Neolatina v.2 n°.7 (2016)

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Philos

PORTUGUÊS CATALÀ ESPAÑOL FRANÇAIS ITALIANO ROMÂNĂ REVISTA DE LITERATURA DA UNIÃO LATINA 7 agosto 2016 · REVISTA DE LITERATURA DE LA UNIÓN LATINA 7 agosto 2016

RENAN REIS HOZANA BIDART MANDU HOLANDA JESSYCA SANTIAGO BENEDITO TEIXEIRA PIRES FILHO FILIPE NOGUEIRA RASSI ODENIR FERRO

NEOLATINA


Philos

PORTUGUÊS CATALÀ ESPAÑOL FRANÇAIS ITALIANO ROMÂNĂ REVISTA DE LITERATURA DA UNIÃO LATINA 7 agosto 2016 · REVISTA DE LITERATURA DE LA UNIÓN LATINA 7 agosto 2016

RENAN REIS HOZANA BIDART MANDU HOLANDA JESSYCA SANTIAGO BENEDITO TEIXEIRA PIRES FILHO FILIPE NOGUEIRA RASSI ODENIR FERRO

NEOLATINA


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EXPEDIENTE

REVISTA DE LITERATURA DA UNIÃO LATINA REVISTA DE LITERATURA DE LA UNIÓN LATINA

Souza Pereira

EDITOR CHEFE | EDITOR EN JEFE

Sylvia de Montarroyos

COMITÊ EDITORIAL | COMITÉ EDITORIAL

Lucrecia Welter

REVISÃO DE TEXTOS | SUPERVISIÓN DE TEXTOS

Maus Hábitos

DESENHO E DIAGRAMAÇÃO | DISEGÑO Y DIAGRAMACIÓN

SOBRE A OBRA DESTA EDIÇÃO | SOBRE LA OBRA DE ESTA EDICIÓN

Publicado originalmente em agosto de 2016 com o título Philos, Revista de literatura da União latina. Os textos desta edição são copyright © de seus respectivos autores. As opiniões expressas e o conteúdo dos textos são de exclusiva responsabilidade de seus autores. Todos os esforços foram realizados para a obtenção das autorizações dos autores das citações ou fotografias reproduzidas nesta revista. Entretanto, não foi possível obter informações que levassem a encontrar alguns titulares. Mas os direitos lhes foram reservados. Philos, Revista de Literatura da União Latina é registrada sob o número SNIIC AG-20883 no Sistema Nacional de Informações e Indicadores Culturais com Certificado de Reserva outorgado pelo Instituto Nacional de Direitos do Autor sob o registro: 10-2015-032213473700-121. ISSN 2527-113X. Revista Philos © 2017 Todos os direitos reservados. | Publicado originalmente en agosto de 2016 con el título Philos, Revista de literatura de la Unión latina. Los textos de esta edición son copyright © de sus respectivos autores. Todos los esfuerzos fueron hechos para la obtención de las autorizaciones de los autores de las citaciones o fotografías reproducidas en esta revista. Sin embargo, no fue posible obtener informaciones que llevaran a encontrar algunos titulares. Pero los derechos les fueron reservados. Philos, Revista de Literatura de la Unión Latina es registrada bajo el número SNIIC AG-20883 en el Sistema Nacional de Informaciones e Indicadores Culturales con Certificado de Reserva otorgado por el Instituto Nacional de Derechos del Autor bajo el registro: 10-2015-032213473700-121. ISSN 2527113X. Revista Philos © 2017 Todos los derechos reservados.

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Philos, Revista Philos Revista de de Literatura Literatura da da União União Latina Latina || Revista Revista de de Literatura Literatura de de la la Unión Unión Latina. Latina.


EDITORIAL

REVISTA DE LITERATURA DA UNIÃO LATINA REVISTA DE LITERATURA DE LA UNIÓN LATINA «O poeta necessita de palavras em seu poema, mas a poesia dispensa palavras e poetas». Neste número, convidamos a ilustradora franco-venezuelana, Laureline Delahousse, nascida em Gap na França. A artista estudou engenharia eletrônica na ESIEE Paris, mas sempre possuiu uma veia artística. Apaixonada pela música, já possuiu três bandas nas quais fora vocalista e guitarrista. Seu amor pela música também despertou interesse pelo Brasil, escutando os clássicos da Bossa Nova e MPB fazendo com que viesse se instalar na capital mineira, Belo Horizonte, onde floresceu seu talento visual por meio das montagens digitais nas quais cria universos poéticos trazendo a vida quimeras, parte humanas parte animais em meio a paisagens lúdicas, fortes e contagiantes que contrastam à dura realidade e existência contemporânea. Esta publicação é parte do Philos Reposter, um projeto de republicação de todo o material lançado pela editora Camará Cartonera em novo formato gráfico, com colaborações de novos ilustradores, fotógrafos e artistas visuais. Desejamos uma ótima leitura, Souza Pereira

EDITOR CHEFE | EDITOR EN JEFE

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EDITORIAL

REVISTA DE LITERATURA DA UNIÃO LATINA REVISTA DE LITERATURA DE LA UNIÓN LATINA «El poeta necesita de palabras en su poema, pero la poesía dispensa palabras y poetas». En este número, invitamos la ilustradora franco-venezolana, Laureline Delahousse, nacida en Gap en Francia. La artista estudió ingeniería electrónica en la ESIEE París, pero siempre poseyó una vena artística. Enamorada por la música, ya poseyó tres bandas en las cuales fuera vocalista y guitarrista. Su amor por la música también despertó interés pelo Brasil, escuchando los clásicos de la Bossa Nueva y MPB haciendo con que viniera a instalarse en la capital mineira, Belo Horizonte, donde floreció su talento visual por medio de los montajes digitales en las cuales crea universos poéticos trayendo la vida quimeras, parte humanas parte animales en medio la paisajes lúdicos, fuertes y contagiantes que que contrastan a la dura realidad y existencia contemporánea. Esta publicación es parte del Philos Reposter, un proyecto de republicación de todo el material lanzado por la editora Camará Cartonera en nuevo formato gráfico, con colaboraciones de nuevos ilustradores, fotógrafos y artistas visuales. Deseamos una óptima lectura, Souza Pereira

EDITOR CHEFE | EDITOR EN JEFE

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SUMÁRIO | SUMARIO POEMAS | HAICAIS | POESIA POEMAS | HAIKU | POESÍA

7 A sombra,

por

RENAN REIS

8 Brasileirinho,

por HOZANA BIDART

9 Correntes,

10 Haicai IX -

por

Inverno,

por JESSYCA

SANTIAGO

MANDU HOLANDA

13 Pele negra,

por

FILIPE NOGUEIRA RASSI

11 Shangri-La,

por

JESSYCA SANTIAGO

14 Eterno amor, por ODENIR FERRO

12 Aleivosias,

por

BENEDITO TEIXEIRA PIRES FILHO

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MOSTRA DE POESIA LUSÓFONA

POEMAS

Dossiê de Literatura Neolatina

A SOMBRA por

Renan Reis1

haverá alguma sombra que toque a flor nauseabunda do corpo estirado na viela? e a sombra descerá mansa sem alarde? acariciará o corpo frágil da flor sobre a carne estendida e fria, já surda aos gritos pardos? a sombra será como consolo da amamentação na madrugada, ao choro de fome, ou de medo? quando a sombra partir, descabida e indomável, ante o dia, o café, a rotina, o corpo já será foto e enfeite? a flor será de plástico? e a sombra será de gente?

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Renan Reis

(Mongaguá, 1989). Formado em Análise e Desenvolvimento de Sistemas.

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MOSTRA DE POESIA LUSÓFONA

POEMAS

Dossiê de Literatura Neolatina

BRASILEIRINHO por

Hozana Bidart1

Se fuçar bem no meio do lixo tem até homem de reza ensaiada repete a que lhe foi ensinada e perdoa essa vida má. Chega domingo, pede a Jesus um cachimbo perdido em meio a sujeira só quer mesmo é a bebedeira pra fazer o dia acabar. O indigente, ria até faltando uns dentes "até mesmo ninguém liga pra gente" dizia sem se preocupar. Já perdido na escuridão da lixeira namora uma a uma as estrelas até o céu surrupiar. De manhã cedo, num nicho, no pescoço, um crucifixo, o coração achou no lixo e segue a vida como dá.

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1Hozana

Bidart (Rio de Janeiro, 1997). Encontra na poesia uma forma de desconstrução: da LGBTfobia, do machismo, do racismo, de preconceitos sociais e culturais e, acima de tudo, luta pela sua ideologia de que a poesia nasceu para ser acessível a todos, como uma espécie de voz e alento, sem perder uma delicadeza poética única.


MOSTRA DE POESIA LUSÓFONA

POEMAS

Dossiê de Literatura Neolatina

CORRENTES por

Mandu Holanda1

Quando não me restar nenhuma réstia de lucidez, prende-me com uma corrente marinha. Quando não mais suportar a minha loucura, Ata-me! Amarra, amor, meu pé a um pé de vento! Desata os nós, destrata o nós e ata-me fortemente a uma corrente de vento ascendente! Trança para mim uma corda com a linha do equador! E, no fio da navalha, farei acrobacias sem medo de cair numa rede de intrigas. Veste-me uma camisa de força com estampas florais! amordaça-me com a tua hipnótica assertividade! inocula-me o veneno da apatia e da hipocrisia! mesmo assim, ouvirei o chamado do mar e do vento. Correntes convergentes ou descendentes, Térmicas, lépidas ou correntes tropicais, Correntes frias dos polos ou correntes equatoriais, Correntes que me libertem da lucidez inconveniente...!

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1Mandu

Holanda (Ceará, 1968). Pedagogo por formação, Oficial de Justiça por profissão, Músico por diversão e Boêmio por vocação. Casado com Lene, pai de Yorrana, Gabriel e Ariadna e avô de Maria Clara.


MOSTRA DE POESIA LUSÓFONA

HAICAIS

Dossiê de Literatura Neolatina

HAICAI IX - INVERNO por

Jessyca Santiago1

bem-te-vi canta entre galhos sem folhas ao amanhecer.

1Jessyca

Santiago (Recife, 1990). Graduada em Letras Inglês pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro, trabalha como professora.

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MOSTRA DE POESIA LUSÓFONA

POEMAS

Dossiê de Literatura Neolatina

SHANGRI-LA por

Jessyca Santiago1

Gosto de andar pelo chão de terra batida Molhado pelo orvalho das manhãs de inverno, Vendo o verde desbotado dos arbustos cansados Esperarem a primavera chegar. Ao longe, sons chiados de rádios AM ressoam, Nostálgicos, ao longo das casas de tijolos em Consonância com os bem-te-vis. Crianças brincam no campo improvisado, De casaco e chinelo desde as primeiras Horas da manhã até que o azul-escuro Tinja o laranja-avermelhado das tardes. Mas que lugar é esse, meu Deus?! Onde ao anoitecer as lâmpadas dormem E estrelas brilham… Soberanas, cristalizadas No firmamento do já não tão distante céu.

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1Jessyca

Santiago (Recife, 1990). Graduada em Letras Inglês pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro, trabalha como professora.


MOSTRA DE POESIA LUSÓFONA

POEMAS

Dossiê de Literatura Neolatina

ALEIVOSIAS por

Benedito Teixeira Pires Filho1

Não poderia viver de mentiras, De máscaras e interesse; A verdade é semelhante a um adolescente, A máscara caiu - é o que diz você sem saber da verdade, Nas suas palavras, mentiras e desilusões; Na minha vida, noites mal dormidas; A imundice toma conta do ser, O coração dilacera e devasta a mente, Um apelo suave obstinado a um amigo, Obrigado por não me deixar morrer, Com tudo, os sonhos desaparecerem, Eis aí o dono da verdade! Aquele que vê o mundo acertado à sua maneira, E fala mentiras com realidade, À noite, vejo suas mentiras ocultas, Mudam-se o tempo, os corpos, mas nunca as máscaras, E minhas poesias, minha dança, meu rosto, pra você, continuam sendo farsa, Que o poder do outro não confunda as nossas verdades! Que a gente conheça o poder do outro sem esquecer-se do nosso.

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Benedito Teixeira Pires Filho (Itapipoca 1

, 1992). Acadêmico de Enfermagem da Universidade Estadual Vale do Acaraú-UEVA, Técnico de Enfermagem.


MOSTRA DE POESIA LUSÓFONA

POEMAS

Dossiê de Literatura Neolatina

PELE NEGRA por

Filipe Nogueira Rassi1

não direi que os deuses usaram da tinta da noite quando foram compor você; nem que a pérola mais magnífica é a pérola que leva o mesmíssimo tom seu. apenas direi que você tem a cor dos abismos em que me jogo apaixonadamente todas as noites enquanto estou dormindo.

1Filipe

Nogueira Rassi (Minas Gerais, 1989). Poeta e vocalista de banda de rock.

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MOSTRA DE POESIA LUSÓFONA

POEMAS

Dossiê de Literatura Neolatina

ETERNO AMOR por

Odenir Ferro1

Quero criar um pedacinho de Oásis no meu encanto Quero recriar todo um Oásis no seu encanto, Onde possa redefinir as raízes do meu canto. Ao retornar aos meus ouvidos esses ecos Que perfazem as linhas do eterno amor Que envolve as brisas dos desejos, Que circundam a força do esplendor De sentir, no topo da vida, o ardor Das emoções fluindo em puras cascatas De luzes incandescentes, nos artifícios, Dos fogos que caem como ondas do seu céu. Para iluminar a beleza desse eterno amor, Que incendeia o brilho da luz, Quando os olhos meus Cintilam para os teus.

1Odenir

Ferro (São Paulo, 1990). Escritor, poeta e Embaixador Universal da Paz.

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