5 minute read

Terminação intensiva a pasto: estratégia “verde-amarela”

Next Article
OPINIÃO

OPINIÃO

Ela busca produzir uma arroba mais barata, potencializando o ganho de peso dos animais em épocas de boa disponibilidade de forragem

Para fugir dos custos mais elevados do confinamento, uma alternativa para engordar o gado para abate que tem atraído muitos produtores por conta dos resultados apresentados é a Terminação Intensiva a Pasto (TIP). Um estudo desenvolvido pela Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta) em parceria com a Embrapa Gado de Corte comprovou os bons resultados da técnica no campo.

As pesquisas foram promovidas com o uso de um núcleo completo com minerais e proteínas específico para essa fase da produção, além de uma combinação de aditivos que devem ser misturados com farelos energéticos. A suplementação de ração no cocho ocorreu, pelo menos uma vez por dia, é aliada ao pasto. Os resultados mostraram que os animais ganharam mais peso e mais carcaça, apresentando rendimento de ganho em torno de 75%, ou seja, de cada kg de peso vivo ganho pelos animais, 750 g foi em carcaça. “O tratamento permitiu a deposição de gordura de acabamento e aumento do ganho em carcaça, sem a necessidade de fechar os animais em confinamento, oferecendo economia com uma tecnologia acessível aos pecuaristas”, explica o diretor de Operações da Connan Marcio Bonin. A empresa foi parceira do projeto, fornecendo a suplementação dada ao gado.

Segundo ele, a TIP tem um manejo mais simples, amplia o índice de lotação global da propriedade, aumenta a taxa de desfrute e de abate da fazenda, disponibiliza maior área de pastagem para outras categorias, intensifica o ganho médio diário global e, com isso, adiciona receita líquida por hectare/ano na propriedade.

No modelo TIP, o animal consome no pasto a mesma quantidade de ração que é fornecida quando está confinado. A diferença é que o próprio pasto passa a ser a fonte de volumoso. O menor custo operacional, a fácil adaptação e índices mínimos de refugo de cocho proporcionam ainda maior bem-estar animal e alta eficiência. “O custo da estrutura e mão de obra são fatores que impactam diretamente no valor de produção do sis- tema de confinamento, enquanto na terminação intensiva a pasto o produtor utiliza da estrutura da fazenda e investe apenas em ração e suplementação, que ajudarão no processo de engorda do animal”, ressalta.

Geralmente, a TIP é desenvolvida no período de águas, o que possibilita o abate de animais antes da entrada da seca, aliviando a lotação da fazenda no período no qual a disponibilidade de pasto é reduzida, abrindo a oportunidade para chegada dos bezerros a serem recriados, os quais exigem menor quantidade de alimento. Com essa estratégia, é possível produzir de forma economicamente sustentável. “Bons resultados são alcançados na TIP quando são cumpridos os horários de fornecimento de ração e a correta formação de lotes, considerando peso dos animais e tamanho da área disponível para o desenvolvimento da atividade. Evitar que os animais tenham a necessidade de competir por alimento e água é fundamental. O bovino busca rotina, que lhe traz sensação de segurança, aliviando o estresse e permitindo que ele expresse normalmente seu comportamento; esses fatores influenciam diretamente em seu desempenho”, explica Felipe Pelícia Luiz, zootecnista e consultor técnico da Premix.

O sistema pode ser aplicado em qualquer propriedade rural, cujo objetivo seja a engorda de bovinos de corte. Para Matheus Moretti, gestor Técnico de Bovinos de Corte da Agroceres Multimix, cido que, na média, deve ficar entre 1,5 a 2% do peso vivo dos animais. Se a técnica for bem aplicada e trabalhada, os ganhos conquistados em termos de produção em carcaça são muito próximos aos do confinamento”, acrescenta.

Recomenda-se também que os animais estejam com desenvolvimento completo da estrutura da carcaça, visto que o aporte nutricional fornecido na TIP tem como objetivo promover o desenvolvimento muscular e posterior cobertura de gordura e não o seu crescimento. Animais em fase de crescimento poderão ter o desenvolvimento de carcaça comprometido ao receberem dietas de alta energia.

Como Funciona A Tip

A estratégia da terminação intensiva a pasto vai variar conforme a época do ano. Vejas orientações do zootecnista Felipe Pelícia Luiz:

No período de águas, geralmente existe maior disponibilidade e qualidade de forragem, portanto, a necessidade de ração para complemento da nutrição é menor em relação ao período da seca, pois a forragem, além de fornecer fibra, irá contribuir com proteína e energia na dieta. Já no período de seca, a qualidade e a disponibilidade da forragem são reduzidas e a contribuição do capim na dieta será basicamente como fonte de fibra, havendo a necessidade de complementar praticamente em sua totalidade as exigências dos animais para mantença e produção via ração.

No período das águas, o fornecimento de 1% a 1,3% do peso animal em ração é o suficiente para complementar a nutrição, quando o objetivo é incrementar o desempenho. O restante da ingestão diária para completar os 2,3% do peso vivo virá via pasto, que deve ter boa disponibilidade e qualidade de folhas.

No sistema TIP águas o ideal é que a ração seja fornecida uma vez ao dia, nos horários mais quentes, pois os animais já pastejaram e estão em descanso, o que contribui para evitar o efeito substitutivo do pasto pela ração.

Já no sistema TIP seca temos a situação inversa, quando a necessidade de fornecimento de ração aumenta e o pasto entra somente como fonte de fibra. Nesse sistema, recomenda-se o fornecimento de ração duas vezes ao dia.

É importante destacar que, com o aumento no fornecimento de ração, é necessário que seja realizada a adaptação dos animais, pois eles são essencialmente preparados para consumir e processar forragens ricas em fibra.

Para implementação de ambos os sistemas é necessário ter o mínimo de estrutura, principalmente de cocho para alimentação e bebedouro. A recomendação é que o espaço linear de cocho seja de no mínimo 33 cm por animal e que estes cochos fiquem posicionados próximos ao ponto de bebida.

Um bovino ingere diariamente entre 4 e 6 litros de água por quilograma de massa seca consumida. Portanto, a ingestão de água é fundamental para o consumo correto de alimento. Sendo assim, qualquer fator que dificulte a ingestão ou cause qualquer mal-estar ou repulsa ao ingerir a água influenciará diretamente no resultado.

Exemplos de sucesso com a TIP- Entre as inúmeras propriedades monitoradas no Centro-Oeste pelo projeto Confina Brasil, da Scot Consultoria, no ano de 2022, a intensa utilização da TIP foi verificada pelos zootecnistas da expedição. Em Rondonópolis/MT, a Fazenda Novapec é gerida a partir da intensificação a pasto, com produção de até 100 arrobas por hectare.

“A terminação a pasto proporciona bem-estar aos animais, desde a chegada à área até a locomoção dentro do sistema. O manejo do rebanho é pensado de forma estratégica, para que haja o maior conforto possível para o gado”, informa Olavo Bottino, médico-veterinário e técnico do Confina Brasil.

Alta produtividade de arrobas por hectare, assim como a opção pela TIP, são escolhas estratégicas, motivadas inclusive pelo clima quente da região. Há abundância de capim, em razão dos bons índices de chuva ao longo do ano, além de luminosidade privilegiada, o que facilita a oferta de um pasto de qualidade para o rebanho no período das águas.

A Terminação Intensiva a Pasto também foi observada como a melhor estratégia de engorda dos animais na Fazenda Netolândia, localizada em Tangará da Serra/MT. O sistema produtivo instala cochos e coloca os animais em piquetes de boa pastagem, de forma que cada pasto tenha um cocho para fornecimento de dieta concentrada. Dessa forma, há intensa ingestão de concentrado, além de oferta de volumoso para alimentação dos bovinos.

Cuidados prévios- Antes de adotar a TIP, é recomendado ao pecuarista a realização de um detalhado planejamento, considerando mão-de-obra disponível, fluxo e capacidade de caixa e adequação de infraestrutura ou otimização da já existente.

TOP: 0,1% PARA TM

7,6 KGS NO GENEPLUS

DECA: 1 PARA PESO À DESMAMA

DECA: 1 PARA PESO AO ANO

DECA: 1 PARA PESO AO SOBREANO

DECA: 1 PARA PESO À FASE MATERNA

DECA: 1 PARA STAYABILITY

DECA: 1 PARA PERÍMETRO ESCROTAL AOS 365 DIAS

DECA: 1 PARA ÀREA DE OLHO DE LOMBO

DECA: 1 PARA PERÍMETRO ESCROTAL AOS 450 DIAS

This article is from: