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Sinal verde para os touros da Bolívia

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OPINIÃO

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Com a recente abertura do protocolo sanitário entre os dois países, a expectativa é de que as primeiras importações ocorram ainda neste primeiro semestre de 2023

ABolívia prepara-se para enviar touros zebuínos para o Brasil. Os dois países assinaram protocolo sanitário que permite a importação, ampliando o comércio bilateral de genética que contemplava o embarque de sêmen. Na visão do gerente geral da Associação Boliviana de Criadores de Zebu (Asocebu), Fernando Baldomar, o protocolo trará ganhos para a pecuária local. “É uma conquista importante para os selecionadores bolivianos, que agora poderão provar a qualidade de seus animais em um mercado de grande escala, como o brasileiro. Ambos os países avançaram muito nos últimos anos em termos de qualidade genética e essa ampliação da parceria só beneficia a pecuária da América Latina”, afirma. Entre os criatórios que já iniciaram as negociações com o Brasil está a Cabaña Moxo, situada a 110 km ao norte de Santa Cruz de la Sierra. Fundada em 2004 pelos irmãos Marcelo e Carlos E. Muñoz, a marca é uma grande fornecedora de reproduto- res Nelore e Nelore Mocho em seu país. Para a formação de sua base genética, utilizou em seus acasalamentos a genética de touros consagrados do Brasil. “Em 2022, essa foi a conquista mais importante para a nossa pecuária. Vamos poder exportar a genética selecionada na Bolívia. Tenho certeza de que será uma excelente contribuição para a melhoria da pecuária do Brasil”, acredita Carlos Muñoz.

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Entre os animais do criatório que devem ser importados estão Poker FIV Moxos e Palermo FIV Moxos. “São touros jovens de excelente pedigree, diferentes do padrão habitual do Brasil”, explica Julio Nacif Olhagaray, proprietário da Corvet (Corporación Veterinaria), empresa que comercializa sêmen e produtos veterinários na Bolívia.

Filho de Bronce FIV Camparino em vaca Bitelo DS, Palermo é um reprodutor com destaque nas pistas e conquistou um grande campeonato em exposição boliviana aos 13 meses de idade. Apresenta muita precocidade de carcaça. Já Poker (Épico RG x Campeón MN) foi campeão terneiro jovem aos 8 meses, muito precoce e com um pedigree mais aberto para o Nelore Mocho.

A aposta de todos é que a abertura do protocolo contribuirá para o maior uso da genética boliviana pelos pecuaristas brasileiros, já que poderão ver pessoalmente os touros nas centrais. “Os dois processos de exportação, sêmen e animais vivos, são burocráticos. No caso dos reprodutores, será preciso fazer quarentena em local autorizado, cumprir uma série de requisitos zoosanitários e realizar exames para diversas doenças. Mas, para o comprador, é mais interessante ter a oportunidade de ver o touro em coleta na central do que por fotos ou vídeos”, informa Olhagaray.

Um dos especialistas brasileiros de maior atuação na Bolívia, Arnaldo Manuel de Souza Machado Borges, lembra que os dois países sempre tiveram uma relação estreita na pecuária zebuína. “A ABCZ e a Asocebu possuem um histórico de parcerias em prol do Zebu, sendo a primeira delas a do início do registro genealógico do rebanho boliviano na década de 70. Mais recentemente, em 2017, foi firmada a parceria para o PMGZ Internacional, permitindo aos criadores bolivianos o incremento de produtividade, por meio das ferramentas do programa, como o Sumário de Touros, e também do Produz e do PMGZ Comercial”, esclarece o vice-presidente da ABCZ.

A Bolívia foi o primeiro país a aderir ao PMGZ Internacional, sendo também o primeiro a ter uma edição do Sumário de Touros do programa, publicado em 2018, com avaliações genéticas de reprodutores Nelore dos criatórios daquele país. Outra parceria de longa data é com a faculdade Fazu, que vem recebendo estudantes bolivianos. Além disso, várias empresas brasileiras atuam por lá, oferecendo serviços e tecnologias para a pecuária.

Segundo Arnaldo Manuel, o mercado pecuário do país vem se consolidando por conta do avanço genético do rebanho nos últimos anos, sendo exportador de carne bovina para Chile, Equador, China, dentre outros.

“A Bolívia tem um rebanho Nelore Mocho excepcional, bem como de Nelore, e vem avançando em outras raças, como Brahman, Sindi e Gir Leiteiro”, informa.

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