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EDIÇÃO Natália Escobar - MTB 19731/MG redacaopecuariabrasil@gmail.com COLABORAÇÃO ABCZ, Abiec, Alfapress, Amanda Sampaio, Angélica Cortez, Attuale Comunicação, Breno Lobato, CDN Comunicação, CNA, Embrapa, Evelyn Gatz, Famato, Fiesp, GoAGRO Comunicação, Grupo Publique, Henrique Rodrigues Alves, Jardine Comunicação, Larissa Vieira, MGR Assessoria, NewsPrime, Notícia Expressa, Nova PR, PecPress, Rubens Neiva, Tantas Comunicação, Tatiana Freitas, Texto Comunicação
IMPRESSÃO Gráfica 3Pinti - Uberaba/MG Tiragem: 9 mil exemplares DIAGRAMAÇÃO Carlos Lopes
FOTÓGRAFOS PARCEIROS Boy (17) 9 8115-8087 Carlos Lopes (34) 9 8814-0800 Fábio Fatori (13) 9 8121-0011 Flávio Venâncio (67) 9 8143-0131 Gustavo Miguel (34) 9 9142 5081 Jadir Bison (34) 9 9960-4810 JM Matos (34) 3325-4963 Marcelo Cordeiro (31) 9 9946-9697
Maurício Farias (34) 9 9994 1949 Ney Braga (34) 9 9960-9610 Pitty (34) 9 9978-1205 Roberto Mattos (67) 9245-2040 Rubens Ferreira (11) 3609-1562 Wellington Valeriano (34) 9 9173-1487 Zzn Peres (21) 9 8094-1977
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Em clima de celebração, a capa dessa edição é estrelada pela nelorista pentacampeã do Ranking ACNB, Bettina Muradás, da Jatobá Pecuária. Foto: Carlos Lopes
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APRESENTAÇÃO
APRESENTAÇÃO
CLÁUDIA MONTEIRO
Diretora Comercial
claudiapecuariabrasil@gmail.com
CAPA
Carlos Seara Muradás, fundador da Jatobá Pecuária, e a primogênita, Bettina
Jatobá Pecuária reafirma superioridade genética de seu rebanho e brinda o quinto título de melhor criatório de nelore do país
CARLOS LOPES
N
ão há dúvidas de que a Jatobá Pecuária não brinca em serviço. Já tendo seu nome definitivamente cravado na história da pecuária brasileira, em 2017 a seleção provou mais uma vez que trabalho sério leva a resultados surpreendentes. O ano foi marcante para o criatório, que percorreu pistas de julgamento no país inteiro e voltou para casa com mais troféus e faixas do que nunca. Além de se destacar na seleção genética da raça nelore, a empresa fundada por Carlos Seara Muradás participa significativamente da produção de carne do país, sendo proprietária de um rebanho de quase cinquenta mil cabeças, criadas a campo para o abate. O trabalho na pecuária extensiva é o que motiva a seleção de genética, focada em produtividade. Atualmente, quem ajuda no trabalho de seleção é Bettina
Seleção
pentacampeã 34
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CAPA
carne
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Consumo deve crescer Depois de um ano mais turbulento do que o esperado, estudos mostram que o consumo de carne deve aumentar em 2018 e nos anos seguintes DIVULGaÇÃo
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no passado foi especialmente complicado para os produtores de carne. As oscilações no mercado cárneo brasileiro em 2017, que tiveram como princípio a Operação “Carne Fraca” seguida pela delação dos irmãos Batista (controladores da empresa JBS), somadas às dificuldades econômicas, causaram uma baixa no consumo do produto. O setor pecuário já esperava um ano de dificuldades, sobretudo relacionadas às vendas internas – que poderiam se enfraquecer diante do contexto político e econômico nacional – e à maior oferta de animais, resultado de investimentos em anos passados. No entanto, o mercado não imaginava que desafios ainda maiores seriam enfrentados pela pecuária nacional em 2017. No balanço, foi um ano para ser esquecido, mas também para o setor levar como aprendizado, conforme indicam pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP. Os acontecimentos referentes à cadeia agroindustrial da carne bovina brasileira se somaram às dificuldades que já vinham sendo enfrentadas pelo setor, impactando diretamente sobre os valores da arroba e da carne. Com isso, os preços do boi gordo, da carne e também do bezerro caíram em boa parte do ano, com certa recuperação sendo verificada no último quadrimestre. Segundo pesquisadores do Cepea, esse fôlego no final do ano mostra a capacidade de reorganização e de resposta da cadeia aos problemas enfrentados, o que pode indicar o desenvolvimento do setor. Para 2018, as expectativas são melhores. “Do lado da demanda, a economia (ou seja, a renda e o emprego no país) deverá prosseguir num crescimento mais rápido, o que aparecerá na forma de um consumo relativamente maior, dando sustentação para um possível crescimento mais expressivo, mas ainda moderado, também da agroindústria e seus produtos. Isso poderá criar espaço para uma recuperação de margens nos produtos para mercado interno”, acredita o Coordenador Científico do Cepea, Geraldo Barros. O setor pecuário inicia 2018 mais otimista, porém, bastante atento. Conforme pesquisadores do Centro, a expectativa é de um ano economicamente favorável, tanto na esfera internacional como na nacional, que pode beneficiar toda a cadeia da carne bovina. No Brasil, a economia pode se recuperar, pautada na diminuição da taxa de juros,
Maurício Velloso, pecuarista de Goiás e membro da Câmara Setorial da Carne Bovina do Mapa
no controle da inflação, na relativa estabilidade do câmbio, na redução do índice de desemprego e na melhoria do Produto Interno Bruto (PIB). Esse contexto favorece o aumento do consumo geral da população. Com uma projeção de crescimento do PIB nacional em torno de 2,7% (estimativa do Banco Central no encerramento de 2017), o Cepea calcula que pode haver aumento de 2,2% no consumo interno de carne bovina em 2018.
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CARNE
ZONA RURAL
O milagre da
palma Constituída por 90% de água, palma é alternativa para alimentar gado, especialmente em épocas de estiagem
A
Leonardo LeLes e divuLgação
pesar da aparência árida, as regiões mais secas do país possuem grande biodiversidade, com diversas espécies vegetais que podem alimentar rebanhos com fartura. A palma, por exemplo, é uma cultura permanente (plantada, portanto, uma única vez a cada 20 ou 30 anos) que foi trazida do México para o Brasil no início do século 19, e, hoje faz parte da dieta de rebanhos no país inteiro, em especial no semiárido brasileiro. Características como alta palatabilidade, produção de biomassa e resistência à seca fazem com que essa planta seja um alimento valioso para os rebanhos. Na região, ela é cultivada em larga escala e usada ao longo do ano, sendo um componente fundamental para a sustentabilidade de importantes produções pecuárias. A palma pode ser utilizada, inclusive, como fonte de água para os rebanhos durante a época seca do ano. A planta constitui a base alimentar de rebanhos com grande
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importância social e econômica. Ela se destaca, ainda, por apresentar altos teores de carboidratos totais, matéria mineral e umidade, características importantes na alimentação dos animais que vivem em regiões com escassez de água. Além disso, é uma cultura de fácil adaptação e plantio. Dependendo do tipo da cultivar e do desenvolvimento da planta, a colheita começa a partir do primeiro ano depois de plantada. Mas, apesar das vantagens, a palma possui baixo teor de proteína, portanto, não deve ser utilizada de forma exclusiva na alimentação animal, sendo necessário fornecê-la em conjunto com outros alimentos. Entretanto, por ser rica em energia, a palma forrageira pode ser utilizada na substituição total ou parcial de outros ingredientes com maior custo de produção, como o milho. Luiz Fernando Carvalho Leite, Chefe-Geral da Embrapa Meio-Norte, explica que depois de sucessivos anos de seca e crise hídrica, a palma ganha cada vez mais importância e se torna fundamental, sobretudo para o Semiárido brasileiro, apesar de seu uso ser extrapolado também para outras regiões. “A utilização na alimentação animal em substituição a outros produtos energéticos de maior custo de produção reduz custos e aumenta a competitividade do produtor, fator importante para a economia local e a fixação do homem no campo”, explica. As duas espécies mais presentes no Brasil são a O. ficus-indica (maior e arredondada), e a N. cochenillifera (menor e mais doce). As maiores plantações de palma do país estão localizadas em Pernambuco, Paraíba, Alagoas, Rio Grande do Norte e Bahia. No Norte de Minas Gerais, criadores também investem no cultivo da palma forrageira como opção para complementar a alimentação do rebanho leiteiro, especialmente em tempos de seca. O produtor rural José Ivan Sobrinho tem uma propriedade em Riachuelo (RN), localizada a 71 km de Natal, onde cultiva palma forrageira. Ele conta que a planta é fundamental, pois, além de ser rica em nutrientes, alimenta animais, garante renda para o agricultor e ajuda a enfrentar a seca nordestina. Na fazenda, o agropecuarista cultiva mandioca, capim e mandacaru, e mantém criação de bovinos, suínos e cabras, todos alimentados com palma forrageira. “Costumo dizer, de maneira simples, que a palma forrageira economicamente é o ‘ouro verde’ para dos nordestinos. Nutre, alimenta, é fonte de energia para os animais e também agrega valor, pois quem produz palma, tem uma renda permanente, porque senão alimenta o rebanho, vende a palma”, conta.
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ZONA RURAL
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A primeira edição do ano demorou a sair, mas finalmente chegou. Temos o prazer de lançar mais uma edição dentro da melhor e principal comemoração da pecuária, a Nelore Fest. Venha ver que festa linda! Você é nosso convidado especial para nos acompanhar pelas próximas páginas e ficar informado sobre o mundo do agronegócio. Descubra e tenha cada vez mais certeza da força da pecuária. Trazemos nas próximas páginas tudo que você precisa saber sobre o setor mais abundante da nossa economia, incluindo projeções para a próxima década. Tem também uma entrevista exclusiva com o novo presidente da Associação dos Criadores de Nelore do Brasil (ACNB), Nabih Amin El Aouar, da Nelore Capixaba, que comandará a entidade pelos próximos dois anos. Ainda apresentamos a cobertura dos primeiros eventos agropecuários do ano, com destaque para Expoinel Mineira, que foi múltipla e coloriu a pista de várias cores, com a promoção simultânea das exposições das raças gir leiteiro, girolando, guzerá e indubrasil. Aqui em Uberaba, os preparativos para ExpoZebu já começaram, e essa promete ser inesquecível. Nessa edição você também encontra todas nossas editorias de sempre, falando sobre o mercado de carne, leite, raça e muito mais. Todas trazem boas notícias para você se atualizar sobre tudo que acontece dentro da pecuária zebuína de elite e do agronegócio brasileiro. Além disso, a revista também está recheada de artigos técnicos e opinativos para aproveitar durante o próximo mês. Em abril, a Revista Pecuária Brasil volta com mais uma edição, e promete muitas novidades. Não esqueça de baixar nosso aplicativo e acompanhe a gente pelas redes sociais e fique de olho!
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SUMÁRIO
CARNE
Consumo
crescendo
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Plantação de churrasco CARNE - PG. 90
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SEMPRE NA PECUÁRIA BRASIL 14 . PECUÁRIA EM REDE 16 . PECUÁRIA INDICA 20 . PORTEIRA ABERTA 40 . ENTREVISTA 44 . CALENDÁRIO
O milagre da palma PG. 106
46 . PECUÁRIA 360º 67 . RAÇA 85 . CARNE 95 . LEITE 103 . ZONA RURAL 115 . GENTE 118 . SOCIAL 124 . OPINIÃO 126 . PONTO DE VISTA
Nelore Fest ESPECIAL - PG. 51
128 . ANDANÇAS
Leite no Cerrado LEITE- PG. 98
O futuro do Agronegócio PG. 104 MARÇO 2018 | #pecBR
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PECUÁRIA DE ONDE Municípios brasileiros que aparecem nessa edição
ARACAJU (SE) Combate ao carrapato
MARACAJU (MS) ShowTec 2018 BRASÍLIA (DF) Leite no Cerrado
DESTINOS INTERNACIONAIS
Alegrete (RS) Barretos (SP) Bela Vista de Goiás (GO) Belo Horizonte (MG) Bonito (MS) Brasília (DF) Cachoeira Alta (GO) Campauã (MS) Campinas (SP) Campo Grande (MS) Campo Novo do Parecis (MT) Cândido Mota (SP) Cascavel (PR) Chuí (RS) Coronel Pacheco (MG)
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Cuiabá (MT) Dom Pedrito (RS) Formosa (GO) Frederico Westphalen (RS) Igarapé Grande (MA) Imperatriz (MA) Indaiatuba (SP) Itapeva (SP) Juara (MT) Juiz de Fora (MG) Juruena (MT) Malhada (BA) Nova Crixás (GO) Oiapoque (AP)
Panambi (RS) Pinhalzinho (SC) Piracicaba (SP) Pirapozinho (SP) Riachuelo (RN) Ribas do Rio Pardo (MS) Rondonópolis (MT) São Carlos (SP) São Francisco de Paula (RS) Tapurah (MT) Uberaba (MG) Valença (RJ) Valinhos (SP) Viamão (RS)
Argentina Bolívia China Colômbia Estados Unidos Guatemala México Nicarágua Paraguai Uruguai
COLABORADORES ALTAIR ALBUQUERQUE
Jornalista, Altair é diretor da Texto Comunicação Corporativa, assessoria de imprensa que presta serviços para empresas, entidades e eventos rurais, como a Nelore do Brasil, e está sempre colaborando com a redação.
LARISSA VIEIRA
Assessora de imprensa e editora na Agência Publique e na Associação Brasileira dos Criadores de Girolando, a jornalista colabora com nossa publicação desde a primeira edição.
MARIA DE LAMARE
A zootecnista mestre em Produção Animal é gerente Técnica Executiva da Associação dos Criadores de Brahman do Brasil (ACBB), sendo uma das nossas principais colaboradoras dentro da raça.
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PECUÁRIA EM REDE Use a hashtag #pecBR e apareça aqui!
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Com eles, gado teimoso, ...
“é conversa pra Boi dormir!” Somos criadores exclusivos de Blue Heelers e Red Heelers, também conhecidos como Boiadeiro Australiano e estamos comprometidos com o crescimento da pecuária brasileira!
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PECUÁRIA INDICA BARRETOS OITO SEGUNDOS Chapelaria Pralana, uma das principais fabricantes da América Latina, lançou linha especial em comemoração à Festa do Peão de Barretos. São oito modelos inspirados no peão paulistano, confeccionados em feltro ou palha. R$ 199
BRINCOS IDENTIFICADORES ULTRA Acreditado pelo Internacional Committee for Animal Recording (Icar) como inviolável e amplamente utilizado em diversos países com eficácia comprovada, os brincos da linha ULTRA são fabricados pela Allflex com poliuretano de alta qualidade e reforçados com aditivo e proteção UV, o que confere maior resistência e flexibilidade, suportando até 30kgf de tração. Preço sob consulta
GIN COM ESPECIARIAS A Weber Haus, que produz uma das linhas de cachaças mais conceituadas do país, apresenta o Gin Orgânico London Dry Gin WH 48 (Lote Especial Amburana), com infusão única no mundo. Macerados com ingredientes frescos e locais, como erva-mate e gengibre, o Gin WH traz elementos nacionais a uma bebida global. R$ 170 (750 ml)
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VACINA PROVIDEAN® REPRO 12 A vacina produzida pela Tecnovax possui antígenos bacterianos e virais contra doze diferentes doenças reprodutivas, entre elas: IBR (rinotraqueíte infecciosa bovina), BVD (diarreia viral Bovina), Campylobacter foetus subespécie foetus e subespécie veneralis. Preço sob consulta
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PECUÁRIA INDICA O QUE ESTOU LENDO
DO OIAPOQUE AO CHUÍ A CAVALO
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stá no Guinness Book 1994 o recorde em cavalgadas de longa distância pelo país: quase 20 mil quilômetros percorridos pelos cavaleiros Jorge Aguiar, Pedro Dias de Aguiar e José Reis. Os percalços, aventuras e lembranças da época estão registrados no livro Marcha Brasil 14 mil - Três homens, sete cavalos e um país continental, editado a partir dos diários de viagem de Pedro de Aguiar, mais conhecido como Pedroca. Quando saíram do parque da Água Branca em São Paulo, em 25 de maio de 1991, o trio tinha em seu plano chegar a cavalo ao extremo sul do Brasil, no Chuí (RS), e seguir até o ponto mais setentrional do país, no Oiapoque (AP), e retornar ao ponto de partida, com o objetivo de divulgar as qualidades da raça equina brasileira manga-larga marchador, entre criadores e público. Os 14 mil quilômetros previstos se transformaram em quase 20 mil, duraram dois anos e passaram por 20 estados, mais de 400 cidades e um milhar de ferraduras trocadas. A ideia surgiu com o intuito de produzir algo de impacto midiático para tornar conhecidas as qualidades de um cavalo genuinamente brasileiro e talhado para longas cavalgadas - sua rusticidade ou capacidade de adaptação a ambientes e circunstâncias diversos, sua resistência física e comodidade do andamento marchado. Agora, a epopeia virou livro. Marcha Brasil 14 mil - Três homens, sete cavalos e um país continental Comg Editora e Produção Cultural 352 páginas R$ 90
Natália Escobar Jornalista, assessora de comunicação e editora da Pecuária Brasil
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FURGÃO FRIGORÍFICO
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empresa catarinense Librelato S.A Implementos Rodoviários detectou a demanda por um implemento destinado ao transporte refrigerado e investiu, aproximadamente, R$ 7 milhões para desenvolver um novo furgão frigorífico. O modelo pode ser acoplado a um caminhão 6x2 ou 6x4, variando o comprimento entre 14,6 metros (28 pallets) ou 15,55 metros (30 pallets). A capacidade de carga também pode variar, dependendo do número de eixos. Entre outros destaques, o modelo conta com processo de injetamento moldado dos painéis laterais, teto e assoalho, tendo um ganho térmico em relação aos demais produtos já existentes no mercado, gerando uma economia de 6%.
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PORTEIRA ABERTA STF APROVA CÓDIGO FLORESTAL
Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, no último dia de fevereiro, a favor do Novo Código Rural Brasileiro, vigente há cinco anos. A maioria dos 38 itens em julgamento foram considerados constitucionais. Foram mantidas as chamadas ‘áreas consolidadas’, que são as áreas desmatadas anterior a 22 de julho de 2008, e, por conseguinte, sendo mantido e respeitadas nas declarações do Cadastro Ambiental Rural (CAR).
AGRO TEM MELHOR DESEMPENHO DA HISTÓRIA
A safra recorde de grãos garantiu o crescimento de 13% da agropecuária em 2017, na comparação com 2016, melhor desempenho já registrado pelo setor na história, segundo avaliação da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) sobre o desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) anunciado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O PIB total brasileiro cresceu 1% em 2017 em relação ao ano anterior.
NOVA VACINA CONTRA AFTOSA SÓ EM 2019
A nova fórmula da vacina contra febre aftosa (em dose reduzida de 5 ml para 2 ml e sem a substância saponina) estará disponível para o produtor somente em maio de 2019. A informação foi divulgada em janeiro, durante reunião na Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), em Brasília. A mudança na vacina foi uma exigência dos produtores, diante dos constantes abscessos que têm trazido prejuízos à pecuária brasileira. Giampaolo Buso (PariPassu), Nelson Bechara (GenesisGroup) e André Donad (sócio da PariPassu)
GENESIS GROUP E PARIPASSU ANUNCIAM FUSÃO
Empresas líderes em soluções de rastreabilidade e conformidade para a melhoria e o desenvolvimento da cadeia produtiva de alimentos seguros e de qualidade anunciaram a conclusão de acordo para associação dos seus negócios. Genesis Group e PariPassu unem-se para acelerar a expansão dos seus negócios e ampliar a atuação para as mais importantes cadeias de produção de alimentos com o envolvimento do produtor, distribuidor, indústria e varejo.
TEREZA CRISTINA ASSUME FPA
A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) tem nova diretoria para 2018. A deputada Tereza Cristina assume a presidência, no lugar do deputado Nilson Leitão, que assumiu a liderança de seu partido na Câmara dos Deputados. No comando da FPA, Tereza deixa o cargo de vice-presidente, posição que ocupou em 2017.
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EXPORTAÇÃO DE GADO VIVO SOBE 42% EM 2017
O Brasil exportou, em dezembro, 60,32 mil cabeças de bovinos vivos, segundo dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), com faturamento total de US$ 39,9 milhões. No período, o embarque foi 78,1% maior em relação ao mês anterior. Do total de animais exportados, 98,5% ou 59,4 mil animais, foram enviados para a Turquia, principal comprador de gado em pé do Brasil em 2017. O país fechou o ano de 2017 com um total de 400,66 mil cabeças exportadas, volume 41,9% maior que o registrado no acumulado de 2016.
BRAHMAN ELEGE NOVA DIRETORIA
A Associação de Criadores de Brahman do Brasil (ACBB) validou em dezembro nova diretoria para o biênio 2018/2019, com chapa única inscrita, em assembleia geral. O presidente agora é Paulo Sérgio Scatolin, selecionador de brahman desde 2013.
AGRO MOVIMENTA MAIS DE R$ 135 MILHÕES ONLINE
O setor agrícola teve em 2017 o maior crescimento em 21 anos (13,4% no primeiro trimestre), e vem movimentando o mercado online. Em dois anos, a comercialização digital de máquinas pesadas e agrícolas movimentou mais de R$ 135 milhões. Os dados são da Superbid, principal plataforma de leilões online da América Latina. O levantamento engloba os leilões realizados entre os anos de 2016 e 2017, que envolveram a venda de três mil lotes. No comparativo anual, o setor agrícola apresentou um crescimento de 46% somente em 2017.
NICARÁGUA ASSINA CONTRATO COM PMGZ
No final de outubro, representantes da Câmara Nicaraguense de Criadores e da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ) assinaram contrato do PMGZ Internacional. Pelo documento, a entidade brasileira cederá tecnologia para implantação do registro genealógico de zebuínos no país da América Central.
Paulo Sérgio Scatolin
FRIGOL ASSUME UNIDADE EM JURUENA
A Frigol S.A., quarta maior indústria frigorífica do Brasil, está assumindo uma unidade em Juruena (noroeste de Mato Grosso), com capacidade para mil bovinos/dia. Com esse investimento, a empresa aumenta sua capacidade total de abate para 80 mil cabeças/mês. A empresa está investindo R$ 10 milhões na unidade de Juruena, especialmente em infraestrutura (equipamentos e máquinas) e insumos. Serão 450 empregos diretos gerados, número que deve chegar a 600 em seis meses.
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PORTEIRA ABERTA MORRE FARDO FIV F. MUTUM
NOVO PRESIDENTE PARA ASSOGIR
O pecuarista José Luiz Junqueira Barros assumiu oficialmente a presidência da Associação Brasileira dos Criadores de Gir (AssoGir). O investidor da raça tomou posse em 6 de fevereiro, juntamente com a nova diretoria: o vice Valdyr Barbosa de Oliveira Júnior, 2º vice Luciano Cordeiro, 3º vice Dunya Sab, e os diretores Kowalsky Ribeiro, André Miranda, Haroldo Paulino da Costa, José Rodolfo Manuel de Souza Borges, Jorge Sab e José Carlos Lobo.
CRIADORES FUNDAM CONFEDERAÇÃO LATINOAMERICANA
Criadores de angus da Argentina, Brasil, Colômbia, México, Uruguai e Paraguai reuniram-se em uma nova entidade que representará os interesses da raça em nível internacional. É a Confederação Latino-americana de Países Produtores de Angus (Colappa), criada em dezembro em Bueno Aires (capital argentina). Entre as missões da nova confederação está o fortalecimento do livre comércio de genética entre os países membros e a homologação e integração de registros.
RECEITA CRESCENTE
A receita da Zoetis, líder mundial em saúde animal, foi de US$ 1,3 bilhão no terceiro trimestre de 2017 – um aumento de 9% em comparação com o mesmo período de 2016. O lucro líquido foi de US$ 298 milhões.
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Veio a óbito no dia 25 de novembro um dos maiores touros da história do gir leiteiro: Fardo FIV F. Mutum, destaque da bateria da CRV Lagoa, atualmente 28º lugar no ranking da ABCGil 2017, com PTA de 357,2 kg de Leite. O touro de onze anos fez toda a sua carreira de produção de sêmen na CRV Lagoa, onde produziu 131.483 doses entre 2008 e 2015. Entre suas conquistas, foi Reservado Grande Campeão da ExpoZebu 2008 – e seus filhos agora seguem seus passos. Devassa FIV WAD, por exemplo, foi Grande Campeã da ExpoZebu e Megaleite/17.
32º GRUPO DO TESTE DE PROGÊNIE ABCGIL/ EMBRAPA
Em 2017, o Programa Nacional de Melhoramento do Gir Leiteiro (PNMGL) completou seus 32 anos de execução em parceria com a Embrapa Gado de Leite, com um grupo de 30 reprodutores disponíveis dos mais variados pedigrees para distribuição. Foram coletadas 550 doses de sêmen, distribuídas para aproximadamente 400 fazendas colaboradoras nas regiões Norte, Nordeste, Centro Oeste e Sudeste do país. Com o trabalho de divulgação e distribuição dos colaboradores e controladores do PNMGL Igor Tavares e Vinícius Alves, novos municípios entraram para o programa: Afonso Cláudio (ES), Laje do Muriaé (RJ), Matipó (MG), Natividade (RJ), Piranga (MG), entre outros; totalizando 5.160 doses entregues para 101 novos rebanhos colaboradores, tendo como entrada média de 2.580 novos ventres para o programa. Para mais informações de como se tornar um rebanho colaborador com o PNMGL, entre em contato pelo e-mail girleiteiro@girleiteiro.org.br ou no telefone (34) 3331-8400.
TRANSFERÊNCIA DE INFORMAÇÃO
PRODUÇÃO LEITEIRA DEVE CRESCER 1,8%
Segundo o Índice de Captação de Leite da Scot Consultoria, de janeiro a outubro de 2017 a produção de leite aumentou 2,2% no Brasil, comparativamente com o mesmo período do ano anterior. A produção vem crescendo com o clima favorável e queda nos custos de produção, especialmente da dieta, em função da cotação do milho e do farelo de soja. Para 2018, a perspectiva é de incremento de 1,8% no volume captado, voltando ao patamar de 35 bilhões de litros, de acordo com consultoria especializada em agro.
LEITE NO URUGUAI
O preço da tonelada de leite em pó exportado pelas indústrias de laticínios uruguaias subiu 29% em um ano (entre novembro de 2016 e novembro de 2017). Com a cotação média de US$ 3.041 a tonelada, segundo dados estatísticos do Instituto Nacional do Leite (Inale). Durante o ano, o aumento foi de 25% para a tonelada de manteiga, 5% o leite em pó integral e 3% a tonelada de queijo, enquanto que no caso do leite em pó desnatado houve queda de 22%. Tudo isto repercutiu no faturamento total até novembro, que subiu apenas 4%.
A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), e a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) assinaram em novembro, em Brasília, o acordo de cooperação técnica para transferir para o setor produtivo a gestão do sistema de banco de dados dos rebanhos bovino e bubalino do país. Na prática, a CNA passa a auxiliar o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) na operacionalização da Base Nacional de Dados do Serviço Brasileiro de Rastreabilidade da Cadeia Produtiva de Bovinos e Bubalinos (BND/SISBOV).
MISSÃO CHINA
O Sistema Famato, formado pela Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar-MT) e o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), participou entre os dias 5 e 10 de novembro da Missão China 2017, em Pequim, na China, promovida pelo Governo de Mato Grosso por meio da Desenvolve MT. O objetivo principal foi promover o Estado de Mato Grosso e buscar parcerias nos setores de infraestrutura, logística e sustentabilidade no agronegócio. Durante o MT Investiment Forum Beijing, na China, organizado pelo governo de Mato Grosso em parceria com a China Trade Center, o superintendente do Imea, Daniel Latorraca, apresentou para líderes empresariais chineses, com interesse em negócios com o Brasil, as potencialidades do agronegócio mato-grossense. Mais de 200 empresas e instituições chinesas participaram da apresentação.
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PORTEIRA ABERTA GENOVESI PRESIDENTE
O Sindicato Nacional dos Leiloeiros Rurais elegeu, em novembro de 2017, a nova diretoria que irá comandar a entidade de 2018 a 2021. O até então presidente João Antônio Gabriel passa a presidência para Nilson Francisco Genovei, ambos leiloeiros rurais atuantes desde a fundação da entidade, em 1984, e grandes conhecidos do meio rural, em especial na raça nelore. Foto Ronco
Leiloeiros Nilson Genovesi, o novo presidente do Sindicato, e o anterior, João Gabriel
NELORE PAULISTA TEM NOVA DIRETORIA
A Associação Paulista dos Criadores de Nelore (APCN) está com nova diretoria para os próximos dois anos. O até então diretor presidente José Eduardo Meireles Filho passou o cargo para o também nelorista Luiz Gustavo Garcia Ribeiro. Os principais objetivos da nova diretoria são fortalecer cada vez mais o Ranking Paulista e resgatar os pequenos criadores de volta para as exposições, assim como a busca por parceiros e patrocinadores que agreguem valor à raça. Acompanham Gustavo na chapa: Maria Cecília Brazil Menezes Garcia (diretor 1º vice-presidente), Bruno Furtado (diretor 2º vice-presidente), José Eduardo Meireles Filho (diretor financeiro); Paulo Sérgio Menezes Garcia (diretor administrativo); Cesár Tomé Gareti (diretor social); Dorival Gibertoni (diretor de Marketing); Carlos Augusto Junqueira Franco (diretor técnico); José Jesus Aparecido de Faria (diretor comercial); e Luiz Carlos Marino (diretor patrimonial).
EXPORTAÇÕES AOS ÁRABES AVANÇAM 22%
As exportações brasileiras aos países árabes somaram US$ 11,4 bilhões entre janeiro e outubro de 2017, segundo dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC) organizados pela Câmara Árabe-Brasileira. O resultado representa aumento de 22,31% em relação ao mesmo período de 2016. Em volume, os embarques somaram 29,4 milhões de toneladas, alta de 18,92% na mesma comparação. Açúcar (34,4% do total de receitas), carne de frango (19,7%), minérios (8,4%), carne bovina (7,2%) e milho (5,5%) lideraram a pauta de exportações no período.
ALEXANDRE GUERRA REELEITO
O presidente do Sindicato da Indústria de Laticínios do RS (Sindilat) e diretor da Cooperativa Santa Clara, Alexandre Guerra, foi reeleito para comandar a entidade na gestão 2018/2020. A eleição foi por unanimidade e contou com 51 votos de indústrias que respondem, juntas, por mais de 80% da produção do Rio Grande do Sul. A diretoria para o triênio 2018/2020 ainda terá Guilherme Portella (Lactalis), que segue como 1º vice-presidente, e Caio Vianna (CCGL), que assumirá a 2ª vice-presidência.
Primeira reunião da nova diretoria, na Expoinel MG, em Uberaba
CONFERÊNCIA GLOBAL DA CRI GENÉTICA
O Brasil sediou pela primeira vez a CRI Global Conference, evento que reúne os principais distribuidores da CRI Genética no mundo a cada dois anos, alternando sua sede entre os EUA e outros países onde a companhia atua. O Brasil, um dos principais mercados da CRI Global, foi escolhido para sediar o evento pela primeira vez. Mais de 20 distribuidores de diferentes países estiveram em Campo Grande (MS) para a “CRI Global Marketing Conference 2018: Strategic Planning – Future Success”. Além das apresentações e atividades, o grupo visitou duas fazendas em Mato Grosso do Sul: a Fazendão Girolando, em Campo Grande, e a Fazenda 7 Voltas, em Ribas do Rio Pardo.
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PORTEIRA ABERTA RANKING ANGUS 2017
A Estância da Guarita, do criador Sérgio Malheiros da Fonseca, foi a grande vencedora do Ranking Nacional de Expositores e de Criadores da Raça Angus de 2017, entre os animais de argola. A Cabanha, situada em Alegrete (RS) e que já havia vencido o Ranking Nacional de Expositores em 2016, vinha em uma disputa acirrada com a Fazendas Reunidas Pansul, Fazenda São Marco, de Itapeva (SP), que finalizou o ranking como vice-campeã. Entre os rústicos, a grande vencedora do Ranking Nacional foi a Cabanha Soldera, dos Irmãos Soldera, de Panambi (RS), que recebe a premiação de forma inédita. Como vice-campeã do Ranking Nacional de Rústicos ficou a Estância Tradição, da Parceria Rotta Assis, de Santa Vitória do Palmar.
EMBRAPA LANÇA EAD
A Embrapa Gado de Leite, uma das unidades da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, lançou a sua modalidade de ensino à distância (EAD). O E@D-Leite está disponível no endereço online ead.cnpgl.embrapa.br e já disponibiliza três cursos integralmente on line: Silagem de capim; Silagens de milho e sorgo; e Amostragem, coleta e transporte de leite. Outros três cursos devem estar disponíveis ainda esse ano, um sobre qualidade do leite e dois relativos a melhoramento genético. Ao final do curso, desde que sejam cumpridas todas as etapas, o aluno recebe um certificado eletrônico. A taxa de inscrição para ter acesso às aulas é de R$ 29.
Rubens Ferreira
O Tepagro avalia tourinhos, tendo como diferencial, o uso em rebanhos locais, a maioria compostos de animais cara limpa
TEPAGRO GANHA CHANCELA DO MINISTÉRIO DA AGRICULTURA Dona de um rebanho de 20 mil cabeças de nelore em Juara (MT), a Agro Maripá recebeu a chancela do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) para o Tepagro, seu teste de progênie próprio, desenvolvido há sete anos. Inspirado nas regras da Reprodução Programada da Associação Nacional de Criadores e Pesquisadores (ANCP), que identifica os melhores tourinhos do programa de seleção conduzido pela entidade, o Tepagro visa identificar animais ainda jovens, candidatos a excelentes raçadores em Juara, região carente de genética melhoradora.
BRASIL AMPLIA COOPERAÇÃO COM GUATEMALA
CARGIL ADQUIRE INTEGRAL
A Cargill comprou a Integral Nutrição Animal, empresa brasileira de nutrição para bovinos. A aquisição ajudará a Cargill a desenvolver suas capacidades em suplementos minerais, proteicos, proteico energéticos e premixes na região Centro-Oeste do Brasil. A transação deve ser concluída nos próximos meses, dependendo de aprovações regulatórias do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). 26
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A expertise brasileira na formação de rebanhos bovinos puros da raça girolando está sendo aplicada na Guatemala para melhorar a qualidade do plantel leiteiro local. A Associação Brasileira dos Criadores de Girolando realizou em novembro, juntamente com técnicos do Ministério da Agricultura, Pecuária e Alimentação da Guatemala e da Associação de Gir e Girolando da Guatemala, uma série de inspeções técnicas por 18 propriedades rurais do país para efetuar os registros genealógicos de 319 animais. O coordenador Operacional do Programa de Melhoramento Genético da Raça Girolando (PMGG), Marcello Cembranelli, e os técnicos guatemaltecos visitaram as propriedades. As entidades mantém um termo de cooperação técnica na área de registro e melhoramento genético, com o objetivo de viabilizar o aumento de rebanhos registrados.
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PORTEIRA ABERTA EXPORTAÇÕES DE CARNE BOVINA TÊM ALTA
ABCZ RECEBE ISO
Pelo sétimo ano consecutivo, a Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ) recebeu a certificação das normas ISO 9001 e ISO 14001, que dizem respeito à Gestão da Qualidade e Sustentabilidade Ambiental. O trabalho foi feito pela certificadora internacional ABS Quality Evaluations, através de um processo de auditoria externa entre os dias 16 a 20 de outubro. A entidade é a primeira associação de pecuária brasileira a ser certificada pelas normas ISO 9001 e ISO 14001. Desde 2011, a Associação possui a dupla certificação, sendo a ISO 9001, específica para sistemas de qualidade, e a ISO 14001, norma internacionalmente reconhecida e desenvolvida com objetivo de criar o equilíbrio entre a manutenção da rentabilidade e a redução do impacto ambiental.
MORRE DONATO NAVIRAÍ
Aos treze anos de idade, o um dos touros mais valorizados da raça nelore, Donato Naviraí morreu na central Alta, onde morava desde 2006. Touro consagrado conquistou a liderança em cinco sumários, com destaque para ANCP, PMGZ, Geneplus e Nelore Qualitas, ele produziu mais de 300 mil doses, algumas ainda disponíveis. Filho de Atma de Naviraí em vaca Rambo da MN, o reprodutor gerou 4,5 mil filhos avaliados pela ANCP, e 15 mil filhos avaliados em 900 rebanhos associados ao PMGZ. 28
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Em ano atípico, as exportações brasileiras de carne bovina registraram crescimento de 13% em faturamento e 9% em volume no fechamento de 2017, na comparação com o resultado obtido em 2016, segundo dados da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec). No acumulado do ano passado, o país faturou US$ 6,2 bilhões e embarcou 1,53 milhão de toneladas do produto, destinadas para 134 países. O melhor resultado foi em agosto, quando foram embarcadas aproximadamente 150 mil toneladas de carne bovina e faturados US$ 622 milhões.
SEMEX CONTRATA NOVO GERENTE DE EXPORTAÇÕES
De olho na ampliação dos protocolos sanitários entre o Brasil e diversos países, a Semex acaba de contratar o zootecnista Mario Karpinskas Júnior para gerenciar as exportações de genética de produtos tropicais, corte e leite, sêmen e embriões. O objetivo da companhia é estreitar o relacionamento com os mercados da América do Sul, América Central, Ásia e África, especialmente com os países de clima tropical e interessados nas raças zebuínas e seus cruzamentos.
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PORTEIRA ABERTA BRASILEIROS EM TOUR PELO CANADÁ
Para conhecer a pecuária leiteira do Canadá, uma comitiva brasileira, formada por 36 criadores, profissionais do setor e jornalistas, visitou fazendas, central de coleta e exposições canadenses. O grupo fez parte do Semex Tour Royal Winter Fair, promovido de 3 a 12 de novembro, passando pelas principais regiões produtoras de leite do país. Todas as propriedades visitadas utilizam a genética dos touros da raça holandesa comercializada pela Semex.
PRÊMIO SISTEMA FAMATO EM CAMPO
MARFRIG CRESCE 29%
A Marfrig Global Foods, uma das maiores companhias globais de alimentos à base de proteína animal, apresentou seu resultado fiscal do terceiro trimestre de 2017. No período, a companhia registrou melhoria nos seus indicadores financeiros. A receita líquida total atingiu 4,8 bilhões de reais, um crescimento de 11% em relação ao terceiro trimestre de 2016. O lucro bruto consolidado foi de 628 milhões de reais – 29% superior ao registrado no ano anterior. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, amortizações e depreciações) ajustado do trimestre chegou a 490 milhões de reais, um crescimento – em bases anuais – de 41%.
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As fazendas Seis Amigos, localizada em Tapurah (MT), e Santa Amélia, de Campo Novo do Parecis (MT), foram as vencedoras da 3ª Edição do Prêmio Sistema Famato em Campo, reconhecidas como referências em inovação no estado de Mato Grosso – tema do prêmio este ano. Além delas, outras cinco fazendas receberam o prêmio de referência em inovação em suas respectivas regiões. As sete fazendas finalistas foram selecionadas entre as 28 que concorreram. Entre os critérios de seleção estavam originalidade, aplicabilidade, funcionalidade da tecnologia e rentabilidade da propriedade. O Prêmio é uma iniciativa da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar-MT) e Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea).
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PORTEIRA ABERTA MONTANA LANÇA SUMÁRIO
Com 288 reprodutores listados e ranqueados pelo Índice Montana, a edição 2017 do Sumário de Touros da raça já está disponível em compostomontana.com.br para os interessados em conhecer sobre a utilização de bovinos compostos, suas qualidades e diferenciais para a produção de bezerros de qualidade. O banco de dados utilizado nas análises genéticas para a elaboração do sumário contém dados de 374,04 mil animais avaliados à desmama, o que torna o banco de dados do montana o maior de banco de animais compostos do mundo.
6ª PRÉ-SELEÇÃO DE GIROLANDO
A Associação do Girolando vai ampliar o número de touros provados para características de grande impacto econômico na pecuária leiteira e no melhoramento genético do rebanho. A entidade divulgou lista de reprodutores convocados para participar da 6ª Prova de Pré-Seleção de Touros Girolando, que tem como finalidade identificar os animais com melhor desempenho reprodutivo. A lista completa dos selecionados está disponível no site da entidade (girolando.com.br). Foram selecionados 67 touros, que ficarão de novembro a abril no Centro de Performance Girolando (CPG), em Uberaba (MG). Eles passarão por uma série de avaliações, tais como quantidade e qualidade dos espermatozoides produzidos, capacidade de congelamento e descongelamento do sêmen, existência de doença reprodutiva, libido, entre outros. A Prova de Pré-Seleção acontece desde 2013, em parceria com o Instituto Federal do Triângulo Mineiro (IFTM), e já avaliou mais de 340 animais.
CRI INICIA TRABALHO COM DEVON
A CRI Genética, empresa no segmento de inseminação artificial (IA), contratou o touro Brado de Santa Alice 1180, dando início ao trabalho da empresa com a raça devon. O animal, de propriedade do pecuarista Henrique Olmedo Ribas, foi Reservado de Grande Campeão durante a Expointer 2016 e conquistou o Campeonato do troféu José Almeida Collares (conferido aos Campeões do CDP) na edição de 2017.
CARGILL ADQUIRE DIAMOND V
Em resposta à crescente preferência dos consumidores para a produção natural e saudável de alimentos, a Cargill assinou acordo vinculativo para adquirir a Diamond V, fornecedora global líder de soluções naturais inovadoras e tecnologias, que melhoram a saúde e o desempenho animal e segurança alimentar. Essa aquisição, que segue o recente investimento da Cargill na Delacon, dará à Cargill a participação de US $ 20 bilhões e tornará a empresa líder no mercado de aditivos para alimentação animal.
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FRÍSIA, CASTROLANDA E CAPAL SE UNEM
Com mais de cinco mil famílias cooperadas, R$ 7 bilhões de faturamento anual e mais de R$ 500 milhões em investimentos, três das maiores cooperativas do Paraná anunciaram uma união que revolucionará o agronegócio paranaense. Frísia, Castrolanda e Capal lançaram a marca Unium. A novidade irá, aos poucos, substituir os selos das cooperativas que assinam produtos do mercado de carnes, leite e farinha de trigo.
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Seleção
pentacampeã 34
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Carlos Seara Muradás, fundador da Jatobá Pecuária, e a primogênita, Bettina
Jatobá Pecuária reafirma superioridade genética de seu rebanho e brinda o quinto título de melhor criatório de nelore do país
CARLOS LOPES E GUSTAVO MIGUEL
N
ão há dúvidas de que a Jatobá Pecuária não brinca em serviço. Já tendo seu nome definitivamente cravado na história da pecuária brasileira, em 2017 a seleção provou mais uma vez que trabalho sério leva a resultados surpreendentes. O ano foi marcante para o criatório, que percorreu pistas de julgamento no país inteiro e voltou para casa com mais troféus e faixas do que nunca. Além de se destacar na seleção genética da raça nelore, a empresa fundada por Carlos Seara Muradás participa significativamente da produção de carne do país, sendo proprietária de um rebanho de quase cinquenta mil cabeças, criadas a campo para o abate. O trabalho na pecuária extensiva é o que motiva a seleção de genética, focada em produtividade. Atualmente, quem ajuda no trabalho de seleção é Bettina
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Equipe Jatobá Pecuária comemora o pentacampeonato
Bettina, Gordo, Hélio e Roberta
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Muradás, a primeira de quatro filhos do pecuarista fundador da Jatobá Pecuária. Apaixonada pela raça, ela explica que o foco é melhorar a produção de carne a pasto no país. “Trabalhamos para aprimorar a produtividade da pecuária no Brasil como um todo, pensando nas diferentes realidades do país, com o objetivo de imprimir mais precocidade na produção de carne através da genética”. Já na sua chegada ao nelore, a Jatobá Pecuária foi premiada como Melhor Novo Criador no ranking nacional da Associação dos Criadores de Nelore do Brasil (ACNB), em 2005 e, de lá pra cá, vem acumulando títulos. Em 2018, recebe uma premiação inédita: a de cinco vezes campeão nacional como Melhor Criador, referente ao ranking 2016/2017. Em 2016, já havia sido recordista ao acumular quatro títulos, e, esse ano, reafirma a superioridade genética de seu plantel. Além da grande premiação, recebeu também vários prêmios individuais por exemplares de destaque nas pistas. O mérito é resultado de quase 20 anos de trabalho sério e dedicado, iniciado em 1998 e conduzido em família, contando com profissionais de alto gabarito em uma equipe afinada com as pistas e o campo. “Investimos muito em qualificar nossa equipe e melhorar nossa tecnologia e nutrição dos animais, o que precisa ser feito diariamente. O retorno é enorme, materializado nos títulos que recebemos. Somente assim, conseguimos levar nosso potencial de produção de carne a campo para as pistas e mostrar que nosso trabalho gerou um nelore único e produtivo para qualquer lugar”, afirma Bettina. Entre os vários exemplares dessa genética premiada, o destaque fica para Jolie FIV do Mura, a tricampeã Melhor Matriz Nelore do ranking da ACNB, premiada consecutivamente nos três últimos anos. Filha do Basco da SM e Enfezada TE do Mura (Big Ben da SN), Jolie é a expressão clara do trabalho da Jatobá Pecuária. “Essa matriz é um orgulho porque vem de uma família muito especial. É uma genética fora do comum”, garante Bettina. Jolie é neta da grande matriarca do plantel, Gaorina TE da Fazendinha, adquirida do pecuarista da Carpa Serrana, Duda Biagi. Ela produziu vários animais excepcionais, matrizes muito produtivas e com grande habilidade materna. Sua avô Gaorina foi um investimento tão certeiro que, agora, terá sua genética repassada através de seus seis clones, que já estão com doze meses, crescendo fortes e saudáveis na bela propriedade da Jatobá Pecuária, no Mato Grosso do Sul. Já nasceu também o clone da Jolie, genética rara que precisa ser preservada. “A clonagem nos dá a possibilidade de continuar testando essa genética tão fantástica com outros touros
ainda não usados, descobrindo, assim, ainda mais possibilidades no melhoramento genético”, conta Bettina, que considera a descoberta de novos acasalamentos certeiros uma de suas atividades favoritas no trabalho. Para 2018, as expectativas são otimistas. A Jatobá Pecuária está organizando um leilão virtual para o segundo semestre, onde disponibilizará exemplares de genética premiada. Além disso, a seleção continuará marcando presença nas pistas, em busca do hexacampeonato. Nutrição campeã Os campeões da Jatobá Pecuária têm uma alimentação diferenciada para expressar seu máximo potencial. A nutrição do rebanho sul-mato-grossense fica por
Jolie FIV do Mura, a tricampeã Melhor Matriz Nelore do ranking da ACNB
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conta de um empreendimento que está há mais de 70 anos no mercado. A empresa nasceu como Agroceres, com objetivo de levar soluções ao agronegócio brasileiro. O grupo cresceu e surgiu a Agroceres Multimix, atualmente com mais de 40 anos dedicados ao segmento de nutrição animal, com produtos específicos para bovinos de corte e leite, suínos, aves de corte e postura. Hoje, é uma das empresas mais requisitadas do setor quando o assunto é nutrição de potenciais campeões. Na Jatobá Pecuária, assim como em vários outros criatórios de destaque do Mato Grosso do Sul e do país, a empresa de nutrição desenvolve um trabalho personalizado de acompanhamento e planejamento nutricional, além de oferecer uma ração de alta qualidade. Na Fazenda Baunilha, quem acompanha a dieta dos campeões são os profissionais Hélio de Biasi, consultor técnico comercial da Agroceres Multimix, Júnior Cesar Fernandes Barbosa, representante comercial (regional MS), e o representante nacional Nelson Jamil. A equipe explica que a empresa possui um programa nutricional com produtos que mostram resultado em pista: animais com ótimo acabamento, mas sem acúmulo de gordura. “Além da alimentação do gado, nós damos um suporte integrado e personalizado à fazenda. Estamos constantemente dentro das propriedades, acompanhando o desenvolvimento do rebanho e oferecendo soluções completas para maximizar o potencial do criatório”, conta o consultor Hélio. Juntamente com os colegas e em nome da Agroceres Multimix, ele parabeniza a Jatobá Pecuária pelo trabalho desenvolvido. “Esse é um título muito importante para confirmar a genética superior - e de ponta – com que a Jatobá trabalha. Eles são muito sérios e comprometidos no que fazem, trabalhando com foco para conquistar e manter o título de campeão nacional”, ressalta.
QAYO FIV DO MURA
QHINY FIV DO MURA
RAMONA FIV DO MURA
RIVIERA FIV DO MURA e ROQUE FIV DO MURA
ROLEX FIV DO MURA 38
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CRIA, NÓS MULTIPLICAMOS VOCÊ
Samma TN2 Carthago
Estou extremamente satisfeito com os resultados! Clonei minhas principais vacas e a maioria dos clones já estão em plena produção de embriões. Da Samma, que é uma vaca muito importante do meu criatório, fiz 7 clones, sendo que um deles, comercializei na Bolívia por 510 mil reais. A clonagem contribuiu tanto ao meu criatório que passou a participar do mercado internacional, como contribui a seleção da Bolívia, permitindo a eles a genética de uma das principais doadoras da Raça Nelore do Brasil. Gabriel Belli
Elegance II TN2
A Clonagem é uma realidade, nenhum criador pode ficar sem usar esta ferramenta, não é preciso falar, os resultados mostram! É como um seguro para a Genetica. Hoje, fazemos clones de Doadoras consagradas, animais jovens que têm potencial, e, animais que perdemos precocemente. Usamos a tecnologia e acho que todos deveriam usar. Nielce Crispim
Valia TN JMMA
Estrelas têm cópia? Multiplicar a qualidade para transpor a fronteira da utopia! Sinta a emoção em clonar as rainhas da sua Via Láctea e colha os resultados! José Mario Miranda Abdo
Engenho da Rainha Bixia TN2 Nova Terra
Fiz uso da tecnologia em clone na empresa Geneal em Uberaba. Clonando minha doadora Engenho da Rainha Bixia, a qual gerou três belos produtos. A Geneal é um Gênio em Clone! Eu recomendo! Luiz Carlos Rodrigues
/GENEALGENETICA GENEALGENETICA WWW.GENETICAANIMAL.COM.BR
RODOVIA BR- 050 , KM 184 UBERABA, MG
(34) 3334-5100
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ENTREVISTA NABIH AMIN EL AOUAR
NELORE EM NOVAS MÃOS A nova diretoria da Associação dos Criadores de Nelore do Brasil (ACNB), empossada em fevereiro, trabalhará pelo fortalecimento da cadeia da carne bovina
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CLÁUDIA MONTEIRO
ecuarista há 32 anos e médico cardiologista, Nabih Amin El Aouar presidirá a Nelore do Brasil até 2020. Filho de imigrantes libaneses que chegaram ao Brasil em 1947, formou-se em Medicina na cidade de Vitória (ES), se especializando em Cardiologia em São Paulo (SP). Em 1985, com o falecimento do pai, assumiu os negócios pecuários da família. Na época não tinha experiência no ramo, mas, estudioso por natureza, rapidamente estava totalmente inteirado do mundo agro. Em 2003, entrou para a Associação Capixaba dos Criadores de Nelore (ACCN), e em 2005 foi convidado pra ser diretor social e de marketing da entidade, sendo eleito presidente da mesma em 2007. Quando foi convidado para assumir a Nelore do Brasil, estava no seu quarto mandato no cargo, o que deu ao pecuarista muita experiência no ramo.
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Pecuária Brasil . Como foram os anos frente à Nelore Capixaba? Nabih El Aouar . Até assumir a Nelore do Brasil, eu me encontrava no quarto mandato como presidente da Nelore Capixaba, e já havia sido diretor da mesma por três mandatos. Foram 13 anos colaborando com grande satisfação para entidade que, durante esse período, realizou: 12 Expoinel ES, cinco Exponel Vila Velha, três Simpósios de Pecuária Bovina, nove Congressos Capixaba e Brasileiro de pecuária bovina, 16 abates técnicos e 13 dias de campo. Além disso, durante esse período, a associação foi diretamente responsável pela distribuição de 2 mil vagas de estágios para estudantes de Ciências Agrárias, 18 concursos de trabalhos científicos com R$36 mil em premiações em dinheiro, além de 25 visitas técnicas à ExpoZebu, em Uberaba, com despesas completamente pagas pela entidade. Tudo isso graças ao empenho de uma diretoria unida, integrada, motivada em realizar ações para o bem. Em nossa gestão à frente da Nelore Capixaba, conseguimos fazer muito pelo nelore no Espírito Santo, cujo rebanho representa apenas 1% do total nacional. Se conseguimos lá, certamente teremos resultados exponencialmente mais expressivos em âmbito nacional.
grandes chances de sucesso. Primeiramente, formamos uma diretoria competente, capacitada e muito motivada a promover “o bem”, fomentar a raça nelore e continuar investindo em todas as ações já existentes (como julgamento dos animais de pista, julgamento de animais a campo, Circuito Boi Verde, Nelore Natural, Universidade do Boi e da Carne, entre tantos outros). Agora, o próximo passo, que já está em curso, é conquistar a confiança dos associados e promover uma integração entre eles e a diretoria, com objetivo de construirmos, juntos, o futuro que almejamos para raça. No momento que obtivermos essa integração,
partiremos para os objetivos em prol do nelore. PB . E quais seriam esses objetivos? NA . Dividiremos esses objetivos em três vertentes. A primeira é o incentivo às ações que já existem. Não iremos desativar nada. Investiremos na promoção do ranking, do julgamento a campo, a Nelore Fest, Nelore Natural e Circuito Boi Verde, incrementando e incentivando essas ações. Em uma segunda vertente, iremos incentivar o setor produtivo e os criadores de animais comerciais. Queremos incentivar a produção de carne de qualidade, lembrando sempre que
PB . E agora, frente a uma das maiores entidades representativas do setor, quais são os seus primeiros planos? NA . Nunca pleiteei um cargo na ACNB (ou qualquer outra associação, na verdade), mas fui convidado pela diretoria para ser o presidente na nova gestão, e entendo esse momento como um desafio com
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ENTREVISTA esse setor é tão importante quanto a seleção de elite. Investiremos no nelore comercial, adotando medidas que o tornem cada vez mais produtivo, dando maior rentabilidade para o pecuarista e maior segurança alimentar para o consumidor. Na terceira vertente, incentivaremos a pesquisa acadêmica, juntamente com institutos de pesquisas e universidades. Não podemos nos afastar da parte científica da pecuária, tão essencial para evolução de nossa produtividade. PB . Em apenas dois anos de gestão, como estabelecido pelo estatuto da ACNB, será possível concretizar com solidez todas
Realização:
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essas ações? NA . Todas as ações citadas, assim como todas realizadas pela Nelore Capixaba, são nossos objetivos, mas, não podemos assegurar que em apenas dois anos conseguiremos. Vamos tentar, somos perseverantes e não desistimos facilmente, mas, necessitamos do apoio e confiança de todos os associados. Confio plenamente em nossa diretoria com Romildo Antônio da Costa, Bruno Bello Vicentin, Vilemondes (Bill) Garcia de Andrade, Rafael Zoller, Victor Paulo Miranda, André Ribeiro Bartocci, Emanuelle Louzada, Antônio Celso
aSSeSSoRia:
67 99909.3938
PaTRoCÍNio:
67 99944.1382
Gaiotto, João Leopoldino Neto, Roberto Mendes e Thiago Rocha Lopes. PB . Se você pudesse tomar um café com cada nelorista do país, o que gostaria de dizer a eles? NA . A primeira coisa que diria é que precisamos integrar. Nossa força coletiva é impressionante e precisamos remar na mesma direção. Em segundo lugar, diria para não se esqueceram de ter fé e esperança. Em terceiro lugar, acreditar muito em Deus e trabalhar enormemente. Por último, o mais importante: comam sempre muita carne de nelore porque faz bem para o coração e para vida.
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CALENDÁRIO EXPASS E SINAGRO 17 a 25 de março Passos (MG) (35) 3529-2650 EXPOAGRO FUBRA 20 a 22 de março Rio Pardo (RS) (51) 3713-7700 EXPOPEC 22 a 25 de março Porangatu (GO) expopec.com.br CONVENÇÃO DO CANCHIM 22 e 23 de março São Carlos (SP) embrapa.br/pecuaria-sudeste EXPOLONDRINA 5 a 15 de abril Londrina (PR) (43) 3348-4380
EXPOZEBU 28 de abril a 6 de maio Uberaba (MG) abcz.org.br
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EXPOGRANDE 5 a 22 de abril Campo Grande (MS) (67) 3342-1746
EXPO CURVELO 7 a 13 de maio Curvelo (MG) (38) 3721-5222
EXPOARAXÁ 8 a 22 de abril Araxá (MG) expoaraxa.com.br
AGROTINS 8 a 12 de maio Palmas (TO) agrotins.to.gov.br
AGROPECRUZ 10 a 15 de abril Santa Cruz de la Sierra (Bolívia) fexpocruz.com.bo
AGROBRASÍLIA 15 a 19 de maio Brasília (DF) agrobrasilia.com.br
EXPOBAHIA 2018 11 a 15 de abril Salvador (BA) (71) 3375-6588
RONDÔNIA RURAL SHOW 23 a 26 de maio Ji-Paraná (RO) rondoniaruralshow.ro.gov.br
AGRISHOW 2018 30 de abril a 4 de maio Ribeirão Preto (SP) agrishow.com.br
TECNOLEITE 23 a 25 de maio Morrinhos (GO) tecnoleitecomplem.com.br
EXPOINGÁ 3 a 14 de maio Maringá (PR) expoinga.com.br
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SHOWTEC 2018
Mais de 15 mil pessoas passaram pela Fundação MS durante o Showtec 2018, realizado em Maracaju (MS), de 17 a 19 de janeiro. O evento é considerado uma das maiores feiras de difusão de tecnologias da agricultura e pecuária do Brasil. Foram três dias de programação intensa, com grande participação de produtores, profissionais da área e investidores do agronegócio. O Showtec 2019 já tem data marcada e deverá acontecer de 16 a 18 de janeiro do ano que vem.
EXPOINEL DIVERSIFICADA
Uberaba (MG) recebeu entre os dias 17 e 24 de fevereiro, no Parque de Exposições Fernando Costa, cinco exposições simultâneas. A tradicional Expoinel Minas recebeu cerca de 600 animais, que se somaram aos exemplares da 1ª Exposição Interestadual da Raça Girolando (223 animais), a 1º Exposição Interestadual do Gir Leiteiro (150 animais), a 7ª Exposição Nacional do Indubrasil (60 animais) e a 1ª Expoinel Guzerá, organizada pelo núcleo Guzerá Centro Sul, que também contou com 60 animais em pista.
ITAIPU RURAL SHOW
A Cooperativa Regional Itaipu realizou de 24 a 27 de janeiro a 20ª edição do Itaipu Rural Show. Foram 59,5 mil visitantes em Pinhalzinho (SC), o que atraiu mais uma vez a atenção do empresário rural. Nesta edição, a feira contou com mais de 350 expositores. Foram 119 animais de raças de gado para corte e 181 de gado leiteiro em exposição. 46
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12ª COOPERSHOW
Realizada entre os dias 24 e 26 de janeiro, no Campo de Difusão de Tecnologia Coopermota, em Cândido Mota (SP), evento reuniu mais de 150 ovinos, bem como sediou a primeira etapa do Ranking Cabanha do Ano da ASPACO e da Copa Sem Fronteira para as raças Suffolk, Dorper e White Dorper. Além disso, o evento proporcionou uma das principais vitrines para novos negócios, sobretudo no oeste paulista e norte do Paraná.
LEILÃO VIRTUAL CP CRV
SHOW RURAL COOPAVEL
A 30ª edição da feira Show Rural Coopavel bateu recorde de público, recebendo mais de 265,3 mil pessoas, e movimentou R$ 1,8 bilhão em negócios em cinco dias de evento. A edição histórica de 30 anos foi promovida de 5 a 9 de fevereiro, em Cascavel (PR), e contou com a exposição de 20 raças bovinas, além de oferta de maquinário agrícola e empresas de tecnologia agropecuária. A 31ª edição está agendada para 4 a 8 de fevereiro de 2019.
Em 9 de dezembro foi realizado o 11º Leilão Virtual CP CRV Lagoa, que ofertou touros jovens avaliados pelo teste de performance das raças angus (R$ 22,9 mil de média), braford (R$ 12 mil de média), nelore (R$ 7,2 mil de média) e senepol (R$ 14,9 mil de média). A média geral do leilão foi de R$ 15,2 mil. O maior comprador do remate foi Anselmo Alves Boa Sorte, da Fazenda Mocambo, de Malhada (BA), que adquiriu cinco lotes, sendo quatro da raça nelore e um da raça angus.
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INOVAÇÃO EM LÁCTEOS
INTERCORTE
A cidade de São Paulo recebeu entre os dias 15 e 17 de novembro a etapa paulista da InterCorte, mostra promovida pelo Terraviva Eventos. Mais de 2.100 pessoas de 17 estados passaram pelo evento e participaram das cerca de 40 horas de conteúdo oferecidas em dois auditórios e um espaço degustação, com a contribuição de 94 palestrantes e debatedores, além de conferir as novidades tecnológicas apresentadas pelas 41 empresas e instituições que estiveram na feira de negócios. Destaque para a Agro Maripá, empresa de melhoramento genético do nelore, uma das patrocinadoras do evento, que promoveu palestra para mostrar os avanços na área da seleção genômica, expondo um projeto inédito de aplicação da tecnologia em gado cara limpa. A palestra “Os dois lados da genômica em uma só fazenda” foi ministrada por Daniel Biluca, técnico da Zoetis.
BRAHMAN EM EVIDÊNCIA
Brahman Transmontana promoveu em novembro passado o 6º Dia de Campo e Leilão Transmontana. Foram ofertados dez touros e 15 novilhas PO e 300 bezerros cruza brahman, com 100% de liquidez. Com mais de 300 visitantes, vindos de todo o estado do Rio de Janeiro, e Minas Gerais, São Paulo e Espirito Santo, o evento contou com a presença do presidente da ABCZ, Arnaldo Manoel de Souza Machado e membros das diretorias da ABCZ e ACBB.
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O Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, realizou o evento Inovação em Lácteos: Oportunidades e Desafios, no dia 29 de novembro, na sede do Instituto, em Campinas (SP). O evento foi dividido em duas etapas: no período da manhã, um painel com debate entre as lideranças do setor de lácteos, presidido pelo Diretor Geral do ITAL, Luis Madi, foi promovido com a participarão de pesquisadores, professores, representantes de Associações como a Associação Brasileira de Leite Longa Vida (ABLV), Associação Brasileira das Indústrias de Sorvetes (ABIS), Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados do Estado de São Paulo (SindLeite) e empresas do segmento. Na sequência houve o lançamento da versão impressa do documento “Brasil Dairy Trends 2020”, e palestras com os autores do documento.
GERAR CORTE
Depois de quase três meses percorrendo as principais regiões pecuárias do Brasil, o Gerar Corte 2017 encerrou suas atividades de 2017 com a marca histórica de 1,02 milhões de dados de IATF coletados na última estação de monta, oriundos de 1,28 mil fazendas espalhadas pelo Brasil, Paraguai, Bolívia e Uruguai. Realizados entre julho a setembro, as reuniões tiveram passagem pelas cidades de Bonito (MS), Viamão (RS), Cuiabá (MT), Pirapozinho (SP), Brasília (DF), Imperatriz (MA) e Belo Horizonte (BH). Entre os 550 participantes dos encontros, 250 foram técnicos do projeto, além de pecuaristas, gerentes de fazendas, técnicos de campo e colaboradores da Zoetis, consultores/analistas de mercado, representantes de centrais de genética, entre outros envolvidos com a cadeia da pecuária.
NACIONAL DO CAVALO ÁRABE
5º FÓRUM ITINERANTE DO LEITE
Os melhores cavalos árabes do país apresentaram-se nas pistas do Helvetia Riding Center, em Indaiatuba (SP), na 36ª Exposição Nacional do Cavalo Árabe entre 15 e 19 de novembro de 2017. O garanhão Bandit SRA, criado pelo haras norte americano Stone Ridge Arabians e de propriedade de Paquito Carrasco, do Haras Carandá, de Sorocaba (SP), foi escolhido o Campeão Cavalo Ouro da Nacional do Cavalo Árabe 2017. Já na categoria fêmea, Baviera HVP, do haras Vila dos Pinheiros, de Indaiatuba, foi a Campeã Égua Ouro. Provas de conformação (halter), montadas, confraternizações e homenagens deram o tom ao evento, que reuniu criadores de várias partes do Brasil e exterior. Os animais foram julgados pelos norte-americanos Joseph Polo e Robert Boggs, a dinamarquesa Marianne Tengstedt, a alemã Cláudia Darius e o brasileiro Leonardo Pinheiro Machado.
A potencialidade do setor lácteo para avançar na exportação foi o tema central do 5º Fórum Itinerante do Leite, realizado no dia 21 de novembro, em Frederico Westphalen (RS). Cerca de 600 pessoas, entre estudantes, produtores, dirigentes de entidades e representantes do governo estadual e municipal participaram do evento, que ocorreu no salão de atos da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões (URI), campus Frederico Westphalen.
Rogério Santos
BR NOS EUA
No mês de outubro, um grupo formado por pecuaristas brasileiros e integrantes da equipe da CRI Genética participou do Profit Tour, programa da CRI Internacional com foco em promover a troca de experiências por meio de visitas a propriedades americanas. Em dez dias foram visitadas diversas fazendas, além da World Dairy Expo, considerada a principal exposição de vacas leiteiras do mundo.
Baviera HVP, do haras Vila dos Pinheiros, a Campeã Égua Ouro
ENCONTRO DE ANALISTAS
Em 17 de novembro de 2017, a Scot Consultoria promoveu o Encontro de Analistas, realizado em São Paulo, no auditório da Dow AgroSciences. O evento contou com 250 participantes, que representaram 82 municípios de 15 estados diferentes. O objetivo foi abordar o atual momento da economia e do cenário da pecuária brasileira, assim como as expectativas para 2018. O público foi composto por agentes de toda cadeia pecuária, envolvendo empresas, pecuaristas, analistas de mercado e investidores.
JACAREZINHO FATURA MAIS DE R$ 1,7 MILHÃO
O primeiro leilão da Agropecuária Jacarezinho no Pantanal foi realizado dia 27 de novembro, no Sindicato Rural de Coxim (MS), e comercializou um total de 234 machos de nelore com CEIP, pelo preço médio de R$ 7,3 mil, totalizando um faturamento geral de R$ 1,724 milhão.
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CONGRESSO LATINOAMERICANO DO ZEBU
A segunda edição do Congresso Latino-Americano de Zebu Leiteiro e seus Cruzamentos foi realizado entre os dias 26 e 28 de outubro de 2017 na província de Coclé, no Panamá. Durante a programação do evento, o diretor da ABCZ Eduardo Falcão proferiu palestra sobre o PMGZ. Participaram cerca de 200 produtores e técnicos de 13 países: Bolívia, Brasil, Costa Rica, Colômbia, Equador, El Salvador, Guatemala, Honduras, Nicarágua, México, Panamá, Uruguai e Venezuela.
Os três leilões promovidos durante a mostra movimentaram, juntos, cerca de R$ 810 mil
NACIONAL DORPER
A cidade de Valinhos, no interior de São Paulo, recebeu de 3 a 8 de outubro a 1ª ExpoAgro e 11ª Exposição Nacional das raças Dorper e White Dorper, com 600 ovinos em julgamento. Com uma programação eclética, ocorreram leilões, balcão de negócios e uma inédita arena gastronômica, com receitas à base de cogumelos e carne de cordeiro. Mais de 60 criadores inscreveram animais na mostra que ocorre em caráter itinerante, com a missão de promover as características e a funcionalidade das raças.
DIA DE CAMPO SERRA NEGRA A Fazenda Serra Negra promoveu em Formosa (GO), o seu 9º Dia de Campo e Shopping, no dia 11 de novembro de 2017. A propriedade lotou de criadores e parceiros que foram recepcionados com um belo café da manhã, seguido de apresentação da fazenda, palestras, bons negócios e um almoço para encerrar a programação.
ÚLTIMO LEILÃO CFM DE 2017
A Agropecuária CFM fechou o ciclo de leilões de 2017 com a venda de 205 touros Nelore CEIP pelo preço médio de R$ 5,8 mil. O faturamento total foi de R$ 1,2 milhões. Foram comercializados reprodutores para 21 propriedades.
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LEILÃO WOLF AGRICULTURA E PECUÁRIA O Grupo Pitangueira encerrou a temporada de leilões com chave de ouro. No dia 27 de outubro, no Leilão Wolf Agricultura e Pecuária, realizado na cidade de Dom Pedrito (RS), o grupo ofereceu touros da raça Braford, entre dois e três anos, todos com excelentes índices de avaliação genética e com CEIP, pelo preço médio de R$ 9,7 mil cada lote. Destaque para o touro Sebastião da Pitangueira, filho de um dos melhores reprodutores de repasse da cabanha, o J164, que foi arrematado por R$ 12,7 mil pela Centaurus Agro, do criador Eduardo Hoffmann, de São Francisco de Paula (RS).
ESPECIAL #pecBR
NELORE FEST O OSCAR DA PECUÁRIA NACIONAL
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CARLOS LOPES E GUSTAVO MIGUEL
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hegou a festa mais esperada pela família nelorista. Grandes nomes do agronegócio brasileiro estiveram no Espaço Villa Vérico, em São Paulo (SP), no dia 16 de março, para um dos momentos mais esperados da raça nelore. A Nelore Fest é o grande evento da raça, que reúne e premia os melhores criadores e expositores, encerrando o calendário do Ranking da Associação dos Criadores de Nelore do Brasil (ACNB). Excepcionalmente nessa 18ª edição, a festa foi promovida em março, ao invés de dezembro, em virtude do fechamento da pontuação do ranking. Os convidados foram recepcionados pelo presidente da entidade, Nabih El Aouar, que tomou posse esse ano e presidirá a ACNB pelos próximos dois anos. O encontro reuniu mais de 300 pessoas (entre selecionadores de genética, invernistas, imprensa, pesquisadores, profissionais do setor, representantes de empresas parceiras e frigoríficos) em uma festa de gala, que culminou na premiação dos melhores do Ranking Nelore 2016/2017. Conhecida como o Oscar da Pecuária Nacional, a Nelore Fest foi a ocasião ideal para fechar um ciclo e descortinar caminhos ainda mais produtivos para raça. Foram entregues as premiações aos melhores criadores e expositores da raça (Liga dos Campeões), além dos melhores da Super Copa, Copa do Atlântico e Copa Paraná/São Paulo. Também foram premiados os melhores Novo Criador e Novo Expositor, os melhores animais nelore e nelore mocho, e os criadores e expositores que tiveram melhor desempenho nos rankings regionais. Um dos momentos mais aguardados foi a entrega das homenagens para aqueles que fizeram do nelore uma grande raça nesse período do ranking. Foram eles: a empresa DSM Tortuga (Excelência no Agronegócio); o Canal Rural (Incentivador da Raça); o novo nelorista Luiz Gustavo Garcia Ribeiro (Nova Geração); o criador Amândio Alves Salomão (Amigo do Nelore); os criadores Irmãos De Marchi (Família Nelorista); a presidente do Núcleo Feminino do Agronegócio (NFA) Carmem Perez (Liderança Feminina no Agronegócio); e o consultor Miguel Cavalcanti (Liderança de Destaque na Pecuária Nacional). Dentro do Programa Nelore Natural, duas empresas também foram homenageadas pelo seu papel na pecuária e no desenvolvimento da raça: a Colpar Participações (produtor) e a Marfrig Global Food (frigorífico).
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Para o presidente da ACNB, Nabih, a Nelore Fest valoriza criadores, profissionais e personalidades que se destacaram ao longo do ano, além de fortalecer laços de amizade e de negócios da família nelorista. “Passamos por um ano desafiador em 2017, e a Nelore Fest vem para iniciar bem 2018, comemorando o que já foi feito de positivo até aqui e garantindo a continuidade de um trabalho sério de promoção da raça. Muito bom ver todos reunidos aqui”, afirmou. “A Nelore Fest é um momento de celebração de conquistas. Reunimos em um mesmo ambiente representantes dos diversos elos da cadeia produtiva, valorizando aqueles que trabalham em prol do melhoramento da raça e da atividade pecuária nacional”, diz o gerente Executivo da ACNB, André Locateli. “Preparamos uma grande festa com empenho de toda equipe, como já é tradição. Temos motivos para comemorar mais um ranking de sucesso”, afirma Path Franco, gerente de Eventos e Leilões Oficiais da ACNB.
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Amir, Juan Carlos, Amir, Jimmy Nieme , Miguel Nieme, Erico Braga
Beto, Amir e Fábio
Bruno, Henry, Osvaldinho, Osvaldo, Fernando e Henry
Carolina, Laura, Júnior Chaves, Jaqueline, Romy
Fernando, Miguel, Miguelito e Nancy
Gabriela, Arlinda e Teresa
Guillermo, João Marcos e Osvaldinho
José Maria Chaves e Gabriel Belli Ricardo, Ana, Paulo e Bella
João Marcos, Arnaldinho, Fernando, Osvaldo, Osvaldinho e Iara
João Marcos, Gabriel Belli, Silvio Neto, Osvaldo, Osvaldinho, Mafra Jr e João Paulo
João Faria, Henrry e Duda
Mafra Jr, Osvaldo, Osvaldinho e Mafra
Matias, Osvaldo, Gonçalo Montenegro, Osvald- Osvaldinho e Adrian inho, Mônica Nieme, Mateo Ribera
Mário, Osvaldo, Osvaldinho e Ricardo
Osvaldinho, Osvaldo, Mônica, Pedro e Francesca
Tatiana Marinkovic, Sergio Pedrotti e Osvaldinho
Osvaldo e João Gabriel
Raquel e Mário Daniel
Pietro, Felipe, Amir e Rashid MARÇO 2018 | #pecBR
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RAÇA
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SELEÇÃO . GENÉTICA . CRIAÇÃO . LEILÕES
Brahman em evidência RAÇA TEM CAMPEÃO MUNDIAL E NOVA DIRETORIA PREVENÇÃO CARRAPATOS
SENEPOL MERCADO
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RAÇA
TEMPORADA DE CAÇA AO
CARRAPATO DIVULGAÇÃO
No verão, as temperaturas sobem e a umidade do ar aumenta, favorecendo o surgimento de carrapatos, que causam perdas anuais para pecu ária de até 3,2 bilhões de dólares
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mbora o verão e o clima predominantemente tropical do Brasil sejam favoráveis para agropecuária em vários aspectos, a estação e o calor também fazem do ambiente um lugar mais propício para proliferação de doenças. Somente o carrapato bovino (Rhipicephalus microplus), é responsável por prejuízos anuais de cerca de US$ 3,2 bilhões, de acordo com dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Isso ocorre porque os carrapatos trazem uma série de prejuízos diretos e indiretos para o rebanho, como diminuição na produção, anemia, perda de peso, redução da natalidade, perda na qualidade do couro, gastos com mão de obra e instalações para tratamento e aumento da mortalidade. Além disso, a picada do carrapato pode transmitir doenças como a babesiose e anaplasmose. “A primeira geração costuma acontecer na primavera/
verão, por conta das condições climáticas da época, que unem aumento da temperatura média com o aumento da umidade relativa do ar (início do período chuvoso). Posteriormente, é possível observar as manifestações seguintes no verão, e ao final do outono. Dependendo das condições do ambiente, os animais são expostos ainda à quarta geração de carrapatos, que surge no final do inverno”, explica o gerente de serviços técnicos de pecuária da multinacional francesa Ceva Saúde Animal, Marcos Malacco. O controle da infestação no rebanho é um dos maiores desafios enfrentados pelos produtores. “O uso de medidas de biossegurança ajuda a evitar a proliferação dos carrapatos. Porém, quando o rebanho já está contaminado, é necessário realizar medidas de controle que consistem no uso de carrapaticidas, e no momento correto buscando além da limpeza do animal, também a diminuição das larvas na pastagem”, acrescenta o gerente da empresa no Brasil, Rudsen Pimenta.
Mandioca carrapaticida Participando do programa Mais Leite, do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Sernar - MS), um casal de produtores rurais percebeu que a utilização da silagem feita a partir das folhas e ramos da mandioca na alimentação do rebanho reduzia a incidência de carrapatos. O experimento com a mandioca buscava melhora no desempenho de vacas leiteiras, mas acabou relevando mais do que isso. Os resultados imediatos foram identificados pelos produtores José Ivo de Souza e Delúcia Duarte de Souza nos custos com a ração e o aumento na produção de leite, que cresceu em 25 litros diários após o consumo. “Fiquei satisfeito com a mudança, as vacas aceitaram muito bem a silagem da mandioca e produzem mais. Porém, o que mais chamou a atenção foi que os carrapatos dos animais mudaram de coloração, murchavam e caiam, a partir de 15 dias de consumo”, conta o produtor. A resposta veio do técnico de campo, Ronaldo Bandoch, que esclarece a ação da planta no organismo animal. “A mandioca possui um composto químico chamado ácido cianídrico, presente nas folhas, ramas e raízes. Quando este material passa pelo processo de moagem, a maior parte da toxina se evapora com a secagem, entretanto, os resíduos que permanecem são digeridos pelos animais e expelidos pelo suor agindo como um repelente contra estes parasitas”, explica. Desde 2014, pesquisadores da Embrapa Tabuleiros Costeiros, de Aracaju (SE) e Gado de Leite, de Juiz de Fora (MG), desenvolvem um projeto para verificar a eficiência de carrapaticidas com a utilização de manipueira, um liquido extraído da mandioca quando prensada
Fernando Flores Cardoso, pesquisador da Embrapa Pecuária Sul
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no processo de fabricação da farinha. Outras utilizações estão em processo mais adiantado de utilização, misturando o extrato com água oferecida aos animais, por exemplo. O pesquisador Ronaldo destaca que a utilização da silagem de mandioca tem sido melhor aceita pelos produtores nos últimos anos, mas ainda necessita de divulgação sobre suas potencialidades. “Esta técnica só não é mais utilizada por falta de informação, visto que é um alimento alternativo com muitas vantagens”, justifica.
Genômica identifica resistência A genômica pode ser um caminho mais rápido para a seleção de bovinos mais resistentes ao carrapato. Por dessa tecnologia, a Embrapa está identificando touros de raças taurinas mais resistentes ao carrapato, com o objetivo de criar linhagens de animais com essa característica. Num primeiro trabalho, pesquisadores no Rio Grande do Sul analisaram mais de três mil animais das raças hereford e braford com o objetivo de identificar os indivíduos com fatores genéticos que os tornam menos suscetíveis ao carrapato. Realizado pela Embrapa Pecuária Sul e Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, em parceria com a associação de produtores Conexão Delta G e com a empresa GenSys, e com o apoio da Associação Brasileira de Criadores de Hereford e Braford, o trabalho utilizou informações de milhares de marcadores moleculares para identificar animais mais resistentes ao ectoparasita. A pesquisa possibilita também, com uso de marcadores moleculares, prever a transmissão de genes associados ao mecanismo de resistência que, a partir de uma equação, pode ser aplicada na seleção de animais das mesmas raças. Segundo o líder do estudo e pesquisador da Embrapa Pecuária Sul Fernando Flores Cardoso, na condução do trabalho, os touros passaram por genotipagem de marca-
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dores moleculares do tipo SNP, por meio de painéis de alta densidade. Os SNPs podem estar associados a um polimorfismo do gene relacionado a características de difícil mensuração. Paralelamente à genotipagem, foram realizadas até três contagens de carrapatos nos animais. Os dados, juntamente com informações de pedigree, resultaram na atribuição de valores genômicos, em forma de DEPG (Diferença Esperada na Progênie aprimorada pela Genômica) para resistência ao carrapato. Esse indicador prediz com maior precisão a habilidade de transmissão genética de cada animal, conforme a característica buscada. Além da publicação de um sumário anual, a pesquisa gerou outro resultado importante: a elaboração de uma equação que pode ser aplicada em outros animais das mesmas raças que foram inicialmente avaliadas. A equação de predição de valores genéticos é uma ferramenta que possibilita a identificação de animais geneticamente mais resistentes sem a necessidade de coletar informações sobre contagem de carrapato, ou seja, o fenótipo ajudando os produtores a selecionar touros reprodutores que tenham mais resistência ao parasita, possibilitando a formação de linhagens menos suscetíveis. Nesse sentido, a seleção genômica pode ser o diferencial para o melhoramento dos rebanhos. Com a formação de linhagens mais resistentes ao parasita, é possível diminuir as perdas econômicas, bem como o uso de medicamentos. “A seleção de reprodutores mais resistentes se mostra uma excelente alternativa para quem busca animais mais adaptados e produtivos para formação de rebanhos competitivos em regiões de maior infestação dos campos e com menor dependência de uso de carrapaticidas químicos”, ressalta o pesquisador.
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RAÇA
Safiras do Senepol GUSTAVO MIGUEL
A Premiação da primeira colocada do Grupo 1 José Ricardo, Gilberto, Ricardo, Raphael, Arthur Monassi e José Antônio
Carla, Júnior Fernandes, Dejanira, José Antônio e Ricardo
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16ª edição do Programa de Avaliação e Qualificação de Doadoras Senepol Safiras trouxe informações valiosas sobre os melhores exemplares da raça. O resultado foi apresentado em Lins (SP), no dia 2 de março. A prova contou com 150 fêmeas e 100 machos, 130 criadores e técnicos de 33 marcas diferentes do Brasil, além de representantes do exterior, e foi promovida na Fazenda Santo Antônio da Grama, em Pirajuí (SP). Júnior Fernandes, médico veterinário doutor em Reprodução Animal, supervisor técnico do Programa Safiras, foi quem apresentou os resultados e anunciou as novidades. Ele exibiu detalhes da evolução do programa, que é o mais completo de avaliação de fêmeas da raça do mundo, e ainda mostrou o novo ranking dos touros com mais de 15 filhas avaliadas e que mais fizeram Safiras campeãs, Top 10 ou Superiores. No resultado, os criatórios Senepol da Barra e CMI Senepol fizeram as campeãs de cada grupo e, junto com os proprietários da segunda e terceira melhores fêmeas de cada grupo, receberam o troféu Safiras, concedido às campeãs estabelecidas no ranking elaborado e chancelado pelo Geneplus/Embrapa. No Grupo 1, entraram 52 novilhas com média de 17,5 meses de idade e, no Grupo 2, mais 69 fêmeas com 14 meses, em média. Nele, a campeã foi BARA 0096, criada pelo Senepol da Barra, de Rifânia (SP). Já no segundo grupo, a campeã foi a novilha CMI 2589, da CMI Senepol, de Campauã (MS).
Ao final da prova, o Sumário Reprodução e Marmoreio (Safiras Sire) listou os 46 melhores reprodutores com base na média de 1800 dados das avaliações observados pelo Geneplus para Escore do Trato Reprodutivo (ETR), Escore de População Folicular (EPF) e Marmoreio. Na próxima edição, o objetivo é incluir dados de Eficiência Alimentar. “O mais importante é que os criadores usam esses dados todos muito bem trabalhados para seguir a sua seleção no caminho certo“, afirmou o representante da Embrapa Gilberto Menezes, coordenador do Geneplus. O pecuarista Valdivino Diniz Linhares Neto começou a criar senepol PO há três anos, dois dos quais ele participou do Senepol Safiras. Já no primeiro ano teve um animal classificado como TOP 10, feito repetido nessa edição, em sua segunda participação. Proprietário da marca Senepol Rei, ele conta que o resultado da prova impacta diretamente na qualidade do rebanho como um todo. “Cada prova dessa agrega mais valor ao rebanho. Quem compra animais avaliados, especialmente por provas sérias como essa, vê resultado no campo e fica satisfeito. Essa prova, especialmente, é muito interessante porque não avalia apenas o visual, mas também o genoma, a carcaça, o sistema reprodutivo, entre outros, o que dá mais garantia”, conta Valdivino, que seleciona a raça em Unaí (MG). Safira Gourmet Já é de conhecimento geral entre os pecuaristas que uma doadora de embriões deve ser bem qualificada para o posto, ou os resultados não serão satisfatórios. Melhor ainda se for uma doadora qualificada e que ainda tenha a garantia de um selo que ranqueia fêmeas jovens por uma questão de grande relevância comercial, a qualidade de carne. Isso já é possível através do Selo Gourmet, uma inovação dentro do Programa Safiras, concedido às doadoras campeãs, Top 10 ou Superior, que também provem qualidade de carne, objetivo maior da raça. “Através da Senepol Safiras identificamos as jovens doadoras da raça, e, agora, através do Selo Gourmet, procuramos os animais elite superior para as características de Área de Olho de Lombo (AOL) e Espessura de Gordura Subcutânea (EGS) e elite para marmoreio, que era uma característica que, até então, não era avaliada. Nessa edição, em 121 fêmeas avaliadas, garimpamos sete animais de
genética superior que preenchem esses requisitos”, explica Júnior Fernandes. Topázio Outra novidade anunciada foi a da primeira edição do Topázio Senepol, prova de avaliação de machos na nova estrutura da fazenda, que passa a se chamar Centro de Qualificação Grama, ou CQG-Senepol, com capacidade para 480 animais. Em uma primeira edição experimental foram avaliados 98 machos nascidos em 2016 na Fazenda da Grama, para cumprir o mesmo período de prova do Safiras, com expectativa de ganho diário de 1kg. Foram descartados 28 animais, e o restante será abatido com 21 a 24 meses, e 18@. Os 70 melhores foram ranqueados pelo Geneplus com base no desempenho. Dos três melhores, o campeão será contratado pela S+ e todos os outros estão no Leilão Touros Topázio Genética Grama, no dia 25 de março, pelo Canal Rural. O representante da Embrapa e coordenador do Geneplus descreveu as premissas do Topázio Senepol e ressaltou que a precisão na coleta de dados para composição do índice tem o mesmo rigor do Safiras. “Objetivo é estabelecer o índice que diferencie os animais com base no desempenho combinado de diversas características estabelecidas, para identificar o animal mais equilibrado“, explica Gilberto. A próxima e primeira edição aberta ao público, que sempre começará junto com o Safiras, começa em 21 de maio.
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SOCIAL
Daniel e Marquinhos
Elisa, Amilson Queiroz e Júnior Pauperio
Gilberto Menezes, GG e Rodrigo Gomes
Guilherme, Daniel, Diego e Deizinho
Guilherme, Rafael e Arthur Monassi
Guillermo e Marcelo Senepol 3M
João, Júnior Fernandes, Valdivino, Vinicius e José Carlos
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Luis Guilherme, Carolina, Talita e Homero
Marcelo, Deizinho e Maurício
Maurício, Marcelo, Valdivino e João
Milena, Carla, Tânia, Marita e Mariana
José Ricardo, Gilberto, Mariana, Carla e José Antônio
Paulo Kehdi, Júnior Fernandes e Wilko
Ricardo, Guillermo e Airton
Wanderley, Tiago, Rodolfo Alves, Ricardo e João Paulo
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SENEPOL paga ágio ao produtor DIVULGAÇÃO
Pesquisa inédita realizada pela Scot Consultoria em 20 estados brasileiros comprovou que a indústria frigorífica vem pagando espontaneamente ágio para pecuaristas que trabalham com a raça senepol
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levantamento ocorreu entre os meses de agosto e outubro de 2017 e envolveu 304 produtores rurais dos segmentos de cria, recria, engorda e ciclo completo. Dos entrevistados que opinaram sobre o pagamento de ágio, 73,2% confirmaram receber a bonificação. Os maiores ágios foram verificados nas vendas de novilhas (média de 23%), boi magro (18%) e bezerro (17,1%). “O resultado comprova que a raça tem boa aceitação no mercado. A indústria está pagando de forma espontânea ágio pelo meio-sangue senepol, mesmo sem a existência de um programa oficial de bonificação nos frigoríficos”, destaca o diretor da Scot Consultoria, Alcides Torres. Como os confinamentos devem continuar investindo em animais cruzados em 2018, elevando a procura por boi magro, Torres acredita que o senepol tem condições de atender bem a esse mercado em decorrência dos índices zootécnicos apontados pelos entrevistados como grandes diferenciais da raça. Um exemplo é o maior ganho de peso dos bezerros senepol.
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“Os animais meio-sangue chegam a engordar quase uma arroba por mês durante a fase de cria e, na hora da venda, o produtor obtém uma diferença de peso de mais de uma arroba por animal em comparação a outras raças”, explica. Segundo a pesquisa, entre as fêmeas senepol, a média de peso a desmama foi de 229,2 kg contra 207,3 de outras raças. A média de peso a desmama registrada para os machos meio-sangue foi de 244 kg contra a média de 224,3 kg de outras raças. A Scot Consultoria ainda detectou uma redução de ciclo de abate nos sistemas que utilizam meiosangue senepol. As fêmeas atingem peso de abate quase seis meses antes das de outras raças. Entre os machos meio-sangue, a idade média ao abate é quase cinco meses menor. “É uma raça jovem, com apenas 17 anos de seleção no Brasil, mas precoce e que vem conseguindo atender as exigências modernas de mercado em relação à sustentabilidade, tanto do ponto de vista econômico quanto ambiental. E isso não é um achismo dos produtores. Com a pesquisa, a raça passa a ter um dado científico importante que norteará com segurança futuras decisões da ABCB Senepol”, revela o diretor da Scot Consultoria. Segundo ele, o resultado será fundamental, por exemplo, para o desenvolvimento de projetos de certificação da carne Senepol junto à indústria frigorífica que sejam capazes de atender tanto nichos específicos, como o de carnes nobres, quanto o mercado em geral. “Nos grandes centros urbanos, a maior parte da população, até mesmo as crian-
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ças, almoçam fora de casa, gerando uma demanda maior por carne bovina. O desafio do senepol será consolidar sua marca nesses dois mercados, trabalhando não apenas os cortes nobres, mas a carcaça como um todo”, diz Torres. De acordo com o presidente da ABCB Senepol, Pedro Crosara Gustin, a pesquisa será utilizada em vários projetos dentro do Programa de Melhoramento Genético do Senepol (PMGS). “Ficou comprovado que a raça realmente agrega valor aos produtos de cruzamento. Tanto é que 93,2% dos entrevistados que responderam a pesquisa disseram ter a intenção de continuar utilizando animais senepol puros ou cruzados em seus sistemas de produção”, garante.
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RAÇA
A virada
do brahman Com investimentos no fomento, marketing e melhoramento genético, a diretoria da Associação dos Criadores de Brahman do Brasil (ACBB) fortalece a imagem da raça no mercado nacional, encerra o biênio 2016/2017 com avaliação positiva dos associados, e se prepara para crescer mais
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CARLOS LOPES
econhecida pelos principais países produtores de carne bovina pelo seu potencial produtivo, a raça brahman vive um cenário de retomada de crescimento dentro da pecuária brasileira, impulsionado pelo uso da sua genética em projetos de cruzamento industrial. Nos últimos dois anos, a Associação dos Criadores de Brahman do Brasil (ACBB) promoveu um intenso trabalho de reposicionamento da raça e da própria entidade no mercado que garantiu resultados extremamente positivos. “O desafio de conduzir uma entidade como a ACBB é grande, mas também estimulante. Esses quase dois anos à frente da associação foram de muito trabalho e de difíceis decisões que impactaram o futuro da associação e da raça no país. Eu e toda a diretoria firmamos um compromisso de fazermos uma administração inclusiva e
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transparente, prezando pela boa gestão dos recursos da entidade. Estamos convivendo com grandes mudanças nos paradigmas da nossa atividade, a pecuária de corte. Para fomentar o agronegócio é preciso conduzir nosso negócio de forma coletiva e responsável para que aquela ideia de futuro seja a ação do presente. Este pensamento foi o guia desta gestão”, garante o ex-presidente da ACBB Adalberto Cardoso, que encerrou em dezembro sua gestão à frente da associação. Com as medidas adotadas, a ACBB conseguiu ampliar em 70% o número de associados. Outro indicativo importante de retomada da raça foi o crescimento dos leilões oficializados pela entidade, que saltaram de apenas um em 2015 para 14 em 2017. Segundo dados apurados pela ACBB, a média de preço dos machos comercializados nos leilões foi de R$13.653. Comparado com o desempenho em 2015, houve um incremento
superior a 70% na média. A comercialização de animais foi aprimorada, com a oficialização de um número maior de leilões, shoppings e ofertas via web. Através da parceria com a Pastar, hoje todos os associados podem gratuitamente ofertar produtos na loja virtual da ACBB. Já para ExpoZebu 2018, já estão confirmados quatro remates presenciais. Em 2017, a ACBB firmou parcerias na área de melhoramento genético, capacitação profissional e comercialização de animais, além dos investimentos em marketing e fomento da raça e na melhoria dos serviços prestados aos associados e da infraestrutura da sede. Com o Serviço Nacional de Aprendizado Rural (Senar), foi firmada parceria com o objetivo de facilitar a formação profissional das equipes das propriedades associadas. Também foram feitas parcerias com instituições de ensino, dentre elas a FAZU, para o desenvolvimento de projetos voltados para os futuros profissionais do mercado. Segundo a gerente técnica executiva da ACBB, Maria de Lamare, também foi realizado um trabalho de aproximação com o associado da ACBB. “Auxiliamos na divulgação de seus produtos no site da entidade, nas vendas em leilões, shoppings de animais e dias de campo. Como uma das metas da Gestão 2016/2017 era a ampliação do número de associados, foi ainda implementado o Plano de Revitalização e Prospecção de Novos Associados, que resultou na ampliação do quadro em todo o Brasil”, destaca. Segundo o diretor financeiro da ACBB, José Lamounier, o repasse feito pela ABCZ também aumentou no
período em decorrência do maior número de registros genealógicos efetuados. “Além dessa receita adicional, recebemos diversos apoios com patrocínios e ações promocionais. Com o controle rígido dos gastos e estas iniciativas que geraram receitas adicionais, vamos entregar a ACBB para a próxima gestão, enxuta e com um saldo em caixa maior do que recebemos”, conta. A quantidade de RGNs/RGDs efetuados pela ABCZ nos dois últimos anos foi de mais de 28 mil, totalizando no banco de dados da entidade 332.996 RGNs/RGDs efetuados entre 1995 e 2017. Depois desse crescimento, as expectativas para o próximo biênio são boas. Em 2018/2019, a ACBB tem como presidente o pecuarista Paulo Sérgio Scatolin, que está otimista no novo cargo. “A expectativa é a melhor possível. A última diretoria fez uma excelente gestão e vamos continuar na mesma direção, com responsabilidade e foco em manter a ACBB em uma boa posição frente aos associados, mídia e parceiros. Sem dúvidas teremos vários desafios pela frente, e estamos preparados para enfrentá-los”, afirma. A nova diretoria ainda é composta pelos diretores Carlos Borges, Paulo Marques, Edgar Ramos, Wilson Rodrigues e Charles Maia. O presidente do Conselho Técnico é Pedro Teixeira. O Conselho Consultivo é formado por Adalberto Cardoso e João Leopoldino e o Conselho Fiscal por Sérgio Bendilatti, Daniel Dias e Fabio Camargos, tendo como suplentes Marcos Henrique Pereira Alves, José das Graças Lamounier e Rogério Stein.
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RAÇA
Melhor Brahman
do mundo é brasileiro Touro brasileiro recebeu o título de “Campeão Mundial Touro Brahman”, nos Estados Unidos, disputando com outros 77 países
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PECUÁRIA EM FOCO
a disputa realizada no FWSSR Brahman Show, em Fort Worth, Texas (EUA), o touro CABR Mussambe 2264 foi eleito o melhor reprodutor, em competição com outros 77 animais, os melhores de seus países de origem. O animal é propriedade da seleção do criador Paulo de Castro Marques, da Casa Branca Agropastoril, com os sócios Wilson Roberto Rodrigues, Charles Maia e Paulo Scatolin. CABR disputou com grandes reprodutores, como o americano Mr. V8 804/7 e o sul-africano 14 22. Esta vitória, portanto, comprova a eficiência e o trabalho de melhoramento genético que vem sendo realizada pelos criadores brasileiros, em especial a Casa Branca Agropastoril, que é pioneira na seleção e busca a melhor genética do mundo. Filho da matriz Grande Campeã da ExpoZebu 2010, CABR Dhifalla 899, com o belo touro JDH Wellington Manso 527/1, Mussambe nasceu na Casa Branca Agro-
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pastoril, no município de Silvianópolis (MG) e, desde seu nascimento, demonstra ter as melhores características da raça, como carcaça impecável, musculatura exuberante e aprumos perfeitos. Em 2017, com três anos de idade, sagrou-se Grande Campeão da ExpoZebu, em Uberaba (MG), a mais importante pista de julgamentos no Brasil. Agora, é reconhecido mundialmente. “O título de Mussambe é a consagração do trabalho de seleção genética da Casa Branca. É um reprodutor completo, que agora entra para a história da raça. No final de 2017, ele já fora escolhido, por unanimidade, como o melhor da raça na América do Sul”, informa Paulo de Castro Marques, proprietário da Casa Branca. “Esse touro representa a busca da perfeição, aliando forte racial, carcaça moderna e aprumos corretos. A raça brahman teve forte crescimento em 2017 e Mussambe com certeza irá contribuir para um maior desenvolvimento dela”, destaca Rafael Oliveira, gerente da Alta Genetics, central onde o campeão está para coleta de sêmen.
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CARNE
André Dib
PRODUÇÃO . MERCADO . ARROBA
Plantação de churrasco COMO PRODUZIR MAIS CARNE A PASTO
CONSUMO ALTA EXPECTATIVA MARÇO 2018 | #pecBR
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Consumo deve crescer Depois de um ano mais turbulento do que o esperado, estudos mostram que o consumo de carne deve aumentar em 2018 e nos anos seguintes DIVULGAÇÃO
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no passado foi especialmente complicado para os produtores de carne. As oscilações no mercado cárneo brasileiro em 2017, que tiveram como princípio a Operação “Carne Fraca” seguida pela delação dos irmãos Batista (controladores da empresa JBS), somadas às dificuldades econômicas, causaram uma baixa no consumo do produto. O setor pecuário já esperava um ano de dificuldades, sobretudo relacionadas às vendas internas – que poderiam se enfraquecer diante do contexto político e econômico nacional – e à maior oferta de animais, resultado de investimentos em anos passados. No entanto, o mercado não imaginava que desafios ainda maiores seriam enfrentados pela pecuária nacional em 2017. No balanço, foi um ano para ser esquecido, mas também para o setor levar como aprendizado, conforme indicam pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP. Os acontecimentos referentes à cadeia agroindustrial da carne bovina brasileira se somaram às dificuldades que já vinham sendo enfrentadas pelo setor, impactando diretamente sobre os valores da arroba e da carne. Com isso, os preços do boi gordo, da carne e também do bezerro caíram em boa parte do ano, com certa recuperação sendo verificada no último quadrimestre. Segundo pesquisadores do Cepea, esse fôlego no final do ano mostra a capacidade de reorganização e de resposta da cadeia aos problemas enfrentados, o que pode indicar o desenvolvimento do setor. Para 2018, as expectativas são melhores. “Do lado da demanda, a economia (ou seja, a renda e o emprego no país) deverá prosseguir num crescimento mais rápido, o que aparecerá na forma de um consumo relativamente maior, dando sustentação para um possível crescimento mais expressivo, mas ainda moderado, também da agroindústria e seus produtos. Isso poderá criar espaço para uma recuperação de margens nos produtos para mercado interno”, acredita o Coordenador Científico do Cepea, Geraldo Barros. O setor pecuário inicia 2018 mais otimista, porém, bastante atento. Conforme pesquisadores do Centro, a expectativa é de um ano economicamente favorável, tanto na esfera internacional como na nacional, que pode beneficiar toda a cadeia da carne bovina. No Brasil, a economia pode se recuperar, pautada na diminuição da taxa de juros,
Maurício Velloso, pecuarista de Goiás e membro da Câmara Setorial da Carne Bovina do Mapa
no controle da inflação, na relativa estabilidade do câmbio, na redução do índice de desemprego e na melhoria do Produto Interno Bruto (PIB). Esse contexto favorece o aumento do consumo geral da população. Com uma projeção de crescimento do PIB nacional em torno de 2,7% (estimativa do Banco Central no encerramento de 2017), o Cepea calcula que pode haver aumento de 2,2% no consumo interno de carne bovina em 2018.
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CARNE As projeções otimistas, contudo, podem ser afetadas por fatores que hoje ainda estão incertos. Aspectos políticos, assim como os relacionados às reformas da previdência e tributária, podem interferir diretamente nos resultados econômicos de 2018. Isso requer cautela e também ação do setor pecuário. “Assim, neste momento, são de grande importância a implementação de ações que envolvam investimentos (como melhoramento genético), o uso de diferentes instrumentos de comercialização e também que visem o aumento da transparência de mercado. Ações como essas permitem que operadores de mercado diminuam a dependência de aspectos não controláveis e reduzem riscos inerentes à atividade. Além disso, possibilitam um melhor aproveitamento dos possíveis bons resultados que possam Mistério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa). Nesse cenário, o setor se prepara para produzir mais e ser gerados ao longo do ano”, relata o estudo. alimentar mais pessoas. “O Brasil é um dos países com capacidade para suprir a demanda mundial por alimentos na Perspectivas No início de 2018, o Departamento do Agronegócio próxima década, mas, para isso, é preciso ser mais eficiente (Deagro) da Federação das Indústrias do Estado de São e produtivo”, afirma Alberto Pessina, presidente do ConPaulo (Fiesp) divulgou um levantamento feito em 2017 selho de Administração Assocon. “O desafio está lançado. com as projeções para o agronegócio brasileiro nos pró- A produção de carne bovina no Brasil precisa crescer pelo ximos dez anos. De acordo com o estudo, a produção menos 13% para suprir o aumento de 7% da demanda inbrasileira de carne bovina deve alcançar 11,2 milhões de terna e 31% nas exportações até 2026. O nosso rebanho toneladas em 2027, alta de 21% no período. A perspecti- já está em processo de desaceleração do seu crescimento, va também é positiva em relação ao consumo doméstico, e isso é um desafio. Significa que, cada vez mais, temos de que deve atingir 8,7 milhões, um aumento de 14%. Já o aprender a produzir mais em menos área”, explica Alberto. A previsão para 2018 da Assocon, embora preliminar, consumo externo e as exportações do produto devem ter estima crescimento da cadeia produtiva. De acordo com aumento na ordem de 53% na próxima década. Essas perspectivas de recuperação e crescimento refle- os dados apurados pela entidade, o confinamento pode tem diretamente no setor produtivo. Para o pecuarista, en- aumentar até 12% no ano, uma vez que não deverá haver genheiro agrônomo, consultor e associado da Associação redução significativa da oferta de grãos, as exportações deNacional da Pecuária Intensiva (Assocon) Maurício Vello- vem manter o ritmo de crescimento e o mercado interno so esse ano será equilibrado, principalmente em função da tem boa expectativa de recuperação. “Com a volta dos empregos e o equilíbrio da econorecuperação econômica do Brasil. mia, há mais recursos nas mãos dos consumidores e isso “Acredito no crescimento das exportações, não apenas da carne, mas de todas as variantes, inclusive da exportação contribui positivamente para a retomada da pecuária. Esse de gado em pé, além do aumento do consumo interno. cenário não quer dizer, necessariamente, preços elevados Pode ser que haja um pouco mais de oferta de animais de e firmes para o boi gordo durante todo o ano. A combireposição, mas nada que modificará de forma muito for- nação de fatores é positiva, mas também temos de analite o mercado, sendo um ano de normalidade, com ligeiro sar que a oferta de gado deve crescer, inclusive motivada crescimento. Confio que seja um bom ano para o confina- pelo maior abate de fêmeas ocorrido no passado devido mento desde que os fundamentos que asseguram margem a recomposição do rebanho. Na verdade, tudo dependerá sejam cumpridos e, claro, pode ser um ano ainda melhor da velocidade de recuperação da demanda interna. Se esse para quem souber aproveitar os ganhos expressivos duran- processo for mais rápido, os preços do boi devem ser mais te o período da pastagem verde”, opina Maurício, que tam- positivos para os pecuaristas”, explica Bruno Andrade, gebém é membro da Câmara Setorial da Carne Bovina no rente executivo da Assocon.
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Plantação de churrasco
Como produzir mais carne através de pastagens mais produtivas, em qualquer época do ano? DIVULGAÇÃO, GUSTAVO MIGUEL E EMBRAPA
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nquanto os Estados Unidos confina mais de 90% de todo o seu rebanho, o Brasil consegue um alto índice de produção anual usando o sistema de engorda a pasto. Mais rentável, o sistema adotado desde os primórdios da pecuária brasileira é o melhor aceito entre pecuaristas e especialistas do ramo. Segundo a pesquisadora Teresa Cristina Alves, da Embrapa Pecuária Sudeste, de São Carlos (SP), é possível alcançar um ganho de peso diário de mais de um kg, um rendimento comparável ao do sistema de confinamento. “É preciso observar um conjunto de fatores, entre esses a genética, a categoria do animal, a qualidade das pastagens e a suplementação utilizada. Quanto mais favoráveis às condições, melhor o ganho”, afirma. Para uma pecuária de corte ainda mais produtiva, é possível otimizar as pastagens. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE/2015), o Brasil tem em média 1,17 cabeças por hectare, produzindo em torno de quatro arrobas por hectare ao ano em rebanhos de corte. É pouco analisando o potencial, que varia de acordo com cada região. Na seca, essa produtividade piora. Porém, tem solução. As boas práticas de manejo de pasto, dentre delas a adubação, são as principais táticas para melhoria desses índices. Ou seja, é possível produzir mais carne em menos espaço. O supervisor de pesquisas da Heringer Fertilizantes, Humberto Luiz Wernersbach Filho, explica que não é necessário muito para tal. “Mais de 90% do rebanho brasileiro está em pastagens, e as pastagens constituem de 90 a 100% da alimentação da maioria desse rebanho. Ou seja, é a principal fonte de energia dos animais. Sendo assim, aumentar a produtividade de uma produção de carne passa essencialmente por aumentar o valor nutricional do alimento, o que pode ser feito através de processos simples e de grande custo-benefício. Com pequenas adubações, é possível dobrar a lotação do rebanho por hectare, com excelentes resultados”. Humberto explica que o primeiro passo para fazer pastagens mais produtivas é enxergar a pastagem
Supervisor de pesquisas da Heringer Fertilizantes, Humberto Wernersbach Filho
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como cultura, mudando a forma de olhar o pasto e buscando oferecer melhores condições para seu desenvolvimento. “Na prática, é fazer um diagnóstico das condições gerais das pastagens, identificando as áreas que deverão ser reformadas, que poderão ser recuperadas via descanso e adubação de cobertura e, por fim, as melhores áreas de pasto da propriedade, onde serão intensificadas com a correção da fertilidade do solo”. O especialista acrescenta que cada propriedade é uma realidade. “Os trabalhos de recuperação de pastagens dependem da necessidade de cada criador e da condição do solo. Por isso, a Heringer tem representantes em todo território nacional, que atendem de maneira personalizada cada produtor e cada necessidade”, afirma. Em um cenário onde é necessário produzir cada vez mais, a prática da adubação passa a ser fundamental, pois para se alcançar o sucesso na recuperação/intensificação das áreas é necessário corrigir a fertilidade do solo. Mas por que adubar? “Porque é preciso produzir mais com a mesma terra. Nos últimos anos, observamos uma elevação no custo da terra, o que inviabiliza muitos projetos pecuários por estarem baseados em baixa produtividade”, explica. Devido a essa vocação natural para criação extensiva, ao longo dos anos as pastagens começaram a sentir o impacto da produção. Hoje, no país, no mínimo 30 milhões de hectares (ha) de áreas de pastagens estão em algum estágio de degradação, com baixíssima produtividade para o alimento animal, de acordo com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Mas, com o uso correto de tecnologias e de boas práticas agropecuárias, é possível fazerem essas áreas voltarem aos seus processos produtivos. “Pasto degrada porque manejamos mal. Porque não entendemos que a planta necessita de um aporte nutricional para se manter e desenvolver. Respeitar as necessidades de manejo de cada espécie e implantar um programa de adubação de manutenção permitem manter as pastagens em boas condições”, afirma Humberto.
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Engenheiro agrônomo da Barenbrug do Brasil, Robson Mengatti
Dicas O pasto verde é um colírio para os olhos dos pecuaristas, entretanto, é precisa de cuidado. O engenheiro agrônomo da Barenbrug do Brasil, Robson Mengatti, dá dicas para o manejo do pasto: “deve-se recorrer frequentemente os pastos avaliando a altura e disponibilidade de forragem para determinar as melhores sequências de pastejo ou ajustar taxas de lotação”. “Monitorar a performance animal, avaliando ganhos de peso, condição corporal e indicadores reprodutivos, fazendo os ajustes necessários e descartando os animais que puxam a média para baixo; manter os pastos dentro das alturas de manejo recomendadas de acordo com o sistema adotado (contínuo ou rotacionado), as cultivares presentes na área, as condições de fertilidade do solo e o nível de intensificação de cada propriedade”. “Caso haja plantas invasoras, mesmo que em pouca quantidade, o controle deve ser realizado, com objetivo de evitar altas infestações, que tornam o controle mais oneroso, além de prejudicar a produção e uniformidade do pasto; O uso de herbicidas para limpeza de pastagens poderá ser feito em área total ou de forma localizada conforme a porcentagem de infestação. Se as plantas invasoras apresentarem um porte muito elevado ou estiverem durante o período de florescimento, recomenda-se fazer uma roçada antes da aplicação e esperar que os rebrotes formem uma boa área foliar para então aplicar o herbicida. Quando as plantas forem resistentes às aplicações foliares, recomenda-se a aplicação no toco; Inspecionar regularmente as pastagens para detectar sintomas de ataques de pragas”. O especialista ainda afirma que, anualmente, é recomendado fazer a adubação de manutenção com base nos resultados da análise de solo. “A adubação deve ser escalonada nas áreas a fim de evitar uma produção acima da capacidade de consumo, o que pode favorecer a perda de forragem. Também tem a finalidade de evitar a perda de nitrogênio, principalmente em solos muito arenosos. Recomenda-se a aplicação após o pastejo, com uma rebrota de pelo menos 10 cm e boa disponibilidade de água”.
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A ESTRADA DO SUCESSO NÃO É LONGA. É INFINITA. TERRAVIVA: VENCEDOR DO PRÊMIO LIDE AGRONEGÓCIOS 2017 NA CATEGORIA COMUNICAÇÃO.
Nós, do Canal Terraviva, acreditamos no agronegócio. Por isso, desde o primeiro dia, investimos numa estrutura de TV de verdade. E nunca mais paramos. Só nos últimos dois anos, criamos uma plataforma de eventos, ampliamos a nossa cobertura, renovamos o site e acabamos de inaugurar uma estrutura completa no Rio Grande do Sul. Afinal, a gente sabe que, quando o país precisa ampliar horizontes, plantar é ainda mais importante que colher.
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LEITE
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NUTRIÇÃO . PRODUÇÃO . ORDENHA
O Cerrado brasileiro POTENCIAL PRODUTOR
GERENCIAMENTO TECNOLOGIA MARÇO 2018 | #pecBR
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GERENCIAMENTO
DO LEITE
Para aproveitar as boas oportunidades de mercado projetadas para o mercado leiteiro em 2018, é necessário pensar na gestão das propriedades, e novos aplicativos podem tornar tudo menos complicado e mais rápido
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s perspectivas para o mercado de lácteos em 2018 foi o tema de palestra apresentada pelo agrônomo Marcelo Carvalho, CEO da Agripoint, de Piracicaba (SP), durante o 14º Fórum Estadual do Leite, realizado em março, durante a Expodireto Cotrijal, em Não-me-toque (RS), com o apoio do Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados do Estado do Rio Grande do Sul (Sindilat). “Vemos um cenário positivo de oferta. Tende a ser um ano mais estável, sem as flutuações que ocorreram em 2016”, projeta. Segundo o especialista, a demanda será um aspecto muito importante em relação ao que vai acontecer em 2018. “Vemos uma curva de recuperação bem mais intensa que 2017, com preços na média, por volta de 4% mais altos”, prevê o agrônomo, lembrando
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que o cenário de otimismo está atrelado a uma expectativa de recuperação do consumo. “A eficiência é a base de tudo. Precisamos fazer o controle da terceira casa depois da vírgula para medir resultados. Trabalhar com indicadores é fundamental para buscar a viabilidade do nosso negócio”, avalia o presidente do Sindilat, Alexandre Guerra. Para isso, é necessário gerir bem. O manejo do rebanho é um processo administrativo dinâmico, caracterizado por decisões que têm resultados a curto, médio e longo prazo. O sucesso na atividade depende do acompanhamento cotidiano dos fatores de produção. Para isso, existem tecnologias inovadoras capazes de facilitar a vida do produtor rural. E a gestão das fazendas de leite, em sua maioria, está nas mãos do produtor. Pensando nisso, a Embrapa Gado de Leite acaba de lançar o aplicativo (app) para dispositivos móveis do programa Gestão Informatizada de Sistemas de Produção de Leite (Gisleite). O produtor insere as informações por meio de celular ou tablet e esses dados são compartilhados com a plataforma disponível na internet. Isso significa que o usuário tem que estar cadastrado no sistema Gisleite web para utilizar o aplicativo que opera no sistema operacional Android. “O app é um coletor de dados que pode ser operado até mesmo quando não há sinal de internet no smartphone, uma situação muito comum no meio rural. Quando o sinal da internet é restabelecido, o Gisleite Web recebe os dados coletados e os armazena no sistema”, explica o analista de tecnologia da informação da Embrapa, Victor Lima. Dessa forma, o produtor pode se deslocar por diversos pontos da propriedade com um celular, e fazer as anotações necessárias, o que seria impossível com um computador de mesa. Software para gestão
Os campos experimentais da Embrapa Gado de Leite em Coronel Pacheco (MG) e Valença (RJ) utilizam a ferramenta (que é gratuita) para administrar seus sistemas de produção. O pesquisador da Embrapa Cláudio Napolis Costa explica que o Gisleite é baseado em software livre, desenvolvido para o ambiente web e com acesso remoto pela internet. “O aplicativo torna a ferramenta mais eficiente, auxilian-
do o produtor no processo de tomada de decisões”, diz. Com o Gisleite, é possível gerenciar os aspectos econômicos e zootécnicos de uma propriedade leiteira, como reprodução dos animais, produção de leite, movimentação no rebanho e qualidade do leite. O sistema está estruturado de acordo com as atividades do processo produtivo: cadastro, manejo do rebanho, clientes e fornecedores e custos e receitas. É possível inserir os dados de todas as ações relativas às benfeitorias, máquinas e equipamentos, mão de obra, aquisição e venda de animais, alimentação do rebanho, comercialização da produção etc. “Praticamente todas as atividades econômicas e zootécnicas de uma propriedade leiteira podem ser gerenciadas por meio do sistema”, afirma. Cláudio ainda diz que a disponibilidade de relatórios como os que o Gisleite oferece permite conhecer o desempenho do sistema produtivo como um todo, seja do rebanho em geral, seja de cada animal em particular. “Tais informações são essenciais na orientação de decisões gerenciais a respeito do empreendimento”, completa o pesquisador.
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Leite a pasto
no Cerrado Parceria promove estudo sobre a produção de leite no segundo maior bioma da América do Sul, o Cerrado, que ocupa cerca de 22% do território brasileiro EMBRAPA, CARLOS LOPES, FABIANO BASTOS E BRENO LOBATO
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resente em Minas Gerais, Goiás, Tocantins, Bahia, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Piauí, São Paulo, Paraná e no Distrito Federal, o Cerrado possui mais de 50 milhões de hectares (ha) de áreas de pastagens, de acordo com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). É o bioma que concentra o maior rebanho bovino do país, cerca de 36% de todo o gado. Como não poderia deixar de ser, a atividade leiteira também está presente. A Embrapa e criadores do Distrito Federal e entorno uniram esforços para melhorar a qualidade genética dos rebanhos leiteiros da região, aumentando a produtividade dos animais. Apesar de similar à média nacional (produção de 1.600 litros/vaca/ano), ainda é baixa se comparada à dos estados do Sul, de 2.900 litros/vaca/ ano, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Para isso, o Centro de Tecnologias para Raças Zebuínas Leiteiras (CTZL), da Embrapa Cerrados (DF), vem realizando, desde 2015, a Prova Brasileira de Produção de Leite a Pasto do Zebu Leiteiro. A prova zootécnica, inédita em condições de Cerrado do Brasil Central, foi desenvolvida em uma parceria entre Embrapa e Associação dos Criadores de Zebu do Planalto (ACZP), representante em Brasília da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), com apoio da Associação Brasileira dos Criadores de Gir Leiteiro (ABCGil) e do Hospital Veterinário da Universidade de Brasília (UnB). O objetivo é identificar e disponibilizar ao mercado matrizes melhoradoras de raças zebuínas leiteiras como gir leiteiro e sindi, aquelas com maior potencial genético para a produção de leite a pasto nas condições do Cerrado brasileiro. De acordo com dados da Emater, o Distrito Federal conta com 1.230 produtores de leite e, em 2016, produziu 29,9 milhões de litros, volume ínfimo diante do demandado pelos consumidores brasilienses – 221,8 milhões de litros anuais. “Precisamos encontrar genética que se adapte ao nosso sistema de produção a pasto. Não é comprar genética e depois inventarmos um sistema que não temos condições de manter”, explica Cláudio Karia, chefe-geral da Embrapa Cerrados.
Carlos Frederico Martins, pesquisador da Embrapa
Coordenador da prova, o pesquisador da Embrapa Carlos Frederico Martins explica que a metodologia tem como premissas a seleção genética confiável, com no mínimo cinco meses de mensuração de leite; o sistema de produção pecuária característico do Brasil, que tem o pasto como base alimentar sustentável; e a produção do leite seguro e saudável, sem qualquer aditivo.
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LEITE A prova Os animais participantes da prova são novilhas provenientes de criatórios do Distrito Federal e de estados vizinhos. A duração é de 14 meses, sendo dois de adaptação, em que os animais são alimentados com silagem de milho e concentrado, e 12 meses de lactação, dos quais são considerados 305 dias de lactação, período em que as novilhas se alimentam de pasto rotacionado e suplementação proteica, como ocorre nas fazendas da região. O leite produzido é pesado e avaliado em um laboratório da Universidade Federal de Goiás (UFG). As ordenhas são realizadas mecanicamente duas vezes ao dia, com a presença do bezerro ao pé, sem indutores de lactação. Durante o período de lactação, são mensurados parâmetros de importância econômica em condições de pastagem no bioma Cerrado quanto à produção de leite. Os atributos medidos compõem o índice fenotípico que classifica os animais na prova. Cada atributo é expresso considerando-se a média do grupo avaliado com o valor de 100% – ou seja, os animais acima da média recebem valores superiores a 100% e os abaixo da média, valores inferiores a 100%. “Assim, o animal primeiro colocado não é o que produz mais leite, mas é o mais equilibrado nesses fatores avaliados”, explica o pesquisador Carlos Frederico. Outros fatores avaliados, mas que não compõem o índice fenotípico, são os sólidos totais e a lactose presentes no leite. Além das avaliações zootécnicas feitas por técnicos da Embrapa e da ACZP, um laboratório externo faz a genotipagem das novilhas para a beta-caseína A2, proteína do leite menos alergênica que a variante A1. “Oitenta por cento dos zebuínos carregam essa característica, que agrega valor ao zebuíno leiteiro”, explica o pesquisador. O CTZL busca ainda formar um banco genético com as cinco melhores fêmeas de cada raça classificada na prova. Caso haja interesse do criador, após a prova, os animais são submetidos à aspiração folicular e coleta de embriões. Os produtos (embriões) são compartilhados igualmente entre o criador e a Embrapa, que assinam um contrato de parceria pecuária de pesquisa. Para o criador José Maria dos Anjos, de Luziânia (GO), que disponibilizou duas novilhas – uma delas, a mais bem classificada –, a participação na prova se deve principalmente à credibilidade do trabalho desenvolvido pela Embrapa, tanto no âmbito nacional como in-
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ternacional, e à confiabilidade das informações geradas pela avaliação. “Para nós que lidamos com melhoramento genético, a preocupação é aprimorar as técnicas que levam à agregação de valor. A Embrapa traz essa agregação não apenas com a avaliação em termos absolutos da produção de leite, mas também com outros fatores elencados que passam a ser referência daqui para frente, como o ganho financeiro e a genotipagem para a beta-caseína A2”, afirma o produtor, que está participando da segunda prova com duas novilhas gir leiteiro e cinco novilhas sindi. O gir leiteiro Na primeira edição da prova, concluída em setembro de 2016, participaram 20 novilhas da raça gir leiteiro provenientes de 13 criatórios do Distrito Federal e entorno. As cinco novilhas que alcançaram a primeira colocação obtiveram índice fenotípico acima de 100%, ou seja, acima da média do grupo, sendo que o melhor desempenho foi da novilha Janaúba F. Viena, que alcançou índice de 109,2%. O animal também foi o melhor classificado nos quesitos produção de leite (índice de 108,84%), tendo produzido 4.226 kg em até 305 dias de lactação; conformação total (118,33%); e índice de lactose do leite (105,96%), com teor médio de 4,83%. Outra vertente considerada pela prova é a financeira, que inclui avaliação das receitas com a produção dos animais, dos custos operacionais e das margens brutas. Na primeira edição da prova, a receita bruta foi obtida mensalmente com preços recebidos pelo leite, considerando bonificações de gordura, de proteína e de CCS
praticadas pela Cooperativa Central dos Produtores Rurais de Minas Gerais (CCPR). A novilha Janaúba F. Viena chegou às mais altas bonificações nesses quesitos, alcançando remuneração total de R$ 4.787. Ao final de 305 dias de lactação, a maior receita bruta foi de R$ 4.902, obtida com a produção de Janaúba F. Viena, que também teve o maior custo operacional (R$ 4.564), representado por alimentação, mão de obra, medicamentos, controle sanitário e reprodutivo, aluguel de máquinas, manutenção em geral, impostos e taxas. Assim, a margem bruta com a produção de leite do animal durante a lactação representou R$ 338. A maior margem bruta foi apurada com a novilha PH Filomena FIV, R$ 424. Presidente do Sindicato de Criadores de Bovinos, Bubalinos e Equinos do Distrito Federal (SCDF), Anselmo de Azevedo participa da segunda prova com duas novilhas Gir Leiteiro. Para ele, o importante não é possuir um animal que produza muito, mas que produza com rentabilidade. “Não adianta uma vaca que produza 60 kg de leite se ela custa 120 kg de leite a cada dia. Então, temos que voltar a atenção para a sustentabilidade da produção”.
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ZONA RURAL
André Dib
GESTÃO . TECNOLOGIA . SUSTENTABILIDADE . MERCADO
A próxima década COMO SERÃO OS PRÓXIMOS ANOS PARA O AGRO?
PALMA NUTRIÇÃO MARÇO 2018 | #pecBR
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ZONA RURAL
O agro na
próxima década A perspectiva dos especialistas é de que o agronegócio brasileiro continue sustentando o crescimento econômico do país, enquanto alimenta o mundo
E DIVULGAÇÃO
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m 2017, a safra recorde de grãos garantiu o crescimento de 13% da agropecuária brasileira, em comparação com 2016. Esse foi o melhor desempenho já registrado na história, segundo avaliação da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) sobre o desempenho do Produto Interno Bruto (PIB), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Já o PIB total brasileiro cresceu 1% em 2017 em relação ao ano anterior. São números que comprovam a pujança do setor no país, assim como a importância dele para a economia do mesmo. “O produtor rural investiu em um pacote tecnológico avançado na safra 2016/2017 e foi coroado com um excelente clima, o que garantiu uma safra recorde de 238 milhões de toneladas”, afirmou o coordenador do Núcleo Econômico da CNA, Renato Conchon. Segundo ele, o resultado da atividade rural foi o principal responsável para que o PIB total do Brasil não tivesse queda em 2017. Ele avaliou, ainda, que o setor deu importante contribuição para a geração de empregos, para o saldo positivo da balança comercial e para a queda da inflação no ano passado. “Tudo isso mostrou a importância do setor agropecuário brasileiro para a sociedade e para a economia”.
Projeções
Responsável em grande parte pelo início da recuperação econômica brasileira em 2017, o agronegócio brasileiro continuará como um dos protagonistas no cenário interno e externo. Essa é uma das conclusões do estudo “Outlook Fiesp 2027 – Projeções para o Agronegócio Brasileiro”, levantamento elaborado pelo Departamento do Agronegócio (Deagro) da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), que reúne as projeções do setor para a próxima década, em termos de produção, produtividade, área plantada, consumo doméstico e exportações. O documento destaca que o cenário brasileiro para 2018 é de retomada mais consistente da economia. “O desemprego deve continuar a trajetória de queda e a taxa básica de juros tende a ficar em patamar historicamente baixo. No curto prazo, o setor de alimentos estará entre os mais beneficiados pela recuperação do poder de compra da população, com impacto positivo no consumo de produtos que dependem mais do mercado interno. É o caso das proteínas animais, como as carnes e os derivados do leite, e também dos alimentos mais elaborados”, aponta o presidente da Fiesp, Paulo Skaf. Para ele, no horizonte projetado, as reformas estruturais já feitas e as que ainda virão darão maior eficiência ao Estado e abrirão caminho para implementar políticas públicas mais eficazes. “A agrícola, por exemplo, poderá iniciar sua migração para um modelo mais robusto. Com novos cortes na taxa básica de juros – e sua permanência em nível adequado –, o custo do governo para a equalização do crédito rural tenderá a cair, o que abrirá espaço para finalmente haver um seguro de renda”, explica. Por outro lado, o estudo aponta que, neste cenário, o real tende a ficar mais valorizado em relação ao dólar, o que deve significar margens apertadas aos produtores, como ocorreu em 2017, exigindo investimentos cada vez maiores em tecnologia e gestão. Nesta edição do levantamento, o cenário foi marcado pela grande variação entre as safras 2015/2016 e 2016/2017. Na primeira, as baixas produtividades tanto da soja quanto, principalmente, de milho, provocaram escassez no mercado interno. No caso do milho, os preços explodiram, prejudicando as cadeias das carnes. Na safra 2016/2017, a oferta foi abundante, fruto das excelentes produtividades em praticamente todas as principais regiões produtoras do País, que proporcionaram uma safra recorde. Também
houve boas safras em outros países importantes, como os EUA, o que pressionou para baixo os preços internacionais. Da mesma forma, no açúcar, as cotações recordes em 2016 passaram para um cenário de preços mais baixos em 2017. A valorização da moeda brasileira em relação ao dólar também não contribuiu para uma melhor precificação dos produtos agrícolas em geral. “Apesar do risco climático inerente ao setor, projetamos uma menor volatilidade externa nos mercados agrícolas, após uma estabilização dos preços das commodities em geral. No mercado interno, apesar do risco político devido às incertezas quanto as eleições de 2018, trabalhamos com o cenário de retomada do crescimento econômico”, observa o gerente do Deagro, Antônio Carlos Costa. Segundo o estudo, a produção brasileira de carne bovina deve alcançar 11,2 milhões de toneladas em 2027, alta de 21% no período projetado. A perspectiva para o produto é também positiva em relação ao consumo doméstico, que deve atingir 8,7 milhões de toneladas e às exportações líquidas, com 2 milhões de toneladas, aumentos de 14% e 53% na próxima década. Já o segmento de lácteos deve alcançar a produção de 46,2 bilhões de litros de leite, o que representa um incremento de 37%. Para a soja, uma das principais culturas do país, a projeção do Outlook Fiesp para a safra 2026/2027 é de crescimento de 27% na produção. O consumo doméstico e as exportações também devem se manter em ascensão, com 15% e 43% de crescimento, respectivamente.
Presidente da Fiesp, Paulo Skaf
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ZONA RURAL
O milagre da
palma Constituída por 90% de água, palma é alternativa para alimentar gado, especialmente em épocas de estiagem
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LEONARDO LELES E DIVULGAÇÃO
pesar da aparência árida, as regiões mais secas do país possuem grande biodiversidade, com diversas espécies vegetais que podem alimentar rebanhos com fartura. A palma, por exemplo, é uma cultura permanente (plantada, portanto, uma única vez a cada 20 ou 30 anos) que foi trazida do México para o Brasil no início do século 19, e, hoje faz parte da dieta de rebanhos no país inteiro, em especial no semiárido brasileiro. Características como alta palatabilidade, produção de biomassa e resistência à seca fazem com que essa planta seja um alimento valioso para os rebanhos. Na região, ela é cultivada em larga escala e usada ao longo do ano, sendo um componente fundamental para a sustentabilidade de importantes produções pecuárias. A palma pode ser utilizada, inclusive, como fonte de água para os rebanhos durante a época seca do ano. A planta constitui a base alimentar de rebanhos com grande
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importância social e econômica. Ela se destaca, ainda, por apresentar altos teores de carboidratos totais, matéria mineral e umidade, características importantes na alimentação dos animais que vivem em regiões com escassez de água. Além disso, é uma cultura de fácil adaptação e plantio. Dependendo do tipo da cultivar e do desenvolvimento da planta, a colheita começa a partir do primeiro ano depois de plantada. Mas, apesar das vantagens, a palma possui baixo teor de proteína, portanto, não deve ser utilizada de forma exclusiva na alimentação animal, sendo necessário fornecê-la em conjunto com outros alimentos. Entretanto, por ser rica em energia, a palma forrageira pode ser utilizada na substituição total ou parcial de outros ingredientes com maior custo de produção, como o milho. Luiz Fernando Carvalho Leite, Chefe-Geral da Embrapa Meio-Norte, explica que depois de sucessivos anos de seca e crise hídrica, a palma ganha cada vez mais importância e se torna fundamental, sobretudo para o Semiárido brasileiro, apesar de seu uso ser extrapolado também para outras regiões. “A utilização na alimentação animal em substituição a outros produtos energéticos de maior custo de produção reduz custos e aumenta a competitividade do produtor, fator importante para a economia local e a fixação do homem no campo”, explica. As duas espécies mais presentes no Brasil são a O. ficus-indica (maior e arredondada), e a N. cochenillifera (menor e mais doce). As maiores plantações de palma do país estão localizadas em Pernambuco, Paraíba, Alagoas, Rio Grande do Norte e Bahia. No Norte de Minas Gerais, criadores também investem no cultivo da palma forrageira como opção para complementar a alimentação do rebanho leiteiro, especialmente em tempos de seca. O produtor rural José Ivan Sobrinho tem uma propriedade em Riachuelo (RN), localizada a 71 km de Natal, onde cultiva palma forrageira. Ele conta que a planta é fundamental, pois, além de ser rica em nutrientes, alimenta animais, garante renda para o agricultor e ajuda a enfrentar a seca nordestina. Na fazenda, o agropecuarista cultiva mandioca, capim e mandacaru, e mantém criação de bovinos, suínos e cabras, todos alimentados com palma forrageira. “Costumo dizer, de maneira simples, que a palma forrageira economicamente é o ‘ouro verde’ para dos nordestinos. Nutre, alimenta, é fonte de energia para os animais e também agrega valor, pois quem produz palma, tem uma renda permanente, porque senão alimenta o rebanho, vende a palma”, conta.
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O EVENTO AGROPECUÁRIO QUE MAIS CRESCE NO BRASIL A 67ª edição da Exposição Agropecuária do Piauí (Expoapi) reuniu o Brasil em Teresina para um dos maiores eventos da região Nordeste, que contou com nove dias e mais de cinco mil animais
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DOM BARBOSA
Criadores acompanhando a pista de julgamento, ladeados pelo presidente da ABCZ
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ealizada pela Associação Piauiense de Zebu (APCZ), com apoio do Governo do Estado do Piauí, a Exposição Agropecuária do Piauí (Expoapi) festejou sua 67ª edição. A maior festa do agronegócio do estado foi promovida no Parque de Exposições Dirceu Arcoverde, na capital Teresina, de 2 e 10 de dezembro de 2017, sendo até hoje a maior edição do evento. “Estive aqui nos últimos anos e é nítida a evolução e crescimento da feira. O que está sendo feito aqui é um exemplo para todo país”, elogiou o presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), Arnaldo Manuel Borges, que também prestigiou mais uma vez o evento. Os números surpreenderam os organizadores e criadores. Foram oito dias de evento, mais de 250 mil visitantes, mais de cinco mil animais, 920 senhas da vaquejada, nove leilões e um shopping de animais nelore. Além de mais de mil ovinos e caprinos expostos, pela pista de julgamentos passaram 180 cavalos mangalarga, 134 zebuínos nelore e 153 gir leiteiro. Além disso, teve hipismo, prova de tambores e baliza. A 67ª edição contou, ainda, com a presença de 16 estados e mais de R$ 70 mil em prêmios nas vaquejadas. “Nós nos superamos em quantidade e qualidade. Tivemos nove leilões de excelente movimentação, um a mais do que o ano passado, e todos eles com faturamento acima de R$400 mil. Ficamos muito satisfeitos com o resultado. Isso mostra a grandeza da agropecuária do Piauí. Vamos encerrar o nosso mandato na APCZ com a maior exposição dos últimos 20 anos no Piauí. Para nós, foi a maior festa que já tivemos. Mesmo no último dia a todas as áreas estavam lotadas”, afirma o presidente da Associação Piauiense de Gado Zebu (APCZ), proprietário da Fazenda JM e deputado estadual, João Madison Nogueira, que encerra esse ano seu mandato frente à entidade. A novidade da 67ª Expoapi ficou por conta do Shopping da Fazenda Vitória, promovido pelo criador de nelore Leondidas Freire, que expôs seus animais da mais alta qualidade, o que levou a ótimos negócios. “Temos o prazer de acompanhar o crescimento anual desse evento. Esse ano, montamos um sistema onde se vai até o pavilhão, com todos os animais, como em uma vitrine”, conta o criador, que seleciona a raça há seis anos no estado. Destaque para o 1º Leilão de Raças Nativas, onde foram leiloados exemplares típicos da região, como o gado curraleiro pé duro, cavalo nordestino e o ju-
Torneio Leiteiro No Torneio Leiteiro, onde foi distribuído mais de R$30 mil em prêmios, participaram as raças gir leiteiro e girolando. Na raça girolando, na categoria Novilhas, a vencedora foi a Lenda, com produção média diária de 36,553 kg/ leite propriedade de André Maurício e Cicinato Leão, da Fazenda Cajazeiras, de onde também saíram os melhores exemplares da raça nas outras duas categorias: Vaca Jovem (Maclaren, com média diária de 31,54) e Vacas (Cachoeira, com média diária de 50,780). Já na raça gir leiteiro, quem levou a premiação pelos animais mais produtivos foi João Madison Nogueira, da Fazenda JM, que levou as campeãs das duas categorias disputadas pela raça: Jordânia (campeã na categoria Novilha com média diária de 30,993) e Natura (campeã na categoria Vacas com média diária de 40,613).
CLÁUDIA MONTEIRO
mento pêga. Outro grande destaque foi a sexta edição do remate da Fazenda JM – Gir Leiteiro e Girolando, que ofertou tourinhos, bezerras e matrizes de alto nível. No leilão de João Madison, foi dado um grande passo em direção ao futuro da pecuária leiteira do Piauí. O pecuarista Marcelo Mendes comprou da Fazenda JM 50% do famoso touro Charmoso JM, Reservado Grande Campeão ExpoZebu 2017, Grande Campeão da ExpoAPI 2016 e Grande Campeão da primeira ExpoAgro (Piripiri-PI) com um objetivo nobre e visionário. Marcelo começará a construir em março de 2018 o primeiro laticínio da região que produzirá leite UHT (longa-vida), o Laticínio Divino Leite. “Nosso projeto é estar produzindo no próximo dezembro 48 mil litros de leite diariamente, sendo que teremos capacidade para até 180 mil litros”, conta o pecuarista. Para que isso seja possível, o laticínio precisa de 10 a 15 mil animais em lactação produzindo muito bem. Por isso, Marcelo irá distribuir toda produção de sêmen do touro recém-adquirido para os fornecedores, que, assim poderão melhorar sua produção através da genética. “É um grande passo para a região, e com certeza, na próxima Expoapi teremos novidades sobre o leite piauiense”, garante.
Ivana, Sara, João Madison Filho, João Madison e Maria de Lourdes
João Madison, Marcelo e Felipe da Divino Leite
Marcelo e Felipe do Divino Leite entregando a premiação de Grande Campeã Novilha do Torneio leiteiro ao criador João Madison
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Pista animada Na concorrida pista de julgamentos, a Fazenda JM, mais uma vez, levou para casa o título de Melhor Criador e Melhor Expositor da raça gir leiteiro da Expoapi. Já o segundo e terceiro lugar na disputa de Melhor Expositor foram André Maurício De Oliveira Nogueira e Francisco Feitosa de Albuquerque Lima, respectivamente. Na competição pelo troféu de Melhor Criador, Domingos Moura Macedo ficou em segundo e Francisco Feitosa em terceiro. O nelore teve a sua Expoinel Nordeste durante a Expoapi, que premiou esse ano o Melhor Criador e Criatório Supremo, os dois títulos ganhos pela Igarapé Agropecuária, do município de Igarapé Grande (MA). O segundo colocado como Criatório Supremo foi José Gilmar de Carvalho Lopes, do Nelore Montana, de Ceará-mirim (RN). Já o segundo colocado como Melhor Criador foi Gilson de Sousa Kyt, da Fazenda Arco-íris, de Açailândia (MA). “É sempre muito gratificante participar da Expoapi, que a cada ano melhora. Ficamos muito satisfeitos de participar desse momento, e ainda ter um ótimo resultado em pista”, conta o pecuarista Naum Roberto Ryfer, proprietário da Igarapé Agropecuária.
Presidente da ABCZ Arnaldo Manuel com os estudantes de ciências agrárias da UFPI
Reunião dos criadores da região com o presidente da ABCZ
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Vicente, Cicinato, Naum, André, Neider e João
Vaneth, Ronaldo Alves, Domingos e André Nogueira
Vicente Sampaio e Ramiro Batista
Orizon e Augusto
Amauri Neto, Giuliano Malta, Mauro Tenório e Marcondes Bernardo
José Neto, Daryele, Christian e Bernardete
Cristiane e André
Arnaldinho e Leondidas
Letícia e Emanuel
João Madison, Marcelo, Felipe e Silvania
Gilmar, Paula, Maria, Garcia e Rafaela
Cicinato e Vivian
André Nogueira, João Madison e Mazuka
Marcos Vinícius, João Madison, Themitocles, Edson Ferreira e Evaldo Gomes
João Madison Filho, Carlos Henrique e João Madison
Denis, João Madison e Valdecir Cavalcante
Christian, José Neto e Ney comemorando título conquistado
Orlandinho, Cicinato, Neider e João MARÇO 2018 | #pecBR
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GENTE
PECUARISTAS . ESPECIALISTAS . CRIADORES
Social
OS MELHORES MOMENTOS DA PECUÁRIA
PERFIL RAFAEL MAZÃO MARÇO 2018 | #pecBR
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GENTE
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Rafael Mazão Ghizzoni
Um profissional
dinâmico
M
PITTY
azão, como o zootecnista é conhecido no meio rural, viaja o país julgando os melhores exemplares nelore em exposições do Brasil. Mas, os julgamentos são apenas uma parcela do seu cotidiano. Na maior parte de seu tempo, ele está dentro da porteira de seus clientes e parceiros assessorando a seleção e melhoramento genético de rebanhos puros e produção de corte. Ele não perde tempo em serviço. Hoje com 35 anos, casado com Gabriella Prata e pai de João Pedro (3 anos), o profissional começou a carreira aos 19, ainda durante a graduação. Natural de Uberaba (MG), Rafael Mazão iniciou sua formação em 2001, aos 18 anos, na FAZU, cursando Zootecnia. Em 2002, começou a trabalhar na Secretaria da Agricultura. No ano seguinte, foi convidado para trabalhar em uma empresa de consultoria, onde atuou por um ano, até que foi convidado pela central ABS Pecplan para fazer parte do programa de estágio da empresa. No último ano de faculdade, foi contratado pela central Nova Índia, onde trabalhou até depois de sua formatura. Posteriormente, foi contratado pela Família Birman, da Luzz Agropecuária, onde trabalhou gerenciando o melhoramento genético do rebanho nelore por três anos, e até hoje presta consultoria para o projeto. Ainda no terceiro ano da graduação, Mazão fez o curso de julgamento da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), onde iniciou sua carreira de jurado. Começou a viajar em todas as oportunidades que tinha para acompanhar os jurados efetivos da entidade em ação, enquanto ainda era jurado auxiliar, galgando sua carreira também nas pistas do nelore. Seis meses após a formatura, o zootecnista julgou sua primeira exposição como jurado efetivo, aos 24 anos, em Campina Verde (MG). Hoje, julga média de seis exposições de nelore por ano, em todo Brasil. Durante a faculdade, todo dinheiro que sobrava ele
guardava para investir em sua formação, buscando para além da grade curricular, atividades e cursos que pudessem colaborar para seu crescimento profissional. Através dessas múltiplas experiências profissionais, Mazão conseguiu desenvolver, já no início da carreira, uma visão de mercado acurada. Saiu da faculdade com vivência de mercado e um currículo substancial, trabalhando e com uma boa cartela de opções para o futuro. A carreira iniciada cedo e desenvolvida em várias grandes instituições deu a ele a oportunidade de conhecer muita gente, desde o pequeno produtor até os maiores do país. Isso fez com que o profissional desenvolvesse habilidade e facilidade de dialogar com qualquer pessoa. “Aprendi a enxergar e entender os maiores entraves do cotidiano rural, e, principalmente, aprendi a implantar novas ações e tecnologias para que superar esses entraves e aumentar o rendimento das propriedades produtoras”, conta. Logo após o fim da faculdade, Mazão fundou sua empresa, a Dstak Assessoria Pecuária, um empreendimento especializado em gestão e planejamento na pecuária, com foco no melhoramento genético. Iniciou os trabalhos tendo apenas ele como integrante da equipe, atendendo alguns clientes em Uberaba e região. Com o passar do tempo, rapidamente viu a cartela de fregueses crescer, e precisou aumentar o time para atender criadores em propriedades cada vez mais distantes da sede. Hoje, são oito consultores parceiros e mais de 32 clientes em todo território nacional. “Gosto de trabalhar em várias frentes e regiões diferentes. Na empresa, fazemos o acompanhamento completo, desde o planejamento genético ou de produção até a comercialização, trabalhando com rebanhos de seleção e outros de produção. Isso faz com que tenhamos uma visão mais ampla do processo pecuário. O mercado de elite é muito importante, assim como o de produção. Sempre tentei equilibrar esses dois nichos na minha carreira por acreditar que ambos estão conectados e são interdependentes”, conta o zootecnista e assessor, que também é consultor e técnico de corte da central Alta Genetics há cinco anos. MARÇO 2018 | #pecBR
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SOCIAL
Aline, Antônia, Everaldo e Vitória
Brunno, Mariana e João Gabriel
Caio, Dilson e José Antônio
Danielle, Luiza e Gilmar
Elaine, Ricardo e Sadi
Emmanuelle Louza e Santiago
Felipe, Otávio, Luiz Otávio e Arnaldinho
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Gustavo e Marcus
Lauana Ferraz
Marcus e Laura
Felipe, Reinaldo e Eduardo
Fermino, Paulo, Marcelo,Wagner e André
José Eduardo, Ana Elisa, Maria Antônia e Arnaldinho
José de Marchi, Joanna e Carla
Maria, Márcio, Carlos, Pohl, Paulo, Eddie Murph e Eduardo
Mariana e Noelia
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SOCIAL
Nabih, Jorge Matsuda e Tadeu
Rodrigo, José Coelho e Maurício
Rodrigo, Roberto e Loy
Rogério Stein, Manoel Sodré e Eliberto Stein
Henrique, Udelson, Arnaldinho e Danilo
Victor, Eduardo e Leonardo
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Coriolano Xavier
OPINIÃO
Vice-Presidente de Comunicação do Conselho Científico Agro Sustentável (CCAS) e professor do Núcleo de Estudos do Agronegócio da ESPM coriolano.xavier@agriculturasustentavel.org.br
VISÃO
O voto e a semente
Q
uando comecei a trabalhar no agro, lá por idos do século 20, conhecendo pouco ainda do setor e das lidas da terra, um paciente pesquisador em melhoramento de plantas gravou em minha cabeça que a semente é o fator controlável de maior impacto potencial para o resultado das lavouras. Dizia ele que escolher uma boa semente é um contrato com o futuro. Atualmente, quase todo dia se vê notícia sobre descalabros da administração pública. Nas pesquisas de opinião, os políticos estão no pódio da desaprovação e, nas mídias sociais, multiplicam-se as ondas de críticas a governantes. Mas, sob um olhar realista, o que existe nos gabinetes e plenários do poder fomos nós, como cidadãos, que colocamos lá. Toda eleição é essencial. Porém, faz tempo que não vejo uma tão crucial como a de 2018, para fazer do voto uma ferramenta mais eficaz e produtiva. No próximo pleito, teremos um duplo desafio de escolha: um passado político a renovar e uma trilha de retomada econômica a desenhar e a construir. Vai ser um momento para tentar lavar o país e projetar um futuro. O voto é como a semente. É o momento que temos para somar em torno de algumas ideias e ideais, plantando um potencial para o futuro nosso, da sociedade e do país. Se a cada safra observamos com expectativa a germinação das sementes, o comportamento das plantas e o seu resultado, por que não dedicar a mesma atenção para fundamentar e decidir o voto? Pode-se começar, por exemplo, pelas principais coisas que precisam melhorar no Brasil, ou em nosso Estado, e que tenham conexão com nossa família, trabalho, negócios, comunidade, progresso e bem-estar. Não adianta pensar em tudo,
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isso não é realista. O melhor é selecionar alguns fatores chaves, meia dúzia talvez, pois até o universo foi construído aos poucos. São demandas como melhoria na educação, na infraestrutura de transportes, na segurança, reforma tributária, reforma política, redução da desigualdade social, geração de emprego, incentivo à agropecuária, à exportação, controle da inflação, etc. Há muito por se fazer no país, claro, mas é preciso formar um pensamento e um juízo sobre as ações mais urgentes. Com algumas prioridades na cabeça, o próximo passo será imaginar o que cada um dos candidatos precisará falar especificamente sobre os temas priorizados, para que comece a despertar o seu interesse e confiança. E aqueles que conseguirem isso, em alguma medida, representarão o voto que se alinha melhor com as suas expectativas. Isso não vai resolver tudo, pois em gestão política, econômica e social de um país ou de um estado, as coisas caminham por meio de convergências, consensos e de modo gradual. Mas poderá ser uma boa semente, para um novo tempo da governança brasileira – no legislativo, no executivo federal e nos executivos estaduais. O país está precisando disso. Pesquisa da Confederação Nacional dos Transportes (CNT) divulgada em setembro, sobre intenções de voto para 2018, mostra um aspecto preocupante: todos os seis presidenciáveis que estão na praça têm índice de rejeição acima de 50%, em escala que vai até 64%. Prenúncio de uma eleição de escolha negativa (voto no “menos ruim”) ou de abstenção brutal. Cenário que é porta-aberta para aventuras eleitorais. Mas o que o país precisa hoje é de ideias e ideais. Consciência e seriedade - a começar pelo voto, plantando boas sementes.
OPINIÃO
Thiago Galvão Severi Sócio da LDG Advogados e integrante do Comitê de Leis e Regulamentos da Sociedade Rural Brasileira (SRB) thiago@ldgadvogados.com.br
JURÍDICO
O STF e o Código Florestal
A
pós quase dois anos de tramitação, o Supremo Tribunal Federal, em fevereiro, concluiu o julgamento conjunto da Ação Declaratória de Constitucionalidade (ADC 42) e das Ações Diretas de Inconstitucionalidade (ADIs) 49901, 4902, 4903 e 4937, decidindo, em termos gerais, a favor do novo Código Florestal (Lei 12.851/2012). Diversos foram os artigos tidos como constitucionais pelo STF, tendo-se como de grande relevância as interpretações conforme a Constituição do artigo 59, do novo Código Florestal, aplicando-se extensivamente o artigo 60, segundo o qual a prescrição ficará interrompida durante o período de suspensão da pretensão punitiva dos crimes ambientais advindos da supressão irregular de vegetação em áreas de APP, Reserva Legal e de uso restrito antes de 22 julho de 2008. Noutras palavras, pelo entendimento do STF, o proprietário de imóvel rural que tenha realizado a supressão irregular de vegetação em áreas de APP, RL e de uso restrito antes dessa data poderá, desde que tenha realizado o Cadastro Ambiental Rural (CAR) até o dia 31 de maio 2018, aderir ao Plano de Regularização Ambiental (PRA) do estado onde se encontra o imóvel, obtendo, após assinar o termo de compromisso com o órgão ambiental competente, a suspensão da autuação por infrações cometidas, sendo certo que, cumprindo o PRA, as multas cabíveis serão convertidas em serviços de preservação, melhoria e recuperação da qualidade do meio ambiente, regularizando o uso de áreas rurais consolidadas conforme definido no PRA. O tema era tido pelos ambientalistas como uma espécie de “anistia” aos crimes e infrações ambientais cometidos. Contudo, pela perspectiva do julgamento do STF, verifica-se que, na verdade, não é configurada
anistia, mas, sim, estimulação à recuperação das áreas degradadas, uma vez que os possuidores e proprietários permanecem sujeitos à punição caso não cumpram exatamente o compromisso firmado. Com efeito, o que se revela concreto na decisão é a consagração do Direito Ambiental como norma de equalização entre o desenvolvimento econômico e a proteção do meio ambiente. Isso na medida em que, afastando o risco dos produtores rurais se verem alvo de sanções e, ao mesmo, tempo, condicionando a não aplicação de penalidades ao cumprimento do PRA, promove não apenas forte impulso para a recuperação do meio ambiente, mas, igualmente, para o crescimento econômico do agronegócio de forma juridicamente segura e sustentável. Ademais, inadequado seria esquecer-se de destacar a declaração de constitucionalidade do artigo 67, do Código Florestal, que, do ponto de vista social e econômico, é de relevante valia. Eis que, para pequenos produtores com propriedades de até quatro módulos rurais, o que representa quatro milhões de ha dos seis milhões hoje explorados, não haverá necessidade de recomposição de Reserva Legal nos termos da Lei, tendo-se como marco temporal a data de 22 de julho de 2008. Manteve-se, ainda, a constitucionalidade do artigo 15, da Lei 12.651/12, que viabiliza o computo das Áreas de Preservação Permanente no cálculo do percentual de Reserva Legal. De fato, o que se tem com o posicionamento do Supremo Tribunal Federal é a pacificação de diversas discussões que geravam insegurança jurídica aos produtores rurais. Cabe, agora, aos proprietários e possuidores de imóveis rurais adaptarem-se à legislação, com vistas a garantir a função social da propriedade e perpetuação de seus negócios. Muita água vai passar debaixo dessa ponte!
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Claudia Lisboa
OPINIÃO
Médica veterinária mestra em Medicina do Gado Leiteiro e Distrital Semex SP e MS claudia.lisboa@semex.com.br
ECONOMIA
Valorização da carne brasileira no mercado mundial
A
produção brasileira de carne bovina possui expressiva representatividade no comércio interno e externo. Não é sem razão que possuímos a segunda maior força mundial de produção e consumo, e somos o segundo maior exportador de carne bovina. Mas, com os mercados nacional e internacional cada vez mais exigentes quanto a procedência e qualidade dos produtos de origem animal, a manutenção daqueles índices e da qualidade do produto nos leva a conclusão de que necessitamos manter cuidados permanentes com a melhoria das pastagens, da alimentação do gado, dos tratos e dos investimentos na genética do rebanho, além da necessidade de um cuidado apurado no abate e qualidade da carcaça bovina pelos frigoríficos e um cuidado todo especial com os mercados interno e importador de nossa carne bovina. Quando nos preocupamos em manutenção de qualidade, necessariamente passamos a falar em custos de insumos, de pessoal, administrativos, entre outros, mas, em contrapartida falamos também em valores de venda e comercialização. É certo que, para sua subsistência no mercado, a indústria frigorifica necessita de uma seleção de fazendas fornecedoras de gado com excelente grau de qualidade de carne e carcaça, mas, nada se compara a necessidade do próprio frigorifico em manter a sua operação em capacidade máxima de abate, procurando sempre trabalhar com o mínimo de ociosidade. Assim, se o período for da safra, teremos a possibilidade, quase que na sua totalidade, de excelentes animais para abate, mas, se o período for da entressafra, será comprado pelo frigorifico o animal que lhe for oferecido, pois de nada adianta ter uma quantidade mínima de carne de excelente qualidade, que ocupe apenas uma parte da capacidade de produção do frigorifico, proporcionando uma variação do preço de compra. O valor pago ao produtor está geralmente associado a safra de produção, ao porte do frigorifico comprador, a capacidade econômica de consumo de carne bovina pela população, aos contratos de exportação e ao preço praticado no mercado internacional. 124
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A qualidade de um produto de origem animal requer a atenção para várias etapas, que começam com a qualidade de vida no campo do pecuarista e sua equipe, até a colocação do produto final no mercado para a comercialização. Deve-se entender que a qualidade dos produtos de origem animal está vinculada a vários fatores: qualidade de vida do produtor, seu bem estar em fazer o que gosta; melhoria genética, a fim de ter no plantel animais de boa raça e linhagem, que alcancem a idade de abate o mais precoce possível, possibilitando a melhor relação osso/carne/gordura, além da nutrição balanceada, cuidados preventivos com a saúde do animal, manejo correto na fazenda, evitar o transporte do animal até o frigorífico em caminhões superpovoados; resfriamento adequado da carcaça, entre outros. A utilização do ultrassom permite analisarmos, entre outras, as medidas de área do olho de lombo, da espessura de gordura de cobertura e do marmoreio, medidas importantes à produção animal, com a vantagem de poder ser aplicada de maneira precisa, não -invasiva, rápida, com custo excessivamente baixo e em todas as variáveis que os animais possam apresentar quanto a sexo, idade, tamanho, peso, etc. Sabe-se que tanto a área do olho do lombo quanto a espessura de gordura de cobertura, relacionam-se com o peso e a porcentagem dos cortes das carcaças bovinas. Sabendo aquelas medidas, saberemos em valores muito próximos peso e cortes das carcaças. Entretanto, alguns fatores como a experiência do técnico operador do aparelho de ultrassonografia, as limitações técnicas do aparelho e do local, o manejo da carcaça do animal no post mortem, podem afetar a exatidão dos resultados. Certo é que a utilização da ultrassonografia no exame das carcaças bovinas tem trazido a possibilidade do abate no tempo preciso de maior produtividade do animal, alavancando assim maior qualidade, maior produtividade e maiores lucros. Assim, com esse conjunto de ações, teremos a excelência de um padrão de carcaça e gordura esperados para satisfazermos o desejo do consumidor final, seja ele no mercado nacional ou internacional.
Cleber Oliveira Soares
OPINIÃO
Doutor em Ciências Veterinárias, pesquisador e diretor-executivo de Inovação e Tecnologia da Embrapa cleber.soares@embrapa.br
TÉCNICO
Pecuária brasileira verde
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mundo debateu os desafios globais que moldarão o futuro da produção animal sustentável no 10º Fórum Global para Alimentação e Agricultura, entre 18 a 20 de janeiro, em Berlim. E o Brasil levou importantes contribuições. A pecuária representa 6,8% do nosso PIB. Entre 1990 e 2015, a área de pastagens diminuiu em 12%, enquanto a produtividade da carne cresceu 229%. O que explica a evolução? Trata-se do efeito poupaterra. Do avanço na produção de carne, 21% referem-se ao aumento da área de pastagem e 79% decorrem de produtividade, explicada pelo efeito de 38% da contribuição do desempenho animal e 62% pela taxa de lotação. Assim, a “pecuária verde” é uma realidade nos sistemas produtivos brasileiros. E, sob este conceito, pesquisadores da Embrapa continuam entregando inovações: intensificação dos sistemas produtivos, otimização do uso da terra, soluções para o bem-estar animal, entre outros ativos e tecnologias sustentáveis. Uma das mais recentes revoluções são os sistemas lavoura-pecuária-floresta (ILPF). Trata-se de estratégia de produção que integra sistemas agrícolas, pecuários e florestais em uma mesma área, beneficiando todas as atividades ao mesmo tempo e garantindo produtividade, renda e sustentabilidade. Desenvolvidos ao longo das
últimas três décadas em diversos formatos, já estão presentes em mais de 11 milhões de hectares, área maior do que o estado de Pernambuco. Os sistemas ILPF são uma das mais robustas tecnologias para o futuro sustentável da agropecuária no planeta. Além de possibilitarem a recuperação de áreas degradadas, com baixa produtividade, proporcionam benefícios diretos e indiretos aos animais, como o fornecimento de sombra e melhoria das condições microclimáticas e ambientais. Podem, por exemplo, reduzir, em até 8°C, a temperatura ambiente em relação às pastagens sem árvores. O Brasil possui uma forma singular de fazer pecuária. Evoluímos muito desde a década de 1970, e estamos trabalhando duro para aprimorar nossos ganhos de produtividade. Saltamos de uma média nacional (peso vivo) de 56 kg/ha/ano para 115 kg/hectare/ano em sistemas extensivos. Sob sistemas de ILPF, produzimos 900 kg/ ha/ano; em sistema de alta lotação a pasto, chega-se a 2.500 kg/ha/ano. E, sob pastagem irrigada, pode-se alcançar 4.500 kg/ha/ano. Aumentar a produtividade é incrementar a oferta mundial de alimentos. Fazer isso sem utilizar novas áreas é a solução da pecuária brasileira verde. O Brasil, com o uso de ciência, tem contribuído como poucos países para a produção de proteína animal de alta qualidade, segura e de forma sustentável.
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PONTO DE VISTA
“Para 2018, podemos esperar uma valorização cada vez maior dos animais bem selecionados. Isso porque estamos caminhando para convergência de dois trabalhos desenvolvidos há muito tempo, o de julgamento morfológico (aquele de pista) e o de melhoramento genético através da avaliação. São 200 milhões de cabeças com a predominância absoluta das raças zebuínas que provam que esses trabalhos deram certo. No futuro, não há duvida que devemos buscar convergência dos números da avaliação genética e da perspectiva visual”.
Nilson Genovesi, leiloeiro rural
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“A expectativa para o mercado de proteína animal segue positiva de acordo com relatório revisado pelo FMI em outubro, que indica um crescimento do PIB mundial de 3,6%. Esse crescimento reflete o cenário de recuperação das economias desenvolvidas, da expansão tanto da China como de outros países asiáticos emergentes, além de sinais de melhora em economias da América Latina, em especial dos países exportadores de commodities. Sendo assim, entendemos que as variáveis que influenciam o consumo de proteínas permanecem com boas perspectivas a nível global em 2018”. Martin Secco, CEO da Marfrig Global Foods
“O ano de 2017 foi muito conturbado em todos os quesitos possíveis, somente o Agronegócio se destacou novamente como a salvação da balança comercial. Vejo 2018 como um ano totalmente diferente e com mais crescimento em toda a cadeia do agronegócio. Conforme a FAO nos diz, com base em cenários de demanda, a produção de carnes precisará crescer 48% até 2030. Quando falamos do milho, os números são grandiosos também, de hoje a 2050 o mundo precisará produzir mais de um bilhão de toneladas, ou seja, temos excelentes oportunidades reais”.
“A prosperidade não virá por inventarmos mais programas generosos de gastos públicos. Você não enriquece por pedir outro talão de cheques ao banco. E nenhuma nação se tornou próspera por tributar seus cidadãos além de sua capacidade de pagar. Nós temos o dever de garantir que cada centavo que arrecadamos com tributação seja gasto sabiamente”. Margaret Thatcher, ex-primeira-ministra do Reino Unido
Nelson Eduardo Ziehlsdorff, diretor presidente Semex Brasil
“É fundamental avaliar os indicadores relacionados ao mercado pecuário para ter sucesso em 2018. Pelo lado da demanda, analisando o consumo interno e externo, e na oferta, avaliando reposição, insumos e abates. E, conforme já observado nos últimos dois anos, será necessário entregar animais mais pesados para a indústria, aproveitar melhor o potencial produtivo do animal, dado que o primeiro semestre de 2018 poderá não trazer mudanças tão evidentes assim”. Bruno Andrade, gerente executivo da Associação Nacional da Pecuária Intensiva (Assocon)
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ANDANÇAS
CARLOS ALBERTO DA SILVA, presidente do Grupo Publique
CRÔNICAS SOBRE O COTIDIANO RURAL
carlos@publique.com
Sem paixão, não tem razão
N
o mês de novembro, fiz apenas três viagens. Fiquei 20 dias no Canadá, a convite da Semex Brasil, participei de um importante simpósio, em Campinas, e estive alguns dias no Pantanal Sul-Matogrossense. Foi um (re)aprendizado de alguns pontos, que passo a vocês para uma reflexão. Aprendi que a neve do Canadá é uma professora de planejamento, cujos alunos ou são aprovados com louvor ou morrem pelo caminho. Do mesmo modo, aprendi que as cheias do Pantanal também ensinam planejamento e resiliência aos pecuaristas brasileiros. Que não praticar exercícios físicos, em razão da falta de tempo, do excesso de calor ou do frio intenso, são apenas boas desculpas e nada mais. O mundo está cheio de gente caminhando antes das cinco da manhã para estar firme no trabalho às sete. Da mesma forma, numa palestra do Chaker, aqui em Coxim, em Mato Grosso do Sul, no Dia de Campo da AgroJacarezinho, descobri que a média das melhores fazendas de pecuária de corte está ganhando R$73 por hectare, mas os melhores estão ganhando quase R$1 mil. E pior, um terço está perdendo dinheiro. Números que mostram uma oportunidade de melhoria que não podemos desperdiçar. Aprendi ainda mais sobre o valor da pontualidade,
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viajando com uma galera de 38 pessoas que jamais atrasava um minuto sequer, com muitos compromissos começando às seis da manhã, durante vários dias. Aprendi que um mesmo país pode ter duas línguas oficiais e, mesmo assim, estar no seleto clube chamado primeiro mundo. Solidifiquei meu aprendizado de que bom mesmo é trabalhar a passeio e passear a trabalho. Aprendi a importância da criançada conhecer, desde cedo e desde sempre, o valor de quem produz alimentos. Esta atividade que chamamos de fazendeiros. Porque são pessoas que fazem. Aprendi o valor de superar o medo de altura, andando sobre um chão de vidro, a 450 metros do solo. Aprendi que tecnologia boa mesmo é aquela que liberta o ser humano para viver melhor, para ter mais tempo com a família e os amigos. Como está acontecendo com os robôs nas fazendas leiteiras do Canadá e aqui do Brasil também. Aprendi que no Brasil temos ilhas de excelência tão boas quanto os melhores produtores canadenses, mas perdemos de goleada na média. Reforcei meu conceito de que o fundamental é ter paixão pelo negócio em qualquer negócio. E que é a paixão que leva ao sucesso em outras áreas, especialmente a econômica. Sem paixão, não tem razão.
ourofinosaudeanimal.com
Master LP Um reforço de peso para quem sabe o valor do seu rebanho. Com 4% de Ivermectina, Master LP combate parasitas internos, auxilia no controle dos parasitas externos e contribui para o aumento da produtividade. Por tudo isso, oferece a maior concentração de resultados para os criadores de Nelore, o maior rebanho brasileiro.
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