LUÍSA REDINHA - MULHER E SUCESSO PROFISSIONAL fILIPE lOURENÇO - uM EMPRESÁRIO QUE MARCA A DIFERENÇA LEICA - A MARCAR A DISTINÇÃO
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JUNHO 2015 / EDIÇÃO Nº 46 - Periodicidade Mensal Venda por Assinatura - 4 Euros
de
Pedro Couto,
Managing Partner da CGA, Couto, Graça e Associados “Quero acreditar que falar em advocacia em Moçambique é falar na CGA. As nossas metas são ambiciosas e é assim que as queremos”
DIREITO
A OPINIÃO DE Alfredo Afonso, Advogado
Q
Reprivatizar a TAP
ual é a forma justa de fatiar um bolo? A resposta será, proverbialmente, simples: “quem parte, reparte e não fica com a melhor parte, ou é tolo, ou não tem arte”. No caso da privatização da TAP - utilizando a imagem inicial - parece que a operação se reconduz a uma distribuição, de modo a que cada fatia acolha prejuízos e potencial de lucro. Tarefa difícil, já que, como dizia John Rawls (A Theory of Justice, publicada em 1971), a privatização só é boa se funcionar a economia de mercado, podendo, caso contrário, levar à injustiça perante situações de escassez ou de falta de liquidez do mercado. A privatização da TAP volta a colocar na ordem do dia pontos de vista de diversa natureza, dos quais são exemplo: a forma e o modo como a decisão jurídica consubstancia a fundamentação político-governativa; e o interesse público traduzido na decisão de privatizar. Este ato legislativo, traduzindo motivações políticas, é portador de, pelo menos, um ato administrativo (na aceção do conceito a que se refere o art. 148.º do Código do Procedimento Administrativo, CPA), em que o Estado entrega a privados um determinado bem que já tenha estado nessa esfera – reprivatização – ou, ainda, que, nunca tendo pertencido a privados, passará a pertencer – privatização. O ato de privatizar tem, no seu antípoda, o ato de nacionalizar, em que o Estado transfere coercivamente para si a propriedade total de um determinado bem e o afeta a um fim público. Trata-se de uma forma de controlo acionista, existindo outras no ordenamento jurídico, que, por exemplo, através de intervenção judicial – com o preenchimento de determinados requisitos – permitem que um sócio (livre) requeira ao Tribunal que declare as suas ações ou quotas como adquiridas pela sociedade dominante desde a proposição da ação, e fixe o seu valor em dinheiro, condenando a sociedade dominante a pagar o preço (cfr. o n.º 6 do art. 490.º do Código das Sociedades Comerciais). Entendida hoje como um grupo empresarial, existiram três momentos significativos na história da TAP: A, célebre, Ordem de Serviço n.º 7, datada de 14.03.1945, emitida pelo Diretor do Secretariado da Aeronáutica Civil, que deu origem - em berço público - à TAP; A passagem da TAP, no ano de 1953, de serviço público a sociedade anónima de responsabilidade limitada, SARL, com capitais mistos mas com maioria do Estado; O Decreto-Lei n.º 205-E/75, de 16 de abril, que nacionalizou a TAP. A TAP é produto do investimento público, designadamente, por força do apoio financeiro concedido pelo Estado à, então, companhia dos Transportes Aéreos Portugueses, S. A. R. L., nomeadamente através da prestação de avales e garantias para financiamentos externos. Por outro lado, na sequência de vultosos empréstimos da banca, entretanto nacionalizada, a empresa ficou completamente dependente, em termos financeiros, do setor público, uma vez que, com a nacionalização da banca e das companhias seguradoras, o Estado ficou na posse indireta de 65% do capital social da companhia (fundamento utilizado para a sua nacionalização, cfr., ainda, o preâmbulo do DL n.º 122/98, de 9 de maio), isto para além da percentagem do capital social que o Estado deteria antes das nacionalizações. Mais recentemente, assistimos ao ato de nacionalização de todas as ações do Banco Português de Negócios, S. A., em que a salvaguarda do interesse público foi aferida pelo volume de perdas acumuladas, pela ausência de liquidez adequada e pela iminência de uma situação de rutura de pagamentos, que ameaçavam os interesses dos depositantes e a estabilidade do siste-
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ma financeiro. Inexistindo, (pode ler-se da fundamentação) por ser inviável e inadequado, outro meio menos restritivo apto a salvaguardar o interesse público (cfr. n.º 1 do art. 2.º da Lei n.º 62-A/2008, de 11 de novembro). Antes, em 1975, como agora, a Constituição permite atos de nacionalização (cfr. arts. 82.º na redação original, atual art. 83.º), e, como vimos, o domínio total de uma empresa não é um fenómeno exclusivo do setor público, ou de circunstâncias económico-politico-financeiras. A reprivatização da TAP tem vindo a ser realizada faseadamente (cfr. Decreto-Lei n.º 210/2012, de 21 de setembro, que aprova a 3.ª e a 4.ª fases do processo de reprivatização indireta do capital social da TAP — Transportes Aéreos Portugueses, S. A. (TAP, S. A.), tendo-se iniciado com o Decreto-lei n.º 122/98, de 9 de maio, que, no seu artigo 1.º, aprovou a 1.ª e a 2.ª fases do processo de reprivatização indireta do capital social da Transportes Aéreos Portugueses, S. A. Analisando as percentagens de reprivatização (constantes dos DL n.º 122/98, arts. 4.º e 9.º, e DL n.º 210/2012, art. 5.º) parece que ainda restam cerca de 65% de capital social da TAP SGPS, S.A. a ser reprivatizado. A uma primeira vista parece que o Estado não deve estar no ramo da aviação comercial, dado que existe concorrência, nacional e mundial, inclusive da área do lowcost. Porém, no cenário atual de crise (nacional e de endividamento da empresa), será que as motivações da Ordem de Serviço n.º 7 e daquilo que se entendia como serviço público, estarão, assim, tão desatualizadas, permitindo vender a baixíssimo preço (por força da dívida) um potencial construído durante décadas ? Sobretudo um potencial que, visto numa perspetiva “fatiada”, desconsidera outros interesses para a economia nacional como os aeroportos, baseados em Portugal. A fatia da TAP que hoje interessa a investidores internacionais é, seguramente, a das rotas em que a TAP opera, e não outra. Nesta perspetiva, não se estranha que o modelo de procedimento administrativo utilizado para a reprivatização seja através da venda direta (terminologia utilizada abundantemente neste processo legislativo, sobretudo no DL n.º 210/2012). A ordem jurídica, genericamente assim referida, permite-o (cfr., por exemplo, o art. 831.º e a al. c) do n.º 1 do art. 811.º do Código do Processo Civil). No processo de reprivatização da TAP, estarão, certamente, identificadas pessoas com direito a readquiri-la, ou seja, os titulares, antes da nacionalização, de cerca de 65% do capital social. Contudo, não é pública a posição dessas pessoas, ou de quem lhes sucedeu. No entanto, esta linha de pensamento não foi esquecida em outras operações de reprivatização, como, por exemplo, as que os Decretos-Leis n.ºs 352, de 1 de outubro, e n.º 170-B/90, de 26 de maio, originaram. Sabemos que uma primeira operação de reprivatização define o potencial de atração de investidores estratégicos. Na privatização da TAP compete ao Estado assegurar que os investidores respeitam a identidade nacional da companhia e partilham com esta a sua estratégia de expansão internacional. Na privatização da TAP parece que o interesse nacional foi condicionado pela obsessiva necessidade de venda da empresa, independentemente daquilo em que a TAP se irá transformar, bem como os aeroportos nacionais – que recentemente adquiriram um parceiro estratégico - num setor como o da aviação, que, para a União Europeia, desempenha um papel fundamental na economia (cfr. a Comunicação da Comissão ao Parlamento Europeu, ao Conselho, ao Comité Económico e Social Europeu e ao Comité das Regiões 27.9.2012 COM(2012) 556 final).
Em destaque
Índice DE TEMAS
32 ANQEP Decorridos sensivelmente quatro anos desde que assumiu a Presidência da Agência Nacional para a Qualificação e o Ensino Profissional (ANQEP), Gonçalo Xufre Silva está satisfeito com os resultados obtidos mas muito há ainda a fazer em prol do ensino profissional em Portugal
44 QUARTZ Dora Duarte, Diretora Geral-Executiva da Quartz Quality falou dos benefícios de um serviço “Quartz Quality”, numa conversa em que também houve disponibilidade para abordar uma das grandes temáticas da atualidade: liderança no feminino
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Impressão Lidergraf - Sustainable Printing Distribuição Nacional / Periodicidade Mensal Registo ERC nº 126093 NIF: 509236448 ISSN: 2182-3197 Dep. Legal: 374222/14 Distribuição Nacional gratuita com o Jornal Público DIRETOR: Jorge Antunes DIR. INFORMAÇÃO: Ricardo Andrade PRODUÇÃO DE CONTEÚDOS: Andreia Azevedo | Sara Soares | Rita Duarte Colaboração especial: Sandra Arouca
8 – Lei da Cópia Privada 10 – Entrevista de Destaque 14 – Cooperação CPLP 22 – Q uem é quem no investimento
estrangeiro em Portugal 32 – Ensino Profissional 36 – Arquitetura em Portugal 40 – Liderança no Feminino em Direito 47 – Municípios Portugueses 50 – Feira do Vinho do Dão 52 – Essências Portuguesas 54 – Indústria Metalúrgica 56 – Agroalimentar – Desafios 57 – Reforma da Água 59 – Portugal 2020 62 – Destinos de Sonho 66 – Turismo Náutico 68 – Turismo 70 – Streaming 72 – Recuperação de Dados 74 – Audiologia 75 – Acústica 78 – Atuários em Destaque
GESTÃO DE COMUNICAÇÃO: João Soares | Nuno Alves | José Moreira Miguel Beirão | Nelson Luiz | Pedro Paninho Assinaturas Para assinar ligue +351 220 926 877 ou envie o seu pedido para Autor Horizonte de Palavras – Edições Unipessoal, Lda - Rua Rei Ramiro 870, 5º A, 4400 – 281 Vila Nova de Gaia Fax 220 993 250 E-mail: assinaturas@pontosdevista.com.pt Preço de capa: 4,00 euros (iva incluído a 6%) Assinatura anual (11 edições): Portugal: 40 euros (iva incluído a 6%), Europa: 65 euros, Resto do Mundo: 60 euros
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PROPRIEDADE INDUSTRIAL
Jorge Cruz, Agente Oficial da Propriedade Industrial
DIREITOS DE PROPRIEDADE INDUSTRIAL O Restabelecimento e a Revalidação
1 • Na análise do artigo 8º do Código da Propriedade Industrial, iniciada no artigo anterior, vimos já que o primeiro erro apontado diz respeito à responsabilidade pelo incumprimento da formalidade que originou a perda do direito que se pretende restabelecer, que deve ser atribuída, apenas, ao respetivo requerente ou titular. a) O segundo erro – verdadeiramente inadmissível – é a substituição de “recusa” por “não concessão”. O que será a não concessão de um direito de propriedade industrial? Os direitos de propriedade industrial são concedidos ou recusados, como parece não haver quaisquer dúvidas. b) Mas há ainda dois aspetos – embora não muito importantes – que poderiam ser melhorados: - Eliminar “apesar de toda a vigilância exigida pelas circunstâncias”, uma vez que o restabelecimento deve ser um direito que não fique dependente de declarações que dificilmente podem ser comprovadas; - E substituir
do prazo não observado.” Este nº 3 representa um progresso – mas não chega : a reivindicação de prioridade conferida pelo artigo 4º da Convenção de Paris deve seguir o prazo geral e, portanto, este nº 3 seria suprimido – ou melhor, substituído pela disposição que concede um ano para apresentar o requerimento, ou seja
“não tenha cumprido um prazo”
pela redação adotada pelo INPI em 1996 e que é mais clara : “foi incapaz de observar um prazo”.
“O requerimento referido no número anterior apenas será admitido no período de um ano a contar do termo do prazo não cumprido.”
Na verdade,
4 • O nº 4 deveria ser quasi igual ao atual nº 5, suprimindo-lhe, apenas,
foi incapaz
“quando esteja em causa um prazo de prorrogação previsto neste Código”
referindo o requerente ou titular, acaba com qualquer duvida quanto à responsabilidade.
que não faz falta nenhuma e ficaria, apenas : “O disposto no presente artigo não se aplica aos prazos referidos nos n.os 2 e 3 e nos artigos 17.º e 350.º, e quando, em relação ao mesmo direito de propriedade industrial, estiver pendente algum processo de declaração de caducidade.” 5 • Como foi já referido, nem o Código de 2003, nem o de 2008, regularam a aplicação sucessiva dos artigos 350º e 8º, quando o primeiro pode ser utilizado para recuperar o direito – o que apenas sucede com o pagamento de taxas de renovação.
Assim, o nº 1 poderia ter a seguinte redação: “O requerente ou titular de um direito de propriedade industrial que foi incapaz de cumprir um prazo, cuja inobservância possa implicar a sua recusa ou afetar a respetiva validade é, se o requerer, restabelecido nos seus direitos.” 2 • O nº 2 atual mistura os prazos de apresentação do requerimento para cumprir o prazo não observado, com o período de tempo concedido para esse efeito, o que não parece correto: “O requerimento, devidamente fundamentado, deve ser apresentado por escrito, no prazo de dois meses a contar da cessação do facto que impediu o cumprimento do prazo, sendo apenas admitido, em qualquer caso, no período de um ano a contar do termo do prazo não observado.” Na verdade, em vez de referir este período de um ano, deveria indicar o mesmo prazo de dois meses para cumprir o ato omitido, a que se refere o nº 4.
E surgiram, já, dificuldades quando se verificou, pelo menos, um caso em que podiam ser aplicadas as duas disposições, uma vez que o direito não foi revalidado em tempo – e houve natural confusão quanto à possibilidade de aplicar o restabelecimento. O problema ficou bem resolvido pelo INPI, tendo sido decidido que não é possível aplicar o restabelecimento na fase de revalidação, mas apenas depois.
Por outro lado, o “requerimento fundamentado” deveria ser eliminado. Portanto, o nº 2 seria: “O requerimento deve ser apresentado, por escrito, no prazo de dois meses a contar da cessação do incumprimento e o ato omitido deve ser cumprido nesse prazo.”
Em todo o caso, para não haver dúvida parece vantajoso regular a aplicação das duas disposições, o que poderá ser feito criando um novo nº 5, com a seguinte redação: “ 5 – Quando se tratar de um direito que possa beneficiar do disposto no artigo 350º, o restabelecimento será sempre uma fase posterior, quer quando a revalidação foi recusada ou não tenha sido requerida e a taxa será o dobro da referida no nº 2 do artigo 350º.”
3 • Vejamos agora o nº 3: “Quando estejam em causa os prazos mencionados no artigo 12.º, o requerimento é apenas admitido no período de dois meses a contar do termo
O pagamento do dobro da taxa parece correto, pois a possibilidade 6
“As consequências, para terceiros, do restabelecimento do direito em relação às patentes, modelos de utilidade e registo de Modelos ou Desenhos Industriais, são completamente diferentes do que se passa com as Marcas e Logótipos : no primeiro caso o terceiro é beneficiado com o restabelecimento e, no segundo, normalmente prejudicado” o exclusivo que confere – e que será partilhado pelo titular do direito e pelo terceiro, que pode continuar a produzir o objeto do invento. Por outras palavras, o terceiro vai compartilhar o direito restabelecido e, portanto, beneficiar do exclusivo que confere. E essa situação é perfeitamente normal, uma vez que ambos vão produzir o mesmo produto, que será vendido, sem duvida, com marca comercial diferente, o que não deve originar qualquer problema : é um caso de concorrência normal, que sucede com muitos produtos. Pelo contrário, se o registo da marca é restabelecido, tanto o titular, como o terceiro, poderão usá-la, o que – em concorrência honesta – prejudica ambos. Por isso, sem dúvida, em matéria de registos de marcas permite-se a reclamação do terceiro, que ficará prejudicado com a possibilidade do titular do registo caducado poder continuar a usar essa mesma marca, quando for restabelecido – gerando uma situação de manifesta concorrência desleal entre ambos. Por consequência, provando-se os prejuízos do terceiro, será normal que o restabelecimento seja recusado, mantendo-se a caducidade do registo. O que leva à simples conclusão de que o nº 7 deve ser aplicado, apenas, em relação aos registos de sinais distintivos de comércio. c) Assim, a redação do último número do artigo 8º estava mais correta no Código de 2003 do que no Código de 2008 – ou seja, quem teve a ideia desta alteração (e quem a aceitou) não entendeu a razão da limitação que estava feita. Portanto, parece que essa limitação deve voltar a existir, embora com uma diferença : é que a proteção dos desenhos ou modelos, que se designava por “depósito”, agora passou a ser “registo” e essa limitação deve ser apenas para as marcas e os logotipos. 8• Tudo considerado, o artigo 8º do Código deveria ter a seguinte redação: 1 – O requerente ou titular de um direito de propriedade industrial que foi incapaz de cumprir um prazo, cuja inobservância possa implicar a sua recusa ou afetar a respetiva validade é, se o requerer, restabelecido nos seus direitos. 2 – O requerimento deve ser apresentado, por escrito, no prazo de dois meses a contar da cessação do incumprimento e o ato omitido deve ser completado nesse prazo. 3 – O requerimento referido no número anterior apenas será admitido no período de um ano a contar do termo do prazo não cumprido. 4 – O disposto no presente artigo não se aplica aos prazos referidos nos nºs 2 e 3 e nos artigos 17.º e 350.º e quando, em relação ao mesmo direito de propriedade industrial, estiver pendente algum processo de declaração de caducidade. 5 – Quando a inobservância do prazo possa beneficiar do disposto no artigo 350º, o restabelecimento será sempre uma fase posterior, quer quando a revalidação não tenha sido requerida, ou foi recusada, pagando o dobro da taxa da revalidação. 6 – O requerente ou o titular de um direito que seja restabelecido nos seus direitos não poderá invocá-los perante um terceiro que, de boa fé, durante o período compreendido entre a perda dos direitos conferidos e a publicação da menção do restabelecimento desses direitos, tenha iniciado a exploração ou a comercialização do objeto do direito ou feito preparativos efetivos e sérios para a sua exploração e comercialização. 7 – Quando se tratar de pedidos de registo ou de registos de marcas ou de logotipos, o terceiro que possa prevalecer-se do disposto no número anterior pode, no prazo de dois meses a contar da data da publicação da menção do restabelecimento do direito, deduzir oposição contra a decisão que restabelece o requerente ou o titular nos seus direitos.
de revalidação e restabelecimento, para o mesmo problema, deve ser reservada apenas a casos importantes e, então, justificando um pagamento de taxa adequado. De qualquer forma, é importante regular, devidamente, a aplicação sucessiva das duas disposições, para que não surjam dúvidas ou reclamações. 6 • O nº 6 não parece necessitar de qualquer alteração. Trata-se, aliás, de uma disposição introduzida pela Convenção da Patente Europeia e mantida pelo Regulamento sobre a Marca Comunitária (e também pelo Regulamento sobre os Modelos ou Desenhos Comunitários) e que é fundamental para a defesa dos direitos de terceiros. É importante notar que essa defesa de direitos não passa pela recusa do restabelecimento, mas apenas que não pode ser invocado perante um terceiro que tenha, de boa-fé, iniciado a exploração ou comercialização do objeto do direito, ou mesmo apenas iniciado preparativos efetivos e sérios nesse sentido. 7• a) Pelo contrário, o nº 7, que agora apresenta a seguinte redação “O terceiro que possa prevalecer-se do disposto no número anterior pode, no prazo de dois meses a contar da data da publicação da menção do restabelecimento do direito, deduzir oposição contra a decisão que restabelece o requerente ou o titular dos seus direitos,” pretende impedir o restabelecimento e, portanto, que seja declarada a caducidade do direito. Este nº 7 foi introduzido – e bem – pelo Regulamento sobre a Marca Comunitária e, depois, adotado – e mal – pelo Regulamento sobre Modelos e Desenhos Comunitários. Trata-se da seguinte disposição: “O terceiro que possa prevalecer-se do disposto no nº 6 pode deduzir oposição de terceiros contra a decisão que reinveste o requerente ou o titular da marca comunitária nos seus direitos, num prazo de dois meses a contar da data de publicação da menção da reinstituição do direito.” b ) As consequências, para terceiros, do restabelecimento do direito em relação às patentes, modelos de utilidade e registo de Modelos ou Desenhos Industriais, são completamente diferentes do que se passa com as Marcas e Logótipos : no primeiro caso o terceiro é beneficiado com o restabelecimento e, no segundo, normalmente prejudicado. Na verdade, quando é restabelecida a patente caducada, mantem-se
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LEI DA CÓPIA PRIVADA
A opinião de António Paulo Santos, Diretor Geral da GEDIPE e Advogado Especialista em Propriedade Intelectual
Os Mitos e a Raison d’Être
da Cópia Privada Ao refletir-se sobre o como e o porquê deste assunto legislativo que tem gerado elevada controvérsia em diversos segmentos da sociedade, desde o veto político de uma das mais altas instâncias governativas, passando pelo rebolir presente nas redes sociais, importa também descortinar-se algumas das falácias que obscurecem a real interpretação dos factos.
P
ara tal, revela-se essencial esclarecer a seguinte questão: Será o regime de compensação equitativa reconhecido pela Cópia Privada uma forma de legalizar a pirataria? A primeira verdade factual que importa salientar é que a Cópia Privada não legaliza de todo os atos piratas do consumo audiovisual, pois só há Cópia Privada quando se tem um acesso legítimo a uma obra. Se o cidadão consumidor adquirir pelas vias legais um DVD ou um CD, e fizer uma cópia dos mesmos, ou se gravar um programa de televisão, está-se perante o âmbito da cópia privada. Se o cidadão tem um acesso ilegítimo a uma obra, isto é, dirige-se a um website ilegal de conteúdos pirata e obtém daí um filme, tal ato já não se enquadra no âmbito da Cópia Privada, devido à ilicitude do mesmo. Para o regime da Cópia Privada ser ativado, o acesso ao conteúdo tem que advir de uma fonte legítima. Pode-se, a título de simplificação, aludir à seguinte metáfora: em matéria de legítima defesa, um indivíduo a que sobrevenha um ataque eminente, e na impossibilidade de recorrer às forças de segurança pública, pode defender-se recorrendo à proporcionalidade de meio. Todavia, se a pessoa em questão afigurar-se como um assaltante, e um polícia apontar-lhe uma pistola, um hipotético recurso ao contra-ataque por parte do criminoso já não se configura como legítima defesa, uma vez que a esta ação subjaz uma ilicitude. A segunda falácia que importa, definitivamente, dirimir, é a questão relativa ao preço dos produtos após a aplicação da taxa. Para tal, e a título de exemplo, atente-se a um smartphone, em princípio de comercialização, que pode custar aproximadamente 700 euros. Ao fim de algum tempo, aquele mesmo telemóvel é suscetível de ter uma baixa percentual significativa no seu preço final. Qual a interpretação de tal redução em linguagem interna das leis de mercado e de exploração dos produtos? O aparelho em questão já atingiu o brake even em termos de exploração para os seus fabricantes, distribuidores e todos os elementos envolvidos na sua cadeia de produção e, a partir de 10
então, a redução de preço não causa algum prejuízo, tendo antes um lucro já assegurado em qualquer venda. Assim, qual será o reflexo que a Cópia Privada poderá ter ao nível do consumidor? Atrasar, eventualmente, alguns dias a baixa de preço. Na realidade, aqueles produtos têm margem suficiente para que a taxa e remuneração advindas da Cópia Privada não tenham reflexos no preço final para o consumidor, uma vez que os valores da taxa são baixos e perfeitamente subsumíveis no preço proposto pelo fabricante. Posto isto, e entrando agora nas questões estruturais, o instituto da Cópia Privada é um mecanismo que resulta de diretivas comunitárias com vista a harmonizar a legislação comunitária nacional. Caso não tivessem sido efetuadas novas alterações à Cópia Privada, Portugal não estaria em harmonia com aquilo que é o status quo europeu. No que toca à questão do direito de reprodução, e à exceção implicada no mesmo, qual o panorama com que o legislador comunitário se deparou face à situação cujo objeto nos prende? Os cidadãos e consumidores europeus em geral têm uma possibilidade de cópia, e porque hoje também, após a revolução dos tipos móveis de Gutenberg, que assentavam fundamentalmente em meios analógicos, vivemos numa revolução pós Gutenberg, como preconizada pelo filósofo canadiano Marshall McLuhan, onde verifica-se a existência de uma longa cauda numa miríade de dispositivos multiplataforma, extremamente facilitada e virtualmente ilimitada, na qual a Rede trouxe diversos problemas ao Direito de Autor (é importante mencionar que a resolução para os mesmos jaz, em boa verdade, na própria Rede, todavia, não é esse o caminho exploratório do presente artigo, mas fornece impreterivelmente matéria para um próximo). Assim, com a explosão digital de hoje, a possibilidade de cópias é exponencialmente superior àquela que seria possível numa época analógica. O legislador, ao aperceber-se que a possibilidade de um número elevado de cópias privadas, devido aos mecanismos de reprodutibilidade existentes, põe em causa a normal exploração da obra, aduziu que tal situação traria prejuízos aos titulares dos direitos. Entenda-se por titulares de direitos os autores, artistas, intérpretes ou executantes, produtores audiovisuais e fonográficos, à exceção das televisões que, apesar de serem titulares de direitos enquanto organismos de radiodifusão, não foram contempladas neste diploma legal. Na realidade, não há estudos fidedignos que comprovem que quem faça uma cópia de uma obra audiovisual esteja, em boa verdade, a impossibilitar a venda de uma outra unidade. Não pode ser, com toda a verosimilhança, uma situação de causa / efeito direta e completa. Porém, se visualizarmos toda
esta questão a partir de uma perspetiva macro, todas estas variáveis conjugadas acabam por ter repercussões, sendo estas existentes e reconhecidas. Assim, o legislador entendeu dar essa facilidade de cópia privada aos cidadãos, pois se não existisse este instituto, o cidadão, ao fazer uma cópia, estaria a realizar uma utilização abusiva da mesma, caindo na situação risível de crime de usurpação. Portanto, com vista a um maior bem-estar social, o instituto da Cópia Privada configurou-se como o instrumento harmonizador neste tipo de relações – dotou-se o cidadão da possibilidade de realizar cópias legalmente e criou-se um mecanismo de compensação adequado através de uma remuneração equitativa nos suportes de gravação. Posto isto, surge inexoravelmente a seguinte questão: “qual a importância da cópia privada para os produtores audiovisuais?” A importância é tremenda. O produtor audiovisual é uma pessoa singular ou coletiva que reúne os meios financeiros para criar, desenvolver e produzir uma obra. Simplificando a explanação, o produtor fala com um autor, caso se pretenda produzir uma obra audiovisual adaptada de um livro e diz: “eu gosto muito do seu trabalho e pretendia passar tal obra a filme.” Após negociação, pagamento de direitos, aquisição de licenças, contratação de guionistas para desenvolvimento de diálogos, reunião de elenco para captação de atores que vão dar a cara e atribuir notoriedade e amplificação à obra, contratação de meios técnicos, câmaras, equipa de som, campanhas de publicidade, guarda-roupas, etc., o produtor acaba por ter a seu cargo o arcar de todo um dispêndio financeiro avultado para reificar e materializar a sua ideia
criativa numa obra audiovisual concreta e palpável. Este gasto consubstancia-se naquilo que, em boa verdade, faz movimentar o que se denomina por indústrias culturais, no que toca aos fluxos de criação. Se atentarmos aos Estados Unidos, país obviamente situado nos antípodas da realidade nacional lusitana, não deixa de ser assinalável que o cinema constitui-se como a segunda indústria por excelência no país. Em súmula, o produtor assume toda a junção destes meios técnicos, intelectuais e artísticos para produzir. E convém não olvidarmos que são esses mesmos produtores que levam o processo criativo, essa fábrica de sonhos que povoa em grande parte o imaginário coletivo moderno, a cada um de nós. Hodiernamente, e muito concretamente em Portugal, os produtores vivem como grande parte da população, em situação de elevada complicação orçamental. Muitas das vezes as televisões pedem obras e contratam os produtores para produzir determinadas obras, mas, devido à quebra acentuada das receitas da publicidade, também estas encontram-se em dificuldades financeiras. Este é, por assim dizer, um círculo vicioso com implicações em todos os quadrantes do audiovisual, e a realidade é que muitos produtores estão a produzir obras na tangente dos seus orçamentos, sendo que alguns até o fazem com investimentos de risco, podendo o seu retorno não estar assegurado. Isto porque têm que recorrer nas suas obras à inserção de product placement, publicidade a produtos que se entretecem na matriz dramática da obra, de modo a ir ao encontro das suas audiências. Aqui a questão até se consubstancia mais numa tipificação de públicos, uma vez que estes podem-se caracterizar em
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audiências fieis com uma capacidade de interação, algo que a simples caracterização de audiência não abarca. Contudo, a realidade última é que as televisões pagam cada vez menos. E onde é que entra a gestão coletiva? A gestão coletiva revela-se como fundamental para a subsistência dos produtores, que estão a trabalhar em níveis de rentabilidade próximos do zero e, muitas das vezes, abaixo do zero, caso o product placement falhe. Neste caso, os direitos de Cópia Privada são também, para além da verba que reverte para o fundo cultural, muito importantes para que estes produtores possam continuar a manter-se ativos, resultando na manutenção do emprego, da criatividade e da produção audiovisual. In extremis, para os opositores mais acérrimos da Cópia Privada, a seguinte questão pode colocar-se: haveria uma cessação de produção caso não houvesse o regime da cópia privada? Não, de facto não haveria, porém, não seria a mesma coisa. Os altos valores de produção que atualmente vigoram na indústria não seriam comportáveis e a qualidade geral das obras audiovisuais tenderia a decrescer, pois quanto menos dinheiro houver para investir na criatividade e na produção audiovisual, menos obras haverá e, no futuro, tal situação repercute-se na sociedade em geral. Uma sociedade com uma cultura empobrecida equivale a um retrocesso civilizacional que a nação portuguesa, em particular, demorou décadas a construir. Que o progresso da civilização possa pois, nos dias que correm, continuar a prosperar e que a aplicação desta lei sirva para criar mais possibilidades e não para limitar o usufruto dos cidadãos.
GRANDE ENTREVISTA
Condomínio em Luanda
Cazama Residence
“Para quem tem ambições, o céu é o limite” A construção está no seu ADN desde que se conhece. Filipe Lourenço começou a trabalhar desde muito cedo, não por imposição, mas por vontade de conquistar a sua independência financeira. A curiosidade que lhe é inata e o prazer que tem em conhecer novas pessoas de diferentes ambientes e culturas levou-o a erguer, em 2006, a Procifisc que, bem mais do que uma empresa de engenharia civil, é um parceiro que acompanha o cliente em todas as fases do empreendimento. Do nascimento da ideia à entrega da chave, a Procifisc garante que todo o processo se desenvolva sem grandes percalços, antecipando-os. E, tal como o seu sócio gerente, também a Procifisc ambiciona andar por voos altos, sendo que a entrada em mercados externos foi uma inevitabilidade. Assumindo os riscos e preparando-se previamente, esta empresa leva na bagagem bem mais do que uma ideia de negócio. Em Angola, no Brasil, em São Tomé e Príncipe ou até mesmo em Portugal, a Procifisc está próxima das pessoas, ouvindo as suas necessidades. Esta é a filosofia de vida de Filipe Lourenço e é por isso espelhada no quotidiano de uma empresa que está consigo “em todos os momentos”.
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e, por um lado, profissionalismo, rigor, dedicação, inovação e criatividade são alguns dos valores intrínsecos à equipa que dá a cara diariamente pela Procifisc, por outro lado, ambição, curiosidade e visão são, inquestionavelmente, três das melhores definições do sócio gerente desta empresa, Filipe Lourenço. Numa viagem que nos levou ao início da sua paixão pelo trabalho que hoje desempenha, Filipe Lourenço falou de um fascínio que surgiu desde os 13 anos de idade, altura em que começou a trabalhar na Suíça. Sabendo que poderia ser considerado trabalho infantil, em conversa com a Revista Pontos de Vista deixou, no entanto, bem evidente a ideia de que trabalhava por vontade própria e pelo prazer que lhe dava conquistar o seu próprio dinheiro. Com raízes familiares há muito ligadas ao setor da construção civil, Filipe Lourenço tem consciência de que este acabou por ser um caminho natural. “Desde muito novo que comecei a fazer desenhos de casas e iniciei o meu percurso na construção com 13 anos. Senti desde cedo a necessidade de ganhar dinheiro por mim e este foi o caminho que escolhi”, explicou. Um caminho do qual não se arrepende e que o fascina dia após dia. “Ter a consciência de que estamos a construir algo para o futuro e que irá marcar as próximas gerações é, sem dúvida, o que mais me fascina nesta área. São obras que ficam cá e que podem estar direta ou indiretamente ligadas a mim”, partilhou. Terminou o curso, trabalhou durante quatro anos na empresa de construção pertencente ao pai, adquiriu experiência e foi observando o mercado 12
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ao mais ínfimo pormenor. Apesar de ter experimentado várias atividades, desde DJ a manequim, Filipe Lourenço sempre soube qual seria o seu caminho. Foi, aliás, esta certeza e toda a curiosidade que o caracteriza que o levou a erguer, em 2006, a Procifisc, uma empresa certificada (Qualidade - ISO 9001, Ambiente - ISO 14001 e IDI - NP 4457) que se dedica ao desenvolvimento de engenharia e arquitetura. Acompanhando todas as fases de vida de uma obra (desde o pré-projecto até ao pós-obra), a Procifisc reúne uma série de competências que lhe permite atuar nas áreas de projeto, consultadoria técnica e fiscalização de obras. Em traços gerais, perante uma necessidade do cliente, a Procifisc apresenta sempre uma solução que percorre todo o caminho que vai desde a simples ideia até à entrega de uma chave. Este acompanhamento permanente tem uma razão de ser e, para Filipe Lourenço, o raciocínio é simples: “construção é sinónimo de problemas”. Ter, por isso, um parceiro que o acompanhe em todas as fases é uma forma de garantir que se sinta mais confortável. “A Procifisc segue todo o caminho que o cliente tem de seguir, garantindo que sempre que surjam os tais problemas, ele não terá de gastar o seu tempo a encontrar soluções”, explicou. Mas, mais do que identificar falhas e resolve-las, a Procifisc trabalha para antecipa-las. “Planear para antecipar problemas faz parte do nosso trabalho. Desde o primeiro momento em que entra em contacto connosco, o cliente sente essa planificação e esse acautelamento numa fase prévia de todas as potenciais situações que possam surgir”, acrescentou Filipe Lourenço. Só assim, superando expectativas, a Procifisc tem conseguido ano após ano fidelizar e conquistar novos clientes que têm em comum o facto de serem cada vez mais rigorosos. “O cliente é exigente porque tem consciência de que se está a pagar por um serviço tem direito a exigir. Aliás, sempre teve essa noção mas a cultura mudou e as pessoas estão mais informadas. Só quem está preparado para essa exigência é que poderá singrar em Portugal ou noutro país”, evidenciou. Na Procifisc esta demanda não causa qualquer tipo de apreensão, pelo contrário. São as constantes exigências que levam esta empresa a crescer, a criar aquilo a que Filipe Lourenço designou como “fatos à medida do cliente” e a procurar novos desafios. O desafio da criação de uma empresa em Portugal Num período em que o setor da construção civil atravessava no nosso país duras dificuldades, Filipe Lourenço arriscou, vestiu a pele de empre-
Moradia em Lubango
Subconcessão Baixo Tejo
ETAR Castelo Branco
endedor e ergueu a sua própria empresa. Força de vontade e brio profissional serão suficientes para que uma ideia vingue no mercado? Mais do que as barreiras de âmbito fiscal, Filipe Lourenço realçou algumas dificuldades inerentes ao próprio universo da construção em Portugal. “Quando existem muitas entidades com um historial muito grande, as empresas novas acabam por não ter espaço para se afirmarem. Sempre senti no mercado nacional uma resistência grande a tudo o que é novo e as dificuldades, sobretudo nos primeiros dois anos, foram muitas”, partilhou o engenheiro. Por outro lado, relativamente à burocracia de que tantos empresários reclamam, Filipe Lourenço é perentório: “as dificuldades burocráticas não existem quando o mercado funciona porque faz parte da responsabilidade de um gestor resolver 13
as questões inerentes à atividade em que se insere”. Nesse caso, um empreendedor não se depara com obstáculos mas sim com situações que devem ser tratadas. O desafio da criação da Procifisc Depois de quatro anos a trabalhar na área, Filipe Lourenço identificou oportunidades de mercado que, apesar de serem necessidades reais das empresas, não estavam a ser devidamente trabalhadas. Foi com essa ideia em mente que estabeleceu a Procifisc, “uma grande ideia que se tornou realidade”. Este é, aliás, um dos grandes chavões da empresa e é para isso que esta equipa trabalha diariamente: “gosto de potenciar visionários e empreendedores que estejam ao nosso
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Barragem
redor e levá-los sempre connosco e é por isso que a Procifisc cria sinergias com organizações, universidades e pessoas”. Tem sido também com uma filosofia de constante envolvimento com as pessoas que, ao longo dos últimos nove anos, instituiu no seio da sua organização um conceito de trabalho distinto da concorrência. Ouvir os colaboradores e implementar as melhorias por eles propostas, desde que sejam viáveis, têm sido dois princípios seguidos à risca. “Aqui as pessoas são muito importantes, tanto colaboradores como clientes e toda a rede de freelancers nacional e internacional. Na Procifisc todas as pessoas têm voz para dar as suas ideias. São estas mesmas ideias que irão criar as condições necessárias para a progressão da empresa”, afiançou Filipe Loureço. “Todos juntos somos mais fortes” e, a partir do momento em que esta equipa começou a implementar as suas ideias e soluções no mundo empresarial nacional, o próximo passo ficou muito claro: o caminho passaria sempre por internacionalizar. O desafio da internacionalização A aventura da internacionalização começou em 2010 e perdura até à atualidade. Não querendo aprofundar temas no campo dos “se’s”, Filipe Lourenço dá quase como garantida uma certeza: “mesmo que o mercado nacional não tivesse tido os problemas que teve e que ainda tem, a Procifisc é uma empresa que teria de internacionalizar. Essa é a minha forma de ser, quero sempre mais e quero apostar no desconhecido. Acabou, por isso, por ser um caminho natural, talvez feito de uma forma mais acelerada”, evidenciou o responsável. A aposta, essa, tem sido mais do que ganha. De parcerias nascem novas parcerias, contactos geram contactos e a rede da Procifisc vai crescendo de dia para dia. Angola, São Tomé e Príncipe, Brasil, Espanha, Marrocos e, mais recentemente, República Dominicana traduzem, neste momento, a presença da Procifisc pelo Mundo. Neste último mercado, tradicionalmente turístico, a Procifisc entrou com uma postura diferente dos demais. “Escolhemos um parceiro na área do imobiliário, um segmento com um mundo de oportunidades. Ter este parceiro privilegiado implica que ele irá necessitar de um serviço que neste momento não tem. Ele tem para vender terrenos para construir resorts mas é mais fácil vender um terreno já com um resort lá. Nós estamos, por isso, a desenvolver uma parceria nesse âmbito”, explicou Filipe Lourenço.
De acordo com as especificidades e, sobretudo, com as necessidades locais, a Procifisc em cada mercado onde marca presença tem uma postura distinta. À entrada de um mercado, são levantadas, desde logo, duas principais questões: “com base no conhecimento que temos daquele mercado, de que é que ele precisa e onde é que nos podemos encaixar?” Percebido isso, “a que tipo de parceiro temos de estar associados?” Assim, se na República Dominicana, a aposta foi essa, em Angola, por outro lado, as parcerias são normalmente com empresas de construção que não têm estruturas técnicas devidamente musculadas. “Damos o suporte necessário para que elas consigam ter o músculo técnico necessário para conseguirem ombrear com outras empresas que já estão bem implementadas no mercado”, evidenciou o responsável. Depois disso o ‘passa a palavra’ é, sem dúvida, o que irá chamar novos clientes e parceiros à Procifisc. Embora as estratégias de atuação nos mercados se diferenciem em função do tipo de mercado e das necessidades, a planificação deve sempre ser vista como primordial. No momento atual, essa é talvez a atitude que menos se vê entre os empresários portugueses, de acordo com Filipe Lourenço. “Eles fogem para fora, fogem à procura de oportunidades porque ouvem falar nos países dos milhões. Mas não pode ser assim. Eles 14
têm de entrar em mercados externos com a mesma postura com que iniciaram as suas atividades em Portugal”, defendeu. Como? “Preparando, planificando e definindo os clientes e parceiros com quem quer trabalhar”, respondeu. A barreira é inevitavelmente a distância. Se em Portugal existe muita informação que auxilia no momento de criar um negócio, quando se trata de um país geograficamente distante, a informação pode ser escassa e dificultar os próximos passos. Antes de arriscar, o melhor conselho que Filipe Lourenço poderia deixar é “construa uma estratégia e não avance sem ter a noção da realidade que vai encontrar”. No seu caso particular, Filipe Lourenço partiu para Angola à procura do desconhecido mas sempre com uma postura de total respeito pela cultura e pela realidade que iria encontrar. “Não falo de respeito de dar palmadinhas nas costas. Mas respeitar pessoas, entender culturas, relacionar-se, interagir e ajudar. Percebendo isso conseguiremos entrar”, garantiu. Apesar de ter ido sozinho, sem parceiros que o suportassem, o Sócio Gerente da Procifisc levou na bagagem o essencial: a sua estratégia. No local, bateu às portas certas, estabeleceu os contactos que planeou e, já em Portugal, tinha a informação de que necessitava para partir para esta aventura da internacionalização com passos firmes. Novamente, contactos geram contactos, sinergias
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trabalho, que têm muita vontade em fazer coisas. Estamos a estabelecer relações empresariais muito fortes que irão potenciar a CPLP. Somos, sem dúvida, uma força e temos que explorá-la”, evidenciou. “Juntos iremos longe” é a máxima da União dos Exportadores e é também uma expressão muito querida a Filipe Lourenço que não se cansa de a utilizar nas suas intervenções. “Juntos iremos longe. Juntos somos mais fortes. Juntos iremos fazer a diferença”, concluiu.
Acordo de parceria estabelecido entre a procifisc e a unicef
criam sinergias e a estratégia da Procifisc não para. Para o futuro, estão já em vista novos mercados, nomeadamente Dakar, Moçambique e Argélia. “Juntos iremos longe” Está a decorrer no Centro de Congressos de Lisboa o 1º Fórum da União de Exportadores da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), com a participação de centenas de empresários lusófonos. Ao longo de dois dias, gestores, entidades oficiais da CPLP e empresários têm partilhado experiências num mesmo espaço com o intuito de criar negócios e oportunidades. Filipe Lourenço está neste primeiro fórum na qualidade de representante da Procifisc e de coordenador do núcleo das Beiras da União de Exportadores. Da Procifisc espera-se muito. “As expectativas são altas na ótica de divulgação da empresa e do reforço da nossa marca e imagem perante a sociedade empresarial da CPLP e perante a sociedade civil”, garantiu. Do ponto de vista do coordenador do Núcleo das Beiras da União de Exportadores, Filipe Lourenço mantem o mesmo espírito positivo simplesmente porque acredita fielmente neste projeto. “Tem uma força tremenda e irá crescer de uma forma estonteante porque se trata de um projeto que nasce e é composto por pessoas do Concessão Litoral Oeste
Uma empresa atenta Atenta a tudo o que a rodeia, na Procifisc responsabilidade social é bem mais do que uma bandeira que faz questão de erguer na imagem que pretende passar para o exterior. Em prol da construção de um mundo melhor, há ainda muito a fazer e esta empresa não se cansa de dar diariamente o seu contributo que, por mais pequeno que seja, faz a diferença. Filipe Lourenço sempre teve consciência de que a sua empresa era diferente, era especial. “A minha forma de estar na vida está voltada para ajudar as pessoas e na minha vida empresarial também tem de ser assim. Nós existimos para nos ajudarmos mutuamente. Esse tem de ser o caminho e acredito que se isso acontecer todos vamos ficar melhor”, defendeu. Ajudar é uma palavra que não deve ser cara no mundo empresarial e que, por isso, faz parte da filosofia intrínseca à Procifisc. Além dessa vertente social que não é de todo descurada, a empresa tem mantido um permanente envolvimento com o mundo académico que, de acordo com Filipe Lourenço, “nos últimos anos tem sido a estrutura de suporte para a evolução do nosso país”. Com um potencial “fora de série”, as universidades portuguesas têm gerado conhecimento que deve ser transportado para o mundo real. A ideia passará ainda por criar parcerias que além de envolverem as universidades portuguesas e a Procifisc, terão ainda espaço para a entrada de universidades de outros países. Trata-se de um caminho que está a ser feito, nomeadamente com um estabelecimento de ensino superior angolano. Desta estreita colaboração com o mundo académico, surgiu ainda o concurso PROJECTINOV que visa contribuir para a inovação e realização de projetos, premiando ideias criativas para a engenharia civil. Muitas conquistas têm sido alcançadas ao longo destes nove anos de existência mas, perante os desafios do futuro, Filipe Lourenço não hesita: “falta fazer tanta coisa pela Procifisc”. Para quem está no “comando” de uma empresa, não existem prazos. Para quem quer trilhar um caminho de sucesso, há muito trabalho a fazer. “Para quem tem ambições, o céu é o limite”, rematou Filipe Lourenço.
Entrada da Procifisc na Rede PME Inovação da COTEC Desde fevereiro último que a Procifisc integra a Rede PME Inovação da COTEC. Criada em 2005 para o desenvolvimento de competências das PME, esta rede começou com 25 empresas e conta hoje com mais de 250 membros. Pelo seu carácter inovador e pró-ativo, esta rede pretende promover o reconhecimento público de um grupo restrito de PME, estabelecendo a cooperação entre esses membros e os associados da COTEC Portugal e apoiando-os nas fases de crescimento, sobretudo no que respeita à atração de investimento e à entrada em mercados externos. Para Filipe Lourenço, Sócio Gerente da Procifisc, “este foi um reconhecimento de um trabalho que se desenvolve há anos e de um longo caminho feito com muitas dificuldades mas sempre com a certeza do que pretendemos”. Mais do que reconhecer o trabalho desta jovem e dinâmica equipa, a integração na rede PME Inovação da COTEC é, de igual modo, “um reconhecimento para os clientes porque foram eles que nos deram votos de confiança e fizeram com que chegássemos aqui”, acrescentou o responsável.
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Concurso Inovação PROJECTINOV Numa iniciativa da PROCIFISC, em colaboração com a Ordem dos Engenheiros, a Universidade da Beira Interior e o Instituto Politécnico de Castelo Branco, o prémio PROJECTINOV visa potenciar a inovação e a realização de projetos na vertente da Engenharia Civil. Culminando com a atribuição de um estágio remunerado na empresa, este concurso pretende, além de premiar soluções inovadoras, dar visibilidade ao trabalho de investigação realizado nos estabelecimentos de ensino superior.
1º Fórum União de Exportadores da CPLP Está a decorrer o 1º Fórum União de Exportadores da CPLP no Centro de Congressos de Lisboa. Com esta plataforma estão a ser criadas as condições para a criação e reforço de um espaço que apoie a atividade dos associados da União de Exportadores da CPLP e estimule as exportações e a internacionalização (sendo a Procifisc uma das associadas). Assim, ao longo de dois dias, têm sido abordados cinco eixos prioritários, nomeadamente: seminários temáticos por país; seminários temáticos sobre os sete grandes objetivos da UE e CE CPLP; reuniões B2B (bilaterais); grande conferência CPLP (Comunidade de povos abrangentes) e espaço mostra que integrará, ao mesmo tempo, uma programação cultural.
Serviços da Procifisc PROJETO: - Licenciamento e comunicações prévias; - Revisão de projeto; - Otimização de estruturas; - Estudos urbanísticos; - Serviços especializados (acústica, térmica, conforto ambiental interior, incêndios…), entre outros. CONSULTORIA TÉCNICA: - Estudos de viabilidade técnica; - Peritagens e pareceres; - Avaliações acústicas; - Estudos energéticos; - Inspeção e certificação de infraestruturas de gás e infraestruturas de telecomunicações em edifícios; - Topografia. FISCALIZAÇÃO: - Gestão de projeto; - Fiscalização e coordenação de segurança de obras; - Coordenação de segurança e saúde; - Gestão de empreendimentos.
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A OPINIÃO DE Fábio Gomes Raposo, Advogado na sociedade “Gameiro e Associados”
A nova Lei Geral do Trabalho de Angola
No dia 15 de junho de 2015, foi publicada a nova Lei Geral do Trabalho de Angola (Lei 7/15), a qual visou atualizar a legislação laboral e modernizá-la, face ao enquadramento económico, político e social do País.
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rata-se de uma lei madura, fruto da experiência coletiva na aplicação e execução da lei anterior, que foi integralmente revogada. Visa, essencialmente, combater o desemprego e trazer mais equidade à relação bipartida e – não raras vezes – belicosa entre trabalhador e empregador. A nova Lei Geral do Trabalho tem como apanágio uma maior flexibilização do mercado de trabalho, tornando-o mais dinâmico e mais equilibrado, bem como o incentivo à formação contínua dos trabalhadores, nomeadamente, em matéria de segurança, higiene e saúde no trabalho. Continuando a salvaguardar os direitos dos trabalhadores é, contudo, uma lei que vai ao encontro das necessidades das empresas, atendendo ao facto de existir uma multiplicidade destas, no que concerne à sua dimensão e capacidade económica e financeira. Quanto à comparação com a lei anterior, a estrutura e a organização dos diplomas são idênticas. Não obstante, o novo diploma traz consigo mudanças importantes e que devem ser destacadas.
Desde logo, os contratos por tempo determinado podem estender-se até 10 anos (5 anos, quando se trate de grandes empresas), por comparação aos 3 anos previstos na lei anterior, tratando-se, assim, de um aumento muito significativo. Além disso, a fundamentação para a contratação a termo – que anteriormente seguia critérios taxativamente rígidos – passa a ser genérica e mais abrangente. Estas são, indubitavelmente, alterações de relevo, considerando que se passa de uma realidade em que os trabalhadores efetivos são – ou deveriam ser – a regra na estrutura dos recursos humanos de qualquer organização, para uma situação em que a estabilidade dá lugar ao dinamismo e a uma suposta meritocracia. Importa, igualmente, referir o reforço dos poderes da entidade empregadora no que concerne à avaliação dos trabalhadores e à organização do trabalho, assim como à aplicação das medidas disciplinares. Neste âmbito, a definição das medidas disciplinares existentes torna-se mais clara, passando a existir as seguintes: admoestação verbal; admoestação registada; redução temporária 16
do salário; despedimento disciplinar. A redução temporária de salário, anteriormente uma medida supletiva e residual, ganha um novo destaque: dependendo da gravidade da infração, a redução poderá ir de 1 a 6 meses de salário e até ao máximo de 20% de redução. As regras para os procedimentos disciplinares são, em geral, mantidas. Uma das exceções é o facto de empregador e trabalhador se poderem fazer acompanhar, na entrevista, por até 3 (três) testemunhas. O início do procedimento disciplinar deve agora iniciar-se até 22 dias úteis após o conhecimento da infração. Idêntico prazo é o referente ao recurso, pelos trabalhadores, das medidas disciplinares aplicadas. A embriaguez passa, naturalmente, a ser uma justa causa para o despedimento. A lei anterior tão-somente contemplava a “embriaguez habitual”. Em termos genéricos, existe uma adequação na fixação dos montantes obrigatoriamente pagos aos trabalhadores, nomeadamente: na diminuição do valor da remuneração da isenção do horário de trabalho (deixando de estar prevista
“O direito a férias mantém-se idêntico em número de dias, havendo, contudo, uma alteração relativamente aos trabalhadores recém-admitidos: estes só poderão gozar férias após completados seis meses de trabalho efetivo, sendo que o direito às mesmas só se vence a 1 de janeiro do ano subsequente à admissão. A solução anterior, que previa dois momentos de vencimento de férias (1 de janeiro para a generalidade dos trabalhadores e 1 de julho no ano de admissão) permitia um repouso mais imediato dos trabalhadores, relativamente ao início da prestação do trabalho”
a necessidade de autorização da Inspeção-geral do Trabalho para esta isenção), na diminuição da remuneração das horas de trabalho extraordinário (variando consoante a dimensão da empresa), bem como na redução dos valores das indemnizações e compensações pagas aos trabalhadores (idem), incluindo no decretamento judicial de improcedência do despedimento individual. A nova lei veio também definir o montante do pagamento do subsídio de Natal: deve ocorrer em simultâneo com o salário do mês de dezembro (a lei anterior era omissa). Todavia, o salário do mês de dezembro é usualmente pago no final deste mês ou no início de janeiro, o que poderá motivar, paradoxalmente e em teoria, que o pagamento deste subsídio só ocorra após o período natalício. Certamente que a boa-fé, o sentido de compromisso e a responsabilidade social dos empregadores permitirá que o mesmo seja pago aquando do pagamento do trabalho prestado no mês anterior. O abandono do posto de trabalho passará a pre-
sumir-se, sempre que o trabalhador se ausente por um período de 10 dias úteis. Importante é a eliminação da necessidade de comunicar (comprovadamente) a situação de abandono para a última morada conhecida do trabalhador, dado que a nova lei prevê que bastará, nestas situações, a afixação da comunicação no centro de trabalho. Atendendo à elevada quantidade de publicações existentes a este título, no Jornal de Angola, por impossibilidade de contactar os trabalhadores ausentes, é perfeitamente compreensível. Após a afixação da comunicação, os trabalhadores ausentes, passam a dispor de um prazo de 5 dias úteis (em vez de 3) para comprovarem documentalmente as razões da ausência. O direito a férias mantém-se idêntico em número de dias, havendo, contudo, uma alteração relativamente aos trabalhadores recém-admitidos: estes só poderão gozar férias após completados seis meses de trabalho efetivo, sendo que o direito às mesmas só se vence a 1 de janeiro do ano subse17
quente à admissão. A solução anterior, que previa dois momentos de vencimento de férias (1 de janeiro para a generalidade dos trabalhadores e 1 de julho no ano de admissão) permitia um repouso mais imediato dos trabalhadores, relativamente ao início da prestação do trabalho. Além destas medidas, foram introduzidos novos mecanismos extrajudiciais de resolução de conflitos, os quais passam a ser os seguintes: a mediação (que é realizada junto da Inspeção-geral do Trabalho), a conciliação (junto do Ministério Público) e a arbitragem (junto do Tribunal Arbitral). A nova Lei Geral do Trabalho continua a defender o desenvolvimento e a formação dos trabalhadores, mantém a sua estrutura e índole social, conserva a proteção dos mais desfavorecidos, preserva os direitos e garantias dos trabalhadores mas trará consigo, sem dúvida, um novo paradigma nas relações entre todas as partes envolvidas. Entrará em vigor a 13 de setembro de 2015 mas já está a dar que escrever.
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“Confiança é uma prática que se constrói com base na troca de verdades” Com valores e ideais bem definidos, esta sociedade de advogados foca-se numa advocacia justa e responsável, assumindo-se sempre como um apoio para os clientes. Márcio Aguiar, Sócio e Advogado da Corbo, Aguiar & Waise, explica quais os objetivos da empresa e como pretendem contribuir para uma sociedade mais equitativa, que encara como uma mais-valia o trabalho conjunto entre Portugal e o Brasil. A Corbo, Aguiar & Waise assume-se como uma sociedade de advogados que sustenta a sua qualidade jurídica em três grandes focos: total dedicação ao cliente, eliminação dos conflitos e agregação de valor empresarial ao negócio. Como é que se constrói a imagem de um parceiro de confiança em todos os momentos?
Confiança é uma prática que se constrói com base na troca de verdades. E a transparência na relação é um bem irrenunciável. A advocacia funciona como um médico de família; a confiança é vital. Prestamos atenção ao detalhe e interessamo-nos por todos os aspetos que podemos aperfeiçoar, para desenvolver um material ainda mais superior. Investimos em capital humano e prestamos atenção ao desenvolvimento das nossas equipas, para que se aliem à nossa visão de trabalho. Colocamos as necessidades e filosofia dos nossos clientes como pauta principal para o desenvolvimento do nosso trabalho. A nossa relação é sincera e de prontidão. Os nossos clientes podem contar com a CAW, através de um atendimento personalizado para responder às suas demandas. Temos um conceito de trabalho voltado para a parceria em todos os seus contornos absolutos, na exata literalidade da expressão. Os nossos serviços são prestados com o objetivo de sermos um apoio do cliente. Estudamos e entendemos as suas necessidades. Entramos no negócio do cliente e trabalhamos em busca de soluções para que o conflito, quando inevitável, seja resolvido de forma amigável, protegendo a imagem institucional. A reputação do nosso cliente está sempre em primeiro lugar. Colocamos muito entusiasmo na nossa advocacia. Não acreditamos numa advocacia construída fora desses conceitos mínimos. Adotamos, há muitos anos, sempre atentos à evolução do mercado e às necessidades dos nossos clientes, uma advocacia moderna, dinâmica e de resultado. O cliente não pretende aquela advocacia enfadonha e cheia do chamado ‘juridiquês’. O cliente espera que nós resolvamos o seu problema com um excelente custo-benefício e garantindo a integridade da sua imagem no mercado. Embora seja uma sociedade de advogados brasileira, têm procurado estabelecer cooperações com profissionais de outros países? No caso particular de Portugal, a CAW tem ou pretende ter alguma representatividade neste país? Quais são as principais mais-valias associadas a estas parcerias?
Globalização já não é o futuro. É tão presente que já se tornou passado. Portugal e Brasil possuem direitos equiparados, além de um laço que cultivamos há mais de 500 anos, e agora caminhamos em parceria, como membros de uma mesma família, com as mesmas raízes. Eu próprio sou português e grande patriota. Para além disso, a língua portuguesa já está entre uma das mais faladas no mundo. O Oceano Atlântico já não é uma distância instransponível. A
tecnologia está aí. Penso que os portugueses precisam do Brasil e o Brasil precisa, igualmente, de Portugal. Temos muito para trocar. E diria que os brasileiros têm muito para aprender com o país lusitano. Muito me alegra ver que voltamos, depois de algumas décadas, a aproximar-nos. Essa aproximação é extremamente benéfica para todos nós. Não há concorrência. Há espaço para que possamos, juntos, levar uma justiça melhor e mais efetiva para todos. É só pararmos para pensar quantos brasileiros vivem em Portugal e quantos portugueses, no Brasil. Por que não estabelecermos parcerias? Temos um vasto universo para os negócios.
Eu diria, em resumo, que hoje, mais do que nunca, o povo está empenhado em saber – e participar - no que ocorre com o direito no Brasil. As pessoas conversam, fazem reflexões e isso, de certo modo, populariza o direito positivamente. Estimula as pessoas a pensar de forma analítica e lógica. Os temas estão presentes nas redes sociais, em sites de notícias diversas e não somente nos grandes jornais e veículos específicos para os praticantes da profissão. Certamente, esse é um dos maiores links entre o direito e a sociedade brasileira atualmente. Só precisamos de definir o que é ou não objeto de discussão para a interferência do Poder Judicial.
Em qualquer país, a história do direito está estreitamente relacionada com a evolução da própria sociedade. Como analisa o estado atual do direito no Brasil?
Quando uma empresa externa opta por explorar o seu negócio no mercado brasileiro, o que importa saber, em termos legais?
Como disse, o direito, assim como a própria sociedade, mantém-se em constante evolução. Com o avanço da tecnologia, os processos agora são digitalizados e o sistema procura unificar-se. Paralelamente a isso, vivemos um momento em que reformas como a “diminuição da maior idade penal” estão a ser discutidas, principalmente em razão dos acontecimentos que envolvem menores infratores. Temos, aqui no Brasil, uma das maiores e melhores legislações do mundo. Somos completos. O direito existe e foi muito bem pensando e elaborado. O problema, contudo, ainda reside na correta e adequada aplicação e, sobretudo, na morosidade da nossa justiça. Também convivemos, infelizmente, com a justiça para poucos. Já avançámos muito, entretanto. O acesso à justiça é franqueado para todos, na parte teórica, mas ainda devemos ser mais próximos da sociedade carente, sem condições, por diversos fatores, de exercer os seus direitos. E podemos dizer que a sociedade já anda mais consciente da legitimidade dos seus direitos. O acesso irrestrito foi uma grande conquista social, de inclusão. Houve, contudo, alguns efeitos colaterais no que concerne aos limites do exercício legal do acesso à justiça. Promovemos uma hecatombe no crescimento do número de ações a transitar dentro do nosso Poder Judicial para a resolução de questões sem a menor relevância social. Foi, nesse aspeto, um ‘tiro no próprio pé’. Incentivamos muito, mas não colocamos os freios necessários para desestimular demandas por pequenas ‘picuinhices’ pessoais, que deveriam resolver-se amigavelmente, dentro dos órgãos administrativos ou pelos canais privados. O Poder Judicial não existe para esses pequenos e inofensivos conflitos. Temos, hoje, para que vocês tenham uma ideia, mais de cem milhões de processos a nível nacional, algo que está a tornar-se absolutamente inadministrável. Estamos diante de uma possibilidade de falência institucional. Não há, nem se pode ter, um número de juízes suficiente para atender a essa quantidade desvairada de demandas. 18
Saber que o Brasil é um país de grandes oportunidades para os negócios, que estão, apesar dos problemas, em fase de grande crescimento. É a quinta maior economia do mundo. O Brasil precisa de profissionais qualificados, os quais, infelizmente, pela precariedade do nosso ensino, não temos. E os poucos acabam por emigrar, em busca de melhores oportunidades de empregabilidade e remuneração. O Brasil tem campos nos diversos setores económicos para serem explorados. Veja, por exemplo, a nossa deficiência na energia sustentável. É inacreditável que ainda estejamos a dar os primeiros passos nesse setor. O outro lado da moeda, que seria o viés negativo, está nas nossas instabilidades e inseguranças jurídicas. Nesse aspeto, os empresários de fora sentem-se assustados com a possibilidade, por exemplo, de um contrato ser anulado facilmente pelo setor jurídico, com a mudança das regras no meio do jogo. Também enfrentamos o notório problema dos altos custos para qualquer investimento no Brasil, afeto aos encargos tributários e laborais. E, por fim, a nossa chamada burocracia para a constituição de um negócio. Num momento em que os mercados tradicionais da Europa e dos Estados Unidos enfrentam algumas dificuldades, o Brasil, tal como África ou China, tem sido um parceiro estratégico dos portugueses. Concorda? Qual tem sido o contributo desta sociedade de advogados na aproximação entre estes dois países?
A Europa está a pagar um preço elevado pela falta de investimentos na população e na cadeia produtiva. Os países europeus envelheceram e perderam em competividade. Se verificar, economicamente falando, pouco mudou das últimas cinco décadas para cá. E a formação da comunidade europeia criou a falsa ideia de que conseguiram viver distantes do resto do mundo. Há, também, um outro fator que prejudicou muito os países europeus. Refiro-me à mão-de-obra farta e barata na China. A alocação de grandes empresas, na China, foi um negócio da
china, com o perdão do trocadilho. Os chineses praticamente vivem para trabalhar e com remunerações extremamente mais baixas se comparadas ao resto do mundo. Eu ainda não consigo ver que o Brasil seja um parceiro estratégico dos portugueses. Aliás, é algo que lamento muito. Essa aproximação, pela força dos dois países, poderia trazer grandes benefícios para ambos. Também não vejo que nós, os advogados, estejamos a contribuir para essa tão importante e esperada aproximação. É uma pena. A língua promove relações. No seu entender, o potencial económico da língua portuguesa tem sido devidamente aproveitado no seio da lusofonia?
A língua portuguesa é muito rica em fonemas e sentidos. Processos de valorização da língua devem ser fortemente praticados. A língua portuguesa, hoje, já é terceira mais falada no mundo, como re-
feri anteriormente. O nosso mercado tem potencial económico. Os mercados externos estão interessados em nós. Muitos países, como os EUA, já contratam profissionais que falam a nossa língua, de forma estratégica. É uma tendência. Não seremos mais nós a procurar aprender a língua deles, serão eles a aprender a nossa. Só que, infelizmente, ainda não estamos a aproveitar essa circunstância para fortalecer e melhor explorar as oportunidades que surgem diariamente. Perspetivando um futuro repleto de desafios, qual será a linha de atuação da CAW no sentido de continuar a ser uma referência a nível nacional e internacional?
A nossa linha de atuação são os nossos princípios: meritocracia, foco nos resultados, dedicação e perseverança no trabalho, solidariedade e criatividade responsável. Baseando-se nisso, qualquer linha de atuação que o escritório siga terá o mesmo peso
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que as demais. Atualmente, levando em consideração a responsabilidade social que a CAW, através da qual a empresa procura ser uma atuante preocupada com o planeta, devemos expandir os nossos ideais para o setor do Direito Ambiental e permanecer na luta para um mundo melhor representado. Estamos sempre atentos e com a clara perceção de que o mundo corporativo, dos negócios, das estratégias, das visões e perspetivas, é mutante. Vivemos sempre num frenético processo de alternâncias diárias. Novos conceitos, novas ideias, sensações e experiências de laboratório. Apostamos em todos esses novos ingredientes e nas nossas crenças, conscientes de que todos esses valores são fundamentais. Não nos esquecemos, contudo, do produto mais importante dessa receita que procura o melhor paladar do resultado, que são nossas equipas e o capital humano. Nenhuma estratégia ou fórmula de gestão, por melhor que seja, sobrevive sem a valorização do capital humano.
TEMA DE CAPA
“Falar em advocacia em Moçambique é falar na CGA” Num passado ainda bastante recente, Moçambique podia ser considerado um dos países mais pobres entre os pobres, num cenário que revelava aquilo que foi sempre uma evidência, ou seja, que este era um país muito dependente da ajuda internacional onde todos os indicadores sobre o desenvolvimento humano, social e económico apresentavam valores mais baixos. O panorama começou a mudar em meados de 2011, onde foram descobertas um vasto conjunto de reservas de gás que prometiam colocar o país entre os dez principais produtores mundiais. A isso, podia-se juntar as importantes reservas de carvão em terra, que prometiam impulsionar a economia do país. Em plena crise europeia, as promessas não se ficaram pelo sector energético, e embora Moçambique tenha surgido quase como o Eldorado para os portugueses, interessa compreender que neste país as exigências são hoje mais do que muitas e apenas quem aporta valor ao mesmo pode nele singrar. Naturalmente que o caminho a fazer ainda é longo e difícil, pois Moçambique ainda é um país que carece de diversas infraestruturas e
ainda tem muito para fazer em diversos sectores como o turismo, a agricultura, transportes, sector financeiro, entre outros. A diferença é que hoje a perspectiva é positiva. O vindouro adivinha-se muito frutífero, sendo que hoje, cada vez mais, Moçambique tornou-se num destino importante de investimento de empresas de diversas nacionalidades, principalmente portugueses, que olham para Moçambique como um país repleto de potencial e valor. A verdade é que o tem. A Revista Pontos de Vista conversou com quem conhece a fundo e ao pormenor a realidade moçambicana. Pedro Couto, Managing Partner da CGA, Couto, Graça e Associados, deu-nos a conhecer um pouco mais da realidade deste país africano e que tem evoluído imenso nos últimos anos. Nesta conversa, percebemos ainda como tem a CGA personificado os valores impostos na e pela realidade moçambicana. Falar em Moçambique não é necessariamente falar na CGA, mas que a marca tem sido, cada vez mais, associada a esta realidade, disso que não subsistam dúvidas. Saiba mais, por quem tem sido um elemento importante no desenvolvimento do país e que é hoje uma marca de relevo e prestígio em Moçambique e além-fronteiras, a CGA, Couto, Graça e Associados. Moçambique tem mostrado um crescimento socioeconómico notável e a aposta em investimen-
PEDRO COUTO
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to é cada vez maior. Deste modo, é essencial a presença de um parceiro jurídico que acompanhe e oriente os passos das empresas. De que modo a CGA tem tido um papel fulcral neste contexto?
Acredito que temos tido um papel importante de um escritório de advogados em Moçambique e que conhece a realidade moçambicana. O nosso desiderato passa por contribuirmos para o crescimento do país, através do apoio ao investimento estrangeiro e nacional, criando uma plataforma que permita aos investidores possuir confiança nas leis moçambicanas e por conseguinte, aportar investimento ao país. Pretendemos continuar a ser uma empresa de advogados de referência com conhecimento moçambicano e que permita ajudar e apoiar os investidores, não apenas no que é a perspectiva puramente le-
No passado mês de maio, a CGA marcou presença na Conferência sobre as Fontes Alternativas de Financiamento para as PMEs. Qual é o balanço que fazem deste evento? De que forma a marca tem sido uma alavanca para este setor do mercado moçambicano? As PME, no substrato da economia nacional moçambicana, são um elemento e um motor muito importante. Actualmente nota-se um desenvolvimento e actividade cada vez maiores em termos de economia moçambicana e, portanto, a realização destes eventos é fundamental porque permite criar uma forma de reconhecimento e o acesso das PME a informações alternativas de investimento, que foi o lema deste certame. Estes eventos são muito positivos porque permitem que as PME tenham canais para procurar financiamentos e promover o seu desenvolvimento. O balanço só pode ser positivo, pois revela que esta aposta de cooperação entre as PME’s e a Bolsa de Valores é de facto importante e deve continuar a ser seguida. Ficamos honrados e também impressionados com este evento, até porque considero que é fundamental continuar a investir nas PME’s, pois elas são o motor da economia, seja em Moçambique ou em qualquer outro país. Aliás, este tipo de eventos até promove uma ajuda na organização das próprias empresas/marcas, porque um dos grandes obstáculos, actualmente, passa pela própria capacidade de organização interna e este género de eventos «educa» as PME’s, algo que é fundamental para terem sucesso.
galista, mas também no próprio conhecimento e percepção do mercado. O tecido empresarial externo tem visto Moçambique como um mercado apetecível, procurando entrar no país de forma ponderada e bem-sucedida. Enquanto empresa reconhecida internacionalmente, como é que a marca tem apoiado estas empresas a integrar o mercado moçambicano? Ainda é uma lacuna que os empresários portugueses possuem, ou seja, esse desconhecimento da realidade moçambicana?
Não creio. Hoje em dia os empresários portugueses e de outras nacionalidades apresentam-se mais preparados e dispostos a acrescentar valor ao país. No caso do universo empresarial português, essa realidade surge também fruto da própria relação entre Portugal e Moçambique. Tem havido, não apenas ao nível de entidades moçambicanas, como as câmaras do comércio e outras, mais proactividade e actividade, sendo que esse exemplo tem sido dado por ambos os Governos e hoje em dia é muito raro assistirmos à chegada de uma empresa portuguesa ao território moçambicano, sem que tenha um conhecimento profundo do mercado e do que pretende fazer no mesmo, pois se assim não for, o risco de correr mal é bastante elevado. Um empresário português que pretenda apostar no mercado moçambicano, se o pretender fazer é imperativo que tenha o apoio de um advogado ou de uma sociedade como a CGA? Sem esse
A empresa assume o objetivo de manter a liderança e ser a mais recomendável prestadora de serviços jurídicos no mercado nacional. As mais recentes distinções – Leading Lawyer e Top Tier Firm – reafirmam essa liderança e demonstram que conquistaram na perfeição os vossos propósitos. O que significam estes prémios para a equipa da CGA? Naturalmente que ficamos bastante orgulhosos, pois ambas as distinções são realizadas por instituições e entidades extremamente reputadas no âmbito internacional da advocacia. Nestes termos, estas distinções traduzem a nossa ambição e vontade, que passa por sermos um escritório líder de mercado e importante em Moçambique. Mas não consideramos que estes prémios signifiquem sucesso. De todo. Achamos que os mesmos são indicadores muito concretos de que estamos a alcançar os nossos objectivos e que nos permite traduzir, juntos dos nossos clientes, uma garantia de confiança no serviço «made in» CGA. Isto é o que pretendemos, ou seja, garantir um nível de confiança elevado nos nossos parceiros/clientes, para que eles saibam que os serviços apresentados pela CGA são de facto de enorme valor e excelência. Para um empresário português que pretenda apostar no mercado moçambicano, que conselho/mensagem gostaria de deixar? Conhecimento do mercado e possuir um advogado de qualidade são dois factores preponderantes. Mas o mais importante é saber escolher parcerias, trabalhar com o empresariado nacional numa relação de cooperação, porque só assim terá sucesso. Se olharmos para o mercado não faltam exemplos de empresas portuguesas com parceiros moçambicanos que são bem sucedidos. É necessário compreender o mercado moçambicano, porque hoje em dia a concorrência é muita e de enorme qualidade e interessa perceber que não há investimento nem dinheiro fácil. É preciso trabalhar muito e marcar a diferença diariamente, algo que os empresários portugueses já nos habituaram.
“As nossas metas são ambiciosas e é assim que as queremos, pois só dessa forma podemos ser melhores para continuarmos no topo”
TEMA DE CAPA
A experiência tem sido extremamente positiva e é uma forma de nos projectarmos e transmitirmos a nossa experiência, em território moçambicano, a escritórios mais pequenos das províncias”
aconselhamento e orientação o risco de ser um erro aumenta consideravelmente?
Diria que sim. Não quero ser pretensioso e dizer que não há excepções. Dizer isso seria estar a ser injusto, até porque hoje em dia a estrutura moçambicana de licenciamento e processo de constituição encontra-se muito mais desenvolvida e organizada. Ou seja, não será uma condição sine qua non, mas diria que é fundamental para o investimento correr bem. Assim, não contratar um escritório de advogados ou um profissional de advocacia que conheça a realidade em Moçambique, seria, na minha opinião, um absurdo. Continuam a apostar nas parcerias com outros nomes da advocacia nacional. De que forma este fator contribui para o vosso reconhecimento nacional e internacional? Têm outras parcerias em mente para o futuro?
Claramente que sim. Como todos as indústrias existentes a nível mundial, temos de perceber que não estamos sozinhos, principalmente num mundo global. Desta forma, as parcerias são essenciais para a CGA em várias vertentes: na própria projecção da marca e conhecimento da nossa existência em Moçambique e no mundo. Por outro lado, a questão da troca de experiências, a formação e todo processo da nossa aprendizagem e vice versa, porque as parcerias, para serem salutares e positivas, funcionam em dois sentidos e no estabelecimento de relações entre países e os escritórios, permitindo assim aos clientes possuírem essa confiança. A segurança num determinado player de advocacia é fundamental e essa certeza também se cria através de parcerias. 2014 foi um ano marcante para a consolidação da marca a nível nacional e internacional, tendo funcionado em pleno como CGA. Depois de darem este passo, que balanço fazem dos primeiros meses de 2015? O que mudou internamente?
Diria que esses desideratos estão a ser cumpridos. Ainda não alcançamos o nosso último objectivo, que penso que será muito complicado de granjear porque a «baliza» está sempre a mudar, mas a nossa grande intenção é mantermo-nos como um escritório de referência e de confiança. No fundo, o nosso propósito é ser um verdadeiro escritório moçambicano, com parcerias efectivamente produtivas e que tenham, entre si, uma relação salutar. Somos uma marca forte, um importante posto de apoio aos clientes e penso que a nossa perspectiva e visão do que ocorreu até agora, 2015 e anos transactos, estão a ser plenamente alcançados. Não é fácil, mas com dedicação, transparência e integridade temos conseguido. As nossas metas são ambiciosas e é assim que as queremos, pois só dessa forma podemos ser melhores para continuarmos no topo. Em março de 2015, afirmaram numa outra entrevista à Revista Pontos de Vista que pretendiam aumentar a presença nacional. Já começaram a pensar neste projeto? O que foi realizado até então neste sentido?
Esse projecto foi iniciado, mas continua a figurar como um grande objectivo, ou seja, o de marcar presença em outras províncias do país. Temos uma parceria com um escritório de advogados da Beira, com o qual trabalhamos há mais de oito meses. A experiência tem sido extremamente positiva e é uma forma de nos projectarmos e transmitirmos a nossa experiência, em território moçambicano, a escritórios mais pequenos das províncias. O nosso fito é de expandirmos a marca CGA a outras provincias e este processo está, naturalmente, em marcha. Fácil? Naturalmente que não é, mas é um grande objectivo que temos para os próximos dois anos, ou seja, que a CGA tenha uma presença física em outros pontos geográficos de Moçambique. 22
Quando se fala em Moçambique, fala-se inevitavelmente na CGA. De que modo pretendem continuar a fazer parte da sociedade, sendo líder de mercado e um nome conhecido nacional e internacionalmente?
Creio que dizer isso é um exagero. Mas quero acreditar que falar em advocacia em Moçambique é falar na CGA. Isso sim. Claramente o desígnio CGA vem à tona e essa é a nossa perspectiva e ambição e acreditamos que seja a realidade, isto sem estar a ser pretensioso, mas tanto a nível de parcerias como com a própria Ordem dos Advogados de Moçambique, creio que o nosso nome aparece destacado. Temos feito por isso. Temos colocado em cada projecto, em cada desafio e em cada cliente e parceiro uma dedicação imensa e evidente para estarmos sempre na linha da frente. É isso que nos motiva. Qual é o futuro de Moçambique e do próprio tecido empresarial? Como é que a vossa empresa apoiará este desenvolvimento, sendo um impulso social e económico?
Por natureza tenho sempre uma perspectiva positiva sobre o país e acreditei e acredito sempre no mesmo. Se analisarmos a realidade, percebemos que existem muitos pontos a favor do país. Os segmentos do gás e da energia que têm estado a surgir, a própria vontade estatal em desenvolver a economia e o crescimento da própria massa crítica económica no seio do país são fundamentais e revelam vontades que se transformam em pilares rumo ao desenvolvimento e por isso acredito que o futuro do país seja positivo. Mas não podemos entrar em desespero, pois este caminho será longo e moroso e terá, sem dúvida, altos e baixos. Mas acredito piamente que Moçambique é um espaço onde vale a pena investir e que terá muito sucesso.
QUEM É QUEM NO INVESTIMENTO ESTRANGEIRO
A OPINIÃO DE Pedro Pereira Gonçalves , Secretário de Estado da Inovação, Investimento e Competitividade
internacionalização das empresas O Governo português definiu desde sempre como estratégia fundamental para a reconversão da economia nacional o apoio à internacionalização das empresas.
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o quadro do Programa Portugal 2020, por exemplo, existem medidas de apoio financeiro que potenciam a criação de condições para as empresas nacionais se capacitarem para o processo de internacionalização e ganharem capacidade competitiva externa. São considerados custos elegíveis, entre outros, os apoios a ações de prospeção de mercado, assistência técnica, realização de estudos, diagnósticos, auditorias, certificação, testes laboratoriais, marcas e patentes – instrumentos essenciais para empresas que pretendem lançar-se nos mercados internacionais. Espera-se que esta nova geração de apoios alargue significativamente o universo das PME exportadoras e contribua para aumentar o peso das exportações no PIB nacional. Paralelamente, os apoios à melhoria da competitividade constituem uma forma indireta de habilitar as empresas para processos de internacionalização, nomeadamente o apoio à inovação, I&D e investimento produtivo. Verifica-se igualmente uma necessidade de criar condições mais favoráveis para as operações comerciais e de investimento. Também a este aspeto o Governo deu resposta, nomeadamente através dos seguros de crédito à exportação e ao investimento (lançamento da linha PME Crescimento 2015), com garantia em nome do Estado, constituindo-se deste modo como instrumentos fundamentais para apoiar as empresas. Seja através de uma bonificação ou majoração, consoante a operação e o destino envolvam mercados-alvo que não sejam os tradicionais destinos das nossas exportações, estes instrumentos oferecem uma redução do custo daquelas opera-
ções para as empresas. Por outro lado, têm sido desenvolvidos vários esforços para melhorar a resposta às necessidades das empresas exportadoras nacionais. A este propósito, destaca-se o papel da AICEP, que tem vindo a desempenhar um papel cada vez mais relevante, e cuja ação assenta na promoção da internacionalização empresarial e do investimento enquanto one-stop-shop ou guichet único para empresas que pretendam informações económicas sobre mercados de destino, bem como apoio técnico e financeiro e ações de promoção, designadamente missões empresariais e participação em feiras internacionais. Importa salientar a maior abertura de outros parceiros institucionais críticos para o processo de internacionalização, como a Autoridade Tributária, que criou guichets próprios de atendimento mais personalizado e que permitem analisar, conjuntamente com o empresário, qual o melhor seguimento (administrativo e de pagamento) a dar aos processos. Destaco também o persistente trabalho técnico e diplomático desenvolvido pelo Ministério da Economia e pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros, particularmente, na vertente comercial e no quadro das negociações dos acordos de investimento e de comércio livre. O Acordo da Parceria Transatlântica de Comércio e Investimento (TTIP no acrónimo em inglês) é disto um bom exemplo, pois constitui, depois do GATT, o acordo mais importante para o comércio internacional. Neste âmbito, o Governo tem estado empenhado em fundar um forte diálogo com os stakeholders, com o objetivo de defender o interesse nacional e a antecipação de forças e fraquezas, de forma a viabilizar ajustamentos e maiores ganhos de eficiência externa da economia portuguesa. No âmbito do trabalho técnico e diplomático desenvolvido, deve destacar-se ainda o constante diálogo entre as autoridades nacionais e as de outros países, com o objetivo de favorecer a penetração das empresas portuguesas nos mercados dos países parceiros, sobretudo nos mercados menos maduros, em que a confiança política e institucional entre autoridades políticas e administrativas constitui, de facto, um elemento chave para o sucesso dos processos de internacionalização das empresas nacionais. O aumento das exportações portuguesas para países como a Argélia, Angola e Colômbia são exemplos do bom resultado do trabalho que tem vindo a ser desenvolvido. O Governo de Portugal e a Administração Pública portuguesa têm dedicado especial atenção ao apoio à internacionalização das empresas portuguesas, trabalhando todos os dias com a ambição de alcançar uma maior competitividade externa do país, traduzida numa conquista progressiva e sustentável de novos e melhores mercados. Este é, sem qualquer dúvida ou hesitação, o que consideramos ser o caminho do sucesso da nossa economia. 24
QUEM É QUEM NO INVESTIMENTO ESTRANGEIRO
A mestria de não fazer duas Leicas iguais Em Vila Nova de Famalicão vive-se história, tradição, fotografia e excelência. Na zona industrial da cidade, há uma fábrica que chama a atenção pela sua dimensão, originalidade e modernização. Falamos da Leica Portugal, uma marca com uma notoriedade internacional e cujos produtos fazem jus ao nome e a toda uma equipa que trabalha diariamente para oferecer ao mercado qualidade e unicidade. A Leica é sinónimo de máquinas fotográficas e aparelhos de observação com a máxima qualidade. Assim, e com a curiosidade a que o jornalismo obriga, a Revista Pontos de Vista foi conhecer as estórias desta empresa pelas mãos de Carlos Mira e Pedro Oliveira, respetivamente Administrador-Geral e Administrador Técnico da marca em território português.
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á precisamente 42 anos, os irmãos Leitz decidiram fazer uma viagem por vários países. O objetivo era encontrar uma sociedade que lhes permitisse produzir com a excelência a que sempre habituaram os apaixonados pela fotografia de qualidade. Em Portugal, percorreram as regiões de norte a sul do país. Dita a lenda que em Braga reza-se e no Porto trabalha-se. Então, e encantados com a competência singular dos portugueses, decidiram construir uma fábrica entre as duas cidades. Encontraram uma localidade que se mostrava perfeita. Com a presença da Boa Reguladora, fábrica conhecida e reconhecida pelos seus relógios que pautam pela tradição e qualidade, os irmãos Leitz perceberam que aí haveria pessoas com a habilidade e precisão necessárias para ser parte da história da Leica. Vila Nova de Famalicão foi, assim, incumbida de assumir a responsabilidade de fazer parte de uma marca alemã que, já na altura, completava 58 anos de existência. Desde então, o sucesso tem crescido da mesma forma que cresceu a equipa, o prestígio e a inovação. A fábrica, que surgiu em Portugal apenas com cinco colaboradores, tem atualmente mais de 600. Carlos Mira acredita que são estes a grande mais-valia da marca. São pessoas que cresceram com a empresa, muitas delas com tantos anos de casa como a própria fábrica em Portugal. A experiência e o conhecimento são inigualáveis, até porque no setor de produção de máquinas fotográficas e aparelhos de observação, como miras, monóculos e binóculos, a Leica é única em Portugal. O administrador-geral da marca explica que a fábrica tem sido uma “escola” para todos os seus colaboradores. Estes, por sua vez, retribuem com a competência e o know-how que não existe noutro país. Sendo o grande “trunfo” da Leica Portugal e não só, criam aparelhos únicos. Sim, únicos, porque segundo Pedro Oliveira “quem tem uma Leica, tem uma máquina única”, “não há duas iguais”. E porquê? Porque são todas elas, peça a peça, feitas à mão. E é este fator que permite “ditar a diferença no detalhe e no pormenor”, que nunca poderia ser alcançado através de processos automatizados. “Nós aqui não temos robots a criar máquinas, temos pessoas”, reitera Carlos Mira. E é este, sem dúvida nenhuma, o elemento diferenciador de uma marca internacional que desenvolve produtos únicos e excecionais, conhecidos por não existir concorrência possível e marcas que se assemelhem a esta qualidade e mestria. A pintura, essa, é “artística e manual”. Com uma precisão que espanta, os profissionais Leica preenchem cada canto das máquinas e aparelhos de observação com a mesma tonalidade, capazes de
PEDRO OLIVEIRA E CARLOS MIRA
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“Bem, é agora meio dia e meio. Vamos terminar com isto. Eu decido, vamos arriscar”. Esta frase parece banal, mas é tudo menos isso. Ficou conhecida por ser a chave para a entrada da Leitz no mercado das máquinas fotográficas, quando Ernst Leitz II aceitou comercializar a máquina de pequeno formato de Oskar Barnack.
causar inveja a qualquer máquina de pintura. Por outro lado, o material utilizado não é o mesmo que se vê noutros produtos da mesma gama, mas de marcas diferentes. O plástico é coisa que não se vê na Leica. “Nós usamos metal. Pode ser magnésio, latão ou alumínio”. Depois vem a parte talvez mais importante de uma máquina fotográfica ou objeto de observação: a ótica, “a nossa maior competência e o que nos distingue” de todas as outras marcas, garante o administrador-geral. Feita de raiz em Portugal, através de vidro prensado, é cuidadosamente trabalhada. Carlos Mira explica-nos que é essencial atingir a perfeição. Numa peça onde qualquer partícula pode estragar toda a sua funcionalidade é perentório ter o conhecimento e os métodos necessários para evitar problemas maiores. E é por todas estas razões que os produtos Leica, mais do que qualidade, têm a vantagem de durar uma vida. “Hoje reparamos máquinas fotográficas de 1950, a nossa concorrência não faz isso”, garante o administrador-geral. E acrescenta: “podemos pegar numa objetiva de 1950, de uma Leica M, e colocá-la numa M digital que foi produzida hoje”. Até porque a qualidade mantém-se. Quem o afirma é o próprio Carlos Mira, orgulhoso por ser parte de uma marca que produz as “melhores objetivas do mundo”. Portugal, o braço direito da Leica Se no início Portugal era um complemento da casa-mãe na Alemanha, atualmente a fábrica de Famalicão é parte fulcral na continuidade da Leica. O know-how dos colaboradores é hoje imbatível. Por isso mesmo, as máquinas fotográficas Leica são feitas em território português, indo para a fábrica alemã apenas para revestimento e colocação dos sensores. Já as miras telescópicas, monóculos e binóculos são totalmente “made in Leica Portugal”, afirma Pedro Oliveira. E os portugueses bem podem orgulhar-se destes últimos produtos, que estão “no topo” daquilo que são aparelhos de observação, garante Carlos Mira. A Alemanha, por sua vez, é responsável pela investigação, desenvolvimento, distribuição, marketing e vendas. Contudo, o objetivo da Leica Portugal passa por assumir essas mesmas responsabilidades em plena fábrica de Famalicão. E a primeira pedra já foi lançada. “Há dois meses, começámos com uma pequena secção a desenvolver binóculos”. É “o primeiro passo para um dia mais tarde termos esta parte” a funcionar a 100%, reitera Carlos Mira. “O nosso objetivo é criar uma secção capaz de desenvolver máquinas fotográficas”. Por outro lado, o administrador-geral assume o desejo de ver a fábrica assumir funções na vertente de vendas. No que diz respeito à produção, sente a responsabilidade de “continuar a corresponder aos objetivos do grupo”. “Não podemos adormecer num sucesso qualquer
MONÓCULO LEICA
PRIMEIRA MÁQUINA DIGITAL – LEICA S1
que tivemos. O nosso maior desafio é continuar. Ter sucesso num produto e começar a pensar já no próximo”, defende. Mas não há dúvidas de que os portugueses continuam a merecer a confiança da casa-mãe. E a prova disso é, segundo o Carlos Mira, o investimento que a Leica fez na nova fábrica, inaugurada há dois anos, momento que mereceu a presença do Presidente da República Aníbal Cavaco Silva e do Vice-Primeiro-Ministro Paulo Portas e uma rua com o nome da marca. Num mercado onde a tecnologia está em inovação constante, era premente criar um espaço que “nos deu, essencialmente, a possibilidade de produzir a qualidade que nos é exigida”. Assim, é possível continuar a criar excelência e tradição nesta que é a única fábrica que ainda produz máquinas fotográficas analógicas. Leica em constante progresso Conhecida mundialmente pelas suas máquinas fotográficas, a Leica é, no entanto, isso e muito mais. Carlos Mira deseja acabar com o mito de que a marca é apenas uma empresa de de27
“Um olho do fotógrafo está bem aberto, a olhar pelo visor, o outro, fechado, está a olhar para dentro da própria alma”. Henri Cartier-Bresson, fotógrafo, autor da imagem “Derrière la Gare Saint-Lazare, Paris”
senvolvimento de máquinas fotográficas. Não esquecendo que esta área tem dado prestígio e singularidade ao nome Leica, é impossível descartar os aparelhos de observação produzidos em Portugal e com a mesma excelência e qualidade, conceitos pelos quais a marca se tem distinguido. Excelentes para avistamento de animais e até para quem pratica golfe, os monóculos e binóculos são meticulosamente desenhados, de forma a atingir a perfeição indispensável. Por outro lado, as miras telescópicas, “com uma ótica complexa”, são a prova de que a equipa Leica está sempre pronta para novos desafios e tem a capacidade e competência adequadas para a criação de um objeto tão importante para a caça. Carlos Mira
QUEM É QUEM NO INVESTIMENTO ESTRANGEIRO
“Não fui eu que escolhi a fotografia, foi a fotografia que me escolheu a mim”. Ilse Bing, fotógrafa, conhecida pelas perspetivas ousadas e originalidade dos temas escolhidos.
“A guerra civil espanhola ofereceu a [Robert] Capa a sua primeira oportunidade para lutar contra o totalitarismo nas trincheiras usando uma arma poderosa – a Leica”. Alex Kershaw, biógrafo de Robert Capa
conta que a sua produção atinge o auge na época de caça nos Estados Unidos da América, consequência do conhecimento e experiência da equipa portuguesa. Contudo, e admitindo a importância destes produtos para a marca, é impossível não referir a Leica T, uma máquina lançada em 2014 e que extravasa na inovação. “É uma máquina completamente inovadora no que diz respeito à sua concessão, foi a primeira máquina fotográfica feita mundialmente com o conceito unibody”, explica Pedro Oliveira. Toda a parte exterior da máquina é feita através de um único bloco de alumínio. Por dentro, é toda ela funcional, garante o administrador técnico. “Tem um sistema de touchscreen que funciona quase como um Iphone, o que foi uma novidade para nós”, continua Carlos Mira. Num futuro próximo, e sem avançar muitos pormenores, o administrador-geral garante que outras novidades surgirão. Até porque num mercado em constante agitação, é inevitável que as empresas continuem a criar e a desenvolver. Pedro Oliveira assume que a Leica tem de “adaptar-se ao futuro do utilizador e à evolução tecnológica”. O fenómeno da ‘smartphonisation’, designação cada vez mais ouvida no seio das empresas ligadas à tecnologia, não deve ser esquecida, explica o administrador técnico. Portanto, os objetivos da marca passam por criar produtos que, “com toda a nossa tecnologia e smartphonisation que vem aí, consigam ditar o mesmo prazer de fotografar e proporcionar imagens únicas”. Na sua opinião, este é um elemento fundamental nos produtos Leica, que sempre permitiram “fotografias icónicas”, cuja história passa pela fusão entre a beleza da arte e a competência das Leicas. Leica lado a lado com a história mundial “Falar de fotografia sem mencionar a Leica é impossível”. É assim que reage Carlos Mira quando questionado sobre a relação da marca com a história da arte fotográfica. A empresa, que nasceu com o nome Leitz, o mesmo que o do fundador, e produzia microscópios altamente desenvolvidos, lentes e binóculos, comemora este ano um século de vida. “E a fotografia apareceu quase ao mesmo tempo”. Foi uma empresa que esteve sempre na 28
vanguarda e acompanhou os passos da fotografia, crescendo e evoluindo em conjunto. A primeira máquina fotográfica de pequeno formato foi comercializada pela marca. Com a característica de ser portátil, revolucionou toda a essência da fotografia. Com o nome de Ur-Leica e concebida por Oskar Barnack, este produto impulsionou não apenas a notoriedade da empresa, mas também uma nova forma de fotografar. A facilidade na transportação da máquina tornou-se numa mais-valia. O momento era, agora, a paisagem dos fotógrafos. E foi neste contexto que a Leica acompanhou os momentos mais importantes da história da Humanidade. Alguns dos momentos Leica… A 14 de agosto de 1945, o Japão rendeu-se e assumiu a sua derrota perante os Estados Unidos da América. A guerra tinha chegado ao fim e as ruas enchiam-se de pessoas que queriam celebrar o momento. Alfred Eisenstaedt quis mais do que isso. Enquanto todos comemoravam, o fotógrafo quis eternizar o momento. Com a sua Leica em punho, olhou de repente para um marinheiro que beijava uma enfermeira ao acaso, apenas porque não conseguia conter a alegria que a liberdade transmitia. A fotografia ficou gravada na história com o nome “V-J Day in Times Square” depois de aparecer na capa da revista Life. Eisenstaedt chegou a afirmar que “quando um dia chegar ao céu, apenas essa fotografia será recordada”. As gerações mais novas nem chegaram a conhecê-lo, mas, independentemente das idades, todos têm uma imagem bem definida de Che Guevara. Barba e cabelo quase a atingir os ombros, boina militar basca, olhar sério. Esta fotografia correu – e ainda corre – o mundo, é partilhada vezes sem conta e gravada nos muros dos mais diversos países. É já símbolo da revolução e da luta por um regime político digno. Contudo, poucos sabem que esta imagem icónica, “O guerrilheiro heróico”, foi conseguida pelo fotógrafo cubano Alberto Korda, com uma Leica, a 5 de março de 1960, no funeral de quase 100 vítimas do atentado ao vapor francês “La Coubre”. Estamos em 1972, em Trang Bang, Vietname do Sul, a 68km de Saigão. Bombas de napalm tornaram a aldeia num inferno. O fogo esmorece o
“A verdade é a melhor imagem”. Robert Capa, autor da imagem “Falling Soldier”
corpo e a alma de quem lá vive. Nesse momento, Huynh Cong Út, mais conhecido por Nick, vê crianças a fugir, na tentativa de se salvarem de tamanho sofrimento. O seu foco vai para Kim Phúc, uma menina de nove anos nua e de braços abertos, que corre com o desespero no rosto. Tirou a fotografia e foi em seu socorro, sem saber que tinha acabado de eternizar uma imagem, que, pela forma como retrata a dor da criança em situações de guerra, obrigou a uma dura reflexão da sociedade e dos seus governantes. Nick foi galardoado com o prémio Pulitzer pela fotografia, intitulada “Kim Phúc – Napalm against Civilians”, mas a história desta imagem é, talvez, o seu maior galardão.
Onde podemos encontrar uma verdadeira Leica? Atualmente, a marca ainda não dispõe de Leica Stores em Portugal. Contudo, pode encontrar os seus produtos em Lisboa, na Grouse, uma loja autorizada, direcionada para artigos de caça. Na mesma cidade, em Alvalade, pode encontrar ainda uma Boutique Leica, um espaço no interior da loja Colorfoto, que permite aos apaixonados pela marca conhecer todas as suas novidades. Carlos Mira afirma ainda que apostar no comércio local, de forma a que a marca abranja as várias regiões do país, é um objetivo em que têm vindo a pensar.
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QUEM É QUEM NO INVESTIMENTO ESTRANGEIRO
Subtraia riscos, multiplique sucessos Presente em Portugal desde 2003, a CESCE é uma marca com mais de 40 anos de experiência e conhecimento. Foca o seu dia-a-dia na busca constante de novas opções que promovam a facilidade de internacionalização empresarial, com uma gestão adequada dos riscos consequentes e soluções integrais de crédito e caução. Rita Lacerda, Diretora-Geral da CESCE em Portugal, deu-nos a conhecer esta empresa espanhola, que tem impulsionado o investimento português no estrangeiro. A CESCE surgiu em 1970 por iniciativa do Estado Espanhol e das principais instituições financeiras do país. Desde então, foi responsável pela presença nacional em numerosos projetos além-fronteiras. Atualmente permite que também outros países, incluindo Portugal. Podemos dizer que a CESCE é uma forte alavanca para a internacionalização?
RITA LACERDA
A CESCE é a líder de um grupo de empresas cujo objetivo comum é conceder segurança às relações comerciais, através da gestão integral do crédito comercial, da informação e da tecnologia. A CESCE tem três linhas principais de atividade: oferece soluções integrais de crédito e de caução para empresas, faz a gestão do risco de crédito para a internacionalização das empresas e contribui com informação e serviços especializados às empresas. Em todos estes anos, a CESCE desenvolveu uma identidade como consultora do risco comercial que acompanha e aconselha as empresas ao longo do seu ciclo de negócio. Por essa razão, desenvolveu soluções únicas e personalizadas para facilitar o acesso das empresas ao crédito e gerir adequadamente os seus ativos corporativos. Estes instrumentos proporcionam às empresas a flexibilidade necessária para contar com os próprios recursos, para assumir os seus compromissos e impulsionar os projetos de internacionalização. Como referiu, os grandes objetivos da marca passam por facilitar a internacionalização das empresas e oferecer ferramentas flexíveis que permitam o fácil acesso aos mercados, reduzindo os riscos associados. O que pode esperar uma empresa que procure os vossos serviços no sentido de a apoiar na sua entrada noutros países?
A experiência diz-nos que as empresas exportadoras procuram, acima de tudo, resolver duas situações: solidez financeira e clientes solventes. Perante estas condições, adaptámos as nossas soluções às necessidades reais dos mercados e às especificações particulares das empresas. Apoiamos os nossos clientes, procurando empresas solventes para onde podem exportar, mantendo uma monotorização e vigilância dos riscos e dando a possibilidade de transferir o risco para cobertura de seguro de crédito. Para além disso, nos últimos anos, muitas empresas acusaram a complexa conjuntura económica, o que nos levou a estabelecer condições de contratação mais acessíveis, de acordo com a sensibilidade do mercado, e a desenvolver soluções integrais, flexíveis e adaptadas à nova realidade empresarial e dos mercados. Por exemplo, desenvolvemos a CESCE MASTER OURO e criámos, para o mercado espanhol, a CESCE Fundo de Apoio a Empresas, um novo canal não bancário que facilita o acesso ao financiamento através do desconto de faturas comerciais, com juros muito competitivos (2,75%). A CESCE Master Ouro é um produto que têm vindo a desenvolver e que, sendo uma solução inovadora
tra a região. Se tivermos em atenção estes fatores, tomar a decisão de internacionalização pode ser relativamente fácil.
e de excelência, é direcionada para empresas portuguesas. O que pode dizer-nos sobre esta aposta?
A CESCE evoluiu nos últimos anos de uma seguradora de crédito a uma consultora, um processo de mudança configurado na solução global CESCE MASTER OURO. Esta solução renovou a natureza do seguro de crédito, rompeu com o princípio da globalidade e multiplicou o caráter inovador dos instrumentos que oferecemos ao mercado. A CESCE MASTER OURO conta com um amplo leque de ferramentas, que se ajustam a uma solução integral, para se adaptar às necessidades de cada empresa: gere, de forma inteligente e eficiente os riscos de crédito em todas as fases do ciclo, empresarial e configura na sua estrutura uma ampla carteira de serviços adicionais e específicos, desde a prospeção de novos clientes solventes aos que pode vender e o acompanhamento no que diz respeito aos riscos comerciais, até à gestão das cobranças ou à indemnização em caso de faltas de pagamento e o acesso a diferentes canais de financiamento. A CESCE põe à disposição dos seus clientes duas soluções: a FullCover, que é a cobertura da totalidade da sua carteira a crédito, e a Pay Per Cover, onde os nossos clientes não têm a obrigatoriedade de cobrir toda a carteira de devedores e podem decidir que riscos e em que momento transferem a cobertura para a CESCE. O nosso produto CESCE MASTER OURO tem a particularidade única no mercado de garantir 95% das faturas dos nossos clientes tanto em mercado externo como mercado interno, de pagamento das indemnizações, em caso de sinistro em dois meses, e não tem qualquer limite máximo de indemnização anual. Os diferentes mercados económicos têm riscos diferenciados, que podem provocar constrangimentos às empresas que assumam a internacionalização como um plano empresarial. Neste sentido, de que riscos estamos a falar? De que modo pode a CESCE ser uma boa aliada, de forma a diminuir esses mesmos riscos que as empresas enfrentam?
A CESCE faz a distinção e parametrização dos vários riscos: comerciais, de transferência e conversão, de expropriação e nacionalização, de riscos de guerra e violência política. Perante estes riscos exponenciais, a CESCE oferece soluções específicas para personalizar a gestão de cada uma das necessidades dos seus clientes, englobadas na solução integral CESCE MASTER OURO, solução assente em ferramentas idóneas para a internacionalização, como por exemplo, Prospeção de Mercados, GRS Global, Serviço Risco País e RiskManagement. Através do acompanhamento nas várias fases de negócio das empresas e da tomada de decisões conjunta, têm sido o parceiro ideal das marcas que procuram não só a internacionalização, mas também o crescimento sustentável e ponderado. Em Portugal assumiram este papel em 2003, aquando da criação de uma sucursal na cidade do Porto. Como têm apoiado as empresas portuguesas neste contexto?
A CESCE oferece às empresas portuguesas uma oportunidade para manter um crescimento sustentável e ponderado, através de apoio e serviços em todas as fases da sua atividade comercial, de uma forma modular. A CESCE ajuda o cliente a identificar o seu problema e propõe-lhe uma
De que forma a decisão de ter um parceiro de negócio que conheça bem os riscos e que assegure os créditos associados à aposta nos mercados externos pode ser uma mais-valia para as empresas portuguesas? Podemos dizer que um trabalho conjunto com a CESCE pode impulsionar a competitividade, notoriedade e crescimento internacional?
“A CESCE faz a distinção e parametrização dos vários riscos: comerciais, de transferência e conversão, de expropriação e nacionalização, de riscos de guerra e violência política “ solução. A realidade do mercado mostra que todas as empresas com atividade comercial têm de enfrentar desafios, dificuldades, imprevistos, decisões de creditmanagement, encontrar clientes solventes, decidir as condições de venda, fazer o seguimento dos seus clientes, decidir o que fazer com o risco de crédito, estabelecer um protocolo para recuperar os valores em dívida e financiar as necessidades de circulante que gera o crédito a clientes. Seja no contexto da exportação ou na decisão de marcar presença noutros países, as empresas portuguesas correm riscos ao entrar nos mercados externos. Quais são os obstáculos mais frequentes? Como interfere a CESCE neste sentido?
A CESCE, como empresa especializada no seguro de crédito à exportação, conhece perfeitamente os riscos resultantes da expansão comercial e as necessidades das empresas na gestão do crédito. Além disso, a natureza do nosso negócio, ativo há mais de 40 anos, permite-nos conhecer, em primeira mão, as circunstâncias políticas do mundo e manter um contacto direto e permanente com todos os países que ofereçam oportunidades às empresas portuguesas. Um processo de expansão comercial deve estar focado no conhecimento dos mercados, na procura de parceiros locais solventes, conhecendo as conotações culturais, sociais e económicas que atravessa o país e o contexto em que se encon31
A CESCE colocou sempre à disposição dos seus clientes soluções únicas que lhes permitem desenvolver as suas estratégias comerciais, com especial ênfase na inovação e expansão comercial, e fortalecer um crescimento necessário para enfrentar a globalidade do mercado, entre outros obstáculos. Encontrar novos clientes, vender mais para os clientes de menor risco ou com preço mais alto para clientes de maior risco, fazer a vigilância de riscos, transferir os riscos de crédito para a Seguradora, receber indemnização em caso de incumprimento dos devedores e ter acesso a um serviço único de cobrança e recuperação de créditos são alguns dos serviços de assessoria que os nossos clientes têm na CESCE e que impulsionam certamente a competitividade, notoriedade e crescimento internacional. Presentes em Portugal há mais de uma década, qual é o balanço que podem fazer? Foi uma aposta bem-sucedida? De que forma o país será parte crucial no crescimento da CESCE no futuro?
O mercado português criou uma oportunidade para a CESCE desde que decidimos abrir a primeira sede corporativa no Porto, em 2003, e, mais tarde, em Lisboa, em 2005. Portugal conta com uma forte estrutura comercial internacional, sobretudo em países com afinidades culturais e linguísticas como o Brasil, Angola ou Moçambique, que necessitam de uma cobertura de riscos e uma oferta de seguro de crédito à exportação maior do que as oferecidas pelas entidades bancárias. Os desafios que nos propusemos foram a consolidação na oferta e implementação das soluções que desenvolvemos em Espanha e em outros mercados. Foi com certeza uma aposta bem-sucedida num mercado difícil como o português, mas com muitas semelhanças comparativamente com o mercado espanhol, o que nos proporcionou a possibilidade de utilizar a mais-valia da experiência que temos de mais de 40 anos neste setor. Qual é o balanço que fazem da vossa aposta forte em proporcionar aos clientes uma transversalidade de produtos e serviços, adequados a cada empresa e mercado?
Dada a importância da internacionalização empresarial, um dos nossos objetivos prioritários é manter a transversalidade dos nossos produtos e serviços. Desta forma, podemos proporcionar aos clientes um acompanhamento integral global em qualquer parte do mundo. Durante os últimos anos, a CESCE impulsionou o seu crescimento nos seus principais mercados de atividade e posicionou-se como alternativa fiável e sólida para as empresas que querem internacionalizar-se, principalmente para a América Latina, onde a CESCE fez um grande esforço de integração na gestão das suas filiais. Além de Portugal, Espanha e França, a CESCE está também presente no Brasil, México, Argentina, Venezuela, Colômbia, Chile e Perú.
Quem é Quem no Investimento Estrangeiro
“Foi uma boa opção apostar diretamente no mercado português” É líder mundial em lentes intra-oculares para cirurgia refrativa (miopia, hipermetropia e astigmatismo) e é constantemente reconhecida pela qualidade e pelo perfil inovador dos seus produtos nesta área. Mas estas posições de prestígio não fazem com que a Ophtec fique “à sombra” dos resultados obtidos. Pelo contrário. Este gigante holandês, que está ainda presente em países como Japão, EUA, Coreia, África do Sul, Espanha ou Alemanha, entre outros, chegou a Portugal através de uma subsidiária e esta tem sido, apesar da crise económica, uma aposta ganha, tal como referiu Sandra Bayan, General Manager da Ophtec Portugal: “a subsidiária portuguesa foi recebida com muito agrado pelos profissionais do setor”. A Oftalmologia é, sem dúvida, uma das especialidades médicas em que a evolução ocorre de modo mais rápido no que diz respeito aos fármacos, produtos e técnicas cirúrgicas. É um constante desafio para a Ophtec conseguir acompanhar estas permanentes mudanças? É esta capacidade que vos tem tornado ímpares e diferentes da concorrência?
A Oftalmologia é, sem dúvida, uma área onde se assiste com frequência ao lançamento de novos produtos e ao aperfeiçoamento de técnicas cirúrgicas. O oftalmologista é um profissional que está muito dependente de tecnologia que lhe permita facilitar um diagnóstico mais preciso e um procedimento cirúrgico cada vez mais seguro e eficaz para o paciente, ao contrário de outras especialidades médicas. A Ophtec, na sua área de especialidade, está atenta a todas as necessidades que o mercado demanda, quer pelo lado dos profissionais da área, quer por parte dos pacientes. O nosso Departamento de R&D (Investigação e Desenvolvimento) colabora em estreita parceria com cirurgiões de todo o mundo, experts nas diversas subespecialidades da oftalmologia, bem como com universidades, para o desenvolvimento de novas tecnologias. Com a atenção no mercado português, neste primeiro semestre de 2015, que balanço é possível fazer?
Atravessamos uma importante crise financeira que se reflete em todos os setores da nossa sociedade. A saúde, à semelhança de outros setores, sofre também com os cortes orçamentais e, em paralelo, os pacientes têm menos disponibilidade económica. Neste momento, pede-se às instituições e aos profissionais que prestem o melhor serviço, mantendo os mesmos padrões de qualidade mas com menos recursos. Por consequência, os fornecedores da indústria (farmacêutica, de equipamentos e dispositivos médicos) têm também que colaborar neste esforço que obriga muitas vezes a diminuir as suas margens de comercialização, à colocação de material à consignação (de empréstimo) e a suportar prazos de pagamento alargados. De qualquer forma, e apesar de assistirmos a uma diminuição do número total de cirurgias, a Ophtec continua a crescer de forma sustentada, em grande parte, devido às características distintivas dos produtos que comercializa. Em 2014 decidiram entrar no mercado da catarata. Porquê esta aposta? O facto de em Portugal existirem cerca de 170 mil pessoas a padecerem deste problema, sendo que, de acordo com a Direção-Geral de Saúde, 6 em cada 10 pessoas com mais
SANDRA BAYAN de 60 anos apresentam sinais da doença, pesou nesta decisão?
As cataratas (opacificação do cristalino – lente natural do olho) são a principal causa de cegueira a nível mundial. O único tratamento para as cataratas é a extração, através de cirurgia, do cristalino e a sua substituição por uma lente artificial. Atualmente, estima-se que se efetuem 22 milhões de cirurgias por ano em todo o mundo, tornando-o um dos procedimentos mais frequentes e mais seguros e, talvez, aquele que provavelmente trará resultados mais satisfatórios. A World Health Organization estima que, em 2020, este número atinja as 32 milhões de cirurgias, pois assistimos, nos países industrializados, a grandes alterações na demografia que se vão acentuar nos próximos anos. A população, está a envelhecer e a faixa etária acima dos 65 anos está a aumentar de forma dramática. No entanto, são ainda pessoas física e socialmente ativas e que pretendem manter uma boa qualidade de vida. Para além disso, verifica-se também que pacientes mais jovens (45-55 anos) desejam submeter-se a cirurgia de catarata para se libertarem do uso de óculos ou lentes de contacto. Naturalmente que estes factos pesam nas decisões que a empresa toma, no que respeita à escolha dos segmentos de mercado onde pretende atuar. E este é, sem dúvida, um segmento bastante atrativo. Estamos a complementar o nosso portefólio de lentes premium para cirurgia da catarata. (Lentes premium são lentes que permitem, para além de eliminar a catarata, corrigir outras deficiências de visão como a miopia, hipermetropia e presbiopia ou vista cansada). Neste momento, um dos principais desígnios da marca consiste em conquistar e reforçar uma posi32
ção de destaque no mercado das lentes Premium de catarata. O que tem sido feito nesse sentido?
Temos trabalhado de forma ativa com instituições de referência e cirurgiões que se têm disponibilizado a desenvolver, de forma independente, trabalhos científicos, para aferir a eficácia pós-cirúrgica dos diversos produtos. Alguns destes trabalhos são publicados em revistas da especialidade e são também apresentados em reuniões e congressos, nacionais e internacionais. Estes dados são importantes, por um lado para a empresa, pois valida a tecnologia desenvolvida, e por outro para mostrar que a oftalmologia realizada em Portugal atingiu um patamar de excelência competitivo a nível europeu. Esta marca tem procurado melhorar significativamente a qualidade e segurança dos serviços de saúde prestados a nível nacional. Neste sentido, que balanço é possível fazer do projeto com o cunho da Ophtec relacionado com a rastreabilidade e Identificação Única de Dispositivos Médicos (DMs)?
Sim, para nós a segurança é, de facto, uma prioridade e, por isso, decidimos investir nesse projeto de Rastreabilidade e Identificação Única de DMs. Continuamos a trabalhar ativamente e contamos ter concluído a primeira fase no último trimestre deste ano. A este nível, no rastreio de todos os Dispositivos Médicos usados pelas unidades de saúde, como é que Portugal está comparativamente com outros países?
A rastreabilidade dos DMs tem por objetivo garantir a segurança dos pacientes e dos profissionais de saúde. Os fabricantes e distribuidores de DMs são obrigados a manter registo e a seguir o comportamento do seu produto no mercado. Esta é uma prá-
tica corrente e já implementada no nosso país desde há alguns anos. O sistema começa a apresentar falhas quando falamos da identificação única dos DMs que nos permite a vigilância pós-mercado e a correlação direta entre produto e paciente nas instituições de saúde. Este tema tem sido debatido com regularidade na UE pelos Ministros da Saúde europeus, por forma a criar legislação que permita esta identificação única de cada DM, transversal a todos os países. Temos por esse mundo fora, dos EUA à Austrália, no Brasil, Coreia, entre muitos outros países, excelentes exemplos de rastreabilidade e identificação única de DMs. Em Portugal, há, nesta área, algumas iniciativas individuais que não utilizam nem a tecnologia disponível para o efeito, nem os padrões de classificação uniformizados internacionalmente Estamos perante uma empresa holandesa mas com presença um pouco por todo o Mundo, com subsidiárias que detém em países como EUA, Portugal, Japão, Coreia, África do Sul, Espanha e Alemanha, e com distribuidores localizados na América Latina, África, Europa e Ásia. Qual tem procurado ser a vossa atuação nos principais mercados onde estão presentes?
Essencialmente, pretendemos disponibilizar ao maior número de pessoas e aos profissionais de saúde as nossas soluções técnicas. Acreditamos nas mais-valias dos nossos produtos e nos benefícios que podem trazer na saúde visual da população em geral. Não há uma lente intra-ocular que sirva todos os pacientes e é importante que os cirurgiões tenham diversas hipóteses de escolha, para poderem adequar o que melhor serve cada um dos seus pacientes. A nível mundial, este gigante holandês tornou-se num dos principais players na área da oftalmologia. Através de uma subsidiária, a multinacional decidiu apostar em Portugal. Tem sido garantidamente uma decisão validada pelo sucesso? Neste processo de entrada no mercado nacional, quais foram os principais entraves?
Sim, foi de facto uma boa opção apostar diretamente no mercado português. Não sentimos qualquer entrave, muito pelo contrário, a subsidiária portuguesa foi recebida com muito agrado pelos profissionais do setor. A marca já era conhecida em Portugal, pois desde os anos 90 que estava representada indiretamente através de distribuidores. No entanto, e para podermos oferecer um serviço de maior qualidade junto dos profissionais da área, houve a necessidade de entrar diretamente no mercado português. O facto de a empresa estar presente localmente permitiu-nos a oferta de um serviço de excelência, de acordo com os padrões que a marca Ophtec defende, bem como o apoio científico e técnico que os profissionais da área demandam. De que forma a atual conjuntura financeira do país tem tido um impacto significativo nos negócios da empresa? Este é o momento certo para investir em Portugal?
É sempre o momento certo para investir, desde que se apresentem ao mercado projetos e/ou produtos inovadores, com elevado potencial de crescimento. É fundamental analisar previamente o mercado e identificar necessidades não satisfeitas. Se estamos seguros dos benefícios e mais-valias que poderemos vir a oferecer, o risco é menor. Naturalmente, o país encontra-se numa conjuntura económica desfavorável, mas em tempos de crise
não se podem baixar os braços. Temos que gerir, de forma inteligente, com os recursos de que dispomos, contornando da melhor forma as dificuldades com que nos deparamos. A Ophtec tem ainda procurado desempenhar um papel ativo no complemento da formação dos profissionais desta área. Fazendo um paralelo com profissionais de outros países, quais são as principais falhas que verificam a este nível?
De facto, temos tido um papel ativo na formação dos profissionais da área. Esta passa pela organização, quer em Portugal quer no estrangeiro, de workshops e sessões de treino com os nossos produtos. Estas ações permitem a introdução e aperfeiçoamento de técnicas cirúrgicas específicas. A Ophtec requer a certificação de todos os cirurgiões que pretendam utilizar os nossos produtos do segmento cirurgia refrativa. Desta forma, garantimos a excelência do serviço prestado aos pacientes. A oftalmologia portuguesa está atualmente na vanguarda do que de melhor se faz na Europa e no mundo, mas há áreas muito específicas, em particular das doenças raras, para as quais não dispomos de experts, pelo que temos que recorrer a especialistas de outros países. Sendo uma empresa que está na vanguarda da qualidade e da inovação, que novidades podemos esperar da Ophtec até ao final do ano?
Prevemos o lançamento de um novo produto para o segmento catarata e a extensão da linha de refrativa, o que nos vai permitir alargar a nossa oferta a segmentos não abrangidos até agora. Conseguiremos, assim, consolidar a nossa posição de liderança no mercado da cirurgia refrativa em Portugal e conquistar um lugar de destaque no mercado da catarata. Para os próximos anos, a estratégia global da Ophtec está definida. Passa claramente por reforçar o portefólio de produtos que sirvam todas as áreas cirúrgicas, desde a catarata à refrativa. A médio prazo, quais são os principais objetivos?
Estamos neste momento com uma série de novos produtos, já em fase final de registo nas entidades competentes, e outros em fase de finalização de estudos clínicos, pelo que nos próximos três anos prevemos o lançamento de uma mão cheia de novas lentes. Dentro do segmento da saúde dos nossos olhos, em termos globais, quais serão os grandes desafios para o futuro? A Ophtec está claramente apta para os enfrentar?
Genericamente falando, os maiores desafios que se colocam passam pelo desenvolvimento de técnicas (equipamentos) de diagnóstico cada vez mais rigorosas, que permitam ao médico a execução de uma avaliação muito precisa das patologias. No que se refere às técnicas cirúrgicas, as tendências vão no sentido de aumentar a segurança e eficácia, tanto para o cirurgião quanto para o paciente. A uniformização de procedimentos, a ser possível, facilitará a aprendizagem aos novos médicos, o que é importante, pois com o aumento exponencial da população, há necessidade de dispormos de mais especialistas. Também a exigência por parte dos pacientes é cada vez maior, principalmente nas faixas etárias mais jovens, pelo que todas as novas lentes intra-oculares que surjam no mercado devem possuir a tecnologia necessária para se obter a visão (quase) perfeita. 33
ENSINO PROFISSIONAL
“Queremos garantir que existe um mecanismo que promova a qualidade” Está na presidência da Agência Nacional para a Qualificação e o Ensino Profissional (ANQEP) desde final de 2011 e, desde logo, Gonçalo Xufre Silva assumiu este cargo com duas grandes bases de trabalho: manter tudo o que foi feito de positivo e melhorar o que pode vir a ser melhorado. Decorridos sensivelmente quatro anos, os resultados enformam um balanço que o responsável dá como “positivo”. Ultrapassando as vicissitudes encontradas pelo caminho, a ANQEP tem assumido a responsabilidade de coordenar a execução das políticas de educação e formação profissional de jovens e adultos e garantir o desenvolvimento e a gestão do sistema de reconhecimento, validação e certificação de competências dos portugueses. Já de Gonçalo Xufre Silva, mesmo tendo consciência de que esta função tem exigido muito de si, a ANQEP pode esperar a mesma garra e determinação que sempre demonstrou. Não ficando à sombra dos resultados obtidos, o caminho segue e ainda há passos que precisam de ser dados. Saiba quais.
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rojeta o teu futuro. Mais do que uma bandeira que tem servido como lema para algumas iniciativas promovidas pela Agência Nacional para a Qualificação e o Ensino Profissional (ANQEP), esta expressão é o paradigma de uma realidade que se foi alterando nos últimos anos. O ensino e a formação profissional são cada vez mais compreendidos como um investimento de valor, para empresas, para formandos e para Portugal, como um país que se quer afirmar como uma referência neste segmento a nível internacional. A verdade é que na última década o ensino profissional tem ganho terreno aos cursos gerais no ensino secundário e, para a consolidação destes números, muito tem contribuído o trabalho desenvolvido por entidades como a ANQEP e, neste cenário, a adesão das escolas da rede pública a estas modalidades também alavancou as percentagens que hoje estão bastante presentes. Na presidência da agência desde final de 2011, Gonçalo Xufre Silva, em retrospetiva, admitindo não ser a melhor pessoa para fazer uma avaliação do ponto de vista qualitativo, faz um balanço bastante positivo daquilo que tem sido a sua atuação e os resultados obtidos. “Tem sido um desafio e uma dificuldade. É desafiante por ser um lugar que tem como missão procurar que dois mundos que tradicionalmente não têm uma cultura de diálogo aprofundado se unam, nomeadamente a educação e o emprego”, explicou. Estabelecer pontes de ligação e comunicação tem sido a parte aliciante deste percurso que tem demonstrado a importância da estrutura da ANQEP que “promove o diálogo e procura que haja uma regulação do que é implementado no que diz respeito às ofertas”. Têm sido quatro anos de consolidação desta estrutura e é, por isso, menos difícil hoje estabelecer esta ponte de comunicação. Gonçalo Xufre Silva recorda que, quando iniciou estas funções, a agência estava muito associada à mediática iniciativa Novas Oportunidades. Como tal, “ao longo deste tempo temos procurado que, entre toda a discussão, aquilo que é acessório não se sobrepusesse ao essencial”, defendeu. O essencial tem sido colmatar o desconhecimento que ainda possa existir sobre as mais-valias das vias de ensino qualificantes, um trabalho promovido pela Agência mas que vai muito além. Políticas nacionais e internacionais têm sido vinculadas com o objetivo de identificarem este tipo de ofertas como algo que pode ajudar os países a crescer e a evitar situações de crise profundas,
GONÇALO XUFRE SILVA
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“tinham mesmo ao seu lado e o ensino profissional saiu beneficiado e é, hoje, considerado não uma alternativa mas a primeira opção da esmagadora maioria dos nossos jovens”
muito debilitadas pelo fantasma do desemprego. “Há, neste momento, uma maior valorização destes caminhos mas é uma comunicação que continua a ser preciso fazer no sentido de explicar o que está em causa”, explicou. Assim, perante algum desconhecimento que ainda perdura, Gonçalo Xufre Silva é perentório na sua análise: “pretende-se uma formação de base forte que forneça mais instrumentos para abordar o mercado de trabalho e que abra as portas ao prosseguimento de estudos”. Mais do que atingir uma bandeira de 50% de formandos abrangidos pelo ensino profissional em todas as modalidades, o mais importante é que se entendam as reais mais-valias desta via. “Pretendemos ter alunos que queiram estar neste percurso, conscientes das possibilidades que ele abre e pretendemos proporcionar a esses 50% ofertas que correspondam a necessidades do mercado de trabalho”, afiançou o responsável. Mas mais do que preparar jovens para a entrada consolidada na vida ativa, o ensino e a formação profissional em Portugal abre outros horizontes e tem sido essa a visão que a ANQEP tem procurado implementar. O ensino profissional não é combate ao abandono escolar “Há cada vez mais jovens que procuram este caminho sem a expectativa de começar a sua vida ativa”, garantiu Gonçalo Xufre Silva. No entanto, há ainda a visão de que as ofertas profissionalizantes garantem um instrumento aos jovens que não têm condições para prosseguir estudos. Para o Presidente da ANQEP, esta não é, de todo, a garantia que a Agência quer deixar. “Paralelamente à entrada na vida ativa, deve estar sempre associado o prosseguimento de estudos porque qualificação nunca é demais. Queremos que tenham uma formação técnica forte, competências que as empresas necessitam e que até sejam providenciadas por formação em contexto de trabalho, e que são competências que os cursos científico-humanísticos não dão e são adquiridas pela experiência de uma vivência numa empresa”, afirmou. No fundo, esta dupla certificação, escolar e profissional, abre mais portas e alarga o leque de escolhas. Nesta via de ensino os jovens não aprendem apenas saberes. São, de igual modo, instruídos para saberem fazer coisas, agir, reagir e responder a qualquer tipo de situação. Ter uma qualificação não pode ser vista apenas como uma transmissão de conhecimentos. Importa desconstruir esta visão. Os conhecimentos são
uma das componentes mas existem outras duas que, alinhadas, têm contribuído para formar um jovem que corresponda exatamente às necessidades que as empresas procuram, nomeadamente as aptidões técnicas e as atitudes, também designadas por competências transversais e relacionais dos jovens. Não são competências que possam ser descriminadas num currículo mas que são cada vez mais críticas na realidade das empresas. Falamos de características valorizadas pelo tecido empresarial que, ao contrário das competências técnicas, a empresa pode ter dificuldade em colmatar e aperfeiçoar, tais como: capacidade de comunicação, trabalho em equipa, resiliência ou capacidade para resolver problemas. Gonçalo Xufre Silva acredita que esta vertente poderia também ser trabalhada nos cursos científico-humanísticos e, deste modo, teríamos jovens melhor preparados para entrar num mercado de trabalho cada vez mais exigente. Sistema de antecipação de necessidades de qualificações Ao mesmo tempo que importa responder às necessidades das empresas, é, por outro lado, premente desenvolver ofertas que satisfaçam as expectativas das principais partes envolvidas: jovens e tecido empresarial. Neste sentido, a ANQEP construiu um novo instrumento, o sistema de antecipação de necessidades de qualificações (SANQ), apresentado no passado mês de março, que tem como objetivo, tal como a designação assim aponta, identificar necessidades de qualificações e indicar áreas e saídas profissionais prioritárias para a rede de educação e formação. Estes dados irão permitir definir de uma forma mais clara a rede de ofertas formativas, ao mesmo tempo que possibilita a atualização do Catálogo Nacional de Qualificações. Enquanto sistema que Gonçalo Xufre Silva designou como “aberto”, a informação que recebe, neste momento, é apenas uma mas está suscetível a melhorias, caso se encontre informação considerada relevante. Assim, para já, são tidos em linha de conta indicadores como a evolução dos quadros de pessoal, inquéritos a empresas e um estudo internacional feito pelo CEDEFOP (Centro Europeu para o Desenvolvimento da Formação Profissional) sobre a evolução das necessidades de qualificação em vários países europeus, em particular Portugal. Com base nestes dados, está assim disponível um instrumento que surge da necessidade de dar uma resposta sistémica em relação à atua35
lização das qualificações nacionais. O objetivo não é criar ruturas relativamente ao que existe, ou seja, não se pretende eliminar determinadas ofertas e, por outro lado, aumentar exponencialmente outras. O que se pretende é que haja um ajustamento em função da relevância que as mesmas vão tendo anualmente. Para já, o SANQ capta cinco principais regiões de Portugal Continental mas o objetivo passa por adapta-lo a diferentes características regionais, isto porque, de acordo com Gonçalo Xufre Silva, “mesmo dentro de uma determinada NUT no norte, por exemplo, Trás-os-Montes é bastante diferente do Alto Minho”. Este instrumento procurará, portanto, dar identificações, de uma forma suave, da evolução da rede de ofertas, fornecendo uma análise tanto do ponto de vista dessa mesma evolução como da antecipação de novos ajustes. Ensino profissional em tempos de crise Se, por um lado, a conjuntura económica veio assolar o dia-a-dia de muitas empresas, por outro lado, levou-as a reconsiderar as suas estratégias e os seus modelos de atuação. Pensar que a crise esmoreceu o diálogo que sempre se procurou aprofundado entre as empresas e o sistema formativo é errado. Pelo contrário. “As empresas começaram a tentar perceber de que forma poderiam colaborar com o sistema educativo e formativo para que aquilo que ele produz corresponda às suas necessidades e, assim, tirar partido mais rapidamente do potencial desses jovens”, explicou Gonçalo Xufre Silva. Não sendo vista como uma ameaça mas sim como uma oportunidade, “a crise levou as empresas a questionarem se podem ou não ter um papel ativo ao longo deste processo”, acrescentou. Também no seio das famílias houve uma mudança de mentalidades. Perante os níveis avassaladores de desemprego, com especial enfoque para as camadas mais jovens, os pais começaram a pensar em novas soluções para ajudar os filhos a enquadrarem-se numa nova realidade, “fugindo” ao famigerado fenómeno de emigração. “Começaram, deste modo, a olhar para o que tinham mesmo ao seu lado e o ensino profissional saiu beneficiado e é, hoje, considerado não uma alternativa mas a primeira opção da esmagadora maioria dos nossos jovens”, concluiu o Presidente da ANQEP. Portugal como um modelo a seguir O crescimento a que se foi assistindo e as políticas nacionais implementadas têm feito com
ENSINO PROFISSIONAL
que países europeus, vistos como grandes potências, como é o caso da Alemanha, olhem para o modelo português como um exemplo a seguir. Em termos quantitativos, é difícil igualar outros modelos europeus, como é o caso da Alemanha, onde existem, por exemplo, cerca de 70% dos jovens a frequentar este caminho em idade do ensino secundário. Mas, em termos qualitativos, Portugal é, efetivamente, competitivo a este nível. Recorrendo ao exemplo alemão, Gonçalo Xufre Silva orgulha-se de poder dizer que eles olham para o modelo português como algo que pretendem atingir. “É um sistema que está desligado do sistema académico, fazendo com que o jovem, quando opta por ele, o tenha de seguir até ao final num contexto completamente empresarial. Aliás, na Alemanha estas modalidades são coordenadas e implementadas pelas empresas, em parceria com o sistema educativo”, explicou. Perante as dificuldades demográficas que o país atravessa e com a crescente atratividade exercida pela vertente académica, as entidades competentes têm olhado para este sistema como uma desvantagem. “Se um jovem em Portugal tem uma dupla certificação, na Alemanha só tem qualificação profissional e isso
fecha portas”, garantiu o responsável que acredita que o sistema nacional é bastante competitivo e merecedor de valorização. Continuar a inovar para que esta via se torne cada vez mais atrativa a todos os olhos é também a missão da ANQEP. Para tal, a agência quer aperfeiçoar determinadas ações como a instituição do Dia do Ensino Profissional, celebrado a 20 de março, ou os já conhecidos roadshows implementados com o intuito de captar a atenção dos jovens para estas modalidades de ensino. Apesar do mérito da obra feita, Gonçalo Xufre Silva sabe que o caminho ainda é longo e, para tal, a monitorização dos resultados é de extrema relevância. Esta será a grande aposta da agência. “Queremos garantir que exista um mecanismo que promova a qualidade e as soluções implementadas para que, no final, as expectativas não saiam defraudadas”, concluiu Gonçalo Xufre Silva, um presidente que garante que continuará a assumir a liderança da agência com a mesma garra e dedicação. Para o passado olha com uma certeza: “tenho procurado dar tudo de mim à ANQEP”.
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Revista Pontos de Vista – Afinal, o que é o Ensino Profissional em Portugal? Gonçalo Xufre Silva – Falando em concreto dos jovens, não esquecendo que existem outras modalidades de adultos, o ensino profissional em Portugal refere-se às modalidades de dupla certificação inicial (escolar e profissional) para jovens. É tudo aquilo que gostaríamos que fosse percecionado pela sociedade como o caminho que lhes abre mais portas do ponto de vista da qualificação inicial ao nível do secundário. É para isso que a ANQEP trabalha e temos dado passos firmes nesse sentido.
BREVES
BICMINHO E AID DÃO PRIORIDADE à INOVAÇÃO NO DESIGN COM O APOIO DO GOVERNO A Administração Pública manifesta todo o interesse em desenvolver projetos conjuntos com a AID - Associação para a Inovação pelo Design, no âmbito do Portugal 2020. Juntos, a AID e o BICMINHO, vão mostrar que há capacidade de criar e inovar os serviços da Administração Pública, numa lógica de ligação ao utilizador final. Em fase de implementação ainda, mas com objetivos bem definidos, a AID quer contribuir para que Portugal seja um país de criação e inovação, através do design. A meta a atingir passa por lançar três projetos demonstrativos de “service design”, no contexto da administração pública. Paralelamente, com o início deste projeto, Portugal pode integrar várias iniciativas europeias em curso e, assim, contribuir e beneficiar das experiências e aprendizagens
existentes, contribuindo, por outro lado, para o desenvolvimento económico do país. O primeiro passo deu-se com o I Seminário Internacional “Contributo do Design para a Modernização dos Serviços Públicos Portugueses”, que aconteceu, no Palácio da Foz, em Lisboa, e que contou com a presença
Tranquilidade aposta em Carro e Casa A Tranquilidade acaba de lançar a Campanha Proteção Especial, destinada ao segmento particulares e à proteção global do seu património. Assim, até 31 de julho, os clientes vão beneficiar de condições muito especiais, com a atribuição de descontos, na compra dos seguros do Carro ou da Casa. E se juntarem os dois seguros, ainda ganham uma das seguintes ofertas: 15 euros em combustível ou um seguro dentário (Sanos Sorriso), que vão poder usufruir durante um ano, completamente grátis. No caso de já serem clientes Carro ou Casa, basta-lhes fazer o outro seguro para completar a sua proteção e usufruir da oferta. No seguro da Casa, destaca-se a proteção do imóvel e/ou recheio, 24 horas por dia, contra um eventual roubo ou uma inundação, entre muitos outros riscos que se colocam de forma agravada nesta altura do ano. Este produto garante um preço muito acessível e adaptável às necessidades específicas dos clientes. Já no seguro Auto, a Tranquilidade salienta a cobertura de “Proteção especial do condutor” que, com capitais até 500 mil euros e garantias muito completas, pode ser subscrita em todas as opções e fazer toda a diferença em caso de acidente, uma vez que garante os danos ao condutor, ocorridos em consequência de acidente quando a responsabilidade for sua (que estão excluídos dá cobertura de responsabilidade civil obrigatória): Morte, Danos patrimoniais futuros ou capital por morte a adultos sem rendimentos, Despesas de funeral, Danos morais ao cônjuge e filhos em caso de morte e Danos corporais são alguns dos danos cobertos. Através destas soluções integradas, a Tranquilidade proporciona aos seus clientes descontos adicionais na compra de outros seguros, como também lhes proporciona toda a comodidade na sua gestão, uma vez que reúne as apólices numa só companhia.
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do Secretário de Estado para a Modernização Administrativa, Joaquim Cardoso da Costa, e do CEO do BICMINHO, membro fundador da AID, Nuno Gomes. A AID pretende ser pioneira ao promover a criação de condições, para que seja possível iniciar um conjunto de projetos de aplicação de inovação pelo design. “Temos de aproveitar o Portugal 2020 para apoiar com sucesso o desenvolvimento destes projetos, para que sejam histórias de sucesso e apresentados a nível internacional como exemplos de referência. Juntos podemos e devemos mostrar que o design é muito mais do que apenas estética e funcionalidade”, mencionou Nuno Gomes acreditando “que estamos perante uma oportunidade única para fazer com que o Estado português seja mais eficiente”.
ARQUITETURA EM PORTUGAL
Arquitetos portugueses com uma ambiciosa ‘bagagem’ internacional Miguel Ortiga e Hugo Moura são o exemplo de que a determinação é suficiente para vingar. Conheceram-se na Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto e, depois de algumas experiências profissionais independentes, o destino cruzou-os onde menos seria esperado: na Suíça, mais concretamente no escritório Herzog & de Meuron, na Basileia, com o qual ambos colaboraram. Depois dessa experiência, Hugo Moura consolidou o seu percurso internacional num escritório em Londres, ao passo que Miguel Ortiga acumulou uma vasta gama de projetos em Portugal. Mas o “bichinho” de erguerem um projeto à imagem deles prevaleceu e foi assim que em 2011 nasceu o escritório Ortiga & Moura. A qualidade e a criatividade fazem parte do ADN dos projetos com a assinatura de um espaço que, apesar de sediado no Porto, quer conquistar o mercado internacional.
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ais do que um escritório de arquitetura localizado no Porto e especializado em serviços de arquitetura, design e urbanismo, Ortiga & Moura é o espelho do espírito e das ambições dos seus fundadores. Depois de terem concluído as suas licenciaturas na Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto, Miguel Ortiga e Hugo Moura não quiseram parar, consolidando os seus estudos fora de Portugal e iniciando as suas carreiras enquanto arquitetos noutros países. Quis o destino que os seus caminhos se cruzassem em Basileia, no escritório Herzog & de Meuron, e, depois de terem trabalhado juntos, o desejo de terem o seu próprio espaço começou a surgir, tal como partilhou, em conversa com a Revista Pontos de Vista, Hugo Moura. “Eu estava a trabalhar em Londres e o Miguel estava no Porto, mas o bichinho de querer fazer alguma coisa sozinhos foi crescendo. Saímos dos gabinetes onde estávamos e começámos o nosso espaço, com uma visão mais voltada para o estrangeiro, porque eram mercados que já conhecíamos melhor, sobretudo a Suíça”, explicou. Apesar de ser um negócio que tem decorrido dentro das expectativas, desde o início que os jovens tinham consciência de que abandonar postos de trabalho efetivos, em plena crise económica em Portugal, era um risco. Mas o sonho foi bem maior e a ambição, essa, perdura até hoje. “Abrir um escritório de arquitetura em Portugal, e na altura em que o fizemos, implica um grande investimento pessoal e uma certa confiança nas nossas capacidades”, relembrou Miguel Ortiga. Mas este era, inquestionavelmente, o momento certo. Na bagagem traziam experiências consolidadas em escritórios de renome, como os de Peter Zumthor, Herzog & de Meuron e Norman Foster, e uma vontade enorme em marcar a diferença no panorama de outras práticas que se faziam em Portugal. Essa diferença tem sido vinculada muito pelo facto de se tratar de um gabinete que, desde a origem, tem reforçado uma prática internacional. “Para tal, a experiência que temos de trabalhar no estrangeiro facilitou imenso e começámos este gabinete sabendo que existiam países onde tínhamos capacidade para atuar. Temos apostado em concursos internacionais uma vez que é uma possibilidade de entrar noutros mercados indiretamente e mostrar o nosso trabalho”, evidenciou Hugo Moura. A confiança, essa, conquista-se de diversas formas. Com uma conversa informal ou uma demonstração do portefólio da empresa, Hugo Moura acredita que a Ortiga & Moura é cada vez mais um parceiro que transmite firmeza
HUGO MOURA E MIGUEL ORTIGA
e que dá atenção a todas as fases de projeto, desde o estudo prévio até aos desenhos de detalhe e construção. O percurso dos dois jovens também não passa ao lado. “Temos uma visão da arquitetura em que o ponto fulcral é a convicção de que o ambiente que nos rodeia influencia a qualidade de vida”, salientou Hugo Moura. A par disso, o facto de ser um gabinete que procura estabelecer uma harmonia entre as novas tecnologias e as preocupações tradicionais é, de igual modo, uma característica que pesa. A verdade é que, no exercício desta profissão, os tradicionais papel e lápis deram lugar ao poder da tecnologia, tal como
ressalvou Miguel Ortiga. “Hoje em dia o método de trabalho em arquitetura passa pelo recurso a programas informáticos, nomeadamente para desenho, modelação tridimensional e criação de imagens renderizadas dos projetos. Estas imagens geradas por computador tornaram-se não só numa ferramenta útil, como mudaram também o próprio processo de trabalho, permitindo melhorar a qualidade dos projetos e o diálogo com o cliente”, acrescentou o arquiteto. Fiel a estes princípios, no final, espera-se que desta combinação surja um produto novo, contemporâneo e que faça sobressair a criatividade de cada um. Andermatt Tourism Resort, Suiça, Concurso - 1º Prémio
Ortiga & Moura Contactos: Rua de Cedofeita, 335 4050-181 Porto info@ortigamoura.com www.ortigamoura.com
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Fondation Les Oliviers, Lausanne, Suiça, Concurso - Projeto Finalista
Seniorenwohnungen Brunnenhof, Wangen, Suiça, Concurso - 4º Prémio
Miguel Ortiga Licenciado pela Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto, estudou ainda na Accademia di Architettura di Mendrisio (Suíça), no atelier Peter Zumthor. Ainda na Suíça, colaborou com o escritório Herzog & de Meuron, envolvendo-se com projetos de âmbito artístico e cultural, nomeadamente o Museu de Arte Parrish, Long Island, EUA e o concurso para o novo Estádio Camp Nou, em Barcelona. Em Portugal colaborou com os escritórios Camilo Rebelo e Barbosa & Guimarães, ambos no Porto. Desde processos de concurso a desenhos de construção de edifícios institucionais e habitação unifamiliar, Miguel Ortiga foi acumulando experiência em variadíssimos projetos.
Museu Haus der Zukunft, Berlim, Alemanha, Concurso - Projeto Finalista
Hugo Moura Licenciado pela Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto, estudou ainda na vizinha Espanha, nomeadamente na Universidad de Las Palmas de Gran Canaria. Tal como Miguel Ortiga, colaborou com o escritório suíço Herzog & de Meuron, com projetos de índole artístico e residencial, tais como a torre de habitação 56 Leonard Street, em Nova Iorque, ou o Museu de Arte de Miami, nos EUA. Depois desta experiência, aventurou-se no Reino Unido, colaborando com o escritório Foster & Partners, tendo em mãos projetos urbanos de larga escala, em que foi possível articular os setores hoteleiro, habitacional, comércio e serviços. Em todos eles procurou dar o seu contributo desde a fase de conceção até ao desenho de detalhe.
Projetos que se destacam Com apenas cerca de três anos de existência, a qualidade dos projetos da Ortiga & Moura tem sido reconhecida em concursos de arquitetura em diferentes escalas e tipologias pelo Mundo. Esta vontade de participar em concursos foi adquirido, no estrangeiro, nas suas experiências profissionais e, por isso, a partir do momento em que iniciaram os seus próprios projetos, a sensação de vencer um concurso não foi esquecida. Do percurso que a Ortiga & Moura tem trilhado, Hugo Moura começa por destacar o primeiro prémio alcançado com o masterplan para o Resort Turístico de Andermatt, na Suíça. Trata-se da nova estância de ski que está integrada de uma forma harmoniosa com a vila envolvente, conjugando, num projeto coerente, alojamento, comércio, instalações desportivas e edifícios institucionais. Depois de uma pausa forçada pela conjuntura económica atual, a obra retomou e tem sido, para esta equipa, “um trabalho muito prazeroso e que, apesar de exigente, tem dado respostas muito fortes”, salientou Hugo Moura, para quem este é, sem dúvida, um dos projetos mais importantes da empresa uma vez que foi o primeiro e tem aberto muitas portas. Na senda da afirmação da Alemanha como uma grande potência mundial, está a ser desenvolvido um museu que servirá como “Casa do Futuro” (Museu Haus der Zukunft), um espaço que funcionará como montra dos desenvolvimentos mais recentes
nas áreas da ciência e investigação. Com a consultadoria de um escritório de arquitetura paisagista suíço, o projeto de Ortiga & Moura singrou entre os finalistas. “Este terá sido dos projetos mais marcantes pelo processo em si. Foi desenhado até uma escala muito pequena, ao mais ínfimo pormenor. Além disso, tivemos de lidar com questões pouco habituais, por exemplo, no briefing constava que o edifício tinha de durar 50 anos, sendo incluído o valor da demolição ao final desses anos. Entrámos num nível de detalhe muito elevado e levámos tudo até ao pormenor mais radical, o que exigiu de nós uma vasta coordenação”, explicou Hugo Moura. Outros reconhecimentos merecem ainda ser destacados, como o quarto prémio para o edifício de habitação Seniorenwohnungen Brunnenhof, em Wangen, Suíça, e o projeto finalista para as novas instalações para a Fundação Les Olivers, em Lausanne, na Suíça. De um modo geral, todos os projetos se destacam de acordo com parâmetros diferentes, mas é exatamente esse trabalho que dá mais gozo aos dois arquitetos. “Queremos fazer coisas diferentes. Envolvemo-nos sempre no espírito do local e procuramos deixar o nosso cunho pessoal em todos os projetos”, ressalvou Hugo Moura. Ser arquiteto em Portugal Num momento em que a taxa de desemprego dos arquitetos portugueses é das mais elevadas 39
da Europa, muitos optam pela internacionalização dos seus talentos. Tanto para Hugo Moura como para Miguel Ortiga, esta sobrelotação do mercado de trabalho surgiu da existência de demasiados cursos de arquitetura, o que, num país com a escala de Portugal, acabou por se tornar insustentável. Além disso, “o facto de os concursos públicos de arquitetura serem praticamente inexistentes, devido à legislação inadequada e à falta de vontade política, agrava a situação”, salientou Miguel Ortiga. Dentro deste cenário, para dois arquitetos que veem muitos colegas a sair do país à procura de outras oportunidades, este fenómeno de emigração e de internacionalização de negócios de muitas empresas não é de todo admirável. Mas hoje, ao contrário de países que outrora eram os principais alvos, como Holanda ou Espanha, mercados como o Brasil, EUA, China, Dubai ou Índia têm sido muito apetecíveis para recém-licenciados com valor que têm procurado trabalho fora de Portugal. Para os que ficam, Hugo Moura é perentório: “estes profissionais têm de se esforçar muito, ser mais pro-activos, criativos, comunicarem mais e apresentarem soluções que marquem pela diferença”. Esta tem sido a grande aposta do gabinete de arquitetura Ortiga & Moura, um escritório com sonhos muito altos e que quer reforçar a sua posição no mercado nacional e internacional.
LIDERANÇA NO FEMININO EM DIREITO
“É evidente que se pode ser mulher e ter sucesso profissional” Constituída em 2013, a Redinha, Barata & Associados, RL, é uma Sociedade de Advogados que incorporou a vasta experiência de 18 anos de atividade de uma das suas sócias fundadoras, aliada à juventude e dinamismo do seu outro sócio fundador e demais colaboradores. A sua principal colaboradora, Luísa Redinha, para além da licenciatura em Direito, é Pós-Graduada em Consultadoria Jurídica da Empresa, Pós-Graduada em Ciências Jurídico-Públicas, Pós-Graduada em Ciências Jurídico-Criminais e Pós-Graduada em Insolvência e Administração de Empresas. Tem, ainda, Mestrado - MBA (Master Bussines and Administration), em Finanças. A nossa entrevistada, em conversa com a Revista Pontos de Vista, deu a sua visão relativamente a esta sociedade, ao estado da advocacia em Portugal, abordando, ainda, a vertente da dinâmica da liderança no feminino. Abrangendo os vários ramos de direito, oferecendo serviços jurídicos de elevada qualidade e especialização em áreas estratégicas, a Sociedade de Advogados Redinha, Barata e Associados assume-se como um escritório de referência na prática da advocacia a nível da região centro, bem como na capital, Lisboa, ou nos seus escritórios parceiros (Brasil, Macau e Angola). Que balanço faz da atuação da sociedade?
Neste momento, o balanço é extremamente positivo, tendo a constituição da sociedade, em 2013, resultado de um aumento da estrutura do escritório, que já tinha, em prática isolada há 18 anos. O ano de 2014 foi um ano muito bom, especialmente na afirmação da sociedade a nível internacional, nomeadamente com o estabelecimento de novas parcerias com escritórios em Paris (França), Espanha, Xangai (China) e República Democrática do Congo, países de onde nos têm surgido novos clientes. Aliás, tínhamos já uma colaboração estreita com a sociedade de advogados espanhola há cerca de 3 anos, com quem, agora, firmámos uma parceria. Temos tido clientes de outros países fora da comunidade europeia e também europeus, sobretudo por causa do regime do ARI (Lei n.º 29/2012, de 9 de agosto) e do regime especial do não residente (Decreto-Lei n.º 249/2009, de 23 de setembro) e das vantagens fiscais que tal regime traz aos europeus. O início do ano de 2015 tem sido melhor ainda. Esperamos que assim continue. No domínio empresarial, é legítimo afirmar que têm sido um bom aliado no desenvolvimento e crescimento do tecido empresarial?
Penso que os clientes, sobretudo os investidores estrangeiros que nos procuram, e que temos apoiado, uma vez que prestamos serviços no âmbito do investimento e do direito imobiliário, prestando assessoria jurídica em vários tipos de operações, nomeadamente a compra e venda de imóveis, “distressed debt acquisition”, arrendamento comercial e gestão de imóveis, licenciamento de diferentes projetos comerciais, industriais, retalho e turismo, reestruturação e joint ventures, financiamento e fundos de investimento imobiliário, planeamento, construção e reabilitação urbana, em muito, para isso, têm dado um grande contributo e um enorme estímulo à economia. O nosso escritório presta um competente serviço e realiza um processo de “due diligence” no processo de aquisição de imóveis, não somente em relação à fase do processo, acompanhando as negociações com o vendedor, elaboração de contratos e acompanhamento das negociações com o vende-
Luísa Redinha
dor, elaboração de contratos e acompanhamento na escritura ou contrato de compra e venda, mas, também, após a respetiva aquisição do imóvel, acompanhando a gestão e manutenção dos ativos. Os nossos clientes são, de facto, sempre uma mais-valia para o crescimento económico de Portugal, um refresh para a economia, e temos tido muitos clientes que vêm investir no país, no imobiliário, para construir e restaurar, para revender, e criam cá as suas empresas, através do nosso escritório, que depois lhes dá apoio constante. Isso tem acontecido, sobretudo, com os nossos clientes chineses, franceses e espanhóis, o que penso que é muito bom para o desenvolvimento e crescimento da economia portuguesa, do emprego e do tecido empresarial. Exercem funções em Portugal e no estrangeiro. Como define o vosso escritório em termos internacionais? Qual é o balanço da presença da Redinha, Barata & Associados, RL nos países onde atua?
O começo foi um pouco complicado, sobretudo em termos pessoais, mais para mim, com muitas viagens e deslocações constantes ao estrangeiro, no sentido de «pôr a máquina a andar», agora tudo flui naturalmente e tem sido muito gratificante e proveitosa a nossa presença nos países onde a nossa sociedade tem atuado, penso que para nós e para os nossos parceiros locais. Quando ambos trabalham em sintonia e com o mesmo objetivo, o de bem servir o cliente, tudo corre bem para todas 42
as partes envolvidas. O balanço não podia ser mais positivo. A presença internacional e o reconhecimento que têm por parte dos vossos clientes confirmam a qualidade e excelência do vosso escritório. O que permitiu este sucesso? De que forma os clientes contribuíram para este êxito?
Os nossos clientes são os responsáveis, em primeiro lugar, pelo nosso sucesso, é por eles que todos os dias procuramos fazer mais e melhor, são a nossa motivação, são quem nos faz todos os dias estudar, querer saber mais e fazer melhor. Para os podermos servir melhor, a todos os níveis, procuramos sempre comunicar com eles, escutar as suas necessidades e reconhecer a sua fidelidade. Temos tido, parece-me, a capacidade de descobrir o que os clientes pretendem e os clientes têm desenvolvido sentimentos de lealdade para com a nossa sociedade, o que para nós é gratificante, e isso vê-se porque não só ficam nossos clientes, como trazem outros seus compatriotas para o nosso escritório, por si recomendados. Procuramos tratar os nossos clientes de forma a prestar-lhes toda a atenção e acabamos por «sentir» o que sentem os nossos clientes. Como alguém dizia, «passe um dia na vida do seu cliente». Atualmente, a Redinha, Barata & Associados, RL conta com um vasto leque de advogados especializados e com um conhecimento abrangente das
mais distintas matérias. Como caracteriza a equipa desta sociedade? O que têm para oferecer aos clientes que procurem o vosso escritório?
Desde logo, caracterizo-a como muito competente e unida. Aqui somos um por todos e todos por um. Temos um dia por semana, à sexta-feira, sempre que eu não estou fora, que o escritório oferece o almoço a todo o pessoal e confraternizamos todos. A nossa sociedade tem para oferecer advogados especializados em determinadas áreas do direito, nomeadamente, Direito Civil - Insolvência, Direito Comercial e Societário, Direito da Família e Sucessões, Direito do Trabalho, Direito Penal – Direito Penal e Contraordenacional, Direito Público – Direito Administrativo, Direito Fiscal, Direito do Consumidor, Ambiente, Urbanismo, Direito Imobiliário e mais especificamente, questões de aquisição e atribuição da Nacionalidade Portuguesa, obtenção de regime especial para não residentes e ARI, ou vulgarmente designado por Golden Visa. Que análise faz da advocacia em Portugal?
A advocacia é, cada vez mais, uma atividade seriamente ameaçada. A sociedade portuguesa atravessa uma grave crise económica e financeira, mas sobretudo uma enorme e gravíssima crise de valores. Hoje, a advocacia e os advogados, nomeadamente através do seu órgão máximo de representação, reclamam para a profissão um prestígio que, há muito, deixaram perder. Há, também, e é inegável, uma diminuição da procura dos serviços de Advocacia. Hodiernamente, prolifera a procuradoria ilícita na nossa sociedade. Apesar das tentativas, diversas, levadas a cabo, não tem sido eficaz o combate à procuradoria ilícita. Havia muito expectativa com a publicação da Lei nº 49/2004, de 24 de agosto (Lei de combate à procuradoria ilícita), que não revelou, também, dar os “frutos esperados”. Os advogados terão um papel decisivo no combate a este verdadeiro flagelo que grassa na sociedade, que é a procuradoria ilícita, que alastra a sociedade portuguesa, para que seja assegurada a defesa dos direitos dos cidadãos portugueses e a sobrevivência da advocacia, com a dignidade que merece e que lhe é devida. Há, por outro lado, o problema do excesso de advogados em Portugal, sendo que as saídas profissionais escasseiam, mas isso terá de ser o mercado a excluir os que estão mal preparados e que não prestam um bom serviço aos clientes e à comunidade. A credibilidade das profissões jurídicas e, mais concretamente, da advocacia passa pela qualidade e pela formação dos profissionais que a exercem. É sócia e uma das principais colaboradoras da Redinha, Barata e Associados. Isto prova diariamente que é possível ser mulher e ter sucesso profissional? O que permitiu esta caminhada tão bem-sucedida? Sentiu o preconceito em algum momento do seu percurso profissional?
Como sempre digo, o caminho faz-se caminhando. Sou a sócia maioritária da sociedade, sou uma das principais colaboradoras, sem esquecer que todos os outros colaboradores são igualmente importantes, bem como o meu sócio, Dr. Barata dos Santos. No entanto, admito que, em Portugal, não é fácil ser mulher e ser, ao mesmo tempo, bem-sucedida. E digo isto, não porque alguma vez tenha sentido qualquer tipo de discriminação, muito pelo contrário, mas porque sei que é
Qual é o futuro de Luísa Redinha, advogada e sócia de um escritório com o nome como o da Redinha, Barata & Associados, RL? Quais são os projetos futuros que tem delineados para a sociedade? Neste momento vamos mudar de instalações para a Rua Castilho, em Lisboa. Estivemos antes num escritório, na Av. Elias Garcia, e estamos, neste momento, em obras na Castilho e faremos, entretanto, a escritura de venda do prédio da Av. Elias Garcia e a mudança para o novo escritório. O meu futuro passará, seguramente, por continuar a fazer crescer e a desenvolver a sociedade Redinha, Barata & Associados, que é uma parte de mim e da minha vida, e a dar apoio aos clientes nacionais, mas sobretudo aos estrangeiros, porque sou a pessoa que mais línguas fala no escritório, uma vez que falo castelhano, francês, inglês e mandarim (que continuo sempre a estudar, porque é uma língua difícil e interminável).
assim. Na minha infância e adolescência e, como tive a sorte de ter tido uns pais maravilhosos, que souberam educar os filhos com a maior liberdade e com um enorme sentido de igualdade entre os seres humanos, desenvolvi a minha personalidade, tendo sempre como base que homens e mulheres são iguais. Os meus pais nunca fizeram distinção na educação que deram a mim e ao meu irmão. Nem no tratamento, nomeadamente nas tarefas domésticas, ou no deixar sair ou fazer «coisas» que se dizia, ao tempo, serem só de rapazes. Nunca. Os meus pais eram muito à frente para o seu tempo. Nunca me batizaram para eu poder escolher, um dia, a que religião queria pertencer, nunca me furaram as orelhas para eu poder escolher se o queria ou não, fazer, enfim, isto diz tudo, e viveram sempre em função dos filhos, da educação destes e da sua instrução e valorização. Lembro-me de, em 1996, cerca de dois anos depois de ter acabado o curso de Direito e de ter dito ao meu pai que gostava de fazer um MBA em Finanças, mas que custava muito dinheiro, naquele tempo, 1.000 contos. Era, mesmo, muito dinheiro. A resposta, de pronto, dos meus pais foi, para «estudares e aprenderes há sempre dinheiro». E lá fui eu. Foi a primeira de muitas formações. A educação que recebi, aliada à minha personalidade e mau-feitio fizeram com que, desde cedo, tivesse uma tendência natural para «mandar em tudo e em todos» e querer «dominar toda a gente». Quando comecei a minha atividade, e durante o exercício da mesma, nunca senti que alguém deixasse de procurar os meus serviços por ser mulher. As pessoas apenas se preocupavam com a minha 43
competência e os clientes que gostavam de mim, e muitos, quase todos, estão ainda hoje comigo, gostavam da «minha garra» em tribunal, como diziam. Ainda há uns tempos soube que a minha alcunha, entre uns colegas de uma certa comarca, era «tubarão». Não sei porquê. Eles lá saberão. É evidente que se pode ser mulher e ter sucesso profissional. Não nego que, por esse facto, em certas alturas paguei um “preço” demasiado alto. Não posso deixar de referir que, para isso, para além dos meus pais, muito têm contribuído as minhas duas filhas, que tudo têm compreendido, às vezes omitindo as saudades que sentem, porque sabem que a mãe, que as criou sozinha, pois o pai delas faleceu há oito quando a mais nova tinha três anos e a mais velha dez, precisa de se empenhar no trabalho, mas que quando tem algum (pouco) tempo livre, é para estar, sempre, com elas e para passarmos momentos juntas, que, na verdade, têm sido maravilhosos e inesquecíveis. No exercício das suas funções, já sentiu que os clientes com quem contacta receiam que o seu trabalho seja menos qualificado, apenas, por ser mulher?
Nunca, não senti nada disso, como já disse, no meu escritório, e, por vezes, isso é desgastante, os clientes pedem para ser eu a atendê-los e a ir realizar as diligências e os julgamentos. Confiam em mim, no trabalho que lhes faço e nas minhas competências e capacidades técnicas. As minhas funcionárias e colegas, muitas vezes, procuram fazer uma triagem, para me «poupar» um pouco, mas tenho uma colega, que, com muita graça, costuma dizer «desculpe Dr.ª já tentei falar com o cliente, mas ele quer, mesmo, falar com Deus». Como é atualmente a advocacia no feminino? O que ainda falta mudar? Acredita que o aumento da presença de mulheres nestas profissões permitirá uma mudança de mentalidades?
As mulheres passaram, historicamente, a participar na vida democrática, tendo sido um longo processo até que pudessem adquirir direitos de cidadania de forma plena e participar, por inteiro, na vida democrática, chegando ao momento de, felizmente, poderem ser advogadas. A mulher, hoje, está envolvida no mundo jurídico. Penso que a advocacia no feminino é sempre uma busca por maior sensibilização e humanidade no Direito, nas relações sociais e o podermos esperar e contar com a sua grande contribuição para a melhoria do Direito, da Justiça e da Democracia em Portugal. Seguramente, as mulheres e as mulheres advogadas, que são e vão ser cada vez mais, e ainda bem, irão continuar a contribuir para a mudança e o desenvolvimento de uma certa «tacanhez» nas mentalidades e algum machismo que ainda persiste e que não podemos negar. Acredito que não exista, ainda, paridade na liderança das sociedades de advogados, entre homens e mulheres, sendo que a liderança não tem qualquer nexo de causalidade relativamente ao género da pessoa que a desempenha, mas também vejo que é necessário criar meios para se conciliar família e trabalho pois, ainda há muitas mulheres que, para além da profissão que exercem, têm a seu cargo todas as tarefas domésticas e familiares e isso gera muitas dificuldades e entraves nas longas horas que o dia de um advogado tem (o meu tem sempre pelo menos 12/13horas). Ser advogado é quase como ser monge.
LIDERANÇA NO FEMININO EM DIREITO
“Nunca senti qualquer preconceito por ser mulher” Há 24 anos na Telles de Abreu Advogados, Cristina Ferreira, Sócia – Partner da marca, é uma mulher que tem singrado no difícil universo da advocacia em Portugal. Ao longo desta conversa, compreendemos como tem evoluído e crescido a marca Telles de Abreu Advogados, que é hoje uma das marcas da advocacia/direito em Portugal e não só. Além disso, percebemos como é que uma mulher, Cristina Ferreira, tem pautado um percurso convincente e de valor, porque uma liderança no feminino é muito mais que uma «simples» liderança. É valia e algo que deve ser, cada vez mais, encarado como natural, porque as Mulheres têm muito valor. Abrangendo os vários ramos de direito, a Telles de Abreu Advogados foca a sua atenção na consultoria global em empresas nacionais e internacionais. Apoiam a entrada de organismos portugueses em mercados externos e criam as condições necessárias para que marcas internacionais possam estabelecer-se em território lusitano. Podemos dizer que têm sido um bom aliado no desenvolvimento e crescimento do tecido empresarial?
Na TELLES prestamos, de facto, assessoria num grupo alargado de ramos do Direito, trabalhando, maioritariamente, na consultoria global a empresas, para os vários aspetos das suas atividades que envolvam assuntos de natureza jurídica, prestando aos seus clientes um apoio abrangente. Conhecida pela proximidade aos seus clientes, a TELLES não se considera um mero prestador de serviços, mas sim um verdadeiro parceiro no sucesso dos mesmos, orientando a sua atividade pelos interesses daqueles, livre de quaisquer influências políticas e gerindo quaisquer potenciais conflitos de interesses de acordo com os mais rigorosos princípios deontológicos. A origem da sociedade remonta ao escritório de advogados fundado em 1936 pelo Dr. Artur
CRISTINA FERREIRA
Santos Silva. Passámos por vários períodos no crescimento empresarial e alguns dos clientes estão connosco desde sempre, pelo que podemos afirmar que sim, que temos acompanhado de perto o desenvolvimento e crescimento do tecido empresarial. Exercem funções em Portugal e no estrangeiro, através de uma rede de parcerias internacionais, sendo a Alemanha e França os dois países com maior enfoque. Neste contexto, foram criados dois grupos de trabalho multidisciplinares, o Deutsche Abteilung e o Comptoir Français. Como define o vosso escritório em termos internacionais? Qual é o balanço da presença da Telles de Abreu Advogados nos países onde atua?
Atualmente, a TELLES dispõe de dois escritórios, um no Porto e outro em Lisboa, os quais permitem a prestação de serviços em todo território nacional. A par da presença interna, a TELLES tem vindo a desenvolver uma vasta rede de contactos internacionais, integrando, como membro fundador, a rede internacional de sociedades de advogados Marcalliance, permitindo-lhe assegurar a prestação de serviços jurídicos a nível mundial. A Marcalliance é uma união de prestigiados escritórios de advogados de 13 países, situados principalmente na Europa, mas também na Ásia e em África, o que permite à TELLES prestar aos seus clientes um serviço completo, flexível e dinâmico, no que respeita ao acompanhamento da sua atividade, quando atuam noutros países e mercados. O Deutsche Abteilung e o Comptoir Français foram especificamente criados por uma necessidade de especialização decorrente de um maior número de contactos que a TELLES teve por parte de possíveis clientes franceses e alemães que pretendiam investir em Portugal e que necessitavam de consultoria jurídica, preferencialmente prestada na sua língua de origem. Em termos gerais, todos os advogados da TELLES são fluentes em duas línguas, permitindo prestar serviços em português, inglês, francês, espanhol e alemão e garantindo à sociedade uma dimensão internacional. A presença internacional e o reconhecimento que têm por parte dos vossos clientes confirmam a qualidade e excelência de um dos mais conceituados escritórios do país. O que permitiu este sucesso? De que forma os clientes contribuíram para este êxito?
Conhecida, como já referi, pela proximidade aos seus clientes, a TELLES pauta-se por uma abordagem dinâmica e inovadora, sempre sustentada numa herança de princípios e valores como o profissionalismo, o rigor, a honestidade, a integridade, o sigilo e a independência, que fazem parte do seu ADN e constituem a sua razão de ser. Motivada por um compromisso com a excelência, esta sociedade caracteriza-se pela qualidade, profundidade e especialização dos seus serviços, pela eficácia e inovação das suas soluções e pela rapidez das suas respostas e, daí, penso eu, o sucesso da TELLES. Os nossos clientes, por seu lado, têm passado a palavra 44
e permitido que outros nos conheçam e experienciem o que é trabalhar com a TELLES, e, sendo nós parceiros - e não apenas prestadores de serviços - na construção do sucesso empresarial dos nossos clientes, temos conseguido, com razoável sucesso, alargar a nossa carteira de clientes, através dos nossos próprios clientes. Atualmente, a Telles de Abreu Advogados conta com mais de 50 advogados especializados e com um conhecimento abrangente das mais distintas matérias. Como caracteriza a equipa desta empresa? O que têm para oferecer aos clientes que procurem o vosso escritório?
A TELLES integra, na presente data, um total de 63 advogados, distribuídos entre Lisboa e Porto, convidados e/ou recrutados de acordo com rigorosos critérios de seleção. A TELLES é uma sociedade constituída por uma equipa de advogados que eu considero unida, dinâmica e empolgada, que reúne sólidos conhecimentos, experiência, ambição e capacidade para prestar serviços jurídicos multidisciplinares. Sustentada nos princípios basilares que referi, a TELLES encontra-se dividida em equipas de acordo com as diversas áreas de práticas, todas compostas por sócios, associados e advogados estagiários, escolhidos pelo seu grau de especialização e nível de competência. Tendo em consideração o crescimento da complexidade das diversas questões legais que nos são colocadas, a maioria das equipas inclui duas ou mais áreas de prática, permitindo a existência de equipas multidisciplinares, preparadas e adaptadas para apresentar, de forma mais eficiente e rápida, soluções específicas a cada cliente. Distinguimo-nos, ainda, pela forma como analisamos as questões jurídicas nas suas diferentes perspetivas. Procurando sempre as respostas mais eficientes e eficazes para os desafios jurídicos com que os nossos clientes se deparam, oferecemos um serviço adequado à sua realidade particular, ajustando as nossas equipas aos processos e assuntos que assessoramos, sem nunca deixar de garantir uma enorme dedicação e proximidade. Finalmente, conhecemos o mercado em que operamos e temos vasta experiência nos diversos setores económicos, áreas geográficas e jurídicas, investindo de forma continuada na melhoria das nossas competências como forma de assegurar, permanentemente, um nível de serviço de topo. O Startup@Telles é um grupo de trabalho vocacionado para as empresas tecnológicas e iniciativas ligadas ao empreendedorismo. O que pode dizer-nos sobre este projeto? Qual é o presente e o futuro deste serviço?
Propusemos na TELLES, como grande objetivo para os anos de 2013-2015, dedicar, como referiu especial atenção às empresas de base tecnológica e a todas as iniciativas ligadas ao empreendedorismo. Startup@Telles é um grupo de trabalho vocacionado para essa área, tendo como objetivo apoiar novos projetos, acompanhando-os na sua fase inicial e na subsequente evolução, tentando identificar as necessidades dos empreendedores e assessorá-los, designadamente na área jurídica. Para esse feito, Startup@Telles foi incubado na TELLES, integrando advogados com diferentes níveis de senioridade e experiência em áreas de prática distintas, o que permitiu construir uma equipa dinâmica, versátil e abrangente, capaz de responder aos desafios mais arrojados e inovadores. Startup@Telles tem, também, como missão estabelecer relações preferenciais com universidades, com pólos de incubação de novas empresas e com unidades de desenvolvimento e de gestação de projetos ligadas às universidades. Com a consciência da realidade e das limitações com que os projetos empresariais se deparam na fase inicial da sua criação e início de atividade, de-
Qual é o futuro da Cristina Ferreira, advogada e sócia de um escritório com o nome como o da Telles de Abreu Advogados? Quais são os projetos futuros que tem delineados para a empresa? Sinto-me muito bem no lugar em que estou. Tenho muito bons e solidários companheiros de trabalho. Ambiciono, e estou certa de que tal sucederá, um desenvolvimento sustentado e fundamentalmente orgânico da TELLES baseado, sempre e sempre, na competência, qualificação, rigor e independência, sob todos os aspetos. Repito: é essa a nossa força e a razão do nosso êxito profissional.
signadamente quanto à escassez de recursos disponíveis para investir em apoio jurídico de qualidade, desenvolvemos um conjunto de soluções concretas, assentes numa lógica de win/win, que permitirão, por um lado, aos empreendedores terem soluções jurídicas ajustadas e, por outro lado, com a maturação do projeto, partilhar, na devida proporção, o sucesso obtido. Trata-se de um projeto de partilha de risco, em que nos disponibilizamos a prestar serviços sem qualquer contrapartida ou com remuneração reduzida, em função das condições e disponibilidades das entidades incubadas, e, no caso de o projeto ser bem-sucedido, haver uma recuperação de parte do investimento efetuado. Com ou sem o sucesso do projeto, sentimos que estamos sempre a contribuir para o bem comum e para o desenvolvimento da sociedade em que nos inserimos, retribuindo o que recebemos enquanto sociedade de advogados. Este grupo de trabalho tem sabido, desde o seu início, no final de 2012, criar e solidificar relações com os diferentes players acima referidos, criando para cada um soluções técnicas e relações profissionais ágeis, maleáveis e adequadas às especificidades de cada um. Estamos, atualmente, a concluir a primeira fase do projeto que consideramos bem-sucedida para os objetivos que traçámos. Na empresa há quase duas décadas, a Cristina Ferreira é uma das sócias de um escritório conhecido internacionalmente e prova diariamente que é possível ser mulher e ter sucesso profissional. O que permitiu esta caminhada tão bem-sucedida? Sentiu o preconceito em algum momento do seu percurso profissional?
Em dezembro de 2016 fará 25 anos que entrei na TELLES e, há 25 anos atrás, as coisas na advocacia em Portugal eram muito diferentes do que são hoje. No entanto, a verdade continua a ser apenas uma: acreditamos e valorizamos, na TELLES, a meritocracia, valorizando o trabalho, a qualidade do trabalho, a exigência na perfeição e a dedicação aos assuntos. Se o exercício das competências for bem-sucedido, a recompensa e a ascensão profissional não ficam limitadas pelo facto de se ser mulher. Nunca senti qualquer preconceito por ser mulher, nem nunca senti que fiz mais ou menos pelo facto de ser mulher. Fiz, certamente, coisas diferentes, pelo facto de ser mulher e pelo facto de pensar e agir de forma diferente. As mulheres, quando se dedicam de corpo e alma, são peças essenciais em qualquer estrutura, pela sua capacidade de se desmultiplicar e fazer várias coisas ao mesmo tempo, bem como pela sua capacidade inesgotável de gerir, para além da sua vida profissional, a sua vida pessoal, como mulheres e mães, que são, o que lhes dá um estofo adicional e uma força e vigor acrescidos. Nunca senti, no entanto, qualquer tratamento especial ou diferente por ser mulher. Se alguma vez existiu, po45
de-me ter passado ao lado, porque estive sempre mais focada na eficácia do meu desempenho e das minhas tarefas do que na avaliação de possíveis problemas pelo facto de ser mulher. Considero, assim, que é possível ser mulher e ter sucesso, tendo orgulho no percurso que prossegui, fundado no meu trabalho, na qualidade que tentei imprimir ao mesmo e na exigência que tenho para comigo mesma. Considero que foi isso que permitiu a minha caminhada bem-sucedida, tal como a dos meus companheiros de trabalho na TELLES, dado que sem eles este meu percurso nunca seria o mesmo. Licenciada em Direito, integrou ainda dois cursos que complementam o conhecimento adquirido na faculdade: Direito dos Negócios e Contabilidade para Juristas. São duas áreas ainda muito masculinas e onde possíveis clientes acreditam encontrar apenas homens. No exercício das suas funções, já sentiu que os clientes com quem contacta receiam que o seu trabalho seja menos qualificado apenas por ser mulher?
Não me recordo, honestamente, de ter encontrado clientes que receassem uma menor qualificação do meu trabalho por ser mulher. Senti, isso sim, quando comecei, há mais de 20 anos, que pelo facto de ser jovem e mulher, algum receio ou suspeita pelas minhas competências. Hoje, sinceramente, com a evolução ocorrida na sociedade portuguesa, já não há esse tipo de sentimentos e receios, apesar de ser possível que, algumas vezes, um ou outro cliente possa ter, inicialmente, suspeitado das minhas competências por ser mulher. Se alguma vez aconteceu, acabou por confiar, porque nunca fui afastada de nenhum dossier ou cliente por causa de ser mulher, nem acredito que na TELLES o ponderássemos fazer. Cada projeto reúne os melhores advogados de determinada área de prática, para determinado caso, pelo que acredito que, mesmo que um cliente pudesse eventualmente ter alguma hesitação, teria em consideração que se estou envolvida no seu caso é porque estou preparada para os desafios que o seu caso acarreta. Como é atualmente a advocacia no feminino? O que ainda falta mudar? Acredita que o aumento da presença de mulheres nestas profissões permitirá uma mudança de mentalidades?
Na minha área de prática, que é essencialmente o direito comercial e societário, estando envolvida na elaboração de contratos, na negociação e concretização de vendas, aquisições e fusões de empresas, para além da assessoria a empresas nas suas diversas vertentes, não vejo no que é que a minha advocacia, no feminino, seja diferente da advocacia exercida no masculino, tendo dificuldade em reconhecer ou aceitar que exista uma subespécie de “advocacia no feminino”. Qualquer preconceito que possa ainda existir noutras áreas, que desconheço, só poderá dever-se a estereótipos que a sociedade criou e repetirá, acreditando, no entanto, que a revolução social que o país sofreu, em termos de mentalidades, nas últimas décadas, se encarregará de os eliminar. É histórico que a imagem de poder ainda está associada a um homem e quanto mais casos de sucesso feminino houver, mais esta imagem se desvanecerá. Não se trata, no entanto, de levar as mulheres ao poder. Trata-se, sim, de levar o mérito ao poder. Não acredito, de todo, em quotas de mulheres para o que quer que seja. Acredito que só os melhores chegarão ao topo e para isso, para além de sorte, são necessárias três condições: trabalho, trabalho e mais trabalho. Duvido que a forma de liderança tenha qualquer nexo de causalidade relativamente ao género, conhecendo bons e eficazes líderes no topo de empresas, homens e mulheres.
LIDERANÇA NO FEMININO
Quartz Quality, uma empresa que quer ser líder de mercado Flexibilidade, responsabilidade, experiência e profissionalismo são características que definem uma empresa de referência no setor em que atua. Reunindo o background dos seus sócios na área da higiene e controlo bacteriano, há 12 anos nasceu a Quartz Quality, uma entidade de renome na prestação de serviços, produtos, sistemas, equipamentos e soluções de higiene e controlo bacteriano. Com a Revista Pontos de Vista, Dora Duarte, Diretora Geral-Executiva da Quartz Quality, falou dos benefícios de um serviço “Quartz Quality”, numa conversa em que também houve disponibilidade para abordar uma das grandes temáticas da atualidade: liderança no feminino. Não estabelecendo grandes diferenças entre uma liderança encabeçada por um homem ou por uma mulher, Dora Duarte é, no entanto, perentória: “as mulheres trabalham muito, mas têm de se impor mais”.
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arantir que os seus clientes tenham acesso a serviços, equipamentos, produtos, sistemas e soluções de higiene com a qualidade indispensável para a melhoria da saúde, bem-estar e conforto de todos os usuários de instalações sanitárias, públicas ou privadas, tem sido, desde a sua génese, o grande propósito da Quartz Quality, uma empresa que acumula mais de 20 anos de experiência dos seus sócios na área da higiene e controlo bacteriano. Tudo começou há sensivelmente 12 anos, depois da aquisição de duas empresas, situadas na Grande Lisboa e na zona centro do país. Hoje, a entidade conquistou uma posição de referência, graças à postura com que entrou no mercado e, mais uma vez, à experiência das pessoas que estão ao leme deste barco. Dora Duarte, Diretora Geral-Executiva da Quartz Quality, relembrou o início deste projeto com o mesmo entusiasmo com que tudo começou. “Este foi um desafio concretizado por pessoas que tiveram responsabilidades noutras empresas multinacionais e que decidiram avançar para um projeto desta natureza, fazendo algo diferente no mercado nacional. Fomos sentindo que existiam necessidades no nosso mercado ao nível das ofertas e, como tal, com parceiros que fomos conseguindo internacionalmente e que nos deram o suporte necessário, todos acreditaram no projeto Quartz Quality”, referenciou. Hoje, estamos perante uma entidade que quer ser a empresa nacional de referência na Península Ibérica, graças à dedicação e à convicção de todas as pessoas envolvidas. Este círculo engloba, de igual modo, os clientes que sempre acredita-
ram neste parceiro. A verdade é que o negócio da Quartz Quality abrange vários segmentos de atividade, desde saúde, educação, banca, seguros ou PME’s, sendo que, até ao momento, o grau de fidelização neste mercado diversificado é muito bom. “Criar satisfação nos clientes é, efetivamente, a nossa maior satisfação. É algo que nos faz acreditar e continuar a desenvolver outros serviços que nos permitam estar sempre um pouco mais à frente de outras empresas neste setor”, afiançou Dora Duarte. Em todos os projetos com assinatura “Quartz”, a inovação é uma presença constante. Falamos não só nos sistemas que apresentam, mas também nas metodologias de trabalho que adotam. Inovar é, de igual modo, apostar veementemente na formação dos seus recursos humanos. “Esta formação contínua permite que os nossos colaboradores estejam sempre à frente daquilo que é esperado e, deste modo, haverá uma maior dedicação e entrega perante o cliente”, afirmou. Nos últimos dois anos, tem havido maior procura dos serviços da Quartz, ao contrário do que habitualmente sucedia e, apesar de ter consciência de que neste mercado é sempre difícil ter um cliente à procura de um serviço, Dora Duarte sente uma mudança e explica porquê. “Os empresários estão insatisfeitos com a prestação de serviços de empresas que estão no mercado e, quer porque já tiveram contactos nossos anteriormente, quer porque conheceram o nosso trabalho por outros canais, acabam por querer estar connosco”, analisou Dora Duarte. Em todas as situações, será sempre apresentada uma solução adaptada à necessidade, identificada pela Quartz Quality e, em muitos casos, com o suporte de parceiros inter-
Serviços prestados pela Quartz Quality: Serviço de higiene e controlo bacteriano: - Recolha e gestão de absorventes higiénicos femininos usados; sistema e produtos de higienização e desinfeção permanente de sanitas e urinóis; sistemas seguros e inovadores de higienização e desinfeção das superfícies; sistemas e produtos de controlo de odores no ambiente 24 horas por dias; serviço de controlo de poeiras e parasitas com tapetes específicos e resistentes à entrada dos edifícios; serviços de controlo de insetos voadores, insetocoladores ou insetocaçadores; Serviço de higiene pessoal: - Sistemas, dispensadores para secagem de mãos com toalhas 100% algodão ou em papel; sistemas, dispensadores de rolos de papel higiénico; outros sistemas, equipamentos, produtos e soluções consoante as necessidades apresentadas; - Assistência técnica.
DORA DUARTE
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Algumas dicas da Quartz Quality na utilização de casas de banho públicas: - Puxar sempre o autoclismo; - Use a quantidade de papel higiénica que realmente necessita; - Lave bem as mãos nos lavatórios; - Depois de lavar as mãos, proceda à secagem; - Não deite papel no chão;
nacionais certificados e líderes de mercado que estão muito à frente quando o assunto é inovação. Esta é uma forma de marcar a diferença perante a concorrência e de mostrar que a transparência faz e fará sempre parte do ADN da Quartz Quality. Com a falta de ética profissional e comercial e a tendência cada vez maior de “vender gato por lebre”, rigor e transparência terá sempre de ser a postura da Quartz. “Tudo o que disponibilizamos tem assegurada uma relação entre preço e qualidade. O cliente consegue rentabilizar a curto e médio prazo, diminuindo custos. O que acontece hoje é que as pessoas estão muito voltadas para a questão do preço e para o que é mais barato e é um pouco a nossa função também alertar o cliente para essas situações”, elucidou a responsável. É este respeito pelo cliente, honestidade e compromisso que a Quartz Quality assumiu como base de todos os relacionamentos interpessoais e profissionais que tem estabelecido ao longo dos últimos 12 anos. A posição de empresa nacional de referência já foi conquistada. As ambições são agora bem mais altas. A Quartz Quality quer ser líder nacional de mercado. Tendo consciência de que a atual conjuntura económica abanou os negócios mesmo de empresas fortes e bastante consolidadas, Dora Duarte sabe que o caminho continua e o objetivo da Quartz será sempre o de liderar o mercado com qualidade e distinção. Responsabilidade Social Mais do que um conjunto de colaboradores com determinadas funções definidas, os recursos humanos são a alma de uma empresa e, numa organização que presta serviços aos clientes, esta definição reveste-se de uma maior relevância. Daí que a aposta da Quartz Quality nas suas pessoas seja, desde sempre, um dado adquirido. Com formações adaptadas a determinadas funções ou cruzadas, a aquisição constante de conhecimentos é, para Dora Duarte, uma ferramenta primordial para que a empresa consiga fornecer ao seu cliente o suporte de que necessita. “Há formações que cruzamos independentemente de ser ou não a mais indicada para determinado operador. É de salutar que as pessoas desenvolvam outras
- Coloque todos os resíduos nos recipientes indicados para esse efeito; - Não fume nas casas de banho; - Utilize o urinol para o fim que lhe é destinado; - Seja contra o vandalismo; - Garante os níveis de ventilação adequados para permitir uma boa circulação do ar.
“Tudo o que disponibilizamos tem assegurada uma relação entre preço e qualidade. O cliente consegue rentabilizar a curto e médio prazo, diminuindo custos. O que acontece hoje é que as pessoas estão muito voltadas para a questão do preço e para o que é mais barato e é um pouco a nossa função também alertar o cliente para essas situações” 47
capacidades e, deste modo, também conseguimos saber até onde elas podem ir”, explicou a responsável. Este compromisso com as pessoas vai muito além do seio da empresa. O verdadeiro significado de responsabilidade social começou há sensivelmente quatro anos, no momento em que Dora Duarte foi abordada relativamente à necessidade de uma menina. Margarida Felicidade precisava de uma cadeira de rodas, cujo valor rondava os cinco mil euros. Prontamente contactou o departamento de contabilidade da empresa e conseguiu a verba necessária para colmatar esta carência. Depois disso, o espírito solidário da Quartz nunca mais parou. Após algumas visitas ao Centro de Desenvolvimento da Criança do Hospital Garcia Orta, em Almada, Dora Duarte e a sua equipa depararam-se com um mundo real de necessidades ao qual ninguém poderia ficar indiferente. Juntou esforços, angariou outras participações de colegas e criou a força necessária que se mantém até hoje. Entretanto, surgiu a oportunidade de proporcionar estágios a engenheiros da Universidade de Aveiro, que acompanharam desde o início estas necessidades e têm readaptado material usado para que outras crianças possam continuar a usufruir destes equipamentos. “Deste modo, tem sido possível ajudar mais jovens e crianças necessitadas a um custo menor”, acrescentou a responsável que não esconde o seu enorme entusiasmo e satisfação em, juntamente com a sua equipa, contribuir para a mitigação destes problemas. Liderança no feminino na Quartz Quality Dora Duarte está na Quartz Quality desde a sua génese e, enquanto profissional, sempre se definiu como uma pessoa disposta a aprender e a evoluir permanentemente. Sendo mulher, liderar uma empresa nem sempre é fácil mas, pessoalmente, Dora Duarte nunca sentiu qualquer tipo de preconceito ou reticência perante a forma como gere a sua organização. Pelo contrário, acrescenta de imediato. “Temos que nos guiar pelas regras e pelos princípios da empresa. Tem de haver transparência nos métodos, processos e na forma como lidamos uns com os outros e essa exigência começa por cima. Eu, enquanto diretora geral-executiva, tenho de dar o exemplo e sou exigente comigo desde que entro até que saio”, disse. Fazendo alusão a um artigo que aponta para a existência de 41% de liderança no feminino, Dora Duarte sente que esta é uma tendência que tem mudado nos últimos anos, não vendo, no entanto, qualquer distinção entre a forma como um homem ou uma mulher gerem os seus negócios. Em contrapartida, para a responsável, as mulheres têm mais provas para dar. “As mulheres trabalham muito, mas têm de se impor mais, têm de provar mais, mas os resultados também mostram isso. Numa liderança feminina, se houver resultados e se os objetivos estiverem a ser cumpridos, nada mais há a dizer”, concluiu. Para o futuro, de Dora Duarte pode esperar o que ela sempre mostrou enquanto profissional: total dedicação em cada contacto estabelecido. Da Quartz Quality, sempre teremos aqui uma empresa transparente que está ao seu lado para o servir e que estará sempre atenta às necessidades, quer seja nos momentos bons como nos menos bons. Com integridade e flexibilidade, a Quartz Quality continuará a aposta inequívoca no rigor, na qualidade e na inovação.
MUNICÍPIOS PORTUGUESES
A envolvência da vila mais citadina de Portugal A vila mais visitada da nação é na região minhota e tem uma imensidão de motivos para se visitar. Com uma história rica, o concelho tem património, paisagem, gastronomia e vinhos. Conhecedor do concelho como quem conhece as palmas das suas mãos, Victor Mendes, Presidente da Câmara Municipal de Ponte de Lima, levou-nos numa viagem pela economia, cultura, monumentalidade e povoação. VICTOR MENDES
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m plena região do Minho, a norte do país, existe “uma terra carregada de história”. É uma vila, mas não “uma vila qualquer”. É assim que Victor Mendes caracteriza o seu município, um importante território desde os tempos de reinados. Fundamental para a nação, já em 1125, a Rainha D. Teresa outorgou à vila uma carta de foral. D. Pedro I, por sua vez, ordenou que fosse muralhada, devido à sua localização geoestratégica. O resultado foi de um burgo medieval, cercado por muralhas e torres. A Ponte, que deu nome a este belo município, foi, também, uma peça fundamental para a interação minhota, sendo a única passagem segura do rio Lima. Ao longo dos tempos, como território fundamental para o país, o concelho foi prosperando, desenvolvendo-se e, destes tempos, restam apenas estórias e algumas maravilhas arquitetónicas, dignas de visita. Das torres, apenas duas continuam de pé. A Ponte é hoje um pequeno troço. Contudo, a beleza mantém-se em Ponte de Lima com património, romarias e gentes que partilham a paixão de habitar o concelho mais visitado do país. Portugueses e estrangeiros são convidados a passear pela vila e deixar-se encantar pelos nume-
“Contribuir para a qualidade de vida das nossas populações, fixar os cidadãos, fixar empresas, gerar riqueza, criar emprego. Essa é a melhor forma de podermos dar condições àqueles que aqui nasceram e vivem” 49
rosos pontos imperdíveis. Durante a conversa com a Revista Pontos de Vista, o presidente do município alongou-se na lista numerosa de locais obrigatórios. Enumerar apenas alguns é missão impossível. Assim, aconselha a visita ao centro histórico, às lagoas, aos jardins e quinta pedagógica, aos muitos museus, recomenda uma caminhada pelos trilhos ao longo das margens do rio Lima e a sentir a adrenalina no Bike Park, considerado o melhor parque da Península Ibérica para a prática de BTT…mas não esquece as delícias gastronómicas e os famosos vinhos verdes da região. A estadia tem de ser intensa. Para conhecer uma vila tão peculiar, para sentir a sua essência, não basta visitar monumentos e localidades, tem de ser usufruída nas várias vertentes que formam o concelho. Se visitar os muitos pontos de interesse da vila é essencial, é igualmente imperdoável não provar “a carne minhota, o arroz de sarrabulho, o bacalhau e a lampreia”. Maravilhas bem conhecidas, que fazem da gastronomia minhota um motivo de muitas visitas. Atreva-se a provar estas verdadeiras delícias nos típicos restaurantes, onde os pratos são confecionados ‘à moda antiga’, que nos remonta aos cozinhados das nossas avós, com a excelência e qualidade de quem sabe o que faz.
E a acompanhar, obviamente, um bom vinho verde feito nas quintas do concelho. Se, no entanto, gosta de apreciar os pratos típicos, em pleno espírito festivaleiro, onde povos se cruzam numa vontade igual de conhecer as tradições regionais e vivenciar a animação que se cria em plenas romarias, visite uma das muitas festas de Ponte de Lima, que prezam pelos produtos tradicionais e artesanais. Os pratos típicos não são esquecidos, assim como muitos outros produtos ponte-limenses. Até porque, de janeiro a setembro, o município tem um conjunto de eventos que visam dinamizar a vila e, claro, animar um povo. Ambiente, energia, gastronomia, artesanato, vinhos e até cavalos são ótimos motivos para se organizar uma feira temática, que entusiasma habitantes e visitantes. Estas festividades tornam Ponte de Lima numa paragem cada vez mais obrigatória. E não é só para os portugueses. Conhecida internacionalmente, a vila tem promovido eventos que fazem estrangeiros vir a Portugal só para participar. Não acredita? Em maio, a vila foi a anfitriã do Congresso Ibero-Americano de Parques e Jardins Públicos, que contou com a presença de 220 especialistas, vindos de 25 diferentes países. Por outro lado, o desporto equestre é um conceito cada vez mais famoso e apetecível. E a vila não desaponta os adeptos no mundo inteiro. Anualmente, os cavalos marcam presença em Ponte de Lima com a Feira do Cavalo. E este ano, a vila promete arrebatar. Com o projeto Ponte de Lima, Destino Equestre, o município vai receber um conjunto de atividades ligadas ao desporto. Já em agosto, terão, por exemplo, o Campeonato
Ainda durante este ano, Ponte de Lima conta inaugurar o Centro de Interpretação e Promoção do Vinho Verde, com “um equipamento de muita qualidade, aberto a toda a região e a todos os intervenientes no setor” Nacional de Horseball. E as expectativas são muitas, num evento ao qual não pode faltar. Em 2016, os olhos estarão novamente voltados para a vila minhota, que receberá o “Encontro Mundial de Autocaravanismo, que este ano é realizado na China e Croácia e já não vinha a Portugal há cerca de 25 anos”, explica Victor Mendes. Também o desporto equestre será, uma vez mais, ponto essencial nas festas da região, que contará com o “Campeona-
CHAFARIZ DO LARGO DE CAMÕES/FOTO: JOÃO RAFAEL OLIVEIRA
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to Mundial de Horseball”, motivo pelo qual Ponte de Lima receberá “cerca de 3000 atletas, de 27 países distintos”. Estes são apenas alguns dos motivos para visitar o concelho. Porque a vila é tudo isto e muito mais, é um mar imenso de razões para a visitar. E se internacionalmente já existem operadores a proporcionar programas especiais para gentes de outras nacionalidades visitarem a região, os portugueses são presença obrigatória. Vinho Verde, a história de um povo A Região Demarcada do Vinho Verde é conhecida em Portugal e no mundo. É aqui que se produz um dos melhores vinhos nacionais. Mas este produto tão nosso é “muito mais do que o líquido na garrafa”, garante o presidente da Câmara de Ponte de Lima. Orgulhoso dos vinhos que saem do concelho que representa, não esquece que o Minho tem outros tantos que merecem os seus elogios. E afirma que estes são “história, cultura e património”. Por isso, garante ter o objetivo de promover o setor vitivinícola e o enoturismo do município. Num setor com uma evolução notável, com uma presença cada vez mais forte de jovens, “com muita formação, criatividade e inovação”, onde o sabor se mistura com a história de um povo, que, mais do que por lucro, trabalha por paixão, é essencial mostrar o que de melhor se faz na região. Ainda durante este ano, Ponte de Lima conta inaugurar o Centro de Interpretação e Promoção do Vinho Verde, com “um equipamento de muita qualidade, aberto a toda a região e a todos os intervenientes no setor”, explica o presidente.
Após a sua inauguração, cumprirá “o seu papel de promoção e divulgação do vinho e da vinha de todo este território” e será um forte contributo para “todo este setor”, dignificando não apenas Ponte de Lima, mas também a “região dos vinhos verdes”. E apesar de ainda não ter as suas portas abertas, já conta com os olhares curiosos dos visitantes internacionais que passeiam pelas ruas de Ponte de Lima, garante Victor Mendes. Um bom motivo para se acreditar no sucesso do CIPVV – Centro de Interpretação e Promoção do Vinho Verde, que fará parte da Rota dos Vinhos Verdes, uma rota que ainda não atingiu o êxito desejado, mas que, com o empenho necessário, será um bom produto vitivinícola da região minhota. Pelo menos é este o desejo do presidente do município de Ponte de Lima, que acredita que existirá “um novo relançamento da rota, sendo o CIPVV um ponto fundamental”. Para já, Victor Mendes convida a experimentar e deleitar-se com este líquido dos deuses, feito em pleno Minho e que já conta com um vasto número de medalhas, atribuídas em diversos concursos internacionais.
VILA DE PONTE DE LIMA/FOTO:FRANCISCO PIQUEIRO
Crise? Não em Ponte de Lima Em plena crise económica nacional, Ponte de Lima tem vindo a criar um efeito inverso. Com uma forte aposta no investimento, empreendedorismo e qualidade de vida, o município tem criado políticas capazes de fazer evoluir um concelho num país em pleno decréscimo financeiro. “Ponte de Lima tem feito aquilo que Portugal devia ter feito em contexto nacional. […] Tem investido naquilo que é essencial, sem megalomanias, sem projetos que não tenham retorno para a economia e para os cidadãos, tem sabido poupar e gerir o dinheiro”. Com “uma disponibilidade financeira invejável”, tem atualmente “um ritmo de investimento significativo”, o que permite ocupar lugares de excelência nos Anuários Financeiros dos Municípios Portugueses, assume o presidente. Em 2013, atingiu o 21º lugar no âmbito de investimentos, em valores absolutos, no estudo que é realizado anualmente aos 308 municípios portugueses. A educação é outra das prioridades da Câmara Municipal, que, segundo Victor Mendes, é “a base para termos massa crítica, para, mais tarde, podermos desenvolver o território e aplicar no terreno as políticas de desenvolvimento do ponto de vista municipal”. “Porque se não tivermos cidadãos bem formados e bem informados, é mais difícil” fomentar o desenvolvimento, acredita. O apoio social é, por outro lado, fundamental para criar “um território mais justo e solidário”. Através de intervenções com as várias Instituições Privadas de Solidariedade Social, o município de Ponte de Lima preza por uma sociedade com poder económico e condições condignas. Qual é o objetivo final? “Contribuir para a qualidade de vida das nossas populações, fixar os cidadãos, fixar empresas, gerar riqueza, criar emprego. Essa é a melhor forma de podermos dar condições àqueles que aqui nasceram e vivem”.
JARDIM DO ARNADO/FOTO: MIGUEL COSTA
O futuro de uma vila promissora Victor Mendes espera o melhor para esta vila portuguesa. De acordo com os seus objetivos, o futuro passará pela “afirmação de uma marca de qualidade” que é já Ponte de Lima, com estabilidade financeira, que permita fixar cidadãos e empresários. E, acima de tudo, o representante autárquico espera que a vila seja “um exemplo a nível nacional das várias áreas do desenvolvimento”. “Um concelho para viver, visitar e investir”. 51
FEIRA DO VINHO DO DÃO
“O município de Nelas tem revelado um dinamismo extraordinário” Nelas, Terra da Alma, Terra que tem vindo a fazer cada vez mais em prol de quem lá vive e de quem visita este espaço. São inúmeros e vastos os desafios e prioridades no sentido de reforçar a dimensão desta Terra. José Borges da Silva, Edil da autarquia de Nelas, lembra que “o município de Nelas tem revelado um dinamismo extraordinário, particularmente nos últimos meses” , e não vai ficar por aqui. Saiba mais. Com o propósito de promover a região e de levar cultura e animação à sua população e visitantes, Nelas tem impulsionado a organização de eventos distintos, já conhecidos a nível nacional. Este enfoque no desenvolvimento cultural tem sido uma mais-valia para fazer crescer a notoriedade da região e o próprio turismo?
Evidente que sim. A missão do executivo municipal passa também por incentivar a evolução cultural, proporcionando com qualidade e variedade as condições possíveis à realização de espetáculos, apresentações, ensaios ou exposições, de entre as mais distintas instalações artísticas e culturais, quer promovidas pelas Associações Culturais e Recreativas do Concelho, quer pelas escolas, quer por agentes profissionais convidados para o efeito. No concelho do interior, como o concelho de Nelas, as dinâmicas culturais cruzam-se cada vez mais com as potencialidades turísticas como forma de acrescentar mais atratividade ao território, trazer novos visitantes, aumentar a economia local e, no seu todo, reforçar a identidade que nos distingue de tantos outros concelhos a visitar e, assim, reforçar uma dimensão regional.
Os vinhos da Região Demarcado do Dão são uma forte imagem de marca da zona centro e têm posicionado de forma excelente o nome do país além-fronteiras. Podemos afirmar que este produto tão nobre e tão característico tem impulsionado Nelas enquanto município português cada vez mais procurado?
A questão colocada foi formulada de forma curiosa e leva-nos a uma resposta também curiosa: não sei se é o produto “Vinho do Dão” que tem impulsionado Nelas, enquanto município português cada vez mais procurado, ou se tem sido o Concelho de Nelas o município que mais tem promovido o produto “Vinho do Dão” e, com isso, contribuir para uma região de vinhos cada vez mais procurada! De facto a história de Nelas tem estado sempre muito ligada ao Vinho do Dão, quer pelas inúmeras referências vivas, como o é o Centro de Estudos Vitivinícolas do Dão, onde a excelência da investigação e dos vinhos do saudoso Eng.º Vilhena são, ainda hoje, motivo de enorme curiosidade e procura, quer pela qualidade intrínseca dos vinhos e dos produtores que hoje marcam a centralidade da região demarcada dos Vinhos do Dão. Nelas é o Coração da Região, num conjunto de 16 municípios, todos os percursos da Rota dos Vinhos do Dão passam por Nelas, passam pela Vila Vinhateira do Dão, Santar. O enoturismo é uma realidade em franco crescimento, motivado por um enorme investimento neste setor agrícola com novas exploração, novas adegas e vinhos cada vez mais premiados em concursos nacionais e internacionais. A Feira do Vinho do Dão é já um evento conhecido a nível nacional e recebe milhares de visitantes anualmente. A edição de 2015, em setembro, promete uma Feira com um novo conceito e uma 52
nova identidade. O que podemos esperar deste evento, que tem o vinho como mote?
A Feira do Vinho do Dão, que se realiza em Nelas sempre no primeiro fim de semana de setembro, é o maior certame de vinhos de toda a região demarcada do vinho do Dão, conta com mais de 60 produtores da região, de todos os 16 municípios que a compõem, de todas as sub-regiões e terroirs que diferenciam os vinhos do Dão. Quando alguém quer comprar, provar, comparar e saborear os distintos vinhos do dão sabe que é em Nelas, numa Feira e Festa que celebra o Dão como “A Alma de uma Região” que pode fazê-lo com a garantia de um fim de semana enoturístico emocionante. Realização na bonita Praça dos Paços do Concelho, acompanhada pela infraestrutura da antiga federação dos viticultores do Dão onde, integrada nos 13 balões de vinho, se encontra um bonito edifício, palco de jantares vínicos memoráveis. O que mais se destaca de uma identidade forte de Feira de Vinhos da Região é o reforço das condições para os profissionais do setor, o impulso da complementariadade com a gastronomia típica beirã e, sobretudo, a marca cultural fortíssima que deixamos a todos os visitantes da Feira que, em todas as três noites, podem assistir a um Musical originalmente produzido e encenado para o evento _ “AS Músicas que os Vinhos Dão”, pelo grande nome do teatro musical Português, o encenador António Leal. Esta região vitivinícola tem produtores de excelência e qualidade inquestionáveis. Os seus vinhos são o resultado do empenho e da paixão com que veem este setor. Que nomes poderemos encontrar na Feira do Vinho do Dão em setembro?
Seria profundamente injusto particularizar qualquer um dos produtores que estão presentes na Feira do Vinho do Dão, correndo até o risco de desconsiderar por esquecimento algum deles. Tal como referi anteriormente, este certame só mantém a ambição de não só ser o maior da Região Demarcada dos vinhos do Dão, mas também um dos maiores do país, porque o número de produtores de vinho do dão certificados pela Comissão Vinícula de Região do Dão ultrapassa a meia centena, no centro de todo um conjunto de entidades privadas e públicas, determinantes para o setor, também presentes do evento. Destaco apenas que, nesta Feira, poderão encontrar vinhos de Terras de Senhorim, vinhos de Terras de Azurara e Castendo, vinhos de Terras de Besteiros, vinhos de Terras de Alva, vinhos de Altitude, Serra da Estrela e vinhos de Terras de Silgueiros. Podem, portanto, percorrer toda a Rota dos Vinhos do Dão na nossa Feira do Vinho do Dão, este ano a 24º edição, nos dias 4, 5 e 6 de setembro, em Nelas. Apesar do especial destaque que os vinhos do Dão terão durante o evento, Nelas não esquece outros produtos regionais, como o queijo da serra, os enchidos, a doçaria e o artesanato. O que podemos esperar este ano dos produtos típicos portugueses?
Esta é também mais uma boa surpresa para quem visita a Feira do Vinho do Dão, em Nelas poder efetivamente provar e comprar produtos regionais de excelência dos quais se destacam, naturalmente, o Queijo da Serra, os enchidos, o azeite virgem do Dão, o mel, as compotas, o pão e os doces que deliciam todos os que por cá passam. O artesanato é outro atrativo forte, com mais de 30 representações na Feira. Em outubro será a vez de o Dão mostrar as suas competências na estrada, com o Rally Vinho do Dão. Será o encerramento final da homenagem que Nelas faz aos vinhos da região? O que tem o município preparado para este evento?
A prova, organizada pelo Clube Automóvel do Centro, com o apoio da Câmara Municipal de Nelas e integrada no calendário de provas do Campeonato FPAK de Ralis do Centro, regressa, após 10 anos, às terras do Dão. O Município de Nelas, com o apoio técnico do Clube Automóvel do Centro (CAC) e da Federação Portuguesa de Automobilismo e Karting (FPAK), pretende levar a efeito o Rally Vinho do Dão como prova oficial do novo Campeonato FPAK de Ralis, a realizar nos dias 24 e 25 de outubro. Esta prova fará parte do Troféu de Terra do Campeonato FPAK (ver em: http://www.fpak.pt/competicoes/2015/ralis/campeonato-fpak-ralis-centro) e terá quatro troços com aproximadamente 10 kms cada, passando pelas freguesias de Nelas, Canas de Senhorim, Vilar Seco e a inspiradora Vila Vinhateira do Dão – Santar. O Rally Vinho do Dão completa uma estratégia de promoção e dinamização dos produtos e dos enoturismos da Região, uma vez que, desde o primeiro fim de semana de setembro com a Feira do
JOSÉ BORGES DA SILVA
Vinho do Dão, até ao fim de semana da prova, muitas serão as novidades deste ano para apreciadores do Vinho do Dão, produtores, enófilos, assim como todos os turistas e aficionados pelo desporto automóvel. Acreditamos, pois, que esta prova irá mexer com a economia local/regional, pois trará muita gente a conhecer a gastronomia, hotelaria, património cultural e serviços em geral, promovendo todo o setor e comércio local/regional, considerando que este evento não é só concelhio ou municipal, mas de âmbito regional, comunicando para toda a região demarcada do Vinho do Dão e para todos os 16 municípios que a compõem. Prova disso é a parceria desde a primeira hora com a CVR Dão cuja responsabilidade partilhada com o Município de Nelas no registo da marca “Rally Vinho do Dão” é, apenas uma das muitas evidências de um esforço conjunto pela projeção económica, cultural e turística de uma Região. Quais são os projetos futuros para o município de Nelas? De que modo os vinhos do Dão farão parte destes próximos passos?
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O município de Nelas tem revelado um dinamismo extraordinário, particularmente nos últimos meses, e que se demonstra pelo volume de investimento industrial, comercial e agrícola a que assistimos, com a criação e expansão de unidades de produção e transformação, com a consequente criação de emprego que, permitam-nos realçar, mais de 800 posto de trabalho na globalidade, o que é motivo diário de satisfação e responsabilidade. O restabelecimento da confiança foi determinante para os frutos que hoje recolhemos. Este executivo tem defendido diariamente, na gestão da autarquia, os mais rigorosos princípios gestionários de racionalização e equilíbrio estrutural de uma organização que se quer célere na resposta e que se quer focada na valorização do serviço público. Durante o tempo de mandato que legitima a nossa intervenção na câmara, manteremos o rumo no cumprimento dos objetivos previsto no Contrato Social, confirmado nas últimas eleições autárquicas. As prioridades do equilíbrio financeiro, da economia e emprego, do ambiente sustentável e da promoção social do concelho de Nelas serão reforçadas a cada projeto e desafios alcançados. São várias as iniciativas e projetos em cursos, privados, públicos e associativos, e em todos os setores de atividade, aconselhamos os leitores a estar atentos ao Município de Nelas como município onde se VIVE com esperança e qualidade de vida. Relativamente ao “Vinho do Dão”, esse continuará a ser um dos principais catalisadores de uma energia coletiva em torno do desenvolvimento económico do concelho, para tal, o ano de 2016 será, por excelência, a data em que se comemoram, palco de um emocionante impulso desta “Alma de uma Região”, com as “bodas de prata” da Feira do Vinho do Dão, onde muitas surpresas irão ser apresentadas.
ESSÊNCIAS PORTUGUESAS
“O maior desafio é divulgar e exportar este símbolo cultural português - Calçada Portuguesa” A história, a tradição, a cultura de um povo podem estar exemplificadas em diversos planos e padrões. A Calçada Portuguesa é, sem dúvida, uma vertente reveladora do que é genuinamente português. A Revista Pontos de Vista conversou com Celso Gonçalves, Administrador da ROC2C, que nos deu a conhecer como tem a marca apostado no crescimento, segundo padrões de excelência e qualidade. Percebemos, ainda, que esta é uma marca que quer, acima de tudo, satisfazer os seus clientes, sem nunca esquecer que o que é português deve ser preservado.
CELSO GONÇALVES
Quando foi edificada a ROC2C e de que forma é que a marca se tem vindo a assumir como um player de relevo no domínio do mercado da pedra?
A ROC2C foi constituída em 2008 com o objetivo de difundir e promover a Calçada Portuguesa em todo o mundo. Neste momento com um portfolio com cerca de 25 mil fotografias tiradas e partilhadas através do nosso blog e nas redes sociais, com praças e ruas de todos os distritos de Portugal e, também no estrangeiro, de modo a catalogar a riqueza da calçada portuguesa. No setor em que atua, como é que a ROC2 marca a diferença perante o mercado e os seus concorrentes?
A ROC2C selecionou o mercado médio-alto, onde a qualidade e o rigor são o «critério» de diferenciação. Desta forma, assume-se como uma marca de referência no setor da Calçada pela arte, tradição, inovação e paixão pelos seus trabalhos. A empresa passou por várias fases ao longo do seu crescimento. Diria que o principal momento da marca foi em 2002, quando adquiriu uma pedreira própria? Este foi um passo que faltava à marca para se assumir definitivamente no mercado?
A pedreira própria surge de forma natural em 2002, uma vez que já trabalhava no ramo desde 1999, na extração e recuperação paisagista de 54
pedreiras. A mesma permitiu-me ter um conhecimento muito vasto de todo o processo, desde a extração da matéria-prima ao corte artesanal da pedra, fatores fundamentais para alcançar o sucesso. O que significou para a ROC2C a execução de diversos projetos nacionais e internacionais, com arquitetos de renome, como Álvaro Siza Vieira, Roger Herrera, David Chipperfield e Luc Deromme, entre outros?
Foi muito gratificante e provou-nos que estamos preparados para executar projetos, com exigência, técnica e rigor, sendo o reconhecimento do enorme esforço e dedicação ao longo destes anos. Recentemente colaboramos num projeto em
quais, são vitais, desde o Caboqueiro (cortador de pedra na pedreira), ao mestre calceteiro, ao designer, entre outros. Todos têm um papel fundamental e, sem os quais, não era possível garantir a qualidade na execução dos projetos e satisfação dos clientes. Em todos os setores, a qualidade da matéria-prima utilizada é fundamental para que os produtos e serviços oferecidos sejam de qualidade e excelência. Desta forma, como procura a marca apostar e usar materiais de qualidade que perpetuem a diferença? É um processo complicado, esta busca por produtos de excelência?
Sim, de forma a garantir uma qualidade de excelência e uma diferenciação no mercado, é fundamental, desde logo, selecionar as melhores pedreiras em todo o país, desde os granitos, calcários e dos basaltos, procurando o melhor e mais adequado para o projeto em curso. Acresce a importância do corte da pedra, regular e uniforme, essencial para um assentamento/aplicação de qualidade superior.
Madrid, da autoria de Estudio Entresitio, que conquistou o prémio de arquitetura 2014 FIRST PRIZE COAM, atribuído pelo Colégio Oficial de Arquitetos de Madrid, motivo de enorme orgulho para a marca. A marca ROC2C é composta por várias equipas de extração, transformação e aplicação de pedra e ainda uma equipa de designers e arquitetos, responsáveis pela personalização de cada projeto. Qual a quota-parte de responsabilidade dos vossos recursos humanos no vosso sucesso e como é importante conseguir oferecer ao cliente um produto personalizado? Esse é o segredo do vosso êxito?
O nosso êxito passa por unificar todo o processo produtivo, formando e motivando todos os profissionais que colaboram com a ROC2C, os
Quais são os principais desafios e prioridades de futuro da marca? O maior desafio é divulgar e exportar este símbolo cultural Português - Calçada Portuguesa – a nível global. As nossas prioridades passam por satisfação total dos nossos clientes, mantendo a qualidade, exigência e rigor que nos definem.
“A Calçada é um produto intemporal, resistiu a todas as eras da arquitetura e é altamente valorizada por todos os que nos visitam. É, sem margem para dúvidas, um motivo de orgulho e um verdadeiro símbolo português, vislumbrando, em alguns casos, autênticas obras de arte” 55
A cultura e a tradição lusas estão também perpetuadas nos pavimentos em Calçada à Portuguesa. Sente que este segmento tem vindo a ser desvirtuado? Podemos estar a perder uma parte do património cultural português? O que deve ser feito para evitar este destino? O que pode ser feito pelas empresas, como a ROC2C, que atuam neste mercado?
A Calçada é um produto intemporal, resistiu a todas as eras da arquitetura e é altamente valorizada por todos os que nos visitam. É, sem margem para dúvidas, um motivo de orgulho e um verdadeiro símbolo português, vislumbrando, em alguns casos, autênticas obras de arte. É uma pena a perda de algum do nosso património. Falamos de ruas, praças e avenidas que foram construídas há décadas e que se mantêm praticamente intactas e com baixos custos de manutenção. Por outro lado, atualmente, continuamos a assistir à execução de grandes obras de arte em calçada e esta tem-se reinventado com novas combinações, tamanhos e cores. No nosso caso, inovamos em projetos privados, com réplicas de desenhos da Avenida da Liberdade, Miradouro São Pedro de Alcântara, assim como padrões, design exclusivo e personalizado ou a simples inovação de aplicar pedras de calçada em planos verticais/paredes com efeito decorativo.
INDÚSTRIA METALÚRGICA
A OPINIÃO DE Leonardo Mathias, Secretário de Estado Adjunto e da Economia
A afirmação da metalurgia portuguesa no mundo A evolução de economia portuguesa nos últimos três anos evidenciou a enorme capacidade exportadora da indústria e dos serviços nacionais, que se tornou essencial para a melhoria do ambiente económico e para o equilíbrio orçamental do país.
N
este contexto, e na análise do contributo líquido para o desígnio das exportações, o setor metalúrgico e metalomecânico nacional é, de facto, um líder destacado e que merece ser referenciado. Com efeito, no exercício das atuais funções governativas, de imediato me apercebi que, apesar de ser com uma enorme exposição ao exterior, provavelmente devido à sua diversidade, este setor não beneficiou, e continua à não beneficiar, da notoriedade que tanto merece junto do público em geral. Porém, a verdade é que o setor que engloba atividades que trabalham simultaneamente as cutelarias e a louça metálica, as máquinas e equipamentos, as estruturas metálicas, o equipamento de transporte no automóvel, no ferroviário ou na aeronáutica e as peças técnicas de elevada precisão e engenharia é atualmente força motriz da nossa economia. Segundo os do Instituto Nacional de Estatística, este setor contribuiu decisivamente para o aumento das exportações – cresceu 30% entre 2010 e 2014, atingindo o valor de 13,8 mil milhões de euros nesse ano – para um volume de faturação a rondar os 28 mil milhões de euros. São, realmente, números impressionantes e, tendo em conta o que já é conhecido relativamente ao primeiro quadrimestre de 2015, estamos perante um crescimento sustentável. Se verificarmos que o Setor Metalúrgico e Metalomecânico exportou já 1.324 milhões de euros em abril de 2015 e que este valor traduz um aumento de 15,6% face ao período homólogo (e 1,2% face a março de 2015), abril foi o décimo quinto mês consecutivo de crescimento das exportações da metalurgia e metalomecânica e o décimo sexto mês em que o valor das exportações ultrapassou os mil milhões de euros. São números que muito nos orgulham. Este valor é significativo da tendência exportadora do setor sobretudo quando comparado com o total das exportações da indústria transformadora que aumentou em 9,8% no mesmo período. O setor continua a apostar na diversificação de mercados com o intuito de ganhar quota nos mercados fora da Europa, uma vez que são estes mercados que apresentam um elevado potencial de crescimento. Adicionalmente, o setor tem investido, com enorme sucesso, na subcontratação industrial para produção de peças técnicas, produtos de elevado valor acrescentado, que resultam da excelente capacidade técnica, nomeadamente ao nível da engenharia dos recursos humanos e que contribuem de forma determinante para a capacidade competitiva deste setor. Na verdade, Portugal distingue-se, nesta área, por apresentar uma relação qualidade-preço muito vantajosa, que, aliada à elevada capacidade técnica e à capacidade em cumprir prazos muito exigentes, permite concorrer com os gigantes mundiais de produção industrial. Também aqui os números falam por si. Em 2014 a subcontratação industrial de peças técnicas representou uma faturação de 6 mil
milhões de euros. Conscientes de que é possível ir mais longe, as associações do setor, que aproveito para felicitar desde já, querem, de facto, ir mais longe e estão já, neste momento, a formalizar a criação do cluster da subcontratação industrial de produção de peças técnicas. Gostaria ainda de destacar o trabalho coletivo das empresas e associações, nomeadamente da AIMMAP e da ANEME que, com o apoio da AICEP e do Governo, têm participado nas mais relevantes feiras especializadas em todo o mundo. Não será fácil estar em todos os certames, mas o facto é que as empresas têm feito um esforço notável para alcançar melhores resultados. E, para tal, é essencial o sucesso do desafio da recente mobilização das empresas em torno de uma marca comum: a METAL PORTUGAL. A marca METAL PORTUGAL pretende retratar, no mundo, o que na realidade o setor é para Portugal, um setor forte e robusto, contribuindo elevar a perceção da qualidade, da inovação constante e da visão de futuro. A mesma perceção e a mesma visão que todos queremos para Portugal e para a indústria portuguesa. Esta marca caracteriza o metal português que sintetiza um setor que é omnipresente nas nossas vidas, em Portugal e no mundo. Esta marca, realmente, ajuda a reconhecer, por todos, que o que é português é bom, em todo o mundo. Importa, ainda, dizer que este caminho de crescimento que aqui foi descrito só foi possível graças 56
ao empenho dos empresários, das entidades de suporte ao setor e do Governo. A ação incansável dos agentes reflete-se em vários domínios tem sido a base para o seu triunfo: desde a inovação dos produtos e serviços, como base de todo o trabalho e projeção, passando pela internacionalização das operações como um imperativo de crescimento e sustentabilidade à formação dos empresários e colaboradores, como pilar do conhecimento e enriquecimento das competências, fundamentais a todo o processo de conquista de mais e melhores mercados. Os resultados desta estratégia são evidentes: o setor está mais preparado, com empresas ainda mais dinâmicas e com uma perspetiva sólida de crescimento, constituído por 15.000 empresas, de norte a sul do país, que dão emprego a perto de 200.000 trabalhadores e responsáveis por 18% do PIB da indústria transformadora. Se Portugal tem hoje uma indústria mais competitiva, em muito o deve a este setor, também conhecido como a “indústria das indústrias”. O Governo português está empenhado em continuar a ajudar a tornar o setor mais competitivo, sobretudo nas questões da mitigação dos custos de contexto, para que este crescimento se consolide ainda mais. Contamos com os empresários e com as associações para, em conjunto, continuarmos a atingir mais e melhores objetivos e para dar a conhecer a nossa indústria metalúrgica tanto lá fora como cá dentro.
ANEME – 55 anos a crescer Edificada com diversos desideratos, a ANEME – Associação Nacional das Empresas Metalúrgicas e Eletromecânicas assume-se como uma entidade que promove a defesa das empresas associadas que façam parte dos setores metalúrgico e eletromecânico, segmentos de enorme importância para a economia do país, às quais nem sempre tem sido dada a devida importância. A Revista Pontos de Vista conversou com João Reis, Vice-Presidente Executivo da ANEME, que deu a conhecer algumas das particularidades desta instituição e dos setores aos quais promove a defesa. A ANEME completa este ano, 55 anos de existência. Neste sentido, interessa compreender como tem sido prestado apoio ao setor e respetivos associados. Mais de meio século perpetuam um caminho relevante. De que forma têm prestado apoio aos vossos membros e o que representa este setor para o país?
A ANEME foi criada como Associação Patronal em 1975, resultando da transformação do anterior Grémio dos Industriais Metalúrgicos e Metalomecânicos do Sul, constituído em 1960. A ANEME completa, no corrente ano, 55 anos de atividade centrada na representação e no apoio às empresas do setor metalúrgico e eletromecânico, tendo como objetivo estratégico o incremento da sua competitividade, do seu nível de internacionalização e do grau de qualificação dos seus recursos humanos. Foi traçada pela ANEME uma estratégia de internacionalização para o setor, que passou pela prospeção e consolidação da presença em mercados relevantes, em África, América do sul e norte e América da Europa. Assim, há mais de 25 anos, a ANEME tem promovido a realização de estudos de mercado, missões empresariais e a presença em feiras, apoiando as empresas do sector no seu processo de internacionalização. O setor representa, em Portugal, cerca de 22 mil empresas, 190 mil trabalhadores e 23 mil milhões de euros de volume de negócios. As empresas do setor criaram um VAB pm de 5 mil milhões de euros e o nível médio de produtividade do setor (VAB/Trabalhador) atingiu o valor de 27 mil euros, situando-se acima do da média, quer nacional, quer da indústria transformadora. É a principal indústria transformadora nacional, pois representa cerca de 32% das empresas do setor, emprega 29,8% da sua mão de obra, é responsável por cerca de 29,5% do seu volume de negócios, 29% do valor da produção e 32,7% do seu valor acrescentado O setor detém, igualmente, em termos macroeconómicos, uma posição bastante importante, sendo responsável, em 2012, por 7,2% do Volume de Negócios, 9,8% do valor da produção, 6,9% do Valor Acrescentado Bruto (VABpm) e 5,5% do emprego
criado na economia nacional. Vivemos na denominada «aldeia global», onde os mercados externos representam uma via fundamental para Portugal e respetivo universo empresarial. Desta forma, que relevância aportam ao setor que defendem os mercados internacionais? O setor tem sido, nos últimos anos, um motor de dinamismo das exportações nacionais. Se observarmos a estrutura das exportações nacionais por grupos de produtos, nas quatro principais posições, para além dos produtos químicos (2º lugar), encontramos as grandes fileiras do setor: máquinas - em primeiro lugar, metais/ produtos metálicos e material de transporte nos 3º e 4º lugar. Tem sido desenvolvida uma aposta na qualidade, na investigação e inovação, na qualificação dos recursos humanos, paralelamente a uma estratégia de internacionalização que colocou o setor como o mais dinâmico da balança comercial nacional, mas também, relevante no que toca à substituição de importações nacionais. O resultado desta estratégia está refletido nos principais indicadores de comércio externo. Em 2014, as exportações de produtos metalúrgicos e eletromecânicos atingiram o valor mais elevado de sempre - 13 129 milhões de euros, correspondendo a 27% do total das exportações nacionais.De assinalar que as exportações correspondem a mais de 50% do volume de negócios do setor e, no período de 2009 a 2014, aumentaram cerca de 47%. De que forma tem esta fileira conquistado os mercados externos e de que forma se pode continuar a apostar na exportação/internacionalização?
Desde sempre que as empresas portuguesas do setor estão presentes no mercado internacional. Basta atentar no exemplo da fileira dos moldes. Esta fileira há muito que conquistou os mercados internacionais, sendo algumas destas empresas, associadas da ANEME, líderes mundiais. Podemos, também, enumerar, como exportadoras, desde sempre, as empresas de fileira das máquinas e alfaias agrícolas onde alguns grandes “players” a nível mundial são associados, da ANEME. Há que referir, ainda dentro desse leque, os fabricantes de
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JOÃO REIS
máquinas e ferramentas, empresas de montagens industriais, manutenção industrial, fabricantes de equipamentos de soldadura, de reservatórios e muitos outros. No entanto, a exiguidade do mercado interno, aliado à sua retração, levou novas empresas a procurarem os mercados externos para escoarem os seus produtos. Para dar sustentabilidade a este crescimento das exportações, há que alargar substancialmente a base de empresas exportadoras, criando mais e melhores condições para o seu crescimento, dando especial enfoque à necessidade de um novo enquadramento para os seguros de exportação. Como se tem desenvolvido este processo de exportação? Quais os mercados onde as oportunidades são mais elevadas?
Em termos geográficos, as relações comerciais do setor desenvolvem-se fundamentalmente no espaço da União Europeia. Assinala-se, no entanto, que se tem observado uma crescente diversificação nos mercados de destino das exportações. As exportações com destino aos países extra União Europeia duplicaram o seu peso, ao passarem de 14 % em 2006 para 30% em 2014. As empresas do setor exportam atualmente para cerca de 200 países. Principais Países de Destino das Exportações
PAÍSES ES: Espanha DE: Alemanha FR: França AO: Angola GB: Reino Unido CN: China DZ: Argélia US: Estados Unidos IT: Itália BE: Bélgica MA: Marrocos NL: Países Baixos BR: Brasil PL: Polónia MZ: Moçambique
EXPORTAÇÃO % 20,81 17,84 13,25 8,22 6,87 3,67 2,60 2,43 2,25 1,60 1,55 1,34 1,28 1,08 0,98
Os principais países de destino dos produtos metalúrgicos e eletromecânicos, ao nível do espaço europeu, são Espanha, Alemanha, França e Reino Unido. Angola é o quarto principal país de destino das exportações, sendo de salientar que a China, Argélia e EUA alcançaram uma posição de grande relevância.
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agroalimentar - desafios
Citrino do Algarve é “frescura e sabor” Depois da maçã, a laranja é o segundo produto frutícola mais consumido em Portugal e, neste domínio, há uma região que salta desde logo à vista. Num período do ano em que muitos rumam ao sul do país à procura do sol e das fabulosas praias, é impensável não se deixar fascinar pelos extensos campos de cultivo onde as cores vivas se destacam. Algarve é verde e laranja, amarelo, vermelho. São laranjas, limões e clementinas. São os citrinos do Algarve e ninguém melhor do que Horácio Ferreira, Diretor Geral da Cooperativa Agrícola de Citricultores do Algarve (CACIAL), para nos falar destes produtos.
S
urgiu em 1964 e foi, desde logo, única. Cooperativa Agrícola de Citricultores do Algarve, comumente conhecida como CACIAL, era a única cooperativa de citrinos da região e continua nos dias de hoje a ocupar essa posição. Outras foram surgindo mas face às exigências do mercado acabaram por não sobreviver. A representar cerca de 90 produtores e tendo em mãos sensivelmente 22 mil toneladas de fruta por ano, a CACIAL dá todo o apoio técnico necessário, desde a execução dos serviços até à produção e comercialização dos citrinos. No fundo, a CACIAL está ao lado do produtor para tudo o que ele necessitar e tem sido este constante acompanhamento que tem ditado a permanência da cooperativa no mercado. “A CACIAL soube adaptar-se às alterações do mercado, acompanhou as evoluções dos tempos e tem sabido implementar um negócio moderno”, salientou Horácio Ferreira, Diretor Geral da CACIAL para quem outra das grandes funções da cooperativa é estabelecer um ponto de equilíbrio entre os interesses de todos os produtores, quer tenham em sua posse um hectare ou cem. “Procuramos esse equilíbrio sem adulterar a nossa filosofia e indo ao encontro dos interesses deles. Essa é a pedra basilar da existência desta casa”, reforçou. Um desses interesses passa por ter a garantia de que todos os princípios inerentes à segurança alimentar são cumpridos. Para tal, a CACIAL adotou um esquema de rastreabilidade que orienta o produto desde que sai da exploração do produtor até ao ponto de venda. Olhando para estes 50 anos de história, são muitos os momentos bons e menos bons que marcaram o percurso desta entidade, com sede em Vale da Venda, concelho de Faro. Horácio Ferreira, de um modo muito particular, recuou até ao período pós25 de abril. “Houve uma explosão do consumo e tudo valia no mercado, nomeadamente fruta não preparada, não higienizada e com heterogeneidade dentro da caixa. Desta forma os produtores não sentiam a necessidade de recorrer ao trabalho desenvolvido pela cooperativa”, recordou o responsável. Este foi, talvez, o momento mais conturbado. Mas, com a entrada de Portugal na União Europeia, ocorreu uma reviravolta e os processos começaram a ser mais organizados. “A estratégia
Horácio Ferreira
passava por ter fruta limpa, higienizada, calibrada dentro das caixas e procuramos, a partir daí, começar a entrar em segmentos onde a fruta se pudesse desenvolver mais”, explicou. Neste sentido, as cadeias de distribuição, na altura escassas, foram o alicerce para que a cooperativa fosse evoluindo e adquirindo maior grandeza. Este foi também o momento de apostar na exportação. “Já tínhamos bastante clara a ideia de que era importante sair do país porque, perante as dificuldades do mercado tradicional, teríamos de ir para fora para rentabilizar o trabalho da cooperativa”, relembrou. Assim, nesta senda da internacionalização, numa primeira linha surgiram países europeus, como Itália, Alemanha, Holanda ou França, avançando posteriormente para o Leste Europeu, PALOP e, hoje com mais força no Dubai e Arábia Saudita. O que faz do citrino do Algarve tão especial? O Algarve não é apenas um destino de turismo. Esta região é a que tem as melhores condições para a produção de citrinos em Portugal e com estas características naturalmente que o resultado será um produto marcante. “A principal característica de valor que o citrino em Portugal tem é
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o equilíbrio entre os açúcares e os níveis de acidez. É graças a esta harmonia que podemos dizer que o nosso citrino é particular, distinto e temos sempre a sensação de estar a comer um produto de frescura e sabor”, descreveu Horácio Ferreira. As condições climatéricas, as amplitudes térmicas e as horas de exposição solar são fatores que proporcionam a esta região uma riqueza imensa na produção de citrinos. Sendo impraticável concorrer com a vizinha Espanha, maior produtor mundial de laranja para fresco, a aposta tem passado pela qualidade do produto em detrimento de uma produção massificada. A importância da citricultura algarvia no panorama agrícola regional e nacional tem vindo a ser cada vez mais marcada. Há, no entanto, quem defenda que os citricultores algarvios estão desorganizados e continuam a recorrer a tecnologias pouco evoluídas. Horácio Ferreira acredita que este é exatamente o principal entrave para um desenvolvimento com outra garra. “O setor está desorganizado do ponto de vista das suas estruturas. Há pouco diálogo entre todos e há quem se aproveite disso. Existe, de igual modo, pouca dinâmica uma vez que o setor tem de começar a olhar para o mercado com outra visão e agressividade. Têm de encarar o pomar como um negócio. As variedades velhas têm de ser renovadas, dando lugar a novas variedades, com diferentes características e outros sabores”, aconselhou. No fundo, Horácio Ferreira, sabendo que a laranja é um produto que também segue modas e é premente que os produtores consigam acompanhá-las, acredita que deverá existir um maior entrosamento entre a vertente de investigação e desenvolvimento e a produção. Em relação aos seus produtores, esse continuará a ser o fio condutor da atuação da CACIAL. Mas outros objetivos se levantam. “A nível comercial, a cooperativa tem de continuamente apetrechar-se e adaptar-se às regras do mercado e encontrar caminhos rentáveis”, acrescentou. Já para o futuro do setor, atrevimento é, para Horácio Ferreira, a palavra-chave. “Do ponto de vista das variedades e das formas de produção, temos de ser mais audazes. O setor tem de se organizar e será desta organização e de uma maior comunicação que irão surgir novas soluções de negócio”, concluiu.
REFORMA DA ÁGUA
A opinião de Nelson Geada, Presidente do Conselho Diretivo da APDA
A reorganização territorial da Águas de Portugal A reestruturação do setor da água, não é só, ou melhor, não é principalmente, o movimento de fusões das empresas participadas pela Águas de Portugal, destinado à constituição de cinco grandes unidades regionais, com o objetivo de se conseguirem tarifários em “alta” numa banda estreita, ou, como mais se diz, para que o litoral subsidie o interior, em nome da coesão territorial.
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em procurar ser exaustivo, relevam também para esta reestruturação os novos estatutos da ERSAR, a fatura detalhada e o regulamento tarifário. Os novos estatutos da ERSAR, anexos à Lei n.º 10/2014, de 6 de março, vieram reforçar os poderes daquela entidade, cessando a sua dependência do Ministério do Ambiente, como até à data se verificava. Relativamente ao que aqui interessa, os estatutos do regulador consagram-lhe agora o poder de fixar tarifas aos sistemas de titularidade estatal e aos de titularidade municipal (qualquer que seja o modelo de gestão), o que não é nada pacífico e não convive bem com a Constituição da República. No que respeita à fatura detalhada, pretende-se, na essência, criar condições para a resolução do problema das dívidas dos municípios aos sistemas multimunicipais, questão que assume elevada criticidade para a sustentabilidade do grupo Águas de Portugal (Decreto-Lei n.º 114/2014, de 21 de julho, preâmbulo). Trata-se de fazer constar na fatura ao consumidor, a parcela monetária que corresponde ao fornecimento de água em “alta” e ao tratamento de efluentes, estatuindo-se a obrigatoriedade dos municípios efetuarem transferências mensais, para os sistemas multimunicipais, desses montantes – passe a simplificação. O “Regulamento tarifário dos serviços de águas” entraria em vigor 180 dias após a publicação dos estatutos do regulador. De facto isso não veio a acontecer. Após consulta pública, existe já um documento titulado “proposta” que terá acolhido sugestões decorrentes da consulta efetuada. De um modo geral o regulamento estabelece, detalhadamente, a forma de cálculo das tarifas de água e saneamento, ainda que de forma indireta, fazendo apelo à eficiência (“revenue cap” - esta-
belecimento de um máximo de proveitos). Uma análise ligeira permite concluir não ser de estranhar que, na decorrência da entrada em vigor do regulamento, ocorram aumentos tarifários muito substantivos nos preços ao consumidor. Atualmente são muitos os municípios que não cobrem, nem de perto, o custo dos serviços de água e saneamento. A relação entre o preço mais alto e o mais baixo, no todo nacional, para o consumidor padrão de 10 m³ mensais foi, em 2014, de um para dezoito. Isto é, há municípios que cobram 18 vezes menos que outros, pelos serviços
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de água e saneamento que prestam ao consumidor. Dito isto, importa fazer algumas considerações sobre a reestruturação territorial do grupo Águas de Portugal. Pondo de lado o facto de se considerar que a reorganização territorial deveria ter sido negociada com os autarcas e com o seu parecer vinculativo, não se entende como é que, na prática, os consumidores do interior possam sair beneficiados. Com efeito, verifica-se que, a quase generalidade dos municípios com pequenas populações e economias deprimidas, dispersos por todo o país e não só no interior geográfico, praticam tarifas comparativamente baixas, não cobrindo os custos inerentes à prestação dos serviços de água. Esses municípios, que terão a água em alta a preços mais reduzidos, reduzirão os preços no consumidor refletindo esta diminuição de custos? Estamos em crer que acontecerá uma de duas coisas. Ou mantêm os preços que atualmente praticam (e melhoram um pouco o deficit dos serviços de águas) ou, de facto, diminuem os preços na exata medida da diminuição do custo da água em alta (mantendo por consequência os níveis deficitários nos serviços de água). Quanto aos municípios do litoral, isto é, de economias mais pujantes, terão naturalmente de fazer refletir nos preços ao consumidor o aumento de custos da água em alta. Em resumo: em nossa opinião, a reorganização territorial do grupo AdP aumentará a disparidade tarifária, atingindo exatamente o objetivo contrário ao pretendido. Isso só não aconteceria se os municípios do “interior” aumentassem os seus tarifários no consumidor ao mesmo tempo que eram contemplados com uma descida do preço da água em alta o que, convenhamos, será altamente improvável e politicamente indefensável.
PROJETOS INOVADORES
Um mundo para descobrir A Nano engenharia é uma divisão da Física que está ainda em fase de incubação. Dentro de laboratórios e ansiosa por vir para o mundo real, transformar o dia-a-dia que conhecemos, esta ciência tem-se mostrado uma forte potência para o desenvolvimento do futuro. A RNANO pretende contribuir para este crescimento científico através da produção de grafeno, um nanomaterial que tem infindáveis potencialidades, garante Helder Ramires, Sócio-Gerente da marca bracarense.
HELDER RAMIRES
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omo imagina o futuro? A ficção científica teima em mostrar-nos monitores tão finos como cabelos, num espelho de casa de banho ou no meio do escritório. As funcionalidades são sempre infindáveis. Pode consultar a agenda, ligar a televisão, abrir o portão da garagem ou ver as notícias. Contudo, a realidade ainda é bem diferente do que vemos. Continuamos a trabalhar nos computadores que bem conhecemos, abrimos o portão com o comando e a televisão tem mesmo de ser ligada no botão. Mas até que ponto a ficção se distancia da realidade? Na verdade, apenas alguns anos. Porque os laboratórios científicos têm vindo a trabalhar no
sentido de objetivar todos estes sonhos que apenas imaginamos. A Nano engenharia, apesar de praticamente ainda não ter saído do laboratório, é uma ciência que está em forte desenvolvimento. Helder Ramires explica que, estando esta área a dar agora “os primeiros passos”, “todos os dias existem mais 200 ou 300 novas aplicações a nível mundial, desde a área da medicina à área aeronáutica. As possibilidades são infinitas. Atualmente, é possível utilizar a Nano engenharia em todas as áreas, seja na saúde, opto electrónica e lasers, comunicações ou indústria aeronáutica e indústria automóvel. A missão da RNANO “Nós estamos a produzir grafeno para aplicações que ainda não foram inventadas”. “O nosso investimento está posicionado na fase inicial do processo tecnológico, o principal investimento será no conhecimento para manipulação, implementação e desenvolvimento de filmes de grafeno, nitreto de boro e CNT´s, os materiais conhecidos por nanotubos”. É desta forma que o sócio-gerente da RNANO explica qual o papel da marca perante a Nano engenharia. Apesar de terem “outros materiais em carteira”, estão focados atualmente na “produção do grafeno”, sendo a primeira empresa em Portugal a produzir este nanomaterial composto por uma camada única de átomos de carbono, com uma alta condutividade ótica, térmica e elétrica. Com grande potencial de desenvolvimento, é já referido como a segunda revolução tecnológica, dadas as suas características, potencialidades e possibilidade de se combinar com outras substâncias químicas. Flexíveis como o plástico, mas mais resistentes do que o diamante. 60
Apesar de a utilização dos “nanomateriais estar longe do modo como podem ser utilizados”, já existem empresas conhecidas internacionalmente a fazer-se valer das vantagens do grafeno. Aliás, explica Helder Ramires, outros países como Inglaterra ou Alemanha já começam a ver este nanomaterial como uma mais-valia para os seus produtos e serviços. No entanto, Portugal ainda demonstra estar longe de se aliar aos seus benefícios. “Temos excelentes investidores que podem transferir muita tecnologia para a indústria”, “agora precisamos que os industriais acreditem” nessas mais-valias. “Portugal tem uma equipa de investigação extraordinária e tem os industriais de costas voltadas para os nanomateriais e para a Nano engenharia”, acredita. Sendo uma área cujos resultados serão vistos a “médio-longo prazo”, os investidores preferem enveredar por mercados com retorno de investimento mais rápidos. Contudo, garante o sócio-gerente da marca, o futuro passa pela Nano engenharia. “Eu acredito que quando se vai por um caminho já feito, não se vai encontrar nada de novo”, realça. “invisto há mais de 25 anos em bosões e, só em 2014, faturámos mais de dez milhões de euros nesta área”. A ciência tem dado provas de que a Nano engenharia fará parte de todo o nosso mundo, no qual teremos novos componentes eletrónicos, mais baratos e eficientes. “Dentro de dez anos será uma commodity”, garante. Para já, Helder Ramires continuará a lutar por uma ciência mais dinâmica e em progresso e espera que, futuramente, a sociedade portuguesa dê maior valor à investigação nesta área. “Temos que ter mais na ciência, cultura, formação e educação. Quando tivermos isso tudo, podemos mudar”. Helder Ramires acredita que os programas de apoio ao financiamento podem afetar positivamente o desenvolvimento dos seus projetos de investimento. “Penso que temos de investir, primeiro pensando no produto ou serviço e no mercado onde os queremos implementar”. Se, pelo contrário, o investimento é idealizado com base em futuros financiamentos e “objetivos traçados por terceiros, o projeto não faz sentido”. Afirma que o erro está no investidor e não nos programas e garante que o êxito dos projetos também advém do empenho. “Se não trabalharmos não temos sucesso”, defende. Questionado sobre uma possível candidatura ao Portugal 2020, programa de apoio ao investimento que substituiu o QREN, Helder Ramires assume não ser um objetivo da empresa. “Se tivermos um projeto de investigação que possa ser financiado”, será refletida a possibilidade de se candidatarem. Contudo, o foco atual da RNANO está centrado em “desenvolver novos materiais e tecnologias para o mercado científico”.
PORTUGAL 2020
A opinião de Carlos Guerreiro, Business Manager da IDRYL
INOVAÇãO das Empresas Numa sociedade em constante e rápida evolução caracterizada por ambientes de mercado cada vez mais competitivos, o sucesso das empresas está ligado à capacidade de adaptação e transformação do modo como o negócio é realizado e no modo como cada organização se apresenta e posiciona no mundo.
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sta é uma linha condutora na constante evolução e inovação da Plataforma GOO Portal da IDRYL. A plataforma GOO Portal insere-se na linha de intervenção da IDRYL no sentido de apoiar as empresas na criação de novos e mais eficientes modos de gerar valor através da implementação de medidas e utilização de novas e inovadoras ferramentas para a simplificação e aumento da efetividade do negócio de cada organização, tendo uma visão transversal de todas as relações internas e externas da empresa e na sua apresentação ao mundo. A plataforma GOO Portal – Desmaterialização e Gestão é uma ferramenta computacional pensada para a evolução das empresas e organizações. Orientada para os processos de negócio que envolvem documentos e a sua circulação pelos diversos intervenientes do negócio, a plataforma potencia uma efetiva partilha do conhecimento em ambiente empresarial e organizacional, permitindo decisões rápidas e assertivas, aportando mais eficiência e valor ao negócio ou atividade. Desmaterializando-se documentos e processos, retirando-se ao documento o cariz de objeto físico, normalmente conotado com suporte em papel e associando-lhe vetores de transporte e partilha de informação e conhecimento, disponibilizando-os para consulta e seguimento, estabelece-se uma efetiva e inovadora rede de conhecimento organizacional, fundamental num contexto de globalização e de integração de sistemas, em ambientes inter e intraorganizacionais, mesmo quando deslocalizados. Esta solução posiciona-se como “Uma visão de FUTURO” composta por uma plataforma integrada de gestão, colaboração, produtividade, qualidade , segurança e escalabilidade, totalmente disponível em ambiente web, conceptualizada e desenvolvida de raiz, com o objetivo de apoiar e ajudar as empresas a melhorar substancialmente a sua organização, o seu funcionamento e a obter os benefícios de uma relação mais eficaz com os seus clientes, colaboradores e com os mercados para os quais se sentem vocacionadas. Ao melhorar essa relação estamos a potenciar a evolução e o crescimento do negócio, por via da reorganização da empresa, da otimização dos seus processos produtivos, de serviços e da introdução de mecanismos e ferramentas de atuação que aumentem a eficácia e o valor acrescentado dos mesmos. A Plataforma GOO Portal é uma plataforma integrada de soluções desenhadas e adaptáveis à realidade do negócio de cada cliente. Desmaterialização de processos, facilitação de processos de gestão, ambiente computacional de apoio à decisão, virtualização das operativas de difusão e partilha do conhecimento são conceitos base na plataforma GOO Portal. Operacionalidade, colaboração, usabilidade, rentabilidade, integração, adaptabilidade e facilidade de evolução são as linhas condutoras e motivadoras que estão sempre presentes em todas as etapas do desenvolvimento da plataforma GOO Portal. O GOO Portal suporta Time Zone e está traduzido em vários idiomas (Português, espanhol, inglês, francês, alemão, italiano, polaco, checo, sueco, finlandês, norueguês, japonês). Ao facilitar o trabalho em equipa, pela partilha e divulgação, controlada por perfis, da informação e do conhecimento que lhe está implícito, a plataforma GOO Portal atua como uma verdadeira ferramenta colaborativa empresarial online. A plataforma GOO Portal é totalmente integrada, configurada e adaptada à organização de cada cliente e funciona como uma janela para o mundo e para toda a estrutura da empresa. Com ela, podemos ter ao nosso dispor ferramentas para coordenar, responsabilizar, controlar, comunicar, encomendar, comprar, vender, informar (recebimentos, pagamentos, etc.), apresentar os nossos produtos publicamente, efetuar campanhas de vendas, sem ter necessidade de sair da mesma plataforma. Uma camada uniforme de conectores bidirecionais entre o núcleo central da plataforma GOO Portal e outros sistemas de informação do cliente permitem implementar mapeamentos e fluxos de informação que se concretizam numa efetiva integração de sistemas. Pretendemos que não existam documentos físicos a circular. Na receção ou
criação, ao darem entrada na organização, os documentos são registados, catalogados, contextualizados, digitalizados (opcionalmente) e arquivados. Nessa sequência de operações, podem ser atualizados de imediato as contas correntes, gestão de clientes, despesas e proveitos, compra de mercadorias e produtos, imobilizado e bancos, etc. Estes automatismos permanentes permitem a elaboração sempre que necessário, de uma forma rápida, concisa e intuitiva de diversos tipos de mapas de controlo e de exploração, juntando numa única plataforma caracterizações como CRM, BI, Gestão Documental, Portal de Colaboração, Portal externo, produtividade.
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PORTUGAL 2020
A OPINIÃO DE Sofia Cardoso, CEO da AIGET e Tânia Santos, Formação e Projetos
EMPREENDEDORISMO E INOVAÇÃO A AIGET – Assessoria, Informação e Gestão Lda., foi fundada em julho de 2009, por Sofia Cardoso, licenciada em Economia pela Universidade do Minho e está sediada em Oliveira de Azeméis.
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ontamos com uma equipa especializada, a qual contempla vários técnicos superiores, consultores e formadores, com ampla experiência e com formação académica adequada, a qual permite uma oferta abrangente de serviços nas diversas áreas de intervenção. Temos uma equipa interna de técnicos especializados com vários anos de experiência no apoio às empresas. Adicionalmente, a AIGET conta com uma vasta bolsa de consultores externos que colaboram connosco de forma regular. Somos uma equipa eficiente, dinâmica e organizada, flexível e polivalente, centrada nos objetivos da intervenção, que permite de uma forma conjugada atingir os objetivos de qualidade e inovação na prestação de serviços. Os serviços prestados pela AIGET são de aconselhar, acompanhar e apoiar as empresas na escolha de soluções que melhores se adequem a cada organização, apresentando as melhor práticas de trabalho de acordo com o setor de atividade dos nossos clientes.
O nosso campo de atuação passa pelos seguintes serviços: Reporting de Gestão, Assessoria Fiscal, Contabilidade, Controlo Interno, Gestão Financeira, Formação Profissional Consultoria formativa Projetos de Investimento Reportando-nos um pouco ao âmbito da prestação de serviços da AIGET, possuímos já uma carteira de clientes considerável na área da contabilidade, gestão, assessoria fiscal e financeira, situada essencialmente no distrito de Aveiro e no Porto. Estrategicamente o nosso cliente alvo são as pequenas e médias empresas que procuram um serviço integrado de apoio à gestão e que usam os dados contabilísticos como uma ferramenta útil à tomada de decisão, muito mais do que o mero cumprimento de obrigações de índole contabilístico e/ou fiscal. A nossa atividade de consultoria tem vindo a assumir um papel cada vez mais relevante, tornando-nos verdadeiros parceiros de negócio dos nossos clientes e contribuindo para o seu êxito no longo prazo, sensibilizando-o para a necessidade de cumprimento de todas as exigências legais e olhando para essas exigências de uma forma construtiva, contribuindo assim também para a formação e adaptação dos empresários às novas
exigências do mercado. Assim, em termos de contabilidade e gestão, tanto prestamos o serviço nas instalações do nosso cliente, como procedemos à execução desse trabalho internamente nas nossas instalações. Periodicamente, efetuamos reuniões com os clientes, fazendo um reporte da situação económica e financeira da empresa de modo a poder-se proceder à tomada de decisões. No que respeita à formação, desde 2014, que a nossa empresa é também uma entidade formadora certificada pela DGERT e tem como principal enfoque a formação para o mercado empresarial. A nossa aposta passa por conceber juntamente com o nosso cliente, pacotes formativos que são 62
ajustados às necessidades dos nossos clientes, que passam por um levantamento de necessidades formativas junto dos dirigentes, chefias intermédias e operários. A nossa formação tem uma elevada qualidade, teor prático e orientação do mercado de trabalho. Na área dos projetos de investimento, desde o antigo quadro comunitário que temos vindo a colaborar com os nossos clientes numa tentativa de canalizar investimentos e fundos para cada uma das organizações. Além do rigor que acompanham as nossas intervenções e que é colocado na elaboração dos diversos estudos, é reconhecido pelos nossos clientes e apresentado como van-
tagem competitiva evidente, o acompanhamento constante dos processos e a atenção que lhes é dispensada até à conclusão da implementação de cada um deles. O Portugal 2020 vai trazer para o nosso país 25 mil milhões de euros até 2020, trata-se de uma oportunidade crucial para todas as áreas de atividade no nosso país. Sabemos que devido à conjuntura económica, é muito difícil as entidades procurarem financiamento junto da banca. Assim, os projetos de investimento são a chave para que expandam as suas empresas, para darem seguimento a projetos que estão estagnados. Tratam-se de iniciativas arrojadas, aliciantes e esperamos que do lado da análise, vejam tal como nós, AIGET e empresas os veem. Cada vez mais empresas procuram criar riqueza e valor internamente, querem contratar capital humano, querem expandir-se para mercados além fronteiras e por isso reveem-se na estratégia Empreender, inovar e internacionalizar. São alguns os PROJETOS DE INVESTIMENTO disponíveis e cabe-nos a nós elucidar o nosso cliente e potencial cliente no que melhor se enquadra para a empresa. Uma das grandes mais-valias do nosso serviço passa pela assessoria disponibilizada em todas as fases de um projeto de investimento. O apoio próximo por parte de consultores experientes garante que todos os procedimentos inerentes ao projeto são implementados corretamente, com respeito pelas normas específicas de cada programa. Os promotores podem contar com apoio da AIGET desde a fase de definição dos investimentos, passando pela elaboração do projeto, do reporting, da comunicação com as entidades e inclusivamente na fase de celebração de contratos. A nossa atuação passa por procedermos a uma avaliação estratégica de modo a identificar e caraterizar a situação do promotor face a algumas variáveis como: • caraterização da entidade, • descrição da atividade, • análise do mercado, • sistematização dos pontos fortes e pontos fracos, • análise da envolvente externa, • situação macro-económica, • avaliação da concorrência, • sistematização das oportunidades e ameaças Podemos assim traçar um plano de ação e de investimento que vise determinadas metas. O objetivo passa por identificar e desenhar uma solução de investimento, as ações a desenvolver e antever os impactos esperados. Esta intervenção suporta
a vertente qualitativa que fundamenta e enquadra uma candidatura a um investimento nas várias tipologias existentes. Em maio de 2015 foi lançado o processo de acreditação de entidades para prestação de serviços no âmbito dos vales, na sua vertente dos projetos simplificados, à qual a AIGET não foi alheia. Somos entidade acreditada para os Vales Inovação e Empreendedorismo Os Vales traduzem-se numa forte oportunidade para muitas entidades que queiram expandir o seu negócio. Os projetos podem ir até 20.000€ e têm uma taxa de comparticipação de 75% a fundo perdido e podem ser apresentados de forma contínua até 31 de março de 2016. Quanto aos projetos passíveis de serem realizados pela nossa empresa, estes podem ser para cada tipologia: VALE EMPREENDEDORISMO Beneficiários: PME com menos de dois anos de atividade. -Despesas elegíveis: serviços de consultoria na área do empreendedorismo imprescindíveis ao arranque de empresas: elaboração de plano de negócios, plano marketing e economia digital (site, loja online, aplicações móveis, catálogos digitais, publicidade online). VALE INOVAÇÃO Beneficiários: PME com pelo menos três postos de trabalho -Despesas elegíveis: serviços de consultoria de inovação, abrangendo as atividades de consultoria de gestão, assistência tecnológica, marketing, economia digital, aquisição, proteção e comercialização de direitos de propriedade intelectual e industrial, acordos de licenciamento, normas e serviços de ensaios e certificação. Optamos apenas por estas duas áreas de acreditação, é onde somos verdadeiros especialistas. No Empreendedorismo, a AIGET tem realizado vários planos de negócio no que concerne ao acompanhamento na criação de várias empresas ajudando ao seu crescimento, estudos de viabilidade económica, acompanhamento e implementação de projetos de investimento, bem como validação de pedidos de pagamentos. Ao nível da economia digital possui experiência em Business Intelligence, identificando as oportunidades de melhoria e monitorizando o desempenho dos processos. Na Inovação, a nossa experiência passa também por projetos na elaboração e acompanhamento de diagnósticos e planos de ação, nas áreas da gestão empresarial. A AIGET presta ainda serviços na área da certi-
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ficação. Desenvolvemos consultoria no âmbito de processos de certificação DGERT, bem como na utilização de normas e serviços de ensaios e certificação, experiência na implementação e acompanhamento de Sistemas de Gestão da Qualidade, Alimentar, Ambiental, Soldadura, Higiene e Segurança e de produtos construção. Somos ainda especialista no desenvolvimento de serviços de consultoria relacionados com a implementação de práticas e métodos de trabalho enquadrados nas estratégias de desenvolvimento das empresas com o intuito de as tornar competitivas. No âmbito dos vales, para além de dar os orçamentos, estamos ainda disponíveis para elaborar as candidaturas e submete-las a par com os empresários, diretores ou gestores. Neste momento, temos apresentadas propostas, no âmbito do marketing digital, certificações da qualidade, higiene e segurança, ambiental, segurança alimentar e ainda na elaboração de planos de negócios. Contamos nesta segunda fase, submeter todas estas candidaturas e que os nossos clientes vejam os seus projetos aprovados. Referimos inicialmente que parte do nosso serviço é executado nas próprias entidades, o que se traduz num canal de divulgação privilegiado, diretamente no nosso cliente. De qualquer das formas e atentos aos fenómenos de comunicação, também utilizamos os meios mais habituais que é a rede social bem como o webmail. Mas a comunicação face to face é para nós a nossa estratégia preferencial. Para além dos contatos pessoais, promovemos sessões de esclarecimento, o que tem resultado em grandes parcerias de negócio. No dia 25 de junho tivemos uma sessão de esclarecimento na qual estivemos perante cerca de 30 IPSS. Demos a conhecer as oportunidades do Portugal 2020 e claro está, a nossa empresa como parceira estratégica para a prestação dos serviços nos vários domínios. É com muita expetativa que vemos este conjunto de oportunidades também para nós, para a nossa equipa. Todos os conjuntos de serviços que oferecemos tem uma propósito que é auxiliar as PME’s em processos de gestão reforçando a sua eficácia, crescimento e qualidade. A nossa máxima prioridade são os nossos clientes, prestando sempre serviços concebidos para tornar seus negócios mais simples e lucrativos, construindo desta forma relações duradouras. Conscientes disso, e de que o nosso próprio sucesso depende do êxito dos nossos clientes, procuramos sempre prestar serviços de qualidade assente no profissionalismo e na criação de verdadeiras parcerias com cada um dos nossos clientes.
DESTINOS DE SONHO
Deixe-se envolver pelo paraíso
Esqueça a rotina, o trabalho, o trânsito e os problemas que o deixam tenso no ano todo. Convidamo-lo a descobrir um paraíso dentro de Portugal, bem mais perto do que imagina. Em plena Quinta do Lago, no Algarve, encontramos o refúgio perfeito para quem procura encontrar-se com a natureza, mas não prescinde do glamour e do conforto que os melhores hotéis têm para oferecer.
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m pleno Parque Natural da Ria Formosa, encontra-se o Monte da Quinta Resort. Ladeado por quase 2000 hectares de pinheiros e lagos e com a praia mesmo ao lado, permite uma experiência singular e esplendorosa. E se pensa que o resort é apenas isso, engana-se. Deixe-nos levá-lo até ao interior de um espaço pensado com requinte e beleza. Através de corredores rodeados por bambus, faça a viagem até às suites. Com cozinhas totalmente equipadas, o espaço funde-se entre conforto e elegância. E se a família é numerosa, não se preocupe, porque as suites podem ter até três quartos, que lhe permitem o descanso de ter os miúdos logo ali ao lado, mas com a privacidade de que precisa para esquecer tudo o que o envolve e permitir-se encontrar-se consigo mesmo num espaço de tranquilidade e bem-estar. a melhor solução para um dia perfeito Ao acordar, defina bem o seu dia, pois as opções são diversas e não vai querer perder o que de melhor o Monte da Quinta Resort tem para oferecer. Faça a vontade aos mais pequenos e deixe-os divertir-se no kid’s club. Mas não se esqueça de si. Vá até à piscina exterior e aproveite o bom tempo. Ou então, se o que precisa é mesmo de relaxar, dê um saltinho até ao Magnolia by Ritual Spa e disfrute do duche de Vichy ou dos banhos turcos, dê um mergulho na piscina romana aquecida e relaxe no jacuzzi. Se ainda continua tenso, o resort convida-o a deixar-se envolver por uma massagem exclusiva. Mas se a sua praia é a aventura, continua no sítio certo. Depois de dar um belo passeio pelos jardins idílicos do Monte da Quinta e de apreciar as mais diversas espécies de aves protegidas no Parque Natural, a equipa do resort ajuda-o a encontrar a melhor solução para um dia perfeito. Conheça os céus do Algarve, num voo em balão de ar quen64
te, divirta-se no karting e no Mini Golf, faça um passeio com provas de vinho, aventure-se num jeep safari ou entregue-se às águas da região, seja através de windsurf, canoagem ou kayak. Depois de toda a adrenalina, não pode deixar de conhecer três dos melhores campos de golfe de toda a Europa, tão perto do resort. E se, mesmo de férias, não pode deixar de parte os treinos, o Monte da Quinta tem um ginásio de 60 metros totalmente equipado. No final do dia, prove um cocktail no lounge bar, enquanto aguarda que os melhores chefs preparem um prato inesquecível, vindo de qualquer parte do mundo. À noite, e já que está em plena região algarvia, não se esqueça de ir conhecer de perto as cidades mais quentes do país. Olhão, Vila Moura, Tavira, Faro e Loulé estão mesmo ali ao lado. Pronto para conhecer o paraíso? Mesmo depois de toda esta viagem que viveu connosco, ainda tem dúvidas? Então convidamo-lo a estar atento às ofertas especiais e eventos que o resort está a preparar para si durante uma semana, na segunda quinzena de setembro. O Monte da Quinta Resort comemora um ano, mas os presentes são para si!
www.montedaquintaresort.com
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DESTINOS DE SONHO
Afinal o SONHO existe e é bem mais perto do que imagina Na fronteira entre Portugal e Espanha, encontramos um espaço de requinte, onde reina a tranquilidade, a luxúria e o bem-estar. O Castro Marim Golfe & Country Club conjuga férias com desporto e oferece-lhe a oportunidade de vivenciar uma estadia serena, mas sem tempo para se entediar. Com um programa de atividades bem amplo, o golfe é sempre a melhor opção para quem pretenda usufruir de um dos melhores destinos turísticos de golfe a nível mundial: o Algarve. A Revista Pontos de Vista falou com Ricardo Cipriano, Diretor-Geral do resort, que nos deu a conhecer esta unidade hoteleira de quatro estrelas. A apenas meia hora de Faro e uma hora do aeroporto internacional de Sevilha, fica um dos espaços mais requintados de Portugal, o Castro Marim Golfe & Country Club. De que modo estes dois países se encontram no vosso hotel? Que mais-valias encontram em marcar presença entre dois territórios?
O Castro Marim Golfe & Country Club é um resort de quatro estrelas, situado junto à fronteira entre Portugal e Espanha, que dispõe de um campo de golfe com três percursos de nove buracos (Guadiana, Atlântico e Grouse, num total de 27 buracos); vários campos de práticas; moradias individuais de elevada qualidade, com piscina privada e barbecue; e excelentes moradias T2 e T3, integradas num Aldeamento Turístico, com uma área de piscinas comuns, snack-bar para bebidas e refeições ligeiras, parque infantil e clube para crianças e um Clubhouse, que associa diversos serviços de restauração e bebidas, receções e um ginásio. A localização do empreendimento é uma mais-valia por permitir o que consideramos “o melhor de dois mundos”. Por um lado, permite aos viajantes portugueses e estrangeiros explorar uma
Ricardo Cipriano
área nacional onde existem várias praias maravilhosas que, para além de proporcionarem ótimos banhos de sol, são um ótimo local para a prática de windsurf e vela, a realização de passeios de barco ao longo da costa algarvia ou pelo rio Guadiana, a observação de aves na reconhecida zona protegida da Reserva Natural do Sapal de Castro Marim e Vila Real de Santo António, entre outras atividades. E a uma curta distância geográfica, visitar uma tradicional vila tradicional espanhola (Ayamonte), com pitorescas ruas e bares de tapas, ou a famosa cidade de Sevilha. Por outro lado, é o melhor ponto de partida para muitos espanhóis que pretendem explorar a região algarvia, com todo o seu potencial natural, cultural e social comummente reconhecido. O Castro Marim Golfe & Country Club encontra-se numa das regiões mais procuradas no verão, o Algarve, mas exatamente numa zona ainda pouco explorada e massificada. De que forma esta é uma vantagem para quem procura as temperaturas altas e a luxúria habituais dos hotéis algarvios, mas com a tranquilidade pouco expectável nessa zona do país?
O resort localiza-se na sub-região do Sotavento Algarvio, mais concretamente no concelho de Castro Marim. Esta é uma área turisticamente menos explorada mas com maravilhosas praias de areia branca, um enorme potencial natural e histórico e uma fantástica gastronomia baseada no peixe fresco, mariscos e muitos ou-
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tros produtos locais. São estes alguns dos ingredientes que fazem com que seja um destino cada vez mais conhecido e “na moda” parar todos aqueles que pretendem usufruir da oferta turística algarvia com um complemento adicional de tranquilidade e tradição. Para além de todo o potencial primário que é reconhecido e visível, importa referir que esta área já possui diversas unidades de alojamento de qualidade, restaurantes excecionais e campos de golfe reconhecidos internacionalmente. As acessibilidades em geral são de boa qualidade, apesar das famigeradas portagens na A22/Via do Infante. O Castro Marim Golfe & Country Club, na sua especificidade, pretende ser um dos projetos-âncora do desenvolvimento sustentável e de qualidade deste sub-destino algarvio, o Sotavento algarvio. O golfe é uma vertente essencial do vosso espaço, sendo o Castro Marim Golfe & Country Club anfitrião de inúmeras competições deste desporto. Como é que conceitos como descanso e desporto se encontram, tornando singulares as férias de quem procura a vossa unidade hoteleira?
Em primeiro lugar, importa referir que o Algarve tem sido reconhecido ao longo dos últimos anos como um dos melhores destinos turísticos de golfe da Europa e do Mundo. Tal é para nós um enorme orgulho e esperamos continuar a dar o nosso contributo para que assim se mantenha por mais anos! Relativamente à fusão entre o “descanso” e o
“desporto”, tem-se verificado uma opção crescente por férias mais ativas, que acrescentam momentos adicionais de satisfação e prazer ao viajante. Este facto é uma realidade no Turismo de Golfe, assim como no Turismo “Sol & Mar” e outros tipos de turismo. No Castro Marim Golfe & Country Club, temos registado um aumento do número de turistas que nos visitam associados a um pacote de “Stay & Play”, isto é, que inclui alojamento e os green fees para a prática do golfe, ou mesmo as “estadas longas”, entre 21 e 60 dias, com a prática “sem limites” de golfe. Como diz o ditado popular e aqui parece aplicar-se na perfeição: “quem corre por gosto, não cansa…” Luxúria, paisagem, desporto e tranquilidade são alguns dos conceitos imprescindíveis de um espaço que procura, através de numerosas atividades, encontrar o equilíbrio entre uma simples ida à praia, com avistamento de aves exóticas e a prática de vela ou windsurf. Melhor do que passar férias, só mesmo ter o seu próprio ‘cantinho’ num paraíso com este. O que podem esperar aqueles que decidirem comprar uma casa de férias em
O Castro Marim Golfe & Country Club, na sua especificidade, pretende ser um dos projetosâncora do desenvolvimento sustentável e de qualidade deste sub-destino algarvio, o Sotavento algarvio
pleno Castro Marim Golfe & Country Club?
Um dos pontos fortes de Castro Marim Golfe & Country Club é a sua abordagem de baixa densidade e o enquadramento paisagístico. Distribuídas pelos 230 hectares de terreno, as propriedades totalmente equipadas são uma boa aplicação do dinheiro quer a intenção seja comprar um imóvel para fins de investimento, quer seja para férias ou residência permanente.
Em março deste ano, inauguraram o restaurante Quinta do Guadiana, que oferece uma fusão entre a cozinha típica e os pratos mais sofisticadas. O que podem dizer-nos sobre este novo espaço?
O restaurante «Quinta do Guadiana», com capacidade para 80 pessoas, fica localizado no primeiro piso do Clubhouse do resort e pretende ser uma referência na restauração do concelho de Castro Marim e do Sotavento Algarvio, quer pela qualidade da comida servida, quer pelo serviço prestado por este empreendimento de 4 estrela. Do menu destacam-se vários pratos regionais com ligação ao mar e à serra, numa relação direta à Dieta Mediterrânica, assim como diversos pratos nacionais e internacionais. O restaurante está aberto ao público em geral, diariamente, das 12h00 às 15h00 para serviço de almoço e das 18h00 às 22h00 para serviço de jantar. Organizam-se casamentos, batizados e serviços para grupos e festas especiais. Igualmente recente é o novo serviço de relaxamento: o Golf MassageExperience. Seja para praticantes de golfe ou para adeptos de uma boa massagem, este novo projeto promete dar que falar. O que pode esperar alguém que procure este vosso novo serviço?
Conforme referido anteriormente, o viajante, quer seja golfista ou com outra motivação primária, pretende ter o máximo de experiências 67
possíveis durante as suas férias. Foi nesse sentido que, conjuntamente com a empresa algarvia 3CM, colocámos ao dispor dos nossos clientes um serviço de massagens pré e pós-jogo de golfe ou simplesmente para relaxar. É nossa intenção manter e, se possível, aumentar o número de atividades existentes durante todo o ano como sejam: as massagens; as clínicas de golfe para iniciantes; o club infantil; os serões musicais; os eventos gastronómicos e temáticos; entre outros. Em 2014, assumiam o compromisso de expandir as áreas habitacionais e continuar a posicionar o Castro Marim Golfe & Country Club, não só em Portugal, mas também no contexto internacional. O que foi feito nesse sentido? Que outros projetos têm atualmente em mente?
A expansão de novas áreas habitacionais, inseridas no Plano de Pormenor do empreendimento, continua em negociação com a Câmara Municipal de Castro Marim. Felizmente, fruto de um reconhecimento global da importância deste projeto para o concelho, o apoio do edil Francisco Amaral e do seu executivo tem sido inexcedível pelo que, num futuro próximo, esperamos ter novidades mais concretas. Enquanto trabalhamos nesse domínio, vamos, complementarmente e de forma crescente, aumentando o nosso investimento na promoção e valorização da marca. Por exemplo, em 2015 já participámos em diversas Feiras e Eventos especializados em Lisboa, Dublin, Belfast, Cork, Londres, Manchester, Paris, Madrid, Berlin e, até ao final do ano, manteremos essa aposta. Como fio condutor, continuaremos a trabalhar no sentido de melhorarmos a qualidade dos serviços prestados, fator essencial para a qualificação do nosso resort e satisfação dos nossos clientes, que pretendemos que se tornem fiéis.
TURISMO NAÚTICO
Beach Hut Watersports DIVERSÃO PARA TODOS NA PRAIA Diversão, paixão, animação, adrenalina e muito mais. Quem não gosta? A Beach Hut Watersports pode proporcionar tudo isto e muito mais. Com programas e atividades diversas, tudo o que é preparado nesta marca é a pensar no seu bem estar e diversão. A Revista Pontos de Vista «alinhou» nesta viagem e conversou com Paulo Sousa, Diretor Geral da Beach Hut Watersports, que nos deu a conhecer um pouco mais do que é escolher a Beach Hut Watersports. O turismo náutico é um conceito cada vez mais procurado, com atividades pensadas para os diferentes públicos e idades. A Beach Hut Watersports é um dos maiores e mais antigos operadores marítimo-turísticos do Algarve. O que permite este sucesso? O que podemos esperar e que atividades têm preparadas para aqueles que procuram novas experiências?
A BEACH HUT WATERSPORTS é uma empresa de atividades e desportos náuticos sediada na Praia da Luz, uma vila situada a cinco Km da Histórica Cidade de Lagos, e a funcionar desde 1996. Tendo por meta o divertimento saudável, apostamos na diversidade. O sucesso em parte é proporcionado pela localização, pois a Praia da Luz é uma localidade cuja beleza natural por si só atrai um elevado número de turistas de diversas nacionalidades, mas as parcerias com hotéis e agências de viagem são um fator importante na divulgação das atividades. O fator determinante é a relação que mantemos com o cliente, que passa pela preparação dos nossos colaboradores em termos dos conhecimentos linguísticos e técnicos, mas acima de tudo pela paixão que cada um dedica às suas funções. Temos uma oferta diversificada, tanto para os que buscam adrenalina, quanto para os que pretendem tranquilidade. Wakeboard, Ski Aquático, Motas de Água, Insufláveis, “Gaivotas”, SUP, Kayak, Vela, Windsurf e Surf, bem como passeios de barco para Observação de golfinhos ou Aves Marinhas e passeios costeiros que permitem desvendar a beleza natural desta orla marítima, através dos passeios às Grutas da Ponta da Piedade em Lagos, ou a descoberta do cabo de S. Vicente em Sagres. Sabemos que as experiências são um dos maiores percursores do sentimento de felicidade. Assim sendo, procuramos sempre que os nossos clientes levem consigo excelentes memórias das suas férias, proporcionando-lhes a melhor experiencia possível, sem pressas, e sempre com a
beachhutwatersports.com
preocupação em inovar e melhorar. Na Observação de Golfinhos temos um horário flexível que nos permite garantir a 100% a observação. Apostamos numa embarcação de conceito inovador e único em Portugal, o Hysucat – Hydrofoil Supported Catamaran, equipado com um sistema de tecnologia “Hydrofoil” (estabilizador) que permite uma melhor navegação, proporcionando não só uma maior rapidez, mas acima de tudo um conforto incomparável e segurança. A Ponta da Piedade e praia D. Ana são áreas naturais de renome internacional, com inúmeros prémios ganhos em virtude da sua beleza natural. Ao fazermos o denominado Passeio às Grutas, num barco com fundo transparente, único na zona, ampliamos essa experiência pela visualização do fundo marítimo. Acresce-se que é o único passeio ás grutas da Ponta da Piedade com partida e chegada da Praia da Luz, juntando um excelente passeio costeiro ate Lagos a um passeio às grutas. Para além de atividades a nível individual, procuramos fomentar o sentimento de pertença e entreajuda ao organizar atividades para famílias e grupos. Uma das novidades é o programa “Active Day” em que grupos ou famílias podem praticar vários desportos náuticos ao longo de um dia. Sabendo que a aprendizagem é um conceito transversal a todas as áreas de vida, procuramos contribuir para que cada pessoa enfrente novos desafios. Através do nosso método de ensino e embarcações ideais, conseguimos (algo que à partida pode parecer extremamente complexo) ensinar pessoas que nunca velejaram a conseguirem fazê-lo em apenas uma hora. Tendo em conta a maior importância das atividades holísticas, que trabalhem não só o corpo, mas também a nível mental e espiritual, os nossos Sunsets incluem um tranquilo passeio ao pôr do sol, em SUP ou Kayak, onde se pode des-
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lumbrar com as formações rochosas de origem vulcânica, únicas na zona, terminando com uma sessão de Tai Chi na praia. Todo o vosso trabalho está envolvido em práticas que não só apoiam medidas ecológicas, mas também a preocupação com a comunidade envolvente. O que é feito pela Beach Hut Watersports neste âmbito?
Por um lado procuramos desenvolver atividades que promovam a conservação da natureza, como a Observação de Golfinhos e a Observação de Aves Marinhas, esta realizada em parceria com “A Rocha”. Por outro a promoção de atividades mais ecológicas, como a Vela, Windsurf, Kayak, Stand Up Paddle e o Surf. Em termos sociais atuamos em parceria com a uma associação local, a NECI (Núcleo de Educação da Criança Inadaptada), mas também a nível internacional, proporcionado atividades lúdicas a pessoas com deficiência motora e crianças e jovens provenientes de bairros problemáticos. Para além disso, temos também programas para as diversas escolas da região. Com o sucesso que têm no Algarve e pelo dinamismo que criam, quais são os planos para o futuro da Beach Hut Watersports? Quais os desafios?
A sazonalidade é sempre uma questão relevante, mas procuramos ultrapassa-la através de soluções que nos permitam dinamizar o turismo na região todo o ano procurando atuar em novos nichos de mercado. Estamos atentos aos desafios do mercado e às novidades que se apresentam nas feiras internacionais, apostando sempre na melhoria dos equipamentos e na formação. Acima de tudo, é um trabalho por paixão, gostamos de proporcionar alegria, diversão e sensações fortes ou relaxantes que se traduzem em memórias inesquecíveis. Convidamos todos a virem conhecer a Praia da Luz e a divertirem-se com as nossas atividades.
TURISMO
A humildade de quem pretende ajudá-lo a mudar o futuro Com uma visão revolucionária, o ClubCard10 pretende associar-se a uma nova era do turismo. Se, por um lado, pretende ser o parceiro ideal para a criação do seu próprio negócio, deseja, enquanto agência de turismo, proporcionar-lhe a viagem com que sempre sonhou. Conheça esta marca espanhola, nascida em Sevilha, através de Sergio Sánchez, Fundador e Presidente do projeto.
C
om 14 anos de experiência, o ClubCard10 encontra-se atualmente a dar os primeiros passos em Portugal. Tem como objetivo revolucionar o mercado, o turismo e a vida profissional de quem pretenda ser sócio do projeto. Sim, leu bem! Num país em atual crise financeira, o grupo espanhol quer pôr fim às dificuldades das famílias portuguesas e receber profissionais com diferentes perfis e que, acima de tudo, tenham muita ambição. Tudo depende da sua “preparação e de onde queira chegar”, afirma o presidente da companhia. Através de uma agência online ou física, pode ingressar no mundo do turismo, com a sua própria agência de viagens, tendo a vantagem de iniciar o seu negócio já com uma imagem de marca conhecida internacionalmente, que ultrapassou heroicamente uma fase em que as várias áreas do turismo começaram a falir. O presidente do grupo afirma que “a filosofia diferente do que está no mercado” e a “mente aberta” com que sempre olharam para esta área de negócio possibilitou a ascensão e o sucesso que conquistaram. “Trabalhamos com vários operadores”, sendo atualmente “mais de 200 a nível internacional”, explica o fundador, que contrariamente a outros empresários, vê “as outras marcas como aliadas”. “Alguns querem vender apenas a sua marca”, o ClubCard10 opta por associar-se a um trabalho conjunto. E o sucesso é garantido. Com agências online nos quatro continentes e espaços físicos em toda a União Europeia – para já, porque a fase de expansão ainda está agora a começar - , prometem elevar uma marca em conjunto com quem faça parte do grupo nascido em Espanha. Portugal em expansão A frustração diária de um emprego com condições questionáveis, de um sonho que ficou no passado ou até do desemprego, provocado por um país economicamente frágil, tem envolvido o dia-a-dia de muitos portugueses. É neste contexto que entra o ClubCard10, com o objetivo de se expandir, pelas mãos de todos os que queiram abraçar um novo projeto. Já se imaginou a ter o seu próprio emprego, onde é o seu próprio chefe e cumpre as suas próprias regras? É exatamente isso que o grupo deseja para os seus futuros parceiros. E até no formato de negócio pode escolher o que melhor encaixa no seu perfil. O que prefere? Um espaço físico, aberto a todos os que pretendam cumprir a sua viagem de eleição, que preza pelo contacto direto com o cliente, ou uma agência online, que lhe permite trabalhar onde quiser e como quiser? O ClubCard10 permite-lhe definir o seu próprio método e, a partir desse momento, aventurar-se num novo momento profis-
SERGIO SÁNCHEZ
sional. O fundador da marca afirma que este seu novo emprego será tudo menos monótono. Parta nesta aventura e permita-se criar o seu próprio emprego, com os seus horários, sem a infelicidade constante de quem trabalha para sobreviver. Vários profissionais já começaram a trabalhar com o ClubCard10 e Portugal já tem quem pretenda fazer parte deste projeto. Num momento em que o fundador da marca está por Portugal a fazer apresentações do seu projeto, o feedback é surpreendente. Com um entusiasmo melhor do que o esperado, quem participa nos eventos que têm sido realizados por todo o país para dar a conhecer esta nova cara do turismo, há cada vez mais interessados. Quem o diz é o próprio fundador do grupo, que garante existirem já “vários candidatos que querem montar a sua própria agência física”. Um aspeto que admite ser de grande importância para a “expansão [do ClubCard10] em Portugal” e para a própria “economia” nacional. Um negócio que veio para revolucionar Já falámos anteriormente sobre a vontade de revolucionar o mundo do turismo que Sergio Sánchez traz consigo diariamente. Deste modo, o fundador prefere primar pela qualidade e por receber os seus parceiros nas melhores condições possíveis. A parte mais aliciante para quem decide aventurar-se neste projeto é o conceito das comissões, bem acima do esperado e do 70
“Temos o conhecimento e a preparação para organizar viagens à medida e realizar o seu sonho” que é praticado na maioria das empresas. Por outro lado, a transferência bancária ou pagamento por mastercard permite uma maior facilidade no acesso às mesmas. No entanto, o mais importante é, segundo o fundador do projeto, os valores que sempre definiram a empresa que nasceu em Sevilha. “Nós, como companhia, sempre tentámos fazer as coisas corretamente”, assume. A legalidade é, também, uma das questões mais importantes do dia-a-dia do presidente, que pretende que a sua empresa se mantenha como uma entidade “séria, que quer durar muitos anos”. Na opinião do empresário, este cumprimento honesto dos “requisitos” aumentará as boas condições aos seus parceiros e permitirá que “outras companhias se unam” ao ClubCard10. O outro lado da moeda Se esta é uma empresa com a experiência necessária para fazer de si um empresário bem-suce-
“Já se imaginou a ter o seu próprio emprego, onde é o seu próprio chefe e cumpre as suas próprias regras? É exatamente isso que o grupo deseja para os seus futuros parceiros” dido, é também uma ótima escolha para quem pretende viajar com a melhor qualidade. O presidente da companhia garante que “temos o conhecimento e a preparação para organizar viagens à medida e realizar o seu sonho”. Seja por meios aéreos, num belíssimo cruzeiro, para uma ilha deserta ou uma cidade agitada, o grupo disponibiliza as melhores soluções. Porque “todos os clientes são importantes”, a marca prima por tornar realidade a viagem que sempre idealizou, independentemente do quão extravagante seja. Quer viajar num avião privado? Perfeito, o ClubCard10 garante-lhe o cumprir desse desejo. Sejam as suas férias em família ou até em negócios, sozinho ou com a sua equipa, o grupo espanhol permite-lhe viajar nas melhores condições, sempre ao melhor preço. Até porque existe uma análise constante, de forma a que “o preço que se visualiza seja diariamente o mais económico do mercado”, afiança o fundador. Deste modo, pode viajar para qualquer parte do mundo, através de preços de revenda, mas com a excelência de quem sabe o que faz. A viagem é exatamente como sempre idealizou, desde o primeiro minuto até ao momento do regresso. E sentirá o acompanhamento do ClubCard10 em cada segundo. Sanchez garante que a parceria “com diferentes empresas, de diferentes países” possibilitará uma viagem sem obstáculos ou nervosismo. E não se esqueça de ver os pacotes promocionais que o ClubCard10 disponibiliza, com transfers incluídos gratuitamente, entradas em teatros e espetáculos, entre muitas outras oportunidades. Associe-se ao ClubCard10 Garantindo diariamente o melhor preço de mercado, o ClubCard10 assume ainda um compro-
Como tudo começou
Quem é Sergio Sánchez?
Em setembro de 2001, Sergio Sánchez aventurava-se, em Sevilha, Espanha, num negócio que nunca imaginou chegar ao sucesso que tem hoje. Na altura com apenas 200 hotéis associados – atualmente conta com cerca de 600 mil -, o Card10 iniciou-se como uma entidade que ajudava “empresas de turismo a captar e fidelizar clientes”. Através de campanhas promocionais, estes organismos poderiam premiar os seus clientes, por exemplo, com estadias em hotéis. Assim, a empresa que no presente conta com várias áreas de mercado e possibilita a entrada de novos parceiros neste seu projeto, surgiu como um organismo mais direcionado para a “publicidade e marketing”, explica o fundador. Com o empenho da equipa e a visão do fundador do grupo, atingiu o sucesso de uma empresa que atua a nível internacional e continua em forte expansão.
Sergio Sánchez é um visionário que provém de uma família ligada ao tecido empresarial, tendo-se direcionado para o mundo dos negócios desde muito jovem. Com a ambição constante de crescer pessoal e profissionalmente, iniciou-se como empresário perante os negócios familiares, mas em 2001 decidiu criar o seu próprio caminho. Integrou o mundo do marketing e do turismo, tendo criado a marca Card10, especializada em captação e fidelização de clientes, através de campanhas promocionais. Com o empenho e dedicação que sempre lhe foi característico, decide expandir o grupo, criando o ClubCard10, que continua a crescer e a procurar implementar-se em toda a Europa, América e Ásia. Sergio Sánchez afirma muitas vezes: “hoje sigo crescendo e aprendendo, para ajudar os outros a alcançar o êxito”.
misso com os seus associados, que poderão ter descontos e preços de revenda em todas as suas viagens. E neste contexto, assim que se torna membro, a marca tem uma funcionalidade muito própria e vantajosa para quem viaja através dos seus serviços: o cartão de crédito ClubCard10. Deste modo, além de ter o acesso a viagens com preços ainda mais baixos, o cartão terá um fundo, entre os 600€ e os 9000€, que poderá utilizar não apenas em reservas de viagens, mas em situações do dia-a-dia, seja como cliente ou profissional ClubCard10. Tal acontece, porque uma vez sócio do projeto, e dependendo do escalão (patamar de reconhecimento) onde se encontra, pode começar a ser parte da marca, exercendo funções e tendo acesso a comissões sempre que, a seu convite, existir a integração de outro membro. Além destas vantagens, terá descontos em outras entidades associadas, como “estações de serviço ou supermercados”. Apesar de ainda não estar em funcionamento em Portugal, o fundador da companhia garante que este serviço está prestes a chegar a território nacional.
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ClubCard10 As várias áreas de atuação do ClubCard10 booking ClubCard10 - O Clube de sócios que nos dá a oportunidade de comprar a preços de revenda as nossas viagens por todo o mundo e ter acesso a benefícios. Brevemente: nature ClubCard10 - Empresa de produtos de saúde e beleza, naturais e 100% ecológicos, com excelente qualidade e a bons preços, para os sócio terem mais benefícios. training ClubCard10 - Empresa com mais de 4000 cursos online/ presenciais, onde a função será dar formação a todos os sócios do clube para evoluírem profissionalmente.
STREAMING
Inovação é UM PrOCESSO DIÁRIO e não uma meta Com um know-how invejável e uma equipa diversificada, a Digital Azul tem primado por revolucionar a sociedade através do conceito do streaming. Mas a sua presença no mercado tecnológico não passa apenas por aí. Com uma ampla gama de serviços, exercem funções na produção e pós-produção de programas televisivos, realização de guiões, entre outras áreas. E o futuro passará por continuar a expandir as suas competências. Quem o diz é João Tocha, CEO da marca. em mãos diferentes projetos que integram numerosas áreas, como produção e pós-produção de programas televisivos e radiofónicos, documentários e filmes institucionais; realização de guiões; adaptação de programas para linguagem gestual em diferentes idiomas; aluguer de equipamentos; entre outras vertentes. O que podem adiantar-nos sobre esta diversidade que caracteriza a Digital Azul?
O conceito do streaming veio revolucionar a capacidade de transmitir dados multimédia nos diferentes meios de comunicação. De que modo a Digital Azul contribui para esta evolução tecnológica?
Através da simplicidade e da clareza de processos e custos. Este é o contributo chave que a Digital Azul tem dado a esta revolução tecnológica, abrindo portas a diversos clientes, que podem utilizar estas tecnologias com confiança. Cultivámos desde sempre uma relação com os nossos clientes baseada num compromisso: se estamos a apresentar-lhes um determinado serviço ou uma solução tecnológica é porque funcionam. Esta premissa de confiança estendeu-se naturalmente às tecnologias de streaming, permitindo que muitos clientes do mercado nacional começassem a utilizá-las sem que partissem do princípio de que eram algo muito complicado ou um “bicho-de-sete-cabeças”. O streaming veio não apenas desenvolver o método de partilha de dados, mas também permitir que os direitos de autor possam ser assegurados. Enquanto equipa especializada nesta área, qual é a vossa opinião sobre esta situação específica? De que forma os diferentes profissionais podem contar com este conceito no sentido de ver os seus trabalhos valorizados e sem a existência de cópias ilegais?
As tecnologias de streaming permitem, antes de mais, uma maior proximidade entre o autor e a audiência, através da partilha em larga escala, e ainda com a possibilidade de os direitos de autor estarem assegurados. É um passo gigantesco, sem dúvida, na valorização do trabalho do autor e da sua defesa contra o acesso e a partilha ilegais. Neste contexto, o espectador pode, por exemplo, assistir em direto a uma transmissão e pagar através do sistema Pay-per-View. É, na nossa opinião, uma relação justa e contribui para a sustentabilidade financeira do autor. Naturalmente que nenhum sistema é perfeito e todos sabemos que proliferam na Web sistemas de streaming que transmitem conteúdos desportivos de forma ilegal, mas isso não deve desvalorizar a face boa desta tecnologia. Possuem atualmente um serviço especializado de Webcast e streaming que apoia os diferentes mass media em Portugal. O que podem os interessados esperar da Digital Azul neste contexto?
Acima de tudo, podem esperar soluções completas e uma desmistificação da utilização destas tecnologias, permitindo adaptá-las aos seus negócios e projetos de forma rápida e eficiente. Este mindset faz a diferença em qualquer setor, mas é particularmente importante na tecnologia pelo ruído que existe habitualmente na comunicação
A Digital Azul teve, nestes últimos três anos, um enorme crescimento, apesar da conjuntura económica desfavorável. Aumentámos a nossa equipa de trabalho e, no pico da crise, mudámos de instalações: construímos novos estúdios no centro de Lisboa, passámos a ter um estúdio de filmagens com 67 metros quadrados, outro estúdio de som com características excelentes, uma pós-produção vídeo e um armazém. Reforçámos serviços técnicos, desenvolvidos especificamente para dar resposta às nossas equipas de exteriores e à nossa área de aluguer. Temos condições únicas porque foram pensadas de raiz para dar resposta a uma grande diversidade de trabalhos e também aos desafios que os nossos clientes nos lançam.
JOÃO TOCHA
com o cliente. É por isso também que garantimos todo o circuito, desde equipas, equipamentos, câmaras para captação multicâmara de um evento até à distribuição em direto pela internet. Tudo com um único interlocutor. A marca preza não só por garantir a qualidade dos equipamentos e trabalhos, mas também pelo trabalho de uma equipa com o know-how necessário para manter o rigor e a excelência. Como se caracterizam os profissionais Digital Azul? O que vos distingue de outras equipas de profissionais a trabalhar na mesma área?
Distingue-nos a elevada experiência, a coesão e os diferentes perfis que se complementam e enriquecem o produto. Esta equipa tem trabalhado junta nos mais diversos contextos e assumido os mais diversos desafios. A multidisciplinaridade dela é, a meu ver, extremamente interessante e dá-me muito gosto trabalhar assim. Temos pessoas do setor do marketing e da comunicação, das tecnologias de informação, do broadcast e da televisão, do som e da imagem, da publicidade e da saúde. É também uma equipa com pessoas de diversas nacionalidades. Esta diversidade de pessoas e conhecimentos permite uma abordagem pluridisciplinar, criativa e informada, que é essencial para que a Digital Azul preste um serviço diferenciado e sustentado, ao nível das produtoras internacionais de referência. Além dos serviços em Webcast e streaming, têm 72
Ao longo dos 11 anos de existência, têm cooperado com marcas, personalidades e canais televisivos bem conhecidos da sociedade portuguesa. O que permitiu atingirem este sucesso, de forma a que estas entidades confiassem nos vossos serviços?
Além das características da nossa equipa e do nosso posicionamento no mercado, creio que o que faz realmente a diferença é a preocupação constante em procurar efetivamente entender o que os nossos clientes querem e necessitam. Já são mais de quatro mil trabalhos em 11 anos com este racional criativo.
A Novaga foi criada em 1985 e em 2004 desdobrou-se, permitindo o nascimento da Digital Azul. O que trazem desses tempos? De que modo a Digital Azul é enriquecida por surgir de uma empresa com experiência de décadas?
Herdámos uma forte tradição de inovação constante, aliada à criatividade, e isto é aplicado a todos os setores em que estamos envolvidos. A Novaga foi a primeira empresa privada em Portugal a ter carros de exteriores e a fazer as primeiras transmissões televisivas em direto para as televisões privadas. Desde essa altura, já participámos em algumas centenas de transmissões. O rigor e a exigência do direto televisivo obrigou-nos, de certa forma, a desenvolver uma determinada postura. E é essa mesma postura - a de rigor, de extremo profissionalismo e clareza - que aplicamos no streaming. Tal como um direto televisivo de uma estação nacional ou internacional, com milhares de espetadores.
Ainda como Novaga, foram a primeira empresa a trabalhar em Portugal as áreas de locução e dobragem. De que forma impulsionaram este mercado a nível nacional?
O mercado das dobragens era um mercado fechado e inexistente fora do setor público. As primeiras equipas da Novaga foram as responsáveis por criar as metodologias de trabalho e formar os atores e os primeiros profissionais técnicos. Muitas destas metodologias de trabalhos disseminaram-se no mercado e são hoje amplamente utilizadas. No entanto, o facto de termos estado presentes na definição dos métodos de trabalho permitiu-nos desenvolver um olhar crítico sobre os mesmos e estar sempre um passo à frente no processo de inovação, que, aliás, é incentivada pelo nosso pioneirismo. Um bom exemplo é o nosso “Voice Bank”, que, como o nome indica, é uma base de dados de vozes disponível online. Foi lançada há pouco tempo, mas já contém centenas de registos de locutores. Os nossos clientes podem, de forma muito rápida e fácil, ouvir e selecionar as vozes de acordo com o tom, o género ou a nacionalidade que pretendem, escolher a voz certa para os seus projetos e submeter o pedido online. Este é um claro exemplo de inovação no setor da “Voz” e um reflexo da experiência que acumulámos na área. Têm atualmente cooperado com Angola. Que projetos têm desenvolvido neste país? Qual é o futuro desta aposta?
Em Angola temos desenvolvido projetos em diversas áreas desde a formação, produção de
programas televisivos, streaming, documentários à locução. É notória, nos últimos anos em Angola, uma procura crescente de serviços no setor audiovisual. A nossa postura em Angola é uma postura de continuidade, com vista ao longo prazo. É um país onde, apesar dos muitos problemas existentes, é possível assistir a uma evolução e ao desenvolvimento das condições da população. Assumimos neste mercado uma postura onde valorizamos a formação de equipas locais e utilizamos o nosso know-how nesse sentido. Temos trabalhado em parceria com diversas empresas privadas e é mesmo uma sensação fantástica participar efetivamente nessa evolução. Além do mercado angolano, têm apostado fortemente na expansão da Digital Azul. Em que outros países é possível ver a marca a operar? Que projetos têm em mente a nível internacional?
No mercado internacional, além de Angola, a Digital Azul opera principalmente em Espanha, França, Alemanha, Inglaterra, Brasil e Canadá.
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Em qualquer um destes países, temos clientes regulares em diversas áreas, incluindo a do streaming. Nos últimos anos, temos reforçado a vocação expansionista da Digital Azul, através da oferta de serviços de produção, pós-produção e aluguer além-fronteiras. Queremos, a curto prazo, reforçar ainda mais esta aposta no mercado internacional. Qual é o futuro desta marca, que tem revolucionado e desenvolvido o mercado português? O que podemos esperar da vossa equipa?
Queremos, no futuro, manter-nos fiéis à nossa matriz de inovação e de relacionamento com os clientes. Estamos atualmente a implementar toda uma estrutura em 4K, o que é um exemplo claro desta aposta. Estar permanentemente a investir em novos equipamentos, em novos métodos de trabalho e na procura constante de soluções inovadoras e diferenciadas para os nossos clientes é um trabalho contínuo e exigente. Porém, não temos dúvidas de que este é o caminho certo para nós.
RECUPERAÇÃO DE DADOS
Low Cost, high quality Conquistaram a confiança de diversas entidades públicas e privadas, nacionais e internacionais. Com preços low-cost, oferecem um serviço altamente qualificado, com profissionais, cujo know-how lhes permite obter taxas de sucesso acima dos 90%. As empresas ficam, assim, mais tranquilas quando um problema informático as obriga a uma rápida recuperação de dados. Conheça o sucesso da Data Recovery Lab, através de José Faustino, CEO da empresa. A Data Recovery Lab é a marca de recuperação de dados com os preços mais competitivos da Península Ibérica. Contudo, não prescinde dos serviços com melhor qualidade, tendo uma equipa altamente qualificada no exercício das suas funções. O que podem dizer-nos sobre a empresa? O que permite aliar preços Low Cost a excelência e profissionalismo?
A Data Recovery Lab é o único laboratório de recuperação de dados para particulares e empresas a preços reduzidos na Península Ibérica. Dispomos de uma estrutura própria com a qual podemos ter preços muito competitivos. O serviço de recuperação de dados Low Cost é a solução mais equilibrada na recuperação de dados. A taxa de sucesso está acima dos 90%.
JOSÉ FAUSTINO
Atualmente têm como clientes os organismos públicos e privados mais conceituados em Portugal e no mundo. Direção-Geral das Finanças, Biblioteca Nacional de Portugal, Ministério da Saúde, HP, Billabong e MTV são alguns dos numerosos exemplos. Como conseguiram atingir esta notoriedade e sucesso, de forma a que empresas bem conhecidas do público em geral confiem nos vossos serviços?
A Data Recovery Lab conta com uma equipa de técnicos especializados com mais de 20 anos de experiência na área da informática. Graças a este know-how conseguiu atrair muitos clientes estatais, empresariais e particulares. Dispõe de um laboratório próprio, uma “sala limpa” e um armazém de discos de diferentes tipos e marcas que lhe permitem dar resposta a todos os tipos de falhas e estragos de dados de todos os tipos de dispositivos. Temos também
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um laboratório de eletrónica, onde se fazem todas as reparações e reconstruções a este nível. A recuperação de dados é uma questão de extrema importância para as instituições que, por diversos motivos, têm problemas informáticos que não lhes permitem aceder à informação guardada. Quais são as situações mais frequentes e quais os momentos em que mais vos procuram? Podemos dizer que são um grande apoio na continuidade das empresas que têm como clientes?
Este serviço é vital para as empresas, já que, muitas vezes, recuperam informação crítica para a continuidade da sua operação, nomeadamente bases de dados, ficheiros de trabalho, e-mails, entre outros. O serviço da Data Recovery Lab é muitas vezes requisitado para recuperação de dados em servidores, computadores e dispositivos externos, que, pelo facto de serem utilizados no exterior, estão mais expostos a quedas e danos. Para evitar transtornos aos nossos clientes, dispomos também do serviço de “Recolha Gratuita de discos rígidos para Portugal Continental. Apesar de falarmos em situações bastante frágeis para as empresas, ainda existem muitos momentos em que os utilizadores procuram recuperar os seus dados através dos seus próprios meios ou pedindo apoio a técnicos não qualificados. Que consequências podem provocar estes comportamentos?
A manipulação prévia dos discos rígidos por parte de técnicos não habilitados é um fator que diminui a nossa taxa de sucesso na recuperação dos dados. Por este motivo, é crucial que os utilizadores evitem tentativas de recuperação antes de procurarem os nossos serviços. Com os serviços LowCost que a Data Recovery Lab conseguiu trazer para o mercado nacional, já não se justifica a tentativa de recuperar dados pelos ditos “curiosos”. Temos um conjunto de soluções de recuperação de dados LowCost, com custos bastante mais baixos do referencial atual do mercado. Este serviço abriu uma janela de oportunidade para recuperar informação estratégica, que, de outra forma, estaria irremediavelmente perdida. Muitas vezes a informação perdida tem também um elevado valor sentimental, como é o caso de fotos ou filmes de família, e esta opção LowCost é também uma solução ao alcance de todo o tipo de consumidor. Qual é o futuro da vossa marca? Que projetos têm em vista para alargar os vossos serviços?
Está nos nossos planos divulgar os nossos serviços a nível internacional, em particular nos PALOP, e, muito em breve, lançaremos uma nova área de informática forense. Vamos continuar a investir na investigação e desenvolvimento, com vista a obter novos produtos, serviços ou processos mais rápidos. Estamos sempre a investir em novas tecnologias e processos de engenharia reversa para conseguir ultrapassar as nossas dificuldades diariamente.
“O nosso objetivo cada vez mais vai ser a prevenção” A HD Rescue assume-se como uma empresa jovem, capaz de responder a qualquer tipo de necessidade, prestando um acompanhamento personalizado em cada trabalho de recuperação de dados. Quando rapidez é a principal solicitação dos clientes, a empresa coloca-se na vanguarda, estando preparada para “qualquer situação”, tal como nos indicou Tiago Colaço, Founder e CEO da HD Rescue. Desde a sua génese, o que tem feito com que a HD Rescue, mais do que uma prestadora de serviços, se afigure como uma parceira?
A HD Rescue conta com uma equipa jovem e dinâmica, capaz de responder às constantes mudanças no mercado das TI. Adaptamo-nos diariamente consoante as necessidades dos nossos clientes. Nesta área certamente que a rapidez na concretização do serviço é a principal solicitação. De um modo geral, quais são as exigências dos vossos clientes e, a partir dos serviços que disponibiliza, de que forma a HD Rescue tem conseguido responder ao mais alto nível e com um perfil diferenciador?
Realmente a rapidez é um fator crucial, principalmente quando trabalhamos com empresas em que cada minuto que estão paradas pode corresponder a centenas ou milhares de euros em prejuízos. Neste sentido, contamos com um laboratório único em Portugal completamente equipado e preparado para qualquer tipo de situação. Um ponto diferenciador é a aposta da HD Rescue na Investigação e Desenvolvimento. Conseguimos com isto estar um passo à frente e ter soluções que correspondam às necessidades dos nossos clientes. No tratamento diário, de que forma asseguram ao cliente a máxima segurança e confidencialidade dos dados que vos entregam em mãos?
Todos os nossos processos internos foram concebidos para que seja mantida uma segurança apertada e total confidencialidade dos dados. Todos os dados que estão em nossa posse encontram-se encriptados com chaves únicas, o que nos fornece uma segurança inquebrável. A HD Rescue apresenta o único sistema de backup na cloud, ilimitado em Portugal. De que solução estamos a falar? Quais são as principais vantagens associadas?
No início do presente ano, a fim de complementar os nossos serviços, lançámos uma gama de produtos baseados na tecnologia cloud. Ao contrário de todos os produtos similares no mercado, não limitamos os nossos produtos por espaço. Um cliente que tenha o nosso serviço pode ter vários gigas ou teras de dados sem que influencie o preço final. Para além de ser um serviço único em Portugal devido à capacidade ilimitada, contamos com soluções para particulares, pequenas e médias empresas e soluções profissionais para grandes empresas. Temos a possibilidade de ajustar os nossos produtos mediante as necessidades dos nossos clientes. Neste campo, a segurança, rapidez, funcionalidade e suporte são pontos-chave que conseguimos garantir aos nossos clientes. Atualmente, muitas empresas estão a investir em TI para reforçarem a sua competitividade. De um modo geral, qual tem sido a importância das tec-
nologias de informação na competitividade das empresas portuguesas?
Hoje em dia é um fator chave para o crescimento e continuidade de qualquer empresa. Vivemos na era digital e nas empresas “os dados são a empresa”. Sabemos que ainda existem muitas empresas que não têm a devida preocupação com estes fatores podendo por vezes pôr em causa a própria continuidade da empresa. É imprescindível estar preparado. As funcionalidades e possibilidades que as TI concedem às empresas são incalculáveis. O quotidiano das empresas foi “invadido” por conceitos como Mobilidade, Social Business, Big Data ou Cloud Computing. Na sua opinião, o que nos guarda o futuro? Quais serão os objetivos da HD Rescue?
Acredito que num futuro próximo, e com a alta disponibilidade de Internet, vão existir soluções que se vão tornar imprescindíveis para qualquer pessoa ou empresa. As funcionalidades, segurança e mobilidade que a “cloud” nos pode proporcionar vão facilitar tanto particulares como empresas nas suas funções diárias. O nosso objetivo cada vez mais vai ser a prevenção. Neste sentido, estamos cada vez mais preocupados em melhorar e desenvolver as nossas soluções de cloud computing e disaster recovery, tanto sejam soluções online como soluções offline. Sabemos que a internacionalização está a ser uma aposta forte da HD Rescue. Quando um empreendedor considera avançar para a criação de um negócio desta natureza, quais as principais preocupações?
A principal preocupação é escolher o parceiro certo. A HD Rescue desenvolve neste momento atividade na Alemanha e Holanda. Nesta área de atuação mais importante que o investimento monetário é o know how necessário, isto só se consegue com uma formação e desenvolvimento constante e contínuo. 75
TIAGO COLAÇO
AUDIOLOGIA
Audiologia – Ao serviço da Saúde “O futuro da audiologia e dos audiologistas está ligado à legislação e ao aumento da literacia em saúde por parte dos cidadãos e de outros profissionais da saúde e da educação”, revela Margarida Serrano, Presidente da Mesa da Assembleia Geral da APtA Associação de Audiologistas Portugueses e Professora Coordenadora - Audiologia na Coimbra Health School, em entrevista à Revista Pontos de Vista. Conheça mais de uma área vital para a qualidade da saúde dos portugueses. Numa sociedade cada vez mais agitada, os ruídos e a exposição a sons excessivos é uma constante, prejudicando a nossa saúde auditiva. Que caminho importa percorrer de modo a contrariar esta questão? Qual é o papel da APtA no sentido de melhorar as condições de vida da sociedade?
Devemos distinguir a exposição: ao ruído industrial e dos jovens à música com intensidade lesiva através de headphones. Campanhas de educação em saúde audiológica para aumentar a literacia em saúde e evitar comportamentos de risco para a audição poderão ser o caminho para que a perda de audição que surge com a idade não seja agravada. A associação assume a responsabilidade e o objetivo de se aproximar da sociedade, de forma a prevenir problemas associados à audição e a promover hábitos corretos. De que forma têm adotado o papel de trabalhar em conjunto com a sociedade atual?
A 10 de outubro de 2014 comemorou-se o Dia do Audiologista. O lema foi “Cuide da sua audição”. Nós podemos ajudar. Este é um exemplo das iniciativas que promovemos que ajudam a população a conhecer o profissional de saúde legalmente habilitado e muitas vezes desconhecido que realmente pode ajudar a melhorar a qualidade de vida do cidadão. O ensino e a investigação são duas vertentes fulcrais para a audiologia, permitindo a formação de novos profissionais e um maior conhecimento desta matéria. Como têm apoiado estas duas áreas e os respetivos profissionais?
Uma profissão desenvolve-se com base na investigação e também nas questões levantadas pela prática clínica. Como tal, a APtA colabora com as escolas que lecionam o curso superior de audiologia e com alunos de mestrado e doutoramento a desenvolver estudos na área de audiologia.
A APtA associou-se a uma causa comum entre os profissionais de audiologia: a criação de uma Ordem Profissional. Qual é a importância da existência deste organismo? Que balanço fazem desta luta? Podemos, num futuro próximo, ver este desejo realizado?
A Ordem dos Técnicos de Saúde é uma necessidade para garantir os melhores cuidados de saúde audiológicos à população. A falta de legislação e fiscalização adequada coloca a saúde dos portugueses em risco. Esperamos num futuro próximo conseguir a criação da Ordem, em que a profissão de audiologista possa defender a qualidade dos serviços audiológicos prestados e assim promover a saúde audiológica dos cidadãos. Na sociedade portuguesa atual, os profissionais, independentemente da sua área, enfrentam desafios constantes e diários. Na audiologia, quais são os principais obstáculos encarados? Qual é o papel da APtA neste âmbito?
Há dois grandes desafios: o trabalho inqualificado e a ausência de legislação para a prática dos cuidados audiológicos. O papel da APtA é crucial na divulgação da importância da audição e no reconhecimento por parte do legislador que cuidados audiológicos de qualidade apenas se conseguem com profissionais devidamente formados. Qual é o futuro da audiologia em Portugal? De
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que modo a APtA se associa a este caminho ainda por percorrer?
O futuro da audiologia e dos audiologistas está ligado à a legislação e ao aumento da literacia em saúde por parte dos cidadãos e de outros profissionais da saúde e da educação. De modo a alertar para estas realidades, estamos a organizar o I Congresso Internacional de Audiologia que irá decorrer em outubro e o 14º Congresso da European Federation of Audiology Societies em 2019. Enquanto associação dedicada à área da audiologia, têm a técnica e o conhecimento necessários para poder apoiar os portugueses que pretendam saber mais sobre os problemas associados à audição. Que conselho daria ao leitor que pretenda saber mais sobre esta área da saúde e conhecer os melhores métodos de prevenção?
Iremos lançar um site com informação mas nada melhor que procurar um audiologista, com cédula profissional emitida pelo Ministério da Saúde. Numa consulta, o audiologista poderá esclarecer as questões de forma individualizada e fazer recomendações e encaminhamentos.
ACÚSTICA
“A eficácia aliada à estética são as nossas linhas orientadoras” Tendo sempre como linha de orientação a evolução e a aposta concreta na qualidade, a TangerinaGira assume-se como uma marca especializada no tratamento e isolamento acústico e térmico. Luís Simões, Presidente da TangerinaGira, em entrevista à Revista Pontos de Vista, abordou estas temáticas, dando ainda a conhecer como tem a marca evoluído e crescido. recebemos telefonemas de call centers onde ouvimos a conversa dos colegas ao lado, isso é fruto de uma má acústica que deve ser corrigida.
A TangerinaGira é uma entidade especializada no tratamento e isolamento acústico e térmico. De que forma esta empresa tem sido um importante aliado na melhoria da qualidade de vida de quem trabalha, estuda e frequenta locais?
Temos feito obras em restaurantes, colégios, refeitórios, salas de reunião, salas de servidores e estúdios de gravação. No isolamento acústico de restaurantes conseguimos que o ruído não se torne incómodo para os vizinhos, em restaurantes novos garantimos que a obra passa no teste acústico para a emissão da licença de utilização. Temos melhorado igualmente o conforto de clientes e funcionários, através do tratamento acústico, podendo estar um grupo efusivo de 20 pessoas numa mesa e duas outras noutra a comer tranquilamente sem terem de gritar para serem ouvidas, esta obra demora um dia apenas e é feito no dia de folga ou durante a noite, desta forma o restaurante não perde faturação. Melhorar a acústica das salas de aula, tem sido outro objetivo da Tangerinagira, pois um aluno na terceira fila pode numa frase só perceber metade das palavras, se a sala tiver um tempo de reverberação (eco) longo, no ensino de uma língua estrangeira a percentagem de palavras perdidas é maior. Do vosso perfil profissional destacam-se o rigor e o cuidado com os detalhes. Da parte do cliente que vos chega, quais são, de um modo geral, as principais exigências e, a partir das soluções que apresentam, têm conseguido estar à altura dos desafios lançados?
A eficácia aliada à estética são as nossas linhas orientadoras, somos rigorosos no design e nos detalhes pois estamos habituados a obras de chave na mão e devido a ter estado 20 anos na gestão de cadeias de lojas em centros comerciais, tento sempre colocar-me no lugar do cliente, desta forma temos conseguido apresentar soluções de forma a superar as expectativas dos nossos clientes. Apesar de ser uma empresa recente, com sensivelmente dois anos de existência, tem já um portefólio alargado de trabalhos. Em todos eles procuram sempre recorrer a materiais certificados e que cumprem com as normas em vigor. Essa é,
A poluição sonora e os ruídos urbanos são dois dos grandes dilemas das sociedades. No seu entender, tem havido a consciência de que os ruídos afetam o bem-estar e a qualidade de vida das pessoas? Têm sido tomadas as devidas opções no sentido de serem implementadas as medidas necessárias para a redução dos ruídos?
LUÍS SIMÕES desde logo, uma preocupação do vosso cliente?
Nos últimos anos houve alguma contenção nos custos dos materiais, no entanto, desde o início que trabalhamos com materiais certificados e retardantes ao fogo (EuroclassF) e mesmo que o cliente não tenha conhecimento e não nos questione, nós evidenciamos essas características. Nesta área é um constante desafio inovar nos materiais, mantendo sempre a eficácia e o design? Qual tem sido a estratégia da TangerinaGira?
Procuramos trabalhar em primeiro lugar com materiais nacionais e em estreita relação com as fábricas. Dessa forma existem diversos materiais a serem lançados regularmente, que procuramos incorporar nas nossas obras. Esta indústria evoluiu muito nos últimos anos a nível de design e com produtos amigos do ambiente, a título de exemplo, espuma reutilizada de densidade variável e cortiça. O tratamento acústico proporciona conforto aos colaboradores de uma empresa. Por que é que um empresário deve investir num tratamento acústico para o seu escritório/empresa?
O tratamento acústico nos escritórios torna as equipas mais eficazes e produtivas pois ficam concentradas no seu trabalho sem estarem a ser distraídas pelo ruído dos colegas do lado. É habitual vermos muitas vezes as pessoas a trabalhar de auscultadores nos ouvidos para não serem incomodadas. O ruído das máquinas, sejam servidores ou outra maquinaria emite frequências que podem ser prejudiciais para a nossa saúde, uma vez que podem aumentar o ritmo cardíaco. Quantas vezes
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As consequências podem ser graves a médio prazo. Se nos baterem com um pau no braço, doí-nos e recolhemos o braço. O ruído é uma agressão consentida que pode provocar lesões permanentes sem nos apercebermos. Sou filho de um músico, José Luis Simões, chefe da orquestra do Casino Estoril durante 20 anos e desde pequeno que o acompanho pelos estúdios de gravação, daí a minha paixão pelo comportamento do som. Tenho a noção que o ouvido humano sofre de tal forma ao longo da nossa vida que deixamos de ouvir determinadas frequências ao fim de uns anos. Relativamente a medidas tomadas, as barreiras acústicas nas autoestradas são as mais visíveis para absorção do ruído, mas ainda está muito por fazer a esse nível, nomeadamente na construção civil e reabilitação. “A exposição contínua ao ruído provoca alterações de comportamento sem darmos conta disso, em casos extremos também físicos” Têm como objetivo alargar a vossa intervenção na área da construção, dando sempre um passo de cada vez. A médio e longo prazo, quais são as suas ambições para a TangerinaGira?
Têm sido uns anos de grande evangelização junto dos nossos clientes que começam a dar frutos agora, nomeadamente na restauração. Pretendemos continuar a apostar na formação e na divulgação das nossas soluções nos gabinetes de arquitetura para nos abrir a porta na área da construção civil, pois achamos que no trabalho, se for bem feito a montante, a relação custo benefício é extremamente vantajosa, quer a nível de conforto de quem utiliza o espaço quer a nível de valorização imobiliária.
ACÚSTICA
Danosa Qualidade e Inovação “A Danosa é atualmente líder ibérico no seu mercado de atuação e, tem como meta, dentro da sua linha de crescimento e expansão, a liderança europeia. Essa liderança passará inevitavelmente por uma estratégia de intervenção clara e definida no mercado português”. Quem o refere é Pedro Ribeiro, Responsável Técnico-Comercial da Danosa Eurofoam, Lda, que em entrevista à Revista Pontos de Vista, revelou as potencialidades da marca no domínio da acústica e as principais prioridades da mesma de futuro. Conheça mais. A Danosa é hoje uma empresa líder em Espanha no seu mercado de atuação, com uma enorme preponderância em Portugal. Desta forma, como tem sido o trajeto da marca em território luso e quais são as principais valências e mais-valias da marca?
A Danosa é atualmente, como referiu, líder ibérico no seu mercado de atuação e, tem como meta, dentro da sua linha de crescimento e expansão, a liderança europeia. Essa liderança passará inevitavelmente por uma estratégia de intervenção clara e definida no mercado português (onde está presente já há mais de 20 anos) e, agora poderemos dizer que estamos mais preparados que nunca. A compra da Eurofoam (fábrica de poliestireno extrudido, em Leiria) em março de 2014, potenciou ainda mais a presença da marca Danosa em Portugal. A Danosa aporta soluções para os mercados mais exigentes a nível mun-
dial, como o mercado francês e, tendencialmente o mercado português seguirá os seus niveis de exigência. Chegada essa altura as empresas com presença internacional terão muitas vantagens, inerentes à facilidade de adaptação. No domínio da acústica, quais são as principais qualidades da marca e como fazem as mesmas a diferença no momento de escolha entre um produto «made in» Danosa e outro concorrente?
No domínio da acústica, e na perspetiva da Danosa, o conceito de solução contempla todas as soluções da envolvente ao espaço a isolar e o seu tratamento passará pela combinação de todas elas. A Danosa dispõe de variados produtos de isolamento acústico que poderão adaptar-se a toda a envolvente, melhorando, significativamente o isolamento acústico ao ruido aéreo, estrutural e de percussão. De uma forma genérica,
a linha acústica da Danosa é composta por produtos multicamada (isolamento acústico ruído aéreo a todo o espectro de frequências), produtos amortecedores de ruído de percussão e, produtos antiressonantes para melhorar a frequência de ressonância dos elementos ligeiros. É nossa preocupação, não estendendo demasiado a gama, obter produtos multifacetados que nos permitam com uma excelente relação qualidade-preço resolver qualquer problema de ruido acústico. Porquê a aposta da marca em território português? A proximidade geográfica foi o único motivo para essa aposta ou existem outros? Em que outros mercados é possível vislumbrar a atuação da marca?
As necessidades de expansão para dar seguimento ao objetivo de crescimento contínuo do grupo Danosa, exigiu a presenca além-fronteiras, começando pela exportação e evoluindo para a estabilização em Portugal, onde primeiro criou a Danosa Portugal S.A e, agora a Danosa Eurofoam, Lda. É inegável que um dos fatores preponderantes para a aposta no mercado português foi a proximidade geográfica, no entanto no meu entender tão importante como a proximidade geográfica terá sido a proximidade cultural, climática e social, isto é, o facto de em Portugal as necessidades do mercado serem muito semelhantes às registadas no mercado espanhol fez com que o processo de expansão da empresa para Portugal fosse, tal como referem nuestros hermanos, “sencillo”. O grupo Danosa é, neste momento detentor de quatro fábricas (Espanha (x2), Portugal e India), tem equipas presentes a 100 % em oito mercados distintos e exporta para mais de 70 países.
As necessidades de expansão para dar seguimento ao objetivo de crescimento contínuo do grupo Danosa, exigiu a presenca alémfronteiras PEDRO RIBEIRO
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“A inovação tem feito parte do dia a dia da Danosa até agora e tem-lhe sido atribuída cada vez mais importância nos anos passados mais recentes. É de facto importantíssimo inovar constantemente, para satisfazer necessidades do mercado, legislativas e, principalmente, dos usuários”
A inovação e a acústica são dois conceitos distintos, mas que assumem uma importância recíproca fundamental. Sendo este um setor em constante evolução, qual a importância que a Danosa aporta à vertente da Inovação?
A inovação tem feito parte do dia a dia da Danosa até agora e tem-lhe sido atribuida cada vez mais importância nos anos passados mais recentes. É de facto importantíssimo inovar constantemente para satisfazer necessidades do mercado, legislativas e, principalmente, dos usuários. A Danosa tem, na sua sede em Fontanar-Espanha, um laboratório I+D muitíssimo desenvolvido e onde, para além dos ensaios de avaliação aos produtos produzidos, se fazem testes diversos em busca da melhor proposta de produto para integrar em soluções completas, por forma a satisfazer, de forma cada vez mais efetiva e económica, as necessidades dos usuários. De que forma é relevante apresentar um produto/solução ao cliente que seja personalizado? Conseguem perpetuar esse desiderato de oferecer ao cliente uma solução que corresponda inteiramente às suas reais necessidades?
A Danosa tem vindo a oferecer aos seus clientes soluções standarizadas, perfeitamente estudadas e adaptadas ao tipo de utilização prevista, através das quais os interessados poderão aceder online e obter toda a informação do sistema (especificações técnicas, pormenores dwg, preço decomposto, entre outros). No entanto, é impossível extrapolar para todas as soluções construtivas presentes em obra e, por vezes pequenas diferenças são suficientes inviabilizar uma solução standarizada. Atendendo à densificação das obras de reabilitação em Portugal, impõe-se o estudo individualizado de muitos sistemas por estes fugirem às soluções convencionais adaptadas à obra nova (exemplo: vigamento de madeira). Nestes casos, fazemos valer o nosso experiente departamento técnico acústico que nos permite dar uma resposta personalizada num tempo razoável. De que forma os vossos produtos para o isolamento térmico de coberturas e no fabrico de insonorizantes podem promover uma melhoria da qualidade de vida?
Começando pelo nosso DANOPREN (Poliestireno Extrudido) e, tendo em conta um dimensionamento ajustado às necessidades vigentes, de um modo geral o acréscimo financeiro a aplicar deverá estar compensado
pela poupança na fatura da energia num prazo máximo de cinco anos. Quanto à acústica, esta questão é mais ambígua pois o que representa um isolamento acústico interessante para uma pessoa poderá não ser suficiente para outra. No entanto, relembro que o isolamento acústico condiciona todos os momentos vividos na nossa habitação e um sistema ineficaz poderá fazer com que, pura e simplesmente, não nos sintamos em casa. Este é, como foi salientado, um setor em constante evolução e mutação, obrigando a busca uma incessante por soluções inovadoras. Desta forma, promovem alguma metodologia no âmbito da investigação de novos produtos? Este processo de investigação é realizado no seio da marca ou apostam em parcerias com outras entidades?
Neste momento, com o crescimento registado e a expansão do Grupo Danosa, para além de continuarmos com o nosso laboratório I+D+I em Fontanar, em Portugal e na Índia, estamos atualmente a englobar dentro do nosso projeto de empresa diversos laboratórios externos, entidades de ensino e associações de referência do meio (LNEC, ITeCONS, IST, IPL, liderA,etc.) pois consideramos que a evolução só poderá ser sustentável através da partilha de conhecimento. Prova disso mesmo, foi o curso realizado recentemente, e intitulado “Coberturas sustentáveis, envolventes térmicas e acústicas no edificado”, com o apoio do LNEC e do IST. Sente que a vertente da acústica começa a merecer outro tipo de atenção e relevância no domínio da melhoria da qualidade de vida das pessoas?
O ruído afeta fundamentalmente dois processos da 79
nossa vida: a intimidade e o descanso. Poder dormir bem é fundamental para poder desenvolver a nossa atividade diária e o ruído é uma das principais barreiras a uma noite serena. A evolução do isolamento acústico está paralelamente ligada à melhoria da qualidade de vida dos cidadãos e, em muitos casos, o mesmo é um índice de qualidade de vida e desenvolvimento do país. Quais são as grandes prioridades da marca a médio prazo?
As prioridades da marca a longo prazo passarão por contribuir de forma ativa, apoiada por parceiros de referência, por forma a contribuir para o desenvolvimento de produtos e sistemas para o mercado português com a experiência de uma empresa de liderança internacional.
ATUÁRIOS EM destaque
Para quando a Ordem dos Atuários Portugueses? É, desta forma, essencial o papel desempenhado pelo atuário na avaliação das responsabilidades e na determinação dos valores necessários ao cumprimento das obrigações das instituições, quer sejam Seguradoras, Fundos de Pensões ou Segurança Social”, salienta José Manuel Mendinhos, Presidente do Instituto dos Atuários Portugueses, em entrevista à Revista Pontos de Vista. Nesta conversa, ficámos a perceber como são os atuários portugueses aliados naturais e imprescindíveis a uma supervisão intrusiva e acutilante que, como é óbvio, as instituições financeiras necessitam. Mas não se confunda. Atuários não são polícias, logo não podem prevenir fraudes ou assaltos deliberados. O Instituto dos Atuários Portugueses - IAP comemora este ano 70 anos de atividade e existência. De que forma é possível caracterizar estes 70 anos de atividade do IAP? Qual o balanço que é possível perpetuar da atuação da instituição?
JOSÉ MANUEL MENDINHOS
Os atuários são os técnicos que avaliam as responsabilidades decorrentes de compromissos diferidos através da medição do impacto atual de acontecimentos futuros e contingentes. Baseado na Matemática e nas Finanças, o cálculo atuarial é o instrumento por excelência para avaliar responsabilidades futuras em instituições como Seguradoras, Fundos de Pensões e Segurança Social. O IAP nestes 70 anos conseguiu profissionalizar a profissão dos Atuários em Portugal, possibilitar formação contínua aos seus membros, promovendo a ligação dos membros com outros atuários no mundo e criando um código deontológico, O IAP promove o interesse público do trabalho dos membros. Qual a importância dos membros do IAP e do mesmo no domínio da segurança do sistema financeiro?
O atuário calcula os prémios de seguro a pagar pelos clientes, as provisões a constituir pelas seguradoras para cobertura dos riscos assumidos, o valor das contribuições para os fundos de pensões e o nível de financiamento necessário para que os pensionistas recebam as pensões devidas. É, desta forma, essencial o papel desempenhado pelo atuário na avaliação das responsabilidades e na determinação dos valores necessários ao cumprimento das obrigações das instituições, quer sejam Seguradoras, Fundos de Pensões ou Segurança Social. Será legítimo afirmar que casos que se revelaram ruinosos financeiramente, como o BPN, BES, entre outros, seriam evitáveis se existisse a supervisão intrusiva e exaustiva de um Atuário?
Os atuários serão aliados naturais e imprescindíveis a uma supervisão intrusiva e acutilante que, como é óbvio, as instituições financeiras necessitam. Mas não são polícias pelo que não podem prevenir fraudes ou assaltos deliberados, como parecem – de acordo com as informações veiculadas pela comunicação social - ser alguns dos casos citados. Sendo um Atuário um profissional especialista em avaliar e administrar riscos, acredita que a este profissional ainda não é dada a verdadeira atenção e importância? Como pode o IAP contornar este cenário?
Embora o Atuário tenha já uma posição crucial nomeadamente nas Seguradoras, Gestores de
Fundos de Pensões e Entidade de Supervisão a verdade é que ainda não são respeitados da mesma forma que em outros países. Por exemplo, nos EUA ser atuário é considerada a melhor das profissões nos últimos anos. O IAP está empenhado em contribuir para um maior reconhecimento dos atuários, nomeadamente através da iniciativa de transformar o IAP numa Ordem profissional. De que forma pode um Atuário desempenhar uma função central na solidez do sistema financeiro? Que apoios prestam aos vossos membros no sentido de continuar a dignificar a classe profissional que representam?
A solidez das seguradoras depende do rigor dos prémios cobrados, das provisões constituídas e do valor do capital disponível. Na avaliação destes elementos os atuários deverão estar sempre presentes. O mesmo se aplica à Segurança Social, em que o momento do início das pensões tem sido sistematicamente diferido e o seu valor reduzido Para permitir aos atuários desempenhar o seu papel nestas instituições, o IAP dispõe de um código deontológico, de normas técnicas, de um processo rigoroso de seleção dos seus membros com base nos conhecimentos demonstrados e de um sistema de formação contínua ao longo da vida ativa do atuário. Tudo isto em congruência com as exigências das organizações internacionais de que somos membros (“full members”): a International Atuarial Association (IAA) e a Atuarial Association of Europe (AAE) 80
O que falta ao IAP? Será vital que se dê o passo seguinte, ou seja, que seja edificada a Ordem dos Atuários Portugueses? Esse panorama está mais perto de ser concretizado? O que ainda falta e o que mudaria caso esse cenário se concretizasse?
Falta ao IAP, a Portugal e ao sistema financeiro português que o IAP se transforme na Ordem dos Atuários! A criação da Ordem é uma condição necessária e suficiente para que as exigências que o IAP impõe aos seus associados relativamente a deontologia e conhecimentos, se tornem imperativas, de forma a colocar o interesse público em primeiro lugar. Caso esse passo seja dado, teme que a Ordem não resulte da transformação do IAP?
Não, de forma alguma, não faria qualquer sentido. A Ordem é o herdeiro natural do IAP. O IAP é o congénere das outras organizações de atuários nos diversos países, “full member” das organizações internacionais de atuários. Quais são os principais desafios que se colocam ao IAP e aos seus membros de futuro?
- Resistir às pressões que sobre eles se abaterão no âmbito das suas funções; - Tornar visível a sua relevância ao público em geral e aos decisores, em particular; - Mostrar a importância da sua função para a credibilidade da democracia, nomeadamente fornecendo ao poder político as informações e avaliações necessárias ao cumprimento das promessas do sistema público de Segurança Social.
Actuariado – Parceiro de excelência “A Ordem dos Atuários Portugueses virá consolidar a profissão de atuário pois definirá um código deontológico para o exercício da atividade. O atuário deverá desempenhar a sua função com rigor e profissionalismo, nomeadamente, ser criterioso na escolha das metodologias e dos pressupostos”, afirma Carmen Oliveira, Administradora da Actuariado - Estudos Atuariais, Económicos e Financeiros, Lda, em entrevista à Revista Pontos de Vista. Qual o papel dos atuários no domínio da segurança do sistema financeiro português? Algumas questões que interessa compreender. Constituída em 1988, a Actuariado é hoje uma marca de prestígio no seu setor de atuação. Como tem sido pautado este percurso e quais são as principais mais-valias da marca?
O prestígio foi adquirido pelo trabalho exercido ao longo dos anos, com a mais-valia de ter sido gerida por profissionais de valor reconhecido. O acompanhamento de processos de constituição de seguradoras foi criando sinergias com clientes nas áreas técnicas de seguros Não Vida e Vida. Não menos despiciendo foi o facto de ter um nome/ marca inteiramente adequados à função e serviços de atuariado. Quais são os principais serviços colocados à disposição dos clientes da Actuariado? Que mais-valias aportam aos mesmos?
Os nossos principais serviços, são neste momento, a consultoria atuarial nas áreas da atividade seguradora dos Ramos Vida, Não Vida e Fundos de Pensões. Estes serviços tanto são prestados diretamente às seguradoras, como através da subcontratação por empresas de auditoria e empresas com responsabilidades com complementos de reforma. A nossa função é exercida com autonomia e independência técnica, daí sermos procurados para a função de Atuários Responsáveis. Através do nosso know-how, aconselhamos os gestores sobre a melhor forma de gerirem os riscos na medida em que, através das diferentes metodologias, orientamos as necessidades de reforços ou de libertação de fundos que constituem as provisões técnicas. Sendo um Atuário um profissional especialista em avaliar e administrar riscos, acredita que a este profissional ainda não é dada a verdadeira atenção e importância?
O Projeto Solvência II veio alterar essa visão. Os gestores das seguradoras são hoje fortemente responsabilizados pela governance, e há consciência de que a análise de risco não deve ser subestimada. A partir de 01/01/2016 entra em vigor o novo regime, pelo qual as responsabilidades, designadas best estimates, são calculadas de acordo com técnicas atuariais mais complexas. O atuário também terá um papel preponderante no cálculo do SCR (solvency capital requirement) das seguradoras. Qual a importância dos atuários no domínio da segurança do sistema financeiro?
Sendo os atuários técnicos que avaliam as probabilidades de ocorrência de eventos futuros através de modelos matemáticos e financeiros, é necessário que os riscos associados à atividade financeira sejam quantificados e medidos os seus impactos. Sente que o papel do Atuário ainda se encontra «muito na sombra»? Quais são os vossos principais campos/setores de atuação?
Os setores de atuação são essencialmente os segu-
CARMEN OLIVEIRA
ros e fundos de pensões. Podemos alargar a nossa atividade às empresas onde existem riscos a mitigar, nomeadamente, instituições bancárias, e a empresas com responsabilidades com pensões que não disponham de atuários independentes. De que forma é a inovação importante na prossecução dos vossos desideratos e da vossa atividade?
A inovação é muito importante porque o nosso trabalho passa pelo desenvolvimento informático. O tratamento dos dados é essencial na inferência estatística e, se as metodologias aplicadas não forem desenvolvidas de forma eficiente, poderão comprometer a análise adequada de mitigação dos riscos. A ligação a organismos internacionais permite-nos melhorar os conhecimentos nesta área em constante mutação. O Instituto de Atuários Portugueses tem um papel importante como Full Member dessas instituições, promovendo ações de formação. O que falta a este setor? Será vital que se dê o passo seguinte, ou seja, que seja criada a Ordem dos Atuários Portugueses?
A Ordem dos Atuários Portugueses virá consolidar a profissão de atuário pois definirá um código deontológico para o exercício da atividade. O atuário deverá desempenhar a sua função com rigor e profissionalismo, nomeadamente, ser criterioso na escolha das metodologias e dos pressupostos. O desempenho da função passará pela admissão à Ordem, que tornará a profissão mais credível perante a sociedade e os profissionais do setor. 81
Quais são as principais prioridades/desafios da Actuariado de futuro? A continuidade de afirmação no mercado português e reforço no mercado internacional; demonstrar a mais-valia do atuário enquanto consultor e independente. Como desafio, cabe-nos acompanhar os clientes nas novas exigências do Projeto Solvência II.
BREVES
CE premeia boa acessibilidade das cidades
Dia da Madeira comemorado a 1 de julho
No contexto da criação de uma Europa sem obstáculos para todos, a Comissão Europeia (CE) convida todas as cidades que promovam a acessibilidade a pessoas idosas e com deficiências a candidatarem-se ao Prémio Access City. O objetivo da CE é a distinção de cidades com mais de 50 000 habitantes que se empenhem na realização destes projetos. Habitações, parques infantis, ambientes de trabalho, transportes públicos ou tecnologias de comunicação são algumas das áreas que devem estar adaptadas a pessoas portadoras de deficiências ou de idade avançada. As cidades interessadas em concorrer ao prémio atribuído desde 2010 pela CE devem enviar as suas candidaturas até à meia-noite do dia 10 de setembro, hora de Bruxelas. O formulário, que será submetido através do site oficial da Comissão Europeia, deve ser preenchido, preferencialmente, em inglês, mas é possível optar por francês ou alemão. Contudo, a qualidade linguística não afetará a avaliação. A cerimónia de entrega destes galardões terá lugar no dia 7 de dezembro, em Bruxelas, durante a Conferência do Dia Europeu das Pessoas com Deficiência, e distinguirá as cinco cidades da União Europeia que mais se adaptem a estas necessidades.
No dia 1 de julho comemora-se o Dia da Região Autónoma da Madeira e das Comunidades Madeirenses. Apesar de o feriado não se aplicar a Portugal Continental, é uma boa oportunidade para conhecer o arquipélago e a sua essência festiva. Aos habitantes deste pequeno paraíso, basta desejar um ótimo dia, que será com toda a certeza, uma vez que em todos os municípios se celebra esta data. As comemorações, que começam já amanhã, dia 28 de junho, terão diversas facetas. Teatros, concertos, missas e sessões solenes são alguns exemplos de como os madeirenses pretendem celebrar este primeiro dia do mês. Contudo, destacam-se a colocação de flores no Monumento à Autonomia, pelas entidades oficiais, e a cerimónia do “Te Deum”, na Sé Catedral do Funchal.
Instituto Português de Fotografia oferece 50% de desconto na matrícula
O Instituto Português de Fotografia (IPF) está a oferecer 50% de desconto na matrícula do Curso Profissional de Fotografia 2015/2017, até 30 de setembro. A campanha é válida para familiares e amigos de alunos do Curso Profissional e para todos aqueles que frequentaram workshops no ano letivo de 2014/2015. O IPF quer dar a oportunidade a todos os amantes de fotografia de crescerem nesta área, com a melhor aprendizagem e com a ajuda de profissionais competentes. Os descontos apresentados não são acumuláveis com outras campanhas em vigor.
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