. “Em tempos em que não se usavam as espécies forrageiras, hoje amplamente cultivadas, e quando também eram escassas as tecnologias e os in-


REVISTA O ZEBU NO BRASIL

sumos para uma pecuária moderna e eficiente, o gado Indolando, meio sangue holandês-Indubrasil, era responsável pelas boiadas mais precoces e pesadas da fazenda, como também por novilhas e vacas extremamente mansas, bem estruturadas, produtivas e longevas. Era o que qualquer produtor desejava naquela época, ou seja, um gado forte e de muita saúde, capaz de produzir bem, sob condições

adversas”, lembra o zootecnista. Preocupado com a formação acadêmica do filho, o criador João Lopes abriu as porteiras da propriedade para que João Newton fosse estudar fora. Porém, a vontade do filho nunca foi a de permanecer longe. Tão logo concluiu os estudos, o jovem fazendeiro João Newton retornou para suas origens tratando de resgatar as matrizes Indubrasil que compunham o criatório

99

da Fazenda Analina, de propriedade da família. O sangue novo tratou de iniciar seu próprio criatório em 1996. Ao longo de quase vinte anos, com trabalho e dedicação, o zootecnista João Newton, foi, aos poucos, formando e ampliando seu rebanho. “Passei a multiplicar a base genética da raça Indubrasil na Fazenda Rancho Fundo, ao mesmo tempo em que sempre ofertei novilhas leiteiras, meio-sangue, aos criadores da região, a fim de sustentar economicamente o negócio”, explica. Foi assim que, além de formar um renomado plantel de matrizes zebuínas com forte aptidão para leite, o criador João Newton Lopes conseguiu posicionar-se no mercado como referência na produção de tourinhos das raças Gir Leiteiro e Indubrasil e também das disputadas novilhas leiteiras Girolando e Indolando. “Na Fazenda Analina, junto com a família, mantenho um plantel de vacas meio sangue Holandês-Zebu, com lactação média de 4 mil e 4.500 kg de leite, a partir das quais são produzidas novilhas 3/4 Holandês-Zebu, destinadas 100% para venda. Desta forma, são ofertadas aproximadamente 150 novilhas, entre meio sangue e três quartos de sangue holandês, vendidas prenhes entre 18 e 24 meses. Ou seja, a presença da raça Indubrasil na base do trabalho é cada vez mais expressiva”, ressalta o criador. Um dos segredos do sucesso obtido pelo zootecnista é que todas as novilhas Indubrasil são amansadas para ordenha, mantendo a docilidade do gado, o que também acaba permitindo a seleção das fêmeas com melhor potencial para leite.


REVISTA O ZEBU NO BRASIL

Na Fazenda Rancho Fundo, as matrizes Indubrasil de melhor caracterização racial e que reúnem mais características produtivas, são usadas no trabalho de seleção da raça e destinadas à produção do Indubrasil PO, enquanto as inferiores são descartadas. Já as fêmeas de produção satisfatória são utilizadas na produção do gado cruzado. “O uso da fertilização in vitro (FIV) será o próximo passo para acelerar a produção e aumentar a oferta dos animais no mercado, o qual está cada vez mais firme e à espera de mais produtos com a marca JN”, programa o zootecnista. Neste sentido, as receptoras já são preparadas pelo próprio criador, que utiliza touros Indubrasil em vacas Nelore, produzindo fêmeas zebu meio sangue Indubrasil, denominadas Indunel. “O sangue indubrasil neste outro cruzamento imprime maior docilida-

de, estrutura corporal e principalmente produção de leite, marcando com grande habilidade materna as receptoras Indunel”, completa João Newton Pereira Lopes. Com objetivo de superar as adversidades climáticas típicas do semi-árido, norte mineiro, o criador além de suplementar o gado a pasto com

100

suplementos mineral e proteinados, investe na suplementação estratégica com volumosos nos meses críticos. Na Fazenda Rancho Fundo, além do cultivo de cana de açúcar sob irrigação, também é produzida silagem de sorgo, de sequeiro, para alimentação de parte do rebanho nos meses mais secos do ano.


Fotos: Carlos Lopes

Equinos

Marcelo Moura 101

Marca M3


EQUINOS

Marca M3 Duas décadas e meia dedicadas ao melhoramento e evolução genética da raça Crioulo Fotos: Carlos Lopes

Por: Fany Michel

O cavalo Crioulo é um animal ativo, rústico, bondoso, inteligente, longevo, ágil, resistente e comprovadamente versátil. São adaptados a todo o tipo de clima e região, suportando frio intenso e calor desgastante. Na lida com o gado, é utilizado em fazendas de todo o Brasil. De acordo com a Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos (ABCCC), são mais de 300 mil ani-

mais distribuídos em 100% do território nacional. Com forte atuação pecuária, a raça está presente no Mato Grosso do Sul, onde a marca M3, de propriedade do zootecnista, jurado da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ) e criador de bovinos e equinos, Marcelo Mauro Souza Costa Moura mantém sua seleção. Localizada no município de Selvíria, região 102

próxima a Três Lagoas, a Fazenda Dois Coronéis abriga os criatórios de Nelore e Crioulo. Em 1990, em sociedade com Luis Carlos Levy (Lisca), parceria que durou até 1998, Moura adquiriu dez éguas de linhagens argentinas e chilenas, com filhas de Comanche Arrayan, Cayaboate Jac (Registro de Mérito) e Tinajero Desquite. Foi colocado como garanhão entre estas fêmeas, o repro-


REVISTA O ZEBU NO BRASIL

dutor Lendário da Tradição, filho do puro sangue chileno Trongol Pilpilco, formando assim a base do plantel. Mais tarde, um filho do Juquiri do Purunã se juntou à tropa. O melhoramento do plantel da marca M3 se deu em vários anos de seleção. Com a aquisição do filho do campeão da maior prova da raça, o Freio de Ouro, RZ Rastilho da Carapuça, os produtos da cobertura e suas linhagens futuras refletiram comercialmente no criatório favorecendo a venda permanente de animais. Rastilho ainda permanece no plantel e o criador Marcelo Moura garante que ele “transformou completamente a seleção nos últimos sete anos, promovendo um grande salto de

103

qualidade e mantendo a função, junto à morfologia da raça Crioulo”. Dedicado ao melhoramento e à evolução da genética, no final de 2013, o criador adquiriu, em parceria com Fabiano Araújo e Beatriz Biagi, o premiado garanhão Jalisco dos Três Pinhais que cobriu as fêmeas na estação de monta de 2014. Atualmente, o plantel de matrizes em reprodução conta com 30 éguas. “Acredito que a raça tem um potencial imenso de crescimento e, em breve, será muito difundida em todo o país. Converso com todos os criadores de gado sobre a importância e qualidades do Crioulo na lida diária e todos que o usam, aprovam”, conclui Moura.


104


Caderno

Viragro Rio Bravo, da Cabanha A Tala, Duas vezes Grande Campe達o e Melhor Exemplar 2015 105

Crioulo


EQUINOS

Mercado do cavalo Crioulo tem crescimento em Mato Grosso

Criadores tem buscado animais da raça por causa da aptidão do trabalho na pecuária

Fotos: Fágner Almeida/ABCCC

Mato Grosso tem despontado como destaque no cenário da criação do cavalo Crioulo. No ano passado, o crescimento no número de animais no estado foi de 13,3%, chegando a um total de 1,45 mil exemplares. Na região Centro-Oeste, de acordo com dados da Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos

(ABCCC), a alta foi de 12,3%, acima da média nacional que chegou a 7,3% em um plantel de 377 mil animais em todo o país. Mesmo com a concentração maior no Sul do Brasil, o Centro-Oeste tem sido um mercado atrativo. Isto se deve especialmente pela aptidão vaqueira do Crioulo no campo, que 106

pela rusticidade está adaptado para o trabalho na pecuária extensiva. “É uma região ligada à pecuária que vem crescendo em participação. A utilização do cavalo Crioulo nas propriedades está evoluindo”, observa o vice-presidente de Comunicação e Marketing da ABCCC, Onécio Prado Junior.


REVISTA O ZEBU NO BRASIL

Além do uso como ferramenta na pecuária, as provas de laço também estão tendo um crescimento de participação do cavalo Crioulo, segundo Prado Junior. O dirigente afirma que os bons resultados obtidos pela raça tanto no esporte quanto no campo estão gerando curiosidade e interesse dos criadores e usuários de equinos. “O que temos visto é o início de novos criadores que começam a aparecer, com potencial para serem grandes criadores”, analisa. O sentimento é compartilhado pelo presidente do Núcleo Mato-Grossense de Criadores de Cavalos Crioulos, Luiz Fernando Guerreiro, que acredita que a raça Crioula está voltando a ter um destaque na região, especialmente nos últimos dois

anos. Um dos motivos é o trabalho do Núcleo com o apoio da ABCCC no fomento de eventos que mostram as particularidades do Crioulo para os interessados. “Os criadores estão observando esta aptidão e rusticidade do cavalo Crioulo para o trabalho. Muitas pessoas estão entrando em contato conosco buscando mais informações”, explica. E o público conferiu este potencial no Parque de Exposição Marcos Antônio Esteves da Rocha, em Campo Verde. No início de julho, foi realizada a segunda edição da Exposição Morfológica Passaporte do Núcleo Mato-Grossense de Criadores de Cavalos Crioulos. Ao repetir o feito do ano passado quando em sua estreia atingiu mais de 80 animais, Mato Grosso mostra que veio para ficar com força no circuito de seletivas da raça. O evento não oportunizou apenas a chance de escolher os melhores exemplares para representar o estado em Esteio (RS) que entrou em pista. Mas principalmente, o momento de trocar experiências e colocar o trabalho dos criatórios locais à prova, indicando erros, acertos e ajudando a delinear quais linhas genéticas devem ser seguidas para os mato-grossen107

ses crescerem ainda mais no cenário Crioulo. Com uma participação expressiva de animais nascidos nas cabanhas da região, a segunda passaporte em Campo Verde comprova sua importância para os selecionadores do estado e arredores, incluindo expositores também do Mato Grosso do Sul, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. E foi com a marca exata de 80 participantes que o redondel do Parque de Exposições Marco Antônio Esteves da Rocha, abriu-se novamente para a raça Crioula durante a programação da ExpoVerde. Neste ano, sob o julgamento do criador Manuel Luís Benevenga Sarmento, a fêmea Zambia do Barrozo e o macho Forasteiro da Fazfar levaram as escarapelas mais altas. Para o proprietário do Melhor Exemplar da Raça, Zambia do Barrozo, Luiz Fernando Silva Guerreiro, da Estância Lagoa Funda, de Campo Verde (MT), é uma grande satisfação ver que os rumos de seu criatório estão no caminho ideal e os frutos já começam a ser reconhecidos. “Estou muito contente mais uma vez. Começamos a criar em 2010 e antes mesmo de completar cinco anos de trabalho con-


EQUINOS segui habilitar animais nos últimos três anos para a Expointer”, afirma. Conforme o administrador da Fazenda Faria, de Piedade (SP), Ari Galvão - que levou o Grande Campeão Forasteiro da Fazfar - Campo Verde foi mais um local para comprovar o acerto na linha genética seguida pelo criatório. “Representa que estamos no caminho correto, que o investimento que o senhor Ricardo fez e a colaboração de parceiros está dando certo e rendendo frutos”, comemora. Na avaliação do jurado responsável por ordenar as filas, essa exposição é muito importante para o cenário da raça, principalmente, por ser promovida por um núcleo novo e em um estado tão importante no roteiro de fomento. “É um evento decisivo para dar continuidade ao trabalho de inserção da raça no país. Vejo muito potencial para a raça Crioula aqui”,

observa Sarmento. De acordo com Guerreiro, realizar uma exposição como esta é o melhor teste que os criatórios podem ter. Ao defender a percepção dos crioulistas da região, Guerreiro confirma que o principal motivo dos participantes não é conseguir as oito vagas na decisão da Morfologia na Expointer. É a criação deste ambiente, em seu solo o maior ganho. Em Mato Grosso, as passaportes são eventos muito mais amplos, pois servem como um excelente termômetro e um preparo contínuo para as cabanhas que entraram para a raça. “O momento é o mais importante, o de encontrar criadores, o incentivo aos selecionadores daqui e a atividade como um todo, o fomento. Só de não nos retrairmos, já mostra um avanço, pois nossa logística é difícil. Bacana é ver que o criador está se

108

organizando”, salienta Guerreiro. Segundo os crioulistas locais, é a chance de trocar conhecimentos, de testar as decisões tomadas e o investimento em determinadas linhagens que justifica todo o empenho de cada expositor. “Estamos aqui interessados em testar nossos animais para checar em que nível nós estamos e também para mostrar nosso trabalho para outros estados. É necessária nossa participação e importante que a ABCCC continue abrindo as portas para a prova”, diz o criador Gladir Tomazelli ao reforçar que levar os “passaporteados” também é importante, mas como um teste mais avançado. Técnico agrícola gaúcho radicado há 31 anos em Mato Grosso, Tomazelli defende que esta é uma terra de muitas oportunidades e o Crioulo não foge disso. Criador há três anos, para ele a


REVISTA O ZEBU NO BRASIL

raça encontra neste período tudo que precisa para se fortalecer. “Agora tem potencial, pois aqui tem muita gente procurando qualidade de vida e o cavalo é isso, é lazer. Isso sem falar que o Crioulo se adapta a esse desejo, pois é dócil, bonito e resistente. Tenho ele para trabalhar porque é o cavalo mais completo”, enfatiza. Ao falar do desafio de chegar à qualidade genética de outros estados, paralelo à superação dos gargalos logísticos, ninguém esmorece. Pelo contrário, a visão de que a raça pode sim, crescer em meio às adversidades é exatamente uma das maiores características do multifuncional. “Esperamos um crescimento, pois temos condições, espaço e o cavalo já se adaptou. Isso é um ponto definido aqui: o de que o Crioulo serve para as nossas condições”, completa Tomazelli.

Confira o resultado Fêmeas Melhor Exemplar da Raça, Grande Campeã e Campeã Égua prenhe Zambia do Barrozo, filha de Gato da Vila Velha e Querência do Barrozo, criador Marcos Gomes Antunes, expositor Luiz Fernando Silva Guerreiro, Estância Lagoa Funda, Campo Verde/ MT Reservada Grande Campeã e Campeã Égua Adulta Essência Rara do Imbuial, filha de Viragro Rio Tinto e Doçura da Boa Vista, criador e expositor Evaldo Mendes Cabanha Santa Luzia do Imbuial, Curitiba/PR

3ª Melhor Fêmea e Campeã Égua Menor Escultura da Fazfar, filha de Hijo Bueno da Reconquista e BT Sonhada, criador e expositor Ricardo Pinto Faria e Outro, Fazenda Faria, Piedade/SP

zenda Faria, Piedade/SP Reservado Grande Campeão e Campeão Cavalo Menor Estribillo da Fazfar, filho de Uruguaio do Purunã e ARC Aparecida, criador e expositor Ricardo Pinto Faria e Outro, Fazenda Faria, Piedade/SP

4ª Melhor Fêmea e Campeã Potranca Menor Burguezinha da Faca, filha de Índio do Boeiro e BT Bahia Junco, criador e expositor Parceria Faria e Terra Cardozo, Cabanha da Faca, Santa Vitória do Palmar/SP

3º Melhor Macho e Reservado Campeão Cavalo Menor General do Imbuial, filho de Sol de Maio Zapateado e Helena de Tróia 802 do Peñarol, criador e expositor Evaldo Mendes Taborda, Cabanha Santa Luzia do Imbuial, Curitiba/PR

Machos

4º Melhor Macho e Campeão Cavalo Adulto Farrapo Cuera do Imbuial, filho de Viragro Rio Tinto e São Martim Fantástica, criador e expositor Evaldo Mendes Taborda, Cabanha Santa Luzia do Imbuial, Curitiba/PR

Grande Campeão e Campeão Potranco Menor Forasteiro da Fazfar, filho de Índio do Boeiro e BT Sonhada, criador e expositor Ricardo Pinto Faria e Outro, Fa-

109


EQUINOS

Cabanha A Tala

Genética Viragro é presença garantida entre os melhores Fotos: JG Martini

Por: Thassiana Macedo

Situada no município de Dom Pedrito, no estado do Rio Grande do Sul, a Viragro Agropecuária - Cabanha A Tala é a prova do bom desempenho do cavalo da raça Crioulo. Dedicando-se desde o início da década de 1980, o criador Avelino Antônio Vieira Neto mantém hoje em sua propriedade 150 dos mais resistentes puro sangue. E esse plantel tem história. O investimento da família teve início no norte do Paraná, na cidade de Joaquim Távora, na Fazenda Capella, quando o pai do criador, Thomaz Edi-

son A. Vieira e o tio Cláudio Vieira, já ouviam falar das virtudes do cavalo Crioulo. Criadores de búfalos em larga escala, os dois eram constantemente testados a trabalhar em campo de relevo quebrado, suportando temperaturas médias superiores a 30º e, por isso a demanda por cavalos era enorme. Foi então que em 1968, os dois foram até Pelotas e adquiriram 20 éguas do Afixo Marco Caído. A partir dos anos 80, Avelino e o irmão Francisco Vieira, dão novo impulso à criação em busca da seleção efetiva do cavalo Crioulo. Para

110

isso, incorporaram todos os sangues capazes de promover transformação e adequação da raça. Muita coisa mudou de lá para cá, mas a paixão pela rusticidade e força do cavalo Crioulo, se mantive firme. Hoje, segundo Gilberto Loureiro de Souza, diretor técnico da Viragro, a Cabanha A Tala tem como objetivo a seleção integral da raça, ou seja, de animais de alta capacidade morfológica e funcional, visando à participação em competições nos principais eventos da raça, dentro e fora das fronteiras brasileiras. “O plantel de fê-


REVISTA O ZEBU NO BRASIL

meas não chega a vinte reprodutoras, porém possui uma característica marcante, que é a destacada performance antes de ingressar na reprodução. Consideramos também, de vital importância no nosso plantel , a diversidade genética encontrada em nossas reprodutoras, que representam todas as linhagens, responsáveis pelo sucesso e importância da raça em toda a América do Sul”, avalia o especialista. Entre as premiações conquistadas pela Cabanha A Tala nos principais eventos do ramo, o criador destaca sua participação em Esteio, no Rio Grande do Sul em 2005; em

Palermo, na Argentina em 2007; e em Prado, no Uruguai em 2003. “Em nível morfológico e funcional, a diversidade de utilização dos nossos produtos nos credencia como um criatório produtor de genética diferenciada. Além da qualificação das nossas fêmeas, usamos como pais, cavalos de notável importância no cenário da raça. É o caso de Sta. Teresa Papayero, que foi bi campeã Nacional no Chile, CRT Guapo, campeão FICCC no Uruguay, Viragro Rio Tinto, campeão FICCC na Argentina e Grande Campeão em Esteio e Viragro Rio Bravo, duas vezes Grande Campeão e Melhor Exemplar em Esteio este ano”, ressalta Loureiro.

111

O diretor técnico destaca que a Cabanha A Tala estará novamente presente nos dois eventos emblemáticos do cavalo Crioulo no Brasil, sendo o Freio de Ouro com Viragro Rio Bravo e na Morfologia com Viragro Quebracho. “Cabe destacar que no próximo dia 7 de outubro, realizaremos um Super Leilão Vertical, em que serão colocadas todas as fêmeas do criatório em duplas, à livre escolha da nossa selecionada clientela. Quem não estiver presente no leilão, também poderá acompanhá-lo pelo Canal Rural, que transmitirá o evento a partir das 21h”, conclui o diretor Gilberto Loureiro de Souza.


EQUINOS

Criadores fundam

núcleo mineiro da ABCCC Fotos: Carlos Lopes Por: Thassiana Macedo

Na primeira semana de julho, um grupo de apaixonados por cavalos da raça crioulo se reuniu para a formação do primeiro Núcleo de Criadores de Cavalos Crioulos de Minas Gerais. O intuito é fortalecer o processo de difusão da raça e atender aos vários criadores espalhados por todo o país, especialmente pelo cerrado mineiro, onde a seleção está em franca expansão. Confraternização realizada na Fazenda Terras de Kubera FF, a 16 km do município de Uberaba, selou a formação do núcleo, cujo presidente escolhido foi o criador Marcelo Moura,

raba, que criamos a raça cavalo Crioulo. Desde algum tempo estamos desenvolvendo as criações e queremos ter uma melhor visualização da raça perante o mercado, com a pretensão de uma consequente melhora na co-

titular da Marca M3, no setor desde 1990. “Somos companheiros de Ube112

mercialização. Temos a associação situada em Porto Alegre (RS) e vários núcleos, a maioria, concentrada na região sul, então resolvemos montar o Núcleo de Minas Gerais. O crioulo é um cavalo de trabalho e de esporte, mas que também reúne as pessoas em torno dele. Por isso, nos reunimos nesta gostosa comemoração, pois o crioulo também é muito forte em reunir amigos e famílias”, explica. A criação recebeu o apoio da Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos (ABCCC), através da presença do vice-presidente de Comunicação e Marketing da entidade, Onécio Silveira Prado Júnior, que compareceu ao evento destinado a formalizar a criação do núcleo mineiro. “É um passo extraordinário para o cavalo crioulo, não só para Minas. A formação desse núcleo é fundamental para a expansão da raça em todo o sudeste e centro-oeste do país”, avalia o dirigente.


REVISTA O ZEBU NO BRASIL

O grupo é formado por pequenos e grandes criadores da raça, bem como profissionais com perfil técnico na área. Na diretoria estão os criadores Patrick Villa Nova Pereira, como vice-presidente; Antônio Paulo Abate Júnior, como 1º secretário; Rafael Kerkhoff, como 2º secretário; Luiz Carlos Vittorino Filho, como 1º tesoureiro; Douglas Boeira, como 2º tesoureiro; Heitor Cheuiche Coelho, como diretor técnico; Ângelus Cruz Figueira, como diretor de comunicação; Eder Beal, como diretor administrativo; Fabiano Araújo e Carlos Eduardo de Oliveira Cunha no conselho fiscal; e Marco Antônio Andrade Barbosa, como suplente.

O presidente Marcelo Moura destaca que o núcleo recém-formado pretende fazer, durante a Expozebu 2016 e junto com a ABCCC, uma exposição morfológica do Crioulo, ou seja, uma mostra das características estéticas da raça. “É uma morfologia importante, servindo de passaporte, pois quem se classificar aqui poderá ir para a nacional em Esteio (RS). Pretendemos fazer o que há de melhor para favorecer o Crioulo na região. Trata-se de uma raça que serve para todos os pecuaristas. Quem mexe com fazenda e boi, precisa do Crioulo”, ressalta. A confraternização serviu como um encontro familiar em torno

113

do crioulo mineiro. Regado a um tradicional churrasco tropeiro da melhor costela fogo de chão, o evento contou com a apresentação de belas éguas da raça que encantaram os olhos de todos os presentes, fruto de parceria entre as fazendas ACFN, de Angelus Cruz Figueira, e Cabaña Novo Pago, de Patrick Villa Nova. O encontro contou com a participação e o apoio de importantes personalidades do cenário crioulo, entre eles, Marcelo Moglia, um dos grandes criadores de ginetes do país; Carlos Sampaio Moreira Piega, diretor do Núcleo Sem Fronteiras de São Paulo; e o analista de expansão da ABCCC, Gerson de Medeiros, entre outros.


114


CADERNO

Senepol

115


SENEPOL

Senepol supera as expectativas

dos criadores no cruzamento industrial Raça garante carne macia e 100% de heterose no cruzamento com raças Zebuínas A raça Senepol, consolidada no mercado por possuir características muito peculiares, dentre elas a docilidade capaz de garantir um aumento da produtividade, o caráter mocho influenciando na facilidade do manejo e o pelo zero acarretando na alta tolerância ao calor, rebateu os problemas enfrentados no Brasil, pelo cruzamento industrial, durante as décadas de 80 e 90, e assegura 100% de heterose nos cruzamentos. A inadaptabilidade das raças utilizadas neste período aos trópicos e a utilização de animais compostos, não puros de origem, fez com que o cruzamento industrial perdesse sua eficácia na produção de carne a pas-

to. Os benefícios do Senepol – um animal 100% taurino – contribuíram para que o cruzamento industrial se restabelecesse no mercado brasileiro, utilizando-se dos touros puros Senepol. A partir da heterose, o cruzamento industrial viabiliza a produção de carcaças jovens, pesadas e com bom acabamento de gordura, na intenção de atender o consumidor final cada vez mais exigente. Os tipos de cruzamento industrial existentes são: rotacionado, terminal e rotacionado-terminal. Respectivamente, uso de apenas duas raças, em que as fêmeas ficam destinadas à reprodução, cruzamento com 116

duas raças onde todos são destinados ao abate, e, por fim, obtêm-se o F1 através do cruzamento de duas raças e posteriormente cruza-se as fêmeas F1 com uma outra raça, destinando os produtos ao abate. Dentre os prós oferecidos pelo cruzamento industrial, estão: posicionar o procedimento produtivo conforme a demanda do mercado, permitir a combinação das melhores qualidades para obter uma progênie completa e alcançar a melhor porcentagem possível de heterose. Melhoria na qualidade da carne produzida, velocidade de ganho de peso e encurtamento do ciclo de produção do boi gordo. Ademais, o cruzamento não


ZEBU NO BRASIL REVISTAREVISTA O ZEBUONO BRASIL

possui restrições e portanto, está disponível a quaisquer animais de corte e leite.

As vantagens do Senepol Embora não exista a raça ideal para utilizar no cruzamento com o Senepol, uma vez que cada sistema de manejo possui singularidades, o taurino se destaca por solidificar qualquer programa de acasalamento com várias outras opções de raças. Fato este é comprovado pelos próprios criadores, como é o caso de Eduardo Alves, da Alge Genética Senepol, localizada em Nerópolis (GO), que há dois anos teve sua primeira experiência com cruzamento industrial entre Nelore e Senepol: “Comprei 220 novilhas Nelore, seis touros Nelore puros e dois touros Senepol. Após 1 ano, nasceram 129 bezerros destes cruzamentos, sendo que 80 eram filhos de um único touro Senepol. Essa experiência me fez investir cada vez mais em tou-

O Senepol é muito bem adaptado, resiste perfeitamente ao nosso clima, além de sua alta libido” ros Senepol destinados a este tipo de cruzamento”. Além da brevidade do retorno financeiro, os benefícios do cruzamento industrial são ainda mais extensos quando se trata do melhoramento genético animal. A heterose, também conhecida como vigor híbrido ou choque sanguíneo, representa a melhoria do desempenho dos animais oriundos do cruzamento entre Senepol e outras raças, em que as progênies contam com maior produtividade, resistência e precocidade. As vantagens financeiras deste fenômeno são: no desmame e no acabamento de carcaça. Para isso, quanto mais distante etni-

117

camente os grupos a serem cruzados, maior a heterose nos filhos. Na Agropecuária 3G, de Barretos (SP), o cruzamento industrial é feito com Nelore e F1 Aberdeen Angus, entre os benefícios percebidos pelo médico veterinário e coordenador de pecuária, Sebastião Garcia Neto, estão a cobertura da vacada a campo pelo touro, o nascimento de bezerros pequenos e o rápido desenvolvimento. “Com isto, notamos a precocidade e o desenvolvimento dos animais até a desmama e pós-desmama, assim conseguimos animais bem padronizados e com ganho de peso acelerado”. Garcia Neto destacou também que a


SENEPOL raça Senepol veio para complementar o que faltava no Brasil. “A docilidade dos animais facilita o manejo na fazenda e com eles se consegue o cruzamento a campo de forma simples e barata”. A heterose é a principal vantagem apontada pelo criador Jair dos Santos, da Fazenda Água Limpa, de Rondonópolis (MT), que também utiliza o cruzamento Senepol x Nelore, através da técnica de cruzamento rotacionado, atingindo um resultado de 75% Senepol: “O benefício do choque de sangue com o Nelore é a heterose obtida. No meio sangue, há uma maior produção de leite, além de não ocorrer perda de peso dos bezerros na desmama. No quesito produção de carne, os animais com 75% de sangue taurino, no caso Senepol, superam as expectativas no que diz respeito à qualidade da carne, sendo ela mais macia e marmorizada, resultando em uma carne com maior suculência e sabor”. Jorge Basílio, da Fazenda Coroados, localizada em Juína - região

de clima quente e úmido no Noroeste do Mato Grosso - utiliza no cruzamento com o Senepol as raças Nelore e F1 Red Angus. “O Senepol é muito bem adaptado, resiste perfeitamente ao nosso clima, além de sua alta libido – utilizamos um touro para 40 vacas. É possível vender um bezerro fruto deste cruzamento, agregando um valor de 25 a 30%, o que comprova que a raça veio realmente para transformar a pecuária brasileira. Não se trata de um modismo, os resultados são excelentes”. Acrescenta ainda que, “quem utilizou touros e já desmamou bezerros procura novamente os reprodutores, pois os resultados são muito positivos”.

A Valorização da Carcaça Assim como os criadores, os frigoríficos também reconhecem a qualidade do Senepol. Ricardo Magnino, diretor de marketing e eventos da Associação Brasileira dos Criadores de Bovinos Senepol (ABCB Senepol), aponta o encurtamento do tempo de abate como o marco crucial capaz

118

de diferenciar a raça Senepol das demais: “Os animais são abatidos cerca de um ano e meio mais cedo que as outras raças. Além do aumento no volume de carne nobre na carcaça, do excelente rendimento de desossa para a indústria e da qualidade e maciez da carne, gerando tanto para o produtor e para a indústria um valor agregado”. O benefício que o Senepol apresenta para o produtor é provado a cada novo abate e, no frigorífico, as qualidades que a raça mostra vão da qualidade do produto à padronização da linha produtiva. Ao valorizar a carne com padrão, o Frigorífico Real, de Uberlândia (MG), retribui com uma bonificação os criadores que empregam o Senepol. “É pago 3% a mais no valor desse animal, respeitando as seguintes especificações: possuir quatro dentes permanentes e três milímetros de acabamento de gordura uniforme na carcaça”. Dessa forma, as fêmeas que carregam no mínimo 50% de sangue Senepol no material genético, que


ZEBU NO BRASIL REVISTAREVISTA O ZEBUONO BRASIL

forem abatidas com peso superior a 12,5 arrobas terão adicional de 5% sobre o preço de mercado da arroba da vaca no dia do abate, enquanto os machos com peso acima de 16 arrobas terão adicional de 3%. O Senepol é precoce, inclusive no acabamento de gordura, além de apresentar maciez e alto rendimento de carne por carcaça – características que agregam valor para a raça e beneficiam os criadores. Em vista disso, Magnino conclui: “15 anos de Senepol no Brasil, trata-se de uma história de sucesso”.

Qualidade de Carne Ainda sobre a particularidade que a carne Senepol possui e a eficá-

cia destes cruzamentos para a sua produção, o professor da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Jorge Carlos Sousa, reiterou: “Em qualquer cruzamento que envolve a raça Senepol, sempre há o aumento das variáveis quantitativas da carcaça e melhoria das características organoléticas, agregando significativamente para a produção de uma carne de qualidade: macia, suculenta e saborosa. A maciez da carne Senepol é uma característica de ordem genética, e por isso ele vem contribuindo com a melhoria da carne em programas de cruzamento com as raças zebuínas”. Mesmo que a maioria dos

Os animais são abatidos cerca de um ano e meio mais cedo que as outras raças” 119

produtores utilize em seus cruzamentos um zebuíno e o Senepol, um taurino tropical, em todos eles se sobressai nos resultados as características do Senepol: resistência, peso e qualidade da carne.

O cenário agropecuário brasileiro e a raça Senepol A extrema adaptabilidade aos trópicos e a maciez de carne são as contribuições do Senepol para o cenário agropecuário brasileiro, segundo o supervisor técnico comercial da CRI Genética, zootecnista Alexandre Zadra. “O papel do Senepol no Brasil como touro é de suma importância, pois sua conformação (tipo) britânica se aproxima do biótipo do Angus. Quando usado nas milhares de matrizes Nelore gera heterose de 100%, e sobretudo complementa o Nelore,


SENEPOL

REVISTA O ZEBU NO BRASIL

A maciez da carne Senepol é uma característica de ordem genética.” fazendo um boi e uma novilha ½ sangue com as mesmas características do Angus ½ sangue”, destaca Alexandre Zadra – Zootecnista O supervisor explica também que o Senepol produzirá bois tricross muito precoces no abate e fêmeas alcançando a puberdade antes dos 18 meses, bem como a carne macia desejada pelo mercado exigente que paga mais por qualidade. “Ainda é ínfima a produção de animais tricross no Brasil, mas, pelo andar da venda

de sêmen Angus e Senepol, estimamos que o mercado interno tenha disponibilidade dessa carne para atender sua clientela exigente nos próximos 5 a 10 anos, quanto ao mercado externo, ainda não temos mercados que comprem carne dessa qualidade”, afirmou. Embora o momento de crise vivenciado pelo país, os números são positivos para o setor agropecuário, que segue crescendo com cerca de 4,6% de admissões em 2015. Além

120

disso, a atividade representou 23,3% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2014 e foi responsável por 42,3% das exportações do País, segundo dados da Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Goudard afirma que o Triângulo Mineiro é a região com maior número de criadores da raça, apresentando um crescimento de aproximadamente 40% ao ano e um aumento de 107% na comercialização em leilões. Segundo ele, a raça fechou o ano de 2014 movimentando, somente em leilões, mais de R$33 milhões. Berrante Comunicação

Por Karina Mamede


CARACTERÍSTICAS

Alta libido Adaptabilidade Rusticidade Fácil manejo

Caráter mocho dominante Monta natural Na monta natural índice de prenhez superior a 80% Abate precoce - antecipando em até 12 meses Valorização do produto final em até 30% a mais que a média

O Touro Senepol é considerado a mais eficaz ferramenta para produção de carne de qualidade a pasto, de forma simples e lucrativa, por ser o um taurino puro dotado de precocidade de acabamento com qualidade de carcaça e de carne, totalmente adaptado ao clima tropical. Portador destes atributos conjugados, o Touro Senepol acompanha e cobre a campo, com excelente vigor, qualquer fêmea. Quando utilizado no cruzamento industrial é capaz de transmitir aos seus filhos a chamada Heterose máxima, capaz de incrementar em até 30% a produtividade do rebanho de corte. Utilize Touros Senepol e se beneficie da verdadeira Heterose a pasto, simples e lucrativa.

USE ANIMAIS COM REGISTRO DEFINITIVO

www.senepol.org.br (34) 3210-2324 | 9962-4357 marketing@senepol.org.br 121


SENEPOL

Genetropic supera expectativa e seus próprios números nos leilões

Por: Daniel de Paula

A Genetropic superou seus próprios números e fechou o mês de negócios distribuindo genética de ponta com três leilões que tiveram transmissão pelo SBA e ampla liquidez. Em nota de agradecimento aos criadores e investidores, Jairo Ferreira Lima enalteceu a participação de todos, direta ou indiretamente. “Foram mais de três meses de trabalho árduo, com todo esmero e o maior desprendimento possível. Levamos

em consideração todos os aspectos e circunstâncias do mercado e da situação econômica atual, sem perder a noção e visão de longo prazo, pois

122

tudo isso é passageiro, porém a transparência, a integridade e o caráter devem ser eternos e cada dia mais valorizados”, escreveu.


REVISTA O ZEBU NO BRASIL

Em 29 de maio, o Leilão Safiras Genetropic registrou média de R$ 42 mil por cada jovem doadora qualificada no programa Safiras do Senepol. O principal evento da Genetropic, entretanto, aconteceu no dia 26 de junho, no Hotel JP, em Ribeirão Preto/ SP, onde 200 criadores se reuniram para acompanhar a distribuição de 40 bezerras selecionadas para o Leilão Esplendor Genetropic e Convidados. As bezerras superaram R$ 33 mil de média, entre as que já estão em avaliação no Safiras e as que entrarão na edição que começa em novembro deste ano. A garantia da Genetropic e dos convidados é de entregar uma doadora chancelada Safira Elite, Superior, Top 10 ou uma das três campeãs. O comprador que tiver

sua novilha qualificada nesses dois últimos casos receberá convite para venda de embriões e prenhezes em 2016. Foi nessa situação que estrearam em leilão os criatórios Interfogos e Kehdi Senepol, vendendo nesta segunda edição prenhezes de Safiras Top 10, que eles tinham adquirido no Esplendor 2014 ainda bezerras. A média das prenhezes foi superior a R$ 24 mil. Na abertura do leilão, a Genetropic licitou um botijão de sêmen com 190 doses dos principais touros Senepol do Brasil e do mundo, muitos deles raros e, por isso mesmo, valorizados. Foi arrematado por R$ 73.800,00. No sábado, dia 27 de junho, o último leilão do evento foi outra demonstração do prestígio que a seleção de Jairo Ferreira Lima tem no Senepol brasileiro. O Leilão Resultados

123

Genetropic vendeu 37 reprodutores ao preço médio recorde de R$ 16,54 mil. As 50 fêmeas vendidas no mesmo leilão, entre prenhes, paridas ou paridas e prenhes, receberam valorização média de R$ 10,18 mil. “Uma prova do reconhecimento do mercado ao trabalho tão bem feito pelo Jairo”, declara Júnior Fernandes, da S+, que assessorou o leilão. “Essa valorização é só uma consequência da importância da Genetropic dentro do Senepol brasileiro”, emenda Alex Marconato, também da S+. No Esplendor, dois novos criadores entraram para a raça e o maior comprador foi o Kehdi Senepol. No Leilão Resultados, o maior comprador foi PHB Senepol, que usou a opção de preferência nas compras dos produtos, depois de adquirir o primeiro lote, e ficou com os touros, mais 35 das fêmeas ofertadas. Em 2016 tem mais.


ARTIGO

A inseminação artificial em tempo fixo (IATF)

serve ou não para a minha propriedade? Muito se fala, atualmente, sobre as vantagens e desvantagens do uso da Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF). Mas será que devo adotar essa tecnologia na minha propriedade? Para começar: cada caso é um caso e não existe apenas uma resposta certa, mas sim, pontos positivos e negativos a serem considerados para chegar à decisão final. Ao longo do texto vamos discutir um pouco sobre esses pontos para auxiliar a sua tomada de decisão. Vamos começar pelas vantagens. A inseminação artificial (IA) - seja com observação de cio ou em tempo fixo (IATF) - traz inúmeras vantagens como: melhor controle zootécnico; permite realizar diferentes cruzamentos; favorece a seleção e o

melhoramento genético; permite a escolha da data do parto; facilita a organização dos manejos; possibilita melhor retorno financeiro. O uso da IATF permite, ainda, eliminar a observação de cio, diminuindo riscos com falhas de observação, além de concentrar ainda mais as concepções. Entretanto, é necessário que exista certa infraestrutura para a realização dos procedimentos, assim como há aumento de custo para aquisição dos insumos e necessidade de capacitação de mão de obra. Além disso, devemos considerar alguns pontos que, quando falhos, podem trazer maus resultados, como por exemplo, falha na detecção de uma vaca em cio, tempo incorreto do serviço e erros de identificação de um ani124

mal. Nesse ponto, a IATF traz o grande benefício de eliminar a necessidade de observação de cio, minimizando erros e propiciando a inseminação de grande número de animais no mesmo dia, de modo a concentrar as concepções. Porém, existem muitas opções entre as estratégias e os protocolos a serem selecionados. Por exemplo, é possível fazer uma, duas ou mais inseminações artificiais em tempo fixo. O repasse da primeira IATF pode ser feito, ainda, por inseminação artificial com observação de cio (IA) ou mesmo com touro. Além disso, as matrizes podem ser dividas em lotes de modo que cada lote passe sequência de procedimentos diferentes, dentro da mesma propriedade e na


REVISTA O ZEBU NO BRASIL

mesma estação de monta. Quando a escolha é por realizar mais de uma IATF no mesmo lote de animais, dizemos que estamos fazendo a ressincronização. O intervalo entre protocolos pode ser de 30 ou 45 dias. Caso a opção seja por 30 dias de intervalo, o novo protocolo é iniciado antes mesmo do diagnóstico de gestação do primeiro protocolo. Durante o segundo protocolo, é feito o diagnóstico de gestação com auxilio de ultrassonografia e os animais que estiverem prenhes não continuam o protocolo, mas os animais diagnosticados como vazios finalizam o protocolo e recebem a segunda IATF. No caso de optar por intervalo de 45 dias entre protocolos, o diagnóstico deve ser realizado antes do início do protocolo seguinte. Esse diagnóstico, preferencialmente, é realizado com auxilio de ultrassonografia. A principal vantagem da ressincronização está em concentrar as concepções, embora o custo fique elevado por conta dos protocolos. Já quando a opção é por fazer a IA convencional, as fêmeas devem ser mantidas sem a presença dos machos. As vacas que não emprenham da primeira IATF, geralmente, apresentam cio - o chamado cio de retorno - cerca de 21 dias após a inseminação. Lembrando que a observação de cio deve ser feita duas vezes por dia, nos horários de temperatura mais amena, isto é, início da manhã e final da tarde, todos os dias da semana. Recomenda-se que as observações iniciem por volta de 15 a 18 dias após a primeira IA e sejam mantidas até o final da estação de monta, ou até que a estratégia seja alterada para repas-

se com touros. Esse procedimento tem como principal vantagem a observação do cio de retorno, que serve de indicativo da eficiência da IATF. Porém, esse índice depende da observação humana e, consequentemente, está sujeito aos erros já comentados. Uma maneira menos onerosa de repasse é, após a IATF, utilizar touros em regime de monta natural. Recomenda-se que aguarde cerca de cinco dias após a IATF para colocar os touros nos lotes de fêmeas, pois isso evita que as fêmeas inseminadas sejam cobertas logo em seguida pelos touros. Esse recurso deixa os procedimentos menos caros e tem apresentado bons resultados nas propriedades que o adotam. Essa recomendação é bastante interessante, inclusive, para propriedades que estão iniciando o uso da IATF, pois permite que os funcionários se adaptem de modo mais tranquilo aos procedimentos, além de poder gerar bons índices produtivos com custo não muito elevado. Caso os resultados sejam positivos, no ano 125

seguinte, a propriedade pode expandir sua ação, utilizando observação e cio ou ressincronização, ou mesmo fazendo a IATF em maior número de animais. Ao discutir essas estratégias, fica claro que, ao contrário do que se possa pensar, o uso da IATF não necessariamente elimina o uso dos touros e nem mesmo da monta natural. Afinal, a seleção de touros para centrais continuará acontecendo, pois a demanda por touros melhoradores tende a aumentar com o aumento do uso da IA. Mesmo com o advento da ressincronização, em que são feitos dois ou até três protocolos de IATF por estação nos mesmos animais, ainda existe espaço pra o repasse com touros. Afinal, a ressincronização ainda não é feita em todas as matrizes. Além disso, atualmente, pouco mais de 10% do rebanho brasileiro é inseminado, restando mais de 85% das vacas sendo cobertas por monta natural. A IATF não irá diminuir o mercado de touros, pelo contrário, irá fomentar


ARTIGO cada vez mais os trabalhos de seleção e melhoramento para a produção de reprodutores. Outro fator importante a considerar é que existem, no mercado nacional, inúmeros produtos, de diferentes fabricantes, disponíveis para uso em protocolos de IATF, assim como existem diferentes protocolos que podem ser utilizados. A escolha pelo protocolo e pelos produtos deve ser feita pelo médico veterinário responsável pela implantação e pelo acompanhamento do programa reprodutivo, pois ele conhece os animais e suas condições e é capacitado para realizar a escolha de qual o melhor protocolo para cada situação. Cabe também ao médico veterinário definir qual a melhor estratégia para repasse, ou seja, vai ser feita nova sincronização, ou inseminação com observação de

REVISTA O ZEBU NO BRASIL

cio, ou mesmo monta natural, e definir quais animais passarão por quais procedimentos. Afinal, como já foi comentado, podem ser feitas diferentes estratégias dentro de uma mesma propriedade. É extremamente importante que o produtor saiba suas opções, conheça as vantagens, desvantagens, limitações, necessidades de investimentos e riscos antes de introduzir uma nova tecnologia na propriedade. E para isso existem muitos profissionais habilitados no mercado, que podem esclarecer e auxiliar o produtor. Portanto, se você está em dúvida se deve ou não investir em um programa reprodutivo para uso de IATF, procure um médico veterinário que atue na sua região implantando programas reprodutivos e veja quais as melhores opções para sua situação.

126

Alessandra Corallo Nicacio Médica veterinária, pesquisadora em Reprodução Animal Embrapa Gado de Corte


EVENTOS

REVISTA O ZEBU NO BRASIL

FIQUE POR DENTRO Confira os eventos e as feiras que aquecem o mercado agropecuário em todo o país ExpoGenética Começa dia 15 de agosto a ExpoGenética 2015. Com uma programação bem diversificada, o evento é um dos mais aguardados pela ABCZ. Durante todos os dias, os participantes terão a oportunidade de discutir os avanços genéticos das raças zebuínas. Ainda, apresentação de mostra de animais avaliados, Programas de Melhoramento Genético, e a realização da última etapa da seleção de candidatos a uma vaga no PNAT (Programa Nacional de Avaliação de Touros Jovens), Além de workshops, palestras, debates, negócios, tecnologia e leilões de animais avaliados pelos programas de melhoramento genético, lançamentos dos principais sumários de touros zebuínos, debates e capacitação profissional.

O evento acontece no Parque Fernando Costa até o dia 23 de agosto. Outras informações pelo site http:// www.abcz.org.br/Exposicoes?expo=ExpoGenetica

Nelore, Brahman e Gir Leiteiro Termina no dia 18 de setembro as inscrições dos animais da raça Nelore que irão participar da Expoinel 2015. A 44ª Exposição Internacional de Nelore acontece de 17 a 27 de setembro, no Parque Fernando Costa, em Uberaba e encerra o ano-calendário 2014/2015, onde, obrigatoriamente deverão participar todos os criadores e expositores que disputam o Ranking Nacional do Nelore. O evento realizado pela Asso127

ciação dos Criadores de Nelore do Brasil (ACNB), contará com a promoção de 11 leilões da raça Nelore e com a terceira etapa de 2015 do Circuito Expocorte. Durante o evento, acontece ainda simultaneamente, a XI ExpoBrahman e a 17ª edição da Exposição Nacional da Associação Brasileira dos criadores de Gir Leiteiro (ABCGIL). De acordo com as informações repassadas pela organização do evento, as inscrições podem ser feitas pelo e-mail ranking@nelore.org.br ou pelo telefone da ACNB (11)32938900. Lembrando que o prazo final para as inscrições será no mesmo dia da data base onde ocorrerá o cálculo de idade dos animais participantes, para a divisão das categorias em que serão feitas as disputas nos campeonatos do Ranking do Nelore.


EVENTOS Mais informações www.nelore.org.br e www.facebook.com/neloredobrasiloficial ExpoBrahman – http://www. brahman.com.br/ ABCGIL - http://www.girleiteiro.org. br/

CONBEA A cidade se São Pedro, interior de São Paulo recebe entre os dias 13 a 17 de setembro o XLIV Congresso Brasileiro de Engenharia Agrícola – CONBEA. O evento é voltado para técnicos, pesquisadores, estudantes, gestores e empresários da área. E de forma geral estarão no evento aquelas pessoas interessadas no avanço da aplicação dos conhecimentos da engenharia nas atividades rurais. Entre os temas a serem discutidos e apresentados estão Máquinas e Mecanização Agrícola, Ciência e tecnologia de colheitas, Saneamento e Controle ambiental; Tecnologia e Agricultura de Precisão; dentre outros. O evento será realizado no Hotel Fazenda Fonte Colina Verde e as inscrições devem ser realizadas através de formulário on-line disponível no

website do congresso.

Expointer Considerada uma das mais importantes exposições da América Latina, a Expointer – Exposição Internacional de Animais, Máquinas, Implementos e Produtos Agropecuários, acontecerá entre os dias 29 de agosto a 06 de setembro. Organizado pela Secretaria de Agricultura e Pecuária do Governo do Rio Grande do Sul, o evento, mais uma vez, será realizado no Parque Assis Brasil, localizado na cidade de Esteio, no Rio Grande do Sul. Conhecida por sua diversidade, a feira conta com diversas atrações entre elas, palestras, audiências públicas, apresentações e mostras de maquinários, leilões, julgamentos, shows e uma ampla variedade de atrações. Para participar, o visitante deve comprar ingresso antecipado. Mais informações podem ser adquiridas pelo e-mail expointer@agricultura.rs.gov.br; e/ou pelo telefone: (51) 3288-6223

128

9º Congresso Brasileiro das Raças Zebuínas Uberaba sediará entre os dias 17 a 19 de agosto, o 9º Congresso Brasileiro das Raças Zebuínas. O evento que acontece simultaneamente à ExpoGenética e será realizado no Centro de Eventos Rômulo Kardec de Camargos, dentro do Parque Fernando Costa. A programação conta com palestras sobre “Sustentabilidade na pecuária brasileira: desafios e oportunidades”, com o coordenador-Geral do Sistema Embrapa de Inteligência Estratégica (Agropensa), Geraldo Bueno Martha Júnior. Já o professor da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz – ESALQ/USP, Sérgio de Zen abordará o tema: “O que a genética pode agregar de valor na produção animal?”. A pesquisadora da Embrapa Pecuária Sudeste, Luciana Correia de Almeida Regitano será responsável pela palestra de tema “Estado da arte da seleção genômica nas raças zebuínas de corte e os desafios futuros”. O cronograma conta também com a discussão sobre o “Estado da arte da seleção genômica nas raças zebuínas leiteiras e os


REVISTA O ZEBU NO BRASIL

desafios futuros”, que ficará a cargo da pesquisadora Maria Gabriela Campolina D. Peixoto - Embrapa Gado de Leite. O superintendente técnico da ABCZ, Luiz Josakian será o moderador da mesa redonda que contará com a presença das pesquisadoras Luciana Correia de A. Regitano (Embrapa Pecuária Sudeste), Maria Gabriela Campolina D. Peixoto (Embrapa Gado de Leite) e Vânia Maldini Pena (CBMG). As inscrições podem ser feitas pelo site: http://www.abcz.org.br/Eventos/ Inscricao/2347. Mais informações pelo telefone (34) 3319-3920 ou pelo e-mail abczsaj@abcz.org.br

28º Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental O Congresso também está entre os mais importantes eventos que acontecerá em outubro. Do dia 4 ao dia 8, a cidade do Rio de Janeiro será palco do 28º Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental que trará o tema: “Alterações Climáticas e a Gestão do Saneamento Ambiental”. O evento contará com a presença de profissionais ligados ao setor, técnicos; estudantes; representantes de empresas públicas e privadas; além de especialistas; pesquisadores; e atuantes no setor de saneamento ambiental. As inscrições devem ser realizadas diretamente no site do evento. Mais informações através e-mail: abes@ abes-dn.org.br ou pelo telefone (21) 2277-3900.

está programada para o CONBRAVET – Congresso Brasileiro de Medicina Veterinária. O evento já está na 42ª edição e é promovido pela Sociedade Brasileira de Medicina Veterinária. A programação terá início do dia 31 de outubro e segue até o dia 02 de novembro, em Curitiba/PR. Considerado um dos mais tradicionais da área, a intenção é apresentar e buscar melhorias na produção e criação de rebanhos, atendendo exigências de mercado tanto nacional quanto internacional. Estarão presentes veterinários, pesquisadores, estudantes e membros da sociedade Brasileira de Medicina Veterinária. As inscrições podem ser feitas no site do evento ou pelos e-mails: conbravet@conbravet2015.com.br / secretaria@conbravet2015.com.br. Já o telefone é: (51) 3276-6378 / (41) 4063-8483.

Barretos 2015 Acontece entre os dias 20 a 30 de agosto a maior festa do peão do país. Em sua 60ª edição, a Festa do Peão de Barretos espera atrair mais de 900 mil pessoas em 11 dias de festa. Em sua programação estão diversos shows com os principais no-

Congresso Brasileiro de Medicina Veterinária

Já em outubro a agenda 129

mes da música e o tradicional rodeio que atrai peões de várias partes do Brasil e até de outros países. Entre as atrações estão ainda apresentações musicais, comidas típicas, feira e um espaço dedicado ao público infantil. A Festa de Peão de Boiadeiro de Barretos 2015 acontece no Parque do Peão em Barretos, em São Paulo. Mais informações pelo site www.independentes.com.br

Interconf 2015 Com o tema “Novos Caminhos da Pecuária”, a maior conferência voltada a confinadores será promovida entre os dias 15 a 17 de setembro, em Goiânia. De acordo com a Associação Nacional dos Confinadores – ASSOCON, a intenção é mostrar e apoiar os pecuaristas na produção de novas e melhores tecnologias, insumos e rentabilidade. O evento, considerado o maior da pecuária intensiva da América Latina, já está na sua 8ª edição e terá esse ano a proposta de discutir novos caminhos da pecuária. Os interessados em participar do evento, devem fazer as inscrições diretamente no site (www.interconf.org.br) ou diretamente na Assocon, pelo telefone (62) 3432-0395).


EVENTOS

REVISTA O ZEBU NO BRASIL

Expam encerra com números positivos Fotos: Douglas Nascente A 5ª Exposição Agropecuária da Alta Mogiana (Expam), realizada entre os dias 21 a 26 de julho, em Ituverava/SP, recebeu cerca de 4 mil visitantes e já é considerada uma das principais feiras do setor. Promovida pelo Sindicato Rural de Ituverava, o evento aconteceu no Parque Permanente de Exposições e apresentou julgamento de animais da raça Nelore, marcando o encerramento da etapa Copa São Paulo – Paraná, que integra o Ranking Nacional e o Ranking Estadual. Além das mostras e julgamentos, os visitantes tiveram ainda o oferecimento de linhas de crédito e apresentação de máquinas e implementos agrícolas, que contribui para

o crescimento do agronegócio. O evento que encerrou no dia 26 de julho, teve seus resultados comemorados pelos seus organizadores, que já adiantaram a promoção

130

da 6ª Edição da Expam. Segundo o presidente do Sindicato Rural, Gustavo Ribeiro Rocha Chavaglia, o sucesso desse ano comprova o fortalecimento do agronegócio na região.


131


132


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.