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Colegial News Nosso colégio, nosso negócio Quarta-feira, 17 de setembro de 2014

R$ 1,50

Ano 1

Nº 0002

O roteiro de viagens do Ensino Médio Saiba como funcionam as viagens voltadas para o aprendizado no Ensino Médio integrada de Estudo do Meio para todo o Ensino Médio.

O roteiro se inicia pelo conhecimento das questões

Memorável conquista: grupo do segundo ano se reúne uma última vez antes da partida no aeroporto de Omaha, Eppley Airfield, em Nebraska.

Dando continuidade à ideia de internacionalização do colégio e tendo como suporte os conceitos vivenciados e aprendidos durante a primeira viagem, os alunos brasileiros passam por um processo de imersão na cultura americana com a viagem para Omaha, NE, onde devem fazer um paralelo com as características do país.

Protestos na Avenida Paulista renovam crença na geração jovem Durante os protestos, os jovens desmentiram que a geração atual era apática e acomodada. Esses jovens adultos mostraram a indignação

das camadas mais novas com o governo atual e reivindicaram mais honestidade na política. Agora, os protestos ainda refletem no cenário político e farão a diferença, a longo

prazo, na memória dos cidadãos e políticos do Brasil.

Nessa edição, houve uma novidade: a instituição de um comitê histórico, o Tribunal de Nuremberg, no qual os participantes foram divididos em três categorias – réus,

Finalmente, no terceiro ano, retomam-se às raízes com a já consagrada viagem de Cordisburgo, na qual toma-se a subjetividade do interior humano com o interior do próprio sertão, através das vivências de Guimarães Rosa. COLÉGIO / PÁGINA B1

Uma mulher de várias habilidades CULTURA E SOCIEDADE / PÁGINA C1

OPINIÃO / PÁGINA A1

Novidade da SINU dinamiza seu adiantamento Nos dias 12,13 e 14 de setembro deste ano, ocorreu, no Colégio São Luís, a VIII Simulação Interna das Nações Unidas.

OPINIÃO / PÁGINA A2

de funcionamento público do país e a formação política dos estudantes do primeiro ano através de uma viagem à Brasília.

10daysinomaha

Após várias mudanças e anos que ficaram sem nenhum passeio para determinadas séries, teve início, a partir do ano passado, uma proposta

As expectativas do ginásio

promotoria e advogados de defesa. COLÉGIO / PÁGINA B1

Analisamos “12 anos de escravidão” CULTURA E SOCIEDADE / PÁGINA C1


Opinião

nossa opinião

Quarta-feira, 17 de setembro de 2014

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Protestos na Avenida Paulista renovam crença na geração jovem

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último ano e meio foi marcado por inúmeras manifestações contra as injustiças sociais do Brasil. A imensa maioria desses protestos ocorreu na Avenida Paulista, afetando diretamente muitos moradores, estudantes e trabalhadores da região. Esses contratempos não impedem que as reivindicações sejam feitas, contanto que sejam completamente pacíficas.

Desde 1992, quando o movimento dos “caras pintadas” ganhou as ruas, o povo brasileiro parecia estar omisso diante das calamidades ocorridas na administração do país. No entanto, a população parece ter acordado. O estopim foi o aumento das tarifas dos ônibus que atingiram valores es-

tratosféricos e fizeram a grande massa popular se juntar para alcançar seus objetivos. Embora a população deva reivindicar seus direitos, algumas dessas manifestações perderam a razão quando minorias, como os Black Blocks, vandalizaram espaços públicos e privados. Certamente, as reivindicações devem ser feitas diante da insatisfação presente na sociedade, porém a violência gratuita desmoraliza e dispersa os manifestantes pacíficos e o próprio movimento. No fervor do movimento, muitos jovens participaram e desmentiram a teoria de que a geração jovem atual era apática e acomodada. Esses jovens adultos mostraram a indignação das camadas mais jovens com o

governo atual e reivindicaram por mais honestidade na política. Os protestos ainda se refletem no cenário político atual. Em ano eleitoral, com o atual governo concorrendo à reeleição, mas afogado em escândalos de corrupção, os protestos tiveram papel decisivo para conscientizar a grande massa eleitora que o país comandado pela presidente Dilma Rousseff não vai tão bem quanto as propagandas alegam.

ticiparam dos movimentos informaram que não houve nenhum ato de violência nos dias em que frequentaram os protestos na avenida mais famosa do estado. Definitivamente, os protestos pacíficos são uma forma legítima de manifestação da insatisfação com as injustiças que são recorrentes no nosso país e têm resultados positivos que, a longo prazo, farão a diferença na memória dos cidadãos e políticos do Brasil.

No Colégio, o apoio dos alunos aos protestos foi praticamente unânime apesar do temor inicial da violência, que fez as aulas do período vespertino serem canceladas. Membros da redação que par-

Mural do Aluno Interpanelas Sou aluna do EM do Colégio São Luís e li a última edição do jornal “Colegial News”, que continha o texto sobre o Interpanelas. Esse evento esportivo é um campeonato muito dinâmico e inovador cujos participantes são os próprios alunos do EM. Acredito que a oportunidade de participação em um campeonato relativamente grande como esse, tanto como atleta quanto espectador, promove uma sensação de união entre nós alunos. Acredito que o objetivo do colégio em promover essa competição é o de formar o aluno como cidadão que sabe perder e ganhar honestamente, meta que tem sido alcançada. Como aluna e espectadora do evento, gostaria que a escola promovesse atividades como essa com maior frequência e que elas durassem mais tempo para que nossos intervalos fossem mais interativos. Olívia J, Turma 2.3

Para se corresponder com a redação de Colegial News: Estão convidados a escrever para o jornal alunos do Ensino Fundamental II e Ensino Médio do Colégio São Luís. As cartas devem conter nome e turma. Enviar para Diretor de Redação, Colegial News - jornalcn@saoluis.org. Por motivos de espaço, o Colegial se reserva o direito de publicar as cartas resumidamente. Só poderão ser publicadas na edição imediatamente seguinte as cartas q ue chegarem até a quinta-feira de cada semana. Correspondências sem identificação serão desconsideradas.


Opinião

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As expectativas do ginásio

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a metade de 2012, foi iniciada a moderna obra do ginásio. Essa visa o melhor aproveitamento do espaço, renovando áreas recreativas que sempre foram importantes para a realização de eventos escolares, como os jogos Inter amizades, celebrações juninas e danças de final de ano. No entanto, estamos chegando ao fim de 2014 com a reforma ainda não concluída. Resguardadas as grandes melhorias, a ausência do novo ginásio continua refletindo negativamente no cotidiano escolar. O novo ginásio terá quadras modernas, arquibancadas removíveis, vários anda-

aulas e jogos adiados ou cancelados. Guilherme Zuglian C. da Silva

cotidiano

Saskia C. Lima e Maria Luiza Bueno

Em construção: um novo ginásio se desponta no canteiro de obras, enquanto o espaço da arquibancada permanece interditado.

res e uma quadra com grama sintética, o que trará muitos benefícios aos alunos que terão tal acesso. Por outro lado o primeiro ano de reformas, que consistiu na demolição do antigo ginásio, trouxe consigo muito barulho de britadeiras, atrapalhando diariamente as

aulas.

A rotina do Pilotis também foi drasticamente afetada. Enquanto espaços de lazer, como a arquibancada, permaneceram interditados durante quase toda a obra, a educação física teve que ser totalmente rearranjada, com

O atraso por conta da falta de materiais decorrente das construções da copa aumentou ainda mais a expectativa dos alunos em relação à inauguração, prevista para o fim de maio, e deixou estudantes que estão terminando o colégio sem oportunidades para conhecer o local. Reformado, o ginásio não apenas será aproveitado pelo esporte como também será palco de muitas novas histórias. Sentimos apenas pelo fato de que o ano de inauguração será também o ano de despedida para alguns alunos que não puderam aproveitá-lo.


Colégio

eventos

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Novidade da SINU dinamiza seu adiantamento Ana Carolina França Cavallini

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especial

contexto histórico no qual o Tribunal estava inserido, sobre os réus e seus crimes. Ao final do julgamento, que durava os três dias, a promotoria e a defesa tinham de entrar em consenso para definir a pena final de cada acusado. Ao final do evento, pôde-se notar grande satisfação por parte dos participantes e diretores do Tribunal de Nuremberg e da SINU em geral.

Ana Carolina F. Cavallini

os dias 12,13 e 14 de setembro deste ano, ocorreu no Colégio São Luís a VIII Simulação Interna das Nações Unidas, um evento que promove a discussão sobre temas de relevância internacional entre os alunos do Ensino Médio. Especialmente nessa edição, houve uma novidade: a instituição de um comitê histórico, o Tribunal de Nuremberg. A dinâmica desse comitê dividia os participantes em três categorias – réus, promotoria e advogados de defesa. Aqueles faziam papéis de nazistas acusados de cometer crimes de guerra, contra a humanidade ou crimes conta a paz; esses tinham o dever de apre-

Julgamento: enquanto os réus nazistas eram acusados de crimes contra a humanidade, os alunos que participaram como advogados tinham de defendê-los.

sentar provas contra os réus e estes deveriam debater para que houvesse a absolvição dos acusados.

Os alunos representantes das três partes componentes do comitê deveriam fazer profundas pesquisas sobre o

O roteiro de viagens do Ensino Médio Guilherme Zuglian Cordéro da Silva

D

Omaha

Brasília

Cordisburgo

São Paulo

urante um certo tempo algumas séries do Ensino Médio careceram de Estudos do Meio, viagens que visam o conhecimento e aprendizado, ao passo que outras ainda conseguiam manter firmes seus passeios. Foi um período conturbado: enquanto o primeiro ano viajava para o Espírito Santo reconstruindo os “Passos de Anchieta”, o PETAR (Parque Estadual Turístico do Alto Ribeira) já não era mais visitado pelo terceiro ano e as idas à Bonito, MG, deixavam um sentimento nostálgico para o segundo ano. Em 2011 novas expectativas de se ter uma viagem para cada série surgiram com a recuperação de uma viagem para o terceiro ano com a entrada do Estudo do Meio de

Cordisburgo, dando indícios de que a condição em que todos os anos teriam um Estudo estaria próxima. Porém, ainda não fora daquela vez. Pouco tempo depois já não podíamos mais contar com a viagem para o primeiro ano; Passos de Anchieta deixara a lista. A partir de sua saída foi o terceiro ano que passou a ser reconhecido como o único a ter um Estudo do Meio. A resolução desse problema se deu de modo drasticamente positivo a partir do ano passado. A proposta atual de Estudos do Meio, viagens que visam o conhecimento e o aprendizado, para o Ensino Médio, é integrada e está bastante diversificada e completa. Integrada porque segue uma certa sequência racional: conhecer mais a fundo a organi-


Colégio zação do país, depois viajar para outro país, com a possibilidade de comparar as informações, e, por último, retornar ao país de origem, de um modo profundo, conhecendo as raízes da cultura. No primeiro ano, conhe-

Quarta-feira, 17 de setembro de 2014 cemos a capital de nosso próprio país, uma oportunidade valiosa, já que viajar para Brasília não está dentre os principais programas turísticos, portanto será raro para o aluno encontrar uma nova oportunidade. No segundo, experimen-

tamos uma elevação da dimensão de mundo ao nos envolvermos na história e cultura dos Estados Unidos através da viagem para Omaha, Nebraska, uma cidade que fica na região centro-oeste estadunidense e tem sua cul-

CN Colegial News tura ricamente enraizada. Foram essas as duas novas experiências que iremos detalhar.

Brasília, para uma maior formação política

A preparação dos alunos para Brasília tem início com um outro passeio, que se dá no centro de São Paulo, e que inclui o Theatro Municipal, Viaduto do Chá, Prefeitura, Mosteiro de São e Pateo do Collegio. Os principais objetivos são analisar a arquitetura e a infraestrutura urbana para compará-las com a de Brasília. Depois, já em Brasília, os alunos têm por objetivo, além de visitar os pontos principais, como a Praça dos Três Poderes, o Palácio do Itamaraty, o Supremo Tribunal Federal e o Memorial JK, ir a locais mais incomuns, como o Museu da Memória Candanga e outras

balhosa, é gratificante; pensamos no objetivo e roteiro para atingi-lo de um jeito prazeroso para estudar e conviver.” Prosaeviagens.blogspot.com

A origem do Estudo do Meio de Brasília se deu por uma desejo do Padre Eduardo Henriques, Reitor do Colégio São Luís, de espelhar uma tendência vista nos Estados Unidos na qual alunos visitam a capital do país, Washington. A proposta se encaixou perfeitamente ao primeiro ano, que ainda se encontrava órfão de Estudos do Meio, e tem como ideal a formação política dos estudantes.

Museu Vivo da Memória Candanga: antigo local onde funcionou o Hospital JK, o museu possui edificações históricas, fotos e objetos da época da construção da capital.

regiões administrativas (Cidades Satélite), onde podem conversar com os administradores locais. Ressalta-se olhar para a construção e concepção de Brasília e compará-

la com tais regiões.

A coordenadora Sandra Vaiteka, do 1º ano, comentou que “embora a preparação para a viagem seja muito tra-

Para o Professor Edson, a viagem à Brasília é importante por ser uma peça chave em um desejo de conscientização política. Há bastante diferença entre comentar sobre os poderes e contemplá-los diante de seus olhos. É possível distinguir Brasília, com seus palácios e arquitetura de vanguarda, do desnível social presente nas cidades satélite. Brasília é importante para a formação integral do aluno, principalmente política. A viagem para Brasília viu um aumento de 40% na participação de alunos em relação ao ano passado; e como principais mudanças ocorreram a preparação pelo passeio em São Paulo e a mudança da hospedagem do Centro Cultural de Brasília para um Hotel, embora o antigo local continue sendo usado para atividades como filmes, churrascos e, nessa última viagem, um cover da banda “Legião Urbana”.

Grupo que viajou para Brasília em 2014.

A origem do Estudo do Meio de Omaha, Nebraska, nasceu pelo projeto de internacionalização do colégio, que inclui a International Universities Week. Segundo o coordenador do segundo ano Marco Antônio, tinha-se enviado cartas a diversas universidades para verificar a possibilidade de estreitar relações entre elas e o colégio. Uma diretora, que era brasileira, de uma dessas universidades se interessou pelo colégio. Ao vir para o Bra-

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Omaha, para ampliar a visão sobre o mundo

Foodbank for the heartland: um banco de alimentos, que fornece refeições para necessitados. Os alunos ajudaram a embalar refeições para mais de 1100 crianças.

sil, aproveitou para conhecêlo. Uma equipe do colégio, que incluía o coordenador do segundo ano, Marco Antônio, e o professor de teatro Tuna Serzedello, que também trata das questões relacionadas a viagens, fez uma visita técnica à Creighton University. Um fator que, obviamente, contribuiu para que os relacionamentos se estreitassem é que se trata de uma universidade também jesuíta, assim como o colégio. A possibilidade de fazer


Colégio uma viagem à Creighton University veio a se encaixar com a procura de um novo Estudo do Meio para o Segundo Ano, para que este se integrasse ao primeiro e ao terceiro. No segundo ano se destaca a orientação profissional e as questões de o aluno ser para o mundo, estar inserido no mundo e ter autonomia. Portanto, uma viagem à uma universidade americana condiz com o intuito da série. Os principais objetivos da viagem são agregar valores ao ver e usufruir da história e cultura, e ampliar a visão de mundo. Pode-se dizer que a preparação para Creighton tem início desde o ano anterior, quando o primeiro ano é convocado a participar. Para os assuntos que pertencerão ao aproveitamento da viagem em si, os alunos preparam um material sobre o Brasil para levar para apresentar ao pessoal da universidade, que ex-

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CN Colegial News vivenciado a experiência, o que possibilita somente um papel limitado. Notou também que é possível enxergar os alunos de uma forma diferente, com situações desconhecidas. Há uma outra pessoa a se conhecer.

Grupo que viajou para Omaha em 2014.

plicava como o brasileiro se vê e como se dá o jeitinho brasileiro, dentre outras coisas. Em Nebraska, os alunos experimentam um cronograma que propõe conhecer a história dos Estados Unidos, vivenciar o presente e pensar sobre as possibilidades do futuro. De um modo geral, ao passado estão relacionados os museus, a visita às fazendas antigas, e a história do centrooeste como um todo. Ao presente, têm-se as característi-

cas da cultura americana, como o show de jazz em praça pública, e os institutos e empresas visitados. E, referentes ao futuro, algo mais subjetivo, relacionado às profissões apresentadas pela universidade, às palestras assistidas e a escolha de carreira de cada aluno. A professora Carol, primeira professora a participar da viagem, disse que participou em muitos momentos como aluna, por ainda não ter

A viagem para Omaha manteve exatamente o mesmo número de alunos em relação ao ano passado, e desta vez enfrentou problemas ao ter os voos para São Paulo cancelados por duas vezes durante o retorno por problemas meteorológicos, fazendo com que os alunos tivessem que se hospedar em um hotel em Atlanta. O coordenador se pronunciou: “Isso de modo algum deve intimidar os alunos, é algo que não há como prever e a que nós já nos sujeitamos, temos que contar com essa possibilidade”.


Cultura e Sociedade

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Uma mulher de várias habilidades entrevista

Júlia Grams

M

elita Grams, coordenadora de recursos humanos do Colégio São Luís há 20 anos, nos recebeu para uma entrevista em sua sala. Ela, com seu bom humor e disposição, deu-nos informações sobre seu trabalho, que é desconhecido por grande maioria dos alunos. Colegial News: Em que consiste a sua função dentro do Colégio São Luís? Melita Grams: Eu, como coordenadora de recursos humanos e de filantropia, cuido de toda a área de seleção de funcionários, professores e do departamento pessoal; dos benefícios aos trabalhadores, como o seguro de saúde e vale alimentação; treinamentos; e por fim cargos e salários. CN: Como é o processo de ingresso de novos professores? MG: Nós, primeiro, recolhemos todos os currículos por demanda espontânea ou através de algum site de busca de currículos, nisso eu os avalio e seleciono os mais adeptos ao cargo. Após essa primeira etapa, os candidatos são chamados a participar de uma dinâmica de gru-

po, na qual começa o processo de triagem. Os que passam devem realizar uma aula teste; se essa for bem sucedida, os candidatos seguem para uma entrevista e avaliação psicológica e, por último, são aprovados pela direção por meio de uma outra entrevista. CN: Você cuida, também, do restaurante. Como é esse trabalho? MG: O restaurante é uma empresa terceirizada, a GRSA, que é uma multinacional inglesa. Ela possui suas gerentes e nutricionistas, que administram o dia a dia do restaurante. Eu e os pais da APM escolhemos o cardápio e os lanches e acompanhamos a organização, higiene e o controle dos estoques.

CN: Você cuida da distribuição de bolsas para o diurno e noturno, como é feita essa seleção? Há alguma diferença entre esses dois períodos? MG: Para o noturno, procuramos trazer somente alunos que necessitam de bolsa integral. Para isso, temos que respeitar uma legislação, a qual diz que a família deve ter como renda per capta até 1,5

salário mínimo. Com isso, conseguimos dar aos alunos todos os livros necessários e lanche todas as noites. Do diurno, procuramos atender as necessidades de famílias do CSL que passam por dificuldades, para isso fazemos uma analise socioeconômica e acadêmica do aluno e só assim conseguimos ajudar. CN: Quais são os maiores desafios e as partes mais agradáveis do seu trabalho? MG: O maior desafio é avaliar as pessoas no processo seletivo, pois saber que aquela é a pessoa certa para o nosso colégio, que tem algo em comum com a nossa missão, princípios e ideais é extremamente complicado. E o que eu mais gosto do meu trabalho é o contato diário com pessoas de mundo e culturas diferentes.

CN: Você gosta de trabalhar no Colégio São Luís? MG: Eu adoro trabalhar no colégio, se não gostasse não estaria aqui há 20 anos (risos). Escola significa renovação constante e isso para mim é um bem maior.

De volta a Escravidão

O

Pôster Promocional

indicação

Bruna Lozano

filme “Doze anos de escravidão” traz com detalhes a história de Solomon, um negro livre que ao cair nas mentiras de dois colegas de trabalho, acaba sequestrado e afastado de sua família. Não só é aprisionado, como também passa a viver a dolorosa rotina de escravo negro, tendo que escolher entre a sobrevivência e a morte. Como um balde cheio de tensões, esse filme é capaz de deixar seus espectadores

muito abismados e impressionados, arrancando lágrimas de piedade por quase todas as cenas. Sem dúvida alguma, a obra é extremamente indicada para aqueles que apreciam filmes impactantes e com conteúdo real, além de ser um ótimo jeito de conhecer e se encantar com a atuação de incríveis atores como Chiwetel Ejiofor e Lupita Nyong’o. O elenco é composto por vários ganhadores do Oscar que souberam representar perfeitamente seus respecti-


Cultura e Sociedade vos papéis, expressando com muita verdade as cenas de tortura e desespero. Além disso, seu roteiro, escrito por John Ridley, foi o ganhador da categoria de melhor Roteiro Adaptado e foi o responsável pela boa construção do filme, possibilitando a fácil compreensão da história. De um jeito fiel, o filme apresenta um cenário similar

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ao espaço da época, como a casa dos senhores, a plantação de algodão e o alojamento dos escravos; a relação entre os senhores e seus escravos, a qual é bem representada nas cenas de castigo e abuso sexual; e as roupas e a maquiagem, as quais chocam os espectadores por representarem os trapos usados e os ferimentos profundos.

Com um ótimo elenco e detalhes bem feitos, “Doze anos de escravidão” te levará para uma viagem no tempo, permitindo que você vibre e acompanhe bem de perto esse lado sombrio da história americana.

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