Revista Pontos de Vista Edição 27

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CONSERVAÇÃO DAS CÉLULAS ESTAMINAIS – MODELO PÚBLICO OU PRIVADO?

ANO INTERNACIONAL DA ESTATÍSTICA Mais-valias do

SETOR MINERAL

TERAIS ES BILA

RELAÇÕ

AS POTENCIALIDADES DA INDÚSTRIA DE MOLDES

AL PORTUG A NORUEG

Ouweiz Usmanmiá Diretor Pedagógico do Colégio Internacional de Palmela, relembra a importância da Educação:

Fotografia: Diana Quintela

A educação é o diamante da nossa civilização. É algo bastante valioso e que devemos polir constantemente e preservar. Devemos, por isso, investir muito na educação, sem discriminar ninguém, independentemente da raça ou do estrato social

INOVAÇÃO E empreendedorismo

1º CONGRESSO INTERNACIONAL DE BIOENERGIA

SUPLEMENTO distribuído em conjunto com o JORNAL PÚBLICO / DISTRIBUIÇÃO NACIONAL JULHO 2013 / EDIÇÃO Nº 27 - Periodicidade Mensal Venda por Assinatura - 4 Euros



Em destaque 4

Jorge Cruz, Agente Oficial da Propriedade Industrial, e o «Uso da Marca»

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RELAÇÕES BILATERAIS PORTUGAL/NORUEGA Christian Nordahl, Representante do Conselho Norueguês das Pescas em Portugal, em grande entrevista. Saiba mais das relações bilaterais entre Portugal e a Noruega

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Promover as oportunidades de negócio a nível de mercado nacional e internacional em matéria de bioenergia foi o grande objetivo do 1º Congresso Internacional de Bioenergia, que se realizou nos passados dias 23, 24 e 25 de maio

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Teresa Ponce de Leão, Presidente do Conselho Diretivo do LNEG, e a importância do setor mineral para Portugal

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Estruturas Metálicas – Tintas Cin faz aposta forte na certificação de produtos e esquemas de pintura

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INOVAÇÃO E INTERNACIONALIZAÇÃO

ANO INTERNACIONAL DA ESTATÍSTICA

A importância da Internacionalização e da Inovação para as marcas. Estratégias e formas de atuação perante novas realidades

2013 está a ser mundialmente celebrado como Ano Internacional da Estatística. Conheças as razões porque deve a Estatística ser celebrada

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EMPRESAS FAMILIARES Paulo Jorge Silva, Sócio-gerente da Planosegur Unipessoal Lda, fala da importância das Empresas Familiares

DESTINOS DE SONHO Já marcou férias? Ainda não? Fique com uma excelente opção. Monte da Quinta Resort é a excelência a pensar em si

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CONSERVAÇÃO DAS CÉLULAS ESTAMINAIS – BANCO PÚBLICO OU PRIVADO

Vários intervenientes deram a sua opinião relativamente a esta matéria. Ouvimos o lado público e a vertente privada. Conheça e tire as suas conclusões

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A OPINIÃO DE...

PROPRIEDADE INDUSTRIAL

Jorge Cruz, Agente Oficial da Propriedade Industrial

O USO DA MARCA

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1 - De harmonia com o disposto no artigo 224º, nº 1, do Código da Propriedade Industrial “O registo confere ao seu titular o direito de propriedade e do exclusivo da marca para os produtos e serviços a que esta se destina.” Em todo o caso, o registo, ao conferir direitos, também impõe obrigações ao respetivo titular, das quais devem destacar-se a) O pagamento das taxas periódicas; e b) O uso sério da marca. O pagamento das taxas periódicas – em Portugal foram sempre por 10 anos – é uma formalidade simples que exige, apenas, cuidado com os prazos, que são inflexíveis. Mas o uso da marca tem aspetos delicados, que requerem o respeito pelas exigências legais aplicáveis.

2 - Antes de mais, a lei portuguesa, em obediência á Diretiva de 21 de dezembro de 1988, exige que esse uso seja sério, quer dizer, efetivo e não fictício ou simulado. Por outro lado, se a marca não estiver a ser usada por períodos superiores a 5 anos, o registo pode caducar, conforme estabelece o artigo 269º do Código da Propriedade Industrial, cujo nº 1 é o seguinte: “Para além do que se dispõe no artigo 37.º, a caducidade do registo deve ser declarada se a marca não tiver sido objeto de uso sério durante cinco anos consecutivos, salvo justo motivo e sem prejuízo do disposto no n.º 4 e no artigo 268.º.” 3 - Portanto, o uso deve ser sério – e, para isso, é indispensável que seja em quantidades que comprovem a normal venda do produto ou

prestação do serviço a que a marca se destina. Assim, é necessário saber o que é o uso sério ou efetivo da marca. 4 - No projeto do Manual recentemente divulgado pelo INPI, diz-se que “por uso sério entende-se a utilização comercial efetiva da marca, através de atos concretos, reiterados e públicos”, o que está inteiramente correto: isto significa que não é suficiente o uso privado, sem finalidade comercial, em reduzidas quantidades e sem que o consumidor possa adquirir o respetivo produto nos locais normais de venda ao publico – e que vão desde o majestoso supermercado ao modesto estabelecimento de bairro. Mas esse projeto do Manual acrescenta ainda que


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Portanto, o uso deve ser sério – e, para isso, é indispensável que seja em quantidades que comprovem a normal venda do produto ou prestação do serviço a que a marca se destina

“Quando o titular de uma marca a apõe em objetos que oferece gratuitamente aos compradores dos seus produtos, entende-se que não faz uso sério dessa marca relativamente à classe a que pertencem os referidos objetos.”

9 - Verificado que o registo está em vigor – o que será elementar, pois, de outro modo, nem valeria a pena examinar o processo – interessa analisar se o registo é nominativo, figurativo ou misto e se há reivindicação de cores – aspetos fundamentais para considerar a validade das provas de uso apresentadas pelo titular.

5 - Durante os primeiros cinco anos, não há perigo para o registo: mas antes deste período terminar, a marca deve já estar a ser usada.

É que se o registo não for de uma marca nominativa, qualquer uma das restantes hipóteses exige o uso da marca rigorosamente como está registada – pois, de outro modo, a prova não é válida e será declarada a caducidade do registo.

De outra maneira, o registo fica passível de caducidade. 6 - O INPI não faz – nem poderia fazer – o controle das marcas que são ou não usadas. Por conseguinte, se ninguém requerer a caducidade do registo, este continuará válido, mesmo que a marca não esteja a ser usada. 7 - O perigo surge quando há qualquer interessado na marca e requer ao INPI que declare a caducidade do registo por falta de uso. Neste caso, o titular do registo é notificado para provar o uso da marca, pelo menos no período de 5 anos que antecede a apresentação do pedido de declaração de caducidade. E se não responder a essa notificação ou não for capaz de provar o uso da marca no referido período, o INPI declarará a caducidade do registo.

10 - É frequente o registo de marcas mistas, em especial para produtos em que pode ser maior a fantasia, como a perfumaria, vestuário, tecidos, brinquedos, etc. E, neste caso, a marca em uso deverá ser igual à que foi registada, conforme exige o nº 1 do artigo 261º do Código da Propriedade Industrial: “A marca deve conservar-se inalterada, ficando qualquer mudança nos seus elementos sujeita a novo registo.” É que a lei portuguesa é muito rígida em matéria de alteração das marcas registadas, só permitindo as que são indicadas nos nºs 2 a 4 do mesmo artigo – o que é, na verdade, muito pouco.

8 - O estudo do processo é delicado e exige, pelo menos,

Em todo o caso, para outras alterações que não afetem os elementos essenciais e características das marcas, o artigo 25º do mesmo Código prevê a possibilidade de o INPI as autorizar.

a ) A análise do registo; e b) O exame cuidadoso das provas de uso, eventualmente apresentadas pelo respetivo titular.

Mas essa alteração deverá ser feita atempadamente, pois, se for depois do pedido de declaração de caducidade ter sido apresentado no INPI, já não será aceite.

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Verificado que o registo está em vigor – o que será elementar, pois, de outro modo, nem valeria a pena examinar o processo – interessa analisar se o registo é nominativo, figurativo ou misto e se há reivindicação de cores – aspetos fundamentais para considerar a validade das provas de uso apresentadas pelo titular


EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO

Ouweiz UsmanmiÁ – Diretor Pedagógico do Colégio Internacional de Palmela em grande plano

“A Educação é o diamante da nossa civilização” Um sentimento de medo. Hoje, quando se fala em Islão surge esse mesmo sentimento de temor, de dúvida, uma reticência que leva grande parte da sociedade a opinar acerca do que não se conhece. Aqui está o poder da comunicação social. A comunidade islâmica não se resume às correntes radicais do Islão que são, frequentemente, acusadas de atos terroristas, como os atentados às Torres Gémeas. A sociedade tende a ser intolerante e a tomar “a parte pelo todo”. No CIP - Colégio Internacional de Palmela, uma escola diferente por excelência, pretende-se mudar essa imagem. A escola abre, constantemente, as suas portas à comunidade e foi lá que a Revista Pontos de Vista conheceu este pequeno mundo, onde os jovens são o centro de tudo, são os líderes do amanhã.

Abrimos as nossas portas a toda a comunidade e a alunos de diferentes credos porque o Islão sempre foi transmitido para a opinião pública com uma conotação que provoca medo. Queremos mostrar que somos uma escola normal e queremos dar a oportunidade aos alunos de testemunharem o quotidiano de uma criança que professa a religião islâmica”

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Ouweiz Usmanmiá

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onestos, Respeitadores, Disciplinados, Úteis, Honrados, Honrosos, Responsáveis, Curiosos, Conhecedores, Investigadores, Comunicadores, Carinhosos, Equilibrados, Empreendedores, Inovadores, Globais, Refletivos, Pensadores, Limpos, Unidos, Prudentes, Sãos, Puros, Espirituais. A missão do Colégio Internacional de Palmela é disponibilizar a mais alta qualidade de educação, ao nível religioso, formativo e pessoal. Mais do que excelentes profissionais na sua área de formação, daqui

pretende-se que saiam seres humanos, como definiu, de uma forma transparente, o guia desta pequena viagem, Ouweiz Usmanmiá, Diretor Pedagógico do Colégio Internacional de Palmela: “o nosso objetivo é preparar alunos com competências técnicas e científicas em todas as áreas. Mas, acima de tudo, queremos formar seres humanos e jovens que serão, no futuro, líderes e que amanhã irão segurar o planeta. Queremos que eles se sintam úteis para a sociedade. Queremos erradicar o egoísmo e o egocentrismo”. Numa sociedade onde estas caraterísticas tendem a tornar-se cada vez mais intrínsecas, sobretudo

quando olhamos para jovens rebeldes e que querem, a todo o custo, mostrar que são adultos, esta tarefa nem sempre se afigura fácil. Mas, transpondo os muros do colégio (que até poderão causar alguma curiosidade por serem altos), tudo muda. As qualidades de cada um são realçadas, os pontos fracos transformam-se em pontos fortes. No fundo, tornam-se jovens responsáveis e aptos para encarar o mundo exterior com filosofias diferentes. “Uma pedra no caminho” passa a ser “um caminho com uma pedra”. No CIP, ministra-se um ensino diferente, que respeita os alicerces da tutela, mas que vão mais além, formando mais

Programa Curricular Cambridge No Colégio Internacional de Palmela, o programa curricular de Cambridge consiste em: Cambridge Primary Programme – 5 aos 11 anos Cambridge Secondary 1 – 11 aos 14 anos Cambridge IGCSE – 14 aos 16 anos (Obtenção do Diploma ICE) Cambridge A Levels – 16 aos 19 anos (Obtenção do Diploma AICE – Equivalência ao 12º Ano)


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A educação é o diamante da nossa civilização. É algo bastante valioso e que devemos polir constantemente e preservar. É a base de tudo o que vem depois. Devemos, por isso, investir muito na educação, sem discriminar ninguém, independentemente da raça ou do estrato social”

do que profissionais do mais alto gabarito. Aqui, educam-se seres humanos! O crescimento do Colégio Internacional de Palmela tem sido mais do que evidente, tendo, desde sempre, sustentado a sua dinâmica em pilares de qualidade e excelência que têm levado a instituição a alcançar o reconhecimento de todos. No Ministério da Educação, entre pais, na comunidade local ou em entidades internacionais, este ensino de qualidade a nível espiritual e escolar tem feito ecos um pouco por todo o lado. Mas, afinal, quando é que o projeto começou? A preocupação da comunidade muçulmana em Portugal surgiu, sensivelmente, em 1995. “Queríamos preservar a identidade cultural porque, cada vez mais, foram sentidas dificuldades, por parte das famílias, em garantir uma boa educação religiosa aos seus filhos”, relembrou Ouweiz Usmanmiá. Assim, nasceu esta ideia que começou apenas com oito alunos. Foi então que, em 1998, alcançaram a primeira conquista: obtiveram a licença do Ministério da Educação para ministrarem o 1º ciclo. “Não nos interessava mais naquela altura porque íamos mesmo começar com poucos alunos e era apenas um primeiro passo”, afirmou. Essa foi, de facto, a filosofia a partir da qual se regeu. Cada passo deve ser dado com ponderação. “Não devemos ser precipitados para podermos criar bases sólidas para um futuro melhor”, defendeu o diretor pedagógico. Estávamos em 2007 e a escola já tinha licença para ministrar do 1º ciclo ao Ensino Secundário. Mas, foram muitos os outros momentos que marcaram o crescimento deste edifício que é hoje uma referência. Neste

percurso construído passo a passo, a equipa foi colhendo frutos que, hoje, enchem todos de muito orgulho. Em 2006, viram a consagração, a nível regional, de uma aluna como a melhor a matemática. Foi um orgulho sim, sobretudo porque “sendo uma aluna vinda das ex-colónias, existia um receio de ela não se conseguir adaptar, mas com o seu esforço e a contribuição dos pais conseguiu superar todas as dificuldades”, partilhou Ouweiz Usmanmiá. Outro motivo de orgulho chegou em 2009, de uma forma algo inesperada. A instituição ficou classificada no ranking nacional de escolas no segundo lugar, logo a seguir à Gulbenkian, e em primeiro lugar ao nível das escolas privadas. Estes galardões abriram as portas ao lançamento do colégio além-fronteiras, sendo 2010 um ano marcado pela internacionalização.

Escola internacional de referência

O grande objetivo desta instituição nunca foi ingressar num ranking de escolas. É óbvio que foi motivo de grande regozijo e motivação mas esse não era o foco do trabalho. “Estávamos só a tra-

çar o nosso caminho com o objetivo de garantir a qualidade no ensino e ter a satisfação de ver os nossos alunos saírem daqui bem preparados para o mundo académico e profissional”, explicou. Contudo, ao longo do percurso, houve sempre a preocupação e a curiosidade de perceber o que se passa fora do país e conseguir acompanhar essas constantes evoluções. Daí até à internacionalização do currículo foi um pequeno passo. Esta decisão, contudo, nada teve a ver com al-

guma insatisfação que possa existir relativamente ao programa nacional. Pelo contrário. Ouweiz Usmanmiá considera-o “sólido” e com melhorias contínuas. Antes disso, o objetivo era facilitar os fluxos migratórios, atualmente, o objetivo consiste em preparar a juventude para as tendências profissionais cada vez mais exigentes a nível internacional. A internacionalização do colégio tem sido, de igual modo, uma forma de exaltar a imagem de Portugal no exterior. A comunidade islâmica tem uma relação de proximidade com Portugal e tem tentado responder ao carinho e ao modo afetivo como o país soube recebê-los. “Portugal é um paraíso. Com a nossa internacionalização, o país tem sido valorizado”, defendeu o responsável. Com uma relação de grande proximidade com universidades de todo o mundo, sobretudo com a Universidade de Cambridge, no Reino Unido, o Colégio Internacional de Palmela tem enalteci-

Breve Cronologia 1996 – Fundação da Comunidade Islâmica em Palmela 1998 – Licença para o primeiro ciclo 2003 – Iniciou o 2º Ciclo do Ensino Básico 2005 – Os primeiros alunos chegaram ao 3º ciclo 2006 – Prémio para a melhor aluna de Matemática a nível regional 2007 – Recebeu a autorização para o secundário 2009 – Ocupou o ranking nacional de escola com um segundo lugar a nível nacional e o primeiro lugar nas escolas privadas 2010 – Começou a implementar o Currículo Internacional de Cambridge no 3º Ciclo e no Ensino Secundário 2011 – Juntou-se à ECIS (European Coucil of International Schools), tornando-se, assim, numa escola internacional

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EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO

Ouweiz Usmanmia – Diretor Pedagógico do Colégio Internacional de Palmela em grande plano

A comunicação social deve trabalhar connosco e a informação deve ser transparente, real e não deve ser escamoteada. A forma como uma mensagem é escrita ou como algumas imagens são transmitidas podem trocar as voltas e provocar uma imagem errada. É importante acabar com a ignorância

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do a imagem que se tem do ensino em Portugal. Este foi, também, o primeiro ano em que os alunos do colégio realizaram exames a nível internacional para o 5º e 8º Ano. Estes exames denominados por Cambridge Checkpoints, embora facultativos, permitem aferir o progresso dos alunos nas disciplinas de English, Maths e Science. Os exames são corrigidos pelo Cambridge Examination Board. Os resultados, esses, foram mais um motivo de honra. Do Reino Unido, chegaram classificações que variaram entre o “bom” e o “muito bom”, resultados que motivam os alunos e professores a continuarem a trabalhar, num esforço continuado que tem sido reconhecido. Incutir este espírito de empenho e trabalho é o objetivo, mesmo em período de férias. “Para quebrar um pouco com este absentismo que se instala nas férias, lançamos um desafio. Como os alunos são adeptos das novas tecnologias, preparamos uma revisão da matéria onde eles desenvolveram conteúdos di-

gitais que ficam disponibilizados para gerações futuras”, explicou. Mais motivados ficaram quando souberam que esses trabalhos iriam ser, posteriormente, apresentados num congresso em Amesterdão, na Holanda.

Ligações que perduram

No Colégio Internacional de Palmela existem duas preocupações constantes. Além das competências técnicas e científicas que os pedagogos querem que os alunos adquiram, existe ainda a componente do currículo religioso que não se limita à transmissão de dogmas e ensinamentos. “O mais importante é conseguir integrar a formação moral e cívica do aluno porque, para nós, importa que ele se respeite a si próprio e se conheça. É importante que tenham sensibilidade para viver e conviver com o próximo, que tenham sensibilidade para saberem viver em sociedade, independentemente da religião, credo, cultura, raça”, salientou Ouweiz Usmanmiá. Assim, através da oferta escolar e da forma que os profes-

“É uma escola diferente da maior parte das escolas do nosso país. Os alunos frequentam regras naturalmente culturais, tradições, princípios religiosos próprios mas o facto de interagirem com a nossa comunidade no seu todo, o facto de hoje o colégio acolher crianças do nosso concelho e de toda a região da Área Metropolitana de Lisboa, faz com que os nossos meninos cresçam nesta dimensão de um maior conhecimento do outro, de uma maior tolerância e, portanto, penso que crescem cidadãos mais solidários e com isso contribuem para um mundo melhor” Declarações de Ana Teresa Vicente, Presidente da Câmara Municipal de Palmela, aquando da visita da Secretária de Estado do ensino básico e secundário, Isabel Leite, ao CIP

sores conduzem as suas aulas pretende-se incutir esses valores que devem ser reforçados em casa, no seio da família, para que todo este trabalho não se perca. Assim, é importante manter uma relação de colaboração e constante atualização com os pais que “são sempre recetivos e fazem críticas construtivas”. O contributo da comunidade local tem sido também uma das pedras basilares deste crescimento. O impacto é de tal forma positivo que, nos últimos tempos, a correria para alcançar uma vaga no colégio tem sido frenética. Ocupar um dos cerca de 210 lugares tem sido algo expetável mas difícil. Custa dizer não, mas a direção tem de respeitar as prorrogativas do Ministério da Educação. Depois de se alcançar este almejado lugar, há uma marca que fica, quer nos alunos, quer nos colaboradores. “Independentemente de terem ficado cá um ano ou dez, a saída é sempre um motivo de alegria e de tristeza. Quando procuramos nos registos, pensamos sempre onde é que eles estarão agora. Tentamos manter uma relação tão forte ao ponto deles terem a preocupação de nos visitarem e manterem-nos a par das suas vidas”, partilhou Ouweiz Usmanmiá.

“É importante haver pontes de diálogo entre as diferentes culturas”

Se, inicialmente, o colégio foi criado no pressuposto de acolher crianças muçulmanas, hoje, acolhem jovens de qualquer credo. Para Ouweiz Usmanmiá, esta facilidade ou dificuldade de agregar diferentes religiões “depende da forma como agimos”. Além de disponibilizarem

Mesmo que os nossos professores tenham de se sacrificar, não querem fazer nada que prejudique o progresso do aluno. Os colegas que fizeram as greves podem ter a razão do seu lado e têm o direito de se manifestarem. Mas os alunos têm alguma culpa?”, questionou. O diretor pedagógico aproveitou para lançar um apelo: pensem no benefício dos alunos, pensem que eles serão o futuro


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um acesso ao ensino igual para todos, a opção de abrirem as portas a todas as crianças teve como principal objetivo quebrar, definitivamente, com a imagem negativa que se tem da religião islâmica. Hoje, ainda permanecem opiniões contrárias aos valores positivos e tolerantes desta religião. “Abrimos as nossas portas a toda a comunidade e a alunos de diferentes credos porque o Islão sempre foi transmitido para a opinião pública com uma conotação que provoca medo. Queremos mostrar que somos uma escola normal e queremos dar a oportunidade aos alunos de testemunharem o quotidiano de uma criança que professa a religião islâmica”, evidenciou Ouweiz Usmanmiá. As crianças são, assim, um “veículo” indispensável à transmissão dessa mensagem. Mas importa fazer mais. “A comunicação social deve trabalhar connosco e a informação deve ser transparente, real e não deve ser escamoteada. A forma como uma mensagem é escrita ou como algumas imagens são transmitidas podem trocar as voltas e provocar uma imagem errada. É importante acabar com a ignorância”, ressal-

“Este colégio é a minha casa. Vivo isto dia e noite. Desde a direção aos auxiliares, são colaboradores que nos fazem sentir em casa. Sinto autonomia e toda a liberdade para desenvolver os projetos. É um prazer enorme estar cá. É o local ideal.” (Ouweiz Usmanmia)

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vou. Recordando a máxima do último profeta do Islão, “a diversidade é uma misericórdia divina”, Ouweiz Usmanmiá apelou à união entre todas as culturas, à partilha do conhecimento e ao estabelecimento de pontes de diálogo entre todas as religiões, raças e culturas.

Manifestações dos professores

Completamente solidário com as recentes manifestações da classe de professores, que levou ao adiamento e antecipação de vários exames nacionais e que atrasou a afixação das notas dos

“Independentemente de terem ficado cá um ano ou dez, a saída é sempre um motivo de alegria e de tristeza. Quando procuramos nos registos, pensamos sempre onde é que eles estarão agora. Tentamos manter uma relação tão forte ao ponto deles terem a preocupação de nos visitarem e manterem-nos a par das suas vidas”

Revista Pontos de Vista - De que forma conseguem «ocupar» as crianças que não são muçulmanas aquando das horas reservadas para os estudantes muçulmanos aprenderem o Alcorão? Ouweiz Usmanmia - O ensino religioso é facultativo. Eles têm liberdade para optar. Os que não escolhem esta vertente têm atividades extra curriculares, salas de estudo onde podem rever matérias. Temos duas alunas que, por opção, assistem às aulas de religião porque têm curiosidade e também queremos mostrar que não é nenhum “bicho de sete cabeças”.


EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO

Ouweiz Usmanmia – Diretor Pedagógico do Colégio Internacional de Palmela em grande plano

“Para quebrar um pouco com este absentismo que se instala nas férias, lançamos um desafio. Como os alunos são adeptos das novas tecnologias, preparamos uma revisão da matéria onde eles desenvolveram conteúdos digitais que ficam disponibilizados para gerações futuras”

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alunos, Ouweiz Usmanmiá não deixa de pensar nas consequências destes eventos. “Mesmo que os nossos professores tenham de se sacrificar, não querem fazer nada que prejudique o progresso do aluno. Os colegas que fizeram as greves podem ter a razão do seu lado e têm o direito de se manifestarem. Mas os alunos têm alguma culpa?”, questionou. O diretor pedagógico aproveitou para lançar um apelo: pensem no benefício dos alunos, pensem que eles serão o futuro”. Hoje, são constantes as notícias que relatam casos de agressões em escolas nacionais ou situações de desrespeito entre alunos e professores. São notícias alarmantes, que deixam no ar a pergunta: “que tipo de jovens o país está a educar?” Como pai e como filho, Ouweiz Usmanmiá acredita que a origem do problema está na falta de diálogo e de compreensão, entre pais e filhos, entre alunos e professores. Com as constantes revoluções, a nível comportamental e tecnológico, “os pais não têm conseguido acompanhar. Fazem o esforço mas nem todos conseguem. Os jovens sentem-se abandonados e não têm a quem recorrer, não têm ajuda e criam mecanismos de autodefesa que são uma forma de extravasarem o seu descontentamento”, defendeu. Por outro lado, a classe docente tem cada vez mais dificuldade em conseguir esconder a instabilidade que vive. “Por mais que se queiram alhear e ajudar os jovens, os problemas estão na cara deles”, realçou. Mesmo que, por vezes, seja árduo conseguir vislumbrar uma luz ao fundo do túnel, Ouweiz Usmanmiá acredita que é importante parar para pensar e para conversar, para que todos consigam arranjar uma alternativa, que respeite a essência da educação.

O mais importante é conseguir integrar a formação moral e cívica do aluno porque, para nós, importa que ele se respeite a si próprio e se conheça. É importante que tenham sensibilidade para viver e conviver com o próximo, que tenham sensibilidade para saberem viver em sociedade, independentemente da religião, credo, cultura, raça

“A educação é a base de tudo”

EXCELÊNCIA ESPIRITUAL - Selection Year: é o ano de transição entre o programa de primário e o programa secundário de estudos islâmicos. Neste momento, são testadas as competências dos alunos e, posteriormente, são aconselhados a seguir o programa de Hifz ou o programa de Estudos Islâmicos. - Hifz: consiste na memorização do Sagrado Alcorão com a correta entoação (Tajwid). O objetivo é estimular a memória, a pureza espiritual e a dicção árabe. - Islamic Primary Program: desenvolvido pelos pedagogos da Comunidade Islâmica de Palmela e adaptado para as diferentes faixas etárias, o programa visa dotar os jovens dos conhecimentos mínimos para que possam viver como bons muçulmanos. - Secondary Islamic Studies: trata-se do programa de Estudos Islâmicos secundários. O objetivo é preparar os jovens a compreender a filosofia das diferentes religiões, desenvolvendo, a par disso, um conhecimento aprofundado sobre a história e a cultura islâmica. Tem como base diferentes livros sagrados, sendo o principal o Sagrado Al-Corão.

De tão valiosa que é, Ouweiz Usmanmiá comparou a educação a uma pedra preciosa. “A educação é o diamante da nossa civilização. É algo bastante valioso e que devemos polir constantemente e preservar. É a base de tudo o que vem depois. Devemos, por isso, investir muito na educação, sem discriminar ninguém, independentemente da raça ou do estrato social”, defendeu. Aos professores, colegas de profissão, Ouweiz Usmanmiá deixa uma mensagem: “valorizem-se, olhem para o ensino com paixão, valorizem a profissão”. Uma profissão que, para Ouweiz Usmanmiá, é mais do que isso: é uma missão. Cada dia fica marcado por ser diferente, não há uma rotina e é desafiante saber encontrar um meio de cativar a atenção de um aluno, um espírito livre por natureza. E é, aqui, no Colégio Internacional de Palmela, o local onde Ouweiz Usmanmiá se sente em casa, que os jovens têm liberdade para construir os alicerces dos seus futuros, com valores sólidos que os ajudem a ser grandes líderes. ouweiz@cip.edu.pt


EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO

José Manuel Pinto Duarte, Presidente da Faculdade de Arquitectura da Universidade Técnica de Lisboa

Pontos de Vista Julho 2013

2013: o ano da arquitetura portuguesa A comunicação não é parca. Hoje, a arquitetura portuguesa trespassa fronteiras e tem grande visibilidade internacional. A conquista de prémios, os programas de intercâmbio de alunos e a experiência profissional internacional de muitos deles ajudam a levar o nome dos arquitetos nacionais bem longe. Muitos destes profissionais começam aqui, na Faculdade de Arquitectura da Universidade Técnica de Lisboa. 2013 é o Ano da Arquitectura Portuguesa. Num momento difícil para estes profissionais, é fundamental esta concertação de organismos públicos e privados em prol de um mesmo objetivo? Felizmente a arquitetura Portuguesa tem grande visibilidade internacional, a qual tem várias origens. Não nos podemos esquecer que existe arquitetura de matriz portuguesa nos cinco continentes devido à expansão que se seguiu aos descobrimentos. Depois, deve-se aos prémios internacionais atribuídos a arquitetos portugueses nas últimas décadas, dos quais se destacam os prémios Pritzker de Siza (1992) e Souto Moura (2011), dois arquitetos da escola do Porto, e aos prémios Alvar Aalto de Siza (1988) e Paulo David (2012), um arquiteto da escola de Lisboa. Esta visibilidade inicial atraiu muitos alunos estrangeiros às escolas de arquitetura portuguesas, primeiro, como alunos de intercâmbio no âmbito do programa Erasmus e, depois, como alunos matriculados. Na Faculdade de Arquitetura (FA) esta realidade é particularmente visível o que lhe confere um ambiente muito internacional. Finalmente, os arquitetos portugueses que depois de terem tido uma experiência internacional enquanto alunos optaram por trabalhar no estrangeiro, têm constituído verdadeiros embaixadores da nossa cultura arquitetónica; porque veiculam a nossa maneira de projetar e porque têm um bom desempenho enquanto profissionais. Por tudo isto acho que a arquitetura portuguesa é bem comunicada.

A FAUTL tem estado na linha da frente no panorama do ensino superior em Portugal, sendo pioneira na criação de novas licenciaturas ligadas ao “tradicional ofício do Arquiteto”. São estes aspetos que vos diferenciam? Este é, na verdade, um aspeto distintivo da FA. A FA é não só a escola de arquitetura com raízes mais profundas que vão até ao século XVI como é também a maior e mais diversificada. A FA tem cerca de 3000 alunos, mais de 10% dos quais estrangeiros. Oferece cursos conducentes a grau ao nível da licenciatura, mestrado e doutoramento em três áreas científicas interrelacionadas, nomeadamente, arquitetura, urbanismo e design. Oferece ainda cursos não conducentes a grau que permitem aos profissionais especializarem-se e atualizarem-se permanentemente. O facto de incluir sob o mesmo teto o ensino daquelas três áreas permite criar sinergias particularmente interessantes, conferindo-lhe um carácter interdisciplinar. Este carácter é acentuado pela existência de disciplinas optativas transversais frequentadas por alunos dos diferentes cursos, mas também por pontes com a engenharia e as artes ao nível do

ensino e da investigação. Por isso dizemos que na FA o ensino do projeto vai desde a escala da mão à escala da cidade e do território. Outra característica distintiva é a pluralidade de abordagens. Os alunos são incentivados a desenvolver a sua própria maneira de projetar e a sua própria linguagem. Finalmente, existe uma aposta forte na investigação e na sua ligação ao ensino, que se reflete por exemplo nos conteúdos das disciplinas optativas, garantindo um ensino na vanguarda do conhecimento.

O abandono escolar é uma realidade cada vez mais presente no Ensino Superior. Sentem que vão ficando de “mãos e pés atados”? Na FA, apesar de todas as dificuldades, ainda não sentimos o peso do abandono escolar. O número de alunos da escola tem-se mantido estável, mesmo com as regras muito apertadas para o pagamento de propinas que fomos obrigados a estabelecer. Sem os alunos pagarem as propinas, a escola não pode funcionar. O facto de termos criado um plano alternativo de pagamento de propinas, mais flexível, para os alunos carenciados tem ajudado. Por outro lado, a exigência no pagamento das propinas tem aspetos positivos. Os alunos tornam-se mais exigentes relativamente à qualidade dos serviços e os professores e funcionários são obrigados a corresponder a este aumento de exigência. Entre 2005 e 2012, o financiamento público das universidades diminuiu em

cerca de 144 milhões de euros. Estas medidas poderão comprometer a estabilidade do ensino? Acho que estamos no limite dos cortes que é possível fazer nesta fase. Mais cortes implicam ou uma acentuada degradação da qualidade do ensino ou mesmo o encerramento de cursos e escolas. Com mais cortes vamos assistir à fuga dos professores mais qualificados para o estrangeiro, a turmas sobrelotadas, a edifícios degradados, etc. Não digo que não seja possível a algumas escolas aumentarem progressivamente o volume de receitas próprias, mas este potencial não é igual para todas as áreas e leva anos a explorar, não sendo possível fazê-lo de um dia para o outro. Por outro lado, o investimento no ensino e na investigação é fundamental para o desenvolvimento económico e a competitividade do país. Sem este investimento a alternativa é baixar os salários, que é o que tem estado a acontecer. De acordo com um estudo encomendado pelo Conselho dos Arquitectos da Europa (CAE), Portugal apresenta a taxa de desemprego de arquitetos mais elevada da Europa. Qual é, atualmente, a taxa de empregabilidade dos cursos da FAUTL? É preciso olhar para os dados sob um prisma correto. A taxa de desemprego dos arquitetos em Portugal é a mais elevada na Europa como são as da maioria das demais profissões nesta altura. Isto não quer dizer que a situação seja confortável, é cla-

José Manuel Pinto Duarte ro, mas os arquitetos têm vantagens que outros profissionais não têm. A formação em arquitetura confere aos graduados um leque alargado de competências, algumas delas específicas, o que lhes dá vantagens competitivas. Depois, apesar da formação em torno do projeto ser a referência na FA, temos procurado cada vez mais formar profissionais para ocupar cargos variados, desde o tradicional projetista a quadros dirigentes nas áreas ligadas ao ambiente construído, à cultura e à indústria. Finalmente, o reconhecimento da qualidade dos arquitetos portugueses também permite obter com facilidade colocação no estrangeiro. Talvez pela combinação de todos estes fatores a taxa de empregabilidade dos nossos cursos tem sido elevada; um ano após terminarem o curso, 95% dos graduados já arranjou colocação. LER NA INTEGRA EM WWW.PONTOSDEVISTA.PT

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INTERNACIONALIZAÇÃO

Pedro Reis, Presidente da AICEP Portugal

A incontornável China A China, pela importância dos investimentos que tem vindo a realizar no nosso país – sejam investimentos de raiz, como a Huawey, seja no processo de privatizações, como a entrada da China Three Gorges e da State Grid, respetivamente, no capital da EDP e da REN, seja também nas parcerias efetuadas com empresas nacionais em terceiros mercados, como é o caso do investimento da Sinopec com a Galp no mercado brasileiro, ou ainda, a recente abertura de uma sucursal do Bank of China – demonstra bem a confiança que tem na economia portuguesa, na sua capacidade de voltar a crescer, no caminho da sua internacionalização e da expansão além- fronteiras das suas empresas e na sua aptidão em ser uma ponte de acesso a mercados como o europeu ou os dos países de língua portuguesa.

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2012, a China assumiu a posição de maior player do comércio internacional, ascendendo ao 1º lugar mundial quando somadas as suas exportações e importações. Maior exportador desde 2010, a China deverá tornar-se o maior importador em 2014 e o maior mercado de consumo em 2020. Os dividendos desta ascensão económica criaram uma classe média emergente que abrange já mais de 250 milhões de pessoas, ou seja, cerca de 20% da população. Os salários chineses apreciaram em média 13,6% ao ano desde 1995. A importação de bens de consumo cresce a taxas ainda superiores quer às da economia, quer às das importações em geral. Esta é, pois, um grande oportunidade para as nossas empresas. Oportunidade cujo acesso é potenciado pelas excelentes e intensas relações bilaterais entre os Governos Português e Chinês, criando espaço para as nossas empresas apostarem na China como um destino sustentado da sua internacionalização. Portugal oferece bens de consumo com uma boa relação preço-qualidade, surgindo adequadamente posicionado face ao crescente número de famílias chinesas com rendimentos médios-altos, orientando-se por isso convenientemente quanto aos 5 grupos de consumo mais dinâmicos no seu contexto atual: alimentação; vestuário e calçado; bens para o lar; transportes e saúde. Nestes, há a considerar não só a dimensão que resulta do multiplicar da população pelo novo poder aquisitivo, mas também a perspetiva de progressão. É essa dinâmica que criará novos mercados. O desafio de internacionalização que hoje a todos convoca é o de exportar para os mercados emergentes, isto é, para economias marcadas pelo crescimento, pelo alargamento das respetivas classes médias e que, seja pela dimensão do mercado interno, seja pela dinâmica de consumo, oferecem oportunidades concretas para a expansão das empresas portuguesas, quer numa ótica de exportações, quer de internacionalização. Embora os processos de exportação para cada um dos mercados extracomunitários sejam, regra geral, complexos burocraticamente e mais onerosos do que os de exportação para o mais próximo e, desde logo, “interno” mercado da União Europeia, será sem dúvida nesses mercados terceiros que mais provavel-

Pedro Reis

Esta é, pois, um grande oportunidade para as nossas empresas. Oportunidade cujo acesso é potenciado pelas excelentes e intensas relações bilaterais entre os Governos Português e Chinês, criando espaço para as nossas empresas apostarem na China como um destino sustentado da sua internacionalização

mente as nossas empresas vão encontrar novos clientes para as suas exportações a um ritmo acelerado. Daí a aposta estratégica que a AICEP tem vindo a desenvolver de forma próxima com a economia real no sentido da diversificação de mercados. Não obstante o seu ainda enorme potencial de crescimento, o comércio bilateral de mercadorias com a China Continental ultrapassou já os dois mil milhões de euros em 2012. Neste intercâmbio, a nossa taxa de cobertura das importações pelas exportações progrediu de apenas 17% em 2008 para 25% em 2009, 30% em 2010, 42% em 2011 e finalmente 61% em 2012. Com crescimentos anuais em torno dos 45% ao longo destes últimos 5 anos, as nossas exportações para este mercado têm ainda margem para crescer a um ritmo interessante ao longo dos pró-

ximos anos, abrindo no médio e longo prazo um espaço próprio para aumentar também o número respeitante à internacionalização de empresas. O esforço de entrada na China desenvolvido pelos produtores e fabricantes nacionais, com as suas associações sectoriais, é este ano evidente no indicador do cofinanciamento europeu (QREN) de que a AICEP é organismo intermédio de gestão, com mais de 50 ações nesse mercado, com destaque para o multiplicar das suas participações no eficiente circuito das feiras comerciais chinesas, cada vez mais relevantes no conjunto do Leste e Sudeste asiáticos. Uma dinâmica que terá que ser insistente e consequente para ter sucesso. Para ambicionar exportar para a China é preciso desde logo estar disponível para investir no cumprimento dos normativos chineses. No adequar dos produtos

não só às suas exigências legais próprias, mas também, muitas vezes, aos consumidores chineses. É necessário persistência na identificação in loco das oportunidades e na busca do parceiro certo. Poderá ainda vir a ser exigido investir em presença própria no mercado, partilhando as responsabilidades de comercialização com os importadores e distribuidores chineses. Acompanhando-os e aos produtos exportados com o estabelecimento de um escritório de representação. Evoluindo se possível para uma empresa própria de importação e distribuição na China, ou mesmo uma rede de retalho, seja por via de uma empresa de capital integralmente português ou em joint-venture com um parceiro de capital local. Avançando para uma aposta na qualidade de vida das cidades de média dimensão no que toca a temáticas como a mobilidade, a sustentabilidade e eficiência energética, para além de toda a fileira das engenharias, da construção ou da arquitetura. Às empresas que abracem o desafio de desenvolver uma sustentada estratégia de exportação para a China, colocar-se-á inevitavelmente a questão de investir numa presença própria que lhes permita ter sucesso hoje e crescer em paralelo com o aumento, sofisticação e dispersão territorial do consumo chinês amanhã.


INTERNACIONALIZAÇÃO

Modesto Araújo, Diretor Geral da Vizelpas, em entrevista

Pontos de Vista Julho 2013

“O objetivo é internacionalizar a empresa” A Vizelpas é uma empresa produtora de embalagens flexíveis que trabalha essencialmente para os setores alimentar e médico-cirúrgico. Aliando a competência e know how a um processo produtivo controlado, desde a extrusão à expedição do material, a Vizelpas procura constantemente disponibilizar soluções eficientes através da inovação e aposta em produtos de elevada performance. Uma vez que, Portugal ainda importa a maior parte das suas embalagens flexíveis com caraterísticas mais técnicas, o grande objetivo da Vizelpas é colmatar essa falha do mercado nacional e combater as importações. Mais do que isso, aumentar as exportações das embalagens fabricadas no nosso país e mostrar que temos boas soluções nesta área. Trabalhar lado a lado com o cliente é outra das grandes preocupações da empresa dirigida por Modesto Araújo que, nesta entrevista à Revista Pontos de Vista, afirmou: “só sentindo intensamente as dificuldades dos nossos clientes poderemos procurar as melhores soluções”. Como carateriza o percurso que a Vizelpas tem vindo a percorrer ao longo dos anos? A Vizelpas surgiu em 1996 direcionada para o setor têxtil. A crise no Vale do Ave estimulou a mudança de investimentos e hoje, com 115 trabalhadores, a Vizelpas desenvolve soluções de embalagem e produz em Portugal embalagens outrora importadas para vários setores, sendo o mais relevante o alimentar. Hoje, a Vizelpas é provavelmente uma das empresas na Europa com mais potencial de crescimento no seu segmento de mercado. Dispõe de uma equipa jovem, multidisciplinar, competente e com uma dinâmica de trabalho reconhecida pelos nossos clientes. Além disso, apresenta uma estratégia de negócio muito bem definida a longo prazo, tendo a inovação e a modernização como pilares de suporte a uma melhoria contínua e sempre a pensar nos seus clientes. Nas relações do quotidiano, apostamos no acompanhamento presencial e permanente nos diferentes processos de embalagem que os nossos clientes requisitam. A inovação e a persistência têm sido os motores que permitem consolidar a marca? Sim. Portugal, neste momento, ainda está a importar a maior parte das suas embalagens flexíveis mais técnicas e durante muitos anos, houve escassez de produtores nacionais neste tipo de artigos. Neste momento, a Vizelpas está a responder a uma grande parte dos desafios. Mas o maior desafio não é produzir bem, é conseguir sensibilizar os empresários portugueses de que devem testar as soluções, as quais estamos disponíveis a desenvolver. Quais as principais áreas de atuação da Vizelpas? A nossa principal área é a da alimenta-

Comprar as embalagens em Portugal significa encurtar tempos de entrega, oferecer preços mais competitivos e, acima de tudo, fomentar uma proximidade com o fornecedor que se torna uma mais valia. A proximidade permite-nos conhecer bem o cliente e apoiá-lo na procura das melhores decisões para o produto a embalar

ção, mas também temos produtos e serviços para indústrias de produtos hospitalares, entre outros.

De que forma conseguem adaptar a procura às exigências do mercado, tendo como prioridade a qualidade e inovação? Neste ponto apostamos na formação contínua de toda a equipa, sem exceção: do departamento de vendas à secção de desenvolvimento, a formação sobre packaging e embalamento são vitais. A troca de experiências é também essencial na aprendizagem. É extremamente importante, também, que a equipa do desenvolvimento esteja muito próxima dos nossos clientes, num processo de interação permanente com o nosso público-alvo em busca da melhor solução. Na incessante missão de encontrar os

melhores fornecedores de materiais, as parcerias com pólos tecnológicos e com universidades, tanto nacionais como internacionais, têm sido também fatores importantes no desenvolvimento e expansão da Vizelpas. De forma a poder oferecer o produto certo a cada mercado, os nossos profissionais têm que analisar o binómio mercado/produto, de forma a ir ao encontro das necessidades dos clientes para apresentar a solução mais eficiente. A Vizelpas tem vindo a percorrer um percurso de excelência em prol de produtos de qualidade ímpar. De que forma se realiza esse percurso tendo como desiderato a preferência dos consumidores? O estabelecimento de uma parceria importante com os nossos fornecedores e com os nossos clientes tem ajudado a Vizelpas a crescer, numa linha ascensional que é também acompanhada pelos nossos clientes. Além de oferecermos as soluções que os clientes estão a usar, procuramos alternativas que signifiquem um ganho ao cliente, quer no aumento da longevidade do produto, quer no melhoramento de alguma propriedade que elimine ou reduza quebras no processo produtivo. Só sentindo intensamente as dificuldades dos nossos clientes poderemos procurar as melhores soluções. De que forma os produtos da Vizelpas assumem caraterísticas diferenciadoras de outros produtos existentes no mercado? Comprar as embalagens em Portugal significa encurtar tempos de entrega, oferecer preços mais competitivos e, acima de tudo, fomentar uma proximidade com o fornecedor que se torna uma mais valia. A proximidade permite-

“Para 2013 e 2014 temos que combater as importações e já temos alguns casos de sucesso importantes. Mas queremos mais” -nos conhecer bem o cliente e apoiá-lo na procura das melhores decisões para o produto a embalar. Tendo em conta que é de extrema importância alargar o portfólio de negócios e expandir a atividade a outros mercados, o esforço tem que se refletir nas vendas e compreender que tão ou mais importante do que produzir com qualidade é vender! Este é um fator essencial para o sucesso de qualquer empresa. Para a Vizelpas, o mais importante é acrescentar à sua rede, todos os dias, novos parceiros que permitam que as suas vendas incluam o packaging e um serviço de consultoria. É esse serviço que vai fazer a diferença quando os nossos clientes avaliarem os fornecedores. Quais são os objetivos para 2013/2014? Para 2013 e 2014 temos que combater as importações e já temos alguns casos de sucesso importantes. Mas queremos mais. No mundo do marketing, a solução de embalagem Doypack surge como uma alternativa eficiente e de baixo investimento de equipamentos no processo produtivo. Na Europa estas soluções surgem de forma mais lenta e em Portugal mais lenta ainda. Temos que assumir a tarefa de alertar os clientes para as novas soluções que surgem. Sem dúvida que o objetivo é internacionalizar a empresa e mostrar que existem já soluções de embalagem fabricadas em Portugal.

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RELAÇÕES BILATERAIS PORTUGAL/NORUEGA

Christian Nordahl, Representante do Conselho Norueguês das Pescas em Portugal, em grande entrevista

“O bacalhau é da Noruega, a tradição é Portuguesa!” Portugal e Noruega. Duas nações que têm criado uma relação de parceria com ganhos evidentes para ambos. Assim se continue a promover e a fomentar esta ligação. Atenta à relevância deste cenário, a Revista Pontos de Vista conversou com Christian Nordahl, Representante do Conselho Norueguês das Pescas em Portugal e uma personalidade conhecedora destes dois países, que revelou como tem sido criada essa dinâmica, onde a NORGE tem tido um papel fundamental, lembrando ainda que o bacalhau, entre outros, tem sido um «veículo» promotor dessa ligação entre Portugal e Noruega.

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Há muito tempo que o consumo de bacalhau está intrinsecamente enraizado na cultura e nos hábitos da sociedade portuguesa. Cerca de um quarto do bacalhau que se pesca em todo o mundo, come-se cá e só o melhor atravessa as fronteiras nacionais. Apesar de muitas famílias cortarem em bens essenciais, como a alimentação, o Bacalhau continua a ser o “fiel amigo” dos portugueses? Efetivamente o bacalhau continua a ser o fiel amigo dos portugueses e a prova disso está no crescimento do consumo que se registou no bacalhau em cerca de três por cento, o que mostra que não é só o fiel amigo, mas que é um peixe em que os portugueses confiam. Ainda permanece a ideia de que o bacalhau é dos peixes mais caros disponíveis no mercado. Qual tem sido o papel da NORGE no sentido de desmistificar esta ideia? O bacalhau salgado seco é e facto um peixe acessível, apesar de existir o mito de que é um peixe caro. Suponha-se, por exemplo, que o preço por kg do bacalhau crescido ronda os 6 euros. O bacalhau salgado seco é um peixe limpo, já sem cabeça e sem tripas e será demolhado. Na demolha, o peixe recupera a água perdida durante o processo de secagem, ou seja recupera 30 por cento do seu peso. Assim um bacalhau de 2 kg passou a pesar 2,7 kg. Ora o preço real por kg do bacalhau passou a ser realmente de 4,5 euros. Se se olhar para as bancas de peixe poder-se-á perceber que o bacalhau é efetivamente um peixe acessível às bolsas dos consumidores.

Uma das grandes missões da Norge passa pelo reforço da presença do salmão nos lares portugueses. O que tem sido feito nesse sentido? O facto de ser um produto que, tal como o bacalhau, é bastante versátil, continua a ser do desconhecimento geral? Nos últimos anos têm sido realizadas ações de esclarecimento para os vários setores de atividade sobre a versatilidade do salmão. Em resultado disto o consumo também tem crescido. Por exemplo no ano de 2012, em Portugal, consumiram-se cerca de 12 mil toneladas de salmão. No ano anterior, 2011, o consumo registado tinha sido de 9,5 mil toneladas. Ou seja o consumo de salmão

Christian Nordahl tem crescido muito positivamente em Portugal, devido a vários fatores, como seja a sua versatilidade, ser preferido por grande parte das crianças, ser referência no sushi e estar sempre presente nas bancas de peixe. Os números de consumo dizem que os portugueses apreciam bastante o salmão e que o têm incluído na sua alimentação.

Em Portugal, tem sido feito o suficiente para promover a qualidade do bacalhau? Desde as suas origens à sua frescura, este produto tem sido valorizado? Penso que da parte da Norge tem sido realizados os esforços para demonstrar a qualidade do bacalhau da Noruega. Temos convidados regularmente várias pessoas para visitarem as zonas pesqueiras norueguesas, desde jornalistas, a chefes de cozinha, de modo a mostrar como é todo o procedimento desde a pesca até à preparação do bacalhau. E penso que temos conseguido mostrar que na Noruega existe uma preocupação de sustentabilidade na gestão dos stocks marinhos, que as águas do Mar da Noruega são das mais puras do planeta,

e que os métodos de pesca utilizados são os mais adequados para conseguir que o bacalhau chegue nas melhores condições à mesa dos portugueses.

Nem todos os portugueses podem ser especialistas em gastronomia ou estarem aptos para saber distinguir o Bacalhau proveniente da Noruega de outros que circulam no mercado. Que conselhos transmitiria no sentido de ajudar o consumidor a saber fazer esta distinção? Essa tem sido uma preocupação para a qual conseguimos uma solução. Todo o bacalhau cujo processamento é totalmente efetuado na Noruega é etiquetado, indicando a sua origem. Sobre esse bacalhau não há dúvidas, uma vez que ele é certificado na origem. Mas também há que dizer que uma parte do bacalhau exportado pela Noruega para Portugal é acabado de secar em Portugal. Apesar de ser bacalhau da Noruega, só não tem a etiqueta de origem uma vez que é tratado por diferentes operadores. Não deixa de ser um produto fiável, apenas não pode exibir a etiqueta de origem dado este sistema repartido na processo de cura.

“A indústria de peixe seco norueguesa tem mantido as suas expectativas e a sua capacidade. Este ano, porque o preço do bacalhau desceu nos mercados internacionais, perspetivam-se menos lucros, mas o volume de bacalhau exportado deverá crescer em relação ao ano anterior, uma vez que a quota de pesca para 2013 também cresceu”

Tem sido uma das grandes lutas da Noruega unir esforços para que a tradição associada ao bacalhau seja sempre preservada. Na prática, em que tem consistido este trabalho? Existe uma frase que usamos e que, penso, traduz de forma clara o que temos feito: O bacalhau é da Noruega, a tradição é Portuguesa! Efetivamente é em Portugal que se encontra a maior varie-


Pontos de Vista Julho 2013

Há que reconhecer que a Norge também contribui para que o consumo de peixe em Portugal se mantenha nos níveis habituais. É claro que para nós o bacalhau e o salmão são os peixes primordiais, mas sabemos que todos os que estão relacionados com peixe acabam por beneficiar deste facto

dade de receitas de bacalhau do Mundo. E digo sem veleidade que é em Portugal que se come o melhor bacalhau do Mundo. A tradição culinária do bacalhau está aqui em Portugal. E é essa tradição que nós queremos ajudar a preservar.

Num período de crise, a indústria de peixe seco, apesar de alguns índices mais baixos, tem sido capaz de reforçar a sua posição em termos de exportações. A que se deve este fenómeno? A indústria de peixe seco norueguesa tem mantido as suas expectativas e a sua capacidade. Este ano, porque o preço do bacalhau desceu nos mercados internacionais, perspetivam-se menos lucros, mas o volume de bacalhau exportado deverá crescer em relação ao ano anterior, uma vez que a quota de pesca para 2013 também cresceu.

Em Portugal, o valor do mar assume potencialidades que são determinantes para o relançamento da economia portuguesa e para a preservação dos recursos naturais. As gerações atuais têm consciência da importância da nossa cultura marítima? Espero que, a exemplo do que na Noruega se tem feito, em Portugal se siga exemplo semelhante. Para que seja mantida a relação com o mar, na Noruega, existem várias escolas de pesca que tem uma ação próxima dos jovens das escolas primárias, de modo a que eles percebam desde novos como é o mar, como se pesca, como se pode ter uma profissão na pesca.

No seu entender, é necessário estimular as relações comerciais e produtivas entre estes dois mercados no sentido de reforçar igualmente o progresso económico e social de ambos? O que é que ainda falta fazer? Isso é resposta que só pode ser dada pela dinâmica dos mercados. Existem exemplos de instalação na Noruega de portugueses que passaram a operar como exportadores para as suas empresas em território português. E existe também o exemplo da aprendizagem do processo de secagem do bacalhau em túneis de vento, que foi ensinada pelos industriais portugueses aos noruegueses. Em 2012, a exportação de bacalhau da Noruega para Portugal foi de 42 mil toneladas, uma redução de 15 por cento comparativamente com 2011. O impacto da atual conjuntura

económica preocupa os pescadores noruegueses? O ano de 2012 pode ser considerado um ano anormal em termos de importações, porque havia stock suficiente nas lojas. Há que recordar que no início de 2011 não havia bacalhau nas lojas nem em stock em Portugal, logo a importação foi bastante superior de forma a criar um stock de reserva. No ano seguinte, 2012, as importações foram, logicamente, menores, e refletem o regresso à estabilidade de stocks realizada pelos importadores portugueses. Logicamente que os pescadores e os exportadores noruegueses vivem sempre preocupados com uma possível redução das exportações. Mas a Noruega não exporta apenas para Portugal e, refira-se, a procura por bacalhau continua forte por parte de outros mercados. Tenho que reconhecer que, por tradição, os exportadores norue-

Que linha estratégica tem sido utilizada pela NORGE para reforçar os laços entre Portugal e a Noruega, tendo como pano de fundo o papel que o bacalhau assume nestas ligações? Há que reconhecer que a Norge também contribui para que o consumo de peixe em Portugal se mantenha nos níveis habituais. É claro que para nós o bacalhau e o salmão são os peixes primordiais, mas sabemos que todos os que estão relacionados com peixe acabam por beneficiar deste facto. A Norge, uma vez que representa os exportadores noruegueses de pescado, não pode alargar o seu papel para muito além do âmbito das pescas. Mas dou como exemplo algumas ações de promoção gastronómica que temos apoiado em Portugal, desde o concurso culinário Revolta do Bacalhau, a ações de divulgação de sushi, como ações de formação para trabalhadores dos balcões de peixarias. Pensamos que esse é o nosso contributo para apoiar quem prefere o sabor dos peixes criados em águas frias, puras e cristalinas como são as do Mar da Noruega.

gueses têm sempre em conta o mercado português como preferencial e reservam sempre o melhor bacalhau para exportar para Portugal. Caso a redução de exportações acontecesse (e pelo decorrer deste ano de 2013 as exportações de bacalhau para Portugal voltaram ao seu padrão) isso não os impediria de procurar outras soluções para poderem exportar o peixe. Mas há que referir também que em 2012 o consumo de bacalhau cresceu em Portugal quase 10 por cento. As relações entre Portugal e a Noruega vão muito além da exportação de bacalhau. Nos últimos tempos, mão de obra qualificada portuguesa tem sido acolhida por entidades norueguesas que ajudam os nossos jovens a singrar em termos profissionais. De que forma a Noruega pode ajudar Portugal a reerguer-se desta crise económica? A Noruega é um país que acolhe com simpatia quem respeita os nossos valores de trabalho e de empenho. Muitos portugueses, jovens ou menos jovens, têm encontrado uma vida profissional na Noruega. E têm descoberto que os noruegueses são pessoas francas e solidárias. Por isso têm ficado, apesar do clima frio, apesar de outros hábitos alimentares. A Noruega como país, tem apoiado Portugal, seja participando nos leilões de dívida que o estado português tem feito, seja apoiando alguma investigação científica portuguesa, dado o papel que a educação e a investigação têm no futuro dos povos.

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A OPINIÃO DE...

RELAÇÕES BILATERAIS PORTUGAL/NORUEGA

Ove Thorsheim, Embaixador da Noruega em Portugal

Portugal e Noruega Unidos pelo mar Portugal e a Noruega têm muitas qualidades e interesses comuns, sendo que um dos mais importantes é o mar, pois são ambos países costeiros. A história, economia e a cultura dos dois países testemunham uma forte ligação ao mar. A relação entre Portugal, um país do sudoeste da Europa, e a Noruega, um país do norte da Europa, é caraterizada pelos recursos do mar e, especialmente, pela longa tradição de comércio de frutos do mar. O bacalhau é o “nosso amigo fiel”.

As empresas norueguesas reconhecem as competências dos portugueses, não só as técnicas mas também as linguísticas. Algumas dessas empresas optaram por se estabelecer em Portugal, ficando assim mais perto das atividades no Atlântico sul e com uma posição estratégica entre a Noruega, no norte, e as atividades petrolíferas e marítimas no Brasil e Angola, no sul.

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É o mar que nos une Portugal e a Noruega têm as maiores plataformas continentais da Europa e esta é uma das principais razões que nos tem levado a reforçar a nossa cooperação na área do mar. Portugal tem um grande saber sobre o mar e muita experiência nas atividades marítimas, como por exemplo estaleiros marítimos, portos profundos, projetos de energia renovável offshore, centros de excelência de investigação no campo da biotecnologia marinha, e aquacultura. A Noruega tem uma indústria marítima especializada, uma frota naval que opera em todo o mundo, intensa atividade de produção e exportação de frutos do mar, investigação em biotecnologia marinha, conhecimentos sobre o Ártico e uma indústria petrolífera sólida. As atividades marítimas destes setores são áreas de grande valore económico. Os clusters do mar são exemplos de grande desenvolvimento, eficiência e inovação. É neste contexto que iniciámos uma cooperação específica nas áreas da biotecnologia marinha e energias renováveis em offshore. Através de várias conferências, foram estabelecidos contatos e

projetos de cooperação entre especialistas e comerciantes dos dois países. Além disso temos atividades bilaterais na área da indústria marítima, portos e aquacultura. A competência de Portugal é também reconhecia pela Noruega que na atualidade recorreu à contratação cerca de mil engenheiros portugueses recrutados por empresas norueguesas para trabalhar na área dos serviços offshore. As empresas norueguesas reconhecem as competências dos portugueses, não só as técnicas mas também as linguísticas. Algumas dessas empresas optaram por se estabelecer em Portugal, ficando assim mais perto das atividades no Atlântico sul e com uma posição estratégica entre a Noruega, no norte, e as atividades petrolíferas e marítimas no Brasil e Angola, no sul.

Uma cooperação Ativa

Portugal e a Noruega são membros do Espaço Económico Europeu. Ambos os estados beneficiam de uma Europa estável e próspera, com um mercado interno competitivo e em pleno funcionamento. Esta é uma das razões que leva a Noruega a apostar na redução dos desequilíbrios económicos e

“A cooperação cultural também é também uma prioridade, no quadro dos EEA Grants, bem como entre instituições portuguesas e norueguesas. Com base nas nossas identidades, valores e interesses comuns, queremos reforçar a nossa cooperação bilateral, tanto no domínio político e comercial como científico e cultural”

sociais na Europa, contribuindo com 1,8 mil milhões de euros através dos EEA Grants no período 2009-14. A Noruega é um parceiro sólido, confiável e de longo prazo para a Europa. Assim contribuímos também com fundos para o FMI durante da crise financeira na Europa. Os EEA Grants estimulam oportunidades de cooperação entre os nossos países, com Portugal a beneficiar de 58 milhões de euros para aplicar em áreas estratégicas. (www.eeagrants.gov.pt). Os maiores programas são na área do mar, saúde e sociedade civil e há várias entidades noruegueses envolvidas como parceiros. Os EEA Grants também disponibilizam fundos para atividades bilaterais, tanto dentro dos oito programas como ao nível nacional em áreas como inclusão social, antidiscriminação, e viagens e participação em reuniões. A cooperação cultural também é também uma prioridade, no quadro dos EEA Grants, bem como entre instituições portuguesas e norueguesas. Com base nas nossas identidades, valores e interesses comuns, queremos reforçar a nossa cooperação bilateral, tanto no domínio político e comercial como científico e cultural.


INTERNACIONALIZAÇÃO

João Bessa Gomes, Diretor Geral do Grupo Exinov, em entrevista

Pontos de Vista Julho 2013

Comunicar com estratégia “Faz parte do nosso “modo de estar” precaver eventuais problemas que possam advir para os nossos clientes de uma comunicação mal realizada no exterior”, afirma, João Bessa Gomes, Diretor Geral do Grupo Exinov, em entrevista à Revista Pontos de Vista tendo abordado, de uma forma direta e distinta, entre outras coisas, a relevância da comunicação, onde o Grupo Exinov é sem dúvida um excelente parceiro, principalmente num período onde a comunicação é propiciadora de novas formas e estratégias de expansão que devem ser personalizadas e adaptadas à realidade de cada empresa.

Eventos, Educação, Cultura e Tecnologia. O Grupo Exinov centra a sua atuação nestas quatro principais áreas, sempre com o lema “o seu sucesso é a nossa ambição”. O que é que tem motivado o crescimento deste grupo e a afirmação do mesmo a nível nacional e internacional? A EXINOV surge em 2009 como resultado de uma análise de mercado em que se verificou a existência de oportunidades de negócio nas vertentes da Cultura, Eventos, Educação e Tecnologia. Atuamos no mercado nacional e internacional com diferentes marcas registadas, pois acreditamos que uma marca, sob um grupo sólido, pode tornar-se uma mais-valia. Somos hoje um grupo que trabalha em prol do sucesso de clientes e parceiros nacionais e internacionais, sendo que é com estes que também evoluímos e crescemos de um modo sustentável. O Grupo Exinov tem sido um parceiro no momento em que uma empresa opta por reforçar a sua comunicação com o exterior. Hoje em dia, é cada vez mais importante que uma organização não se feche “a sete chaves” e que reforce a imagem que passa para o exterior? Sempre que uma empresa contacta a EXINOV no sentido de realizar uma campanha de comunicação internacional, ou porque já está estabelecida e pretende novas formas de “atacar” o mercado, ou porque pretende avançar um processo de internacionalização de raiz e não sabe a forma de comunicar corretamente no novo mercado, temos sempre o cuidado de analisar vários pontos em conjunto com o cliente, antes de efetivamente avançar para qualquer campanha. Faz parte do nosso “modo de estar” precaver eventuais problemas que possam advir para os nossos clien-

tes de uma comunicação mal realizada no exterior. De facto, não acreditamos que “o segredo é a alma do negócio”, até porque, na grande maioria das vezes, a troca de conhecimentos e ideias entre os nossos clientes e os nossos colaboradores durante a fase de pré-campanha, propiciam novas formas e estratégias de expansão personalizadas e adaptadas à realidade de cada empresa.

Dentro do vasto leque de serviços disponibilizados pelo Grupo Exinov, qual é o que tem tido maior procura? Que explicação daria para esse facto? Em relação aos serviços que prestamos, existem três setores que têm tido uma procura cada vez mais elevada. São eles o da Cultura, Formação e o de desenvolvimento de campanhas de comunicação. No entanto, é dentro do setor cultural que temos tido maior procura dos nossos serviços. Através de uma das nossas estruturas, a “Compª. Profissional de Teatro EDUCA” temos organizado e apresentado diversos eventos e animações para milhares de pessoas de norte a sul do país de uma forma descentralizada. No entanto, também temos tido bastante procura no que concerne à realização de campanhas de comunicação para o exterior, especialmente por parte de clientes nacionais que pretendem expandir para Angola e Espanha, e das nossas formações empresariais.

A formação é outro dos vossos alicerces de trabalho, e como tal, organizam, de uma forma continuada, uma série de workshops direcionados para temas específicos. Quais são, hoje, as principais necessidades formativas que chegam ao Grupo Exinov? Atualmente, a maior parte dos parceiros e empresas que procuram os nossos serviços de formação, procuram essen-

cialmente temas relacionados com a gestão de recursos, gestão de projetos e comunicação/marketing. Apesar de começar a existir no mercado uma gestão de empresas cada vez mais capaz e atenta, a verdade é que os “decisores”, especialmente das PME’s, procuram cada vez mais formações que os preparem para situações concretas dentro da sua realizada empresarial, de modo a colmatar e prevenir situações complicadas para as suas empresas.

Num momento em que o mercado nacional se encontra saturado, que caminhos encontram no mercado externo? É importante, no seu parecer, estimular as relações comerciais transfronteiriças? É um facto que o nosso pequeno mercado nacional está muito competitivo e que os clientes são cada vez mais exigentes. No entanto, quando se fundou a EXINOV, começámos pequeno, mas com grande ambição. Tivemos o primeiro objetivo de crescer no mercado nacional e apenas quando este começasse a ficar estável, crescer para o mercado internacional. O facto de “não darmos um passo maior que a perna” tem evitado imensos dissabores. Soubemos que se tivéssemos sucesso no nosso mercado poderíamos, com as ferramentas certas, transpor fronteiras e abranger outros mercados, partindo em busca de outros parceiros. Mais simples e eficiente que exportar produtos físicos, é “exportar” conhecimento e cultura. Por isso, temos trabalhado de um modo intensivo no sentido de contactar e elaborar protocolos com entidades estrangeiras. Tal como nós, várias empresas têm tentado o mesmo caminho sendo esta, na nossa opinião, uma das formas que irá permitir alguma recuperação da nossa economia.

CV João Bessa Gomes Licenciado em Marketing, Pós Graduado em Comunicação Empresarial e Marketing, Mestre em Gestão, tem estado à frente de vários projetos ligados à organização de eventos, formação e realização de campanhas de comunicação internacionais. Com várias formações paralelas, destacam-se as relacionadas com as áreas da técnica vocal, falar para audiências, gestão e organização de eventos, gestão de projetos, protocolo, entre outras, lecionadas para empresas, escolas e associações. Ainda, complementa a sua atividade através de formações a empresas, nomeadamente no âmbito da Motivação, Liderança, Empreendedorismo, Marketing e Gestão de Projetos.

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INTERNACIONALIZAÇÃO

Ramiro Brito, Administrador da LRB, em entrevista

“Otimizar para melhor gerir é o objetivo” “Não aponte defeitos. Aponte soluções, qualquer um se sabe queixar”. Esta frase de Henry Ford sintetiza o espírito com que agimos em termos empresariais”, afirma Ramiro Brito, Administrador da LRB, em entrevista à Revista Pontos de Vista. Basta ler esta frase para perceber o espírito distinto sentido na LRB, marca que é hoje um player de relevo no setor de mercado em que atua. Mas conheça mais da LRB, uma marca com atitude positiva.

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A LRB é consultora especializada em diversas áreas de apoio à ação empresarial. Quais são essas áreas e quais aquelas que assumem uma relevância acrescida nos dias que correm? Somos uma empresa que surge no âmbito de uma experiência retirada da ação empresarial, nacional e internacional, de outras empresas que atuam na área das tecnologias da informação e que têm em comum com a LRB o fato de terem sócios comuns, como é o caso da INTSIS E INTSIS ÁFRICA, das quais sou também Diretor. O apoio á ação empresarial surge precisamente pelo know how adquirido ao longo dos anos e que pode ser uma ajuda estrutural nos dias de hoje. Desde a estratégia de abordagem a mercados emergentes como os de Angola, Cabo Verde e Moçambique onde já temos trabalho desenvolvido em todas os nossos campos de ação, passando pelo apoio efetivo ao estabelecimento de contatos e potenciação de negocio, estamos habilitados para prestar todo o apoio necessário à internacionalização, bem como à ação empresarial de raiz e de continuidade de negocio. Num mundo cada vez mais marcado pela globalização, que importância têm os sistemas de comunicação na gestão das empresas e de que forma os mesmos são capazes de aumentar a competitividade e rentabilidade das organizações? Essa é uma preocupação constante e cada vez mais oportuna das empresas e entidades e daí a nossa aposta em sistemas inovadores e que representem não só um importante instrumento de gestão, mas configurem também uma ferramenta extremamente útil no apoio à decisão. Neste

contexto, temos um sistema de monotorização que é tão eclético como adaptado às necessidades de cada organização. Este sistema permite monitorizar em contínuo tudo o que possa ser mensurável. A sua versatilidade é tão ampla que é aplicado em monotorização de pipelines em estaleiro, ao nível da sua localização geográfica, como a monitorização de qualidade da água e respetivos caudais, passando pela otimização de rotas de recolha de resíduos diferenciados, através da monitorização dos ecopontos ao nível da sua capacidade, otimizando rotas, aumentando a eficiência e reduzindo custos. O sistema funciona numa plataforma adaptada a cada necessidade e de utilização extremamente intuitiva. Esta é uma ferramenta útil, transversal e com um número de aplicações imenso. Neste campo costumamos dizer para que nos seja colocado o desafio que desenvolveremos a solução à medida. De que forma a LRB consegue ser um parceiro importante na internacionalização das empresas e produtos? Quais os principais mercados em que estão habilitados a dar este apoio? Desde logo estamos naturalmente vocacionados para os mercados Africanos, nomeadamente Angola, Moçambique e Cabo Verde. No entanto a visão que tenho de uma empresa é de um processo permanentemente evolutivo e por isso mesmo estamos sempre abertos a novos desafios e estamos atentos à evolução dos mercados internacionais. O mercado Africano é um mercado que conhecemos bem e onde temos excelentes relações com clientes e entidades de renome e com grande credibilidade. Podemos ser um parceiro importante no processo de internacionalização

Ramiro Brito

de empresas e produtos pelas relações de confiança que construímos ao longo dos anos nesses mercados além de, obviamente, termos como já referi um conhecimento efetivo dos mesmos. Mais do que entrar nesses mercados, importa criar condições para que a ação empresarial aí seja sustentável e duradoura.

Como caracteriza a ação que a LRB tem vindo a desenvolver na área do Ambiente? A área do ambiente é uma aposta inequívoca da nossa companhia. Prestamos os serviços ditos convencionais, como estudos de impacte ambiental, implementação e manutenção de Sistemas de Informação Geográfica, delimitação de perímetros de proteção, entre outros e tentamos aliar as novas tecnologias aplicadas a soluções ambientais, como seja o caso da monitorização como alavancagem daquilo que poderá ser a otimização da intervenção ao nível do ambiente fazendo uma aliança lógica com a evolução tecnológica. Otimizar para melhor gerir é o objetivo. Com uma presença muito forte no território africano, os serviços que desenvolvem nestes mercados são apenas relacionados com o investimento e o apoio às empresas na internacionalização ou, na área de ambiente, já têm vindo também a desenvolver alguma atividade? Qualidade e ambiente são duas questões que têm vindo a ganhar importância nas economias emergentes ou continuam a ser deixadas para segundo plano? A nossa intervenção no território africano tem várias frentes de ação. A mediação de negócios ou aquilo a que se chama trading tem um peso importante naquilo que são os resultados financeiros da companhia, bem como as perspetivas de crescimento para o futuro, mas estamos também a

desenvolver projetos na área do ambiente sobretudo através de parcerias com empresas locais ou empresas portuguesas com presença nesses mesmos países. A questões ambientais ainda estão a dar os primeiros passos em Angola, Cabo Verde e Moçambique, cada um com a sua dimensão e realidade que são bastante distintas. Desde logo há que ter noção que nestes países ainda se tenta evoluir em questões para nós tão essenciais como o abastecimento de água ou saneamento pelo que as coisas irão acontecer a seu tempo nesta matéria. A questão da monitorização e das soluções de sustentabilidade energética tem tido uma recetividade muito grande nestes mercados que nos colocam permanentemente desafios novos que encaramos com profissionalismo e otimismo. Estamos aqui a realizar projetos importantes e cujos resultados terão grande impacto económico e social.

O que é que podemos esperar da LRB para os próximos tempos? “Não aponte defeitos. Aponte soluções, qualquer um se sabe queixar”. Esta frase de Henry Ford sintetiza o espírito com que agimos em termos empresariais. Pode esperar-se uma postura ativa, empreendedora, recetiva a novos desafios e com uma enorme energia e vontade de vencer. Ambiente, tecnologia, trading e consultoria são as áreas de ação mais imediatas...para um futuro próximo agricultura poderá ser a aposta seguinte. Uma equipe simbiótica que congrega a juventude com a experiência de um grupo discreto mas com resultados firmados que falam por si promete crescer sempre com segurança e firmeza. A continuidade de estabelecimento de parcerias com entidades ligadas ao conhecimento como Universidades e Institutos serão também um vetor essencial de atuação. LER NA INTEGRA EM WWW.PONTOSDEVISTA.PT


INTERNACIONALIZAÇÃO

Pontos de Vista Julho 2013

INTSIS - parceiro de prestígio

Parceiro com soluções de excelência A inovação e a tecnologia são hoje vetores essenciais no sucesso das organizações e marcas. Neste sentido, é fundamental que existam parceiros de excelência e qualidade neste domínio. A INTSIS é disso exemplo, pois aposta na comercialização, integração e suporte de soluções informáticas e de comunicações, junto do ramo empresarial e profissional, prestando serviços no país continental e ilhas, bem como em alguns países lusófonos como Angola, Cabo Verde e Moçambique. Mas quisemos saber mais e conversamos com Luís Brito, Administrador da INTSIS, que nos deu a conhecer um pouco mais de uma marca que mais do que um mero fornecedor de serviços, é hoje um parceiro de negócio que projeta para cada necessidade dos seus clientes uma solução adaptada. Cada vez mais, e num mercado onde a concorrência é atroz, a aposta na comunicação e no marketing é fundamental para que uma empresa se afirme com solidez e faça chegar a sua mensagem. A INTSIS tem assumido essa orientação? Qual é a mensagem que a empresa tem transmitido para o exterior? A INTSIS é uma companhia com valores bem afirmados aquém e além-fronteiras. A nossa ação empresarial passa por três vetores fundamentais e dos quais não nos desviamos, a saber, profissionalismo, responsabilidade e visão empreendedora. O tipo de serviços que prestamos e a natureza dos mesmos, bem como a natureza dos nossos clientes exigem que sejamos bem mais do que meros fornecedores, mas sim parceiros de negócio que projetam para cada necessidade uma solução adaptada.

A INTSIS disponibiliza um serviço completo de Outsourcing de sistemas que é, de certa forma, um meio de ajudar os parceiros a concentrarem-se no seu core business. Hoje, esta opção de subcontratação de serviços é cada vez mais um recurso escolhido pelas empresas? Quais são as principais mais-valias? A globalização traz vantagens mas desencadeia novas necessidades. No mundo em que vivemos não é sério nem realista da parte de qualquer companhia idêntica à INTSIS querer saber fazer tudo de forma cem por cento profissional. Não é viável do ponto de vista da sustentabilidade económica das companhias, bem como do ponto de vista da seriedade e profissionalismo como encaram os negócios ter a pretensão de deter, “dentro de portas”, todo o know how e valia técnica para apresentar soluções eficazes e à medida das necessidades dos clientes. O sistema de outsourcing permite dar profundidade e dimensão às soluções que criamos para os negócios e para os nossos clientes. O trabalho em parceria, juntando conhecimentos, experiências e áreas de ação diferentes ainda que interligadas é uma opção estratégica que nos parece óbvia e necessária. O “orgulhosamente sós” não entra no nosso léxico de gestão. Dentro do vasto leque de serviços disponibilizados pela INTSIS, qual é o que tem tido maior procura? Que explicação daria para esse facto? Sem dúvida que o BANK SERVICE tem

sido o nosso campo de ação mais volumoso e efetivo. A segurança, simplicidade e a operacionalidade intuitiva das nossas soluções têm tido enorme recetividade junto de clientes importantes em Portugal e no estrangeiro. Hoje a INTSIS opera em todos os Bancos Angolanos, em Cabo Verde, Moçambique, bem como em empresas importantes da área da indústria automóvel, comunicações e bancos, naturalmente em Portugal. Somos parceiros IBM, HP, Metalogix, Huawei, Interforms, entre outras representações e parcerias de reconhecida credibilidade nacional e internacional. Somos também certificados pelo Uptime Institute. Dispomos de Know How, de soluções e parcerias que nos permitem agir no mundo das tecnologias de informação com produtos e soluções competitivas. Não nos limitamos a vender máquinas, aliás esse nem é tão pouco o nosso core business, somos arquitetos de soluções integradas que possa de fato ser úteis e representar um fator de crescimento e otimização produtiva dos nossos clientes. Criamos a solução, pomos a mesma funcionar e tratamos de todos os serviços de manutenção necessários para garantir o seu correto funcionamento ao longo do tempo.

Atualmente, a INTSIS está presente em Portugal e em alguns mercados africanos, como Angola, Cabo Verde e Moçambique. São mercados que diferem em vários aspetos mas muito similares noutros. De um modo geral, quais são as principais exigências dos vossos parceiros? Cada mercado tem especificidades próprias. Cada mercado tem as suas necessidades e a virtuosidade empresarial está em saber tomar o pulso aos mercados, perceber as suas fragilidades e apresentar soluções para as colmatar. As exigências dos nossos clientes passam precisamente por aí, por necessitarem de soluções adaptadas às suas especificidades e que sejam acima de tudo eficazes. Eficácia, profissionalismo e seriedade são as chaves de ouro para laborar nos mercados dos nossos tempos. Recentemente, como resultado de uma parceria entre a INTSIS e a FastPassCorp, ficaram responsáveis pela venda e implementação da solução Fastpass em Portugal, Angola, Moçambique e Cabo Verde. O que significa representar a prestigiada e experiente FastPassCorp?

A FastPassCorp é um sistema que vem simplificar bastante a integração dos acessos aos vários programas e plataformas num só gestor central. Isto permite que com uma só password possa aceder a todos os seus programas e plataformas. É uma forma de agilizar o funcionamento, muitas vezes complexo, de plataformas quer do ponto de vista pessoal, mas essencialmente ao nível empresarial. A implantação deste sistema em Portugal, Angola, Cabo Verde e Moçambique ser confiado à INTSIS é mais um fator de reconhecimento da credibilidade do nosso trabalho, à semelhança do que já aconteceu com outras marcas de prestígio internacional. Isto é o reflexo do trabalho que temos desenvolvido.

Num momento em que o mercado nacional se encontra saturado, que caminhos encontram no mercado externo? É importante, no seu parecer, estimular as relações comerciais transfronteiriças? A crise é, por princípio, um fator transversal à sociedade. Não entendemos que o mercado esteja necessariamente saturado, até porque na nossa área de ação as necessidades são crescentes e cada vez mais evidentes. Entendemos que se os passos forem seguros e bem dimensionados, Portugal é também um país com oportunidades, pelo menos na nossa área de negócio. As relações transfronteiriças são importantes na medida

Luís Brito em que potenciam o negócio da companhia para dimensões que não teria se fosse apenas centrado no nosso país, no entanto, não encaramos a internacionalização como um processo de salvação nacional. Hoje não podemos ter empresas em Portugal que vão para África com o espírito de que lá se vão salvar. África também exige investimento, também encerra risco e também timing de efetivação de negócio muito próprios e portanto não pode ser vista como uma tábua de salvação, mas antes como um meio de crescimento e até de fortalecimento financeiro das empresas. Uma coisa é fortalecer outra é salvar. LER NA INTEGRA EM WWW.PONTOSDEVISTA.PT

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INTERNACIONALIZAÇÃO

S&F – Sítios e Formas

Promover o diálogo entre o Território e as Pessoas A cadência do desenvolvimento dos fenómenos urbanos, económicos e sociais determina reptos a todas as entidades públicas ou privadas, a que estas, frequentemente, se encontram impossibilitadas de retorquir de forma cabal. Desta forma, é importante que as empresas se dotem de meios tecnológicos e humanos no sentido de dar resposta às necessidades de quem os procura. A S&F – Sítios e Formas faz bem o entrelaçar dessas essências, ou seja, inventa e reinventa ecossistemas, trabalhando as dinâmicas do espaço urbano, num diálogo permanente entre o território e as pessoas. Estivemos à conversa com José Fernando Oliveira, Arquiteto e Sócio-gerente da S&F – Sítios e Formas, onde ficamos a conhecer um pouco mais de uma marca que faz da distinção e da excelência o principal cartão de visita da sua forma de estar e atuar no mercado.

“A Sítios e Formas cresceu à luz de uma cidade matizada por mais de dois milénios de coexistência de povos e culturas. É em Coimbra, com uma herança que a UNESCO justamente acaba de reconhecer como património da humanidade que encontramos inspiração para transcender contextos” José Fernando Oliveira 20

Quais os principais desafios que se impõem como resultados dos fenómenos de crescimento urbano? O ritmo do crescimento dos fenómenos urbanos, económicos e sociais impõe desafios a todas as entidades públicas ou privadas e obriga-nos a pensar o urbanismo de forma integrada. Recentemente a população mundial ultrapassou a barreira dos 50% a viver em cidades; isto é significativo: se em África, na Ásia e na América do Sul se pode falar em crescimento urbano, no chamado mundo ocidental verifica-se um decréscimo das metrópoles, pelo que se tem de pensar em reabilitação, reestruturação ou renovação urbanas. É claro que o crescimento impõe que se planeiem e projetem cidades com infra estruturas e equipamentos adequados aos fenómenos da sua ocupação tendencial. Porém, em ambas as realidades – bairros que surgem do zero, no caso dos países emergentes, ou tecidos urbanos pré existentes, como no caso europeu

– é preciso, em prol de uma qualidade de vida de acordo com os padrões atuais, pensar antes de ocupar, antes de construir. Daí colocar-se, antes de mais, a necessidade de planeamento urbano. Importa considerar a demografia, a realidade social: se na Europa não interessa urbanizar tanto em África, por exemplo, são necessários fogos e logo, todos os equipamentos e infra estruturas que os suportam.

De que modo a S&F, através dos seus serviços de assessoria, consegue ajudar os seus clientes a enfrentar estes desafios? Através da nossa experiência no terreno, nomeadamente na área do planeamento territorial (que não se esgota na elaboração dos planos, mas deve contemplar a sua execução) conhecemos bem os desafios com que muitas vezes os decisores são confrontados. De facto, em alguns cenários ou países dão-se os primeiros passos, necessariamente in-

cipientes, em matéria de planeamento. Estas dificuldades específicas inspiraram-nos a desenvolver novos serviços para além da elaboração de estudos e projetos – fatia em que a S&F tradicionalmente concentrou a sua atividade – e a colocar a nossa experiência à disposição dos decisores e outros agentes das dinâmicas urbanas. Como a nossa atuação engloba um conjunto alargado de serviços, estamos aptos a apresentar aos nossos clientes soluções integradas e totais, que cobrem um leque alargado de aspetos, contribuindo para a resolução de problemas, em tempo útil e com elevado rigor técnico. Podemos então oferecer a organismos governamentais consultoria estratégica no domínio da criação e reabilitação de cidades, equipamentos e habitação, bem como apoio à operacionalização de políticas de desenvolvimento económico, social e ambiental. Este serviço poderá também suprir necessidades técnicas, humanas ou operacionais em empresas privadas

atuando na formulação de programas, análise de viabilidade e supervisão da execução de empreendimentos.

Os estudos e projetos sectoriais têm vindo a ganhar uma relevância acrescida na concretização das políticas de organização do território? A que áreas os mesmos podem ser aplicados? Sim, cada vez mais todas as temáticas que estão diretamente relacionadas com a vivência do espaço urbano e com a gestão do território estão a ser consideradas nos instrumentos de planeamento. Os Estudos e Projetos Setoriais estão relacionados com áreas tão diversas como os transportes, o urbanismo comercial, a indústria ou o ambiente. A S&F aposta numa estrutura profissional eclética e altamente qualificada, enriquecida com o contributo de investigadores universitários e de outros consultores especializados em temáticas diversificadas – das avaliações de viabilidade técnico-económica aos estudos de impacte ambiental.


Pontos de Vista Julho 2013

“Creio que a nossa diferenciação assenta numa abordagem simultaneamente holística e para a sustentabilidade. Apostamos, desde logo, no capital humano – temos uma visão centrada nas pessoas e pomos o coração no que fazemos” A nossa abordagem é interdisciplinar, e as propostas são holísticas. Acreditamos que este é o caminho para gerir o espaço físico num diálogo com as pessoas que dele usufruem, de forma adaptada às necessidades, estilo de vida e cultura local. De que forma a crise que se instalou no setor da construção civil afetou a atuação da S&F? Os planos de reabilitação urbana têm vindo a crescer dentro da dinâmica da empresa como resultado das atuais exigências do setor? A crise no setor afetou toda a gente: motivou primeiro a procura de outros mercados, e depois uma atuação diferente no que se refere a Portugal. A Internacionalização é então para nós a primeira resposta. Já a reabilitação urbana deveria ser também uma resposta óbvia, mas poderá não ter encontrado ainda uma engenharia financeira que a suporte. A realidade profissional mudou radicalmente nos últimos anos e é fundamental que nos adaptemos aos desafios globais.

Como perspetiva a evolução deste setor nos próximos anos? A génese da S&F está intimamente relacionada com projetos de grande abrangência, assentes na articulação e conjugação harmoniosa de aspetos como a realidade biofísica, as condições socioeconómicas e a ocupação do território, incluindo a construção. Por um lado, o setor tem de dar resposta ao crescimento global das cidades e à ainda tendencial deslocação das atividades humanas do mundo rural para o mundo urbano; por outro lado, em Portugal, sobretudo por razões demográficas, as cidades não têm, em geral, crescido. A reabilitação urbana nas suas diversas modalidades, desde que concertada e suportada por mecanismos convenientes, poderá proporcionar a interligação natural das formas de vida com o seu meio social através do desafio da sustentabilidade. E poderá também oferecer a necessária reinvenção de ambientes por via da inovação e das novas tecnologias.

A S&F tenta refletir nos seus projetos a harmonia entre a magnitude das intervenções e o cunho quase artesanal do vosso trabalho. É esta dualidade o principal bilhete de identidade da empresa? Como caracteriza o trabalho desenvolvido pela Sítios e Formas? Creio que a nossa diferenciação assenta numa abordagem simultaneamente holística e para a sustentabilidade. Apostamos, desde logo, no capital humano – temos uma visão centrada nas pessoas e pomos o coração no que fazemos. Criamos e requalificamos espaços por via da sustentabilidade social, cultural e ambiental, com recurso à inovação e tecnologia. A filosofia de trabalho que daqui resultou permite diversas convergências: a dimensão técnica, a dimensão funcional, a dimensão estética.

A empresa já desenvolveu alguns projetos de criação ou remodelação de infraestruturas em cenários muito específicos ou particularmente exigentes a nível de recursos técnicos, criativos e operacionais. Que espaços foram estes? Na S&F o céu é o limite? As infraestruturas são redes onde se desenrola grande parte das atividades humanas: a economia, a habitação, o lazer, a mobilidade. Por exemplo, há três anos, a S&F desenvolveu em Angola projetos de requalificação urbana envolvendo espaços exteriores, áreas verdes e infraestruturas com dimensão significativa. Mas antes, em Portugal, Cabo Verde e Moçambique já tinham sido elaborados estudos e projetos muito gratificantes. Temos no nosso currículo também muitos projetos de equipamentos coletivos tais como escolas, bibliotecas, hospitais ou edifícios residenciais e de serviços. Durante este mês, apresentaremos uma proposta de projeto para o Arquivo Nacional do Sudão do Sul ao Conselho de Ministros deste jovem país. Além da África Subsariana as nossas parcerias passam também pelo Norte de África, o Médio Oriente e a América do Sul. A Sítios e Formas cresceu à luz de uma

cidade matizada por mais de dois milénios de coexistência de povos e culturas. É em Coimbra, com uma herança que a UNESCO justamente acaba de reconhecer como património da humanidade que encontramos inspiração para transcender contextos.

A S&F já arrecadou o primeiro lugar em mais do que um concurso. Quais os fatores que pautam este sucesso? Do portfólio da S&F, quais são os projetos desenvolvidos que considera mais ambiciosos e aliciantes e que, por isso, lhe deram um gosto particular executar? Os concursos são uma oportunidade de debater e explorar os conceitos e tendências que devem dar forma às opções que importa propor. Como em todo o trabalho profissional, entre os fatores de sucesso estão o prazer e o empenho na sua realização. No âmbito do Programa Polis a S&F ganhou diversos concursos públicos que nos permitiram conceber projetos marcantes. Se bem que outros possam ser mencionados, estes em concreto potenciaram o desenvolvimento de metodologias, consolidando conhe-

cimentos e rotinas de abordagem dos projetos de espaços públicos – espaços estes que são domínio privilegiado da nossa vida coletiva.

Fundada em 2000, a S&F detém hoje um considerável capital de experiência, acumulado ao longo de centenas de projetos, em diversas escalas, ambientes e cenários de intervenção. Que balanço faz deste caminho que têm vindo a percorrer ao longo dos anos e quais os objetivos da empresa para os próximo tempos? O balanço resulta necessariamente num conjunto de competências – nas áreas do Urbanismo, Ambiente, Arquitetura e Engenharia – e de experiências em projetos nacionais e internacionais. Mas o caminho faz-se andando… a S&F está a apostar em projetos que lhe permitirão criar e assimilar know-how que proporcione novas oportunidades económicas, aumentando a nossa competitividade. Somos uma empresa com o mundo por vocação, e esperamos intervir cada vez mais em cenários desafiantes, em que seja necessário criar espaços de harmonia e sustentabilidade.

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INTERNACIONALIZAÇÃO

MAria de Fátima BaceloS, CEO da Terradesign, fala sobre o mundo do design e da comunicação

Terradesign: a agência que semeia o sucesso “Lance as sementes do sucesso, junte muito trabalho e deixe o resto com a maior especialista em crescimento de marcas…”, é assim que a Terradesign se apresenta - empresa que trabalha há 13 anos nas várias vertentes da comunicação, oferecendo uma solução de A a Z aos seus clientes. Porque acredita que a melhor forma de trabalhar é semear ideias partilhadas e cultivar relações fortes e duradouras, tem no seu portfólio grandes marcas nacionais e internacionais, muitas das quais se mantêm desde que a agência abriu portas. É a qualidade dos serviços disponibilizados que permitem esta fidelização e permanência num mercado que tem vindo a ultrapassar fases complicadas. Primeiro, como resultado da proliferação de inúmeras pequenas agências de comunicação, com lutas concorrências diárias, e hoje com a contração do mercado nacional, o que obrigou a Terradesign a procurar novos horizontes. Uma das sócias da empresa, Maria de Fátima Bacelos, abriu-nos as portas de sua casa e numa conversa com a Revista Pontos de Vistas mostrou como é possível ser uma referência na área da comunicação, mesmo numa altura marcada por tantas dificuldades.

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nas alturas difíceis que se separam os diferentes grãos e apenas os mais fortes e capazes se conseguem desenvolver. Assim se encontra o mercado nacional nos dias de hoje, um mercado que não pára de contrair e em que poucas são as agências de publicidade que conseguem resistir e manter as portas abertas. Todos os dias, pequenas empresas de comunicação têm fechado em Portugal. A pouca procura por parte das marcas é o principal motivo. “Aquilo que é feito atualmente, a nível nacional, na área da comunicação, é muito reduzido e praticamente reciclagem de coisas que já foram feitas em anos anteriores. Grandes campanhas simplesmente não existem!”, afirma Maria de Fátima Bacelos. As razões, são óbvias: “com a contração do consumo e a crise que se instalou, que já não é apenas de cariz económico, mas também social e de valores, as marcas deixam de ter interesse em investir cá. Para isso contribui ainda a falta de apoios. A banca não empresta dinheiro e sem dinheiro não há iniciativa privada. Por sua vez, aqueles que têm dinheiro não investem num país instável”. Quando a crise bate à porta das empresas o primeiro passo é sempre cortar naquilo que não é vital para o funcionamento das mesmas, como o marketing ou a formação, e, por isso, as empresas que atuam nestas áreas têm que reinventar-se e encontrar alternativas para que consigam-se manter em funcionamento e ultrapassar a tempestade. Até porque depois da tempestade vem a bonança, disso Maria de Fátima Bacelos não duvida. “Nós não perdemos clientes, simplesmente os nossos clientes não investem como antigamente, esse é o grande reflexo da contração do mercado. Se antes o mercado nacional era uma grande bola onde ia havendo espaço para todos, desde os mais pequeninos, aos maiores, neste momento é uma bola muito me-

Maria de Fátima Bacelos

nor, da qual todos os dias desaparecem empresas, principalmente as mais pequenas. No entanto, na minha perspetiva, as empresas estão a desaparecer a uma velocidade maior do que aquela a que o mercado está a encolher e isso poderá criar oportunidades para aqueles que se conseguirem manter. Vamos continuar a atravessar o deserto e se conseguirmos ultrapassar esta fase, quando as coisas melhorarem, vamos ter primazia. Naturalmente nessa altura irão surgir novas empresas mas aquelas que conseguirem manter-se vão ter com certeza essa primazia”, afirma.

Terradesign em Luanda e Maputo

Enquanto isso não acontece, a grande alternativa na Terradesign foi partir para a internacionalização. Tudo começou há oito anos, quando o mercado luso já dava sinais de que poderia regredir e havia muita concorrência a nível nacional.

“Sentimos que estávamos a concorrer com coisas que não eram comparáveis. O mercado estava pulverizado porque como este tipo de atividade não exige capital intensivo, qualquer designer ou publicitário criava a sua própria empresa e ainda que não tivessem grande capacidade para dar resposta a uma campanha propriamente dita, porque isso exige uma equipa pluridisciplinar – as campanhas que vemos na rua resultam do trabalho de muita gente, de diferentes disciplinas – iam dando resposta a algumas atividades de comunicação. Neste contexto, decidimos procurar novas oportunidades e ponderamos várias hipóteses. Uma dessas hipóteses foi o Brasil, que há oito anos ainda não tinha o nível de desenvolvimento atual mas que já era muito bom na área da publicidade e tinha algumas carências ao nível do design. Não se concretizou, viramo-nos para África e surgiu um cliente em Angola que trabalhamos de cá, para lá”,

“Aquilo que é feito atualmente, a nível nacional, na área da comunicação, é muito reduzido e praticamente reciclagem de coisas que já foram feitas em anos anteriores. Grandes campanhas simplesmente não existem!


Pontos de Vista Julho 2013

explica Maria de Fátima Bacelos. Desde então não pararam de surgir novos clientes neste mercado e, mais recentemente, há dois anos, a Terradesign começou a desenvolver a sua atividade também em Moçambique. Ambos países africanos, no entanto, com níveis de desenvolvimento diferentes no que diz respeito à comunicação. Em Angola, como resultado do rápido crescimento económico que o país experimenta, a comunicação e o marketing são já consideradas importantes ferramentas, imprescindíveis às organizações modernas. Maria de Fátima Bacelos simplifica, “em Angola há petróleo e diamantes, a partir daí vem tudo o resto”. O ambiente de negócios em Luanda tem permitido também o aparecimento de novas realidades, a quebra de paradigmas e a redefinição de padrões de comportamento organizacionais. Pelo contrário, em Moçambique, só agora se começa a dar os primeiros passos nestas áreas e, como tal, o pouco que já vai sendo desenvolvido é ainda elementar. Maria de Fátima Bacelos faz um paralelismo, “é quase como recuar ao Portugal dos anos 60 ou 70. A comunicação é ainda muito ingénua, é tudo muito simples e transparente. Claro que já há algumas empresas que são grandes apostadores e grandes contas ao nível da publicidade mas, de um modo geral, é como se recuássemos no tempo. Para além de que quando falo em Moçambique, estou a falar em Maputo, porque fora de Maputo, a comunicação e a publicidade simplesmente não existem”. Na área do design, por sua vez, não há esta divisão entre os dois países porque em qualquer um deles “o design é ainda embrionário e tudo aquilo que é feito nesta área é muito incipiente”, afirma.

Criatividade vive da absorção de culturas

Pelo contrário, em Portugal, Maria de Fátima Bacelos não hesita em afirmar que há muito bons publicitários e designers de imensa qualidade, aquilo que falta são as oportunidades para mostrar essa capacidade de trabalho e esse talento. “Temos a nível nacional empresas com muito boa qualidade, muita criatividade e grandes designers. Os brasileiros, por exemplo, são muito reconhecidos na área da publicidade, mas os portugueses não ficam em nada atrás. Acontece que somos um país mais pequeno e, por isso, não temos o impacto, nem as oportunidades que existem nos países maiores. É isso que nos falta, oportunidade para mostrar o que somos capazes de fazer e, a partir daí, poder assumir diferentes estágios de crescimento profissional”, lamenta.

Resta-nos viajar e beber outras culturas, apreender aquilo que se faz nas diferentes partes do mundo, mostrar o nosso trabalho além-fronteiras e trazer o que há de melhor por esse mundo fora para Portugal. É isso que Maria de Fátima Bacelos e a sua sócia, Maria do Céu Vasconcelos, tentam através das inúmeras viagens que fazem, é isso que Luis Kapinha, o diretor criativo da Terradesign tem feito desde o inicio, em que viajar era a sua forma de evoluir na carreira, de desenvolver a criatividade que é a base do seu trabalho e é tudo isso, misturado com esforço, dedicação, e a certeza de que cada profissional é único e que é essa autenticidade que traz qualidade ao seu trabalho, que fez esta empresa criar raízes para crescer e florescer. Um crescimento que não ficará por aqui e, como tal, novos mercados estão já a

resultar da crise que hoje vivemos. “Não havendo oportunidades em Portugal, as pessoas vão procurar lá fora e ao irem para fora, o universo torna-se maior para essas pessoas. Se tudo estivesse a funcionar bem a nível interno, as pessoas ficavam por cá, e perdiam esta abrangência, fechavam-se mais ao mundo, não

Se aquilo que nós fazemos é comunicação aos mais diferentes níveis, temos tantos anos de experiência e know how neste âmbito, para além de que sabemos fazer comunicação para os diferentes setores, porque temos vindo a trabalhar com empresas de diferentes áreas, desde o setor imobiliário, à banca ou à área da saúde, porque não oferecer uma solução de A a Z aos nossos clientes?”

ser equacionados. “Temos no nosso plano enveredar por mais países em África e partir igualmente para a Ásia. O Brasil também continua nos nossos objetivos, no entanto, não podemos ir em simultâneo para todo o lado e, por isso, temos metas a curto, médio e longo prazo. Agora já não o será apenas pelas razões com que fomos para Angola, em que a nossa perspetiva era a de expandir a empresa, internacionalizá-la, adquirir novos conceitos e novas culturas que enriquecessem o nosso conhecimento e nos diferenciassem na qualidade do dia a dia… no fundo, ao âmbito de desenvolvimento, acresce agora a preocupação de manutenção da empresa porque o mercado nacional, por si só, já não é suficiente”, afirma Maria de Fátima Bacelos. É também essa necessidade de abrir horizontes por falta de segurança a nível interno, aquilo que de positivo pode

sentiam outras coisas e não bebiam outras culturas, algo que é tão importante principalmente nestas áreas criativas”, refere.

Novo eixo de atuação: resposta de A a Z

Mais do que encontrar novos mercados, é necessário também encontrar novas formas de responder às necessidades desses mercados e é isso que a Terradesign está neste momento a fazer. Nesta conversa com a Revista Pontos de Vista, foi levantado o véu da mais recente abordagem da empresa, que foi desenvolvida para o mercado africano mas poderá resultar bem também para Portugal. “As empresas que conseguem ter algum arcaboiço financeiro estão praticamente todas em África neste momento. Como tal, temos que criar algum fator de diferenciação. Se aquilo que nós fazemos é

comunicação aos mais diferentes níveis, temos tantos anos de experiência e know how neste âmbito, para além de que sabemos fazer comunicação para os diferentes setores, porque temos vindo a trabalhar com empresas de diferentes áreas, desde o setor imobiliário, à banca ou à área da saúde, porque não oferecer uma solução de A a Z aos nossos clientes?”. Foi desta premissa e da análise feita às necessidades dos clientes que surgiu a ideia de partir para este novo eixo de atuação no mercado. Assim, a Terradesign associou-se com mais duas empresas - umas delas expert em formação de vendas e com mais de 15 anos de liderança no mercado nacional, a outra com muita experiência em gestão de equipas de vendas - para apresentar uma solução que se inicia com aquilo que a Terradesign melhor sabe fazer – ativação de marca, mas que não se limita ao seu lançamento, continuando a cargo destas três empresas parceiras na fase de afirmação e de vendas. Um pacote completo ao serviço dos clientes. “Esta é uma necessidade grande no mercado moçambicano, em que a falta de formação na área de vendas é pertinente e as empresas que estão a abrir neste mercado não têm vendedores. Nós, através dos nossos sócios, temos esse know how, e podemos ser a solução para esse problema. No fundo, concebemos uma ação, formamos as pessoas para fazer essa ação, implementamos a ação porque temos pessoas para o fazer e ainda gerimos essas pessoas se o cliente assim o entender”, explica. Em Portugal, este novo formato poderá ser também uma boa opção porque o downsizing das empresas e o receio que a maior parte dos empresários evidencia no aumento dos custos fixos tem como uma alternativa eficaz a contratação de serviços em forma de outsourcing. “Os empresários ficam de certa forma aliviados por ter alguém externo que lhes dê resposta às necessidades que se colocam. Ainda para mais uma resposta através da qual poderão ter níveis de performance superiores porque estão a recrutar equipas altamente qualificadas”, conclui Maria de Fátima Bacelos.

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INTERNACIONALIZAÇÃO

Polarising – Marcar a Diferença

Acreditar na Especialização e nas Pessoas “Acreditamos na especialização. Não somos, nem queremos ser bons em todas as tecnologias que os nossos clientes utilizam. Para manter a especialização é preciso Foco. Investimos na formação e certificação dos nossos colaboradores, não só nas tecnologias com que trabalhamos mas também ao nível dos nossos processos”, afirma Luís Grincho, Diretor de Operações da Polarising, em entrevista à Revista Pontos de Vista. Venha conhecer uma marca que é hoje um player de enorme relevo no mercado em que atua. Conheça uma empresa que acredita na especialização e nas pessoas.

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A Polarising é bastante transversal no que diz respeito às áreas industriais perante as quais tem capacidade de prestar serviços de consultoria de negócios. Quais são essas áreas e quais aquelas que têm um maior peso na dinâmica da empresa? De que forma a Polarising é capaz de agregar valor aos seus clientes? A Polarising é uma empresa focada na Integração de Sistemas e que nasce à volta do paradigma SOA (Service Oriented Architectures). Acreditamos que estas arquiteturas, quando bem implementadas, permitem ajudar as empresas a: • Melhorar o controlo dos seus processos, • Agilizar a constante mutação dos mesmos, • Otimizar as suas operações, • Reutilizar os seus ativos • Reduzir os custos dos Sistemas de informação Acreditamos na Engenharia Portuguesa, nas suas capacidades de adaptação, e por isso desenvolvemos competências tecnológicas que nos permitem garantir aos nossos clientes, independentemente do seu setor de atividade, a obtenção de resultados diretos nas suas operações. Nesse sentido desenvolvemos serviços de Assessment, Arquitetura/Desenho, Desenvolvimento, Suporte e Monitorização, sobre tecnologias que se desenvolvem à volta da arquitetura de referência (SOA): EAI, BPM, CEP, MDM, ETL, B2B, Portais e Custom Solutions.

Quais os principais desafios que se colocam atualmente à empresa? Na atual conjuntura nacional, o grande foco da Polarising são os mercados externos? A Polarising foi criada em 2006 logo com uma clara visão de desenvolvimento de serviços e competências nacionais nos mercados externos, quero com isto dizer que já antes da conjuntura atual acreditávamos que as empresas portuguesas não devem estar limitadas à sua área geográfica, mas sim a apostar de forma sustentada nos mercados externos. A Polarising sempre se posicionou como uma empresa low-profile, reconhecida por aqueles que connosco trabalham ou que têm verdadeiros desafios nas tecnologias que endereçamos. O facto de termos optado por alargar o leque de produtos com que trabalhamos, requer um esforço de investimento da empresa no desenvolver dessas novas competências, que nem sempre é reconhecido

Luís Grincho no mercado nacional (Cada vez mais se procura comprar o mais barato e não a melhor relação qualidade / preço). Finalmente, o acelerado crescimento que temos apresentado nos últimos anos, é por si só um desafio de gestão de recursos humanos na contínua angariação de colaboradores, mas mais ainda na manutenção, formação e valorização daqueles que hoje são a base da empresa. Quais os mercados nos quais a Polarising marca presença? Esta forte presença internacional é fundamental no apoio dado aos vossos clientes, nomeadamente através do apoio à internacionalização e ao firmamento de negócios noutros pontos do globo? A Polarising ao longo dos últimos 4 anos têm prestado serviços para clientes finais em Portugal, Espanha, França, Alemanha, BENELUX, Reino Unido, Brasil, entre outros. Dito isto o nosso foco comercial direto passa, claramente, pelos países do Norte da Europa (embora estejamos a avaliar o desenvolvimento de atividades mais fortes no Brasil). A nossa visão passa por estabelecermos fortes parcerias com os nossos clientes e parceiros tecnológicos que idealmente permitam desenvolver serviços, não só nas localizações onde estes se encontram, mas também através da prestação de serviços NearShore. As tecnologias da informação evoluem a um ritmo muito acelerado e aquilo que hoje está na vanguarda, amanhã está obsoleto. De que forma a Polarising consegue estar sempre na linha da frente e evoluir ao mesmo ritmo? Acreditamos na especialização. Não somos, nem queremos ser bons em todas as tecnologias que os nossos clientes utilizam. Para manter a especialização é preciso Foco. Investimos na formação e certificação dos nossos colaboradores, não só nas tecnologias com que traba-

lhamos mas também ao nível dos nossos processos. Investimos bastante tempo na descoberta das novas tendências nos vários mercados que trabalhamos, procurando sempre estudar as mesmas e avaliar a possibilidade de utilizar esse conhecimento noutras localizações. Um facto interessante na empresa é o hábito da realização regular, não só de eventos de confraternização entre todos os colaboradores da empresa, mas também de eventos regulares de partilha do conhecimento das tecnologias trabalhadas, dos projetos efetuados, das experiências obtidas, ou pura e simplesmente das dificuldades encontradas. Mas ambicionamos ir mais longe e um dia podermos transformar estes eventos em algo aberto aos nossos clientes e parceiros. Finalmente procuramos efetuar parcerias com as universidades de forma a passar este conhecimento e experiência nos cursos que lecionam, mas também na expectativa de recolher feedback, de potenciar a inovação universitária, e também porque não dizer aproximarmo-nos dos futuros Engenheiros do país. Quais os problemas mais comuns na gestão das empresas para os quais a Polarising se propõe a encontrar uma solução? Acreditamos que cada empresa se deve focar nos serviços/produtos que presta aos seus clientes e ser muito boa naquilo que é essencial para o seu negócio. A especialização e a competência técnica nos domínios onde intervimos visa facilitar as organizações a focarem-se no seu negócio e confiarem os seus desafios tecnológicos a quem vive para isso. Dito isto sabemos que as empresas enfrentam desafios de: • Reduzir os custos operacionais (também ao nível dos SI) • Reutilizar e rentabilizar os seus ativos • Melhorar o controlo dos seus processos, facilitando a sua constante evolução e otimização E acreditamos que a tecnologia, e a sua boa utilização, pode ajudar neste caminho.

Quais os programas capazes de detetar essas ineficiências? A utilização dos mesmos tem vindo a crescer no tecido empresarial nacional? Não queria referenciar nenhum programa em particular, mas como referi acreditamos que a boa utilização dos princípios de uma arquitetura orientada a serviços permitem ajudar as organizações a atingir as melhorias já referidas.

Pelo mundo fora existem empresas que referem já ter introduzido estes princípios, por vezes até tendo despendido vários milhares de Euros no licenciamento de produtos de software, mas que na realidade não estão a trabalhar da melhor forma tendo em vista a reutilização, rentabilização e otimização dos seus processos e sistemas.

O que é que diferencia a Polarising das demais empresas a operar na área? O facto de terem soluções que cobrem o ciclo de vida completo dos projetos, desde a conceção à manutenção, é a grande mais-valia da empresa e o que faz da Polarising um verdadeiro parceiro à altura das diferentes necessidades dos seus clientes? Claramente a especialização e as competências dos seus colaboradores nos domínios em que operamos, bem como a flexibilidade e agilidade para com os clientes.

A Polarising orgulha-se de ter funcionários que são reconhecidos líderes nos seus campos de atuação. Uma boa equipa é meio caminho andado para o sucesso? Enganam-se as empresas que não valorizam os seus profissionais. Por muitos automatismos que elas consigam implementar são eles que diferenciam as organizações. No mercado de serviços e particularmente no mercado de serviços de consultoria informática, os colaboradores são a ferramenta e a capacidade de execução, pelo que são eles o maior bem da empresa. As suas competências individuais, mas ainda mais a forma como elas se somam ou multiplicam quando trabalham em conjunto é o segredo do sucesso. Dito isto, é verdade que procuramos sempre ter grandes profissionais nas áreas que trabalhamos, mas ninguém é reconhecido na sua profissão de um dia para o outro, pelo que também é essencial para as organizações criarem um ambiente que permitam a evolução dos seus colaboradores e obviamente a potenciação das suas capacidades. Para isso também é necessário saber ouvir os colaboradores, as suas expectativas, os seus desejos, as suas ideias e procurar conjugar os mesmos com o rumo que se pretende dar à empresa. Este sempre foi o nosso princípio e o nosso foco na construção e desenvolvimento da equipa que hoje somos. LER NA INTEGRA EM WWW.PONTOSDEVISTA.PT


INTERNACIONALIZAÇÃO

Rodrigo Vieira da Fonseca, Arquiteto e Senior-Partner da INTERGAUP

Pontos de Vista Julho 2013

“Temos uma dimensão que resulta num equilíbrio” Com uma equipa “jovem” e “irreverente”, a INTERGAUP tem sabido impor-se no mercado pela exigência que coloca a si própria em termos de qualidade, rapidez e diferenciação. Não descurando os pormenores desde o momento da conceção até ao resultado final, este gabinete de arquitetura, urbanização e planeamento tem levado o bom nome da arquitetura portuguesa bem longe, tendo já deixado a sua marca em cerca de 15 países.

“A arquitetura (…) passou a ter um caráter mais individualizado, de maior afirmação pessoal, projetando uma espécie de imagem de marca capaz de evidenciar essa diferenciação” Rodrigo Vieira da Fonseca mos exemplos, e largamente reconhecida a nível internacional. Mas nunca é demais estabelecer ações que ampliem a projeção da arquitectura portuguesa. Agora, para haver um efeito concreto ao nível do incremento do mercado de trabalho da arquitectura portuguesa, era importante haver uma estratégia concertada entre os organismos públicos, as associações de empresas, e as ordens profissionais, de modo a estabelecer parcerias conjuntas de internacionalização. A INTERGAUP acredita que a arquitetura deve ser o reflexo da sua época. Sabendo que a exigência no que se refere à qualidade e à diferenciação, são caraterísticas próprias da atual realidade, como descreveria a arquitetura do presente? Tal como na grande maioria das atividades profissionais, a globalização também alterou profundamente a arquitetura e o seu mercado. A informação e o conhecimento generalizaram-se, as fronteiras diluíram-se e a concorrência tornou-se global. Isto conduziu naturalmente a uma maior necessidade de diferenciação em relação à concorrência. A arquitectura deixou de ser caraterizada por géneros, ou “correntes” de estilo ou conceitos generalizados, que marcaram uma determinada época, muitas vezes confinados a uma determinada área geográfica, e passou a ter um caráter mais individualizado, de maior afirmação pessoal, projetando uma espécie de imagem de marca capaz de evidenciar essa diferenciação. 2013 é o Ano da Arquitectura Portuguesa. Para promover esta área, está a ser levado a cabo um plano de ação internacional. Num momento particularmente difícil para estes profissionais, é fundamental esta concertação de organismos públicos e privados em prol de um mesmo objetivo? Na sua opinião, é necessário comunicar melhor a arquitectura portuguesa? Penso que sim. A arquitectura portuguesa é de elevada qualidade, com muitíssi-

Nesse sentido, qual o papel que a INTERGAUP tem desempenhado neste processo de levar o nome da arquitetura portuguesa além fronteiras? No atual contexto económico, torna-se obrigatório procurar outros mercados. A Intergaup tem uma vasta experiência internacional de há muitos anos, e já deixámos a nossa marca em cerca de 15 países, no continente americano, em África, na Europa, e também em Macau. Atualmente, temos uma delegação em Moçambique, e estamos também presentes em Espanha, e Angola, para além de estarmos a trabalhar noutros mercados, como por exemplo, no México e na África do Sul. A aposta é claramente na internacionalização da nossa atividade, a qual representa agora cerca de 70 por cento do nosso volume de negócios.

Sempre atenta aos pormenores, desde o momento da conceção do desenho até ao final do processo, que caraterísticas existem na equipa da INTERGAUP que vos distingue de outras empresas com a mesma atuação? A Intergaup tem cerca de 30 profissionais que integram diversas valências e que conjuga juventude e irreverência com um grande sentido de organização e uma forte experiência. Temos uma dimensão que resulta num equilíbrio, que nos permite abordar qualquer escala de projeto, e ao mesmo tempo manter um serviço personalizado ao cliente, mais característico de pequenos escritórios. A qualidade da arquitectura, sustentada na criatividade, na capacidade técnica, e

na resposta ao cliente, enquadradas numa gestão profissional e numa longa experiência, são a marca que nos identifica. A arquitetura atual deve ser, igualmente, um reflexo do poder das novas tecnologias na sociedade. De que modo, este boom tecnológico veio aperfeiçoar o vosso trabalho? A Intergaup sempre tentou tirar o máximo partido dos instrumentos disponíveis, tendo em vista a melhoria do seu trabalho e do seu serviço. Sem dúvida que a grande evolução na informática e nas comunicações vieram fa-

cilitar imenso a nossa atividade, mas por outro lado também aumentaram muitíssimo os níveis de exigência, sobretudo em termos de rapidez de resposta. Procuramos responder a esse desafio sem esquecer o essencial, que quanto a mim, consiste em não comprometer a qualidade da arquitectura. É fundamental conjugar os dois aspetos, e essa tem sido uma preocupação constante da Intergaup. Num futuro, de certo modo, imprevisível, que desafios acredita que este setor terá de enfrentar? Qual será o posicionamento da INTERGAUP nessa realidade que se avizinha? O futuro é, de facto, imprevisível, e a melhor forma de nos prepararmos para ele, é manter uma estrutura muito versátil, flexível e com capacidade de regeneração, para continuarmos a responder da melhor forma aos mais diversos desafios.

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INTERNACIONALIZAÇÃO

À conversa com Rui Alves, CTO da XLM

Soluções à medida de cada negócio “Conhecer os clientes e ir ao encontro das suas necessidades é intrínseco na cultura da XLM”. Este é um dos passaportes de uma empresa que se apresentou no mercado há quase duas décadas e nele tem permanecido de uma forma consolidada. Atuando na integração de sistemas, com uma especialização no desenvolvimento de software e na disponibilização de soluções à medida, a XLM conquistou clientes e uma vasta equipa de colaboradores. Como fazem? A Revista Pontos de Vista dá-lhe as respostas.

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e facto, quem responde não é a Revista Pontos de Vista. O mérito é de Rui Alves, CTO da XLM, uma empresa que está no mercado desde 1995 e que ele, melhor do que ninguém, nos deu a conhecer. “A criar soluções para o seu negócio desde 1995”. Poderia ser apenas mais um chavão, uma “frase feita”, como se diz popularmente. Mas, efetivamente, as soluções são pensadas ao pormenor, respondendo a necessidades distintas dentro de quatro principais áreas de atuação: outsourcing, desenvolvimento de soluções, helpdesk e hardware. Dando os primeiros passos como uma startup que ambicionava singrar no mercado, a XLM cresceu e é hoje um exemplo para outras empresas que estão a fazer as suas primeiras movimentações. A XLM e a sua equipa de 70 colaboradores são, hoje, duas partes mais do que integrantes de um vasto conceito de empreendedorismo. “O balanço deste desenvolvimento é francamente positivo. Temos vindo a crescer quase todos os anos com dois dígitos, o que é uma situação que acaba por estar desfasada da atual situação económica do país. Estamos claramente em contraciclo”, defendeu Rui Alves. Ainda é cedo para previsões, mas o CTO da XLM levanta já um pouco do véu quanto ao volume de negócios para 2013: “Em 2012, faturamos 2,5 milhões de euros. O crescimento para este ano poderá não ser assim tão forte mas será muito bom. Temos crescido muito, tanto a nível de volume de negócios como de número de colaboradores”, adiantou.

Cabe-nos a nós, com alguma inteligência, diversificar os mercados, os clientes, serviços e produtos para que fiquemos imunes às dificuldades económicas

Rui Alves

Quando falamos na equipa de colaboradores, as expetativas continuam no auge. São profissionais altamente qualificados, a quem se exige sempre o melhor e a mais contundente dedicação. Grande parte desta equipa tem, aliás, formação a nível superior. Nesta empresa existe, por isso, uma especial preocupação pelo reforço dos conhecimentos dos colaboradores. Para acompanhar as constantes exigências que surgem no mercado, sobretudo quando falamos do meio informático, de outra forma não seria possível. Até porque “a gestão de inovação sem uma forte gestão de competências rapidamente desapareceria”, salientou Rui Alves. Nesta área, a atualização é permanente. “Todos os dias surgem novas tecnologias, novos paradigmas, novas arquiteturas e faz parte do nosso processo de inovação ter um interface de vigilância tecnológica”, defendeu. A recolha de informação acaba depois por materializar-se em conhecimento que não pode ficar “armazenado” na mente de uma só pessoa. “As informações que nos interessam e que são úteis ao trabalho que desenvolvemos são convertidas em workshops internos, sessões de brainstorming, entre outros”, explicou Rui Alves. Só assim fará sentido. Na XLM, o lema “duas cabeças pensam

sempre melhor do que uma” é colocado, todos os dias, na prática.

A caminho da internacionalização

Portugal tem sabido dar resposta às soluções apresentadas pela XLM. Mas as ambições são sempre altas. Com o mercado nacional saturado e a viver um período expectante, as empresas optam por se concentrarem em mercados externos ditos estratégicos. A XLM não é exceção. Até ao momento a empresa ainda não tem qualquer negócio direto “fora de portas”. Mas, em 2013, a equipa quer mudar este cenário, de uma

forma firme e consolidada até porque, como disse Rui Alves, “estar num país só por estar não faz qualquer sentido”. Assim, é o mercado moçambicano que está a ser apreciado por esta empresa sedeada em Aveiro. Em breve, serão dados os primeiros passos nesse sentido e espera-se que, ainda em 2013, a XLM chegue a Moçambique. Apesar do sucesso atual, a empresa não adota a cultura de ficar à sombra dos louros obtidos e sabe que, embora o setor esteja a passar por um bom momento, os negócios são muito voláteis. “As exportações são o caminho e no contexto atual penso que não haverá outro. Estas decisões devem

ALGUNS DOS PRODUTOS DA XLM Em que consiste o LAGOON IDEAS? Trata-se de uma “plataforma colaborativa que permite a gestão de todo o processo de gestão de ideias previsto na norma NP 4457:2007 (requisitos do sistema de gestão de investigação, desenvolvimento e inovação – IDI) de modo fácil e intuitivo”. O que é o LAGOON® SECURITY? É visto como um “sistema de segurança único para todas as aplicações”. Foi desenvolvido para responder às necessidades de empresas e profissionais que queiram reduzir o tempo de desenvolvimento com o intuito de se tornarem mais competitivos. Podendo ser integrado em qualquer aplicação capaz de produzir pedidos REST, este produto é de fácil compreensão e uso.


Pontos de Vista Julho 2013

ser tomadas no momento em que as empresas estão saudáveis e não quando já estão com muitas dificuldades. Estão a fazer uma jogada de grande risco que pode colocar tudo a perder”, asseverou. É no processo de internacionalização que toda a equipa está empenhada. É o desafio que se segue. Moçambique não será nunca uma tábua de salvação. É, por outro lado, a expansão de um negócio que tem dado bons resultados em Portugal. É um risco calculado e um desafio agarrado de forma afincada de modo a afirmar a XLM em mercados externos. Ao longo deste processo, a preocupação com a inovação não será descurada. “A capacidade de gerar novos produtos e novas ideias é essencial a médio e longo prazo. Podemos chegar a um novo mercado mas pode ser tarde e os nossos produtos estarem desatualizados”, disse Rui Alves. Esta será também uma forma de responder às exigências de um cliente padronizado que tem consciência do estado de

saúde do mercado. Hoje, as solicitações são bem diferentes das que eram acolhidas pela empresa no passado. Mais qualidade, mais rápido, menos preço. “Mais por menos”, como descreveu Rui Alves. A XLM quer estar sempre à altura. “Cabe-nos a nós, com alguma inteligência, diversificar os mercados, os clientes, serviços e produtos para que fiquemos imunes às dificuldades económicas”, afirmou.

Ser empreendedor

A XLM tem sido um paradigma de empreendedorismo. Soube arriscar no tempo certo e numa área que, apesar de exigente, traz retorno. Hoje, muito se fala no conceito de empreendedorismo. Os jovens têm de arriscar. A crise gera oportunidades. São ecos que se fazem ouvir num país que vive um período de asfixia económica sem precedentes. Empreender é, segundo o dicionário de língua portuguesa, dar princípio a qualquer coisa. Na XLM, empreender é

Temos vindo a crescer quase todos os anos com dois dígitos, o que é uma situação que acaba por estar desfasada da atual situação económica do país

arriscar, é saber calcular os prós e contras, é derrubar barreiras. “Arriscar do zero, empreender criando um produto ou uma empresa de raiz é um trabalho muito meritório. É preciso que existam novas empresas que substituam as que vão desaparecendo”, apelou Rui Alves. Mas, não basta ter alma de empreendedor. É importante que o sistema facilite estes novos negócios. A enorme carga fiscal é um dos enormes muros que o empresário deve ultrapassar. Todavia, nesta primeira fase, a questão do financiamento é, também ela, muito complicada. “Continuam a existir restrições de financiamento para alguém que está a começar e não tem um histórico para apresentar ou que não tem ainda um

grande contrato para dar como garantia”, salientou. Empreender é, por isso, um misto de várias capacidades. Arriscar, ponderar, calcular, decidir. São alguns dos passos que devem ser seguidos com conta, peso e medida. A XLM tem caminhado nesse sentido, desde 1995. Principais serviços - Outsourcing; - Desenvolvimento de soluções; - Helpdesk (especialistas em suporte técnico telefónico 24x7); - Hardware

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A OPINIÃO DE...

INTERNACIONALIZAÇÃO

José Oliveira Santos, Administrador do ISQ

Grupo ISQ: uma história de forte internacionalização O grupo tecnológico ISQ foi fundado há 48 anos. Desde 1965 que presta serviços tecnológicos em Portugal, tendo contribuído para a esmagadora maioria dos investimentos industriais realizados no país nas últimas cinco décadas, em áreas tão variadas como a construção de centrais de energia térmica ou eólica, refinarias, petroquímicas, papeleiras, etc. As unidades industriais e infraestruturas da EDP, Portucel, Galp Energia, Celbi e REN são apenas alguns dos exemplos dos projetos onde o ISQ esteve envolvido. Também nas grandes obras públicas de referência teve um contributo importante, como por exemplo no alargamento da ponte 25 de Abril.

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oje, o ISQ é a maior infraestrutura tecnológica nacional privada. O seu contributo foca-se na manutenção da qualidade, da segurança e do ambiente dos inúmeros empreendimentos em que se envolve, através da prestação de serviços de inspeção, ensaio, formação e consultoria técnica. Mais de metade da sua atividade, nacional e internacional, consiste em serviços especializados com forte incorporação tecnológica, como é o caso de ensaios complexos, engenharia no domínio da integridade estrutural, controlo de qualidade das mais diversas construções industriais, conceção e gestão de infraestruturas tecnológicas e laboratórios, formação e Investigação & Desenvolvimento.

Mercado externo representa hoje mais de metade do negócio

Tendo surgido num país pequeno como Portugal, desde o início da década de 80 que o Grupo ISQ se viu confrontado com o desafio de se internacionalizar, para poder crescer. O seu desenvolvimento no estrangeiro começou em Angola, onde se implantou em 1981, dando início a um processo de internacionalização ambicioso. Hoje, o Grupo conta com mais de 1300colaboradores em todo o mundo, dos quais mais de 50% têm formação superior. Do seu volume de negócios de cerca de 100 milhões de euros, mais de 60% é gerado fora de Portugal- exportando serviços tecnológicos muito variados, em que se destacam os serviços dos seus 16 laboratórios acreditados. O Grupo atua numa vasta gama de setores, com destaque para a energia, incluindo as indústrias de petróleo e gás, de produção de energia de origem fóssil, de renováveis e nuclear, mas também os setores da pasta e papel, gás natural, obras públicas, químico e farmacêutico. Na última década, o Grupo alargou a sua atividade também ao setor Espacial e Aeronáutico, tendo em curso importantes investimentos de mais de cinco milhões de euros, tanto em Castelo Branco, como na sua sede, em Oeiras. Na Península Ibérica, o ISQ é líder em ensaios metrológicos. Na área das calibrações de equipamentos industriais, hospitalares, da indústria automóvel, etc., em 2011 alargou a sua atuação a Espanha, onde tem obtido crescimentos anuais de dois dígitos e onde tem também vários investimentos em curso, através da sua participada ISQ Espanha. Particularmente nos últimos 10 anos, o ISQ realizou investimentos estratégicos de mais de 10

milhões de euros no crescimento da sua atividade internacional, tendo hoje projetos a decorrer em mais de 20 países espalhados por 4 continentes. Inicialmente, focou-se nos países da CPLP - Angola, Brasil, Cabo Verde e, há cerca de cinco anos, em Moçambique. Em seguida, o Grupo procurou oportunidades em mercados ricos em energia, investindo na Noruega (onde está há mais de 10 anos, com a ISQ Norway), no Golfo Pérsico (Emirados Árabes Unidos, Qatar e Arábia Saudita), em Angola e na Turquia. A estratégia de entrada nos mercados externos tem estado assente na criação de sub-holdings, nomeadamente para a América do Sul, Magrebe, Médio Oriente e Europa.

Perspetivas de crescimento no futuro

Hoje, os principais investimentos em curso no ISQ visam alargar e consolidar a presença nos mercados onde já está, nomeadamente através da criação de laboratórios locais, à semelhança do que já se passa em Portugal, Angola, Brasil e Espanha.

Mas as perspetivas de crescimento do Grupo ISQ não se limitam a estes mercados. Atualmente, procuramos novas oportunidades em África, Timor, EUA e na Ásia. Firmámos este ano uma parceria na Coreia do Sul e, em 2012, criámos uma sucursal nos EUA com o objetivo de acompanhar os nossos projetos na área da Energia, que estão, na maioria dos casos, na fase inicial - tanto a nível de project financing, como de engenharia. Temos a ambição de continuar a crescer, sobretudo no estrangeiro. Mas esperamos também voltar a crescer em Portugal, pois existem inúmeras oportunidades que resultam da necessidade de transformação de diretivas comunitárias e de legislação e regulamentação nacional, relativas a inspeções técnicas nas áreas industrial, elétrica ou alimentar, para que se possa salvaguardar a qualidade dos bens e serviços e, sobretudo, a segurança das pessoas. No ISQ estaremos atentos a todas estas oportunidades, esperando poder continuar a contribuir para que, no dia a dia das pessoas e das organizações, nada seja deixado ao acaso.


RELAÇÕES BILATERAIS PORTUGAL/BRASIL

Tree Solution – Parceiro de Confiança

Pontos de Vista Julho 2013

Um elemento facilitador na entrada de PME Portuguesas no Brasil A Tree Solution nasceu da JointVenture entre a Mintter Banking & Enterprise Solutions e a Heimdall Tecnology, capitalizando uma experiência superior a 30 anos em desenvolvimento de soluções bancarias e consultoria especializada no Brasil e na América Latina. Recentemente presente no CIAB, maior evento da América Latina para o setor financeiro e área de tecnologia, a Tree teve a possibilidade de apresentar ao público as parcerias com a GSOFT para a área de ECM, Workflow e BPM, e com a CREDIRISK no âmbito de soluções de concessão e recuperação de crédito, e AML. A Revista Pontos de Vista conversou com Ricardo Nuno Pinheiro, Partner da Tree Solution, que nos deu a conhecer um pouco desta marca que tem alcançado os seus desideratos. Ética, Lealdade e Determinação têm sido três dos principais pilares que regem o trabalho da equipa que constitui a Tree Solution. De que forma, a Tree tem sido a solução à medida de cada negócio? A Tree Solution nasceu de uma JV, cujo objetivo principal era o desenvolvimento de uma nova solução de câmbio para o mercado brasileiro. Neste momento estamos a assumir todas as linhas de negócio das empresas fundadoras, e a expandir o portfólio de oferta, para melhor cumprirmos com a nossa Missão, que é de fato ser “A Solução á medida de cada negócio” A Tree está em contínua procura de “verdadeiros parceiros de negócio”. De um modo geral e tendo em conta a complexidade do mercado brasileiro, que mais-valias uma empresa poderá ter ao estabelecer este trabalho de cooperação com a Tree Solution? Qual tem sido o vosso principal cartão de visita? A nossa base de clientes, com forte exposição á área financeira (fornecedores de soluções para os principais bancos Brasileiros) e á área de Governo, permitem-nos ter uma leitura clara das necessidades em termos de oferta. E é esta inteligência de mercado e networking que oferecemos, como principal diferencial, aos nossos parceiros.

Respondendo aos interesses e às necessidades de clientes provenientes dos quatro cantos do Mundo, quais são, atualmente, as principais soluções que disponibilizam? Pretendem alargar o vosso leque de serviços? Para o setor financeiro, temos soluções transversais para todo o ecossistema de câmbio do Brasil, SPB (Sistema de Pagamentos Brasileiro), concessão e recuperação de crédito, AML (antimo-

Stand da Tree Solution ney laundry). Com oferta global, temos soluções de ECM (Enterprise Content Management), workflow, BPM (Business Process Management), gestão energética e sustentabilidade.

Recentemente, a Tree participou no CIAB 2013, considerado o maior evento da América Latina, direcionado tanto para o setor financeiro como para as tecnologias. Aqui, apresentaram as parcerias que estabeleceram com as empresas lusas GSOFT e CREDIRISK, para a representação dos produtos no Brasil e na América Latina. Como nasceu este modelo de parceria? Que resultados esperam obter desta cooperação? Após definirmos quais as áreas em que pretendíamos atuar com parceiros internacionais, recorremos às nossas redes de contacto para chegarmos a PME’s com o perfil e a oferta requerida, que se mostraram potencialmente interessados em avançar para modelos de cooperação de envolvimento crescente, chegando a parcerias mais formais e profundas, em

função dos objetivos alcançados. Com um dos parceiros Portugueses, estamos já em fase de constituição de uma nova empresa, com o objetivo de trabalhar em conjunto um novo segmento de mercado. Os nossos objetivos são, sobretudo, a criação de valor, quer para a Tree, quer para o parceiro. Qual a importância de marcar presença em eventos de grande chamariz internacional, como é o caso do CIAB? Os ganhos obtidos são em termos de visibilidade e de networking, traduzidos em oportunidades comerciais que, fora deste ambiente, demorariam mais tempo a ser alcançadas. Por outro lado permite também acompanhar as tendências de mercado, quer do lado da oferta, mas sobretudo do lado da procura, pela presença dos principais executivos do setor financeiro em diversas palestras onde se debatia o futuro do setor. Atualmente, existem cerca de 650 empresas portuguesas a operar no Brasil, um número bastante superior quando

a situação se inverte. Como justifica estes dados? A elevada taxa tributária não tem afastado estes empresários? Não só a questão tributária, mas todo o protecionismo praticado pelo Brasil em determinados setores privados e no setor publico (pauta aduaneira, quesitos administrativos, experiencia previa no mercado, entre outros) certamente que contribuem em grande parte para explicar esses números. No entanto, temos ainda de acrescentar a forte concorrência e as especificidades locais (muito presentes no setor financeiro), a dimensão do mercado, a burocracia e também algum amadorismo na forma como algumas empresas Portuguesas abordam os mercados externos, como explicação para as dificuldades das PME portuguesas no Brasil. Atualmente quais são as principais dificuldades e obstáculos que sentem na prossecução dos vossos objetivos no mercado brasileiro? Acredita que muitas das barreiras que existem poderiam ser definitivamente eliminadas com um acordo de entendimento entre o Mercosul e a União Europeia? Um acordo comercial entre a UE e o Mercosul seria sem dúvida um instrumento importante, que neste momento é reclamado não só pelos países Europeus como pelo setor privado Brasileiro, que vê o acordo como um facilitador para a expansão da indústria Brasileira. O problema, do nosso ponto de vista, é que as discussões têm ficado restritas ao comércio em termos de troca de produtos, sem a amplitude e a abrangência de um acordo que inclua comércio de serviços, serviços financeiros, compras governamentais, entre outros. LER NA INTEGRA EM WWW.PONTOSDEVISTA.PT

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EMPRESAS FAMILIARES

Planosegur Unipessoal Lda – Muito mais que uma marca

“A gestão do risco deve ser uma prioridade nas empresas e particulares” Segundo a Associação de Empresas Familiares, as empresas familiares assumem-se como o «motor» de relançamento económico em Portugal, representando cerca de 66 por cento do PIB Nacional, assumindo portanto uma enorme relevância na promoção da economia lusa. A Revista Pontos de Vista conversou com uma empresa de cariz familiar, mais concretamente com Paulo Jorge Silva, Sócio-gerente da Planosegur Unipessoal Lda, que nos deu a conhecer um pouco mais da realidade destas entidades que diariamente ultrapassam obstáculos e lutam para crescer e consequentemente melhorar a economia portuguesa.

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A Planosegur diz-se capaz de salvaguardar o Bem-estar, o Património e a Família dos seus clientes. Quais são as ferramentas que a empresa disponibiliza para esse fim? A gestão de risco é essencial à proteção e manutenção do património? A Planosegur tem como missão a construção de relacionamentos de longo prazo, excedendo as expectativas dos nossos clientes, com um serviço permanente de excelência e total isenção com o mercado segurador. Temos uma equipa especializada, com mais de 20 anos de experiência no mercado nacional e internacional na prestação de serviços de consultoria. Através de planeamento, identificamos as necessidades dos nossos clientes, avaliamos os seus riscos e desenvolvemos soluções para os proteger de eventuais ameaças que colocam em perigo a sua sobrevivência ou da sua empresa. Estabelecemos uma estratégia conjunta com níveis de serviço. A gestão do risco deve ser uma prioridade nas empresas e particulares.

Quais as grandes vantagens trazidas pela gestão de riscos? Os riscos têm de ser acompanhados, vigiados e avaliados periodicamente de forma a minimizar o impacto que uma eventual ocorrência possa originar na organização. O risco nas empresas, não se restringe apenas ao seu equipamento ou instalações, os colaboradores

Trabalhar ou não com a família pode ser complicado se não houver uma cultura organizacional. Todos têm a sua função e responsabilidades definidas. Se não existirem regras, facilmente podem surgir conflitos Paulo Jorge Silva

também fazem parte da organização. É fundamental encontrar soluções para garantir a sua proteção e satisfação.

Os empresários portugueses têm boas capacidades no que diz respeito à gestão de risco ou é uma área em que, de um modo geral, falham, não sendo capazes de identificar esses mesmos riscos e minimizá-los quando ainda vão a tempo? Nas grandes empresas, os empresários

estão conscientes dos riscos e preocupam-se com as medidas de prevenção e proteção. Nas PME’s, que representam mais de 90 por cento do nosso tecido empresarial, não existe um conhecimento aprofundado dos riscos que têm. Ainda há um longo caminho a percorrer para se modificarem mentalidades. Os empresários precisam impreterivelmente de ajuda de especialistas para a identificação dos riscos e do impacto potencial na sua atividade. Só assim,

conseguem melhorar a qualidade do seu programa de seguros e transferir o risco para a entidade seguradora. Os riscos, através da gestão dos mesmos, podem deixar de ser encarados como uma ameaça para serem a ser vistos como oportunidades? Precisamente. Com a elaboração de análises de risco, acompanhamento periódico e sugestão de medidas de proteção a empresa ganha consistência, confiança e credibilidade tornando-se mais competitiva na sua área de atuação. Poderá ser desenhada uma estratégia de benefícios sociais para os colaboradores, com benefícios fiscais atrativos para a empresa. Aumenta a motivação e satisfação dos colaboradores, estimula o desempenho e a rentabilidade da empresa. Se a organização estiver bem preparada, tem oportunidade de se focar no que é essencial: o seu negócio.

Os seguros são a melhor forma de gerir riscos e otimizar resultados numa altura em que a falta de cumprimento das obrigações é cada vez mais comum e tem vindo a levar à decadência de muitos negócios? Sim. As empresas não devem assumir o risco na sua totalidade, porque existem entidades que garantem essa proteção, as seguradoras. Os seguros são a melhor forma, benefício vs custo, que as empresas têm para transferir os riscos para as entidades

Os seguros são a melhor forma, benefício vs custo, que as empresas têm para transferir os riscos para as entidades seguradoras. Em caso de sinistro a atividade não deve cessar. Com a proteção mais adequada, encontram-se alternativas para contornar a adversidade, continuarem a produzir, faturar e garantir a sustentabilidade da empresa


Pontos de Vista Julho 2013

Infelizmente a maioria dos empresários ainda olha para os seguros como um custo e não como um potencial investimento ou proteção. O desafio passa pela necessidade de recorrerem a serviços profissionais. Procurar ajuda no desenho, análise e implementação de um programa de seguros de acordo com as suas necessidades

seguradoras. Em caso de sinistro a atividade não deve cessar. Com a proteção mais adequada, encontram-se alternativas para contornar a adversidade, continuarem a produzir, faturar e garantir a sustentabilidade da empresa.

Numa altura em que muitas empresas se deparam com problemas de tesouraria, os seguros de risco são visto como um bom suporte para enfrentar tempos de incertezas ou, pelo contrário, este é ainda um dos primeiros gastos a cortar nas financiadas da empresa? Infelizmente a maioria dos empresários ainda olha para os seguros como um custo e não como um potencial investimento ou proteção. O desafio passa pela necessidade de recorrerem a serviços profissionais. Procurar ajuda no dese-

nho, análise e implementação de um programa de seguros de acordo com as suas necessidades.

A Planosegur é uma empresa familiar. De acordo com a Associação de Empresas Familiares, estas empresas são o motor de relançamento económico em Portugal e representam cerca de 66 por cento do PIB Nacional. Da sua experiência, o Estado tem estes valores em consideração e dá o apoio necessário às mesmas ou, apesar da importância que têm na economia nacional, estas ainda são descuradas no que toca a apoios? O Estado não diferencia as empresas familiares das restantes… Trabalhar com a família é complicado? É comum surgirem conflitos

de interesses e discussões que num âmbito não familiar possivelmente não ocorreriam porque não haveria espaço para tal? Trabalhar ou não com a família pode ser complicado se não houver uma cultura organizacional. Todos têm a sua função e responsabilidades definidas. Se não existirem regras, facilmente podem surgir conflitos.

Nas grandes empresas, os empresários estão conscientes dos riscos e preocupam-se com as medidas de prevenção e proteção. Nas PME’s, que representam mais de 90 por cento do nosso tecido empresarial, não existe um conhecimento aprofundado dos riscos que têm

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1º CONGRESSO BIOENERGIA PORTUGAL

Aberta Nova – Sociedade Agro Florestal S.A. em destaque

Eco-criatividade no Litoral Alentejano Com o objetivo de instalar e desenvolver na Herdade da Aberta Nova um conjunto de infraestruturas para a produção, transformação e valorização das matérias-primas, promovendo também, deste modo, o desenvolvimento e a sustentabilidade local, foi criada, em 2000, a Aberta Nova – Sociedade Agro-Florestal S.A.. Trata-se de um modelo de exploração florestal e agrícola multifuncional e inovador no nosso país, que pretende não só gerar um retorno económico sustentável, como promover o bem-estar social. A par disso, tem vindo a funcionar também como cluster de investigação e ensino na área das tecnologias sustentáveis, através das parcerias que têm vindo a ser estabelecidas com universidades e institutos. Presente no 1º Congresso Bioenergia Portugal com um dos seus projetos – A Gaseificação de Biomassa, a Revista Pontos de Vista esteve à conversa com o responsável por este setor na Aberta Nova S.A., Pedro Caels, que explicou de que forma este recente projeto tem funcionado e o que podemos esperar do mesmo nos próximos tempos.

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pesar dos 450 hectares que constituem a Herdade da Aberta Nova, o complexo que está a ser desenvolvido neste espaço sempre teve como objetivo ultrapassar essa dimensão física, alargando-o aos diferentes espaços onde serão desenvolvidas as relações económicas e sociais do projeto, através de um conjunto de intervenções de desenvolvimento local. Para Pedro Caels, é principalmente essa dimensão social que diferencia a Aberta Nova de outros projetos florestais e agrícolas a serem desenvolvidos no nosso país. É isso que torna esta herdade única em Portugal! Mais do que um território, este é um espaço relacional sem limites definidos à partida, que tem como núcleo a aldeia de Melides. No fundo, o fim último é contribuir para o desenvolvimento local e valorização do concelho através do fomento do trabalho e de trocas aos mais diferentes níveis. “Em Melides há uma elevada taxa de desemprego, trata-se de uma zona de trabalho precário, as únicas atividades da região são sazonais e incidem na cultura do arroz, cortiça e turismo. Depois, há um polo de trabalho na zona industrial de Sines, principalmente através das refinarias que empregam muita gente. Tendo isso em conta, tivemos sempre o cuidado de, pelo menos ao nível do trabalho florestal e da mão-de-obra propriamente dita, contratar pessoas de Melides, valorizando desta forma também o concelho. Para além disso, procurámos criar uma cooperativa de solidariedade social, sem fins lucrativos, onde pretendemos estimular a relação entre produtores e consumidores locais. Assim, nós, que nos localizamos em determinados solos e, como tal, não estamos aptos a produzir alguns tipos de culturas, aproveitamos a cooperativa para trocar os nossos produtos com os produtos dos associados, que se encontrem, por exemplo, em outros solos e que, portanto, se dediquem a culturas diferentes”, explica Pedro Caels.

Intervenção humana, técnica e cientificamente apoiada

O conceito estratégico subjacente ao complexo da Aberta Nova está alicerçado em três eixos. Um deles é certamente

“O facto de até há pouco tempo atrás a propriedade estar situada em reserva ecológica nacional, rede natura e na orla costeira foi para nós um grande desafio, que nos obrigou a desenvolver instrumentos de trabalho” este cariz social, de interação com a comunidade local e assente na preocupação com a qualidade de vida dos trabalhadores e investigadores residentes na herdade. Os outros dois pilares dizem respeito à conservação ativa da natureza e biodiversidade e à produção agrícola sustentável. O primeiro exige uma intervenção humana, técnica e cientificamente apoiada, com vista a inverter alguns processos de degradação que a evolução natural do ecossistema, por si só, não é capaz de assegurar. Para o efeito tem sido feita uma grande aposta na investigação e, por isso mesmo, a Aberta Nova tem-se mostrado sempre recetiva em receber estudantes e investigadores que quei-

ram desenvolver o seu trabalho neste espaço - nomeadamente estudantes que estejam a desenvolver tese de mestre ou doutoramento, como já tem vindo a suceder-se ao longo dos dois últimos anos, através de parcerias estabelecidas com algumas Universidades. A Herdade da Aberta Nova pretende assim ser um laboratório vivo, onde a investigação científica é desenvolvida em rede com um conjunto de Universidades e Institutos e cuja atividade de investigação pretende ser reconhecida pelas mesmas, acolhendo investigadores nacionais e internacionais que promovam a incorporação de conhecimento nas atividades do meio rural. Conhecimento este que, à posteriori, pretende ser transmitido a outros agricultores, o que deverá impulsionar a inovação no setor e a sustentabilidade das explorações agrícolas da região. A presença no 1º Congresso de Bioenergia Portugal de várias instituições de ensino que mostraram interesse em colaborar com a Aberta Nova foi, para Pedro Caels, aquilo que de mais positivo marcou o certame. “Não estávamos à espera que o evento decorresse como está a correr. Temos notado um grande interesse, não tanto da parte dos privados, que necessitam de capital para

investir, mas dos institutos e universidades que nos procuraram de modo a colaborar com a nossa tecnologia. Ainda há pouco falei com um dos responsáveis da Universidade de Portalegre e discutimos a possibilidade de fazer ensaios nas nossas instalações. Isto é, para nós, a melhor gratificação que conseguimos tirar daqui”. É de referir ainda que, desde o início, a Aberta Nova é reconhecida como um projeto pioneiro na região e que o mesmo oferece oportunidades não só ao nível da investigação, mas também um ambiente propício à incubação e desenvolvimento de iniciativas empresariais, cooperativas e associativas, bem como à fixação de empreendedores independentes.

Práticas agrícolas e silvícolas

Ainda no que diz respeito ao conceito estratégico da Herdade da Aberta Nova, o último eixo, mas não menos importante, entende-se como um conjunto de práticas agrícolas e silvícolas que tiram partido das características bioclimáticas do local, explorando espécies adaptadas a um sistema de produção assente na aplicação eficiente dos recursos naturais e na sua melhoria a longo prazo. O projeto tem na sua base uma constan-


Pontos de Vista Julho 2013

te preocupação com a conservação da natureza e biodiversidade e, por isso, a ocupação do solo foi delineada de forma a compor um mosaico de áreas florestais, agrícolas e de habitats naturais, beneficiando mutuamente a conservação e a produção agrícola. A cultura intensiva de eucaliptos na Herdade, que se encontrava em estado avançado de degradação, vem sendo substituída gradualmente por pinheiros mansos e sobreiros. Pedro Caels explica, “aquilo que pretendemos é reconverter esta floresta em espécies autóctones e valorizar a extensa cultura de eucaliptos da Herdade, tirando partido dessa biomassa e produzindo energia elétrica através dela, para além de encaminhar os resíduos florestais para o processo de compostagem, produção de cogumelos e outros fins”. De referir ainda, que há na Herdade fatores de agricultura biológica totalmente inovadores, que produzirão bens alimentares (cerealicultura e horto-fruticultura) de alta qualidade. A apicultura terá igualmente um espaço de relevo na dinâmica comercial da empresa, sendo talvez o mel o primeiro produto a ser exportado, graças ao colaborador responsável que encontrou um possível mercado internacional de escoamento para o mesmo. A perspetiva é, no entanto,

exportar, no mais curto prazo possível, outros produtos agrícolas. Das restantes atividades a implementar destacam-se as seguintes: horto-fruticultura, produção de aromáticas, compostagem, pecuária, turismo, fito turismo, viveiro de plantas, aquaponia e gaseificação. “O facto de até há pouco tempo atrás a propriedade estar situada em reserva ecológica nacional, rede natura e na orla costeira foi para nós um grande desafio, que nos obrigou a desenvolver instrumentos de trabalho. Respeitando os valores naturais, foram assim criados diversos planos de trabalho: plano de gestão de habitats em parceria com a Universidade de Évora, plano de gestão dunar com a APENA e um plano de gestão florestal. Mais recentemente, iniciámos também a elaboração da ferramenta base de todos os projetos, um Plano de Intervenção em Espaço Rural (PIER) em conjunto com a divisão de planeamento da Câmara Municipal de Grândola, que pretende fundamentar o desenvolvimento e implementação de todo o conjunto alargado de projectos”, explica Pedro Caels. Por fim, o objetivo é chegar ao quinto ano de atividade e ter uma exploração sustentável a nível energético e alimentar.

Espaços (futuros) da Herdade Aberta Nova Centro Científico: suporte às atividades de investigação e formação. Viveiro de espécies autóctones: reprodução e propagação de espécies dunares, florestais, agrícolas e aquáticas para. Estufa de aquaponia: desenvolvimento experimental e demonstração do modo de produção aquapónico. Central de biomassa: produção de energia elétrica e de energia. Unidade de tratamento e processamento de madeiras: tratamento e valorização de material lenhoso. Unidade de processamento de produtos agrícolas: valorização e embalamento de produtos agrícolas. Habitação para os trabalhadores da Herdade: dotar a Herdade da Aberta Nova de habitação para os trabalhadores permanentes da exploração. Turismo: Pequenas unidades de turismo, apoio ao turismo da natureza, fito turismo e turismo científico. Espaço Restauração: restaurante e receção

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1º CONGRESSO BIOENERGIA PORTUGAL

Em destaque o 1º CONGRESSO INTERNACIONAL DE BIOENERGIA

Alto Alentejo: uma região de oportunidades Promover as oportunidades de negócio a nível de mercado nacional e internacional em matéria de bioenergia foi o grande objetivo do 1º Congresso Internacional de Bioenergia, que se realizou nos passados dias 23, 24 e 25 de maio, nas instalações da Escola Superior de Tecnologia e Gestão, do Instituto Politécnico de Portalegre. Foram várias as pessoas que por lá passaram, desde especialistas na matéria, docentes e alunos de várias universidades e politécnicos do país, até simples curiosos. O congresso decorreu em simultâneo com a primeira mostra tecnológica Bioenergia Portugal.

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1º Congresso Internacional de Bioenergia foi palco privilegiado para a discussão de todas as temáticas relacionadas com a Bioenergia, desde o seu fornecimento, passando pelas novas tecnologias desenvolvidas na área, as políticas de apoio ao setor, até à sua comercialização. Esta primeira edição esteve integrada nos objetivos da Plataforma Alto Alentejo XXI, em implementação pela Comunidade Intermunicipal do Alto Alentejo (CIMMA) e pelo Instituto Politécnico de Portalegre (IPP). Para além disso, surge em articulação com o Sistema Regional de Transferência de Tecnologia (SRTT) e com o Parque de Ciência e Tecnologia do Alentejo (PCTA), no qual será instalado brevemente, em Portalegre, o Centro de Bioenergia. O congresso abriu igualmente espaço a comunicações relativas ao processamento de biomassa, sobre o fornecimento global de matérias primas, a produção de energia através de biocombustíveis, entre muitas outras.

120 congressistas marcaram presença

Ao todo estiveram presentes, em Portalegre, cerca de 120 congressistas, em representação de dez países. A iniciativa serviu para potenciar oportunidades de negócio a nível nacional e internacional, em matéria de bioenergia, com o intuito de atrair a Portalegre e ao Alto Alentejo os principais players de mercado, na promoção de parcerias e sinergias, capitalização de negócios e na partilha de conhecimentos e know how inovadores na matéria. De acordo com Tiago Gaio, Diretor Executivo da Bioenergia Portugal, a inexistência de um evento do género no nosso país permite que este se constitua como uma janela aberta para afirmar o Alto Alentejo no panorama nacional na área da biomassa, em geral, e da bioenergia, em particular. A Bioenergia Portugal constitui um mundo de oportunidades. Desde a indústria, à agricultura e sem descurar a

importância da componente turística, nomeadamente no que aos produtos gastronómicos diz respeito, tais como, o azeite, o queijo, o vinho e os enchidos, em que há um enorme potencial de aproveitamento e valorização energética por explorar. Para além do Congresso Internacional e da Mostra Tecnológica, o evento contou com todo um conjunto de atividades paralelas, nomeadamente workshops (“Bioenergia em Movimento” e “Negócios em Bioenergia”); visitas técnicas (gaseificação térmica a biomassa, produção de pellets, produção de biodiesel, digestão anaeróbica com produção de biogás); um Business Networking e também um espaço de promoção e divulgação dos produtos gastronómicos locais e regionais, nomeadamente por via da realização da FERPOR 2013 – Feira Regional de Atividades Económicas. Com a realização da FERPOR em simultâneo com o 1º Congresso Internacional de Bioenergia pretendeu-se potenciar as sinergias entre os dois eventos e enriquecer as vivências de ambos.

As áreas científicas e temas de discussão do Congresso: • Comercialização da matéria-prima • Tecnologias de produção de pellets • Tecnologias de processamento de biomassa • Produção de combustíveis refinados: pirolise, gasificação, torrefação... • Abastecimento sustentável de resíduos florestais e outras matérias-primas • Fornecimentos globais de matérias-primas e estudos de mercado em países emergentes e em desenvolvimento • Transporte e armazenamento de biomassa • Demanda e fornecimento globais de bioenergia • Desenvolvimento dos mercados internacional, nacional e local e estruturas de apoio à inovação de políticas • Tecnologias de produção de bioeletricidade • Produção de etanol celulósico • Políticas e critérios sustentáveis • Bioenergia e desenvolvimento de redes de transporte sustentáveis • Modelos de comercialização para diferentes dimensões de produção de bioenergia • Tecnologias bioquímicas e de desenvolvimento de produtos • Tecnologias de combustão e de coincineração • Waste-to-Energy (W2E): biogás, combustíveis e eletricidade • CHP com biomassa • Produção de energia através de biocombustíveis • Otimização de operações de bio refinarias • Outros temas relacionados com energia (outras fontes de energia, meio ambiente, materiais, economia, educação)


SETOR MINERAL EM DESTAQUE

Pontos de Vista Julho 2013

LNEG - Laboratório Nacional de Energia e Geologia, I.P

A importância do setor mineral para Portugal “O setor mineral está muito dependente da oferta e da procura a nível mundial que ditam as regras portanto temos que ser cautelosos nas afirmações demasiado generalistas. O futuro de Portugal está na nossa capacidade de inovação do conhecimento, científico e tecnológico para a descoberta e valorização desses recursos”, assume Teresa Ponce de Leão, Presidente do Conselho Diretivo do LNEG - Laboratório Nacional de Energia e Geologia, I.P, em entrevista à Revista Pontos de Vista. Quais as potencialidades do setor mineral? De que forma estamos a aproveitar essas mais-valias? Qual o papel do LNEG nesse desenvolvimento? A estas questões a nossa interlocutora deu resposta. A nível nacional, o setor dos recursos minerais continua a ter grandes potencialidades. As minas da Panasqueira ou Neves Corvo são dois dignos exemplos. Portugal tem sabido tirar proveito das suas promissoras caraterísticas geológicas? Diria que sim apesar de termos passado por uma fase em que o licenciamento das explorações mineiras era bastante dificultado. De facto a análise de sustentabilidade, nas suas vertentes, ambiente, economia e sociedade, há cerca de 5 anos atrás era bastante desequilibrada a favor do ambiente e portanto bastante restritiva na atribuição dos licenciamentos. O LNEG, sendo um instituto de investigação em energia e geologia com uma componente metodológica forte na análise dos critérios de sustentabilidade sempre lutou pela necessidade de uma abordagem responsável e sempre colaborou com o ambiente no sentido de encontrar uma plataforma em que os recursos naturais são salvaguardados. Também do lado do setor mineiro há mais consciência da necessidade de preservar o ambiente e em particular, neste caso, o equilíbrio natural com menos poluição. A indústria mineira modernizou-se, associou-se com o setor da investigação e passou a seguir as melhores práticas ambientais quer na exploração quer na mitigação dos impactos a posteriori. Mas não é só o ambiente que favorece ou prejudica a exploração mineira que está muito dependente, como qualquer outra atividade, da viabilidade económica das explorações que depende de vários fatores, das reservas disponíveis na jazida, dos custos de exploração onde é muito relevante o tipo de concentração e a acessibilidade do reservatório e não menos importante das cotações mundiais. De que forma, o setor mineral pode ser estratégico para o desenvolvimento económico de Portugal, para a geração de riqueza e para a criação de emprego? O setor mineral e em particular a indústria extrativa cria riqueza associada ao próprio negócio, transação comercial do minério que deixa impostos e também royalties para o estado português. Acresce que há um valor acrescentado ao longo da respetiva cadeia de valor, tanto maior quanto mais degraus dessa cadeia se concretizarem no âmbito da economia nacional e para além dos pos-

Teresa Ponce de Leão tos de trabalho diretos e indiretos que cria à sua volta, a indústria extrativa é logo na sua origem uma fonte de criação de nova riqueza, que é extraída da natureza e acrescentada ao património coletivo. Por outro lado há outros setores associados que se têm vindo a desenvolver em torno das minas como o turismo, o património cultural ou a investigação e desenvolvimento. Por último contribui para a qualificação das pessoas aumentando o índice nacional de competências especializadas. Há vários exemplos de nichos de desenvolvimento devido à mina como os concelhos de Torre de Moncorvo ou Castro Verde mas gostaria de salientar um exemplo interessante do significado da indústria extrativa no desenvolvimento integrado, criação de postos de trabalho e dinamização da economia em geral como a atual situação vivida no Concelho de Aljustrel em que o emprego direto nas minas representa cerca de 720 postos de trabalho sendo que esse valor sobe substancialmente se considerarmos o emprego indireto sendo um dos concelhos com menor taxa de desemprego, cerca de 7%, por via da mina. Por esta mesma via tem vindo a ser um polo de atração turística e de investigação estando neste momento a acolher o novo Centro de Estudos Geológicos e Mineiros de Aljustrel, do LNEG. Ainda pela qualificação do pessoal é neste momento um exportador de mão de obra qualificada para outros centros de desenvolvimento. Trata-se de um bom exemplo de exploração de sinergias em torno de uma aposta integrada. Hoje, há quem olhe para o setor mineral europeu como uma indústria inovadora e crucial em toda a cadeia de valor. Na sua opinião, é importante apostar na consciencialização da população para a relevância deste setor

no quotidiano? Por outro lado, acredita que as próprias empresas têm sabido retirar os devidos benefícios de um setor que é cada vez mais importante para a economia portuguesa e europeia? As populações têm que estar informadas e os investidores comprometidos com a comunidade onde vivem. Para isso é necessário que seja disponibilizada informação cautelosa mas verdadeira e clara sobre riscos associados mas também sobre a forma como esses riscos podem ser mitigados e quais as oportunidades e benefícios que resultam da exploração desses recursos para si próprias. Os governos têm que criar condições de facilitação para o desenvolvimento empresarial mas também assumir o seu papel de regulador consciente e responsável. Acrescentar novos degraus na cadeia de valor dos recursos minerais é, sem dúvida, um elemento crucial para garantir a sustentabilidade, minorando as incertezas que derivam das vicissitudes dos mercados globais. Aqui a questão da dependência tecnológica e a escala do investimento são fatores decisivos que podem prejudicar o aumento da dimensão dessa cadeia de valor. Aqui o conhecimento agregado é um fator de discriminação positiva. Uma das funções do LNEG consiste em divulgar junto do setor empresarial áreas com potencial mineiro. De um modo geral, o tecido empresarial português está recetivo a esses novos investimentos? O investimento no setor mineiro é capital intensivo. O setor empresarial português tem dificuldade no acesso ao crédito. Penso que a recetividade a estes investimentos depende das condições de acesso ao dinheiro que seja possível oferecer. As medidas recentes como a redução do IRC são ajudas positivas para esta sensibilização.

Portugal tem tido uma atuação eficiente na utilização de recursos minerais, desde a fase da extração até à sua recuperação? Na sua opinião, o que ainda pode ser feito? Qual o papel que o LNEG tem desempenhado? O LNEG tem como missão conhecer o território nacional e seus recursos naturais. No caso concreto o LNEG desenvolve cartografia geológica e investiga o potencial dos recursos minerais associado a esse

conhecimento do território, estudos que permitem identificar a ordem de grandeza do potencial mineral em Portugal e que deu origem ao famoso indicador de um produto interno bruto… Trata-se de um valor simbólico, naturalmente carregado de grande incerteza porque é afetado por muitas variáveis não controladas, mas que indica que o contributo da Indústria Mineral para esse PIB pode crescer, em particular na atual conjuntura, porventura a taxas não alcançáveis por outros setores. O LNEG disponibiliza toda esta informação na sua base de dados assente no GeoPortal cujo formato está a ser melhorado para consulta mais direta e generalizada. Posteriormente o LNEG tem competências para oferecer análises mais finas de apoio à identificação do potencial da jazida, métodos de exploração e estratégia de exploração através da disponibilização de metodologias de geoquímica e geofísica avançadas e ainda no domínio do processamento dos minérios até à obtenção dos concentrados. Neste âmbito pode dizer-se que o LNEG apoia os empresários no desenvolvimento dos seus planos de lavra e mitiga o risco associado às decisões. No futuro, que desafios e oportunidades acredita que este setor terá de enfrentar em Portugal? Acredita que, cada vez mais, os portugueses terão consciência de que a riqueza poderá estar em baixo dos nossos pés? Nesse sentido, qual será a estratégia do LNEG? O setor mineral está muito dependente da oferta e da procura a nível mundial que ditam as regras portanto temos que ser cautelosos nas afirmações demasiado generalistas. O futuro de Portugal está na nossa capacidade de inovação do conhecimento, científico e tecnológico para a descoberta e valorização desses recursos. Seguramente os recursos são uma fonte importante de produção de riqueza que importa explorar de forma inteligente e responsável como mais um contributo para o aumento do nosso produto interno bruto. O LNEG investiga e desenvolve conhecimento para poder oferecer a máxima informação, trabalhada e relacionada com vista a otimizar as iniciativas empresariais com vista à exploração dos recursos. LER NA INTEGRA EM WWW.PONTOSDEVISTA.PT

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SETOR MINERAL EM DESTAQUE

Carlos Caxaria, Presidente do Colégio de Geológica e Minas da Ordem dos Engenheiros, fala sobre o setor

“A grande visibilidade do setor a nível público passou por este Governo” Em Portugal, o setor mineiro é conhecido essencialmente pelas suas minas de volfrâmio (Panasqueira) e de cobre (Somincor), consideradas das maiores da Europa e reconhecidas internacionalmente pela qualidade dos concentrados obtidos. A consciência de que o setor pode contribuir para o crescimento económico do país, não só pela diminuição do défice externo e balança comercial, mas também pela criação de emprego e desenvolvimento regional pois a maior parte dos recursos situam-se em zonas pobres e rurais, é consensual. Esta realidade foi reconhecida pelo atual governo que tem apostado nesta área de um modo sem paralelo nos últimos anos - a prova-lo está a assinatura pelo governo de um elevado número de contratos de prospeção e pesquisa e de exploração. Em conversa com Carlos Caxaria, Presidente do Colégio de Geológica e Minas da Ordem dos Engenheiros, a Revista Pontos de Vista abordou estas e outras questões ligadas a um setor cuja importância muitas vezes não é percetível, por falta de conhecimento comum, mas cujo contributo para o país é, sem dúvida, imenso, esperando-se mesmo que nos próximos anos venha a ser mais um dos setores dinâmicos da nossa economia.

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estratégia nacional de aproveitamento dos recursos geológicos e mineiros pretende dinamizar o setor e triplicar o atual contributo para o PIB, hoje na ordem dos 600 milhões de euros. Desta forma, Portugal será capaz de enquadrar um setor, que representa atualmente 1,4 por cento das exportações portuguesas, à nova realidade que se vive em termos globais, marcada pela subida na cotação dos minérios, a escassez de recursos e a procura crescente a nível global. Para isso, é necessário aumentar o espetro das concessões de prospeção e exploração, o que já vem acontecendo com o elevado número de contratos que têm sido assinados nos últimos tempos. De referir que, para os minérios metálicos, o risco de insucesso da prospeção e pesquisa é da ordem dos 95 por cento, e é por isso que este setor é olhado com alguma receio pelo empresários portugueses, que ainda não se estruturaram para se financiarem através dos mercados bolsistas, em especial do Canadá, que é a principal fonte de financiamento das empresas mineiras estrangeiras juniores que estão a operar em Portugal. Isto para os minérios metálicos, mas não para os minérios não-metálicos, que na sua grande maioria é operado por empresas portuguesas que, grosso modo, trabalham para a garantia do abastecimento da indústria transformadora nacional (mercado interno) - pese embora nos últimos anos se tenham expandido para o mercado externo. “Espera-se que este subsetor já no próximo ano venha a registar um saldo positivo na nossa balança comercial. Este potencial de crescimento do setor tem sido reconhecido por este Governo que lhe deu uma grande visibilidade a nível público e que neste momento está a preparar medidas e incentivos que ajudem a reduzir algumas situações de maior risco de investimento, para além de estarem a ser estudados programas específicos para apoiar o conhecimento, a prospeção e a promoção”, afirma Carlos Caxaria.

setor está hoje a ser estudado e encontra-se já em marcha um processo a nível europeu que contemplará a problemática das matérias-primas. Trata-se de um passo importante, disso não há dúvidas, no entanto o nosso entrevistado gostava que o mesmo fosse mais ambicioso. “Nos próximos dez anos prevê-se que irão abrir na Europa 10 ou 11 grandes minas metálicas, o que é um passo positivo. No entanto, admito que se os trabalhos a decorrer em Portugal se revelarem positivos, metade desse número poderá acontecer só em Portugal, ainda que de uma dimensão menor. Apesar disso, é indiscutível que a Europa está hoje a olhar com muita atenção para o setor, até porque este é um setor perfeitamente conciliável com as exigências ambientais. O que vier a ser feito na UE nesta matéria será feito de forma sustentada para que o impacte ambiental seja sempre o menor possível”, afirma Carlos Caxaria.

Biodiversidade nas minas

Carlos Caxaria

Recuperação do setor a nível europeu

Muito do reconhecimento que tem sido dado ao setor surge das próprias necessidades, nacionais e comunitárias, em especial de uma Europa que tem um grande défice de matérias-primas e que está muito dependente de mercados produtores que não controla. Para Carlos Caxaria é simples, a União Europeia foi obrigada a olhar de novo para o setor depois de vários anos em que se andou “a fechar minas em toda a Europa”. Foi a isso que se assistiu desde o início dos anos 90 até à eclosão da crise, em 2008. Com a crise das matérias-primas a Europa apercebeu-se que não tinha quaisquer garantias de abastecimento interno, o que levou a que algumas indústrias

europeias parassem ou reduzissem a atividade por força do preço ou da falta dessas matérias-primas. Nos últimos 20 anos, houve demasiada resistência ao setor por razões ambientais, isto é, para que se fechassem ou não se abrissem mais minas na Europa. Na verdade, “esta prática tem vindo a ser alterada pois o ambiente tem que ser pensado à escala global, isto é, uma atuação ambientalmente sustentável à escala local (Europa), contribuirá para um melhor ambiente à escala global. Resumindo, não há qualquer vantagem ambiental em proibir projetos na Europa que depois se implantam noutros continentes onde não se cumprem as melhores práticas ambientais”. O próximo quadro comunitário para o

As preocupações de preservação ambiental, a par da conservação do património histórico, diminuíram a acessibilidade aos recursos minerais e são, para o nosso entrevistado, a maior dificuldade que se apresenta ao setor. “É óbvio que as questões ambientais têm que estar presentes mas não podem constituir sempre um travão à decisão. Os procedimentos administrativos instalados na vertente da avaliação ambiental são muito morosos, ficando muitas vezes os projetos prejudicados nas condições da decisão final por falta de expertise das equipes de avaliação. Muitas vezes colocam-se dúvidas para as quais esses técnicos, por força da especificidade do setor, não têm resposta, o que faz com que os processos se atrasem”, refere o nosso entrevistado. Carlos Caxaria aproveita ainda para esclarecer que o impacto visual é o principal impacte negativo da indústria extrativa, o que não é o mesmo que um grande de impacte ambiental, uma confusão que se instalou nos últimos anos como resultado do abandono de minas que ocorreu no passado, o que levou à degradação das mesmas com tempo, e


Pontos de Vista Junho 2013

pelo facto de algumas infraestruturas mineiras poderem constituir fatores de insegurança. Contudo, muitos dos locais abandonados, tais como poços e galerias, tornaram-se também importantes polos de biodiversidade, constituindo novos ecossistemas específicos adaptados ao meio mineiro. “Ainda que algumas pessoas pensem que o setor mineiro contribui para acabar com a biodiversidade, isso não corresponde à verdade! Muitas das galerias de minas que foram abandonadas no passado são hoje habitats únicos, constituindo mesmo um dos principais habitats de morcegos nacionais. Outro exemplo é o da zona dos mármores, no Alentejo, onde as escombreiras se tornaram “viveiros” de coelhos, atrás dos quais vêm hoje muitas aves de rapina, onde também nidificam. Muitos outros exemplos podem ser dados. Há impacto, é certo, mas a palavra impacto não tem que ter sempre uma conotação negativa porque se criam condições diferenciadas, onde novas espécies se instalam e as que existem têm a maior parte das vezes capacidade de se adaptar. Lembro também que os locais onde no passado houve intervenção humana são os locais hoje estudados pelos arqueólogos, e que os projetos de hoje não fazem mais do que criar novas paisagens humanizadas que no futuro não deixarão também de ser estudadas. É esta a história do homem ”, refere.

Descoberta de petróleo poderá estar para breve

Na ótica de Carlos Caxaria, o que hoje é presente amanhã será história e objeto de estudo, bem como o que hoje é resíduo, amanhã será recurso. Porém, ainda que cada vez mais se tenha de caminhar para o desperdício zero e para o reaproveitamento dos recursos, a reutilização será sempre insuficiente enquanto resposta a um mercado global, cada vez mais exigente e com maiores necessidades de consumo. Assim, o “re-use” é incapaz de responder isoladamente aos problemas do mercado, o que faz da prospeção e da descoberta de novos recursos geológicos uma necessidade que tem que se manter presente quer a nível global, quer a nível nacional, principalmente sendo este um dos setores com maiores potencialidades de crescimento em Portugal. Carlos Caxaria afirma, “este é um dos setores com maiores potencialidades de crescimento a nível interno. Temos potencial em volfrâmio, no Norte e Centro, de que durante vários anos fomos mesmo o principal produtor europeu e o terceiro à escala mundial deste minério, temos potencial ao nível do cobre, do zinco e do ouro, no Alentejo. Ainda que não fale

em jazigos de grande dimensão, acredito que a descoberta de petróleo é inevitável, é só uma questão de tempo e há já estudos que dão indicações nesse sentido”. A descoberta de petróleo seria, sem dúvida, um enorme fator de atração para o investimento em Portugal e das formas mais eficazes de tirar o país da crise. Atualmente, existem quatro áreas de prospeção e pesquisa de petróleo no mar e na terra, são elas, a Bacia Lusitânica em Cabo Mondego, S. Pedro de Muel,

Aljubarrota, Rio Maior e Torres Vedras; Bacia de Peniche, Bacia do Alentejo e Bacia do Algarve. Carlos Caxaria acredita ainda que dentro de uma década poderemos ter a funcionar mais meia dúzia de minas metálicas o que seria importante para o crescimento económico do país, e em especial para o desenvolvimento das regiões onde as mesmas se estabelecerem. Em relação a este contributo não sobram dúvidas, a abertura de minas

reflete-se imediatamente no crescimento do emprego nas zonas circundantes e no desenvolvimento regional. O nosso entrevistado conclui esta conversa com um exemplo que evidencia este facto. “Antes das minas da Somincor abrirem em Castro Verde e Almodôvar, estes eram dois dos concelhos mais pobres do Alentejo. Neste momento, passa-se precisamente o contrário e têm dos níveis de vida mais aproximados ao da Grande Lisboa”.

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A OPINIÃO DE...

ESTRUTURAS METÁLICAS

Fernando Ramos, Protective Coatings Marketing Manager da CIN

CIN - Protective Coatings faz forte investimento na certificação de produtos e esquemas de pintura A divisão Protective Coatings é uma das principais áreas de negócio do grupo CIN. A atuar principalmente nos setores da petroquímica, infraestruturas, energia e construção metálica; está presente em algumas das mais prestigiadas e emblemáticas obras realizadas na Península Ibérica, Europa, África e América Latina.

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inovadora tecnologia usada na formulação destas tintas faz da CIN um grupo extremamente competitivo, que se revela nas reconhecidas características dos produtos que comercializa. Os revestimentos de alto desempenho CIN são hoje utilizados em todo o mundo para proteger estruturas e equipamentos em aço quando expostos às mais severas condições ambientais, que vão desde o ambiente marítimo e químico, até aos ambientes urbano e rural. CIN Protective Coatings tem vindo a desenvolver as melhores soluções tecnológicas na elaboração de esquemas de pintura eficazes, de forma a combinar proteção anticorrosiva, durabilidade e acabamento estético. Esta unidade de negócio tem investido fortemente na Certificação de Produtos e Esquemas segundo as mais recentes normas de ensaio europeias e internacionais. Estas certificações assentam em várias normas das quais se destacam algumas consideravelmente relevantes:

Proteção anticorrosiva de estruturas metálicas

A norma EN ISO 12944 é hoje uma referência mundial na definição de esquemas de pintura para proteção anticorrosiva de estruturas de aço, razão pela qual a CIN a usa na investigação e elaboração dos seus esquemas de proteção anticorrosiva e destina-se a orientar engenheiros, prescritores, empreiteiros e todos os especialistas nesta área, na especificação de esquemas de proteção anticorrosiva para estruturas de aço. Esta norma é composta por várias partes: EN ISO 12944-1: Introdução geral EN ISO 12944-2: Classificação de ambientes EN ISO 12944-3: Considerações sobre desenho EN ISO 12944-4: Tipos de superfície e sua preparação EN ISO 12944-5: Sistemas de pintura EN ISO 12944-6: Métodos de ensaio laboratoriais EN ISO 12944-7: Execução e supervisão dos trabalhos de pintura EN ISO 12944-8: Especificações para manutenção e nova construção A EN ISO 12944-6 avalia o desempenho de esquemas de pintura para proteção anticorrosiva do aço para várias durabilidades e ambientes de agressividade, sendo que a CIN dispõe de vários esquemas certificados para durabilidade alta. Como complemento a esta norma, existem ou-

tras mais específicas para proteção anticorrosiva, como é o caso da norma EN 10289, que avalia os revestimentos epoxi na proteção de tubagens e equipamentos enterrados e a norma EN 12285-1, que define os requisitos dos revestimentos na proteção de tanques de aço enterrados.

Proteção passiva ao fogo de estruturas metálicas e madeira

A norma ENV 13381-8 avalia a resistência ao fogo de estruturas metálicas protegidas com tinta intumescente e a norma EN 13501-1 classifica os revestimentos usados na construção quanto à reação ao fogo.

Proteção de estruturas de betão armado

A norma EN 1504-2 avalia a performance dos produtos e sistemas na proteção e reparação de estruturas de betão.

Revestimento de interiores de tanques de aço e betão

A CIN dispõe de vários produtos certificados para revestimento de interior de tanques, seja para armazenamento de produtos petrolíferos e químicos, seja para o armazenamento de produtos alimentares. Os revestimentos de interiores de tanques para armazenamento de produtos alimentares têm que passar nos exigentes ensaios de migrações globais e específicas e nos ensaios organoléticos, exigidos segundo o mais recente Regulamento Europeu (EU)* nº. 10/2011 de 14 de janeiro, que estabelece normas específicas a aplicar na utilização em segurança de materiais e objetos que estarão em contacto com os géneros alimentícios. A gama Protective Coatings é aplicada nas mais variadas áreas de mercado, como é o caso das energias renováveis, das indústrias petrolíferas e petroquímicas ou da indústria alimentar, entre outras.

ENERGIA Térmica

Nas tradicionais centrais a carvão e fuel/gasóleo ou nas tecnologicamente mais evoluídas centrais a gás natural de ciclo combinado, o ambiente é naturalmente muito agressivo, exigindo a aplicação de esquemas de pintura com uma proteção corrosiva muito eficiente. A CIN tem participado em muitos

Um dos fundamentos para o sucesso da gama Protective Coatings prende-se com a contínua política de liderança e inovação. Neste sentido, apostamos na investigação e desenvolvimento de novos produtos, prevendo as necessidades futuras dos nossos clientes e procurando estar sempre um passo à frente

dos principais projetos deste segmento, disponibilizando produtos que se têm revelado eficazes ao longo do tempo.

Hídrica

A gama CIN Protective Coatings é especialmente indicada para a proteção de pavimentos, paredes ou equipamentos (comportas, tubagens ou grupos geradores) de centrais hidroelétricas, em situações de obra nova ou de manutenção.

Eólica

Devido à dificuldade de manutenção dos equipamentos eólicos, os esquemas de pintura devem conferir-lhes uma durabilidade elevada, mesmo quando expostos a climas agressivos ou à erosão. A CIN é fornecedora habitual de alguns dos maiores fabricantes mundiais de energia eólica.

Novas energias

Atenta à crescente procura de energias alternativas, a CIN está na primeira linha de resposta a esta tendência. Ainda que muitas destas novas energias estejam ainda em fase embrionária, a CIN já disponibiliza produtos com grande durabilidade que lhes são especificamente adequados.


Pontos de Vista Julho 2013

“Os revestimentos de alto desempenho CIN são hoje utilizados em todo o mundo para proteger estruturas e equipamentos em aço quando expostos às mais severas condições ambientais, que vão desde o ambiente marítimo e químico, até aos ambientes urbano e rural. CIN Protective Coatings tem vindo a desenvolver as melhores soluções tecnológicas na elaboração de esquemas de pintura eficazes, de forma a combinar proteção anticorrosiva, durabilidade e acabamento estético. Esta unidade de negócio tem investido fortemente na Certificação de Produtos e Esquemas segundo as mais recentes normas de ensaio europeias e internacionais” EDIFÍCIOS

A construção e manutenção de grandes edifícios requer especiais cuidados no que diz respeito à proteção anticorrosiva, proteção passiva contra o fogo ou proteção de betão. A gama CIN Protective Coatings responde a todas estas situações, tendo sempre como objetivo a salvaguarda da estética dos edifícios, sejam eles aeroportos, estações de comboio, museus, hotéis, centros comerciais, piscinas, estádios ou armazéns.

PONTES E TÚNEIS

Por questões de segurança, as pontes e túneis são infraestruturas com necessidades especiais de proteção e pintura. A CIN tem tido o privilégio de ser o fornecedor escolhido para inúmeros projetos deste tipo, uma opção que se deve à qualidade e evolução técnica das suas soluções e ao acompanhamento das obras que efetua.

ÁGUAS

O mercado das águas de consumo ou residuais (provenientes de ETAs e ETARs) encontra na gama CIN Protective Coatings um conjunto de produtos devidamente aprovados e indicados para as suas exigências.

INDÚSTRIAS

O ambiente industrial, especialmente agressivo, constitui um dos maiores desafios em termos de proteção anticorrosiva de estruturas metálicas ou de betão. Os produtos CIN Protective Coatings são

uma excelente proteção para ataques químicos, altas temperaturas e abrasão, entre outros.

FOGO

As tintas de proteção passiva contra o fogo têm como função vital garantir a segurança de vidas humanas e evitar potenciais consequências desastrosas no decurso de incêndios. A CIN Protective Coatings dispõe de uma gama completa de produtos com este fim, permitindo a proteção de estruturas metálicas, madeiras e pavimentos.

TANK LINING

A CIN tem uma larga experiência no fornecimento de revestimentos para armazenamento e trans-

porte da indústria petroquímica, energética e alimentar. Na sua gama de produtos, encontram-se soluções adequadas para tanques petrolíferos (crude, gasolinas, gasóleo, biodiesel, solventes) e depósitos de produtos alimentares (vinhos, óleos, azeites e cereais).

PAVIMENTOS

Para locais nos quais são exigidos pavimentos com acabamento lavável e de elevada resistência mecânica ao desgaste e tráfego intenso, tais como laboratórios, hospitais, armazéns, garagens e estabelecimentos comerciais, a CIN desenvolveu uma linha própria de produtos adequados para estas condições.

PRODUTOS Um dos fundamentos para o sucesso da gama Protective Coatings prende-se com a contínua política de liderança e inovação. Neste sentido, apostamos na investigação e desenvolvimento de novos produtos, prevendo as necessidades futuras dos nossos clientes e procurando estar sempre um passo à frente. A nossa gama de produtos é composta por diferentes soluções: C-Floor, C-Therm; produtos heavy-duty para a proteção de estruturas na indústria química e petroquímica, pontes, túneis, tanques e tubagens, barragens e estruturas de edifícios - C-Cryl, C-Pox, C-Pox TL, Cincoat, C-Thane, Silicofer, Cingard - e outros produtos para situações específicas.

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2013 – ANO INTERNACIONAL DA ESTATÍSTICA

Alda Carvalho, Presidente do Instituto Nacional de Estatística (INE)

“Este trabalho é verdadeiramente estimulante para quem gosta de números” Abraçando a missão de produzir e divulgar informação estatística oficial de qualidade, com relevância para a sociedade e de uma forma eficaz e inteiramente isenta, o Instituto Nacional de Estatística é, hoje, uma entidade de referência a nível nacional e internacional. Num meio social em constante mutação, a informação surge, diariamente, em catadupa, entrando na tabela dos bens essenciais. O INE assume, por isso, o compromisso de fazer com que essa mesma informação chegue a cada um de nós, de uma forma percetível e simples. do dificuldades em recrutar e o futuro não se afigura risonho. “Fizemos um levantamento das saídas das pessoas por aposentação nos próximos dez anos e as conclusões são assustadoras. Temos de estabelecer um plano de recrutamentos para evitar uma rotura”, alertou Alda Carvalho. Apesar do excesso de trabalho, a equipa do INE veste diariamente a camisola. “Com os cortes salariais que têm sofrido, os trabalhadores não estão motivadas financeiramente. Mas sei que se sentem honradas por pertencerem ao INE”, garantiu a Presidente.

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rimeiro estranha-se, depois entranha-se”. Alda Carvalho, Presidente do Instituto Nacional de Estatística (INE) recorreu à expressão celebrizada por Fernando Pessoa para “pintar” a atual realidade da estatística, mas com um significado inverso. Hoje, as estatísticas estão “entranhadas” no dia-a-dia da sociedade e ninguém se apercebe disso. Só quando elas faltam, surge a “estranheza”, descreveu Alda Carvalho. É exatamente isso que se passa em Portugal. A estatística é assumida como um dado adquirido, não se sabe de onde veio, como foi feita, e, muitas vezes, o que significa; ou seja, uma parte da sociedade sofre do que os especialistas chamaram de “iliteracia estatística”. Por isso, importa “abrir” mentalidades relativamente às estatísticas. A consagração de 2013 como o Ano Internacional da Estatística (AIE) poderá ser mais uma porta que se abre nesse sentido. Numa sociedade em que o fluxo de informação é abismal, as estatísticas assumem-se como um tipo de informação importante e, cada vez mais, “entranhado” na nossa rotina diária. “As estatísticas são relevantes para conhecer a realidade, para tomar decisões e avaliar essas mesmas decisões”, referiu Alda Carvalho. É, por isso, importante que todas as entidades que se revejam nos objetivos do AIE se comprometam a contribuir para uma maior valorização deste ramo do saber. No final de 2013 espera-se que, entre outras grandes conquistas, a estatística saia fortalecida como carreira profissional. De facto, em Portugal, os dados mostram que o número de licenciados na área estatística não é o satisfatório. O interesse por esta área ou a aversão aos números até podem ser factos incontestáveis, mas a experiência de Alda Carvalho com os jovens que passam pelo INE mostram o contrário. “Temos tido estagiários e bolseiros que se apaixonam por este trabalho de produzir estatísticas oficiais. Existem umas tarefas mais entediantes claro, como em qualquer trabalho, mas, no final, é gratificante

Total confiança no INE

Alda Carvalho ver o resultado a que se chega e conhecer tão objetivamente quanto possível a realidade que está ao nosso lado. É verdadeiramente estimulante para quem gosta de “números”, partilhou.

“O INE precisa de mais recursos humanos”

O Instituto Nacional de Estatística é o órgão central de produção e difusão de estatísticas oficiais em Portugal. Produz informação relevante para a sociedade mas mais poderia produzir. Por insuficiência de recursos, nem todas as necessidades estatísticas, sobretudo na esfera social, são satisfeitas. Com a implementação de processos de produção estatística cada vez mais sofisticados e dominados pelas tecnologias mais recentes, é indispensável dispor de recursos humanos muito qualificados. Afinal, um técnico vocacionado para a produção estatística não se faz de um dia para o outro. É preciso aliar experiência a formação académica adequada, o que nem sempre se encontra disponível no mercado de trabalho. O INE tem senti-

Uma questão de cidadania “Responder aos inquéritos é um dever cívico e uma questão de cidadania. Quero estatísticas em que me reveja e é meu dever cívico exigir que essas mesmas estatísticas me representem. Reconheço que, muitas vezes, os inquéritos são fastidiosos. A maior parte dos questionários decorre de regulamentos comunitários — que estabelecem as matérias que devem ser inquiridas de um modo uniforme em todos os países, para garantir a comparabilidade dos seus resultados — a que, por vezes acrescem. módulos de interesse nacional.” De qualquer modo, devemos ter sempre presente o interesse das estatísticas para a sociedade, para a tomada de decisão, a nível individual e coletivo. (Alda Carvalho)

Quem presta informação ao INE (cidadãos ou empresas) deve ter a garantia de que essa informação individual é utilizada apenas para fins estatísticos. “Essa confiança é um dos patrimónios mais valiosos de qualquer entidade que produz estatísticas oficiais”, adiantou Alda Carvalho. O INE salvaguarda essa confiança, respeitando a sua Carta de Confidencialidade, que estabelece as regras que todos os envolvidos na produção e divulgação de estatísticas oficiais devem cumprir meticulosamente. Ninguém, nenhuma entidade, pode exigir ao INE a divulgação de dados individuais, exceto quando está presente uma situação grave de saúde pública. Apesar de não ser tão elevada como seria gostaríamos, as taxas de resposta aos inquéritos, até ao momento, têm atingido o nível necessário em termos estatísticos, para assegurar a qualidade da informação que publicamos. Quando alguma vez (ainda não sucedeu) a taxa de resposta não for estatisticamente adequada, a informação não será publicada. Mas, numa sociedade marcada pela insegurança, é necessário implementar metodologias que permitam “quebrar o gelo” na abordagem pessoal e minimizar o receio que existe, instituído por pessoas de má índole que se fazem passar por técnicos do INE. Essas metodologias passam pelo envio prévio de cartas de sensibilização, da apresentação de cartões comprovativos da identificação do entrevistador, do fornecimentos de palavras-chave. A internet, uma via considerada por Alda Carvalho segura, será cada vez mais utilizada pelo INE para a realização dos seus inquéritos. O INE tem um papel de particular importância ao contribuir para um melhor conhecimento da sociedade em que estamos inseridos.


2013 – ANO INTERNACIONAL DA ESTATÍSTICA

Pontos de Vista Julho 2013

Maria João Valente Rosa, Diretora da PORDATA

PORDATA: as estatísticas à distância de um clique Quando se fala em estatísticas, surge associado, de imediato, um “bicho-de-sete-cabeças” conhecido por matemática. Mas não há nada de mais erróneo. Compreender um número, saber o significado de uma estatística, assemelha-se a saber ler ou escrever; são competências básicas do mundo moderno. Se uma pessoa não tiver esta competência, estará sempre dependente de outros. Aliás, Maria João Valente Rosa, Diretora da PORDATA, estabeleceu mesmo uma ponte entre a estatística e a liberdade de cada um para formar a sua própria opinião.

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esmo considerando que a ideia poderia lançar alguma inquietação, Maria João Valente Rosa, Diretora da PORDATA, não hesitou em defender que as estatísticas, hoje, mais do que nunca, têm um papel preponderante na liberdade. “Só na posse dos verdadeiros factos e no seu entendimento é que somos verdadeiramente livres em termos de opinião. De outra forma, estaremos a pensar pela cabeça dos outros e, em alguns casos, a ser manipulados”, defendeu em conversa com a Revista Pontos de Vista. A palavra estatística deriva do latim “status”, que significa estado. É, de facto, isso que as estatísticas nos dão a conhecer: o estado da saúde, da economia, da educação, das finanças das famílias portuguesas, …; o estado de uma sociedade em geral. E é esse panorama global do que se passa em Portugal, em cada município, na Europa e ao longo dos anos, que a PORDATA mostra a quem visita o portal. Constituída em 2010, pela Fundação Francisco Manuel dos Santos, a PORDATA é o “primeiro contributo da FFMS para o debate público”, como descreveu António Barreto, Presidente do Conselho de Administração da Fundação. Publicada num formato de séries cronológicas, a informação incide, normalmente, num período que vai de 1960 até à atualidade. Todos os dados aqui disponibilizados são da autoria de entidades oficiais. No fundo, e tal como afirmou Maria João Valente Rosa, “a PORDATA é um contributo para aproximar as estatísticas dos cidadãos e reforçar a utilização desses dados por todos”. Não é, por isso, uma concorrente de outras organizações, mas antes um parceiro neste trabalho nem sempre fácil de promover uma maior valorização desta área do saber.

“Os números não mentem. As pessoas é que podem mentir com os números, principalmente quando o destinatário não está preparado para compreender esse mesmo número”

Maria João Valente Rosa

Sociedade dominada por uma iliteracia estatística A estatística tem um papel fundamental na vida de uma sociedade. Qualquer cidadão precisará sempre de uma informação estatística que o ajude a tomar decisões. É, por isso, preponderante possuir um conhecimento, por mais elementar que seja, sobre esta área. Mas, a verdade é que num mundo caraterizado por ser uma gigantesca sociedade de

“As estatísticas são o bê-á-bá do futuro” “As estatísticas - acesso, utilização e compreensão - são um elemento vital para as sociedades modernas progredirem. Encontro no projeto PORDATA um serviço público, um meio de contribuir para que os cidadãos acedam aos factos estatísticos e façam bom uso desta ferramenta crucial para as suas vidas, para a sua liberdade.” (Maria João Valente Rosa)

informação, ainda persistem algumas resistências à utilização de tais números. Porquê? Maria João Valente Rosa respondeu. “Pode ter a ver com alguma “aversão” à matemática. Contudo, a estatística não é uma subárea da matemática; os números das estatísticas sobre a sociedade não são números abstractos; são as pessoas, as sociedades que estão na sua origem. Por outro lado, ainda há quem defenda que os números mentem, o que é, de todo, errado. Os números não mentem. As pessoas é que podem mentir com os números, principalmente quando o destinatário não está preparado para compreender esse mesmo número”, defendeu a responsável. Neste sentido, cabe a entidades como a PORDATA, entre outras, contribuírem para o reforço da literacia estatística. A consagração de 2013 como o Ano Internacional da Estatística é um passo

importante, mas há ainda muito a fazer. “É preciso aumentar a visibilidade desta iniciativa e dar continuidade. Um ano não basta para sensibilizar sobre a importância de se entrar neste mundo dos factos, o qual, apesar dos avanços, ainda exclui muitas pessoas”, salientou. Pelos quatro cantos do mundo, o Ano Internacional da Estatística tem colocado entidades a falar de estatística e a levá-la ao debate público. Embora o reconhecimento ainda não seja o desejado, há motivos para comemorar. “As estatísticas dizem-nos o que somos, para onde estamos a ir, que caraterísticas a sociedade tem e, por isso, são essenciais para nos compreendermos enquanto cidadãos”. Viver sem estatísticas começa a ser cada vez mais difícil. “Atualmente, a propósito de tudo e de nada, somos confrontados com dados estatísticos, a informação estatística não falta; no entanto, tal não significa necessariamente mais conhecimento”, salientou. Para Maria João Valente Rosa, “é preciso ter capacidade de compreender os dados, o seu significado, e de distinguir o acessório do fundamental”. A PORDATA tem trabalhado, em parceria com outras entidades, para mudar este cenário. O objetivo passa por aproximar a estatística de todas as pessoas, através da plataforma informática de acesso simples a milhares de dados estatísticos, através do telemóvel numa aplicação própria, ou ainda através de formações que a Fundação assegura, de norte a sul do país, de uma forma gratuita. A informação não pode ficar guardada num cofre, “fechado a sete chaves”. Deve ser partilhada e compreendida. Assente em princípios de confiança dos dados estatísticos, de abrangência de temas, de simplicidade de acesso e de rigor na apresentação da informação, a PORDATA é, em suma, um fidedigno espelho do que somos; e o facto de ser única a nível mundial é fonte de uma saudável inveja.

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2013 – ANO INTERNACIONAL DA ESTATÍSTICA

PSE – Produtos e Serviços de Estatísticas, em destaque

Prever ainda é a melhor solução A PSE é uma das primeiras empresas nacionais a dedicar-se em exclusivo à oferta de soluções de análise estatística de dados. Começou em 1994, desafiada pela SPSS internacional a ser representante oficial em Portugal deste software e, numa fase inicial, dedicou-se exclusivamente à distribuição do mesmo, na qualidade de único parceiro de negócio SPSS em território luso. Nessa altura, a empresa preocupou-se em divulgar juntos das universidades e institutos politécnicos as potencialidades do software estatístico e, em apenas dois anos, conseguiu que praticamente todas estas instituições o utilizassem, fosse no apoio às aulas, fosse no apoio à investigação. Pouco depois - e porque o mercado evoluiu muito rápido - a PSE alargou a sua atuação ao tecido empresarial. Hoje, trabalha lado a lado com as empresas, não só enquanto fornecedor de software estatístico, mas também na área da consultoria especializada e na disponibilização de soluções específicas em análise preditiva.

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os últimos 20 anos, tem-se assistido a uma aplicação crescente dos métodos estatísticos e matemáticos ao nível do negócio, apoiando a avaliação do mesmo e os processos de tomada de decisão”. Quem o diz é João Pequito, Diretor-Geral da empresa. Na PSE, tudo começou há sensivelmente doze anos, quando a SPSS entrou numa nova área de negócio - o data mining. No fundo, através da utilização de técnicas estatísticas, de associação, de classificação, de segmentação e de reconhecimento de padrões, o data mining mais não é do que um processo de explorar grandes quantidades de dados, em busca de padrões consistentes, que permitam detetar relacionamentos sistemáticos entre variáveis, para a partir daí se evidenciar conhecimento muito útil em qualquer processo de decisão. Deste modo, a PSE, através das soluções que integram o software SPSS com funções específicas e cada vez mais interligadas entre si, é capaz de transformar os processos de negócio dos seus clientes, imbuindo-os de inteligência, em áreas como a gestão de clientes, a gestão de feedback, a otimização da procura e do consumo e o combate à fraude e gestão do risco.

Gestão de clientes e deteção de comportamentos de risco

Na área de clientes, a solução PSE Customer Management baseia-se no princípio de que quando uma empresa conhece os seus clientes consegue potenciar a sua competitividade, com base num novo processo de comunicação personalizada e centrada nos mesmos. Esta solução, muito utilizada em setores como as telecomunicações, o retalho ou a banca, apoia os seus utilizadores na retenção dos clientes e no aumento das vendas para os mesmos, através do estudo dos seus comportamentos e, por isso, tem vindo a ganhar adeptos na área do marketing. “Hoje em dia, o cliente é muito valioso e fica mais barato reter um cliente do que conquistar novos”, explica João Pequito.

João Pequito

Por sua vez, a PSE Fraud Management é uma solução preditiva que identifica padrões de fraude e comportamentos de risco, disponibilizando também informação e relatórios para apoiar o processo de tomada de decisão no combate a esses comportamentos fraudulentos. Deste modo, é capaz de detetar fenómenos de evasão fiscal, fraudes na prestação de cuidados de saúde, suspeitos de atividade de lavagem de dinheiro ou a utilização fraudulenta de cartões de crédito, entre muitos outros. A aplicação desta solução a este tipo de processos de negócios faz por isso com que, “mesmo numa altura em que é evidente um decréscimo da atividade, seja por diminuição das oportunidades de negócio, seja pela quebra nos preços, a procura

IBM SPSS Statistics O SPSS é o software de análise estatística mais utilizado porque, de uma forma simples, disponibiliza múltiplas técnicas e métodos estatísticos de modo a que facilmente aceda aos seus dados, os transforme de acordo com os pressupostos analíticos da técnica que pretende utilizar, selecione e aplique um procedimento estatístico para obter um resultado. Hoje, à medida que a análise de dados ganha importância, é comum encontrar na mesma organização múltiplos instrumentos de análise (por exemplo: folhas de cálculo) para utilização no processo de análise de dados, desde a fase de planeamento até à distribuição dos resultados apurados. Se estas ferramentas não se integram entre si, partilhando dados e procedimentos, o processo de análise é ineficiente, moroso e requer grandes necessidades de formação. O IBM SPSS Statistics é uma ferramenta modular e integrada que cobre todo o processo analítico, ajudando o analista a mais rapidamente validar as suas hipóteses e a escolher a técnica mais adequada para responder ao problema colocado.


Pontos de Vista Julho 2013

por parte de alguns setores de atividade se mantenha em crescendo. Falo essencialmente em todos aqueles que estão relacionados com o combate à fraude e aos departamentos governamentais em que é necessário otimizar processos de coleta e reembolso, como as finanças, a segurança social ou o serviço nacional de saúde”, refere. Desta forma, apesar do contexto económico adverso, a PSE tem conseguido manter o seu volume de negócios na ordem dos dois milhões de euros.

Análise preditiva

Outra solução que é importante referir é, sem dúvida, a PSE Demand Forecasting que se destina, de forma abrangente, a cobrir as necessidades de previsão nos diferentes setores de atividade. A previsão é, inevitavelmente, uma tarefa prioritária em qualquer organização e constitui uma vantagem competitiva, até porque os processos de negócio relacionados com aprovisionamento, produção, orçamentação e distribuição são aqueles em que maiores benefícios se podem obter caso se seja assertivo nas estimativas futuras da procura e do consumo. Como tal, no actual cenário macroeconómico, dispor de um processo de previsão, que incorpore o conhecimento do negócio, componentes a prever e outros fatores externos influenciadores do acontecimento a estimar, permite otimizar os processos e, desta forma, obter o máximo de receita. Neste âmbito, João Pequito faz questão de esclarecer que análise preditiva não é o mesmo que business inteligence. A segunda existe, atualmente, em praticamente todas as empresas. No entanto, resume-se ao cruzamento e representação de informação, que por si só per-

“Hoje em dia, o cliente é muito valioso e fica mais barato reter um cliente do que conquistar novos”

mite entender melhor o negócio e tomar decisões mais ponderadas, no entanto, é óbviamente diferente de uma solução analítica como as que a PSE tem ao dispor. Noutras palavras, “eu posso combater a fraude sem ter um modelo explicativo de qual o comportamento e de que aquele comportamento pode gerar determinada ocorrência, basta-me cruzar informação e dessa forma detetar anormalidades. Este tipo de informação hoje já existe em praticamente todas as empresas porque a tecnologia é mais barata nessa área. A simples folha de cálculo faz isso. Quando falamos em modelos preditivos as questões são outras e, normalmente, para as pequenas e médias empresas, ainda que estejamos cada vez mais a trabalhar com elas, é mais difícil aceder-lhes. Porquê? Porque é necessária histórico de informação. Só é possível montar boas soluções e mostrar que existe um retorno nas soluções que implementamos se tivermos um histórico com informação de qualidade, que permita classificar essa mesma informação, criar modelos, estimar… nas empresas mais pequenas, muitas vezes, não existe esse histórico”, explica. Por esse motivo, a PSE tem em carteira de clientes essencialmente grandes empresas, de áreas como a banca ou as telecomunicações. No entanto, mesmo nessas, coloca-se cada vez mais o desafio de “ter que provar, a qualquer cliente, que se fizer aquele investimento vai ter retorno. Por esse motivo, temos vindo a alterar a nossa estratégia de vendas de modo a adaptarmo-nos às alterações que sentimos no mercado”. Reestruturar é palavra-chave nesta altura e essa visão fez com que a PSE fosse considerada PME Excelência em 2012. “Em termos de estrutura financeira estamos bem, para além disso, temos clientes fiéis e uma base de clientes alargada, o que nos dá garantia de, pelo menos, termos um patamar de cobertura dos custos da empresa. Obviamente, o esforço hoje tem que ser maior, temos que ter uma melhor organização interna e, para isso, temos vindo a apurar metodologias próprias de trabalho, estreitado relações com os clientes e apostado na formação dos recursos humanos”, refere João Pequito.

Procurar nichos de mercado

Outra das formas de enfrentar a conjuntura económica encontrada pela PSE foi o aumento da aposta nos mercados externos. Estes representam atualmente cerca de dez por cento do negócio da empresa, através do apoio à implementação de projetos de serviços técnicos e de consultoria relacionados com o auxílio à implementação de projetos de análise preditiva.

equilíbrio entre a diminuição dos custos e a disponibilidade dos seus ativos, esta solução preditiva PSE disponibiliza um conjunto de materiais que descreve a aproximação analítica para explorar, identificar e sugerir respostas a problemas e a processos de manutenção. O que é que se consegue desta forma? Mitigar intervenções de manutenção não programadas e, por conseguinte, minimizar os custos que lhe estão associados; adotar uma atitude proativa para evitar paragens não previstas e identificar e

Mesmo numa altura em que é evidente um decréscimo da actividade, seja por diminuição das oportunidades de negócio, seja pela quebra nos preços, a procura por parte de alguns sectores de actividade se mantenha em crescendo. Falo essencialmente em todos aqueles que estão relacionados com o combate à fraude e aos departamentos governamentais em que é necessário optimizar processos de colecta e reembolso, como as finanças, a segurança social ou o serviço nacional de saúde

“Trabalhamos lá fora não diretamente mas em regime de parceria. Cada país europeu tem pelo menos um fornecedor SPSS, mas cada um tem também algumas especializações que dependem das características do mercado. Um parceiro local SPSS que não tenha know how em determinada área em que nós detemos, pede-nos ajuda e, desta forma, conseguimos levar os nossos recursos para lá e trabalhar em projetos locais”, explica João Pequito. No fundo, trata-se de criar nichos em que a PSE seja reconhecida com um know how muito especifico. O principal nicho da empresa, neste momento, está na área da manutenção, através da sua solução PSE Maintenance Analytical Template. Porque qualquer negócio cuja atividade se exerça com base em equipamentos e linhas de produção precisa assegurar o

atuar imediatamente sobre as causa que provocam uma falha. João Pequito conclui, “toda esta solução foi desenhada para podermos ir lá para fora, dar o salto e ir como empresa especializada nesta área específica para outros mercados”. Ano Internacional da Estatística “O mais importante desta data é mostrar as utilizações práticas da estatística no terreno, para que as pessoas deixem de vê-la como uma disciplina universitária, fechada no ensino. É pertinente que o mercado perceba que, cada vez mais, a estatística nos dá instrumentos para apoiar decisões e gerir o dia a dia”.

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2013 – ANO INTERNACIONAL DA ESTATÍSTICA

Carlos Daniel Paulino, Presidente da Sociedade Portuguesa de Estatística (SPE)

SPE e o desafio do Ano Internacional da Estatística Desde a sua constituição, em 1980, a Sociedade Portuguesa de Estatística tem contribuído para a promoção da importância desta área do saber e o seu impacto no quotidiano. Numa sociedade ainda fortemente marcada por uma iliteracia estatística, a SPE associou-se às comemorações do Ano Internacional da Estatística como mais um impulso para mudar esta realidade. No final, se os cidadãos souberem retirar os devidos benefícios, “todos ganham”, defendeu Carlos Daniel Paulino, Presidente da SPE. A própria sociedade nunca será moderna e desenvolvida se não souber usar e compreender a Estatística.

Carlos Daniel Paulino

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2013 está a ser mundialmente celebrado como Ano Internacional da Estatística, a que a Sociedade Portuguesa de Estatística (SPE) se associou. Na sua perspetiva, por que é que a Estatística deve ser “celebrada”? O Ano Internacional da Estatística (AIE) é efetivamente um evento para 2013 à escala mundial desencadeado por decisão acordada entre prestigiadas instituições internacionais da área da

Estatística. Tal decisão visa projetar na sociedade global a importância da Estatística através dos esforços combinados das mais diversas instituições que em todo o mundo estão ligadas ao desenvolvimento, aplicação e disseminação da Estatística e que entendam associar-se a esta campanha. Neste momento são já mais de 2000 as organizações que, localizadas em mais de 120 países, aderiram a este formidável movimento

em prol da projeção social da Estatística, ciência esta que, em muitos países e vários domínios de atividade, ainda não conseguiu a difusão e a visibilidade que uma sociedade moderna e desenvolvida requer. Por isso, os principais objetivos traçados para essa celebração mundial são aumentar a tomada de consciência pública sobre o poder e o impacte da Estatística sobre todos os aspetos da sociedade; fortalecer o domínio da Estatís-

tica como uma carreira profissional, especialmente entre os jovens; promover a criatividade e o desenvolvimento nas ciências da Probabilidade e Estatística. Nesse sentido, qual é o papel que a SPE tem desempenhado na promoção de uma maior consciencialização/valorização da Estatística como uma ciência que tem um forte impacto na sociedade?


Pontos de Vista Julho 2013

“A Estatística tem um papel decisivo no planeamento da recolha e na devida organização, tratamento e análise da informação proveniente de censos, inquéritos amostrais e outras fontes, o que se revela indispensável à tomada consistente de decisões sobre a estratégia e políticas de governação dos países e das suas instituições e empresas e à assunção de uma cidadania plena e responsável por parte dos seus membros”

Em consonância com os objetivos primários do AIE, a SPE tem diversificado a sua atividade na cooperação com outras entidades a nível científico, pedagógico ou técnico, promoção de múltiplas iniciativas e edição de publicações, visando atingir públicos heterogéneos. Exemplos resumidos dessa atividade multifacetada incluem colaboração na emissão de selos alusivos ao AIE (com os CTT), edição de documentos sobre História da Estatística, atribuição de prémios a estudantes (do ensino básico, secundário e superior), montagem e circulação de uma itinerante exposição interativa (Explorística) sobre conceitos básicos do seu campo científico, organização de ações de aprendizagem viva e de formação para estudantes e professores do ensino secundário (Radical Estatística), bem como de palestras de divulgação em escolas, elaboração de pareceres sobre assuntos educativos e de glossários estatísticos para o mundo lusófono e realização de encontros científicos de âmbito mais ou menos abrangente. Na prática, de que forma a Estatística pode contribuir para melhorar a qualidade de vida de um cidadão, enquanto indivíduo e enquanto membro de uma sociedade em geral? A Estatística tem um papel decisivo no planeamento da recolha e na devida organização, tratamento e análise da informação proveniente de censos, inquéritos amostrais e outras fontes, o que se revela indispensável à tomada consistente de decisões sobre a estratégia e políticas de governação dos países e das suas instituições e empresas e à assunção de uma cidadania plena e responsável por parte dos seus membros.

Em particular, a Estatística dispõe de métodos para averiguar se na informação recolhida há suspeita de erros ou de dados forjados que, a existirem, deve obrigar a uma investigação adicional. Isto é particularmente relevante em atividades de contabilidade e auditoria visando a deteção de eventuais anomalias e fraudes em documentos comerciais e financeiros. Certamente difícil é encontrar domínios do conhecimento que possam satisfatoriamente prescindir da Estatística.

se deve seguir no sentido de acabar, definitivamente, com a ideia de que a Estatística é uma “ciência invisível”? Sim, até certo ponto, já que a visibilização da Estatística, em países com as vicissitudes do nosso nesse campo e na atual conjuntura, não pode deixar de ser um processo aturado. O reforço da ação das associações com interesse neste campo, dirigida no sentido em que a SPE tem vindo a intervir, não deixará de surtir os seus efeitos se, paralelamente, o mercado de trabalho se for renovan-

A Estatística dispõe de métodos para averiguar se na informação recolhida há suspeita de erros ou de dados forjados que, a existirem, deve obrigar a uma investigação adicional

Desde as Ciências da Vida, da Saúde, do Ambiente e do Desporto, passando pelas Ciências Físico-Químicas, até às várias Engenharias, desde as Ciências Económico-Financeiras e Sociais até a especialidades do Direito e da Literatura e Linguística Quantitativas, são incomensuráveis os exemplos de utilidade da Estatística nos múltiplos aspetos da sociedade, visando a melhoria da qualidade de vida dos seus cidadãos. Veja-se para o efeito o texto de divulgação Estatística na Sociedade e o interessante vídeo Why Statistics is important to you, com legendas em português, na página web da SPE (http://www.spestatistica.pt). Acredita que, no final de 2013, a ciência estatística terá uma imagem renovada? Em Portugal, que caminho

do à imagem do que se passa nos países em que a Estatística encontra o devido reconhecimento social. As entidades privadas e públicas têm um enorme papel a desempenhar no fomento da carreira profissional de estatístico, recrutando jovens com graduação ou pós-graduação em Estatística, incentivando a reciclagem nesta área de quadros seus, ampliando e autonomizando os cursos de Estatística no ensino superior e valorizando o currículo deste domínio em outros cursos. Não duvido que, com esta prática, ganham as empresas, ganham os jovens, que fustigados estão com os adversos efeitos da obstinada política austeritária em vigor, ganha a sociedade que moderna e desenvolvida nunca será sem o uso correto da correta Estatística, ganha enfim o país.

Em consonância com os objetivos primários do AIE, a SPE tem diversificado a sua atividade na cooperação com outras entidades a nível científico, pedagógico ou técnico, promoção de múltiplas iniciativas e edição de publicações, visando atingir públicos heterogéneos

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POTENCIALIDADES DO SETOR DE MOLDES

Anphis - Novas Tecnologias em Informática e Telecomunicações

Anphis – Há 17 anos a apoiar o impulsionamento de negócios A trabalhar em parceria com a Primavera Business Software Solutions, a Anphis nasceu em 2002, como evolução natural da AJS Informática, empresa fundada em 1996 por Artur Jorge Silva. Atualmente, com Gonçalo Rita na administração, a empresa é um marco na área das novas tecnologias da Marinha Grande e um parceiro à altura das necessidades tecnológicas das empresas da indústria de moldes e setores complementares tão importante para a economia local em que se estabelece. Gonçalo Rita não tem dúvidas, “o sucesso das empresas constrói-se com base nos recursos humanos e parcerias certas. A Primavera Software foi uma aposta mais do que acertada, pois está sempre na vanguarda da tecnologia”

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“Em vez de nos centralizarmos no desenvolvimento de novas ferramentas de trabalho, para automatização das tarefas diárias dos nossos clientes, ultimamente temos que dedicar quase todo o nosso tempo a efetuar actualizações, para que estes possam responder às exigências impostas pelo Estado”

software Primavera tem facilitado a gestão das empresas que recorrem aos serviços da Anphis. O trabalho desenvolvido junto dos clientes é pautado pela relação de proximidade e continuidade. O objetivo é, sem dúvida, prestar um serviço de qualidade diferenciada, que dê resposta às inúmeras necessidades do cliente, automatizando as suas tarefas diárias. Outro grande desafio que tem vindo a ser colocado, são as constantes alterações fiscais. “Em vez de nos centralizarmos no desenvolvimento de novas ferramentas de trabalho, para automatização das tarefas diárias dos nossos clientes, ultimamente temos que dedicar quase todo o nosso tempo a efetuar actualizações, para que estes possam responder às exigências impostas pelo Estado, dentro das datas estabelecidas”, explica Gonçalo Rita. Foi com esse intuito que, no passado dia 4 de junho, no Centro Empresarial da Marinha Grande, a Anphis realizou o evento dedicado ao tema “Novidades Legais e Fiscais”, no qual participaram mais de 100 pessoas, em representação de cerca de 75 empresas.

neo, mas também ajudar os gestores no processo de decisão, uma vez que passa a realizar previsões destes vetores a médio e longo prazo.

Novas obrigações legais e fiscais

Última Versão do Software de Gestão Primavera v08.10

Na iniciativa foi apresentada a nova versão do software Primavera. Em conversa com a Revista Pontos de Vista, Gonçalo Rita destacou as principais novidades do sistema onde foram implementadas mais de 200 novas funcionalidades, das quais lhe damos agora a conhecer as principais. Assim, em termos de logística e tesouraria, destaca-se a possibilidade de anular documentos nos editores de vendas e compras. Operação que o nosso entrevistado considera “de elevado impacto e há muito ambicionado, destinando-se aos casos em que um erro na emissão do documento é detetado antes do envio do mesmo para o respetivo cliente”. Para além disso, na contabilidade, o editor de movimentos passa a beneficiar de novidades como: a cópia de documentos e o anexo de múltiplos ficheiros ao movimento contabilístico, bem como uma

Gonçalo Rita

nova área designada de Controlling que é, nada mais, nada menos, que o resultado da separação da contabilidade geral da contabilidade de gestão. Ao nível dos recursos humanos, é introduzido o conceito do período de referência, que enriquece o reporting e permite uma análise mais exata da informação. “Desta forma, está sempre presente o período a que cada remuneração ou desconto diz respeito e o período em que foi, efetivamente, processado”, explica Gonçalo Rita. De assinalar ainda a total reestruturação, efetuada na Gestão de Pagamentos, e as melhorias de usabi-

lidade no registo de Alterações Mensais. Ainda ao nível dos recursos humanos destaca-se o novo utilitário que permite a criação do magnético, para entregar no banco, relativo ao pagamento do cartão de refeição. Por fim, mas não menos importante, destaca-se a solução vertical para o setor da indústria que apresenta uma relevante evolução nesta versão. Exemplo disso é o Cálculo de Necessidade de Fabrico e Compra, cujo trabalho desenvolvido nesta funcionalidade permite agora, não só realizar cálculos de necessidades de fabrico e compra em simultâ-

Apresentadas as grandes alterações na última versão deste software de gestão, foram esclarecidas também quais as obrigações legais e fiscais que entraram em vigor a 1 de julho, no que concerne ao regime de bens em circulação e, naturalmente, as atualizações que o Primavera sofreu de forma a responder a estas novas exigências. De um modo geral, o Decreto-Lei n.º 198/2012 introduz a obrigação de comunicação de faturas e documentos de transporte à Autoridade Tributária (AT), como forma de combate à economia informal e à evasão fiscal. Assim, o Regime de Bens em Circulação (RBC) estabelece que todos os bens em circulação no território nacional, independentemente da espécie ou natureza, que sejam alvo de operações realizadas por sujeitos passivos de imposto sobre o valor acrescentado, sejam acompanhados de documentos de transporte. Consideram-se documentos de transporte: faturas, guias de remessa, guias de transporte, notas de devolução e documentos equivalentes que devem conter locais de carga e descarga, a data e hora em que se inicia o transporte e, no que diz respeito ao remetente, o nome, firma ou denominação social, domicilio ou sede e o número de identificação fiscal. O mesmo se exige em relação ao adquirente. Com esta nova obrigatoriedade, nos do-


Pontos de Vista Julho 2013

“A Anphis não é uma loja de informática mas sim uma empresa que tem vindo a especializar-se em várias vertentes na área das novas tecnologias. Uma das apostas é a formação constante dos nossos colaboradores pois só assim considero que estes estão à altura dos desafios que nos são propostos diariamente”

cumentos de transporte cuja comunicação seja efetuada através de Webservice, caberá ao utilizador definir o método de comunicação, ou seja, se pretende a comunicação no momento de gravação do documento de transporte ou em momento posterior à gravação do documento de transporte, através do módulo de Tecnologias de Transações Eletrónicas. Através da submissão do ficheiro SAF-T, além de serem comunicadas a faturas, é permitida também a comunicação de documentos de transporte á AT e a visualização do retorno das mensagens.

Proximidade com o cliente

Ainda que o core business da Anphis seja o software de gestão, as exigências dos clientes não passam só pela implementação e formação de um software de gestão. “Quando um cliente nos contacta porque precisa de um software de gestão, é comum necessitar de material informático, material de apoio às telecomunicações, uma página de internet ou até mesmo um software desenvolvido à medida das suas necessidades. Considero que a Anphis não é uma loja de

informática mas sim uma empresa que tem vindo a especializar-se em várias vertentes na área das novas tecnologias. Uma das apostas é a formação constante dos nossos colaboradores pois só assim considero que estes estão à altura dos desafios que nos são propostos diariamente”, afirma Gonçalo Rita. As newsletters enviadas regularmente, as formações ministradas, bem como os workshops, que se vão realizando fora do espaço físico da empresa, são outras formas de complementar o serviço de excelência dado por esta empresa. Como resultado destas características diferenciadoras e ajustadas às diferentes necessidades, a Anphis orgulha-se em ser líder na sua área de atuação e por isso nunca ter sentido necessidade de ter comerciais na rua. “Nunca tivemos essa necessidade, pois a forma de estarmos no mercado, a relação que temos com os clientes e dedicação a que nos propomos diariamente nos nossos projectos, acabam por ser a nossa melhor publicidade. Tudo isto nos tem ajudado a ser aquilo que somos hoje”, conclui o nosso entrevistado.

Yet também marcou presença no evento No evento realizado pela Anphis a 4 de junho esteve presente também a YET, no âmbito das mais-valias de implementação de soluções sustentadas em tecnologias de informação. Esta apresentou uma solução que potencia a otimização da relação com fornecedores e que se designa YET Quick DocXchange. Esta visa desmaterializar o processo de receção de documentos com valor contabilístico (faturas e notas de crédito), permitindo a sua integração e lançamento no ERP de forma automática. Desta forma, é possível não só diminuir os tempos de tratamento de documentos recebidos por fornecedores, como também eliminar os erros de introdução. Uma vez que a solução tem um baixo custo de implementação e operação, sem dúvida, permitirá aumentar a rentabilidade e competitividade das empresas do setor dos moldes.

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POTENCIALIDADES DO SETOR DE MOLDES

João Faustino, Presidente da Associação Nacional da Indústria de Moldes (CEFAMOL)

O elo de comunicação entre toda a Indústria de Moldes Hoje, Portugal está entre os principais fabricantes mundiais de moldes, sobretudo quando falamos em moldes para injeção de plásticos. É cada vez mais significativo o número de grandes multinacionais que escolhem as empresas lusas para a produção dos seus moldes. A perícia, a experiência, a qualidade e a dedicação destes profissionais captam a atenção dos clientes e é, neste posicionamento nacional e internacional, que as empresas encontram um suporte indispensável: a CEFAMOL, a associação representante do setor.

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ela qualidade, pelo preço e pelo escrupuloso cumprimento dos prazos de entrega, a Indústria Portuguesa de Moldes tem tido um reconhecimento ímpar além fronteiras. Acompanhando o desenvolvimento das tecnologias e das exigências dos clientes, as empresas do setor exportam, atualmente, cerca de 90 por cento da produção. Por todo o mundo, são muitas as marcas de renome que entregam aos fabricantes portugueses a responsabilidade de produzirem os seus moldes. Portugal tem respondido à altura das solicitações. Estimulada por esta crescente procura externa, as cerca de 532 empresas que constituem esta indústria têm sabido honrar as sete décadas de existência, com rigor e qualidade extrema. Foi na Marinha Grande, cidade que acolheu a primeira empresa de moldes para plástico em 1943 e, atualmente, um dos principais epicentros desta atividade, que a Revista Pontos de Vista conversou com João Faustino, Presidente da Associação Nacional da Indústria de Moldes, a CEFAMOL. Flexibilidade, capacidade de inovar e qualidade. Estas são, para João Faustino, as competências dominantes no setor mais apreciadas pelos clientes. Mas, mais do que isso, tem sido a dinâmica destes profissionais a caraterística que lhes tem permitido estar à frente do seu tempo, definindo estratégias que permitem fazer sempre mais e desenvolver novos produtos. De facto, num período económico conturbado, a indústria de moldes tem conseguido mostrar valores sólidos. Não esquecendo que a palavra crise faz, hoje, parte do quotidiano de muitas empresas, “em 2012, a indústria dos moldes exportou mais de 500 milhões de euros e conseguiu subir cerca de 35 por cento do volume de vendas, comparativamente com o ano anterior”, explicou João Faustino. Quando se analisa a balança comercial, neste setor, o peso das exportações é abismal, sendo um facto que remonta às origens. Até à década de 80, o mercado de exportação de excelência era os EUA, que representava cerca de 80 por cento do volume de encomendas. Hoje, a realidade é bem diferente, sendo que este país representa apenas dois por cento. “Houve uma dinâmica no sentido de nos posicionarmos noutros mercados. Hoje exportamos para 80 países e a grande força das nossas exportações está em

Houve uma dinâmica no sentido de nos posicionarmos noutros mercados. Hoje exportamos para 80 países e a grande força das nossas exportações está em Espanha, França e Alemanha

Maior especialização

João Faustino Espanha, França e Alemanha. A nível global, com as crises sucessivas, muitas das empresas que constituíam a indústria de moldes acabaram por fechar, mas Portugal manteve-se como um dos principais players mundiais”, afirmou João Faustino.

Dependência do setor automóvel

“Se houver uma constipação no setor automóvel, a indústria dos moldes terá uma pneumonia”. João Faustino pintou um quadro pouco positivo mas realista do cenário atual. Com o abrandamento no setor automóvel, a indústria nacional de moldes vive uma fase de redefinição de estratégias e de procura de novos nichos de mercado. A aeronáutica tem sido uma alternativa mas não tem capacidade para absorver toda a capacidade produtiva desta indústria. João Faustino tem perfeita consciência da forte dependência que existe hoje mas, por outro lado, observando outras atividades, não encontra grandes meios de “fugir” ao setor automóvel. Por isso, a área médica, a embalagem ou o setor dos eletrodomésticos têm ajudado estes profissionais a adquirir competências e aprofundar as exportações nesses domínios mas a indústria estará ao sabor do vento que irá

atingir o ramo automóvel. Por outro lado, outro dos desafios passa por estimular a presença em outros mercados e regiões, como por exemplo o mercado brasileiro. Mas, apesar de “apetecível”, as elevadas taxas de importação são, desde logo, um entrave. “Já tentamos sensibilizar o nosso poder central mas o que nos dizem é que se trata de uma questão comunitária e não nacional”, explicou João Faustino. Todavia, para o presidente da CEFAMOL era importante que as entidades competentes olhassem para a indústria dos moldes com a mesma abertura que têm olhado para o setor dos vinhos ou do azeite. Principais mercados para o setor em 2012: Espanha – 21% Alemanha – 20% Outros – 20% França – 18% Brasil, República Checa e Reino Unido – 4% Polónia – 3% EUA, México e Rússia – 2% FONTE: CEFAMOL

Acompanhando este crescimento, as empresas portuguesas de moldes têm apostado na especialização, ou seja, umas trabalham apenas com polimentos, outras com moldes de grande porte ou de maior precisão. A CEFAMOL é, também, um meio de todas estas empresas, cada uma dentro das suas especialidades, trabalharem em conjunto, de forma complementar, dando, assim, força ao nome do setor. Neste sentido e no caminho da promoção internacional, a indústria portuguesa dos moldes desenvolve uma série de ações pouco comuns, com o apoio da associação. Em conjunto, marcam presença junto de potenciais clientes, promovendo, muitas vezes, o mesmo produto, para o mesmo leque de consumidores. Com que objetivo? “Mostrar a nossa imagem coletiva e a capacidade inovadora instalada no setor”, respondeu João Faustino. No final, clientes e concorrentes ficam agradavelmente surpreendidos. O setor, esse, e apesar das vicissitudes atuais, continua a ganhar terreno. Principais indústrias clientes em 2010: Automóvel – 72% Outros – 8% Eletrodomésticos – 6% Utilidades Domésticas – 5% Embalagem – 5% Eletrónica/Telecomunicações – 3% Saúde – 1% FONTE: CEFAMOL


POTENCIALIDADES DO SETOR DE MOLDES

Acácio Sousa Filipe, Administrador do Grupo ASF

Pontos de Vista Julho 2013

“Apostar na qualidade é uma forma de fazer bem à primeira” Foi em 1991 que o percurso deste Grupo empresarial começou a ser trilhado, em nome individual. Pelas mãos do seu gerente, a ASF Lda., empresa que homenageia o seu fundador, Acácio Sousa Filipe, começou a dar passos solidificados na sua área de atuação (retificação de precisão), sendo, hoje, pioneira no fabrico de acessórios de precisão, com 18 máquinas (CNC e convencionais). Juntamente com a SFR Lda., que está dedicada ao comércio de abrasivos e acessórios em Portugal, ambas fazem parte do Grupo ASF.

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edras no caminho? Guardo todas, um dia vou construir um castelo”. O pensamento eternizado por Fernando Pessoa faz, hoje, eco no quotidiano de Acácio Sousa Filipe. De famílias humildes, herdou do pai uma filosofia que carrega diariamente: “nunca devemos dar um passo maior do que a perna”. Deste modo, foi com a determinação de orgulhar a sua família e dar uma lição de moral a todas as pessoas que não acreditaram nele, que Acácio Sousa Filipe deu os primeiros passos para a criação da sua própria empresa, em 1991. O GRUPO ASF é, no fundo, o resultado da experiência do seu fundador, especialista em operações com máquinas de retificação de precisão. O crescimento foi gradual, respondendo às exigências cada vez mais crescentes do mercado. Foi então que, em 1999, houve a necessidade de ampliar o negócio, sendo, para tal, criada a ASF (Acácio Sousa Filipe Lda.) e a SFR (Sousa Filipe Representações Lda.). Composta por uma equipa de técnicos especializados, com mais de duas décadas de experiência. A SFR é, atualmente, a única distribuidora oficial, a nível nacional, das marcas Norton (abrasivos) e Prazi (barras de aço retificadas). A par disso, a empresa, que se dedica ao comércio de abrasivos e acessórios em Portugal, comercializa ainda outras marcas, tais como: Winter e Strauss (diamantados), Kemmler (ferramentas) ou a Tesa Technology (equipamentos de medição). Trata-se de duas empresas que trabalham em complementaridade: se a SFR comercializa, a ASF executa. Nesta última, são executados trabalhos de fresagem CNC e convencional, retificações de precisão e execução de roscas por retificação. Em suma, este é o Grupo ASF, o tal “castelo” que foi sendo construído por Acácio Sousa Filipe. Assumindo-se como um “empreendedor por conta própria”, a vida de Acácio Sousa Filipe não foi, de todo, fácil. Habituado a enfrentar o lado mais amargo da vida, o fundador do Grupo ASF soube como vencer os obstáculos, dando sentido ao conceito de empreendedorismo que hoje tanto se apregoa. Não basta ter uma ideia de negócio. Importa sustentá-la, alimentá-la e conseguir que essa ideia se torne num negócio de sucesso. “Conheço poucas pessoas que tenham conseguido o que consegui, sem nunca estar dependente

Acácio Sousa Filipe de terceiros. Foi tudo feito a pulso, a trabalhar de dia e de noite. Nunca comprei nada sem ter a garantia de que poderia cumprir com o meu fornecedor, que não tem de ser vítima do insucesso do cliente”, confessou Acácio Sousa Filipe. No fundo, o especialista em retificação de precisão é um empreendedor à sua medida, de uma forma muito pessoal que não está expressa em livros teóricos. “Foi um caminho que segui, mesmo quando as pessoas não acreditavam em mim. Tinha um bom salário e abandonei tudo para arriscar. Mas sempre tive a confiança de que iria conseguir”, relembrou. Hoje, quando olha para essas pessoas, que um dia não acreditaram na sua visão de negócio, Acácio Sousa Filipe sabe. “Sinto que se orgulham de mim”, afirmou.

Distribuidora oficial da Norton e Prazi

Mais do que um fornecedor de serviços, o Grupo ASF assume-se como um parceiro. A par da dedicação e experiência de uma equipa composta por 14 profissionais, este reconhecimento foi conquistado graças ao trabalho de parceria que foi estabelecido com marcas de renome nacional e internacional. Falamos da Norton ou da Prazi, por exemplo, sendo a SFR a única distribuidora oficial em Portugal destas marcas, nos abrasivos e nas barras de aços retificadas, respetivamente. Este “casamento” foi um passo vital na história do grupo. Todas as marcas com as quais trabalha são insígnias de topo, de outra forma, aliás, não seria possível. “Era incompatível que uma empresa como a ASF, que presta um serviço de topo, a nível de qualidade de retificação, trabalhasse com produtos de segunda”,

afiançou Acácio Sousa Filipe. A qualidade marca, de facto, toda a diferença. Aqui, não é exceção. Aliás, “apostar na qualidade é uma forma de fazer bem à primeira” foi o lema adotado pela equipa e é este o paradigma de trabalho que entra nas instalações da empresa. Com os serviços que presta, a empresa pretende aumentar a eficácia, diminuindo o prazo de fabrico de um molde, máquina, avião, etc. Todas as peças são feitas de forma a assegurar o aumento do seu ciclo de vida. Outro dos aspetos que, para Acácio Sousa Filipe, destaca a atividade deste grupo prende-se com o apoio prestado antes e pós-venda. “As duas empresas podem afirmar-se e confirmar nos clientes o que pretendem transmitir. Antes de vendermos qualquer produto ou serviço, pegamos numa mala e numa bata e dirigimo-nos às empresas de forma a respondermos a todas as dúvidas”, descreveu o responsá-

vel. É este tacto que, para Acácio Sousa Filipe, ainda falta a grande parte dos seus concorrentes.

Objetivo é manter nível de crescimento

“Quero que, no mercado e nas empresas, a retificação seja vista como uma saída sempre que possível para ter melhor qualidade e obter peças com uma maior durabilidade/ longevidade”. Este era o cenário que Acácio Sousa Filipe gostaria de ver implementado no mercado, a médio e longo prazo. No seio do grupo que fundou, destaca-se um dos objetivos: “devemos ser mais rigorosos, mais exigentes entre colegas, mais polícias uns dos outros”. Hoje, Acácio Sousa Filipe delega grande parte das suas funções, para que todos assumam um mesmo compromisso e para que, um dia mais tarde, o seu castelo continue firme.

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POTENCIALIDADES DO SETOR DE MOLDES

CENTIMFE – Parceiro Tecnológico

“Engineering & Tooling” A indústria de moldes em Portugal é um caso singular de sucesso, numa área de tecnologia avançada, marcada pelo pioneirismo, quer na introdução dessas tecnologias, quer na introdução de novos processos e formas de atuar nos mercados e na produção industrial. O CENTIMFE surge, deste modo, como Provedor de Soluções e Parceiro Tecnológico do setor, assumindo-se como agente na dinamização de desenvolvimento de processos de Inovação Empresarial, parceiro-chave no desenvolvimento de projetos estruturantes e estratégicos para a indústria de Moldes, Ferramentas Especiais e Plásticos, três áreas que se interligam e complementam, e um importante elo na transferência tecnológica entre os sistemas científico e tecnológico e as empresas industriais. A Revista Pontos de Vista foi conhecer este Centro e conversou com Rui Tocha, Diretor do mesmo, sobre os grandes desafios que se colocam no momento atual a um dos grandes setores nacionais.

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o longo dos últimos cinquenta anos, esta indústria tem sido porta de entrada de muitas tecnologias avançadas de utilização industrial, ao mesmo tempo que se desenvolveu uma lógica de cluster de base territorial. Durante este tempo o setor conheceu grandes alterações mas pautou sempre pelo sucesso sustentável, que é testemunho da sua capacidade inovadora. O CENTIMFE, desde 1991, tem sido um importante apoio ao desenvolvimento de uma indústria que é responsável por um volume de negócios ao nível das exportações na ordem das centenas de milhões de euros e que exporta atualmente 90 por cento dos seus produtos. Para o diretor do centro, o sucesso desta indústria é antes de mais fruto dos próprios empresários que “são uma nata diferente. Os empresários conseguiram saltar algumas barreiras culturais que existem em Portugal e a questão da cooperação entre os mesmos não é conversa fiada. É óbvio que há competição mas com uma separação entre aquilo que é estratégico e o que é complementar”. A provar essa união entre os diferentes players do setor está a marca coletiva “Engineering & Tooling”, orientada para a promoção da indústria portuguesa nestas áreas, a nível nacional e internacional. Assim, as empresas apresentam-se lá fora sob a mesma “bandeira”, uma marca que no fundo pretende reforçar a competitividade da Indústria Portuguesa de Engineering and Tooling como um todo, promovendo a cooperação e trabalho em rede e parcerias como forma de reforçar o posicionamento competitivo das empresas nacionais no mercado global.

Dependência automóvel e falta de financiamento

Através do Polo de Competitividade e Tecnologia Engineering and Tooling, mais do que promover o cluster e a marca, é dado apoio aos empresários da área para que estes consigam responder aos crescentes desafios impostos pela globalização e por um mercado europeu em recessão. Para Rui Tocha, estes são vários, mas destacam-se inevitavelmente dois: a dependência do setor automóvel durante vários anos, que exige agora

Rui Tocha a procura de novos mercados estratégico, e a falta de financiamento, uma vez que falamos de uma área que exige avultados e contantes investimentos em tecnologia de ponta e que suporta longos ciclos de desenvolvimento de produto para clientes globais. Desde que a crise se abateu fortemente sobre o setor automóvel, em 2008, que foi criado um plano estratégico com vista à redução da dependência da indústria de moldes a este setor. Promover as competências desta indústria em novos mercados estratégicos é, por isso, uma dos grandes objetivos do polo. Os setores para onde se tem direcionado esse fim são a aeronáutica, a saúde, a energia e ambiente, a eletrónica e as embalagens. Em 2008, mais de 70 por cento da produção do setor dos moldes era absorvido pela indústria automóvel, uma dependência que tem vindo a reduzir-se. O objetivo é, sem dúvida, reduzir ainda mais. “Não podemos colocar os ovos todos na mesma cesta e por isso procuramos minimizar o risco de colapso da indústria automóvel através da prospeção de novas áreas e promoção da nossa indústria junto das mesmas”, afirma Rui Tocha. No que concerne ao financiamento, o setor pretende também que o Governo preste um maior auxilio, nomeadamente em termos de acesso ao mesmo e na

concessão de garantias. “O problema do financiamento é transversal em Portugal mas, nesta área, tem impactos muito fortes, até porque esta indústria está na base do desenvolvimento da generalidade dos produtos. Para as empresas se conseguirem manter em linha de topo têm que despender muito em tecnologias de ponta, que por sua vez são extremamente caras. Uma empresa de moldes, se não investir todos os anos cerca de dez por cento do seu turnover, em três anos pode ficar desatualizada”, afirma.

Incentivo à inovação e ao empreendedorismo

Investir em tecnologia de vanguarda exige também adaptação à mesma mas, muitas vezes, não existe sequer alguém que tenha capacidade para dar essa formação. Por esse motivo, muito do conhecimento nesta área surge do saber da experiência e dos departamentos de inovação em que várias das empresas de moldes têm investido para dar resposta a este desafio estrutural. No CEMTIMFE são lecionados também alguns cursos todos os anos que, Rui Tocha faz questão de referir, “não são cursos feitos a metro”. A qualidade da formação é inquestionável. Os Polos de Competitividade e Tecnologia são também importantes instrumentos de incentivo à criação de redes

de inovação e traduzem-se em parcerias integradas por empresas e instituições de suporte relevantes, nomeadamente instituições de I&DT, de ensino superior e de formação profissional, que partilhem uma visão estratégica baseada em atividades inovadoras, orientadas para o desenvolvimento de projetos de elevada intensidade tecnológica e com forte orientação e visibilidade internacional. Como tal, o Polo Engineering & Tooling está inclusivamente a liderar a European Tooling Platform, ao nível da União Europeia, o que permite articular com os principais centros de investigação europeus as áreas de aposta no futuro. “Isto é importante para que possamos definir políticas de apoio ao empreendedorismo em Portugal. Por exemplo, se sabemos que os países europeus estão a investir na área do micro fabricação deveria haver medidas de apoio à criação de empresas neste domínio. O que nós fazemos é dar orientações aos jovens que estão a sair das universidades para que conheçam as oportunidades, no entanto, depois faltam os instrumentos necessários”, lamenta. Para Rui Tocha o empreendedorismo tem sido pouco acarinhado em Portugal e, como tal, critica o facto de “se ter apostado na elevação dos níveis educacionais mas depois não se dar saídas. Hoje vemos pessoas a fazer doutoramentos completamente arredados da indústria e jovens que decidiram ser conquistadores de mestrados e que andam a saltitar porque estão a ser financiados por alguém. No meu ver, não houve alinhamento das políticas de apoio à formação com as práticas de empreendedorismo. As incubadoras de empresas têm feito um papel fundamental na sensibilização dos jovens, no entanto, estão subaproveitadas e há mais incubadoras do que empresas incubadas. Poderiam por isso, ter outros papéis, como por exemplo, o de ancorar investimento direto estrangeiro, numa articulação direta com as políticas nacionais desta natureza.”. Rui Tocha lamenta ainda que a questão da crise nacional esteja a afetar os próprios recursos humanos da área porque, uma vez que esta é uma indústria de capital e conhecimento intensivo, que exige recursos humanos qualificados, a sua escassez pela via da emigração para mercados mais atrativos, condiciona claramente o futuro desta indústria.


POTENCIALIDADES DO SETOR DE MOLDES

Pontos de Vista Julho 2013

José Alfaia, Gerente da Polialfaia, localizada na Marinha Grande

“Trabalhar nesta área exige um gosto muito próprio” José Alfaia descobriu cedo que o seu futuro profissional não dependia da escola. “Não gostava de estudar”, confessou logo no início da conversa com a Revista Pontos de Vista. Por isso, aos 14 anos de idade, “arregaçou as mangas” e começou a trilhar o caminho daquela que seria a sua paixão. O trabalho manual era, para ele, fascinante. Consertava chaves e fechaduras e, isso, acabou por abrir as portas para o negócio que, em 1991, criou: a Polialfaia.

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olialfaia é uma aliança entre a arte e o mestre. José Alfaia é o Gerente desta empresa, especializada em polimento de moldes. Mas em que é que esta estrutura difere de outras que atuam no mesmo ramo de atividade? Aqui, a especialização é, de facto, a alma do negócio. A Polialfaia desde cedo soube marcar o seu cunho, caraterizando-se, hoje, pelo trabalho com moldes que exigem extrema perícia devido ao seu alto nível de polimento. Depois de ter percebido que não tinha o “bichinho” dos estudos, José Alfaia trocou os livros pelas ferramentas, começando por consertar chaves e fechaduras. Este gosto pelo trabalho manual começou a ser descoberto, apesar de José Alfaia acreditar que esta é uma paixão de nascença. Mas mais do que gostar, é preciso saber e José Alfaia sabe. Em 1988, criou uma empresa em nome individual e só em 1991 é que o mercado começou a ouvir falar da Polialfaia, hoje uma empresa experiente no setor do polimento de moldes. Para chegar a este patamar de exigência, José Alfaia já trabalhou com muitos colaboradores, deu formação a alguns e teve de vê-los, mais tarde, “abandonar o ninho” e criar o seu próprio negócio. Isso é motivo de orgulho, dá gozo. No total, José Alfaia formou mais de 20 pessoas e é fundamental que esse trabalho continue. “Ao longo dos anos, se não houver alguém a ensinar, esta actividade acabará por se perder”, defendeu o responsável. Mas, formar jovens nem sempre é simples. Para quem tem muito para ensinar, formar pode ser fácil. Todavia, hoje, são poucos os jovens que têm verdadeira paixão por esta arte. “É uma mão de obra muito cansativa e

saturante. A adaptação durante o primeiro ano é a pior fase e é complicado aguentar as dores nos braços. Acabam por desistir”, descreveu José Alfaia. Para vingar, é, de facto, vital gostar do que se faz. “Trabalhar nesta área exige um gosto muito próprio”, defendeu. O mesmo gosto que José Alfaia conheceu com apenas 14 anos de idade. Depois disso, cada pessoa tem de criar o seu próprio método de trabalho. No fundo, existem muitas formas de produzir uma peça. Cada pessoa terá de saber qual é a que melhor se adapta a si mesmo e, por conseguinte, quase que se molda ao molde que está a polir. Apesar de ter havido um esforço considerável em termos de formação, com o aparecimento de escolas e centros de formação profissional ligados às empresas de moldes, José Alfaia acredita que ainda existe uma forte carência neste domínio. Daí que, na maior parte dos casos, é da responsabilidade do patrão a tarefa de formar os seus colaboradores. Até porque, como adiantou José Alfaia, esta arte não se aprende em 40 horas de curso. A par de tudo isto, a dedicação deve ser total. “Não podemos estar limitados a oito horas diárias de trabalho. Temos de entregar as encomendas sempre a tempo e horas. Esse é, aliás, o segredo do sucesso da nossa empresa”, garantiu. E é isso que o cliente pode esperar da Polialfaia. “Um trabalho difícil e o assunto resolvido o mais rápido possível, com a garantia de que fica satisfeito”, afirmou José Alfaia.

Novos rumos

Os últimos três anos têm sido os melhores, em termos de faturação e de contratação de recursos humanos. Além disso, a Polialfaia conseguiu chegar a novos mercados, saindo da área de conforto

José Alfaia

que é a Marinha Grande, um dos núcleos, juntamente com Oliveira de Azeméis, no panorama da indústria de moldes nacional. Este crescimento foi conseguido sozinho, sem ajudas financeiras, o que, para José Alfaia, é mais do que um motivo de grande contentamento. Hoje, 90 por cento do negócio destina-se ao setor automóvel, sendo os restantes 10 por cento para o mercado dos eletrodomésticos. A Polialfaia orgulha-se de poder trabalhar com marcas de renome internacional, respondendo às exigências e solicitações de todos os clientes. O mais ínfimo pormenor pode fazer a diferença. Uma pequena falha pode arruinar a encomenda. É, por isso, um trabalho moroso mas, como se pode perceber pelas palavras de José Alfaia, apaixonante. Quando se fala nos planos para um futuro próximo, o brilho no olhar continua. “Vamos para novas instalações, bem maiores. Pretendemos ainda aumentar os postos de trabalho e ter maior capa-

Não podemos estar limitados a oito horas diárias de trabalho. Temos de entregar as encomendas sempre a tempo e horas. Esse é, aliás, o segredo do sucesso da nossa empresa

cidade de tonelagem, o que iria reduzir o tempo de produção”, concluiu José Alfaia. São desafios que irão permitir que a Polialfaia continue a afirmar-se no setor dos moldes, uma área que tem tido um peso crucial na economia portuguesa.

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POTENCIALIDADES DO SETOR DE MOLDES

Instituto Pedro Nunes – IPN – Associação para a Inovação e Desenvolvimento em Ciência e Tecnologia

Como apoiar ideias inovadoras Ana Manaia e Paulo Santos, respetivamente, Gestora de Projetos de IDT e Diretor Executivo IPN Incubadora, deram-nos a conhecer as mais-valias do IPN que é hoje o paradigma da ligação entre o saber e o fazer.

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O IPN está entre as melhores incubadoras do Mundo, com uma elevada taxa de sobrevivência das empresas incubadas. Quais as razões de tamanho sucesso? Quais os aspetos diferenciadores do Instituto? Os resultados alcançados pela Incubadora do IPN traduzem não só o desempenho da própria Instituição mas sobretudo o das empresas que apoia. O impacto da sua atividade na cidade que a acolhe, quer pela criação de postos de trabalho altamente qualificados (de forma direta e indireta) quer pelas dinâmicas de inovação induzidas é deveras notável e reconhecido internacionalmente. Para esta dinâmica de sucesso que se tem vindo a desenvolver contribuem vários fatores, nomeadamente: - A grande qualidade da “matéria-prima” - investigadores, estudantes e empreendedores em geral - que são sobretudo oriundos da Universidade de Coimbra e do Instituto Politécnico e que na maioria das vezes vêm de excelentes ambientes de Investigação e Desenvolvimento onde são geradas ideias com potencial de negócio. - Um modelo integrado de intervenção (muito singular a nível nacional e

mesmo internacional) que vai muito para além das atividades de incubação e abrange 6 laboratórios de investigação aplicada em diversos domínios do conhecimento e um departamento de formação muito focado em áreas tecnológicas e de gestão e em intervenções de formação-ação para as empresas da incubadora, mas não só. - Uma equipa de recursos humanos muito qualificada e motivada. - Uma liderança estável e fortemente comprometida com a missão da Instituição.

Particularmente na Indústria de Moldes em Portugal, de que forma o IPN tem ajudado empresas neste setor de atividade a desenvolver-se no nosso país? Há muito projetos relacionados com este setor de atividade a ser incubados e projetados no Instituto? O IPN, em particular através do Laboratório de Ensaios, Desgaste e Materiais, tem vindo ao longo dos anos a manter uma relação bastante próxima com as indústrias do setor de Moldes em Portugal, quer através de ações de desenvolvimento de IDT em projetos em parceria com outras entidades Nacionais e Inter-

Paulo Santos nacionais, quer através do fornecimento de serviços de consultoria especializada. Ao funcionar como charneira entre as instituições de ensino superior e a indústria, o IPN permite uma articulação concertada que transporta o conhecimento científico para o setor dos Moldes contribuindo decisivamente para a internacionalização das empresas do setor. A crescente atividade no mercado externo é potenciada por uma aposta na inovação de produtos e no desenvolvimento de processos produtivos cada vez mais competitivos. Existe um elevado número de projetos em conjunto com este setor, e embora não existam empresas deste tipo de indústria incubadas no IPN, este tem contribuído para o crescimento empresarial neste setor.

Qual a importância da ligação do IPN à Universidade de Coimbra? É este contacto privilegiado que permite manter o IPN na vanguarda da inovação tecnológica e transformar tudo aquilo que advém da investigação desenvolvida na UC em negócios reais? Servir de interface para os jovens empreendedores que saiam da UC é também um dos grandes objetivos do IPN? A estreita relação entre os laboratórios de IDT do IPN e as Faculdades da Universidade de Coimbra, em particular no setor dos moldes, com a Faculdade de Ciências e Tecnologia através do Centro de Engenharia Mecânica (CEMUC), permite uma excelente articulação entre, investigação fundamental, investigação aplicada e a sua transferência tecnológica. Este “cordão umbilical” permite por um lado a concretização de resultados de investigação fundamental em ideias de negócio e negócios reais, e por outro, orientar os investigadores para desenvolvimentos em áreas estratégicas e orientadas para o mercado. Claro que sim, essa tem vindo a ser uma política da incubadora do IPN e que conta com inúmeros casos de sucesso.

De que forma o IPN continua a ser um apoio para as empresas nas suas fases de crescimento e internacionalização? Na atual conjuntura económico-financeira, os mercados externos são a grande botija de ar da Indústria de Moldes Nacional? No que diz respeito às atividades de incubadora, o IPN promove esse apoio quer na fase em que as empresas se encontram incubadas quer após o seu estabe-

Ana Manaia lecimento no mercado, isto através de projetos de inovação e desenvolvimento mas também no apoio ao desenvolvimento de ferramentas de gestão mais eficazes promovendo assim esse crescimento e inovação. Por outro lado, a constante interação dos laboratórios de IDT com empresas Internacionais permite a criação de sinergias entre estas e o tecido empresarial Nacional apostando na inovação e desenvolvimento, o que as permite “marcar” posição em mercados internacionais. Sem dúvida, eu diria que os mercados externos têm que ser o “pulmão” da Indústria Portuguesa. Como referi anteriormente, a indústria portuguesa de moldes exporta cerca de 90% da sua produção, neste momento a aposta é aumentar a produção, apostando na qualidade, inovação e diferenciação para entrar em mercados estratégicos até hoje pouco explorados pelo setor: aeronáutica, saúde e eletrónica.

O IPN apoia cerca de 180 empresas, com volume de faturação anual superior a 75 milhões e mais de 1700 postos de trabalho diretos altamente qualificados. O que é que estes valores significam para o tecido empresarial de Coimbra? Qual a importância do Instituto para o desenvolvimento da região? Estes números (de facto, desde 1995, já superámos as 200 empresas apoiadas só pela Incubadora das quais cerca de 80% estão em atividade) significam, em nosso entender, um contributo muito importante para a redefinição do modelo de desenvolvimento económico e especialização produtiva de Coimbra e para o posicionamento da Cidade na economia da inovação e conhecimento. Hoje em dia, fruto do ecossistema que se tem vindo a construir, temos várias empresas com origem na cidade que empregam centenas de engenheiros e vendem os seus produtos e serviços à escala global criando riqueza e fixando e atraindo quadros qualificados para a região. LER NA INTEGRA EM WWW.PONTOSDEVISTA.PT


INOVAÇÃO EM JANELAS

Pontos de Vista Julho 2013

CAAP – Carlos Alberto Alves PereirA

Inovar com valor A CAAP – Carlos Alberto Alves Pereira – é uma empresa quase centenar. O nome remonta ao seu fundador, desde então a mesma já passou por três gerações da família e começa agora a entrar na quarta, com Diogo Pereira em sua representação. Criada, em 1920, para operar na área da metalomecânica e, portanto, sempre lado a lado com o mercado da construção civil, a CAAP manteve-se constantemente na vanguarda do setor pela inovação tecnológica. O seu slogan, “Inovar com Valor”, não deixa margem para dúvidas! Por esse motivo, a empresa adotou recentemente o Sistema de Etiquetagem Energética de Janelas, um sistema voluntário de marcação e classificação de produtos, concebido para permitir ao consumidor final uma comparação facilitada, tomando uma decisão coerente e informada no que diz respeito às janelas de sua casa, que resulte em desempenhos e consumos energéticos à medida das suas exigências e necessidades.

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Vítor Pereira e Diogo Pereira

ste sistema é, antes de mais, uma comunicação de simples compreensão, capaz de dar um importante suporte às decisões de compra, uma vez que facilita a comparação e a escolha de produtos eficientes no campo energético. Como tal, Diogo Pereira acredita que a adoção do mesmo cumpre dois propósitos. “Primeiro vem a questão do marketing. É importante para nós ter algo que identifique a eficiência ou a classificação energética de uma janela de modo a que os consumidores, por mais que não conheçam os sistemas ou marcas existentes no mercado, possam fazer a sua escolha tendo em conta a classificação energética. Ou seja, se nos pedirem uma janela de classe A, nós teremos todo o gosto em fazer um orçamento que tenha por base essa característica. Em segundo, ainda que o sistema não substitua a marcação CE, obrigatória desde 2007, vem permitir fazer um melhor controlo de fabrico e do mercado em si”.

Reabilitação urbana

Com o setor da construção civil severamente afetado pela crise económica, a janela eficiente vem permitir inverter as condições de degradação da atividade, entrando, desta forma, em grande no mercado da reabilitação urbana, cujo potencial de crescimento em Portugal é evidente. “O mercado da construção e das ditas grandes obras está completamente estagnado, enquanto o da renovação tem vindo a crescer e vai continuar. O que é que se espera atualmente? Que as pessoas invistam mais nas casas onde estão e

melhorem aquilo que têm. Como tal, há aqui uma clara oportunidade para as janelas eficientes. Houve muitos prédios a ser construídos sem ter em conta a eficiência energética, com janelas de vidro simples e que, portanto, estão a precisar de investimento ao nível do isolamento térmico e acústico”, explica Vítor Pereira, Administrador da empresa. De facto, estima-se que entre 25 a 40 por cento das necessidades de aquecimento e arrefecimento derivem das perdas de calor pelos vãos envidraçados, energia que só será compensada pelo aumento do consumo energético o que, naturalmente, se traduz também num peso acrescido na carteira do consumidor.

Linha de apoio

A diminuição da fatura energética é possível através da substituição das janelas antigas por janelas eficientes e o Estado tem-se mostrado consciente dessa realidade. Como tal, já foi lançada uma medida de apoio à substituição de janelas antigas com vidro simples por janelas eficientes com vidro duplo. “Normalmente, a construção portuguesa, ao nível do betão não é má, mas no que toca às janelas, a maior parte das construções falha e o Estado está sensível a isso tendo, neste momento, uma linha de apoio, cujo valor, ainda que não seja suficiente para cobrir o país, já é um simbolismo. Acredito que esta linha será capaz de sensibilizar também as pessoas para a aplicação de janelas eficientes que melhorem os consumos das suas casas”, afirma Vítor Pereira. Linha essa que constitui também um impulso para o setor. A este incentivo podem concorrer os proprietários de edifícios unifamiliares ou de frações autónomas de edifícios multifamiliares. As candidaturas devem ser apresentadas pelas empresas fabricantes de janelas, desde que aderente ao SEEP e apenas nos casos em que as janelas a instalar sejam de classe A ou B. A linha está ativa desde 30 de novembro de 2012 e poderão ser submetidas através do site do FEE (fee.adene.pt).

França: o mercado a apostar

Se, no mercado interno, a CAAP ambiciona ser líder em sistemas de caixilharia em PVC e alumínio, assim como no fornecimento das mais diversas serralharias e conceção de estruturas metálicas; no mercado externo começa agora a dar os primeiros passos.

É apenas em França que marcam presença atualmente, ainda que outros mercados não estejam fora dos objetivos. A escolha foi estratégica! “França é um mercado enorme, com uma diáspora portuguesa fantástica e em que os trabalhadores portugueses são muito bem conceituados, encontrando-se já em inúmeras empresas, nomeadamente em áreas de chefia. O português em França é conhecido como alguém em que se pode confiar e, de facto, em termos de qualidade de trabalho, na área da construção, não ficamos em nada atrás dos franceses. Para além disso, temos uma vantagem: o preço, porque a nossa mão de obra é mais barata e isso torna-nos competitivos ao nível dos valores praticados. Por outro lado, em França há muitas empresas da nossa área mas vocacionadas para as medidas standard. Tudo o que é por medida fica complica-

do e os preços sobem bastante. Nós conseguimos dar uma solução à medida”, afirma o nosso entrevistado. O importante é criar alternativas ao mercado nacional, mercados que tenham crescimento, que não estejam saturados e, a partir dos quais, consigamos tirar algumas mais-valias”. De referir também que estes mercados europeus estão também muito à frente de Portugal na área da reabilitação urbana e já há largos anos que a principal aposta ao nível da construção vem sendo essa. Vítor Pereira conclui esta entrevista com a afirmação convicta de que “hoje os empresários têm que ser homens cheios de coragem porque há dificuldades em toda a linha e mais obrigações do que benefícios”. LER NA INTEGRA EM WWW.PONTOSDEVISTA.PT

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DESTINOS DE SONHO

Monte da Quinta Resort

Um segredo no coração do Algarve Com caraterísticas únicas, o Monte da Quinta Resort representa a excelência, a elegância e o bem-estar em pleno, estando localizado num espaço amplo e verdejante, proporcionando privacidade e tranquilidade com os serviços exclusivos de um hotel de elevada qualidade.

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rivilegiadas pelas suas áreas e por uma excelente luz natural, as Suites e Moradias do Monte da Quinta Resort estão mobiladas com estilo, uma decoração sóbria e de tons claros que apaziguam o olhar e os sentidos. O segredo existente no coração da Quinta do Lago, no Algarve, só pode ser descoberto por quem por aqui passa, sendo um segredo partilhado por poucos, pois

reúne o que de melhor o Algarve tem para oferecer. Românticos, luxuosos ou exóticos, as oportunidades de se instalar num espaço absolutamente portentoso e admirável são extraordinários quando a sua escolha recair sobre o Monte da Quinta Resort. A elegância, beleza e distinção apresentam-se como o principal cartão-de-visita do Suite Hotel e do Monte da Quinta Club, um aldeamento turístico de luxo, com villas e moradias geminadas de grande qualidade, onde a decoração

perpetua as delícias do mais exigente visitante, proporcionando uma férias de sonho, onde podemos alcançar a quimera interiorizada por cada um de nós. Um espaço a não perder, uma visita para recordar. Segurança, exclusividade e conforto são três das principais características que aqui vivemos, onde, a cada instante e cada detalhe foi tido em conta, criando uma atmosfera única e mágica para a sua estada e que se enche de brilho com os elevados padrões de decoração. Ide-

alizado para se evidenciar entres os demais, retratando a harmonia e a elegância que farão as delícias de qualquer um. Com 132 suites de um, dois e de três quartos, o Monte da Quinta Suites foi edificado numa envolvente de tranquilidade e bem-estar, onde poderá usufruir da familiaridade e conforto do seu lar, tendo como complemento os serviços de renome e prestígio qualitativo, reconhecidos por todos, do Monte da Quinta. Mas as escolhas não se ficam por aqui. Se prefere mais espaço, pode ainda op-


Pontos de Vista Julho 2013

club, sendo outra das magnificências e sumptuosidades que podem experimentar e saborear, em que o seu corpo com certeza irá agradecer. Congregando conhecimentos e terapêuticas milenares, com técnicas e terapias actuais, o spa representa de uma forma profunda a harmonia do ambiente aqui sentido, que através da delicadeza e amabilidade dos colaboradores deste espaço, retrata a energia positiva e equilibrada que lhe permitirá a busca e o encontro com o el dorado do ser humano, estabelecendo um equilíbrio do seu corpo, mente e espírito. tar pelas luxuosas moradias de traça tradicional do Monte da Quinta Club, onde cada casa foi decorada ao pormenor, garantido exclusividade e conforto para as suas férias de sonho. O Monte da Quinta Club providencia moradias geminadas de dois ou de três quartos e villas de três a cinco quartos, todas elas climatizadas e com piscina e jardins privados. Abrangendo diversos e distintos conceitos, o Monte da Quinta Resort oferece-lhe ainda um luxuoso spa e um health

Momentos que perdurarão na memória

Aqui pode ainda encontrar um espaço para os petizes, denominado por Kids Club, O Mundo da Criança, a poucos metros da piscina, onde envolvidos num ambiente paradisíaco e convidativo, os mais novos podem entrar no mundo da diversão e entretenimento, alimentando a sua imaginação, correrias e tropelias características dos mais novos. Quando falamos de crianças, as diabruras e traquinices emergem imediatamente como o sol resplandecente surge no maravilhoso Algarve, e por isso a segurança no

Kids Club não é descurada, existindo a garantia que os seus filhos ficarão bem entregues, pois todos os monitores do espaço fazem do profissionalismo e qualificação a sua forma de estar. As actividades são inúmeras, para crianças dos seis meses aos 12 anos, onde pode deixar as crianças e aproveitar as regalias colocadas à sua disposição, usufruindo dos programas que o Monte da Quinta Resort lhe proporciona. Sim. Aqui há um vasto leque de actividades para desfrutar no seio da atmosfera familiar do Resort. Passeios de bicicleta, jogging, ténis, desportos aquáticos, passeios a cavalo, entre outros são apenas algumas das actividades que poderá fazer, tudo com segurança, tudo ao seu ritmo. Se preferir olhe à sua volta e verá que está rodeado dos melhores campos de golfe da Europa onde poderá jogar e praticar o seu swing. A escolha é diversa, Quinta do Lago Norte, Sul e novo Laranjal e, ainda Pinheiros Altos e Vale do Lobo Royal e Ocean com tarifas preferenciais. Assim terminamos esta «viagem» pelo Monte da Quinta, que só será realmente finalizada quando vier conhecer in loco este espaço maravilhoso e que lhe proporcionará momentos inesquecíveis.

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SAÚDE OCULAR

CUIDE DOS SEUS OLHOS

Saúde Ocular Saiba um pouco sobre as doenças mais comuns Miopia – Um dos chamados erros de refração. O diâmetro ântero-posterior do olho é maior que o normal e a imagem forma-se antes da retina. A visão é boa para os objetos que estão próximos, mas torna-se insuficiente para ver nitidamente aqueles que estão a uma distância maior. A correção da miopia pode ser feita com uso de óculos, lentes de contacto e também cirurgias, dependendo de cada caso. Hipermetropia – Quem tem hipermetropia tem a sensação visual contrária de quem tem miopia. O olho é geralmente menor que o normal e a imagem forma-se depois da retina. O paciente usa lentes convergentes, também conhecidas como positivas, através de óculos ou lentes de contacto.

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Astigmatismo – É um erro refracional provocado por uma irregularidade da córnea que causa distorção da imagem. A depender do tipo de astigmatismo, ele pode causar cansaço visual, fotofobia, além de impedir a visão nítida para longe e para perto. Glaucoma - É a denominação geral de um grupo de doenças que causam a

atrofia do nervo ótico. A principal causa é o aumento da pressão ocular. Também está relacionado com a idade avançada, história familiar e etnia. Causa perda visual progressiva e irreversível se o caso não for controlado. Daí a importância do diagnóstico precoce. O tratamento é feito com medicamentos (colírios para diminuir a pressão ocular) e através de laser ou cirurgias, dependendo de cada caso. Catarata - Consiste na opacidade parcial ou total do cristalino ou da sua cápsula. Traumatismo, idade avançada, diabetes e uso de medicamentos estão entre os fatores que podem desencadear a doença. Os sintomas são descritos

Consiste na opacidade parcial ou total do cristalino ou da sua cápsula. Traumatismo, idade avançada, diabetes e uso de medicamentos estão entre os fatores que podem desencadear a doença. Os sintomas são descritos como um embaçamento progressivo da visão. A catarata congénita é uma importante causa de cegueira infantil e pode ter caráter hereditário ou estar ligada a infeções adquiridas pela mãe durante a gestação. O exame pré-natal, neste segundo caso, é a maneira de se prevenir a doença nos filhos

como um embaçamento progressivo da visão. A catarata congénita é uma importante causa de cegueira infantil e pode ter caráter hereditário ou estar ligada a infeções adquiridas pela mãe durante a gestação. O exame pré-natal, neste segundo caso, é a maneira de se prevenir a doença nos filhos. Estrabismo - É uma alteração ocular em que os olhos estão desalinhados. É mais

“Como a visão se desenvolve até aos cinco anos de idade, momento em que as crianças estão a iniciar a sua vida escolar, os pais devem estar atentos a possíveis problemas. Pelo menos 10% dos estudantes apresentam os chamados erros de refração – miopia, astigmatismo e hipermetropia”

Dia Mundial da Saúde Ocular 10 de julho é Dia Mundial da Saúde Ocular, data estabelecida pela Organização Mundial de Saúde (OMS), para que as pessoas reflitam um pouco sobre a importância da boa visão e sobre como manter saudável esse que é um dos sentidos mais importantes desde o início da vida. A OMS estima que, em todo mundo, cerca de oito milhões de crianças em idade escolar tenham algum tipo de deficiência visual, sendo que somente 25% delas apresentam sintomas. Como a visão se desenvolve até aos cinco anos de idade, momento em que as crianças estão a iniciar a sua vida escolar, os pais devem estar atentos a possíveis problemas. Pelo menos 10% dos estudantes apresentam os chamados erros de refração – miopia, astigmatismo e hipermetropia. O hábito de consultar um oftalmologista deve iniciar-se o mais cedo possível. Muitos problemas oftalmológicos não apresentam qualquer sintoma ou só apresentam em fases mais tardias, quando os danos visuais são irreversíveis. Cerca de 80% dos casos de perda de visão poderiam ser evitados se fossem diagnosticados precocemente. O teste do olhinho é a primeira avaliação que deve ser realizada ainda nos recém-nascidos. Ele diagnostica, entre outras doenças, a catarata e o glaucoma congénitos. A criança deve também realizar rotineiramente uma consulta oftalmológica em idade pré-escolar. A frequência de novas consultas é orientada pelo médico de acordo com o caso. Os pais também devem estar atentos a mudanças na coloração dos olhos, lacrimejamento excessivo, secreção ocular, desvios na posição dos olhos e deficiências na aprendizagem escolar, que podem ser os primeiros sinais de problemas sérios. Em relação aos adultos, o recomendável é que visitem o oftalmologista uma vez por ano. O exame clínico e outros testes podem diagnosticar precocemente várias doenças que se não tratadas adequadamente podem levar à cegueira. Além das consultas oftalmológicas regulares, cuidados simples podem ajudar a manter sua visão saudável. Usar bonés, chapéus e óculos escuros com proteção ultra violeta para proteger os olhos, especialmente no verão, período em que a luz solar é refletida intensamente; Nunca usar lentes de contato sem prescrição e acompanhamento médico; Intercalar o uso do computador com pausas para evitar ressecamento da superfície ocular. Estas são medidas simples que ajudam a preservar a sua visão.

comum entre as crianças, mas pode ocorrer também nos adultos. Quando o desvio ocorre nos primeiros cinco anos de vida e não é tratado adequadamente pode comprometer de maneira irreversível o desenvolvimento da visão no olho afetado. Devem ser estudadas as causas, que podem incluir doenças neurológicas, tumores cerebrais, traumas, problemas na tiroide, entre outras. A cirurgia é indicada em alguns casos. Presbiopia, popularmente conhecida como “vista cansada”, é a anomalia da visão que ocorre com o envelhecimento da pessoa, ocasionando o enrijecimento dos músculos ciliares, ocorrendo por volta dos 40 anos de idade. Pessoas com Hipermetropia ou Diabetes Mellitus tendem a apresentar a presbiopia mais precocemente, por volta dos 35 anos. A presbiopia é causada por vários fatores, entre eles o aumento contínuo do cristalino e perda de elasticidade de sua cápsula, o que leva a que os músculos ciliares não consigam mais modificar o seu formato, causando falta de focalização para as imagens de perto. Este processo é progressivo, e piora com o aumento da idade, mas normalmente estabiliza-se por volta dos 60 anos. A correção deste processo é realizada com o uso de lentes corretoras multifocais, bifocais ou pelo uso de óculos para leitura. Existem cirurgias experimentais, que visam aumentar o espaço onde o cristalino se encontra, fazendo com que este volte a ter capacidade de acomodação, mas isso só faz adiar o aparecimento da presbiopia.



SAÚDE OCULAR

PREvenção é essencial

10 Mandamentos da Saúde Ocular

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A Sociedade Portuguesa de Oftalmologia deixa 10 conselhos para uma visão mais saudável: 1 – Alimentação equilibrada e exercício físico Uma alimentação equilibrada aliada à prática de exercício físico contribuem para a saúde dos olhos. Isto porque doenças relacionadas com a alimentação e o estilo de vida, como a hipertensão e a diabetes tipo II, podem comprometer seriamente a saúde dos nossos olhos. A retinopatia diabética, por exemplo, continua a ser uma importante causa de cegueira em Portugal. 2 – Repouso ocular Quando realizamos tarefas que exigem esforço visual ao perto, como a leitura ou a utilização de computadores e monitores, deveremos fazer intervalos regulares para que possa de novo haver um normal reflexo do pestanejo. Este está diminuído durante o estado de concentração aplicado à realização de tarefas de perto. A posição dos ecrãs do computador e da televisão deve ser corrigida de forma a evitar os reflexos. Os olhos devem estar num plano ligeiramente acima do centro do monitor do computador e a uma distância da televisão equivalente a cinco vezes a largura do ecrã. 3 - Óculos de Sol Os olhos devem ser protegidos com óculos de sol durante todo o ano. As lentes não precisam de ser escuras, mas devem conter filtros para os raios UV. Quem usa óculos escuros mas sem filtros para raios UV está tão exposto aos efeitos nocivos da luz solar como quem não os usa. É importante lembrar que a luz solar está na origem de patologias graves como sejam a catarata e degenerescência macular ligada à idade. 4 – Cuidados na infância Cerca de 20% das crianças em idade escolar têm algum défice da função visual capaz de interferir com o rendimento escolar. A deteção precoce dos problemas visuais das crianças através de ras-

Os oftalmologistas são os especialistas médicos mais habilitados para diagnosticar e tratar as doenças dos olhos. Se notar alguma alteração na sua visão, procure um oftalmologista

treios deverá começar a partir dos 2/4 anos. Dores de cabeça, olhos vermelhos, inchados ou lacrimejantes, estrabismo e fotofobia (dificuldade em suportar a luz) são sintomas que não podem ser ignorados e devem levar os pais a procurar um oftalmologista.

5 – Alergias A conjuntivite alérgica, que atinge uma percentagem significativa da população portuguesa, em especial a camada mais jovem, é uma doença inflamatória da superfície ocular externa que se manifesta através de prurido, sensação de ardor nos olhos, lacrimejo, olhos vermelhos, fotofobia e edema (inchaço) da conjuntiva e das pálpebras. Para tratar a conjuntivite alérgica são utilizados anti-histamínicos e ou corticosteroides tópicos (sempre recomendados pelo oftalmologista). Mas, tal como acontece com outras manifestações alérgicas, deve prevenir-se o desencadear ou o agravamento evitando a exposição aos alergénios. 6 – Hidratação ocular A síndrome vulgarmente chamada de “olho seco”, é uma patologia inflamatória que atinge 10-20% da população adulta. Desconforto ocular, ardor, sensação de corpo estranho e olho vermelho são alguns dos sintomas de alerta para

A importância de uma boa alimentação Uma dieta equilibrada composta por um leque alargado de vitaminas e minerais é essencial para uma boa visão, ajudando assim a manter os olhos saudáveis em crianças e adultos. Os fatores nutricionais podem colaborar na saúde ocular, pois protegem os olhos de danos oxidativos, mantêm a função no nervo ótico e reduzem o risco de cegueira noturna. Estudos dizem que vitaminas, carotenoides e minerais podem ter um importante papel na saúde ocular. Esses nutrientes devem ser obtidos através dos alimentos, pois não são fabricados pelo corpo humano. Vitaminas e minerais são, portanto, essenciais para manter os olhos saudáveis e uma boa visão.

esta e outras formas de inflamação ocular. O tratamento é sintomático, devendo ser utilizadas substâncias lubrificantes denominadas lágrimas artificiais.

7 – Proteção ocular na prática desportiva As lesões oculares que ocorrem durante alguns tipos de desporto podem ser graves e comprometer a qualidade da visão. Tem sido demonstrado que o uso de protetores oculares atualmente disponíveis reduz o risco de lesão ocular em, pelo menos, 90 por cento.

8 - Cuidados depois dos 40 Depois dos 40 anos os cuidados com a visão devem redobrar-se e a visita ao oftalmologista deve ser feita pelo menos de dois em dois anos, numa consulta que deve incluir observação do cristalino e da retina, medição da tensão ocular (caso seja elevada podemos estar perante um caso de glaucoma), e verificar se há necessidade de correção de ametropias (uso de óculos com graduação). 9 – Cuidados redobrados com as lentes de contacto A SPO recomenda a quem usa lentes de contacto que cumpra de uma forma sistemática os cuidados de higiene aconselhados na manipulação e manutenção das mesmas. A SPO recomenda ainda evitar dormir com as lentes de contacto colocadas, evitar exposições ambientais agressivas e, caso surjam fenómenos de olho vermelho com desconforto associado, a sua imediata remoção. 10 – Em caso de dúvida consulte o seu oftalmologista Os oftalmologistas são os especialistas médicos mais habilitados para diagnosticar e tratar as doenças dos olhos. Se notar alguma alteração na sua visão, procure um oftalmologista.

Saúde dos olhos É muito importante cuidar bem da saúde dos olhos. Há vários fatores que influenciam e ajudam a manter os olhos sempre saudáveis. Seguem-se algumas dicas: - Durma bem; - Tenha uma boa alimentação; - Não fume; - Diminua o stress; - Proteja os olhos do sol; - Evite comprar óculos por conta própria em lugares não confiáveis. Prefira as óticas especializadas e compre de acordo com a prescrição médica; - Óculos e lentes de contacto são objetos pessoais e nunca devem ser emprestados; - Lave e seque bem as mãos quando for colocar as lentes de contato. E não se esqueça de lavá-las com a solução específica; - Não durma com lentes de contato, em circunstância alguma. Não é recomendado dormir sem tirá-las; - Submeta-se ao exame de acuidade visual pelo menos uma vez por ano. Com ele, é possível diagnosticar a necessidade ou não do uso dos óculos e o grau correto das lentes; - O uso dos óculos escuros ajuda a proteger o envelhecimento dos olhos e também da pele. Além disso, use filtro solar específico para a área dos olhos, pois ele evita rugas e manchas que aparecem com o tempo.



SAÚDE ANIMAL

porque os animais são nossos amigos

SAÚDE ANIMAL

Dependendo da localidade onde mora, algumas infeções podem ser mais ou menos frequentes. O seu veterinário pode analisar os riscos nas suas circunstâncias e aconselhá-lo sobre o programa de vacinação. O leque de vacinas disponível para cães inclui Esgana, Parvovirose, Hepatite Infeciosa, Leptospirose, Laringotraqueíte, Raiva e Piroplasmose

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Ter um animal de companhia exige… • Ter disponibilidade de tempo para interagir com ele; • Garantir e salvaguardar os cuidados (alimentação, higiene, saúde, etc.) que ele precisa; • Criar regras através de treino; • Socialização e integração do animal no espaço público; • Exige, acima de tudo, que você seja responsável e consciente, uma vez que um animal depende de si para ter uma vida saudável e feliz. Seja fiel ao seu animal como ele lhe é a si.

Zooterapia, uma potencial terapêutica

Desde a antiguidade que é praticada a zooterapia, uma terapia baseada entre a relação de humanos com animais. De acordo com estudos científicos divulgados, as terapias assistidas com animais, dirigidas a todos os tipos de pacientes, desde crianças com problemas psicomotores até idosos ou doentes mentais, têm inúmeros benefícios.

Benefícios da Zooterapia

• Apesar de não curarem, estas práticas ajudam os pacientes a recuperar a autoestima, a fomentar a interação e as relações sociais, a adquirir uma maior autonomia e a desenvolverem melhores capacidades de linguagem e movimento; • Promovem o desenvolvimento emocional através do vínculo criado entre o paciente e o animal; • No caso das crianças, motiva-as a pen-

sar e a aprender, proporciona atividades interessantes e estimula a participação de crianças mais tímidas nas atividades em grupo; • No caso dos idosos, afasta sentimentos de frustração, solidão, ansiedade e tristeza.

Que vacinas são necessárias nos cães e nos gatos?

Dependendo da localidade onde mora, algumas infeções podem ser mais ou menos frequentes. O seu veterinário pode analisar os riscos nas suas circunstâncias e aconselhá-lo sobre o programa de vacinação. O leque de vacinas disponível para cães inclui Esgana, Parvovirose, Hepatite Infeciosa, Leptospirose, Laringotraqueíte, Raiva e Piroplasmose. Os cachorros e gatos precisam de tomar várias doses de vacinas. A primeira dose é a dose de preparação e a segunda dose, o chamado reforço faz com que a resposta seja maior e a imunidade se torne mais longa.

Desparasitação

Existem vários tipos de parasitas: • Ectoparasitas: Vivem na pele e pelo do animal; • Endoparasitas: Alojam-se nos intestinos.

Os parasitas são prejudiciais à saúde do animal e em alguns casos às pessoas porque podem transmitir doenças. A transmissão pode ser por contacto dire-

to ou indireto, com resíduos do animal (urina e fezes), com saliva, pele ou pelos, por arranhão, mordedura ou picada de pulgas ou carraças. Crianças, idosos, grávidas e imunodeprimidos são particularmente vulneráveis a este contágio, devendo ter mais cuidado. Muitos dos animais jovens já nascem com parasitas transmitidos pela mãe ou adquirem através do leite, por isso, devem ser desparasitados a partir das seis semanas de vida, de 15 em 15 dias, até aos três meses. Na idade adulta a desparasitação pode ser feita anualmente, cada seis meses ou de 4 em 4 meses, dependendo de vários fatores: • Idade e estado fisiológico (gestação/ amamentação); • Alimentação (Ração ou restos de comida e vísceras); • Ambiente em que vive (Exterior ou interior); • Contacto com outros animais. Para desparasitação intestinal existem vários produtos disponíveis: • Comprimidos, xaropes ou pastas, dependendo da facilidade de administração.

A infestação por parasitas externos (pulgas, carraças, etc.) deve ser prevenida com recurso a: - coleiras inseticidas, soluções para unção, sprays, pós pipetas de aplicação na pele com durações de proteção variáveis.

Proteger toda a família Desparasitar os animais é o primeiro passo para os proteger e, com eles, toda a família. Mas há mais cuidados: - Levar ao veterinário com regularidade para cumprir os esquemas de desparasitação e vacinação; - Alimentar com alimentos cozinhados ou ração e nunca carne crua; - Limpar o local reservado ao animal; - Evitar o contacto com crianças, grávidas, idosos e imunodeprimidos; - Lavar as mãos depois de contactar com animal; - Manter uma boa higiene do animal.

Higiene é Saúde... O primeiro dos cuidados passa pela higiene, essencial quer quando o animal está só em casa, quer quando vai à rua: - Reserve-lhe um espaço próprio, mas separe a zona de alimentação da zona destinada às “necessidades” fisiológicas; - Use utensílios próprios para os alimentos e a água, nunca a louça da família; - Mantenha limpo o caixote de areia do gato, substituindo-o pelo menos uma vez por semana e colocando-o num chão lavável (um tapete é um alvo fácil da urina); - Na rua, eduque o seu cão para fazer as “necessidades” em locais próprios e de forma a que não ponha em risco a saúde das pessoas.



CONSERVAÇÃO DAS CÉLULAS ESTAMINAIS

CNECV - Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida

“Discute-se a cooperação entre bancos públicos e privados do sangue do cordão” Criopreservação das células do sangue do cordão umbilical. Este tem sido um tema que tem dado que falar na praça pública, pois existe aqui uma espécie de «conflito» entre a atuação dos bancos privados e a própria posição do banco público. O CNECV tem vindo a trabalhar nesta problemática em prol dos pais e famílias portuguesas. A Revista Pontos de Vista conversou com Jorge Sequeiros e Maria do Céu Patrão Neves, ambos Membros do CNECV - Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida, que nos deram a conhecer a realidade atual, lembrando que é fundamental que em cada país exista pelo menos um banco público para garantir a equidade na acessibilidade. É ainda de salientar que esta dinâmica surge depois de um parecer emitido conjuntamente pelo CNECV e pelo Comité de Bioética de Espanha (CBE) no final do ano passado. Saiba mais de uma entrevista bastante reveladora e esclarecedora.

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Revista Pontos de Vista (RPV) Um parecer do CNECV, do qual foi relatora, no final do ano passado, criticou as campanhas de marketing realizadas por empresas privadas que fazem a criopreservação das células do sangue do cordão umbilical. De que forma podem coincidir no mesmo mercado o setor privado e o público? Estarão os privados somente apostados em estratégias de marketing agressivas e pouco transparentes, dirigidas a um público numa fase particularmente vulnerável da sua vida? Maria do Céu Patrão Neves (MCPN) A reflexão ética desenvolvida no Relatório que fundamenta o Parecer sobre os Bancos de Sangue do Cordão Umbilical, Tecido do Cordão Umbilical e Placenta destaca a informação como um requisito essencial para a legitimação ética de um qualquer procedimento no domínio da assistência clínica. O Relatório aponta especificamente para a exigência de qualidade da informação prestada, problematizando-a no plano quer pessoal, quer coletivo. No plano pessoal, a informação dirige-se aos potenciais dadores (bancos públicos) / clientes (bancos privados) e deve ser: objetiva, rigorosa e atualizada no que se refere às capacidades efetivas e às potencialidades terapêuticas das células do sangue do cordão; prestada por um profissional de saúde com formação neste domínio particular e atempadamente para que a grávida possa decidir tranquilamente, contemplando as diferentes finalidades possíveis a atribuir ao sangue do cordão e mantendo sempre a prerrogativa de recusa. Nenhum destes requisitos é hoje prática comum. No plano coletivo, a informação dirige-se à sociedade em geral e fundamenta-se no direito à informação que assiste a todos os cidadãos. A sua transmissão faz-se através quer de notícias, quer de publicidade, sendo que, por ambas as vias, conta sempre com uma influência preponderante dos promotores. Estes tendem a hiperbolizar as possibilidades terapêuticas e a esquecer as dificuldades técnico-científicas. Uma informação coartada, enviesada, hiperbolizada, tanto no plano pessoal como no coletivo, torna-se instrumentalizadora do processo de tomada de decisão.

células - uma vantagem, afinal, negligenciável quando a hipótese que tal venha a ser necessário e eficaz e que as amostras estejam em condições para transplante são muitíssimo remotas. Por outro lado, um banco público que esteja a funcionar plenamente, terá muitíssimo mais hipóteses de ser útil a alguém, dador ou não-dador, pelo maior número de amostras disponíveis num regime de acesso universal. Hoje não encontro qualquer justificação para uma grávida preferir um banco privado a um público.

Maria do Céu Patrão Neves

Jorge Sequeiros

É, pois, sempre a qualidade da informação que importa garantir no processo de recolha do sangue do cordão, quer para bancos privados, quer públicos.

MCPN Toda a transmissão de informação deliberadamente coartada, enviesada, hiperbolizada, ou ainda deficiente por negligência profissional constitui uma violação da deontologia profissional e uma ofensa grave à ética pessoal.

RPV Na opinião de especialistas não há utilidade na criopreservação das células do cordão umbilical e a relação custo/beneficio não compensa a probabilidade de virem a ser utilizadas algum dia. Partilha desta opinião? Jorge Sequeiros (JS) Sim, a conservação em bancos privados têm preço muito elevado, inacessível a muitos casais, e pago com sacrifício por outros que acreditam comprar um “seguro de vida” para os filhos. Na verdade, a probabilidade de serem usadas é de 5 em 100 mil (citada pelas empresas) até 4 por milhão (na literatura científica e mais próxima da real). Se uma criança nasce com doença hereditária que possa beneficiar de transplante, terá de recorrer ao banco público, pois as suas próprias células têm o defeito genético que se pretende curar. O mesmo acontece em muitas leucemias, em que o sangue do cordão já tem células malignas à nascença. RPV Enquanto Professora Catedrática de Ética, até que ponto acredita que a atuação dos bancos privados, nas promessas que fazem, vão contra a Ética Profissional?

RPV Acredita que, quando os progenitores decidem pagar para congelar as células dos seus filhos, o fazem de forma esclarecida ou essencialmente pressionados por estratégias de marketing agressivas feitas pelos laboratórios privados? Estas empresas privadas não informam corretamente os pais do verdadeiro custo/ benefício da criopreservação e criam ilusões nos pais que nem sempre correspondem à realidade? MCPN Não disponho de dados objetivos oficiais, estatísticos, para lhe apresentar. Não obstante, não há qualquer dúvida entre os profissionais que diferentemente se relacionam com esta realidade, que a esmagadora maioria dos futuros pais que pagam a criopreservação das células do cordão estão insuficiente e deficientemente informados, por diferentes ordens de razões. Praticamente a única vantagem que um banco privado oferece em relação a um banco público, é o de assegurar a possibilidade de um transplante autólogo, do acesso exclusivo do próprio às suas

RPV Recorrer à criopreservação das células através dos bancos públicos, por sua vez, é algo que aconselha aos pais que têm esta decisão em mãos? JS É essa a posição dos Conselhos de Bioética português e espanhol num Parecer conjunto. O sangue do cordão é cada vez mais usado como alternativa a transplantes de medula óssea, mais limitados e com mais complicações. Ao fazer a doação a um banco público, os pais aumentam a probabilidade de crianças e adultos com doenças do sangue, em qualquer parte do mundo, encontrarem um dador. O sangue de cordão, o cordão e a placenta são habitualmente descartados. Se forem devidamente colhidos e guardados, poderão vir a ajudar quem deles precisar. Ainda hoje, há doentes que não encontram dador compatível. Por isso, é uma questão de justiça e de direitos humanos. RPV Para controlar esta publicidade enganosa é pedida “particular atenção das autoridades reguladoras da publicidade” às ações realizadas em maternidades, serviços de obstetrícia e centros de saúde. Tem havido este controlo? De que forma o mesmo deve ser feito? MCPN A situação pode ser diferente em diferentes unidades de prestação de cuidados de saúde obstétrica. Porém, o que tem prevalecido é a abundante disponibilização de prospetos publicitários de bancos privados, quando não a referência aos mesmos por parte de profissionais de saúde e até a recolha de sangue do cordão umbilical, em unidades de saúde públicas, por profissionais de saúde integrados no serviço nacional de saúde a procederem a recolhas para bancos privados. O CNECV, através do


Pontos de Vista Julho 2013

seu Parecer, espera contribuir decisivamente para a alteração desta situação.

RPV Bancos públicos e privados são alternativas ou serviços diferentes. E podem coexistir, cooperando até entre si? JS São modelos económicos distintos, mas também serviços diversos. E assentam em valores e princípios éticos muito diferentes. Os bancos privados são proibidos em países como França ou Itália e têm merecido fortes reservas de todos os comités de ética nos países que se pronunciaram. Os conselhos português e espanhol decidiram que se deveria “promover a doação altruísta e gratuita” e “desincentivar fortemente” a criopreservação comercial feita para uso exclusivo do próprio, pela falta de utilidade clínica, mas também porque compete com os públicos para as amostras disponíveis, “com consequente prejuízo do bem comum”. Na minha opinião, será muito difícil haver cooperação entre bancos públicos e privados, pois estes têm padrões de qualidade na colheita muito menores (é seu interesse aproveitar o maior número possível de amostras), inaceitáveis para as redes de bancos públicos. RPV Quais são os principais fatores diferenciadores do banco público em relação aos bancos privados? Será possível, num futuro próximo, aliar

esforços entre o setor público e o privado nesta área? Que mais-valias poderiam ser retiradas? MCPN Muito brevemente, bancos privados e públicos são de natureza diferente, na medida em que os primeiros se constituem como empresas comerciais que prestam um serviço a quem o possa pagar e os segundos se constituem como organismos de prestação de serviços disponibilizados gratuitamente aos cidadãos que deles careçam. Por isso, os privados procuram angariar clientes e os públicos esforçam-se por sensibilizar potenciais dadores. No que se refere aos princípios éticos orientadores, podemos igualmente apontar diferenças fundamentais entre bancos privados e públicos: estes invocam os princípios do altruísmo, da gratuitidade, da confidencialidade (ético-jurídica) e da máxima qualidade; os privados reclamam também os princípios da confidencialidade (jurídica) e da qualidade, sem que possam reivindicar o do altruísmo e o da gratuitidade. RPV Os bancos privados são proibidos em alguns países. Na sua opinião, deveria adotar-se o mesmo modelo em Portugal? MCPN Nos países em que o primeiro banco de sangue do cordão umbilical instituído foi público, não há qualquer justificação para que os bancos privados

sejam autorizados. Bem pelo contrário, não só a função que viriam desempenhar já está coberta como viriam competir com os bancos públicos afetando negativamente os seus serviços, ao travarem o potencial aumento do número de amostras depositadas, sem trazerem qualquer mais-valia para a sociedade. Porém, no contexto mundial, a iniciativa de criação de bancos de sangue do cordão foi do setor privado pelo que, em muitos países, os primeiros bancos instituídos foram privados não existindo, na minha perspetiva, qualquer justificação para serem coercitivamente encerrados, exceto por falta de cumprimento das exigências técnico-científicas ou dos requisitos ético e legais. Um sistema misto, em que bancos públicos e privados coexistam numa relação de complementaridade e não de competição é possível, e pode trazer benefícios, desde que se proceda a um rigorosa uniformização dos sistemas de colheita, manuseamento e conservação, segundo padrões internacionais. Em todo o caso, o fundamental é que, em cada país, exista pelo menos um banco público para garantir a equidade na acessibilidade. RPV Portugal tem apenas um banco público de sangue do cordão umbilical. É suficiente? JS Penso que sim. Não só é suficiente,

como deve mesmo ser único. O Parecer português e espanhol não se refere a isso, pois em Espanha (país muito maior) algumas Regiões Autónomas já têm ou querem ter o seu banco próprio. De qualquer modo, os bancos públicos tendem a articular-se em redes a nível mundial e isso é que é importante, pois aumenta muitíssimo a probabilidade de se encontrar um dador compatível, quando necessário.

RPV Acredita que estas células poderão ter potencial na medicina regenerativa? Quais as áreas que têm, na sua ótica, maiores potencialidades para a utilização das mesmas? Como vê a evolução desta área da medicina nos próximos anos? JS Há já inúmeros trabalhos científicos que mostram que não só o sangue do cordão umbilical, mas também células estaminais derivadas do cordão e placenta poderão vir a ser usados no tratamento de lesões neurológicas (acidentes vasculares cerebrais), da pele (queimaduras), enfartes do miocárdio ou de outros órgãos, e até em doenças degenerativas. No entanto, isso permanece ainda como investigação e não sabemos ainda quando poderá ser aplicado à clínica. Qualquer promessa dessas aplicações, a curto-médio prazo, é mera especulação.

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CONSERVAÇÃO DAS CÉLULAS ESTAMINAIS

André Gomes, Administrador Executivo da Crioestaminal, em entrevista

“A Crioestaminal defende a coexistência de bancos familiares e bancos públicos” Segundo alguns, a conservação do sangue e tecido do cordão umbilical e placenta em bancos privados assenta num modelo comercial, por oposição aos princípios do altruísmo subjacentes aos bancos públicos. Têm também critérios de seleção e qualidade menos estritos e fazem promessas de aplicações irrazoáveis. Estas são algumas das críticas feitas aos bancos privados de conservação do sangue e tecido do cordão umbilical e placenta. Quisemos compreender este setor e saber se, de facto, os privados estão somente apostados em estratégias de marketing agressivas e pouco transparentes, dirigidas a um público numa fase particularmente difícil. Quisemos saber mais e conversámos com André Gomes, Administrador Executivo da Crioestaminal, que abordou esta temática, bem como o desenvolvimento pela qual se tem pautado a primeira empresa portuguesa, em território nacional, a fazer a criopreservação das células estaminais do cordão umbilical. Saiba mais.

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A Crioestaminal foi a primeira empresa portuguesa a fazer, em território nacional, a criopreservação das células estaminais do cordão umbilical. Desde essa altura, de que forma tem evoluído esta área? A utilidade das mesmas é crescente e tem-se alargado ao tratamento de novas doenças? A evolução tem sido extremamente positiva. A nível internacional verificaram-se fortes progressos nos últimos 10 anos, desde logo o número de transplantes realizados com sangue do cordão umbilical guardado em bancos públicos e familiares em 2003 era cerca de 2.500 transplantes hoje já são mais de 30.000 – o crescimento foi exponencial. Em Portugal, a evolução tem sido igualmente positiva. Quando a Crioestaminal nasceu há 10 anos como pioneira na área da criopreservação de células estaminais assumiu desde o primeiro momento a missão de contribuir para esta evolução, nomeadamente para o aumento das oportunidades de tratamento existentes e futuras com células estaminais. Para atingir esse fim, a Crioestaminal atua com 2 objetivos: primeiro, guardar as células estaminais do sangue e do tecido do cordão umbilical para disponibilizá-las aos doentes em caso de necessidade; segundo, a Crioestaminal investe em investigação e desenvolvimento promovendo o alargamento de aplicações de vanguarda com células estaminais. Estes objetivos demoram tempo a atingir, mas julgo que, ao longo destes 10 anos demos passos importantes: Por um lado, foi feito um grande esforço para divulgar a existência da possibilidade de guardar um bem que pode ser utilizado para o tratamento de mais 80 doenças. Em segundo lugar, as células estaminais do sangue do cordão criopreservadas em bancos familiares já ajudaram várias crianças no tratamento de doenças graves, por exemplo casos de imunodeficiência severa combinada e de paralisia cerebral. No total, as amostras guardadas na Crioestaminal já contribuíram para 12 transplantes em 7 crianças. O caso da paralisia cerebral é um bom exemplo do potencial de utilização das células estaminais. A utilização aconteceu no âmbito de um ensaio clínico na

André Gomes

Fomos também o primeiro banco familiar a criar um Departamento de Comunicação Científica que visa transmitir os avanços desta área aos profissionais de saúde, pois sabemos que estes são muitas vezes confrontados com perguntas por parte dos pais acerca da criopreservação

ter maior potencial de utilização num futuro próximo? Esta expectativa de que as mesmas poderão ser utilizadas para outros fins, para além daqueles que atualmente já são viáveis, é aquilo que mais motiva os pais na altura de investir na criopreservação?

Universidade de Duke no Estados Unidos. Existem cerca 400 ensaios clínicos com células estaminais do sangue do cordão umbilical e 40 com as células mesenquimais do tecido do cordão umbilical. É expectável que ao longo do tempo, a utilidade destas células vá para além das 80 doenças já mencionadas. Agora, há que ter em atenção que esta área de investigação é, para standards da medicina, muito recente. Mesmo em áreas maduras, o processo de I&D de uma nova terapia demora 5-10 anos, pois têm de passar por várias fases de ensaios clínicos, começando na investigação base in vitro até ser testado em humanos. É natural que numa área

nova como a das células estaminais, os progressos sejam mais demorados. Em 2012 tivemos um sinal claro que os tratamentos estão a chegar à utilização clínica quando foi aprovado um primeiro medicamento à base de células estaminais (para além dos transplantes utilizados para o tratamento da 80 doenças referidas) indicado contra a doença do enxerto contra hospedeiro aguda. Estamos convictos que é o primeiro de muitos tratamentos que vão contribuir para a melhoria da qualidade de vida dos doentes. Quais são para si as áreas da medicina em que as células estaminais poderão

Existem várias áreas em que as células estaminais podem contribuir imenso para o avanço da medicina e a atribuição do Prémio Nobel da medicina em 2012 a dois investigadores da área das células estaminais é uma prova clara disso. No que diz respeito às células estaminais do sangue do cordão umbilical estão a decorrer ensaios clínicas em áreas como a diabetes tipo 1, lesões da espinal medula, doença vascular periférica, doenças neurologicas, como paralisia cerebral e autismo. As células mesenquimais do tecido do cordão umbilical estão a ser investigadas no contexto de doenças como a esclerose múltipla, doença vascular periférica, entre outras. A Crioestaminal também está a contribuir fortemente para I&D com células estaminais. No total, investimos 2 milhões de Euros num conjunto de projetos dos quais resultou a primeira patente portuguesa para um tratamento com células estaminais do sangue do cordão umbilical. É um tratamento para feridas crónicas em diabéticos. Alguns críticos dos bancos privados, acusam-nos de se aproveitar de uma


Pontos de Vista Julho 2013

“É natural que críticas sobre a utilidade de serviços inovadores e problemas com o banco público tenha suscitado algumas questões aos pais. Apesar de já existir há 10 anos, a criopreservação é uma tecnologia relativamente recente na medicina que é uma área de grande responsabilidade, pois lida com a vida das pessoas. É normal que novas terapias demorem tempo a afirmar-se” fase particularmente vulnerável do público a que se dirige, através de estratégias de marketing agressivas e promessas de aplicações irrazoáveis. Que comentários esta acusação lhe merece? Entendemos que o objetivo destas críticas é de ajudar os pais. Dito isto, é importante focar nos factos. Desde a sua fundação, a comunicação da Crioestaminal sempre se pautou por valores claros e indiscutíveis. Consideramos que é a nossa obrigação informar os pais sobre a existência da possibilidade de criopreservar as células estaminais do cordão umbilical e de explicar quais as suas vantagens e limitações. Toda a informação que transmitimos aos pais é fundamentada por estudos científicos e espelha a realidade dos tratamentos atuais e do potencial futuro das células estaminais do cordão umbilical. Fomos também o primeiro banco familiar a criar um Departamento de Comunicação Científica que visa transmitir os avanços desta área aos profissionais de saúde, pois sabemos que estes são muitas vezes confrontados com perguntas por parte dos pais acerca da criopreservação. Ainda recentemente lançamos um novo site cujo objetivo principal é permitir aos pais obter os conhecimentos necessários para tomar uma decisão informada, e aumentamos o investimento na melhoria de outros canais que permitem um diálogo alargado com os pais, como o nosso departamento de atendimento e o Facebook. Podem ter existido alguns momentos em que a comunicação foi menos clara, mas este tema é complexo e nem sempre fácil de comunicar. Alias, tendo como base uma experiência de 10 anos a trabalhar com os pais tenho uma certeza – os pais refletem muito e bem sobre a criopreservação, obtêm informação de várias fontes e não se deixam influenciar por promessas. Têm toda a capacidade para tomar as decisões certas. Em que medida os bancos privados poderão oferecer um serviço com uma qualidade superior à dos bancos públicos? Em que é que ambos diferem e que falhas apontaria ao Banco

Público Nacional, recentemente reaberto depois de ter estado encerrado durante alguns meses? A Crioestaminal defende a coexistência de bancos familiares e bancos públicos, pois ambos complementam-se na sua função base de alargar as possibilidades terapêuticas aos doentes. Nos bancos familiares são armazenadas amostras para uso no próprio (utilização autóloga) ou em familiares compatíveis (utilização alogénica relacionada), enquanto nos bancos públicos são guardadas amostras doadas, para serem utilizadas em transplantes alogénicos não relacionados. A opção entre um transplante autólogo ou alogénico depende da doença. Em casos como deficiências medulares e tumores sólidos, faz-se recurso às células estaminais do próprio paciente, sempre que possível, porque as amostras são 100% compatíveis e não existe risco de rejeição. Em situações de leucemias ou doenças metabólicas opta-se pela utilização de células de um dador, preferivelmente de um dador compatível no seio familiar, pois aumenta as probabilidades de sucesso do transplante. Hoje, nos bancos familiares grande parte das amostras libertadas é para utilização entre irmãos, pois é entre irmãos que é mais fácil encontrar um dador com a compatibilidade necessária para um transplante devido à probabilidade de compatibilidade ser de 25%. Caso o doente não tenha acesso a uma amostra de um familiar, este poderá recorrer a um banco público, seja este de sangue do cordão ou de medula óssea em Portugal ou no estrageiro. Relativamente ao banco público português, as falhas em termos de qualidade são conhecidas e lamentavelmente levaram à perda de milhares de amostras. Creio no entanto que o Ministério da Saúde teve a coragem de tomar a atitude correta ao suspender o banco e agora estar a recomeçar a sua atividade com um modelo diferente. A Crioestaminal é a única empresa portuguesa com uma patente para tratamento baseado nas células estaminais. Que tratamento é esse que

está a ser desenvolvido? De que forma a empresa se tem mantido sempre na linha da frente no que diz respeito à investigação dentro desta área? A invenção patenteada, a primeira para um tratamento com células estaminais em Portugal, é um gel, constituído por uma cocultura de células estaminais do cordão umbilical humano com células endoteliais derivadas das mesmas células estaminais. Este gel tem como grande vantagem que promove a cicatrização de feridas que normalmente não fecham ou demoram muito tempo a fazê-lo. Estima-se que 10-15% dos pacientes diabéticos venham a sofrer deste tipo de feridas crónicas ao longo da sua vida que hoje não tem solução eficaz e leva em muitos casos à amputação. O sucesso no desenvolvimento desta tecnologia prende-se com uma aposta continua que a Crioestaminal tem feito ao longo dos anos. Temos hoje uma rede de parceiros nacionais de vanguarda com qual desenvolvemos projetos de I&D. A conjugação do know-how dos investigadores e da Crioestaminal na área das células estaminais tem-nos permitido avanços como o da patente.

Hoje, a Crioestaminal é a quarta empresa europeia do setor, tanto em número de transplantes como de amostras armazenadas. Quais as metas delineadas pela empresa para os próximos anos? Marcar presença nos cinco continentes é o grande objetivo? Os nossos objetivos estão intimamente ligados à nossa missão: possibilitar o acesso a terapêuticas avançadas através de preservação das células estaminais do cordão umbilical e promover o alargamento das aplicações com células estaminais. Como banco familiar demos um passo com a presença em Espanha para estendermos a nossa missão a pais noutros países, e continuamos a estudar a possibilidade de entrar em novos países. A par disso, as terapias que estamos a desenvolver com o nosso investimento em I&D vão ajudar doentes em todo mundo. Assim, de forma natural iremos estar presentes nos cinco continentes. No entanto, a internacionalização não é uma obsessão nossa. Em primeiro lugar,

queremos servir bem os nossos clientes atuais em Portugal e garantir que estamos presentes sempre que precisarem. A nível interno, está confiante de que opiniões sobre o setor irão afetar a credibilidades dos bancos privados e que os portugueses, principalmente aqueles que já experimentaram, confiam no serviço que a Crioestaminal tem vindo a prestar ao longo destes dez anos ou os últimos meses foram marcados por alguma quebra na procura nacional? É natural que criticas sobre a utilidade de serviços inovadores e problemas com o banco público tenha suscitado algumas questões aos pais. Apesar de já existir há 10 anos, a criopreservação é uma tecnologia relativamente recente na medicina que é uma área de grande responsabilidade, pois lida com a vida das pessoas. É normal que novas terapias demorem tempo a afirmar-se. Quando Pasteur inventou a vacina contra a raiva ou Fleming descobriu a penicilina, estas não foram logo adotadas. Houve muita resistência para a sua adoção. O caso das células estaminais é semelhante. À medida que a utilização das células aumenta na prática clínica, vão surgir novas opiniões a apoiar a criopreservação das células estaminais. Até lá, vamos continuar a investir em esclarecer os pais e profissionais de saúde sobre as vantagens e limitações das células estaminais do cordão umbilical. Até agora temos tido sucesso e temos conseguido em grande parte sustentar o número de amostras que criopreservamos. Não estamos totalmente imunes a um decréscimo normal relacionado com o ambiente económico do país e à queda da natalidade, no entanto acreditamos no longo prazo e estamos convictos que o país recuperará a médio prazo. Que mensagem gostaria de deixar aos pais que carregam neste momento a difícil tarefa de decidir aquilo que farão às células estaminais do cordão umbilical do seu filho? Uma mensagem simples, mas importante: é fundamental tomar uma decisão bem formada. Os pais devem obter informação junto dos profissionais de saúde, amigos, os bancos familiares e outras fontes existentes.

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A OPINIÃO DE...

CONSERVAÇÃO DAS CÉLULAS ESTAMINAIS

Nuno Araújo, Diretor Geral da Criobaby Healthcare

“A Criobaby defende o serviço privado de criopreservação” Importa desde já esclarecer que as células estaminais hematopiéticas, recolhidas do sangue do cordão umbilical, utilizadas para tratamentos de doenças hematológicas, são utilizadas desde 1988. Contam-se já mais de 20.000 transplantes efetuados com estas células, tendo este número aumentado todos os anos. Trata-se pois de uma técnica perfeitamente validada.

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importância que a comunidade científica dá ao estudo das células estaminais é tão grande que existem mais de 3.000 grupos de investigação em todo o mundo. Em 2012, os médicos John Gurdon e Shinya Yamanaka receberam o Prémio Nobel da Medicina precisamente pelos estudos efetuados com células estaminais. O futuro da Medicina passará muito pela utilização das células estaminais. Não apenas no tratamento de patologias do foro hemato-oncológico, mas acima de tudo pelas potencialidades que estas podem ter na Medicina Regenerativa. As células estaminais mesenquimatosas recolhidas do cordão umbilical têm um papel relevante pela sua enorme capacidade em se diferenciarem em vários tipos de linhas celulares. Admito que possam existir algumas vozes discordantes do que escrevo no parágrafo anterior, mas para esses, já Luís Vaz de Camões respondeu no canto IV dos Lusíadas, descrevendo o Velho do Restelo. Muito embora saibamos que existem células estaminais adultas no corpo humano, sendo as células hematopiéticas da medula as mais utilizadas, apenas no parto poderemos colher estas células de uma forma indolor e livre de qualquer risco para o dador (neste caso, a mãe).

Reforço que a Criobaby defende a recuperação do Banco Público Português, por termos a consciência que, infelizmente, nem todas as pessoas têm capacidade financeira para recorrer aos serviços dos Laboratórios Privados e porque, mesmo sendo mais provável encontrar um dador compatível dentro da família, muitas vezes não existem familiares histocompatíveis

“Reconheço que muita da animosidade que alguns clínicos demonstram perante os laboratórios privados de criopreservação se deve, em parte, a más práticas comerciais e de informação que alguns laboratórios realizaram no passado (e infelizmente alguns ainda realizam)”

Olhando agora para a polémica dos bancos públicos vs privados Ponto prévio: A Criobaby sempre defendeu o Banco Público de Sangue do Cordão Umbilical. A polémica é absurda e não tem razão para existir. Se não vejamos: 1. Um Banco Público não é um Banco Privado gratuito. 2. Nos Bancos Públicos as amostras são doadas para a comunidade não tendo a família qualquer direito sobre a amostra. 3. Nos Bancos Privados, as amostras ficam guardadas para a família, não podendo ser utilizadas, sem consentimento expresso dos tutores legais. 4. A decisão de guardar a amostra num Banco Privado, de forma alguma impede a criança de poder recorrer, se necessário, aos Bancos Públicos. 5. Em nenhum país do mundo se idealiza um Banco Público de Sangue do Cordão Umbilical que guarde as amostras de toda a população. Seria economicamente insustentável. A solução passa por criar pequenos Bancos Públicos, pelos diversos países europeus e ligá-los em rede, de forma que um português possa recorrer, por exemplo ao Banco espanhol. 6. No nosso país, estima-se que o Banco Público Português (Lusocord) deverá guardar aproximadamente 5.000 amostras, no total. A partir desse número as amostras são descartadas, como acontece em todos os bancos públicos mundiais. 7. Assumindo que a Lusocord conseguiria guardar 1.000 amostras/ano (cenário otimista), temos então 5 anos para que o nosso banco público fique completo. 8. Fazendo fé nas previsões que este ano nasçam 90.000 crianças, chegamos à conclusão que todos os anos 89.000 amostras de sangue do cordão umbilical seriam descartadas, caso não existisse uma alternativa privada para as guardar. 9. No melhor ano para os laboratórios privados, 15% da população recorreu aos nossos serviços. Ou seja, dos 100.000 partos da altura, 15.000 amostras foram guardadas nos laboratórios privados. Sobraram 85.000 amostras para serem guardadas no Banco Público. Ou seja, em momento algum se poderá dizer que existe falta de sangue do cordão umbilical para abastecer o banco público. Muito pelo contrário! Defendo que a Criobaby está a dar uma resposta à população que o Banco público não pode dar. Por outro lado, existem as questões relacionadas com a compatibilidade: 1. A probabilidade de, por exemplo 2 irmão serem histocompatíveis é superior a 25% 2. A probabilidade de encontrarmos um dador compatível fora da família é inferior a 0,01% 3. Por este motivo é que, em 100% das vezes, procuramos dadores compatíveis dentro da família e só depois tentamos nos bancos públicos. Reforço que a Criobaby defende a recuperação do Banco Público Português, por termos a consciência que, infelizmente, nem todas as pessoas têm capacidade financeira para recorrer aos serviços dos Laboratórios Privados e porque, mesmo sendo mais provável encontrar um dador compatível dentro da família, muitas vezes não existem familiares histocompatíveis. A Criobaby defende o serviço de privado de criopreservação. Esforçamo-nos diariamente por esclarecer os casais sobre as mais-valias do nosso serviço, para que a escolha seja feita como resultado de uma boa informação, e não pelo aproveitamento do estado de alguma fragilidade emocional que os futuros papás possam estar a viver. Reconheço que muita da animosidade que alguns clínicos demonstram perante os laboratórios privados de criopreservação se deve, em parte, a más práticas comerciais e de informação que alguns laboratórios realizaram no passado (e infelizmente alguns ainda realizam). Felizmente os profissionais de saúde reconhecem a Criobaby como um laboratório sério e credível. A nossa mensagem é verdadeira e é por isso que a Criobaby tem cada vez mais pessoas a recorrer aos nossos serviços, tanto em Portugal como nos restantes países onde estamos presentes.




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