Pecuária Brasil #26

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Direção Gustavo Miguel +55 (34) 9 9142-5081 gustavomiguel.gm@gmail.com

Contato comercial +55 (34) 3313-0371 / 3077-0379 / 3077-0451 / 3317-2320

Cláudia Monteiro +55 (34) 9 9142-5082 claudiapecuariabrasil@gmail.com

Jurídico Cláudio Batista Andrade Renato Mendonça Costa

Edição Natália Escobar - MTB 19731/MG redacaopecuariabrasil@gmail.com +55 (34) 9 9908-2228

Circulação e Assinaturas assinaturapecuariabrasil@gmail.com

Colaboração ABCGil, AgroEffective, Alfapress Comunicações, Andrea Inocente, Attuale Comunicação, Berrante Comunicação, Carolina Jardine, CNA, Embrapa, FPA, Grupo Publique, Ideal H+K Strategies, Jardine Comunicação, Juliana Bispo, Marcia Benevenuto, Mecânica Comunicação, Notícia Expressa, Nova PR, Pec Press, Rita Silva, Senar MT, Texto Comunicação, William Saab

Impressão Gráfica 3Pinti - Uberaba/MG Tiragem: 9 mil exemplares diagramação Carlos Lopes REVISÃO Marcela Mônica dos Santos

FOTÓGRAFOS PARCEIROS Ana Clark (82) 9 8150-2220

Marcelo Cordeiro (31) 9 9946-9697

Boy (17) 9 8115-8087

Maurício Farias (34) 9 9994 1949

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Ney Braga (34) 9 9960-9610

Douglas Nascente (17) 9 8174-0202

Pecuária em Foco (67) 3383-5533

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Publicação periódica da Pecuária Brasil Editora e Publicidade Ltda. ME. CNPJ: 14.681.507/0001-62 Redação, Publicidade e Administração Rua Manoel Roberto da Silva, 40 - Estados Unidos 38015-390 Uberaba (MG) | (34) 3313-0371 |

@revistapecuariabrasil

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Nessa edição, temos o prazer de estampar nossa capa com a força do agronegócio boliviano, desta vez através do trabalho do Grupo BIG

www.revistapecuariabrasil.com.br

CIRCULAÇÃO GRATUITA Os artigos assinados são de responsabilidade exclusiva de seus autores. As matérias publicadas podem ser reproduzidas desde que citadas a fonte.

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nossa capa

Fotos: Rubens Ferreira e Marcelo Selistre


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apresentação novos ventos

GUSTAVO MIGUEL E CLÁUDIA MONTEIRO

Diretores da Revista Pecuária Brasil

gustavomiguel.gm@gmail.com claudiapecuariabrasil@gmail.com

especial gir leiteiro

leite

zona rural

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As eleições terminaram e começa um novo tempo, de esperança em dias melhores e confiantes que tenhamos um governo democrático, justo e com benefícios para todos, é o que desejamos e necessitamos para assim sermos mais fortes e desenvolvidos. Mas, devemos lembrar que o fortalecimento do agronegócio brasileiro não depende apenas do governo e sim de cada um de nós, portanto vamos trabalhar para juntos encontrarmos a solução, que por certo alcançaremos! E com o segundo semestre de 2018 chegando ao fim, nós temos o prazer de apresentar a penúltima edição do ano, nossa #26º. Preparando para o fechamento de mais um ano, trazemos para você nosso leitor, o melhor da vida no campo, de norte a sul. Acompanhenos nas próximas páginas e conheça mais um pouco do setor que mais cresce neste país. Novamente na Bolívia, participando da ExpoCruz, trazemos uma reportagem especial da feira, dos principais eventos e dos criatórios daquele país que nos tem como referência. Fomos também em Bela Vista do Maranhão, e acompanhamos de perto o trabalho de excelência do grupo JAV. De volta em nossa terrinha querida, Uberaba (MG) acompanhamos também a Expoinel Nacional, ExpoBrahman, ExpoGil e a Exposição do Guzerá Centro-Sul, que aconteceram simultaneamente, aqui trazemos os principais flash’s e resultados, e com o fechamento do Ranking Nacional ABCGIL, a raça Gir Leiteiro tem uma editoria especial nesta edição e mostra todo seu crescimento. Já nas próximas páginas saiba tudo sobre o mercado da carne, do leite, das novas tecnologias. Fizemos tudo com muito carinho para você, leitor, encontrar aqui na Pecuária Brasil todas as informações que poderia querer, e olha que tem muito mais, confiram. Obrigada por acompanhar nosso trabalho, e tenham uma boa leitura! Contribua com a nossa próxima pauta, nos enviando sua opinião para o e-mail: redacaopecuariabrasil@gmail.com


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SUMĂ RIO

Alimentando o mundo

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Especial Gir Leiteiro pg. 64

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sempre na Pecuária Brasil 18 . Pecuária em Rede 20 . Pecuária Indica 24 . PORTEIRA ABERTA 28 . CAPA 32 . entrevista

ExpoCruz pg. 46

34 . CALENDÁRIO 36 . PECUÁRIA 360º 45 . RAÇA 83 . CARNE 95 . LEITE 101 . ZONA RURAL 107 . GENTE 124 . PONTO DE VISTA 126 . OPINIÃO

Saúde animal pg. 96 12

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Carne

pg. 90

Social pg. 116


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PECUÁRIA DE ONDE Municípios brasileiros que aparecem nessa edição

Bela Vista do Maranhão (MA) Dia de Campo Agromaratá

Goiânia (GO) Interconf

destinos internacionais Alemanha Argentina Bolívia Chile Estados Unidos

França Grécia Índia México Turquia

Santa Vitória do Palmar (RS) Ranking Angus

Araraquara (SP) Bagé (RS) Barretos (SP) Campo Grande (MS) Capão do Leão (RS) Cravinhos (SP) Cruz Alta (RS) Curitiba (PR) Dom Pedrito (RS)

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Goiânia (GO) Iaciara (GO) Itanhandu (MG) Itapeva (SP) Juiz de Fora (MG) Lins (SP) Livramento (RS) Manoel Viana (RS) Nova Crixás (GO)

Panambi (RS) Paranamirim (RN) Pelotas (RS) Piracicaba (SP) Redenção (PA) Ribeirão Preto (SP) Rio Grande (RS) Santa Vitória do Palmar (RS) São Carlos (SP)

São José do Rio Preto (SP) São Paulo (SP) Silvanópolis (MG) Taquaritinga (SP) Uberaba (MG) Uruguaiana (RS) Vila Velha (ES)


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colaboradores André Rabelo Fernandes

O diretor técnico e zootecnista uberabense trabalha na Associação Brasileira dos Criadores de Gir Leiteiro (ABCGil) há quase 15 anos, e desde o início da Revista Pecuária Brasil colabora com os conteúdos sobre a raça.

Gustavo Cezario

Graduado em Comunicação Social/Jornalismo, trabalha como assessor de imprensa na Texto Comunicação Corporativa, onde atende diversos clientes do agronegócio brasileiro.

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pecuรกria em rede Nos siga no Facebook e Instagram, use a hashtag #pecBR e apareรงa aqui!

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pecuária indica

o que estou lendo

GESTÃO AMBIENTAL NAS EMPRESAS

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sta obra está em sua terceira edição e é voltada a pesquisadores da área e a executivos interessados na gestão socioambiental corporativa. “Gestão Ambiental nas Empresas: Fundamentos e Aplicações” foi escrito por Denis Donaire, professor e pesquisador na área de Administração, e Edenis Cesar de Oliveira, docente do Centro de Ciências da Natureza (CCN) no Campus Lagoa do Sino da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). A primeira edição da obra data de 1995 e a segunda foi publicada em 1999. Direcionada aos estudantes dos cursos de graduação e pós-graduação em Administração, Gestão Ambiental e Engenharias, podendo ser também material de consulta para profissionais que já estejam atuando no mercado, a obra trata, de forma didática, de uma temática fundamental para as corporações na atualidade: a gestão ambiental. A nova edição atualiza e complementa os conceitos e ferramentas propiciados pelos avanços teóricos e práticos da temática da gestão socioambiental corporativa. Gestão Ambiental nas Empresas: Fundamentos e Aplicações Por Edenis Cesar de Oliveira e Denis Donaire Editora Atlas 3ª edição 240 páginas

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Natália Escobar Jornalista, assessora de comunicação e editora da Pecuária Brasil


Matsuda Energia Solar O Grupo Matsuda apresenta o projeto de fonte de energia limpa e renovável, que consiste em um painel fotovoltaico que converte a energia do sol em energia elétrica. Entre as vantagens estão o baixo custo, sustentabilidade e manutenção mínima. Preço sob consulta

Cachaça Buteco do Gusttavo Lima A Seleta fez uma parceria e está lançando a cachaça Buteco do Gusttavo Lima. Inspirada em um dos maiores ídolos do sertanejo no país, a bebida é feita a partir de canas escolhidas criteriosamente e envelhecidas em tonéis de Umburana, suave e robusta no sabor. R$37 (670ml)

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pecuária indica

Carlos Alberto Pereira Enófilo, jornalista do Agronegócio com formação em Turismo e Hotelaria mktcap@gmail.com

vinhos

Carne vermelha e vinho

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abemos que, dentre as proteínas animais, a carne vermelha é aquela que mais encanta os paladares humanos mundo afora, desde os tempos da caverna, na longínqua pré- história! Mas, é claro que não falo aqui nenhuma novidade, ainda mais neste veículo de comunicação, onde o tema central é a raça bovina, cuja carne é a mais consumida e a mais saborosa de todas (com devido respeito às outras). Por ser a preferida e a mais amada, é alvo da obsessiva criatividade humana, que nas mais “insensatas” alquimias, elabora infinitas receitas e diferenciados modo de preparo, buscando sempre um jeito novo de fazer o que já é bom ficar ainda melhor. A cada dia surgem centenas de receitas com os diversos cortes da carne bovina. Indo desde a reinvenção daquelas receitas caseiras dos tempos da vovó, àquelas assinadas por grandes e renomados chefs internacionais de hoje! É carne grelhada, é assada, moída como porpeta ou hambúrguer, com creme de leite ou ao molho vermelho, com macarrão, com fritas, com arroz branco e soltinho ou com risotos italianos, com saladas, com mandioca frita ou cozida... Enfim, são inúmeras as formas e combinações. Sejam para as nossas refeições triviais do dia-a-dia ou para aquelas mais elaboradas e sofisticadas dos grandes eventos que marcam nossas vidas e história! O certo é que, independente do acompanhamento, a carne sempre exerce a sua primazia e protagonismo. E quando o assunto é carne e bebida, o que é melhor? Sabemos que com cervejas importadas ou artesanais (especialmente), são boas companhias! E com vinho? Neste quesito há sempre muitas dúvidas. Normalmente, quem conhece um pouco de vinho vai logo dizendo: tem que ser com um vinho de uva Malbec e argentino! Sim, podemos dizer que esta pode ser uma das dicas de harmonizações mais clássicas, mas, longe de ser a única. Temos que levar em conta que vinho é um ser vivo extremamente complexo (sem ser difícil) e tem características muito próprias, que vão desde o terroir, o método ou processo de vinificação, o estágio ou não em barricas de carvalho, se é um varietal ou um blend, se é do velho ou do novo mundo, etc. Algum consenso sobre que tipo de uva é melhor

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com carne vermelha existe, e são castas tintas. É consenso também que os vinhos que apresentam equilíbrio entre acidez, taninos e graduação alcóolica (com maior ou menor intensidade), tendem a uma melhor harmonização e consequentemente oferecer um melhor aproveitamento de todos os sabores da carne e do vinho. Então, vou aqui indicar algumas castas que oferecem os vinhos que melhor combinam com a carne vermelha e seus cortes. Mas, veja bem: não se trata de uma regra rígida e inflexível, é apenas um pequeno roteiro a ser considerado, que pode ser revisto na medida em que a complexidade do prato assim exigir.

Harmonizações Contrafilé grelhado alto com gordura (bife Ancho): Malbec (Argentina) Filé mignon com molho branco: Garnacha (Espanha) Rabada com purê: Aragonês/Tita Roriz/ Tempranillo (Portugal/Espanha) Almondegas ou hambúrguer: Pinot Noir/Gamay (Chile/Brasil) Alcatra picadinha e refogada: Carménere (Chile) Costela assada com purê de abóbora: Tannat (Uruguai/Brasil) Coxão com legumes cozidos: Cinsault/carignan (França) Lagarto recheado: Pinot Noir (França) Picanha assada: Cabernet Sauvignon (Argentina) Fraldinha no hambúrguer artesanal: Merlot (França) Maminha assada com batatas douradas na manteiga: Sangiovese (Itália) Músculo ao molho de ragu: Nebiollo (Itália)


AGRO NO PRATO

José Divino Lima Chef no restaurante Steak & CO, em Uberaba (MG) uberaba@steakco.com.br

Receitas

Steak Secreto Virado

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ste prato tem como atração principal um suculento miolo de acém proveniente da raça angus, com alto grau de marmoreio, o que confere um sabor amanteigado ao prato. As guarnições são a gosto, mas, acompanha muito bem um arroz com farofa e feijão tropeiro, bem à moda mineira. É simples de preparar e harmoniza perfeitamente com uma cerveja ipa ou um vinho rosé.

Ingredientes

Miolo de acém angus (prime steak) Sal grosso a gosto Modo de preparo

Divida a peça em dois bifes altos e aqueça bem a parrilha ou churrasqueira. Coloque os bifes para grelhar e, após selados, quase ao final do preparo, acrescente o sal. O segredo dessa carne é o tempo de cocção, que gira em torno de 4 a, no máximo, 7 minutos, dependendo da temperatura do fogo.

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porteira aberta Marfrig tem novo CEO

Novo presidente da Embrapa

Sebastião Barbosa, pesquisador aposentado da Embrapa assumiu a presidência da mesma, durante cerimônia realizada no Salão Nobre do Palácio do Planalto, na presença de Maurício Lopes, que transmitiu o cargo ao sucessor. Ao tomar posse, Sebastião destacou o importante papel da Embrapa, que com suas 42 Unidades Descentralizadas, atuando de norte a sul do País, no Brasil e no exterior, foi uma das instituições responsáveis pela mudança do país do patamar de importador para exportador de alimentos. Sebastião trabalhou por 17 anos na Organização das Nações Unidas para Alimentação e a Agricultura (FAO), no Serviço de Proteção de Plantas, em Roma, Itália; e no escritório para a América Latina e o Caribe, em Santiago, Chile. Jorge Duarte

Sebastião é engenheiro agrônomo, especialista em Entomologia (estudo dos insetos) e foi contratado pela Embrapa em 1976 para atuar em programas de controle de pragas

Koepon e CRI criam URUS A Koepon Holding BV e a Cooperative Resources International (CRI), se uniram para formar um novo líder global em genética e inseminação artificial de bovinos. As organizações iniciaram o processo de fusão em dezembro de 2017, e como resultado da combinação dos negócios, estão formando a URUS. A organização reúne importante empresas do ramo como: Alta Genetics, AgSource, GENEX, Jetstream Genetics, PEAK / GENESIS, SCCL e VAS – que têm um histórico de servir produtores em todo o mundo. No Brasil, tanto a Koepon como a CRI, por meio da Alta Genetics e da GENEX, respectivamente, são fornecedores de genética bovina e serviços relacionados, e as suas operações permanecerão independentes.

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A Marfrig Global Foods anunciou a escolha de Eduardo Miron como seu novo presidente executivo. Ele substitui Martín Secco, que desde 2015 esteve à frente da companhia. Eduardo chegou à Marfrig em 2010 e desde 2016 ocupava a vice-presidência de finanças e relações com investidores, em adição ao cargo de Chief Financial Officer (CFO) da Keystone Foods, nos Estados Unidos. Aos 55 anos, é graduado em Ciências Contábeis, pós-graduado em finanças e tem MBA pela Business School São Paulo/Universidade de Toronto.

Ranking Angus 2018

Depois de uma série de vitórias seguidas nas pistas de exposições ranqueadas de 2018, a Cabanha São Marcos/Fazendas Reunidas Pansul, de Itapeva (SP), venceu o Ranking Nacional de Expositores Angus de 2018. A propriedade de Rodolfo Bonfiglioli Neto obteve a maior pontuação entre os exemplares de argola. A Estância do Espinilho, de Roberto Soares Beck, de Cruz Alta (RS), ficou em segundo lugar, seguida pela Casa Branca Agropastoril, de Paulo de Castro Marques, de Silvianópolis (MG). Entre os criadores, a vitória também foi para a Casa Branca Agropastotil. A Cabanha São Marcos ficou na segunda colocação, seguida pela Estância do Espinilho. Na disputa dos rústicos, quem fecha o ano em destaque é a Cabanha Soldera, dos Irmãos Soldera, de Panambi (RS), seguida da Parceria Rotta Assis, da Estância Tradição, de Santa Vitória do Palmar (RS). O criador Joaquim Francisco Bordagorry de Assumpção Mello, da Estância Santa Eulália, de Pelotas (RS), ficou com a terceira colocação. O Ranking Angus é uma disputa promovida pela Associação Brasileira de Angus que destaca o trabalho apresentado pelos criatórios em exposições ao longo do ano em diferentes regiões do país. Carolina Jardine


Gir protagoniza abate técnico

Propriedade do presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Gir (AssoGir), José Luís Junqueira Barros, a Fazenda Café Velho, de Cravinhos (SP), está sediando um grande trabalho no melhoramento genético da raça gir, focando em características de carcaça (AOL, EGS e MAR) expressa por algumas linhagens, que irá agregar em muito à pecuária de corte nacional. Prova disso foi o resultado do abate técnico, promovido pelo presidente no mês de setembro, onde foram avaliados 20 animais PO controlados, com maturidade de até quatro dentes, onde foi revelado um altíssimo nível de qualidade de carcaça e bom nível de marmoreio em relação à média encontrada atualmente no Brasil para animais zebuínos. O abate foi realizado na planta da JBS em Lins (SP), com acompanhamento do professor Roberto Roça, da Universidade Estadual de São Paulo (Unesp), juntamente com técnico representante da AssoGir. Ao final do abate, segundo a tipificação de carcaça realizada por esta planta frigorífica, 90% dos animais foram bonificados pela qualidade superior apresentada. Em breve, a AssoGir divulgará mais detalhes sobre as análises laboratoriais realizadas (maciez, ácido graxo, gorduras totais, proteína, etc.).

Contratação às cegas

A Cargill, uma das maiores empresas de alimentação no mundo, presente no Brasil há 53 anos, passa a contratar profissionais para cargos de liderança por meio do “currículo cego”. O modelo de recrutamento criado na Europa tem como objetivo eliminar o viés inconsciente e impulsionar a contratação de profissionais por suas qualificações e competências. Com isso, a Cargill pretende aumentar a quantidade de mulheres, negros, pessoas com deficiência e LGBTIs comandando equipes, pessoas e negócios. Na prática, serão omitidos na fase inicial de triagem dos currículos os dados pessoais dos candidatos, como gênero, idade e raça, sendo somente revelados na etapa de entrevistas pessoais.

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porteira aberta Girolando na ExpoZebu 2019

Pela primeira vez na história, a ExpoZebu, considerada a maior exposição de zebuínos do mundo, terá a participação da raça girolando. Agendada para 27 de abril a 5 de maio, no Parque Fernando Costa, em Uberaba (MG), a 85ª edição da feira terá em sua programação julgamento, torneio leiteiro e leilão de girolando. Serão disponibilizadas 130 vagas para a raça, sendo 120 para julgamento em pista e 10 para torneio leiteiro. As inscrições para pista terão início em 29 de janeiro.

Concurso de carcaças

A importância da terminação de carcaças com alta padronização e acabamento de gordura foi destaque no Concurso de Carcaças Angus na unidade do Frigorífico Silva, em Santa Maria (RS), no dia 21 de setembro. A Granja Quatro Irmãos, de Rio Grande (RS), alcançou a pontuação máxima (100 pontos) e conquistou o prêmio na categoria machos, definido com lote que teve média de 305 quilos. Na categoria macho cruzado, o campeão foi o lote de dente de leite da Agropecuária Nemitz, da criadora Carla Nemitz, de Manoel Viana (RS), que alcançou 79,53 pontos com média de 252 quilos de carcaça. Na categoria fêmea, a Estância Pedra Só, da criadora Roberta Ramalho, de Pelotas (RS), foi a campeã com um lote de 226 quilos que alcançou 68 pontos. Elias Tuñón Villarreta

Girolando no Equador

Durante a Expoferia Ganadera 2018, em Guaiaquil (Equador), a Associação dos Criadores de Girolando assinou convênio com a Associação de Criadores de Gir e Girolando do Equador (Asogyre) para fazer o controle leiteiro da raça no país. Estiveram presentes o diretor de Relações Internacionais da Girolando e o presidente da Asogyre, Carlos Alberto Neira. A Expoferia Ganadera 2018, ocorrida de 5 a 8 de outubro, ainda contou com julgamento de girolando, comandado pelo jurado brasileiro Marcello Cembranelli.

Panamá conhece Balde Cheio

Eles produzem leite em condições semelhantes ao Brasil e estão buscando formas de se profissionalizar. Orientado por Elias Tuñón Villarreta, o grupo ligado à Associação de Produtores de Leite de Províncias Centrais do Panamá visitou em outubro propriedades assistidas pelo programa Balde Cheio, da Embrapa. Eles visitaram a Embrapa Pecuária Sudeste, em São Carlos (SP), e puderam tirar dúvidas sobre o projeto que capacita técnicos e extensionistas há 20 anos. Esses profissionais prestam assistência técnica aos produtores.

Adriano Rubio no Canal Rural

Para seguir em novo desafio profissional, Francisco Oliveira deixou a equipe do Canal Rural. O zootecnista Adriano Rubio assume o cargo na gestão de clientes e produtos.

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Tabapuã ganha núcleo interestadual A raça tabapuã ganhou recentemente o Núcleo Interestadual Origem do Tabapuã, que terá sede em São José do Rio Preto (SP). O lançamento oficial foi dia 12 de outubro, durante a 56ª edição da Expo Rio Preto. O Núcleo já tem participação confirmada de 25 criadores dos estados de São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro e Mato Grosso do Sul. Entre os criadores confirmados estão: o criatório Fábio Zucchi Rodas, pertencente à Fazenda Água Milagrosa; o Tabapuã da Gê 05, de Gerusa e João Trivelato Neto; Bruno e Márcio Gregg, do Rodeio Gaúcho; Tabapuã TJG, de Marcos e Sérgio Germano; Tabapuã do Córrego, de Rodolfo Ortenblad; e Julio Laure, presidente da Associação Brasileira de Criadores de Tabapuã (ABCT).

ABCGil recebe comitiva da Índia

Uma comitiva composta por empresários, diretores executivos e CEOs de empresas do ramo genético e produção de embriões da Índia visitou a ABCGil para conhecer a raça gir leiteiro. Com apoio do associado Evandro do Carmo Guimarães, foram apresentadas à comitiva as atividades relacionadas ao melhoramento genético desenvolvidas pelo Programa Nacional de Melhoramento do Gir Leiteiro (PNMGL), assim como os mais recentes resultados do genoma da raça. A comitiva ainda realizou uma visita guiada ao Parque de Exposições Fernando Costa, onde se encontra a sede da ABCGil, onde também realizou uma visita à sede da ABCZ.

33° Grupo do Teste de Progênie

Começou no dia 10 de outubro a distribuição de sêmen para os rebanhos colaboradores do 33º grupo de touros do Teste de Progênie da Associação Brasileira dos Criadores de Gir Leiteiro (ABCGil), promovido em parceria com a Embrapa. A organização do sêmen aconteceu no dia 9 de outubro, na central de inseminação artificial Alta, em Uberaba (MG). Os técnicos da ABCGil irão realizar as visitas aos rebanhos colaboradores para realizar a entrega do sêmen codificado. O Teste de Progênie possui cerca de 400 fazendas distribuídas pelo território nacional. O presente grupo possui 26 animais que foram aprovados na prova de pré-seleção, promovida entre novembro 2017 e maio de 2018, onde participaram 35 touros.

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capa

Agronegócio

levado a sério na Bolívia Com a missão de ser um grande aliado do setor produtivo do país, através da Agropecuária HB o Grupo BIG investe pesado em tecnologias, suplementos e genética de ponta para aumentar a produtividade do setor na Bolívia Arquivo Pessoal, Gabriel Barros e Rubens Ferreira

Camilo Vianna

Mike Tyson TE, exemplar angus líder na avaliação genética adquirido pela Agropecuária HB da gaúcha Cabanha São Xavier

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BIG (Grupo de Investimentos Bolivianos) foi fundado há mais de 15 anos, na Bolívia. Atuando no mercado do agronegócio em várias frentes, o grupo de empreendimentos tem a missão de ser um aliado do setor produtivo do país, prestando assessoria e fornecendo produtos que aumentam sua produtividade, desde fertilizantes e sementes, manuseio com agroquímicos, até maquinário, otimizando os resultados dos produtores. O Grupo BIG, um dos maiores no segmento do agronegócio da Bolívia, é composto atualmente por dez empresas: Agroterra, MegaAgro, Aigroup, AP, Nutrifertil, ABSA, Kotten, Wallet, Raza Fuerte e Agropecuária HB. “Com o surgimento de novos setores e necessidades no agronegócio, nasceram as empresas que hoje compõem o Grupo BIG. Temos crescido junto com muitos produtores, porque a busca permanente pela eficiência e gestão responsável nos permite emergir mais fortes. Nós aproximamos a tecnologia dos produtores, promovendo a digitalização, eficiência e sustentabilidade da agropecuária boliviana, contribuindo para que nosso país se torne um dos maiores produtores de alimentos para o mundo”, afirma o presidente fundador do grupo, o engenheiro agrônomo Henry Gutiérrez, que também é representante de grandes marcas no país, como a Monsanto, Dow, Dupont e Yara. Empreendedor por natureza, Henry é filho de pecuaristas, e sabia que um dia investiria também na pecuária. Sempre pensando a frente quando o assunto é o mercado do agronegócio, o empresário fundou há seis anos a Agropecuária HB. O objetivo inicial era produzir animais cruzados brangus para o abate. Com o tempo, foi percebendo que a genética podia melhorar em muito a produtividade desse trabalho. Foi então que começou a apostar em melhoramento genético, em especial na raça nelore. Há dois anos, comprou duas propriedades próximas à Santa Cruz de La Sierra, e lá está desenvolvendo um trabalho primoroso na seleção genética de seus animais com foco na produção de carne. Hoje, 80% do rebanho da Agropecuária HB é da raça nelore, e a produção do cruzado continua a todo vapor. “Atualmente,

Ing. Henry Gutierrez A, presidente do Grupo BIG

Pedro, Mônica Marchett, Osvaldo, Osvaldinho, Bruno, Henry Gutierrez no Leilão Sausalito, durante a ExpoCruz 2018

Musthak FIV Sausalito, atual Grande Campeão Nacional (ExpoCruz 2018) (Condomínio: Agropecuária HB e Cabaña Sausalito)

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capa

Loba FIV Sausalito (Condomínio: Agropecuária HB e Cabaña Sausalito)

Lupe FIV Sausalito (Condomínio: Agropecuária HB e Cabaña Sausalito)

Margot FIV Sausalito (Condomínio: Agropecuária HB e Cabaña Sausalito)

Mandy FIV Sausalito (Condomínio: Agropecuária HB e Cabaña Sausalito)

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nossa principal base genética é nelore, e através dele estamos produzindo muito. Para evoluir a qualidade de nosso plantel, temos recorrido às melhores genéticas disponíveis, com objetivo de dar um salto genético. Para isso, buscamos entre os melhores, como os criatórios brasileiros Genética Aditiva e Cláudia Junqueira, e os bolivianos Cabaña Sausalito e Cabaña Nelorí”, conta Henry, que está produzindo a campo duas mil cabeças por ano, a partir da FIV, com meta de dobrar a produção até o final de 2018. Para isso, os investimentos não param. Durante a ExpoCruz 2018, promovida em setembro na Bolívia, Henry adquiriu no remate da El Trebol uma fêmea de alto valor genético (a Reservada Grande Campeã da ExpoCruz, Melany FIV, que é filha da Guapa Esterlina no Indhu FIV Sausalito) em parceria com Mônica Marchett e Cabaña Sausalito. Durante a Expointer 2018, em Esteio (RS), o empreendedor também aproveitou a visita ao Brasil para adquirir cinco vacas e dois touros da raça angus, da Cabanha São Xavier. Um dos touros é Mike Tyson TE, que está contratado pela central ABS, um exemplar avaliado e premiado, que já ganhou, inclusive, o prêmio de supremacia genética da Associação Nacional de Criadores Herd-Book Collares (ANC) e seu pai o touro Tour of Duty está entre os TOP 10 de registro nos EUA, Associação Americana de Angus, segundo último levantamento de Setembro/18. “Nosso foco é na pecuária extensiva, mas, para melhorar a produtividade e qualidade desses animais, investimos em exemplares que atendam ao elevado padrão do nelore moderno. Buscamos animais com boa genealogia e excelente padronização racial, o que acaba resultando em premiações na pista de julgamentos também, embora esse não seja nosso foco principal”, explica Henry, que é sócio com a Cabaña Sausalito no touro Musthak FIV Sausalito (Indhu FIV Sausalito x Jazira II TE Mafra (Guincho Naviraí), atual Grande Campeão da ExpoCruz, o maior evento multissetorial da América Latina que acontece em Santa Cruz. Recentemente, a Agropecuária HB também comprou 51 vacas da vanguarda na pecuária brasileira na adoção de tecnologias voltadas para melhoramento genético a Genética Aditiva. “Nosso objetivo é produzir boa genética para pecuária boliviana de corte e carne de qualidade através de animais com excelente ganho de peso”, finaliza o gerente geral da Agropecuária HB, Juan Diego Páez Sierra, MVZ MsC.


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entrevista BRUNO DE JESUS ANDRADE

O cenário da carne Entre janeiro e setembro de 2017 foram exportados 1,064 milhões de toneladas de carne bovina (in natura + processada). No mesmo período de 2018, 1,19 milhões de toneladas saíram do Brasil, representando crescimento de 12% em volume. Em receita, o crescimento foi de 13%. Se o ritmo continuar, a perspectiva é de que o crescimento seja entre 10 a 15% perante 2017

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Divulgação

ootecnista graduado pela Universidade Estadual de Maringá (UEM), Bruno Andrade é gerente executivo da Associação Nacional da Pecuária Intensiva (Assocon), e integra o quadro de profissionais da empresa há mais de uma década. Ele acredita que, no momento, o mercado interno busca carnes com bons preços, mas, o Brasil tem a qualidade necessária para atender qualquer mercado, especialmente os mais exigentes países.

Revista Pecuária Brasil . Como está o mercado interno de carnes, atualmente? Bruno Andrade . O Brasil passa por uma crise muito grande. Ainda estamos com um cenário de aproximadamente 12 milhões de desempregados, além dos milhares de brasileiros que tiveram suas rendas diminuídas. Dessa forma, o consumo de carne bovina não cresce substancialmente. No começo do ano existiu uma maior competição entre a carne bovina com a de frango e suína, devido aos custos de aquisição com grãos para essas duas últimas espécies. Porém, com o passar dos meses, com o aumento do preço dos grãos e outros problemas (como a greve dos caminhoneiros), os preços das carnes chegaram em um equilíbrio entre si. O mercado não está péssimo, porém já teve momentos melhores no passado. Espera-se que o final do ano seja mais positivo para o consumo de carne bovina. PB . E o que o consumidor brasileiro está comprando? BA . Em geral o consumidor tem buscado preço em detrimento de cortes mais

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nobres. A quantidade consumida melhorou em relação aos dois últimos anos, porém, ainda em patamares baixos, reflexo de uma melhoria, porém incipiente, do mercado de trabalho em 2018. Como muitas famílias estão com problemas em seus orçamentos domésticos, a saída será um final de ano e férias em casa, com um farto consumo de alimentos, entre eles a carne bovina. De certa forma, isso está se refletindo no preço do boi gordo, sem grandes oscilações ao longo do ano, muito por ter como direcionador principal a demanda, que está em padrões razoáveis até o momento. PB . E o estrangeiro, o quem tem procurado na carne brasileira? BA . Temos a possibilidade de atender diversos mercados. Tem quem nos procure por preço, por zelo sanitário, para adquirir produtos nobres ou até mesmo animais vivos. Isso se reflete nos bons números das exportações. Entre janeiro e setembro de 2017 foram exportados 1.064.752 toneladas de carne bovina (in natura + processada) e no mesmo período de 2018, 1.193.605 toneladas, crescimento de 12% em volume. Em receita, atingimos 4,9 bilhões de dólares nos primeiros nove meses de 2018 ante 4,3 bilhões de dólares em 2017, no mesmo período, 13% de crescimento. Se continuar nesse ritmo, podemos ficar com um crescimento entre 10 a 15% perante 2017. PB . Como tem sido a relação entre frigorífico e produtor? BA . Em geral, existe a desconfiança entre esses dois elos. A produção pecuária, por sua característica principal de ser pulverizada e numerosa, encontra grande dificuldade em se relacionar positivamente com os poucos e concentrados frigoríficos que hoje existem no Brasil. Entretanto, existem ações pontuais de fidelização e parceria, que tem mudado

em determinadas localidades a relação entre produtor-frigorifico, de ruim para razoável/boa. Existem muitas ações a serem executadas no mercado pecuário, principalmente no que diz respeito à clareza, transparência e perenidade das relações, que hoje ainda não são sentidas pelo produtor rural, ponta frágil de toda a cadeia. PB . Qual o maior desafio a pecuária brasileira vem enfrentando para produzir mais e com mais qualidade? BA . O maior desafio do pecuarista é estar preparado e organizado para o aumento do custo de produção pecuário. Hoje, a maior fatia dos produtores desconhece gerencialmente sua fazenda. Assim, não é possível ter um controle ou se planejar para o futuro. Além disso, existe uma falha na transferência de informações técnicas, sobre produtos e serviços, que podem melhorar a produtividade, dados financeiros e gerenciamento da fazenda pecuária. Os custos de produção sempre estarão em uma crescente, seja por ação direta de insumos e serviços, seja por crescimento da agricul-

tura pressionando a pecuária por melhores índices produtivos. PB . Para o próximo ano, quais as perspectivas para a cadeia da carne brasileira? BA . As perspectivas poderão ser muito positivas para a pecuária de corte se as decisões relacionados a macroeconomia brasileira seguirem para o lado da austeridade fiscal, livre mercado e incentivo a iniciativa privada, pensando no mercado interno. Pois, a geração de empregos e a roda da economia depende de muitas ações políticas importantes para o novo governo. No cenário externo, ainda que não tenhamos 100% de êxito na condução da política econômica brasileira, as exportações poderão seguir bem, com bons números, aproveitando o aquecimento econômico de outros países. De forma geral, portanto, podemos ficar patinando em bons momentos e maus momentos até que reformas profundas sejam realizadas em nosso país, pois 75 a 80% da produção de carne fica no mercado interno e depende de um consumo perene e forte para crescer. agosto / setembro 2018 | #pecBR

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CALENDÁRIO EXPOVEL 7 a 12 de novembro Cascavel (PR) expovel.com.br

AGROCAMPO 19 a 25 de novembro Maringá (PR) srm.org.br

FENAGRO 25 de novembro a 3 de dezembro Salvador (BA) accoba.com.br

EUROTIER 13 a 16 de novembro Hannover (Alemanha) eurotier.com

INTERCORTE 21 a 23 de novembro São Paulo (SP) intercorte.com.br

FEOVINOS 26 de novembro a 4 de dezembro Unistalda (RS) sinsantiago.com.br

BEEF WEEK 15 a 25 de novembro São Paulo (SP) beefweekbrasil.com.br

EXPOLOANDA 22 a 25 de novembro Loanda (PR) (44) 3425-1330

NELORE FEST 17 de dezembro São Paulo (SP) nelore.org.br

EXPOAPI 1º a 9 de dezembro Teresina (PI) (86) 98126-6470

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ConBAP 2018

A oitava edição do Congresso Brasileiro de Agricultura de Precisão (ConBAP 2018) foi promovido pela Associação Brasileira de Agricultura de Precisão (AsBraAP) de 2 a 4 de outubro, em Curitiba (PR). O encontro atraiu a atenção de 700 participantes que, além dos debates, tomaram conhecimento de soluções e inovações apresentadas por um grupo de 40 empresas que montaram seus estandes na área de exposição.

Expo Itanhandu

A 51ª Exposição Agropecuária e Industrial de Itanhandu (MG) foi promovida entre os dias 9 a 16 de setembro, no Parque de Exposições João Costa Silva. Com a participação de criadores de todo o Brasil, a feira recebeu a 4ª Etapa do Circuito Nacional da raça holandesa.

Leilão Selo Racial e Reserva Especial

Promovido em 26 de setembro, em Uruguaiana (RS), o remate foi marcado pela liquidez na venda das raças braford, brangus, angus e hereford. Também estiveram à venda equinos da raça crioula. O tradicional remate reuniu as cabanhas Cia. Azul, Corticeira, Rincón Del Sarandy, Tradição Azul e Ave Maria. O evento foi conduzido pela Trajano Silva Remates com parceria da Estância Bahia Leilões. Nas médias, os machos tiveram destaque no braford, com R$ 10,3 mil, seguidos do brangus, com R$ 8,9 mil, do angus, com R$ 8 mil, e do hereford, com R$ 6,6 mil. 36

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Fórum Lide de Agronegócios

Cynthia Vieira, gerente comercial da Genética Aditiva

Destacando como tema principal o debate sobre as tendências de inovação tecnológica, as diretrizes da defesa sanitária, o novo momento do comércio internacional e a regulação dos alimentos processados, o 7º Fórum Lide de Agronegócios, reuniu no dia 22 de setembro, em Ribeirão Preto (SP), 211 participantes, entre lideranças políticas, empresariais e setoriais. Promovido pelo Grupo de Líderes Empresariais (Lide), o encontro foi comandado pelo embaixador especial da FAO para o Cooperativismo e ex-ministro da Agricultura (20032006), Roberto Rodrigues.

Leilão Genética Aditiva

O 5º Leilão Primavera Genética Aditiva e Convidados comercializou em 23 de setembro 180 touros com média geral de R$10,9 mil. O evento foi promovido no Terra Nova Eventos, em Campo Grande (MS), ofertando 180 touros, exemplares TOP 0,1% a 5% na ANCP e avaliados, também, nos Sumários PMGZ e Embrapa/ Geneplus. Em parceria com a Agropecuária J. Machado, a Fazenda São Judas e o Nelore Arizona, o evento foi conduzido pela leiloeira Programa Leilões e transmitido pelo Terraviva, RemateWeb e AgroBrasil TV. Participaram do leilão 63 investidores de 15 estados.

Interconf

A 11ª edição da Conferência Internacional de Pecuaristas (Interconf), promovida pela Associação Nacional da Pecuária Intensiva (Assocon), reuniu um público de 1.200 pessoas nos dias 11 e 12 de setembro, em Goiânia (GO). O evento recebeu representantes de diversos elos do setor produtivo para debater os entraves e as perspectivas de mercado e contou com a presença de 20 palestrantes que apresentaram estudos, pesquisas e análises de mercado em 18 horas de palestras.

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Megaleilão Montana

Realizado no dia 1º de setembro, na Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul (Acrissul), em Campo Grande (MS), o Megaleilão Montana comprovou a valorização da genética montana no país. Foram comercializados 98 reprodutores da raça, pelo valor médio de R$9,5 mil. Esse resultado é 12% superior ao do Megaleilão do ano passado. O faturamento total foi de R$875 mil – 35% maior que em 2017.


Leilão GAP Genética

Leilão BullTrade

A CFM comercializou 390 touros Nelore CEIP ofertados no leilão virtual BullTrade, realizado no dia 8 de outubro. Os machos são nascidos em 2016, selecionados desde o nascimento, têm exame andrológico e estão prontos para trabalhar na próxima estação de monta. O preço médio foi de R$6 mil por animal. No total, 24 pecuaristas de nove diferentes estados fizeram aquisições no leilão.

Leilões da DI GENIO

Durante a Expoinel, em Uberaba (MG), foi promovido o Leilão Landau DI GENIO, que comercializou filhos, prenhezes e doses de sêmen de um dos touros mais consagrados da pecuária brasileira. Realizado no dia 26 de setembro, o remate registrou a venda de 3,5 mil doses de sêmen, com faturamento de R$300 mil, e de cinco prenhezes e 15 animais, com média de faturamento de R$ 35 mil por animal. O Leilão Virtual Nelore DI GENIO, promovido em 11 de setembro na sede da Leiloboi, em Campo Grande (MS), também teve liquidez de 100% com a venda de 80 touros PO, registrados e avaliados.

Promovido no dia 23 de setembro na Estância São Pedro, em Uruguaiana (RS), o tradicional leilão da GAP Genética mais uma vez teve casa cheia para acompanhar o remate que é considerado um dos balizadores da temporada de primavera da pecuária gaúcha. O evento, a cargo da Trajano Silva Remates e apoio da Estância Bahia Leilões, fechou com vendas de animais das raças angus, brangus, hereford e braford e equinos da raça crioula. Nas médias, os machos tiveram destaque no brangus, com R$12,3 mil, seguidos do braford, com R$ 11,2 mil, do angus, com R$10,3 mil, e do hereford, com R$ 9,63 mil. Já nas fêmeas, a maior média foi do hereford, com R$ 4,77 mil.

Recorde

No Sindicato Rural de Santana do Livramento (RS), o tradicional remate da Estância Bela Vista foi promovido em 16 de outubro e marcado por recorde. O mais alto valor pago por uma cota registrado no evento: 50% do touro braford Comanchero, da Bela Vista, comercializado pelo valor de R$88 mil, o que valoriza o animal no mercado em R$176 mil.

Leilão Coronel’s

A primeira edição do Leilão Rima Coronel’s foi promovido pelo cantor Fabiano Menotti (Nelore CMF) em parceria com a Rima Agropecuária no dia 22 de outubro, em São Paulo (SP). Foram ofertados 38 lotes de machos, fêmeas e prenhezes, arrematados por R$3,4 milhões, a maior receita de remates de raças de corte no mês.

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Leilão Virtual Touros Mafra

Produção animal na França

A 32ª edição do Salão Internacional de Produção Animal (Space) foi realizada entre 11 e 14 de setembro, reunindo 1450 expositores de 41 países e um público aproximado de 14 mil visitantes de 128 países. A próxima edição está marcada para 10 a 13 de setembro de 2019.

Balde Cheio

Na última semana de agosto, cerca de 20 técnicos e pesquisadores da Embrapa, Epamig e UFMG estiveram reunidos na Embrapa Gado de Leite, em Juiz de Fora (MG), para um curso de capacitação em ferramentas de avaliação da sustentabilidade em propriedades do Balde Cheio. O objetivo foi selecionar uma metodologia adequada para ser utilizada nas propriedades participantes do programa. Foram testadas duas ferramentas: a Apoia Novo Rural (desenvolvida pela Embrapa Meio Ambiente) e a ISA (Indicadores de Sustentabilidade em Agrossistemas, desenvolvida pela Epamig, UFMG e Embrapa).

Expo Rio Preto

De 10 a 14 de outubro, São José do Rio Preto (SP) recebeu a 56ª edição da Expo Rio Preto. Houve exposição de 11 raças de animais, dois leilões (um presencial e um virtual) e julgamento de oito raças. A mostra movimentou quase R$5 milhões em negócios e recebeu 40 mil pessoas. Cerca de mil animais das raças nelore, sindi, nelore mocho, guzerá, tabapuã, senepol, simental, gir, gir leiteiro, girolando e angus participaram. 40

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O remate do pecuarista Carlos Alberto Mafra foi promovido na noite de 30 de agosto, com transmissão do Canal Rural. Foram negociados 96 tourinhos ao preço médio de R$10,3 mil, movimentando um total de R$994,2 mil. Foi o segundo remate da marca no mês de agosto. O primeiro aconteceu no dia 11, em Redenção (PA). Nos dois eventos, o criatório fechou o mês com a venda de 309 touros por R$2,8 milhões. O destaque foi a comercialização do reprodutor MTN Legionário por R$24 mil para a criadora Anna Luiza Sampaio Quinto de Cameli, de Capão do Leão (RS).

Encontro de produtores de angus

Com objetivo de debater as formas de qualificar cada vez mais a produção de carne premium criadores de mais de 15 municípios de diversas regiões do Rio Grande do Sul reuniram-se no Encontro de Produtores Carne Angus, realizado entre 14 e 15 de setembro. O circuito comemorou os 15 anos do Programa Carne Angus Certificada e incluiu visita a quatro propriedades referência na criação da raça.

Festa do Boi

O Parque Aristófanes Fernandes, em Paranamirim (RN), na região metropolitana da grande Natal, ficou lotado entre os dias 12 e 22 de outubro para a 55ª Festa do Boi. Foram movimentados mais de R$50 milhões em negociações e leilões. Estiveram reunidos mais de 2,5 mil animais e 300 expositores dos mais variados segmentos. Nos julgamentos das raças zebuínas foram inscritos 193 animais da raça sindi, 155 exemplares nelore, 143 animais gir leiteiro e 65 guzerá. O evento ainda sediou a 16ª Exposição Nacional da Raça Sindi, promovida pelo Núcleo Nordeste de Criadores de Sindi e pela Associação Brasileira dos Criadores de Sindi (ABCSindi), que reuniu criadores da Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e São Paulo.


Leilão Kito

O criador Marcos de Rezende Andrade, conhecido como Kito, promoveu no dia 21 de outubro o Leilão Nelore Kito Matrizes, que disponibilizou bezerras, novilhas e vacas prenhes ou paridas avaliadas pelo Programa de Melhoramento Genético de Zebuínos (PMGZ/ ABCZ) e pelo Programa Geneplus/Embrapa. Em sua 11ª edição, o Leilão Nelore Kito Matrizes contou com a participação de convidados especiais: Fazenda São Lourenço, Nelore MRA, Nelore Continental, AgroZoller, Nelore Brandamundo, Nelore Bula e Toka do Jacaré, e teve faturamento total de R$1,7 milhões. A média geral dos lotes ficou em R$9 mil.

EsalqShow

Durante três dias, membros da academia, profissionais e lideranças do agronegócio brasileiro e internacional estiveram reunidos no EsalqShow (Fórum de Inovação para o Agronegócio Sustentável), realizado entre 9 e 11 de outubro, na Esalq (USP), em Piracicaba (SP). O evento reuniu 3,3 mil participantes, 80 palestrantes, 74 expositores, além de 21 vitrines que trouxeram à cena produtos e serviços já disponíveis no mercado, desenvolvidos pela pesquisa e extensão da universidade. A próxima edição já tem data marcada e será entre 9 e 11 de outubro de 2019.

Goiás Genética

A Associação Goiana do Nelore (AGN), com o apoio da Associação dos Criadores de Nelore do Brasil (ACNB), ABCZ e Sociedade Goiânia de Pecuária e Agricultura (SGPA), promoveu, entre os dias 18 e 28 de outubro, mais uma edição da Expoinel Goiás. Um dos principais eventos da raça nelore no estado, parte dos Circuitos Amarelo de Exposições dos Rankings Nacionais Nelore e Nelore Mocho e do Ranking Regional de Goiás, contou com julgamento da raça, conduzido por Arnaldo Manuel de Souza Machado Borges, Carlos Alberto Marino Filho e Rodrigo Ruschel Lopes Lançado.

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Nelore Pintado 3R

No dia 20 de outubro, as Fazendas 3R e São Lourenço promoveram o Leilão Nelore Pintado Brasil. Neloristas do Brasil, Paraguai, Bolívia, Colômbia e Venezuela estiveram presentes para disputar as ofertas de novilhas prenhes e paridas, doadoras, reprodutores e um gado jovem com potencial de pista. No total, 69 diferentes compradores fecharam negócios durante o remate. A média geral registrou alta de 36% em comparação ao ano passado, finalizando em mais de R$15,6 mil. O faturamento total foi de R$ 3,5 milhões.

Leilão do Adir

Com a venda de 51 touros da raça nelore, o remate anual de reprodutores do Grupo Adir movimentou R$838,8 mil. Realizado na Fazenda Barreiro Grande, em Nova Crixás (GO), no dia 13 de outubro, com a possibilidade de financiamento das compras pelo Banco do Brasil, o evento reuniu pecuaristas do país todo. A média geral foi de R$16,4 mil, e o destaque absoluto foi o touro Ultron da 2L, vendido por R$72 mil. Ele é filho de Visual da Zeb VR, uma das linhagens mais procuradas pelo mercado no Grupo Adir.

Expofeira de Bagé

De 9 a 14 de outubro, visitantes puderam conferir uma programação intensa de atividades, que movimentaram o Parque de Exposições Visconde de Ribeiro Magalhães durante mais uma edição da Expofeira de Bagé (RS). O evento contou com cerca de 15 mil visitantes, mais de mil animais das raças hereford, braford, aberdeen angus, brangus, aves, ovinas, e cavalo crioulo, 90 estandes comerciais e institucionais. O faturamento foi superior a R$2,5 milhões.

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Leilão Aurora e Sossego

O Leilão Anual Braford Aurora e Sossego, realizado no dia 19 de outubro, em Uruguaiana (RS), sob o comando da Trajano Silva Remates, teve pista limpa e médias satisfatórias. Foram ofertados 100 touros e 200 ventres com genética comprovada. O grande destaque de vendas no Leilão Aurora e Sossego foi o touro com tatuagem TE K008, Reservado Grande Campeão da Expointer 2018 e campeão braford da Nacional da Associação Brasileira de Hereford e Braford (ABHB), comercializado no valor de R$ 64 mil. As médias dos touros ficaram em R$8,76 mil e as das fêmeas em R$2,9 mil.

Remate Santa Eulália é um sucesso

O tradicional leilão da Estância Santa Eulália, de Pelotas (RS), foi promovido no dia 12 de outubro. Chancelado pela Associação Brasileira de Angus, o pregão comercializou 54 exemplares rústicos angus PO e PC. As médias mais altas ficaram entre os machos PO, com R$9,5 mil. Os machos PC fecharam com preço médio de R$7,1 mil, e as fêmeas PO, de R$6,5 mil. O grande destaque do leilão foi o touro Santa Eulália TE 1352, integrante do trio campeão PO Rústico da Expointer 2018. O reprodutor foi arrematado pelo criador João Francisco Bade Wolf, da Cabanha dos Tapes, por R$22,5 mil.


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Exposições paralelas

O Parque Fernando Costa, em Uberaba (MG), ficou movimentado na última semana de setembro com a realização simultânea da Expoinel, ExpoBrahman, ExpoGil e a 2ª Exposição Guzerá Centro Sul, realizada pela Associação dos Criadores da Raça Guzerá do Centro Sul. A Expoinel 2018, principal exposição do nelore no país, responsável por fechar o ano calendário de exposições do Ranking Nacional 2017-2018 foi promovida pela Associação dos Criadores dos Nelore do Brasil (ACNB) e contou com a participação de cerca de 650 animais, consolidando sua posição de maior exposição do nelore do país. Além dos disputados julgamentos raciais, cujos resultados definiram os campeões dos Rankings Nacionais Nelore e Nelore Mocho, foram realizadas diversas ações de divulgação da carne nelore. Já a ExpoBrahman foi promovida pela Associação dos Criadores de Brahman do Brasil (ACBB) e reuniu criadores, pecuaristas, estudantes e profissionais do mundo inteiro para o evento, que foi uma grande festa para raça. Em sua 14ª edição, a exposição contou com julgamentos, confraternizações, encontro internacional, visitas técnicas, cursos, lançamentos e reuniões. Foram avaliados 160 animais de 16 expositores vindos de cinco estados (MS, SP, RJ, MG e GO) na pista e no julgamento a campo, que avalia animais criados exclusivamente a pasto. O resultado da ExpoGil você confere nas próximas páginas, na editoria especial desta edição dedicada à raça. Os resultados do evento do guzerá não foram divulgados pela entidade promotora.

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raça

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SELEÇÃO . GENÉTICA . CRIAÇÃO . LEILÕES

ExpoCruz movimenta Bolívia Maior exposição do país vizinho BEZERRO

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ExpoCruz movimenta mercado na Bolívia

Cláudia Monteiro

Organizadores da maior exposição agropecuária do país comemoram o sucesso de mais uma edição da feira, uma das mais importantes da América Latina

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ExpoCruz 2018 foi um sucesso absoluto. A 43ª edição da feira, promovida pela Fexpocruz em parceria com a Associação Boliviana de Criadores de Zebu (Asocebu), de 21 a 30 de setembro no Centro Internacional de Convenções, em Santa Cruz de La Sierra (Bolívia), reuniu 2.365 expositores e produtos provenientes de mais de 65 países. Oficialmente, representantes de 23 países estiveram presentes: Alemanha, Argentina, Áustria, Bolívia, Brasil, Chile, China, Cuba, Espanha, Estados Unidos, França, Grécia, Holanda, Índia, Inglaterra, Itália, México, Panamá, Paraguai, Peru, República Checa, Rússia e Turquia, além de representantes da União Europeia, que também marcaram presença. No total, quase 500 mil pessoas passaram pelo evento, que gerou 75 mil empregos diretos e indiretos.


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RAÇA

Considerando as intenções de negócios a curto e médio prazo, foram movimentados 101,6 milhões de dólares. Isso sem contar a rodada de negócios promovida dentro do evento, onde 20 países participaram através de mil empresas inscritas para oferecer seus serviços e produtos no país, movimentando 202 milhões de dólares. “Esse é um evento que projeta a Bolívia para o mundo e traz o mundo para dentro da Bolívia. Foi um grande sucesso, de enorme representatividade para nosso país e toda América Latina”, garante Raúl Strauss Justiniano, gerente geral da Fexpocruz, empresa promotora da ExpoCruz e vários outros eventos em diversos seguimentos na Bolívia. Somente no setor pecuário, um dos maiores do evento, participaram 150 expositores de diferentes países, expondo diversas raças. Foram mais de 900 exemplares inscritos, entre bovinos, búfalos, equinos, ovinos, caprinos e aves. Simultaneamente à mostra, foram promovidos 14 remates de gado de elite, sendo 11 deles dentro do Centro de Convenções, incluindo um shopping da raça brangus. Devido ao enorme sucesso, a próxima edição já está confirmada e será promovida de 20 a 29 de setembro de 2019.

Brasil na Bolívia A participação do Brasil também foi um sucesso. Além das várias parcerias, acordos técnicos e negociações comerciais que superaram as expectativas dos organizadores da feira, foi a primeira vez que a Embaixada Brasileira na Bolívia participou da exposição com um estande próprio, onde recebeu interessados na agropecuária brasileira. A Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ) também participou do evento, que é a maior mostra multissetorial da América Latina, e o principal caminho para empresas estrangeiras com interesse em exportação para o mercado latino-americano. Comemorando o primeiro ano da assinatura do “Contrato de Fornecimento de Ferramentas para o Melhoramento Genético de Zebuínos”, que oficializou o início da operacionalização da versão internacional do Programa de Melhoramento Genético de Zebuínos (PMGZ) na Bolívia, a participação da ABCZ foi especial em 2018. “Em comemoração, vamos entregar os resultados deste primeiro ano de trabalho, que começou com o treinamento de todos os técnicos bolivianos, e culmina com o lançamento do primeiro Sumário de touros da raça nelore da Bolívia. A súmula foi desenvolvida com a metodologia do PMGZ, um marco para a pecuária boliviana, que passa a contar com as avaliações genéticas desenvolvidas com os mesmos padrões utilizados no Brasil. Hoje é uma data muito especial.

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RAÇA

Um dia que não só se comemora, mas, se concretiza esse primeiro ano de trabalho. É a ABCZ apoiando as associações irmãs, buscando a eficiência na pecuária mundial”, comemorou o presidente da ABCZ, Arnaldo Manuel de Souza Machado Borges. A apresentação do Sumário de touros da raça nelore da Bolívia foi feita pelo superintendente-adjunto de Melhoramento Genético, Henrique Torres Ventura. Além do lançamento da súmula, os visitantes da ExpoCruz também tiveram acesso a um suporte técnico ao Produz, com a finalidade de fomentar a utilização do sistema de gestão, buscando auxiliar no dia-a-dia das propriedades.

Premiações Na pista de julgamentos, foram avaliadas as raças brahman, nelore, nelore mocho, gir leiteiro e girolando. O jurado brasileiro Russel Rocha Paiva foi um dos profissionais que conduziram os trabalhos de avaliação na raça nelore, e afirma que a qualidade dos animais está melhorando progressivamente. “Esta é a quarta ExpoCruz que julgo, e é nítida a progresso dos exemplares participantes a cada edição. Em termos de desempenho e características fenotípicas a evolução foi grande. Percebe-se que os criadores tem desenvolvido um trabalho muito criterioso e com muita qualidade no melhoramento genético”, afirma. Também houve torneiro leiteiro com as raças gir leiteiro e girolando, com a participação de 16 matrizes de quatro criatórios diferentes: as cabañas Esterlina, Santa Ana, Las Colinas e Monte Alegre. Ao final do evento, foram premiados os melhores criadores do Ranking da Asocebu Bolívia, conhecido como Zebu de Ouro. Na raça nelore, o Melhor Expositor e Melhor Criador foi Osvaldo Monastério Rek. O 2º Melhor Expositor foi Luís Fernando Saavedra Bruno, e o 3º foi Mário Ignácio Anglarill. Osvaldo Monastério Rek também foi o Melhor Expositor e Melhor Criador na raça nelore mocho, enquanto Erwin Rek Lopez ficou na segunda colocação e Mário Anglarill em terceiro lugar. Já na raça brahman, o Melhor Expositor e Melhor Criador foi Oscar Ciro Pereyra, seguido de Gonzalo Montenegro no segundo lugar. Obdulio e Douglas Ulloa ficaram na terceira posição.

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Raúl Strauss Justiniano, gerente geral da Fexpocruz

Os jurados brasileiros Carlos Marino, Russel e Nacif com presidente da Asocebu Mario Anglaril e o Gerente Geral Fernando Baldomar


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RAÇA

Criador Oscar Ciro Pereyra, presidente da Confederação dos Criadores de Gado da Bolívia

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No gir leiteiro, Júlio Nacif Hiza foi consagrado Melhor Expositor e Melhor Criador, e Daniel Alvarez ficou no segundo lugar, seguido de Yamil Nacif que recebeu o título de terceiro Melhor Expositor e Melhor Criador. No girolando, o Melhor Expositor e Melhor Criador foi Mario Daniel Alvarez, seguido de Oscar Ciro Pereyra e Natalia Pereyra. “Apresentamos aqui o melhor de nossa genética, e ficamos satisfeitos pelo reconhecimento. É nítido aqui na ExpoCruz o quanto a genética do rebanho boliviano tem melhorado. Agora, nosso trabalho é em prol de levar essa genética melhorada para todos os criatórios do país. Temos um sonho de, dentro de cinco anos, estar entre os cinco maiores exportadores de carne do mundo, e estamos trabalhando para isso”, conta o criador Oscar Ciro Pereyra, que também é presidente da Confederação dos Criadores de Gado da Bolívia. “Tivemos a felicidade de fazer as campeãs do concurso de produção de leite, além de vários outros campeonatos e premiações, o que nos mostra que estamos no caminho correto no melhoramento genético de nosso rebanho”, diz Andres Nacif, da Cabaña Esterlina, que ganhou o Torneio Leiteiro e título de Melhor Criador e Melhor Expositor na raça gir leiteiro.


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RAÇA

O “Cebu de Oro” também foi entregue a duas personalidades que apoiam o desenvolvimento do setor pecuário na Bolívia. O criador e ex-presidente da Asocebu Erwin Rek López recebeu o Zebu de Ouro Nacional, e o brasileiro Carlos Henrique Cavallari foi homenageado com o Zebu de Ouro Internacional.

Girolando na Bolívia Além dos julgamentos, o girolando também foi protagonista na assinatura de convênio técnico com a associação de criadores. Promotora da raça com quase dois milhões de animais registrados no Brasil, a Associação Brasileira dos Criadores de Girolando está expandindo as fronteiras pela América Latina. Para garantir que o número de rebanhos certificados seja cada vez maior no continente, a entidade acaba de assinar convênio com a Bolívia e o Equador. O diretor de Relações Internacionais da Girolando, Guilherme Marquez, destacou que a raça está em franco crescimento em vários países, mas há a necessidade de certificar oficialmente a qualidade dos animais. “A Bolívia e o Equador já têm rebanhos muito bons e agora estão dando um passo certeiro para ter um rebanho de alto valor genético, como já é o brasileiro. Não existe qualidade sem o registro genealógico, pois ele é a garantia para o pecuarista e para o mercado de que o animal está dentro dos padrões raciais definidos para a raça”, assegura Guilherme. Desde 1989, a Girolando é responsável no Brasil pelo serviço de registro genealógico da raça que surgiu no país e hoje é responsável por 80% da produção leiteira nacional. A partir de agora, o serviço de registro de animais girolando passa a ser realizado com exclusividade na Bolívia pela Asocebu. O convênio foi assinado durante a ExpoCruz pelo diretor Guilherme Marquez e o presidente da Asocebu, Mário Anglarill. “O convênio também vai gerar outros benefícios para a pecuária leiteira da Bolívia, tais como transferência de tecnologias, cursos de capacitação dos técnicos, entre outros”, afirma Mário.

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Marcello Cembranelli, Mário Anglanl e Guilherme Marquez na assinatura do acordo com o Brazilian Girolando e Assocebu


Foto: Rubens Ferreira

Fotografia profissional que vai muito além da visão! No campo o olfato está sempre apurado para as oportunidades e a audição, atenta a cada pedido do cliente. Experiência de 25 anos que aguçou o paladar pela fotografia e prova que só com muito tato e talento se pode extrair o melhor de cada animal.

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Osvaldinho, Osvaldo e Arnaldinho

Rafael Deheza, Osvaldinho e Osvaldo

Pedro, Monica Marchett, Osvaldo, Osvaldinho, Bruno Gutierrez, Henry Gutierrez

Dindo, Dari, Osvaldinho, Osvaldo, Helio, João Aguiar Filho, Flávio e Arnaldinho

Teresa, José Ernesto, Sofia, Teresa, Sienna, Patrícia e Irene

Júnior Chavez e Osvaldinho

Toti Velasco, Mario Ferreo, Fufi Ferrero, Osvaldinho e Diego Velasco

Arnaldinho, Flávio e Beto

Alejandre, Adrian Ribero e Osvaldinho

Mafra Júnior, Osvaldinho e Osvaldo

Montserrat, Natasha Pedrotti, Osvaldinho, Tatiana Marinkovic e Sergio Pedrotti

Carlos e Ramiro Cuewar, Osvaldinho

Gabriela, João Marcos, Osvaldinho, Iara e Arnaldinho

Paulo Horto e Osvaldinho

Juan Carlos e Osvaldinho

Teresa, Osvaldo, Cláudia e Ernesto

Osvaldinho, Carlos, Marcelo e Osvaldo

Arnaldinho, Flávia, Ana Cláudia, Fabiano e Henrique

Flávio, Maria Angelica, Luciana, Hélio, João, Dari, Dindo, Gabriel, Mafra Jr, Bruna, Ciça e Fred

Bruno, Osvaldo Monasterio e Henry Gutierrez

Cláudio Paim, Mônica e Pedro Marchett, Osvaldinho, Henry Guitierrez

Maurício, Marito, Miguel, Mário, Fernando e Ricardo

Arnaldinho, Osvaldinho, Osvaldo, Juan Carlos e João Marcos

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RAÇA

Bezerro de qualidade

só é possível com touro registrado Escolha dos reprodutores para a estação de monta deve ser bastante criteriosa para garantir o sucesso do sistema produtivo

S

e o caminho para produzir uma carne de qualidade é longo e repleto de desafios, o pontapé inicial para essa jornada precisa ser estrategicamente calculado para ser certeiro. Uma estação de monta mal planejada pode comprometer os resultados produtivos e econômicos. Dentro desse cenário, os touros são peça importante. Segundo dados da Embrapa Gado de Corte, o reprodutor proporciona 88% do ganho genético de todo o rebanho para relações touro:vaca de 1:40. Por isso, a escolha dos animais deve ser bastante criteriosa para garantir o sucesso do sistema de produção. “O pecuarista deve procurar um animal comprovadamente melhorador, e esquecer de vez o chamado boi cabeceira de boiada, que nada acrescenta em termos de melhoramento genético do rebanho”, explica o técnico da Associação Brasileira de Criadores de Bovinos Senepol (ABCB Senepol), Rafael Pacheco. A facilidade do touro senepol de cobrir a vacada a campo mesmo em regiões de calor extremo, como ocorre em grande parte do país, é considerado um dos diferenciais da raça. Além da rusticidade, outro diferencial da raça é a alta libido. “Os touros senepol cobrem uma média maior de vacas e são ativos por até 10 anos. O índice de prenhez da vacada com touro senepol é superior a 90%”, assegura o presidente da entidade Pedro Crosara. O técnico da ABCB Senepol lembra ainda que a recomendação é utilizar nos acasalamentos apenas touros com Registro Genealógico Definitivo (RGD). “Para usar em cruzamento, o touro registrado é uma garantia de qualidade, pois você sabe que ele passou por uma inspeção de seleção morfológica, em que são descartados os exemplares com defeitos indesejáveis, sendo muitos deles prejudiciais ao bom desempenho de cobertura, tais como umbigo e aprumos. O touro com RGD traz consigo a garantia do que vai ser transmitido à sua progênie: precocidade, adaptabilidade, fertilidade na fêmea, docilidade”, explica Rafael Pacheco.

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Outro importante diferencial de quem usa touro senepol em cruzamento industrial é o alcance de 100% de heterose a campo. Isso tem garantido maior rentabilidade aos pecuaristas que utilizam touros senepol em cruzamento industrial. Conforme comprovou pesquisa da Scot Consultoria, 73,2% dos pecuaristas entrevistados relataram receber bonificação espontânea dos frigoríficos pelos animais meio-sangue senepol. O levantamento ainda apontou que esses animais são desmamados com pelo menos uma arroba a mais que outras raças e atingem ponto de abate quatro meses mais cedo. “Ou seja, maior produtividade, resistência e precocidade”, destaca o presidente. Selo de qualidade A qualidade da carne de animais meio-sangue ou tricross senepol agora será atestada pelo Programa de Certificação, lançado recentemente pela associação. A raça passou a integrar a Plataforma de Qualidade da CNA. A iniciativa permitirá o pagamento de uma bonificação maior aos pecuaristas nos frigoríficos credenciados e o aumento da oferta de carne de qualidade ao consumidor. Poderão participar produtores rurais de qualquer região do Brasil que atuem na pecuária de corte e cujo rebanho comercial tenha, no mínimo, 50% de sangue senepol. Entre as regras do protocolo a serem seguidas pelos pecuaristas, estão: classificação fenotípica (grau de sangue da raça, pelagem, tipo de animal, maturidade, tipificação de carcaça), programa nutricional e programa sanitário. O cadastro dos produtores deve iniciar em breve e deverá ser feito na Plataforma de Qualidade da CNA (pelo site rastreabilidade.cnabrasil.org.br). Depois do cadastro aprovado, basta indicar os animais a serem abatidos e em qual frigorífico (dentre os que estão cadastrados na plataforma) ocorrerá o abate. Um técnico da ABCB Senepol irá inspecionar as carcaças dos animais abatidos. O produtor receberá do frigorífico uma bonificação por todas as carcaças entregues dentro dos requisitos do SQA.


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REALIZAÇÃO


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gir leiteiro ESPECIAL

Gir leiteiro em foco ExpoGil 2018 evidencia momento da raça CONTROLE LEITEIRO Na Bolívia

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gir leiteiro

Nacional do gir leiteiro Zebuíno leiteiro mais tradicional do país foi o protagonista da ExpoGil, evento que marcou o fechamento do ranking da raça em 2017/2018

Carlos Lopes, Jean Carlos Oliveira e Pitty

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c

omemorando sua 20ª edição, a Exposição Nacional do Gir Leiteiro (ExpoGil) foi promovida pela Associação Brasileira dos Criadores de Gir Leiteiro (ABCGil), de 23 a 29 de setembro, em Uberaba (MG). Houve julgamentos em pista, confraternizações, reuniões e uma grande festa que reuniu todos os participantes do evento para o fechamento do Ranking ABCGil 2017/2018, no último dia da programação. O evento ainda contou com o Leilão Seleção Basa Gir Leiteiro, um remate que comercializou animais genotipados de alto valor genético e atingiu média de R$18,3 mil e liquidez total. Na concorrida pista da ExpoGil, quem comandou os trabalhos foi o jurado Adriano Vaz de Lima, que julgou 171 exemplares da raça, inscritos por 26 expositores de todo Brasil. A Grande Campeã da ExpoGil 2018 foi Mahina FIV F. Mutum, do criador e expositor Léo Machado. A Reservada Grande Campeã foi Nira FIV F. Mutum, do mesmo expositor. Nos machos, o Grande Campeão foi Figo Benkaiah FIV, do expositor Roberto Martins Villela e criador Henrique Cajazeira Figueira. O Reservado Grande Campeão foi Famoso do Lino, do expositor e criador José Avilmar Lino da Silva. “Foi uma grande exposição. Tivemos 171 animais em pista de extrema qualidade e homogeneidade. Ficou bastante evidente a evolução que a raça gir leiteiro vem apresentando em pistas de julgamento, animais extremamente funcionais e de muita beleza racial. A nacional mostrou a essência da raça: animais equilibrados, de frame moderado e muito produtivo”, conta o jurado Adriano.

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gir leiteiro No campeonato Melhor Úbere, Vivara FIV 2B, do expositor e criador José Afonso Bicalho foi a Campeã na categoria Úbere Jovem. Já na categoria Melhor Úbere Adulto, Nil FIV F. Mutum (do expositor e criador Léo Machado) foi a Campeã. Laranjeira FIV, do expositor Rodrigo Denipote e criador José Coelho Vitor, foi a Campeã na categoria Melhor Úbere Sênior. Já no Concurso Leiteiro, o maior da raça no país esse ano, 41 animais participaram das dez ordenhas. A maior produção média foi a da Campeã Vaca Adulta (abaixo de 48 meses) Ielle AC da Fiel, que produziu 67,150 kg de leite/média/dia, e foi exposta por Antônio Abilho Marques Cordeiro. A Campeã Vaca Adulta (acima de 48 meses) foi exposta por Byron Fonseca Ladeira: Noelia FIV de Brasília, que produziu 36,393 kg de leite/média/ dia. Na categoria Fêmea Jovem, quem mais produziu foi Várzea FIV 2B, do expositor José Afonso Bicalho, que obteve média de 48,783 kg de leite/média/dia. Na categoria Vaca Jovem, a Campeã foi Adely Cabo Verde, do expositor Rodrigo Coelho Denipote. O Melhor Expositor e Criador da ExpoGil 2018 foi Léo Machado Ferreira; o 2º Melhor Expositor foi Rodrigo Coelho Denipote, e o 2º Melhor Criador foi José Coelho Vitor. Winston Frederico A. Drumond ficou na terceira colocação como Melhor Expositor e Melhor Criador da exposição.

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gir leiteiro

O superintendente técnico da ABCGil André Rabelo Fernandes conta que o evento foi um sucesso. “A Nacional marca um grande momento para raça gir leiteiro, sendo nosso principal evento do ano. Isso atrai criadores de todo Brasil, o que deixa claro o estágio avançado de seleção da raça. Tanto na pista quanto no Concurso Leiteiro pudemos ver excelentes animais, que disputaram de perto cada título, demonstrando como os criadores estão sendo cada vez mais criteriosos em seus trabalhos”, afirma. Premiação do Ranking ABCGil Encerrando os trabalhos da ExpoGil e do Ranking 2017/2018, foram premiados os criatórios com as melhores pontuações do ano. 77 expositores e criadores participaram dessa edição, que contabilizou 18 exposições em várias regiões do país. O Melhor Criador do Ranking Nacional foi José Coelho Vitor. O 2º Melhor Criador foi Léo Machado. Winston Drumond foi o 3º Melhor Criador. O Melhor Expositor foi Léo Machado, o 2º Melhor Expositor foi Winston Drumond, e José Coelho foi o 3º Melhor Expositor. “A ExpoGil e o fechamento do ranking são a consagração de um trabalho desenvolvido o ano inteiro nas exposições, sendo de enorme importância para o expositor e para raça gir leiteiro. Através desse trabalho, podemos ver o que está sendo valorizado pelo mercado, o que nos dá um direcionamento diferenciado de seleção no melhoramento genético. Através das exposições, podemos também divulgar os nossos resultados para todos interessados. Ficamos muito satisfeitos com os resultados”, conta Léo Machado, da Fazenda Mutum, que mais uma vez saiu da ExpoGil carregando vários troféus. A Melhor Fêmea em Concurso Leiteiro com até 36 meses foi Okama FIV F. Mutum, seguida por Barganha FIV Cabo Verde na segunda colocação e Varzea FIV 2B na terceira. A Melhor Fêmea em Concurso Leiteiro de 36 até 48 meses foi Broinha FIV Cabo Verde, seguida por Ovação de Brasília e Adly Cabo Verde. Já na categoria acima de 48 meses, a Melhor Fêmea em Concurso Leiteiro foi Adália FIV do Lino, seguida por Ielle AC da Fiel e Farafa da Cristal.

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gir leiteiro Já a Melhor Fêmea do Ranking ABCGil 2018 concorreu com mais de 700 exemplares, e a campeã foi Casuarina FIV CAL, seguida por Nira FIV F. Mutum na segunda colocação, e Positiva FIV Mutum, na terceira. O Melhor Macho do Ranking, entre 163 animais, foi Armador FIV do Basa. O segundo colocado foi Onan FIV F. Mutum, e o terceiro foi Condesso FIV Cabo Verde. “Pela terceira vez consecutiva, fomos premiados pela melhor vaca do Ranking, o que nos deixa muito felizes. É um momento muito importante para toda equipe”, afirma o criador Winston Drumond, da Fazenda Quilombo. Fabrício Quirino de Paula, que faz parte da equipe de tratadores da Fazenda Quilombo, afirma que as premiações são resultado de muito trabalho em equipe e boa genética. “Deixamos a família em casa para trabalhar com muita responsabilidade, e isso só faz quem realmente gosta. Acreditamos no que fazemos”, garante. Pecuarista frente ao tradicional Grupo Cabo Verde, José Coelho Vitor também comemorou os resultados. “Para mim é uma alegria enorme poder contribuir com a pecuária leiteira brasileira através do melhoramento genético da raça gir leiteiro. Fazemos diariamente o melhor que podemos dentro do nosso trabalho”, conta.

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social

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Adriano, Renata e Léo Machado

Aline, Edson, Pietro e Nicole

Manoel, Arnaldinho, Iara e Eduardo

Equipe ABCGil e diretoria ABCZ

Ana Clara, Boi, Priscila e Sarinha

Guilherme, Ana Paula e Lavínia

José Eduardo, Vitor Franco, João Umberto e Pedro

Fausto, Fausto Filho, Wilza e Maria Clara

Marcela e Adriano

Rodrigo, Tatiane, José Coelho, Murilo e Sr. Zé

Lucyana, Meire, Renata e Ana Luísa

Sérgio, Robson, Thiago e André

Bruno, José Victor, Thiago e Renata

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Mineiro, Rose, Plauto e Maria Tereza

Kinkão, Bruna e Adriano

Winston Drummond, Oscar Cantor e Gustavo

Gringo, Matheus, Eduardo e Japa

Pipoca, Rosana e Maria Alice

Henrique, Vitor, José Eduardo e Lucyana

Jamila, Alejandro e Maria Stela

Luciana, José Olavo, José Jacintho e Lelia

Niltinho e Silvio

Vander e Elson

Alessandra e Crisio

Adriano e Aldo

José Coelho e Adriano

Rodrigo, Tatiane e Basa

Marcelo, Plauto, Zezão, Kinkão e João Gabriel

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OTIMA FIV RIB GRANDE CA SANSÃO X UVEDÁLIA CAL

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L EITE

C AMPEÃ V ACA A DULTA E XPO Z EBU 2018

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CA SANSÃO X EDA FIV F MUTUM

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gir leiteiro

Gir leiteiro na Bolívia

Com colaboração técnica da ABCGil e genética brasileira, controle leiteiro avança no país vizinho e já esboça evolução nos resultados

e

Carlos lopes

m maio de 2016, a Associação Brasileira dos Criadores de Gir Leiteiro (ABCGil) e Associação Boliviana de Criadores de Zebu (Asocebu Bolívia) assinaram um acordo de cooperação técnica para a implementação do controle leiteiro no país vizinho. Desde então, doze pecuaristas tem feito a coleta de dados das lactações em seus rebanhos. A Asocebu envia os dados à ABCGil, que devolve relatórios individuais de lactação. Foram dois anos de muito trabalho junto aos criadores bolivianos, e, hoje, os resultados começam a aparecer. Exatamente dois anos depois, em maio de 2018, a ABCGil enviou para Asocebu Bolívia os valores genéticos (PTAs) das vacas com lactação já encerradas até fevereiro de 2018. Os números entusiasmaram

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os criadores que tiveram seus rebanhos controlados. O PTA médio das 67 vacas já avaliadas foi de 492,6 kg de leite e uma acurácia média de 0,60%, o que sinaliza um bom nível genético das vacas bolivianas. “A genética com que trabalhamos na Bolívia é de origem brasileira, e, hoje, está no mesmo patamar. Através desses dados enviados pela ABCGil, percebemos que o nível do gado boliviano avaliado está na média do rebanho brasileiro. Uma genética muito boa”, afirma Fernando Baldomar, gerente técnico da Asocebu. Fernando conta que antes do acordo de cooperação técnica com a ABCGil, o controle leiteiro já era feito na Bolívia, mas, de maneira muito intuitiva e menos profissional. Anteriormente, 30 animais tinham suas produções leiteiras controladas. Hoje são 250. “Antes do acordo com a ABCGil, já havia controle leiteiro na Bolívia, mas, tínhamos muita dificuldade com os números. A parceria serviu para facilitar o processo e dar mais confiabilidade aos dados, que se somam aos do Brasil. É um projeto prático que funciona. Começamos agora a colher os frutos, e no futuro os resultados serão ainda mais visíveis para o rebanho boliviano como um todo. O próximo passo é massificar essas ferramentas de seleção, como o controle leiteiro, teste de progênie, e, no futuro, também pretendemos genotipar todos animais participantes”, acrescenta Fernando. As pesagens de leite coletadas mensalmente na Bolívia nos últimos dois anos compõe agora a base de dados do Teste de Progênie da ABCGil. “Com o sucesso do acordo, ganham os criadores bolivianos com esta importante ferramenta de seleção, e ganha também o Teste de Progênie que irá aumentar sua variabilidade de dados rumo a sua internacionalização”, conta André

Fernando Baldomar, gerente técnico da Asocebu

Andres Nacif e Mário Daniel Alavarez, criadores participantes do controle

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gir leiteiro

Rabelo Fernandes, superintendente técnico da ABCGil. Mário Daniel Alavarez, da Hacienda Monte Alegre, é selecionador de gir leiteiro na Bolívia e dono do Grande Campeão (Coronel FIV de El Monte) e da Grande Campeã (Finlândia FIV I Esterlina) da raça em pista na ExpoCruz 2018, maior evento do setor no país. Para ele, o controle leiteiro influencia diretamente na qualidade da genética do rebanho. “O controle leiteiro é muito importante para nós e nos ajuda a direcionar nossa seleção. Depois que começamos a usar o controle como uma ferramenta de seleção, percebemos que podemos selecionar não somente pela quantidade de leite produzido, mas, também, pela persistência da lactação, ou seja, o tempo que a vaca passa produzindo leite”, afirma Mário, que também tem um rebanho formado pela genética brasileira. Andres Nacif, da Cabaña Esterlina, também participa do controle leiteiro e reconhece sua importância. No primeiro ano, ele controlou a produção de oito vacas através do convênio Brasil/Bolívia. Já em 2018, 20 vacas da Cabaña Esterlina estão no controle. “A ABCGil nos auxilia muitíssimo no controle leiteiro da fazenda, o que tem feito uma grande diferença. Acabamos de enviar os primeiros resultados, e estamos dentro da média, o que é muito satisfatório para nós. Muito bom o convênio. Faz com que tenhamos mais ânimo e dados para repassar aos clientes, provando nossa qualidade genética”, conta o criador, que ganhou o Torneio Leiteiro e título de Melhor Criador e Melhor Expositor na raça gir leiteiro na ExpoCruz 2018.

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carne

PRODUÇÃO . MERCADO . ARROBA

Alternativa para nutrição Guandu na suplementação animal

QUALIDADE Novos selos agosto / setembro 2018 | #pecBR

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carne

Guandu reduz custos com suplementação Embrapa pesquisa variedade do capim com objetivo de melhorar as margens de ganho da pecuária de corte Ana Maio, Danilo de Paula Moreira, Divulgação e Gisele Rosso

o

guandu, também chamado andu, ervilha-de -pombo, anduzeiro, guandeiro, guando, feijãoguandu ou feijão boer é uma leguminosa arbustiva de origem africana, cultivada na Índia desde a antiguidade. A variedade da cultivar Guandu BRS Mandarim foi desenvolvida pela Embrapa em parceria com outras instituições, e possui alto potencial para alimentação animal, adubação verde e recuperação de pastagens degradadas. É de fácil implantação e manejo, inclusive em solos de baixa fertilidade e pode ser utilizado em apoio ao processo de produção de cana, na recuperação de áreas degradadas e no cultivo consorciado com milho e braquiária. Mas, é na suplementação animal que a variedade tem feito mais sucesso. Em experimentos realizados no interior de São Paulo, animais alimentados com essa cultivar apresentaram desempenho superior em comparação aos que receberam a suplemen-

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Pecuarista José Francisco Soares e a engenheira agrônoma Lívia Mendes de Castro

Pesquisadora da Embrapa, Patrícia Perondi Anchão Oliveira

tação e a forrageira, o que ainda permitiu aumentar a taxa de lotação animal no pasto. Pecuaristas paulistas que alimentaram o rebanho com o Guandu BRS Mandarim não precisaram empregar sal proteinado nem ração para os animais durante o período de inverno, época em que a suplementação é necessária. Outra vantagem é que o guandu permanece verde e com muitas folhas mesmo na época seca, fornecendo forragem com elevado conteúdo proteico. O consumo pelos animais ocorre somente após seu florescimento, no início do inverno. Eles comem principalmente as vagens e as folhas mais velhas. O plantio do guandu BRS Mandarim deve ser realizado na estação chuvosa. A persistência na área é por volta de três anos, sendo necessário novo cultivo após esse período. O manejo é simples. O produtor deve fazer uma roçada anual para manejar a leguminosa. O material roçado servirá de adubação verde, melhorando a fertilidade do solo e disponibilizando mais de 200 kg/ha de nitrogênio (N) à pastagem. Fazendas que testaram a variedade também confirmaram os bons resultados, como a do bovinocultor José Francisco Soares, no município de São Carlos (SP), que há dois invernos deixou o confinamento dos animais. O pecuarista, que trabalha com engorda de gado de corte, plantou a leguminosa em uma das áreas mais degradadas do sítio. A experiência deu certo e, hoje, dos dez hectares da Estância São Rafael, quatro estão com a cultivar. Segundo José Francisco, com a implantação do BRS Mandarim consorciado, a pastagem melhorou e ele não precisa utilizar ração ou sal proteinado para os animais. Desde o inverno de 2017, o gado alimenta-se do guandu e de sal mineral comum. A falta de pasto fazia o produtor tratar do gado no cocho durante o período de seca. Agora, os 50 animais da propriedade ficam na pastagem o ano inteiro. “Uma das coisas mais econômicas é isso aqui”, enfatiza o produtor ao apontar o pasto com BRS Mandarim. O investimento inicial foi de R$ 2 mil para o plantio do guandu em uma área de 1,5 hectare. “Coloquei sete bezerros de oito arrobas. Após um ano, pesaram 18 arrobas, sem gasto com mão de obra e ração”, conta, frisando que foi a única maneira que encontrou para gastar menos e ter mais lucro. A economia para ele e para os outros produtores que optaram pela leguminosa é considerável. De acordo com a pesquisadora Patrícia Perondi Anchão Oliveira, comparando o guandu com a pastagem recuperada e considerando que as duas produzam a

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carne

mesma quantidade de carne por hectare, o aumento de custo para inserir a BRS Mandarim seria de R$210 anuais por hectare, e a redução de despesas na alimentação animal somaria R$867 por hectare, ao ano. “Ou seja, o produtor teria um saldo positivo de R$657 por hectare a cada ano”, explica Patrícia. No aumento de custos ela considera as sementes e horas máquina para plantio e uma roçada anual. Na redução das despesas está contabilizada a economia com ureia, hora máquina para espalhar o fertilizante e suplemento mineral proteinado. A tecnologia também está agradando técnicos e pecuaristas que participam do Bifequali Transferência de tecnologia para pecuária de corte, programa da Embrapa de capacitação continuada de técnicos que atuam em propriedades de gado de corte. De acordo com o coordenador do programa, Adilson Malagutti, o guandu respondeu muito bem às expectativas dos técnicos e produtores. “Eles estão satisfeitos com o retorno positivo da tecnologia. O BRS Mandarim serve de alimento na época da seca, que é justamente a mais desafiadora para o ofere-

Coordenador do programa Bifequali, Adilson Malagutti 86

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cimento de forragem aos animais. A solução casa com oferta de material de bom valor nutritivo, alto teor de proteína, a um custo baixo e com manejo simples”, explica. Consórcio de culturas

A fazenda Dois Rios, no oeste do estado de São Paulo, implantou o guandu BRS Mandarim em fevereiro de 2017 em consórcio com pastagem. O engenheiro-agrônomo Rubens Paulossi Junior, responsável pela produção, plantou 24 hectares de guandu com capim marandu em uma área rotacionada de 68 hectares. A propriedade participa do programa Bifequali TT.


A finalidade da fazenda, do Grupo HS Agropecuária, é a cria de bezerro de corte. Os resultados econômicos com a utilização do guandu ainda não foram contabilizados. No entanto, como na propriedade há dois lotes de matrizes separados em pastos rotacionados, Rubens relata que, visualmente, as vacas que estão no BRS Mandarim têm um escore corporal superior, mesmo tendo bezerro mais velho ao pé. Outro dado relevante é em relação à lotação por hectare, que saiu de 2,54 unidade animal (UA) por hectare para 3,57 UA. O técnico diz que o Grupo HS Agropecuária teve um custo de R$175 por hectare no primeiro ano com a implantação da tecnologia. “Mas, como vamos utilizar o guandu em três invernos, o custo real foi de R$58,33/ha/ano”, explica Rubens. Alimentação no inverno Durante o período seco, os produtores sofrem com pouca disponibilidade de forragem e baixa qualidade da pastagem, comprometendo o desempenho animal. Para evitar o efeito sanfona, boi gordo no verão e magro no inverno, muitos utilizam o sistema de confinamento, no qual os bovinos recebem ração no cocho. No entanto, o custo é alto com aquisição de suplementação e necessidade de mão de obra. A cultivar guandu BRS Mandarim em consórcio com braquiária, além de recuperar a pastagem degradada, proporciona aumento no ganho de peso individual e na lotação animal, como ocorreu nas propriedades São Rafael e Dois Rios. Em experimentos realizados na Embrapa Pecuária Sudeste, novilhas mantidas em pastagem consorciada com Guandu BRS Mandarim ganharam 450 gramas de peso vivo ao dia. O estudo foi realizado comparando-se com dois outros sistemas: animais pastejando em pasto degradado e em pastagem adubada. A diferença maior foi em relação à área degradada, onde os bovinos ganharam por volta de 250 gramas por dia. Na adubada, o ganho foi de 300 gramas ao dia. De acordo com a pesquisadora Patrícia, essa diferença no peso é bastante significativa, já que os animais que permaneceram na integração com guandu não foram suplementados. Nas outras duas áreas foi necessário utilizar suplementação mineral proteina-

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carne

da, a um custo adicional e desempenho inferior. O aumento da lotação animal também chama a atenção. No consórcio com guandu, foi possível manter até 3,5 novilhas por hectare. Na pastagem degradada, de 1,5 a duas novilhas por hectare; e, na recuperada, três. “Como consequência do aumento do ganho de peso e da lotação animal, tivemos maior quantidade de carne produzida por hectare. Foi possível chegar a mais de 20 arrobas por hectare com a tecnologia do Guandu BRS Mandarim. Na área degradada não conseguimos sequer cinco arrobas por hectare”, destaca a pesquisadora Patrícia. Uma Unidade Demonstrativa (UD) com guandu BRS Mandarim também foi instalada no centro de pesquisa, em janeiro de 2016. Em junho daquele ano, novilhas da raça canchim foram colocadas na área. De acordo com a engenheira agrônoma Lívia Mendes de Castro, as observações indicaram aumento significativo do peso desses animais durante o período seco. As fêmeas entraram na área com guandu com peso médio de 265 quilos. Em dezembro de 2016, o peso médio foi de 403 quilos. A lotação ani-

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mal também passou de 1,5 UA/ha a 2,2 UA/ha. Em junho de 2017, a UD recebeu machos da raça nelore. Eles entraram com 249 quilos, em média. Seis meses depois, a média foi de 320 quilos. Um ganho de peso bastante expressivo. Em relação à lotação animal, foi de 2,3 UA para 3 UA. Lívia destacou que, no caso dos exemplares nelore, outro lote da mesma categoria e idade, mas mantido em pastejo em uma área de braquiária e recebendo suplementação de sal proteinado, não obteve bons resultados comparando-se com os bovinos que se alimentaram do guandu na seca. Os animais entraram com peso médio de 246 quilos em junho de 2017 e em dezembro estavam com 251 quilos, em média. Ou seja, apenas mantiveram o peso, sem aumento significativo. Desde junho de 2018, as observações estão sendo realizadas com novilhas de leite na Unidade Demonstrativa com guandu. A expectativa em relação ao ganho de peso é a mesma dos dois anos anteriores.


GENÉTICA DE RESULTADOS!

CABR IOTIN 1769 JDH MR MOSLEY MANSO X CABR DHIFALLA 889

MGTe

TOP

10,06 2%

CABR OMEGA 2436 (FILHA)

CABR PARTY 2527 (FILHA)

GRANDE CAMPEÃ EXPOZEBU 2018

RESERVADA GRANDE CAMPEÃ EXPOZEBU 2018

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carne

Novos selos de

qualidade Duas importantes entidades representativas do setor investem no mercado de carnes superiores com o lançamento de novas marcas

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Carol Paulino, Carlos Lopes e Divulgação

arne de qualidade superior é a tendência maior no mercado de produtos gourmets, que ganham mais espaço a cada dia. Prova disso é que duas grandes associações representativas de raças produtoras de proteína animal bovina no país acabaram de lançar seus respectivos selos de qualidade. A Associação dos Criadores de Nelore do Brasil (ACNB) certificou, no início de setembro, a primeira marca de carne nelore do seu novo programa de qualidade, oficializado pela Plataforma de Qualidade da Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), de acordo com as normas do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). A carne Nelore do Golias, do criatório do mesmo nome, é produzida de acordo com os padrões pré-estabelecidos, sob supervisão da ACNB. “Essa certificação é mais uma iniciativa da ACNB visando a promoção e a valorização da carne nelore. Nosso objetivo é apoiar e dar

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visibilidade aos projetos de qualidade da carne de animais da raça já existentes no país, além de incentivar a criação de novos programas. O Nelore do Golias foi o primeiro projeto pecuário certificado por este novo selo, e outros serão avaliados”, conta Nabih Amin El Aouar, presidente da ACNB. Ele explica que há mais de 15 anos a ACBB trabalha com a certificação através do Programa de Qualidade Nelore Natural, em parceria com a Marfrig Global Foods, projeto que, inclusive, está em expansão. “Também com a Marfrig estudamos a viabilidade de certificação de determinadas linhas de produtos com este novo selo. Com isso, chancelamos produtos diferenciados, que contribuem para fortalecer a oferta de carne nobre, que agrada ao paladar e atende aos consumidores mais exigentes”, acrescenta. O primeiro abate do Nelore do Golias com o selo da ACNB foi realizado na unidade da Frigol, em Lençóis Paulista (SP). O lote teve 43 fêmeas nelore e contou com a supervisão do especialista Roberto Barcellos, para quem os cortes apresentaram “excelente acabamento de gordura e peso, com cortes de escore surpreendente em termos de marmoreio”. O lote de carne foi comercializado em boutiques e casas de carnes especiais de São Paulo, Rio de Janeiro, Ribeirão Preto, Botucatu e Araçatuba. “Com o Programa Nelore Natural, o Circuito Nelore de Qualidade e, agora, o primeiro abate do Selo Garantia de Origem Nelore, estamos comprovando, na prática, que a partir da seleção genética, nutrição, sanidade e manejo a raça está se inserindo cada vez mais no nicho de mercado da carne premium, o que mais cresce no país”, ressalta André Locateli, gerente executivo da Associação dos Criadores de Nelore do Brasil.

Nabih Amin El Aouar, presidente da ACNB, e Fabio Almeida, do Nelore do Golias, na assinatura do acordo

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Carne Brahman Durante a ExpoBrahman 2018, foi promovido o lançamento do selo Carne Brahman, que marcou o início da entrada definitiva da raça no mercado de carnes superiores no Brasil. Com direito a uma grande churrascada feita por especialistas renomados, foi lançado no dia 28 de setembro o projeto em parceria com a VPJ Alimentos que tem como objetivo produzir e certificar carne brahman de qualidade única para os mais exigentes mercados, como já é feito em vários países, como Paraguai e Estados Unidos. “Nasce aqui um produto que, com certeza, agradará muito, porque o brahman é uma raça com enorme capacidade de produzir qualidade de carne. Ressalto que o papel da ACBB e dos produtores será preponderante nesse projeto. A proposta é essa: a associação desenvolve a marca e o produto, e a VPJ promove o abate e a comercialização”, afirma Valdomiro Poliselli Júnior, presidente do Grupo VPJ. Ele ainda conta que o projeto alavancará a raça brahman através de uma carcaça muito potencializada e de excelente qualidade. “Quando colocamos o touro Brahman na vaca F1 (Angus x Nelore), conseguimos produzir animais precoces e muito pesados”, afirma. O objetivo é abater animais jovens com até 22@, produzidos prioritariamente a pasto, até o final de 2020. “Esse é um momento histórico para o Brahman brasileiro, que agora poderá ter sua qualidade de carne certificada, assim como já é feito no mundo inteiro. Esse é um programa que revolucionará a produção de carne e a criação de Brahman no Brasil”, afirmou Paulo Sérgio Scatolin, presidente da ACBB.

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Paulo Sérgio Scatolin, presidente da ACBB, e Valdomiro Poliselli Júnior, presidente do Grupo VPJ, no lançamento do selo


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CARNE

CNA vai gerir

rastreabilidade no país Governo publicou novas regras para transferir a gestão da rastreabilidade de bovinos e bubalinos do Mapa à CNA

O

divulgação

Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) publicou em oito de outubro a Instrução Normativa (IN) nº 51, que flexibiliza obrigações e cria condições para a transição gradativa para a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) da gestão da certificação da cadeia de carnes de bovinos e bubalinos, visando à exportação para países ou blocos que exigem identificação individual de animais. A Instrução Normativa cria condições para a transição do gerenciamento da Base Nacional de Dados do Serviço Brasileiro de Rastreabilidade da Cadeia Produtiva de Bovinos e Bubalinos (BND/Sisbov) para a CNA. “No entendimento do Mapa, todas as ações relacionadas à exportação de carne para países ou blocos devem ficar a cargo da iniciativa privada, enquanto a fiscalização e auditoria dos processos permanecem como atribuição exclusiva do Ministério”, afirmou o coordenador dos Protocolos de Rastreabilidade de Adesão Voluntária do Instituto CNA, Paulo Costa. Segundo ele, um dos avanços que a IN 51 trouxe foi com relação a possibilidade de nova identificação dos animais em caso de perda de elementos (como o brinco do Sisbov). “A proposta passou a admitir a possibilidade de perda dos brincos dos animais do rebanho durante a realização de vistorias na propriedade, seguida de nova identificação do bovino e baixa da numeração anterior”, afirma. Ele ainda explica que, anteriormente, durante uma vistoria, 100% dos animais deveriam estar identificados, caso contrário a propriedade rural seria desabilitada. “É comum o animal perder o brinco no manejo a campo e em outras situações. Essa alteração na regra é um avanço para os produtores”. Outra novidade é o apoio gerencial e operacional

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da CNA até que ocorra a transição para o protocolo de rastreabilidade de adesão voluntária com garantias equivalentes a atual Instrução Normativa, conforme prevê o Decreto 7.623/2011. A obrigatoriedade que o frigorífico tem para apresentar as causas da desclassificação de animais (quando houver) ao produtor rural também foi um ponto destacado. “Na normativa anterior, se algum animal não atendesse às exigências de mercado, o frigorífico desclassificava o animal informando as causas somente ao SIF. Agora, a relação detalhada das causas de desclassificação deverá chegar ao pecuarista quando solicitado”, disse Paulo. O objetivo do Sisbov é registrar e identificar o rebanho bovino e bubalino brasileiro, possibilitando o rastreamento do animal desde a desmama até o abate. A adesão ao serviço pelos produtores rurais é voluntária, mas, no caso de comercialização desse tipo de carne para mercados que exijam a rastreabilidade individual dos animais, a adesão se torna obrigatória. Todos os bovinos e bubalinos de estabelecimentos aprovadas no Sisbov são identificados e cadastrados individualmente na base de dados, com o registro das movimentações e insumos utilizados durante o processo produtivo.


leite

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NUTRIÇÃO . PRODUÇÃO . ORDENHA

Combate e prevenção Mastite

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LEITE

Mastite:

combate e prevenção A doença pode reduzir em até 50% o volume de leite produzido, por isso é essencial realizar a prevenção e o tratamento ao mesmo tempo

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DIVULGAÇÃO e carlos lopes

credita-se que uma em cada quatro vacas apresente a mastite pelo menos uma vez ao longo de sua vida produtiva. Uma das enfermidades mais comuns nos rebanhos leiteiros do país, a mastite exige atenção para não afetar a produtividade. Muito temida entre os produtores rurais, ela é uma doença infecciosa que causa inflamação da glândula mamária e é, sem dúvida, uma das maiores causadoras de prejuízos em fazendas leiteiras. “A mastite compromete toda a lactação do animal. O tratamento custa hoje em torno de 600 reais e a recuperação leva de sete a dez dias”, detalha técnico agrícola da Agromilk, Gean Carlos da Silva Freitas. No entanto, segundo ele, após sofrer a doença, o animal não consegue mais atingir o pico de lactação, sem falar que a mastite

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Andressa Ranieri, coordenadora técnica de bovinos de leite da Zoetis

pode ser fatal. Para evitar o problema, Gean afirma que os produtores devem ter um plano de produção para definir o tamanho e o tipo de equipamento que deve ser adquirido, de acordo com a capacidade de produção do rebanho, além de estarem sempre atentos para os cuidados necessários para manter os animais saudáveis. A infecção, que causa uma inflamação na glândula mamária, pode ocorrer por meio do ambiente ou do contágio durante os procedimentos de ordenha. No primeiro caso, a infecção ocorre pelo contato com pasto, água, esterco e camas contaminadas por microrganismos. No segundo, a infecção acontece por problemas de procedimento e higiene durante a ordenha, como por exemplo, má desinfecção dos tetos, falta de uso de luvas pelos ordenhadores e ausência de manutenção no equipamento de ordenha. A mastite é uma enfermidade que acomete bovinos, especialmente leiteiros, e pode reduzir em até 50% a produção de leite, alterando sua qualidade e poder nutricional, o que impacta diretamente no lucro dos produtores. A doença ainda pode comprometer a fertilidade e, em casos mais severos, levar o animal a óbito. Ela pode ser classificada de duas formas. Na mastite clínica, os sintomas são visíveis e se observa a presença de grumos no leite, vermelhidão e edema no úbere. No caso da mastite subclínica, não são observados sinais clínicos, o que dificulta a identificação e o controle da doença dentro da propriedade. Neste caso, somente análises laboratoriais, com relatórios de contagem de células somáticas (CCS) e a cultura do leite são capazes de comprovar o diagnóstico. O período seco é um excelente momento para tratar tanto as

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LEITE

infecções clínicas quanto as infecções subclínicas que não foram curadas durante a lactação. Para garantir a saúde do animal e a qualidade do leite produzido, o ideal é a fazenda preconizar um período seco de 45 a 60 dias e realizar a terapia da vaca seca completa, como explica Andressa Ranieri, coordenadora técnica de bovinos de leite da Zoetis, líder mundial em saúde animal. “O Orbenin, por exemplo, é o antibiótico intramamário ideal indicado para terapia de vaca seca. Seu longo período de ação, de sete semanas, proporciona excelentes taxas de cura de infecções pré-existentes que não foram curadas durante o período de lactação”. A coordenadora explica também que é importante utilizar um selante de tetos após a administração do antibiótico intramamário, como o Teat Seal, produto que forma uma barreira física que impede a entrada de agentes ambientais no canal do teto durante todo o período seco.

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Prevenção

A remoção total do leite é primordial para alcançar a alta eficiência de ordenha, além de prevenir a mastite. Por isso, é essencial “secar” a vaca. Hormônio responsável por estimular as contrações musculares do útero das vacas no momento do parto, contribuindo para a expulsão da cria e da placenta, a ocitocina também promove a descida do leite. Do total de leite produzido, em torno de 30% a 40% descem normalmente, enquanto a maioria, de 60% a 70%, fica retido na glândula mamária. “Um dos problemas resultantes da retenção de leite é o aumento da incidência de mastite no rebanho, uma vez que o leite retido atua como meio de cultura, favorecendo o crescimento de microrganismos os quais se multiplicam, irritando o tecido epitelial de revestimento interno das glândulas”, ressalta Marcos Antônio de Oliveira Ferreira, Gerente de Produtos UCBVET Saúde Animal.


Distúrbios na ejeção do leite, explica, causam perdas econômicas devido ao decréscimo da produção de leite, ao aumento do tempo de ordenha e à suscetibilidade a infecções intramamárias. Por isso, a remoção total do leite é primordial para alcançar a alta eficiência de ordenha, o aprimoramento da qualidade do leite e a excelente vitalidade às vacas leiteiras. “A aplicação suplementar de ocitocina (exógena) pode ser usada como ferramenta para uma maior eficiência na ejeção do leite, visto que promove a remoção do leite residual. Em se tratando de grau sanguíneo mais azebuado, esta utilização é ainda mais importante, pois estes animais apresentam maior necessidade deste hormônio no fenômeno de ejeção do leite. Para obter tal benefício, a ocitocina deve ser utilizada de forma adequada em animais que necessitem desta ‘suplementação’ e estejam contemplados dentro de um manejo de ordenha pré-estabelecido na propriedade”, afirma. Um dos carros-chefes do portfólio da UCBVET, a Ocitocina Forte UCB é indicada para estimular as contrações da musculatura da glândula mamária para a ejeção do leite, auxiliando, ainda, no tratamento e na prevenção da mastite. Administrado preferencialmente pelas vias intravenosa ou intramuscular, de acordo com as dosagens prescritas em bula ou conforme a orientação de um médico-veterinário, o medicamento é usado em larga escala nas fazendas de gado leiteiro. O Gerente de Produtos da UCBVET Saúde Animal, Marcos Antônio de Oliveira Ferreira, alerta que, para o sucesso do tratamento, é necessário que se evite condições de estresse ou manejos desconfortáveis para a vaca, como mudança do local ou sistema de ordenha e manejo agressivo. “Em situações de dor, estresse e infecções sistêmicas, ocorre a liberação de adrenalina, inibindo a ação da ocitocina. Sendo assim, o controle sanitário, as boas práticas na aplicação e o manejo adequado do rebanho são ferramentas essenciais dentro do sistema de produção e vão contribuir favoravelmente para a melhor resposta ao tratamento”, observa.

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LEITE Mais qualidade

Pensando em alertar os produtores e revisar formas de manejo que diminuam a ocorrência da mastite nos rebanhos brasileiros, a Lactalis do Brasil realizou palestra sobre a qualidade do leite na Expointer, em Esteio (RS), no final de setembro. Na ocasião, a médica veterinária Eveline do Carmo, técnica da Merck Sharp and Dohme (MSD), mostrou aos criadores a importância de manter a contagem de células somáticas (CCS) conforme os parâmetros da Instrução Normativa 31 e do desenvolvimento de técnicas diárias com baixo custo que previnam doenças e perdas nos negócios. De acordo com a técnica, é essencial que os produtores tenham bons funcionários e sigam uma rotina de ordenha para que o leite seja de maior qualidade e eles “não percam o sono” em razão de problemas no rebanho. “A gente sabe o quanto a mastite impacta o bolso e a rentabilidade da propriedade, só que às vezes, lá na rotina da fazenda, deixa-se de fazer muitas coisas”, disse, ressaltando que para que isso ocorra é necessária uma mudança de rotina nas fazendas e sensibilização dos produtores. Segundo a técnica da MSD, a mastite é uma doença que exige mudança de hábito e implementação de técnicas efetivas por parte dos produtores. Na ocasião, a médica veterinária ressaltou que, para uma boa produção, é necessário que se tenha um rebanho saudável criado em um ambiente propício e com nutrição adequada. “Tudo isso somado faz com que a gente tenha ótimas produções. Vamos ter uma vaca produzindo bastante e um leite de qualidade. Afinal, sabemos que a quantidade de leite que uma vaca produz por dia é um dos fatores que mais impactam a rentabilidade da fazenda”, disse.

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Zona rural GESTร O . TECNOLOGIA . SUSTENTABILIDADE . MERCADO

Como alimentar o mundo? O protagonismo do Brasil no cenรกrio mundial

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zona rural

40% mais

alimentos até 2050

Especialistas garantem que Brasil cumprirá o seu papel e produzirá 40% a mais de alimentos de origem animal até 2050, como pede a FAO, da ONU

Divulgação

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e acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU) para Alimentação e Agricultura (FAO), a população mundial deve atingir 10 bilhões de pessoas até 2050. Para alimentar tanta gente, será preciso aumentar consciente e sustentavelmente a produção de alimentos em todo mundo. Nesse cenário, o Brasil tem importante papel. O país deve fechar 2018 com a produção de 27,15 milhões de toneladas de carnes (incluindo frangos, bovina, suína e peixes de cultivo) e 34,2 bilhões de litros de leite. Esse resultado é, em média, 10% superior ao obtido em 2011, há sete anos. “A manutenção do aumento da produção nesses níveis permitirá ao país cumprir o seu papel na oferta mundial de alimentos de origem animal solicitada pela FAO para 2050”, ressaltou Stefan Mihailov, presidente da Trouw Nutrition e coordenador do evento Horizons, realizado nos dias 9 e 10 de outubro, para discutir as tendências da produção de alimentos global e o papel do Brasil. “O nosso país é um campeão mundial da produção e exportação de alimentos e tem água, terras, tecnologia e competência para manter o ritmo de crescimento da última década, atendendo ao chamado da FAO. Em 2050, o mundo terá 2,2 bilhões de pessoas a mais. É preciso aumentar a oferta de alimentos constantemente e o uso de novas tecnologias é essencial nesse processo”, destacou Stefan para uma plateia de 250 empresários da cadeia de alimentos de origem animal, que participaram do Horizons, em Atibaia (SP). Até então, a avicultura é a maior fornecedora de proteínas animais do Brasil. Em 2018, a expectativa da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) é fechar com 13,1 milhões de toneladas. Esse resultado é praticamente o mesmo de 2011, mas nesse período as exportações saltaram 7%, atingindo 4,2 milhões de toneladas/ano. “O Brasil tem custos de produção ajusta-

dos, status sanitário excepcional, cadeia de produção integrada e muita tecnologia para produzir mais e cada vez melhor”, explicou Francisco Turra, presidente da ABPA. O dirigente listou entraves que precisam ser olhados com atenção pelo país, como é o caso da alta tributação sobre a cadeia produtiva, regulação das relações de trabalho, burocracia, infraestrutura e financiamento, entre outros. Também participante do evento, Antônio Jorge Camardelli, presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), apontou os gargalos de logística como importantes complicadores do processo de produção e, particularmente, de exportação de carne bovina. “Expressiva parcela da produção do centro-oeste é escoada pelo porto de Santos. Trata-se de um processo lento e pouco eficiente. Somente no porto, são gastas 60 h para um navio receber a carga e zarpar. É muito tempo”, disse. O dirigente mostrou-se confiante quanto ao desempenho das exportações de carne bovina este ano – “que devem fechar em torno de US$ 7 bilhões contra US$ 6,2 bilhões no ano passado” – e, especialmente, para 2019, devido à possível abertura de novos mercados. “O processo de liberação da Indonésia está em fase final e uma missão do Canadá chegará ao Brasil no dia 15 de outubro”, informou Antônio. A melhoria da produtividade com ampliação do uso maciço de novas tecnologias é a receita de Roberto Hugo Jank Jr, vice-presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Leite (Abraleite), para o aumento da produção de leite no país, objetivando atender à crescente demanda interna e global. “O Brasil produz 34,2 bilhões de litros de leite em 22 milhões de hectares, com produtividade média de 1,6 mil litros/ hectare/ano. Esse resultado representa um

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zona rural décimo da eficiência da Nova Zelândia. É perfeitamente possível ampliar rapidamente esse índice e produzir 40 mil litros por hectare/ano! Se atingíssemos esse nível, usaríamos apenas dois milhões de hectares para obter a produção que temos hoje no país”, garante. Mais jovem, porém promissora atividade, a piscicultura apresentou no Horizons números muito positivos para os próximos anos. “A FAO pede que a produção aumente 40% até 2050. A piscicultura brasileira triplicará de tamanho nesse período”, ressaltou Ricardo Neukirchner, presidente do Conselho da Associação Brasileira da Piscicultura. O dirigente apoia-se no crescimento da produção em 500% nos últimos dez anos e nas potencialidades do Brasil para a atividade, além das vantagens competitivas do peixe de cultivo. “Temos água em abundância, novas tecnologias estão chegando e a produção é sustentável, sem agressão ao meio ambiente. Além disso, o consumo interno é de apenas 3 kg/ hab/ano, tendo muito potencial de aumento. A piscicultura é uma atividade de muito futuro no país”, assinalou.

Pesquisa

Um estudo recente comandado pelo Departamento de Saúde Populacional Nuffield da Universidade de Oxford, no Reino Unido, mostrou que alimentar 10 bilhões de pessoas até 2050 dentro dos limites do planeta pode ser possível. Segundo a pesquisa, será necessária uma mudança global em direção a dietas saudáveis, reduzindo pela metade a perda e o desperdício de alimentos, e melhorando as tecnologias e práticas agropecuárias. O novo estudo, publicado na Revista Nature, propõe que a adoção dessas opções reduz o risco de ultrapassar os limites ambientais globais relacionados à mudança climática, o uso de terras agrícolas, a extração de

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recursos de água doce e a poluição dos ecossistemas por meio da aplicação excessiva de fertilizantes, de acordo com os pesquisadores. Este é o primeiro estudo a quantificar como a produção e o consumo de alimentos afetam as fronteiras planetárias e um espaço operacional seguro para a humanidade, além do qual os sistemas vitais da Terra podem se tornar instáveis. “Não há uma solução única que seja suficiente para evitar cruzar fronteiras planetárias. Mas, quando as soluções são implementadas em conjunto, nossa pesquisa indica que pode ser possível alimentar a população em crescimento de forma sustentável”, destaca Marco Springmann, da Universidade de Oxford. O estudo, financiado pela EAT como parte da Comissão EAT-Lancet para Alimentos, Planeta e Saúde e pela parceria “Nosso Planeta, Nossa Saúde” da Wellcome sobre Pecuária Ambiente e Pessoas, combinou contas ambientais detalhadas com um modelo do sistema global de alimentos que rastreia a produção e o consumo de alimentos em todo o mundo. Com esse modelo, os pesquisadores analisaram várias opções que poderiam manter o sistema alimentar dentro dos limites ambientais e descobriram que, entre outras coisas, será necessário reduzir pela metade a perda de alimentos e o desperdício. Essa redução, se alcançada globalmente, poderia reduzir os impactos ambientais em até um sexto (16%), de acordo com os pesquisadores. “Melhorar as tecnologias agrícolas e práticas de gestão exigirá um investimento crescente em pesquisa e infra-estrutura pública, os esquemas de incentivos adequados para os agricultores, incluindo mecanismos de apoio para adotar melhores práticas disponíveis e melhor regulamentação, por exemplo de uso de fertilizantes e qualidade da água”, diz Line Gordon, diretor executivo do Centro de Resiliência de Estocolmo e autor do relatório.

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zona rural

Imposto de exportação sobre couro cai A Câmara de Comércio Exterior (Camex) extinguiu o imposto de exportação incidente sobre a produção do couro wet blue e do couro salgado, alíquota aplicada agora apenas à armamentos e cigarros divulgação

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pós 18 anos de aplicação de imposto de exportação ao couro wet blue e 26 anos para o couro salgado, o Comitê Executivo de Gestão (Gecex) da Camex aprovou a retirada da alíquota. Presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), Tereza Cristina acredita que a eliminação da tarifa é um antigo pleito da agropecuária brasileira, pois sua cobrança era causa de sucessivas desvalorizações no preço da matéria-prima. “Além da desvalorização do nosso produto frente aos mercados internacionais, a cobrança do imposto também resultou em perda de renda e prejuízos aos produtores rurais e ao crescimento do país”, destaca. Além do couro até então, apenas outros dois produtos brasileiros sofrem essa taxação nas exportações - cigarros e armamento - sendo este último por razões relacionadas a fiscalização de contrabando e de segurança nacional. No caso do couro, a FPA argumenta que não havia razões que justificassem tal regime de exceção ao produto. A entidade já havia solicitado o fim da cobrança. Coordenador de Meio Ambiente da FPA, o deputado Valdir Colatto ressalta que a decisão já deveria ter acontecido há muito tempo, pois o imposto prejudica a posição e a concorrência do Brasil no mercado externo e dificulta a exportação do couro produzido no país. “É um ganho justo. Isso influencia na valorização dos nossos produtos, agrega valor à nossa matéria-prima e fortalece os produtores brasileiros, com melhores preços”, afirma. Para o representante da Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo), Paulo Mustefaga, a cobrança causava distorções e injustiças na cadeia produtiva do couro brasileiro. A principal delas era a perda da renda dos produtores da matéria -prima. O preço do couro verde (aquele que é vendido pelos produtores e frigoríficos ao curtume) caiu, ao longo dos anos em que o imposto era cobrado, em 90% no mercado interno, por exemplo. Paulo explica, ainda, que os 9% recolhidos do exportador eram retirados do preço do couro vendido. Ou seja, essa perda era sentida diretamente pelo produtor e pelos frigoríficos, que arcavam com a cobrança desse imposto para exportar o couro.


#pecBR

gente

PECUARISTAS . ESPECIALISTAS . CRIADORES

Sociais Os melhores eventos do bimestre

Perfil André andrade agosto / setembro 2018 | #pecBR

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agromaratá

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Antenor, Galdino e Ademar

Antenor, Ricardo e José Augusto e Régis

Bruno Vieira, Flávio Duarte, Alexandre Teixeira, Antenor Cunha, Michel, Tenil, Orlandinho, Frank Vieira e João Ricardo

Bruno Vieira, Orlandinho, André, Leiny Porto, Ricardo Vieira e Romero

Cleide, Arilene, Gabriel, Plinioda, Poliana e Paulo

Djair, João Filho, Marcus, Vinicius, Vilton e Francimar

Solyane, Gabriela, Juliano, Josete Vieira, Suellin, Maria da Conceição, Diana, Franciellen

Dr Portela, Orlandinho, Cláudio, Nilo, Ricardo, Fred e Marcelo Prazeres

Edvaldo, Fábio, Vandio e Adriano

Emiliano, Juracir Bandeira e Raimundo Gonçalves

Ricardo Vieira com a equipe Matsuda

Raimundo Nonato Costa , Alex Fábio e Sinara

Francisco Lino, André, José Filho e Rogério, Gazolla e Maria Célia

Gera, Luciano e Mael

Henrique, Alexandre, Leonardo Paz e Pedrinho

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Henrique, Vaneth, Dominfran, Dominguinhos, Pedro Lustosa

Ricardo, Marquinho e Rogério

João Ricardo, Annie, Ricardo, José Rocha, José Augusto, Frank, Alexandre e Teninho

Juliano, Ricardo, Frank e Jadiel

Juscelino, Nilton, Chiqinho, Vitor Dalton e Stelio Barros

Leon Freire e Ricardo Vieira

Mariah, Amaury, Ricardo, Annie e João Ricardo

Neilizangela, Cândida, Filemon, Caroline e Lassance

Nilinho, Ricardo Vieira, Cláudio Azevedo, Nilo, Vilton e Chico

Evandro, Rogério, Ivaldecir e Ricardo

Portela, Amilton Franco, Sebastião e Fred Prazeres

Rafaela, Michel Braga e Tuta

Renata, Ricardo, Diego, Antônio, José Braide e Frank

Ricardo, Annie e João Ricardo

Rogério, Fabiano, Orlandinho e Rafael

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gente

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André Moura Andrade

Um profissional dedicado à genética Cláudia Monteiro

P

aulista de Araraquara, André Moura Andrade tem hoje 50 anos de vida e mais de 20 de carreira. Médico veterinário pós-graduado em Administração de Marketing e especialista em julgamento de raças zebuínas pela FAZU/ABCZ, André é o nome frente ao empreendimento Cia Brasil Genética, uma empresa dedicada à exportação de genética das raças zebuínas. Além de prover embriões e sêmen para um grande e exigente mercado internacional, o profissional apoia os projetos dos seus clientes com orientação zootécnica. Casado com Andrea Cristina Galbiatti Parminondi Andrade, André é pai de Victor e Ana Beatriz, e divide seu tempo entre o trabalho e a família, que sempre o incentiva nos seus empreendimentos profissionais, mesmo quando o cotidiano acaba ficando corrido. Sua rotina de trabalho consiste em viajar o mundo comercializando genética, especialmente da raça brahman, e assessorar criatórios brasileiros e internacionais. Por isso, frequentemente está nos Estados Unidos, México, Guatemala e em outros países da América Latina. No Brasil, André participou da formação de grandes rebanhos, como Brahman Canaã, Brahman JOF e Brahman Conquista. Somente esses criatórios, juntos, com assessoria do profissional, já conquistaram 74 troféus em exposições nacionais (fora as regionais da épo-

ca) e rankings, entre 2010 e 2018. Através do seu trabalho nesses criatórios, grandes campeões foram coroados nas pistas de todo mundo, como, por exemplo, o famoso touro MR Jack 10/8 JOF, que foi Grande Campeão no Congresso Mundial Brahman, em 2010, em Uberaba (MG). Este, por sua vez, produziu Mr Osbournejack 111/3, Grande Campeão ExpoZebu 2015, comercializados seus direitos à Colômbia por US$60 mil em transação oficial. Mandy da Canaã é outro exemplo do trabalho de André, tendo sido coroada Grande Campeã Nacional por três vezes. Ele afirma que seu maior desafio é conduzir os produtores para uma seleção de ciclo curto e mais rentável, ao invés de animais selecionados com foco somente na beleza e no porte grande, que podem ser menos produtivos. “Minha missão profissional é levar aos clientes e amigos boas e rentáveis experiências para que possam produzir mais com menos, respeitando o meio ambiente”, explica. Em 2011, André iniciou seu trabalho como pecuarista, adquirindo sua primeira fêmea registrada no 1º Leilão Nelore da Fazenda Colorado, de Marcelo Mendonça. Em 2013, conheceu o brahman, e, em maio de 2014, adquiriu seu primeiro exemplar da raça. Hoje, conduz criterioso trabalho de seleção do Rancho AMAF, em Estrela d’Oeste (SP). Lá, o profissional comercializa touros, prenhezes e novilhas brahman cinza e vermelho, produzindo também bezerras gir e girolando F1. “Não é um projeto grande, mas, acompanhado com muita dedicação e amor”, garante.

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social

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Adilson Makabu e Floriano Neto

Alessandra e Ana Lúcia

Ana Cláudia e Virgílio

Ana e Nelclair

Betão e Benedito

Bony, Nilsão, Aurico e Maurício

Carlos Borges e Muskos

Charles, Paulo e Eustáquio

Danilo, Udelson

Dr Botelho e Dalila

Enrique, Rubens, Amandio, Jarbas e Fernando

Eurico, Paulo, Renato, Rodrigo, Machadinho, César, Silvestre e Clenon

Fernanda e João Persiane

Flavinho, Osvaldo e Branchini

Fred, Rodrigo, Rivaldo, Arnaldinho, Guto e Fabiano

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Guilherme, José Humberto, Valdomiro, Muskos e Bendilate

Haran, Cicinato, Vicente, Tales e Heleno

Jenecy, Rogério e Gustavo

Juarez e Flávia

Leonardo, Wilson e Felipe

Marcelo e Vivian

Mari, Cris e Mariana

Murilo, Murilinho e Josy

Paulo Barufi com as filhas gemêas Manoella e Isabella

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social

Fernando Baldomar com visitantes do equador Luiz, Jorge Zamorano, Luis Hierro, Carlos Hernandez

Marcus, Edilson, João e Flávio

Silvestre e Guillermo

Paulo e Luisa

Jessica, Maite, Julico,Júlio Filho, Andres, Ema, Franco Filho, Liz e Franco

Javier, Guillermo e Ernesto

Iara, Ana Cláudia, Icce, Gabriela

Antônio, Osvaldo, Felipe, Toti e Beto

Carlos, Patrícia, Andrea e Rafael

Jorge Arias e Chacho Tuma

Douglas, Douglas Filho e Kiara

Jessica e Yamil

Mario Escalante e Vicente Gutierrez

Criadores da raça holandesa

Jorge Nunes, Dra Carla e Oscar

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Mário Daniel, Andrea e Andres

Raul e Sara

Roberto e Rafael

Lorena e Patrícia

Mário, Mário, Maida e Ricardo

Oscar e Oscarito

Tereza, Osvaldo e Osvaldinho

Cátia e Juan Carlos

Fábio, Marta e Marcela

Luiz Carlos, Mafra Júnior, Daniel e João Aguiar Filho

Marcelo, Tereza e Euclides

Paulo, Marcelo, Romer, Julico e Guillermo

Amir Filho, Amir e Jean Carla

Carlos, Nicholas, Ciancaglini, Isamu, Rerme e David

Fernando, Maria Inês, Ivone e Lucho

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social

Rafael e Thelma

Pedro e Carol

Fabiano, Bruno e Cláudio

Felipe, Eduardo, Gustavo, Betina, Karina e Ercy

Zé Neto, Taynara Raphael, Bavaresco e Simone

Sandra, Janaína, Mariana e Icléa

Cassiano, João Paulo, Daniela e Patrícia

Helio, Luciana, Bianca, Bruno e Dari

Gilmar e Danielle

Henrique, Isabela, Mille e Márcia

Eduardo, Machadinho e Marino

Geise, Jairo, Cláudia, Fabiano, Aluisio e Thiago

Fernando Garcia, César Menotti, Ricardo Vicintin, Arthur Moraes e Nenezini

Paulo, Semenzato, Aciole, Mauro Naves e Igor

Silvana e Cássio

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social

João Bosco, Zè Neto, Fabiano, Mauro, Adalberto e Joy

Tatiana, Luisa, Paulo, Fabiano, Fabiana, Felipe e Heitor

Sandra e Pellegrino

Jaime, Pedrinho, Nielce e Fernando

Orlandinho, Daniel, Mauro, Mônica e Pedro

Vera, Anita, Cássio, Polly e João

Dante e Valquiria

Zenilda e Casagrande

Fernando e Paula

23Eliane, Lizete, César e João

Cláudia, Bruna, Ciça e Bettina

Zé Furtado, Tatá, Mariane, Angela, Guilherme e Brunno

Rotinha e Daiane

Vilmari, Delsique, Jessica e Rafael

Edjane e Maurício Aquino, Maurício, Val e Zezão

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ponto de vista

“Não basta o Brasil ter recursos naturais e clima favorável. É preciso pensar nas pessoas, capacitá-las para serem gestores, que saibam integrar sistemas, tomar decisões com base em informações, trabalhando a integração do conhecimento”. Luiz Gustavo Nussio, diretor da Esalq (USP)

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“É preciso reconhecer que estamos diante não só de um novo agro, mas de um novo agricultor. Sustentabilidade não pode mais ser algo discutível, não dá para produzir sem ser sustentável e a pessoa mais credenciada a cuidar da natureza no Brasil é o agricultor. Não podemos ter medo de discutir questões sérias e polêmicas, como a dos agrotóxicos. O agro tem o compromisso de se posicionar na linha de frente da sociedade. Temos um desafio de comunicação muito grande, mas, ao mesmo tempo, uma base muito boa, que é a sinceridade, a lisura e a paixão do agricultor brasileiro. Toda essa tecnologia que está chegando não vai tirar a maravilhosa cultura e as tradições do agricultor brasileiro”. Humberto Pereira, jornalista, ex-editor do Globo Rural e um dos criadores da campanha da Globo “Agro: a indústria riqueza do Brasil”

“O agronegócio brasileiro é um player decisivo no esforço planetário para garantir segurança alimentar, energética e a paz com sustentabilidade no mundo”. Gustavo Spadotti Castro, pesquisador da Embrapa Territorial e supervisor do Grupo de Gestão Territorial Estratégica

“Ao adotar práticas de manejo mais conservacionistas, o produtor está provendo também serviços ambientais para a sociedade, além dos produtos agropecuários. Portanto, nada mais justo que a sociedade pague por esses serviços. Esse talvez seja o único mecanismo capaz de auxiliar na adequação ambiental do setor agropecuário em função de suas especificidades”. Junior Ruiz Garcia, doutor em Desenvolvimento Econômico, Espaço e Meio Ambiente

“O agronegócio brasileiro necessita da integração e presença de todos os envolvidos. As mulheres ocupam espaço de destaque e liderança em empresas e propriedades rurais de todos os portes, tomando decisões para o sucesso e a maior produtividade do campo. Para contribuir ainda mais para o sucesso do agronegócio, precisamos entender suas reais necessidades, dentro e fora da porteira”. Guilherme Vianna, gerente de negócios da Belgo Bekaert Arames

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opinião

Otávio Celidonio Superintendente do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Mato Grosso (Senar MT) otavio.celidonio@senarmt.org.br

VISÃO

O tempero da tecnologia indiana

a

Índia é um local difícil de digerir. Não só pela sua comida, com tempero e “picância” exótica para o paladar ocidental, mas pelo sucesso que vem conseguindo trilhar em meio a tantas dificuldades. Esta constatação veio após a minha participação na delegação da terceira missão técnica do programa AgriHub, realizada nas últimas semanas. Nós brasileiros conhecemos pouco da Índia. Além de uma fração da sua cultura e monumentos, como o magnífico Taj Mahal, uma das coisas que geralmente conhecemos são as estatísticas de população, atualmente com quase 1,3 bilhão de habitantes, número que deve colocar o país em breve na posição de mais populoso do mundo, ultrapassando a China – que tem 100 milhões de habitantes a mais. Se muita gente já não fosse algo difícil para um governo administrar, a diversidade de línguas complica muito mais a coisa. Além do inglês, resultado da colonização inglesa, o país tem oficialmente o Hindi e outras 21 línguas, sendo que na verdade estas línguas são desdobradas em mais de 400 idiomas e dialetos, onde não só a fala, mas as escritas variam bastante. Mesmo neste contexto, com os avanços tecnológicos da revolução verde e o estabelecimento de um sistema de extensão rural muito forte e eficaz, em meados da década de 90, a Índia conseguiu superar as dificuldades e se tornar um exportador líquido de alimentos. O país não teve um papel de protagonista no desenvolvimento das tecnologias desta revolução que iniciou pós segunda guerra mundial, se expandindo fortemente para os países em desenvolvimento no final da década de 60, sendo considerado o americano Norman Borlaug, o pai desta revolução, laureado com o prêmio Nobel da Paz por seus serviços prestados à humanidade. Mesmo tendo superado o desafio do volume de produção, prova da falta de protagonismo da Índia está em seus grandes desafios, como o nutricional. Como praticamente metade da população é vegetariana, por questões religiosas, a demanda por alimentos que possam suprir a carência de proteínas, como feijão e pulses, é enorme, e pode trazer boas perspectivas de negócios e diversificação da produção aqui no Brasil. Apesar disso, o papel da Índia na revolução tecnológica vivida atualmente – que chamamos de “Era da Agro Inteligência” – é de protagonista. Por isso, o foco da missão internacional foi visitar e desenvolver relacionamento com incubadoras, aceleradoras e agências de fomento de startups, nome dado às empresas de tecnologias com alto potencial de crescimento. Mesmo representando cerca de 126

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5% do volume de empresas do tipo, o país já tem em ação mais de 350 startups dedicadas ao agronegócio, um número equivalente ao do Brasil, onde o setor tem uma influência maior sobre a economia. Quando questionamos quais seriam os segredos do sucesso dos nossos anfitriões, a repostas apontaram para três pilares: Infraestrutura tecnológica do país (internet, servidores, bancos de dados e etc); capacidade e baixo custo da força de trabalho; e incentivos governamentais. A dor de cotovelo foi grande, pois não escutamos ninguém reclamar do governo, ao contrário, os elogios foram frequentes. Um país que não só oferece recursos e facilita a vida dessas empresas em fase de desenvolvimento, como estimula fortemente o empreendedorismo. Prova maior disso é a criação de uma lei que autoriza professores de universidades públicas a serem sócios destas startups, estimulando, no berço da pesquisa, a inovação com foco em soluções para os problemas do mercado, algo que somaria muito ao modelo do tripé ensino, pesquisa e extensão americano. Em meio a uma dinâmica social caótica, com fortes contrastes entre riqueza e pobreza, os resultados aparecem. Assim como vimos em Israel, os desafios impostos pelo meio em que os empreendedores parecem mais ajudar do que atrapalhar, transformando fraquezas e ameaças em forças e oportunidades. Na era da inovação aberta, esta e outras lições são importantíssimas para trilhar o caminho do sucesso sem sofrer pelas mesmas causas. As oportunidades geradas por esta e outras missões realizadas na onda da tecnologia representam o plantio de um novo modelo de produção e seguiremos trabalhando para que o nosso produtor seja o primeiro a colher.


Eduardo Muniz de Lima “Mineiro”

opinião

Médico veterinário pela UNESP-Jaboticabal, especialista em Produção de Ruminantes, MBA em Gestão Empresarial, MasterMind Aliança Agrotalento e diretor da Central de Receptoras Minerembryo diretoria@minerembryo.com.br

GENÉTICa

O que esperar do mercado da genética 2019?

O

ano de 2018 caminha para seu término, mas, deixará enormes vitórias no setor pecuário. Os números mostram evolução no mercado de genética, exportação de carcaças e animais em pé. A exportação de embrião começa a ser descoberta. Eventos como a ExpoGenética de Uberaba deram um show de organização e faturamento. A Nacional do Gir inova e coloca a genômica à disposição do mercado. O que esperar de 2019? Começamos 2018 com um quadro de instabilidade econômica e política, mas, ao longo do ano, com a colheita da safra e maior previsibilidade da @, estamos conseguindo vencê-lo, superando toda e qualquer expectativa inicial ruim de produção. As exportações de carcaças e de animais vivos podem bater nossos recordes históricos e abrem novas frentes de mercado de qualidade. O pecuarista deve estar atento, pois cria uma válvula de escape à queda de consumo interno e tende a melhorar os preços decorrentes da variação cambial, mas, que nem sempre é repassado pelo frigorífico ou pelo exportador de gado em pé. Para isto, a organização de toda cadeia da carne se faz necessária através de órgãos regulatórios sérios, como os da Austrália. No campo da produção e exportação de embriões, principalmente pela tecnologia de congelamento por DT de FIV, grandes passos vêm sendo dados. O mundo sedento por nossa genética tropical pressiona seus Ministérios da Agricultura a fazer protocolos sanitários com o Brasil dentro de acordos bilaterais de troca de material genético, principalmente na América Latina, e daí para o mundo. A ExpoGenética que comemorou 50 anos de melhoramento genético (PMGZ) pela ABCZ, lançamento do Sumário ABCZ/Embrapa, prova do PNAT de ganho de peso com leilão no final, e, já nos primeiros três leilões, um faturamento recorde de R$8,5 milhões. Não dá para falar em crise aqui!

FONTE Agropecuária CFM

Dentro da Expoinel em Uberaba, tivemos a ExpoBrahman, Guzerá e a Nacional do Gir. Esta última, inovou com as Fazendas do Basa, do Dr. Evandro do Carmo Guimarães, que colocou o início do trabalho de genoma da raça gir leiteiro à disposição do mercado em seu leilão, e colheu excepcional faturamento. Observando de fora estas últimas exposições do ano através do feedback dos criadores, bem como os resultados parciais de nossa eleição, que renovou bem a Câmara Federal e o Senado, acredito que voltamos à curva ascendente para a pecuária de melhoramento genético. Novos tempos se abrem para a expectativa de altos investimentos externos e internos em nossa pecuária. Viva 2018! Ânimos renovados para 2019!

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opinião

Michaela Demétrio Nutricionista e produtora de leite e derivados no Sítio Rio Negro michaela@dieter.com.br

LEITE

Natureza do leite influencia qualidade dos laticínios

t

enho procurado nos supermercados um bom queijo, ou mesmo uma coalhada de qualidade – aquela simples coalhada com sabor adocicado de leite puro – daquele leite tirado da vaca bem tranquila, que vive no pasto, que toma água limpa, aquela que mantém a cria ao seu redor, que a lambe com todo afeto de vaca leiteira. Aquela vaca que toma sol, que se molha com a água da chuva, que anda em busca do último talinho verde de capim. Hoje fui à busca de um iogurte... Achei uns em embalagens ovais, redondas, alguns com rótulos azuis e outros mais coloridos com frases criativas e vários ingredientes, sendo o “leite” apenas um deles. Fico me perguntando quem me seduz mais: a embalagem ou o sabor? Sendo que, na verdade, deveria estar adquirindo o produto para me alimentar saudavelmente. Sim, aquele iogurte que é o leite puramente fermentado com lactobaccilus (fermentos lácteos) cuja função é restaurar a flora intestinal para melhorar meu bem-estar já foi tão camuflado com cores e sabores que acabo consumindo para encantar o meu paladar, iludindo a minha saúde. Vamos nos lembrar de que o índice de brasileiros obesos cresceu 60% em 10 anos, segundo o IBGE (2017), e a obesidade sensibiliza a fisiologia gerando variados tipos de alterações metabólicas e psíquicas. Alimentos

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muito modificados industrialmente, com acréscimo de sabores, cores e adoçantes não saciam verdadeiramente nosso prazer, pelo contrário, eles interferem nos nossos sentidos cognitivos dando vontade de “quero mais”. Além disso, o excesso de ingredientes interfere na digestão do próprio iogurte, que passa então a desequilibrar nosso metabolismo, e aí todos os efeitos seguem numa cadeia sequencial desastrosa para a saúde. Agora, pergunto-me: os laticínios são mascarados porque o consumidor assim o deseja ou porque o leite fornecido pelo criador é de baixa qualidade, obrigando a indústria láctea a criar produtos disfarçados? Um pasto rotacionado e bem manejado, água de qualidade, controle da genética para ir melhorando o rebanho são cuidados básicos para qualquer pequeno pecuarista. Como nutricionista e pecuarista, garanto que o criador com consciência poderá ofertar ao mercado um leite com suas devidas propriedades elevadas e aprovadas! Tive a grata surpresa de conhecer numa padaria, em Uberaba (MG), os produtos da Leiteria Terras de Kubera, que se preocupa desde o conforto animal até a apresentação do produto final, criando toda cadeia satisfatória para garantir ao consumidor um leite puro, limpo e saudável. Parabéns, este é o exemplo! Leite de qualidade gera produto íntegro, saboroso, vigoroso e benéfico. Pecuarista, fique atento!


Marcos Palhares

opinião

Agrônomo especialista da área de desenvolvimento tecnológico para Sementes Agroceres, Dekalb e Agroeste marcos.palhares@bayer.com

TÉCNICO

O primeiro passo para garantir uma boa silagem

o

principal alimento para ruminantes no Brasil é a forragem, sendo o capim a pastagem mais utilizada. Elas sofrem com a sazonalidade de sua produção devido a fatores plantasolo-clima e, desse modo, a oferta de alimento concentra-se em períodos mais favoráveis ao desenvolvimento das plantas, ou seja, na primavera e verão. Como consequência, o déficit de alimento nas estações seguintes é grande e, para que os animais mantenham bons índices de desempenho, é preciso manter a quantidade e qualidade da forragem ofertada durante todo o ano e a adoção de estratégias para conservação de forragens pode suprir essa demanda. No Brasil, o milho é a cultura mais utilizada para confecção de silagens, cujas plantas apresentam características de composição ideais, possibilitando a fermentação microbiana desejável a um custo de produção relativamente baixo. Apesar do processo de ensilagem ser conhecido e difundido no mercado, grande parte dos produtores rurais ainda têm dificuldades ou realizam de forma inadequada as etapas de produção, implicando em perdas que podem representar até 70% do custo total. Segundo o Anuário do Leite 2018, publicado pela Embrapa Gado de Leite, a produção atual brasileira passa de 35 bilhões de litros de leite ao ano, e segue a mesma tendência mundial, que é de crescimento da produção e da produtividade, com redução do número de fazendas produtoras e aumento da quantidade de animais em produção. Entretanto, ainda há muito espaço para que a produtividade do país expanda. Se considerarmos a produtividade animal como um indicador de desenvolvimento da atividade leiteira, podemos ver no anuário que os norte-americanos, com 9,9 mil kg de leite por vaca/ ano, apresentam o maior índice entre os países classificados como grandes produtores. Esse número está muito acima do Brasil, que apresenta índices de produtividade animal inferiores a 3 mil kg/ vaca/ano, junto com Turquia, Paquistão e Índia. Com alimentos de qualidade, que atendam às exigências dos animais de forma mais correta, é possível conseguir excelentes resultados e atingir novos índices de produção. Produzir boa silagem é garantir um produto de alta qualidade, aumentando significativamente o desempenho dos animais, principalmente o gado leiteiro. Já a ensilagem de baixa qualidade reduz essa produtividade e aumenta os custos do pecuarista com a alimentação suplementar. Os híbridos específicos para silagem apresentam características que se somam àquelas já existentes para produção de grãos, e o pecuarista precisa estar atento. Além da alta produção de grãos e matéria seca por área plantada, ambos de extrema importância para a silagem, o milho precisa trazer ainda outros atributos, como fibras e amido de alta digestibilidade, grãos profundos que facilitam seu processamento durante a colheita, sabugos finos, colmos grossos, boa tolerância ao tombamento de plantas e doenças folia-

res, ciclo de enchimento de grãos longo, boa estabilidade de produção ao longo dos anos e, finalmente, como resultado do conjunto dessas características, alta conversão alimentar (kg leite/kg de matéria seca). Produtor de leite planta milho para “colher” leite. A colheita da planta inteira de milho para silagem é mais comum, embora existam outras modalidades que chegam a considerar apenas a espiga com palha. Entretanto, a decisão da altura de corte depende da necessidade de cada propriedade, uma vez que cortes em alturas mais elevadas sacrifica a produtividade em prol de uma melhor qualidade. A altura mais utilizada está entre 20 e 30 centímetros do solo – evite altura menores de 20 centímetros por causa do risco de contaminação com a terra. Já a altura de corte entre 40 e 60 centímetros melhora o valor nutritivo e a digestibilidade da silagem, uma vez que a parte mais nutritiva da planta está no terço superior da planta. Para vacas de alta produtividade, redução do teor de fibra e aumento da digestibilidade resulta em maior consumo de silagem, o que pode ocasionar economia na inclusão de concentrado na dieta total. Um ponto muito importante dessa cultura é a adubação. Além da adubação tradicional, as lavouras visando silagem de alta qualidade devem sempre receber manejo com fungicidas e adubação foliar baseada em análises. Apesar disso, no final do dia, o produtor de silagem precisa ter os mesmos cuidados de uma produção de grãos e investir em insumos de qualidade. Por fim, é de suma importância utilizar as Melhores Práticas Agronômicas, além do Manejo Integrado de Pragas (MIP) e Refúgio. Com elas, é possível alcançar excelentes resultados de produtividade, preservando os benefícios das tecnologias Bt (Bacillus thuringiensis). O pecuarista de sucesso precisa ser, afinal, um bom agricultor. As decisões são complexas e exigem planejamento, e a produção de silagem de milho é um conjunto de processos, onde o cultivo do milho visando alta produtividade de grãos representa o início das operações. Desta forma, é fundamental que os produtores de leite invistam em capacitação técnica, para melhorarem seu conhecimento do processo de ensilagem e das tecnologias atualmente disponíveis para essa finalidade.

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em foco

FOTO Carlos Lopes

“Penso que cumprir a vida seja simplesmente Compreender a marcha e ir tocando em frente. Como um velho boiadeiro levando a boiada, Eu vou tocando os dias pela longa estrada, eu vou, Estrada eu sou� Almir Sater e Renato Teixeira

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