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Com os pés nomaspresente, de olho no futuro
O produtor rural e empresário Braz Peres Neto une tradição e inovação para garantir o avanço da pecuária no Vale do Araguaia
LARISSA VIEIRA
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ma geração conectada com tudo que acontece no mundo, mais atenta às questões ambientais e sociais, ciente do poder de incorporar informações e novas tecnologias ao processo de produção. Esse é um perfil atribuído aos jovens profissionais que estão agora no auge de suas carreiras, a chamada geração Millennials. No agronegócio, essas características são muito bem-vindas, contribuindo para o avanço do setor.
Aos 32 anos, o pecuarista e empresário, Braz Peres Neto, tem incorporado a inovação e a diversificação aos negócios que comanda. Desde 2014, assumiu a gestão das propriedades da família, a Agropecuária Sucuri, no Vale do Araguaia, no Mato Grosso. Lá, trabalha com lavoura, irrigação e melhoramento genético da raça Nelore. A formação em Direito pela USP foi vencida pela paixão pelo agro. “Os produtores têm consciência da necessidade de desenvolver uma pecuária sustentável, eficiente e produtiva. No Vale do Araguaia, estamos colocando em prática vários projetos nessa linha, inclusive voltados para a preservação ambiental”, diz Neto, que é presidente da Liga do Araguaia.
Nos últimos anos, a entidade vem incentivando a adoção de práticas de pecuária sustentável no Vale do Araguaia mato-grossense. O objetivo é promover o desenvolvimento econômico e social da região, por meio do aumento da produtividade e renda, respeitando a legislação vigente e os limites dos sistemas naturais.
“O pagamento por serviços ambientais está aos poucos se tornando realidade, vai se tornar uma nova fonte de renda para o pecuarista. No Programa Conserv no Araguaia, que realizamos em parceria com Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), os produtores que mantêm preservadas as áreas excedentes de Reserva Legal estão sendo remunerados”, informa Braz Neto. A Liga do Araguaia conta atualmente com a participação de 62 fazendas, que correspondem a 149.000 hectares de pastagens com 47.000 hectares em processo de intensificação e um rebanho estimado de 130 mil cabeças.
Ciente da importância das tecnologias, sejam elas tradicionais ou recentes, para garantir as práticas sustentáveis dentro da pecuária, Braz destaca que o melhoramento genético é um grande diferencial para a eficiência das propriedades. Ele é diretor da CIA de Melhoramento, entidade que reúne pecuaristas que difundiu o Certificado Especial de Identificação e Produção (CEIP) da raça Nelore. Segundo Braz, a intensificação do uso de tecnologias de melhoramento genético, como as avaliações genéticas e genômicas, aliada ao racial do Nelore garantiu avanços na produção de touros. “Os produtores perceberam a necessidade de convergir essas duas linhas de trabalho, o que tem garantido animais mais eficientes e bonitos”, acredita.
Outra face do trabalho de Braz Neto é o mundo digital. Ele é investidor do Agro App, aplicativo idealizado pelo engenheiro agrônomo Murilo de Freitas Iossi e pelo produtor rural Fernando Rossi de Oliveira e desenvolvido para integrar quem trabalha na agropecuária com as mais modernas tecnologias de informação. O Agro App disponibiliza gratuitamente informações sobre as principais culturas, como cana-de-açúcar, café, citros, feijão, milho, soja, sorgo, pastagens, girassol, algodão, arroz e trigo, além de pragas, doenças, variedades e híbridos, defensivos, deficiências nutricionais, estádios fenológicos e fertilizantes. Lançado em 2020, ainda conta com acervo sobre máquinas, defensivos, uma comunidade para troca de informações, além da oferta de crédito. Segundo ele, os pilares da iniciativa por trás do Agro App são a democratização da informação e respeito à Ciência e conhecimento técnico. Braz ainda é sócio-fundador da Planalto Capital, gestora de fundos de investimentos com foco em uso intensivo de tecnologia e em estratégias sistemáticas/quantitativas. Para desenvolver com eficiência todas as suas atividades, Braz entende que é preciso estar sempre bem informado, ter a flexibilidade para perceber as novas demandas da pecuária e estar sempre de olho no futuro na tentativa de antecipar as decisões. “Muitos produtores vêm desenvolvendo bons projetos, colocando o Brasil como referência na produção de carne bovina no mundo. Estamos vindo de um ano difícil, que teve influência negativa das questões políticas e coincidiu com o ciclo de baixa da pecuária. A estimativa é de que o ano de 2023 seja mais promissor para o agro. É o momento de o produtor organizar a casa, voltar a investir em genética para ter mais eficiência e rentabilidade”, finaliza Braz Neto.